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inovação
Gestores
brasileiros
estudam
design
thinking
Cada vez mais profissionais do País estão
estudando a técnica de abordar problemas
do pensamento do design e conseguindo
trazê-la para suas empresas
RETOMADA DIDÁTICA
A reportagem é de Escolas de design vêm atraindo cada vez mais gestores e em-
Lizandra Magon de Almeida, preendedores como Guido Kovalskys, e o efeito disso começa a ser
editora-assistente de HSM Management. sentido no mundo corporativo: retoma-se a velha sabedoria popu-
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Alunos em
aula na EISE
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educação executiva | reportagem
g n t h i n k i n g
esi
R$ 1 mil para cursos de curta sito, já que recebe alunos do
duração a quase R$ 10 mil pa-
ra cursos de um ano.
mundo todo.
Os programas também sem-
pre têm ex-alunos com mui-
d
d.school, experiência ta experiência prática, como
californiana Kovalskys, que continua na es-
• Empatia e pesquisa
Para cursar a d.school, é cola, até julho próximo, para
de campo
preciso ser aluno de um dos acompanhar os novos alunos e
É preciso se colocar
cursos de pós-graduação em trabalhar em projetos reais em
no lugar do outro
Stanford e ter um projeto que parceria com empresas, espe-
para entender suas
interesse à proposta da escola cialmente em projetos de em-
necessidades e valores.
no momento, e assim ingres- preendedorismo social.
Para isso, todos saem a
sar como fellow, um tipo de Os candidatos preenchem
campo e vão conversar
pesquisador convidado. um formulário detalhado e
com os verdadeiros
Os preços dos cursos de pós- são submetidos a um pitching,
afetados pelos projetos.
-graduação de Stanford va- para avaliar o que cada um
riam, mas não são baratos; há, tem a acrescentar.
porém, uma série de possibili- “Eles conseguem montar • Pensamento
dades de financiamentos e bol- o melhor mix de pessoas”, colaborativo e não linear
sa de estudos. conta a jornalista brasileira É das conversas e trocas
Outra porta de entrada é que Adriana Garcia, que foi aluna de ideias que surgem
uma empresa contrate um cur- da d.school em 2013. Profis- as inovações.
so ou um workshop para seus sionais distintos como o em-
funcionários. O MBA de Stan- preendedor argentino Guido • Diversidade
ford, com um curso de design Kovalskys e Garcia são exem- Todos têm algo a ensinar
thinking, também oferece uma plos de alunos latino-america- e também a aprender, na
ponte com os professores da nos da d.school. empresa e na vida.
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Adriana Garcia,
jornalista
brasileira, foi
aluna da d.school
A jornalista estava em um ano sabático e foi por dar real apoio aos sonhos ca, depois de anos de guerrilha,
estudar em Stanford com uma bolsa de estu- dos empreendedores de gerar e tinha de construir do zero to-
dos da J. S. Knight Fellowships, que promove a impacto no mundo. da a sua infraestrutura.
inovação e o empreendedorismo em comunica- “Foi um modo radical de
ção. “O fellow estuda o que quer; eu conheci e Eise, vertente entender que as necessidades
quis a d.school”, explica. anglo-africana das pessoas têm de estar em
Garcia buscava um modelo de negócio digital Perto da Avenida Paulista, primeiro plano”, explica ele.
viável em mídia, indústria que tem sido descons- em São Paulo, a Escola de Para Pinheiro, o ciclo de vi-
truída pela internet. Havia trabalhado na agência Inovação em Serviços (Eise) da da posse dos produtos é,
de notícias Reuters durante 15 anos –depois de não leva design no nome, mas por definição, “tóxico” para
participar da implantação desse serviço no Brasil, ensina a metodologia do design as empresas. “Ele estimula ci-
foi correspondente no Uruguai e em Washington. thinking desde o início de 2012. clos de venda que se baseiam
“Eu estava acompanhando o desafio da digi- Ela tem um diferencial mar- em vender de novo, o que ge-
talização do jornalismo, na era do poder para cante em relação à d.school: ra produtos de má qualidade
as pessoas, e achei que a d.school me ajudaria a orienta os alunos a pensar em e consumo inconsequente.”
entender como fazer isso bem”, diz. todos os negócios como servi- Já quando os produtos são
O projeto de Garcia aprovado na bolsa de es- ços, e não a criar produtos. alugados e o paradigma é o de
tudos era apenas pesquisa em inovação na área Isso se explica por sua ligação serviço, ocorre o contrário, se-
de comunicação, mas, na d.school, ele evoluiu com a empresa que é conside- gundo Pinheiro: o interesse do
para se tornar uma empresa de consultoria e rada a versão inglesa da Ideo, fabricante passa a ser criar pro-
treinamentos. mas que é especializada em de- dutos de melhor qualidade e
A Orbitalab foi fundada em junho de 2014 e sign de serviços, a Livework. duráveis, porque ele arca com
já tem clientes como o grupo RBS, a Universida- A Eise foi fundada e é lide- as consequências da quebra.
de Metodista, a empresa de softwares Globant e rada por Tenny Pinheiro, que Pinheiro desenvolve o tema em
o Instituto Projor. “No próximo ano e meio vou desde 2009 comanda, no Bra- seu livro The Service Startup.
cuidar da comunicação digital da Olimpíada sil, a filial da Livework inglesa. Segundo o professor e dire-
Rio 2016”, conta Garcia, orgulhosa. Pode-se dizer que há tam- tor da Eise, o processo mental
Kovalskys já havia tido uma experiência na Cali- bém uma influência africana do design thinking voltado para
fórnia –em Berkeley, em 1997. Foi quando fez sua na Eise, que a aproxima do os serviços ainda tem a vanta-
migração de executivo a empreendedor, criando Brasil em muitos aspectos. gem de resgatar a capacidade
logo em seguida, no Brasil, a Bionexo, empresa de Pinheiro morou dois anos em individual do gestor de cons-
tecnologia na área de saúde, depois vendida. Angola, quando o país estava truir como um artesão, ao con-
Mesmo para o experiente Kovalskys, a d.school começando seu processo de re- trário do processo industrial
fez diferença. Segundo ele, essa escola destaca-se cuperação econômica e políti- focado no produto, que reforça
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educação executiva | reportagem
Adilson
Chicória,
ex-aluno
gestores
e hoje
facilitador Columbia. Incorporei um pou-
da Eise
co de cada uma.”
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