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AULA 01
Noções de Doenças Transmissíveis por alimentos e
principais zoonoses
Professor Silvio Duarte
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Cisticercose
Nos bovinos é causada pelo parasita Cisticerco bovis, forma intermediária da Taenia
saginata. A taenia oriunda dos suínos é a solium.
O homem é o hospedeiro definitivo, ele se infecta após comer carne mal cozida con-
tendo os cisticerco encistado na musculatura animal. O que ocorre é que este cisti-
cerco tem tropismo por áreas ricas em oxigênio, por isto se encista em músculos mas-
tigadores , musculo cardíaco, língua, diafragma, enfim, músculos que tem grande
aporte de oxigênio. Após a ingestão, o cisto se livra de sua bainha, deixando livre o
scolex da forma larval, a qual se fixará nos intestinos , dando origem à teníase-verme
adulto. Entretanto, esta taenia, contendo já proglotes gravídicos, cada um com cerca
de 100 mil ovos, é liberada segmentarmente pelas fezes, contaminando águas fluviais,
nascentes, e por fim as pastagens, ou mesmo os animais através de ingestão dessa
água contaminada de ovos. Estes animais terão a forma intermediária encistada em
sua musculatura. Os homens podem adquirir tais formas também, após a ingestão
dessa água, ou mesmo de verduras mal lavadas. Há ainda um terceiro modo de infec-
ção do homem, que é pela auto-infecção, comum nas crianças, com maus hábitos, que
após defecarem não lavam as mãos. Tais ovos adentram seus aparelhos digestórios e
vão encistar em proximidade ao nervo óptico, bem como em tecido cerebral, facil-
mente observável em tomografias; daí lesões concorrendo para mioclonias tônico-clô-
nicas(tique nervoso), cegueira, crises epiléticas, enxaquecas e eventualmente, morte.
“RIISPOA-Art. 185. As carcaças com infecção intensa por Cysticercus bovis (cisticer-
cose bovina) devem ser condenadas.
§ 1º Entende-se por infecção intensa quando são encontrados, pelo menos, oito cistos,
viáveis ou calcificados, assim distribuídos:
§ 5º O diafragma e seus pilares, o esôfago e o fígado, bem como outras partes passí-
veis de infecção, devem receber o mesmo destino dado à carcaça.
§ 1º Entende-se por infecção intensa a presença de dois ou mais cistos, viáveis ou calcifi-
cados, localizados em locais de eleição examinados nas linhas de inspeção, adicionalmente
à confirmação da presença de dois ou mais cistos nas massas musculares integrantes da
carcaça, após a pesquisa mediante incisões múltiplas e profundas em sua musculatura (pa-
leta, lombo e pernil).
Portanto, diferentemente dos bovinos, aqui apenas 04(quatro) cistos viáveis ou calcifi-
cados já caracterizam infestação intensa, e obrigatoriamente, a destinação não é outra
senão a Graxaria(CONDENAÇÃO TOTAL).
§ 2º Quando for encontrado mais de um cisto, viável ou calcificado, e menos do que o fixado
para infecção intensa, considerando a pesquisa em todos os locais de eleição examinados
rotineiramente e na carcaça correspondente, esta deve ser destinada ao aproveitamento
condicional pelo uso do calor, depois de removidas e condenadas as áreas atingidas.
§ 5º A língua, o coração, o esôfago e os tecidos adiposos, bem como outras partes passíveis
de infecção, devem receber o mesmo destino dado à carcaça.
Do decreto 9013/17
Art. 172. Nos casos de aproveitamento condicional a que se refere este Decreto, os
produtos devem ser submetidos, a critério do SIF, a um dos seguintes tratamentos:
I - pelo frio, em temperatura não superior a -10ºC (dez graus Celsius negativos) por dez
dias;
II - pelo sal, em salmoura com no mínimo 24ºBe (vinte e quatro graus Baumé), em peças
de no máximo 3,5cm (três e meio centímetros) de espessura, por no mínimo vinte e um dias;
ou
b) fusão pelo calor em temperatura mínima de 121ºC (cento e vinte e um graus Celsius);
ou
c) esterilização pelo calor úmido, com um valor de F0 igual ou maior que três minutos
ou a redução de doze ciclos logarítmicos (12 log10) de Clostridium botulinum, seguido de
resfriamento imediato.
§ 2º Podem ser utilizados processos diferentes dos propostos no caput, desde que se
atinja ao final as mesmas garantias, com embasamento técnico-científico e aprovação do
Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal.
Do Decreto 9013/17
Art. 197. As carcaças com infecção intensa por Cysticercus celullosae (cisticercose
suína) devem ser condenadas.
A cisticercose no homem
TRANSMISSÃO
1) Transferência direta dos ovos da T. solium das fezes de um indivíduo
com teníase para a sua própria boca ou a de outras pessoas
É importante destacar que os ovos das tênias dos suínos e dos bovinos
(T. saginata) são, microscopicamente, impossíveis de se diferenciar.
PREVENÇÃO
Medidas preventivas- A ocorrência da cisticercose suína e/ou bovina, é
um forte indicador das más condições sanitárias dos plantéis. Com base
nos conhecimentos atuais, a erradicação das tênias, T. solium e T. sagi-
nata, é perfeitamente possível pelas seguintes razões: os ciclos de vida
necessitam do homem como hospedeiro definitivo; a única fonte de in-
fecção para os hospedeiros intermediários, pode ser controlada; não
existe nenhum reservatório selvagem significativo; e, existem drogas
seguras e eficazes para combater a teníase. É importante: 1. Informar
as pessoas para: evitar a contaminação fecal do solo, da água e dos
alimentos destinados ao consumo humano e animal; não utilizar águas
servidas para a irrigação das pastagens ;e, cozer totalmente as carnes
de suínos e bovinos. 2. Identificar e tratar, imediatamente, os indivíduos
infectados com a T. solium para evitar a cisticercose, tomando precau-
ção para proteger os pacientes da auto-contaminação, bem como seus
contatos. 3. Congelar a carne suína e bovina a temperatura de -
10ºC(dez graus Celsius negativos) por 10 dias; ou irradiar(USO DA RA-
DIAÇÃO) a 1 Kgy, a fim de que os cisticercos sejam destruídos eficaz-
mente. 4. Submeter à inspeção as carcaças, nos abatedouros de suínos
e bovinos, destinando-se conforme os níveis de contaminação: conde-
nação total, parcial, congelamento, irradiação ou envio para as indústria
de reprocessamento(esterilização comercial). 5. Impedir o acesso de su-
ínos às fezes humanas, latrinas e esgotos. Controle do paciente, contato
e meio-ambiente: 1. Informar a autoridade sanitária local. 2. Colaborar
na desinfecção; dispor as fezes de maneira higiênica; enfatizar a neces-
sidade de saneamento rigoroso e higienização das instalações; investir
em educação em saúde promovendo mudanças de hábitos, como a la-
vagem das mãos após defecar e antes de comer. 3. Investigar os con-
tatos e as fontes de infecção; avaliar os contatos com sintomas.
https://www.youtube.com/watch?v=HRVNJzdG7tk
Enterobactérias
Salmonella spp
A Salmonella spp apresentam motilidade, com poucas variantes imóveis. Resistem à des-
secação e ao congelamento, podendo sobreviver no ambiente em períodos que variam
de meses a anos.
*A Princesa Leopoldina, filha do Imperador do Brasil Dom Pedro II, morreu de febre tifoide
em 7 de Fevereiro de 1871, aos 23 anos de idade.
Salmonelose aviária:
Tifo aviário: causada pela S. gallinarum, cursa com septicemia aguda ou crônica nas
aves adultas (galinhas)
-Esse microrganismo é “figurinha carimbada”, haja vista que foi o tema do Estudo de Caso
da Prova de Auditor Fiscal Federal Agropecuário-MAPA 2018, e junto com a Escherichia
coli VEROTOXIGÊNICA-Sorogrupos O157:H7, e não- O 157(essas últimas, causadoras de
colite hemorrágica e Sídrome urêmica nos humanos, com falência renal aguda e crônica),
fazem parte de programas específicos de coleta de amostras em estabelecimentos aba-
tedouros e fábricas de conservas, com sorteios de coletas mensais para monitoramento, e
ações Fiscais de interdição das linhas de produção, recall de produtos, autuação das fábri-
cas, com aplicação de multas e demais providências cabíveis na esfera administrativa do
MAPA.
São anaeróbios facultativos; apresentam mais de 2000 sorotipos. Nos surtos alimentares, a
mais comum é a S. enteritidis.
-Abaixo de sete graus, e acima de 55 graus não crescem; a pasteurização é letal para
elas;
Stafilococcus spp:
habitam, entre outros meios, a pele dos humanos e animais; São gram positivos, ana-
eróbios facultativos, produzem toxinas, após crescimento exponencial-log 104,5 e 6, ca-
pazes de destruir vários tipos de células orgânicas, causando doenças sistêmicas po-
tencialmente fatais, predispondo à doenças oportunistas, endocardites, foliculites, en-
tre outras, com sintomatologias entéricas, tais como vômitos e diarreias, logo nas pri-
meiras 2 horas pós infecção.
Suas toxinas não são destruídas nem com altas, nem com baixas tempera-
turas(termo-estáveis), logo, a prevenção é o melhor remédio.
Escherichia Coli
*Possui genes de virulência tais como: pap (pili associado à pielonefrite), crl (curli),
eae (intimina), iuc (aerobactina) e iss (resistência sérica);
-Produzem a toxina Shiga (STEC); são um dos patotipos mais importantes para saúde
pública (Escherichia coli verotoxigênica), tendo o sorotipo O157:H7 como exemplo de
patógeno de alta periculosidade para seres humanos causando enfermidades em mi-
lhares de pessoas todos os anos.
- Sinais típicos da doença por este sorotipo incluem diarreia com sangue, dores esto-
macais e vômitos, com possível progressão para síndrome urêmica e óbito.
Listeria monocytogenes
Também são monitorados mensalmente pela coleta e envio de amostras para labora-
tórios da rede oficial do MAPA
Art. 5º As amostras de produtos de origem animal prontos para o consumo devem ser
coletadas nos estabelecimentos fabricantes de produtos de origem animal, pelo
...ANEXO II
TÉTANO
caso de ruptura intestinal ocorrida durante a evisceração das carcaças, na sala de abate,
configurando-se por essa razão em um contaminante perigosíssimo no processo de obten-
ção das carnes.
Do Decreto 9013/17
Art. 140. As carcaças de animais acometidos de carbúnculo hemático devem ser con-
denadas, incluídos peles, chifres, cascos, pelos, órgãos, conteúdo intestinal, sangue e gor-
dura, impondo-se a imediata execução das seguintes medidas:
III - uma vez constatada a presença de carbúnculo, o abate deve ser interrompido e a
desinfecção deve ser iniciada imediatamente;
VI - todas as carcaças, as partes das carcaças, inclusive pele, cascos, chifres, órgãos
e seu conteúdo que entrem em contato com animais ou material infeccioso devem ser con-
denados; e
VII - a água do tanque de escaldagem de suínos por onde tenha passado animal car-
bunculoso deve ser desinfetada e imediatamente removida para a rede de efluentes indus-
triais.
(Carbúnculo sintomático)
Art. 141. As carcaças e os órgãos de animais acometidos de carbúnculo sintomático devem ser
condenados.
Leptospirose
Causada pela bactéria Leptospira interrogans, comumente é transmitida pela água in-
festada com urina de roedores, contudo não há como descartar sua transmissão via
alimentos infectados, em mercados, feiras livres, bem como em charqueadas, locais
propícios para que roedores urinem. É uma bactéria espiroqueta(em forma de saca-
rolhas), aeróbia gram negativa, com os principais sorovares: icterohaemorrhagiae, po-
mona, hardjo, grippotyphosa, wolffi, canícola e tarassov.
MORMO
nas narinas e a presença de nódulos subcutâneos, nas mucosas nasais, nos pulmões,
gânglios linfáticos, cursando mesmo com pneumonia. Os animais contraem o mormo
pelo contato com material infectante do doente: pús; secreção nasal; urina ou fezes.
SINTOMAS: presença de nódulos nas mucosas nasais, nos pulmões, gânglios linfáti-
cos, catarro e pneumonia. A forma aguda é caracterizada por febre de 42ºC, fraqueza
e prostração; pústulas na mucosa nasal que se transformam em úlceras profundas com
uma secreção, inicialmente amarelada e depois sanguinolenta; intumescimento gan-
glionar e dispnéia. Também famosa por causar fistula de cernelha e lesões em “es-
trela”nas mucosas aéreas.
TOXOPLASMOSE
Infecção parasitária causada pelo protozoário Toxoplasma gondii. acomete aves, répteis,
anfíbios e mamíferos, incluindo-se o homem.
Ciclo:
Os definitivos são os felídeos, principalmente os gatos, nos quais esse protozoário realiza
dois tipos de reprodução. A reprodução assexuada origina taquizoítos livres, com multiplica-
ção rápida, observados na fase aguda da doença, e bradizoítos contidos em cistos, com
multiplicação lenta, detectados na fase crônica da infecção. A reprodução sexuada ocorre
no epitélio do intestino delgado, produzindo oocistos que são eliminados junto com as fe-
zes. O gato é o único hospedeiro definitivo urbano. Outros felídeos são responsáveis
por manter o ciclo em áreas silvestres.
GRIPE SUÍNA
Acredita-se o H1N1 possa ser transmitido da mesma maneira pela qual se trans-
mite a gripe comum. Os vírus da influenza se disseminam de pessoa para pessoa
especialmente através de tosse ou espirros das pessoas infectadas. Algumas ve-
zes, as pessoas podem se infectar tocando objetos que estão contaminados com
os vírus da influenza e depois tocando sua boca ou seu nariz.
Algumas pessoas, como idosos, crianças novas, gestantes e pessoas com alguma
comorbidade possuem um risco maior de desenvolver complicações devido à in-
fluenza.
De acordo com o Ministério da Saúde, neste ano, até 12 de março, houve 188
registros e 30 mortes relacionadas à doença no país. No ano passado inteiro, o
Brasil confirmou 141 casos de H1N1 e 36 óbitos.
O vírus da gripe suína causa uma doença respiratória altamente contagiosa entre
os suínos, sem provocar contudo grande mortalidade. Habitualmente não afeta
humanos; no entanto, existem casos esporádicos de contágio, laboratorialmente
confirmados, em determinados grupos de risco. A infecção ocorre em pessoas em
contacto directo e constante com estes animais, como agricultores e outros pro-
fissionais da área. A transmissão entre pessoas e suínos pode ocorrer de forma
direta ou indireta, através das secreções respiratórias, ao contatar ou inalar par-
tículas infectadas. O quadro clínico da infecção pelo vírus da gripe suína é em
geral idêntico ao de uma gripe humana sazonal.
Os suínos, por sua vez, podem igualmente ser infectados pelo vírus da influ-
enza humana - o que parece ter ocorrido durante a gripe de 1918 e o surto de
gripe A (H1N1) de 2009 - assim como pelo vírus da influenza aviário.
Vacina
Existe uma vacina para porcos e outra para humanos. A vacina contra a gripe
"convencional" oferece pouca ou nenhuma proteção contra o vírus H1N1. O Ja-
pão anunciou que pretende desenvolver uma vacina eficaz e o Centro de Controle
e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC, na sigla em inglês) vem in-
vestigando formas de tratamento.
Gripe Aviária
A gripe aviária, também conhecida como gripe do frango, gripe dos pássaros
ou gripe asiática é uma doença típica das aves. Esta enfermidade, em função de
suas características, pode ser transmitida das aves para certas espécies de ma-
míferos como, por exemplo, o gato doméstico e o ser humano. Até o momento,
existem poucos indícios de que a doença pode ser transmitida de humano para
humano.
A gripe aviária foi identificada pela primeira vez no final do século XIX, na Itália.
Na ocasião, ganhou o nome de doença da Lombardia (região italiana). Porém, foi
somente no ano de 1955 que ela foi descrita como uma doença provocada pelo
vírus da família Influenza A.
As aves aquáticas são hospedeiras naturais deste tipo de vírus, não apresentando
sintomas.
O vírus também leva a morte rápida grande parte de espécies de aves. A maioria
dos animais morrem 24 horas após o contágio. Muitos produtores de frangos,
gansos, patos e aves em geral podem perder toda a produção em questão de
poucos dias, caso as aves contaminadas não sejam identificadas e sacrificadas.
Os prejuízos comerciais e financeiros provocados por esta doença podem ser al-
tíssimos, inclusive prejudicando a produção de carne de aves e ovos no mundo
todo, em caso de uma epidemia de grandes proporções.
- contato direto com secreções de aves infectadas pelo influenza aviário H5N1;
- através do ar;
- água, alimentos e roupas contaminadas
- febre alta
- dores musculares
- dificuldades e problemas respiratórios
- ressecamento da garganta
Do Decreto 9013/2017:
“Art. 174. Nos casos em que, no ato da inspeção post mortem de aves e lagomorfos se
evidencie a ocorrência de doenças infectocontagiosas de notificação imediata, determinada
pela legislação de saúde animal, além das medidas estabelecidas no art. 93, cabe ao SIF
interditar a atividade de abate, isolar o lote de produtos suspeitos e mantê-lo apreendido
enquanto se aguarda definição das medidas epidemiológicas de saúde animal a serem ado-
tadas.
TRIQUINELOSE
Sinais e sintomas:
A intensidade dos sintomas depende da quantidade de larvas ingeridas. Na pri-
meira fase, um a dois dias depois da infecção inicial, enquanto as larvas amadu-
recem nas paredes do intestino ocorrem:
• Diarreia
• Dor abdominal
• Fadiga
• Náusea e vomito
Depois de duas a oito semanas, quando as larvas viajam para os músculos estri-
ados e formam cistos os sintomas podem ser:
• Febre alta
• Dor muscular: músculos mais sensíveis a dor
• Inchaço das pálpebras e rosto
• Fraqueza
• Dor de cabeça
• Sensibilidade à luz
• Conjuntivite
Decreto 9013/17:
Fasciolose
Os parasitas presentes nos canais biliares irão lançar os ovos pela bile que irão
ser eliminados juntos com as fezes. Quando em ambiente aquático irão dar ori-
gem aos miracídios dentro de 9 a 25 dias, estes nadam livremente na água até
encontrar um caramujo de água doce, pertencente ao gênero Lymnaea, pene-
trando nestes, alojando-se nos seus tecidos passando para a forma de esporo-
cistos, onde em seu interior, formam-se as rédias que se multiplicam de forma
assexuada neste hospedeiro intermediário.
Dentro das rédias são formadas as cercarias que irão deixar o hospedeiro inter-
mediário, ficando aderidas à superfície das plantas aquáticas, passando a receber
o nome de metacercária, que serão ingeridas pelos herbívoros quando este ali-
mentar-se das plantas. Quando se trata do homem, o vegetal ingerido é o agrião.
No trato digestivo as metacercárias irão perfurar a mucosa intestinal, alcançando
o fígado, permanecendo em seu parênquima por cerca de dois meses. Após esse
tempo, irão alojar-se nos canais biliares, local onde irão atingir a maturidade
sexual, reproduzindo-se assexuadamente, iniciando novamente o ciclo.
O curso da doença nos ruminantes pode ser agudo ou crônico, sendo que a fas-
ciolose crônica é mais comum. A aguda consiste, basicamente, em uma hepatite
traumática gerada pela migração simultânea de um grande número de parasitas.
A partir de seis semanas após a infecção as manifestações clínicas se tornam
mais evidentes, com anorexia e dor abdominal ao toque. Em casos crônicos, são
poucos os sinais clínicos, quando há. Existem características que aparentemente
são constantes, como perda de apetite e palidez das mucosas; edemas subman-
dibulares e do úbere podem ser observados ocasionalmente. Icterícia pratica-
mente não é observada no animal vivo. Pode ocorrer queda na produção de lã
em ovinos, sem aparentes sintomas da fasciolose. Ocorrem também alterações
nas proteínas séricas, nas células sanguíneas, com o aparecimento de uma ane-
mia normocítica normocrômica.
Do Decreto 9013/17:
Parágrafo único. Quando a lesão for circunscrita ou limitada ao fígado, sem re-
percussão no estado geral da carcaça, este órgão deve ser condenado e a carcaça
poderá ser liberada.”
HIDATIDOSE
Do Decreto 9013/17:
“Art. 155. As carcaças e os órgãos de animais que apresentem cisto hidático devem
ser condenados quando houver caquexia.
ACTINOMICOSE
Do Decreto 9013/17:
“Art. 135. As carcaças devem ser condenadas quando apresentarem lesões ge-
neralizadas ou localizadas de actinomicose ou actinobacilose nos locais de elei-
ção, com repercussão no seu estado geral, observando-se ainda o que segue:
I - quando as lesões são localizadas e afetam os pulmões, mas sem repercussão
no estado geral da carcaça, permite-se o aproveitamento condicional desta para
esterilização pelo calor, depois de removidos e condenados os órgãos atingidos;
II - quando a lesão é discreta e limitada à língua afetando ou não os linfonodos
correspondentes, permite-se o aproveitamento condicional da carne de cabeça
para esterilização pelo calor, depois de removidos e condenados a língua e seus
linfonodos;
III - quando as lesões são localizadas, sem comprometimento dos linfonodos e
de outros órgãos, e a carcaça encontrar-se em bom estado geral, esta pode ser
ACTINOBACILOSE
SARCOCISTOSE
Transmissão
Ao ingerir carne de animais herbívoros ou onívoros (hospedeiros intermediários)
contaminada com sarcocistos (cistos teciduais), os hospedeiros definitivos (ho-
mens, cães e gatos) adquirem a doença. Os hospedeiros intermediários adquirem
o parasito ao ingerir esporocistos que são eliminados nas fezes dos hospedeiros
definitivos. Os esporocistos de Sarcocystis hominis só aparecem nas fezes do ho-
mem 10 dias após a infecção.
Sintomas
Febre, anorexia, prostração, palidez das mucosas, corrimento nasal e ocular, dis-
pneia, salivação, podendo causar a morte. Estes sintomas costumam ser mais
graves em pacientes imunocomprometidos.
Diagnóstico
O diagnóstico é dado com a análise dos sintomas e a demonstração histológica
de esquizontes nos vasos sanguíneos e órgão e da presença de cistos nos mús-
culos à necropsia ou biópsia. Estes métodos não determinam a espécie, pois a
morfologia do parasito pode ser comum a várias espécies. Teste de hemagluti-
nação indireta auxilia no diagnóstico, mas não implica a presença de lesões ati-
vas. Em cães e gatos, o exame de fezes pode ser útil no diagnóstico. Como diag-
nóstico diferencial os testes de RIFI e ELISA podem ser usados.
Tratamento
Não existe tratamento eficaz para a infecção em nenhum dos hospedeiros.
Prevenção
As medidas a serem adotadas incluem: não ingerir carne crua do hospedeiro in-
termediário; não deixar carcaças de animais abatidos no campo, evitando que
sejam consumidas pelos cães; esclarecer aos habitantes rurais sobre esta enfer-
midade.
Do Decreto 9013/17:
“Art. 168. As carcaças com infecção intensa por Sarcocystis spp (sarcocistose) de-
vem ser condenadas.
Decreto 9013/17:
Art. 134. As carcaças, as partes das carcaças e os órgãos que apresentem abscessos
múltiplos ou disseminados com repercussão no estado geral da carcaça devem ser conde-
nados, observando-se, ainda, o que segue:
I - devem ser condenados carcaças, partes das carcaças ou órgãos que sejam conta-
minados acidentalmente com material purulento;
II - devem ser condenadas as carcaças com alterações gerais como caquexia, anemia
ou icterícia decorrentes de processo purulento;
III - devem ser destinadas ao aproveitamento condicional pelo uso do calor as carcaças
que apresentem abscessos múltiplos em órgãos ou em partes, sem repercussão no seu
estado geral, depois de removidas e condenadas as áreas atingidas;
FEBRE AFTOSA
É uma doença viral altamente contagiosa provocada por um RNA vírus da família Picornaviridae,
gênero Aphthovirus. O agente etiológico esta agrupado em sete tipos diferentes, classificados como A,
O, C, SAT-1, SAT-2, SAT-3 e Asia-1;no Brasil, o mais comum é o tipo O, contudo a vacina é trivalente (O, A
e C).
O vírus da febre aftosa é lábil em pH ácido (menor que seis) e alcalino (maior que nove), a acidez
da carcaça no rigor mortis pode inativar o vírus, porem o pH da medula óssea, linfonodos e certos
órgãos não declinam no rigor mortis, havendo nesses locais uma longa permanência viral.
A persistência viral na medula óssea de cortes cárneos congelados pode variar de 5 a 11 semanas e, nas
carcaças e peles de animais preparados pós-abate, pode ser de 21 a 352 dias. É sensível aos
desinfetantes químicos como carbonato de sódio a 4%, formol a 10%, hidróxido de sódio 2% (soda
cáustica) e meios físicos como calor, radiação ultravioleta, ionização por raios gama e luz solar.
Caracteriza-se por febre e formação de vesículas, erosões e úlceras na mucosa oral, epitélio
linguinal, nasal e mamário e na região coronária dos cascos e espaços digitais. Acomete
animais biungulados(fissípedes), ou seja, bovinos, ovinos, caprinos e suínos, além de
ruminantes silvestres, camelídeos e elefantes.
O vírus é liberado de diversas formas: pelo ar expirado, secreções nasais, sangue, leite, sêmen,
fezes, urina e líquido presente nas lesões, o que facilita a sua transmissão. Normalmente a
transmissão ocorre pelo contato de um animal saudável com outro animal contaminado, mas
também pode ocorrer por intermédio de materiais contaminados e ao alimentar-se de restos de
animais doentes. Vale destacar que pessoas que fazem o cuidado do animal podem ser uma fonte
de contaminação por meio das roupas e mãos.
O animal perde peso em virtude das lesões e passa a apresentar uma maior propensão a
desenvolver outras doenças. Observa-se também a inflamação das tetas, que causa uma redução
significativa na produção de leite, miocardite em animais jovens, lesões nas patas, manqueira e
casos de aborto. Na maioria das vezes, a doença não provoca morte em indivíduos adultos.
A febre aftosa em humanos é uma doença infecciosa rara, mas bastante contagiosa e que
provoca aparecimento de lesões na pele, boca e entre os dedos. É mais comum em regiões rurais
e as crianças, idosos e indivíduos com baixa imunidade são os mais susceptíveis à infecção.
A transmissão febre aftosa em humanos dá-se por contato direto com um animal infectado com o
vírus que causa a doença. A ingestão de leite não pasteurizado, consumo de carne de um animal
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Agente de Inspeção Sanitária e Industrial de Produtos de Origem Animal/MAPA 2018
contaminado e contato com secreções como leite, sêmen, catarro ou espirro podem transmitir a
febre aftosa para o ser humano. Raramente a doença passa de pessoa para pessoa.
A doença é passível de cura, e quando devidamente tratada, não apresenta riscos graves para a
saúde do indivíduo.
Sintomas em humanos
Alguns sintomas da febre aftosa em humanos surgem cerca de 5 dias após contato com o vírus e
podem ser:
Inflamação da boca;
Febre alta;
Dores musculares;
Dor de cabeça;
Sede excessiva.
Os sintomas da febre aftosa geralmente diminuem ao fim de 3 ou 5 dias. Porém, nos casos mais
avançados, a infecção pode originar outros problemas e atingir a garganta e pulmões,
provocando complicações graves e até mesmo a morte.
O diagnóstico é feito através do exame físico, avaliação das lesões na boca e por exame de
sangue .
A prevenção da febre aftosa em humanos é feita evitando o contato com animais infectados,
tomar leite não pasteurizado e carne contaminada.
O Brasil, em maio de 2018, é declarado país livre de febre aftosa, com vacinação,
pela OIE.
Questões elaboradas:
1-Segundo o Decreto 9013/17, quando são encontrados, pelo menos, oito cistos,
viáveis ou calcificados, distribuídos em quatro ou mais cistos localizados no quarto di-
anteiro (músculos do pescoço, do peito e da paleta) ou no quarto traseiro (músculos
do coxão, da alcatra e do lombo), após pesquisa no DIF, mediante incisões múltiplas e
profundas, caracterizam:
2-A febre tifoide é uma doença comum em surtos causados pela ingestão de produtos
de origem animal. Tanto que vitimou a princesa Leopoldina, filha do Imperador do Brasil
Dom Pedro II, no ano de 1871, aos 23 anos de idade.
a-Escherichia coli
b-Campilobacteria spp
c-Salmonella typhimurium;
d-Rotavirus
e-Yersinia enterocolitica
e-nra
4-A listeriose é uma doença causada pela bactéria Listeria monocytogenes, que devido
às suas características intrínsecas, tais como predileção por ambientes com pH > 4.4
(superior a quatro ponto quatro) ou Atividade de Água > 0.92 (superior a zero ponto
noventa e dois) ou concentração de cloreto de sódio < 10 % (inferior a dez por cento),
é comumente transmitida ao homem pelo consumo de:
d-hortaliças
6-De acordo com o Decreto 9013/2017, nos casos em que, no ato da inspeção
post mortem de aves e lagomorfos se evidencie a ocorrência de doenças infecto-
contagiosas de notificação imediata, determinada pela legislação de saúde ani-
mal, cabe ao SIF:
a-liberar a atividade de abate, isolar o lote de produtos suspeitos e mantê-lo
apreendido enquanto se aguarda definição das medidas epidemiológicas de saúde
animal a serem adotadas;
b- interditar a atividade de abate, permitindo a comercialização do lote de produ-
tos suspeitos enquanto se aguarda definição das medidas epidemiológicas de sa-
úde animal a serem adotadas;
c- interditar a atividade de abate, isolar o lote de produtos suspeitos e mantê-lo
apreendido enquanto se aguarda definição das medidas epidemiológicas de saúde
animal a serem adotadas;
d-Comunicar às autoridades de defesa agropecuária, liberando o lote de produtos
suspeitos enquanto se aguarda definição das medidas epidemiológicas de saúde
animal a serem adotadas;
e-nra
10- Sobre o vírus Influenza A (H1N1) causador da gripe suína é incorreto afirmar
que:
a- A infecção ocorre em pessoas em contacto directo e constante com estes ani-
mais, como agricultores e outros profissionais da área.
b- A transmissão de gripe suína de porcos a humanos não é comum e carne de
porco, DESDE QUE CORRETAMENTE COZIDA, não leva à infecção.
c- A transmissão entre pessoas e suínos pode ocorrer de forma direta ou indireta,
através das secreções respiratórias, ao contatar ou inalar partículas infectadas.
d- O quadro clínico da infecção pelo vírus da gripe suína é em geral diferente ao
de uma gripe humana sazonal.
e-nra
a-As carcaças, as partes das carcaças e os órgãos que apresentem abscessos múltiplos ou
disseminados com repercussão no estado geral da carcaça devem ser condenados.
b- devem ser condenados carcaças, partes das carcaças ou órgãos que sejam conta-
minados acidentalmente com material purulento;
c - devem ser condenadas as carcaças com alterações gerais como caquexia, anemia
ou icterícia decorrentes de processo purulento;
acordo com o nível de infecção por Cysticercus celullosae. Entre as opções abaixo,
assinale aquela em que o RIISPOA indica a possibilidade de destinação da car-
caça infectada para aproveitamento condicional pelo uso do calor.
a) Quando for encontrado mais de um cisto, viável ou calcificado, e menos do
que o fixado para infecção intensa, conside- rando a pesquisa em todos os locais
de eleição examinados rotineiramente e na carcaça correspondente, depois de
removidas e condenadas as áreas atingidas.
b) Quando forem encontrados dois ou mais cistos, viáveis ou calcificados, lo-
calizados em locais de eleição examinados nas linhas de inspeção, adicionalmente
à confirmação da presença de dois ou mais cistos nas massas musculares inte-
grantes da carcaça, após a pesquisa mediante incisões múltiplas e profundas em
sua musculatura (paleta, lombo e pernil).
c) Quando for encontrado um único cisto vi- ável, considerando a pesquisa em
todos os locais de eleição examinados, rotinei- ramente, e na carcaça correspon-
dente, depois de removida e condenada a área atingida.
d) Quando for encontrado um único cisto calcificado, considerados todos os
locais de eleição examinados rotineiramente na carcaça correspondente, depois
de removida e condenada a área atingida.
e) Quando for encontrado um único cisto, viável ou calcificado, considerando
a pesquisa em todos os locais de eleição examinados, rotineiramente, e na car-
caça correspondente, sem necessidade de remoção da área atingida.
c) Devem ser lavadas com água hiperclorada as carcaças, partes das carcaças
ou órgãos que sejam contaminados acidentalmente com material purulento.
d) Devem ser destinadas ao aproveitamento condicional pelo uso do calor as
carcaças que apresentem abscessos múltiplos em órgãos ou em partes, sem re-
percussão no seu estado geral, depois de removidas e condenadas as áreas atin-
gidas.
e) Devem ser liberadas as carcaças que apresentem abscessos localizados,
depois de removidos e condenados os órgãos e as áreas atingidas.
e) Toxoplasma gondii
11- A febre aftosa, doença viral causada por um vírus da família Picornaviridae,
gênero Aphthovirus, é altamente contagiosa e acarreta sanções sanitárias e co-
merciais internacionais às zonas ou países onde é detectada. A importância da
doença, dada pelo programa governamental de erradicação e prevenção, está
ligada :
Aula Demo
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Aula 01 AISIPOA
QUESTÕES ELABORADAS