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Cognição,

desenvolvimento
e aprendizagem
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Uníntese | UnínteseVirtual Cognição, desenvolvimento e


aprendizagem
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2012
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Cognição,
desenvolvimento e
aprendizagem:
conceitos introdutórios

Pedro Stieler1

O estudo sobre a aprendizagem traz consigo a necessidade


de abordar os conceitos de desenvolvimento e de cognição. Temas
básicos do cotidiano dos profissionais da educação, que contam, no
entanto, com poucos momentos dedicados ao seu aprofundamento,
no cenário escolar.

Assim, ao conceituarmos desenvolvimento, nos referimos


ao conjunto de processos de maturação neurobiológicos do
organismo humano e das funções cognitivas que permitem o
aprendizado. A maturação, entendida não somente como uma
aptidão natural do organismo, mas principalmente como resultado
das experiências deste organismo com o meio.
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Pedagogo, Supervisor e Orientador Educacional, Especialista em Aprendizagens Psico-
lógicas na Universidade, Mestre em Educação nas Ciências, Doutorando em Epistemologia
e História da Ciência.
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Ao conceituarmos cognição, nos referimos a um conjunto de


habilidades mentais denominadas funções cognitivas, como a
percepção, a atenção, a memória, a linguagem e as funções
executivas – responsáveis pelo planejamento de tarefas, resolução
de problemas, estratégias para enfrentar desafios. As funções
cognitivas ou funções psicológicas superiores são fundamentais
para a aprendizagem.

A percepção é a função cerebral que permite receber e


reconhecer diferentes estímulos sensoriais através dos órgãos dos
sentidos, bem como permite organizá-los e dar-lhes significado. A
atenção é a capacidade que temos de concentração em um foco,
chamada de atenção seletiva, ou a mais de um foco ao mesmo
tempo, chamada de atenção dividida, a partir de uma ação, um
estímulo que julgamos importante. A memória é a função cerebral
que nos dá capacidade de armazenar, guardar informações (a curto
ou longo prazo) e lembrá-las, ou seja, resgatá-las quando
necessário ou quando fazemos algum tipo de associação. A
linguagem é a função cuja capacidade permite a comunicação
verbal e não verbal, de forma que a pessoa possa compreender e
ser compreendida.

As funções executivas se referem às capacidades


relacionadas à estruturação do pensamento que permitem à pessoa
responder, de forma eficaz, aos estímulos do meio, através da
organização e execução de ações complexas. As funções
executivas mobilizam habilidades das demais funções e delas
dependem para seu desempenho.

Segundo Mello (PANTANO & ZORZI, 2009, p. 90-91), diversas


habilidades são descritas como funções executivas, dentre elas, a
organização e planejamento de uma ação, o comportamento
orientado ao alcance de metas, a manutenção da disposição para
agir, a verificação e regulação da ação (auto-regulação), a inibição
seletiva do comportamento (controle inibitório), a capacidade para
mudar o plano de ação diante de mudanças na tarefa (flexibilidade
mental), a memória operacional, a atenção seletiva e vigilância, a
resolução de problemas, o controle emocional. No entanto,
recentemente, foram agrupadas em três eixos principais: mudanças
de padrões mentais, atualização e monitoramento da
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informação e inibição de respostas predominantes.

A cognição, portanto, é resultado da articulação entre todas


estas funções, que só se tornam habilidades mentais à medida em
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que forem desenvolvidas, ou seja, estimuladas e mobilizadas para a


aprendizagem, a partir de desafios.

Para Wajnsztejn e Alessi, o estudo sobre aprendizagem se


constitui como um fator importantíssimo neste processo, pelo fato de
que a maioria dos comportamentos humanos são resultados da
aprendizagem. Ao nascer, o bebê começa a apresentar
comportamentos que chamamos “condutas reflexas”, de caráter
involuntário e que surgem em função dos estímulos naturais do
meio, possibilitando que ele sobreviva em um novo ambiente,
diferente do intrauterino. Com o passar do tempo, com as
oportunidades e com os estímulos, essas condutas reflexas dão
lugar às “condutas adquiridas”. Esse é o início do processo de
aprendizagem, quando o sujeito, ao exercitar seu reflexo, consegue
aplicá-lo em situações diversas, como na sucção que inicialmente é
reflexo (inato), ao se repetir diversas vezes leva o bebê a sugar seu
próprio dedo, num exemplo de transformação de conduta reflexa em
adquirida. No entanto, não podemos entender esse exemplo como
um fato isolado e sim como resultado de um processo que envolve a
maturação do sistema nervoso através do crescimento dos
neurônios e das respectivas mudanças que ele provoca para realizar
as conexões destas terminações nervosas. (PANTANO & ZORZI,
2009, p.47-48-49).

A aprendizagem pode ser entendida, então, como o


processo que permite ao ser humano transformar a sua estrutura
mental e, assim, possibilitar o entendimento acerca do meio, mudar
seu comportamento. Esse processo não acontece de forma isolada,
mas como resultado de processos anteriores que envolvem
aspectos biológicos, psíquicos (afetivos e emocionais) e sociais
(histórico-culturais). Desta forma, aprendizagem pode se referir mais
ao processo e, aprendizado ao resultado desse processo.

Neste contexto, os conceitos de cognição e aprendizagem


são discutidos por diferentes correntes teóricas, no entanto, se
caracterizam como processos distintos e ao mesmo tempo
interdependentes, os quais permitem ao homem construir seu
conhecimento e utilizá-lo para a resolução de situações problema,
para sua adaptação ao meio, para sua sobrevivência.
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Independente da posição teórica a ser adotada na


fundamentação do trabalho pedagógico, destacamos, aqui o
interacionismo por trazer elementos de extrema importância para o
processo de aprendizagem escolar, bem como a neurociência, que,
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aplicada à educação, traz uma nova perspectiva para a


aprendizagem.

O interacionismo explica o desenvolvimento cognitivo a partir


da relação do sujeito com o mundo, considerando os aspectos
biológicos, afetivos e sociais. A neurociência por sua vez, explica o
desenvolvimento cognitivo a partir dos aspectos neurobiológicos, em
que a maturação dos neurônios e seus processos de constituição de
redes neurais (com as sinapses) que se formam a partir dos
estímulos, tanto os inatos quanto àqueles provenientes de
estimulação, denominados estímulos orgânicos e ambientais.

Assim, temos em Piaget (1896 - 1980) o precursor do


interacionismo, que, com sua teoria denominada epistemologia
genética, concebe o desenvolvimento cognitivo como um processo
de evolução das estruturas internas a partir de etapas bem
estruturadas, chamadas de estágios de desenvolvimento.

Na corrente (sócio)interacionista, destaca-se também


Vygotsky (1896 - 1934) que teoriza sobre as relações entre o
desenvolvimento cognitivo e o aprendizado escolar. Vygotsky
entende que o aprendizado, organizado de forma adequada resulta
em desenvolvimento cognitivo, desencadeando uma série de
processos de desenvolvimento, que, sem o fator aprendizagem
escolar não aconteceriam. Desta forma, ele coloca o aprendizado
como uma necessidade para o processo de desenvolvimento das
funções cognitivas-psicológicas (1978, p.101).

Assim, quando tratamos de cognição, de desenvolvimento


cognitivo e de aprendizagem, as teorias do interacionismo e da
neurociência convergem e se complementam.
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