Sie sind auf Seite 1von 22

NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA PARA O TRE-RJ

CARGO TÉCNICO JUDICIÁRIO – TEORIA E EXERCÍCIOS


PROFESSOR: MAYKO GOMES

AULA 01 - Conceitos Fundamentais de Arquivologia

Salve, concurseiros! Tudo bem com vocês? Espero ver muita animação!!!

Finalmente vamos começar com nosso curso de Arquivologia para o


Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro.

Alguns de vocês, e espero que seja a maioria, já estava em preparação


há algum tempo, até mesmo aqui conosco, do Ponto! E agora vamos continuar
essa preparação.

Vamos começar nossos estudos sobre a parte do edital que trata de


Noções de Arquivologia. Apesar de pequena, tenho certeza que vai decidir
entre a aprovação e não aprovação de muitos.

E conforme o nosso cronograma, teremos para esta aula:

 Arquivística: princípios e conceitos;


 Acondicionamento e Armazenamento de Documentos.

Também havia programado o estudo de Preservação, Conservação e


Restauração, mas já foi feito em nossa aula demonstrativa. Então caso tenham
alguma dúvida quanto a esse conteúdo, peço que postem no fórum da aula
demonstrativa.

E como já sabem, estarei disponível no email para ajudá-los no que for


possível: mayko@pontodosconcursos.com.br. Contém também com o fórum do
curso para ajudar nos seus estudos.

Sem mais conversa, vamos ao que interessa! Sejam bem vindos, e mãos
à massa!

Prof. Mayko Gomes


Julho/2012

Prof. Mayko Gomes www.pontodosconcursos.com.br 1


NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA PARA O TRE-RJ
CARGO TÉCNICO JUDICIÁRIO – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MAYKO GOMES

Noções Iniciais

Antes de qualquer coisa, para entendermos do que se trata a


Arquivologia e os arquivos, precisamos conhecer os seus conceitos, suas
definições e seus objetos de estudo e trabalho.

A Arquivologia, também conhecida como Arquivística, é a disciplina que


estuda as funções dos arquivos e seus documentos. Então cabe à Arquivologia,
ou Arquivística, estudar os princípios e técnicas a serem observados na
produção, organização, guarda, preservação e utilização dos arquivos e seus
documentos: suas atividades, seus processos, seus usuários, suas
ferramentas, enfim, tudo o que se refere aos depósitos de documentos
funcionais.

Conhecendo a disciplina, vamos então definir o seu objeto de estudo: os


arquivos. A palavra “arquivo” é um termo polissêmico, com quatro significados.
São eles:

1º - Conjunto de documentos produzidos ou recebidos por uma entidade


no decorrer de suas funções;

2º - Móvel destinado à guarda desses documentos (armário, estante,


etc);

3º - Edifício, ou parte dele (sala, andar) destinado à guarda de


documentos;

4º - Unidade administrativa, prevista em organograma institucional, com


a responsabilidade de gerenciar e guardar documentos (setor de arquivo,
divisão de arquivo, etc).

Dica de prova: Quando o termo arquivo surgir em alguma questão, o


contexto é quem vai determinar qual destes significados está sendo
empregado.

Dificilmente este assunto será pedido em provas, pois é muito básico. O


importante é que vocês se atentem para o fato da polissemia do termo para
que não tenham dúvidas quando responder as questões.

Mas voltando à aula, temos as definições de arquivo, que é o objeto de


estudo da Arquivologia ou Arquivística. É importante também saber que a
função do arquivo é tornar disponível e acessível os seus documentos.

Agora que já definimos o que pode ser arquivo, e sabemos a sua função,
que é tornar disponíveis os seus documentos, devemos saber o que são os
documentos do arquivo.

Prof. Mayko Gomes www.pontodosconcursos.com.br 2


NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA PARA O TRE-RJ
CARGO TÉCNICO JUDICIÁRIO – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MAYKO GOMES

O Documento, em seu conceito mais básico, é a informação registrada


em um suporte. Então, para termos um documento, são necessários dois
elementos:

Informação: é o conhecimento, a mensagem, a idéia que se deseja


transmitir.

Suporte: é o material físico onde está registrada a informação.

Assim podemos concluir, por uma fórmula bem simples:

INFORMAÇÃO + SUPOTE = DOCUMENTO

Como exemplo de documento, temos a carta, a música gravada, o email,


os filmes, as fotografias, etc. Todos esses documentos trazem uma informação
registrada em um suporte material: o papel, o plástico, a película, etc.

Contudo, não basta que seja documento para pertencer ao arquivo. Para
que um documento possa compor um arquivo, ainda é necessário outro
elemento: que tenha sido resultado, conseqüência de uma ação referente à
atividade da instituição. É o que preceitua a Lei nº 8.159/91 (Lei dos
Arquivos): “Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos
produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, EM DECORRENCIA DE
SUAS ATIVIDADES”.

Por exemplo: considere uma empresa que tenha adquirido uma


assinatura de uma revista mensal. A empresa paga uma taxa e recebe a
revista. A revista em si NÃO SERÁ considerada documento de arquivo, uma
vez que a empresa não a recebeu por executar uma atividade administrativa.
Contudo, o recibo, o boleto ou a nota fiscal para o pagamento da assinatura
será documento de arquivo, pois é conseqüência de uma atividade
administrativa da empresa, que seria a aquisição de periódico.

Ainda, além de ser fruto de uma atividade, o documento de arquivo deve


ser capaz de provar, testemunhar que a referida atividade realmente
aconteceu. No mesmo exemplo, não é por ter a posse da revista que a
empresa pode provar que possui uma assinatura mensal, mas o comprovante
de pagamento, o contrato de assinante ou outro similar é que fará isso. Em
resumo, para que um documento pertença a um arquivo, são necessários
esses dois elementos:

(STM/2011 – Cespe/UnB) Somente podem ser considerados documentos


de arquivo aqueles que, emanados do poder público ou de entidades de direito

Prof. Mayko Gomes www.pontodosconcursos.com.br 3


NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA PARA O TRE-RJ
CARGO TÉCNICO JUDICIÁRIO – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MAYKO GOMES

privado, são capazes de produzir efeitos de ordem jurídica na comprovação de


fatos.

Resolução

O item está correto. Vimos que qualquer documento, independente de


sua forma, tamanho, gênero, etc., pode ser considerado de arquivo, desde que
atenda aos requisitos apresentados acima: ser produto de uma ação e poder
provar ou testemunhar sobre a mesma, ou sobre seu produtor.

(ANEEL/2010 – Cespe/UnB) Um documento de arquivo é confiável


quando o conteúdo pode ser considerado uma representação completa e
precisa das operações, das atividades ou dos fatos que o criaram.

Resolução

O item está correto. Por “representação completa e precisa das


operações, atividades ou fatos” devemos entender como a capacidade de o
documento ser prova de tais acontecimentos. Portanto será um documento de
arquivo e confiável para todos os efeitos.

Já sabemos até aqui o que é um documento, o que é um documento de


arquivo e o que pode ser um arquivo. Vamos agora aprender a diferenciar o
arquivo das outras unidades de informação que podem existir em uma
instituição.

Órgãos de Documentação

Arquivo

O arquivo guarda documentos com finalidades funcionais. Os


documentos de arquivo são ACUMULADOS de forma orgânica e natural,
geralmente em exemplar único ou limitado número de cópias ou vias. Os
documentos que tratam do mesmo assunto ou assuntos correlatos são
mantidos como um conjunto, e não como peças isoladas. Por isso o documento
de arquivo possui muito mais valor quando inserido em seu conjunto do que
fora dele (caráter orgânico). Os documentos são unidos pela sua origem ou
proveniência (princípio que estudaremos mais adiante), tem como principal
suporte utilizado o papel e principal gênero o textual (também estudaremos
mais adiante). O arquivo é órgão receptor e seu público são os
administradores (ou quem tenha produzido seus documentos) e
pesquisadores. Sua função é provar e testemunhar.

Prof. Mayko Gomes www.pontodosconcursos.com.br 4


NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA PARA O TRE-RJ
CARGO TÉCNICO JUDICIÁRIO – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MAYKO GOMES

Biblioteca

A biblioteca conserva documentos com finalidades educativas e culturais.


Seus documentos são obtidos por compra, doação ou permuta de diversas
fontes, e tratados como peças isoladas. Esses documentos existem em vários
exemplares, são unidos pelo seu conteúdo e, em sua maior parte, são
impressos. Os documentos da biblioteca são COLECIONADOS, e seu público é
formado por pesquisadores, estudantes e cidadão comuns. Sua função é
instruir e educar.

Centro de Documentação / Informação

O centro de documentação ou de informação agrupa qualquer tipo de


documento de qualquer fonte, sendo necessária uma especialização para que
funcionem de forma eficiente. Seus documentos são geralmente reproduções
(audiovisuais) ou referências (bases de dados). Sua finalidade é simplesmente
informar.

Museu

O museu é órgão de interesse público, guarda documentos com


finalidades de informar e entreter. Suas peças são dos mais variados tipos e
dimensões, dependendo de sua especialização. Por serem objetos, são
classificados como tridimensionais.

Estes são os quatro órgãos de documentação que aparecem em provas


de concursos. Ao dar atenção aos termos destacados, o candidato poderá
facilmente diferenciar estes órgãos e não errar questões.

Vamos observar um quadro esquemático para entender melhor as


diferenças entre os órgãos:

Arquivo Biblioteca Museu Centro Doc.


Audiovisuais
Manuscritos, Impresso, Manuscritos, Impresso, Objetos
(reproduções) ou
Tipo de suporte Audiovisuais, exemplar Audiovisuais, bi/tridimensionais,
virtual, exemplar único
único exemplares múltiplos exemplar único
ou múltiplo
Coleção; documentos
Fundos; documentos Coleção; documentos Coleção; documentos
Tipo de conjunto unidos pelo conteúdo ou
unidos pela origem unidos pelo conteúdo unidos pelo conteúdo
pela função
Atividade humana e
Produtor Máquina administrativa Atividade humana Atividade humana
natureza
Culturais, científicos,
Administrativos, jurídicos, Culturais, artísticos,
Fins da produção técnicos, artísticos, Científicos
funcionais, legais funcionais
educativos
Objetivo Provar, testemunhar Instruir, informar Informar, entreter Informar
Compra, doação, Compra, doação,
Entrada de Passagem natura de fonte Compra, doação,
permuta, de fontes permuta, de fontes
documentos geradora única pesquisa
múltiplas múltiplas
Tombamento,
Tombamento, Tombamento,
Registro, arranjo, classificação,
Proces. técnico classificação, catalogação, inventário,
descrição, etc. catalogação: fichários
catalogação: fichários etc.
ou computador
Administrador e Grande público Grande público
Público pesquisador
pesquisador pesquisador pesquisador

Prof. Mayko Gomes www.pontodosconcursos.com.br 5


NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA PARA O TRE-RJ
CARGO TÉCNICO JUDICIÁRIO – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MAYKO GOMES

Atenção: O Cespe/UnB costuma pedir, na maioria de suas questões,


diferenças entre os documentos de arquivo e biblioteca. Então, para acertar o
item, basta ter em mente os termos destacados: toda vez que o item
mencionar “colecionados”, ou algum semelhante, será documento de
biblioteca; e sem mencionar “acumulado”, ou semelhante, será documento de
arquivo.

(Correios/2011 – Cespe/UnB) A distinção entre documentos de arquivo,


de biblioteca ou de museu é feita conforme a origem e o emprego desses
documentos.

Resolução

O item está correto. Vimos que entre as várias diferenças entre os


documentos dos órgãos de documentação estão as circunstâncias de sua
criação, a forma e a finalidade com que são mantidos, e a utilização destes
documentos.

Classificação dos Arquivos

Os arquivos podem ser classificados em vários aspectos, Vamos a eles:

Classificação quanto à entidade mantenedora: quanto à entidade


mantenedora os arquivos podem ser públicos ou privados.

Os arquivos públicos são aqueles produzidos por documentos de caráter


público. São de responsabilidade do Estado e devem estar disponíveis para
consulta por parte dos cidadãos, exceto os documentos de caráter sigilosos.

Os arquivos privados são aqueles mantidos por pessoas físicas ou por


instituições de caráter privado. São documentos que dizem respeito a suas
atividades particulares, e, portanto, não é obrigatória a sua disponibilidade
para consulta da sociedade. Contudo, existe a possibilidade de esses arquivos
serem declarados de interesse público, por meio de decreto presidencial
através de parecer favorável do CONARQ. Caso isso ocorra, seu mantenedor
terá o dever de zelar pelos documentos e deixá-los à disposição do Estado.

Existe ainda outra classificação, atribuída pela autora


Marilena Leite Paes, em que os arquivos podem ser: públicos,
comerciais, institucionais e pessoais ou familiares.

Públicos: mantidos por instituições de caráter público.


Comerciais: mantidos por instituições com fins lucrativos.
Institucionais: mantidos por instituições sem fins lucrativos.
Obra de Leite Familiares ou pessoais: mantidos por pessoas ou famílias.
Paes, de leitura
recomendada.
Então, quanto à entidade mantenedora, os arquivos
Prof. Mayko Gomes www.pontodosconcursos.com.br 6
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA PARA O TRE-RJ
CARGO TÉCNICO JUDICIÁRIO – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MAYKO GOMES

classificam-se em públicos ou privados. Quando mencionar a autora acima,


classificam-se me públicos, comerciais, institucionais e pessoais ou familiares.

Classificação quanto à natureza dos documentos: quanto à


natureza dos documentos, os arquivos podem ser classificados em especiais ou
especializados.

Os arquivos especiais guardam documentos de


suportes variados e por isso precisam de cuidados
diferenciados. Os documentos são agrupados
considerando primeiramente o suporte (papel, CD, disco
rígido, etc) e depois se utiliza outros critérios para sua
organização. Esse tipo de arquivo deve ser utilizado
quando os suportes são feitos de materiais diferentes,
pois facilita a conservação dos mesmos. Por exemplo: Exemplo de arquivo
especial: todos os
um arquivo pode ter um local específico para guardar documentos estão em fitas
CD’s, papéis, fitas de vídeo, películas, etc, pois todos de vídeo (suporte).
esses materiais requerem diferentes tipos de cuidados.

Os arquivos especializados, ou arquivos técnicos,


são aqueles que guardam documentos dos mais
variados assuntos. Nesse tipo de arquivo os documentos
são agrupados considerando primeiramente o assunto e
depois se utiliza outros critérios para sua organização.
Esse tipo de arquivo é utilizado quando uma instituição
Exemplo de arquivo
trata de muitos assuntos, em diferentes áreas do
especializado. conhecimento; por isso são chamados de técnicos. Por
exemplo: uma entidade pode guardar documentos
relativos à área de engenharia, de medicina e de artes em locais separados.
Isso ajuda na localização dos documentos e facilita a compreensão dos
mesmos, pois podem ser estudados com mais praticidade.

Para facilitar a compreensão, basta fazer a seguinte associação:

Especiais => Suporte / Especializados => Assunto

Classificação quanto à extensão de atuação: quanto à extensão de


sua atuação, os arquivos podem ser setoriais ou centrais (ou gerais).

Os arquivos setoriais são aqueles que estão


localizados próximos aos seus produtores. Esse arquivo
guarda os documentos próximos aos interessados diretos
para facilitar e agilizar a sua localização e utilização.
Encontram-se principalmente em empresas, órgãos e
entidades de grande porte, ou de estrutura administrativa
complexa (vários departamentos, várias filiais, etc). Por Escritório: exemplo de
exemplo: o arquivo de uma rede de supermercados pode arquivo setorial.
ser separado por filial, por setor de atuação (Depto.

Prof. Mayko Gomes www.pontodosconcursos.com.br 7


NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA PARA O TRE-RJ
CARGO TÉCNICO JUDICIÁRIO – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MAYKO GOMES

Financeiro, de RH, Compras, etc).

Os arquivos centrais ou gerais são aqueles que


guardam todos os documentos de uma entidade em um só
lugar. É utilizado principalmente por empresas e órgãos de
médio e pequeno porte, ou por instituições de estrutura
administrativa simples (poucos departamentos, poucos
órgãos, apenas um local para instalações físicas, etc). Por
Exemplo de arquivo
central ou geral: exemplo: o arquivo de uma empresa que funcione em
guarda todos os apenas um edifício, um órgão pequeno, um consultório
documentos da
instituição. medico, etc.

É importante ressaltar que esta classificação se aplica somente aos


arquivos correntes! Somente estes podem ser divididos em setorial ou geral.

(TRT-17/2009 – Cespe/UnB) A instalação de arquivos setoriais é uma


forma de centralização dos arquivos correntes da organização como um todo.

Resolução

O item está incorreto. A instalação de arquivos setoriais é justamente o


oposto, uma forma de descentralização dos arquivos correntes, uma vez que
os documentos permanecerão próximos aos setores que os produziram.

Classificação quanto aos estágios de evolução: os arquivos podem


ser correntes, intermediários ou permanentes.

Os arquivos correntes são aqueles que guardam documentos


constantemente utilizados por seus produtores, ou que sejam objetos de
consultas freqüentes. A Lei de Arquivos assim conceitua documentos de
arquivos correntes: “aqueles em curso ou que, mesmo sem movimentação,
são objeto de consultas freqüentes”.

(AGU/2010 – Cespe/UnB) O arquivo corrente é formado por documentos


que estão em trâmite, mas que não são consultados frequentemente porque
aguardam sua destinação final.

Resolução

O item está incorreto. Estudamos que esta não é a definição de arquivo


corrente, e sim a de arquivo intermediário, que veremos agora. Observem que
o termo chave para diferenciar os dois arquivos é “freqüência de uso”.

Os arquivos intermediários são aqueles que guardam documentos que


não são mais objeto de consultas freqüentes, mas aguardam cumprimento de
prazos legais, ou que ainda sejam prova de direitos e obrigações. A Lei de
Arquivos assim define os documentos de arquivos intermediários: “aqueles
que, não sendo de uso corrente nos órgãos produtores, por razões de interesse

Prof. Mayko Gomes www.pontodosconcursos.com.br 8


NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA PARA O TRE-RJ
CARGO TÉCNICO JUDICIÁRIO – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MAYKO GOMES

administrativo, aguardam a sua eliminação ou recolhimento para guarda


permanente”.

(TRT-21/2010 – Cespe/UnB) O acesso aos documentos nos arquivos


intermediários é ainda restrito aos acumuladores, porque o arquivo
intermediário é uma extensão dos arquivos correntes, em que predomina o
valor primário dos documentos.

Resolução

O item está correto. Pela explicação, o arquivo intermediário tem as


mesmas funções e prerrogativas do arquivo corrente, com a diferença da
freqüência de uso dos seus documentos. Assim, o arquivo intermediário pode
sim ser entendido como uma extensão ou parte do arquivo corrente, até por
que sua principal finalidade é “desafogar” o fluxo de documentos daquele.

Os arquivos permanentes são aqueles que guardam documentos que não


tem mais valor administrativo, mas pelo seu conteúdo ou pelo assunto de que
tratam, tem grande relevância para a História ou para a Cultura, e por isso
devem ser guardados por tempo indeterminado. A Lei de Arquivos define
assim os documentos de arquivo permanente: “conjuntos de documentos de
valor histórico, probatório e informativo que devem ser definitivamente
preservados”.

(Correios/2011 – Cespe/UnB) O acervo de um arquivo permanente é


constituído das preciosidades colecionadas ao longo do tempo por pessoas
físicas ou jurídicas e recolhidas de modo assistemático.

Resolução

O item está incorreto. Já vimos, ao estudar os órgãos de documentação,


que dos documentos de arquivo são acumulados, e não colecionados: estes
são os de biblioteca. Além disso, os documentos devem se recolhidos ao
arquivo permanente de modo sistemático, com critérios previamente
estabelecidos e depois de passados por um complexo processo de avaliação.

Peço atenção especial de vocês para esta classificação, pois ela norteará
todos os estudos sobre Arquivologia. Esta divisão e classificação foram
consideradas um marco na história da disciplina. A partir de agora, todos os
estudos sobre arquivos e suas funções terão essa classificação como base. Em
provas, essa classificação pode vir com nomes alterados. Portanto é
importante que vocês fixem a idéia que os nomes trazem: corrente = utilizado
com freqüência, intermediário = aguardando prazos, permanente = guardados
definitivamente. Os estágios de evolução dos arquivos também podem aparecer
como ciclo vital dos documentos, ou teoria das três idades. Falaremos mais sobre
esta classificação um pouco adiante, quando estudarmos o Ciclo Vital dos
Documentos.

Prof. Mayko Gomes www.pontodosconcursos.com.br 9


NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA PARA O TRE-RJ
CARGO TÉCNICO JUDICIÁRIO – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MAYKO GOMES

Classificação dos Documentos

Assim como os arquivos, os documentos que os compõem também


podem ser classificados segundo alguns critérios. Os documentos são
classificados quanto ao gênero, quanto à espécie/tipologia e quanto à natureza
do assunto.

Quanto ao Gênero: os documentos podem ser textuais (ou escritos),


iconográficos, sonoros, filmográficos, informáticos (ou digitais), cartográficos e
micrográficos.

Os documentos textuais ou escritos são aqueles que apresentam a


informação de modo escrito ou em forma de texto. Exemplo: carta, relatórios,
certidões, atas, etc.

Os documentos iconográficos são aqueles que apresentam a informação


em forma de imagem estática. Exemplo: fotografia, desenhos, gravuras,
diapositivos (slides), etc.

Os documentos sonoros são aqueles que apresentam a informação em


foram de som ou áudio. Exemplo: disco de vinil, escuta telefônica, sons
gravados em fitas cassete.

Os documentos filmográficos são aqueles que apresentam a informação


em forma de imagens dinâmicas ou em movimento (com ou sem som).
Exemplo: filmagens e vídeos.

Os documentos informáticos, eletrônicos ou digitais são aqueles


gravados em meio digital, e por isso necessitam de equipamentos eletrônicos
para serem lidos. Exemplo: som no formato MP3, arquivo de texto do Word,
filmes em formato DVD, etc.

Os documentos cartográficos são aqueles que cuja informação


representa, de forma reduzida, uma área maior. Exemplo: mapas, plantas,
perfis, etc.

Os documentos micrográficos são aqueles apresentados no suporte


microfichas, resultados do processo de microfilmagem. Trataremos da
microfilmagem em nossa última aula do curso.

Atenção: É possível, e já ocorreu antes, que a banca considere o gênero


cartográfico como uma espécie de “subgênero” do iconográfico, pois ambos
apresentam imagens estáticas. Portanto fiquem atentos: caso isso ocorra, se
não tiver nada mais que torne o item falso, estará correto.

(AGU/2010 – Cespe/UnB) Mapas, perfis, desenhos técnicos e plantas


fazem parte do gênero documental cartográfico.

Resolução
Prof. Mayko Gomes www.pontodosconcursos.com.br 10
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA PARA O TRE-RJ
CARGO TÉCNICO JUDICIÁRIO – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MAYKO GOMES

O item está correto. Todos os itens listados acima são exemplos de


documentos do gênero cartográfico, conforme acabamos de estudar.

(TRT-21/2010 – Cespe/UnB) Rolo, jaqueta e cartão-janela são exemplos


de documentos do gênero micrográfico.

Resolução

O item está correto. Todos os exemplos listados são pertencentes ao


gênero micrográfico, pois são resultados do processo de reprodução em
microformas. Trataremos dos detalhes em nossa última aula.

Quanto à Espécie/Tipologia Documental: os documentos são


classificados de acordo com seu aspecto formal (aparência que assume de
acordo com as informações) e sua função (o objetivo para o qual o documento
foi produzido).

Como exemplo, temos o Contrato. O contrato apresenta as informações


de forma que se possa identificá-lo como contrato: possui identificação das
partes, do objeto, das condições, cláusulas, etc. O contrato então é uma
espécie documental (considerando o aspecto formal).

Para saber a tipologia documental, ou simplesmente tipo, acrescentamos


a função. No caso do contrato, acrescentamos, por exemplo, aluguel de
imóvel. Então a função do contrato é realizar um acordo de aluguel de imóvel.

Em resumo, temos o contrato (espécie) de aluguel (função). Essa idéia


pode ser aplicada a vários outros documentos. Vejamos alguns exemplos:

Alvará (espécie) / Alvará de funcionamento (tipo)


Declaração (espécie) / Declaração de bens (tipo)
Relação (espécie) / Relação de bens patrimoniais (tipo)

(TRE-MS/2007 – FCC) A tipologia documental é a junção da espécie


documental com o suporte material.

Resolução

O item está incorreto. Acabamos de entender que o tipo, ou tipologia, é a


junção da espécie (aspecto formal) com a função do documento, e não com o
seu suporte.

É muito importante também conhecer dois outros conceitos: formato e


forma.

O formato é a configuração física que o suporte assume. Ex: livro,


caderno, folheto, cartaz, etc.

Prof. Mayko Gomes www.pontodosconcursos.com.br 11


NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA PARA O TRE-RJ
CARGO TÉCNICO JUDICIÁRIO – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MAYKO GOMES

A forma é o estágio de preparação do documento, o seu estado de


produção atual. Ex: rascunho, minuta, original e cópia.

Quanto à Natureza do Assunto: os documentos podem ser ostensivos


(ou ordinários) ou sigilosos.

Os documentos ostensivos ou ordinários são aqueles cuja informação não


é prejudicial quando for de conhecimento geral. São documentos que não
possuem informações estratégicas, nem de teor pessoal, e sua divulgação não
causa nenhum tipo de problema à administração ou a terceiros.

Os documentos sigilosos são aqueles que possuem conteúdo que só


podem ser de conhecimento restrito, e por isso requerem medidas de
segurança especiais para sua custódia e divulgação.

Sobre o assunto, devemos considerar a recente Lei de Acesso à


Informaçao (Lei Federal n° 12.527/11), que foi entrou em vigor há poucas
semanas; e o Decreto Federal nº 4.553/02, que trata dos documentos e
material de caráter sigiloso para a Administração Pública. As normas citadas
atribuem graus de sigilo, sua classificação e o período pelo qual o documento
dever permanecer sigiloso. Seguem as tabelas de classificação:

Tabela de Classificação segundo o Decreto 4.553/02

Tabela de Classificação segundo a Lei 12.527/11

Atenção: Talvez por uma falha do legislador, apesar de a Lei de Acesso


à Informação já estar em vigor, o texto do Decreto 4.553/02 não foi
modificado e nem revogado explicitamente, mesmo que a Lei tenha trago
alterações. Portanto, é fundamental que fiquem atentos a este detalhe: caso o
item se refira à classificação e período de tempo do Decreto, considerem a
primeira tabela; caso se refira à classificação e período de tempo segundo a
Lei, considerem a segunda tabela.

Além disso, a Lei não prevê explicitamente a possibilidade de


prorrogação dos prazos, como o Decreto; Prevê apenas sua redução.

Então caso o item dê margem à dupla interpretação, ou seja elaborado


em desacordo com a legislação, será objeto de recurso de muitos candidatos.
Prof. Mayko Gomes www.pontodosconcursos.com.br 12
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA PARA O TRE-RJ
CARGO TÉCNICO JUDICIÁRIO – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MAYKO GOMES

Ainda, como se trata de uma Lei recente e cujo tema é polêmico, a


mesma pode ser assunto em provas de atualidades ou discursivas.

Ainda, como se trata de uma Lei recente e cujo tema é polêmico, a


mesma pode ser assunto em provas de atualidades ou discursivas.

Os documentos sigilosos, conforme já dito, somente pode ser consultado


pelo seu destinatário, ou por pessoa legalmente autorizada.

Atenção: Quando um documento, que pertença a um conjunto, dossiê


ou processo, for classificado em um grau de sigilo, todo o conjunto será
classificado no mesmo grau de sigilo, mesmo que não tenha informações desse
caráter.

Quando dois ou mais documentos de um mesmo conjunto forem


classificados em graus de sigilos diferentes, todo o conjunto será classificado
com o grau de sigilo mais alto atribuído aos documentos sigilosos deste
conjunto.

(STM/2011 – Cespe/UnB) A classificação de sigilo de um grupo de


documentos que formem um conjunto deve ser a mesma atribuída ao
documento classificado com o mais baixo grau de sigilo, de forma a favorecer o
acesso a esse conjunto.

Resolução

O item está incorreto. Quando alguns documentos de um conjunto são


classificados como sigilosos, todo o conjunto será classificado com o grau de
sigilo mais alto atribuído aos seus documentos, de forma a restringir o acesso
a esse conjunto.

Princípios Arquivísticos

A Arquivologia, enquanto ciência, possui princípios que devem orientar seus


trabalhos e estudos. Esses princípios são utilizados desde o final do século XIX e
constituem a própria base da Arquivística Moderna. Vamos a eles:

Princípio da Proveniência ou do Respeito aos Fundos: Este é o mais


importante princípio da Arquivologia. Ele afirma que os documentos e arquivos
originários de uma pessoa ou instituição devem manter sua individualidade, não
podendo ser misturados com os arquivos de origem diversa. Como veremos mais
adiante, os documentos de arquivo são complementares, e possuem mais valor
quando em seu conjunto. O arquivo deve refletir a organização e funcionamento
de seu produtor, razão pela qual não deve ser alterado (ter documentos retirados,
acrescidos de forma indevida ou misturados com os de outras pessoas ou
instituições). Ao conjunto arquivístico de uma pessoa ou entidade chamamos de
“fundo arquivístico”.
Prof. Mayko Gomes www.pontodosconcursos.com.br 13
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA PARA O TRE-RJ
CARGO TÉCNICO JUDICIÁRIO – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MAYKO GOMES

Princípio da Organicidade: Este deriva do Principio da Proveniência. A


organicidade é a qualidade segundo a qual os documentos devem manter uma
organização que reflita fielmente a estrutura, funcionamento e relações internas e
externas de seu produtor.

Princípio da Ordem Original: Princípio segundo o qual o arquivo deve


conservar o arranjo dado pela entidade coletiva, pessoa ou família que o
produziu. Este princípio enuncia que, considerando as relações estruturais e
funcionais que presidem a origem dos arquivos, a sua ordem original deve ser
mantida quando o mesmo for recolhido, pois garante sua organicidade.

Princípio da Unicidade: É a qualidade pela qual os documentos de


arquivo, independente de sua forma, espécie, tipo ou suporte, preserva seu
caráter único, pelo contexto de sua produção. Os documentos são criados por uma
atividade específica e para atender a necessidade determinada; portanto, mesmo
que haja outro documento igual no arquivo, ainda assim eles serão únicos, pois as
atividades e necessidades que motivaram sua produção são únicas.

Princípio da Indivisibilidade ou Integridade Arquivística: Também


derivado do Principio da Proveniência, É a qualidade pela qual os fundos devem
manter-se preservados sem dispersão, mutilação, alienação, destruição não
autorizada ou acréscimos indevidos de peças documentais. Como dito
anteriormente, os fundos de arquivo devem refletir a estrutura e o funcionamento
da instituição, e os documentos que o compõem têm muito mais valor quando no
seu conjunto do que fora dele. Portanto, os fundos devem manter-se completos
para refletir o mais fielmente possível o seu produtor, o que não ocorrerá se o
mesmo não estiver íntegro.

Princípio da Cumulatividade: Este princípio afirma que os arquivos são


uma formação progressiva, natural e orgânica. Diferente da biblioteca e de outros
órgãos de documentação (que veremos mais adiante), em que a cumulação de
documentos se dá de forma gradativa (com a aquisição dos documentos por
compra, permuta ou doação), o arquivo acumula seus documentos conforme seu
produtor realiza suas atividades. Os documentos de arquivo são, então, um
produto imediato, natural e direto dessas atividades.

Princípio da Territorialidade: Este princípio, nascido de questões políticas


pelas fronteiras do Canadá, é utilizado no sentido de definir o domicílio legal dos
documentos, ou seja, a “jurisdição”, o local onde serão produzidos seus efeitos.
Essa jurisdição do documento deve ser definida conforme a área territorial, a
esfera de poder e o âmbito administrativo onde foi produzido ou recebido o
documento. O documento deve se manter o mais próximo possível do local onde
foi produzido, seja uma instituição, uma região específica ou uma nação. Como
exceção deste princípio, não se aplica a documentos produzidos por acordos
diplomáticos ou por ações militares.

Teoria das Três Idades: Também conhecida como Ciclo Vital dos
Documentos, ou Estágio de Evolução dos Arquivos, esta teoria constitui um
verdadeiro marco na história da Arquivística. Ela afirma que os documentos de um
arquivo passam por estágios conforme seus valores mudam. Quando um
Prof. Mayko Gomes www.pontodosconcursos.com.br 14
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA PARA O TRE-RJ
CARGO TÉCNICO JUDICIÁRIO – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MAYKO GOMES

documento é produzido, ele possui um valor primário, que é sua importância para
a atividade que o gerou. Contudo, esse valor é temporário: cessa logo que a
atividade acaba. Mas alguns documentos (não todos) ainda possuem o valor
secundário, que é sua importância para outras atividades ou outros campos
diferentes daqueles que o geraram (podem ser importantes para a pesquisa
histórica, ou para a cultura de uma sociedade, por exemplo). Esse valor é
definitivo, e todo documento que o possui deve ser preservado permanentemente.

Princípio da Pertinência ou Temático: É a qualidade pela qual os


documentos, quando recolhidos a uma instituição arquivística, devem ser
reclassificados e reorganizados por assuntos, independentemente da sua
proveniência e organização originais. Este conceito não é mais adotado na
Arquivística por ir de encontro ao Princípio da Proveniência. Se todos os
documentos são classificados e reorganizados de acordo com um plano geral,
desprezando a organização original, o conjunto perderá sua razão de ser, que é
refletir e mostrar as atividades e organização das instituições.

Atenção: Existem ainda outros princípios que dificilmente aparecerão


em provas, mas que podem confundir. São eles:

Princípio da Pertinência Funcional ou Proveniência Funcional: Este


princípio determina que os documentos devam ser transferidos de uma autoridade
a outra quando ocorrer mudanças políticas ou administrativas, para garantir a
continuidade administrativa. Também está em desuso.

Princípio da Pertinência Territorial: Este princípio afirma que os


documentos deveriam ser transferidos para a custódia de arquivos com jurisdição
arquivística sobre o território ao qual se reporta o seu conteúdo, sem levar em
conta o lugar em que foram produzidos.

Princípio da Proveniência Territorial: Este princípio, contrário ao


anterior, afirma que os documentos deveriam ser conservados em serviços de
arquivos do território no qual foram produzidos, com exceção daqueles produzidos
por operações militares ou representações diplomáticas.

(EBC/2011 – Cespe/UnB) Quando se preserva a forma original de


organização dos documentos, aplica-se o princípio da pertinência.

Resolução

O item está incorreto. Em primeiro lugar, sabemos que o princípio da


pertinência não é mais aplicado na prática arquivística atual; ele vai de
encontro a outros princípios e à própria razão de existir de um arquivo, que é
refletir a identidade e atividades do seu produtor.

Para ilustrar melhor sua aplicação, vamos analisar um exemplo: vamos


supor que sejam recolhidos ao Arquivo Nacional os arquivos do Ministério da
Saúde e da ANS. De acordo com este princípio, os documentos desses dois
Prof. Mayko Gomes www.pontodosconcursos.com.br 15
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA PARA O TRE-RJ
CARGO TÉCNICO JUDICIÁRIO – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MAYKO GOMES

arquivos deveriam ser guardados juntos, literalmente misturados, pois tratam


do mesmo assunto (pasta Saúde do Governo Federal). Mas e se um usuário for
consultar, por exemplo, sobre a história da ANS? Como faria, se os
documentos estão misturados e organizados de forma a não refletir essa
história? Não há a possibilidade de atender às necessidades de pesquisa dessa
forma... E se o arquivo não pode atender às necessidades de pesquisa, não há
por que ele existir.

Em segundo lugar, o princípio que determina a organização dos


documentos é o da Organicidade, como vimos mais ao fim da aula.

(AGU/2010 – Cespe/UnB) Ao se aplicar o princípio de respeito aos fundos


em um conjunto documental de uma organização pública ou privada, são
identificados os documentos destinados à guarda permanente ou à eliminação.

Resolução

O item está incorreto. O princípio do Respeito aos Fundos, por si só, não
garante a valoração de um documento. Para se determinar se um documento
possui ou não valor secundário, isto é, será ou não eliminado, é necessário um
processo muito complexo, realizado por uma comissão determinada formada
especialmente para este fim: a Avaliação. Estudaremos este processo em
nossa próxima aula.

(EBC/2011 – Cespe/UnB) Para a obtenção do fundo de arquivo, deve-se


aplicar o princípio da naturalidade.

Resolução

O item está incorreto. O fundo de arquivo nada mais é do que o conjunto


formado pelos documentos de um mesmo produtor. Assim, para se formar um
fundo, devemos manter unidos os documentos que foram produzidos por uma
mesma entidade, no exercício de suas funções. E o princípio que determina
essa união, além de proibir a sua dispersão ou acréscimos indevidos, é o da
Proveniência, ou como o próprio nome sugere, o do Respeito aos Fundos.

Prof. Mayko Gomes www.pontodosconcursos.com.br 16


NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA PARA O TRE-RJ
CARGO TÉCNICO JUDICIÁRIO – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MAYKO GOMES

Exercícios

01 - (TJ-ES/2011 – Cespe/UnB) Os documentos de arquivo não são


coletados artificialmente como os objetos de um museu, mas acumulados em
função dos objetivos práticos da administração, o que constitui característica
de unicidade.

02 - (MS/2010 – Cespe/UnB) Mesmo que os documentos sejam tirados


arbitrariamente do seu contexto e reunidos de acordo com um sistema
subjetivo qualquer, o real significado dos mesmos, como prova documentária,
não é perdido nem se torna obscuro.

03 - (MS/2010 – Cespe/UnB) Os documentos públicos devem ser


mantidos em unidades diferentes que correspondam à sua origem em
determinado órgão governamental.

04 - (TRE-ES/2011 – Cespe/UnB) A proveniência territorial deu origem


ao princípio da territorialidade, segundo o qual os arquivos devem ser
conservados em serviços de arquivo do território onde foram produzidos.

05 - (TRE-ES/2011 – Cespe/UnB) De acordo com o princípio do respeito


à ordem original, os documentos devem ser reclassificados com base no
assunto, desconsiderando-se a sua proveniência.

06 - (MPU/2010 – Cespe/UnB) No plano institucional, o princípio da


territorialidade significa que os arquivos devem ser conservados o mais perto
possível do lugar de sua criação e aplicação e guardados por quem os
acumulou.

07 - (TJ-ES/2011 – Cespe/UnB) A aplicação do princípio da ordem


original mantém os documentos na ordem física que eles tinham no setor de
trabalho.

08 - (TRT-21/2010 – Cespe/UnB) A base teórica para a avaliação de


documentos é dada pelo princípio da pertinência.

09 - (ANEEL/2010 – Cespe/UnB) Os princípios arquivísticos, entre eles o


princípio de respeito aos fundos, que fundamentam a prática arquivística
contemporânea foram elaborados nos últimos quarenta anos, principalmente a
partir da chamada explosão da informação.

10 - (ANEEL/2010 – Cespe/UnB) Um documento de arquivo é confiável


quando o conteúdo pode ser considerado uma representação completa e
precisa das operações, das atividades ou dos fatos que o criaram.

Prof. Mayko Gomes www.pontodosconcursos.com.br 17


NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA PARA O TRE-RJ
CARGO TÉCNICO JUDICIÁRIO – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MAYKO GOMES

11 - (Correios/2011 – Cespe/UnB) A organicidade do arquivo se verifica


na relação que os documentos mantêm entre si em decorrência das atividades
do sujeito acumulador, seja ele pessoa física ou jurídica.

12 - (Correios/2011 – Cespe/UnB) Em um conjunto documental, quando


os documentos são mantidos no local onde foram acumulados, aplica-se o
princípio arquivístico da ordem original.

13 - (Correios/2011 – Cespe/UnB) Quando há necessidade de se


reclassificar os documentos por tema, sem se levar em consideração a sua
proveniência ou a classificação original, estará sendo aplicado o princípio da
pertinência.

14 - (STM/2011 – Cespe/UnB) As características dos documentos de


arquivo incluem a unicidade, a qual determina que somente pode ser
considerado documento de arquivo aquele que é exemplar único e original.

15 - (MS/2010 – Cespe/UnB) O termo suporte é utilizado em


arquivologia para denominar qualquer material que contém informações
registradas. Alguns exemplos, além do mais comum hoje, que é o papel, são:
papiro, pergaminho, filme de acetato, fita magnética, disco magnético, disco
ótico, entre outros.

16 - (ANAC/2009 – Cespe/UnB) Os estágios de evolução dos arquivos


são conhecidos como arquivos setoriais e arquivos gerais ou centrais.

17 - (STM/2011 – Cespe/UnB) A teoria das três idades refere-se à


sistematização do ciclo de vida dos documentos arquivísticos.

18 - (AGU/2010 – Cespe/UnB) Uma das principais funções do arquivo


intermediário é armazenar temporariamente os documentos que não são mais
movimentados.

19 - (INSS/2008 – Cespe/UnB) A existência de arquivos correntes é


justificada por questões exclusivamente econômicas.

20 - (INSS/2008 – Cespe/UnB) Os documentos podem passar pelas três


idades documentais, mas, obrigatoriamente, apenas pelos arquivos correntes.

21 - (MMA/2003 – Cespe/UnB) Os arquivos, assim como as bibliotecas,


são formados pro documentos produzidos e conservados com objetivos
culturais.

22 - (MMA/2003 – Cespe/UnB) Os arquivos são formados por


documentos colecionados de fontes diversas, adquiridos pro compra ou
doação.

23 - (MMA/2003 – Cespe/UnB) Os acervos arquivísticos assemelham-se


aos biblioteconômicos pelo fato de apresentarem exemplares múltiplos.
Prof. Mayko Gomes www.pontodosconcursos.com.br 18
NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA PARA O TRE-RJ
CARGO TÉCNICO JUDICIÁRIO – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MAYKO GOMES

Gabarito Comentado

Item Resposta Comentário


Segundo este princípio, não pode haver entrada de documentos efetuada por entidade
01 Errado diversa daquela que o gerou.
Segundo o princípio da Organicidade, a ordem dos documentos deve refletir a
02 Errado organização e atividades das instituições, para seu entendimento.
Uma pequena aplicação do princípio da Territorialidade, onde os documentos devem
03 Certo estar o mais próximo possível de seu produtor.
A correta aplicação do princípio da Territorialidade, onde os documentos devem ser
04 Certo mantidos no local onde foram produzidos.
O princípio da Ordem Original mantém o arquivo com a classificação inicial. A
05 Errado reclassificação é determinada pela Pertinência.
Mais uma interpretação do princípio da Territorialidade, os documentos devem ser
06 Certo guardados, tanto quanto possível, pelo acumulador, ou próximo a este.
A aplicação deste princípio mantém a classificação inicial dos documentos, e não sua
07 Errado organização inicial.
Este princípio não tem aplicação prática. A base teórica para a avaliação são os
08 Errado princípios da Proveniência e da Ordem Original.
Os princípios arquivísticos, especialmente o da Proveniência e da Ordem Original,
09 Errado datam da Idade Moderna, quando os arquivos ganharam importância para a sociedade.
Uma das características do documento de arquivo é provar, informar ou testemunhar
10 Certo sobre a atividade que o gerou, ou sobre a instituição que o gerou.
O documento de arquivo deve provar ou informar sobre seu produtor. Portanto, deve
11 Certo estar organizado de forma que reflita fielmente essas atividades.
Neste caso observamos a aplicação do princípio da Territorialidade. O princípio da
12 Errado Organização é observado quanto ao método de organização dos documentos.
Apesar de não ser mais aplicado este princípio na prática, é exatamente este o seu
13 Certo método de funcionamento: considerar apenas o assunto do documento.
Os documentos de arquivos são únicos em seu contexto. Mas não significa que são
14 Errado únicos em exemplares ou vias. Podem haver mais, e pertencer a arquivos diferentes.
Os suportes são qualquer meio físico que tenha o registro de informações. Mesmo os
15 Certo desenhos de cavernas e inscrições em tábuas antigas são suporte documental.
Os estágios de evolução dos arquivos são dados pela Teoria das Três Idades, que são
16 Errado corrente, intermediário e permanente. Vamos ver mais na próxima aula.
A Teoria das Três Idades reflete o ciclo de vida pelo qual passa todos os documentos
17 Certo criados: a sua produção, sua utilização e sua destinação.
Vimos que os documentos de arquivo intermediário são os que possuem ainda utilidade
18 Certo administrativa, mas têm baixa freqüência de utilização.
A existência do arquivo corrente é inevitável, visto que é a única fase obrigatória para
19 Errado todos os documentos. O item se refere ao arquivo intermediário.
Conforme explicado em item anterior, o arquivo corrente é a única fase obrigatória,
20 Certo pois é onde “nascem” todos os documentos.
Os documentos de arquivo são produzidos com a finalidade administrativa,
21 Errado conseqüência de atividades próprias do produtor.
Os documentos de arquivo são acumulados e não colecionados. Ainda, suas fontes são
22 Errado apenas seus produtores; e sua aquisição é pelo processo natural de acumulação.
Os documentos de arquivo são únicos em seu contexto. Portanto apresentam
23 Errado limitadíssimo número de vias ou cópias.

Prof. Mayko Gomes www.pontodosconcursos.com.br 19


NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA PARA O TRE-RJ
CARGO TÉCNICO JUDICIÁRIO – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MAYKO GOMES

E assim acabamos nossa primeira aula.

Estes são os conceitos necessários para responderem às questões.


Resolvemos e comentamos alguns exercícios sobre os assuntos pedidos no
edital, alguns com muitas questões, outros com poucas, pois não aparecem
muito em provas da banca...

Mas para que vejam a simplicidade do conteúdo, observem que muitas


questões resolvidas e colocadas na lista foram retiradas de provas do
Cespe/UnB para cargos de nível superior. Mesmo com uma “exigência maior”
para estes cargos, o assunto conceitos iniciais não é difícil.

Em nossa próxima aula vamos conhecer as atividades desenvolvidas nos


arquivos. A Gestão de Documentos trata exatamente disso: todo o tratamento
que o documento recebe, desde sua produção até a sua destinação, que é o
fim sofrido por ele de acordo com decisões administrativas. Vamos conhecer as
ferramentas, os procedimentos e as normas que regem esse tratamento
documental.

Espero que tenham gostado da aula, e mais ainda que tenham percebido
a importância de estudar esta disciplina!

Também devo um grande pedido de desculpas a todos pelos dias de


atraso na publicação da aula. Como postado no quadro de avisos do fórum,
sofri de um torcicolo terrível, devido à grande carga de trabalho. Tive que ficar
alguns dias em repouso, e fui proibido de utilizar o computador. Mas já estou
de volta às atividades, e me recuperando. Então não se preocupem, pois daqui
em diante nossas aulas serão constantes. Mais uma vez peço o perdão de
todos, e estarei disponível para ajudá-los em tudo o que for possível.

Continuem se esforçando sempre e não desistam nunca! E contem


sempre com nosso apoio, meu e da equipe do Ponto!

Espero receber as críticas e sugestões de todos vocês para elaborar um


trabalho que realmente os ajude. Estarei disponível para solução de dúvidas no
fórum do curso e no email: mayko@pontodosconcursos.com.br.

Forte abraço a todos, meus desejos de que as bênçãos de Deus estejam


presentes em suas vidas!

Bons estudos e aguardo a todos em nossa próxima aula!

Prof. Mayko Gomes


Julho/2012

Prof. Mayko Gomes www.pontodosconcursos.com.br 20


NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA PARA O TRE-RJ
CARGO TÉCNICO JUDICIÁRIO – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MAYKO GOMES

Exercícios Resolvidos na Aula

(STM/2011 – Cespe/UnB) Somente podem ser considerados documentos


de arquivo aqueles que, emanados do poder público ou de entidades de direito
privado, são capazes de produzir efeitos de ordem jurídica na comprovação de
fatos.

(ANEEL/2010 – Cespe/UnB) Um documento de arquivo é confiável


quando o conteúdo pode ser considerado uma representação completa e
precisa das operações, das atividades ou dos fatos que o criaram.

(Correios/2011 – Cespe/UnB) A distinção entre documentos de arquivo,


de biblioteca ou de museu é feita conforme a origem e o emprego desses
documentos.

(TRT-17/2009 – Cespe/UnB) A instalação de arquivos setoriais é uma


forma de centralização dos arquivos correntes da organização como um todo.

(AGU/2010 – Cespe/UnB) O arquivo corrente é formado por documentos


que estão em trâmite, mas que não são consultados frequentemente porque
aguardam sua destinação final.

(TRT-21/2010 – Cespe/UnB) O acesso aos documentos nos arquivos


intermediários é ainda restrito aos acumuladores, porque o arquivo
intermediário é uma extensão dos arquivos correntes, em que predomina o
valor primário dos documentos.

(Correios/2011 – Cespe/UnB) O acervo de um arquivo permanente é


constituído das preciosidades colecionadas ao longo do tempo por pessoas
físicas ou jurídicas e recolhidas de modo assistemático.

(AGU/2010 – Cespe/UnB) Mapas, perfis, desenhos técnicos e plantas


fazem parte do gênero documental cartográfico.

(TRT-21/2010 – Cespe/UnB) Rolo, jaqueta e cartão-janela são exemplos


de documentos do gênero micrográfico.

(TRE-MS/2007 – FCC) A tipologia documental é a junção da espécie


documental com o suporte material.

(EBC/2011 – Cespe/UnB) Quando se preserva a forma original de


organização dos documentos, aplica-se o princípio da pertinência.

(AGU/2010 – Cespe/UnB) Ao se aplicar o princípio de respeito aos fundos


em um conjunto documental de uma organização pública ou privada, são
identificados os documentos destinados à guarda permanente ou à eliminação.

Prof. Mayko Gomes www.pontodosconcursos.com.br 21


NOÇÕES DE ARQUIVOLOGIA PARA O TRE-RJ
CARGO TÉCNICO JUDICIÁRIO – TEORIA E EXERCÍCIOS
PROFESSOR: MAYKO GOMES

(EBC/2011 – Cespe/UnB) Para a obtenção do fundo de arquivo, deve-se


aplicar o princípio da naturalidade.

(Ibram-DF/2009 – Cesp/UnB) As áreas de armazenamento de


documentos devem ser totalmente independentes das demais e não devem
exceder 200 m². Assim, pode ser necessário ter vários depósitos, que devem
ser independentes entre si, separados por corredores, com portas corta-fogo e,
de preferência, com sistemas independentes de energia elétrica, de aeração e
de climatização.

(TRT-21/2010 – Cespe/UnB) A definição dos gêneros documentais é


importante para estabelecer o tipo de armazenamento necessário para a
preservação dos documentos.

(TJDFT/2008 – Cespe/UnB) O acondicionamento é uma das etapas do


planejamento de conservação preventiva de documentos.

(TJDFT/2008 – Cespe/UnB) No acondicionamento de documentos


permanentes, embalagens de papel com pH alcalino não devem ser utilizadas,
porque provocam reações químicas que aceleram o processo de deterioração
dos documentos.

Prof. Mayko Gomes www.pontodosconcursos.com.br 22

Das könnte Ihnen auch gefallen