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Delegado de Polícia Civil – SAEB – Abr/2018

PROVA OBJETIVA – DELEGADO DE POLÍCIA

Leia o texto para responder às questões de números 01 a 03.

Vamos partir de uma situação que grande parte de nós já vivenciou. Estamos

saindo do cinema, depois de termos visto uma adaptação de um livro do qual gos-

tamos muito. Na verdade, até que gostamos do filme também: o sentido foi man-

tido, a escolha do elenco foi adequada, e a trilha sonora reforçou a camada afetiva

da narrativa. Por que então sentimos que algo está fora do lugar? Que está faltando

alguma coisa?

O que sempre falta em um filme sou eu. Parto dessa ideia simples e poderosa,

sugerida pelo teórico Wolfgang Iser em um de seus livros, para afirmar que nunca

precisamos tanto ler ficção e poesia quanto hoje, porque nunca precisamos tanto

de faíscas que ponham em movimento o mecanismo livre da nossa imaginação.

Nenhuma forma de arte ou objeto cultural guarda a potência escondida por aquele

monte de palavras impressas na página.

Essa potência vem, entre outros aspectos, do tanto que a literatura exige de

nós, leitores. Não falo do esforço de compreender um texto, nem da atenção que

as histórias e os poemas exigem de nós – embora sejam incontornáveis também.

Penso no tanto que precisamos investir de nós, como sujeitos afetivos e como cor-

pos sensíveis, para que as palavras se tornem um mundo no qual penetramos.

Somos bombardeados todo dia, o dia inteiro, por informações. Estamos satu-

rados de dados e de interpretações. A literatura – para além do prazer intelectual,

inegável – oferece algo diferente. Trata-se de uma energia que o teórico Hans Ulri-

ch Gumbrecht chama de “presença” e que remete a um contato com o mundo que

afeta o corpo do indivíduo para além e para aquém do pensamento racional.

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Muitos eventos produzem presença, é claro: jogos e exercícios esportivos, shows

de música, encontros com amigos, cerimônias religiosas e relações amorosas e se-

xuais são exemplos óbvios. Por que, então, defender uma prática eminentemente

intelectual, como a experiência literária, com o objetivo de “produzir presença”, isto

é, de despertar sensações corpóreas e afetos? A resposta está, como já evoquei

mais acima, na potência guardada pela ficção e pela poesia para disparar a imagi-

nação. Mas o que é, afinal, a imaginação, essa noção tão corriqueira e sobre a qual

refletimos tão pouco?

Proponho pensar a imaginação como um espaço de liberdade ilimitada, no qual,

a partir de estímulos do mundo exterior, somos confrontados (mas também des-

pertados) a responder com memórias, sentimentos, crenças e conhecimentos para

forjar, em última instância, aquilo que faz de cada um de nós diferente dos demais.

A leitura de textos literários é uma forma privilegiada de disparar esse mecanismo

imenso, porque demanda de nós todas essas reações de modo ininterrupto, exige

que nosso corpo esteja ele próprio presente no espaço ficcional com que nos depa-

ramos, sob pena de não existir espaço ficcional algum.

(Ligia G. Diniz. https://brasil.elpais.com. 22.02.2018. Adaptado)

1. Uma frase em consonância com o que se argumenta no texto é:

a) Essencialmente racional, a literatura diferencia-se das demais manifestações

artísticas por ser ela incapaz de despertar reações corpóreas.

b) Um texto literário exige mais concentração e esforço intelectual para ser com-

preendido, em comparação com outros tipos de texto.

c) A literatura é imprescindível para que o pensamento racional seja cultivado em

detrimento de percepções motivadas pelo instinto.

d) Somos incapazes de ver aspectos positivos na adaptação de um filme do qual

gostamos muito, pois nosso julgamento é puramente emocional.

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e) Inseridos em um contexto impregnado de informação, precisamos da literatura

mais do que nunca para aguçar nossa imaginação.

2. O primeiro parágrafo permanecerá redigido conforme a norma-padrão e com o

sentido preservado, caso o sinal de dois-pontos seja substituído pela vírgula seguida

da seguinte expressão:

a) porquanto

b) ainda que

c) em contrapartida

d) por conseguinte

e) a fim de que

3. Considerando as regras de pontuação de acordo com a norma-padrão, assinale

a alternativa em que um trecho do texto está corretamente reescrito.

a) Essa potência vem – entre outros aspectos – do tanto que a literatura exige, de

nós leitores.

b) Não falo do esforço de compreender um texto nem da atenção, que as histórias

e os poemas, exigem de nós. Embora sejam incontornáveis, também.

c) A literatura para além do prazer intelectual (inegável); oferece algo diferente.

d) A resposta está (como já evoquei mais acima) na potência guardada pela ficção,

e pela poesia, para disparar a imaginação.

e) Mas afinal o que é, a imaginação? Essa noção tão corriqueira, e sobre a qual

refletimos, tão pouco?

4. Há emprego correto das formas verbais e correlação adequada entre tempos e

modos, conforme a norma – padrão, em:

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a) Talvez seja válido considerar que o que nos desagradasse na adaptação de de-

terminado livro seja a ausência de nossa própria leitura, pois sempre esperarmos­

ver nossas expectativas correspondidas na tela.

b) Por mais que uma adaptação se proposse a ser fiel à obra em que se baseou,

sempre haveria aspectos de divergência, uma vez que o filme tivera uma lingua-

gem própria e traduzira uma leitura particular.

c) Considerando que os leitores tenham modos peculiares de pensar e sentir, a

apreensão de um texto literário não será a mesma para todos, ainda que determi-

nadas interpretações possam ser partilhadas.

d) Se as pessoas manterem o hábito de ler textos literários, teriam muito a ganhar,

pois a literatura não apenas é fundamental para que desenvolvêssemos nosso inte-

lecto mas também é importante para expandirmos a imaginação.

e) Quando as pessoas passassem a dedicar mais tempo à leitura e à introspecção,

será possível ampliar suas potencialidades intelectuais e emocionais, de modo que

isso alterará a maneira como elas executariam todas as suas atividades cotidianas.

5. A concordância está em conformidade com a norma-padrão na seguinte frase:

a) São comuns que a adaptação de livros para o cinema suscitem reações negati-

vas nos fãs do texto escrito.

b) Cabem aos leitores completar, com a imaginação, as lacunas que fazem parte

da estrutura significativa do texto literário.

c) Aos esforços envolvidos na leitura soma-se a imaginação, a que a linguagem

literária apela constantemente.

d) Algumas pessoas mantém o hábito de só assistirem à adaptação de uma obra

depois de as terem lido, para não ser influenciadas.

e) Há livros que dispõe de uma infinidade de adaptações para o cinema, as quais

tende a compor seu repertório de leituras.

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6. Assinale a alternativa cuja redação está em conformidade com a linguagem em-

pregada em um memorando enviado ao Chefe do Departamento de Administração

de um determinado órgão público.

a) Conforme orientações do Plano Geral de informatização, requero a Sua Senhoria

ver a possibilidade de agilizar à reforma da sala de informática deste Departamen-

to, haja vista que a troca dos computadores está prevista para ocorrer acerca de

um mês antes do prazo.

b) Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito a Vossa Senhoria verificar

a possibilidade de antecipar a reforma da sala de informática deste Departamento,

tendo em vista que a troca dos computadores será realizada com um mês de an-

tecedência.

c) À partir do estabelecido no Plano Geral de informatização, venho por meio deste

instrumento, com respeito à Sua Excelência, demandar da antecipação da reforma

da sala de informática deste Departamento, em decorrência que a troca dos com-

putadores está para acontecer um mês antes do previsto.

d) Pelo que dispõe o Plano Geral de informatização, peço licença à Vossa Exce-

lência para pedir que a reforma da sala de informática deste Departamento seja

adiantada, por que antecipou-se em um mês a troca dos computadores.

e) Por determinação do Plano Geral de informatização, estou averiguando da pos-

sibilidade da Vossa Senhoria priorisar a reforma da sala de informática deste De-

partamento, à qual precisará ser antecipada, já que a troca dos computadores

antecipará-se em um mês.

7. O sistema operacional Windows possui um recurso denominado Área de Trans-

ferência, que

a) é utilizado para a sincronização de arquivos entre computadores.

b) é utilizado para a realização de cópias de segurança (backups) do disco rígido

do computador para outro disco.

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c) é destinado a armazenar temporariamente elementos que foram copiados ou

recortados.

d) permite que as configurações do computador sejam transferidas para outro

computador.

e) permite que arquivos sejam transferidos de um computador para outro.

8. Um usuário do Microsoft Office Excel (versão 2013 ou 2016), em sua configura-

ção padrão e versão em português, editou a seguinte planilha:

Posteriormente, foi digitada a fórmula a seguir na célula D7.

=SOMASES(A1:A6;B1:B6;”>3”;C1:C6;”<7”)

O resultado produzido em D7 foi:

a) 9

b) 11

c) 14

d) 25

e) 28

9. No navegador Mozilla Firefox, há o recurso de abrir uma janela para a navegação

privativa. As teclas de atalho para abrir uma nova janela privativa são:

a) Ctrl + Alt + L

b) Ctrl + Alt + M

c) Ctrl + Shift + N

d) Ctrl + Shift + P

e) Ctrl + Tab + G

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10. Uma das formas de atuação do ransomware, um dos códigos maliciosos mais

difundidos atualmente, é

a) capturar as senhas digitadas no computador e enviar para o hacker.

b) criptografar os dados do disco rígido e solicitar o pagamento de resgate.

c) enviar várias cópias de uma mensagem de e-mail utilizando os seus contatos.

d) instalar diversos arquivos de imagens para lotar o disco rígido.

e) mostrar uma mensagem com propaganda no navegador Internet.

11. Em cada um de 3 envelopes, nas cores azul, amarelo e vermelho, há somente

um dos relatórios, A, B ou C, não necessariamente nessa mesma ordem.

Sabe-se que das informações a seguir, exatamente duas são falsas:

I – No envelope vermelho não está o relatório A.

II – O relatório C está no envelope amarelo.

III – No envelope azul não está o relatório C.

Com base no que foi apresentado, a ordem correta das cores para a abertura dos

envelopes que contêm, respectivamente, os relatórios A, B e C é

a) vermelho, amarelo e azul.

b) vermelho, azul e amarelo.

c) azul, vermelho e amarelo.

d) amarelo, azul e vermelho.

e) amarelo, vermelho e azul.

12. Uma equivalente lógica para a proposição – Se Marta é casada, então Dionísio

é divorciado – está contida na alternativa:

a) Marta não é casada ou Dionísio é divorciado.

b) Marta não é casada e Dionísio é divorciado.

c) Marta é casada ou Dionísio é divorciado.

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d) Marta é casada e Dionísio é divorciado.

e) Marta é casada ou Dionísio não é divorciado.

13. Considere falsa a afirmação – Renato é inocente e Raquel é culpada – e verda-

deira a afirmação – se Renato é inocente, então Raquel é culpada. Nessas condi-

ções, é correto afirmar que, necessariamente,

a) Raquel é culpada.

b) Renato e Raquel são inocentes.

c) Renato é culpado.

d) Renato e Raquel são culpados.

e) Renato é inocente.

14. A promotora-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI) anunciou nesta quin-

ta-feira (08.02) a abertura de investigações sobre supostos crimes na Venezuela

e nas Filipinas. O anúncio é a primeira etapa que acontece antes da realização de

investigações completas, que podem terminar com acusações do TPI.

(EBC, 08.02.2018. Disponível em <https://goo.gl/cyKveA>. Acesso em: 16.03.2018. Adaptado)

O Tribunal Penal Internacional abriu exame preliminar das acusações de

a) execuções feitas pela polícia e por grupos de extermínio no combate às drogas

lançado pelo presidente das Filipinas e de uso de força excessiva e violência nas

manifestações ocorridas na Venezuela.

b) extermínio do grupo muçulmano rohingyas promovido pelo governo das Fili-

pinas e de prisões arbitrárias de deputados que se manifestaram no Parlamento

contra o governo da Venezuela.

c) violações dos direitos humanos na transferência de etnias nativas por ordem do

governo das Filipinas e de repressão militar ao grupo maoísta Sendero Luminoso,

responsável por atentados na Venezuela.

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d) deportação, sem amparo legal, de políticos dos partidos de oposição ao governo

das Filipinas e de genocídio das comunidades camponesas indígenas em conflitos

por terra no interior da Venezuela.

e) desaparecimento de oficiais militares que se envolveram em golpe contra o

presidente das Filipinas e de desrespeito aos direitos dos prisioneiros políticos com

anuência do governo da Venezuela.

15. Leia os excertos.

I – O presidente Michel Temer assinou nesta sexta (19.01) o projeto de lei que

propõe uma modelagem de venda da empresa. A proposta, que ainda será

encaminhada ao Congresso, prevê que o governo tenha uma “golden share”,

que dá poder de veto e determina a limitação de 10% do poder de voto para

qualquer acionista que detenha participação acionária superior a esse limite.

(Folha-Uol, 19.01.2018. Disponível em <https://goo.gl/9xh5GZ>. Acesso em: 25.02.2018.


Adaptado)

II – A empresa brasileira levantou 2,7 bilhões de dólares na terça-feira (24.01)

em sua oferta pública inicial de ações em Nova York, em meio ao aumento do

otimismo do investidor com a recuperação econômica brasileira. A listagem é

a maior por uma empresa brasileira desde abril de 2013, quando o Banco do

Brasil S. A. listou sua unidade de seguros.

(Época, 24.01.2018. Disponível em <https://goo.gl/sJraEf>. Acesso em 25.02.2018. Adaptado)

As empresas a que as notícias se referem são, respectivamente,

a) Telebras e Azul.

b) Correios e Ri Happy.

c) Eletrobras e PagSeguro.

d) Embraer e Netshoes.

e) Petrobras e Cosan.

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16. A respeito da Lei no 7.716/89, com as alterações da Lei no 9.459/97 (tipificação

dos crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor), assinale a alternativa

correta.

a) Os crimes nela previstos, sem exceção, são praticados mediante dolo.

b) Não tipifica crimes resultantes de discriminação ou preconceito de religião, sen-

do específica a crimes de preconceito de raça, cor, etnia e procedência nacional.

c) O crime de negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabeleci-

mento de ensino, previsto no art. 6o, é específico a instituições públicas.

d) Prevê como efeito automático da condenação a perda do cargo ou função públi-

ca, para o agente servidor público.

e) Prevê como causa de aumento de pena, geral a todos os crimes, a prática em

detrimento de menor de 18 (dezoito) anos.

17. Segundo o art. 140, do Código Penal Brasileiro (crime de injúria), é correto

afirmar que

a) o crime de injúria qualificado, previsto no parágrafo 3o do art. 140, do CP, que

consiste na ofensa à honra com a utilização de elementos referentes à raça e à cor,

é inafiançável e imprescritível.

b) o crime de injúria qualificado, previsto no parágrafo 3o do art. 140, do CP, con-

siste na ofensa à honra com a utilização de elementos referentes exclusivamente à

raça, cor, etnia e origem.

c) o perdão judicial, previsto no parágrafo 1o do art. 140, do CP, aplicável quando

o ofendido provoca diretamente a injúria, aplica-se ao crime de injúria qualificado,

previsto no parágrafo 3o do art. 140, do CP.

d) no crime de injúria, o objeto jurídico é a honra subjetiva do ofendido, podendo

ser praticado mediante dolo ou culpa.

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e) na injúria real, prevista no parágrafo 2o do art. 140, do CP, a violência ou vias

de fato são meios de execução do crime.

18. Tendo em vista a Lei no 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), assinale a alterna-

tiva correta.

a) Âmbito familiar, de acordo com essa Lei, é a comunidade formada apenas por

indivíduos que são aparentados, unidos por laços naturais.

b) A violência patrimonial contra a mulher, ainda que ocorrida no âmbito doméstico

ou familiar, não está prevista nessa Lei, sendo contempladas apenas as violências

física, psicológica, sexual e moral.

c) O atendimento policial à mulher, vítima de violência doméstica e familiar, será

feito exclusivamente por servidoras do sexo feminino, previamente capacitadas.

d) As medidas protetivas à mulher poderão ser concedidas pela Autoridade Policial,

em caso de urgência.

e) É garantido à mulher, vítima de violência doméstica e familiar, quando neces-

sário, o afastamento do local do trabalho, para preservação da integridade física e

psicológica, a manutenção do vínculo trabalhista, por até seis meses.

19. Jovem do sexo masculino é encontrado morto no seu quarto, aparentemente

um caso de suicídio por enforcamento. Logo ao chegar no local de morte, a equipe

pericial encontra a vítima na cama, com o objeto usado como elemento constritor

removido.

Nessa situação, o perito criminal deve

a) avaliar detalhadamente o local, buscar pistas de envolvimento de terceiros, não

realizar o exame pericial do cadáver e registrar a alteração notada no laudo final.

b) fazer o boletim de ocorrência com a alteração notada, isolar e preservar o local

de morte, e solicitar o envio de equipe pericial do instituto médico-legal para reali-

zação de perícia conjunta.

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c) informar à autoridade policial sobre a alteração do local de morte, emitir o lau-


do de impedimento e determinar a remoção imediata do cadáver para o instituto
médico-legal.
d) realizar o exame externo do cadáver, de tudo que é encontrado em torno dele
ou que possa ter relação com o fato em questão, e registrar no laudo a alteração
notada no local de morte.
e) realizar o registro fotográfico do local, investigar as circunstâncias da morte,
não realizar o exame pericial do cadáver, coletar o provável instrumento utilizado e
descrever no laudo a alteração do local de morte.

20. Com relação aos ferimentos de entrada em lesões produzidas por projéteis de
arma de fogo, é correto afirmar:
a) a aréola equimótica é representada por uma zona superficial e relativamente
difusa, decorrente da sufusão hemorrágica oriunda da ruptura de peque-nos vasos
localizados nas vizinhanças do ferimento, geralmente de tonalidade violácea.
b) o formato de ferimentos em tiros a distância varia de acordo com a inclinação
do disparo, assim, quando o tiro é oblíquo, a ferida é arredondada ou ligeiramente
oblíqua, além de evidenciar uma orla de escoriação concêntrica.
c) diz-se que uma lesão tem as características das produzidas por tiro a distância
quando ela não apresenta os efeitos secundários do tiro, com diâmetro maior que
o do projétil, aréola equimótica e bordas reviradas para dentro.
d) ferimentos em tiros encostados podem ter forma arredondada ou elíptica, com
zona de compressão de gases, evidenciada pela depressão da pele em virtude do
efeito gerado pelo projétil com a ação mecânica de gases que descolam e dilaceram
os tecidos.
e) tiros a curta distância causam ferimentos arredondados, com entalhes, zona de
tatuagem e de esfumaçamento, devido à ação resultante dos gases que descolam
e dilaceram os tecidos, com vertentes enegrecidas e desgarradas, tendo aspecto

de cratera de mina.

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21. Alguns princípios orçamentários representativos foram integrados à legislação

brasileira que rege a prática orçamentária. O chamado princípio do orçamento bru-

to refere-se a que

a) não haja autorização de gastos ou de qualquer controle parlamentar sobre os

meios.

b) haja abertura a fim de que recursos extraordinários sejam permitidos para ati-

vação da economia.

c) a receita e despesa constantes no Orçamento Público devem aparecer pelo valor

total, sem deduções.

d) eventuais aberturas de créditos suplementares e contratações de operações de

crédito estejam previstas na fixação das despesas.

e) nenhuma parcela da receita geral poderá ser reservada ou comprometida para

atender a certos casos ou a determinado gasto.

22. Estruturas Matriciais são constituídas de

a) departamentos funcionais por especialidades: produção, finanças, marketing,

contábil, jurídico, etc., e cada funcionário responde a um único chefe.

b) divisões autônomas que produzem um produto, ou prestam um serviço especí-

fico.

c) trabalhadores freelances, e que se encontram física ou virtualmente para reali-

zar um trabalho.

d) agrupamentos simultâneos de pessoas e recursos por função e por produto,

representados por eixos verticais e horizontais.

e) divisões autônomas que produzem um mesmo produto, ou prestam um serviço

específico, estabelecidas em regiões diferentes.

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23. Uma das definições mais referenciadas em Gestão de Pessoas, na atualidade,

e que constitui um dos “novos modelos de gestão de pessoas”, diz respeito a algo

que é o “[...] saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar,

transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à

organização e valor social ao indivíduo”. (FLEURY & FLEURY, 1999. Adaptado)

Essa definição refere-se ao conceito de

a) Liderança.

b) Conhecimento.

c) Motivação.

d) Habilidade.

e) Competência.

24. O ciclo PDCA tem sido frequentemente acompanhado, como reforço, de mais

duas ferramentas da qualidade que têm por objetivo a verificação de problemas

bem como suas resoluções. Uma dessas ferramentas coloca as prováveis causas

e as prováveis consequências em um esquema gráfico, e a outra estabelece um

roteiro de perguntas que envolvem: onde? como? quem? o quê? por quê? quando?

quanto? etc. Essas ferramentas da Gestão pela Qualidade Total são, respectiva-

mente:

a) 6 Ws 1 H; Diagrama de Gantt.

b) Diagrama de Ishikawa; 5 Ws 2 H.

c) 5 Ws 1 H; Diagrama de Venn.

d) Diagrama de Ishikawa; 6 Ws 2 H.

e) Diagrama de Pareto; 5 Ws 1 H.

25. Diferentemente de uma abordagem funcional tradicional, em que as organiza-

ções estão separadas por áreas de atuação, sem visão sistêmica do trabalho que

realizam e altamente burocratizadas, existem outras abordagens. Uma forma de

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gestão em que é permitida uma melhor especificação do trabalho realizado, e na

qual se visualizam as funções da organização, tendo por base as sequências de

suas atividades, denomina-se Gestão

a) por Processos.

b) do Desempenho.

c) Padronizada.

d) Participativa.

e) por Objetivos.

26. Conceitualmente, para a Gespública, “controle social” significa que a adminis-

tração pública

a) busca gerar valor para a sociedade e formas de garantir o desenvolvimento sus-

tentável, utilizando os recursos de forma eficiente.

b) só pode fazer o que a lei permite, enquanto a iniciativa privada pode fazer tudo

que não estiver proibido por lei. Essa legalidade é que fixa os parâmetros de con-

trole da administração.

c) é financiada com recursos públicos, oriundos de contribuições compulsórias de

cidadãos e empresas, os quais devem ser direcionados para a prestação de serviços

públicos e a produção do bem comum.

d) tem como requisito essencial, em regimes democráticos, a obrigação de prestar

contas de sua atuação, o que implica em garantia de transparência de suas ações

e atos e na institucionalização de canais de participação social.

e) tem o conceito de partes interessadas ampliado em relação ao utilizado pela

iniciativa privada, pois as decisões públicas devem considerar não apenas os inte-

resses dos grupos mais diretamente afetados, mas, também, o valor final agregado

para a sociedade.

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27. De acordo com o Estatuto do Servidor Público Civil do Estado da Bahia, a mo-

vimentação do servidor, com o res-pectivo cargo, com ou sem mudança de sede,

para outro órgão ou entidade do mesmo Poder e natureza jurídica, cujos planos de

cargos e vencimentos sejam idênticos, de acordo com o interesse da administra-

ção, caracteriza a

a) remoção.

b) recondução.

c) reintegração.

d) relotação.

e) reversão.

28. Diz a Lei Estadual no 9.433/2005 que sempre que o valor estimado para uma

licitação, ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas, for superior

a 100 (cem) vezes o limite previsto para a realização de obras e serviços de enge-

nharia na modalidade concorrência, o processo licitatório deverá observar, dentre

outras, a seguinte regra:

a) a critério da administração, será iniciado com uma reunião que será realizada,

pelo menos, 20 (vinte) dias antes da publicação do edital.

b) será, obrigatoriamente, iniciado com uma audiência pública, concedida pela au-

toridade responsável e realizada, pelo menos, 15 (quinze) dias úteis antes da data

prevista para a publicação do edital.

c) a audiência pública será divulgada, com antecedência de 05 (cinco) dias úteis

da sua realização, pelos mesmos meios previstos para a publicação da licitação.

d) a audiência pública será aberta à participação de todos os interessados, que

terão direito a receber as informações importantes, mas não poderão apresentar

sugestões sobre o empreendimento.

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e) as manifestações apresentadas pelos participantes da audiência pública serão

apreciadas pela autoridade competente, em caráter vinculante.

29. Nos termos da Lei Estadual no 11.370/2009, e no que diz respeito à Organiza-

ção da Polícia Civil do Estado da Bahia, assinale a alternativa correta.

a) A Delegacia de Polícia Territorial é uma Unidade Operativa e tem como uma de

suas competências promover, na área de sua circunscrição, a integra-ção e a atu-

ação harmônica com os demais órgãos e unidades do sistema policial, de defesa

social e de justiça.

b) O Departamento de Inteligência Policial é um órgão de Gestão Tática, ao qual

compete acompanhar e exercer buscas e apreensão dos procedimentos le-gais, na

área de sua competência.

c) A Academia da Polícia Civil é um órgão de Gestão Estratégica, competindo-lhe

assessorar, orientar e informar o Delegado Geral da Polícia Civil quanto aos assun-

tos de interesse institucional.

d) A Corregedoria da Polícia Civil, que tem por com-petência acompanhar e ins-

pecionar os órgãos e as unidades da Polícia Civil do Estado da Bahia, com vistas à

regularidade dos atos e procedimentos, é um Órgão de Suporte Operacional.

e) À Coordenação da Polícia Interestadual compete guardar e manter controle de

bens apreendidos ou arrecadados que se vinculem às ocorrências poli-ciais, sendo

parte integrante dos Órgãos de Direção Superiores.

30. De acordo com o que prescreve a Lei Estadual no 12.209/2011, dos vários pro-

cessos administrativos especiais, aquele destinado a suprir falta ou insuficiência de

documento e produzir prova de fato de interesse do postulante, perante órgãos e

entidades da Administração, denomina-se processo de

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a) revisão processual.

b) invalidação de contratos administrativos.

c) justificação.

d) reparação de danos causados a terceiros.

e) invalidação de atos administrativos.

31. A respeito da Teoria das Penas, assinale a alternativa correta.

a) A finalidade da pena, na teoria relativa, é prevenir o crime. Na vertente pre-

ventiva-geral, o criminoso é punido a fim de impedir que ele volte a praticar novos

crimes.

b) A finalidade da pena, na teoria relativa, é prevenir o crime. Na vertente preven-

tiva especial, de acentuado caráter intimatório, o criminoso é punido para servir de

exemplo aos demais cidadãos.

c) A finalidade da pena, na teoria absoluta, é castigar o criminoso, pelo mal pra-

ticado. O mérito dessa teoria foi introduzir, no Direito Penal, o princípio da propor-

cionalidade de pena ao delito praticado.

d) A finalidade da pena, para a teoria eclética, é ressocializar o criminoso. O mérito

dessa teoria foi humanizar as penas impostas, impedindo as cruéis e humilhantes.

e) O ordenamento jurídico brasileiro adota a teoria absoluta, tendo a pena apenas

o fim de ressocializar o criminoso.

32. Tendo em conta a teoria geral do crime, assinale a alternativa correta.

a) Os partidários da teoria tripartida do delito consideram a culpabilidade como

pressuposto da pena e não elemento do crime.

b) Os partidários da teoria tripartida do delito consideram elementos do crime a

tipicidade, a antijuricidade e a punibilidade.

c) A tipicidade, elemento do crime, na concepção material, esgota-se na subsun-

ção da conduta ao tipo penal.

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d) O dolo, na escola clássica, deixou de ser elemento integrante da culpabilidade,

deslocando-se para a conduta, já que ação e intenção são indissociáveis.

e) Os partidários da teoria funcionalista da culpabilidade entendem que a culpabi-

lidade é limitada pela finalidade preventiva da pena; constatada a desnecessidade

da pena, o agente não será punido.

33. A respeito dos crimes sexuais, previstos no Título VI, do Código Penal, assinale

a alternativa correta.

a) Não se tipifica crime de estupro se o agente é cônjuge da vítima, já que o casa-

mento impõe aos cônjuges o dever de prestação sexual.

b) A prática de conjunção carnal ou outro ato libidinoso com menor de 18 (dezoito)

anos é estupro de vulnerável, previsto no artigo 217-A do Código Penal.

c) A prática de conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso com adolescen-

te de idade entre 14 (catorze) e 18 (dezoito) anos, em situação de prostituição, é

atípica.

d) Os crimes sexuais, com exceção do estupro de vulnerável, são processáveis

mediante ação penal pública condicionada à representação.

e) Haverá aumento de pena se o agente transmite à vítima doença sexualmente

transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador.

34. Mévio, de 20 anos, participando de um jogo de desafio virtual, à meia-noite da

sexta-feira, do dia 13 de março de 2015, invadiu o cemitério e, após violar o túmu-

lo no qual, pela manhã, o corpo de uma mulher de 50 anos havia sido sepultado,

manteve com o cadáver conjunção carnal e coito anal. Para provar ter cumprido a

tarefa, Mévio filmou todos os atos, tendo enviado o vídeo ao grupo de Whatsapp,

criado exclusivamente para o compartilhamento dos desafios. A mãe de Tício, ra-

paz de 22 anos, também participante do jogo, mexendo no celular do filho, assistiu

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ao vídeo. Apavorada, procurou a Autoridade Policial, tendo fornecido as imagens,

bem como todas as conversas do grupo, desde o início. Encerrada a investigação, o

Ministério Público denuncia Mévio e Tício pelo crime de vilipêndio a cadáver. Mévio,

pelos atos praticados, e Tício, por restar constatado ter sido ele quem propôs o de-

safio a Mévio, tendo-o instigado. A denúncia foi recebida em 15 de junho de 2015 e,

encerrada a instrução, Mévio e Tício, em 20 de junho de 2017, são condenados pelo

crime de vilipêndio a cadáver. Mévio à pena de 02 (dois) anos de reclusão. Tício à

pena de 01 (um) ano de reclusão. A sentença condenatória transitou em julgado

para a acusação. Diante da situação hipotética e, levando em conta o Código Penal,

a alternativa correta é:

a) Em vista da condenação, em concurso de agentes, a punição de Mévio e Tício

haveria de ser idêntica, em respeito à teoria unitária, adotada pelo Código Penal.

b) Em havendo concurso de agentes, em respeito à natureza da acessoriedade da

participação, a extinção da punibilidade do autor do crime impede a punição do

partícipe.

c) A punibilidade de Tício está extinta, por força da prescrição, já que transcorreu

período superior a dois anos entre a data do recebimento da denúncia e a da sen-

tença.

d) A punibilidade de Mévio está extinta, por força da prescrição, já que transcor-

reu período superior a dois anos entre a data do recebimento da denúncia e a da

sentença.

e) O sujeito passivo, nos crimes contra o sentimento de respeito aos mortos, é o

cadáver.

35. Caio, a dois dias de completar 18 anos, portando uma faca, abordou Tícia e,

mediante ameaça de morte, exigiu a entrega do celular. O roubo somente não se

consumou, em razão da intervenção de Semprônia, policial à paisana, que monito-

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rava o local. Dado o flagrante, o menor foi encaminhado à Autoridade Policial, que
lavrou o Auto de Apreensão. Em vista da gravidade do ato infracional praticado,
mesmo comparecendo a mãe na Delegacia, Caio não foi liberado. Tendo a apreen-
são se realizado na quinta-feira, Caio somente foi encaminhado ao Ministério Pú-
blico na segunda-feira, quando já atingira a maioridade. O Ministério Público, após
ouvir Caio, decidiu pela concessão da remissão, mediante a imediata inserção em
regime de semiliberdade. Homologada a proposta pelo Juiz, Caio imediatamente
iniciou a medida socioeducativa determinada. Diante da situação hipotética e, ten-
do em conta o Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a alternativa correta.
a) Dado que o ato infracional praticado por Caio envolveu violência e grave amea-
ça, o instituto da remissão a ele não se aplicaria, em vista da vedação legal.
b) A despeito de ser aplicável o instituto da remissão, Caio não poderia ser inserido
em regime de semiliberdade, em vista da vedação legal de aplicação imediata de
pena privativa de liberdade.
c) Ainda que praticado o fato enquanto menor, tendo atingido a maioridade, Caio
não mais se sujeitaria à legislação especial.
d) A Autoridade Policial, ao deixar de encaminhar Caio ao Ministério Público no
tempo devido, em tese, praticou o crime previsto no artigo 231, do ECA (deixar de
comunicar a apreensão do adolescente à autoridade judicial), processável por ação
penal pública condicionada.
e) A remissão implica o reconhecimento de responsabilidade e prevalece para efei-
to de antecedentes.

36. A respeito dos crimes contra a organização do trabalho, é correto afirmar que
a) são meios de execução do crime de frustração de direito assegurado por lei tra-
balhista a fraude, a violência e a grave ameaça.
b) o crime de atentado contra a liberdade de associação configura-se pela conduta
de constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar de sindi-

cato. Já a conduta de impedir a saída de sindicato é atípica.

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c) o crime de paralisação do trabalho de interesse coletivo configura-se indepen-

dentemente do emprego de violência contra pessoas ou coisas.

d) no crime de aliciamento para fins de emigração, haverá aumento de pena nos

casos em que a vítima for menor de 18 anos, gestante, idosa, indígena ou porta-

dora de deficiência física ou mental.

e) o crime de sabotagem, para se configurar, exige a danificação do estabeleci-

mento ou coisas nele existentes.

37. A empresa ZZZ, produtora de fertilizantes, tendo sido autuada administrativa-

mente pela emissão irregular de partículas poluentes no ar, teve contra si instau-

rado inquérito policial, sob a imputação do crime de causar poluição, art. 54 da Lei

no 9.605/98. No curso da investigação, constatou-se que a poluição do ar decorreu

da falta de manutenção nos filtros da fábrica, verificando-se que as manutenções

periódicas nos equipamentos passaram de três para seis meses. Contudo, dada a

complexa estrutura da empresa, não se logrou êxito em identificar o responsável

pela redução das manutenções. Encerrada a investigação policial, o Ministério Pú-

blico denunciou a empresa ZZZ, bem como Mévio, o presidente, afirmando que, na

qualidade de representante máximo, competia a ele impedir a poluição do ar. A de-

núncia formulada pelo Ministério Público é recebida apenas com relação à empresa

ZZZ. Quanto a Mévio, o Juiz rejeitou a exordial, por inépcia, destacando que a sim-

ples condição de presidente da empresa não basta para fundamentar imputação.

Considerando o caso hipotético, a Lei no 9.605/98 e o entendimento dos Tribunais

Superiores, assinale a alternativa correta.

a) A autuação administrativa da empresa XXX inviabiliza a instauração de procedi-

mento penal para apurar a prática de crime de causar poluição, já que as respon-

sabilidades administrativa e penal são excludentes.

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b) Rejeitada a denúncia quanto à pessoa física de Mévio, haja vista a exigência le-

gal da dupla imputação, a empresa XXX não poderá ser criminalmente processada.

c) Há previsão de causa de aumento, quanto ao crime de poluição (art. 54 da Lei

n. 9.605/98), se, da poluição hídrica resulta interrupção do abastecimento público

de água em comunidade.

d) A pena de interdição temporária de direito, consistente na proibição de contra-

tar com o Poder Público, não poderá ter prazo superior a 03 (três) anos, no caso

de crimes dolosos.

e) A pena de multa, calculada segundo os critérios do Código Penal, poderá ser

aumentada em até três vezes, se revelar-se ineficaz.

38. A respeito da Lei n. 8.078/90 (Código do Consumidor) e da Lei n. 8.137/90

(crimes contra a ordem tributária e as relações de consumo), é correto afirmar que

a) os crimes contra as relações de consumo, previstos no art. 7o da Lei no 8.137/90,

são praticados somente mediante dolo.

b) os crimes contra o consumidor, previstos no Código de Defesa do Consumidor,

são de menor potencial ofensivo.

c) o Código do Consumidor, no que concerne aos crimes nele previstos, estabelece

a responsabilidade penal da pessoa jurídica.

d) a Lei no 8.137/90, no que concerne aos crimes contra as relações de consumo,

estabelece a responsabilidade penal da pessoa jurídica.

e) a Lei no 8.137/90, no que concerne aos crimes contra as relações de consumo,

prevê como circunstância agravante da pena a prática em detrimento de menor de

18 ou maior de 60 anos.

39. Aplicar-se-á a lei processual penal, nos estritos termos dos arts. 1o, 2o e 3o do

CPP,

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a) aos processos de competência da Justiça Militar.

b) ultrativamente, mas apenas quando favorecer o acusado.

c) retroativamente, mas apenas quando favorecer o acusado.

d) desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei

anterior.

e) com o suplemento dos princípios gerais de direito sem admitir, contudo, inter-

pretação extensiva e aplicação analógica.

40. Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito (CPP, art.

5o, § 2o)

a) caberá recurso para o chefe de Polícia.

b) caberá recurso para o Promotor de Justiça Corregedor da Polícia Judiciária.

c) caberá recurso para o Juiz Corregedor da Polícia Judiciária.

d) caberá recurso para o Desembargador-Corregedor Geral de Justiça.

e) não caberá recurso.

41. A retratação da representação, de acordo com o art. 25 do CPP e do art. 16 da

Lei no 11.340/06 (Lei Maria da Penha), respectivamente,

a) é admitida até o recebimento da denúncia; não é admitida.

b) é admitida até o recebimento da denúncia; só será admitida perante o juiz, an-

tes do recebimento da denúncia.

c) é inadmitida; só será admitida perante o juiz, antes do recebimento da denún-

cia.

d) é inadmitida depois de oferecida a denúncia; não é admitida.

e) é inadmitida depois de oferecida a denúncia; só será admitida perante o juiz,

antes do recebimento da denúncia.

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42. No que concerne à prisão em flagrante, à prisão temporária e à prisão preven-

tiva, assinale a alternativa correta, nos estritos termos legais e constitucionais.

a) Nenhuma delas tem prazo máximo estabelecido em lei.

b) A primeira pode ser realizada pela autoridade policial, violando domicílio e sem

ordem judicial, a qualquer horário do dia ou da noite.

c) A segunda somente é cabível em crimes hediondos ou assemelhados, podendo

durar 30 (trinta) ou 60 (sessenta) dias.

d) A segunda demanda ordem judicial e prévio parecer favorável do Ministério Pú-

blico.

e) A terceira pode ser decretada de ofício pelo Juiz durante o inquérito policial.

43. No que concerne aos sistemas de avaliação das provas, o julgamento realizado

pelos Juízes leigos (jurados) no Tribunal do Júri é exemplo do que a doutrina clas-

sifica como sistema

a) da prova livre.

b) legal ou tarifado.

c) da íntima convicção.

d) da persuasão racional.

e) da livre convicção motivada.

44. Nos termos do art. 69, parágrafo único, da Lei no 9.099/95, ao autor do fato

típico definido como crime de menor potencial ofensivo, após a lavratura do termo

circunstanciado, caso se comprometa a comparecer junto ao Juizado Especial Cri-

minal, não se imporá prisão em flagrante,

a) desde que primário.

b) desde que imediatamente restitua o prejuízo da vítima.

c) a menos que se trate de reincidente específico.

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d) mas a liberdade pode ser condicionada, pela autoridade policial, ao estabeleci-

mento e à aceitação de imediata pena restritiva de direito.

e) nem se exigirá fiança.

45. Imagine que o indivíduo “1”, que tem conta-corrente no banco “2”, emitiu

cheque sem fundo em desfavor do estabelecimento comercial “3”, que efetuou o

depósito do cheque no banco “4”. De acordo com a jurisprudência dos Tribunais

Superiores (Súmula 244 do STJ), o estelionato mediante a emissão de cheque sem

provisão de fundos

a) será processado no local da residência de “1”.

b) será processado no local em que se situa o banco “2”, onde se deu a recusa.

c) será processado no local em que se situa o estabelecimento comercial “3”, que

recebeu o cheque.

d) será processado no local em que se situa o banco “4”, no qual o cheque foi de-

positado.

e) é fato atípico se recompensado o prejuízo até o recebimento da denúncia.

46. De acordo com a jurisprudência sumulada do Supremo Tribunal Federal,

a) a imunidade parlamentar estende-se ao corréu sem essa prerrogativa (Súmula

245).

b) para requerer revisão criminal, o condenado deve recolher-se à prisão (Súmula

393).

c) só é licito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga

ou perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou terceiros,

sem, contudo, necessidade de a autoridade policial justificar a utilização por escrito

(Súmula Vinculante 11).

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d) é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos ele-

mentos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado

por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do

direito de defesa (Súmula Vinculante 14).

e) a homologação da transação penal prevista no art. 76 da Lei no 9.099/95 faz

coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retorna-se à situação ante-

rior, possibilitando ao Ministério Público a continuidade da persecução penal (Sú-

mula Vinculante 35).

47. Considere o seguinte caso hipotético.

A Força Nacional está atuando legalmente em Salvador. O civil “X”, irmão de um

Policial Militar do Estado de São Paulo que integra a Força Nacional, residente na

referida cidade, se envolveu em acidente de trânsito sem vítimas, ao abalroar o ve-

ículo do condutor “Y”. Após se identificar como irmão do Militar do Estado integran-

te da Força Nacional, foi violentamente agredido por “Y”, que confessou ter assim

agido apenas por saber dessa condição. As agressões provocaram lesões corporais

gravíssimas no civil “X”. Diante do exposto, é correto afirmar que o crime praticado

por “Y”

a) não é considerado hediondo, pois a legislação contempla apenas o crime de ho-

micídio doloso perpetrado contra o Militar do Estado.

b) é considerado hediondo, apenas por se tratar de uma lesão corporal dolosa de

natureza gravíssima, independentemente da condição da eventual vítima.

c) não é considerado hediondo, pois a legislação não contempla lesão corporal do-

losa de natureza gravíssima como crime hediondo.

d) é considerado hediondo, pois o civil “X” foi vítima de lesão corporal dolosa de

natureza gravíssima apenas por ser irmão de Militar do Estado em razão de sua

função.

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e) somente seria considerado hediondo se o crime de lesão corporal dolosa de na-

tureza gravíssima fosse perpetrado contra o próprio Militar do Estado em razão de

sua função.

48. Nos termos da Lei no 13.431/2017, é correto afirmar que, constatado que a

criança ou o adolescente está em risco, a autoridade policial

a) requisitará à autoridade judicial responsável, em qualquer momento dos proce-

dimentos de investigação e responsabilização dos suspeitos, as medidas de prote-

ção pertinentes, entre as quais, requerer a prisão temporária do investigado.

b) solicitará ao Ministério Público a propositura de ação judicial visando ao afasta-

mento cautelar do investigado da residência ou local de convivência, em se tratan-

do de pessoa que tenha contato com a criança ou o adolescente.

c) solicitará à autoridade judicial responsável, em qualquer momento dos procedi-

mentos De investigação e responsabilização dos suspeitos, as medidas de proteção

pertinentes, entre as quais, a internação em estabelecimento educacional.

d) solicitará à autoridade judicial responsável, em qualquer momento dos procedi-

mentos de investigação e responsabilização dos suspeitos, as medidas de proteção

pertinentes, entre as quais, a internação em abrigo.

e) requisitará à autoridade judicial responsável, em qualquer momento dos proce-

dimentos de investigação e responsabilização dos suspeitos, as medidas de prote-

ção pertinentes, entre as quais, solicitar aos órgãos socioassistenciais a inclusão da

vítima e de sua família nos atendimentos a que têm direito.

49. Considere o seguinte caso hipotético.

O criminoso “X”, integrante de uma determinada organização criminosa, após a

sentença que o condenou pela prática do crime, decide voluntariamente e na pre-

sença de seu defensor, colaborar com as investigações. Nas suas declarações, “X”

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revela toda a estrutura hierárquica e a divisão de tarefas da organização. Alguns

dias após, arrepende-se e decide retratar-se das declarações prestadas. Diante do

exposto e nos termos da Lei no 12.850/2013, é correto afirmar que

a) na hipótese de retratação, as provas produzidas pelo colaborador não poderão

ser utilizadas em seu desfavor, mas apenas em detrimento dos interesses dos co-

autores e partícipes.

b) a colaboração premiada é retratável a qualquer tempo, sendo necessário colher

a retratação por escrito e desconsiderar integralmente as provas produzidas.

c) após a prolação da sentença, é vedada a retratação, portanto, no presente caso,

não há possibilidade de se reconhecer o pedido do criminoso.

d) a colaboração premiada implica em renúncia ao direito ao silêncio, ficando o

criminoso sujeito ao compromisso de dizer a verdade; assim sendo, a retratação

implicará o cometimento de outro crime.

e) a colaboração premiada, antes ou após a sentença, é irretratável, portanto as

provas autoincriminatórias produzidas pelo colaborador poderão ser utilizadas em

seu desfavor.

50. Considere o seguinte caso hipotético.

A velocidade máxima permitida na Rua A é de 50 Km/h. “Y”, conduzindo seu veículo

a 120 Km/h pela Rua A, atropela “Z”, provocando-lhe lesões corporais. Diante do
exposto e considerando que “Y” cometeu um crime culposo de trânsito nos termos

da Lei no 9.503/1997, é correto afirmar que a conduta de “Y” tipifica o crime de

a) lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, de ação penal pública

condicionada e com possibilidade de aplicação da composição dos danos civis pre-

vista na Lei no 9.099/95.

b) lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, de ação penal pública

condicionada e com possibilidade de aplicação da transação penal prevista na Lei

no 9.099/95.

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c) lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, de ação penal pública

incondicionada, não sendo possível a aplicação da transação penal prevista na Lei

no 9.099/95.

d) lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, de ação penal pública

incondicionada e com possibilidade de aplicação da composição dos danos civis

prevista na Lei no 9.099/95.

e) tentativa de homicídio na direção de veículo automotor, de ação penal pública

incondicionada, não sendo possível a aplicação da transação penal prevista na Lei

no 9.099/95.

51. No que concerne à aplicação da Lei n. 9.099/1995 quanto às infrações penais

ambientais previstas na Lei no 9.605/1998, é correto afirmar que

a) a legislação contempla crimes ambientais de ação penal pública condicionada e

incondicionada, aplicando-se, a todos os tipos penais, a suspensão condicional do

processo e a transação penal.

b) nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo e de ação penal pública con-

dicionada, a transação penal poderá ser formulada independentemente de prévia

composição do dano ambiental.

c) a legislação contempla apenas crimes ambientais de ação penal pública incon-

dicionada, aplicando-se integralmente as disposições da Lei no 9.099/95 no tocante

à suspensão condicional do processo e à transação penal.

d) nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo e de ação penal pública in-

condicionada, a suspensão condicional do processo poderá ser aplicada sem qual-

quer modificação.

e) nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a transação penal somente

poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano am-

biental, salvo em caso de comprovada impossibilidade.

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52. Nos termos da Lei no 11.101/2005, é correto afirmar que o empresário que

deixa de escriturar, antes da sentença que decretar a falência, os documentos de

escrituração contábil obrigatórios

a) não cometerá qualquer crime falimentar, pela ausência de previsão legal.

b) cometerá um crime falimentar que exige para sua punição a ocorrência de uma

condição objetiva da punibilidade.

c) não cometerá um crime falimentar, pois o tipo penal contempla apenas a con-

duta de quem não elabora os documentos.

d) não cometerá um crime falimentar, pois o tipo penal exige que a conduta do

agente ocorra somente após a sentença.

e) cometerá um crime falimentar que não exige para sua punição qualquer condi-

ção objetiva da punibilidade.

53. No que concerne aos vistos (documento que dá a seu titular a expectativa de

ingresso em território nacional) regulado pela Lei no 13.445/2017, é correto afirmar

que

a) o visto será concedido por embaixadas, consulados-gerais, consulados, vice-

-consulados e, quando habilitados pelo órgão competente dos Poderes Executivo

ou Legislativo, por escritórios comerciais e de representação do Brasil no exterior.

b) o visto de visita poderá ser concedido ao visitante que venha ao Brasil para es-
tada de curta duração, sem intenção de estabelecer residência, entre outros, nos

casos de estudo e trabalho.

c) não se concederá visto a menor de 18 (dezoito) anos desacompanhado ou sem

autorização de viagem, por escrito, dos responsáveis legais ou de autoridade com-

petente.

d) o visto temporário para turismo poderá ser concedido ao imigrante e a seu

acompanhante, desde que o imigrante comprove possuir meios de subsistência

suficientes.

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e) a simplificação e a dispensa recíproca de visto ou de cobrança de taxas e emo-

lumentos consulares por seu processamento não poderão ser definidas por comu-

nicação diplomática.

54. Nos termos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, é correto afirmar

que

a) toda pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no

interior de um Estado.

b) são asseguradas às presidiárias condições para que possam permanecer com

seus filhos durante o período de amamentação.

c) toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas ou mi-

litares.

d) é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.

e) ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade, exceto no caso

de iminente perigo público.

55. O poder que enseja a elaboração da Constituição de um Estado-membro da

federação, organizando o arcabouço constitucional daquela unidade federada, é

denominado

a) poder constituinte derivado decorrente reformador normal.

b) poder constituinte derivado decorrente institucionalizador.

c) poder constituinte derivado decorrente revisional anômalo.

d) poder constituinte derivado decorrente reformador anômalo.

e) poder constituinte derivado decorrente revisional normal.

56. Considere a seguinte situação hipotética.

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Cidadão Argentino comete crime em seu país e empreende fuga para o Brasil. A

República Federativa da Argentina solicita sua extradição perante o Supremo Tri-

bunal Federal. Em sua defesa, o Cidadão Argentino afirma que a lei penal que lhe

incrimina é inconstitucional perante a Constituição Federal Brasileira. Neste caso, o

Supremo Tribunal Federal

a) pode apreciar a inconstitucionalidade arguida porque as normas constitucionais

logram uma amplitude internacional, impedindo a eficácia dos atos legislativos,

executivos e jurisprudenciais que as contrariarem.

b) não pode apreciar a inconstitucionalidade arguida porque as normas constitu-

cionais são originadas da ideia de Estado-Nação, vigentes, portanto, somente nos

estreitos limites territoriais daquele país.

c) pode apreciar a inconstitucionalidade arguida, desde que haja reciprocidade, ou

seja, que a autoridade argentina competente possa declarar a inconstitucionalidade

de lei brasileira em face da Constituição Argentina.

d) não pode apreciar a inconstitucionalidade arguida, pois a Constituição Federal

do Brasil, como as demais constituições, não possui a característica de supranacio-

nalidade, típica dos tratados e convenções internacionais.

e) pode apreciar a inconstitucionalidade arguida, pois ao analisar a lei internacio-

nal perante a Constituição Brasileira, os efeitos da decisão serão sentidos somente

no Brasil, o que não afeta a esfera de competência da Corte estrangeira.

57. Em suas decisões, o Supremo Tribunal Federal afirma que as normas consti-

tucionais originárias não possuem hierarquia entre si, assentando a premissa fun-

damental de que o sistema positivo constitucional constitui um complexo de nor-

mas que deve manter entre si um vínculo de coerência; em síntese, em caso de

confronto entre as normas constitucionais, devem ser apaziguados os dispositivos

constitucionais aparentemente conflitantes. Tal interpretação decorre de um princí-

pio específico de interpretação constitucional, denominado princípio da

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a) conformidade ou justeza constitucional.

b) eficácia integradora.

c) força normativa.

d) máxima efetividade.

e) unidade da constituição.

58. A Constituição Federal de 1988 garantiu a inviolabilidade do direito ao sigilo,

sendo possível, contudo, a quebra do sigilo bancário

a) mediante requisição de informações bancárias, efetuada no âmbito de procedi-

mento administrativo--fiscal.

b) desde que haja a oitiva do investigado em contraditório, ou seja, não sendo ca-

bível na fase inquisitorial do processo.

c) mediante ordem judicial, amparada em elementos probatórios que permitam

individualizar o investigado e o objeto da investigação.

d) excepcionalmente, nas hipóteses previstas no Código Civil e no Código Tributá-

rio Nacional.

e) no âmbito da justiça federal, tão somente, excluída a competência da justiça

comum estadual, face à natureza dos estabelecimentos bancários.

59. A Casa na qual tenha sido concluída a votação de projeto de lei deverá enviá-lo

ao Presidente da República que, ao considerar o projeto

a) no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-

-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do

recebimento.

b) inconstitucional, em parte, poderá apor veto parcial, no prazo de quinze dias

úteis, abrangendo artigo, parágrafo, inciso, alínea ou expressão verbal.

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c) no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-

-á total ou parcialmente, no prazo de trinta dias contados da data do recebimento.

d) contrário ao interesse público, vetá-lo-á totalmente, não podendo fazê-lo, neste

caso, de forma parcial, já que não há como cindir o interesse público.

e) no todo ou em parte, inconstitucional, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo

de vinte dias contados da data do recebimento.

60. A Constituição Federal de 1988 proclama que o advogado é indispensável à

administração da Justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exer-

cício da profissão, nos limites da lei. Em decorrência de tal previsão constitucional,

é correto afirmar que

a) a garantia da inviolabilidade não abrange manifestações injuriosas, ainda que

proferidas no estrito âmbito de discussão da causa.

b) a garantia da inviolabilidade alcança a relação advogado-cliente, não havendo

dano moral em carta de cobrança de honorários que possua expressões ofensivas.

c) a garantia da inviolabilidade impede processar criminalmente um advogado pela

suposta prática de crime de desacato.

d) o princípio da indispensabilidade determina que somente advogados possam

fazer sustentação oral em julgamento no Supremo Tribunal Federal.

e) o princípio da indispensabilidade possui exceções, como a impetração de habeas

corpus e mandado de segurança.

61. Assinale a alternativa que corretamente trata do sistema constitucional de cri-

ses.

a) Na hipótese extrema do estado de defesa, quando medidas enérgicas devem

ser tomadas para preservar a ordem pública, o preso pode ficar, excepcionalmente,

incomunicável.

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b) O Estado de Sítio pode ser defensivo, tendo como pressuposto material a ocor-
rência de uma comoção grave, cuja repercussão é nacional e que não pode ser
debelada com os instrumentos normais de segurança.
c) Logo que cesse o Estado de Defesa ou o Estado de Sítio, as medidas aplicadas
em sua vigência pelo Presidente da República serão relatadas em mensagem ao
Supremo Tribunal Federal, pois cumpre ao Judiciário o controle de legalidade dos
atos praticados.
d) Cessado o Estado de Sítio, cessam imediatamente seus efeitos, de modo que os
atos coercitivos autorizados em decreto, executados pelos delegados do Presidente
da República, são imunes ao controle judicial.
e) Os pareceres emitidos pelos Conselhos da República e de Defesa Nacional não
são vinculantes, cabendo a decretação do estado de defesa ao Presidente da Repú-
blica, que expedirá decreto estabelecendo a duração da medida.

62. Acerca da Previdência Social na Constituição Federal de 1988, é correto afirmar


que
a) os gastos havidos com bens, serviços, prestações e administração da previdên-
cia não estão submetidos a uma lógica de equilíbrio atuarial, posto que a previ-
dência se presta a auxiliar pessoas necessitadas, como trabalhadores doentes, de
idade avançada, entre outras hipóteses.
b) a previdência privada é admitida, em caráter autônomo, facultativo, contratual
e complementar, sendo vedado à União, aos Estados, aos Municípios e ao Distrito
Federal assumir a qualidade de patrocinador de tais entidades, com uma contribui-
ção igual àquela feita pelo segurado.
c) é constitucional a cobrança de contribuição previdenciária sobre os proventos
de aposentadoria e as pensões dos servidores públicos da União, dos Estados, dos
Municípios e do Distrito Federal (regime próprio) que superem o limite máximo es-

tabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social.

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d) é constitucional que um ente federativo estabeleça, por norma própria (estadu-

al, distrital ou municipal), um tempo mínimo de anos de contribuição na atividade

privada, para fins de compensação e obtenção de aposentadoria por um servidor

no regime próprio da Administração Pública.

e) professores que venham a exercer funções de direção de unidade escolar, co-

ordenação e assessoramento pedagógico não farão jus à aposentadoria especial,

pois o benefício somente será devido àqueles que comprovem o tempo de efetivo

exercício das funções de magistério exclusivamente em sala de aula.

63. Após publicar edital de licitação a fim de contratar empresa para a construção

de uma delegacia policial, a autoridade administrativa verifica a existência de um

erro na descrição do projeto básico, que afeta, de maneira significativa e inquestio-

nável, a estimativa de custos dos licitantes e a formulação das propostas a serem

apresentadas. Nesse caso, a autoridade deverá

a) anular a licitação, pois não é possível modificar um edital já publicado, devendo

iniciar um novo procedimento licitatório.

b) alterar o edital, divulgando a modificação pela mesma forma que se deu o texto

original, reabrindo o prazo inicialmente estabelecido para a apresentação das pro-

postas.

c) alterar o edital, divulgando a modificação por meio eletrônico em razão do prin-

cípio da eficiência, mantendo o prazo inicialmente estabelecido para a apresenta-

ção das propostas.

d) revogar a licitação, modificar o edital e, após, retomar o procedimento licita-

tório, com a publicação das modificações efetuadas e a reabertura do prazo para

apresentação das propostas.

e) alterar o edital, publicando a modificação no Diário Oficial, mantendo o prazo

inicialmente estabelecido para a apresentação das propostas.

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64. Executado o contrato, o recebimento provisório do objeto poderá ser dispen-

sado quando se tratar de

a) serviços profissionais.

b) gêneros não perecíveis e alimentação processada.

c) aquisição de equipamentos de grande vulto.

d) obras e serviços compostos de aparelhos, equipamentos e instalações.

e) locação de equipamentos.

65. O direito do proprietário de exigir que na desapropriação se inclua a parte res-

tante do bem expropriado, que se tornou inútil ou de difícil utilização, é denomina-

do de

a) Retrocessão.

b) Desapropriação indireta.

c) Direito de extensão.

d) Indenização de benfeitorias.

e) Direito de acrescer.

66. No âmbito da execução penal, a atribuição de apurar a conduta faltosa do

detento cometida dentro do estabelecimento prisional durante o cumprimento da

pena, assim como realizar a subsunção do fato à norma legal, verificando se a con-

duta corresponde a uma falta leve, média ou grave, e aplicar eventual sanção é do

diretor do estabelecimento prisional e decorre do poder

a) de polícia.

b) geral de cautela.

c) de tutela.

d) hierárquico.

e) Disciplinar.

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67. Servidores da Secretaria da Fazenda pretendem a ascensão do cargo de Técni-

co, posteriormente reestruturado para Analista Tributário, para o cargo de Agente

Fiscal, sob o argumento de que ambos os cargos pertencem à mesma carreira. Tal

pretensão é

a) constitucional, porque constitui mera transposição de servidor concursado de

um cargo para outro dentro da mesma pessoa jurídica de direito público.

b) inconstitucional, porque tal alteração é de competência privativa do chefe do

poder executivo e somente pode ocorrer por remoção ou permuta.

c) constitucional, porque os dois cargos possuem natureza e complexidade seme-

lhantes, e os servidores já foram previamente aprovados em concurso público.

d) inconstitucional, por constituir modalidade de provimento derivado, que propi-

cia ao servidor a investidura, sem prévia aprovação em concurso público destinado

ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual foi anteriormente

investido.

e) constitucional, porque a Constituição Federal somente prevê a necessidade de

concurso público para ingresso na administração pública e não para transposição,

transformação ou ascensão funcional.

68. A imperatividade é o atributo do ato administrativo que impõe a coercibilidade

para seu cumprimento ou execução. Dispensam esse atributo os atos administra-

tivos

a) enunciativos.

b) normativos.

c) punitivos.

d) ordinatórios.

e) vinculados.

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69. De acordo com a disciplina constante do Código Civil acerca dos vícios de von-

tade dos negócios jurídicos, assinale a alternativa correta.

a) O erro de indicação da pessoa ou da coisa a que se referir a declaração de

vontade viciará o negócio, mesmo se, por seu contexto e pelas circunstâncias, for

possível identificar a coisa ou pessoa cogitada.

b) O silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a

outra parte haja ignorado, nos negócios jurídicos bilaterais, constitui omissão cul-

posa, provando-se que, sem ela, o negócio não teria sido celebrado, ou o seria de

outro modo.

c) A coação, para viciar o negócio jurídico, deve incutir ao paciente temor de dano

iminente à sua pessoa, à sua família, aos seus bens ou a terceiros, devendo ser

levados em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde e, no temor referencial, o

grau de parentesco.

d) Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de

salvar-se, ou a pessoa pertencente ou não à sua família, de grave dano conhecido

ou não pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.

e) Se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com

a redução do proveito, segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado

o negócio jurídico, não se decretará a anulação do negócio, nos casos de lesão.

70. A respeito da prescrição e decadência, assinale a alternativa correta.

a) Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue pela pres-

crição; a exceção prescreve nos prazos processuais previstos em lei especial, não

havendo coincidência com os prazos da pretensão, em razão da sua disciplina pró-

pria.

b) A renúncia à prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita,

sem prejuízo de terceiro, antes de a prescrição se consumar; tácita é a renúncia

quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição.

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c) Os prazos de prescrição podem ser alterados por acordo das partes; a prescri-

ção pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição pela parte a quem aproveita

e, iniciada contra uma pessoa, continua a correr contra o seu sucessor.

d) A interrupção da prescrição pode se dar por qualquer interessado, somente po-

derá ocorrer uma vez e, após interrompida, recomeça a correr da data do ato que

a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.

e) Não corre a prescrição entre os cônjuges e/ou companheiros, na constância da

sociedade conjugal, entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar,

bem como contra os relativamente incapazes.

71. Com relação à posse, assinale a alternativa correta.

a) A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em

virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida,

podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o possuidor indireto.

b) Tendo em vista que a posse somente é defendida por ser um indício de proprie-

dade, obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou

de outro direito sobre a coisa.

c) Não autorizam a aquisição da posse justa os atos violentos, senão depois de

cessar a violência; entretanto, se a coisa obtida por violência for transferida, o

adquirente terá posse justa e de boa-fé, mesmo ciente da violência anteriormente

praticada.

d) É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a

aquisição da coisa. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé,

mesmo após a ciência inequívoca que possui indevidamente.

e) O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua

própria força, a qualquer tempo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem­ir

além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.

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72. A respeito da responsabilidade civil, assinale a alternativa correta.


a) A indenização mede-se pela extensão do dano, não podendo ser reduzida pelo
juiz, mesmo na existência de excessiva desproporção entre a gravidade da culpa
e o dano; se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua
indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto
com a do autor do dano.
b) A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no pagamento das per-
das e danos que sobrevierem ao ofendido; se o ofendido não puder provar prejuízo
material, caberá ao juiz fixar, equitativamente, o valor da indenização, na confor-
midade das circunstâncias do caso; considera-se ofensiva da liberdade pessoal a
denúncia falsa e de má-fé.
c) No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações, no
pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da fa-
mília e na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se
em conta a duração provável da vida do alimentado.
d) No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das
despesas do tratamento e dos danos emergentes, além de algum outro prejuízo
que o ofendido prove haver sofrido, não sendo devidos lucros cessantes.
e) Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício
ou profissão, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes
até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do tra-
balho para que se inabilitou, não podendo a indenização ser arbitrariedade paga de
uma só vez.

73. Com relação ao estabelecimento empresarial, assinale a alternativa correta.


a) O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do
estabelecimento, só produzirá efeitos quanto às partes e a terceiros depois de
averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no

Registro Público de Pessoas Jurídicas, e de publicado na imprensa local.

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b) O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos ante-

riores à transferência, mesmo não contabilizados, continuando o devedor primitivo

subsidiariamente obrigado, pelo prazo de três anos, a partir, quanto aos créditos

vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.

c) A transferência do estabelecimento importa a sub-rogação do adquirente nos

contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter

pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da

publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a res-

ponsabilidade do alienante.

d) Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode

fazer concorrência ao adquirente, nos dez anos subsequentes à transferência; no

caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição persistirá du-

rante o prazo contratual, não podendo ser superior a cinco anos.

e) A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento transferido produzirá efeito

em relação aos respectivos devedores, desde o momento da assinatura do con-

trato, e, a partir da publicação da transferência, o devedor que pagar ao cedente,

mesmo de boa-fé, terá que pagar novamente ao adquirente.

74. Poderá requerer a recuperação judicial o devedor

a) que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades empresariais

pelo período mínimo de seis meses.

b) que obteve recuperação judicial anterior, desde que decorridos ao menos 2 anos

da publicação da sentença concessiva desta.

c) condenado por crimes falimentares, desde que decorridos­ ao menos 3 anos,

bem como pelo cumprimento da penalidade imposta.

d) falido, desde que estejam declaradas extintas, por sentença transitada em jul-

gado, as responsabilidades decorrentes da falência.

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e) empresa pública ou sociedade de economia mista exercente de atividade eco-

nômica não sujeita ao regime de monopólio.

75. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua

competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da

lei. A respeito do instituto da competência, é correto afirmar que

a) as suas regras são exclusivamente determinadas pelas normas previstas no Có-

digo de Processo Civil ou em legislação especial.

b) tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo

federal competente se nele intervier a União, excluindo-se dessa regra, dentre ou-

tras, as ações de insolvência civil.

c) a ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo

juízo tem competência relativa para sua análise.

d) se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente o foro do do-

micílio do inventariante para análise do inventário.

e) a ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de seu domicílio.

76. A Lei no 9.507, de 12 de novembro de 1997, disciplina o rito processual do ha-

beas data, nos seguintes termos:

a) o seu pedido não poderá ser renovado, em caso de decisão denegatória.

b) o seu processo terá prioridade sobre todos os atos judiciais, exceto mandado de

segurança e injunção.

c) o impetrante fará jus à gratuidade de Justiça, tendo ou não recursos financeiros

para arcar com as custas e as despesas processuais.

d) ao despachar a inicial, se o juiz verificar que não é caso de habeas data, inti-

mará o impetrante para que adite o seu pedido, convertendo-o em mandado de

segurança.

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e) quando for hipótese de sentença concessiva, o recurso de apelação interposto

terá efeito devolutivo e suspensivo.

77. As tutelas requeridas ao Poder Judiciário podem ter caráter definitivo ou pro-

visório. No que diz respeito à tutela provisória de urgência, é correto afirmar que

a) a tutela antecipada e a de evidência são suas espécies.

b) quando requerida em caráter incidental, exige o pagamento de custas.

c) a sua efetivação observará as normas referentes ao cumprimento definitivo da

sentença.

d) pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.

e) quando antecedente, como regra, será requerida ao juiz do foro do domicílio do

autor.

78. Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,

não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com

abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo

receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais

forem as funções que exerça. No que concerne ao procedimento do mandado de

segurança individual, assinale a afirmativa correta.

a) Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo


grau de jurisdição.

b) É cabível a condenação do contestante ao pagamento de honorários advocatí-

cios.

c) O vencido pode interpor recurso de embargos infringentes, quando a decisão da

apelação for tomada por maioria de votos.

d) O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após a prolação da sentença.

e) Da decisão do juiz de primeiro grau que denegar a liminar caberá agravo de

instrumento, mas a que conceder será recorrível quando da apelação.

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79. A respeito dos critérios para a modificação da competência do juízo cível, é

correto afirmar que

a) a competência absoluta poderá modificar-se pela conexão ou pela continência.

b) reputam-se continentes 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pe-

dido ou a causa de pedir.

c) antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada

ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro

de domicílio do réu.

d) se dá a conexão entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto

às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o

das demais.

e) a citação do réu torna prevento o juízo.

80. A Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, trata da ação civil pública de respon-

sabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos

de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, dentre outros direitos

difusos, disciplinando que

a) poderá ter por objeto a condenação em dinheiro; o cumprimento de obrigação

de fazer, não fazer ou dar; ou ainda a constituição ou desconstituição de ato ou

negócio jurídico.

b) na hipótese de desistência do autor, o Ministério Público assumirá a titularidade

ativa, apenas se determinado pelo juiz da causa.

c) qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do Mi-

nistério Público para o seu ajuizamento, ministrando-lhe informações sobre fatos

que constituam seu objeto, indicando-lhe os elementos de convicção.

d) será cabível para veicular pretensões que envolvam tributos ou contribuições

previdenciárias.

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e) o Ministério Público e a Defensoria Pública poderão instaurar, sob sua presidên-

cia, inquérito civil para apurar fatos que possam dar ensejo a sua propositura.

81. O Poder Judiciário é um dos poderes constituídos da República Federativa do

Brasil, cujo regime jurídico vem tratado nos artigos 92 e seguintes da Constituição

Federal e assevera que

a) os servidores receberão delegação para a prática de atos de mero expediente

sem caráter decisório.

b) a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedadas férias coletivas nos

juízos de duplo grau de jurisdição e tribunais superiores, funcionando, nos dias em

que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente.

c) todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e as deci-

sões judiciais fundamentadas, quando necessário.

d) a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição, sal-

vo se o jurisdicionado assim não o requerer.

e) pelo voto da maioria simples dos membros do respectivo órgão especial pode-

rão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder

Público.

82. A ação popular, regulada pela Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965, tem como

objetivo a defesa do patrimônio público, assim entendido os bens e direitos de va-

lor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico. Acerca da ação popular, é

correto afirmar que

a) a prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com a exibição de RG

(Registro Geral de Identificação), ou com documento que a ele corresponda.

b) é facultado a qualquer cidadão habilitar-se como litisconsorte ou assistente do

autor, desde que o faça, até a citação do réu.

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c) o Ministério Público acompanhará a ação, podendo assumir a defesa do ato im-

pugnado ou dos seus autores, se assim se convencer.

d) as partes pagarão custas e preparo, quando da interposição de eventual recurso

contra a sentença.

e) a sentença incluirá sempre, na condenação dos réus, o pagamento, ao autor,

das custas e demais despesas, judiciais e extrajudiciais, diretamente relacionadas

com a ação e comprovadas, bem como o dos honorários de advogado.

83. De acordo com o previsto na Lei Federal no 4.737/1965 (Código Eleitoral), as

juntas eleitorais

a) têm como atribuição apurar, no prazo de 2 (dois) dias, as eleições realizadas nas

zonas eleitorais sob sua jurisdição.

b) possuem, em sua composição, 2 (dois) ou 4 (quatro) cidadãos de notória ido-

neidade, sendo que tais cidadãos não poderão ser autoridades ou agentes policiais,

nem funcionários no desempenho de cargos de confiança do Executivo.

c) são competentes para expedir títulos eleitorais, conceder transferência de elei-

tores e determinar a inscrição ou exclusão de eleitores.

d) serão sempre presididas por um juiz eleitoral, não podendo haver mais de uma

junta por Zona Eleitoral.

e) não mais são competentes para expedir os diplomas nas eleições municipais,

desde o advento do voto eletrônico em substituição ao voto manual.

84. É correto afirmar que a Resolução TSE no 21.538/2003 prevê que

a) o número de inscrição do eleitor poderá contar com até 12 (doze) dígitos, sendo

que os dígitos nas posições nove e dez corresponderão ao Estado da Federação de

origem, sendo a Bahia representada pelo código 05.

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b) o eleitor poderá escolher local de votação pertencente a uma zona eleitoral di-

versa daquela em que tem domicílio, desde que fundamente seu pedido, com cir-

cunstâncias como residência de parentes na zona eleitoral em que pretende votar.

c) o brasileiro nato que não se alistar até os 18 anos ou o naturalizado que não

se alistar até um ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira incorrerá em

multa imposta pelo juiz eleitoral e cobrada no ato da inscrição.

d) os homônimos consistem no agrupamento pelo batimento de duas ou mais ins-

crições ou registros que apresentem dados iguais ou semelhantes, segundo crité-

rios previamente definidos pelo Tribunal Superior Eleitoral.

e) para fins de alistamento, o certificado de quitação do serviço militar não é con-

siderado documento hábil a comprovar a nacionalidade brasileira, sendo, todavia,

aceita a carteira emitida pelos órgãos criados por lei federal, controladores do exer-

cício profissional.

85. No que tange à justificação do não comparecimento à eleição, prevê a Justiça

Eleitoral que será cancelada a inscrição do eleitor que se abstiver de votar em três

eleições consecutivas,

a) salvo se houver apresentado justificativa para a falta ou efetuado o pagamen-

to da multa, ficando excluídos do cancelamento os eleitores que, por prerrogativa

constitucional, não estejam obrigados ao exercício do voto e cuja idade não ultra-
passe os oitenta anos.

b) salvo se houver apresentado justificativa para a falta ou efetuado o pagamento

da multa, ficando aqueles cuja idade ultrapasse os oitenta anos sujeitos à regra

especial de prova de vida anual.

c) salvo se houver apresentado justificativa para a falta ou efetuado o pagamen-

to da multa, ficando excluídos do cancelamento os eleitores que, por prerrogativa

constitucional, não estejam obrigados ao exercício do voto e cuja idade não ultra-

passe os dezessete anos.

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d) salvo se houver apresentado justificativa para a falta, efetuado o pagamento da

multa e comparecido perante a Zona Eleitoral em que está alistado para, pessoal-

mente, fazer o requerimento de reativação do alistamento eleitoral.

e) salvo se houver apresentado justificativa para a falta ou efetuado o pagamento

da multa, não ficando excluída, entretanto, a inscrição dos que não sejam obri-

gados ao exercício de voto, como, por exemplo, os maiores de setenta anos, de

qualquer idade.

86. Nos termos da Lei Federal no 4.504/1964, assinale a alternativa correta.

a) Módulo Rural é o imóvel rural de área e possibilidades inferiores às da proprie-

dade familiar.

b) Reforma agrária é o conjunto de providências de amparo à propriedade da terra,

que se destinam a orientar as atividades agropecuárias, no interesse da economia

rural, para garantir ao trabalhador rural o pleno emprego e integração com o pro-

cesso de industrialização do país.

c) É dever do Poder Público promover e criar condições de acesso do trabalhador

rural e urbano à moradia própria, de preferência nas regiões onde trabalha.

d) Latifúndio é a denominação dada a propriedade rural de grande extensão, per-

tencente a uma ou várias pessoas, a uma família ou empresa, com exploração

agrícola e/ou agropecuária, que segue um sistema moderno de produção, com uti-

lização de maquinários e aparelhos tecnológicos que garantem alta produtividade

da terra.

e) Imóvel rural é o prédio rústico, de área contínua, qualquer que seja a sua loca-

lização, que se destina à exploração extrativa agrícola, pecuária ou agroindustrial,

quer através de planos públicos de valorização, quer através da iniciativa privada.

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87. Nos termos da Lei Federal no 8.629/1993, que dispõe sobre a regulamentação

dos dispositivos constitucionais relativos à reforma agrária, assinale a alternativa

correta.

a) Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal desapropriar, por interesse

social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua

função social.

b) A pequena e a média propriedade rural são insusceptíveis de desapropriação

para fins de reforma agrária, ainda que o seu proprietário possua outra propriedade

rural.

c) A desapropriação por interesse social do imóvel rural que não cumpra sua fun-

ção social importa a prévia e justa indenização, inclusive no que tange às benfeito-

rias úteis e necessárias, por meio de títulos da dívida ativa.

d) As terras rurais de domínio da União, dos Estados e dos Municípios ficam desti-

nadas, preferencialmente, execução de planos de reforma agrária.

e) Perderá a condição de beneficiário dos projetos de assentamento para fins de

reforma agrária quem vier a ocupar cargo, emprego ou função pública remunerada,

ainda que a atividade assumida seja compatível com a exploração da parcela pelo

indivíduo ou pelo núcleo familiar beneficiado.

88. Nos termos da Lei nº 6.969/1981 e da Constituição Federal, assinale a alter-


nativa correta.

a) A usucapião especial referida por essa Lei abrange as terras públicas e parti-

culares, em geral, sem prejuízo de outros direitos conferidos ao posseiro, pelo Es-

tatuto da Terra ou pelas leis que dispõem sobre processo discriminatório de terras

devolutas.

b) A aquisição do domínio da área rural, por meio da usucapião especial, preen-

chidas as condições estabelecidas na Lei e na Constituição Federal, independem de

justo título e boa fé do adquirente.

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c) Todo aquele que, mesmo sendo proprietário urbano, possuir como sua, por cin-

co anos ininterruptos, área rural contínua, tornando-a produtiva por seu trabalho,

tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.

d) O benefício da assistência judiciária gratuita na ação de usucapião especial não

abrange as custas do cartório de Registro de Imóveis.

e) A usucapião especial de terras devolutas não pode ser reconhecida adminis-

trativamente, devendo ser reconhecida judicialmente, na comarca da situação do

imóvel.

89. Havendo a incorporação de uma pessoa jurídica de direito privado por outra, os

tributos e as multas devidos pela pessoa jurídica incorporada até o ato de incorpo-

ração são de responsabilidade

a) da pessoa jurídica que resultar da incorporação, por sucessão.

b) do alienante, por direito próprio.

c) dos sócios da sociedade incorporada, por transferência.

d) da pessoa jurídica incorporada, por direito próprio.

e) dos sócios da pessoa jurídica que resultar da incorporação, por transferência.

90. O artigo 144 do Código Tributário Nacional dispõe que o lançamento se repor-

ta à data da ocorrência do fato gerador da obrigação, regendo-se pela lei então

vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. O Código Tributário

Nacional excepciona essa regra, admitindo a aplicação da legislação tributária que,

posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação,

a) interprete expressamente ato ou fato pretérito quanto à aplicação de penalida-

de à infração dos dispositivos interpretados.

b) institua novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliando os

poderes de investigação das autoridades administrativas.

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c) outorgue ao crédito maiores garantias ou privilégios para o efeito de atribuir


responsabilidade tributária a terceiros.
d) altere os critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício
do lançamento.
e) deixe de definir ato definitivamente julgado como infração.

91. Os representantes legais de uma determinada empresa tiveram instaurado


contra si inquérito policial para apurar a suposta prática dos crimes previstos nos
artigos 1o, I e II, da Lei no 8.137/90, porque teriam omitido da folha de pagamento
da empresa e de documento de informações previstos pela legislação previden-
ciária, segurados empregados e contribuintes individuais, não recolhendo as res-
pectivas contribuições previdenciárias no período de 10/2014 a 1/2017. Houve a
realização de lançamento de ofício pelos agentes fiscais. Inconformados, os repre-
sentantes legais ajuizaram ação anulatória do lançamento tributário, realizando o
depósito integral do montante exigido pelo Fisco. O depósito do montante integral
do crédito tributário
a) é causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, que equivale ao pa-
gamento do débito, extinguindo a punibilidade dos crimes.
b) é causa de extinção do crédito tributário e, por conseguinte, de extinção da pu-
nibilidade dos crimes.
c) é causa de exclusão do crédito tributário, que corresponde ao pagamento, ex-
tinguindo a punibilidade dos crimes tributários.
d) é causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, não sendo suficiente
para extinguir a punibilidade dos crimes tributários, porque não equivale ao paga-
mento do débito.
e) é causa de exclusão da exigibilidade do crédito tributário, não sendo suficiente
para extinguir a punibilidade dos crimes tributários, por não produzir os mesmos

efeitos da moratória.

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92. Nos termos do disposto na Lei no 12.651/2012, assinale a alternativa correta.

a) Não é permitido, em qualquer hipótese, o acesso de pessoas e animais às Áreas

de Preservação Permanente.

b) Não haverá, em qualquer hipótese, direito à regularização de futuras interven-

ções ou supressões de vegetação nativa, além das previstas nesta Lei, nas Áreas

de Preservação Permanente.

c) Não poderá ser autorizada, em qualquer hipótese, a supressão de vegetação

nativa protetora de nascentes, dunas e restingas, nas Áreas de Preservação Per-

manente.

d) Os empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto

estão sujeitos à constituição de Reserva Legal.

e) Será exigida Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou desapropriadas com

o objetivo de implantação e ampliação de capacidade de rodovias e ferrovias.

93. Beltrano Benedito estava andando por uma estrada rural e encontrou um filho-

te de Jaguatirica ferido. Levou-o para casa e, após cuidar dos ferimentos, passou

a criá-lo como se fosse seu animal doméstico. Em conformidade com o disposto na

Lei no 9.605/1998, é correta a seguinte afirmação:

a) Como o animal iria morrer se não fosse socorrido, Beltrano pode ficar com ele

sem necessidade de licença ou autorização da autoridade ambiental.

b) Se Beltrano mantiver o animal sem licença ou autorização da autoridade am-

biental, estará praticando crime contra o meio ambiente, considerado inafiançável.

c) Por se tratar de filhote de espécime da fauna silvestre, se Beltrano ficar com o

animal sem licença ou autorização, terá a pena por crime ambiental aumentada de

um sexto a um terço.

d) Beltrano deverá entregar o animal a uma autoridade ambiental, pois não é pos-

sível obter permissão, licença ou autorização para ficar com o animal.

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e) A ação de Beltrano se tipifica como crime contra a fauna, que o sujeita à pena

de detenção e multa, mas o juiz, considerando as circunstâncias, poderá deixar de

aplicar a pena.

94. Quanto às normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades

que envolvem organismos geneticamente modificados – OGM, é correta a seguinte

assertiva:

a) É permitida engenharia genética em célula germinal humana, zigoto humano e

embrião humano.

b) São permitidos a utilização, a comercialização, o re-gistro, o patenteamento e o

licenciamento de tecnologias genéticas de restrição do uso.

c) É proibida a implementação de projeto relativo a OGM sem a manutenção de

registro de seu acompanhamento individual.

d) Derivado de OGM é todo produto obtido de OGM e que possua capacidade au-

tônoma de replicação.

e) É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco em-

brionárias obtidas de embriões humanos viáveis, produzidos por fertilização in vi-

tro.

95. Assinale a alternativa correta no que diz respeito à criminologia e ao controle

social.

a) A criminologia crítica radical, através de análises profundas e contundentes,

busca apresentar meios eficazes de aperfeiçoamento do controle social exercido

pela justiça criminal.

b) A afirmação do criminólogo Jeffery, no sentido de que “mais leis, mais penas,

mais policiais, mais juízes, mais prisões significam mais presos, porém não neces-

sariamente menos delitos”, refere-se a uma crítica ao controle social informal.

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c) A esterilização eugenista aplicada a criminosos contumazes e estupradores com

o objetivo de evitar a procriação foi sustentada, no início do século XX, como forma

de controle social por correntes criminológicas derivadas do pensamento positivis-

ta.

d) a conclusão de uma pesquisa que indica maior punibilidade para negros (mais

condenados do que indiciados e mais presos em flagrante do que indiciados por

portaria) contradiz os fundamentos da criminologia crítica em relação ao controle

social.

e) A incipiente criminologia na escola clássica afastava o livre-arbítrio como funda-

mento do sistema penal de controle social.

96. Assinale a alternativa que contém um exemplo de prevenção de infrações pe-

nais preponderantemente primária.

a) Construção de uma praça com equipamentos de lazer em uma comunidade com

altos índices de criminalidade e de vulnerabilidade social com o fim de evitar que

jovens daquele local, em especial em situação de risco, envolvam-se com a crimi-

nalidade.

b) Projeto Começar de Novo, que visa devolver aos cumpridores de pena e egres-

sos a autoestima e a cidadania suprimidas com a privação de sua liberdade, por

meio de ações de caráter preventivo, educativo e ressocializador, atuando, assim,

na humanização, a fim de que referido público valorize a liberdade e passe a fazer

escolhas melhores em sua vida, evitando o retorno ao cárcere.

c) Implementação de sistemas de leitores óticos de placas de veículos nas ruas e

avenidas da cidade de Salvador para identificação de veículos relacionados a algum

tipo de crime.

d) Bloqueio que impeça a ativação e utilização de aparelhos de telefonia celular

subtraídos do legítimo proprietário por meio de uma conduta criminosa.

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e) Melhoria de atendimento pré e pós-natal a todas as gestantes de uma determi-

nada cidade com a finalidade de reduzir os índices criminais no município.

97. No que diz respeito aos estudos desenvolvidos no âmbito da vitimologia, assi-

nale a alternativa correta.

a) O linchamento do autor de um crime por populares em uma rua pode ser clas-

sificado como uma vitimização secundária e terciária.

b) A chamada da vítima na fase processual da persecução penal para ser ouvida

sobre o crime, por inúmeras vezes, é denominada de vitimização secundária.

c) A longa espera da vítima de um crime em uma delegacia de polícia para o regis-

tro do crime é denominada de vitimização terciária.

d) A vítima só passa a ter um contorno sistemático em sua abordagem criminoló-

gica a partir do fim da primeira guerra mundial, na segunda década do século XX.

e) As pesquisas de vitimização têm por objetivo principal mensurar a vitimização

secundária.

98. Em relação ao conceito de crime, de criminoso e de pena nas diversas corren-

tes do pensamento criminológico e ao desenvolvimento científico de seus modelos

teóricos, é correto afirmar:

a) A criminologia científica nasceu no ambiente do século XVIII, recebendo contri-

buições da Escola Positivista, mas ganhando contornos mais precisos com a Escola

Clássica.

b) A criminologia crítica compreende que a finalidade da sociedade é atingida quan-

do há um perfeito funcionamento das suas instituições, de forma que os indivíduos

compartilhem as regras sociais dominantes.

c) As teorias desenvolvidas nas escolas positivistas a partir do método dedutivo

buscaram maximizar as garantias individuais na persecução penal e fora dela.

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d) No pensamento criminológico das escolas clássicas, identifica-se uma grande

preocupação com os conceitos de crime e pena como entidades jurídicas e abstra-

tas de modo a estabelecer a razão e limitar o poder de punir do Estado.

e) Os modelos teóricos de integração que compõem a criminologia tradicional par-

tem da premissa de que toda a sociedade está, a cada momento, sujeita a pro-

cessos de mudança, exibindo dissensão e conflito, haja vista que todo elemento

em uma sociedade contribui, de certa forma, para sua desintegração e mudança.

Sendo assim, a sociedade é baseada na coerção de alguns de seus membros por

outros.

99. No tocante às teorias da subcultura delinquente e da anomia, assinale a alter-

nativa correta.

a) Uma das principais críticas às teorias da subcultura deliquente é a de que ela

não consegue oferecer uma explicação generalizadora da criminalidade, havendo

um apego exclusivo a determinado tipo de criminalidade, sem que se tenha uma

abordagem do todo.

b) A teoria da anomia, sob a perspectiva de Durkheim, define-se a partir do sinto-

ma do vazio produzido no momento em que os meios socioestruturais não satisfa-

zem as expectativas culturais da sociedade, fazendo com que a falta de oportuni-

dade leve à prática de atos irregulares para atingir os objetivos almejados.

c) A teoria da anomia, sob a perspectiva de Merton, define-se a partir do momento

em que a função da pena não é cumprida, por exemplo, instaura-se uma disfunção

no corpo social que desacredita o sistema normativo de condutas, fazendo surgir

a anomia. Portanto, a anomia não significa ausência de normas, mas o enfraqueci-

mento de seu poder de influenciar condutas sociais.

d) O utilitarismo da ação é um dos fatores que caracterizam a subcultura deliquen-

cial sob a perspectiva de Albert Cohen.

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e) O sentimento de impunidade vivenciado por uma sociedade é antagônico ao

conceito de anomia identificado sob a ótica de Durkheim.

100. Assinale a alternativa que indica a correta relação da Criminologia com a Po-

lítica Criminal, Direito Penal ou com o Sistema de Justiça Criminal.

a) O Direito Penal é condicionante e moldura da criminologia, visto que esta tem

por objeto o estudo do crime e, assim, parte em suas diversas correntes e teorias,

das definições criminais dogmáticas e legais postas pelo Direito Penal, e a elas se

circunscreve.

b) A Criminologia, especialmente em sua vertente crítica, tem como incumbência

a explicação e justificação do Sistema de Justiça Criminal que tem por finalidade a

implementação do Direito Penal e consequente prevenção criminal.

c) A Política Criminal é uma disciplina que estuda estratégias estatais para atuação

preventiva sobre a criminalidade, e que tem como uma das principais finalidades o

estabelecimento de uma ponte eficaz entre a criminologia, enquanto ciência empí-

rica, e o direito penal, enquanto ciência axiológica.

d) A Política Criminal é condicionante e moldura da criminologia, visto que esta

tem por objeto o estudo do crime e, assim, parte em suas diversas correntes e

teorias, das definições criminais dogmáticas e legais postas pela Política Criminal,

e a elas se circunscreve.

e) As teorias criminológicas da integração ou do consenso apontam o sistema de

justiça criminal como fator que pode aprofundar a criminalidade, deslocando o pro-

blema criminológico do plano da ação para o da reação.

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GABARITO

1. E 26. D 51. E 76. C

2. A 27. D 52. B 77. D

3. D 28. B 53. C 78. A

4. C 29. A 54. A 79. C

5. C 30. C 55. B 80. C

6. B 31. C 56. A 81. A

7. C 32. E 57. E 82. E

8. A 33. E 58. C 83. B

9. D 34. D 59. A 84. A

10. B 35. B 60. D 85. E

11. E 36. C 61. D 86. E

12. A 37. E 62. C 87. D

13. C 38. B 63. B 88. B

14. A 39. D 64. A 89. A

15. C 40. A 65. C 90. B

16. A 41. E 66. E 91. D

17. E 42. B 67. A 92. B

18. E 43. C 68. A 93. E

19. D 44. E 69. E 94. C

20. A 45. B 70. D 95. C

21. C 46. D 71. A 96. E

22. D 47. D 72. B 97. B

23. E 48. E 73. C 98. D

24. B 49. A 74. D 99. A

25. A 50. C 75. B 100. C

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QUESTÕES COMENTADAS

1. Uma frase em consonância com o que se argumenta no texto é:


a) Essencialmente racional, a literatura diferencia-se das demais manifestações
artísticas por ser ela incapaz de despertar reações corpóreas.
b) Um texto literário exige mais concentração e esforço intelectual para ser com-
preendido, em comparação com outros tipos de texto.
c) A literatura é imprescindível para que o pensamento racional seja cultivado em
detrimento de percepções motivadas pelo instinto.
d) Somos incapazes de ver aspectos positivos na adaptação de um filme do qual
gostamos muito, pois nosso julgamento é puramente emocional.
e) Inseridos em um contexto impregnado de informação, precisamos da literatura
mais do que nunca para aguçar nossa imaginação.

A questão avalia a capacidade de o candidato compreender, a partir da leitura sis-


têmica do texto, a ideia principal defendida pela autora. As alternativas de A a D
propõem interpretações que vão de encontro ao que defende o texto. A alternativa
E é a única correta e pode ser validada no texto, especificamente nos parágrafos 4
e 5. Os trechos “Somos bombardeados todo dia, o dia inteiro, por informações” e
“A resposta está, como já evoquei mais acima, na potência guardada pela ficção e
pela poesia para disparar a imaginação” corroboram a interpretação apresentada
neste item.

2. O primeiro parágrafo permanecerá redigido conforme a norma-padrão e com o


sentido preservado, caso o sinal de dois-pontos seja substituído pela vírgula seguida
da seguinte expressão:
a) porquanto
b) ainda que
c) em contrapartida
d) por conseguinte
e) a fim de que

No texto, o sinal de dois pontos introduz uma explicação ou causa do que foi afir-
mado na oração, ou seja, o fato de que “o sentido foi mantido, a escolha do elenco
foi adequada, e a trilha sonora reforçou a camada afetiva da narrativa” é causa do

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fato de que “gostamos do filme também”. O conector “porquanto”, apresentado na


alternativa A, estabelece relação de causa, logo coaduna-se com a ideia que perpas-
sa o texto. Os demais conectores estabelecem ideias não autorizadas pela coerência
textual: “ainda que” – concessão; “em contrapartida” – oposição; “por conseguinte”
– conclusão; e “a fim de que” – finalidade.

3. Considerando as regras de pontuação de acordo com a norma-padrão, assinale


a alternativa em que um trecho do texto está corretamente reescrito.
a) Essa potência vem – entre outros aspectos – do tanto que a literatura exige, de
nós leitores.
b) Não falo do esforço de compreender um texto nem da atenção, que as histórias
e os poemas, exigem de nós. Embora sejam incontornáveis, também.
c) A literatura para além do prazer intelectual (inegável); oferece algo diferente.
d) A resposta está (como já evoquei mais acima) na potência guardada pela ficção,
e pela poesia, para disparar a imaginação.
e) Mas afinal o que é, a imaginação? Essa noção tão corriqueira, e sobre a qual
refletimos, tão pouco?

a) A vírgula imediatamente após “exige” não está gramaticalmente correta, por-


quanto não se separa o verbo de seu complemento.
b) Deve-se retirar a vírgula imediatamente após poemas, visto que não se separa o
sujeito “as histórias e os poemas” da forma verbal “exigem”.
c) Como falei na alternativa anterior, não se separa o sujeito do verbo. Dessa forma,
o ponto e vírgula deve ser suprimido.
d) Opção correta.
e) A vírgula imediatamente após a forma verbal “é” deve ser retirada, pois os ter-
mos estão na ordem direta.

4. Há emprego correto das formas verbais e correlação adequada entre tempos e


modos, conforme a norma – padrão, em:
a) Talvez seja válido considerar que o que nos desagradasse na adaptação de de-
terminado livro seja a ausência de nossa própria leitura, pois sempre esperarmos­
ver nossas expectativas correspondidas na tela.
b) Por mais que uma adaptação se proposse a ser fiel à obra em que se baseou,
sempre haveria aspectos de divergência, uma vez que o filme tivera uma lingua-
gem própria e traduzira uma leitura particular.

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c) Considerando que os leitores tenham modos peculiares de pensar e sentir, a


apreensão de um texto literário não será a mesma para todos, ainda que determi-
nadas interpretações possam ser partilhadas.
d) Se as pessoas manterem o hábito de ler textos literários, teriam muito a ganhar,
pois a literatura não apenas é fundamental para que desenvolvêssemos nosso inte-
lecto mas também é importante para expandirmos a imaginação.
e) Quando as pessoas passassem a dedicar mais tempo à leitura e à introspecção,
será possível ampliar suas potencialidades intelectuais e emocionais, de modo que
isso alterará a maneira como elas executariam todas as suas atividades cotidianas.

b) O Pretérito imperfeito do subjuntivo do verbo propor é “propusesse”, e não pro-


posse.
c) Opção correta.
d) Lembre-se: o verbo manter é derivado do verbo ter. Vamos conjugar agora o
verbo ter no futuro do subjuntivo. SE eu tiver Se tu tiveres Se ele tiver Se nós ti-
vermos Se vós tiverdes Se eles tiverem Então, devemos substituir a forma verbal
“manterem” por mantiverem.
e) Importante! Observe a seguinte construção: Se ela for embora, o que você faria?
A frase tem um defeito básico: os tempos verbais não foram corretamente sele-
cionados. For se correlaciona com fará (futuro do presente): Se ela for embora, o
que você fará? Para empregar faria (futuro do pretérito), é necessário usar fosse:
Se ela fosse embora, o que você faria? Ressalto: há duas formas de corrigirmos
esta alternativa. Observe que o futuro do presente se correlaciona com o futuro do
subjuntivo – e o futuro do pretérito se correlaciona com o pretérito imperfeito do
subjuntivo. Construções corretas: 1) Quando as pessoas passarem a dedicar mais
tempo à leitura e à introspecção, será possível ampliar suas potencialidades inte-
lectuais e emocionais, de modo que isso alterará a maneira como elas executarão
todas as suas atividades cotidianas. 2) Quando as pessoas passassem a dedicar
mais tempo à leitura e à introspecção, seria possível ampliar suas potencialidades
intelectuais e emocionais, de modo que isso alteraria a maneira como elas execu-
tariam todas as suas atividades cotidianas.

5. A concordância está em conformidade com a norma-padrão na seguinte frase:


a) São comuns que a adaptação de livros para o cinema suscitem reações negati-
vas nos fãs do texto escrito.

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b) Cabem aos leitores completar, com a imaginação, as lacunas que fazem parte
da estrutura significativa do texto literário.
c) Aos esforços envolvidos na leitura soma-se a imaginação, a que a linguagem
literária apela constantemente.
d) Algumas pessoas mantém o hábito de só assistirem à adaptação de uma obra
depois de as terem lido, para não ser influenciadas.
e) Há livros que dispõe de uma infinidade de adaptações para o cinema, as quais
tende a compor seu repertório de leituras.

a) A forma verbal “São” e o adjetivo “comuns” devem ser substituídos, respectiva-


mente, por É necessário, pois o sujeito desta forma verbal é a oração “que a adap-
tação de livros para o cinema suscitem reações negativas nos fãs do texto escrito”.
Observe a explicação abaixo Concordância com o sujeito oracional. Neste caso, o
verbo ficará sempre na terceira pessoa do singular. Compete aos parlamentares
trabalhar com seriedade. Caro aluno, há mais um erro de concordância: a forma
verbal “suscitem” deve ser empregada na terceira pessoa do singular suscite, para
concordar com o núcleo do sujeito “adaptação”
b) Temos aqui mais um caso de sujeito oracional. A forma verbal “cabem” (no
plural) contraria o rigor gramatical, visto que o sujeito do verbo caber é a oração
“completar, (...), a lacuna”.
c) Opção correta.
d) Como o sujeito da forma verbal “mantém” é “Algumas pessoas”, deve-se em-
pregar mantêm (terceira pessoa do plural) em vez de “mantém” (terceira pessoa
do singular).
e) Nesta construção, o verbo dispor tem de concordar com o referente do pronome
relativo “que”, ou seja, com o termo “livros”. Então, substitui-se a forma verbal
“dispõe” por dispõem (terceira pessoa do plural)

6. Assinale a alternativa cuja redação está em conformidade com a linguagem em-


pregada em um memorando enviado ao Chefe do Departamento de Administração
de um determinado órgão público.
a) Conforme orientações do Plano Geral de informatização, requero a Sua Senhoria
ver a possibilidade de agilizar à reforma da sala de informática deste Departamen-
to, haja vista que a troca dos computadores está prevista para ocorrer acerca de
um mês antes do prazo.

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b) Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito a Vossa Senhoria verificar


a possibilidade de antecipar a reforma da sala de informática deste Departamento,
tendo em vista que a troca dos computadores será realizada com um mês de an-
tecedência.
c) À partir do estabelecido no Plano Geral de informatização, venho por meio deste
instrumento, com respeito à Sua Excelência, demandar da antecipação da reforma
da sala de informática deste Departamento, em decorrência que a troca dos com-
putadores está para acontecer um mês antes do previsto.
d) Pelo que dispõe o Plano Geral de informatização, peço licença à Vossa Exce-
lência para pedir que a reforma da sala de informática deste Departamento seja
adiantada, por que antecipou-se em um mês a troca dos computadores.
e) Por determinação do Plano Geral de informatização, estou averiguando da pos-
sibilidade da Vossa Senhoria priorisar a reforma da sala de informática deste De-
partamento, à qual precisará ser antecipada, já que a troca dos computadores
antecipará-se em um mês.

Nas demais alternativas, as frases apresentam erros gramaticais e outras inade-


quações, como quebra da concisão e da impessoalidade. Destacam-se, para cada
frase, os erros de natureza gramatical.
a) Conforme orientações do Plano Geral de informatização, requero requeiro a Sua
Vossa Senhoria ver a possibilidade de agilizar à a reforma da sala de informática
deste Departamento, haja vista que a troca dos computadores está prevista para
ocorrer acerca cerca de um mês antes do prazo.
b) Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito a Vossa Senhoria verificar
a possibilidade de antecipar a reforma da sala de informática deste Departamento,
tendo em vista que a troca dos computadores será realizada com um mês de an-
tecedência.
c) À A partir do estabelecido no Plano Geral de informatização, venho por meio des-
te instrumento, com respeito à a Sua Vossa Excelência, demandar da a antecipação
da reforma da sala de informática deste Departamento, em decorrência de que a
troca dos computadores está para acontecer um mês antes do previsto.
d) Pelo que dispõe o Plano Geral de informatização, peço licença à a Vossa Exce-
lência para pedir que a reforma da sala de informática deste Departamento seja
adiantada, por que porque se antecipou-se em um mês a troca dos computadores.

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e) Por determinação do Plano Geral de informatização, estou averiguando da a


possibilidade da Vossa Senhoria priorisar priorizar a reforma da sala de informática
deste Departamento, à a qual precisará ser antecipada, já que a troca dos compu-
tadores antecipará-se antecipar-se-á/se antecipará em um mês.

7. O sistema operacional Windows possui um recurso denominado Área de Trans-


ferência, que
a) é utilizado para a sincronização de arquivos entre computadores.
b) é utilizado para a realização de cópias de segurança (backups) do disco rígido
do computador para outro disco.
c) é destinado a armazenar temporariamente elementos que foram copiados ou
recortados.
d) permite que as configurações do computador sejam transferidas para outro
computador.
e) permite que arquivos sejam transferidos de um computador para outro.

A área de transferência utiliza uma parte da memória RAM (Random Access Me-
mory – Memória de Acesso Aleatório), que é volátil (perde seus dados ao cessar o
fornecimento de energia), para armazenar os itens copiados ou recortados. Con-
siderando-se seu conceito e a possibilidade de que os itens sejam copiados de um
computador e colados em uma pasta compartilhada na rede, poderíamos entender
que a opção E também poderia ser considerada correta, até mesmo pela possibili-
dade de colar algum item em um pendrive e, assim, passá-lo para outro computa-
dor, porém, nesse caso indiretamente.

8. Um usuário do Microsoft Office Excel (versão 2013 ou 2016), em sua configura-

ção padrão e versão em português, editou a seguinte planilha:

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Posteriormente, foi digitada a fórmula a seguir na célula D7.

=SOMASES(A1:A6;B1:B6;”>3”;C1:C6;”<7”)

O resultado produzido em D7 foi:

a) 9

b) 11

c) 14

d) 25

e) 28

A função =SOMASES(A1:A6;B1:B6;”>3”;C1:C6;”<7”) possui a seguinte sintaxe

A1:A6 é o intervalo a ser somado, porém, para que os valores aqui possam ser

somados, os critérios estabelecidos devem ser atendidos em todos os intervalos

seguintes;

B1:B6 é o primeiro intervalo a ser analisado, segundo o qual o critério para esse

intervalo é que os números sejam “>3”;

C1:C6 é o primeiro intervalo a ser analisado, segundo o qual o critério para esse

intervalo é que os números sejam “<7”.

Observação: A análise dos critérios deve ser feita linha por linha. Exemplo: na linha

1, ocorre:

Em que: A1 = 2 (valor a ser somado, somente se B1 for >3 e C1 <7. Como B1=4 é

menor do que 3 e C1 é menor do que 7, o valor de A1=2 será somado. Essa mes-

ma análise deve ser feita linha por linha. Apenas na linha 6 todos os critérios serão

atendidos novamente, resultando-se na soma de 2 + 7, o que totaliza 9.

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9. No navegador Mozilla Firefox, há o recurso de abrir uma janela para a navegação

privativa. As teclas de atalho para abrir uma nova janela privativa são:

a) Ctrl + Alt + L

b) Ctrl + Alt + M

c) Ctrl + Shift + N

d) Ctrl + Shift + P

e) Ctrl + Tab + G

Esse mesmo atalho funciona para os navegadores Internet Explorer e para o Micro-

soft Edge. Para o Google Chrome, o atalho é CTRL+SHIFT+N. Lembrando que esse

modo de navegação apaga os dados (cookies, histórico e arquivos temporários)

apenas na máquina do usuário, ou seja, através do provedor e de outros meios, é

possível rastrear a comunicação do usuário.

10. Uma das formas de atuação do ransomware, um dos códigos maliciosos mais

difundidos atualmente, é

a) capturar as senhas digitadas no computador e enviar para o hacker.

b) criptografar os dados do disco rígido e solicitar o pagamento de resgate.

c) enviar várias cópias de uma mensagem de e-mail utilizando os seus contatos.

d) instalar diversos arquivos de imagens para lotar o disco rígido.

e) mostrar uma mensagem com propaganda no navegador Internet.

Após os dados serem criptografados por essa ameaça o usuário só consegue recu-

perá-los pagando o “resgate” ou se ele tiver uma cópia de segurança destes (ba-

ckup).

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11. Em cada um de 3 envelopes, nas cores azul, amarelo e vermelho, há somente

um dos relatórios, A, B ou C, não necessariamente nessa mesma ordem.

Sabe-se que das informações a seguir, exatamente duas são falsas:

I – No envelope vermelho não está o relatório A.

II – O relatório C está no envelope amarelo.

III – No envelope azul não está o relatório C.

Com base no que foi apresentado, a ordem correta das cores para a abertura dos

envelopes que contêm, respectivamente, os relatórios A, B e C é

a) vermelho, amarelo e azul.

b) vermelho, azul e amarelo.

c) azul, vermelho e amarelo.

d) amarelo, azul e vermelho.

e) amarelo, vermelho e azul.

I. O relatório A não está no envelope vermelho.

II. O relatório C está no envelope amarelo.

III. O relatório C não está no envelope azul.

Conforme as possíveis valorações, temos 03 situações:

1ª POSSIBILIDADE: I. O relatório A não está no envelope vermelho. (F) II. O rela-

tório C está no envelope amarelo. (F) III. O relatório C não está no envelope azul.

(V) Na primeira possibilidade, temos que o relatório A estará no envelope vermelho

(I) , o relatório C não está no amarelo, e como o relatório A está no vermelho, so-

brou o envelope azul para o relatório C, porém pela terceira afirmação c não está

no envelope azul, temos dessa forma uma contradição.

2ª POSSIBILIDADE: I. O relatório A não está no envelope vermelho. (F) II. O rela-

tório C está no envelope amarelo. (V) III. O relatório C não está no envelope azul.

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(F) Na segunda possibilidade, temos que o relatório A estará no envelope vermelho


(I) , o relatório C não estará no amarelo, e pela terceira afirmação temos que o C
também está no azul, ou seja, o relatório C estará no azul e amarelo, temos dessa
forma uma contradição.
3ª POSSIBILIDADE: I. O relatório A não está no envelope vermelho. (V) II. O rela-
tório C está no envelope amarelo. (F) III. O relatório C não está no envelope azul.
(F) Na terceira possibilidade, temos que o relatório A não estará no envelope ver-
melho, pela terceira afirmação o relatório C estará no azul, como o relatório A não
está no vermelho e o envelope azul está ocupado, o relatório A estará no amarelo,
sobrando o relatório B para o envelope vermelho.

12. Uma equivalente lógica para a proposição – Se Marta é casada, então Dionísio
é divorciado – está contida na alternativa:
a) Marta não é casada ou Dionísio é divorciado.
b) Marta não é casada e Dionísio é divorciado.
c) Marta é casada ou Dionísio é divorciado.
d) Marta é casada e Dionísio é divorciado.
e) Marta é casada ou Dionísio não é divorciado.

Temos uma proposição condicional, e as possíveis equivalências lógicas para uma


proposição condicional são: A → B ↔ ~A → ~ B Ou A → B ↔ ~A v B A proposição:
Se Marta é casada, então Dionísio é divorciado, possui as seguintes equivalências:
Se Dionísio não é divorciado, então Marta não é casada Ou Marta não é casada ou
Dionísio é divorciado.

13. Considere falsa a afirmação – Renato é inocente e Raquel é culpada – e verda-


deira a afirmação – se Renato é inocente, então Raquel é culpada. Nessas condi-

ções, é correto afirmar que, necessariamente,

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a) Raquel é culpada.

b) Renato e Raquel são inocentes.

c) Renato é culpado.

d) Renato e Raquel são culpados.

e) Renato é inocente.

Se é falsa a afirmação – Renato é inocente ^ Raquel é culpada = F Se é verdadeira

a afirmação – Renato é inocente → Raquel é culpada = V

Temos duas possibilidades para que as proposições sejam simultaneamente F e V

respectivamente:

1ª POSSIBILIDADE: Na segunda proposição condicional uma das possíveis valora-

ções para que seja verdadeira, é que o antecedente seja verdadeiro e o consequen-

te seja falso, veja: Renato é inocente (F) → Raquel é culpada (V ) = V Para que

a primeira proposição seja falsa na conjunção, pelo menos uma das proposições

simples dever ser falsa, logo se temos as valorações dadas na condicional, pode-

mos valorar a primeira proposição: Renato é inocente (F) ^ Raquel é culpada (V) =

F Podemos inferir que as proposições: Se Renato é inocente (F), Renato é culpado.

Se Raquel é culpada (V), Raquel é culpada.

2ª POSSIBILIDADE: Na segunda proposição condicional uma das possíveis valora-

ções para que seja verdadeira, é que o antecedente seja falso e o consequente seja

falso, veja: Renato é inocente (F) → Raquel é culpada (F ) = V Para que a primeira

proposição seja falsa na conjunção, pelo menos uma das proposições simples de-

ver ser falsa, logo se temos as valorações dadas na condicional, podemos valorar

a primeira proposição: Renato é inocente (F) ^ Raquel é culpada (F) = F Podemos

inferir que as proposições: Se Renato é inocente (F), Renato é culpado. Se Raquel é

culpada (F), Raquel não é culpada. Conclusão: Diante das 02 possibilidades temos

que sempre será verdadeiro que Renato é culpado.

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14. A promotora-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI) anunciou nesta quin-

ta-feira (08.02) a abertura de investigações sobre supostos crimes na Venezuela

e nas Filipinas. O anúncio é a primeira etapa que acontece antes da realização de

investigações completas, que podem terminar com acusações do TPI.

(EBC, 08.02.2018. Disponível em <https://goo.gl/cyKveA>. Acesso em: 16.03.2018. Adaptado)

O Tribunal Penal Internacional abriu exame preliminar das acusações de

a) execuções feitas pela polícia e por grupos de extermínio no combate às drogas

lançado pelo presidente das Filipinas e de uso de força excessiva e violência nas

manifestações ocorridas na Venezuela.

b) extermínio do grupo muçulmano rohingyas promovido pelo governo das Fili-

pinas e de prisões arbitrárias de deputados que se manifestaram no Parlamento

contra o governo da Venezuela.

c) violações dos direitos humanos na transferência de etnias nativas por ordem do

governo das Filipinas e de repressão militar ao grupo maoísta Sendero Luminoso,

responsável por atentados na Venezuela.

d) deportação, sem amparo legal, de políticos dos partidos de oposição ao governo

das Filipinas e de genocídio das comunidades camponesas indígenas em conflitos

por terra no interior da Venezuela.

e) desaparecimento de oficiais militares que se envolveram em golpe contra o

presidente das Filipinas e de desrespeito aos direitos dos prisioneiros políticos com

anuência do governo da Venezuela.

b. Os rohingyas formam um grupo étnico de Mianmar, e não das Filipinas.

c. O grupo Sedero Luminoso é de origem peruana e não venezuelana.

d. Não há registro de extermínio de comunidades indígenas na Venezuela.

e. Não houve tentativa de golpe contra o governo das Filipinas.

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15. Leia os excertos.

I – O presidente Michel Temer assinou nesta sexta (19.01) o projeto de lei que

propõe uma modelagem de venda da empresa. A proposta, que ainda será

encaminhada ao Congresso, prevê que o governo tenha uma “golden share”,

que dá poder de veto e determina a limitação de 10% do poder de voto para

qualquer acionista que detenha participação acionária superior a esse limite.

(Folha-Uol, 19.01.2018. Disponível em <https://goo.gl/9xh5GZ>. Acesso em: 25.02.2018.


Adaptado)

II – A empresa brasileira levantou 2,7 bilhões de dólares na terça-feira (24.01)

em sua oferta pública inicial de ações em Nova York, em meio ao aumento do

otimismo do investidor com a recuperação econômica brasileira. A listagem é

a maior por uma empresa brasileira desde abril de 2013, quando o Banco do

Brasil S. A. listou sua unidade de seguros.

(Época, 24.01.2018. Disponível em <https://goo.gl/sJraEf>. Acesso em 25.02.2018. Adaptado)

As empresas a que as notícias se referem são, respectivamente,

a) Telebras e Azul.

b) Correios e Ri Happy.

c) Eletrobras e PagSeguro.

d) Embraer e Netshoes.

e) Petrobras e Cosan.

a) A Telebrás não existe mais, foi privatizada no governo FHC e a Azul é uma em-
presa privada de aviação.
b) A Ri happy é uma empresa de brinquedos privada.
d) A Netshoes é uma empresa privada de artigos esportivos.
e) A Cosan é um dos maiores grupos privados do país na área de energia e infra-

estrutura.

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16. A respeito da Lei no 7.716/89, com as alterações da Lei no 9.459/97 (tipificação


dos crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor), assinale a alternativa
correta.
a) Os crimes nela previstos, sem exceção, são praticados mediante dolo.
b) Não tipifica crimes resultantes de discriminação ou preconceito de religião, sen-
do específica a crimes de preconceito de raça, cor, etnia e procedência nacional.
c) O crime de negar ou impedir a inscrição ou ingresso de aluno em estabeleci-
mento de ensino, previsto no art. 6o, é específico a instituições públicas.
d) Prevê como efeito automático da condenação a perda do cargo ou função públi-
ca, para o agente servidor público.
e) Prevê como causa de aumento de pena, geral a todos os crimes, a prática em
detrimento de menor de 18 (dezoito) anos.

b) Segundo a lei, serão punidos os crimes resultantes de discriminação ou precon-


ceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.
c) O art. 6º da lei afirma que é proibido recusar, negar ou impedir a inscrição ou
ingresso de aluno em estabelecimento de ensino público ou privado de qualquer
grau por razões discriminatórias.
d) A lei afirma que constituirá efeito da condenação a perda do cargo ou função pú-
blica, para o servidor público, e a suspensão do funcionamento do estabelecimento
particular por prazo não superior a três meses.

e) A lei não prevê como causa de aumento da pena, a prática de discriminação em

detrimento de menor de 18 anos para todos os crimes.

17. Segundo o art. 140, do Código Penal Brasileiro (crime de injúria), é correto

afirmar que

a) o crime de injúria qualificado, previsto no parágrafo 3o do art. 140, do CP, que

consiste na ofensa à honra com a utilização de elementos referentes à raça e à cor,

é inafiançável e imprescritível.

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b) o crime de injúria qualificado, previsto no parágrafo 3o do art. 140, do CP, con-

siste na ofensa à honra com a utilização de elementos referentes exclusivamente à

raça, cor, etnia e origem.

c) o perdão judicial, previsto no parágrafo 1o do art. 140, do CP, aplicável quando

o ofendido provoca diretamente a injúria, aplica-se ao crime de injúria qualificado,

previsto no parágrafo 3o do art. 140, do CP.

d) no crime de injúria, o objeto jurídico é a honra subjetiva do ofendido, podendo

ser praticado mediante dolo ou culpa.

e) na injúria real, prevista no parágrafo 2o do art. 140, do CP, a violência ou vias

de fato são meios de execução do crime.

a) Injúria não é um crime inafiançável e imprescritível. Veja o quadro abaixo, com as

diferenças desse crime com o Racismo.

b) Além da raça, cor, etnia e origem, a injúria consiste ainda na utilização de elemen-

tos referentes à religião e à condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência.

c) O perdão judicial não se aplica à injúria qualificada.

d) Não existe a figura culposa.

e) Na injúria real, temos a violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo

meio empregado, se considerem aviltantes.

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18. Tendo em vista a Lei no 11.340/2006 (Lei Maria da Penha), assinale a alterna-

tiva correta.

a) Âmbito familiar, de acordo com essa Lei, é a comunidade formada apenas por

indivíduos que são aparentados, unidos por laços naturais.

b) A violência patrimonial contra a mulher, ainda que ocorrida no âmbito doméstico

ou familiar, não está prevista nessa Lei, sendo contempladas apenas as violências

física, psicológica, sexual e moral.

c) O atendimento policial à mulher, vítima de violência doméstica e familiar, será

feito exclusivamente por servidoras do sexo feminino, previamente capacitadas.

d) As medidas protetivas à mulher poderão ser concedidas pela Autoridade Policial,

em caso de urgência.

e) É garantido à mulher, vítima de violência doméstica e familiar, quando neces-

sário, o afastamento do local do trabalho, para preservação da integridade física e

psicológica, a manutenção do vínculo trabalhista, por até seis meses.

A violência no âmbito da família é aquela compreendida como ocorrida no seio de

uma comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados,

unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa, independente-

mente de coabitação.

Conforme art. 5º, para os efeitos da Lei n. 11.340/2006, configura violência do-

méstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero

que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral

ou patrimonial.

Certo seria “preferencialmente” e não “exclusivamente”. (art. 1º da Lei n.

11.340/2006)

Houve veto presidencial sobre essa possibilidade na Lei n. 13.505/2017. Razões

do veto: “Os dispositivos, como redigidos, impedem o veto parcial do trecho que

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incide em inconstitucionalidade material, por violação aos artigos 2º e 144, § 4º,


da Constituição, ao invadirem competência afeta ao Poder Judiciário e buscarem
estabelecer competência não prevista para as polícias civis.”
A possibilidade de afastamento expressa na letra E está prevista no art. 9, §2º,
inciso II, da Lei 11.340/2006: § 2o O juiz assegurará à mulher em situação de
violência doméstica e familiar, para preservar sua integridade física e psicológica:
II – manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local
de trabalho, por até seis meses.

19. Jovem do sexo masculino é encontrado morto no seu quarto, aparentemente


um caso de suicídio por enforcamento. Logo ao chegar no local de morte, a equipe
pericial encontra a vítima na cama, com o objeto usado como elemento constritor
removido.
Nessa situação, o perito criminal deve
a) avaliar detalhadamente o local, buscar pistas de envolvimento de terceiros, não
realizar o exame pericial do cadáver e registrar a alteração notada no laudo final.
b) fazer o boletim de ocorrência com a alteração notada, isolar e preservar o local
de morte, e solicitar o envio de equipe pericial do instituto médico-legal para reali-
zação de perícia conjunta.
c) informar à autoridade policial sobre a alteração do local de morte, emitir o lau-
do de impedimento e determinar a remoção imediata do cadáver para o instituto
médico-legal.
d) realizar o exame externo do cadáver, de tudo que é encontrado em torno dele
ou que possa ter relação com o fato em questão, e registrar no laudo a alteração
notada no local de morte.
e) realizar o registro fotográfico do local, investigar as circunstâncias da morte,
não realizar o exame pericial do cadáver, coletar o provável instrumento utilizado e

descrever no laudo a alteração do local de morte.

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De acordo com o CPP, Art 169, cabe ao Perito Criminal a realização do exame de

local e à autoridade policial providenciar para que não se altere o estado das coisas

até a chegada dos peritos (também citado no Art. 6º, I). Em caso de locais não

preservados, o perito não estará isento de elaborar o laudo (nem elaborará “laudo

de impedimento”), mas deverá apontar as alterações visualizadas e discutir suas

consequências na dinâmica dos fatos, conforme visto a seguir: “CPP Art. 169. Para

o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a autoridade pro-

videnciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a chegada

dos peritos, que poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou esque-

mas elucidativos. Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações

do estado das coisas e discutirão, no relatório, as consequências dessas alterações

na dinâmica dos fatos”.

20. Com relação aos ferimentos de entrada em lesões produzidas por projéteis de

arma de fogo, é correto afirmar:

a) a aréola equimótica é representada por uma zona superficial e relativamente

difusa, decorrente da sufusão hemorrágica oriunda da ruptura de peque-nos vasos

localizados nas vizinhanças do ferimento, geralmente de tonalidade violácea.

b) o formato de ferimentos em tiros a distância varia de acordo com a inclinação

do disparo, assim, quando o tiro é oblíquo, a ferida é arredondada ou ligeiramente


oblíqua, além de evidenciar uma orla de escoriação concêntrica.

c) diz-se que uma lesão tem as características das produzidas por tiro a distância

quando ela não apresenta os efeitos secundários do tiro, com diâmetro maior que

o do projétil, aréola equimótica e bordas reviradas para dentro.

d) ferimentos em tiros encostados podem ter forma arredondada ou elíptica, com

zona de compressão de gases, evidenciada pela depressão da pele em virtude do

efeito gerado pelo projétil com a ação mecânica de gases que descolam e dilaceram

os tecidos.

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e) tiros a curta distância causam ferimentos arredondados, com entalhes, zona de

tatuagem e de esfumaçamento, devido à ação resultante dos gases que descolam

e dilaceram os tecidos, com vertentes enegrecidas e desgarradas, tendo aspecto

de cratera de mina.

a) Opção correta.

b) Quando o disparo é oblíquo, a lesão é elíptica e a orla de escoriação não é con-

cêntrica.

c) A lesão de entrada usualmente é menor que o diâmetro do projétil, devido à

elasticidade da pele (é totalmente contraindicado tentar correlacionar o diâmetro

do orifício de entrada e o calibre dos projeteis).

d) Nos disparos encostados em região com osso subjacente (ex. crânio) será vista

a câmara de mina de Hoffmann (dilaceração da pele pela ação dos gases). Quando

não houver tecido ósseo subjacente, será vista a marca do cano quente (sinal de

Werkgaertner).

e) A opção está errada, pois apresenta características tanto de tiro a curta distân-

cia como aquelas visualizadas em tiro encostado em região com osso subjacente

(ex. crânio), especificamente, a câmara de mina de Hoffmann (tecidos dilacerados,

tendo aspecto de cratera de mina).

21. Alguns princípios orçamentários representativos foram integrados à legislação

brasileira que rege a prática orçamentária. O chamado princípio do orçamento bru-

to refere-se a que

a) não haja autorização de gastos ou de qualquer controle parlamentar sobre os

meios.

b) haja abertura a fim de que recursos extraordinários sejam permitidos para ati-

vação da economia.

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c) a receita e despesa constantes no Orçamento Público devem aparecer pelo valor

total, sem deduções.

d) eventuais aberturas de créditos suplementares e contratações de operações de

crédito estejam previstas na fixação das despesas.

e) nenhuma parcela da receita geral poderá ser reservada ou comprometida para

atender a certos casos ou a determinado gasto.

O princípio do orçamento bruto, previsto no Manual Técnico do Orçamento com

fundamento na Lei n. 4.320/1964, preconiza o registro das receitas e despesas em

seus valores totais, sendo vedado qualquer tipo de dedução, ou seja, de lançamen-

to de valores já deduzidos.

22. Estruturas Matriciais são constituídas de

a) departamentos funcionais por especialidades: produção, finanças, marketing,

contábil, jurídico, etc., e cada funcionário responde a um único chefe.

b) divisões autônomas que produzem um produto, ou prestam um serviço especí-

fico.

c) trabalhadores freelances, e que se encontram física ou virtualmente para reali-

zar um trabalho.

d) agrupamentos simultâneos de pessoas e recursos por função e por produto,

representados por eixos verticais e horizontais.

e) divisões autônomas que produzem um mesmo produto, ou prestam um serviço

específico, estabelecidas em regiões diferentes.

As estruturas matriciais consistem na combinação de dois tipos de estruturas, a

projetizada e a funcional. Comum ao abordarem estrutura matricial, porém o con-

ceito é da departamentalização matricial. A departamentalização matricial consiste

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na combinação de estruturas como o exemplo apresentado, função e produto. No

modelo matricial, seja estrutura, seja departamento, segue-se uma linha horizontal

que transita sobre a linha vertical e, assim, a unidade contará com mais de uma

chefia. No exemplo, ocorreu a combinação de departamentos por função e produ-

to, o que corresponde ao conceito de departamentalização matricial, que pode ser

classificada como estrutura híbrida (combinações de outros tipos de estruturas).

23. Uma das definições mais referenciadas em Gestão de Pessoas, na atualidade,

e que constitui um dos “novos modelos de gestão de pessoas”, diz respeito a algo

que é o “[...] saber agir responsável e reconhecido, que implica mobilizar, integrar,

transferir conhecimentos, recursos, habilidades, que agreguem valor econômico à

organização e valor social ao indivíduo”. (FLEURY & FLEURY, 1999. Adaptado)

Essa definição refere-se ao conceito de

a) Liderança.

b) Conhecimento.

c) Motivação.

d) Habilidade.

e) Competência.

A gestão por competências muitas vezes é explicada de forma bastante resumida

na expressão de ser “a capacidade que o agente tem em transformar seu conheci-

mento em resultados ou atitudes”. Desta forma espera-se do agente o saber agir

conforme sua capacidade de conhecimento. Essa capacidade explicada muitas ve-

zes na sigla CHA – Conhecimento, Habilidade e Atitude irá se remeter à Gestão por

Competências e, para isso, o agente depende de habilidades nas áreas de conhe-

cimento aplicada. O enunciado relatou essas áreas de uma forma genérica como

efeito didático.

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24. O ciclo PDCA tem sido frequentemente acompanhado, como reforço, de mais
duas ferramentas da qualidade que têm por objetivo a verificação de problemas
bem como suas resoluções. Uma dessas ferramentas coloca as prováveis causas
e as prováveis consequências em um esquema gráfico, e a outra estabelece um
roteiro de perguntas que envolvem: onde? como? quem? o quê? por quê? quando?
quanto? etc. Essas ferramentas da Gestão pela Qualidade Total são, respectiva-
mente:
a) 6 Ws 1 H; Diagrama de Gantt.
b) Diagrama de Ishikawa; 5 Ws 2 H.
c) 5 Ws 1 H; Diagrama de Venn.
d) Diagrama de Ishikawa; 6 Ws 2 H.
e) Diagrama de Pareto; 5 Ws 1 H.

Várias são as ferramentas utilizadas na Gestão da Qualidade e o enunciado requer


a ferramenta de causa e efeito, destacada primeiramente. Essa ferramenta remete
ao teórico Kaoru Ishikawa, e leva seu nome na própria técnica, podendo ser cha-
mada também de Diagrama de Espinha de Peixe ou Diagrama de Causa e Efeito.
Nesse diagrama são apresentadas as causas (6 M’s – Máquina, Mão de obra, Mé-
todo, Meio ambiente, Medida, Matéria-Prima) que geram um ou mais efeitos, posi-
tivos ou negativos. Já a outra ferramenta cobrada, 5W2H, consiste nas perguntas
What, Why, Who, How Much, How, Hen and Where, traduzidas no enunciado.

25. Diferentemente de uma abordagem funcional tradicional, em que as organiza-


ções estão separadas por áreas de atuação, sem visão sistêmica do trabalho que
realizam e altamente burocratizadas, existem outras abordagens. Uma forma de
gestão em que é permitida uma melhor especificação do trabalho realizado, e na
qual se visualizam as funções da organização, tendo por base as sequências de

suas atividades, denomina-se Gestão

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a) por Processos.
b) do Desempenho.
c) Padronizada.
d) Participativa.
e) por Objetivos.

Na Gestão por Processos são definidos os processos por meio de sua sequência de
atividades. Para se trabalhar com processos, deve-se mapear as atividades e se-
quenciá-las a fim de identificar as falhas ou demoras em todo o fluxo. Foi destacada
ao final do enunciado a palavra que se remete diretamente à gestão: sequência de
suas atividades.

26. Conceitualmente, para a Gespública, “controle social” significa que a adminis-


tração pública
a) busca gerar valor para a sociedade e formas de garantir o desenvolvimento sus-
tentável, utilizando os recursos de forma eficiente.
b) só pode fazer o que a lei permite, enquanto a iniciativa privada pode fazer tudo
que não estiver proibido por lei. Essa legalidade é que fixa os parâmetros de con-
trole da administração.
c) é financiada com recursos públicos, oriundos de contribuições compulsórias de
cidadãos e empresas, os quais devem ser direcionados para a prestação de serviços
públicos e a produção do bem comum.
d) tem como requisito essencial, em regimes democráticos, a obrigação de prestar
contas de sua atuação, o que implica em garantia de transparência de suas ações
e atos e na institucionalização de canais de participação social.
e) tem o conceito de partes interessadas ampliado em relação ao utilizado pela
iniciativa privada, pois as decisões públicas devem considerar não apenas os inte-
resses dos grupos mais diretamente afetados, mas, também, o valor final agregado

para a sociedade.

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O controle social inserido na Administração Pública por meio do gerencialismo apli-

ca em sua forma mais simples o accountability. O accountability é uma palavra sem

tradução direta, porém significa o dever de prestar contas. No modelo gerencial

de administração pública, o gestor é obrigado a prestar contas à sociedade. Um

exemplo disso é a exigência prevista na Lei de Responsabilidade Fiscal, segundo a

qual relatórios sobre receitas e despesas deverão ser disponibilizados a qualquer

pessoa, física ou jurídica. O controle social é o controle exercido pela sociedade,

em que o gestor é constrangido a demonstrar seus bons e maus resultados à so-

ciedade.

27. De acordo com o Estatuto do Servidor Público Civil do Estado da Bahia, a mo-

vimentação do servidor, com o res-pectivo cargo, com ou sem mudança de sede,

para outro órgão ou entidade do mesmo Poder e natureza jurídica, cujos planos de

cargos e vencimentos sejam idênticos, de acordo com o interesse da administra-

ção, caracteriza a

a) remoção.

b) recondução.

c) reintegração.

d) relotação.

e) reversão.

Relotação é a movimentação do servidor, com o respectivo cargo, com ou sem mu-

dança de sede, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder e natureza jurídica,

cujos planos de cargos e vencimentos sejam idênticos, de acordo com o interesse

da administração, conforme estabelece o artigo 49, caput, do Estatuto. Remoção

é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, com preenchimento de claro

de lotação, no âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede, conforme

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artigo 50 do Estatuto. Recondução é o retorno do servidor estável, sem direito à

indenização, ao cargo anteriormente ocupado, dentro da mesma carreira, em de-

corrência de reintegração do anterior ocupante, conforma artigo 42 do Estatuto.

Reintegração é o retorno do servidor demitido ao cargo anteriormente ocupado ou

ao resultante de sua transformação, quando invalidada sua demissão por sentença

judicial transitada em julgado ou na forma do artigo 250. Este conceito está ex-

presso no artigo 41, caput, do Estatuto. Reversão é o retorno do aposentado por

invalidez, quando os motivos determinantes da aposentadoria forem declarados

insubsistentes por junta médica oficial, conforme artigo 34 do Estatuto.

28. Diz a Lei Estadual no 9.433/2005 que sempre que o valor estimado para uma

licitação, ou para um conjunto de licitações simultâneas ou sucessivas, for superior

a 100 (cem) vezes o limite previsto para a realização de obras e serviços de enge-

nharia na modalidade concorrência, o processo licitatório deverá observar, dentre

outras, a seguinte regra:

a) a critério da administração, será iniciado com uma reunião que será realizada,

pelo menos, 20 (vinte) dias antes da publicação do edital.

b) será, obrigatoriamente, iniciado com uma audiência pública, concedida pela au-

toridade responsável e realizada, pelo menos, 15 (quinze) dias úteis antes da data

prevista para a publicação do edital.

c) a audiência pública será divulgada, com antecedência de 05 (cinco) dias úteis

da sua realização, pelos mesmos meios previstos para a publicação da licitação.

d) a audiência pública será aberta à participação de todos os interessados, que

terão direito a receber as informações importantes, mas não poderão apresentar

sugestões sobre o empreendimento.

e) as manifestações apresentadas pelos participantes da audiência pública serão

apreciadas pela autoridade competente, em caráter vinculante.

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O artigo 76 da Lei Estadual n. 9.433/2005 estabelece a seguinte regra: sempre que

o valor estimado para uma licitação, ou para um conjunto de licitações simultâneas

ou sucessivas, for superior a 100 (cem) vezes o limite previsto para a realização

de obras e serviços de engenharia na modalidade de concorrência, o processo lici-

tatório será, obrigatoriamente, iniciado com uma audiência pública, concedida pela

autoridade responsável e realizada, pelo menos, 15 (quinze) dias úteis antes da

data prevista para a publicação do edital e divulgada, com a antecedência mínima

de 10 (dez) dias úteis da sua realização, pelos mesmos meios previstos para a pu-

blicidade da licitação.

29. Nos termos da Lei Estadual no 11.370/2009, e no que diz respeito à Organiza-

ção da Polícia Civil do Estado da Bahia, assinale a alternativa correta.

a) A Delegacia de Polícia Territorial é uma Unidade Operativa e tem como uma de

suas competências promover, na área de sua circunscrição, a integra-ção e a atu-

ação harmônica com os demais órgãos e unidades do sistema policial, de defesa

social e de justiça.

b) O Departamento de Inteligência Policial é um órgão de Gestão Tática, ao qual

compete acompanhar e exercer buscas e apreensão dos procedimentos le-gais, na

área de sua competência.

c) A Academia da Polícia Civil é um órgão de Gestão Estratégica, competindo-lhe


assessorar, orientar e informar o Delegado Geral da Polícia Civil quanto aos assun-

tos de interesse institucional.

d) A Corregedoria da Polícia Civil, que tem por com-petência acompanhar e ins-

pecionar os órgãos e as unidades da Polícia Civil do Estado da Bahia, com vistas à

regularidade dos atos e procedimentos, é um Órgão de Suporte Operacional.

e) À Coordenação da Polícia Interestadual compete guardar e manter controle de

bens apreendidos ou arrecadados que se vinculem às ocorrências poli-ciais, sendo

parte integrante dos Órgãos de Direção Superiores.

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A Delegacia de Polícia Territorial é uma Unidade Operativa (artigo 13, IV) e tem

como uma de suas competências promover, na área de sua circunscrição, a integra-

ção e a atuação harmônica com os demais órgãos e unidades do sistema policial, de

defesa social e de justiça (artigo 43, III). A letra B está errada, pois o Departamen-

to de Inteligência Policial é um órgão de gestão estratégica (artigo 10, I) e não de

gestão tática, além do que, compete a Corregedoria da Polícia Civil acompanhar e

exercer buscas e apreensão dos procedimentos legais, na área de sua competência

(artigo 23, VIII). A letra C está errada. A primeira parte da resposta está correta,

pois a Academia de Polícia é um órgão de Gestão Estratégica, entretanto compete

ao Departamento de Inteligência Policial assessorar, orientar e informar ao Delega-

do-Geral da Polícia Civil nos assuntos de interesse institucional e não a Academia.

(artigo 25, V). A letra D está errada. A primeira parte da resposta está correta,

entretanto a Corregedoria da Polícia Civil é um órgão de Direção Superior (artigo

9, V) e não de Suporte Operacional. A letra E está errada. Compete ao Departa-

mento de Planejamento, Administração e Finanças guardar e manter controle de

bens apreendidos ou arrecadados que se vinculem às ocorrências policiais (artigo

27, VII) e não a Coordenação de Polícia Interestadual, além do que a Coordenação

de Polícia Interestadual é um órgão de Gestão Tática (artigo 11, I) e não órgão de

Direção Superior.

30. De acordo com o que prescreve a Lei Estadual no 12.209/2011, dos vários pro-

cessos administrativos especiais, aquele destinado a suprir falta ou insuficiência de

documento e produzir prova de fato de interesse do postulante, perante órgãos e

entidades da Administração, denomina-se processo de

a) revisão processual.

b) invalidação de contratos administrativos.

c) justificação.

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d) reparação de danos causados a terceiros.

e) invalidação de atos administrativos.

O artigo 125 da Lei Estadual nº 12.209/2011 estabelece: Rege-se por este Capítulo

o processo de justificação administrativa, destinado a suprir falta ou insuficiência

de documento e produzir prova de fato de interesse do postulante, perante órgãos

e entidades da Administração.

31. A respeito da Teoria das Penas, assinale a alternativa correta.

a) A finalidade da pena, na teoria relativa, é prevenir o crime. Na vertente pre-

ventiva-geral, o criminoso é punido a fim de impedir que ele volte a praticar novos

crimes.

b) A finalidade da pena, na teoria relativa, é prevenir o crime. Na vertente preven-

tiva especial, de acentuado caráter intimatório, o criminoso é punido para servir de

exemplo aos demais cidadãos.

c) A finalidade da pena, na teoria absoluta, é castigar o criminoso, pelo mal pra-

ticado. O mérito dessa teoria foi introduzir, no Direito Penal, o princípio da propor-

cionalidade de pena ao delito praticado.

d) A finalidade da pena, para a teoria eclética, é ressocializar o criminoso. O mérito

dessa teoria foi humanizar as penas impostas, impedindo as cruéis e humilhantes.

e) O ordenamento jurídico brasileiro adota a teoria absoluta, tendo a pena apenas

o fim de ressocializar o criminoso.

a) De acordo com a teoria relativa, a justificativa para a imposição da pena está na

satisfação dos fins da prevenção, desse modo, a pena não é um fim em si mesma,

mas um meio de se evitar o delito futuro. Sob o ponto de vista da prevenção geral,

essa finalidade se alcançaria por meio de um efeito contramotivador, psicológico,

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sobre a comunidade, sobre o criminoso potencial ou latente: seja mediante a co-

minação penal abstrata, seja mediante a execução da pena frente ao delinquente

concreto. O criminoso em potencial deve ser intimidado (prevenção geral negati-

va), enquanto o restante do corpo social tem reforçado e difundido o valor do bem

protegido pela norma (prevenção geral positiva).

b) Já a prevenção especial incide sobre o autor concreto, isto é, frente aquele em

que a eficácia preventiva (geral) da pena não surtiu efeitos, com o mesmo objetivo

de evitar futuros delitos, seja pela neutralização por encarceramento (prevenção

especial negativa), seja pela ressocialização (prevenção especial positiva).

c) Sob o ponto de vista da teoria absoluta, a finalidade da pena é retribuir um mal

injusto (crime), por um mal justo (pena), ou seja, a pena não tem nenhuma fina-

lidade que transcende a sua aplicação (ela não é concebida para se “relacionar”

com efeitos práticos fora do seu contexto específico). A concepção retributiva da

pena das teorias absolutas possui aspectos positivos, seja do ponto de vista políti-

co, seja do ponto de vista filosófico. Do ponto de vista político, por sua significação

liberal, exige que a pena seja proporcional à gravidade do fato e à culpabilidade do

autor, de um mal adequado em face do mal do delito, significam uma garantia para

o cidadão diante dos possíveis abusos do Estado. Sob o ponto de vista filosófico,

pelo potencial humanista que ostenta, no sentido de elevar a valor supremo da

dignidade humana e de proibir a instrumentalização do homem em função de fins

utilitários ou prevencionistas.

d) A teoria eclética pretendeu alcançar uma síntese entre as teorias absolutas e as

relativas. Partindo de uma consideração prática, sustentam que a pena, na reali-

dade, cumpre sempre uma pluralidade de fins, não se justificando apenas porque

seria retribuição ao delito cometido (teorias absolutas) nem só porque seria meio

de prevenção de futuros delitos (teorias relativas). A pena “é” retribuição propor-

cional ao mal culpável do delito, mas também “orienta-se” à realização de outros

“fins” de prevenção geral assim como de prevenção especial.

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e) Para doutrina majoritária o Brasil adotou a teoria eclética para justificação da

pena, lembrando que as finalidades da pena podem coexistir de forma sucessiva

e não simultânea no tempo (quando o juiz vai aplicar a pena não pode realizar

uma dosimetria desproporcional alegando buscar a finalidade de prevenção geral

negativa – intimidação – vez que assim estaria “despersonalizando” o infrator, que

receberia uma pena orientada por finalidade que não tem nenhuma relação com

seu fato – o que o réu tem a ver com a intimidação que o Estado deve promover

em relação a criminosos em potencial?).

32. Tendo em conta a teoria geral do crime, assinale a alternativa correta.

a) Os partidários da teoria tripartida do delito consideram a culpabilidade como

pressuposto da pena e não elemento do crime.

b) Os partidários da teoria tripartida do delito consideram elementos do crime a

tipicidade, a antijuricidade e a punibilidade.

c) A tipicidade, elemento do crime, na concepção material, esgota-se na subsun-

ção da conduta ao tipo penal.

d) O dolo, na escola clássica, deixou de ser elemento integrante da culpabilidade,

deslocando-se para a conduta, já que ação e intenção são indissociáveis.

e) Os partidários da teoria funcionalista da culpabilidade entendem que a culpabi-

lidade é limitada pela finalidade preventiva da pena; constatada a desnecessidade

da pena, o agente não será punido.

a) A questão traz a posição dos adeptos da teoria bipartida (e não tripartida), que

enfoca o delito como fato típico e antijurídico. O crime conta com dois requisitos

apenas. Essa é a posição, por exemplo, do finalismo dissidente brasileiro (Ariel Dot-

ti, Damásio etc). A culpabilidade não integra o crime. Objetivamente, para a exis-

tência do crime, é prescindível a culpabilidade. O crime existe por si mesmo com os

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requisitos: fato típico e ilicitude. Contudo, o crime só será imputado ao agente, se

este for culpável. Para esta corrente, culpabilidade é pressuposto de aplicação da

pena, mero juízo de censura.

b) Para os adeptos da teoria tripartite o crime é fato típico, antijurídico, e culpável

(é o predominante no mundo; o finalismo mundial admite esse sistema, a partir de

Welzel).

c) A operação de adequação literal do fato à descrição típica é a concepção formal

de tipicidade. Concepção material exige valoração a partir da necessidade de carac-

terização de lesão relevante ao bem jurídico protegido pela norma.

d) O dolo, no finalismo, migra da culpabilidade para a conduta, remanescendo a

culpabilidade apenas com elementos normativos (culpabilidade puramente norma-

tiva). Entendendo-se escola clássica como o conceito causal-naturalista da condu-

ta, a assertiva também estaria incorreta, porque, segundo ela, dolo e culpa são es-

pécies de culpabilidade e não apenas seus elementos integrantes (o dolo e a culpa

só passam a ser “elementos integrantes” da culpabilidade a partir do neokantismo).

e) Para o funcionalismo moderado de Roxin o conceito de culpabilidade é subs-

tituído pelo conceito de responsabilidade, em que após a análise dos elementos

relativos à reprovabilidade (imputabilidade, potencial consciência da ilicitude e exi-

gibilidade de conduta diversa), deverá o aplicar da lei averiguar, sob o ponto de

vista preventivo, a necessidade concreta de imposição de pena que, se não existir,

isentará o infrator da pena.

33. A respeito dos crimes sexuais, previstos no Título VI, do Código Penal, assinale

a alternativa correta.

a) Não se tipifica crime de estupro se o agente é cônjuge da vítima, já que o casa-

mento impõe aos cônjuges o dever de prestação sexual.

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b) A prática de conjunção carnal ou outro ato libidinoso com menor de 18 (dezoito)

anos é estupro de vulnerável, previsto no artigo 217-A do Código Penal.

c) A prática de conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso com adolescen-

te de idade entre 14 (catorze) e 18 (dezoito) anos, em situação de prostituição, é

atípica.

d) Os crimes sexuais, com exceção do estupro de vulnerável, são processáveis

mediante ação penal pública condicionada à representação.

e) Haverá aumento de pena se o agente transmite à vítima doença sexualmente

transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador.

a) O casamento impor ao cônjuge o dever de pagamento do debitum conjugale,

inerente a vida em comum (art. 1566, II do CC). No entanto, esse direito não pode

ser exercido através de nenhum tipo de coação, caso contrário configurará o delito

de estupro.

b) Para caracterização de estupro de vulnerável, pelo critério etário, a vítima tem

que ser menor de 14 anos.

c) Quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com alguém menor de

18 (dezoito) e maior de 14 (catorze) anos em situação de prostituição incorre nas

penas do art. 218-B do CP (art. 218 – B, §2º, II do CP).

d) Nos crimes sexuais a ação penal é pública condicionada a representação exceto

se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa vulnerável, quando se procede

mediante ação penal pública incondicionada, isso em relação a qualquer delito, não

apenas ao estupro (art. 225, parágrafo único do CP).

e) Nos crimes sexuais a de um sexto até a metade, se o agente transmite à vitima

doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador (art.

234- A, IV do CP).

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34. Mévio, de 20 anos, participando de um jogo de desafio virtual, à meia-noite da

sexta-feira, do dia 13 de março de 2015, invadiu o cemitério e, após violar o túmu-

lo no qual, pela manhã, o corpo de uma mulher de 50 anos havia sido sepultado,

manteve com o cadáver conjunção carnal e coito anal. Para provar ter cumprido a

tarefa, Mévio filmou todos os atos, tendo enviado o vídeo ao grupo de Whatsapp,

criado exclusivamente para o compartilhamento dos desafios. A mãe de Tício, ra-

paz de 22 anos, também participante do jogo, mexendo no celular do filho, assistiu

ao vídeo. Apavorada, procurou a Autoridade Policial, tendo fornecido as imagens,

bem como todas as conversas do grupo, desde o início. Encerrada a investigação, o

Ministério Público denuncia Mévio e Tício pelo crime de vilipêndio a cadáver. Mévio,

pelos atos praticados, e Tício, por restar constatado ter sido ele quem propôs o de-

safio a Mévio, tendo-o instigado. A denúncia foi recebida em 15 de junho de 2015 e,

encerrada a instrução, Mévio e Tício, em 20 de junho de 2017, são condenados pelo

crime de vilipêndio a cadáver. Mévio à pena de 02 (dois) anos de reclusão. Tício à

pena de 01 (um) ano de reclusão. A sentença condenatória transitou em julgado

para a acusação. Diante da situação hipotética e, levando em conta o Código Penal,

a alternativa correta é:

a) Em vista da condenação, em concurso de agentes, a punição de Mévio e Tício

haveria de ser idêntica, em respeito à teoria unitária, adotada pelo Código Penal.

b) Em havendo concurso de agentes, em respeito à natureza da acessoriedade da

participação, a extinção da punibilidade do autor do crime impede a punição do

partícipe.

c) A punibilidade de Tício está extinta, por força da prescrição, já que transcorreu

período superior a dois anos entre a data do recebimento da denúncia e a da sen-

tença.

d) A punibilidade de Mévio está extinta, por força da prescrição, já que transcor-

reu período superior a dois anos entre a data do recebimento da denúncia e a da

sentença.

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e) O sujeito passivo, nos crimes contra o sentimento de respeito aos mortos, é o

cadáver.

a) A Teoria Unitária em concurso de pessoas diz respeito ao enquadramento típi-

co dos concorrentes (todos serão incursos no mesmo delito), e não em relação à

quantidade de pena que, conforme o art. 29 do CP, obedecerá a medida da culpa-

bilidade de cada um.

b) A extinção da punibilidade do autor não interfere na punibilidade do partícipe

já que, pela tese majoritária do Brasil, basta que o autor tenha praticado um fato

típico e ilícito (teoria da acessoriedade limitada) para que o partícipe seja respon-

sabilizado. Outro seria o entendimento caso o Brasil adotasse a Teoria da Hipera-

cessoriedade.

c) Vilipêndio a cadáver tem pena máxima de três anos e, de acordo com a tabela

do art. 109, prescreve em 08 anos (art. 109, IV do CP), quando contada em abs-

trato (prescrição da pretensão punitiva em abstrato). O fato foi praticado no dia

15/03/2015, tendo sido a prescrição interrompida em 15/06/2015, pelo recebi-

mento da inicial (art. 117, I do CP) e novamente em 20/06/2017, pela publicação

de sentença condenatória recorrível (art. 117, IV do CP). Em relação ao primeiro

período prescricional (da data do fato ao recebimento da inicial), houve o trans-

curso de apenas 03 meses, não havendo que se falar em prescrição. Em relação

ao segundo período prescricional (do recebimento da inicial até a publicação de

condenação recorrível), houve o transcurso de tempo superior a 2 anos e haveria a

prescrição caso Tício fosse menor de 21 anos na data do fato (art. 115 do CP), se

levarmos em consideração a prescrição retroativa (que reconta o segundo período

prescricional jogando a pena concreta na tabela do art. 109 – lembre-se que, para

fatos posteriores a 06/05/2010, essa “recontagem” só alcança esse segundo perí-

odo e não mais o primeiro, conforme a Lei n. 12.234/2010, que alterou o §1º do

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art. 110 do CP), mas, como ele já contava com 22 anos, e sua condenação fora de

1 ano de reclusão, para que houvesse a prescrição o processo deveria ter duração

superior a quatro anos (art. 109, V do CP – pena de 01 a 02 anos, pena é igual a

um ano ou, sendo superior, não excede a dois prescreve em quatro anos).

d) Conforme análise do item “c” a prescrição retroativa relativa ao período da ação

penal ocorreu em relação Mévio, já que o art. 115 indica que os valores encontra-

dos no elenco do art.109 são contados pela metade para infrator menor de 21 anos

na data do fato (Mévio contava com 20 anos).

e) O sujeito passivo de uma infração penal é a pessoa que sofre suas consequên-

cias. O morto não pode ser sujeito passivo de um crime, vez que não possui perso-

nalidade jurídica. Nos delitos contra o respeito aos mortos, as vítimas são a família

ou a coletividade.

35. Caio, a dois dias de completar 18 anos, portando uma faca, abordou Tícia e,

mediante ameaça de morte, exigiu a entrega do celular. O roubo somente não se

consumou, em razão da intervenção de Semprônia, policial à paisana, que monito-

rava o local. Dado o flagrante, o menor foi encaminhado à Autoridade Policial, que

lavrou o Auto de Apreensão. Em vista da gravidade do ato infracional praticado,

mesmo comparecendo a mãe na Delegacia, Caio não foi liberado. Tendo a apreen-

são se realizado na quinta-feira, Caio somente foi encaminhado ao Ministério Pú-

blico na segunda-feira, quando já atingira a maioridade. O Ministério Público, após

ouvir Caio, decidiu pela concessão da remissão, mediante a imediata inserção em

regime de semiliberdade. Homologada a proposta pelo Juiz, Caio imediatamente

iniciou a medida socioeducativa determinada. Diante da situação hipotética e, ten-

do em conta o Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale a alternativa correta.

a) Dado que o ato infracional praticado por Caio envolveu violência e grave amea-

ça, o instituto da remissão a ele não se aplicaria, em vista da vedação legal.

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b) A despeito de ser aplicável o instituto da remissão, Caio não poderia ser inserido

em regime de semiliberdade, em vista da vedação legal de aplicação imediata de

pena privativa de liberdade.

c) Ainda que praticado o fato enquanto menor, tendo atingido a maioridade, Caio

não mais se sujeitaria à legislação especial.

d) A Autoridade Policial, ao deixar de encaminhar Caio ao Ministério Público no

tempo devido, em tese, praticou o crime previsto no artigo 231, do ECA (deixar de

comunicar a apreensão do adolescente à autoridade judicial), processável por ação

penal pública condicionada.

e) A remissão implica o reconhecimento de responsabilidade e prevalece para efei-

to de antecedentes.

a) Dado que o ato infracional praticado por Caio envolveu violência e grave ameaça,

o instituto da remissão a ele não se aplicaria, em vista da vedação legal. 
 A referida

alternativa está incorreta em razão de não existir vedação legal para a remissão

nos casos de atos infracionais praticados com violência ou grave ameaça.

b) A despeito de ser aplicável o instituto da remissão, Caio não poderia ser inserido

em regime de semiliberdade, em vista da vedação legal de aplicação imediata de

pena privativa de liberdade. Esta é a alternativa correta, devendo ser assinalada,

segundo o art. 127 do Estatuto da Criança e Adolescente (ECA). Vejamos: Art.

127. A remissão não implica necessariamente o reconhecimento ou comprovação

da responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, podendo incluir

eventualmente a aplicação de qualquer das medidas previstas em lei, exceto a co-

locação em regime de semiliberdade e a internação.

c) Ainda que praticado o fato enquanto menor, tendo atingido a maioridade, Caio

não mais se sujeitaria à legislação especial. 
 Esta é a alternativa está incorreta,

pois o ECA pode ser aplicado até os vinte e um anos, segundo seu art.2º .

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d) A autoridade policial, ao deixar de encaminhar Caio ao Ministério Público no

tempo devido, em tese, praticou o crime previsto no artigo 231, do ECA (deixar de

comunicar a apreensão do adolescente à autoridade judicial), processável por ação

penal pública condicionada. Também incorreta, pois os crimes, em tese, cometidos

contra crianças a adolescentes, conforme o ECA, são de ação penal pública incon-

dicionada, segundo o art. 227 do referido diploma.

e) A remissão implica o reconhecimento de responsabilidade e prevalece para efeito

de antecedentes. 
 Alternativa incorreta, pois a remissão não implica o reconheci-

mento de responsabilidade, nem prevalece para efeito de antecedentes, conforme

o art. 127 do ECA, já citado acima.

36. A respeito dos crimes contra a organização do trabalho, é correto afirmar que

a) são meios de execução do crime de frustração de direito assegurado por lei tra-

balhista a fraude, a violência e a grave ameaça.

b) o crime de atentado contra a liberdade de associação configura-se pela conduta

de constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar de sindi-

cato. Já a conduta de impedir a saída de sindicato é atípica.

c) o crime de paralisação do trabalho de interesse coletivo configura-se indepen-

dentemente do emprego de violência contra pessoas ou coisas.

d) no crime de aliciamento para fins de emigração, haverá aumento de pena nos

casos em que a vítima for menor de 18 anos, gestante, idosa, indígena ou porta-

dora de deficiência física ou mental.

e) o crime de sabotagem, para se configurar, exige a danificação do estabeleci-

mento ou coisas nele existentes.

a) São meios de execução do crime de frustração de direito assegurado por lei tra-

balhista a fraude, a violência e a grave ameaça. 
 O referido crime está previsto no

artigo 203 do CP, o qual reza: Art. 203 – Frustrar, mediante fraude ou violência,

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direito assegurado pela legislação do trabalho: Pena – detenção de um ano a dois

anos, e multa, além da pena correspondente à violência. Como se percebe, a le-

gislação se refere apenas à fraude ou violência, não trazendo em seu texto a grave

ameaça. Diante da vedação da analogia in malam partem, não se pune, pois, a

grave ameaça neste contexto. Sendo assim, esta alternativa está incorreta.

b) O crime de atentado contra a liberdade de associação configura-se pela conduta

de constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar de sindi-

cato. Já a conduta de impedir a saída de sindicato é atípica. 
 Esta é a alternativa

igualmente está incorreta. Vamos à leitura do crime previsto no art. 199 do CP. Art.

199 – Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, a participar ou

deixar de participar de determinado sindicato ou associação profissional: Pena –

detenção, de um mês a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.

Note-se que a conduta de impedir a saída de sindicato é igualmente punida.

c) O crime de paralisação do trabalho de interesse coletivo configura-se indepen-

dentemente do emprego de violência contra pessoas ou coisas. 
 Esta é a alterna-

tiva é a correta. Vejamos: Art. 201 – Participar de suspensão ou abandono coletivo

de trabalho, provocando a interrupção de obra pública ou serviço de interesse cole-

tivo: Pena – detenção, de seis meses a dois anos, e multa. Nota-se que o tipo penal

prescinde da necessidade de emprego de violência contra pessoas ou coisas. Nesta

questão, certamente o examinador tentou testar a memória do candidato para que

não confundisse com o art. 200 do CP, cujo tipo traz essa exigência.

d) No crime de aliciamento para fins de emigração, haverá aumento de pena nos

casos em que a vítima for menor de 18 anos, gestante, idosa, indígena ou portado-

ra de deficiência física ou mental. Também incorreta, pois estas causas de aumento

de pena aplicam-se ao crime previsto no art. 207 e não ao crime do artigo 206.

Vejamos: Aliciamento para o fim de emigração Art. 206 – Recrutar trabalhadores,

mediante fraude, com o fim de levá-los para território estrangeiro. (Redação dada

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pela Lei nº 8.683, de 1993) Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos e multa.

(Redação dada pela Lei nº 8.683, de 1993) Aliciamento de trabalhadores de um

local para outro do território nacional Art. 207 – Aliciar trabalhadores, com o fim de

levá-los de uma para outra localidade do território nacional: Pena – detenção de um

a três anos, e multa. (Redação dada pela Lei nº 9.777, de 29.12.1998) § 1º Incor-

re na mesma pena quem recrutar trabalhadores fora da localidade de execução do

trabalho, dentro do território nacional, mediante fraude ou cobrança de qualquer

quantia do trabalhador, ou, ainda, não assegurar condições do seu retorno ao local

de origem. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998) § 2º A pena é aumentada de um

sexto a um terço se a vítima é menor de dezoito anos, idosa, gestante, indígena

ou portadora de deficiência física ou mental. (Incluído pela Lei nº 9.777, de 1998)

e) O crime de sabotagem, para se configurar, exige a danificação do estabeleci-

mento ou coisas nele existentes. 
 Esta está incorreta, pois o tipo penal traz como

núcleos os verbos “invadir” e “ocupar”, com o intuito de impedir ou embaraçar ou

mesmo com a finalidade de danificar o estabelecimento e coisas nele existentes.

Como se percebe, não é necessário que haja a danificação do estabelecimento ou

coisas nele existentes. Vejamos: Invasão de estabelecimento industrial, comercial

ou agrícola. Sabotagem Art. 202 – Invadir ou ocupar estabelecimento industrial,

comercial ou agrícola, com o intuito de impedir ou embaraçar o curso normal do

trabalho, ou com o mesmo fim danificar o estabelecimento ou as coisas nele exis-

tentes ou delas dispor: Pena – reclusão, de um a três anos, e multa.

37. A empresa ZZZ, produtora de fertilizantes, tendo sido autuada administrativa-

mente pela emissão irregular de partículas poluentes no ar, teve contra si instau-

rado inquérito policial, sob a imputação do crime de causar poluição, art. 54 da Lei

no 9.605/98. No curso da investigação, constatou-se que a poluição do ar decorreu

da falta de manutenção nos filtros da fábrica, verificando-se que as manutenções

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periódicas nos equipamentos passaram de três para seis meses. Contudo, dada a

complexa estrutura da empresa, não se logrou êxito em identificar o responsável

pela redução das manutenções. Encerrada a investigação policial, o Ministério Pú-

blico denunciou a empresa ZZZ, bem como Mévio, o presidente, afirmando que, na

qualidade de representante máximo, competia a ele impedir a poluição do ar. A de-

núncia formulada pelo Ministério Público é recebida apenas com relação à empresa

ZZZ. Quanto a Mévio, o Juiz rejeitou a exordial, por inépcia, destacando que a sim-

ples condição de presidente da empresa não basta para fundamentar imputação.

Considerando o caso hipotético, a Lei no 9.605/98 e o entendimento dos Tribunais

Superiores, assinale a alternativa correta.

a) A autuação administrativa da empresa XXX inviabiliza a instauração de procedi-

mento penal para apurar a prática de crime de causar poluição, já que as respon-

sabilidades administrativa e penal são excludentes.

b) Rejeitada a denúncia quanto à pessoa física de Mévio, haja vista a exigência le-

gal da dupla imputação, a empresa XXX não poderá ser criminalmente processada.

c) Há previsão de causa de aumento, quanto ao crime de poluição (art. 54 da Lei

n. 9.605/98), se, da poluição hídrica resulta interrupção do abastecimento público

de água em comunidade.

d) A pena de interdição temporária de direito, consistente na proibição de contra-

tar com o Poder Público, não poderá ter prazo superior a 03 (três) anos, no caso

de crimes dolosos.

e) A pena de multa, calculada segundo os critérios do Código Penal, poderá ser

aumentada em até três vezes, se revelar-se ineficaz.

a) A autuação administrativa da empresa XXX inviabiliza a instauração de proce-

dimento penal para apurar a prática de crime de causar poluição, já que as res-

ponsabilidades administrativa e penal são excludentes. Esta alternativa está in-

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correta, pois, como se sabe as responsabilidades administrativa e penal, em razão

da independência das esferas, não são excludentes. Ademais, o art. 3o da Lei n.

9605/1998, traz o seguinte texto: Art. 3º As pessoas jurídicas serão responsabili-

zadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta Lei, nos casos

em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contra-

tual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade

b) Rejeitada a denúncia quanto à pessoa física de Mévio, haja vista a exigência

legal da dupla imputação, a empresa XXX não poderá ser criminalmente processa-

da No julgamento do RE n. 548.181 (PR), o STF mudou seu entendimento acerca

da necessidade da dupla imputação, pois, segundo a Corte, a CF não condicionou

a responsabilização penal da pessoa jurídica por crimes ambientais à simultânea

persecução penal da pessoa física. O STJ também reviu seu entendimento no julga-

mento do Mandado de Segurança n. 39.173 (BA). Sendo assim, a alternativa está

incorreta. Passemos à alternativa “C”.

c) Há previsão de causa de aumento, quanto ao crime de poluição (art. 54 da Lei n.

9.605/1998), se, da poluição hídrica resulta interrupção do abastecimento público

de água em comunidade. O art. 54 da citada lei reza o seguinte: Art. 54. Causar

poluição de qualquer natureza em níveis tais que resultem ou possam resultar em

danos à saúde humana, ou que provoquem a mortandade de animais ou a destrui-

ção significativa da flora: Pena – reclusão, de um a quatro anos, e multa. § 1º Se o

crime é culposo: Pena – detenção, de seis meses a um ano, e multa. § 2º Se o cri-

me: I – tornar uma área, urbana ou rural, imprópria para a ocupação humana; II –

causar poluição atmosférica que provoque a retirada, ainda que momentânea, dos

habitantes das áreas afetadas, ou que cause danos diretos à saúde da população;

III – causar poluição hídrica que torne necessária a interrupção do abastecimento

público de água de uma comunidade; IV - dificultar ou impedir o uso público das

praias; V – ocorrer por lançamento de resíduos sólidos, líquidos ou gasosos, ou de-

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tritos, óleos ou substâncias oleosas, em desacordo com as exigências estabelecidas

em leis ou regulamentos: Pena – reclusão, de um a cinco anos. O jogo de palavras

pode ter confundido o candidato nesta alternativa, mas com uma leitura atenta po-

de-se perceber que o tipo penal diz “causar poluição hídrica” e não se “da poluição

hídrica resulta”. Ademais, como se percebe, não se trata de uma causa de aumento

de pena, mas sim de uma qualificadora, o que torna a alternativa incorreta.

d) A pena de interdição temporária de direito, consistente na proibição de contratar

com o Poder Público, não poderá ter prazo superior a 03 (três) anos, no caso de

crimes dolosos. 
 Segundo o art. 10 da Lei n. 9605/1998, o prazo é de cinco anos

para crime doloso e não três, como traz a questão, razão pela qual a alternativa é

incorreta.

e) A pena de multa, calculada segundo os critérios do Código Penal, poderá ser

aumentada em até três vezes, se revelar-se ineficaz. 
 Esta é a alternativa correta.

Trata-se do texto do art. 18 da Lei em comento nesta questão. Vejamos: Art. 18. A

multa será calculada segundo os critérios do Código Penal; se revelar-se ineficaz,

ainda que aplicada no valor máximo, poderá ser aumentada até três vezes, tendo

em vista o valor da vantagem econômica auferida.

38. A respeito da Lei n. 8.078/90 (Código do Consumidor) e da Lei n. 8.137/90

(crimes contra a ordem tributária e as relações de consumo), é correto afirmar que

a) os crimes contra as relações de consumo, previstos no art. 7o da Lei no 8.137/90,

são praticados somente mediante dolo.

b) os crimes contra o consumidor, previstos no Código de Defesa do Consumidor,

são de menor potencial ofensivo.

c) o Código do Consumidor, no que concerne aos crimes nele previstos, estabelece

a responsabilidade penal da pessoa jurídica.

d) a Lei no 8.137/90, no que concerne aos crimes contra as relações de consumo,

estabelece a responsabilidade penal da pessoa jurídica.

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e) a Lei no 8.137/90, no que concerne aos crimes contra as relações de consumo,

prevê como circunstância agravante da pena a prática em detrimento de menor de

18 ou maior de 60 anos.

a) Os crimes contra as relações de consumo, previstos no art. 7º da Lei n.

8.137/1990, são praticados somente mediante dolo. A alternativa está incorreta

em razão da previsão de crime culposo trazido pelo art. 7º, parágrafo único da Lei

n. 8.137/1990. Vamos à próxima alternativa.

b) Os crimes contra o consumidor, previstos no Código de Defesa do Consumi-

dor, são de menor potencial ofensivo. Esta é a alternativa correta. Com efeito, os

crimes previstos no CDC são de menor potencial ofensivo, nos termos da Lei n.

9.099/1995.

c) O Código do Consumidor, no que concerne aos crimes nele previstos, estabelece

a responsabilidade penal da pessoa jurídica. Esta alternativa está incorreta, pois

não há previsão da responsabilidade penal de pessoa jurídica por crime contra o

consumidor, havendo, na CF, previsão apenas em razão da prática de crime am-

biental, crime contra a ordem econômica, financeira e economia popular. CF – Art.

225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso

comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público

e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras ge-

rações. (...) § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente

sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e adminis-

trativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. CF – Art.

173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de

atividade econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos impera-

tivos da segurança nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos

em lei. (...) § 5º A lei, sem prejuízo da responsabilidade individual dos dirigentes

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da pessoa jurídica, estabelecerá a responsabilidade desta, sujeitando-a às punições

compatíveis com sua natureza, nos atos praticados contra a ordem econômica e

financeira e contra a economia popular. A próxima alternativa está incorreta pela

mesma explicação anterior.

d) A Lei n. 8.137/1990, no que concerne aos crimes contra as relações de consumo,

estabelece a responsabilidade penal da pessoa jurídica. Por fim, a última alterna-

tiva.

e) A Lei n. 8.137/1990, no que concerne aos crimes contra as relações de consumo,

prevê como circunstância agravante da pena a prática em detrimento de menor de

18 ou maior de 60 anos. Esta alternativa está incorreta, pois não existe essa pre-

visão, sendo os casos de agravantes os seguintes: Art. 12. São circunstâncias que

podem agravar de 1/3 (um terço) até a metade as penas previstas nos arts. 1°, 2°

e 4° a 7°: I – ocasionar grave dano à coletividade; II – ser o crime cometido por

servidor público no exercício de suas funções; III – ser o crime praticado em rela-

ção à prestação de serviços ou ao comércio de bens essenciais à vida ou à saúde.

39. Aplicar-se-á a lei processual penal, nos estritos termos dos arts. 1o, 2o e 3o do

CPP,

a) aos processos de competência da Justiça Militar.

b) ultrativamente, mas apenas quando favorecer o acusado.


c) retroativamente, mas apenas quando favorecer o acusado.

d) desde logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei

anterior.

e) com o suplemento dos princípios gerais de direito sem admitir, contudo, inter-

pretação extensiva e aplicação analógica.

De acordo com o que ordena o art. 2º, CPP: A lei processual penal aplicar-se-á des-

de logo, sem prejuízo da validade dos atos realizados sob a vigência da lei anterior.

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40. Do despacho que indeferir o requerimento de abertura de inquérito (CPP, art.

5o, § 2o)

a) caberá recurso para o chefe de Polícia.

b) caberá recurso para o Promotor de Justiça Corregedor da Polícia Judiciária.

c) caberá recurso para o Juiz Corregedor da Polícia Judiciária.

d) caberá recurso para o Desembargador-Corregedor Geral de Justiça.

e) não caberá recurso.

De acordo com o que ordena o art. 5º, §2º, CPP: Do despacho que indeferir o re-

querimento de abertura de inquérito caberá recurso para o chefe de Polícia.

41. A retratação da representação, de acordo com o art. 25 do CPP e do art. 16 da

Lei no 11.340/06 (Lei Maria da Penha), respectivamente,

a) é admitida até o recebimento da denúncia; não é admitida.

b) é admitida até o recebimento da denúncia; só será admitida perante o juiz, an-

tes do recebimento da denúncia.

c) é inadmitida; só será admitida perante o juiz, antes do recebimento da denún-

cia.

d) é inadmitida depois de oferecida a denúncia; não é admitida.

e) é inadmitida depois de oferecida a denúncia; só será admitida perante o juiz,

antes do recebimento da denúncia.

De acordo com o que ordena de forma literal o texto da lei. Vide o art. 25, CPP:

a representação será irretratável, depois de oferecida a denúncia. Vide também o

texto expresso da Lei n. 11.340/2006, art. 16: nas ações penais públicas condicio-

nadas à representação da ofendida de que trata esta Lei, só será admitida a renún-

cia à representação perante o juiz, em audiência especialmente designada com tal

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finalidade, antes do recebimento da denúncia e ouvido o Ministério Público. Isso,

sem levar em conta o entendimento do STF na ADI 4424 de 2012 que “(...) dando

interpretação conforme a este artigo, ‘assentar a natureza incondicionada da ação

penal em caso de crime de lesão, pouco importando a extensão desta, praticado

contra mulher no ambiente doméstico’ ”.

42. No que concerne à prisão em flagrante, à prisão temporária e à prisão preven-

tiva, assinale a alternativa correta, nos estritos termos legais e constitucionais.

a) Nenhuma delas tem prazo máximo estabelecido em lei.

b) A primeira pode ser realizada pela autoridade policial, violando domicílio e sem

ordem judicial, a qualquer horário do dia ou da noite.

c) A segunda somente é cabível em crimes hediondos ou assemelhados, podendo

durar 30 (trinta) ou 60 (sessenta) dias.

d) A segunda demanda ordem judicial e prévio parecer favorável do Ministério Pú-

blico.

e) A terceira pode ser decretada de ofício pelo Juiz durante o inquérito policial.

De acordo com o que ordena o CPP, no seu art. 301: Qualquer do povo poderá e as

autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja encon-

trado em flagrante delito. Combinado com a Carta Magna no seu art. 5º, XI: a casa

é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento

do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro,

ou, durante o dia, por determinação judicial.

43. No que concerne aos sistemas de avaliação das provas, o julgamento realizado

pelos Juízes leigos (jurados) no Tribunal do Júri é exemplo do que a doutrina clas-

sifica como sistema

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a) da prova livre.
b) legal ou tarifado.
c) da íntima convicção.
d) da persuasão racional.
e) da livre convicção motivada.

Os Jurados, membros do Conselho de sentença, julgam os crimes dolosos contra


a vida de forma sigilosa com fundamento nas suas íntimas convicções, ex vi art.
487 do CPP: Para assegurar o sigilo do voto, o oficial de justiça recolherá em urnas
separadas as cédulas correspondentes aos votos e as não utilizadas.

44. Nos termos do art. 69, parágrafo único, da Lei no 9.099/95, ao autor do fato
típico definido como crime de menor potencial ofensivo, após a lavratura do termo
circunstanciado, caso se comprometa a comparecer junto ao Juizado Especial Cri-
minal, não se imporá prisão em flagrante,
a) desde que primário.
b) desde que imediatamente restitua o prejuízo da vítima.
c) a menos que se trate de reincidente específico.
d) mas a liberdade pode ser condicionada, pela autoridade policial, ao estabeleci-
mento e à aceitação de imediata pena restritiva de direito.
e) nem se exigirá fiança.

Considerando o que determina a Lei n. 9.099/1995, art. 69, Parágrafo único: Ao


autor do fato que, após a lavratura do termo, for imediatamente encaminhado ao
juizado ou assumir o compromisso de a ele comparecer, não se imporá prisão em
flagrante, nem se exigirá fiança. Em caso de violência doméstica, o juiz poderá
determinar, como medida de cautela, seu afastamento do lar, domicílio ou local de

convivência com a vítima.

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45. Imagine que o indivíduo “1”, que tem conta-corrente no banco “2”, emitiu

cheque sem fundo em desfavor do estabelecimento comercial “3”, que efetuou o

depósito do cheque no banco “4”. De acordo com a jurisprudência dos Tribunais

Superiores (Súmula 244 do STJ), o estelionato mediante a emissão de cheque sem

provisão de fundos

a) será processado no local da residência de “1”.

b) será processado no local em que se situa o banco “2”, onde se deu a recusa.

c) será processado no local em que se situa o estabelecimento comercial “3”, que

recebeu o cheque.

d) será processado no local em que se situa o banco “4”, no qual o cheque foi de-

positado.

e) é fato atípico se recompensado o prejuízo até o recebimento da denúncia.

Considerando-se a inteligência da Súmula 244 STJ: compete ao foro do local da

recusa processar e julgar o crime de estelionato mediante cheque sem provisão de

fundos.

46. De acordo com a jurisprudência sumulada do Supremo Tribunal Federal,

a) a imunidade parlamentar estende-se ao corréu sem essa prerrogativa (Súmula

245).

b) para requerer revisão criminal, o condenado deve recolher-se à prisão (Súmula

393).

c) só é licito o uso de algemas em casos de resistência e de fundado receio de fuga

ou perigo à integridade física própria ou alheia, por parte do preso ou terceiros,

sem, contudo, necessidade de a autoridade policial justificar a utilização por escrito

(Súmula Vinculante 11).

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d) é direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos ele-

mentos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado

por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do

direito de defesa (Súmula Vinculante 14).

e) a homologação da transação penal prevista no art. 76 da Lei no 9.099/95 faz

coisa julgada material e, descumpridas suas cláusulas, retorna-se à situação ante-

rior, possibilitando ao Ministério Público a continuidade da persecução penal (Sú-

mula Vinculante 35).

Considerando-se a inteligência da Súmula Vinculante 14 STF, literis: É direito do

defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova

que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com

competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa.

47. Considere o seguinte caso hipotético.

A Força Nacional está atuando legalmente em Salvador. O civil “X”, irmão de um

Policial Militar do Estado de São Paulo que integra a Força Nacional, residente na

referida cidade, se envolveu em acidente de trânsito sem vítimas, ao abalroar o ve-

ículo do condutor “Y”. Após se identificar como irmão do Militar do Estado integran-

te da Força Nacional, foi violentamente agredido por “Y”, que confessou ter assim

agido apenas por saber dessa condição. As agressões provocaram lesões corporais

gravíssimas no civil “X”. Diante do exposto, é correto afirmar que o crime praticado

por “Y”

a) não é considerado hediondo, pois a legislação contempla apenas o crime de ho-

micídio doloso perpetrado contra o Militar do Estado.

b) é considerado hediondo, apenas por se tratar de uma lesão corporal dolosa de

natureza gravíssima, independentemente da condição da eventual vítima.

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c) não é considerado hediondo, pois a legislação não contempla lesão corporal do-
losa de natureza gravíssima como crime hediondo.
d) é considerado hediondo, pois o civil “X” foi vítima de lesão corporal dolosa de
natureza gravíssima apenas por ser irmão de Militar do Estado em razão de sua
função.
e) somente seria considerado hediondo se o crime de lesão corporal dolosa de na-
tureza gravíssima fosse perpetrado contra o próprio Militar do Estado em razão de
sua função.

A alternativa correta é a letra “d” e a explicação sua explicação torna as demais in-
corretas. O questionamento é sobre a hediondez do crime de lesão corporal gravís-
sima perpetrada por Y contra X, que se identificou como irmão de um policial militar
de São Paulo que integra a Força Nacional de segurança. Possui caráter hediondo
a lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2º), quando praticadas
contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal,
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exer-
cício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou
parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição, incluído pela Lei
13.142/15. A agressão foi em um parente consanguíneo em segundo grau (irmão)
e se deu em razão do irmão desta ser um agente policial militar previsto no art. 144
da Constituição da República e integrante da Força Nacional. O candidato pode se
confundir com a contagem do grau de parentesco. Esse problema pode ser resol-
vido com a contagem em graus da pessoa originária até o parente comum e volta
a contagem até o parente que se quer saber o grau. A título de exemplo, para se
saber o parentesco dos irmãos conta-se até o parente comum, são os pais, um grau
e desce a contagem com mais um grau até o irmão, totalizando dois graus. Dessa
forma, os irmãos são parentes em linha colateral de 2º grau. As demais alterna-
tivas passam a ser excludentes pelas razões acima, dispensando-se comentários

item a item.

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48. Nos termos da Lei no 13.431/2017, é correto afirmar que, constatado que a

criança ou o adolescente está em risco, a autoridade policial

a) requisitará à autoridade judicial responsável, em qualquer momento dos proce-

dimentos de investigação e responsabilização dos suspeitos, as medidas de prote-

ção pertinentes, entre as quais, requerer a prisão temporária do investigado.

b) solicitará ao Ministério Público a propositura de ação judicial visando ao afasta-

mento cautelar do investigado da residência ou local de convivência, em se tratan-

do de pessoa que tenha contato com a criança ou o adolescente.

c) solicitará à autoridade judicial responsável, em qualquer momento dos procedi-

mentos De investigação e responsabilização dos suspeitos, as medidas de proteção

pertinentes, entre as quais, a internação em estabelecimento educacional.

d) solicitará à autoridade judicial responsável, em qualquer momento dos procedi-

mentos de investigação e responsabilização dos suspeitos, as medidas de proteção

pertinentes, entre as quais, a internação em abrigo.

e) requisitará à autoridade judicial responsável, em qualquer momento dos proce-

dimentos de investigação e responsabilização dos suspeitos, as medidas de prote-

ção pertinentes, entre as quais, solicitar aos órgãos socioassistenciais a inclusão da

vítima e de sua família nos atendimentos a que têm direito.

A questão exige do candidato o conhecimento do texto da Lei n. 13.431/2017, que

entrou em vigor em 05/04/18, um ano após sua publicação, na qual estabelece

o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemu-

nha de violência e altera o Estatuto da Criança e do Adolescente. O art. 21. Dessa

norma dispõe-se que, “constatado que a criança ou o adolescente está em risco, a

autoridade policial requisitará à autoridade judicial responsável, em qualquer mo-

mento dos procedimentos de investigação e responsabilização dos suspeitos, as

medidas de proteção pertinentes, entre as quais”, inciso “IV - solicitar aos órgãos

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socioassistenciais a inclusão da vítima e de sua família nos atendimentos a que

têm direito”. As demais alternativas passam a ser excludentes pelas razões acima,

dispensando-se comentários item a item.

49. Considere o seguinte caso hipotético.

O criminoso “X”, integrante de uma determinada organização criminosa, após a

sentença que o condenou pela prática do crime, decide voluntariamente e na pre-

sença de seu defensor, colaborar com as investigações. Nas suas declarações, “X”

revela toda a estrutura hierárquica e a divisão de tarefas da organização. Alguns

dias após, arrepende-se e decide retratar-se das declarações prestadas. Diante do

exposto e nos termos da Lei no 12.850/2013, é correto afirmar que

a) na hipótese de retratação, as provas produzidas pelo colaborador não poderão

ser utilizadas em seu desfavor, mas apenas em detrimento dos interesses dos co-

autores e partícipes.

b) a colaboração premiada é retratável a qualquer tempo, sendo necessário colher

a retratação por escrito e desconsiderar integralmente as provas produzidas.

c) após a prolação da sentença, é vedada a retratação, portanto, no presente caso,

não há possibilidade de se reconhecer o pedido do criminoso.

d) a colaboração premiada implica em renúncia ao direito ao silêncio, ficando o

criminoso sujeito ao compromisso de dizer a verdade; assim sendo, a retratação

implicará o cometimento de outro crime.

e) a colaboração premiada, antes ou após a sentença, é irretratável, portanto as

provas autoincriminatórias produzidas pelo colaborador poderão ser utilizadas em

seu desfavor.

O cerne desta questão é o aspecto temporal da colaboração premiada e a possi-

bilidade de sua retratação, o que exige do candidato o conhecimento do texto da

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Lei n.12.850/2013. Reza o art. 4º, § 5º da referida lei de organização criminosa

que “se a colaboração for posterior à sentença, a pena poderá ser reduzida até a

metade ou será admitida a progressão de regime ainda que ausentes os requisitos

objetivos”, autorizando a colaboração premiada, inclusive após o trânsito em jul-

gado. Em outras palavras, em qualquer fase da persecução penal. Outrossim, o §

10º do mesmo artigo dispõe que “as partes podem retratar-se da proposta, caso

em que as provas autoincriminatórias produzidas pelo colaborador não poderão ser

utilizadas exclusivamente em seu desfavor.” Neste ponto a questão não ingressou

no debate sobre o tempo da retratação, ou seja, se antes ou após a homologação,

em razão do tema ser controvertido. Para uma corrente a delação não é mais re-

tratável após a assinatura da proposta, para outra corrente ela é irretratável após

a homologação do termo. Por fim, a retratação acarreta a impossibilidade da prova

utilizada para gerar a higidez dos fatos narrados pelo colaborador não poder ser

utilizadas exclusivamente em seu desfavor, de onde se deduz duas conclusões:

a) que podem ser utilizadas em seu desfavor outras provas decorrentes dos fatos

investigados oriundos de suas declarações; b) podem ser utilizadas em desfavor

de coautores e partícipes. As demais alternativas passam a ser excludentes pelas

razões acima, dispensando-se comentários item a item.

50. Considere o seguinte caso hipotético.

A velocidade máxima permitida na Rua A é de 50 Km/h. “Y”, conduzindo seu veículo

a 120 Km/h pela Rua A, atropela “Z”, provocando-lhe lesões corporais. Diante do

exposto e considerando que “Y” cometeu um crime culposo de trânsito nos termos

da Lei no 9.503/1997, é correto afirmar que a conduta de “Y” tipifica o crime de

a) lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, de ação penal pública

condicionada e com possibilidade de aplicação da composição dos danos civis pre-

vista na Lei no 9.099/95.

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b) lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, de ação penal pública

condicionada e com possibilidade de aplicação da transação penal prevista na Lei

no 9.099/95.

c) lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, de ação penal pública

incondicionada, não sendo possível a aplicação da transação penal prevista na Lei

no 9.099/95.

d) lesão corporal culposa na direção de veículo automotor, de ação penal pública

incondicionada e com possibilidade de aplicação da composição dos danos civis

prevista na Lei no 9.099/95.

e) tentativa de homicídio na direção de veículo automotor, de ação penal pública

incondicionada, não sendo possível a aplicação da transação penal prevista na Lei

no 9.099/95.

A questão exige o conhecimento do texto do art. 291, parágrafo único, III da Lei n.

9.503/1997: “Art. 291. Aos crimes cometidos na direção de veículos automotores,

previstos neste Código, aplicam-se as normas gerais do Código Penal e do Código

de Processo Penal, se este Capítulo não dispuser de modo diverso, bem como a Lei

nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, no que couber. Parágrafo único. Aplicam-se

aos crimes de trânsito de lesão corporal culposa, de embriaguez ao volante, e de

participação em competição não autorizada o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da

Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. § 1º Aplica-se aos crimes de trânsito

de lesão corporal culposa o disposto nos arts. 74, 76 e 88 da Lei no 9.099, de 26

de setembro de 1995, exceto se o agente estiver: III - transitando em velocida-

de superior à máxima permitida para a via em 50 km/h (cinquenta quilômetros

por hora).” Deduz-se do dispositivo que a regra nas lesões corporais culposas na

condução de veículo automotor é ser ação pública condicionada a representação

por força da incidência do art. 88 da Lei n. 9.099/1995, contudo, se o condutor

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estiver em qualquer das hipóteses enumeradas no art. 291, parágrafo único da Lei

9.503/97, a ação penal nos crimes de lesão corporal culposa praticados na condu-

ção de veículo automotor de via terrestre será pública incondicionada, por expressa

vedação de aplicação do art. 88 da Lei n. 9.099/1995, por ser o artigo que dispõe

sobre a natureza pública condicionada a representação nas lesões leves e culposas.

51. No que concerne à aplicação da Lei n. 9.099/1995 quanto às infrações penais

ambientais previstas na Lei no 9.605/1998, é correto afirmar que

a) a legislação contempla crimes ambientais de ação penal pública condicionada e

incondicionada, aplicando-se, a todos os tipos penais, a suspensão condicional do

processo e a transação penal.

b) nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo e de ação penal pública con-

dicionada, a transação penal poderá ser formulada independentemente de prévia

composição do dano ambiental.

c) a legislação contempla apenas crimes ambientais de ação penal pública incon-

dicionada, aplicando-se integralmente as disposições da Lei no 9.099/95 no tocante

à suspensão condicional do processo e à transação penal.

d) nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo e de ação penal pública in-

condicionada, a suspensão condicional do processo poderá ser aplicada sem qual-

quer modificação.

e) nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a transação penal somente

poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano am-

biental, salvo em caso de comprovada impossibilidade.

A Lei n. 9.605/1998 – Lei de Crimes Ambientais (LCA) possui regramento especí-

fico para a transação penal (art. 76 da Lei n. 9.099) e a suspensão condicional do

processo (art. 89, da referida Lei), quais sejam, “[proposta de transação] somente

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poderá ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano am-

biental” (artigo 27 da Lei n. 9.605/1998) e “[para extinção da punibilidade pela

suspensão condicional do processo] laudo de constatação de reparação do dano

ambiental” (art. 28 da Lei n. 9.605/1998), ressalvando a lei casos de “comprovada

impossibilidade”. Note-se que nem todos ilícitos penais desta Lei são infrações de

menor potencial ofensivo; há, por exemplo, o crime de provocar incêndio em mata

ou floresta, cuja pena é de reclusão, de dois a quatro anos, e multa; descabe, pois,

transação penal ou suspensão condicional do processo. Ademais, todos os crimes

previstos na Lei n. 9.605/1998 são de ação pública incondicionada (art. 26 da LCA).

52. Nos termos da Lei no 11.101/2005, é correto afirmar que o empresário que

deixa de escriturar, antes da sentença que decretar a falência, os documentos de

escrituração contábil obrigatórios

a) não cometerá qualquer crime falimentar, pela ausência de previsão legal.

b) cometerá um crime falimentar que exige para sua punição a ocorrência de uma

condição objetiva da punibilidade.

c) não cometerá um crime falimentar, pois o tipo penal contempla apenas a con-

duta de quem não elabora os documentos.

d) não cometerá um crime falimentar, pois o tipo penal exige que a conduta do

agente ocorra somente após a sentença.

e) cometerá um crime falimentar que não exige para sua punição qualquer condi-

ção objetiva da punibilidade.

Para responder a essa questão, exige-se lembrar que o Direito Penal adota a teoria

bipartida do crime, em geral. Assim, é crime aquele fato típico e antijurídico; a cul-

pabilidade é pressuposto da pena (reprovabilidade), e a punibilidade refere-se ao

poder-dever do Estado em punir ou executar a pena (pretensão punitiva ou execu-

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tória). Assim, rememorando que a Lei 11.101/05 – Lei de Recuperação e Falência

(LRF) trata da sentença que decreta a falência, conceder a recuperação judicial

ou a recuperação extrajudicial como causa objetiva de punibilidade (artigo 180 da

LRF) aponta desde já a resposta correta. Mas, para complementar e afastar qual-

quer dúvida, basta combinar com a leitura do crime descrito no artigo 178: “Deixar

de elaborar, escriturar ou autenticar, antes ou depois da sentença que decretar a

falência, conceder a recuperação judicial ou homologar o plano de recuperação ex-

trajudicial, os documentos de escrituração contábil obrigatórios”.

53. No que concerne aos vistos (documento que dá a seu titular a expectativa de

ingresso em território nacional) regulado pela Lei no 13.445/2017, é correto afirmar

que

a) o visto será concedido por embaixadas, consulados-gerais, consulados, vice-

-consulados e, quando habilitados pelo órgão competente dos Poderes Executivo

ou Legislativo, por escritórios comerciais e de representação do Brasil no exterior.

b) o visto de visita poderá ser concedido ao visitante que venha ao Brasil para es-

tada de curta duração, sem intenção de estabelecer residência, entre outros, nos

casos de estudo e trabalho.

c) não se concederá visto a menor de 18 (dezoito) anos desacompanhado ou sem

autorização de viagem, por escrito, dos responsáveis legais ou de autoridade com-

petente.

d) o visto temporário para turismo poderá ser concedido ao imigrante e a seu

acompanhante, desde que o imigrante comprove possuir meios de subsistência

suficientes.

e) a simplificação e a dispensa recíproca de visto ou de cobrança de taxas e emo-

lumentos consulares por seu processamento não poderão ser definidas por comu-

nicação diplomática.

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Deve-se lembrar que o visto é documento que atribui ao titular expectativa de in-

gresso no Brasil (artigo 6º da Lei n. 13.445/17 – Lei de Migração), o qual poderá

ser concedido por embaixadas, consulados-gerais, consulados, vice-consulados e

por escritórios comerciais e de representação do Brasil no exterior (artigo 7 da Lei

de Migração). Veja-se que os escritórios comerciais e de representação precisam

de habilitação pelo órgão competente do Poder Executivo (não envolvem o Poder

Legislativo). Para alguém ingressar ou permanecer em território nacional, deverá

pleitear um dos cinco vistos: I - de visita (estada de curta duração, sem intenção

de estabelecer residência, para turismo, negócios, trânsito, atividades desportivas

etc.); II - temporário (com intenção de estabelecer residência, visando pesquisa,

tratamento de saúde, acolhida humanitária, estudo, trabalho etc.); III – diplomá-

tico; IV – oficial; e V - de cortesia (envolvem questões oficiais de Estados ou, de

certa forma, aproximadas, ex.: concessão de visto de cortesia para autoridades

estrangeiras em viagem não oficial). Por fim, não será concedido visto àquele que

não preencher os requisitos para visto pleiteado, ou àquele que ocultar causa im-

peditiva para obtenção de visto ou de ingresso no Brasil, ou a menor de 18 anos

desacompanhado ou sem autorização de viagem por escrito dos responsáveis le-

gais ou de autoridade competente (artigo 10). Algumas hipóteses de proibição de

ingresso no País também obstam a concessão de visto, como ter sido expulso an-

teriormente, enquanto perdurarem os efeitos da decisão, ter sido condenado por

crime de genocídio, contra a humanidade, de guerra ou de agressão, estar sujeito

a extradição pelo Brasil, ter seu nome inscrito em listas de restrição por ato judicial

ou por compromissos do Brasil, ou se tiver praticado ato contrário aos princípios e

objetivos da Constituição Federal. Por fim, há previsão de visto para acompanhante

apenas para visto temporário para tratamento de saúde. Ainda, é possível simpli-

ficação e dispensa recíproca de visto ou de cobrança de taxas e emolumentos con-

sulares, que poderão ser definidas por comunicação diplomática.

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54. Nos termos da Declaração Universal dos Direitos Humanos, é correto afirmar

que

a) toda pessoa tem o direito de livremente circular e escolher a sua residência no

interior de um Estado.

b) são asseguradas às presidiárias condições para que possam permanecer com

seus filhos durante o período de amamentação.

c) toda pessoa tem direito à liberdade de reunião e de associação pacíficas ou mi-

litares.

d) é livre a manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato.

e) ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade, exceto no caso

de iminente perigo público.

Exige conhecimentos da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

a) Correta. “Artigo 13° 1.Toda a pessoa tem o direito de livremente circular e es-

colher a sua residência no interior de um Estado. 2.Toda a pessoa tem o direito de

abandonar o país em que se encontra, incluindo o seu, e o direito de regressar ao

seu país.”

b) Atos internacionais, de fato, garantem o direito das presas de permanecerem

com seus filhos durante a amamentação. Porém, tal disposição não está inscrita na

DUDH; nasceu de forma embrionária nas Regras Mínimas para Tratamento de Pre-

sos, e foi tratada depois nas Regras de Bangkok. Por isso, a alternativa não atende

ao comando da questão.

c) Não há direito de reunião militar. “Artigo 20° 1.Toda a pessoa tem direito à liber-

dade de reunião e de associação pacíficas”.

d) Essa questão exige que se compare o artigo 5º, inciso IV, da Constituição Fe-

deral (que garante a liberdade de expressão, ressalvado o anonimato), e a letra

da CUDH, que não traz em sua literalidade qualquer restrição: “Artigo 19 Todo in-

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divíduo tem direito à liberdade de opinião e de expressão, o que implica o direito

de não ser inquietado pelas suas opiniões e o de procurar, receber e difundir, sem

consideração de fronteiras, informações e ideias por qualquer meio de expressão.”

e) O texto da CUDH não traz o iminente perigo público como limite ao direito de

propriedade. “Artigo 17° 1.Toda a pessoa, individual ou coletiva, tem direito à pro-

priedade. 2.Ninguém pode ser arbitrariamente privado da sua propriedade”.

55. O poder que enseja a elaboração da Constituição de um Estado-membro da

federação, organizando o arcabouço constitucional daquela unidade federada, é

denominado

a) poder constituinte derivado decorrente reformador normal.

b) poder constituinte derivado decorrente institucionalizador.

c) poder constituinte derivado decorrente revisional anômalo.

d) poder constituinte derivado decorrente reformador anômalo.

e) poder constituinte derivado decorrente revisional normal.

O poder constituinte derivado é dividido em Derivado Revisor; Derivado Reforma-

dor; e Derivado Decorrente. Em abreviado, o primeiro não pode mais ser exercido.

Ele consistia na possibilidade de uma grande revisão (recall) constitucional, sendo

que dependia da aprovação de maioria absoluta dos membros do Congresso Nacio-

nal, em sessão unicameral. Por sua vez, o Poder Constituinte Derivado Reformador

é o responsável pelo surgimento das ECs. Nesse caso, o procedimento é bem mais

rigoroso, exigindo-se aprovação em dois turnos de votação, com 3/5 de votos, em

ambas as Casas do Congresso Nacional. Chegando ao que nos interessa direta-

mente, a possibilidade de os Estados-membros (e o DF) elaborarem sua própria

Constituição (no caso do DF, Lei Orgânica) advém do Poder Constituinte Derivado

Decorrente. Tem-se que as Constituições Estaduais também podem sofrer modifi-

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cações, as quais seriam feitas mediante reformas. O xis da questão está no fato de

se indagar qual o poder responsável pela própria elaboração da CE, e não por sua

modificação.

56. Considere a seguinte situação hipotética.

Cidadão Argentino comete crime em seu país e empreende fuga para o Brasil. A

República Federativa da Argentina solicita sua extradição perante o Supremo Tri-

bunal Federal. Em sua defesa, o Cidadão Argentino afirma que a lei penal que lhe

incrimina é inconstitucional perante a Constituição Federal Brasileira. Neste caso, o

Supremo Tribunal Federal

a) pode apreciar a inconstitucionalidade arguida porque as normas constitucionais

logram uma amplitude internacional, impedindo a eficácia dos atos legislativos,

executivos e jurisprudenciais que as contrariarem.

b) não pode apreciar a inconstitucionalidade arguida porque as normas constitu-

cionais são originadas da ideia de Estado-Nação, vigentes, portanto, somente nos

estreitos limites territoriais daquele país.

c) pode apreciar a inconstitucionalidade arguida, desde que haja reciprocidade, ou

seja, que a autoridade argentina competente possa declarar a inconstitucionalidade

de lei brasileira em face da Constituição Argentina.

d) não pode apreciar a inconstitucionalidade arguida, pois a Constituição Federal

do Brasil, como as demais constituições, não possui a característica de supranacio-

nalidade, típica dos tratados e convenções internacionais.

e) pode apreciar a inconstitucionalidade arguida, pois ao analisar a lei internacio-

nal perante a Constituição Brasileira, os efeitos da decisão serão sentidos somente

no Brasil, o que não afeta a esfera de competência da Corte estrangeira.

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Sem ressalvas quanto ao gabarito lançado pela Banca. Para que seja deferida a

extradição, alguns requisitos são necessários, dentre os quais a dupla tipicidade,

sendo o fato considerado crime no Brasil e no País de origem. Dentro dessa pre-

missa, a lei que tipifica uma conduta como criminosa deve ser compatível com o

ordenamento nacional, porque do contrário haveria uma violação da ordem jurídica

interna, desautorizando a extradição. Na hipótese, pode-se ainda invocar a própria

LINDB, que em seu artigo 17 prevê que “as leis, atos e sentenças de outro país,

bem como quaisquer declarações de vontade, não terão eficácia no Brasil, quando

ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e os bons costumes”.

57. Em suas decisões, o Supremo Tribunal Federal afirma que as normas consti-

tucionais originárias não possuem hierarquia entre si, assentando a premissa fun-

damental de que o sistema positivo constitucional constitui um complexo de nor-

mas que deve manter entre si um vínculo de coerência; em síntese, em caso de

confronto entre as normas constitucionais, devem ser apaziguados os dispositivos

constitucionais aparentemente conflitantes. Tal interpretação decorre de um princí-

pio específico de interpretação constitucional, denominado princípio da

a) conformidade ou justeza constitucional.

b) eficácia integradora.

c) força normativa.

d) máxima efetividade.

e) unidade da constituição.

De acordo com o princípio da unidade da Constituição, as normas constitucionais

devem ser vistas não de maneira isolada, mas como preceitos integrados em um

sistema unitário de regras e princípios. Deve-se, assim, afastar as aparentes anti-

nomias. Canotilho ensina que o princípio da unidade obriga o intérprete a conside-

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rar a constituição na sua globalidade e a procurar harmonizar os espaços de tensão.

Vou além! O professor Eros Grau sempre usava uma expressão genial, segundo a

qual “a Constituição não pode ser interpretada em tiras”. Quer um exemplo? Qual

a idade para ser Presidente da Câmara dos Deputados? Não há tratamento explí-

cito na Constituição, mas a resposta só pode ser 35 anos. Isso porque, se por um

lado é exigida a idade mínima de 21 anos para ser Deputado Federal, por outro o

candidato deve lembrar que a Presidência da Câmara está na linha sucessória. Em

consequência, o titular da cadeira precisa preencher todos os requisitos para ser

Presidente da República, entre os quais se destaca a idade mínima de 35 anos.

58. A Constituição Federal de 1988 garantiu a inviolabilidade do direito ao sigilo,

sendo possível, contudo, a quebra do sigilo bancário

a) mediante requisição de informações bancárias, efetuada no âmbito de procedi-

mento administrativo--fiscal.

b) desde que haja a oitiva do investigado em contraditório, ou seja, não sendo ca-

bível na fase inquisitorial do processo.

c) mediante ordem judicial, amparada em elementos probatórios que permitam

individualizar o investigado e o objeto da investigação.

d) excepcionalmente, nas hipóteses previstas no Código Civil e no Código Tributá-

rio Nacional.

e) no âmbito da justiça federal, tão somente, excluída a competência da justiça

comum estadual, face à natureza dos estabelecimentos bancários.

A alternativa apontada como correta pela banca foi a C, devido o que apregoa o ar-

tigo 5º, incisos X e XII. Nos incisos X e XII: X – são invioláveis a intimidade, a vida

privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo

dano material ou moral decorrente de sua violação; (...) XII – é inviolável o sigilo

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da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações

telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que

a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal.

Diante da dificuldade em se distinguir vida privada de intimidade, melhor se utilizar

a expressão direito à privacidade, a fim de englobar todas as hipóteses previstas

no texto constitucional referentes à vida íntima. Impende destacar o magistério de

José Afonso da Silva: a esfera de inviolabilidade, assim, é ampla, abrange o modo

de vida doméstico, nas relações familiares e afetivas em geral, fatos, hábitos, local,

nome, imagem, pensamentos, segredos, e, bem assim, as origens e planos futuros

do indivíduo. Dessa forma, no âmbito da privacidade, conclui-se que não se pode

deixar de levar em consideração as informações bancárias, que, indubitavelmente,

revelam traços ou elementos da vida privada do indivíduo. Sendo assim, o sigilo

bancário seria um desdobramento da proteção à intimidade prevista no inciso X do

art. 5º da Carta Magna, em consonância com o voto do Min. Carlos Velloso, em jul-

gamento do RE 219.780, que faz residir “no inciso X, do art. 5º da Constituição, o

sigilo bancário, que tenho como espécie de direito à privacidade” (STF, RE 219.780,

DJ 10/09/1999). Por outro lado, o inciso XII da CF é uma inovação da Constituição,

o que desencadeou algumas dúvidas interpretativas. Não trata expressamente do

sigilo bancário, mas, ao utilizar o termo “sigilo de dados”, sem dúvida, abarca a pro-

teção às informações bancárias. Isto porque as informações bancárias não deixam

de ser dados, mas o dispositivo da CF é amplo, protegendo outros dados além dos

bancários. É a posição de Antônio Manoel Gonçalez, ao sustentar que o vocábulo

‘dados’, “certamente, refere-se a informações pessoais em poder dos bancos, en-

tidades financeiras etc., que são indevassáveis. Trata-se de garantia constitucional

aos cidadãos e os bancos deverão obedecer ao estatuído na Carta de Princípios”.

Entretanto, como não poderia deixar de ser, não faltam juristas que defendam

o contrário, entre eles, pode-se citar Luiz Fernando Bellinetti, que diz que o inc.

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XII do art. 5º da CF, apesar de ser mencionado como embasamento para o sigilo

bancário, não se presta a tal finalidade e, de maneira radical, afirma ainda que a

garantia do sigilo bancário se torna meramente legal, se a revelação da informação

não invadir a esfera da intimidade da pessoa. Como a corrente majoritária é a que

os incisos X e XII do artigo 5º respondem pela normatização constitucional do sigilo

bancário, a alternativa C coloca-se como a correta, posto que o comando da ques-

tão tratou de dizer acerca da Constituição Federal. Entretanto, em face da polêmi-

ca, recente decisão do STF (e não era sobre jurisprudência do STF a questão) assim

assentou: “O Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) concluiu, no julgamento

conjunto de cinco processos que questionavam dispositivos da Lei Complementar

(LC) 105/2001, que permitem à Receita Federal receber dados bancários de contri-

buintes fornecidos diretamente pelos bancos, sem prévia autorização judicial. Por

maioria de votos – 9 a 2 –, prevaleceu o entendimento de que a norma não resulta

em quebra de sigilo bancário, mas sim em transferência de sigilo da órbita ban-

cária para a fiscal, ambas protegidas contra o acesso de terceiros. A transferência

de informações é feita dos bancos ao Fisco, que tem o dever de preservar o sigilo

dos dados, portanto não há ofensa à Constituição Federal. Mas como a questão não

versava sobre a recente decisão do STF, não seria possível assinalar a alternativa A.

59. A Casa na qual tenha sido concluída a votação de projeto de lei deverá enviá-lo

ao Presidente da República que, ao considerar o projeto

a) no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-

-lo-á total ou parcialmente, no prazo de quinze dias úteis, contados da data do

recebimento.

b) inconstitucional, em parte, poderá apor veto parcial, no prazo de quinze dias

úteis, abrangendo artigo, parágrafo, inciso, alínea ou expressão verbal.

c) no todo ou em parte, inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-

-á total ou parcialmente, no prazo de trinta dias contados da data do recebimento.

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d) contrário ao interesse público, vetá-lo-á totalmente, não podendo fazê-lo, neste

caso, de forma parcial, já que não há como cindir o interesse público.

e) no todo ou em parte, inconstitucional, vetá-lo-á total ou parcialmente, no prazo

de vinte dias contados da data do recebimento.

Sem reparos quanto ao gabarito preliminar, na medida em que espelha o conteúdo

do artigo 66 da CF. Confira: Art. 66. A Casa na qual tenha sido concluída a votação

enviará o projeto de lei ao Presidente da República, que, aquiescendo, o sanciona-

rá. § 1º – Se o Presidente da República considerar o projeto, no todo ou em parte,

inconstitucional ou contrário ao interesse público, vetá-lo-á total ou parcialmente,

no prazo de quinze dias úteis, contados da data do recebimento, e comunicará,

dentro de quarenta e oito horas, ao Presidente do Senado Federal os motivos do

veto.

60. A Constituição Federal de 1988 proclama que o advogado é indispensável à

administração da Justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exer-

cício da profissão, nos limites da lei. Em decorrência de tal previsão constitucional,

é correto afirmar que

a) a garantia da inviolabilidade não abrange manifestações injuriosas, ainda que

proferidas no estrito âmbito de discussão da causa.

b) a garantia da inviolabilidade alcança a relação advogado-cliente, não havendo

dano moral em carta de cobrança de honorários que possua expressões ofensivas.

c) a garantia da inviolabilidade impede processar criminalmente um advogado pela

suposta prática de crime de desacato.

d) o princípio da indispensabilidade determina que somente advogados possam

fazer sustentação oral em julgamento no Supremo Tribunal Federal.

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e) o princípio da indispensabilidade possui exceções, como a impetração de habeas

corpus e mandado de segurança.

A inviolabilidade do advogado abrange os crimes de injúria e difamação, não alcan-

çando a calúnia e o desacato. Isso afasta a letra C. Deve ser destacado que mesmo

nos crimes de injúria e difamação a imunidade incide nas discussões no foro, não

se estendendo para a relação advogado-cliente. Assim, afastam-se as letras A e B.

Errada a letra E, porque a impetração do MS exige a presença de advogado ou de

defensor público. Entre os remédios constitucionais, apenas o HC dispensa advo-

gado. Sobra como correta a letra D, porque a sustentação oral perante o STF é ato

privativo de advogado.

61. Assinale a alternativa que corretamente trata do sistema constitucional de cri-

ses.

a) Na hipótese extrema do estado de defesa, quando medidas enérgicas devem

ser tomadas para preservar a ordem pública, o preso pode ficar, excepcionalmente,

incomunicável.

b) O Estado de Sítio pode ser defensivo, tendo como pressuposto material a ocor-

rência de uma comoção grave, cuja repercussão é nacional e que não pode ser

debelada com os instrumentos normais de segurança.

c) Logo que cesse o Estado de Defesa ou o Estado de Sítio, as medidas aplicadas

em sua vigência pelo Presidente da República serão relatadas em mensagem ao

Supremo Tribunal Federal, pois cumpre ao Judiciário o controle de legalidade dos

atos praticados.

d) Cessado o Estado de Sítio, cessam imediatamente seus efeitos, de modo que os

atos coercitivos autorizados em decreto, executados pelos delegados do Presidente

da República, são imunes ao controle judicial.

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e) Os pareceres emitidos pelos Conselhos da República e de Defesa Nacional não

são vinculantes, cabendo a decretação do estado de defesa ao Presidente da Repú-

blica, que expedirá decreto estabelecendo a duração da medida.

Com efeito, tanto na intervenção federal quanto nos estados de defesa e de sítio,

o Presidente da República ouvirá o Conselho da República e o de Defesa Nacional.

Os pareceres emitidos, todavia, não têm força vinculante. O responsável pela de-

cretação da medida extrema é o Presidente da República. O decreto estabelecerá

a duração da medida, que não pode extrapolar 30 dias, renováveis uma vez por

igual período. Se o tempo ou as medidas implementadas não forem suficientes para

contornar a situação, será caso de decretação do estado de sítio.

62. Acerca da Previdência Social na Constituição Federal de 1988, é correto afirmar

que

a) os gastos havidos com bens, serviços, prestações e administração da previdên-

cia não estão submetidos a uma lógica de equilíbrio atuarial, posto que a previ-

dência se presta a auxiliar pessoas necessitadas, como trabalhadores doentes, de

idade avançada, entre outras hipóteses.

b) a previdência privada é admitida, em caráter autônomo, facultativo, contratual

e complementar, sendo vedado à União, aos Estados, aos Municípios e ao Distrito

Federal assumir a qualidade de patrocinador de tais entidades, com uma contribui-

ção igual àquela feita pelo segurado.

c) é constitucional a cobrança de contribuição previdenciária sobre os proventos

de aposentadoria e as pensões dos servidores públicos da União, dos Estados, dos

Municípios e do Distrito Federal (regime próprio) que superem o limite máximo es-

tabelecido para os benefícios do regime geral de previdência social.

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d) é constitucional que um ente federativo estabeleça, por norma própria (estadu-

al, distrital ou municipal), um tempo mínimo de anos de contribuição na atividade

privada, para fins de compensação e obtenção de aposentadoria por um servidor

no regime próprio da Administração Pública.

e) professores que venham a exercer funções de direção de unidade escolar, co-

ordenação e assessoramento pedagógico não farão jus à aposentadoria especial,

pois o benefício somente será devido àqueles que comprovem o tempo de efetivo

exercício das funções de magistério exclusivamente em sala de aula.

Sem reparos o gabarito preliminar. A EC 41/03 trouxe a chamada “contribuição

dos inativos”. Questionada no STF, o Tribunal entendeu não haver ofensa a direito

adquirido, pontuando que a cobrança estaria justificada pelo princípio da solidarie-

dade, de modo a não faltarem recursos para as próximas gerações – direito de 3ª

geração/dimensão.

63. Após publicar edital de licitação a fim de contratar empresa para a construção

de uma delegacia policial, a autoridade administrativa verifica a existência de um

erro na descrição do projeto básico, que afeta, de maneira significativa e inquestio-

nável, a estimativa de custos dos licitantes e a formulação das propostas a serem

apresentadas. Nesse caso, a autoridade deverá


a) anular a licitação, pois não é possível modificar um edital já publicado, devendo

iniciar um novo procedimento licitatório.

b) alterar o edital, divulgando a modificação pela mesma forma que se deu o texto

original, reabrindo o prazo inicialmente estabelecido para a apresentação das pro-

postas.

c) alterar o edital, divulgando a modificação por meio eletrônico em razão do prin-

cípio da eficiência, mantendo o prazo inicialmente estabelecido para a apresenta-

ção das propostas.

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d) revogar a licitação, modificar o edital e, após, retomar o procedimento licita-

tório, com a publicação das modificações efetuadas e a reabertura do prazo para

apresentação das propostas.

e) alterar o edital, publicando a modificação no Diário Oficial, mantendo o prazo

inicialmente estabelecido para a apresentação das propostas.

a) Incorreta, pois a hipótese em comento permite a revogação da licitação por ra-

zões de interesse público decorrente de fato superveniente devidamente compro-

vado, nos termos descritos pelo art. 49 da Lei n. 8.666/90.

b) Correta, vide art. 21, § 4º, da Lei n. 8.666/90.

c) Incorreta, pois a nova divulgação deve ocorrer da mesma forma em que ocorreu

a primeira, reestabelecendo o prazo, conforme previsto no art. 21, § § 3º e 4º, da

Lei n. 8.666/90.

d) Incorreta, pois o mencionado erro não justifica a revogação do certame, confor-

me se depreende do art. 49 da Lei 8.666/90.

e) Incorreta, conforme art. 21, § 4º, da Lei n. n. 8.666/1990, o prazo deve ser re-

aberto.

64. Executado o contrato, o recebimento provisório do objeto poderá ser dispen-

sado quando se tratar de

a) serviços profissionais.

b) gêneros não perecíveis e alimentação processada.

c) aquisição de equipamentos de grande vulto.

d) obras e serviços compostos de aparelhos, equipamentos e instalações.

e) locação de equipamentos.

Conforme artigo 74 da Lei n. 8.666/1993.

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65. O direito do proprietário de exigir que na desapropriação se inclua a parte res-

tante do bem expropriado, que se tornou inútil ou de difícil utilização, é denomina-

do de

a) Retrocessão.

b) Desapropriação indireta.

c) Direito de extensão.

d) Indenização de benfeitorias.

e) Direito de acrescer.

Tal direito, o de extensão, está expressamente reconhecido no art. 12 do Dec. Fe-

deral n. 4.956/03. De acordo com Maria Sylvia Zanella Di Pietro, retrocessão é o

direito que tem o expropriado de exigir de volta o seu imóvel caso o mesmo não

tenha o destino para que se desapropriou. Nesse sentido é o art. 519 do CC. Na de-

sapropriação indireta, a Administração Pública finge a ocorrência de uma servidão

que, na verdade, configura uma desapropriação. Direito de acrescer caracteriza-se

como uma substituição admitida em lei segundo a qual um indivíduo passa a ob-

ter a parte atribuída a outro indivíduo faltoso em determinado direito, como, por

exemplo, no art. 1259 do CC.

66. No âmbito da execução penal, a atribuição de apurar a conduta faltosa do

detento cometida dentro do estabelecimento prisional durante o cumprimento da

pena, assim como realizar a subsunção do fato à norma legal, verificando se a con-

duta corresponde a uma falta leve, média ou grave, e aplicar eventual sanção é do

diretor do estabelecimento prisional e decorre do poder

a) de polícia.

b) geral de cautela.

c) de tutela.

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d) hierárquico.

e) Disciplinar.

a) Poder de polícia é a faculdade de que dispõe a Administração Pública para con-

dicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos individuais, em be-

nefício da coletividade ou do próprio Estado.

b) Segundo entendimento doutrinário majoritário, o poder geral de cautela consiste

na possibilidade do juiz, no caso específico, conceder tutela cautelar de ofício.

c) Tutela é o poder de fiscalização dos atos das entidades da administração indireta

pelos órgãos centrais da administração direta.

d) Poder hierárquico é o de que dispõe o Executivo para organizar e distribuir as

funções de seus órgãos, estabelecendo a relação de subordinação entre os servido-

res do seu quadro de pessoal.

e) No âmbito da execução penal, a atribuição de apurar a conduta faltosa do de-

tento, assim como realizar a subsunção do fato à norma legal, ou seja, verificar se

a conduta corresponde a uma falta leve, média ou grave é do diretor do presídio,

que é o detentor do poder disciplinar.

67. Servidores da Secretaria da Fazenda pretendem a ascensão do cargo de Técni-

co, posteriormente reestruturado para Analista Tributário, para o cargo de Agente

Fiscal, sob o argumento de que ambos os cargos pertencem à mesma carreira. Tal

pretensão é

a) constitucional, porque constitui mera transposição de servidor concursado de

um cargo para outro dentro da mesma pessoa jurídica de direito público.

b) inconstitucional, porque tal alteração é de competência privativa do chefe do

poder executivo e somente pode ocorrer por remoção ou permuta.

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c) constitucional, porque os dois cargos possuem natureza e complexidade seme-

lhantes, e os servidores já foram previamente aprovados em concurso público.

d) inconstitucional, por constituir modalidade de provimento derivado, que propi-

cia ao servidor a investidura, sem prévia aprovação em concurso público destinado

ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual foi anteriormente

investido.

e) constitucional, porque a Constituição Federal somente prevê a necessidade de

concurso público para ingresso na administração pública e não para transposição,

transformação ou ascensão funcional.

Vide Súmula Vinculante 43 e art. 37 da CF.

68. A imperatividade é o atributo do ato administrativo que impõe a coercibilidade

para seu cumprimento ou execução. Dispensam esse atributo os atos administra-

tivos

a) enunciativos.

b) normativos.

c) punitivos.

d) ordinatórios.

e) vinculados.

a) Os atos que dispensam coercitividade para sua operacionalização, pois são atos

do interesse do administrado, como uma obtenção de certidão, a obtenção de uma

autorização, não têm como atributo seu a imperatividade.

b) Atos Normativos: aqueles que contêm um comando geral do Executivo, visan-

do a correta aplicação da lei; estabelecem regras gerais e abstratas, pois visam a

explicitar a norma legal. Exs.: Decretos, Regulamentos, Regimentos, Resoluções,

Deliberações, etc.

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c) Atos punitivos: atos com que a Administração visa a punir e reprimir as infrações

administrativas ou a conduta irregular dos administrados ou de servidores. É a apli-

cação do Poder de Polícia e Poder Disciplinar. Ex.: multa; interdição de atividades;

destruição de coisas; afastamento de cargo ou função.

d) Atos Ordinatórios: visam disciplinar o funcionamento da Administração e a con-

duta funcional de seus agentes. Emanam do poder hierárquico da Administração.

Exs.: Instruções, Circulares, Avisos, Portarias, Ordens de Serviço, Ofícios, Despa-

chos.

e) Atos vinculados: são aqueles em que o agente público deve agir conforme o es-

tabelecido em lei, ou seja, não dá margem para a discricionariedade.

69. De acordo com a disciplina constante do Código Civil acerca dos vícios de von-

tade dos negócios jurídicos, assinale a alternativa correta.

a) O erro de indicação da pessoa ou da coisa a que se referir a declaração de

vontade viciará o negócio, mesmo se, por seu contexto e pelas circunstâncias, for

possível identificar a coisa ou pessoa cogitada.

b) O silêncio intencional de uma das partes a respeito de fato ou qualidade que a

outra parte haja ignorado, nos negócios jurídicos bilaterais, constitui omissão cul-

posa, provando-se que, sem ela, o negócio não teria sido celebrado, ou o seria de

outro modo.

c) A coação, para viciar o negócio jurídico, deve incutir ao paciente temor de dano

iminente à sua pessoa, à sua família, aos seus bens ou a terceiros, devendo ser

levados em conta o sexo, a idade, a condição, a saúde e, no temor referencial, o

grau de parentesco.

d) Configura-se o estado de perigo quando alguém, premido da necessidade de

salvar-se, ou a pessoa pertencente ou não à sua família, de grave dano conhecido

ou não pela outra parte, assume obrigação excessivamente onerosa.

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e) Se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com

a redução do proveito, segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado

o negócio jurídico, não se decretará a anulação do negócio, nos casos de lesão.

a) O art. 142 do Código Civil diz o contrário.

b) O conceito acima, constante do art. 147 do CC, é de omissão dolosa, e não cul-

posa.

c) A lei (CC, art. 151) não menciona coação, de forma genérica, por ameaça a ter-

ceiros; b) não há a figura do temor referencial, e sim do temor reverencial, hipóte-

se em que não se considera coação (CC, art. 153).

d) A lei (CC, art. 156) exige dolo de aproveitamento, ou seja, o grave dano há de

ser necessariamente conhecido da outra parte; b) a necessidade de salvar-se é da

própria pessoa ou de pessoa da sua família, somente havendo se falar de pessoa não

pertencente à família do paciente de forma excepcional (CC, art. 156, par. único).

e) De acordo com o art. 157, § 2o do CC.

70. A respeito da prescrição e decadência, assinale a alternativa correta.

a) Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue pela pres-

crição; a exceção prescreve nos prazos processuais previstos em lei especial, não

havendo coincidência com os prazos da pretensão, em razão da sua disciplina pró-

pria.

b) A renúncia à prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita,

sem prejuízo de terceiro, antes de a prescrição se consumar; tácita é a renúncia

quando se presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição.

c) Os prazos de prescrição podem ser alterados por acordo das partes; a prescri-

ção pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição pela parte a quem aproveita

e, iniciada contra uma pessoa, continua a correr contra o seu sucessor.

d) A interrupção da prescrição pode se dar por qualquer interessado, somente po-

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derá ocorrer uma vez e, após interrompida, recomeça a correr da data do ato que

a interrompeu, ou do último ato do processo para a interromper.

e) Não corre a prescrição entre os cônjuges e/ou companheiros, na constância da

sociedade conjugal, entre ascendentes e descendentes, durante o poder familiar,

bem como contra os relativamente incapazes.

a) De acordo com o art. 190 do CC, “a exceção prescreve no mesmo prazo em que

a pretensão”

b) De acordo com o art. 191 do CC, a renúncia à prescrição só valerá se for feita

depois que a prescrição se consumar, e não antes disso.

c) Nos termos do art. 192 do CC, “os prazos de prescrição não podem ser alterados

por acordo das partes”.

d) De acordo com os arts. 202 e 203 do CC.

e) A prescrição corre contra os relativamente incapazes (CC, art. 198, I).

71. Com relação à posse, assinale a alternativa correta.

a) A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em

virtude de direito pessoal, ou real, não anula a indireta, de quem aquela foi havida,

podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o possuidor indireto.

b) Tendo em vista que a posse somente é defendida por ser um indício de proprie-

dade, obsta à manutenção ou reintegração na posse a alegação de propriedade, ou

de outro direito sobre a coisa.

c) Não autorizam a aquisição da posse justa os atos violentos, senão depois de

cessar a violência; entretanto, se a coisa obtida por violência for transferida, o

adquirente terá posse justa e de boa-fé, mesmo ciente da violência anteriormente

praticada.

d) É de boa-fé a posse, se o possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a

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aquisição da coisa. O possuidor com justo título tem por si a presunção de boa-fé,

mesmo após a ciência inequívoca que possui indevidamente.

e) O possuidor turbado, ou esbulhado, poderá manter-se ou restituir-se por sua

própria força, a qualquer tempo; os atos de defesa, ou de desforço, não podem­ir

além do indispensável à manutenção, ou restituição da posse.

a) De acordo com o art. 1.197 do CC.

b) De acordo com o art. 1.210, § 2o do CC

c) De acordo com o art. 1.203 do CC, “salvo prova em contrário, entende-se man-

ter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida

d) De acordo com o art. 1.201, par. único do CC, que permite a cessação da pre-

sunção de boa-fé do possuidor que detém título, ao permitir a “prova em contrário”.

e) Na forma do art. 1.210, § 1º do CC, os atos de defesa ou de desforço devem ser

imediatos, ou seja, “contanto que o faça logo”.

72. A respeito da responsabilidade civil, assinale a alternativa correta.

a) A indenização mede-se pela extensão do dano, não podendo ser reduzida pelo

juiz, mesmo na existência de excessiva desproporção entre a gravidade da culpa

e o dano; se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua

indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto

com a do autor do dano.

b) A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no pagamento das per-

das e danos que sobrevierem ao ofendido; se o ofendido não puder provar prejuízo

material, caberá ao juiz fixar, equitativamente, o valor da indenização, na confor-

midade das circunstâncias do caso; considera-se ofensiva da liberdade pessoal a

denúncia falsa e de má-fé.

c) No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações, no

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pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da fa-

mília e na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se

em conta a duração provável da vida do alimentado.

d) No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das

despesas do tratamento e dos danos emergentes, além de algum outro prejuízo

que o ofendido prove haver sofrido, não sendo devidos lucros cessantes.

e) Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício

ou profissão, a indenização, além das despesas do tratamento e lucros cessantes

até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do tra-

balho para que se inabilitou, não podendo a indenização ser arbitrariedade paga de

uma só vez.

a) De acordo com o art. 944, par. único do CC, pois “se houver excessiva despro-

porção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente,

a indenização”.

b) De acordo com os arts. 953 e 954 do CC.

c) Conforme o art. 948, II do CC, leva-se em consideração a duração provável da

vida da vítima, e não do alimentado.

d) O art. 949 do CC prevê expressamente o pagamento dos lucros cessantes.

e) O art. 950, parágrafo único do CC prevê expressamente a possibilidade de que

a indenização seja arbitrada e paga de uma só vez.

73. Com relação ao estabelecimento empresarial, assinale a alternativa correta.

a) O contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do

estabelecimento, só produzirá efeitos quanto às partes e a terceiros depois de

averbado à margem da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no

Registro Público de Pessoas Jurídicas, e de publicado na imprensa local.

b) O adquirente do estabelecimento responde pelo pagamento dos débitos ante-

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riores à transferência, mesmo não contabilizados, continuando o devedor primitivo

subsidiariamente obrigado, pelo prazo de três anos, a partir, quanto aos créditos

vencidos, da publicação, e, quanto aos outros, da data do vencimento.

c) A transferência do estabelecimento importa a sub-rogação do adquirente nos

contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter

pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa dias a contar da

publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a res-

ponsabilidade do alienante.

d) Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode

fazer concorrência ao adquirente, nos dez anos subsequentes à transferência; no

caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição persistirá du-

rante o prazo contratual, não podendo ser superior a cinco anos.

e) A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento transferido produzirá efeito

em relação aos respectivos devedores, desde o momento da assinatura do con-

trato, e, a partir da publicação da transferência, o devedor que pagar ao cedente,

mesmo de boa-fé, terá que pagar novamente ao adquirente.

a) Em relação às partes, o contrato já produz efeitos a partir da assinatura, mas

em relação aos terceiros deve observar a regra do art. 1.144 do CC Art. 1.144. O

contrato que tenha por objeto a alienação, o usufruto ou arrendamento do estabe-

lecimento, só produzirá efeitos quanto a terceiros depois de averbado à margem

da inscrição do empresário, ou da sociedade empresária, no Registro Público de

Empresas Mercantis, e de publicado na imprensa oficial.

b) A responsabilidade refere-se apenas aos débitos anteriores regularmente con-

tabilizados, na forma do CC Art. 1.146. O adquirente do estabelecimento responde

pelo pagamento dos débitos anteriores à transferência, desde que regularmente

contabilizados, continuando o devedor primitivo solidariamente obrigado pelo pra-

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zo de um ano, a partir, quanto aos créditos vencidos, da publicação, e, quanto aos

outros, da data do vencimento.

c) Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação

do adquirente nos contratos estipulados para exploração do estabelecimento, se

não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o contrato em noventa

dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada,

neste caso, a responsabilidade do alienante.

d) O prazo previsto na norma é de no máximo 5 anos, conforme preceitua o CC

art. 1.147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não

pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subsequentes à transferên-

cia.

e) Efeitos no caso de cessão se dará com a publicação da transferência na forma

do CC Art. 1.149. A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento transferido

produzirá efeito em relação aos respectivos devedores, desde o momento da pu-

blicação da transferência, mas o devedor ficará exonerado se de boa-fé pagar ao

cedente.

74. Poderá requerer a recuperação judicial o devedor

a) que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades empresariais

pelo período mínimo de seis meses.

b) que obteve recuperação judicial anterior, desde que decorridos ao menos 2 anos

da publicação da sentença concessiva desta.

c) condenado por crimes falimentares, desde que decorridos­ ao menos 3 anos,

bem como pelo cumprimento da penalidade imposta.

d) falido, desde que estejam declaradas extintas, por sentença transitada em jul-

gado, as responsabilidades decorrentes da falência.

e) empresa pública ou sociedade de economia mista exercente de atividade eco-

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nômica não sujeita ao regime de monopólio.

a) O art. 48 caput da LFRE (Lei 11.101/2005) prevê o prazo de 2 anos.

b) O art. 48, II da LFRE (Lei 11.101/2005) disciplina que o prazo é de anos conta-

dos da concessão (...) II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão

de recuperação judicial

c) O art. 48, IV da LFRE (Lei 11.101/2005) não estipula qualquer prazo. IV – não

ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa

condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.

d) O art. 48, I da LFRE (Lei 11.101/2005) disciplina que I – não ser falido e, se o

foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsa-

bilidades daí decorrentes

e) O art. 2, I da LFRE (Lei 11.101/2005) exclui da aplicação da referida (Art. 2o

Esta Lei não se aplica a: I – empresa pública e sociedade de economia mista), mas

há norma n. 11.101/2005 não trata de monopólio, mas regula a recuperação judi-

cial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária.

75. As causas cíveis serão processadas e decididas pelo juiz nos limites de sua

competência, ressalvado às partes o direito de instituir juízo arbitral, na forma da

lei. A respeito do instituto da competência, é correto afirmar que

a) as suas regras são exclusivamente determinadas pelas normas previstas no Có-

digo de Processo Civil ou em legislação especial.

b) tramitando o processo perante outro juízo, os autos serão remetidos ao juízo

federal competente se nele intervier a União, excluindo-se dessa regra, dentre ou-

tras, as ações de insolvência civil.

c) a ação possessória imobiliária será proposta no foro de situação da coisa, cujo

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juízo tem competência relativa para sua análise.

d) se o autor da herança não possuía domicílio certo, é competente o foro do do-

micílio do inventariante para análise do inventário.

e) a ação em que o incapaz for réu será proposta no foro de seu domicílio.

a) Não será determinado exclusivamente pelas normas previstas no CPC ou em

Legislação especial. B Art. 45, inciso I CPC.

c) Art. 47 Parágrafo 2°, CPC.

d) Errado. Art. 48, Parágrafo único, CPC.

e) Errado. Art. 50 CPC.

76. A Lei no 9.507, de 12 de novembro de 1997, disciplina o rito processual do ha-

beas data, nos seguintes termos:

a) o seu pedido não poderá ser renovado, em caso de decisão denegatória.

b) o seu processo terá prioridade sobre todos os atos judiciais, exceto mandado de

segurança e injunção.

c) o impetrante fará jus à gratuidade de Justiça, tendo ou não recursos financeiros

para arcar com as custas e as despesas processuais.

d) ao despachar a inicial, se o juiz verificar que não é caso de habeas data, inti-

mará o impetrante para que adite o seu pedido, convertendo-o em mandado de

segurança.

e) quando for hipótese de sentença concessiva, o recurso de apelação interposto

terá efeito devolutivo e suspensivo.

a) Poderá ser renovado nos termos do art. 18 da Lei no 9.507/97, desde que o mé-

rito não tenha sido analisado.

b) Conforme art. 19 da Lei no 9.507/97.

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c) Vide art. 21 da Lei no 9.507/97.

d) Vide art. 10 da Lei n. 9.507/1997.

e) Vide art. 15, parágrafo único, da Lei n. 9.507/1997.

77. As tutelas requeridas ao Poder Judiciário podem ter caráter definitivo ou pro-

visório. No que diz respeito à tutela provisória de urgência, é correto afirmar que

a) a tutela antecipada e a de evidência são suas espécies.

b) quando requerida em caráter incidental, exige o pagamento de custas.

c) a sua efetivação observará as normas referentes ao cumprimento definitivo da

sentença.

d) pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia.

e) quando antecedente, como regra, será requerida ao juiz do foro do domicílio do

autor.

a) As tutelas provisórias são o gênero, dos quais derivam duas espécies: (1) tutela

provisória de urgência e (2) tutela provisória da evidência.

b) Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do paga-

mento de custas.

c) Art. 297, parágrafo único.

d) Art. 300, parágrafo 2° CPC.

e) Art. 308 CPC.

78. Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,

não amparado por habeas corpus ou habeas data, sempre que, ilegalmente ou com

abuso de poder, qualquer pessoa física ou jurídica sofrer violação ou houver justo

receio de sofrê-la por parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais

forem as funções que exerça. No que concerne ao procedimento do mandado de

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segurança individual, assinale a afirmativa correta.

a) Concedida a segurança, a sentença estará sujeita obrigatoriamente ao duplo

grau de jurisdição.

b) cabível a condenação do contestante ao pagamento de honorários advocatícios.

c) O vencido pode interpor recurso de embargos infringentes, quando a decisão da

apelação for tomada por maioria de votos.

d) O ingresso de litisconsorte ativo não será admitido após a prolação da sentença.

e) Da decisão do juiz de primeiro grau que denegar a liminar caberá agravo de

instrumento, mas a que conceder será recorrível quando da apelação.

a) Vide art. 14, § 1º, da Lei 12.016/2009.

b) Vide art. 25, da Lei 12.016/2009.

c) Vide art. 25, da Lei 12.016/2009.

d) Vide art. 10, §2º, da Lei 12.016/2009.

e) Vide art. 14, da Lei 12.016/2009.

79. A respeito dos critérios para a modificação da competência do juízo cível, é

correto afirmar que

a) a competência absoluta poderá modificar-se pela conexão ou pela continência.

b) reputam-se continentes 2 (duas) ou mais ações quando lhes for comum o pe-

dido ou a causa de pedir.

c) antes da citação, a cláusula de eleição de foro, se abusiva, pode ser reputada

ineficaz de ofício pelo juiz, que determinará a remessa dos autos ao juízo do foro

de domicílio do réu.

d) se dá a conexão entre 2 (duas) ou mais ações quando houver identidade quanto

às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser mais amplo, abrange o

das demais.

e) a citação do réu torna prevento o juízo.

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a) Art. 54 CPC

b) Art. 55 CPC

c) Art. 63 parágrafo 3°, CPC.

d) Art. 55 CPC

e) A citação válida torna prevento o juízo.

80. A Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, trata da ação civil pública de respon-

sabilidade por danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, a bens e direitos

de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, dentre outros direitos

difusos, disciplinando que

a) poderá ter por objeto a condenação em dinheiro; o cumprimento de obrigação

de fazer, não fazer ou dar; ou ainda a constituição ou desconstituição de ato ou

negócio jurídico.

b) na hipótese de desistência do autor, o Ministério Público assumirá a titularidade

ativa, apenas se determinado pelo juiz da causa.

c) qualquer pessoa poderá e o servidor público deverá provocar a iniciativa do Mi-

nistério Público para o seu ajuizamento, ministrando-lhe informações sobre fatos

que constituam seu objeto, indicando-lhe os elementos de convicção.

d) será cabível para veicular pretensões que envolvam tributos ou contribuições

previdenciárias.

e) o Ministério Público e a Defensoria Pública poderão instaurar, sob sua presidên-

cia, inquérito civil para apurar fatos que possam dar ensejo a sua propositura.

a) Vide art. 3º, da Lei n. 7.347/85.

b) Vide art. 5º,§ 3º, da Lei n. 7.347/85.

c) Vide art. 6º, da Lei n. 7.347/85.

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d) Vide art. 1º, parágrafo único da Lei n. 7.347/85.


e) Vide art. 8º,§ 1º, da Lei n. 7.347/85.

81. O Poder Judiciário é um dos poderes constituídos da República Federativa do


Brasil, cujo regime jurídico vem tratado nos artigos 92 e seguintes da Constituição
Federal e assevera que
a) os servidores receberão delegação para a prática de atos de mero expediente
sem caráter decisório.
b) a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedadas férias coletivas nos
juízos de duplo grau de jurisdição e tribunais superiores, funcionando, nos dias em
que não houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente.
c) todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e as deci-
sões judiciais fundamentadas, quando necessário.
d) a distribuição de processos será imediata, em todos os graus de jurisdição, sal-
vo se o jurisdicionado assim não o requerer.
e) pelo voto da maioria simples dos membros do respectivo órgão especial pode-
rão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder
Público.

a) Art. 93, XIV – Os servidores receberão delegação para a prática de atos de ad-
ministração e atos de mero expediente sem caráter decisório
b) Art. 93, XII – a atividade jurisdicional será ininterrupta, sendo vedado férias co-
letivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando, nos dias em que não
houver expediente forense normal, juízes em plantão permanente.
c) Art. incisos IX e X, do artigo 93 CF.
d) Não há a possibilidade do jurisdicionado não requerer a distribuição imediata dos
processos.
e) Art. 97 CF.

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82. A ação popular, regulada pela Lei no 4.717, de 29 de junho de 1965, tem como

objetivo a defesa do patrimônio público, assim entendido os bens e direitos de va-

lor econômico, artístico, estético, histórico ou turístico. Acerca da ação popular, é

correto afirmar que

a) a prova da cidadania, para ingresso em juízo, será feita com a exibição de RG

(Registro Geral de Identificação), ou com documento que a ele corresponda.

b) é facultado a qualquer cidadão habilitar-se como litisconsorte ou assistente do

autor, desde que o faça, até a citação do réu.

c) o Ministério Público acompanhará a ação, podendo assumir a defesa do ato im-

pugnado ou dos seus autores, se assim se convencer.

d) as partes pagarão custas e preparo, quando da interposição de eventual recurso

contra a sentença.

e) a sentença incluirá sempre, na condenação dos réus, o pagamento, ao autor,

das custas e demais despesas, judiciais e extrajudiciais, diretamente relacionadas

com a ação e comprovadas, bem como o dos honorários de advogado.

a) Vide art. 1º, § 3º, da Lei n 4.717/65.

b) Vide art. 6º, § 5º, da Lei n 4.717/65.

c) Vide art. 6º, § 4º, da Lei n 4.717/65.

d) Vide art. 10, da Lei n 4.717/65.

e) Vide art. 12, da Lei n 4.717/65.

83. De acordo com o previsto na Lei Federal no 4.737/1965 (Código Eleitoral), as

juntas eleitorais

a) têm como atribuição apurar, no prazo de 2 (dois) dias, as eleições realizadas nas

zonas eleitorais sob sua jurisdição.

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b) possuem, em sua composição, 2 (dois) ou 4 (quatro) cidadãos de notória ido-

neidade, sendo que tais cidadãos não poderão ser autoridades ou agentes policiais,

nem funcionários no desempenho de cargos de confiança do Executivo.

c) são competentes para expedir títulos eleitorais, conceder transferência de elei-

tores e determinar a inscrição ou exclusão de eleitores.

d) serão sempre presididas por um juiz eleitoral, não podendo haver mais de uma

junta por Zona Eleitoral.

e) não mais são competentes para expedir os diplomas nas eleições municipais,

desde o advento do voto eletrônico em substituição ao voto manual.

a) As juntas eleitorais possuem o prazo de 10 dias para apurar as eleições que se

realizarem nas zonas eleitorais sob sua jurisdição.

b) Essa é a alternativa correta, pois está de acordo com a prescrição contida no art.

36, caput e parágrafo terceiro, do Código Eleitoral, segundo os quais: Art. 36. Com-

por-se-ão as juntas eleitorais de um juiz de direito, que será o presidente, e de 2

(dois) ou 4 (quatro) cidadãos de notória idoneidade. § 3º Não podem ser nomeados

membros das Juntas, escrutinadores ou auxiliares: I - os candidatos e seus paren-

tes, ainda que por afinidade, até o segundo grau, inclusive, e bem assim o cônju-

ge; II - os membros de diretorias de partidos políticos devidamente registrados e

cujos nomes tenham sido oficialmente publicados; III - as autoridades e agentes

policiais, bem como os funcionários no desempenho de cargos de confiança do Exe-

cutivo; IV - os que pertencerem ao serviço eleitoral. Destaque-se que, apesar de

o item não tratar de toda a composição e de todos os impedimentos aplicáveis aos

membros da Juntas Eleitorais, essa incompletude não tornou a assertiva incorreta.

c) A expedição dos títulos eleitorais, a concessão da transferência eleitoral e a

determinação de inscrição e de exclusão de eleitores são competências dos juízes

eleitorais, não das juntas.

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d) As juntas eleitorais são presididas por um juiz de direito, não necessariamente

por aquele que exerça a função eleitoral. Com efeito, qualquer juiz de direito poderá

compor a junta eleitoral e, ao compô-la, será, automaticamente, o seu presidente.

e) A diplomação dos eleitos, nas eleições municipais, é competência das juntas

eleitorais.

84. É correto afirmar que a Resolução TSE no 21.538/2003 prevê que

a) o número de inscrição do eleitor poderá contar com até 12 (doze) dígitos, sendo

que os dígitos nas posições nove e dez corresponderão ao Estado da Federação de

origem, sendo a Bahia representada pelo código 05.

b) o eleitor poderá escolher local de votação pertencente a uma zona eleitoral di-

versa daquela em que tem domicílio, desde que fundamente seu pedido, com cir-

cunstâncias como residência de parentes na zona eleitoral em que pretende votar.

c) o brasileiro nato que não se alistar até os 18 anos ou o naturalizado que não

se alistar até um ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira incorrerá em

multa imposta pelo juiz eleitoral e cobrada no ato da inscrição.

d) os homônimos consistem no agrupamento pelo batimento de duas ou mais ins-

crições ou registros que apresentem dados iguais ou semelhantes, segundo crité-

rios previamente definidos pelo Tribunal Superior Eleitoral.

e) para fins de alistamento, o certificado de quitação do serviço militar não é con-

siderado documento hábil a comprovar a nacionalidade brasileira, sendo, todavia,

aceita a carteira emitida pelos órgãos criados por lei federal, controladores do exer-

cício profissional.

Essa questão trata da resolução do alistamento eleitoral. Vamos à análise das as-

sertivas.

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a) Essa assertiva estava muito complicada, pois exigia um grande poder de memo-

rização do candidato. De acordo com o parágrafo único do art. 12 da Resolução-

-TSE n. 21.538/2003, o número de inscrição compor-se-á de até 12 algarismos,

por unidade da Federação, assim discriminados: a) os oito primeiros algarismos

serão sequenciados, desprezando-se, na emissão, os zeros à esquerda; b) os dois

algarismos seguintes serão representativos da unidade da Federação de origem da

inscrição, conforme códigos constantes da seguinte tabela: [...] 05 – Bahia c) os

dois últimos algarismos constituirão dígitos verificadores, determinados com base

no módulo 11, sendo o primeiro calculado sobre o número sequencial e o último

sobre o código da unidade da Federação seguido do primeiro dígito verificador. En-

tretanto, apesar de essa alternativa ser a “mais correta”, também há aqui um equí-

voco... Isso porque o número de inscrição eleitoral compor-se-á (ou seja, verbo no

imperativo. Todos os números de inscrição eleitoral possuem doze dígitos). Não há

uma faculdade. De forma diferente, o examinador afirmou “poderá conter”, o que

dá uma ideia de faculdade ou discricionariedade no fato de o número de inscrição

eleitoral poder ter um número de algarismos diverso de doze.

b) o eleitor tem o direito de manifestar sua preferência sobre o local de votação,

dentre aqueles estabelecidos para a sua respectiva zona eleitoral. Com efeito, o

cidadão não poderá escolher local de votação pertencente a zona eleitoral diversa.

c) na verdade, o brasileiro nato que não se alistar até os 19 anos ou o naturalizado

que não se alistar até um ano depois de adquirida a nacionalidade brasileira incor-

rerá em multa imposta pelo juiz eleitoral e cobrada no ato da inscrição.

d) De acordo com o art. 83, I da Resolução n. 21.538/2003, a coincidência é o agru-

pamento pelo batimento de duas ou mais inscrições ou registros que apresentem

dados iguais ou semelhantes, segundo critérios previamente definidos pelo Tribunal

Superior Eleitoral. Por sua vez, os homônimos são aqueles casos, excetuados os

gêmeos, que possuam dados iguais ou semelhantes, segundo critérios previamente

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definidos pelo Tribunal Superior Eleitoral, e que figurem em uma mesma duplicida-

de ou pluralidade (coincidência).

e) Segundo o TSE, são documentos aptos a comprovar a nacionalidade brasileira

e, portanto, aptos a serem utilizados para o alistamento eleitoral: a) carteira de

identidade ou carteira emitida pelos órgãos criados por lei federal, controladores

do exercício profissional; b) certificado de quitação do serviço militar; c) certidão

de nascimento ou casamento, extraída do Registro Civil; d) instrumento público do

qual se infira, por direito, ter o requerente a idade mínima de 16 anos e do qual

constem, também, os demais elementos necessários à sua qualificação.

85. No que tange à justificação do não comparecimento à eleição, prevê a Justiça

Eleitoral que será cancelada a inscrição do eleitor que se abstiver de votar em três

eleições consecutivas,

a) salvo se houver apresentado justificativa para a falta ou efetuado o pagamen-

to da multa, ficando excluídos do cancelamento os eleitores que, por prerrogativa

constitucional, não estejam obrigados ao exercício do voto e cuja idade não ultra-

passe os oitenta anos.

b) salvo se houver apresentado justificativa para a falta ou efetuado o pagamento

da multa, ficando aqueles cuja idade ultrapasse os oitenta anos sujeitos à regra

especial de prova de vida anual.

c) salvo se houver apresentado justificativa para a falta ou efetuado o pagamen-

to da multa, ficando excluídos do cancelamento os eleitores que, por prerrogativa

constitucional, não estejam obrigados ao exercício do voto e cuja idade não ultra-

passe os dezessete anos.

d) salvo se houver apresentado justificativa para a falta, efetuado o pagamento da

multa e comparecido perante a Zona Eleitoral em que está alistado para, pessoal-

mente, fazer o requerimento de reativação do alistamento eleitoral.

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e) salvo se houver apresentado justificativa para a falta ou efetuado o pagamento

da multa, não ficando excluída, entretanto, a inscrição dos que não sejam obri-

gados ao exercício de voto, como, por exemplo, os maiores de setenta anos, de

qualquer idade.

O examinador exigiu o conhecimento sobre o cancelamento da inscrição eleitoral

do eleitor que deixa de votar em três eleições consecutivas. A incidência dessa

hipótese de restrição da cidadania somente ocorrerá se o eleitor não votar, não

justificar sua ausência, nem pagar a multa eleitoral imposta. De qualquer forma,

não estão sujeitos à exclusão, ainda que deixem de votar em três eleições conse-

cutivas, o eleitor cujo o exercício do voto seja facultativo. A esse respeito, veja a

redação do parágrafo 6º do art. 80 da Resolução n. 21.538/2003: Art. 80. Omissis.

§ 6º Será cancelada a inscrição do eleitor que se abstiver de votar em três eleições

consecutivas, salvo se houver apresentado justificativa para a falta ou efetuado o

pagamento de multa, ficando excluídos do cancelamento os eleitores que, por prer-

rogativa constitucional, não estejam obrigados ao exercício do voto.

86. Nos termos da Lei Federal no 4.504/1964, assinale a alternativa correta.

a) Módulo Rural é o imóvel rural de área e possibilidades inferiores às da proprie-

dade familiar.

b) Reforma agrária é o conjunto de providências de amparo à propriedade da terra,

que se destinam a orientar as atividades agropecuárias, no interesse da economia

rural, para garantir ao trabalhador rural o pleno emprego e integração com o pro-

cesso de industrialização do país.

c) É dever do Poder Público promover e criar condições de acesso do trabalhador

rural e urbano à moradia própria, de preferência nas regiões onde trabalha.

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d) Latifúndio é a denominação dada a propriedade rural de grande extensão, per-

tencente a uma ou várias pessoas, a uma família ou empresa, com exploração

agrícola e/ou agropecuária, que segue um sistema moderno de produção, com uti-

lização de maquinários e aparelhos tecnológicos que garantem alta produtividade

da terra.

e) Imóvel rural é o prédio rústico, de área contínua, qualquer que seja a sua loca-

lização, que se destina à exploração extrativa agrícola, pecuária ou agroindustrial,

quer através de planos públicos de valorização, quer através da iniciativa privada.

a) Ver definição de módulo rural do art. 4, I e II.

b) Essa é a definição de política agrícola (art. 1, parágrafos primeiro e segundo).

c) A Lei trata apenas da obrigação com relação ao trabalhador rural (art. 2, pará-

grafo segundo, a).

d) Não corresponde à definição de latifúndio da Lei (art. 4, V).

e) É a definição de imóvel rural do art. 4, I.

87. Nos termos da Lei Federal no 8.629/1993, que dispõe sobre a regulamentação

dos dispositivos constitucionais relativos à reforma agrária, assinale a alternativa

correta.

a) Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal desapropriar, por interesse

social, para fins de reforma agrária, o imóvel rural que não esteja cumprindo sua

função social.

b) A pequena e a média propriedade rural são insusceptíveis de desapropriação

para fins de reforma agrária, ainda que o seu proprietário possua outra propriedade

rural.

c) A desapropriação por interesse social do imóvel rural que não cumpra sua fun-

ção social importa a prévia e justa indenização, inclusive no que tange às benfeito-

rias úteis e necessárias, por meio de títulos da dívida ativa.

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d) As terras rurais de domínio da União, dos Estados e dos Municípios ficam desti-

nadas, preferencialmente, execução de planos de reforma agrária.

e) Perderá a condição de beneficiário dos projetos de assentamento para fins de

reforma agrária quem vier a ocupar cargo, emprego ou função pública remunerada,

ainda que a atividade assumida seja compatível com a exploração da parcela pelo

indivíduo ou pelo núcleo familiar beneficiado.

a) Só a União pode utilizar a desapropriação por interesse social para fins de refor-

ma agrária

b) São insuscetíveis desde que o proprietário não possua outra

c) Benfeitorias úteis e necessárias devem ser pagas em dinheiro

d) É o que consta do art. 13, caput

e) Não perde a condição de beneficiário (art. 20, parágrafo quarto)

88. Nos termos da Lei nº 6.969/1981 e da Constituição Federal, assinale a alter-

nativa correta.

a) A usucapião especial referida por essa Lei abrange as terras públicas e parti-

culares, em geral, sem prejuízo de outros direitos conferidos ao posseiro, pelo Es-

tatuto da Terra ou pelas leis que dispõem sobre processo discriminatório de terras

devolutas.

b) A aquisição do domínio da área rural, por meio da usucapião especial, preen-

chidas as condições estabelecidas na Lei e na Constituição Federal, independem de

justo título e boa fé do adquirente.

c) Todo aquele que, mesmo sendo proprietário urbano, possuir como sua, por cin-

co anos ininterruptos, área rural contínua, tornando-a produtiva por seu trabalho,

tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.

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d) O benefício da assistência judiciária gratuita na ação de usucapião especial não

abrange as custas do cartório de Registro de Imóveis.

e) A usucapião especial de terras devolutas não pode ser reconhecida adminis-

trativamente, devendo ser reconhecida judicialmente, na comarca da situação do

imóvel.

a) Terras públicas são insuscetíveis de desapropriação.

b) A CF não traz o justo título e a boa fé como requisitos (art. 191).

c) Não pode ser proprietário rural nem urbano (ver art. 191 da CF).

d) O benefício inclui as custas do registro do imóvel (ver art. 6 da Lei n. 6969/1981).

e) Ver art. 4, parágrafo segundo da Lei 6969/81.

89. Havendo a incorporação de uma pessoa jurídica de direito privado por outra, os

tributos e as multas devidos pela pessoa jurídica incorporada até o ato de incorpo-

ração são de responsabilidade

a) da pessoa jurídica que resultar da incorporação, por sucessão.

b) do alienante, por direito próprio.

c) dos sócios da sociedade incorporada, por transferência.

d) da pessoa jurídica incorporada, por direito próprio.

e) dos sócios da pessoa jurídica que resultar da incorporação, por transferência.

O Código Tributário Nacional (Lei nº 5.172/1966) trata da Responsabilidade Tri-

butária nos artigos 128 a 138, dividindo-a em “responsabilidade dos sucessores”,

“responsabilidade de terceiros” e, finalmente, “responsabilidade por infrações”. Diz

o artigo 128 do CTN que: A lei pode atribuir de modo expresso a responsabilidade

pelo crédito tributário a terceira pessoa, vinculada ao fato gerador da respectiva

obrigação, excluindo a responsabilidade do contribuinte ou atribuindo-a a este em

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caráter supletivo do cumprimento total ou parcial da referida obrigação” (art. 128,

CTN). Faz-se necessária uma lei – mais especificamente, uma lei ordinária para

estabelecer a responsabilização tributária de terceiros, já que, de acordo com o

Princípio da Legalidade, “ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma

coisa senão em virtude de lei” (art. 5º, II, CF). Denomina-se responsável o sujeito

passivo da obrigação tributária que, sem revestir a condição de contribuinte (...),

tem seu vínculo com a obrigação decorrente de dispositivo expresso da lei. A refe-

rida vinculação não é pessoal e direta – pois tal configuraria a condição de contri-

buinte, e não de mero sujeito passivo indireto. Assim, pode a lei nomear um ter-

ceiro, vinculado ao fato gerador da obrigação, para atribuir-lhe a responsabilidade

de maneira exclusiva – caso em que aquele atuará como substituto tributário – ou

meramente supletiva (solidária ou subsidiária).

Responsabilidade por substituição

Na responsabilidade por substituição, o indivíduo que pratica o fato gerador jamais

chega a ser, realmente, sujeito passivo da obrigação – tendo em vista a existência

prévia de dispositivo legal, atribuindo a responsabilidade a uma terceira pessoa.

Desta forma, diferente do que ocorre na responsabilidade por transferência, na

responsabilidade por substituição a dívida é – desde sua origem, em decorrência

de previsão legal – do próprio responsável, muito embora este não tenha realizado

o fato gerador. Além de previsão expressa de lei, é mister, para a caracterização

deste tipo de responsabilidade, a existência de um liame jurídico, econômico ou

contratual entre o contribuinte e o responsável – que, neste caso, recebem a de-

nominação de “substituído” e “substituto”, respectivamente. Este último, porém,

detém direito de regresso imediato em relação ao tributo que eventual Existem, ba-

sicamente, duas espécies de substituição tributária: a “para frente” e a “para trás”.

Substituição Tributária “Para frente” ou Progressiva

A substituição tributária progressiva fundamenta-se no artigo 150 §7º da Consti-

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tuição Federal, que estabelece, in verbis: A lei poderá atribuir ao sujeito passivo

de obrigação tributária a condição de responsável pelo pagamento de imposto ou

contribuição, cujo fato gerador deva ocorrer posteriormente, assegurada a ime-

diata e preferencial restituição da quantia paga, caso não se realize o fato gerador

presumido. Assim, além de seu próprio tributo, o substituto deve arcar, desde já,

com o tributo referente ao substituído – previamente à própria ocorrência do fato

gerador. Em regra, esse tipo de substituição envolve impostos sobre a produção e a

circulação, ou seja, impostos plurifásicos que incidem sobre várias operações den-

tro de uma cadeia econômica. Mas pode, também, ser aplicado em outras espécies

de tributos. Desta forma, podem ser citados, como exemplos de ocorrências da

substituição tributária progressiva, o ICMS ou IPI. Em ambos os casos, o industrial/

atacadista (ex.: fábrica de ventiladores ou montadora de automóveis) assumirá an-

tecipadamente a responsabilidade tributária relativa ao comerciante/varejista (ex.:

estabelecimento comercial ou concessionária). Entretanto, diferentemente do que

possa parecer, o substituto não tem seu patrimônio financeiro onerado, tendo em

vista que há um ressarcimento por intermédio da nota fiscal, através da qual é re-

passado o ônus financeiro da tributação para o substituído. Como exemplo de espé-

cie diversa de tributo, sujeita ao regime de substituição tributária progressiva, pode

ser citada a contribuição previdenciária prevista no artigo 31 da Lei nº 8.212/91,

que obriga a empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão

de obra a recolher a contribuição devida pela prestadora de serviços, efetuando um

desconto de 11% no valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços,

a fim de repassar ao INSS. É importante destacar, ainda, que vários doutrinadores

de renome sustentam a inconstitucionalidade desse tipo de substituição tributária,

visto que feriria princípios tributários basilares, como o da capacidade contributiva,

o da anterioridade e o da segurança jurídica.

Substituição Tributária Regressiva

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A substituição tributária regressiva, por sua vez, está regrada no artigo 128 do

Código Tributário Nacional (já transcrito neste trabalho) e se opera após a ocor-

rência do fato gerador, não provocando, assim, quaisquer discussões acerca de

sua constitucionalidade. Neste caso, ocorre basicamente o oposto do que se dá na

substituição progressiva, ou seja: o pagamento do tributo é efetuado posterior-

mente à ocorrência do fato gerador. Nessa espécie de substituição tributária, tam-

bém conhecida como “diferimento”, “o ressarcimento financeiro do substituto se dá

imediatamente na nota fiscal, descontando-se do valor da mercadoria a ser paga

ao substituto, a quantia referente ao tributo recolhido ao Fisco”. Para exemplificar a

substituição tributária “para trás”, citemos o exemplo do óleo de soja, cujo respec-

tivo ICMS fica diferido para a saída do produto industrializado.

Responsabilidade por transferência

A responsabilidade por transferência se dá após a ocorrência do fato gerador, em

razão de circunstâncias posteriores previstas em lei, provocando uma transferência

da responsabilidade para um terceiro, podendo o contribuinte permanecer ou não

no polo passivo da obrigação. Em outras palavras, “o dever jurídico se transfere,

migra, total ou parcialmente, da pessoa do contribuinte para o responsável. Há, em

verdade, uma sub-rogação”. A responsabilidade por transferência pode se dar por

sucessão ou imputação legal, conforme será demonstrado infra.

Por Sucessão

A responsabilidade tributária por transferência, na modalidade de sucessão, pode

ocorrer: por ato intervivos, causa mortis, sucessão societária ou sucessão comer-

cial. A sucessão por ato intervivos é regulada pelos artigos 130 e 131, I, do CTN.

O primeiro deles aplica-se aos casos de bens imóveis e determina que: Os créditos

tributários relativos a impostos cujo fato gerador seja a propriedade, o domínio útil

ou a posse de bens imóveis, e bem assim os relativos a taxas pela prestação de

serviços referentes a tais bens, ou a contribuições de melhoria, sub-rogam-se na

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pessoa dos respectivos adquirentes, salvo quando conste do título a prova de sua

quitação. Parágrafo único. No caso de arrematação em hasta pública, a sub-roga-

ção ocorre sobre o respectivo preço. Assim, se na transcrição do título não constar

a Já a sucessão tributária causa mortis encontra previsão legal no artigo 131, inci-

sos II e III, que estabelecem, em síntese, duas situações. A primeira delas refere-

-se aos fatos geradores ocorridos à época em que o de cujus ainda era vivo – nesse

caso, o espólio será o responsável pelo pagamento dos tributos eventualmente

devidos, até o limite das forças da herança. A segunda situação gira em torno dos

fatos geradores ocorridos após a abertura da sucessão, porém, anteriormente à

partilha – neste caso, os sucessores e o cônjuge meeiro serão responsáveis, na

medida das forças da herança, pelos débitos tributários contraídos pelo espólio. No

tocante à sucessão societária, dispõe o art. 132 do CTN, in verbis: A pessoa jurídica

de direito privado que resultar de fusão, transformação ou incorporação de outra

ou em outra é responsável pelos tributos devidos até a data do ato pelas pessoas

jurídicas de direito privado fusionadas, transformadas ou incorporadas. Parágrafo

único. O disposto neste artigo aplica-se aos casos de extinção de pessoas jurídicas

de direito privado, quando a exploração da respectiva atividade seja continuada por

qualquer sócio remanescente, ou seu espólio, sob a mesma ou outra razão social,

ou sob firma individual.

O objetivo principal deste tipo de sucessão é evitar a elisão fiscal, ou seja, evitar

que, através de mudança na roupagem societária da empresa, haja uma situação

que caracterizaria o não-pagamento de tributos por meio da utilização de formas

jurídicas lícitas, isto é, admitidas em direito. Destarte, determina o dispositivo aci-

ma transcrito que a pessoa jurídica de direito privado, resultante de eventuais al-

terações societárias de uma ou mais empresas, será responsável pelos débitos tri-

butários originalmente devidos por esta(s), até a data do ato. Importante ressaltar

que o rol de operações societárias contido no artigo não é considerado exaustivo.

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Assim, além da fusão, da transformação e da incorporação, a mesma regra é apli-

cável também para a cisão – figura ainda inexistente no direito pátrio, à época da

edição do Código Tributário Nacional. A sucessão comercial está prevista no artigo

133 do CTN, que dispõe: A pessoa natural ou jurídica de direito privado que adquirir

de outra, por qualquer título, fundo de comércio ou estabelecimento comercial, in-

dustrial ou profissional, e continuar a respectiva exploração, sob a mesma ou outra

razão social ou sob firma ou nome individual, responde pelos tributos, relativos ao

fundo ou estabelecimento adquirido, devidos até a data do ato: I - integralmente,

se o alienante cessar a exploração do comércio, indústria ou atividade; II -subsi-

diariamente com o alienante, se este prosseguir na exploração ou iniciar dentro de

seis meses a contar da data da alienação, nova atividade no mesmo ou em outro

ramo de comércio, indústria ou profissão. Assim, estabelece a lei duas situações

distintas: se o alienante cessar a exploração, a responsabilidade será integralmen-

te do adquirente (entretanto, não se trata de responsabilidade exclusiva, segundo

a doutrina majoritária, mas sim de responsabilidade solidária); já se o alienante

prosseguir na exploração ou iniciar nova atividade comercial dentro de seis meses

a contar da data da alienação, a responsabilidade do adquirente será meramente

subsidiária (ou seja, a obrigação será exigida, primeiramente, do alienante). Im-

portante destacar as alterações operadas pela Lei Complementar nº 118/2005, que

procurou adaptar o CTN à nova Lei de Falências (Lei nº 11.101/2005), acrescen-

tando três parágrafos ao artigo acima transcrito. Tais medidas, que não comportam

maiores aprofundamentos neste sucinto trabalho, estabeleceram uma mitigação,

ou mesmo exclusão da responsabilidade ora tratada, em determinadas hipóteses –

visando incentivar a alienação de ativos da sociedade, com o intuito de facilitar sua

recuperação ou de satisfazer os credores do falido.

Por Imputação Legal

A responsabilidade tributária por imputação legal – também chamada de responsa-

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bilidade de terceiros – divide-se em responsabilidade solidária e responsabilidade

pessoal.

Responsabilidade solidária

A responsabilidade solidária fundamenta-se na culpa in vigilando e está prevista

no artigo 134 do CTN, que dispõe, in verbis: Nos casos de impossibilidade de exi-

gência do cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte, respondem soli-

dariamente com este nos atos em que intervierem ou pelas omissões de que forem

responsáveis: I - os pais, pelos tributos devidos por seus filhos menores; II - os

tutores e curadores, pelos tributos devidos por seus tutelados ou curatelados; III

- os administradores de bens de terceiros, pelos tributos devidos por estes; IV -

o inventariante, pelos tributos devidos pelo espólio; V - o síndico e o comissário,

pelos tributos devidos pela massa falida ou pelo concordatário; VI - os tabeliães,

escrivães e demais serventuários de ofício, pelos tributos devidos sobre os atos

praticados por eles, ou perante eles, em razão do seu ofício; VII - os sócios, no caso

de liquidação de sociedade de pessoas. Parágrafo único. O disposto neste artigo só

se aplica, em matéria de penalidades, às de caráter moratório. Antes de quaisquer

considerações, é mister ressaltar que, embora o próprio artigo do CTN faça men-

ção à responsabilidade solidária, a doutrina entende que se trata, na realidade, de

responsabilidade subsidiária, tendo em vista que, de acordo com o texto legal, os

supostos devedores solidários só responderão em caso de impossibilidade de ser

exigido o cumprimento da obrigação principal pelo contribuinte. Ademais, entende-

-se que os terceiros só responderão pelos tributos devidos pelos contribuintes nos

casos em que intervierem ou pelas omissões de que forem responsáveis. Em ou-

tras palavras, é necessário que haja um liame entre o comportamento do terceiro

responsável e a obrigação tributária, não se aplicando a regra nos demais casos.

O parágrafo único do artigo acima transcrito contém mandamento um tanto con-

troverso, prevendo unicamente a transferência da multa moratória, enquanto se

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mantém silente a respeito da punitiva ou isolada. Neste caso, porém, não é cabível

uma interpretação extensiva, devendo-se entender, de fato, que apenas a multa

pelo inadimplemento do tributo (multa moratória) é transferida, e não a multa pelo

descumprimento da obrigação de fazer (multa isolada).

Responsabilidade pessoal

A responsabilidade pessoal é comumente conhecida como “transferência por subs-

tituição” ou “responsabilidade substitutiva”. Ela encontra embasamento legal no

controverso artigo 135 do CTN, que reza: São pessoalmente responsáveis pelos

créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atos praticados

com excesso de poderes ou infração de lei, contrato social ou estatutos: I - as pes-

soas referidas no artigo anterior; II - os mandatários, prepostos e empregados; III

- os diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas de direito privado.

Existem consideráveis divergências doutrinárias no tocante à interpretação do dis-

positivo ora em comento. Há quem entenda que a responsabilidade, nestes casos,

é exclusiva do terceiro; outros defendem que ela é solidária entre o responsável e

o contribuinte. De qualquer forma, cumpre explicitar que as pessoas mencionadas

no artigo devem possuir algum poder de decisão, não se aplicando a regra aos sim-

ples empregados subordinados. Estariam abrangidos, dentre outros, profissionais

como advogados e contadores, além, é claro, daqueles expressamente listados no

dispositivo. Importante destacar que a referida responsabilidade alcança apenas o

período em que a gerência da sociedade foi exercida pelo sócio, de modo que even-

tuais dívidas relativas a períodos anteriores não podem afetá-lo, em vista da inexis-

tência de qualquer liame entre a sua pessoa e os respectivos fatos geradores. Por

fim, todos os devedores, inclusive contribuintes e eventuais responsáveis, devem

ser indicados pela Fazenda Pública na certidão de dívida ativa. Tal responsabilização

pode, também, ser buscada no decorrer da ação de execução fiscal, através de um

redirecionamento desta.

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Responsabilidade por infrações

A responsabilidade tributária por infrações é, em regra, objetiva, tendo em vista

que o Código Tributário Nacional dispõe, em seu artigo 136, que: salvo disposi-

ção de lei em contrário, a responsabilidade por infrações da legislação tributária

independe da intenção do agente ou do responsável e da efetividade, natureza e

extensão dos efeitos do ato. Tal responsabilidade alcança apenas as infrações de

natureza administrativa, culminando na aplicação de sanções fiscais (multas) pelo

descumprimento de obrigações tributárias. Convém ressaltar que, em casos excep-

cionais, é possível o cancelamento da multa, nas ocasiões em que reste configu-

rada a boa-fé do contribuinte. O artigo 137, CTN, porém, trata de um tipo diverso

de responsabilidade, conforme se percebe, abaixo: A responsabilidade é pessoal ao

agente: I - quanto às infrações conceituadas por lei como crimes ou contravenções,

salvo quando praticadas no exercício regular de administração, mandato, função,

cargo ou emprego, ou no cumprimento de ordem expressa emitida por quem de

direito; II - quanto às infrações em cuja definição o dolo específico do agente seja

elementar; III - quanto às infrações que decorram direta e exclusivamente de

dolo específico: a) das pessoas referidas no artigo 134, contra aquelas por quem

respondem; b) dos mandatários, prepostos ou empregados, contra seus mandan-

tes, preponentes ou empregadores; c) dos diretores, gerentes ou representantes

de pessoas jurídicas de direito privado, contra estas. A redação do artigo acima

transcrito dá especial relevo à intenção do agente, traduzindo, nitidamente, casos

de responsabilidade subjetiva que constituem, desta forma, exceções à regra geral

previamente exposta. O inciso I aborda infrações penais, fazendo menção ao exer-

cício regular que está relacionado com o elemento subjetivo e com a consciência de

antijuridicidade do ato. Esse caráter subjetivo fica ainda mais evidente nos demais

incisos, que aludem ao dolo específico – afastando, desta forma, o princípio geral

contido no artigo 136 do CTN. Ainda na temática da responsabilidade por infra-

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ções, cumpre discorrer acerca da denúncia espontânea, que está prevista no artigo

138 do CTN: A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração,

acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora,

ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o

montante do tributo dependa de apuração. Parágrafo único. Não se considera es-

pontânea a denúncia apresentada após o início de qualquer procedimento adminis-

trativo ou medida de fiscalização, relacionados com a infração. Trata-se, assim, de

situação em que o próprio sujeito passivo decide reconhecer e confessar a infração

por ele cometida. Esta confissão, como estabelece o artigo, deve ser espontânea

e, evidentemente, anterior ao início de qualquer procedimento administrativo ou

medida de fiscalização nesse sentido. O infrator que confessar espontaneamente

será beneficiado com a exclusão das multas administrativas, devendo, porém, pa-

gar o tributo devido, de maneira integral e imediata, acrescido de juros e correção

monetária.

90. O artigo 144 do Código Tributário Nacional dispõe que o lançamento se repor-

ta à data da ocorrência do fato gerador da obrigação, regendo-se pela lei então

vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. O Código Tributário

Nacional excepciona essa regra, admitindo a aplicação da legislação tributária que,

posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação,

a) interprete expressamente ato ou fato pretérito quanto à aplicação de penalida-

de à infração dos dispositivos interpretados.

b) institua novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliando os

poderes de investigação das autoridades administrativas.

c) outorgue ao crédito maiores garantias ou privilégios para o efeito de atribuir

responsabilidade tributária a terceiros.

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d) altere os critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício

do lançamento.

e) deixe de definir ato definitivamente julgado como infração.

Mera letra de lei. Diz o artigo 144 do CTN: Art. 144. O lançamento reporta-se à

data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente,

ainda que posteriormente modificada ou revogada. § 1º Aplica-se ao lançamento

a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha

instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os

poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito

maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir

responsabilidade tributária a terceiros. § 2º O disposto neste artigo não se aplica

aos impostos lançados por períodos certos de tempo, desde que a respectiva lei fixe

expressamente a data em que o fato gerador se considera ocorrido. E, veja-se que

a alternativa B está errada porque é exceção ao que apregoa a parte final do § 1º,

que é o caso da responsabilidade tributária de terceiros nos privilégios tributários

entre Entes Federados e seus créditos a receber em ordem. A questão procedimen-

tal se aplica a fatos geradores pretéritos da lei idem à aplicação imediata das mo-

dificações processuais civis e penais, ou seja, valem para processos em andamento

que apuram fatos pretéritos. Sem problemas jurídicos entender isso.

91. Os representantes legais de uma determinada empresa tiveram instaurado

contra si inquérito policial para apurar a suposta prática dos crimes previstos nos

artigos 1o, I e II, da Lei no 8.137/90, porque teriam omitido da folha de pagamento

da empresa e de documento de informações previstos pela legislação previden-

ciária, segurados empregados e contribuintes individuais, não recolhendo as res-

pectivas contribuições previdenciárias no período de 10/2014 a 1/2017. Houve a

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realização de lançamento de ofício pelos agentes fiscais. Inconformados, os repre-

sentantes legais ajuizaram ação anulatória do lançamento tributário, realizando o

depósito integral do montante exigido pelo Fisco. O depósito do montante integral

do crédito tributário

a) é causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, que equivale ao pa-

gamento do débito, extinguindo a punibilidade dos crimes.

b) é causa de extinção do crédito tributário e, por conseguinte, de extinção da pu-

nibilidade dos crimes.

c) é causa de exclusão do crédito tributário, que corresponde ao pagamento, ex-

tinguindo a punibilidade dos crimes tributários.

d) é causa de suspensão da exigibilidade do crédito tributário, não sendo suficiente

para extinguir a punibilidade dos crimes tributários, porque não equivale ao paga-

mento do débito.

e) é causa de exclusão da exigibilidade do crédito tributário, não sendo suficiente

para extinguir a punibilidade dos crimes tributários, por não produzir os mesmos

efeitos da moratória.

Essa questão é deveras simples e fácil, bastava conhecer os ditames do MODERE-

COPA, AIAIAIAIA e as causas de extinção do artigo 165 do CTN que são subsidiá-

rias. 1º) Hipóteses de Suspensão da exigibilidade do crédito tributário (Artigo 151

do CTN):

MOratória;

DEpósito do seu montante integral;

REclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário

administrativo;

COncessão de medida liminar em mandado de segurança.

COncessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação

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judicial;

PArcelamento.

2º) Música do Zezé de Camargo e Luciano: “AI ai ai ai ai, é bom demais, ai ai ai ai

ai ai, não vai ter fim” “AI, AI, AI, AI, AI, AI, AI, causas de exclusão, AI, AI, AI, AI,

AI, AI, AI, Anistia e Isenção!!!” (Alexandre Mazza).

É o que diz o artigo 175 do CTN: Art. 175. Excluem o crédito tributário: I - a isen-

ção; II - a anistia. Parágrafo único. A exclusão do crédito tributário não dispensa

o cumprimento das obrigações acessórias dependentes da obrigação principal cujo

crédito seja excluído, ou dela conseqüente.

3º) Residual, não sendo MODERECOPA, nem o AI AI AI AI, será hipótese de extin-

ção do crédito tributário: Diz o artigo 156 do CTN: Art. 156. Extinguem o crédito

tributário: I - o pagamento; II - a compensação; III - a transação; IV - remissão;

V - a prescrição e a decadência; VI - a conversão de depósito em renda; VII - o

pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no

artigo 150 e seus §§ 1º e 4º; VIII - a consignação em pagamento, nos termos do

disposto no § 2º do artigo 164; IX - a decisão administrativa irreformável, assim

entendida a definitiva na órbita administrativa, que não mais possa ser objeto de

ação anulatória; X - a decisão judicial passada em julgado. XI – a dação em paga-

mento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei.

O depósito do montante integral em juízo não equivale a pagamento, e somente se

transformará em tal quando da CONVERSÃO DE DEPÓSITO EM RENDA, conforme

artigo 156, inciso VI do CTN. O que significa dizer que, ao final da ação judicial

proposta pelo contribuinte, e perdendo o seu mérito, o juiz determina a conversão

do que foi depositado judicialmente em renda para o vencedor da ação, no caso o

Estado, o que configura a extinção do crédito tributário.

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92. Nos termos do disposto na Lei no 12.651/2012, assinale a alternativa correta.

a) Não é permitido, em qualquer hipótese, o acesso de pessoas e animais às Áreas

de Preservação Permanente.

b) Não haverá, em qualquer hipótese, direito à regularização de futuras interven-

ções ou supressões de vegetação nativa, além das previstas nesta Lei, nas Áreas

de Preservação Permanente.

c) Não poderá ser autorizada, em qualquer hipótese, a supressão de vegetação

nativa protetora de nascentes, dunas e restingas, nas Áreas de Preservação Per-

manente.

d) Os empreendimentos de abastecimento público de água e tratamento de esgoto

estão sujeitos à constituição de Reserva Legal.

e) Será exigida Reserva Legal relativa às áreas adquiridas ou desapropriadas com

o objetivo de implantação e ampliação de capacidade de rodovias e ferrovias.

a) Ver art. 9 da Lei.

b) Ver parágrafo quarto do art. 8 da Lei.

c) Segundo o parágrafo 1, do art. 7, pode ocorrer a supressão nos casos de utili-

dade pública.

d) Ver parágrafo sexto do art. 7.

e) Ver parágrafo oitavo do art. 12.

93. Beltrano Benedito estava andando por uma estrada rural e encontrou um filho-

te de Jaguatirica ferido. Levou-o para casa e, após cuidar dos ferimentos, passou

a criá-lo como se fosse seu animal doméstico. Em conformidade com o disposto na

Lei no 9.605/1998, é correta a seguinte afirmação:

a) Como o animal iria morrer se não fosse socorrido, Beltrano pode ficar com ele

sem necessidade de licença ou autorização da autoridade ambiental.

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b) Se Beltrano mantiver o animal sem licença ou autorização da autoridade am-

biental, estará praticando crime contra o meio ambiente, considerado inafiançável.

c) Por se tratar de filhote de espécime da fauna silvestre, se Beltrano ficar com o

animal sem licença ou autorização, terá a pena por crime ambiental aumentada de

um sexto a um terço.

d) Beltrano deverá entregar o animal a uma autoridade ambiental, pois não é pos-

sível obter permissão, licença ou autorização para ficar com o animal.

e) A ação de Beltrano se tipifica como crime contra a fauna, que o sujeita à pena

de detenção e multa, mas o juiz, considerando as circunstâncias, poderá deixar de

aplicar a pena.

a) Nos termos da Lei de Crimes Ambientais, é crime utilizar espécime da fauna sil-

vestre sem a devida licença, permissão ou autorização (art. 29).

b) Não é inafiançável.

c) Ser espécime da fauna silvestre é elemento do tipo (art. 29).

d) O crime do art. 29 é utilizar o animal sem a devida licença, permissão ou auto-

rização.

e) Ver parágrafo segundo do art. 29 da Lei de Crimes Ambientais.

94. Quanto às normas de segurança e mecanismos de fiscalização de atividades

que envolvem organismos geneticamente modificados – OGM, é correta a seguinte

assertiva:

a) É permitida engenharia genética em célula germinal humana, zigoto humano e

embrião humano.

b) São permitidos a utilização, a comercialização, o re-gistro, o patenteamento e o

licenciamento de tecnologias genéticas de restrição do uso.

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c) É proibida a implementação de projeto relativo a OGM sem a manutenção de

registro de seu acompanhamento individual.

d) Derivado de OGM é todo produto obtido de OGM e que possua capacidade au-

tônoma de replicação.

e) É permitida, para fins de pesquisa e terapia, a utilização de células-tronco em-

brionárias obtidas de embriões humanos viáveis, produzidos por fertilização in vi-

tro.

a) É proibido nos termos do art. 6, III da Lei 11.105/2005.

b) É proibido nos termos do art. 6, VII da Lei 11.105/2005.

c) Ver art. 6, I, da Lei 11.105/2005.

d) Ver definição do art. 3, VI da Lei 11.105/2005.

e) Ver requisitos do art. 5 da Lei 11.105/2005.

95. Assinale a alternativa correta no que diz respeito à criminologia e ao controle

social.

a) A criminologia crítica radical, através de análises profundas e contundentes,

busca apresentar meios eficazes de aperfeiçoamento do controle social exercido

pela justiça criminal.

b) A afirmação do criminólogo Jeffery, no sentido de que “mais leis, mais penas,

mais policiais, mais juízes, mais prisões significam mais presos, porém não neces-

sariamente menos delitos”, refere-se a uma crítica ao controle social informal.

c) A esterilização eugenista aplicada a criminosos contumazes e estupradores com

o objetivo de evitar a procriação foi sustentada, no início do século XX, como forma

de controle social por correntes criminológicas derivadas do pensamento positivis-

ta.

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d) a conclusão de uma pesquisa que indica maior punibilidade para negros (mais
condenados do que indiciados e mais presos em flagrante do que indiciados por
portaria) contradiz os fundamentos da criminologia crítica em relação ao controle
social.
e) A incipiente criminologia na escola clássica afastava o livre-arbítrio como funda-
mento do sistema penal de controle social.

Preliminarmente, para responder a questão, é interessante conhecer o conceito de

Criminologia: “Ciência empírica e interdisciplinar, que se ocupa do estudo do crime,

da pessoa do infrator, da vítima e do controle social do comportamento delitivo,

e que trata de subministrar uma informação válida, contrastada, sobre a gênese,

dinâmica e variáveis principais do crime – contemplado este como problema indi-

vidual e como problema social -, assim como sobre os programas de prevenção

eficaz do mesmo e técnicas de intervenção positiva no homem delinquente e nos

diversos modelos ou sistemas de resposta ao delito.” (MOLINA). No mesmo sentido

o conceito de CONTROLE SOCIAL: “conjunto de instituições, estratégias e sanções

sociais que pretendem promover e garantir referido submetimento do indivíduo

aos modelos e normas comunitários.” (MOLINA) INSTÂNCIAS INFORMAIS - famí-

lia, escola, profissão, a opinião pública etc. (controle social informal). INSTÂNCIAS

FORMAIS - a polícia, a justiça, a administração penitenciária etc. (controle social

formal). Quando a atuação do controle informal não for mais efetivo, entrará o

controle formal para manter a realidade social. Para a criminologia crítica, radical

e nova criminologia, a criminalidade seria fruto da dicotomia entre as classes do-

minantes e as classes dominadas, estabelecida dentro da sociedade pelo sistema

econômico capitalista mantido pela sociedade. Dessa forma, para citadas teorias,

o sistema penal estaria corrompido, pois é voltado para manter a realidade social,

criando a criminalização, a qual é direcionada para as classes dominadas, com rotu-

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lação das pessoas tidas por criminosas. Diante disso, tais teorias não buscam aper-
feiçoar o atual controle social existente na sociedade e, sim, propor uma mudança
estrutural no sistema econômico vigorante, única solução para mudar o quadro da
criminalidade. Assim, a letra A) está incorreta.
Na letra B), conforme visto antes, segundo as teorias da criminologia crítica, nova,
radical e também a teoria do labeling approach, diante de uma dicotomia existente
na sociedade, quando a classe dominante quer manter a realidade social como se
encontra, o sistema penal é voltado para cumprir as regras estabelecidas pela clas-
se dominante e, assim, desde o momento da criação das normas (criminalização
primária) até no momento de sua aplicação e execução (criminalização secundária
e terciária), existe uma atuação direcionada por parte do sistema, o qual rotula e
etiqueta somente determinados segmentos de pessoas dentro da sociedade, dei-
xando outro incólume. Dessa forma, se o sistema penal (controle social formal)
está corrompido, não adiante aperfeiçoá-lo com mais leis, polícia, mais penas, mais
juízes, mais presos, pois parcela da sociedade sempre ficaria impune. A questão
refere-se ao controle social informal, portanto está incorreta.
A letra C) está correta, pois o método de esterilização de estupradores é uma for-
ma de controle social que visa evitar a reincidência. Seria uma ação do controle
formal individualista, partindo do pressuposto de que o problema da criminalida-
de, no caso, é de cunho biológico, portanto derivada de uma corrente positivista,
a qual atribuía o problema da criminalidade a fatores genéticos determinantes do
ser humano, com os quais a pessoa era considerada um ser atávico, possuidor de
características criminais, conforme teorias de Lombroso.
A letra D) está incorreta, pois, conforme foi dito anteriormente, a criminologia
crítica parte de uma concepção dicotômica dentro da sociedade, em que parte da
sociedade é segregada e rotulada pelo controle social formal, através do sistema
penal e, nessa parcela, está incluída os negros, portanto uma pesquisa que mostra
que mais negros sofrem punibilidade não contradiz as teses da criminologia crítica,

pelo contrário, confirma suas conclusões.

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A letra E) está incorreta, porque a criminologia clássica partia do pressuposto em


que o delinquente seria o ser pecador que optou pelo mal, com base em seu “li-
vre-arbítrio”, portanto este era o fundamento para a aplicação do sistema penal à
época.

96. Assinale a alternativa que contém um exemplo de prevenção de infrações pe-


nais preponderantemente primária.
a) Construção de uma praça com equipamentos de lazer em uma comunidade com
altos índices de criminalidade e de vulnerabilidade social com o fim de evitar que
jovens daquele local, em especial em situação de risco, envolvam-se com a crimi-
nalidade.
b) Projeto Começar de Novo, que visa devolver aos cumpridores de pena e egres-
sos a autoestima e a cidadania suprimidas com a privação de sua liberdade, por
meio de ações de caráter preventivo, educativo e ressocializador, atuando, assim,
na humanização, a fim de que referido público valorize a liberdade e passe a fazer
escolhas melhores em sua vida, evitando o retorno ao cárcere.
c) Implementação de sistemas de leitores óticos de placas de veículos nas ruas e
avenidas da cidade de Salvador para identificação de veículos relacionados a algum
tipo de crime.
d) Bloqueio que impeça a ativação e utilização de aparelhos de telefonia celular
subtraídos do legítimo proprietário por meio de uma conduta criminosa.
e) Melhoria de atendimento pré e pós-natal a todas as gestantes de uma determi-
nada cidade com a finalidade de reduzir os índices criminais no município.

A questão aborda o assunto Prevenção da Infração Penal. Nesse sentido, a doutrina


reconhece três formas de prevenção:
PREVENÇÃO PRIMÁRIA: objeto é a raiz do conflito criminal, para neutralizar antes
que o problema se manifeste. Socializar, evitando o crime. Escola, trabalho, casa,
qualidade de vida. Genuína prevenção, opera etiologicamente, mas atua a médio e

longo prazo e reclama ações sociais e não mera dissuasão;

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PREVENÇÃO SECUNDÁRIA: atua quando o delito se manifesta ou se exterioriza,

opera a curto e médio prazo, de forma seletiva, em setores da sociedade tidos por

problemáticos pela política criminal e legislativa. Exemplos programas de preven-

ção policial, controle dos meios de comunicação etc.

PREVENÇÃO TERCIÁRIA: destinatário é a população reclusa (o preso). Objetivo é

evitar a reincidência, possui o mais acentuado caráter punitivo. Foco na ressociali-

zação e reabilitação do preso, afasta-se do caráter etiológico da prevenção.

De acordo com a questão, a letra A) seria um exemplo estritamente de prevenção

penal primária, pois atua a longo prazo e atua na raiz do problema da criminali-

dade, ou seja, a falta de infraestrutura por parte do estado. A letra B) seria um

exemplo de prevenção terciária, pois voltada para o público carcerário. A letra C)

seria um exemplo de prevenção secundária, pois pressupõe atuação depois da

ocorrência do crime e, não de forma preventiva. Intervenção imediata. A letra D),

da mesma forma, traz um exemplo de prevenção secundária, pois pressupõe a já

ocorrência do delito.

97. No que diz respeito aos estudos desenvolvidos no âmbito da vitimologia, assi-
nale a alternativa correta.

a) O linchamento do autor de um crime por populares em uma rua pode ser clas-

sificado como uma vitimização secundária e terciária.

b) A chamada da vítima na fase processual da persecução penal para ser ouvida

sobre o crime, por inúmeras vezes, é denominada de vitimização secundária.

c) A longa espera da vítima de um crime em uma delegacia de polícia para o regis-

tro do crime é denominada de vitimização terciária.

d) A vítima só passa a ter um contorno sistemático em sua abordagem criminoló-

gica a partir do fim da primeira guerra mundial, na segunda década do século XX.

e) As pesquisas de vitimização têm por objetivo principal mensurar a vitimização

secundária.

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VITIMIZAÇÃO – pessoa sofre as consequências negativas de um fato criminoso. VI-

TIMIZAÇÃO PRIMÁRIA – sofrimento direto ou indireto, psíquico ou material do deli-

to. É o sentimento gerado na vítima após a ocorrência do delito. Sempre ocorrerá.

VITIMIZAÇÃO SECUNDÁRIA – custos pessoais adicionais do sistema legal. Vergo-

nha em depor. Reviver o crime perante o Juiz. Não ocorre sempre. Também conhe-

cida como por “sobrevitimização”.

VITIMIZAÇÃO TERCIÁRIA – custos da penalização para o infrator e terceiros. Cons-

trangimento da vítima perante a comunidade e local onde mora em decorrência do

crime. Não ocorre sempre.

A questão, na letra B), traz um exemplo de vitimização secundária, ressaltando que

a letra A) traz uma situação que não tem conotação com o conceito de vitimização.

A letra C) também traz um exemplo de vitimização secundária. A letra D) está in-

correta, porque a vítima passou por três momentos na história: o primeiro – IDADE

DE OURO – ocorreu nas idades Antiga e Média; o segundo – ABANDONO – NEUTRA-

LIZAÇÃO – ocorreu após a Revolução Francesa, com legitimidade de punição sendo

conferida unicamente ao Estado e, por fim, a de REDESCOBRIMENTO – ocorreu

após a II Guerra Mundial, com as concepções de Criminologia Moderna. A letra E)

está incorreta, porque a vitimização não tem como objetivo principal mensurar a

vitimização secundária.

98. Em relação ao conceito de crime, de criminoso e de pena nas diversas corren-

tes do pensamento criminológico e ao desenvolvimento científico de seus modelos

teóricos, é correto afirmar:

a) A criminologia científica nasceu no ambiente do século XVIII, recebendo contri-

buições da Escola Positivista, mas ganhando contornos mais precisos com a Escola

Clássica.

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b) A criminologia crítica compreende que a finalidade da sociedade é atingida quan-


do há um perfeito funcionamento das suas instituições, de forma que os indivíduos
compartilhem as regras sociais dominantes.
c) As teorias desenvolvidas nas escolas positivistas a partir do método dedutivo
buscaram maximizar as garantias individuais na persecução penal e fora dela.
d) No pensamento criminológico das escolas clássicas, identifica-se uma grande
preocupação com os conceitos de crime e pena como entidades jurídicas e abstra-
tas de modo a estabelecer a razão e limitar o poder de punir do Estado.
e) Os modelos teóricos de integração que compõem a criminologia tradicional par-
tem da premissa de que toda a sociedade está, a cada momento, sujeita a pro-
cessos de mudança, exibindo dissensão e conflito, haja vista que todo elemento
em uma sociedade contribui, de certa forma, para sua desintegração e mudança.
Sendo assim, a sociedade é baseada na coerção de alguns de seus membros por
outros.

O PERÍODO CIENTÍFICO DA CRIMINOLOGIA – remonta ao ano de 1856 – Escola


Positiva, quando se aplicou o método científico no estudo do delito (séc. XIX), ba-
seado na observação e experimentação (empirismo). Anteriormente, vigoravam as
concepções da Escola Clássica, com a utilização do método dedutivo e dogmático.
Então, a letra A) está incorreta.
A letra B) está incorreta, porque, como foi dito em comentários de questões an-
teriores, a criminologia crítica parte do pressuposto de que o problema da crimi-
nalidade é fruto justamente da existência de uma dicotomia dentro da sociedade
com uma estratificação e identificação de uma classe dominante, portanto, para tal
teoria, os fins sociais não seriam um perfeito funcionamento das instituições exis-
tentes, pois estas seriam um instrumento de atuação das classes dominantes, não
se espera que todos compartilhem regras dominantes; mas, sim, que não existam
tais regras, querem a mudança estrutural da sociedade com a mudança no modelo

econômico vigorante.

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A letra C) está incorreta, porque o método da escola positiva era indutivo e empí-

rico, causal-explicativo, baseado em testes e, não, dedutivo.

A letra D) está correta, o marco da Escola Clássica foi a obra “Dos Delitos e das

Penas” de Cesare Bonesana ou Marques de Beccaria, nas quais se questionava com

intensidade a questão da proporcionalidade das penas, ou seja, as penas eram apli-

cadas de forma cruéis, desproporcionalmente aos atos cometidos. Portanto, havia

uma preocupação grande com o crime e as penas.

A letra E) está incorreta, os modelos teóricos de integração reportam-se à Escola

Moderna da criminologia, com as teorias sociológicas e não à criminologia tradi-

cional, que se reporta ao modelo positivista, de concepção individualista, ou seja,

os problemas gênese da criminalidade estariam em características biológicas dos

seres humanos.

99. No tocante às teorias da subcultura delinquente e da anomia, assinale a alter-

nativa correta.

a) Uma das principais críticas às teorias da subcultura deliquente é a de que ela

não consegue oferecer uma explicação generalizadora da criminalidade, havendo

um apego exclusivo a determinado tipo de criminalidade, sem que se tenha uma

abordagem do todo.

b) A teoria da anomia, sob a perspectiva de Durkheim, define-se a partir do sinto-


ma do vazio produzido no momento em que os meios socioestruturais não satisfa-

zem as expectativas culturais da sociedade, fazendo com que a falta de oportuni-

dade leve à prática de atos irregulares para atingir os objetivos almejados.

c) A teoria da anomia, sob a perspectiva de Merton, define-se a partir do momento

em que a função da pena não é cumprida, por exemplo, instaura-se uma disfunção

no corpo social que desacredita o sistema normativo de condutas, fazendo surgir

a anomia. Portanto, a anomia não significa ausência de normas, mas o enfraqueci-

mento de seu poder de influenciar condutas sociais.

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d) O utilitarismo da ação é um dos fatores que caracterizam a subcultura deliquen-

cial sob a perspectiva de Albert Cohen.

e) O sentimento de impunidade vivenciado por uma sociedade é antagônico ao

conceito de anomia identificado sob a ótica de Durkheim.

Teorias estrutural-funcionalistas: Teoria da “anomia” de Durkheim e Merton. Par-

te do pressuposto de que o crime é algo normal (não necessariamente ligado à

conduta da pessoa), existiria por conta do sistema social instaurado, diante do

avassalador desenvolvimento social-econômico, impondo pressões aos indivíduos,

como o estabelecimento de metas e padrões, nos quais se veem obrigados a as-

sumir. Se existem regras e deve-se atingir o padrão, as pessoas violam as regras.

O crime também é funcional, necessário para o desenvolvimento da sociedade. A

conduta “anômica” é o resultado da violação de regras impostas por determinada

sociedade. Rompimento, quebra, desmoronamento das normas e valores vigentes

em decorrência do crescimento acelerado e rápido imposto.

Teoria da subcultura: o modelo clássico de Cohen foca na delinquência junvenil,

pressupõe a existência de diversos grupos na sociedade, diversidade cultural e so-

cial que gera a diversidade de valores e normas próprias de cada grupo e subgrupo,

o que gera a conduta delitiva, ou seja, a imposição de normas de um subgrupo em

determinado grupo. Não haveria uma desorganização social nas áreas marginaliza-

das, mas, sim, a existência de normas e valores próprios de determinado subgrupo.

O indivíduo comete crimes, visando adaptação e sobrevivência dentro de determi-

nado grupo.

A letra A) está correta, porque uma das críticas à teoria das subculturas foi justa-

mente sua pretensão generalizadora, todavia focada apenas nas experiências da

delinquência juvenil nos grandes centros urbanos, não justificando a delinquência

que se produz à margem das correspondentes subculturas nem os comportamen-

tos regulares que também têm lugar no seio daquelas.

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A letra B) está errada, pois Merton desenvolveu a teoria da anomia definindo ela a

partir do sintoma do vazio produzido no momento em que os meios socioestruturais

não satisfazem as expectativas culturais da sociedade, fazendo com que a falta de

oportunidade leve à prática de atos irregulares para atingir os objetivos almejados.

A letra C) está errada, pois foi para Durkheim que a conduta “anômica” é o re-

sultado da violação de regras impostas por determinada sociedade. Rompimento,

quebra, desmoronamento das normas e valores vigentes em decorrência do cresci-

mento acelerado e rápido imposto, reporta-se ao que seria anomia, ou seja, à au-

sência temporária de norma diante da pressão social que a pessoa passa a sofrer.

A letra D) está incorreta, porque a prática da criminalidade, segundo a teria das

subculturas, não é “utilitarista”, ou seja, para se obter um proveito, mas, sim, por-

que predomina em seus comportamentos o “significado” simbólico nas ações, exis-

te uma intenção, um espírito no contexto cultura. Por exemplo, quando cometem

um furto, o proveito ou o lucro não são o foco da ação, mas o objetivo é a fama,

a prova para o grupo tem uma conotação de sobrevivência e adaptação, não por

questão de utilitarismo.

A letra E) está incorreta, porque não haveria antagonismo entre a sensação de

impunidade de uma sociedade e o conceito de anomia identificado por Durkheim,

pois, para a anomia, a pessoa passa a delinquir partindo do pressuposto em que o

cumprimento das normas na sociedade está enfraquecido, que seria a mesma sen-

sação de impunidade transmitido à sociedade.

100. Assinale a alternativa que indica a correta relação da Criminologia com a Po-

lítica Criminal, Direito Penal ou com o Sistema de Justiça Criminal.

a) O Direito Penal é condicionante e moldura da criminologia, visto que esta tem

por objeto o estudo do crime e, assim, parte em suas diversas correntes e teorias,

das definições criminais dogmáticas e legais postas pelo Direito Penal, e a elas se

circunscreve.

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b) A Criminologia, especialmente em sua vertente crítica, tem como incumbência

a explicação e justificação do Sistema de Justiça Criminal que tem por finalidade a

implementação do Direito Penal e consequente prevenção criminal.

c) A Política Criminal é uma disciplina que estuda estratégias estatais para atuação

preventiva sobre a criminalidade, e que tem como uma das principais finalidades o

estabelecimento de uma ponte eficaz entre a criminologia, enquanto ciência empí-

rica, e o direito penal, enquanto ciência axiológica.

d) A Política Criminal é condicionante e moldura da criminologia, visto que esta

tem por objeto o estudo do crime e, assim, parte em suas diversas correntes e

teorias, das definições criminais dogmáticas e legais postas pela Política Criminal,

e a elas se circunscreve.

e) As teorias criminológicas da integração ou do consenso apontam o sistema de

justiça criminal como fator que pode aprofundar a criminalidade, deslocando o pro-

blema criminológico do plano da ação para o da reação.

A questão aborda a relação entre a Criminologia, o Direito Penal e a Política Crimi-

nal. Nesse sentido, para Molina, a Criminologia sempre tem um cunho opinativo, ou

seja, ela subministra informações à Política Criminal, a qual tem um cunho decisi-

vo, que, por sua vez, decide as políticas criminais a serem seguidas, as quais são

transformadas em leis e executadas pelo Direito Penal, que teria um cunho opera-

tivo. Nesse sentido, é importante consignar que a relação é sempre dessa forma,

ou seja, o Direito Penal não alimenta a Política Criminal ou a Criminologia; assim

também, a Política Criminal não alimenta a Criminologia; ou não há relação direta

entre o Direto Penal e a Criminologia. O quadro abaixo ilustra bem a relação:

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Dessa forma, a letra a) está incorreta, pois o Direito Penal não é condicionante e

moldura para a Criminologia, esta alimenta o Direito Penal, mediante a Política Cri-

minal.

A letra b) está incorreta, porque, conforme foi dito em comentário a questões ante-

riores, a Criminologia Crítica parte do pressuposta da existência de uma dicotomia

dentro da sociedade, entre classe dominante e dominados, estabelecida pelo siste-

ma econômico capitalista vigorante dentro da sociedade. Dessa forma, o sistema

penal serviria como um instrumento para a manutenção da realidade social do

sistema. Então, a criminologia crítica não justifica o atual sistema penal, mas, pelo

contrário, ele ela faz é condenar o controle formal existente, o qual seria enviesado

e rotulador, pois criador das situações penais.

A letra c) está correta a Política Criminal seria uma ponte entre a criminologia e

o Direito Penal, conforme foi explicado e um de seus objetivos é ações de cunho

preventivo.

A letra d) está incorreta, pois, como foi dito, a Política Criminal também não é con-

dicionante e moldura da criminologia.

A letra e) está incorreta, pois as teorias do conflito partem do pressuposto de que

as regras dentro da sociedade são impostas por uma classe dominante contra

uma classe dominada (formada pelas minorias que, em conjunto, reflete a maioria

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dentro da sociedade), e tais regras são culturalmente (mídia) e institucionalmente

(Direito Penal) difundidas e aceitas dentro da sociedade como o que seria moral

e normativamente correto, fazendo com que todas as condutas contrárias a tais

regras façam parte daquilo que é desviante, ocasionando o direcionamento para a

identificação dos criminosos (rotulação) para as minorias que possuem estilos di-

ferentes. A intenção subliminar é manter a realidade social como se encontra. São

consideradas teorias do conflito: a Criminologia Crítica, Radical, Nova e a teoria do

labeling approach. Já as teorias do consenso partem do pressuposto de que existe

um consenso com relação às regras sociais a serem seguidas, o questionamento ou

resistência a tais regras não são considerados como a causa ou concausa da crimi-

nalidade. Portanto, o sistema de justiça criminal funcionaria como fator que pode

aprofundar a criminalidade, deslocando o problema criminológico do plano da ação

para o da reação, para as teorias do conflito e não do consenso.

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