Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
RELATÓRIO
ECONÓMICO
DE ANGOLA
2013
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE ANGOLA
Centro de Estudos e Investigação Científica
RELATÓRIO
ECONÓMICO
DE ANGOLA
2013
CENTRO DE ESTUDOS E INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA
hE/sZ^/dM>/E'K>Έ/ͬhEΉ
APRESENTAÇÃO ............................................................................................... 7
INTRODUÇÃO .................................................................................................. 15
Um dos temas que hoje mais têm sobressaído nos discursos oficiais e nas abor-
dagens de diferentes instituições nacionais e estrangeiras é o do desenvolvimento
sustentável. Passou a ser um jargão e ao mesmo tempo uma quase-reivindicação
social e política, baseada no princípio simples de equilíbrio inter-geracional.
A conclusão que chocou o mundo foi a seguinte: “se as actuais (para a época)
tendências de crescimento da população mundial, da industrialização, da poluição,
da produção alimentar e do desperdício de recursos permanecerem sem alteração,
os limites do crescimento no nosso planeta serão alcançados dentro dos próximos
100 anos”1.
De que forma esta gestão estratégica dos recursos pode ser assegurada e
garantida? Com a intervenção do Estado (vulgarmente designada por regulação
económica) ou dando-se primazia aos mecanismos de mercado, que em condições
|7
CEIC / UCAN
Numa economia rendeira como a angolana, um dos vectores por onde tem
de passar a sustentabilidade é a transformação da mentalidade de renda numa
cultura de lucro, de salário (como contrapartida de trabalho produtivo e útil) e de
produtividade. Não é o que se passa, por enquanto. A repartição política da renda
petrolífera é que determina a participação dos agentes no processo produtivo e
não os valores de trabalho, de empreendedorismo e de inovação. O acesso a essa
renda não é democrático e os critérios são essencialmente políticos. Nestas con-
dições, a sustentabilidade não está garantida, nem pela intervenção do Estado na
economia, nem pelos mecanismos de mercado.
8|
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Algumas razões:
4 É sempre bom ter-se destas constatações uma visão relativa das situações. No caso
vertente importa saber em que condições é que esse facto ocorreu e se as condições
futuras o irão permitir de novo.
5 Tanto quanto é possível estimar no momento presente – sempre aleatoriamente
ϐ²
ǡ
sempre incontroláveis – algumas instituições internacionais estabeleceram as seguin-
tes taxas reais prospectivas de variação do PIB angolano para 2014: EIU = 6,4%;
FMI = 5,3%; Banco Mundial = 6%.
|9
CEIC / UCAN
6 Ver análise e considerações sobre o Knowledge Economy Index (KEI) do Banco Mun-
ϐ
ϐ
Ǥ
10 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
país há mais de 10 anos. Aqui a luta é por mais investimentos públicos na saúde
e na educação e por dinâmicas renovadas de distribuição do rendimento. O país
tem crescido, mas a mancha de pobreza e exclusão social não diminui na mesma
proporção.
| 11
CEIC / UCAN
12 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
9 Ver Revista Sábado, de Setembro de 2011, sobre as extravagâncias dos ricos de Angola.
| 13
CEIC / UCAN
14 |
INTRODUÇÃO RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
11ǦʹͲͲʹǦʹͲͳͲǡ -
±ʹͲͳʹǤ2×
×
naturais imposições editorais de tempo.
| 15
CEIC / UCAN
80000
60000
40000
20000
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
-20000
16 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
20
15
10
5 Variação real
Variação real
0 usada até hoje
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Também no domínio das variações reais do PIB dos sectores de actividade ocor-
rem desvios significativos. As duas seguintes tabelas são disso reveladoras.
12No seu mais actual World Economic Outlook ĚĞ ďƌŝů ĚĞ ϮϬϭϰ͕ Ž &D/ ĂŝŶĚĂ ŶĆŽ ƟŶŚĂ
adoptado as novas taxas de crescimento do PIB dadas pelas Contas Nacionais do INE.
| 17
CEIC / UCAN
18 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
15
10
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
| 19
CEIC / UCAN
ͻ Conforme se tem dito por várias vezes, o sector da construção – para onde
convergem os investimentos públicos em infra estruturas e os investimentos
privados em imobiliário – foi o que maiores ganhos de representativida-
de apresentou entre 2002 (5,4% do PIB) e 2010 (8,8%). Por isso, tem sido
um dos esteios do elevado crescimento económico do país. Os dados mais
recentes (2008/2013) mostram, no entanto, que este sector tem vindo a
perder vitalidade, por força, por um lado do intenso crescimento registado
no passado e, por outro, de dificuldades relacionadas com os atrasos dos
pagamentos das obras do Estado e de uma certa retracção da procura final
de imobiliário.
20 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
40
30
20
10
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Focalizando a atenção apenas nos anos de 2002 e 2010, verifica-se que os sec-
tores estruturantes da diversificação permaneceram estáticos no processo de in-
cremento do seu peso relativo no PIB.
| 21
CEIC / UCAN
4% 1%
Agricultura, Pecuária e Florestas
Pescas
Petróleo e Gás
Diamantes e outros
37% 43%
Indústria transformadora
Electricidade
Construção
9% Serviços
1%
4% 1%
22 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
5,2 4,8
3,9
2,7 2,9 2,8 3 2,8 3,1 3,1
1,9 1,7 1,71,71,4 1,51,2 1,21,2
0,2 0 0,4
2007 2008 -0,6 2009 2010 2011 2012 -0,3 2013 -0,4
-2,6
-3,4
-4,1
FONTE: IMF, World Economic Outlook, November 2013.
| 23
CEIC / UCAN
Estes países têm aumentado as suas relações comerciais com Angola, sendo
mesmo Portugal o que mais depende das exportações para o nosso país, com mon-
tantes médios anuais de cerca de 3,8 mil milhões de dólares, que representam
mais de 17% das suas vendas totais ao exterior.
6
4
2
0
lia
ia
ha
da
al
ça
nh
-2
éc
ug
an
Itá
an
an
pa
Gr
rt
Fr
em
Irl
Po
Es
-4
Al
-6
-8
24 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
2012
10,4 10,5
9,2 9,3 8,5
7,7 7,6 7,5
6,3
4,5 4,3 3,4
3,2 3,8 2,72,2 2,2 3,1 3,5 2,5
1,5 2
7,1
2,6
| 25
CEIC / UCAN
26 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
105,59
75,56
31,03
18,53
12,21 13,17 13,99 15,32 11,38 9,65
11,78 7,69
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
13² Àǡ ͻͷΨ
| 27
CEIC / UCAN
14 ǦʹͲͳͶǡ
ϐ
À
renda média alta com base no Rendimento Nacional Bruto de 2012 (Método Atlas) de $
4.580 em comparação com o nível de renda limite de 4.086 dólares (um limite recalcu-
ͳ
ȌǤ
28 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
1.800
100
1.600
1.400
80
1.200
60 1.000
800
40
600
400
20
200
0 0
1960
1962
1964
1966
1968
1970
1972
1974
1976
1978
1980
1982
1984
1986
1988
1990
1992
1994
1996
1998
2000
2002
2004
2006
2008
2010
2012
Preço internacional (eixo esq.) Produção angolana (eixo dir.)
FONTE: World Economic Outlook (FMI; Abril 2014), World Bank Commodity Price Data (The Pink Sheet).
| 29
CEIC / UCAN
2.500 350
300
2.000 250
1.500 200
1.000 150
100
500
50
0 0
1965
1967
1969
1971
1973
1975
1977
1979
1981
1983
1985
1987
1989
1991
1993
1995
1997
1999
2001
2003
2005
2007
2009
2011
2013
Angola (eixo esq.) Guiné Equat. (eixo dir.) Argélia (eixo esq.)
Rep. do Congo (eixo dir.) Nigéria (eixo esq.) Gabão (eixo dir.)
ͻ Estima-se que a execução fiscal para 2013 tenha gerado um pequeno superavit
fiscal (em vez do défice orçamental programado), em grande parte com base
na subutilização das despesas de capital. No geral, o país está numa posição
mais forte para afastar os efeitos de um choque externo do que no início da
crise mundial de 2008-09.
30 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Do lado do financiamento:
| 31
CEIC / UCAN
32 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Além disso, parece que o fundo soberano (Fundo Soberano de Angola), está
estabelecido estritamente na forma de fundos de investimento a longo prazo que
não vão gerar liquidez de curto prazo disponíveis para fazer face a necessidades
inesperadas de financiamento orçamental. Por isso, a contribuição do capital inicial
para o fundo soberano vai mesmo reduzir o estoque de amortecedores financeiros
disponíveis para fins de estabilização das flutuações das receitas petrolíferas.
Uma década após o fim da guerra civil, Angola tem registado um grande pro-
gresso em termos de crescimento económico, incluindo a sua ascensão às fileiras
dos países de renda média. Na área do desenvolvimento socioeconómico, o pro-
gresso tem sido mais lento, como evidenciado pelas pontuações persistentemente
baixas em vários índices internacionais, como o Índice de Desenvolvimento Huma-
no do PNUD (em que Angola fica em 148 de 186 países) e o Índice de Competiti-
vidade Global do Fórum Económico Mundial (em que Angola fica em 142 de 148
países, apenas à frente do Haiti, Serra Leoa, Iémen, Burundi, Guiné e Chade).
| 33
CEIC / UCAN
Como indicado no gráfico abaixo, o período desde o fim da guerra civil não pro-
duziu uma mudança significativa na alocação de recursos fiscais da área de defesa
e segurança para os sectores prioritários de saúde e educação.16 Na prática, a par-
ticipação dos gastos atribuídos ao sector da defesa e segurança aumentou de uma
média de 10% em 2001 e 2002, para pouco mais de 15% até 2013 – o que é clara-
mente ao contrário das expectativas de um “dividendo da paz”. Conforme relatado
pelo SIPRI, Angola é hoje “o maior gastador militar na África Subsariana”.17 Durante
o mesmo período, a participação dos gastos destinados à saúde e educação têm
aumentado ligeiramente: passando de cerca de 10% em cada um dos anos 2001
e 2002, para cerca de 13% até 2013. Dito de outra maneira, o aumento esperado
do investimento em capital humano tem sido mais gradual do que seria de esperar
para um país com recursos financeiros substanciais e com muitas necessidades de
desenvolvimento social a satisfazer.
25%
Percentagem de despesa total
20%
15%
10%
5%
0%
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
20 st.
E
OG
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
E
13
14
20
16 Esta análise baseia-se em dados orçamentais que estão mais facilmente disponíveis
ca Subsariana – em 2013, com um aumento de 36% em 2013 (e 175% desde 2004), para
ǡͳÙǤ±
ǡͶǡͳÙʹͲͳ͵ǡͳΨʹͲͲͶǤ
±²
ͶǡͺΨǡ
À
ÀǤdzȋ ǡʹͲͳͶȌǤ
34 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
10%
8%
6%
4%
2%
0%
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
África do Sul Cabo Verde Angola
Gana Namíbia África Subsariana
FONTE: World Development Indicators, (Banco Mundial 2013).
35
30
25
20
15
10
5
0
ar ica
ar ica
la
ia
Su Á l
na
ia
Su Á l
e
na
e
na
na
Su
Su
an
l
an
rd
rd
íb
go
íb
go
Ga
Ga
bs fr
bs fr
ia
ia
Ve
Ve
do
do
m
m
w
w
An
An
ts
ts
Na
Na
bo
bo
a
a
Bo
Bo
ric
ric
Ca
Ca
Áf
Áf
| 35
CEIC / UCAN
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
01
02
03
04
05
06
07
08
09
10
11
12
t.
d.
Es
Bu
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
13
14
20
20
No entanto, o gráfico acima mostra também uma mudança nos gastos priori-
tários a partir de 2006. As despesas correntes ficaram na média dos 85% do total
das despesas ao longo do período 2001-05, mas apenas 73% no período 2006-13.
Nos mesmos subperíodos, a participação das despesas de capital quase dobrou,
passando de 15% para 27% do total das despesas. Portanto, durante o período
que se iniciou quatro anos após o fim da guerra civil, Angola tem experimentado
18ǡ DzȂ × ǡ
36 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
19 Doing Business ϐ ǡ
feito na prática, para um empresário iniciar e operar formalmente uma empresa indus-
trial ou comercial, bem como o tempo e os custos para concluir esses procedimentos e o
mínimo capital integralizado. (Starting a Business Methodology , como acedida em 30 de
Abril de 2014 no ǣȀȀǤǤȀȀǦǦ ).
| 37
CEIC / UCAN
20 Ù ×ϐ-
paração do orçamento parece ter sido abandonada com o orçamento de 2013 e de ter
coincidido com a adopção do cenário macroeconómico fornecido pelo Plano Nacional
de Desenvolvimento.
21 Se a taxa de crescimento real do PIB não-petrolífero em 2014 (que é projectada em
9,9%) permanece no mesmo nível que em 2013 (6,5%) e um pouco abaixo da média
para 2010-12 (7,5%), e se a receitas não-petrolíferas como percentagem do PIB
ǦÀȋ
ͳͶǡͷΨȌ²Ǧ
ʹͲͳ͵ȋͳ͵ǡ͵ΨȌ
essencialmente como a média de 2010-12 (13,4%), então: (i) a receita não-petrolífera
ͳ͵ͷÙǢȋȌ±ϐ
ϐ
ͶǡͻΨȋȌǡͳΨǢȋȌ±ϐ
ǦÀ
ͶͷǡͳΨȋȌͶͺǡͳΨ ǦÀǤǡ±ǡ²
-
À
ͳͲʹͳͺÙ
ȋͳǡͶΨǡ
±ʹͲͳͳǦʹͲͳ͵Ȍǡ±ϐ
±ϐ
ǦÀ ͺͷÙǤ
38 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Mais importante ainda, o espírito dos dois últimos orçamentos corre o risco de
entrincheirar ainda mais a tendência pré-2009 no sentido de uma Política Fiscal
pró-cíclica (o que contraria o papel crucial da política de estabilização fiscal). Embo-
ra as prioridades políticas e sociais poderem levar a um esforço para aumentar os
níveis já elevados de investimento em infra-estrutura e um desenvolvimento mais
rápido do sector não-petrolífero, há limites obrigatórios para a estratégia de atirar
simplesmente recursos financeiros ao problema. Com o alto nível de dependência
do sector petrolífero em Angola, mesmo uma pequena diminuição dos preços do
petróleo conduzirá a uma queda substancial nas receitas fiscais. Na ausência de
um stock de activos financeiros (líquidos) ou com acesso restrito aos mercados
de crédito, as necessidades de financiamento não satisfeitas vão necessariamente
forçar uma redução acentuada (e caótica) nos níveis de gastos fiscais – por ou-
tras palavras, a falta de amortecedores financeiros impediria a Política Fiscal de
desempenhar um papel eficaz de estabilização com mudanças nos gastos seguir
os movimentos da receita fiscal e PIB. A curto prazo, estes ajustes fiscais pró-cí-
clicos tipicamente tomam a forma de redução de transferências (prejudicando os
pobres) ou cortes em projetos de capital (prejudicando o crescimento de longo
prazo). Estudos recentes do FMI confirmam que os países produtores de petróleo,
incluindo Angola, tendem a ter políticas fiscais pró-cíclicas e de enfrentar um au-
mento substancial das necessidades de financiamento, mesmo com um pequeno
decréscimo nos preços do petróleo.22
| 39
CEIC / UCAN
Dado os desafios que se manifestam com altos níveis de dependência das re-
ceitas do petróleo, a Política Fiscal de médio prazo deve ser orientada por:
1. A adopção de um quadro fiscal transparente de médio prazo que pode ancorar
as decisões de gastos em face da volatilidade do preço do petróleo e fixar
uma trajectória para o balanço primário não-petrolífero, que estabeleceria
amortecedores fiscais e refletiria restrições de financiamento e de absorção.
No imediato, isto inclui orientar a composição das despesas públicas para
aumentar as despesas de capital e reduzir as despesas correntes de uma
maneira que não desestabilize as finanças públicas. A médio prazo, isto inclui
atingir um equilíbrio entre o investimento em esforços de desenvolvimento
imediato e em activos financeiros.
2. A necessidade de aliviar as restrições de absorção, investindo nas funções
de planeamento e monitoramento. Isso inclui monitoramento de despesas
40 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 41
CEIC / UCAN
sZ//>/K^WZK^KWdZM>KWZKhKKW1^͕ϮϬϬϬͳϭϮ
Produção Anual (‘000 barris por dia)
Média Desvio Padrão ŽĞĮĐŝĞŶƚĞĚĞsĂƌŝĂĕĆŽ
Argélia 1787 163 0.09
Angola 1381 433 0.31
República do Congo 251 30 0,12
Guiné Equatorial 282 69 0,25
Gabão 256 13 0,05
Nigéria 2312 143 0.06
Os preços do petróleo (2012 USD) 67.78 28.71 0,42
No seu Oil Market Outlook 2012, a Agência Internacional de Energia (AIE) pre-
via que, até 2035, os preços do petróleo chegariam a USD 145 por barril. No en-
tanto, o relatório de Medium Term Oil Market 2013 da AIE prevê que os preços em
2035 só cheguem a USD 128 por barril, mesmo sem levar em conta o potencial
adicional para a produção substancial de óleo de xisto de outras regiões do que os
EUA. Já está previsto que os EUA se vão tornar o maior produtor mundial de petró-
leo em 2016 e os preços do gás nos EUA são mais do que 1/3 inferiores aos preços
na Europa, e portanto outras regiões estão agora a começar a explorar vantagens
similares.
42 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Então veio 2009. O orçamento para este ano foi construído de uma forma
semelhante à de 2008. No rescaldo da crise financeira global, o preço do petró-
leo caiu para uma média em 2009 de apenas USD 61 por barril (ainda superior à
projecção orçamentária de EUA USD 55 por barril), mas volumes de exportação
mais baixos, mais do que eliminaram o efeito do aumento de preços (com a pro-
dução caindo para 660,0 milhões de barris contra uma projecção do orçamento
de 710,6 milhões de barris). Para 2009, as receitas do petróleo recebidos pelo
Tesouro atingiram pouco mais de 75% do valor orçamentado (1.449 mil milhões
de kwanzas em vez dos orçamentados 1.861 mil milhões de kwanzas); e nem
mesmo uma taxa de execução sobre os gastos de capital de apenas 50% con-
seguiu evitar que o défice orçamental atingisse 7,4% do PIB. Como resultado,
as reservas financeiras de Angola ficaram desgastadas e o FMI foi chamado no
último trimestre de 2009.
Com a ajuda do FMI, a ordem financeira foi restaurada: superavits fiscais atin-
giram uma média de 7,5% do PIB em 2010-12 e os amortecedores financeiros,
incluindo as reservas externas, foram reconstruídos.
| 43
CEIC / UCAN
KEd^&/^/^͕ϮϬϭϭͳϭϰ
2012 2013 Mudança
2011 ϮϬϭϰ
Mil milhões de Kwanzas
Exec. OGE Exec. OGE Exec. OGE (2013 Est. ;ϮϬϭϰK'
2013 OGE) 2013 Est.)
Receitas ϰ͘ϳϳϲ ϯ͘ϳϲϭ ϱ͘Ϭϱϰ ϰ͘ϱϳϭ ϰ͘ϱϯϲ ϰ͘ϳϰϱ -0.8% ϰ͘ϲй
Impostos 4.528 3.564 4.826 4.401 4.365 4.540 -0.8% 4.0%
Petrolíferos 3.817 2.560 4.103 3.282 3.448 3.313 5.1% -3.9%
Não-petrolíferos 711 1.004 723 1.119 917 1.227 -18.1% 33.9%
Outras 248 196 228 170 171 205 0.9% 19.8%
Despesas ϯ͘ϳϳϱ 3.501 ϰ͘ϯϮϵ 5.021 ϰ͘ϱϬϱ ϱ͘ϯϳϱ -10.3% ϭϵ͘ϯй
Correntes 2.928 2.578 3.185 3.341 3.368 3.674 0.8% 9.1%
Remuneração dos empregados 877 1.061 1.031 1.296 1.203 1.369 -7.2% 13.8%
Bens e serviços 1.031 850 1.297 1.156 1.480 1.431 28.1% -3.3%
Juros 95 111 106 65 93 128 42.9% 37.8%
Transferências correntes 926 557 752 824 593 746 -28.1% 25.9%
das quais: subsídios 766 383 548 577 353 537 -38.8% 52.0%
Capital 846 922 1.145 1.680 1.137 1.701 -32.3% 49.6%
Saldo corrente ϭ͘ϴϰϳ 1.182 ϭ͘ϴϲϵ 1.230 ϭ͘ϭϲϴ ϭ͘Ϭϳϭ -5.1% -8.3%
Saldo global (compromisso) 1.001 ϮϲϬ ϳϮϱ ͲϰϱϬ 31 ͲϲϯϬ ͲϭϬϲ͘ϴй ͲϮϭϲϲ͘ϵй
Variação de atrasados 152 0 Ϯϴϵ 0 -18 0 – –
Saldo global (caixa) 1.153 ϮϲϬ ϭ͘Ϭϭϰ ͲϰϱϬ 12 ͲϲϯϬ ͲϭϬϮ͘ϳй ͲϱϮϲϳ͘Ϯй
Financiamento líquido -1.153 ͲϮϲϬ Ͳϭ͘Ϭϭϰ ϰϱϭ -12 ϲϯϬ ͲϭϬϮ͘ϳй ͲϱϮϲϳ͘Ϯй
Financiamento interno (líquido) -1.204 -324 -1.232 -145 -337 -103 131.7% -69.5%
Financiamento externo (líquido) 51 64 218 596 325 733 -45.5% 125.8%
Memo:
Despesas de capital (% do PIB) 8.7 9.5 10.5 14.1 9.7 13.3 -31.3% 37.3%
Saldo primário não-petrolífero -2.475 -2.010 -3.272 -3.667 -3.325 -3.816 -9.3% 14.8%
Produto Interno Bruto (nominal) 9.780 9.753 10.876 11.951 11.764 12.823 -1.6% 9.0%
do qual: não-petrolífero 5.895 6.060 5.895 7.342 6.913 8.461 -5.8% 22.4%
Exportações de petróleo 606 673 632 674 648 655 -3.8% 1.0%
(milhões de barris)
Preço médio do petróleo 110.1 77.0 111.6 96.0 100.5 98.0 4.7% -2.5%
(USD por barril)
Taxa real de crescimento 3.4 11.4 5.3 7.1 5.1 8.8 -28.2% 72.5%
do PIB (%)
FONTE: Relatórios do Ministério das Finanças.
ŵϮϬϭϭŽWZdƌĞĂůŝnjŽƵƵŵĂƐĠƌŝĞĚĞĂĐƟǀŝĚĂĚĞƐ;ĂĂůƚĞƌĂĕĆŽĚŽƉĂĐŽƚĞƉƌĞ-
ĚŝĂů͕Ž/ŵƉŽƐƚŽWƌĞĚŝĂůhƌďĂŶŽ͖ĂƉƌŽǀĂĕĆŽĚŽZĞŐŝŵĞ^ŝŵƉůŝĮĐĂĚŽĚĂƐdžĞĐƵĕƁĞƐ
44 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
KŵĂŝŽƌƉƌŽďůĞŵĂĞƐƚĄƌĞůĂĐŝŽŶĂĚŽĐŽŵĂĂƉƌŽǀĂĕĆŽĚŽƉĂĐŽƚĞůĞŐŝƐůĂƟǀŽĐŽŵ-
posto por três códigos transversais (o Código Geral Tributário, o Código do Proces-
so Tributário e o Código das Execuções Fiscais), o Imposto Industrial (II) e o Imposto
de Rendimento do Trabalho (IRT). O pacote foi apresentado pela primeira vez em
Outubro de 2011 ao Conselho de Ministros, que o aprovou e indicou que deveria
ƐĞƌƐƵďŵĞƟĚŽăƐƐĞŵďůĞŝĂEĂĐŝŽŶĂůƉĂƌĂĚŝƐĐƵƐƐĆŽĞĂƉƌŽǀĂĕĆŽŶŽŵĞƐŵŽĂŶŽ͘
/ƐƚŽůĞǀŽƵĂĞdžƉĞĐƚĂƟǀĂĚĞƋƵĞĞŶƚƌĂƐƐĞŵĞŵǀŝŐŽƌŶŽĚŝĂϭĚĞ:ĂŶĞŝƌŽĚĞϮϬϭϮĞ͕
por alguma razão, tal não aconteceu.
K ƉĂĐŽƚĞ ĨŽŝ ƐƵďŵĞƟĚŽ ŶŽǀĂŵĞŶƚĞ ĂŽ ŽŶƐĞůŚŽ ĚĞ DŝŶŝƐƚƌŽƐ Ğŵ :ƵŶŚŽ ĚĞ
ϮϬϭϯĞĞŵEŽǀĞŵďƌŽĚĞϮϬϭϯĨŽŝ ĮŶĂůŵĞŶƚĞƐƵďŵĞƟĚŽ ăƐƐĞŵďůĞŝĂ EĂĐŝŽŶĂů
onde, até ao segundo trimestre de 2014, ainda estava sendo analisado na especia-
ůŝĚĂĚĞ͘EĆŽĞƐƚĄĐůĂƌŽŽƋƵĞĐĂƵƐŽƵĞƐƐĞƐŝŐŶŝĮĐĂƟǀŽĂƚƌĂƐŽĞƋƵĂůĨŽŝĂƌĂnjĆŽƉĞůĂ
qual os códigos não foram enviados à Assembleia Nacional em 2011.
Uma das razões que poderia explicar o atraso na aprovação dos códigos e a
ƌĞĚƵĕĆŽĚŽĂƉŽŝŽƉŽůşƟĐŽăƌĞĨŽƌŵĂĠĂŝŶƋƵŝĞƚĂĕĆŽĐŽŵŽŝŵƉĂĐƚŽƋƵĞĂŶŽǀĂ
legislação poderia ter sobre o crescimento económico. Há preocupações de que
a reforma tributária poderia impor no curto prazo limitações ao crescimento do
PIB, tendo em conta os custos de transacções que as empresas irão incorrer no
processo de se adaptar ao novo regime e ao reforço na cobrança dos impostos.
,ĄŝŶĚŝĐĂĕƁĞƐƋƵĞĂƉƌŝŽƌŝĚĂĚĞĚŽdžĞĐƵƟǀŽŶĞƐƚĞŵŽŵĞŶƚŽĠĂĚĞĂƵŵĞŶƚĂƌ
as taxas de crescimento económico através do aumento da taxa de execução do
ŝŶǀĞƐƟŵĞŶƚŽƉƷďůŝĐŽƋƵĞ͕ĚĞƐĚĞŚĄĂůŐƵŶƐĂŶŽƐ͕ĞƐƚĄĂďĂŝdžŽĚŽƐŶşǀĞŝƐƉƌŽũĞĐ-
tados.
ĐůĂƌŽƋƵĞŽĂƚƌĂƐŽƋƵĞƐĞǀĞŵǀĞƌŝĮĐĂŶĚŽŶĂĂƉƌŽǀĂĕĆŽĮŶĂůĚĞƐƚĞƐĚŝƉůŽŵĂƐ
tão importantes neste processo da reforma tributária, afectou ou está afectar o
dinamismo da própria reforma, tendo em conta que a Administração Fiscal precisa
de leis actuais e modernas que lhe possibilitem cumprir o seu papel de uma forma
mais justa e legal.
| 45
CEIC / UCAN
ƉĞƐĂƌ ĚŽƐ ĂƚƌĂƐŽƐ͕ Ă ƌĞĨŽƌŵĂ ƚƌŝďƵƚĄƌŝĂ ũĄ ĞƐƚĄ ƚĞƌ Ƶŵ ŝŵƉĂĐƚŽ ƉŽƐŝƟǀŽ ŶŽ
ŶşǀĞůĚĞĂƌƌĞĐĂĚĂĕĆŽĚĂƐƌĞĐĞŝƚĂƐŶĆŽƉĞƚƌŽůşĨĞƌĂƐĚĞǀŝĚŽ͕ĞŵƉĂƌƚĞ͕ĂŽƐƌĞƐƵůƚĂĚŽƐ
ƐĂƟƐĨĂƚſƌŝŽƐĚĂƐĂĐĕƁĞƐƋƵĞĞƐƚĆŽĂƐĞƌĚĞƐĞŶǀŽůǀŝĚĂƐ͘
sK>hK^Z/d^EKWdZK>1&Z^ΈϮϬϭϭͳϮϬϭϯΉ
ZĞĐĞŝƚĂŶĆŽƉĞƚƌŽůşĨĞƌĂ ŽŶƚƌŝďƵŝĕĆŽĚŽWZd
ŶŽ
;DŝůŵŝůŚƁĞƐĚĞ<ǁĂŶnjĂƐͿ DŝůŵŝůŚƁĞƐĚĞ<ǁĂŶnjĂƐ WĞƌĐĞŶƚĂŐĞŵ
ϮϬϭϭ 766 66,3 8,7%
ϮϬϭϮ 778,8 39,4 ϱ͕ϭй
ϮϬϭϯ ϵϳϬ͕ϭ ϭϬϵ͕Ϯ ϭϭ͕ϯй
FONTE: DNI e Relatório de Fundamentação, OGE 2014.
ŽŵŽƉŽĚĞŵŽƐǀĞƌŶĂƚĂďĞůĂ͕ĂƐƌĞĐĞŝƚĂƐŶĆŽƉĞƚƌŽůşĨĞƌĂƐĂƌƌĞĐĂĚĂĚĂƐĞŵϮϬϭϭ
ĞϮϬϭϮƉƌĂƟĐĂŵĞŶƚĞĞƐƚĂŐŶĂƌĂŵ͕ĐŽŵƵŵŵşŶŝŵŽĐƌĞƐĐŝŵĞŶƚŽĞŵƚĞƌŵŽƐŶŽŵŝ-
ŶĂŝƐ͕ŵĂƐĚĞϮϬϭϮĂϮϬϭϯŚŽƵǀĞƵŵĐƌĞƐĐŝŵĞŶƚŽŶŽŵŝŶĂůĚĞϮϰ͕ϲйĞŵƌĞůĂĕĆŽăƐ
ƌĞĐĞŝƚĂƐĂƌƌĞĐĂĚĂĚĂƐĞŵϮϬϭϮ͘
100%
90%
80%
70%
60%
50%
40%
30%
20%
10%
0%
2011 2012 2013
WŽƌĠŵ͕ŽƋƵĞƐĞƋƵĞƌĚĞƐƚĂĐĂƌĂƋƵŝĠĂǀŽůĂƟůŝĚĂĚĞŶĂƐĐŽŶƚƌŝďƵŝĕƁĞƐĚŽWZd͕
ƉŽŝƐĞŵϮϬϭϭĞƌĂŵϲϲ͕ϯŵŝůŵŝůŚƁĞƐĚĞŬǁĂŶnjĂƐ;ϴ͕ϳйĚĂƐƌĞĐĞŝƚĂƐŶĆŽƉĞƚƌŽůşĨĞ-
ƌĂƐƚŽƚĂŝƐͿĞĞŵϮϬϭϮďĂŝdžĂŵƉĂƌĂŽƐϯϵ͕ϰŵŝůŵŝůŚƁĞƐ;ϱ͕ϭйĚĂƐƌĞĐĞŝƚĂƐƚŽƚĂŝƐͿ͘EŽ
ĞŶƚĂŶƚŽ͕ĞŵϮϬϭϯǀĞƌŝĮĐŽƵͲƐĞƵŵĂƵŵĞŶƚŽƐŝŐŶŝĮĐĂƟǀŽŶĂĐŽŶƚƌŝďƵŝĕĆŽĚŽWZd
ŶŽŝŶĐƌĞŵĞŶƚŽĚĂƐƌĞĐĞŝƚĂƐƚƌŝďƵƚĄƌŝĂƐŶĆŽƉĞƚƌŽůşĨĞƌĂƐ͕ϭϬϵ͕ϮŵŝůŵŝůŚƁĞƐĚĞŬǁĂŶ-
njĂƐ͕ŝƐƚŽĠ͕ϭϭ͕ϯйĚĂƐƌĞĐĞŝƚĂƐƚŽƚĂŝƐ͘
46 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
26±ǡ Ùϐ-
ÀǤǡ
²
-
ção realizada em Fevereiro de 2014 o Ministro das Finanças anunciou que na proposta
ʹͲͳͷ
ǡǡÙϐ-
cais concedidas como despesa orçamental.
27 Procurou-se saber perante a DNI o montante de isenções concedidas em 2012 e 2013
tendo-nos dito que o primeiro exercício de divulgação dessa informação será feito na
proposta orçamental para 2015.
28 ǡǤǦǤǡ
ǦǡǤǡǤʹͲͳʹǤDzoples’ views
| 47
CEIC / UCAN
Uma nota que vale a pena destacar é o facto de os relatórios trimestrais de pro-
gresso do PERT não estarem disponíveis ao público, nem no site do PERT, nem no
site do Ministério das Finanças, nem mesmo depois da sua apresentação ao Con-
selho de Ministros. Estes relatórios deveriam estar à disposição do público, pois
todos os contribuintes devem estar informados quanto ao progresso da reforma,
ǀŝƐƚŽƋƵĞĞƐƚĄƐĞƌĮŶĂŶĐŝĂĚŽĐŽŵŽĞƌĄƌŝŽƉƷďůŝĐŽ͘
ƉĞƐĂƌĚŽĚŝİĐŝůĂĐĞƐƐŽĂŽƐƉƌŽũĞĐƚŽƐͲůĞŝ͕Ž/ĂƉƌĞƐĞŶƚĂŶĞƐƚĞZĞůĂƚſƌŝŽĐŽ-
nómico uma análise breve do pacote tributário que até o segundo trimestre de
ϮϬϭϰĂŝŶĚĂĞƐƚĂǀĂĂƐĞƌĚŝƐĐƵƟĚŽŶĂƐƐĞŵďůĞŝĂEĂĐŝŽŶĂů͘KŽďũĞĐƟǀŽĠƉƌŽŵŽǀĞƌ
um debate franco e aberto sobre a reforma.
48 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
EĞƐƚĞŶŽǀŽĐſĚŝŐŽĚĞƐƚĂĐĂŵͲƐĞĚŽŝƐĂƌƟŐŽƐƋƵĞƐĆŽƉĞƌƟŶĞŶƚĞƐ͘KƉƌŝŵĞŝƌŽĠ
ŽĂƌƟŐŽϰ͘o͕ƋƵĞĞƐƚĂďĞůĞĐĞŽƐĮŶƐĞŽƐůŝŵŝƚĞƐĚĂƚƌŝďƵƚĂĕĆŽ͘ĞĂĐŽƌĚŽĐŽŵĞƐƚĞ
ĂƌƟŐŽ͕Ž͞ƐŝƐƚĞŵĂƚƌŝďƵƚĄƌŝŽǀŝƐĂƐĂƟƐĨĂnjĞƌĂƐŶĞĐĞƐƐŝĚĂĚĞƐĮŶĂŶĐĞŝƌĂƐĚŽƐƚĂĚŽ
ĞĚĞŵĂŝƐĞŶƟĚĂĚĞƐƉƷďůŝĐĂƐ͕ĂƐƐĞŐƵƌĂƌĂƌĞĂůŝnjĂĕĆŽĚĂƉŽůşƟĐĂĞĐŽŶſŵŝĐĂĞƐŽĐŝĂů
ĚŽƐƚĂĚŽĞƉƌŽĐĞĚĞƌăƌĞƉĂƌƟĕĆŽũƵƐƚĂĚŽƐƌĞŶĚŝŵĞŶƚŽƐĞĚĂƌŝƋƵĞnjĂŶĂĐŝŽŶĂůĞ
ĚĞǀĞƚĂŵďĠŵƉƌŽŵŽǀĞƌĂĞƐƚĂďŝůŝĚĂĚĞĮŶĂŶĐĞŝƌĂĚŽƐƚĂĚŽ͕ĂƚƌĂǀĠƐĚĂĚŝǀĞƌƐŝĮ-
ĐĂĕĆŽĚĂƐĨŽŶƚĞƐĚĞƌĞĐĞŝƚĂƐ͘͟ƐƚĂĚŝǀĞƌƐŝĮĐĂĕĆŽƐſƐĞƌĄƉŽƐƐşǀĞůĐŽŵĂĚŝǀĞƌƐŝĮ-
cação da estrutura económica do país, por isso a reforma deve contribuir para a
ĚŝǀĞƌƐŝĮĐĂĕĆŽ ĚĂ ĞĐŽŶŽŵŝĂ ŶĂĐŝŽŶĂů ƉŽƌ ŝŶĐĞŶƟǀĂƌ ŽƐ ŝŶǀĞƐƟĚŽƌĞƐ Ă ŝŶǀĞƐƟƌĞŵ
ŶĂƐŵĂŝƐĚŝǀĞƌƐĂƐĄƌĞĂƐƉƌŽĚƵƟǀĂƐ͘YƵĂŶƚŽĂŽƐůŝŵŝƚĞƐ͕ŽĂƌƟŐŽƌĞĐŽŶŚĞĐĞƋƵĞ͞Ă
obrigação do imposto depende da capacidade económica do contribuinte reve-
lada pelo seu rendimento e que a tributação respeita os princípios da legalidade,
ŐĞŶĞƌĂůŝĚĂĚĞ͕ŝŐƵĂůĚĂĚĞĞĚĂũƵƐƟĕĂŵĂƚĞƌŝĂů͕͟ŽƋƵĞŝƌĄŐĂƌĂŶƟƌŽƐĚŝƌĞŝƚŽƐĚŽƐ
contribuintes.
KŽƵƚƌŽĂƌƟŐŽĠŽϲϬ͘o͕ƋƵĞŝĚĞŶƟĮĐĂĂƐŵŽĚĂůŝĚĂĚĞƐĚĞƉĂŐĂŵĞŶƚŽĚĂƐƉƌĞƐ-
tações tributárias, que podem ser feitas “em numerário, por cheque, débito em
ĐŽŶƚĂ͕ƚƌĂŶƐĨĞƌġŶĐŝĂĐŽŶƚĂĂĐŽŶƚĂ͕ǀĂůĞƉŽƐƚĂů͘͟ƐƚĞĂƌƟŐŽĚŝnjĂŝŶĚĂƋƵĞŽƐŝŵƉŽƐ-
tos “são pagos em moeda nacional e só podem ser pagos em moeda estrangeira
nos casos e termos expressamente previstos na lei” e que “o pagamento em espé-
cie é autorizado com a concordância da Administração Fiscal nos casos e termos
ƉƌĞǀŝƐƚŽƐŶĂůĞŝ͕ƐĞŶĚŽĐŽŶƚĂďŝůŝnjĂĚŽĐŽŵƌĞĐĞŝƚĂĮƐĐĂůĂƉĞŶĂƐŶŽŵŽŵĞŶƚŽĚĂƌĞĂ-
ůŝnjĂĕĆŽĞĨĞĐƟǀĂĚŽǀĂůŽƌĚŽƐďĞŶƐƉĞůŽſƌŐĆŽĐŽŵƉĞƚĞŶƚĞĚŽƐƚĂĚŽ͘͟
| 49
CEIC / UCAN
ƉƌŽĐĞƐƐŽĚĞƉĂŐĂŵĞŶƚŽƉŽƌŵĞŝŽĚĞƐŝƐƚĞŵĂďĂŶĐĄƌŝŽŽƵƌĞƉĂƌƟĕƁĞƐĮƐĐĂŝƐ͘dĂŝƐ
medidas contribuíram para a redução da corrupção.
KĂƌƟŐŽϭϱ͘oĚŽ&ĞƐƟƉƵůĂŽƉĞƌşŽĚŽĚĞƚĞŵƉŽƋƵĞŽƉƌŽĐĞƐƐŽĚĞĞdžĞĐƵĕĆŽ
ĮƐĐĂůĚĞǀĞĚƵƌĂƌ͕ĚŝnjĞŶĚŽƋƵĞĂƵŶŝĚĂĚĞĂĚŵŝŶŝƐƚƌĂƟǀĂĚĞĞdžĞĐƵĕĆŽĚĞǀĞĐŽŶĐůƵŝƌ
ŽƉƌŽĐĞƐƐŽĚĞĞdžĞĐƵĕĆŽĮƐĐĂůƵŵĂŶŽĂƉſƐĂƐƵĂŝŶƐƚĂƵƌĂĕĆŽ͘
K ĂƌƟŐŽ Ϯϲ͘o ĂĮƌŵĂ ƋƵĞ ǀĂŝ ƐĞƌ ŽƌŐĂŶŝnjĂĚŽ Ƶŵ ĂƌƋƵŝǀŽ ĞůĞĐƚƌſŶŝĐŽ ŶĂĐŝŽŶĂů
ĚĞƚŽĚĂƐĂƐĞdžĞĐƵĕƁĞƐĮƐĐĂŝƐůĞǀĂĚĂƐĂĐĂďŽ͘ƐƐĞƐĂƌƋƵŝǀŽƐĞůĞĐƚƌſŶŝĐŽƐĐŽŶƚĞƌĆŽ
ĚĞƚĂůŚĞƐ͕ƚĂŝƐĐŽŵŽ͗ŶƷŵĞƌŽĚŽƉƌŽĐĞƐƐŽ͕ĂŝĚĞŶƟĚĂĚĞĚĂƉĞƐƐŽĂ͕ĂƋƵĂŶƟĚĂĚĞĚĞ
impostos e/ou multas envolvidas e a data em que o processo começou. Mas, de
ĂĐŽƌĚŽĐŽŵŽĂƌƟŐŽϮϳ͘o, apenas um grupo restrito de pessoas (advogados, juízes
ĮƐĐĂŝƐĞŽƵƚƌĂƐƉĞƐƐŽĂƐƋƵĞƚġŵƌĞůĂĕĆŽĞĐŽŶſŵŝĐĂĐŽŵŽĞdžĞĐƵƚĂĚŽͿƚĞƌĆŽĂĐĞƐƐŽ
a esses arquivos electrónicos.
KĂƌƟŐŽϰϴ͘oĞƐƟƉƵůĂŽƉĂŐĂŵĞŶƚŽĚĂƐĐƵƐƚĂƐĂŽƚƌŝďƵŶĂůŽƵĂƵŶŝĚĂĚĞĚĞĞdžĞ-
ĐƵĕĆŽĮƐĐĂůƉĞůŽĂĐƵƐĂĚŽŶŽƉƌŽĐĞƐƐŽĚĞĞdžĞĐƵĕĆŽĮƐĐĂů͗ƋƵĂŶĚŽŽǀĂůŽƌĚŽŝŵƉŽƐ-
to devido é igual ou inferior a Kzs 5 milhões, a taxa é de 5% do montante; e quando
o valor é superior a Kz 5 milhões, a carga é de 5% mais 2500 kwanzas por cada
1.000.000 kwanzas.
ƉĞƐĂƌĚĞƚĞƌŵŽƐĂƉƌĞƐĞŶƚĂĚŽƵŵĂĂŶĄůŝƐĞƐƵƉĞƌĮĐŝĂů͕ƌĞĐŽŵĞŶĚĂŵŽƐĂĂƉƌŽ-
vação dos códigos pela Assembleia Nacional. Esta recomendação deve-se à extre-
ŵĂĚĞƐĂĐƚƵĂůŝnjĂĕĆŽĚŽƐĐſĚŝŐŽƐƋƵĞƐƵďƐƟƚƵĞŵ͘ŝŵƉůĞŵĞŶƚĂĕĆŽĚĞƐƚĞƐĐſĚŝŐŽƐ
50 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
deve ser monitorizada de perto durante os próximos dois a três anos e subsequen-
temente dever-se-á fazer uma revisão com base nos resultados da sua execução.
A redução da taxa do Imposto Industrial é uma medida que vai de acordo com
ĂƐĞdžƉĞĐƚĂƟǀĂƐĚĂĐůĂƐƐĞĞŵƉƌĞƐĂƌŝĂů͕ĂƉĞƐĂƌĚĞŝŶƐƟƚƵŝĕƁĞƐĐŽŵŽĂ/ƌĞƋƵĞƌĞ-
rem uma maior redução da taxa. A redução proposta irá, pelo menos, diminuir a
ĂĐƚƵĂůĐĂƌŐĂĮƐĐĂůƋƵĞĂƐĞŵƉƌĞƐĂƐƋƵĞƌĞĂůŵĞŶƚĞƉĂŐĂŵŽƐƐĞƵƐŝŵƉŽƐƚŽƐƐƵƉŽƌ-
ƚĂŵĞŐĂƌĂŶƟƌƋƵĞƚĞŶŚĂŵƵŵĂŵĂŝŽƌƌĞƚĞŶĕĆŽĚĞůƵĐƌŽƐƉĂƌĂŶŽǀŽƐŝŶǀĞƐƟŵĞŶ-
tos. Se essa redução da taxa do imposto for acompanhada com um aumento na
qualidade das infra-estruturas e do ambiente geral de negócios, isso poderá fazer
ĐŽŵƋƵĞŽŶşǀĞůĚĞĐŽŵƉĞƟƟǀŝĚĂĚĞĚĂƐĞŵƉƌĞƐĂƐƋƵĞŽƉĞƌĂŵŶŽƉĂşƐĂƵŵĞŶƚĞ͕Ž
ƋƵĞƉŽƌƐƵĂǀĞnjƉŽĚĞƌĄĂƚƌĂŝƌŵĂŝƐŝŶǀĞƐƟŵĞŶƚŽƐĞƐƚƌĂŶŐĞŝƌŽƐ͘
hŵĂŽƵƚƌĂĂůƚĞƌĂĕĆŽƋƵĞƐĞǀĞƌŝĮĐĂŶŽŶŽǀŽſĚŝŐŽĚŽ/ŵƉŽƐƚŽ/ŶĚƵƐƚƌŝĂůĠŽ
ĨĂĐƚŽĚĞĞƐƚĞŶĆŽŵĞŶĐŝŽŶĂƌĞdžƉůŝĐŝƚĂŵĞŶƚĞƋƵĞĞŶƟĚĂĚĞƐĞƐƚĆŽŝƐĞŶƚĂƐĚĞƉĂŐĂƌ
| 51
CEIC / UCAN
Ž/ŵƉŽƐƚŽ/ŶĚƵƐƚƌŝĂů͖ŽĐſĚŝŐŽůŝŵŝƚĂͲƐĞĂƉĞŶĂƐĂĚŝnjĞƌƋƵĞ͞ĂƐŝƐĞŶĕƁĞƐĞďĞŶĞİ-
ĐŝŽƐĮƐĐĂŝƐƌĞƐƵůƚĂŶƚĞƐĚĞĂĐŽƌĚŽĐŽŵŽƐƚĂĚŽ͕ŽƵĞŶƟĚĂĚĞƉƷďůŝĐĂĚŽƚĂĚĂƉŽƌůĞŝ
desse poder, mantêm-se nos termos da legislação ao abrigo da qual foram concedi-
das”31͕ŵĞĚŝĂŶƚĞĂĂƉƌĞƐĞŶƚĂĕĆŽĚĂĚŽĐƵŵĞŶƚĂĕĆŽĐŽŵƉƌŽǀĂƟǀĂ͘EŽŶŽƐƐŽĞŶƚĞŶ-
ĚĞƌ͕ŝƐƚŽĚĄăƐĂƵƚŽƌŝĚĂĚĞƐƵŵĂŇĞdžŝďŝůŝĚĂĚĞƐƵďƐƚĂŶĐŝĂůĚĞĐŽŶĐĞĚĞƌŝƐĞŶĕƁĞƐ͕Ž
que pode em certos casos causar a atribuição de isenções discricionárias e a pos-
ƐŝďŝůŝĚĂĚĞƐĚĞĐŽƌƌƵƉĕĆŽ͘KĐſĚŝŐŽƋƵĞĂĐƚƵĂůŵĞŶƚĞĞƐƚĄĞŵǀŝŐŽƌ͕ŶŽĂƌƟŐŽϭϯ͘o
ĂƉƌĞƐĞŶƚĂĞdžƉůŝĐŝƚĂŵĞŶƚĞĂƐĞŶƟĚĂĚĞƐƋƵĞĞƐƚĆŽŝƐĞŶƚĂƐĚŽŝŵƉŽƐƚŽ/ŶĚƵƐƚƌŝĂů͘
DĂƐĂŐƌĂŶĚĞĞdžƉĞĐƚĂƟǀĂĠƐĞĂƚĂďĞůĂĚŽ/Zd͕ĞŵƋƵĞĐŽŶƐƚĂŵĂƐƚĂdžĂƐĂĂƉůŝ-
car às remunerações dos trabalhadores do grupo A será alterada ou não. A tabe-
la em vigor tem 14 categorias de rendimentos, os trabalhadores que auferem até
25.000 Kwanzas (cerca de 250 USD) mensal estão isentos do IRT, enquanto os que
auferem mais de 230.001 Kwanzas (cerca de 2.300 USD) pagam 25.750 kwanzas
ĐŽŵŽƵŵĂƉĂƌĐĞůĂĮdžĂ͕ŵĂŝƐϭϳйƐŽďƌĞŽĞdžĐĞƐƐŽĚĞϮϯϬ͘ϬϬϬ<ǁĂŶnjĂƐ͘
32Segundo dados das Contas Nacionais publicadas pelo INE, o salário médio nacional
ʹͲͳʹ
͵Ǥ
52 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
KƵƚƌĂĂůƚĞƌĂĕĆŽĚŝnjƌĞƐƉĞŝƚŽĂŽƋƵĞĐŽŶƐƟƚƵŝĂŵĂƚĠƌŝĂĐŽůĞĐƚĄǀĞů͘KŶŽǀŽĐſĚŝ-
ŐŽĚŝnjƋƵĞŽĂďŽŶŽƉĂƌĂĨĂůŚĂƐĞƉĂƌĂĂĨĂŵşůŝĂŶĆŽĐŽŶƐƟƚƵŝŵĂƚĠƌŝĂĐŽůĞĐƚĄǀĞů͕
desde que seja até 5% do salário base mensal do trabalhador, estando os valores
acima deste limite sujeitos a tributação, enquanto os subsídios de férias e de natal
ŶĆŽĐŽŶƐƟƚƵĞŵŵĂƚĠƌŝĂĐŽůĞĐƚĄǀĞůĂƚĠĂŽůŝŵŝƚĞĚĞϭϬϬйĚŽƐĂůĄƌŝŽďĂƐĞĚŽƚƌĂďĂ-
lhador. Os subsídios diários de alimentação e transporte não serão tributados até
ao limite de 25.000 kwanzas do seu valor mensal global.
No que diz respeito às isenções, o novo Código do IRT traz uma novidade: “os
ƌĞŶĚŝŵĞŶƚŽƐĚĞĐŽƌƌĞŶƚĞƐĚŽĞdžĞƌĐşĐŝŽĚĂƐĂĐƟǀŝĚĂĚĞƐƉƌĞǀŝƐƚĂƐŶŽƐŐƌƵƉŽƐĚĞƚƌŝ-
ďƵƚĂĕĆŽĞĂƵĨĞƌŝĚŽƐƉĞůŽƐĂŶƟŐŽƐĐŽŵďĂƚĞŶƚĞƐ͕ĚĞĮĐŝĞŶƚĞƐĚĞŐƵĞƌƌĂĞĨĂŵŝ-
liares do combatente tombado ou perecido, desde que devidamente registados
no Ministério de tutela”33, estão isentos do imposto. Não conseguimos entender
a lógica desta isenção, pois os impostos devem ser pagos por todos em função do
rendimento de cada um. Não seria melhor reduzir a taxa de tributação desta franja
da sociedade em vez de isentá-los completamente de pagarem o imposto? Supo-
nhamos que venham a auferir rendimentos superiores em relação a outros cida-
ĚĆŽƐ͕ƐĞƌĄƋƵĞŵĞƐŵŽĂƐƐŝŵĞƐƚĂƌĆŽŝƐĞŶƚŽƐ͍WŽƌŝƐƐŽ͕ĂƐƵŐĞƐƚĆŽĚĞƐĞĚĞĮŶŝƌĂ
isenção de pagamento do IRT em função do salário médio nacional poderia em
parte resolver essas questões.
EŽƋƵĞƌĞƐƉĞŝƚĂăƌĞĨŽƌŵĂĂĚŵŝŶŝƐƚƌĂƟǀĂ͕ĂƉĞƐĂƌĚĞƐĞƚĞƌĞŵƌĞĂůŝnjĂĚŽŵƵŝ-
ƚĂƐĂĐƟǀŝĚĂĚĞƐŶĞƐƚĞĚŽŵşŶŝŽĚĂƌĞĨŽƌŵĂƉĞůŽWZdĞŵϮϬϭϯ͕ŶŽƋƵĞĐŽŶĐĞƌŶĞă
futura Administração Geral Tributária (AGT) que irá integrar a Direcção Nacional de
/ŵƉŽƐƚŽƐĞŽ^ĞƌǀŝĕŽEĂĐŝŽŶĂůĚĂƐůĨąŶĚĞŐĂƐŶƵŵĂƷŶŝĐĂĞŶƟĚĂĚĞ͕ŽWZd͕ƋƵĂŶ-
to a isso, ainda não avançou muito.
| 53
CEIC / UCAN
Para melhor promover a cobrança coerciva das receitas tributárias, em 2013 foi
ĂŝŶĚĂƉƌŽƉŽƐƚŽƵŵŵŽĚĞůŽŝŶƚĞƌŵĠĚŝŽĚĞƚƌĂŶƐŝĕĆŽŽƌŐĂŶŝnjĂƟǀĂ͕ƚĞŶĚŽͲƐĞĂǀĂŶ-
ĕĂĚŽ ũĄ Ă ĞƐƐĞ ŶşǀĞů ŶĂ ĐĞŶƚƌĂůŝnjĂĕĆŽ ĚĞ ĂĐƟǀŝĚĂĚĞƐͲĐŚĂǀĞ͕ ŶŽŵĞĂĚĂŵĞŶƚĞ ĐŽŵ
a criação da Unidade Central de Fiscalização, da Unidade Central de Contencioso
e da Unidade Móvel de Execuções Fiscais (UMEF)34. Esta unidade permite que as
ĞdžĞĐƵĕƁĞƐĮƐĐĂŝƐƐĞũĂŵĨĞŝƚĂƐĚĞƵŵŵŽĚŽŵĂŝƐĐĠůĞƌĞĞĐŽŶƚƌŽůĂĚŽ͘
ŵŽĚĞƌŶŝnjĂĕĆŽĚĂƐƌĞƉĂƌƟĕƁĞƐĮƐĐĂŝƐĂŶşǀĞůŶĂĐŝŽŶĂůĠĚĞĨĂĐƚŽƵŵĂŽƵƚƌĂ
ŐƌĂŶĚĞ ƚĂƌĞĨĂ ƋƵĞ Ă ƌĞĨŽƌŵĂ ĂĚŵŝŶŝƐƚƌĂƟǀĂ ĞƐƚĄ Ă ůĞǀĂƌ Ă ĐĂďŽ͘ EŽ ĂŶŽ ƉĂƐƐĂ-
do alargou-se o programa da expansão da reforma a 8 províncias (Bengo, Ben-
guela, Cabinda, Huambo, Huíla, Luanda, Malange e Namibe), tendo-se concluído
Ă ŝŶƚĞƌǀĞŶĕĆŽ Ğŵ ϲ ZĞƉĂƌƟĕƁĞƐ &ŝƐĐĂŝƐ35 durante o 1.o trimestre de 2013 (Ben-
guela, Cabinda, Huambo, Namibe, Malange e Lobito) e procedido à abertura das
ŶŽǀĂƐŝŶƐƚĂůĂĕƁĞƐĚĂZĞƉĂƌƟĕĆŽ&ŝƐĐĂůĚŽƵŝƚŽ͘ƐƚĞƚƌĂďĂůŚŽĚĞǀĞĐŽŶƟŶƵĂƌĂƐĞƌ
ĨĞŝƚŽĞŵƚŽĚŽƚĞƌƌŝƚſƌŝŽŶĂĐŝŽŶĂůƉĂƌĂƋƵĞƚŽĚĂƐĂƐƌĞƉĂƌƟĕƁĞƐĮƐĐĂŝƐǀĞŶŚĂŵĂƐĞƌ
modernizadas e dotadas de pessoas capazes, bem formadas e informadas quanto
ao novo regime tributário.
ŵƐƵŵĂ͕ŽWƌŽŐƌĂŵĂĚŽdžĞĐƵƟǀŽƉĂƌĂĂZĞĨŽƌŵĂdƌŝďƵƚĄƌŝĂ;WZdͿũĄƚĞǀĞƵŵ
maior dinamismo do que tem hoje. O atraso na aprovação dos códigos transversais
e dos novos códigos do IRT e do Imposto Industrial, bem como a demora na apro-
vação do modelo da futura Autoridade Geral Tributária mostra claramente que a
ƌĞĨŽƌŵĂĞƐƚĄĂƉĞƌĚĞƌŽĨƀůĞŐŽƋƵĞƚĞǀĞŶŽŝŶşĐŝŽ͘^ĞĂƐĐŽŝƐĂƐĐŽŶƟŶƵĂƌĞŵĂĞƐƐĞ
passo, receia-se que até 2015 os termos de referência do PERT sejam na íntegra
ĐƵŵƉƌŝĚŽƐŽƵĞdžĞĐƵƚĂĚŽƐ͘EŽĞŶƚĂŶƚŽ͕ĞƐƉĞƌĂŵŽƐƋƵĞŽƐŽďũĞĐƟǀŽƐƉĞůŽƋƵĂůŽ
PERT foi criado sejam cumpridos e que a economia nacional e os cidadãos venham
ĂƐĞƌŽƐŵĂŝŽƌĞƐďĞŶĞĮĐŝĂĚŽƐ͘
34 Esta unidade foi criada em Novembro de 2012 e tem como objectivos principais: ace-
ϐ
Ù
processos; Formar on-the-job±
Ùϐ
Ǣ
-
dimentos entre as várias repartições.
35 Actualmente, encontram-se em funcionamento no país 46 Repartições Fiscais e 15
Postos de Atendimento Fiscal que oferecem um menor número de serviços. Segundo o
siteʹͲͳͳ
͵ͳÙϐ
Ǥ
54 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Com a inflação em baixa, tendo atingido no ano o valor mais baixo de sempre,
a Política Monetária continuou a ser menos restritiva ao longo de 2013, com o BNA
a reduzir (i) por três vezes as taxas de referência, (ii) a taxa de redesconto, que pas-
sou a corresponder à taxa de facilidade de cedência de liquidez e (iii) o coeficiente
de reservas obrigatórias para os depósitos em moeda nacional de 20% para 15%,
ficando alinhado com o coeficiente de moeda estrangeira (ver tabela da Evolução
das Reservas Obrigatórias no período 2009-2013, na página seguinte).
No que se refere à política Cambial, o ano foi marcado pela entrada em vigor
em pleno do NRCSP. Os principais impactos na economia do NRCSP verificaram-se
desde a entrada em vigor da 3.a fase, em 1 de Julho, que estabelece que as com-
panhias petrolíferas estão obrigadas a efectuar os pagamentos de bens adquiridos
e de serviços prestados por entidades residentes cambiais em moeda nacional:
| 55
CEIC / UCAN
Por sua vez, as casas de câmbio deixaram de poder fazer a venda livre de moe-
da estrangeira36, tendo em vista reduzir a sua procura para as transacções no
mercado interno e as regras e procedimentos aplicáveis foram reforçados tendo
em vista o efectivo monitoramento do fluxo das operações de compra e venda de
moeda estrangeira.
sK>hK^Z^Zs^KZ/'dMZ/^ϮϬϬϵͳϮϬϭϯ
Instrutivo n.o ϯͬϮϬϬϵ ϴͬϮϬϬϵ ϯͬϮϬϭϬ ϮͬϮϬϭϭ ϯͬϮϬϭϯ
Entrada em
4-Mai-09 2-Jun-09 14-Jun-10 3-Mai-11 01-Jul-13
vigor
Período de
Semana T-2 Semana T-1 Semana T-1 Semana T Semana T
cálculo
Período de
Semana T Semana T Semana T Semana T Semana T
cumprimento
Depósitos, Depósitos Depósitos Depósitos
Depósitos, ĐŽŶƚĂƐĐĂƟǀĂƐͬ (DO,DP,outros), (DO,DP,outros), (DO,DP,outros),
ĐŽŶƚĂƐĐĂƟǀĂƐͬ caução dsDĞŵŝƟĚŽƐ dsDĞŵŝƟĚŽƐ dsDĞŵŝƟĚŽƐ
Base de
caução cheques cheques ou endossados, ou endossados, ou endossados,
incidência
visados, resp. visados, Resp. REPOS, obrig. REPOS, obrig. REPOS, obrig.
ƌĞƉƌ͘ƉŽƌơƚƵůŽƐ repr. por op.pendentes op.pendentes op.pendentes
ơƚƵůŽƐ͕ZWK^ liq., rel.corresp. liq., rel.corresp. liq., rel.corresp.
Deduções 20% do saldo de
20% do saldo 20% do saldo 25% do saldo de 25% do saldo de
antes do caixa MN (excl.
de caixa MN de caixa MN caixa MN caixa MN
ĐŽĞĮĐŝĞŶƚĞ cheques)
ŽĞĮĐŝĞŶƚĞ
30% 30% 25% 20% 15%
sobre MN
36 O Instrutivo 7/10, que foi revogado pelo Instrutivo 4/13, permitia a venda livre de moeda
estrangeira até ao limite de 5.000 USD por cliente (sujeita à apresentação de documento de iden-
ϐ
ȌǤ
56 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
ŽĞĮĐŝĞŶƚĞ
30% 30% 15% 15% 15%
sobre ME
Outros
ĐŽĞĮĐŝĞŶƚĞƐ͗
Governo
100% 100% 100% 100% 100%
Central
Governo Local 50% 50% 50% 50% 50%
Administração
- - 50% 50% 50%
Municipal
Moeda de Primariamente Primariamente Na moeda de Na moeda de Na moeda de
cumprimento em Kwanzas em Kwanzas captação captação captação
Cumprimento
em espécie
Não Não Não Não Não
com
remuneração
Cumprimento
Sim, até 1/3 da
em Títulos Não Não Não Não
exigibilidade
Públicos
Restrições no
cumprimento
N/A Sem restrições N/A N/A N/A
com Títulos
Públicos
Cumprimento
Sim, até Sim, até Sim, até
em Programas
Não 5 pontos 5 pontos 5 pontos Não
ĞƐƉĞĐşĮĐŽƐĚŽ
percentuais percentuais percentuais
Governo
FONTE: Instrutivos do BNA. Elaboração do CEIC.
| 57
CEIC / UCAN
FONTE: BNA.
Obrigações do Tesouro
37 A Lei-Quadro da Dívida Pública Directa (Lei 16/02) foi revogada em 2014 pela Lei do Regime
Jurídico de Emissão e Gestão da Dívida Pública Directa e Indirecta (Lei 1/14), acomodando meca-
²
publicação do OGE.
58 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
interno”38, implicando um aumento de 578 mil milhões de Kwanzas para 756 mil
milhões de Kwanzas (correspondendo este novo limite a um crescimento de 39%
comparativamente a 2012).
FONTE: Diplomas e SIGMA. Nota: PAE – Plano Anual de Endividamento; OTMN – Obrigações do tesouro em moeda na-
ǢȂǢȂ
ǢȂǢȂ
de Investimentos Públicos.
KZ/'O^Kd^KhZK͵D/^^O^͕WZKWK^d^sE^
Mil milhões de Kwanzas
2012 2013 Var. %
ŵŝƟĚŽ 187 249 33
Propostas 105 205 95
Vendido 84 167 99
Rácios (%)
Procura/Oferta 56 82
Vendas/Procura 80 82
FONTE: BNA (SIGMA).
| 59
CEIC / UCAN
20% 31%
2 anos
3 anos
4 anos
5 anos
21% 28%
FONTE: BNA.
10%
27% 5%
1 ano
2 anos
29% 3 anos
4 anos
5 anos
29%
FONTE: BNA.
Em 2013, o valor dos resgates de OTMN atingiu 202 mil milhões de Kwanzas,
do qual 78% foi efectuado no 2.o trimestre. O maior valor dos resgates ocorreu em
Dezembro de 2013, no valor de 81 mil milhões de Kwanzas, do qual 72% foi relativo
à emissão em Dezembro de 2010 de OTMN-TXC para financiamento do OGE do
respectivo ano e o remanescente (28%) relativo à emissão em Dezembro de 2009
de OTMN-JTC (sem indexação ao valor nominal) com igual finalidade.
39 É de notar que, contrariamente ao que se passa com os BT, a informação publicada pelo BNA da
²
ϐϐ
ȋDzÙdzȌǤ
͵ͳʹͲͳ͵ǡͳʹÙȋ²-
cia comparativamente ao valor resultante da reconciliação). Esta diferença poderá ser explicada
pelo facto da informação das emissões apenas incluir os leilões – excluindo as emissões directas,
como sejam as resultantes dos acordos de subscrição com os bancos ou as destinadas à realização
do capital do BNA.
60 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
800
860
600
462 736
400 528
564
200
256 266
162 102 104
0
Dez - 09 Dez - 10 Dez - 11 Dez - 12 Dez - 13
OTMN BT
FONTE: BNA.
Bilhetes do Tesouro
/>,d^Kd^KhZK͵D/^^O^͕WZKWK^d^sE^
Mil milhões de Kwanzas
2012 2013 Var. %
ŵŝƟĚŽ 157 337 114
Propostas 349 744 113
Vendido 144 306 112
Rácios (%)
Procura/Oferta 222 221
Vendas/Procura 41 41
FONTE: BNA (SIGMA).
| 61
CEIC / UCAN
62% 57%
21% 22%
17% 21%
d1dh>K^KEKEdZ>͵D/^^O^͕WZKWK^d^sE^
Mil milhões de Kwanzas
2012 2013 Var. %
ŵŝƟĚŽ 1.154 106 -91
Propostas 1.011 62 -94
Vendido 757 30 -96
Rácios (%)
Procura/Oferta 88 59
Vendas/Procura 75 48
FONTE: BNA (SIGMA).
40Por falta de dados publicados em 2013, apenas são analisadas as operações do mer-
cado primário – Títulos do Banco Central – e as operações de mercado aberto – opera-
ções de absorção de liquidez.
62 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
VENDA DE TBC POR MATURIDADE (2012) VENDA DE TBC POR MATURIDADE 2013
0% 0% 0% 0%
0% 84% 0% 95%
16%
63 dias 0% 63 dias
182 dias 5% 182 dias
0%
91 dias 91 dias
14 dias 14 dias
28 dias 28 dias
34 dias 364 dias
Tendo o volume de emissões de TBC sido inferior aos dos resgates, a existên-
cia de TBC reduziu de 88 mil milhões de Kwanzas em Dezembro de 2012 para 9
mil milhões de Kwanzas em Dezembro de 2013. O maior volume de resgates de
TBC ocorreu no 1.o semestre de 2013, tendo representado 96% do total de TBC
resgatados no ano. De forma a garantir a esterilização monetária, os resgates
de TBC neste período foram substituídos por operações de absorção de liquidez
(explicado mais à frente, nas Operações com o BNA e no mercado monetário
interbancário).
41DzǦǦ dz²Ǥ
| 63
CEIC / UCAN
REPOs͵D/^^O^͕WZKWK^d^sE^
Mil milhões de Kwanzas
2012 2013 Var.%
ŵŝƟĚŽ 1.600 2.580 61
Propostas 867 2.601 200
Vendido 730 853 17
Rácios (%)
Procura/Oferta 54 101
Vendas/Procura 84 33
FONTE: BNA (SIGMA).
REPOs MATURIDADES
3%
7%
48%
63 dias
8%
64 - 179 dias
180 -182 dias
10%
7 dias
10-15 dias
14%
28 dias
31 - 60 dias
10%
Títulos do Tesouro
dy^:hZK͵D/^^O^KdDEϮϬϭϯ
2 anos 3 anos 4 anos 5 anos
OTMN-TXC 7,00% 7,25% 7,50% 7,75%
OTMN-NR
Out-13 7,01% 7,44% 7,82% 8,10%
Nov-13 7,03% 7,73% 7,99% 8,24%
Dez-13 7,05% 7,75% 8,00% 8,25%
FONTE: BNA.
42As taxas de juro apresentadas neste capítulo são taxas de juro nominais correspon-
dentes ao período de um ano.
64 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
BT - TAXAS DE JURO
30
25
20
15
10
0
10
11
12
13
9
3
z-0
z-1
z-1
z-1
z-1
n-
n-
n-
n-
De
De
De
De
De
Ju
Ju
Ju
Ju
91 dias 182 dias 364 dias
FONTE: BNA.
| 65
CEIC / UCAN
Ju 0
Se 0
De 0
Se 1
De 1
Ju 3
Se 3
M 0
Ju 1
M 1
Ju 2
Se 2
De 2
M 2
De 3
3
1
t-1
t-1
1
t-1
-1
1
z-0
-1
z-1
-1
z-1
-1
z-1
t-1
z-1
n-
n-
n-
n-
ar
ar
ar
ar
De
Redesconto &ĂĐŝůŝĚĂĚĞƐĚĞĂďƐŽƌĕĆŽĚĞůŝƋƵŝĚĞnj
&ĂĐŝůŝĚĂĚĞƐĚĞĐĞĚência de liquidez KƉĞƌĂĕões de mercado aberto
Taxa básica de juro - Taxa BNA
FONTE: BNA.
No mercado primário, as taxas de juros dos Títulos do Banco Central (TBC) re-
gistaram uma diminuição ligeira de 4,10% em Dezembro de 2012 para 4,00% em
finais de 2013 (maturidade de 63 dias), enquanto as taxas dos Bilhetes de Tesouro
(BT) registaram aumentos nas maturidades de 91, 182 e 364 dias tendo-se situado,
respectivamente, em 3,6%, 4,6% e 5,8%.
25
20
15
10
0
10
13
9
3
-1
-1
z-0
z-1
z-1
z-1
-1
n-
n-
n
z
De
De
De
De
De
Ju
Ju
Ju
Ju
66 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
LUIBOR
TAXAS DE JURO DO MERCADO INTERBANCÁRIO EM KWANZAS
14%
12%
10%
8%
6%
4%
2%
0%
1
12
12
12
13
13
13
3
t-1
r-1
t-1
z-1
r-1
z-1
z-1
v-
n-
o-
v-
n-
o-
Ou
Ou
Ab
Ab
De
De
De
Fe
Fe
Ju
Ju
Ag
Ag
FONTE: BNA.
Por sua vez, as taxas de juro de crédito em moeda estrangeira (ME) para empre-
sas revelaram uma tendência de aumento para as maturidades até 180 dias e de
181 dias a 1 ano, tendo atingido no final do ano, respectivamente 11,8% e 12,1%,
e uma descida para a maturidade mais de 1 ano, tendo-se situado em 9,7% em
Dezembro de 2013.
44 A taxa LUIBOR overnight ϐ
Ù
Ǥ
A taxa de juro LUIBOR para as restantes maturidades (1, 3, 6, 9 e 12 meses) corresponde
À
ÙȋǡÙ
Ù
-
gam a concretizar).
| 67
CEIC / UCAN
20
15
10
0
Dez-09 Dez-10 Dez-11 Dez-12 Dez-13
68 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
45²±À Ǥ
| 69
CEIC / UCAN
Por sua vez, o BNA disponibilizou 19,3 mil milhões de dólares no mercado pri-
mário, acima do verificado em 2012 (18,2 mil milhões de USD), representando um
aumento de 6%. A venda média mensal aumentou de 1,5 para 1,6 mil milhões de
USD.
18.201
15.000 14.888
11.613
10.636
10.000
4.1%
5.000 2.8% 1,9%
57 0,6%
0
0
2009 2010 2011 2012 2013
Vendas de divisas Compras de divisas Variação cambial USD/Kz
FONTE: BNA.
70 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
diárias reportadas pelas instituições bancárias por considerar que estas reflectem,
de forma abrangente, o custo das operações com o exterior do país, relacionadas
com a importação de bens e serviços46.
Taxa de câmbio/USD/kz
2.000 97,5
Milhões de USD
97,0
1.500
96,5
1.000
90,0
500 95,5
0 95,0
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
26 l
9- l
o
go
go
et
9- t
23 t
6- t
v
ov
z
ez
-Ju
-Ju
e
Ou
De
No
Ju
-Ju
-Ju
Ag
-S
-S
-O
-D
-A
-A
-N
3-
12
9-
13
27
14
28
23
20
30
22
46Segundo a metodologia anterior, a taxa de câmbio era calculada com base na média
ponderada da taxa paga pelos bancos nos leilões do BNA (n.o 7 do Instrutivo 1/11 de
ͳʹȌǤ²
Ǧ
3/14 de 3 de Abril.
| 71
CEIC / UCAN
ar
ai
l
r
z
Ju
Se
Ou
Ab
De
Fe
No
Ja
Ju
Ag
M
M
90
85
80
75
70
Ju 0
Se 0
De 0
De 2
Ju 3
Se 3
9
M 0
Ju 1
Se 1
De 1
M 1
Ju 2
Se 2
M 2
De 3
3
-1
1
t-1
1
t-1
t-1
-1
1
z-0
z-1
-1
z-1
-1
z-1
t-1
z-1
n-
n-
n-
n-
ar
ar
ar
ar
De
72 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Síntese Monetária
| 73
CEIC / UCAN
As RIL atingiram 30,9 mil milhões de USD em Dezembro de 2013, tendo a sua
evolução sido afectada pela transferência, no final do ano, de cerca de 3,6 mil mi-
lhões de USD para a capitalização parcial do Fundo Soberano de Angola (FSDEA).
0,2
Dez - 13 30,9
Dez - 12 1,6
30,6
3,5
Dez - 11
26,1
Dez - 10 0,2
17,3
0,0
Dez - 09 12,6
ĐƟǀŽƐĞdžƚĞƌŶŽƐůşƋƵŝĚŽƐĂŶĐŽƐ ZĞƐĞƌǀĂƐŝŶƚĞƌŶĂƐůşƋƵŝĚĂƐE
74 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
CRÉDITO À ECONOMIA
2.000 70%
1.800
60%
Mil milhões de Kz
1.600
1.400 50%
1.200 40%
1.000
800 30%
600 20%
400
10%
200
0 0%
Dez - 09 Dez - 10 Dez - 11 Dez - 12 Dez - 113
Crédito MN Crédito ME Crédito ME/Crédito total (esc. direito)
FONTE: BNA.
| 75
CEIC / UCAN
ͻ Agricultura e pescas, com uma variação anual de 26%, tendo o seu peso no
total do crédito aumentado de 2,6%, em 2012, para 3%, em 2013.
ͻ Comércio por grosso e a retalho, com uma variação anual de 11%, tendo o seu
peso no total de crédito mantido em 17% em 2013.
0%
Dez - 09 Dez - 10 Dez - 11 Dez - 12 Dez - 13
M1 M2 M3
FONTE: BNA.
76 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
MEIOS DE PAGAMENTO
Mil milhões de Kz Dez-09 Dez-10 Dez-11 Dez-12 Dez-13 sĂƌ͘ϭϯͬϭϮ
Meios de Pagamento M3 2.548 2.728 3.657 3.876 4.432 14,3%
Meios de Pagamento M2 2.304 2.626 3.506 3.799 4.379 15,3%
Moeda M1 1.635 1.700 2.151 2.215 2.574 16,2%
Notas e moedas em poder do público 170 172 209 245 276 12,9%
Notas e moedas em circulação 214 229 288 336 410 22,3%
- Caixa nos bancos comerciais -44 -58 -79 -91 -134 47,5%
Depósitos à ordem – MN 609 733 956 1.041 1.463 40,5%
Depósitos à ordem – ME 857 795 986 929 835 -10,1%
30%
20%
10%
0%
Dez - 09 Dez - 10 Dez - 11 Dez - 12 Dez - 13
MPME MPMN
FONTE: BNA.
| 77
CEIC / UCAN
1.000
800
600
400
200
0
Dez - 09 Dez - 10 Dez - 11 Dez - 12 Dez - 13
Com a redução das emissões de títulos do Banco Central (TBC), explicada ante-
riormente, a existência atingiu 9 mil milhões de Kwanzas em Dezembro de 2013.
O multiplicador monetário52 aumentou de 3,5 em Dezembro de 2012 para 4,6
em Dezembro de 2013 devido ao maior efeito da expansão nos meios de pagamen-
to sobre a reserva monetária.
51 ϐ ×
78 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
53 ȋȌǡ ϐ ǡ
ǡʹͲͳ͵Ǥ
| 79
CEIC / UCAN
80
60
40
20
0
Dez - 09 Dez - 10 Dez - 11 Dez - 12 Dez - 13
ĐƟǀŽƐůşƋƵŝĚŽƐͬĐƚŝǀŽƚŽƚĂů ĐƟǀŽƐůşƋƵŝĚŽƐͬWĂƐƐŝǀŽƐĚĞĐƵƌƚŽƉƌĂnjŽ
ƌĠĚŝƚŽƚŽƚĂůͬĞƉſƐŝƚŽƐƚŽƚĂŝƐ
FONTE: BNA.
80 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
20
15
10
0
Dez - 09 Dez - 10 Dez - 11 Dez - 12 Dez - 13
Crédito vencido/Crédito total
(CrĠĚŝƚŽǀĞŶĐŝĚŽͲƉƌŽǀŝƐƁĞƐĞƐƉĞĐşĨŝĐĂƐͿͬ&ƵŶĚŽƐƉƌſƉƌŝŽƐ
FONTE: BNA.
Este aumento do risco de crédito não foi, no entanto, acompanhado pelo re-
forço das provisões – conforme revela o indicador de cobertura do crédito vencido
líquido de provisões por fundos próprios regulamentares, que teve um aumento
de 12% em Dezembro de 2012 para 22% em Dezembro de 2013 – o que poderá
indicar a necessidade de um maior reforço no futuro para fazer face ao risco da
carteira actual54.
54 Um indicador é a manutenção, de ano para ano, das reservas nos pareceres dos audi-
ǡϐ
²
Ù
para crédito.
55
ϐ ȋ
| 81
CEIC / UCAN
80
65,3 64,9
60
50,9
42,7
37,8
40
20
0
Dez-09 Dez-10 Dez-11 Dez-12 Dez-13
A variação da exposição ao risco cambial no ano foi afectada por vários fac-
tores:
82 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
ƌĠĚŝƚŽĂŽ'ŽǀĞƌŶŽ'ĞƌĂů
Disponibilidades e aplicações -50
A rentabilidade dos capitais próprios (ROE), medida pelo rácio entre os resul-
tados líquidos e os fundos próprios, reduziu de 12,5% para 10,9%, que poderá ser
explicada pelo crescimento dos resultados líquidos do exercício de 5%, inferior ao
crescimento dos fundos próprios de 17%. O rácio da rentabilidade dos activos re-
duziu de 1,6% em Dezembro de 2012 para 1,4% em Dezembro de 2013 devido
ao aumento do activo superior ao aumento dos resultados líquidos. O reduzido
aumento dos resultados líquidos é explicado pelo crescimento dos custos opera-
cionais superiores ao produto bancário (reflectido no aumento do rácio de custos
sobre proveitos, de 41% para 54%) e das provisões para crédito.
| 83
CEIC / UCAN
80
3
60
2
40
1
20
0 0
Dez - 09 Dez - 10 Dez - 11 Dez - 12 Dez - 13
Rentabilidade do capital (ROE) Custos/proveitos)
ZĞŶƚĂďŝůŝĚĂĚĞĚŽƐĂĐƟǀŽƐ;ZKͿ;ĞƐĐĂůĂĚĂĚŝƌĞŝƚĂͿ
FONTE: BNA.
20
15
10
0
Dez - 09 Dez - 10 Dez - 11 Dez - 12 Dez - 13
&ƵŶĚŽƐƉƌſƉƌŝŽƐĚĞďĂƐĞ;ŶşǀĞůϭͿͬWZ ^ŽůǀĂďŝůŝĚĂĚĞс&WZͬ;WZнZͬϬ͕ϭϬͿ
FONTE: BNA.
84 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 85
CEIC / UCAN
nacional a taxa foi de 20,5%), taxa de inflação de 7,7% (um ganho de 1,3 pontos
percentuais em relação a 2012), representando uma trajectória segura para a es-
tabilidade dos preços no país e taxas de juro de 7,5% e 9,3% nas maturidades de 3
e 12 meses respectivamente.
CRÉDITO (M USD)
32928,3
27930,4
22932,4
18102,6
14904,6
86 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
26,7 27,0
24,5
21,5
19,7 22,0
21,1 21,8
17,9
15,8
56Agora para 2017, como se 3 anos e uma pauta aduaneira muito proteccionista fos-
ϐ
Àǡ
-
dos com a capacidade de vender barato, com qualidade e com lucro.
| 87
CEIC / UCAN
450
400
350
300
250
200
150
100
50
0
98 999 000 001 002 003 004 005 006 007 008 009 010 011 012 013
19 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
88 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 89
CEIC / UCAN
57 Crise Económica em Angola em 2011 e 2012? Os factos que ninguém percebeu, Alves da
90 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
25,5 25,9
21,8
20,6 21,5
13,9
15,0
12,8 13,6 13,1
10,0 8,1 10,0
6,2 9,5
9,3 10,3 7,4
5,8
0,4 4,3 5,6
0,6
-1,0 -0,54
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
-3,8 -4,97
-8,43
PIB petrolífero PIB não petrolífero
FONTE: CEIC, icheiro Índice do PIB.
| 91
CEIC / UCAN
200
150
100
Índice do PIB
50
0
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
FONTE: CEIC, icheiro Índice do PIB.
O sector agrícola, como se referiu atrás, ainda não entrou numa trajectória
de crescimento sistemático e muito menos sustentado. Para além de problemas
92 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
15
10
0
98 999 000 001 002 003 004 005 006 007 008 009 010 011 012 013
19 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
-5
Taxa crescimento PIB Linha tendencial
FONTE: Centro de Estudos e Investigação Cientíica da UCAN, icheiro Índice do PIB.
ǡ ϐ Ǥ
| 93
CEIC / UCAN
30
25
20
15
10
5
0
99 000 001 002 003 004 005 006 007 008 009 010 011 012 013
19 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
94 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Mas o mais importante a assinalar é que estas muito elevadas taxas, afinal, em
nada afectaram a representatividade da Indústria Transformadora no PIB, que em
2012, feitas as correcções aos valores do INE62, se ficou por 4,1%.
40
30
20
10
0
98 999 000 001 002 003 004 005 006 007 008 009 010 011 012 013
19 1 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
| 95
CEIC / UCAN
2008/2009. Com efeito, a mais elevada taxa média anual de crescimento da In-
dústria Transformadora ocorreu entre 2009 e 2013, sobretudo devido ao valor im-
pressionante de 45,8% de crescimento em 2011, afinal registos estatísticos bem
superiores à média nacional, o que não significa que a manufactura esteja no bom
caminho, como mais adiante se comprovará através dos índices de concentração
da actividade industrial.
96 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
ϐ
ϐǡ-
±
±ʹͲͳǤ
| 97
CEIC / UCAN
10,1
9,3
7,6
6,9
5,7
4,1
3,3
98 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 99
CEIC / UCAN
Como tem sucedido em anos anteriores, o CEIC faz recurso das informações
oficiais do Ministério da Agricultura (MINAGRI). Contudo, para a análise funda-
mentada do sector da Agricultura, Pecuária e Florestas, tais informações são in-
suficientes, o que obriga à utilização, sempre que possível, de outras fontes cuja
fiabilidade, nas nossas condições, é questionável, como acontece com a das fontes
oficiais, facto frequentemente reiterado.
Mais grave é a comparação dos dados que se encontram nos relatórios do MI-
NAGRI e do Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA), o que resulta em contradi-
ções nos indicadores das explorações agrícolas familiares difíceis de entender, quer
em termos de áreas trabalhadas, quer de produtividade e produções, retirando
toda a credibilidade ao conjunto das cifras apresentadas. É justo, no entanto, re-
conhecer que, apesar dessas flagrantes contradições e das deficiências ainda exis-
tentes, há um esforço notável na melhoria dos relatórios, que, no seu todo, contêm
agora muito mais informação.
100 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Agricultura
71ǡǡ ϐ -
ǡÀ
ï
Àϐ
ǡ
Àǡ
±ǡ ǡ
entre outras.
72ȋͳͷȀͲͷȌǦ
²
tipos de empresas agrícolas (familiar, pequena e média e grande) de modo vago, pois
ϐ
À
ǡ-
tando-se a estabelecer para esta que ela é “suportada pela exploração agrícola assegu-
rada predominantemente pelo agregado familiar do respectivo titular”. Um tratamento
adequado desta questão seria um progresso visando a reconversão da economia infor-
mal, uma intenção expressa do Executivo.
73×
×
ʹͲͳʹ²
para 2012 era de 18.576.570 e que o universo de explorações familiares era de 2.124.693, a
partir do qual foi estabelecida amostra que serviu de base ao inquérito e estimados os indi-
cadores, principalmente de áreas cultivadas, produções e produtividades. Isto mostra que
ǡÀ ×ͳͳÙ
ȋ±ͷÀǡ±ï²
Ȍ
ǡͷÙǤ
Ù±
À Ǥ
| 101
CEIC / UCAN
uma vez mais, trabalhar com os elementos usados pelo ministério de tutela do
sector até à divulgação dos resultados do Censo Populacional de 201475.
102 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Área cultivada
O Relatório Económico de 2012 fez menção a uma área cultivada de 5,6 mi-
lhões de hectares no ano agrícola 2010-2011, com base nas cifras indicadas pelo
MINAGRI (MINAGRI, 2013). De acordo com informação do IDA, a área cultivada
pelos agricultores familiares, supostamente apenas pelos “assistidos”, pois que dos
restantes dos identificados não deverá existir informação, no ano de 2013, foi de
3,6 milhões de hectares. Porém, se tivermos em conta os dados do MINAGRI, a
área cultivada pelos agricultores familiares foi de 4,9 milhões de hectares, a que
acresceriam 742 mil hectares de agricultores empresarias, outro número muito
pouco credível, se tivermos em conta que a área semeada pelos agricultores em-
presariais era de aproximadamente 300 mil hectares em 2011, sempre de acordo
com o MINAGRI, e não deve ter crescido para o dobro em dois anos. A serem con-
sideradas estas cifras do MINAGRI, a área semeada total é de 5,6 milhões, ou seja,
idêntica à de 2010-2011, o que não é aceitável, pois não teria em conta o suposto
aumento das áreas dos agricultores empresariais.
77² ǡͲǡ ±À
ȋȌ
ïÀ
ǤͷͲͲǤ
78
À
ϐ×
Ǥ
| 103
CEIC / UCAN
dZZh>d/sWKZd/WKDWZ^DϮϬϭϯΈ^d/DΉ
Sector Familiar Sector Empresarial
Item
N.o/ ha % N.o/ ha %
2.124.693
&ĂŵşůŝĂƐͬŵƉƌĞƐĂƐ;Ŷ͘o) ? 8.360* ?
(1.156.586)
4.937.076
Área Total (ha) 87 742.432 13
(3.610.565)
2,3
Área Média (ha) - ? -
(3,1)
ǣȂ×
ʹͲͳͳǢ
ȂÀ
ͳʹǦͳ͵ǢȂ×À
ʹͲͳʹȀʹͲͳ͵ȗǦ ʹͲͳͳǤï²×Ǥ
O ano agrícola 2012-2012 não foi tão mau como o anterior do ponto de vista
da irregularidade climática, pelo que os seus efeitos na produção não foram tão
significativos, embora se tenham registado períodos de estiagem mais ou menos
prolongados em diversas regiões.
79² ï͵ͷÙ Ǥ ǡ -
ȋʹͻͻ
Ȍǡǡǡ
²
Ǥ
104 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
sK>hKWZKhK'Z1K>WKZ'ZhWK^h>dhZ^ΈϮϬϭϭͳϮϬϭϯΉ
Produção
Produtos ϮϬϭϮͬϮϬϭϯ
ϮϬϭϬͬϭϭ ϮϬϬϭϭͬϭϮ
EAF EAE TOTAL
CEREAIS 1.408.826 505.706 1.324.500 347.684 1.672.183
LEGUMINOSAS 472.380 171.533 463.939 50.102 514.041
RAÍZES E TUBÉRCULOS 12.219.865 11.935.414 16.762.784 1.518.774 18.281.558
HORTÍCOLAS 5.188.006 4.945.898 1.114.722 4.334.259 5.448.981
FRUTA 3.388.993 3.612.827 2.647.070 1.469.981 4.117.051
CAFÉ 10.758 9.833* 12.250
FONTE: GEPE-MINADERP (2012), MINAGRI (2014).
*n.o estimado, dado que o Relatório do MINAGRI de 2012 apenas mencionava que a produção de 2012
havia diminuído 13%.
Produtividade
| 105
CEIC / UCAN
Trigo 0 0
Mandioca 13.906 16.558
Batata-rena 4.534 10.033
Batata-doce 7.125 10.587
Feijão 382 570
Amendoim 567 787
Soja 364 667
Bananeira 20.997 33.405
Citrinos 7.126 14.685
Mangueira 8.647 15.648
Ananás 9.433 15.869
Abacateiro 10.585 14.580
Alho 3.412 7.857
Cebola 11.743 15.239
Tomate 12.717 18.778
Repolho 10.653 14.416
Cenoura 12.111 16.828
Pimento 3.026 6.323
FONTE: MINAGRI 2014.
106 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
actuais de produtividade, que para além de serem baixas, mostram que não se
está a registar progresso tecnológico, não se podem esperar aumentos de pro-
dução agrícola. Isto só não poderá acontecer se persistir a inexplicável falta de
atenção à agricultura familiar que se tem verificado quando finalmente pareciam
reunidas as condições para o efeito.
Pecuária
&d/sKWhZ/KK^'Z/h>dKZ^&D/>/Z^DϮϬϭϮ͵ϮϬϭϯ
Províncias Bovinos Caprinos Ovinos Suínos Aves Equinos Asininos
Bengo 5.387 3.444 1.383 234 - 0 0
Benguela 149.132 86.530 321.180 48.467 378.070 0 0
Bié 28.733 94.418 5.228 54.572 - 0 0
Cabinda 1.428 26.383 8.794 69.757 - 0 0
Cunene 1.200.000 - - - - - -
Huambo 111.699 86.186 7.316 50.638 - 0 0
Huíla 1.243.073 1.227.100 261.700 316.100 472.800 0 0
K. Kubango 297.305 180.525 27.618 100.400 36.000 670 0
Kuanza Norte 20.886 61.070 16.556 18.342 - 0 0
Kuanza Sul 121.468 148.616 44.593 55.354 572.485 0 0
Luanda 12.859 5.115 1.491 1.548 - 0 0
Lunda Norte 5.343 13.181 18.720 21.206 21.860 0 0
Lunda Sul 4.103 26.769 1.268 1.455 - 0 0
Malange 11.942 18.553 4.342 9.272 - 0 0
Moxico 2.737 8.317 5.140 4.210 61.850 0 0
Namibe 500.500 1.250.000 570.000 3.000 8.960 69 259
Uíge - - - - - - -
Zaire 1.454 38.654 17.472 22.788 47.550 0 0
NACIONAL 3.718.049 3.274.861 1.312.801 777.343 1.599.575 739 259
FONTE: IDA – Relatório Ano Agrícola 2012-2013.
| 107
CEIC / UCAN
Por falta de informação, a evolução dos efectivos não refere o ano de 2013.
108 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
tão fustigadas pela pobreza. O Relatório Económico de 2012 saudou tal realização
e preconizou novas esperanças para os pobres rurais. Acontece que os serviços de
veterinária não têm capacidade para realizar campanhas de vacinação, o que torna
o investimento realizado ineficaz e ineficiente.
Tal com aconteceu em 2012, não é possível fornecer informação sobre o núme-
ro de animais vacinados.
Florestas
| 109
CEIC / UCAN
PRODUÇÃO FLORESTAL
WƌŽĚƵĕĆŽŇŽƌĞƐƚĂů 2011 2012 2013
Madeira em toro (m3) 84.394 91.467 s/d
Carvão vegetal 103.540 189.339 s/d
Lenha (esteres) 5.174 s/d s/d
Produção de plantas (un.) 1.758.165 1.641.835 s/d
Área plantada (ha) 785 1.390 s/d
FONTE: MINAGRI 2014.
Como se tem vindo a referir, o sector florestal não tem merecido a atenção
adequada, o que representa uma perda de oportunidade de diversificação da eco-
nomia. O abate e transformação da madeira nas províncias produtoras poderiam
ser encarados como medidas de grande impacto económico e social, pelas oportu-
nidades de emprego que poderiam gerar.
110 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Porém, uma visita ao OGE de 2013 e 2014, bem como ao esboço do Plano
de Desenvolvimento de Médio Prazo (2013-2017) e ao Relatório de Balanço das
Actividades do Sector Agrário referentes ao IV Trimestre de 2013 revela uma cer-
ta perplexidade no que respeita ao enunciado nos mesmos, com ausências, so-
breposições e utilização de diferente nomenclatura. Isto pode explicar, em parte,
as dificuldades financeiras que enfrentam vários programas de fundamental im-
portância, com destaque para o Programa de Extensão e Desenvolvimento Rural
(PEDR), que nunca é mencionado e o que se liga à Investigação.
| 111
CEIC / UCAN
112 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 113
CEIC / UCAN
114 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Para a operacionalização dos créditos a conceder pelo BDA, este definiu duas
formas de intervenção. Uma contempla projectos avulso que podem atingir cerca
de um milhão de dólares cada, tendo sido aprovados, até 2013, 87 projectos, num
total de 32 milhões de dólares, dos quais apenas cerca de 50% foram desembol-
sados, em todas as províncias, com destaque para Kuanza Sul, Malanje, Kuanza
Norte, Huambo, Luanda, Huíla, Uíge e Bengo.
| 115
CEIC / UCAN
Uma vez mais se chama a atenção para o facto de o OGE não estar a traduzir, na
prática, a anunciada preocupação do Executivo com a diversificação da economia.
Como se tem vindo a referir, a análise das verbas atribuídas ao sector nos últimos
anos mostra que, quer em percentagem em relação à totalidade do orçamento,
quer em termos absolutos, se assiste a uma deterioração da situação desde 2008,
de 4,45% em 2008 – a decisão sobre a diversificação é de 2009 – para menos de 1%
em 2014, ano em que a redução, em percentagem relativa ao total do OGE, atinge
praticamente metade da cifra de 2013 . Para além disso, é sabido que a percenta-
gem de execução dos investimentos no sector agrícola praticamente nunca atin-
ge os 50% nos últimos anos. Estas constatações vêm, uma vez mais, confirmar as
análises de vários estudiosos sobre a vontade política em diversificar a economia,
nomeadamente no que respeita ao papel do sector agrícola nessa diversificação.
116 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
KZDEdK'Z>K^dK͕^dKZ'Z/h>dhZΈϮϬϬϴͳϮϬϭϰΉ
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
Mil Milhões de AKZ 147, 5 174, 7 68, 8 67, 4 53, 33 73, 3 41,9
% OGE total 4,5 4,1 2,0 1,4 1,2 1,1 0,6
FONTE: OGE.
AGRICULTURA NO OGE
5
4,5
4,1 % total
4
3
2,0
2
1,4
1,2 1,1
1
0,6
0
2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
FONTE: World Bank – World Development Report, vários anos. IMF, Regional Economic Outlook.
Estes aspectos são agravados pela falta de coordenação sectorial e pela ausên-
cia de uma visão holística do desenvolvimento, quer entre sectores, quer no inte-
rior do próprio sector. Isto explica que se façam investimentos como o do Cubal,
onde não havia condições para a cultura do milho e se fez um investimento esti-
mado de cerca de 30 milhões de dólares, bem como os já referidos para o algodão
no Kuanza Sul (onde continua sem solução o problema da energia para suportar
o regadio, para além do facto de estar em fase de instalação um complexo fabril
algodoeiro e uma fábrica têxtil em Malanje) e para a avicultura no Kuanza Norte e
em Malanje, e ainda com o anunciado projecto de construção de um matadouro
industrial em Camabatela para o abate de 200 animais por dia, quando o efectivo
da região é de poucos milhares de cabeças e o repovoamento do Planalto do mes-
mo nome não poderá ser tão rápido quanto seria de desejar dadas as dificuldades
com que se tem deparado o desenvolvimento da pecuária no país em geral, e em
particular em regiões de maior tradição.
O OGE não traduz, pois, as políticas expressas, mas sim outras decorrentes de
interesses e prioridades conjunturais ou mesmo pontuais e o mesmo ocorre, pos-
teriormente, na sua execução.
| 117
CEIC / UCAN
118 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
ǡʹͲͳ͵Ǥ
83 Aguardam-se os resultados do CIANG – Censo da Indústria em Angola, efectuado em
2013.
| 119
CEIC / UCAN
3%
Alimentares
32% 65% Bebidas
Outras
17% 27%
Alimentares
Bebidas
Outras
56%
120 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
TAXAS DE CRESCIMENTO
DE ALGUNS PRODUTOS INDUSTRIAIS
Produtos Índice em 2012 Índice em 2013
Enchidos de carne 100 70,3
Óleo alimentar 100 101,8
Leite pasteurizado 100 86,6
Leite em pó 100 95,5
Iogurtes 100 102,8
Manteiga 100 96,4
Farinha de milho 100 41,4
Pão 100 3,5
Cerveja 100 108,9
Refrigerantes 100 90,1
Água de mesa 100 114,3
Bebidas espirituosas 100 112,3
Cimento 100 86,5
Varão de aço 100 89,8
Tintas e similares 100 83,9
Calças 100 151,5
Camisas 100 103,4
Saias 100 81,1
Papel 100 130,3
Livros escolares 100 113,1
INDÚSTRIA TRANSFORMADORA
2002 2007 2009 2011 2012 2013
VAB (milhões USD) 584,3 2225,2 2360,2 4797,2 5996,7 6207,8
EMPREGO 56255,0 58138,0 63292,0 69051,4 69051,4 72454,4
PRODUTIVIDADE USD 10386,5 38274,9 37291,0 115758,9 172399,9 173130,2
TAXA DE CRESCIMENTO 10,3 2,0 7,0 19,2 3,8 6,5
VAB POR HABITANTE 42,9 140,0 139,7 266,6 322,8 323,6
ǣǡ
×
×
ʹͲͳ͵Ǥ
| 121
CEIC / UCAN
122 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
80 000
60 000
40 000
20 000
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
| 123
CEIC / UCAN
Nos últimos anos, a produção de petróleo tem sido afectada por problemas
técnicos e também pelos efeitos da recessão económica mundial de 2008/2009, o
que concorreu para uma redução da sua dinâmica de crescimento.
250
200
150
100
50
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Entre 2002 e 2013 a produção de petróleo aumentou 91%, com perdas inter-
médias devido aos condicionalismos técnicos que em alguns anos provocaram
quebras significativas na produção.
124 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Nota-se claramente, através do gráfico anterior, que entre 2008 e 2013 a taxa
média de crescimento do PIB petrolífero se tem situado na vizinhança de 5%. Uma
fase fortemente regressiva ocorreu entre 2009 e 2011 (-5%, -0,5% e –5,6%, res-
pectivamente para 2009, 2010 e 2011), a que se seguiu uma ligeira recuperação
em 2012 (4,3%). Em 2013 voltou-se a perder dinâmica, com a taxa de variação da
produção a situar-se em 0,6%.
| 125
CEIC / UCAN
Os últimos 4 anos têm sido difíceis para a indústria petrolífera, com taxas nega-
tivas de variação do respectivo valor acrescentado ou com taxas reduzidas, longe
do fulgor dos anos 2002/2007 e mesmo de alguns que antecederam a paz.
PRODUÇÃO DE PETRÓLEO
2002 2007 2009 2011 2012 2013
VAB (milhões USD) 7035,1 31797,7 24755,3 49613,7 49613,7 49613,7
EMPREGO 14223,0 17729,0 19249,3 26134,7 32378,7 37773,7
PRODUTIVIDADE (USD) 494630,7 1793540,2 1286037,3 3127833,6 3234408,4 2427689,8
TAXA DE CRESCIMENTO 20,6 21,8 -5,0 -5,6 4,3 0,6
VAB POR HABITANTE 516,0 2001,3 1465,8 2757,5 2670,8 2586,3
ǣǡ
×
×
ʹͲͳ͵Ǥ
126 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
93,9
77,7
36,9
32,2 21,8 29,3
26,0 23,9
15,2 16,7
8,8 7,5 5,0
-0,3 1,6 1,0 1,0
3,4
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
-24,9
-43,1
2,0
1,5
1,0
0,5
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
| 127
CEIC / UCAN
26120
Sonangol Privado
22380
15114
12744
10438
8254 8585 7527
6565 6449
3824 4646 4868
2258 2497
805
128 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
88 ʹÙǡ -
| 129
CEIC / UCAN
250
200
150
100
50
0
2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
-50
Variação real invesmento público Taxas anuais
Eficácia invesmento público
FONTE: CEIC, icheiros Índice do PIB e Quadro Macroeconómico Comparativo.
14,1
13,0 12,4
11,5
9,7 10,0
8,7 9,0
7,5
6,2
4,9 5,5
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
130 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Entre 2002 e 2013 a taxa média anual de variação dos investimentos públicos,
situou-se em 28,5%, mas com uma nítida desaceleração no período 2008/2013
(0,46% ao ano).
11896,0 12172,1
10378,9
9371,6 9023,8
7979,3
6926,4
5425,2
1545,7
769,6 1059,5 969,0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
| 131
CEIC / UCAN
SECTOR DA CONSTRUÇÃO
2002 2007 2009 2011 2012 2013
VAB (milhões USD) 862,6 4878,3 5227,7 7755,7 7841,9 8277,0
EMPREGO 169722 308646 339688 394335 406184 410931
PRODUTIVIDADE (USD) 5082,2 15805,6 15389,7 19667,9 19306,2 20142,2
TAXA DE CRESCIMENTO 10,0 17,7 12,8 26,0 6,8 7,5
VAB POR HABITANTE 63,3 307,0 309,5 431,1 422,1 431,5
ǣǡ
×
×
ʹͲͳ͵Ǥ
132 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
3.4.5 Transportes
| 133
CEIC / UCAN
Nesse Balanço ficou também determinado que deverão ser adoptadas diferen-
tes medidas, tais como:
1. Desenvolver e melhorar de modo significativo o transporte público de pas-
sageiros em todo o território nacional.
2. Concluir a recuperação e o lançamento da rede de transportes ferroviários.
3. Construir o novo aeroporto de Luanda e proceder à reabilitação dos restantes
aeroportos e aeródromos.
4. Alargar o transporte marítimo de cabotagem a toda a costa angolana.
5. Concluir o programa de recuperação, modernização e alargamento dos por-
tos existentes e iniciar a construção dos novos portos de Luanda (Dande)
e Cabinda.
6. Repor o transporte marítimo internacional de bandeira angolana.
7. Expandir a rede de táxis no país.
8. Implantar os centros de inspecção de viaturas.
134 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 135
CEIC / UCAN
passageiros ter-se realizado para além das 18 horas. Outra razão deste aumento
foi a chegada do comboio até à estação do Bungo e a utilização de novas carrua-
gens para o comboio expresso, também a melhoria das vias de transitabilidade, a
recuperação de alguns autocarros e o reforço da frota da TCUL com consequentes
impactos positivos na produtividade. Relativamente à carga transportada, regis-
tou-se um acréscimo (8%) comparativamente com o 3.o trimestre.
136 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Assim, o número total de empregos criados foi de 14624, menos 6115 do que
os apontados no Relatório de Balanço de 2013 do MAPTSS.
| 137
CEIC / UCAN
WZK:dK^/E^Z/K^EK^WZK:dK^/Es^d/DEdK^Wj>/K^ΈW/WΉ
1.o TRIMESTRE 2013
Projecto Valor Empreiteiro Fiscalização
Reabilitação Siemens/Zagope/
35 758 069,81 EUR GB Consultores
Aeroporto Soyo ŶĚƌĂĚĞ'ƵƟĞƌƌĞnj
Ce Aurecon –
Reabilitação
53 882 468,87 USD Tecnovia Africon e Dracon
Aeroporto Uíge
ǀŝĂƟŽŶ
Reabilitação
Siemens/Zagope/
Aeroporto 9 703 623,88 USD -
ŶĚƌĂĚĞ'ƵƟĞƌƌĞnj
Dundo
Reabilitação
Aeroporto 49 606 333,08 USD Zagope/Quantum GB Consultores
Huambo
Ramo Aéreo Reabilitação Siemens/Zagope/
35 758 069,81 USD
Aeroporto Luena ŶĚƌĂĚĞ'ƵƟĞƌƌĞnj
Reabilitação
Aeroporto 50 720 406,52 USD Imbondex Fiscom
Menongue
Reabilitação 125 012 186,88USD
Odebrecht/Somague/
Aeroporto 41 577 972,17 EUR GB Consultores
Imbondex/Angolaca
Catumbela 443 142 837,00 Akz
Construção
Aerogare Siemens/Zagope/
34 263 765,67 EUR GB Consultores
Aeroporto ŶĚƌĂĚĞ'ƵƟĞƌƌĞnj
Saurimo
Fiscalização do
ZĂŵŽDĂƌşƟŵŽ 15 750 000,00 EUR - A1V2
Porto do Lobito
Construção
China
de passagens
6 339 109,16 USD Tec Construções e -
superiores
Materiais Lda
Ramo Ferroviário Boavista/´Bungo
Fiscalização CFB 20 494 180,00 EUR A1V2 CFB
Fiscalização CFM 14 956 000,00 A1V2 CFM
Sistema
Integrado
Monitorizado 9 925 000,00 USD - .
Tráfego
Rodoviário
Ramo Rodoviário Construção
Centros
205 792 679,00 Akz Jotapeças -
Manutenção
Regionais
Sistema
206 689 188 USD - -
Transporte BRT1
FONTE: Balanço do Programa de Investimentos Públicos Referente ao 1.o Trimestre do Exercício de 2013, Ministério dos
Transportes, República de Angola.
138 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
WZK:dK^/E^Z/K^EK^WZK:dK^/Es^d/DEdK^Wj>/K^ΈW/WΉ
2.O TRIMESTRE 2013
Projecto Valor Empreiteiro Fiscalização
Reabilitação
Ramo Aéreo 9 033 868 317,00 Akz Odebrecht
Aeroporto Namibe
Obras Reabilitação Cercea Engenharia
79 496 820,00 Akz -
INAVIC e Construção Lda
Fiscalização do
ZĂŵŽDĂƌşƟŵŽ 15 750 000,00 EUR - A1V2
Porto do Lobito
Aquisição Peças
Acessórios 118 745 595,00 Akz - -
Ramo Rodoviário ABAMAT
Aquisição
108 839 630 USD - -
Autocarros
FONTE: Balanço do Programa de Investimentos Públicos Referente ao 2.o Trimestre do Exercício de 2013, Ministério dos
Transportes, República de Angola.
| 139
CEIC / UCAN
WZK:dK^/E^Z/K^EK^WZK:dK^/Es^d/DEdK^Wj>/K^ΈW/WΉ
3.o TRIMESTRE 2013
Projecto Valor Empreiteiro Fiscalização
Construção novo Sector
- -
aeroporto Luanda dos Transportes/CIF
Ramo Aéreo Informação Sistema
teste pessoal 99 038 755,70 USD - -
ĂĞƌŽŶĄƵƟĐŽ
Construção duplicação
58 952 465,61 USD CMEC -
troço Bungo Baia
Ramo Ferroviário
Estudo caminho-de-ferro
65 000 000,00 Akz - -
do norte de Angola
Ramo Rodoviário Aquisição peças TCUL 1 876 063,86 USD - .
FONTE: Balanço do Programa de Investimentos Públicos Referente ao III Trimestre do Exercício de 2013, Ministério dos
Transportes, República de Angola.
140 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
16%
Transportes aéreos
Transportes rodoviários
53% 19%
Transportes ferroviários
Transportes marímos
12%
FONTE: Balanço do Programa de Investimentos Públicos referente ao 1.o trimestre do Exercício de 2013,
Ministério dos Transportes, República de Angola.
8%
12%
Transportes aéreos
Transportes rodoviários
8% 44% Transportes ferroviários
Transportes marímos
Serviços gerais
28%
FONTE: Balanço do Programa de Investimentos Públicos referente ao 2.o trimestre do Exercício de 2013,
Ministério dos Transportes, República de Angola.
12%
Transportes aéreos
Transportes rodoviários
24% 55%
Transportes ferroviários
Transportes marímos
9%
FONTE: Balanço do Programa de Investimentos Públicos referente ao 3.o trimestre do Exercício de 2013,
Ministério dos Transportes, República de Angola.
| 141
CEIC / UCAN
O caminho-de-ferro de Benguela
142 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 143
CEIC / UCAN
CONGO
Luacano
Jimbe
144 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 145
CEIC / UCAN
710 km do Cuito até ao Luau (província do Moxico), na fronteira da RDC com Ango-
la, ainda está numa situação bastante precária. As comunidades que vivem nessa
área estão ainda bastante isoladas e são altamente dependentes do transporte
ferroviário, que passa duas vezes por semana entre o Cuito e Luena (província do
Moxico), uma distância de 409 km, que demora aproximadamente 17 horas a ser
percorrida.
146 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 147
CEIC / UCAN
148 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
91 A lei angolana (Lei n.o 2/11, de 14 de Janeiro) entende por “… parceria público-pri-
vada, o contrato ou a união de contratos, por via dos quais entidades privadas, desig-
nadas por parceiros privados, se obrigam, de forma duradoura, perante um parceiro
público, a assegurar o desenvolvimento de uma actividade tendente à satisfação de
ǡϐ
-
timento e pela exploração incumbem, no todo ou em parte, ao parceiro privado (n.o 1
do art.o 2.oȌǤǡǡϐ
ï
ǣȌ
Locais; b) Os Fundos e os Serviços Autónomos; c) As Entidades Públicas Empresariais
(ibidem, n.o 2).
| 149
CEIC / UCAN
²
ǡ
subjacentes; depois, com o modo rodoviário e com o transporte aéreo, através de inter-
faces e terminais estrategicamente localizados.
932
ȂǦǦ ȋ Ȍǡ
150 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
94ϐ
| 151
CEIC / UCAN
152 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
4. DIVERSIFICAÇÃO DA ECONOMIA95
4.1.1 Introduction
A question that has so far received far less attention is how diversification re-
lates to political institutions, in particular democracy. In a sense, diversification
can be viewed as a form of de-concentration of economic power, and democracy
as a form of de-concentration of political power, so a relation between the two is
not unlikely. The lack of discussion of this topic is particularly glaring in relation to
resource rich countries, where diversification is often suggested as an important
policy tool to reduce problems related to the so-called resource curse, in particular
the Dutch disease. This literature tends to ignore the observation that a central
problem behind the resource curse is the lack of good institutions, and in particular
95 À ± ±
Ȁ Dz ϐ
dz
ǡǡ
ǡÀ
ϐǡǤ
| 153
CEIC / UCAN
154 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Concentraon
0,95
0,9
0,85
1995 2000 2005 2010
This point presents new descriptive evidence on the relation between income
and democracy on the one hand, and diversification on the other. We present resul-
ts that suggest that the u-shaped relationship between income and concentration
found in previous studies is due to oil-rich outliers with high incomes. When these
outliers are dropped from the sample, the relationship between concentration and
income is negative for all levels of income; countries get more diversified as they
get richer. We also present results suggesting that more democratic countries are
more diversified. We stress that these results are descriptive in nature, and hence
do not prove causal effects from income or democracy to diversification, or vice
versa. The results on democracy can mean that a lack of democracy hinders diver-
sification, that diversification increases the chances of democracy, or both, or nei-
ther. Causal effects need to be assessed in further studies. Our results do suggest,
however, that further analysis of the political economy of diversification is needed.
Diversification can take place within a particular sector such as the manufac-
turing sector, or denote less concentration across sectors. It can take the form of
selling more of existing products to new markets, or of producing new products
or improving the quality of existing products (Brenton et al. 2009). Diversification
along the “intensive margin” refers to increasing volumes on active or existing
| 155
CEIC / UCAN
Two questions are raised in the following: Does increasing the income of a
country also increase diversification? And are there institutional constraints to di-
versification? As for the first question, Cadot et al. (2011) show that the number of
new export lines peaks for middle income countries, and then falls as economies
develop further. They accordingly find a hump or u-shaped relationship between
income and concentration. Diversification along the extensive margin increases in
the early development process partly due to an entrepreneurial trial and error
process. As times passes, comparative advantage catches up with old product lines
and they slowly die, reducing diversification. High diversification is consequently a
transitory phenomenon observed at middle income levels (Cadot et al 2011).
Applying the UNCTAD concentration index and more updated time series we
find indications of a similar U-shaped relationship between income and concentra-
tion. Figure 2 presents a bivariate plot between GDP per capita and concentration
as measured by the UNCTAD concentration index for the countries for which we
have data on both variables. The full line shows the best quadratic fit in the data.
This line suggests that concentration is decreasing with income at low incomes,
and then increasing with income at higher incomes. In other words, there is a su-
ggestion here of the u-shaped relationship previous studies have found. We have,
however, also highlighted a few countries in the sample. Angola, Norway, and the
United Arab Emirates are all at higher concentration levels than countries at com-
parable income levels. This conforms to the expectation that oil rich countries are
more concentrated since oil tends to increase costs of other industries, making
them less internationally competitive. We note, however, that having oil does not
necessarily entail being fully concentrated, Norway for instance does have some
degree of diversification in exports. An extreme outlier in our sample is oil rich Qa-
tar. It is possible that the oil rich countries with high incomes are the ones driving
the apparent upward sloping relationship between income and concentration at
156 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
high incomes. The U-shaped relationship could thus be less of a general pattern
that previous studies suggest, and one more driven by a few idiosyncratic cases.
Visually, if a few of these cases are excluded, the relation seems mostly downward
sloping throughout the graph.
0,8
Concentraon
0,6
Norway Qatar
0,4
United Arab Emirates
0,2
0
0 20 40 60 80
GDP/capita
| 157
CEIC / UCAN
is again measured by the UNCTAD index, and democracy by the Polity IV democracy
index. It is perhaps hard to see a general pattern here, but we note that none of the
highly democratic countries have very high levels of concentration in exports. And
the most diversified countries are highly democratic. In contrast, countries at lower
levels of democracy have levels of concentration that are scattered all over the sca-
le. The full line in the figure represents the linear fit, and suggests that the relation
between democracy and diversification is a negative one. Again, we highlight a few
interesting cases, in this instance Angola and Norway. Similarly to the figure on
income, oil rich countries such as these tend to have higher levels of concentration
compared to countries at similar levels of democracy. Angola scores higher on the
concentration index than any of the countries at comparable levels of democracy.
And Norway is at the high end of concentration for countries with a perfect score
of 10 for democracy.
0,6
0,4
Norway
0,2
0
0 2 4 6 8 10
Democracy
158 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
It should be noted that this empirical approach only permits us to capture cor-
relations between the variables in question. There are likely to be unobserved va-
riables that affect income or democracy on the one hand, and concentration on
the other. This means that our estimates are highly likely to be biased, and cannot
be used to make causal statements. We therefore interpret all results as capturing
correlations, rather than impacts of income and democracy on concentration. Cap-
turing causal effects would require a more complicated empirical setup, for instan-
ce using instruments for income and democracy. We leave this issues for further
research, but see the results here as an indication of issues and relationships that
can be probed further.
Our main variables are presented in the table below. The concentration index is
taken from Unctad, and is computed as a Herfindahl index of merchandise export
concentration (for details on the index, see Wiig and Kolstad (2012)). The index
runs from 0 to 1, with higher numbers capturing greater concentration. A country
whose export is fully concentrated in one sector will hence get a value of 1, whe-
reas the more diversified the country is across sectors, the closer the index is to 0.
As our measure of income, we use GDP per capita, PPP adjusted and in constant
2005 USD. Our main measure of democracy is the Policy IV democracy index, whi-
ch runs from 0 to 10, with higher values representing greater democracy. To assess
the robustness of our results for the democracy variable, however, we also use the
Freedom House political rights index. We have rescaled this index so that it also
runs from 0 to 10, making the results comparable across estimations. Our demo-
cracy indices are standardly used in the empirical literature on democracy (see for
instance Kolstad and Wiig (2013)). We control for total population in billions, from
the World Development Indicators.
MAIN VARIABLES
Variable džƉůĂŶĂƟŽŶ Source
Dependent variable
ŽŶĐĞŶƚƌĂƟŽŶ ,ĞƌĮŶĚĂŚůŝŶĚĞdžŽĨŵĞƌĐŚĂŶĚŝƐĞĞdžƉŽƌƚ UNCTAD
ĐŽŶĐĞŶƚƌĂƟŽŶ
Independent variable
GDP/capita GDP per capita, PPP adjusted, 1000 World Development Indicators
GDP/capita squared constant 2005 USD, lagged World Development Indicators
Democracy Policy Polity Democracy Index YƵĂůŝƚLJŽĨ'ŽǀĞƌŶŵĞŶƚ/ŶƐƟƚƵƚĞ
Democracy FH &ƌĞĞĚŽŵ,ŽƵƐĞWŽůŝƟĐĂůZŝŐƚƐ/ŶĚĞdž͕ƌĞƐĐĂůĞĚ YƵĂůŝƚLJŽĨ'ŽǀĞƌŶŵĞŶƚ/ŶƐƟƚƵƚĞ
;ϬʹůŝƩůĞĚĞŵŽĐƌĂĐLJ͕ϭϬͲŚŝŐŚĚĞŵŽĐƌĂĐLJͿ
WŽƉƵůĂƟŽŶ dŽƚĂůƉŽƉƵůĂƟŽŶ;ŝŶďŝůůŝŽŶƐͿ͘ World Development Indicators
| 159
CEIC / UCAN
Descriptive statistics for the variables are shown in Table 3. Our main sample
includes 151 countries, which increases to 174 when using the Freedom House
democracy index instead of the Polity IV index. See Table A1 in the appendix for the
list of countries in the main sample. The mean level of concentration in our sample
is 0.32; there is substantial variation in the sample, which contains both highly
diversified and highly concentrated countries, such as Angola. Our sample consists
of both poor and wealthy countries, Qatar being the richest with an average GDP
per capita of 84000 USD, and the average country having a GDP per capita of 12000
USD. The average country in the sample is borderline democratic, with a score on
the democracy indices of about 6.
SUMMARY STATISTICS
Variable Obs Mean Std. dev. Min Max
ŽŶĐĞŶƚƌĂƟŽŶ 151 0.32 0.22 0.05 0.96
GDP/capita 151 12.17 13.81 0.29 84.04
Democracy Policy 151 5.81 3.80 0.00 10.00
Democracy FH 174 6.08 3.44 0.00 10.00
WŽƉƵůĂƟŽŶ 151 0.04 0.15 0.00 1.32
4.1.4 Results
Results from our main estimations are presented in table on page 161. In the
first column are the results from the full sample of 151 countries using the Polity IV
index as the measure of democracy. The results suggest that there is a u-shaped re-
lationship between concentration and income, as suggested by Figure 1. However,
the second column in Table 4 shows results when the outlier Qatar is dropped from
the sample. The squared GDP per capita term is then no longer significant, making
the non-linearity of the relation between income and concentration appear not
very robust. Column three in Table 4 presents results when using the Freedom
House democracy index instead of the Polity IV index, and when excluding Qatar,
and the result is the same for this larger sample of countries. In other words, it is
likely that the u-shaped relationship documented in previous studies is driven by
countries with some highly specific characteristics, in particular large petroleum
endowments. This means that a hypothesis that countries that grow richer first
diversify and then re-concentrate need not be as fruitful a line of inquiry as past
studies have argued. Instead, there seems to be a consistently negative relation
between income and concentration, outside of oil rich economies, richer econo-
mies seem to be more diversified.
160 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
RESULTS, OLS
OLS 1 OLS 1 OLS 1
Dependent Variable ŽŶĐĞŶƚƌĂƟŽŶ ŽŶĐĞŶƚƌĂƟŽŶ ŽŶĐĞŶƚƌĂƟŽŶ
GDP/capita –0.007*** –0.008* –0.007**
(0.00) (0.00) (0.00)
GDP/capita squared 0.000** 0.000 0.000
(0.00) (0.00) (0.00)
Democracy Policy –0.022*** –0.022**
(0.01) (0.01)
WŽƉƵůĂƟŽŶ –0.247*** –0.248*** –0.289***
(0.06) (0.06) (0.06)
Democracy FH –0.018***
(0.01)
ŽŶƐƚĂŶƚ 0.509*** 0.513*** 0.513***
(0.04) (0.04) (0.04)
R-sq. 0.286 0.283 0.209
N 151 150 174
Robust standard errors in parentheses, for robust standard errors. *** indicates significance at the 1% level, ** at 5%, * at 10%.
dŚĞƌĞƐƵůƚƐĨŽƌƚŚĞĚĞŵŽĐƌĂĐLJǀĂƌŝĂďůĞƐŝŶƚŚĞƚĂďůĞĂďŽǀĞĂƌĞŶĞŐĂƚŝǀĞ͕ƐƵŐ-
ŐĞƐƚŝŶŐƚŚĂƚŵŽƌĞĚĞŵŽĐƌĂƚŝĐĐŽƵŶƚƌŝĞƐĂƌĞŵŽƌĞĚŝǀĞƌƐŝĨŝĞĚ͘dŚĞƌĞƐƵůƚƐĂƌĞǀĞƌLJ
ƐŝŵŝůĂƌŝŶĂůůƚŚƌĞĞĐŽůƵŵŶƐ͕ĂŶĚƐŽĚŽŶŽƚĚĞƉĞŶĚŽŶǁŚŝĐŚŽĨƚŚĞƚǁŽĚĞŵŽĐƌĂĐLJ
ŝŶĚŝĐĞƐŝƐƵƐĞĚ͘ŽŶĞƐƚĂŶĚĂƌĚĚĞǀŝĂƚŝŽŶŝŶĐƌĞĂƐĞŝŶĚĞŵŽĐƌĂĐLJƌĞĚƵĐĞƐĐŽŶĐĞŶ-
ƚƌĂƚŝŽŶďLJĂďŽƵƚĞŝŐŚƚƉĞƌĐĞŶƚĂŐĞƉŽŝŶƚƐ͕ƐŽƚŚĞƌĞůĂƚŝŽŶŝƐĂůƐŽĞĐŽŶŽŵŝĐĂůůLJƐŝŐ-
ŶŝĨŝĐĂŶƚ͘dŚŝƐŽĨĐŽƵƌƐĞĚŽĞƐŶŽƚŝŵƉůLJĂĐĂƵƐĂůƌĞůĂƚŝŽŶ͕ǁĞĐĂŶŶŽƚƚĞůůĨƌŽŵƚŚĞƐĞ
ƌĞƐƵůƚƐ ǁŚĞƚŚĞƌ ĚĞŵŽĐƌĂĐLJ ĂĨĨĞĐƚƐ ĐŽŶĐĞŶƚƌĂƚŝŽŶ͕ Žƌ ǀŝĐĞ ǀĞƌƐĂ͕ Žƌ ǁŚĞƚŚĞƌ ƚŚĞ
ĐŽƌƌĞůĂƚŝŽŶďĞƚǁĞĞŶƚŚĞƚǁŽŝƐĚƌŝǀĞŶďLJƐŽŵĞƚŚŝƌĚǀĂƌŝĂďůĞƚŚĂƚǁĞŚĂǀĞŶŽƚĐŽŶ-
ƚƌŽůůĞĚĨŽƌ͘EĞǀĞƌƚŚĞůĞƐƐ͕ƚŚŝƐĨŝŶĚŝŶŐŝƐĂŶŽǀĞůŽŶĞŝŶƚŚĞůŝƚĞƌĂƚƵƌĞŽŶĚŝǀĞƌƐŝĨŝĐĂ-
ƚŝŽŶ͕ĂŶĚŐŝǀĞŶƚŚĞŝŵƉŽƌƚĂŶĐĞŽĨƉŽůŝƚŝĐĂůĞĐŽŶŽŵLJĐŽŶƐŝĚĞƌĂƚŝŽŶƐŝŶĂƐƐĞƐƐŝŶŐƚŚĞ
ƉŽƚĞŶƚŝĂůĨŽƌĂŶĚŝŵƉĂĐƚƐŽĨĚŝǀĞƌƐŝĨŝĐĂƚŝŽŶ͕ƚŚŝƐŽƉĞŶƐƵƉŝŶƚĞƌĞƐƚŝŶŐŚLJƉŽƚŚĞƐĞƐ
for further studies.
dŚĞƉŽƉƵůĂƚŝŽŶǀĂƌŝĂďůĞƐŚŽǁƐĂŶĞŐĂƚŝǀĞĐŽĞĨĨŝĐŝĞŶƚ͕ǁŚŝĐŚŵĞĂŶƐƚŚĂƚůĂƌŐĞƌ
ĐŽƵŶƚƌŝĞƐŚĂǀĞůĞƐƐĐŽŶĐĞŶƚƌĂƚĞĚĞĐŽŶŽŵŝĞƐŝŶƚĞƌŵƐŽĨĞdžƉŽƌƚƐ͘dŚŝƐŝƐŝŶůŝŶĞǁŝƚŚ
ĞdžƉĞĐƚĂƚŝŽŶƐ͘
dŚĞƌĞƐƵůƚƐŝŶůĂƐƚƚĂďůĞĂƌĞďĂƐĞĚŽŶĐŽŶĐĞŶƚƌĂƚŝŽŶĚĂƚĂĨƌŽŵϮϬϬϵ͘dŽĂƐƐĞƐƐ
ǁŚĞƚŚĞƌƚŚĞƌĞƐƵůƚƐĂƌĞĚƵĞƚŽƵƐŝŶŐĚĂƚĂĨƌŽŵƚŚŝƐƉĂƌƚŝĐƵůĂƌLJĞĂƌ͕ǁĞĂůƐŽƌƵŶ
ďĞƚǁĞĞŶ ĞĨĨĞĐƚƐ ƉĂŶĞů ĚĂƚĂ ĞƐƚŝŵĂƚŝŽŶƐ͘ dŚĞ ƌĞƐƵůƚƐ ĂƌĞ ƉƌĞƐĞŶƚĞĚ ŝŶ ƚŚĞ ƚĂďůĞ
ŶĞdžƚƉĂŐĞ͕ĂŶĚĞĂĐŚĐŽůƵŵŶŝƐĐŽŵƉĂƌĂďůĞƚŽƚŚĞĐŽůƵŵŶƐŽĨƚŚŝƐƉĂŐĞ͛ƐƚĂďůĞ͘/Ŷ
ŽƚŚĞƌǁŽƌĚƐ͕ĐŽůƵŵŶƐŽŶĞĂŶĚƚǁŽƉƌĞƐĞŶƚƌĞƐƵůƚƐƵƐŝŶŐƚŚĞWŽůŝĐLJ/sĚĞŵŽĐƌĂ-
ĐLJŝŶĚĞdž͕ǁŝƚŚYĂƚĂƌĞdžĐůƵĚĞĚĨƌŽŵƚŚĞƐĂŵƉůĞŝŶĐŽůƵŵŶƚǁŽ͕ĂŶĚĐŽůƵŵŶƚŚƌĞĞ
ƵƐĞƐƚŚĞ&ƌĞĞĚŽŵ,ŽƵƐĞĚĞŵŽĐƌĂĐLJŝŶĚĞdžĂŶĚŽŵŝƚƐYĂƚĂƌĨƌŽŵƚŚĞƐĂŵƉůĞ͘dŚĞ
| 161
CEIC / UCAN
uncovered relationships are more or less the same as in the OLS regressions pre-
sented above. There is a negative relation between income and concentration. In
contrast to the OLS estimations, the second order GDP per capita term is not sig-
nificant in any estimation, again suggesting that the u-shaped relationship found
in previous studies is not very robust. Democracy and concentration are negatively
related, as in the above results. And more populous countries have less concen-
trated economies.
4.1.5 Conclusion
162 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
democracy. The paper has presented some initial evidence on this suggesting that
across countries, and controlling for income and population size, diversification
increases with democracy.
The result that there is a negative relation between concentration and demo-
cracy can mean either of four things. Firstly, it is possible that no causal relation
exists between democracy and concentration, and the negative relation uncovered
above simply reflects some underlying third variable which influences both de-
mocracy and diversification. Secondly, it could be that our results reflect a causal
effect of democracy on diversification. This would be consistent with a hypothesis
that elites in undemocratic countries would be reluctant to promote diversifica-
tion of the economy, as this would reduce their power and ability to extract rents.
Thirdly, the results could reflect a causal effect of diversification on democracy,
consistent with a hypothesis that when economic power is more widely distributed
this also leads to pressure for more de-concentrated political power. Fourthly, our
results could reflect causal effects in both directions, from democracy to diversi-
fication and from diversification to democracy. Which of these four possibilities
actually underlies our results cannot be inferred from the results given the approa-
ch we have taken. This would require a different methodological approach. But
our results do present some useful working hypotheses which can form the basis
of such studies of causal effects. In particular, they do suggest that the political
economy of diversification is an important and so far under-explored topic in the
relevant literature.
| 163
CEIC / UCAN
A estrutura da economia
Segundo Westphal, “em 1960, a economia sul-coreana era dominada pela agri-
cultura e a mineração. Com poucas excepções, o sector industrial fornecia apenas
produtos simples de consumo”96. Desde 1980 que a economia é dominada pelo
sector da indústria e da manufactura e em 2010 o peso do sector industrial no PIB
representou 39,4%. As principais indústrias estabelecidas (desde 1960) vão desde
indústrias de produtos químicos e electrónicos até automóveis e equipamentos
eléctricos de alta tensão.
De acordo com Alice Amsden97 para a Coreia alcançar taxas notáveis de cres-
cimento económico e uma forte diversificação da sua economia, o país usou de
modo eficiente e racional as seguintes instituições:
164 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
A intervenção do Estado
O que ocorreu na Coreia mostra que, em alguns casos, para se alcançar a ex-
pansão da actividade económica, a intervenção do Estado é necessária, pois esta
pode direccionar mais investimentos para a actividade económica. Por exemplo,
o Governo coreano interveio para proteger a indústria têxtil de algodão local da
competição japonesa. A intervenção ocorreu sob diversas formas, tarifas, quotas,
subsídios à exportação, crédito subsidiado, e assim por diante. Esta mediação foi
necessária, uma vez que as forças de mercado por si só não podiam desenvolver a
economia e a diversificação da sua estrutura.
Investindo na Educação
acordo com Alice, “as grandes empresas consolidaram o seu poder em resposta a incen-
Ǥ
ǡƬǡ
produtos, eram recompensadas com mais licenças para expandir os seus negócios,
ampliando assim a escala das grandes empresas em geral. Em troca de entrarem em
indústrias especialmente arriscadas, o Governo recompensava-as com outras licenças
industriais em sectores mais lucrativos”, promovendo assim o desenvolvimento de gru-
×
ϐ
Ǥ
Ǥ
99Amsden, Alice. Asia’s Next Giant: South Korea and Late Industrializationǡǣ
ǡͳͻͺͻǤĝěĎ, page. 215.
| 165
CEIC / UCAN
Desde o início dos anos 1960, a Política Industrial sul-coreana teve dois objec-
tivos principais e interligados: incentivar as exportações e promover as indústrias
nascentes. As exportações das bem estabelecidas indústrias têm sido incentivadas
com o recurso a políticas neutras, isto é, políticas que não afectam negativamente
as relações comerciais com os países parceiros100. Já na promoção de indústrias
nascentes aplicaram-se políticas não-neutras.
Incentivando as exportações
100 O Governo coreano concedia às empresas exportadoras créditos com taxas de juros
ϐ
ǡ ǡÀ
ǡϐ
exportações.
101
Ǧ
166 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Compromisso político
| 167
CEIC / UCAN
Angola tem que definir prioridades em relação ao tipo de indústrias que o país
realmente precisa. Indústrias leves, como a do processamento de alimentos, bebi-
das, têxteis e outras são importantes. No entanto, a indústria pesada também deve
ser levada em conta. O censo industrial que está a ser realizado pelo Ministério da
Indústria de 16 Outubro 2013 a Outubro de 2014 é uma grande oportunidade para
se conhecerem, efectivamente, o tipo de indústrias existentes e para se determi-
nar o tipo de indústria o país precisa desenvolver a fim de sustentar o processo da
diversificação da economia nacional.
Muito esforço deve ser feito a fim de incentivar as empresas nacionais a produ-
zirem, não só para o mercado interno, que é relativamente pequeno, nem tão pou-
co para a substituição de importações (daí o CEIC, em diferentes estudos, reflexões
e intervenções públicas, duvidar que uma política de substituição de importações
seja exitosa e difunda ganhos substanciais para a economia e a sociedade. Segun-
do a Teoria Económica, a substituição de importações pela protecção tarifária au-
menta substancialmente o excedente do produtor em detrimento do excedente do
consumidor, podendo o efeito final ser negativo para o bem-estar nacional), mas
principalmente para a exportação.
168 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Investir na Formação
| 169
CEIC / UCAN
Política Monetária
170 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Este país fez um tremendo esforço para diversificar a sua estrutura económica
e usou bem as receitas provenientes da agricultura e do sector mineral para desen-
volver a indústria manufactureira, intermediária e pesada.
| 171
CEIC / UCAN
172 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
111 ǡ ȋͳͻͻͶȌǢ Impact of Trade and FDI Liberalization Policies on the
Malaysian
ǡͶ͵Ǥ
112 Ibid page 464
| 173
CEIC / UCAN
174 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 175
CEIC / UCAN
Introdução
176 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
(Médias de 1953-1957)
COMÉRCIO POR CLASSES PAUTAIS
Importação Exportação
Classes pautais
Contos % Contos %
I Animais vivos 2 397,00 0,08% 419,00 0,01%
1 032
II Matérias-primas 419 041,00 14,35% 32,38%
855,00
II &ŝŽƐ͕ƚĞĐŝĚŽƐ͕ĨĞůƚƌŽƐĞƌĞƐƉĞĐƟǀĂƐŽďƌĂƐ 456 656,00 15,63% 317,00 0,01%
2 140
IV ^ƵďƐƚąŶĐŝĂƐĂůŝŵĞŶơĐŝĂƐ 546 371,00 18,70% 67,09%
050,00
Aparelhos, instrumentos, máquinas (...),
V 926 019,00 31,70% 3 817,00 0,12%
ĞŵďĂƌĐĂĕƁĞƐĞǀĞşĐƵůŽƐ
VI Manufaturas diversas 570 548,00 19,53% 12 142,00 0,38%
3 189
Total 2 921 032,00 100,00% 100,00%
600,00
FONTE: Estrutura do Comércio Externo de Angola, Junta de Investigação do Ultramar, n.o 28, Centro de Estudos Políticos
e Sociais,1959.
ƚĂďĞůĂĠĚĞŵŽŶƐƚƌĂƚŝǀĂĚĞƋƵĞĐĞƌĐĂĚĞϯϮйĚŽǀĂůŽƌĚĂŝŵƉŽƌƚĂĕĆŽĠĐŽŶƐƚŝƚƵşĚŽ
ƉŽƌĂƉĂƌĞůŚŽƐ͕ŵĄƋƵŝŶĂƐ͕ǀĞşĐƵůŽƐ͕ĞƚĐ͕͘ĚŝƐƚƌŝďƵŝŶĚŽͲƐĞĂƉĞƌĐĞŶƚĂŐĞŵƌĞƐƚĂŶƚĞ͕ĚĞ
ŵŽĚŽĞƋƵŝůŝďƌĂĚŽ͕ƉĞůĂƐŵĂŶƵĨĂĐƚƵƌĂƐĚŝǀĞƌƐĂƐ͕ƐƵďƐƚąŶĐŝĂƐĂůŝŵĞŶƚşĐŝĂƐ͕ƚġdžƚĞŝƐĞ
ŵĂƚĠƌŝĂƐͲƉƌŝŵĂƐ͘YƵĞĂĞdžƉŽƌƚĂĕĆŽĠ͕ŶĂƐƵĂƋƵĂƐĞƚŽƚĂůŝĚĂĚĞ͕ĐŽŶƐƚŝƚƵşĚĂƉŽƌƐƵďƐ-
ƚąŶĐŝĂƐĂůŝŵĞŶƚşĐŝĂƐĞŵĂƚĠƌŝĂƐͲƉƌŝŵĂƐ͕ĚĞƐƚĂĐĂŶĚŽͲƐĞĂƐƉƌŝŵĞŝƌĂƐĐŽŵϲϳйĚŽƚŽƚĂů͘
YƵĞŽĐŽŵĠƌĐŝŽĚĞŶŐŽůĂĐŽŵŽĞdžƚĞƌŝŽƌĂƉƌĞƐĞŶƚĂƵŵĂĞƐƚƌƵƚƵƌĂƚşƉŝĐĂĚĂƐƌĞŐŝƁĞƐ
ĞĐŽŶŽŵŝĐĂŵĞŶƚĞƐƵďĚĞƐĞŶǀŽůǀŝĚĂƐ͕ĐĂƌĂĐƚĞƌŝnjĂŶĚŽͲƐĞďĂƐŝĐĂŵĞŶƚĞƉĞůĂƚƌŽĐĂĚĞ
ĂůŝŵĞŶƚŽƐĞŵĂƚĠƌŝĂƐͲƉƌŝŵĂƐŽƵƉƌŽĚƵƚŽƐƐĞŵŝͲŵĂŶƵĨĂĐƚƵƌĂĚŽƐƉŽƌďĞŶƐĂĐĂďĂĚŽƐ͘
ZĞĐŽƌƌĞŶĚŽ ă ĐůĂƐƐŝĨŝĐĂĕĆŽ ƋƵĞ ĚŝƐƚŝŶŐƵĞ ŽƐ ďĞŶƐ ƚƌĂŶƐĂĐĐŝŽŶĂĚŽƐ ĐŽŶƐŽĂŶƚĞ
ƐĂƚŝƐĨĂnjĞŵĚŝƌĞĐƚĂŽƵŝŶĚŝƌĞĐƚĂŵĞŶƚĞĂƐŶĞĐĞƐƐŝĚĂĚĞƐĚŽĐŽŶƐƵŵŝĚŽƌ͕ŽƵƐĞũĂ͕ƌĞƐ-
ƉĞĐƚŝǀĂŵĞŶƚĞ͕ ďĞŶƐ ĚĞ ĐŽŶƐƵŵŽ ŽƵ ĚŝƌĞĐƚŽƐ Ğ ďĞŶƐ ĚĞ ƉƌŽĚƵĕĆŽ ŽƵ ŝŶĚŝƌĞĐƚŽƐ͕
ĐŽŵŽĂƵdžşůŝŽĚĂƚĂďĞůĂƐĞŐƵŝŶƚĞ͕ĞƐŵŝƵĕĂŵŽƐĞƐƐĂĐĂƚĞŐŽƌŝĂĚĞďĞŶƐ͘
(Médias de 1953-1957)
COMÉRCIO POR GRANDES CATEGORIAS DE BENS
Importação Exportação
ůĂƐƐĞƐĚĞďĞŶƐ
Contos % Contos %
Bens de Produção 817021 38,66 889621 28,89
ŶĞƌŐŝĂ 157993 7,48 0
Matérias-primas 123482 5,84 889621 28,89
Equipamento 535546 25,34
Bens de Consumo 1296412 61,34 2189868 71,11
Alimentos 454460 21,50 2189868 71,11
KƵƚƌŽƐďĞŶƐĚĞĐŽŶƐƵŵŽ 841952 39,84
Bens de Produção e de Consumo 2113433 100,00 3079489 100,00
| 177
CEIC / UCAN
Com relação à importação, o grupo principal, que atinge cerca de 40%, é o de bens
de consumo não alimentares, e, apesar de terem sido incluídos catorze produtos nes-
te grupo, só aos tecidos de algodão cabem 14,4% do valor da amostra considerada.
178 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Processo de industrialização
| 179
CEIC / UCAN
180 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 181
CEIC / UCAN
182 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 183
CEIC / UCAN
;ĐĂƉŝƚĂůĞŵŵŝůŚĂƌĞƐĚĞĐŽŶƚŽƐĞĐŽĞĮĐŝĞŶƚĞĐĂƉŝƚĂůͬƚƌĂďĂůŚŽĞŵĐŽŶƚŽƐͿ
120 Estas taxas de variação média anual referem-se à participação relativa de cada acti-
ǡϐǡ
ϐ
cada uma delas no seu posicionamento relativo face às demais. Não são taxas de cresci-
mento da produção ou valor dessas atividades de transformação.
184 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
121 Faziam também parte da pauta de exportação o tabaco, a pasta de papel, o cimento,
os derivados de petróleo, a cera (em bruto ou preparada), os óleos essenciais para per-
fumaria, os couros e as peles.
| 185
CEIC / UCAN
Conclusões
122 ͳͷÙͳͻʹǡͶͲÙ
ͳͻͺǡ± ʹͶΨǤ
186 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 187
CEIC / UCAN
O trade-off entre curto prazo e longo prazo em Angola coloca-se do modo se-
guinte:
O gráfico que em seguida apresentamos – extensão até 2013 das linhas tenden-
ciais apresentadas mais atrás, também em representação gráfica para o período
2002/2013 – permite confirmar estar-se ainda nas fases preliminares do processo
de transformações estruturais efectivas e consolidadas.
188 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
15
10
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2007 2009 2010 2011 2012 2013
| 189
CEIC / UCAN
190 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
NOTAS: IDIEC – Índice de diversificação da economia; ITEI – Índice de transformação da estrutura in-
dustrial; ITEE – Índice de transformação da estrutura económica; ICAE – Índice de concentração da
actividade económica.
123À ǡ
das exportações de um país, foi adaptado para medir o nível de concentração da activi-
×
ǤÀ
ϐ
×
-
Ȃǡ
ǡ ͳͺʹ
ϐ
na CTCI – sobre as actividades de extracção mineral. Os restantes índices comparam, no
tempo, as transformações ocorridas e foram calculados com base na estrutura econó-
mica e na estrutura industrial do país.
| 191
CEIC / UCAN
A desigualdade é uma situação em que uma parte substancial dos cidadãos não
tem condições de auferir um nível de rendimento compatível com a satisfação das
suas necessidades materiais e imateriais mínimas. E parece que o crescimento eco-
nómico, ainda que condição indispensável, não tem sido o factor suficiente para
se reduzirem as assimetrias entre pessoas e mesmo entre países. Este assunto foi
retirado do último livro de Joseph Stiglitz, intitulado The Price of Inequality (W. W.
Northen Company, 2013), no qual autor analisa o estado (e o preço) da desigual-
dade em vários países do mundo, com especial incidência nos Estados Unidos e
nos países petrolíferos, onde o modelo de acesso à renda do petróleo é a principal
fonte de desigualdade entre as pessoas, com não mais de 3% da população a deter
mais de 50% do rendimento nacional.
Angola é dos países mais desiguais do mundo, tomando 2012 como referência
e as tendências dos mais relevantes indicadores de desigualdade dos últimos 10
anos. Os progressos registados depois de 2002 são manifestamente insuficientes
para se perceberem alterações estruturais sustentáveis em direcção a uma maior
igualdade da repartição do rendimento nacional. As pessoas ricas são cada vez
mais ricas e as pobres e remediadas aumentam a um ritmo superior ao do cresci-
mento do PIB por habitante, numa base real. Mantendo-se este cenário durante
muito tempo, as bases da sustentabilidade do crescimento e da diversificação da
economia não chegam a ser construídas.
Não se trata apenas de trabalhar para que o país deixe as listas internacionais
que o classificam como least development country, mas principalmente de alterar
o modelo vigente de acesso e repartição da renda petrolífera, que tem claramente
beneficiado a elite política e empresarial. Os mecanismos de mercado não têm
capacidade de, só por si próprios, alterarem este modelo. Quanto mais se aprofun-
dar a economia de mercado, maiores serão as diferenças de rendimento entre os
124 Este capítulo do Relatório Económico de Angola de 2013 integra alguns dos resulta-
ϐ Dzǡ
do Rendimento e Crescimento Equitativo”.
192 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Como se sabe, o Estado Social está em discussão numa Europa afectada por
uma crise de crescimento económico que não tem permitido a reprodução alarga-
da das suas principais componentes: educação, saúde e previdência, e segurança
social. Mas não só. A discussão ideológica entre Neoliberalismo e Estado Social
tem-se tornado dominante em contextos em que o crescimento económico pare-
ce escasso face às necessidades de aumento do emprego e dos impostos, fontes
importantes para a reprodução do sistema em bases alargadas. Mesmo nos países
nórdicos da velha Europa – Noruega, Suécia, Finlândia e Dinamarca – o debate
está aceso. E o mais preocupante é que as teses de redução da intervenção social
do Estado parecem estar a ganhar adeptos, para quem a competitividade, numa
economia cada vez mais global, é o aspecto mais determinante da sobrevivência
dos países.
A Suécia, por exemplo, está a pôr em causa o seu secular modelo social de
desenvolvimento. O sintoma do aumento das desigualdades sociais neste país de
elevado índice de desenvolvimento humano tem sido as reivindicações e as mani-
festações populares que, desde 2006, têm-se registado em algumas das suas cida-
des. O mote tem sido a aumento da desigualdade social expressa nos indicadores
| 193
CEIC / UCAN
seguintes: o índice de Gini passou de 0,22 para 0,33 entre 1990 e 2011, a parte
do rendimento das famílias mais abastadas aumentou consideravelmente no ren-
dimento nacional, o rendimento disponível das 20% de famílias mais pobres tem
estagnado ou mesmo baixado nos últimos 20 anos e a taxa de pobreza relativa
passou de 6,5% em 1995 para 14% em 2011. Tudo isto apesar do Estado Social. Es-
tas tendências marcam uma profunda ruptura na história do modelo social sueco.
A sua força principal foi colocar no centro do seu desenvolvimento o investimento
social e o Estado-Providência generoso e universal, desconectando-se o acesso aos
serviços públicos de qualidade do poder de compra individual. Também a aplica-
ção de uma política voluntarista de redução das desigualdades – de que eu falava
mais atrás – que aumentou consideravelmente a mobilidade social dos suecos, de
um diálogo social vigoroso e de uma política de criação de emprego efectivo.
Angola está muito longe deste modelo, sendo portanto muito incerto que a de-
sigualdade deixe de aumentar no país. Por exemplo, a taxa de desemprego tem-se
mantido muito alta nos últimos 10 anos, apesar das elevadas taxas médias anuais
de variação do PIB. E este desemprego tem um custo económico e um custo social,
que pode ser avaliado de várias maneiras.
194 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
125 -
ǡ Ǥ2
trade-off incremento salarial/diminuição de emprego.
| 195
CEIC / UCAN
126 ȋ -
ǡ
Ȃ²
×
Ȃï
ȌÀ²²
ǡ
ϐǡϐ
forma a procura interna, que as respectivas economias colapsaram no seu crescimento
×
ǡ
ϐÀ
ÀǤ
196 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Os salários são a grande fonte de rendimento das famílias, seja em que país for,
e um factor de estímulo ao crescimento económico pela via do consumo privado.
Daí que todas as políticas tendentes ao aumento do seu valor – pelo controlo da
inflação, pela educação, pela valorização profissional, pela organização e reivindi-
cação sindical – contribuem para incrementar a sua participação no rendimento
nacional e assim melhorar a sua repartição funcional.
127 O sector empresarial angolano não tem sido capaz de aproveitar as excepcionais
ÙÀ -
tos anos: infra-estruturas rodoviárias e ferroviárias, mas principalmente muitas e dife-
renciadas modalidades de crédito ao investimento. A despeito da taxa geral de crédito
à economia ter vindo anualmente a aumentar, nota-se, porém, um enviesamento na sua
estrutura, sendo o sector do comércio e de alguns serviços os mais representativos per-
centualmente no seu montante global. Os gestores e directores bancários queixam-se
de que os projectos de investimento apresentados pelos empresários não são bancá-
veis, isto é, estão mal formulados e não oferecem as garantias mínimas de reembolso.
ǡ²
ͷͲΨʹͲͳ͵ͺ͵ǡͷΨʹͲͳʹǡ
de acordo com relatórios sobre a situação bancária em Angola da KPMG – Angola e da
Deloitte (a construção e o comércio respondem por mais de 1/3 deste valor). Apesar
de uma redução do montante de crédito mal parado, a percentagem de aumento de
2012 para 2013 é muito elevada, com repercussões nos lucros bancários (aumento das
suas provisões para a cobertura de riscos) e no peso do crédito vencido no total de cré-
ǤÙ²
±±
o atraso dos pagamentos do Estado às empresas, situação recorrente desde que o pro-
cesso de reconstrução do país se iniciou em 2002.
| 197
CEIC / UCAN
As tendências dos salários variam de região para região e de país para país
e acabam por ser sempre afectadas pelas turbulências e incertezas da economia
internacional. Quando os países entram em crise, a primeira medida de política é
ajustar o valor dos salários para baixo, seja do seu montante global (promoven-
do-se despedimentos com a justificação de se adequarem as estruturas dos custos
empresariais aos novos condicionalismos), seja pela via da redução do seu poder
de compra através da correcção dos valores nominais pela inflação129.
ǡ
Ǥǡ
±
ϐ-
nida pelo Governo.
129ϐ
ǦǡǡÙ
ǡ
são directa e imediatamente afectados, por diferentes vias. Mas a inversa não é automa-
ticamente verdadeira, isto é, o crescimento da economia pode não proporcionar aumen-
tos salariais representativos.
130 Maddison, Angus, DZ2
ǡ
±ǡ2
±DZǡ2001.
198 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
15
10
5
0
a
ia
..
e. na
a
e. te
e
ric
l
nt
s.
Ás
go
-5
..
..
s
ia
Le
rie
Áf
La
An
om
de
O
a
ic
on
io
pa
ér
éd
Ec
ro
Am
M
Eu
2006 2007 2008 2009 2010 2011
No quadro seguinte tem-se uma visão mais ampla da situação dos salários no
mundo (com referência comparativa com Angola, mas dentro de alguns limites
dadas as possíveis diferenças de conceitos e metodologias) do crescimento real
acumulado dos salários desde 2000 (para o país desde 2002, de acordo com as
Contas Nacionais).
131 Ù ϐ
| 199
CEIC / UCAN
Constatações:
a) Entre 2000 e 2011 os salários médios mensais reais globais aumentaram
cerca de ¼, mas com diferenças muito marcantes entre as diferentes regiões.
b) Na Ásia, os salários médios reais paticamente duplicaram, provavelmente
explicado pela influência da China cujo espectacular crescimento económico
deve ter pressionado os salários para cima.
c) Na Europa de Leste e Ásia Central os salários reais médios mensais quase
triplicaram durante o período em referência. As explicações para tão es-
pectacular incremento devem ser encontradas na recuperação do terreno
perdido na fase inicial das suas transições para as economias de mercado
durante a década de 1990.
d) Em África os aumentos foram muito reduzidos, claramente inferiores à média
mundial e aos limites considerados como adequados à redução da elevada
taxa de pobreza do continente e de muitos dos respectivos países. Um au-
mento inferior a 18% em 11 anos é muito pouco para as suas necessidades
de melhoria das condições de vida da população. O peso do trabalho indife-
renciado e não qualificado (o qualificado escasseia e a demanda acaba por
ser suprida pelos expatriados, cujos salários são várias vezes o salário médio
dos africanos) pode ser uma explicação para esse padrão de comportamento.
e) Com era de esperar, nas economias mais estabilizadas e em que os níveis
salariais mensais são já elevados (em termos reais beneficiam da estabilidade
dos preços) o aumento não foi além de 5% no período considerado.
f) Na América Latina e Caraíbas os aumentos salariais também foram come-
didos e explicados pela importância estratégica das exportações (produtos
competitivos no mercado internacional) no seu modelo de crescimento.
g) No Médio Oriente as estimativas do Bureau International du Travail (com
sede em Genève) sugerem que os salários possam até ter diminuído no pe-
ríodo 2000/2011, o que não deixa de ser paradoxal em países de elevadas
receitas de exportação do petróleo. Acaba, porém, de se aceitar devido à
marcante influência do rent-seeking e de muitos trabalhadores emigrantes
da Índia e da China.
h) Angola alinha com as variações percentuais mais altas constantes da tabela.
As remunerações do trabalho aumentaram 76% entre 2002 e 2011 (também
devido à fraca base de partida depois de alcançada a paz em 2002), mas o
problema essencial continua a ser o da repartição do rendimento nacional,
pois, como se irá ver mais adiante, apesar desta variação, os rendimentos
do trabalho representam em média 25% a 30% do Rendimento Nacional.
200 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
ração nos níveis salariais resultam mais de uma mudança na composição do segmento
ǡ
aumentos salariais efectivos de quem permanece no emprego (ILO, Global Report on
SalariesʹͲͳʹǦʹͲͳ͵ȌǤǣ× -
ϐǤ
133 BPI, Departamento de Estudos Económicos e Financeiros: Angola – Vulnerabilidade
Ǧ
dzǡǡ
ʹͲͳ͵Ǥ
| 201
CEIC / UCAN
202 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
80 000
60 000
40 000
20 000
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
-20 000
Produto Interno Bruto Remuneração dos empregados
Impostos (líquidos de subsídios) Excedente bruto de exploração
FONTE: INE, Contas Nacionais, 2002-2010.
| 203
CEIC / UCAN
27,6 23,8
22,5 23,0 21,7 19,7 20,3
18,4 18,7
204 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
ͻ A taxa real média de crescimento do PIB entre 2002 e 2010 (Contas Nacionais)
foi de 8,6%, enquanto a do emprego de apenas 3,5%.
| 205
CEIC / UCAN
Uma comparação internacional permite ter uma melhor e mais ampla dimen-
são deste problema de repartição primária do rendimento nacional em Angola.
206 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
26117,3
23805,5
Salários médios mensais (Kz)
20759,3
15591,8
12878,1
10109,7
7525,6
5602,5
2842,6
Mas o que choca mais são, na verdade, as tremendas discrepâncias entre al-
guns sectores de actividade134. As Contas Nacionais 2002-2010 permitem apro-
fundar as assimetrias e diferenças entre os sectores económicos aí contemplados.
Conforme esclarecido em parágrafos anteriores, o salário médio foi calculado pelo
quociente entre as remunerações totais sectoriais das Contas Nacionais e o tempo
anual de trabalho (12 meses mais os subsídios).
Os resultados constam da tabela seguinte.
134 ï À -
ϐ
Ǥ
ʹͲͳͶǡ ͷͲͲ
ȋ
-
das pela Clínica Girassol para a prestação de serviços de saúde) entraram em greve por
Ǥ
×gap salarial entre os enfermeiros con-
ǣͶͲͲͲͲͲ
ͳͶͲͲͲͲǤ±
salários dos expatriados estiveram em contestação, dados os elevadíssimos valores em
causa. (Semanário Agora, “Greve Agita Clínica da Sonangol”, 28 de Fevereiro de 2014).
| 207
CEIC / UCAN
208 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
137 International Monetary Fund, World Economic Outlook, April 2014 ; Angola – Second
| 209
CEIC / UCAN
210 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
100
80
60
40
20
0
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
Peso dos salários Peso das remunerações do capital
FONTE: CEIC, icheiro Salários e distribuição do rendimento, com base nas Contas Nacionais.
| 211
CEIC / UCAN
10000000
8000000
6000000
4000000
2000000
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
212 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
3500000
3000000
2500000
2000000
1500000
1000000
500000
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
138 ± × -
| 213
CEIC / UCAN
1400000
1200000
1000000
800000
600000
400000
200000
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
2000000
Valores em kwanzas
1500000
1000000
500000
0
2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
214 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
6. EMPREGO E PRODUTIVIDADE
6.1 Introdução
139 O Relatório do MAPTSS de 2013 corrige esta cifra para 221600 novos empregos
(para 2012), com um volume espectacular no sector dos transportes (97019), sem
ϐ
ÙǤǡ
ʹͲͷʹͲͳ͵Ǥ
foi de 3,4% e de 5,2% respectivamente em 2012 e 2013. Para as cifras do MAPTSS a taxa
de crescimento do emprego foi de 3,1% em 2012 e de 2,1% em 2013. Num caso como
Ͳǡ͵
em 2012 e 3,1 pontos percentuais em 2013. De qualquer forma, mesmo com 221600
ǡ
ǡ
͵ͻͷͺǤ
| 215
CEIC / UCAN
216 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
e 2012/2013.
144 World Bank, World Development Report 2013, Jobs.
| 217
CEIC / UCAN
Por outro lado, não se está a lidar com uma variável de fácil definição: o que é
estar-se empregado? A OIT atribui a situação de empregado a quem, na altura do
respectivo inquérito, declarar que na semana anterior exerceu actividade remune-
ratória durante dois dias. É muito discutível esta aproximação, mas é a internacio-
nalmente usada145.
Mas a defesa dos postos de trabalho e do trabalhador também passa por ac-
tuações sobre a imigração de mão-de-obra de outros países, na maior parte dos
casos sem os perfis adequados, jovens sem experiência exercendo uma concorrên-
cia desleal para com a mão-de-obra nacional e auferindo salários muito acima da
média nacional.
145 Outra aproximação conceptual de emprego aponta por considerá-lo como uma activi-
ǡ±
ǡ Ǥ
²
±ǡ
-
± ǡ
ïϐ
-
mente remunerado, de acordo com a produtividade e as necessidades da sua reprodução.
218 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
146ϐï -
²
Ǥ
À -
nada e ainda recentemente alguns órgãos de comunicação escrita davam, uma vez mais,
conta dessas reservas através de artigos de opinião.
| 219
CEIC / UCAN
6000000
5000000
4000000
3000000
2000000
1000000
0
00 01 002 003 004 005 006 007 008 009 010 011 012 013
20 20 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2 2
Emprego
FONTE: CEIC, icheiro Emprego e Produtividade em Angola, com base nas Contas Nacionais do INE.
A taxa de desemprego tem vindo a diminuir desde 2002, como resultado con-
jugado de diferentes factores, dos quais se realçam o reassentamento definitivo
das populações que se encontravam deslocadas nas cidades do litoral, o com-
portamento positivo do investimento privado – ainda que muito concentrado
em sectores de tecnologia de ponta e intensivos em capital –, as políticas de
emprego aplicadas pelo Governo através do MAPTSS e os fortíssimos investimen-
tos públicos na reconstrução, reabilitação e modernização das infra-estruturas
físicas do país (o Estado aplicou nestas áreas praticamente 76910 milhões de
dólares entre 2002 e 2013, a despeito da acentuada quebra de praticamente
30% em 2009, por força do ajustamento induzido pela quebra das receitas fiscais
petrolíferas).148
No Inquérito ao Emprego em Angola (IEA), 2009, 2010 e 2011 do INE são apre-
sentadas as seguintes taxas de desemprego globais (formal e informal): 11%, 9% e
17% respectivamente. As séries estatísticas do CEIC são mais longas e relativamen-
te mais estáveis.
mental.
220 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 221
CEIC / UCAN
30
25
20
15
10
Taxa de desemprego
5
0
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
FONTE: CEIC, icheiro Emprego e Produtividade em Angola, com base nas Contas Nacionais do INE.
O Governo prevê, até 2017, uma taxa média anual de desemprego de 26,3%,
superior à estimada pelo CEIC para 2013. No entanto, em termos absolutos, o
Plano Nacional de Desenvolvimento 2013-2017 fixa uma meta anual média de-
sejável de criação de emprego líquido de 321000 postos de trabalho, bem acima
do efectivamente registado no Relatório do MAPTSS de 2013: 221600 em 2012 e
158865 em 2013. Aquela meta corresponderá à criação, no final de 2017, de mais
de 1600000 novos empregos, o que se afigura bastante difícil, até porque o Fundo
Monetário Internacional prevê uma taxa média anual de crescimento do PIB de
5,2% entre 2013 e 2019149.
Provavelmente esperam-se efeitos significativos da liberalização do mercado
de trabalho, um elevado incremento do investimento, público e privado (embora
o Plano Nacional de Desenvolvimento 2013-2017 seja omisso quanto às expectati-
vas/previsões do Governo sobre o comportamento desta variável macroeconómi-
ca150) e resultados expressivos dos diferentes programas de apoio ao empresário
local (como o Angola Investe, mas que tem experimentado algumas dificuldades,
conforme relatos públicos e reportagens de alguns órgãos de comunicação social
independentes151).
149 International Monetary Fund, Angola, Second Post-Program Monitoring, March 2014.
150 O máximo que se aponta (pág. 31) é para o investimento externo líquido, diferença
dzʹͲͳͶǡ ǡ
ǡϐ
-
goricamente que o Angola Investe vai muito bem e que tem sido uma excelente medida
do Governo para incentivar a produção. No entanto, não deixou de referir a baixa qua-
ϐ
iniciativa governamental.
222 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
São trade-off com que a política económica tem de lidar e saber resolver. De
resto, o aumento do poder de compra das remunerações do trabalho é essencial
para melhorar a repartição do rendimento nacional, senão slogans políticos não
passarão de vãs promessas.
152 ʹͲͳͶ ϐ
| 223
CEIC / UCAN
Nota-se que nos anos de maior variação real do PIB a taxa de desemprego re-
duziu. Este fenómeno é visível até 2008. É claro o paradoxo de 2009 – talvez o ano
em que maior número de empregos tenha sido criado – em que coabitam uma
reduzida taxa de variação da actividade económica global (2,4%) com baixa taxa
de desemprego (23,4%, a segunda mais baixa de sempre no período 2000/2013).
1,20
1,01
0,96
0,76
0,61
0,37 0,35 0,55
0,38
0,25
0,25 0,24
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
FONTE: CEIC, icheiro Emprego e Produtividade em Angola.
224 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
25
20
15
Taxa de desemprego - lei de Okun
10
5
0
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
FONTE: CEIC, Estudos sobre a Lei de Okun.
153Calculada com base nas informações do FMI, retiradas dos relatórios sobre o World
Economic Outlook referentes aos anos abarcados.
154 ϐ
Ù±
×
mercado interno, que passa pelo nível de remuneração dos factores de produção nacio-
ǡ
Ǥ
Ǧ
médios mensais praticados pelo sector privado, angolano e estrangeiro, para algumas
ϐÙȋ
ÀȌ
ϐ-
ram verdadeiras situações de exploração, incompatíveis com os preceitos constitucio-
nais e as regras de ética e solidariedade social.
155
ǡ
±
| 225
CEIC / UCAN
EMPREGO SECTORIAL
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Agricultura, Pecuária,
2536849 2621107 2699741 2766221 2834338 2844201 2859460
Florestas
Pescas 30182 33447 35157 37052 39049 42197 44134
Petróleo e Gás 17729 19059 19249 20212 21222 22283 23398
Diamantes e Outros 36443 22904 20541 21827 23194 25526 43464
Indústria
58138 59419 63292 66109 69051 69051 72454
Transformadora
Electricidade 9160 11646 9820 10281 10764 24009 63312
Construção 308646 320191 339688 365993 394335 406184 410931
Comércio 938714 949645 980278 1005284 1030928 1061480 1085669
Transportes/armazen. 79159 81377 85615 88778 92058 189077 209834
Correios/telecomunic. 4801 4574 6713 8327 10329 10329 10329
Bancos e Seguros 7237 14138 15561 18925 23016 23016 23016
Estado 401447 420832 435269 469091 505541 531947 532335
Serviços Imobiliários 377 424 455 494 536 582 632
Outros Serviços 432885 438841 462400 481596 501589 526430 552693
ANGOLA 4861767 4997604 5173779 5360190 5555950 5776313 5931661
FONTE: INE, Contas Nacionais 2002-2010; Governo de Angola, Balanço de Execução do Plano Nacional vários anos; Re-
latório do MAPESS vários anos.
226 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 227
CEIC / UCAN
INCREMENTOS DE EMPREGO
2008 2009 2010 2011 2012 2013
Agricultura Pecuária,
84258 78634 66480 68117 9863 15259
Florestas
Pescas 3265 1710 1895 1997 3148 1937
Petróleo e Gás 1330 191 962 1011 1061 1114
Diamantes e outros -13539 -2363 1286 1367 2332 17938
Indústria Transformadora 1281 3873 2817 2942 0 3403
Electricidade 2486 -1826 461 483 13245 39303
Construção 11545 19497 26305 28342 11849 4747
Comércio 10931 30633 25006 25644 30552 24189
Transportes/armazena 2218 4238 3163 3280 97019 20757
Correios/telecomunica -227 2139 1614 2002 0 0
Bancos e Seguros 6901 1423 3364 4091 0 0
Estado 19385 14437 33822 36450 26406 388
Serviços Imobiliários 47 31 39 42 46 50
Outros serviços 5956 23559 19196 19993 24841 26263
ANGOLA 135837 176176 186410 195761 220362 155348
FONTEǣǡ
Estudos sobre Produtividade e Emprego, com base em informações oficiais do INE, Governo de Angola,
Balanço de Execução do Plano Nacional vários anos. Relatório do MAPESS, vários anos.
228 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
2008
2013
Conforme se assinalou já, o investimento público tem sido uma das alavancas
essenciais do crescimento económico desde 2002, pelos efeitos directos que de-
sencadeia e pelos efeitos indirectos de arrastamento sobre os investimentos pri-
vados (maior confiança na economia, externalidades que diminuem os custos de
produção, etc.). A consequência evidente sobre o emprego está patente no stock de
emprego no sector da construção e obras públicas, com uma cifra de 347 mil postos
de trabalho em 2013, de longe o terceiro maior sector empregador da economia.
о Parece tender-se para uma situação em que o Estado vai deixar de ser um
dos maiores empregadores da economia, mais de acordo com os princípios
de uma economia de mercado centrada na iniciativa privada.
| 229
CEIC / UCAN
230 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
20000
15000
10000
5000
0
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2012 2013
FONTE: CEIC, icheiro Estudos sobre Produtividade e Emprego.
Resta, porém, uma distância significativa para alguns países da SADC – a norma
de referência de Angola – como a África do Sul (onde o seu valor rondou os 75000
dólares por trabalhador empregado em 2010), o Botswana com 44000 dólares e
o Gabão com 55000 dólares por activo em funções produtivas. Para a União Euro-
peia, a produtividade bruta aparente do trabalho atingiu uma média de cerca de
300000 dólares por activo ao serviço.
na
l
am a
lia
na
ria
fim
Su
co
i
qu
bu
bã
ng
go
íb
gé
ua
Ga
gé
ro
ar
o
Co
Ga
bi
ba
An
Ar
ad
ts
Ni
M
ar
Na
Zim
Bo
M
ric
do
oç
Áf
sta
M
Co
2010
FONTE: World Bank – World Development Development, 2013.
| 231
CEIC / UCAN
98 399 106614
90 355
14000
14 000
156 Não se pode perder de vista a circunstância de ser a produção de petróleo o sector
232 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
PRODUTIVIDADES SECTORIAIS
h^ͬƚƌĂďĂůŚĂĚŽƌ
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2013
Agricultura
Pecuária, 549,0 1454,3 875,2 2447,8 2381,9 2911,9 3367,9 3728,7
Florestas
Manufact. 38141,1 61029,2 78769,7 97088,7 89986,1 103113,4 115758,9 173130,2
Diamantes 22228,5 31873,0 24787,7 21267,8 13747,5 32603,5 37470,0 47262,1
Construção 22639,0 7627,9 13701,2 18210,9 16546,9 20090,7 23469,9 23760,3
Serviços 29501,8 5629,7 36370,2 45000,9 30164,4 35204,9 38677,6 37418,5
Outros 10614,4 9554,9 12244,6 14241,5 12805,5 16795,5 16285,4 18004,8
Média 5722,9 10082,5 9315,4 22015,9 17840,6 20011,9 24188,2 24956,2
Petróleo 1384151,3 1736786,9 2581579,8 3699685,5 3035268,3 2561734,9 3127833,6 3253814,9
ǣǡ
Estudos sobre Produtividade e Emprego, com base nos Relatórios do MAPTSS.
| 233
CEIC / UCAN
15 000
10 000
5 000
0
ra
ra
ia
te
iço
tro
çã
éd
tu
tu
an
tru
rv
Ou
ul
ac
M
am
Se
ric
uf
ns
an
Ag
Di
Co
M
30
20
10
0
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
-10
-20
-30
Taxa crescimento produvidade Taxa crescimento emprego
FONTE: CEIC, icheiro Estudos sobre Produtividade e Emprego.
Quanto aos ganhos reais de produtividade, a situação em 2009 foi a mais dra-
mática desde 2002, registando-se perdas significativas na eficiência da economia,
pesando, negativamente, sobre a competitividade do país. Estas situações inviabi-
lizam a introdução de ajustamentos salariais positivos, que emendem a subida de
preços e melhorem a qualidade de vida das famílias dos trabalhadores.
234 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Como vai ficar o desemprego em Angola para os próximos anos? Haverá re-
dução sensível da taxa de desemprego, estimada entre 20% e 25% da população
economicamente activa em 2013157? E como se deverá comportar a produtividade
157 ϐ ϐ
de mais atrás se ter estimado uma taxa de desemprego em 2013 de 21,6%, é sempre
razoável situá-la dentro de um intervalo que cubra as incertezas associadas ao seu com-
portamento.
| 235
CEIC / UCAN
Produtividade e emprego podem ter uma relação conflituosa (ainda que não
completamente contraditória) – o que os economistas chamam de trade off entre
eficiência e equidade – tornando a sua convergência uma matéria de longo prazo
e sempre apelativa de políticas valorativas do factor trabalho (força de trabalho
especializada e qualificada aumenta o valor agregado das commodities – as que
competem no mercado internacional e tornam a diversificação mais valorizada e
sustentável – e é a única forma de aumentar o valor da sua remuneração sem pre-
judicar o controlo da inflação)158.
Ainda que por vários motivos a relação entre emprego (criação de) e cresci-
mento económico não seja verdadeiramente de “amizade” entre si, sem cres-
cimento económico não pode haver criação de emprego (sem destruição de
parte do existente) ou redução de desemprego. O que a Teoria Económica e as
evidências empíricas mostram é uma desproporcionalidade entre as taxas de
crescimento do PIB e do Emprego, enquanto variáveis macroeconómicas: 1% de
crescimento do Produto Interno Bruto não provoca, necessariamente, uma varia-
ção real de 1% na criação de emprego. É uma espécie de rendimentos de escala
decrescentes. E é isto que torna a problemática do emprego muito complicada,
incerta e imprevisível. Um dos factores que contribui para esta desproporciona-
lidade é a cada vez mais elevada intensidade tecnológica e de capital dos inves-
timentos.
158À À² -
Àǡǡ
ÙǤǡ
equilíbrios orçamentais e com o custo de oportunidade associado aos respectivos mon-
tantes.
159 IMF – Angola, 2012 Article IV Consultation and Post Program Monitoring.
236 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
foi cumprida, havendo mesmo, para muitos analistas desta problemática, reservas
quanto às informações oficiais sobre o emprego na economia nacional160.
Para que a economia possa ganhar algum músculo competitivo e assim inte-
grar-se melhor na região da SADC e na economia-mundo (taxa anual de cresci-
mento da produtividade de 5,5% depois de 2014), o emprego teria (ou terá) de ser
sacrificado, atendendo aos limites previsíveis – ainda que incertos – impendentes
160 Continua a não acreditar-se que em 2009 tivessem sido criados 384 368 novos pos-
Ȃ
ͷǡΨǦǡ
aumentou tão-somente 2,4%.
| 237
CEIC / UCAN
30
25
20
15
10
5
0
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
FONTE: CEIC, icheiro Estudos sobre Produtividade e Emprego.
161 IMF – Angola, 2012 Article IV Consultation and Post Program Monitoring e Angola –
Post-Program Monitoring March 2014.±
ǡ
ϔ
de Angola até 2017, CEIC-UCAN, Agosto de 2012, mimeo ȋ
Ǥ
ceic-ucan.org).
238 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
35
30
25
20
15
10
5
0
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
| 239
CEIC / UCAN
240 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
O mercado interno ainda está longe de ser suficiente para garantir a sustenta-
bilidade do crescimento económico e combater as desigualdades económicas e
sociais. O sector petrolífero continuará a ser, por muito tempo, a bóia de salvação
da economia nacional e se o preço do barril de petróleo baixar até os 80 dólares
– aparentemente e nas condições actuais o preço que maximiza os lucros das com-
panhias petrolíferas e minimiza os custos do crescimento económico e as despesas
das famílias – os efeitos internos serão intensos e novos modelos, estratégias e
políticas terão de ser ensaiadas.
A preocupação do Governo quanto a esta matéria tem sido expressa nos seus
diferentes Programas de Desenvolvimento e mais recentemente no Plano Nacional
de Desenvolvimento 2013-2017.
| 241
CEIC / UCAN
Medidas de política
242 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Em Angola o sector petrolífero gera riqueza sem criar emprego e os jovens ca-
recem de emprego. Considerando o potencial de crescimento (uma taxa de fe-
cundidade de 2,4%) e a composição etária do país (60% da população tem menos
de 21 anos), esta realidade constituirá a longo prazo uma enorme aposta para o
Executivo. Então, quais os desafios para os empregos em Angola?
| 243
CEIC / UCAN
244 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
25000
20000
15 000
10000
5000
0
a
K. da
ala l
e
rte
Be Sul
Hu ela
bo
M ié
Ku co
Na go
e
Cu a
ire
Lu ge
rte
Be e
o
u
nd
l
ng
ib
n
ng
í
B
S
K. oxi
Uí
Hu
n
an
ne
am
Za
No
No
m
K.
L.
ba
bi
ng
Ca
L.
M
Homens Mulheres
Medidas de política
Emprego
| 245
CEIC / UCAN
país apontam para uma taxa média anual até 2019 de cerca de 5%, não
sendo propriamente a mais adequada para que a economia tenha em
média anual uma taxa de desemprego de 20% até 2017 (Plano Nacional
de Desenvolvimento 2013-2017, pág. 66).
b) Do funcionamento do mercado de trabalho: acredita-se que quanto menos
intervencionado e mais liberal for, mais oportunidades de trabalho se po-
derão criar. É o trade-off geracional, entre emprego para toda a vida para
a geração presente e a criação de novo emprego para a geração futura.
Uma espécie de “flexisegurança” para todas as gerações.
c) Do valor do salário, o preço da força de trabalho: conforme se mostra no
capítulo sobre a Distribuição do Rendimento em Angola, o salário médio
nominal tem vindo a aumentar, mas também o salário real, por força do
abaixamento regular da taxa de inflação. Em situações de “ilusão monetária”,
os empregadores podem reagir negativamente, disponibilizando menos
postos de trabalho e tomando medidas de aumento da produtividade
dos trabalhadores existentes. Mas o aumento do salário real é outra peça
importante do puzzle da melhoria da distribuição primária do rendimento
nacional.
d) A (aparente?) contradição anterior pode ser mitigada pela formação:
mão-de-obra qualificada tem mais valor no respectivo mercado, mas,
porque é mais produtiva, pode diminuir a necessidade de se criarem mais
empregos.
246 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 247
CEIC / UCAN
7 600
26 0 0 362
248 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
e
ria itaç o
cio
ra
as
an In as
ão
gi ado a
Tu o
ra
og orte
ua
úd
ab ism
i
Ur çã
m
ã
En orm str
tu
sc
in
aç
ér
ris
Ág
tru
Sa
M
Pe
ul
sf dú
uc
Ho e H ban
m
p
ric
Ge ans
ns
e
e
Co
Ed
as
ia
Ag
e
Co
Tr
er
ol
la
Tr
te
2012 2013
FONTE: CEIC, a partir dos dados presentes no Relatório de Balanço do MAPTSS 2013.
24%
Sector Empresarial
Administração Pública e Outros
76%
FONTE: CEIC, a partir dos dados presentes no Relatório de Balanço do MAPTSS 2013.
Sector Empresarial
91%
Administração Pública e Outros
FONTE: CEIC, a partir dos dados presentes no Relatório de Balanço do MAPTSS 2013.
| 249
CEIC / UCAN
7. INFLAÇÃO
163 Dzdz ϐ ±ϐ ϐ
250 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Por estas razões, a inflação é o fenómeno económico mais temido pelos gover-
nantes, empresários e trabalhadores. Manter a estabilidade dos preços tornou-se,
a partir de uns anos a esta parte, uma das funções mais importantes da interven-
ção do Estado na economia.
No entanto, o limite de 2,5% para a variação máxima anual do índice geral dos
preços tem de levar em conta as condições concretas de cada país. Em países onde
as estruturas económicas e sociais se encontram em reajustamento – na sequência
de situações de conflitos armados ou extremas catástrofes naturais por exemplo
– e que se defrontem com processos de reformas institucionais de mercado pro-
fundas, as adaptações nos preços acabam por ser mais expressivas e duradouras.
Ou seja, demora-se mais tempo a enquadrar a inflação em limites económicos
e sociais aceitáveis. A maior parte dos países da África Subsariana encontram-se
nestas condições.
| 251
CEIC / UCAN
que a verdade dos preços relativos conduza o normal funcionamento dos merca-
dos, então, podemos afirmar que a estabilidade de preços em Angola não será
sustentável enquanto persistirem o conjunto de estrangulamentos que atiram a
economia para os últimos lugares dos diferentes rankings que medem o ambiente
de negócios, a competitividade das economias e até a qualidade da democracia, a
transparência e o respeito pelos direitos humanos nos países. Desta maneira, no
ponto seguinte utilizou-se uma análise de regressão para compreender “a grosso
modo” quais são as variáveis determinantes da manutenção da inflação em níveis
de um dígito. Para terminar o capítulo, analisou-se a discrepância na variação dos
preços em Angola e nalguns países seleccionados como forma de a “muito gene-
ricamente” quantificar a perda relativa do poder de compra em Angola e inferir
sobre o comportamento da competitividade da economia pelos preços.
O ano de 2012 foi de viragem na história da inflação em Angola, uma vez que, a
variação no índice de preços no consumidor alcançou pela primeira vez desde que
o INE começou a mensurar o IPC de Luanda um dígito. Para que melhor se perceba
a relevância deste facto é necessário que se conte a história recente da inflação
em Angola.
Porém, a partir de 2006 – registo de uma taxa média anual de inflação de 13,4%
– o ritmo de desinflação da economia diminuiu consideravelmente, como se vê na
tabela seguinte, tendo-se invertido a tendência depois de 2007.
252 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
300
Tx inflação
250
200 169,3
150
109,3 100,2
100
50 45,3
23,2 13,4 12,3 12,5 13,7 14,5 11,38 9,04
7,69
0
2000 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 2013
FONTE: Cálculos do Departamento de Estudos Económicos do CEIC, com base no IPC do INE.
165 Vide Doing Business 2014 onde Angola sistematicamente ocupa as últimas posições
| 253
CEIC / UCAN
Como se vê, o ano de 2012 foi o que, pela primeira vez, registou uma taxa de
inflação com um dígito (a inflação homóloga no mês de Agosto foi de 9,87% e a
taxa de inflação acumulada naquele ano situou-se em 9,02%). Em doze anos, o
país passou de uma economia hiperinflacionada para uma economia com níveis
de inflação de um dígito. O controlo dos preços em Angola é resultado de uma
melhor articulação entre a Política Orçamental, Política Monetária e as opções de
disciplina orçamental que têm sido implementadas nos últimos anos, assim como
um ambiente de crescimento global favorável, um preço do barril de petróleo que
permitiu aumentar substancialmente as receitas orçamentais, contribuiu para es-
tabilidade cambial e assim diminuir a inflação importada através da utilização efi-
caz de uma âncora cambial.
FONTE: Cálculos do Departamento de Estudos Económicos do CEIC, com base no IPC do INE.
Ainda hoje não existe uma teoria amplamente aceite acerca das causas da in-
flação. Tradicionalmente dava-se prevalência a factores monetários, na linha da
Teoria Quantitativa da Moeda, de acordo com a qual os preços variam no mesmo
sentido que a quantidade de moeda em circulação. A ideia monetarista teve um
254 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Como foi visto, uma Política Monetária rigorosa foi determinante no rompi-
mento do factor de resistência. Mas, será possível manter a mesma Política Mone-
tária como elemento determinante na manutenção da estabilidade de preços em
Angola?
Uma das formas de responder a esta questão é percebendo quais são as variá-
veis decisivas na manutenção da inflação em níveis de um dígito, uma análise de
regressão permite-nos compreender quais as variáveis que determinarão a manu-
tenção da estabilidade de preços alcançada.
166 ϐ ͳͻͻͳͻͺͶȋϐ
ͳ͵ǡ͵ΨͶΨȌʹͲͲʹʹͲͲȋϐ
ͳʹǡͷΨ
para 3,1% ao ano), baseou-se em políticas com foco no lado da oferta e que provocaram
transformações estruturais na economia.
167 ROCHA, Manuel José Alves da, Estabilização, Reformas e Desenvolvimento em Angola.
| 255
CEIC / UCAN
04
05
06
07
08
09
10
11
12
13
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
20
FONTE: Cálculos do Departamento de Estudos Económicos do CEIC.
O gráfico acima indica-nos que o modelo estimado representa uma boa ferra-
menta explicativa do comportamento da inflação em Angola168. A partir do modelo
estimado é possível prever o comportamento da inflação para o período 2014–2019.
1. Cenário A
Em 2015, por exemplo, verifica-se que uma taxa anual de crescimento do PIB
de 6,8%, em comunhão com uma desvalorização cambial de 1,3% – taxa de câmbio
em torno de KZ 99 / USD – e um crescimento do agregado M2 de 19,5%, verifi-
car-se-á uma taxa de inflação correspondente a 10,9%.
256 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
CENÁRIO A
6,7
23,4
2019 2,6
11,9
6,6
20,9
2018 2,6
11,6
2,6
18,7 Taxa real de crescimento PIB
2017 2,6
12,4
6,7 Agregado monetário M2
16,7
2016 1,0
10,4 Desvalorização cambial
6,8
19,5
2015 1,3
10,9
Taxa de inflação previsional
6,5
15,7
2014 0,3
10,1
0 5 10 15 20 25
2. Cenário B
CENÁRIO B
6,75
23,4
2019 2,6
11,7
6,7
20,9
2018 2,6
11,5
4,3
18,7 Taxa real de crescimento PIB
2017 2,6
11,9
7,5 Agregado monetário M2
16,7
2016 1,0
10,2 Desvalorização cambial
8,8
19,5
2015 1,3
10,5
Taxa de inflação previsional
8,0
15,7
2014 0,3
9,7
0 5 10 15 20 25
| 257
CEIC / UCAN
3. Cenário C
CENÁRIO C
13,8
2019 -1,0 14,0
7,4
13,7
2018 -0,4 14,0
7,6
13,7 Taxa real de crescimento PIB
2017 -0,5 14,0
7,6
13,2 Agregado monetário M2
2016 -0,5 14,0
7,8 Desvalorização cambial
13,5
2015 -0,2 14,0 Taxa de inflação previsional
7,8
12,5
2014 0,3 14,0
8,2
-5 0 5 10 15 20 25
169
Note que a variação de M2, neste cenário, é necessária na medida em que a massa
monetária deve crescer à níveis consistentes em relação ao crescimento económico.
170 Em 2000, foi elaborado um estudo visando determinar as componentes explicativas
258 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
estabilidade de preços. Servirá ainda para aferir as consequências que uma política
monetária não consistente com as metas de crescimento e formulada objectivan-
do única e exclusivamente a estabilidade de preços poderá ter sobre o crescimento
económico e sobre a sua capacidade de gerar emprego. Os resultados serão apre-
sentados na próxima edição do Relatório Económico de Angola.
±ϐ
͵Ͳ Ù ȋͶǡͻΨ
Interno Bruto) e um aumento de 49,6% relativamente a 2013 no investimento público.
172
-
parativas.
| 259
CEIC / UCAN
260 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2018
FONTE: Cálculos do Departamento de Estudos Económicos do CEIC, com base no IPC do INE.
174ϐ ϐ À
implica que o poder de compra dos salários se deteriora mais rapidamente em Angola
±
Ù
Ù
-
dãos.
| 261
CEIC / UCAN
FONTE: Cálculos do Departamento de Estudos Económicos do CEIC, com base no IPC do INE.
A comparação seguinte é feita com países africanos que são teoricamente mais
comparáveis pelo facto de estarem num estágio de desenvolvimento semelhante;
o gráfico abaixo fornece a discrepância de preços entre a economia de Angola e a
de outros países da SADC.
FONTE: Cálculos do Departamento de Estudos Económicos do CEIC, com base no IPC do INE.
Quando comparada com a inflação dos países da SADC torna-se visível que An-
gola tem experimentado ganhos de competitividade ao longo dos anos face a estes
países o que demonstra que o problema da inflação alta é partilhado pela maior
parte dos países da África Subsariana175. Desta maneira, é fundamental que se
175 ROCHA, Manuel José Alves da, As Transformações Económicas Estruturais na África
Subsariana 2000–2010.
262 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
176 Idem.
| 263
CEIC / UCAN
8. PERSPECTIVAS DE CRESCIMENTO
264 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Pelas informações anteriores constata-se que nos dois ou três últimos anos
assistiu-se a um comportamento da economia mundial a duas velocidades: a dos
países em desenvolvimento, (em especial as economias emergentes) e a dos paí-
ses desenvolvidos. A dinâmica de crescimento dos primeiros foi superior à dos
segundos, com destaque para a China, índia e a África Subsariana.
Depois de alguns anos de deflação dos preços, o novo Governo do Japão deci-
diu inverter esta situação por considerá-la prejudicial ao crescimento económico,
e o novo modelo centra-se numa meta de inflação (em redor de 2% ao ano), de
| 265
CEIC / UCAN
Não foi feita, por enquanto, nenhuma análise oficial ou não oficial sobre o que
poderá ter ocorrido em 2011 e 2012 sobre o comportamento geral da economia
e de alguns sectores de actividade essenciais na manobra e no processo de diver-
sificação.
266 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 267
CEIC / UCAN
268 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 269
CEIC / UCAN
dy^Z^/DEdKWZs/^/KE/^ΈйΉ
/ŶƐƟƚƵŝĕƁĞƐ Grandezas 2013 2014 2015 2016 2017
PIB 4,1 5,3 5,5 5,9 3,3
Fundo Monetário
PIB petrolífero 0,6 3,0 3,0 3,0 -6,9
Internacional
PIB n. petrolífero 5,8 6,4 6,7 7,1 7,7
PIB 7,1 8,0 8,8 7,5 4,3
Plano Nacional de
Desenvolvimento PIB petrolífero 6,6 4,5 4,0 3,8 -9,8
2013-2017
PIB n. petrolífero 7,3 9,7 11,2 9,2 10,4
FONTES: República de Angola, Plano Nacional de Desenvolvimento 2013-2017; International Monetary Fund – Angola,
Post-Program Monitoring, March 2014.
270 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Janeiro
1
ͻ Uma nova família de notas de kwanza começa a circular já no início do ano,
anunciou em 2012 o Banco Nacional de Angola (BNA), dando conta que a intro-
dução vai ser progressiva, em particular no que respeita às denominações de
valor mais elevado. O banco emissor angolano indicou que estas últimas vão
ser emitidas e postas em circulação apenas quando as condições de desenvol-
vimento da economia nacional, assim aconselharem. A nova família de notas
tem os valores faciais de 50, 100, 200, 500, mil, dois mil, cinco mil e dez mil
kwanzas, tal como moedas metálicas de 50 cêntimos, um, cinco e dez kwanzas.
4
ͻ A reconstrução do Caminho-de-Ferro de Benguela (CFB), com conclusão pre-
vista para o primeiro trimestre de 2013 com a chegada das composições ao
Luau, vai custar ao Estado 1870 milhões de dólares. A linha, que parte do
Lobito, na costa do Atlântico, até ao Luau, província do Moxico, na frontei-
ra com a República Democrática do Congo recebeu a viagem inaugural a 17
de Agosto de 2012, e composições comerciais entre as cidades do Kuito (Bié)
e Luena (Moxico), uma de passageiros e outra de carga, a partir da segunda
quinzena de Novembro. Essas deslocações aceleraram as trocas comerciais
entre as províncias de Benguela, Huambo, Bié e Moxico, que formam o cha-
mado “corredor do Lobito”.
9
ͻ A empresa Score Media, proprietária das publicações Expansão, Estratégia e
Luxos, lança em Fevereiro a revista Distribuição em Expansão. A revista pro-
põe-se organizar o painel designado “VIP – Very Important Professional”, que
bimestralmente emite opinião sobre o que de “mais relevante acontece no
mercado” e também uma edição online que, numa primeira fase, pode ser
visitada no site do jornal Expansão.
12
ͻ A Aliança Cooperativa Internacional (ACI) criou um fundo de mil milhões de euros
para financiar cooperativas dos países africanos, incluindo Angola, anunciou
| 271
CEIC / UCAN
272 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 273
CEIC / UCAN
274 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 275
CEIC / UCAN
29
ͻ O Banco Nacional de Angola (BNA) lançou em Luanda as novas notas do Kwanza.
As moedas metálicas de 50 cêntimos, um, cinco e dez kwanzas começam a cir-
cular a 18 de Fevereiro, enquanto as novas notas de 50,100,200,500,1000,2000
e 5000 entram no mercado a 22 de Março e ao longo do primeiro semestre.
O governador do Banco Nacional de Angola, José Massano, assegurou que as
notas são introduzidas no mercado de forma progressiva e circulam em simul-
tâneo com as actuais. Esclareceu que não se trata de uma troca de moeda,
mas sim a substituição das actuais notas. As novas moedas e notas chegam
aos cidadãos por via da rede bancária e dos estabelecimentos comerciais,
além da sede e das delegações regionais do BNA que vão ter postos abertos
para a sua obtenção.
31
ͻ A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol) e a BP Explo-
ration (Angola) Limited anunciaram o início de produção do projecto PSVM
(Plutão, Saturno, Vénus e Marte) de águas ultra-profundas do Bloco 31 do
offshore angolano. A produção nesta fase inicial é proveniente de três poços
do campo Plutão, prevendo-se atingir um nível de produção de 70 mil bar-
ris de petróleo por dia. De acordo com uma fonte da companhia petrolífera
nacional, o pólo de desenvolvimento PSVM atingirá uma produção máxima
de 150 mil barris de petróleo por dia, com a entrada em funcionamento dos
campos remanescentes, Saturno e Vénus, em 2013 e Marte em 2014. A pro-
dução do PSVM é feita através da Unidade Flutuante de Armazenamento e
Descarga (FPSO), com uma capacidade de armazenamento de 1,6 milhões
de barris de petróleo, a primeira a operar em águas ultra-profundas em
Angola. Um total de 40 poços produtores e de injecção de água e gás sub-
marinos serão conectados à FPSO, através de 15 colectores e equipamen-
tos associados. A BP Exploration Angola Limited é o operador da concessão
do Bloco 31, com 26,67 %, e tem como parceiros a Sonangol EP (25 %), a
Sonangol P&P (20 %), a Statoil Angola AS (13,33 %), a Marathon Petroleum
Angola Block 31 Limited (dez %) e a Sonangol Sinopec International Block
31 Limited (cinco %).
ͻ Encerra em Menongue, Kuando-Kubango, um fórum nacional organizado pela
Comissão do Mercado de Capitais (CMC) que discute temas sobre o plano
estratégico da Bolsa de Valores e Derivativos de Angola (BVDA). O encon-
tro decorreu sob a orientação do presidente do Conselho de Administração
da CMC, Archer Mangueira, tendo os participantes discutido temas como a
essência de mercado de obrigações, estatuto orgânico, avaliação de activos,
plano estratégico, governação corporativa e iniciativa de regulamentação e
de supervisão. Além disso, os participantes no encontro fizeram um balanço
276 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Fevereiro
1
ͻ Os técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI), que concluíram uma mis-
são a Angola elogiaram o Executivo por ter incluído no Orçamento Geral “as
despesas quase fiscais” da Sonangol em nome do Estado. A missão considerou
que a decisão constitui uma “reforma fiscal importante” e é reflexo do impac-
to de medidas destinadas a reduzir “o fardo fiscal das operações do conces-
sionário de hidrocarbonetos”. Os técnicos do FMI, que estiveram 15 dias em
Luanda, salientaram que o projecto de OGE de 2013 é “um passo importan-
te” para as contas públicas angolanas passarem a observar os dois princípios
básicos do orçamento: universalidade e unidade. Universalidade significa que
todas as receitas e despesas estão incorporadas na lei orçamental e unida-
de que todos os domínios do Estado devem ter apenas um orçamento. Tam-
bém há o princípio da anualidade. Nessa mesma acepção é também essencial
garantir uma transferência atempada e total da receita petrolífera da Sonan-
gol para o Tesouro nacional.
2
ͻ O Terminal Oceânico de Porto Amboim (TOPA), implantado nos arredores
daquela cidade, é actualmente o principal ponto de recepção, armazenamen-
to e distribuição de combustíveis na região centro e sul do país. Com uma
capacidade instalada de 35.450 metros cúbicos de combustíveis como gasó-
leo, gasolina e petróleo iluminante, o terminal fornece as províncias do Kwan-
za-Sul, Kwanza-Norte, Malanje, Lunda-Norte, Lunda-Sul e Moxico. Incluem-se
nessa lista clientes das províncias do Huambo, Benguela, Luanda e Huíla. Em
funcionamento desde 1984, o Terminal Oceânico de Porto Amboim é deti-
do pela Sonangol Logística, mas foi inicialmente criado para abastecimento
das Forças Armadas estacionadas no centro e sul de Angola, durante o perío-
do de guerra. Com a paz, o TOPA afirmou-se para responder aos desafios de
reconstrução nacional. Para corresponder aos padrões internacionais para
empreendimentos do género, o terminal passou por uma autêntica revolução
tecnológica que permite o seu funcionamento integral e eficaz.
ͻ O programa de relançamento da cultura do café no Kwanza-Sul tem a cola-
boração do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD),
desenvolvido no quadro do projecto “apoio ao relançamento da produção
e agro-negócio cafeícola”. A revelação foi feita pelo chefe de departamento
provincial do Instituto Nacional do Café (INCA) no Kwanza-Sul, que sublinhou
que o projecto, iniciado em Novembro com seis mil cafeicultores do Amboim,
| 277
CEIC / UCAN
278 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 279
CEIC / UCAN
280 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
entrados na ANIP, totalizando 1,5 mil milhões de euros, Portugal figura como
um importante investidor estrangeiro em Angola, atrás da China.
ͻ O presidente executivo da Galp Energia admitiu que o grupo tem interesse
nos leilões de blocos de exploração de petróleo e gás natural em Angola.“Va-
mos estudar as oportunidades que esses leilões oferecem”, afirmou Manuel
Oliveira. O presidente executivo da Galp disse ter a intuição que a negociação
vai ser “muito competitiva”, mas que a decisão apenas é tomada em função
das condições concretas de cada licitação.
15
ͻ Em Angola existem mais de 50 mil pescadores artesanais que exercem a pesca
marítima e continental, produzindo anualmente mais de 100 mil toneladas
de pescado. O valor corresponde a cerca de 30% do total de capturas do país,
revelou a secretária de Estado das Pescas. Maria Antónia Nelumba, que fala-
va na cerimónia de lançamento do projecto de pesca artesanal continental,
explicou “que este tipo de pesca alimenta vários extractos da população, prin-
cipalmente em peixe fresco, salgado e fumado comercializado no mercado
interno e em algumas localidades de países vizinhos”. A governante referiu
ainda que a pesca artesanal promove mais de 80% de postos de trabalho no
sector das pescas.
ͻ O Banco Comercial Português (BCP), onde a Sonangol é o maior accionista indi-
vidual com mais de 15% das acções, apresentou um prejuízo histórico de 1 219
milhões de euros em 2012, resultado que a instituição explica com imparida-
des (registo de perdas) e a unidade do grupo na Grécia, cuja venda está nego-
ciar com o Piraeus. O banco acumula prejuízos pelo segundo ano consecutivo.
16
ͻ O programa de construção, reabilitação e modernização de infra-estruturas dos
transportes do Corredor de Desenvolvimento do Lobito já absorveu 120 mil
milhões de kwanzas. A revelação foi feita, no Lobito, pelo ministro dos Transpor-
tes, Augusto Tomás, que indicou que este investimento viabilizou empreendimen-
tos estratégicos localizados ao longo da linha e os transforma num importante
vector do tráfego internacional para o transporte de carga contentorizada, gra-
neis sólidos e combustíveis. “O Porto do Lobito, o Caminho-de-Ferro de Ben-
guela, o Aeroporto da Internacional da Catumbela, o Porto Seco e Mineiro, são
infra-estruturas competentes que estão prontas a conferir maior conectivida-
de à economia regional”, disse, acrescentando que “os equipamentos e servi-
ços disponíveis vão assegurar maior capacidade operativa, competitividade e
segurança na internacionalização das empresas e da economia”.
ͻ Angola assinou com a General Electric (GE), no Lobito, um acordo de aquisi-
ção de locomotivas e de motores para aviões fabricados pela companhia nor-
te-americana. O acordo entrou imediatamente em vigor e prevê que Angola
| 281
CEIC / UCAN
282 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 283
CEIC / UCAN
Março
1
ͻ A Sonangol vai instalar 1.326 novos postos de abastecimento de combustí-
vel em vários pontos do país, até 2017, o que representa o dobro da actual
rede de distribuição, calculada em 641 estações de serviço. O director nacio-
nal da área comercial do Ministério dos Petróleos, Albino Ferreira, referiu que
este investimento será aplicado em vários pontos estratégicos das principais
284 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 285
CEIC / UCAN
11
ͻ O III Congresso dos Economistas Africanos que decorreu em Dakar sob o lema
“Industrialização e Emergência Económica em África” reuniu quadros prove-
nientes de universidades e instituições nacionais e internacionais para debater
os factores que bloqueiam esse processo no continente. Com a participação de
150 delegados, o encontro, de periodicidade bienal e organizado pela Comis-
são da União Africana (UA) e pela Comissão Económica para África (CEA), teve
também como objectivo identificar e analisar os problemas económicos dos
países africanos e propor soluções duradouras. Durante o congresso, os par-
ticipantes reflectiram sobre vários temas relativos à transferência de tecnolo-
gia, agro-indústria, industrialização e o papel da indústria na emergência das
economias africanas.
12
ͻ O empréstimo de 132 mil milhões de kwanzas concedido pelo Banco de Desen-
volvimento da China à Sonangol revela a relação próxima entre aquele país e
Angola, que vai “manter-se forte”, afirma a Economist Intelligence Unit (EIU).
“O empréstimo confirma a nossa expectativa que as relações entre Ango-
la e a China vão continuar fortes e na maioria centradas no petróleo”, refe-
re o mais recente relatório da EIU referente a Angola. O crédito, que se junta
aos cerca de 15 milhões de dólares (1,5 triliões de kwanzas) concedidos por
instituições financeiras chinesas, surge numa altura em que Angola dá sinais
de tentar diversificar as fontes de obtenção de financiamento internacional.
Este empréstimo, contraído por intermédio da subsidiária Sonangol Finance
Limited com duração de dez anos, paga uma taxa de juro equivalente à Libor,
acrescida de 3,5 pontos percentuais.
13
ͻ A sede executiva nacional do Projecto Okavango Zambeze (KAZA) vai funcio-
nar na província do Kuando-Kubango. O governador em exercício da província,
Ernesto Kiteculo, esclareceu que, por decisão dos ministros do KAZA, a sede
executiva nacional desta instituição transfronteiriça vai funcionar na provín-
cia maior beneficiária do projecto. O vice-governador para o sector económi-
co considerou tratar-se de uma grande conquista para o Governo Provincial e
referiu que o KAZA – Angola também vai estar instalado no Cuito Cuanavale.
Actualmente, o Secretariado Regional do KAZA funciona em Kasane, Botswana.
15
ͻ A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) pretende criar um
sistema de registo de marcas que satisfaça o interesse cada vez maior das
empresas pelos mercados dos países-membros, disse o director do Instituto
Angolano de Propriedade Industrial. A ideia é criar um sistema de protecção
de marcas dos países lusófonos que seja mais simples e rápido. O sistema vai
286 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 287
CEIC / UCAN
Abril
3
ͻ Angola superou a meta de redução da fome estabelecida nos Objectivos de
Desenvolvimento do Milénio propostos pelas Nações Unidas, declarou em
Luanda o secretário de Estado da Agricultura. Amaro Tati referiu que Angola
conseguiu reduzir a fome em mais de 55%, quando a meta estabelecida era
de uma diminuição de 50% até 2015. O secretário de Estado reconheceu que
“existem constrangimentos no escoamento dos produtos, conservação, capa-
cidade e qualidade da produção”, mas que “o défice de produção agrícola já
288 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
não constitui problema”. Amaro Tati atribuiu esta conquista ao Executivo, que
“tem realizado grandes esforços para melhorar a vida das populações rurais
e urbanas”.
ͻ A Empresa de Diamantes de Angola (Endiama) e a Alrosa, diamantífera russa,
estão a desenvolver em conjunto um trabalho de levantamento geológico para
a descoberta de novas ocorrências de diamantes. O facto foi anunciado em
Luanda pelo ministro da Geologia e Minas, Francisco Queiroz, depois de um
encontro com o presidente da Alrosa, Fedor Andreev.
4
ͻ Os preços de combustíveis e outros derivados de petróleo são inalteráveis,
ao contrário da informação avançada, em Fevereiro, pela direcção da Sonan-
gol. Em comunicado de imprensa a Sonangol descartou a hipótese de tal facto
vir a acontecer nos próximos tempos. “Apesar dos ajustamentos efectuados
à estrutura de margens e encargos, não se prevê, no presente ou num futuro
próximo, qualquer variação dos preços dos combustíveis, definido pelo Decre-
to Executivo n.o 97/12 de 26 de Março”, esclareceu a concessionária. De acor-
do com o documento, no anúncio dos seus resultados preliminares do ano de
2012 e como parte da avaliação da sua actividade operacional, comercial e
financeira, a Sonangol informou ao mercado e à sociedade que os seus resul-
tados foram influenciados pela entrada em vigor do Despacho Presidencial
n.o 01/12 de 4 de Janeiro.
11
ͻ O número de companhias aéreas africanas a operar no mercado angolano cres-
ceu consideravelmente nos últimos anos, devido à melhoria das condições de
segurança no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda. A informa-
ção foi prestada pelo presidente do Conselho de Administração da Empresa
Nacional de Exploração de Aeroportos e Navegação Aérea (ENANA), Manuel
Ceita. Presentemente, oito companhias aéreas africanas asseguram a ligação
internacional regular de Angola com o Mundo, além de outras que já mani-
festaram a mesma intenção e que aguardam autorização do Instituto Nacional
da Aviação Civil (INAVIC). Operam regularmente para Angola as companhias
Ethiopian Airlines, Arik Air Nigeria, a Equaflight do Congo Brazzaville, Kenya
Airways, Royal Air Moroc de Marrocos, Air Namíbia, LAM, de Moçambique e
a SAA, da África do Sul. Das oito, apenas as companhias marroquina, moçam-
bicana e queniana estabeleceram alianças com a TAAG, que lhes permitem
operar em partilha de código (code share) para Luanda.
12
ͻ As reservas provadas e prováveis de petróleo no país estão estimadas em 12.667
milhões de barris, em função das descobertas recentemente realizadas em
| 289
CEIC / UCAN
290 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 291
CEIC / UCAN
Maio
2
ͻ A ministra do Comércio, Rosa Pacavira, anunciou a adopção de um novo modelo
de cálculo da balança de pagamentos, destinado a facilitar a interpretação das
estatísticas e a tomada de decisões nas instituições e nas organizações empre-
sariais. Rosa Pacavira, que fez a revelação na abertura do I Seminário Técnico
Operativo sobre Operações de Licenciamento e de Desalfandegamento, disse
que “se não houver uma balança comercial devidamente estruturada” é difícil
ao Executivo e aos analistas económicos tomarem decisões políticas relativas
aos dados de importação e exportação de bens e serviços. A ministra salientou
292 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 293
CEIC / UCAN
294 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 295
CEIC / UCAN
296 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 297
CEIC / UCAN
298 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 299
CEIC / UCAN
300 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Junho
4
ͻ O Sistema de Informação Integrada do Ministério da Indústria (SIMIND) foi
apresentado em Luanda. A Ministra da Indústria, Bernarda Martins, afirmou,
na ocasião, que o desenvolvimento planificado do sector industrial nacional é
indispensável ao crescimento económico de Angola. Bernarda Martins discur-
sou na cerimónia de abertura da sessão de apresentação do Sistema de Infor-
mação Integrada do Ministério da Indústria (SIMIND) e revelou que o projecto
constitui uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento económico
e social do país. A Ministra da Indústria afirmou que os Governos Provinciais
têm um papel decisivo no êxito do projecto: “A Ciência Económica e o Senso
Comum permitem o Crescimento da Indústria, Desenvolvimento Sustentável
e o Aumento do Emprego”.
ͻ O projecto de transformação do sector eléctrico da Empresa Nacional de Elec-
tricidade (ENE) prevê criar valores concentrados para os sectores de produção,
transporte e distribuição, afirmou o administrador para a Produção. Euclides
de Brito, que falava na cerimónia de encerramento da Conferência Anual sobre
“Qualidade da Regulação e dos Serviços nos Países de Língua Oficial Portu-
guesa”, disse que esses valores acrescentados vão resultar na criação de uma
empresa de produção, tanto com os activos existentes na ENE, como com os
do Gamek através de Capanda, ao mesmo tempo que vai fundir as actividades
de distribuição da EDEL e da ENE numa só empresa. “O Programa de Transfor-
mação do Sector, por vários motivos, vai criar e concentrar valências de dis-
tribuição numa só empresa, concentrando esforços para dar melhor resposta
aos programas e projectos em curso”, referiu.
ͻ Angola dispõe de reservas em divisas correspondentes a cerca de oito meses de
importações, anunciou o Ministro da Economia na cerimónia de encerramento
| 301
CEIC / UCAN
302 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
7
ͻ Aberta em Luanda a primeira edição da Feira Nacional do Empreendedoris-
mo e Inovação, promovida pela Associação de Empreendedores de Angola
(AEA), em parceria com a Associação Industrial de Angola (AIA). A feira aber-
ta no Estádio dos Coqueiros visa promover o empreendedorismo e dar apoio
ao emprego e à qualificação profissional. O presidente da Associação dos
Empreendedores de Angola, Jorge Baptista, disse que o objectivo principal da
feira é fomentar e promover o empreendedorismo e contribuir para o desen-
volvimento da economia de Angola.
ͻ Uma zona franca de desenvolvimento da lusofonia vai ser criada, ainda este
ano, por empresários da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP),
na Região Sul de Angola, anunciou, no Lubango, o vice-presidente da Asso-
ciação Industrial de Angola (AIA), Eliseu Gaspar. A referida zona vai integrar a
Huíla, o Namibe e o Cunene, onde vão operar empresários das províncias e
da lusofonia, com o objectivo de se estabelecerem parcerias de investimen-
to. Eliseu Gaspar explicou que a intenção é fazer da região sul, principalmente
da cidade do Lubango, uma plataforma “muito” forte de integração regional,
que permita estender várias formas de negócio com empresários da lusofo-
nia e dos países da SADC. Esta zona vai ainda beneficiar dos benefícios fiscais
que o Governo angolano pôs à disposição dos empresários nacionais sobre
as isenções fiscais.
ͻ A operadora de telefones fixos Angola Telecom lançou o serviço sem fios “Fale
Mais”, que permite comunicações de voz, internet, fax e chamadas grátis entre
números da mesma rede. O director de marketing e gestão de produtos da
Angola Telecom, afirmou à imprensa, no final da apresentação do serviço, que
os novos telefones fixos sem fio da tecnologia CDMA dispõem de uma gama
variada de terminais, cujos preços variam entre 2.500 e nove mil kwanzas.
Estão em condições de concorrer com outros operadores que actuam no mer-
cado nacional e que o “Fale & Navegue”, lançado recentemente, está associa-
do ao “Fale Mais”. A Angola Telecom declarou, tem 40 mil clientes, mas prevê
aumentar para cem mil utilizadores até ao fim do ano.
8
ͻ O sector dos transportes apresenta muitas debilidades em toda a sua dimen-
são (rodoviários, portuários, aéreos e ferroviários), não obstante os esforços
do Executivo para a sua melhoria. A afirmação é do ministro dos Transportes,
Augusto da Silva Tomás, quando convidava os empresários alemães a inves-
tirem em Angola sem receio, em particular no sector que dirige, de forma a
torná-lo mais competitivo e a ajudar a prestar um serviço de maior qualida-
de às populações. O governante, que respondia a algumas questões duran-
te a sua alocução no Fórum Económico Alemão-Angolano que decorreu em
| 303
CEIC / UCAN
304 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 305
CEIC / UCAN
306 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 307
CEIC / UCAN
308 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
“Em especial, o Orçamento Geral do Estado para 2013, inclui, pela primeira vez,
operações para-orçamentais realizadas pela empresa pública Sonangol, o que
vai ajudar a reduzir a incerteza orçamental associada aos fluxos das receitas
petrolíferas”, indica o documento. O relatório aponta que o Fundo Soberano
de Angola, recentemente criado pelo Executivo, vai ter um papel importante a
longo prazo, apesar de ser relevante o facto de o seu mandato e quadro regu-
lamentar ainda não estarem clarificados.“Os esforços em curso para melhorar
a gestão macroeconómica podiam ser complementados com um quadro fiscal
de médio prazo, que ia facilitar ainda mais a execução de grandes projectos
plurianuais de investimento público”, realça o BM no relatório.
ͻ O Ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, e das Minas e Energia da
Namíbia, Isak Katali, assinaram em Windhoek um memorando de entendi-
mento que promove a cooperação bilateral no petróleo e gás natural. Bote-
lho de Vasconcelos, que terminou uma visita de 24 horas à Namíbia, disse à
imprensa, no Aeroporto 4 de Fevereiro, que o Memorando de Entendimento
entre os dois países surge no quadro de um acordo de Comércio e Coopera-
ção Económica existente, para o estreitar de relações.
27
ͻ O projecto Biocom, enquadrado no Pólo Agro-industrial de Capanda, na pro-
víncia de Malange, prevê iniciar a transformação de cana-de-açúcar em açú-
car e etanol, a partir do próximo ano. A informação foi prestada à imprensa,
em Luanda, pelo presidente da Sociedade de Desenvolvimento do Pólo Agro-
-industrial de Capanda (Sodepac), Carlos Fernandes, durante apresentação
do Plano de Desenvolvimento da Sodepac. Carlos Fernandes disse que o pro-
jecto, com uma área total de 30 mil hectares, vai contribuir para a redução
da importação de açúcar. No quadro do projecto, a Biocom prevê produzir
dois milhões de toneladas de cana-de-açúcar, meta a alcançar em dois anos.
28
ͻ A Agência Nacional de Investimento Privado (ANIP) e a Feira Internacional
de Luanda (FIL) constituíram a sociedade Centro Internacional de Negócios
(Anfil) que visa a promoção do mercado angolano e a realização de missões
empresariais ao estrangeiro. A Anfil tem ainda como tarefas o apoio ao inves-
tidor estrangeiro.
30
ͻ A companhia petrolífera norte-americana Marathon Oil Corp anunciou que
os proventos da venda da sua participação no Bloco 31 do offshore angolano
à sino-angolana Sonangol Sinopec International vão ser usados para recom-
prar esses activos. O negócio, cifrado em 1,5 mil milhões de dólares (150 mil
milhões de kwanzas) fica concluído no quarto trimestre deste ano. A Mara-
thon Oil Corp desistiu da sua participação no Bloco 31, em resultado de um
| 309
CEIC / UCAN
Julho
1
ͻ As empresas petrolíferas e outras instituições estrangeiras que operam em
Angola são obrigadas a efectuar, a partir de agora, todos os pagamentos de
bens e serviços na moeda nacional, o kwanza. A medida enquadra-se na polí-
tica de combate à “dolarização” da economia delineada pelo Banco Nacional
de Angola. O governador do BNA, José Massano Júnior, informou que a Lei
2/12 de 13 de Janeiro sobre o “Regime Cambial Aplicável ao Sector Petrolífe-
ro”, que entrou em vigor a 13 de Maio do ano passado, tem sido aplicada de
forma faseada. “A partir de agora (hoje) entramos para a quarta fase em que
se estipula a realização de pagamentos a residentes cambiais unicamente em
kwanzas, a moeda com curso legal obrigatório no país”. Em termos gerais, pre-
cisou o governador, a domiciliação de fundos oriundos da actividade petrolífe-
ra no sistema financeiro angolano concorre para o aprofundamento do quadro
de estabilidade da economia nacional. “Vamos ter mais recursos disponíveis
para o crédito à economia, uma menor pressão sobre as reservas cambiais e
o reforço do poder liberatório da moeda nacional”, assegurou. O governador
do BNA reconhece que há ainda muitas reclamações a nível dos serviços de
supervisão comportamental no sistema bancário, mas apesar disso “há cla-
ramente espaço para a melhoria da qualidade do serviço”.
2
ͻ O Director Nacional do Comércio e Serviços Mercantis, Henrique Barbosa,
anunciou em Luanda que o novo modelo de alvará entra ainda este ano em
vigor e tem como objectivo acabar com as dificuldades dos agentes econó-
micos na sua obtenção. Explicou que o novo modelo facilita o licenciamento
das actividades comerciais, em todo o país. O pedido de alvará pode ser feito
via Internet, através do Sistema de Licenciamento da Actividade Comercial,
no correio electrónico www.minco.gov.ao. “Este sistema foi criado pelo Minis-
tério do Comércio e permite aos agentes económicos o processo de licencia-
mento da sua actividade comercial de uma forma rápida e fácil.
310 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 311
CEIC / UCAN
6
ͻ A captura da pesca artesanal registou uma queda em 2012, ao sair de uma pro-
dução anual de cem mil toneladas de peixe, nos últimos dez anos, para 89,5 mil
em 2012, o que representa uma redução na ordem dos 10%. Os dados foram
apresentados em Luanda, no Fórum Nacional da Pesca Artesanal e da Aqui-
cultura. Apesar do défice da produção em 2012, a pesca artesanal absorveu
24 mil postos de trabalho directos e 50 mil indirectos, com 23.549 pescadores
artesanais em produção activa do cardume. A ministra das Pescas, Victória de
Barros Neto, que procedeu à abertura do Fórum Nacional da Pesca Artesanal
e da Aquicultura, disse que a actividade representa cerca de 35% da produção
total da pesca marítima no país. “As estatísticas apontam que cerca de 30% da
nossa população beneficia de forma directa ou indirecta da pesca artesanal”,
realçou. Por isso, no quadro das acções desenvolvidas pelo sector, Victória de
Barros Neto considera importante reduzir as perdas pós-captura e assegu-
rar a comercialização de produtos para garantir a segurança do consumidor.
8
ͻ Os ministérios das Finanças e do Comércio aprovaram, em Decreto Executivo
Conjunto publicado, a nova tabela máxima de preços para as análises labo-
ratoriais microbiológicas e físico-químicas de todos os produtos alimentares
que circulem pelo território angolano. Cada análise microbiológica de pro-
dutos como frutas e similares custa 50 mil kwanzas, as hortaliças, legumes e
similares, incluindo cogumelos, estão em 60 mil kwanzas e as raízes, tubércu-
los e similares em 30 mil. O custo do exame físico-químico de alguns produtos
vegetais, grãos secos e cereais varia entre 30 mil e 257 mil kwanzas. Testes de
legumes e vegetais em conserva foram fixados em 80 mil. O exame microbio-
lógico e físico-químico de carnes e pescado e outros produtos de pesca custa
200 mil kwanzas, o de ovos e derivados 150 mil, o do leite de bovinos e de
outros mamíferos e derivados 250 mil, mas o da manteiga, creme de leite e
similares ficou em 150 mil. As análises de farinhas, massas alimentícias e produ-
tos para a panificação têm um valor que varia entre 40 mil e 257 mil kwanzas,
enquanto as do açúcar e adoçantes 120 mil. O custo mais baixo (20 mil kwan-
zas) recai sobre produtos como especiarias, temperos, condimentos, molhos
preparados e similares, sumos, refrescos, refrigerantes e outras bebidas não
alcoólicas, excluindo aqui os de base láctea e chocolate. Exames laboratoriais
de vinhos e cervejas têm também um baixo custo.
9
ͻ O ministro das Finanças, Armando Manuel, reuniu-se no Rio de Janeiro com o
Presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Económico e Social (BNDES),
Luciano Coutinho, para abordar questões ligadas às convenções financeiras
assinadas entre os dois países. O programa da visita do ministro das Finanças
312 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 313
CEIC / UCAN
12
ͻ Angola está entre os dez países que ultrapassaram o objectivo do Programa
Integrado para o Desenvolvimento da Agricultura em África (CAADP), que
visava um crescimento anual de 6% no sector, de acordo com a Agência de
Planeamento da Nova Parceria para o Desenvolvimento de África (NEPAD).
Ao lado de Angola estão Eritreia, Etiópia, Burkina Faso, Gâmbia, Guiné-Bis-
sau, Nigéria, República do Congo, Senegal e Tanzânia, além de quatro outros
que registaram um crescimento entre os 5 e os 6%. Dados da NEPAD indicam
que, até ao momento, apenas dez dos 54 estados membros da União Afri-
cana alcançaram o objectivo de destinar pelo menos 10% do investimento
público à agricultura. Entre eles estão o Burkina Faso, a Etiópia, o Gana, a
Guiné, o Malawi, o Mali, o Níger e o Senegal, que já superaram este objectivo.
13
ͻ Cerca de 250 representantes de 26 países da Comunidade de Desenvolvimen-
to da África Austral (SADC), Mercado Comum para a África Oriental e Austral
(COMESA) e Comunidade da África Oriental (EAC) concluíram uma reunião
em Point-aux-Piments, no norte das ilhas Maurícias, para harmonizar os regi-
mes comerciais dos Estados-membros. A iniciativa tripartida visa harmoni-
zar os regimes comerciais da SADC, COMESA e EAC, através da instauração
de uma zona de livre comércio alargada. O objectivo da zona de livre comér-
cio entre os três blocos é alcançar um mercado mais amplo, com um espaço
económico único que a torne mais atraente para os investimentos e a produ-
ção em grande escala.
15
ͻ O município de Cambambe vai ter, até 2015, duas novas fábricas têxteis. As
fábricas estão projectadas para o Dondo e resultam de um investimento priva-
do japonês. As novas unidades fabris têm uma previsão de produção de teci-
dos, vestuário e outros produtos têxteis. O projecto teve início em Junho, com
a demolição do edifício da antiga fábrica de tecidos Satec, sobre a qual vão
ser edificadas as novas unidades fabris, equipadas com tecnologia de ponta,
e que vão proporcionar cerca de 1.500 postos de trabalho directos. O surgi-
mento destas fábricas vai reactivar o parque industrial do Dondo, que já foi
considerado o quarto do país, até finais da década de 80.
16
ͻ A 30.a edição da Feira Internacional de Luanda (Filda) abre com mil negócios
e a participação de 35 países da África, América, Europa e Ásia. Este ano, a
maior bolsa de negócios de Angola decorre sob o lema “Os Desafios da Atrac-
ção de Investimento: Estratégia, Legislação, Instituições, Infra-estruturas e
Recursos Humanos”, um tema que se encaixa nos desafios actuais de desen-
volvimento do país. Os ramos de actividade económica a serem representados
314 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 315
CEIC / UCAN
316 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Agosto
1
ͻ O valor agregado dos activos, calculado por meio da soma simples do valor
das rubricas desta natureza reportados nos balanços do universo em referên-
cia de empresas (ou seja sem aplicação das regras de consolidação de contas),
ascende ao equivalente em Kwanzas a cerca de 62.078 MUSD e cerca de 85%
deste valor é representado por activos de empresas integradas nos sectores
dos petróleos (66%) e Finanças – Banca e Seguros (19%);
| 317
CEIC / UCAN
318 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 319
CEIC / UCAN
320 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
15
ͻ O Fundo de Cooperação e Desenvolvimento China-Países de Língua Portugue-
sa vai apoiar projectos empresariais com valores entre cinco e 20 milhões de
dólares, segundo um relatório divulgado à imprensa. O documento já inclui
um formulário para que as empresas interessadas em investir ou respectivos
accionistas possam candidatar os seus projectos ao Fundo de mil milhões de
dólares (com verba inicial de 125 milhões) que prevê diferentes tipos de inter-
venção. “Com base nas características e circunstâncias individuais das empre-
sas e projectos de investimento, o fundo pode ser flexível na adopção de vários
métodos ou abordagens de investimento diferentes, designadamente investi-
mento de capital”, refere o documento.
17
ͻ A fraude bancária atingiu níveis alarmantes com o envolvimento de funcionários
de diversas instituições públicas, privadas e bancárias na falsificação de che-
ques e outros actos ilícitos que propiciam desvios de grandes somas monetárias
destinadas aos cofres do Estado. A afirmação foi feita pelo Director Nacional
da Polícia Económica, comissário António Pereira Freire dos Santos, quando
falava na cerimónia de encerramento do XXIV Conselho Consultivo Alargado
deste órgão operativo do Comando-Geral da Polícia Nacional, decorrido sob
o lema “Polícia Económica atenta à situação actual, perspectivando o futuro”.
19
ͻ A British Petroleum (BP), a ConocoPhillips e a Statoil, petrolíferas que ope-
ram em Angola, vão investir 300 mil milhões de kwanzas na exploração de 20
poços de petróleo no offshore de Angola, em 2014, anunciou o consultor da
empresa Wood Mackenzie, David Thomson citado pela agência especializa-
da Bloomberg. Segundo David Thomson, este investimento, a maior campa-
nha de perfuração em águas profundas do país, vai ser feita no pré-sal, cinco
quilómetros no fundo do mar. Para o consultor, a perfuração vai testar um
espaço, com probabilidades de existirem as maiores jazidas de petróleo nas
profundezas do mar, ao longo da África Ocidental, semelhante ao do outro
lado do oceano (Brasil), onde foram feitas algumas das maiores descobertas
da última década.
ͻ Angola está ausente do Índice Global de Competitividade, um relatório sobre
as economias de 144 países divulgado pelo Fórum Económico Mundial. Além
de Angola, o documento, que desde 2004 avalia 12 factores de competitivi-
dade, excluiu Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, entre os oito países de lín-
gua portuguesa. Moçambique caiu cinco posições para o 138.o lugar da lista.
Mas no relatório “Perspectivas Económicas em África 2012”, as economias de
Angola e Moçambique foram consideradas as principais do continente africa-
no em termos de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).
| 321
CEIC / UCAN
20
ͻ Angola, no âmbito do programa AGOA, foi um dos principais exportadores,
com o petróleo, enquanto a África do Sul, maior economia do continente,
exportou minérios, seguindo-se o Chade e o Gabão. As exportações da África
Subsariana para os Estados Unidos atingiram os 49,7 mil milhões dólares em
2012, tendo registado uma queda de 33% em relação ao ano anterior, mas
Angola está entre os maiores exportadores.
21
ͻ O Ministério das Pescas e a Organização das Nações Unidas para Alimenta-
ção e Agricultura (FAO) assinaram em Luanda um memorando para o refor-
ço da cooperação com o Ministério das Pescas, nos domínios da aquicultura,
produção de sal, processamento dos produtos da pesca, redução das perdas
pós-captura e formação técnica especializada. O representante da FAO em
Angola, Mamadou Diallo, reafirmou o compromisso da instituição durante o
acto da assinatura do memorando. Acções e projectos de combate à insegu-
rança alimentar, pobreza, desenvolvimento sustentável das populações mais
pobres e vulneráveis de Angola, fazem também parte do protocolo de coo-
peração rubricado.
23
ͻ O presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Donald Kaberu-
ka, afirmou em Joanesburgo que a empresária angolana Isabel dos Santos é
um exemplo no contexto do desenvolvimento das economias africanas. “Tra-
ta-se do reconhecimento público e internacional da empresária Isabel dos San-
tos, como exemplo de empresária que enche de orgulho não só os angolanos
como todos os africanos”, afirmou Donald Kaberuka na reunião do BRICS Busi-
ness Council em Joanesburgo, sublinhando que “ela é uma empresária exem-
plar no contexto do desenvolvimento das economias africanas”. “A Isabel é
um exemplo para as mulheres africanas, mas não só, é também um exem-
plo para todos os africanos”, sublinhou o presidente do BAD. Na reunião do
BRICS Business Council, na qualidade de administradora da empresa angolana
de telecomunicações UNITEL e do banco BIC, a empresária foi uma de cinco
personalidades africanas convidadas para participarem num painel destinado
a colher “observações de destacados líderes empresariais”. Os outros empre-
sários eram da Tunísia, Nigéria, Sudão e África do Sul.
26
ͻ Angola vai relançar o sector madeireiro, no âmbito de um Programa de Relan-
çamento da Indústria de Madeira, Mobiliário e afins, elaborado pelo Ministé-
rio da Agricultura em parceria com o Ministério da Indústria, para se reduzir o
défice de produção estimado em mais de 400 mil metros cúbicos de madeira
322 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 323
CEIC / UCAN
Setembro
1
ͻ Mais de 28 mil empresas foram registadas pelo Guiché Único de Empresas
(GUE), nos últimos 10 anos, numa média de 45 empresas por dia, indica a
instituição. De acordo com uma nota de imprensa, a propósito do 10.o ani-
versário do GUE, que se assinalou, estima-se que 97 % das empresas criadas
nesse período foram constituídas no Guiché Único. O Guiché Único da Empre-
sa foi instituído a 29 de Agosto de 2003, com o objectivo de simplificar e des-
burocratizar a processo de constituição e alteração de empresas. São parte
integrante do GUE o Cartório Notarial (que faz a escritura pública), a Con-
servatória do Registo Comercial (que faz o registo comercial da empresa), o
Ficheiro Central de Denominações Sociais (que emite o certificado de admis-
sibilidade), a Direcção Nacional de Impostos (que faz a atribuição do número
de identificação fiscal), entre outros serviços bancários. Integram igualmente
o GUE, o Instituto de Segurança Social e Instituto Nacional de Estatística (que
cadastram a empresa depois de constituída), a Imprensa Nacional (que emite
o recibo de pagamento necessário para depois se fazer a publicação no Diá-
rio da República) e, proximamente, já será possível nesses locais a emissão
de Alvarás Comerciais.
2
ͻ A recuperação do Parque Nacional do Iona, na província do Namibe, está ava-
liada em 10,5 milhões de dólares, disse a secretária de Estado para a Biodi-
versidade, Paula Coelho. A secretária de Estado disse ainda que o projecto
está aprovado e encontra-se na fase inicial, sendo parte do valor necessário
financiado pelo Executivo e o restante pela União Europeia e o Programa das
324 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 325
CEIC / UCAN
326 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Outubro
1
ͻ O sector privado angolano vai enfrentar um “clima empresarial adverso”, nos
próximos anos, devido à falta de reformas e do estrangulamento provenien-
te do sector público, prevê a Economist Intelligence Unit (EIU) no relatório
Economic Overview. Os peritos consideram que “o desenvolvimento de um
sector privado dinâmico vai ser ainda mais dificultado pelo capital humano
débil, pelo sistema judicial com falhas, regulação ineficaz, corrupção e pelo
estrangulamento das empresas privadas pelo sector público”. A isto junta-se,
| 327
CEIC / UCAN
328 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 329
CEIC / UCAN
330 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
17
ͻ O Executivo vai agravar a carga fiscal sobre as empresas petrolíferas que ope-
ram em Angola, o que faz que alguns custos sofram um aumento de 10%,
anunciou a agência financeira Bloomberg com base em documentos oficiais.
Um Decreto Presidencial que entra em breve em vigor refere que as empre-
sas petrolíferas são obrigadas a adicionar cinco pontos percentuais à taxa do
imposto que já pagam sobre a maioria dos serviços e fornecimentos e dez
pontos percentuais no que se refere ao aluguer de equipamentos. O Execu-
tivo constituiu em 2010 uma equipa especial inter-ministerial encarregada
de promover a reforma tributária destinada a aumentar a colecta, a eliminar
lacunas na legislação e simplificar procedimentos fiscais.
19
ͻ A emissão de facturas ou de um documento equivalente nas operações comer-
ciais de bens ou serviços de valor igual ou superior a mil kwanzas passa a ser
obrigatória. Esta disposição consta do Regime Jurídico das Facturas publica-
do no Diário da República. Com esta medida legal, o processo de formalização
da economia angolana passa a ter uma nova ferramenta, dizem os técnicos
da Direcção Nacional dos Impostos. Aprovado pelo Decreto Presidencial n.o
149/13, o regime visa garantir que todas as transacções comerciais de bens
e serviços possam estar devidamente documentadas por via de uma factura
ou documento equivalente.
21
ͻ O Executivo espera que o processo de revisão e regulamentação da Lei da
Contratação Pública transforme o processo de compras do Estado, efectua-
da pelos gestores, num acto mais transparente e eficiente. De acordo com
o secretário de Estado do Tesouro, Leonel Silva, que falava na abertura do
primeiro seminário sobre a “Revisão e Regulamentação da Lei da Contrata-
ção Pública”, o mercado da contratação pública é regido pela Lei 20/10, de
7 de Setembro, que vem sistematizar e consolidar as normas e regras rela-
tivas às aquisições de bens e serviços, assim como a contratação de emprei-
tadas e obras públicas.
24
ͻ O Estatuto dos Grandes Contribuintes apreciado a 21 de Agosto pelo Conse-
lho de Ministros já está em vigor, depois de publicado em Diário da Repúbli-
ca. Aquele Estatuto estabelece que a classificação dos grandes contribuintes
passa a ser feita por despacho do ministro das Finanças para conferir maior
autonomia e operacionalidade à Administração Tributária relativamente ao
combate à fraude e evasão fiscal. O jurista da Unidade Técnica Executiva para
Reforma Tributária, Osvaldo Macaia, disse que a obrigatoriedade da publicação
| 331
CEIC / UCAN
332 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
30
ͻ A operadora de telecomunicações Angola Cables investiu 1,5 mil milhões de
kwanzas na instalação de um cabo submarino de fibra óptica do projecto South
Atlantic Cables System (SACS) que liga Angola e o Brasil. O administrador da
empresa, Pedro Manuel, que avançou a informação ao Jornal de Angola, disse
que o novo cabo, com cerca de seis mil quilómetros, fica instalado ainda em
2013. O contrato para a empreitada é assinado com as vencedoras do concur-
so, lançado pela Angola Cables no início de 2013. “Vamos efectuar a assinatu-
ra do contrato com uma das quatro empresas que concorrem à empreitada,
designadamente a Huawei Marine, Alcatel, TE-Subcom e Necc, e prevemos
que até final de 2014 nos entreguem a obra”, assinalou, acrescentando que
o cabo, que vai ser instalado no hemisfério sul para cruzar o Atlântico, “cons-
titui um passo estratégico para o desenvolvimento das comunicações entre
Angola e a região da SADC”.
ͻ O Ministério das Pescas pretende adquirir uma nova embarcação científica
para melhorar a investigação e recolha de dados sobre os recursos marinhos
no país, anunciou em Luanda a titular da pasta. Vitória de Barros Neto decla-
rou a respeito que “está a decorrer o processo de aquisição de uma embar-
cação científica oceanográfica com as valências adequadas para a realização
de investigação em vários domínios”.
Novembro
1
ͻ O Secretário de Estado dos Petróleos, Aníbal da Silva, anunciou em Luanda,
um plano do Executivo destinado a mudar, até 2025, a matriz do consumo
energético, com ênfase para a redução do uso da biomassa (lenha e carvão
vegetal). Em 2025, quando o plano estiver concretizado, a matriz de consu-
mo energético em Angola fica em 15% de utilização de electricidade, 55%
de petróleo e gás e 30% de biomassa, declarou o secretário de Estado. Aní-
bal da Silva, que discursava na abertura da conferência “Energia em Angola
2013”, informou que o Executivo tem desenvolvido esforços para a dimi-
nuição progressiva da utilização da biomassa como meio de reduzir o fenó-
meno da desflorestação e os efeitos nefastos que causa ao meio ambiente
e ao Homem.
ͻ A companhia petrolífera de capitais norte-americanos Cobalt anunciou a
descoberta de petróleo e gás nos poços exploratórios profundos de Lontra e
Mavinga, na costa de Angola. A empresa informou, em comunicado, que “no
Bloco 20 o poço Lontra 1 chegou à profundidade máxima, e a perfuração e
os resultados da avaliação confirmam a descoberta de gás e petróleo”, mas
“mais estudos, incluindo um teste de perfuração, são necessários para aferir
| 333
CEIC / UCAN
todo o potencial da descoberta”, que deve ser revelado antes do final do ano.
A empresa anunciou também uma importante descoberta de petróleo no
Bloco 21, no poço Mavinga 1, diz estar a enfrentar problemas operacionais
na perfuração, que espera ultrapassar.
ͻ As receitas e despesas da proposta de Lei para o Orçamento Geral do Estado
(OGE) para 2014 estão estimadas em 7,2 mil milhões de kwanzas, anunciou
o ministro angolano das Finanças. Armando Manuel disse que o valor da pro-
posta de Lei do OGE para 2014 cujas prioridades vão para o sector social (30%
das despesas), corresponde a 54% do Produto Interno Bruto (PIB) angolano.
Quanto à taxa de inflação prevista para 2014, Armando Manuel disse esperar
que se situe “entre os 7% e os 9%”.
2
ͻ Os membros da Comissão Instaladora da Agência Reguladora do Mercado do
Ouro em Angola tomaram posse em Luanda, em cerimónia orientada pelo
ministro da Geologia e Minas, Francisco Queiroz. A comissão é composta por
Moisés David, como coordenador, Marcelina Camuto e Jânio Correia Victor.
Os dois primeiros ocupam as funções respectivas de Director do Gabinete Jurí-
dico e secretária-geral do Ministério da Geologia e Minas, enquanto o tercei-
ro é da Casa Civil da Presidência da República. O mandato da comissão é o de
criar as condições técnicas e materiais necessárias para a entrada em funcio-
namento da Agência do Ouro, sendo-lhes exigida a apresentação, num prazo
de 60 dias, de um relatório contendo propostas sobre a implantação do orga-
nismo, incluindo estudo de viabilidade, instalações, quadro de pessoal (e a
sua base de recrutamento), assim como o orçamento.
3
ͻ O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em baixa o crescimento econó-
mico da África Subsariana em 2014, em parte com base em dados de econo-
mias como as de Angola e da Nigéria, principais produtores de petróleo do
continente. As novas estimativas do FMI apontam para um crescimento do
PIB continental de 6% em 2014 contra apenas 5% em 2013 devido a investi-
mentos em infra-estrutura e capacidade de produção. O FMI previu em Maio
que a região crescia 5,7% em 2013 e 6,1%o em 2014. A instituição financei-
ra anunciou que as pequenas revisões em baixa se deveram principalmente
às fracas condições económicas globais, além dos atrasos do orçamento em
Angola e do roubo de petróleo bruto no principal exportador, a Nigéria, terem
prejudicado o crescimento.
6
ͻ O Secretário de Estado da Indústria lançou no Sumbe o I Censo da Indústria de
Angola (CIANG), um instrumento que visa o levantamento da estrutura indus-
trial angolana e a obtenção de informações sobre o seu estado, produtos e
334 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 335
CEIC / UCAN
336 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
defendendo uma melhor gestão deste recurso que considera um dos factores
de combate à fome e a pobreza. “Neste momento já se fez o levantamento da
proibição, para avaliar até que ponto isso permitiu a recuperação do recurso.
Há já alguns anos estamos a observar que essas medidas trouxeram alguma
melhoria”, salientou.
14
ͻ O Executivo nomeou a consultora Deloitte como auditor independente do
Fundo Soberano de Angola (FSDEA). A selecção da empresa, de acordo com
uma nota de imprensa do Fundo, “vai garantir o mais alto nível de transparên-
cia em todas as áreas em que actua”. “A nomeação de auditores independen-
tes representa um marco importante no desenvolvimento do Fundo e reforça a
sua responsabilidade perante o Estado e a sociedade civil. Através da constru-
ção de alicerces sólidos, o FSDEA pode desempenhar cabalmente o seu papel
no desenvolvimento socioeconómico do país” refere a nota do Fundo Sobe-
rano. O presidente do Conselho de Administração do FSDEA, José Filomeno
dos Santos, refere na mesma nota que “o colectivo do FSDEA acolhe com gran-
de satisfação a nomeação dos auditores externos independentes, para que
se avalie de forma objectiva o trabalho que realiza”. A Deloitte acrescenta a
nota, tem prevista a revisão das contas do Fundo de 2013 durante o primeiro
semestre de 2014. De acordo com o regulamento do FSDEA, as contas audita-
das têm de ser publicadas na imprensa local para divulgação pública. Adicio-
nalmente, o Parlamento avalia anualmente o desempenho do Fundo, estando
a primeira avaliação prevista para Setembro de 2014. De acordo com a mesma
nota, foi também nomeado Artur Andrade Fortunato, no FSDEA desde 2012,
como membro do Conselho de Administração do Fundo Soberano de Angola.
15
ͻ A moeda nacional, kwanza, começou a ser transaccionada em quatro países
do mundo, designadamente, Moçambique, Namíbia, Portugal e França, anun-
ciou em comunicado a empresa portuguesa Nova Câmbios. A empresa de câm-
bios passou a intermediar, pela primeira vez, a transacção de moeda angolana
em mercados internacionais. A decisão da Nova Câmbios constitui, segundo
a empresa, mais um passo para a internacionalização do kwanza que, a par-
tir de agora, passa a estar disponível, para além de Portugal, nos balcões da
empresa em Moçambique e Namíbia, onde aguarda luz verde do banco cen-
tral, e França, através do serviço de empresas da Nova Câmbios, que permi-
te a entrega directa das principais moedas sem comissões e no próprio dia.
18
ͻ O Plano Nacional de Geologia (PLANAGEO) vai contar com a participação de
empresas da China, Brasil e Espanha na sua elaboração. O pontapé de saída
foi dado com a assinatura dos contratos de prestação de serviços, construção
| 337
CEIC / UCAN
338 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 339
CEIC / UCAN
subida de 0,8% no Produto Interno Bruto, a que se junta mais 1,4% quando
se trata das redes sem fios.
28
ͻ A Ministra das Pescas, Vitória de Barros Neto, disse na cidade do Namibe, que
o consumo de proteínas em Angola é dominado em um terço pelos produtos
pesqueiros e que cerca de 90% do pescado tem origem local, principalmente
as espécies mais comuns, como a sardinha, carapau, cavala, cachuchu e corvi-
na. Vitória de Barros Neto, que falava à imprensa durante o Conselho de Ges-
tão Integrado dos Recursos Biológicos Aquáticos, salientou que as capturas da
pesca artesanal representam cerca de 30% do total do pescado capturado no
país, uma actividade assegurada por seis mil embarcações licenciadas nos últi-
mos anos e que deram emprego a 50 mil pessoas. Algumas delas estão organi-
zadas em cooperativas e mais de 80% são mulheres dedicadas principalmente à
venda do pescado e ao seu processamento. A pesca industrial possui um número
de embarcações controladas. Mais de 50% destes meios pertencem ao segmen-
to da pesca semi-industrial que usa, preferencialmente, arte de cerco. Este tipo
de pesca é efectuado, maioritariamente, por armadores angolanos e deve servir
de exemplo e um incentivo para o reforço da próxima frota de pescas, para que
possa ser operacionalizada e gerida com base nas capacidades existentes no país.
Dezembro
1
ͻ O Executivo anuncia em breve uma redução de 35 para 30% da taxa de impos-
to sobre o rendimento das pessoas colectivas, num meio-termo entre a inten-
ção de aumentar a receita fiscal e a solicitação de representantes empresariais
para uma redução da taxa para 25%. A receita fiscal angolana depende quase
totalmente da produção petrolífera, estando previsto o aumento dos impos-
tos retidos na fonte relativos a contratos de serviço público, para compensar
a redução das taxas sobre as empresas.
ͻ O Ministro angolano da Hotelaria e Turismo, Pedro Mutindi, participa em Lis-
boa, na assinatura de um memorando de entendimento entre a Comunidade
dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a Organização Mundial do Turismo
(OMT). O acordo é a primeira concretização prática do Plano de Acção da Reu-
nião de Ministros do Turismo da organização, para 2013-2014, e vai criar uma
maior proximidade entre a CPLP e a OMT, enquanto organismo que tutela o
turismo mundial.
3
ͻ A Sociedade Nacional de Combustíveis de Angola (Sonangol EP) anunciou que
na sequência da aplicação do projecto de construção da Refinaria do Lobito e
340 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 341
CEIC / UCAN
342 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 343
CEIC / UCAN
344 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 345
CEIC / UCAN
346 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 347
CEIC / UCAN
na ordem dos 266 milhões de dólares, mas no final do mês foi possível arre-
cadar 372,5 milhões de dólares. A receita prevista para Dezembro é de 286
milhões de dólares, cifra que também deve ser ultrapassada. O valor aduanei-
ro das 20 principais mercadorias importadas atingiu no presente ano 4,86 mil
milhões de dólares, o que representa 20,8 % do total de 23,3 mil milhões de
dólares. Angola teve de importar gasóleo, que representou quatro % do total
das importações. Relativamente à exportação, o valor aduaneiro das princi-
pais mercadorias cifrou-se em mais de 38,5 mil milhões de dólares, que cor-
respondem a 99,5% do valor total das mercadorias exportadas.
348 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Introdução
| 349
CEIC / UCAN
Em termos hídricos, a província está servida por uma importante bacia hidro-
gráfica constituída pelo rio Kwanza e seus afluentes Cutato, Luando, Cunhinga,
Cunje, Cuquema e o Cuiva mas as suas características edafo-climáticas não suge-
rem a sua utilização senão para pequenos regadios. O rio Cuchi, que alimenta o
Cubango, também nasce no Bié.
Elementos da biodiversidade
350 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
de panda são nalguns locais bastante densas, mas apresentam carácter marcada-
mente decíduo, perdendo a folhagem todos os anos durante o cacimbo. Ao longo
dos numerosos rios e linhas de drenagem que enriquecem esta província, as matas
de panda geralmente dão lugar a extensas planícies herbosas e por vezes alagadiças,
mas ocasionalmente apresentam algumas manchas de floresta ripícola densa junto
de algumas linhas de água de altitude. Contudo, um dos elementos florísticos mais
notáveis desta província é a presença de numerosas e extensas “anharas de ongote”.
Tratam-se de formações ímpares e raras fora de Angola, correspondendo a zonas que
aparentam ser planícies graminosas, mas que uma observação mais cuidada revela
tratar-se de um coberto sub-arbustivo denso. Na verdade estão presentes espécies
dos géneros Cryptosepalum, Dolichus e Pseudoberlinia, que se desenvolvem essen-
cialmente em profundidade no subsolo e que apenas afloram à superfície com fo-
lhagem densa. Estas anharas são frequentemente desprovidas de quaisquer árvores
e por outro lado podem apresentar uma enorme abundância de pequenos morros
de salalé (térmitas), o que confere um aspecto singular a este tipo de ecossistema.
| 351
CEIC / UCAN
179 À ǡ ǡ ǡ ǡ ǡ ǡ -
ǡǤ
180
ǡ
ǡ ǡ ȋȌǡ
352 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
la
lo
ar
bo
ea
ba
ng
up
bo
du
gu
ar
em
m
Cu
hi
ac
ta
Nh
An
in
ite
n
Cu
m
Ch
Ca
Cu
Ch
Ca
27% 4%
| 353
CEIC / UCAN
ANDULO
NHAREA
CUEMBA
CUNHINGA
CATABOLA
A posição geográfica da província que confina com sete outras confere-lhe uma
posição vantajosa sob o ponto de vista económico onde se incluem os subsectores
da indústria, comércio, geologia e minas, agricultura e pecuária e transportes.
354 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Quanto ao programa de construção de 200 fogos por município, não foi efec-
tuado nenhum pagamento em termos de empreitada sem o parecer do fiscal da
obra, o que revela um entrosamento positivo entre o Governo e os seus parceiros.
Relativamente ao Programa Nacional do Urbanismo e Habitação (PNUH) em curso
no país, que inclui também a província do Bié, e que contempla a construção de
7000 fogos dos quais 6000 para o município do Cuito e 1000 para o município do
Andulo, este decorre sem obstáculos. Estão em fase conclusiva cerca 2 155 apar-
tamentos no projecto do Cuito e em construção 175 fogos na primeira fase do
programa no município do Andulo.
Indústria e comércio
| 355
CEIC / UCAN
356 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
o comércio tem ganho alguma dimensão, sobretudo no meio rural com a reabilita-
ção e a construção de infra-estruturas comerciais.
| 357
CEIC / UCAN
Agricultura e pecuária
358 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
A pecuária foi profundamente abalada pela guerra, tendo os efectivos sido dizi-
mados, mas desde a reposição da paz tem-se vindo a registar um esforço assinalá-
vel para a reconstituição dos rebanhos, particularmente de caprinos, mas também
de bovinos, suínos e aves.
| 359
CEIC / UCAN
Tais tipos eram então designados por “sector empresarial”, considerado mais mo-
derno, e “sector tradicional” mais de acordo com práticas mais adaptadas aos re-
cursos naturais disponíveis.
Uma análise feita por Jacinto Carriço e Júlio Morais em 1971, mostrava que
para o caso do Huambo – que se assemelha bastante ao do Bié -, os rendimentos
brutos por hectare de milho dos dois não apresentavam diferenças significativas
e que, no sector empresarial, quanto maior fosse a área, menor era o rendimento
por hectare. Tal situação, segundo aqueles autores, indiciava a falta de capacidade
empresarial do agricultor português para uma agricultura de larga escala ou mes-
mo da inviabilidade económica da grande exploração naquela conjuntura.
183 À -
360 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
vida das famílias, como se assinalou. Este é um aspecto que merece reflexão e dis-
cussão adequadas, pois pode explicar muitas das dificuldades e dos insucessos dos
projectos de larga escala que se estão a implementar no país.
Tal como aconteceu em todo país, após o abandono dessas propriedades pe-
los seus antigos utentes depois de 1975, os camponeses ocuparam a maior parte
dessas terras que consideram suas por haverem sido usurpadas durante a época
colonial. Contudo, o problema da terra volta agora a ser delicado pelo facto de o
184 Dz ϐǡ
| 361
CEIC / UCAN
Agricultura familiar
Outro exemplo pode ser encontrado no Chinguar, onde se verifica uma notável
dinâmica de mercado com compradores de outras províncias. Estes exemplos mos-
tram que tais agricultores respondem bem aos estímulos do mercado e permitem
prever que uma vez removidos os obstáculos ao comércio rural (infra-estruturas,
crédito, capacidade de gestão) a produção agrícola será cada vez mais orientada
para esse mercado.
362 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
isso que lhes permite o aproveitamento dos terrenos de acordo com a sua posição
catenária ou toposequência, segundo diferentes níveis de fertilidade que corres-
pondem a distintos tipos de lavras e calendários culturais. Trata-se de uma inteli-
gente gestão do tempo e do espaço que permite a realização de culturas e uma
disponibilidade de alimentos mais equilibrada ao longo do ano. Se tal estratégia
visa, em primeiro lugar, a segurança alimentar das famílias, dadas as condições
de elevada precariedade em que têm vivido, ela mostra também as capacidades
desses agricultores em se inserirem no mercado, e, logo, de se modernizarem sem
imposições externas.
| 363
CEIC / UCAN
O milho continua a ser a cultura mais importante para a dieta alimentar, por
isso ocupa lugar primordial no otchumbo, mas também nos outros tipos de lavras,
incluindo os oxisialíticos da zona do Alto Kuanza com melhor drenagem, o que
permite àqueles que dispõem de mais e melhor terra, colheitas ao longo de quase
todo o ano. Em anos de pluviosidade deficiente, e quase sempre na parte sul da
província, são usados o massango e a massambala para cobrir as baixas produções
de milho.
Dados de 2008 referiam que haviam sido semeados pouco mais de 320 mil
hectares de milho durante a campanha agrícola 2007/08. Em 2012/2013 os indica-
dores oficiais são os que se seguem, englobando também as produções e produti-
vidades, que devem ser encarados com muitas reservas, pois basta ter em conta a
atribuição da mesma produtividade para todos os municípios para se pôr em causa
a sua credibilidade. A produção de 2013 baixou em cerca de 33% comparativamen-
te à de 2012, dado que houve maior assistência em 2012 através do programa de
crédito agrícola de campanha agrícola, que não teve continuidade.
D/>,K͗Z͕WZKhKWZKhd/s/ϮϬϭϮͬϮϬϭϯ
Milho
Município
Área (ha) Produção (ton) WƌŽĚƵƟǀŝĚĂĚĞ;ƚŽŶͬŚĂͿ
Cuito 9343,5 7007,6 0.750
Cunhinga 2615,0 1830,5 0,700
Andulo 5636,9 4227,6 0,750
Nharea 193,7 145,2 0,750
Catabola 2249,7 1687,2 0,750
Camacupa 7078,5 5308,8 0,750
Chinguar 7134,0 5350,6 0,750
Cuemba 1015,9 660,3 0,650
Chitembo 3169,5 2377,1 0,750
Total 38436,7 28594,9
FONTE: Relatório de Actividades Desenvolvidas Durante o Ano de 2013, Governo da província do Bié.
364 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Se tivermos em conta que hoje a maioria dos produtores do país opta por esta
semente, por ser a variedade mais vendida no mercado angolano, então estamos
perante argumentos suficientes para a produção desta semente em grande escala.
A variedade “carioca”, embora seja mais produtiva, tem sido menos produzida
por ser menos procurada no marcado nacional.
| 365
CEIC / UCAN
ddͳK͗Z͕WZKhKWZKhd/s/
Batata-doce
Município
Área (ha) Produção (ton) ZĞŶĚŝŵĞŶƚŽ;ƚŽŶͬŚĂͿ
Cuito 934,3 3.270,0 0,9
Cunhinga 261,5 915,2 1,2
Andulo 563,6 2.536,2 2,5
Nharea 19,3 67,5 3,0
Catabola 224,9 1.124,5 2.7
Camacupa 707,8 2.831,2 2.7
Chinguar 1.189,0 5.945,0 2.5
Cuemba 101,5 304,5 1.2
Chitembo 316,9 950,7 2,0
Total 4.318,8 17.944,8
FONTE: Relatório de Actividades Desenvolvidas Durante o Ano de 2013, Governo da província do Bié.
366 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
ddͳZE͗Z͕WZKhKZE/DEdK
Batata-rena
Município
Área (ha) Produção (ton) WƌŽĚƵƟǀŝĚĂĚĞ;ƚŽŶͬŚĂͿ
Cuito 1.868,7 6.540,4 3.5
Cunhinga 523,0 1.830,5 1.2
Andulo 1.127,3 5.072,8 4.5
Nharea 38,7 135,4 6,0
Catabola 449,9 2.249,5 6,0
Camacupa 1.415,7 5.662,8 6,0
Chinguar 2.378,0 9.512,0 4,0
Cuemba 203,1 1.015,5 5,0
Chitembo 633,9 1.901,7 6,0
Total 8.308,3 33.920,6
FONTE: Relatório de Actividades Desenvolvidas Durante o Ano de 2013, Governo da província do Bié.
As oleaginosas também são muito utilizadas pela sua importância na dieta ali-
mentar, como o amendoim (em solos psamíticos), o gergelim e, em menor escala,
o girassol e a soja. A cana do açúcar tem importância para venda e fabrico de
bebidas destiladas, que contribuem para o aumento da renda das famílias que
praticam a cultura.
| 367
CEIC / UCAN
368 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
ao longo dos últimos anos, quer através do PEDR, quer dos programas de fomento
do Governo Provincial, quer ainda dos Programas Municipais de Desenvolvimento
Rural e Combate à Pobreza. No âmbito do PEDR em 2012 e 2013 foram distribuídos
os seguintes meios.
Instrumentos
Enxadas
5000 785 785 0 0 0 0 0
tradicionais
Catanas 1500 37 37 0 - - - - -
Enxadas
- - - - 2.700 2.700 2.700 0 2700
europeias
Charruas - - - - 500 500 140 360 140
Sementes (KG)
Milho regional 9.177 9.177 9.177 0 - - - - -
(Ton)
Milho ZM521 110 110 110 0 150 150 0 150
(Ton)
Massango
5 5 5 0 5 5 0 5
(Ton)
Feijão comum
- - - - 65 - -
(Kg)
Arroz (Ton) 45.250 45.250 45.250 0 100 90 90 0 10
Batata-rena 200 200 200 0 200 200 0 200
(Ton)
Ervilha (Ton) 5,5 5,5 5,5 0 - - - - -
ZĞƉŽůŚŽͬ<Ő 9 9 9 0 - - - - -
Pepino Kg - - - - 3 3 0 3 0
hƌĞŝĂͬdŽŶ 40 40 40 0 - - - - -
FONTE: Relatório de Actividades Desenvolvidas Durante o Ano de 2013, Governo da província do Bié.
Obs.: as sementes foram distribuídas em embalagens de 100 g por unidade, fornecidas pela Administra-
ção Municipal no âmbito do Programa Integrado de Combate à Fome e à Pobreza.
| 369
CEIC / UCAN
Devido ao baixo nível de fertilidade dos solos e à acção dos serviços de extensão
antes de 1975, o uso de fertilizantes químicos era relativamente frequente em certos
municípios como o Andulo, Nharea, Chinguar, Cuito, Catabola e Camacupa, estando
hoje generalizado a toda a província. Continua a verificar-se uma falta gritante de
fertilizantes químicos, apesar de terem sido efectuados fornecimentos substanciais
comparativamente aos anos anteriores. Alguns camponeses que possuem gado utili-
zam estrume, mas na generalidade, utilizam detritos orgânicos de origem doméstica.
Os dados disponíveis só permitem apresentar a distribuição entre 2004 e 2007.
DISTRIBUIÇÃO DE FERTILIZANTES
Anos
&ĞƌƟůŝnjĂŶƚĞƐ Unidades
2004 2005 2006 2007
12-24-12 Ton 355 483,75 380 223
17-17-17 Ton 0 2.091,25 1.975 335
S,Amónio Ton 612,85 0 0 250
Ureia Ton 0 295 276.6 250
SSP-24 Ton 0 170 122 0
Total Ton 967,85 2.556,25 2477 1058
FONTE: Direcção Provincial da Agricultura do Bié.
370 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 371
CEIC / UCAN
Ligado ao PEDR está o MOSAP, financiado pelo Banco Mundial, pelo FIDA e
pelo Governo do Japão, que apoia os agricultores com pequenos subprojectos de
apoio directo à produção e à transformação primária de produtos, à capacitação
de técnicos e agricultores, através das Escolas de Campo, promove e reforça o as-
sociativismo e constrói estruturas das Estações de Desenvolvimento Agrário (EDAs)
com escritórios, armazéns e residências para técnicos.
372 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Está ainda a ser levado a cabo o inventário florestal no âmbito de uma activida-
de orientada a nível central.
As explorações empresariais
Produção animal
Aves
Florestas
374 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 375
CEIC / UCAN
Antes da guerra, o Bié, por ser densamente povoado e porque a agricultura não
era suficientemente remunerada, constituía uma fonte de fornecimento de mão-de-
-obra para outras províncias. Isso deixou de ter significado depois da independência,
mas continuaram a migrar muitos homens para outras regiões. Hoje os jovens, prin-
cipalmente os ex-militares, procuram ganhar rendimentos extra na exploração ilícita
de diamantes (“kamanga”), que tem forte expressão nos municípios de Andulo, Nha-
rea, Camacupa e Chitembo, com o objectivo de conseguirem um pequeno capital
para iniciarem um pequeno negócio, e com a exploração de moto táxis.
376 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 377
CEIC / UCAN
CAMPOS DE DEMONSTRAÇÃO
N.o Campos
Município N.o Aldeias Temas
demonstração
Cuito 13 13 YƵĂŶƟĚĂĚĞƐĚĞĂĚƵďŽƉŽƌĐƵůƚƵƌĂƐ
Cunhinga 10 10 Densidade de plantas por covacho
Andulo 19 19 Conservação do meio ambiente
Nharêa 9 9 Rotação de culturas
Catabola 30 30 Importância de adubação verde
Camacupa 35 35 Demonstração de sementeiras com curvas de nível
Cuemba 14 14 Compassos e densidades de sementeiras
Chinguar 54 54 Comparação entre produção em camaleões a raso
Chitembo 40 40
Total 224 224
FONTE: Relatório de Actividades Desenvolvidas Durante o Ano de 2013, Governo da província do Bié.
Construção de infra-estruturas
378 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Mecanização agrícola
Agricultura
| 379
CEIC / UCAN
Queimadas
A prática de queimadas por parte das populações rurais visa três objectivos;
(i) a desmatação para instalação de novas lavras; (ii) a caça de pequenas espé-
cies; (iii) a aceleração do rebentamento de pastos no período de cacimbo. Esta
acção provoca efeitos nocivos na degradação da biomassa e na biodiversidade.
Por outro lado, têm destruído plantas jovens instaladas durante as campanhas de
arborização.
Produção de carvão
Silvicultura e florestação
380 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Caça
Geologia e minas
| 381
CEIC / UCAN
Educação
Num outro contexto, as provas de selecção que têm sido aplicadas para os
alunos ou candidatos para o Ensino Médio, atendendo às orientações do Mi-
nistério da Educação e às vagas existentes, têm criado algum desespero daque-
les que reprovam e dos seus encarregados de educação. Também os alunos que
terminam o ensino primário encontram barreiras para a sua entrada no ensino
secundário, sendo esta dificuldade gritante nas comunas e nos municípios com
pouca oferta para este nível de ensino. A saída de mais de 500 finalistas do En-
sino Secundário do II ciclo pressiona o Governo no sentido de proporcionar as
condições condignas para o prosseguimento dos seus estudos no subsistema do
Ensino Superior.
382 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
ga
lo
ar
bo
ea
ba
ol
up
du
gu
in
ar
em
m
Cu
ac
nh
ta
Nh
An
in
ite
Cu
m
Ch
Ca
Cu
Ch
Ca
FONTE: Relatório de Actividades Desenvolvidas durante o ano de 2013, Governo da Província do Bié.
| 383
CEIC / UCAN
la
lo
ar
bo
ea
ba
ng
up
bo
du
gu
ar
em
m
Cu
hi
ac
ta
Nh
An
in
ite
n
Cu
m
Ch
Ca
Cu
Ch
Ca
200
150
100
50
0
ito
ga
la
lo
ar
bo
ea
ba
up
bo
du
gu
in
ar
em
m
Cu
ac
nh
ta
Nh
An
in
ite
Cu
m
Ch
Ca
Cu
Ch
Ca
384 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Saúde
| 385
CEIC / UCAN
a
ito
la
lo
ar
bo
ea
ba
up
ng
bo
du
gu
ar
em
m
Cu
hi
ac
ta
Nh
An
in
ite
n
Cu
m
Ch
Ca
Cu
Ch
Ca
16%
3%
Governo
81% Religiosas
ONG
FONTE: Relatório de Actividades Desenvolvidas durante o ano de 2013, Governo da Província do Bié.
386 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 387
CEIC / UCAN
de trabalho que não permitem elevada produtividade e eficácia do uso dos meios.
O gráfico seguinte ilustra a distribuição do pessoal técnico por município, eviden-
ciando a dominância do Cuito, seguido do município do Andulo.
la
lo
ito
ar
bo
ea
ba
up
bo
du
gu
in
ar
em
m
Cu
ac
nh
ta
Nh
An
in
ite
Cu
m
Ch
Ca
Cu
Ch
Ca
388 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Energia e água
Com o conflito, todas as infra-estruturas afectas aos dois sectores, foram de-
vastadas, e nesta fase, funcionaram os sistemas de emergência, com a construção
de captações subterrâneas acopladas às bombas manuais, nascentes melhoradas,
cacimbas tradicionais construídas por organizações não-governamentais (ONG) e
agências das Nações Unidas, num total 688 pontos de água.
| 389
CEIC / UCAN
390 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
WZK:dK^EK^dKZ^'h^ΈDhZ^KKE>h1K^Ή
Designação dos Projectos Custos em Kwanzas Empresas
Reabilitação de 40 pontos de água em zonas rurais 20 000 000,00 Firma MT Manutenção
Construção de 19 pequenos sistemas de água com
painéis solares nos municípios do Cuito, Chitembo,
154 000 000,00 Várias empresas
Camacupa, Cunhinga e Andulo
Ampliação do sistema de água de Calussinga 32 000 000,00 Sousa Lda
Execução do sistema de água do projecto – 200 fogos
62 500 000,00 Safri Comercial
da sede municipal de Chitembo
Execução do sistema de água do projecto – 200 fogos
62 500 000,00 Emancil, Lda
da sede municipal de Chinguar
Execução do sistema de água do projecto – 200 fogos
62 500 000,00 Ambiafrica
da sede municipal de Camacupa
Execução do sistema de água do projecto – 200 fogos
62 500 000,00 Sela Grupo
da sede municipal de Catabola
Execução do sistema de água do projecto – 200 fogos
62 500 000,00 Sela Grupo
da sede municipal de Cunhinga
Execução do sistema de água do projecto – 200 fogos
62 500 000,00 Sela Grupo
da sede municipal de Nharea
Execução do sistema de água do projecto – 200 fogos
62 500 000,00 Sela Grupo
da sede municipal de Cuemba
Aquisição de laboratórios portáteis para análise da
22 000 000,00 Afriplunus
qualidade da água
Fiscalização de 19 furos com painéis solares 8 250 000,00 Sul Engenharia
Fiscalização dos sistemas de água dos 200 fogos 21 875 000,00 Afriplunus
FONTE: Relatório de Actividades Desenvolvidas Durante o Ano de 2013, Governo da província do Bié.
| 391
CEIC / UCAN
Transportes
LICENÇAS EMITIDAS
Ano de 2012 Ano de 2013
Designação YƵĂŶƟĚĂĚĞ Valores YƵĂŶƟĚĂĚĞ Valores
Pesadas de Mercadorias 17 253 392,00 14 316 000,00
Ligeiras de Mercadorias 1 10 400,00 1 12 000,00
Pesadas de Passageiros 28 91 800,00 19 346 400,00
Ligeiras de Passageiros 22 124 850,00 17 193 600,00
FONTE: Relatório de Actividades Desenvolvidas Durante o Ano de 2013, Governo da província do Bié.
ROTAS RODOVIÁRIAS
Empresa Linhas Rotas
GICP, SA Interprovincial Luanda – Benguela – Namibe – Cunene e Kuando Kubango
Intermunicipal Cuito – Cunhinga, Cuito – Chipeta
Interurbano Municípios do Cuito e Cunhinga
FÉ AMAG Interprovincial Luanda – Huambo – Benguela
Intermunicipal Catabola – Camacupa – Cuemba
Interurbano Interior do território dos Municípios
SOFOFE Interprovincial Menongue – Lubango – Huambo
Intermunicipal Chitembo – Chinguar
Interurbano Interior do território dos Municípios
GEORDANY Interprovincial Malange – Huambo – Ndalatando
Intermunicipal Andulo – Nharea
Interurbano /ŶƐƟƚƵƚŽĚĂĚŵŝŶŝƐƚƌĂĕĆŽĞ'ĞƐƚĆŽʹƵŝƚŽ
FONTE: Relatório de Actividades Desenvolvidas Durante o Ano de 2013, Governo da província do Bié.
TRANSPORTE RODOVIÁRIO
Ano 2012 2013
Transporte de Passageiros 136 423 160 774
Transporte de Mercadorias 545,5 Toneladas 49 327,4 Toneladas
FONTE: Relatório de Actividades Desenvolvidas Durante o Ano de 2013, Governo da província do Bié.
392 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Apesar de ainda se verificar o mau estado técnico de algumas vias que dão
acesso a diversas localidades da província, evidenciam-se esforços no sentido
de contrariar esta realidade. Neste contexto, o jornal Expansão (28 de Fevereiro
de 2014) destaca a prioridade dada pela administração local para a reabilitação
das vias rodoviárias que no município de Nharea ligam a sede municipal às 4
comunas que o compõem. Ainda no mesmo jornal e de acordo com entrevista
à administradora municipal Maria Lúcia Chicapa, o trajecto que antes era feito
em aproximadamente 10 horas é, nos dias de hoje, realizado em menos de uma
hora.
185 ǡǡǡǡ ǡ ͷ -
nários cada, estação de Capeio com 1 funcionário e a estação do Cunje com 18 funcio-
nários.
| 393
CEIC / UCAN
394 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
TRANSPORTE AÉREO
Tráfego Registado Ano de 2013
Movimento de Aeronaves 684
Passageiros Transportados 8 691
Carga Transportada 24 161
Correios Transportados 2 824
| 395
CEIC / UCAN
186 ǡ
396 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
187 ȋ ͳͻͻǡ
ǡ ͳͻͻ͵Ǣ ͳͻͻ͵Ǣ
ͳͻͻ͵Ǣ
ǦͳͻͺͻǢͳͻͻǢǦͳͻͻͶȌǤ
-
traram-se em outras áreas do continente africano, na Asia e na América Latina (ver por
ͳͻͻͻǡʹͲͲͲȌǤ
188ȋͳͻͻȌǤ
×
Ǥ-
bém Malmberg-Calvo (1997) e Ellis (1997).
191 ȋʹͲͲʹȌǢȋͳͻͻ͵ȌǢȋͳͻͻͲȌǢet
| 397
CEIC / UCAN
ƌĞƐƋƵĞŝŶĐůƵĞŵŶĆŽƐſĂƐƋƵĞƐƚƁĞƐİƐŝĐĂƐĚĞǀŝĚŽĂŽĞŶŽƌŵĞĞƐĨŽƌĕŽĚĞƐƉĞŶĚŝĚŽ
(causando danos severos à saúde) mas também o custo (de oportunidade) asso-
ĐŝĂĚŽĂŽƚĞŵƉŽƋƵĞŶĆŽĠƵƐĂĚŽƉĂƌĂŽƵƚƌĂƐĂĐƟǀŝĚĂĚĞƐŵĂŝƐĞĮĐŝĞŶƚĞƐĞƉƌŽĚƵ-
ƟǀĂƐ͕ƉĂƌĂĐƵŝĚĂƌĚĂĨĂŵşůŝĂĞĚĂƐĐƌŝĂŶĕĂƐĞƉĂƌĂĨƌĞƋƵĞŶƚĂƌĂĞƐĐŽůĂŽƵŽƵƚƌŽƟƉŽ
de formação.193ƐƚƵĚŽƐŝŶĚŝĐĂŵƋƵĞƐƵďƐƟƚƵŝƌŽƚƌĂŶƐƉŽƌƚĞăĐĂďĞĕĂƉŽƌƚƌĂŶƐ-
porte usando o burro pode reduzir os custos de transporte em 60% e, se subs-
ƟƚƵşĚŽ ƉŽƌ Ƶŵ ƚƌĂŶƐƉŽƌƚĞ ĚĞ ƚƌĂĐĕĆŽ ĂŶŝŵĂů͕ ƌĞĚƵnj ŽƐ ĐƵƐƚŽƐ Ğŵ ƋƵĂƐĞ ϵϬй͘194
Tendo em conta a forma predominante de transporte é possível concluir que o
bem-estar de uma grande parte das comunidades rurais depende da melhoria dos
ĐĂŵŝŶŚŽƐ͕ƚƌŝůŚŽƐĞƉŽŶƚĞƐƋƵĞƐĆŽƵƟůŝnjĂĚŽƐƉŽƌƚŽĚĂĐŽŵƵŶŝĚĂĚĞ͕ĞŵƉĂƌƟĐƵůĂƌ
nas zonas rurais.195 Finalmente, as condições do transporte rural na África Subsa-
riana revelam-se ainda mais precárias quando são consideradas as mulheres que
ǀŝǀĞŵĞŵĐŽŵƵŶŝĚĂĚĞƐůŽĐĂůŝnjĂĚĂƐĚŝƐƚĂŶƚĞƐĚĂƐĞƐƚƌĂĚĂƐƉƌŝŶĐŝƉĂŝƐ͘/ŶǀĞƐƟŐĂĕĆŽ
ƋƵĂůŝƚĂƟǀĂŶŽ'ĂŶĂ͕ƋƵĞŝŶĐůƵŝƵĞŶƚƌĞǀŝƐƚĂƐĂŵƵůŚĞƌĞƐĐŽŵĞƌĐŝĂŶƚĞƐ͕ŝĚĞŶƟĮĐŽƵ
elevados custos em consequência da chegada tardia destas mulheres aos merca-
ĚŽƐůŽĐĂŝƐƉŽƌƋƵĞŶĆŽƟŶŚĂŵĂĐĞƐƐŽĂƵŵŵĞŝŽĚĞƚƌĂŶƐƉŽƌƚĞƌĞŐƵůĂƌ͘196
193 ± ± ²
Ǥ
À
ʹǡ±ǡ
͵ǡʹȋ±ǡͷΨ
Ȍ
ͳͳǡǡ
ͳΨ
Ǥ
passível de ser transportada de acordo com recomendações da Organização Interna-
±ʹͲǤȋͳͻͻͲȌǢȋͳͻͻ͵Ȍ-
tis (1991).
194 Ver Sieber (1996).
398 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
Conclusão
| 399
CEIC / UCAN
400 |
BIBLIOGRAFIA
| 401
CEIC / UCAN
DOS SANTOS, Augusto L. Ferreira e Gaspar, V.M. Rabaça, 1959, Estrutura do Comércio
Externo de Angola – Alguns Aspectos͕:ƵŶƚĂĚĞ/ŶǀĞƐƟŐĂĕƁĞƐĚŽhůƚƌĂŵĂƌ͕ĞŶƚƌŽĚĞ
ƐƚƵĚŽƐWŽůşƟĐŽƐĞ^ŽĐŝĂŝƐ͕>ŝƐďŽĂ͘
DUARTE, Ana (2013), dŚĞŵďŝǀĂůĞŶƚŚĂƌĂĐƚĞƌŽĨZĞĐŽŶƐƚƌƵĐƟŽŶ͗>ŽƐĞƌƐĂŶĚtŝŶŶĞƌƐŽĨ
the Lobito Transport Corridor Development,:ŽƵƌŶĂůŽĨh^ͲŚŝŶĂWƵďůŝĐĚŵŝŶŝƐƚƌĂƟŽŶ,
vol. 10 (9): 914-926.
EITEMAN, ĂǀŝĚ<͘ƌƚŚƵƌ^ƚŽŶĞŚŝůů͕DŝĐŚĂĞůDŽīĞƩ͕ĚŵŝŶŝƐƚƌĂĕĆŽ&ŝŶĂŶĐĞŝƌĂ/ŶƚĞƌŶĂĐŝŽŶĂů͘
Bookman, 9.a edição -2002
ELLIS, S., 1997. Key Issues in Rural Transport in Developing Countries, Transport Research
Laboratory, Report no. 260.
EXPANSÃO, 2014, 28 de Fevereiro, Luanda, Angola.
FERNANDO, P., and Gina Porter, 2002. Balancing the Load: Women, Gender, and Transport,
London: Zed Books.
FERNANDO, Priyanthi, 1997. Balancing the Load, Gender Issues in Rural Transport. London:
/ŶƚĞƌŶĂƟŽŶĂů&ŽƌƵŵĨŽƌZƵƌĂůdƌĂŶƐƉŽƌƚĂŶĚĞǀĞůŽƉŵĞŶƚ;/&ZdͿ͘
FERREIRA, Manuel Ennes, NaĐŝŽŶĂůŝnjĂĕĆŽ Ğ ŽŶĮƐĐŽ ĚŽ ĂƉŝƚĂů WŽƌƚƵŐƵġƐ ŶĂ /ŶĚƷƐƚƌŝĂ
Transformadora de Angola (1975-1990), Análise Social, vol. XXXVII (162), 2002, 47-90.
FMI, Second Post-Program Monitoring, March 2014
'ĞƫŶŐƚŚĞĂůĂŶĐĞZŝŐŚƚ, The Wits Business School Journal, 2013.
Governo da província do Bié, 2007. Programa de Desenvolvimento de Médio Prazo do
Governo da província do Bié para o Quinquénio 2009 – 2013, Dezembro, Bié, Angola.
Governo da província do Bié͕ ZĞůĂƚſƌŝŽ ĚĞ ĐƟǀŝĚĂĚĞƐ ĞƐĞŶǀŽůǀŝĚĂƐ ƵƌĂŶƚĞ Ž ŶŽ ĚĞ
2013, Bié, Angola.
GRIECO, Margaret, Lauri Pickup and Richard Whipp, 1989. Gender, Transport and
Employment, Aldershot: Avebury Press.
GRIECO, Margaret, N. Apt. and J. Turner, J., 1996. At Christmas and on Rainy Days: Transport,
Travel and the Female Traders of Accra, Avebury: Aldershot.
HAMILTON, Kerry, Linda Jenkins and Abigail Gregory, 1991. Women and Transport: Bus
ĚĞƌĞŐƵůĂƟŽŶŝŶ West Yorkshire, Bradford: University of Bradford.
HOWE, John and Deborah Bryceson, 1993. Rural Household Transport in Africa: Reducing
the Burden on Women? African Studies Center, Leiden, Holland.
IDA – /ŶƐƟƚƵƚŽĚĞĞƐĞŶǀŽůǀŝŵĞŶƚŽŐƌĄƌŝŽ, Relatório Ano Agrícola 2012/2013.
IFRTD (Internacional Forum for Rural Transport Development), 1999. Balancing the Load.
IMF, Angola, 2012 ƌƟĐůĞ /s ŽŶƐƵůƚĂƟŽŶ ĂŶĚ WŽƐƚ WƌŽŐƌĂŵ DŽŶŝƚŽƌŝŶŐ͕ ŶŐŽůĂ͗ ^ĞĐŽŶĚ
Post-Program Monitoring, March 2014.
IMF, World Economic Outlook, November 2013.
IMF, World Economic Outlook, April 2014.
INE;/ŶƐƟƚƵƚŽEĂĐŝŽŶĂůĚĞƐƚĂơƐƟĐĂĚĞŶŐŽůĂͿ͕ϭϵϳϬĂϭϵϳϯ͘
INE, ƐƚĂơƐƟĐĂƐ ^ŽĐŝĂŝƐ ĚĞ ŶŐŽůĂ ;ĐŽŵ ĞƐƟŵĂƟǀĂƐ Ğ ƉƌĞǀŝƐƁĞƐ ĚĂ ƉŽƉƵůĂĕĆŽ ĂƚĠ ϮϬϭϱͿ͕
2010.
INE, Inquérito ao Emprego em Angola (IEA), 2009, 2010 e 2011.
402 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 403
CEIC / UCAN
404 |
RELATÓRIO ECONÓMICO DE ANGOLA 2013
| 405
Este Relatório foi produzido
com o alto patrocínio de:
978-980-47-1738-3