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1. PROPOSTA DE REDAÇÃO
Tema 1
Texto I
Polícia investiga ação de skinheads contra gays no Rio de Janeiro
Italo Nogueira
Cartazes em defesa do “orgulho hétero” e cartilhas contra o projeto que criminaliza a homofobia
foram espalhados pela periferia do Rio por grupos de skinheads. Para a polícia do Rio, essas
gangues são responsáveis por uma série de ataques a homossexuais da zona sul do Rio, em
Nova Iguaçu, São Gonçalo e Niterói. A polícia diz não saber quantos gays foram vítimas dos
skinheads, que se organizam pela web. Mas apura se Alexandre Ivo, 14, torturado e morto há
duas semanas em São Gonçalo, foi vítima de ataque homofóbico.
Ele e amigos participavam de uma festa quando começou uma discussão com outro grupo.
Após a briga, com agressões verbais e físicas, os amigos de Alexandre foram à delegacia
registrar queixa e voltaram para a festa. Por volta de 1h30, o menino foi embora sozinho. Não
foi mais visto. No dia seguinte, seu corpo foi achado em um terreno baldio. Havia sido asfixiado
e tinha lesões no crânio, possivelmente causadas por pedradas e agressões com barras de
ferro.
A polícia chegou aos suspeitos pelo Disque-Denúncia e apura se o crime foi motivado por
homofobia ou pela briga. Para a mãe de Ivo, Angélica Vidal Ivo, 40, ele “sofreu a agressão por
conviver com homossexuais”. Os três envolvidos, Allan Siqueira de Freitas, 22, André Luiz
Maçole, 23, Eric DeBruim, 22, presos preventivamente, negam o crime e ligação com
skinheads. A Secretaria Estadual de Direitos Humanos do Rio acompanha as investigações e
ONGs organizaram passeata contra o crime. Amigos de Ivo dizem, porém, que foram
ameaçados. “Uma pessoa me ligou e disse que ia me matar se eu viesse”, disse um rapaz. A
Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática diz fazer rondas sistemáticas para tirar do
ar sites que defendam a homofobia. “Conseguimos tirar quando há defesa clara a agressões ou
assassinatos, por ser incitação ao crime. Mas uma lei contra a homofobia, como existe contra o
racismo, facilitaria nossa ação”, diz a delegada Helen Sardenberg.
Texto II
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A viagem integra a missão nacional “Educação e Racismo no Brasil”, a ser realizada em 2010
em vários estados. Além da problemática da intolerância religiosa contra estudantes, famílias e
profissionais de educação vinculados ao candomblé, à umbanda e a outras religiões de matriz
africana, a missão nacional 2010 abordará outros casos de racismo no cotidiano das unidades
educacionais (das creches a universidades) e a situação da educação em áreas
remanescentes de quilombos.
A missão sobre intolerância religiosa no Rio de Janeiro ocorre até amanhã (6/5) e ouvirá
lideranças religiosas, estudantes e familiares, pesquisadores(as) e autoridades do Ministério
Público e da Segurança Pública. Ontem, a equipe da Relatoria foi recebida em audiência pela
Secretária Estadual de Educação, Teresa Porto, e por sua equipe e visitou terreiros de
candomblé na região metropolitana. A missão conta com o apoio da Comissão de Combate à
Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro.
"Submetida a um pacto de silêncio, a discriminação e violência históricas contra pessoas
adeptas de religiões de matriz africana sofre de profunda invisibilidade no debate educacional.
As denúncias apontam que ela vem aumentando em decorrência do crescimento de
determinados grupos neopentecostais nas periferias das cidades e de seu poder midiático; da
ambiguidade das políticas educacionais com relação à defesa explícita da laicidade do Estado
e do insuficiente investimento na implementação da lei 10.639/2003 que tornou obrigatório o
ensino da história e da cultura africana e afro-brasileira em toda a educação básica", afirma
Denise Carreira, Relatora Nacional de Educação.
Entre as denúncias que chegaram à Relatoria de diversas regiões do país encontram-se casos
de violência física (socos e até apedrejamento) contra estudantes; demissão ou afastamento de
profissionais de educação adeptos de religiões de matriz africana ou que abordaram conteúdos
dessas religiões em classe; proibição de uso de livros e do ensino da capoeira em espaço
escolar; desigualdade no acesso a dependências escolares por parte de lideranças religiosas,
em prejuízo das vinculadas à matriz africana; omissão diante da discriminação ou abuso de
atribuições por parte de professores e diretores etc. Essas situações, muitas vezes, levam
estudantes à repetência, evasão ou solicitação de transferência para outras unidades
educacionais, comprometem a autoestima e contribuem para o baixo desempenho escolar.
As informações da missão ao Rio de Janeiro e de outros estados farão parte do relatório
nacional, que será apresentado pela Relatoria ao Congresso Nacional, ao Conselho Nacional
de Educação, ao Ministério Público Federal, às autoridades educacionais, aos organismos das
Nações Unidas e às instâncias internacionais de direitos humanos.
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Gabarito:
Resposta da questão 1:
Após a leitura dos textos que servem de apoio para a elaboração de uma dissertação
argumentativa e valendo-se de informações amplamente noticiadas pela mídia, poderiam
ser ressaltados alguns fatos reveladores das inúmeras facetas que a intolerância
apresenta no mundo contemporâneo, possíveis causas e consequências.
Se a cultura foi criada pelo homem para a sobrevivência da espécie, não pode haver espaço
para atitudes que contribuam para a sua destruição. Portanto, quando alguém se apropria de
convicções para a negação do outro, é preciso intervenção. Para isso, é urgente o acesso geral
e irrestrito da população ao ensino público de qualidade e que, em todos os níveis escolares, o
respeito aos direitos humanos seja a base formativa do futuro cidadão. Paralelamente, a
criação de leis que desestimulem os infratores, maior rigor da Polícia e da Justiça e
conscientização social para denunciar todo e qualquer tipo de ato discriminatório contribuirão
também para uma sociedade mais justa.
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Legenda:
Q/Prova = número da questão na prova
Q/DB = número da questão no banco de dados do SuperPro®
1.............106375.....Média.............Português......G1 - cftrj/2011.......................Analítica
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