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Enfermagem
Módulo II
Primeiros socorros
Produzido por:
Depto. Pedagógico - Escola Info Jardins
www.escolainfojardins.com.br
SUMÁRIO
Introdução ............................................................................................................................................3
Estrutura física .....................................................................................................................................4
Conceitos em Pronto- Socorro .............................................................................................................5
Triagem e classificação de riscos ........................................................................................................6
Atendimento Pré-Hospitalar e transportes de pacientes ......................................................................7
Atendimento Hospitalar ......................................................................................................................8
Avaliação e atuação de Enfermagem nos distúrbios neurológicos .............................................10
Meningite ..........................................................................................................................................10
Punção lombar ...................................................................................................................................11
Crise convulsiva ................................................................................................................................12
Coma .................................................................................................................................................14
Acidente vascular encefálico .............................................................................................................15
Avaliação e atuação de Enfermagem nos distúrbios respiratórios .............................................18
Asma ..................................................................................................................................................19
Pneumotórax ......................................................................................................................................20
Drenagem pleural ..............................................................................................................................21
Avaliação e atuação de Enfermagem nos distúrbios cardiovasculares ......................................25
Hipertensão arterial sistêmica ...........................................................................................................25
Crise hipertensiva ..............................................................................................................................26
Síndromes coronarianas agudas ........................................................................................................27
Marcadores de necrose miocárdica ...................................................................................................29
Arritmias cardíacas ...........................................................................................................................29
Atividade elétrica cardíaca ...............................................................................................................30
Taquicardia ........................................................................................................................................32
Bradicardia ........................................................................................................................................34
Ritmos ventriculares .........................................................................................................................34
Atuação de Enfermagem no atendimento da Parada Cardio-Respiratória ..............................37
Suporte básico de vida (SBV) adulto e pediátrico ............................................................................41
Suporte avançado de vida (SAV) adulto e pediátrico.......................................................................47
Referências ........................................................................................................................................52
INTRODUÇÃO
A unidade de pronto socorro divide-se em unidades de Pronto Socorro Infantil, Pronto Socorro
Adulto e áreas destinadas a observação clinica. Seus objetivos consiste em acolher, atender o
paciente , retirando o mesmo da situação de risco.
É compromisso do PS manter uma relação de referência e contra referência, com os serviços de
atenção básica, encaminhando os pacientes que necessitem de acompanhamento na sua área de
origem para seguimento e resolução do problema de saúde, bem como encaminhar o paciente que
necessite de um atendimento de nível mais complexo, para os serviços de referência como os
hospitais gerais.
Na maioria das vezes a unidade , estará localizado na região central do município, no térreo dos
hospitais, ou seja é a primeira unidade hospitalar, com propósito de facilitar o acesso ao
atendimento mais rápido,dependendo das cidades encontraremos unidades localizadas em pontos
estratégicos e que são únicas ou seja não estão associadas ao hospital. Essas unidades em geral
recebem os pacientes, prestam os primeiros atendimentos e transferem para o Hospital mais
próximo ou de referência.
No Brasil, o fluxo de pacientes entre os serviços de saúde da rede básica e os serviços da alta
complexidade resultam frequentemente em situações de superlotação dos pronto-socorros que
passaram a ser o principal local de triagem dos serviços de saúde, sobrecarregando a equipe
multidisciplinar desses serviços.
Dessa forma, a imprevisibilidade da demanda aliada à gravidade e à complexidade torna esse
cenário um verdadeiro desafio e um dos setores mais importantes de um hospital, onde a assistência
prestada deve primar por uma qualidade de nível elevado e ser qualificada para todas as
adversidades possíveis para responder às expectativas dos usuários.
O processo de trabalho em um pronto-socorro geralmente é intenso, principalmente se desenvolvido
em unidade que funciona de porta aberta e com demanda espontânea.
CONCEITOS
Emergência
Pacientes que necessitam de tratamento ou avaliação imediatos e que apresentam risco de morte.
Exemplos: Parada Cardiorrespiratória, situações de choques, insuficiência respiratória e cardíaca ,
estados convulsivos entre outros .
Urgência
Pacientes com doença ou ferimentos que necessitam de intervenção ou avaliação em até 2 horas e
que não apresentam risco iminente de morte.
Exemplos: fraturas sem comprometimento neurovascular, dor abdominal aguda, alterações não
significativas dos sinais vitais.
Os Pronto Atendimentos são uma espécie de Pronto Socorro destinado a resolver apenas
ocorrências que não envolvam risco de morte ou de lesão irreversível no paciente.
Todo e qualquer mal-estar repentino, como uma dor de cabeça, uma febre ou uma crise de
hipertensão, podem ser tratados em um Pronto Atendimento. Para tanto, nestes locais, o paciente
não precisa agendar consulta com antecedência. Um paciente com sintomas de gripe, por exemplo,
pode ser atendido, medicado e voltar para casa em poucas horas.
Os Pronto Atendimentos são aptos a tratar pacientes com mal-estar temporário e situações de baixa
e média complexidade. Além das consultas propriamente ditas, estas unidades também realizam
procedimentos como exames simples, suturas, curativos, injeção e inalação.
Também há uma diferenciação na composição das equipes médicas destas unidades. Nos pronto
atendimentos, o paciente sempre tem à disposição um médico plantonista, mas não há
obrigatoriedade em se manter uma equipe de profissionais em diversas especialidades.
Já em um Pronto Socorro, estabelecimento de saúde destinado a prestar assistência a doentes, com
ou sem risco de vida, cujos agravos à saúde necessitam de atendimento imediato. Funciona durante
as 24 horas do dia e dispõe apenas de leitos de observação.
há sempre uma equipe de plantão composta por clínico geral, pediatra e ortopedista.
Triagem
A sala da triagem deve estar muito próxima da sala de emergência. É um processo de classificação
de pacientes de acordo com as necessidades para o tratamento de urgência e emergência. Deve-se
sempre possibilitar a privacidade para à realização da entrevista e do exame físico.
No Pronto Atendimento a distribuição dos pacientes será feita inicialmente através de Agentes de
Triagem (ou acolhimento) que encaminharão os mesmos às áreas específicas seguindo um
protocolo baseado na situação/ queixas.
Objetivos da triagem
-Avaliar o paciente logo após a sua chegada ao Pronto Socorro, humanizando e dinamizando o
atendimento.
-Descongestionar o Pronto Socorro;
-Reduzir o tempo para o atendimento médico, fazendo com que o paciente seja visto precocemente
de acordo com a sua gravidade;
-Determinar a área de atendimento primário, devendo o paciente ser encaminhado diretamente as
especialidades conforme protocolo. Ex Ortopedia, ambulatórios,etc;
-Informar os tempos de espera;
-Retornar informações a familiares.
Classificação de riscos
Nos serviços de emergências, porta aberta a toda sociedade, a grande demanda de pacientes para o
atendimento obrigou e obriga aos serviços a criarem um serviço de classificação de pacientes. A
escala de triagem americana (“Emergency Severity Index”, ESI©), é a escala amplamente utilizada
nas emergências dos Estados Unidos da América.
Embora tenha sido criada por médicos, como as demais escalas, ela do mesmo modo é operada por
enfermeiros treinados para a sua utilização.
A Classificação de Risco é um processo dinâmico de identificação dos pacientes que necessitam de
tratamento imediato, de acordo com o potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento.
A prioridade da assistência médica e de enfermagem será feita categorizando os clientes nos
seguintes níveis.
Após acolhimento e com base nas declarações feitas pelos pacientes em relação ao motivo pelo qual
procurou o hospital ( situação/queixa), o encaminhamento destes será feito pelos Agentes de
Triagem, seguindo o protocolo a seguir:
Situação/Queixa
- Politraumatizado grave;
- Trauma Crânio Encefálico grave;
- Estado de coma;
- Comprometimentos da Coluna Vertebral;
- Desconforto respiratório grave;
- Dor no peito associado a falta de ar e cianose;
- Perfurações no peito, abdômem e cabeça;
- Crises convulsivas ( inclusive pós crise);
- Intoxicações exógenas;
- Reações alérgicas;
- Tentativas de suicídio;
- Complicações de diabetes;
- Queimaduras;
- Parada cardiorrespiratória;
Situação/Queixa:
-Cefaléia intensa;
-Dor torácica intensa;
-Antecedentes com problemas respiratórios, cardiovasculares e metabólicos ( diabetes);
-Desmaios;
-Alterações de Sinais Vitais em paciente sintomático;
-Hemorragias;
-História de Convulsão;
-Dor abdominal intensa;
-Sangramento vaginal com dor abdominal;
-Náuseas /Vômitos e diarréia persistentes;
-Trauma crânio-encefálico leve;
-Desmaios;
-Febre alta ( 39/40.º C);
-Diminuição do nível de consciência.
Verdes: Pacientes em condições não agudas porém encaminhados com prioridade ao atendimento
médico.
Situação/queixa
-Gestantes com complicações da gravidez;
-Pacientes escoltados;
-Pacientes doadores de sangue;
-Deficiente físicos;
-Retorno com período inferior a 24 horas;
-Impossibilidade de deambulação;
-Vítimas de abuso sexual;
-Estados de pânico, overdose;
-Intercorrências ortopédicas ( entorse, suspeita de fraturas, luxações);
-Pacientes com ferimentos deverão ser encaminhados diretamente para a sala de sutura.
Azuis: Demais condições não agudas (não enquadradas nas situações/ queixas acima ) e serão
atendidas pelo Pronto Atendimento por ordem de chegada.
O médico regulador autoriza o transporte do cliente diante do problema de saúde relatado pela
equipe local de atendimento pré-hospitalar (APH), por meio de comunicação por telefone ou rádio.
Em se tratando de situações não caracterizadas como risco iminente de vida, cabe ao médico
regulador dar orientações sobre outras medidas a serem efetuadas pelo solicitante.
As equipes de saúde do APH são compostas por médico, enfermeiro, técnico e/ou auxiliar de
enfermagem, que recebem habilitação específica para esta atividade. É necessário que conheçam
suas atribuições, normas e rotinas operacionais, bem como desenvolvam seu trabalho baseado em
protocolos de atendimento. A educação permanente desses profissionais é primordial para assegurar
a qualidade na prestação da assistência.
Outros profissionais como telefonista, rádio-operador, condutor de ambulância ou de veículos
aquáticos e aéreos fazem parte da equipe de APH.
As equipes são capacitadas para tripular veículos terrestre, aquático ou aéreo que se destine ao
transporte de enfermos, atendendo a classificação da Portaria nº 2.048/GM.
No APH, os encaminhamentos para os serviços hospitalares são designados pelo sistema regulador.
Esses profissionais são habilitados por meio de cursos de resgate e emergências médicas (REM),
participando de capacitações periódicas para o bom desempenho de sua função.
Cada veículo é equipado com materiais e equipamentos específicos, tripulado por profissionais com
diferentes atribuições que compõem as equipes, segundo o tipo de atendimento destinado a prestar,
no caso, suporte básico de vida (SBV) ou suporte avançado de vida (SAV).
Os veículos de SAV são equipados com materiais médico-hospitar, equipamentos e medicamentos,
permitindo a estabilização do cliente e seu transporte para o hospital.
Profissionais da área de segurança, como policiais rodoviários e bombeiros identificam situações de
risco e realizam manobras de salvamento, resgate e, quando necessário, o suporte básico de vida
(SBV).
Para a segurança dos profissionais e do paciente, é necessário que todos os princípios de
biossegurança sejam aplicados. É importante promover a limpeza terminal ou concorrente do
interior da ambulância e a desinfecção adequada de materiais e equipamentos.
Atendimento hospitalar
De acordo com a Anvisa, há a necessidade de área física ampla, com número mínimo e suficiente de
salas e quartos ou boxes com divisórias para acomodar os clientes com conforto e privacidade. As
dependências são projetadas conforme as normas estabelecidas pela legislação, considerando-se o
fluxo de pessoas que circulam no local.
Essa área deve ter revestimento lavável, em cor clara e com cantos arredondados, como também
dispor de boa iluminação e ventilação; as considerações de segurança e conforto incluem um
ambiente tranquilo, com a minimização de ruídos e agentes estressantes.
A unidade de emergência é caracterizada pelo fluxo intenso de pessoas que circulam nessa área,
em razão da rotatividade dos pacientes que procuram o serviço devido à gravidade das condições
em que se encontram, motivadas por trauma, afecções não traumáticas, alterações de
comportamento, entre outras.
A variedade dos agravos apresentados por esses pacientes justifica a diversidade de profissionais
que atuam nessa unidade, com equipe multidisciplinar composta por profissionais de enfermagem,
assistente social, fisioterapeuta, médicos de diferentes especialidades, entre outros, bem como a
avançada tecnologia presente com equipamentos de alta precisão.
Essa complexidade exige a capacitação permanente dos profissionais que nela atuam.
Na estrutura organizacional do serviço, contamos com o responsável técnico (RT) de cada categoria
profissional, que será o responsável em promover as capacitações em parceria com serviço de
educação hospitalar.
Ao realizar intervenções orientadas no tratamento e na prevenção de outros agravos, é fundamental
a destreza, a capacidade de observação, de trabalho em equipe e o desenvolvimento do pensamento
crítico orientador na tomada de decisão.
Entretanto, o atendimento prestado com rapidez pode ser comprometido por fatores como fadiga,
falta de atenção e desrespeito às normas de biossegurança, e predispõe o profissional aos riscos de
acidentes e doenças ocupacionais.
Meningite
É a inflamação das membranas que revestem o encéfalo e a medula espinhal, conhecidas
coletivamente como meninges.
Na meningite bacteriana, as bactérias atingem as meninges por uma das duas vias principais:
através do corrente sanguínea ou através de contato direto entre as meninges e a cavidade nasal ou
com a pele. Isso é muitas vezes precedido por infecções virais, que quebram a barreira normal
formada pelas superfícies mucosas. Uma vez que as bactérias entraram na corrente sangüínea, elas
entram no espaço subaracnóideo em lugares onde a barreira cérebro-sangue é vulnerável.
Etiologia
A inflamação pode ser causada por infecções por vírus, bactérias ou outros micro-organismos e,
menos comumente, por certas drogas. A meningite pode pôr em risco a vida em função da
proximidade da inflamação com órgãos nobres do sistema nervoso central e por isso essa condição
é classificada como uma emergência médica.
Quadro clínico
Os sintomas mais comuns de meningite são fortes dores de cabeça e rigidez de nuca associados
à febre alta, confusão mental, alteração do nível de consciência, vômitos e a intolerância à luz
(fotofobia) ou a sons altos (fonofobia). Algumas vezes, especialmente em crianças pequenas,
somente sintomas inespecíficos podem estar presentes, como irritabilidade e sonolência.
A presença de uma erupção cutânea pode indicar um caso particular de meningite; a causada por
bactérias do tipo meningococos.
Diagnóstico
Uma punção lombar pode ser usada para diagnosticar ou excluir um quadro de meningite.
O procedimento envolve a inserção de uma agulha no canal medular para extração de uma amostra
de líquor, o líquido que envolve o encéfalo e a medula espinal.
O líquido coletado é, em seguida, examinado em um laboratório.
Tratamento
Complicações
A meningite pode ter complicações sérias a longo prazo como epilepsia, hidrocefalia e
déficit cognitivo, especialmente se não tratada rapidamente.
Uma vez que a meningite pode causar uma série de complicações precoces graves, a revisão médica
regular é recomendada para identificar essas complicações precoces, bem como a admissão a uma
unidade de terapia intensiva , se necessário.
A ventilação mecânica pode ser necessária se o nível de consciência é muito baixa, ou se houver
evidência de insuficiência respiratória. Se houver sinais de aumento da pressão intracraniana,
medidas para controlar a pressão podem ser tomadas, o que permitirá a otimização da pressão de
perfusão cerebral e vários tratamentos para diminuir a pressão intracraniana com medicação (por
exemplo, manitol).
As convulsões são tratadas com anticonvulsivantes.
Punção lombar
A punção lombar é feita com o posicionamento adequado do paciente, geralmente deitado
lateralmente ou sentado, a aplicação de anestesia local e a inserção de uma agulha através da dura-
máter (a membrana que envolve a medula espinhal) para coletar o líquido cefalorraquidiano (LCR).
No momento em que a agulha chega neste ponto, a pressão de abertura do líquor é medida através
de um manômetro. A pressão normal encontra-se entre 6 e 18 centímetros de água (cmH2O); na
meningite bacteriana, a pressão é geralmente elevada.
A primeira aparição do fluido já pode revelar uma indicação da natureza da infecção: o líquor turvo
indica altos níveis de proteína, presença de glóbulos vermelhos e brancos e/ou bactérias, e, portanto,
sugerem meningite bacteriana.
Crise convulsiva
A crise convulsiva pode ser definida como uma desordem na transmissão dos impulsos elétricos
cerebrais, que se manifesta por espasmos involuntários dos grupos musculares com ou sem perda da
consciência, sendo limitada em relação ao tempo.
Clínica bastante frequente, que se manifesta tanto em patologias neurológicas como acidente
vascular encefálico , traumatismo crânio-encefálico e encefalite.
A convulsão é uma resposta a uma descarga elétrica anormal no cérebro.
Etiologia
Considerada uma condição multifatorial, pode ocorrer como evento isolado em decorrência de
doenças sistêmicas tais como distúrbios hidroeletrolíticos, insuficiência renal, insuficiência
hepática, septicemia, estado hiperglicêmico, entre outros.
Quadro clínico
Diagnóstico
Cuidados de Enfermagem
Durante a crise convulsiva, coloque algo macio sob a cabeça do paciente, se encontrado deitado no
chão, apoiando-a cuidadosamente a fim de evitar traumas. Se possível, remova ou afrouxe a roupa
apertada, observe se há adornos no pescoço que possam dificultar a respiração.
Após a cessação das contrações, reavaliar a permeabilidade das vias aéreas e eventual necessidade
de aspiração de secreções, administração de outras medicações, controle da glicemia capilar e
realizar a higiene proporcionando o conforto. Em presença de prótese dentária, remova assim que
possível.
Em pacientes idosos, é importante considerar que a história clínica, bem como a ocorrência do fato
descrita por familiares ou outrem que presenciaram a convulsão, seja considerada em virtude da
avaliação do evento.
Coma
Coma (do grego κῶμα, sono profundo) é um estado de inconsciência que dura mais de seis horas,
em que uma pessoa não pode ser despertada, não responde normalmente a estímulos dolorosos, luz
nem som, carece de um ciclo vigília-sono normal e não inicia ações voluntárias.
Etiologia
O Coma é causado pela perturbação grave do funcionamento cerebral devido a traumas crânio-
encefálico, acidentes vasculares cerebrais, tumores, envenenamentos ou asfixia.
No traumatismo crânio-encefálico, o coma pode ser induzido seja pelo efeito de concussão cerebral,
quando o cérebro recebe um impacto forte e é jogado contra as paredes do crânio, causando lesão
difusa, ou mesmo por lesão direta, com perda de massa encefálica como nos casos de ferimentos
por armas de fogo.
Os acidentes vasculares cerebrais (comumente chamados de "derrame"), podem ser do tipo
hemorrágico, quando ocorre a ruptura e vazamento de algum vaso sanguíneo cerebral ou do
tipo isquêmicos, quando ocorre a obstrução da circulação sanguínea.
Os tumores encefálicos podem causar o coma por destruição de células cerebrais ou por efeito de
compressão, pelo seu crescimento expansivo , que leva à obstrução da circulação sanguínea.
Diversos distúrbios do metabolismo podem induzir o estado de coma, como o diabetes mellitus, o
hipotireoidismo, a insuficiência hepática, seja pelo acúmulo de substâncias que impedem o correto
funcionamento cerebral, como alguns aminoácidos e amônia, pelo desequilíbrio do metabolismo do
hidrogênio sanguíneo, causando alteração de pH ou pelas disfunções orgânicas causadas por estas
doenças, que levam à hipoventilação, hipotermia, hipotensão e bradicardia.
Os envenenamentos acidentais ou provocados introduzem no organismo humano drogas que podem
induzir ao coma, como, cocaína, álcool, etc.
A asfixia traumática, por afogamento ou por qualquer outra condição que conduza à interrupção do
fluxo nas vias respiratórias pode gerar falta de oxigenação cerebral e conduzir a pessoa ao estado
comatoso .
Avaliação do coma
1 2 3 4 5 6
Pronuncia Orientado,
Emite sons Confuso,
Verbal Emudecido palavras conversa N/A
incompreensíveis desorientado
desconexas normalmente
Flexão
Extensão a Flexão anormal inespecífica
Localiza
Não se estímulos a estímulos (normal)/ Reflexo Obedece a
Motor estímulos
movimenta dolorosos dolorosos de retirada a comandos
dolorosos
(descerebração) (decorticação) estímulos
dolorosos
Resultado:
3 a 6 = Coma profundo; (85% de probabilidade de morte; estado vegetativo)
7 a 10 = Coma intermediário;
11 a 14 = Coma leve;
15 = Normalidade.
Classificação e Fisiopatologia
Os acidentes vasculares do cérebro podem ser basicamente decorrentes da obstrução de uma
artéria que irriga o cérebro (ou seja, por isquemia) ou podem ser por vazamento de sangue de um
vaso sanguíneo (ou seja, hemorrágico).
AVE isquêmico
É o tipo de AVC mais comum, presente em cerca de 80% dos casos. Ocorre pela falta de fluxo
sanguíneo cerebral, levando ao sofrimento e enfarte do parênquima do sistema nervoso.
Essa queda no fluxo sanguíneo pode ser decorrente de:
Uma obstrução arterial: um trombo ou, mais comumente, um êmbolo;
Queda na pressão de perfusão sanguínea, como nos estados de choque;
Uma obstrução na drenagem do sangue venoso, como na trombose venosa, causando dificuldade de
entrada do sangue arterial no cérebro.
Nos primeiros momentos do AVC isquêmico não há morte de tecido cerebral, mas a falta de
suprimento sanguíneo provoca a rápida degeneração do tecido cerebral, um tecido metabolicamente
muito ativo e que demanda muito oxigênio e glicose para manter seus neurônios vivos.
AVE hemorrágico
É o acidente vascular cerebral menos comum presente em cerca de 20% dos casos, mas não menos
grave. Ocorre pela ruptura de um vaso sanguíneo intracraniano. O sangue em contato com o
parênquima nervoso tem ação irritativa. Além disso, a inflamação e o efeito de massa ou pressão
exercida pelo coágulo de sangue no tecido nervoso prejudica e degenera o cérebro e a função
cerebral.
Quadro clinico
Dificuldade de mover o rosto;
Dificuldade em movimentar os braços adequadamente;
Dificuldade de falar e se expressar;
Fraqueza nas pernas;
Problemas de visão.
Durante um exame pode-se pedir ao paciente que sorria, levante os dois braços e repita uma frase
(como "trinta e três"). Diante desses sintomas, quanto mais rápido o socorro, menor a probabilidade
de sequelas. Outros sintomas menos específicos, como queda do estado geral e coma, também
elevam o risco de AVE.
Diagnóstico
Os médicos recomendam que a hipótese seja confirmada por um exame de imagem, tomografia
computadorizada e ressonância magnética, que permitem identificar a área do cérebro afetada e o
tipo de AVE.
A tomografia pode ser o exame inicial de escolha por sua disponibilidade e rapidez. Serve
principalmente para diferenciar o AVE por entupimento/isquemia do hemorrágico, o que muda
radicalmente a conduta médica.
Uma tomografia normal dentro das primeiras 24 horas de um AVE isquêmico é algo esperado e
confirma o diagnóstico, pois a maioria dos ataques isquêmicos não provoca lesões visíveis tão
precoces nesse exame. Apenas lesões extensas ou mais antigas podem ser vistas na tomografia no
AVE isquêmico ou, ainda, sinais indiretos de AVE como edema cerebral.
Já o AVC hemorrágico costuma vir com imagem na tomografia indicando vazamento de sangue.
Tratamento
O AVE geralmente causa um impacto significativo na vida funcional, cognitiva e social do paciente,
sendo comum que o paciente desenvolva transtornos psicológicos após o derrame.
Quanto maior o prejuízo na qualidade de vida e dificuldade de adesão ao tratamento mais
importante é o acompanhamento psicológico e psiquiátrico para a reabilitação da vítima do
derrame.
Além da reabilitação vale ressaltar que evitar e tratar os fatores de riscos, contribuirão para o
sucesso do tratamento.
Outras
Tratamento
O tratamento de emergência seque os princípios da ressuscitação cardiopulmonar.
O tratamento da causa subjacente é necessário intubação endotraqueal e ventilação mecânica podem
ser necessários.
Estimulantes respiratórios como o doxapram podem ser usados, e se a insuficiência respiratória
resultou de uma overdose de drogas sedativas como opióides ou benzodiazepínicos.
Ventilador mecânico
Asma
Trata-se de uma doença inflamatória crônica, caracterizada por hiperresponsividade das vias aéreas,
manifestando-se por obstrução ao fluxo aéreo, reversível espontaneamente ou pelo tratamento, com
episódios recorrentes de sibilos, dispnéia e tosse, particularmente à noite e pela manhã, ao acordar.
A asma pode ser controlada na maioria dos pacientes, evitando os atendimentos em emergências e
as hospitalizações. Se a asma não for bem controlada, ela pode tornar-se crônica com prejuízo
permanente ao fluxo aéreo, levar à limitação física e social significativa e até causar a morte, em
casos mais graves.
Etiologia
Sua causa está relacionada a interação entre fatores genéticos e ambientais . que se manifestam
como crises de falta de ar devido ao edema da mucosa dos bronquíolos, a produção excessiva
de muco nas vias aéreas e a contração da musculatura lisa das vias aéreas (broncoespasmo).
Quadro clinico
Caracteristicamente à doença, os sintomas aparecem de forma cíclica com períodos de piora. Dentre
os principais sinais e sintomas estão: a tosse, que pode ou não estar acompanhada de alguma
expectoração (catarro), dificuldade respiratória, com dor ou ardência no peito, além de um
chiado(sibilância). Na maioria das vezes não há expectoração ou se tem é tipo "clara de ovo".
Os sintomas podem aparecer a qualquer momento do dia, mas tendem a predominar pela manhã ou
à noite.
A asma é a principal causa de tosse crônica em crianças e está entre as principais causas de tosse
crônica em adultos.
Diagnóstico
É baseado nos sinais e sintomas que surgem de maneira repetida e que são referidos pelo paciente.
No exame físico, o médico poderá constatar a sibilância nos pulmões, principalmente nas
exacerbações da doença. Contudo, nem toda sibilância é devido à asma, podendo também ser
causada por outras doenças. Todavia, nos indivíduos que estão fora de crise, o exame físico poderá
ser completamente normal.
Existem exames complementares que podem auxiliar o médico, dentre eles estão: a radiografia do
tórax, exames de sangue e de pele (para constatar se o paciente é alérgico) e a espirometria que
identifica e quantifica a obstrução ao fluxo de ar. Teste de bronco provocação com substâncias pró-
inflamatórias; ex: histamina.
Tratamento
Os broncodilatadores são utilizados principalmente como medicações de alívio para cortar uma
crise de asma.
É um medicamento, como o próprio nome diz, que dilata os brônquios (vias aéreas) quando o
asmático está com falta de ar, chiado no peito ou crise de tosse.
Nebulização;
Nebulímetro ("spray" ou "bombinha");
Pneumotórax
Pneumotórax ou pulmão colapsado é uma emergência médica causada pela presença de ar
na cavidade pleural, ocorrendo como resultado de uma doença ou lesão.
Etiologia
Espontânea: o ar penetra no espaço pleural vindo de alvéolos pulmonares, sem que existam
antecedentes imediatos de traumatismos ou de operação cirúrgica intratorácica. Geralmente, a causa
desse tipo de pneumotórax é a ruptura de alvéolos que estão muito próximos da superfície
pulmonar.
Pode ser pneumotórax espontâneo primário, produzidos por razões desconhecidas, especialmente
em jovens altos e magros, que geralmente fumam, sem antecedentes de doenças pulmonares; ou
pode também ser um pneumotórax espontâneo secundário, que acomete pessoas que sofrem de
alguma outra doença pulmonar crônica.
Iatrogênica: menos frequentemente, a doença também pode ser devido a uma ruptura acidental do
tecido pulmonar durante uma intervenção ou como consequência de uma operação cirúrgica
intratorácica.
Quadro clinico
O sintoma mais comum descrito por 90% dos pacientes é a dor torácica, alguns pacientes também
apresentam tosse, encurtamento da respiração (dispnéia grave), agitação, cansaço fácil, aceleração
dos batimentos cardíacos e cianose devido à falta de ar. Pode também haver dores no ombro,
pescoço e abdômen.
Diagnóstico
Tratamento
Drenagem pleural
Finalidades
Proporcionar saída à coleções líquidas ou gasosas do espaço pleural, mediastino ou cavidade
torácica, restaurando a pressão no espaço pleural ou reexpandindo o pulmão colapsado, restaurando
a função cardio-respiratória normal, após cirurgia, traumatismo ou afecções clínicas.
Materiais necessários:
• Mesa auxiliar
• Foco auxiliar
• Caixa de pequena cirurgia
• Drenos de tórax compatíveis com a finalidade
• Gazes estéreis
• Fio de sutura mono-nylon 2,0 ou 3,0 agulhados
• Seringa 10ml descartável para anestesia
• Agulhas para anestesia (40x12 e 30x7)
• clorexidina alcoólica a 0,5%
• Xylocaína 2% sem vasoconstritor
• Lâmina de bisturi de acordo com o cabo do bisturi
• Luvas estéreis
• Campo fenestrado
• Frascos de drenagem conforme a solicitação do cirurgião
• Soro fisiológico ou água estéril para preenchimento do frasco de drenagem (+500ml)
• Fita adesiva
• Recipiente para lixo
Procedimento:
Médico:
• Técnica asséptica;
• O médico deve usar paramentação cirúrgica;
• Lavar as mãos corretamente e calçar luvas estéreis;
• antissepsia da pele;
• Colocação de campo
• Anestesia local e/ou se necessário sedo-anestesia;
• Incisão e dissecção dos tecidos;
• Colocação do dreno;
• Fixação do dreno;
• Curativo;
• Verificação do sistema;
• Confirmar posicionamento do dreno com Rx de tórax.
Curativo do Dreno
Procedimento de Enfermagem
• Lavar as mãos corretamente;
• Abrir os pacotes com técnica asséptica;
• Preparar o paciente, posicionando-o em decúbito dorsal horizontal ;
• Colocar o antisséptico na cuba ;
• Segurar o frasco de anestésico para o médico, realizando a antissepsia prévia com álcool 70%;
• Colocar soro ou água esterilizada dentro do frasco;
• Instalar a tampa no frasco, de modo que a haste fique submersa cerca de 1,5 a 2 cm na água ;
• Calçar as luvas;
• Após a introdução do dreno, auxiliar na conexão deste à extremidade distal do sistema, sem
contaminar;
• Colar na altura-limite da água, o rótulo com a hora, dia e nome no frasco de drenagem e
quantos ml de água foram colocados;
• Após o término do procedimento, descartar os materiais perfuro-cortantes em recipiente
adequado;
• Encaminhar os instrumentais para a central de esterilização e arrumar o local;
Sistemas coletores de drenagem pleural ou mediastinal nos modelos: Juvenil, Infantil, e Neonatal.
Cuidados de Enfermagem
• Toda vez que houver necessidade de se elevar o frasco acima do nível do tórax do paciente
(transporte, deambulação, etc), clampliar os drenos; ou se não houver pinças, dobrar a extensão;
• Manter o frasco abaixo do nível do tórax;
• O dreno não pode ficar diretamente no chão, utilizar o cordão para fixá-lo na lateral da cama;
• Trocar o frasco de drenagem quando este acumular cerca de 2/3 do volume da capacidade do
frasco. O frasco não deve ser esvaziado e reutilizado. Ele deve ser substituído;
• Se o volume diário drenado for de 100ml a 150 ml e a capacidade do frasco estiver próximo ao
limite perguntar ao Enfermeiro sobre a necessidade de troca;
• Frascos de drenagem de pneumotórax não necessitam de troca; uma vez que o conteúdo drenado
trata-se de ar
• Observar o funcionamento do sistema de drenagem;
• Estimular o paciente à movimentação no leito;
• Estimular exercício respiratório.
Pressão Pressão
Sociedade Européia de Sociedade Brasileira de
sistólica diastólica
Hipertensão e Cardiologia Cardiologia,hipertensão e nefrologia
(mmHg) (mmHg)
Quadro clinico
A hipertensão raramente é acompanhada de outros sinais ou sintomas, e o seu diagnóstico
usualmente acontece depois de um rastreio ou durante uma consulta médica por outros problemas.
Uma parte significativa de hipertensos revela sofrer de dores de cabeça sobretudo na occipital (parte
posterior da cabeça) e durante a manhã, assim como vertigens, zumbidos, distúrbios na visão ou
mesmo episódios de desmaio.
Crise Hipertensiva
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) constitui um dos grandes problemas de saúde pública no
Brasil e no mundo. Representa um dos mais importantes fatores de risco para o desenvolvimento
das doenças cardiovasculares, cerebrovasculares e renais, sendo responsável por pelo menos 40%
das mortes por acidente vascular cerebral, por 25% das mortes por doença arterial coronariana e, em
combinação com diabete, 50% dos casos de insuficiência renal terminal.
A urgência hipertensiva é uma situação em que ocorre aumento da pressão arterial, atingindo
valores na pressão arterial diastólica (PAD) > 110 mmHg e sistólica (PAS) > 180 mmHg, sem lesão
aguda a órgãos-alvo, que são olhos, coração, rim e cérebro. Os níveis pressóricos podem ser
reduzidos em até 24 horas.
A emergência hipertensiva é uma situação que requer redução rápida da PA, no período máximo de
uma hora. Representa risco imediato à vida devido a lesões de órgão alvo com complicações do tipo
encefalopatia, infarto, angina instável, edema agudo de pulmão, acidente vascular encefálico
isquêmico (Avei), acidente vascular encefálico hemorrágico (Aveh), dissecção de aorta e eclâmpsia.
Geralmente, a PAD é maior que 130 mmHg e sintomas clínicos estão presentes, o que indica a
necessidade de internação hospitalar, se possível em UTI, com início imediato de drogas anti-
hipertensivas por via endovenosa. Faz-se necessário ressaltar que o nível absoluto da PA não deve
ser o parâmetro mais importante de diagnóstico, mas sim a presença de lesões de órgão-alvo e as
condições clínicas associadas.
Nas emergências hipertensivas, ocorre injúria vascular em virtude da falha no sistema auto-
regulatórios que, mediante níveis tensionais elevados, provoca a vasoconstrição. Essa falha propicia
o aparecimento de lesões na parede vascular, iniciando-se pelo endotélio vascular, e permitindo que
o material fibrinóide penetre na parede vascular levando ao estreitamento do lúmen vascular.
Diagnóstico
A avaliação clínica minuciosa com busca de alterações dos sistemas neurológico, cardiovascular,
pulmonares e vasculares é imprescindível.
Exames de imagem tais como eletrocardiograma, radiografia de tórax, fundoscopia (exame de
fundo de olho) e exames laboratoriais (ureia, creatinina e demais eletrólitos, urina I) colaboram na
investigação diagnóstica.
Tratamento
Nas urgências hipertensivas são utilizadas drogas por via oral, de ação moderada, com intuito de
reduzir a pressão arterial de forma gradual. Como orientação na alta, é feito o ajuste de dose da
medicação ou para pacientes que não utilizam medicações, iniciar esquema medicamentoso com
drogas de ação curta administradas por via oral em horários ao longo do dia.
O paciente deve ser orientado a aferir a pressão arterial uma vez ao dia até o ajuste da dose.
São utilizadas drogas por via endovenosa com o intuito de diminuir a pressão arterial em
aproximadamente 25% em uma hora.
A regularização a níveis normais deve ser atingida entre 2 a 6 horas.
Consideradas como principal causa de morte no Brasil, as doenças circulatórias acarretam ônus
significativo para o sistema público de saúde do País em virtude da incapacidade para a vida
produtiva gerada nos indivíduos precocemente.
Fatores de risco
São consideradas síndromes coronarianas agudas a angina instável (AI) e o infarto agudo do
miocárdio (IAM).
A dor típica é descrita como sendo uma dor do tipo “opressão” e tem início na região retroesternal,
podendo se irradiar para membro superior esquerdo e região cervical, atingindo a região
mandibular.
Indivíduos da raça negra, portadores de diabetes melito, mulheres e idosos podem apresentar o
evento isquêmico sem sintomatologia típica, ou seja, sem desconforto precordial.
Além da queixa dolorosa em opressão, as síndromes coronarianas vêm acompanhadas de alteração
do estado mental, perfusão periférica diminuída, estertores, hipotensão arterial, estase jugular,
náuseas, palpitações, sudorese e algumas vezes de síncope, que pode estar associada a arritmias
complexas, sinalizando dano significativo ao miocárdio.
Diagnóstico
O diagnóstico diferencial é feito por meio da história clínica e antecedentes pessoais, enfocando o
início da dor.
Em situações emergenciais, o diagnóstico baseia-se na história clínica, nas alterações
eletrocardiográficas e dos valores de referência dos marcadores de necrose miocárdica.
Tratamento
Arritmias cardíacas
As arritmias são distúrbios na geração, condução e/ou propagação do impulso elétrico no coração,
podendo representar risco iminente de morte quando associada a agravos como insuficiência
cardíaca congestiva (ICC), tromboembolismo e choque cardiogênico.
Classificação
Fisiologia cardíaca
O coração consiste em dois tipos de células musculares, que são as contráteis, que compõem a
maioria das células dos átrios e ventrículos levando à contração, gerando força e pressão no
coração; e as condutoras, que compreendem os tecidos do nó sinoatrial, as vias internodais dos
átrios, o nó atrioventricular (AV), o feixe de His e o sistema de Purkinje, que têm por objetivo
propagar rapidamente o potencial de ação por todo o miocárdio.
O impulso elétrico, que normalmente se inicia no nó sinusal e se propaga pelas vias internodais,
atinge os átrios direito e esquerdo e, simultaneamente, o nó atrioventricular, com velocidade de ação
diminuída.
A condução lenta assegura que os ventrículos tenham tempo suficiente para se encherem de sangue
antes de sua ativação e contração.
A partir do nó AV, o potencial de ação avança pelo sistema de condução ventricular, que se inicia no
feixe de His, ramos esquerdos (RE) e direito (RD) dos feixes menores do sistema de Purkinje.
A condução pelo sistema His-Purkinje é muito rápida e distribui o potencial de ação aos ventrículos,
permitindo a contração e ejeção eficiente do sangue caracterizando o ato mecânico da bomba
cardíaca.
O nó sinusal, marca-passo dominante do coração, varia com freqüência entre 60 e 100 impulsos por
minuto em pessoas adultas.
Em situações anômalas, um ou mais impulsos elétricos podem se originar com propagação dos
impulsos simultaneamente, e o marca-passo que possuir a maior frequência cardíaca é considerado
dominante. Caso haja uma falha no marca-passo sinusal, outro secundário poderá iniciar o impulso
elétrico com freqüência variável de acordo com seu ponto inicial.
As propriedades das células miocárdicas, que permitem estes eventos levando à contração do
músculo cardíaco, são a automaticidade ou capacidade de iniciar um impulso elétrico, a
excitabilidade ou capacidade em responder a um impulso, condutividade ou capacidade de
transmitir um impulso e, contratilidade ou capacidade de responder a ação de bomba cardíaca. Essas
propriedades determinam a atividade elétrica do coração.
O impulso elétrico gerado no nó sinusal, a condução através das fibras, a estimulação do músculo e
o período de recuperação são transmitidos para a superfície do corpo, onde podem ser captados por
meio dos eletrodos fixados na pele. Essas forças elétricas em forma de ondas (positivas e negativas)
podem ser visualizadas por meio de um monitor cardíaco, visor ou osciloscópio ou no
eletrocardiograma registradas em fita corrente de papel especial milimetrado.
As ondas originárias dessa atividade elétrica são designadas pelas letras P-Q-R-S-T.
Como as forças elétricas geradas pelo coração se espalham simultaneamente em várias direções,
as ondas podem ser captadas em diferentes planos do órgão.
Há três derivações dos membros denominadas bipolares I-II-II, três derivações dos membros tipo
unipolares, que são AVR-AVL-AVF, e seis derivações ventriculares do tipo unipolares, que são V1-
V2-V3-V4-V5-V6 captadas ao longo da parede torácica.
A cada uma destas derivações é atribuída uma função.
É importante que você fique atento à instalação correta dos eletrodos e cabos do ECG, conforme
orientação abaixo, para um diagnóstico correto e o atendimento eficaz.
As manifestações da frequência cardíaca muito alta ou muito baixa com distúrbio de ritmo são
denominadas de taquiarritmias e bradiarritmias, respectivamente, podendo ocasionar alteração
de nível de consciência, síncope, palpitações, parada cardiorrespiratória e, em casos extremos,
morte súbita.
Taquicardias ou taquiarritmias
As taquicardias ou taquiarritmias são aquelas que aceleram o músculo cardíaco com freqüência
cardíaca superior a 100 bpm. As manifestações mais graves estão associadas ao baixo débito como
sudorese, palidez, hipotensão e perfusão inadequada, e a sintomas relacionados à insuficiência
cardíaca ou coronariana como dispnéia e angina.
Dentre os ritmos atriais não sinusais, destacaremos a taquicardia supraventricular, o flutter atrial e
a fibrilação atrial (FA).
Registro do ECG; D2
Em serviços de emergência, a equipe médica pode optar a fim de reverter o quadro ou utiliza-se da
cardioversão química.
Taquicardia atrial
No flutter atrial encontramos a onda P com morfologia de serra denominadas de onda F em D2, D3
V1, complexo QRS morfologicamente normal, frequência cardíaca elevada.
A ineficácia de contração dos átrios pode possibilitar a formação de trombos intracavitários que, a
partir do ventrículo esquerdo, resultam em vasculopatia arterial periférica ou cerebral.
O risco de embolização nas primeiras 48 horas do desencadevamento do flutter é pequeno, devendo
ser tratado com anticoagulantes e medicamentos que diminuam a frequência cardíaca.
O tratamento é preferencialmente realizado pela cardioversão elétrica com baixa carga de energia,
porque esse tipo de arritmia raramente responde a tratamento medicamentoso.
Taquicardia atrial
Fibrilação Atrial
Bradicardia ou bradiarritmia
O bloqueio AV de 3º grau – Bloqueio átrio ventricular total (BAVT) caracteriza-se pela não
passagem de estímulos atriais aos ventrículos.
A onda P não tem relação fixa com o complexo QRS. A freqüência atrial é maior que a ventricular e
o intervalo P-P é normal.
Ritmos ventriculares
Os ritmos ventriculares são considerados importantes por levarem a maior número de casos de
morte súbita. Por esse motivo, é importante a sua atuação como técnico na identificação desses
ritmos ventriculares.
A fibrilação ventricular (FV) é desencadeada por múltiplos focos ventriculares ectópicos, levando
a uma contração caótica dos ventrículos. Cada foco dispara em diferente frequência,
comprometendo a musculatura ventricular e interrompendo, de forma abrupta, o débito cardíaco.
Trata-se de uma emergência pela perda da função cardiovascular, podendo ser consequência do uso
de drogas, de situações de trauma, patologias cardiovasculares como síndromes isquêmicas, entre
outras.
Fibrilação ventricular
Taquicardia ventricular
As arritmias podem necessitar de tratamento com base em situações emergenciais, eletivas ou ainda
quando diagnosticada ao exame físico, estando ou não vinculados a queixas sintomatológicas.
A instalação do marca-passo provisório transcutâneo (MPTC) é feita por meio da aplicação de dois
eletrodos autoadesivos na pele do tórax do paciente, que estimulam a contração involuntária do
músculo cardíaco por pulsos elétricos.
Cardioversores elétricos
Outra modalidade de marca-passo é o transvenoso (MPTV), que exige a inserção de um eletrodo
através de acesso central até que atinja a parede ventricular direita. Para esse procedimento, é
prudente que o paciente seja transferido para o serviço de hemodinâmica.
Mantenha sempre material de atendimento emergencial pronto para uso, entre eles o carro de
emergência, laringoscópio, cânulas de entubação adequadas à idade do cliente e medicamentos.
Marcapasso transvenoso
Nas crianças, mesmo quando as manifestações clínicas da arritmia não são tão significativas, a
evolução para insuficiência cardíaca é rápida e progressiva, o que acaba por agravar ainda mais o
estado clínico.
Para cardioversão química, as drogas usadas em situação de urgência são: adenosina, verapanil,
procainamida, amiodarona, lidocaína, diltiazem, digoxina, metroprolol, esmolol, disopiramida,
propafenona, adrenalina e bicarbonato de sódio em casos de acidose para melhor eficácia das
drogas antiarrítmicas.
Diariamente, muitas pessoas são atendidas em serviços de atenção às urgências. São homens,
mulheres, crianças, jovens e idosos com os mais variados problemas de saúde e níveis de gravidade.
Nesse cenário, é necessário que você esteja capacitado para agir com segurança técnica, tendo-se
conhecimento dos protocolos que norteiam o atendimento de urgência.
Além do conhecimento, a atenção é um aspecto fundamental para quem trabalha nos serviços dessa
natureza, pois uma situação de emergência pode se instalar de forma insidiosa.
Por exemplo, nem sempre uma emergência sangrante que nos impacta porque é visível é mais grave
do que o caso de uma pessoa com angina pectoris que, quieta, aguarda pelo atendimento.
Essa e muitas outras situações têm o fator tempo como determinante no prognóstico do cliente;
quanto mais rápido e qualificado o atendimento, maiores serão as chances de sobrevida e de se
prevenir sequelas. Contudo, lembramos que a rapidez no atendimento não significa, em hipótese
nenhuma, negligenciar os princípios de segurança do paciente e de si próprio.
A atenção à vítima de trauma é delineada nas orientações do Advanced Trauma Life Support
(ATLS) da National Association of Emergency Medical Technicians (NAEMT) em cooperação com
o Comitê de Trauma do Colégio Americano de Cirurgiões.
De acordo com as Diretrizes AHA 2010, para RCP recomenda-se a alteração da sequência de
procedimentos A-B-C (via aérea, respiração, compressões torácicas) para C-A-B (compressões
torácicas, via aérea, respiração) em adultos, crianças e bebês (excluindo-se recém-nascidos).
Dentre todas as situações que caracterizam risco de morte iminente, nenhuma emergência supera
a prioridade do atendimento da PCR. Esta é definida como a cessação abrupta das funções
cardíacas, respiratórias e cerebrais.
As taquiarritmias que provocam instabilidade hemodinâmica devem ser tratadas de forma imediata,
na fibrilação ventricular (FV) e taquicardia ventricular (TV), com choque elétrico denominado
desfibrilação, exceto assistolia e atividade elétrica sem pulso (AESP).
Entre as causas mais comuns de PCR, além das arritmias, encontramos infarto agudo do miocárdio,
distúrbios respiratórios e hidroeletrolíticos.
A parada cardíaca súbita (PCS) acontece de forma inesperada, nos mais variados locais como feiras-
livres, supermercados, estações de metrô, aeroportos, clínicas médicas, consultórios odontológicos
e, inclusive, nos hospitais.
A detecção e tratamento precoce das PCR é fator determinante para assegurar a sobrevivência,
evitando o comprometimento neurológico causado pela falta de oxigenação cerebral, resultando em
sequelas graves irreversíveis. Este evento, na maioria das vezes, ocorre fora do ambiente hospitalar
e é geralmente presenciado pela família, colegas de trabalho ou por pessoas desconhecidas, que não
possuem conhecimento sobre as ações básicas para manutenção da vida, que poderiam ser aplicadas
até a chegada do atendimento pré-hospitalar (APH).
Para que o socorro possa ser prestado de maneira sistematizada ao cliente com parada cardíaca
súbita, a AHA 2010 desenvolveu a cadeia de sobrevivência, constituída pela sequência de ações:
1 2 3 4 5
Cadeia de sobrevivência de ACE Adulto (AHA 2010)
Cada elo da cadeia deve ser seguido corretamente para melhorar a taxa de sobrevida de pessoas
acometidas pela parada cardíaca.
2-O SBV é o segundo elo da cadeia de sobrevivência e deve ser iniciado no atendimento pré-
hospitalar com a RCP precoce com ênfase nas compressões torácicas de alta qualidade.
4-O quarto elo destaca-se pelos cuidados da equipe de SAV do Serviço de Atendimento Móvel de
Urgência (Samu).
A sequência de eventos de uma PCR nos leva a melhor compreensão das ações que são necessárias
para sua reversão.
Fase Elétrica: período que se estende do momento da parada cardíaca até os cinco minutos
subsequentes. A desfibrilação imediata é o tratamento ideal quando possível.
Caso você encontre situação de PCR nessa fase, é importante priorizar a RCP com 30 compressões
torácicas externas para duas ventilações por cerca de 2 minutos.
Estudos baseados em evidências mostram que, se utilizado em primeiro lugar o DEA nesta fase,
o cliente tem menor chance de sobreviver.
Fase Metabólica: estende-se de 10 a 15 minutos após a PCR. Nesta fase, a eficácia da desfibrilação
imediata e RCP diminuem drasticamente. Nesse estágio, o cliente se beneficiaria com a indução da
hipotermia terapêutica à temperatura entre 32ºC a 34ºC por 12 a 24 horas, que promoveria
possivelmente a melhora no fornecimento de oxigênio cerebral.
Recomenda-se iniciar até 6 horas após a PCR, com o objetivo de melhorar o prognóstico
neurológico e a sobrevida do cliente.
C – Circulação - Adulto
Você deverá suspeitar de PCR se o paciente não responder ou apresentar respiração anormal
(gasping); verifique pulso carotídeo ou femoral em até 10 segundos; caso não sinta o pulso inicie
manobras de RCP colocando a pessoa em uma superfície plana e rígida e use o DEA/DAE
(desfibrilador externo automático), se disponível.
O tórax deve retornar para a próxima compressão torácica, permitindo o esvaziamento das
câmaras cardíacas.
Assim que houver uma via aérea avançada colocada, as compressões torácicas poderão ser
contínuas, a uma frequência mínima de 100/minuto (AHA, 2010). Caso a parada cardiorrespiratória
seja testemunhada, ou seja, tenha ocorrido a menos de 4 minutos, iniciar RCP e, se o desfibrilador
externo automático (DEA) for disponibilizado, utilizá-lo imediatamente. Caso você encontre o
cliente inconsciente e não saiba ao certo por quanto tempo ele está nesta condição, realize 2 minutos
de RCP ou cinco ciclos de 30 compressões/duas ventilações, para depois utilizar o DEA.
Atendimento realizado em equipe, enquanto se instala o DEA outro mantém a RCP. Uma vez
instalado, interromper a RCP para a análise do ritmo pelo DEA.
Em bebê ou criança que não responde e não apresenta respiração (ou apenas com gasping),
verifique o pulso (braquial em bebê e carotídeo ou femoral em criança) em até 10 segundos; caso
não o sinta ou estiver inseguro em relação a isso inicie as compressões torácicas. Caso o
profissional de saúde não detecte com rapidez o pulso a RCP deve ser iniciada.
Menos ênfase é colocada à verificação do pulso, pois dados adicionais sugerem que os profissionais
de saúde não podem determinar com rapidez e segurança a presença ou ausência de pulso (AHA,
2010).
C- Circulação - Gestante
Para realização adequada da RCP, faça tração do útero para o lado esquerdo da cliente.
Assim, você estará descomprimindo a veia cava e tornando a manobra de RCP mais eficaz,
melhorando a situação da mãe e do feto.
Iniciam-se as manobras de abertura das vias aéreas. Se não houver suspeita de trauma cervical, é
realizada por meio da inclinação da cabeça e levantamento do queixo. Em caso de suspeita de
trauma, utilizar a técnica de elevação do ângulo da mandíbula.
Observe se há evidências de ruídos como roncos e estridores. Verifique se há sangue na boca, dentes
quebrados, dentaduras soltas, presença de conteúdo gástrico ou corpo estranho.
A principal causa de obstrução das vias aéreas em pessoa inconsciente é a queda da língua.
Utilize uma cânula orofaríngea, se necessário, para manter a permeabilidade das vias aéreas.
A cabeça da criança, por possuir região occipital proeminente, acaba favorecendo a flexão do
pescoço, provocando obstrução de VA em posição supina. A utilização de coxins facilitará a
abertura das vias aéreas, com a manobra de inclinação da cabeça e elevação da mandíbula.
As vias aéreas são menores em diâmetro e mais curtas em relação às do adulto; a língua é maior em
relação à orofaringe; epiglote é longa, flexível e estreita em direção oposta ao eixo da traqueia;
laringe está em posição cefálica se comparada ao adulto (glote em C3 em bebês e C5 e C6 em
adultos); cordas vocais têm fixação anterior; em menores de 10 anos, a parte mais estreita das vias
aéreas está abaixo das cordas vocais; e a laringe tem forma de funil.
O procedimento “ver, ouvir, sentir se há respiração” foi removido das etapas do algoritmo de SBV
(AHA, 2010).
Após a primeira série de compressões torácicas iniciais, a via aérea é aberta e são aplicadas duas
ventilações. A utilização da bolsa-valva-máscara (AMBÚ) é sempre a melhor indicação; escolha o
tamanho do dispositivo adequado para melhor abordagem de vias aéreas, relembrando princípios
básicos.
As ventilações com via aérea avançada por profissionais de saúde podem ser feitas na proporção
uma a cada seis a oito segundos (oito a 10 ventilações/min). É importante que se verifique a
elevação do tórax.
As ventilações com via aérea avançada em bebê e criança seguem as mesmas orientações
preconizadas para o adulto, ou seja, cada ventilação é oferecida por cerca de 1 segundo,
verificando-se a elevação do tórax.
D- Desfibrilação – Adultos
O uso de corrente elétrica aplicada externamente para tratar a fibrilação ventricular foi descrito
primeiramente em 1956. Desde então, a capacidade dos desfibriladores para reverter ritmos
cardíacos fatais apresentou grande progresso.
O desfibrilador externo automático (DEA) é utilizado no SBV por profissionais habilitados, e pode
ser operado por pessoa leiga treinada.
Tem como função analisar o ritmo cardíaco, reconhecer ritmo chocável e orientar o usuário como
proceder.
A desfibrilação é a aplicação de uma corrente elétrica sobre o músculo cardíaco, por um curto
período de tempo, para cessar o ritmo anormal.
É indicado para fibrilação ventricular (FV) e taquicardia ventricular sem pulso (TV).
Ao ser aplicada, a corrente elétrica causa uma assistolia momentânea, propiciando que o marca-
passo natural do coração reassuma as atividades.
Quando houver a repolarização das células, o marca-passo deverá assumir o comando do coração.
Logo após a desfibrilação, reiniciar imediatamente cinco ciclos de 30 compressões para duas
ventilações por um período de aproximadamente dois minutos de RCP; assim, você ajudará o
coração a organizar seu ritmo.
Pelo uso de energia monofásica, o fluxo de corrente passa pelo coração em uma única direção,
geralmente utilizada em aparelhos mais antigos, sendo recomendada a utilização de 360 joules.
Na bifásica, o fluxo de energia é aplicado em duas fases: a corrente se move em uma direção por
um milissegundos e, então, passa através do coração uma segunda vez no sentido oposto, sendo
recomendada a utilização de 120 a 200 joules.
O DEA é um aparelho computadorizado, que é fixado por pás adesivas no tórax desnudo do
paciente sem pulso. Ele fornece mensagem sonora e visual que orienta o manuseio assim que é
ligado. Nesse momento, mantenha-se afastado do cliente; aguarde a análise do ritmo; aplique o
choque, se recomendado; e reinicie imediatamente RCP por 2 minutos ou cinco ciclos de 30
compressões e duas ventilações.
O DEA não deve ser utilizado na presença de água, portanto, em atendimentos em piscinas, lago e
outros, retirar o cliente da água antes do procedimento. Se o cliente apresentar melhora do quadro
Segundo as novas Diretrizes AHA 2010, é recomendado para bebê e criança o uso de desfibrilador
manual ou um DEA equipado com atenuador de carga pediátrico. Se não houver disponibilidade de
nenhum dos dois, utiliza-se um DEA sem atenuador de carga pediátrico.
A aplicação de um choque de carga alta é preferível a nenhum choque (AHA, 2010).
Consiste na utilização de dispositivos invasivos para as vias aéreas, inserção de cateter venoso e
utilização de drogas vasoativas. Embora nessa etapa os recursos técnicos e materiais sejam muito
maiores, o SBV é fundamental para o atendimento da PCR.
Observe a figura a seguir que apresenta o novo algoritmo de SAV Circular.
C – Circulação - Adulto
Prosseguir com as compressões torácicas de alta qualidade numa frequência mínima de 100 por
minuto aguardando o retorno total do tórax. É importante alternar as pessoas que fazem as
compressões a cada 2 minutos. Manter a relação 30:2 se não houver via aérea avançada.
Ao instalar o monitor cardíaco, caso no seu serviço o cabo seja de três derivações, você pode
memorizar o correto posicionamento do mesmo com o método mnemônico:
fumaça (preto) sobre fogo (vermelho) e branco à direita.
O ritmo cardíaco pode ser verificado pelo monitor, cujo registro da atividade do coração se inicia
quando você posiciona as pás no tórax do cliente. Será possível visualizar o ritmo que provocou a
PCR pelo visor do monitor.
Fique atento e providencie um tubo de gel condutor para melhor utilização das pás.
Caso na leitura do ritmo cardíaco seja observada assistolia, certifique que:
• Os cabos estão todos conectados,
• Houve aumento do ganho no monitor cardíaco,
• Foram checadas duas derivações.
Após estas observações, confirma-se o quadro de assistolia.
Manter RCP quando o pulso for inferior a 60 batimentos por minuto ou quando observar sinais de
perfusão inadequada. Manter frequência de 100 compressões por minuto com interrupções, não
excedendo 10 segundos (suporte avançado).
Manter via aérea avançada supraglótica ou entubação endotraqueal. O médico utilizará a técnica de
entubação endotraqueal com objetivo de aliviar possível obstrução, iniciar ventilação mecânica e
oxigenoterapia e melhorar a insuficiência respiratória.
Observe posicionamento da cabeça da pessoa; poderá ser necessária a utilização de coxins para o
perfeito alinhamento das vias aéreas, especialmente em idosos.
Faça uma pré-oxigenação com a bolsa-valva-máscara com reservatório de oxigênio a 100% antes
do início da manobra de intubação, que não deve durar mais que 30 segundos. Assim, você
contribuirá para correção da hipóxia.
Repetir a oxigenação a cada tentativa de entubação.
Conforme as novas Diretrizes AHA 2010, é indicado a capnografia por onda, que realiza a
verificação do gás carbônico (CO2) exalado, avaliando o posicionamento do tubo endotraqueal e a
qualidade da RCP.
Obstrução e edema causam redução do diâmetro das vias aéreas, aumentando a dificuldade
respiratória. O médico pode ter dificuldade para controlar a posição da língua durante a
laringoscopia para entubação; as lâminas de laringoscópio reto são mais úteis, pois a laringe é alta e
torna o ângulo entre a base da língua e a abertura da glote agudo. A lâmina reta cria um plano visual
direto da boca até a glote.
definitiva, a frequência ventilatória é ajustada para uma ventilação a cada 5-6 segundos. Evitar a
hiperventilação, pois o aumento da pressão intratorácica contribuirá para piora do quadro clínico
do cliente.
D - Diagnóstico diferencial
A equipe deverá identificar e tratar as possíveis causas da PCR
Cuidados pós-reanimação
Como técnico de enfermagem, lembre que os cuidados pós-reanimação têm por objetivo assegurar
a melhor recuperação do cliente. Seu estado exige monitoramento contínuo, com avaliação sendo
realizada segundo o método C-A-B, até que seja efetivada sua transferência do serviço de urgência
para a UTI.
As Diretrizes da AHA 2010 recomendam um sistema abrangente, estruturado para receber a vítima
pós-PCR, de modo a assegurar aporte cardiopulmonar e neurológico, hipotermia terapêutica e
intervenções percutâneas.
Após a estabilização do paciente, o enfermeiro providenciará a transferência para UTI ou
hemodinâmica de forma adequada e segura.
Durante o transporte, é necessária a reavaliação constante para a manutenção de vias aéreas pérvias,
da ventilação mecânica e de infusão de drogas vasoativas e antiarrítmicas.
A oximetria deve ser monitorada para evitar problemas hemodinâmicos, ofertar oxigênio mantendo
a saturação de oxigênio > ou = a 94% (AHA, 2010).
Referências
KAWAMOTO, E. E. Acidentes Acidentes Acidentes: como socorrer e prevenir. São Paulo: E.P.U.,
2012.
MURTA, G. F. Saberes e práticas Saberes e práticas Saberes e práticas: Guia para ensino e
aprendizado de enfermagem. São Paulo: Difusão, 2010.
Referencias Eletrônicas
http://www.ppgenf.ufpr.br/Disserta%C3%A7%C3%A3oJulianaMontezeli.pdf
http://www.detran.pa.gov.br/menu/educacao/cursos/pdf/PRIMEIROS_SOCORROS.pdf
http://www.sobragen.org.br/trabalhos_enenge/Trabalho%20077.pdf
http://bombeiroswaldo.blogspot.com.br/2011/12/destaques-das-diretrizes-da-american.html
http://www.escbm.cbmerj.rj.gov.br/documentos/RECRUTAS_EPOQS_2008/pcr_2007.pdf