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ROTEIRO
1. INTRODUÇÃO
2. DURAÇÃO DO AVISO PRÉVIO
2.1. Aviso Prévio Proporcional - Lei n° 12.506/2011
3. CONTAGEM DO AVISO PRÉVIO
4. FORMALIZAÇÃO DO AVISO PRÉVIO
5. MODALIDADES DE AVISO PRÉVIO
5.1. Aviso prévio indenizado
5.2. Aviso prévio trabalhado
6. APLICAÇÃO DE MÉDIAS PARA O DESCONTO DO AVISO PRÉVIO
7. LIMITE PARA O DESCONTO DO AVISO PRÉVIO - VERBAS COM SALDO INSUFICIENTE
8. NECESSIDADE DE HOMOLOGAÇÃO DA RESCISÃO
9. PEDIDO DE DEMISSÃO DE EMPREGADO ESTÁVEL
9.1. Pedido de demissão durante às Férias
10. CUMPRIMENTO DO AVISO PRÉVIO EM CASA - PROIBIÇÃO
11. NOVO EMPREGO NO DECORRER DO AVISO PRÉVIO TRABALHADO
12. VERBAS RESCISÓRIAS
13. E-SOCIAL
13.1. Obrigatoriedade e Faseamento
13.2. Prazos para envio das informações referentes ao Aviso Prévio
13.3. Eventos
13.4. Rubricas
1. INTRODUÇÃO
O pedido de demissão pelo empregado deverá ser formalizado por escrito, cabendo opção pelo
cumprimento do aviso prévio ou indenização em favor do empregador, no caso de não
cumprimento.
O seu intuito principal é proporcionar ao empregador tempo hábil de contratar outro empregado
para o cargo ocupado pelo empregado anterior.
A previsão constitucional do aviso prévio está expressa no artigo 7°, inciso XXI, da CF/88 e
acompanhado pela CLT a partir dos artigos 487 ao 491.
Além disso, empregado não faz jus à redução de sete dias ou duas horas previsto no artigo
488 da CLT, pois o artigo em referência é claro em estipular a redução somente nos casos de
rescisão pelo empregador.
Dessa forma, o entendimento que prevalece é pela não aplicação do aviso prévio proporcional
nos casos de pedido de demissão.
Ou seja, se trabalhado o aviso prévio, não será acrescido de 3 dias por ano completo de
trabalho.
Também não será descontado nada além dos 30 dias se indenizado o aviso prévio dado pelo
empregado.
A contagem do aviso será a mesma aplicada aquele dado pelo empregador, sendo iniciada a
partir do dia seguinte à comunicação por escrito.
Assim, permanecerá sendo observada a regra geral, qual seja a contagem dos 30 dias
iniciando-se no dia seguinte ao comunicado, conforme prevista na IN SRT n° 015/2010:
Art. 20. O prazo de trinta dias correspondente ao aviso prévio conta-se a partir do dia
seguinte ao da comunicação, que deverá ser formalizada por escrito.
SUM - 380 AVISO PRÉVIO. INÍCIO DA CONTAGEM. ART. 132 DO CÓDIGO CIVIL DE
2002 (conversão da Orientação Jurisprudencial n° 122 da SBDI-1) - Res. 129/2005, DJ
20, 22 e 25.04.2005. Aplica-se a regra prevista no "caput" do art. 132do Código Civil de
2002 à contagem do prazo do aviso prévio, excluindo-se o dia do começo e incluindo o
do vencimento. (ex-OJ n° 122 da SBDI-1 - inserida em 20.04.1998)
Toda formalização de aviso prévio inclusive o de pedido de demissão, deve ocorrer por escrito.
No caso desse pedido de demissão, caberá realizar preferencialmente de próprio punho pelo
empregado, por analogia ao artigo 22 da IN SRT n° 015/2010.
Segundo a corrente majoritária não existe forma especial para fazê-lo, devendo apenas
ser expressa, isto é, oral ou escrita. O ideal é que seja feito de forma escrita para que
haja prova da intenção de não abandonar e sim de se desligar empresa. A falta de
comunicação do empregado no desfazimento do vínculo pode importar em presunção de
abandono de emprego.
Por isto, é importante que o trabalhador que não deseja mais trabalhar para aquele
empregador comunique-o de sua intenção de rompimento do contrato.
Portanto, trata-se de uma medida preventiva, que visa resguardar o empregador da alegação
de que o empregado não pretendia o pedido ou que foi um pedido interposto por terceiros não
autorizado.
Por tal situação que um pedido de demissão por e-mail, SMS, ou pelo aplicativo whatsapp
Messenger, não possui aceitação prática, pois não é possível assegurar que o próprio
empregado tenha solicitado a demissão.
O aviso concedido pelo empregado poderá ser cumprido com trabalho ou descontado, se ele
não trabalhar. Vejamos:
O empregado que pedir demissão e realizar o cumprimento do aviso prévio trabalhado poderá
substituir o trabalho por um pagamento equivalente em favor do empregador.
Assim, o empregador poderá descontar da rescisão o valor respectivo ao aviso não cumprido
pelo empregado, previsto no artigo 487, § 2°, da CLT.
Não haverá impedimento para que o empregador aceite que o empregado não cumpra o
período de aviso prévio e não desconte o respectivo valor, ou seja, considerando que o aviso
pertence ao empregado, poderá o empregador por mera liberalidade deixar de descontar na
rescisão do empregado o valor da indenização, neste sentido a Portaria SRT n° 004 / 2014,
que traz a seguinte Ementa:
No âmbito geral, se o empregado pretende trabalhar normalmente o aviso por pedido, não
caberá o desconto da indenização em favor do empregador, entretanto poderá ocorrer
situações que ensejam algumas observações.
a) Faltas injustificadas no decorrer do aviso prévio;
Dessa forma, o pagamento das verbas rescisórias ocorreria após 10 dias ao término do aviso
seguindo a previsão do artigo 477, § 6° da CLT.
Caso o empregado cumpra apenas uma parte do aviso e se ausente do restante, desde que
formalize por escrito o último dia trabalhado, o desconto do aviso corresponderá aos dias que
efetivamente não foram trabalhados.
Ressalte-se a importância da formalização por escrito por parte do empregado que o mesmo
não tem a intenção de cumprir o restante do período de trabalho.
Nos termos do artigo 477 § 6°, da CLT o pagamento das verbas rescisórias seguiria os
mesmos moldes do aviso prévio indenizado, ou seja, 10 dias contados a partir do último dia
trabalhado antes da dispensa do cumprimento do aviso prévio.
Nestas condições, seria devido lançar na CTPS e no TRCT o último dia efetivamente
trabalhado, não se considerando o período que o empregado pediu a dispensa de
cumprimento.
O período de ausência de cumprimento do restante do aviso prévio não será considerado para
fins de projeção de férias ou 13° salário proporcional.
Não será alterado o motivo da rescisão, ou seja, permanecerá pedido de demissão pelo
empregado, porém com período a cumprir do aviso prévio indenizado pelo empregador em
razão da dispensa do cumprimento pelo mesmo.
No que se refere à projeção desse período de aviso prévio quando dispensado o cumprimento
pelo empregador, há entendimento que para fins de anotação em CTPS, fará a projeção,
havendo reflexos para fins de férias e 13° salário.
Considerando que há divergentes entendimentos, por precaução, caberá ser pacificados junto
ao Sindicato de classe ou com o próprio Ministério do Trabalho, qual posicionamento a ser
adotado.
Quando se trata de aviso prévio dado pelo empregado, não há dúvidas quanto a aplicação das
médias da remuneração variável.
A situação reversa, ou seja, quando o empregado pede demissão, há entendimentos
divergentes se há ou não a possibilidade do empregador descontar o valor das médias da
remuneração variável ou só o valor referente ao salário-base desse empregado.
Em comparação à redação do artigo 487 em seus §§ 1° e 2° temos que tanto para pagamento
quanto para desconto do aviso, seja ele motivado pelo empregado ou pelo empregador, é
devida a apuração dos valores de aviso prévio baseado no salário do trabalhador, vejamos:
(...)
Assim, não há uma situação definida ao caso, cabendo discussão sobre a possibilidade ou não
de descontar do aviso prévio motivado pelo empregado, com base nas médias relativas aos
recebimentos variáveis que são pagos ao trabalhador (comissões, horas extras habituais, etc.),
ou até mesmo sobre o total das remunerações pagas trazido pelo artigo 457 da CLT.
Parte da doutrina do direito do trabalho, entende que o desconto do aviso prévio motivado pelo
empregado, deve ser feito apenas referente ao salário contratual, sem o acréscimo de médias,
e por se tratar de medida mais preventiva, a consultoria considera que tal situação deve ser
adotada pelo empregador.
Assim, diante dessa divergência, o mais seguro para o empregador seria adotar a primeira
situação exposta, mas não está errado o desconto sobre a totalidade da remuneração inclusive
médias. Dessa forma, sugerimos que seja verificado o posicionamento do Sindicato de classe
(através da sua convenção coletiva) ou o próprio Ministério do Trabalho.
O artigo 477, § 5°, da CLT define que os valores para compensação das verbas rescisórias não
ultrapassem o valor de uma remuneração mensal do empregado.
Entretanto, caso não haja saldo suficiente para o desconto do aviso prévio não cumprido pelo
empregado, o empregador está autorizado a descontar sobre outras parcelas (horas extras,
férias, 13° salário, por exemplo), inclusive podendo pleitear judicialmente o pagamento de tais
valores.
(…) o empregador poderá compensar a indenização devida pelo trabalhador não apenas
do saldo de salário, mas com qualquer outro crédito trabalhista que ele tenha na
empresa. Se não possuir créditos com a empresa, o empregador poderá interpor ação
trabalhista de cobrança de seu direito, ou, apresentar reconvenção em havendo ação
trabalhista interposta pelo empregado (...)
A homologação de rescisão tinha previsão no artigo 477, § 1°, da CLT e expressava que o
pedido de demissão ou recibo de quitação de rescisão do contrato de trabalho firmado por
empregado com mais de um ano de serviço só era válido quando feito com a assistência do
respectivo Sindicato ou perante a autoridade do Ministério do Trabalho e Previdência Social.
A partir de 11.11.2017, com a intitulada Reforma Trabalhista, instituída pela Lei n° 13.467/2017,
dispensou a passagem da rescisão pela homologação sindical, mediante revogação do §
1° do artigo 477 da CLT.
Assim, mesmo que o contrato de trabalho tenha mais de um a ano, não terá a obrigatoriedade
de homologação pela legislação em vigor.
A rescisão por pedido do empregado estável poderá ser realizada desde que se tenha a
assistência do respectivo sindicato, nos termos do artigo 500 da CLT.
Somente após este procedimento será apresentado o pedido de rescisão para o empregador.
Art. 500. O pedido de demissão do empregado estável só será válido quando feito com
a assistência do respectivo Sindicato e, se não o houver, perante autoridade local
competente do Ministério do Trabalho e Previdência Social ou da Justiça do Trabalho.
Dessa forma, existem dois posicionamentos na doutrina sobre essa questão, os quais
merecem atenção do empregador.
O primeiro, estabelece que não será possível o empregado pedir demissão durante o gozo de
suas férias, tendo em vista que, durante esse período, o contrato de trabalho se encontra
interrompido, sendo vedada qualquer alteração contratual. De acordo com essa corrente, o
empregado que pretender pedir demissão durante as férias, teria que aguardar retornar do
gozo da mesma, para somente então, poder comunicar sua rescisão contratual.
Salientamos que adotamod o primeiro posicionamento, tendo em vista, que entendemos que
não existe possibilidade da coexistência de dois institutos diferentes (férias e aviso prévio) no
mesmo período. Ademais, operacionalmente férias usufruídas sofrem a incidência normal de
INSS e FGTS, e férias proporcionais pagas em rescisão não sofre tais incidências.
Como pode-se observar, existindo ausência de previsão legal expressa sobre o tema, além da
divergência de posicionamentos acerca do tema, orienta-se que a convenção coletiva seja
consultada e na inexistência de disposição a respeito o MTb de sua região.
Aviso Prévio cumprido em casa será caracterizado como Aviso Prévio indenizado,
independente se dado pelo empregado ou pelo empregador.
Entretanto, as Súmulas em geral não podem contrariar o que dispõe a legislação, elas servem
para regulamentar uma lacuna legal.
O artigo 487, § 2°, da CLT dispõe que a falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao
empregador o direito de descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo.
Dessa forma, considerando que se trata de pedido de demissão, o empregado receberá aviso
proporcional aos dias trabalhados e os restantes dos dias do aviso que não trabalhar o
empregador poderá descontá-los.
Assim, o entendimento é que a Súmula n° 276 TST não tem aplicação no caso de pedido de
demissão, visto que a mesma não pode contrariar um dispositivo legal, contudo, deve se
verificar com o sindicato a sua aplicação nos casos de pedido de demissão, uma vez que o
sindicato pode prever em convenção coletiva norma mais benéfica ao empregado, cabendo
nesse sentido outro posicionamento.
12. VERBAS RESCISÓRIAS
FG
13
AVIS FÉRIA FÉRIA ADI TS MUL
CAUSA DO SAL ° FGTS INDE INDENIZ. SAL.
O S S C. MÊ TA
AFASTAM DO S RESCI NIZ. ART. FAMÍ
PRÉ VENCI PROPO FÉRI S FGT
ENTO SAL. AL SÃO ADIC. 479 CLT LIA
VIO DAS RC. AS AN S
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T.
Rescisão
Por Pedido
SI
de NÃO SI
SIM NÃO SIM (1) SIM M SIM (3) NÃO NÃO NÃO SIM
Demissão (2) M
(3)
(Menos de
1 Ano)
Rescisão
Por Pedido
SI
de NÃO SI
SIM SIM SIM SIM M SIM (3) NÃO NÃO NÃO SIM
Demissão (2) M
(3)
(Mais de 1
Ano)
1) As férias proporcionais são devidas por força do Enunciados do TST n°s 171 e 261.
2) O aviso prévio é devido pelo empregado, sob pena de desconto do valor correspondente das
verbas rescisórias, exceto se o empregador o dispensar do pagamento.
3) O empregado faz jus aos depósitos, mas não tem direito ao saque pelo motivo da rescisão.
13. eSOCIAL
Nesse sentido o Aviso Prévio precisará ser informado no referido sistema e entrará como
informações não periódicas para o e-Social.
O aviso prévio por pedido de demissão está classificado como aviso prévio dado pelo
empregado (pedido de demissão), não dispensado de seu cumprimento, sob pena de
desconto, pelo empregador, dos salários correspondentes ao prazo respectivo (§ 2° doartigo
487 da CLT).
Os eventos não periódicos são informados a partir de 01.03.2018 para empresas do 1° grupo
(Empresas com faturamento superior a 78 milhões no ano de 2016), e para as demais
empresas, exceto as do 3° grupo, a partir de 01.09.2018, conforme Resolução CDES n°
001/2017.
O Manual eSocial - versão 2.4 (Março de 2018) menciona que cada evento não periódico terá
seu prazo específico para informação.
A orientação prevista no manual é que sejam enviadas imediatamente após a sua ocorrência,
para que não ocasione inconsistências na transmissão da folha de pagamento ou até mesmo
de outras informações eventos.
Assim, quando o aviso prévio for trabalhado, este evento deve ser enviado em até 10 dias de
sua comunicação, antes da informação efetiva do desligamento e desde que não ultrapasse o
prazo de envio do evento das remunerações do empregado.
Quando o aviso for indenizado, seja pelo empregado ou empregador, será feita a informação
juntamente com o evento de desligamento dos empregados, que devem ser enviadas até 10
dias seguintes à data do desligamento, desde que não ultrapasse a data do envio do evento
das remunerações do empregado.
13.3. Eventos
O Aviso Prévio quando integralmente trabalhado será informado no Evento S-2250 e validado
pela informação no evento de desligamento que é o S-2299.
Tratando-se de aviso prévio misto, ou seja, parte trabalhada e parte indenizada, o empregador
deve enviar o evento S-2250 - Aviso prévio, com a indicação da data prevista para a rescisão
(fim do período trabalhado) e incluir no evento S-2299 - Desligamento o valor do aviso prévio
indenizado, correspondente aos dias indenizados.
Todo aviso prévio deve ser validado por um evento de desligamento. Caso este não ocorra o
aviso perde a validade na data do seu vencimento e o contrato continua válido.
13.4. Rubricas