Sie sind auf Seite 1von 8

O dom de línguas

Devido a polêmica gerada sobre o assunto, e a grande confusão


que encontramos em muitas igrejas hoje em dia, resolvemos
dedicar mais um estudo para falarmos especificamente com mais
ênfase no dom de línguas.

Devemos recapitular lembrando que o dom de línguas, assim


como os outros dons miraculosos, servem como sinal para provar
o testemunho e a origem de quem está operando tais milagres.
Em II Cor 12: 12 lemos “pois as credenciais do apostolado foram
apresentadas no meio de vós...por sinais, prodígios e poderes
miraculosos”. Jesus operou milagres para que todos
acreditassem que ele era mesmo o filho do Deus. Os apóstolos
operaram milagres para provar que eram homens de Deus. As
línguas, assim como os outros milagres, servem como um sinal
para os incrédulos.

Os incidentes que lemos sobre línguas aconteceram sempre fora


da igreja. Diferente de hoje em dia, encontramos as “supostas
línguas” sendo faladas dentro das igrejas. As línguas faladas
dentro da igreja de Corinto foram reguladas e condenadas por
Paulo, pois não foram criadas para aquele propósito. Vejamos o
que diz I Cor 14: 18 – 19):

1 Corinthians 14:18-19 Dou graças a Deus, porque falo em outras línguas mais do que
todos vós. 19 Contudo, prefiro falar na igreja cinco palavras com o meu entendimento,
para instruir outros, a falar dez mil palavras em outra língua.

O que estava acontecendo em Corinto não deve ser imitado. Foi


por isso que Paulo escreveu 3 capítulos condenando tal prática.
Não é porque encontramos algo registrado na Bíblia que
devemos procurar imitar aquele comportamento. Encontramos
registrado na Bíblia que Davi pecou e cobiçou Batseba. Então
significa que podemos olhar para outra mulher e cobiça-la
também? Muitas coisas erradas foram registradas na Bíblia para
que aprendêssemos pela observação, e não pela experiência.
Também devemos lembrar que Atos era um período de transição,
quando a igreja estava sendo formada. Naquela época eles não
tinham o Canon, não conheciam o que era a igreja (tanto que
Paulo chama de “mistério”), não sabiam o que era o Espírito
Santo e o que ele fazia. Certas coisas eram necessárias para
aquele momento de transição e formação.

Em Marcos 16: 17-20 fica evidente que os dons milagrosos


serviram como sinal para os incrédulos.

Todo dom no fundo visa alcançar o incrédulo. Mas espera aí?


Não aprendemos que os dons visam a edificação dos outros
irmãos na igreja local para a construção do corpo? Então
significa que alguns dons visam alcançar os crentes, e outros os
incrédulos? É isso mesmo, e o gráfico abaixo nos ajuda a
entender isso:

O objetivo final da igreja é alcançar o incrédulo, portanto mesmo


que os dons do tipo ensino, exortação, contribuição, entre outros
tem como objetivo auxiliar os irmãos da igreja, no final das
contas também visam alcançar os incrédulos, pois este é o
objetivo da igreja. Portanto nos parece bastante lógico que os
dons miraculosos do tipo curas ou línguas se tornem extintos
uma vez que a igreja estivesse formada e bem estabelecida.
Mas o que são línguas? Será que as línguas faladas em Atos são
diferentes das línguas de I Coríntios como alguns afirmam? A
palavra “língua” no grego é glossa. Um estudo deste vocábulo
em toda a Bíblia define como sendo uma de duas alternativas
(apenas):
- objeto “carnudo” que estende para fora da boca
- ou língua estrangeira (como um dialeto)

Seria necessário um tese ou uma exegese para analisar todos os


textos aonde aparece o termo glossa. Quem tiver interesse o
autor Thomas Edgar realizou este trabalho no seu livro
Miraculous Gifts. Como não temos tempo, vou resumir em uma
frase o que o autor prova em 400 páginas do seu livro: em
todos os textos a palavra possui um destes dois significados.
Não existe outra interpretação como uma língua estranha não
conhecida na face da terra.

Quando I Cor 14 fala de “língua estranha” é porque a língua é


estranha para quem não fala aquele dialeto, mas ela é
perfeitamente compreensível para quem é nativo daquela
região...não porque é uma língua divina, ou angelical ou
incompreensível. Como lemos em Atos 2, alguns acharam que
os apóstolos falando em línguas estavam bêbados, mas outros
que pertenciam àquelas regiões diversas entenderam
perfeitamente porque eles ouviam na língua nativa de cada um.

O único texto que nos explica em detalhes o que eram aquelas


línguas é Atos 2. Este é o texto mais completo, mais detalhado,
e informativo sobre o assunto. Fica evidente pela leitura desta
passagem que as línguas faladas eram conhecidas por pessoas
de outras regiões. O texto cita aproximadamente 15 regiões
diferentes, e portanto não eram línguas estranhas, ou elocução
divina, ou língua de anjos, ou alguma outra expressão que só
Deus entende. Erroneamente muitos acreditam que as línguas
faladas em Corinto eram diferentes das línguas faladas em Atos
2, e portanto incentivam a busca e a necessidade de falar com
Deus nesta língua estranha. Vejamos alguns dos textos que são
usados para defender esta idéia.

Atos 10: 46 “...porque os ouviram falar em línguas e magnificar a


Deus”. Com base neste texto, provam que aquelas pessoas
falaram em alguma língua que magnificava a Deus (somente
Deus entendia). Com este argumento começam a tentar provar
que as línguas para oração pessoal com Deus, e para o benefício
próprio, é bíblico. Porém este versículo não dá nenhum detalhe
sobre este “falar em línguas” (não há descrição ou definição
sobre estas línguas) e portanto não podemos inferir coisas que a
Bíblia não fala. Não podemos desconsiderar o contexto do
versículo; isto é um erro básico de hermenêutica. Todos os
falsos ensinamentos são resultados de má interpretação, tirando
o texto do seu contexto e chegando a conclusões incompletas e
equivocadas. Anteriormente a Atos 10, que é a segunda
passagem que cita o ato de falar em línguas, temos a informação
de Atos 2, que foi a primeira e mais completa passagem tratando
deste assunto. Portanto o que aconteceu em Atos 10 só pode ser
igual ao que aconteceu em Atos 2, pois este é o contexto. O
texto fala que eles magnificavam a Deus não por estarem falando
uma língua que só Deus entendia (magnificando a Deus), mas
porque estavam reconhecendo o plano da salvação em sua vidas.

Outro texto utilizado é I Cor 13: 1 – 3. Com base neste texto,


afirmam que existe uma língua divina, angelical, que só Deus
entende e que podemos nos comunicar pessoalmente e
sobrenaturalmente com Deus. Porém uma análise da estrutura
gramatical do texto deixa bem claro que Paulo estava
exagerando para criar uma situação que deixasse bem claro que
sem amor, nada adianta! Esta era a mensagem principal do
texto, que sem amor nada adianta!

1 Corinthians 13:1-3
1
Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o
bronze que soa ou como o címbalo que retine.
2
Ainda que eu tenha o dom de profetizar e conheça todos os mistérios e toda a ciência;
ainda que eu tenha tamanha fé, a ponto de transportar montes, se não tiver amor,
nada serei.
3
E ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres e ainda que entregue o
meu próprio corpo para ser queimado, se não tiver amor, nada disso me aproveitará.

Todos os 3 versículos começam com a palavra “ainda”, ou seja, é


uma situação hipotética. As palavras em verde revelam uma
situação real, possível de acontecer, como falar em línguas,
profetizar, ou distribuir os bens aos pobres (dom da
contribuição). Todas as três situações falam de dons existentes,
mas que sem amor, não tem proveito nenhum. Para ressaltar
esta mensagem, que é o tema principal do texto (sem amor nada
adianta), Paulo vai acrescentar uma situação que não existe, um
exagero, uma hipérbole, para enfatizar que sem amor nada
adianta. Nos três versículos, depois do “e” (em vermelho), Paulo
acrescenta esta situação exagerada, que podemos identificar
pelas palavra sublinhadas e negritadas no texto. Portanto, não
podemos dizer que existe uma língua de anjos neste texto que
não tinha como objetivo expressar este fato, mas enfatizar que
sem amor, nada adianta, mesmo que fosse realizar coisas
impossíveis! Além disso, este é o único texto em toda a Bíblia
que cita uma possibilidade de existir alguma língua de anjos.
Por fim, todas as vezes que anjos se revelaram aos homens
sempre falaram em língua humana e compreensível aos
receptores.

Outro texto utilizado é I Cor 14, mas novamente, devido a um


erro grosseiro de interpretação, esquecem de analisar todo o
contexto tirando conclusões de versículos isolados.
Começaremos com o v. 2

1 Corinthians 14:2 Pois quem fala em outra língua não fala a homens, senão a Deus,
visto que ninguém o entende, e em espírito fala mistérios.

Outra versão bíblica foi traduzida da seguinte forma: “pois quem


fala em língua estranha não fala a homens...” A língua era
estranha ou desconhecida porque ninguém estava entendendo, e
não porque era uma língua sobrenatural ou divina. Em Atos 2 as
línguas foram perfeitamente compreendidas, mas não por outras
pessoas que não falavam aquelas línguas. Para este último
grupo de pessoas, eles até acharam que os discípulos estavam
bêbados. Na igreja em Corinto, somente Deus estava
entendendo aquelas palavras pois somente Deus entende todas
as línguas. Deus foi o criador de todas as línguas, mas não
existiam pessoas de outras nacionalidades dentro da igreja que
necessitasse o ato de falar naquelas línguas. Por isso Paulo fala
que era muito mais proveitoso a profecia. Os irmão em Corinto
não estavam usando as línguas com o objetivo correto, mas
indevidamente.
O v. 4 também é erroneamente interpretado

1 Corinthians 14:4 O que fala em outra língua a si mesmo se edifica, mas o que
profetiza edifica a igreja.

Ninguém estava sendo edificado porque ninguém estava


entendendo. Devemos lembrar que o propósito dos dons dentro
da igreja é para a edificação do próximo, e não para o nosso
próprio benefício. Mas porque Paulo usa o termo edifica, se na
verdade era exatamente o contrário que estava acontecendo? O
termo no original é “oikodomeo” (edificar) que significa crescer,
edificar ou construir. Geralmente este termo é utilizado num
sentido positivo, mas neste caso, assim como em I Cor 8: 10, o
termo é utilizado negativamente. Por exemplo, uma casa pode
ser edificada para a nossa moradia, e isso é uma coisa boa, mas
esta mesma casa também pode ser usada para a prostituição, e
então torna-se uma coisa negativa. Nesta passagem, devido ao
seu contexto, é uma coisa negativa. Todo o capítulo tem uma
conotação negativa para com as línguas. Paulo está condenando
e regulamentando o uso indevido das línguas nesta passagem.

Em Romanos 8: 26 lemos que

Romans 8:26 Também o Espírito, semelhantemente, nos assiste em nossa fraqueza;


porque não sabemos orar como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós
sobremaneira, com gemidos inexprimíveis.

Este versículo também é citado para dizer que os gemidos


inexprimíveis são estas línguas estranhas que somente Deus
entende, e somente nós somos beneficiados. Porém os gemidos
inexprimíveis são do Espírito Santo, e não dos homens. O
objeto da frase é o Espírito Santo. Se os gemidos são
inexprimíveis, como poderíamos expressá-los. O versículo está
falando de uma função do E.S. que nos auxilia em nossas
orações, e não que nós oramos em alguma língua
incompreensível.

Todos nós temos livre acesso a Deus Pai por meio do nosso
Senhor Jesus Cristo que é o mediador entre Deus e os homens.
Todos nós somos sacerdotes mediante o sangue do sumo-
sacerdote Jesus Cristo. Não é possível que apenas alguns tem o
dom especial de línguas, podendo ter mais intimidade com Deus.
Todos nós temos direitos iguais de nos relacionar com Deus pois
o Espírito é um só e habita em todos.

Em Mat 6: 7 Jesus ensinou “e orando, não useis de vãs


repetições, como os gentios, porque presumem que pelo seu
muito falar são ouvidos”. Não é estranho que as “línguas” que
ouvimos hoje são sílabas repetidas por várias vezes? A palavra
de Deus nos traz conhecimento e esclarecimento, e é através
desta iluminação que somos salvos. Paulo nos fala em I Cor 14
que Deus não é um Deus de confusão. O fruto do espírito é
domínio próprio, mas não parece haver domínio próprio neste
comportamento. Historicamente é evidente que este tipo de
comportamento (falar palavras sem compreensão) aliado muitas
vezes com convulsões, descontrole emocional, são sintomas
evidentes nas religiões pagãs.

Finalizando, as línguas servem como sinal para os incrédulos, e


isto foi explicitamente citado por Paulo em I Cor 14: 22. Em Gen
11 aprendemos que Deus confundiu o povo com diversas línguas
devido a sua incredulidade. Eles estavam construindo uma torre
que os levasse até Deus, acreditando que poderiam se equiparar
a Deus. Em Isaias 28: 11 (citado por Paulo em I Cor 14: 21)
aprendemos que o povo de Israel, devido a sua incredulidade,
seria confundida e invadida pelos Assírios. Foi exatamente isso
que aconteceu 20 anos depois da profecia de Isaias 28: 11. Em
Atos 2 os incrédulos ouviram o evangelho em sua própria lingua,
e este foi como sinal de alerta para a conversão deles. Em Atos
10 os incrédulos eram os judeus, que não queriam entender e
aceitar que os gentios também faziam parte da igreja de Cristo.
As línguas foram como um sinal para a incredulidade dos judeus
convertidos. Em Atos 19 a incredulidade era dos judeus,
discípulos de João Batista , que não sabiam que existia tal coisa
como o Espírito Santo, e nem que aquele Messias que João
Batista havia profetizado, já havia vindo, morrido e ressuscitado.
Eles falaram em línguas e foi como um sinal para que
entendessem que agora eles faziam parte daquele mesmo grupo
de homens que falaram em línguas no Pentecostes.

Este é o contexto das línguas, e o propósito é como um sinal


para a incredulidade, e não para a edificação pessoal ou para a
comunicação pessoal com Deus, ou para se mostrar superior aos
outros! Isto é carnalidade e o que encontramos em muitas
igrejas hoje em dia é fruto de duas coisas: ou a carnalidade ou a
obra do próprio inimigo Satanás, que se faz como anjo de luz
para confundir aqueles que tem uma fé cega.

Das könnte Ihnen auch gefallen