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ARMAS DE FOGO

Elas não são as culpadas


1ª edição — julho, 2001

2ª edição — fevereiro, 2018


JOÃO LUÍS VIEIRA TEIXEIRA
Advogado e estudioso de segurança pública
e criminalidade há mais de 20 anos.

ARMAS DE FOGO
Elas não são as culpadas

2ª edição
EDITORA LTDA.
© Todos os direitos reservados

Rua Jaguaribe, 571


CEP 01224-003
São Paulo, SP Brasil
Fone (11) 2167-1101
www.ltr.com.br
Fevereiro, 2018

Produção Gráfica e Editoração Eletrônica: GRAPHIEN DIAGRAMAÇÃO E ARTE


Projeto de Capa: FABIO GIGLIO
Impressão: FORMA CERTA

versão impressa — LTr 5895.6 — ISBN 978-85-361-9436-3


versão digital — LTr 9302.9 — ISBN 978-85-361-9540-7

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Teixeira, João Luís Vieira

Armas de fogo : elas não são as culpadas / João Luís Vieira Teixeira. — 2. ed. —
São Paulo : LTr, 2018.

Bibliografia.

1. Armas de fogo 2. Armas de fogo — Leis e legislação — Brasil 3. Violência I. Título.

17-09408 CDD-363.33

Índices para catálogo sistemático:


1. Armas de fogo : Controle : Segurança pública :
Problemas sociais  363.33
Dedico esta segunda edição a todos que acreditam que o direito à legítima
defesa não pode, jamais, ser retirado da população.

“(...) a força do que se vê constrangido a defender-se é a força


conservadora, a força jurídica, a força legal,
a sagrada força da legítima defesa”.
(Rui Barbosa)

“Quem mata são os homens, não suas armas ou seus mísseis”.


(Papa João Paulo II)
A PRESENTAÇÃO

Este primeiro livro do Autor é obra de um trabalho de pesquisa elaborado


para tentar explicar se a proibição da venda de armas de fogo irá ou não resolver a
preocupante questão da violência em nosso País. Originalmente elaborada como
uma monografia exigida como requisito para a conclusão do curso de Direito, pela
PUC/PR, a obra foi ampliada e atualizada.
E agora, uma das primeiras obras do País a tratar do assunto, tem sua
2ª edição revisada e, ainda, ampliada e atualizada.
Alguns dos pontos abordados são os seguintes: os criminosos não compram
armas em lojas autorizadas, não têm licença para porte de armas e utilizam armas
de fogo de calibre de uso proibido à população em geral. Um cidadão de bem não
pode comprar fuzis e granadas, muito menos armas antiaéreas e lança-rojões de uso
exclusivo do Exército. Mas os criminosos os utilizam. Como eles conseguem esse
armamento? Então seria justo impedir um cidadão honesto de comprar uma arma
para defender sua família do ataque de indivíduos violentos e mais bem armados
que a própria polícia?
Abordando resultados de pesquisas de opinião feitas no Brasil e no exterior,
entrevistas e dados de livros nacionais e estrangeiros sobre o assunto e comentando
as leis e projetos de lei existentes acerca do tema analisado, a obra procura expor o
avanço da violência em nosso País. A questão é muito séria e exige maior reflexão
por parte da população, do Governo e, principalmente, de nossos legisladores.
Também avalia os resultados do referendo popular acerca do tema, ocorrido
em 2005.
Mantivemos as notícias e pesquisas antigas até mesmo para mostrar como
elas são mais verdadeiras e atuais do que nunca.
Assim, o Autor lança uma luz sobre essa atual e controvertida ideia da proibição
da venda de armas — defendida inclusive por legisladores, ministros de Estado
e secretários de segurança pública —, que não vem sendo séria e devidamente
discutida, e que, caso seja adotada, causará danos irreparáveis à população, dei-
xando-a ainda mais à mercê dos criminosos. E para que não se diga que o Autor
apenas se preocupou em criticar as leis existentes, também oferece sugestões para

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que esse grave e inquietador problema da violência seja definitivamente resolvido
em nosso País.
Um estudo aprofundado sobre a controvertida questão do uso de armas de fogo,
analisando as leis brasileiras acerca desse tema, as principais causas da violência,
e oferecendo sugestões para solucionar esse grave problema.

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S UMÁRIO

1. BREVE INTRODUÇÃO........................................................................................ 11

2. O HOMEM E AS ARMAS..................................................................................... 13

3. ARMAS X VIOLÊNCIA......................................................................................... 17

4. LEGISLAÇÃO BRASILEIRA SOBRE ARMAS DE FOGO................................. 19


4.1. Leis................................................................................................................ 19
4.2. A Constituição Federal.................................................................................. 20
4.3. O Projeto de Lei n. 614, do ano de 1999...................................................... 22
4.4. Alguns fatos interessantes............................................................................ 25
4.5. A Lei n. 10.826/2003..................................................................................... 28
4.6. O referendo popular de 2005........................................................................ 28
4.7. A Lei n. 11.706/2008..................................................................................... 29
4.8. O PL n. 3.722/2012....................................................................................... 29

5. DESTAQUE DADO ÀS ARMAS DE FOGO........................................................ 31

6. PESQUISAS, DADOS E MITOS.......................................................................... 33


6.1. Pesquisas e dados........................................................................................ 33
6.2. Derrubando alguns mitos.............................................................................. 42

7. AS ARMAS NO BRASIL....................................................................................... 45
7.1. Alguns dados................................................................................................ 45
7.2. Opiniões de especialistas e autoridades brasileiras..................................... 46
7.3. Pesquisas...................................................................................................... 48
7.4. Os denominados “CACs”.............................................................................. 49

8. A INGLATERRA E AS ARMAS, O BRASIL E OS ESTADOS UNIDOS............. 51


8.1. A Inglaterra.................................................................................................... 51

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8.2. Uma interessante entrevista......................................................................... 53
8.3. Mais alguns dados dos Estados Unidos....................................................... 56
8.4. A Austrália .................................................................................................... 59
8.5. A França........................................................................................................ 60
8.6. Estados Unidos x Israel................................................................................ 60
8.7. E no Brasil, a realidade é diferente?............................................................. 62
9. CONCLUSÃO........................................................................................................ 67
10. ANEXOS................................................................................................................ 75
I. Lei n. 9.437, de 20.02.1997.......................................................................... 75
II. Projeto de Lei do Senado n. 614, de 1999.................................................... 78
III. Emenda Substitutiva de 1999....................................................................... 79
IV. Decreto n. 2.222, de 08.05.1997................................................................... 80
V. Lei n. 10.201, de 14.02.2001........................................................................ 86
VI. Lei n. 10.826/2003........................................................................................ 87
VII. Texto da Lei n. 11.706/2008.......................................................................... 102
VIII. O PL n. 3.722/2012....................................................................................... 106
IX. Decreto n. 8.935/2016................................................................................... 125
11. REFERÊNCIAS.................................................................................................... 127
11.1. Bibliográficas................................................................................................. 127
11.2. Cinematográficas/audiovisuais..................................................................... 128

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1  B REVE INTRODUÇÃO

O objetivo buscado na realização desta obra — que se iniciou como uma


monografia de conclusão do curso de Direito — foi analisar, clara e sinteticamente,
o uso de armas de fogo em nosso País, esclarecendo se há ou não relação entre
a utilização desse tipo de arma e os crescentes índices de violência no Brasil, mas
sem tornar cansativa a leitura.
O tema armas de fogo foi escolhido em virtude da atual discussão acerca das
tentativas de proibição do uso dessas armas por civis, em razão da alegada relação
direta entre o seu uso e a violência que assola nosso país, problema este que não
vem sendo combatido eficazmente, o que faz com que este quadro aumente a cada
dia. Para tanto, vali-me de meus conhecimentos acerca das armas de fogo e de
conversas com juízes, promotores, delegados e policiais, além de pesquisas em
obras sérias e dados oficiais.
Portanto, julguei da maior importância lançar uma luz sobre essa controvertida
questão da utilização de armas, neste caso, as de fogo, pela população civil e suas
diversas implicações. Serão apresentadas, neste estudo, informações e dados de
diversos países para que se possa traçar um paralelo com relação às leis e ao
tratamento dispensado às armas de fogo ao redor do globo terrestre.
Serão abordados ainda diversos aspectos decorrentes do direito de posse e
utilização de armas de fogo no Brasil, como a garantia à autodefesa, a prática de
esportes como o tiro ao alvo, o colecionismo desses itens e, principalmente, se
essa utilização contribui de alguma forma para o aumento da violência em nosso
país, aumento este facilmente constatável. O porquê desse aumento também será
analisado.
A monografia original, na qual obtive grau máximo concedido pelos três
examinadores da banca — a saber: o professor Dean Fábio Bueno de Almeida, a
professora Ana Paula Lino de Macedo e o professor e Desembargador Oto Luiz
Sponholz (in memoriam), aos quais agradeço pela colaboração prestada —, foi
revista e ampliada. Especialmente, nesta segunda edição. O resultado aqui está.
Espero ter alcançado meu objetivo.
O Autor

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2  O HOMEM E AS ARMAS

Primeiramente, gostaríamos de citar que, desde tempos imemoriais, o homem


utiliza-se de armas para se proteger e proteger a sua família e suas posses. Na
época em que os seres humanos ainda habitavam cavernas, já se utilizavam de
tacapes, pedras, galhos e outros tipos de objetos para se defender do ataque de
animais perigosos.
Mas não apenas de animais perigosos o homem se defendia. Ele tinha de se
defender do ataque de outras pessoas e de grupos rivais por diversos motivos, como,
por exemplo, a luta pela conquista de novos territórios. Desse modo, caso não se
utilizasse de algum meio para proteger a si e a seus objetos, como sua moradia e
seu alimento, ele poderia perdê-los, além de ter sua própria vida posta em perigo.
Assim, desde seu surgimento na face da Terra até os dias atuais, o homem
se utiliza de algum meio para efetuar sua autodefesa. Apenas o que mudou foram
as armas ou os meios utilizados, que acompanharam o desenvolvimento de novas
técnicas, a descoberta de novos materiais e as novas tecnologias que surgiram ao
longo da própria evolução humana.
As armas, que no começo eram apenas pedras e paus, evoluíram ao longo
do tempo. O homem percebeu que, se afiasse uma das pontas de um galho de
árvore caído, esse objeto seria mais útil para seus propósitos de defesa do que se o
mesmo não estivesse afiado. Amarrando-se um cipó nas duas pontas de um galho,
fazia-se um arco, que impulsionava outros galhos a distância e assim por diante.
Com o invento da fundição do ferro, surgiram armas mais elaboradas, como
arcos, que arremessavam flechas com pontas metálicas, lanças, espadas, adagas
etc. As armas brancas também evoluíram, ficando cada vez menores e mais fáceis
de manusear, além de serem utilizados materiais mais leves e mais resistentes na
sua fabricação.
Bem mais tarde, com o invento da pólvora pelos chineses, no século IX d.C.
(inicialmente apenas para fins pirotécnicos), as armas tiveram uma evolução nunca
vista. Surgiram os grandes e pesados canhões de ferro e bronze, que lançavam
maciças bolas, também de ferro, a grandes distâncias. Essas armas foram se

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tornando cada vez menores, visando a facilitar seu transporte e para que pudessem
ser manuseadas por poucas pessoas. Assim foram criados pequenos canhões sobre
eixos com rodas e pequeninos canhões que eram apoiados no peito do soldado (já
era, portanto, uma arma individual, capaz de ser disparada e operada por apenas
uma pessoa). Exemplo disso são os bacamartes (utilizados, por exemplo, pelos
bandeirantes, no Brasil no século XVIII), que eram grandes armas de canos longos,
semelhantes a um fuzil, carregadas pela boca do cano.
As armas de fogo tornaram-se cada vez mais populares e portáteis, podendo-se,
a partir de então, carregá-las em pequenos lugares, como bolsas e malas. Convém
lembrarmos aqui que arma de fogo, segundo Valdir Snick, “é todo instrumento,
mecanismo (aparato), mecânico, idôneo a fazer lançamentos, defensivos ou
ofensivos, de projéteis a distância, com uso de pólvora ou substância análoga”.
A única alteração que faríamos em tal conceito seria substituir as palavras com o
uso por “devido à pressão gerada pelos gases resultantes da queima de pólvora
ou substância análoga”.
Assim se deu o surgimento das consideradas “armas curtas”, como as pistolas
a pederneira, depois, as pistolas iniciadas por espoletas. Por último, e com o invento
do cartucho metálico (para conter a carga de pólvora e a espoleta, e para fazer a
vedação da câmara de disparo, minimizando o escape de gases) foram diversifi-
cando-se os modelos, com diferentes sistemas de funcionamento, que continuaram
evoluindo até a chegada das armas de fogo curtas, de alta tecnologia, como os
revólveres e pistolas fabricadas com ligas de polímero e/ou alumínio.
Pistolas construídas com ligas de polímero (sendo a mais conhecida a austríaca
Glock), ao contrário do que se pensa, não são “invisíveis” a aparelhos detectores de
metal. O chassi dessas armas é feito de uma espécie de plástico de alta resistência
(polímero, e não de porcelana, como afirmam alguns), mas os canos, ferrolhos
e outras partes da arma são feitos de aço. Assim, elas são, sim, capazes de ser
denunciadas por aparelhos detectores de metal.
Também surgiram as armas automáticas, como as metralhadoras, que foram
incorporadas aos carros e aviões de combate, capazes, algumas delas, de disparar
até 1.500 tiros por minuto (algo como 25 disparos em um único segundo!).
A título de esclarecimento, arma automática é aquela que com apenas um
aperto do gatilho (e mantendo-o pressionado) dispara ininterruptamente até que a
capacidade do carregador (“pente”) seja totalmente esgotada. As semiautomáticas
necessitam ter seus gatilhos premidos a cada disparo que se deseje efetuar, ou
seja, para se efetuar três disparos, é necessário que se aperte o gatilho três vezes
consecutivas, e assim por diante. Assim é o funcionamento da absoluta maioria
das armas curtas existentes. Portanto, quando alguém fala em pistola automática,
tecnicamente está cometendo um equívoco, pois o correto seria chamá-la de
semiautomática.
Os canhões passaram a disparar mais, a uma distância maior e com um poder
de destruição jamais visto. Durante a Segunda Guerra, por exemplo, os alemães
construíram um canhão ferroviário (porque seu deslocamento se fazia por ferro-
vias), denominado “Gustav”, que pesava mais de 1.000 toneladas, ou seja, mais

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de 1.000.000 de quilos! Suas granadas, com 80 centímetros de diâmetro e quase
3 metros de comprimento, pesavam cerca de uma tonelada e tinham um alcance
estimado de 250 quilômetros. Lembremo-nos de que isso foi há mais de 55 anos.
Mas, com o desenvolvimento das armas nucleares, mesmo as mais modernas
armas de fogo se tornaram definitivamente obsoletas, tanto no aspecto tecnológico
quanto em relação ao poder de destruição, essencial em armas militares, por
exemplo. Atualmente, um míssil dotado de ogivas nucleares, lançado na Rússia,
pode atingir, com margem de erro de apenas alguns metros, um alvo localizado
do outro lado do mundo, como no Brasil, por exemplo. Daí a recente preocupação
dos Estados Unidos em construir um escudo (uma rede de satélites e baterias de
armas antimísseis) contra dispositivos nucleares lançados contra seu país, ainda
em estudo, e que, segundo se especula, custará algo em torno da considerável
quantia de US$ 1 trilhão.
Portanto, vê-se que as armas sempre fizeram companhia ao homem. Elas
resultaram de uma necessidade básica, a autodefesa, e não por acaso, como um
simples hobby.
As armas de fogo sempre despertaram o interesse das pessoas ao redor do
mundo, nas mais diversas civilizações. Não há país, no globo terrestre, que não
tenha, em algum momento de sua existência, permitido o uso de armas de fogo,
que não tenha se envolvido em conflitos armados com outros países ou que não
esteja preocupado com a questão das armas de fogo. Atualmente, esse tema ocupa
grande parte do horário dos telejornais, das notícias nos jornais impressos, mídia
eletrônica e das discussões que se ocupam de tratar do tema da violência. Em
nosso país, verifica-se o mesmo.

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