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TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:


Leia o texto abaixo para responder à(s) questão(ões) a seguir.

De currais e caricaturas
[...]
Nada mais coerente, portanto, do que criarmos um movimento em busca de indenização,
certo? Errado. O exemplo sobre a perseguição aos alemães no Brasil no período da Segunda Guerra,
serve apenas para mostrar que as coisas não são tão simples quanto parecem. Nos anos 1940, os
japoneses que viviam no Brasil sofreram ainda mais que os alemães.
O mesmo pode ser dito de judeus, árabes, poloneses e italianos. Não foram apenas os índios e
os negros que padeceram nas garras de um Estado imaturo e elitizado como o nosso, ainda que tenham
padecido numa escala maior e mais documentada. Se procurarmos nos livros certos, descobriremos que
todos os grupos étnicos, religiosos e sexuais teriam direito a alguma forma de reparação.
Pois é aí que reside o problema.
Se você acredita que desencavar rancores contribui para o amadurecimento do país, está
guiando por uma contramão arriscada, da qual é sempre difícil retornar. Em vez de resolverem as
demandas das quais se originaram, as iniciativas de reparação histórica e as admoestações politicamente
corretas que as acompanham têm o poder de complicar ainda mais a situação. Normalmente
transformam-se em bandeiras de políticos irresponsáveis que querem ver o circo pegar fogo para se dar
bem nas urnas. As consequências são evidentes: mais do que polarizada, a sociedade brasileira está
“guetificada”, e não apenas por razões étnicas ou político-partidárias.
Das igrejas que lutam contra a descriminalização do aborto aos coletivos feministas sediados
em universidades, das ações dos grupos LGBT às bancadas conservadoras que cunharam a expressão
“heterofobia”, parece que todo mundo quer vestir a capa do “Supercidadão” e sair voando para salvar o
planeta. De repente, começamos a nos ver como membros de clãs que sentem a obrigação de erigir
totens para impor nossa verdade à vizinhança. Quem discorda é “ignorante” e por isso merece a
fogueira. Nunca é demais lembrar que a ascensão dos movimentos de autoafirmação minoritária foi uma
das maiores vitórias do nosso tempo, mas – muita calma nessa hora – a radicalização de palavras de
ordem e o resgate forçado de ressentimentos transformaram essa conquista numa faca de dois gumes.
Vivemos num período tão complexo que talvez seja impossível encontrar alguém que possa se
definir sem ressalvas. Diante da confusão, apelar para o estereótipo tornou-se a saída mais cômoda. De
todas as caricaturas que passaram a simbolizar as mazelas da humanidade, o Homem Branco Ocidental
parece ser a mais recorrente, como se todos os homens brancos, sem exceção, fossem racistas,
machistas e homofóbicos. Se você pertence a esse grupo, já deve ter sido silenciado em algum debate
por aí. Não importa sua opinião, se é a favor ou contra, pois já foi tachado como o machista do grupo e
ponto-final. Em compensação, a caricatura que se costuma desenhar como resposta também não deixa
de ser injusta: a feminista furibunda que pensa pouco e grita muito é outro dos estereótipos que criamos
para empobrecer o debate.
Ninguém gosta de receber lições de moral por aquilo que é. Por isso, antes de leis arbitrárias
elaboradas por “iluminados” e impostas a uma população que ainda não teve tempo de digerir
preconceitos ancestrais, precisamos é de educação igualitária e multicultural para todos. Conhecer a
cultura daqueles que consideramos diferentes é a melhor maneira de nos aceitarmos coletivamente, e
não apenas de nos “tolerarmos”. A “guetificação” não é boa para ninguém. Se insistirmos nisso,
acabaremos voltando aos currais de arame farpado.
TENFEN, Maicon. Revista Veja. Edição 2499, de 12 de outubro de 2016. p. 62-63. Fragmento adaptado.
1. Sobre o texto, é correto afirmar:
a) O resgate dos ressentimentos históricos é um totem dos crimes étnico-religiosos do passado, entre os
quais o machismo, o racismo e a homofobia.
b) As leis que visam ao combate da descriminalização dos preconceitos não garantem uma educação
totalitária para todas as minorias.
c) Com fins eleitoreiros, políticos irresponsáveis apropriam-se das iniciativas de reparação histórica e das
admoestações politicamente corretas que as acompanham.
d) As caricaturas servem para representar os estereótipos da sociedade complexa em que vivemos,
apesar da intolerância religiosa.

2. Com base no texto, podemos inferir:

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a) As minorias não conseguem alcançar seus objetivos porque se opõem às igrejas e aos partidos
políticos.
b) O autor considera incorretas as iniciativas que visem à reparação histórica e às admoestações
politicamente corretas.
c) Os grupos LGBT criaram a expressão “heterofobia”, que visa a criminalizar os machistas.
d) Ser a favor ou contra o machismo, o racismo e a homofobia empobrece o debate, pois obscurece a
verdade sobre os preconceitos ancestrais.

3. Leia, a seguir, um excerto de “Terrorismo Literário”, um manifesto do escritor Ferréz.

A capoeira não vem mais, agora reagimos com a palavra, porque pouca coisa mudou,
principalmente para nós. A literatura marginal se faz presente para representar a cultura de um povo
composto de minorias, mas em seu todo uma maioria.
A Literatura Marginal, sempre é bom frisar, é uma literatura feita por minorias, sejam elas
raciais ou socioeconômicas. Literatura feita à margem dos núcleos centrais do saber e da grande cultura
nacional, isto é, de grande poder aquisitivo. Mas alguns dizem que sua principal característica é a
linguagem, é o jeito que falamos, que contamos a história, bom, isso fica para os estudiosos.
Cansei de ouvir: – “Mas o que cês tão fazendo é separar a literatura, a do gueto e a do centro”. E
nunca cansarei de responder: – “O barato já tá separado há muito tempo, foi feito todo um mundo de
teses e de estudos do lado de lá, e do de cá mal terminamos o ensino dito básico.”

(Adaptado de Ferréz, “Terrorismo literário”, em Ferréz (Org.), Literatura marginal: talentos da escrita
periférica. Rio de Janeiro: Agir, 2005, p. 9,12,13.)
Ferréz defende sua proposta literária como uma
a) descoberta de que é preciso reagir com a palavra para que não haja separação entre a grande cultura
nacional e a literatura feita por minorias.
b) comprovação de que, sendo as minorias de fato uma maioria, não faz sentido distinguir duas
literaturas, uma do centro e outra da periferia.
c) manifestação de que a literatura marginal tem seu modo próprio de falar e de contar histórias, já
reconhecido pelos estudiosos.
d) constatação de que é preciso reagir com a palavra e mostrar-se nesse lugar marginal como literatura
feita por minorias que juntas formam uma maioria.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:


PALAVRAS CARREGAM RECORTES DO MUNDO

Um termo pode revelar mais de quem o usa do que daquilo que deveria nomear. É por essas e
por outras que nunca se pode tratar a língua como uma ciência exata.
Aquele que, para alguns, é teimoso ou obsessivo, para outros, pode ser apenas determinado; o
que é enfadonho para uns é meticuloso para outros; o irresponsável de uns pode ser o ousado de
outros; o que uns chamam de pessimismo outros chamam de realismo. Impeachment ou golpe, eis uma
questão do momento (vale lembrar que o que houve em 1964 no Brasil, embora seja comumente
chamado de golpe militar, ainda tem quem o chame de revolução).
Como vemos, as palavras carregam uma espécie de recorte da realidade, portanto, a escolha de
cada uma delas revela o modo como a pessoa vê o mundo.
Não faz muito tempo, era comum usarem a expressão “de cor” em referência a pessoas negras.
Tratar uma característica natural de uma pessoa (como a cor de sua pele) com um eufemismo faz
parecer que a característica é, de alguma forma, um traço negativo, algo a ser disfarçado. Em geral,
quem usava “de cor” no lugar de “negro” o fazia em tom de cochicho, quase como se pedisse ao
interlocutor permissão para dizer um palavrão.
POLITICAMENTE CORRETO
Nos Estados Unidos da América, a palavra “nigger” é que é pejorativa, altamente ofensiva. Por
lá, usam-se os termos “afro-american” e “afrodescendant”, fruto de ações afirmativas. No Brasil, o termo
“afrodescendente” aparece sobretudo em traduções do inglês, mas, salvo engano, não é um termo
disseminado entre os falantes.

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Entre as ações afirmativas, que visam a dar voz às minorias, está o estímulo ao emprego de
termos chamados de politicamente corretos, uma forma de introduzir um recorte livre de preconceitos
arraigados. O uso dessas palavras é, portanto, parte de um processo de reeducação.
As pessoas que têm algum tipo de deficiência física ou intelectual costumam ser chamadas de
“portadores de necessidades especiais”. Embora essa expressão, que tenta abranger num só grupo
pessoas com quaisquer tipos de deficiência, seja usada como politicamente correta, aqueles que ela
procura nomear pensam de modo diverso, pois repelem o termo “portador”. Vejamos por quê.
Uma consulta ao verbete “portador” do dicionário “Houaiss” traz-nos, entre vários outros
significados, estes dois: que ou aquele que apresenta certa característica diferencial [vagas para
(pessoas) portadoras de deficiência].

1. infectologia – que ou aquele que se encontra infectado por germes de doença [são (crianças)
portadoras de malária].
Já que se buscam formas politicamente corretas (ou afirmativas) de denominar pessoas com
deficiência, seria melhor escolher um termo que não servisse também a algo negativo, associado à ideia
de doença, sobretudo porque ainda é comum na sociedade a ideia (falsa!) de que a deficiência é uma
doença.
O termo “especial”, usado não só na locução “necessidades especiais” como também na alusão
a certas síndromes (fulano tem um filho especial), substituiu o antigo “excepcional”, relativo à ideia de
“exceção”, que aparece definido no “Houaiss”, entre outras acepções, assim:
1. diz-se de ou indivíduo que tem deficiência mental [baixo QI (quociente de inteligência)], física
[deformação do corpo] ou sensorial [cegueira, surdez etc.]
“Especial”, naturalmente, é um termo mais adequado, pois substitui a ideia de exceção pela de
especificidade. Como sabemos, no entanto, “especial” carrega fortemente a noção de superioridade
(excelente, fora de série, capaz de evocar coisas boas, aquilo que tem vantagens extras etc.), o que pode
fazer parecer que se está empregando um eufemismo. O emprego de “necessidades específicas” talvez
fosse mais adequado.
“Específico”, todavia, não resolve o emprego genérico pretendido por quem diz ter um “filho
especial” (não se diria “específico” nesse caso, em que se faz alusão, geralmente, a alguma síndrome).
Não é difícil perceber que estamos num terreno delicado, portanto sujeitos a errar na tentativa de
acertar.
UM NOVO OLHAR, UMA NOVA ATITUDE
Certamente mais importante que os termos é a atitude que os acompanha. Embora seja bem-
intencionado (e importante), o vocabulário politicamente correto, por si só, não basta. É preciso
reeducar o olhar a fim de ver o outro como outra possibilidade, outra condição, outro modo de estar no
mundo. Isso significa não ver o outro filtrado pelo déficit, pelo sinal negativo, mas apenas como
diferente, se tanto.
Não poderia aqui deixar de indicar a leitura do comovente texto de Gregório Duvivier, publicado
na Folha, em que, em seu habitual estilo descontraído, trata dessa questão com muita sensibilidade.
“MALACABADO”
Menos ainda poderia deixar de citar todos os textos do blog Assim Como Você, de Jairo
Marques, colunista da Folha, que, há vários anos, vem trabalhando nesse processo de reeducação do
olhar das pessoas.
Jairo, ora provocador em sua linguagem, ora comovente em suas descrições, mas, sobretudo
destemido, porque não teme mostrar suas emoções, acaba de publicar seu primeiro livro.
Desde o título, “Malacabado”, o autor desafia o esforço da linguagem politicamente correta.
Não quer, no entanto, dizer que esse empenho não seja válido. Ao dizer “malacabado”, engolindo o hífen
da palavra e dando a ela um tom jocoso, Jairo provoca o leitor (eu sei que é assim que você me vê).
Paraplégico desde os seis meses de idade, em decorrência da poliomielite, o autor vai narrando histórias
de sua vida, que fazem chorar, mas também fazem rir ou, mais que isso, fazem refletir.
Quem estiver em São Paulo na próxima terça-feira, 28 de junho, poderá, a partir das 18h30,
trocar um dedo de prosa com o Jairo Marques, que lançará o seu “Malacabado” na Livraria Martins
Fontes, da avenida Paulista (a loja fica no número 509).

(por Thaís Nicoleti, Folha de São Paulo, 22 de junho de 2016).

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4. Segundo o texto, há diversas estratégias que contribuem para a reeducação do olhar das pessoas,
com EXCEÇÃO de
a) as chamadas ações afirmativas.
b) a urgência de dar voz às minorias.
c) olhar a diferença como deficiência.
d) uso de termos politicamente corretos.

5. Segundo o texto, marque a alternativa INCORRETA.


a) Pode-se afirmar que parte da sociedade ainda entende a deficiência como doença.
b) O uso de expressões como portador e especial, no texto, são palavras tão ofensivas quanto nigger.
c) O uso da palavra Especial se constitui num eufemismo, ou seja, é uma expressão cujo objetivo é
suavizar outra.
d) As pessoas com deficiência física ou intelectual são minorias, mas não deixam de se posicionar em
relação às expressões que buscam defini-las, ao repelirem, por exemplo, o uso de portadoras.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES:


A lógica do humor
Piada racista termina com polícia em casa de shows. É engraçado gozar de minorias? Até onde
se pode chegar para fazer os outros rirem? Aliás, do que rimos?
De um modo geral, achamos graça quando percebemos um choque entre dois códigos de regras
ou de contextos, todos consistentes, mas incompatíveis entre si. Um exemplo: "O masoquista é a pessoa
que gosta de um banho frio pelas manhãs e, por isso, toma uma ducha quente".
Cometo agora a heresia de explicar a piada. Aqui, o fato de o sujeito da anedota ser um
masoquista subverte a lógica normal: ele faz o contrário do que gosta, porque gosta de sofrer. É claro
que a lógica normal não coexiste com seu reverso, daí a graça da pilhéria. Uma variante no mesmo
padrão é: "O sádico é a pessoa que é gentil com o masoquista".
Essa "gramática" dá conta da estrutura intelectual das piadas, mas há também dinâmicas
emocionais. Kant, na "Crítica do Juízo", diz que o riso é o resultado da "súbita transformação de uma
expectativa tensa em nada". Rimos porque nos sentimos aliviados. Torna-se plausível rir de desgraças
alheias. Em alemão, há até uma palavra para isso: "Schadenfreude", que é o sentimento de alegria
provocado pelo sofrimento de terceiros. Não necessariamente estamos felizes pelo infortúnio do outro,
mas sentimo-nos aliviados com o fato de não sermos nós a vítima.
Mais ou menos na mesma linha vai o filósofo francês Henri Bergson. Em "O Riso", ele observa
que muitas piadas exigem "uma anestesia momentânea do coração". Ou seja, pelo menos as partes mais
primitivas de nosso eu acham graça em troçar dos outros. Daí os inevitáveis choques entre humor e
adequação social.
Como não podemos dispensar o riso nem o combate à discriminação, o conflito é inevitável.
Resta torcer para que seja autolimitado. Não deixaremos de rir de piadas racistas, mas não podemos
esquecer que elas colocam um problema moral.

Hélio Schwartsman, Folha de São Paulo, 16/03/2012.

6. Considere a definição feita a seguir.

“Em suma: toda declaração (ou juízo) que expresse opinião pessoal ou pretenda estabelecer a verdade
só terá validade se devidamente demonstrada, isto é, se apoiada ou fundamentada na evidência dos
fatos, quer dizer, se acompanhada de prova.”

GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro: FGV, 1999.

Dos trechos a seguir, aquele que pode ser interpretado como prova de uma declaração feita no texto de
Hélio Schwartsman, tornando-a válida, é

a) “... achamos graça quando percebemos um choque entre dois códigos de regras ou de contextos,
todos consistentes, mas incompatíveis entre si”.

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b) “Em alemão, há até uma palavra para isso: ‘Schadenfreude’, que é o sentimento de alegria provocado
pelo sofrimento de terceiros”.
c) “Não necessariamente estamos felizes pelo infortúnio do outro, mas sentimo-nos aliviados com o fato
de não sermos nós a vítima”.
d) “Ou seja, pelo menos as partes mais primitivas de nosso eu acham graça em troçar dos outros”.

7. A Propaganda pode ser definida como divulgação intencional e constante de mensagens destinadas a
um determinado auditório visando criar uma imagem positiva ou negativa de determinados fenômenos.
A Propaganda está muitas vezes ligada à ideia de manipulação de grandes massas por parte de pequenos
grupos. Alguns princípios da Propaganda são: o princípio da simplificação, da saturação, da deformação e
da parcialidade.

(Adaptado de Norberto Bobbio, et al. Dicionário de Política)

Segundo o texto, muitas vezes a propaganda:


a) não permite que minorias imponham ideias à maioria.
b) depende diretamente da qualidade do produto que é vendido.
c) favorece o controle das massas difundindo as contradições do produto.
d) está voltada especialmente para os interesses de quem vende o produto.

8. O termo ONDE encontra-se corretamente empregado na frase:


a) A suspeita de falsificação nasceu por causa daquela folha onde havia uma rasura.
b) Não sei onde foi que te decepcionei: ao não responder à tua carta? Ao não me desculpar por isso?
c) Nos piores momentos é onde podemos reconhecer os verdadeiros amigos.
d) Não tenho saudades de minha infância, onde sofri tantas injustiças.

9.

Observando as falas das personagens, analise o emprego do pronome se e o sentido que adquire no
contexto. No contexto da narrativa, é correto afirmar que o pronome se,
a) em I, indica reflexividade e equivale a "a si mesmas".
b) em II, indica reciprocidade e equivale a "a si mesma".
c) em III, indica reciprocidade e equivale a "uma às outras".
d) em II e III, indica reflexividade e equivale a "a si mesma" e "a si mesmas", respectivamente.

10. Páris, filho do rei de Troia, raptou Helena, mulher de um rei grego. Isso provocou um sangrento
conflito de dez anos, entre os séculos XIII e XII a.C. Foi o primeiro choque entre o ocidente e o oriente.
Mas os gregos conseguiram enganar os troianos. Deixaram à porta de seus muros fortificados um
imenso cavalo de madeira.
Os troianos, felizes com o presente, puseram-no para dentro. À noite, os soldados gregos, que estavam
escondidos no cavalo, saíram e abriram as portas da fortaleza para a invasão. Daí surgiu a expressão
“presente de grego”.

DUARTE, Marcelo. O guia dos curiosos. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.

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Em “puseram-no”, a forma pronominal “no” refere-se:


a) ao termo “rei grego”.
b) ao antecedente “gregos”.
c) ao antecedente distante “choque”.
d) aos termos “presente” e “cavalo de madeira”.

11. Assinale a alternativa que pode substituir corretamente o trecho sublinhado sem alterar-lhe
o sentido:

"... O que esperar de um sistema que propõe reabilitar e reinserir aqueles que cometerem
algum tipo de crime, mas nada oferece, para que essa situação realmente aconteça."
a) "..., onde nada oferece..."
b) "..., conforme o que oferece..."
c) "..., porque nada oferece..."
d) "..., embora nada ofereça..."

12. Considere o trecho: “Isso fez toda a diferença nos dois casos. A preocupação de uma pessoa muito
pobre está muito associada à sobrevivência, ao emprego, à saúde, à própria vida. Para nós, da elite,
jornalistas, isso já está resolvido e outras questões aparecem como mais importantes. São dois mundos
diferentes.”.

As palavras grifadas são


a) predicados verbais.
b) núcleos do sujeito.
c) substantivos.
d) adjetivos.

13.

Sobre o termo “Antes da entrevista de emprego”, é correto afirmar:


a) Complementa o verbo “precisamos”.
b) Complementa a locução verbal “Precisamos saber”.
c) Explica a situação temporal do acontecimento apresentado na tira.
d) Especifica a circunstância de tempo da locução verbal “precisamos saber”.

14. Assinale a alternativa em que se encontra um termo de mesmo valor sintático do sublinhado no
enunciado abaixo.

“Nadamos num rio de novidades ...” (ref. 15)


a) “... para nos exterminar ao toque do botão...” (ref. 16)
b) “Sobre a sensação de onipotência que esse mundo...’ (ref. 14)

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c) “... e pelo receio diante do novo...“ (ref. 17)


d) “... um salão de jogos divertido...” (ref. 5)

15. Considere as seguintes passagens do texto:


I. “Havia acordado cedo e saí para passear com minha cachorrinha...”
II. “Daqui a pouco, não haverá mais jornaleiro distribuindo jornais de porta em porta.”
III. “Como se dizia antigamente:resistir quem há de?”
IV. “E... me vem aquela frase de Marshal McLuhan, enunciada ha 50 anos...”

O verbo haver esta empregado impessoalmente apenas nos itens


a) I e III.
b) I e IV.
c) II e III.
d) II e IV.

Leia a tirinha que apresenta o diálogo entre Mafalda e seu pai e responda à(s) questão(ões).

16. Na tirinha, Mafalda faz uso de um vocativo. Ela usa esse termo – que atua como uma
forma de chamamento de um interlocutor real ou hipotético – como forma de deixar evidente o
seu interlocutor.

Tendo isso em vista, assinale a alternativa que contenha o vocativo utilizado por Mafalda.
a) você
b) se
c) tão
d) papai
e) como

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PROPOSTA DE REDAÇÃO

No mundo contemporâneo, cada vez mais a temática da “intolerância” tem assumido


notoriedade. Frequentemente, somos abordados por notícias envolvendo alguma prática de
intolerância, manifestada sob formas inclusive violentas. Agressões contra minorias sexuais,
étnicas ou religiosas, por exemplo, não são raras e nos levam a questionar que rumos a
humanidade tem tomado, quando se fala tanto sobre a necessidade de um maior respeito às
diferenças individuais e sociais.
Leia, atentamente, os textos a seguir. Trata-se de matérias jornalísticas que retratam
bem como a intolerância tem se tornado um agravante no nosso cotidiano.

Texto I
Polícia investiga ação de skinheads contra gays no Rio de Janeiro
Italo Nogueira

Cartazes em defesa do “orgulho hétero” e cartilhas contra o projeto que criminaliza a


homofobia foram espalhados pela periferia do Rio por grupos de skinheads. Para a polícia do
Rio, essas gangues são responsáveis por uma série de ataques a homossexuais da zona sul
do Rio, em Nova Iguaçu, São Gonçalo e Niterói. A polícia diz não saber quantos gays foram
vítimas dos skinheads, que se organizam pela web. Mas apura se Alexandre Ivo, 14, torturado
e morto há duas semanas em São Gonçalo, foi vítima de ataque homofóbico.
Ele e amigos participavam de uma festa quando começou uma discussão com outro
grupo. Após a briga, com agressões verbais e físicas, os amigos de Alexandre foram à
delegacia registrar queixa e voltaram para a festa. Por volta de 1h30, o menino foi embora
sozinho. Não foi mais visto. No dia seguinte, seu corpo foi achado em um terreno baldio. Havia
sido asfixiado e tinha lesões no crânio, possivelmente causadas por pedradas e agressões com
barras de ferro.
A polícia chegou aos suspeitos pelo Disque-Denúncia e apura se o crime foi motivado
por homofobia ou pela briga. Para a mãe de Ivo, Angélica Vidal Ivo, 40, ele “sofreu a agressão
por conviver com homossexuais”. Os três envolvidos, Allan Siqueira de Freitas, 22, André Luiz
Maçole, 23, Eric DeBruim, 22, presos preventivamente, negam o crime e ligação com
skinheads. A Secretaria Estadual de Direitos Humanos do Rio acompanha as investigações e
ONGs organizaram passeata contra o crime. Amigos de Ivo dizem, porém, que foram
ameaçados. “Uma pessoa me ligou e disse que ia me matar se eu viesse”, disse um rapaz. A
Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática diz fazer rondas sistemáticas para tirar do
ar sites que defendam a homofobia. “Conseguimos tirar quando há defesa clara a agressões ou
assassinatos, por ser incitação ao crime. Mas uma lei contra a homofobia, como existe contra o
racismo, facilitaria nossa ação”, diz a delegada Helen Sardenberg.

Folha de São Paulo Online. 6 de julho de 2010. Disponível em:


http://criasnoticias.wordpress.com/2010/07/07/
policia-investiga-acao-de-skinheads-contra-gays-no-rio-de-janeiro/

Texto II

Missão de investigação sobre casos de intolerância religiosa em escolas do Rio de


Janeiro
Relatoria do Direito Humano à Educação deu início ontem (4/5) à missão de investigação
sobre casos de intolerância religiosa em escolas do Rio de Janeiro.
Centro de Integração da Cultura Afro-Brasileira

A viagem integra a missão nacional “Educação e Racismo no Brasil”, a ser realizada


em 2010 em vários estados. Além da problemática da intolerância religiosa contra estudantes,
famílias e profissionais de educação vinculados ao candomblé, à umbanda e a outras religiões
de matriz africana, a missão nacional 2010 abordará outros casos de racismo no cotidiano das
unidades educacionais (das creches a universidades) e a situação da educação em áreas
remanescentes de quilombos.
A missão sobre intolerância religiosa no Rio de Janeiro ocorre até amanhã (6/5) e
ouvirá lideranças religiosas, estudantes e familiares, pesquisadores(as) e autoridades do
Ministério Público e da Segurança Pública. Ontem, a equipe da Relatoria foi recebida em

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audiência pela Secretária Estadual de Educação, Teresa Porto, e por sua equipe e visitou
terreiros de candomblé na região metropolitana. A missão conta com o apoio da Comissão de
Combate à Intolerância Religiosa do Rio de Janeiro.
"Submetida a um pacto de silêncio, a discriminação e violência históricas contra
pessoas adeptas de religiões de matriz africana sofre de profunda invisibilidade no debate
educacional. As denúncias apontam que ela vem aumentando em decorrência do crescimento
de determinados grupos neopentecostais nas periferias das cidades e de seu poder midiático;
da ambiguidade das políticas educacionais com relação à defesa explícita da laicidade do
Estado e do insuficiente investimento na implementação da lei 10.639/2003 que tornou
obrigatório o ensino da história e da cultura africana e afro-brasileira em toda a educação
básica", afirma Denise Carreira, Relatora Nacional de Educação.
Entre as denúncias que chegaram à Relatoria de diversas regiões do país encontram-
se casos de violência física (socos e até apedrejamento) contra estudantes; demissão ou
afastamento de profissionais de educação adeptos de religiões de matriz africana ou que
abordaram conteúdos dessas religiões em classe; proibição de uso de livros e do ensino da
capoeira em espaço escolar; desigualdade no acesso a dependências escolares por parte de
lideranças religiosas, em prejuízo das vinculadas à matriz africana; omissão diante da
discriminação ou abuso de atribuições por parte de professores e diretores etc. Essas
situações, muitas vezes, levam estudantes à repetência, evasão ou solicitação de transferência
para outras unidades educacionais, comprometem a autoestima e contribuem para o baixo
desempenho escolar.
As informações da missão ao Rio de Janeiro e de outros estados farão parte do
relatório nacional, que será apresentado pela Relatoria ao Congresso Nacional, ao Conselho
Nacional de Educação, ao Ministério Público Federal, às autoridades educacionais, aos
organismos das Nações Unidas e às instâncias internacionais de direitos humanos.

Publicado em 5 de maio de 2010. Disponível em: http://portalciafro.org.br/index.php?


option=com content&task=view&id=432&Itemid=39

Lidos os dois textos, escreva um texto dissertativo-argumentativo em que você exponha as


suas reflexões acerca do seguinte tema:

AS VÁRIAS FACES DA INTOLERÂNCIA NO MUNDO CONTEMPORÂNEO

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Gabarito:

Resposta da questão 1:
[C]

No quarto parágrafo, Maicon Tenfen afirma que as iniciativas de reparação histórica e as admoestações
politicamente corretas que as acompanham têm o poder de complicar ainda mais a situação e, muitas
vezes, acabam por se transformar em “bandeiras de políticos irresponsáveis que querem ver o circo
pegar fogo para se dar bem nas urnas”. Assim, é correta a opção [C].

Resposta da questão 2:
[B]

É correta a opção [B], pois o autor afirma que as iniciativas que visam à reparação histórica e às
admoestações politicamente corretas produzem efeito contrário ao pretendido: “A “guetificação” não é
boa para ninguém. Se insistirmos nisso, acabaremos voltando aos currais de arame farpado.”

Resposta da questão 3:
[D]

No primeiro parágrafo do excerto de “Terrorismo Literário”, Ferréz afirma: “A capoeira não vem mais,
agora reagimos com a palavra [...]. A literatura marginal se faz presente para representar a cultura de um
povo composto de minorias, mas em seu todo uma maioria”.

Resposta da questão 4:
[C]

O autor do texto defende uma postura proativa em relação à reeducação do olhar das pessoas, dentre
elas: [A] as chamadas ações afirmativas, [B] a urgência de dar voz às minorias, [D] uso de termos
politicamente corretos e [E] uso de recortes livres de preconceitos.
A única alternativa que se distancia do teor do texto é [C] olhar a diferença como deficiência,
exatamente o oposto da postura proativa e inclusiva defendida pelo texto.

Resposta da questão 5:
[B]

[A] Correta. Segundo o autor, “ainda é comum na sociedade a ideia (falsa!) de que a deficiência é uma
doença”.
[B] Incorreta. O autor menciona exatamente o oposto: expressões como portador e especial são
politicamente corretas, ao contrário de nigger.
[C] Correta. A base do eufemismo é amenizar outra; no caso, “especial” é eufemismo para “deficiente”,
apesar do comentário do autor de que não é a substituição mais adequada.
[D] Correta. Segundo o texto, “portadoras” também não é um termo adequado pois a ele está associado
o conceito de doença.
[E] Correta. O emprego de expressões politicamente corretas é uma ação positiva e necessária,
conforme o autor explicita em “entre as ações afirmativas, que visam a dar voz às minorias, está o
estímulo ao emprego de termos chamados de politicamente corretos, uma forma de introduzir um
recorte livre de preconceitos arraigados”.

Resposta da questão 6:
[B]

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Hélio Schwartsman valida a tese de que o riso é provocado pelo alívio que se sente ao perceber a
desgraça alheia através da ocorrência de um vocábulo alemão que define essa sensação:
“schadenfreude”, sentimento de alegria provocado pelo sofrimento de terceiros.

Resposta da questão 7:
[D]

Embora não esteja explícito, pode inferir-se que a divulgação de mensagens destinadas a um público
determinado visa aos interesses de quem vende o produto. Se a propaganda está, muitas vezes, ligada à
ideia de manipulação de grandes massas, por parte de “pequenos grupos”, “quem vende o produto” faz
parte desse conjunto que, através da propaganda, manipula, assim, conforme seus interesses, “grandes
massas” de consumidores.

Resposta da questão 8:
[A]

Resposta da questão 9:
D

Em II, a pergunta de Susaninha revela que ela não entendeu a colocação de Mafalda, quando esta
associou o natal a uma celebração coletiva em que as pessoas se amam mais umas às outras. Ao
contrário, Susaninha expressa a sua personalidade narcisista e entende o pronome “se” com o sentido
de reflexividade: “a si mesma” e “a si mesmas”, respectivamente.

Resposta da questão 10:


[d]

A questão versa sobre coesão textual. O pronome pessoal do caso oblíquo o faz o papel de anafórico, ou
seja, retoma um elemento já expresso anteriormente no período. A forma pronominal no é utilizada,
para ajudar a eufonia (combinação de sons agradáveis).
O pronome retoma um imenso cavalo de madeira e presente.
Mesmo que o candidato não conhecesse os elementos de coesão: anafórico, catafórico, elipse, expansão
lexical, conectivos, poderia responder à pergunta, fazendo a leitura e interpretando o texto.

Resposta da questão 11
[d]

“Mas” é uma conjunção coordenada adversativa e “embora”, uma conjunção subordinada


adverbial concessiva. Há diferença sintática entre essas duas conjunções, pois, enquanto a
primeira é utilizada para coordenar duas orações, introduzindo uma oração coordenada
sindética adversativa, a segunda estabelece relação de subordinação entre duas orações. No
entanto ambas possuem, como semelhança, a função de gerar oposição de ideias, tendo
importante papel na construção de argumentação.

Resposta da questão 12:


[d]

O adjetivo tem a função de expressar características, qualidades e estados dos seres, e sempre se refere
a um substantivo. No trecho transcrito, as palavras “pobre”, “associada”, e “diferentes” relacionam-se
aos substantivos “pessoa”, “preocupação” e ”mundos”, respectivamente, assim como o termo
“resolvido” está ligado ao pronome demonstrativo substantivo “isso”. Assim, é correta a opção [E].

Resposta da questão 13:


[E]

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O termo “antes da entrevista de emprego” está relacionado à locução verbal “precisamos saber”,
identificando quando é necessário saber, ou seja, trazendo a circunstância temporal dessa locução.

Resposta da questão 14:


[D]

Em todas as opções, o termo destacado é complemento nominal, exceto em d), onde exerce a função de
adjunto adnominal como na frase do enunciado.

Resposta da questão 15:


[D]

Emprega-se o verbo haver como impessoal quando tem o sentido de existir, como acontece em II, ou na
acepção de tempo transcorrido, como ocorre em IV.

Resposta da questão 16:


[D]

O vocativo utilizado por Mafalda é “papai”, pois marca com quem a menina está falando,
deixando evidente o seu interlocutor. Nota-se que é separado do resto do período por vírgula,
realçando o seu caráter de chamamento.

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Resumo das questões selecionadas nesta atividade

Data de elaboração: 22/04/2018 às 12:29


Nome do arquivo: Simulado EPCAR - 2-05-18

Legenda:
Q/Prova = número da questão na prova
Q/DB = número da questão no banco de dados do SuperPro®

Q/prova Q/DB Grau/Dif. Matéria Fonte Tipo

1...............168515.......Média...............Português.........Acafe/2017................................Múltipla escolha

2...............168518.......Baixa................Português.........Acafe/2017................................Múltipla escolha

3...............175558.......Baixa................Português.........Unicamp/2018..........................Múltipla escolha

4...............170848.......Baixa................Português.........Unioeste/2017..........................Múltipla escolha

5...............170847.......Baixa................Português.........Unioeste/2017..........................Múltipla escolha

6...............115757.......Baixa................Português.........Insper/2012...............................Múltipla escolha

7...............115758.......Elevada.............Português.........Insper/2012...............................Múltipla escolha

8...............51653.........Média...............Português.........Enem/2003................................Múltipla escolha

9...............7700...........Média...............Português.........Puccamp/1995..........................Múltipla escolha

10............29068.........Elevada.............Português.........Enem/1999................................Múltipla escolha

11............91669.........Média...............Português.........Enem cancelado/2009..............Múltipla escolha

12............105117.......Elevada.............Português.........Enem 2ª aplicação/2010...........Múltipla escolha

13............95961.........Baixa................Português.........Uel/2010...................................Múltipla escolha

14............174828.......Média...............Português.........G1 - ifba/2018...........................Múltipla escolha

15............105035.......Média...............Português.........G1 - epcar (Cpcar)/2011............Múltipla escolha

16............104834.......Média...............Português.........G1 - cftmg/2011........................Múltipla escolha

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Estatísticas - Questões do Enem

Q/prova Q/DB Cor/prova Ano Acerto

8..................................51653...............amarela................................2003.......................45%

10................................29068...............amarela................................1999.......................47%

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