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UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR

Superintendência de Graduação
Faculdade de Direito

RÔMULLO LUIZ DIAS DA ROCHA BENTO OLIVEIRA

RELATÓRIO DE AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E


JULGAMENTO NA VARA DE FAMÍLIA

SALVADOR

2018
RÔMULLO LUIZ DIAS DA ROCHA BENTO OLIVEIRA

RELATÓRIO DE AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E


JULGAMENTO NA VARA DE FAMÍLIA

Relatório apresentado a
Faculdade de Direito da
Universidade Católica do Salvador
como requisito para aprovação na
disciplina Direito Civil VI – Direito
de Família.

Professor: Deivid Carvalho


Lorenzo

SALVADOR

2018
AUDIÊNCIA DO PROCESSO Nº: 057553-92.2017.8.05.0001
Em segredo de justiça
5ª Vara de Família e Sucessões da Comarca de Salvador, Estado da Bahia

Tal demanda trata-se de Ação de Guarda, com pedido de tutela antecipada, por parte
do pai da criança. Estando presente na audiência: o juiz Antônio Mônaco Neto, a
estagiária Mislany de Almeida Matos, a psicóloga perita, o pai, acompanhado de
advogado, a mãe, acompanhada de advogado, assim como a criança, qual a guarda é
objeto da lide.
Historiou a parte autora que, apesar de não existir pronunciamento judicial, a guarda
de fato acabou ficando sob a responsabilidade da genitora, desde a separação dos pais, e
que a genitora não cumpre devidamente com os cuidados com a menor, sejam emocionais,
físicos, alimentares, educacionais, entre outros. Sendo supostamente relatado pela menor
ao pai, a intenção de permanecer sob a guarda do mesmo, por conta de violências verbais
e físicas sofridas pela mãe.
Logo de início, o juiz solicitou a saída da criança, para que não presenciasse as
oitivas que ali viriam a ser proferidas. Tendo sido a mesma acompanhada até uma sala
apropriada.
Após este primeiro momento, o juiz solicitou que a psicóloga relatasse as
informações colhidas com sua investigação a partir de uma aproximação com a menor.
Tal solicitação foi necessária pelo fato de que, o relatório tivera sido juntado apenas
naquele mesmo dia, dificultando o acesso às partes.
A psicóloga relatou que ao fazer dinâmicas com a menina, pode notar que, em uma
certa atividade, ao solicitar que a criança escolhesse sentimentos que exemplificassem a
convivência com a mãe, a mesma escolheu sentimentos como: tristeza e solidão, e que ao
escolher a convivência com o pai, a mesma escolheu os sentimentos de alegria e
felicidade. A profissional também informou que a criança tivera confirmado todas as
informações presentes na exordial, acerca do fato de sofrer violência física e psicológica
da mãe, principalmente quando a mesma bebia. Após explanar mais um pouco acerca das
conversas com a menor, a psicóloga informou que tivera sido relatado, que em duas
oportunidades a mesma atentou contra sua própria vida, tendo tentado saltar de uma janela
durante briga entre os pais no período em que ainda eram casados, assim como, em uma
das vezes em que passara o fim de semana na casa do pai, a mesma tivera pegado uma
faca e pedido para a avó paterna que a matasse, para que não precisasse voltar à casa da
mãe. Momento esse emocionante para ambas partes, acompanhadas de choro e reflexões.
Por fim, a psicóloga solicitou que tanto os pais quanto a criança, passassem por
acompanhamento psicológico, dadas as experiencias traumáticas experimentadas por
todos.
Dada a palavra a parte acionante, basicamente reiterou todas as informações
contidas na exordial, tendo suscitado o MM. Juízo às informações colhidas na
investigação da psicóloga.
Passada a palavra a parte acionada, passou a frisar a base de sua defesa ao fato de
ter virado mães aos 15 anos, passando por toda essa experiência de forma traumática pelo
fato do pai por diversas vezes abandonar as duas, assim como, agredir a mesma durante
o período em que estiveram juntos, tendo o relacionamento findado por conta de tais
agressões.
Após este momento, foi solicitado aos pais, que se retirassem da sala de audiência,
para a oitiva da filha.
Ao voltar para sala de audiência, a criança sentou-se próxima do juiz, e passou a ter
uma “conversa” com o mesmo, respondendo os questionamentos. Foi possível notar que
a menina confirmava todas as informações já citadas pela psicóloga, explicando como se
deram as situações em que tentou suicídio. Afirmou também, que vai bem na escola,
todavia, não vai tão bem quando passa mal na escola, isto se dá por conta de que
ultimamente tem ido sem se alimentar, por conta de que logo após o processo de guarda
pedido pelo pai, a atual sogra de sua mãe dispensou a secretária do lar, que cuidava dela,
e não tem mais ninguém para fazer o café da manhã. A criança também afirmou que não
pretende constituir uma família, pois a imagem que ela tem é que isto é uma “coisa ruim”.
Findando sua oitiva informando que tem vontade de ficar com o pai, e que não quer mais
voltar à casa da mãe.
Após a oitiva da menor, foram chamados novamente os pais, para que o juiz pudesse
prolatar sua decisão.
O MM. Juízo voltou a indicar a necessidade do acompanhamento psicológico a
todos os envolvidos, demonstrou uma certa empatia para com a mãe, dizendo que imagina
o quanto deve ter sido complicado assumir o papel de mãe tão nova, sem o pai e com a
morte da avó da criança. Porém, diz que a criança não pode ser vitima de tamanha revolta.
Sobre o pai, o juiz diz que o mesmo precisa controlar suas características violentas.
Por fim, o juiz citou que por conta da delicada relação neste caso, apesar de restar
claro uma provável decisão, o mesmo indicava que houvesse um dialogo mais profundo
entre os pais, para poder chegarem a um consenso acerca da guarda da criança. Buscando
sempre o bem-estar da criança.

CONCLUSÃO

Foi um primeiro contato com audiências na vara de família, o que tornou a


experiência enriquecedora academicamente, todavia, foi imensurável a experiencia
pessoal de ver quão tênue é a linha da convivência familiar, entendendo que qualquer
pessoa está sujeita a passar por situação semelhante. Sendo um doloroso exame, me
colocar no lugar daquela criança e presenciar tamanho atrito por minha causa. Ainda foi
possível observar as técnicas empregadas em ambos os lados do litígio, e a forma utilizada
para conduzir a criança por meio dos quesitos de fácil entendimento, com linguagem
informal, objetivando um menor distanciamento da menor para com o Direito e seus ritos.
Foi animador ver a relação do Direito com outras ciências, neste caso, a Psicologia, na
busca incessante da melhor resolução para a lide.

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