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Olá estudante de Direito, obrigado pelo download deste eBook

Tempo sempre foi uma das coisas mais preciosas em nossas vidas, ainda mais nos dias em que vivemos o
tempo é curto e muito valioso!

Devido a isso tivemos a ideia de reunir todo o nosso conhecimento para produzir um conteúdo organizado,
estruturado e com linguagem fácil. Desta forma o teu aprendizado será muito mais rápido e eficiente

// Didática deste eBook:

Didática Organizada Aprendizado Rápido Linguagem Fácil

Matéria organizada e Aprenda direito e aprenda Nem sempre a formalidade e a


estruturada para ter uma linha rápido, não perca tempo com o linguagem rebuscada ajuda,
de raciocínio e o melhor que não traz resultado principalmente quando vamos
entendimento sobre o aprender algo que ainda não
conteúdo sabemos

Qualquer dúvida, sugestão, crítica ou feedback que tiver, por favor, envie em nosso e-mail:

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“O conhecimento quando compartilhado é muito melhor, pois, todos são beneficiados com novas formas de enxergar o mundo”

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 Direito Internacional 
O Direito Internacional é dividido em 2 Partes:

• Direito Internacional Público


o Introdução; Parte Histórica
o Fontes; Tratados Internacionais
o Sujeitos; Ser humano, Estados, Organizações Internacionais
• Direito Internacional Privado

Neste E-book iremos tratar somente do Direito Internacional Público

Para entender melhor como funcionam as coisas hoje no Direito Internacional, será imprescindível entender um pouco do contexto
histórico que a humanidade passou

Introdução – Parte Histórica


O Direito Internacional foi, é, e sempre será ligado à História. Dessa forma o Direito Internacional Público (DIP) tem como foco
principal o Estado, sendo chamado pela história de Direito Interestatal

DIP não é a mesma coisa que Direito Estrangeiro, DIP é aplicado na ordem internacional, Direito Estrangeiro é o direito interno de
outro país

Quando o Direito Estrangeiro é analisado, estudado, é chamado de Direito Comparado

O Direito Internacional é um Sistema Contratual de Conteúdo Negativo entre os Estados

i) É um Sistema porque tem normas que são regras e princípios


ii) É contratual pelo pacta sunt servanda (os pactos devem ser cumpridos - contratualismo)
iii) É de Conteúdo Negativo porque é obrigação de não fazer, sendo limitada a atividade estatal

O Direito Internacional surge para tutelar as guerras, Ex: Uso de soldados crianças, minas terrestres, uso de bomba atômica

Hoje, quando se fala em Estado, falamos em Estado Moderno, sendo aquele Estado que surgiu no século XIV/XV, a associação a ser
feita é lembrar-se do caderno de história da 5ª série, Portugal e Espanha foram os primeiros Estados a conquistarem terras
estrangeiras, sendo os pioneiros a consolidarem os Estados Modernos, ocasionando a conquista da América no ano de 1492 (A
descoberta do Paraíso), posteriormente em 1500 houve a conquista do Brasil

Esse tipo de Estado Moderno é o Estado com Povo, Território e Soberania, mas a estrutura organizacional é muito mais antiga que
o século XIV/XV

Voltando um pouco, na antiguidade, existiam grupos de pessoas, nômades (não ficavam presos com a terra, eles migravam para
onde havia alimento), que com o decorrer do tempo, aos poucos, os homens começaram uma grande revolução, a agricultura
(ficando mais preso a terra e deixando de ser nômade), esses grupos eram chamados de Unidades autônomas, no qual não havia
contato algum entre esses grupos, sendo diferenciada pela Religião, Cultura, Língua, dentre outras diferenças

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Eis que um belo dia, esses grupos se encontram, o primeiro contato foi caracterizado pela hostilidade (guerra) e competição,
chamado esse contato por alguns autores dos primeiros contatos internacionais, porem criticados por alguns historiadores, não
sendo o primeiro contato internacional, afinal não existia lei comum entre as nações, nem sequer igualdade entre elas. Passando
séculos, aqueles grupos que tiveram muitas guerras, teve como reflexo um super desgaste e consequências graves, cansaram de
tudo isso e entraram em diálogo, com o intuito de fazer acordo, o que finalmente iniciou o comércio e com isso a tolerância ao
estrangeiro, ou seja, o motivo por trás de tudo isso era o interesse de comércio

Durante esses 2-3 mil anos que houve a mudança de Competição para “em regra” Cooperação, o interesse sempre foi econômico
($$$), sendo melhor manter uma cooperação entres os países do que manter uma competição. Tendo como objetivo o interesse
comum

A evolução do Direito Internacional durou vários séculos e se desenvolveu de forma quase que desordenada. Suas primeiras e mais
singelas manifestações aparecem quando dos intercâmbios que passaram a existir entre os vários feudos da Idade Média, os
senhores feudais tinham grande poder de relacionamento e muitas alianças que celebravam entre si, como por exemplo, questões
relacionadas à segurança externa. Durante esse período todos os tratados passaram a ser celebrados sob a égide da Igreja e do
Papado, e as decisões do Papa passaram a ser respeitadas em todo o continente

O caminho da antiguidade para os dias de hoje (2 a 3 mil anos), a mudança da competição para a cooperação, trouxeram vários
pontos importantes:

Na Antiguidade Clássica:

Grécia – A normalidade na Grécia era a guerra, a competição

Roma – Um ponto muito importante foi a grande dimensão do Império Romano, dada à dimensão os líderes nomearam
representantes para controlarem todo o império, no qual surge a “embaixada/diplomacia”. Em termos jurídicos o grande herdeiro
do Império Romano é o Direito Canônico (A Igreja Católica acaba difundindo muito essa ideia de embaixada e representantes),
entretanto prevalece a competição

Idade Média - Começa com um poder muito grande da Igreja. Nessa idade houve a Reforma Protestante, sendo contestado o poder
do papa tanto pelos protestantes como pelo rei (anglicanismo), em decorrência disso ocorreram várias guerras

Já na época de 1486-1546 viveu Frei Francisco da Vitória, espanhol, relacionado à igreja e de caráter religioso. Nessa época houve
o maior genocídio da história da humanidade (sobraram aproximadamente somente 10% dos índios), que foi a conquista da
América. Frei Francisco escreveu o livro “Os índios e o direito da guerra” que dizia: O índio pode ser atrasado, mas é ser humano,
sendo imagem e semelhança de Deus na terra, não podendo ser exterminado como esta sendo. Entretanto o fundamento deste
livro não deixou de ser religioso, mesmo sendo considerado o “fundador” do Direito das gentes, seu livro NÃO teve um viés voltado
para os Direitos Humanos

Em 1548-1617 viveu Frei Francisco Suárez, no qual retomou os fundamentos do Frei Francisco da Vitória, e disse que as normas
da sociedade internacional tem um duplo aspecto, sendo: imamentistas (tem origem religiosa), mas também é a vontade dos
governantes estampadas em tratados e costumes

Até Frei Francisco Suárez não se pode dizer que houve um direito internacional, pois foi também de caráter religioso

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Em 1583-1645, viveu Hugo Grotius (Grócio), holandês e protestante, nessa época a Holanda estava se estruturando como Estado,
Hugo Grotius era religioso, acreditava em Deus, porem não seguia os dois Freis anteriores. Sua grande importância foi a escritura do
Livro: “O Direito da Paz e da Guerra”, no qual deu ênfase ao direito das gentes como ciência, e ocasionou A ORIGEM DO DIREITO
INTERNACIONAL. Esse livro estabeleceu limites para a guerra, no qual o livro dizia: “Ainda que Deus não exista o Direito
Internacional existe”, Hugo Grotius foi considerado o Pai do Direito Internacional e do Direito Natural

Na mesma época de 1600, houve a guerra dos Trinta Anos na Europa, entre países católicos e países protestantes, foi uma guerra
completamente religiosa, ao final da guerra, em 1648, foi ratificado o Tratado de Paz de Westfália, sendo um acordo internacional:
“Na região dele, a religião dele”. Desta forma a religião do Rei foi a religião de todo o seu povo. Devido a isso houve a necessidade
de delimitar com precisão o território de cada país, sendo consolidado de vez o Estado Moderno (povo, soberania e território)

Contudo, foi tão somente a partir do final do século XVI e inicio do século XVII que o Direito Internacional Público apareceu como
ciência autônoma e sistematizada

Da Paz de Westfália surgiu o Direito Internacional Clássico ou Direito Internacional Westfaliano

Em um quadro cronológico o Direito Internacional é dividido em três partes:

Antes de 1648 – Baseado na Religião Durante 1648 a 1945 – Direito Após 1945 – Direito de Nuremberg
Westfaliano

O Direito Internacional Westfaliano surgiu e teve como características:

Disciplinar as relações entre os ESTADOS Contratualismo – pacta sunt servanda

A Soberania de cada Estado é absoluta (no meu Voluntariedade - O Estado só obedece o que ele quer,
território eu faço o que bem entender, o Estado cria as se o Estado não quiser fazer um contrato, ele não é
regras para o seu povo) obrigado

Posteriormente no ano de 1776 ocorreu a Independência dos EUA e em 1789 ocorreu a Revolução Francesa e por consequência
surgiu os Direitos Humanos Intraestatais (Cada país terá as suas regras de Direito Humanos)

Em âmbito nacional isso foi muito importante, porem para âmbito internacional esses Direitos Humanos não mudaram NADA

No Século XIX teve uma característica importante para o Direito Internacional, surgiu o Direito Internacional Humanitário
(proteção das populações civis e dos ex-combatentes durante conflitos armados) - Henry Dunat, durante a Batalha de Solferino,
estava na península da Itália, havia acabado de acontecer uma guerra, Henry passando viu vários combatentes caídos, sofrendo.
Sensibilizado com isso, foi para a cidade mais próxima, e socorreu os combatentes daquela guerra, não se importou de qual lado era
o soldado. Com tudo isso Henry foi à Suíça e com vários apoios foi criado o Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV – Tem a
função de organizar conferências internacionais porem não é formado por Países, sendo assim não é uma Organização e sim um
COMITÊ), do qual difundiu a ideia do Direito Internacional Humanitário

O Século XX iniciou-se com a Revolução Tecnológica e em 1914 eclodiu a Grande Guerra, a I Guerra Mundial, considerada uma
guerra de trincheiras (pouca tecnologia) e com isso a população civil não foi muito afetada, porem o que nos interessa na I Guerra
Mundial é como ela terminou em 1918. Devido a tudo isso, um ano depois da guerra, em 1919, ocorreu o Pacto de Versalhes,

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com sede em Genebra, que criou a OIT (Organização Internacional do Trabalho) e a LDN ou SDN (Liga das Nações ou Sociedades
das Nações)

Podemos dizer que a Liga das Nações é o embrião da ONU, esse modelo de Organização Internacional nos remete a cooperação, a
busca da paz. Em vez de ocorrer mais uma guerra, vamos sentar e conversar

Entretanto o tratado de Versalhes não aboliu a guerra, podendo ser possíveis novas guerras, o que só em 1928 no contexto das
Ligas das Nações foi assinado o pacto Briand-Kellog, no qual aboliu a guerra como meio de solução de controversas (NÃO SE USA
MAIS A GUERRA PARA RESOLVER CONFLITOS)

Com a criação da Liga das Nações e da OIT, veja que os Estados começaram a se associarem em torno de objetivos comuns. Todavia
no inicio da década do século XX as coisas ficaram feias, ocorreram crises econômicas, fome, dificuldades, dando inicio ao
Totalitarismo (um Estado forte) na Alemanha, que foi chamado de Nazismo, na Itália de Fascismo e na União Soviética de
Comunismo

Contudo, alguém teria que ser culpado por toda essa crise e a Alemanha culpou os judeus por vários motivos, com o objetivo de
exterminar o que eles chamavam de “raça inferior”. O grande argumento do nazismo contra os judeus foi a retirada de seus
Direitos, sendo chamados de “seres humanos de segunda categoria”. Arquitetura do Nazismo é um documentário que mostra,
dentre os seus aspectos, Hitler resgatando um modelo romano, os palácios que Hitler criou, foram colunas gregas e romanas,
partindo da mesma ideia da conquista de Roma, que conquistou tudo ao seu redor, assim como Hitler pretendia fazer, dominar toda
a Europa e transformar em um único país com um povo puro, um povo ariano

A Alemanha tinha um tratado secreto com a URSS de não agressão, entretanto o território alemão foi se expandindo e quando
chegou muito perto da URSS, eles entraram em guerra. Já os EUA entraram na guerra para controlar o poder que a Alemanha
passou a ter e vender as suas armas para os aliados. O Brasil esteve envolvido na guerra para a conquista de Monte Castelo na Itália

Da mesma forma que aconteceu com Napoleão, aconteceu com Hitler, o inverno da URSS derrotou ambos na guerra

No inicio de 1944 estava certo que os aliados iriam vencer a guerra, e com isso os aliados foram planejando o mundo pós Segunda
Guerra Mundial com a ideia da criação da ONU (Organização das Nações Unidas) e o julgamento dos Alemães

Com o final da 2ª Guerra Mundial temos claramente os vencidos (Alemanha, Itália e o Japão) e os vencedores (EUA, URSS, China,
França, Inglaterra e o Brasil). Posteriormente teve o Julgamento de Nuremberg, o Julgamento de Tokyo e a criação da ONU

De início a Alemanha ficou dividida em quatro áreas: Dividida para os EUA, ING, FRA e URSS, porem ING e FRA desistiram e os EUA
assumiu o controle de suas áreas, no qual a Alemanha ficou dividida em duas: Alemanha Ocidental (EUA) e Alemanha Oriental
(URSS)

A ideia de criação da ONU foi para promover a paz através dos Direitos Humanos, sendo um caminho para obtenção da paz. Com
isso, em 1948 a Assembleia da ONU proclamou a Declaração dos Direitos Humanos

A ONU também partiu da ideia de democracia, em termos, sendo que no Conselho de Segurança da ONU foram designados
membros Permanentes e Rotativos, os Permanentes (EUA, URSS, França, China e Inglaterra) tem o poder de VETO e de VOTO, os
Rotativos tem o poder APENAS DE VOTO

O Julgamento de Nuremberg foi um Tribunal Internacional de Guerra, dividido em duas fases, a primeira foi julgado a cúpula da
Alemanha Nazista, os seus generais e pessoas de maior comando, na outra fase foram julgados juízes e pessoas de menor

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comando. A grande critica a esse julgamento foi de um Tribunal dos vencedores contra os vencidos, o ataque das bombas atômicas
nunca foi julgado, ou seja, quem ganhou a guerra não foi julgado por ninguém

Todavia o Julgamento de Nuremberg foi de grande importância, pois prisioneiros de guerra nunca tiveram o direito de ampla
defesa, sempre foram executados, diferença que aconteceu nesse Julgamento

A crítica dos Alemães contra o Julgamento foi sobre o Juiz Natural, porque isso não foi respeitado, criticando que antes não havia
um Tribunal Internacional criado. Outra crítica da Alemanha foi sobre o fato de não existir uma lei anterior que defina, no qual cai
por terra, pois a Alemanha havia assinado o tratado de Direito Humanitários e também por existir os Direitos Naturais. E outra
crítica foi sobre a Soberania, os alemães estavam cumprindo ordens do seu País, essa ideia deixa de existir, mudando ela através
das Normas Imperativas (jus cogens), são normas de Direito Internacional Público que todos devem obedecer, é imposto sobre
todos e não pode ser afastado por ninguém. Sendo assim a questão da Soberania foi “restringida” de certa forma. Exemplos de
normas imperativas: As Principais Normas de Direitos Humanos (não são todas) e a Carta da ONU

A Natureza Jurídica da Declaração Universal de Direito Humanos não é Tratado, é uma Resolução da Assembleia Geral da ONU

Ocorreu posteriormente a Guerra Fria, no qual foi um conflito político e ideológico entre os EUA e a URSS (Capitalismo X
Socialismo)

Exemplos de países que tiveram choques com a Guerra Fria:

• Coreia (Coreia do Norte e Coreia do Sul) os rebeldes do Afeganistão, os Talibãs (posteriormente


• Angola chamado de Al Qaeda)
• Moçambique • Irã/Iraque – Esses dois países eram grandes produtores
• Cuba de petróleo, o Irã apoiado pela URSS e o Iraque apoiado

• Afeganistão – Havia um grupo de controle dos EUA, pelo EUA, no qual Saddam Hussein era o governante.

porem houve um golpe socialista apoiado pela URSS, e • América Latina


para desmantelar o grupo socialista, os EUA apoiaram • Vietnã

Durante a Guerra Fria a ONU ficou “engessada”, EUA e URSS eram duas potencias fortíssimas e também membros do conselho
permanente da ONU. Desta forma um vetava o outro no aspecto de promover a paz (cada um cuidava da paz de seus países aliados,
“cada um cuidava do seu jardim”)

A ideia do capitalismo é ligada a 1ª Geração dos Direitos Humanos (Direito de propriedade – consumo) e a ideia do Socialismo é
ligada a 2ª Geração dos Direitos Humanos (Direitos sociais)

Em relação aos Direitos Humanos, em 1966 a ONU fez um tratado internacional para detalhar a DUDH, transformar os princípios
em direitos. Desta forma foram criados dois pactos: Pacto de Direitos Civis e Políticos e Pacto de Direitos Sociais, Econômicos e
Culturais

Ao longo da Guerra Fria a URSS teve um grande atraso tecnológico, no qual aconteceu à derrota para os EUA e o final da Guerra
Fria. Com a vitória ideológica dos EUA ocorreu a queda do muro de Berlim, vários países que estavam sobre o julgo da URSS
começaram a sair da União, os povos da URSS se declararam independentes, até que a URSS se finda

Com o fim da Guerra Fria prevalece o Capitalismo e, maiormente a 1ª Geração dos Direitos Humanos

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Surge a chamada Globalização, que teve como efeito a horizontalização e a verticalização. A horizontalização trata o Direito
Internacional como algo que passou a cuidar de assuntos que antes não se preocupava, seja Direito Civil, Penal, do Trabalho,
Processo Civil/Penal, todos os Direitos. Houve uma expansão dos Direitos sobre tudo. A verticalização é cada vez mais a sociedade
internacional passa a interferir nos direitos interno dos Estados

A Globalização teve como consequência a Globalização Econômica foi o modelo econômico do Capitalismo e a Globalização
Axiológica no qual visa a valorização, o consumismo

Neste meio tempo o Iraque, a ex-Iugoslávia, a Somália e Ruanda foram exemplo de povos em que eram obrigados a conviverem
juntos, com as suas distinções de raças, religiões, línguas, porem enquanto durava a Guerra Fria, os EUA e a URSS abafavam tudo,
com o fim da Guerra Fria, URSS não existia mais e os EUA deixou de se importar com esses povos. O Resultado disso são os
inúmeros conflitos nesses países e dentre muitos outros países

Desta forma Saddam Hussein viu que não tinha mais apoio dos EUA, extremamente armado pelas armas americanas, atacou em
1990 o Kuwait, em busca de petróleo e conquista completa do País. Entretanto um ato como este é algo ilícito devido ao pacto de
Bryan Kellog, que não permitia a invasão e conquista de um país. Sendo assim o conselho de segurança da ONU decidiu que “iria
libertar o Kuwait”, que não deixou de serem os EUA quem enviou tropas para libertar o Kuwait, sendo chamada de a primeira
guerra do Golfo, Operação Tempestade no Deserto, no entanto funcionou!! Kuwait foi libertado, momento épico na história da
ONU

Como sanção ao Iraque a ONU determinou um embargo econômico, o Iraque não podia exportar e nem importar nada, a não ser o
programa petróleo por remédio/alimentação e o Iraque não podia produzir armas de destruição em massa. As fronteiras do Iraque
passaram a ser vigiadas, em via de regra pelos EUA

Em 1991-2001, a ex-Iugoslávia e em 1994, Ruanda, dois problemas bastante graves, que a ONU quis resolver, porem a ONU não foi
decisiva em nenhum dos dois conflitos, a Rússia era aliada do líder Sérvio, que era o maior genocida e responsável na ex-Iugoslávia,
desta forma quando a ONU quis intervir na ex-Iugoslávia a Rússia vetou. A alternativa que sobrou para os países europeus foi a
OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte), sendo a OTAN decisiva na ex-Iugoslávia. Porem enquanto isso havia problemas
civis na Somália, conflitos internos, devido à ausência dos americanos e dos europeus. Desta forma os povos e as tribos diferentes
se rebelaram. Posteriormente os EUA interviu na Somália, porem não tinha algo de interesse, algo para se defender, a ONU não
funcionou

Noticias de Ruanda foi algo totalmente ignorado pelo mundo inteiro, a ONU tirou apenas os estrangeiros e deixou Ruanda a mercê,
a ONU não funcionou

No Final dos anos 90, as Nações Unidas criaram dois Tribunais Internacionais: Um Tribunal para a ex-Iugoslávia e para Ruanda, com
a mesma ideia do Tribunal de Nuremberg, no qual recebeu a mesma crítica: primeiro a guerra e depois o tribunal. O Tribunal para
Ruanda foi na cidade de Ashua, na Tanzânia, teve como mérito a justiça transicional, de um período de conflito para um período
de paz. Países do mundo inteiro adotam a justiça de transição, porem no Brasil nunca existiu. O Tribunal da ex-Iugoslávia foi
instaurado em HAIA (Holanda) e que até hoje esse Tribunal ainda existe

Em 1998 teve um dos maiores acontecimentos do século XX, foi criado através do estatuto de Roma o Tribunal Penal
Internacional, um Tribunal Permanente, localizado na Holanda, em HAIA, porem só passou a funcionar em 2002

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Os crimes que o Tribunal de HAIA julga são:

1) Crime de Guerra (Ofensa ao Direito Internacional Humanitário – quem cuida é a Cruz Vermelha Internacional)
2) Crime contra a humanidade
3) Genocídio – É focar e exterminar um determinado grupo (etnia, religião, tribo) de pessoas
4) Agressão

Enquanto o mundo se preparava para o Tribunal Penal Internacional ocorreu a data 11/09/2001 – Ataque das Torres Gêmeas .
Devido a isso teve um novo conflito mundial, sendo o conflito CULTURAL. Nesse contexto os EUA passaram a uma posição
unilateralista, “somos os mais fortes, nos ditamos as regras”. Posteriormente o Conselho de Segurança da ONU deu autorização
para os EUA atacar o Afeganistão, no qual foi uma guerra lícita, mas não justa!!

Em 2002, por um monte de fatores e, sobretudo fatores econômicos, os EUA alegou que o Iraque possuía arma de destruição em
massa, o qual o Iraque foi proibido de produzir esse tipo de armamento devido a sanção da primeira guerra do Golfo

A ONU mandou inspetores para averiguar se existia mesmo arma de destruição em massa no Iraque, não acharam nada. Porem os
EUA apoiados pelo Reino Unido liderou um ataque ilícito em 2003

Em 2011 o Sudão do Sul se tornou o ultimo pais independente do planeta

E aqui se finda o contexto histórico

Com base nesse pequeno resumo da história da humanidade, conseguimos ter noção de como as coisas chegaram até os dias de
hoje, já é possível saber alguns porquês e até mesmo entender algumas medidas que são adotadas pelos países

Agora, só nos resta entender como funciona o Direito Internacional nos dias de hoje:

Direito Internacional Contemporâneo

Tópico 1 – PARTE GERAL

É um conjunto de normas jurídicas que rege a comunidade internacional, eles determinam direitos e obrigações dos sujeitos,
especialmente nas relações mútuas dos Estados e, subsidiariamente, das demais pessoas internacionais, como determinadas
Organizações, bem como dos indivíduos

Jurisdicionalização do Direito Internacional – Criação de Tribunais Internacionais para o Direito Internacional visando garantir
a eficácia

Exemplos: CIDH – Corte Interamericana de Direitos Humanos –


CIJ – Corte Internacional de Justiça (Corte de Haia ou Órgão Jurisdicional
Tribunal de Haia) – é vinculada a ONU e julga Estados
Tribunal de Assunção – Tribunal Recursal do Mercosul
TPI – Tribunal Penal Internacional (também fica em
Tribunal para Direito do Mar – Hamburgo, Alemanha
Haia) – julga pessoas

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Existência – Direito Internacional e Direito Interno tem muitas normas e leis

Validade – No Direito Internacional, em regra, a norma internacional é totalmente válida

Eficácia – A norma existe, é válida, no entanto quando a norma não é cumprida surge um problema, pois não tem uma
estrutura que venha tornar a norma eficaz

A diferença entre Sociedade Internacional e Comunidade Interna:

Sociedade Internacional tem como características:

 Descentralizada – não existe uma criação ou aplicação das normas


 Paritária – Formada por pares, por semelhantes, todos os países estão no mesmo nível
 Cooperação/Coordenação – os países tem interesses comuns
 Consentimento/Pacta Sunt Servanda – as normas são cumpridas por esse princípio (normas imperativas (jus cogens),
pautadas pela ética, são obrigadas a cumprir)
 Aberta – Podem surgir coisas novas a cada momento, ex: criação de um novo bloco econômico, uma nova Organização

Comunidade Interna tem como características:

➢ Centralizada – As normas internas de um país são ➢ Subordinação – Todos os indivíduos estão submissos
criadas pelo seu próprio Poder Legislativo às leis
➢ “Braço Forte” do Estado – O Estado tem meios para ➢ Fechada – A modificação da estrutura, a criação de
aplicar as suas normas na sociedade novos conselhos, são muito difícil de ocorrer

Sujeitos do Direito Internacional Público

Estados
Organizações Internacionais
Indivíduos (São considerados sujeitos do Direito Internacional se o assunto for sobre Direito Humanos). Entretanto para
Francisco Rezek os indivíduos não são sujeitos do DIP

OBS.: Apenas os Estados e as Organizações podem fazer tratados em nome próprio

CORRENTES para resolver os conflitos entre tratados e as leis internas:

DUALISMO

Para o dualismo o DIP e o Direito Interno são diferentes, duas ordens jurídicas distintas. Não há conflito entre DIP e Direito Interno

Radical: Não admite nenhuma relação entre DIP e Direito Interno, o Direito Interno NÃO pode incorporar um tratado
internacional, possui a iniciativa legislativa comum
Moderado: O Direito Interno pode incorporar um tratado internacional através do processo legislativo
simplificado/diferenciado

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MONISMO

DIP e Direito Interno fazem parte da mesma coisa, do mesmo sistema

O DIP e o Direito Interno entram em conflito

Primazia do Direito Internacional (RADICAL): Quando houver conflito entre DPI e Direito Interno vai prevalecer o Direito
Internacional

Primazia do Direito Interno (MODERADO): Quando houver conflito entre DPI e Direito Interno vai prevalecer o Direito Interno

OBS: Quanto mais o país for democrático mais perto ser será do Monismo Racial e quanto mais o país for fechado mais será do
dualismo radical

PARTE GERAL  TRATADOS E CONVENÇÕES NO BRASIL

Regra para Incorporação de Tratados no Brasil (desde que não seja de Direitos Humanos) tem status de Lei Ordinária, pois o
quorum é como de Lei Ordinária

Se pensarmos apenas em tratado o Brasil é Dualista Moderado | Porem em caso de jus cogens e Decisões de Tribunais
Internacionais ou Organizações Internacionais, o Brasil é Monista de Primazia do Direito Interno

Exceções de Tratados

1) Matéria Tributária – Estabelecida pelo Art. 98 CTN (Código Tributário Nacional). Quando se tratar de tratado de matéria
tributária será alterada a lei interna anterior e também observa a lei interna posterior, adotado o Monismo com Primazia do
Direito Internacional

2) Transporte internacional – Estabelecido pelo art. 178 da CF. Quando se tratar de transporte internacional o tratado altera a lei
interna anterior e também observa a lei interna posterior, adotado o Monismo com Primazia do Direito Internacional

3) Extradição – Extradição é a entrega de uma pessoa para efeitos de sentença ou processo penal de outro país. Estabelecido pela
Lei 6815/80 (Estatuto do estrangeiro), essa lei é a norma geral sobre extradição, no qual temos uma série de tratados bilaterais a
respeito de extradição que fazem às vezes tratados de norma especial. Sendo assim prevalece a norma especial (tratados
bilaterais) sobre a norma geral, pelo critério da especialidade, adotado o Monismo com Primazia do Direito Internacional

4) Direitos Humanos – Art. 5 CF – O texto do art. 5 traz dois parágrafos, Antonio Augusto Cançado Trindade e Flavio Piovesan
dizem que o §2º, os tratados de direitos humanos em que o Brasil faz parte serão somados como parte da Constituição.
Entretanto alguns autores criticam e falam que os tratados estão no mesmo nível de Lei Ordinária. Com a convenção
Internacional de Direito Humanos (Pacto de São José da Costa Rica) o STF disse que os Tratados têm status de Lei Ordinária
Em 2004 foi aprovada a emenda Constitucional nº 45, incluíram dois novos parágrafos (§3º e §4º) no art. 5 da CF. O §3º colocou
os tratados internacionais sobre direitos humanos como status de emenda Constitucional, entretanto os Constitucionalistas
alegaram que os tratados anteriores que NÃO preencheram os requisitos necessários (aprovado em cada Casa do CN, por dois
turnos e três quintos) serão de status de lei ordinária e os que venham a preencher os requisitos necessários dai sim serão de
status de Emenda Constitucional, no qual temos apenas um tratado de status de Emenda Constitucional (Convenção de New
York sobre deficientes e seu protocolo facultativo). Em 2008 o STF foi instado a julgar novamente a discussão sobre a hierarquia

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dos Direitos Humanos e foi decidido que os Tratados Internacionais de Direitos Humanos anteriores a Emenda Constitucional
são SUPRALEGAIS (acima da lei e abaixo da Constituição). No §4º o Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal
Internacional. Em um estudo mais aprofundado existe o Dialogo das Fontes, sendo normas que estivessem dialogando para
saber qual é melhor. Com base nisso falamos em Monismo Dialógico. Uma norma Supralegal pode prevalecer sobre a CF através
do principio pro homine (Principio pro homine em matéria de direitos humanos prevalecerá a norma mais favorável aos direitos
humanos). Hoje existe o Controle de Convencionalidade, assim como existe o Controle de Constitucionalidade, as novas leis
devem obedecer aos tratados, entretanto só existe no meio difuso, não há no concentrado ainda. Dupla Compatibilidade
Vertical: A lei deve ser compatível com a CF e com os Tratados de Direitos Humanos

PARTE GERAL  FONTES DO DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO

Assim como a LINDB (Lei de Introdução Nacional do Direito Brasileiro) é uma lei sobre leis, criada para cuidar de outras leis. No
Direito Internacional há algo bem semelhante: Estatuto da Corte Internacional de Justiça (ECIJ)

Em 1919, com a Liga das Nações, houve o Estatuto da Corte Permanente de Justiça Internacional (CPJI), no qual esse estatuto foi
praticamente utilizado integralmente no estatuto ECIJ de 1946, desta forma foi posto um estatuto com visão da época de 1919

Esse estatuto da ECIJ, em seu art. 38, trouxe as Fontes do Direito Internacional Público:

Ex aequo et
Convenções Princípios
Costume Doutrina Jurisprudência Bono Analogia
(Tratados) Gerais
(equidade)

Exceções: Há mais fontes do DIP, consideradas secundárias:


Decisões das OIs | Atos Unilaterais dos Estados | Jus cogens (norma imperativa) | Soft Law

Por questão de didática vamos deixar para falar por último sobre os Tratados

Fontes do DIP  COSTUME

“Conjunto de normas consagradas pelo longo uso e observados na ordem internacional como obrigatórias”. (Roberto Luiz Silva)

No Direito Interno Brasileiro o costume não é tão importante atualmente, no direito internacional é o contrario, é muito
importante. Costume é a prática reiterada (elemento objetivo) mais a opinião jurídica (elemento subjetivo)
A ofensa ao costume gera a sanção

OBS: A ONU vem codificando o Direito Internacional, vem positivando, colocando no papel, alguns costumes em tratados

Fontes do DIP  PRINCÍPIOS GERAIS

O Termo Princípios Gerais de Direito são indefinidos, são todos os princípios que existem no direito. Princípios Gerais do Direito são
definidos. A Assembleia Geral da ONU reconheceu expressamente 7 PRINCÍPIOS do Direito Internacional (Resolução 2.625/70):

1. Abstenção da ameaça ou uso da força (legítima defesa) - O Estado não pode se utilizar da força, exceto em legitima defesa ou
autorização do Conselho de Segurança da ONU
2. Solução pacífica de litígios internacionais – Resolver os conflitos de forma pacífica (diplomacia, jurisdição ou
mediação/arbitragem/ conciliação/ bons ofícios)

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3. Não intervenção em assuntos de jurisdição interna – A sociedade internacional não interfere na jurisdição interna, exceção:
em caso de grave violação aos direitos humanos admite-se a intervenção internacional
4. Cooperação – Os países cooperam entre si
5. Igualdade de Direitos e livre determinação dos povos (autodeterminação) – Cada povo tem o direito de determinar
livremente seu futuro e sua escolhas políticas
6. Igualdade Soberana – Todos os países são soberanos, desta forma todos aqueles que são soberanos devem ser tratados em
igualdade perante a sociedade internacional. Obs.: As Embaixadas de todos os países são instaladas em Brasília
7. Cumprimento em boa fé das obrigações contraídas pelos Estados – pacta sunt servanda, o Estado é obrigado a cumprir

Vemos que esses princípios estão implícitos na nossa Constituição, art. 4º:

I – Independência Nacional VI – Defesa da Paz

II– Prevalência dos Direitos Humanos – Se houver colisões entre os VII - Solução pacífica dos conflitos
princípios será prevalecido o de Direitos Humanos
VIII – Repúdio ao terrorismo e ao racismo
III– Autodeterminação dos povos – O Brasil tem que respeitar a livre
escolha política de cada povo IX – Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade

IV – Não-intervenção X - Concessão de asilo político – Característica histórica do Brasil,


pois no inciso II já abrange sobre o asilo político
V – Igualdade entre os Estados – Deve tratar todos os Estados da
mesma forma

Fontes do DIP  DOUTRINA

Em 1919 os juristas mais qualificados eram europeus, de forma que essa expressão hoje em dia é preconceituosa. Doutrina é
doutrina, não tem alguma que seja melhor

A Academia de Direito Internacional de HAIA é o centro de estudo de direito internacional, no qual publica todo ano, no período de
verão, o artigo “Recueil des Cours”, sendo considerada a principal fonte de doutrina do direito internacional

Fontes do DIP  Jurisprudência dos Tribunais

Os Tribunais Internacionais decidem poucos processos. Por isso que no âmbito internacional uma única sentença já é considerada
jurisprudência

As decisões dos Tribunais Arbitrais Internacionais também são consideradas jurisprudências

Fontes do DIP  EQUIDADE

Equidade é resolver conflitos com base no sentimento de justiça, desta forma no direito internacional é possível usar a equidade
para resolver conflitos com base no art. 38 do Estatuto da Corte de Haia

No direito Interno tem a lei 9.307/96 no art. 2, caput, entretanto em regra no Brasil NÃO é usado a equidade

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Fontes do DIP  ANALOGIA

Aplica-se a determinado fato norma concebida para situação semelhante. É admitida desde que não fira os princípios

NA Analogia não há previsão expressa no Estatuto

EXCEÇÕES - FONTES SECUNDÁRIAS

Fontes secundárias do DIP  DECISÕES DAS ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS (OIS)

Essas decisões podem ser alto aplicáveis, quando há uma decisão de um órgão internacional, os Estados que fazem parte desse
Organismo Internacional devem cumprir, não necessitando ratificar

Em caso de conflito com a decisão, a decisão irá prevalecer. E não será atingida a soberania do país, pois ao entrar na Organização
Internacional o país sabia que iria “abrir mão” da soberania. EXEMPLO: DIDH é uma Resolução da Assembleia Geral das Nações
Unidas

Fontes secundárias do DIP  ATOS UNILATERAIS DOS ESTADOS

Ato Unilateral é a manifestação de vontade de um sujeito de Direito Internacional suficiente para produzir efeitos jurídicos. Os
Atos Unilaterais geram obrigações

Para produzir efeitos deve ser público e gerar a intenção de se obrigar

Fontes secundárias do DIP  JUS COGENS e SOFT LAW

O Direito Internacional possui uma hierarquia:

No TOPO  Jus Cogens

no MEIO  Tratados em Geral

e na BASE  Soft Law

JUS COGENS é de ordem pública na sociedade internacional, norma imperativa não pode ser afastada entre as partes, tem efeito
erga omnes (atinge a todos). A norma imperativa é uma superação do pacta sunt servanda. O que faz uma norma ser imperativa é
a ética, o fundamento da norma que a torna imperativa

Exemplos de normas imperativas Jus Cogens:

1) Carta da ONU – Quando foi criada a ONU 4) Pacto de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais em
2) DUDH – Resolução da Assembleia Geral das Nações 1966
Unidas, um consenso da humanidade 5) Convenção do Genocídio – Declarada um dia depois da
3) Pacto de Direitos Civis e Políticos de 1966 DUDH

SOFT LAW é o direito flexível

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Os Tratados Genéricos celebrados entre os chefes de Estado são tratados que precisam ser “preenchidos” por técnicos da área

Ex: Tratado sobre questão ambiental, o Chefe de Estado não tem conhecimento suficiente para estabelecer tudo sobre o tratado.
Deste modo o Chefe de Estado recebe a ajuda de um técnico na área para recomendar se é plausível ratificar ou não o Tratado

Desta forma o técnico da área tem como função complementar a norma, isso é o Soft Law (recomendação) e o chefe de Estado tem
o poder de obrigar a cumprir o tratado

Agora, voltando ao primeiro item, vamos estudar a principal fonte do DIP

Fontes do DIP  CONVENÇÕES | TRATADOS

Tratado Internacional é a junção da lei com contrato

Em 1969 ocorreu a Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados - CVDT (LINDB no âmbito internacional). Até 1969 os tratados
eram disciplinados pelo costume, a partir de 1969 foram regularizados/positivados entre todos os Estados

Em 1986 foi feita a segunda Convenção sobre o Direito dos Tratados entre Estados e OIs ou entre OIs, no qual disciplinou/positivou
as Organizações Internacionais entre si ou das Organizações entre Estados

Só em 2009 o Brasil ratificou a CVDT de 1969, foi o tempo que o CN levou. Entretanto o Brasil já cumpria a CVDT desde 1969 através
do costume. A segunda CVDT, de 1986, é aplicado hoje em dia no Brasil através de costume, porem não foi ratificada ainda

Definição da CVDT de 1969, art. 2º: Tratado significa um acordo internacional concluído por escrito entre Estados (como é definição
de 69 as Organizações não entram) e regido pelo Direito Internacional quer conste de um instrumento único, quer de dois ou mais
instrumentos conexos, qualquer que seja sua denominação específica

Convenções | Tratados  Características dos Tratados Internacionais

1. Acordo Internacional 4. Regido pelo Direito Internacional


2. Celebrados entre Estados e/ou Organizações 5. Celebrado por escrito
Internacionais (1986) 6. Ausência de denominação particular
3. Gera obrigações legais 7. Instrumento único ou dois ou mais instrumentos
conexos

Quando usa a palavra Tratado, é um gênero em que se divide em várias espécies. A multiplicidade de termos e acepções,
usualmente empregados na pratica das relações internacionais, podem ser assim definidos:

ESTATUTO cria Tribunais Internacionais PACTO é um nome clássico, tradicional de chamar os


DECLARAÇÃO traz norma/princípios gerais – Principio é tratados. Foi muito utilizado na Liga das Nações
mais aberto que a regra. Exceção: A declaração dos PROTOCOLO é um tratado que complementa outro
DIDH não é declaração, a sua natureza jurídica é uma tratado, desta forma protocolo é acessório, e os
resolução tratados chamados de guarda-chuva nada mais são do
CONVENÇÃO traz normas/regras – Regras são mais que vários protocolos inseridos no Tratado
específicas, um detalhamento maior
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CARTA é um tratado constituição, ela funda algo novo CONCORDATA é um tratado que envolve a cidade
para o direito internacional, estabelecendo a sua Estado do Vaticano (Santa Sé) e cuida de questões
estrutura a sua organização e a sua competência. Ex. religiosas. Para o Brasil, se for celebrado uma
Carta de São Francisco, criou a ONU concordata será inconstitucional, porque o país é laico e
não há distinção entre as pessoas, todos são iguais

Convenções | Tratados  Conclusão e Entrada em vigor dos Tratados

FASE 1 – Negociações preliminares

1ª ETAPA – Negociações 2ª ETAPA – Adoção do texto das 3ª ETAPA – Assinatura do texto (a


Preliminares: Primeiro ocorre uma negociações preliminares: autenticação do tratado ainda não
Conferencia (Cimeira) Concordância com o texto gera obrigação do Estado cumprir o
tratado)

Capacidade (essa capacidade se refere quem irá à Cimeira) para celebrar Tratados:

O Poder Executivo possui a capacidade originária, desta forma quem tem a capacidade para celebrar os tratados é o Chefe de
Estado e o Chefe de Governo (Nos países presidencialistas os cargos de Chefe de Estado e o Chefe de Governo são dados à
mesma pessoa, o Presidente)

Art. 84 da CF – Compete privativamente (pode delegar a função) ao Presidente da República, inciso VII e VIII, manter relações com
Estados estrangeiros e acreditar seus representantes diplomáticos e celebrar Tratados, Convenções e Atos Internacionais

Inciso II – Delega o auxílio aos Ministros de Estado

O Chefe de Governo nos Países Parlamentaristas (1º O Chefe da Missão Diplomática também pode representar o
Ministro) é chamado de Chanceler e por tradição histórica o chefe de Estado, chamado de Embaixador. Nos tratados
Ministro das Relações Exteriores do Brasil é chamado de bilaterais (entre dois países) o Chefe da Missão Diplomática
Chanceler Brasileiro (Plenipotenciário) Permanente não precisa de carta de plenos poderes, esses
poderes são implícitos
A Carta de Plenos Poderes é uma espécie de mandato, o
Presidente delega o poder para algum Ministro, que não seja O Chefe das Missões Diplomáticas pode celebrar acordos
das relações exteriores, sendo necessário possuir essa carta multilaterais apenas com a carta de plenos poderes, previsto
de delegação do poder para representar o Estado na CVDT (desta forma aplica-se a todos os países)

FASE 2 – Consentimento em obrigar-se

No Brasil é pautado o consentimento de obrigar-se a um Tratado pelo costume

Na 1ª FASE o Tratado é apenas manuseado pelo Poder Executivo, na 2ª FASE entra o Congresso Nacional, para aprovar o tratado,
após a ratificação do Presidente entra na 3ª FASE, se for Tratado bilateral depende da troca de notas diplomáticas (o Tratado só
entrará em vigor quando os dois países ratificarem o Tratado e efetuarem a troca das notas diplomáticas), se o Tratado for
multilateral depende da figura do depositário que irá receber o depósito do instrumento de ratificação (geralmente o depositário é

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o Estado sede ou a Organização que promoveu o encontro) e a sua vigência irá começar quando atingir um número mínimo de
depósitos (geralmente esse mínimo é estipulado no tratado)

Art. 49 da CF, em seu inciso I, o Congresso não resolve definitivamente só sobre Tratados que venha a dar algum patrimônio
nacional

O Congresso NÃO ratifica, o Congresso referenda (confirma), no entanto o Congresso tem duas opções:

A) Aprovar o Tratado através do Decreto Legislativo (assinado pelo Presidente do Congresso) e com isso autoriza o Presidente
da Republica a ratificar o Tratado (é analisado o mérito, a oportunidade e a conveniência). Desta forma a ultima palavra é do
Presidente, e sendo assim o Congresso não resolve definitivamente. Depois de o tratado ter sido ratificado pelo Presidente é
feito um decreto executivo e publicado no Diário Oficial da União

B) Rejeitar o tratado e NÃO ter o decreto legislativo, sendo feito apenas uma comunicação ao Presidente da Republica que não
foi deferido o Tratado. Neste caso o Congresso decidiu definitivamente

FASE 3 – Registro e Publicação do Tratado Internacional

Na estrutura da ONU há vários órgãos, dentre eles tem o secretariado, e várias outras funções, entretanto o secretariado tem uma
função de registro no cartório

O fato dos Estados ter trocado notas diplomáticas, por si só já gera uma obrigação, mas se os Estados quiserem fazer que o tratado
tenha um conhecimento mundial precisa ser registrado no secretariado da ONU

A ONU faz uma publicação anual de todos os tratados celebrados ao longo do ano

Apesar de ser facultativo a publicar o tratado é interessante fazer o registro para que a CIJ possa julgar no caso de ser descumprido
o tratado

Convenções | Tratados  Reserva a um Tratado Internacional

É uma Declaração unilateral, qualquer que seja sua redação ou denominação, feita por um Estado ao assinar, ratificar, aceitar,
aprovar ou aderir a um tratado, no objetivo de excluir ou modificar os efeitos legais de certas disposições do tratado na sua
aplicação a esse Estado, art. 2 CVDT

Formas de reserva: Excluir ou Modificar/Interpretar


Limitações à reserva:
• Proibição pelo próprio tratado – Ex. O Estatuto de Roma não admite reservas
• Incompatível com objeto e finalidade
• Ofensa ao Jus Cogens

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Convenções | Tratados  Aplicação e Interpretação dos Tratados

Art. 26 da Convenção de Viena/69 – Pacta Sunt Servanda – Todo tratado em vigor obriga as partes e deve ser cumprido por elas de
boa fé
Art. 27 da Convenção de Viena/69 – Direito Interno e observância de Tratados – Uma parte não pode invocar as disposições de seu
direito interno para justificar o inadimplemento de um tratado
Se o Estado não respeitar terá uma responsabilidade internacional, Principio da Boa fé Objetiva (pacta sunt servanda)

Princípio da Territorialidade – Versa sobre o cumprimento do tratado em todo o território do Estado. Excepcionalmente pode haver
tratado restritivo (abrange apenas uma parte do país), desde que conste escrito no corpo do próprio Tratado
Principio da Relatividade – Os tratados só valem entre as partes que ratificaram, a exceção é o jus cogens, em que todos os Estados
devem observa-lo ainda que não ratificado

Convenções | Tratados  Formas de extinção dos Tratados

Os Tratados Internacionais são uma obrigação


1) Ab-rogação – Extinção completa do tratado, pois foi ratificado outro tratado
2) Consentimento mútuo – As partes deixam de cumprir o tratado (destrato)
3) Execução Integral - Tratado cumprido na sua plenitude por todas as partes
4) Expiração do Termo e Condição resolutiva – Termo é um futuro certo, condição é um futuro incerto
5) Novo Tratado – Feito um novo tratado sobre o mesmo assunto
6) Redução significativa do número de partes – Assim como alguns tratados, deve haver um número mínimo de ratificações para
valer, é também aplicada à mesma regra para continuar valendo o tratado
7) Denúncia – Ato unilateral através do qual o Estado informa a sociedade internacional que deixará de cumprir o tratado. Esse
ato, via de regra, não gera efeitos imediatos devendo submeter-se a um lapso temporal previsto no próprio tratado. A
diferença entre a reserva é que se da quando o Estado vai participar do tratado, além disso a reserva é parcial, a Denúncia ao
contrário, é de um tratado que o Estado já contratou, é total. Recentemente a Venezuela denunciou a clausula de jurisdição
obrigatória da corte interamericana de Direitos Humanos
8) Guerra – Para os Tratados multilaterais não mudam nada, para os Tratados Bilaterais há uma mudança, podendo ser
suspensos ou extintos os tratados
9) Rompimento das Relações Diplomáticas ou Consulares – O fato de haver o rompimento só vai levar a extinção do tratado se o
tratado precisar de relações diplomáticas ou consulares, senão os tratados irão continuar valendo normalmente
10) Teoria da Imprevisão (Rebus sic stantibus) – O tratado poderá ser revisto em caso de algo imprevisto, através da
inevitabilidade, que poderá gerar uma onerosidade excessiva, um prejuízo entre as partes
11) Superveniência de uma norma imperativa – Se o tratado for incompatível com o jus cogens, seja anterior ou posterior a
norma imperativa, o tratado deixará de ter validade
12) Violação Substancial – Exceção do contrato não cumprido, se uma das partes deixa de cumprir a sua obrigação, a outra parte
também deixará de cumprir a sua obrigação

Aqui encerramos o estudo das Fontes do DIP, agora vamos estudar outros assuntos do DIP

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PARTE GERAL  SUJEITOS DO DIP

ESTADO

Os elementos que constituem o Estado são: Povo, Território e Soberania

Segundo Dallari, alem desses três elementos o Estado tem que ter uma finalidade

POVO

Dentro do elemento Povo há várias nomenclaturas utilizadas, definidas como:

População Nação

É uma conotação numérica, é um número, uma quantidade Nação representa um vínculo histórico-cultural
de pessoa que esta em determinada região, no qual leva em
Povo propriamente dito
conta o povo mais os estrangeiros e apátridas
É um vinculo jurídico político do qual decorrem direitos e
Cidadão
deveres entre indivíduos e o Estado. Relacionado a
Cidadão em sentido amplo é todo aquele que tem direitos nacionalidade (art. 12 da CF). O Principal Direito do povo é a
fundamentais e goza de direitos políticos proteção diplomática, o Estado brasileiro deve proteger

No Brasil adquire a cidadania plena com 35 anos de idade


(antes de 35 anos não pode ser candidato a Presidente,
dentre outros)

SOBERANIA

A Soberania “surgiu” aproximadamente no século XV, consolidando a figura do Estado Moderno. Na época da Idade Média o Rei
como representante de Deus era coroado pelo papa, e os súditos do Rei obedeciam mais ao papa e ao senhor feudal do que o
próprio Rei. Desta forma surge a Soberania como conceito absoluto, o Rei centralizou o poder em suas mãos, sendo superior a
todos

Todavia nessa época a Soberania é absoluta, não há limites para a vontade do Rei

No século XVIII houve as grandes revoluções, Revolução Francesa e a Independência dos Estados Unidos da América do Norte,
nessas duas regiões do planeta aconteceram movimentos para “transferir” a soberania para o povo, o poder do Rei passa a ser
limitado por normas, “o rei reina, mas não governa”. Surgindo o Parlamentarismo em alguns países europeus

Ainda que popular a soberania, continua sendo absoluta

Portanto a ideia do povo ser soberano e fazer o que quiser não deram muito certo, um exemplo foi o nazismo e dentre outros. No
Século XX o Julgamento de Nuremberg trouxe a noção de que seja lá quem for o soberano, essa soberania tem que ser limitada,
não pode fazer qualquer coisa porque é soberano. Sendo assim a Soberania passa para uma ideia Relativa, havendo um grande
limitador da soberania dos Estados: o Direito Internacional

Para a Soberania Interna é ditar as regras para o seu povo dentro do seu território para a Soberania Internacional todos os Estados
são soberanos e iguais entre si

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FINALIDADE

No século XV os representantes do Estado eram os súditos, subordinados ao soberano. A finalidade do Estado era satisfazer a
vontade do Rei

No século XVII houve a ideia de cidadão e em decorrência disso no século XX o Estado deve dar meios para que haja dignidade para
o seu povo. A finalidade do Estado é dar amparo para todo o seu povo e satisfazer a vontade da coletividade

TERRITÓRIO

O território do Estado estabelece os limites de sua área, os maiores conflitos de território são marítimos

O território é um elemento material, a base física de um Estado

O Domínio dos Estados é dividido em:

▪ Solo ocupado e com limites reconhecidos ▪ Golfos, baías e portos


▪ Subsolo e regiões separadas do solo ▪ Mar territorial e plataforma continental
▪ Rios, lagos e mares interiores ▪ Espaço aéreo correspondente ao solo

Território  Domínio Terrestre

Íntegro/Contínuo – Mesmo que haja algumas ilhas próximas uma das outras, o Estado possui uma porção única de terra, íntegra,
ex: Brasil e as ilhas próximas, como Fernando de Noronha e dentre outras

Desmembrado/Descontínuo – Se há porções espalhadas no planeta, é considerado desmembrado, ex: Inglaterra e as Ilhas Malvinas
(na Argentina), EUA e o Alaska, Dinamarca e Groelândia

Território  Domínio Fluvial

Rios Nacionais – Tem a sua nascente e todo o seu leito dentro de um mesmo Estado, todo o poder sobre o rio é de Soberania do
Estado, ex: Rio Sorocaba

Rios Internacionais: O leito do rio passa por dois ou mais Estados, desta forma os Estados podem usar o rio desde que não use com
abuso, então é normal os rios internacionais serem determinados por Tratados. Ex: Entre o Uruguai e a Argentina teve o caso “Las
Papeleras”, no qual o Uruguai poluiu o Rio Uruguai e toda a poluição foi diretamente para a Argentina, esse caso foi julgado na CIJ e
a Argentina ganhou

Sucessivo – O rio nasce em um território e corre em outro

De Fronteira – A divisa entre dois Estados se dá pelo rio, deste modo o critério para decidir de quem será a soberania sobre o rio
será o talweg (linha mediana fluvial), definido através do leito de navegação

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Território  Domínio Marítimo

1 milha náutica = 1,852 km

Havia uma lacuna no Direito Internacional em relação ao alcance marítimo dos Estados, até onde era e até onde deixava de ser
território marítimo do Estado

Em 1982 foi elaborada a Convenção de Montego Bay na Jamaica, no qual visou padronizar os limites marítimos em todo o planeta,
estabeleceu critérios equânimes para todos os Países. Essa convenção estabeleceu três faixas para o Oceano:

Primeira Faixa – Da praia até 12 milhas, chamado de Mar Territorial, o Estado Costeiro exerce plenitude de sua Soberania, no mar
territorial a Soberania também abrange o espaço aéreo, há uma exceção: Direito de passagem inocente, o Estado Costeiro é
obrigado permitir a passagem inocente de navios estrangeiros, ela tem que ser rápida e contínua, a não ser por questões
humanitárias. O Direito de Passagem Inocente apenas se aplica para questões marítimas

Segunda Faixa – Do Mar territorial até 24 milhas, sendo 12 milhas a partir do Mar territorial, chamada de Zona Contígua ou
Cinturão de Segurança. O Estado detém o poder de polícia, a fiscalização sanitária, alfandegária e de imigração

Terceira Faixa – Da Zona Contígua até 200 milhas, sendo mais 188 milhas a partir do Mar Territorial, chamada de Zona Econômica
Exclusiva (ZEE). Serve para a exploração exclusiva do Estado, que interessa mais a pesca

OBS.: Os Estados que tem saída para o Oceano deve permitir que os Estados Encravados (sem saída para o Oceano) pesquem em
sua zona marítima

CURIOSIDADE: O navio é considerado extensão do território do País, vale a bandeira do País

Território  Plataforma Continental

É um grande objeto de interesse com a finalidade de encontrar minérios e petróleo

Com a convenção de Montego Bay foi considerada a dimensão da plataforma continental dos Estados na profundidade de 200
metros, entretanto isso foi nos anos 80, sendo que a tecnologia não conseguia chegar a uma profundidade maior. Porem havia uma
discrepância entre os Estados, porque para alguns a plataforma continental só iria atingir os 200 metros de profundidade a partir de
uma dimensão maior do que a profundidade de outros países

Então foi adotado além do critério de profundidade (200 metros) o critério de dimensão (350 milhas)

Fossas Abissais ou Fundos Marinhos, essa região é uma região de domínio internacional, ou seja, nenhum país exerce soberania. É
controlada pelas Nações Unidas. Vale o Regime do Direito Público, só é permitido aquilo que é expressamente previsto em
tratados, no caso é apenas permitida pesquisas científicas

Território  Embaixada

A Embaixada não é território acreditante

Malgrado opiniões em contrário, cada vez em maior declínio, pode se afirmar que as sedes das embaixadas não são extensões de
territórios estrangeiros no Brasil. Cleber Masson

Se nascer uma criança em alguma embaixada que está instalada em seu país, essa criança não terá a cidadania do país da
embaixada, mas sim do país em que a embaixada está

Na embaixada brasileira há imunidade, porem NÃO é território do Brasil

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Território  Polos

Ártico (Norte) – Não tem terra, é só Oceano congelado, não há interesse, sendo apenas de rota de aviação aérea

Antártida/Antártica (Sul) – Em baixo de todo o gelo há terra e minérios, inclusive petróleo. É uma área internacional no qual
prevalece o Regime de Direito Público, só é permitido o que estiver nos contratos que também hoje só pode ser para pesquisas
científicas

Território  Espaço Aéreo

Tudo é disciplinado através de Tratados. Não existe passagem inocente no espaço aéreo, inclusive no Brasil tem a lei do abate. Uma
das maiores bases aérea do Brasil fica em Anápolis, fica a minutos da Capital

Território  Espaço Sideral

Até onde vai um avião é espaço aéreo e dali pra cima é espaço sideral. Espaço aéreo é soberania do Estado, agora espaço sideral é
área internacional e o Estado não tem soberania. Sendo assim pode haver satélites sobre os países

Se um satélite cair na terra e causar danos a responsabilidade, será de quem o colocou em órbita e essa responsabilidade é objetiva
pelo risco integral

CURIOSIDADE: A Lua e corpos celestes não podem ser explorados economicamente

PARTE GERAL  AGENTES DO ESTADO EXTERIOR

Diferenças de DIPLOMATA e CÔNSUL são:

Diplomata/Embaixador Cônsul

Sua função é representar os interesses públicos de um Estado A função é representar os interesses dos particulares de um
no exterior, a Embaixada sempre estará na Capital, perto do Estado no exterior
Poder Executivo

Quem decide onde haverá o consulado é o Estado Acreditante (o outro país). O país acreditado (o país que terá o consulado) pode
recusar a instalação do consulado, entretanto é falta de respeito com o outro país

CURIOSIDADE: O Brasil possui uma escola de formação de diplomatas, sendo um anexo ao Palácio do Itamaraty, chamado de
Instituto Rio Branco. Para ter uma carreira diplomática brasileira deve ser brasileiro nato, art. 12, §3º, V, CF

Além da formação do Rio Branco pode o Presidente indicar uma pessoa para ser diplomata/cônsul

OBS: Cônsul honorário, na falta de ter um cônsul no país e sendo necessário, o Brasil pode nomear até alguém estrangeiro para ser
cônsul

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Imunidade dos agentes de estados no exterior

Diplomata - O diplomata é imune à lei dos Estados acreditados. Não é atingido pela lei penal e lei tributária em tributos diretos
(imposto), dentre outros. O país acreditado pode declarar o diplomata como persona non grata, “aquele que não é bem vindo”.
Imunidade não significa Impunidade

Quem é atingido por essa imunidade não é apenas o embaixador, mas sim o corpo diplomático, no qual envolve o núcleo familiar,
funcionários, dentre outros

OBS.: Funcionários particulares exerce uma função de interesse exclusivamente privado, não será amparada por qualquer
imunidade. Por outro lado, caso os funcionários estejam na embaixada prestando um serviço específico para o Estado acreditante
(por exemplo preparando um jantar com a comida típica daquele país), poderá ser considerados parte do corpo diplomático e,
portanto, gozar da imunidade. Ou seja, depende do caso concreto, não dá para falar de forma abstrata que SEMPRE ou que NUNCA
terá a imunidade

A imunidade só pode ser renunciada pelo ESTADO, jamais pela própria pessoa. Desta forma a imunidade é funcional e não pessoal.
Em caso do Estado renunciar a imunidade, os efeitos serão retroagidos

Cônsul - A imunidade do Cônsul é uma imunidade de ofício, só terá imunidade nas atividades consulares, no exercício da função

Ex: Falsificar um passaporte é crime, mas tem imunidade. Desta forma é preferível falar em privilégio do que imunidade

Prédios

O prédio da Embaixada também tem imunidade, e essa imunidade abrange até a residência do diplomata. O carro do diplomata é
considerado imune, como extensão da casa. As malas possuem extrema imunidade

Em relação aos cônsules é exatamente o mesmo critério, porém apenas na divisão em que o cônsul trabalha. O carro do cônsul não
tem imunidade. As malas também possuem extrema imunidade

Asilo Diplomático

Asilo Político são pessoas perseguidas por opinião política que buscam proteção em outro Estado

O Asilo Político pode ser de duas formas: Territorial ou Diplomático

Territorial – Asilo permanente, a pessoa será protegida em Diplomático – Asilo temporário, a pessoa será protegida
todo o território do Estado apenas na casa diplomática, pode ocorrer também em navios
e aeronaves militares

Salvo Conduto é o Habeas Corpus preventivo, usado para a pessoa que está com asilo político e precisa se locomover para outro
lugar

Abdução Internacional ocorre quando um Estado tira uma pessoa sem autorização do outro Estado

Imunidade do Estado

Princípio Primado do Direito Local – As representações estrangeiras devem representar o Direito Local

Em regra um Estado não julga o outro, pois não há julgamento entre os pares, entretanto em alguns casos não há responsabilidade:
Responsabilidade Extracontratual, Trabalhista, Contratual, dentre outros

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A Doutrina chama essas responsabilidades de: Ato de Gestão o Estado atua como se fosse um particular (qualquer pessoa pode
entrar com um processo contra os Estados) e Ato de Império (Ato do “Príncipe”) o Estado atua como Poder Público, com as
prerrogativas de Estado (Apenas Tribunais e Cortes Internacionais podem julgar os Estados)

Ato de Império tem imunidade de Jurisdição e de execução

Ato de Gestão não há imunidade de Jurisdição, mas há imunidade de execução, bens públicos são impenhoráveis

OBS.: O STF reconheceu a imunidade trabalhista da ONU/PNUD em virtude de tratado celebrado entre o Brasil e aquela
Organização com base no qual as questões trabalhistas envolvendo a Organização e seus funcionários devem ser regidas pelas
normas administrativas

Com o término do Tópico 1 – Parte Geral do DIP, damos sequência ao nosso estudo

Tópico 2 – ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS

Organização Internacional é a Associação voluntária de Estados, criada por um convênio constitutivo e com finalidades pré-
determinadas, regidas pelas normas do Direito Internacional, dotada de personalidade jurídica distinta da dos seus membros, que
se realiza em um organismo próprio, dotado de autonomia e especificidade, possuindo ordenamento jurídico interno e órgãos
auxiliares, por meio dos quais realiza os propósitos comuns dos seus membros, mediante os poderes próprios que lhes são
atribuídos por estes

CARACTERÍSTICAS

• Associação Voluntária de Sujeitos do Direito Internacional Público – Voluntariedade dos Estados ou de outras Organizações
para participarem de alguma Organização
• Instituição por Ato Internacional – As Organizações são criadas, via de regra, por tratados.
• Ordenamento Jurídico Próprio – As Organizações tem um ordenamento jurídico próprio
• Personalidade Jurídica de Direito Internacional Público – As Organizações podem celebrar tratado em nome próprio
• Existência de Órgãos Próprios e Permanentes – Para a Organização funcionar deve ter uma estrutura administrativa, no
entanto geralmente as Organizações têm pelo menos três órgãos: Conselho – Funciona como órgão executivo, as decisões
mais importantes são feitas pelo Conselho; Assembleia – Todos os membros participantes da Organização participam; e
Secretaria – órgão que organiza as reuniões, o arquivo, faz o funcionamento burocrático
• Poderes Próprios – A Organização deve ter poderes para agir, poder esta submetida ao critério da soma zero (para um ganhar
o outro deve perder), desta forma os Estados devem abrir mão da Soberania para a Organização ganhar poder
• Sede Própria – Ainda não existe alguma Organização exclusivamente virtual, toda Organização tem seu prédio próprio

CURIOSIDADE: A FIFA não é uma Organização, pois não é formada por Estados ou OIs, mas sim por entes particulares (ex: CBF –
Confederação Brasileira de Futebol, etc.)

DIREITOS

▪ Direito de Convenção – Celebrar tratados em nome próprio


▪ Direito de Missão ou Legação – Manter relações diplomáticas com os seus membros, os representantes das OIs gozam das
imunidades diplomáticas previstas na Convenção de Viena de 1961
▪ Direito de Denúncia – O sujeito de um tratado informa a sociedade internacional que não irá mais cumprir o tratado e o
Estado pode denunciar o tratado que criou a Organização

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CLASSIFICAÇÃO

o Quanto ao Fim:
❖ Geral – Objetivo gerais
❖ Específica – Criada para um objetivo mais específico
o Alcance:
❖ Universal – Abrange todo o planeta
❖ Regional – Abrange uma determinada região

ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS  ONU – ORGANIZAÇÃO DAS NAÇÕES UNIDAS

Para falar da ONU precisa falar da Liga das Nações, no qual, segundo vários autores, foi o embrião da ONU

A Liga das Nações foi criada para promover a paz, entretanto não prosperou porque ela não dava o caminho para se obter a paz,
dependeu da boa-fé dos Estados

Durante um curto espaço no tempo a ONU e a Liga das Nações existiram ao mesmo tempo. A Liga das Nações existiu até 1946,
porém era meramente formal, só existia no papel, com o seu fim todo patrimônio da Liga das Nações foi transferido para a ONU

A ONU teve como grande mérito trazer o caminho para se obter a paz, através dos Direitos Humanos, no qual passa para um
assunto global e não mais regional ou particular de algum País

26 de junho de 1945 foi fundada com a Carta de São Francisco a ONU

Objetivos da ONU

• Manter a paz • Promover o respeito aos Direitos Humanos


• Mobilizar a Sociedade Internacional para deter uma • Principio da segurança coletiva mundial
agressão • Organização de coexistência

Quatro pontos que são inseparáveis, interdependentes para a ONU: Democracia, Direitos Humanos, Desenvolvimento e Paz

Paz não é simplesmente não haver guerra, Paz é ter desenvolvimento sustentável, direitos humanos e democracia

Sociedade Cosmopolita é o livre intercambio das pessoas nos Países, diante disso o Direito Internacional tem que atuar cada vez
mais, para intermediar essa correlação entre os povos. Por isso que nos anos 90 o Direito Internacional se expande com a
globalização

Estrutura da ONU

1) Assembleia Geral
Pressupõe a participação de todos os membros, com direito a voz e voto. A Assembleia Ordinária ocorre no mês de setembro
em NY. A Assembleia Geral da ONU publica Resoluções e Recomendações
2) Conselho de Segurança
Cuida da questão de segurança global, no qual hoje, com a reforma, são 5 membros permanentes e 10 membros rotativos. Os
membros permanentes são os EUA, Rússia, França, Inglaterra e China, devido ser os maiores vencedores da II Guerra Mundial,
no qual possui o poder de voz, voto e veto. (Taiwan ocupou o lugar da China em uma parte da historia dos membros

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permanentes). Os membros rotativos tem poder de voz e voto, São 5 países afro-asiáticos, 2 da América Latina, 2 da Europa
Ocidental e 1 País do Leste Europeu, pois deve preencher o critério geográfico. A cadeira na ONU pertence ao Estado.
Obs. Quando um país tem uma questão submetida ao Conselho de Segurança e não compõe aquele órgão, terá o direito de
indicar um representante para aquela reunião específica
3) Conselho Econômico-Social
Chamado de ECOSOC tem como objetivo cuidar da questão dos Direitos Humanos. Possui 54 membros. Quem elaborou a
Declaração Universal dos Direitos Humanos foi esse Conselho. Tem também o Conselho de Direitos Humanos que funciona,
sobretudo, através de relatórios
Tem como função os Mecanismos de Monitoramento, no qual arquivam relatórios (de tempos em tempos os Estados são
obrigados a encaminhar um relatório sobre os Direitos Humanos no seu território), Visitas in loco (Analisa através de visitas ao
País se o relatório emitido é verdadeiro)
A ONU tem a ECOSOC, a ECOSOC tem a CEPAL - Comissão Econômica Para América Latina e Caribe, a CEPAL tem a ALALC
Associação Latino-Americana de Livre Comércio (Entretanto não deu certo e hoje tem o nome de ALADI, que é uma das
maiores responsáveis pela criação do MERCOSUL). Esse é o vínculo do MERCOSUL com a ONU
4) Corte Internacional de Justiça
É o Tribunal da ONU, considerado o Tribunal mais importante do planeta. Formado por 15 Juízes, eleitos por um mandato de 9
anos, Obs. Tem um Juiz brasileiro atualmente lá, Antônio Augusto Cançado Trindade. A Eleição quem vota é a Assembleia Geral
e o Conselho aprova, porém se da a título pessoal.
A Competência da Corte é Contenciosa e Consultiva, Contenciosa é uma lide entre as partes que recorrem ao Tribunal,
Consultiva os Estados podem consultar a Corte de Haia sem que haja um conflito. OBS. Existe competência consultiva no Brasil,
na Justiça Eleitoral
A sua Competência é somente para Estados. Obs. A Corte possui Competência para definir a própria Competência, desta
forma abre uma lacuna para as OIs, porque não existe um Tribunal Internacional para julgar OIs, desta forma a Corte pode
julgar OIs, só que em tese, na prática isso nunca aconteceu, no qual só está na doutrina
5) Secretariado
Tem função administrativa e cartorial, é o órgão burocrático. O Secretario Geral da ONU atualmente é Ban Ki-moon. Há um
acordo dentro da ONU para que haja um rodízio dos Secretários Geral entre os continentes. Tem o mandado de 5 anos, com
eleição pela Assembleia de Geral e aprovação do Conselho de Segurança
6) Conselho de Tutela
Com o final de Segunda Guerra muitos territórios conquistados pela Alemanha, pelo Japão ficaram sem soberania, pois a
Alemanha, o Japão, dentre outros perderam os territórios conquistados, sendo assim foi criado o Regime de Tutela, no qual a
ONU nomeou países tutores para conduzir o território até a sua independência
Em 1994 Palau foi a ultima região do planeta tutelada a se tornar independente, a partir disso o Conselho de Tutela perdeu a
razão de ser, porque não tem mais nenhuma região tutelada, encerrou as atividades desse Órgão

Principais Organismos Especializados

• BIRD – Banco Internacional para Reconstrução e Desenvolvimento (Banco Mundial)


• FAO – Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura
• FMI – O Fundo Monetário Internacional faz tratados com os países com o objetivo de salvar o capitalismo, entretanto quem
impõe as condições do tratado é apenas o FMI. Aqui no Brasil o FMI fez criar a LC 101
• OACI – Organização da Aviação Civil Internacional

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• OIT – Organização Internacional do Trabalho
• OMI – Organização Marítima Internacional - Criou o tratado de Montego Bay
• OMS – Organização Mundial da Saúde
• UNESCO – Fundações das Nações Unidas para Infância - Educação, Ciência e Cultura
• UNICEF – Fundo das nações Unidas para Infância

OBS.: A OMC e o TPI não são organismos da ONU

ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS  OEA – ORGANIZAÇÃO DOS ESTADOS AMERICANOS

Surgiu em 1948 com a Carta de Bogotá/Colômbia. Entrou em vigor em 1951. Junto com a Carta de Bogotá existe a Declaração
Americana dos Direitos e Deveres do Homem. Hoje todos os países da América, exceto Cuba, faz parte da OEA

Tem uma estrutura muito parecida com a ONU só que a OEA tem uma ênfase maior aos Direitos Humanos

Órgãos da OEA

I. Assembleia Geral – a sua sede é em Washington


II. Reunião de consulta dos Ministros das Relações Exteriores – TIAR (Tratado Interamericano de Assistência Recíproca),
aliança militar que com base nesse tratado tem se que uma agressão externa a um país da América significa uma agressão a
toda a América
III. Conselho Permanente – Um representante de cada Estado
IV. Conselho Interamericano de Desenvolvimento Integral – Equivale ao ECOSOC da ONU, com a finalidade de erradicação da
pobreza, dentre outros.
V. Comissão Jurídica Interamericana – Sua Sede é no Rio de Janeiro, visa unificar (tornar igual) a harmonizar (tornar parecido)
os direitos nas Américas
VI. Comissão Interamericana de Direitos Humanos
VII. Secretaria Geral – Igual da ONU, eleito por 5 anos, o Secretario Geral da OEA tem o direito de assento e participação em
qualquer órgão da OEA
VIII. Conferências Especializadas - Organismos Especializados - Organização Panamericana da Saúde – Fez o Programa Mais
Médicos

Sistema Interamericano de Direitos Humanos

Esse Sistema está relacionado a OEA, sendo que em 1948, em Washington, foi criada a OEA e assinada a Declaração Americana dos
Direitos e Deveres do Homem – Essa Declaração trás um rol de princípios

Para que essa Declaração funcione foi criada uma Comissão Interamericana de Direitos Humanos (Órgão Administrativo, com sede
em Washington)

A grande função da Comissão da OEA era monitorar o cumprimento da Declaração, de forma que aqueles Estados que
descumprirem a Declaração dos Direitos Humanos a Comissão, por ser administrativa, irá atuar na forma de recomendação, que irá
encaminhar a uma Assembleia da OEA e terá uma sanção política ou administrativa

Em 1969 foi celebrada a Convenção Interamericana de Direitos Humanos (Pacto de São José da Costa Rica – PSJCR), devido a
mudança de Declaração para Convenção, foram estabelecidos regras para cumprir. Em 1978 entrou em vigor e só em 1992 foi
ratificado pelo Brasil
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A Convenção criou a Corte Interamericana de Direitos Humanos e a Corte Interamericana (Tribunal) não tem diplomatas, tem
Juízes que proferem sentenças

A Comissão é órgão da OEA, em todos os países que fazem parte da OEA se submetem a Comissão, a Corte não é órgão da OEA é
um órgão da Convenção, o que significa que o país para se submeter a Corte só serão aqueles que assinaram a Convenção. (Ex: EUA
e Canadá fazem parte da OEA, mas não fazer parte da Convenção)

Para o Brasil aplica tudo, pois faz parte da OEA e foi ratificado a Convenção

Procedimento para Provocar a Comissão

1) Reclamação a Comissão, qualquer pessoa (ONG, cidadão, etc.) pode apresentar uma reclamação
2) Esgotamento dos Recursos Internos (Requisito de Admissibilidade), qualquer pessoa só pode acionar a Comissão
Interamericana quando esgotar todos os meios internos, quando tiver uma demora absurda ou quando não for possível (caso
de ditadura)
3) Tendo admitido o caso a própria Comissão vai tentar uma via administrativa, uma solução amigável. Se for aceita, acabou o
problema, e se não for aceita, a Comissão irá fazer uma recomendação (Ex: Um dos casos mais importantes foi da Maria da
Penha, no qual foi recomendado para o Brasil fazer uma Lei para defesa das mulheres)
4) Se a recomendação não for observada e o país fazer parte da Convenção, a Comissão irá encaminhar o Estado para a Corte. No
Sistema Europeu de Direitos Humanos o individuo tem legitimidade para provocar a Corte Europeia de Direitos Humanos, na
América o indivíduo não tem esse poder. A Corte ao receber o caso faz um julgamento, através de uma sentença internacional.
Sentença Internacional proveniente de Tribunais Internacionais não necessita de homologação para produzirem efeitos no
Brasil
Sentença Estrangeira proveniente de outro Estado, em regra só produzirão efeitos no Brasil após a sua homologação pelo STJ
Casos históricos no Brasil
a. Ximenes Lopes X Brasil – Em Pernambuco tinha um homem chamado Ximenes que era deficiente mental, foi internado
no hospital psiquiátrico e assassinado pelos médicos, a família entrou com uma recomendação
b. Gomes Lund e outros X Brasil – Conhecido como caso Araguaia, foi um abuso, perseguição e massacre pela ditadura
brasileira. Entretanto o Presidente da época (Figueiredo) concedeu a anistia, no qual foi ampla geral e restritita e desta
forma perdoava quem cometeu crime político (oposição) e crimes conexos (crimes dos militares) – foi uma “autoanistia”,
perdoaram a si mesmo. O caso foi levado até a Corte da OEA, teve uma sentença para o Brasil cumprir, entretanto o Brasil
não cumpriu até hoje. O MPF ameaça levar esse caso ao Tribunal Penal Internacional, porque crimes como tortura,
homicídios, desaparecimento forçado são crimes contra a humanidade

ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS  MERCOSUL

Durante as ditaduras militares instauradas no Brasil e na Argentina, anos 60 e 70 houve uma política de isolamento entre Brasil e
Argentina, não tinha contato entre si. Foram mais de 20 anos sem a visita do Presidente Brasileiro na Argentina e vice versa. O fato é
que quanto mais houver conflito entre um grupo, melhor seria para outros interferirem nos assuntos

Com o término da ditadura, os novos Presidentes começaram uma aproximação, com a ideia de substituição das importações,
nesse sentido então houve o PICE (Programa de Integração e Cooperação Econômica entre Brasil e Argentina). Programa bastante
amplo, com vários propostas, e dentro deste programa foram celebrados alguns acordos, até que o acordo de nº 14 previu a
possibilidade da criação de um mercado comum entre o Brasil e Argentina

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Enquanto caminhava o PICE, Paraguai e Uruguai pediram a adesão no Programa, porque poderia ser perigoso para as suas
economias, sendo assim decidiram fazer um mercado comum do sul

Foi feito o Tratado de Assunção, em 1991, que estabeleceu as normas para ser criado o Mercosul, mas ele não criou o Mercosul.
Neste contexto foi assinado também o protocolo de Brasília, que estabeleceu mecanismo de solução de controvérsia do Mercosul,
esse mecanismo adotado foi a arbitragem, entretanto esse protocolo foi derrogado (revogação parcial) pelo protoloco de Olivos
(2002), no qual criou o Tribunal Permanente de Recursos (situado em Assunção, Paraguai)

Alguns Protocolos do Mercosul

Protocolo de Las Leñas, 1992, estabelece sistema de cooperação e assistência judicial, tem como finalidade facilitar a diferença do
sistema judicial entre os países, sendo que para produzir efeitos de uma sentença no outro país é necessário homologar a sentença
estrangeira (para o Brasil quem homologa é o STJ)

Protocolo de Ouro Preto, 1994, teve uma grande importância, porque atribui personalidade jurídica ao Mercosul, no qual passou a
ser uma Organização Internacional e passou a ter o Direito de Convenção (Assinar tratado em nome próprio)

Protocolo de Fortaleza, 1996, disciplinou a concorrência do Mercosul

Protocolo de Caracas, 2006, a Venezuela aderiu ao Mercosul

O Equador está querendo entrar para o Mercosul, mas todos os países da América do Sul, exceto as Guianas e o Suriname, fazem
parte do Mercosul

As decisões do Mercosul são tomadas por unanimidade ou consenso, todos devem concordar para produzir efeitos as decisões

Órgãos do Mercosul

• Conselho do Mercado Comum – órgão superior, exerce a personalidade jurídica


• Grupo Mercado Comum – órgão executivo, executa as medidas do mercado
• Comissão de Comércio – órgão que cuida somente do comércio
• Comissão Parlamentar Conjunta - Obs.: Está em processo de criação o Parlamento do Mercosul
• Foro Consultivo Econômico Social – Democracia participativa
• Secretaria Administrativa – Parte burocrática

OBS.: O Mercosul NÃO tem Assembleia Geral porque todos já participam de tudo

Comparação do Mercosul com a União Europeia

MERCOSUL UNIÃO EUROPEIA

Direito Supranacional Direito Comunitário

Tratado deve ser incorporado pelos países O Parlamento Europeu cria normas de aplicação imediata

Em caso de conflito quem resolve e o Tribunal de Recursos (arbitral) Em caso de conflito quem resolve é o Tribunal Europeu

União Aduaneira Imperfeita – Possui a TEC (Tarifa Externa Comum), Mercado Comum ou União Monetária
quando os países do Mercosul negociam com outros países fora do
Mercosul a tarifa é igual, entretanto cada país tem a sua lista de proteção
para que não quebre a economia de determinados produtos no país

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Nosso conteúdo de Direito Internacional Público encerra aqui

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“O conhecimento quando compartilhado é muito melhor, pois, todos são beneficiados com novas formas de enxergar o mundo”

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