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PESQUISA E PROCESSO DE CRIAÇÃO

Fábio Henrique Nunes Medeiros 1 - FAP/UNESPAR

Eixo – Educação, Arte e Movimento


Agência Financiadora: não contou com financiamento
Resumo
A eminência da pesquisa no processo artístico: investigação sobre o olhar como matéria prima.
Afinal, “nenhum grande artista vê as coisas como elas são, do contrário deixaria de ser um
grande artista” (Oscar Wilde). É possível dizer que todo processo artístico está envolto de
pesquisa, embora isso ocorra sob diferentes perspectivas e intensidades. Processos artísticos
pressupõem, entre outras coisas, uma motriz laboratorial, ou seja, observação, reflexão,
experimentação e não seguindo necessariamente essa ordem. A atividade artística,
consecutivamente a percepção artística, é por natureza um aprofundamento de uma leitura
analítica sobre demandas humanas. Ou seja, é um atravessamento perceptivo e sobre a
percepção. Uma espécie de pesquisa constante do olhar. O ato e efeito de olhar como principal
recurso investigativo. Seguindo essa premissa, o “honoris saber” do artista está na travessia
desse olhar que atinge outras camadas discursivas. Então não é por acaso que os artistas estão
à frente das vanguardas. Merleau-Ponty disse “Meus movimentos e os de meus olhos fazem
vibrar o mundo” (2009:19). Esse “olhar-profundo”, possivelmente devido ao elemento do
imaginário, possibilita o alcance de outros campos narrativos, campos estes que vão além do
real. Por isso que o imaginário se torna o principal possibilitador dessa travessia. Por outro lado,
a ciência sempre perseguiu os sonhos, especialmente as incompletudes humanas. Um bom
exemplo é o desejo do homem de voar, que desde os primórdios da civilização esse anseio o
perseguiu e só se fez possível pela persistência da ciência e também do devaneio. Outro anseio
existencial do humano é por burlar o tempo, uma vez que ele representa a mortalidade, quando
o tempo inicia, o cronômetro da vida começa a correr, então a arte também nos dá a ilusão da
imortalidade. A arte também nos dá a impressão de perenidade, porque a arte lograria o tempo.
Assim sendo, o imaginário também não deixa de ser um dos elementos críveis da ciência. As
artes são mundos. “O intermundo [é] onde se cruzam nossos olhares e se confrontam nossas
percepções: não há mundo bruto, há somente um mundo elaborado, não há intermundo mas
apenas uma significação [de] ‘mundo’” (MERLEAU-PONTY, 2009:55), significação esta dada
por nós, especialmente pelo “olhar” que lançamos às coisas. Olhar este que constrói o
SÍMBOLO, o sentido da jornada humana na Terra. Agora, do ponto de vista dessa supra
necessidade de sistematização inerente à academia, essa característica e estrutura não se aplica
ao processo artístico in natura. Isso não significa que essa estrutura não possa ser utilizada ou
não contribua com determinados trabalhos, gêneros ou modalidades artísticas, uma vez que a
fonte das referências dos processos artísticos está associada à particularidade de cada propositor
e podem emergir de quaisquer suportes. Assim sendo, olhando pelo ângulo das pedagogias e
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Doutor em Artes, professor da UNESPAR/Campus Curitiba II/FAP, fabiodeolinda@yahoo.com.br

ISSN 2176-1396
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pesquisas em arte, o conhecimento científico contribui verticalmente na metodologia de ensino


e aprendizado. Ratificando que os territórios entre procedimentos artísticos são abertos, seja
dentro ou fora do paradigma: pedagógico x científico, pois são frutos naturais da expressão
livre. Se a LIBERDADE existe no mundo, ela se expressa na arte.
Palavras-chave: Ensino de Arte. Metodologias artísticas de investigação. Práticas formativas.

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