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CASO CONCRETO

No dia 10 de novembro deste ano, no Bairro Aurora, Av. Boreal, foram encontradas onze pedras de substância
com aparência de crack, no bolso da bermuda do acusado Edivaldo da Silva.
Segundo depoimento do condutor, o acusado estava no local acima citado e, quando avistou a viatura, agiu de forma estr a-
nha e tentou correr do local; abordado, foram encontradas onze pedras de Crack, e noventa reais (uma nota de cinquenta e
duas de vinte reais). A testemunha Antônio, também policial militar, em sede policial, ratificou o depoimento do condutor da
prisão.
Com efeito, perante a Autoridade Policial, o acusado foi enfático relatando ao Delegado de Polícia que é viciado
em Crack e não comercializa drogas; que por infelicidade do destino, no início de 2015 conheceu e viciou -se na substância
entorpecente denominada Crack, e, por isso, modificou seu comportamento drasticamente, mostrando total desinteresse
pelo trabalho, embora continue trabalhando, e que na data dos fatos, comprou doze pedras de Crack, tendo inclusive con-
sumido uma porção. Disse ainda que havia consigo a quantia de R$ 90,00 (noventa reais) porque pretendia pagar a conta
de luz naquela data. Informou ser primário e de bons antecedentes, pai de família, eleitor cidadão. Por fim, disse que o
adolescente que lhe vendera as porções de drogas foi abordado pelos milicianos antes da sua prisão e que não o conhecia,
mas que soube que nada foi encontrado com esse indivíduo.
Lavrado o auto de prisão em flagrante, foi o mesmo remetido ao juízo da 1ª Vara Federal Criminal da localidade,
para a realização de audiência de custódia, durante a qual foi decretada a prisão preventiva de Edivaldo da Silva.
Dias após, o Procurador da República, mesmo sem que qualquer exame pericial houvesse sido realizado sobre a
substância apreendida e limitando-se a descrever genericamente os fatos, informando apenas que Edivaldo foi capturado
transportando drogas, ofereceu, perante a mesma 1ª Vara Federal Criminal, denúncia contra o mesmo, como incurso nas
penas do art. 33 da Lei 11.343/2006.
Edivaldo foi notificado do oferecimento da denúncia em 09 de dezembro de 2016.

Diante dessa situação, o acusado procura seus préstimos advocatícios para tomar a providência cabível. Utilize a data
limite do prazo, considerando que 09/12/2016 foi uma sexta-feira.

Padrão de resposta:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ FEDERAL DA 1ª VARA FEDERAL CRIMINAL DE___________ - SEÇÃO JU-
DICIÁRIA DE ___________

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Processo número:

Edivaldo da Silva, já qualificado nos autos do processo às folhas ( ), por seu advogado que a esta subscreve, confor-
me procuração em anexo, vem, muito respeitosamente a presença de Vossa Excelência, apresentar com fundamento no artigo
55 da Lei 11.343/06

DEFESA PRÉVIA

pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos.

1. Dos Fatos (Resumir os fatos)

No dia 10 de novembro deste ano, no Bairro Aurora, Av. Boreal, foram encontradas onze pedras de substância
com aparência de crack, no bolso da bermuda do defendente.
Segundo depoimento do condutor, o ora defendente estava no local acima citado e, quando avistou a viatura, agiu de forma
estranha e tentou correr do local; abordado, foram encontradas onze pedras de Crack, e noventa reais. A testemunha Antô-
nio, também policial militar, em sede policial, ratificou o depoimento do condutor da prisão.
Com efeito, perante a Autoridade Policial, o acusado foi enfático relatando ao Delegado de Polícia que é viciado
em Crack e não comercializa drogas; e que na data dos fatos, comprou doze pedras de Crack, tendo inclusive consumido
uma porção. Disse ainda que havia consigo a quantia de R$ 90,00 (noventa reais) porque pretendia pagar a conta de luz
naquela data.
Lavrado o auto de prisão em flagrante, foi o mesmo remetido ao juízo da 1ª Vara Federal Criminal da localidade, para a
realização de audiência de custódia, durante a qual foi decretada a prisão preventiva de Edivaldo da Silva.
Dias após, o Procurador da República, mesmo sem que qualquer exame pericial houvesse sido realizado sobre a
substância apreendida e limitando-se a descrever genericamente os fatos, informando apenas que Edivaldo foi capturado
transportando drogas, ofereceu, perante a mesma 1ª Vara Federal Criminal, denúncia contra o mesmo, como incurso nas
penas do art. 33 da Lei 11.343/2006.
Edivaldo foi notificado do oferecimento da denúncia em 09 de dezembro de 2016.

2. Das Preliminares

Preliminarmente, verifica-se que o caso narrado nos autos não se enquadra em nenhuma das hipóteses previstas no
art. 109 da Constituição Federal, não configurando hipótese de competência da justiça federal. Ainda que o denunciado hou-

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vesse praticado a conduta a ele imputada, o que de fato não ocorreu, restaria verificada a incompetência absoluta desse
douto juízo, devendo o presente feito ser remetido à Justiça Estadual. De fato, ainda que o crime de tráfico de entorpecentes
houvesse sido praticado, o mesmo é em regra de competência da justiça estadual, conforme a súmula 522 do STF. Também
deve se ressaltar a incompetência da vara criminal para o processo e julgamento, uma vez que, conforme será demonstrado
no mérito, a substância destinava-se a uso próprio, enquadrando-se a hipótese naquela indicada no art. 28 da Lei
11.343/2006, infração de competência dos Juizados Especiais Criminais.
Além disso, cumpre ressaltar que a denúncia deve ser rejeitada por ser manifestamente inepta, nos termos do art.
395, I do Código de Processo Penal, vez que o Ministério Público a elaborou de modo genérico, tendo em vista que a narrativa
dos fatos deve ser pormenorizada para viabilizar o exercício da ampla defesa e contraditório, violando as disposições do art.
41 do CPP. Com efeito, uma vez que não preenche os requisitos formais mínimos para o seu processamento, a denúncia não
deve ser recebida, sob pena de nulidade, conforme art. 564, IV do mesmo diploma legal.
Da mesma forma, a denúncia deve ser rejeitada, sob pena de nulidade absoluta conforme art. 564, III, b, do CPP, ha-
ja vista a falta de exame pericial sobre a substância apreendida, sendo certo que é essencial para o estabelecimento da
materialidade do crime, o laudo de constatação, exigido seja em função do disposto no art. 50, §1º da Lei 11.343/2006, seja
em face do que dispõe o art. 158 do CPP. Sem o laudo de constatação, condição específica de procedibilidade no caso con-
creto, a denúncia não pode ser recebida. Desta forma, ausente o laudo de constatação que demonstraria a materialidade da
substância, encontram-se ausentes a condição específica de procedibilidade e a prova de materialidade do delito, motivo pelo
qual inexiste condição da ação e justa causa para a promoção da ação penal em desfavor do ora defendente, devendo a
denúncia, por força do artigo 395, II e III, do Estatuto Processual Penal, ser rejeitada.

3. Do Mérito

Além dos fatos supra narrados, também não se infere com a devida certeza que a droga encontrada com o acusado
era destinada a mercancia.
Os policiais militares suspeitaram do acusado pelo seu simples movimento diferente quando avistou a viatura.
Excelência, o acusado tinha feito uso de uma pedra de Crack próximo do local onde foi preso. Dirigia-se para sua re-
sidência portando as drogas remanescentes que, como já indicado em sede policial, adquiriu do adolescente para continuida-
de de sua ingestão, avistou a viatura; é óbvio que o acusado manifestar-se-ia de modo diverso do normal.
Ocorre que em nenhum momento flagraram-lhe entregando/comercializando a terceiros qualquer tipo de entorpecen-
te.
O Direito Penal cuida de realidade fática, e não de meras conjecturas e/ou presunções.
E não só, com o acusado foram encontrados R$ 90,00 (noventa reais), em notas grandes. Como é sabido, há, outros-
sim, a clara demonstração de que não poderia estar o denunciado pórtando as drogas por está-las comercializando ou com
intenção de fazê-lo portando notas graúdas, o que, por si só, já demonstraria a irrazoabilidade da alegação de tráfico da qual o

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defendente é acusado. As circunstâncias demonstram, ao contrário, a veracidade do depoimento do defendente em sede
policial, uma vez que usuário de entorpecentes, conforme artigo 28, §2º, da Lei de nº 11.343/2006.
Portanto, no caso em tela, não há como imputar ao acusado o crime de tráfico de entorpecentes.
Assim, ainda que houvesse comprovação de ser a substância entorpecente, e não há, uma vez que nenhum exame
pericial foi realizado, comprovado está que a mesma era apenas para uso próprio; a uma, porque resta claro nos autos que o
acusado é dependente químico; a duas, porque a quantidade de drogas apreendida não é expressiva; a três, porque apreen-
dido valor de noventa reais em duas notas de vinte e uma de cinquenta; e, finalmente, porque não se conseguiu demonstrar a
conduta de comercialização de entorpecente na peça acusatória.
Por essa razão, a única imputação vislumbrada no caso é aquela prevista no artigo 28 da Lei 11.343/06, quando diz:
“Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, drogas sem autorização ou
em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às seguintes penas: (...)”.
Portanto, é caso de desclassificação para o crime de porte de droga para uso próprio, pois inexiste prova no presente
procedimento, ou na denúncia, de fatos que demonstrem que o acusado praticava o tráfico de entorpecentes.

4. Do Pedido

DIANTE DO EXPOSTO, requer seja rejeitada a denúncia, na forma dos arts. 395, I, II, III, reconhecendo as nulidades
conforme art. 564, III, b e IV do CPP.
Contudo, caso assim não entenda Vossa Excelência, requer desde logo sejam realizadas as diligências e arroladas
as testemunhas abaixo indicadas.

Nestes termos,
Pede deferimento.
Comarca, data.
Advogado, OAB

Diligências:
1.
2.
3.

Rol de testemunhas.
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