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— Ao focalizar a subalternizacao de saberes desqualificados fers lelg ecole crviol Mel aae) lg 2-1e:( Coccd Nod cece met Cle eR cr Mel Um Cy trabalhos indispensaveis ao Eola UUM OM (en cxy Le Crean cence ay EMR Aeon Ome aean ONS ore SU) cone (0) Cole folente i is-(9/ elmer eM ccay(e aA) cy ocd Umm NC Coteer | América Latina séo uma razao EMU re meee ae) texto ao leitor brasileiro. EDII@RA UWS HISTORIAS LOCAIS / PROJETOS GLOBAIS Colonialidade, sab ep CeMTeL Ue re sy CUT Talat Us Walter D. Mignolo rstmoDuGio camino 8 A procure ne wea ome soci PENSAWENTO LIINAR E FERENCS sou 0 ou Pexso A razio posoapenrat ‘COMPREESSAO HUMANA FINTERISSS 1OCAIS Comeele tome Game bemie 181 (5 esrupos sunatreos io POS MODERNOS OU POS COLONLAS: sumarreeunne &pirexeNea cosowae ncn uma sus “una ourt Uscus™ MUNCLWANDO 0 AMOR Ccuomazacho, MUNDINIZACION rosticio PREFACIO.E AGRADECINENTOS sistema mun 1 vantagem sobre a eronologia {que adote em The Darker Side ofthe Rena 19952: 2) acompanhando a periodizagio dk mademo, até o modemo ¢ 6 moderno tardio. Ea vantagem € dimensio espacial encaixada no sistema mundial modesno, ‘mas que falta & concepgio linear da A dimensao espacial do si 1 onde a las confrontagbes de dois tipos de histrias locais desafiam dicotomias. A costaclogia erste a dos indios none- americanos; 2 es ¢ s ame‘ndin, a erste a islimica; a cris reproduzindo a diferenga eclon sem localizarse em um det uma reagio a por un falante ‘raduzie a palavra, péde sair da cde um amerindio, nao de um espanhol (ef Mignolo, 1995b). A dliferenga colonial cria condigoes para situagbes dialdgicas nas {quais se encena, do porto de vista subakero, uma enunciago Fraruraa, como reagio ao discurso ea pespectiva hegemonica ‘com a cosmologia tersioral e hegemd perspectiva). No século 16, 0 pensar 0b 6 controle dos discusos colonia ‘de Wamsan Puma s6 foi publicada em 1936, 20 asso que os discursos coloniais heyem@nicos (mesmo quando como Bartolomé de las rio prende-se A necessidade de ultrapassar a linearidade no mapeamento geoist6rico da modernidade ocidental. A densidade geoistérica do sistema mundial colonial/modemo, ‘suas fronteras internas (confltos entre impérios) ¢ externas (onllitos entre cosmologias) no pod colonialidade, que foi 0 século 16. [A principal pesquisa para este livro foram conversas — conversas de varios tipos, com estudantes dentro fora da Unidos ddantes da pés-gr sua percepcio de projetos global apenas conversis, conversas informais. Embora nfo planejasse que essa pesquist resultasse de pesquisa no primero semestre de 1996, Eu haviaterminado ‘© manuserito le The Darkor Side af the Renaissance no vero ‘de 1993 « nio estava projeto de pesquisa, fazer em seguida, Adem chefe do Departa- ‘mento de Estudos Rominicos, e, como todos sabemos, o trabalho adminisrativo nto inspira projetos de pesquisa Resolvi ento que nos préximos ts ou quatro anos ira dedicar-me a conversar ¢ esezever sobre questoes ligadas 2 colar » partinds do século 16, _rimelo periodo da glebalizagto, até 08 séculos 19 ¢ 20. Quando falo de conversas, nao me refiro a declaragBes que possam wadlas, Essas conversas| dislogos com. intelectuais da América specialmente nos Andes € no México; ea integragto de docenciae pesquisa, pois 0 que se ler neste livro fo incialmente apresentado e discutilo de pos gralagto a Universidade de Dake pensamento latino-america espaci minha conversa com os dots autores diverge da. pers das humanidades em bbulgdes de latino-americanos/as nos Estados Unidos, como as de Gloria Anzaldda, Norma Alare6n, Frances Aparicio, José Marisa Finch, que drigiam uma oficina dentro do Pesquisas Sociais. Meus prineiros ageadecimen ; ois, a eles ea Alonso Vélez Pliego, dretor do Instituto, Enrique Dussel proferiu uma das pal nizagio © 0 sistema mu (of Modernity” 1984). Nao apenss temos mantido contato desde Legacies and imente redigido para rio em Puebla de palestase seminavios que ‘quem devo ‘agradecimentos € demasiado extensa, Limito-me a agradecer primeiro aos participantes de todos aqueles semindrios, es dantes da pds-graduacio e eclegas. Em segundo lugs, de agradecer pessoalmente aos que me conwidaraane com qu ‘mantive conversas mais longas € continuadas. Na Argentina, Enrique Tandeter © No¢ Jitek, da Universidade Nacional de sho uma grande divide ings, por me ter apresentado a ino-Americana (em 1993) e para ‘conferéncia na Faculdade de Humat de San Andrés, Essa visita a La Paz na verdade ori parte deste liv. Na Colémbia Carlos Rincén e Hugo Nino facultaram-me experitncias pessoais ¢ conversas com colegas ‘eestuclantes da pés-graduago em Bogotte Cartagena de In levo a Jorge Schwartz e Ligia Chiapini 0 convite i de oficinas e conferéncias no ‘centro Angel tuto de Estudos avangados da Universidade 1 Ana Licia Gazzola, a oma zacio de um de Jancizo as Gerais, {© Sto Paulo, em maio de 1995; Juan Barriga, oconvite pata di Mexico, em maio de 1997. De todos esses seminérios com colegas & POs-graduagio aprendi, antes de tudo, a avaliar hist locats demtro de projetos globais: a pesarhistrias foals in ‘estes na América Latina e nos Estados Unidos — a prosseg fletindo sobre meu préprio lugar como latino-america avalar até que ponto (© firm da Guerra Fria estavainfluindo sobre os “Estudos Latin. Americanos", um projeto académico entranhado em projetos lobais sto €, estudos de ae estava sendo alocada pelos novos impérios c fstavam mudandlo, com o fim da Gus temente aprendi também que a8 dis ‘numanas”jé nao podem permanecer com {de projtos globus desvincolados das hist Finalmente, que s globalizagio estava criando con {geralmente a corfianga em cor cus. O fato de que a independéncia da maioria dos imperiis que est-vam sendlo importadas p (© que me chamou a atengao, entretanto, foram. . ticos partidérios © mediadores do pensamento da Europa Ocidental, Derrida, Lacan, Foucault, da Escola de Frankfurt, ‘mantém sua posgio {que os Estados Unidos, especialmente depois de formaram-se no ‘outro imperial". Tive também outa sirprest i. Em contraste com misha experiéncia tipo de conversa: em que me env rma Bahia, depois de uma de minhas conferéne ‘minha atenglo para © nome desse arquiteto, ambienalista & % 20. Suas opinices, bem como as de outros ivios organizados por ele, infloitam sobre os Gapitulos It e VI lade de Duke, as prin mostraram decisivas para cconeepgio gerald livzo. O Capitulo Vit é versio de um paper aquela conferéncia. E uma versio iniclal, mimeografada, lo Il apareceu no “Worksliop Reader’. A segunda jizada por miun com a paricipagio de um grande 1s, Lynn James, Helm Balig, Alejandra V1 Gregory P. Meyfs, Jean Jonassant, Cais Chia, eoma Nwankwo, th Parker, Benjamin B. Av e Roberto Gonzilez. O jo V € uma versio ampliada de um artigo que escrevi antes, ‘que fo! a plataforma da segunda oficina, ;egado da disciplina Composigie et © programa se constitul de um constante fluxo de conversas ‘conhecimento” mas sooretudo porque discutir problemas da balizago com os estdantes recém-sidos do curso secun= dessa experiénct Cooke, Bat Gao, Orin Sta nao apenas ensinou-me muito sobre mas também cestabeleceu um dislogo frutifero cu ‘evidentes em todo 0 ivro, Agradego Cooke por organizar ura oficina sobre Estudos Mediterineos, ‘8 oportunidade de ov apresentacoe: wus tnisianos ¢ de conversa com a sala de coafertncas, jos integravam © programa sobre estudes lauino-americanos. no primevo semesire de 1998, pois, nos tltimos trés anos, trouxe a Duke lideres da intelligentsia francéfona © caribenha, Em todos esses anos, a panicipacao ativa dos estudantes dt os-gmduagao foi na verdade Go proveitsa como o didlogo com meus proprios colegas. Nao & possivel mencionar os nomes de todos os estudantes que partciparam dos quatro sem ‘érios, mas gostata de thes agradecer coletivamente, Gostaria ecimente porque Vrénic, que partcpi da 20 dlissertaglo @ repeito do assunto em meados dos anos 90, José Muftoz, que [& estava terminanda o curso de pés igduagl0 quando chegueia Duke, trouke-me uma nova pers peatva sobre a suas reflexdes de pés-gracuagio '$ anos 90, © mostrou-me al norte-americana da Com Zilia Janer aprendi a damente sobre o colonialism nacional chegando a Duke no como escrever sobre a hist perspectiva de “alguém de for ensar mais det s€eulo de produce ‘que devo agradecer pelas conversas que tivemos no decortes ‘Jo processo. Femando Seémez fez-me filer sobre a ciferenga ‘entre eserever “wlopias” na Europa e sobre o “planejamento” de utopias por frades franciscanos do Novo Mundo. Final ro de 1994, 0 Capitulo 1V é uma ilustiagio direta de minha divida para som o grupo. Devo a segunda expe- riencia a Kelvin Santiago © Agustin Lao, que g para partcipar do grupo de trabalho sobre a Fernando Corot Ferninde? Ret m primero lugar por sua generosidade as comregoes ‘também entraram no deminio de conversagdes nos dois anos, mas ambos contnbusram com sua formagio para un dco que ccore principale — com excesio de Enrique Dussel — entre ert p6logos,historiadores (ineluindo « socidlogos, Ramén Grosfoguel er tworia da dependéncia no contexto do Eduardo Mendieta e Santiago Casto-Gome2 linge. Agradego também a Gustavo Pérez: cescrever Next Yoar in Cuba (1995) e por expres mente suas dvidas a respeito do que escrevo, Nos Capitulos Ve Vi trato, num estilo argumentativo, de problemas que 1m ent poderosas e as. Discusses no Grupo de Trabalho Mars ‘onduzidas por Fred Jameson e Michael Heard, também foram ivas para a compreensio ¢ a elaboragao 6 Sou também grato a Gabriela Nouzelles¢ Alberto Moreiras Dor nossas longs ¢ repetidas conversas que, entre outs coiss, Fedundaram no projeto de publicacto da revista Nepantia: Views from South, que breve viei a luz; a Tereza trazer a Duke uma Espant ‘Cathy Davidson «Rick Powell por afro-americanos neste ue colocou a China em contato com as Américas pati 4 Erk Zakim, que pasticpou de um dos seminérios que coor- ddenei com Miriam Cooke e relacionou, tanto no seminario ‘competéncia como professor de Mudimbe e Nick Dirks tiveram 8 de que 6 manuserito era peomissor versio, Finalmente meus ageade: A GNOSE E 0 IMAGINARIO DO SISTEMA MUNDIAL COLONIAL/MODERNO séeulos 18 ¢ 19. O pensamento iminar, como veremos, compensar a difereng colonial que a traducio colonial universal. No século 16, a espachlmente. Ao se aproximar iagto ja "Os povos sem histria” 0 “presente”. Os povos Jogo € cienuista social Samuel Hl (5 povos de “ours” cconhecimento rev (esse € o tema especial do Capitulo VID, Weber despertou en mim uma reflexto sobre a colonialidade antigo aqui, agora como pi ‘Quando Hadward Ka | | 4 obcecar-me, que discut em semindrios e tentel desen suns de meus artigos publicados depois daq por exemplo, Mignole, 1994; 1996a). “Pensament fot segunda expressio cue comegau a adquit inar”seja una expresso excessivamente usada ‘exemplo, eserts liminar, cul rnenhuma das discusses que dade européia. Minha prépria idéia dk ‘que modelei conforme a experiéncia da “gnose sfricana", da ‘Mudimbe em set (Madimbe, 1988). O pensamento i acm a conc € umaginvel em acompresnato da dtienga esol: A do nas o econhecmens deren clot conta de perpectvas subsea, enige de foo ponsameno linia. Mas poderia ser bon idea crescent alguns elementos paca expliear © que tendo em mene e qual o tema deste livre. Comparem miahs citaao inlcal de Weber com 2 sepuine ciagso de Tu Webing (198511993) 2% Ora, a contribuigio de Tu Weiming nito € apenas uma na mesma linha do Tao of Physics (1975) de Capra. Tao of Physics ato de nomei-los, A expressio ro de Capra asso que es epistemoldgicos do pensamento ociden al epistemol6gico, como conheci formagao" de cultunis’,o que subentendia que as “outs cultura" no sto De qualquer forma o ponto para o qual gostaria de chamar a ateagio pode ser susliahado pela elegante e sucita formu- laglo de Tu Wei-ming 0 fim da inwodugie a Confucian Thought Jt vem insisindo, como intelectual € ai ura (Ou diferenga colonial entre o conhecimento do dos amerindios da Americ Zelandiae Austelia, mas também em compara a dlferenga colonial, Como a chogue de cosmovisoes’ vem | i ideogeiticas. A im das eultras Murninismo, A ps termos mais seculares que biblicos e a epistemlogia. tam jemodelada e deslocada de seu sent ‘conhecimento verdadei tuada como inegativa dada 20 "gnosticismo no moderno mundo colonial (Gia Renascenga até 0 ps-Guerra Fria). Contudo, essa nao & 4 gencalogia que me interessa ia seja mais complexa, 0 sumério que se 1-2 primeira indicande um tipo de conhecimento guiado pelo bom cimento de segundo gra ilblogos gregos, entrtanto, recomendaa que nao se estabe. ga uma dist ida enire gnose e episteme e sim que se ‘examinem seus usos especificas em cad autor. Gxford Companion of Philosophy mento ao excarecer que gnosiologia € uns vezmo areaieo,suplan- tudo pela epistemologa (no sentido mode ‘de mizio © conheciments) ¢ pela metas, to que se associou (em E interessante notsr que Valentin Y. Mudimbe empeegou sgnose no de seu livro The In of Africa: ‘Gnosis, Philosophy and the Order of Knowledge 1988). se a knasho, que no grego antigo significa" camente (Mudimbe observa), significa sem a doxa nem eps: Fl significa tanto Usiizndo a configumsio anterior do campo do cor mento na meméria ociental, usarei a palavra gnosiologia pars Indicar 0 discurso sobre a gnose e tomar gnose no sentido de Re onfltos imperiais com cultras que estaa send coloniz | das Knguns nafilosofa ch ciéncia), Enquanto € uma conceitualizagao e reflexto sobre © nem aquilo que se possuir conhecimento fem relagio 30 contexto ‘gndstico pode ser situaca no conceito de razao. de consirugio do si Enuretanto, come estou me concentrando em formas de conhe= ‘imento produzdas polo colonialism modemo na intersegao. ccaracerizar uma gnosiolngia poderosa ¢ emergente, que, na perspectiva do subaltemo, est absorvenda e deslocando formes hhegemdnicas de conhecimento. Nao se trata de wma nova forma de sincretismo ou bibridismo, mas de um sangrento de batalha na longa historia d mesmo a pologo do Primeiro Mundo, pois o primeira esté ao focal do ‘objeto, nto na do sujeto do estudo. precisamente no inter dessa tensio que a observacao de Darcy Ribeis ‘meméria do sistema (por exemplo, a colenizagio do Norte da Africa pela Franga quatrocentos anos depois que os espanh6is cexpulsaram os mouros da Em minha pr6pria histéria intelectual, poderse-ia encontnie uma primeira formulagio da gnose/gnosiologia liminar na ogo de “semiose colonia spies", que introduzi ha varios anos (Mignolo, 1991) e que se toenaram dois conceitos-chave para 0 lise de mew livro anterior sobre o colonialism no periodo inital (Mignoto, ratte Sepunde ae 5a). © conceito de semiose colonial (que alguns Slobalizagho, const julgasam ser apenas mais um exemplo dk cconhecimento baseado na distings mextravagintes a hermengutica e, 20 faz8-l deter cen en posi subaterna explicar um menos sociais¢ histéricas e part 5 Embora no vein nada de dos sentdos (na verdade twansculturagio quando ral de pessoas. Quando Ortiz sugeriu o termo, descreveu da seguinte forma o sentido atribuido a aculturagao por Malinowski “gnose liminar", argunrentando-se que a "gnose razao subaltera lutaido para colocar em pri fotca € a eritividade de saberes, subalterizados longo processo de cclonizagao do planeta qu toda a historia de Cuba como um longo ‘ess idéia na seguinte yericanos"). Essa & 0-0 termo semiose coloni de "mestizaje". Em ver disso, a semiose col (0 conflitos genidos pela calonialidade no nivel das inter eas, isto €, no terreno dos signs. No séct procurou, ogio de “cultura”. Por que? Porque essa € precisamente avra-chave dos discurios colonials que classi ‘especialmente depois da segunda onda de expansio cor, lugar geogrs Fico) e um sistema de sigros (lingua, alimentago, vestudeto, religito etc). Do século 18 até aproximadamente 1950, 2 palavea cultura tomou-se slgo entre “aatureza” e “civilizagao" cultura tornou-se a outa extremidade, ou © ‘outro lado, dos interessesfinanceinos e do capital. Enquanto dfinia a trascultracao, sobretudo em termos do contato entre 08 povos, Ortiz sugeri também que o fumo ‘eo agicar, slém de seu interesse para a histéria da economia para as peculiaridades histéricas de Cuba, oferecem, ademais, certos exemplos curiosos e originals de grande inte fesse atual para as ciénsias sacioldgieas contemporineas COntiz, (1940) 1995: 5). Esse tipo de trassculturagio proxi de minha piSpria nogio de semiose colonial sgunda parte do livro, depois ar detalhadamente a3 caracteristicas do fummo et ‘comparagio com o agcat Oniz explora os aspectos hist de ambos ¢ observa: partir do reino dos sighos, e no da miscigenagto dos poves, ‘© em deslocé-la para a compreensio do pensamento liminar da diferenga colonial. Quando 0 singue humano interfere na definicio de transculturagio ¢ diffe evitar a tentagao de ‘compreender a miscigenaga0 e as misturas bioldgicas. O que ‘conta nio € 0 sangue ou a cor da pele, mas as descrigoes das isturas sangiineas © da cor da pele criadas e praicadas ‘dentro e pela colonialidade clo poder. A mistura sangiinea © cor da pele, que eu saiba, nto trazem inserito um c6digo genético que se traduza em cédigo cultural. Em vez disso, oa descrigdes fetas por aqueles organismos vives eapazes de descrever a si préprios € a seu ambiente (Mignolo, 1995a 1-28) que estabelecem uma organizagio ¢ uma hierarquia a sanglinen cor da pele. Nesse sentido, 2 nog turago nao € to relevante porque descreve uma determinada realidade, mas porque altera descrigdes anteriores fetas por organismos vivos que se autodescreviam ‘algumas vezes seguindo normas “disciplinares’ para obter descrgdes “corretas"). A tansculturagio oferece ma visio slferente da interagdo entse 0s povos. E, em outras palavras, lum prinefpio para produzie descrigdes que altera © ponto Fundamental segund> 0 qual foram feas descrigdes semethant odutos exo 38 quatre cantos do mundo pars cenirio sociale gaosil5gico (© momento prolongado do conf pele foram formados por diferentes fe erengas entre 1492 e hole, &a sequinte populacae do planeta para essa tarefa de 4. Uma perspectiva epistemal6gica para articular 0 set 0 perfll ds nova matriz de poder e a partir da qual can: ‘uma reagind no sent n projeto global planejado para se impor, e outros ‘esaberes locas forgados a se acomodar 4 essas novas realidades. Assim, a semiose colonial exige « hares, em vez de, por exer manta, hee ‘pica (sto 6 Estou agora introduzindo a nogio de “pensamen com a intengio de transeeader 3 hermenéutica © a epistemo= logia, bem como a distingis corcespondente entre conhece ¢ aquele que € conhecido, na ep yunda ©, por outro, entre epistemologia © hermensutie © pensamento liminar inismo a fronteia cronolégica sentimentos, educagio ‘emergéneia do atual “per ‘modemo sistema mundial Imannue! Wallerstein ie Wot gados e o dilema ui saberes subjgados Ite de saberes subsltemos de ilema do universal/ particular através da diferenga coloni Em sua aula inaugural no Colégio de Franca (11976) 1980) ‘especificar seu entesdimento de saberes subjugados: mim € duplo 0 signficado de saberes subjugados. Por um mas a repression da “emergéncla imediata ‘dos contedidos histicos" ‘Sua segunda abordagem dos siberessubjugados foi vazada ros seguintes termos fo patso que os sabres subaltomos sto seu lado Sombr9, 0 colon da modemidade, Essa mesma nogio de saberes expansio da Gri-tret 4 Aftica. Projetes globals sio o lismo na eriage do munde color 35 Vezes € 0s nomes nio esto contrivio, permanecem vivos no. ‘enxergar que, ati Drojeto econdmico que se tornow um ismo, com sua énfse no cado € no consumo, no é apenas uma questdo econd- lizagao. 4 atual te da lua que no enxergamos quando a ol ‘vamos da terra. A colon coexisténcia € interserie tanto dos colo ‘quanto das modemidades coloniais(e, obviame pretende oferecer una contribuigio para a mudanga dos terms do didlogo, bem como de seu contedo (persuadido pela E necessiria distinguit “imaginério” de “geoeult ‘Reocultura do moderno sistema mudi lust Francesa e malo de 1968 na Franca (© no of the Renaissance grok colonial/moclerno € sua propia a wercada e pelas corporagbes transnacionais. De acordo ‘do sistema mundial anterior (19952: 16-28) e que aqui emsehipsteses devas ep cada sto locutivo era uns "pronuneiamenta contra”. Ni argumento essa nao & uma restrigao necessiria. Seria mais exito dizer que cada ato locutivo é a0 mesmo tempo um ‘denotatva € territorial. A histria de Rigoberta Menchi nao é to € fice do que qualquer outa narrativa conhe~ Ne The Clasb of Civ ‘© subsolo € 0 inimigo dessas nessa diregao exige uma « liminar, Seus erticos, civersimer temogia hegerénica com énfase na tagao e na verdade e as epistemologias subalternas que enfs tuzam o desempenho e a mudanga, expaem s altercagio © 3 uta em torno do poder. El desepp da verdade) concede-se 0 dlreito de nativas cujo desejo de verdade & precedido ya Esse desejo de ru riéncia da diferenca colo igada no imagindsio e, com ie esse periodo, Génova, Bruges © Troyes situavanrse nas margens dos 1 comesciais, dominados pelo clrculto vil. Essa é uma das razdes pelas ‘quais 05 espanhdis ¢ portuguese interessavam-se a China thi registro de uma ateacio irresstvel dos chineses pelo exstianismo, A medida que ele emergia do fracasso das Cruzadas. Meu segundo ponto de inte {que a Figura 2 desconsidera totaimer Panama e, 20 norte, em direeto a0 Novo México e Arizona, O outro tinka seu centro em Tawantinsuyu, no que hoje € 0 Peru, prolongavase a0 nomte em ditegio 20 Equador Colombia atuas, a leste, até a Bol parte norte da Argentina e do Chi Enrique Dussel (1988a) sugeria deserta na Pigura 2, 0 fato de que f (05 chineses ou 08 por haemo: «em posigao dom 1, no mapa de Aby-Lugotod, com 0 de An licerces do que iaema mundial moderno, Ora, © camega imaging rnecem vivas até hoje. Di Feaniculagio, a “pareza 1997). Ae mesmo tempo, Enquanto 2 expulsto dos mouros demarcou a ‘externa do que seria um novo eircuita comercial dade, embora sejam condigto necessiria pata a existéncla segides fronterigas. O/a “converso/a” nunca ficati em paz consigo, nem seri confidvel do ponto de vista do Estado. O “convers0" no foi tanto um hibrido como um lugar de medo fe passagem, de mentira e terror. As ra20es para a conversion ppoderiam facilmente ser tanto coaviegto profunda quanto mera lo que se manifesta no “desconforto" gerado por a Menchi eas acusagaes a langadas contra ela por ter “mentido’ ViewD. f fo seguido dle longos debut sobre cosmopolitanismo e relag nacionals (Hoffner, Seas Hal ‘arora aud nH i i colonial, escondido da modernidade busca bays dle uma nova fronteiny, diferente tanto da front se i ay Hal att 384 ai3 wy ee gegade 22h4al inne, Os nocd sean ebulae ppertenciam & mesma categoria: faziam parte do “comércio* Beebe 4 Ilinuico (Manning, 1990: 23-27) e [a estavam assiilados ne Seaeee despretad de Note abigat sobre o aru de exsnca an 2 wam formulando em relagio aos povos: 2 t 2 & Revolugio Hal Tndepencéncia na Am ‘igariguad e Tavartnsuyu( Gocreute comercial ilicn concepo global dom aexpansio ingles ed ‘Nesse momento ocoreram tal Yoon, (0 deslocamento da fronteira entre os Estados Unidas © 0 . quando @ México per seguido por Cuba e Porto .eolonial/moderne foi prot 19. Os Estados Unidos (e potncia lider, € 0 Japto desligou-se dla le respeitavam os padeoes dis io do século 20 (como m lado, uma perspectiva complem ialidade” (Figura 6, Osterhamn tengo para as reas colonizadas do mundo, em ver de enfa tizar 0 “Ocidente™. Esses dois mapas (Figuras 5 € 6) sugerem iis uma vez que a modernidade e x colonialidade sto olha sepanidamente, como dois fenémenos dies haver outrarazdo para que Wallerstein con *modemo" € no um sistema mundial para que todas as suas anilises mais ecentes sejam feitas de lo “modesno” (Wallerstein, 19912), que els francesa e usada na €poca para tragar as fronteiras, tanto na Europa como nas Amécicas, entre anglo saxénicos e latinos. 0 Oeidente eo resto: 1920 ‘As mudangas no imagi ccontempladas er Figuras 7, 89.0 além dos mapas as 1G depois sempre rialidade global (O mundo da Guerra Fria: década de 1960 tbe Remaking the World Order, 1996. Usado com permissio de Sion an Schuster) sia e a Espanha dois poderasos centros cristlos. Em povco tempo, @ o (© Mundo das Civilizagbes: ps-1990 fade a algo que, gratiea- imo global efethado pela corporacies mo se sua na arena geagrific, A fem mente que, els incorporapo do mancsmo,»Hevlupto Russ colocou ‘A decisio de acomodar minha argumentagio dent lelo mundial colonial/moderno, ¢ Alo numa eronolog linea, partindo da modernidade xsl do sistema mundial colonial/aiodemno uma uma l6gien que ao & periferias e periferias Se propria modernidade 6 0 dla modernidade/colonialidade que foi 0 sécul Partindo das premissas de ut jammos a perspectiv subaltemos, como sugere Veena Das perspect a articulaca com base nas memes e legados da colonial Fepito, leva nos ombros o pesado fardo e responsabi da colonialidade. A eritica moderna da modernidade ( ‘modemidadle) & uma pritica necess comeam as diferengas color planeta sto a morada onde onto rovertido. A discussio de Giovanni Arrighi sobre ao-del ‘que Braudel situa na lili do século 13. Quando « is, Wo crucial para a compreensto do pens ponte de intersegio. A observagio pode ajudar a compreender sobretudo os sistema musdial, da variedade de perspet «da desconstrugio em cont ‘para a emergenca do pe mensio Hele Béj, escrtora e fildsof™ que divide sua vida entre Paris e 2 Tunisia e que escreveu vm livra desencantado sobre assos da consiruglo de nagbes apds a descoloniaagao 1982), estabelece em sev titime iro uma distingto o 1 € retratads em termos da 2720: 30) jzaglo associado com a ‘mo implica segundo meu componente & 4a rao colonil/imperial. Num como, Pi fenergias ¢ ‘sem diversas historias locals ( Cespagos © momentos na histéia do capltalismo; Arig ua sombria e inevtivel companheira, a hist6ria do Tismo (ainda por escrever na perspectiva aqui adot ‘escurilio desta companhia, nas fisuras entre a modernidade € 2 colonial reside(m) 2() diferenga(s) colonials. A “cakura” ‘eamiaka paralelamente com minhas “hisGrias locas", tanto hegeménicas, quanto subalternas, e, portanto, “eultara rmuadial” poderia s bulisio como 3 perspe ‘rojetos globais mas no podem, em si mesma projetos. Pemitam-me oferecer outra cago de! propria nogao de pensamentoliminar, da perspect temo, torna-se © potencial epistémico que remapein diferengats) colonials visindo a uma furura culture mondiale (altura mundiaD) de diversdade epistfmica, Aqui a ‘para mim) e “mundilizag [para mim). Em wermos de vecal Ihaate foi estabelecida, independentemente de de arrombar ports fechadas fe dar-Ihe um aleance © conceito também tem sida usado pelo antropdlogo Ulé 8 globais na perspectiva da local a partir da qual e sobre a qual fala Glissant € a colonizagao do Caribe; ele da iferenga colonial. Em contraste co ©, 80 otar aqui as diferencas entre a descolonizagao da Tui fem fins dos anos 50, 0 fato de que a Martnica € ainda um “protetorado" francés depots da onda de descolonizacio que do mondo, Mas, de qualquer modo, o debate de Ortiz com ‘Wallerstein a partic do Brasil eem portugues (raduzido para © espanhol) & mais um processo de construsio de sia do que um didlogo com Wal Dai Oniz parte pam diferenciar, de zaglo econdmica e veenolégies da mund segundo Waller inerustada no moderno sist indicagao desses nive's diferentes permice a Ontz, enquanto reflete sobre o capitalsma na China e no Japto, separar 0 nivel da globalizagao (econémica e tecnoldgics) do nivel i leridade européla ou do Atiintico Nowe, simplesmente, mundial ‘Ao contirto cas concepeoes de ridace mondial de Ortiz carece da Norte, foram eruciais para a ig40 das moderidades co © temporaldades do sistem anova histéra do sistema mundial colonial! vu AA arquitetura deste livra € a seguinte: comegando © a partir da metfo modemo ¢ introchizindo idade/colonialidade, lonial/moderno ¢ colonialidade, pretendo, le rilo existe modernidade sem colo” do poder subjaz & const Assim, dois temas abrangertes e simul 08 saberes subalternos e > pensamento lifninar complexas e diversas interegdes, em diferentes etapas do sistema mundial colonia/moslemo. As Américas, por exemplo, i i 4 produto de coal agdo indo no quadio “ceidentalismo” e *pds-ocidenta © pés-ocidentlismo utlizado como conceito local dominant ‘no imagindrio do sistema mundial colonial/moderno, do qual © argumento € sublinhado pel entre configuragdes geopoliticas, 0 saber e a coloni ensamento| amplo em que se situam os A medida que a perspectiv dupla articulagio de saber "birbara" ¢ “iviizado", resumo, esta €uma reflexto prolongaca que se iniciou ‘como reconhecimento de uma crfiea da modernidade a pantie AA variabilidade interna da differ’a/nce nio pode a diferenga colonial, onde a desconstrugo tem de liminar 56 pode existe na perspectiva subalterns, nunca na isto €, de dentro da modernidade. Na perspectiva © pensamento eum me ‘uma maquina para a descolonizagao intelect para a descolonizagio politica e eeondmica, % hi A R T A PROCURA DE UNA QUTRA LOGICA FENSAMENTO. LIMINAR E DIFERENCA COLONIAL Em marco de 1998, participei de uma oficina organizada conjuntamente pela Unive Estudos Mediterraneos, de minha palestra, que € um tenia recorrente deste livro, foi ‘© mapeamento dos fundamentos raciais da modernidade/ colonialidade, Basicamente, explorei a reconversio ¢ forma- lizagao do principio de “pureza de sangue” na Espanha do século 16 (€, portanto, no Mediterrineo), que deu acesso a uma continua histéria de conflitos entre as tés religides do Livro e, de forma paralela, aos debates legais-teolbgicos sobre 98 “direitos dos povos" na Escola de Salamanca — debates sobre a vexatéria questio da localizagao dos amerindios na forclem natural das coisas , portanto, no Atlintico. A explo- ragdo conjunta da “pureza de sangue" € dos ‘direitos dos ‘povos” me permitiu apontar um momento crucial na construgio do imagindrio do modemo sistema mun momento da emergéncia de um novo ci financeiro ligando 0 Mediterraneo e o At 20 mesmo tempo, observa-lo no s6 a partir da interioridade de sua formagio e expansio, mas também de seu lado exterior ¢ marginal. Eu presumia, com Quijano e Wallerstein (1992) ¢ Dussel ({1992] 1995; 1998a) que o momento particular que eu ‘observava marcava ao mesmo tempo a emergéncia dle um novo sistema mundial ¢ também da modernidade/colonialidade. Em outras palavras, a coexisténcia hist6rica da expulsao dos judeus © mouros da Espanha ea “a) ou a idéia de que a colonislidade se refere a perspectia do pais colonizador. A Argel, raramente seri incluida como parte da historia nacional francesa, apesar do fato de que uma histrta da Argélis, como ragio, nto pode ignorara France. Neste capitulo, exploro respostas teéricas¢ idéias sobre o idade" de Enrique Dussel como respostas a projetosglobais emanados de histérias ¢ legados coloniais na Amérioa Latina arte & dedicada 2 cexperiéncia colonial do Ca © como um novo principio epistemol6gico. Ess perspecivas, dda América Espanhola, do Maghreb e do Caribe, contribuem fa i il — a necessidade de concebé-lo como fa, margenn do sistema mundi ‘uma epistemologia da diferenga colo roponas com a de Quien, Dussel, Kt eC Bae pessoalmente com nenhum dos doves que daft ined, no eran, na dave de comprceat inter pportanto, langa divida sobre as perspectivas fares semelhanes 28 introduzidas por Glissant bie, conseqBentemente, ‘delupla critica. Encerranddo o capitulo, eu 0 abroa uma nova slimensio de pensimerso a pane da fronicia do sistema muna “dupla conseiéncia" ide Du Rois ea “nova conseiénela mestiza’ de Glosia Anzalea, bascadas na experiéneia das areas fronteirica. © aspecto “oculto” ‘complementar is conceitas tém em ccomum, no entanto, €0 seatimento de que o sistema mundial ide esti sendo pensado do “outro fo de que, na Am colonial” nfo deveria ser confundido com *colonialidade”, € século 19 na maioria des paises latino-americanos (com as essen ks Yes a lo pe a eompreedin essa duplicidade no foste clarament recentemente, quando Guijano ¢ Wi 4gados de conteole de trablho para diferentes zonas e prod 8 ctiaglo de um maquiairio esta ivamente forte nos csstudos centrais da econemia mundial (Wallerstein, 1974: 38), Os virios métodos de controlar @ taba associa — entre Bartolomé de las tarde, os estudos ‘coro (apoiads pela Igreja) a wespeto ‘conguisadoresestavam tomandlo com os amerind Em que sentide a colonialidade do poder ajuda a compre ‘ender a atual reconfiguragio da economia © do imag!

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