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ACOMPANHAMENTO DO COMPORTAMENTO DO ÓLEO ISOLANTE DE

TRANSFORMADORES EM SERVIÇO

TRABALHO REFERENTE À DISCIPLINA


MANUTENÇÃO E ENSAIOS EM EQUIPAMENTOS
E INSTALAÇÕES ELÉTRICAS.

Professor: Fernando Piazza


Alunos:
Maurício Andrei Cardoso
Paulo Neis
Pedro Henrique Carvalho Parreira

Curitiba, outubro de 2002.


SUMÁRIO:

1. INTRODUÇÃO

2. TESTES RECOMENDADOS

3. CLASSIFICAÇÃO DOS TESTES DO ÓLEO PARA TRIAGEM

4. TESTES RECOMENDADOS PARA ÓLEOS DE TRANSFORMADORES EM SERVIÇO

4.1. Exame visual e de cor

4.2 Densidade

4.3 Rigidez dielétrica

4.4 Sedimento e borra

4.5 Fator de potência do óleo isolante

4.6 Teste de acidez (número de neutralização)

4.7 Tensão interfacial (TIF)

4.8 Teor de água (umidade)

4.9. Gases dissolvidos no óleo

5. CONCLUSÕES

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. INTRODUÇÃO

A água e o calor são os dois maiores inimigos da isolação do transformador. A


deterioração das isolações sólida e líquida é acelerada pela presença de catalizadores,
como ferro, água, e também subprodutos da própria deterioração, que, como a maioria
das reações químicas, é dependente da temperatura. A presença destes elementos no
meio isolante compromete suas propriedades dielétricas e provoca o enfraquecimento
mecânico, no caso da isolação sólida. Nestas condições, o meio se torna propício ao
aparecimento de descargas parciais e ionização, culminando com o rompimento do
sistema isolante.
A vida útil do transformador depende das condições de sua operação e
manutenção, que se forem adequadamente conduzidas, podem extender a vida útil do
equipamento por até cinquenta anos. Torna-se, portanto, necessário acompanhar a
evolução da deterioração do sistema isolante, que se inicia quando o transformador é
cheio com óleo. Este acompanhamento é feito através de inspeção externa e testes
periódicos, que podem revelar as condições de deterioração do isolante, detectar falhas
incipientes e orientar a adoção de medidas para evitar seu envelhecimento.

2. TESTES RECOMENDADOS

Para o acompanhamento das condições da isolação do transformador, são


recomendados os seguintes testes, a serem realizados no óleo isolante:

TESTE MÉTODOS
1. Exame visual em campo ASTM (D-1524) 69/79
2. Cor ASTM (D-1500) 40 ou ABNT/IBP MB-351
3. Densidade ASTM (D-1298) 80 ou ABNT/IBP MB-104
4. Rigidez dielétrica ABNT/IBP MB-330 ou ASTM (D-877) 80
5. Sedimento ASTM (D-1698) 64/78
6. Fator de potência ASTM (D-924) 81
7. Número de neutralização (acidez) ABNT/IBP MB-101 ou ASTM (D-971) 80
8. Tensão interfacial ABNT/IBP MB-320 e ASTM (D-971) 50/77
9. Umidade ASTM (D-1523) 79
10. Análise cromatográfica dos gases ASTM (D-3612) 79
Tabela 1 - Testes no óleo isolante [1].
Além dos testes no óleo, que podem ser realizados com o transformador em
operação, são também realizados, quando necessário, testes do sistema isolante
completo, como por exemplo, fator de potência e resistência de isolamento, os quais
exigem o desligamento da unidade.

3. CLASSIFICAÇÃO DOS TESTES DO ÓLEO PARA TRIAGEM

Teste Método ASTM Importância em campo Importância em


laboratório
Rigidez dielétrica D-877 1 1
Cor D-1816 2 6
Fator de potência D-1500 3 4
Teor de umidade D-1524 4 5
Tensão interfacial D-971 5 3
Acidez D-974 6 2
Tabela 2 - Classificação dos testes de óleo [1].

4. TESTES RECOMENDADOS PARA ÓLEOS DE TRANSFORMADORES EM SERVIÇO

4.1. Exame visual e de cor

Finalidade:
Este método, normalmente realizado em campo, tem por finalidade verificar a
cor do óleo e a existência de partículas sólidas e gotícuals de água em suspensão. Pode
ser aplicado em óleos originados de petróleo em uso em uso em transformadores,
disjuntores e outros aparelhos elétricos.

Procedimento (ASTM D-1524 69/79):


A classificação da cor é feita comparando-se a cor do óleo com as cores de
uma escala padrão numerada de 0 à 8. A comparação é feita com o auxílio de um
comparador de cores. As cores padrão são representadas por placas de vidro dispostas
em um disco rotativo. A amostra de óleo é colocada em um tubo junto ao comparador. O
disco é então girado até que as cores do óleo e da escala coincidam. O número da cor do
disco será atribuída ao óleo. Se a cor do óleo for intermediária entre dois segmentos do
disco, o resultado também deverá ser intermediário, estimado por interpolação.
A observação das partículas em suspensão é feita pelo método da luz
refletida (efeito Tyndall). Um feixe de luz é lançado sobre a amostra do óleo em
observação num ambiente escuro. Se existirem partículas em suspensão, elas refletirão a
luz, tornando-se visíveis.

Significado:
Um óleo em boas condições apresentar-se-á claro, límpido e transparente,
tornando clara a presença de partículas em suspensão, se as mesmas existirem. Caso o
óleo apresente-se turvo, tendo uma boa rigidez dielétrica, baixa tensão interfacial e alta
acidez, este aspecto poderá ser devido à presença de produtos da oxidação do óleo. Os
sedimentos deverão ser analisados para determinar sua natureza (borra, partículas
metálicas ou orgânicas, etc). Do relatório devem constar o numero da cor, o aspecto da
amostra (claro, turvo, sedimento) e a temperatura na qual foi feita a amostragem do óleo
[1].

4.2 Densidade

Finalidade:
Este método tem por finalidade verificar a densidade relativa do óleo, ou seja,
a relação entre a massa de determinado volume de óleo e a massa de igual volume de
água pura na temperatura de 15 oC.

Procedimento (ABNT/IBP MB-104 ou ASTM D-1298 80):


A densidade do óleo é determinada utilizando um densímetro de vidro que
tenha graduação de 0,600 a 1,100 e divisões de 0,050. O óleo deve ser colocado em uma
proveta, onde em seguida são mergulhados um termômetro e o densímetro. Quando a
temperatura for estável, realiza-se a leitura.

Significado:
De acordo com CNP-16, resolução 16/79 e 6/72, a densidade do óleo tipo B a
20 oC deverá ser no máximo igual a 0,8600 enquanto que para o óleo tipo A a densidade
deve ser igual a 0,9000. Valores diferentes dos citados podem indicar contaminação por
líquidos estranhos [1].
4.3 Rigidez dielétrica

Finalidade:
Este método tem por finalidade verificar a tensão de ruptura, ou rigidez
dielétrica de óleos provenientes de petróleo, utilizados como líquido isolante em cabos,
transformadores, disjuntores e aparelhos similares. É também recomendado para testes
de aceitação de líquidos isolantes não processados, recebidos do fabricante.

Procedimento (ABNT/IBP MB-330 ou ASTM D-877/80):


O método para determinação da rigidez dielétrica de líquidos isolantes
(derivados de petróleo, hidrocarbonetos e ascaréis) utiliza eletrodos de disco. Pode ser
utilizado como teste de rotina em equipamentos dos sistemas elétricos de potência com
tensões nominais de 230 kV ou menores.

Significado:
A tensão de ruptura do líquido isolante tem importância como uma medida de
sua habilidade em resistir à tensão elétrica sem falhar. É indicada para evidenciar a
presença de agentes contaminantes, como água, sujeira, fibras celulósicas úmidas ou
partículas condutoras no líquido. Entretanto, uma elevada tensão de ruptura não significa
necessariamente a ausência de todos os contaminantes [1].

4.4 Sedimento e borra

Com a deterioração do óleo, há a formação de substâncias líquidas e sólidas.


As sólidas são chamadas de borra, se dissolvem no óleo até a saturação, para depois se
depositar sobre o núcleo, enrolamentos e demais partes internas do transformador.

Finalidade:
Este método abrange a determinação de sedimentos e borra solúvel de óleos
isolantes originados de petróleo envelhecidos em serviço, além de orientar a
determinação do conteúdo orgânico e inorgânico do sedimento.

Procedimento:
Uma porção da amostra é centrifugada para separar o sedimento do óleo. A
parte do óleo livre de sedimento é separada para determinação da borra solúvel. O
sedimento é retirado e colocado em um cadinho, secado e pesado. Em seguida a amostra
é calcinada a 500 oC e repesada. A perda de massa resultante corresponde à parte
orgânica, e o restante à parte inorgânica do sedimento.
A borra solúvel é determinada na parte decantada do óleo, diluindo-a com n-
pentano, para haver a precipitação da parte insolúvel, filtrando-se em seguida e
calcinando no cadinho. A diferença de pesos dá a quantidade de borra solúvel.

Significado:
A presença de sedimento inorgânico indica geralmente algum tipo de
contaminação, e o sedimento orgânico pode indicar tanto deterioração quanto
contaminação. A borra solúvel indica deterioração, presença de contaminantes ou ambos.
É um aviso da iminente formação de sedimentos. A determinação de sedimentos e borra
ajuda a decidir se o óleo deve continuar em uso nas condições atuais, ou se deve ser
substituído, purificado ou recuperado [1].

4.5 Fator de potência do óleo isolante

Finalidade:
O teste de fator de potência do líquido isolante pode ser utilizado como teste
de rotina, quando não forem necessários resultados muito exatos, como por exemplo, a
análise comparativa de um grupo de amostras em relação a um valor de referência.

Procedimento:
Para testes de rotina do fator de potência são geralmente utilizados
instrumentos da família Doble MEU 2.500 V ou MH 10.000 V [2] e a respectiva célula de
teste. A figura 1 ilustra um instrumento similar, o Doble M4000.

Figura 1 - Analizador de isolação Double M4000 [2].


Significado:
O fator de potência ou fator de dissipação mede as perdas dielétricas no
líquido isolante, e portanto, a quantidade de energia dissipada na forma de calor [3].
Um óleo novo e em boas condições deve ter um fator de potência igual a
0,05% ou menos a 20 oC. Com o uso, o fator de potência do óleo aumenta, podendo
chegar a 0,5%, não sendo ainda indicação de que a deterioração do óleo tenha atingido
um estado que exija uma investigação.
o
Um fator de potência do óleo a 100 C de sete a dez vezes maior que seu
valor a 20 oC pode indicar a existência de um contaminsnte solúvel, além de água [1].

4.6 Teste de acidez (número de neutralização)

Finalidade:
Este método tem como objetivo determinar o número de neutralização da
amostra, ou seja, a quantidade de base, em miligramas de KOH, necessária para titular
todos os constituintes ácidos presentes em 1 g de óleo.

Procedimento:
O número total ácido do óleo isolante é determinado dissolvendo-se um certo
volume de sua amostra em uma mistura de tolueno e álcool isopropílico e pequena
quantidade de água. A solução resultante é titulada na temperatura ambiente com uma
solução alcoólica de KOH (0,1N) em presença do indicador p-naftobenzeína, cuja cor vira
de alaranjada em meio ácido para verde em meio alcalino.

Significado:
Os primeiros produtos derivados da deterioração do óleo são os
hidroperóxidos. Em seguida formam-se ácidos em conjunto com outros compostos. Os
derivados finais formam a borra. Quando o óleo atinge o estado final de formação de
borra, as condições de sua deterioração estão muito avançadas, sendo necessária a
substituição ou recuperação.
O número de neutralização é uma indicação segura das condições de
deterioração do óleo. O valor de 0,25 mg KOH/g é considerado crítico, isto é, deste valor
em diante a acidez do óleo cresce exponencialmente. Os ácidos têm ação catalítica, isto
é, aceleram a deterioração do óleo, e o inibidor existente é rapidamente consumido. A
isolação sólida, por sua vez, também tem sua deterioração acelerada [1].
4.7 Tensão interfacial (TIF)

Finalidade:
O objetivo deste teste é determinar a tensão na interface óleo-água, medida
em dina/cm ou milinewton/metro.

Procedimento:
O método aqui utilizado é o ABNT IBP-320 ou ASTM D-971 60/78, conhecido
como método do anel. Mede-se a força necessária para arrancar um anel plano de platina
da interface água-óleo e a partir desta, calcula-se a tensão interfacial.
O anel de platina fica suspenso por um braço preso ao aparelho utilizado para
medir a força. O óleo filtrado é colocado em um recipiente com água destilada, e então
procede-se a medição. Durante esta operação, a temperatura deverá ser de 25 oC ± 1 oC.

Significado:
Óleos novos e isentos de substâncias hidrofílicas, isto é, que têm afinidade
tanto com as moléculas do óleo como as da água, têm uma TIF elevada (40 dina/cm a 25
o
C). Os produtos da deterioração e os contaminantes polares solúveis, provenientes da
decomposição da isolação sólida e dos corpos com os quais o óleo entra em contato
provocam a diminuição da TIF.
A determinação da tensão interfacial é muito importante na detecção da fase
inicial de deterioração da isolação. Uma diminuição no valor da TIF é indício de
deterioração. Este teste é muito útil, pois todas as substâncias estranhas com
probabilidade de serem encontradas no óleo têm a tendência de baixar a tensão na
interface entre este e a água, porém não permite a determinação exata do tipo de
contaminante presente [1].

4.8 Teor de água (umidade)

Finalidade:
Um dos maiores inimigos da isolação do transformador é a água. A
determinação do teor de umidade na isolação líquida pode dar uma idéia do estado de
evolução da deterioração, tanto desta quanto da isolação sólida.

Procedimento:
Esta medida é de difícil implementação quando a presença de água dissolvida
no óleo é menor do que 80% do valor de saturação. Muitos métodos têm sido tentados,
porém o método reconhecido como adequado é o de Karl Fischer, que consiste na
oxidação do dióxido de enxofre pelo iodo, na presença da água, piridina e álcool metílico.
Métodos de medida indiretos, como o da rigidez dielétrica podem mascarar os resultados,
devido à presença de outros contaminantes.
Existem no mercado equipamentos exclusivamente dedicados à esta
finalidade, como por exemplo, o DOMINO, da Double [2], que utiliza o método de titulação
de Karl Fischer. O fabricante recomenda que esta medida seja feita uma vez por ano.

Figura 2 - Aparelho para titulação de umidade no óleo [2].

Significado:
Um teor de umidade de 50 ppm no óleo do topo do transformador é
considerado crítico e indica necessidade de sua eliminação. Quando neste estado,
seguramente a isolação sólida (papel) estará com excesso de umidade [1].

4.9. Gases dissolvidos no óleo

Finalidade:
O óleo pode conter dissolvidos gases combustíveis (CO, H2, CH4, C2H6, C2H2,
etc) e não combustíveis (O2, N2, CO2). O óleo pode dissolver ató 10% de seu volume na
forma gasosa. Este teste, como o próprio nome sugere, analiza o tipo e a quantidade dos
gases que estão dissolvidos no óleo do transformador.

Procedimento:
Para este teste, pequenas amostras de óleo são tomadas, usando um
recipiente limpo, inerte e hermético, usualmente uma espécie de seringa de vidro,
semelhante à ilustrada na figura 3. É essencial que a amostra não seja exposta ao ar,
caso contrário os gases dissolvidos poderão escapar para a atmosfera, ou ainda gases
externos podem ser incorporados, mascarando o resultado do teste.

Figura 3 - Recipiente utilizado para coleta de amostras [4].

A amostra é então levada ao laboratório para extração do gás e análise. Os


gases são extraídos do óleo usando uma bomba de vácuo e identificados usando a
cromatografia dos gases. O equipamento utilizado neste procedimento é ilustrado na
figura 4. Recomenda-se a realização deste teste anualmente [3].

Figura 4 - Cromatógrafo de gases [5].

Significado:
Entre os produtos da deterioração normal do sistema isolante estão os gases,
na sua maioria combustíveis. Os gases que se formam pela deterioração da isolação
sólida são o dióxido de carbono (CO2), monóxido de carbono (CO). As pesquisas
demonstram que tais gases são oriundos do sobreaquecimento da celulose (parte sólida
o
da isolação submetida à temperaturas da ordem de 140 C ). O óleo mineral quando
sobreaquecido origina gases como o metano, etano e acetileno.
Além do calor, fenômenos como as descargas parciais, arcos voltaicos e a
contaminação do colchão de nitrogênio do transformador podem conduzir à formação de
gases dissolvidos.
5. CONCLUSÕES

Ensaios na isolação líquida do transformador são componentes chave em


qualquer programa de manutenção. O teste anual de gases dissolvidos é considerado um
dos mais importantes testes para o óleo [3], porém, um único tipo de ensaio não é
suficiente para indicar sua verdadeira condição, portanto uma bateria de testes é
recomendada. Esta bateria é constituída de uma série de exames físicos e químicos,
incluindo tensão de ruptura, fator de potência, tensão interfacial e cor. A partir destas
análises pode-se constatar a existência de sobreaquecimentos, descargas parciais
(corona), descargas totais (arcos), contaminação ou deterioração do sistema isolante.

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] MILASCH, Milan, Manutenção de transformadores em líquido isolante. São


Paulo: Edgar Blücher, 1984.
[2] http://www.doble.com/products/products.htm (13.10.2002).
[3] TURCOTTE, Robert, Transformer Oil Testing: An Early Warning System
That Works, http://www.hsb.com/thelocomotive/Story/FullStory/ST-FS-toga.html (13.10.2002).
[4] http://www.herguth.com/transformer-oil-gas-analysis.htm (13.10.2002).
[5] http://www.ssi.shimadzu.com/products/gc/togas.cfm (13.10.2002).

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