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O diagnóstico do TDAH

Problemas de desatenção, de impulsividade e de hiperatividade, podem ser observados em diferentes quadros


neuropsiquiátricos. O objetivo da avaliação neuropsicológica, não é rotular, mas sim, qualificar a extensão do
impacto na vida do paciente para melhor poder ajudá-lo, através de uma intervenção clínica significativa. Nesse
sentido, diz Bastos (2011):

Na avaliação puramente neuropsicológica, as múltiplas vinculações das funções dificultam a conceituação dos aspectos
primários e secundários, tornando árdua a classificação nosológica. O mesmo já não ocorre na prática clínica, onde o
profissional experiente geralmente consegue distinguir com razoável clareza o superficial do profundo e o circunstancial
do essencial. A razão disso é que nessa instância clínica a avaliação se dá por um instrumento sensível à intencionalidade,
um componente fenomenológico da personalidade inacessível por métodos discretos ou estritamente objetivos (p. 151)

Os instrumentos que comumente utilizados no diagnóstico do TDAH são: a entrevista, as escalas Weschler
(WISC-III ou WAIS III), as técnicas grafo-projetivas, o Bender, Escala Benzick, os critérios do DSM IV e em
alguns casos a lista de REY. Especialmente no caso de crianças em fase escolar, a entrevista clínica semi-dirigida
com o paciente e/ou familiares nos fornece uma noção a respeito das relações que estas crianças estabelecem nos
ambientes em que convive. A entrevista visa o levantamento de dados relevantes da história de vida pessoal e
familiar e, sobretudo, os significados que a mãe ou o parente atribui a estes dados, dando a clarificação da (s)
queixa (s), a observação inicial do paciente e o levantamento de critérios significativos pelo DSM- IV. Neste
momento, é importante esclarecer quais são os comportamentos apontados como “inadequados”, quem os percebe
desta forma, e que impacto os mesmos determinam na vida do paciente. As observações clínicas durante a
testagem são também essenciais para a análise qualitativa.

A organização do raciocínio clínico para se chegar a um diagnóstico é fundamental, salientando-se que a clínica é
sempre soberana, portanto, um sujeito pode ser diagnosticado como TDAH, independentemente de alterações no
exame neurológico, nos exames de neuro-imagem e/ou nos testes neuropsicológicos.

Como bem colocam os autores Fletcher e Levin a avaliação neuropsicológica geralmente se volta para a aplicação
e a interpretação de um conjunto de testes que vão medir não só uma ampla extensão das capacidades cognitivas
específicas como a das capacidades comportamentais necessárias para o funcionamento psicossocial do individuo
na família, na escola, no trabalho e na comunidade. Deve ter em foco uma avaliação multimodal, usando vários
recursos para se chegar a um conhecimento amplo do indivíduo.

Em termos neuropsicológicos, o TDAH parece estar relacionado especificamente a uma atribuição disfuncional
que lhe vale a denominação de síndrome disexecutiva ou minissíndrome frontal. As características diagnósticas do
TDAH nas escalas Weschler são os escores baixos encontrados nos índices de RD (Resistência à Distraibilidade),
sendo os subtestes mais comprometidos, os de Código e Dígitos. No subteste de Labirinto do WISC-III, é
freqüente que crianças com TDAH tenham resultados inferiores e que apresentem comportamento impulsivo
quando não conseguem manter o comando de não retirar o lápis do papel e também quando partem para ação, sem
nenhum planejamento, o que amplia o número de erros. O paciente de TDAH apresenta resultados insuficientes no
subteste do WISC/WAIS-III Repetição de Dígitos (Ordem Direta e Indireta – Escala Weschler), que avalia a
atenção auditiva, a capacidade de estocagem (“span”), a memória auditiva e a memória operacional, sendo esta
última mais presente na Ordem Indireta. Essas tarefas – Ordem Direta (OD) e Ordem Indireta (OI) – exigem muita
atenção, porém para a OD nem sempre se encontram resultados inferiores em pacientes com TDAH. Acrescente-se
também que estudos realizados demonstraram que se o perfil rebaixado em Aritmética, em Código, em Informação
e em Dígitos (ACID) está presente, deve ser considerada a hipótese diagnóstica de um distúrbio de atenção. Em
geral, sujeitos com TDAH apresentam ainda uma discrepância entre QI Verbal e QI Executivo, com aumento de
prejuízo para área de execução.

Observam-se, clinicamente, dificuldades na praxia, na harmonia e na organização de movimentos mais finos e


digitais em sujeitos com TDAH. Fatores como impulsividade motora, perseveração de movimentos, falha na
inibição de respostas e problemas de gerenciamento de atenção, podem justificar tais inabilidades, por isso, são
freqüentes a disgrafia e a falta de coordenação como sintomas presentes no TDAH. Percebe-se nítida dificuldade
na dinâmica da articulação futuro/presente/passado, que se mostra baseada nos déficits da percepção e da
seqüenciação do tempo. O portador de TDAH pode até saber verbalizar o que deve ser feito, porém ele não parte
para a ação de forma planejada, pois não mantém suas representações internas e, por isso, busca um prazer/solução
imediato.

TDAH e a Linguagem
A atenção funciona como “porta de entrada” para os estímulos, que são necessários na aquisição desde a
linguagem oral, no inicio do desenvolvimento, até nas mais diversas e complexas habilidades comunicativas, que
fazem com que a interação do individuo com seu ambiente seja adequada; é a chamada competência comunicativa,
que é a esfera mais comprometida no TDAH. O uso da linguagem pode ser considerado como um dos
componentes auxiliares na auto-regulação do comportamento que, paulatinamente, vai evoluindo de estímulos
sensoriais até o pleno desenvolvimento maturacional da linguagem em sua expressividade e em sua
compreensibilidade, como ferramentas para gerenciar, organizar e planejar o comportamento, conseguindo manter
a atenção e controlando a impulsividade. E, como se sabe, os portadores de TDAH se beneficiam do uso de
estratégias verbais para desenvolver um auto-controle. Se a atenção interfere na memória, esta, quando em
comprometimento, também afetará todo o processo de aprendizagem, inclusive o da linguagem. Na matemática,
nos cálculos das operações aritméticas, as alterações de atenção e das funções executivas do TDAH podem induzir
a erros como: inverter números de uma seqüência (136 ao invés de 163) apresentar disgrafia no desenho do
algarismo; esquecer de contar os reagrupamentos feitos na adição e na multiplicação, ou então, esquecer de
descontar os empréstimos na subtração; ter dificuldade na sistematização na técnica e nas regras da divisão; não
perceber dados essenciais em enunciados matemáticos; ter dificuldade em selecionar o que deve ser feito,
inicialmente, em soluções que envolvem vários cálculos; ter comprometimento na execução de expressões
numéricas e polinômios pela desorganização espacial, pela omissão de sinais, pela inversão da ordem, pela
dificuldade no planejamento mental; ter dificuldade em cálculo mental e na lentidão para evocação da tabuada.
Quanto a estes dois últimos fatores descritos, deve-se alertar aos educadores de que exigir cálculo mental rápido e
eficaz, em crianças com DA, é um gasto de energia e um desgaste na relação professor-aluno desnecessário.

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