Beruflich Dokumente
Kultur Dokumente
Matrícula: 201610041711
Nas últimas décadas, principalmente após o final da Guerra Fria, o sistema capitalista
internacional começou a passar por um processo de reestruturação, e isso não só afetou o meio
econômico e a dinâmica industrial, mas também afetou o indivíduo em si, o ser na sociedade.
Tudo isso se deu por uma revolução tecnológica, ainda em curso, baseada em um mundo agora
informacional, interligado através de redes que vem transformando a base da sociedade
aceleradamente.
No prólogo: A Rede e o Ser, Manuel Castells traz uma análise sobre o fenômeno
contemporâneo do informacionalismo que tem se desenvolvido dentro de uma lógica da
globalização capitalista a partir do final do século XX. Há uma revolução tecnológica que, de
acordo com o autor, determina as relações sociais, econômicas e políticas da sociedade atual e
modifica toda a dinâmica de produção, gerando inovações, e possibilitando assim, analisar a
relação entre tecnologia e sociedade que está ligado diretamente ao papel do Estado, seja
paralisando, seja promovendo e liderando a inovação tecnológica, e a partir disso, percebe-se
que o fator produtivo nessa sociedade informacional está na revolução tecnológica, na criação
de conhecimentos, e não na produção industrial em si.
Castells mostra então uma nova forma de relação entre economia, Estado e sociedade,
e que, contudo, isso promove a acentuação de um desenvolvimento desigual. Castells cita isso
como "[...] a consolidação de buracos negros de miséria humana na economia global". Ele fala
de algumas formas de exclusão, como por exemplo, pessoas são excluídas por não possuírem
iniciação aos instrumentos tecnológicos da sociedade ou pela impossibilidade de consumo ou
também por territórios que não são atualizados com informação.
Diante de todos os fatos citados acima, percebe-se que Manuel Castells aproxima, de
forma intrínseca esse novo modo de desenvolvimento do capitalismo, que gera a sociedade
informacional, ao fenômeno da globalização. Visto que o mesmo traz importantes implicâncias
para esse mundo agora conectado por grandes fluxos de redes e com constante mudança de
inovações tecnológicas e por consequente, ao indivíduo, ao ser em sociedade.
A maioria dos debates sobre a globalização, trazem aspectos de como tal fenômeno
global molda o modo de desenvolvimento industrial, com base em uma economia relacionada
à grandes empresas e produção fabril, divisão do trabalho ao redor do mundo, processo de
produção das multinacionais, etc. De fato, são aspectos presentes na discussão da globalização
e que promovem intensas mudanças na sociedade global e, além disso, sofrem mudanças pelo
processo tecnológico informacional. Mas o que Castells faz é, trazer o debate da globalização
para esse meio de desenvolvimento informacional, ele contribui de forma a mostrar como esse
desenvolvimento afeta o meio industrial e social e todos os seus aspectos e como esse mundo,
agora baseado em uma tecnologia de informação é afetado pela globalização.
A despeito do estudo que o autor faz, atribuo importância às contribuições dele, pois
vivemos no mundo do qual ele debate, um mundo interligado por redes que moldam as relações
entre os indivíduos e o mundo econômico/comercial. É fato perceber que cada vez mais o
sistema computadorizado domina o ambiente global atualmente, e como o autor mostra, isso
leva a implicações no que tange ao comportamento humano e na busca por identidades.