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DEUS ANIMA ABRAÃO

Após treze anos de silêncio, Deus retorna a falar com Abrão, renovando-lhe as promessas e mudando o nome do
patriarca para que se iniciasse o tempo certo do seu cumprimento.

INTRODUÇÃO

- Após a solução humana dada por Abrão para ver cumprida a promessa divina, passaram-se treze anos
sem que Deus tivesse aparecido ao patriarca. De súbito, porém, o Senhor volta a aparecer a Abrão, ensina-
lhe que não podemos senão obedecer estritamente aos mandamentos do Senhor e, na seqüência do
aperfeiçoamento do relacionamento com Ele, muda-lhe o nome e o de sua mulher e reafirma que teria um
filho das entranhas de Sarai, agora, Sara.
OBS: "A mudança do nome indica um compromisso com Deus para realizar uma missão. A circuncisão é
um rito que indica a pertença ao povo com o qual Deus faz aliança. Esse rito, como o batismo, supõe o
compromisso de viver conforme Deus quer (v.1). Notemos que tanto os livres como os escravos são
circuncidados: o povo de Deus nasce aberto para todos, e diante de Deus são todos iguais. É um convite
para que os homens também realizem essa igualdade entre si." (BÍBLIA SAGRADA. Edição Pastoral, nota a
Gn.17:1,27, p.29).

I. DEUS RENOVA SEU PACTO COM ABRAÃO E SARA

- Abrão e Sarai haviam tomado uma deliberação sua para que a promessa de Deus se cumprisse.
Suscitaram descendência a Abrão através da serva egípcia, Agar, de forma que Ismael, considerado o
herdeiro do patriarca, já estava de doze para treze anos de idade. Entrava na adolescência e, como tal,
como uma pessoa que poderia ser responsabilizada pelos seus atos, notadamente em relação a Deus.
Parecia tudo estar resolvido, até porque, desde então, Deus não se manifestara mais ao patriarca.

- Entretanto, quando Abrão tinha já noventa e nove anos, Deus, mais uma vez, manifesta-Se ao patriarca.
Aparece-lhe e, de uma forma surpreendente, revela-Se como o Senhor Todo-Poderoso. "Eu sou o Deus
Todo-Poderoso". Assim o Senhor Se identificou a Abrão, não deixando margem a qualquer dúvida de que
todo o poder lhe pertence e que não há limites para a Sua atuação. Com esta afirmação, também, o Senhor
deixa bem claro que, como seres humanos, cumpre-nos, tão somente, obedecer-Lhe e não querer dirigir
Seus passos. Como seria interessante que muitos dos professos da chamada teologia da prosperidade ou
da doutrina da confissão positiva pudessem bem entender este versículo, que deixa bem claro que o nosso
Deus é o Senhor Todo-poderoso e não um empregado à disposição do capricho dos homens.

OBS: "...Assim como a fé de Abrão foi necessária na efetuação do concerto com Deus, assim, também um
esforço sincero para agradá-lO era agora necessário, para continuação das bênçãos de Deus, segundo o
concerto feito(...).A fé de Abrão tinha que estar unida à sua obediência (Rm.1.5); senão ele estaria
inabilitado para participar dos propósitos eternos de Deus. Noutras palavras, as promessas e os milagres de
Deus somente serão realizados quando Seu povo busca viver de maneira irrepreensível, tendo o seu
coração voltado para Ele (Gn.5.24; 6.9; Dt.13.4...)" (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, nota a Gn.17.1,
p.56).

- Após Se revelar como o Senhor Todo-Poderoso, aquele que dá as ordens, que manda, que governa sobre
todas as coisas e que não encontra limite a não ser em Sua fidelidade e caráter, Deus traz a primeira ordem
para o patriarca, depois de treze anos de suposta auto-suficiência e cumprimento da promessa divina por
humanos meios: "Anda na Minha presença". Para que o homem possa ter vitória e sucesso em sua
existência, é indispensável que ande na presença do Senhor. Andar na presença do Senhor não é estar
sendo observado por Deus, pois Deus tudo vê e tudo ouve e isto o patriarca tinha pleno conhecimento
desde o retorno de sua serva, quando Agar identificou a Deus como o "Deus da vista" (Gn.16:13) e, ao
aceitar a ordem divina e dar o nome de seu filho com a escrava de Ismael, que quer dizer "Deus está
ouvindo"(Gn.16:11,15). Andar na presença de Deus é algo muito mais profundo, é ter comunhão com Deus,
ou seja, é compartilhar de tudo com Deus, desejar o que Deus deseja, querer o que Deus quer, fazer o que
Deus faz, obedecer ao que Deus manda. Muitos crentes, infelizmente, apenas têm a percepção de que
Deus tudo vê e tudo ouve, de Sua onipresença, mas não andam na presença do Senhor, seguem suas
vidas a seu bel-prazer, fazendo as coisas que bem entendem, humanamente vivendo segundo o que
entendem que seja a vontade de Deus para suas vidas. Era esta a situação vivida pelo patriarca durante
estes treze anos, mas que não poderia perdurar se ele quisesse ter um crescimento na vida espiritual.

- A segunda ordem de Deus para Abrão foi ainda mais dura e série: "sê perfeito". Como exigir de um ser
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humano a perfeição, se o homem é, por natureza, imperfeito ? Embora sejam imperfeitos, Deus exige que
sempre busquemos a perfeição. É dever de todo servo de Deus ir em direção à perfeição e a perfeição é ter
o caráter e o perfil determinados pela Palavra de Deus. O texto da Septuaginta bem denota o sentido da
expressão divina: "torne-se irrepreensível". O que Deus exige de cada servo é que tenha o desejo e se
porte sempre buscando a perfeição, deixando, a cada instante, de dar motivos para sermos repreendidos
pelo Senhor(I Co.11:32). É por isso que o apóstolo, já nos últimos instantes da revelação das Escrituras,
afirma que "quem é santo, santifique-se ainda"(Ap.22:11). Devemos, como afirma o escritor aos Hebreus,
"seguir a santificação"(Hb.12:14), ou seja, buscar, continuadamente, o modelo de perfeição apresentado
pela Bíblia Sagrada e de que Jesus é o exemplo. Devemos "olhar para Jesus, o autor e consumador da
nossa fé"(Hb.12:2), Jesus que, tanto quer o "aperfeiçoamento dos santos", que instituiu, em Sua Igreja, os
dons ministeriais para este fim (Ef.4:11,12).
OBS: O texto da Nova Versão Internacional (NVI) bem explicita o significado das ordens de Deus a Abrão.
Vejamo-lo: " Quando Abrão estava com noventa e nove anos de idade o SENHOR lhe apareceu e disse; 'Eu
sou o Deus todo-poderoso; ande segundo a Minha vontade e seja íntegro'. (Gn.17:1)." (destaques nossos)

- Depois de treze anos de silêncio, Deus aparece a Abrão e lhe informa que, para prosseguir na sua
caminhada com fé, é indispensável que tenhamos a Deus como nosso Senhor, que saibamos que Ele tem
todo o poder bem como que devemos sempre estar em comunhão com Ele, sendo-Lhe obediente em tudo,
perseguindo, pois, a perfeição. Isto Deus não exige apenas de Abrão, mas de cada um que queira ser
chamado "filho de Abraão". Neste particular, aliás, razão tem os islâmicos ao afirmar que Abrão foi o
primeiro que aceitou ser "submisso" a Deus.

- Após observar ao patriarca quais são os parâmetros que devem reger o relacionamento entre Deus e o
homem, o Senhor renovou as promessas feitas vinte e quatro anos antes ao patriarca. Enquanto o patriarca
havia mudado algumas vezes, Deus continuava o mesmo, Aquele em que não há mudança, nem sombra de
variação (Tg.1:17). Como há vinte e quatro anos, Deus voltou a prometer que Abrão teria uma grande
descendência e que teria uma aliança pessoal com ele(Gn.17:2,4).

- Abrão demonstra ter aprendido a lição da soberania de Deus e de que deveria abandonar uma postura de
auto-suficiência e de cumprimento das promessas divinas segundo o seu bel-prazer e seus pensamentos.
Caiu sobre o seu rosto, em sinal de humilhação, de adoração e de reconhecimento da soberania de
Deus(Gn.17:3). Observemos que este "cair sobre o seu rosto" é um ato de humilhação, de adoração e não
fruto de um espetáculo deplorável como se tem visto nas hipóteses de fanerose, o suposto e antibíblico "cair
pelo Espírito", mais uma destas inovações que tem procurado se infiltrar no meio do povo de Deus. Com
este gesto, Abrão estava abandonando os seus conceitos que haviam dirigido a sua vida espiritual durante
estes treze anos e se disposto a voltar a seguir a direção e orientação de Deus para o cumprimento de Seu
plano na sua vida.

- Como prova de que se estava ingressando num novo estágio de sua vida espiritual, Abrão tem mudado o
seu nome por Deus. Deus muda seu nome de Abrão, que quer dizer pai exaltado, para Abraão, pai de uma
multidão de nações. Esta mudança de nome refletia a mudança de caráter que vivia o patriarca neste
instante. Deixava ele de ser apenas "o hebreu", ou seja, o peregrino, o homem diferente que cria em apenas
um Deus, de costumes diferentes e que havia obtido uma grande vitória militar por servir a este Deus e que
obtivera um filho, ainda que de forma humana, para demonstrar a fidelidade deste Deus. Ele passava a ser
agora o homem diferente, mas o homem que se submetia a este Deus e que aceitava chamar-se "pai de
uma multidão de nações", apesar de só ter um filho e, ainda por cima, de uma escrava. Era alguém que
reconhecia este Deus único, mas este Deus único passava a ser considerado Alguém superior, dotado de
todo o poder, que cumpria as Suas promessas, independentemente da ação ou da vontade do homem.
Toda vez que fosse questionado porque se chamava, agora, de "pai de uma multidão de nações", tendo
apenas um filho, Abraão teria a oportunidade de dizer que Deus era o Todo-Poderoso e que, a Seu tempo,
cumpriria as Suas promessas. Será que temos nos comportado desta mesma forma, ou temos evitado dizer
qual é o nosso nome, porque isto implicaria em termos que responder a razão da esperança que há em
nós ? Mas não é, exatamente, este o comportamento que Deus tem esperado de nós ? (I Pe.3:15).

- É interessante observar que o nome dado por Deus ao patriarca já demonstrava o seu caráter a partir
daquele instante. O Senhor é bem claro ao afirmar que "por pai da multidão de nações te tenho posto", ou
seja, tratava-se de um fato decorrente da vontade operativa de Deus que, num instante, delineava-se.
Embora fosse pai da multidão de nações desde aquele instante, somente no futuro Abraão iria frutificar
grandissimamente e haveriam de surgir nações e reis dele. Conquanto a situação já estivesse presente
desde então, os homens, os fatos somente se perceberiam oportunamente. Assim também é a salvação.
Conquanto seja algo instantâneo e imediato, seus resultados, suas conseqüências somente se verificarão
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ao longo do tempo, através das obras, ações e atitudes que demonstrarão, exteriormente, o que há no
homem interior. É por isso que Jesus afirmou-nos que somos chamados para dar fruto e fruto permanente
(Jo.15:16). Pelos frutos conheceremos os verdadeiros servos do Senhor (Mt.7:16-20). Eis uma razão pela
qual nossa denominação, corretamente, exige um tempo razoável entre a conversão e a descida às águas
de um recém-converso, pois é indispensável que haja uma demonstração de que houve, realmente, a
transformação do homem interior.(aliás, preocupante a conduta de alguns obreiros que, para fazer
estatísticas, tem considerado este aspecto de lado...)

II. DEUS REAFIRMA SUAS PROMESSAS A ABRAÃO

- Deus renova a promessa da descendência inumerável de Abraão e de que haveria um relacionamento, um


compromisso entre Deus e esta descendência, aliança esta que seria perpétua(Gn.17:8), ou seja, imutável,
permanente. As promessas de Deus não falham nem deixam de ser cumpridas. O homem que, por sua
desobediência, faz com que as bênçãos e os benefícios prometidos por Deus não lhe sejam alcançados.
Por ser perpétua a aliança de Deus com o Seu povo é que a história se desenvolve exatamente para que
estas promessas tenham seu cumprimento. Não nos esqueçamos que, como afirmou o compositor sacro da
Harpa Cristã, as promessas de Deus são "as promessas que não falham": "De Deus mui firmes, são as
promessas, falhando tudo, não falharão; se das estrelas o brilho cessa, mas as promessas brilharão"(refrão
do hino 459 da Harpa Cristã).

- A essência deste concerto estabelecido com Abraão era para que Deus fosse para o patriarca e sua
descendência, perpetuamente, o seu Deus ; "para te ser a ti por Deus e à tua semente depois de ti
"(Gn.17:7b). Este é o essencial do pacto: ser o Senhor o Deus de Abraão e de sua descendência. Somos
chamados "filhos de Abraão" exatamente porque temos a Deus como nosso Senhor e, neste passo,
repetimos, não está errada a interpretação islâmica que diz que Abraão é o primeiro que se submete a
Deus, ou seja, que o toma como o único Deus de sua vida. Este concerto foi reafirmado por Jesus, quando,
em Sua oração sacerdotal, disse que a vida eterna nada mais era que "te conheçam, a Ti só, por único
Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste"(Jo.17:3).

- Deus ser para nós o nosso Deus é algo extremamente profundo e absolutamente essencial para quem,
realmente, diz ser um servo do Senhor. Deus ser para nós Deus é, simplesmente, termos em Deus a razão
única da nossa existência, é decidirmos dEle depender inteiramente, é fazermos única e exclusivamente o
que Lhe é agradável, é obedecer a tudo que Ele mandar. Tem sido isto uma realidade em nossas vidas, ou
buscamos a Deus como apenas um refúgio naquilo que não está conforme a nossa vontade, ou como
Alguém que pode nos dar aquilo que, por nós mesmos, não conseguimos alcançar ? Deus quer ter um
relacionamento conosco e quer o nosso aperfeiçoamento, mas, antes de tudo, exige que Ele seja para nós
o nosso Deus. Eis a grande diferença entre o servo de Deus e os demais religiosos, que vêem em Deus
apenas Alguém que lhes pode ajudar nas dificuldades e impasses da vida.

OBS: "... A razão de ser e a realidade do concerto de Deus com Abraão era Deus era o Deus único de
Abraão e seus descendentes.(vv.7,8). A promessa de Deus de ' te ser a ti por Deus' é a promessa
fundamental, na qual se baseiam todas as demais promessas. Significa que Deus assume o compromisso,
sem reservas, com o Seu povo fiel, para ser o seu Deus, seu escudo e seu galardão(...). Significa, também,
que a graça de Deus, Seu perdão, promessas, proteção, orientação, bondade, ajuda e bênção são dados
aos Seus com amor (Jr.11.4; 24.7; 30.22; 32.38; Ez. 11.20; 36.28; Zc.8.8). Todos os crentes herdam essa
mesma promessa mediante sua fé em Cristo (Gl.3.16)." (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, nota a
Gn.17.7, p.56).
"...Aqui vemos, em síntese, a essência da aliança que Deus fez com Abraão e sua descendência. Esta
essência é pessoal, comparável com a nova relação que o crente tem com Deus, depois de aceitar a Jesus
Cristo como seu Salvador pessoal (cf Jo.1:12)." (A Bíblia Vida Nova, nota a Gn.17:7, p.21).

- Em seguida, Deus renova, uma vez mais, a promessa de concessão de Canaã à descendência de Abraão
perpetuamente, sob a condição de ser o Deus desta descendência(Gn.17:8,9). Verificamos, assim, que a
aliança de Deus com a descendência de Abraão, "in casu", a que virá do filho que ainda estava por nascer
(Gn.17:19), é imutável, perpétua, para sempre, como sempre são os pactos estabelecidos por Deus.
Entretanto, havia a necessidade de a descendência de Abraão ser fiel a Deus, mantê-lo como único Deus.
Por não cumprirem sua parte neste pacto, o povo de Israel, por duas vezes, foi retirado da Terra Prometida,
exatamente porque não observou a condição de fidelidade e de submissão ao Senhor. É o que vemos
registrado nas Escrituras Sagradas - Dt.28:63-68; II Rs.17:6-23; II Cr.36:11-21; Mt.23:32-39; 24:1,2.
OBS: " Abraão e seus descendentes físicos receberiam, pela promessa divina, a terra de Canaã (12.7;
13.15; 15.7,18-21). O concerto era 'perpétuo' do ponto de vista de Deu. Ele poderia ser violado somente
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pelos descendentes de Abraão (Is.24.5; Jr.31.32); assim sendo, a posse da terra dependia da condição de
obediência a Deus..." (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, nota a Gn.17.8, p.57).
"...O concerto entre Deus e Abraão foi chamado 'um concerto perpétuo' (17.7). A intenção de Deus era que o
concerto fosse um compromisso permanente. Era, no entanto, passível de ser violado pelos descendentes
de Abraão, e assim acontecendo, Deus não teria de cumprir as Suas promessas. Por exemplo, a promessa
que a terra de Canaã seria uma possessão perpétua de Abraão e seus descendentes (17.8) foi quebrada
pela apostasia de Israel e pela infidelidade de Judá e sua desobediência à lei de Deus 9 Is.24.5; Jr.31.32);
por isso, Israel foi levado para o exílio na Assíria (2 Rs.17), enquanto que Judá foi posteriormente levado
para o cativeiro em Babilônia (2 Rs 25; 2 Cr 36; Jr.11.1-17; Ez. 17.16-21).(BÍBLIA DE ESTUDO
PENTECOSTAL. O concerto de Deus com Abraão, Isaque e Jacó(estudo), p.73)

III. DEUS TRABALHA NA VIDA DE ABRAÃO E SARA

- Como símbolo da aliança, Deus instituiu a circuncisão, prática que é comum hoje tanto a judeus quanto a
árabes (até porque Ismael foi circuncidado). A circuncisão tem uma grande simbologia, porquanto se refere
a retirada do prepúcio, pele que reveste o órgão sexual masculino, demonstração de que a virilidade que
fazia com que o homem fosse socialmente superior à mulher na sociedade daquele tempo (e durante toda a
história da humanidade, como conseqüência do pecado, que destruiu a relação de igualdade e harmonia
entre os gêneros - Gn.3:16), deveria ser submissa a Deus. Tem-se, portanto, na circuncisão, um símbolo de
submissão, de fé e de obediência a Deus.

OBS: "A prática da circuncisão, se bem que atenda a uma necessidade de higiene, segundo afirmam os
mais eminentes médicos do mundo, tem, para o judeu, um sentido religioso muito elevado. Ela é o símbolo,
a prova e a condição para entrar na aliança que o Eterno estabeleceu com o patriarca Abrahão. Pela
circuncisão, o israelita está realmente comprometido num pacto indissolúvel com seu Deus, a virtude e o
dever. Neste pacto, o povo de Israel encontrou o meio infalível de permanecer imortal. As forças brutais, as
perseguições podiam bem destruir seu Templo, seu Reinado, eliminar sua nacionalidade e seu lugar de
povo entre as nações; porém, lá onde se salvasse um só israelita, ele constituiria um templo vivo em que
Deus gravou sua aliança com o gênero humano. Esta aliança não é uma idéia, uma palavra escrita sobre a
pedra de um templo, que a força pode derrubar; esta aliança é viva, fecunda, existente no corpo do israelita,
segundo se lê na bênção que se reza no ato da circuncisão: 'Bendito sejas Tu, Eterno, que hás consagrado
Teu bem amado desde seu nascimento, gravando a lei em sua própria carne e imprimido nos seus
descendentes o selo de Tua santa aliança.' "(Meir Matzliah MELAMED. Torá: a Lei de Moisés, nota a
Gn.17.13, p.38).

- Vemos, pois, que a circuncisão era um símbolo, uma demonstração de que o macho nascido na casa de
um descendente de Abraão assumia o compromisso de ter a Deus como seu Deus, compromisso que, se
não assumido, faria com que a pessoa fosse extirpada, ou seja, excluída da nação (Gn.17:11-14). Assim, a
circuncisão não era um ato que fazia com que, por ele só, a pessoa ingressasse no meio do povo de Deus,
mas um sinal de compromisso de servir a Deus e ter a Deus como seu Deus. Isto é importante salientar
porque o ritual é apenas um sinal, um símbolo de algo mais profundo e que é a essência do relacionamento
com Deus. De nada adiantaria ser circuncidado e pecar, desobedecer a Deus. Por isso, apesar de terem
sido circuncidados, os israelitas pecadores foram desarraigados, por duas vezes, de Canaã (Rm.2:24;
Gl.6:15).

OBS: "...Entretanto, o verdadeiro descendente de Abrahão é reconhecido unicamente pela sua dupla
circuncisão: a do corpo e a do coração. Aqueles que não tiverem ambas não poderão entrar no santuário de
Deus...(Meir Matzliah MELAMED. op.cit., nota a Gn.17.14, p.39).

- A circuncisão era o símbolo de uma aliança firmada entre Deus e Abraão e sua descendência, de modo
que era o sinal de uma aliança tipicamente carnal, porquanto relacionada à biologia, ou seja, à
descendência carnal de Abraão. Por isso, a circuncisão era feita assim que o macho ingressava no lar de
um descendente de Abrão, seja por nascimento, seja por aquisição (no caso de escravos e servos). Não se
exigia, portanto, senão o requisito carnal, biológico. Daí porque não se exigir do circuncidado qualquer
demonstração de vontade ou de consciência. Tratava-se de uma aliança puramente carnal. Diferente seria
no futuro, em que a circuncisão seria de coração e não de algum órgão do corpo, de espírito e não da
carne. Uma circuncisão espiritual, que dependeria da manifestação da vontade consciente do servo de
Deus (cf. Rm.2:28,29; Fp.3:3).

OBS: " A circuncisão seria um sinal e selo do concerto que Deus fez com Abraão e seus descendentes. (1)
Era um sinal ou marca que denotava terem aceito com Deus e de terem o próprio Deus como Senhor deles.
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(2) era um sinal da justiça que tinham mediante a fé (15.6; Rm.4:11). (3) era um meio de fazer o povo
lembrar-se das promessas que Deus lhes dera, e das suas próprias obrigações pessoais ante o concerto
(v.14). " (BÍBLIA DE ESTUDO PENTECOSTAL, nota a Gn.17.11, p.57).
" A circuncisão era um rito exterior, um sinal na carne, a ser posto em todos os descendentes masculinos de
Abraão, a fim de ficar como memorial da aliança que Deus, assim, estabelecida com Seu povo. Poderia
significar, também, o reconhecimento da falta de mérito próprio por parte do homem, para que depositasse
toda confiança em Deus. Posteriormente, o sinal veio a dar ocasião ao orgulho, como se aquilo fosse justo
motivo para que o homem reclamasse favores especiais de Deus (...). A circuncisão foi largamente praticada
no Médio Oriente da antigüidade. O que era notável na aliança é seu novo significado. Em vez de marcar a
chegada da virilidade quando o jovem se torna homem (como entre os árabes modernos), a circuncisão é
um sinal duma relação nova com Deus, cheia de privilégios e responsabilidades. Significava um
compromisso tanto com o povo de Deus, como para com Deus mesmo (Gn.17:14; cf Jr.4:4). Simbolizava o
afastamento dos costumes pagãos (Js.5:9) e a vontade egoística (Dt.10:16; cf. Cl.2:11,12). É de se notar
que a aliança estava aberta para os gentios (Gn.17:12b,13), mas somente enquanto eles se integrarem na
comunidade (cf. Ex.13:45). (A Bíblia Vida Nova, nota a Gn.17:10, p.21).

- Eis a principal razão pela qual não podemos concordar com a interpretação que vê no batismo em águas o
substituto da circuncisão na Nova Aliança e que, diante deste entendimento, defenda o batismo infantil,
porquanto o batismo em águas exige consciência e manifestação de vontade, o que torna este ritual
impossível a um recém-nascido. O batismo exige, previamente, a confissão pública de arrependimento
(At.2:38; 8:36-38).

OBS: "..O próprio ato físico da circuncisão era realizado em obediência a uma ordem divina; porém, por si
mesmo, não tinha qualquer mérito e nem efeito espiritual, conforme Paulo demonstrou em Atos 7:8. Era um
'sinal', ao passo que a verdade simbolizada era a diferença real que a graça de Deus faz no ser essencial
do indivíduo. No trecho de Col.2:11,12 encontramos uma vinculação um tanto frouxa entre o rito da
circuncisão e o batismo cristão, de tal modo que, pelo menos em sentido bastante limitado, o batismo
cristão tomou o lugar da circuncisão judaica. Isso nos é muito instrutivo, por que deixa óbvio, com base nas
asseverações de Paulo, em Rm. 2:28 e ss, que os sinais externos, tal como o da circuncisão, não 'são
agentes da graça, mas tão-somente símbolos daquela graça que verdadeiramente transforma o homem
interior. E essa graça interior aparece como operação do Espírito Santo. Contudo, o exagero posto nessa
vinculação entre a circuncisão judaica e o batismo cristão têm criado a errônea doutrina do 'batismo infantil',
porquanto eram as crianças judias, - aos oito dias de idade (quando do sexo masculino), que eram
circuncidadas. Seja como for, a ausência da realidade espiritual torna inútil tal 'sinal'.... " (R.N. CHAMPLIN.
Enciclopédia de Bíblia, Teologia e Filosofia, v.1, p.747).

- Entretanto, a aliança com Deus não poderia, de forma alguma, desprezar a instituição familiar. Já vimos,
na lição anterior, que Deus tem um cuidado todo especial com a família, que é instituição por Ele criada (e
que até, por isso, é alvo de constantes investidas do adversário). Assim, conquanto estivesse firmando um
pacto com o patriarca e com a sua descendência, obviamente que a aliança deveria ser estendida à família
de Abraão. Por isso, deveriam ser circuncidados todos os servos de Abraão e, inclusive, o seu filho Ismael,
ainda que não fosse ele o filho da promessa, era descendente do patriarca e Deus repugna a divisão interna
na família, o "jugo desigual" (Gn.17:23-27).

- Como se não bastasse isso, Deus, também, mudou o nome da mulher de Abraão, que de "Sarai", que
queria dizer "minha princesa" para "Sara", que queria dizer "princesa", com isto indicando que Sara seria
mãe de muitas nações. É interessante observar que, para que a bênção de Deus fosse completa na vida de
Abraão, sua mulher tinha de deixar de ser considerada como que um objeto, alvo de uma possessão por
parte do patriarca. Ao invés de "minha princesa", agora sua mulher seria "princesa". A mulher não pode ser
tratada pelo servo de Deus como um objeto, o alvo de uma posse, mas deve ser alguém que tenha
liberdade para agir e para fazer o bem. A submissão de Sara, que é considerada exemplar na Bíblia (I
Pe.3:6), nada tinha a ver com um espírito de posse e de egoísmo que pudesse ter seu marido em relação a
ela. O marido cristão não pode ter, de forma alguma, um comportamento que impeça a sua mulher de fazer
o bem, até porque a mulher virtuosa é uma mulher com grande atividade de benevolência (Pv.31:10-31).
Quanto a obra de Deus e os homens têm perdido por causa de machistas que não têm compreendido que
Deus não quer que suas mulheres sejam "suas princesas" mas "princesas do reino de Deus".

OBS: "Já que ambos os nomes significam 'Princesa', a mudança do nome de Sarai para Sara serviu para
introduzi-la no concerto por seu próprio esforço." (BÍBLIA DE ESTUDO PLENITUDE, nota a Gn.17.15, p.24)
(destaque nosso).
"...O Senhor mudou o nome de Abrão para Abraão e de Sarai para Sara. O homem natural tem que mudar
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para herdar as promessas divinas. Abraão recebeu um 'a' a mais; de Sara, foi tirado o 'i'. A letra 'a'
representa o amor, abundância, ânimo, alegria. Assim ficou sendo Abraão.(...) A letra 'i' representa o
impossível da incredulidade., infertilidade, incapacidade, improdutividade (...). O Senhor tirou todos estes
obstáculos porque para Ele nada é impossível. Antes de alcançarmos as promessas de Deus precisamos
nos livrar destes 'is', que tornam as coisas impossíveis em nossas vidas, e adicionarmos os 'as' do amor e
abundância, que o Senhor tem para nos dar, isso se faz através da fé..."(Osmar José da SILVA. Reflexões
filosóficas de eternidade a eternidade, v.3, p.62-3).

- Ismael, também, foi alcançado pelas promessas de Deus, sendo dito que ele frutificaria grandemente e
teria doze filhos, que seriam príncipes, e se constituiria numa grande nação, que, também, seria numerosa.
Efetivamente, vemos, até hoje, a nação árabe, que é numerosa e que, apesar de se reconhecer como uma
nação, sempre se encontra politicamente dividida ao longo dos séculos, mesmo depois do surgimento do
Islamismo, quando se conseguiu uma efêmera unificação durante os dias de Maomé e dos quatro primeiros
califas. (Gn.17:20).

Colaboração : Caramuru Afonso Francisco.

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