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9.

Sistema de Esgotamento Sanitário

9.1 Contextualização

Esgoto sanitário, conforme a NBR 9648, é o despejo líquido constituído de esgotos


doméstico e industrial, água de infiltração, poluentes de natureza orgânica e inorgânica,
além de microrganismos patogênicos, que podem acarretar em danos à saúde pública e
ao meio ambiente. Assim, devido a composição do esgoto é de extrema importância que
este seja tratado de forma correta, uma vez que a negligência no sistema de esgoto
sanitário ocasiona a contaminação do solo e da água e facilita a disseminação de doenças.

Em relação a origem dos esgotos, pode-se destacar a doméstica, ou seja, aquele que é
proveniente da utilização da água para fins domésticos, como lavagem de roupa, de
utensílios de cozinha e de pisos, banho, descarga de vasos sanitários, entre outros; pluvial
(água das chuvas) e industrial (água proveniente das atividades industriais e comerciais
de grande porte, tais como shoppings, petroquímica, siderúrgicas, indústrias têxteis,
matadouros, cervejarias, entre outros).

O ponto de cautela em relação a essas águas é o fato de que estas, não recebendo o devido
tratamento, podem poluir rios, fontes e até mesmo o solo, afetando os recursos hídricos e
a vida vegetal e animal, podendo além disso causar grandes danos à saúde pública por
meio da transmissão de doenças.

Nos bairros onde existem esgotos ao ar livre ou fossa, o mau cheiro e a sujeira proliferam
juntamente com o lixo, favorecem a reprodução de ratos, baratas e moscas e muitas
bactérias prejudiciais à saúde, causando o aumento de doenças, como verminose, hepatite,
disenteria, leptospirose, cólera, dengue entre outras. Assim, pode-se destacar dois
objetivos fundamentais para o planejamento de um sistema de esgoto: a saúde pública e
a preservação ambiental.

Tendo em vista o alcance dos objetivos citados, a Copasa dispõe de um sistema de


esgotamento sanitário, que atende além de boa parte da cidade de Belo Horizonte e de sua
Região Metropolitana, várias outras cidades do Estado. Exemplo de uma das instalações
que atende Belo Horizonte é a Estação de Tratamento de Esgoto do Ribeirão do Onça –
ETE Onça (Figura 9.1).
Figura 9.1: Estação de Tratamento de Esgotos do Ribeirão do Onça. Fonte: Copasa, 2012

9.2 Diagnóstico do Sistema Atual de Esgotamento Sanitário

O tratamento do esgoto coletado pode ser realizado localmente ou de forma centralizada,


em que uma ETE atende à demanda de várias bacias, como é o caso da ETE Onça. Os
sistemas individuais geralmente são utilizados em residências isoladas ou em zonas
rurais. Já os sistemas coletivos são os mais apropriados para grandes polos urbanos. A
coleta pode ser separadora, onde o esgoto e as águas pluviais possuem estruturas distintas;
ou combinada, onde os dois efluentes são recolhidos na mesma canalização. O que entra
em questão é o fato de que o sistema de tratamento local é muito dispendioso, devido a
necessidade de infraestrutura e mão de obra suficiente para atender as várias estações.
Enquanto isso o sistema centralizado requer uma extensa canalização para levar todo o
esgoto para um único ponto de tratamento, o que possibilita gastos menores comparados
à implantação de uma nova estação. Belo Horizonte utiliza o sistema coletivo separador,
que diminui o volume total de efluente que deve ser tratado nas ETE’s (Estações de
Tratamento de Esgoto) e previne que haja transbordamento de esgoto em períodos
chuvosos.

A região metropolitana de Belo Horizonte possui cinco ETE's, sendo elas as unidades
Ressaca e Sarandi, Olhos d'água, Minas Solidária, Onça e Arrudas. Segundo a PBH, cerca
de 92,3% dos domicílios particulares, no ano de 2000, já contavam com acesso a coleta
de esgoto, como mostra a Figura 9.2.
Figura 9.2: Mapa da Taxa de Esgotamento Sanitário com rede geral: domicílios particulares permanentes
com esgotamento sanitário, com rede geral, por unidade de planejamento (%) – Belo Horizonte 2000
(adaptado) Fonte: PBH/SMURBE

A situação atual de tratamento de esgotos na região é considerada satisfatória, dado que


a maior parte dos bairros da região da bacia é assinalada com cor branca, o que
corresponde a melhor situação segundo o índice de tratamento de esgotos de Belo
Horizonte, divulgado pela PBH e apresentado na Figura 9.3.

Figura 9.3: PMS 2016-2019. Mapa do ITE - Índice de tratamento de esgotos, por bacia. Fonte: PBH, 2018
Na região da Bacia do Floresta os principais fundos de vale são coincidentes com o
córrego. Dessa forma, este será o principal curso escolhido para ser margeado por
interceptores.

A melhor área para a possível locação da ETE seria ao final do interceptor Floresta onde
haverá a maior vazão de efluente da bacia. Contudo, a ETE Onça, localizada na sequência
do curso das águas, na rodovia MG-020 próxima ao bairro Ribeiro de Abreu, tem
capacidade para tratar 1.800 litros por segundo, podendo ter sua capacidade ampliada
futuramente, passando para 3.600 litros por segundo. Assim, o projeto não prevê a
implantação de uma nova ETE na região.

9.3 Diretrizes Para o Sistema de Esgotamento Sanitário

As diretrizes para o esgotamento sanitário serão dadas pelos itens a seguir.

9.3.1 Tipo de Sistema de Esgotamento Sanitário Adotado

Existem dois tipos de sistema de esgotamento sanitário, como visto anteriormente, o


individual e o coletivo. Para este caso será adotado o sistema coletivo separador absoluto,
em que as águas pluviais e sanitárias são enviadas para redes distintas, conforme a Figura
9.4.

Figura 9.4 – Sistema coletivo separador absoluto. Fonte: Bueno e Tsutiya, 2004
A escolha foi feita uma vez que a região será constituída por pequeno lotes, facilitando o
uso deste sistema. Além disso, evitará a contaminação do lençol freático por fossas
sépticas e minimizará também o risco de inundação na região.

Esse tipo de sistema também possui outras vantagens como o fato de ter um custo menor
em detrimento dos outros sistemas; oferecer maior flexibilidade para a execução por
etapas, de acordo com as prioridades; não acondiciona e nem obriga a pavimentação das
vias públicas; não prejudica a depuração dos esgotos sanitários, entre outros. Entretanto,
vale ressaltar que para o sucesso do sistema de esgotamento escolhido é necessário a
intensa fiscalização de forma a impedir que a água pluvial seja encaminhada com as águas
sanitárias.

9.3.2 Tratamento Local X Tratamento Centralizado

O sistema de esgotamento escolhido, como mostrado no item 9.3.1, foi o sistema coletivo
separador absoluto, nele as águas residuais e sanitárias serão encaminhadas a estação de
tratamento de esgoto que se localizará fora da bacia, sendo destinada a ETE que já é
utilizada atualmente, a ETE Onça, uma estação centralizada. Além da estação
centralizada, que atende a várias sub-bacias hidrográficas, o processo de tratamento do
esgoto pode ser realizado adotando a estação descentralizada, que atende as subbacias
individualmente. Na área em estudo, o ideal é que as estações sejam centralizadas, uma
vez que a região tende a se desenvolver, tornando mais oneroso a instalação de
tratamentos locais, uma vez que estes precisarão de ajustes para atender as crescentes
demandas.

Os geradores de resíduos – casas, comércios e indústrias – serão interligados com a rede


coletora que seguirá o curso das vias até os interceptores. Estes interceptores estarão
localizados nos pontos mais baixos da região (Figura 9.5). O destino destes interceptores
será a estação de tratamento de esgoto, que neste caso não estará na região em estudo, a
ETE Onça.
Figura 9.5: Localização dos Interceptores Principais

9.3.3 Previsão da Vazão dos Esgotos

A previsão da vazão de esgoto gerada pelos habitantes da bacia do Córrego Floresta


facilita no planejamento e projeto do esgotamento sanitário. Dessa forma, o cálculo
realizado para essa estimativa foi feito para 20 anos, após o ano em que a ocupação efetiva
dará início. Para isso, utilizou-se a equação, segundo Von Sperling (2005), que prevê a
vazão média de esgoto, considerando as possíveis perdas por infiltração e ligações
clandestinas:

Sendo que,

 Qd, méd = Vazão doméstica média de esgotos (L/s)


 QPC = Quota per capita de água (L/hab.d)
 R = Coeficiente de retorno esgoto/água
 Pop = População (hab)

Para a realização dos cálculos, o coeficiente de retorno adotado foi 0,8 (Von Sperling,
2005) e a quota per capita de água adotada foi de 154,1 L/hab.dia, baseada na quota de
Minas Gerais, do ano de 2014, conforme o Ministério das Cidades (2014). Os resultados
encontrados, podem ser observados na tabela 9.1 e na figura 9.6.

Tabela 9.1: Vazão média de esgotos (L/s)

ANO População Qd(L/s) ANO População Qd(L/s)


2007 110 0,156954 2029 12146 17,33054
2008 138 0,196906 2030 14542 20,74928
2009 172 0,245419 2031 17270 24,64173
2010 214 0,305346 2032 20322 28,99648
2011 267 0,380969 2033 23671 33,77501
2012 334 0,476569 2034 27270 38,91025
2013 416 0,59357 2035 31048 44,3009
2014 519 0,740536 2036 34922 49,82852
2015 647 0,923173 2037 38799 55,36043
2016 807 1,151469 2038 42583 60,75963
2017 1005 1,433986 2039 46190 65,90629
2018 1251 1,784992 2040 49550 70,70051
2019 1555 2,218755 2041 52614 75,07238
2020 1932 2,756678 2042 55355 78,98338
2021 2396 3,418737 2043 57765 82,4221
2022 2968 4,234896 2044 59850 85,39708
2023 3668 5,233693 2045 61632 87,93973
2024 4522 6,452224 2046 63137 90,08715
2025 5559 7,931869 2047 64396 91,88355
2026 6809 9,715434 2048 65440 93,37319
2027 8303 11,84715 2049 66301 94,6017
2028 10073 14,37268 2050 67007 95,60906
Fonte: Elaborado pelos autores
Figura 9.6: Vazão de esgotos ao longo de 20 anos

Fonte: Elaborado pelos autores

Pode-se observar, conforme os resultados expostos na tabela 9.1, que a vazão de esgoto
cresceu a medida que a população aumentou, como já era esperado, entretanto a relação
entre essas não é diretamente proporcional, como explicitado pelo gráfico da figura 9.6.
O valor final encontrado para a vazão foi de 95,61 L/s.

9.3.4 Estimativa de carga e concentração de DBO e coliformes fecais

A estimativa da concentração de DBO e coliformes fecais foram realizadas através das


seguintes equações:

E no caso dos coliformes fecais,


Assim, pode-se obter os resultados das concentrações, com e sem tratamento de esgoto,
conforme a tabela 9.2 e 9.3. Vale ressaltar que a carga de DBO estipulada foi de 50
g/hab.dia, a de coliformes fecais de 10^9 organismos/hab.dia, e a eficiência de remoção
de DBO e de coliformes fecais é, respectivamente, 90% e 95% (SPERLING, 1995).

Tabela 9.2 – Concentração de DBO e coliformes fecais sem tratamento

Coliformes Coliformes
ANO População DBO(kg/dia) 10¹²(org/dia) ANO População DBO(kg/dia) 10¹²(org/dia)
2007 110 5,5 0,11 2029 12146 607,3 12,146
2008 138 6,9 0,138 2030 14542 727,1 14,542
2009 172 8,6 0,172 2031 17270 863,5 17,27
2010 214 10,7 0,214 2032 20322 1016,1 20,322
2011 267 13,35 0,267 2033 23671 1183,55 23,671
2012 334 16,7 0,334 2034 27270 1363,5 27,27
2013 416 20,8 0,416 2035 31048 1552,4 31,048
2014 519 25,95 0,519 2036 34922 1746,1 34,922
2015 647 32,35 0,647 2037 38799 1939,95 38,799
2016 807 40,35 0,807 2038 42583 2129,15 42,583
2017 1005 50,25 1,005 2039 46190 2309,5 46,19
2018 1251 62,55 1,251 2040 49550 2477,5 49,55
2019 1555 77,75 1,555 2041 52614 2630,7 52,614
2020 1932 96,6 1,932 2042 55355 2767,75 55,355
2021 2396 119,8 2,396 2043 57765 2888,25 57,765
2022 2968 148,4 2,968 2044 59850 2992,5 59,85
2023 3668 183,4 3,668 2045 61632 3081,6 61,632
2024 4522 226,1 4,522 2046 63137 3156,85 63,137
2025 5559 277,95 5,559 2047 64396 3219,8 64,396
2026 6809 340,45 6,809 2048 65440 3272 65,44
2027 8303 415,15 8,303 2049 66301 3315,05 66,301
2028 10073 503,65 10,073 2050 67007 3350,35 67,007
Fonte: Elaborado pelos autores
Tabela 9.3: Concentração de DBO e coliformes fecais com tratamento

ANO População DBO(kg/dia) Coliformes 10¹²(org/dia)


2007 110 0,55 0,006
2008 138 6,9 0,069
2009 172 8,6 0,086
2010 214 10,7 0,107
2011 267 13,35 0,134
2012 334 16,7 0,167
2013 416 20,8 0,208
2014 519 25,95 0,26
2015 647 32,35 0,324
2016 807 40,35 0,404
2017 1005 50,25 0,503
2018 1251 62,55 0,626
2019 1555 77,75 0,778
2020 1932 96,6 0,966
2021 2396 119,8 1,2
2022 2968 148,4 1,49
2023 3668 183,4 1,83
2024 4522 226,1 2,26
2025 5559 277,95 2,78
2026 6809 340,45 3,4
2027 8303 415,15 4,15
2028 10073 503,65 5,04
2029 12146 607,3 6,07
2030 14542 727,1 7,27
2031 17270 863,5 8,64
2032 20322 1016,1 10,16
2033 23671 1183,55 11,84
2034 27270 1363,5 13,64
2035 31048 1552,4 15,52
2036 34922 1746,1 17,46
2037 38799 1939,95 19,4
2038 42583 2129,15 21,3
2039 46190 2309,5 23,1
2040 49550 2477,5 24,8
2041 52614 2630,7 26,31
2042 55355 2767,75 27,68
2043 57765 2888,25 28,88
2044 59850 2992,5 29,93
2045 61632 3081,6 30,82
2046 63137 3156,85 31,57
2047 64396 3219,8 32,2
2048 65440 3272 32,72
2049 66301 3315,05 33,15
2050 67007 3350,35 33,5
Fonte: Elaborado pelos autores
Comparando os resultados das duas tabelas, observa a importância do sistema de
esgotamento sanitário em um local, uma vez que a quantidade de matéria orgânica e
coliformes fecais é drasticamente reduzido.

9.3.5 Layout do Sistema de Esgotamento Sanitário

O sistema de esgotamento sanitário selecionado para a região da bacia foi o sistema


coletivo separador absoluto, conforme item 9.3.1, e o esgoto será encaminhado a uma
estação de tratamento de esgoto externo a área em estudo. Para isso, haverá a instalação
de tubos abaixo das vias públicas de forma a transportar, separadamente, as águas pluviais
e sanitárias coletadas em cada domicilio. Em seguida, os dutos que são ligados às
residências se ligarão a coletores troncos que se conectarão aos interceptores, que estarão
localizados no fundo de vale, paralelos ao córrego. Por fim, a condução dos esgotos até o
local de tratamento será feita por emissários, com diâmetros semelhantes aos dos
interceptores. Na figura 9.5, pode-se observar o layout do sistema que será implantado,
sendo que a ETE se localizará fora da bacia.

Figura 9.5: Layout do sistema de esgotamento sanitário

Fonte:<https://blogdaengenharia.com/o-percurso-esgoto-uma-coleta-que-voce-nao-ve/>

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