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PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

1) ALTERNATIVAS A PENA DE PRISÃO:

A prisão atinge de forma brutal a dignidade da pessoa humana.

Antigamente a prisão era um estágio intermediário para a aplicação das penas de


caráter aflitivo, mutiladora ou de morte. Hoje é utilizada como pena, privando de
liberdade o indivíduo que comete um delito, em prol da proteção dos bens
indispensáveis ao convívio em sociedade.

Nas infrações graves, ainda não se encontrou outro meio eficaz que possa
substituir a pena privativa de liberdade.

Há casos, porém, em que podemos substituir a pena de prisão por outras


alternativas, principalmente àqueles que cometeram pequenos delitos, e que
assim, não se misturarão aos delinquentes perigosos.

2) OBJETIVOS DAS PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO:

A) Diminuir a superpopulação carcerária, reduzindo os custos do sistema penal;

B) favorecer a ressocialização, evitando o ambiente carcerário e a


estigmatização dele decorrente;

C) Reduzir a reincidência, já que a pena privativa de liberdade, dentre todas as


penas, é a que detém o maior índice.

3) MEDIDAS ALTERNATIVAS: constituem toda e qualquer medida que venha a


impedir a imposição da pena privativa de liberdade. Não se trata de penas, mas
de institutos que impedem ou paralisam a persecução criminal, não se
confundindo com as penas alternativas (reparação do dano extintiva da
punibilidade, exigência de representação do ofendido para determinados crimes,
transação penal, suspensão condicional do processo, sursis).

4) PENAS ALTERNATIVAS: constituem toda e qualquer opção sancionatória.


ofertada pela legislação penal para evitar a imposição da pena privativa de
liberdade. São penas que impedem a privação da liberdade. Compreendem as
penas restritivas de direitos e a de multa

Podem ser: Diretas:aplicadas diretamente pelo Juiz, posto estarem


previstas diretamente no tipo penal (multa no CP e as do Código de
Transito)

Indiretas: Quando substituem a pena privativa de liberdade


aplicada.
São penas alternativas a pena de multa e as restritivas de direito.

5) Classificação das infrações penais segundo o grau de lesividade, para a


incidência do sistema alternativo:

A) Infrações de lesividade insignificante: acarretam a atipicidade do fato, por


não ser razoável que o tipo penal descreva como infração fatos sem
absolutamente nenhuma repercução social;

B) Infrações de menor potencial ofensivo: São os crimes punidos com pena de


até 02 (dois) anos de prisão e todas as contravenções. São beneficiados por todas
as medidas consensuais despenalizadoras da Lei dos Juizados Especiais.
Admitem a pena alternativa

C) Infrações de médio potencial ofensivo: punidas com pena mínima de 01 (um)


ano, admitindo a suspensão condicional do processo, e os crimes culposos e
dolosos com pena de até 04 (quatro) anos, desde que não cometidos com
violência ou grave ameaça a pessoa, que se beneficiam com a aplicação das
penas substitutivas (alternativas).

D)Infração de grande potencial ofensivo: crimes graves, mas não definidos


como crimes hediondos (homicídio simples), roubo qualificado, etc...

E) Infrações hediondas ou assemelhadas: aplica-se o regime especial da Lei dos


Crimes Hediondos.

6) ESPECIES DE PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO: Lei nº 9.714/98,


ampliou o rol das penas restritivas de direito elencadas no art. 43 do CP.

A) Prestação Pecuniária;

B) Perda de bens e valores;

C) Prestação de serviços a comunidade ou a entidades públicas;

D) Interdição temporária de direitos;

D.1- Proibição do exercício de cargo;

D.2- Proibição do exercício de profissão;

D.3- Suspensão da habilitação para dirigir veículo;

D.4- Proibição de frequentar determinados lugares

E) Limitação de final de semana


Em que pese o art. 44 do CP, tratá-las como autônomas, em regra são substitutivas
(primeiramente se aplica a pena privativa de liberdade, e quando possível,
presentes os requisitos legais, procede-se a substituição), posto que, até o advento
da Lei 11.343/2006 (lei de drogas), não existiam tipos penais nos quais a pena
prevista no seu preceito secundário fosse única e exclusivamente a restrição de
direitos.

8) Classificação das Penas restritivas de Direitos:

A) Em sentido estrito: Consistem em uma restrição qualquer ao exercício de


uma prerrogativa ou direito. (prestação de serviços a comunidade, limitação de
fim de semana, interdição temporária de direitos)

B) Pecuniárias: implicam uma diminuição do patrimônio do agente ou uma


prestação inominada em favor da vítima ou seus herdeiros. (prestação pecuniária
em favor da vítima, prestação inominada e perda de bens e valores)

9) REQUISITOS PARA A SUBSTITUIÇÃO: (art. 44, do CP)

A) De ordem objetiva:

A.1 – Quantidade da pena privativa de liberdade aplicada: igual ou inferior a


04 (quatro) anos. No caso de crime culposo a substituição será possível,
independente da quantidade de pena imposta.

A.2 – Natureza da infração: crime cometido sem violência ou grave ameaça à


pessoa. É vedado apenas a violência dolosa. Exceção a regra: crimes de menor
potencial ofensivo (lesão corporal leve, ameaça, constrangimento ilegal) e os
crimes culposos (homicídio culposo). A violência que obsta o benefício é a
realizada contra a pessoa e não contra a coisa.

B)De ordem subjetiva:

B.1 – Não ser o réu reincidente em crime doloso. Se entre a extinção da pena
do crime doloso anterior a prática do novo delito doloso tiverem decorridos mais de 05
(cinco) anos, o condenado fará jus a substituição.(prescrição quinquenal ou período
depurador).

B.2 – a culpabilidade, os antecedentes, a conduta ou a personalidade ou ainda os


motivos e circunstâncias recomendarem a substituição. Leva em conta somente as
circunstâncias subjetivas e não as objetivas do art. 59 (comportamento da vítima e
consequência do crime). Essa valoração tem por mira a repressão e prevenção do delito,
devendo ser fundamentada.

 Obs 1: No caso de concurso de crimes, no tocante ao requisito da quantidade da


pena, deve ser levado em conta o total da pena imposta, em decorrência do
critério da exasperação, ou seja, respeitando o limite de quatro anos em caso de
somatória de penas (concurso material).
 Obs. 2: Embora a reincidência dolosa inicialmente impeça a substituição, o
parágrafo 3°, do art. 44, do CP, faz uma ressalva, no sentido do juiz aplicar a
substituição, desde que em face de condenação anterior, a medida seja
socialmente recomendada, e a reincidência não se tenha operado em virtude de
prática do mesmo crime. Ou seja, a substituição atingirá sua dupla finalidade: o
efeito preventivo e evitar o desnecessário encarceramento do condenado,
afastando-o do ambiente promiscuo e não ressocilizador do sistema
penitenciário

 Obs. 3: No caso da Lei nº 11.340/2006 (Violência doméstica e familiar) , a lei


dificultou a aplicação de penas restritivas de direito. Art. 17: É vedada a
aplicação, nos casos de violência doméstica e familiar contra a mulher, de penas
de cesta básica ou outras de prestação pecuniária, bem como a substituição de
pena que implique o pagamento isolado de multa.(limita a incidência de algumas
penas alternativas).

 Obs.4: Não há proibição legal para a aplicação da substituição da pena privativa


de liberdade por restritiva de direitos em caso de condenação por crime
hediondo. Entretanto, apenas os crimes hediondos praticados sem violência ou
grave ameaça poderão ser agraciados com a substituição, desde que observados
os requisitos do art. 44, do CP.

 Obs. 5: No caso de tráfico de drogas, o art. 44, da Lei 11.343/2006, veda


terminantemente a substituição em tela.

 Obs.6 : Na condenação igual ou inferior a 01 ano, a substituição pode ser feita


por multa ou por uma pena restritiva de direitos; se superior a 01 ano,a pena
privativa de liberdade pode ser substituída por uma pena restritiva de direitos e
multa ou por duas restritivas de direitos. Art. 44, § 2º, do CP

10) DURAÇÃO DAS PENAS RETRITIVAS DE DIREITO:

- ART.55, DO cp – As penas de prestação de serviços a comunidade ou a


entidades públicas, interdição temporária de direitos e limitação de final de
semana terão a mesma duração das penas privativas de liberdade aplicadas.

- No que diz respeito ao crime de consumo de drogas, art. 28, da Lei 11.343/06,
o tempo de cumprimento será de 05 a 10 meses, sendo que, neste caso não tem a
natureza de pena substitutiva a pena privativa de liberdade, afastando, pois, as
disposições do art. 55, do CP.

 11) ESPÉCIES DE PENA RESTRITIVAS DE DIREITOS:


 11.1) PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA: V. ART. 45, PARAG. 1º, DO cp.

 Consiste no pagamento em dinheiro à vítima, seus dependentes ou a entidade


pública ou privada, com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não
inferior a um salário mínimo nem superior a 360 salários mínimos. O valor pago
será deduzido de eventual condenação em ação de reparação civil, se
coincidentes os beneficiários. Havendo aceitação do beneficiário, a prestação
pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza (doação de cesta
básica,oferta de mão de obra ou qualquer prestação que possua valor econômico,
mas que não consista em pagamento em dinheiro).

 Prioridades quando aplicada:

- a vítima e seus dependentes, não podendo ser determinado o seu pagamento a


entidade pública ou privada quando houver aqueles.

- quando não há vítima da infração penal, poderá ser dirigida as entidades acima
referidas.

 Obs: Não há necessidade de ter havido dano material, podendo ser aplicada na
hipótese de dano moral (art. 5º V e X da C.F)

 Obs: o art. 17, da \lei 11.340 (Lei Maria da Penha) vedou a substituição da
pena privativa de liberdade por cestas básicas ou outras de prestação pecuniárias.

 11.2) PERDA DE BENS E VALORES: ART. 45, PARAG. 3º, DO CP.

 É a perda de bens e valores do condenado em favor do Fundo Penitenciário


Nacional ( com isso, as vítimas, após o transito em julgado da sentença
condenatória, poderão promover a execução no juízo civel, para efeito de
reparação do dano), tendo como teto (o que for maior) o montante do prejuízo
causado ou do proveito obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência da
prática do crime.

 Bens: móveis ou imóveis

 Valores: a moeda corrente ou todos os papéis que representeam importâncias


negociáveis na bolsa de valores.

 A ressalva do art.45, parág.3º, diz respeito a outras destinações, indicadas em


legislação especial, como o parag. 9º, do art. 62, da Lei 11.343/06, que traz a
previsão do Fundo Nacional Antidrogas (Funad).

 O juiz deve declarar na sentença quais os bens e valores a serem perdidos,


podendo requisitar perícia para chegar a tal estimativa

 A perda de bens e valores visa impedir que o Réu obtenha qualquer benefício
em razão da prática do crime. Deve-se distinguir o confisco-efeito da
condenação do confisco-pena: o primeiro se refere a instrumentos e produtos
do crime (art. 91, II, a e b), enquanto o segundo relaciona-se com o patrimônio
do condenado, que perderá seus bens legítimos, que integram seu patrimônio
lícito.

 Quando a lei fala que a perda de bens e valores não pode ultrapassar o limite
do montante do proveito do crime, gera uma sensação de impunidade, posto
que é preferível o agente correr o risco, praticando infrações penais que lhe
possam trazer muita lucratividade, pois que, se sua ação for descoberta, poderá a
Justiça Penal tão-somente compeli-lo a restituir aquilo que por ele fora havido
indevidamente.

 O art. 5º, XLV, da CF, embora assevere que nenhuma pena passará da pessoa do
condenado, ressalva a possibilidade de a obrigação de reparar o dano e a
decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio
transferido. A pena de prestação pecuniária também se inclui nessa exceção.

 11.3) PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS À COMUNIDADE OU A


ENTIDADES PÚBLICAS (art. 46) v. art. 146 da LEP

 A prestação de serviços à comunidade consiste na atribuição de tarefas gratuitas


ao condenado, de acordo com as suas aptidões, que deverá ser cumprida em
entidades assistenciais, hospitais, escolas, orfanatos e outros estabelecimentos
afins, em programas comunitários ou estatais.

 Pode ser aplicada para as condenações superiores a 6 meses de privação de


liberdade. Penas inferiores a 6 meses estão sujeitas a outras penas alternativas,
não de prestação de serviços à comunidade.

 A prestação de serviços à comunidade deve ser cumprida à razão de 1 hora de


trabalho para cada dia da condenação, fixadas de modo a não prejudicar a
jornada normal de trabalho. Em outras palavras, para cada hora de trabalho, o
condenado diminuirá um dia de condenação.

 Deve, em regra, ter a mesma duração (CP., art.55) da pena privativa de liberdade
cominada (ex: pena de 9 meses de detenção = 9 meses de prestação de serviços à
comunidade), a regra é que o condenado trabalhe uma hora por dia. Contudo, se
a pena substituída for superior a 1 ano, poderá o condenado cumprir a pena
de prestação em menos tempo, nunca inferior à metade da pena privativa
de liberdade fixada. Isto é, quando a pena substituída for superior a 1 ano, o
agente pode trabalhar mais de 1 hora por dia, para cumprir a pena em menos
tempo, nunca inferior à metade do tempo da pena fixada. (art. 46, § 4º)

 11.4 - INTERDIÇÃO TEMPORÁRIA DE DIREITOS (art. 47)


 Consiste em:

 A)– proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como


de mandato eletivo: A suspensão é temporária, não precisa ser crime contra a
Administração Pública, basta ter havido violação dos deveres inerentes ao cargo,
função ou atividade. Não se confunde com a perda do cargo (efeito da
condenação, CP, art. 92, I). V. art. 154, da LEP.

 B)– proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam


de habilitação especial, de licença ou autorização do poder público: decorre
do crime cometido com prática de violação dos deveres de profissão, atividade
ou ofício. Abrange, por conseguinte, apenas a profissão em que ocorreu o abuso,
não envolvendo outras profissões que o agente possa exercer.

 Tem evidente caráter retributivo e preventivo, posto que recai sobre o


trabalho do condenado, atingindo o seu normal meio de vida, bem como,
impede que a atividade lícita, reconhecida pelo Estado, seja destinada a
distorções criminosas. V.art. 154, parag. 2º, da LEP.

 Obs: as duas espécies supra serão aplicadas a todo crime cometido no exercício
de profissão, atividade, ofício, cargo ou função, sempre que houver violação dos
deveres que lhe são inerentes (art. 56, do CP)

 C)– suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo !


somente para crimes culposos de trânsito quando, à época do crime, o
condenado era habilitado ou autorizado a dirigir, não se aplicando à permissão
para dirigir veículos (art. 148, §2o, CTB) porque não prevista em lei; v.
art.57,CP.

 Se o crime for doloso, como efeito da condenação, aplica-se a inabilitação para


dirigir veículo (art. 92, III, do CP).

 O CTB cominou no preceito secundário dos arts. 302 e 303, a pena de suspensão
ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículos
automotor, cuja aplicação deverá ser cumulativa com a pena privativa de
liberdade.

 D)– proibição de freqüentar determinados lugares : na verdade, é restritiva


de liberdade, e não de direito; deve haver uma relação criminógena entre o lugar
em que o crime foi praticado e a personalidade (conduta do apenado), não sendo
para qualquer tipo de crime, lugar ou infrator.

 Pela sua natureza, deve ser aplicada apenas aos delitos relacionados ao mau uso
do direito interditado.

 11.5) LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA (art. 48) v. art. 151, parag. Único.
Consiste na obrigação de permanecer, aos fins-de-semana, por 05 (cinco) horas
diárias, em casa de albergado ou outro estabelecimento adequado, no qual serão
ministrados cursos e tarefas educativas. É autêntica restrição de liberdade.

 12. CONSIDERAÇÕES FINAIS

 As penas restritivas de direito como incidente da execução – art. 180, LEP.

 Tais penas podem ser convertidas em privativas de liberdade pelo tempo restante
(faz-se a detração), respeitado o saldo mínimo de 30 dias de detenção ou de
reclusão (art. 44, §4o, in fine).

 Isto se dá quando ocorrer o descumprimento injustificado da restrição


imposta (o apenado deve ser ouvido) – de ver-se que, se o descumprimento for
da prestação pecuniária, como a CF proíbe a prisão por dívida, deve ela ser
convertida em dívida de valor e executada como no caso da multa – ou quando
sobrevier condenação por crime praticado após a imposição da restrição (se
o crime foi praticado antes, não necessariamente e, se a pena posterior for
suspensa ou substituída ou for possível o cumprimento das duas condenações de
forma simultânea, está autorizada a manutenção da pena restritiva).

 As causas especiais de conversão, para cada modalidade de pena restritiva de


direitos, está na LEP a partir do art. 181.

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