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EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA XXª VARA CÍVEL DA


COMARCA DE XXXXXX XXXXXX– RJ.

PROCESSO N.º 2005.XXX.XXXXXX-2

Luís Flávio de Matos Paiva, Perito do Juízo nos


autos da Ação em epígrafe, vem respeitosamente submeter a V. Exa. o
Laudo Pericial. Na oportunidade requer o mandado para levantamento dos
honorários que se encontram depositados na conta do Juízo, conforme
consta no documento de fls. 290.

São termos em que,

p. juntada e deferimento.

XXXXXX XXXXX, 25 de Junho de 2007.

Luís Flávio de Matos Paiva


Perito do Juízo
LAUDO PERICIAL

PROCESSO N.º 2005.XXX.XXXXXX-2

AÇÃO REDIBITÓRIA

AUTOR: XXXXXX M.E.

RÉU: VOLKSWAGEN DO BRASIL IND. DE VEÍCULOS LTDA.

JUNHO DE 2007.
1 – Objetivo do laudo.

. Proceder à inspeção do veículo da lide a seguir descrito e informar ao


Juízo sobre o seu estado de conservação e da ocorrência de defeitos,

. Atender os quesitos da Ré (fls. 270-271) e do Autor (fls. 272-273).

2 – Considerações.

O Laudo Pericial observou criteriosamente os seguintes princípios


fundamentais:

O Laudo Pericial foi elaborado com estrita observância dos postulados


constantes do Código de Ética Profissional do CONFEA;

Os honorários profissionais do Perito não estão, de forma alguma,


sujeitos às conclusões deste laudo;

O Perito não tem nenhuma inclinação pessoal em relação à matéria


envolvida neste laudo, nem contempla, tanto no momento atual, quanto no
futuro, qualquer interesse nos bens relativos a esta perícia;

No melhor conhecimento e crédito do Perito, as análises, opiniões e


conclusões expressadas no presente trabalho são baseadas em dados,
diligências e levantamentos verdadeiros e corretos, de acordo com os
padrões normalmente aceitos.

A inspeção veicular foi realizada no dia 21/06/2007 com início às


14:00h. Acompanharam as diligências o representante legal do Autor, o
Patrono da Ré e os Assistentes Técnicos indicados nos autos.

3 – Descrição do veículo apresentado à perícia.

Marca: VW / modelo KOMBI


Ano/ modelo: 2004
Cor: BRANCA
Capacidade: 9 passageiros
Potência: 69 HP
Chassi: XXXXXXXXXXXXXX
Código RENAVAM: XXXXXXX
Combustível: AEHC
PLACA: LDY – XXXXX
RENAVAM: XXXXXXX
Data 1ª Licença: 08/07/2004
Quilometragem percorrida: 79.522 KM
Estado Geral: Bom, com ressalvas para os defeitos verificados à perícia.

Foto 1 – Vista de Frente e Lado Esquerdo da Kombi do Autor.

Foto 2 – Frente e Lado Direito da mesma Kombi.


Foto 3 – Traseira da Kombi.

Foto 4 – Leitura do Hodômetro Totalizador: 79.522 Km.

Obs. O veículo apresentado à perícia foi inspecionado à CIAC (Autorizada


VW). Chegou ao local rebocado em razão de problemas na caixa de
direção. Foi reparado no local, sendo os parafusos de fixação substituídos
pela concessionária, sem ônus para o Autor, para que fosse possível o teste
de direção. Segundo o Autor o veículo não funcionava há mais de 6 (seis)
meses. No entanto, ao primeiro toque funcionou a contento durante as
diligências não demonstrando falhas ou falta de potência.
4 – Descrição dos defeitos verificados às diligências.

O estado de conservação do veículo de modo geral é positivo, sendo


que foram identificados os defeitos a seguir descritos:

Defeito 1: Vazamento de óleo com origem no retentor da caixa de marchas,


na junta da tampa de válvulas e cárter. O problema está relacionado à falta
de manutenção do veículo, hoje com aproximadamente 70.000Km.

Foto 5 – Vazamento de óleo com origem no retentor da caixa de marchas e cárter.

Foto 6 – Vista inferior do veículo. Com exceção dos vazamentos de óleo do motor o
estado dos demais componentes é satisfatório.
Defeito 2: Pneus dianteiros com desgaste excessivo da banda de rodagem.
Falta de manutenção.

Foto 7 – Desgaste interno do pneu dianteiro esquerdo.

Foto 8 – Desgaste interno do pneu dianteiro direito, que ocorre de forma praticamente
idêntica ao lado oposto, o que revela que não há desalinhamento significativo da
direção, mas inobservância dos períodos de troca dos pneus. Falta de manutenção.
Defeito 3: Caixa de direção solta e com folga excessiva.

Como afirmado anteriormente, o veículo da lide chegou rebocado à


Concessionária porque os parafusos da caixa de direção haviam se partido,
o que fazia a roda de direção (volante) girar livremente sem acionar as
rodas. Em verdade, a caixa de direção do VW Kombi é originalmente
fixada em sua parte inferior por meio de 3 parafusos de Aço (como se
observa nas fotos a seguir) que se encaixam nos respectivos furos
existentes no suporte de fixação da caixa, um perfil metálico soldado na
parte inferior do veículo situado próximo ao pára-choque dianteiro
concebido exclusivamente para esta finalidade. O que se verificou neste
caso é que a caixa de direção havia sido fixada de forma precária, por meio
de apenas um parafuso (único original do total de três) posicionado na parte
inferior do encaixe e os demais, de medidas diferentes e adaptados
grosseiramente e de forma temerária, sendo utilizadas porcas de fixação
como espaçadores e empregados parafusos de dimensões e materiais fora
de especificação.

Foto 9 – Caixa de direção da Kombi.

O sistema de transmissão de movimento é do tipo pinhão e


cremalheira. Após a finalização do serviço de fixação, durante o teste de
direção a caixa de direção revelou folga axial de 4cm, superior ao máximo
recomendado que é de 2cm.
Foto 10 – O parafuso de fixação da caixa de direção já estava partido quando o veículo
chegou rebocado ao local da perícia.

Foto 11 – Ao redor do furo de fixação do parafuso da caixa de direção foi identificada


uma trinca que revelou elevada concentração de tensões na região, o que indica que
possivelmente os parafusos empregados na fixação da caixa foram apertados
demasiadamente (torque excessivo).
Foto 13 – No alto é possível identificar o parafuso original encontrado no suporte de
fixação da caixa de direção da Kombi do Autor que não se partiu, mas em razão da
sobrecarga sofreu deformação plástica (os outros parafusos se partiram e esse suportou
os demais esforços solicitantes) não conseguiu manter a caixa devidamente posicionada,
possibilitando o giro do volante de direção sem atuação sobre as rodas dianteiras. O
parafuso posicionado no centro não é original, utiliza arruela de alumínio de outra
medida e se partiu por cisalhamento, a fratura é do tipo frágil. O parafuso na parte
inferior da foto também não é original, utiliza porca de fixação como espaçador (ou
arruela) e também se partiu por cisalhamento, o tipo de fratura também é frágil com
excesso de concentração de tensões na região de ruptura.

Defeito 4: O marcador de combustível não funciona.

O defeito está provavelmente relacionado à bóia de combustível


localizada no tanque de gasolina. O veículo utiliza álcool etílico hidratado
como combustível e as peças em contato com este fluido estão suscetíveis a
desgaste.

Defeito 5 – Dificuldade no engate das marchas.

O veículo apresenta dificuldade de engate das marchas, notadamente


a 2º e a 3º. O problema, de solução relativamente simples, tem origem nas
buchas do trambulador. O conserto consiste na substituição dos elementos.

Defeito 6 – Tranco no motor (segundo o autor).

Nada foi verificado à perícia.


5 – Quesitos

5.1 – da Ré (fls. 270-271):

1) Queira o Sr. Perito informar as suas qualificações técnicas e literárias,


bem como sua familiaridade em perícias automotivas, se possui
conhecimento específico em mecânica de automóveis e/ou vivência
profissional no desenvolvimento, fabricação, comercialização, estilo,
manutenção ou suporte técnico de veículos automotores;

Resposta: Este Perito é graduado em engenharia e foi obteve certificação


no Curso de Perícias e Avaliações do CREA em convênio com a
Universidade Federal Fluminense. Vale registrar neste trabalho a
participação do engenheiro Pedro G. Sepulveda, especialista na matéria
com experiência em perícias judiciais no segmento automotivo.

2) Informe o Sr. Perito se está sendo acompanhado pelo Assistente Técnico


da 1ª Ré, conforme requerido nos autos;

Resposta: Este Perito foi acompanhado durante as diligências pelo


Assistente Técnico do Autor, o engenheiro Roberly Siqueira de Faria
Pereira (CREA/RJ 33.314D-RJ); Assistente Técnico da Ré, o engenheiro
Mauro Sérgio Gonçalves Santos (CREA/SP 503.699/ED) e pelo
profissional descrito na resposta do quesito anterior.

3) Queira o Sr. Perito indicar a marca, modelo, versão, cor, combustível,


ano de fabricação, numeração do chassi, quilometragem do veículo objeto
do exame da perícia;

Resposta: Atendido no item 3.

4) Queira o Sr. Perito informar se o proprietário e autor da lide, realizou no


veículo todas as revisões obrigatórias, indicando, se positiva a resposta, as
datas e quilometragens em que foram realizadas, e se as mesmas foram
realizadas dentro do período especificado no manual de manutenção do
veículo;

Resposta: O veículo da lide foi submetido à revisão de entrega, realizada na


CIAC, no dia 29/06/2004. Com 7.485 Km foi submetido a 2º revisão,
realizada em 29/06/2005. Com 22.500 Km realizou a 3ª revisão, em
01/02/2005. Com 30.846 Km realizou a 4ª revisão, no dia 05/04/2005.
Tudo como consta no Manual de Manutenção do Veículo (doc. de fls. 47,
47V e 48).
5) Indique o Sr. Perito se o veículo objeto da perícia foi submetido à
manutenção ou conserto em oficina não autorizada;

Resposta: Sim. De acordo com o Autor, a correia e o abafador da descarga


substituídos em oficina não autorizada, assim como a caixa de direção que
também foi alvo de manutenção realizada em oficina não credenciada pelo
fabricante, das quais não se recorda.

6) Em caso de resposta afirmativa ao quesito anterior, queira o Sr. Perito


apontar de forma detalhada qual a extensão e efetividade dos serviços
prestados por terceiros não pertencentes à rede de concessionárias
autorizadas VWB no veículo objeto da perícia, descrevendo cada serviço
realizado, indicando o nome da empresa que o tenha realizado, seu
endereço, a data de sua realização e a quilometragem do veículo à época de
sua realização;

Resposta: Ver resposta ao quesito anterior.

7) Indique o Sr. Perito, descrevendo quais as anomalias que o veículo


apresentou originalmente, que levou o autor a iniciar a presente Ação;

Resposta: As anomalias que o veículo apresentou originalmente foram,

. Cheiro de gasolina, que tinha origem no tanque de gasolina que


posteriormente foi reparado e depois trocado.

. Dificuldade em se engatar as marchas, problema que permanece até os


dias atuais.

. Problemas de ruídos na transmissão, inicialmente atribuído à caixa de


marchas que posteriormente foi resolvido com a substituição do conjunto
coroa e pinhão e rolamentos.

. Problemas no motor de arranque e servo freio, que também foram


substituídos em garantia, sem ônus para o Autor. E ainda,

. Problemas relacionados a perda de força, que não foram identificados à


ocasião da perícia.

8) Queira o Sr. Perito informar a existência de equipamentos não originais


instalados no veículo, bem como se existe correlação da instalação destes
equipamentos com os vícios apontados na exordial da Autora;
Resposta: Foi instalado um auto rádio/CD player e houve aplicação de
película solar nos vidros. Não há correlação da instalação destes
equipamentos com os vícios apontados na exordial.

9) Em caso positivo, aponte o Sr. Perito, de forma detalhada e específica,


quais as causas e os efeitos da anormalidade encontrada no veículo, bem
como quais os parâmetros de comparação utilizados para fixá-la;

Resposta: Atendido no item 4.

10) Indique o Sr. Perito se o tanque de combustível foi substituído em


garantia e ainda relate, se com esta substituição o “odor forte de
combustível” alegado na inicial permanece;

Resposta: O tanque foi reparado e posteriormente substituído, em garantia.


Não se verificou odor forte de combustível às diligências, o problema
aparentemente foi sanado.

11) Indique o Sr. Perito se os supostos defeitos alegados na inicial


relacionado ao motor (motor de arranque e perda de força) persiste;

Resposta: Os problemas de motor de arranque e perda de força não


persistem.

12) Indique o Sr. Perito se as reclamações alegadas pelo autor em sua


inicial foram atendidas pelo concessionário e ainda se na data da sua
retirada, o veículo apresentava perfeitas condições de uso;

Resposta: O Autor foi atendido pela concessionária CIAC; contudo, nem


todas as reclamações foram resolvidas, como a dificuldade de se engatar as
marchas, problema que ainda persiste como se verificou à ocasião das
diligências. O veículo não se apresenta em condições de uso, inclusive pela
folga de direção que causa instabilidade direcional do veículo.

5.2 – do Autor (fls. 272-273):

01 – Qual a condição atual do veículo?

Resposta: Atendido no item 3.

02 – Qual a condição da caixa de marchas do veículo?


Resposta: A caixa de marchas está funcionando regularmente, a não ser
pelo vazamento de óleo com origem no retentor. A dificuldade de engate
das marchas tem origem no trambulador.

03 – Qual a condição geral do motor do veículo?

Resposta: Boa, com ressalvas para os vazamentos de óleo descritos no item


4.

04 – Qual a avaliação do Perito do motor de arranque?

Resposta: Funcionava perfeitamente à ocasião da perícia. Fomos


informados pelo Assistente Técnico da Ré que o mesmo foi substituído em
garantia.

05 – Qual a dirigibilidade do veículo?

Resposta: Prejudicada pela folga excessiva da caixa de direção e


dificuldade em se engatar as marchas.

06 – O marcador de combustível está funcionando corretamente?

Resposta: Não. O marcador de combustível não funciona.

07 – O Perito pode informar se existe folga no volante do veículo?

Resposta: Sim, de aproximadamente 4 cm.

08 – Com relação aos pedais do veículo o Sr. Perito poderá informar se


estão em perfeito estado e funcionando?

Resposta: Sim, todos.

09 – Quais as condições das fechaduras do veículo?

Resposta: Todas funcionando perfeitamente.

10 – Por fim que o Sr. Perito esclareça quaisquer detalhes que entender
conveniente para melhor elucidação da Ação.

Resposta: Nada além do laudo.


6 – Conclusão.

Em razão do exposto fica evidente que o veículo da lide atualmente


não apresenta condições satisfatórias de uso, ora pela dificuldade em se
engatar as marchas, ora pela instabilidade direcional causada pela folga
excessiva da caixa de direção, item que já havia sido alvo de problemas
ocorridos anteriormente, tais como a ruptura dos parafusos de fixação que
causaram a perda do controle da direção do veículo. Este problema poderia
ter conseqüências graves e foi identificado à ocasião da perícia pelo Perito
e Assistentes que o acompanhavam. O problema de fixação da caixa de
direção foi solucionado pela Concessionária XXXXX nesta oportunidade,
sem ônus para o Autor.

Analisando os documentos constantes nestes autos, verificamos que


desde a sua entrega o veículo apresentou repetidos problemas de qualidade
com origem na transmissão, no tanque de combustível, no motor de
arranque, no servo freio, no reservatório de partida a frio e até no espelho
retrovisor, como consta no relatório de manutenção e peças substituídas em
garantia da XXXXX, constante no anexo 1. Todos os serviços e peças
necessários não representaram ônus para o Autor, mas o veículo
permaneceu muito tempo parado na oficina para a realização dos reparos.
A diversidade e freqüência dos problemas verificados revelam falhas
relacionadas a produção e controle de qualidade do produto, o que causou
prejuízos ao Autor que mantinha contrato de prestação de serviços de
transporte para os funcionários da fábrica PEUGEOT, que sempre lhe
cobrou pontualidade e segurança no transporte contratado.

7 – Encerramento.

E, nada mais havendo, encerro o presente laudo ressalvando o


disposto no art. 435 do CPC.

Xxxxx xxxxxx, 25 de Junho de 2007.

Luís Flávio de Matos Paiva


Perito do Juízo
ANEXO 1

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