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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - PPGMUS

Formação em Música II - Professor Jean Joubert Mendes


Resenha sobre as leituras para o seminário de Ítalo Silva
Yanaêh Vasconcelos Mota

DEL BEN, Luciana; HENTSCHKE, Liane. Educação musical escolar: uma


investigação a partir das concepções e ações de três professoras de
música. Revista da ABEM, Porto Alegre, V. 7, p. 49-57, set. 2002.

SCHAMBECK, Regina Finck. Inclusão de alunos com deficiência na sala de aula:


tendências de pesquisa e impactos na formação do professor de música. Revista da
ABEM, Londrina, v. 24, n. 36, p. 23-35, jan. jun. 2016.

Educação inclusiva ou passiva?

Os dois textos enviados pelo discente Ítalo Silva para fundamentar a vindoura
discussão, em 24 de setembro de 2018, no seu seminário sobre música e educação
especial, discutem a respeito tanto da história da educação inclusiva, através de sua
legislação, como as concepções e práticas de professoras da educação básica, não
necessariamente lidando com educação inclusiva.
O primeiro texto, Educação musical escolar: uma investigação a partir das
concepções e ações de três professoras de música, de autoria de Luciana Del Ben
(doutora em Música pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul e professora
desta mesma universidade) e Liane Hentschke (doutora em Educação Musical pela
University of London e professora do Departamento de Música da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul) analisa as concepções comparando-as com as
ações de três professoras de música da rede privada de ensino de Porto Alegre -
RS.
Utilizando-se do método de estudo multicaso, realizado entre os anos de
1997 a 2001, amparado sob a fenomenologia social de Schutz, que considera uma
parte do conhecimento de cada ator se origina a partir de sua própria experiência
mesclando-se ao conhecimento derivado do âmbito social, a pesquisa é brevemente
apresentada em 9 páginas e 5 seções: 1. introdução; 2. metodologia de pesquisa; 3.
contradições entre o que é expresso nas concepções e ações e os pressupostos
implícitos nas práticas pedagógico-musicais; 4. níveis de reflexibilidade das
professoras; 5. considerações finais.
As autoras evidenciam a discrepância entre a prática, que tem como objetivo
final dar resultados, calcada numa postura apenas pragmática (não incitando
reflexões e questionamentos) e concepções sobre educação musical das três
professoras, que foram colhidas através de entrevistas semi-estruturadas.
Como conclusão, as autoras sugerem uma formação continuada de
professores(as), parcerias mais estreitas entre professores(as) e pesquisadores(as),
além de uma maior coerência entre concepções e práticas para que a música seja
valorizada como disciplina escolar e não apenas como um suporte à formação
pessoal do aluno e/ou o entendimento de outras matérias.
Concordo com as autoras quando afirmam que é através do conhecimento
das práticas educativo-musicais que podemos questionar e elaborar projetos de
intervenção e políticas curriculares vinculadas a um contexto real, porém o texto
possui um tom quiçá desfavorável e que guia o olhar do leitor(a). Antes de
apresentar um contexto aprofundado de cada professora (juntamente com suas
práticas e concepções), dá um parecer anterior à análise, sugerindo uma falta de
consciência, o que acredito levar a um outro trabalho em outro momento, por se
tratar de uma situação difícil de analisar em 9 páginas, e uma não percepção das
próprias ações em sala de aula. Desta forma, soa mais um juízo de valor sobre as
práticas observadas, que uma análise cuidadosa estabelecida pela abordagem
fenomenológica social.
O segundo texto Inclusão de alunos com deficiência na sala de aula:
tendências de pesquisa e impactos na formação do professor de música de autoria
de Regina Schambeck (doutora em Educação pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul e professora da Universidade do Estado de Santa Catarina) parte do
contexto histórico legislativo brasileiro para discutir a formação inicial de
professores(as) de música no contexto da educação inclusiva.
Apresentando um compilado de 20 documentos de 1981 (Ano Internacional
da Pessoa Deficiente) a 2015 em um quadro explicativo, a autora percebe que há
um considerável avanço em políticas públicas que promovam a inclusão social e,
portanto, educacional.
A autora parte, então, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDBEN) para iniciar seu trajeto reflexivo sobre a formação de professores(as) de
música no contexto inclusivo. Entendendo que o acesso das pessoas com
deficiência na escola oferece aos professores(as) uma gama maior de diversidade,
caberia a este(a) profissional a difícil tarefa de organizar suas aulas (métodos,
estratégias, técnicas) de modo que ampare todos os alunos(as) envolvidos no
contexto de aprendizagem.
Conforme identificado nos dados que a autora traz, o contexto educacional
inclusivo ainda é uma realidade deixada de lado (ou parece ser menos importante)
nas 80 instituições formadoras na área de música. Tal constatação justifica o
desconforto (ou a percepção de despreparo) de aluno(as) destes cursos ao lidarem
com outros alunos(as) com deficiência.
Concordo quando a autora afirma que é a partir da formação inicial que os
estudantes recebem seus fundamentos teóricos e metodológicos que orientam suas
ações, principalmente em um espaço inclusivo. O texto é bem concatenado em suas
ideias e suas reflexões são válidas para se pensar que tipo de professor(a) está
sendo formado nestas 80 IES. Porém, não fica claro como a autora chegou neste
número de “80 instituições formadoras na área de música”, sendo este um dado que
surpreende no decorrer da leitura, visto que até a página 30 o texto tinha uma
característica reflexiva e, salta aos olhos, sem aviso, um dado que pode permear
uma vindoura discussão sobre como está sendo respeitada (ou não) a LDBEN nos
cursos formadores. Ressalto que os problemas dos alunos(as) com deficiência não
podem e não irão ser sanados apenas com a escassa preparação do professor(a),
que em sua formação apenas teve como disciplina obrigatória, no mínimo, Libras.
Convém ressaltar que nem todo aluno(a) é surdo, por mais que pareça óbvio.
Os dois textos entrelaçados em suas diferenças deixam evidente o que o
colega Ítalo pretende trabalhar: concepções e práticas dentro de um contexto
inclusivo. Um texto reforça o outro e o instiga: o segundo ampara o primeiro texto no
que diz respeito à formação das três professoras; o primeira ampara o segundo no
que diz respeito a como estas professoras agem e pensam (sob o contexto
inclusivo).

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