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CONCRETO ARMADO II - CAPÍTULO 11

Departamento de Engenharia de Estruturas – EE-UFMG

Março 2018

LAJES COGUMELO
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11.1 – Definição e fundamentos

Coforme o item 14.7.8 da NBR 6118:

“Lajes-cogumelo são lajes apoiadas diretamente em pilares com capitéis,


enquanto lajes lisas são apoiadas nos pilares sem capitéis”.

Embora essa seja a definição da norma, normalmente tanto uma quanto outra
são denominadas genericamente por lajes cogumelo, com ou sem capitel.

Conforme definido acima, quando as lajes apoiam diretamente sobre os pilares,


dispensando-se as vigas, são denominadas lajes lisas. Nessas lajes as cargas dos pa-
vimentos são transmitidas diretamente aos pilares, e depois até a fundação. Como con-
sequência, há uma reação concentrada em uma área reduzida de contato pilar-laje,
que pode resultar em um tipo de ruptura, a punção, produzida pelas altas tensões de
cisalhamento na ligação da laje com o pilar. Essa ruptura é frágil e repentina e mesmo
quando ocorre de forma localizada, pode provocar uma reação em cadeia, fenômeno
denominado colapso progressivo, capaz de produzir a ruptura parcial ou total da estru-
tura.

Para amenizar os efeitos da punção costuma-se aumentar a seção dos pilares


próxima da laje, formando o capitel (ver figura 11.1 c) ou aumentando-se a espessura
da laje na região dos apoios, formando o que se denomina pastilha, ábaco ou “drop
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panel” (ver figura 11.1 d). Normalmente tanto um quanto o outro são simplesmente co-
nhecidos como capitel. Essas soluções dificultam e oneram a execução da laje, que
não mais mantém o seu teto liso. Conforme se verá mais adiante é possível, em muitos
casos, substituir os capitéis e prevenir o colapso progressivo com o cálculo e detalha-
mento adequado de armaduras projetadas para a laje, adicionais às de flexão.

a)laje com vigas b)laje lisa c)laje cogumelo - capitel

d)laje cogumelo - “drop panel” e)laje lisa nervurada

Figura 11.1 - Tipos de lajes (fonte: www.cielo.br)

Conforme mostrado na figura acima essas lajes podem ser maciças ou nervura-
das com ou sem elementos inertes, em concreto armado ou protendido. As nervuradas
normalmente apresentam regiões maciças nos apoios, para atender aos esforços loca-
lizados devidos a punção.

11.2 – Vantagens e desvantagens das lajes cogumelo

Os últimos anos experimentou um aumento na utilização de estruturas de con-


creto armado com lajes cogumelo e mais recentemente em concreto protendido. Os
avanços tecnológicos, nas áreas de computação e de métodos numéricos, propiciam

11.2
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soluções estruturais cada vez mais complexas para atender a uma demanda cres-
cente por projetos arquitetônicos mais arrojadas, aliando estética e aproveitamento
máximo dos espaços construídos. Nesse contexto sobressaem as lajes cogumelos
que dentre as suas possíveis vantagens, pode-se citar:

 Simplicidade nas formas.


Como não possui vigas as formas são executadas com poucos recortes. Isso
agiliza o processo construtivo economizando tempo e custos, devido ao maior
reaproveitamento das formas.

 Facilidades na concretagem e na montagem das armaduras.


O lançamento, adensamento e desforma do concreto são mais simples, possi-
bilitando concretos com menor relação água/cimento e estruturas com acaba-
mento final muito bom. As armaduras de flexão são retas e de fácil montagem,
o que favorece a substituição por telas soldadas.

 Redução na altura total do edifício.


O teto liso propicia uma redução natural no pé-direito do pavimento, ocasio-
nando uma redução na altura final do prédio. Caso a altura do prédio seja man-
tida e dependendo do número de pavimentos, essa redução por pavimento,
pode gerar a construção de um ou mais pavimentos.

 Projetos arquitetônicos mais flexíveis.


O teto liso permite que as paredes divisórias não fiquem restritas ao posiciona-
mento abaixo da projeção das vigas, possibilitando mais flexibilidade ao projeto
arquitetônico.

 Facilidade na instalação de equipamentos dos projetos complementares.


A inexistência de vigas facilita a instalação de dutos de ar condicionado e ban-
dejas para os cabeamentos elétrico, telefônico e outros.

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Embora as vantagens acima sejam suficientes para adoção dessa solução es-
trutural, é necessário tomar alguns cuidados na definição final do sistema a ser ado-
tado. Os cuidados estão relacionados às duas grandes desvantagens observadas em
edifícios construídos com lajes cogumelo:

 Sistema estrutural mais flexível que o convencional de lajes com vigas.


Isso acarreta flechas maiores, quando comparada às obtidas no sistema con-
vencional, para o mesmo vão. Combate-se essa tendência aumentando-se a
espessura da laje ou usando-se a protensão. As alvenarias, quando existem,
podem “descolar” do teto e apresentar fissuras nessa ligação.

 Diminuição da estabilidade global da estrutura.


O conjunto lajes-vigas-pilares forma um pórtico espacial que confere maior ri-
gidez global (vertical e horizontal) ao edifício. As lajes lisas têm menor rigidez
à flexão que o sistema convencional, não materializando perfeitamente o pór-
tico espacial, diminuindo assim a rigidez horizontal do prédio. Pode ser neces-
sário contraventar as lajes a núcleos rígidos (caixa de elevador/escada) ou a
pilares parede.

11.3 – Análise estrutural

Conforme o item 14.7.8 da NBR 6118:

“A análise estrutural de lajes lisas e cogumelo deve ser realizada mediante em-
prego de procedimento numérico adequado, por exemplo, diferenças finitas,
elementos finitos ou elementos de contorno.”

“Nos casos das lajes em concreto armado, em que os pilares estiverem dispos-
tos em filas ortogonais, de maneira regular e com vãos pouco diferentes, o cál-
culo dos esforços pode ser realizado pelo processo elástico aproximado, com
redistribuição, que consiste em adotar, em cada direção, pórticos múltiplos,
para obtenção dos esforços solicitantes.”

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“Para cada pórtico deve ser considerada a carga total. A distribuição dos mo-
mentos, obtida em cada direção, segundo as faixas indicadas na Figura 11.2
(abaixo), deve ser feita da seguinte maneira:

a) 45 % dos momentos positivos para as duas faixas internas;


(22,5% para cada faixa interna – mais central – ver figura 11.2)
b) 27,5 % dos momentos positivos para cada uma das faixas externas;
c) 25 % dos momentos negativos para as duas faixas internas;
(12,5% para cada faixa interna – mais central – ver figura 11.2)
d) 37,5 % dos momentos negativos para cada uma das faixas externas.”

Figura 11.2 - Faixas de laje para distribuição dos esforços nos pórticos múlti-
plos (adaptado da figura 14.9 da NBR 6118)

11.5
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“Devem ser cuidadosamente estudadas as ligações das lajes com os pilares,


com especial atenção aos casos em que não haja simetria de forma ou de carre-
gamento da laje em relação ao apoio.”

“Obrigatoriamente, devem ser considerados os momentos de ligação entre laje


e pilares extremos.”

Conforme recomendado acima pela NBR 6118, quando os pilares estiverem


dispostos regularmente em filas ortogonais com vãos de comprimentos parecidos nas
duas direções, os esforços podem ser calculados, de forma aproximada, analisando-
se pórticos isolados nas duas direções, com a carga total da laje atuando em cada
pórtico. Naturalmente essa consideração de carga total nas duas direções não se
aplica ao cálculo das reações de apoio. Considera-se ainda válido esse procedimento
quando a relação dos vãos (x / y ) = (b / a) se situar no intervalo entre 0,75 e 1,33 e
o desvio máximo do eixo do pilar em relação à fila, não ultrapassar 10% do vão entre
apoios, em cada direção.

11.4 – Dimensões mínimas

De acordo o item 13.2.4.1 da NBR 6118, que trata das dimensões limites para
lajes maciças, a espessura mínima para lajes lisas é de 16 cm e para lajes cogumelo
é de 14 cm, fora do capitel.

Na versão da NBR 6118 de 1980, existia uma recomendação específica para


dimensões mínimas dos pilares que suportam lajes cogumelo:
 30 cm;
 (1 / 20) da distância entre eixos dos pilares em cada direção;
 (1 / 15) da altura livre do pilar.

Embora não persista essa recomendação na versão atual da NBR 6118, esses
valores mínimos para os pilares continuam sendo praticados de maneira comum. Da
mesma forma, conforme visto no capítulo 10, existe uma recomendação prática para

11.6
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definição preliminar da espessura h de lajes lisa ou cogumelo, em função do seu

menor vão .

 lajes maciças em concreto armado (/40) ≤ h ≤ (/36)

 lajes nervuradas em concreto armado h ≥ (/30)

 lajes de piso em concreto protendido h ≥ (/42)

 lajes de forro em concreto protendido h ≥ (/48)

11.5 – Exemplos

11.5.1 – Exemplo 1 (Laje calculada como pórticos múltiplos)

Calcular e detalhar a laje cogumelo da figura 11.3, usando-se concreto fck = 30


MPa e aço CA 50. A laje destina-se a um piso residencial de um edifício de andares
múltiplos com desnível entre pavimentos de 3,05 m. Considerar alvenaria de vedação,
alv = 13 kN/m3, com 25 cm de espessura em todo o contorno da laje além de uma
carga uniformemente distribuída na laje (galv = 1 kN/m2) correspondente ao peso “dis-
tribuído” de paredes internas.

 Dimensões

 Espessura da laje

Trata-se de uma laje cogumelo maciça em concreto armado, com vãos iguais
a 6 m nas duas direções, portanto a espessura da laje pode ser:

(/40) = (600/40) = 15,0 cm ≤ h ≤ (/36) = (600/36) = 16,7 cm Adotar h = 16 cm

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Figura 11.3 - Laje do exemplo1

 Dimensões dos pilares

Nas duas direções os vãos são iguais a 6m, a altura livre do pilar vale (305 -
16) = 289 cm, portanto os pilares podem ser quadrados com a seguinte dimensão
mínima:
30 cm
b=h≥ 600 / 20 = 30 cm Adotar seção (30 / 30) cm2
289 / 15 = 19,3 cm

 Carregamentos

Peso próprio 1x1x0,16x25 = 4,00 kN/m2


Revestimento = 0,80 kN/m2
Alvenaria distribuída na laje = 1,00 kN/m2

11.8
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Carga permanente g = 5,80 kN/m2


Sobrecarga q = 1,50 kN/m2

Carga total p = g + q = 7,30 kN/m2

Carga de alvenaria no contorno da laje


P = 1,00x0,25x2,89x13 = 9,39 kN/m

 Cálculo dos esforços

 Momentos fletores

O cálculo simplificado dos momentos fletores dessa laje é feito com pórticos
nas direções X e Y, considerando-se apenas os lances dos pilares imediatamente
acima e abaixo do pavimento analisado. São três pórticos na direção X e quatro na
direção Y. Na direção X os pórticos dos eixos A e C tem largura de (1 + 6/2) = 4 m e
do eixo B, (6/2 + 6/2) = 6 m. Analogamente na direção Y os pórticos 1 e 4 tem largura
de 4 m e os dos eixos 2 e 3, largura de 6 m. Esses pórticos com os seus carregamen-
tos estão apresentados na figura 11.4.

As cargas dos pórticos nessa figura são consideradas para faixas de laje com
um metro de largura, nas direções X e Y. As vigas que formam os pórticos centrais,
como dos eixos B na direção X e 2,3 em Y, têm largura equivalente correspondente à
soma das metades das distâncias entre os eixos dos pilares em cada direção. Para
os pórticos laterais, eixos A,C em X e eixos 1,4 em Y, a largura equivalente é obtida
com a soma da metade da distância entre os eixos dos pilares e da distância dispo-
nível até o contorno da laje em cada direção. A altura das vigas é a mesma, 16 cm,
nas duas direções. Dessa forma as larguras das vigas são:

bX,B = (6/2 + 6/2) = 6 m bX,A,C = (6/2 + 1) = 4 m

bY,2,3 = (6/2 + 6/2) = 6 m bY,1,4 = (6/2 + 1) = 4 m

11.9
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Portanto os momentos de inércia das vigas que formam os pórticos são obtidos da
seguinte forma:

Direção X Eixos A e C Inércia - 4x0,163/12 = 1,365x10-3 m4


Eixo B Inércia - 6x0,163/12 = 2,048x10-3 m4

Direção Y Eixos 1 e 4 Inércia - 4x0,163/12 = 1,365x10-3 m4


Eixos 2 e 3 Inércia - 6x0,163/12 = 2,048x10-3 m4

Para os pilares a inércia é a mesma nas duas direções:


Inércia - 0,3x0,33/12 = 6,750x10-4 m4

Figura 11.4 - Pórticos múltiplos para o exemplo1

11.10
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Para os dois pórticos acima, com mesmo carregamento e com duas inércias
diferentes cada um, os diagramas de momentos fletores das suas vigas estão apre-
sentados na figura 11.5. Devido a simetria, apenas a primeira metade dos diagramas
foi desenhada.

Figura 11.5 - Diagramas de momentos fletores para as vigas dos pórticos

Observando os diagramas da figura 11.5 percebe-se que os valores dos mo-


mentos negativos das vigas sobre os apoios centrais são praticamente os mesmos,
indicando que os pilares absorvem uma parcela pequena desses valores. Isso se deve
aos vãos iguais e ao alinhamento dos pilares nas duas direções, associado às peque-
nas inércias dos pilares comparadas com as das vigas (faixas da laje).

11.11
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 Reações de apoio

O processo aproximado dos pórticos múltiplos usado para determinação dos


momentos fletores, não deve ser aplicado ao cálculo das reações de apoio, que nesse
caso serão obtidas por áreas de influência.

Pilares P1, P4, P9 e P12 R = (4x4)x7,3 + 2x4x9,39 = 191,92 kN


Pilares P2, P3, P5, P8, P10 e P11 R = (6x4)x7,3 + 6x9,39 = 231,54 kN
Pilares P6 e P7 R = (6x6)x7,3 = 262,80 kN

As flechas devem ser avaliadas de forma mais confiável por métodos numéri-
cos, como o Método das Diferenças Finitas (MDF), o Método dos Elementos Finitos
(MEF) ou o Método dos Elementos de Contorno (MEC).

 Dimensionamento à flexão

Com objetivo de uniformizar o detalhamento das armaduras, o dimensiona-


mento será feito apenas para o máximo momento entre os dois diagramas obtidos
para cada direção, conforme mostrado na figura 11.5. Essa simplificação pode ser
adotada nesse caso, devido à pequena diferença entre os valores dos momentos en-
contrados em cada eixo, para a mesma direção. Os valores máximos dos momentos
em cada situação, negativo ou positivo, estão destacados (número maior) na figura
11.5.

A altura útil em cada direção é função da sequência do dimensionamento, ou


seja, dx será menor que dy se a armadura para o momento na direção “X” for calculada
após já ter sido calculada para a direção “Y” (dx = dy – y/2 – x/2). Dessa forma,
haverá em um mesmo ponto, valores distintos da altura útil em cada direção de atua-
ção dos momentos. Em geral os momentos negativos são maiores que os positivos,
exigindo bitolas maiores. Isso implica alturas úteis menores que as observadas para
os segundos. No intuito de uniformizar o dimensionamento à flexão pode-se usar um

11.12
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valor médio único para todos os momentos. Considerando cobrimento c = 2,00 cm e


bitolas  = 12,5 mm nas duas direções, o valor dessa altura média fica:

dx = 16,00 - 2,00 - 1,25/2 = 13,375 cm dy = 13,375 – 2x1,25/2 = 12,125 cm


dmédio = (dx + dy) / 2 = 16,00 - 2,00 - 1,25 = 12,75 cm

Os valores dos momentos da figura 11.5 foram obtidos para 1 m de largura da


laje. Como as vigas dos pórticos centrais nas duas direções têm 6m de largura, as
faixas de distribuição dos momentos terão larguras iguais de (6 / 4) = 1,5 m. O per-
centual para cada faixa depende se a mesma é externa ou interna e se o momento é
positivo ou negativo. As faixas de 1,5 m de largura serão dimensionadas para os mo-
mentos da figura 11.5 (obtidos para 1m) multiplicados por 6 (largura da viga) e pelos
percentuais definidos para cada caso.

Direção X - Faixas externas (37,5% para Mnegativo - 27,5% para Mpositivo)


(Seção 150x16, d = 12,75 cm, fck = 30 MPa, Aço CA 50)

Tabela 11.1 - Armação das faixas externas


Momento na faixa - (kNcm) As (total) As (metro) Bitola
Mf = M(1m) x 6 x (%faixa) (cm2/1,5 m) (cm2 / m) ( c/)
1766x6x(0,375) = 3974
10,76 7,17 10 c/ 10 cm
(Mneg sobre o primeiro apoio)
2336x6x(0,375) = 5256
14,60 9,74 12,5 c/ 12,5 cm
(Mneg sobre o segundo apoio)
1286x6x(0,275 ) = 2122
5,55 3,70 8 c/ 13 cm
(Mpos no primeiro vão)
1047x6x(0,275) = 1728
4,49 2,99 8 c/ 16 cm
(Mpos no segundo vão)

A taxa de armadura mínima para (d/h) = (12,75 / 16) ≈ 0,8 e fck = 30 MPa é dada
na tabela 2.7, ρmin = 0,15%, portanto As,min = 0,15%x100x16 = 2,4 cm2/m.

11.13
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Direção X - Faixas internas (12,5% para Mnegativo - 22,5% para Mpositivo)


(Seção 150x16, d = 12,75 cm, fck = 30 MPa, Aço CA 50)

Tabela 11.2 - Armação das faixas internas


Momento na faixa - (kNcm) As (total) As (metro) Bitola
Mf = M(1m) x 6 x (%faixa) (cm2/1,5 m) (cm2 / m)  c/
1766x6x(0,125) = 1325
3,42 2,40* 8 c/ 20 cm
(Mneg sobre o primeiro apoio)
2336x6x(0,125) = 1752
4,55 3,04 8 c/ 16 cm
(Mneg sobre o segundo apoio)
1286x6x(0,225) = 1736
4,51 3,01 8 c/ 16 cm
(Mpos no primeiro vão)
1047x6x(0,225) = 1413
3,65 2,43 8 c/ 20 cm
(Mpos no segundo vão)

Direção Y - Faixas externas (37,5% para Mnegativo - 27,5% para Mpositivo)


(Seção 150x16, d = 12,75 cm, fck = 30 MPa, Aço CA 50)

Tabela 11.3 - Armação das faixas externas


Momento na faixa - (kNcm) As (total) As (metro) Bitola
Mf = M(1m) x 6 x (%faixa) (cm2/1,5 m) (cm2 / m)  c/
1747x6x(0,375) = 3931
10,63 7,09 10 c/ 11 cm
(Mneg sobre o primeiro apoio)
2456x6x(0,375) = 5226
15,44 10,30 12,5 c/ 11 cm
(Mneg sobre o segundo apoio)
1128x6x(0,275) = 1862
4,85 3,23 8 c/ 15 cm
(Mpos no primeiro vão)

11.14
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Direção Y - Faixas internas (12,5% para Mnegativo - 22,5% para Mpositivo)


(Seção 150x16, d = 12,75 cm, fck = 30 MPa, Aço CA 50)
Tabela 11.4 - Armação das faixas internas
Momento na faixa - (kNcm) As (total) As (metro) Bitola
Mf = M(1m) x 6 x (%faixa) (cm2/1,5 m) (cm2 / m)  c/
1747x6x(0,125) = 1310
3,38 2,40* 8 c/ 20 cm
(Mneg sobre o primeiro apoio)
2456x6x(0,125) = 1842
4,80 3,20 8 c/ 15 cm
(Mneg sobre o segundo apoio)
1128x6x(0,225) = 1523
3,94 2,63 8 c/ 19 cm
(Mpos no primeiro vão)

Obs.: Os momentos máximos negativos, tanto na direção X quanto na Y, ocorrem


nos centros dos pilares P6 e P7 (simétrico), com Mx = 2336 kNcm e My = 2456 kNcm.
As armaduras para esses dois momentos, calculadas acima com dmédio = 12,75 cm,
foram respectivamente 9,74 cm2/m (12,5 c/ 12,5) e 10,30 cm2/m (12,5 c/ 11).
Usando-se a mesma bitola, 12,5 mm, e começando o dimensionamento na direção
do maior momento (My), a altura útil nessa direção deve ser: dy = 16 - 2 - 1,25 / 2 =
13,375 cm. Consequentemente na direção X a altura útil deve ser: d x = 16 - 2 - 1,25 -
1,25 / 2 = 12,125 cm. Para esses dois valores diferentes do dmédio, as novas armaduras
calculadas serão:

MX = 2336 kNcm dx = 12,125 cm As = 10,36 cm2/m 12,5 c/ 11 cm


dmed = 12,75 cm As = 9,74 cm2/m 12,5 c/ 12,5 cm
MX = 2456 kNcm dy = 13,375 cm As = 9,71 cm2/m 12,5 c/ 12,5 cm
dmed = 12,75 cm As = 10,30 cm2/m 12,5 c/ 11 cm

 Detalhamento das armaduras

O detalhamento das armaduras da laje foi desmembrado em duas partes, a


primeira com as armaduras positivas e a segunda com as armaduras negativas, res-
pectivamente figuras 11.6 e 11.7.

11.15
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Figura 11.6 - Armadura positiva

Figura 11.7 - Armadura negativa

11.16
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Tabela 11.5 - Lista de ferros e resumo

LISTA DE FERROS
COMPRIMENTO
N  QUANTIDADE RESUMO
(cm)
COMPRIMENTO PESO
1 8 452 715 
(cm) (kg)
2 8 83 630 8 4541 1793
3 10 104 275
10 424 262
4 12,5 232 325
12,5 754 727
5 8 60 275
TOTAL (kg) 2782
6 8 76 325
7 10 2 CORR
8 8 340 110

Obs.: O consumo de aço por m3 de concreto nesse exemplo vale:

Caço/m3 = 2782 / (20x14x0,16) = 62 kg/m3

11.5.2 – Exemplo 2 (Mesmo exemplo 1, calculado com o programa PLENOR)

A mesma laje do exemplo 1 será calculada com o programa PLENOR, desen-


volvido no DEEs (Departamento de Engenharia de Estruturas da EE-UFMG), utili-
zando o MEF (Método dos Elementos Finitos). Função da dupla simetria, será anali-
sada apenas a quarta parte da laje, com 315 nós e 280 elementos quadrados de placa.
Os apoios pontuais (pilares) correspondem aos nós 45 (P9), 57 (P10), 297 (P5) e 309
(P6), conforme figura 11.8.

Os deslocamentos foram calculados para o módulo de elasticidade secante Ecs


= 0,85x5600x(30)1/2 = 26072 Mpa = 2607 kN/cm2, coeficiente de Poisson ν = 0,2 e
cargas nominais, apresentando flecha máxima positiva (para baixo) ymax,pos = 1,01 cm
no nó 155 e flecha máxima negativa no nó 1, ymax,neg = - 0,49 cm. Esses resultados
estão apresentados nas figuras 11.9 a 11.13.

11.17
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Figura 11.8 - Discretização da placa (PLENOR)

Figura 11.9 - Placas deformada e indeformada superpostas (fator de ampliação


100X)

11.18
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Figura 11.10 - Deslocamento máximo positivo, direção X

Figura 11.11 - Deslocamento máximo positivo, direção Y

11.19
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Figura 11.12 - Deslocamento máximo negativo - Borda inferior - Direção X

Figura 11.13 - Deslocamento máximo negativo - Borda esquerda - Direção Y

11.20
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Figura 11.14 - Curvas de iso-momentos Mx e My

11.21
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Figura 11.15 - Níveis de solicitação para momentos Mx e My

11.22
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Nota-se que a placa se levanta nos cantos em balanço e tem flechas acentua-
das nas suas laterais conforme figuras 11.9, 11.12 e 11.13. As flechas imediatas (car-
gas nominais) nas laterais inferior e esquerda, atingem seus valores máximos positi-
vos, respectivamente nos nós 9 (0,73 cm) e 169 (0,59 cm). A flecha final levará em
conta cargas de serviço, seção fissurada e deformação lenta ampliando seus valores
imediatos a patamares que podem superar as flechas limites do ELS-DEF (verificado
mais adiante).

Essas flechas acontecem nas laterais visíveis da laje podendo gerar certo des-
conforto estético da obra. As mesmas poderiam ser aliviadas com vigas de borda,
resultando um misto de laje lisa e laje com vigas.

As reações encontradas estão listadas abaixo:

Rnó,45 = RP9 = 165,7 kN Rnó,57 = RP10 = 231,0 kN

Rnó,297 = RP5 = 248,1 kN Rnó,309 = RP6 = 303,7 kN

Comparando com os valores encontrados anteriormente, por área de influên-


cia, obtém-se:

RP9,Plenor = 165,7 kN < RP9,área = 191,9 kN (13,7%)

RP10,Plenor = 231,0 kN < RP10,área = 231,5 kN (0,2%)

RP5,Plenor = 248,1 kN > RP5,área = 231,5 kN (6,7%)

RP6,Plenor = 303,7 kN > RP6,área = 268,8 kN (13,5%)

A diferença máxima entre os resultados obtidos para as reações considerando-


se área de influência e os do programa PLENOR ficou abaixo dos 14%, tanto para
mais quanto para menos.

11.23
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No programa PLENOR, o momento fletor Mx é obtido pela integração das ten-


sões normais, σxx (direção X), na espessura da laje tendo, pois o sentido vetorial pa-
ralelo ao eixo Y. Dessa forma a armadura necessária para combater esse momento
terá a direção do eixo X. Analogamente para combater o momento My, a armadura
deve ser disposta na direção do eixo Y. As curvas para valores iguais de momentos
(curvas de “iso-momentos”) nas direções x, Mx, e y, My, estão indicadas na figura
11.14.

Os valores máximos absolutos dos momentos nas duas direções ocorrem no


mesmo nó 309, ou seja, no pilar P6. Embora fisicamente esse apoio se realize em
uma área de 30/30 = 900 cm2, para efeito do programa ele foi considerado como pon-
tual, assim como nos outros apoios. Isso implica em valores teóricos dos momentos,
nas duas direções, que tendem para o infinito. Já para pequenas distâncias no entorno
desses nós os valores desses esforços assumem patamares mais reais, como visto
na figura 11.14. Esse problema de singularidade pode ser amenizado com uma dis-
cretização mais refinada, com elementos menores, no entorno do apoio.

Usa-se normalmente uma visualização dos resultados, que leva em conta gru-
pos de elementos com mesmo nível de solicitação, aferidos aos centroides dos ele-
mentos e situados dentro de uma faixa de valores. É o que se indica na figura 11.15
para os dois momentos fletores. Essa forma de analisar os esforços é mais fácil e
apresenta um ganho adicional na definição dos trechos de momentos negativos e po-
sitivos, auxiliando o detalhamento das armaduras de flexão.

A partir dos limites das faixas de solicitações da figura 11.15, pode-se dimensi-
onar para os seus valores médios (faixa de 1,5 m - 3 elementos) resultando no nó 309,
momento Mx = [(4504+3316)/2 + (3316+2128)/2 + (2128+940)/2] = 2722 kNcm e My =
[(4625+3442)/2 + (3442+2258)/2 + (2258+1074)/2] = 2850 kNcm. Pode-se detalhar
também para cada faixa de 0,5 m, correspondente ao tamanho do elemento, opção
pouco recomendada por dificuldades práticas no detalhamento das armaduras e na
execução.

11.24
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Conforme visto anteriormente a flecha máxima positiva ocorre no nó 155, ymax


= 1,01 cm, interseção de 4 elementos de placa (127, 128, 147, 148) com valores dis-
tintos de momentos em X e Y. A média desses 4 valores resulta M x,155 = 1374 kNcm
e My,155 = 1222 kNcm. Esses valores, obtidos para cargas nominais, serão reduzidos
para a combinação quase permanente de serviço correspondente ao estado limite de
deformação ELS-DEF cujo carregamento é dado por:

pserv = g + (2) q = 5,80 + 0,3x1,50 = 6,25 kN/m2

Portanto a flecha imediata máxima, de serviço, será dada por:

ymax,serv = 1,01x(6,25) / (7,3) = 0,86 cm

Mx,serv,155 = 1374x(6,25) / (7,3) = 1176 kNcm

O momento de fissuração para lajes com concreto do Grupo I, fck ≤ 50 MPa, é


dado na equação (3.16a):

Mr = 0,75h2(fck)2/3 = 0,75x162x(30)2/3 = 1416 kNcm

Como Mr > Mserv Estádio I EIeq = EIc

A flecha imediata não será ampliada devido à fissuração do concreto. A flecha


total no tempo infinito, levando-se em conta a fluência do concreto e assumindo apli-
cação da carga aos 14 dias, aproximadamente 0,5 mês, fica:

ymax, = 2,46xymax,serv = 2,46x0,86 = 2,12 cm < yadm = 600/250 = 2,4 cm OK!

A flecha máxima negativa ocorre no nó 1, ymax,1 = 0,49 cm, onde os valores


médios dos momentos são: Mx,1 = 1534 kNcm e My,1 = 1666 kNcm.

y1,serv = - 0,49x(6,25) / (7,3) = - 0,42 cm

11.25
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My,serv,1 = 1666x(6,25) / (7,3) = 1426 kNcm > Mr = 1416 kNcm Estádio II

(Mr / Mserv) = (1416) / (1426) = 0,99 (Mr / Mserv)3 = 0,98

n = Es / Ecs = 21000 / 2607 = 8,06 n’ = 7,06 d = 12,75 d’ = 3,25


Ase = 7,14 cm2 ( 10 c/11) armadura de tração calculada
A’se = 3,35 cm2 ( 8 c/15) armadura de compressão existente (positiva)

A = (8,06x7,14 + 7,06x3,35) / 100 = 0,81


B = 2x(8,06x12,75x7,14 + 7,06x3,35x3,25) / 100 = 16,22
XII = - 0,81+ (0,812 + 16,22)1/2 = 3,30 cm
III = 100x3,303/3+8,06x7,14x(12,75-3,30)2+7,06x3,35x(3,30-3,25)2 = 1914 cm4
Ic = 100x163 / 12 = 34133 cm4

EIeq = 2607x [0,98x34133 + (1 - 0,98)x1914] = 2607x33489 kNcm2


Ieq = 33489 cm4

ymax,neg, = 2,46x0,42x(34133 / 33849) = 1,05 cm > yadm = 100 / 125 = 0,8 cm

Essa flecha é para cima e tem valor que excede a flecha admissível, para ba-
lanço, em pouco mais de 20%, podendo ainda ser considerada aceitável.

11.26
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11.6 – Punção em lajes cogumelo

O dimensionamento das armaduras já visto anteriormente combate a ruína cau-


sada pela flexão da laje cogumelo. Outra forma possível de ruína é devida à punção,
que quando combinada com a primeira resulta numa terceira forma, ou seja, a ruína
por flexão associada à punção.

Na flexão a forma de ruína é dúctil, porque mesmo que haja primeiro o esmaga-
mento do concreto à compressão, a armadura é, normalmente, projetada para defor-
mação maior ou igual àquela correspondente ao início do escoamento do aço. Dessa
forma a ruína é antecipada por uma grande deformação.

A punção é um tipo de ruptura provocada por elevadas tensões de cisalhamento


no entorno dos apoios, principalmente em lajes lisas e cogumelos, devido a reações
concentradas em áreas reduzidas, nos contatos laje-pilares. A predominância da força
cortante nesse caso provoca uma ruptura frágil, antes que se atinja a capacidade re-
sistente da laje à flexão. É uma ruptura brusca, sem avisos e, portanto extremamente
grave.

Na situação em que tanto a flexão quanto a punção contribuam com parcelas


significativas na ruína da ligação laje-pilar, a influência do momento fletor proporciona
uma maior capacidade de deformação, tornando a ruína mais dúctil.

A forma de ruína produzida pela punção, em lajes cogumelo simétricas, se ca-


racteriza pelo deslocamento vertical da laje ao longo de uma superfície tronco-cônica
ou tronco-piramidal, conforme ilustrado na figura 11.16.

A inclinação da superfície de ruptura, quando a laje não possui armadura de


cisalhamento, assume valores próximos a 30o em relação ao seu plano médio, con-
forme mostram os resultados experimentais e as indicações de várias normas (figura
11.16). Essa inclinação pode sofrer modificações influenciadas, por exemplo, pela co-
locação de armaduras de combate ao cisalhamento, conforme ilustrado na figura
11.17 (nessa figura não foram representadas as armaduras de flexão).

11.27
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Figura 11.16 - Superfície de ruptura da laje sem armadura de cisalhamento

Figura 11.17 - Superfícies possíveis de ruptura da laje cogumelo com armadura


de cisalhamento
11.28
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Na figura 11.17 estão mostradas as três possibilidades básicas de ruptura à


punção. A superfície de ruptura S1 ocorre entre a face do pilar e a linha mais interna
da armadura de cisalhamento.

A superfície de ruptura S2 atravessa a região com armadura de cisalhamento,


partindo da face do pilar com inclinação menor ou igual a que se obteria em uma laje
sem armadura de cisalhamento. É possível que essa superfície possa ter inclinações
maiores e também se iniciar a partir de um ponto afastado da face do pilar, ainda
atravessando a região armada ao cisalhamento.

A superfície de ruptura S3 ocorre além da última linha da armadura de cisalha-


mento.

Os três tipos de ruína (figura 11.17) deverão ser evitados e o modelo sugerido
pela NBR 6118 no item 19.5.1 contempla a verificação da resistência do concreto e o
dimensionamento da armadura de punção, quando necessária, em superfícies críticas
ou seções de controle, para os tipos de ruína supracitados.

“O modelo de cálculo corresponde à verificação do cisalhamento em duas ou


mais superfícies críticas definidas no entorno de forças concentradas.”

“Na primeira superfície crítica (contorno C), do pilar ou da carga concentrada,


deve ser verificada indiretamente a tensão de compressão diagonal do concreto,
através da tensão de cisalhamento.” (superfície crítica S1)

“Na segunda superfície crítica (contorno C’) afastada 2d do pilar ou carga con-
centrada, deve ser verificada a capacidade da ligação à punção, associada à
resistência à tração diagonal. Essa verificação também é feita através de uma
tensão de cisalhamento, no contorno C’.” (superfície crítica S2)

“Caso haja necessidade, a ligação deve ser reforçada por armadura transver-
sal.”

11.29
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“A terceira superfície crítica (contorno C’’) apenas deve ser verificada quando
for necessário colocar armadura transversal.” (superfície crítica S3)

“Pode-se adotar nesta verificação a força cortante solicitante, nos diferentes


contornos, obtida no modelo utilizado na análise estrutural.”

Primeiramente verifica-se a tensão diagonal à compressão do concreto, de


forma indireta, calculando-se a tensão de cisalhamento na superfície crítica C (super-
fície de ruptura S1 da figura 11.17), correspondente ao contorno do pilar ou da carga
concentrada. A tensão de cálculo encontrada “(Sd) - tensão de cisalhamento soli-

citante de cálculo” deve ser menor ou igual à “(Rd2) - tensão de cisalhamento re-
sistente de cálculo-limite para verificação da compressão diagonal do concreto
na ligação laje - pilar”.

Não havendo a ruptura do concreto à compressão, ou seja, Sd ≤ Rd2, verifica-


se a capacidade da ligação à punção, associada à resistência à tração diagonal, rea-
lizada em um novo contorno C’, afastado 2d do contorno do pilar C (d é altura útil
média da laje). Essa verificação também é feita comprando-se a tensão de cisalha-
mento na superfície crítica C’ (superfície de ruptura S2), (Sd), com a tensão “(Rd1) -
tensão de cisalhamento resistente de cálculo-limite, para que uma laje possa
prescindir de armadura transversal para resistir à força cortante”.

Caso Sd > Rd1, haverá necessidade de armadura de cisalhamento para refor-
çar e garantir a segurança da ligação laje-pilar. Essa armadura deverá ser distribuída
em pelo menos três contornos paralelos a C’. A uma distância 2d além do contorno
mais externo dessa armadura, deverá ser verificada uma terceira superfície crítica C’’
(superfície de ruptura S3), onde a nova tensão (Sd) deverá ser menor que “(Rd3) -
tensão de cisalhamento resistente de cálculo”. Salienta-se que a verificação na
superfície C’’ só será realizada se houver necessidade da armadura transversal para
combate ao cisalhamento.

11.30
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11.6.1 - Definição da tensão solicitante nas superfícies críticas C e C’

Conforme o item 19.5.2 da NBR 6118 a definição das tensões solicitantes de


cisalhamento que ocorrem nessas superfícies críticas ou de controle depende da lo-
calização do pilar e do tipo de carregamento atuante.

11.6.1.1 - Pilar interno, com carregamento simétrico

“No caso em que o efeito do carregamento pode ser considerado simé-


trico:”

FSd
τ Sd  Contorno C
u0 d
(11.1)
F
τ Sd  Sd Contorno C'
ud

dx  dy
d (11.2)
2

Onde:
d - é a altura útil da laje ao longo do contorno crítico C (da área de
aplicação da força) ou C' (externo ao contorno C e deste distante 2d no
plano da laje);

dx e dy - são as alturas úteis da laje nas duas direções ortogonais;

u0 e u - são os perímetros dos contornos críticos C e C’, respectiva-


mente;

(u0 d) e (u d) - são as áreas das superfícies críticas C e C’, respectiva-


mente;

FSd - é a força ou a reação concentrada de cálculo.

11.31
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“A força de punção FSd pode ser reduzida da força distribuída aplicada na face
oposta da laje, dentro do contorno considerado na verificação, C ou C’.”

Figura 11.18 - Perímetros críticos em pilares internos (Fig. 19.2 da NBR 6118)

11.6.1.2 - Pilar interno, com efeito de momento

“No caso em que, além da força vertical, existe transferência de momento da


laje para o pilar, o efeito de assimetria deve ser considerado, de acordo com a
expressão:”

FSd K M Sd
τ Sd   (11.3)
ud Wp d

Onde:
K - é o coeficiente que fornece a parcela de MSd transmitida ao pilar por
cisalhamento, que depende da relação (C1 / C2);

C1 - é a dimensão do pilar paralela à excentricidade da força;

C2 - é a dimensão do pilar perpendicular à excentricidade da força;

Wp - é o módulo de resistência plástica do perímetro crítico u.

11.32
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Para pilares retangulares internos os valores de K estão indicados na tabela


11.1, adaptada da tabela 19.2 da NBR 6118. Para pilares circulares internos, deve ser
adotado o valor K = 0,6.

Tabela 11.1 - Valores de K


(C1 / C2) 0,5 1,0 2,0 3,0
K 0,45 0,60 0,70 0,80

Figura 11.19 - Associação dos momentos aplicados com os lados C1 e C2 da


seção transversal

11.33
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Conforme a NBR 6118, Wp pode ser calculado desprezando a curvatura dos


cantos do perímetro crítico, através da expressão (ver item 11.6.4):

u
Wp   e d (11.4)
0

Onde:

d - é o comprimento infinitesimal no perímetro crítico u;

e - é a distância de d ao eixo que passa pelo centro do pilar e sobre o


qual atua o momento fletor MSd·

11.6.1.3 - Pilares de borda

 Quando não agir momento no plano paralelo à borda livre:

FSd K 1 M Sd1
τ Sd  *
 (11.5)
u d Wp1 d

Sendo:
MSd1 = (MSd - MSd*) ≥ 0 11.6)

Onde:
FSd - é a reação de apoio de cálculo;

u* - é o perímetro crítico reduzido;

MSd - é o momento de cálculo no plano perpendicular à borda livre;

Msd* - é o momento de cálculo resultante da excentricidade do perímetro


crítico reduzido u* em relação ao centro do pilar;

Wp1 - é o módulo de resistência plástica perpendicular à borda livre, cal-


culado para o perímetro u.

11.34
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O coeficiente K1 assume os valores estabelecidos para K na Tabela 11.1, com


C1 e C2 de acordo com as figuras 11.19 e 11.20.

O momento MSd* é o momento de cálculo resultante da excentricidade que


surge quando a força FSd é aplicada linearmente distribuída no perímetro reduzido u*,
em relação ao centro do pilar. O valor dessa excentricidade e* será apresentado no
item 11.6.4, para pilares de borda e canto.

MSd* = (FSd) e* (11.7)

 Quando agir momento no plano paralelo à borda livre:

FSd K 1 M Sd1 K 2 M Sd2


τ Sd    (11.8)
u* d Wp1 d Wp2 d

Onde:
MSd2 - é o momento de cálculo no plano paralelo à borda livre;
Wp2 - é o módulo de resistência plástica na direção paralela à borda livre,
calculado para o perímetro u.

O coeficiente K2 assume os valores estabelecidos para K na Tabela 11.1, subs-


tituindo-se (C1 / C2) por (C2 / 2C1), (sendo C1 e C2 estabelecidos na figura 11.20).

11.35
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Figura 11.20 - Perímetros críticos em pilares de borda (Fig. 19.3 da NBR 6118)

11.6.1.4 - Pilares de canto

Conforme o item 19.5.2.4 da NBR 6118:

“Aplica-se o disposto para o pilar de borda quando não age momento no plano
paralelo à borda.”

“Como o pilar de canto apresenta duas bordas livres, deve ser feita a verificação
separadamente para cada uma delas, considerando o momento fletor, cujo
plano é perpendicular à borda livre adotada.”

“Nesse caso, K deve ser calculado em função da proporção C1/C2, sendo C1 e


C2, respectivamente, os lados do pilar perpendicular e paralelo à borda livre ado-
tada, conforme Tabela 19.2 (ver Figura 19.4).” (tabela 11.1 e figura 11.21 dessa
apostila)

11.36
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Figura 11.21 - Perímetro crítico em pilares de canto (Fig. 19.4 da NBR 6118)

11.6.1.5 - Capitel

Conforme o item 19.5.2.5 da NBR 6118:

“Quando existir capitel, devem ser feitas duas verificações nos contornos críti-
cos C1’ e C2’ como indica a Figura 19.5.” (figura 11.22 dessa apostila)

Figura 11.22 - Definição da altura útil no caso de capitel (Fig. 19.5 da NBR 6118)

11.37
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Onde:
d - é a altura útil da laje no contorno C2’;
dc - é a altura útil da laje na face do pilar;
da - é a altura útil da laje no contorno C1’;

c - é a distância entre a borda do capitel e a face do pilar.


Quando:

c ≤ 2(dc - d)  basta verificar o contorno C2’

2(dc - d) < c ≤ 2dc  basta verificar o contorno C1’;

c > 2 dc  é necessário verificar os contornos C1’ e C2’.

11.6.1.6 - Casos especiais de definição do contorno crítico

Conforme o item 19.5.2.6 da NBR 6118:

“Se o contorno C apresentar reentrâncias, o contorno crítico C’ deve ser para-


lelo ao polígono circunscrito ao contorno C (ver Figura 19.6).” (figura 11.23a
dessa apostila)
“Se na laje existir abertura situada a menos de 8d do contorno C, não pode ser
considerado o trecho do contorno crítico C’ entre as duas retas que passam
pelo centro de gravidade da área de aplicação da força e que tangenciam o con-
torno da abertura (ver Figura 19.7). (figura 11.23b dessa apostila)

a) b)
Figura 11.23 - Perímetro crítico a) contorno com reentrância
b) com abertura (Figs. 19.6 e 19.7 da NBR 6118)
11.38
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11.6.2 - Definição da tensão resistente nas superfícies críticas C, C’e C’’

11.6.2.1 - Verificação da tensão resistente de compressão diagonal do concreto


na superfície crítica C

Conforme o item 19.5.3.1 da NBR 6118:

“Essa verificação deve ser feita no contorno C, em lajes submetidas a punção,


com ou sem armadura.”

Nesta seção deve-se ter:

FSd
τ Sd   τ Rd2  0,27 α v f cd (11.9)
u0 d
Onde u0 é o perímetro da superfície crítica C.

A tensão Rd2 (tensão de cisalhamento resistente de cálculo-limite para verifi-


cação da compressão diagonal do concreto na ligação laje - pilar) é a mesma tensão
wd2 definida na equação (5.16) para o cisalhamento em vigas, cujos valores estão
listados na tabela 5.2, e reapresentados na tabela 11.2.

Na expressão (11.9) o valor de v é o mesmo v2 da equação (5.15):

fck
αv  1 (fck em MPa) (11.10)
250

“O valor de Rd2 pode ser ampliado de 20 % por efeito de estado múltiplo de


tensões junto a um pilar interno, quando os vãos que chegam a esse pilar não
diferem mais de 50 % e não existem aberturas junto ao pilar.”

τ Rd2  1,2x0,27α v fcd  0,324α v fcd (11.11)

11.39
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TABELA 11.2 – Valores de Rd2 ( = wd2)

Grupo I – fck ≤ 50 MPa Grupo II – fck > 50 MPa

fck (MPa) Rd2 (kN/cm2) fck (MPa) Rd2 (kN/cm2)


20 0,355 (0,426) 55 0,827 (0,993)

25 0,434 (0,521) 60 0,879 (1,055)

30 0,509 (0,611) 65 0,928 (1,113)

35 0,581 (0,697) 70 0,972 (1,166)

40 0,648 (0,778) 75 1,013 (1,215)

45 0,712 (0,854) 80 1,049 (1,259)

50 0,771 (0,926) 85 1,082 (1,298)

- - 90 1,111 (1,333)

Os valores entre parênteses representam a equação (11.11)

11.6.2.2 - Tensão resistente na superfície crítica C’ em elementos estruturais


ou trechos sem armadura de punção

Conforme o item 19.5.3.2 da NBR 6118 a verificação de tensões na superfície


crítica C’, em lajes cogumelo em concreto armado sem armadura de cisalhamento,
deve ser efetuada como a seguir:

 20 
 100 ρ fck 1/3
FSd
τ Sd   τ Rd1  0,13  1   (11.12)
ud  d 

ρ  ρx ρy (11.13)

Onde:
d - é a altura útil da laje, conforme equação (11.2), ao longo do contorno
crítico C’ da área de aplicação da força, em centímetros;

11.40
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ρ - é a taxa geométrica de armadura de flexão;

ρx, ρy - são as taxas de armadura nas duas direções ortogonais assim


calculadas:
o na largura igual à dimensão ou área carregada do pilar
acrescida de 3d para cada um dos lados;
o no caso de proximidade da borda, prevalece a distância até
a borda, quando menor que 3d.

Essa verificação deve ser feita no contorno crítico C’ ou em C1’ e C2’, no caso
de existir capitel.

11.6.2.3 - Tensão resistente na superfície crítica C’ em elementos estruturais


ou trechos com armadura de punção

Conforme o item 19.5.3.3 da NBR 6118 a verificação de tensões na superfície


crítica C’, em lajes cogumelo em concreto armado com armadura de cisalhamento,
deve ser efetuada como a seguir:

 20  A swf ywd senα


 100 ρ fck 1/3  1,5 d
FSd
τ Sd   τ Rd3  0,10  1   (11.14)
ud  d  sr ud

Onde:
sr - é o espaçamento radial entre linhas de armadura de punção, não
maior do que 0,75d;

Asw - é a área da armadura de punção em um contorno completo paralelo


a C’;

 - é o ângulo de inclinação entre o eixo da armadura de punção e o


plano da laje;

11.41
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___________________________________________________________________________

u - é o perímetro crítico de u (superfície C’) ou perímetro crítico reduzido


de u* (superfície reduzida C’) no caso de pilares de borda ou canto;

fywd - é a resistência de cálculo da armadura de punção, não maior do


que 300 MPa para conectares ou 250 MPa para estribos (de aço CA-50
ou CA-60). Para lajes com espessura maior que 15 em, esses valores
podem ser aumentados conforme estabelece o item 19.4.2 da NBR
6118:

f ywd  250 MPa para h ≤ 15 cm

f ywd  435 MPa para h > 35 cm (11.15)

h  15
f ywd  250  185 MPa para 15 < h ≤ 35 cm
20

Na equação (11.14) o primeiro termo de Rd3 pode ser calculado em função

do valor de Rd1, expresso em (11.12), ficando a expressão (11.16) reescrita como:

 0,10  d A swf ywd senα


τ Sd   τ Rd3  τ Rd1   1,5 (11.16)
 0,13  sr ud

Finalmente a armadura Asw pode ser dada por:

0,10
τ Sd  τ Rd1
0,13
A sw  ud (11.17)
d
1,5 f ywd senα
sr

Para o cálculo da armadura Asw, equação (11.17), embora o produto (1,5d / sr)
seja maior ou igual a 2, será adotado o valor mínimo 2, a favor da segurança.

11.42
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___________________________________________________________________________

“Essa armadura deve ser preferencialmente constituída por três ou mais linhas
de conectares tipo pino com extremidades alargadas, dispostas radialmente a
partir do perímetro do pilar. Cada uma dessas extremidades deve estar ancorada
fora do plano da armadura de flexão correspondente.”

11.6.2.4 - Definição da superfície crítica C’’

Conforme o item 19.5.3.4 da NBR 6118 quando for necessário utilizar armadura
transversal, ou seja, Sd > Rd1 no contorno C’, essa armadura deve ser estendida em
contornos paralelos a C’ até que, em um contorno C" afastado 2d do último contorno
dessa armadura, não seja mais necessária armadura, isto é, Sd ≤ Rd1 no contorno
C’’. A disposição dessa armadura em planta está ilustrada na figura 11.24, assim
como o contorno u* da superfície crítica C’’.

Figura 11.24 - Disposição da armadura de punção em planta e contorno da su-


perfície crítica C’’ (Fig. 19.8 da NBR 6118)

O corte esquemático mostrando a disposição dessa armadura está apresen-


tado na figura 11.25.

11.43
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___________________________________________________________________________

Figura 11.25 - Disposição da armadura de punção em corte


(Fig. 19.9 da NBR 6118)

Conforme NBR 6118, quando for necessária a armadura de punção, devem


ser feitas três verificações:

 tensão resistente de compressão do concreto na superfície crítica C


(contorno da carga, cujo perímetro vale u0), conforme o item 11.6.2.1
dessa apostila (Sd = FSd / u0d ≤ Rd2);
 tensão resistente à punção na superfície crítica C’ (paralela a C e dis-
tante 2d, cujo perímetro vale u), considerando a armadura de punção,
conforme item 11.6.2.3 dessa apostila (Sd = FSd / ud > Rd1);
 tensão resistente à punção na superfície crítica C’’ (distante 2d da última
linha de conectores ou estribos, cujo perímetro vale u’) sem armadura
de punção, conforme 11.6.2.2, dessa apostila (Sd = FSd / u’d ≤ Rd1).

11.6.2.5 - Armadura de punção obrigatória

Conforme o item 19.5.3.5 da NBR 6118:

11.44
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___________________________________________________________________________

“No caso de a estabilidade global da estrutura depender da resistência da laje à


punção, deve ser prevista armadura de punção, mesmo que Sd seja menor que
Rd1· Essa armadura deve equilibrar um mínimo de 50 % de FSd·”

11.6.3 - Colapso progressivo (Conforme o item 19.5.4 da NBR 6118)

“Para garantir a dutilidade local e a consequente proteção contra o colapso pro-


gressivo, a armadura de flexão inferior que atravessa o contorno C deve estar
suficientemente ancorada além do contorno C’ ou C’’, conforme Figura 19.10
(figura 11.26 dessa apostila), e deve ser tal que:”

FSd
A s,ccp  1,5 (11.18)
f yd

Onde: As,ccp - é o somatório de todas as áreas das barras inferiores que


cruzam todas as faces do pilar;
FSd - pode ser calculado com f igual a 1,2;
fyd - é a tensão de cálculo correspondente ao escoamento da ar-
madura inferior.

Figura 11.26 - Armadura contra colapso progressivo


(Adaptada da fig. 19.10 da NBR 6118)

11.45
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___________________________________________________________________________

11.6.4 - Expressões práticas para os perímetros e os módulos de resistência


plástica das superfícies críticas

11.6.4.1 - Pilar circular (interno) de diâmetro D

Figura 11.27 - Pilar circular interno

Na figura 11.27 (p) é a distância da face do pilar até a última linha de conectores
ou ramo dos estribos da armadura de cisalhamento. Se essa armadura for composta
pelo mínimo de três linhas, espaçadas entre si de (sr = 0,75 d), p assume o mesmo
valor (2 d), da distância da face do pilar ao contorno crítico u’.

11.46
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___________________________________________________________________________

 Contorno C
u0 = p D (11.19)
Wp = D2
 Contorno C’
u = p (D + 4d) (11.20)
Wp = (D + 4d)2
 Contorno C’’
u’ = p (D + 2p + 4d) (11.21)
Wp = (D + 2p + 4d)2

11.6.4.2 - Pilar retangular

 Pilares internos

Figura 11.28 - Pilar retangular interno

11.47
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___________________________________________________________________________

 Contorno C
u0  2C1  C2 

C12
Wp1   C1 C 2 (11.22)
2

C22
Wp2   C2C1
2
 Contorno C’
u  2C1  C2   4 π d

C12
Wp1   C1C 2  4C2d  16d2  2 π d C1 (11.23)
2

C22
Wp2   C2C1  4C1d  16d2  2 π d C2
2
 Contorno C’’
u'  2C1  C2   4 π d  2π p

C12
Wp1   C1C 2  4C2d  16d2  2 π d C1  2C2p  16dp  4p2  π C1p (11.24)
2
C 22
Wp2   C 2C1  4C1d  16d2  2 π d C 2  2C1p  16dp  4p 2  π C 2p
2

 Pilares de borda

 Contorno C

u*0  2a  C2

C12 C1C2
Wp1   (11.25)
2 2

C22
Wp2   C2C1
4
u*
C1  C 2
 e d C1a  a 2 
e*  0
 2 (11.26)
u* 2a  C 2
 d
0

11.48
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___________________________________________________________________________

Figura 11.29 - Pilar retangular de borda

 Contorno C’

u*  2a  C 2  2 π d

C12 C1C 2
Wp1    2C2d  8d 2  π d C1
2 2

C 22
Wp2   C 2 C1  4C1d  8d 2  π d C 2 (11.27)
4
C1  C 2
C1 a  a 2   2C2 d  8d 2  π dC1
e*  2
2a  C 2  2 π d

11.49
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___________________________________________________________________________

 Contorno C’’

u *  2a  C 2  2 π d  π p

C12 C1C 2 π p C1
Wp1    2C2d  8d 2  π d C1  C 2p  8dp   2p 2
2 2 2

C 22 π p C2
Wp2   C 2 C1  4C1d  8d 2  π d C 2  2C1p  8dp   2p 2 (11.28)
4 2
C1  C2 π p C1
C1a  a 2   2C2d  8d2  π dC1  C2p  8dp   2p2
e*  2 2
2a  C2  2 π d  π p

 Pilares de canto

Figura 11.30 - Pilar retangular de canto


11.50
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___________________________________________________________________________

a) MSd1 aplicado isoladamente b) MSd2 aplicado isoladamente


Figura 11.31 - Pilar de canto analisado como dois pilares de borda

 Contorno C

u*0  a1  a 2
 MSd1

C12 C1C 2
Wp1  
4 2

C1a 1  a 12  a 2 C1
e*1  (11.29)
2a 1  a 2 
 MSd2

C 22 C 2 C1
Wp2  
4 2

C 2 a 2  a 22  a 1C 2
e*2 
2a 2  a 1 

11.51
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 Contorno C’

u*  a1  a 2  π d
 MSd1

C12 C1C 2 π d C1
Wp1    2C2 d  4d 2 
4 2 2

C1a 1  a 12  a 2 C1  4a 2 d  8d 2  π d C1
e *1  (11.30)
2a 1  a 2  π d 
 MSd2

C 22 C 2 C1 π d C2
Wp2    2C1d  4d 2 
4 2 2

C 2 a 2  a 22  a 1C 2  4a1d  8d 2  π d C 2
e*2 
2a 2  a 1  π d 

 Contorno C’’
πp
u*  a1  a 2  π d 
2
 MSd1

C12 C1C 2 π d C1 π p C1
Wp1    2C2 d  4d 2   C 2p  4dp   p2
4 2 2 4
π p C1
C1a1  a12  a 2 C1  4a 2 d  8d 2  π d C1  2a 2 p  8dp   2p 2
e*1  2 (11.31)
 πp
2 a1  a 2  π d  
 2 
 MSd2

C 22 C 2 C1 π d C2 π p C2
Wp2    2C1d  4d 2   C1p  4dp   p2
4 2 2 4
π p C2
C 2 a 2  a 22  a1C 2  4a1d  8d 2  π d C 2  2a1p  8dp   2p 2
e*2  2
 πp
2 a 2  a1  π d  
 2 

As expressões (11.19) a (11.31) foram obtidas da apostila do Prof. Ronaldo


Azevedo Chaves, do curso de Especialização do DEEs.
11.52
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___________________________________________________________________________

11.6.5 - Disposições construtivas

A disposição das armaduras de combate à punção em pilares internos foi mos-


trada nas figuras 11.24 (planta) e 11.25 (corte). Nessas armaduras, visando uma me-
lhor eficiência da ligação laje-pilar, devem ser observadas distâncias mínimas, esta-
belecidas na NBR 6118, entre as fileiras de conectores ou estribos verticais:

s0 = 0,5 d  distância da face do pilar e a primeira fila de conectores ou


estribos;
sr ≤ 0,75 d  espaçamento radial entre duas linhas de conectores ou estri-
bos;
se ≤ 2 d  distância máxima medida na última linha, entre dois conectores
ou estribos.

Dependendo da disposição da armadura na última linha pode ocorrer que o


limite se não seja atendido. Nesse caso parte do contorno C’’ deve ser desprezado na
verificação da tensão de cisalhamento, conforme mostrado na figura 11.24, à direita.

Conforme o item 20.3 da NBR 6118 em lajes sem vigas, maciças ou nervura-
das, calculadas pelo processo aproximado (pórticos múltiplos), devem ser respeitadas
as disposições contidas na figura 11.32.

11.53
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___________________________________________________________________________

Figura 11.32 - Disposições construtivas das armaduras para lajes sem vigas
(Fig. 20.2 da NBR 6118)

De acordo o item 20.4 da NBR 6118:

“Quando necessárias, as armaduras para resistir à punção devem ser constitu-


ídas por estribos verticais ou conectares (studs), com preferência pela utilização
destes últimos.”

“O diâmetro da armadura de estribos não pode superar h/20 da laje e deve haver
contato mecânico das barras longitudinais com os cantos dos estribos.”

“As regiões mínimas em que devem ser dispostas as armaduras de punção, bem
como as distâncias regulamentares a serem obedecidas, estão mostradas na
Figura 20.3.”( figura 11.33 dessa apostila)

11.54
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___________________________________________________________________________

Figura 11.33 - Armaduras de punção (Fig. 20.3 da NBR 6118)

11.6.6 - Exemplos de punção

11.6.6.1 - Exemplo 1

Dimensionar a laje cogumelo do exemplo 1 à punção (item 11.5.1), com as


reações nos pilares conforme já calculadas por área de influência:

Dados: fck = 30 MPa Aço CA 50


seção dos pilares 30/30 cm2 h = 16 cm dmed = 13 cm.
Reações: Pilares P1, P4, P9 e P12 R = 191,92 kN
Pilares P2, P3, P5, P8, P10 e P11 R = 231,54 kN
Pilares P6 e P7 R = 262,80 kN

11.55
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___________________________________________________________________________

 Dimensionamento para os pilares P6 = P8

FSd = 262,8x1,4 = 367,92 kN

 Verificação da superfície crítica C (compressão diagonal do concreto)

C1 = C2 = 30 cm u0 = 2(C1 + C2) = 2(30 + 30) = 120 cm


FSd 367,92
τ Sd    0,236 kN/cm 2  τRd2  0,509 kN/cm 2  (tabela 11.2)
u0 d 120x13

Não haverá o esmagamento do concreto. A seguir deve ser verificado a superfície


crítica C’.

 Verificação da superfície crítica C’ (tração diagonal do concreto)

u = 2(C1 + C2) + 4d = 2(30 + 30) + 4x13 = 283,4 cm

Conforme o detalhamento da figura 11.7, as armaduras negativas de flexão nos pila-


res P6 e P7 são: (12,5 c/12,5) na direção x e (12,5 c/11) na direção y. Dessa forma
resultam as seguintes taxas mecânicas de armadura:

100
x1,227
12,5 1,227 1,227
ρx    6,135x10 3 , ρy   6,972x10 3
100x16 12,5x16 11x16

ρ  ρ x ρ y  6,135x103 x6,972x103  6,540x103  0,654%

FSd 367,92
τ Sd    0,100 kN/cm 2
ud 283,4x13


τRd1  0,13 1 
20 
d
 100 ρ fck


1/3  0,131 20 

 100x6,540x10-3 x30
13 
 1/3

  

τRd1  0,786 MPa  0,0786 kN/cm 2

11.56
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___________________________________________________________________________

Como Sd = 0,100 > Rd1 = 0,0786 kN/cm2 haverá necessidade de armadura de pun-

ção. É possível reduzir a tensão Sd retirando da reação total FS, a parcela de carga
atuante na área envolvida pelo contorno C’, que vale:

AC’ = 0,30x0,30 + 4(2x0,13)x0,30 + x(2x0,13)2 = 0,614 m2


FScorr = FS - pxAC’ = 262,8 - 7,3x0,614 = 258,3 kN

Sd,corr = 258,3x1,4 / (283,4x13) = 0,098 kN/cm2 > Rd1 = 0,0786 kN/cm2  ARMAR !

Usando a equação (11.17) para a relação (1,5d / sr) = 2,  = 900, o valor de Sd,corr e
fywd, para h = 16 cm, dado por:

h  15 16  15
f ywd  250  185  250  185  259 MPa  25,9 kN/cm 2
20 20

0,10 0,10
τ Sd  τ Rd1 0,098  0,0786
0,13 0,13
A sw  ud 283,4x13  2,67 cm2 /cont. paral. a C'
d 2x25,9x1
1,5 f ywd senα
sr

 Verificação do contorno C’’

Considerando o mínimo de três linhas de conectores ou estribos, conforme figura


11.33, o perímetro u’ de C’’ é dado por:

p = 0,5d + 2(0,75d) = 2d = 26 cm

u’ = 2(C1 + C2) + 4d +2p = 2(30 + 30) + 4x13 + 2x26 = 446,7 cm eq. (11.24)

FSd 367,92
Sd    0,063 kN/cm2  Rd1  0,0786 kN/cm2  OK!
u' d 446,7x13

11.57
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___________________________________________________________________________

 Colapso progressivo

FSd 367,92
A s,ccp  1,5  1,5  12,69 cm2 < (2x2  16 mm  8x2,01=16,1 cm2)
f yd 43,5

Obs.: O valor de FSd, nesse caso para cálculo da armadura de colapso progressivo
pode ser: FSd = 1,2x262,8 = 315,36 kN

 As,ccp = 1,5x315,36 / 43,5 = 10,87 cm2 (2x2  16 mm)

b = 33,36  = 33,36x1,6 = 53 ≈ 55 cm (tabela 6.3)

 Detalhamento

No detalhamento mostrado na figura 11.34 observou-se as distancias mínimas s0, sr


e se, além de considerar 3 linhas com 16 conectores. Nesse detalhamento com 16 ,
não será necessário desprezar nenhuma parte da superfície C’’, isto porque a maior
distância entre conectores smax = 24,6 é menor que se = 2d = 32cm.

Asw / 16 = 2,67 /16 = 0,17 cm2   5 mm (0,196 cm2)

Como a bitola dos estribos não pode superar (h/20 = 16 / 20 = 0,8 cm) 8 mm, a arma-
dura pode ser constituída de (16 5mm / contorno paralelo a C’), conforme estribo
mostrado na figura 11.34.

11.58
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___________________________________________________________________________

Figura 11.34 - Detalhamento da armadura de punção dos pilares P6=P7

 Dimensionamento para os pilares P2, P3, P5, P8, P10 e P11

FSd = 231,54x1,4 = 324,16 kN

 Verificação da superfície crítica C (compressão diagonal do concreto)

C1 = C2 = 30 cm u0 = 2(C1 + C2) = 2(30 + 30) = 120 cm


324,16
τ Sd   0,208 kN/cm 2  τRd2  0,509 kN/cm 2  (tabela 11.2) OK!
120x13

11.59
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 Verificação da superfície crítica C’ (tração diagonal do concreto)

u = 2(C1 + C2) + 4d = 2(30 + 30) + 4x13 = 283,4 cm

Conforme o detalhamento da figura 11.7, as armaduras negativas de flexão nos pila-


res P2,P3,... são, (12,5 c/12,5) na direção x e (10 c/11) na direção y. Dessa forma
resultam as seguintes taxas mecânicas de armadura:

1,227 0,785
ρx   6,135x10 3 , ρy   4,460x10 3
12,5x16 11x16

ρ  6,135x103 x4,460x103  5,231x103  0,523%


324,16
τ Sd   0,088 kN/cm 2
283,4x13


τRd1  0,131 
20 
13

 100x5,231x10- 3 x30
 1/3
 0,729 MPa  0,0729 kN/cm 2
 

Sd = 0,088 > Rd1 = 0,0729 kN/cm2 (sem diminuir a carga da área de C’)

FScorr = 231,54 - 7,3x0,614 = 227,06 kN

Sd,corr = 227,06x1,4 / (283,4x13) = 0,086 kN/cm2 > Rd1 = 0,0729 kN/cm2  ARMAR !

0,10
0,086  0,0729
0,13
A sw  283,4x13  2,13 cm2 /contorno paralelo a C'
2x25,9x1

 Verificação do contorno C’’

u = 2(30 + 30) + 4x13 + 2x26 = 446,7 cm eq. (11.24)

324,16
τ Sd   0,056 kN/cm 2  τRd1  0,0729 kN/cm 2  OK!
446,7x13

11.60
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___________________________________________________________________________

 Colapso progressivo

324,16
A s,ccp  1,5  11,18 cm2 < (2x2  16 mm  16,1 cm2)
43,5

Obs.: O valor de FSd, nesse caso para cálculo da armadura de colapso progressivo
pode ser: FSd = 1,2x231,54 = 277,85 kN

 As,ccp = 1,5x277,85 / 43,5 = 9,58 cm2 (2x2  12,5 mm)

b = 33,36  = 33,36x1,25 = 42 ≈ 45 cm (tabela 6.3)

 Dimensionamento para os pilares P1, P4, P9 e P12

FSd = 191,92x1,4 = 268,69 kN

 Verificação da superfície crítica C (compressão diagonal do concreto)

u0 = 120 cm
268,69
τ Sd   0,172 kN/cm 2  τRd2  0,509 kN/cm 2  (tabela 11.2) OK!
120x13

 Verificação da superfície crítica C’ (tração diagonal do concreto)

u = 283,4 cm

Conforme o detalhamento da figura 11.7, as armaduras negativas de flexão nos pila-


res P1,P4, P8 e P12 são, (10 c/10) na direção x e (10 c/11) na direção y. Dessa
forma resultam as seguintes taxas mecânicas de armadura:

0,785 0,785
ρx   4,906x103 , ρy   4,460x103
10x16 11x16

11.61
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ρ  4,906x103 x4,460x103  4,468x103


268,69
τ Sd   0,0729 kN/cm 2
283,4x13


τRd1  0,131 
20 
13

 100x4,468x10-3 x30
 
1/3
 0,692 MPa  0,0692 kN/cm 2
 

Sd = 0,0729 > Rd1 = 0,0692 kN/cm2 sem diminuir a carga na área de C’

FScorr = 191,92 - 7,3x0,614 = 187,44 kN

Sd,corr=187,44x1,4 / (283,4x13) = 0,0712 kN/cm2 > Rd1 = 0,0692 kN/cm2  ARMAR !

0,10
0,0712  0,0692
0,13
A sw  283,4x13  1,28 cm2 /contorno paralelo a C'
2x25,9x1

 Verificação do contorno C’’

u’ = 446,7 cm eq. (11.24)

268,69
τ Sd   0,046 kN/cm 2  τRd1  0,0692 kN/cm 2  OK!
446,7x13

 Colapso progressivo

268,69
A s,ccp  1,5  9,27 cm2 < (2x2  12,5 mm  9,8 cm2)
43,5

Obs.: O valor de FSd, nesse caso para cálculo da armadura de colapso progressivo
pode ser: FSd = 1,2x191,92 = 230,30 kN
 As,ccp = (1,5x230,30 / 43,5) = 7,94 cm2 (2x2  12,5 mm)

b = 33,36  = 33,36x1,25 = 42 ≈ 45 cm (tabela 6.3)

11.62
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11.6.6.2 - Exemplo 2

Para a fôrma a seguir, verificar e detalhar quando necessário, as armaduras de


punção para os pilares P2 (interno), P5 (de borda) e P1 (de canto). Usar concreto fck
= 30 MPa, aço CA 50, altura h = 20 cm, altura útil d = 16,8 cm e taxa mecânica x = y
= 0,5%, para todos os pilares.

Figura 11.35 - Laje do exemplo 2 de punção – Planta

O quadro (mapa) de cargas está apresentado na tabela 11.3 usando a conven-


ção de sinais, para eixos e esforços, conforme a figura 11.35.

11.63
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Tabela 11.3 - Mapa de cargas para o exemplo 2


REAÇÕES DE APOIO
DIMENSÕES SOLICITAÇÕES (kN - m)
PILAR
b(x)/h(y) FZ MX MY
P1=P14 25/25 -5,21 0,54 0,90
P2=P10 32/30 -166,45 -20,29 -30,23
P3=P11 - -205,45 17,96 5,99
P4=P12 - -157,72 -17,48 35,83
P5=P13 30/25 -45,95 -13,20 35,83
P6 - -192,72 -0,14 -18,87
P7 - -264,57 2,95 -2,92
P8 - -174,52 0,09 27,99
P9 - -67,01 0,01 14,87

 Pilar P2 - 32/30 cm2

Conforme as figuras 11.35 e 11.36:

C1 = 32 cm, C2 = 30 cm
C1 / C2 = 1,07  K1 = 0,6+(1,07-1,0)[(0,7-0,6)/(2-1)] = 0,607
C2 / C1 = 0,94  K2 = 0,45+(0,94-0,50)[(0,6-0,45)/(1-0,5)] = 0,582

FS = 166,45 kN FSd = 233,0 kN


MS1 = My = 30,23 kNm MSd1 = 4232,2 kNcm
MS2 = Mx = 20,29 kNm MSd2 = 2840,6 kNcm

 Suprfície C

u0  2C1  C2  = 2(32 + 30) = 124 cm

C12
Wp1   C1C2 = 322/2 +32x30 = 1472 cm2
2
11.64
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C22
Wp2   C2C1 = 302/2 +30x32 = 1410 cm2
2

FSd K 1 MSd1 K 2 MSd2 233,0 0,607x4232,2 0,582x2840,6


τ Sd      
u0 d Wp1d Wp2 d 124x16,8 1472x16,8 1410x16,8

Sd  0,1119  0,1039  0,0698  0,286 kN/cm 2  Rd2  0,509 kN/cm2 OK!

 Superfície C’

u  2C1  C2   4  d = 2(32 + 30) + 4x16,8 = 335 cm

C12
Wp1   C1C2  4C2d  16d2  2  d C1
2
Wp1 = 322/2 +32x30 + 4x30x16,8 +16x16,82 + 2x16,8x32 = 11382 cm2

C22
Wp2   C2C1  4C1d  16d2  2  d C2
2
Wp2 = 302/2 +30x32 + 4x32x16,8 +16x16,82 + 2x16,8x30 = 11243 cm2

233,0 0,607x4232,2 0,582x2840,6


Sd   
335x16,8 11382x16,8 11243x16,8

Sd  0,0414  0,0134  0,0088  0,0636 kN/cm 2

 20 
Rd1  0,131  100x0,005x301/3  0,670 MPa  0,0670 kN/cm 2
 16,8 

Sd = 0,0636 < Rd1 = 0,0670 kN/cm2 Não é preciso armar !

Como a estabilidade global da estrutura depende das ligações laje-pilar, deve-se dis-
por uma armadura obrigatória de punção capaz de equilibrar 50% da força FSd.

11.65
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fywd = 250 + 185(20 -15) / 20 = 296,3 MPa = 29,6 kN/cm2


FSd 233 233
A sw  0,5  0,5  3,93 cm2 A s,ccp  1,5  8,03 cm2 (2x2  12,5 mm)
fywd 29,6 43,5

A armadura Asw será distribuída igualmente nos três contornos paralelos a C’.

Asw/3 = 3,93/3 = 1,31 cm2 / contorno paralelo a C’

Para atender a bitola mínima de 5 mm e observando-se as distâncias s0 = 0,5d ≈ 8


cm, sr = 0,75d ≈ 12 cm e se = 2d ≈ 32 cm, o detalhamento resulta em 16 5mm /
contorno, conforme figura 11.36. Com esse detalhamento nota-se que a distância má-
xima entre dois conectores (ou ramos de estribos) do contorno mais externo vale 24,5
cm, menor que o valor máximo recomendado se = 2d = 32 cm.

11.66
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Figura 11.36 - Detalhamento da armadura de punção (cisalhamento) do pilar P2


A superfície C’’ não precisa ser verificada porque a tensão Sd < Rd1. Caso
fosse necessário verificá-la e apenas fosse usado 12  5mm por contorno paralelo a
C’, eliminando-se os conectores (estribos) colocados na diagonal, a distância máxima
entre os conectores mais externos seria de 45,3 cm > se = 32 cm. Nesse caso parte
do contorno da superfície C’’ deveria ser desprezada na verificação da tensão de ci-
salhamento, ficando o contorno u’reduzido de C’’ com 453 cm.

 Pilar P5 - 30/25 cm2

Conforme as figuras 11.35 e 11.37:

C1 = 30 cm, C2 = 25 cm
C1 / C2 = 30/25 = 1,2  K1 = 0,6+(1,2-1,0)[(0,7-0,6)/(2-1)] = 0,620
C2 / 2C1 = 25 / 2x30 = 0,42  K2 = 0,45+(0,42-0,50)[(0,6-0,45)/(1-0,5)] = 0,426

FS = 45,95 kN FSd = 64,3 kN


MS1 = My = 9,06 kNm MSd1 = 1268,4 kNcm
MS2 = Mx = 13,20 kNm MSd2 = 1848,0 kNcm

1,5d = 25,2 cm
a≤ (a = 15 cm)
0,5C1 = 15 cm

 Contorno C

u0* = 2a + C2 = 2x15 + 25 = 55 cm
Wp1 = C12 / 2 + C1C 2 / 2 = 302 / 2 + 30x25 / 2 = 825 cm2
Wp2 = C22 / 4 + C1C2 = 252 / 4 + 30x25 = 906 cm2
C1C 2 30x25
C1a - a 2  30x15  152 
e*  2  2  10,9 cm
2a  C 2 2x15  25

11.67
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MSd1 = MSd - MSd* = 1268,4 - 64,33x10,9 = 567,2 kNcm > 0

64,33 0,620x567,2 0,426x1848,0


Sd     0,147 kN/cm 2  Rd2  0,509 kN/cm 2
55x16,8 825x16,8 906x16,8

 Contorno C’

u = 2a + C2 + 2  d = 2x15 + 25 + 2x16,8 = 160,6 cm

C12 C1C2
w p1    2C2d  8d2  dC1
2 2
302 30x25
w p1    2x25x16,8  8x16,82  x16,8x30  5506,3 cm2
2 2

C22
w p2   C1C2  4C1d  8d2  dC2
4
252
w p2   30x25  4x30x16,8  8x16,82   x 16,8x25  3577,4 cm2
4
C1  C2
C1a - a2   2C2d  8d2  dC1
e*  2
2a  C2  2d

25  30
30x15 - 152   2x25x16,8  8x16,82   x 16,8x30
e*  2  11,7cm
2x15  25  2  x16,8

MSd1 = MSd - MSd* = 1268,4 - 64,33x11,7 = 517,7 kNcm > 0

64,33 0,620x517,7 0,426x1848,0


Sd     0,0404 kN/cm 2
160,6x16,8 5506,3x16,8 3577,4x16,8

Mantendo-se os mesmos parâmetros do pilar P2 (ρ = 0,5%) o valor de Rd1 será o

mesmo, portanto:

Sd  0,0404 kN/cm 2  Rd1  0,067 kN/cm2 Não precisa armar à punção

11.68
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Armadura obrigatória de punção e contra o colapso progressivo

64,3 64,3
A sw  0,5  1,09 cm2 A s,ccp  1,5  2,22 cm2 (2x2  10 mm)
29,6 43,5

Nesse pilar a armadura obrigatória de punção será distribuída em três contornos pa-
ralelos a C’, observando a distância máxima 2d = 32 cm entre dois conectores ou
estribos mais afastados da última linha. Da mesma forma que foi detalhado no pilar
P2, serão colocados mais três conectores, no sentido radial, em cada canto interno
do contorno C, objetivando obter uma distância máxima de 29 cm entre conectores
mais afastados, menor que se = 2d = 32 cm.

Figura 11.37 - Detalhamento da armadura de punção (cisalhamento) do pilar P5

11.69
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Como a bitola mínima para estribo é 5 mm, o detalhamento observado na figura 11.37
dispõe 8  5mm por contorno paralelo a superfície C’. Essa armadura contempla a
área Asw obrigatória calculada. Comumente são colocadas barras adicionais, fora do
contorno da superfície C’, conforme as três barras colocadas de cada lado do contorno
de C, paralelas à borda. Essas barras devem ter a mesma bitola e distribuição da
armadura Asw calculada (ver figura 11.37).

Como não houve necessidade de armar ao cisalhamento (punção), pois wd < Rd1 no
contorno de C’, não há necessidade de verificação da superfície C’’.

 Pilar P1 - 25/25 cm2

C1 = C2 = 25 cm C1 / C2 = C2 / C1 = 25 / 25 = 1  K1 = K2 = 0,6

Conforme as figuras 11.35 e 11.38:

FS = 5,21 kN FSd = 7,3 kN


MS1 = My = 0,90 kNm MSd1 = 126 kNcm
MS2 = Mx = 0,54 kNm MSd2 = 76 kNcm

1,5d = 25,2 cm 1,5d = 25,2 cm


a1 ≤ (a1 = 12,5 cm) a2 ≤ (a2 = 12,5 cm)
0,5C1 = 12,5 cm 0,5C2 = 12,5 cm

 Contorno C

u0* = a1 + a2 = 12,5 + 12,5 = 25 cm

11.70
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o Atuando MSd1 isoladamente

C12 C1C2 252 25x25


Wp1      312,5 cm2
4 2 4 2

C1a1  a12  a 2 C1 25x12,5  12,52  12,5x25


e1*    9,375 cm
2a1  a 2  212,5  12,5)
MSd1 = MSd - MSd* = 126 - 7,29x9,375 = 57,7 kNcm > 0

7,29 0,6x57,7
Sd1    0,0240 kN/cm 2  Rd2  0,509 k/cm2 OK!
25x16,8 312,5x16,8

o Atuando MSd2 isoladamente

Wp2 = W p1 = 312,5 cm2 e2* = e1* = 9,375 cm


MSd2 = MSd - MSd* = 76 - 7,29x9,375 = 7,7 kNcm > 0

7,29 0,6x7,7
Sd2    0,0182 kN/cm2  Rd2  0,509 k/cm2 OK!
25x16,8 312,5x16,8

 Contorno C’

u* = a1 + a2 + d = 12,5 + 12,5 + x16,8 = 77,8 cm

o Atuando MSd1 isoladamente

C12 C1C2  d C1
Wp1    2C2d  4d2 
4 2 2

252 25x25  x16,8x25


Wp1    2x25x16,8  4x16,82   3097 cm2
4 2 2

11.71
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C1a1  a12  a2C1  4a2d  8d2   d C1


e1* 
2a1  a2   d

25x12,5  12,52  12,5x25  4x12,52 x16,8  8x16,82   x 16,8 x25


e1*   31,41cm
212,5  12,5   x 16,8)
MSd1 = MSd - MSd* = 126 - 7,29x31,41 = -103 kNcm, MSd1 ≥ 0,  MSd1 = 0

7,29 0,6 x 0
Sd1    0,0056 kN/cm2  Rd1  0,067 kN/cm2 Não armar
77,8x16,8 3097x16,8

o Atuando MSd2 isoladamente

Wp2 = W p1 = 3097 cm2 e2* = e1* = 31,41 cm


MSd2 = MSd - MSd* = 76 - 7,29x31,41 = -153 kNcm, MSd2 ≥ 0,  MSd2 = 0

7,29 0,6 x 0
Sd2    0,0056 kN/cm2  Sd2  0,067 kN/cm2 Não armar
77,8x16,8 3097x16,8

Armadura obrigatória de punção e contra o colapso progressivo

7,29 7,29
A sw  0,5  0,12 cm2 A s,ccp  1,5  0,25 cm2 (2x2  10 mm)
29,6 43,5

O detalhamento da armadura de punção está indicado na figura 11.38, com os conec-


tores (estribos) distribuídos, com 5  5mm por contorno paralelo a superfície C’, de
forma a atender as distâncias mínimas e máximas além das barras adicionais, comu-
mente usadas no detalhamento.

11.72
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Figura 11.38 - Detalhamento da armadura de punção (cisalhamento) do pilar P1

11.73

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