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TRIBUNAL MARÍTIMO

AR/MCP PROCESSO Nº 30.321/15


ACÓRDÃO

L/M “ADONAI”. Lançamento na água, seguido de morte, vítima de


afogamento de condutor de embarcação, durante navegação pelo rio Tapajós,
próximo à praia de Pindobal, Município de Belterra, PA, sem registros de
danos materiais, tampouco poluição ao meio ambiente fluvial. Provável
imprudência da própria vítima fatal que teria se lançado na água sem
observar os procedimentos estabelecidos para a salvaguarda da vida humana,
para a segurança da navegação, da própria embarcação. Arquivamento.

Vistos os presentes autos.


Tratam os presentes autos do IAFN, instaurado pela Capitania Fluvial de
Santarém (Portaria nº 19-A, de 19/03/2015, fl. 6) para apurar o lançamento na água
(mergulho) seguido de morte, vítima de afogamento (Certidão de Óbito, fl. 5) do Sr.
Adroaldo de Souza Junior, fato da navegação este, tipificado no artigo 15, alínea “e”, da
Lei Orgânica deste Tribunal (Lei nº 2.180/54) enquanto a bordo, na condição de condutor
da Lancha a Motor “ADONAI”; de 7 metros de comprimento, classificada para atividade
de esporte e recreio e área de navegação interior; propriedade de Rose Anne Silva Lemos,
ocorrido em 08 de março de 2015, aproximadamente às 17h40min, durante navegação
pelo rio Tapajós, próximo à praia de Pindobal, Município de Belterra, PA, com pedido de
arquivamento pela D. Procuradoria Especial da Marinha - PEM (fls. 91/92), pelos
seguintes fatos e fundamentos.
Consoante os autos, no dia do acidente, a L/M “ADONAI” sob a condução
do Marinheiro Fluvial Auxiliar de Convés, o Sr. Adroaldo de Souza Junior (vítima fatal)
e marido da proprietária desatracou da praia de Pindobal com destino à Vila de Alter-do-
Chão, no Município de Santarém, PA, levando a bordo familiares.
Ocorre que, no decorrer da viagem, o Sr. Adroaldo de Souza Junior resolveu
parar a embarcação e se jogar nas águas do rio Tapajós sem o uso do colete salva-vidas
para dar um mergulho; voltou à superfície demonstrando que estava passando mal,
segundo testemunhas, mas afundou nas águas novamente vindo a desaparecer.
De acordo com as duas testemunhas ouvidas em sede de IAFN, as Sras. Rose
Anne da Silva Lemos (fls. 35/36) e a Sra. Maria Waldenize Araújo da Silva (fls. 40/41) e
que se encontravam a bordo no momento do ocorrido, havia quatro passageiros a bordo.
O rio estava um pouco agitado, com vento fraco, céu um pouco nublado e a visibilidade
era boa, não houve nenhuma manobra brusca que leva-se a vítima a se desequilibrar e a
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cair uma vez que a lancha não estava em movimento. A embarcação navegava a 100
metros aproximadamente de distância da margem e não havia consumo de bebida
alcoólica a bordo durante a viagem. Existiam a bordo coletes e boias salva-vidas de fácil
acesso e dentro da validade.
Consta ainda, que houve tentativa de resgate por parte de uma pessoa que
estava em outra lancha que passou após o ocorrido, mas sem sucesso e o corpo da vítima
boiou no dia dez (10) março, por volta das 9h sendo resgatado pelo Corpo de Bombeiros
com o Auxílio da Capitania dos Portos.
Inobstante o óbito do Sr. Adroaldo de Souza Junior (Certidão de Óbito nº
066936 01 55 2015 400004 093 0000959 61, à fl. 5), inexistiram danos materiais e
tampouco registro de poluição hídrica no ambiente fluvial.
Boletim de Ocorrência Policia juntada às fls. 2/3.
Os Peritos, às fls. 25 a 29, ilustrado com fotos apontam o fator operacional
como contribuinte para a ocorrência do fato da navegação em lide e atribuem como causa
determinante à inobservância de medidas e precaução de segurança por parte da própria
vítima.
O Encarregado do IAFN, no Relatório, às fls. 48 a 52, em uniformidade de
entendimento com os Peritos concluiu, que o fato da navegação se deu em virtude da
imprudência do Sr. Adroaldo de Souza Junior (vítima) pela inobservância de medidas de
precaução de segurança e das consequências previsíveis, visto que sendo o comandante e
único habilitado a fazê-lo, saltou deliberadamente da embarcação, deixando-a só com os
passageiros, descumprindo o inciso II, art. 8º, da Lei nº 9.537/97 (LESTA), cumprir e
fazer cumprir a bordo, os procedimentos estabelecidos para a salvaguarda da vida
humana, para a preservação do meio ambiente e para a segurança da navegação, da
própria embarcação e da carga, no que ocasionou o óbito por asfixia mecânica, devido à
submersão em meio liquido por afogamento, acordo Certidão de Óbito nº 066936 01 55
2015 400004 093 0000959 61.
IAFN instruído com documentos de praxe, fotos e ainda Cd com suas
principais peças.
Analisando os autos, a Procuradoria Especial da Marinha - PEM vislumbrou
“a hipótese de juntada de outros documentos advindos da autoridade policial, embora
estivessem juntado nos autos o Boletim de Ocorrência (fls. 2/3). Da mesma forma,
verificou-se que o Laudo de Exame Pericial foi juntado de forma incompleta, no qual não
se identificou o nome dos peritos, que foram os seus signatários.
Em decorrência de tal pleito, a Capitania Fluvial de Santarém informou que
não recebeu resposta aos Ofícios encaminhados ao Tribunal de Justiça do Estado do Pará,

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à 1ª Vara Criminal de Santarém, ao Ministério Público Estadual e ao Centro de Perícias
Científicas Renato Chaves”.
Registra ainda a PEM, “que desde setembro de 2016, há o registro de
mensagens da citada Capitania acerca do cumprimento de diligências requisitadas por
esta Procuradoria. Assim, há uma presunção de que restaria infrutífera a insistência no
cumprimento de tais diligências.
Assim sendo, diante de tais elementos de informação juntados nos autos, os
quais indicam a culpa da própria vítima fatal do acidente, a Procuradoria Especial da
Marinha - PEM, em manifestação às fls. 91/92 pugna pelo arquivamento do IAFN
decorrente da extinção da punibilidade diante da morte do agente. Tal instituto, apesar do
silêncio da Lei nº 2.180/54, é aplicado, de forma subsidiária, nos termos do art. 107,
inciso I, do Código Penal, à seara do acidente e fato da navegação diante de tal lacuna e a
sua compatibilidade no tocante aos acidentes e fatos da navegação.
À luz de tais considerações, portanto, a PEM opina pelo arquivamento deste
IAFN.
Publicada Nota para Arquivamento. Prazos preclusos, sem manifestações de
interessados.
Isto posto, decidimos.
Considerando que as provas colhidas em sede de IAFN apontam para uma
provável imprudência da própria vítima fatal, o MFAC Adroaldo de Souza Junior quando
na condução da L/M “ADONAI”, durante navegação pelo rio Tapajós, próximo à praia
de Pindobal, município de Belterra, PA, teria se lançado na água sem observar os
procedimentos estabelecidos para a salvaguarda da vida humana, para a segurança da
navegação, da própria embarcação o que teria ocasionado o seu óbito por asfixia
mecânica, devido à submersão em meio liquido por afogamento, acordo Certidão de
Óbito nº 066936 01 55 2015 400004 093 0000959 61. (fl. 5)
Considerando ainda, o disposto no artigo 107 do Código Penal, c/c art. 67 do
C.P.P, a extinguir a punibilidade e do agente, em caso de sua morte, devidamente
comprovada, sejam os presentes autos arquivados como requerido pela D. Procuradoria
Especial da Marinha - PEM, em promoção juntada às fls. 91/92, considerando este fato
da navegação, tipificado no artigo 15, alínea “e”, da Lei Orgânica deste Tribunal (Lei nº
2.180/54, como mais um daqueles nefandos eventos decorrentes de provável imprudência
da própria vítima.
Assim,
ACORDAM os Juízes do Tribunal Marítimo, por unanimidade: a) quanto à
natureza e extensão do fato da navegação: lançamento na água, seguido de morte, vítima

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(Continuação do Acórdão referente ao Processo nº 30.321/2015........................................)
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de afogamento de condutor de embarcação, durante navegação pelo rio Tapajós, próximo
à praia de Pindobal, município de Belterra, PA, sem registros de danos materiais,
tampouco poluição ao meio ambiente fluvial; b) quanto à causa determinante: provável
imprudência da própria vítima fatal que teria se lançado na água sem observar os
procedimentos estabelecidos para a salvaguarda da vida humana, para a segurança da
navegação, da própria embarcação; e c) decisão: mandar arquivar os autos, como
requerido pela D. Procuradoria Especial da Marinha - PEM, em sua promoção de fls.
91/92, considerando o fato da navegação, tipificado no artigo 15, alínea “e”, da Lei
Orgânica deste Tribunal (Lei nº 2.180/54), como mais um daqueles nefandos eventos
decorrentes de provável imprudência da própria vítima fatal.
Publique-se. Comunique-se. Registre-se.
Rio de Janeiro, RJ, em 17 de abril de 2018.

MARIA CRISTINA DE OLIVEIRA PADILHA


Juíza Relatora

Cumpra-se o Acórdão, após o trânsito em julgado.


Rio de Janeiro, RJ, em 20 de julho de 2018.

MARCOS NUNES DE MIRANDA


Vice-Almirante (RM1)
Juiz-Presidente
PEDRO COSTA MENEZES JUNIOR
Primeiro-Tenente (T)
Diretor da Divisão Judiciária
AUTENTICADO DIGITALMENTE

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COMANDO DA MARINHA
c=BR, st=RJ, l=RIO DE JANEIRO, o=ICP-Brasil, ou=Pessoa Juridica A3, ou=ARSERPRO, ou=Autoridade Certificadora SERPROACF, cn=COMANDO DA MARINHA
2018.09.04 10:45:59 -03'00'

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