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O casamento e suas funções na Idade Média

O historiador George Duby demonstra como no ano de 1160, prevaleceu na


ideologia profana o valor do amor conjugal contra o valor do matrimônio e do casamento
Profano:
que é por interesses econômicos. O monge Henri de Lausanne foi perseguido como herético Herético:
estranho, porque pretendia retirar do casamento os impedimentos impostos pela igreja e pela que é
que não contrário aos
pertence à sociedade que o ligavam a transações de dinheiro e hereditariedade de bens. preceitos
religião. estabelecido
Para Duby a formação do casamento, passou durante a Idade Média por um s pela Igreja
confronto entre o poder profano sustentado pelas “leis” do comportamento tradicional e
o poder sagrado, representado pela ação dos sacerdotes que buscaram inserir no
casamento rituais para dominarem os costumes.

Pelas leis tradicionais o casamento tem sua formação na noção de herança e seu
papel é assegurar a transmissão de bens, glória e honra, e de garantir à descendência uma
condição e posição igual ao dos seus ancestrais.

Os homens que eram responsáveis pelo destino familiar e eram donos do


patrimônio, tinham o dever de casar os jovens e casá-los bem, principalmente o filho mais
velho, ajudando-o a escolher uma esposa. Com relação às filhas, cabia ao responsável
familiar negociar da melhor maneira possível o poder de procriação e as vantagens que
as mulheres poderiam legar à prole. Prole: Descendência de um indivíduo ou de um casal; filhos.

Com relação ao modelo proposto pela igreja, esse mesmo historiador demonstra
como a igreja tinha tudo para condenar o casamento, cujo mal está em ser ao mesmo
tempo mácula, perturbação da alma, obstáculo à contemplação. Porém, infelizmente os
homens não se reproduzem como as abelhas, a igreja admite o casamento como um mal
menor, adotando-o e instituindo-o, como a condição de que sirva para disciplinar a
sexualidade contra os pecados.

Para isso ela propõe primeiro uma moral da boa vida conjugal, ampliando e
limitando a liberdade, e os sacerdotes se intrometem pouco a pouco no cerimonial do
casamento para sacralizar seus ritos, até leva-los para dentro da igreja.
Sacralizar: tornar-se sagrado

Durante o século XI e XII ocorrem uma série de modificações que acompanham


as mudanças daquela sociedade com o poder fragmentado (dividido). É nesse período que
o patrimônio suporta cada vez menos ser dividido, surgindo, por exemplo, a tendência
de excluir as filhas casadas da partilha de sucessão, entregando-lhes dotes e também Dote: quantia
se afrouxam aos poucos a restrição do casamento apenas ao filho primogênito, de bens e
dinheiro
autorizando os demais a casar-se e preparando para eles habitações onde criariam raízes. oferecida a um
noivo pela
Contudo, havia uma distância entre o que era dito pela igreja e o que era praticado família da
entre os leigos. Essas regras eram cumpridas principalmente pelas famílias aristocráticas noiva, para
acertar
e aos poucos, os rituais foram sendo praticados também pelas famílias mais pobres. o casamento ent
re os dois
Leigos: que ou aquele que não recebeu ordens
sacras

Referências: DUBY, Georges. Idade Média, Idade dos Homens: do amor e outros ensaios.
Companhia das Letras, 1989. São Paulo – SP. Adaptação por Sabrina Sales Araújo.

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