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Barros Barreto paralisa atividades por falta de materiais O Hospital atende 100% por meio do Sistema Único de Saúde (SUS)
Por: Redação Integrada ORM 20 de Setembro de 2018 às 10:11 Atualizado em 20 de Setembro de 2018 às 14:58
As atividades do Hospital Universitário João de Barros Barreto, da Universidade Federal do Pará (UFPA), paralisaram nesta quinta-feira
(20). O motivo é devido à falta de materiais básicos, como insumos. O Hospital atende 100% de pacientes do Sistema Único de Saúse
(SUS). Normalmente, o espaço faz seis cirurgias por dia. A realização do procedimento não estaria somente prejudicado pela falta de
insumos, mas também devido à redução na lavagem de panos estéreis usados para cobrir os pacientes durante as cirurgias; além da
redução de caneta de bisturi para o uso nas eletrocirurgias.
O anúncio dessa crise foi feito por meio do memorando interno 87/2018, encaminhado pela Gerência de Enfermagem de Apoio à Cirurgia
para a Chefia do Serviço de Cirurgia do Barros, na última terça-feira (18), que a reportagem teve acesso. O Sindicato dos Trabalhadores
das Instituições Federais de Ensino Superior no Estado do Pará (Sindtifes) afirmou que a situação já foi relatada e que as cirurgias eletivas
(sem risco de morte) estão suspensas e deverão ser acionadas ao Ministério Público do Estado.
De acordo com o documento, a gerência disse trabalhar para conseguir manter, no mínimo, seis cirurgias diárias, mas agora estaria
inviável a realização do serviço. "Ressalto que, nos últimos meses, estamos trabalhando arduamente, incansavelmente e exaustivamente
junto ao setor de suprimento, para que se tenha material básico de insumo necessário para garantir a realização do número mínimo de seis
cirurgias diárias", trouxe o documento da Gerência de Enfermagem do Barros Barreto.
Além disso, o memorando 87/2018 ressaltou dificuldades em relação à rouparia do hospital. "Uma vez que a lavanderia do hospital está
inativa e as roupas sendo processadas por empresa terceirizada (com a qual o contrato prevê um limite de 700 quilos de roupa diária), isso
acarreta na diminuição do número de cirurgias por conta do quantitativo reduzido de lap cirúrgico (panos estéreis usados para cobrir os
pacientes durante as cirurgias) e demais rouparias dispensadas ao Centro Cirúrgico".
Outra dificuldade impactante à realização de cirurgias, de acordo com o documento, é o número reduzido de elétrodos ativos (caneta de
bisturi) para o uso nas eletrocirurgias. Por fim, a gerência comunicou que seriam "mantidas apenas as cirurgias de pacientes com risco
iminente de morte e também a suspensão das internações de pacientes para cirurgias eletivas".
SINDTIFES
Segundo Taís Ranieri, coordenadora geral do Sindtifes, a entidade tomou conhecimento da situação nesta quarta-feira (19), na ocasião em
que estava em reunião da campanha salarial dos trabalhadores da Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp) da
UFPA, no Barros Barreto. "Como estávamos em reunião no hospital, passamos em alguns setores para conversar com o pessoal e, de
fato, nos foi repassado que está faltando material no Centro Cirúrgico e todas as cirurgias eletivas não estão sendo marcadas, estão
suspensas. A priori é essa informação que temos", disse a coordenadora.
Na visão do sindicato, essa situação é produto da nova gestão do hospital, que, além do Bettina Ferro, deixou de ser administrado pela
UFPA e passou à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), instituição pública de direito privado vinculada ao Ministério da
Saúde do Governo Federal.
A adesão foi feita pela Administração Superior da UFPA em 18 de dezembro de 2013, aprovada em reunião extraordinária do Conselho
Universitário (Consun). "A Ebserh instituiu essa metodologia de terceirização de serviços, vários funcionários que trabalhavam lá estão
sendo remanejados e ainda não foi organizado o processo licitatório. Os funcionários da lavanderia do hospital, que têm os equipamentos,
não estão mais fazendo a lavagem de roupa, que é feita fora do hospital, gerando maior gastos aos cofres públicos e, ainda assim, não
está dando conta da demanda", afirmou a coordenadora geral do Sindtifes.
Ainda de acordo com a dirigente, "a direção do hospital dizia que estava fazendo um fundo com os recursos da contratualização do SUS
para pagar os procedimentos e também a demissão dos trabalhadores da Fadesp, porque com a chegada da Ebserh os recursos da
contratualização não podem ser utilizados para pagamento de pessoal. Então, não está garantindo nem os insumos, isso é um grande
contrassenso da gestão da Ebserh", criticou Ranieri.
O Sindtifes disse que vai procurar conversar com a direção do hospital e formalizar denúncia no Ministério Público do Estado, até semana
que vem. "Já alertamos a direção do hospital que íamos fazer isso e agora vamos tomar providência mais efetiva junto ao Ministério
Público", afirmou.
O Barros Barreto fica na rua dos Mundurucus, 4487, esquina com a travessa Barão de Mamoré, no bairro do Guamá, em Belém. É uma
unidade de assistência, ensino e pesquisa e faz parte do Complexo Hospitalar da UFPA/Ebserh.
A assessoria de comunicação do Complexo Hospitalar da UFPA/Ebserh informou que "em razão de atraso na entrega de insumos
hospitalares por parte dos fornecedores, houve interrupção na realização de algumas das cirurgias marcadas para esta quinta, 20. A
medida teve como objetivo preservar os atendimentos de urgência. A situação já foi regularizada e o atendimento aos pacientes será
retomado nesta sexta, 21", trouxe a nota.
PORTAL ROMA NEWS.
Hospital universitário João de Barros Barreto paralisa atividades por falta de materiais
Hospital universitário João de Barros Barreto paralisa atividades por falta de materiais
As atividades no Centro Cirúrgico do Hospital Universitário João de Barros Barreto, da Universidade Federal do Pará (UFPA), estão
paralisadas por conta da falta de materiais básicos, para realização de cirurgias.
Costumavam realizar cerca de seis cirurgias, por dia, no hospital. Porém, de acordo com memorando interno 87/2018, enviado pela
gerente de enfermagem da unidade de apoio à cirurgia à direção do Barros Barreto, essa quantidade reduziu drasticamente devido à
escassez de insumos, de caneta de bisturi e de roupas limpas - a lavanderia não funciona e a empresa terceirizada que faz este serviço só
pode lavar 700 kg de roupa diariamente.
Isso tudo tem afetado, também, quem ainda espera por uma cirurgia. Pois, a partir de agora, serão suspensas as internações para
cirurgias eletivas. Apesar das dificuldades estão sendo mantidas apenas as cirurgias com pacientes que possuem risco iminente de morte.