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CAPITULO 2 Teoria politica do conhecimento da sociedade de risco Quem quer que se sinta movido por essas perguntas, certamente se in- teressard — juntamente com 0 know-how técnico-quimico-biolégico-médico — pelo potencial social e politico da sociedade de risco. £ nele que nos con- centraremos. Com isto em mente, o ponto de partida que se apresenta é uma analogia com o século XIX. Minha tese é a seguinte: trata-se, também na so- ciedade de risco, de uma forma de pauperizacao, comparavel, sem que no en- tanto de fato o seja, com a pauperizaco das massas trabalhadoras nos cen- tros da industrializa G40 nascente, Por que e em que sentido “pauperizagio”? 1. PAUPERIZAGAO CIVILIZACIONAL? Tanto agora como entio, a maioria das pessoas associava consequén- cias vividas como desastrosas com 0 processo social de industrializagado e modernizagao. Trata-se, em ambas as situagées, de intervengdes dristicas ¢ ameacadoras nas condigées de vida das pessoas. Estas acompanham deter- minados estagios do desenvolvimento das forcas produtivas, do entrelaga- mento de mercados, assim como as relagdes de propriedade e de poder. Pode ser que sejam consequéncias diversas conforme a situag’ 0 — naquela entdo: pauperizacao material, caréncia, fome, condig&es deploraveis de habitacao; hoje: ameaga ¢ destruigio das bases naturais da vida. Também existem pa- ralelos: 0 teor de ameaga e a sistemdtica da modernizagao com que este € produzido e alimentado. Reside af a dinamica especifica: nenhuma vontade maligna, e sim mercado, concorréncia, divisio do trabalho — s6 que hoje algo mais global. Tanto agora como entio havia no principio a laténcia (“efei- tos colaterais”), que tanto agora como entao precisa ser superada de forma inicialmente conflitiva. Antes, como agora, as pessoas saiam as ruas para protestar, havia uma estrondosa critica ao progresso, critica a tecnologia, luddismo — e a contra-argumentagao. Teoria politica do conhecimento da sociedade de risco 61 Entio — 0 que hoje tambem se observa * Pee dos problemas, Cada vez mats daquilo que € sistematics™i0Xt PETE AO ete, sora oan eee ppressao se rorna visivel fendo de SF ee hhecido pop arenes ae o negavam, O siicajusta suas vela? 2 MF TS Sewn vo. aaane eee ca com o vigoroso apoio das ruas © 09 PLUG a dire, eral ann tac oapra vents rueagio os ssn se 0 em ae seo venue, Os paralelos com © PESO St0 evident, Son ss rae er ee chi mace si asa etna 30 come mente celebradas f mente, AS anterior fontes nica, ecnolORia BENETICA etc.) teqset cdstria quimica, 5 trang sfonter de perigos. A evideneia dos perigos of, tones abieuais procedimentos de Minimizacsy, ‘da modernizagao 0 desconfortivel posi¢ao de um réu que direitos sociais, direitos traps. ‘0 que era inoter riqueza (energia ardmic: formam-se em imprevisiv rece cada vex mais resisténel Jbrimento. Os agentes pa Ma cigncia emse colocados 2 a ol ete de ua sre de indicon au Ih Fazem Sua rin ee rae de ro ia jd foi visto. Nada Je ROVO. May a, Poder-se- diferengas sistema pessoal e sosialmentevivida 096% fas civilizacionais, que $6 5€ apres ecient cies Sas cjerem dietamente a experiencias priméras, © rae da linguagem das formulas quimicas, dos nexos bie Seer jiagnose medica, Essa constituigao cognitiva n30 05 forma porém ce cperigovos, Ao contrsrio: intencionalmente Ow N30. POF acidente oy aan ie ean paz ou guerra, entram nas casas de um amplo setor da popy. redo cslamidades e destruigdes diante das quais nos fogem as palavras, fra. cassa a imaginagao e falha todo € qualquer conceito absoluto e ilimitado NAO que se encontra iminente, © inimagindvel, inconcebivel, in-, in-, in Porém: apenas iminente. Apenas? Indica-se assim uma outra diferenga cessencial: trata-se hoje de uma possibilidade iminente, que, um pouco por mostra 3 humanidade horrorizada que nao consiste numa mera im num fato sob encomenda (c ndo apenas numa aluci- 1s. A imediatez da misérig we a0s olbi rntangibilidade das ame saltam igualmente ida opoe-se atualmente tam ao conhccimento cientificizado e que por excelencia, toda a parte, possibilida nag delirante}. Essa diferenga especifica entre realidade e possi plementada pelo fato de que — ao menos na Alemanha, € & desse caso que trato aqui — a pauperizagao decorrente de ameagas coincide com 0 oposto dda pauperizagio material (ao menos se tivermos em conta as imagens do sé. culo XIX e dos patses esfomeados do Terceiro Mundo): as pessoas nao es lade ainda é com. ot ere see fluencias ate naa viver frequenteme a pode scidas; a0 invés distoy SI oa ‘consumo de massa ¢ da abuné eee ‘nado lado a lado por um aprofundament | idas veres bem formadas ¢ informs izam-se para nao permicity sao empobre Sociedade do See acompanl ), sto no mais se ameagadas € mot ir que chegue a ocor + verifiachof ras. Uma ct tamente este 0 argument 1a ameaga real. podem — como no sé sculo XI la extensao das -ae massive gue converte a ameaga projetada num: flemas surgidos nesse caso tampouk ® Jos pelo aumento da produgdo, pela redistribuis 30> Pe mor d 7 nb 7 jifeste claramente POF que Tis diferengas tambem fazem com que se man c sao bastante distintos os grupos que entao eram € que hoje $20 aterados: seven a suscetibilidade se pretendia vinculada ao destino de classe. cae ela, Ela aderia ao individuo, Estendia-se da juventude até a velhic- Cay varse em tudo: onde e no que quer que voce trabalhasse, onde € © due [quer que vocé comesse, como € com quem quer que Voce ViVESses fossem sits Tosser seus colegas e amigos ou aqueles que voce maldissesse € contra seifuais voce fosse as ruas para protestar, caso isso fosse necessirio- Situagoes de ameaga, em contraste, implicam numa forma snteiramente diversa de perplexidade. Nada nelas é evidente. Elas sao, de certo modo, lniversais€ inespeciticas. Ouve-sc falar delas, lése sobre elas. Essa transmis- Sie de conhe a: aparecem como afetados grupos que sio mais bem formados ¢ ativamente informados. A disputa em corno da caréncia material remete a uma outa caracteristica: é sobretudo onde a pressao da Subsistncia imediata se afrouxa ou se desfaz, ou scjay em situagdes (© pai- srs) mats rics « mais bem salaguardados, que a conscincia do nse 2 izagio se desenvolvem. O feitigo da invisibilidade do risco também pode ser quebrado através de experiéncias pessoais: quem sabe através dos sinais que prenunciam a morte de uma érvore de estimagao; a usina nuclear que se planeia construir na regiios um acidente com lixo t6xico; a circula~ ‘io de noticias arespeitodisto ou daquilo que seja capsz de sensibilizar para novos sintomas residuos toxcos nos alimenton ee. Esse tipo de suscetibi- lade nao gera qualquer tipo de unidade social que seja visivel aos proprios clhos ou aos olhos dos outros. Nada que se possa qualificar ou organizar como camada, grupo ou classe social. ica do conhecimento da sociedade de risco 63 dame Siferenga na suscenbuidade de stuagics de classe € 6 8606 fay, imental. Dito de maneira extremada ¢ exquemdtica: nas sTuacdes de clagye €0 ser que determina a consciéncia, enquanto nas stuacdes de 7860 € o nyey, 30, a consciéncia (combecimento) determina 0 407. DECISVO MESSE C880 6 0 ting, de conhecimento, ow sejas sua inverificatwiudade ¢ a extensdo da depending. ‘cognitiva que envolve roxas as dimensics da definido de AMESCA.O poten, cial ameacador que reside nas determunantes da sruacio de classe — na per, do emprego, por exemplo —é evidente para qualquer dos afetados. Isto ng, exige qualquer instrumento cognitive js nenhum procedimenty qe hum questionamento de de erro. A suscetibiidade y Nidade, nenhuma consideracio clara ¢, nesse sentido, cognitivamente independence: de que seu chi de cada ‘talmente diferente. Com seus des experienciais, sua suscetitil ‘ou formaldeido em sua cozinha ¢ em que concer ‘no, escapa a faculdade posigées, métodos e cont Em situagdes de ameaga, consequentemente, a vertem-se, praticamente da noite pro dia, € recipitam 08 perigos, ¢ com eles 0s especi meio a pelejas mituas, do que é que se deve decisio a respeito de se cabe mesmo pedir ou mais dos afetados. Os afetados ja nao vio at sd estes que podem escolher os afetados. porta e rado. Pois as ameacas podem ser presumidas objeto adentro em to- iveis 5 para que es de conhecime: 's da vida cotidiana sdo e do que nao. Até a ir conselho nao depende dos especialistas do risco, podem entrar nas casas com dos os objetos da vida cotidiana. E € ali que elas esto met «ainda assim demasiado presentes, chamando pelos especi ca No vuledo civilizatério = aasatihas gmat o8 A deer outto lado, isto também significa que Fon iproducao de conhecimenros sobre riscoe © amesCny eeudo do COMBECHMENTS nos objetos de us Nude, exsa constatagao seria Cau” oda parte. torna claro que, como potencial de ameaca das forgas Prodatives: de manobra para a pesquisa crentifica torna-se cad.s ver mats catipulagdo de tetos -dugdes do nivel de renda etc., noticias 108 bens de consume etc. provocam um nte dita, soma-se a perda de soberania ‘com seus longos corredores, . semicompetentes e incompreen- los e presungosos. Ha portas de entrada frontais, informagdes: como se chega a0 conhe- mas acaba sendo improvisado, remexi- do, revirado do avesso ¢ finalment 3 a 1almente apresentado lim 0 di- que ele no fundo quer eeeusaer eee ‘ido melhor manter-se Teoria politica do conhs da vecimento da sociedade de risco 6s

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