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Resumo
Neste trabalho apresenta-se um estudo de caso com o objetivo de propor um melhor fluxo no
processo de fabricação de uma empresa que dedica suas atividades à produção de peças
plásticas para indústrias automobilísticas. Em particular, este trabalho propõe um melhor
arranjo físico no processo de fabricação de peças e, conseqüentemente, reduções nos custos e
melhor qualidade das peças produzidas. O problema de arranjo físico ou layout corresponde
ao arranjo dos diversos postos de trabalho nos espaços existentes na organização, buscando a
melhor adaptação das pessoas ao ambiente de trabalho sempre considerando as atividades
desempenhadas pelas mesmas, bem como uma melhor localização de máquinas,
equipamentos, matérias-primas, etc..
Palavras-chave: arranjo físico, layout, ergonomia, processo de fabricação.
1. Introdução
A decisão de onde alocar todas as instalações, máquinas, equipamentos e pessoas é
recomendável a qualquer tipo de organização. Essa mudança relativamente pequena na
localização de uma máquina ou no fluxo dos funcionários pode afetar a eficácia geral da
produção e principalmente os custos.
No processo de fabricação, um dos itens mais relevantes é o fluxo. A situação ideal é
que haja um fluxo linear e contínuo o qual possibilitará economia de tempo e custos com as
movimentações dos produtos. Quando temos a situação onde o fluxo de produtos não é
contínuo, geralmente temos elevados custos associados com os deslocamentos e possíveis
danos nas peças.
O objetivo principal deste artigo é propor um melhor fluxo no processo de fabricação
de peças plásticas para indústria automobilística que hoje se encontra em um funcionamento
não contínuo e, em particular, propor um melhor arranjo físico na processo de fabricação de
peças plásticas. Espera-se com esta proposta auxiliar na escolha de um fluxo mais adequado
para problemas reais e, com isso reduzir os níveis de retrabalho, custos com deslocamento e
tempos operacionais.
O trabalho está organizado como descrito a seguir. Na seção 2 é apresentado o
problema do arranjo físico, bem como os fatores determinantes para o seu estudo. Na seção 3
é apresentada a metodologia utilizada no desenvolvimento deste trabalho. Ainda, na seção 4 é
apresentado o estudo de caso com algumas propostas de melhoria no arranjo físico e
conseqüentemente, no processo de fabricação. Finalmente, na seção 6, são apresentadas as
conclusões obtidas com o trabalho.
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XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006
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XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006
Layout linear, por fluxo ou por produto – Neste tipo (Figura 3), os equipamentos são
dispostos de acordo com a seqüência de fabricação do produto, situando-se um
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XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006
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XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006
3. Metodologia
Como dito anteriormente, o presente trabalho foi desenvolvido a partir de um estudo
de caso em uma empresa que dedica suas atividades à produção de peças plásticas para
indústrias automobilísticas. Para isso, foram realizadas visitas à empresa e entrevistas com os
responsáveis pelos setores estudados. Em todas as visitas e entrevistas, os dados obtidos
foram criteriosamente anotados e a partir daí foram feitos levantamentos para se verificar os
possíveis problemas bem como buscar soluções para tais problemas.
4. Estudo de caso
Na empresa onde foi realizado o estudo de caso existem inúmeros fluxos, dentre os
quais é detalhado o processo de fabricação de peças plásticas que são injetadas no sistema e
que necessitam de colagem. Mais especificamente no processo de estocagem, desengraxe,
colagem e transporte para pintura.
O processo tem início com o recebimento de matéria-prima que são compostas pelos
seguintes componentes: poliol, isocianato e fibra de vidro. A Figura 5 ilustra o caminho
percorrido pela matéria-prima conforme o meio de transporte.
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XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006
O processo de fabricação é composto por 3 máquinas, cada uma com quatro portas-
moldes onde são colocadas as ferramentas para fabricação das peças.
O poliuretano é bi-componente, ou seja, são duas matérias que se misturam em uma
máquina dosando uma proporção correta, em uma temperatura controlada.
A ferramenta é então colocada no porta-molde e, a seguir é dado início ao processo de
fabricação acionando todos os seus agregados (controles de temperatura, hidráulica, etc.) e
são efetuadas todos os ajustes necessários ao sistema de controle.
O cabeçote da máquina é fixado no molde para efetuar a injeção, em seguida, é
checado todo o processo para garantir que não há problemas com as peças.
Em seguida é feita a preparação da ferramenta para injeção, ou seja, é realizada uma
limpeza na superfície da ferramenta e aplicado separador (desmoldante) em toda a região do
produto para não prender a peça no molde. Após esta operação o porta-molde é fechado e
automaticamente é acionada a injeção. Assim o material percorre o interior da ferramenta
copiando a geometria do produto a ser fabricado. A reação do material é instantânea e após
vinte segundos o porta-molde se abre fazendo a extração do produto .
No processo de rebarbação do produto a peça é acomodada no dispositivo de
rebarbação onde é retirada toda a rebarba. E, quando necessário, a peça é lixada, furada e/ou
amaciada (este processo é chamado de preparação).
Após o processo de preparação, a peça deve ser acomodada em dispositivo apropriado
para estocagem onde deverá permanecer por no mínimo 72 horas, tempo estimado para o
processo de cura e então a peça receber pintura de acabamento.
Após o processo de cura as peças são acomodadas em berços personalizados e
transportadas para desengraxe e têmpera.
Na área de desengraxe é feita a limpeza a vapor a uma temperatura de 85º para a
retirada do desmoldante da superfície da peça, para que haja uma perfeita aderência na
aplicação da tinta e cola.
Após o desengraxe, as peças passam pela estufa para contração e eliminação de gases,
e em seguida, as mesmas são levadas até a área de colagem, por um dispositivo de transporte.
A colagem encontra-se ao lado do estoque. Neste setor as peças são coladas e transportadas
por dispositivos de transportes até a pintura pela área externa da fábrica, podendo vir a sofrer
danos sem contar com eventuais ocorrências de tempos chuvosos, que acabam por atrasar o
transporte das mesmas e fluxos posteriores. A pintura encontra-se ao lado do desengraxe
(Figura 6).
Estoque Colagem
Desengraxe
Linha de pintura
6
XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006
Estoque
Desengraxe
Colagem
Linha de pintura
PO RTA RIA 5
RACKS VAZIOS
73 104 78 78 78 44 78 77 78
100 77
58 61
77 77
77
PRÉDIO III
104
D EPÓSITO
PASSA GEM C ASA D E M AT. DE L IM PEZA
SO L DA
CO BERTA B OM BAS
ESC RITÓRIO 104
46 59 61
47 54 42
PO RTA RIA 2
1 04
77
SA N IT. FEM .
RETRABAL HOS REFUGO
RACKS VÁZIOS WC
D EN TISTA
PRO J. D A C O BERTU RA
WC
WC
KRAU SS
M AN . SO LD AS
77
104
REC EPÇ ÃO
104
104
W C WC 104
3
1 04
CH CH
1 04
1 04
78
104
3A
98 124 99 99
3
VEST. M ASC. M ÉD ICO AL .
10 ABRIGO
TQ . EL EVAD O D E PEÇ AS
104
128
RESFRIA M EN TO
153
ABRIGO
C ABIN E D E FORÇ A
D E A UTOS
1 04
73
T REPO USO
133
9C 8 D
104
PRÉD IO V II 1 29 42
1 12 94
2 4 98 104 SERRA L HERIA 42
8D CF 1 04
104
1 28 1 52
148 137 44
1 46 REUN IÕES
1 0 00 KVA 104
8D
132
MPRÉD
ATÉRIA
IOPRIM
V A INFLAM ÁVEIS
104
1 04 78 79 1 04
CF 1 45 95 138
148 1 31
L IXAM EN TO 155
77
38 1 0 00 KVA 43 A L M O XA RIFAD O DE TIN TAS 44 104 104
45 D EP.
104 1 04 43 78
D ISPO SITIVOS 7 b m
78 130
CARREGAM EN TO DA FABRICA IV
DEPÓSITO
divisória de madeira
ALM OXARIFADO
ESC RITÓRIO ESCRITÓ RIO 56 PORTARIA 3
ESC RITÓRIO BERÇOS INSPEÇÃO
DE PEÇAS
H ALL
PRÉDIO II
S.
A CA BA M ENTO DA PIN TURA
28 29 71 30 31 32 36
78 78
104
PREP. D E TINTAS
PRODU TO ACABADO
71
Cura
78
EL EVAD OR EL EVADOR
60 60
ac ab am en to d a p intura
C ABIN E D E PIN TURA PRIM ER
132
ÇA 77
E FOR 104
BIN
CA
57
81
21 22
M ATÉRIA PRIM A E EM BALA GEM
27
Colagem
84
C OL AGEM
BERÇ O S E PEÇ AS C OLA DAS
85
78 D OCA
71 104 77
PORTARIA 1 1 44
1 00 0
FIL TRO
GL P
4 0 00
143
4 00 0
123 149
ISOC IAN ATO
1 22 78 134
11
C OM PRESSORES
1 1A 11 A S
78
USIN AGEM
U SIN AGEM
1 04
104
M AN U T.
77
104
104
M AN U T.
ELET.
77 77
77
77
104
M AN U TEN ÇÃO
EM PIL HA DEIRA
109
104 1 04 104 104 104 104 104
S
S
Empilhadeira
104
43 77
RAM PA
77
83 40 40
M EC AN .
1
25
77
1 04 77
4
10
44
72
75
C A SA D E B OM BAS 18 18
109
PAV . IN FERIOR
PRÉD IO 2
S
M O L DES
Carrinho
M OL D ES
SAL A D E
53
14 15 M ED ID ORES 16 M ATÉRIA - PRIM A
17 18
REC EPÇÃO
M O L DES
8C
8E
M OL D ES M OL D ES
PA BX
ESC RITÓRIO
M OL D ES
68 B
ESC RITÓRIO
104 68 B
ESC RITÓRIO
104
1 04
1 04
1 04
1 04
104
104
1 04
1 04
3B 3
104
3
104
78
104
104
2 2 2 B 2 2 104
3 5A
9
3A
2A 4 3
4 4 4 4
104
78
5 5 5
4A 5 1 04 4
151
104
5 3B
104
4 4 4 4 73
3 3 110 1 51
4
2 2 3 2 B 2 2
104
104
1 04
1 04
1 04
77
3A
ESC RITÓRIO
104
1 04
104
3
104
104
2A 66 123
67
67
67
67
4 C U RA
1 04
1 04
73
D IVISÓ RIA D E M ETAL
5
78
77
64
44
43
3 3
29
38
46
67
3 77
1A 1 1
M OL DES
14
118
67
65
77 9 A
73 1 47 147
104 104 TORRE
3A
3A
3A
73 3 3 3 104 41
78
C X. D .
12 L AVATÓRIO 73
104 71 71 TO RRE
1 04
52A 93
97 9 3A 12 73 47 9 3B
97 83 97
3A
3A
93 A 93 1 04 73 97 590
9
CX. D.
8 8 8 8A
7
XIII SIMPEP - Bauru, SP, Brasil, 6 a 8 de Novembro de 2006
5. Conclusões
Podemos dizer que um fluxo contínuo de peças é um método de grande utilidade para
a empresa, pois com ele é possível evitar despesas com retrabalho, deslocamentos excessivos
e ainda garantir uma melhor qualidade da peça.
Este trabalho mostrou a aplicação de um método de fluxo contínuo com propostas de
modificação no layout do processo de fabricação de peças onde é possível atingir uma maior
produtividade e, conseqüentemente, aumento do índice de satisfação dos clientes.
Para que se possa realmente atingir os objetivos desta proposta de melhoria, se faz
necessários investimentos, mudanças de arranjo físico, com um rápido retorno, devido a
redução de despesas com os retrabalhos e deslocamentos. Também uma maior produtividade
devido à redução de desgastes dos funcionários.
6. Referências Bibliográficas
IVANQUI, I. L., Um modelo para a solução do problema de arranjo físico de instalações
interligadas por corredores. Tese de doutorado, Departamento de Engenharia de
Produção, Universidade Federal de Santa Catarina, 1997.
KONZ, S., Facility Design. New York: John Wiley & Sons, 1985.
OLIVÉRIO, J. L., Projeto de Fábrica: produtos, processos e instalações industriais. São
Paulo, Instituto Brasileiro do Livro Científico Ltda, 1985.
SLACK, N.; CHAMBERS, S.; HARLAND, C.; HARRISON, A. e JOHNSTON, R.,
Administração da Produção. São Paulo, Editora Atlas S.A., 1997.
TAM, K. Y. e LI, S. G., A hierarchical approach to the facility layout problem, International
Journal of Production Research. vol. 29, no. 1, 165 - 184, 1991.
TORRES, I., Integração de ferramentas computacionais aplicadas ao projeto e
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Departamento de Engenharia de Produção, Universidade Federal de São Carlos, 2001.