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9.1 Contextualização
Em relação a origem dos esgotos, pode-se destacar a doméstica, ou seja, aquele que é
proveniente da utilização da água para fins domésticos, como lavagem de roupa, de
utensílios de cozinha e de pisos, banho, descarga de vasos sanitários, entre outros; pluvial
(água das chuvas) e industrial (água proveniente das atividades industriais e comerciais
de grande porte, tais como shoppings, petroquímica, siderúrgicas, indústrias têxteis,
matadouros, cervejarias, entre outros).
O ponto de cautela em relação a essas águas é o fato de que estas, não recebendo o devido
tratamento, podem poluir rios, fontes e até mesmo o solo, afetando os recursos hídricos e
a vida vegetal e animal, podendo além disso causar grandes danos à saúde pública por
meio da transmissão de doenças.
Nos bairros onde existem esgotos ao ar livre ou fossa, o mau cheiro e a sujeira proliferam
juntamente com o lixo, favorecem a reprodução de ratos, baratas e moscas e muitas
bactérias prejudiciais à saúde, causando o aumento de doenças, como verminose, hepatite,
disenteria, leptospirose, cólera, dengue entre outras. Assim, pode-se destacar dois
objetivos fundamentais para o planejamento de um sistema de esgoto: a saúde pública e
a preservação ambiental.
A região metropolitana de Belo Horizonte possui cinco ETE's, sendo elas as unidades
Ressaca e Sarandi, Olhos d'água, Minas Solidária, Onça e Arrudas. Segundo a PBH, cerca
de 92,3% dos domicílios particulares, no ano de 2000, já contavam com acesso a coleta
de esgoto, como mostra a Figura 9.2.
Figura 9.2: Mapa da Taxa de Esgotamento Sanitário com rede geral: domicílios particulares permanentes
com esgotamento sanitário, com rede geral, por unidade de planejamento (%) – Belo Horizonte 2000
(adaptado) Fonte: PBH/SMURBE
Figura 9.3: PMS 2016-2019. Mapa do ITE - Índice de tratamento de esgotos, por bacia. Fonte: PBH, 2018
Na região da Bacia do Floresta os principais fundos de vale são coincidentes com o
córrego. Dessa forma, este será o principal curso escolhido para ser margeado por
interceptores.
A melhor área para a possível locação da ETE seria ao final do interceptor Floresta onde
haverá a maior vazão de efluente da bacia. Contudo, a ETE Onça, localizada na sequência
do curso das águas, na rodovia MG-020 próxima ao bairro Ribeiro de Abreu, tem
capacidade para tratar 1.800 litros por segundo, podendo ter sua capacidade ampliada
futuramente, passando para 3.600 litros por segundo. Assim, o projeto não prevê a
implantação de uma nova ETE na região.
Figura 9.4 – Sistema coletivo separador absoluto. Fonte: Bueno e Tsutiya, 2004
A escolha foi feita uma vez que a região será constituída por pequeno lotes, facilitando o
uso deste sistema. Além disso, evitará a contaminação do lençol freático por fossas
sépticas e minimizará também o risco de inundação na região.
Esse tipo de sistema também possui outras vantagens como o fato de ter um custo menor
em detrimento dos outros sistemas; oferecer maior flexibilidade para a execução por
etapas, de acordo com as prioridades; não acondiciona e nem obriga a pavimentação das
vias públicas; não prejudica a depuração dos esgotos sanitários, entre outros. Entretanto,
vale ressaltar que para o sucesso do sistema de esgotamento escolhido é necessário a
intensa fiscalização de forma a impedir que a água pluvial seja encaminhada com as águas
sanitárias.
O sistema de esgotamento escolhido, como mostrado no item 9.3.1, foi o sistema coletivo
separador absoluto, nele as águas residuais e sanitárias serão encaminhadas a estação de
tratamento de esgoto que se localizará fora da bacia, sendo destinada a ETE que já é
utilizada atualmente, a ETE Onça, uma estação centralizada. Além da estação
centralizada, que atende a várias sub-bacias hidrográficas, o processo de tratamento do
esgoto pode ser realizado adotando a estação descentralizada, que atende as subbacias
individualmente. Na área em estudo, o ideal é que as estações sejam centralizadas, uma
vez que a região tende a se desenvolver, tornando mais oneroso a instalação de
tratamentos locais, uma vez que estes precisarão de ajustes para atender as crescentes
demandas.
Sendo que,
Para a realização dos cálculos, o coeficiente de retorno adotado foi 0,8 (Von Sperling,
2005) e a quota per capita de água adotada foi de 154,1 L/hab.dia, baseada na quota de
Minas Gerais, do ano de 2014, conforme o Ministério das Cidades (2014). Os resultados
encontrados, podem ser observados na tabela 9.1 e na figura 9.6.
Pode-se observar, conforme os resultados expostos na tabela 9.1, que a vazão de esgoto
cresceu a medida que a população aumentou, como já era esperado, entretanto a relação
entre essas não é diretamente proporcional, como explicitado pelo gráfico da figura 9.6.
O valor final encontrado para a vazão foi de 95,61 L/s.
Coliformes Coliformes
ANO População DBO(kg/dia) 10¹²(org/dia) ANO População DBO(kg/dia) 10¹²(org/dia)
2007 110 5,5 0,11 2029 12146 607,3 12,146
2008 138 6,9 0,138 2030 14542 727,1 14,542
2009 172 8,6 0,172 2031 17270 863,5 17,27
2010 214 10,7 0,214 2032 20322 1016,1 20,322
2011 267 13,35 0,267 2033 23671 1183,55 23,671
2012 334 16,7 0,334 2034 27270 1363,5 27,27
2013 416 20,8 0,416 2035 31048 1552,4 31,048
2014 519 25,95 0,519 2036 34922 1746,1 34,922
2015 647 32,35 0,647 2037 38799 1939,95 38,799
2016 807 40,35 0,807 2038 42583 2129,15 42,583
2017 1005 50,25 1,005 2039 46190 2309,5 46,19
2018 1251 62,55 1,251 2040 49550 2477,5 49,55
2019 1555 77,75 1,555 2041 52614 2630,7 52,614
2020 1932 96,6 1,932 2042 55355 2767,75 55,355
2021 2396 119,8 2,396 2043 57765 2888,25 57,765
2022 2968 148,4 2,968 2044 59850 2992,5 59,85
2023 3668 183,4 3,668 2045 61632 3081,6 61,632
2024 4522 226,1 4,522 2046 63137 3156,85 63,137
2025 5559 277,95 5,559 2047 64396 3219,8 64,396
2026 6809 340,45 6,809 2048 65440 3272 65,44
2027 8303 415,15 8,303 2049 66301 3315,05 66,301
2028 10073 503,65 10,073 2050 67007 3350,35 67,007
Fonte: Elaborado pelos autores
Tabela 9.3: Concentração de DBO e coliformes fecais com tratamento
Fonte:<https://blogdaengenharia.com/o-percurso-esgoto-uma-coleta-que-voce-nao-ve/>