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Revista Brasileira
de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Editorial
Resumos do
Congresso Brasileiro
Interdisciplinar de
Assistência Domiciliar
2014
Holambra (SP)
2015
CIAD – Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
NADI – Núcleo de Assistência Domiciliar Interdisciplinar do Instituto Central do
Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Av. Dr. Enéas de Carvalho Aguiar nº 255
4º andar – Bl. 5 – São Paulo (SP) – CEP 05403-000
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Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Publicação periódica do Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar, realizado pelo
NADI – Núcleo de Assistência Domiciliar Interdisciplinar – do Instituto Central do Hospital das Clínicas da
Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo
Ano I - Número I - jan./jun. 2015
ISSN 2446-841X
Editor-Chefe
Wilson Jacob Filho
Conselho Editorial
Angélica Massako.Yamaguchi – NADI/ICHCFMUSP
Aliciana Basílio Ramos de Oliveira – NADI/ICHCFMUSP
Aline Kube – NADI/ICHCFMUSP
Claudia Fernandes Laham – NADI/ICHCFMUSP
Fábio Campos Leonel – NADI/ICHCFMUSP
Fernanda de Souza Lopes – NADI/IHCFMUSP
Ivanete Macedo de Carvalho – NADI/ICHCFMUSP
Ivone Bianchini de Oliveira – NADI/ICHCFMUSP
Keila T. Higa Taniguchi – NADI/ICHCFMUSP
Letícia Andrade – NADI/ICHCFMUSP
Ligia Stungis Spedanieri – NADI/ICHCFMUSP
Maria Aquimara Zambone – NADI/ICHCFMUSP
Sibele Silva dos Santos – NADI/ICHCFMUSP
Solange Brícola – NADI/ICHCFMUSP
Wilson Jacob Filho – NADI/ICHCFMUSP
Colaboradores
Ana Cristina Mancussi e Faro – EEUSP/Enfermagem
André Minchillo – Grupo Ideal Care
Clarice Tanaka – FMUSP/Fisioterapia
Maria Carolina Gonçalves Dias – HCFMUSP/Nutrição
Silvia Maria de Macedo Barbosa – ICR/HCFMUSP/Pediatria
Política editorial
O conteúdo dos artigos publicados não reflete necessariamente a opinião do corpo editorial.
Editorial
Artigo
Tecendo redes: a assistência domiciliar e busca da integralidade do cuidado........................................................................................... 13
Resumos
SESSÃO ORAL
1. A experiência da implantação do SAD no município de Mauá........................................................................................................... 16
2. O enfoque epidemiológico do diabetes mellitus e da hipertensão arterial como subsídios para o planejamento e gestão
em saúde....................................................................................................................................................................................................... 16
3. Disfagia: estudo de uma população assistida por um Programa de Assistência Domiciliar em Fortaleza/CE........................... 17
4. Cuidador familiar de idosos: busca por apoio e capacitação no contexto das redes de atenção a saúde..................................... 17
5. Perfil das enfermidades no serviço de internação domiciliar do Hospital Cruz Vermelha Brasileira, filial Barra do Piraí/RJ. 18
6. Hipodermóclise: relato de uma capacitação no Programa Melhor em Casa de Uberlândia/MG................................................. 18
7. Relatos de familiares sobre experiência do óbito no domicílio........................................................................................................... 19
8. O impacto psicossocial decorrente do agravo do estado de saúde do provedor, com ou sem vínculo empregatício,
de pacientes acompanhados pela equipe do Programa Melhor em Casa.......................................................................................... 19
9. Acolhimento educativo e biopsicossocial: uma ferramenta para admissão de pacientes no Programa Melhor em Casa de
Uberlândia/MG.......................................................................................................................................................................................... 20
10. Estratégias utilizadas para orientação de curativo domiciliar no Programa Melhor em Casa de Uberlândia/MG..................... 20
11. Processo educativo do idoso que faz uso de anticoagulante oral........................................................................................................ 21
12. Treinamento do cuidador dos pacientes em pós-operatório ortopédico no domicílio................................................................... 21
13. O processo de luto pela perda de um filho em uma idosa cuidadora de um paciente crônico...................................................... 22
14. Papel do cuidador na intervenção fisioterapêutica domiciliar............................................................................................................. 22
15. Laser de baixa potência no tratamento de radiodermatite em pacientes traqueostomizados atendidos em assistência
domiciliar da unidade de cuidados paliativos do Hospital da Cruz Vermelha filial Barra do Piraí/RJ ........................................ 23
16. Experiência em atendimento a crianças e adolescentes no Programa Melhor em Casa de Angra dos Reis................................ 23
17. Relato assistencial: pacientes portadores de úlceras por pressão atendidos no serviço domiciliar por operadora de saúde
privada no município de João Pessoa/PB............................................................................................................................................... 24
18. Oximetria de pulso portátil como critério objetivo para utilização de oxigenoterapia domiciliar................................................. 24
19. Acompanhamento fisioterapêutico domiciliar em paciente portadora de miopatia mitocondrial (MM)..................................... 25
20. Atenção farmacêutica domiciliar a pacientes idosos e hipertensos do bairro Vila Tupi na cidade de Praia Grande/SP ......... 25
SESSÃO PÔSTERES
21. Projeto Reformando Vidas ...................................................................................................................................................................... 26
22. A relevância da imunização para a longevidade e a necessária anuência de indivíduos do Programa Acompanhante
de Idosos...................................................................................................................................................................................................... 26
23. Reabilitação domiciliar pós-TCE grave: relato de caso......................................................................................................................... 27
24. Evolução do estado nutricional de paciente em terapia nutricional enteral domiciliar: relato de caso......................................... 27
25. Criação de álbum de memória autobiográfica em paciente com esclerose lateral amiotrófica no Programa Melhor em Casa
do Hospital Municipal Dr. Moyses Deutsch do M’Boi Mirim............................................................................................................ 28
26. O grupo de cuidadores como abordagem acolhedora e interventiva no Programa Melhor em Casa do Hospital Municipal
Dr. Moyses Deutsch doM’Boi Mirim...................................................................................................................................................... 28
27. Parceria hospitalar na captação segura de pacientes colonizados/ infectados com multi-R e particularidades na sua
assistência no Programa Melhor em Casa – OSS Hospital Cidade Tiradentes................................................................................. 29
28. Atenção domiciliar como observatório vivo da rede de saúde............................................................................................................ 29
29. Procedimento operacional padrão (POP) para ação da fonoaudiologia na assistência domiciliar................................................ 30
30. Análise epidemiológica de UPP, resultados, abordagem multiprofissional e evolução das lesões por acompanhamento
fotográfico no Programa Melhor em Casa............................................................................................................................................. 30
31. Adaptação transcultural da versão brasileira do interRAI-Home Care: avaliação multidimensional em assistência domiciliar..... 31
32. Construção de ações de matriciamento em uma ILPI: um relato de experiência da EMAD........................................................ 31
33. Reabilitação paliativa de idosos na assistência domiciliar: discussão da literatura sobre atuação do fisioterapeuta.................... 32
34. A assistência domiciliaria na perspectiva de cuidadores familiares de pacientes idosos e profissionais da saúde....................... 32
35. A importância dos cuidadores para êxito na assistência domiciliar.................................................................................................... 33
36. Assistência domiciliar: uma reflexão sobre a integralidade no cuidado............................................................................................. 33
37. Perfil de profissionais e de idosos atendidos em domicílio por um serviço ambulatorial especializado...................................... 34
38. Gestão de equipes Melhor em Casa: modelo atenção primária à saúde Santa Marcelina............................................................... 34
39. Como o perfil do paciente pode determinar as condições do cuidado.............................................................................................. 35
40. Ação educativa de promoção à saúde e proteção específica como forma de atendimento fisioterapêutico na saúde coletiva. 35
41. Proteção ao idoso: rede social primária como possibilidade de interdição e curatela...................................................................... 36
42. Cuidados paliativos e assistência domiciliar: em busca da integralidade do cuidado por meio da rede de saúde....................... 36
43. Abordagem das diretrizes de cuidados paliativos na assistência domiciliar: uma decisão compartilhada.................................... 37
44. Perfil odontológico dos pacientes assistidos pela atenção domiciliar em hospital de alta complexidade..................................... 37
45. Desenvolvimento de cadeira de banho de baixo custo para uso domiciliar...................................................................................... 38
46. Elaboração de andador regulável de baixo custo para crianças com paralisia cerebral................................................................... 38
47. Perfil de cuidadores de idosos sob cuidados domiciliares atendidos por um serviço ambulatorial especializado...................... 39
48. Protocolo de segurança pelo Home Care Amil..................................................................................................................................... 39
49. Morte em domicílio: uma possibilidade real .......................................................................................................................................... 40
50. Familiar cuidador: dificuldades para cuidar do idoso dependente no domicílio.............................................................................. 40
51. A atenção domiciliar e o cuidador: tecendo redes para melhorar o cuidar-se................................................................................... 41
52. O uso do WhatsApp como instrumento de comunicação imediata entre profissionais do atendimento domiciliar
em atendimento.......................................................................................................................................................................................... 41
53. O perfil da assistência domiciliar da unidade de cuidados paliativos do Inca (HC IV)............................................................... 42
54. A importância da atualização de cuidadores por meio de minicursos ministrados pela equipe multidisciplinar........................ 42
55. Programa de atendimento domiciliar: descrição socioeconômica dos pacientes com alimentação enteral................................. 43
56. O atendimento em rede como um diferencial para muitos usuários da assistência domiciliar do Inca.................................... 43
57. A experiência da introdução da escala reduzida de Zarit para avaliação do desgaste do cuidador na atenção domiciliar......... 44
58. Programa de Assistência Domiciliar do Instituto de Assistência dos Servidores do Estado do Pará (Iasep).......................... 44
59. Cuidado domiciliar: as vivências de ser cuidador familiar de idosos dependentes........................................................................... 45
60. Perfil dos pacientes atendidos no Programa de Assistência Domiciliar de enfermagem por uma operadora de saúde
de Viçosa/MG, no período de janeiro de 2013 a agosto de 2014...................................................................................................... 45
61. Perfil dos óbitos no serviço de internação domiciliar do Hospital Cruz Vermelha Brasileira, filial Barra do Piraí/RJ............. 46
Poucas são as palavras como “rede” que, utilizadas em diferentes áreas, abarcam significados tão distintos
– para não dizer antagônicos. Rede de pesca, de arame, de pessoas, de serviços, instituições... Rede como con-
junto articulado de ações, como um sistema organizado, um conjunto de serviços, infraestrutura que propicia
trocas, emaranhado, cilada etc.
Na visão de Milton Santos (2012a, p. 261):
A voga que a palavra e a ideia de rede estão encontrando, tanto nas ciências exatas e sociais, como na
vida prática, paga o preço devido a essa popularidade. A polissemia do vocábulo tudo invade, afrouxa
o seu sentido e pode, por isso, prestar-se a imprecisões e ambiguidades, quando o termo é usado para
definir situações.
Na área da saúde, tanto pode ser vista como um conjunto estruturado, já articulado de ações e de serviços
e circunscrita a um território, no qual a estabilidade e a impossibilidade de seu alargamento são características
que se sobressaem, quanto pode ser reconhecida como em processo, estando em construção permanente.
Rede sempre dependente de adesão, sempre passível de extensão e, por isso, às vezes, tão cheia de rami-
ficações, surgidas frente às necessidades, que tende ao infinito.
A busca pela integração nas ações sempre esteve presente na área desde a implantação do Sistema Único
de Saúde (SUS) há mais de 20 anos; já a integralidade no cuidado, desde que o primeiro homem precisou de
atenção.
No que se refere ao atendimento em rede e a assistência domiciliar (AD) nela inserida, a proposta não é
nova, mas nem, por isso, efetiva.
Tanto as análises teóricas quanto os modelos conhecidos no cotidiano de intervenção nos mostram que
a AD pode estar inserida nos diferentes níveis de atenção propostos pelo SUS, levando-se em conta o objetivo
do serviço, o perfil de pacientes atendidos e a estrutura interna da instituição e das equipes em questão. Ape-
sar da disparidade de modelos, algo é comum: a necessidade do referido serviço domiciliar estar vinculado a
uma instituição maior, responsável pela garantia de retaguarda que se faz necessária. Retaguarda esta que pode
garantir desde somente a análise de material colhido em domicílio para exames laboratoriais simples de rotina
até as internações emergenciais quando o cuidado domiciliar não se faz mais suficiente. Daí a preocupação dos
serviços em atender perfis de pacientes compatíveis com a retaguarda oferecida por suas instituições de origem;
e daí também a impressão, às vezes, de que quando o paciente mais precisa da atenção domiciliar, isto é, na piora
de seu quadro clínico, esse serviço se mostra ineficaz para o cuidado surgido.
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A proposta do SUS de integração dos serviços em rede frente a diversas demandas e a diferentes graus
de necessidade também se concretiza na AD. Visita, atendimento e internação domiciliar se integram em um
continuum de ações em prol daquele que depende do cuidado em domicílio, mas nem sempre em número sufi-
ciente diante da demanda do lugar.
Não reconhecer os limites e as possibilidades da atenção domiciliar condena profissionais e pacientes a
um cuidado inadequado frente à possibilidade de acionamento da rede de atenção em saúde, quando o domicí-
lio se faz insuficiente para a assistência necessária.
Em diferentes estudos, a proposta de rede se firma em alguns pilares: a espontaneidade, o caráter deli-
berativo de sua formação e a sua base social e política, características essas que se integram formando também
entre si uma rede.
No que se refere à AD: a espontaneidade é o que firma o compromisso entre os atores que assumem o
papel de cuidadores, seja no que se relaciona aos familiares que abarcam tal tarefa, seja nos profissionais que
optam por atender em domicílio e perseveram mediante tantos obstáculos.
Quanto às famílias que assumem os cuidados de seus familiares, é importante pontuar que, apesar de
social e legalmente ser uma prerrogativa familiar, nem sempre nos deparamos com famílias cuidadoras e aptas a
assumir essa tarefa. Em algumas situações, presenciamos inadequações de cuidado simplesmente porque a esse
núcleo familiar não houve alternativa senão a de assumir a atenção exigida por seu familiar, mesmo não estando
técnica e emocionalmente preparadas para tal. Em outros casos, o que presenciamos não são ações negligen-
tes, mas ações que caracterizam a falência familiar para o cuidado. Essa segunda situação é mais característica
nos casos em que o cuidado ao familiar doente e dependente se estende por décadas, o que leva à exaustão, ao
adoecimento e, às vezes, ao falecimento do cuidador principal. Essa realidade é bastante comum nos dias atuais
para as equipes de AD, apesar de bem pouco comentada fora de seus círculos.
O paciente com doenças crônicas, nosso principal alvo de intervenção nos diferentes modelos de assis-
tência, requer uma proposta integral de cuidados, tanto pela necessidade de ser visto como um ser biográfico
quanto pelo cuidado em si, que só se consolida em rede. Quanto maior e mais eficaz a rede de suporte social
na qual a família e o serviço estão inseridos, maior a possibilidade de cuidado, sendo o contrário também ver-
dadeiro. Porém os estudos já mostram a necessidade de paciente e família se sentirem inseridos e parte efetiva
dessa falada rede; do contrário, não passa de uma sucessão de serviços, instituições ou pessoas existentes em
um determinado território não acionáveis pelo grupo em questão.
Dessa forma, deve-se incentivar família e paciente a construir suas próprias redes, que serão acionadas
nos momentos críticos, ou perceber aqueles que já fazem parte de seu cotidiano. Aqui também cabe ao Estado,
por meio de suas políticas públicas, ofertar serviços de qualidade e em número suficiente, sempre pautado na
certeza de que vivemos em um país terrivelmente desigual e que a precariedade dos serviços e das políticas ain-
da é o que impera, principalmente nas áreas consideradas de alta vulnerabilidade social, nas quais a população
sabidamente depende dessa oferta para viver de modo adequado e cuidar de seus doentes.
Não considerar condições sociais e econômicas favoráveis ou desfavoráveis para o cuidado, propiciadoras
ou impeditivas da atenção que requer o paciente, escondendo-se atrás do discurso falacioso de que para cuidar
do outro basta “boa vontade e amor”, é desprezar o contexto social em que vivemos e infligir à família maior
sofrimento e estresse por exigir mais do que ela pode oferecer.
As técnicas utilizadas há longa data nas instituições hospitalares passam a ser usadas de maneira planejada
no cuidado em domicílio. Muito mais do que oferecer alternativas para a resolução de problemas já instalados,
o grande mote está na previsão do que pode ocorrer e nas propostas que antecedem aos entraves.
Tanto no que se refere aos diferentes pilares que sustentam os trabalhos em rede quanto ao que se rela-
ciona aos eixos presentes nos modelos de atendimento domiciliar, nada se efetiva sem a participação de seus
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atores. As redes de cuidado não se consolidam com eficácia sem a participação social, sem o envolvimento
dos sujeitos, na certeza de que, se a atenção individual deve ser buscada, a luta pelo coletivo se faz constante.
Sendo assim, pelo envelhecimento populacional crescente, que poderá levar muitos à dependência, e pela maior
sobrevida dos sujeitos acometidos por doenças neurodegenerativas, faz-se necessário o incentivo à população
a reconhecer e a exigir o cuidado domiciliar como direito, e não como uma benesse de específicas instituições.
Redes buscam abraçar o maior número possível de sujeitos em uma interligação contínua, por isso depen-
dem de várias mãos a tecê-las e sustentá-las. Poucas vezes podem ser construídas por um único sujeito ou servi-
ço e, em raríssimas oportunidades, mantêm-se, ao longo do tempo e do espaço, sem a intenção de continuidade
de seus atores. Na perspectiva de Jacob-Filho (2009, p. 4D): “O compromisso individual com as próprias metas
e os deveres devem estar de acordo com um compromisso coletivo com todos os que dependem do resultado
desta atuação”.
Sem essa intenção de continuidade, compromisso com o coletivo, consciência de direito e dever de
participação efetiva, a rede limita quando deveria ampliar horizontes; prende e não protege; isola em vez de
propiciar mais conexões; restringe-se à participação de poucos, quando, na realidade, a busca é pela atenção
completa e irrestrita.
Referências
JACOB-FILHO, Wilson. Compromisso com o coletivo. Folha de São Paulo, São Paulo, p. 4D, 24 set. 2009.
Disponível em <http://www1.folha.uol.com.br/fsp/equilibrio/eq2409200901.htm>. Acesso em: 29 jun. 2015.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: EDUSP, 2012a.
______. Espaço e método. São Paulo: EDUSP, 2012b.
O município de Mauá contava com Programa de Assistência Domiciliar (PAD) como um serviço de
saúde vinculado à Atenção Básica. Atuava em todo o território de Mauá, em São Paulo, atendendo a pacientes
com impossibilidade de locomoção até a Unidade Básica de Saúde (UBS), residentes em área onde não havia
cobertura de equipes da Estratégia de Saúde da Família (ESF). O serviço que prestava atendimento a pacien-
tes com idade superior a 12 anos passou por diversas reestruturações, e o PAD deixou de existir e deu lugar
ao Serviço de Atenção Domiciliar (SAD), enquadrando-se nos preceitos do Programa Melhor em Casa do
Governo Federal. Assim, aumentou seu horário de funcionamento e ampliou o atendimento a todas as faixas
etárias. O SAD produz um novo modelo de assistência domiciliar, no qual os pacientes são distribuídos em três
categorias de acordo com sua complexidade: AD1(Atenção Domiciliar Tipo 1), que se mantém sob cuidados
das ESF; AD2 (Atenção Domiciliar Tipo 2), que trata dos pacientes em fase aguda de cuidado ambulatorial ou
desospitalizados, sendo o foco atual do serviço; por fim, AD3 (Atenção Domiciliar Tipo 3), que trabalha a meta
para ampliação e qualificação do SAD. Como forma de entrada dos pacientes no AD2, o serviço realiza um
processo de desospitalização no Hospital de Clínicas Dr. Radamés Nardine (HCDRN) e Santa Casa de Mauá,
assim como avaliações in loco nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs). O HCDRN utiliza a ferramenta
Kanban para diminuir o tempo de internação dos pacientes, e, durante as discussões, a equipe define para quais
casos o SAD será acionado, aumentando a rotatividade de leitos hospitalares e gerando satisfação da equipe.
Cuidador familiar de idosos: busca por apoio e capacitação no contexto das redes de
atenção à saúde
Autores: Caldas, CP; Friedrich, DBC; Castro, EAB; Couto, AM.
Instituição: Universidade Federal de Juiz de Fora/MG
Ao tornar-se cuidador principal, o familiar vivencia situações na relação cotidiana de cuidado ao idoso
dependente, que influenciam os níveis de sobrecarga e desconforto emocional, gerando tensões e desgaste no
papel desempenhado. Como forma de buscar alívios nesse desgaste, procura por capacitação e apoio nas redes de
suporte social e nos serviços de saúde. Este estudo teve como objetivo analisar as experiências de cuidar de idosos
dependentes no domicílio por um cuidador familiar. Trata-se de uma investigação qualitativa, com aporte teóri-
co-metodológico da teoria fundamentada nos dados. A coleta de dados foi realizada durante visitas domiciliares
a nove famílias de idosos dependentes, residentes em Juiz de Fora, em Minas Gerais. Nesse recorte do estudo, é
apresentada a categoria “busca por apoio e capacitação”. Os resultados dessa categoria permitiram conhecer as
estratégias adotadas pelos cuidadores na busca pela capacitação e suporte para desempenharem o seu papel em
ambientes domiciliares. Essa busca pôde ser identificada por intermédio da participação em palestras e encontros
de associações, pesquisa de informações na internet, em manuais de cuidadores, participação em grupos educati-
vos e até mesmo na rede de suporte social, por meio da convivência com outros familiares de idosos dependentes
que vivem ou viveram situações semelhantes na comunidade. Mediante uma reflexão crítica sobre as trajetórias dos
cuidadores pelos serviços de saúde em busca por apoio e capacitação, foi possível verificar que a atenção à saúde
no município-sede da pesquisa ainda está organizada segundo níveis de atenção, o que dificulta a efetivação do
cuidado e da prática da integralidade conforme o ideário do Sistema Único de Saúde (SUS). A proposta de linhas
de cuidado e a organização do sistema em redes de atenção ainda precisam ser efetivadas.
Palavras-chave: Educação em Saúde; Idoso; Cuidadores Familiares.
E-mail: alcimar.couto@bol.com.br
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Perfil das enfermidades no serviço de internação domiciliar do Hospital Cruz Vermelha
Brasileira, filial Barra do Piraí/RJ
Autores: Melo, F; Almeida, J; Neves, RE.
Instituição: Hospital Cruz Vermelha Brasileira, filial do município de Barra do Piraí/RJ
Introdução: O aumento do número de pacientes com doenças crônicas evidencia a demanda por atendi-
mento especializado em assistência domiciliar. O Hospital Cruz Vermelha Brasileira, especializado em cuidados
prolongados, referência para as unidades de atenção básica da Região do Médio Paraíba, no Rio de Janeiro,
no Sistema Único de Saúde (SUS), oferece internação domiciliar com 30 leitos e atendimento ambulatorial.
Material e métodos: Estudo descritivo por meio de consulta em banco de dados dos prontuários de pacientes
falecidos no período de agosto de 2013 a agosto de 2014, encaminhados pelas unidades da Região do Médio
Paraíba. Resultados: Foram avaliadas 484 internações no período de 12 meses, com idade média masculina de
75,5 anos e feminina de 78 anos, divididas por enfermidades: neurológicas (40%), oncológicas (25%), cardio-
vasculares (18%), devido a causas externas (11%), pneumológicas (4%), osteomusculares e do tecido conjunti-
vo, decorrentes da SIDA e hanseníase (menos que 1%). Em relação ao gênero, as enfermidades distribuem-se
do seguinte modo: neurológicas são 79 pacientes masculinos (16%) e 115 femininos (23%); oncológicas, 68
masculinos (14%) e 53 femininos (11%); cardiovasculares, 32 masculinos (6,6%) e 58 femininos (12%); devido
a causas externas, 24 masculinos (5%) e 33 femininos (7%); demais enfermidades, menos de 1%. Conclusão: Os
dados apresentados demonstram um perfil das patologias em pacientes crônicos, com predomínio de enfermi-
dades oncológicas em homens e neurológica em mulheres. Esses dados demonstram a objetividade do serviço
de internação domiciliar na desospitalização de pacientes com perfil de enfermidades crônicas prolongadas,
para controle de sinais e sintomas eficiente, garantindo a permanência domiciliar e beneficiando pacientes e
seus familiares por meio do alívio do sofrimento nas comorbidades.
Palavras-chave: Crônico; Doenças Crônicas; Internação Domiciliar.
E-mail: fabio.grisol@hotmail.com
Introdução: No âmbito da saúde, verifica-se ainda uma cultura hospitalocêntrica, que acarreta limitações
na aceitação da assistência domiciliar e insegurança quanto à efetividade e à continuidade dos cuidados. É ne-
cessário o uso de ferramentas para fornecer os devidos esclarecimentos e o suporte às pessoas envolvidas nesse
processo. Objetivo: Relatar experiência de um projeto piloto de acolhimento educativo e biopsicossocial do
Programa Melhor em Casa (PMC) da Prefeitura de Uberlândia, em Minas Gerais. Metodologia: A proposta se
baseia em encontros mensais, realizados por equipe multidisciplinar, com a presença de cuidadores de pacien-
tes recém-admitidos no PMC. Durante a reunião, são abordados temas educativos como: a apresentação do
Programa, normas, relacionamento família e equipe, orientações de cuidados básicos, o fluxo dos atendimentos
em rede de saúde e abertura de espaços para discussões. Resultados: Observou-se a relevância desse projeto
pelo expressivo número de admissões, com média mensal de 74 pacientes, representando 24,6% da capacidade
máxima de atendimento. Constatou-se também uma boa receptividade por parte dos cuidadores por meio do
convite a pensar, falar e expor suas necessidades, criando espaço para reflexão de suas limitações e sofrimentos
e contribuindo na aliança de cuidado compartilhado. Conclusão: A realização do projeto contempla os pilares
básicos de uma boa relação terapêutica que são: acolhimento, escuta, suporte e esclarecimentos, o que contribui
para uma maior segurança e organização no processo de cuidar em domicílio.
Introdução: O Programa Melhor em Casa (PMC) assiste a diferentes tipos de pacientes, como os que
necessitam de curativos em decorrência das consequências de suas patologias e comorbidades. No período
de julho a agosto de 2014, 47% necessitaram de algum tipo de curativo e 38% possuem úlceras por pressão
(UPP). Na atenção domiciliar, os profissionais especializados devem orientar a técnica de curativo ao cuidador
imediato. Para que fosse efetivo o cuidado das úlceras, as equipes multiprofissionais depositaram extrema con-
fiança nos cuidadores e se dispuseram de instrumentos, muitas vezes lúdicos, para a prescrição dos curativos.
Objetivo: Relatar as estratégias utilizadas na orientação ao acompanhante e/ou cuidadores sobre curativos
domiciliares a pacientes assistidos pelo PMC. Metodologia: A técnica utilizada foi a confecção de prescrições
impressas, explicativas, sistematizadas, desde a higienização até a cobertura adequada para cada lesão e tecido.
Também foram utilizadas ilustrações coloridas a fim de esboçar a úlcera e seus diferentes aspectos, promoven-
do a identificação dela por meio de cores e formas. Resultados: Constatou-se a melhora das lesões, segundo
evolução observada semanalmente pela equipe multiprofissional; também foi possível verificar a autonomia do
cuidador, fazendo com que ele se sentisse responsável por parte do tratamento. Conclusão: Foram observadas
uma boa receptividade por parte do cuidador ao receber as orientações e uma melhora na comunicação entre
equipe e família, contribuindo, sobremaneira, para o sucesso da estratégia proposta.
Introdução: As ações educativas em saúde orientadas pela educação popular contribuem para uma visão
integradora da promoção da saúde, pois trazem para debate a relação do Estado e das políticas públicas com as
questões que envolvem a prevenção e o controle de doenças no contexto da vida cotidiana. A manutenção da
saúde e da autonomia no idoso, identificada como boa qualidade de vida física, mental e social, é o horizonte
desejável para se preservar o potencial de realização e de desenvolvimento nessa fase da vida. O idoso necessita
de informação estruturada para dar continuidade na terapêutica em domicílio. Objetivo: Descrever as ações do
enfermeiro junto aos idosos na manutenção da adesão terapêutica. Método: Estudo descritivo e exploratório
das atividades educativas do enfermeiro do setor de anticoagulação de instituição pública de referência em
cardiologia. Resultados: As ações educativas abrangem: aula expositiva para iniciantes quanto à importância e
forma de adesão à terapêutica, com a utilização do anticoagulante oral; desenvolvimento e construção de um
fôlder educativo e ilustrativo que fornece informações referentes ao conceito, manipulação, principais compli-
cações e resultados da terapêutica indicada. O enfermeiro aborda os idosos, tanto de forma coletiva como na
consulta de enfermagem, de forma individualizada. Conclusão: As ações educativas realizadas pelo enfermeiro
impactam de maneira direta nas necessidades, nas atividades de vida diária e fortalece a autonomia, diminuindo
as complicações e custos pessoais. O enfermeiro é uma força vital no desenvolvimento da adesão do idoso na
terapia de anticoagulação.
A esclerose lateral amiotrófica enquanto quadro neurológico que compromete os movimentos, e não a
capacidade intelectual, é um desafio maior ainda na atuação psicoterápica, pois depende da comunicação verbal
do paciente para poder atuar. A equipe de psicologia do atendimento domiciliar do Hospital Municipal Dr.
Moyses Deutch, por meio de uma forma alternativa de comunicação, desenvolveu maior proximidade com o
estado emocional da paciente. Com a prancha de comunicação alternativa confeccionada, foi proposto como
atividade psicoterapêutica, por intermédio de recortes de revistas e de jornais, resgatar o histórico e os mo-
mentos significativos da paciente, estimulando-a em suas lembranças e relatos. Criou-se, assim, um álbum de
memórias para que, em cada sessão, ela pudesse expressar os sentimentos na época, trazendo-os para a atual
realidade e registrando também para a família essa lembrança criada por ela mesma. Dentre todos os impactos,
o resgate do passado com amenização das dificuldades do presente foi a mais apontada pela equipe de psicolo-
gia com a própria paciente.
O Programa Melhor em Casa tem como uma de suas diretrizes o grupo de cuidadores. O atendimento
domiciliar do Hospital Municipal Dr. Moyses Deustsch do M’Boi Mirim, na cidade de São Paulo, teve o primei-
ro encontro em dezembro de 2012 e assim segue com encontros mensais. Foi iniciado com a proposta de aulas
educativas temáticas sobre o cuidar no domicílio (úlceras por pressão, feridas, gastrostomia, sonda nasoenteral e
mobilização), ou seja, orientar sobre a assistência adequada. Porém, com o tempo, foi identificada a necessidade
de ser um encontro que significasse um momento de troca de experiência, reflexão, sensibilização e solidarie-
dade entre eles. A partir de fevereiro de 2014, a estrutura do grupo se alterou, tendo como objetivo acolher,
desenvolver o fortalecimento do autocuidado, aproximar o vínculo entre equipe e cuidadores e estimular rede
de apoio entre os participantes. São realizadas dinâmicas, atividades de ginástica laboral e apresentação de víde-
os motivacionais. O grupo tem a participação de toda equipe interdisciplinar (médicos, enfermeiros, fisiotera-
peutas, nutricionista, fonoaudióloga, assistente social e psicóloga, além do administrativo). Os cuidadores são
convidados durante as visitas e recebem o convite impresso; vale ressaltar que a participação é voluntária. Nesse
novo formato de grupo, foram realizados até o momento oito encontros com a participação de 66 cuidadores.
A equipe avalia que o grupo é um local potente para desenvolver atividades construtivas e terapêuticas de auto-
estima, sobrecarga, alteridade, dificuldades, estresse, comunicação, entre outros. Observou-se que, por meio da
participação assídua, há um diferencial no enfrentamento da situação de cuidados, reconhecidos mediante os
depoimentos e as melhorias em sua qualidade de vida.
Gestão de equipes Melhor em Casa: modelo atenção primária à saúde Santa Marcelina
Autores: Pissinatti, K; Folhe, ACF.
Instituição: Atenção Primária à Saúde (APS) Santa Marcelina/Organização Social de Saúde (OSS) Santa Mar-
celina na microrregião Cidade Tiradentes/Guaianases
A Atenção Primária à Saúde (APS) Santa Marcelina, em contrato de gestão com a Secretaria da Saúde do
município de São Paulo, atualmente, administra quatro equipes do Programa Melhor em Casa (PMC), sendo três
equipes Equipe Multidisciplinar de Atenção Domiciliar (EMAD) e uma equipe Equipe Multidisciplinar de Apoio
(EMAP), localizadas nos distritos de saúde de Cidade Tiradentes e Guaianases, região leste do município. A gestão
das equipes do PMC na APS é realizada por valores, sendo o modelo atual composto por um gestor estratégico
sediado na coordenação da APS Santa Marcelina e um coordenador multiprofissional de equipe, com agenda
disposta de modo a atender as equipes in loco. São atividades do coordenador multiprofissional: elaboração de
cronograma individual e de equipe (organização do processo de trabalho em atividades assistenciais, educação per-
manente mensal, reuniões de rede intersetorial), participação em reunião clínica semanal (com enfoque na gestão
de casos), estruturação de reunião de coordenação semanal (alinhamentos administrativos) e participação em aten-
dimentos domiciliares e reuniões de família (com foco no monitoramento da qualidade da assistência prestada). A
inserção do coordenador em grupo de cuidadores, os atendimentos domiciliares e as reuniões de família ocorrem
como facilitador na gestão de conflitos decorrentes do processo de cuidado instituído pela equipe assistencial.
A análise dos indicadores assistenciais é realizada mensalmente com as equipes em reunião de coordenação, de
modo a oportunizar a reflexão dos profissionais para a prática assistencial e resultados alcançados. O planejamento
estratégico situacional é realizado anualmente, com cada equipe em separado, com o objetivo de detectar nuances
específicas de cada contexto e de cada território e consequente estabelecimento de metas e de prioridades focais.
Palavras-chave: Gestão de Serviços de Saúde; Atenção Domiciliar; Equipe Multiprofissional.
E-mail: deafolhe@yahoo.com.br
36 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano I - Número I - jan./jun. 2015
Como o perfil do paciente pode determinar as condições do cuidado
Autores: Oliveira, ABR; Spedanieri, LS; Bianchini, I.
Instituição: Núcleo de Assistência Domiciliar Interdisciplinar do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medici-
na da Universidade de São Paulo (NADI-HCFM-USP)
Introdução: O Núcleo de Assistência Domiciliar Interdisciplinar (NADI), criado em 1996, tem por fina-
lidade, por meio de uma equipe interdisciplinar, prestar assistência aos pacientes acometidos por graves enfer-
midades e que têm dificuldades em dar continuidade ao seu tratamento no âmbito ambulatorial. São pacientes
portadores de doenças crônico-degenerativas e aqueles que se encontram em cuidados paliativos. Tem por fi-
nalidade, ainda, possibilitar sua permanência em seus domicílios, evitando idas constantes aos prontos-socorros
e longas internações. Objetivo: Destacar o perfil dos pacientes assistidos pelo serviço nos dias atuais e aferir os
responsáveis pelos cuidados. Metodologia: O estudo quantitativo baseou-se em levantamento, realizado pelo ser-
viço social, de dados colhidos em 95 prontuários correspondentes aos pacientes atendidos no mês de setembro
de 2014. Resultados: 62% dos pacientes são do sexo feminino, 36% têm idade entre 81 e 90 anos, 23% têm idade
entre 71 e 80 anos, 23% estão acima de 91 anos e 17% estão abaixo de 70 anos. Verificou-se ainda que 90% rece-
bem benefício previdenciário, 5% recebem benefício assistencial e 5% não possuem benefício. Além disso, 48%
têm renda familiar de dois a três salários mínimos mensais. Em relação aos estudos, 7% são analfabetos, 60%
possuem o ensino fundamental, 23% possuem o ensino médio e 9% concluíram o ensino superior. E, ainda: 49%
têm filhos como cuidadores; 25%, cônjuges; 11%, irmãos; 6%, sobrinhos; 3%, mães; 5%, outros, sendo que 80%
são do sexo feminino. Conclusão: O resultado apresentado sugere que a idade avançada do paciente e a viuvez
apontam a presença dos filhos como principais cuidadores, principalmente mulheres, fatores importantes para
nortear as ações e as práticas da equipe interdisciplinar atuante no domicílio, a qual, conhecendo o universo e as
circunstâncias, poderá traçar estratégias mais eficazes para a garantia dos cuidados no domicílio.
Palavras-chave: Domicílio; Cuidador; Perfil.
E-mail: ligiastungis@hotmail.com
Perfil odontológico dos pacientes assistidos pela atenção domiciliar em hospital de alta
complexidade
Autores: Passos, F; Carrilo, C; Franco, JB; Jales, SMCP; Peres, MPSM.
Instituição: Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFM-USP)
A condição de saúde bucal tem um grande impacto na saúde geral. Doenças da cavidade oral estão rela-
cionadas ao desenvolvimento, estabelecimento e manutenção de infecções sistêmicas. É de grande importância
tratar e prevenir focos infecciosos para garantir qualidade de vida e cooperar no tratamento sistêmico. Grande
parte dos pacientes assistidos em domicílio possui deficiência no autocuidado, é, muitas vezes, dependente de
cuidados e apresenta elevado índice de dentes cariados, perdidos e obturados (CPOD), doença periodontal e
infecções oportunistas. O objetivo deste trabalho foi caracterizar a condição de saúde bucal e a necessidade de
tratamento odontológico de pacientes assistidos pela atenção domiciliar interdisciplinar de um hospital de alta
complexidade. Foi realizado um estudo retrospectivo de 30 prontuários, referente ao período de julho a setem-
bro de 2014, de assistência odontológica domiciliar desse serviço, avaliando os seguintes domínios: doença de
base em seguimento, índice CPOD e o tipo de tratamento odontológico a ser realizado. O gênero feminino foi
mais prevalente na amostra estudada (80%), com idade média de 76,2 anos, apresentando como doença de base
mais prevalente o acidente vascular cerebral (33%). Em relação ao índice CPOD, observamos uma média de
19,03, sendo 30% dos pacientes desdentados totais. O tratamento periodontal foi o procedimento mais indica-
do em 30% dos pacientes, as extrações dentárias totalizaram 20% e outros procedimentos representaram 50%
do total. Os pacientes assistidos apresentaram uma condição bucal precária, com necessidade de tratamento
odontológico e acompanhamento para enfatizar as orientações e o treinamento de higiene bucal.
Palavras-chave: Assistência Domiciliar; Assistência Odontológica; Saúde Bucal.
E-mail: fabiola.passos@hc.fm.usp.br
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
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Ano I - Número I - jan./jun. 2015
Desenvolvimento de cadeira de banho de baixo custo para uso domiciliar
Autores: Pereira, AF; Nascimento, NH; Santos, CX.
Instituição: Faculdade Santa Marcelina
Introdução: O envelhecimento é um processo multifatorial e subjetivo, que vai além da idade cronológica.
Devem-se levar em consideração as condições biológicas, intimamente relacionadas com a idade cronológica,
traduzindo-se por um declínio harmônico de todo conjunto orgânico, tornando-se mais acelerado quanto maior
a idade. As condições sociais variam de acordo com o momento histórico e cultural, e as condições econômicas
são marcadas pela aposentadoria, agravadas pelo declínio intelectual e funcional, o que gera perda da indepen-
dência e da autonomia, levando o idoso a precisar de ajuda para desempenhar suas atividades básicas do dia a
dia, como banho e higiene pessoal. Objetivo: Desenvolver cadeira de banho de baixo custo para uso domiciliar
com material PVC, com o objetivo de atender à população do entorno que possua necessidades funcionais,
em especial de realização do banho, considerando o contexto em que se insere o local de estudo em relação ao
acompanhamento domiciliar. Metodologia: Por meio de pesquisa exploratória experimental realizada na Clíni-
ca-Escola de Fisioterapia da Faculdade Santa Marcelina. Resultado/Discussão: Foi desenvolvido um projeto
com a utilização de canos PVC, com a elaboração de uma cadeira com apoios para sustentação. A proposta é
descrita detalhadamente, com o estabelecimento da relação sustentação/estrutura, resistindo a testes de peso
com sacos de areia de 20kg cada, em um total de 80kg, com observação de 1 hora com cada saco, totalizando
4 horas de teste. Os testes também foram realizados com seres humanos correspondentes ao peso máximo.
Considerações Finais: A cadeira apresentou baixo custo, quando relacionada às cadeiras do mesmo material
comercializadas, e foi de fácil manuseio dos materiais. Considera-se a importância da realização de “oficinas”
que proporcionem à comunidade as condições necessárias para a confecção em ambiente domiciliar.
Palavras-chave: Atenção Domiciliar; Envelhecimento; Material Baixo Custo.
E-mail: amandaferreirapereira@yahoo.com.br
Elaboração de andador regulável de baixo custo para crianças com paralisia cerebral
Autores: Santos, CX; Zaharur, M; Nascimento, NH; Bertoni, ICBP; Pereira, AF.
Instituição: Faculdade Santa Marcelina
Introdução: A paralisia cerebral é definida como um distúrbio permanente, embora não invariável, do
movimento e da postura, devido à defeito ou lesão não progressiva do cérebro no começo da vida. É caracteri-
zada por uma alteração dos movimentos controlados ou posturais dos pacientes, secundária a uma lesão, dani-
ficação ou disfunção do sistema nervoso central, e não é reconhecida como resultado de uma doença cerebral
progressiva ou degenerativa. O evento lesivo pode ocorrer no período pré, peri ou pós-natal. A criança com
paralisia cerebral mostrará variações adicionais em virtude das dificuldades neurológicas e mecânicas. Objetivo:
Desenvolver um andador de baixo custo, com o objetivo de atender a essas crianças da clínica, considerando o
contexto socioeconômico da região em que se insere. Metodologia: Pesquisa experimental realizada na Clíni-
ca-Escola de Fisioterapia da Faculdade Santa Marcelina. Resultados/Discussão: Foi desenvolvido um projeto
inicial para uso exclusivo de uma determinada criança, feita sob medida com a utilização de cano PVC 3/4. Os
testes do andador foram feitos durante as sessões de fisioterapia, suportando o peso de uma criança de 8 anos
(aproximadamente 25kg). De início, não foi colocado rodinhas para melhor adaptação da criança. O andador é
portátil, leve e pode ser adaptado de acordo com o crescimento do usuário. Considerações Finais: Acredita-se
que a utilização de equipamentos de baixo custo, quando socializada com a comunidade, pode favorecer a aqui-
sição de órteses que auxiliam nas atividades de vida diárias das crianças portadoras de paralisia cerebral, visto
que o custo final do material é muito baixo, e a família, quando orientada por um profissional qualificado, pode
confeccionar o material sem dispor de custo expressivo.
Palavras-chave: Paralisia Cerebral; Baixo Custo; Andador.
E-mail: amandaferreirapereira@yahoo.com.br
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Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano I - Número I - jan./jun. 2015
Perfil de cuidadores de idosos sob cuidados domiciliares atendidos por um serviço am-
bulatorial especializado
Autores: Onofre, EPP; Garcia, RR; Rugene, OT.
Instituição: Instituto Paulista de Geriatria e Gerontologia José Ermírio de Moraes
Este estudo teve por objetivo identificar o perfil de cuidadores informais de idosos atendidos pela assis-
tência domiciliária de um serviço ambulatorial especializado em geriatria e gerontologia. Foram entrevistados
16 cuidadores, sendo 87,5% mulheres, 62,4% com 60 anos ou mais. Isso confirma a tendência mundial de “ido-
sos cuidando de idosos”, inclusive porque a faixa etária dos idosos cuidados era, em sua maioria, de 80 anos
ou mais (62,5%), dependentes para realização de atividades básicas de vida diária (78,9%). Observou-se que os
cuidadores entrevistados encontram-se em franco processo de prestação de cuidados de longa duração domici-
liares aos seus familiares, sendo que 50% são filhos, 31,2% são cônjuges das pessoas cuidadas e 56,2% exercem
o cuidado há cinco anos ou mais. Esse cuidado é realizado, em sua maioria, em tempo integral, considerando
que 75% não possuem atividade remunerada, embora 62,5% recebam até um salário mínimo (proveniente de
aposentadoria ou pensão). Com relação às afecções informadas por 75% dos cuidadores, 43,7% referiram-
-se a doenças cardiovasculares, 37,5% apresentam distúrbios musculoesqueléticos, 37,5% relataram afecções
endocrinometabólicas e 18,7% informaram doenças psiquiátricas ou neurológicas. Considerando o perfil de
comorbidades e a sobrecarga decorrente do cuidado, observa-se, no grupo estudado, o risco aumentado para
desenvolvimento de estresse do cuidador, agudização de patologias preexistentes, comprometendo, consequen-
temente, o cuidado ao idoso e desencadeando vários agravos à qualidade de vida de ambos. O serviço oferece
aos cuidadores atendimento em psicoterapia individual, na própria instituição ou em domicílio, e grupo de
apoio, para que o cuidador possa falar de seus sentimentos, trocar experiências, compartilhar soluções, sempre
com grande aderência e demanda. Observou-se que esse cuidado com o cuidador resulta no alívio de tensões e
angústias, o que reflete em qualidade dos cuidados prestados.
Palavras-chave: Assistência Domiciliar; Idoso; Cuidador.
E-mail: olindatr@ig.com.br
O Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) de Contagem, no Estado de Minas Gerais, foi implantado em
maio de 2012 e passou por várias pactuações, entre elas uma de destaque: a parceria entre a Superintendên-
cia de Urgência e Emergência e a Superintendência de Atenção à Saúde, a partir da integração do Serviço de
Atenção Domiciliar (SAD) e o Serviço Móvel Urgência (SAMU), ficando acordado que o SAMU atenderá e
transportará os usuários do SAD e verificará os óbitos em domicílio por meio da emissão de eletrocardiograma
(ECG) e relatório médico que comprove o óbito. Com a verificação do óbito, a equipe médica do Programa
Melhor em Casa de Contagem fica responsável pela emissão da Declaração do Óbito (DO). Assim, a família
do usuário se desloca até a unidade do Programa ou ao hospital com o prontuário e a verificação do SAMU
para que seja emitida a DO. Em seguida, o serviço social do Programa orienta a família sobre as medidas para o
funeral. Além disso, em até sete dias após o óbito ocorre a visita pós-óbito, encerrando, assim, o atendimento.
As ocorrências para verificação de óbitos representaram 6%; retirada de sondas entéricas, 20%; urgências, 17%;
outras ocorrências, 57%.
Palavras-chave: Serviço Móvel Urgência (SAMU); Verificação do Óbito; Declaração do Óbito (DO).
E-mail: adevislane@yahoo.com.br
48 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano I - Número I - jan./jun. 2015
Relato assistencial: atendimento domiciliar aos clientes gastrostomizados acompanha-
dos pela saúde integral da Unimed Uberaba/MG
Autores: Cardoso, RL; Souza, AGD; Rodrigues, RA; Rodrigues, BR; Santiago, LB.
Instituição: Cooperativa de Trabalho Médico LTDA – Unimed Uberaba/MG
O cliente gastrostomizado requer acompanhamento contínuo do enfermeiro até que readquira indepen-
dência diante dessa nova condição de vida. O objetivo deste relato assistencial foi avaliar os cuidados domicilia-
res em clientes que utilizam gastrostomia, acompanhados pelo Programa de Gerenciamento de Casos Especiais
(PGCE) da Saúde Integral da Unimed Uberaba, no Estado de Minas Gerais. Esse apoio é realizado por uma
equipe interdisciplinar, que incentiva a família a participar no cuidado, dando suporte às suas ações, ensinando-
-lhes os cuidados em relação aos aspectos físicos e emocionais. Atualmente, são atendidos 20 clientes porta-
dores de gastrostomia, cuja percepção dos cuidadores foi avaliada por meio da comparação entre a adesão dos
cuidados propostos, a evolução clínica do cliente e a redução do custo após o procedimento. Os familiares e os
cuidadores têm demonstrado competência e conhecimento em relação ao cuidado, uma vez que todo processo
é ensinado e reforçado em domicílio, além da participação do curso de cuidadores, um dos principais critérios
para eleger o cliente no programa. O curso proporciona a capacitação referente ao cuidado com o cliente em
domicílio. Cuidadores e familiares relataram que adquiriram essa competência e conhecimento por meio das
orientações da equipe de enfermagem e nutricionistas, do auxílio em recursos comunitários propostos pelas
assistentes sociais, da atenção psicológica, das orientações de exercícios físicos ensinados pela fisioterapia e do
acompanhamento médico. Fica evidente a melhora do quadro clínico e a redução dos números de internações
dos clientes que necessitaram da gastrostomia não só pela prevenção de complicações da deglutição prejudica-
da, mas também por garantir as necessidades humanas básicas de nutrição e hidratação satisfatória do cliente,
garantindo as necessidades corporais.
Palavras-chave: Enfermeiro; Gastrostomia; Cuidado Domiciliar.
E-mail: brunor@unimeduberaba.com.br
Terapia nutricional em cuidados paliativos: bioética da proteção como apoio para to-
mada de decisão
Autores: Brondani, CM; Lampert, MA; Donati, L; Rizzatti, SJS; Zimmermann, C.
Instituição: Serviço de Internação Domiciliar do Hospital Universitário de Santa Maria, Rio Grande do Sul
Introdução: Cuidado paliativo (CP) indica o cuidar global do paciente presente em todas as fases de ado-
ecimento, principalmente quando não há resposta a tratamentos curativos. A bioética da proteção (BP) instru-
mentaliza o entendimento e a resolução de conflitos, visando à proteção dos vulneráveis. As discussões éticas
sobre terapia nutricional (TN) em CP são vistas como campo fértil para a BP. Os CPs baseiam-se no controle da
dor, sofrimento e manutenção das necessidades básicas de nutrição, mas seu formato pode ser diverso, depen-
dendo da equipe assistente, paciente e família envolvidas, principalmente na atenção domiciliar (AD). Objetivo:
Relatar a atuação do nutricionista na perspectiva da BP. Metodologia: Revisão bibliográfica sobre CP em AD e
relato do papel do nutricionista com a equipe multiprofissional, paciente e cuidadores, considerando a BP. Re-
sultados: A atuação prevê condutas dietoterápicas, abordagem de sintomas ou intercorrências e enfrentamento
de conflitos. Em CP, o paciente pode apresentar inapetência e recusa alimentar, desencadeando perda ponderal
e caquexia. O nutricionista pode auxiliar no manejo de sintomas como náuseas, vômitos e saciedade precoce.
A TN instituída depende da condição clínica do paciente, integridade do trato gastrointestinal, expectativa de
vida, estado nutricional e psicológico. A conduta dietoterápica deve fornecer as necessidades nutricionais, ser
individualizada, conforme aceitação do indivíduo, respeitando sua vontade, para proporcionar prazer e confor-
to. A via oral é a preferencial, pois considera a autonomia do paciente. A TN enteral não aumenta a sobrevida
e, provavelmente, não proporciona melhor qualidade de vida. Conclusão: A TN sob o olhar da BP privilegia
a individualização, a autonomia do paciente e a habilidade de comunicação entre os envolvidos, mostrando a
importância da atuação multidisciplinar nesse processo.
Palavras-chave: Cuidados Paliativos; Terapia Nutricional; Bioética da Proteção.
E-mail: melissa_lampert@yahoo.com
50 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano I - Número I - jan./jun. 2015
A prática de um Home Care na assistência domiciliar
Autores: Calixto, T; Bosso, D; Santos, AFG.
Instituição: Sorocaba Serviços de Saúde
O Sorocaba Home Care (nome fantasia) é um serviço alternativo e complementar ao modelo hospitalar,
no qual envolve profissionais especializados que elaboram, na residência, um tratamento clínico em que não é
preciso, obrigatoriamente, da assistência hospitalar para seu acompanhamento. Busca atuar de forma preventiva,
terapêutica e reabilitadora, promovendo qualidade de vida ao paciente e família, utilizando critérios técnico-cien-
tíficos e decisões baseadas no melhor nível de evidência clínica possível, para cada procedimento. O gerencia-
mento do serviço é realizado na sede da empresa em uma cidade do interior paulista, com o horário de funcio-
namento de segunda a sexta-feira, das 7h às 19h; nos demais horários, é acionado o telefone de plantão. As ações
desenvolvidas na prestação de serviços são: enfermagem 24 horas; equipe multiprofissional (fisioterapia, terapia
ocupacional, nutrição, fonoaudiologia, psicologia, enfermeiro e médico); cuidador de idoso; fornecimento de
materiais e insumos; planejamento, gerenciamento e recrutamento de pessoal; planejamento e gerenciamento de
materiais; educação continuada dos profissionais; remoção de pacientes (ambulância simples e uti); supervisão
da assistência. Para o desenvolvimento do serviço, a sede da empresa conta com 19 funcionários, compreenden-
do equipe administrativa, de enfermagem, de recursos humanos, responsável técnico de equipe multiprofissional,
de limpeza, almoxarifado e remoção. A implementação do serviço contribui para o atendimento de pacientes no
conforto de seu lar, por meio do cuidado integral e humanizado, bem como o processo de educação e promoção
de saúde tanto para o paciente quanto para a família, buscando qualidade de vida para ambos. Como diferencial,
mantemos enfermeiros à disposição, visando a um cuidado de qualidade e vínculo com a equipe e familiares, o
que aumenta a confiança, segurança, respeito e satisfação na assistência prestada.
Palavras-chave: Assistência Domiciliar; Enfermagem; Serviços de Assistência Domiciliar.
E-mail: taty_calixto@hotmail.com
Terapia fotodinâmica com laser de baixa potência em candidíase oral de pacientes on-
cológicos submetidos à quimio/radioterapia, atendidos em assistência domiciliar da
unidade de cuidados paliativos do Hospital da Cruz Vermelha, filial Barra do Piraí/RJ
Autores: Nascimento, HF; D’Almeida, J; Esperança, R.
Instituição: Hospital Cruz Vermelha Brasileira, filial do município de Barra do Piraí/RJ
Candidíase oral é uma infecção fúngica oportunista que acomete, principalmente, pacientes imunocom-
prometidos. C. Albicans é a espécie mais comumente encontrada nessa infecção. A doença acomete a língua,
gengivas, bochechas internas, amígdalas e palato. Os sinais e os sintomas aparecem com lesões brancas cre-
mosas, dor, ardência com presença ou não de sangramento, causando grande desconforto ao engolir e falar.
O aumento de casos de infecção causados por cepas de Candida e, consequentemente, a utilização excessiva
de antimicrobianos favoreceram nas últimas décadas a resistência dessas leveduras aos agentes antifúngicos
convencionais. Assim, a terapia fotodinâmica (TFD) vem como método alternativo no controle desses micro-
-organismos. Baseada na ativação de fotossensibilizadores por luz visível em baixas doses, com comprimento
de onda apropriado, geram-se espécies reativas de oxigênio. Esses produtos são citotóxicos para célula-alvo,
levando à morte do microrganismo por causarem desordens na parede celular e danos no DNA. Foram aten-
didos quatro pacientes com carcinoma de células escamosas em região orofaríngea, submetidos à quimio/
radioterapia, os quais apresentaram os sinais e os sintomas de candidíase oral. Eles foram tratados com terapia
antifúngica tópica sem sucesso. Assim sendo, foi usada como método alternativo eficaz, a TFD com o corante
azul de metileno a 0,01% e laser de baixa potência de diodo (100mW), comprimento de onda (660 nm), 9J de
energia no modo varredura. Obteve-se com três sessões em dias consecutivos de TFD o efeito fungicida neces-
sário para promoção do alívio dos sinais e dos sintomas.
Palavras-chave: Candida; Oncologia; Laser; Terapia Fotodinâmica.
E-mail: helgaferreira@hotmail.com
62 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano I - Número I - jan./jun. 2015
Acompanhamento multidisciplinar de paciente em cuidados paliativos inserida no Serviço
de Atenção Domiciliar do Hospital São Judas Tadeu/Hospital de Câncer de Barretos/SP
Autores: Pacheco, LS; Souza, AV; Souza, GL; Ciorlia, JB; Chubaci, EF.
Instituição: Hospital de Câncer de Barretos/SP – Fundação PIO XII
Paciente feminino, 46 anos, dois filhos, natural de Piumhi, em Minas Gerais, união estável, evangélica,
auxiliar de serviços gerais. Iniciou tratamento no Hospital de Câncer de Barretos, no interior de São Paulo,
em dezembro de 2013 com queixa de fogachos e volume abdominal aumentado. História de hipotireoidismo
e esclerose sistêmica acometendo pele, trato gastrintestinal, pulmão e sistema vascular. Exame de imagem de
pelve revela lesão volumosa multilobular. Após laparotomia exploradora, evidenciou-se pseudomixoma perito-
neal de baixo grau de omento, optando-se por seguimento clínico sem indicação de quimioterapia. Procurou o
setor de emergência com queixa de dor abdominal, plenitude pós-prandial e náuseas. Diagnosticada progressão
da doença sem possibilidade de tratamento sistêmico ou cirúrgico, foi encaminhada para cuidados paliativos.
Com desconforto abdominal severo, náuseas e vômitos, foi internada na unidade de cuidados paliativos, per-
manecendo até controle dos sintomas. Após alta hospitalar, foi encaminhada ao Serviço de Atenção Domiciliar
(SAD). Em ambiente domiciliar, foram identificadas demandas clínicas relacionadas à progressiva debilidade
e à limitação funcional, demandas psicológicas importantes relacionadas à compreensão e à aceitação da en-
fermidade, sua evolução e prognóstico. Foram necessárias múltiplas medicações para manejo de sintomas e
orientações quanto ao cuidado, às demandas sociais concernentes à estrutura familiar e às questões econômicas
envolvidas. Iniciou-se seguimento pela equipe de atenção domiciliar (composta de psicólogo, assistente social,
fisioterapeuta, enfermeira e médico), com enfoque em medidas paliativas de alívio e controle de sintomas. A
abordagem foi multidimensional, atendendo às necessidades da unidade de tratamento. Como resultado, redu-
ziu-se a procura pelo serviço de emergência e internação. O óbito ocorreu em domicílio (vontade expressa pela
paciente), e, posteriormente, realizou-se acompanhamento dos familiares enlutados.
Palavras-chave: Atenção Domiciliar; Cuidados Paliativos; Equipe Multidisciplinar.
E-mail: li_chubaci@hotmail.com
Introdução: A utilização da avaliação funcional serve para medir o grau de dificuldade que o idoso se
encontra e para proporcionar dados, na tentativa de promover a sua independência, gerando uma qualidade de
vida mais produtiva, até mesmo para suas atividades de vida diária (AVDs). Objetivo: Avaliar o nível de depen-
dência dos idosos inscritos no Serviço de Assistência Domiciliar (SAD) da Vila Virgínia, em Ribeirão Preto, no
Estado de São Paulo, por meio do índice de Katz. Método: Trata-se de uma pesquisa descritiva, observacional,
transversal, sendo elegíveis 14 idosos cadastrados no SAD da Vila Virgínia. A coleta de dados foi feita por meio
de visita domiciliar. O questionário de índice de Katz foi aplicado nos 14 idosos, distribuídos por gênero, sendo
14,3% (n=2) do sexo masculino e 85,7% (n = 12) do sexo feminino. A média de idade dos participantes do es-
tudo foi de 73,4 ± 7,2 anos. Resultados: Por meio do índice de Katz, observou-se que 28,6% da amostra (n=4)
se encontra independente para as AVDs; 50% (n=7), parcialmente dependentes; 21,4% (n=3), totalmente de-
pendente. Conclusão: A utilização do índice de Katz como instrumento de avaliação do nível de dependência
dos idosos gera informações pertinentes sobre o nível de dependência que encontra esse idoso. Avaliando os
resultados obtidos pelo índice de Katz, concluiu-se que aproximadamente 70% dos idosos inscritos no SAD
da Vila Virgínia realmente possuem algum grau de dependência que possa justificar o uso desse sistema de
atendimento domiciliar.
Este trabalho tem por objetivo analisar as internações hospitalares do Hospital Universitário Clemente de
Faria (HUCF) em Montes Claros, no Estado de Minas Gerais, sensíveis à atenção domiciliar (AD), no período
entre abril e julho de 2014. Estudo de abordagem quantitativa, descritiva e transversal, realizado com 45 usuá-
rios por meio de questionário semiestruturado aplicado à beira do leito. O formulário de avaliação e classifica-
ção para elegibilidade para AD descreve a complexidade assistencial, classificando o usuário em uma modalida-
de de cuidado. Os dados foram coletados após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade
Estadual de Montes Claros, sob o parecer nº 473.501, de 29 de novembro de 2013. O instrumento aplicado
permitiu observar que 53,4% dos participantes são do sexo feminino, 37,8% estão na faixa etária de 60 anos ou
mais, seguidos por 28,8% (13), que correspondem à faixa de 46 a 59 anos. Dentre os 45 participantes, 68,9%
residem em Montes Claros e 84,5% dos questionados não possuem plano de saúde. Predominou-se a faixa de
oito a 14 dias de internação com 15 usuários, dos quais 80% são de Montes Claros. Quanto à elegibilidade para
AD, foram classificados sete usuários, que correspondem a 15,5% dos participantes, sendo 8,9% a cargo da AD
de nível 1, 4,4% da AD de nível 2 e 2,2% da AD de nível 3. Conclui-se com este estudo que, dentre os 45 leitos
ocupados, sete poderiam ser aproveitados por usuários em estado agudo e/ou crítico que necessitassem maior
quantidade de procedimentos e tecnologias; e que os sete usuários elegíveis para AD poderiam ter a continui-
dade de seu tratamento com segurança no conforto do seu lar.
A avaliação social configura-se como um instrumento privilegiado de formação de redes de apoio aos pa-
cientes em cuidados paliativos. Muitos dos referidos pacientes vivenciam a perda da funcionalidade em decor-
rência da progressão da doença, compondo uma situação de dependência parcial ou total de terceiros. Diante
do fato, acentua-se a necessidade de composição e fortalecimento de rede de cuidados e de apoio aos pacientes
e às suas famílias. Por meio da avaliação social, é possível realizar o levantamento das situações de vulnerabi-
lidade social e das potencialidades vivenciadas pelo paciente e por sua família. É possível também realizar o
mapeamento da composição familiar, da renda, dos cuidadores no domicílio, da situação previdenciária, da rede
de proteção social de acesso a direitos e das instituições com as quais o paciente possui vinculação. Perante tal
análise, é possível aos profissionais contribuírem para a ampliação da rede de atenção aos cuidados com o pa-
ciente por meio de ações, como encaminhamentos, orientações sobre direitos do paciente e dos familiares, reu-
niões de família com a finalidade de ampliar a participação nos cuidados e a articulação com outras instituições
viabilizadoras de ações e de serviços. A avaliação social viabiliza a leitura da realidade vivenciada pelo paciente
em cuidados paliativos, possibilitando ações necessárias para a efetividade do direito ao cuidado.
Introdução: O estado nutricional de pacientes com HIV adquiriu importância na prática clínica devido à
desnutrição e aos efeitos colaterais da terapia antirretroviral (TARV). A sobrevida de indivíduos portadores do
HIV tende a ser maior por causa dos avanços do tratamento. No entanto, inúmeras alterações do metabolismo e
do estado nutricional (EN) podem afetar a qualidade de vida desses pacientes. Uma das implicações mais comuns
para a saúde é a desnutrição e a consequente deficiência de nutrientes, causadas por aumento do gasto energéti-
co, infecções oportunistas, má absorção e pela diminuição multifatorial da ingestão alimentar. Os pacientes com
HIV sofrem modificações importantes no seu EN, tornando-se importante uma intervenção nutricional ade-
quada. Ressalta-se também o papel da dietoterapia na redução dos efeitos colaterais indesejáveis decorrentes do
uso da TARV e dos sintomas de infecções oportunistas, evitando a desnutrição e promovendo a saúde. Objetivo:
Verificar a associação entre estado nutricional e morbidade de um paciente com HIV, submetido aos cuidados
multidisciplinares da equipe do Serviço de Atenção Domiciliar (SAD) do Hospital São José (HSJ). Metodologia:
Paciente J.L.S., sexo masculino, 34 anos, HIV, neurotoxoplasmose, desorientado, acamado, alimentando-se por
sonda nasogástrica, úlcera sacral, trocânteres e calcâneos. Iniciou acompanhamento pelo SAD do HSJ em 8 de
julho de 2013. Possuía peso estimado de 39,8kg, IMC estimado em 16,3kg/m² indicando EN de desnutrição
grave. Possuía prognóstico preservado. Resultados: Após um ano, paciente alimenta-se por via oral, orientado e
contactuante. Possui peso estimado de 61,7 kg e IMC em 25,4 kg/m² indicando EN de eutrofia. Conclusão: Pra-
ticamente todos os pacientes com AIDS são acometidos pela perda de peso. Os pacientes sofrem grande redu-
ção de massa magra, diminuição de todos os compartimentos corporais e depleção da massa celular. Alterações
nutricionais podem ser evitadas nesses pacientes por meio de uma terapia dietoterápica adequada.
Palavras-chave: Desnutrição; HIV; Estado Nutricional.
E-mail: eudoxiasousa@hotmail.com
72 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano I - Número I - jan./jun. 2015
Projeto Terapêutico Singular: uma abordagem domiciliar
Autores: Gomes, TCP; Alencar, ES; Braz, MBM; Lima, LDQ; Sales, MFP; Campos, VR; Tavares, SMC;
Boecker, CRLO.
Instituição: Hospital São José de Doenças Infecciosas, Fortaleza/CE
Considerando a complexidade evidenciada no encaminhamento da paciente S.F.G. ao Serviço de Atenção
Domiciliar (SAD), a equipe interdisciplinar entendeu a importância de um Projeto Terapêutico Singular para
o atendimento às necessidades da usuária e sua família, objetivando o cuidado na dimensão do sujeito em sua
condição plural e entendendo que se trata de um sujeito singular e complexo. Identificação: S.F.G., admitido em
23 de junho de 2013, 39 anos, SIDA, sequela de neurotoxoplasmose, traqueostomizada, disfagia, úlcera sacral.
Em relação ao planejamento de conduta: a enfermagem fez adesão medicamentosa e estomaterapia; a fisiote-
rapia fez execução de exercícios de expansão e reexpansão pulmonar, fortalecimento do diafragma e aspiração
de traqueóstomo e de vias aéreas superiores. A cuidadora foi conscientizada da importância da mudança de
decúbito e orientada para a execução de exercícios passivos, ativo-assistidos, alongamento e relaxamento para
o tronco, membros superiores e inferiores; a nutrição fez cálculo das necessidades nutricionais e prescrição de
dieta enteral associada à suplementação para auxiliar na cicatrização da úlcera sacral; o serviço social ficou res-
ponsável pela escuta qualificada, identificação de demandas sociais, orientação e encaminhamento para inclusão
em benefícios assistenciais (Bolsa Família e Benefício de Prestação Contínua de acordo com Lei Orgânica da
Assistência Social – LOAS), orientação sociojurídica, com encaminhamento para a Defensoria Pública visan-
do à petição de curatela e recebimento de alimentação enteral pelo Estado, articulação com a rede de atenção
básica (Unidade Básica de Saúde – UBS) para acompanhamento pela equipe de saúde da família, encaminha-
mento ao Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) para visita e aquisição de insumos (cesta básica,
fraldas). O Projeto teve como proposta de ação: cuidado ao cuidador, visitas domiciliares, capacitação contínua
do cuidador, ações técnicas em intercorrências de acompanhamento, reuniões interdisciplinares, avaliação de
condutas e realinhamento do Projeto.
Palavras-chave: Assistência Domiciliar; Plano Terapêutico.
E-mail: eudoxiasousa@hotmail.com
Adaptação da válvula de fala e deglutição Passy Muir em uma paciente com ela em
ventilação mecânica: trabalho interdisciplinar em Home Care
Autores: Machado, ACS; Martins, PA; Vals, APG.
Instituição: KZT – Atenção Médica Domiciliar, Campo Grande/MS.
Introdução: A cânula de traqueostomia pode trazer muitos impactos na fala e na deglutição. Nesses casos,
tem-se como recurso a válvula de fala. Outra aplicação de seu uso é em pacientes disfágicos, visando minimizar
a aspiração de saliva/alimentos para as vias aéreas respiratórias, por meio da restauração do mecanismo glótico
reflexo. Objetivos: Descrever a importância da equipe interdisciplinar na adaptação da válvula de “Passy Muir”
em uma paciente com esclerose lateral amiotrófica (ELA) em ventilação mecânica (VM). Materiais e Métodos:
Paciente D.G., 67 anos, em atendimento domiciliar, com diagnóstico de ELA há quatro anos, traqueostomiza-
da, VM (Trilogy) alimentação via gastrostomia e oral assistida uma vez ao dia, apresentando sinais e sintomas
clínicos de fraqueza da musculatura lingual e faríngea, sialoestase em cavidade oral e faríngea, uso de antico-
linérgico para redução da saliva. A adaptação da válvula de “Passy Muir” foi possível com a atuação conjunta
com o fisioterapeuta para regulagem do Trilogy. Após adaptação da paciente, houve o treinamento da equipe
de técnica em enfermagem para que seu uso fosse realizado diariamente. Resultados: A completa adaptação
da paciente com a válvula proporcionou o retorno da comunicação oral, a realização de exercícios diretos para
deglutição e fonação, bem como a oferta da via oral na consistência líquida espessada uma vez ao dia. Conclu-
são: Conclui-se que, com a adaptação da vávula de Passy Muir” em VM, podemos proporcionar o retorno da
comunicação oral e manutenção do prazer oral. O maior benefício foi em relação à interação com familiares e
amigos, mesmo necessitando de suporte ventilatório. O trabalho interdisciplinar foi imprescindível para que os
objetivos fonoaudiológicos fossem alcançados.
Palavras-chave: Passy Muir; ELA; Internação Domiciliar; Ventilação Mecânica; Trabalho Interdisciplinar.
E-mail: carol_fono1@hotmail.com
74 Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano I - Número I - jan./jun. 2015
Perfil nutricional dos pacientes adultos e idosos em terapia nutricional enteral atendi-
dos no Serviço de Atenção Domiciliar da região Noroeste de Campinas/SP
Autores: Moraes, PC; Oliveira, MAS.
Instituição: Hospital e Maternidade Celso Pierro/PUC-Campinas
Introdução: A assistência nutricional domiciliar tem como objetivo recuperar ou manter a saúde dos
pacientes atendidos. Nesse contexto, a avaliação nutricional é de extrema importância em pacientes em uso
de nutrição enteral e que estão em atendimento domiciliar, por detectar precocemente risco de desnutrição ou
até mesmo a sua presença para que seja traçado um plano nutricional adequado. Objetivo: Conhecer o perfil
nutricional dos pacientes adultos e idosos em terapia nutricional enteral atendidos no Serviço de Atenção Do-
miciliar (SAD) da região Noroeste de Campinas, no Estado de São Paulo. Método: Os pacientes atendidos pelo
SAD no mês de julho de 2014 foram avaliados por meio de aferição de peso e altura (n=11) e, quando não
havia possibilidade de pesagem (n=15), por meio de aferição da circunferência do braço (CB), prega cutânea
do tríceps (PCT), circunferência muscular do braço (CMB) e circunferência da panturrilha (CP), sendo este
último utilizado apenas em idosos. Resultados: Participaram do estudo 26 pacientes, sendo 14 (53,8%) do sexo
feminino e 12 (46,2%) do sexo masculino. O índice de massa corpórea (IMC) dos pacientes revelou que nove
(81,81%) encontravam-se com baixo peso, e dois (18,19%), com sobrepeso. De acordo com a PCT em relação
à massa gorda, oito (53,4%) apresentavam-se com depleção; cinco (33,3%), com manutenção; dois (13,3%),
com excesso. Em relação à CMB referente à massa magra, dez (66,7%) apresentavam-se com depleção, e cinco
(33,3%), com eutrofia. Já em relação à CP, nove (100%) apresentavam-se desnutridos. Conclusão: Diante dos
resultados, podemos concluir que a maioria dos pacientes avaliados tanto pelo IMC quanto pelas medidas an-
tropométricas apresenta desnutrição.
Palavras-chave: Avaliação Nutricional; Nutrição Enteral; Assistência Domiciliar.
E-mail: marli_nutri@yahoo.com.br
Introdução: Atualmente, o município de Taboão da Serra, no Estado de São Paulo, possui 440 pacientes
cadastrados no programa de atendimento domiciliar, por isso as Secretarias de Saúde, de Esportes e de As-
sistência Social elaboraram um curso de cuidadores informais, articulando ações e serviços já existentes nos
territórios em busca da integração efetiva da rede. A finalidade desse curso é: capacitar cuidadores informais de
pessoas com limitações nas atividades de vida diária, além de propiciar um espaço de encontro e esclarecimento
de dúvidas. O curso foi elaborado em cinco módulos, com a participação de 16 profissionais de diversas catego-
rias técnicas da rede, nos seguintes módulos: 1º: Senescência e Senilidade, Psicologia e Serviço Social; 2º: Enfer-
magem; 3º: Fisioterapia, Fonoaudiologia e Terapia Ocupacional; 4º: Nutrição, Assistência Social, Farmacêutica,
Odontologia e Educador Físico; 5º: “Cine reflexão”. Ao final de cada módulo, é aplicado um questionário de
avaliação para o aprimoramento do curso. Metodologia: A metodologia utilizada foi a da problematização, ba-
seada na pedagogia de Paulo Freire, aproximando a teoria da prática e respeitando a construção do saber. As
estratégias educacionais aplicadas foram por meio de oficinas de sensibilização, cine reflexão, dinâmicas e rodas
de conversa sobre o do papel do cuidador. Conclusão: Até o momento, 330 alunos participaram do curso de
cuidadores informais, com relatos significativos de melhoria na qualidade de vida, segurança na rotina e troca
de experiências com pessoas que vivem na mesma situação. Após o término do curso, ofertamos a participação
semanal de grupo psicoterapêutico, orientações e suporte emocional aos cuidadores.
Introdução: O Programa de Assistência Domiciliar (PAD) de Taboão da Serra, no Estado de São Paulo,
nos últimos dois anos, tornou-se referência e alternativa no pós-alta hospitalar do município. No ano de 2013,
eram atendidos em média 200 usuários; no ano de 2014, passou para média de 400 usuários. O crescimento e
o maior alcance do serviço se destacam não somente pelo aumento do atendimento, mas também de profissio-
nais que passaram a compor a equipe multidisciplinar, hoje formada por médicos, fisioterapeutas, enfermeiras,
dentista, psicóloga, assistente social, engenheiro administrativo, motoristas e estagiária. Dentre estes, o serviço
social destaca sua experiência no Programa. Objetivo: Mostrar a contribuição do serviço social dentro do Pro-
grama. Método: Intervenções sempre orientadas, norteadas pelo código ética profissional, visando à garantia e
à efetivação dos direitos. Por meio de escuta, orientação permanente, acolhimento, mediação, encaminhamen-
tos que facilitem e possibilitem o acesso a serviços e/ou benefícios e indicadores. Resultado: A intervenção
do serviço social dentro do PAD tem: possibilitado um conhecimento maior dos usuários em seu contexto
socioeconômico e sociofamiliar; permitido maior acesso aos direitos e aos benefícios oferecidos pelo municí-
pio; contribuído com a construção de indicadores sociais para melhor planejamento; facilitado as relações dos
envolvidos famílias/paciente/equipe multidisciplinar/órgãos institucionais. Conclusão: O serviço social vem
conquistando seu espaço, buscando estimular maior trabalho em equipe e demonstrando ainda que o trabalho
multidisciplinar e interdisciplinar enriquece de forma positiva o processo de cuidar.
Palavras-chave: Serviço Social; Atuação; Equipe Multidisciplinar.
E-mail: juliana.oliveiravr@gmail.com
Revista Brasileira de Atenção Domiciliar
Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
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Ano I - Número I - jan./jun. 2015
Prever
Autores: Yago, AFM; Barbosa, AFS; Dias, SB; Manrique, IMS; Zaicaner, R.
Instituição: Programa de Assistência Domiciliar (PAD) de Taboão da Serra/SP
Introdução: Diante do crescimento de casos de acidentes vasculares encefálicos nos prontos-socorros de
Taboão da Serra, no Estado de São Paulo, o Programa de Assistência Domiciliar (PAD) desse município acabou
por criar o Projeto Prever, formado pelo Plano Terapêutico, com médico, enfermeiro, fisioterapeuta e assistente
social, com intuito de realizar precocemente a intervenção da assistência domiciliar em cada caso e, na fase agu-
da de sua patologia, elencar as necessidades imediatas e outras subsequentes, no intuito de prevenir e/ou tratar
possíveis sequelas que venham a ocorrer. Objetivo: Realizar antecipadamente intervenção de equipe do Plano
Terapêutico a fim de verificar as condições clínicas recentes no leito dos prontos-socorros e as necessidades
vigentes para o período pós-internação, além de programar seu retorno a casa, respaldando a família para com
os cuidados necessários. Metodologia: Atualização de informações do fluxo constante de entrada e saída (alta)
de pacientes nos prontos-socorros com perfil para o PAD; fornecer, coordenar e manter informações atuali-
zadas de materiais fornecidos aos pacientes, como torpedos e concentradores de O2, fraldas, dietas, materiais
hospitalares, camas hospitalares e órteses; manter contato direto com redes sociais e de serviço dentro e fora
do município (Centro de Referência Especializado de Assistência Social, Centro de Referência de Assistência
Social, Farmácia de Alto Custo, serviço de reabilitação etc.), fornecendo auxílio socioassistencial; reuniões ins-
titucionais de parcerias. Resultado: Conseguimos, por meio desse sistema, realizar de forma eficiente a captação
dos casos, melhorando a precocidade no atendimento e, consequentemente, minimizando os agravos da sua
saúde. Conclusão: O conhecimento e o reconhecimento do serviço do PAD dentro do município têm se am-
pliado, permitindo maior atuação com mais qualidade aos pacientes.
Palavras-chave: Precocidade na Captação de Pacientes.
E-mail: andreaframy@gmail.com
Assistência domiciliar à criança com câncer em cuidados paliativos e à sua família: re-
lato assistencial da equipe multiprofissional
Autores: Souza, LJO; Silva, FP; Carmo, SA; Sevilha, M.
Instituição: Instituto Nacional de Câncer (INCA) José Alencar Gomes da Silva
Muitas crianças são diagnosticadas com câncer avançado, trazendo como consequência a impossibilidade
de cura e a longa permanência hospitalar. A esperança da família pela cura e as tentativas incansáveis da equi-
pe médica pediátrica prorrogam mais o cuidado paliativo, pois a morte de uma criança é considerada um dos
eventos mais estressantes. Em 2010, iniciou-se o serviço de assistência domiciliar para atender a crianças com
câncer em cuidados paliativos e à sua família no Instituto Nacional de Câncer (INCA) José Alencar Gomes
da Silva, situado no Rio de Janeiro. O atendimento é feito por uma equipe multidisciplinar especializada em
cuidados paliativos e em pediatria. As consultas de primeira vez são do serviço social; as semanais, de enferma-
gem; as quinzenais, médicas e de fisioterapia, conforme a necessidade. Além da consulta domiciliar, as famílias
contam com atendimento telefônico para dúvidas e emergências 24 horas. Contamos com carro e motorista,
farmácia para disponibilizar medicamentos e materiais de enfermagem, voluntariado para liberação de cesta
básica conforme avaliação da assistente social e a base administrativa para marcar, avisar consultas e guardar
materiais fisioterápicos. Implantamos o serviço visando proporcionar qualidade de vida, controlar os sintomas
com terapêutica não farmacológica, dar rede de apoio, estimular as atividades lúdicas, interagir com os irmãos,
amigos e escola, ensinar as mães quanto ao cuidado em domicílio e à reabilitação, cuidar da família, orientando
o fim da vida, morte e luto.
Palavras-chave: Assistência Domiciliar; Pediatria; Cuidados Paliativos.
E-mail: drinhaalves@yahoo.com.br
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Congresso Brasileiro Interdisciplinar de Assistência Domiciliar
Ano I - Número I - jan./jun. 2015
SISTEMA PARA ATENÇÃO DOMICILIAR
NA REDE PÚBLICA DE SAÚDE
√ SOLICITAÇÃO
Agenda das equipes
DE ATENDIMENTO Produtividade
Avaliação clínica
√ CONTROLE
Elegibilidade com score
DE ESTOQUES E FARMÁCIA
Almoxarifados e kits
√ PTS - PROJETO TERAPÊUTICO SINGULAR
Procedimentos das equipes Multidisciplinar
Rastreabilidade total
Código de barras e QR code
Necessidade de Materiais, Medicamentos,
√ CONTROLE DE FROTA
Prescrição Médica e Enfermagem
Evolução Multidisciplinar
Cuidador; habilidades e benefícios Agenda, manutenção, consumo
Acesso a exames Laboratoriais
√ CONTROLE DE POP
√ GENOGRAMA E ECOMAPA Procedimentos Operacionais Padrão