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CAROLINE CLARE
TOLEDO – PR
2016
Introdução
O homem sempre foi curioso a propósito do mundo onde vive. Desde os mais remotos
registros do seu pensamento, sempre se evidenciou a tentativa de impor ordem à espantosa
diversidade de eventos que se podem observar. Esta procura de ordem assumiu variadas
formas: uma delas é a religião, outra a arte e uma terceira a ciência. Embora o termo
‘’ciência’’ tenha origem no verbo latino que significa ‘’conhecer’’, a ciência não é apenas
conhecimento mas, particularmente, conhecimento do mundo natural. E, o que é importante, é
conhecimento que se organiza de maneira sistemática e racional.1
A ciência é dividida em vários campos separados, mas inter-relacionados. Por exemplo: a
biologia é o estudo dos organismos vivos. A química aborda a interação dos elementos e
compostos. A geóloga é o estudo da terra. A astronomia, o estudo do sistema solar, das
estrelas e galáxias, do universo como um todo. A física trata da matéria e da energia, dos
princípios que governam o movimento das partículas e das ondas, das interações das
partículas, das propriedades das moléculas, dos átomos e dos núcleos atômicos, e das
propriedades de sistemas macroscópicos como os gases, os líqudos e os sólidos. Alguns
consideram a física como a ciência mais fundamental, por constituir a base de todos os outros
campos da ciência.1
A física está fundamentada em medidas. Descobre-se a física através da aprendizagem em
medir as grandezas que estão envolvidas na física. Dentre essas grandezas pode-se destacar o
comprimento, a massa, a temperatura, a corrente elétrica, o tempo e a pressão. Cada grandeza
física são medidas através de comparação com um padrão. A unidade é um nome único que é
atribuído a medidas de grandezas como por exemplo metro (m) para grandeza comprimento.2
O padrão corresponde a exatamente 1,0 unidade da grandeza. O padrão de comprimento que
corresponde a exatamente 1,0 m é a distância percorrida pela luz no vácuo durante uma certa
fração de um segundo. Pode-se definir uma unidade e seu padrão como quisermos. Entretanto,
deve-se fazê-lo de tal modo que os cientistas ao redor do mundo concordem que essas
definições sejam sensatas e práticas. Uma vez estabelecido um padrão, ainda utilizando o
exemplo do comprimento, deve-se elaborar procedimentos através dos quais qualquer que
seja o comprimento, seja ele o raio de um átomo de hidrogênio, uma mesa ou a distância até
uma estrela, ele pode ser expresso em termos do padrão. Para nos fornecer comprimentos que
são próximos do nosso padrão, as réguas são úteis. Já para medir o raio de um átomo ou a
distância até uma estrela não é recomendável utilizar uma régua. 2
Existem tantas grandezas físicas que organizá-las é um problema. Felizmente, elas não são
todas independentes. Por exemplo, a velocidade é a razão entre um comprimento e um tempo.
Assim, o que pode-se fazer é selecionar por acordo internacional, um pequeno número de
grandezas físicas, como comprimento e tempo, e estabelecer padrões apenas para eles.
Definimos então todas as outras grandezas físicas em termos destas grandezas fundamentais e
de seus padrões que são chamados padrões fundamentais. Os padrões fundamentais devem ser
acessíveis a invariáveis. Se fomos definir o padrão de comprimento como a distância entre o
nariz de uma pessoa e o seu dedo indicador mantendo um braço estendido, temos certamente
um padrão acessível (mas que varia de pessoa para pessoa). A exigência de precisão em
ciência e engenharia nos leva a almejar em primeiro lugar invariabilidade. Depois fazemos
um grande esforço para produzir cópias dos padrões fundamentais que sejam acessíveis
àqueles que deles necessitam.2
Outro tema importante da descrição do universo físico, são os movimentos dos corpos. Na
realidade, é o tema mais importante do desenvolvimento da ciência, de Aristóteles até Galileu.
As leis do ‘’como’’ da queda dos corpos foram descobertas muito antes de Newton descrever
o ‘’porquê’’ da queda. Um dos enigmas científicos mais remotos era o do movimento
aparente do sol no céu e do movimento sazonal dos planetas e das estrelas. Um grande triunfo
da mecânica newtoniana foi a descoberta de que o movimento da terra e de outros planetas,
em torno do sol, se explicam em termos de uma força de atração entre o sole os planetas.
Neste trabalho não será estudado por enquanto o porquê das respectivas causas. Será estudado
apenas a discussão do movimento unidimensional, bidimensional e tridimensional. Ao
analisar o movimento unidimensional, só existem duas direções possíveis, que distinguimos
identificando uma delas como positiva e a outra, como negativa.2
Os vetores são grandezas que tem deslocamento, velocidade e aceleração pois tem direção no
espaço, além de magnitude. As grandezas que só tem magnitude, mas não tem uma direção,
como distância, massa ou temperatura, são denominadas escalares. Também será discutido
neste trabalho as propriedades gerais dos vetores e das propriedades particulares dos vetores
deslocamento, velocidade e aceleração. Muitos traços interessantes do movimento em três
dimensões também estão presentes no movimento bidimensional por ser mais fácil de ilustrar
sobre uma filha de papel, ou num quadro negro.2
Objetivos
Discutir sobre as medidas de unidades bem como os movimentos de uma dimensão, duas e
três dimensões.
Teoria
Outro sistema decimal ainda em uso, mas gradualmente substituído pelo SI é o sistema cgs,
baseado no centímetro, no grama e no segundo. Além desse sistema, é utilizado outro sistema
de unidades em países de língua inglesa, o qual é o sistema inglês de unidades, no qual a
unidade de força, a libra-força, é escolhida como unidade fundamental. A libra-força é
definida em termos da atração gravitacional da terra, num certo local, sobre um corpo padrão.2
A unidade fundamental de comprimento, neste sistema, é o pé (ft). O pé se define como
exatamente um terço da jarda (yd), que por sua vez se define, nos dias de hoje, em termos do
1
metro: 1yd = 0,9144 m; 1ft = 3 yd = 0,3048 m. 2
Com isto, a polegada (in) é exatamente igual a 2,54 cm. A unidade fundamental de tempo é o
segundo, definido como no SI. Este sistema não é um sistema decimal. É menos conveniente
que o SI ou outros sistemas decimais, em virtude de os múltiplos comuns das unidades não
serem potências de 10. Por exemplo, 1yd = 3 ft e 1 ft = 12 in. 2
1.2 – Conversão de Unidades
Frequentemente é preciso mudar as unidades nas quais está expressa uma grandeza física.
Essa mudança é feita através do método conhecido como conversão encadeada. Quando se
adicionam ou subtraem, ou multiplicam-se ou dividem-se essas grandezas, numa equação
algébrica, a unidade pode ser tratada como qualquer outra grandeza algébrica.2 Exemplo:
Suponhamos que se queira encontrar a distância percorrida em 3 horas (h) por um carro que
se desloca com a velocidade constante de 80 quilômetros por hora (km/h). A distância é o
produto da velocidade (v) pelo tempo (t).2
80 𝑘𝑚
𝑥 = 𝑣𝑡 = .3ℎ = 240 𝑘𝑚
ℎ
A unidade de tempo (hora) é cancelada, exatamente como seria feito com qualquer outra
grandeza algébrica, a fim de ter a distância percorrida na unidade apropriada de comprimento,
o quilômetro. Este método de tratar as unidades torna fácil a conversão de uma unidade em
outra. Suponhamos que se queira converter a nossa resposta, 240 km, a milhas (mi).2
Utiliza-se a informação:
1 mi = 1,61 km
Se dividirmos cada membro desta equação por 1,61 km, pode-se obter:
1 𝑚𝑖
=1
1,61 𝑘𝑚
Em virtude de ser possível multiplicar qualquer grandeza por 1 sem alterar o seu valor,
podemos agora transformar os 240 km em milhas multiplicando pelo fator (1mi/1,61km):
1 𝑚𝑖
240 𝑘𝑚 = 240 𝑘𝑚 . = 149 𝑚𝑖
1,61 𝑘𝑚
O fator (1 mi)/(1,61 km) pode ser chamado de fator de conversão. Todos os fatores de
conversão têm o valor de 1 e são utilizados para converter a grandeza expressa numa unidade
de medida na sua equivalente expressa em outra unidade de medida. Escrevendo-se
explicitamente as unidades e cancelando-as apropriadamente, não precisamos ficar hesitantes
se devemos fazer a multiplicação por 1,61, para transformar quilômetros em milhas, pois as
unidades que restarem do cancelamento nos drão se escolhemos o fator correta ou
incorretamente.2
Exemplo:
Quando Pheidippides correu de Maratona a Atenas em 490 a.C. para trazer a notícia da vitória
grega sobre os persas, ele provavelmente correu a uma velocidade de cerca de 23 passeios por
hora (passeios/h). O passeio (que corresponde a ride em inglês) é uma antiga unidade grega de
comprimento, como são o estádio de plethron: 1 passeio foi definido como sendo igual a 4
estádios, 1 estádio foi definido como sendo 6 plethra (plural de plethron), e, em termos de
uma unidade moderna, 1 plethron é 30,8 m. A qe velocidade Pheidippides correu em
quilômetros por segundo (km/s)?
Solução:
𝑘𝑚 𝑘𝑚
23 𝑝𝑎𝑠𝑠𝑒𝑖𝑜𝑠 = 4,7227𝑥10−3 ≈ 4,7 𝑥 10−3
𝑠 𝑠
A área de uma superfície se encontra pela multiplicação de um certo comprimento por outro.
Por exemplo, a área de um retângulo cujos lados são 2 m e 3 m é A = (2 m)(3 m) = 6 m 2. A
unidade de área é o metro quadrado. Em virtude de a área ser o produto de dois
comprimentos, diz-se que a área tem as dimensões de comprimento vezes comprimento, ou
comprimento ao quadrado, que se escreve freqüentemente, como L2. A idéia de dimensões se
entende, com facilidade, às grandezas que não são geométricas. Por exemplo, a velocidade
tem as dimensões de comprimento dividido pelo tempo, ou L/T. As dimensões das outras
grandezas, como força ou energia, escrevem-se em termos das grandezas fundamentais de
comprimento, de tempo e de massa. A adição de duas grandezas físicas só tem sentido se as
grandezas adicionadas têm as mesmas dimensões. Por exemplo, não podemos somar uma área
a uma velocidade e chegar a um resultado que tenha sentido. Se tivermos uma equação
como:2
A=B+C
Para simplificar os números muito granges, ou muito pequenos, utiliza-se a notação científica.
Nesta notação, um número se escreve como o produto de um número entre 1 e 10 e uma
potência de 10, como 102 (=100) ou 103 (=1.000). Por exemplo, número 12.000.000 se
escreve 1,2 x 107. O número 7, na potência 107 é o expoente. Para números menores que 1 o
expoente é negativo. Na multiplicação os expoentes se adicionam; Na divisão, subtraem-se.2
Muitos números que aparecem na ciência são o resultado de medições e, por isso, são
conhecidos dentro dos limites de uma certa incerteza experimental. A grandeza da incerteza
depende da habilidade do experimentador e do aparelho usado na medida e, muitas vezes, só
pode ser estimada. Uma indicação grosseira da incerteza de uma medição está implícita no
numero de algarismos usados para exprimi-la.2
Um algarismo conhecido com confiança é um algarismo significativo. O número 2,50 tem três
algarismos significativos. (Os três primeiros zeros não são algarismos significativos, pois
simplesmente localizam a vírgula decimal). O número de algarismos significativos no
resultado da multiplicação, ou da divisão, de vários números não pode ser maior que o menor
número de algarismos significativos de qualquer dos fatores, ou divisores.2
O resultado da adição, ou da subtração, de dois números não tem algarismos significativos
além da última casa decimal na qual os dois números originais têm algarismos significativos.2
1.6 – Comprimento
1.7 – Tempo
O tempo possui dois aspectos. Para fins civis e alguns fins científicos, queremos saber a hora
do dia para que possamos seqüenciar eventos. Em boa parte do trabalho científico, queremos
saber qual a duração de um evento. Portanto, qualquer padrão de tempo deve ser capaz e
responder a duas perguntas: ‘’Quando aconteceu?’’ e ‘’Qual é a sua duração?’’ A tabela 4
mostra alguns intervalos de tempo.1
O Quilograma Padrão
O padrão SI de massa é um cilindro de platina iridiada mantido na Agência Internacional de
Pesos e Medidas próximo a Paris e definido, por acordo internacional, com a massa de 1
quilograma. Cópias precisas foram enviadas a laboratórios de padronização em outros países,
e as massas e outros corpos podem ser determinadas equilibrando-os contra uma cópia. A
tabela 5 mostra algumas massas expressas em quilogramas, varrendo aproximadamente 83
ordens de grandeza.1
1 u = 1,6605402 x 10-27 kg
Com uma incerteza de +- 10 nas duas últimas casas decimais. Cientistas podem determinar
experimentalmente, com razoável precisão, a massa de outros átomos em comparação com a
massa do carbono-12. O que nos falta atualmente é um meio confiável de estender essa
precisão a unidades mais comuns de massa, como um quilograma.1
2 – Vetores
Suponha que, uma partícula se mova de A para B e depois de B para C. Pode-se representar
seu deslocamento resultante por dois vetores deslocamento sucessivos, AB e BC. O
deslocamento resultante desses dois deslocamentos é um único deslocamento de A para C.
Chama-se de AC a soma (ou resultante) vetorial dos vetores AB e BC. Esta soma não é a
soma algébrica usual.1
Para representar os vetores utiliza-se uma seta sobre um símbolo em itálico, 𝑑⃗. Por exemplo,
um deslocamento de 42 m no sentido nordeste seria representado, numa escala de 1 cm para
cada 10 m, por uma flecha de 4,2 cm, desenhada a um ângulo de 45º acima da linha que
aponta para leste e com a ponta da flecha na parte superior direita. De modo geral, um vetor é
representado em textos impressos por um símbolo em negrito, tal como d. Frequentemente
estamos apenas interessados no módulo (ou comprimento) do vetor e não em seu sentido. O
módulo de d às vezes é escrito como d ; mas frequentemente é representado o módulo apenas
pela letra d em itálico. O símbolo em negrito representa as propriedades do vetor: módulo,
direção e sentido. Quando manuscrito, o módulo do vetor é representado pelo símbolo sem a
flecha. 1
b
s
a
Fig. 3 – O vetor soma a + b = s
Considerando-se a fig.3 na qual, A relação entre estes vetores pode ser escrita como
a+b=s
As regras a serem seguidas para se realizar esta soma vetorial são as seguintes: (1) Em um
diagrama desenhado em escala trace o vetor a com sua direção e seu sentido corretos no
sistema de coordenadas. (2) Desenhe b na mesma escala, com sua origem colocada na ponta
de a, certificando-se de que b tenha sua própria direção e sentido corretos (geralmente
diferentes da direção e sentido de a). (3) Desenhe uma linha da origem de a à ponta de b para
construir o vetor soma s. Se os vetores representarem deslocamento, então s será o
deslocamento equivalente, em comprimento, direção e sentido, aos deslocamentos sucessivos
a e b. Esse procedimento pode ser generalizado para obter a soma de qualquer número de
vetores. Como os vetores diferem de números ordinários, utilizamos regras diferentes em sua
manipulação. O símbolo ‘’+’’ na equação anterior, tem um significado diferente do que
possui na aritmética ou álgebra escalar; ele nos diz para efetuar um conjunto diferente de
operações.1
Um vetor unitário é um vetor que possui um módulo exatamente igual a 1 e que aponta em
uma direção particular. Ele não possui nem dimensão nem unidade. Seu único propósito é
apontar – ou seja, especificar uma direção e sentido. Os vetores unitários nos sentidos
positivos dos eixos x,y e z são chamados de 𝑖̂, 𝑗̂ e 𝑘̂, em que o chapéu ^ é usado no lugar da
seta sobre a letra empregada em outros vetores (fig. 1). A disposição dos eixos da fig.1 é
chamada de sistema de coordenadas dextrogiro. O sistema permanece dextrogiro se ele for
girado rigidamente até uma nova orientação. 1
A soma geométrica de vetores pode ser tediosa. Uma técnica mais organizada e mais fácil
envolve álgebra, mas exige que os vetores sejam colocados em um sistema de coordenadas
retangulares. Os eixos x e y são normalmente desenhados no plano da página. O eixo z aponta
para fora da página (as na direção perpendicular à página) e passa pela origem; por enquanto
ignoramos este eixo e tratamos apenas de vetores bidimensionais.1
Uma componente de um vetor é a projeção do vetor sobre um eixo. O processo de encontrar
as componentes de um vetor é chamado de decomposição do vetor (em componentes). Uma
componente de um vetor possui o mesmo sentido (ao longo de um eixo) que o vetor.
2.5 – Produto escalar e vetorial
Produto Escalar
⃗⃗⃗⃗ e ⃗⃗⃗⃗
O produto escalar dos vetores 𝑎 ⃗⃗⃗⃗ . ⃗⃗⃗⃗
𝑏 da fig. 2, escrito como 𝑎 𝑏 , é definido como
⃗⃗⃗⃗ . ⃗⃗⃗⃗
𝑎 𝑏 = 𝑎𝑏 𝑐𝑜𝑠𝜃
Existem na verdade dois destes ângulos, 𝜃 e 360º - 𝜃. Qual quer um pode ser utilizado na
equação anterior, pois seus cossenos são iguais. 1
Um produto escalar pode ser considerado como o produto de duas grandezas: 1 – o módulo de
um dos vetores e (2) a componente escalar do segundo vetor ao longo da direção positiva do
primeiro vetor.1
Produto Vetorial
⃗⃗⃗⃗ e ⃗⃗⃗⃗
O produto vetorial de 𝑎 ⃗⃗⃗⃗ X ⃗⃗⃗⃗
𝑏 , escrito como 𝑎 𝑏 , produz um terceiro vetor 𝑐⃗⃗⃗ cujo módulo é
dado por:
𝑐 = 𝑎𝑏 𝑠𝑒𝑛𝜃
3 – Cinemática Unidimensional
Localizar um objeto significa determinar a sua posição relativa a algum ponto de referência,
frequentemente a origem (ou ponto zero) de um eixo. O sentido positivo de um eixo está no
sentido dos números crescentes (coordenadas). O sentido oposto é o sentido negativo. Por
exemplo, uma partícula poderia estar situada em x = 5 m, o que significa que ela estaria a 5 m
da origem no sentido positivo. Se ela estivesse em x = -5 m, ela estaria exatamente à mesma
distância da origem só que no sentido contrário. No eixo, uma coordenada de -5 m é menor do
que uma de -1 m, e ambas são menores do que uma coordenada de +5 m. Um sinal de mais
para uma coordenada ao precisa ser mostrado, mas um sinal de menos sempre deve ser
explicitado. Uma mudança de uma posição x1 para outra posição x2 é chamada de
deslocamento ∆𝑥, onde:1
∆𝑥 = 𝑥2 − 𝑥1
(O símbolo ∆ , a letra grega maiúscula delta, representa a variação de uma grandeza, e é igual
ao valor final dessa grandeza menor o valor inicial). Ao se atribuir números para os valores
das posições 𝑥1 e 𝑥2 , um deslocamento no sentido positivo sempre resulta positivo, e um no
sentido contrário é negativ. Por exemplo, se a partícula se move de 𝑥1 = 5 𝑚 para 𝑥2 =
12 𝑚 , então ∆𝑥 = 12 𝑚 − 5 𝑚 = +7 𝑚. O resultado positivo indica que o movimento é no
sentido positivo. Se a partícula depois volta para x = 5 m, o deslocamento para o percurso
completo é nulo. O número de metros efetivamente percorridos no percurso completo é
irrelevante; o deslocamento envolve apenas as posições inicial e final.1
Um sinal positivo para um deslocamento não precisa ser mostrado, mas um sinal negativo
deve ser sempre mostrado. Se ignorarmos o sinal (consequentemente o sentido) de um
deslocamento, resta o módulo (ou valor absoluto) do deslocamento. No exemplo anterior, o
módulo de ∆𝑥 = 7 m. 1
O deslocamento é um exemplo de grandeza vetorial, que é uma grandeza que possui módulo,
direção e sentido. O deslocamento possui duas características: 1 – Seu módulo é a distância
(como o número de metros) entre as posições inicial e final. 2 – Sua direção e sentido, de uma
posição inicial até uma posição final podem ser representados por um sinal de mais ou menos
se o movimento for ao longo de um único eixo.1
1
𝑣𝑚é𝑑 = (𝑣0 + 𝑣) (2.13)
2
Substituindo o lado direito da Eq. 2.11 no lugar de v obtemos
1
𝑣𝑚é𝑑 = 𝑣0 + 2 𝑎𝑡 (2.14)
Finalmente, substituindo a Eq. 2.14 na Eq. 2.12 obtemos
1
𝑥 − 𝑥0 = 𝑣0 𝑡 + 2 𝑎𝑡 2 (2.15)
A título de verificação, observe que fazendo t=0 obtevemos x = x0, como era de se esperar.
Como uma verificação adicional, tomando a derivada da Eq. 2.15 obtemos a Eq. 2.11,
novamente como deveria ser. As equações 2.11 e 2.15 são as equações básicas para
aceleração constante; elas podem ser usadas para resolver qualquer problema que envolva
aceleração constante. Entretanto, podemos deduzir outras equações que poderiam ser úteis em
certas situações específicas. Primeiro, observe que cinco grandezas podem aparecer em
qualquer problema relativo a aceleração constante: x – x0, v, t, a e v0. Normalmente, uma
destas grandezas não aparece no problema, nem como dado nem como incógnita. São
fornecidas então três das grandezas restantes e devemos achar a quarta.1
Cada uma das equações 2.11 e 2;15 possui quatro destas grandezas, mas não as mesmas
quatro. Na equação 2.11, o ‘’ingrediente que falta’’ é o deslocamento, x – x0. Na equação
2.15, é a velocidade v. Estas duas equações também podem ser combinadas de três maniras
para fornecerem três equações adicionais, cada uma delas envolvendo uma ‘’variável que está
faltando’’ diferente.1 Primeiro, podemos eliminar t para obtermos
𝑣 2 = 𝑣02 + 2𝑎(𝑥 − 𝑥0 ) (2.16)
Esta equação é útil se não conhecemos t e não precisamos achá-lo. Depois, podemos eliminar
a aceleração a usando as equações 2.11 e 2.15 para produzir uma equação na qual a não
aparece:
1
𝑥 − 𝑥0 = 2 (𝑣0 + 𝑣)𝑡 (2.17)
4.1 – Deslocamento
Uma partícula (ou um objeto semelhante a uma partícula) pode ser localizada de uma forma
geral por meio de um vetor posição r, que é um vetor que se estende de um ponto de
referência (normalmente a origem de um sistema de coordenadas) até a partícula. Na notação
de vetor unitário, 𝑟⃗ pode ser escrito como1:
𝑟⃗ = 𝑥𝑖̂ + 𝑦𝑗̂ + 𝑧𝑘̂ (4.1)
Onde, 𝑥𝑖̂, 𝑦𝑗̂ e 𝑧𝑘̂ são as componentes vetoriais de 𝑟⃗ e os coeficientes x, y e z são as suas
componentes escalares. Os coeficientes x, y e z dão a localização da partícula ao longo dos
eixos coordenados e em relação à origem; ou seja, a partícula possui as coordenadas
retangulares (x, y e z).1
Se o vetor posição variar, digamos, de 𝑟⃗1 𝑝𝑎𝑟𝑎 𝑟⃗2 durante um certo intervalo de tempo, então
o deslocamento da partícula ∆𝑟⃗ durante esse intervalo de tempo será
∆𝑟⃗ = 𝑟̂2 − 𝑟̂1 (4.2)
Usando a notação de vetor unitário da Eq. 4.1, podemos reescrever este deslocamento como
⃗⃗⃗⃗⃗ = (𝑥2 − 𝑥1 )𝑖̂ + (𝑦2 − 𝑦1 )𝑗̂ + (𝑧2 − 𝑧1 )𝑘̂
∆𝑟 (4.3)
Onde as coordenadas (x1, y1 e z1) correspondem ao vetor posição 𝑟̂1 e as coordenadas (x2, y2 e
z2) correspondem ao vetor posição 𝑟̂2 . Podemos também escrever o deslocamento substituindo
(x2 – x1) por ∆𝑥 (𝑦2 − 𝑦1 ) por ∆𝑦 (𝑧2 − 𝑧1 ) por ∆𝑧:1
𝑣𝑎𝑟𝑖𝑎çã𝑜 𝑑𝑎 𝑣𝑒𝑙𝑜𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒
𝑎𝑐𝑒𝑙𝑒𝑟𝑎çã𝑜 𝑚é𝑑𝑖𝑎 = (4.15)
𝑖𝑛𝑡𝑒𝑟𝑣𝑎𝑙𝑜 𝑑𝑒 𝑡𝑒𝑚𝑝𝑜
Se contrairmos ∆𝑡 para zero em torno de algum instante, então no limite ⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝑎𝑚é𝑑 se aproxima da
aceleração instantânea (ou aceleração) 𝑎⃗ naquele instante; ou seja,
⃗⃗⃗⃗⃗⃗
𝑑𝑣
𝑎⃗ = (4.16)
𝑑𝑡
Se a velocidade variar em módulo, direção ou sentido (ou em mais de um), a partícula deve
ter uma aceleração.
Uma partícula se move em um plano vertical com uma velocidade inicial ⃗⃗⃗⃗⃗ 𝑣0 , mas a sua
aceleração é sempre a aceleração de queda livre 𝑔⃗, que é dirigida para baixo. Tal partícula é
chamada de projétil (significado que ela é projetada ou lançada) e o seu movimento é
chamado de movimento de um projétil. Um projétil poderia ser uma bola de golfe ou uma
bola de beisebol se deslocando no ar, mas não um avião ou um pato voando. O objetivo é
analisar o movimento de um projétil usando as ferramentas desenvolvidas para o movimento
bidimensional e fazendo a hipótese de que o ar não possui nenhum efeito sobre o projétil.1
O projétil não possui aceleração horizontal.1
Uma partícula está em movimento circular uniforme se ela se desloca ao redor de um círculo
ou de um arco de círculo com velocidade escalar constante (uniforme). Embora a velocidade
escalar não varie, a partícula está acelerando. Esse fato pode ser surpeendente porque
frequentemente pensamos na aceleração (a variação da velocidade) como um acréscimo ou
decréscimo do módulo da velocidade. Entretanto, na verdade a velocidade é um vetor, não um
escalar. Assim, mesmo que a velocidade mude apenas de direção, ainda há uma aceleração, e
isso é o que acontece no movimento circular uniforme.1
4.6 – Velocidade relativas
Consideremos duas partículas em movimento em relação a uma origem O, que num dado
instante, ocupam as posições P1 e P2, correspondendo aos deslocamentos r1(t) e r2(t) em
relação a O. O deslocamento relativo r12(t) e P2 em relação a P1 no instante t é,1
𝑑
𝑟 = 𝑣12 (𝑡) = 𝑣2 (𝑡) − 𝑣1 (𝑡)
𝑑𝑡 12
Ou seja, a velocidade relativa de 2 em relação a 1, dada por v12, é a diferença entre as
velocidades de 2 e 1 em relação à origem O. Podemos interpretar v12 como a velocidade da
partícula 2 num referencial com origem na partícula 1. Assim, no exemplo citado por Galileu
do corpo que cai do mastro de um navio em movimento na direção horizontal, as
componentes horizontais das velocidades do corpo e do navio são iguais e se cancelam na
segunda equação anterior, de forma que a velocidade do corpo relativa ao navio continua
sendo vertical (ele cai ao pé do mastro). 1
Referências Bibliográficas