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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

TEMÁRIO: POLÍTICAS PÚBLICAS TEMÁRIO: TUMORES DE MAMA


CÓDIGO: 59908 CÓDIGO: 58637

2029: ANO EM QUE O CÂNCER SERÁ A A ABORDAGEM AXILAR MINIMIZADA


PRIMEIRA CAUSA DE MORTE NO BRASIL PELA TÉCNICA DO LINFONODO
Autores: Hellen Matarazzo; Tiago Cepas Lobo; Nina SENTINELA LEVARIA A PERDA DE
Victoria Menezes de Melo; Sandra Regina Loggetto; FATORES PROGNÓSTICOS NO CÂNCER
Fábio Fedozzi; Merula Emmanoel Anargyrou Steagall; DE MAMA?
Instituição: ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE LINFOMA E Autores: Rogério Agenor de Araújo; Felipe Andrés
LEUCEMIA Cordero da Luz; Camila Piqui Nascimento; Clarissa Lôbo
Introdução: Desde que o Ministério da Saúde implan- Portugal da Cunha; Eduarda da Costa Marinho; Patrícia
tou o Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), Ferreira Ribeiro Delfino; Thais Rezende Mendes; Rafael
Mathias Antonioli; Marcelo José Barbosa Silva;
os estudos epidemiológicos apontam as Doenças do
Aparelho Circulatório (DAC) como a principal causa de Instituição: CENTRO ONCOLOGICO DO TRIANGULO
morte no Brasil. No entanto, os óbitos por neoplasias Introdução: Vários fatores indicam maior risco para
vêm crescendo, com taxa de mortalidade específica metástase no câncer de mama, como: tamanho do
saltando de 94,5 em 2000 para 99,6/100.000 hab. em tumor (T), comprometimento dos linfonodos axilares
2014, enquanto para as DAC, no mesmo período, houve (N), e subtipos imunohistoquímicos. Objetivo: Esse
queda de 209,7 para 167,8/100.000 hab. Esses dados estudo propõe analisar o T e sua progressão para N
sugerem que, a médio e longo prazo, o câncer poderá e o risco de metástase à distância em pacientes com
ser a primeira causa de morte no país. Objetivo: Alertar esta neoplasia tratadas em no Setor de Oncologia de
os gestores para o câncer como principal causa de mor- um hospital público de Minas Gerais. Método: Estu-
te no Brasil e necessidade de prevenção. Método: Para do do tipo observacional, retrospectivo analisou 1530
projetar a mortalidade até 2029 utilizou-se um Modelo prontuários de pacientes portadoras de neoplasia na
de Suavização Exponencial, considerando que os dados mama, no período de 1981-2015. Foi utilizado o mé-
podem apresentar uma tendência e/ou sazonalidade. todo de χ2. Resultados: Das pacientes T1, 18,4% são
Foi usada a taxa de mortalidade padronizada pela po- N+ (16,04% N1; 1,87% N2; 0,53% N3); das T2, 47,04%
pulação mundial, com base na série histórica de óbitos são N+ (32,58% N1; 10,10% N2; 4,36% N3); das T3,
do SIM entre 2000 e 2014, e a projeção populacional 67,37% são N+ (43,64% N1; 19,07% N2; 4,66% N3); e
do IBGE. A análise e processamento dos dados utilizou das T4, 80,41% são N+ (45,88% N1; 26,29% N2; 8,25%
o aplicativo de Business Intelligence Tableau Software N3). Nas pacientes analisadas exclusivamente pelo T1
v9.3. Resultados: Considerando a mortalidade entre o risco de metástase é 75,45% menor (OR de 0,2455;
mulheres, a de câncer de mama aumentará drastica- p<0,0001); nas T2 o risco é 12,56% menor (OR de
mente nas Regiões Norte (N), Nordeste (NE) e Centro-O- 0,8744; p=0,3197); nas T3 o risco é 225% maior (OR de
este (CO); a de câncer de colo do útero aumentará cerca 2,255; p<0,0001); e nas com T4 o risco é 303% maior
de 50% no N; e para câncer de pulmão será a primeira (OR de 3,034; p<0,0001). Quando analisado exclusiva-
causa de morte por câncer no Sul (S) e a segunda no NE, mente quanto ao N foi observado que pacientes N0 o
CO e Sudeste (SE). Já no S e SE, a mortalidade por câncer risco de metástase à distância é 79,56% menor (OR de
de mama permanecerá estável em relação a 2014; e a 0,2044; p<0,0001); nas N1 o risco é 190% maior (OR de
de colo do útero diminuirá no S e SE, permanecendo 1,908; p<0,0001); as N2 o risco é 431% maior (OR de
estável no NE e CO. Analisando a mortalidade entre ho- 4,314; p<0,0001); e nas N3 o risco é 204% maior (OR de
mens, o câncer de próstata será a primeira causa de 2,044; p=0,0148). Ao analisar o impacto da positivida-
morte por câncer no N, NE e CO, permanecendo estável de dos N em relação ao T como fator de risco para me-
no S e SE; óbitos por câncer de pulmão aumentarão no tástases, observamos que pacientes com qualquer T,
N e NE, caindo no S e SE; no N teremos mais mortes por mas com N+, apresentaram um risco para metástases
câncer de estômago e queda no S e SE. Para ambos os à distância de 460% a mais (OR de 4,605; p<0,0001) em
sexos, a mortalidade por câncer de cólon, reto e ânus relação às com qualquer T mas com N negativo. Con-
crescerá em todas as regiões brasileiras, exceto no S clusão: Demonstra-se que a situação patológica da
para os homens. Conclusão: A taxa de mortalidade axila é um fator muito forte de risco para metástases
deve ser estudada de forma coletiva para dimensionar que o T. Na minimização da cirurgia na mama, e agora
a magnitude do câncer como problema de saúde pú- na axila com o linfonodo sentinela (LS), a intensidade
blica. Este estudo reforça a necessidade de fortalecer do tratamento adjuvante, atualmente, é baseado no T,
os programas de prevenção do câncer, especialmente se a axila é negativa ou positiva, e na imunohistoquí-
no N, NE e CO, sem abandonar o S e SE. Conforme esta mica. Portanto, a equipe atuante na pesquisa do LS
estimativa, se não houverem medidas para a real pre- deve estar bem treinada na exploração deste linfono-
venção e controle do câncer, a partir de 2029 teremos do, pois o peso prognóstico de único exemplar axilar,
mais brasileiros morrendo de câncer do que DAC. e talvez de mais 2 para-sentinelas, é imenso. Esse fator
prognóstico não será mais dividido, como antigamen-
Contato: TIAGO CEPAS LOBO - tiago@abrale.org.br

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te, dentre os 12 ou mais linfonodos dissecados na axi- mulheres acertaram as respostas, sendo essas, respec-
la clinicamente negativa. tivamente, mito e verdade. Na última pergunta, 100%
afirmaram ser mito. Conclusão: A auto-análise se faz
Contato: ROGERIO AGENOR DE ARAUJO
de fundamental importância para que a mulher tenha
rogeriodearaujo@gmail.com
consciência e autonomia sobre seu próprio corpo na
verificação da saúde de suas mamas, além de ser um
meio de prevenção e detecção precoce de possíveis tu-
TEMÁRIO: TUMORES DE MAMA mores mamários, o que proporciona maiores chances
CÓDIGO: 59977 de cura e sobrevida da mulher.
Contato: MARCIA CARSOSO PIMENTEL
A IMPORTÂNCIA DA AUTO-ANÁLISE macynha@hotmail.com
COMO DIAGNÓSTICO PRECOCE NA
PREVENÇÃO DA NEOPLASIA MAMÁRIA
Autores: Márcia Cardoso Pimentel; Bianca Pimentel
TEMÁRIO: CUIDADOS PALIATIVOS
Silva; Daniely Maués Beliqui; Lucas Ferreira de Oliveira;
Wilson Mateus Gomes da Costa Alves; Renilson Moraes CÓDIGO: 59630
Ferreira; Thiago Gonçalves Gibson Alves; Tiago Alencar
de Lima; Erik Artur Cortinhas Alves; Clebson Pantoja A INFLUÊNCIA DA CAPACIDADE
Pimentel; FUNCIONAL NA QUALIDADE DE VIDA
Instituição: CENTRO DE TRATAMENTO ONCOLÓGICO DE MULHERES COM CÂNCER DE MAMA
Introdução: A neoplasia mamária encontra-se como o Autores: Weruska Alcoforado Costa; Ana Katherine
mais prevalente dos cânceres em mulheres no Brasil, Gonçalves;
onde cerca de 57.960 novos casos foram estimados em Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ONOFRE LOPES
2016, tornando-se um importante problema de saúde
Introdução: o processo da quantificação da função fí-
pública. Neste contexto, a falta de conhecimento sobre
sica está se tornando um componente importante na
medidas de prevenção e diagnóstico precoce, como a
verificação da qualidade de vida relacionada à saúde,
auto-análise, por parte das mulheres leva ao rastrea-
considerando que o câncer de mama pode estar asso-
mento tardio da neoplasia o que por sua vez diminui as
ciado com a diminuição da capacidade física interferin-
chances de tratamento e sobrevida. Assim, a realização
do na funcionalidade para a realização das atividades
desse método torna-se essencial como um diagnósti-
de vida diárias pelas pacientes, principalmente, para
co precoce das neoplasias mamárias, aumentando a
aquelas que apresentam metástases. Objetivo: Avaliar
chance de cura. Objetivo: Avaliar a receptividade de
a influência da capacidade funcional na qualidade de
mulheres quanto à informação sobre a importância da
vida (QV) das mulheres com câncer de mama. Método:
auto-análise como diagnóstico precoce da neoplasia
estudo transversal com 400 mulheres com câncer de
mamária, bem como do método correto a ser realizado.
mama. Foram divididos em três grupo: sem metástase
Método: Trata-se de um estudo descritivo quali-quan-
(MTX) (118), MTX locorregional (160) e à distância (122),
titativo realizado em um hospital da rede particular da
realizado em uma instituição de referência em Natal/
cidade de Belém, no ano de 2017 onde participaram 13
RN, no período julho de 2014 a abril de 2015. Os ins-
mulheres entre a faixa etária de 19 a 65 anos. Foi re-
trumentos utilizados para correlacionar as variáveis
alizada a distribuição de folders explicativos, demons-
estudadas foram: European Organization for Research
tração do método correto da realização do autoexame
and treatment for Cancer Quality of Life Questionnai-
e uma gincana de mitos e verdades, contendo cinco
re Core 30 (EORTC QLQ-C30), European Organization
perguntas como: (1) “Homens podem ter câncer de
for Research and treatment for Cancer -Breast Cancer
mama?” (verdade); (2) “Dor nas mamas sempre é sinal
(EORTC BR23) e Karnofsky Performance Scale (KPS). Re-
de câncer?” (mito); (3) “Todo nódulo na mama é cân-
sultados: 115 (28,8%) tinham entre 51 a 60 anos, 204
cer?” (mito); (4) “A alimentação influencia no risco de ter
(51%) eram casadas, 157 (39,3%) estavam em licen-
câncer de mama?” (verdade); (5) “O tamanho dos seios
ça médica e 396 (99%) em tratamento. Pacientes com
influência no risco de ter câncer de mama?” (verdade).
MTX à distância apresentaram menor KPS 75 (DP=12,5)
Resultados: Inicialmente, observou-se que as mulheres
(p<0,001); para esse mesmo grupo, a média da Escala
não se demonstraram muito interessadas em receber
Funcional foi de 57 (DP=19) (p<0,001), a da Escala de
as informações expostas, mas após a demonstração
Sintomas foi 37 (DP=20) (p<0,001) e a Escala de Saúde
do autoexame, estas passaram a interessar-se sobre a
Global foi 51,3. Por meio da Correlação de Spearman,
temática e, a partir disso, perguntas, relatos e dúvidas
foi verificado a relação acentuada entre a capacidade
do público foram realizadas, tal como “todo caroço se
funcional e a QV, todavia, para as com MTX à distân-
espalha e gera câncer?”.Quanto à gincana, na pergunta
cia o coeficiente de Spearman foi mais acentuado 70%
(1) 92,3% responderam verdade e 7,7% responderam
(p<0,001). Conclusão: Este estudo demonstra a consis-
mito. Na pergunta (2) 76,9% responderam mito e 23,1%
tência e a possível força da relação entre a diminuição
responderam verdade. Já na pergunta (3 e 4) 100% das

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da capacidade funcional das mulheres com câncer de as diretrizes brasileiras de hipertensão para proposta
mama devido aos efeitos adversos da própria doença, de atendimento individualizado; 5) reações relaciona-
principalmente, na doença avançada quanto nos efei- das à infusão e reações alérgicas (6,44%), análise crítica
tos desencadeados pelas modalidades de tratamento das condutas propostas que antecedem ao tratamento
refletindo no comprometimento da QV. Desse modo, visualizando a adequação e diminuição das intercorrên-
o KPS é uma variável importante na avaliação da qua- cias encontradas. Conclusão: Foi possível a partir da
lidade de vida relacionada à saúde. No entanto, se faz análise apresentada a elaboração de ações aplicáveis
necessário novas pesquisas principalmente de estudos na prática de tratamento oncológico em regime ambu-
prospectivos para avaliar essa influência e buscar um latorial. A ação dentro da equipe de trabalho levou a
melhor entendimento dessa relação. um reconhecimento da capacidade de interpretação
das rotinas propostas e a importância do seu acom-
Contato: WERUSKA ALCOFORADO COSTA
panhamento de forma a corroborar com o sucesso do
wealcoforado@gmail.com
tratamento dos pacientes. O registro das informações,
que levou a um conhecimento do perfil das principais
intercorrências encontradas no ambulatório, propor-
TEMÁRIO: ENFERMAGEM cionou uma melhor adequação dos processos e novas
CÓDIGO: 59462 propostas de melhorias para visando o melhor atendi-
mento aos pacientes.
A PARTICIPAÇÃO DA EQUIPE DE Contato: PATRICIA MARTINS PASSOS
ENFERMAGEM NA IDENTIFICAÇÃO patriciapassos@grupocoi.com.br
E ELABORAÇÃO DE PLANO DE AÇÃO
PARA AS PRINCIPAIS INTERCORRÊNCIAS
IDENTIFICADAS EM UMA INSTITUIÇÃO
TEMÁRIO: CUIDADOS PALIATIVOS
PRIVADA DE ONCOLOGIA
CÓDIGO: 59633
Autores: Patricia Martins Passos; Flávia Cristina de
Souza Ramos; Flávia Pessoa da Silva Torrecillas; Marcos
Coelho Simões Travassos Soares;
A RELAÇÃO DA ESPIRITUALIDADE COM
A QUALIDADE DE VIDA DE MULHERES
Instituição: AMÉRICAS CENTRO DE ONCOLOGIA
INTEGRADO COM CÂNCER DE MAMA
Autores: Weruska Alcoforado Costa; Ana Katherine
Introdução: A atuação da equipe de enfermagem tem Gonçalves;
um papel fundamental na investigação e possibilita ins-
Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ONOFRE LOPES
titucionalizar as ações aplicáveis na mitigação dos even-
tos. O acompanhamento dos eventos deve ser feito de Introdução: a espiritualidade é uma estratégia de en-
forma a garantir que as ações tomadas tenham refle- frentamento utilizada por pacientes com câncer de
xo na segurança do paciente e sucesso do tratamento. mama seja no diagnóstico inicial, durante o início da
O conhecimento das rotinas e domínio das instruções quimioterapia, após a descontinuação de um tratamen-
operacionais possibilita o acompanhamento das inter- to antineoplásico e principalmente nos cuidados palia-
corrências e sucesso nas ações de melhoria. Objetivo: tivos. Objetivo: avaliar a influência da espiritualidade
Avaliar as principais intercorrências em um serviço am- na qualidade de vida (QV) das pacientes com câncer de
bulatorial de Quimioterapia em uma instituição privada mama. Método: estudo transversal com 400 mulheres
no estado do RJ e descrever suas tratativas. Método: com câncer de mama, realizado em uma instituição
Avaliação quantitativa dos dados gerados a partir do de referência em Natal/RN. Três grupos foram identi-
sistema informatizado de gestão hospitalar no período ficados: sem metástase (MTX) (118), MTX locorregional
entre dezembro 2016 e abril 2017 junto com a análi- (160) e à distância (122). Os instrumentos utilizados
se de prontuários médicos e de notificações geradas. para correlacionar as variáveis estudadas foram: EOR-
Resultados: Foram analisadas 2.078 intercorrências TC QLQ-C30 e EORTC BR23 para avaliar a QV e a Escala
em 24.345 atendimentos onde foram propostas para de Perspectiva Espiritual (PPS). Resultados: 115(28,8%)
cada um dos principais eventos as seguintes tratativas: tinham entre 51 a 60 anos, 204(51%) eram casadas,
1) ardência no trajeto e distúrbios vasculares (21,7%), 157(39,3%) estavam em licença médica, 219 (54,8%)
protocolo de inserção de PICC e mudança da diluição tinham ensino fundamental, 254(63,3%) eram cató-
dos principais medicamentos relacionados; 2) hiper- licas, 348(87%) tinham carcinoma ductal infiltrante e
glicemia (11,6%), elaboração de escala de acordo com 396(99%) em tratamento. Observado para o grupo sem
o resultado da glicemia; 3) náusea (8,85%), revisão do MTX que na Escala de Sintomas 47 (39.80%) das mulhe-
plano de administração de medicamentos em conjunto res (média= 20.20, DP=15.10, p=0.042) se consideravam
com a farmácia para adequação dos antieméticos com com alta espiritualidade e na Escala de Saúde Global,
os guidelines internacionais; 4) hipertensão (6,11%), 47(39.8%) das pacientes sem MTX também apresen-
análise junto com a equipe médica dos eventos encon- tavam um alto grau de espiritualidade (média=68.8,
trados versus estado clínico do paciente, cruzando com DP=21.0, p=0.022). Foi percebido uma associação do

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EORTC BR23 com os níveis de espiritualidade para as of 350 BC patients, 80 were selected. From the 80 pa-
mulheres com câncer de mama. No item da escala da tients, 52 (65,0%) proceeded to the interview as well as
Função sexual, as pacientes com MTX locorregional their first-degree relative. Twenty-eight (35%) patients
56(35.00%) (média=22.60, DP=25.10, p=0.017) apresen- we could not contact or refused to join the study. After
tavam baixo nível de espiritualidade, todavia, as com studying the 52 cases, 10 families (19,2%) were found
MTX à distância, 56(25.90%) (média=30.00, DP=28.00, to have probable familial cancer syndromes: 5 cases of
p=0.020) mostraram-se com alta espiritualidade. Em re- HBOC, 3 of HNCC, 1 of PJ and 1 of CS. We identified 68
lação ao item da escala de sintomas do braço, no grupo relatives with history of cancer. Considering clinicopa-
sem MTX 47(39.80%) (média=13.20, DP=19.00, p=0.012) thological characteristics of BC, the group with probable
tinham alta espiritualidade. Quanto a escala de sinto- familial cancer syndrome presented significantly more
mas da mama, destaca-se as mulheres com MTX locor- BC’s relapse than the other patients: 70%(p<0.019). All
regional 56(35.00%) (média=25.40, DP=19.30, p= 0.037) the relapses were systemic and one patient of the pro-
com baixa espiritualidade. Conclusão: em nossos re- bable syndrome group died during the research period.
sultados as pacientes com maior grau de espirituali- Conclusion: There are still few studies examining detail
dade apresentavam maior score nos resultados para o pedigree information to access the probability of fami-
impacto da QV, não diferenciando as pacientes que não lial cancer syndromes. Prediction of disease risk based
tinham MTX para as que apresentavam. Sendo a espiri- on comprehensive family history information, have no
tualidade vista como promotora de aspectos positivos, extra cost and can improve polices of counseling servi-
ela é vista como um possível preditor de uma melhor ces, screening programs and cancer surveillance. Our
QV e qualidade de morte. study identified 10 probable families and 68 subjects af-
fected by different types of cancers by just interviewing
Contato: WERUSKA ALCOFORADO COSTA
patients. Molecular analysis is needed to confirm the
wealcoforado@gmail.com
probable familial syndromes accessed and to determi-
ne a specific strategy to the affected families.
Contato: DANIELE LUZIA DOS REIS SCHNEIDER
TEMÁRIO: TUMORES DE MAMA daniele_schneider@hotmail.com
CÓDIGO: 59975

A SCREENING STUDY OF FAMILIAL


CANCER SYNDROMES ASSOCIATED TUMORES UROLÓGICOS - PRÓSTATA
WITH BREAST CANCER CÓDIGO: 60502

Autores: Adriana Vial Roehe; Andrea Pires Souto Damin;


Alessandra Chiele Barros; Daniele Luzia dos Reis ABIRATERONA NA VIDA REAL: ANALISE
Schneider; RETROSPECTIVA DE 43 PACIENTES
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA Autores: Denise Machado; Paula Caleffi Bagatini; Bruno
SAÚDE DE PORTO ALEGRE  Rafael Ramos; Rodrigo Kraft Rovere;
Introduction: Breast cancer (BC) is the most prevalent Instituição: HOSPITAL SANTA CATARINA
cancer among women in developed countries. Inheri- Introdução: O cancer de próstata mudou radicalmente
ted BC is connected with germ line mutations that lead de tratamento nos últimos anos, sendo um dos tumo-
to association with rare cancer syndromes. The pedi- res que mais se beneficiou de novos tratamentos. Um
gree research, using adequate research instruments, dos principais hoje e a abiraterona. No cenário públi-
can help to access the risk of disease. Objective: The co do Brasil, e de difícil acesso na maioria dos centros.
aim of this study was to screen subjects with probab- Objetivo: analisar retrospectivamente 43 pacientes
le familial cancer syndromes by interviews of pedigree consecutivos de dois centros, avaliando dados de segu-
research. Methods: 350 consecutive women diagnosed rança e eficácia, bem como relação entre score Gleason
with BC in a public reference hospital in Porto Alegre e queda de PSA, tanto antes como pos quimioterapia.
were selected to join the study. Were excluded pa- Ainda são analisadas variáveis demográficas dos pa-
tients that don´t fit in at least one of the National Com- cientes e rapidez de obtenção da medicação no siste-
prehensive Cancer Network (NCCN) directives or that ma publico de saúde e correlação com efetividade da
refused to join the study. Detailed pedigree information terapia, trazendo pela primeira vez essa analise para
was obtained through the application of history family uma população e realidade brasileira. Método: foram
research instrument validated by the National Cancer analisados de maneira retrospectiva 43 pacientes com
Institute of Brazil (INCA) in a patient with BC and in one neoplasia de próstata metastatica resistentes a castra-
first-degree relative. Based on this, we constructed he- ção em cenários pre e pos quimioterapia com docetaxel
redograms to identify the probability of having a he- Resultados: a abiraterona foi bem tolerada e não hou-
reditary syndrome associated with BC. This study was ve para efeitos alem dos esperados na população. As
approved and by the proper Research Ethic Committee quedas de PSA e beneficio clinico foram superiores no
(protocol n. 1.128.105). Results: From the database cenário pre quimioterapia, demonstrando que o prin-

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cipal papel da abiraterona nessa população foi antes enfermeiro. As demandas caracterizadas como assis-
do docetaxel. Tabelas completas serão apresentadas tenciais foram mais incidentes, 138 (57,0%), caracteri-
na apresentação oral. Conclusão: A abiraterona e bem zadas por relatos de efeitos colaterais de tratamentos
tolerada e tem papel destacado no combate ao cancer (quimioterapia antineoplásica, preponderantemente),
de próstata. Essa analise em uma população brasilei- dúvidas quanto tomada de medicamentos, incertezas
ra (a maior que ha, que sea do nosso conhecimento) quanto a cuidados. As demandas classificadas como
mostra eficácia e tolerabilidade condizente com a vista administrativas, 104 (42,9%), relacionavam-se a perdas
nos estudos randomizados, reforçando a importância ou não agendamento de consultas, exames e ou proce-
da incorporação de novas tecnologias no SUS dimentos; não obtenção de medicamentos; internações
em outras instituições. Conclusão: as demandas dos
Contato: RODRIGO KRAFT ROVERE
pacientes foram clínicas, principalmente, e administra-
rodrigorovere@hotmail.com
tivas. A frequência dos aconselhamentos por ligação
telefônica foi maior, mas também ocorreu pelos recur-
sos de escrita digital. O número de atendimentos que
TEMÁRIO: ENFERMAGEM resultou em orientação para a busca de atendimento
CÓDIGO: 60564 em pronto-socorro evoca a importância deste recurso
para a segurança do paciente.
ACONSELHAMENTO Contato: KELLY YUMI NISHIMURA
TELEFÔNICO REALIZADO POR kelly.umi@hotmail.com
ENFERMEIROCARACTERIZAÇÃO DE
DEMANDAS DE PACIENTES COM
CÂNCER E SEUS CUIDADORES
TEMÁRIO: POLÍTICAS PÚBLICAS
Autores: Patrícia Reis Costa; Kelly Yumi Nishimura;
CÓDIGO: 59746
Guilherme Gasparini Camargo; Jean Marcos Singh
Manoel; Nathallia Caroline dos Santos; Alessandra
Esquivel Sales; Edvane Birelo Lopes De Domenico; ACTIVITY-BASED COSTING E TIME-
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO DRIVEN ACTIVITY-BASED COSTING
NA AVALIAÇÃO DOS CUSTOS EM
Introdução: o aconselhamento aplicado às ações de PREVENÇÃO, DIAGNÓSTICO E
enfermagem baseia-se nos princípios da escuta e ver-
TRATAMENTO DO CÂNCER: UMA
balização sensíveis e busca, por meio da relação dia-
lógica entre o profissional e o usuário, desvendar si-
REVISÃO SISTEMÁTICA DA LITERATURA.
tuações que necessitam de orientação para a tomada Autores: Katsuki Arima Tiscoski; Rafael José Vargas
de decisão, habilidades para o autogerenciamento, Alves; Ana Paula Beck da Silva Etges; Giácomo
Balbinotto Neto;
melhoria da qualidade de vida e segurança do pacien-
te em tratamento ambulatorial. Objetivo: identificar Instituição: IRMANDADE DA SANTA CASA DE
MISERICÓRDIA DE PORTO ALEGRE
as demandas de usuários do aconselhamento telefôni-
co, pacientes, familiares/cuidadores, no período entre Introdução: Os avanços no diagnóstico e tratamento
consultas ambulatoriais. Método: descritivo, retros- do câncer resultaram em um aumento significativo cus-
pectivo, de natureza quantitativa. Os dados foram ob- tos para sociedade. A identificação dos custos diretos
tidos de março a abril de 2017, por meio de registro e indiretos de uma nova tecnologia e conseguir men-
preenchido por enfermeiros, residentes do Programa surá-los com uma alta acurácia é um fator importan-
de Residência Multiprofissional em Oncologia de uma te para determinar a robustez da análise econômica,
instituição hospitalar geral, vinculado a uma universi- principalmente no cenário oncológico. Os métodos de
dade federal do município de São Paulo. Os residentes custeio Activity-Based Costing (ABC) e Time-Driven Acti-
enfermeiros foram treinados para realização da ativi- vity-Based Costing (TDABC) conseguem relacionar com
dade e utilizaram 1 telefone móvel de uso exclusivo. Os acurácia a relação entre custo e atividade, ou seja, am-
atendimentos foram realizados por meio de ligações, bos fornecem uma estimativa de custo real. Objetivo:
aplicativo de mensagens instantâneas e mensagens de Descrever o panorama e a evolução das análises eco-
texto SMS. Os dados foram anotados, após encerrada nômicas que utilizaram a metodologia Activity-Based
a ligação telefônica. Para a análise foi empregada esta- Costing (ABC) ou Time-Driven Activity-Based Costing
tística descritiva. Resultados: Total de 242 solicitações (TDABC) para mensuração dos custos, no cenário onco-
de aconselhamento, correspondente a 4,0/dia/60 dias. lógico. Método: Foram incluídos os estudos que utiliza-
Destes, 142 (58,6%) por meio de ligações, 86 (35,5%) ram o método ABC e/ou TDABC para estimar os custos
por dialógos em aplicativo de mensagens instantâneas relacionados ao câncer em estudos de prevenção, diag-
e 14 (5,7%) pelos dois meios de comunicação, paralela- nóstico e tratamento. A busca por artigos publicados na
mente. Do total de chamadas, 48 pacientes (19,8%) fo- integra foi realizada nas bases: Medline, Lilacs, ScieLO e
ram encaminhados ao serviço de pronto-atendimento, Embase. Foram utilizados os seguintes descritores em
em decorrência da situação de risco identificada pelo inglês e seus correspondentes em português: “cancer”,

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“Activity-Based Costing” e “Time-Driven Activity-Based quisa descritiva, qualitativa, que propõe analisar os re-
Costing”. Não houve nenhuma restrição quanto ao ano sultados de atividades desenvolvidas em uma proposta
de publicação, mas somente foram aceitos artigos em interdisciplinar, realizada de março de 2016 a maio de
português e/ou em inglês. Resultados: Um total de 2017, por residentes das áreas de Enfermagem, Farmá-
420 estudos foram avaliados. Apenas 26 estudos pre- cia, Nutrição e Psicologia. O intuito foi proporcionar a
enchiam os critérios de elegibilidade. As publicações interação entre os serviços, potencializando o cuidado
tiveram inicio nos anos 2000, mas o maior número de integral ao paciente oncológico. As atividades desen-
publicações se verificou no ano de 2016 (n=9). Em rela- volvidas foram: observação dos territórios de atuação,
ção ao pais de origem dos estudos, Estados Unidos e mapeamento das fragilidades e potencialidades das
Bélgica são os que tem o maior número de publicações equipes de saúde, desenvolvimento de apoio matricial,
(cinco cada um).O principal enfoque das publicações foi trocas interdisciplinares e promoção da interlocução
o tratamento do câncer (n=19), seguido de avaliações entre dez unidades da rede de Atenção Primária e Ser-
de programas de rastreamento (prevenção) e diagnós- viço de Referência em Oncologia. Resultados: Para as
tico com 4 e 3 publicações respectivamente. Entre os equipes de saúde envolvidas, as atividades possibilita-
tratamentos, destaca-se a Radioterapia e suas diferen- ram investir na aproximação entre diferentes instâncias
tes modalidades foi fator em estudo mais frequente do cuidado, buscando sanar as dificuldades frente ao
observado. Em 57,6% dos estudos, a fonte de dados cuidado do paciente oncológico, além de aprimorar es-
clínicos foi extraída de estudos retrospectivos. Mais de tratégias para a sua busca ativa. Aos pacientes, as ativi-
50% dos estudos não especificaram o tipo de análise dades resultaram na prevenção de agravos e promoção
econômica. A perspectiva do hospital foi a mais preva- da saúde, incentivando a co-responsabilização deste e
lente entre os estudos (46,1%). Conclusão: O uso de de seus familiares no processo de cuidado, aproximan-
avaliações econômicas utilizando os métodos ABC e o do os sujeitos da Atenção Primária de saúde em que
TDABC, no cenário oncológico, é promissor. Todavia, há estão adscritos e possibilitando novos espaços de aco-
uma tendência na literatura de estudos com o uso da lhimento para resolução das demandas apresentadas.
metodologia do TDABC serem mais usados no futuro. Conclusão: As intervenções realizadas pelas residentes
possibilitaram novas estratégias de cuidado aos pacien-
Contato: RAFAEL JOSÉ VARGAS ALVES
tes pois incentivaram o trabalho em rede, resultando
vargasrja@gmail.com
em um cuidado compartilhado e na qualificação do
atendimento prestado. Tais atividades enriquecem a
formação, permitindo tecer novos territórios de saúde
TEMÁRIO: POLÍTICAS PÚBLICAS e novas possibilidades de intervenção.
CÓDIGO: 59785 Contato: MICHELE BEATRIZ KONZEN
michelekonzen22@gmail.com
AÇÕES INTERDISCIPLINARES NO
CUIDADO INTEGRAL AO PACIENTE
ONCOLÓGICO: APROXIMAÇÃO ENTRE
OS DIFERENTES NÍVEIS DE ATENÇÃO TEMÁRIO: TUMORES TGI SUPERIOR
CÓDIGO: 60155
Autores: Michele Beatriz Konzen; Ana Júlia Arend;
Denise Fabiane Polonio; Marina Luize Back; Karin
Freitag; Mariana Portela de Assis; Nathália Grave; Bianca ALTA PREVALÊNCIA DE MUTAÇÕES
Coletti Schauren; Giseli Vieceli Farinhas; GERMINATIVAS NO GENE TSC2
Instituição: HOSPITAL BRUNO BORN EM PACIENTES COM NEOPLASIAS
NEUROENDÓCRINAS (NNE)
Introdução: Em 2012, o Ministério da Saúde (MS) insti-
tuiu o tratamento do paciente com câncer no Sistema
GASTROENTEROPANCREÁTICAS (GEP)
Único de Saúde e implementou a Política Nacional para
SEM TRAÇOS DE ESCLEROSE TUBEROSA
a Prevenção e Controle do Câncer, que objetiva reduzir Autores: Paula Fontes Asprino; Rudinei Diogo Marques
a mortalidade, as incapacidades funcionais, a incidência Linck; Jonatas Cesar; Rachel Riechelmann; Frederico
do câncer e contribuir para a melhoria da qualidade de Perego Costa; Paulo Marcelo Gehm Hoff; Pedro
Alexandre Favoretto Galante; Anamarian Aranha
vida dos usuários. Com base na política, o Ministério da
Camargo; Jorge Sabbaga;
Educação e Cultura e o MS criaram programas de resi-
Instituição: HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS
dência multiprofissional de atenção ao paciente onco-
lógico, proporcionando a inserção de profissionais nos Introdução: Neoplasias neuroendócrinas (NNE) são
serviços de saúde para atuar nesta especialidade. Ob- predominantemente consideradas doenças espo-
jetivo: Analisar as ações de intervenção realizadas du- rádicas, no entanto, entre 5-20% dos casos ocorrem
rante um Programa de Residência Multiprofissional em no contexto de síndromes genéticas. Objetivo: Neste
Saúde: Atenção ao Paciente Oncológico, nos serviços de trabalho examinamos pacientes não-sindrômicos que
Atenção Primária e Serviço de Referência de um muni- apresentavam NNE gastroenteropancreáticas (GEP)
cípio do interior do Rio Grande do Sul. Método: Pes- em busca de mutações germinativas em genes previa-

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mente associados a síndromes que predispõe a NNE. ciente iniciou tratamento com osimertinibe e as duas
Método: Noventa e três pacientes com qualquer grau mutações tornaram-se indetectáveis no plasma 14 dias
de NNE GEP e sem diagnóstico clínico ou molecular após o início da medicação. Os exames de imagem re-
de qualquer síndrome ou histórico familiar de câncer alizados um mês após o início do osimertinibe exibiam
foram incluídos neste estudo. O DNA de leucócitos resposta parcial, em concordância com os resultados
obtidos a partir de sangue periférico foi usado para do cDNA. Ambas as mutações permaneceram indetec-
seqüenciar toda a região codificante dos genes MEN1, táveis no plasma por 4 meses. A partir de 08/2016 hou-
RET, VHL, NF1, TSC1 e TSC2. O impacto funcional das ve aumento progressivo das duas mutações no cDNA,
variantes “missense” foi analisado por preditores de porém paciente ainda mantinha resposta parcial radio-
impacto funcional (SIFT e Polyphen2). Mutações va- lógica. Em 10/2016, 7 meses após o início do osimertini-
lidadas por sequenciamento Sanger, com impacto be, evoluiu com PD clínica e radiológica. O desenvolvi-
funcional previsto como deletério e com frequência mento da resistência ao osimertinib foi acompanhado
alélica populacional (MAF) menor que 0,05% (segundo do aparecimento de uma pequena população celular
o banco de dados populacional “ExAC”) foram consi- portadora da mutação EGFR C797S e o aparecimento
deradas para as análises subsequentes. Resultados: de uma subpopulação mais numerosa portando cópias
Foram encontrados 8 (8,6%) pacientes portadores de amplificadas do EGFR-exon19del. Discussão: Biópsia
mutações “missense” no gene TSC2 e 1 (1,1%) em RET, líquida seriada oferece a possibilidade de monitorar
todas preditas como deletérias. O enriquecimento de as alterações dinâmicas de mutações “drivers” com
mutações deletérias foi avaliado por duas aborda- alta sensibilidade e especificidade e permite identificar
gens estatísticas independentes e confirmado no gene precocemente mutações de resistência terciária antes
TSC2. Conclusão: Como conclusão, descrevemos uma mesmo da PD clínica e radiológica. A amplificação do
alta prevalência de mutações germinativas “missense” EGFR é bem descrita nos pacientes com resistência ao
deletérias em pacientes com NNE GEP. Estes pacien- uso de erlotinibe, porém, neste caso, esta alteração foi
tes são clinicamente indistinguíveis dos demais, sem identificada como o principal mecanismo de resistência
quaisquer sinais ou sintomas de esclerose tuberosa. ao osimertinibe. Conclusão: A realização de biópsias li-
quidas seriadas é factível, permite acompanhar respos-
Contato: PAULA FONTES ASPRINO
ta ao tratamento e avaliar de maneira dinâmica a evo-
pasprino@mochsl.org.br
lução molecular da doença, permitindo neste caso não
somente a identificação da emergência de subpopula-
ção celular como um mecanismo de resistência previa-
TEMÁRIO: PULMÃO mente descrito (EGFR C797S), como a identificação da
CÓDIGO: 59737 amplificação de EGFR-exon19del como um mecanismo
de resistência ao osimertinib que não havia sido previa-
AMPLIFICAÇÃO DE EGFR COMO mente descrito.
NOVO MECANISMO DE RESISTÊNCIA Contato: BRUNA MIGLIAVACCA ZUCCHETTI
IDENTIFICADO EM BIÓPSIAS LÍQUIDAS brunazucchetti@icloud.com
SERIADAS DURANTE O USO DE
OSIMERTINIBE EM CARCINOMA DE
PULMÃO NÃO PEQUENAS CÉLULAS
(CPNPC) - RELATO DE UM CASO. TEMÁRIO: TUMORES GINECOLÓGICOS
Autores: Bruna Migliavacca Zucchetti; Franciele Knebel; CÓDIGO: 60244
Fabiana Bettoni; Andrea Kazumi Shimada; Manuel Cruz;
João Vitor Alessi; Marcelo V. Negrao; Luiz Fernando Reis;
Artur Katz; Anamaria Camargo;
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE
CARBOPLATINA E PACLITAXEL DOSE
Instituição: HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS
DENSA VERSUS REGIMES NÃO DOSE
Apresentação: Paciente com diagnóstico de carcinoma DENSA, NO TRATAMENTO DE PRIMEIRA
de pulmão não pequenas células metastático. Biópsia LINHA DO CÂNCER EPITELIAL DE
tecidual mostrou presença de mutação ativadora do OVÁRIO ESTÁGIO AVANÇADO
EGFR Del19. Em 05/2015 iniciou tratamento com erlo-
Autores: Carlos Eduardo Stecca; Marcella Marinelli
tinibe com resposta clínica e radiológica significativa
Salvadori; Deborah Porto Cotrim; Augusto Obuti
por 6 meses. Em 11/2015 apresentou nova progressão
Saito; Jefferson Rios Pimenta; Audrey Cabral Ferreira
de doença (PD) e o erlotinibe foi descontinuado. Em de Oliveira; Ana Caroline Fonseca Alves; Larissa
02/2016 foi realizada biópsia hepática que revelou a Martins Machado; Pedro Henrique Ferraro da Silveira;
presença de mutação T790M por Next-Generation Se- Alexandre Andre Balieiro Anastacio da Costa;
quencing. Nesta época a paciente foi incluída em proto- Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
colo de pesquisa institucional para pesquisa seriada de
DNA tumoral circulante no plasma (cDNA). Inicialmente Introdução: Aproximadamente 75% das pacientes com
foram encontradas a mutação ativadora (EGFR del19) câncer de ovário são diagnosticadas com doença avan-
e a mutação de resistência (T790M). Em 03/2016 pa- çada (estágio IIB a IV). Nesses casos o tratamento após

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citorredução é quimioterapia baseada em platina, po- DE ACONSELHAMENTO GENÉTICO NO


dendo ser realizados o regime convencional com car- BRASIL
boplatina e paclitaxel a cada 3 semanas, o regime em
Autores: Lucas Amadeus Porpino Sales; Jéssica Dayanna
dose densa, a adição do bevacizumab às duas drogas
Landivar Coutinho; Ana Rafaela de Souza Timóteo;
e a quimioterapia intra-peritoneal. Apesar do uso da Tirzah Braz Petta Lajus; Patrícia Cristina Pascoto de
quimioterapia, o prognóstico das pacientes com do- Moura;
ença avançada é ruim, especialmente para pacientes Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE
com estádio IIIC e IV. Objetivo: Comparar os desfechos DO NORTE
entre o tratamento com carboplatina e paclitaxel nos
regimes em e dose densa e não dose densa na primeira Introdução: A avaliação da prevalência dos tipos de
linha, em pacientes com câncer epitelial de ovário. Mé- terapia cirúrgica adotada no câncer de mama pode
todo: análise de coorte retrospectiva de pacientes com permitir uma análise indireta de determinantes clínicos
câncer epitelial de ovário estágio avançado (IIB a IV) tra- e histopatológicos envolvidos em sua apresentação.
tadas no hospital AC Camargo entre novembro de 2011 Objetivo: O trabalho pretende fazer uma análise da
e novembro de 2016. Resultados: Foram incluidas 138 terapia cirúrgica empregada em pacientes com câncer
pacientes na análise, das quais 23 foram tratadas com de mama familial-hereditário e comparar a prevalência
esquema em dose densa e 115 com regime não dose dos procedimentos empregados com a de uma amos-
densa. A população do primeiro grupo era composta tra equivalente de pacientes com a forma esporádica
de pacientes mais jovens (p=0,016) e com melhor per- da doença. Método: Foi feito um estudo prospectivo
formance (p=0,006), sem diferença significativa nas de- e longitudinal com pacientes acompanhados pelo am-
mais caracteristicas. A maioria das pacientes recebeu bulatório de aconselhamento genético da Liga contra o
citorredução primaria e a doença residual foi <1cm em Câncer entre 2010 e 2015. Posteriormente, realizou-se
90,9% e 79,6% respectivamente (p=0,214). Com tempo uma análise retrospectiva dos procedimentos cirúrgi-
de seguimento de 36,5 meses, levando em conta todos cos realizados nos quatro primeiros meses de 2010 em
os pacientes da coorte, a sobrevida global estimada em população com a forma esporádica da doença na mes-
3 anos foi de 74%, com sobrevida mediana de 79 me- ma instituição. Os dados foram obtidos por meio de
ses. Quando comparados os grupos, a sobrevida global prontuário médico. O trabalho foi aprovado pela CEP
estimada no grupo que recebeu dose densa foi signifi- sob o número 44217315.6.00000.5293. Resultados: Fo-
cativamente melhor (não alcançada versus 79 meses, ram incluídos 163 pacientes de alto risco para câncer
p=0,037), já a Sobrevida livre de progressão apresentou de mama familial- hereditário, dos quais 160 eram do
apenas ganho numérico, com diferença não significati- sexo feminino (98,16%), com uma média de idade 41,77
va (18 versus 14,3 meses, p=0,484). Conclusão: Nessa anos. Nessa população, 27 pessoas (16,54%) são porta-
análise retrospectiva, demonstramos benefício signifi- doras de mutações germinativas em genes supressores
cativo em sobrevida global a favor do grupo submetido de tumor associados ao câncer de mama, sendo o gene
à quimioterapia em dose densa. Este benefício deve ser BRCA1 o mais frequentemente mutado (44,44%). O pro-
interpretado com cautela, uma vez que os grupos não cedimento cirúrgico mais adotado foi a mastectomia
eram equilibrados, com diferenças em idade e perfor- radical unilateral (33,33%). Apenas uma paciente porta-
mance, ainda que estas variáveis não tenham produ- dora de mutação em BRCA1 foi submetida a mastecto-
zido impacto significativo na sobrevida. Assim, apesar mia radical profilática. Foi encontrada uma correlação
dos dados inicias sugerirem benefício, aguardamos positiva entre a presença de mutação germinativa e a
amadurecimento dos dados para conclusão definitiva prática do esvaziamento axilar e entre radioterapia e a
do impacto desta estratégia terapêutica. não reconstrução mamária (p<0,05). Na população com
câncer de mama esporádico, foi possível avaliar um
Contato: CARLOS EDUARDO STECCA total de 158 pacientes submetidos a procedimentos ci-
carlosstecca@gmail.com rúrgicos terapêuticos, sendo o mais prevalente as qua-
drantectomias sem esvaziamento (46,20%). Conclusão:
Na população estudada o câncer de mama familial-he-
reditário esteve mais correlacionado com procedimen-
TEMÁRIO: TUMORES DE MAMA
tos cirúrgicos radicais para terapia
CÓDIGO: 60455
Contato: LUCAS AMADEUS PORPINO SALES
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE lucas.amadeusporpino@gmail.com
TERAPIA CIRÚRGICA ADOTADA EM
PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA
ESPORÁDICO E CÂNCER DE MAMA
FAMILIAL HEREDITÁRIO EM ESTUDO

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TEMÁRIO: TUMORES DE MAMA Contato: ANGELA DASENBROCK


CÓDIGO: 60600 angeladbrock@yahoo.com.br

ANÁLISE DA CARDIOTOXICIDADE EM
PACIENTES EM USO DE TRASTUZUMAB
TEMÁRIO: TUMORES UROLÓGICOS - PRÓSTATA
Autores: Angela Dasenbrock; Elisa Daniele Gaio;
CÓDIGO: 60324
Tabatha Nakakogue; Fernanda Janones Manfredinho;
Mariana Suemy Kiara; Ana Claudia Buiar; Nils Gunnar
Skare; Larissa Maria Macedo; Aline Mitie Yonekura; ANÁLISE DA EXPRESSÃO DO RECEPTOR
Janaina Marques; DO TIPO TOLL 9 (TLR9) EM PACIENTES
Instituição: HOSPITAL ERASTO GAERTNER IDOSOS COM CÂNCER DE PRÓSTATA
Introdução: O anticorpo monoclonal Trastuzumab é
RECÉM-DIAGNOSTICADO
utilizado no tratamento paliativo e no cenário neoad- Autores: Jurema Telles de Oliveira Lima; Leticia Telles
juvante/adjuvante de pacientes com câncer de mama Sales; Marina Santaliz de Godoy; Gabriela Delgado
com superexpressão do HER2. Seu pontecial efeito de- Soriano; Evandro Bezerra Cintra Junior; Kleber das
Neves Jatahy; Clara Cinthia Resende Lira; Leuridan
letério na função cardíaca é conhecido e apesar de ser
Cavalcante Torres;
considerado potencialmente reversível, pode ocasionar
Instituição: INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL
insuficiência cardíaca grave. A incidência na literatura é
PROFESSOR FERNANDO FIGUEIRA
de 7,5% (IC 95%; 4,2-13,1%) para diminuição da FE e de
1,9% (IC 95% 1,0-3,8%) para IC sintomática. Objetivo: Introdução: Os receptores do tipo toll têm sido rela-
Análise da incidência de cardiotoxicidade em pacientes cionados aos processos de carcinogênese e imunosse-
em uso de Trastuzumab no ano de 2016 em um cen- nescência. Essa relação parece ser um campo promis-
tro oncológico. Método: Avaliação dos critérios clínicos sor para melhor entendimento do papel da imunidade
para insuficiência cardíaca e resultados de ecocardio- inata nos pacientes oncológicos e idosos. Objetivo:
gramas nas pacientes em uso de Trastuzumab no ano O objetivo deste estudo, foi comparar a expressão de
de 2016 em nossa instituição. Resultados: Foram ana- TLR9 entre pacientes idosos com câncer de prósta-
lisadas 69 pacientes em uso de Trastuzumab no ano ta e pacientes idosos sem história pessoal ou familiar
de 2016, destas 41 pacientes (59, 42%) neoadjuvância/ de câncer (grupo controle), definindo se há diferenças
adjuvância e 28 (40,57%) no contexto metástico. Das significativas que possam ser explicadas pelo processo
pacientes em neoadjuvância/adjuvância média de ci- carcinogênese. Método: Entre 2015 e 2016, um estu-
clos foi de 12 ciclos – das 41 pacientes analisadas 18 do de coorte prospectiva incluindo 88 pacientes idosos
terminaram tratamento, 6 terminaram neoadjuvância e (≥60 anos), sendo 69 com câncer de próstata recém-
as demais estão em adjuvancia – deste grupo 5 pacien- -diagnosticado e 19 sem história pessoal ou familiar de
tes apresentaram cardiotoxicidade, 12,2% com queda câncer, coletou e analisou variáveis clínicas e sociode-
de fração de ejeção e 7,3% com IC sintomática – sendo mográficas e realizou análise do sangue periférico em
3 sintomáticas e com necessidade de interrupção da estudo exploratório translacional. Determinação da
adjuvância e sem recuperação de FE para retorno do expressão de TLR9 foi feita através de citometria de
Herceptin – todas utilizaram doxorrubicina 360mg/m² fluxo com anticorpos monoclonais anti-TLR9. Análise
na neoadjuvância, nenhuma com HAS ou DM, e 2 as- estatística foi realizada com GraphPad Prism 7. Resul-
sintomáticas com queda de FE – uma delas já retornou tados: 69 pacientes com mais de sessenta anos com
Herceptin sem intercorrências. No grupo metástatico 5 câncer de próstata recém diagnosticado e 19 pacientes
pacientes apresentaram cardiotoxicidade, 21,4% queda geriátricos do sexo masculino e sem histórico familiar
de fração de ejeção e 3,6% com IC sintomática – sendo ou pessoal de câncer foram incluídos. Comparando o
somente uma sintomática sem comorbidades e havia valor percentual de expressão de TLR9 no soro san-
realizado doxorrubicina 360mg/m² em 2013; as demais guíneo entre os dois grupos, encontrou-se diferença
encontravam-se assintomáticas, tendo todas realizado estatística significativa (p<0,0001), com o grupo oncoló-
entre 300 e 360mg/m² de doxorrubicina previamente, gico apresentando média de expressão de 30,74%, en-
somente uma paciente hipertensa e obesa – todas as quanto o grupo controle apresentou média de 9,63%.
5 pacientes retomaram trastuzumab sem intercorrên- Conclusão: Há diferença significativa entre a expressão
cias. Conclusão: a avaliação adequadas desta pacien- de TLR9 em pacientes idosos com câncer de próstata
tes e a suspensão da droga deve ser instituída para recém-diagnosticado e o grupo controle.
uma possível recuperação funcional. Método: para de-
Contato: JUREMA TELLES DE OLIVEIRA LIMA
tecção precoce desta disfunção cardíaca causada pelo
jurematelles@me.com
transtuzumab ainda é estuda para auxiliar na prática
clínica. E reconhecer os fatores de riscos alerta para o
seguimento periódico das pacientes.

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 9


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TEMÁRIO: TUMORES DE MAMA res avançados. Esses dados sugerem que o evento in-
CÓDIGO: 59405 depende do subtipo molecular, mas sua ocorrência é
mais precoce nas pacientes com câncer triplo negativo,
ANÁLISE DA FREQUÊNCIA DE RECIDIVA diferentemente do Luminal A, onde o fenômeno é mais
E DO TEMPO LIVRE DE PROGRESSÃO tardio.
CONFORME O ESTADIO NOS SUBTIPOS Contato: THAIS REZENDE MENDES
MOLECULARES EM PACIENTES COM thaismendesufu@gmail.com
CÂNCER DE MAMA
Autores: Thais Rezende Mendes; Felipe Andrés Cordero
da Luz; Camila Piqui Nascimento; Eduarda da Costa
Marinho; Clarissa Lôbo Portugal da Cunha; Patrícia TEMÁRIO: PULMÃO
Ferreira Ribeiro Delfino; Rafael Mathias Antonioli; CÓDIGO: 59554
Marcelo José Barbosa Silva; Rogério Agenor de Araújo;
Instituição: HOSPITAL DO CÂNCER EM UBERLÂNDIA ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA
Introdução: A neoplasia mamária é dividida em di- DE PACIENTES COM CÂNCER DE
versos subtipos moleculares. A abordagem detalhada PULMÃO METASTÁTICO DE ACORDO
desses subtipos é importante na definição do plano de COM A PRESENÇA DE MUTAÇÕES
tratamento e no prognóstico. Objetivo: Verificar a asso- MOLECULARES E RESPOSTA À TERAPIA
ciação entre o subtipo molecular e a progressão do cân- Autores: João Gabriel Silva Lemes; Catherine Labbé;
cer de mama, segundo estadiamentos. Método: Estudo Yvonne Leung; Erin Stewart; Catherine Brown; Devalben
observacional e retrospectivo de pacientes com câncer Patel; Frances Shepherd; Hiten Naik; Doris Howell;
de mama, tratadas no setor de oncologia de um Hospi- Geoffrey Liu;
tal Público de Minas Gerais no período de 1981 a 2015. Instituição: PRINCESS MARGARET CANCER CENTRE
Do total de 1.763 prontuários, 786 foram excluídos de-
Introdução: Na era da terapia alvo oncológica, a análi-
vido a dados faltantes. Resultados: Foram incluídas na
se do valor clínico e farmacoeconômico do uso de no-
pesquisa 977 participantes com média de idade de 55
vas terapias é possível através do uso de scores para
(26-92) anos. Verificou-se que 71,4% (n=698) dos tumo-
avaliação da qualidade de vida dos pacientes. Objetivo:
res estavam em estágio inicial (I e II) e 28,6% (n=279) em
Determinar a qualidade de vida proporcionada por di-
intermediário (III); sendo que 16,88% (n=165) das neo-
ferentes formas de tratamento farmacológico do cân-
plasias recidivaram. Dentre as mulheres com tumores
cer de pulmão metastático. Método: Através de um
iniciais, 8,74% (n=16) dos Luminal A (RE e/ou RP+, HER2-
estudo de coorte, 475 pacientes com câncer de pulmão
e Ki-67 <14%), 11,64% (n=22) dos Luminal B (RE e/ou
metastático em diversos estágios da doença, atendidos
RP+, HER2- e Ki-67≥14%), 11,18% (n=17) dos HER2 híbri-
no Princess Margaret Cancer Centre (Toronto,CA), tive-
do (RE e/ou RP+/HER2+), 14,71% (n=10) dos HER2 puro
ram sua qualidade de vida (QV) avaliada pelo questio-
(RE-/RP-/HER2+) e 11,43% (n=12) dos Triplo Negativo
nário EQ5D-3L, em um total de 1571 avaliações (valor
(RE-/RP-/HER2-; TN), apresentaram recidiva. Quanto
máximo de QV: "1"). Efeitos colaterais dos tratamentos
às pacientes com estadiamento intermediário, 37,21%
utilizados foram avaliados pelo questionário PRO-CT-
(n=16) dos tumores Luminal A, 32,14% (n=27) dos Lumi-
CAE. Os pacientes foram divididos em quatro grupos de
nal B, 35,82% (n=24) dos HER2 híbrido, 22,2% (n=8) dos
acordo com o tipo de câncer de pulmão e presença de
HER2 puro e 26,53% (n=13) dos Triplo Negativo recidiva-
mutações driver: 1. Pacientes EGFR+ (n=183) 2. Pacien-
ram. Apesar das diferenças nas frequências, não houve
tes ALK+ (n=38) 3. Pacientes com câncer de pulmão pe-
diferença (p>0,05) nas contingências em nenhum dos
quenas células EGFR- e ALK - (CPPC) (n=30) 4. Pacientes
estadiamentos. Ao analisar o tempo até progressão, in-
com câncer de pulmão não pequenas células EGFR- e
dependente do estadiamento, verificou-se: 44,2 meses
ALK - (CPNPC) (n=224). Resultados: Comparando pa-
(6,5-146,4) para a progressão do grupo Luminal A; de
cientes estáveis na terapia mais apropriada, a QV média
38,77 meses (2,3-168) para o Luminal B; 36,87 meses
dos grupos em uso de inibidores de tirosina quinase
(6,67-158,9) para o HER2 híbrido; 23,83 meses (6,1-92,5)
(ITQ), EGFR + e ALK+, respectivamente de 0.81 e 0.82,
para o HER2 puro; e 17,87 meses (5,33-88,4) para o TN.
foi superior à dos grupos que utilizaram quimioterapia
As pacientes com tumor TN tiveram uma mediana livre
convencional (CPPC e CPNPC), respectivamente 0.72
de recidiva 26,33 meses menor em comparação às pa-
(p=0.06) e 0.78 (p=0.04). Quando comparada a QV entre
cientes com câncer Luminal A (p=0,0141), 20,9 meses
os diversos estágios da doença dentro do mesmo gru-
menor que Luminal B (p=0,0191) e 19 meses menor
po, observou-se que a estabilidade no tratamento mais
que HER2 híbrido (p=0,0239). Conclusão: Evidencia-se
apropriado resultou em uma QV maior (p<0.01) do que
que o tumor Triplo Negativo, sem uma possível terapia
na situação de doença progressiva sem estabilidade no
alvo específica, apresenta pior prognóstico. No entan-
tratamento mais apropriado (QV: EGFR+ 0.7; ALK+ 0.69;
to, não houve diferença na contingência de recidiva por
CPNPC 0.66; CPPC 0.52). Avaliando os efeitos colaterais
subtipos, mas ocorre mais frequentemente em cânce-
do tratamento, observou-se relação inversa entre os

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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

sintomas “severidade da fadiga” e “redução do apetite” mioterápico apresentaram maior sobrevida (303 dias)
e a QV em pacientes do grupo EGFR+ (p<0.01). Além dis- quando comparado aos que não receberam (50 dias; p
so, uma significativa relação inversa entre o número to- < 0,0001). O resultado da análise de sobrevida demons-
tal de sintomas com intensidade clinicamente relevante trou que na população estudada, os que apresentaram
e a QV dos pacientes foi observada nos grupos EGFR+ o NLR < 4, possuiam uma elevada sobrevida (381 dias)
(p=0.01) e CPNPC (p=0.055). Conclusão: A qualidade quando comparado aos pacientes que apresentaram
de vida de pacientes com câncer de pulmão metastá- NLR ≥4, (199 dias, p = 0,0121). Não houve diferença sig-
tico é maior naqueles que carregam mutações "driver" nificativa no tempo de sobrevida nas variáveis idade,
e estão em uso de terapia alvo de modo estável. Isto gênero, história de tabagismo, procedência, presença
é parcialmente explicado pela diferença na toxicidade ou ausência de comorbidades e sítios de metástases.
do tratamento de acordo com a intensidade dos efei- Conclusão: Concluímos que a relação neutrófilos/linfó-
tos colaterais. Estas diferenças devem ser levadas em citos no adenocarcinoma de pulmão pode ser um bom
consideração na análise farmacoeconômica do uso da fator prognóstico para estimar a evolução clínica dos
terapia alvo. pacientes e a sobrevida global.
Contato: JOÃO GABRIEL SILVA LEMES Contato: JOSÉ FERNANDO DO PRADO MOURA
joaogslemes@gmail.com jfpmoura@hotmail.com

TEMÁRIO: PULMÃO TEMÁRIO: TUMORES DE MAMA


CÓDIGO: 59971 CÓDIGO: 60592

ANÁLISE DA RELAÇÃO NEUTRÓFILOS ANÁLISE DAS CARACTERÍSTICAS


E LINFÓCITOS NO ADENOCARCINOMA CLÍNICAS E PATOLÓGICAS DOS
AVANÇADO DE PULMÃO TUMORES DE MAMA ASSOCIADOS A
Autores: José Fernando do Prado Moura; Rebeka MUTAÇÕES GERMINATIVAS NOS GENES
Bezerra Nogueira; BRCA1 E BRCA2 ATENDIDAS EM UM
Instituição: REAL HOSPITAL DE BENEFICÊNCIA CENTRO DE REFERÊNCIA
PORTUGUESA Autores: Mayra Calil Jorge; Maria Nirvana da Cruz
Objetivo: Analisar a relação dos neutrófilos e linfócitos Formiga; Alexandre André Balieiro Anastácio da Costa;
circulantes nos pacientes com adenocarcinoma avança- Ana Milena Gómez Camacho; Mariana Lopes Zanatta;
do de pulmão e associar a sobrevida global Método: Instituição: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA JÚLIO
foi realizado um estudo analítico, tipo transversal e re- DE MESQUITA FILHO
trospectivo. A população foi composta por 68 pacientes
Introdução: a Síndrome de Câncer de Mama e Ovário
com diagnóstico de adenocarcinoma de pulmão avan-
Hereditário (SMOH), relacionada a mutações patogêni-
çado (estadio IIIB e IV), atendidos no período de 2008
cas nos genes BRCA1 e BRCA2, cursam com o aumen-
a 2013 no Serviço de Oncologia de Adultos do IMIP e
to do risco de câncer de mama. Objetivo: analisar as
com óbito confirmado. A relação neutrófilo/linfócito
características clínicas e patológicas dos tumores de
(NLR) foi calculada a partir da análise dos hemogramas
mama associados a mutações germinativas nos genes
colhidos antes do início do primeiro tratamento qui-
BRCA1 e BRCA2. Método: estudo observacional de co-
mioterápico, cujos resultados estavam disponíveis nos
orte retrospectivo, em que foram avaliadas pacientes
prontuários. Foi realizado o teste não paramétrico de
com história pessoal de câncer de mama, com critérios
Mann-Whitney e analise de sobrevida global foi atra-
clínicos para SMOH, tendo realizado pesquisa de mu-
vés do teste de Gehan-Breslow-Wilcoxon. Foi adotado
tações germinativas nos genes BRCA1 e BRCA2, aten-
o nível de significância estatística de p<0.05. Resulta-
didas no Departamento de Oncogenética do A.C. Ca-
dos: Verificou-se que houve diferença estatisticamente
margo Cancer Center (ACCCC), de 2010 a 2015. Foram
significativa entre a mediana dos valores do índice de
incluídas pacientes com anatomopatológico do ACCCC
NRL entre os grupos PS 0-1 e PS 3-4, e entre o PS 2 e
e em acompanhamento na oncologia. Foram excluídas
o PS 3-4 (p = 0,0171). A mediana de sobrevida para os
variante de significado indeterminado (VUS). De um
pacientes com adenocarcinoma de pulmão foi de 204,5
total de 664 pacientes submetidas ao teste genético,
dias. Ao verificar o tempo de sobrevida global, obser-
foram incluídas 276 no estudo. Dessas, 81 pacientes
vou-se que houve diferença estatisticamente significati-
apresentaram mutação patogênica nos genes BRCA
va entre os grupos PS 0-1 vs. PS 2; PS 0-1 vs. PS 3-4. Em
1 ou BRCA2 (29,3%). Foram coletados dados de todas
relação ao estadiamento, os pacientes em estadio IIIB
as pacientes com mutação e de 81 pacientes do grupo
apresentaram uma elevada sobrevida global (794 dias),
sem mutação de forma aleatória (grupo controle), para
quando comparados aos pacientes em estadio IV (p =
obter proporção 1: 1. Resultados: a principal indicação
0,0026). Os pacientes que receberam tratamento qui-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 11


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

para pesquisa da mutação foi idade menor que 45 anos cientes com CG localmente avançado irressecável ou
(35% das pacientes), seguida de história familiar (33%), metastático histologicamente diagnosticados. Obtive-
tumor de mama triplo negativo (TN) abaixo dos 60 anos mos amostras de cada paciente antes da quimioterapia
(15%) e dois tumores primários de mama (10%). Das 81 e a cada três meses subsequentemente até a progres-
pacientes com mutação, 50 tiveram mutação no BRCA são da doença ou morte. Foram quantificados cfDNA
1, 30 no BRCA 2 e uma paciente em ambos os genes. utilizando GeneQuantCalculator RNA/DNA - Amer-
Todas foram submetidas a aconselhamento genético shamPharmaciaBiotech (Biochrom) Ltd, EUA. Foram
pré e pós teste. Entre as pacientes com BRCA 1 muta- utilizados os critérios RECIST 1.1 para analisar a respos-
do, 65% fizeram salpingooforectomia (SOB) redutora de ta radiológica ao tratamento. Resultados: Foram ava-
risco e 49% fizeram adenomastectomia contra-lateral; liados dez controles normais pareados por idade para
entre as portadoras de mutação BRCA2, as taxas foram os níveis cfDNA e nestes encontrou-se níveis significa-
75% e 42% respectivamente. No grupo das pacientes tivamente mais baixos de cfDNA do que nos pacientes
com mutação, foram observados tumores de maior com CG antes da quimioterapia (p = 0,00024). Foi es-
grau, maior número de TN, menor expressão de recep- colhido arbitrariamente o percentil 90% dos níveis de
tor de progesterona entre os luminais, maior necrose e distribuição cfDNA dos controles saudáveis pareados
maior intensidade no infiltrado inflamatório, com dife- por idade como o valor de corte para estabelecer um
rença significativa (p<0,05). Discussão: nossos achados valor negativo ou positivo para cada amostra de cfDNA.
foram concordantes com os dados da literatura quan- Não foi encontrada qualquer correlação entre a expres-
to às características anatomo-patológicas dos tumores são de cfDNA e sobrevida global (SG), sobrevida livre de
de mama associados a mutação nos genes BRCA1/2. progressão (SLP) e respostas radiológicas ao RECIST. No
Interessantemente, foi observado maior grau de infil- entanto, observou-se que os pacientes que se converte-
trado inflamatório e necrose nos tumores associados a ram o cfDNA com valor positivo antes da quimioterapia
SMOH. O conhecimento nesta área é importante para para um valor negativo após três meses tenderam a ter
melhor entendimento da biologia dos tumores, prog- umaSLP maior (p = 0,09) em comparação com aqueles
nóstico e resposta a terapias, além do aconselhamento que persistiram com valores positivos. Conclusão: Os
genético familiar. valores de cfDNA em câncer gástrico localmente avan-
çado ou metastático não parecem ter valor prognóstico.
Contato: MAYRA CALIL JORGE
mayracjorge@gmail.com Contato: SAVIA RAQUEL COSTA NORMANDO
savianormando@hotmail.com

TEMÁRIO: PESQUISA CLÍNICA


CÓDIGO: 60417 TEMÁRIO: SARCOMAS
CÓDIGO: 59404
ANÁLISE DE DNA LIVRE CIRCULANTE
EM PACIENTES COM CÂNCER GÁSTRICO ANÁLISE DE EFICÁCIA E SEGURANÇA
AVANÇADO DURANTE QUIMIOTERAPIA DE OLARATUMABE E DOXORRUBICINA
SISTÊMICA VS. DOXORRUBICINA EM PACIENTES
Autores: Sávia Raquel Costa Normando; Felipe José COM LEIOMIOSSARCOMA UTERINO:
Silva Melo Cruz; Fernando Luiz Affonso Fonseca; Waldec AVALIAÇÃO RESTROSPECTIVA DO
Jorge David Filho; Auro del Giglio; ESTUDO FASE 1B/2 JGDG.
Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA Autores: Brian A Van Tine; Robert Ilaria Jr.; Robin L
UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ Jones; Patrick Peterson; Ashwin Shahir;
Introdução: Cânceres gástricos localmente avançado Instituição: FAMEMA
irressecáveis e metastáticos são condições incuráveis Objetivo: Olaratumabe (olara), um anticorpo mono-
para os quais a quimioterapia sistêmica é a principal clonal humano recombinante IgG1 que se liga especi-
terapia estabelecida. O desenvolvimento de biomarca- ficamente inibindo a ativação do PDGFRα, demonstrou
dores úteis para predizer o prognóstico e monitorar a aumentar a sobrevida global mediana (mSG) em com-
resposta à quimioterapia faz-se necessário a fim de me- binação com doxorrubicina (dox), comparado com do-
lhorar o controle terapêutico desses pacientes. Desen- xorrubicina em monoterapia no estudo de fase 1b/2.
volvemos um estudo piloto para analisar o potencial de Considerando que o leiomiosarcoma (LMS) foi o sub-
DNA livre circulante total plasmático (cfDNA) como um tipo mais comum de Sarcoma de Partes Moles (SPM)
possível biomarcador na monitorização de pacientes nesse estudo, avaliamos a segurança e eficácia de ola-
com câncer gástrico(CG) localmente avançado irresse- ra +dox nessa subpopulação de LMS uterino. Método:
cável ou metastático. Método: Foram incluídos 30 pa- revisão retrospectiva foi realizada na porção de Fase 2

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 12


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

do estudo para identificar pacientes com LMS uterino. possível desenvolvimento de um protocolo institucional
Método de Kaplan-Meier e Cox foram utilizados para de conduta de administração de medicamento oral em
SG e sobrevida livre de progressão (PFS). A segurança pediatria após êmese. Método: Através do Serviço de
foi avaliada utilizando CTCAE 4.0. Resultados: quinze Atendimento ao Consumidor, foi questionado aos labo-
pacientes com LMS uterino (olara+dox N=8, dox N=7) ratórios produtores dos medicamentos antineoplásicos
foram identificados na população com intenção de e adjuvantes orais padronizados para a pediatria em
tratamento. mSG foi 25,0 meses (95% CI: 4,9, não es- um hospital no sul do Brasil qual seria a conduta quan-
timado [n/e]) e 11,4 (3,6, n/e) meses para olara+dox e do o paciente apresenta vômito logo após a ingestão
dox (HR [95% CI] 0,61 [0,175-2,144]), respectivamente. dos medicamentos. Também foram analisadas as bulas
PFS mediana foi de 2,7 (95% CI: 1,1-11,0) e 3,6 (1.0, n/e) dos medicamentos e estudos internacionais. Resulta-
meses para olara+dox e dox (HR [95% CI] 0,93 [0,245- dos: A pesquisa foi realizada para 10 medicamentos.
3,541]), respectivamente. Eventos adversos (AE) grau ≥ Dos 10 laboratórios questionados, 4 responderam que
3 observados em 2 ou mais pacientes com LMS uterino a ingestão de uma nova dose deve ser feita conforme
ou não uterino tratados com olara+dox foram: anemia, critério médico; 2 orientaram que não seja administra-
neutropenia, trombocitopenia ee fadiga. Neutropenia da uma segunda dose após o vômito pelo paciente e 4
febril grau≥3 ocorreu em 3 pacientes com LMS uterino não responderam ao questionamento. Com relação às
e 1 paciente com LMS não uterino. Conclusão: Embora bulas, 8 não continham informações sobre conduta em
o pequeno tamanho da coorte tenha limitado conclu- caso de vômito, 1 recomendava não administrar nova
sões definitivas, o aumento clinicamente significativo dose e 1 indicava procurar um profissional da saúde.
da mSG e o perfil de segurança na população com LMS Conclusão: Conforme informações dos laboratórios, a
uterino tratada com olara+dox versus dox monotera- re-administração do medicamento oral após o vômito é
pia é consistente com aquele relatado na população uma decisão médica. Considerando os aspectos farma-
global de SPM. Esse é um encore abstract apresentado cocinéticos e farmacodinâmicos dos medicamentos e
no congresso da Sociedade de Oncologia Ginecológica com base em levantamentos internacionais, a adminis-
(SGO) 2017 tração de nova dose deve ser feita caso o medicamento
ou seus fragmentos sejam visíveis no produto do vômi-
Contato: CLAUDIA MORATO GUIMARÃES
to e caso este ocorra em até 15 minutos após a degluti-
claudia.morato@gmail.com
ção; se o intervalo for maior do que 60 minutos, não se
deve repetir a administração. Os estudos determinam,
ainda, que cada caso deve ser avaliado individualmente
TEMÁRIO: FARMÁCIA de acordo com o índice terapêutico, o risco da sub ou
CÓDIGO: 60252 sobredose, o tipo e tempo de ação do medicamento e a
duração do tratamento.
ANÁLISE DE INFORMAÇÕES SOBRE Contato: ISABELLE WATANABE DANIEL
CONDUTA DE ADMINISTRAÇÃO DE watanabeisabelle@gmail.com
MEDICAMENTOS ANTINEOPLÁSICOS
E ADJUVANTES ORAIS EM PEDIATRIA
APÓS ÊMESE
TEMÁRIO: TUMORES GINECOLÓGICOS
Autores: Isabelle Watanabe Daniel; Anabel de Oliveira;
CÓDIGO: 59501
Gabriela Schacker; Marcela Bechara Carneiro;
Instituição: HOSPITAL ERASTO GAERTNER
ANÁLISE DE QUALIDADE DE VIDA APÓS
Introdução: O vômito é um reflexo resultante do estí- TRATAMENTO COM QUIMIOTERAPIA
mulo do sistema nervoso cujo intuito é livrar o organis- NEOADJUVANTE SEGUIDA DE
mo de substâncias tóxicas ou irritantes. Além de afetar QUIMIORRADIOTERAPIA DEFINITIVA
o estado nutricional, a qualidade de vida e a adesão a VERSUS QUIMIORRADIOTERAPIA EM
terapias farmacológicas, a êmese pode apresentar rele- CARCINOMA DA CÉRVICE UTERINA
vância clínica quando ocorre após a administração oral
LOCALMENTE AVANÇADO
de medicamentos, visto que gera dúvidas quanto a sua
absorção e efetividade. A questão torna-se mais com- Autores: Fernanda Nunes de Arruda; Renata Rodrigues
da Cunha Colombo Bonadio; Samantha Cabral Severino
plexa na população pediátrica, que geralmente apre-
da Costa; Maria Del Pilar Estevez Diz;
senta êmese e dificuldades na deglutição de formas far-
Instituição: INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO
macêuticas orais. Contudo, protocolos e informações
PAULO
norteadores nesse assunto são escassos e, muitas ve-
zes, de confiabilidade questionável. Objetivo: Levantar Introdução: Qualidade de vida (QoL) de pacientes com
e analisar informações fornecidas por indústrias farma- carcinoma da cérvice uterina localmente avançado
cêuticas e protocolos nacionais e internacionais, para (CCLA) tem sido preocupação importante, associada ao

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 13


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

desenvolvimento de novas estratégias de tratamento. Autores: Elise Nara Sanfelice; Sergio Lunardon Padilha;
O tratamento com quimioterapia neoadjuvante (QT- Jose Zanis Neto; Bruno Grillo; Karina Costa Maia Vianna;
neo) seguida de quimiorradioterapia definitiva (QRT) Vinicius Milani Budel; Almir Antonio Urbanetz;
versus a QRT para CCLA está em análise em estudo Instituição: CIONC
prospectivo. Objetivo: Avaliar e QoL e a vida sexual de
Introdução: DTGs compreendem um grupo de doen-
pacientes com CCLA. Método: Estudo prospectivo, ran-
ças raras. Curitiba possui um hospital do SUS como cen-
domizado, fase II, randomizou pacientes com CCLA, IIB-
tro de referência para encaminhamento e tratamento
-IVA, para QTneo com cisplatina e gencitabina, 3 ciclos,
de Molas. Os casos de Neoplasias Trofoblásticas Ges-
seguida de QRT com cisplatina semanal (grupo 1, expe-
tacionais são encaminhados ao ambulatório de onco-
rimental), ou para QRT com cisplatina semanal (grupo
logia clínica, sendo que o tratamento de escolha nas
2, tratamento padrão). Neste estudo, analisamos a QoL
pacientes de baixo risco é esquema com metotrexate
das pacientes antes do tratamento e em 3, 6, 9 e 12
intramuscular e ácido folínico via oral, no qual apenas
meses com a escala do Estado Global de Saúde da Or-
o D1 do ciclo é aplicado no hospital e os demais dias
ganização Europeia para a Investigação e o Tratamento
são realizados de forma domiciliar. Objetivo: O obje-
do Câncer (EORTC), QLQ-C30, e o módulo do câncer cer-
tivo principal deste trabalho foi determinar a Sobrevi-
vical, QLQ-CX24. Consideramos significantes variações
da Global das pacientes com diagnóstico de Neoplasia
maiores que 10% em relação ao basal. Resultados: 102
Trofoblástica Gestacional atendidas em um hospital do
pacientes foram incluídas na análise, 80 com seguimen-
SUS, no período de Janeiro de 1998 a Janeiro de 2014.
to ≥ 12 meses. Não foram encontradas diferenças de
Os objetivos secundários foram: avaliar a taxa de pa-
qualidade de vida global (QLQ-C30) entre os dois braços
cientes com doença persistente após evacuação molar,
do estudo. Para o módulo QLQ-CX24, o grupo 2 apre-
taxas de resposta aos tratamentos quimioterápicos
sentou piores resultados em relação à preocupação
instituídos e fatores de risco para resistência à quimio-
sexual em 9 meses (p=0.0328) e 12 meses (p=0.0416)
terapia de primeira linha nesta amostra de pacientes.
e à imagem corporal em 12 meses (p=0.0429). Já em
Método: Trata-se de um estudo retrospectivo observa-
relação à comparação dos diferentes momentos com
cional com avaliação de prontuário clínico em amostra
o escore basal para cada grupo, o grupo 1 apresentou
intencional não probabilística. Foram coletados dados
melhora na escala de funcionalidade em 3 (p=0.0001),
de características demográficas, clínicas e laboratoriais.
6 (p=0.0051) e 9 meses (p=0.0259) e da escala de sinto-
A curva de sobrevida global foi determinada pelo mé-
matologia em todos os momentos (p=0.0012, p=0.0227,
todo de Kaplan-Meier. Análises de subgrupos foram
p=0.0236, p=0.006 em 3, 6, 9 e 12 meses). Já o grupo 2
realizadas pelos testes de Chi Quadrado, teste exato
apresentou melhora dos escores de saúde global em 3
de Fisher, t de Student e Mann Withney. Resultados:
(p=0.0008), 6 (p=0.0427) e 9 meses (p=0.0237), da escala
374 pacientes foram identificadas com diagnóstico de
de funcionalidade em 3 meses (p=0.0475) e da escala
Mola Hidatiforme e, destas, 79 pacientes receberam
de sintomatologia em 3 (p=0.006) e 6 meses (p=0.0061).
tratamento quimioterápico por apresentarem doença
Houve piora de sintomas relacionados a neuropatia pe-
persistente após curetagem evacuadora. A taxa de per-
riférica em 9 meses no grupo 1 (p=0.0296), porém sem
sistência foi de 21%. 71 pacientes foram classificadas
diferença em 12 meses. Conclusão: O tratamento com
como de Baixo Risco (89,9%) e 8 pacientes como de Alto
QRT está associado a melhora dos escores de quali-
Risco (10,1%). A taxa de resposta ao tratamento de pri-
dade de vida relacionados à doença, sem prejuízo no
meira linha foi de 70,8%. Um total de 21 pacientes rece-
grupo experimental (QTneo). O tratamento padrão está
beu tratamento de segunda linha, sendo que 12 destas
associado à maior preocupação com atividade sexual
pacientes receberam apenas dactinomicina isolada. A
e imagem corporal. A maior taxa de neuropatia peri-
taxa de resposta aos esquemas de segunda linha foi de
férica relatada no grupo experimental foi revertida em
85,7% para todos os esquemas e 75% para dactinomici-
12 meses. Aguardamos os resultados das análises de
na isolada. Apenas 3 pacientes receberam terceira linha
sobrevida para conclusões adicionais.
de tratamento, com 100% de taxa de resposta ao es-
Contato: RENATA RODRIGUES DA CUNHA COLOMBO quema EMA-Co. Ocorreu apenas um óbito no período,
BONADIO - re_rc_colombo@hotmail.com sendo que a sobrevida global foi de 98,7%. Conclusão:
Este estudo demonstrou curva de sobrevida e taxas de
respostas satisfatórias, mostrando que o esquema de
tratamento com metotrexato domiciliar é factível e que
TEMÁRIO: TUMORES GINECOLÓGICOS o uso da dactinomicina em segunda-linha de tratamen-
CÓDIGO: 59870 to é uma boa opção.
Contato: ELISE NARA SANFELICE
ANÁLISE DE SOBREVIDA E TAXAS elisesanf@gmail.com
DE RESPOSTA À QUIMIOTERAPIA
EM PACIENTES COM NEOPLASIA
TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL EM UM
SERVIÇO DO SUS

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 14


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

TEMÁRIO: TUMORES GINECOLÓGICOS completa foram fatores prognósticos independentes.


CÓDIGO: 60221
Contato: NATÁLIA FERREIRA VAZ
natyvaz_phi@hotmail.com
ANÁLISE DE SOBREVIDA EM PACIENTES
COM CÂNCER DE COLO DO ÚTERO
COM METÁSTASES EXCLUSIVAS PARA
LINFONODOS PARA-AÓRTICOS TEMÁRIO: TUMORES DE MAMA
Autores: Karla Fabiane Siebra de Oliveira Maia; Natália CÓDIGO: 58612
Ferreira Vaz; Maria Del Pilar Estevez Diz; Vanessa da
Costa Miranda; ANÁLISE DOS FATORES DE RISCO
Instituição: HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS MODIFICÁVEIS PARA O CÂNCER DE
Introdução: Nos cânceres de colo do útero avançados, MAMA EM FAMILIARES DE MULHERES
os linfonodos para-aórticos estão associados a um mau COM ESSA NEOPLASIA
prognóstico. O papel da radioterapia estendida (RT) Autores: Patrícia Ferreira Ribeiro Delfino; Eduarda
para o campo LN para-aórticos é uma questão de de- da Costa Marinho; Camila Piqui Nascimento; Clarissa
bate e nós analisamos os resultados da quimiorradio- Lôbo Portugal da Cunha; Felipe Andrés Cordero da
terapia (QRT) com radioterapia estendida LN para-aórti- Luz; Rafael Mathias Antonioli; Thais Rezende Mendes;
Marcelo José Barbosa Silva; Rogério Agenor de Araújo;
cos seguida de braquiterapia (BT). Método: um estudo
retrospectivo e unicêntrico. Foram analisados registros Instituição: HOSPITAL DO CÂNCER EM UBERLÂNDIA
médicos de todas as pacientes com câncer de colo do Introdução: O câncer de mama é uma doença multi-
útero com metástases exclusivas para LN para-aórti- fatorial ainda considerada um grave problema de saú-
cos tratadas no ICESP entre maio de 2008 e junho de de pública. Em se tratando de prevenção da doença,
2015. Todas as pacientes foram estadiados com TC e/ especial interesse recai sobre os fatores de risco mo-
ou RM e classificadas por RECIST. A análise de intenção dificáveis, como: excesso de peso após a menopausa,
de tratamento foi realizada. A sobrevida foi analisada sedentarismo, alimentação inadequada, utilização de
através das curvas Kaplan-Meier e do teste log-rank. A terapias hormonais, tabagismo e consumo diário de
análise de regressão Cox univariada foi realizada para bebidas alcoólicas. Objetivo: Conhecer os hábitos de
identificar fatores associados com a melhor sobrevi- vida de risco, em relação ao câncer de mama, de fami-
da. P (bi-caudado) <0,05 foi considerado significativo. liares de mulheres com essa neoplasia em tratamento
A análise de dados foi realizada pelo Electronic Statis- em um Hospital Público de Minas Gerais. Método: Es-
tical Package for Social Science para Windows, versão tudo observacional, em que foram incluídas 524 fami-
17.0. Resultados: Do total de 38 pacientes avaliadas, a liares de primeiro e segundo graus de mulheres com
maioria apresentava de 24 - 64 anos (76,3%, intervalo câncer de mama em tratamento antineoplásico. As par-
32-96), 84% eram ECOG 0-1, 44,7% tem menos que 3 ticipantes responderam a um questionário semiestru-
filhos, 26,3% fumantes. Em relação à histologia, 92,1% turado, elaborado pelos próprios pesquisadores, para
eram carcinoma de células escamosas e 7,9% de ade- investigação dos fatores de risco potencialmente mo-
nocarcinomas, 63,2% G2. Quanto às características do dificáveis para o desenvolvimento da doença. Resulta-
tumor, a maioria das lesões primárias estava entre 4-8 dos: A idade mediana das participantes foi de 45 (18-
cm (34,2%) e LN para-aórticos até 3 cm (55,2%). 89,5% 80) anos. Verificou-se que 24,42% (n=128) delas eram
foram tratados com QRT com cisplatina (40 mg/m2/w) sobrepeso e 21% (n=110) eram obesas. Vale ressaltar
ou carboplatina (AUC2/w). 2,6% foram tratados com o alto percentual de excesso de peso entre as mulhe-
RT exclusiva. Todas as pacientes receberam 45-54 Gy res pós-menopausadas (48,35%; n=103). Em relação à
de RT (pelve, LN pélvicos, paramétrio e extensão para frequência do uso de bebida alcoólica, 4,2% (n=22) das
LN para-aórticos) e BT de alta dose em quatro aplica- familiares a consomem ou consumiam mais do que 3x/
ções de 7,5 Gy. A média de sobrevida global foi de 14,3 semana. O tabagismo foi ou é prática atual de 25,19%
meses (IC 95%: 10,38 - 18,21). A sobrevida livre de pro- (n=132) delas. Outro dado preocupante, é em relação
gressão foi de 8,3 m (IC 95%: 0,1 - 19,3). A análise uni- ao sedentarismo, uma vez que 62,21% (n=326) das mu-
variada e multivariada mostrou que a SG está relacio- lheres referiram não praticar atividade física. A maioria
nado à resposta ao tratamento (p =.0001), confirmando da população em estudo fez ou faz uso regular de an-
melhor SG para aqueles que atingiram os critérios de ticoncepcional oral (77,5%; n=406) e, das 213 mulheres
cura, sem evidência de doença ou resposta parcial, e menopausadas, 26,30% (n=56) fizeram ou fazem uso de
SG também foi melhor para pacientes com ECOG 0-1 terapia de reposição hormonal. Ademais, em relação
(p =.0001). Não houve diferença na SG entre as outras à alimentação, observou-se o consumo excessivo (≥ 4
variáveis analisadas. Conclusão: Em pts com câncer de vezes/semana) de carne vermelha por 55,53% (n=291)
colo do útero com metástase exclusiva LN para-aórticos das mulheres e de alimentos gordurosos por 27,86%
submetidas à QRT seguida por BT, o campo estendido (n=146). O baixo consumo (≤ 3 vezes/semana) de horta-
de RT para LN para-aórticos é viável. ECOG e resposta liças foi citado por 24,80% das mulheres e de frutas por

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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

36,45% (n=191) delas. Conclusão: Esse estudo concluiu mesmas medidas de segurança ocupacional das drogas
que as familiares de mulheres com câncer de mama citotóxicas. O desconhecimento de riscos no uso em
apresentam hábitos de vida que aumentam o risco pacientes com IH ou IR gera monitoramentos que tal-
para o desenvolvimento da doença, e que, a minimiza- vez não fossem necessários, além da dúvida na neces-
ção desses fatores por meio de estratégias educativas sidade ou não de ajuste de dose. Essa análise aponta
é importante para melhora da qualidade de vida e pre- a necessidade da IF realizar os estudos que não foram
venção de doenças crônicas não transmissíveis como a conduzidos até o registro, para oferecer informações
neoplasia mamária. mais completas sobre seus produtos. Mostra também
a necessidade de um rigor por parte da ANVISA no que
Contato: PATRÍCIA FERREIRA RIBEIRO DELFINO
tange à qualidade das informações. Não basta constar
patricia.feribeiro@gmail.com
que “não foram realizados estudos”, certas informações
deveriam ser obrigatórias para práticas mais seguras.
Contato: RAQUEL FEHR
TEMÁRIO: FARMÁCIA raquelfehr@hotmail.com
CÓDIGO: 60456

ANÁLISE QUANTITATIVA E
QUALITATIVA DAS BULAS DOS TEMÁRIO: FARMÁCIA
ANTICORPOS MONOCLONAIS CÓDIGO: 60504

Autores: Raquel Fehr; Annemeri Livinalli; Antonio Felipe


Silva Carvalho; ANÁLISE QUANTITATIVA E
Instituição: LIBBS PATROCINADOR QUALITATIVA DAS BULAS DOS
QUIMIOTERÁPICOS DA CLASSE DOS
Introdução: Em 2009 a ANVISA publicou resolução TAXANOS
(RDC nº 47) que estabelece regras para elaboração de
Autores: Raquel Fehr; Annemeri Livinalli; Natalia Aranha
bulas com alto padrão de qualidade e com informa-
Silva;
ções fundamentadas cientificamente. Objetivo: analisar
Instituição: LIBBS PATROCINADOR
quantitativamente e qualitativamente as bulas dos an-
ticorpos monoclonais (MABs) utilizados no tratamento Introdução: De acordo com a RDC nº 47 da Anvisa a
do câncer para verificar a concordância em relação à bula é um tipo de texto desenvolvido com informações
RDC nº 47. Método: Consultando website da ANVI- direcionadas aos profissionais da saúde e aos pacien-
SA verificou-se os MABs registrados até junho/2016. tes. Taxanos é um grupo farmacológico que contempla
No bulário eletrônico da agência obteve-se as bulas drogas quimioterápicas utilizadas no tratamento adju-
e procedeu-se à análise utilizando check list. Análise vante de cânceres em mama, pulmão e próstata, entre
quantitativa considerou a presença ou não das partes outros, e incluem: paclitaxel, docetaxel e cabazitaxel.
preconizadas na resolução. Análise qualitativa veri- São bloqueadores da divisão celular por inibir a mitose
ficou a utilidade da informação fornecida, na prática e microtúbulos. Objetivo: Analisar quantitativamente
farmacêutica. Resultados: Foram analisadas 14 bulas. e qualitativamente as bulas dos taxanos para verificar
O medicamento com registro mais antigo é de 1998 a concordância em relação à RDC nº 47. Método: Fo-
(Rituximabe) e o mais novo, 2016 (Nivolumabe). Todas ram analisadas as bulas dos medicamentos referência
foram atualizadas num período de 2 a 14 meses (2016 a (Ref), genéricos (Gen) e similares (Simi). As bulas foram
2017). Na parte I (identificação do medicamento) 100% obtidas do bulário eletrônico da Anvisa. A partir de um
estavam em conformidade. Na parte das informações questionário elaborado com base na RDC nº 47 proce-
técnicas aos profissionais, com 10 tópicos, o mesmo deu-se às análises. Análise quantitativa considerou a
não foi observado. Contra-indicações, advertências e presença ou não das partes preconizadas na resolução.
precauções, interações medicamentosas, e superdo- Análise qualitativa verificou a clareza da informação
se, não constava a informação, ou geravam dúvidas na fornecida em relação à prática farmacêutica. Resulta-
prática, como exemplo, ausência de estudos avaliando dos: Foram analisadas 11 bulas (3 medicamentos Ref, 6
o uso em lactantes (57,1%), sem estudos de carcinoge- Gen e 2 Simi). As informações sobre a identificação dos
nicidade (100%), de mutagenicidade (85,7%), de intera- medicamentos estavam 100% em conformidade com
ções medicamentosas (50%), sem estudos em pacien- a legislação. Já algumas informações técnicas estavam
tes com insuficiência renal (IR) (57,1%) ou hepática (IH) ausentes, incompletas ou não tinha estudo a respeito.
(71,4%), sem descrição de sintomas se houver superdo- Isso foi observado nos itens: uso em populações espe-
se (71,4%).DISCUSSÃO/Conclusão: Apesar da indústria ciais (81% das bulas), uso em lactantes (72%), terato-
farmacêutica (IF) fornecer bulas com todos os campos genicidade (72%), carcinogenicidade (100%), interação
exigidos na resolução, a ausência de informações que medicamentosa (100%), incompatibilidade (63%), ajuste
atenda às necessidades da prática profissional foram de dose (18%), superdosagem (36%), presença de con-
observadas. A falta de estudos de carcinogenicidade e servante (ausente em 100% das bulas). Conclusão: A
mutagenicidade obriga aos farmacêuticos a adotar as indústria farmacêutica cumpre com a maioria dos ítens

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 16


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

obrigatórios, porém informações importantes para as to Oncológico do Estado do Pará. A análise genética foi
práticas farmacêuticas não constavam em algumas bu- feita por um painel de 61 marcadores de informativos
las ou não eram claras e objetivas. Em alguns casos a de ancestralidade em duas reações de PCR multiplex.
ausência de estudos em tópicos importantes como a As proporções individuais da ancestralidade genômica
carcinogenicidade e teratogenicidade, prejudica deci- foi estimada no software Structure e as análises estatís-
sões relacionadas à biossegurança. Há necessidade de ticas no programa SPSS 23.0. Resultados: Observamos
um melhor entendimento por parte da indústria farma- que entre os pacientes investigados 8% desenvolveram
cêutica sobre as informações no uso dos medicamen- algum tipo de toxicidade. Em relação às médias de an-
tos para se empenharem no fornecimento destas. cestralidade obtivemos os seguintes dados: europeus
(paciente sem toxicidade - 47%; pacientes com toxici-
Contato: RAQUEL FEHR
dade – 37%), africanos (paciente sem toxicidade – 24%;
raquelfehr@hotmail.com
pacientes com toxicidade – 18%) e ameríndios (paciente
sem toxicidade – 29%; pacientes com toxicidade – 45%).
Foram encontradas diferenças estatisticamente signifi-
TEMÁRIO: HEMATOLOGIA cativa para a ancestralidade ameríndia nos grupos com
CÓDIGO: 60291 e sem toxicidade (p= 0,04). Conclusão: Concluimos que
a elevada contribuição ameríndia é um fator importante
ANCESTRALIDADE AMERÍNDIA associado com o desenvolvimento à toxicidade a terapia
com o mesilato de imatinibe.
ASSOCIADA À TOXICIDADE DE
PACIENTES COM LEUCEMIA MIELOIDE Contato: KARLA BEATRIZ CARDIAS CEREJA PANTOJA
CRÔNICA TRATADOS COM MESILATO karlacereja.ufpa@gmail.com
DE IMATINIBE NA REGIÃO NORTE DO
BRASIL
Autores: Karla Beatriz Cardias Cereja Pantoja; Tereza TEMÁRIO: PULMÃO
Cristina de Brito Azevedo; Darlen Cardoso de Carvalho;
CÓDIGO: 60290
Marianne Rodrigues Fernandes; Roberta Borges
Andrade; Amanda Cohen de Nazaré Lima de Castro;
Juliana Carla Gomes Rodrigues; Natasha Monte da Silva; APROVAÇÃO E INCORPORAÇÃO DE
Luciana Pereira Colares Leitão; Ney Pereira Carneiro NOVOS MEDICAMENTOS PARA O
dos Santos; TRATAMENTO DO CÂNCER DE PULMÃO
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ NO BRASIL: COMPARAÇÃO COM
Introdução: O mesilato de Imatinibe é um fármaco OUTRAS AGÊNCIAS REGULATÓRIAS
alvo específico que melhorou a sobrevida e o bem-estar Autores: Guilherme Sartori; Ana Caroline Zimmer
dos pacientes com Leucemia mieloide crônica (LMC) e Gelatti; Gustavo Werutsky; Maria Helena Sostruznik;
é utilizado como tratamento de primeira linha da LMC. Valéria Sgnaolin; Vitor Maineri Pinto; Maicon Joel
Cimarosti; André Poisl Fay; Carlos Henrique Escosteguy
A principal característica dessa leucemia é a presença
Barrios;
do cromossomo filadelfia, que consiste na translocação
cromossômica entre os cromossomos 9 e 22 [t(9;22) Instituição: HOSPITAL CÂNCER MÃE DE DEUS; CENTRO
DE PESQUISA ONCOLOGIA HOSPITAL SÃO LUCAS
(q34; q11)], e resulta na formação da proteína BCR-ABL
com atividade enzimática tirosina-quinase constitutiva e Introdução: O câncer de pulmão é a principal causa de
desregulada. Aproximadamente 25% dos pacientes que morte relacionada ao câncer no Brasil. Devido à morta-
utilizam o mesilato de imatinibe têm resistência ao me- lidade, a incorporação de novas drogas à prática clini-
dicamento, seja por toxicidade ou por falha na resposta. ca é de extrema relevância. Objetivo: O objetivo desta
Ainda que os eventos de toxicidade grave ao mesilato análise é comparar as datas de registro dos últimos me-
de imatinibe sejam raros, há casos em que é necessá- dicamentos aprovados para o tratamento do câncer de
ria a interrupção do tratamento por esta causa. Sabe-se pulmão entre as agências regulatórias dos Estados Uni-
que a ancestralidade é um fator que influencia a respos- dos (Food & Drug Administration - FDA), União Européia
ta ao tratamento em alguns esquemas quimioterápicos (European Medicines Agency - EMA) e Brasil (Agência
e já é utilizado como critério para a dosagem correta. Nacional de Vigilância Sanitária - ANVISA), assim como a
Denota-se então a importância do estudo da ancestra- data em que esses medicamentos passaram a ser dis-
lidade, principalmente em populações miscigenadas ponibilizados no Sistema Único de Saúde (SUS). Méto-
como a da região norte do Brasil, que compõem a amos- do: Os dados foram coletados através das informações
tra desse estudo. Objetivo: O objetivo deste estudo foi de domínio público disponibilizadas pelas agências,
analisar a ancestralidade genômica como um potencial dos valores de repasse da Autorização de Procedimen-
fator de risco a toxicidades à terapia com mesilato de tos de Alta Complexidade, de pareceres da Comissão
imatinibe. Método: A amostra foi formada por 105 pa- Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS e da
cientes com LMC e tratados com mesilato de Imatinibe precificação pela Câmara de Regulação do Mercado de
atendidos em um hospital de referência em tratamen- Medicamentos. Foram analisados os prazos de aprova-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 17


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

ção e os desfechos primários dos estudos pivotais de ção da proteína BCR-ABL com atividade enzimática ti-
docetaxel, pemetrexede, bevacizumabe, erlotinibe, ge- rosina-quinase desregulada. O tratamento de primeira
fitinibe, afatinibe, nivolumabe, pembrolizumabe e cri- linha para LMC é feita com o uso do mesilato de imatini-
zotinibe. Resultados: O FDA foi pioneiro na aprovação be, um inibidor de tirosina-quinase. Ainda que este seja
de todas as drogas avaliadas, na maioria delas a data um fármaco alvo específico, a literatura relata a falha
de aprovação antecedeu a publicação do ensaio clinico da resposta de cerca de 25% dos pacientes durante o
pivotal. A mediana de tempo para aprovação pelo EMA, tratamento da LMC, o que pode estar associado à va-
em comparação com o FDA, foi de 7 meses (0 até 71 riabilidade genética individual. Os genes da família ABC
meses) e o prazo mediano pela ANVISA foi de 32 meses codificam proteínas transportadoras que medeiam o
(12 até 86 meses). Ao comparar a mediana de tempo transporte de substâncias, incluindo medicamentos,
para aprovação levando em consideração o desfecho nas células. Polimorfismos genéticos que alteram a fun-
primário, percebe-se que o menor intervalo ocorreu cionalidade das proteínas codificadas por esses genes
quando o desfecho era taxa de resposta (31 meses), em têm sido relacionadas à resistência de vários fármacos
comparação com sobrevida global (SG) (50 meses) e li- utilizados na prática clínica, incluindo o mesilato de ima-
vre de progressão (32 meses). Dos medicamentos anali- tinibe. Desta forma, investigar polimorfismos nestes ge-
sados, apenas docetaxel, erlotinibe e gefitinibe são dis- nes pode auxiliar o esclarecimento da falta de resposta
ponibilizados no SUS. Erlotinibe e gefitinibe passaram a ao fármaco estudado. Logo, o objetivo deste estudo foi
ser disponibilizados no SUS em 2013. Tendo por base analisar os polimorfismos rs9524885 (C>T), rs4148551
a aprovação pelo FDA, o prazo transcorrido até incor- (T>C) e rs3742106 (A>C) no gene ABCC4 como possí-
poração no SUS foi de 99 meses para erlotinibe e 126 vel marcador de resposta ao mesilato de Imatinibe. A
meses para gefitinibe. Conclusão: Essa análise permite população de estudo foi constituída de 105 pacientes
verificar atrasos significativos na aprovação desses me- com LMC tratados com mesilato de imatinibe em um
dicamentos no Brasil, assim como na sua incorporação hospital de referência em Oncologia do Estado do Pará.
no SUS, acarretando em aumento na mortalidade por A genotipagem do polimorfismo foi realizada por PCR
câncer de pulmão. A droga ter sido aprovada com des- em tempo real, utilizando o aparelho QuantStudio™
fechos mais robustos, como SG, não resultou em me- 12K Flex Real-Time PCR System (Applied Biosystems®,
nor tempo de aprovação. São necessárias modificações Foster City, Califórnia, EUA). Foi utilizado um painel de
nas políticas de análise de novos medicamentos para 61 Marcadores Informativos de Ancestralidade como
uma maior celeridade no processo de aprovação. método de controle genômico. As análises estatísticas
foram realizadas no programa SPSS 23.0. Os resultados
Contato: ANA CAROLINE ZIMMER GELATTI
apontaram que cerca de 7% dos pacientes não respon-
anagelatti@yahoo.com.br
deram ao tratamento e foi encontrada uma significân-
cia estatística para o polimorfismo rs9524885 (genótipo
TT) (p=0,046; OR= 6,833; IC= 1,033-45,186), assim os
TEMÁRIO: HEMATOLOGIA pacientes que apresentam esse genótipo possuem 6
CÓDIGO: 60265 vezes mais chances de não responder ao tratamento
da LMC. Em conclusão, nossos dados mostraram que
ASSOCIAÇÃO DE POLIMORFISMOS o polimorfismo rs9524885 no gene ABCC4 é significan-
temente importante para resposta dos pacientes com
NO GENE ABCC4 COM A RESPOSTA
LMC tratados com mesilato de imatinibe na região Nor-
AO TRATAMENTO COM MESILATO te do Brasil e pode ser usado como provável marcador
DE IMATINIBE EM PACIENTE COM preditivo de resposta.
LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA NA
REGIÃO NORTE DO BRASIL Contato: KARLA BEATRIZ CARDIAS CEREJA PANTOJA
karlacereja.ufpa@gmail.com
Autores: Karla Beatriz Cardias Cereja Pantoja; Tereza
Cristina de Brito Azevedo; Darlen Cardoso de Carvalho;
Marianne Rodrigues Fernandes; Natasha Monte da
Silva; Juliana Carla Gome Rodrigues; Luciana Pereira
Colares Leitão; Roberta Borges Andrade; Amanda de TEMÁRIO: TUMORES TGI INFERIOR (COLON / RETO / ÂNUS)
Nazaré Cohen Lima de Castro; Ney Pereira Carneiro dos CÓDIGO: 60004
Santos;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ ASSOCIAÇÃO DE UM POLIMORFISMO
NO GENE ABCC4 COM A RESISTÊNCIA
Introdução: A Leucemia Mielóide Crônica (LMC) é a proli-
AO TRATAMENTO QUIMIOTERAPIA A
feração excessiva das células de linhagem granulocítica
do sistema hematopoiético e tem como principal ca-
BASE DE FLUOROPIRIMIDINAS
racterística a presença do cromossomo Filadélfia, que Autores: Marianne Rodrigues Fernandes; Juliana Carla
consiste na translocação cromossômica recíproca dos Gomes Rodrigues; Darlen Cardoso de Carvalho; Karla
Beatriz Cardias Cereja Pantoja; Amanda Cohen Castro;
cromossomos 9 e 22 [t(9;22) (q34; q11)], leva à forma-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 18


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

Luciana Pereira Colares Leitão; Williams Fernandes TEMÁRIO: TUMORES DE CABEÇA E PESCOÇO
Barra; Antonio Andre Conde Modesto; Sidney Emanuel CÓDIGO: 59767
Batista dos Santos; Ney Pereira Carneiro dos Santos;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ ASSOCIAÇÃO ENTRE AS
Introdução: O esquema terapêutico com base em flu- CARACTERÍSTICAS CLÍNICO-
oropirimidinas tem sido a conduta quimioterápica mais PATOLÓGICAS DO CARCINOMA
utilizada em todo o mundo em vários tipos de tumores PAPILÍFERO DA TIREÓIDE E A MUTAÇÃO
sólidos, incluindo câncer gástrico e colorretal. Poucos BRAF V600E
estudos na literatura especializada relataram a influên- Autores: Clebson Pantoja Pimentel; Bianca Pimentel
cia de marcadores farmacogenômicos em populações Silva; Edivaldo Herculano Correa de Oliveira;
miscigenadas como a população brasileira. Objetivo: Instituição: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ
Investigar a variabilidade farmacogenômica de diferen-
tes biomarcadores em farmacogenes envolvidos na via Introdução: O Carcinoma Papilífero da Tireóide (PTC)
de metabolismo das fluoropirimidinas em pacientes é um tumor epitelial maligno, responsável por cerca de
com câncer gástrico ou câncer colorretal, subestrutura- 80% dos casos de câncer de tireoide, sendo três vezes
dos de acordo com a resposta ao tratamento. Método: mais comum em mulheres que em homens. Clinica-
Foram incluídos 216 pacientes com câncer colorretal mente o tumor apresenta-se como um nódulo tireoi-
ou gástrico que receberam tratamento quimioterá- diano palpável, nem sempre notado pelo próprio pa-
pico a base de fluoropirimidinas. Foram investigados ciente, sendo geralmente diagnosticado por acaso ou
32 SNPs em 16 farmacogenes (ABCB1, ABCC2; ABCC4; em exames de rotina. Em cerca de 60% dos casos, o
ABCG2, CYP2A6, DPYD, FPGS, ITGB5, MTHFR, SLC22A7, tumor é restrito à glândula, 38% apresentam metás-
SLC29A1, TP53, UMPS, GGH, RRM1, TYMP) utilizando a tases em linfonodos regionais, e 1 a 2% mostram me-
tecnologia TaqMan OpenArray Genotyping, no QuantS- tástases à distância. No contexto do PTC, o gene BRAF
tudio™ 12K Flex Real-Time PCR System. Resultados: (v-raf Murine Sarcoma Viral Oncogene Homolog) tem
A maioria dos pacientes envolvidos neste estudo pos- se destacado uma vez que, representa o principal gene
suíam estadiamento tumoral avançado: III (42,6%) e IV associado a esse tipo de tumor, sendo a mutação BRAF
(39,8%). Todos os pacientes receberam 5-FU, isolada- V600E a principal alteração encontrada. Objetivo: As-
mente (7.4%) ou em associação com outros fármacos, sociar a mutação BRAF V600E com diferentes achados
sendo o esquema de tratamento mais frequente: 5-FU clínico-patológicos dos pacientes com tumores papilífe-
combinado a leucovorin (41,2%), seguido por FOLFOX ros da tireoide. Método: Para identificação da mutação
(40,3%) e FOLFIRI (11,1%). Para as análises, os pacien- foram utilizadas como ferramentas a Reação em Cadeia
tes foram classificados quanto à presença de resposta da Polimerase (PCR), seguida da técnica de sequencia-
radiológica, clínica ou total (clínica e radiológica), neste mento automático direto. Os dados clinico-patológicos
caso a mais frequente entre os pacientes foi resposta foram tabulados por um cirurgião experiente de cabeça
clínica (32,4%). O subestruturamento populacional não e pescoço. Os dados consistiram de: rouquidão, metás-
foi influente nos resultados de associação para os po- tase linfonodal, disfagia, dispneia e hormônios T4 livre
limorfismos farmacogenéticos com o uso de fluoropi- e TSH. A análise estatística foi realizada pelo o software
rimidinas. Na análise de regressão logística utilizando SPSS versão 21. Os dados contínuos foram expressos
como covariáveis de risco: idade, gênero, estadiamento em média e desvio padrão e os dados categóricos fo-
tumoral, ancestralidade européia, administração qui- ram expressos em porcentagem. O teste t de Student
mioterápica por bolus, radioterapia, tipo de tratamen- foi utilizado para avaliar as variáveis contínuas e os
to e tipo de tumor, foi encontrado um polimorfismo testes exato de Fisher e Qui-quadrado foram usados
(rs148551) no gene ABCC4 com associação significativa para analisar as variáveis categóricas. Foi considerado
de risco para a resposta ao tratamento com fluoropiri- p<0,05 como significativo em todas as análises. Resul-
midinas. O modelo dominante de investigação no gene tados: Houve uma associação significativa entre a mu-
ABCC4 apresentou associação significativa com um tação BRAF V600E e rouquidão (p= 0.0001), assim como
efeito de resistência ao tratamento quimioterápico em entre a mutação BRAF V600E e metástase linfonodal (p=
torno de 70% (p=0,0056; OR 0,28). Conclusão: O poli- 0.0164, enquanto nenhuma correlação significativa foi
morfismo (rs148551) no gene ABCC4 demonstrou ser encontrada com disfagia, dispneia e os hormônios T4
um importante biomarcador preditivo de resposta à livre e TSH. Conclusão: Há associação entre mutação
quimioterapia com uso de fluoropirimidinas. BRAF V600E e os achados de rouquidão e metástase
linfonodal em paciente com carcinoma papilífero da
Contato: MARIANNE RODRIGUES FERNANDES tireoide.
fernandesmr@yahoo.com.br
Contato: BIANCA PIMENTEL SILVA
biancapimentel6@hotmail.com

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 19


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

TEMÁRIO: ONCOLOGIA PEDIÁTRICA TEMÁRIO: PESQUISA CLÍNICA


CÓDIGO: 60028 CÓDIGO: 59955

ASSOCIAÇÃO ENTRE POLIMORFISMOS ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA


NOS GENES DE TRANSPORTADORES NO CONTROLE DOS SINTOMAS
ABC E TOXICIDADE NA TERAPIA DA DE NEUROPATIA PERIFÉRICA
LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA INDUZIDA POR QUIMIOTERAPIA
INFANTIL. ANTI-NEOPLÁSICA (NPIQ): USO DA
Autores: Darlen Cardoso de Carvalho; Alayde Vieira ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NERVOSA
Wanderley; André Mauricio Ribeiro dos Santos; Luciana TRANSCUTÂNEA (TENS).
Pereira Colares Leitão; João Augusto Nunes de Carvalho Autores: Tania Tonezzer; Leonardo Affonso Massabki
Junior; Tatiane Piedade de Souza; André Salim Khayat; Caffaro; Almir José Sarri; Raquel Aparecida Casarotto;
Paulo Pimentel de Assumpção; Sidney Emanuel Batista
dos Santos; Ney Pereira Carneiro dos Santos; Instituição: UNIVERSIDADE UNIVERSIDADE DE SÃO
PAULO
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
Introdução: A neuropatia periférica induzida por qui-
Introdução: A Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) é o
mioterapia (NPIQ) está entre os efeitos colaterais mais
câncer infantil mais comum em todo o mundo. Os fár-
comuns decorrentes da quimioterapia antineoplásica e
macos 6-mercaptopurina (6-MP) e metotrexato (MTX)
uma das principais causas da redução da dose ou in-
são medicamento-chave para o sucesso do tratamen-
terrupção do tratamento. Os sintomas mais prevalen-
to de crianças com LLA e são amplamente adminis-
tes são a dor e a parestesia, acarretando desconfortos
trados durante a fase de consolidação e manutenção
crónicos e perda de habilidades funcionais, interferindo
da doença. Os transportadores de cassete de ligação
negativamente na qualidade de vida dos pacientes. Es-
a ATP (ABC) desempenham um papel importante no
tudos recentes têm avaliado o uso da Estimulação Elé-
transporte de fármacos através das membranas. Po-
trica Nervosa Transcutânea Objetivo: Investigou-se os
limorfismos nesses transportadores podem conferir
efeitos da Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea
resistência e toxicidade a muitos fármacos anticance-
(TENS) nos sintomas de dor, parestesia e nas atividades
rígenos, incluindo os utilizados no tratamento da LLA,
de vida diária da NPIQ em indivíduos com diagnóstico
como o MTX. Objetivo: Investigar a associação de po-
de câncer de mama e colorretal, submetidos ao trata-
limorfismos dos genes de transportadores ABC (ABC-
mento de quimioterapia. contendo em seu protocolo
C1-rs28364006, ABCC2-rs717620 e ABCC3-rs9895420)
as drogas paclitaxel e oxaliplatina Método: Trata-se de
com toxicidades grau 3-4 na a terapia de consolidação e
um ensaio clínico duplo-cego, controlado, randomizado
manutenção da LLA em pacientes pediátricos da região
e multicêntrico, com abordagem quantitativa. Os su-
Norte do Brasil. Método: Os 121 pacientes LL-B inclu-
jeitos da pesquisa utilizaram o dispositivo terapêutico
ídos no estudo foram tratados utilizando o protocolo
TENS com modulação de frequência entre 7 e 75 Hz na
BFM-2002. A genotipagem dos polimorfismos foi rea-
região distal dos membros, no local de maior descon-
lizada por TaqMan OpenArray Genotyping, no equipa-
forto, com intervenções diárias de 60 minutos, durante
mento QuantStudio™ 12K Flex Real-Time PCR System.
três ciclos de quimioterapia (45 dias). Os participantes
A classificação das toxicidades foi realizada de acordo
foram divididos em dois grupos: grupo TENS ativa (GTA)
com o NCI Common Toxicity Criteria v.4.0. As análises
e grupo TENS placebo (GTP). A avaliação dos efeitos da
estatísticas foram realizadas no pacote R v.3.4.0. Foi
TENS foi medida através dos seguintes instrumentos: a
considerado como significante um p valor ≤ 0,05. Re-
Escala Visual Analógica (EVA) para avaliar os sintomas
sultado: Dos polimorfismos investigados apenas o po-
de dor e parestesia e Questionário de Neurotoxicidade
limorfismo rs28364006 do gene ABCC1 foi associado
Induzida por Anti-neoplásicos (QNIA) para avaliação dos
a toxicidade grave na terapia de manutenção da LLA.
sintomas da NPIQ. Resultados: Finalizaram a pesquisa
O genótipo homozigoto mutante (GG) foi relaciona-
24 pacientes. Não se observou uma diferença signifi-
do um aumento de 2,4 vezes no risco de desenvolver
cativa entre os 2 grupos no que se refere ao desfecho
hepatotoxicidade grau 3-4 na terapia da doença (OR=
primário de redução dos sintomas de dor (p = 0.666),
2,42; IC95%= 1,54-3,79; P=0,0032). Conclusão: Os re-
parestesia (p = 0,673) e impacto da TENS na frequência
sultados sugerem que o polimorfismo rs28364006 do
dos sintomas (p = 0,5906) e atividades de vida diária (p =
gene ABCC1 influencia o desenvolvimento de hepatoto-
0,8565). Conclusão: Os resultados do estudo sugerem
xicidade grave na terapia de manutenção em pacientes
que o uso da TENS com modulação de frequência não
pediátricos com LLA da região Norte do Brasil.
foi eficaz na redução dos sintomas de neuropatia pe-
Contato: DARLEN CARDOSO DE CARVALHO riférica induzida por quimioterapia (NPIQ). Entretanto
darlen.c.carvalho@gmail.com não houve o agravamento dos sintomas no ciclos de
quimioterapia subsequentes com a aplicação da TENS.
Contato: TANIA TONEZZER
ttonezzer@uol.com.br

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 20


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

TEMÁRIO: ENFERMAGEM das ligações recebidas referente a reações esperada


CÓDIGO: 59371 pós infusão demonstrando a efetividade das orienta-
ções realizadas pela equipe de enfermagem durante
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DAS a primeira consulta realizada no início do tratamento
ORIENTAÇÕES DE ENFERMAGEM antineoplásico.
EVIDENCIADA PELA ANÁLISE DE Contato: IRIA COELHO COSTA
INDICADORES DE REORIENTAÇÃO iriacoelho@gmail.com
EM TERAPIA ANTINEOPLÁSICA DO
PROGRAMA DISK ENFERMEIRO
NO CENTRO DE QUIMIOTERAPIA
AMBULATORIAL UNIMED CAMPINAS. TEMÁRIO: TUMORES UROLÓGICOS - NÃO PRÓSTATA
CÓDIGO: 59818
Autores: Iria Coelho Costa; Silvia Maria Barbosa de Sá;
Marcelo Tomé de Lima;
Instituição: UNIMED CAMPINAS
AVALIAÇÃO DA EFICÁCIA DE
TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO
Introdução: A consulta de enfermagem tem sua ori- EM SEGUNDA LINHA E FATORES
gem na pós – consulta realizada pela enfermeira aos PROGNÓSTICOS NESTE CENÁRIO,
clientes atendidos em programas de saúde governa-
EM PACIENTES COM CARCINOMA
mentais, e sua implantação ocorreu ao longo do desen-
UROTELIAL METASTÁTICO, TRATADOS
volvimento histórico da Enfermagem, culminando com
a resolução n.º 159/92 do COFEN (Conselho Federal
NO AC CAMARGO CÂNCER CENTER
de Enfermagem) que dita ás normas e requisitos para ENTRE 2010 E 2016.
operacionalização da consulta de enfermagem. O en- Autores: Tatiana Vieira Costa; Aldo L. A. Dettino;
fermeiro tem como responsabilidade e dever, de acor- Instituição: CENTRO PAULISTA DE ONCOLOGIA
do com o artigo 17 do código de ética de enfermagem:
Introdução: O tratamento(tt) do Carcinoma Urotelial(-
“Prestar adequadas informações a pessoa, família, e
CU) após a primeira linha(1st) de quimioterapia(ch) é
coletividade a respeito dos direitos, riscos, benefícios e
desafiador. Não há droga aprovada pelo FDA para se-
intercorrências acerca da Assistência de Enfermagem”.
gunda linha, além de Atezolizumab. Vinflunina (Vin) é
Objetivo: Avaliar a efetividade das orientações realiza-
aprovada em alguns países neste cenário, com mode-
das no momento da consulta de enfermagem. Méto-
rado benefício. A combinação (combo) de ch tem alta
do: O levantamento de dados foi realizado durante o
taxa de resposta (RR) e para alguns pacientes (pts) que
período de janeiro de 2016, a junho de 2017, os dados
usaram tratamento baseado em platina (plat) em 1st,
foram coletados através da análise do conteúdo des-
combo pode ser opção. Objetivo: comparar monoch
crito nos registros de terapia antineoplásica realizados
vs combo ch, regimes baseados em plat vs não-plat e
no momento das ligações recebidas pelo programa
avaliar fatores prognósticos (fp) em 2a linha (2nd) tt.
Disk Enfermeiro, os documentos são preenchidos na
Em adição, avaliar se reexposição a platina (RE) pode
ocasião do recebimento das ligações realizadas pelos
ser benéfico. Método: Revisamos 41 prontuários de pts
próprios pacientes na busca por reorientações. Resul-
que receberam 2ndch de 2010 a 2016, no A. C. Camar-
tados: Durante o período de janeiro de 2016 a junho
go Cancer Center. Resultados: N=41 pts - 34 homens;
de 2016 foram registradas 1.211 ligações de reorienta-
idade mediana 65 anos (34-90); ECOG < 2: 29; primá-
ção de alta aos pacientes em tratamento antineoplási-
rio de bexiga: 34; tabagistas: 25; metastático quando
co, destas ligações 586 foram relacionadas a reações
músculo invasivo: 32 [16 linfonodos somente, 4 visceral
esperadas pós infusão, 208 foram relacionadas a dor,
somente; ambos: 12. Ch perioperatória: 12, Cirurgia:
198 relacionadas a queixa de náusea, 98 ligações foram
22. Mediana de 3 cicls em 2nd Ch e 10 esquemas dife-
sobre retirada de dúvidas sobre o tratamento e 121
rentes de ch [paclitaxel(P)+carboplatin (Carbo) = 12, P =
ligações foram sobre dúvidas gerais. Após análise dos
9, Vin = 8, MVA = 3, gemcitabina+Carbo = 3, gem+cis =
dados foi verificado que o maior número de ligações
2]. Monoch: 20 pts (49%); combo: 21 (51%), enquanto
recebidas pós alta era referente a falta de orientações
17 pts receberam tt baseado em plat (Cis = 2, Carbo =
específicas para cada evento adverso esperado confor-
15). OS em 2ndch tt foi 3.5 meses (m) e PFS foi 2 m.
me protocolo de tratamento.Após a implantação do
OS e PFS foi 5.4 x 2.3 m (p=0.04) e 2.4 x 1.5 m (p=0.08)
novo modelo de consulta de Enfermagem verificou-se a
- favorecendo combos. Comparando esquemas basea-
diminuição das ligações recebidas referente a reações
dos em plat com não-plat, OS foi 5.9 x 2.3 (p = 0.02) e
esperada pós infusão, avaliando o período de agosto
PF2.6 x 1.5 m (p=0.07). Quando comparamos RE a plat
de 2016 a fevereiro de 2017, houve uma diminuição de
vs esquemas não baseados em plat, OS foi 4.1 vs 2.6 m
40% no volume das ligações relacionadas a queixa ava-
- particularmente se PFI (intervalo livre de progressão
liada. Conclusão: Após a implantação do novo modelo
desde a última exposição a plat) acima de 3 m (4.1 vs
de consulta de Enfermagem verificou-se a diminuição
2.2 m). Comparando Vin com outras ch, OS foi 2.6 m x

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 21


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

3.6 m (p=0.4) e PFS foi 1.6 x 2.2 m (p =0.6). ECOG, hemo- com terapia anti-estrogênica e que tenham apresen-
globina e metástase hepática foram confirmados como tado falha terapêutica. Método: Foram selecionadas
pior fp. Número de fp conferiram diferentes O1 fator pacientes com câncer de mama metastático RE positi-
(n=13): 9 m; 2 (n=17): 2.8 m, 3 (n =9): 2.2 m (p=0.02); e vo que progrediram após tratamento com inibidor de
PF4.6 m x 1.6 m x 1.2 m. (p=0.03). Conclusão: dados aromatase. A detecção de mutações em ESR-1 (L536R,
sugerem benefício para tt com combo para CU em tt Y537C/N/S, D538G) foi realizada através da metodolo-
2nd, e benefício do uso de plat quando possível, mes- gia de PCR digital a partir de uma amostra de 6ml de
mo em RE, especialmente se PFI > 3 m (ao invés de 12m plasma. Resultados: Foram incluídas até o momento
da maioria dos guidelines). Não houve diferença sig- 15 pacientes e dessas 60% apresentaram pelo menos
nificativa em OS entre pts que receberam Vin e quem uma mutação em ESR-1 no ctDNA. As alterações D538G
não recebeu. A presença dos fp impactou em ambos e Y537N foram as mais frequentemente detectadas
OS and PFS independentemente. Polich pode mostrar nessas pacientes. O maior intervalo entre a interrup-
resultados melhores, pelo menos enquanto os estudos ção do tratamento com inibidor de aromatase e a de-
em imunoterapia estão em andamento. tecção de mutações de ESR-1 no ctDNA foi de 2 anos e
4 meses corroborando com os dados da literatura que
Contato: TATIANA VIEIRA COSTA
mostram que mutações em ESR-1 permanecem detec-
taticosta2@hotmail.com
táveis no DNA circulante por meses ou até anos após a
interrupção da terapia anti-estrogênica. Conclusão: Foi
possível determinar a presença de mutações em ESR-1
TEMÁRIO: TUMORES DE MAMA no ctDNA de 60% das pacientes com câncer de mama
CÓDIGO: 60030 metastático RE positivo que progrediram na vigência de
terapia anti-estrogênica, mesmo após longos períodos
AVALIAÇÃO DA FREQUÊNCIA DE de interrupção do tratamento.
MUTAÇÕES EM ESR-1 NO DNA Contato: FABIANA BETTONI
CIRCULANTE DE PACIENTES COM fbettoni@mochsl.org.br
CÂNCER DE MAMA METASTÁTICO RE
POSITIVO RESISTENTES A TERAPIA
HORMONAL.
TEMÁRIO: ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
Autores: Fabiana Bettoni; Franciele H Knebel; Rudinei CÓDIGO: 59923
DM Linck; Andrea K Shimada; João Victor Alessi; Bruna
M Zucchetti; Max S Mano; Artur Katz; Paulo MG Hoff;
Anamaria A Camargo; AVALIAÇÃO DA MORTALIDADE
Instituição: HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS
INFANTOJUVENIL POR LEUCEMIA NO
BRASIL
Introdução: Aproximadamente 70% dos tumores de
Autores: Hanna Franco Gomes; Pedro Gabriel de Souza
mama expressam o receptor de estrógeno α (RE). A Menezes;
grande maioria desses tumores respondem bem a tera-
Instituição: CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIRG
pia com drogas capazes de inibir a produção de estró-
geno (inibidores de aromatase) ou atuar diretamente Introdução: A leucemia é considerada o tipo de câncer
no receptor (moduladores ou bloqueadores). No entan- infantojuvenil mais comum na maioria das populações.
to, pacientes com doença metastática que respondem Representa cerca de 30% de todos os tumores que
inicialmente a terapia anti-estrogênica invariavelmente ocorrem abaixo dos quinze anos e 20% dos que ocor-
progridem e desenvolvem doença hormônio indepen- rem abaixo dos vinte anos. Segundo estudos do Institu-
dente. Mutações ativadoras no gene ESR-1, que codifica to Nacional do Câncer (INCA), apresenta uma sobrevida
o RE, foram descritas em tumores avançados de mama de 60% aproximadamente. Objetivo: Avaliar os índices
RE positivos resistentes a terapia anti-estrogênica, em de mortalidade por leucemia em crianças e adolescen-
especial ao tratamento com inibidores de aromatase. tes (0-19 anos), no Brasil, entre 2009 e 2013. Método:
Estas mutações estão localizadas no domínio de ligação Foi realizado um estudo retrospectivo dos casos de óbi-
ao ligante resultando em uma ativação constitutiva do to por leucemia, em todas as regiões do Brasil, entre os
receptor. Estudos recentes descreveram a presença de anos de 2009 e 2013. Foram analisados dados de mor-
mutações em ESR-1 também no DNA tumoral circulante talidade do Ministério da Saúde e do INCA. Resultados:
(ctDNA) de pacientes com câncer de mama metastático, A taxa de mortalidade média ajustada por idade para o
reafirmando a relação causal entre a presença de mu- Brasil foi de 14,94 por milhão de crianças e adolescen-
tações em ESR-1 e a resistência adquirida a terapia com tes, no período analisado. Essa taxa foi mais expressi-
inibidores de aromatase. Objetivo: Determinar a fre- va no sexo masculino (17,13 óbitos por milhão) quan-
quência de mutações em ESR-1 no ctDNA de pacientes do comparado ao feminino (12,67). A faixa etária com
com câncer de mama metastático RE positivo tratadas maior índice de mortalidade foi a de 1-4 anos, com taxa
de 16,09. Entre as regiões do país, as que apresentaram

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 22


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

maiores taxas foram a Região Norte (18 por milhão) e a dos últimos 3 meses e adequadas funções renal, hema-
Região Centro-Oeste (16 por milhão), e as menores, Re- tológica e hepática. Pacientes com doença em sistema
giões Nordeste e Sudeste (14 por milhão). Conclusão: nervoso central não controlada foram excluídos. A FEA
Neste estudo foi observado um maior risco de morte foi utilizada via oral na dose de 1500mg/dia por 21 dias,
por leucemia para crianças do sexo masculino, com seguida de 1000mg/dia continuamente em ciclos de 28
idade entre um e quatro anos, além de residentes nas dias. Resultados: Entre Julho de 2016 e Fevereiro de
Regiões Norte e Centro-Oeste do país. Demonstrou-se 2017 foram incluídos e tratados 21 pacientes, com ida-
também, que a leucemia ainda é a neoplasia que mais de mediana de 56 anos (28-69), em sua maioria de sexo
mata crianças e adolescentes no Brasil, enfatizando a masculino (66,7%), metastáticos ao diagnóstico (66,7%)
necessidade de maiores pesquisas e investimentos na e com PS-ECOG 0 (52,4%) e que receberam em média
área de oncologia pediátrica. 3,19 linhas prévias de tratamento. Os pacientes foram
tratados em média por 1,76 meses, sendo observada
Contato: HANNA FRANCO GOMES
doença estável em 8 (38%) pacientes e PD em 13 (62%)
hannafg.hf@gmail.com
pacientes na primeira avaliação de resposta. A SLP me-
diana foi de 1 mês (IC 95% 0,36; 1,64) e a SG mediana
de 7 meses (IC 95% 5,39; 8,61). Não houve toxicidade
TEMÁRIO: TUMORES TGI INFERIOR (COLON / RETO / ÂNUS) significativa, sendo observada elevação de transamina-
CÓDIGO: 60017 se grau 3 em um paciente. Conclusão: Nas doses estu-
dadas, embora bem tolerada, a FEA não demonstrou
AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA E EFICÁCIA sinais mínimos de eficácia em pacientes com CCRm.
DA FOSFOETANOLAMINA SINTÉTICA EM Contato: MILENA PEREZ MAK
PACIENTES COM CÂNCER COLORRETAL smilenamak@yahoo.com.br
AVANÇADO
Autores: Milena Perez Mak; Thomas Giollo Rivelli; Luiz
Antonio Senna Leite; Giovanni Mendonça Bariani;
Leonardo Gomes da Fonseca; Anezka Rubin de Celis TEMÁRIO: TUMORES UROLÓGICOS - PRÓSTATA
Ferrari; Rachel Simoes Pimenta Riechelamnn; Jorge CÓDIGO: 60488
Sabbaga; Paulo Marcelo Gehm Hoff;
Instituição: INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO AVALIAÇÃO DE PREDITORES CLÍNICOS
PAULO E PATOLÓGICOS DE RESPOSTA
Introdução: A fosfoetanolamina (FEA) é uma amina
A ACETATO ABIRATERONA (AA)
primária e que possui papel central na biossíntese dos EM PACIENTES COM CÂNCER DE
fosfolípides de membrana celular. Estudos pré-clínicos PRÓSTATA METASTÁTICO RESISTENTE À
sugeriram potencial antitumoral da FEA a partir da ob- CASTRAÇÃO (MCPRC)
servação dos efeitos citotóxicos em células tumorais Autores: Pedro Henrique Ferraro da Silveira; Marcelo
com os análogos sintéticos de lisofosfatidilcolina, uma Petrocchi Corassa; José Augusto Rinck Junior; Luiza
nova categoria de medicamentos coletivamente cha- Damian Ribeiro Barbosa; Audrey Cabral Ferreira de
mados de alquilfosfolípides antineoplásicos que apre- Oliveira; Thiago Bueno de Oliveira; Maria Nirvana da
sentam como alvo as membranas celulares. Dado que Cruz Formiga;
esta substância vinha sendo utilizada com tratamento Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
alternativo por pacientes oncológicos e sem relatos co- Introdução: O bloqueio androgênico (BA) constitui a
nhecidos de toxicidades, este estudo de fase II foi con- principal abordagem terapêutica no câncer de prósta-
duzido. Objetivo: Estudo de fase II de múltiplas coortes ta metastático (mCPRC). Porém, o controle da doença
segundo o método de Simon de 2 fases, com objetivo é transitório, ocorrendo invariavelmente a progressão
primário de determinar a taxa de resposta radiológica para o estágio de resistência à castração, situação clí-
por RECIST versão 1.1 em 8 semanas da FEA em mono- nica caracterizada por progressão tumoral, a despeito
terapia. Os objetivos secundários foram toxicidades re- de níveis séricos baixos de testosterona. A Abiraterona
lacionadas ao tratamento, sobrevida global (SG), sobre- (AA) é uma das opções terapêuticas no mCPRC, aumen-
vida livre de progressão (SLP). Método: Considerando tando a SG. Objetivo: Avaliar a associação da respos-
um erro alfa de 5% e beta de 10% seriam necessárias 2 ta ao uso de AA com fatores clínicos e patológicos no
de 21 respostas na primeira fase para prosseguir a se- mCPRC. Método: Estudo retrospectivo, observacional,
gunda fase. Foram incluídos pacientes com tumores só- unicêntrico, a partir de prontuários de pacientes porta-
lidos avançados em múltiplas coortes. Descrevemos a dores de mCPRC, que usaram AA entre 2012-2016. Fo-
seguir a coorte de pacientes com câncer colorretal me- ram avaliados dados anátomo-patológicos dos tumo-
tastáticos (CCRm), refratários ao menos a 5-fluoruracil, res, assim como variáveis clínico-laboratoriais: ECOG,
oxaliplatina e irinotecano, com performance status (PS- PSA inicial(PSAi), resposta ao BA inicial, PSA doubling-ti-
-ECOG) 0 ou 1, com progressão de doença (PD) dentro me(PSA-DT), fosfatase alcalina sérica. A variável tempo

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 23


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

para progressão(TPP) foi calculada como tempo entre submetidos a tratamento oncológico no Brasil. Mate-
início do AA e a primeira progressão tumoral. Análise rial e Método: Pacientes com NCP foram solicitados a
estatística correlacionando TPP e variáveis clínicas, foi completar dois questionários: EORTC QLQ-30 e EORTC
realizada mediante o método de Kaplan-Meier. Resul- HN-43, antes de iniciar o tratamento protocolar de sua
tados: Foram incluídos 141 pacientes em uso de AA. A instituição e, posteriormente, a cada três meses, duran-
mediana de idade ao diagnóstico foi de 64 anos(46-83), te seu seguimento clínico. Os escores de QV de foram
69% eram não-metastáticos inicialmente e 80% apre- avaliados no tempo 3, 6 e 9 e 12 meses após o primei-
sentava ECOG 0-1. Do total de pacientes 55% apresen- ro questionário. A comparação se deu pelo método do
tava Gleason ≥ 8, 77% apresentaram resposta ao BA teste “t de student” foi considerada estatisticamente
inicial >12 meses e 44% tinha PSA-DT pré uso de AA < significativa se p<0,05. Foram incluídos 485 pacientes
3 meses. O PSAi mediano foi de 20ng/dL e 6% dos tu- de 13 instituições espalhadas pelo país, sendo 81,6%
mores expressava marcadores neuroendócrinos (MN). do sexo masculino, com os seguintes estadiamentos:
Quanto ao momento de uso de AA, 58,2% usaram pré 7,7% estádio I, 9,0% estádio II, 19,9% estádio III, 50,9%
quimioterapia e a mediana de PSA pré AA foi de 35 ng/ estádio IVa e 12,6% estádio IVb. Quanto ao sítio, 37,1%
mL, com tempo médio máximo para declínio de PSA de tinham tumor da cavidade oral, 25,6% da orofaringe e
9,5 semanas, sendo que 44% experimentaram queda 23,3% da laringe. Foram abordados inicialmente com
de PSA > 50% e 18% tiveram PSA-DT durante uso de cirurgia 33,4% dos doentes e 66,6%, foram tratados
AA < 3 meses. Fosfatase alcalina (FA) sérica estava al- com RT associada ou não à quimioterapia radiosensi-
terada em 24% dos pacientes. O TPP mediano com AA bilizante, composta principalmente de cisplatina. O se-
foi de 8 meses (2-54 meses). Na análise de eficácia ao guimento médio foi de 7,3 meses. Resultados: A média
tratamento, a presença de MN, resposta ao BA inicial, do score de QV pré-tratamento e aos 3, 6 e 9 meses e 12
PSA-DT pré AA, ECOG, uso de AA pré-Docetaxel, FA alta, meses foram: 64,5 (± 22,6) – 61,2 (± 23,3) – 67,7 (± 21,0)
PSA-DT durante AA e Declinio do PSA >50%, demons- – 72.9 (± 19,3) e 69.6 (±18,8), respectivamente. O escore
traram significância estatística como fatores associados médio pré-tratamento dos pacientes com estádio I/II foi
a maior resposta a AA. Conclusão: No mCPRC não há maior do que o dos pacientes com estádios III/Iva/IVb
biomarcadores de resposta às novas drogas e a sequ- (69,0 vs. 63,7; p=0,04), entretanto, esta diferença não se
ência de tratamento ainda é um grande desafio. Nossos manteve aos 6 meses (75,0 vs. 66,0; p=0,29). Não foram
dados mostram associação de alguns fatores clínicos e observadas diferenças significativas quando compara-
patológicos com resposta a AA, podendo ser avaliados dos pacientes com tumores originados em orofaringe,
em outros estudos como possíveis ferramentas na de- cavidade oral ou laringe, mesmo quando considerados
cisão terapêutica do mCPRC. somente aqueles com lesões localmente avançadas (es-
tádio IVa e IVb) (p>0,05). Conclusão: Observou-se, nes-
Contato: PEDRO HENRIQUE FERRARO DA SILVEIRA
te grupo de enfermos, um maior comprometimento da
phferraro@hotmail.com
qualidade de vida naqueles com neoplasias localmente
avançadas antes de iniciado o tratamento. Esta diferen-
ça, provavelmente devido ao pequeno seguimento, não
TEMÁRIO: TUMORES DE CABEÇA E PESCOÇO se manteve ao longo do tempo. Tratam-se, no entanto,
CÓDIGO: 60374 de resultados preliminares, dado o curto acompanha-
mento a que foram, até o momento, submetidos os
AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA pacientes.
EM PACIENTES COM NEOPLASIAS DE Contato: MARCOS ANTONIO DOS SANTOS
CABEÇA E PESCOÇO SUBMETIDOS marcosrxt@gmail.com
A DIFERENTES MODALIDADES DE
TRATAMENTO ONCOLÓGICO NO
BRASIL.
TEMÁRIO: TUMORES TGI INFERIOR (COLON / RETO / ÂNUS)
Autores: Marcos Santos; Luis Felipe Oliveira e Silva; CÓDIGO: 59431
Ricardo Vilela; Hugo Kohler; Aline Lauda; Luis Kowalski;
Christian Domenge;
AVALIAÇÃO DE SEGMENTAÇÃO
Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA
INDIVIDUALIZADA DA IMAGEM
Introdução: O tratamento das neoplasias de cabeça e TUMORAL DE 18F-FDG PET/
pescoço (NCP) pode afetar uma variedade de funções CT NA RESPOSTA À TERAPIA DE
fisiológicas, com grande potencial de provocar compro- QUIMIOIRRADIAÇÃO NEOADJUVANTE
metimento considerável de qualidade de vida (QV) dos EM PACIENTES COM CÂNCER DE RETO
pacientes. Objetivo: deste estudo, prospectivo e mul-
Autores: Theara Cendi Fagundes; Arnoldo Mafra; Ana
ti-institucional, foi avaliar a QV em pacientes com NCP
Carolina Guimarães de Castro; Rodrigo Gomes Silva;

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 24


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

Luciana Costa Silva; Priscilla Teixeira Aguiar; Josiane TEMÁRIO: TUMORES GINECOLÓGICOS
Andrade Narciso Silva; Eduardo Paulino Júnior; Alexei CÓDIGO: 60283
Manso Machado; Marcelo Mamede;
Instituição: HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE AVALIAÇÃO DO RISCO DE PROGRESSÃO
FEDERAL DE MINAS GERAIS DE LESÕES CERVICAIS ASSOCIADO AO
Introdução: O câncer colorretal é uma doença de re- DIAGNÓSTICO CITOLÓGICO
levância representando o terceiro câncer mais inciden- Autores: Aniúsca Vieira dos Santos; Giovana Tavares dos
te no Brasil e no mundo e quarto câncer mais letal no Santos; Maiquidieli Dal Berto; Taiana Haag; Rosicler Luzia
mundo. O tratamento padrão para o câncer de reto Brackmann; João Carlos Prolla; Claudia Giuliano Bica;
(CR) localmente avançado compreende quimiorradia- Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA
ção neoadjuvante seguida de cirurgia radical. Tomogra- SAÚDE DE PORTO ALEGRE
fia de emissão de positron (PET) com fluordeoxiglicose
Introdução: O câncer do colo do útero é uma das ne-
(FDG) marcada com Fluor-18 (18F-FDG) tem sido usada
oplasias mais incidentes na população feminina mun-
para avaliar resposta à terapia em diferentes tipos de
dial, sendo que no Brasil é a terceira neoplasia mais
câncer Em câncer de reto trabalhos previamente pu-
incidente e de elevada taxa de óbitos por câncer entre
blicados têm mostrado um uso promissor de 18F-FDG
as mulheres. Entre as principais políticas públicas re-
PET/CT como ferramenta para diferenciar responde-
lacionadas a esta doença, destacam-se os programas
dores de não respondedores. 18F-FDG PET/CT é um
de rastreamento baseados em citologia. Estes exames
exame capaz de fornecer informações metabólicas
contribuem para o diagnóstico precoce e o tratamen-
de células cancerígenas viáveis através da informação
to adequado das anormalidades cervicais, bem como
metabólica de retenção de radiotraçador, todavia não
para o aumento das chances de cura da paciente. Além
há consenso em como quantificar esta análise. Inde-
disso, permitem a atualização de indicadores relacio-
pendentemente do uso extensivo da captação tumoral
nados às taxas das lesões cervicais, de progressão da
mais intensa do 18F-FDG (conhecida como SUVmax)
doença, e da eficácia dos programas de saúde. Obje-
como representativo do consumo glicolítico do tumor
tivo: Analisar o risco de progressão de lesões cervicais
nas imagens de PET, há uma tendência para aplicar
conforme o diagnóstico citológico inicial. Método: Es-
volume metabólico. Objetivo: Avaliar um método não
tudo de coorte, realizado em um serviço de saúde de
invasivo de segmentação tumoral utilizando a 18 F-F-
referência em oncologia da região Sul do Brasil. Foram
DG PET para predizer a resposta à quimiorradioterapia
analisados laudos de esfregaços cervicais primários no
neoadjuvante em pacientes com câncer de reto. Méto-
âmbito de programas de rastreio e rastreio oportunista,
do: A amostra consistiu de pacientes com câncer retal
do sistema de saúde público e privado. A partir do exa-
em estádios II e III submetidos ao exame de 18F-FDG
me citológico inicial, avaliamos os registros de exames
PET/CT antes e 8 semanas após quimioirradiação. Foi
anatomopatológicos e citológicos posteriores. O desfe-
aplicada uma metodologia de segmentação tumoral in-
cho progressão das lesões cervicais foi definido como
dividualizada para gerar volumes tumorais (SUV 2SD).
um segundo diagnóstico anormal, porém de lesão cer-
A resposta terapêutica foi avaliada nos espécimes res-
vical com maior grau de displasia, durante o período
secados utilizando as recomendações do protocolo de
de follow-up (entre janeiro de 2010 e julho de 2017).
Dworak. Variáveis foram geradas e comparadas com os
As análises estatísticas foram realizadas no programa
resultados histopatológicos. Resultados: 17 pacientes
estatístico SPSS Versão 23.0. Resultados e Conclusão:
foram incluídos e analisados. Foram observadas dife-
foram incluídas 3.693 mulheres com diagnóstico cito-
renças significativas entre os respondedores (Dworak
lógico cervical anormal, sendo que 1.996 (54%) apre-
3 e 4) e não respondedores para SUV max-2 (p <0,01),
sentavam registro de exames de follow-up. Em relação
SUV 2SD-2 (p <0,05), SUV 40%-2 (p <0,05), SUV 50%-2 (p
à evolução das lesões, foram 252 casos com desfecho
<0,05) e SUV 60%-2 (p < 0,05). As análises ROC mostra-
progressão. As mulheres com Atipia em epitélio glan-
ram áreas significativas sob a curva (p <0,01) para a me-
dular (AGC) apresentaram a progressão das lesões no
todologia proposta, com sensibilidade e especificidade
menor período de tempo (49 meses). Em contraste, as
variando de 60 a 83% e 73% a 82%, respectivamente.
mulheres com diagnóstico citológico inicial de Atipia em
Conclusão: O presente estudo confirmou o poder pre-
epitélio escamoso (ASC) apresentaram a progressão
ditivo das variáveis utilizando metodologia não invasiva
das lesões no maior período de tempo (62,4 meses).
individualizada para segmentação tumoral baseada em
Na análise de hazard ratio, o risco de progressão das
imagens 18 F-FDG PET/CT para avaliação de resposta à
anormalidades cervicais foi 2,1 vezes maior para mu-
terapia neoadjuvante em pacientes com câncer de reto.
lheres com diagnóstico de AGC, em comparação com as
Contato: THEARA CENDI FAGUNDES mulheres com diagnóstico citológico de ASC (95%IC 1,3
cendithe@gmail.com - 3,4 e p<0,01). Esta associação identificada entre a cito-
logia inicial de AGC e o elevado risco para desfecho de
progressão, reflete a importância de estudos adicionais

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 25


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

que avaliem fatores de risco relacionados à evolução de a incorporação de agentes biológicos nos preços atual-
anormalidades em epitélio glandular cervical. mente tabelados ao arsenal terapêutico disponível hoje
pelo SUS não pode ser considerada custo-efetiva para
Contato: ANIÚSCA VIEIRA DOS SANTOS
o tratamento do CCRm. A utilização da sequência FOL-
any_v_s@yahoo.com.br
FOX-FOLFIRI, com infusor domiciliar para quimioterapia
pode ser a estratégia mais custo-efetiva hoje, dentro da
realidade do SUS.
TEMÁRIO: TUMORES TGI INFERIOR (COLON / RETO / ÂNUS) Contato: ANDRÉ SASSE
CÓDIGO: 60549 andre.sasse@sonhe.med.br

AVALIAÇÃO FARMACOECONÔMICA
DE DIFERENTES SEQUÊNCIAS DE
QUIMIOTERAPIA PARA PACIENTES COM TEMÁRIO: PESQUISA CLÍNICA
CÂNCER COLORRETAL METASTÁTICO CÓDIGO: 60304

NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)


AVALIAÇÃO GERIATRICA AMPLA (AGA):
Autores: Andre Deeke Sasse; Adriana Camargo de
Carvalho;
SOBREVIDA E FATORES PROGNÓSTICOS
Instituição: GRUPO SONHE
PARA EVENTOS ADVERSOS PRECOCES
EM COORTE PACIENTES ONCOLÓGICOS.
Introdução: O arsenal terapêutico contra o câncer
Autores: Jurema Telles de Oliveira Lima; Maria Julia
colorretal metastático (CCRm) evoluiu muito ao longo Gonçalves de Mello; Anke Bergmann; Mirella Bezerra
dos últimos anos. Diferentes combinações envolvendo Rebello; Raíssa Almeida Viana; Marianna Urquiza Sève
quimioterapias citotóxicas, assim como agentes bioló- de Abreu e Lima; Diogo Sales; Gabrielle Sena; Leticia
gicos, usados isolados ou em associação, melhoraram Telles Sales; Luiz Claudio Santos Thuler;
significativamente o prognóstico dos pacientes. Entre- Instituição: INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL
tanto, a sequência ideal destes agentes terapêuticos, PROFESSOR FERNANDO FIGUEIRA 
bem como seu impacto econômico na saúde pública
Antecedentes: Certos componentes da avaliação ge-
brasileira ainda não estão bem estabelecidos. Objeti-
riátrica ampla (AGA) se correlacionam com o risco de
vo: Avaliar a custo-efetividade de diferentes sequências
morte precoce em pacientes idosos oncológicos (PIO).
de tratamentos utilizadas atualmente no manejo de pa-
No entanto, a sua complexidade e o tempo necessário
cientes com CCRm, sob a perspectiva do SUS. Método:
para a sua administração estimularam a busca de ferra-
Um modelo de Markov foi criado para comparar custos
mentas mais simples que possam prever os principais
e impactos de 14 diferentes estratégias para o trata-
resultados para a tomada de decisões clínicas. Objeti-
mento do CCRm irressecável. Dados de eficácia foram
vo: O objetivo deste estudo foi desenvolver um sistema
extraídos de ensaios clínicos randomizados projetando
de pontuação prognóstica para estratificar a PIO em
resultados para toda a vida dos pacientes. Os custos
grupos de maior risco para óbito precoce. Método: es-
associados foram obtidos a partir de tabelas e preços
tudo de coorte prospectivo no qual Uma AGA basal foi
regulamentadas pelo Ministério da Saúde do Brasil. Re-
realizado antes do início do tratamento (ABVD, índice
sultados: A incorporação de novas drogas melhorou a
de Comorbididade de Charlson, GDS15, IPAQ, MMSE,
expectativa de vida média dos pacientes, saindo de 10,2
MNA, MNA-SF, PS, PPS, Polifamarcia, TUG). Durante o
meses para aqueles submetidos a fluorouracil e Leuco-
seguimento de seis meses, foram coletados dados so-
vorin seguido de irinotecano e alcançando 21,8 meses
bre tratamento, intervenções direcionadas e morte pre-
nos pacientes submetidos a duas linhas de tratamen-
coce. Foram utilizados modelos multivariados de riscos
to subsequentes, com associação de bevacizumabe ou
proporcionais de Cox para a seleção de fatores prog-
cetuximabe em 1ª linha de acordo com o status RAS.
nósticos. A sobrevivência global foi estimada usando o
No entanto, os custos globais incrementados foram
método de Kaplan-Meier, e as curvas de sobrevivência
expressivamente significativos, saindo de R$ 17.655 na
foram comparadas usando o teste Log rank para variá-
estratégia menos efetiva, para cerca de R$ 271.531 na
veis categóricas. O estudo foi aprovado pelo comitê de
estratégia mais efetiva. Todas as sequências que incor-
ética da instituição. Resultados: De 2015 a 2016, 608
poraram terapias biológicas encontram-se acima do
pacientes idosos oncológicos, idade média 71,9 (SD ±
limiar de custo-efetividade, atualmente equivalente a
7,4, intervalo 60-96), 50,7% do sexo masculino, foram
R$ 86.628. Os custos diretos relacionados à aquisição
matriculados. 100 (16,4%) ECP morreram em menos de
dos anticorpos foi o elemento que exerceu maior influ-
seis meses de seguimento. Em nosso modelo multiva-
ência sobre os resultados. Uma possível implantação
riável, controlado por idade, local de câncer e estágio
do dispositivo de infusão domiciliar tornaria o trata-
de câncer, os fatores de risco significativos restantes
mento com FOLFOX seguido de FOLFIRI uma estraté-
foram desnutrição / não-nutrição determinados pelo
gia custo-efetiva. Conclusão: Do ponto de vista do SUS,
MNA (HR 3,29, CI95% 1,81-5,99, p <0,001), Karnofsky
qualquer nova sequência estratégica que compreenda

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 26


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

performance Status de desempenho - KPS <50 % (HR culante por biópsia líquida (Guardant 360) de 20/10/16
2,44, CI95% 1,57-3,81, p <0,001) e Índice de Comorbi- até 11/04/17. Resultados: No total, a análise por NGS
dade de Charlson - CCI> 2 (HR 1,66, CI95% 1,09-2,52, no tumor foi realizada em 143 PTs, sendo encontra-
p = 0,018). Um escore clínico foi construído usando o das mutações em 98 (68%). Encontrado 59 PTs (41%)
número de instrumentos alterados CGA. O risco de com mutações “driver” para os quais havia terapia-alvo
morte precoce foi se três: HR 13,00, CI95% 5,70-29,60, p disponível assim distribuídas: EGFR: 49; MET: 2; BRAF:
<0,001, se dois: HR 5,65, CI95% 2,61-12,22, p <0,001 ou 3; ROS1: 2; inserção do éxon 20 HER2: 2. Dos 49 PTs
se um: HR 2,74, CI95% 1,28-5,84, P = 0,009. Conclusão: com EGFR mutado, foi testada e detectada a presença
um modelo prognóstico prático usando três instrumen- de mutação de resistência T790M em 14 PTs. Avaliação
tos da AGA foram identificados como fatores preditores por biópsia líquida foi realizada em 21 PTs, sendo de-
independentes de morte precoce pode prever o risco tectadas mutações “driver” em 7 (33%) assim distribu-
em ECP, independentemente da idade, local do tumor ídas: MET: 1; ROS1: 1, inserção éxon 20 HER2: 1, EGFR
e estágio de câncer. O desenvolvimento de um sistema éxons 19 a 21: 1; EGFR T790M: 4. Em 1 dos casos com
prático de pontuação de risco, incorporando poucos mutação T790M detectado por biópsia liquida, a muta-
fatores prognósticos clínicos, pode ajudar a estratificar ção não havia sido detectada pelo NGS em amostra te-
pacientes em grupos de risco e a planejar um atendi- cidual. Em 4 PTs a mesma mutação foi detectada, tanto
mento personalizado no espécime tecidual como na biópsia líquida (1 com
inserção éxon 20 do HER2; 3 com T790M). Conclusão:
Contato: JUREMA TELLES DE OLIVEIRA LIMA
O estudo do perfil molecular de tumores de pulmão,
jurematelles@me.com
seja realizado em amostra tumoral tecidual, seja atra-
vés de biópsia líquida, possibilita identificar mutações
para as quais já temos terapia-alvo disponível, benefi-
TEMÁRIO: PULMÃO ciando os PTs com tratamentos mais específicos e com
CÓDIGO: 59731 menor toxicidade em uma doença para qual, até muito
recentemente, haviam poucas opções de tratamento.
AVALIAÇÃO MOLECULAR EM Contato: BRUNA MIGLIAVACCA ZUCCHETTI
PACIENTES COM CÂNCER DE PULMÃO brunazucchetti@icloud.com
METASTÁTICO POR NEXT-GENERATION
SEQUENCING E BIÓPSIA LÍQUIDA NO
HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS
TEMÁRIO: NUTRIÇÃO
Autores: Bruna Migliavacca Zucchetti; Andrea Kazumi
CÓDIGO: 59762
Shimada; João Vitor Alessi; Manuel Cruz; Renata Coudry;
Artur Katz;
BAIXA INGESTÃO DE PROTEÍNA
Instituição: HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS
AUMENTA O RISCO DE SARCOPENIA
Introdução: O tratamento do câncer de pulmão não E MORTALIDADE EM PACIENTES COM
pequenas células (CPNPC) metastático mudou drastica- CÂNCER DO TRATO GASTROINTESTINAL
mente nos últimos anos devido a introdução de exames
Autores: Renata Costa Fernandes; Daniella de Brito
que permitem analisar o perfil molecular dos tumores
Trindade; Débora Estevão de Sousa; Emanoelly Pires
e identificar a presença de mutações “driver” passíveis Franco; Millena Nazaré de Carli; Ana Paula Perillo
de tratamento com o emprego de inibidores de tirosi- Ferreira Carvalho; Gustavo Duarte Pimentel;
no-quinase específicos. Outra inovação que a medicina Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
translacional trouxe para a área clínica foi a possiblida-
de de realizarmos pesquisa de DNA tumoral circulante Introdução: A relação entre câncer e estado nutricional
para o diagnóstico destas mutações, permitindo a ob- é de extrema importância visto que há relatos de alta
tenção de amostra de DNA tumoral sem a necessidade frequência de desnutrição nesta população. Uma de
de realizarmos exames invasivos. Objetivo: A proposta suas complicações é a sarcopenia, caracterizada pela
deste trabalho é analisar os casos de pacientes (PTs) diminuição da massa muscular associada à redução da
que tiveram amostras teciduais avaliadas por next-ge- força muscular e fadiga. A piora do estado nutricional
neration sequencing (NGS) cujos exames foram realiza- de pacientes com câncer do trato gastrointestinal é re-
dos em nossa instituição e/ou nos quais foi realizada lacionada à malignidade, toxicidade ao tratamento e
biópsia líquida, mostrando o impacto destas informa- alterações metabólicas como favorecimento do estado
ções na escolha do tratamento e no desfecho clínico. inflamatório, aumento da proteólise muscular e modi-
Método: Coletados dados do prontuário médico dos ficações no metabolismo de nutrientes, o que gera au-
PTs avaliados pelo nosso grupo com diagnóstico com mento da morbidade e mortalidade. Objetivo: Avaliar
CPNPC metastático que realizaram NGS de amostra te- associação entre ingestão proteica, composição corpo-
cidual de 18/06/15 até 01/02/17 e pesquisa de DNA cir- ral e presença de sarcopenia com risco de mortalida-
de. Método: Estudo transversal observacional retros-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 27


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

pectivo (fevereiro 2016 a junho 2017). Os dados foram prospectivo envolvendo pacientes com câncer de pul-
obtidos por análise de prontuários de pacientes com mão tratados em uma instituição privada, que compre-
diagnóstico de câncer do trato gastrointestinal. Para ende 6 unidades no estado do Rio de Janeiro. Pacientes
determinar o risco de mortalidade, utilizou-se o ques- elegíveis tinham idade de 18 anos ou mais e tinham
tionário PANDORA. Coletou-se informações referentes diagnóstico confirmado entre julho de 2012 e fevereiro
a ingestão proteica pelo recordatório 24 horas e dados de 2017. Para esta análise, apenas pacientes com CPC-
antropométricos (percentual de gordura, força de pre- NP com componente invasivo foram incluídos. Pacien-
ensão manual da mão dominante e índice de massa cor- tes ou familiares foram contatados por telephone para
poral (IMC)). Resultados: Foram avaliados 48 pacientes, garantir que toda informação fosse coletada. A qualida-
sendo 25 homens e 23 mulheres, com idade média de de dos dados foi assegurada através de monitoria e o
62,6 ±11,4 anos. A ingestão média de proteína diária foi estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa.
de 58,4 ±33,24g, representando 1,13 ±0,66 g/kg/dia. O Resultados: Seissentos e vinte e oito pacientes foram
IMC médio foi de 21,12 ±4,43kg/m² e o percentual de incluídos, dos quais 545 pacientes preencheram todos
gordura corporal foi de 30,26 ±6,9%. A força média de os critérios, com predomínio de histologia não escamo-
preensão manual foi de 23,78 ±9,7kg. Foi observada sa (76,5%). A idade mediana foi de 68 anos (variação
correlação negativa entre a quantidade de proteína di- 21-93) e a maioria era do sexo masculino (54,3%). A
ária total ingerida e o questionário PANDORA (R=-0,48, maioria era tabagista (28,3%) ou ex-tabagista (49,7%),
p=0,0005), assim como quantidade de proteína diária diagnosticada em estadios avançados (estadio III em
por quilogramas de peso (R=-0,34, p=0,016). Também 20,7% e IV em 57,2%). O tratamento tinha intuito curati-
houve correlação negativa entre o IMC e o questionário vo em 38,9% dos casos e incluiu cirurgia em 29,4%. Qui-
PANDORA (R=-0,50, p=0,0002) e o percentual de gordu- mioterapia paliativa foi utilizada em 64,5%, enquanto
ra corporal (R=-0,46, p=0,0008). Em relação à força de quimioterapia adjuvante e neoadjuvante foram usadas
preensão da mão dominante, a correlação encontrada em 10,2% e 5,4%, respectivamente. Radioterapia foi uti-
também foi negativa (R=-0,33, p=0,019). No modelo de lizada em 49,3% dos casos. Testes moleculares foram
análise de regressão logística ajustado por idade e sexo, realizados em 49,3%, principalmente em histologia não
observou-se chance 8,53 maior de desenvolver sarcope- escamosa (92,8%) e em estadios avançados (estadios
nia nos pacientes que consumiam menos que 0,8g de III/IV em 74,8%). A sobrevida global mediana foi de 25,3
proteína por quilograma por dia (p<0,05). Não houve di- meses (IC 95% 22,0-28,6). Os fatores correlacionados à
ferença para o modelo sem ajuste ou ajustado somente sobrevida foram estadio tumoral, performance status,
pela idade. Conclusão: Pacientes oncológicos que apre- grau tumoral, sexo e perda ponderal (p<0,01 em todos).
sentam redução na ingestão proteica apresentam maior Entre os pacientes com doença metastática ou recor-
risco de desenvolver pré-sarcopenia e sarcopenia. rente, a sobrevida foi maior naqueles com testagem
molecular (p<0,001). Conclusão: Pelo nosso conheci-
Contato: RENATA COSTA FERNANDES
mento, este é o estudo prospectivo com maior número
renata_cfernandes@hotmail.com
de casos de CPCNP na saúde suplementar brasileira.
Os desfechos encontrados se assemelham aos de paí-
ses desenvolvidos, sugerindo que dados internacionais
TEMÁRIO: PULMÃO possam ser reprodutíveis localmente. Este banco de
CÓDIGO: 59616 dados serve de base para guiar a alocação de recursos
no future próximo.
CARACTERÍSTICAS E DESFECHOS DE Contato: LUIZ HENRIQUE ARAUJO
PACIENTES COM CÂNCER DE PULMÃO luizaraujo@institutocoi.org
NÃO PEQUENAS CÉLULAS TRATADOS
NA SAÚDE SUPLEMENTAR
Autores: Clarissa Seródio Baldotto; Mayara Batista;
TEMÁRIO: TUMORES DE CABEÇA E PESCOÇO
Flávio Lemos; Mônica Padoan; Natália Carvalho; Perla
Andrade; Mauro Zukin; Nelson Teich; Luiz Henrique CÓDIGO: 59803
Araujo;
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA CARCINOMA ADENOIDE CÍSTICO DE
GLÂNDULA LACRIMAL: SÉRIE DE CASOS
Introdução: O sistema de saúde brasileiro é dividido EM HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE
em instituições públicas e privadas, que diferem subs-
REFERÊNCIA – UNIFESP/EPM
tancialmente no nível de acesso ao diagnóstico e trata-
mento. Neste trabalho, apresentamos o primeiro relato Autores: Andrea Morais Borges; Francine Maria
Agostinho Luiz; Camila Brambilla de Souza; Mayndra
de um estudo de mundo real em pacientes com câncer
Mychelle Landgraf; Michelle Samora de Almeida; Daiane
de pulmão de células não pequenas (CPCNP) tratados
Pereira Guimarães;
na saúde suplementar. Método: Trata-se de um estudo
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 28


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

Introdução: As lesões da glândula lacrimal correspon- BETHESDA NA CLASSIFICAÇÃO DOS


dem a cerca de 9% de todas as lesões orbitais. Neopla- NÓDULOS TIREOIDIANOS
sias epiteliais de glândulas lacrimais representam 22% a
Autores: Ricardo Torres da Silveira Ugino; Victor
45% das lesões nessa glândula, das quais 27,4% são do
Hugo Granella; Thayse Graciella Batisti Lozovoy; Cleo
tipo carcinoma adenóide cístico (CAC). Este raro câncer Otaviano Mesa Júnior; Teresa Cristina Santos Cavalcanti;
tem grande potencial metastático, com alta morbimor- Gisah Amaral de Carvalho;
talidade. Para tumores menores e localizados, a cirurgia Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
de preservação das órbitas seguida de terapia com pró-
tons pode ser utilizada. Apresentação: Em uma revisão Em outubro de 2007, a realização do “The National Can-
de casos atendidos no setor de oncologia clínica nos úl- cer Institute Thyroid Fine-Needle Aspiration State of the
timos 17 anos foram encontrados três pacientes com Science Conference”, em Bethesda-MD, direcionou à for-
diagnóstico de CAC de glândula lacrimal, corresponden- mação do “The Bethesda System for Reporting Thyroid
do a 13% de todos os CAC acompanhados. Caso1: ASS, Cytopathology (TBSRTC), sistema que padroniza os lau-
58 anos, sexo masculino, diagnóstico em Junho/2006, dos citológicos na análise de nódulos tireoidianos. O
EC III (T3N0M0). Submetido inicialmente a exérese da TBSRTC não só descreve lesões tireoidianas benignas e
gl. lacrimal. Após 2 anos, apresentou recorrência local, malignas em amostras de Punção Aspirativa por Agulha
recebendo quimioterapia de indução com carboplatina Fina (PAAF), mas também as frequentemente classifica-
e paclitaxel, seguido de radioterapia, permanecendo das como "indeterminadas para malignidade", conhe-
com DE. Depois de 15 meses, nova recorrência local e à cidas como pertencentes à ‘zona cinzenta‘. Esta última
distancia (SNC). Foi submetido à exanteração do globo é subdividida nas seguintes categorias diagnósticas:
ocular e evoluiu com metástases pulmonares 33 me- Atipia de significado indeterminado/Lesão folicular com
ses após. Recebeu 4 linhas de quimioterapia paliativa: significado indeterminado (AUS/FLUS; III); Neoplasia fo-
cisplatina e vinorelbine; gencitabina; doxorrubicina li- licular/Suspeito para Neoplasia folicular (FN/SFN; IV) e
possomal; e mitoxantrona. Sobrevida global foi de 111 Suspeito para Malignidade (SM; V). Para cada categoria
meses. Caso2: BSM, 62 anos, sexo masculino, diagnós- diagnóstica, há correspondente risco de malignidade
tico em Agosto/2009, EC IVb (T4bN0M0). Inicialmente assim como respectiva conduta terapêutica, funda-
recebeu tratamento com radioquimioterapia definitiva mentada em revisão bibliográfica. O estudo visa avaliar
(cisplatina semanal), devido irressecabilidade da lesão. a influência do TBSRTC em pacientes incluídos nas ca-
Após 11 meses, desenvolveu metástase pulmonar e em tegorias III, IV e V, analisando a conduta estabelecida,
SNC, com perda de performance e óbito. Sobrevida glo- incidência cirúrgica e taxa de tratamentos equivocados
bal de 12 meses. Caso 3: ASC, 38 anos, sexo masculino, a partir dessa classificação, comparada à utilização do
diagnóstico em Janeiro/2017, EC IVa (T4aN0M0). Devido sistema não padronizado antigo. O estudo apresenta
idade, performance clínica e intenção de preservação cunho retrospectivo, transversal e observacional. Dados
de orgão, foi proposto quimioterapia de indução com foram coletados de prontuários médicos de pacientes
cisplatina, doxorrubicina e paclitaxel. Evoluiu com boa submetidos à PAAF no período de 2002 a 2007 com re-
tolerância e resposta clínica parcial após dois ciclos. sultado citológico indeterminado e de prontuários de
Até o momento desta análise, encontrava-se vivo com pacientes que realizaram PAAF entre 2010 e 2015 com
doença e sobrevida de 4 meses. Discussão: Segundo resultado citológico das categorias III, IV e V do TBSRTC.
a literatura, as taxas de sobrevivência em 5 anos são Subsequentemente, os dois grupos foram comparados
menores que 50% e em 15 anos até 15%. Sabe-se que considerando conduta estabelecida, incidência cirúrgica
o comportamento clínico e evolutivo do CAC de gl la- e taxa de malignidade. Dos 135 casos do grupo pré-Be-
crimal é diferente daqueles em outros sítios. Dentre thesda, 126 (93,3%) tiveram indicação cirúrgica. Já dos
os carcinomas de gl lacrimais, a histologia CAC é a que 94 casos do grupo Bethesda 65 (69,1%) tiveram indica-
apresenta maior numero de mutações. Terapias dire- ção cirúrgica. Esta diferença se mostrou estatisticamen-
cionadas para mutações em oncogenes como KRAS, te significativa (p<0,001). Em relação aos pacientes que
NRAS, MET, podem ser promissoras e merecem mais fizeram cirurgia, não houve diferença significativa entre
estudos. os grupos em relação à taxa de malignidade no resul-
tado histopatológico - 42 (46,7%) grupo pré-Bethesda
Contato: ANDREA MORAIS BORGES versus 26 (52%) grupo Bethesda, (p>0,05). O TBSRTC de-
andrea.moraisb@gmail.com monstrou ser uma boa ferramenta para o manejo de
nódulos tireoidianos, reduzindo a taxa de cirurgias, mas
com a necessidade de maior precisão na detecção de
nódulos malignos, oferecendo maior segurança para o
TEMÁRIO: TUMORES DE CABEÇA E PESCOÇO
manejo clínico do paciente.
CÓDIGO: 59739
Contato: RICARDO TORRES DA SILVEIRA UGINO
COMPARAÇÃO DA AVALIAÇÃO E ricardougino@gmail.com
CONDUTA TERAPÊTICA ANTES E
APÓS IMPLEMENTAÇÃO DO SISTEMA

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 29


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

TEMÁRIO: PULMÃO TEMÁRIO: TUMORES TGI SUPERIOR


CÓDIGO: 60436 CÓDIGO: 60123

COMPARAÇÃO DA QUALIDADE DA COMPARAÇÃO EM MODELO DE


ASSISTÊNCIA DOS PACIENTES COM “PROPENSITY SCORE” ENTRE
CÂNCER DE PULMÃO NÃO-PEQUENAS QUIMIORRADIOTERAPIA E
CÉLULAS TRATADOS NA PRATICA QUIMIOTERAPIA NO TRATAMENTO
CLÍNICA E NA PESQUISA CLÍNICA ADJUVANTE DO CÂNCER GÁSTRICO
Autores: Paulo Ricardo Santos Nunes Filho; Mahira de LOCALIZADO
Oliveira Lopes da Rosa; Maria Helena Sostruznik; Carlos Autores: Daniel da Motta Girardi; Mariana Arroxelas
Henrique Escosteguy Barrios; André Poisl Fay; Ana Galvão de Lima; Marcelo Vailati Negrão; Gabriel
Caroline Zimmer Gelatti; Gustavo Werutsky; Clemente de Brito Pereira; Rossana Verónica Mendoza
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ONCOLOGIA DO López; Fernanda Cunha Capareli; Jorge Sabbaga; Paulo
HOSPITAL SÃO LUCAS Marcelo Gehm Hoff;
Instituição: INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO
Introdução: Estudos avaliando se pacientes com cân-
PAULO; UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
cer tratados em ensaios clínicos tem melhor desfecho
comparado aos tratados na prática clínica são contro- Introdução: Uma das vertentes do tratamento cura-
versos. Existe uma percepção de médicos e pacientes tivo do câncer gástrico localizado (CGL) baseia-se na
que participantes de ensaios clínicos tem melhor as- ressecção cirúrgica seguida de tratamento adjuvante.
sistência e benefícios do tratamento. Entretanto, dife- Tanto quimiorradioterapia (QRT) quanto quimioterapia
renças na qualidade do atendimento prestado entre (QT) adjuvantes demonstraram benefício em sobrevida
a prática e pesquisa são pouco descritos na literatura. quando comparados a observação. No entanto, poucos
Objetivo: Comparar a qualidade da assistência presta- são os dados que permitem comparar essas duas es-
da aos pacientes com câncer de pulmão não-pequenas tratégias. Objetivo: Comparar o perfil de toxicidade e
células na prática clínica comparado aos participantes eficácia da QRT e QT no tratamento adjuvante do CGL.
de ensaios clínicos. Método: Estudo retrospectivo, que Método: Este estudo retrospectivo incluiu pacientes
incluiu pacientes com câncer de pulmão não-pequenas (pcts) com CGL tratados consecutivamente no Instituto
células, metastático, que realizaram tratamento de pri- do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP) de 2012-2015.
meira linha no Hospital São Lucas PUCRS de Porto Ale- O grupo 1 foi tratado com QRT adjuvante baseado no
gre (RS) entre janeiro de 2014 e maio de 2017. Pacien- esquema do INT-0116 e o grupo 2 com QT baseada em
tes tratados em ensaios clínicos no centro de pesquisa platina e fluoropirimidina. O tratamento foi escolhido à
(CPO) foram pareados (para performance status, idade, discrição do médico assistente e as toxicidades foram
etc) com aqueles tratados na pratica clínica (ambula- avaliadas a cada ciclo. Avaliou-se ainda o padrão de re-
tório SUS). Para análise estatística foram utilizados os corrência (local, sistêmica ou ambos) em cada grupo.
testes U de Mann-Whitney, exato de Fisher e log-rank. A sobrevida global (SG) foi estimada pelo método de
Resultados: 95 pacientes foram incluídos (80 prove- Kaplan Meier e uma análise com pareamento utilizan-
nientes da clínica e 15 da pesquisa). As características do covariáveis relevantes para a escolha do tratamento,
basais foram semelhante entre os dois grupos. A ida- em um modelo de “propensity score” (“PS”), foi realizada
de média foi 63 anos e adenocarcinoma foi a histologia no intuito de minimizar vieses de seleção. Resultados:
mais comum (71%); 65% dos pacientes tinham PS<2, Foram avaliados 309 pcts, 227 no grupo 1 e 82 no grupo
61,3% tinham alguma co-morbidade e 85% eram ta- 2. As toxicidades grau 3/4 mais frequentes nos grupos
bagistas ativos ou ex-tabagistas. Observou-se diferen- 1 e 2 foram, respectivamente: náusea/vômito (9,25 vs.
ça significativa entre clínica e pesquisa no número de 4,9%), astenia (9,3 vs. 2,4%), mucosite (4,4% vs. 1,2%),
consultas/mês (mediana de 1,3 vs 2 respectivamente, neutropenia (37,8% vs. 20,9%), neutropenia febril (3,9%
P = 0,012) e de tomografias/mês (0,33 vs 0,5, P = 0,01). vs. 0%), anemia (4,3% vs. 6,1%), trombocitopenia (2,6%
A proporção de pacientes que consultaram mais de 2 vs. 4,9%), neuropatia (0% vs. 2,4%) e síndrome mão-pé
vezes/mês também diferiu entre os dois grupos (24,4% (0,4% vs. 2,4%). Houve duas ocorrências de toxicidades
vs 53,3%; P = 0,032) favorecendo o pesquisa. Não detec- grau 5 no grupo 1. Reduções de dose foram mais fre-
tou-se diferença significativa entre os grupos quanto ao quentes no grupo 2 (11% vs. 52,4%) e a taxa de inter-
número de hospitalizações, proporção de interrupção rupção do tratamento foi similar em ambos os grupos
por eventos adversos e tempo para início do tratamen- (35,7% vs. 35,4%), tendo sido toxicidade a causa mais
to. Conclusão: Nosso estudo demonstrou diferenças comum da descontinuação. Após seguimento mediano
na qualidade assistencial entre pacientes atendidos na de 23,5 meses (grupo 1) e 20,6 meses (grupo 2), não se
prática clínica e pesquisa clínica, embora seja um estu- observou diferença nos padrões de recorrência, sendo
do pequeno e observacional. a maioria sistêmica (76,9% vs. 69,7%; P = 0,662), nem
em SG (67,1% vs. 71,9% em 3 anos), mesmo após pare-
Contato: MARIA HELENA SOSTRUZNIK
amento utilizando “PS” (hazard ratio [HR] 0,80; IC 95%
sandra.assis@flytour.com.br
0,44-1,45; P = 0,47). Conclusão: No tratamento adjuvan-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 30


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

te no CGL, a QT parece ser igualmente eficaz e menos será a tendência de novos casos de CE.
tóxica que a QRT e pode ser considerada uma opção
Contato: LUIZ ANTÔNIO RODRIGUES DOS SANTOS
razoável em centros com acesso limitado a radioterapia.
rodrigues.luizs@gmail.com
Contato: MARIANA ARROXELAS GALVÃO DE LIMA
mariarroxelas@gmail.com

TEMÁRIO: PULMÃO
CÓDIGO: 60446
TEMÁRIO: TUMORES TGI SUPERIOR
CÓDIGO: 59924 CUSTO-EFETIVIDADE DO
PEMBROLIZUMABE COMO PRIMEIRA
CORRELAÇÃO ENTRE IDH E A LINHA TERAPEUICA PARA CANCER DE
INCIDÊNCIA DE CÂNCER DE ESTÔMAGO PULMAO NAO PEQUENAS CÉLULAS
NO ESTADO DE PERNAMBUCO ENTRE AVANÇADO
2004 E 2015 Autores: Carmelia Maria Noia Barreto; Mina P.
Autores: Luiz Antônio Rodrigues dos Santos; Alexandre Georgieva; Pedro Nazareth Aguiar Jr; Joao Paulo da
Cesar Vieira de Sales; Silveira Nogueira Lima; Benjamin Haaland; Gilberto de
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO Lima Lopes Jr;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
Introdução: O câncer de estômago (CE) é o segundo
mais prevalente na região Nordeste do Brasil. Estimou- Introdução: A imunoterapia tem mudado as perspecti-
-se 20.520 novos casos de CE para o ano de 2016 no vas terapeuticas em tumores sólidos, inclusive no pul-
Brasil. Muitas neoplasias estão relacionadas com o índi- mão, aumentando futuras perspectivas de resposta ao
ce de desenvolvimento econômico da população, onde tratamento e de controle de doença. Objetivo: Avaliar
o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) revela-se a relação custo-efetividade do pembrolizumabe versus
como um bom instrumento para avaliar esse indicador quimioterapia baseada em platina como primeira linha
nas populações. Objetivo: Determinar a relação entre de tratamento do câncer de pulmão não pequenas
o IDH e a incidência do CE no Estado de Pernambuco. células (CPNPC) avançado. Metodologia Foi realizada
Materiais e Método: O estudo foi desenvolvido com uma análise baseada no modelo bayseano de Markov,
dados secundários provenientes de bases de dados. com avaliação de sobrevida estendida para 5 anos. Es-
Avaliou-se a incidência de CE entre o período de 2004 timativas de custo foram baseadas nos valores tanto
a 2015, correlacionando-o com o IDH. A série histórica do Reino Unido, representando a Europa, quanto dos
de novos casos de CE foi consultada no Departamento Estados Unidos, representando a América, para o cal-
de Informática do Sistema Único de Saúde (DATASUS) culo do ICER (Incremental Cost-Effectiveness Ratio) ou
para todas as cidades do estado de Pernambuco. O custo incremental para cada Ano de Vida Ganho Ajus-
IDH das cidades e o cálculo da população foram base- tado pela Qualidade (QALY). Resultados: O tratamento
ados nos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e com pembrolizumabe proporcionou um QALY de 0,65
Estatística (IBGE) para o mesmo período. A incidência [IC95% 0,50-0,91], comparado com 0,19 [IC95% 0,16-
de CE foi calculada para 10.000 habitantes (hab). As ci- 0,22] proporcionado pela quimioterapia baseada em
dades foram agrupadas de acordo com o IDH alto (A), platina. Na perspeciva americana, o ICERs variou de
médio (M) e baixo (B). Comparou-se, através do teste t $173.000 [IC95% $163.000-$183.000] e $201.000 [IC95%
(a 5% de probabilidade), a incidência de CE em cada um $182.000–$232.000] de acordo com o ajuste para as
dos três grupos do IDH. Resultados: Dos 185 municí- terapias de fim de vida (EoL) ou sem esse ajuste, res-
pios do estado de Pernambuco, 177 (96,2%) apresen- pectivamente. Já na perspeciva do Sistema Nacional Bri-
taram novos casos de CE para o período estudado. A tanico, esses valores foram $154.000 [IC95% $144.000
incidência média de CE para as 178 cidades estudadas - $166.000] e $193.000 [IC95% $165.000 - $248.000),
foi de 3.42 casos/10.000hab. Quando as cidades foram respectivamente. Conclusão: Apesar da análise não ter
agrupadas de acordo com o IDH e aplicado o teste t, sido realizada com dados brasileiros, sabemos que o
obteve-se p<0.05, porém sem diferenças entre as mé- custo do Pembrolizumabe no Brasil é cerca de 90% do
dias de incidência (A=3.11 casos/10.000hab; M=3.33 custo nos Estados Unidos. Portanto, com os custos atu-
casos/10.00hab; B=3.94 casos/10.000hab). Verificou- ais, o pembrolizumabe pode não ser considerado cus-
-se uma correlação linear negativa entre a incidência to-efetivo. Análises de casos individualizados e estudos
de CE e o IDH das cidades, definida pela equação: y=- de impacto econômico podem favorecer o acesso à es-
-4.475x+6.3481, com R² = 0.8351, onde Y representa a sas novas terapias para os pacientes que apresentarão
incidência para 10.000hab e X o IDH da cidade. Conclu- o maior benefício.
são: No estado de Pernambuco, o IDH está diretamente Contato: CAMELIA MARIA NOIA BARRETO
relacionado com casos novos de câncer de estômago.
carmeliabarreto@gmail.com
Quanto menor o IDH da cidade pernambucana maior

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 31


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

TEMÁRIO: TUMORES UROLÓGICOS - NÃO PRÓSTATA EAs mais comuns foram fadiga, síndrome mão-pé, náu-
CÓDIGO: 60288 seas e diarreia. Não houve mortes relacionadas ao tra-
tamento. Conclusão: Dados de vida real sugerem que
DADOS DA VIDA REAL DA EFICÁCIA o uso de sunitinibe ou pazopanibe no tratamento do
E SEGURANÇA DE SUNITINIBE E CRCC metastático é seguro e eficaz na população bra-
PAZOPANIBE EM PRIMEIRA LINHA sileira. Ambas as drogas foram bem toleradas, porém
NO CARCINOMA RENAL DE CÉLULAS o pazopanibe apresentou melhor perfil de toxicidade
CLARAS METASTÁTICO: EXPERIÊNCIA DE nessa população.
CENTRO ÚNICO NO BRASIL Contato: MIRELLA NARDO
Autores: Mirella Nardo; Manoel Carlos Leonardi de mirellanardo@hotmail.com
Azevedo Souza; Pedro Henrique Isaacsson Velho;
Renata Rodrigues da Cunha Colombo Bonadio;
Guilherme Nader Marta; Romualdo Barroso Sousa;
Marcela Coelho Mesquita; Bruno Melo Fernandes; TEMÁRIO: MELANOMAS
Diogo Assed Bastos; Carlos Dzik; CÓDIGO: 60655
Instituição: INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO
PAULO DESCRIÇÃO DA FREQUÊNCIA DE
Introdução: O tratamento sistêmico de pacientes com MUTAÇÕES DO BRAF, NRAS E KIT
carcinoma renal de células claras (CRCC) metastático EM PACIENTES COM MELANOMA
evoluiu a partir da incorporação de drogas-alvo anti- AVANÇADO ATRAVÉS DE TÉCNICAS DE
-angiogênicas. Entre os inibidores de tirosina-quinase, SEQUENCIAMENTO (NEXT GENERATION
pazopanibe e sunitinibe são opções em primeira linha. SEQUENCING)
Comparações de eficácia em estudos prévios sugerem
Autores: Rodrigo R. Munhoz; Sibele Inácio Meireles;
resultados semelhantes das duas drogas. Objetivo: Bernardo Garicochea; Olavo Feher; Carlos Augusto dos
Avaliar eficácia e segurança de sunitinibe e pazopani- Anjos; Marina Sahade; Veridiana Pires de Camargo;
be em pacientes (pts) com CRCC metastático tratados Carlos Dzik; Paulo Marcelo Hoff; Renata de Almeida
em centro oncológico público no Brasil. Método:s: Pts Coudry;
com CRCC metastático tratados com sunitinibe ou pa- Instituição: HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS
zopanibe em 1ª linha, entre fevereiro de 2009 e março
Introdução: Aproximadamente 40-50% dos pacientes
de 2017, foram analisados retrospectivamente. Foram
com melanoma (Mel) apresentam mutações do gene
avaliadas características clínico-demográficas e des-
BRAF, relacionadas à sensibilidade a inibidores do BRAF
fechos, incluindo toxicidades e sobrevida global (SG).
e inibidores do MEK; ademais, em uma proporção não
Resultados: Um total de 229 pts foram tratados com
desprezível dos casos, outras alterações moleculares
sunitibe (109) ou pazopanibe (120) em 1ª linha. Kar-
que podem servir de alvo para terapias dirigidas podem
nofsky Performance Status (KPS) de pelo menos 80 ao
ser identificadas, incluindo mutações do KIT e NRAS.
início do tratamento foi observado em 60,2% dos pts
Todavia, o conhecimento acerca da frequência dessas
e 73,3% haviam sido submetidos a nefrectomia. Os sí-
mutações na população brasileira é limitado, e técni-
tios de metástases mais comuns foram pulmão (75,5%),
cas amplamente utilizadas como RT-PCR não permitem
linfonodos (62%) e ossos (39,3%). A SG mediana foi de
identificar alguns desses potenciais alvos. Objetivo:
14,4 meses (IC 95% 11,6 – 17,1) na população geral. As
Descrever a frequência mutações do BRAF, NRAS e KIT
medianas foram de 14,7 meses no grupo sunitinibe (IC
em pacientes com Mel avançado através de técnica de
95% 11,5 - 17,8) e 14 meses (IC 95% 9,1 - 18,8) no grupo
sequenciamento. Método: Avaliou-se uma coorte re-
pazopanibe, sem diferença estatística (p 0.909). Quan-
trospectiva de paciente com Mel avançado cujo tumor
do os pts foram estratificados de acordo com o modelo
foi submetido a caracterização molecular entre 2015 e
prognóstico do International Metastatic Renal-Cell Car-
2017, a partir do isolamento de DNA de células tumo-
cinoma Database Consortium, a SG mediana foi 34,2
rais e determinação do status mutacional de regiões
meses (IC 95% 19 – 49,3) no grupo de risco favorável
específicas para os genes BRAF, GNAQ, KIT e NRAS uti-
(33 pts), 16,6 meses (IC 95% 12,8 – 20,3) no grupo de
lizando a metodologia de Next Generation Sequencing
risco intermediário (127 pts) e 8,6 meses (IC 95% 5,9 –
(NGS) e o kit TruSight™Tumor (illumina®). Resultados:
11,3) no grupo de risco desfavorável (68 pts) (p<0.0001).
Foram analisadas amostras de 28 pacientes submeti-
Redução de dose e descontinuação do tratamento de-
das a caracterização molecular por NGS centralizada no
vido a toxicidades foram mais comuns com sunitinibe
Hospital Sírio Libanês. Os sítios primários foram classi-
(63,3% e 28,4%, respectivamente) que com pazopanibe
ficados como de origem cutânea, mucosa ou ocular em
(14,1% e 18,3%, respectivamente). Eventos adversos
18 (64%), 5 (18%) e 2 (7%) dos casos; três(11%) paciente
(EAs) iguais ou superiores a grau 3 foram reportados
foram classificados como de primário oculto. Vinte pa-
com maior frequência com sunitinibe em comparação
cientes eram do sexo masculino e a idade variou de 40
ao pazopanibe (32,8% vs 24,2%, respectivamente). Os
a 88 anos. Mutações do gene BRAF foram identificadas

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 32


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

em 15 casos (54%), incluindo 9 casos de mutação V600E tinal tumor in 2 pts, and in the metastases in 2 pts. Sar-
e 6 casos de V600K. Mutações do KIT ou NRAS ocorre- coma was the dominant histology: rhabdomyosarcoma
ram em 3(11%) e 3(11%), e mais comumente em Mel de was identified in 3 tumors; leiomyosarcoma was obser-
mucosa ou acral. Um caso adicional de Mel uveal apre- ved in 1 tumor; angiosarcoma in 1 tumor; anaplastic
sentou mutação GNAQ. Em 6 casos (21%) não foi iden- carcinoma in 1 tumor and adenocarcinoma in 1 pt. In
tificada nenhuma das mutações investigadas, incluindo addition to the diagnostic orchiectomy, other surgeries
um paciente com resultados inconclusivos. Conclu- were done in all pts. One pt with metastasis showing
são: Mutações dos genes BRAF, NRAS e KIT ocorreram predominantly rhabdomyosarcoma was treated with
com elevada frequência na coorte analisada. Além de adapted chemotherapy (VAC protocol), resulting in di-
maior sensibilidade para mutações do gene BRAF além sease control. With a median follow up of 83 months
do V600E, o uso dirigido de técnicas de NGS permite a (range 11-106), four pts are alive, while 2 pts have died.
identificação de outras alterações moleculares poten- Conclusions: Teratoma with malignant transformation
cialmente relevantes para a escolha do plano terapêu- (TMT) arises in 3-6% of patients with GCTs. Several non-
tico. Frente às peculiaridades étnicas, ambientais e di- -germ cell histologies may occur in association with the
versidade, faz-se necessário um esforço contínuo para germ cell tumor. The identification of somatic malignant
uma melhor caracterização genômica do Mel em nossa transformation is important in many respects: TMT may
população. be associated with a poor prognosis; surgical resection
is the treatment of choice; chemotherapy targeted to
Contato: RODRIGO RAMELLA MUNHOZ
the specific type of somatic neoplasm may be helpful.
munhozrs@gmail.com
Contato: PAMELA CARVALHO MUNIZ
pamelacm@live.com

TEMÁRIO: TUMORES UROLÓGICOS - NÃO PRÓSTATA


CÓDIGO: 59801
TEMÁRIO: CUIDADOS PALIATIVOS
DIFFERENTIATED SOMATIC CÓDIGO: 59822
MALIGNANCIES IN GERM-CELL TUMORS
(GCT) - CLINICOPATHOLOGICAL DOR NA VIGÊNCIA DE QUIMIOTERAPIA:
APPRAISAL AND LITERATURE REVIEW. SINTOMA POUCO VALORIZADO
Autores: Pamela Carvalho Muniz; Nathalia Viana e Silva; Autores: Gilson Delgado; Luis Antonio Pires; Luciana
Carla Maria Silva Baeta; Daiane Pereira Guimarães; Buttros de Paula; Danielli Brussi de Carvalho; Bruno de
Michelle Samora de Almeida; Christian Ribas; Arruda Abdo; Marilia Akemi Uzuele Takahashi; Maria
Clara Ayres Bernardes; Ana Carolina Chagas Negrão de
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
Almeida Barros; Bárbara Lívia Corrêa Serafim; Victoria
Background: Germ cell tumors (GCTs) are rare disea- Cosentino Ribeiro;
ses, but represent the most common solid tumors in Instituição: PONTIFICIA UNIVERSIDADE CATÓLICA
young men. Uncommonly, non-germ-cell malignant
Introdução: A dor é considerada o quinto sinal de vida.
tumors may arise in primary or metastatic GCTs, most
E pacientes oncológicos sofrem de dor, que varia de
likely derived from teratomas, the so-called teratoma
acordo com a sua localização, grau de evolução e, es-
with malignant transformation (TMT). Here we review
pecialmente, o tipo de tratamento. Um ponto de gran-
our clinical experience with this entity. Methods: The
de importância e, pouco conhecimento, é essa relação
records of patients (pts) with GCT and a non-germ-cell
da dor com a vigência da quimioterapia antineoplásica
component treated between 1997 and 2017 at our Hos-
(QT). Objetivo: Avaliar a presença ou ausência de dor
pital were retrospectively reviewed. Histology, disease
em pacientes oncológicos na vigência de QT; e avaliar
extent, treatment and outcomes were assessed. Re-
se há identificação, valorização e controle adequado.
sults: In a series of 76 consecutive male pts with GCTs
Método: Trata-se de uma pesquisa descritiva, trans-
treated during a 20-y period, 6 patients were diagnosed
versal e quantitativa realizada com 100 pacientes re-
as having TMT. The median age was 27.5 years-old (ran-
cebendo quimioterapia no serviço de oncologia de um
ge 17- 34). The primary GCT histology was pure mature
hospital de referência de Sorocaba/SP. Utilizou-se um
teratoma in 3pts, pure immature teratoma in 1 pt, and
questionário para caracterização da dor (localização, in-
embryonal carcinoma in 2 pt. Three pts had stage II,
tensidade, comparação e duração; medidas analgésicas
and 3 pts had stage III. All pts received first-line chemo-
utilizadas); assim como dados sobre a doença (localiza-
therapy (4 pts treated with PEB; 1 pt treated with VIP;
ção, estadiamento e tipo de QT). Foram apresentados
1 pt treated with Epi + Ifo). The malignant transforma-
resultados em variáveis categóricas e dados numéricos
tion was documented in the pre-chemotherapy surgical
relativos. Resultados: Observou-se maior frequência
specimen in 2 pts, and after the first-line treatment in
de pacientes do sexo feminino (76%), com idade entre
4 pts. The somatic malignancy was detected within the
de 40-60 anos. Prevalecendo o câncer de mama (56%),
primary testicular tumor in 2pts, in the primary medias-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 33


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

seguido pelo de trato gastro-intestinal (22%). O trata- significante. Constatou-se que no GC 20% dos partici-
mento adjuvante ocorreu em 70% dos pacientes. Entre pantes apresentaram o escore indicativo de ansieda-
os participantes, 36% referiram dor mesmo com uso de de e nenhum paciente apresentava escore indicativo
analgésicos, e, destes, 52% referiram que a dor piorou para depressão na primeira medida. No GE, 30% dos
durante a infusão da QT. Em geral, as mulheres apre- pacientes apresentavam-se ansiosos na primeira medi-
sentaram mais dor do que os homens (42% vs 15%), na da e 10% deprimidos. Ambos, GC e GE, apresentaram
maioria de forte intensidade (50% vs 7%). Das mulhe- resultados decrescentes no transcorrer do tratamento.
res com dor, apenas 16% estavam em uso de opiódes Ao correlacionar FACT-H&N e HADS, no GC, em todas
fortes sob orientação médica. As causas da dor duran- as medidas o escore total esteve inversamente associa-
te a QT não puderam ser correlacionadas. Conclusão: do aos sintomas de AD, ou seja, quanto maior o escore
Mais de um terço dos pacientes oncológicos estudados de AD, pior a QVRS. No GE, resultado semelhante foi
apresentaram queixa de dor mal controlada durante encontrado para as medidas nos tempo 90 e 180 dias.
a infusão da QT, mostrando que esta queixa tem sido Na analise de variância por grupos, constatou-se que
subavaliada ou desvalorizada nas consultas médica de no GC houve um efeito temporal estatístico significa-
controle. tivo para piora do bem-estar social/familiar (p=0,02) e
das preocupações adicionais (p=0,01). No GE houve um
Contato: LUCIANA BUTTROS DE PAULA -
efeito temporal estatístico significativo para redução da
ubuttros@gmail.com
prevalência de ansiedade (p=0,001) e para melhora do
bem-estar emocional (p=0,01). Conclusão: a estratégia
educativa, multimidiática e baseada nos princípios do
TEMÁRIO: ENFERMAGEM autogerenciamento, favoreceu os pacientes do GE para
CÓDIGO: 60338 uma melhor resposta adaptativa a doença. (Pesquisa
integrante do Processo FAPESP: 2015/09139-7)
EDUCAÇÃO AO PACIENTE COM Contato: EDVANE BIRELO LOPES DE DOMENICO
CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO domenico.edvane@unifesp.br
APOIADA EM MULTIMÍDIA E NO
AUTOGERENCIAMENTO: ESTUDO
EXPERIMENTAL
TEMÁRIO: TUMORES UROLÓGICOS - PRÓSTATA
Autores: Flávia Tatiana Pedrolo Hortense; Cristiane
CÓDIGO: 60414
Decat Bergerot; Edvane Birelo Lopes De Domenico;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
EFEITO DO POLIMORFISMO ALA16VAL-
Introdução: O câncer de cabeça e pescoço pode re- SOD2 NO DESEQUILÍBRIO DO CÂNCER
sultar em deficiências funcionais e estéticas e as ações DE PRÓSTATA - ANALISE IN VITRO E IN
educativas são importantes no processo de adaptação VIVO
e geração de habilidades para o autogerenciamento.
Autores: Maiquidieli Dal Berto; Giovana Tavares
Objetivo: avaliar comparativamente um programa dos Santos; Aniúsca Vieira dos Santos; Taiana Haag;
educativo multimidiático, baseado nos princípios do Fernanda Barbisan; Verônica Azzolin; Ivana Beatrice
autogerenciamento (GE), com um programa educativo Mânica da Cruz; Claudia Giuliano Bica;
convencional (GC), pelas aferições da qualidade de vida, Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA
ansiedade e depressão. Método: estudo experimental, SAÚDE DE PORTO ALEGRE
randomizado e controlado, com seguimento de 12 me-
Introdução: Segundo o Instituto Nacional do Câncer
ses, de outubro/2015 a abril/2017. Local: ambulatório
foram estimados para o Brasil, em 2017, 61.200 casos
de Otorrinolaringologia de um hospital geral da cida-
novos de câncer de próstata, e seu desenvolvimento e
de de São Paulo. Desenho do GE: programa educativo
sua agressividade têm sido associados com o aumento
apoiado em material impresso e vídeo, submetidos
dos níveis de espécies reativas de oxigênio. O combate
previamente a avaliação de conteúdo. Instrumentos
a estas espécies envolve o sistema antioxidante enzi-
utilizados Functional Assessment Cancer Therapy Head
mático mitocondrial composto pela Superóxido Dismu-
and Neck (FACT-H&N) e Escala Hospitalar de Ansieda-
tase (SOD2) e Glutationa Peroxidase (GPx). Nos seres
de e Depressão (HADS). Análises estatísticas: Exato de
humanos há um polimorfismo denominado Ala16Val-
Fisher, correlação de Pearson e de Spearman e análise
-SOD2, que consiste de três possíveis genótipos: AA
de variância para medidas repetidas. Resultados: dos
(associado a uma elevada atividade da enzima SOD2,
20 pacientes selecionados, dez compuseram o Grupo
com maior produção de peróxido de hidrogênio- H202)
Controle (GC) e dez o Grupo Experimento (GE). Houve
VV (menor atividade da SOD2 com aumento dos níveis
diferença significativa no escore total do FACT-H&N
do Superóxido – O2•-) e AV (equilíbrio entre ambos).
(0,0012), considerando a interação grupos e tempos.
Estudos demonstraram que indivíduos portadores do
Na análise da HADS, não houve diferença estatística
genótipo AA possuem mais risco de desenvolver câncer

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 34


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

de próstata. Entretanto, o impacto do polimorfismo da (n=41). Todos os participantes foram avaliados antes e
SOD2 na agressividade tumoral do câncer de próstata após a intervenção por meio de formulário com dados
ainda não foi avaliado. Objetivo: Avaliar a associação sociodemográficos e clínicos,Escala numérica de dor,Es-
do polimorfismo Ala16Val-SOD2 e a agressividade do cala de capacidade funcional de Karnofsky, Pictograma
Câncer de Próstata através de dois protocolos, in vivo de Fadiga,Escala Hospitalar de Ansiedade e Depressão
e in vitro combinado. Método: A etapa in vivo consis- e Escala de Qualidade de Vida (EORTC-30).O grupo ex-
tiu de um estudo de caso controle, onde foram anali- perimental recebeu a IME uma vez por semana (6 ses-
sados 305 indivíduos, sendo 249 controles e 56 casos, sões com estratégias educativas sobre o manejo de
oriundos de um hospital de referência de Porto Alegre/ sintomas, técnicas de resolução de problemas e técni-
RS. Todos os pacientes eram caucasianos, com 50 anos cas de relaxamento) e uma pasta contendo CD e diário
de idade. Os critérios de inclusão foram pacientes com de sintomas.O grupo controle recebeu uma pasta com
diagnóstico patológico de adenocarcinoma de próstata. o diário de sintomas e o cuidado usual (consultas de
A classificação para o estadiamento TNM foi baseada enfermagem, orientações de rotina, acesso ao progra-
nos critérios American Joint Committee e o grau pelo ma Alô Enfermeiro, para tirar dúvidas ao longo do tra-
escore de Gleason. Amostras de sangue foram coleta- tamento). As enfermeiras que aplicaram a intervenção
das, buscando analisar o polimorfismo pela técnica de foram treinadas e seguiram o manual da intervenção. O
reação em cadeia da polimerase (PCR). A etapa in vitro estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
foi realizada para investigar o impacto do desequilíbrio e seguiu todos os preceitos éticos para pesquisa com
da SOD2 sobre a proliferação celular. Células da linha- seres humanos. Para análise dos dados utilizou-se um
gem de câncer de próstata foram expostas a um gra- modelo de efeitos mistos para comparação dos des-
diente de concentração de paraquat e de porfirina a fim fechos entre os grupos. Resultados: Os participantes
de criar uma semelhança observada nos genótipos VV eram mulheres (54,5%),com idade média de 55 anos,10
e AA da SOD2. Resultados: Portadores do genótipo VV anos de escolaridade média e boa capacidade funcio-
apresentaram uma maior pontuação de Gleason, mos- nal. No início do estudo os grupos não apresentaram
trando-se mais agressivo, comparados ao genótipo AA. diferença significativa quanto ao sexo, idade, escolari-
Na análise in vitro somente a porfirina (AA) foi capaz de dade, renda, tipo de câncer e tipo de tratamento. Após
diminuir a proliferação e inibir significativamente o ciclo a intervenção o grupo experimental apresentou redu-
celular na fase S. Conclusão: Os resultados descritos ção significativa da perda de apetite (p=0,001) e tendên-
sugerem que a alteração do estado redox pode ser ex- cia de redução da insônia (p=0,056). Não se observou,
plorada terapeuticamente no tratamento do Câncer de no entanto, superioridade do grupo experimental em
Próstata, merecendo ser investigado em estudos pré- relação ao grupo controle para dor, fadiga, ansiedade,
-clínicos e clínicos. depressão e náuseas/vômito. A qualidade de vida geral
melhorou no grupo experimental, mas não houve dife-
Contato: MAIQUIDIELI DAL BERTO
rença significativa entre os grupos para este desfecho.
maiquidieli@live.com
Conclusão: A Intervenção Multimodal de Enfermagem
melhorou o apetite e reduziu a insônia de pacientes
com câncer. Enfermeiros devem testar e aprimorar in-
TEMÁRIO: ENFERMAGEM tervenções de enfermagem para minimizar sintomas
CÓDIGO: 59652 em pacientes com câncer.
Contato: DENISE BORGES REGO MINARI
EFEITOS DE UMA INTERVENÇÃO denise_br_6@hotmail.com
MULTIMODAL DE ENFERMAGEM NO
MANEJO DE SINTOMAS DE PACIENTES
COM CÂNCER
TEMÁRIO: PULMÃO
Autores: Marina de Góes Salvetti; Suzana Cristina
CÓDIGO: 59853
Teixeira Donato; Caroline Silva Pereira; Isadora Cardoso
Salles; Denise Borges Rego Minari;
Instituição: HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS
EPITHELIAL THYMIC NEOPLASMS –
CLINICAL FEATURES AND OUTCOMES
Objetivo: Avaliar os efeitos de uma Intervenção Mul- OF PATIENTS TREATED AT THE
timodal de Enfermagem (IME) no manejo de sintomas ONCOLOGY SERVICE OF THE FEDERAL
e qualidade de vida de pacientes com câncer. Método:
UNIVERSITY OF SÃO PAULO
Ensaio clínico randomizado, desenvolvido em um hos-
pital público de referência para o tratamento do cân- Autores: Mayndra Mychelle Landgraf; Vinicius Agibert
de Souza; Lais Cristhine Santos Souza; Hakaru
cer,no período de setembro de 2015 a dezembro de
Tadokoro; Daiane Pereira Guimarães; Michelle Samora
2016. A amostra incluiu 87 pacientes com câncer em de Almeida; Christian Ribas;
tratamento com quimioterapia ou radioterapia, distri-
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
buídos em grupo experimental (n=46) e grupo controle

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 35


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

Introduction: Tumors of the thymus comprise less alta dose. O benefício dessa estratégia ainda é duvido-
than 1% of all adult cancers, and only limited epidemio- so em idosos. Método: Foram incluídos retrospectiva-
logic data are available about them. Objective: To re- mente pacientes com 70 anos de idade ou mais porta-
port our experience with epithelial thymic neoplasms dores de CECPLA a e com doença irressecável, tratados
in the last 9 years. Methods: Clinical data from patients com radioterapia (RT) definitiva associada ou não à qui-
with thymic neoplasms seen at our Hospital between mioterapia, com objetivo primário de avaliar a sobrevi-
2008 and 2017 were retrospectively collected. Results: da global (SG) nessa população. Aplicamos o Índice de
Twenty one patients were treated during this period. Charlston modificado para câncer de cabeça e pescoço
Thirteen (62%) were female and 8 (38%) were male. (ICC-HN) para avaliar comorbidades. A SG foi analisada
Median age at diagnosis was 49 years (range, 26 to 87). através do método de Kaplan-Meier. Fatores relaciona-
Fifteen (71%) patients were diagnosed with thymoma; dos a prognóstico foram comparados através de teste
WHO histologic subtypes were: type A, 1 pt; AB, 3pts; de log-rank e regressão de Cox. Resultados: Incluímos
B1, 4 pts; B2, 3 pts, B3, 3pts; 1 case was not classified. 113 pacientes, com idade mediana de 76 anos (70-92).
Six (28%) patients had thymic carcinoma. Myasthenia Os sítios primários de doença mais prevalentes foram
gravis was present in 6 (28%) of thymoma patients. cavidade oral e orofaringe (34% e 28%). A maioria dos
There wasn’t any case of pure red cell aplasia. Masaoka pacientes eram estádio IVA/B (84%), tinham ECOG-PS<2
stage distribution was: I, 3 pts; II, 4 pts; III, 7 pts; IV, 7 (67%) e um ICC-HN de 0 (59%). Sessenta e um pacien-
pts. The most common metastatic sites were pleura, tes (54%) receberam RT exclusiva, enquanto 25% foram
peritoneum and lymph nodes. Thirteen (62%) patients submetidos à quimioterapia neoadjuvante (nQT) e 21%
underwent thymic resection. Twelve (57%) patients re- à QRT. Durante neoadjuvância, 5 pacientes interrompe-
ceived radiotherapy. Twelve (57%) patients received ram tratamento (3 por toxicidades e 2 por progressão
chemotherapy. CAP (cyclophosphamide, doxorubicin, de doença). RT com fracionamento convencional foi re-
CDDP) was the main chemotherapy used for thymo- alizada em 75% dos pacientes, enquanto 25% recebe-
mas. CAP and the regimen of paclitaxel plus carboplatin ram esquemas de hipofracionamento. A necessidade
were equally used for thymic carcinomas. Progression de sondagem para alimentação ocorreu em 39% dos
from first-line chemotherapy was observed in 7 (33%) pacientes, enquanto 14% necessitou alguma interna-
patients in a median of 12 months (range, 1-20). Median ção até o 30 dia do início do tratamento radioterápico.
follow-up was 45 months (range, 1 to 104). At the time Das 21 interrupções durante a RT, 10 foram por toxici-
of the analysis, 14 (67%) patients were alive, 3 (14%) was dade limitante e 5 pacientes morreram. Com seguimen-
lost to follow-up, and 4 (19%) had died. Conclusion: A to mediano de 11,2 meses, a mediana de SG foi de 17,9
high proportion of advanced stage disease at diagnosis meses (9,2-26,7). Idade maior que 75 anos e esquemas
was observed, with possible influences on reduced re- de RT hipofracionada foram associados a piores desfe-
sectability and survival, despite multimodal treatment chos de sobrevida (p=0,027 e 0,002). Após ajuste para
offered to most patients. ECOG-PS e quimioterapia concomitante, esses fatores
perderam associação estatisticamente significativa com
Contato: MAYNDRA MYCHELLE LANDGRAF
sobrevida. Conclusão: Paciente idosos portadores de
mayndra22@hotmail.com
CECPLA apresentam SG curta e toxicidades importan-
tes relacionadas ao tratamento. A inclusão de quimio-
terapia no tratamento definitivo desses pacientes não
TEMÁRIO: TUMORES DE CABEÇA E PESCOÇO demonstrou benefício em sobrevida na nossa amostra.
CÓDIGO: 60382 É necessária uma seleção apropriada e criteriosa na es-
colha do melhor tratamento definitivo destes pacientes.
ESTRATÉGIAS DE TRATAMENTO Contato: MAURICIO FERNANDES
DEFINITIVO EM PACIENTES IDOSOS mauriciofernandes.mf@gmail.com
PORTADORES DE CÂNCER DE CABEÇA E
PESCOÇO LOCALMENTE AVANÇADO
Autores: Gabriel Clemente de Brito Pereira; Mauricio
TEMÁRIO: PULMÃO
Fernandes; Luana Guimarães de Sousa; Bruno Melo
Fernandes; Gustavo Nader Marta; Gilberto de Castro CÓDIGO: 59931
Junior; Milena Perez Mak;
Instituição: INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO ESTUDO DE MUNDO REAL DE
PAULO OSIMERTINIBE EM CÂNCER DE PULMÃO
NÃO PEQUENAS CÉLULAS RECORRENTE
Introdução: A incidência de câncer em população ido-
sa está em crescimento. O tratamento padrão para
OU METASTÁTICO T790M-POSITIVO: A
carcinoma epidermóide (CEC) de cabeça e pescoço lo-
EXPERIÊNCIA BRASILEIRA
calmente avançado (CECPLA), quando irressecável, é a Autores: Luiz Henrique Araujo; Pedro Rafael Martins de
quimiorradioterapia (QRT) baseada em cisplatina em Marchi; Marcos André Portella; Ana Caroline Zimmer

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 36


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

Gelatti; Clarissa Maria de Cerqueira Mathias; Marcelo TEMÁRIO: POLÍTICAS PÚBLICAS


Graziano Custodio; Gisele Caccia; Gilberto Castro Jr.; CÓDIGO: 60645
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
ESTUDO SOBRE ATENDIMENTOS
Introdução: Osimertinibe é o novo tratamento padrão
no câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC)
DE URGÊNCIA CAUSADOS POR
com progressão após um inibidor de tirosina cinase
NEOPLASIAS EM 2016 NO BRASIL.
(TKI) contra EGFR e que apresenta a mutação T790M. Autores: Bianca Alves de Miranda; Camylla Santos
Com base nos resultados do estudo AURA3, que le- de Souza; Yngrid Souza Luz; Marina de Paulo Sousa
varam à aprovação desta terapia mundialmente, nós Fontenele Nunes; Patrícia Fraga Paiva; Isabela Corrêa
Cavalcanti Sá; Alessandra Jung Straub; Caroline
conduzimos o estudo ASTRIS. Método: Trata-se de um
Freiesleben Cruz; Lara Ferreira Ventura; João David de
estudo de fase IV, internacional, multicêntrico, aberto,
Souza Neto;
com objetivo de verificar a eficácia e segurança de osi-
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ
mertinibe na dose de 80 mg/dia, por via oral. Os pa-
cientes elegíveis apresentavam diagnóstico de CPNPC Introdução: Estima-se que, em 2005, ocorreram 35
T790M-positivo, em progressão após terapia prévia com milhões de mortes por doenças crônicas no mundo,
EGFR-TKI, performance status de 0-2 e função orgânica sendo 21,7% por neoplasias, as quais triplicaram em
adequada. Foram excluídos pacientes com doença sin- 2016. A alta prevalência de neoplasias é considerada
tomática em sistema nervoso central (SNC), história de uma consequência de uma transição epidemiológica de
pneumonite e prolongamento do intervalo QT. Nesta perfil crônico-degenerativo, de forma que outras mor-
análise interina, apresentamos os dados epidemiológi- bidades podem estar associadas e implicar mais com-
cos e o perfil molecular dos primeiros 40 paciente inclu- plicações, levando a intervenções e procedimentos de
ídos. Resultados: Quarenta pacientes foram incluídos urgência. Objetivo: Analisar os índices de neoplasias
entre agosto de 2015 e março de 2017. A idade media- em 2016 observados em atendimentos de urgência no
na foi de 63,5 anos (36-89) e a maioria dos pacientes era Brasil. Método: Estudo descritivo, com dados obtidos
do sexo feminino (65%). Trinta e quatro pacientes (85%) pelo DATASUS, em que foram analisadas as variáveis
foram diagnosticados com estadios IIIB/IV e apenas 3 sexo, faixa etária, cor e raça, internações, óbitos e taxa
(7,5%) apresentavam PS de 2. Vinte pacientes (50%) ha- de mortalidade em pacientes com neoplasias aten-
viam sido tratados previamente com gefitinibe, vinte e didos em caráter de urgência no Brasil durante 2016.
quatro (60%) com erlotinibe e 1 (2,5%) com afatinibe. Resultados: Em 2016, o número de pacientes com
Dezessete pacientes tiveram avaliação de doença em neoplasias que receberam atendimento de urgência
SNC, sendo 13 (76,5%) por ressonância e 4 (23,5%) por no Brasil foi em torno de 350 mil, com 162.283 casos
tomografia. Destes 17 pacientes, 10 (58,8%) apresen- só no Sudeste, sendo a neoplasia maligna de mama a
tavam alguma lesão. As deleções do exon 19 foram a que deteve maior número de internações. O Sul apare-
mutação primária de EGFR mais frequente, presentes ce como a 2ª região com mais casos (89.023), sendo a
em 25 casos (62,5%), seguidas da mutação L858R no neoplasia maligna de cólon a mais prevalente (8.386).
exon 21 em 13 casos (32,5%). A pesquisa de T790M foi Dentre todas as neoplasias listadas no CID-10, as outras
realizada no plasma (“biópsia líquida”) em 22 pacientes neoplasias tiveram o maior número de casos (36.034),
(55%) e no tumor em 18 (45%). As amostras tumorais seguida da neoplasia maligna de cólon (25.855) e leuce-
foram obtidas do tumor primário em 8 casos (47%) e mia (24.282). O sexo feminino apresentou o maior nú-
de metástases em 9 (53%). O tempo de seguimento mero de internações (182.700), com 80.758 internações
mediano do estudo foi de apenas 1,5 meses, portanto apenas no Sudeste. Brancos possuem 155.723 casos de
ainda precoce para avaliação da eficácia ou segurança. internações enquanto que os indígenas apenas 142, de-
Conclusão: O perfil epidemiológico e molecular dos pa- monstrando, assim, uma diferença significativa. Foram
cientes incluídos em centros brasileiros se assemelha internados mais pacientes entre 60-69 anos (79.319),
ao dos centros internacionais. Assim como vem sendo seguido dos entre 50-59 anos (73.235), sendo ambas
observado na literatura, parece haver uma predileção as faixas etárias mais prevalentes no Sudeste (39.873 e
do T790M em casos com deleção do exon 19. O estudo 35.278). 1.468 casos foram de pacientes ≥1 ano. Houve
também revela o papel da biópsia líquida na detecção da 51.631 óbitos no total, com 25.709 óbitos no Sudeste.
mutação T790M em detrimento da re-biópsia tumoral. A neoplasia que se mostrou mais letal foi a maligna
no trato respiratório (5.126 óbitos), onde 2.484 deles
Contato: LUIZ HENRIQUE ARAUJO
pertenciam ao Sudeste. A neoplasia de mama foi o 2º
luizaraujo@institutocoi.org
caso que apresentou o maior número de óbitos (4.120),
dos quais 2.221 eram do Sudeste. Conclusão: As ne-
oplasias malignas são afecções ainda frequentemente
atendidas nas emergências brasileiras, cursando com
elevada morbimortalidade. Portanto, o conhecimento

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 37


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

dos dados supracitados é importante para conscienti- aos pacientes em tratamento. LATS2, tanto na análise
zar o profissional emergencista a buscar sempre estar de fase da doença quanto na resistência/sensibilidade
preparado para um eventual atendimento de urgência ao imatinibe, apresentou superexpressão em relação
de pacientes oncológicos. ao grupo controle (mediana FC x Ctrl: 417.8 x 16.8; FA x
Ctrl: 358.4 x 16.6; R x Ctrl: 395.9 x 16.56; S x Ctrl: 173.7
Contato: CAMYLLA SANTOS DE SOUZA
x 110.8 URE). Não houve correlação estatística entre a
camylladesouza@outlook.com
expressão dos genes da via Hippo e o Índice de Sokal. O
estudo traz novas perspectivas no tratamento, de ma-
neira a relacionar vias de sinalização celular e regulado-
TEMÁRIO: HEMATOLOGIA res de ciclo celular na LMC, visando o desenvolvimento
CÓDIGO: 59532 de novos marcadores e/ou fármacos seletivos.
Contato: ANA PAULA ZAMBUZI CARDOSO MARSOLA
EXPRESSÃO GÊNICA DE LATS1/2 anafarma_usp@yahoo.com.br
E AURORA QUINASENOVAS
PERSPECTIVAS TERAPÊUTICAS DA
LEUCEMIA MIELÓIDE CRÔNICA
TEMÁRIO: FARMÁCIA
Autores: Ana Paula Zambuzi Cardoso Marsola; Belinda
CÓDIGO: 60161
Pinto Simões; Leonardo Palma; Sandra Mara Burin;
Maria Gabriela Berzoti Coelho; Lorena Lobo de
Figueiredo Pontes; Fabiola Attié de Castro; FATORES ASSOCIADOS À ADESÃO AO
Instituição: FACULDADE DE CIÊNCIAS FARMACÊUTICAS TRATAMENTO COM TAMOXIFENO EM
DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA DE
Introdução: A leucemia mielóide crônica (LMC) é uma
UMA INSTITUIÇÃO ONCOLÓGICA DA
neoplasia mieloproliferativa resultante da expansão
REGIÃO SUL DO BRASIL
clonal da célula-tronco hematopoiética BCR-ABL+ e está Autores: Marcelo Tsuyoshi Yamane; Evelyn Castillo Lima
associada ao oncogene BCR-ABL1 que codifica a prote- Vendramini; Solane Picolotto; Crislayne Bontorin; Thais
ína Bcr-Abl com atividade de tirosina-quinase com po- Abreu de Almeida; Jose Claudio Casali da Rocha; Jeanine
Marie Nardin;
tencial mitogênico e resistência a apoptose das células
leucêmicas. O tratamento da LMC é realizado pelos ini- Instituição: LIGA PARANAENSE DE COMBATE AO
CANCER
bidores de tirosina quinase (TKI) que induzem remissão
citogenética. O estudo avaliou a expressão dos genes Introdução: O câncer de mama, excluindo o câncer
da via Hippo: LATS1, LATS2, YAP, TAZ e genes Aurora A de pele não melanoma, é o mais prevalente entre as
e B no sangue periférico de 63 pacientes adultos, com mulheres no mundo, representando 28% dos casos.
média de idade de 44 anos, 87,3% da raça branca e Dentre os tratamentos, a terapia endócrina oral com
57,1% do sexo masculino, nas fases crônica, acelerada tamoxifeno melhora o prognóstico das pacientes, com
e blástica da LMC, sensíveis ou resistentes ao imatinibe tumores hormonais positivos, em cerca de 70%. A du-
e em indivíduos sadios, além da correlação ao Índice ração do tratamento pode chegar a mais de 10 anos,
prognóstico de Sokal através de prontuário médico. Os tornando a adesão desafiadora. A sua má adesão, que
pacientes foram oriundos do HCFMRP-USP.57,1% dos pode chegar a 70%, é preocupante porque se relaciona
pacientes utilizavam imatinibe e os demais dasatinibe a menores taxas de sobrevida. Objetivo: Determinar a
ou nilotinibe. As células mononucleares dos pacientes relação entre adesão ao tratamento com tamoxifeno,
foram separadas pelo método Ficoll-Hypaque®, a ex- com etnia, estadiamento ao diagnóstico, nível de esco-
tração de RNA pelo método Trizol® e síntese de cDNA laridade e idade das pacientes com câncer de mama de
por meio do kit High Capacity cDNA reverse transcrip- uma instituição oncológica da região sul do Brasil. Mé-
tion®. A quantificação gênica foi obtida por PCR-real todo: Foi realizado estudo prospectivo para determinar
time com sondas TaqMan. A análise estatística foi re- a adesão ao tratamento com tamoxifeno. Esta foi ava-
alizada por meio do software GraphPad Prism 5.0. Os liada em 146 pacientes pelo método Morisky (MMAS-4)
resultados obtidos sugerem atuação da cascata de si- aos 3, 6 e 12 meses de terapia, assim como pela taxa de
nalização da via Hippo na LMC. LATS1 mostrou-se mais posse da medicação (MPR). Os dados de adesão foram
expressa na fase crônica da LMC (FC x Ctrl: 417.8 x 16.8) relacionados com etnia, estadiamento ao diagnóstico,
e no grupo resistente ao imatinibe (R x Ctrl: 261.8.7 x nível de escolaridade e idade das pacientes, determina-
99.7), assim como AUKB maior expressão nos pacientes dos por questionário estruturado. Resultados: Confor-
em fase avançada (FA x Ctrl: 28.4 x 11.6 URE). Já AURKA me MMAS-4, 62%, 68% e 71% das pacientes apresenta-
maior expressão em ambas as fases e resistência/sen- ram alta adesão (3, 6 e 12 meses respectivamente), e ¼
sibilidade ao imatinibe (mediana FC x Ctrl: 40.4 x 13.2; delas apresentaram adesão imprópria nos 3 momentos
FA x Ctrl: 59.3 x 13; R x Ctrl: 65.9 x 13.1; S x Ctrl: 40.3 x avaliados. Consistência foi observada entre os 3 e 6 me-
12.9 URE). O gene TAZ não apresentou superexpressão ses (p=0,046) e redução na adesão foi verificada de 6
nos grupos estudados o que indica bom prognóstico para 12 meses. Apesar de 5% dos pacientes serem con-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 38


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

siderados não-aderentes por MPR, não foi observada Jan/10 até Jun/17, N=270 pts com diagnóstico de câncer
relação com MMAS-4. Nenhuma correlação entre ade- de pâncreas foram avaliados e N=9 pts foram incluídos
são e estadio clinico foi verificado. Quando avaliado a (3,3%), sendo N=4 com TB (44%) e N=5 com TI (56%). A
etnia, aos 3 meses de tratamento foi observado melhor idade mediana foi 63 anos (57-80 anos) e N=6 pts (66%)
perfil de adesão entre brancos quando comparado com eram homens. A maioria dos pts tinha EC III N=7 (78%),
demais grupos (p=0,024), porém para 6 e 12 meses de e N=6 (67%) tinham localização na cabeça pancreática.
tratamento não houve diferença nesse perfil. Quanto à O tamanho mediano da lesão primária foi de 5cm (2,7-
escolaridade, aos 12 meses de tratamento, é observa- 5,3cm). Todos os pts tinham KPS inicial ≥90%. O tempo
do um pior perfil de adesão em pacientes com melhor mediano seguimento foi de 12,4 meses (2,33-46,2). Pts
de escolaridade quando comparado com os demais receberam uma mediana de 6 ciclos (5-19) de QT neo-
(p=0,043). Conclusão: Diferente do que a literatura adjuvante. N=6 (66%) pts necessitaram de redução ou
pesquisada mostra, a adesão foi pior em pacientes com atraso de dose da QTNeo durante o tratamento. N=3
mais escolaridade, e as pacientes brancas, obtiveram (33%) pts apresentaram alguma toxicidade clínica ≥G3 e
melhor perfil de adesão. Um dado preocupante é que N=1 (11%) apresentou toxicidade hematológica ≥G3. Ao
¼ das pacientes apresentaram adesão imprópria, colo- tempo da análise, N=8 pts tinham avaliação de resposta
cando em risco um desfecho clínico abaixo do deseja- objetiva. A tx. de resposta parcial foi de 50% (N=4), a de
do. A análise identificou características das pacientes, doença estável foi de 25% (N=2) e a de progressão foi
associadas a vulnerabilidade durante o tratamento e de 25% (N=2). Dentre os N=4 pts que tiveram resposta
pode ajudar a melhorar a adesão, a qualidade dos cui- parcial, N=2 pts apresentaram também downstaging ra-
dados e a sobrevida das pacientes. diológico e eram pts com diagnóstico inicial de TB. Con-
clusão: Dados sugerem que a QTNeo com FOLFIRINOX
Contato: JEANINE MARIE NARDIN
foi eficaz e segura para pts com TB ou TI do pâncreas.
jemarie@terra.com.br
Entretanto, chama a atenção a baixa tx. de downstaging
tumoral para tumores ressecáveis. Dados do presente
estudo suportam a condução de um estudo prospec-
TEMÁRIO: TUMORES TGI SUPERIOR tivo e randomizado para confirmação dos resultados.
CÓDIGO: 59429 Contato: BRUNO MENDONCA PROTASIO DA SILVA
bruno_protasio@yahoo.com.br
FOLFIRINOX NEOADJUVANTE PARA
CÂNCER DE PÂNCREAS BORDERLINE
OU IRRESSECÁVEL EM SALVADOR-
BA, BRASIL: ANÁLISE DE EFICÁCIA E TEMÁRIO: MELANOMAS

SEGURANÇA. CÓDIGO: 60448

Autores: Bruno Mendonça Protásio; Mirela Souto;


Eldsamira Mascarenhas; Clarissa Mathias; Eduardo
FREQUÊNCIA DA MUTAÇÃO DO GENE
Moraes; BRAF EM PACIENTES COM MELANOMA
Instituição: NÚCLEO DE ONCOLOGIA DA BAHIA AVANÇADO EM UM SERVIÇO
ONCOLÓGICO BRASILEIRO
Introdução: Baseado no estudo PRODIGE/ACCORD,
Autores: Bruna Mayara Rocha Garcia; Aline Da Rocha
o regime FOLFIRINOX (5-Floururacil, leucovorin, oxali-
Lino; Tamise da Silva Baptista; Lucilda Cerqueira Lima;
platina e irinotecano) se tornou padrão para pacientes Rita Ferrúa de Oliveira Dias; Tadeu Ferreira de Paiva
(pts) com câncer de pâncreas metastático e abriu uma Junior; Lizana Arend Henrique;
nova perspectiva de tratamento para pts com tumores Instituição: CEPON
borderlines (TB) e irressecáveis não-metastáticos (TI).
Objetivo: O objetivo do presente estudo é avaliar a Fundamentos: Inibidores do BRAF prolongam sobrevi-
eficácia e segurança do regime de quimioterapia neo- da global e constituem uma das principais ferramentas
adjuvante (QTNeo) com FOLFIRINOX em pts com TB ou de tratamento de pacientes com melanoma maligno
TI tratados na comunidade. Método: Estudo de coorte avançado (MMA) portadores da mutação V600 do gene
retrospectivo, uni-institucional, que incluiu todos os pts BRAF. Baseado em dados de uma série australiana,
consecutivos com TB ou TI do pâncreas tratados com acredita-se que 50% dos pacientes com MMA possuam
pelo menos 1 ciclo de QTNeo com FOLFIRINOX. Des- mutação do BRAF. No entanto, não possuímos dados
fecho primário foi tx. de resposta objetiva. Desfechos da frequência da mutação BRAF na população brasilei-
secundários foram taxa de conversão para doença res- ra com melanoma. Objetivo: Avaliar a frequência da
secável (tx. de downstaging tumoral) e toxicidades gra- mutação V600 do gene BRAF em pacientes com MMA
ves relacionadas ao tratamento. Avaliação de resposta em um serviço de referência oncológica brasileiro e
objetiva foi feita pelo RECIST 1.1, a de ressecabilidade estratificá-los por faixa etária ao diagnóstico, sexo e
foi feita segundo a classificação da Society of Abdomi- localização da mutação encontrada. Método: Estudo
nal Radiology/American Pancreatic Association e a de retrospectivo, elaborado a partir da revisão dos pron-
toxicidades foi feita pelo CTCAE 4.3. Resultados: De tuários dos pacientes com MMA investigados para mu-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 39


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

tação do gene BRAF no período de dezembro de 2012 entre os anos de 2001 e 2011. A amostra foi de conve-
a dezembro de 2016. A pesquisa da mutação foi rea- niência, não probabilística, incluindo todos os pacientes
lizada por 2 laboratórios de referência, que usaram o com diagnóstico de melanoma no período. O total de
teste PCR em tempo real Cobas do Laboratório Roche. 523 casos de melanoma cutâneo primário ou metas-
Resultados: Dentre os 160 pacientes da amostra, 130 tático foi avaliado. Resultado: Dos 523 pacientes com
foram elegíveis para análise. Destes, 64 (49%) possuíam melanoma avaliados neste estudo, 12 (2,3%) tiveram
mutação do BRAF, resultado semelhante aos dados in- diagnóstico de doença metastática sem tumor primá-
ternacionais. A prevalência da mutação foi dividida de rio detectável. O principal sítio de metástases foi o lin-
acordo com as faixas etárias, como segue: entre 20-29 fonodo (50%) - linfonodos inguinais (25%), axilar (16%)
anos, 80% dos pacientes tinham BRAF mutado; de 30- e periaórticos (8,3%). Metástases pulmonares foram
39, 58%; entre 40-49 havia 43%; de 50-59, 59%; entre encontradas em três pacientes (25%). Metástases para
60-69, 52%; e acima de 70 anos, apenas 8,3% dos pa- fígado, osso e pele foram observadas em um caso para
cientes tinham a mutação do gene BRAF. Este resultado cada sítio (8,3%). Desses 12 pacientes com melanoma
confirma o dado de quanto mais jovem, maior chance metastático com sítio primário desconhecido, quatro
de ser portador da mutação do BRAF, contudo, não foi (33,3%) evoluíram para óbito em seis meses, quatro
a totalidade de nossos pacientes (apenas 80%) entre evoluíram para óbito em um ano, dois perderam o se-
20 e 29 anos (4 pacientes) que possuíam a mutação. guimento e dois foram tratados e não apresentam reci-
A média de idade dos pacientes ao diagnóstico foi de divas até o momento. Dos pacientes com óbito precoce,
51,4 anos. Não foi observado padrão de diferença de três tinham sido estadiados como estádio IV e um como
mutação entre os sexos e faixa etária. A totalidade dos estádio III. Conclusão: A evolução clínica dos pacientes
pacientes (100%) com mutação do BRAF apresentavam metastáticos com melanoma de sítio primário desco-
o genótipo V600E. Conclusão: A frequência de mutação nhecido é melhor em relação aos pacientes metastá-
do gene BRAF na população brasileira encontrada em ticos com lesão primária conhecida, quando os dois
nosso estudo foi de 49%, compatível com os resultados grupos estão no mesmo estádio. Dessa forma, o fator
encontrados, da mesma forma, a maior proporção da mais determinante do curso clínico e do prognóstico é
mutação em pacientes diagnosticados com melanoma a localização das metástases. A maioria dos pacientes
ainda muito jovens. que apresenta doença sistêmica ao diagnóstico perde
a chance de cura, como muitos pacientes com cutâneo
Contato: BRUNA MAYARA ROCHA GARCIA
primário fino e doença regional ao diagnóstico
brumgarcia@gmail.com
Contato: GUSTAVO DE OLIVEIRA BRETAS
golbretas@gmail.com

TEMÁRIO: MELANOMAS
CÓDIGO: 60184
TEMÁRIO: TUMORES DE MAMA
HÁ DIFERENÇA DE SOBREVIDA GLOBAL CÓDIGO: 58660
ENTRE OS PACIENTES COM MELANOMA
PRIMÁRIO CONHECIDO COMPARADO HÁ DIFERENÇA NOS SÍTIOS DAS
AOS PACIENTES COM MELANOMA METÁSTASES DO CÂNCER DE
PRIMÁRIO DESCONHECIDO? ANÁLISE MAMA CONFORME OS SUBTIPOS
DE 523 CASOS. MOLECULARES?
Autores: Gustavo de Oliveira Bretas; Alberto Julius Alves Autores: Patrícia Ferreira Ribeiro Delfino; Camila Piqui
Wainstein; Ana Paula Drummond-Lage; Flávia Vasques Nascimento; Clarissa Lôbo Portugal da Cunha; Eduarda
Bittencourt; Milhem Jameledien Morais Kansaon; da Costa Marinho; Felipe Andrés Cordero da Luz;
Fernando Augusto de Vasconcellos Santos; Marcelo José Barbosa Silva; Rafael Mathias Antonioli;
Thais Rezende Mendes - Mendes; Rogério Agenor de
Instituição: INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS
Araújo;
SERVIDORES DO ESTADO DE MINAS GERAIS
Instituição: HOSPITAL DO CÂNCER EM UBERLÂNDIA
Introdução: O melanoma é essencialmente cutâneo.
Em alguns pacientes, não é possível determinar a loca- Introdução: A neoplasia mamária é uma doença ex-
lização do tumor primário. A incidência de melanoma tremamente complexa pela diversidade morfológica,
com sítio primário desconhecido varia de 2 a 15%. Ob- biológica e clínica. Tumores da mama histológica e cli-
jetivo: Determinar se há diferença de sobrevida global nicamente semelhantes podem apresentar diferentes
entre os pacientes com melanoma primário conhecido prognósticos e respostas terapêuticas. Objetivo: Inves-
comparado aos pacientes com melanoma primário tigar a associação entre fenótipos moleculares dos tu-
desconhecido. Método: Foi realizada análise retros- mores de mama e a progressão loco-regional e à distân-
pectiva de pacientes com diagnóstico histopatológico cia. Método: Estudo observacional e retrospectivo que
de melanoma, sob os cuidados de uma mesma equipe analisou 1763 prontuários de pacientes com câncer de
em uma única instituição localizada em Belo Horizonte, mama, tratadas de 1981 a 2015, num hospital público

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 40


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

de Minas Gerais. Os tumores de mama foram classifi- moma ou carcinoma tímico do Hospital de Clínicas da
cados conforme cinco fenótipos moleculares (Luminal Universidade Estadual de Campinas. Método: foram
A, Luminal B, HER2 híbrido: RE e/ou RP-positivo/HER- coletados dados de 32 pacientes com diagnóstico de
2-positivo, HER2 puro: RE/RP-negativo/HER2-positivo timoma ou carcinoma tímico atendidos de 01/01/2000
e Triplo Negativo). Os sítios metastáticos foram agru- à 21/10/2016.Os pacientes foram tratados com ressec-
pados em oito categorias, conforme prevalência: pul- ção cirúrgica do tumor, sempre que possível (critério
mão, ossos, fígado, cérebro, linfonodos, loco regional, do cirurgião). Quimioterapia neoadjuvante com adria-
mama contralateral e outros. Do total de prontuários, micina,ciclofosfamida, vincristina e cisplatina (ADOC) ou
486 apresentaram progressão da doença, e apenas 282 cisplatina e etoposideo, foi indicada para pacientes que
continham informações sobre o sítio da metástase. Re- eram considerados com doença local irresecável. A so-
sultados: Foram incluídas no estudo 282 mulheres com brevida global foi calculada usando método de Kaplan-
neoplasia mamária e idade mediana de 53 (89-26) anos. -Meier. Resultados: os pacientes eram em sua grande
Tratando-se dos fenótipos moleculares 15,95% (n=45) maioria da raça branca, sendo 50% do sexo masculino e
dos tumores eram Luminal A; 31,21% (n=88) Luminal B; 50% do sexo feminino. O timoma tipo B1 foi a histologia
24,82% (n=70) HER2 híbrido; 10,64% (n=30) HER2 puro e mais prevalente (28,1%) seguida do subtipo AB (21,9%).
17,38% (n=49) Triplo Negativo. Ao analisar a associação Quanto à classificação de Massaoka, o estádio II foi o
entre os fenótipos moleculares e metástase cerebral, mais comum, correspondendo a 62,5% dos casos. Vinte
verificou-se que o subtipo Luminal A apresentou 96% e oito pacientes (87,5%) foram submetidos à ressecção
menos chances de progredir em comparação aos fenó- cirúrgica do tumor. Em 42,9% dos pacientes operados a
tipos HER2 híbrido (OR: 0,04; p=0,0015; IC: 0,002-0,809) cirurgia realizada foi RO. Sete pacientes receberam qui-
e o Triplo Negativo (OR: 0,04; p=0,0028; IC: 0,002-0,831). mioterapia neoadjuvante, sendo 6 deles com esquema
Em relação a outras metástases não foram observadas ADOC e 1 com esquema baseado em cisplatina e eto-
associações entre os fenótipos moleculares, a saber: posideo. A tolerância ao esquema ADOC foi aceitável.
pulmão (p=0,386), ossos (p=0,183), fígado (p=0,350), O seguimento mediano foi de 42 meses e a sobrevida
linfonodo (p=0,092), loco regional (p=0,958), mama con- global mediana foi de 35 meses. Conclusão: a cirurgia
tralateral (p=0,401) e outros sítios (p=0,381). Conclu- permanece como pedra fundamental do tratamento.
são: As metástases cerebrais são mais frequentes nos Se optado por terapia neoadjuvante, o esquema ADOC
tumores HER2 puro e Triplo Negativo em comparação pode ser considerado devido tolerância clínica aceitável
ao Luminal A, com significância estatística. No entan- e excelente taxa de resposta.
to em todos os outros sítios de metástases não houve
Contato: MARIANA LOPES ZANATTA
diferença entre os Luminais, HER2 ou Triplo Negativo.
marianazanatta@msn.com
Contato: PATRÍCIA FERREIRA RIBEIRO DELFINO
patricia.feribeiro@gmail.com

TEMÁRIO: TUMORES TGI SUPERIOR


CÓDIGO: 59794
TEMÁRIO: PULMÃO
CÓDIGO: 59897 INCORPORAÇÃO DE TAXANO EM
QUIMIOTERAPIA PERI-OPERATÓRIA EM
IMPACTO DA QUIMIOTERAPIA PACIENTES COM CÂNCER ESÔFAGO-
NEOADJUVANTE NO TRATAMENTO DE GÁSTRICO LOCALMENTE AVANÇADO
PACIENTES COM TIMOMA: UM ESTUDO Autores: Audrey Cabral Ferreira de Oliveira; Ana
RETROSPECTIVO Caroline Fonseca Alves; Felipe José Fernandez Coimbra;
Autores: Mariana Lopes Zanatta; Ligia Traldi Macedo; Wilson Luiz da Costa Junior; Celso Abdon Lopes de
Rafael Ricardo da Silva Miranda Zapata; Vitor Teixeira Mello; Tiago Cordeiro Felismino;
Liutti; Mayra Calil Jorge; Gustavo Vasili Lucas; Carmen Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
Silvia Passos Lima;
Introdução: Quimioterapia peri-operatória é consi-
Instituição: UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
derada modalidade padrão de tratamento de pacien-
Introdução: os timomas são tumores torácicos hete- tes com adenocarcinoma esôfago-gástrico localmente
rogêneos e raros, que correspondem a 20% das mas- avançado. Na ASCO 2017, foi apresentado estudo que
sas mediastinais e apresentam incidência anual de 1,3 demonstrou superioridade de esquema com incorpo-
– 3,2 casos por 1.000.000 habitantes. Histologicamente ração de taxano (FLOT4) quando comparado com es-
são dividos em A, AB, B1, B2, B3 e carcinoma tímico, quema padrão (ECF/ECX). Objetivo: Avaliar dados de
levando em conta o predomínio celular (células epite- eficácia e aderência de população real tratado com
liais ou linfócitos). Já a classificação de Massaoka leva incorporação de taxano. Método: Análise retrospec-
em consideração o acometimento da cápsula e invasão tiva de pacientes tratados em uma única instituição,
de estruturas vizinhas. Objetivo: avaliar os aspectos através de análise de prontuários. Incluímos pacientes
clinicopatológicos e a sobrevida de pacientes com ti- que tinham diagnóstico de adenocarcinoma de transi-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 41


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

ção esôfago-gástrica (TEG) ou estômago e foram sub- tenção quanto na consolidação. Vários são os polimor-
metidos à quimioterapia peri-operatória com esque- fismos envolvidos no metabolismo e toxicidade de pa-
ma contendo taxano. Foram excluídos pacientes com cientes tratados com esses fármacos. Nesse contexto,
histologias não adenocarcinoma ou com evidência de o gene ITPA e o gene AMPD1 possuem polimorfismos
doença metastática. Resultados: Entre 2007 e 2012, fo- que estão envolvidos com o aumento do risco de rea-
ram identificados 26 pacientes tratados com o regime ções adversas graves em pacientes tratados com MTX
contendo taxano. O follow-up mediano foi de 77.6 me- e 6-MP, como neutropenia e toxicidades gastrointes-
ses. O regime utilizado foi DCF (Docetaxel + Cisplatina tinais. Dados que correlacionam esses polimorfismos
+ 5-Fluorouracil). Mediana de idade foi 54 anos. 65.4% com a população miscigenada do Norte do Brasil são
dos pacientes eram do sexo masculino. Primário gás- escassos, dificultando assim ensaios clínicos específicos
trico: 17 (65.4%) / TEG: 9 (34.6%). Estadiamento clínico: para essa população. Objetivo: O presente trabalho
cT3: 17 (65.4%) / cN+: 19 (73.1%). Subtipo de Lauren: avaliou a associação dos polimorfismos rs1127354 e
Intestinal: 12 (46.2%) / Difuso: 12 (46.2%). Desta amos- rs17602729 dos genes ITPA e AMDP1, respectivamen-
tra, 23 pacientes (88.5%) foram submetidos à cirurgia. te, com a toxidade grave durante a terapia de conso-
A taxa de resposta patológica completa foi 7.7%. Em re- lidação e manutenção da LLA infantil em pacientes da
lação à aderência, 20 (76.9%) fizeram toda neoadjuvân- Região Norte do Brasil. Método: Foram analisados 121
cia planejada; 19 (73%) iniciaram adjuvância; 10 (38.4%) pacientes diagnosticados para LLA-B, em dois hospitais
concluíram todo tratamento planejado. A sobrevida li- públicos de referência no tratamento de câncer infan-
vre de evento em 3 anos foi 45.5%. A sobrevida global til (Hospital Ophir Loyola, e Hospital Oncológico Infantil
em 3 anos foi 58.8%. Conclusão: Esta análise retros- Octavio Lobo, Belém, Brasil). O tratamento dos pacien-
pectiva de pacientes tratados fora de protocolo clínico tes foi realizado de acordo com protocolo BFM-2002
demonstra resultados compatíveis aos alcançados em (Berlim-Frankfurt Münster). As toxicidades foram classi-
ambiente controlado de trial randomizado. A SG em 3 ficadas de acordo com NCI Common ToxicityCriteria v.
anos e a SLE em 3 anos 58.8% e 45.5% (o estudo FLOT- 4.0. O DNA genômico foi extraído do sangue periférico
4 AIO – ASCO 2017 teve SG3a de 57% e SLP3a=46%). A dos pacientes na remissão, utilizando o Kit comercial
aderência ao tratamento foi similar, com 38.4% da nos- Biopur Kit. A genotipagem dos polimorfismos foi rea-
sa amostra tendo concluído todo o tratamento planeja- lizada utilizando a tecnologia TaqManOpenArrayGeno-
do (FLOT4 AIO 37%). typing, QuantStudio™ 12K Flex Real-Time PCR System.
As análises estatísticas foram realizadas com o pacote
Contato: AUDREY CABRAL FERREIRA DE OLIVEIRA
R v.3.4.0. O teste de Qui-quadrado ou Fisher foi utiliza-
audreycabral@gmail.com
do para as análises. Um p valor ≤ 0,05 foi considerado
como significante. Resultados: Somente o polimorfis-
mo rs1127354 do gene ITPA1 foi associado significa-
TEMÁRIO: ONCOLOGIA PEDIÁTRICA tivamente com Neutropenia grave durante a fase de
CÓDIGO: 60156 consolidação (P=0,02; OR=1,25; IC95%=1,04 – 1,5) e
manutenção (P=0,0; OR=1,71; IC95%=1,13-2,58). Con-
INFLUÊNCIA DE POLIMORFISMOS DOS clusão: Os resultados obtidos neste trabalho sugerem
que o polimorfismo rs1127354 do gene ITPA1 é um im-
GENES ITPA E AMPD1 NA TOXICIDADE
portante marcador para prever a toxicidade na terapia
AO TRATAMENTO DE LEUCEMIA da LLA infantil.
LINFOBLÁSTICA AGUDA INFANTIL
EM UMA POPULAÇÃO DO NORTE DO Contato: LUCIANA PEREIRA COLARES LEITÃO
BRASIL colaresluciana@gmail.com

Autores: Luciana Pereira Colares Leitão; Darlen Cardoso


de Carvalho; Alayde Vieira Wanderley; André Maurício
Ribeiro dos Santos; Amanda de Nazaré Cohen Lima de
TEMÁRIO: MELANOMAS
Castro; Tatiane Piedade de Souza; André Salim Khayat;
Paulo Pimentel de Assumpção; Juliana Carla Gomes CÓDIGO: 60027
Rodrigues; Ney Pereira Carneiro dos Santos;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ INFLUÊNCIA DE POLIMORFISMOS
NO GENE PDCD1, REGULADOR
Introdução: A Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) teve
DA ATIVIDADE LINFOCITÁRIA, NA
nas últimas décadas um grande avanço no prognóstico,
SUSCEPTIBILIDADE E PROGNÓSTICO DO
atingindo uma taxa de cura de quase 90%. Apesar dos
avanços significativos alcançados no tratamento pediá-
MELANOMA CUTÂNEO
trico da LLA os efeitos adversos das drogas continuam Autores: Gabriela Vilas Bôas Gomez; José Augusto Rinck-
a ser um problema desafiador. O Metotrexato (MTX) e Junior; Dennis Henrique Leandro da Silva; Ronei Luciano
Mamoni; Gustavo Jacob Lourenço; Aparecida Machado
a 6 – Mercaptopurina (6-MP) são os principais fármacos
de Moraes; Carmen Silvia Passos Lima;
utilizados para o tratamento, tanto na fase de manu-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 42


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

Instituição: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS NO GENE SLCO1B1 NA TOXICIDADE


Objetivo: O objetivo do estudo é avaliar se os polimor- DA TERAPIA DE CONSOLIDAÇÃO
fismos de base única (SNPs) PD1.1 (c.-606G>A), PD1 EM PACIENTES PEDIÁTRICOS COM
(c.627+252C>T), PD1.5 (c.804C>T) e PD1.9 (c.644C>T) no LEUCEMIA LINFOBLÁSTICA AGUDA DA
gene PDCD1 influenciam o risco, aspectos clinicopatoló- REGIÃO NORTE DO BRASIL.
gicos e sobrevida de pacientes com melanoma cutâneo Autores: Darlen Cardoso de Carvalho; Alayde Vieira
(MC). Método: Avaliamos 250 pacientes com MC e 250 Wanderley; Marianne Rodrigues Fernandes; Amanda de
controles. A diferença estatística entre grupos foi calcu- Nazaré Cohen Lima de Castro; Luciana Pereira Colares
lada pelo teste de Fisher/chi-quadrado. As expressões Leitão; Tatiane Piedade de Souza; André Salim Khayat;
do gene PDCD1 em leucócitos e da proteína PD1 em lin- Paulo Pimentel de Assumpção; Sidney Emanuel Batista
fócitos T foram avaliadas pelos testes de Kruskal-Wallis dos Santos; Ney Pereira Carneiro dos Santos;
e Mann-Whitney. A sobrevida livre de recidiva (SLR) e a Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
sobrevida global (SG) foram calculadas usando Kaplan-
Introdução: O metotrexato (MTX) é um dos principais
-Meier e análises de Cox. Resultados: Indivíduos com o
componentes da quimioterapia da Leucemia Linfoblás-
genótipo PD1 CC isolado e associado ao PD1.5 CC esti-
tica Aguda (LLA) sendo administrado principalmente
veram sob riscos 2,20 (95% CI: 1,00-4,82, P= 0,04) e 2,51
durante a fase de consolidação da terapia da doença.
(95% CI: 1,04-6,03, P= 0,03) vezes maiores de apresentar
A toxicidade decorrente da quimioterapia com MTX é
MC do que os demais, respectivamente. Indivíduos por-
um dos principais problemas relacionados ao trata-
tadores do alelo C do PD1 estiveram sob risco 2,15 (95%
mento da LLA. Nesse contexto, o gene SLCO1B1 é um
CI: 1,04-4,44, P= 0,03) vezes maior de desenvolver o MC
importante transportador de substratos, incluindo
quando comparado aos portadores do alelo variante T.
MTX, portanto, polimorfismos nesse gene podem ser
Portadores do genótipo PD1 CC, PD1.9 CC, PD1.1 GG
funcionalmente prejudiciais, associados com a capaci-
+ PD1.9 CC e PD1 CC + PD1.5 CC foram mais comum
dade de transporte reduzida do MTX. Vários estudos
em pacientes com fototipo I ou II comparado com pa-
vêm associando polimorfismos no gene SLCO1B com
cientes com fototipo III ou IV (61,7% vs. 38,3%, P= 0,002;
toxicidade ao MTX no tratamento da LLA infantil. No
96,2% vs. 3,8%, P= 0,006; 61,4% vs. 38,6% P= 0,006; 63,6
entanto, a relação entre esses polimorfismos e a toxi-
vs. 36,4%, P= 0,006, respectivamente). Além disso, indi-
cidade da quimioterapia com MTX em pacientes da po-
víduos com genótipos PD1 CC e PD1 CC + PD1.5 CC e
pulação da região Norte do Brasil permanece obscura.
fototipo I ou II tiveram riscos 5,89 (95% CI: 1,58-21,84)
Objetivo: Buscamos investigar a correlação de três po-
e 6,71 (95% CI: 1,66-26,97) maiores de desenvolver MC
limorfismos do gene SLCO1B1 (rs2306283, rs4149015
do que os outros. O genótipo PD1.5 TT foi associado
e rs4149056) com a toxicidade grave durante a terapia
com aumento da expressão do gene PDCD1 (P= 0,03).
de consolidação da LLA infantil em pacientes da região
Os genótipos PD1.5 CT ou TT e alelo T aumentaram a
Norte do Brasil. Método: Incluímos no estudo 121 pa-
expressão da proteína PD1 em linfócitos CD4+ (P= 0,01;
cientes diagnosticados para LLA-B entre os anos de
P= 0,006; respectivamente). Em 60 meses de seguimen-
2006 e 2016 em dois hospitais públicos referência no
to, a SLR foi menor em pacientes com genótipo PD1.1
tratamento de câncer infantil (Hospital Ophir Loyola, e
AA (33,3% vs 72,5%, P= 0,02). Pacientes com PD1.1 AA
Hospital Oncológico Infantil Octavio Lobo). O tratamen-
e PD1.5 CC tiveram 4,39 e 2,38 vezes mais chance de
to dos pacientes foi realizado de acordo com protocolo
apresentar recidiva e evolução para óbito na análise
BFM-2002. As toxicidades foram classificadas de acordo
uni e multivariada de Cox (P= 0,04; P= 0,02) respectiva-
com o NCI Common Toxicity Criteria v.4.0. O DNA genô-
mente. Conclusão: Esses dados inéditos indicam que
mico foi extraído do sangue periférico dos pacientes,
SNPs na via de regulação dos linfócitos T alteram o ris-
utilizando o Kit comercial Biopur Kit. A genotipagem
co, aspectos clinicopatológicos e o prognostico do MC. É
dos polimorfismos foi realizada utilizando a tecnolo-
possível que em futuro próximo possamos utilizar estes
gia TaqMan OpenArray Genotyping, no equipamento
genótipos para selecionar pacientes que possam obter
QuantStudio™ 12K Flex Real-Time PCR System. Todas as
máximo benefício com o tratamento imunoterápico an-
análises estatísticas foram realizadas com o pacote R
ti-PD1. Agencia financiadora: FAPESP
v.3.4.0. O teste de Qui-quadrado ou Fisher foi utiliza-
Contato: GABRIELA VILAS BÔAS GOMEZ do para as análises. Um p valor ≤ 0,05 foi considerado
gabivbg@gmail.com como significante. Resultados: Os três polimorfismos
do gene SLCO1B1 foram investigados para 10 diferen-
tes toxicidades específicas na terapia da LLA. O poli-
morfismo rs4149015 não foi associado a nenhuma das
TEMÁRIO: ONCOLOGIA PEDIÁTRICA toxicidades investigadas. O polimorfismo rs2306283
CÓDIGO: 60015 foi significativamente associado à neutropenia (p=0,03;
OR=0,88), IVAS (p=0,04; OR=1,16) e convulsões (p=0,04;
INFLUÊNCIA DE POLIMORFISMOS OR=1,11). O polimorfismo rs414956 foi associado à

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 43


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

pneumonia (p=0,02; OR=1,09). Conclusão: Sugerimos análises uni e multivariada de Cox, respectivamente.
que os polimorfismos rs2306283 e rs414956 do gene Conclusão: Nossos resultados sugerem, pela primeira
SLCO1B1 podem ser importantes para prever toxicida- vez, que os polimorfismos CASP9 c.-1339A>G e CASP3
de grave na terapia de consolidação da LLA infantil. c.-1191A>G constituem importantes fatores herdados
na susceptibilidade e prognóstico do CCECP. Apoio fi-
Contato: DARLEN CARDOSO DE CARVALHO
nanceiro: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado
darlen.c.carvalho@gmail.com
de São Paulo (FAPESP), na forma de bolsa de mestrado
(processo no 2012/12538-2) e auxílio pesquisa (proces-
so no 2012/01807-2).
TEMÁRIO: TUMORES DE CABEÇA E PESCOÇO Contato: LEISA LOPES AGUIAR
CÓDIGO: 59704 leisaaguiar@yahoo.com.br

INFLUÊNCIA DE POLIMORFISMOS NOS


GENES CASP9 E CASP3, RELACIONADOS
A APOPTOSE, NA SUSCEPTIBILIDADE TEMÁRIO: MELANOMAS
E PROGNÓSTICO DE PACIENTES COM CÓDIGO: 60415

CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS


CABEÇA E PESCOÇO INFLUÊNCIA DO POLIMORFISMO
CREB1 C.303+373G>A, ENVOLVIDO
Autores: Leisa Lopes Aguiar; Ericka Francislaine Dias
Costa; Guilherme Augusto da Silva Nogueira; Tathiane
COM A MELANOGÊNESE, COM O RISCO
Regine Penna Lima; Vitor Teixeira Liutti; Frederico Leal; E A AGRESSIVIDADE DO MELANOMA
Vivian Castro Antunes Santos; José Augusto Rinck-Junior; CUTÂNEO
Gustavo Jacob Lourenço; Carmen Silvia Passos Lima; Autores: Janet Keller Silva; Cristiane de Oliveira; Benilton
Instituição: FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS, de Sá Carvalho; Caroline Torricelli; Gabriela Vilas Bôas
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Gomez; Wesley Lima de Oliveira; José Augusto Rinck-
Junior; Manoela Marques Ortega; Carmen Silvia Passos
Introdução: A caspase 9 (CASP9) e a caspase 3 (CASP3)
Lima; Gustavo Jacob Lourenço;
são proteínas que atuam na via intrínseca da apoptose.
Instituição: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Polimorfismos em genes que codificam essas proteínas
podem resultar no desenvolvimento e na progressão do Introdução: Recentemente, identificamos 12.882 no-
carcinoma de células escamosas de cabeça e pescoço vos polimorfismos gênicos de base única (SNPs) asso-
(CCECP). Objetivo: Avaliar os papéis dos polimorfismos ciados ao risco de melanoma cutâneo (MC), por meio
CASP9 c.-1339A>G (rs4645978) e CASP3 c.-1191A>G da genotipagem em larga escala com microarranjos
(rs12108497) na susceptibilidade e no prognóstico do de DNA. Um deles, o CREB1 c.303+373G>A, associado
CCECP. Materiais e Método: Foram avaliados 350 pa- com a melanogênese e localizado na região regulatória
cientes consecutivos com CCECP atendidos no Hospital do processamento do RNA mensageiro (RNAm) (meca-
de Clínicas da UNICAMP, tratados de acordo com o pro- nismo de splicing), foi considerado de maior interesse
tocolo institucional. Também foram avaliados 350 con- entre eles. Por meio de análises in silico, observamos
troles, doadores de sangue do HEMOCENTRO da UNI- que o referido SNP pode proporcionar a alteração de
CAMP, pareados aos pacientes por sexo e cor da pele. O ligação dos fatores SF1 e hnRNPA1, envolvidos com o
DNA genômico dos pacientes e controles foi analisado splicing. No entanto, são desconhecidos os papéis dos
pela reação em cadeia da polimerase seguida por di- distintos alelos do referido SNP no risco e prognóstico
gestão enzimática. A regressão logística múltipla foi uti- do MC. Objetivo: Verificar a influência dos distintos ge-
lizada para obter a razão das chances, considerando o nótipos do SNP CREB1 c.303+373G>A no risco de ocor-
intervalo de confiança de 95%. Os tempos de sobrevida rência e no prognóstico do MC; nos aspectos clínicos e
livre de evento e de sobrevida global foram obtidos por do tumor; e nas expressões do CREB1, SF1 e HNRNPA1.
curvas de Kaplan-Meier, e as diferenças foram analisa- Materiais e Método: Foram avaliados 262 pacientes e
das pelo teste de log-rank. O fator prognóstico de cada 279 controles. A identificação dos genótipos do CREB1
variável foi avaliado por meio das análises uni e multi- foi realizada pela análise do DNA de todos os indivídu-
variada de Cox. Resultados: A frequência do genótipo os por meio da PCR em tempo real. A expressão dos
CASP3 c.-1191AG ou GG foi maior em pacientes com genes CREB1, SF1 e HNRNPA1 foi avaliada pela análise
CCECP do que em controles (63,4% versus 53,4%, P= do RNA total de 56 controles por meio da PCR quan-
0,01). Indivíduos portadores deste genótipo estiveram titativa. A significância estatística das diferenças entre
sob risco de 2,15 vezes maior de desenvolver a doença. os grupos foi calculada por meio dos testes de Fisher,
Também foi observado que pacientes com os genóti- qui-quadrado, regressão logística, teste t e ANOVA. Os
pos CASP9 c.-1339GG e CASP9 c.-1339GG mais CASP3 tempos de sobrevida livre de progressão (SLP) e so-
c.-1191GG tiveram 1,46 mais chance de progressão brevida global (SG) foram estimados pelas curvas de
ou recidiva e 2,66 mais chances de evoluir a óbito em Kaplan-Meier e analisados pelos testes de log-rank e de

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 44


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

Cox. Resultados: A frequência dos genótipos CREB1 GA tados: As amostras de pacientes (P= 0,88) e controles
ou AA foi mais comum em pacientes do que em con- (P= 0,61) estiveram em EHW. Frequência similar dos
troles (71,7% vs. 61,3% P=0,01). Indivíduos portadores genótipos GC ou CC foi observada em pacientes com
dos referidos genótipos estiveram sob risco cerca de CCR e controles (50,3% vs 50,7%; P= 0,88). Pacientes
duas vezes maior de desenvolver o MC do que os ou- com os genótipos GC ou CC apresentaram menor ex-
tros. Os genótipos do referido SNP não influenciaram pressão do miR146a (média dos níveis de expressão de
a SLP (P=0,23) e a SG (P=0,71) dos nossos pacientes. A 0,49 unidades arbitrárias (UAs) vs 1,44 UAs, P= 0,008).
frequência do genótipo CREB1 AA foi maior em pacien- A mediana de seguimento dos pacientes foi de 21 me-
tes com tumores espessos (28,2% vs. 18,5%, P=0,04) e ses (variação: 0,1-65,0). Aos 24 meses, os pacientes com
profundos (26,2% vs. 13,3%, P=0,02). Indivíduos com tumores localizados no colón ou retossigmóide (66,0%
os genótipos CREB1 GA ou AA apresentaram maior ex- vs 80,2%; P= 0,02) e em estágio avançado (IV) (51,7% vs
pressão do HNRNPA1 (1,18 vs. 1,00; P=0,03). Os níveis 76,8%; P< 0,001) apresentaram pior SG quando compa-
de mRNA do CREB1 (P=0,34) e do SF1 (P=0,35) foram si- rados aos outros. Também, aos 24 meses, a SG foi pior
milares em indivíduos com os distintos genótipos. Con- em pacientes com maior expressão do miR146a (54,5%
clusão: Nossos resultados sugerem que o SNP CREB1 vs. 88,9%; P= 0,01). Após a análise univariada de Cox, o
c.303+373G>A constitui um importante fator herdado resultado permaneceu significativo (risco relativo (RR):
para o risco e agressividade do MC, possivelmente de- 5,52; P= 0,03). Considerando apenas os pacientes com
vido a alteração da ligação de fatores de splicing. Apoio estágio avançado, a SG, em 24 meses, foi menor naque-
financeiro: FAPESP e CNPq. les com o genótipo miR146a n.60GG (30,0% vs. 62,0%;
P= 0,04) do que os outros. Esse resultado permaneceu
Contato: JANET KELLER SILVA
significativo na análise univariada de Cox (RR: 2,39; P=
janetkeller15@gmail.com
0,05). Conclusão: Os resultados sugerem que o referi-
do polimorfimo não influencia o risco do CCR em nos-
sos pacientes. Entretanto, o genótipo miR146a n.60GG
TEMÁRIO: TUMORES TGI INFERIOR (COLON / RETO / ÂNUS) e a maior expressão do miR-146a atuam como fatores
CÓDIGO: 60106 de pior prognóstico para pacientes com CCR. Apoio fi-
nanceiro: FAPESP
INFLUÊNCIA DO POLIMORFISMO Contato: JÉSSICA SILVA DOS SANTOS
MIR146A N.60G>C NA SOBREVIDA santosjssica97@yahoo.com
GLOBAL DE PACIENTES COM CÂNCER
COLORRETAL
Autores: Jéssica Silva dos Santos; Gabriella Lucato
TEMÁRIO: NUTRIÇÃO
Zunta; Carlos Augusto Real Martinez; Marcelo Lima
Ribeiro; Gustavo Jacob Lourenço; Manoela Marques CÓDIGO: 57742
Ortega;
Instituição: UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO INGESTA DE ÁCIDO GLUTÂMICO
NA DIETA E O RISCO DE CÂNCER
Introdução: O papel do polimorfismo de base única COLORRETAL: THE ROTTERDAM STUDY
(SNP) miR146a n.60G>C na suscetibilidade e sobrevida
Autores: Gilson Gabriel Viana Veloso; Oscar H. Franco;
global (SG) de pacientes com CCR é controverso. Obje-
Rikje Ruiter; Catherina E. de Keyser; Albert Hofman;
tivo: Avaliar a influência do SNP miR146a n.60G>C no
Bruno C. Stricker; Jessica C. Kiefte-de Jong;
risco do CCR, nas características do tumor, na expres-
Instituição: HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA
são do miR146a e na SG. Pacientes e Método: Os genó-
DE BELO HORIZONTE
tipos do SNP miR146a n.60G>C foram identificados em
DNA tumoral de 167 pacientes atendidos nos hospitais Introdução: Estudos com animais tem demonstrado
da USF e da UNICAMP e em leucócitos de 276 contro- que a suplementação com glutamina pode diminuir a
les por meio da RT-PCR. O teste de equilíbrio de Hardy- ocorrência de carcinogênese no cólon. Entretanto, até o
-Weinberg (EHW) verificou a distribuição dos genótipos momento, não foram estudadas quaisquer relações en-
nos grupos. As diferenças entre os grupos foram ava- tre a glutamina (ou seus precursores) e o câncer color-
liadas por meio dos testes de Fisher ou qui-quadrado retal (CCR) em humanos. Objetivo: O objetivo primário
e regressão logística. O RNA das células do tumor de deste estudo foi avaliar se a ingesta de ácido glutâmico
29 pacientes foi analisado pela qPCR para avaliar a ex- na dieta estava associada com o risco de CCR em adul-
pressão do miR146a. A SG foi calculada pelo intervalo tos. Um objetivo secundário foi avaliar se a associação
de tempo entre a data do diagnóstico e a data do óbito poderia ser modificada de acordo com o índice de mas-
ou último segmento. Os tempos de SG foram estima- sa corporal (IMC). Método: O estudo foi parte do Rot-
dos pelas curvas de Kaplan-Meier e as diferenças entre terdam Study, que inclui uma coorte prospectiva com
elas foram analisadas pelo teste de log-rank. O fator dados de 1990 em diante; consiste em 5362 participan-
prognóstico foi avaliado pela regressão de Cox. Resul- tes com idade ≥ 55 anos e que estavam livres de CCR ao

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 45


POSTER

I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

início da coleta de dados. A ingestão de ácido glutâmi- ções foi realizada PCR seguida da técnica de sequen-
co foi calculada como porcentagem do consumo total ciamento automático direto. Resultados: Com base na
de proteína a partir de um questionário validado sobre análise do sequenciamento automático direto de DNA
frequência alimentar, aplicado ao início da coleta de do gene BRAF foi encontrada uma única a mutação no
dados. Casos incidentes de CCR foram diagnosticados gene pesquisado. Trata-se da mutaçãoV600E, a qual foi
por análise anatomopatológica. Resultados: Durante estava presente em 21 pacientes (39,6%). Todos os 21
o follow-up, 242 participantes foram diagnosticados pacientes, constituídos por 5 homens e 16 mulheres,
com CCR. O consumo de ácido glutâmico na dieta (no apresentaram a mutação BRAFV600E em heterozigo-
baseline) foi significantemente associado a um menor se.A mutação V600E altera o resíduo de valina por um
risco de desenvolvimento de CCR (hazard ratio [HR] resíduo de ácido glutâmico e está localizada no éxon
por cada porcento aumentado de ácido glutâmico de 15 do gene BRAF na posição 1799, resultando em uma
origem proteica, 0.78; intervalo de confiança 95% [CI], transversão de timina pela adenina (T>A), o que leva a
0.62-0.99). Após estratificação de acordo com o IMC, a carcinogênese da tireóide, além de estar associada a
redução de risco para CCR por ácido glutâmico foi de um pior prognóstico. Conclusão: O resultado a inves-
42% em participantes com IMC < 25kg/m2 (HR por cada tigação aponta para uma alta frequência da mutação
porcento aumentado de ácido glutâmico de origem pro- BRAFV600E (39,6% pacientes com PTC) na região Ama-
teica, 0.58; CI 95% 0.40-0.85), enquanto que para parti- zônica, o que pode ajudar a explicar, ao menos parcial-
cipantes com IMC > 25kg/m2, nenhuma associação foi mente, a prevalência do PTC na população estudada.
encontrada (HR por cada porcento aumentado de ácido
Contato: BIANCA PIMENTEL SILVA
glutâmico de origem proteica, 0.97 (CI 95% 0.73-1.31).
biancapimentel6@hotmail.com
Conclusão: Nossos dados sugerem que o consumo de
ácido glutâmico na dieta está associado ao menor risco
de CCR, mas essa associação pode estar presente ape-
nas em pessoas sem sinais de sobrepeso ou obesidade. TEMÁRIO: TUMORES TGI INFERIOR (COLON / RETO / ÂNUS)
Contato: GILSON GABRIEL VIANA VELOSO CÓDIGO: 60370
ggabrielvveloso@yahoo.com.br
INVESTIGAÇÃO DE GENES
METABOLIZADORES DE XENOBIÓTICOS
NA SUSCEPTIBILIDADE AO CÂNCER
TEMÁRIO: TUMORES DE CABEÇA E PESCOÇO GÁSTRICO OU COLORRETAL
CÓDIGO: 59710
Autores: Amanda de Nazaré Cohen Lima de Castro;
Darlen Cardoso de Carvalho; Marianne Rodrigues
INVESTIGAÇÃO DA FREQUÊNCIA Fernandes; Luciana Pereira Colares Leitão; Juliana Carla
DE MUTAÇÃO NO GENE BRAF EM Gomes Rodrigues; Antonio Andre Conde Modesto; Karla
PACIENTES COM CARCINOMA Beatriz Cardias Cereja Pantoja; Sidney Emanuel Batista
PAPILÍFERO DA TIREÓIDE NA REGIÃO dos Santos; Ney Pereira Carneiro dos Santos;
AMAZÔNICA Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
Autores: Clebson Pantoja Pimentel; Bianca Pimentel Introdução: A neoplasia gástrica (CG) e a colorretal
Silva; Edivaldo Herculano Correa de Oliveira; (CCR) estão entre as principais causas de morte por
Instituição: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO PARÁ câncer em todo mundo. No Norte do Brasil, a incidência
destes tipos neoplásicos é elevada em relação à média
Introdução: O carcinoma papilífero (PTC) é definido
nacional. A interação entre a exposição a certos agen-
como um tumor epitelial maligno com diferenciação
tes ambientais e a susceptibilidade genética tem um
para células foliculares;sendo o mais comum tipo de
importante papel no desenvolvimento do CG ou CCR.
câncer da tireóide, representando 80% de todos os
Genes responsáveis pela regulação metabólica de susb-
casos. Este tipo de tumor afeta indivíduo de qualquer
tâncias carcinógenas podem ser inseridos na classe dos
idade, com maior frequência entre 30 a 40 anos. As mu-
moduladores de risco. Diversos polimorfismos de mo-
tações no geneBRAF são de grande relevância para a
dificação de uma única base (SNPs) nesses genes apre-
explicação do surgimento de PTC, visto que, este gene
sentam a capacidade de alterar o perfil de metaboliza-
está envolvido na regulação da divisão e diferenciação
ção gerado pela enzima que codificam, seja diminuindo
celular, além de contribuir na oncogênese das células
a eficiência de metabolização ou interrompendo este
da tireoide. Objetivo: O presente trabalho teve como
processo, levando a tumorigênese gástrica e colorretal.
objetivo investigar a frequência dealterações no gene
Os dados referentes a estas investigações são escassos
BRAF em PTC em uma população de diferentes cidades
para algumas populações, como é o caso da população
da Amazônia brasileira. Método: Foram avaliadas 53
da região Norte do Brasil. Objetivo: Investigar o papel
pacientes (41 do sexo feminino e 12 do sexo masculino)
de três polimorfismos nos genes MTHFR (rs1801133),
com PTC oriundos de diferentes cidades da Amazônia.
RRM1 (rs12806698) e TP53 (rs1042522) com a suscep-
O DNA genômico foi extraído utilizando o PureLink®
tibilidade às neoplasias colorretal ou gástrica, em uma
Genomic DNA Mini Kit. Para a investigação de muta-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 46


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

população miscigenada da região Norte do Brasil. Mé- Octavio Lobo, Belém-PA). O tratamento dos pacientes
todo: Foram incluídos no estudo: 356 indivíduos, sen- foi realizado de acordo com o protocolo BFM-2002. As
do 95 pacientes de câncer gástrico e 121 pacientes de toxicidades foram classificadas de acordo com o NCI
câncer colorretal, compondo o grupo caso e ainda 140 Common Toxicity Criteria v.4.0. O DNA genômico foi
indivíduos sem câncer para o grupo controle. Para a extraído do sangue periférico dos pacientes utilizando
genotipagem dos polimorfismos, utilizou-se a platafor- o Kit comercial Biopur Kit. A genotipagem do polimor-
ma QuantStudio12K Flex Real time PCR System. Foi re- fismo foi realizada utilizando a tecnologia TaqMan Ope-
alizada uma análise de regressão logística multivariada nArray Genotyping, no equipamento QuantStudio™ 12K
e utilizados como fatores de confusão: idade, sexo e Flex Real-Time PCR System. Todas as análises estatísti-
ancestralidade genômica. Resultados: Foi encontrada cas foram realizadas com o pacote R v.3.4.0. O teste de
uma associação de risco de 30% entre o polimorfismo Qui-quadrado ou Fisher foi utilizado para as análises.
(rs12806698) do gene RRM1 para o desenvolvimento Um p valor ≤ 0,05 foi considerado como significante.
de CG ou CCR, em portadores do genótipo selvagem Resultados: O polimorfismo do gene MTHFD1 foi in-
CC (p= 0,00003; OR=3,603). Semelhantemente, para o vestigado para 10 diferentes toxicidades específicas du-
polimorfismo rs1042522 do gene TP53, foi observada rante o tratamento da LLA. O polimorfismo rs2236225
uma associação de risco para o desenvolvimento de CG foi significativamente associado à neutropenia (p=0,01;
ou CCR na população investigada (p= 0,013; OR= 2,097). OR=0,87; IC95%=0,79-0,96) na fase de consolidação da
Conclusão: Polimorfismos nos genes TP53 (rs1042522) terapia. Conclusão: Sugerimos que o polimorfismo
e RRM1 (rs12806698) demonstraram ser importantes rs2236225 do gene MTHFD1 pode ser um potencial bio-
na desregulação do biometabolismo xenobiótico rela- marcador preditivo de toxicidade grave na terapia de
cionado a progressão tumoral gástrica e colorretal. consolidação da LLA infantil na amostra investigada.
Contato: AMANDA DE NAZARÉ COHEN LIMA DE Contato: MAYARA QUARESMA NASCIMENTO
CASTRO - acohencastro@gmail.com mayaquaresma@gmail.com

TEMÁRIO: ONCOLOGIA PEDIÁTRICA TEMÁRIO: TUMORES TGI INFERIOR (COLON / RETO / ÂNUS)
CÓDIGO: 60129 CÓDIGO: 60362

INVESTIGAÇÃO DE POLIMORFISMO INVESTIGAÇÃO DE POLIMORFISMOS DE


NO GENE MTHFD1 NA TERAPIA NUCLEOTÍDEO ÚNICO NO GENE DPYD
COM METOTREXATO EM PACIENTES E A SUSCEPTIBILIDADE AO CÂNCER
PEDIÁTRICOS COM LEUCEMIA GÁSTRICO OU COLORRETAL
LINFOBLÁSTICA AGUDA Autores: AMANDA DE NAZARÉ COHEN LIMA DE CASTRO;
Autores: Mayara Quaresma Nascimento; Darlen Marianne Rodrigues Fernandes; Darlen Cardoso de
Cardoso de Carvalho; Alayde Vieira Wanderley; Antônio Carvalho; Luciana Pereira Colares Leitão; Juliana Carla
André Conde Modesto; Juliana Carla Gomes Rodrigues; Gomes Rodrigues; Antonio Andre Conde Modesto; Karla
Karla Beatriz Cardias Cereja Pantoja; Roberta Borges Beatriz Cardias Cereja Pantoja; Sidney Emanuel Batista
Andrade; André Salim Khayat; Paulo Pimentel de dos Santos; Ney Pereira Carneiro dos Santos;
Assumpção; Ney Pereira Carneiro dos Santos; Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
Introdução: O câncer gástrico (CG) e colorretal (CCR)
Introdução: A Leucemia Linfoblástica Aguda (LLA) são responsáveis por grande morbidade e mortalidade
na infância é o tipo mais comum consolidado de cân- no mundo. A etiologia para essas neoplasias é multifa-
cer infantil no mundo. O metotrexato (MTX) é um dos torial, atribuída a eventos genéticos e ambientais. Varia-
principais medicamentos utilizados na terapêutica da ções nos processos de ativação e detoxificação de xeno-
doença. Age inibindo o metabolismo do ácido fólico, bióticos desempenham papel crucial na tumorigênese.
adenosina e síntese de purinas e pirimidinas. Polimor- A ocorrência de polimorfismos genéticos em enzimas
fismos em genes associados à via do folato, como o metabolizadoras pode explicar a variabilidade na res-
metilenotetrahidrofolato desidrogenase 1 (MTHFD1) posta individual à exposição a alguns compostos com
são potenciais moduladores de resposta e toxicidade relação à susceptibilidade ao CG ou CCR. O gene DPYD
na terapêutica do MTX. Objetivo: Investigar o polimor- regula o metabolismo inicial da via de catabolismo das
fismo rs 2236225 no gene MTHFD com a toxicidade bases de pirimidina. Adicionalmente desempenha fun-
grave durante a terapia de consolidação da LLA infantil ções ligadas à metabolização de xenobióticos, sendo
em pacientes da região Norte do Brasil. Método: Foram por isso um gene candidato do câncer. Polimorfismos
incluídos no estudo 121 pacientes diagnosticados com no DPYD podem ajudar a esclarecer a progressão tu-
LLA-B entre os anos de 2006 e 2016 em dois hospitais moral gástrica e colorretal, gerando uma nova expec-
públicos referência no tratamento de câncer infantil tativa com relação ao avanço de estudos relacionados
(Hospital Ophir Loyola, e Hospital Oncológico Infantil ao diagnóstico oncológico preditivo. Objetivo: Inves-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 47


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

tigar o papel de quatro polimorfismos no gene DPYD que modificam a capacidade de metabolização destes
(rs3918290, rs55886062, rs67376798 e rs1801265) com xenobióticos têm sido estudados e relacionados com a
a susceptibilidade ao câncer colorretal ou gástrico em susceptibilidade a carcinogênese gástrica e colorretal,
uma população miscigenada da região Norte do Bra- demonstrando a importância desse tipo de investiga-
sil. Método: Foram incluidos no estudo: 356 pacientes, ção. Os genes DPYD, CYP2A6 e SLC22A7 são candidatos
sendo 95 diagnosticados com câncer gástrico e 121 ao câncer por serem genes moduladores de risco liga-
com câncer colorretal, compondo o grupo caso e ainda dos à metabolização xenobiótica. Polimorfismos nestes
140 indivíduos sem cancer para o grupo controle. Para genes podem ajudar a esclarecer a progressão do CG
a genotipagem dos polimorfismos, utilizou-se a plata- ou CCR, gerando uma nova expectativa com relação ao
forma QuantStudio12K Flex Real time PCR System. Foi avanço de estudos relacionados ao diagnóstico prediti-
realizada uma análise de regressão logística multivaria- vo. Objetivo: Investigar o papel de cinco polimorfismos
da e utilizados como fatores de confusão: idade, sexo e nos genes: DPYD (rs17116806 e rs17376848), CYP2A6
ancestralidade genômica. Resultados: Três das varian- (rs8192726) e SLC22A7 (rs4149178) com a suscepti-
tes investigadas apresentaram um aumento de risco bilidade às neoplasias colorretal ou gástrica em uma
para o desenvolvimento das neoplasias investigadas. população miscigenada da região Norte do Brasil. Mé-
Portadores do genótipo selvagem CC do polimorfismo todo: Foram incluídos no estudo: 356 indivíduos, sen-
rs3918290 apresentam um aumento de 70% na chan- do 95 pacientes de câncer gástrico e 121 pacientes de
ce de desenvolverem CG ou CCR quando comparados câncer colorretal, compondo o grupo caso e ainda 140
com os demais genótipos (p= 0,000024; OR= 7,378). Foi indivíduos sem cancer para o grupo controle. Para a ge-
observado ainda que os polimorfismos rs55886062 (p= notipagem dos polimorfismos, utilizou-se a plataforma
0,022; OR= 3,405) e rs67376798 (p= 0,017; OR= 2,118) QuantStudio12K Flex Real time PCR System. Foi realiza-
apresentaram um fator de risco maior para a carcino- da uma análise de regressão logística multivariada e uti-
gênese gástrica ou colorretal na população investigada. lizados como fatores de confusão: idade, sexo e ances-
Conclusão: Os resultados sugerem que polimorfismos tralidade genômica. Resultados: Apenas os resultados
genéticos do gene DPYD podem ser importantes modu- para o gene DPYD apresentaram relevância estatística.
ladores de risco para susceptibilidade ao CG ou CCR em Foi observado que indivíduos com genótipo selvagem
indivíduos de uma população da região Norte do Brasil. AA do polimorfismo (rs17376848) apresentaram um
risco 3 vezes maior de desenvolvimento de CG ou CCR
Contato: AMANDA DE NAZARÉ COHEN LIMA DE
em relação aos demais genótipos (p= 0,001; OR= 3,007).
CASTRO - acohencastro@gmail.com
O polimorfismo (rs17116806) demonstrou associação
com a diminuição em cerca de 70% das chances de
desenvolver os tumores estudados (p= 0,000005; OR=
TEMÁRIO: TUMORES TGI INFERIOR (COLON / RETO / ÂNUS) 0,223). Conclusão: Os resultados sugerem que os po-
CÓDIGO: 60026 limorfismos (rs17376848 e rs17116806) do gene DPYD
podem ser importantes moduladores de risco para
INVESTIGAÇÃO DE POLIMORFISMOS susceptibilidade ao CG ou CCR,em indivíduos de uma
população da região Norte do Brasil.
EM GENES MODULADORES DE RISCO
NA SUSCEPTIBILIDADE AO CÂNCER Contato: AMANDA DE NAZARÉ COHEN LIMA DE
GÁSTRICO OU COLORRETAL CASTRO - acohencastro@gmail.com
Autores: Amanda de Nazare Cohen Lima de Castro;
Marianne Rodrigues Fernandes; Darlen Cardoso de
Carvalho; Luciana Pereira Colares Leitão; Juliana Carla
Gomes Rodrigues; Karla Beatriz Cardias Cereja Pantoja; TEMÁRIO: MELANOMAS
Ney Pereira Carneiro dos Santos; CÓDIGO: 59914
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
IPILIMUMABE NO TRATAMENTO DE
Introdução: O câncer gástrico (CG) e colorretal (CCR) SEGUNDA LINHA DE PACIENTES COM
estão entre as principais causas de morte por câncer
MELANOMA AVANÇADO: REVISÃO
no mundo. No Norte do Brasil, a incidência de ambas as
neoplasias é elevada em relação à média nacional. Es-
SISTEMÁTICA, CUSTO-EFETIVIDADE E
tudos tem demonstrado que muitos xenobióticos que
IMPACTO ORÇAMENTÁRIO
desempenham papel importante no acometimento de Autores: Vinícius Corrêa da Conceição; Adriana
doenças podem ser ativados ou inativados por enzimas Camargo de Carvalho; Frederico Leal; Andre Deeke
polimórficas e dependendo do tipo de reação mediada Sasse; Vivian Castro Antunes de Vasconcelos; David
Pinheiro Cunha;
por esta enzima, esses polimorfismos podem modular o
risco de desenvolvimento de câncer. Os polimorfismos Instituição: GRUPO SONHE

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 48


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

Introdução: A introdução da imunoterapia e de tera- Autores: Thacid Kaderah Costa Medeiros; Ana Claudia
pias alvo tem mudado o prognóstico de pacientes com de Almeida Ribeiro; Andressa Barros Diogo de Souza;
melanoma metastático, tanto em primeira linha quanto Jackeline Luiz dos Santos; Fillipe Pereira Moreira;
em pacientes que falharam ao tratamento quimiote- Instituição: INSTUTITO NACIONAL DE CÂNCER - INCA
rápico. No entanto, na saúde pública brasileira, a qui-
Introdução: O câncer de mama é o mais comum em
mioterapia exclusiva baseada em Dacarbazina ainda se
mulheres no mundo, correspondente a 28% dos casos
mantém como tratamento padrão. De forma inovadora,
novos por ano. Entre os quimioterápicos utilizados no
a avaliação de novas tecnologias foi definida como prio-
tratamento desse câncer o Trastuzumabe surgiu como
ritária pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, e
uma das opções terapêuticas, um anticorpo mono-
uma proposta de incorporação do Ipilimumabe junto ao
clonal com ação no fator de crescimento epidérmico
Comitê Nacional de Incorporação de Tecnologia de Saú-
humano tipo 2, expresso em 20-30% dos carcinomas
de (CONITEC) foi realizada. Objetivo: Avaliar a eficácia e
mamários invasivos. Em 2012 o medicamento foi incor-
segurança do Ipilimumabe no tratamento de pacientes
porado ao SUS para tratamento adjuvante e neoadju-
com melanoma avançado, após falha de quimioterapia;
vante, porém apesar de, inicialmente ter sido utilizado
realizar análise de custo-efetividade e avaliar o impacto
para o tratamento da doença metastática, ainda não foi
orçamentário referente à sua incorporação no Sistema
incorporado ao SUS para o tratamento deste estadia-
Único de Saúde (SUS). Método: Foi realizada uma revi-
mento. O Ministério da Saúde (MS) fornece o medica-
são sistemática da literatura para avaliar o impacto do
mento para os UNACONs e CACONs na apresentação
uso de Ipilimumabe em 2a linha para pacientes com
de 150 mg, com estabilidade de 48 horas após recons-
melanoma metastático. Análise de custo-efetividade foi
tituição. Para outros pacientes, a unidade compra o
desenvolvida através de modelo de Markov na perspec-
medicamento na apresentação de 440 mg, com estabi-
tiva do SUS para apresentar a razão de custo-efetivida-
lidade de 21 dias após reconstituição. Objetivo: Avaliar
de incremental (RCEI) por ano de vida salvo. Avaliação
as perdas resultantes do processo de manipulação do
de impacto orçamentário foi calculada através de dados
Trastuzumabe e a estratégia para minimizá-las. Méto-
epidemiológicos e de custo dos tratamentos disponí-
do: Foram registradas estimativas das sobras diárias do
veis no Brasil. Resultados: Em comparação ao suporte
Trastuzumabe descartadas e aproveitadas na unidade
clínico exclusivo, o uso de ipilimumabe em monotera-
durante o segundo semestre de 2016 em planilha do
pia, por 4 ciclos, é eficaz, e tem impacto clinicamente
Microsoft Excel®. O valor foi estimado dividindo-se a
significativo em sobrevida global nos pacientes com
concentração do fármaco pelo preço médio do valor de
melanoma metastático. A toxicidade pode ser severa,
compra obtido através do Sistema HOSPUB. No intuito
mas é manejável. No modelo econômico, pacientes em
de minimizar as perdas, foi adotada uma estratégia de
suporte exclusivo obtiveram expectativa de vida de 0,9
combinação das apresentações do medicamento, onde
anos,enquanto aqueles tratados com ipilimumabe ti-
para os pacientes atendidos com medicamento forne-
veram estimativa de 1,63 anos de vida (incremento de
cido pelo MS, utilizou-se os frascos de 150 mg até que
0,71 anos). O custo incremental para a incorporação do
seja atingida a quantidade múltipla de 150 mais próxi-
ipilimumabe foi de R$ 145 mil, com RCEI de R$ 205 mil
ma da dose prescrita e então completou-se com a apre-
por ano de vida ganho. O impacto orçamentário anual
sentação de 440 mg, cujo fabricante é o mesmo, porém
foi estimado em R$ 50 milhões Conclusões O uso de ipi-
com estabilidade superior. Resultados: Os gastos to-
limumabe em 2ª linha é eficaz e aumenta a sobrevida
tais com esse medicamento representam 56% do in-
de pacientes com melanoma metastático. No entanto,
vestimento em quimioterápicos na unidade. As sobras
sua incorporação no SUS com os preços atuais não seria
do medicamento no semestre, resultantes do processo
uma estratégia custo-efetiva. Uma redução de 58,5% no
de manipulação, corresponderam a 19642 mg, equiva-
preço do ipilimumabe seria necessária para tornar a es-
lentes a R$290.738,74. O percentual de aproveitamen-
tratégia custo-efetiva no Brasil.
to das sobras foi de 91,5%, resultando em um descarte
Contato: VINÍCIUS CORRÊA DA CONCEIÇÃO de 1674 mg de Trastuzumabe e uma perda financeira
vinicius.conceicao@sonhe.med.br de R$24.778,37. Conclusão: A utilização de protocolos
contendo o Trastuzumabe traz um custo alto para a
unidade e sua perda deve ser evitada visando econo-
mia e atendimento de um maior número de pacientes.
TEMÁRIO: FARMÁCIA A estratégia adotada auxiliou na minimização das per-
CÓDIGO: 60514 das geradas pelas sobras da apresentação de 150 mg,
com estabilidade menor, e na diminuição das perdas
MENSURAÇÃO DAS PERDAS DE totais com o medicamento.
TRASTUZUMABE EM UMA UNACON Contato: THACID KADERAH COSTA MEDEIROS
DO RIO DE JANEIRO E AVALIAÇÃO DA thacid@gmail.com
ADOÇÃO DE ESTRATÉGIA VISANDO
MINIMIZAÇÃO DOS CUSTOS

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 49


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

TEMÁRIO: PULMÃO multimodal, sendo este um tratamento eficiente. Estu-


CÓDIGO: 60041 dos prospectivos são necessários para avaliar a melhor
sequência de tratamento.
METÁSTASE EM SISTEMA NERVOSO
Contato: GUILHERME HARADA
CENTRAL DE ADENOCARCINOMA guiarada@hotmail.com
DE PULMÃO EM PACIENTES CUJOS
TUMORES ALBERGAM MUTAÇÃO
ATIVADORA DO EGFR: Resultados:
DE TRATAMENTO MULTIMODAL, TEMÁRIO: PULMÃO
INCLUINDO EGFR-TKIS CÓDIGO: 60040

Autores: Guilherme Harada; Guilherme Nader Marta;


Renata Rodrigues da Cunha Colombo Bonadio; Tiago METÁSTASES CEREBRAIS DE
Kenji Takahashi; Denyei Nakazato; Rafael Caparica ADENOCARCINOMA DE PULMÃO
Bitton; Teresa Yae Takagaki; Gilberto de Castro Junior; ALBERGANDO MUTAÇÕES ATIVADORAS
Instituição: INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO DO GENE EGFR: APRESENTAÇÃO
PAULO CLÍNICA E PERFIL DE MUTAÇÕES
Introdução: Adenocarcinoma de pulmão com muta- Autores: Renata Rodrigues da Cunha Colombo Bonadio;
ções ativadoras do EGFR (AP-EGFR-MT) possuem uma Guilherme Harada; Guilherme Nader Marta; Milena
maior probabilidade de diagnóstico de metástases ce- Mak; Renata Eiras Martins; Teresa Yae; Gilberto de
rebrais devido ao aumento de sobrevida com o uso de Castro Junior;
terapias-alvo. Até o momento não está clara qual a me- Instituição: INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO
lhor sequência de tratamento para estes pacientes, que PAULO
inclui radioterapia e/ou cirurgia, e inibidores de tirosi- Introdução: Metástases cerebrais em pacientes (pts)
na-quinase anti-EGFR (EGFR-TKI). Objetivo: O objetivo com adenocarcinoma de pulmão albergando mutações
deste estudo é caracterizar a eficiência do tratamento ativadoras do gene EGFR (EGFR-MT) ocorrem frequen-
multimodal em pacientes com AP-EGFR-MT e metásta- temente em algum momento da história natural des-
se em sistema nervoso central (SNC). Método: Foi re- ses pts. Objetivo: Caracterizar a apresentação clínica
alizada análise retrospectiva de pacientes com AP-EG- e o perfil de mutações do adenocarcinoma de pulmão
FR-MT e metástase em SNC, submetidos a tratamento EGFR-MT metastático para cérebro a fim de adequada-
com EGFR-TKIs, radioterapia, radiocirurgia, quimiotera- mente planejar intervenções terapêuticas nesta popu-
pia intratecal (QT-IT) e/ou metastasectomia cerebral no lação. Método: Foi realizada análise retrospectiva uni-
período entre 2009 e 2017. Todos os pacientes apre- -institucional dos pts consecutivamente diagnosticados
sentavam diagnóstico de metástase em SNC antes do com adenocarcinoma de pulmão EGFR-MT e metásta-
uso do TKI. Dados clínicos, resultados de exames de ses cerebrais em algum momento da sua evolução clí-
imagem e de patologia molecular foram extraídos dos nica, entre 2009 e 2017. Todos os pts receberam em
prontuários eletrônicos. O diagnóstico de mutação ati- algum momento algum inibidor de tirosina quinase
vadora foi realizado através de sequenciamento direto (TKI) do EGFR (erlotinibe ou gefitinibe). Dados clínicos,
(Sanger) de material fixado em formalina e embebido resultados de exames de imagem e de patologia mo-
em parafina. O método de Kaplan-Meier foi utilizado lecular foram extraídos dos prontuários eletrônicos. O
para estimativas de sobrevida. Resultados: 35 pacien- diagnóstico de mutação ativadora foi realizado através
tes foram incluídos, com idade mediana de 63 anos (in- de sequenciamento direto (Sanger) de material fixado
tervalo 35-90), 74,2% do sexo feminino, 45,7% tabagis- em formalina e embebido em parafina. Resultados:
tas ou ex-tabagistas, 74,2% com ECOG-PS de 0-2. Todos 40 pts foram incluídos na análise, com idade mediana
os pacientes utilizaram EGFR-TKI, sendo que 26 rece- de 62 a (intervalo: 35-90), maioria do sexo feminino (29
beram radioterapia, 11 foram operados, 2 realizaram pts; 72,5%) e de raça branca (34 pts; 85%). 18/40 pts
radiocirurgia, 1 realizou QT-IT e 4 não receberam trata- (45%) eram tabagistas ou ex-tabagistas, sendo que 6
mento adicional além do TKI. A mediana de utilização pts (33,3%) apresentavam carga tabágica superior a 30
do TKI foi 7,6 meses. A mediana de sobrevida livre de anos.maço. Metástase cerebral antes do início do uso
progressão (SLP) foi 8,2 meses e sobrevida global (SG) de EGFR-TKI estava presente em 34 pts (85%), sendo
11,9 meses. Entre as principais mutações do EGFR en- que nesse momento o ECOG-PS era 1 ou 2 em 28 pts
contradas, 25 pacientes apresentaram deleção do éxon (70%). Comprometimento leptomeníngeo concomitan-
19, sendo neste grupo a mediana de SLP 8,2 meses e SG te ocorreu em 4 pacientes (10%). Todos os pts apre-
11,9 meses, 9 pacientes apresentaram mutação L858R sentavam metástatases extra-cranianas, sendo que os
no éxon 21 com mediana de SLP 10,8 meses e SG 13,8 principais sítios foram pulmão (26 pts; 65%), linfonodos
meses. Conclusão: Pacientes com AP-EGFR-MT e me- (24 pts; 60%) e ossos (23 pts; 57,5%). As mutações ati-
tástase em SNC quando tratados com EGFR-TKI podem vadoras de EGFR mais frequentes foram as deleções no
apresentar SG de até 1 ano, especialmente no contexto éxon 19 (67,5%), seguidas pela mutação L858R no éxon

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 50


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

21 (22,5%). Além destas, foi ainda identificada mutação critério de inclusão para risco infusional. Entretanto, os
G719A em heterozigose no éxon 18 em um caso. Con- outros 2 não foram classificado de forma correta. Con-
clusão: Os dados sugerem que o adenocarcinoma de siderações Finais: A identificação correta de RRI foi feita
pulmão EGFR-MT metastático para cérebro não apre- em >96% dos pacientes, o que aponta um resultado po-
senta particularidades clínicas ou de perfil de mutações sitivo e demonstra a importância da atuação da equipe
em EGFR que permitam diferenciar este grupo. Pare- de enfermagem e farmácia na identificação e sinaliza-
ce-nos essencial a avaliação por imagem de sistema ção dos pacientes com risco infusional, garantindo uma
nervoso central através de ressonância magnética em adequada prescrição de preparo antialérgico, minimi-
todos estes pacientes. zando a ocorrência e gravidade das possíveis reações
infusionais. Podemos considerar eficaz a aplicação do
Contato: RENATA RODRIGUES DA CUNHA COLOMBO
protocolo clínico de RRI em pacientes submetidos a qui-
BONADIO - re_rc_colombo@hotmail.com
mioterápicos com alto potencial de risco.
Contato: VIVIANE ARCE BASTOS
vbastos@clinionco.com.br
TEMÁRIO: ENFERMAGEM
CÓDIGO: 60127

MONITORAMENTO DE REAÇÕES TEMÁRIO: SARCOMAS


INFUSIONAIS DECORRENTE DE TERAPIA CÓDIGO: 60366
ANTINEOPLÁSICA EM UMA CLÍNICA DE
ONCOLOGIA MORTALIDADE DOS SARCOMAS
Autores: Viviane Arce Bastos; Sandra Rodrigues; Greice
DE PARTES MOLES EM CRIANÇAS E
Verza; Daniéli Neves; Andre Brunetto; ADOLESCENTES NO BRASIL ENTRE 2009-
Instituição: CLÍNICA DE ONCOLOGIA DE PORTO ALEGRE 2013: UMA ANÁLISE POR FAIXA ETÁRIA
E SEXO
Introdução: Agentes quimioterápicos possuem po-
Autores: Pedro Gabriel de Souza Menezes; Hanna
tencial de desencadear Reações Infusionais (RI). Estas
Franco Gomes;
reações são muitas vezes referidas como reações de
Instituição: CENTRO UNIVERSITÁRIO DE GURUPI
hipersensibilidade ou reações alérgicas. A maioria das
RI ocorrem durante a primeira ou segunda aplicação, Introdução: Os sarcomas são um tipo raro de câncer,
mas podem ocorrer de um a dois dias após o término correspondendo a cerca de 1% de todos os tumores.
destas. A exposição repetida a determinados agentes Sarcomas de partes moles representam 5% de todos
também aumentam as chances de RI e pré-medicações os canceres na faixa etária dos 15 aos 29 anos. O sar-
podem auxiliar na prevenção e/ou redução da severi- coma de Kaposi é o mais comum com o aumento da
dade destas. Objetivo: Identificar e monitorar pacien- idade, porém é raro antes dos 15 anos, sua incidência
tes com Risco de Reação Infusional (RRI) submetidos teve grande aumento com a epidemia do HIV. O rabdo-
às drogas com maior risco através da aplicação de um miossarcoma é comum nos primeiros anos de vida e
Protocolo Clínico de Risco Infusional. Método: Os pa- se torna mais raro na adolescência. Objetivo: Analisar
cientes com RRI identificados pela equipe assistencial, a mortalidade dos sarcomas de partes moles, segundo
são destacados na agenda de quimioterapia, estes pa- faixa etária e sexo em crianças e adolescentes no Brasil
cientes entram para o protocolo de RRI e durante seu entre 2009-2013. Método: Foram analisados dados de
atendimento o risco é registrado em prontuário. Ao tér- mortalidade do Ministério da Saúde e do Instituto Na-
mino de cada mês são emitidos relatórios que contabili- cional do Câncer (INCA) por idade e sexo, em crianças
zam quantos pacientes apresentavam risco, bem como e adolescentes de todas regiões do Brasil. Resultados:
quantos destes desenvolveram reação. Os dados são Os índices de mortalidade por 1 milhão de crianças e
analisados, mensalmente, pelo grupo de gerenciamen- adolescentes segundo faixa etária e sexo entre 2009-
to de risco para verificar se as ações propostas pelo 2013 evidenciaram: na faixa etária de 0 anos a taxa de
protocolo clínico estão adequadas e se ocorreu alguma mortalidade foi de 1,12, sendo 1,37 no sexo masculino e
reação que não estava identificada como risco. Resul- 0,85 no sexo feminino; Entre 1-4 anos foi de 1,84 sendo
tados: De fevereiro de 2016 a maio de 2017 foram re- 1,83 homens e 1,86 mulheres; Entre 5-9 anos foi de 0,95
alizados 6145 procedimentos infusionais em quimiote- sendo 0,97 para homens e 0,93 para mulheres; Entre
rapia e 376 pacientes foram classificados como tendo 10-14 anos foi de 1,32 sendo 1,32 para homens e 1,34
risco infusional. Ocorreram 51 RI neste período. Des- para mulheres; E entre 15-19 anos foi de 2,44 sendo
tas RI, 42 foram identificadas como RRI e 9 não foram 3,09 para homens e 1,78 para mulheres por 1.000.000
previamente identificadas. Analisando as causas da de crianças e adolescentes. Conclusão: O risco de mor-
não identificação dos pacientes, podemos afirmar que te apresentou picos etários entre 1-4 anos e entre 15-
7 pacientes que apresentaram RI, de fato, não tinham 19 anos. A maior taxa de mortalidade foi observada na

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 51


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

região Sul do país (dois por milhão), e a menor taxa na causas para tal achado não possam ser identificadas
região Norte (um por milhão). Esses dados podem ser através do presente estudo, a carência de tratamentos
explicados devido a um menor índice de diagnóstico e eficazes para a doença avançada e retardo no diagnós-
notificação da doença na região Norte. tico precoce e tratamento definitivo devem ser investi-
gados como potenciais justificativas.
Contato: PEDRO GABRIEL DE SOUZA MENEZES
pg-menezes@hotmail.com Contato: GUILHERME NADER MARTA
guilherme.marta@usp.br

TEMÁRIO: MELANOMAS
CÓDIGO: 60263 TEMÁRIO: PULMÃO
CÓDIGO: 59910
MORTALIDADE POR MELANOMA NO
ESTADO DE SÃO PAULO ENTRE 1996 E MUTAÇÕES DE EGFR EM PACIENTES
2015 COM CÂNCER DE PULMÃO NÃO
Autores: Guilherme Nader Marta; Rodrigo Ramella PEQUENAS CÉLULAS AVANÇADO:
Munhoz; Monica La Porte Teixeira; Bernadette Cunha FREQUÊNCIA DE TESTAGEM E PERFIL
Waldvogel; Veridiana Pires de Camargo; Diego Toloi; EPIDEMIOLÓGICO DE UMA INSTITUIÇÃO
Olavo Feher; Paulo M. Hoff; Jose Antonio Sanches Junior; PÚBLICA DE REFERÊNCIA EM SANTA
Instituição: INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO CATARINA
PAULO
Autores: Carolina da Silva Miranda Emerich; Silvia
Introdução: O melanoma (MM) é um problema emer- Euridice Beal; Thais Caroline Menegasso Flores; Carolina
gente, com aumento em sua incidência em diferentes Dutra; Márcio Debiasi; Facundo Zaffaroni Caorsi;
regiões do mundo. Apesar da maior incidência, a mor- Instituição: CENTRO DE PESQUISAS ONCOLÓGICAS
talidade por melanoma se mostrou estável ou com
Introdução: O câncer de pulmão não pequenas células
tendência a queda nas últimas décadas, sobretudo em
(CPNPC) corresponde por volta de 85% das neoplasias
países desenvolvidos. Todavia, dados de mortalidade
primárias pulmonares. A maioria dos pacientes apre-
para diferentes realidades brasileiras são desconheci-
sentam doença avançada no momento do diagnóstico.
dos. Objetivo: Descrever a frequência do relato de me-
As mutações do gene do receptor do fator de cresci-
lanoma (MM) como causa básica de morte no Estado
mento epidérmico (EGFR) determinam a sensibilidade
de São Paulo, sua evolução temporal e sua relação com
aos inibidores de tirosino-quinase (TKI), que revolucio-
variáveis demográficas. Método: Foi conduzida uma
naram o tratamento e o prognóstico do CPNPC avan-
análise retrospectiva com base em dados de registro
çado. Há poucos dados sobre mutação de EGFR na
de todos os óbitos ocorridos no Estado de São Paulo
população brasileira. Objetivo: Este estudo pretende
entre 1996 e 2015, nos quais o MM constava como cau-
demonstrar a frequência de testagem, prevalência e
sa básica de morte. Os dados foram obtidos no Sistema
perfil epidemiológico das mutações de EGFR em uma
de Estatísticas Vitais da Fundação Seade, consolidados
instituição pública catarinense. Método: Estudo retros-
a partir das informações das declarações de óbitos
pectivo observacional que incluiu pacientes com CPNPC
desse período, permitindo o cálculo da taxa de morta-
não-escamosos em estágio avançado entre janeiro de
lidade por MM. A população foi classificada por faixas
2011 a dezembro de 2016 do CEPON (Centro de Pes-
etárias, sexo, e cor da pele, conforme informações do
quisas Oncológicas). Os prontuários foram revisados e
Sistema de Projeções Populacionais do Seade. Resul-
as informações relacionadas ao perfil epidemiológico e
tados: Entre os anos 1996 e 2015, foram registrados
a testagem de EGFR foram coletadas. Resultados: 345
7670 óbitos por MM no Estado de São Paulo, sendo a
pacientes foram analisados. Desses, 74% (255/345) fo-
ocorrência entre os homens (n=4341) maior do que en-
ram testados para mutações no gene EGFR. Ao longo
tre as mulheres (n=3329). Houve aumento na taxa de
dos anos houve aumento progressivo da solicitação
mortalidade por MM no período estudado, partindo de
dos testes: 22% dos pacientes foram testados em 2011,
0,91 óbitos/100.000 habitantes/ano em 1996, até 1,19
60% em 2012, 72% em 2013, 85% em 2014, alcançando
óbitos/100.000 habitantes/ano em 2015. Esse aumen-
100% dos pacientes em 2015 e 2016. Mutações do gene
to foi observado para ambos os sexos e a mortalidade
EGFR foram encontradas em 18% (46/255). As altera-
masculina superou sempre a feminina. A mortalidade
ções genéticas foram mais prevalentes em mulheres
foi crescente com a idade e atingiu o máximo na popu-
(30% vs. 9,6%; p<0,001) e em não-tabagistas (49% vs.
lação com 60 anos ou mais, e se concentrou em indi-
9,5%; p < 0,001), porém não foi encontrado diferença
víduos de pele branca. Conclusão: A mortalidade por
significativa em relação a idade menor que 50 anos
MM demonstrou uma tendência crescente nas últimas
(27% vs. 17%; p=0,159). A idade média dos pacientes
duas décadas no Estado de São Paulo, contrariando o
com mutação foi 59 anos (DP 11,82) com predominân-
observado em outras regiões do mundo. Ainda que as
cia do sexo feminino (74% vs. 26%). A alteração gené-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 52


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

tica mais frequente encontrada foi a deleção éxon 19 de São Paulo. Resultados: No nosso serviço entre os
(50%), seguido pela mutação L858R no éxon 21 (36%). anos de 2014 e 2017 foram diagnosticados 4 casos de
Entre os 46 pacientes com mutação EGFR detectada, neurofibrosarcoma. Todos do sexo feminino entre 19
32 receberam TKI em primeira ou segunda linha. Con- e 55 anos, com doença localizada. Duas pacientes pos-
clusão: Os achados evidenciam que atualmente temos suíam diagnóstico prévio de neurofibromatose. Três
uma boa taxa de pesquisa de mutação de EGFR em pa- pacientes foram submetidas a ressecção completa da
cientes com CPNPC, devido ao maior acesso ao teste, lesão sem necessidade de terapia complementar, com
a educação médica a subespecialização dos oncologis- diagnóstico de neurofibrosarcoma de baixo grau. Ape-
tas dedicados a oncologia torácica e a disponibilidade nas uma paciente, após ressecção completa de lesão
do TKI no CEPON. A prevalência da mutação EGFR foi com neurofibrosarcoma de alto grau, foi submetida à
pouco menor que a encontrada em outros estudos com radioterapia adjuvante. Esta última evolui com recidiva
pacientes brasileiros (em torno de 20%), que pode es- em outro sítio tratada com ressecção cirúrgica sem ne-
tar relacionado à imigração européia do sul do país. O cessidade de terapia adjuvante. Atualmente, todos se
perfil epidemiológico encontrado é semelhante ao da li- encontram em seguimento sem evidência de doença.
teratura médica, evidenciando prevalência de mutação Conclusão: Este levantamento de casos nos permitiu
em mulheres e não tabagistas. comprovar a raridade desta patologia, visto que, em
um hospital terciário, só foram tratados 4 casos em um
Contato: CAROLINA DA SILVA MIRANDA EMERICH
período de três anos. Apenas em um dos casos foi ne-
carol2185@hotmail.com
cessário tratamento complementar à cirurgia com ra-
dioterapia ratificando que a necessidade de adjuvância
ocorre apenas em alguns casos selecionados e refor-
TEMÁRIO: SARCOMAS çando que a modalidade cirúrgica para a remoção com-
CÓDIGO: 60515 pleta do tumor é a abordagem preferencial.
Contato: ISABELLA FERREIRA DE ALBUQUERQUE
NEUROFIBROSARCOMA: EXPERIÊNCIA isafalbuquerque@hotmail.com
DE UM HOSPITAL TERCIÁRIO
Autores: Isabella Ferreira de Albuquerque; Mayara
Ramos Travassos; Lilian Arruda do Rêgo Barros; Luana
C.F.F Silva; Marineide Prudencio de Carvalho; TEMÁRIO: PESQUISA CLÍNICA
Instituição: SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE SÃO CÓDIGO: 60002
PAULO
O USO DA FERRAMENTA DE
Introdução: O neurofibrosarcoma, também conhecido
RASTREAMENTO GERIATRICO G-8 E
como schwannoma maligno, é um tumor primário da
bainha neural, que usualmente, surge dos nervos pe-
VES-13 NA PRÁTICA DO ONCOLOGISTA
riféricos. A associação de schwannomas com a doença
CLÍNICO: ESTUDO DE COORTE
de Von Recklinghausen (Neurofibromatose – NF-1) é co- Autores: Jefferson Correia de Souza; Carolina Matias;
nhecida, ocorrendo em 4% dos pacientes sugerindo um Jose Fernando do Prado Moura;
pior prognóstico. Estes tumores originam-se de nervos Instituição: UNIDADE DE CIRURGIA E ONCOLOGIA
periféricos, craniais ou espinhais, podendo ocorrer em Introdução: Há uma necessidade de identificar o indi-
qualquer sítio anatômico. É raro, com uma frequência víduo mais vulnerável e que se beneficie da terapia qui-
na população geral de 0,001%, e representa até 10% mioterápica, com menor chance de toxicidade e mor-
dos sarcomas, equivalendo a 1% de todas as neopla- te, através da avaliação geriátrica ampla. No entanto,
sias malignas. Sem predileção por sexo ou idade, a faixa essas avaliações são dispendiosas e demandam muito
etária predominante é de 30 a 50 anos. A sintomatolo- tempo e acabam não entrando na rotina oncológica.
gia depende do seu tamanho e localização. Em relação Objetivo: O objetivo do estudo foi analisar a frequ-
ao tratamento, esses tumores devem ser ressecados ência de pacientes idosos vulneráveis, em tratamento
radicalmente, com base na localização, tamanho e tipo, oncológico, detectados através de duas ferramentas de
com terapia adjuvante em casos específicos. Sua recor- rastreamento G8 e VES-13 e seus desfechos de toxicida-
rência local situa-se entre 40% e 65%, e a recorrência de, ajuste e suspensão de dose, internamento e óbito.
à distância entre 40% e 68%, sendo os sarcomas com Método: Estudo de coorte prospectivo com 52 pacien-
maior taxa de recorrência. Objetivo: Avaliar necessida- tes. Participaram do estudo pacientes acima de 60 anos
de de terapia adjuvante nos casos de neurofibrosarco- com diagnóstico confirmado de câncer com indicação
mas, principalmente nos tipos de baixo grau. Método: de iniciar tratamento quimioterápico. Os pacientes fo-
Foram analisados prontuários de 4 casos diagnostica- ram submetidos aos questionários de rastreamento
dos e tratados com neurofibrosarcoma, entre os anos geriátrica G-8 e VES-13 antes do tratamento e acompa-
de 2014 a 2017, no serviço de Oncologia da Santa Casa nhados quanto a toxicidade, suspensão, ajuste de dose,

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 53


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

adiamento, internamento e óbito. Na ferramenta G-8, pausa com idade ≥ 55 anos. Informações dietéticas fo-
o escore ≤ 14 indicava risco geriátrico; no VES-13, o es- ram coletadas no baseline a partir de um questionário
core ≥3 considerava o paciente vulnerável. Resultado: validado de frequência alimentar. A regressão de Cox
A média de idade foi de 69 anos (60-85 anos). A ferra- foi usada para estimar o risco de câncer de mama em
menta geriátrica G-8 identificou 36 pacientes (69,2%) Hazard Ratio (HR) com intervalo de confiança de 95%
com risco geriátrico e a ferramenta VES-13, 17 pacien- (CI). Resultados: Durante o follow-up, 199 mulheres
tes (32,6%) vulneráveis. Dos nove pacientes que foram foram diagnosticadas com câncer de mama. Nenhuma
a óbito, todos tinham risco geriátrico pelo questionário associação consistente entre a adesão para o DHDI, a
G-8, com significância estatística quando comparado dieta do Mediterrâneo e as recomendações do WCRF/
aos pacientes sem risco pela mesma escala (p=0,0432). AICR foi encontrada (HR: 1.03; 95% CI: 0.86 – 1.23, HR:
Dos 36 pacientes de risco geriátrico, 21 apresentaram 0.90; 95% CI: 0.74 – 1.10, HR: 0.98; 95% CI: 0.79 – 1.22,
graus de toxicidade 3 e 4 (p=0,0367). Suspensão e respectivamente, por unidade de aumento no score de
ajuste do tratamento não tiveram associação estatísti- adesão). Os resultados não se mostraram diferentes
ca pela escala G-8 com escore ≤14 (p=0,0776 e 0,2979 em relação aos níveis de atividade física ou consumo
respectivamente). Dos 17 pacientes que internaram de álcool (P-interaction > 0.10). Conclusão: Este estudo
durante o tratamento, 12 foram identificados como não apoia uma associação protetora em relação à ade-
vulneráveis pelo questionário VES-13 (p=0,0067). Não são ao DHDI, à dieta do Mediterrâneo ou às recomen-
houve relação entre óbito e vulnerabilidade pela esca- dações do WCRF/AICR e o risco de câncer de mama.
la VES-13 (p=0,1327). Foi analisado, também, se havia
Contato: GILSON GABRIEL VIANA VELOSO
concordância entre as escalas (G8 e VES13) e não hou-
ggabrielvveloso@yahoo.com.br
ve concordância entre as duas ferramentas com índice
kappa geral de 0,286. Conclusão: A escala G8 mostrou-
-se associada de forma significativa com óbito, graus de
toxicidade 3 e 4 enquanto a escala VES-13 esteve asso- TEMÁRIO: ONCOLOGIA PEDIÁTRICA
ciado com internamento. Apesar disso, não houve con- CÓDIGO: 60036
cordância entre as duas ferramentas. Portanto, maiores
estudos prospectivos são necessários para otimizar e PAPEL DE POLIMORFISMOS DO GENE
selecionar idosos antes do tratamento oncológico.
ATIC NO RISCO DE DESENVOLVER
Contato: JEFFERSON CORREIA DE SOUZA NEUROTOXICIDADE EM PACIENTES
jeffersoncscs@hotmail.com PEDIÁTRICOS COM LEUCEMIA
LINFOBLÁSTICA AGUDA TRATADOS
COM METOTREXATO.
TEMÁRIO: NUTRIÇÃO Autores: Darlen Cardoso de Carvalho; Alayde Vieira
Wanderley; Marianne Rodrigues Fernandes; André
CÓDIGO: 57743
Mauricio Ribeiro dos Santos; Amanda de Nazaré Cohen
Lima de Castro; João Augusto Nunes de Carvalho Junior;
PADRÕES DIETÉTICOS E O RISCO DE André Salim Khayat; Paulo Pimentel de Assumpção;
CÂNCER DE MAMA EM MULHERES NA Sidney Emanuel Batista dos Santos; Ney Pereira
PÓS-MENOPAUSA – THE ROTTERDAM Carneiro dos Santos;
STUDY Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
Autores: Gilson Gabriel Viana Veloso; Oscar H. Franco; Introdução: O metotrexato (MTX) é um dos principais
Rikje Ruiter; Catherina E. de Keyser; Alberto Hofman; medicamentos utilizados na terapia de consolidação da
Bruno C. Stricker; Jessica C. Kiefte-de Jong;
Leucemia Linfoblástica Aguda na infância (LLA) e atua
Instituição: HOSPITAL SANTA CASA DE MISERICÓRDIA inibindo as vias do folato, adenosina e síntese de pu-
DE BELO HORIZONTE rinas e pirimidinas. A terapia com MTX pode induzir
Introdução: Sobrepeso e estilo de vida têm sido asso- neurotoxicidades graves, como neuropatia, convulsões
ciados a um maior risco de câncer de mama. Entretan- e cefaleia. Polimorfismos em genes associados a via do
to, a associação entre padrões dietéticos específicos e o folato, como do gene ATIC, podem modular a respos-
risco de câncer de mama permanece incerta. Objetivo: ta neurológica em pacientes tratados com MTX. Ob-
Avaliar a adesão de participantes aos seguintes padrões jetivo: avaliar o papel de dois polimorfismos no gene
de dieta e o risco de câncer de mama em mulheres na ATIC (rs2372536 e rs4673993) no desenvolvimento de
pós-menopausa: I) Dutch Healthy Diet Index (DHDI), II) neurotoxicidade grave (grau 3-4) em pacientes pediá-
Dieta do Mediterrâneo e III) adesão às recomendações tricos com LLA-B tratados com MTX na fase de consoli-
dietéticas do World Cancer Research Fund (WCRF) e do dação da terapia da doença. Método: Amostras de 121
American Institute of Cancer Resarch (AICR). Método: pacientes foram incluídos na pesquisa, todos tratados
Este estudo foi parte do Rotterdam Study, uma coorte com o protocolo BFM-2002 em dois hospitais de refe-
prospectiva com dados de 1990 em diante. A população rência no tratamento oncológico infantil. Os polimor-
do estudo consistiu em 3209 mulheres na pós-meno- fismos do gene ATIC foram genotipados por TaqMan

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 54


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

OpenArray Genotyping, utilizando o equipamento 5%. Resultados: Foram avaliados 604 pacientes, idade
QuantStudio™ 12K Flex Real-Time PCR System. O pa- média 60,3 anos (±13,4), e estadiamento tumoral I-III,
cote estatístico R v.3.4.0 foi utilizado para as análises sendo 91 (15,1%) estágio I, 244 (40,4%) estágio II e 269
e um P valor ≤ 0,05 foi considerado como significante. (44,5%) estágio III. A perda de peso ao diagnóstico igual
Resultado: O polimorfismo rs2372536 do gene ATIC foi ou superior a 5% foi identificada em 58,1% da amostra
associado a neuropatia (P=0,02; OR=0,91 IC95%=0,85- e foi associada à maior expressão inicial de Antígeno
098) assim como o polimorfismo rs4673993 (P=0,02; Carcinoembrionário (CEA) (p=0,001), realização de ci-
OR=0,92; IC95%=0.86-0.99). Além disso, o polimorfismo rurgia de emergência (p=0,028), margens cirúrgicas
rs4673993 também foi associado a cefaleia (P=0,05; comprometidas (p=0,036), invasão vascular (p=0,015),
OR=1,09; IC95%=1-1,18). Conclusão: Nosso estudo su- tumor T4 (p=0,026), realização de quimioterapia adju-
gere que as variantes do gene ATIC aqui investigadas vante (p=0,049) e toxicidade (p=0,09). A perda de peso
podem influenciar a neurotoxicidade em pacientes pe- igual ou superior a 5% foi associada a menor sobrevi-
diátricos com LLA e, portanto, ajudar a identificar pacien- da livre de progressão (p<0,01) e maior risco de morte
tes que não se beneficiarão do tratamento com MTX. (p<0,01), quando comparados aos pacientes com perda
ponderal inferior a 5%. Conclusão: A perda de peso ao
Contato: DARLEN CARDOSO DE CARVALHO
diagnóstico, além de ser um fator de risco para pacien-
darlen.c.carvalho@gmail.com
tes com CCR, é também um preditor da presença de tu-
mores biologicamente mais agressivos e de maior mor-
talidade. Assim, deve ser considerada como relevante
TEMÁRIO: CUIDADOS PALIATIVOS fator prognóstico na prática clínica.
CÓDIGO: 60163 Contato: JOSÉ BARRETO CAMPELLO CARVALHEIRA
carvalheirajbc@uol.com.br
PERDA DE PESO DETERMINA
SOBREVIDA EM PACIENTES
COM CÂNCER COLORRETAL
NÃO METASTÁTICO E ESTÁ TEMÁRIO: MELANOMAS

CORRELACIONADA A CARACTERÍSTICAS CÓDIGO: 60677

BIOLÓGICAS TUMORAIS MAIS


PERFIL DAS INTERNAÇÕES POR
AGRESSIVAS
NEOPLASIAS MALIGNAS DA PELE NO
Autores: Marina Nogueira Silveira; Lorena Pires da
Cunha; Maria Carolina Santos Mendes; Lígia Traldi
TERRITÓRIO BRASILEIRO
Macedo; Felipe Osório Costa; José Barreto Campello Autores: Gabriela Oliveira Barbosa; Thainá Gonçalves
Carvalheira; Tolentino Figueiredo; Maíra de Castro Fernandes;
Instituição: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS Venandra Ribeiro e Andrade; Fernando Brandão
Alcântara Santos; Fernanda Ranielle Alves de Oliveira
Introdução: A perda de peso nos pacientes oncológi- Barbosa; Maria Martinez Kruschewsky; Bruna de Jesus
cos está associada a menor efetividade do tratamen- Queiroz; Thais Martinelli Torres Habibe;
to e piores desfechos clínicos. Além da perda de peso, Instituição: ESCOLA BAHIANA DE MEDICINA E SAÚDE
características do tumor se relacionam ao prognóstico PÚBLICA
e são usadas para guiar a indicação do tratamento ad- Introdução: A neoplasia maligna da pele apresenta
juvante do câncer colorretal (CCR). Apesar da perda de crescente incidência, nos últimos anos, sendo conside-
peso ter sido associada a pior prognóstico no CCR, não rado o câncer mais comum mundialmente. Subdivide-
é clara sua influência em pacientes não metastáticos, -se em não melanoma e melanomas, porém ambos têm
assim como ainda não foi estudada sua associação com como principal fator de risco para seu desenvolvimento
características tumorais. Objetivo: Avaliar associação a exposição à radiação ultravioleta solar com prevalên-
entre perda de peso nos pacientes com CCR estadia- cia a partir da quinta década de vida e no sexo mascu-
mento I a III com sobrevida global, sobrevida livre de lino. Apesar da elevada incidência apresenta altos índi-
doença e com características tumorais de alto risco de ces de cura se diagnosticado precocemente. Objetivo:
recidiva. Método: Estudo retrospectivo com pacientes Caracterizar o perfil epidemiológico das internações
adultos com CCR estágio I-III atendidos em Hospital dos pacientes com neoplasia maligna da pele no Brasil.
Universitário de Campinas/SP (2000-2015). Após apro- Método: Trata-se de um estudo descritivo e analítico,
vação pelo comitê de ética em pesquisa com humanos de caráter retrospectivo, baseado em dados secundá-
(n° 1254778), foram avaliados prontuários médicos dos rios do Departamento de Informática do SUS (Datasus).
pacientes e as variáveis de interesse registradas por Entre 2010 e 2016 foram contabilizados o número de
meio da ferramenta eletrônica – RedCap. Foram realiza- total de internamentos por neoplasia maligna da pele
das análises descritivas, testes Qui-Quadrado ou Teste no país, analisando a prevalência entre regiões litorâ-
Exato de Fisher, Regressão de Cox, curvas de Kaplan- neas e não litorâneas assim como as variáveis sexo,
-Meier e teste de Log-rank com auxílio do software STA- raça/cor, faixa etária, regime de atendimento e óbitos.
TA (versão 12.0), considerando nível de significância de

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 55


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

Resultados: Observa-se desde 2010 um aumento pro- 466. Resultados: 198 onco (116 M e 82 F) de todas as
gressivo das internações por câncer de pele no país, cinco regiões foram incluídos (106 SE, 51 NE, 16 CO,,
com destaque para 2016. O aumento nesse período foi 17 Sul e 8 N). Destes, 134 são membros da SBOC (68%)
de 6,6%, sendo a região Sudeste a maior responsável, e 168 (85%) já foram para algum congresso - região e
representando 42,9% do total. Além disso, regiões não idade iguais para ambos. A maioria dos sócios já este-
litorâneas são as menos acometidas, sendo o Norte to- ve em algum congressoda SBOC: 126/134 (94%). Um
talizando 1,9% das vítimas. Em relação ao sexo, há um quarto dos que participaram não se interessou em ser
leve predomínio no masculino (51,7%) e mais de 50% membro da entidade (42/168). Quanto ao engajamento
das vítimas são brancas entre 60 a 79 anos (46,4%). Os virtual, 40 responderam não ter nenhuma MS pessoal
óbitos também se elevaram neste período, contudo re- (MSp). 158/198 entrevistados disseram ter alguma MSp
presentam menos que 3% do total. Conclusão: Verifi- e apenas 69/143 que tem Facebook, 7/39 Twitter e 7/56
cou-se que o perfil das internações por câncer de pele Linkedin seguem as páginas da SBOC. 60% dos sócios e
no brasil apresentou elevação com o passar dos anos, 61% dos participantes de congresso não seguem nada
assim como os óbitos, porém estes são mínimos tendo dela. Entre os que a seguem de alguma forma, 82% <
em vista a elevada probabilidade de cura se diagnóstico 40 anos e os do N, NE e CO, nesta ordem, são os mais
em fase inicial. O aumento dessas internações sugere engajados. Só 51 oncologistas (25%) preenchem a tría-
ser reflexo do envelhecimento populacional favorecen- de: é membro, já foi a um congresso e segue as MS da
do com que a população fique mais exposta aos fatores SBOC. Quanto à interação com pacientes, dos que tem
de riscos, assim como uma maior efetividade dos méto- MSp, 108 disseram aceitar pacientes em suas páginas
dos diagnósticos e busca dos indivíduos por ajuda mé- pessoais. Facebook (105) e Instagram (20) lideram. 50
dica. Contudo é de suma importância intensificação de responderam não aceitar pacientes em suas MSp. Ain-
medidas em saúde pública para prevenção desta pato- da são poucos os onco com alguma página de caráter
logia por ser o câncer de maior prevalência. O principal profissional (MSpro): 25 (14 em Facebook e 10 em site).
perfil epidemiológico das vítimas, corroborando com a Por fim, apenas 8 onco não usam o Whatsapp com seus
literatura, foi idoso do sexo masculino, brancos, prin- pacientes. Conclusão: Apesar de muito conectado, os
cipalmente das regiões litorâneas do país, então esses onco ainda são pouco engajados nas MS da SBOC. Fica
indivíduos merecem investimento da sociedade para o desafio para a Sociedade se adequar a esta moderna
que as internações e complicações da neoplasia sejam e poderosa forma virtual de interação e construção de
minimizadas. conteúdo, pois ela não dá sinais de desgate. O estudo
confirma que o Whatsapp é uma quase inescapável fer-
Contato: THAINÁ GONÇALVES TOLENTINO DE
ramenta de comunicação do onco com seus pacientes.
FIGUEIREDO - thainatolentino@hotmail.com
Contato: MARCOS ANDRE DE SA B. COSTA
mandre.med@gmail.com

TEMÁRIO: POLÍTICAS PÚBLICAS


CÓDIGO: 60647
TEMÁRIO: TUMORES DE CABEÇA E PESCOÇO
PERFIL DE USO DE MÍDIAS SOCIAS (MS) CÓDIGO: 59800
ENTRE ONCOLOGISTAS BRASILEIROS
Autores: Marcos André Costa; Gilberto Lopes; Marcus PERFIL DOS PACIENTES COM
Paulo Amarante; CARCINOMA ADENOIDE CÍSTICO
Instituição: HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ TRATADOS NO SETOR DE ONCOLOGIA
CLÍNICA DE UM SERVIÇO PÚBLICO DE
Introdução: As mídias sociais (MS) - Facebook, Twitter,
REFERÊNCIA (UNIVERSIDADE FEDERAL
Linkedin e Whatsapp, etc - revolucionaram a comunica-
ção e já representam uma moderna e poderosa forma
DE SÃO PAULO/EPM)
virtual de interação interpessoal e de construção de Autores: Andrea Morais Borges; Francine Maria
conteúdo. 103 milhões de pessoas no Brasil usam MS Agostinho Luiz; Camila Brambilla de Souza; Gislaine
Fernandes Silva; Pamela Carvalho Muniz; Fernando Silva
e é, amplamente, desconhecido como os quase 1,5 mil
Picon; Michelle Samora de Almeida; Hakaru Tadokoru;
oncologistas brasileiros (onco) tem se relacionado com
Christian Ribas; Daiane Pereira Guimaraes;
elas. Objetivo: Analisar os perfis de uso de MS dos onco
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
e o seu grau de engajamento na SBOC. Particular ênfa-
se será dada ao relacionamento deles com os pacientes Introdução: Carcinoma adenoide cístico (CAC) é uma
via MS e de possíveis constrangimentos nesta intera- neoplasia rara, mais frequentemente encontrada em
ção. Método: Estudo prospectivo e consultivo, baseado tumores malignos de glândulas salivares (10%), de cres-
em questionário com 14 perguntas e feito por e-mail, cimento lento, infiltrativo, podendo gerar metástases
telefone, whatsapp ou presencialmente. A análise esta- à distância e recorrência tardia. Objetivo: Analisar o
tística foi feita por cálculos absoluto e percentual. Con- perfil e evolução dos pacientes com CAC da instituição.
fidencialidade de todos é protegida nos termos da CNS Método: Avaliação retrospectiva de arquivos médicos

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 56


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

da instituição, buscando pelo diagnóstico histopatoló- Introdução: Os centros de pesquisa clínica brasileiros
gico de CAC, dos últimos 16 anos, acompanhados no estão geralmente localizados em regiões metropolita-
setor de oncologia. Resultados: Foram identificados nas e a divulgação dos estudos em andamento é pe-
23 pacientes (pct) com CAC acompanhados no servi- quena. A participação em protocolos com imunoterapia
ço de oncologia clinica no período de 2001 a 2017. A são uma oportunidade para muitos pacientes com cân-
mediana de idade ao diagnóstico foi 49 anos (21 a 79 cer. Existem poucos dados na literatura sobre o perfil
anos). Doze pacientes (52%) eram do sexo masculino. dos pacientes participantes de protocolos de pesquisa
Os sítios acometidos foram: 8 (35%) em gl. parótida, 7 no Brasil. Objetivo: Descrever o perfil dos pacientes
(30%) em gl. salivar menor, 3 (13%) em gl. lacrimal, 2 incluídos em protocolos de pesquisa clínica com imu-
(9%) em gl. submandibular, 1 (4%) em gl. sublingual, 1 noterapia e avaliar o impacto da distância da cidade
(4%) em traquéia e 1 (4%) em próstata. Os estágios mais de origem no recrutamento. Método: Estudo observa-
prevalentes foram III (23%) e IV (54%), sendo 5 com me- cional, retrospectivo, que coletou dados de pacientes
tástase à distância no diagnóstico. Dos 23 pct, 16 (69%) incluídos em protocolos clínicos de imunoterapia no
foram submetidos à ressecção do tumor primário e, Centro de Pesquisa em Oncologia (CPO) no Hospital
destes, 10 (62%) receberam radioterapia adjuvante por São Lucas (HSL) da PUCRS no período de 2014 - 2017.
comprometimento de margens cirúrgicas e/ou invasão Pacientes screening failure foram excluídos. Os dados
perineural. Dois (9%) receberam tratamento definitivo foram coletados dos prontuários dos pacientes. Resul-
com radioquimioterapia. Três (13%) receberam qui- tados: Um total de 103 pacientes foi incluído. A idade
mioterapia de indução, com esquemas diversos. Treze mediana foi 58 anos. A maioria 67% (N=69) dos pacien-
(56%) desenvolveram metástases, distribuídas em: pul- tes foi encaminhada para protocolos de neoplasia de
mão (10), fígado (3), SNC (2) e osso (1). O tempo médio pulmão 35,9% (N=37) ou melanoma 31,1% (N=32). Os
para o desenvolvimento da primeira metástase foi de demais foram tumores em trato genitourinario 21,3%
32 meses (0 a 132m). Quimioterapia paliativa foi ofere- (N=2), outros 8,8% (N=9) e trato gastrointestinal 2,9%
cida para 7 (30%) pct, sendo que, 5 receberam mais de (N=2). A maioria foi incluída em protocolos de primei-
uma linha de terapia sistêmica. Os esquemas quimiote- ra linha metastática ou adjuvante (67%), seguido de
rápicos utilizados na primeira linha incluíram: cisplati- segunda linha (29,1%) e terceira ou mais linhas (3,9%).
na, doxorrubina e paclitaxel; carboplatina e paclitaxel; Quanto ao tipo de plano de saúde, a maior parte dos
cisplatina e vinorelbine; carboplatina e bleomicina. A pacientes encaminhados tinha convênio (57,3% convê-
taxa de controle da doença atingida pela quimioterapia nio vs 42,7% sistema único de saúde; p-valor: 0,168). A
paliativa foi de 42% (3 dos 7 pct), com doença estável. O proporção de pacientes da própria instituição, HSL da
seguimento clínico variou de 1 a 194 meses, com taxa PUCRS, encaminhados para participação nos estudos
de sobrevida global média de 58 meses, e mediana de foi inferior comparado a outras instituições (39,8% vs
41 meses. Conclusão: O CAC tem comportamento in- 60,2%; p-valor: 0,03). A mediana da distância entre a
dolente e a ressecção cirúrgica permanece como prin- cidade de origem e o centro de pesquisa em Porto Ale-
cipal tratamento. Quando se apresenta em estágios gre foi de 41 quilômetros, sendo maior para pacientes
mais avançados, diversos esquemas de quimioterapia encaminhados por convênio (66km vs 24km, p-valor
demonstraram baixas taxas de respostas. O melhor en- 0,048) e outras instituições (99km vs 18,5km; p-valor
tendimento da biologia molecular destes tumores pode 0,005). Conclusão: Este é o primeiro estudo a descre-
revelar novos alvos terapêuticos. ver o perfil dos pacientes participantes de protocolos
de imunoterapia no Brasil. Surpreendentemente houve
Contato: ANDREA MORAIS BORGES
uma maior prevalência de pacientes encaminhados de
andrea.moraisb@gmail.com
outras instituições e a distância do centro foi considerá-
vel. Protocolos de pesquisa são uma opção interessante
para muitos pacientes brasileiros e é necessário empe-
TEMÁRIO: PESQUISA CLÍNICA nho para maior divulgação dos estudos em andamento.
CÓDIGO: 60501 Contato: ANA CAROLINE ZIMMER GELATTI
anagelatti@yahoo.com.br
PERFIL DOS PACIENTES PARTICIPANTES
EM CLINICAL TRIALS COM
IMUNOTERAPIA EM UM CENTRO DE
PESQUISA CLÍNICA DO BRASIL. TEMÁRIO: TUMORES TGI SUPERIOR
CÓDIGO: 60025
Autores: Mahira Lopes Rosa; Paulo Ricardo Santos
Nunes Filho; Ana Caroline Zimmer Gelatti; Maria Helena
Sostruznik; Gustavo Werutsky; Andre Poisl Fay; Carlos PERFIS MUTACIONAIS DISTINTOS
Henrique Escosteguy Barrios; DISTINGUEM OS DOIS TIPOS
Instituição: HOSPITAL CÂNCER MÃE DE DEUS; CENTRO HISTOLÓGICOS DE TUMORES DE
DE PESQUISA ONCOLOGIA HOSPITAL SÃO LUCAS AMPOLA DE VATER.

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 57


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

Autores: Fabiana Bettoni; Pedro Exman; Raphael SS TEMÁRIO: TUMORES TGI INFERIOR (COLON / RETO / ÂNUS)
Medeiros; Thiago LA Miller; Cibele Masotti; Pedro AF CÓDIGO: 60020
Galante; Anamaria A Camargo; Jorge Sabbaga;
Instituição: HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS POLIMORFISMOS NO GENE DPYD
Introdução: O adenocarcinoma de ampola de Vater ASSOCIADOS À TOXICIDADE EM
(AAV) é um tumor raro que corresponde a menos de PACIENTES COM CÂNCER GÁSTRICO
1% de todas as neoplasias do trato gastrointestinal. A OU COLORRETAL TRATADOS COM
ampola de Vater apresenta dois tipos de epitélio que FLUOROPIRIMIDINAS NO NORTE DO
dão origem a diferentes subtipos histológicos tumorais: BRASIL
intestinal(IT) e pancreatobiliar(PB). O subtipo intestinal Autores: Juliana Carla Gomes Rodrigues; Marianne
apresenta uma morfologia idêntica ao tecido colônico Rodrigues Fernandes; Darlen Cardoso de Carvalho;
enquanto que a morfologia do subtipo pancreatobiliar Luciana Pereira Colares Leitão; Amanda Cohen Castro;
é similar ao adenocarcinoma ductal pancreático. Embo- Karla Beatriz Cardias Cereja Pantoja; Antônio André
ra a análise por imunohistoquímica seja utilizada para Conde Modesto; Danielle Feio da Costa; Sidney Emanuel
diferenciar os subtipos histológicos, ainda não está cla- Batista dos Santos; Ney Pereira Carneiro dos Santos;
ro se os mesmos apresentam diferentes perfis mole- Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
culares que podem influenciar o prognóstico e guiar a Introdução: O câncer colorretal e o câncer gástrico são
conduta terapêutica. Objetivo: Caracterizar molecular- as principais neoplasias malignas do trato gastrointesti-
mente os diferentes tipos histológicos de AAV, através nal. Os fármacos amplamente utilizados no mundo em
do sequenciamento de um painel de genes frequente- diferentes esquemas terapêuticos no combate a esses
mente alterados em tumores humanos. Método: Foi dois tipos tumorais são à base de fluoropirimidinas, re-
realizada uma análise retrospectiva dos pacientes diag- presentados pelo 5-Fluorouracil (5-FU) e seus derivados
nosticados com AAV entre o período de 2011 e 2013 orais. Apesar do uso na prática clínica, tratamentos à
admitidos em nossa instituição. Dezesseis pacientes, base de 5-FU ainda são considerados desafiadores em
8 de cada subtipo histológico, foram selecionados e o função da grande variabilidade observada nas taxas de
DNA tumoral foi avaliado através do sequenciamento eficácia e toxicidade apresentadas pelos pacientes. O
de um painel de 160 genes. Resultados: Os dados clí- gene DPYD já é amplamente utilizado em prática clínica
nico-patológicos dos pacientes demonstraram que a por agências regulamentadoras de fármacos America-
presença de metástase no diagnóstico foi observada na e Europeia como exame preditivo de resposta ao
apenas nos pacientes com tumores PB (62,5%) e o tem- tratamento com fluoropirimidinas, uma vez que ele de-
po de sobrevida foi maior nos pacientes com tumores sempenha papel chave na via de metabolismo do 5-FU.
IT (12,6 vs 37,9 meses). A partir da análise molecular foi Objetivo: Avaliar a manifestação de toxicidade em pa-
possível identificar 50 mutações somáticas, dentre não- cientes com câncer gástrico ou colorretal, submetidos
-sinônimas e do tipo stop-gain, presentes em um total ao tratamento com fluoropirimidinas, e sua associa-
de 36 genes (22,5%). Com exceção de dois casos em ção com nove biomarcadores moleculares presentes
que não foi detectada a presença de mutações, o nú- no gene DPYD (rs55886062, rs17376848, rs67376798,
mero de mutações por tumor variou entre 1 e 10 com rs4970722, rs3918290, rs1760217, rs1801159,
uma média de 3,6 mutações por paciente. No subtipo rs17116806, rs1801265). Método: Foram avaliados 142
IT foram identificados 20 genes mutados (12,5%) com pacientes em relação aos nove polimorfismos geno-
um total de 27 diferentes mutações enquanto que no tipados por ensaios Taqman em Open array, utilizan-
subtipo PB identificamos 19 genes mutados (11,8%) do o aparelho QuantStudio™ 12K Flex Real-Time PCR
totalizando 23 diferentes mutações. O gene TP53 foi o System. As análises estatísticas foram realizadas pelo
mais frequentemente mutado nos pacientes com uma software SPSS v.14.0. Resultados: Foi encontrada uma
frequência maior nos tumores PB(50%). Mutações nos associação significativa entre o marcador rs1801159 e
genes KRAS(37,5%) e APC(25%) foram observadas so- a presença de diarreia (p=0,038, OR=7,529), bem como
mente nos tumores PB enquanto que mutações em entre o polimorfismo rs3918290 e a presença de toxici-
BRAF(25%) foram detectadas somente nos tumores IT. dades graus 3 e 4 (p=0,036, OR=5,520). O biomarcador
Conclusão: Os subtipos histológicos, PB e IT, demons- rs17116806 apresentou significância estatística com a
traram perfis mutacionais distintos com alterações ge- presença de mucosite (p=0,009, OR=3,608). As variantes
néticas que podem ser consideradas alvo para novas rs1801159 e rs4970722 apresentaram associação sig-
terapias. nificativamente estatística para o desenvolvimento de
Contato: FABIANA BETTONI neuropatia (p=0,015, OR=0,196 e p=0,025, OR=4,599).
fbettoni@mochsl.org.br Adicionalmente, os polimorfismos rs17376848,
rs4970722 e rs1801265 foram estatisticamente signifi-
cantes para o desenvolvimento de reações hematoló-
gicas nos pacientes investigados (p=0,043, OR=1,212;

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 58


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

p=0,025, OR=3,934 e p=0,016, OR=3,793). Conclusão: apresentaram teste de PD-L1 e EGFR positivos. 66,7%
Este estudo reafirma o papel dos polimorfismos inves- dos pacientes EGFR positivos também apresentaram
tigados no gene DPYD como biomarcadores preditores PD-L1+, porém não foi encontrada associação estatís-
de toxicidade em pacientes oncológicos tratados com tica. Quanto a histologia, 34% dos adenocarcinomas e
fluoropirimidinas. 12% de carcinoma epidermóide expressaram PD-L1.
Não houve associação quanto a expressão de PD-L1 e
Contato: JULIANA CARLA GOMES RODRIGUES
hisologia, gênero ou mutação de EGFR ou ALK. Conclu-
julianacgrodrigues@gmail.com
são: Este foi o primeiro estudo que avaliou a expressão
de PD-L1 num Centro de Pesquisa Clínica no Brasil e
sugere uma proporção de positividade similar ao da li-
TEMÁRIO: PESQUISA CLÍNICA teratura. Parte dos pacientes com expressão de PD-L1
CÓDIGO: 60471 apresentam outras alterações moleculares passíveis de
tratamento alvo.
PREVALÊNCIA DA EXPRESSÃO DE PD-L1 Contato: ANA CAROLINE ZIMMER GELATTI
EM PACIENTES CÂNCER DE PULMÃO ANAGELATTI@YAHOO.COM.BR
METASTÁTICO: EXPERIÊNCIA DE UM
CENTRO DE PESQUISA CLÍNICA NO
BRASIL
TEMÁRIO: TUMORES DE MAMA
Autores: Ana Caroline Zimmer Gelatti; Amanda da
CÓDIGO: 58618
Rocha; Fernanda Bohns Pruski Ramos; Silvana Zanettin;
Gustavo Werutsky; Carlos Henrique Escosteghy Barrios;
QUAL A TOLERÂNCIA COM A MARGEM
Instituição: HOSPITAL CÂNCER MÃE DE DEUS; CENTRO
DE PESQUISA ONCOLOGIA HOSPITAL SÃO LUCAS CIRÚRGICA COMPROMETIDA PELA
NEOPLASIA DE MAMA?
Introdução: A imunoterapia revolucionou o tratamen-
Autores: Rogério Agenor de Araújo; Patrícia Ferreira
to do câncer de pulmão não pequenas células. A iden-
Ribeiro Delfino; Camila Piqui Nascimento; Clarissa Lôbo
tificação da expressão de PD-L1 nestes tumores é pré- Portugal da Cunha; Eduarda da Costa Marinho; Felipe
-requisito para tratamento com alguns imunoterápicos Andrés Cordero da Luz; Rafael Mathias Antonioli; Thaís
e em outros casos sua positividade tem valor preditivo. Rezende Mendes; Marcelo José Barbosa Silva;
Aproximadamente 45% dos pacientes com câncer de Instituição: CENTRO ONCOLOGICO DO TRIANGULO
pulmão expressam PD-L1 na célula tumoral. Entretan-
to, não dispomos de dados sobre a expressão de PD-L1 Introdução: Apesar do intenso progresso do trata-
em pacientes brasileiros, nem mesmo da correlação da mento sistêmico e com a revolução de planejamento
expressão com outras alterações moleculares. Objeti- radioterápico para câncer de mama, se houver falha
vo: Descrever a proporção de expressão de PD-L1 em na intervenção cirúrgica - como o comprometimento
pacientes com câncer de pulmão triados em protocolos da margem; há possibilidade de piora do prognóstico.
de pesquisa clínica com imunoterapia. Método: Estudo Objetivo: Esse estudo propõe analisar se a margem
retrospectivo que incluiu pacientes com diagnóstico de cirúrgica comprometida por neoplasia mamária está
câncer de pulmão avançado/metastático triados para associada a fatores clínicos e prognósticos em pacien-
tratamento em protocolo de pesquisa clínica com imu- tes tratadas, conforme prática clínica, no Setor de On-
noterapia no Centro de Pesquisa em Oncologia do Hos- cologia de um Hospital Público de Minas Gerais. Méto-
pital São Lucas da PUC/RS, no período de 2015 a 2017. do: Estudo do tipo observacional e retrospectivo que
Dados clínicos e do status de PD-L1 foram coletados analisou 1763 prontuários de pacientes com câncer de
do prontuário médico dos pacientes. Para análise dos mama, tratadas no Setor de Oncologia de um Hospital
dados foi utilizado SAS versão 9.4, e os testes estatís- Público de Minas Gerais, no período entre 1981 a 2015.
ticos foram qui-quadrado de Pearson e teste exato de Foram excluídos prontuários com estadiamento pato-
Fisher. Resultados: Um total de 99 pacientes foram in- lógico 0 e IV. O tipo de cirurgia e a margem cirúrgica
cluídos, destes 62,6% (62/99) eram masculinos e 82,8% foram analisados por meio do laudo anatomopatológi-
(77/93) apresentavam histórico de tagabismo. Do total co. Resultados: Participaram do estudo 1205 pacientes
de pacientes, 67,7% apresentaram histologia do tipo com câncer de mama, submetidas a abordagem cirúr-
adenocarcinoma, 21,2% carcinoma escamoso, e 11,1% gica seguido de tratamento adjuvante ou após a neo-
pequenas células. Na população analisada, 46% (23/50) adjuvância, com idade mediana de 55 [23-92] anos. Fo-
apresentaram PD-L1 positivo, 10% (6/60) mutação de ram encontrados 152 laudos anatomopatológicos com
EGFR (Cobas) e 3,6% (2/55) dos pacientes apresentaram margem cirúrgica comprometida, sendo 26% (n=26)
translocação de ALK (IHQ). Destes 45% (45/99) foram no estágio patológico I, 51% (n=51) no estágio II e 23%
randomizados e 53,3% (24) foram alocados para o bra- (n=23) no estágio III. Aquelas com margem livre de do-
ço de imunoterapia. De 39 pacientes avaliáveis, 5,1% ença eram 31,88% (n=227) em estágio I, 50% em estágio
II (n=356) e 18% (n=129) em estágio III. Mulheres com

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 59


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

margem cirúrgica positiva têm 2,46 vezes mais chan- as curvas do estudo pelo Dr. Mark Kris (JAMA 2014). Os
ces de apresentarem recidiva loco regional (OR= 2,46; custos do tratamento TKI foram baseados na referência
IC= 1,42-3,71), mesmo com radioterapia e tratamen- nacional e foram comparados com o montante reem-
to sistêmico. Houve também 2,35 vezes mais chances bolsado pelo Sistema Único de Saúde para quimiotera-
de recidiva à distância (OR= 2,35; IC= 1,56-3,52), além pia. Resultados: O número de casos elegíveis para TKI
de chance 2,1 vezes (OR= 2,19; IC=1,31-3,64) maior de EGFR no Sistema Único de Saúde é de cerca de 2.224
óbito em comparação às pacientes sem comprometi- por ano. Desde a aprovação do gefitinib, o número es-
mento da margem. Verificou-se que 47,8% (n=762) das timado de vidas perdidas devido à indisponibilidade
cirurgias foram conservadoras e não houve associação de TKIs EGFR foi de 2.061. O potencial ganho de anos
entre o tipo de cirurgia, conservadora ou radical, com a de vida perdido no período foi de 2.668 por ano. Se-
margem cirúrgica (p=0,16), com a recidiva loco regional ria necessário cerca de 150 milhões de dólares adicio-
(p=0,12) ou com metástase à distância (p=0,78). Conclu- nais para implementar os TKIs. Considerando apenas
são: A abordagem cirúrgica do câncer de mama, radical os custos de aquisição de medicamentos, o custo por
ou conservadora, não está associada a recidivas local ganho anual de vida é de cerca de 585 dólares. Embo-
ou à distância, mas o comprometimento da margem ci- ra nossa análise não considere a qualidade de vida, o
rúrgica está associado a piora na sobrevida, sendo um custo de um ganho anual é inferior a três vezes o PIB
marcador de mau prognóstico. Não é, portanto, aceitá- per capita (cerca de 35.000 dólares). Conclusão: A falta
vel realizar tratamento adjuvante antes da ampliação de acesso aos TKIs do EGFR custa mais de 2.000 brasi-
da margem comprometida, mesmo com as dificuldades leiros vivem nos últimos seis anos extrapolando dados
na prática diária de um serviço público. retrospectivos dos EUA. Em nosso estudo, o tratamento
é custo-efetivo e tem o potencial de salvar mais de 2.000
Contato: ROGERIO AGENOR DE ARAUJO
anos de vida anualmente.
rogeriodearaujo@gmail.com
Contato: PEDRO NAZARETH AGUIAR JUNIOR
pnajpg@hotmail.com

TEMÁRIO: POLÍTICAS PÚBLICAS


CÓDIGO: 57408
TEMÁRIO: TUMORES GINECOLÓGICOS
QUANTAS VIDAS PERDEMOS NO BRASIL CÓDIGO: 59478
DEVIDO À AUSÊNCIA DE TKI ANTI-EGFR
NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE? QUIMIOTERAPIA ADJUVANTE COM
Autores: Pedro Aguiar Jr; Felipe Roitberg; Hakaru CARBOPLATINA E PACLITAXEL SEGUIDA
Tadokoro; Ramon de Mello; Gilberto Lopes; Auro del DE RADIOTERAPIA EM CARCINOMA
Giglio; DE ENDOMÉTRIO DE ALTO RISCO –
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO IMPACTO DO GRAU HISTOLÓGICO
Introdução: O câncer de pulmão é o quarto câncer mais Autores: Renata Rodrigues da Cunha Colombo Bonadio;
comum no Brasil, com 28.220 novos casos em 2017. É a Renata Gondim Meira Velame Azevedo; Guilherme
Harada; Vanessa Costa Miranda; Patricia Alves de
principal causa de mortes relacionadas ao câncer, com
Oliveira Ferreira; Daniela de Freitas; Elias Abdo Filho;
23.393 mortes devido ao câncer de pulmão no Brasil Flavia Gabrielli; Maria Del Pilar Estevez Diz; Samantha
em 2013. Na década de 2000, uma melhor compreen- Cabral Severino da Costa;
são das vias moleculares levou Para o desenvolvimento
Instituição: INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO
de tratamentos específicos. A introdução de inibidores PAULO
da tirosina quinase do EGFR (TKI) levou a melhorias sig-
nificativas na taxa de resposta e na sobrevivência sem Introdução: Dentre os pacientes com carcinoma de en-
progressão para os pacientes com mutações activado- dométrio localizado de alto risco, os estádios localmen-
ras. No entanto, este tratamento não está disponível no te avançados parecem se beneficiar do tratamento ad-
Sistema de Saúde Pública Brasileiro com base nos seus juvante com quimioterapia e radioterapia sequencial.
custos acrescidos da ausência de ganho global de So- No entanto, em vista do melhor prognóstico de pacien-
brevivência. Objetivo: relacionar o orçamento econo- tes com menor grau histológico, o papel do tratamento
mizado com os anos de vida potencialmente perdidos. adjuvante para o carcinoma endometrióide grau histo-
Métodos: Estimamos o número de casos elegíveis para lógico 1 e 2 não é claro. Objetivo: Avaliar a sobrevida
o tratamento utilizando dados epidemiológicos do Ins- livre de doença (SLD) e a sobrevida global (SG) do carci-
tituto Nacional do Câncer (INCA) mais a base de dados noma endometrióide estádio III-IVA grau 1-2 (grupo 1)
nacional sobre a freqüência de mutações no gene EGFR em comparação com carcinoma endométrioide grau
desde julho de 2010 (aprovação do gefitinib no Brasil). 3 e histologias não endométrioides (grupo 2) tratados
Baseamos as diferenças de sobrevivência entre os pa- com quimioterapia e radioterapia sequencial adjuvan-
cientes tratados com EGFR TKIs e quimioterapia usando tes. Método: Foi realizada análise retrospectiva de

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 60


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

pacientes com carcinoma de endométrio de alto risco pts com tumores sólidos avançados, ECOG-PS 3-4 que
(histologia endometrióide estádios III-IVA e histologias iniciaram QTp independentemente de terem ou não
não endometrióides estádios I-IVA) tratadas entre 2010 realizado tratamento oncológico sistêmico prévio ou
e 2017. O tratamento consistia em carboplatina (AUC ECOG-PS ≥ 2 que iniciaram QTp de 2ª ou mais linhas
5) e paclitaxel (175mg/mg2) adjuvante, a cada 3 sema- durante hospitalização. Pts com tumores sabidamente
nas, por 6 ciclos, seguido de radioterapia (radioterapia quimiossensíveis (germinativos, ovário, pequenas célu-
externa conformacional pélvica ou pélvica e paraórtica, las de pulmão) foram excluídos. Dados demográficos,
45-54Gy, e braquiterapia vaginal, 20Gy em 4 frações). clínicos e laboratoriais foram coletados dos prontuá-
Dados demográficos, clínico-patológicos e desfechos fo- rios. O desfecho primário foi a taxa de sobrevida em
ram revisados através de prontuários médicos. Método 30 dias a partir do início da QTp. Desfechos secundá-
de Kaplan Meier foi utilizado para análises de sobrevida rios foram taxa de sobrevida mediana, sobrevida em 60
e teste de log-rank para diferença entre as sobrevidas. dias e identificação de fatores prognósticos relaciona-
Resultados: 146 pacientes consecutivas foram avalia- dos à mortalidade. Resultados: De janeiro de 2015 a
das. 73 (50%) apresentavam histologia endometrióide setembro de 2017, 228 pts foram incluídos. A idade me-
e, destas, 55 (36,3%) apresentavam grau histológico 1 diana foi de 56 anos, 58% eram do sexo feminino e 66%
ou 2. O seguimento mediano foi de 29,5 meses. A SLP receberam QTp em 1ª linha. Quanto à funcionalidade,
estimada em 3 anos foi de 93,67% (IC 95% 81,5-97,9%) 50 pts (21,9%) apresentavam ECOG-PS 2, 152 (66,7%)
no grupo 1 e 68,5% (IC 95% 55,5-78,4%) no grupo 2 (HR ECOG-PS 3 e 26 (11,4%) ECOG-PS 4. Os sítios primários
4,98, IC 95% 1,49-16,67, p=0,0017). A SG estimada em 3 mais frequentes foram trato gastrointestinal (49.6%) e
anos foi de 92,67% (IC 95% 78,9-97,7%) e 81,3% (IC 95% mama (18,4%). Num seguimento mediano de 49 dias,
67,3-89,7%) (HR 2,38, IC 95% 0,65-8,67, p=0,19), respec- 224 pts (98,2%) faleceram, sendo 73 (32%) na mesma
tivamente. Houve diferença estatisticamente significan- internação em que iniciaram a QTp. A sobrevida me-
te entre as curvas de SLP (p=0,034), porém sem diferen- diana foi de 38,5 dias e a taxa de sobrevida em 30 dias
ça entre as curvas de SG (p=0,11). Conclusão: Apesar de e 60 dias após início da QTp foram de 55,7% e 38,5%,
adjuvância com quimioterapia e radioterapia sequencial respectivamente. Na análise multivariada, ECOG-PS 3/4
ser efetiva no carcinoma de endométrio de alto risco, (OR 2,45; p=0.015), anemia (OR 0,41; p=0,034), hipercal-
este é um grupo heterogêneo, constituído por popula- cemia (2,71; p=0,41) ou bilirrubina total elevada (5,14;
ções com riscos diversos. Os resultados mostraram que p<0,001) no dia da internação foram fatores preditivos
o carcinoma endometrióide localmente avançado grau de mortalidade aos 30 dias. Quanto à terapia de supor-
1 e 2 tratado com este esquema apresenta excelentes te instituída, 68 (30%) necessitaram de terapia intensiva
desfechos. Estudos prospectivos são necessários para e 103 (45%) receberam transfusões sanguíneas. Dentre
avaliar o real benefício da terapia adjuvante neste sub- os 224 pts que foram a óbito, apenas 2 faleceram em
grupo de melhor prognóstico. casa e 27 (13%) em hospice. Conclusão: Nesta coorte
retrospectiva, pts com câncer avançado e baixo perfo-
Contato: RENATA RODRIGUES DA CUNHA COLOMBO
mance não obtiveram benefício em termos de sobrevi-
BONADIO - re_rc_colombo@hotmail.com
da com a administração de QTp e muitos foram subme-
tidos a terapias de suporte fúteis. Ainda que a decisão
de não oferecer terapias oncológicas neste cenário seja
TEMÁRIO: CUIDADOS PALIATIVOS complexa, sugerimos que QTp não deve ser indicada de
CÓDIGO: 60256 rotina para estes pts.
Contato: VITOR FIORIN DE VASCONCELLOS
QUIMIOTERAPIA PALIATIVA BENEFICIA vitor.vasconcellos@gmail.com
PACIENTES COM CÂNCER AVANÇADO E
BAIXO PERFORMANCE?
Autores: Vitor Fiorin de Vasconcellos; Renata Rodrigues
TEMÁRIO: TUMORES TGI INFERIOR (COLON / RETO / ÂNUS)
da Cunha Colombo Bonadio; Guilherme Avanço;
Marcelo Vailati Negrão; Paulo M. Hoff; Rachel P. CÓDIGO: 60357
Riechelmann;
Instituição: INSTITUTO DE CANCER DO ESTADO DE SÃO REFRATARIEDADE A REGIME DE
PAULO PRIMEIRA LINHA CONTENDO
Introdução: A indicação de quimioterapia paliativa
OXALIPLATINA NO TRATAMENTO DO
(QTp) em pacientes (pts) com câncer avançado e bai-
CÂNCER COLORRETAL METASTÁTICO.
xo performance status (ECOG-PS) é controversa e pode ANÁLISE RETROSPECTIVA
ser deletéria. Objetivo: Identificar a frequência e fato- UNICÊNTRICA.
res prognósticos relacionados à mortalidade precoce Autores: Larissa Martins Machado; Tiago Cordeiro
pós QTp em pts oncológicos hospitalizados com baixa Felismino; Diogo de Brito Sales; Ingrid Hariman Fonseca
expectativa de vida. Método: Análise retrospectiva de da Cunha; Ana Caroline Fonseca Alves; Carlos Eduardo

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 61


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

Stecca; Jefferson Rios Pimenta; Audrey Cabral Ferreira TEMÁRIO: TUMORES DE MAMA
de Oliveira; Virginia Altoé Sessa; Celso Abdon Lopes de CÓDIGO: 59427
Mello;
Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER RELAÇÃO DA IMUNO-HISTOQUÍMICA
Introdução: No tratamento do Câncer Colorretal (CCR) COM O Método: DE RASTREIO DO
metastático,os esquemas FOLFOX ou FOLFIRI mostra- CÂNCER DE MAMA EM MULHERES DO
ram-se equivalentes no tratamento de primeira linha OESTE CATARINENSE
(PL).A taxa de progressão de doença durante a PL é Autores: André Moreno; Marcelo Moreno; Kimberly
pequena, em torno de 15%. O emprego dos agentes Masiero Cola; Larissa Heberle;
biológicos podem aumentar a taxa de resposta (TR). Na Instituição: UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO
segunda linha (SL), a taxa de progressão é maior, em DE CHAPECÓ
torno de 50%. Tendo em vista os novos conhecimentos
Introdução: O câncer de mama está entre os tipos de
da biologia do CCR, decidimos avaliar características clí-
câncer que mais acomete as mulheres no Brasil. Após
nicas e patológicas dos pacientes com refratariedade à
o conhecimento e a possibilidade de classificação em
regime de PL com Oxaliplatina, como também enten-
subtipos, de acordo com características imuno-genéti-
der o comportamento nas linhas subsequentes. Obje-
cas, foi possível verificar que os subtipos de câncer de
tivo: O objetivo deste trabalho foi avaliar a sobrevida
mama com maior atividade biológica seriam os luminais
global (SG) dos pacientes que progrediram em menos
B, HER2+ e triplo-negativo e que o de menor atividade
de 6 meses ou na primeira avaliação de resposta ao
biológica seria o classificado como luminal A. De acordo
tratamento de PL com oxaliplatina. Objetivo Secun-
com essa classificação, é planejado o tratamento. Ob-
dário: Avaliar a SG e SLP dos pacientes que receberam
jetivo: Verificar a relação do perfil imuno-histoquími-
segunda linha; correlacionar tanto a SG e SLP da PL e
co de neoplasias malignas de mama com o método de
SL com fatores clínicos e patológicos. Método: Estudo
rastreio/diagnóstico em mulheres residentes no oeste
restrospectivo, unicêntrico de pacientes da instituição
catarinense. Método: Estudo observacional, descritivo
AC Camargo Cancer Center, São Paulo - SP. Foram ava-
do tipo transversal, no qual foram incluídas mulheres
liados pacientes com diagnóstico de câncer colorretal
com diagnóstico de câncer de mama tratadas em um
metastático tratados com regime baseado em Oxalipla-
centro de referência em diagnóstico e tratamento on-
tina na PL, associado ou não a anticorpos monoclonais;
cológico no município de Chapecó-SC. As pacientes de-
progressão de doença menos de 6 meses ou na pri-
veriam ter o diagnóstico de câncer de mama, rastreado
meira avaliação. Os fatores clínicos e patológicos ana-
através do autoexame ou pela mamografia, e possuir
lisados: idade, gênero, uso ou não de anticorpos mo-
estudo imuno-histoquímico em que se tenham sido
noclonais associado à quimioterapia, CEA, lateralidade,
avaliados receptor de estrógeno, receptor de proges-
status KRAS, instalibidade microssatélite, localização e
terona, marcador HER2 e índice Ki-67 (em %). Resulta-
números de sítios de metástases. Resultados: Foram
dos: Foram analisados dados de 209 pacientes. O perfil
avaliados 53 pacientes no período de 2011-2014. A SLP
imuno-histoquímico luminal A foi o mais observado en-
3.4 meses e SG 12.3 meses, já a SLP mediana na PL 3,41
tre as pacientes que realizaram a detecção do câncer
meses e SLP mediana na SL 4,6 meses. Não houve dife-
de mama através da mamografia (62,6%). No subgrupo
rença na SLP com uso ou não de anticorpo associado
que detectou o câncer através do autoexame, os perfis
à quimioterapia (3,61 x 2,79 meses) respectivamente,
com maior atividade biológica predominaram (64,3%)
HR: 0.55 (CI: 0.30 – 1.01; p=0.056). A taxa de resposta na
(p = 0,002). Houve correlação entre a invasão linfono-
PL foi de 5,7% e na SL,de 11,3%. Houve maior empre-
dal e o método de rastreio, no qual 78,6% dos cânce-
go de anticorpo em PL 21 (39,6%) versus SL 36 (67,9%).
res detectados pelo autoexame tinham expansão para
Não houve correlação entre a SG e SLP com as variáveis
linfonodos, enquanto a mamografia teve um índice de
clínicas e patológicas analisadas. Conclusão: Não foi
invasão de 45,7% (p = 0,002). Conclusão: Neoplasias
possível identificar nesta amostra pequena caracterís-
malignas de mama com maior atividade biológica fo-
tica clínica e patológica que se correlacione com "refra-
ram mais frequentemente detectadas pelo autoexame,
tariedade" à oxaliplatina. Mesmo sendo refratário com
enquanto que neoplasias com crescimento lento foram
progressão de doença menor que 6 meses na PL a SG
diagnosticadas predominantemente pela mamografia.
foi de 12 meses. A segunda linha talvez possa resgatar
alguns pacientes, com maior uso de anticorpos mono- Contato: KIMBERLY MASIERO COLA
clonais com FOLFIRI, já que menos da metade utilizou kimberly.cola@unochapeco.edu.br
em primeira linha.
Contato: LARISSA MARTINS MACHADO
lamachadom@yahoo.com.br

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 62


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

TEMÁRIO: TUMORES DE CABEÇA E PESCOÇO TEMÁRIO: TUMORES TGI INFERIOR (COLON / RETO / ÂNUS)
CÓDIGO: 60587 CÓDIGO: 60081

RELAÇÃO DE CROMO E ARSÊNIO RELAÇÃO ENTRE SÍNDROME


COM O ESTADIAMENTO TUMORAL METABÓLICA E CÂNCER COLORRETAL
EM PACIENTES COM CARCINOMA Autores: Izabela Sinara Silva Alves; Daniel Lima da
EPIDERMÓIDE DE CAVIDADE ORAL. Rocha; Melina Morais Lannes; Henrique Cappelin Zago;
Autores: Arícia Leone Evangelista Monteiro de Assis; Caíque Shin It Polarini Matsue; Laura Oliveira Carvalho;
Anderson Barros Archanjo; Suzanny Oliveira Mendes; Renata Esteves Cassiano; Karen Feldenheimer; Mayara
Leonardo Oliveira Trivilin; Rafael P. Souza; Fábio Romero Canal; Bruno Nascimento Rosa Hercos;
Daumas Nunes; Eloiza Helena Tajara da Silva; Christiano Instituição: UNIÃO DAS FACULDADES DOS GRANDES
Jorge Gomes Pinheiro; Adriana Madeira Álvares da Silva; LAGOS
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO Introdução: A Síndrome Metabólica (SM) é um transtor-
SANTO no complexo representado por um conjunto de fatores
Objetivo: Relacionar a influência dos elementos traços de risco cardiovascular usualmente relacionados à de-
arsênio e cromo, presentes em amostras de carcinoma posição central de gordura e à resistência à insulina. É
epidermoide de cavidade oral de pacientes tabagistas, importante destacar a associação da SM com a doença
ex-tabagistas e não tabagistas, com o estadiamento cardiovascular. Os critérios que compõe essa síndrome
tumoral. Método: Amostras de tecido tumoral para- são aumento da circunferência abdominal (homens >
finado foram obtidas no Instituto do Câncer Arnaldo 102 cm, mulheres > 88 cm), triglicerídeos ≥ 150 mg/dL,
Vieira de Carvalho (SP), das quais 30 eram de pacientes HDL colesterol (homens < 40 mg/dL, mulheres < 50 mg/
tabagistas, 20 de ex-tabagistas e 7 de não tabagistas, dL), pressão arterial ≥ 130 mmHg ou ≥ 85 mmHg e gli-
totalizando 57 amostras. Destas confeccionou-se tissue cemia de jejum ≥ 110 mg/dL. São necessários 3 ou mais
microarray e cada spot media 0,45 mm de espessura componentes para o diagnóstico. O Câncer colorretal
e 1,5 mm de diâmetro. As amostras foram submetidas (CCR) é o terceiro câncer mais comum e tem sido estu-
à análise dos elementos traços, arsênio e cromo, pela dado sua relação com a síndrome metabólica. Objeti-
técnica de micro-XRF, no Laboratório Nacional de Luz vo: Avaliar a relação entre síndrome metabólica e CCR
Síncroton – LNLS – (Campinas-SP). Para cada amostra, em homens e mulheres pré e pós-menopausa. Méto-
foram obtidas nove medidas, que ao final resultaram do: Coorte retrospectiva composta por pacientes com
em uma média por amostra. Utilizou-se o teste G - Inde- diagnóstico de CCR em acompanhados pelo serviço do
pendência para relacionar a presença do elemento com Hospital Estadual de Bauru entre 2006-2016. Os dados
o estadiamento tumoral. Resultados: Verificou-se que clínicos foram coletados de prontuários. Na análise de
o elemento essencial Cr sofre influência do hábito taba- dados foram utilizadas estatísticas descritivas e teste do
gista para sua presença (p-valor de 0,0065), bem como qui-quadrado. Foram significativos os resultados com
o elemento potencialmente tóxico As (p-valor = 0,0322). p≤0,05. Resultados: Foram analisados os dados de 893
Em relação ao estadiamento tumoral foi verificado que pacientes diagnosticados com CCR, dos quais 40,53%
o cromo não apresenta correlação positiva com o es- eram homens e 48,87% mulheres, destas 82,76% eram
tadiamento dos tumores, sendo o p-valor de 0.8622 pós-menopausadas. Foi observado aumento de síndro-
para pacientes não fumantes, 0.9999 para fumantes me metabólica em pacientes do sexo masculino e em
no passado e 0.6995 para fumantes. No entanto, existe mulheres na pós-menopausa, relação esta que não foi
uma relação positiva quanto a presença do elemento evidenciada em mulheres jovens (p<0.05). Não foi en-
arsênio com o estadiamento nos tumores de pacientes contrado aumento da mortalidade nos pacientes com
que fumaram no passado (p-valor de 0.0334), já para síndrome metabólica, (p<0,03), porém sabe-se que es-
pacientes não fumantes o valor foi de 0.5866 e para pa- ses pacientes apresentam maior morbidade. Uma limi-
cientes fumantes o valor foi de 0.5263. Em pacientes tação do estudo foi analisar os componentes da síndro-
fumantes no passado o elemento As esta presente em me apenas no momento da admissão do paciente, não
11 pacientes com estadio 5, o que caracteriza tumores acompanhando as mudanças dos seus valores ao longo
mais agressivos.Conclusão: Existe uma correlação po- do tempo. Conclusão: diretrizes mais recentes para o
sitiva entre a presença do elemento As e o estadiamen- rastreamento do CCR são amplamente recomendadas
to tumoral de pacientes com carcinoma epidermóide com base na idade, mas as populações em risco, incluin-
de cavidade oral. Agradecimento à FAPES e ao LNLS. do a síndrome metabólica, podem exigir triagem preco-
ce. Dessa forma, o reconhecimento dessa como fator de
Contato: ARICIA LEONE EVANGELISTA MONTEIRO DE risco nos alerta para uma possível análise dos benefícios
ASSIS - aricialeone@hotmail.com potenciais de recomendações alternativas de triagem.
Contato: KARENN KAROLINNE SILVA ELIAS
karenneliasmedicina@gmail.com

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 63


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

TEMÁRIO: TUMORES TGI INFERIOR (COLON / RETO / ÂNUS) identificados estão em linha com a literatura interna-
CÓDIGO: 57437 cional, e a ancestralidade genética foi associada com
algumas características clinico-patológicas, no entanto,
REPRESENTAÇÃO DE DADOS sem influência no prognóstico dos pacientes.
EPIDEMIOLÓGICOS - CLÍNICO - Contato: RONILSON OLIVEIRA DURÃES
PATOLÓGICOS E TERAPÊUTICOS E SUA roniduraes@bol.com.br
CORRELAÇÃO COM A ANCESTRALIDADE
GENÉTICA EM PACIENTES COM CÂNCER
COLORRETAL DO HOSPITAL DE CÂNCER
DE BARRETOS TEMÁRIO: MELANOMAS
CÓDIGO: 60431
Autores: Ronilson Oliveira Durães; Gustavo Noriz
Berardinelli; Denise Peixoto Guimarães; Cristovam
Scapulatempo Neto; Marco Antônio Oliveira; Rui Manuel RESPONDEDORES EXCEPCIONAIS
Vieira Reis; NO MELANOMA METASTÁTICO:
Instituição: FUNDAÇÃO PIO XII - JALES CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
Introdução: O câncer colorretal (CCR) é a terceira ne-
DE PACIENTES TRATADOS COM
oplasia mais frequente na população mundial. No Bra- IPILIMUMAB.
sil, esta neoplasia ocupa o terceiro lugar em incidência, Autores: Fernanda Bronzon Damian; Pablo Moura
mas vem aumentando nos últimos anos, devido a múl- Barrios; Paula Girelli; Gabriel Carvalho Heemann;
tiplos fatores, tais como o estilo de vida e envelheci- Matheus Dorigatti Soldatelli; Sergio Jobim Azevedo;
Carlos Henrique Escosteguy Barrios;
mento populacional. O estadiamento é o principal fator
prognóstico. A estrutura étnica da população vem ga- Instituição: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO
nhando relevo como mais um potencial fator de prog- RIO GRANDE DO SUL
nóstico, e isso se torna mais premente na população Introdução: A imunoterapia tem revolucionado o tra-
Brasileira, devido à sua grande miscigenação. Objetivo: tamento de pacientes (pts) diagnosticados com me-
Caracterizar os aspectos epidemiológicos-clínico-pato- lanoma metastático. O inibidor de CTLA4 ipilimumab,
lógicos e terapêuticos de uma série de mais de 1000 uma imunoglobulina humana, demonstrou vantagens
pacientes com CCR atendidos no Hospital de Câncer significativas em SLP e SG em estudos iniciais. Embora
de Barretos, identificar os principais fatores prognós- respostas aconteçam numa proporção limitada de pts,
ticos e determinar a sua ancestralidade genética, cor- àqueles que respondem apresentam uma sobrevida
relacionando a estrutura étnica dos pacientes com os muito prolongada. Evidencias preliminares sugerem
restantes dados epidemiológicos e clínico-patológicos. que existem poucas recorrências após o terceiro ano
Método: Estudo de coorte retrospectiva de 1013 pa- de acompanhamento. Objetivo: descrever as carac-
cientes de conveniência de pacientes portadores de terísticas clínicas de uma amostra de 13 pts diagnos-
câncer CCR, admitidos para tratamento e seguimento ticados com melanoma metastático tratados com ipili-
entre 2000-2014,sendo realizada uma caracterização mumab e que permanecem vivos mais de 4 anos após
epidemiológica-clínica-patológica e terapêutica corre- o tratamento. Método: um total de 41 pts com mela-
lacionando com supostos fatores prognósticos como a noma metastático receberam ipilimumab nos anos de
localização do tumor primário divididos em cólon direi- 2007 e 2011/2012. Deste grupo, 13/41 (31,7%) perma-
to e esquerdo e ancestralidade genética. Resultados: necem vivos com um acompanhamento mediano de
Houve predominância do sexo masculino,faixa etária 69 (56m-124m) meses. Esta análise retrospectiva pre-
entre 50 e 75 anos e EC II, o lado esquerdo/reto se des- tende caracterizar este grupo de pts. Resultados: dos
tacou com 75% dos casos. Não foi observada diferen- 13 pts revisados, 7 eram homens, idade mediana de 53
ças na sobrevida câncer específica entre a localização anos, todos caucasianos. O sítio primário mais comum
dos tumores primários.Os tumores no lado esquerdo foi dorso (6/12pts) e 1/13 apresentava doença metas-
foram associadas ao sexo masculino, idade inferior a 50 tática no momento do diagnóstico. De 7 pts com infor-
anos, tumores de baixo grau, tumores T1 e T2, ausên- mações, 5 apresentavam LN comprometidos. Apenas 2
cia de tumores sincrônicos. Os principais fatores prog- pts realizaram tratamento adjuvante com Interferon e
nósticos foram o estadiamento, cirurgia de urgência, 9 tinham recebido quimioterapia para doença metas-
invasão angiolinfática, e localização no cólon esquerdo. tática. Entre 9 pts com dados disponíveis a mediana de
Com relação à ancestralidades, foi observado que pro- espessura do primário era 4.35mm, 8 deles eram Clark
porção mais frequente foi a europeia (74%). As distintas IV e 6 apresentavam ulceração. Sinais de regressão fo-
proporções de ancestralidade genética não se associa- ram identificados em 5/10 pts. A mediana de número
ram com a sobrevida dos pacientes. Conclusão: Foi de mitoses foi 7,5 mitoses/mm2. Níveis de LDH encon-
uma das mais completas caracterizações em pacientes travam-se elevados na maior parte dos casos (10/12).
brasileiros com CCR correlacionada com o perfil de an- De 12 casos com informações, 10 receberam 4 ciclos de
cestralidade. A ancestralidade africana foi associada a tratamento, 2 receberam 11 ciclos e 1 recebeu mais de
pacientes jovens. Os principais fatores de prognóstico 20 ciclos de tratamento. Ipilimumab foi bem tolerado

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 64


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

com 3 pts desenvolvendo hipotireoidismo e 3 com quei- tamento com denosumabe por 9 ciclos com beneficio
xas de astenia. De 10 pts com informações disponíveis, clinico e estabilidade radiológica, mantida até o mo-
2 apresentaram resposta completa, 5 resposta parcial mento, s/ tto há 26 meses. Caso 3 CRR, 30a, masculino,
e 3 permaneceram com doença estável como melhor em maio/15 diagnóstico de TGC em coluna vertebral ir-
resposta. Conclusão: respondedores excepcionais re- ressecável. Inicio de denosumabe em jul/15, em uso até
presentam um grupo de pts com respostas diferencia- o momento, com estabilidade de doença e melhora da
das à terapia. No melanoma metastático tratado com dor. Caso 4: JJM, feminino, 30 anos, diagnosticada com
ipilimumab com acompanhamento mediano superior TGC em radio direito em abril/11. Realizou 8 cirurgias
aos 4 anos a perspectiva que muitos destes pts este- para ressecções locais. Entretanto, apresentou recidiva
jam curados deve ser considerada. Estas características pulmonar e em ulna direita. Paciente recebeu denosu-
clinicas podem servir de base comparativa com outros mabe por 1 ano com RP, porém suspendeu a droga por
grupos de pts sem resposta ao tratamento e comple- toxicidade. Após 18 meses de seguimento, apresentou
mentar a caracterização mais completa do ponto de PD tratada novamente com denosumabe com resposta
vista molecular que deverá ser realizada. clinica e radiológica mantida por 1 ano (ainda em uso).
Caso 5: ASO, 38 anos com TCG em coluna torácica sub-
Contato: PABLO MOURA BARRIOS
metida a ressecção parcial, embolização e zometa. Evo-
pablo.mbarrios@gmail.com
luiu com PD quando iniciado denosumabe em 03/13
com melhora dor e estabilidade desde então (ainda em
uso). Embora sem tratamento padrão definido, o uso
TEMÁRIO: SARCOMAS de denosumabe baseado em racional biológico descri-
CÓDIGO: 60270 to demonstrou resultados favoráveis e prolongados no
tratamento dos 4 pcts relatados, mesmo após suspen-
RESPOSTA SUSTENTADA COM são da medicação.
DENOSUMABE EM TUMORES DE Contato: LUANA GUIMARAES DE SOUSA
CÉLULAS GIGANTES LOCALMENTE luanag.s@hotmail.com
AVANÇADO
Autores: Luana Guimarães de Sousa; Julia De Stefani
Cassiano; Diego de Araújo Toloi; Rodrigo Ramella
Munhoz; Veridiana Pires de Camargo; Jamile Almeida TEMÁRIO: TUMORES DE MAMA
Silva; Olavo Feher; CÓDIGO: 60538

Instituição: INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO


PAULO; FACULDADE DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE RISCO DE RECORRÊNCIA DO ONCOTYPE
DE SÃO PAULO DX EM POPULAÇÃO DE CÂNCER DE
O tumor de células gigantes (TGC) é uma patologia be-
MAMA - DADOS COMPARADOS COM A
nigna rara (3-5% dos tumores ósseos1), que ocorre em LITERATURA.
adultos jovens. Apesar de benigno o TCG é localmente Autores: Denis Sakamoto Shimba; Ana Claudia
agressivo e responsável por quadros álgicos incapaci- Machado; Victor Piana de Andrade; Cynthia Aparecida
tantes e, raramente, por disseminação hematogênica. Bueno de Toledo Osório; Andréa Paiva Gadêlha
Guimarães; Marcelo Calil Machado Netto; Vladmir
A cirurgia é o principal tratamento, entretanto, as taxas
Cláudio Cordeiro de Lima; Solange Moraes Sanches;
de recorrência são altas. Recentemente, informações
sobre a biologia tumoral e os fatores relacionados à Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
diferenciação osteoclástica (RANK, RANKL, OPG, M-CSF) Introdução: Há uma real preocupação com o supertra-
trouxeram novas perspectivas para o tto de TCG avan- tamento com quimioterapia em pacientes com câncer
çados, sendo a principal delas o desonumabe, anticor- de mama RH+, considerando a toxicidade e risco advin-
po monoclonal anti-RANKL. Entretanto, informações dos desta terapia. Muitas pacientes têm excelente evo-
sobre a duração do tratamento (tto) e manejo da dro- lução e poderiam ser tratadas com hormonioterapia
ga no cenário em que é atingida estabilidade clínica e exclusiva. O Oncotype DX (ODX) prediz o risco de recor-
radiológica, são escassas. Relatamos 5 casos tratados rência do tumor, validado e incorporado a muitas di-
com denosumabe na dose de 120mg a cada 28 dias e retrizes de tratamento. Sendo seu acesso limitado por
que apresentaram estabilidade de doença e beneficio questões logísticas e econômicas, não tem um amplo
clinico mantido por tempo prolongado (>1a). Caso 1: emprego em nossa realidade. Na nossa prática clínica,
NSS, 48a, feminina, com TGC em quadril irressecável, o ODX é solicitado nos casos que a indicação de quimio-
submetida a 5 sessões de embolização intratumoral e terapia suscita dúvida, e pode não refletir exatamente
zometa. Após PD, em maio/15, utilizou desonumabe achados dos ODX sistemáticos (Albanell, 2016). Obje-
por 1 ano. Apresentou controle álgico e estabilidade tivo: Avaliação dos resultados do ODX em população
radiológica, resultados mantidos até o momento (há selecionada pela dúvida terapêutica (intuito de evitar
24m sem tto). Caso 2: VAP, 29a, feminino, diagnóstico supertratamento) comparados aos dados da literatura.
de TGC em quadril irresecável, em maio/14. Fez o tra- Método: Estudo retrospectivo, com avaliação do ODX

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 65


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

em pacientes com câncer de mama RH+ HER2- EC I-II, foram analisados utilizando os modelo multivariado
no período de 01/2010 a 01/2017 e coleta de dados clí- de riscos proporcionais de Cox. A sobrevivência global
nicos e anatomopatológicos, analisados descritivamen- foi estimada usando o método de Kaplan-Meier e as
te e comparados com os dados da literatura. Análise curvas de sobrevivência foram comparadas usando o
estatística com o software Statistical Package for Social teste Log rank. Resultados: A coorte consistiu em 608
Science (SPSS), versão 22.0.0.0 Resultados: No período pacientes idosos seguidos por 180 dias. A idade média
estudado, 83 pacientes realizaram ODX. A idade média foi de 71,9 anos (intervalo: 60-96) e 50,2% dos partici-
foi de 57,2 anos (27-79 anos), média de tamanho tumo- pantes estavam em risco de desnutrição, conforme
ral de 1,5cm, 83% menores que 2cm, 66,3% de grau his- medido pelo MNA®-SF. Durante o seguimento, 35,5%
tológico II e 9,6% de grau III. Quanto ao risco de recor- dos participantes foram hospitalizados,29,4% tiveram
rência, 65,1% eram ODX de baixo risco, 30,1% de risco infecções associadas à saúde e 16,4% morreram.Após
intermediário e 4,8% de alto risco. Conclusão: ODX par- o ajuste para idade, local e estágio de câncer,o modelo
ticipa da decisão terapêutica em câncer de mama inicial Cox de regressão multivariada mostrou que estar des-
RH+. Porém, pelos obstáculos de acesso ao exame po- nutrido era um preditor independente de infecção(Ra-
dem ser solicitados apenas em casos duvidosos. ODX zão de risco ajustada [aHR] = 1.88, IC 95% 1.32-2.67, p
foi solicitado principalmente para tumores menores de <0.001) hospitalização (R = 1,5, IC 95%: 1,10-2,06, p =
2 cm e de grau histológico intermediário, evidenciando 0,012) e morte (aHR = 3,12, IC 95%: 1,74-5,78, p <0,001).
a preocupação da equipe com o supertratamento des- Conclusão: O risco nutricional na admissão foi identifi-
tas pacientes. A distribuição das classificações de risco cado como um preditor independente de risco de mor-
de recidiva determinado pelo ODX foi semelhante a re- te prematura, infecção e necessidade de hospitalização
tratada na literatura em população européia, apesar do em pacientes idosos com câncer. O uso de MNA®-SF
viés de solicitação. Métodos alternativos que possam deve ser incorporado na avaliação geriátrica regular de
estimar risco de recorrência nessas pacientes através pacientes idosos com câncer
de informações anatomopatológicas convencionais são
Contato: JUREMA TELLES DE OLIVEIRA LIMA
desejáveis nos cenários em que a realização do ODX
jurematelles@me.com
seja impeditivo.
Contato: DENIS SAKAMOTO SHIMBA
dshimba@hotmail.com
TEMÁRIO: TUMORES DE MAMA
CÓDIGO: 60589

TEMÁRIO: NUTRIÇÃO SÍNDROME DE LI- FRAUMENI EM


CÓDIGO: 60369 PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA
EM INSTITUIÇÃO NO SUL DO BRASIL:
RISCO NUTRICIONAL COMO ESTUDO PROSPECTIVO
PREDITOR DE EVENTOS ADVERSOS Autores: Ana Luísa Bettega; Gabriela Romaniello; Angela
GRAVES PRECOCES EM UMA COORTE Dasenbrock; Elisa Gaio; Jeanine Marie Nardin; José
PROSPECTIVA DE PACIENTES IDOSOS Cláudio Casali da Rocha; Thais Abreu de Almeida;
ONCOLÓGICOS Instituição: HOSPITAL ERASTO GAERTNER
Autores: Jurema Telles de Oliveira lima; Zilda Rego Introdução: A síndrome de Li-Fraumeni (SLF) ocorre
Cavalcanti; Leticia Telles Sales; Mirella Rebello Bezerra;
devido à mutação do gene TP53, resultando em um
Luiz José de Barros Batista; Renata Travassos; Nahami
Cruz de Lucena; Anke Bergmann; Maria Julia Gonçalves alto risco de desenvolvimento de um amplo espectro
de Mello; Luiz Claudio Santos Thuler; de neoplasias em idade precoce. Destas, a neoplasia de
mama é a mais comumente diagnosticada. As regiões
Instituição: INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL
PROFESSOR FERNANDO FIGUEIRA  sul e sudeste do Brasil possuem uma prevalência ele-
vada de SLF, atingindo taxas de 1: 300 indivíduos em
Objetivo: Determinar se o risco nutricional identificado contraste com as taxas de 1: 5000, observada no resto
pelo Mini Nutritional Assessment Short-Form(MNA®- do mundo. Objetivo: Analisar características epidemio-
-SF) é um preditor independente para eventos adver- lógicas e clínicas de pacientes com câncer de mama e
sos graves precoces(infecção, hospitalização e morte portadoras de SLF atendidas no serviço entre 2014 e
precoce).PACIENTES E Método: Foi realizado um es- 2017. Método: Estudo prospectivo, observacional, lon-
tudo prospectivo de coorte de pacientes idosos (≥ 60 gitudinal e analítico. Pacientes diagnosticadas desde
anos) com diagnóstico recente de câncer admitido em 2014 com câncer de mama foram acompanhadas cli-
uma unidade de oncologia ambulatorial. As variáveis nicamente e responderam um questionário sobre his-
sociodemográficas e clínicas e MNA®-SF foram coleta- tórico familiar de câncer. Foi realizada análise estatísti-
dos no início do estudo. Os resultados foram infecção ca descritiva dos dados. Resultados: Foram incluídas
associada à saúde, hospitalização e morte. Os dados 366 pacientes. Dentre elas, 279 (76,2%) apresentavam

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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

câncer de mama pré-menopausal antes dos 46 anos. de 2012 provenientes de 20 centros distribuídos em
Dentre elas, 43 (15,4%) possuíam pelo menos um pa- seis estados brasileiros, representando três regiões:
rente de primeiro ou segundo grau com histórico de Sul, Sudeste e Nordeste. Desfechos de sobrevida glo-
tumor do espectro da síndrome de Li-Fraumeni antes bal (SG) foram descritos pelo método de Kaplan-Meier
dos 56 anos. Nenhuma paciente apresentava múltiplos e fatores prognósticos avaliados pelo modelo de Cox
tumores. Nenhuma paciente foi diagnosticada com multivariado. Resultados: Entre as 690 pacientes inclu-
carcinoma adrenocortical ou tumor do plexo coroide. ídas, 145 (21%) foram diagnosticadas com metástase
Assim, 43 (11,7%) possuíam critérios diagnósticos de cerebral durante o seguimento da doença. As pacien-
Chompret para a síndrome de Li-Fraumeni e nenhu- tes que desenvolveram metástase cerebral ao longo
ma (0%) possuía critérios diagnósticos de Síndrome de do seguimento eram mais jovens, sendo mais comum
Li-Fraumeni clássica. A média de idade entre essas 43 o diagnóstico de câncer de mama antes dos 40 anos
pacientes foi de 55,5 anos. O tipo histológico do tumor nesse grupo (22,1% vs. 15,0% p=0,03), tinham mais tu-
encontrado na biópsia das pacientes com critérios de mores triplo negativos (28% vs.18.5%, p = 0,03), porém
Chompret para a síndrome de Li-Fraumeni foi avaliado o mesmo não foi observado em relação aos tumores
em 41 (95,3%) pacientes. Foi encontrado um (2,4%) caso HER2-positivos (28.3% vs. 20.6% p =0.11). Em geral, o
de carcinoma ductal in situ, um (2,4%) de carcinoma in- intervalo livre de metástase cerebral (ILMC), mensura-
filtrante mucinoso (coloide), um (2,4%) de carcinoma do a partir do diagnóstico de doença metastática, foi 14
infiltrante tubular, dois (4,8) de carcinoma infiltrante meses. Entretanto, o ILMC foi menor em pacientes com
lobular, 32 (78%) de carcinoma infiltrante ductal e qua- tumores HER2-positivos (18 vs. 12 meses, p=0,011) e
tro (12,9%) de outros tipos histológicos. Foi realizada triplo negativo (18 vs. 12 meses, p<0,001), ambos com-
imunoistoquímica na amostra da biópsia de 35 (81,3%) parados com tumores luminais. A sobrevida global (SG)
pacientes. Foi encontrado subtipo molecular luminal A mediana a partir do desenvolvimento de metástase ce-
em nove (25,7%) das amostras, luminal B em 19 (54,2%), rebral foi 10 meses. Na analise multivariada, tumores
luminal B HER2+ em nove (25,7%) e triplo negatvo em triplo-negativos foram associados a um pior prognós-
três (8,5%). Conclusão: A SLF possui alta prevalência no tico (HR 1,82; IC95% 1,02-3,24 – p = 0,03), tendo sido
sul do país e esteve associada à maior agressividade do observada uma tendência a pior SG nos tumores HER-
tumor de mama. 2-positivos (HR 2,21; IC95% 0,91-5,33 – p = 0.08). Con-
clusão: Os resultados deste estudo, são similares aos
Contato: THAIS ABREU DE ALMEIDA
dados da literatura internacional quanto a incidência e
thaisaalmeida@gmail.com
ao mau prognóstico associados ao desenvolvimento de
metástase cerebral em pacientes com câncer de mama.
Ratifica-se, então, a importância desta condição como
TEMÁRIO: TUMORES DE MAMA problema de saúde pública no Brasil, sendo importan-
CÓDIGO: 59873 te, portanto, buscarmos oferecer a estas pacientes as
melhores opções em termos de tratamento sistêmico,
SOBREVIDA E FATORES PROGNÓSTICOS radioterápico e neurocirúrgico.
EM PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA Contato: Márcio Debiasi - marcio.debiasi@pucrs.br
COM METÁSTASES CEREBRAIS NO
BRASIL: UMA SUB-ANÁLISE DO ESTUDO
LACOG-0312
TEMÁRIO: MELANOMAS
Autores: Caroline Albuquerque; Marcio Debiasi; Gustavo
CÓDIGO: 60521
Werutsky; Deise Uema; Eduardo Cronenberger; Vladmir
C Cordeiro de Lima; Rosane O de Sant‘ana; José Bines;
Facundo Zaffaroni; Carlos H Barrios; TAXA DE RESPOSTA (TR) ELEVADA COM
Instituição: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO QUIMIOTERAPIA EM PACIENTES COM
RIO GRANDE DO SUL MELANOMA METASTÁTICO (MM) APÓS
TRATAMENTO PRÉVIO COM INIBIDORES
Introdução: A incidência de metástases cerebrais entre
mulheres com câncer de mama metastático varia de 10
DE CHECKPOINT IMUNOLÓGICO (ICI)
a 30% conforme subtipo tumoral. A presença de metás- Autores: Pedro Henrique Ferraro da Silveira; Audrey
tase cerebral é um fator de mau prognóstico, porém a Cabral Ferreira de Oliveira; Rafael Vanin de Moraes;
Luiza Damian Ribeiro Barbosa; José Augusto Rinck
experiência da prática clínica em pacientes brasileiras é
Junior; Daniel Vilarim Araujo; Monique Celeste
pouco descrita na literatura. Objetivo: Descrever as ca-
Tavares; Marcelo Petrocchi Corassa; Mílton José de
racterísticas, desfechos de sobrevida e fatores prognós- Barros e Silva;
ticos de pacientes com câncer de mama e metástase
Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
cerebral no Brasil. Métodos: LACOG-0312 é um estudo
de coorte retrospectivo que incluiu pacientes diagnos- Introdução: ICI e terapia-alvo (TA), para os casos com
ticadas com câncer de mama metastático ou localmen- mutação no BRAF, são o padrão atual no tratamento no
te avançado/recorrente não ressecável durante o ano MM. Historicamente, estudos de quimioterapia (QT) em

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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

primeira linha de tratamento estão associados a baixas eficácia e toxicidade de esquemas de quimioterapia (QT)
TR e Sobrevida livre de progressão (SLP), não demons- em pts portadores de câncer esofágico metastático ao
trando ganho de sobrevida global. Atualmente, QT é re- diagnóstico. Método: Coorte retrospectiva de pacien-
servada para os casos refratários à ICI e TA. Objetivo: tes (pts) atendidos na instituição de 2008 a 2016. Exclu-
Avaliar a TR da QT em pacientes com MM, após falha a ímos os pts com outro tumor primário e com neoplasia
Ipilimumabe e Nivolumabe. Método: estudo retrospec- da transição esôfago gástrica. Pts foram agrupados de
tivo, observacional e unicêntrico. Os esquemas quimio- acordo com a QT recebida: A – platina e taxano; B – pla-
terápicos utilizados após falha ao Ipilimumabe e Nivo- tina e irinotecano; C – platina e fluoropirimidina; D –
lumabe foram Darcarbazina e Paclitaxel associado ou sem uso de platinas. Considerou-se doença controlada
não a Carboplatina. Resultados: Entre outubro/2014 a se houvesse resposta completa, parcial ou estabilidade
maio/2016, identificamos 53 pacientes com diagnóstico por pelo menos 2 meses. Toxicidade foi avaliada pelo
de melanoma metastático refratários à ipilimumabe e CTCAEv4.0. Resultados: Dos 1789 pts com câncer de
nivolumabe. Destes, 14 pacientes receberam QT após esôfago atendidos, incluímos 397 pts (82,6% homens)
falha de Nivolumabe como último tratamento, sendo com doença metastática à apresentação. A idade me-
que 35%, 35% e 30% dos pacientes receberam QT como diana foi de 60 anos (25-95) e índice de massa corpórea
terceira, quarta ou quinta ou mais linhas de tratamen- mediano de 19,2. O carcinoma espinocelular (CEC) foi
to, respectivamente. A TR objetiva foi de 35% (resposta a histologia mais frequente (78,8%). Apenas 43,8% dos
parcial [RP]: 21% e resposta completa [RC]: 14%) e a taxa pts apresentavam ECOG 0 ou 1 ao diagnóstico, enquan-
de controle de doença (TCD) foi de 71% (Doença está- to que 10,6% estavam em ECOG 4. Na amostra total,
vel [DE]: 36%). A sobrevida livre de progressão mediana a sobrevida global mediana (SGm) após o diagnóstico
(SLPm) foi de 3,6 meses (0,5-21meses), sendo superior inicial foi de 7m (IC95% 6,15 a 7,85). QT foi aplicada em
no grupo que respondeu a QT - 5,7 meses (4,33-21m). 285 pts (com ECOG mediano de 1) atingindo SGm 9,0m
Dos 35% que responderam a QT, 60% tinham apresen- (IC95% 8,0 a 9,9), enquanto, 112 pts (com ECOG media-
tado PD como melhor resposta à terapia prévia com ni- no 3) não realizaram QT. A SGm obtida nesse grupo foi
volumabe. (RP20% DE20% RC 0%) Dentre os pacientes de 3m (IC95% 2,3 a 3,7, p<0,0001). O esquema mais usa-
que apresentaram resposta completa a QT (2/14), um do foi B (55,5%), seguido de A (34,9%), D (5%) e C (4,6%).
apresentou PD e o outro RP como melhor resposta a Em 39,4% dos pts não se avaliou a resposta. Controle
nivolumabe prévio. Conclusão: Nesta análise, pacien- de doença com os esquemas A, B, C, e D foi de respecti-
tes tratados com QT após falha prévia a ipilimumabe vamente 39,2%, 30,1%, 53% e 14,3%. Pts que receberam
e nivolumabe, apresentaram TR de 35%, valor superior o esquema C tiveram SGm de 17m (IC95% 13,1 a 20,8,
ao relatado na literatura para pacientes submetidos a p=0,034). Não foi observada diferenças na SGm obtida
QT sem tratamento prévio com imunoterapia (TR: 20%). com os esquemas A, B e D (9m). Toxicidades graus 3 e
Novos estudos devem ser realizados, a fim de melhor 4 (G3/4) ocorreram em 42% dos pts, sendo em 24,3%
correlacionar a TR à QT, em pacientes tratados previa- hematológica G3/G4 (29,7% no B, 19,4% no A, 7,7% no C
mente com imunoterapia. e 14,3% no D) e 8,5% gastro-intestinal (12,2% no B, 5,1%
no A, zero no C e D). Em 17,4 % dos pts houve necessi-
Contato: PEDRO HENRIQUE FERRARO DA SILVEIRA
dade de internação por infecção (18,8% no A, 15,4% no
phferraro@hotmail.com
B, 7,7% no C e 14,3% no D). Conclusão: Os regimes A
e B obtiveram controle de doença e SGm semelhantes
com perfil de toxicidade maior no braço com irinoteca-
TEMÁRIO: TUMORES TGI SUPERIOR no. O regime com fluoropirimidina e platina, apesar de
CÓDIGO: 60216 pouco usado, apresentou melhor perfil de toxicidade
com SGm e controle de doença superiores.
TOXICIDADE E EFICÁCIA DE Contato: CAROLINA RIBEIRO VICTOR
QUIMIOTERAPIA EM PACIENTES COM karolribeirovictor@gmail.com
NEOPLASIA DE ESÔFAGO METASTÁTICA
TRATADOS NA COMUNIDADE.
Autores: Carolina Ribeiro Victor; Fernanda Kaori Fujiki;
TEMÁRIO: TUMORES TGI INFERIOR (COLON / RETO / ÂNUS)
Danielle Brandes Zakon; Guilherme Harada; Tiago
Biachi de Castria; CÓDIGO: 60272

Instituição: INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO


PAULO TOXICIDADES RELACIONADAS
AO TRATAMENTO BASEADO EM
Introdução: Apesar das conhecidas diferenças epide- CISPLATINA EM PACIENTES COM
miológicas e moleculares entre câncer de esôfago e
CARCINOMA EPIDERMÓIDE (CEC) DE
estômago, são poucos os estudos que separam essas
duas entidades na forma metastática. Objetivo: Avaliar
CANAL ANAL LOCALIZADO
Autores: Andrea Clemente Baptista Silva; Maria

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 68


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

Fernanda Batistuzzo Vicentini; Damara Hosana Rossini; TEMÁRIO: TUMORES UROLÓGICOS - NÃO PRÓSTATA
Camila Motta Venchiarutti Moniz; Felipe Ribeiro CÓDIGO: 59695
Ferreira; Karina Gondim Moutinho da Conceição
Vasconcelos; Rachel Pimenta Riechelmann; Paulo TRANSPLANTE AUTÓLOGO DE
Marcelo Gehm Hoff;
MEDULA ÓSSEA COMO TRATAMENTO
Instituição: INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO
DE RESGATE PARA PACIENTES
PAULO
PORTADORES DE TUMORES
Introdução: O tratamento padrão para CEC de canal GERMINATIVOS REFRATÁRIOS OU
anal localizado é a associação de radioterapia com qui- RECIDIVADOS – EXPERIÊNCIA DE UM
mioterapia (QRT), tradicionalmente combinando mito- CENTRO TERCIÁRIO.
micina (MMC) e 5-fluoruracil (5-FU). Atualmente, com
Autores: Fernanda Carneiro Ronchi; Daniel Vilarim
a disponibilidade limitada de MMC, muitos pacientes
Araújo; Ana Cláudia Machado Urvanegia; Marcela
são tratados com a combinação de cisplatina (CDDP)
Bonalumi dos Santos; Virgínia Altoé Sessa; Larissa
e 5-FU. Objetivo: comparar as toxicidades entre esses Von Grapp; Audrey Cabral Ferreira de Oliveira; Flávia
dois regimes em uma população não previamente se- Amaral Duarte; Pedro Henrique Ferraro da Silveira; José
lecionada, incluindo pacientes HIV-positivos e grande Augusto Rinck Jr;
porcentagem de estadio III. Método: Foi realizado es- Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
tudo retrospectivo e unicêntrico, sendo analisados os
prontuários de 104 pacientes com CEC de canal anal Introdução: O câncer de testículo é a neoplasia ma-
T2-4/N0-3/M0 candidatos ao tratamento com QRT en- ligna mais comum entre homens de idade entre 20-30
tre Jan/2011 até Dez/2016. As características dos pa- anos.1Atualmente é considerado o tumor sólido com
cientes e as toxicidades relacionadas ao tratamento maior taxa de cura, com sobrevida em 5 anos acima de
foram comparadas entre: CDDP (60 mg/m2 D1 e D29) 95%.3Entretanto, apenas 25% dos pacientes portado-
e MMC (15mg/m2 D1), ambos associados a 5-FU infu- res de doença metastática expostos a quimioterapia
sional (1000mg/m2 D1-4 e D29-32) e radioterapia (45- de resgate experimentam respostas completas e dura-
59Gy). Resultados: Foram tratados 75 pacientes com douras9. Neste cenário, a quimioterapia em altas-do-
MMC e 29 com CDDP. O grupo CDDP apresentou mais ses com suporte de transplante autólogo de medula
pacientes com HIV positivo (24% vs. 12%) e com esta- óssea (TAUMO) tem apresentado resultados promisso-
dio IIIB (55% vs. 40%). Toxicidades G3/4 foram obser- res. Objetivo: Avaliar a evolução dos pacientes porta-
vadas em 93% dos pacientes que receberam CDDP e dores de tumor de testículo submetidos a TAUMO em
em 91% dos pacientes que receberam MMC (teste de um centro oncológico terciário, por meio de análise de
fisher p=1). As toxicidades G3/4 mais comuns foram lin- sobrevida global (SG) e sobrevida livre de progressão
fopenia (72.4% CDDP vs. 82.4% MMC; p=0.28) e radio- (SLP). Como objetivo secundário avaliar a taxa de res-
dermite (55% CDDP vs. 60% MMC; p=0.66). O grupo que posta ao TAUMO, perfil de toxicidade relacionado ao
recebeu CDDP apresentou uma morte relacionada ao tratamento, e avaliar fatores prognósticos/preditivos.
tratamento associada a radiodermite G5. Entre pacien- Materiais e Método: Trata-se de um estudo retrospec-
tes HIV positivos, anemia G3/4 foi mais comum entre tivo, observacional e unicêntrico. Foram incluídos todos
pacientes que receberam CDDP (43% vs. 11%; p=0.26) os casos de câncer de testículo que foram em algum
e radiodermite G3/4 foi mais comum nos pacientes tra- momento do seu tratamento submetidos à quimiote-
tados com MMC (14% vs. 56%; p=0.11). Não houve dife- rapia em altas doses em nossa instituição, de outubro
rença estatisticamente significativa entre a maioria das de 2001, quando foi realizado o primeiro TAUMO para
toxicidades relacionadas ao tratamento. Conclusões O este fim até abril de 2016. A SLP e SG foram calculadas
tratamento de pacientes com CEC de canal anal locali- a partir da data da primeira infusão de células-tronco
zado com QRT baseado em CDDP foi bem tolerado. A hematopoiéticas por meio das curvas de probabilida-
incidência de toxicidades G3/4 foi semelhante aos pa- des estimadas de Kaplan-Meier. Resultados: Foram
cientes tratados com MMC. Os pacientes HIV positivos incluídos 36 pacientes que se enquadraram nos crité-
apresentaram tendência maior a apresentar anemia rios de inclusão/exclusão. Em 12 meses, 38.9% dos pa-
com CDDP e radiodermite com MMC, mas sem diferen- cientes estavam livres de progressao, e 52.8% estavam
ça estatisticamente significativa. vivos, com um seguimento mediano de 9.6 meses. As
SG e SLP medianas foram de 10.4 e 8.9 meses respec-
Contato: MARIA FERNANDA BATISTUZZO VICENTINI tivamente. A taxa de resposta foi 58.3%. Em relação à
mfvicentini@hotmail.com toxicidade, 83% dos pacientes experimentaram algum
evento grau 3, e 25% grau 4. As toxicidades mais fre-
quentes (de qualquer grau) foram: neutropenia febril
(69%), diarréia (50%) e mucosite (50%). Houve 3 mor-
tes decorrentes do tratamento (8% do total). Devido ao
numero reduzido de pacientes, não foram identificados

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 69


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

fatores prognósticos, e não foi possível validar os gru- veram-se estáveis com 10,2 g/dl (9,3-12,8 g/dl), assim
pos de risco propostos por Beyer J e Einhorn LH. Con- como os linfócitos com 950 mm3 (410-1400/mm3), a
clusão: Os dados de literatura foram reproduzidos em albumina com 3,2 g/dl (2,1-4,1 g/dl) e a PCR com 59,4
população não selecionada, com dados de toxicidade ng/dl (2-140 ng/dl). As queixas de fraqueza e mal-estar
e mortalidade semelhantes. A quimioterapia em alta- melhoraram de forma significativa. Conclusão: O uso
-dose é uma opção de tratamento para pacientes com de Spirulina sp representa uma alternativa no suporte
tumor de células germinativas metastáticos, mas de to- paliativo em pacientes com doença oncológica avança-
xicidade não desprezível. da em tratamento quimioterápico.
Contato: FERNANDA CARNEIRO RONCHI Contato: SILVIA GRAZIANI
fernanda_carneiro15@hotmail.com srgraziani@gmail.com

TEMÁRIO: CUIDADOS PALIATIVOS TEMÁRIO: PULMÃO


CÓDIGO: 60154 CÓDIGO: 60021

TRATAMENTO DE SUPORTE CLÍNICO TURNAROUND TIME (TT): UM


COM SPIRULINA ASSOCIADA À PROBLEMA NO MANEJO DO CÂNCER
QUIMIOTERAPIA PALIATIVA EM DE PULMÃO NÃO-PEQUENAS CÉLULAS
PACIENTES COM DOENÇA ONCOLÓGICA (CPNPC)?
AVANÇADA Autores: Iuri Amorim de Santana; Vinícius Gomes de
Autores: Silvia Regina Graziani; Carolina Graziani Vital; França Almeida; Thamine Lessa; Aknar Calabrich;
Hezio Jadir Fernandes Junior; Fauzia de Fátima Naime; Instituição: CLÍNICA AMO
Brigitte Marie Van Eyll; Ariane Renata Eyzaguirre
Velasquez; Fabiano Garcia Vanderlinde; Francisco Introdução: A terapia antineoplásica guiada por bio-
Miguel Corrêa; Dominique Silva; Rafael Sanches marcador tem se mostrado a modalidade mais eficaz
Ferreira; de tratamento em diversos cenários. Já foi demonstra-
Instituição: INSTITUTO DO CÂNCER DR. ARNALDO do que os pacientes com CPNPC portadores de alvos te-
VIEIRA DE CARVALHO rapêuticos que receberam terapia dirigida parecem ter
uma sobrevida maior do que aqueles que não recebe-
Introdução: Atualmente, o uso de fitoterápicos como
ram. Entretanto o tempo decorrido entre a solicitação
apoio ao tratamento oncológico tem-se mostrado uma
dos testes para identificação dos biomarcadores pode
prática usual no controle dos sintomas relacionados à
ser demasiado longo levando a um atraso no início do
quimioterapia. A Spirulina sp é uma alga de água doce
tratamento. Objetivo: Mensurar o tempo decorrido
conhecida na América do Sul e na Ásia como suple-
entre a solicitação dos testes de avaliação molecular e
mento alimentar devido as suas características nutriti-
seu resultado e sua implicação na conduta terapêuti-
vas. Objetivo: O estudo avaliou se o uso da Spirulina
ca. Método: Análise retrospectiva dos prontuários de
sp altera a resposta ao tratamento em pacientes com
pacientes portadores de CPNPC matriculados em ser-
doença avançada recebendo esquema quimioterápico
viço privado na cidade de Salvador-BA submetidos a
paliativo. Método: Foram incluídos 117 pacientes, com
genotipagem do EGFR e pesquisa de rearranjo do ALK
estádio clínico IV (doença avançada e metastática), com
no período entre abril de 2015 e maio de 2017. Análise
idade média de 63 anos (40 a 88 anos), portadores dos
descritiva da mediana de tempo em dias corridos das
seguintes tumores sólidos: mama, pulmão, trato gas-
seguintes variáveis: (1) Tempo para o resultado do teste
trointestinal, próstata, melanoma maligno, orofaringe,
(TT), (2) Tempo para início de qualquer tratamento(TQT)
ginecológico, sarcoma, pâncreas e rim. A Spirulina sp foi
e (3) tempo para início de terapia alvo-dirigida (TAlvo).
administrada na dose de 380 mg, duas vezes ao dia, an-
Resultados: Foram analisados 46 pacientes. Todos fo-
tes das refeições e de forma contínua, por 20 semanas.
ram submetidos a genotipagem do EGFR e 19,5% foram
Foram avaliados os parâmetros laboratoriais de hemo-
testados para rearranjos de ALK. O TT foi de 9 (1-32)
grama, albumina, Proteína C Reativa (PCR), o ganho de
dias para o EGFR, para o ALK foi 68,5 (31-319) dias. O
peso e a prega do músculo do polegar antes do início
TQT foi de 6,5 (0-50) dias e o TAlvo foi de 33 (14-133)
do tratamento e a cada 3 semanas. Resultados: Avalia-
dias. Treze porcento dos pacientes iniciaram tratamen-
mos 116 pacientes, sendo que uma paciente foi exclu-
to com quimioterapia citotóxica e mudaram para tera-
ída do protocolo devido à intolerância gastrointestinal
pia alvo após resultado do teste num intervalo de 41
à Spirulina sp. O ganho mediano de peso foi de 600 gr
(26-127) dias. Conclusão: O tempo para o resultado do
(-1 kg/+ 1.6 kg), sendo que 60% dos pacientes permane-
EGFR foi satisfatório, entretanto quando adicionamos
ceram com o peso estável. A prega do músculo polegar
um segundo biomarcador o tempo torna-se excessiva-
manteve-se estável durante o período de avaliação em
mente longo. Não houve atraso para o início da terapia
20 pacientes (17%). Os níveis de hemoglobina manti-
sistêmica mas uma porcentagem não desprezível aca-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 70


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bou mudando o tratamento após reclassificação mole- estável por RECIST (em ambos os grupos), mas 40%
cular. A baixa porcentagem de pacientes testados para grupo A e 34% grupo apresentaram cavitação das le-
ALK foi devido à dificuldade de acesso ao teste antes sões. No grupo B a presença de escavação associou-se
da aprovação do crizotinibe no país. Com o aumento a sobrevida prolongada. (9,86 meses vs. 5,13 meses). A
do número dos biomarcadores, a adequada classifica- sobrevida global mediana no grupo A foi de 8,15 con-
ção molecular dos pacientes com CPNPC sem atraso tra 5,5 meses no grupo B. No grupo A, as toxicidades
do início do tratamento tem se tornado um desafio da graus 2 e 3 foram de 90% e 20%, respectivamente. No
prática clínica. A realização dos testes de forma sequen- grupo B, as toxicidades grau 2 e 3 foram de 80% e 13%,
cial pode trazer atrasos que comprometam de forma respectivamente. Fadiga, reação mão-pé-pele, elevação
crítica a tomada de decisão para início do tratamento. A de enzimas hepáticas e hipertensão arterial foram os
combinação dos testes em painéis pode reduzir o TT e eventos adversos mais comuns relacionados a regora-
propiciar a melhor terapia já na primeira linha. fenibe. Conclusão: Nesta série retrospectiva, a sobre-
vida mediana do grupo bevacizumabe foi semelhante
Contato: IURI AMORIM DE SANTANA
aos dados do estudo CORRECT. No grupo aflibercepte,
iurisantana@gmail.com
a sobrevida mediana foi numericamente maior. Porém,
este dado deve ser explorado em estudos futuros, pois
esta diferença pode ser atribuída a viés de seleção. O
TEMÁRIO: TUMORES TGI INFERIOR (COLON / RETO / ÂNUS) perfil de toxicidade foi semelhante ao da literatura, ex-
CÓDIGO: 60112 ceto pelo fato dos pts não apresentarem diarreia, que
foi um efeito adverso comum no estudo CORRECT.
USO DE REGORAFENIBE EM PTS COM Contato: RODRIGO NOGUEIRA FOGACE
CÂNCER COLORRETAL METASTÁTICO rodrigofogace@gmail.com
(CCRM) PREVIAMENTE TRATADOS COM
BEVACIZUMABE OU AFLIBERCEPT:
EXPERIÊNCIA CLÍNICA UNI-
TEMÁRIO: PESQUISA CLÍNICA
INSTITUCIONAL
CÓDIGO: 60430
Autores: Rodrigo Nogueira Fogace; Luiz Antonio de
Senna Leite; Daniela Ribeiro Nebuloni Nagy; Giovanni
Mendonça Bariani; Fernanda Cunha Capareli;
USO DE TERAPIAS-ALVO BASEADAS
Paulo Marcelo Gehm Hoff; Rachel Simões Pimenta EM ALTERAÇÕES GENÔMICAS
Riechelmann; Thomás Giollo Rivelli; CLINICAMENTE RELEVANTES
Instituição: FACULDADE DE MEDICINA DA IDENTIFICADAS EM TUMORES
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO; INSTITUTO DO CÂNCER SÓLIDOS AVANÇADOS SUBMETIDOS A
DO ESTADO DE SÃO PAULO SEQUENCIAMENTO GENÉTICO DE NOVA
Introdução: A associação com terapias alvo como be- GERAÇÃO: IMPACTO NO DESFECHO
vacizumabe (1ª e 2ª linhas) e aflibercepte (2ª linha) trou- CLÍNICO
xe ganho em sobrevida global (SG) para pacientes (pts) Autores: Valéria Sgnaolin; Pablo M Barrios; Carolina G
com câncer colorretal metastático CCRm. Mais recente- S Cauduro; Pedro C Crivelaro; Caroline Albuquerque;
mente o regorafenibe, outro anti-angiogênico, também Guilherme P Sartori; Marcio Debiasi; Gabriel Prolla;
demonstrou ganho em SG em pts politratados. Objeti- Carlos H Barrios; André P Fay;
vo: Avaliar os resultados de pts tratados com regora- Instituição: ESCOLA DE MEDICINA DA PONTIFÍCIA
fenibe e a relação deste com o tipo de antiangiogênico UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
prévio, divididos em dois grupos: (A) aflibercepte e (B) Introdução: Alterações genômicas em pacientes com
bevacizumabe. Metodos Estudo retrospectivo de pts tumores sólidos avançados podem sugerir terapias-al-
com CCRm tratados com regorafenibe em programa de vo ou orientar a inclusão de pacientes em estudos clíni-
acesso expandido. Resultados: Foram incluídos 25 pts, cos. O impacto das alterações genômicas clinicamente
15 receberam bevacizumabe (grupo B) e 10 aflibercepte relevantes (AGCR) na mudança de decisões clínicas e
(grupo A). A mediana de idade para o grupo A foi de no desfecho clínico de pacientes com câncer é pouco
56,2 anos e 53,3 no grupo B. A maioria dos pts apresen- conhecido. Objetivo: Relatar experiência institucional
tava adenocarcinoma de colon e todos apresentavam com o uso de terapias-alvo baseadas em AGCR iden-
ECOG 0/1. No grupo A, 30% dos pts eram RAS selvagem, tificadas em sequenciamento genético de nova gera-
sendo 40% no grupo B. No grupo aflibercepte, o regora- ção. Método: Setenta pacientes com tumores sólidos
fenibe foi realizado entre 2ª e 4ª linhas de tratamento, avançados foram submetidos à avaliação genômica uti-
e no grupo bevacizumabe, entre 3ª e 7ª linha. Cerca de lizando a plataforma Foundation Medicine (Foundation
70% dos pts grupo A receberam linhas adicionais após One®). As características clínico-patológicas, alterações
progressão ao regorafenibe vs 40% no grupo B. A maio- genômicas e os desfechos clínicos foram coletados re-
ria dos pts apresentou como melhor resposta doença

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trospectivamente utilizando planilhas padronizadas ções privadas do Rio de Janeiro submetidos ao 68Ga-
para todos os pacientes. As melhores respostas às -PSMA-PET-TC devido ao aumento progressivo do PSA.
terapias-alvo foram avaliadas de acordo com RECIST, O impacto clínico do exame foi determinado através da
versão 1.1. Resultados: Vinte e seis dos 70 pacientes descrição, pelo médico assistente, do uso do resultado
(38%) eram do sexo feminino e a idade média foi de do 68Ga-PSMA-PET-TC na mudança da estratégia tera-
58 anos (variando entre 28 e 89 anos). AGCR foram en- pêutica. As modalidades terapêuticas foram classifica-
contradas em 68% dos pacientes (mediana de 1,9 AGCR das como: tratamentos locais (radioterapia de resgate
/ paciente). TP53 (43%), CDKN2A/B (23%), KRAS (22%) no leito prostático [RT] linfadenectomia de resgate [LR])
e PIK3CA (8%) foram as mutações mais frequentes. A e tratamentos sistêmicos (terapia de deprivação an-
identificação de AGCR orientou o uso de terapia alvo, drogênica [HT], quimioterapia [QT], abiraterona [abi]).
fora de estudos clínicos, em 9 casos (13%). As patolo- Resultados: Ao todo 32 pacientes foram identificados.
gias tratadas incluíram adenocarcinoma de pulmão Trinta (93%) submetidos a prostatectomia radical e 2
(EGFR e ALK); colangiocarcinoma (amplificação de HER2 (7%) a radioterapia exclusiva como tratamento primá-
e BRAF), adenocarcinoma de cólon (BRAF); rabdomios- rio. Dezessete (55%) nunca receberam nenhum trata-
sarcoma (NF1); carcinoma seroso de ovário (PIK3CA), mento com radioterapia previamente. Em toda popu-
neoplasia germinativa primária de mediastino (PTEN) e lação, o Gleason score, nível de PSA e tempo de dobra
carcinoma urotelial (ERBB2). Respostas parciais foram de PSA médios eram 8, 4,2 ng/ml e 4,4 meses. 68Ga-PS-
observadas somente em pacientes com adenocarci- MA-PET-TC foi positivo em 23/32 (72%) pacientes, sendo
noma de pulmão (2 pacientes), onde sabidamente as em 15/23 (65%) com detecção de lesão única. No total,
mutações são preditivas de resposta. Doença estável o 68Ga-PSMA-PET-TC foi responsável pela mudança da
com duração prolongada foi observada em um pacien- estratégia terapêutica em 16/32 (50%) dos casos. Em
te com adenocarcinoma de cólon. Conclusão: Um nú- apenas 4/32 (12%) pacientes as modificações incluíram
mero pequeno de pacientes apresentou benefício clí- exclusivamente um tratamento sistêmico (1 evitou HT,
nico com o uso de terapias-alvo identificadas por teste 1 acrescentou HT e 2 acrescentaram QT/abi). Nos 12/32
molecular. Respostas ocorreram fundamentalmente (37%) casos restantes a mudanças terapêuticas inclu-
em AGCR sabidamente preditivas de resposta. Estudos íram algum tratamento local; 7 acrescentaram (6 LR e
prospectivos são necessários para definir o papel das 1 RT) e 5 evitaram (5 RT) terapias locais. Conclusão:
AGCR na escolha da estratégia terapêutica em pacien- Metade dos pacientes com recidiva bioquímica subme-
tes com doença avançada. tidos ao 68Ga-PSMA-PET-TC tiveram sua estratégia te-
rapêutica alterada pelo resultado do exame. A grande
Contato: MÁRCIO DEBIASI
maioria das modificações incluíam a incorporação ou
marcio.debiasi@pucrs.br
a exclusão de tratamentos locais de resgate. Embora o
uso do 68Ga-PSMA-PET-TC ainda não esteja bem defini-
do, esse método diagnóstico vem sendo utilizado como
TEMÁRIO: TUMORES UROLÓGICOS - PRÓSTATA uma ferramenta para guiar o tratamento da recidiva
CÓDIGO: 59771 bioquímica do câncer de próstata.
Contato: PEDRO MASSON DOMINGUES
USO DO 68GA-PSMA-PET-TC E SEU pedromasson@grupocoi.com.br
IMPACTO CLÍNICO NO TRATAMENTO
DO CÂNCER DE PRÓSTATA COM
RECIDIVA BIOQUÍMICA
TEMÁRIO: TUMORES UROLÓGICOS - PRÓSTATA
Autores: Pedro Masson Domingues; Thais Abreu;
CÓDIGO: 60067
Mariana Bruno Siqueira; Gisele Marinho; Diogo
Rodrigues; Humberto cottas; Daniel Herchenhorn; Fabio
Peixoto; USO PRECOCE DE DOCETAXEL EM
Instituição: CENTRO DE ONCOLOGIA INTEGRADA PACIENTES COM CÂNCER DE PRÓSTATA
DE ALTO RISCO
Introdução: O 68Ga-PSMA-PET-TC tem demonstrado
Autores: Izabela Sinara Silva Alves; Ana Carolina Ferreira
altas taxas de detecção de lesões suspeitas na recidiva
Borges; Karenn Karolinne Silva Elias; Karen Yohanna
bioquímica do câncer de próstata. Mesmo em pacien-
Nascimento da Silva; Nayara Mendonça Chaves; Paula
tes com baixos níveis de PSA (<1 ng/ml), o 68Ga-PSMA- Satie Sakashita; Vanessa Rosseti Madaro; Thais Vidal
-PET-TC é capaz de identificar possíveis sítios de recaída Bertocco; Nadia Aguiar Fernandes; Bruno Nascimento
em cerca de 80% dos casos, tornando-o uma possível Rosa Hercos;
ferramenta para guiar tratamentos de resgate nesse Instituição: UNIÃO DAS FACULDADES DOS GRANDES
cenário. Esse estudo visa descrever o impacto clínico LAGOS
do uso do 68Ga-PSMA-PET-TC no manejo do câncer de
Introdução: A quimioterapia sempre foi considerada
próstata recaído após tratamento local. Método: Foi
uma modalidade de tratamento inativa para o câncer
realizada análise retrospectiva de 32 pacientes com
de próstata refratário a hormônio. Mais recentemente
câncer de próstata localizado tratados em três institui-

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o uso de Docetaxel demonstrou aumento da sobrevi- p63 para adenocarcinoma e por outro lado, uma maior
da global, apesar de ainda modesto. Objetivo: Avaliar especificidade do p40 em carcinoma escamoso. Objeti-
o uso precoce de Docetaxel em pacientes com câncer vo: O objetivo primário foi validar o marcador de IH p40
de próstata com características de alto risco. Méto- na análise e diferenciação de adenocarcinoma e carci-
do: Coorte retrospectiva composta por pacientes com noma escamoso de pulmão, em relação ao p63; e como
diagnóstico de câncer de próstata acompanhados pelo objetivos secundários: avaliar a incidência de CPNPC
serviço do Hospital Estadual de Bauru entre 2006-2016. em nossa Instituição; comparar os resultados de anato-
Os dados clínicos foram coletados de prontuários. Na mopatológicos (APs) e IHs, e avaliar custos financeiros
análise de dados foram utilizadas estatísticas descri- relacionados a estes marcadores. Método: Trata -se
tivas e teste do qui-quadrado. Foram significativos os de um estudo de acurácia, observacional, transversal e
resultados com p≤0,05. Resultados: foram analisados retrospectivo. Este trabalho compilou e analisou os re-
os dados de 1825 pacientes, dos quais 32% possuíam sultados dos APs e IHs provenientes em sua maioria da
características de alto risco ao diagnóstico (PSA > 20 ng/ nossa Instituição, de CPNPC, no período de junho/2015
ml, Gleason 8-10 e/ou estágio clínico T3a), destes ape- a junho/2016. Necessariamente todos os laudos conti-
nas 3,23% foram tratados com Docetaxel. Nos pacien- nham o anticorpo p40 e p63. Resultados: A amostra
tes em que foi ofertado o quimioterápico precocemente correspondeu a 34 casos, destes, 17 (50%): Adenocar-
(0.54%) houve um aumento de sobrevida global (SG) > 6 cinoma; 12 (35,2%): Carcinoma Escamoso, e 5 (14,7%)
meses (p<0.003), entretanto nos que fizeram uso ape- outros subtipos e carcinoma indiferenciado. Na análise
nas no cenário de refratariedade da hormonioterapia do p40, observou-se em relação ao p63, no que tange
não houve alteração na SG. Conclusão: Durante os dez Carcinoma Escamoso, respectivamente: sensibilidade
anos de acompanhamento um percentual muito peque- de 100% x 100%; especificidade de 93% x 70%; valor
no de pacientes fizeram uso de Docetaxel, sendo menor preditivo positivo (VPP) 91% x 70% e valor preditivo ne-
ainda o número daqueles que foram submetidos ao tra- gativo (VPN) de 100% x 100%. Na comparação entre os
tamento em uma fase precoce. Apesar de um pequeno resultados de AP e IH observou-se 4 casos de discor-
percentual ter realizado QT aqueles que a fizeram tive- dância num total de 30. No que tange o âmbito finan-
ram um aumento significativo na SG. Assim, o uso do ceiro desses marcadores, observou-se que p63 além
Docetaxel em pacientes com câncer de próstata de alto de ser mais caro unitariamente, a diluição considerada
risco pode representar um tratamento promissor. ótima do p40 rendia o dobro que p63 (1: 100 x 1: 50).
Conclusão: p40 tem maior especificidade e VPP para
Contato: KARENN KAROLINNE SILVA ELIAS
Carcinoma Escamoso do que p63, associado ao fato de
karenneliasmedicina@gmail.com
ter menor custo financeiro, sendo promissora sua in-
corporação na rotina de IHs do nosso Serviço.
Contato: TAMISE DA SILVA BAPTISTA
TEMÁRIO: PULMÃO tamise_baptista@hotmail.com
CÓDIGO: 59839

UTILIZAÇÃO DO P40 EM ANÁLISE


IMUNOHISTOQUÍMICA DE NEOPLASIA TEMÁRIO: POLÍTICAS PÚBLICAS
DE PULMÃO NÃO PEQUENAS CÉLULAS CÓDIGO: 59826
EM HOSPITAL DE REFERÊNCIA
ONCOLÓGICA DE SANTA CATARINA VALOR EM ONCOLOGIA NO BRASIL:
NOVAS PERSPECTIVAS E LIMITAÇÕES
Autores: Tamise da Silva Baptista; Bruna Mayara Rocha
Garcia; Aiuka José de Almeida; ATUAIS PARA ACESSO A TRATAMENTOS
Instituição: CENTRO DE PESQUISAS ONCOLÓGICAS ONCOLÓGICOS NO SUS
Autores: Tabatha Nakakogue; João Soares Nunes;
Introdução: Câncer de Pulmão é uma das neoplasias Fernanda Janones Manfredinho; Elisa Daniele Gaio;
com maior prevalência e letalidade nos dias de hoje. Angela Dasenbrock; Ana Claudia Buiar; Mariana Suemy
Sua incidência está diretamente relacionada ao tabagis- Kiara; Anne Caroline Becker; Thais Abreu de Almeida;
mo, embora não seja o único fator de risco. A doença Nils Gunnar Skare;
pode ser classificada em carcinoma de pulmão peque- Instituição: HOSPITAL ERASTO GAERTNER
nas células (CPPC) ou carcinoma de pulmão não peque-
Introdução: avanços na prevenção, diagnóstico e tra-
nas células (CPNPC) – aqui incluído adenocarcinoma e
tamento do câncer tem contribuído para melhores
carcinoma escamoso - estratificação essa de suma im-
desfechos oncológicos. No entanto, sabe-se que novas
portância para o tratamento. Em muitas das vezes, para
tecnologias tem custos proporcionalmente altos para
diferenciação entre adenocarcinoma e carcinoma esca-
pacientes e sistemas de saúde. No contexto nacional, a
moso a imuno-histoquímica (IH) torna-se fundamental.
admissão de novos medicamentos pelo Sistema Único
Os principais marcadores de IH que diferenciam estes
de Saúde (SUS) são atribuições do Ministério da Saúde
subtipos são: p40, p63, TTF-1 e napsina. Sabe-se atu-
assessorado pela Comissão Nacional de Incorporação
almente da evidência de resultados falsos positivos de

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de Tecnologias no SUS – CONITEC. Objetivo: aferir as TEMÁRIO: PULMÃO


incorporações das novas tecnologias no SUS aprova- CÓDIGO: 59888
das pela CONITEC referentes à oncologia em tentativa
de estabelecer um padrão/e ou valor de benefício clí- VALOR PROGNÓSTICO DO SUBTIPO
nico no qual se baseiam as decisões de incorporação. HISTOLÓGICO CARCINOMA DE CÉLULAS
Método: estudo retrospectivo que utiliza a plataforma GRANDES EM PACIENTES COM CÂNCER
pública da CONITEC com análise das deliberações no DE PULMÃO
período compreendido entre 2012 e 2016. Resultados:
Autores: Arthur Gomes da Silva Netto; Jefferson Luiz
foram analisados 27 pareceres da área da Oncologia Gross; Clóvis Pinto; Riad Naim Younes;
fornecidos pela CONITEC de Maio/2012 a Janeiro/2016,
Instituição: HOSPITAL DAS CLINICAS DA UNIVERSIDADE
sendo 74% deles submetidos à consulta pública – o res-
FEDERAL DO PARANÁ
tante aprovado em análise simplificada. No que tange
o grau de evidência dos estudos analisados, 59% eram Introdução: O câncer de pulmão de células não peque-
evidência A e 26% evidência B. Das análises amparadas nas (CPCNP) é uma doença muito grave pela sua eleva-
em evidências A, 75% foram incorporadas no SUS en- da incidência e alta taxa de mortalidade. Atualmente é
quanto aquelas de evidência B, apenas 43%. Todas as o câncer que mais mata no mundo. A compreensão de
avaliações simplificadas foram incorporadas. O princi- variáveis anatomopatológicas e moleculares como fato-
pal demandante de pareceres é a própria Secretaria de res prognósticos somente foi percebida recentemente,
Saúde (48%), seguida pela indústria farmacêutica. Nas de modo que ainda temos muito a esclarecer no câncer
deliberações finais, as justificativas das tecnologias não de pulmão quanto a prognóstico e histologia. Foi ava-
incorporadas se valem de análise de desfechos (ausên- liada a série histórica de pacientes com carcinoma de
cia de ganho em sobrevida global; aumento marginal pulmão de células não pequenas tratados no Hospital
em sobrevida livre de progressão; incidência de eventos AC Camargo, com especial atenção para o carcinoma
adversos e descontinuação de tratamento), limitações de células grandes e comparado o valor prognóstico
metodológicas e avaliação de alto impacto orçamentá- desta histologia com as outras representantes do gru-
rio bem como plano de alocação de recursos em outras po CPCNP. Método: foram avaliados 1445 prontuários
vertentes do tratamento oncológico como em métodos e selecionados 1120 com histologia de CPCNP. Foram
preventivos. Conclusão: a CONITEC é um avanço no colhidas informações demográficas, características clí-
processo de padronização das incorporação das novas nicas, terapêuticas e dados de anatomia patológica. As
tecnologias no SUS, no entanto há limitações nas aná- análises de variáveis foram feitas pelos testes do Qui-
lises, deliberações e fluxo de aprovações. Parece ainda -quadrado e exato de Fisher e as comparações das cur-
ser necessário avaliar os melhores estudos de interven- vas de sobrevida pelo método de Kaplan-Meier usando
ções terapêuticas em oncologia a fim de graduar a mag- o log rank teste. Resultados: foi observado maior fre-
nitude do benefício oferecido para que com esse con- quência do CPCNP em homens, tabagistas e com me-
junto de análises objetivas se consiga determinar quais diana de idade ao diagnóstico de 64,8 anos. O subtipo
drogas deveriam ser incorporadas imediatamente aos histológico mais comumente observado foi o adenocar-
sistemas de saúde para garantir racionalidade no uso cinoma, sobretudo entre as mulheres e em indivíduos
de recursos e auxiliar os oncologistas na prática clínica. não fumantes. O carcinoma epidermóide teve mais
forte relação com o tabagismo. O subtipo histológico
Contato: TABATHA NAKAKOGUE
carcinoma de células grandes apresentou relação com
tnakakogue@gmail.com
pior evolução quando comparado aos outros subtipos
somados. Conclusão: o achado de valor prognóstico
negativo do carcinoma de células grandes, mesmo sem
análise multivariada, corrobora achado publicado pelo
grupo do Surveillance Epidemiology and End Results
em 2011.
Contato: ARTHUR GOMES DA SILVA NETTO
arthurgsnetto@gmail.com

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 74


APRESENTAÇÃO ORAL

I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

TEMÁRIO: TUMORES DE MAMA está associada com a redução da proliferação em li-


CÓDIGO: 60122 nhagens celulares estrogênio negativas.
Contato: VICENTE RODRIGUES MARCZYK
A DESIODASE TIPO 3 ESTÁ
vicentemarczyk@hotmail.com
HIPEREXPRESSA NO CÂNCER DE MAMA
Autores: Vicente Rodrigues Marczyk; Iuri Martin
Goemann; Daniel Costi Simões; Marcia Silveira
Graudenz; Ana Luiza Maia; TEMÁRIO: TUMORES TGI INFERIOR (COLON / RETO / ÂNUS)
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE CÓDIGO: 60527
DO SUL
Introdução: Os hormônios tireoideanos (HT) regulam ANÁLISE DO BENEFÍCIO DO
o balanço entre proliferação e diferenciação celular. A PANITUMUMABE OU CETUXIMABE
biodisponibilidade intracelular de T3 é controlada de COMBINADOS AO IRINOTECANO NA
maneira tecido-específica pelas enzimas desiodases, TERCEIRA LINHA DE TRATAMENTO
sendo a desiodase tipo 3 (D3) responsável pela inati- EM CÂNCERES COLORRETAIS
vação dos HT. A D3, uma proteína fetal, está reativa- METASTÁTICOS (CCRM)
da em diversas neoplasias humanas e foi associada
Autores: Maria Ignez Braghiroli; Maria Fernanda
ao comportamento tumoral. A expressão de D3 nas Vicentini; Maria Elizabeth Zambrano Mendoza; Juliana
neoplasias de mama é desconhecida e poderia con- Góes Martins; Karla Souza; Leonardo Fonseca; Jorge
tribuir para a progressão tumoral. Objetivo: Avaliar Sabbaga; Paulo Hoff;
a expressão de D3 em amostras de câncer de mama Instituição: INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO
e avaliar sua relação com o subtipo tumoral e com o PAULO
estadiamento TNM. Avaliar o efeito do silenciamento
Introdução: Os anticorpos anti-EGFR já têm papel es-
da D3 in vitro. Método: Amostras de pacientes subme-
tabelecido no tratamento de câncer colorretal metas-
tidas a mastectomia foram analisadas por imunohis-
tático. Dados da literatura apontam que a resistência
toquímica (IHQ) com anticorpo específico para D3 e
tumoral ao irinotecano pode ser revertida com a adição
quantificada pelo H-score avaliado por patologista
de cetuximabe ao tratamento. Objetivo: Esse estudo
experiente e cegado quanto ao subtipo molecular e
tem por objetivo avaliar a atividade dos anticorpos an-
quanto ao estadiamento prognóstico. Estudos in vitro
ti-EGFR combinados ao irinotecano na terceira linha,
foram conduzidos com duas linhagens de carcinomas
nos pacientes com câncer colorretal metastático. Mé-
de mama: MCF7 (ER+) e MDA-MB-231(ER-). Foram ava-
todo: Estudo unicêntrico, retrospectivo em que anali-
liados os efeitos do silenciamento gênico da D3 sobre
samos dados de prontuários de pacientes com câncer
apoptose, proliferação e ciclo celular. Resultados: Fo-
colorretal metastático tratados com irinotecano que
ram selecionadas para IHQ 47 amostras de câncer de
receberam ao menos uma dose de anticorpo anti-EG-
mama. A idade média ao diagnóstico foi de 61 ± 12
FR na progressão de doença. O desfecho primário foi
anos e o tamanho tumoral de 31 ± 26 mm. Os per-
sobrevida global e desfecho secundário foi avaliação da
centuais de pacientes nos estágios I,II, III e IV foram
resposta baseados na localização do tumor primário.
de 36,9%, 17,5%, 34,8% e 10,8%. Quanto aos subtipos
Resultados: Um total de 393 pacientes com CCRm fo-
moleculares Luminal A, Luminal B, HER2 e Triplo Ne-
ram identificados entre julho de 2008 e julho de 2015. A
gativo os percentuais foram de 23,4%, 29,8%,10,7%
idade média ao diagnóstico foi de 57 anos (18-84), 57%
e 34%. Como controle, foram selecionados 10 casos
do sexo masculino. Desses, 320 pacientes progrediram
benignos (5 fibroadenomas e 5 de mama normal).
ao irinotecano e eram Kras selvagem, 158 receberam a
Todas as amostras analisadas até o momento (n=24)
combinação com cetuximabe (I+C) e 162 receberam iri-
apresentaram expressão de D3. A expressão foi fra-
notecano com panitumumabe (I+P). A sobrevida global
ca/moderada nas 4 amostras de neoplasia benigna
mediana foi de 9,63 meses sendo 8,97 meses para pa-
já analisadas. Os valores de H-score para os estágio
cientes que receberam cetuximabe e 10,74 meses com
I/II versus estágios III/IV não foram significativamente
panitumumabe (p=,73). Com relação a localização do
diferentes (142 versus 101; p=0.1). Os valores de H-s-
primário, a SG foi de 6,34 meses para tumores do lado
core estratificados por subtipo molecular também não
direito e 10,74 meses para tumores do lado esquerdo
diferiram significativamente. In vitro, foi observada
(p=,022). A taxa sobrevida global em 3 anos foi de 5,6%
para a linhagem MDA-MB-231 uma redução de 35% na
para pacientes que receberam cetuximabe e 3,2% para
proliferação após 48 horas (p=0,004) e de 15% após
aqueles que receberam panitumumabe. Conclusões
144 horas (p=0,009) do silenciamento de D3 com siR-
Mesmo considerando os vieses de um estudo retros-
NA. Esse efeito não foi observado na linhagem MCF-7.
pectivo, nossos achados vão de acordo com a literatura
Conclusão: A desiodase tipo 3 está altamente expres-
e mostram um pior prognóstico para tumores de lado
sa no câncer de mama. Todos os subtipos moleculares
direito. Contudo, nossa análise sugere também o be-
de câncer de mama expressam D3. A inibição de D3
nefício do uso de anticorpo anti-EGFR na terceira linha

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 75


APRESENTAÇÃO ORAL

I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

independe do lado do primário. O panitumumabe, as- não foi influente nos resultados de associação para
sim como cetuximabe, também parece reverter a re- os polimorfismos farmacogenéticos com o uso de flu-
sistência tumoral ao irinotecano. Ambos os anticorpos oropirimidinas. Entre os biomarcadores investigados,
estudados resultaram em benefícios similares quando o polimorfismo rs4451422 no gene FPGS apresentou
combinados a quimioterapia. resultados significativos associado a um efeito de pro-
teção à ocorrência de toxicidade geral e toxicidades
Contato: JULIANA GÓES MARTINS
combinadas (p=0,0052; OR 0,32/p=0,0004; OR 0,22). O
julianagmartins@hotmail.com
polimorfismo rs760370 no gene SLC29A1 demonstrou-
-se significativo na associação com as toxicidades seve-
ras de grau 3 e 4 (p=0,0033; OR 4,73). Conclusão: Dois
TEMÁRIO: TUMORES TGI INFERIOR (COLON / RETO / ÂNUS) polimorfismos presentes nos genes FPGS(rs4451422)
CÓDIGO: 59998 e SLC29A1(rs760370) demonstraram ser importantes
biomarcadores preditivos para a medicina de precisão
ASSOCIAÇÃO DE POLIMORFISMOS na terapia com uso de fluoropirimidinas.
NOS GENES FPGS E SLC29A1 COM Contato: MARIANNE RODRIGUES FERNANDES
TOXICIDADE AO TRATAMENTO fernandesmr@yahoo.com.br
QUIMIOTERÁPICO COM
FLUOROPIRIMIDINAS
Autores: Marianne Rodrigues Fernandes; Juliana
TEMÁRIO: TUMORES DE CABEÇA E PESCOÇO
Carla Gomes Rodrigues; Darlen Cardoso de Carvalho;
CÓDIGO: 60118
Amanda Cohen Castro; Karla Beatriz Cardias Cereja
Pantoja; Luciana Pereira Colares Leitão; Danielle Feio da
Costa; Antonio Andre Conde Modesto; Sidney Emanuel ASSOCIAÇÃO DO POLIMORFISMO
Batista dos Santos; Ney Pereira Carneiro dos Santos; ERP29 C.*293A>G, LOCALIZADO EM
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ UM SÍTIO DE LIGAÇÃO DE MICRORNAS,
Introdução: O esquema terapêutico com base em flu-
COM O RISCO E O PROGNÓSTICO DO
oropirimidinas tem sido a conduta quimioterápica mais CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS
utilizada em todo o mundo em vários tipos de tumores DE OROFARINGE
sólidos, incluindo câncer gástrico e colorretal. Poucos Autores: Juliana Carron; Ericka Francislaine Dias Costa;
estudos na literatura especializada relataram a influên- Leisa Lopes-Aguiar; Benilton de Sá Carvalho; José
cia de marcadores farmacogenômicos em populações Augusto Rinck-Junior; Ana Paula Dalla Costa; Manoela
miscigenadas como a população brasileira. Objetivo: Marques Ortega; Carmen Silvia Passos Lima; Gustavo
Jacob Lourenço;
Investigar a variabilidade farmacogenômica de dife-
rentes biomarcadores em farmacogenes envolvidos na Instituição: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
via de metabolismo das fluoropirimidinas em pacien- Introdução: Em análise prévia, por meio da genotipa-
tes com câncer gástrico ou câncer colorretal, subes- gem em larga escala, identificamos mais de seis mil po-
truturados de acordo com a toxicidade ao tratamento limorfismos de base única (SNPs) associados ao risco
Método: Foram incluídos 216 pacientes com câncer do carcinoma de células escamosas (CCE) de base de
colorretal ou gástrico que receberam tratamento qui- língua (BL). O SNP ERP29 c.*293A>G, relacionado com
mioterápico à base de fluoropirimidinas. Foram investi- a supressão de tumores, foi considerado de maior in-
gados 32 polimorfismos genéticos em 16 farmacogenes teresse. Por meio de análises in silico observamos que
(ABCB1, ABCC2; ABCC4; ABCG2, CYP2A6, DPYD, FPGS, o referido SNP influencia a eficiência de ligação do mi-
ITGB5, MTHFR, SLC22A7, SLC29A1, TP53, UMPS, GGH, croRNA (miR) 4421 na região 3’-não traduzida (UTR) do
RRM1, TYMP) envolvidos na via de metabolismo das ERP29 e, assim, influencia a expressão do gene. Entre-
fluoropirimidinas A genotipagem dos polimorfismos tanto, o papel do referido SNP no risco e no prognósti-
foi realizada por discriminição alélica utilizando a tec- co do CCE de orofaringe (CCEOF) ainda é desconhecido.
nologia TaqMan OpenArray Genotyping, com um painel Objetivo: Verificar a influência dos distintos genótipos
de ensaios customizados, no equipamento QuantStu- do SNP ERP29 c.*293A>G no risco e no prognóstico do
dio™ 12K Flex Real-Time PCR System. Resultados: Os CCEOF; na expressão e interação do ERP29 e do miR-
resultados demonstraram que 77,3% dos pacientes 4421. Materiais e Método: O DNA de 250 pacientes de
apresentaram algum tipo de toxicidade relacionada ao CCEOF e 250 controles foi analisado pela RT-PCR. As ex-
tratamento com fluoropirimidinas e destes, 22% apre- pressões do ERP29 e do miR-4421 foram avaliadas por
sentaram toxicidades severas classificadas em grau 3 e meio da qPCR utilizando o RNA total de 58 controles. O
4. Dos pacientes investigados no estudo, 23 faleceram ensaio da luciferase foi realizado para avaliar o papel
durante o tratamento, onde três casos foram associa- do miR-4421 na inibição do ERP29 em linhagem celular
dos à toxicidade quimioterápica. A diarréia foi o evento de faringe (FaDu). As diferenças entre os grupos foram
de toxicidade mais frequente relatado no estudo com calculadas por meio dos testes de Fisher, qui-quadra-
129 casos (59,7%). O subestruturamento populacional do, regressão logística e Mann-Whitney. Os tempos de

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 76


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sobrevida livre de progressão (SLP) e sobrevida global com MC e 280 controles. O DNA foi analisado pela RT-
(SG) foram estimados pelas curvas de Kaplan-Meier e -PCR para a identificação dos genótipos do MITF. O RNA
analisados pelo testes de log-rank e Cox. Resultados: de 73 controles foi analisado pela qPCR para avaliar a
O genótipo variante ERP29 GG foi mais frequente em expressão dos genes. A significância estatística das di-
pacientes do que em controles (6,4% vs. 3,6%; P=0,002). ferenças entre os grupos foi calculada pelos testes de
Indivíduos com genótipo GG estiveram sob risco cerca Fisher, qui-quadrado, regressão logística, teste t e ANO-
de nove vezes maior de ocorrência do CCEOF do que os VA. Os tempos de sobrevida livre de progressão (SLP)
outros. Aos 36 meses, pacientes com o genótipo ERP29 e sobrevida global (SG) foram estimados pelas curvas
GG apresentaram pior SLP quando comparados aos de Kaplan-Meier e analisados pelos testes de log-rank
outros (0,0% vs. 39,1%; P=0,01). Indivíduos com o genó- e Cox. Resultados: A frequência do genótipo MITF AA
tipo GG apresentaram menor expressão do ERP29 (1,10 foi maior em pacientes do que em controles (26,7% vs.
vs. 1,44 unidades arbitrárias (UAs), P=0,05) e maior ex- 21,1%; P=0,03). Indivíduos com o referido genótipo esti-
pressão do miR-4421 (0,73 vs. 0,42 UAs, P=0,05). Obser- veram sob risco cerca de duas vezes maior de desenvol-
vamos que o miR-4421 apresentou maior eficiência de ver o MC do que os outros. A frequência dos genótipos
ligação na região 3’-UTR do ERP29 codificado pelo alelo MITF GA ou AA foi mais comum em pacientes com fo-
variante “G” quando comparado ao alelo selvagem “A”, totipos cutâneo I-III (90,8% vs. 80,9%, P=0,04), incapazes
com consequente diminuição da expressão do ERP29 de bronzear-se (86,2% vs. 72,3%; P=0,02) e com tumo-
(0,90 vs. 1,02 UAs; P=0,004). Conclusão: Nossos resul- res com crescimento vertical (83,7% vs. 67,5%, P=0,04).
tados apresentam evidência preliminar de que o SNP Aos 60 meses, a SLP (53,4% vs. 71,6%; P=0,005; Cox:
ERP29 c.*293A>G constitui um importante fator her- HR: 1,84; P=0,006) e a SG (76,2% vs. 82,4%; P=0,02; Cox:
dado para o risco e o prognóstico do CCEOF, possivel- HR: 1,79; P=0,03) foram menores em pacientes com
mente devido a alteração da expressão do gene ERP29. o genótipo AA. Indivíduos com os genótipos MITF GG
Apoio financeiro: FAPESP e CAPES. ou GA apresentaram maior expressão de HNRNAPA1
(1,24 vs. 1,04; P=0,05) do que os outros. As expressões
Contato: JULIANA CARRON
do MITF (P=0,31) e do SF1 (P=0,47) foram similares em
j180811@g.unicamp.br
indivíduos com os distintos genótipos Conclusão: Nos-
sos resultados sugerem que o SNP MITF c.938-325G>A
constitui um importante fator herdado para o risco e
TEMÁRIO: MELANOMAS prognóstico de MC, possivelmente devido a alteração
CÓDIGO: 60200 da expressão do fator de splicing hnRNP A1. Apoio fi-
nanceiro: FAPESP, CNPq e CAPES.
ASSOCIAÇÃO DO POLIMORFISMO Contato: CAROLINE TORRICELLI
MITF C.938-325G>A, RELACIONADO caroltorricelli@gmail.com
COM A MELANOGÊNESE, COM O RISCO
E O PROGNÓSTICO DE MELANOMA
CUTÂNEO
TEMÁRIO: TUMORES DE MAMA
Autores: Caroline Torricelli; Cristiane de Oliveira;
CÓDIGO: 60152
Benilton de Sá Carvalho; Janet Keller Silva; Gabriela Vilas
Bôas Gomez; Wesley Lima de Oliveira; José Augusto
Rinck-Junior; Manoela Marques Ortega; Carmen Silvia ASSOCIAÇÃO ENTRE OS NIVEIS
Passos Lima; Gustavo Jacob Lourenço; PLÁSMATICOS DO TAMOXIFENO E SEUS
Instituição: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS METABÓLITOS COM O GENÓTIPO DAS
ENZIMAS CYP2D6, CYP2C9 E CYP2C19
Introdução: Anteriormente, identificamos mais de 12
mil polimorfismos gênicos de base única (SNPs) asso-
E A ADESÃO AO TRATAMENTO EM
ciados ao risco do melanoma cutâneo (MC), por meio da
PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA
genotipagem em larga escala. Os SNPs localizados em Autores: Jeanine Marie Nardin; Evelyn Castillo Lima
regiões regulatórias do mecanismo de splicing de genes Vendramini; Solane Picolotto; Jenifer Kogin Primon;
associados com a melanogênese, incluindo o SNP MITF Thais Abreu de Almeida; Werner Schroth; Hiltrud
Brauch; Roberto Pecoits Filho; Jose Claudio Casali da
c.938-325G>A, foram considerados de maior interesse
Rocha;
entre eles. Por meio de análises in silico, observamos
Instituição: LIGA PARANAENSE DE COMBATE AO
que o referido SNP pode alterar a ligação dos fatores de
CANCER
splicing SF1 e hnRNPA1. No entanto, são desconhecidos
os papéis dos distintos genótipos do referido SNP no Introdução: A terapia endócrina em pacientes com
risco e prognóstico do MC. Objetivo: Verificar se os di- câncer de mama positivas para receptores hormonais
ferentes genótipos do SNP MITF c.938-325G>A influen- reduz as taxas de recorrência e mortalidade, sendo o
ciam o risco e o prognóstico do MC; os aspectos clínico- tamoxifeno (TAM) uma das principais opções para mu-
-patológicos, e as expressões do MITF, SF1 e HNRNPA1. lheres em pré e pós menopausa. Contudo, a má ade-
Materiais e Método: Foram avaliados 262 pacientes são ao tratamento e os polimorfismos dos genes das

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 77


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

enzimas CYP2D6, CYP2C9 e CYP2C19, metabolizadoras Camargo; Max Sena Mano; Maria Del Pilar Estevez Diz;
do TAM, podem estar relacionados à piores desfechos Diogo Assed Bastos; Gilberto de Castro Junior; Paulo
clínicos. Objetivo: Relacionar os níveis séricos do tamo- Marcelo Gehm Hoff;
xifeno e seus metabólitos com a adesão ao tratamen- Instituição: INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO
to, bem como com os polimorfismos dos genes CYPs PAULO
relacionados à metabolização do mesmo. Método: Foi Introdução: A fosfoetanolamina (FEA) possui papel
realizado estudo prospectivo em 198 pacientes com central na biossíntese dos fosfolípides de membrana
câncer de mama em uso de TAM para determinar os celular. Estudos pré-clínicos sugeriram potencial anti-
níveis séricos do mesmo e de seus metabólitos ativos, tumoral da FEA em diversos modelos, incluindo mela-
4-OH-tamoxifeno (4-OH-TAM) e endoxifeno, por LC-MS, noma e câncer de mama. Baseado no seu amplo uso
determinados aos 3 e 6 meses de tratamento. A ade- como tratamento (tto) alternativo por pacientes (pcts)
são ao tratamento foi determinada pelo método Mo- oncológicos com relatos informais de potenciais bene-
risky (MMAS-4) aos 3 e 6 meses. Os genótipos dos genes fícios e sem aparente toxicidades reportadas, conduziu-
CYP2D6, CYP2C9 e CYP2C19 foram determinados por -se este estudo para avaliar a segurança e eficácia da
MALDI-TOF/MS. As concentrações plasmáticas foram FEA. Objetivo: Estudo de fase II em múltiplas coortes
relacionadas com a adesão e a genotipagem. Resulta- segundo o método de Simon de 2 fases, com objetivo
dos: As medianas dos níveis de TAM, aos 3 e 6 meses primário de determinar a taxa de resposta radiológi-
foram 356,9nM e 243,4nM, respectivamente. Quando ca por RECIST versão 1.1, ou critérios específicos para
comparadas as concentrações plasmáticas no estado câncer de próstata, da FEA em monoterapia. Os objeti-
estacionário todas as dosagens de TAM e de seus me- vos secundários foram toxicidades relacionadas ao tto,
tabólitos estavam inferiores aos 6 meses, embora sem sobrevida global (SG) e sobrevida livre de progressão
significância. Aos 3 meses de tratamento todas as pa- (SLP). Método: Duas de 21 respostas na primeira fase
cientes analisadas atingiram as concentrações de TAM seriam necessárias para prosseguir a segunda fase em
clinicamente significantes (>140nM). O mesmo não cada uma das coortes (alfa 5% e beta 10%). Incluíram-se
é observado aos 6 meses de tratamento. Conforme pcts com tumores sólidos avançados, não passíveis de
MMAS-4, 62% e 68% das pacientes apresentaram alta tratamento curativo, em múltiplas coortes: carcinoma
adesão (3 e 6 meses), e ¼ delas apresentaram adesão epidermoide (CEC) de cabeça e pescoço, pulmão, color-
imprópria nos 2 momentos avaliados. Uma redução na retal, mama, CEC de colo uterino, próstata, melanoma,
adesão foi verifica de 3 para 6 meses (p=0,046). Há uma pâncreas, estômago e carcinoma hepatocelular. Todos
associação moderada entre score de atividade enzimá- os pcts apresentavam performance status (PS-ECOG) 0
tico calculado a partir do genótipo da CYP2D6 (>40% de ou 1, com progressão de doença (PD) dentro dos últi-
metabolizadores extensivos) e os níveis de endoxifeno mos 3 meses e adequadas funções orgânicas. Pcts com
(26,5 nM e 18,4nM), aos 3 e 6 meses respectivamente. doença em sistema nervoso central não controlada fo-
O aumento de endoxifeno alelo-CYP2D6 dose depen- ram excluídos. A FEA foi utilizada via oral na dose de
dente foi observado com o número crescente de alelos 1500mg/dia por 21 dias, seguida de 1000mg/dia conti-
funcionais. Observou-se uma forte relação de atividade nuamente em ciclos de 28 dias. Resultados: De Julho
aumentada da CYP2C19 com maiores taxas de forma- de 2016 a Março de 2017 foram incluídos e tratados 73
ção de 4-OH-TAM. Não foi encontrada associação signi- pcts. Após a inclusão dos primeiros 10 pcts, uma análise
ficativa entre os genótipos de CYP2C9 e os metabólitos interina de segurança descartou toxicidades limitantes
do tamoxifeno. Conclusão: a adesão ao tratamento a continuidade do estudo. Na população geral, a idade
apresenta maior associação aos níveis plasmáticos de mediana foi de 57 anos (28-83), com a maioria metas-
TAM e seus metabólitos do que a o genótipo das suas tático ao diagnóstico (56,2%) e com PS-ECOG 1 (61,1%).
enzimas de metabolização. Destes, 21 apresentavam CCR, 14 melanoma e 12 cân-
Contato: JEANINE MARIE NARDIN cer de mama. O tempo médio de tto foi 1,64 meses,
jemarie@terra.com.br com melhor resposta: resposta parcial em 1 (1,5%) pct
(melanoma), doença estável em 19 (28,8%) pcts e PD
em 46 (69,7%) pcts. A SLP mediana foi de 1 mês (IC 95%
0,76-1,24) e a SG mediana de 7 meses (IC 95% 5,66-
TEMÁRIO: PESQUISA CLÍNICA 8,34). Eventos adversos atribuídos a FEA foram em sua
CÓDIGO: 60008 maioria graus 1 e 2. Conclusão: Nesta análise interina
de segurança e eficácia observou-se escassez de eficá-
AVALIAÇÃO DA SEGURANÇA E EFICÁCIA cia da droga nas doses estudadas, sendo o estudo in-
DA FOSFOETANOLAMINA SINTÉTICA terrompido.
EM PACIENTES COM TUMORES SÓLIDOS Contato: MILENA PEREZ MAK
AVANÇADOS smilenamak@yahoo.com.br
Autores: Milena Perez Mak; Rudinei Diogo Marques
Linck; Rodrigo Ramella Munhoz; Veridiana Pires de

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 78


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

TEMÁRIO: TUMORES DE MAMA TEMÁRIO: TUMORES TGI INFERIOR (COLON / RETO / ÂNUS)
CÓDIGO: 60114 CÓDIGO: 60599

AVALIAÇÃO DE SUBPOPULAÇÕES DE CÂNCER COLO-RETAL EM PACIENTES


CÉLULAS T E SUA RELAÇÃO COM A MAIS JOVENANÁLISE DE INCIDÊNCIA,
RESPOSTA PATOLÓGICA COMPLETA CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS E
EM PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA DESFECHOS
SUBMETIDAS À QUIMIOTERAPIA Autores: Maria Fernanda Batistuzzo Vicentini; Fernanda
NEOADJUVANTE. Kaori Fujiki; Andrea Clemente Baptista Silva; Maria
Autores: José Fernando do Prado Moura; Vladmir Elizabeth Zambrano Mendoza; Maria Ignez Braghiroli;
Cláudio Cordeiro de Lima; Leuridan Cavalcante Torres; Leonardo Gomes da Fonseca; Paulo Marcelo G. Hoff;

Instituição: REAL HOSPITAL DE BENEFICÊNCIA Instituição: INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO


PORTUGUESA PAULO

Introdução: O câncer de mama é o mais incidente e o Introdução: Estudos recentes sugerem um aumento
segundo mais letal entre as mulheres. O papel do sis- na incidência de câncer colo-retal (CCR) em pacientes
tema imune no desenvolvimento e prognóstico do pa- jovens. Informações sobre o comportamento clínico e
ciente com câncer tem sido recentemente foco intenso características patológicas desses pacientes ainda são
de pesquisa. É sabido que os linfócitos T contribuem pouco encontradas na literatura. Objetivo: analisar
na imunovigilância tumoral com papel anti-tumoral e dados clínicos e de sobrevida na população jovem com
prótumoral e dados pré-clínicos e clínicos indicam que CCR da nossa instituição. Método: Revisamos retros-
o sistema imune influenciam prognóstico e resposta pectivamente os prontuários de 5.806 pacientes diag-
à quimioterapia, no entanto, a relevância clínica não nosticados com CCR entre janeiro de 2011 e novembro
está estabelecida no câncer de mama e seus subtipos. de 2016 no Instituto do Câncer do Estado de São Paulo e
Nós hipotetizamos que no câncer de mama localmen- identificamos 781 pacientes com idade igual ou abaixo
te avançado (CMLA) há uma resposta imunológica di- de 50 anos. O método de Kaplan-Meier foi usado para
ferente em relação aos controles saudáveis (CS) e aos estimar a sobrevida global (SG) e a análise uni/multiva-
subtipos específicos e que essa resposta imune pode riada foi realizada para identificar fatores associados
ser preditiva de resposta completa (RC) à quimioterapia com SG. Resultados: Houve aumento absoluto de CCR
neoadjuvante (QTneo). Objetivo: A proposta do nosso em pacientes abaixo de 50 anos de 1,88% a 2,23% anu-
estudo foi caracterizar o perfil das subpopulações de almente (2011-2012: 11,6%; 2013-2014: 13,5%; 2015-
células T em pacientes com câncer de mama localmen- 2016: 15,7%) com aumento relativo de 35,3% entre
te avançado submetidos à QTneo. Método: Estudo 2011 e 2016. A idade mediana dos pacientes ao diag-
longitudinal, prospectivo em mulheres com câncer de nóstico foi de 42 anos (17-49), 57,4% eram mulheres e
mama localmente avançado (n=80) e controles saudá- 20,9% referiram história familiar (HF) de CCR. Análise
veis (CS) (n=25). Os percentuais dos linfócitos (T) e suas imunohistoquímica de deficiência em enzimas de repa-
populações TCD4+ e TCD8+ foram caracterizados por ro (MMR) foi feita em 466 pacientes e 78 (16,7%) tinham
citometria de fluxo (multiplex) no sangue periférico de deficiência em MMR. Tumores à esquerda foram mais
pacientes antes do início do tratamento com QTneo. A frequentes (cólon esquerdo 8,2%, sigmóide 33,7% e
resposta patológica foi considerada como completa na reto 31,5%), enquanto a incidência de tumores à direi-
ausência de neoplasia invasiva na peça pós-operató- ta foi 19,4%. Quase todos pacientes eram sintomáticos
ria. analisados no GraphPad Prism, v6.0. Resultados: ao diagnóstico (93,9%) sendo dor abdominal (39,6%) e
as pacientes com RC tiveram menos linfócitos TCD4+ sangramento retal (28,7%) os sintomas mais comuns.
(p<0,0001) e mais linfócitos TCD8+ (p=0,0088) que as Deficiência em MMR foi associada com melhor SG
pacientes sem RC. O Subgrupo com RC foi representa- (p=0,029). A distribuição por estágios foi: 2,6% I, 25,8%
do pelos subtipos Triplo Negativo e Rico em HER2. Con- II, 34,1% III e 37,5% IV. A SG mediana do estágio IV foi
clusão: Há uma resposta imune de subpopulações de 25 meses (IC 95% 20,7-29,3) e não alcançada para I-III
linfócitos T que é variável entre os subtipos de câncer (p<0,001). HF de CCR (p=0,021) e quimioterapia adju-
de mama e que pode ser preditiva de reposta patológi- vante (p<0,001) foram fatores independentemente as-
ca completa. Nossos dados mostram que além do sub- sociados com melhor SG em pacientes estágio IV. Para
tipo do câncer de mama, o estado imune pode apresen- os estágios I-III, KRAS selvagem (p=0,003), HF de CCR
tar um valor preditivo de resposta patológica completa. (p=0.024) e ausência de invasão angiolinfática (p<0,001)
foram associados com melhor SG. Conclusões Em nos-
Contato: JOSÉ FERNANDO DO PRADO MOURA sa experiência, a incidência de CCR em pacientes mais
jfpmoura@hotmail.com jovens está aumentando. Esses pacientes foram mais
frequentemente diagnosticados com doença metastáti-
ca, tumores de cólon esquerdo/reto e sintomas iniciais.
Esses achados reforçam a importância emergente do

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 79


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

assunto e a necessidade de discutir estratégias para o TEMÁRIO: TUMORES DE MAMA


diagnóstico precoce que englobem essa população. CÓDIGO: 59625

Contato: FERNANDA KAORI FUJIKI


EXPERIÊNCIA COM CRIOTERAPIA DE
FEKAFU@GMAIL.COM
COURO CABELUDO PARA PREVENÇÃO
DA ALOPECIA INDUZIDA PELA
QUIMIOTERAPIA COM MÁQUINA DE
TEMÁRIO: POLÍTICAS PÚBLICAS RESFRIAMENTO EM CLÍNICAS PRIVADAS
CÓDIGO: 57398 NO BRASIL
Autores: Giselle de Barros Silva; Sérgio Daniel Simon;
DIFERENÇAS NO TRATAMENTO Bruno Lemos Ferrari; Gildete Sales Lessa; Marcelo
SISTÊMICO DO CÂNCER NO BRASIL: Ramos Tejo Salgado; Marcos Rogerio Ceccato; Mario
MEU SUS É DIFERENTE DO TEU SUS Alberto Dantas Loures da Costa; Alexei Peter dos
Santos; Raphael Brandao Moreira;
Autores: Vanessa de Araújo Silva; Tiago Farina Matos;
Luciana Holtz de Camargo Barros; Rafael Aliosha Kaliks; Instituição: CENTRO PAULISTA DE ONCOLOGIA
Instituição: HOSPITAL ISRAELITA ALBERT EINSTEIN Introdução: A alopecia induzida pela quimioterapia
(AIQ) é um dos efeitos mais angustiantes para mulhe-
Introdução: Diferenças no tratamento cirúrgico, radio-
res em tratamento do câncer de mama. A crioterapia de
terápico e sistêmico podem levar a diferenças significa-
couro cabeludo tem se mostrado eficaz para prevenção
tivas no resultado do tratamento oncológico. Acredita-
da AIQ. Objetivo: Avaliação retrospectiva da eficácia da
mos que existem diferenças significativas no tratamento
crioterapia de couro cabeludo na prevenção da AIQ em
sistêmico oferecido a pacientes com um mesmo tipo de
pacientes com câncer de mama e os motivos de desis-
câncer tratados no sistema único de saúde (SUS) no
tência do procedimento Método: Foram analisados da-
Brasil. Objetivo: Identificar diferenças no tratamento
dos clínicos de pacientes com câncer de mama localiza-
sistêmico dos quatro tipos mais incidentes de câncer
do ou não submetidas à quimioterapia com crioterapia
tratados no SUS e comparar os tratamentos oferecidos
de couro cabeludo com máquina de resfriamento no
com as Diretrizes Terapêuticas (DTs) estabelecidas pelo
período de Julho de 2015 a Março de 2017 em clínicas
Ministério da Saúde (MS), assim como comparar estes
privadas. O resfriamento se iniciou 30 minutos antes
tratamentos com o padrão de tratamento praticado na
da infusão da droga alopeciante, manteve-se durante
saúde suplementar (SS). Resultados: Dos 52 centros
toda a infusão do quimioterápico e se estendeu por 90
que responderam à solicitação, 18 não contam com
minutos após o término da infusão. O grau de alopecia
protocolos institucionais de tratamento para nenhum
foi avaliado pela enfermagem ao final de todo o tra-
dos 4 tipos de câncer. Obtivemos protocolos de trata-
tamento quimioterápico segundo a escala CTCAE v4.0
mento para câncer de pulmão (29 centros), mama (33
em grau zero (sem alopecia), 1 (perda < 50% cabelos)
centros), colorretal (31 centros) e próstata (33 centros).
ou 2 (perda > 50% cabelos), e com fotografias digitais.
Grandes diferenças foram identificadas na comparação
Definiu-se sucesso na preservação dos cabelos quando
entre o tratamento praticado por centros de tratamen-
houve alopecia G0 ou G1 ao final do tratamento, e in-
to de câncer no sistema público em todo o território
sucesso na alopecia G2 ou na desistência da crioterapia
nacional e mesmo entre os tratamentos praticados nos
por alopecia. Resultados: Foram incluídas no estudo
centros de uma mesma cidade. Alguns centros ofere-
330 mulheres, sendo 283 com câncer de mama locali-
cem tratamentos acima, igual ou abaixo o padrão das
zado. A taxa global de sucesso com a crioterapia foi de
DTs. Alguns centros oferecem tratamentos equivalen-
63,5%. 188 pacientes (57,0%) fizeram toda a quimiotera-
tes ao padrão da SS, embora a maioria utilize tratamen-
pia com crioterapia de couro cabeludo (G0=27; G1=138;
tos abaixo do padrão nesta comparação. Observamos
G2=23), 72 pacientes (21,8%) desistiram da crioterapia
heterogeneidade nos tratamentos oferecidos em todas
por alopecia G1 ou G2, 51 pacientes (15,4%) desistiram
as regiões do país. Conclusão: Confirmamos que exis-
da crioterapia por queixas não relacionadas à alopecia
tem grandes diferenças no padrão de tratamento sistê-
e 19 pacientes (5,8%) tiveram o tratamento interrompi-
mico oferecido a pacientes no SUS para os 4 tipos mais
do por questões externas, como progressão da doença.
incidentes de câncer entre centros de tratamento do
Além da alopecia, cefaleia e sensação de frio foram mo-
SUS. Além disso, documentamos que os tratamentos
tivos comuns de desistência da crioterapia. Esquemas
oferecidos podem ser de um padrão abaixo daquele
com taxanos sem antraciclinas apresentaram maiores
preconizado pelo MS nas DTs, e abaixo daquele prati-
taxas de sucesso (docetaxel=81,5%, paclitaxel=79,2%).
cado na SS.
Com docetaxel e ciclofosfamida a taxa de sucesso foi de
Contato: VANESSA DE ARAÚJO SILVA 71,9%, enquanto que com doxorrubicina e ciclofosfami-
vdearajosilva@yahoo.com da seguidos por taxanos, a taxa foi de 50%. Conclusão:
A crioterapia de couro cabeludo se mostrou eficaz na

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 80


APRESENTAÇÃO ORAL

I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

preservação de cabelos durante a quimioterapia com R$5767, P = 0,011), com custo maior estimado no CPO.
diversos regimes para câncer de mama, com taxa glo- Os 15 pacientes atendidos no CPO geraram uma eco-
bal de sucesso de 63,5%. Melhora da expectativa do nomia de R$87.886,63 para o SUS, 17,3% do gasto total
paciente quanto à alopecia e o manejo da dor podem se todos os pacientes fosse atendidos pelo sistema pú-
aumentar a adesão à crioterapia. blico. Caso os pacientes atendidos no ambulatório SUS
realizassem o mesmo número de consultas e exames
Contato: GISELLE DE BARROS SILVA
que os do CPC, seriam gastos R$40.686,96 a mais, um
giselle_barros@yahoo.com.br
aumento de 9,7% na despesa pública. Conclusão: De
nosso conhecimento, este é o primeiro estudo brasilei-
ro a demonstrar o valor gerado de economia ao SUS
TEMÁRIO: PULMÃO num centro de pesquisa. Considerando o impacto, caso
CÓDIGO: 60555 replicado a vários centros de pesquisa no Brasil e os
recursos limitados do SUS, a pesquisa clínica deve ser
IMPACTO DA PESQUISA CLÍNICA NA considerado uma prioridade nacional.
REDUÇÃO DE CUSTOS DA ASSISTÊNCIA Contato: MARIA HELENA SOSTRUZNIK
PÚBLICA EM CÂNCER DE PULMÃO NÃO- sandra.assis@flytour.com.br
PEQUENAS CÉLULAS METASTÁTICO NO
BRASIL
Autores: Paulo Ricardo Santos Nunes Filho; Mahira de
TEMÁRIO: PULMÃO
Oliveira Lopes da Rosa; Maria Helena Sostruznik; Carlos
CÓDIGO: 60091
Henrique Escosteguy Barrios; André Poisl Fay; Ana
Caroline Zimmer Gelatti; Gustavo Werutsky;
Instituição: CENTRO DE PESQUISA EM ONCOLOGIA DO
PROFILE OF BRAZILIAN PATIENTS
HOSPITAL SÃO LUCAS RECRUITMENT IN A REAL-WORLD TRIAL
OF OSIMERTINIB FOR ADVANCED EGFR
Introdução: O alto custo do tratamento oncológico é
T790M MUTATION NON-SMALL CELL
desafio para a economia dos países em desenvolvimen-
to, especialmente no sistema único de saúde brasileiro.
LUNG CANCER (NSCLC) PATIENTS
A participação dos pacientes na pesquisa clínica pode Autores: Clarissa Baldotto; Helano Carioca Freitas;
ser uma das estratégias para redução de gastos com Fabio Franke; Giuliano Santos Borges; Marcelo Graziano
Custódio; Gisele Caccia; Cristiane Sansevero; Aknar
tratamento oncológico, ao mesmo tempo que recebem
Calabrich;
terapias de ponta. Objetivo: Estimar a economia gera-
da pelo atendimento de pacientes em centro de pes- Instituição: ASTRA ZENECA
quisa em oncologia (CPO) nos gastos do tratamento Introduction: Osimertinib 80mg once-daily provided
oncológico do Sistema Único de Saúde (SUS). Método: significantly better progression free survival and res-
Estudo retrospectivo que incluiu pacientes com câncer ponse rate (RR) for NSCLC patients with EGFR T790M
de pulmão não-pequenas células metastático que re- resistance mutation, after failure of previous EGFR TKI
ceberam tratamento de 1ª linha entre janeiro de 2014 exposure, compared to chemotherapy (CT). It has been
e maio de 2017 provenientes do ambulatório SUS ou available since 2015 in US and 2016 in Europe, but
através de protocolos de pesquisa do CPO no Hospital not until 2017 in Brazil. Here we report the inclusion
São Lucas da PUCRS. Dados clínicos e procedimentos profile of a Brazilian patient cohort from a real-world
(e.x. número de consultas e tomografias computado- study. Methods: ASTRIS(NCT02474355) is a phase IV,
rizadas) foram obtidos através de prontuário médico multinational, open label clinical trial of osimertinib for
dos pacientes. O valor de cada consulta, tomografia advanced or metastatic T790M mutation NSCLC who
(tórax/abdômen/pelve) e quimioterapia utilizado foi received prior EGFR-TKI and had a PS0-2. Patients with
obtido da tabela SUS disponibilizada pelo Ministério da central nervous system symptomatic disease, history
Saúde. Para análise estatística, foi utilizado o teste U of pneumonitis or prolongation of the QT interval were
de Mann-Whitney para amostras independentes para excluded. Globally 14 countries were involved and spe-
comparação entre ambulatório SUS e CPC. Resultados: cifically in Brazil 14 sites enrolled patients. Data presen-
Um total de 95 pacientes foram incluídos no estudo, ted here refer to the interim analysis of first brazilian
80 (84,2%) SUS e 15 (15,8%) CPO. A idade média foi 63 patients included, when drug was still not approved
anos, 71% tinham adenocarcinoma, 65% PS 0-1. Duran- out of a clinical trial. Results: From August 2015 until
te o tratamento, o custo mediano com consultas por March 2017, a total of 40 patients were included with
paciente foi R$52 no ambulatório versus estimado de a median age of 63.5 years (36-89), 65% female, 75%
R$115 no CPO (P = 0,002) e com tomografias foi R$413 e white, only 7.5% with PS2 and a median follow up of 1.5
R$1241, respectivamente (P = 0,01). Além disso, o custo months. Most patients were initially diagnosed as stage
mediano do tratamento de 1ª linha por paciente foi sig- IIIB/IV (85%). Molecular testing was performed more of-
nificativamente diferente entre os grupos (R$4876 vs. ten in plasma (55%) than in tissue (45%), coming from

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 81


APRESENTAÇÃO ORAL

I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

metastatic site in 52.9% of cases. Roche cobas™ EGFR realizada uma revisão sistemática da literatura para
assay was the preferred test (73%), mostly performed avaliar o impacto do uso de Sunitinibe e Pazopanibe em
by local or central trial referenced laboratories (67.5%). 1a linha para pacientes com câncer renal metastático.
Median duration between molecular assessment and Análise de custo-efetividade foi desenvolvida através de
inclusion was 0.9 month (0-7), with no significant diffe- modelo de Markov na perspectiva do SUS para apre-
rence between samples type. Median duration between sentar a razão de custo-efetividade incremental (RCEI)
diagnosis and enrollment was 28.2 months (8-116). Ele- por ano de vida salvo. Avaliação de impacto orçamentá-
ven patients had been previously exposed to 1st line CT rio foi calculada através de dados epidemiológicos e de
(52.4%), 23.8% to 2nd line and 19% to 3rdline CT. So far custo dos tratamentos disponíveis no Brasil. Resulta-
7 patients (17.5%) experienced at least 1 adverse event, dos: Em comparação ao uso de interferon, o uso de Su-
only 5% leading to dose modification or discontinua- nitinibe ou Pazopanibe foi considerado equivalente, e
tion. Response evaluation was available in 10 patients proporciona aumento de sobrevida global, sobrevida li-
with 70%RR and 90% DCR. Conclusion: Controlled cli- vre de progressão e taxa de resposta em pacientes com
nical trial data may differ from real-world data, espe- câncer renal metastático. No modelo econômico, pa-
cially concerning patient selection. In this trial we report cientes em uso de Interferon obtiveram expectativa de
data from a cohort of Brazilian patients with restricted vida de 2,3 anos. Pacientes tratados com Sunitinibe ou
access to osimertinib and molecular testing. Compared Pazopanibe obtiveram estimativa de 2,84 anos de vida
to clinical trial data these patients received more prior (incremento de 0,45 anos). Com preços de lista oficial, o
anticancer regimens with a longer median time from custo incremental para a incorporação foi de R$ 129 mil
first diagnosis to inclusion. This initial report suggests para Pazopanibe e R$ 211 mil para Sunitinibe, com RCEI
similar clinical activity and toxicity profile. de R$ 58 mil e R$ 95 mil por ano de vida ganho, respec-
tivamente. Conclusão: O uso de inibidores de tirosina
Contato: GISELE CRISTINA VIDAL CACCIA
cinase anti-VEGF em 1ª linha é eficaz e aumenta a so-
marcelo.custodio@astrazeneca.com
brevida de pacientes com câncer renal metastático. No
entanto, sua incorporação no SUS com os preços atuais
não seria uma estratégia custo-efetiva. Uma redução
TEMÁRIO: TUMORES UROLÓGICOS - NÃO PRÓSTATA significativa no preço das drogas seria necessária para
CÓDIGO: 60572 tornar a incorporação custo-efetiva no Brasil.
Contato: ANDRÉ SASSE
SUNITINIBE OU PAZOPANIBE PARA andre.sasse@sonhe.med.br
O TRATAMENTO DE PACIENTES
PORTADORES DE CARCINOMA
DE RIM DE CÉLULAS CLARAS
METASTÁTICO: REVISÃO SISTEMÁTICA, TEMÁRIO: TUMORES TGI SUPERIOR
CÓDIGO: 60062
CUSTO-EFETIVIDADE E IMPACTO
ORÇAMENTÁRIO
VOLUME DE METÁSTASE HEPÁTICA E
Autores: Andre Deeke Sasse; Vivian Castro Antunes de COMORBIDADES CARDIOVASCULARES
Vasconcelos; Adriana Camargo de Carvalho;
ESTÃO ASSOCIADOS COM CARDIOPATIA
Instituição: GRUPO SONHE
CARCINÓIDE.
Introdução: A introdução de terapias alvo mudou o Autores: Marcella Coelho Mesquita; Carolina Alves Costa
prognóstico de pacientes com câncer renal metastático, Silva; Carolina Carvalho Silva; João Evangelista Bezerra
a partir de uma época de tratamentos com Interferon e Neto; Tulio Eduardo Flesch Pfiffer; João Glasberg;
Interleucina, que apresentavam alta toxicidade e baixa Paulo Marcelo Gehm Hoff; Rachel Simões Pimenta
eficácia. No entanto, na saúde pública brasileira o uso Riechelmann;
de Interferon ainda se mantém como tratamento pa- Instituição: HOSPITAL SAÚDE DA MULHER
drão. De forma inovadora, uma avaliação de tecnologias
Introdução: Síndrome carcinóide (SC) ocorre em qua-
foi definida como prioritária pela Sociedade Brasileira
se 30% dos tumores neuroendócrinos (TNE), conse-
de Oncologia Clínica, e uma proposta de incorporação
quente a produção hormonal principalmente de se-
do Ipilimumabe junto ao Comitê Nacional de Incorpo-
rotonina. Uma das mais temidas complicações da SC
ração de Tecnologia de Saúde (CONITEC) foi realizada.
é a cardiopatia carcinóide (CC) que se caracteriza por
Objetivo: Avaliar a eficácia e segurança de Sunitinibe
fibrose de valvas cardíacas direitas, com consequente
e Pazopanibe no tratamento de pacientes com câncer
insufuciência cardíaca direita. Os fatores desencadean-
renal avançado, em primeira linha de tratamento, reali-
tes e relacionados com progressão de CHD são pouco
zar análise de custo-efetividade e avaliação de impacto
compreendidos. Objetivo: Investigar fatores prognós-
orçamentário referentes à incorporação destas tecno-
ticos relacionados com CHD. Método: Estudo retros-
logias no Sistema Único de Saúde (SUS). Método: Foi
pectivo de pacientes (pts) com TNE avançado e SC e/

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 82


APRESENTAÇÃO ORAL

I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XX Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica

ou elevação de 5HIAA em urina de 24 horas que reali-


zaram ecocardiografia para pesquisa de CC. CC foi de-
finida como evidência ecocardiográfica de regurgitação
aórtica ou tricúspide moderada a severa. Resultados:
Foram incluídos 42 pacientes de 2009 a 2017: idade
mediana de 54,4 anos (19 – 85), 24 do sexo feminino,
69% com TNE de midgut. A frequência de CC foi 38% (16
pts), a qual não foi associada com idade (p=0,79), sexo
(p=0,38), metastáses ósseas (p=0,66), flushing (p=0,14)
ou presença de diarréia (p=0,53). A mediana do nível de
5HIAA na urina de 24h no diagnóstico de CC foi numeri-
camente maior em pts com CHD, mas sem significância
estatística (p=0,20). CC foi significativamente associada
com maior volume (>50% do parênquima) de metastá-
ses hepáticas [OR 13,86 (2,57 – 74,68); p=0,002]. Tem-
po dos sintomas de SC até o diagnóstico foi borderline
para significância (p=0,08). Quando CC foi considerada
a partir de regurgitação valvar leve, sua frequência foi
de 45% (19 pts) e foi observada associação de CC com
a presença de comorbidades cardiovasculares [OR 6,58
(1,09; 39,78); p=0,040]. Conclusão: CC foi frequente en-
tre pacientes com SC tratados no setor público. Nosso
trabalho mostrou que alto volume de metastáses hepá-
ticas e, possivelmente, tempo maior dos sintomas até
o diagnóstico de TNE foram associados com CC. Resul-
tados: sugerem que atraso no diagnóstico afeta negati-
vamente tais pts, aumentando o risco de complicações
cardiovasculares. A presença de comorbidades cardio-
vasculares surge como potencial fator de predisposição
para CHD.
Contato: MARCELLA COELHO MESQUITA
cellamesquita@yahoo.com.b

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 83


APRESENTAÇÃO ORAL E POSTER

I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO


CÓDIGO: 59692 CÓDIGO: 59413

AVALIAÇÃO DA ACURÁCIA AVALIAÇÃO DA INFECÇÃO PELO VÍRUS


DIAGNÓSTICA DA BIÓPSIA DE DE EPSTEIN-BARR, INSTABILIDADE
CONGELAÇÃO EM DIFERENTES SÍTIOS DE MICROSSATÉLITE E EXPRESSÃO
ANATÔMICOS DE PD-L1 NOS ADENOCARCINOMAS
Autores: Rafael Palmeira Santana; Nivaldo Sobral de GÁSTRICOS: ASPECTOS CLÍNICO-
Morais; Yves Renan de Santana Samary; Artur Licio PATOLÓGICOS E PROGNÓSTICOS
Rocha Bezerra; Daniela Takano; Autores: Marina Alessandra Pereira; Marcus Fernando
Instituição: FACULDADE PERNAMBUCANA DE SAÚDE Kodama Pertille Ramos; Sheila Friedrich Faraj; Osmar
Kenji Yagi; Andre Roncon Dias; Bruno Zilberstein; Ivan
Introdução: O processo de inversão da pirâmide etária
Cecconello; Evandro Sobroza de Mello; Ulysses Ribeiro
trouxe diversas consequências a saúde pública brasilei- Junior;
ra, dentre elas o aumento da incidência de neoplasias
Instituição: FACULDADE DE MEDICINA DA USP –
na população. As neoplasias malignas são considera-
INSTITUTO DO CÂNCER
das uma das principais causas de mortalidade na popu-
lação idosa e a biópsia de congelação é um importante Introdução: Baseado em estudos de perfil de expres-
método nas patologias cirúrgicas oncológicas pois for- são gênica, o câncer gástrico (CG) foi categorizado re-
nece informações intraoperatórias, como presença de centemente em subtipos moleculares, os quais incluem
malignidade, estadiamento e margens em órgãos e te- tumores Epstein-Barr (EBV)-positivo e microssatélite
cidos. Esta técnica precisa ter boa acurácia pois permi- instável (MSI). A definição destes, além de fornecer
te planejamento e condução terapêutica do paciente. maiores informações prognósticas, permite a identifi-
Objetivo: Avaliar a acurácia da biópsia de congelação cação de vias moleculares envolvidas na progressão tu-
em múltiplos órgãos e analisar possíveis fatores que moral e potenciais alvos terapêuticos. Nesse contexto,
podem interferir nessa acurácia. Método: Foi realizado a identificação de biomarcadores como o PD-L1 pode
um estudo retrospectivo em um período de seis anos auxiliar na estratificação dos pacientes e adoção de te-
(entre janeiro de 2011 e março de 2016) em um hos- rapia personalizada. Objetivo: Avaliar a presença do
pital de ensino da cidade do Recife. Os resultados das EBV, MSI e expressão de PD-L1 no CG e suas relações
biópsias de congelação foram comparados com os lau- com características clínicopatológicas e prognósticas.
dos da parafina e classificados como concordantes ou Método: Foram avaliados retrospectivamente 287 pa-
discordantes. Os casos discordantes foram revistos por cientes com CG submetidos à gastrectomia com linfade-
patologista e subdivididos em falso positivos e falso ne- nectomia através da construção de tissue microarray.
gativos. Possíveis causas para a discordância dos exa- A expressão das proteínas de reparo do DNA (MLH1,
mes foram analisadas. Resultados: Foram analisadas MSH2, MSH6, PMS2) e de PD-L1 foram avaliadas por
1226 peças cirúrgicas, das quais 1181 (96, 33%) foram imuno-histoquímica. O EBV foi detectado por hibridiza-
concordantes e 45 (3,67%) discordantes. O sítio anatô- ção in situ. Resultados: A presença de infecção por EBV
mico no qual mais se realizou biópsias de congelação e MSI foi identificada em 10,5% e 27% dos pacientes,
foi o ovário (335 casos / 27, 3%) com acurácia de 94,6%. respectivamente. A maioria dos CG com MSI apresenta-
Após reavaliação dos discordantes, 4 casos foram re- ram perda simultânea da expressão de MLH1 e PMS-2
classificados como concordantes e 2 foram avaliados (60%). A positividade para EBV foi mais frequente em
como amostras insuficientes. Avaliando os 39 casos dis- homens (p=0,032), tumores proximais (<0,001), Lauren
cordantes, 6 (15, 4%) foram falsos positivos e 33 (84,6%) indeterminado/intestinal (p<0,001), pouco diferencia-
foram falsos negativos. A estrutura que mais apresen- do (p=0,043) e com acentuado infiltrado inflamatório
tou resultado falso positivo foi o linfonodo sentinela (p<0,001). Os CG MSI foram associados à idade mais
mamário (3/50%), enquanto que o ovário foi o órgão avançada (p=0,002), localização distal (p=0,004), baixa
com mais resultados falso negativos com 17 amostras incidência de metástase linfonodal (LNM) (p=0,024), in-
que apresentaram 51,51% de todos os casos negativos. filtração linfática (p=0,039) e estádio menos avançado
As possíveis causas para a discordância foram tama- (p=0,020). A expressão do PD-L1 foi vista em 8, 8% dos
nho da amostra, limitação do método, complexidade casos, com predomínio nas células tumorais (PD-L1TU)
do diagnóstico e presença de micrometástases. Con- (6, 3%). CG PD-L1TU(+) foram associados ao tipo inde-
clusão: A biópsia de congelação é um método que pos- terminado de Lauren (p<0,001), pouco diferenciados
sui uma alta acurácia e pode ajudar no planejamento (p=0,015) e a presença de acentuado infiltrado infla-
terapêutico intraoperatório dos pacientes com câncer. matório (p=0,010). A expressão de PD-L1 foi associa-
A acurácia de 96, 3% encontrada neste estudo é seme- da à infeção por EBV (p<0,001). Entre os CG PD-L1(+),
lhante à literatura especializada. 50% eram EBV(+) e 27% MSI. Na análise de sobrevida,
CG com MSI foram associados a melhor sobrevida li-
Contato: RAFAEL PALMEIRA SANTANA –
vre de doença (SLD) (p=0,011). Enquanto pior SLD foi
rafaelpalmeira89@gmail.com
observada nos casos com LNM PD-L1TU(+) comparado
aos PD-L1TU(-) (p=0,049). Conclusão: A MSI foi signifi-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 84


APRESENTAÇÃO ORAL E POSTER

I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

cantemente associada a melhor SLD, confirmando sua Com um tempo de seguimento mediano de 42 meses, a
utilização como marcador prognóstico no CG. Tumores sobrevida global (SG) mediana não foi alcançada e a so-
EBV(+) foram associados à expressão de PD-L1, suge- brevida livre de doença (SLD) mediana foi de 18 meses.
rindo que a identificação de subgrupos pode auxiliar na SG e SLD em 5 anos foram respectivamente 76.9% e
indicação à terapia direcionada. 28.3%. Não houve diferença de sobrevida a longo prazo
entre os tumores de cólon direito e esquerdo nesta sé-
Contato: MARCUS FERNANDO KODAMA PERTILLE
rie (5 anos D x E – SG: 72.9% x 77.7, p=0.992/ SLD: 34.4%
RAMOS – marcuskodama@hotmail.com
x 28.5%, p=0.327), mesmo quando ajustamos para o
intervalo livre de doença e valor do CEA. Conclusão: A
lateralidade de origem dos adenocarcinomas colônicos
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS não parece influenciar a sobrevida a longo prazo dos
CÓDIGO: 60852 pacientes com metástases hepáticas exclusivas resse-
cadas.
CÓLON DIREITO X ESQUERDO: ANÁLISE Contato: MARCIO CARMONA MARQUES –
DE UMA COORTE RETROSPECTIVA dr.marciocarmona@gmail.com
DE PACIENTES COM METÁSTASE
HEPÁTICAS RESSECADAS
Autores: Márcio Carmona Marques; Heber Salvador
TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA
de Castro Ribeiro; Wílson Luiz da Costa Jr; Alessandro
Landskron Diniz; André Luiz de Godoy; Igor Correia de CÓDIGO: 60392
Farias; Antonio Moris Cury Filho; Felipe José Fernández
Coimbra; DRENAGEM MÚLTIPLA LINFONODAL
Instituição: HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ EM PACIENTES COM MELANOMA:
IMPLICAÇÕES PROGNÓSTICAS
Introdução: Trabalhos recentes tem sugerido que a
lateralidade de origem dos adenocarcinomas de cólon Autores: Eduardo Doria Filho; Paulo Miranda Brandão;
Mariana de Petaccia Macedo; Clóvis Antônio Lopes
metastáticos é um fator preditor independente de so-
Pinto; Ivan Dunshee de Abranches Oliveira Santos Filho;
brevida a longo prazo, porém nenhum trabalho até o
Eduardo Bertolli; João Pedreira Duprat Neto;
momento avaliou o impacto deste fator num grupo de
Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
pacientes com metástases hepáticas ressecadas. Obje-
tivo: Comparar as características clínico-patológicas e Introdução: Estima-se que a presença de drenagem
a sobrevida a longo prazo dos paciente com metástase múltipla linfonodal (DML) na pesquisa do linfonodo
hepáticas colo-retais (MHCR) de acordo com a latera- sentinela (LNS) ocorra em 20% dos pacientes com me-
lidade do tumor primário. Método: Esta é um análise lanoma cutâneo. O seu impacto como fator prognóstico
retrospectiva dos pacientes com MHCR operados entre é ainda um tema controverso na literatura. Objetivo:
1998 e 2012 em uma única instituição. Foram incluídos Avaliar o impacto da DML como fator prognóstico. Mé-
pacientes em que foi possível a caracterização da ori- todo: Análise retrospectiva de pacientes com melano-
gem do tumor primário. Pacientes com tumores de reto ma submetidos à pesquisa de LNS entre o período de
foram excluídos. Caracterizamos como tumores de có- 2000 a 2015. DML foi definida como drenagem para
lon direito aqueles localizados até o transverso médio, mais de uma base linfonodal a partir dos achados da
tendo em vista a origem embriológica comum, e, por linfocintilografia pré-operatória. Resultados: Foram
sua vez, cólon esquerdo, aqueles localizados da flexura identificados 220 casos (18%) de DML. Em relação a
esplênica até o sigmoide. Resultados: No período do positividade do LNS, não houve associação entre DML
estudo, 151 pacientes preencheram os critérios de in- e pacientes com base de drenagem linfonodal única
clusão, sendo 27 com tumores de cólon direito e 124 (DLU) (p 0,336). Também não houve diferença de recidi-
com tumores de cólon esquerdo. Não houve diferença va linfonodal entre os grupos estudados (p 0,619). Ana-
estatisticamente significante em relação ao sexo, ida- lisando-se o subgrupo de pacientes com LNS positivo,
de, classificação ASA, metástases linfonodais no tumor evidenciou-se associação entre DLU e recidiva linfono-
primário, número de nódulos hepáticos, diâmetro do dal (p < 0,001 OR 1,31 CI 0,038 – 0,451), não ocorrendo o
maior tumor hepático, distribuição das lesões (unilobar mesmo no grupo DML (p 0,307). Conclusão: A DML não
x bilobar), ressecabilidade ao diagnóstico, presença de demonstrou ser um fator prognóstico para positividade
doença extra-hepática, exposição à quimioterapia pré- de LNS. Não houve relação com recidiva linfonodal em
-operatória e margem de ressecção assim como sítio comparação com o grupo DLU, ainda que possa haver
de recorrência pós-hepatectomia. Entretanto, no grupo diferença no subgrupo de pacientes com LNS +.
de pacientes com tumores de cólon esquerdo, houve
Contato: EDUARDO DORIA PINTO RODRIGUES DA
mais pacientes com tumores sincrônicos (67.7% x 6.2%,
COSTA FILHO – eduardo.doriafilho@gmail.com
p=0.026) e a média do valor do CEA foi maior (221,6 x
23,7 ng/mL, p=0.001), além de uma proporção menor
de paciente K-Ras mutados (18.9% x 70.0%, p=0.004).

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 85


APRESENTAÇÃO ORAL E POSTER

I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO entre 2000 e 2015. Resultados: No período analisado,
CÓDIGO: 60773 do total de 1223 pacientes submetidos à BLS, 64 (5, 2%)
tiveram linfonodos sentinela de intervalo. 48 (77, 4%) es-
EPIGENETIC REGULATION OF CANCER tavam localizados na cadeia poplítea, 5 (7, 8%) na mama
SELF-RENEWAL DIFFERS BETWEEN e tórax, 4 (6, 4%) na cadeia epitroclear ou planos mus-
PANCREATIC AND THYROID TUMORS culares profundos do braço e os demais 4 em outras
localizações. Independente das características patoló-
Autores: Ramon Andrade De Mello; Ines Faleiro; Aryeh
Price; Vânia Palma Roberto; Uri Tabori; Joana Dias gicas da lesão primária, melanoma dos membros (OR
Apolónio; Pedro Castelo-Branco; 10,61 [4,22 – 26, 63], p < 0,0001) e o subtipo acral (OR
Instituição: INSTITUTO DE ONCOLOGIA E HOSPITAL 3,49 [1,85 – 6, 57], p < 0,0001) foram mais associados
JORGE VALENTE, SALVADOR, BRASIL; UNIVERSIDADE DO a linfonodos sentinela de intervalo. Dos 64 pacientes,
ALGARVE, PORTUGAL 14 (21,9%) tiveram positividade na BLS, sendo 5 desses
com linfonodos de intervalo positivos (4 poplíteos e 1
Background: A defining feature of cancer cells is repli-
no tronco). Na linfadenectomia complementar, apenas
cative immortality attained by telomere maintenance.
2 casos tiveram positividade de linfonodo não sentine-
Telomerase reactivation in cancer is intimately related
la, ambos em cadeias maiores. 2 casos foram subme-
with expression of the telomerase reverse transcriptase
tidos a linfadenectomia poplítea e inguinal, sem novos
(TERT) gene, which also serves as a prognostic factor.
linfonodos positivos. Dos 3 casos que se submeteram
Aim: We investigate the methylation of a specific region
apenas a linfadenectomia do sítio de intervalo, um de-
in the TERT promoter, termed TERT Hypermethylated
senvolveu recorrência nodal tardia, porém na cadeia
Oncologic Region (THOR). Materials & Methods: We
linfonodal maior. Pacientes com drenagem de intervalo
assessed the methylation status of THOR using The
desenvolveram recorrência mais precoce (18 x 31,4 me-
Cancer Genome Atlas (TCGA) data on cohorts of pan-
ses; p 0,001), assim como apresentaram mortalidade
creatic adenocarcinoma (n=194 patients) and thyroid
relacionada a melanoma mais cedo (31,6 x 40 meses;
carcinoma (n=571 patients). Results: THOR was signifi-
p 0,039). Conclusão: A drenagem para linfonodo sen-
cantly hypermethylated in malignant cancer when com-
tinela de intervalo foi relacionada com recorrência e
pared to benign adjacent tissue in pancreatic cancer
mortalidade mais precoce associado ao melanoma no
(p<0.0001), but not in thyroid cancer. In pancreatic can-
nosso estudo.
cer, THOR hypermethylation could also distinguish nor-
mal tissue from early stage I disease and is associated Contato: PAULO HENRIQUE DOMINGUES MIRANDA
with worse prognosis. Conclusion: These preliminary BRANDÃO – mirandaphd@hotmail.com
findings indicate that THOR can discriminate aggressi-
ve tumors from non-aggressive ones, and support the
diagnostic and prognostic value of THOR in pancreatic
cancer. TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
CÓDIGO: 61668
Contato: RAMON ANDRADE BEZERRA DE MELLO –
ramondemello@gmail.com METÁSTASES HEPÁTICAS DE CÂNCER
COLORETAL COMO FONTE DE
REMETÁSTASES – A IMPORTÂNCIA
TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA PROGNÓSTICA DOS GRUPAMENTOS
CÓDIGO: 60238 POUCO DIFERENCIADOS,
BROTAMENTOS TUMORAIS E OUTROS
LINFONODO SENTINELA DE FATORES ANATOMOPATOLÓGICOS
INTERVALO: FATOR PREDITIVO EM Autores: Gilton Marques Fonseca; Evandro Sobroza de
MELANOMA? Mello; Sheila Friedrich Faraj; Jaime Arthur Pirola Kruger;
Fabricio Ferreira Coelho; Vagner Birk Jeismann; Ivan
Autores: Paulo Henrique D Miranda Brandão; Eduardo
Cecconello; Paulo Herman;
Doria Filho; Mariana de Petaccia Macedo; Clovis Antonio
Lopes Pinto; Ivan Dunshee de Abranches Oliveira Instituição: HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE
Santos Filho; Eduardo Bertolli; João Pedreira Duprat MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Neto; Introdução: Ressecção hepática é o melhor tratamento
Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER para metástases hepáticas de câncer colorretal (MHC-
Introdução: Em pacientes que se submetem à biópsia CR), com recidiva de 60-70%. Os brotamentos tumorais
de linfonodo sentinela (BLS) podemos encontrar linfo- (BT) e grupamentos pouco diferenciados (GPD), são
nodos de intervalo e drenagem para cadeias menores. fatores prognósticos para o câncer colorretal, mas sua
No entanto, a importância clínica desses achados ainda presença e importância nas MHCCR ainda não foram
é incerta. Objetivo: Avaliar desfechos clínicos em pa- estudadas. Objetivo: Avaliar a presença dos BT e GPD
cientes com achados de linfonodos sentinela de inter- nas MHCCR, determinar sua importância prognóstica
valo. Método: Análise retrospectiva de pacientes sub- e relação com outros fatores patológicos. Método: Fo-
metidos à BLS em uma instituição do sudeste do Brasil ram retrospectivamente avaliados 229 pacientes sub-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 86


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metidos a ressecção de MHCCR com intuito curativo, de analisada uma série de 195 pacientes tratadas entre Ja-
janeiro/2000 a junho/2014. Nos espécimes cirúrgicos neiro de 2013 e Abril de 2017, que foram submetidas a
das MHCCR ressecadas foi realizada análise anatomo- pesquisa do LNS com injeção cervical do marcador azul
patológica em lâminas coradas em hematoxilina e eo- patente (n=184) ou indocianina verde (n=11). Oitenta
sina (HE), para avaliação dos BT, GPD, infiltrado infla- e seis pacientes (44,1%) eram de alto risco e 109 (55,
matório peritumoral, presença de pseudocápsula e tipo 9%) de baixo risco. Resultados: A idade mediana foi
de borda; e por imuno-histoquímica, por anticorpos 60,2 anos. 45 (23,1%) das pacientes foram submetidas
anti AE1/AE (BT e GPD), anti-D2-40 (invasão linfática) a laparotomias e 150 (76, 9%) a cirurgias minimamen-
e anti-CD34 (invasão venosa portal). Foram analisadas te invasivas. 62 (31,8%) casos tiveram linfadenectomia
variáveis clínicas e prognóstico. Resultados: O segui- pélvica, 65 (33,3%) pélvica e retroperitoneal e 68 (34,9%)
mento médio após a hepatectomia foi de 43 meses. A somente pesquisa do LNS. Em 85, 6% dos casos hou-
sobrevida global (SG) e livre de doença (SLD) em 1,3 e ve detecção do LNS e a detecção bilateral foi em 60%
5 anos foram de, respectivamente, 94%, 66% e 45% e dos casos. A mediana de LNS detectados foi 2 (1-8) por
53%, 31% e 29%. Os BT estiveram presentes em 61% paciente. Nos casos de baixo risco, somente 2 casos
dos pacientes na avaliação pelo AE1/AE3 e em 48, 9% (1,8%) tiveram LNS positivos e ambos por micrometás-
pelo HE, enquanto os GPD estiveram presentes em 57% tase diagnosticada após imuno-histoquímica (IHC). No
dos casos por AE1/AE3 e em 49% pelo HE. Na análise grupo de alto risco, 22 (25.6%) tiveram LNS comprome-
univariada, BT e GPD grau 3 (>9 GPD) por AE1/AE3 e tidos, sendo 5 (5, 8%) células isoladas tumorais (ITC), 7
HE mostraram significância prognóstica. Na análise (8, 1%) micrometastasis e 10 (11,6%) macrometástases
múltipla, fatores independentes para sobrevida global – 9/22 (40,9%) das metástases no LNS foram diagnosti-
foram: presença de GPD grau 3 (pelo HE), presença de cadas apenas após IHC. Houveram 2 casos de falso ne-
pseudocápsula, invasão venosa portal e presença de >3 gativo (linfonodo não sentinela positivo ipsilateral). Das
nódulos. Fatores independentes para SLD foram: GPD 164 pacientes com histologia endometrióide, 17 (11,3%)
grau 3 (HE), quimioterapia prévia, presença de >3 nó- tiveram LNS comprometido e em 8 (47, 1%) casos a me-
dulos, infiltrado inflamatório peritumoral ausente/leve, tástase foi encontrada apenas após IHC. A sensibilidade
invasão venosa portal e borda infiltrativa. BT e GPD global encontrada foi de 92,3%, VPN de 98.6%, falso ne-
não estiveram associados à recidiva hepática. BT foram gativo de 7.6% (2/26) e valor preditivo de falso negativo
associados: aos GPD, MHCCR sincrônicas, tumores até de 1.2% (2/171). Conclusões: A pesquisa do LNS é uma
5 cm, ausência de pseudocápsula, borda infiltrativa e técnica segura e acurada no estadiamento do câncer
presença de invasão venosa portal. GPD foram associa- do endométrio e aumenta a taxa global de detecção de
dos: aos BT, infiltrado inflamatório peritumoral ausen- metástases linfonodais em 5, 6% após IHC.
te/leve, ausência de pseudocápsula e borda infiltrativa.
Contato: GLAUCO BAIOCCHI NETO – glbaiocchi@
Conclusão: BT e GPD são frequentes nas MHCCR e, na
yahoo.com.br
análise univariada, são fatores prognósticos na SG e
SLD e associados à recidiva extra-hepática. A presença
de GPD grau 3 (HE) é fator prognóstico independente
na SG e SLD, sugerindo que este é um mecanismo de TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO
disseminação tumoral na MHCCR. CÓDIGO: 60014
Contato: GILTON MARQUES FONSECA – MEDGILTON@
YAHOO.COM.BR RELAÇÃO NEUTRÓFILOS/LINFÓCITOS
COMO FATOR PROGNÓSTICO
EM PACIENTES SUBMETIDOS À
GASTRECTOMIA POR CÂNCER GÁSTRICO
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
Autores: Daniel José Szor; André Roncon Dias; Marcus
CÓDIGO: 60877
Fernando Kodama Pertille Ramos; Marina Pereira;
Osmar Kenji Yagi; Bruno Zilberstein; Ulysses Ribeiro
PESQUISA DO LINFONODO SENTINELA Junior; Ivan Cecconello;
NO ESTADIAMENTO DO CÂNCER DO Instituição: HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE
ENDOMETRIO DE SÃO PAULO
Autores: Glauco Baiocchi; Henrique Mantoan; Lillian Introdução: O câncer gástrico é uma das neoplasias só-
Yuri Kumagai; Levon Badiglian-Filho; Alexandre Andre
lidas mais frequentes com prognóstico estimado após a
Balieiro Anastacio da Costa; Ademir Narciso de Oliveira
ressecção cirúrgica mediante análise histopatológica da
Menezes; Louise De Brot; Carlos Chaves Faloppa;
peça anatômica. Há espaço para melhora na acurácia
Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
do estadiamento clínico e exames como os marcadores
Objetivo: Determinar a taxa de detecção, sensibilidade séricos ganham importância. A inflamação é reconheci-
e valor preditivo negativo (VPN) da pesquisa do linfono- da como participante no desenvolvimento das neopla-
do sentinela (LNS) no câncer do endométrio de baixo sias e sua mensuração por meio das células inflamató-
risco e alto risco (endometrióide grau 3, seroso, células rias circulantes pode demonstrar o status inflamatório
claras, carcinossarcoma, invasão miometrial profunda sistêmico e indiretamente refletir a gravidade e o prog-
ou presença de invasão angiolinfática). Método: Foi nóstico de uma neoplasia. A mensuração da inflamação

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 87


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sistêmica, através da relação neutrófilo:linfócito (NLR) TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA


ganha importância e sentido. Sua associação com exa- CÓDIGO: 60880
mes de estadiamento clássicos aumentaria a acurácia
diagnóstica, otimizando o tratamento. Diversos traba- TAMANHO DA METÁSTASE DO
lhos na literatura, inclusive com meta-análises, compro- LINFONODO SENTINELA E RISCO
vam a associação de valores elevados da relação NLR DE METÁSTASE PARA LINFONODO
com pior prognóstico em pacientes com diferentes ti- NÃO SENTINELA NO CÂNCER DO
pos de neoplasias sólidas (ex. pulmão, cólon, pâncreas, ENDOMÉTRIO
estômago). Poucos estudos foram publicados relacio-
Autores: Glauco Baiocchi; Henrique Mantoan; Lillian Yuri
nando NLR com prognóstico em pacientes submetidos
Kumagai; Levon Badiglian-Filho; Louise De Brot; Carlos
à ressecção curativa. Objetivo: Avaliar se valores ele- Chaves Faloppa; Alexandre Andre Balieiro Anastacio da
vados de NLR se relacionam com maior mortalidade Costa;
após gastrectomia curativa. Método: Foram estudados
Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
retrospectivamente 454 pacientes com diagnóstico de
adenocarcinoma gástrico comprovado por análise his- Objetivo: Avaliar o tamanho da metástase do linfo-
tológica submetidos à gastrectomia com linfadenecto- nodo sentinela (LNS) e o risco de metástase para linfo-
mia com intuíto curativo entre os anos de 2009 a 2016. nodo não sentinela (N-LNS) no câncer do endométrio.
O cálculo da relação neutrófilos:linfócitos foi realizado Método: Foram avaliadas 195 pacientes submetidas a
com valores obtidos no momento do diagnóstico, sem pesquisa do linfonodo sentinela no período de Janeiro
nenhum tipo de intervenção terapêutica. Resultados: de 2013 a Abril de 2017. Foi realizada injeção cervical
Foram avaliados 454 pacientes (267 sexo masculino), do marcador azul patente (n=184) ou indocianina verde
com média de idde de 62,8 anos (22-94 anos). O valores (n=11). Oitenta e seis pacientes (44,1%) pacientes eram
médio de NLR foi de 2,67 (0,27-34). O seguimento mé- de alto risco (endometrióide grau 3, seroso, células
dio foi de 29, 3 meses (1-92 meses). A mediana calcula- claras, carcinossarcoma, invasão miometrial profunda
da foi de 1,9. Utilizando-se esse valor como cutoff, 264 ou presença de invasão angiolinfática). Resultados: 62
(58, 14%) pacientes apresentaram valores acima com (31,8%) casos foram submetidas a linfadenectomia pél-
sobrevida livre de doença (SLD) e sobrevida global (SG) vica, 65 (33,3%) pélvica e retroperitoneal e 68 (34,9%)
média de 25, 9 meses e 28, 3 meses, respectivamen- somente pesquisa do LNS. Houve detecção do LNS em
te. Nos 190 (41,85%) pacientes com NLR < 1,9, a SLD e 85, 6% dos casos e a bilateral em 60%. A mediana de
SG foram 28, 1 meses e 30,7 meses, respectivamente. LNS detectados foi 2 (1-8) por paciente. Nos casos de
Conclusão: As relações podem ser obtidas de forma baixo risco, somente 2 casos (1,8%) tiveram LNS posi-
não invasiva, rápida e com baixo custo. demonstrando tivos e ambos por micrometástase diagnosticada após
intima relação com o prognóstico do paciente. Valores imuno-histoquímica (IHC). No grupo de alto risco, 22
altos indicam menor sobrevida global e sobrevida livre (25.6%) tiveram LNS comprometidos, sendo 5 (5, 8%)
de doença. células isoladas tumorais (ITC), 7 (8, 1%) micrometas-
tasis e 10 (11,6%) macrometastasis. 9/22 (40,9%) das
Contato: DANIEL JOSÉ SZOR – danszor@gmail.com
metástases do LNS foram diagnosticadas apenas após
IHC. A mediana de LNS positivos foi 1,5 (1-8). Seis (25%)
casos tiveram N-LNS positivo, com mediana de 7 N-LNS
positivos (3-23). Considerando o tamanho da metástase
do LNS, foi encontrada metástase para N-LNS no caso
de ITC em nenhum caso (0/5), 11% (1/9) no caso de mi-
crometástase e em 50% (5/10) nas macrometástases.
Conclusões: O tamanho da metástase para o LNS rela-
cionou-se com o risco de metástase para o N-LNS. Ne-
nhum caso com ITC apresentou metástase para N-LNS.
Contato: GLAUCO BAIOCCHI NETO – glbaiocchi@
yahoo.com.br

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 88


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TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA A EXENTERAÇÃO PÉLVICA PARA


CÓDIGO: 59487
TUMORES DE RETO É SEGURA PARA
PACIENTES PALIATIVOS ?
A DEPRESSÃO EM PACIENTES
Autores: Tiago Santoro bezerra; Samuel Aguiar Junior;
ONCOLÓGICOS ademar lopes; paulo Roberto stevanato; Ranyel
Autores: Isabela Coelho Guimarães; Bruna Teixeira matheus Spencer spencer;
Marques; Luiza Oliveira Batista; Paulo Eduardo Martin Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
Pedroso; Eleonora de Salles e Silva; Bernardo Gabriel
Corrêa Alba; Introdução: A incidência do câncer colorretal perma-
Instituição: ESCOLA DE MEDICINA SOUZA MARQUES nece alta, com uma estimativa de 30.140 casos novos
casos por ano e responsável por 13.344 mortes anu-
Introdução: A depressão é a condição psiquiátrica mais
almente. Dos pacientes que são submetidos à cirurgia
recorrente entre pacientes com câncer. Seu diagnóstico
radical por câncer retal, cerca de 33% vão apresentar
em pacientes com câncer é dificultado por fatores como
recidiva locorregional e desses, cerca de 50% vão apre-
a limitação de tempo para investigar as condições psi-
sentar recidiva local exclusiva A muito pouco na litera-
cológicas dos pacientes, a tendência dos profissionais
tura em relação a taxas de complicação e mortalidade
de saúde em subestimar os sintomas como condições
em se tratando de pacientes metastáticos e ou com
geradas pelo próprio câncer, a tendência de pacientes
indicação paliativa, sendo geralmente critérios de ex-
acometidos a não buscar tratamento devido à própria
clusão. A cirurgia paliativa tem sua indicação para ten-
condição psiquiátrica e o aumento de custo que as te-
tar melhorar a qualidade de vida do paciente visto que
rapias psiquiátricas demandam. Pacientes com depres-
muitas vezes recidiva pélvica e seus sintomas (infecção,
são tendem a não aderir aos tratamentos contra o cân-
fistula, dor e sangramento) são de difícil manejo clinico.
cer, o que resulta em uma pior qualidade de vida e um
Objetivo: comparar a morbimortalidade dos pacientes
prognóstico pior, com aumento do tempo de hospitali-
com indicação curativa com aqueles de indicação pa-
zação e aumento da mortalidade. Objetivo: Evidenciar
liativa de paciente submetidos a exenteração pélvica
a importância da observação dos fatores de risco para
como modalidade terapêutica. Método: É um estudo
o desenvolvimento de depressão em pacientes oncoló-
observacional longitudinal retrospectivo tipo corte em
gicos, visando rastrear essa alteração psiquiátrica pre-
pacientes submetidos à exenteração pélvica como tra-
cocemente. Método: Este estudo constitui uma revisão
tamento de carcinoma de reto localmente avançado
de literatura. Os artigos foram selecionados através de
ou recidivado em uma única instituição no período de
busca nos bancos de dados Scielo e Ebsco, a partir da
2000 a junho de 2013 Resultados: foram identificados
fonte Medline, e de periódicos da revista JCO. A pesqui-
104 pacientes submetidos a exenteração pélvica sen-
sa dos artigos aconteceu entre janeiro e julho de 2016.
do em 82%(86) das cirurgias a intenção foi curativa e
Resultados: Apesar do aumento do número de estu-
em 18%(17) em caráter paliativo, Pacientes cujo intuído
dos, ainda não chegaram a conclusões quanto à melhor
paliativo exclusivo apresentaram um percentual maior
forma de tratamento da depressão nesses pacientes,
de complicações graves (45% vs 53%), porém essa dife-
sendo necessária uma extensa investigação clínica indi-
rença não foi estatística, não sendo um fator preditivo
vidualizada para encontrar a opção mais adequada às
de complicação grave nesse estudo (que foram – qui-
necessidades de cada paciente. Conclui-se que a obser-
mioterapia prévia ASA 3/4 e hemotranfusão) . E como
vação desses pacientes oncológicos e a escolha do me-
era de se esperar esses pacientes apresentaram uma
lhor método para rastrear essa condição psiquiátrica
sobrevida reservada de 10,625 meses contra 48.553 da
precocemente é muito importante, considerando que
série apresentando um risco relativo de 3.3654 (interva-
as psicoterapias têm mostrado melhora na qualidade
lo de confiança 1,459 7,763) com p de 0,0026. Conclu-
de vida, aumento da sobrevida e redução dos sintomas
são: Apesar do prognostico reservado desses pacientes
da depressão nos pacientes. Conclusão: A depressão
como se trata de uma cirurgia para alivio de sintomas
em pacientes oncológicos implica na menor adesão aos
ela pode ser realizada com taxas de complicações simi-
tratamentos antineoplásicos, resultando em um pior
lares aos pacientes curativos.
prognóstico. Assim, o rastreamento precoce dessa con-
dição psiquiátrica, seguido de um tratamento adequa- Contato: TIAGO SANTORO BEZERRA - tiagosantoro@
do, é de suma importância para esses pacientes. me.com

Contato: WIVIAN LOPES DO ESPIRITO SANTO – lopes.


wivian@gmail.com
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
CÓDIGO: 62002

TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL


A EXPERIÊNCIA DO CIRURGIÃO
CÓDIGO: 61755
E A FREQUENCIA SEMANAL DE

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 89


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IMPLANTAÇÃO DE CTI TÊM IMPACTO


NAS COMPLICAÇÕES PER E PÓS
OPERATÓRIAS TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
Autores: Gustavo Henrique Machado; Guilherme CÓDIGO: 61736
Cordellini da Silva; Flávia Coelho Faust; Fernando
Espírito Santo Cruz; Nathalia Kolb; Audrey Tieko A IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO
Tsunoda; MOLECULAR ATRAVÉS DA PESQUISA
Instituição: HOSPITAL ERASTO GAERTNER; INSTITUTO DE VARIANTES PATOGÊNICAS
DE ONCOLOGIA DO PARANÁ; UNIVERSIDADE POSITIVO;
HOSPITAL MARCELINO CHAMPAGNAT
GERMINATIVAS NOS GENES BRCA1 E
BRCA2 EM PACIENTES COM CÂNCER
Introdução: Pacientes que necessitam de quimiote- DE OVÁRIO ATENDIDAS NO SUS DE
rapia endovenosa prolongada podem necessitar fazer
PERNAMBUCO
uso de Cateter Totalmente Implantável (CTI). Contudo,
a implantação e manutenção estão sujeitas a complica- Autores: Vandré Cabral Gomes Carneiro; Thales Paulo
Batista; Manoel Rodrigues de Andrade Neto; Carla
ções. O intervalo entre a implantação e o primeiro uso
Rameri de Azevedo; Candice Amorim de Araujo Lima
é controverso na literatura, sendo este intervalo inver- Santos; Jurema telles de Oliveira lima;
samente relacionado ao número de complicações. Ob-
Instituição: HCP / IMIP / NEOH
jetivo: . Investigar os desafios encontrados pelos cirur-
giões na colocação de CTI e as complicações derivadas Introdução: O câncer de ovário do tipo epitelial não
desse procedimento, caracterizar o perfil dos cirurgiões mucinoso, especialmente o seroso de alto grau, apre-
que realizam o procedimento, indicar as dificuldades senta uma associação importante com a hereditarieda-
para a sua realização e descrever as complicações. de, com dados na literatura que sugerem um padrão
Método: s. Estudo quantitativo transversal, em centro hereditário em trono de 8 a 15% em diversas popula-
único, realizado pela aplicação de um instrumento de ções estudadas. O seu reconhecimento é importante
coleta de dados incluindo dados do cirurgião, as indi- devido a necessidade de exames de rastreamentos
cações para a cirurgia, a técnica empregada, possíveis para neoplasias malignas de forma diferenciada com
dificuldades, complicações per e pós-operatórias até início em idades mais precoces e periodicidades mais
30 dias e o intervalo de tempo entre implantação do rigorosas do que na população em geral, assim como,
cateter e início do uso. Resultados:. Amostra compos- cirurgias redutoras de riscos, não somente para a pa-
ta por 59 questionários, por 17 cirurgiões oncológicos, ciente com o diagnostico do câncer hereditário, mais
majoritariamente homens (64%) e tempo médio de também para as parentes de alto risco não afetadas.
formação de 7 anos (70%). 53% realizam a implanta- Medidas que podem refletir em ganho de sobrevida,
ção de CTI duas ou mais vezes por semana. O proce- com diagnóstico precoce de neoplasias de mama, e
dimento foi qualificado como fácil em 66% das vezes. principalmente, diminuição da incidência do câncer de
Em 27,1% dos procedimentos houve dificuldade, sendo ovário nesse subgrupo populacional de alto risco para
as principais: dificuldade de punção e de progressão da desenvolvimento de neoplasias malignas. Objetivo:
guia. Tempo cirúrgico variou de 30-45min. A técnica de Avaliar a presença de mutações germinativas deleté-
punção fechada foi realizada em 98,3%, do lado direito rias nos genes BRCA1 e BRCA2 através do sequencia-
(84,7%), em veia jugular interna (59,3%), com extremi- mento de nova geração (NGS) em pacientes com diag-
dade em veia cava superior (72,8%), e controle radioló- nóstico de carcinoma seroso de alto de grau de ovário
gico peroperatório em 91,5%. O número de tentativas não resistentes à platina. Casuística e método: Foram
de punção foi menor que dois em 69,4%. O tempo en- analisadas 19 pacientes com diagnóstico histológico de
tre a implantação e o primeiro uso foi menor que 20 carcinoma seroso de alto grau de ovário, independen-
dias (84,7) e sem complicações (96,6%) no uso. Houve te da idade ao diagnóstico ou do histórico neoplásico
complicações imediatas em 13,5% e tardias em 22%. familiar, submetidas a testes genéticos com sequencia-
As principais causas imediatas foram: náuseas (25%), mento por NGS nos genes BRCA1 e BRCA2. Todas as pa-
pneumotórax(25%) ou lesão arterial(25%); e as tardias cientes foram submetidas a aconselhamento genético
foram infecciosas (61,5%). Profissionais que tiveram pré teste e atendidas no Sistema Único de Saúde (SUS)
mais complicações pós operatórias têm de 2 até 7 anos em Pernambuco. Não foram incluídos nas análises téc-
de formação (6 em total de 11), sendo que mais da me- nicas métodos para avaliação de variação de numero
tade (54%) faz apenas uma aplicação por semana. Con- de cópias para diagnóstico de rearranjos. Resultados:
clusão:. Complicações imediatas e tardias na colocação 4 mutações patogênicas em BRCA1 e uma em BRCA2
de CTI correspondem a 13% e 22%, respectivamente, foram diagnosticadas em 5 das 19 pacientes avaliadas,
nesta série inicial. A experiência (tempo de formação) e o que representa 26,3% de pacientes com diagnóstico
o número de procedimentos semanais influenciam na molecular de síndrome com predisposição hereditária
taxa de complicações. ao câncer de mama e ovário. Conclusão: Nesta casuís-
tica de pacientes com diagnóstico de câncer de ovário
Contato: AUDREY TIEKO TSUNODA - atsunoda@gmail.
seroso de alto grau não resistentes à platina atendidas
com
no SUS em Pernambuco, a freqüência de síndrome com

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 90


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predisposição ao câncer de mama e ovário é muito alta, usando o modelo inverso da variância e efeito aleatório
o que pode justificar a implantação da avaliação mole- genérico, e significância estatística será definida como
cular de rotina em todas as pacientes com esse diag- p<0,05. Resultados: Até o momento foram seleciona-
nóstico atendidas no Sistema Único de Saúde no estado dos na base de dados um total de onze artigos, inclu-
ídos estudos observacionais e revisão sistemática com
Contato: VANDRÉ CABRAL GOMES CARNEIRO -
e sem metanálise, demonstrando que GPS e mGPS são
vandrecarneiro@yahoo.com.br
marcadores prognósticos independentes quando rela-
cionados à sobrevida global dos pacientes com câncer.
Contato: HIGINO FELIPE FIGUEIREDO - higinofelipe@
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA icloud.com
CÓDIGO: 61783

A IMPORTÂNCIA DA RESPOSTA
INFLAMATÓRIA SISTÊMICA BASEADA TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
NO GLASGOW PROGNOSTIC SCORE CÓDIGO: 61857
EM PACIENTES COM CÂNCER: UMA
REVISÃO SISTEMÁTICA ACURÁCIA DO ESTADIAMENTO
CLÍNICO DA FIGO NAS PACIENTES COM
Autores: HIGINO FELIPE FIGUEIREDO; GERSON
SUGUIYAMA NAKAJIMA; LUCIANA BOTINELLY CÂNCER DE COLO UTERINO COM EC
MENDONÇA FUJIMOTO; MANOEL JESUS PINHEIRO IB1-IIA1 SUBMETIDAS A TRATAMENTO
COELHO JUNIOR; CIRÚRGICO
Instituição: FUNDAÇAO CECON Autores: Cátia de França Bezerra; George Alexandre
Lira; Poliana Mota Xavier; Letícia De Medeiros Jales;
Introdução: O câncer é uma patologia em ascensão e o
Karynne Maria Oliveira da Trindade Medeiros; Maria
diagnóstico e tratamento precoce se tornam extrema-
Luíza Gurgel;
mente necessários para a garantia de cura. Associado
Instituição: LIGA NORTE RIOGRANDENSE CONTRA O
a isso, a utilização de escores prognósticos quanto à
CÂNCER
recidiva e sobrevida global e livre de doença se tornam
necessárias para suporte ao tratamento dos pacientes Introdução: O câncer de colo uterino é o quarto cân-
com neoplasia. A resposta inflamatória sistêmica é uma cer ginecológico mais comum diagnosticado em todo
característica do câncer e existe frequentemente uma o mundo, acometendo principalmente mulheres de
relação complexa tumor-hospedeiro. Escores baseados países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento. Pro-
na avaliação da resposta inflamatória sistêmica foram vavelmente por esse motivo a FIGO, ainda, preconiza
criados para serem indicadores pré-intervenção úteis que o estadiamento desse tipo de câncer seja clínico.
no prognóstico. Dentre os escores tem-se o Glasgow No entanto, a precisão do estadiamento é crucial, uma
Prognostic Score (GPS), incluindo a sua versão modi- vez que determina a terapia bem como o prognóstico.
ficada (mGPS); proporção de linfócitos por plaquetas; Porém as limitações do estadiamento clínico da FIGO
proporção de neutrófilos por linfócitos; e índice nutri- são muitas. E este parece ser mais preciso para os está-
cional de prognóstico. O GPS é composto da proteína gios mais iniciais e para os mais avançados, porém isto
C reativa (PCR) e albumina, que reflete uma resposta não é observado nas fases que dependem em grande
inflamatória sistêmica em curso (PCR) e um declínio parte na avaliação do tamanho do tumor ou dissemi-
progressivo nutricional (albumina) em pacientes com nação local. Objetivo: O objetivo principal do presente
câncer avançado. Objetivo: Este estudo visa realizar estudo é avaliar a acurácia do estadiamento clínico da
uma revisão sistemática da literatura sobre o efeito FIGO em nossa instituição. Secundariamente pretende-
prognóstico do Glasgow Prognostic Score (GPS) nos mos avaliar a sobrevida global (SG) associado a algu-
pacientes portadores de neoplasia. Método: A revisão mas variáveis, que sabidamente são fatores determi-
sistemática será conduzida conforme a metodologia nantes de prognóstico. Analisamos retrospectivamente
Preferred Reporting Items for Systematic Reviews and 294 pacientes portadoras de câncer de colo uterino
Meta-Analyses (PRISMA). Serão avaliados estudos ob- em estágios clínico IB1-IIA1 estadiadas clinicamente
servacionais e revisões sistemáticas de língua inglesa pelas diretrizes da FIGO pelos cirurgiões oncologistas
presentes na base de dados PUBMED/Medline e EMBA- da LNRCC e submetidas à histerectomia total ampliada
SE, com os descritores em língua inglesa como: cancer e linfadenectomia no período de 2003 a 2013. A idade
AND Glasgow Prognostic Score (GPS) AND systemic in- média foi de 49 anos e o tipo histológico predominan-
flammation, no período de janeiro de 2005 a julho de te o CEC (72,5%). Em nosso serviço evidenciamos uma
2016 de forma eletrônica nas bases de dados citadas. acurácia do estadiamento clínico de 41,9%, mais baixa
Dados extraídos combinados em uma meta-análise que a encontrada na literatura, além de uma taxa de
usando RevMan 5.2 software de análise. As estimati- 56,1% de sub-estadiamento da gravidade da doença. A
vas de Hazard-Ratios (HR) serão pesados e combinados acurácia para a avaliação parametrial e vaginal foram

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de 81,6% e 85,4% respectivamente. Em um seguimento multivariada demonstrou que pessoas com faixa etá-
médio de 38 meses, encontramos uma SG de 85,9%. A ria menor de 65 anos, a presença de linfonodos palpá-
SG considerando o tamanho tumoral (pT), foi de 100% veis na região inguinal no momento do diagnóstico e a
para os tumores < 2 cm, de 93,8% para os tumores en- presença de invasão perineural identificada na análise
tre 2-4 cm e de 76,4% para os > 4 cm, com significância histopatológica da lesão cirúrgica são fatores associa-
estatística (p=0,006). Já se considerarmos linfonodos dos independentes para uma maior agressividade da
metastáticos a SG de 91,6% para ausência de metás- doença. Conclusão: Os resultados apontam para a ne-
tase linfonodal contra 74,5% quando houve linfonodo cessidade de uma maior intensificação de políticas de
positivo, com significância estatística (p=0,005). Assim, saúde do homem, sobretudo na população mais jovem,
podemos observar analisando os dados dos estudos principal alvo de manifestações clínicas mais agressivas
encontrados na literatura, bem como o nosso, que a do câncer de pênis.
acurácia para predizer a real extensão da lesão é muito
Contato: KELLY MONTEIRO DOS SANTOS -
baixa e na grande maioria das séries essa avaliação tem
kellymonteiro.ufpe@gmail.com
uma concordância com os achados patológicos abaixo
de 50%, isto é, mais da metade das pacientes avaliadas
clinicamente terá seu estádio clinico errado, conduzin-
do a um planejamento de tratamento inadequado com TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
pior morbidade e qualidade de vida. CÓDIGO: 61320
Contato: CÁTIA DE FRANÇA BEZERRA - Catiadefranca@
hotmail.com ANÁLISE DA EXPRESSÃO DO PPARG
EM TUMORES COLORRETAIS E SUA
ASSOCIAÇÃO COM O ESTADIAMENTO E
A EVOLUÇÃO CLÍNICA
TEMÁRIO: NUMACO / ENFERMAGEM
Autores: Andre Luiz Prezotto Villa; Marley Ribeiro
CÓDIGO: 60591
Feitosa; Daniela Pretti da Cunha Tirapelli; Jose Joaquim
Ribeiro da Rocha; Omar Feres;
AGRESSIVIDADE TUMORAL EM Instituição: SANTA CASA DE RIBEIRÃO PRETO
PACIENTES COM CARCINOMA
ESCAMOCELULAR DE PÊNIS E FATORES Introdução: O câncer colorretal é um dos mais frequen-
ASSOCIADOS tes no mundo ocidental. Novas medidas de prevenção,
diagnóstico precoce e tratamento vêm melhorando
Autores: Kelly Monteiro dos Santos; Felipe Dubourcq
o prognóstico para os pacientes, com novos achados
de Barros; Thaís Maria Ribeiro Lima; Elisandra da Silva
biológicos inferindo relação com a evolução da doen-
Neres; Carolline de Araújo Mariz;
ça. A PPARG é um receptor nuclear abundantemente
Instituição: HOSPITAL DE CÂNCER DE PERNAMBUCO
expresso em células epiteliais do cólon, e variações na
Introdução: O câncer de pênis tem uma maior preva- sua expressão podem ser relacionadas à evolução clíni-
lência em países com baixo padrão socioeconômico ca do câncer colorretal. Objetivo: Avaliar a expressão
e está associado à alta morbidade decorrente de seu gênica do PPARG em tumores colorretais e relacionar
tratamento e da própria doença. No Brasil, os casos este dado com variáveis clínicas dos pacientes, como:
são menos frequentes em adultos abaixo de 30 anos idade, tipo histológico, CEA, estadiamento e a evolução
e tem incidência aumentada a partir da sexta década clínica. Casuística e método: Analisamos a expressão
de vida, porém o carcinoma peniano tem-se mostra- gênica do PPARG em 50 amostras de tumores colorre-
do mais grave e agressivo em pacientes mais jovens, tais através da RT-PCR, e 20 amostras de tecido normal
configurando-se uma problemática a ser investigada. adjacente como controle. Os resultados destas quan-
Objetivo: Verificar a prevalência e fatores associados tificações foram correlacionados com as informações
ao estágio mais agressivo dos casos de carcinoma esca- clínicas dos prontuários dos respectivos pacientes. Re-
mocelular de pênis em Pernambuco. Método: Trata-se sultados: Houve menor expressão do PPARG no tecido
de um estudo de corte transversal e retrospectivo com tumoral em comparação ao tecido controle. Dentre os
pacientes diagnosticados com câncer de pênis entre ja- tumores, os pacientes com idade acima de 60 anos, tipo
neiro de 2011 e dezembro de 2015 em Pernambuco. histológico com diferenciação mucinosa, estadiamento
Realizou-se análise de regressão logística bivariada e mais avançado ao diagnóstico e os pacientes que evo-
multivariada e a magnitude das associações foi expres- luíram com recidiva da doença ou óbito apresentavam
sa pelo Odds ratio (OR) como uma estimativa do risco maior expressão do PPARG. Discussão: Analisando os
relativo com intervalo de confiança de 95%. Esta pes- tecidos tumorais, pode-se inferir uma tendência a pior
quisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa prognóstico nos pacientes com expressão mais elevada
com CAAE 61329616.0.0000.5205. Resultados: Cento e de PPARG. Esses achados, correlacionados aos demais
dezesseis casos de carcinoma escamocelular de pênis estudos já publicados na literatura, apontam uma ten-
foram analisados e a prevalência de agressividade tu- dência desfavorável na evolução da doença. Estudos
moral foi de 21.5%. O modelo final de análise logística futuros com um maior número de pacientes e várias

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instituições podem inferir uma importância prognósti- negativos não houve imunorreatividade para PDL-1,
ca e até terapêutica para a PPARG. já a expressão de PD-1 foi evidenciada em 73,1% dos
linfócitos B e 71,6% dos linfócitos T. Conclui-se que a
Contato: ANDRE LUIZ PREZOTTO VILLA - Avilla@
expressão de PDL-1 está restrita aos linfonodos positi-
hotmail.com
vos, enquanto o PD-1 está expresso na maioria das cé-
lulas imunológicas de linfonodos positivos e negativos.
Dessa forma, os linfonodos livres de tumor podem re-
TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO presentar uma fonte adequada para seleção de células
CÓDIGO: 61815 imunológicas na imunoterapia adotiva, por não esta-
rem expostos à capacidade tumoral de inibir a resposta
ANÁLISE DA EXPRESSÃO do sistema imunológico.
IMUNOFENOTÍPICA DE PD1 E PDL1 Contato: PAULA BARAÚNA DE ASSUMPÇÃO -
EM LINFONODOS REGIONAIS DE paulabassumpcao@gmail.com
PACIENTES COM ADENOCARCINOMA
GÁSTRICO
Autores: Paula Baraúna de Assumpção; Erika Thaiane
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
Couto Canelas; Aline Maia Pereira Cruz Ramos;
CÓDIGO: 60069
Ana Karyssa Mendes Anaissi; Geraldo Ishak; Samia
Demachki; Paulo Pimentel de Assumpção;
Instituição: CESUPA
ANÁLISE DAS HEPATECTOMIAS POR
METÁSTASES NÃO COLORRETAIS
Introdução: O tratamento cirúrgico do câncer gástrico REALIZADAS ENTRE 2005 E 2015
constitui o padrão ouro, incluindo a gastrectomia e lin-
Autores: Phillipe Geraldo Teixeira de Abreu Reis; Flavio
fadenectomia do tipo D2, e a imunoterapia surge como
Daniel Saavedra Tomasich; Massakazu Kato; Carlos Arai;
alternativa terapêutica potencial. A Imunoterapia Ado- Gabriella Eduarda Jacomel; Laila Schneider; Mariana
tiva objetiva realizar cultivo in vitro de células específi- Escani Guerra; Nathan Harmuch Kohl;
cas, com posterior infusão autóloga para potencializar Instituição: HOSPITAL ERASTO GAERTNER
a resposta imune antitumoral. Entretanto, as células
tumorais possuem características específicas que as Objetivo: Apresentar os dados coletados referentes
permitem evadir ao sistema imunológico e bloque- aos pacientes submetidos a hepatectomia por metás-
ar resposta antitumoral efetiva. Recentemente foram tases de câncer nao colorretal entre 2005 e 2015. Estu-
identificados ligantes celulares capazes de suprimir a dar as características epidemiológicas tentando definir
resposta celular efetora e contribuir para a carcinogê- quais os fatores de risco para a doença assim como
nese, os “immune checkpoints”. O PD-1 é uma proteína para o resultado do seu tratamento. Método: Os da-
expressa em células de defesa, e o PDL-1 um ligante dos foram coletados diretamente do prontuário médi-
expresso em células neoplásicas. A ligação de PDL-1 ao co junto ao Serviço de Arquivo Médico. A ficha utilizada
PD-1 induz uma regulação imunológica inibitória em é baseada no formato padrão do Instituto Nacional do
Linfócitos T e B ativos, impedindo uma resposta imune Câncer. As freqüências absolutas e relativas foram ge-
adaptativa direcionada aos antígenos tumorais. Surge radas a partir do sistema SISRHC e tabuladas através
então a possibilidade de otimizar a seleção das células do Sistema EpiInfo, versão 7.1. A taxa de sobrevida foi
a serem empregadas na imunoterapia ativa, por meio calculada pelo método de Kaplan-Meier. Resultados:
da exclusão daquelas expostas ao micro ambiente tu- Foram realizadas 33 hepatectomias, sendo 57,6% de
moral, situação na qual poderiam ser menos efetivas. mulheres. 41,3% dos pacientes apresentaram historico
Objetivo: u-se avaliar a expressão de PD-1 e PDL-1 em de tabagismo e 22,2% de etilismo. 20,8% dos pacientes
linfonodos regionais, positivos e negativos, de pacien- apresentaram historico familiar de cancer. 88,8% dos
tes submetidos à linfadenectomia por adenocarcinoma pacientes apresentaram PS 1 e 2. A localizacao do tu-
gástrico e avaliar a potencial utilização de linfonodos mor primario foi muito variavel entre os casos (mama,
negativos para imunoterapia adotiva no câncer gástri- ovario, GIST, estomago, etc). Em 87,9% dos pacientes
co. Para a análise de expressão de PDL-1 e PD-1 foram a hepatectomia foi realizada em menos de 3 segmen-
utilizados amostras de tecido emblocado em parafina tos de Couinaud, sendo em 63,6% metastases unicas.
de pacientes com adenocarcinoma gástrico, opera- Somente 2 pacientes realizaram quimioterapia pre-
dos no período de 2008 a 2016 em Belém-PA. Foram -hepatectomia. Em 6,1% dos pacientes, foi realizada
constituídos blocos de TMA e a expressão proteica foi re-hepatectomia. Em 6,1% dos pacientes foi realizada
detectada por imunohistoquímica automatizada. Nos hepatectomia nao regrada para metastasectomia. Em
linfonodos positivos foi identificada imunoexpressão 9% dos casos ocorreram complicacoes transoperato-
de PDL-1 em 2 (6%) de 30 casos examinados. Em rela- rias graves com sangramento e lesao vascular. 15,1%
ção à expressão de PD-1, houve imunopositividade em dos pacientes apresentaram algum tipo de complica-
linfócitos B (60%) e linfócitos T (70%). Nos linfonodos cao pos-operatoria graus 2 e 3 de Clavien-Dindo, sendo

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que 67% necessitaram reoperacao. 39% dos pacientes vien-Dindo, sendo que 45% necessitaram reoperação.
atingiram remissao em 6 meses, sendo que 27,7% apre- 24,6% dos pacientes atingiram remissão em 6 meses,
sentaram progressao da doenca. 60,6% dos pacientes sendo que 62,5% apresentaram progressão da doença.
estavam vivos apos 5 anos. Conclusão: Hepatectomias A sobrevida global em 5 anos foi de 64%. Conclusão:
por metastases de cancer nao colorretal apresentam Hepatectomias por metástases de câncer colorretal
alto indice de complicacao cirurgica devido a complexi- apresentam alto índice de complicação cirúrgica devido
dade do procedimento, entretanto possibilitam atingir à complexidade do procedimento, entretanto possibili-
remissao de doenca metastatica avancada em pacien- tam atingir remissão de doença metastática avançada
tes antes considerados incuraveis. Um pequeno nume- em pacientes antes considerados incuráveis.
ro de pacientes evoluiu com progressao da doenca.
Contato: PHILLIPE ABREU REIS - phillipeareis@gmail.
Contato: PHILLIPE ABREU REIS - phillipeareis@gmail. com
com

TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO


TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL CÓDIGO: 60176
CÓDIGO: 60063
ANÁLISE DE 100 ESOFAGECTOMIAS
ANÁLISE DAS HEPATECTOMIAS REALIZADAS ENTRE 2010 E 2015
REALIZADAS POR METÁSTASES Autores: Phillipe Geraldo Teixeira de Abreu Reis; Flavio
COLORRETAIS EM 5 ANOS Daniel Saavedra Tomasich; Fernando Mauro; Thatiane
Autores: Phillipe Geraldo Teixeira de Abreu Reis; Flavio Litenski; Daniela Thais Lorenzi; Gerardo Valladares;
Daniel Saavedra Tomasich; Luiz Antonio Negrão; Evelise Giovanni Targa; Ewerson Luiz Cavalcanti e Silva;
Martins; Thatiane Litenski; Daniela Thais Lorenzi; Tayron Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
Bassani; Andres Estremadoiro Vargas;
Objetivo: Apresentar dados referentes aos pacientes
Instituição: HOSPITAL ERASTO GAERTNER
submetidos a cirurgia esofágica entre 2010 e 2015.
Objetivo: Apresentar dados coletados referentes aos Estudar as características epidemiológicas tentando
pacientes submetidos a hepatectomia por metástases definir fatores de risco para a doença e para resultado
de câncer colorretal entre 2005 e 2015. Estudar as ca- do tratamento. Método: Os dados foram coletados do
racterísticas epidemiológicas tentando os fatores de prontuário médico junto ao Serviço de Arquivo Médico.
risco para a doença e para o resultado do tratamento. A ficha utilizada é baseada no padrão do Instituto Na-
Método: Os dados foram coletados do prontuário mé- cional do Câncer. As frequências absolutas e relativas
dico junto ao Serviço de Arquivo Médico. A ficha utiliza- foram geradas a partir do sistema SISRHC e tabuladas
da é baseada no formato padrão do Instituto Nacional através do Sistema EpiInfo, versão 7.1. A taxa de sobre-
do Câncer. As frequências absolutas e relativas foram vida foi calculada pelo método de Kaplan-Meier. Resul-
geradas a partir do sistema SISRHC e tabuladas através tados: Foram realizadas 100 esofagectomias, sendo
do Sistema EpiInfo, versão 7.1. A taxa de sobrevida foi 68 cirurgias de Ivor-Lewis e 8 a Pinotti. 70% foram do
calculada pelo método de Kaplan-Meier. Resultados: sexo masculino, e 91% brancos. Somente 12,3% dos
Foram realizadas 61 hepatectomias, sendo 57,4% de pacientes não apresentavam disfagia pré-operatória.
mulheres. 45,2% dos pacientes apresentaram histórico 83,8% apresentaram histórico de tabagismo e 51,7%
de tabagismo e 15,3% de etilismo. 19,5% apresenta- de etilismo. 43,5% apresentaram histórico de câncer,
ram histórico familiar de câncer colorretal. 95,5% dos sendo 38% digestivos. Apenas 12.7% apresentaram
pacientes apresentaram PS 1 e 2, e 84,6% risco pulmo- histórico de Esôfago de Barret, sem nenhum caso de
nar grau 1 e 2. 96,6%. O tipo histológico mais frequen- cirurgia anti-refluxo prévia. 11% apresentavam históri-
te foi o adenocarcinoma em 96,6% dos casos. 29,5% co pessoal de câncer, sendo 36,3% destes de cabeça e
dos pacientes apresentavam metastases sincrônicas. pescoço. 19,3% foram submetidos a jejunostomia para
75,4% dos pacientes apresentavam tumores de reto via alimentar antes do tratamento definitivo. Somente
e sigmoide. Em 77% dos pacientes a hepatectomia foi 24,1% dos pacientes não apresentavam estenose eso-
realizada em menos de 3 segmentos de Couinaud, sen- fágica. O tipo histológico mais frequente foi o Carcino-
do em 58,6% metástases únicas. Somente 19,7% reali- ma escamo celular (79%). 67% apresentavam tumores
zaram quimioterapia pre-hepatectomia. Em 14,8% dos distais. 24% receberam quimioterapia pré-operatória,
pacientes, foi realizada re-hepatectomia. Em 27,9% dos e 16% adjuvante. A ressecção foi R0 em 82% e R1 em
pacientes foi realizada hepatectomia não regrada para 12%. 4% apresentaram complicações intra-operatórias,
metastasectomia. Em 11,4% dos casos ocorreram com- sem sangramentos. Em 100% foi realizada jejunosto-
plicações transoperatórias graves com sangramento e mia para via alimentar pós-operatória. 50% apresenta-
lesão vascular. 18% dos pacientes apresentaram algum ram algum tipo de complicação pós-operatória graus 2
tipo de complicação pós-operatória graus 2 e 3 de Cla- e 3 de Clavien-Dindo e 60% necessitaram reoperação.

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Em 81% foi necessária drenagem torácica. 59% atingi- Conclusões: Houve forte associação com tabagismo,
ram remissão em 6 meses e 29% apresentaram pro- principalmente entre homens. A sobrevida em 5 anos
gressão da doença. 51% estavam vivos após 5 anos. é muito pequena, com poucos pacientes candidatos a
Conclusão: Cirurgias esofágicas apresentam alto índice tratamento cirúrgico.
de morbidade pós-operatória devido a necessidade de
Contato: GABRIELA ROMANIELLO - gabriela.
abordagem de múltiplos compartimentos. A maioria
romaniello@outlook.com
apresentou sintomas digestivos ao diagnostico, e forte
associação com tabagismo.
Contato: GABRIELA ROMANIELLO - gabriela.
romaniello@outlook.com TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA
CÓDIGO: 59879

ANÁLISE DO CONHECIMENTO SOBRE


TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA O RISCO DE EXPOSIÇÃO SOLAR E
CÓDIGO: 60110 NEOPLASIAS CUTÂNEAS: UM ESTUDO
COMUNITÁRIO, EVOLTUTIVO E
ANÁLISE DE 864 CASOS POR TUMORES COMPARATIVO, NO PERÍODO ENTRE
DE PULMÃO EM 5 ANOS 2014 E 2016, EM UMA CIDADE DO
Autores: Phillipe Geraldo Teixeira de Abreu Reis; INTERIOR DO RIO GRANDE DO SUL
Flavio Daniel Saavedra Tomasich; Giovanni Targa;
Autores: Gustavo Szczecinski Puchalski; Ana Paula
Laila Schneider; Larissa Raso Hammes; Murilo Luz;
Gouvêa; Natália Dalmazo Zambrano; Betina Maria
Massakazu Kato; Ana Luísa Bettega;
Giordani; Leonardo de Souza Prallon Sampaio; Giovana
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Parron Paim; Carolina Silveira da Silva; Maria Gertrudes
Objetivo: Apresentar os dados coletados pelo Registro Fernandes Pereira Neugebauer;
Hospitalar de Câncer do Hospital no período de 2010 a Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
2014 referentes aos pacientes portadores de tumores Introdução: Desde 2011, anualmente, é realizada a
bronco-pulmonares admitidos e tratados na institui- “Campanha de Prevenção Primária e Secundária contra
ção. Estudar as características epidemiológicas tentan- o Câncer de Pele” nas cidades de Morro Redondo (MR) e
do definir os fatores de risco para a doença e para o Arroio do Padre (AP), interior do RS, pela Liga Acadêmi-
resultado do seu tratamento. Método: Os dados foram ca de Oncologia (LAO). No projeto são avaliadas lesões
coletados do prontuário médico junto ao Serviço de Ar- de pele da população, além de se fazer uma conscienti-
quivo Médico. A ficha utilizada é baseada no formato zação sobre o uso do protetor solar e os riscos da expo-
padrão do Instituto Nacional do Câncer. As frequências sição ao sol. Objetivo: O objetivo do estudo é analisar o
absolutas e relativas foram geradas a partir do sistema conhecimento da população da cidade de MR, estimada
SISRHC e tabuladas através do Sistema EpiInfo, versão em 6584 habitantes segundo o IBGE para 2016, sobre
7.1. A taxa de sobrevida foi calculada pelo método de exposição solar como fator de risco para o câncer de
Kaplan-Meier. Resultados: Foram admitidos 864 casos pele e comparar a mudança de percepção e conheci-
de tumores primários de pulmão no período de 2010 mento dessa população no período entre 2014 e 2016.
a 2014. Sendo a distribuição por sexo 54% homens e MÉTODO: Foi realizado um estudo comunitário através
46% mulheres. A procedência foi 70,7% de Curitiba e da coleta de dados por meio de questionários aplicados
região metropolitana. A distribuição por idade mostrou pela LAO, anualmente, entre 2014 e 2016, na população
prevalência acima dos 50 anos, com predominância en- atendida nas campanhas realizadas na cidade de MR,
tre 65-70 anos nos homens. O tipo histológico mais fre- RS. Resultados: As variáveis questionadas nas campa-
quente foi o carcinoma escamocelular com 42,4% dos nhas de MR de 2014 a 2016 foram: “Você acha que o
casos, seguido pelo adenocarcinoma com 36,5%. 58,6% sol causa queimadura de pele?”; “Você acha que o sol
apresentavam história familiar de câncer. 55,4% dos causa envelhecimento precoce?”; “Você acha que o sol
homens apresentaram história de alcoolismo, e 17,6% causa câncer de pele?”. No ano de 2014, foram 62 en-
das mulheres. 90,6% dos homens apresentaram histó- trevistados, desses 61 (98,38%) responderam que o sol
ria de tabagismo, 77,8% das mulheres. O estadiamento, causa queimadura, 58 (93,54%) que causa envelheci-
baseado no TNM (UICC), apresentou predominância de mento precoce e 55 (88,70%) que causa câncer de pele.
casos avançados 87,9%. Quanto ao tipo de tratamento, Em 2015, foram 60 entrevistados, com a seguinte opi-
3,6% dos pacientes foram submetidos à cirurgia, 29,4% nião: 59 (98,33%) que causa queimadura, 53 (88,33%)
a quimioterapia isolada e 8,7% a radioterapia isolada que causa envelhecimento precoce e 56 (93,33%) que
e tratamento combinado em 58,3%. Ao término desta causa câncer de pele. Em 2016, o número de entrevis-
primeira fase do tratamento 73,8% dos pacientes esta- tados foi 82, desses 79 (96,34%) acreditam que causa
vam vivos. A sobrevida global em 5 anos foi 17,1%, com queimadura, 79 (96,34%) que causa envelhecimento
alto índice de óbito entre 12 e 24 meses do diagnostico.

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precoce e 81 (98,78%) que causa câncer de pele. Con- De acordo com estadiamento TNM (UICC), 41,9% das
clusão: O conhecimento da população sobre os fatores mulheres e 44,8% dos homens apresentaram estadios
de risco com a exposição solar se mantém muito próxi- iniciais. Quanto ao tipo de tratamento realizado, cirur-
mo na comparação anual entre 2014 e 2016. Em todos gia (20,6%) e quimioterapia (17,6%) prevaleceram sobre
os anos, um percentual maior que 88% dos entrevista- a radioterapia (1%), sendo 60,9% dos casos submetidos
dos consideraram a exposição solar como fator de ris- a tratamento combinado. Ao término da primeira fase
co para cada uma das variáveis. A queimadura de pele, do tratamento, apenas 9,7% foram a óbito. A sobrevida
causada pelo sol, é o desfecho que a população mais global em 5 anos foi de 49,5% entre todos os estadios e
tinha conhecimento. Em 2014,88,70% da população sexos, variando de 11,6% no EC IV e 72,2% no EC I. Con-
acreditava que o sol causa câncer de pele e, em 2016, clusões: Mais da metade dos pacientes apresentam es-
98,78% dos entrevistados tinham a compreensão dessa tádios clínicos avançados. Por isso, houve alto número
relação. O conhecimento da população estudada, acer- de tratamento adjuvantes e combinados empregados
ca do risco provocado pela exposição solar, melhorou nesta amostra.
no período. A percepção das pessoas sobre fatores de
Contato: ANA LUÍSA BETTEGA - Bettega.ana@gmail.
risco são de suma importância na prevenção de neopla-
com
sias e as campanhas, como as da LAO, desempenham
uma relevante função social nesse contexto.
Contato: GUSTAVO SZCZECINSKI PUCHALSKI -
gutopuc@hotmail.com TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA
CÓDIGO: 59617

ANÁLISE DOS PACIENTES


TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL DIAGNOSTICADOS COM MELANOMA
CÓDIGO: 60078 CUTÂNEO PRIMÁRIO EM 6 ANOS DE
UM CENTRO ONCOLÓGICO DO SUL DO
ANÁLISE DOS CASOS OPERADOS DE BRASIL
CÂNCER DE CÓLON E RETO ENTRE 2010
Autores: Tariane Friedrich Foiato; Bruno Rafael Kunz
E 2014 Bereza; Juliano Camargo Rebolho; Marcos Flavio
Autores: Phillipe Geraldo Teixeira de Abreu Reis; Flavio Montenegro; Leandro Carvalho Ribeiro; Marina Riedi;
Daniel Saavedra Tomasich; Vinicius Preti; Ana Luísa Larissa Volski; Vitor Arce Cathcart Ferreira; Raimundo
Bettega; Regina Goolkate; Fernanda Straub; Caroline Dal Romilton Leal do Rosário; Tauana Karoline Friedrich
Bosco; Gabriel Bernardo de Assis Galhardo; Foiato;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Instituição: HOSPITAL ERASTO GAERTNER

Objetivo: Apresentar dados do Registro Hospitalar de Introdução: O melanoma é uma das patologias com
Câncer do Hospital em 2010 e 2014 referentes aos pa- maior aumento na incidência mundial, nas últimas
cientes portadores de câncer de colón e reto. Estudar décadas. É uma neoplasia cutânea com potencial de
as características epidemiológicas tentando definir os letalidade alta e predomina em adultos brancos. O
fatores de risco para a doença e para o resultado do tratamento do melanoma cutâneo é essencialmente ci-
tratamento. Método: Os dados foram coletados do rúrgico e a busca do linfonodo sentinela pode modificar
prontuário médico junto ao Serviço de Arquivo Médico. a radicalidade do tratamento. Objetivo: Analisar o per-
A ficha utilizada é baseada no padrão do Instituto Na- fil epidemiológico dos pacientes com melanoma cutâ-
cional do Câncer. As frequências absolutas e relativas neo primário, características histopatológicas e compa-
foram geradas a partir do sistema SISRHC e tabuladas rar com dados da literatura. Método: Trata-se de um
através do Sistema EpiInfo, versão 7.1. A taxa de sobre- estudo de série de casos, retrospectivo, observacional,
vida foi calculada pelo método de Kaplan-Meier. Resul- unicêntrico, de pacientes com melanoma cutâneo pri-
tados: Foram admitidos 1316 casos de câncer de color- mário, submetidos a tratamento cirúrgico entre janeiro
retal no período de 2010 a 2014, sendo 46,5% feminino de 2008 e dezembro de 2013. Os parâmetros incluem:
e 53,5% masculino. A maioria ocorreu acima de 45 Idade, sexo, estadio clínico, data da cirurgia, localização
anos, predominando entre 60 e 64 anos. O tipo histoló- do tumor, subtipo histológico, estado das margens, ín-
gico mais freqüente foi o adenocarcinoma (92,9%). 71% dice Breslow, índice mitótico, presença de ulceração e
eram provenientes da capital e região metropolitana. metástase na admissão. Resultados: Foram incluídos
60,7% dos homens e 61,2% das mulheres possuíam his- 321 pacientes portadores de melanoma cutâneo que
tórico familiar de câncer, 55,5% dos homens possuíam foram atendidos num centro de referência oncológica
histórico de alcoolismo, porém somente 13,6% das mu- do sul do Brasil. A população foi de 58,9% do sexo fe-
lheres. 58,3% dos homens e 40,2% das mulheres apre- minino e 41,1% do sexo masculino com idade média de
sentavam histórico de tabagismo. 17,1% ocorreram no 52,8±16,3 anos. Quanto ao estadio clínico (EC), encon-
colón, 48,8% no reto e 9,1% na junção reto-sigmoidea. travam-se 51,1% no estadio inicial, 24,3% no EC II (A, B

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 96


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e C), 21,2% EC III e 3,4% com metástases a distância. A Contato: MARIANA DE CASTRO - mari_castro1006@
localização do melanoma mais frequente foi em tronco yahoo.com.br
e o subtipo histológico padrão extensivo superficial. Os
melanomas intermediários e espessos foram os mais
frequentes. Conclusão: O diagnóstico e tratamento no
estadio inicial proporciona menor morbidade, maior TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
sobrevida dos pacientes. Entender o comportamento CÓDIGO: 62020
biológico do tumor, conhecer a epidemiologia local nor-
teiam estratégias de saúde. ANÁLISE QUANTITATIVA DA
COBERTURA PELO PAPANICOLAU NA
Contato: TARIANE FRIEDRICH FOIATO MANETTI -
tarianefoiato@msn.com
POPULAÇÃO-ALVO, NO ESTADO DA
BAHIA, NO PERÍODO DE 2008 A 2012
Autores: Géssica de Souza Sampaio; Icaro Pereira Silva;
Manuela Novaes de Andrade;
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA Instituição: UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
CÓDIGO: 61753
Introdução: O câncer do colo do útero (CCU) represen-
ta a terceira neoplasia mais incidente no mundo. En-
ANÁLISE IMUNOHISTOQUÍMICA
tre as mulheres brasileiras é o segundo tumor maligno
DO P16INK4A, KI-67 E HLA-G EM mais frequente e corresponde a quarta causa de mor-
NEOPLASIAS INTRAEPITELIAIS talidade por câncer. O CCU está fortemente associado
CERVICAIS E NO CÂNCER DE COLO a infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV), fatores
UTERINO genéticos e epidemiológicos. O diagnóstico é feito atra-
Autores: Fabio Roberto Fin; Marcelo de Paula Loureiro; vés do exame Papanicolau e sua detecção, através do
Thais Andrade Costa Casagrande; Marciano Anghinoni; rastreamento em fases iniciais pode aumentar signifi-
Teresa Cristina Santos Cavalcanti; Mariana de Castro; cativamente as chances de cura. No Brasil, o rastrea-
Priscila Nunes Silva Morosini; Nayara Vilas Novas mento populacional é recomendado prioritariamente
Greselle; para mulheres de 25 a 64 anos, com periodicidade de
Instituição: HOSPITAL SÃO VICENTE três anos, após dois exames consecutivos normais, no
Introdução: O perfil imunohistoquímico nas neopla- intervalo de um ano. Segundo a Organização Mundial
sias intraepiteliais cervicais pode contribuir para um de Saúde (OMS), para se obter um impacto significativo
melhor entendimento e estratificacão de risco de mu- na mortalidade por CCU a cobertura de rastreamento
lheres no processo carcinogênico do câncer de colo do deve atingir 80% ou mais da população-alvo. Méto-
útero. Objetivo: O objetivo deste estudo é analisar a do: Trata-se de um estudo epidemiológico descritivo
expressão de três biomarcadores, p16INK4a, Ki-67 e e retrospectivo, com abordagem quantitativa, em que
HLA-G nas lesões de colo de útero com displasia de bai- se utilizou dados secundários referentes ao estado da
xo e alto grau, nos pacientes com carcinoma invasor, e Bahia, obtidos da base de dados do Sistema SISCOLO,
nas mulheres com colo de útero sem lesão. Método: do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), dis-
Estudo retrospectivo com 70 mulheres, divididas em 4 poníveis no endereço eletrônico do DATASUS e no IBGE.
grupos: I: 10 mulheres sem lesão de colo uterino; II: 15 Os dados foram prioritariamente analisados na faixa
com displasia de baixo grau; III: 22 com displasia de alto etária alvo do programa de rastreamento de cada ano,
grau; IV: 23 com carcinoma invasor. Estas biópsias fo- no período de 2008 a 2012. A cobertura pelo exame foi
ram avaliadas através de estudos imunohistoquímicos, avaliada através da razão entre exames citopatológicos
por meio da expressão da proteína p16INK4a,, HLA-G realizados nas populações-alvo de cada período e o
e o Ki 67. Resultados: Em relação a positividade do quantitativo de indivíduos da população-alvo de cada
p16INK4a, 21/22 (95,5%) das pacientes com displasia de período. Resultados: O estado da Bahia não conseguiu
alto grau e 21/23 (91,3%) com carcinoma de colo uterino alcançar em nenhum dos anos analisados a meta reco-
tinham o p16INK4a positivo 2+, e encontrado somente mendada pela OMS. Em relação ao crescimento anu-
4/15 (26,7%) das pacientes com displasia de baixo grau al que deve ser de no mínimo 15%, apenas no ano de
(p<0,001). Para o marcador Ki-67, a positividade foi es- 2000 houve um crescimento de 25% maior do que o re-
tatisticamente significativa para os grupos III e IV (13/22 comendado. Comparando a Bahia com outros estados
e 15/23 respectivamente) quando comparados com o do Nordeste foi possível verificar que alguns deles em
grupo I e II (0/10 e 4/15 respectivamente). Em relação determinados anos conseguiram ultrapassar a meta,
ao marcador HLA-G não houve expressão nas amostras enquanto que a Bahia não alcançou em nenhum ano e
estudadas. Conclusão: Os marcadores imunohistoquí- ficou entre os estados com piores indicadores. A morta-
micos p16INK4a e Ki-67 quando presentes em biópsias lidade no estado é alta, sobretudo em mulheres na fai-
de colo uterino estão relacionados com maior probabi- xa etária de 50 – 59 anos, solteiras e sem escolaridade.
lidade de desenvolvimento de neoplasia maligna. Conclusão: O rastreamento pelo Papanicolau é capaz

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de reduzir significativamente as taxas de mortalidade seu papel no tratamento de metástase em trânsito em


quando alcança uma cobertura adequada. A cobertura pacientes sem evidência de doença à distância. A maior
pelo exame no estado da Bahia não é suficiente para parte dos pacientes apresentam baixo grau de toxici-
prevenir o CCU e reduzir a alta taxa de mortalidade des- dade com boas taxas de resposta local. complicações
te câncer, sendo este portanto um estado com muitas maiores, tal como amputação do membro, não são co-
mulheres acometidas por este agravo. muns.
Contato: GÉSSICA DE SOUZA SAMPAIO - gessica. Contato: GUSTAVO FERREIRA ARARUNA -
ssampaio@hotmail.com gustavoararuna@hotmail.com

TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA TEMÁRIO: NUMACO / ENFERMAGEM


CÓDIGO: 61855 CÓDIGO: 59696

ANÁLISE RETROSPECTIVA DE 16 ANOS APOIO MATRICIAL: FORTALECENDO


DE PERFUSÃO ISOLADA DE MEMBRO EM ESTRATÉGIAS DE SAÚDE DA FAMÍLIA
UMA ÚNICA INSTITUIÇÃO PARA O CUIDADO DO PACIENTE
Autores: Gustavo Ferreira Araruna; Vinicius de Borba ONCOLÓGICO
Marmenthal; Rafael Cavalcante de Figueiredo Silveira; Autores: Marina Manfroi; Denise Fabiane Polonio; Karin
Eduardo Bertolli; André Sapata Molina; João Pedreira Freitag; Nathália Grave; Welton Everson Lüdtke; Andréia
Duprat Neto; Ivete Feil; Kelly Mara Black; Adriana Ulsenheimer;
Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER Instituição: HOSPITAL BRUNO BORN; UNIVERSIDADE DO
VALE DO TAQUARI
Introdução: A perfusão isolada de membros é um tra-
tamento bem estabelecido. Esta indicado no tratamen- Introdução: O aumento da incidência de câncer tem
to de lesões metastáticas em trânsito de tumores como impactado os cuidados na rede de atenção básica,
melanoma ou sarcomas, numa tentativa de controle demandando da equipe que assiste o sujeito doente,
de doença sem a necessidade de cirurgia mutilante a necessidade de articular ações que viabilizem o cui-
como no caso de amputações. OBJETIVO: Avaliar taxa dado integral, de forma a promover resolutividade às
de resposta, grau de complicações e necessidade de demandas advindas do tratamento. O Apoio Matricial
outro tipo de tratamento em pacientes submetidos a (AM) é uma metodologia para a gestão do trabalho em
perfusão isolada de membros em uma unica institui- saúde, que possibilita suporte para as equipes proble-
ção. MÉTODO: Foi realizada uma análise retrospectiva matizarem suas práticas. Os matriciadores têm o papel
do banco de dados do núcleo de câncer de pele do AC de formar uma rede de serviços não burocratizada, va-
Camargo Câncer Center dos anos de 2000 a 2016. Re- lorizando o acolhimento e o vínculo entre o profissional
sultados: Foram avaliados 115 pacientes submetidos à cuidador e o sujeito assistido. Objetivo: Descrever o
perfusão isolada de membros. a idade médias dos pa- desenvolvimento de um projeto de AM para o cuidado
cientes no primeiro diagnóstico foi de 56 anos. destes, do paciente oncológico, realizado com duas equipes de
53% eram mulheres e 44% eram homens. 80% haviam Estratégia de Saúde da Família (ESF) de um município
recebido diagnóstico de melanoma, 6,1% carcinoma do interior do Rio Grande do Sul. Método: A proposta
espinocelular ou carcinoma basocelular, 9,6% eram para elaboração do matriciamento surgiu a partir da
sarcomas. Os membros inferiores estavam envolvidos demanda identificada por gestores da rede de aten-
em 83,5% dos casos, enquanto os membros superiores ção primária (AP), com intuito de contribuir para uma
eram o sítio de lesões em 12,2%. Metástases em trân- melhor qualidade da assistência prestada ao paciente
sito foi o motivo da perfusão em 68,7% dos pacientes. oncológico. O projeto foi desenvolvido por quatro pro-
Na grande maioria dos casos o quimioterápico utilizado fissionais do Programa de Residência Multiprofissional
foi o melphalan. Em alguns casos actinomicina d ou TNF em Saúde: Atenção ao Paciente Oncológico, das áreas
alfa foram associados ao melphalan. As características de Enfermagem, Nutrição, Psicologia e Farmácia. As
dos pacientes, assim como dos tumores estão resumi- intervenções da equipe matriciadora iniciaram no mês
das na tabela. O grau de toxicidade também foi avalia- março de 2017, através de visitas quinzenais à unidade.
do, sendo que 72% dos pacientes foram classificados Inicialmente observou-se o funcionamento dos ESFs,
como wieberdink 1 e 2 durante a evolução pós opera- realizou-se escuta dos profissionais e mapeou-se as
tória. metade dos paciente obtiveram resposta parcial dificuldades em relação ao atendimento do paciente
ou completa, em comparação com 16% dos casos que oncológico. A partir disso, criou-se um projeto de ações
não apresentaram resposta ou houve progressão de matriciais destinado a trabalhar as fragilidades da equi-
doença. Conclusão: Os resultados mostram que ape- pe neste cuidado. Resultados: As ações oportunizaram
sar de novas modalidades terapêuticas estarem sendo problematizar as dificuldades das equipes em relação
implantadas, a perfusão isolada de membros mantém à Política de Atenção ao Paciente Oncológico, consequ-

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ências do tratamento, aspectos psicossociais, questões com a capacidade ao exercício. Aqueles que realizaram
alimentares e medicações, fluxo do paciente na rede quimioterapia prévia tiverem menor desempenho no
de atenção à saúde e conhecimento do funcionamen- TC6m e na PEmax. Conclusão: . Na população estuda-
to do serviço especializado em Oncologia. Além da im- da, foram encontrados indivíduos que apresentaram
plementação de um instrumento de acompanhamento fraqueza muscular respiratória e redução não capaci-
do paciente oncológico na rede de atenção primária. dade funcional. Assim, como o volume de doença e a
Conclusão: Por se tratar de uma ferramenta recente quimioterapia prévia tiveram impacto direto nas condi-
no campo da saúde, o apoio matricial encontra-se em ções físicas desses indivíduos. As pressões respiratórias
processo de construção nos serviços de AP. No proje- foram associadas à capacidade de exercício.
to, essa ferramenta mostrou-se efetiva para mapear as
Contato: CAMILA DE OLIVEIRA DE CARVALHO LIMA -
dificuldades dos profissionais e saná-las de forma inte-
coclima@hotmail.com
gral e resolutiva, possibilitando o fortalecimento e au-
tonomia da equipe para acolher as demandas advindas
do paciente oncológico.
Contato: MARINA MANFROI - mmanfroi@universo. TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA
univates.br CÓDIGO: 59951

AVALIAÇÃO DA EXPOSIÇÃO SOLAR E


DA FOTOPROTEÇÃO DA POPULAÇÃO
TEMÁRIO: NUMACO / FISIOTERAPIA PARTICIPANTE DA CAMPANHA DE
CÓDIGO: 60533 PREVENÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA
DO CÂNCER DE PELE EM ARROIO DO
ASSOCIAÇÃO ENTRE O VOLUME DE PADRE E MORRO REDONDO/RS NO
DOENÇA ABDOMINAL E A CAPACIDADE ANO DE 2016
RESPIRATÓRIA E FUNCIONAL EM
Autores: Carolina Silveira da Silva; Maria Gertrudes
PORTADORES DE CARCINOMATOSE Fernandes Pereira Neugebauer; Ana Paula Govêa;
PERITONEAL Giovana Parron Paim; Betina Maria Giordani; Kélen
Autores: Camila de Oliveira de Carvalho Lima; Vinícius Klein Heffel; Gabriel Neumann Kuhn; Leonardo de
Grando Gava; Marli Maria Knorst; Danilo Cortozi Berton; Souza Prallon Sampaio;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
DO SUL
Introdução: O câncer de pele (CAP) é o tipo de câncer
Introdução: A carcinomatose peritoneal (CP) é uma do- mais prevalente no mundo, não sendo diferente no
ença que causa grande morbidade. O tratamento mul- Brasil e no estado do Rio Grande do Sul. Seus subtipos
timodal, associando a cirurgia citorredutora (CCR) e qui- mais frequentemente encontrados são os carcinomas
mioterapia hipertérmica intraperitoneal (HIPEC), tem basocelular e espinocelular. Sua alta prevalência está
elevado consideravelmente a sobrevida desses pacien- ligada a fatores de risco bem estabelecidos, como a cor
tes. OBJETIVO. Objetivo: O objetivo desse estudo foi é da pele - classificada através dos fototipos de Fitzpa-
caracterizar a função respiratória de em pacientes com trick - e fotoexposição. Consequentemente, indivíduos
CP potencialmente candidatos a CCR e HIPEC e sua re- cujas profissões exigem maior exposição solar também
lação com o volume de doença e capacidade funcional. apresentam maior risco de desenvolver CAP através
MÉTODOS. Em um estudo transversal, 36 portadores dos anos. Objetivo: Avaliar o período de maior expo-
de CP encaminhados para abordagem de tratamento sição solar, bem como o uso ou não de protetor solar
multimodal em um centro de cuidados terciários entre nas áreas expostas ao sol,tendo por fim analisar a in-
maio de 2013 e junho de 2015. Foram avaliadas as pres- cidência de lesões pré malignas ou malignas. Método:
sões respiratórias máximas, a capacidade funcional Estudo analítico transversal realizado por meio da apli-
pelo teste de caminhada de seis minutos (TC6m), capa- cação de 110 questionários aos participantes da cam-
cidade pulmonar através da espirometria, o volume de panha de prevenção primária e secundaria do câncer
doença pelo índice de carcinomatose peritoneal (PCI), a de pele de 2016 nos municípios de Arroio do Padre (AP)
presença de ascite e o performance status. Resultados: e Morro Redondo (MR) - RS. Resultados: A população
Os pacientes apresentaram valores de espirometria e de MR e AR participante é predominantemente de cor
força muscular respiratória dentro da normalidade. O clara, conforme a classificação de Fitzpatrick, nas quais
PCI associou-se a ascite e função respiratória. 19% dos 102 pessoas (92,7%) se classificaram como pertencen-
indivíduos apresentaram redução da pressão inspirató- te aos subtipos I, II ou III da classificação citada. Além
ria máxima (PImax), 11% pressão inspiratória máxima da predisposição genética relacionada a cor da pele, a
(PImax) e 32% distância percorrida no TC6m. A PImax população dessas cidades são majoritariamente traba-
se correlacionou com o perfomance status e a PEmax lhadores rurais, sendo assim, apresentam exposição

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excessiva ao sol: 87 pessoas (79%) afirmam se expor ao entrevistados, 59 (98,33%) desses consideravam que o
sol pelo menos 5 dias na semana. Em relação a foto- sol causava queimadura de pele, 54 (90%) que causava
proteção, 71 dos entrevistados (64,6%) usam protetor envelhecimento precoce e 54 (90%) que causava câncer
solar e foram identificadas lesões pré malignas ou ma- de pele. Em 2015, foram 47 entrevistados, e 42 (89,36%)
lignas em 54 pessoas (49%). Conclusão: Dessa forma, acreditavam que o sol causava queimadura, 40 (85,10%)
conclui-se que a alta incidência de lesões pré malignas envelhecimento precoce e 41(87,23%) câncer de pele. Já
ou malignas na população avaliada é resultante da cor em 2016, entre os 28 entrevistados, todos (100%) acre-
de pele clara e da alta exposição ao sol. Embora os da- ditavam que causava queimadura, 26 (92,85%) enve-
dos evidenciem o uso de protetor solar na maioria dos lhecimento precoce e 26 (92,85%) câncer de pele. Con-
entrevistados, ainda não é o suficiente para considerar clusão: O conhecimento da população atendida sobre
uma população protegida dos danos solares, provavel- os riscos da exposição solar foram muito próximas no
mente pelo início recente da proteção. período analisado. Entretanto, houve aumento percen-
tual para mais de 90% de acertos em 2016 nas três va-
Contato: CAROLINA SILVEIRA DA SILVA -
riáveis, sendo a queimadura de pele causada pelo sol o
carolinasilveira.s@hotmail.com
desfecho que a população do estudo mais tinha conhe-
cimento. O envelhecimento precoce e o câncer de pele
tiveram números muito parecidos. Apesar das altas
TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA taxas de resposta positiva, em 2014,10% responderam
CÓDIGO: 59851 que o câncer de pele não tem relação com a exposição
solar, em 2015, 12,76%, e em 2016, 7,14%. Dessa forma,
AVALIAÇÃO DO CONHECIMENTO SOBRE é possível concluir que iniciativas semelhantes são im-
portantes para agregar conhecimento e prevenção ao
OS RISCOS DA EXPOSIÇÃO SOLAR
câncer de pele, e, houve êxito nas Campanhas em AP
DA POPULAÇÃO DE UMA CIDADE DO no que diz respeito à conscientização sobre os riscos da
INTERIOR GAÚCHO, NO PERÍODO DE exposição solar.
2014 A 2016, EM CAMPANHAS CONTRA
O CÂNCER DE PELE, REALIZADAS POR Contato: ANA PAULA GOUVÊA - anapaulagouvea22@
gmail.com
UMA LIGA ACADÊMICA DE ONCOLOGIA
Autores: Ana Paula Gouvêa; Gustavo Szczecinski
Puchalski; Maria Gertrudes Fernandes Pereira
Neugebauer; Giovana Parron Paim; Kélen Klein Heffel;
TEMÁRIO: TUMORES RAROS - GIST E TNE
Gabriel Neumann Kuhn; Betina Maria Giordani; Natália
CÓDIGO: 61943
Dalmazo Zambrano;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
AVALIAÇÃO E TRATAMENTO DOS
Introdução: Desde 2011, anualmente, a Liga Acadêmi- TUMORES NEUROENDÓCRINOS DE
ca de Oncologia (LAO) realiza a “Campanha de Preven- ESTÔMAGO
ção Primária e Secundária Contra o Câncer de Pele” na
Autores: Cibele Barbosa; Raquel Maues; Marcela Santos;
cidades de Arroio do Padre (AP), interior do Rio Grande Mariana Pires; Igor Pacheco; Maria Aparecida Ferreira;
do Sul. No projeto são avaliadas lesões de pele e são Eduardo Linhares; Rafael Albagli;
encaminhadas para o devido tratamento, e é realiza-
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA
da a conscientização sobre o uso do protetor solar e
os riscos da exposição ao sol. Objetivo: O objetivo do Introdução: Os tumores neuroendócrinos do estôma-
estudo é analisar o conhecimento dos atendidos nas go (TNEg) constituem um espectro de tumores raros,
Campanhas da LAO no período de 2014 a 2016 da ci- que se desenvolvem a partir de células enterocroma-
dade de AP (RS), que possui população estimada pelo fins. Representam menos de 1 % dos tumores de estô-
IBGE de 2.895 pessoas em 2016, sobre exposição solar mago e podem ser divididos em três tipos distintos, de
como fator de risco para o câncer de pele, e, compa- acordo com o contexto em que se desenvolvem. A des-
rar se houve mudança de percepção e conhecimento peito da existência de guidelines internacionais para as
de tal fator de risco no período. MÉTODO: Foi realizado orientações de condutas no diagnóstico e tratamento
um estudo comunitário através da coleta de dados por desta patologia, ainda observa-se uma grande hetero-
meio de questionários aplicados pela LAO nos anos de geneidade na condução dos casos; possivelmente por
2014 a 2016 nas populações atendidas nas Campanhas se tratar de uma doença rara. OBJETIVO: Descrever o
em AP (RS). Resultados: As variáveis questionadas nas manejo dos tumores neuroendócrinos de estômago no
Campanhas de AP de 2014 a 2016 foram: “Você acha Instituto Nacional de Câncer (INCA). Material e Méto-
que o sol causa queimadura de pele?”; “Você acha que do: O estudo é descritivo, realizado com base em uma
o sol causa envelhecimento precoce?”; “Você acha que coorte retrospectiva, no período de janeiro de 1999 a
o sol causa câncer de pele?”. No ano de 2014, foram 60 janeiro de 2017. A análise foi realizada com ficha de da-
dos organizada pelos pesquisadores e com a utilização

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do programa SPSS v13.0. O projeto obteve apreciação e do sexo feminino além de que 47,8% possuem idade
aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Institui- menor que 50 anos e 52,2% com idade maior ou igual
ção. Resultados: Foram identificados 85 casos de TNEg a 50 anos. Do total, apenas 41,7% souberam definir a
que fizeram tratamento e acompanhamento no INCA. localização do CA colorretal, no entanto, apesar do pou-
Neste grupo, 46 pacientes (54,1%) eram do sexo femi- co conhecimento sobre o assunto, somente 5,21% não
nino; 17 casos foram tratados com cirurgia (20%), 68 conseguiram definir os fatores de risco que estão asso-
(80%) foram conduzidos com ressecções endoscópicas. ciados ao desenvolvimento de tal neoplasia. A grande
Foram registrados 5 óbitos (5,9%). A mediana de segui- maioria, 86% nunca obteve informações médicas, con-
mento foi de 41,2 meses (mínimo 0,07; máximo 150,4). cordando com os 96,52% que sentem que necessitam
Conclusão: A associação de anamnese detalhada, com de mais informações. Em relação aos sinais e sintomas
endoscopia digestiva alta e histopatológico apresentam relacionados a tal neoplasia 16,52% apresentam san-
papel central para diagnóstico e classificação dos TNEg. gue nas fezes, outros 15,65% afirmam que o hábito in-
Os tumores tipo I apresentam excelente prognóstico e testinal sofreu mudanças recentemente, 20% queixam
baixo potencial metastático, estando este último dire- de dor abdominal e 20,9% relatam anemia. Apenas 4
tamente relacionado com tamanho de lesão inferior a dos entrevistados foram diagnosticados com pólipo
1,0cm. Neste contexto, o seguimento endoscópico anu- intestinal. Conclusão: O CA colorretal é uma neoplasia
al é adequado para ressecção de tumores e identifica- passível de se ter um programa de rastreio pois existem
ção de lesões de maior risco. Não houve tumores tipo métodos disponíveis para rastreamento e a detecção
II na amostra estudada. Os tumores tipo III apresentam precoce associada ao tratamento reduz morbimorta-
comportamento mais agressivo, indicando a necessida- lidade. O desconhecimento da população quanto aos
de de tratamento semelhante ao proposto para Adeno- fatores de risco como sedentarismo, ingesta de gordu-
carcinoma. ra/industrializados e tabagismo e a necessidade que
os usuários mostraram de obterem mais informações
Contato: CIBELE DE AQUINO BARBOSA - cibele.
sobre a doença apontam como a prevenção primária é
aquino@gmail.com
deficiente havendo imprescindibilidade de se introdu-
zir campanhas educativas sobre a neoplasia e medidas
de prevenção. Os pacientes com sinais e sintomas su-
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL gestivos da neoplasia, associado a fatores de risco rele-
CÓDIGO: 60094 vantes foram direcionados a atendimento médico para
melhor avaliação e rastreio.
CA COLORRETAL: ANÁLISE DA Contato: RAFAELA PRATA RASSI - rafaelaprata29@
INFORMAÇÃO POPULACIONAL yahoo.com.br
VISANDO IMPLEMENTAÇÃO DE
POLÍTICAS DE PREVENÇÃO E RASTREIO
Autores: Rafaela Prata Rassi; Amanda Karolyne Batista
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
Ferreira; Guilherme Henrique de Oliveira Silva; Luiz
Carlos Furtado de Almeida Junior; Guilherme Angotti CÓDIGO: 59997
Freire Carrara; Lara Borges Cecílio; Pamella Bertoldi
Soares; Isabella Martins Monteiro; CANCEROLOGIA CIRÚRGICA: CURVA
Instituição: UNIVERSIDADE DE UBERABA DE APRENDIZAGEM E PARADIGMAS DE
FORMAÇÃO
Introdução: O CA colorretal é a segunda neoplasia
mais frequente no mundo. No Brasil, ocupa terceiro Autores: Isaac Braullio Maia Delfino de Oliveira;
Thiago Costa Pires; Renata Melo Campos; Igor
lugar em prevalência em homens e segundo em mu-
Valdeir Gomes de Souza; Maria Luiz Alcoforado
lheres. Os sintomas mais frequentes são alteração do
Gondim Gurgel; Andersom Neves da Cruz; George
hábito intestinal, perda ponderal, dor abdominal, he- Alexandre Lira;
matoquezia e anemia. A mortalidade é potencialmente
Instituição: LIGA NORTE RIO GRANDENSE CONTRA O
evitável se diagnóstico precoce. Objetivo: Conhecer a CÂNCER
percepção dos usuários sobre o CA colorretal para ava-
liar a necessidade de adoção de políticas públicas de Introdução: A Cancerologia Cirúrgica (CC) é um impor-
rastreamento e prevenção em nosso serviço. Método: tante pilar do tratamento multimodal oncológico. Dos
Estudo transversal, realizado no Mário Palmério Hospi- pacientes diagnosticados com câncer até 80% serão
tal Universitário de Uberaba/MG, através da entrevis- submetidos a alguma intervenção cirúrgica no decor-
ta de 115 usuários do nosso serviço de saúde. Dados rer do tratamento. Diversos aspectos colaboram para
coletados no período de Março a Maio/2017, por meio o êxito cirúrgico, entre eles o desempenho hospitalar é
de questionário QSA, atividade do projeto de extensão um dos poucos mutáveis (equipes cirúrgicas e interdis-
da Liga de Oncologia aprovada pelo Comitê de Ética ciplinares experientes, volume cirúrgico e disponibilida-
da Universidade de Uberaba. Resultados: Do total de de de recursos). Comparando mastectomias realizadas
entrevistados, 42,6% são do sexo masculino e 57,4% por Billroth em uma série de 170 casos com recidiva em

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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

82% e Halsted (empregou princípios da CC) série de 50 cas epidemiológicas e os fatores de risco para a doença
casos e recorrência de apenas 6%, evidenciou-se o fator assim como o resultado do tratamento. Método: Os
prognóstico que o cirurgião executa, demonstrando a dados foram coletados do prontuário médico. A ficha
necessidade de estudos sobre a sua formação acadê- utilizada é baseada no padrão do Instituto Nacional do
mica, que possibilitem compreender a melhor eficiên- Câncer. As freqüências absolutas e relativas foram ge-
cia do resultado cirúrgico. MÉTODO: Estudo observacio- radas a partir do sistema SISRHC e tabuladas através
nal, descritivo e retrospectivo, avaliados nove tipos de do Sistema EpiInfo, versão 7.1. A taxa de sobrevida foi
cirurgias realizadas entre março de 2014 e fevereiro de calculada pelo método de Kaplan-Meier. Resultados:
2017 executadas por um médico residente (MR) na CC Foram realizadas 394 prostatectomias, 45,5 apresenta-
em uma instituição do Brasil. O volume de procedimen- ram historico de tabagismo, 22,1% dos pacientes apre-
tos cirúrgicos foi comparado às curvas de aprendizado sentaram historico familiar de cancer. 76% apresen-
(CA) estabelecidas na literatura, contribuindo assim tavam toque retal alterado ao diagnóstico. O subtipo
para a discussão acerca da redução das disparidades histologico mais comum foi o adenocarcinoma acinar
na formação do MR a nível mundial. RESULTADO: Em em 96,2%. O score de gleason mais comum na biopsia
cirurgias de gastrectomias com linfadenectomia D2 (MR pre-operatoria foi de 6 (3+3) em 58,4% e em seguida o
35, CA 23), prostatectomia radical (MR 30, CA 20), houve de 7 (3+4) com 18,3%. Já no exame anatomopatológico
equivalência quantitativa dos procedimentos realiza- da peça cirurgica, o adenocarcinoma acinar represen-
dos com as CA. Para retossigmoidectomia laparotômica tou 98,7% dos casos, sendo que apenas 13% apresen-
(MR 29), histerectomia radical tipo Wertheim-Meigs (MR tavam proloferação acinar atípica e 13,6% invasão da
27) e mastectomia radical (MR 28) não há CA estabe- vesícula seminal. Em cintilografia pre-operatória, 92,8%
lecida, mas houve equivalência na análise comparativa dos pacientes não apresentavam metástases. 39,3%
com cirurgiões de alto volume. Em esofagectomia total foram estadiados como II B e 29,4% como III. A prosta-
com (MR 4) e gastroduodenopancreatectomia (MR 4) o tectomia aberta foi realizada em 92,6% dos pacientes
MR apresenta distância das curvas estabelecidas, que e a por video em 7,1%. Somente em 5,8% dos casos foi
muitas vezes somente é atingida após anos de experi- realizada vigilância ativa antes do tratamento. Em 6,8%
ência na área. Já em segmentectomias pulmonares (MR dos casos ocorreram complicacoes transoperatorias
7) não foram encontrados dados para análise compa- graves com sangramento e infecção. 17,8% tiveram a
rativa, especialmente em cirurgias abertas. Conclusão: margem cirúrgica comprometida. 25,1% dos pacientes
Existem poucos estudos acerca da formação do CO, apresentaram algum tipo de complicacao pos-operato-
e os dados apontam para ensinos muito distintos em ria graus 2 e 3 de Clavien-Dindo. 37,6% deles cursaram
todo o mundo. Esta análise demostra que uma institui- com impotência funcional após o tratamento, 61% com
ção brasileira de oncologia oferece volume cirúrgico e incontinência urinária, 7,9% com estenose vesico-urete-
condições técnicas para o ensino adequado em CC, po- ral, 10,3% com retenção urinária aguda. 17,1% tiveram
dendo de forma direta interferir no prognóstico dos pa- infecção urinária no pós operatório. 96,1% dos pacien-
cientes, superando e estabelecendo novos paradigmas tes necessitaram de sonda vesico-ureteral no pós-ope-
para a formação do CO. ratório. 77,7% dos pacientes atingiram remissao em
6 meses, sendo que 13,3% apresentaram progressao
Contato: ISAAC BRAULLIO MAIA DELFINO DE OLIVEIRA
da doenca. 97,5% dos pacientes estavam vivos apos 5
- isaacbmdoliveira@gmail.com
anos. Conclusões: A maioria dos pacientes já apresen-
ta sintomas ao diagnóstico. A cirurgia é o tipo de tra-
tamento mais realizado, porém cursa frequentemente
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA com intercorrências como incontinência urinária e im-
CÓDIGO: 60187 potência funcional.
Contato: GABRIELA ROMANIELLO - gabriela.
CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS romaniello@outlook.com
E ANÁLISE DAS PROSTATECTOMIAS
REALIZADAS ENTRE 2010 E 2015
Autores: Phillipe Geraldo Teixeira de Abreu Reis; Flavio
TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA
Daniel Saavedra Tomasich; Gabriela Romaniello; Deisy
Dalke; Adrielle de Lima Munhoz; Andres Estremadoiro CÓDIGO: 57778
Vargas; Ewerson Luiz Cavalcanti e Silva; Carla Simone da
Silva; CARCINOMA BASOCELULAR DA FACE,
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ MARGENS COMPROMETIDAS E RISCO
Introdução: O cancer de próstata representa uma das
DE RECIDIVA
neoplasias mais comuns, seu tratamento vem sendo Autores: Oly Campos Corleta; Luis Fernando Moreira;
atualizado a cada dia. OBJETIVO: Apresentar os dados Víctor Sánchez Zago; Thais Vicentine Xavier; Sofia
Zahler; Gabriela Stahl; Geraldo Machado Filho; Marcelo
coletados referentes aos pacientes submetidos a pros-
Castro Marçal Pessoa;
tatectomia entre 2010 e 2015. Estudar as característi-
Instituição: UNIVERSIDA DE PASSO FUNDO

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 102


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Introdução: Apesar de outras modalidades de trata- Autores: Samuel Aguiar Jr; Bianca E C Fava; Ranyell M S S
mento, a excisão cirúrgica com margens livres histologi- Batista; Tiago Santoro Bezerra; Paulo Roberto Stevanato
camente comprovadas permite controle local absoluto Filho; Renata Mayumi Takahashi;
e tem sido amplamente considerada como a principal Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
escolha para o carcinoma basocelular (CBC), sendo a
Introdução: Introduçao: Um número significativo de
excisão completa, se o risco de recorrência e invasão
pacientes com neoplasias malignas avançadas evolui
local forem o objetivo primordial. Objetivo: investigar
com alguma complicação gastrointestinal diretamente
as características histológicas e o papel do cirurgião en-
relacionada à doença, principalmente em neoplasias
volvido na recorrência de CBC facial quanto às margens
gastrointestinais e ginecológicas. A paliação na maioria
de segurança. Pacientes e métodos: Análise multivaria-
das vezes exige uma intervenção cirúrgica de urgência.
da foi realizada em 285 casos de CBCs consecutivos re-
A morbidade e a mortalidade nessas cirurgias pode
feridos ao Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA),
chegar a taxa de50%e20-40%, respectivamente. Obje-
Serviços de Cirurgia Geral ou Plástica, entre 1º de Janei-
tivo: determinar o perfil clínico e resultados de cirur-
ro e 31 de dezembro de 2013 e seguidos a cada 6 meses
gias abdominais paliativas de urgência em pacientes
até 30 de novembro de 2016; média (SD) de 14,7 (11,7)
com neoplasia maligna avançada. Método: trata-se de
meses. Todos os dados foram analisados em áreas de
estudo observacional tipo coorte retrospectiva. Foram
alto ou baixo-risco, lesão primária ou recorrente e gru-
levantados dados do prontuário dos pacientes, pelo
pos de excisão completa ou incompleta. Resultados:
período de um ano operados com indicação de urgên-
Houve 145 (51%) homens e 140 (49%) mulheres; idade
cia (obstrução, perfuração, dor, infecção, sangramento,
mediana (intervalo) de 67 anos (29 a 85). Cirurgião geral
outros), com evidência de doença avançada (metástase,
ou plástico operaram 218 (77%) ou 67 (23%) casos de
independente do sítio). Os desfechos principais foram
CBCs, respectivamente. A maioria dos CBCs faciais era
óbito em 30 dias e alta hospitalar em 30 dias. Resulta-
de área de alto risco (n = 188; 66%); primária (n = 246;
dos: no período de janeiro de 2016 a janeiro de 2017
86,3%) principalmente subtipos nodular (195; 68%) ou
identificamos 66 pacientes, 36 mulheres e 30 homens
infiltrativo (n = 57; 20%), com tamanho médio (DP; va-
(55% e 45% respectivamente). sítio primário (37% reto,
riação) de 10,6 (8,2; 3-120) mm. Recidiva ocorreu em 19
23% colon D, 40% restante), sítio metastático (27% fíga-
(7%) casos em uma média (DP) de 18,7 (7,9) meses; 14
do, 26% peritoneo, 53% outros), indicação (80% devido
(5,7%) e 5 (13%), respectivamente para CBCs primários
obstrução), maioria dos ECOG 1,2,3 (36%,33%, 21%, res-
e recorrentes , sendo 33,9% para ressecções incomple-
pectivamente), ASA II e III ( 50% e 45%, respectivamente)
tas e apenas 3% para lesões completamente resseca-
, comorbidades 1 ou 2 ( 38% e 33%), linhas de trata-
das. Um risco significativamente aumentado para reci-
mento prévio (55% virgem de tratamento), sem cirur-
diva foi observado para lesões maior que 10mm [OR =
gias prévias, 56%, diagnóstico nutricional, desnutridos
0,19; 95% CI (0,05 - 0,67); p = 0,01] e para lateral [OR =
com 58%, e 79% sem suporte nutricional adicional, ci-
7.10; 95% CI (2,70-18.66); p = 0,0001] profundo [OR =
rurgias realizadas (56% sem cirurgias prévias, 30% com
4,92; 95% CI (1,59-15,19); p = 0,005] ou qualquer [OR
uma cirurgia previa, restante mais de uma cirurgia pre-
= 6,75; 95% CI (2,57-17,73); p = 0,0001] margem com-
via), pós-operatório em UTI, 45% passando mais de 3
prometida (n = 56; 20%). Lesões recorrentes tendem
dias, complicações pós-operatórias (Clavien-Dindo 3,4,5
a recidivar novamente [OR = 2,58; 95% CI (0.87 - 7,67);
totalizando 29%). No desfecho final obtivemos 3% de
NS]. Lesões maiores e margens comprometidas foram
óbito em 30 dias e alta em 30 dias de 71%. Conclusão:
independentes fatores de risco significativamente asso-
apesar da taxa de complicações elevada, a mortalidade
ciado a recorrência tanto na análise bivariada quanto
foi baixa, considerando a população estudada, e a boa
na multivariada. Não foram observadas diferenças em
taxa de 71% de alta em 30 dias refletem bons resulta-
relação a áreas de alto e baixo-risco, tempo de recidiva
dos nas indicações de cirurgia abdominais paliativas de
ou especialidade do cirurgião. Conclusão: O controle
urgência.
de margem cirúrgica é ainda crucial para recidiva, ape-
sar de áreas de alto ou baixo-risco e da especialidade Contato: SAMUEL AGUIAR JR - samuel.aguiar.jr@gmail.
do cirurgião para CBCs da face. com

Contato: VÍCTOR SÁNCHEZ ZAGO - victorsaza@gmail.


com
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
CÓDIGO: 61724

TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL


CIRURGIAS COLORRETAIS ROBÓTICAS:
CÓDIGO: 61804
A EXPERIÊNCIA DO INCA
CIRURGIAS ABDOMINAIS DE URGÊNCIA Autores: Jensen Milfont Fong; Eduardo Rodrigues Zarco
da Câmara; Marcus Vinicius Motta Valadão da Silva;
COM INTENÇÃO PALIATIVA: AVALIAÇÃO Eduardo Linhares Riello de Melo; José Paulo de Jesus;
DE INDICAÇÕES E RESULTADOS

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 103


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Camilla Bandeira Soares; Pedro Paulo Cavalcanti de NEUROLÓGICAS PÓS-OPERATÓRIAS DO


Albuquerque; Rafael de Oliveira Albagli; CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA
Autores: Caroline Vaz da Cunha; Erik Freitas Fortes
Introdução: A introdução da Cirurgia Robótica tornou Bustamante; Elaine Cardoso de Oliveira Souza;
possível a aplicação de uma nova modalidade de cirur- Instituição: HOSPITAL DE CÂNCER DE MATO GROSSO
gia minimamente invasiva ao tratamento dos tumores
Introdução: Disfunções musculoesqueléticas e neuro-
colorretais. A Cirurgia Robótica contribui com ergono-
lógicas pós-operatórias do câncer de cabeça e pesco-
mia, estabilidade da câmera, do instrumental facilitan-
ço RESUMO Introdução: Tumores de cabeça e pescoço
do a exploração em condições árduas. É possível a re-
correspondem ao quinto tipo de câncer mais comum
alização de manobras delicadas e precisas em pontos
no mundo, levando a altas taxas de mortalidade. Os
cruciais da cirurgia como a liberação colônica, dissec-
procedimentos cirúrgicos relacionados ao tratamen-
ções vasculares, linfadenectomia. Possibilita também
to desse tipo de câncer são altamente invasivos e po-
anastomoses manuais intracorpóreas em um espaço
dem estar relacionados a diversas disfunções muscu-
anatômico restrito, alcançando resultados cirúrgicos
loesqueléticas, neurológicas e respiratórias. Objetivo:
otimizados. Objetivo: Relatar a experiência uni-institu-
Apontar as principais disfunções musculoesqueléticas e
cional das cirurgias colorretais robóticas realizadas em
neurológicas em pacientes submetidos à cirurgia onco-
um centro de referência em cirurgia oncológica. Mate-
lógica de cabeça e pescoço. Método: Estudo de coorte
riais e Método: Foi realizado um estudo de Coorte Re-
retrospectivo descritivo que avaliou pacientes submeti-
trospectivo com base no banco de dados prospectivo
dos a tratamento oncológico com intervenção cirúrgica
de pacientes da instituição submetidos à cirurgia robó-
em um hospital oncológico terciário. Foram avaliados
tica para o tratamento de câncer colorretal no período
os arquivos médicos dos pacientes submetidos à cirur-
de julho de 2012 a abril de 2017. Resultados: Foram
gia oncológica de cabeça e pescoço no ano de 2016. Os
operados 119 pacientes, 62 do sexo masculino e 57 do
dados analisados foram: idade, sexo, história clínica,
sexo feminino. A idade média dos pacientes foi de 61
localização do tumor, tipo de procedimento cirúrgico e
anos. A respeito do tipo de cirurgia, 77 pacientes foram
disfunções musculoesqueléticas e neurológicas encon-
submetidos a ressecção anterior do reto com anasto-
tradas. Resultados: Foram avaliados ao todo422 regis-
mose primária, 18 ressecção abdomino-perineal do
tros médicos de pacientes que foram submetidos ao
reto, 10 sigmoidectomia, 6 ressecção anterior do reto
tratamento cirúrgico de tumores de cabeça e pescoço
à Hartmann, 5 hemicolectomia, 1 exanteração pélvica
entre janeiro e dezembro de 2016. As localizações dos
posterior, 1 exanteração pelvica total e 1 proctocolec-
tumores mais frequentemente relacionadas às disfun-
tomia total com bolsa ileal. A mediana de internação
ções foram tireóide (36,8%), palato mole (26,3%), man-
hospitalar foi de 6 dias . Em relação às complicações,
díbula (15,7%), laringe (10,5%), maxilar (5,2%) e paróti-
68 pacientes (35%), apresentaram alguma complicação,
da (5,2%).Observou-se que 16 pacientes apresentaram
sendo as principais, fístula anastomótica (22%) e íleo
algum tipo de disfunção musculoesquelética e 3 apre-
metabólico (19%). Dezenove por cento dos pacientes ti-
sentaram disfunção neurológica. Dentre as principais
veram complicações estágio III segundo a classificação
alterações musculoesqueléticas estão o trismo (26,3%),
de Clavien- Dindo e 3% tiveram complicações estágio IV.
dor escapular (15,7%), fibrose(10,5%), atrofia do mus-
Nove pacientes tiveram a cirurgia convertida para via
cúlo trapézio (5,26%), limitação dos movimentos do
laparoscópica, 20 necessitaram de reoperação e 6 evo-
membro superior (5,26%) e edema facial (5,26%). A dis-
luiram com óbito relacionado às complicações. Con-
função neurológica encontrada foi a paresia do nervo
clusão: Os achados do estudo são condizentes com a
facial em 15,7% dos casos estudados. Conclusão: As in-
literatura vigente em análises semelhantes de cirurgia
tervenções cirúrgicas realizadas no tratamento oncoló-
robótica em outros centros de cancerologia cirúrgica.
gico de cabeça e pescoço podem apresentar complica-
Estudos comparativos com outras modalidades técni-
ções e disfunções musculoesqueléticas e neurológicas
cas podem corroborar tais resultados, bem como um
devido ao tamanho do tumor, tipo de técnica cirúrgica
estudo multicêntrico e randomizado pode analisar a
adotada, prolongado tempo com uso de espaçadores
verdadeira eficiência da cirurgia robótica nas neopla-
cirúrgicos, adaptação do tecido após a cirurgia, entre
sias colorretais.
outros fatores. Isso evidencia a importância do traba-
Contato: JENSEN MILFONT FONG - jensenmf@gmail. lho multidisciplinar, onde o profissional fisioterapeuta
com poderia contribuir minimizando o desconforto, preve-
nindo maiores complicações e proporcionando retorno
das funções acometidas.

TEMÁRIO: NUMACO / FISIOTERAPIA Contato: CAROLINE VAZ DA CUNHA - fisio.carol@


CÓDIGO: 60439 hcancer.com.br

DISFUNÇÕES MÚSCULOESQUELÉTICAS E

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 104


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA diagnóstico, ser multidisciplinar e persistir até o desfe-


CÓDIGO: 61885 cho final da doença.
Contato: FERNANDA CARCOSO PARREIRAS -
DOR EM PACIENTE COM MELANOMA
nandaufmg127@gmail.com
AVANÇADO: ESTUDO RETROSPECTIVO
SOBRE A VISÃO DE FAMILIARES E
CUIDADORES SOBRE OS SINTOMAS QUE
ANTECEDEM O ÓBITO TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
Autores: Fernanda Cardoso Parreiras; Luiza Ohasi de CÓDIGO: 61916
Figueiredo; Bruno Aquino Marcelino; Alberto Julius Alves
Wainstein; DUODENOPANCREATECTOMIA
Instituição: HOSPITAL ALBERTO CAVALCANTI / FHEMIG CEFÁLICA LAPAROSCOPIA VS
Introdução: A maioria dos pacientes com câncer so-
LAPAROTÔMICA PARA TRATAMENTO
frem dor em algum momento durante sua experiência. DOS TUMORES PERIAMPULARES:
Cerca de 75 a 90% de todos os pacientes com câncer ESTUDO DA MARGEM CIRÚRGICA
avançado apresentam dor e 50% descrevem sua dor Autores: Barbara Braga Mascarenhas; Fernando
como moderada a grave (National Pain Foundation, Augusto de Vasconcellos Santos; Luiz Gonzaga Torres
2009). Sabe-se que a dor em pacientes com câncer é Junior; Rodrigo Conçalves Cata-Preta; Ramom Ribeiro
complexa e multifatorial, chamada de “Dor Total”, pois Lelis de Souza; Gabriel Ramirez Moreira;
abrange aspectos fisiopatológicos diversos além de Instituição: ISTITUTO DOS SERVIDORES DO ESTADO DE
associar-se a toda dimensão do sofrimento. No mela- MINAS GERAIS
noma observa-se com bastante evidência essa caracte- Introdução: A duodenopancreatectomia cefálica (DPC)
rística, pois é uma neoplasia com elevada mortalidade é procedimento cirúrgico de alta complexidade e o tra-
e acometimento de órgãos diversos, especialmente a tamento com maior possibilidade de cura nos pacientes
pele, interferindo diretamente com a autoimagem do com tumores periampulares. Publicações de estudos
paciente, além de relacionar-se diretamente aos diver- observacionais mostraram que a duodenopancreatec-
sos procedimentos cirúrgicos e tratamentos invasivos. tomia cefálica laparoscópica (DPCL) reduz a morbida-
Embora muitas diretrizes estejam disponíveis para mé- de pós-operatória, mas pouco se sabe sobre seus re-
dicos e pacientes, a dor oncológica continua a ser “mal” sultados oncológicos a curto e longo prazo. Objetivo:
tratada. Objetivo: estabelecer a prevalência da dor en- Avaliar a segurança oncológica da DPCL no tratamento
tre os pacientes com melanoma avançado nos períodos do tumor periampular em relação a presença ou não
que antecedem ao óbito e apresentar a visão dos fami- de comprometimento das margens de ressecção ci-
liares e cuidadores em relação ao sintoma e impacto rúrgica. Método: Estudo transversal, retrospectivo,
na qualidade de vida dos pacientes. Método: Trata-se dos pacientes submetidos a duodenopancreatectomia
de um estudo transversal e retrospectivo que ultiliza cefálica associada a gastrectomia distal com linfade-
dados secundários (revisão de prontuários médicos) e nectomia locorregional realizados por laparoscópica
entrevista com os cuidadores. Foram analisados regis- vs laparotômica, comparando o acometimento ou não
tros clínicos de pacientes com melanoma de um centro das margens de ressecção cirúrgica. O desfecho primá-
de referência para o tratamento do câncer, durante o rio foi avaliado pela presença ou não de acometimento
ano de 2015 e 2016 e 32 pacientes foram efetivamente das margens de ressecção cirúrgica. Resultados: Após
incluídos no estudo. Resultados: Segundo os cuidado- seleção, foram identificados 20 paciente submetidos a
res, metade dos indivíduos sentia dor no mês anterior DPC, sendo 10 (50%) por via laparoscópica e 10 (50%)
à morte, enquanto 34,38% não apresentavam esse sin- por via laparotômica. No estudo anatomopatológico da
toma a qualquer momento. Além disso, o local mais peça foi identificado o comprometimento da margem
comum de dor foi nos membros inferiores (21,88%) e cirúrgica em dois casos do grupo A (10%). No grupo B
43,75% dos indivíduos procuraram atendimento espe- não houve acometimento das margens em nenhum
cializado na dor. A dor (40,63%) foi o sintoma que mais dos casos estudados. Lesões maiores que 3,0 cm foram
incomodou os pacientes de acordo com os familiares, encontradas em 60% dos tumores ressecados por via
seguido pelo não exercício de suas atividades de tra- laparoscópica e 40%, nos casos de via laparotômica.
balho (18,75%) e depressão (12,50%). Conclusão: A dor Discussão: No presente estudo, nenhum dos pacien-
foi um sintoma prevalente, acometendo metade dos in- tes submetidos a cirurgia por laparotomia apresentou
divíduos, este dado corrobora com o encontrado na li- comprometimento das margens de ressecção pelo tu-
teratura e está associada a diversos fatores etiológicos, mor, enquanto que, no grupo submetido a laparosco-
como quimioterapia, linfadenectomia, procedimentos pia, dois pacientes tiveram margens acometidas, com
cirúrgicos e metástase, impactando na qualidade de ressecção R1. Esse resultado pode ser atribuído ao fato
vida desse paciente. Julgamos necessário maior cui- de que no grupo A, os pacientes apresentavam lesões
dado, investimento e tratamento da dor nos pacientes maiores que os pacientes do grupo B, sendo uma lesão
com melanoma e tal abordagem deve se iniciar desde o descrita como exibindo que 6 cm. Importante ressaltar

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 105


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

que a resseção completa da lesão (R0) é apenas um dos TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO
fatores prognósticos na sobrevida a longo prazo, sendo CÓDIGO: 61900
o acometimento linfonodal outro dado relevante, prin-
cipalmente nos pacientes submetidos com resseção ESTUDO COMPARATIVO DOS
completa. Conclusão: Em conclusão, a DPCL parece RESULTADOS DO TRATAMENTO
ser procedimento seguro em pacientes selecionados. CIRÚRGICO RADICAL DO CARCINOMA
Faltam estudos comparando resultados oncológicos a GÁSTRICO EM PACIENTES COM IDADE
curto e longo prazo. IGUAL OU INFERIOR A 65 ANOS ( 65
Contato: BARBARA BRAGA MASCARENHAS - ANOS)
bratzmascarenhas@gmail.com Autores: Fernando Augusto de Vasconcellos Santos;
Paulo de Tarso Vaz de Oliveira; Thiago Fabrício Pereira
de Almeida; Paula Segato Vaz de Oliveira; Alberto Julius
Alves Wainstein ;
TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO Instituição: INSTITUTO DE PREVIDENCIA DOS
CÓDIGO: 61978 SERVIDORES MILITARES DE MINAS GERAIS
Introdução: O carcinoma gástrico (CG) é afecção fre-
ESOFAGECTOMIA DE RESGATE quente em todo o mundo, tendo uma incidência aproxi-
– EXPERIÊNCIA EM SERVIÇO mada de um milhão de novos casos por ano de acordo
ONCOLÓGICO DE REFERÊNCIA com a última estimativa mundial publicada pela GLO-
Autores: Daniel Fernandes; Flavio Duarte Sabino; BOCAN. Vários fatores de risco são descritos, sendo a
Carlos Eduardo Pinto; Victor Hugo Ribeiro Vieira; população mais afetada os homens, idosos e de baixa
Eduardo Rodrigues Zarco da Câmara; Alberto Teles classe social. O procedimento cirúrgico gastrectomia
Lopes; Rafael Albagli; radical é a única modalidade terapêutica capaz de curar
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA o CG e sua aplicação deve ser discutida independente
Introdução: A ressecção cirúrgica é considerada o pa- da idade. Assim, devido a alta incidência observada do
drão-ouro no tratamento do câncer esofágico com taxa CG em nosso meio, pelo envelhecimento populacional
global de cura de 15–40%. A quimiorradioterapia radi- e a morbimortalidade do tratamento cirúrgico em ido-
cal exclusiva é utilizada em pacientes com carcinoma sos, propôs-se a realização desse estudo com a finali-
esofágico localmente avançado ou sem condições cli- dade de comparar as taxas de morbidade e mortalida-
nicas para esofagectomia, com sobrevida em 5 anos de de operatória hospitalar e da radicalidade oncológica
até 30%. Entretanto o controle locorregional é pobre, dos procedimentos cirúrgicos realizados em pacientes
com taxa de recorrência de 40–60%, podendo haver com menos de 65 anos idade (grupo A) comparativa-
benefício no resgate cirúrgico destes pacientes. Este es- mente com os pacientes com mais de 65 anos de idade
tudo tem por objetivo reportar a experiência do nosso (grupo B). A pesquisa incluiu 76 pacientes submetidos
serviço com os pacientes submetidos à esofagectomia a ressecção gástrica com confirmação histológica de
de resgate. Foram analisados retrospectivamente 27 CG, sendo 30 pacientes no grupo A e 46 pacientes no
pacientes com câncer de esôfago, submetidos à eso- grupo B. A prevalência maior foi de homens e idosos.
fagectomia de resgate após quimiorradioterapia radi- Com o aumento da idade observou-se um aumento
cal exclusiva na Seção de Cirurgia Abdômino-Pélvica na escala da classificação da American Society of Ana-
entre janeiro de 1990 e dezembro de 2015. A técnica esthesiologists, tumores de maiores dimensões e au-
transtorácica foi realizada em 17 pacientes (80,9%). O mento na prevalência do tipo histológico intestinal de
número médio de linfonodos ressecados foi 11,2 (0-38 Lauren. Foram realizadas 46 gastrectomias totais e 30
linfonodos), sendo positivos para neoplasia em 7 pa- gastrectomias subtotais, com uma tendência maior a se
cientes (25%). A maioria dos pacientes (95,0%) apresen- realizar gastrectomia subtotal em pacientes idosos. No
tou cirurgia R0. A média de tempo operatório foi 371 pós-operatório, 22 pacientes (28%) apresentaram al-
minutos (240-670 minutos). A mediana de tempo de guma intercorrência. A intercorrência respiratória foi a
internação foi 15,5 dias (8–42 dias). A morbidade cirúr- principal complicação clínica pós-operatória acontecen-
gica foi 66,6%. A mortalidade operatória foi de 5,0% (1 do apenas em pacientes do grupo B sendo que, em sua
caso). A esofagectomia de resgate é tecnicamente factí- maioria, apresentou escore da ASA III ou mais. Oito pa-
vel, sendo a melhor opção de tratamento para o câncer cientes (10,5%) evoluíram para óbito não apresentando
esofágico com recidiva locorregional, ressecável, após diferença significativa entre os grupos etários compa-
radioquimioterapia radical exclusiva, com aceitáveis ta- rados. Dentre os pacientes que evoluíram a óbito, eles
xas de morbimortalidade. apresentavam ao menos um fator de risco significativo
associado à mortalidade após abordagem cirúrgica no
Contato: DANIEL DE SOUZA FERNANDES - câncer gástrico. Concluiu-se que a condição clínica pré-
danielsfernandes@gmail.com via do paciente foi o principal parâmetro que contribuiu
com as taxas de morbidade e mortalidade e que, a con-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 106


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

tra-indicação ou a radicalidade da cirurgia nos pacien- relação a 10 meses IC (7,46 - 12,69) nos pacientes com
tes com CA não deve ser baseada apenas na idade. LaP negativo (p = 0,089). Na linha de base, o preditor
independente de melhor SLP foi a quimioterapia com
Contato: THIAGO FABRICIO PERIEIRA DE ALMEIDA -
esquema FOLFOX (p = 0,006). O estudo demonstrou o
almeidatfp@gmail.com
uso do esquema FOLFOX como fator preditor de me-
lhor prognóstico e uma tendência a piora de sobrevida
livre de progressão nos pacientes com citopatológico
TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO positivo, mesmo quando submetidos a negativação do
CÓDIGO: 59678 lavado peritoneal por quimioterapia neoadjuvante e
tratamento cirúrgico curativo.
EXPERIÊNCIA DO CENTRO DE Contato: ÍCARO DE AZEVEDO ALEXANDRE -
ONCOLOGIA DO HOSPITAL DA icaroazevedo10@hotmail.com
CIDADE DE PASSO FUNDO - RS COM
LAPAROSCOPIA E LAVADO PERITONEAL
NO ESTADIAMENTO DO CÂNCER
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
GÁSTRICO
CÓDIGO: 61655
Autores: Ícaro de Azevedo Alexandre; Letícia Signori
Kohl; Julia Pastorello; Jorge Roberto Marcante Carlotto;
Carolina Barreto Mozzini; Nicole Taiana Henn; Isabella
EXPERIÊNCIA INSTITUCIONAL DE
Kern Arendt; Leonardo Werner Rasche; CIRURGIA ROBÓTICA NO CÂNCER DE
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL CÓLON
Autores: Camilla Bandeira Soares; Marcus Vinicius Motta
Introdução: O câncer gástrico (CG) é a quinta causa em Valadão da Silva; Eduardo Linhares Riello de Mello;
incidência e terceira de morte por câncer no mundo. O José Paulo de Jesus; Rafael Oliveira Albagli; Raquel de
estadiamento preciso e realizado com equipe multidis- Maria Maués Sacramento; Eduardo Rodrigues Zarco da
ciplinar é fundamental na seleção da estratégia adequa- Câmara; Ronald Enrique Delgado Bocanegra;
da de tratamento. A presença de citologia (CP) positiva Instituição: INSTITUTO NACIONAL DO CANCER
no lavado peritoneal (LaP) é um fator de pior prognósti-
co e preditor independente de alto risco de recorrência. Introdução: Desde a introdução de técnicas robotiza-
Estudo retrospectivo de janeiro de 2014 a abril de 2017, das, a prática cirúrgica foi modificada e a cirurgia color-
incluindo pacientes com diagnóstico de CG não metas- retal robótica está em ascensão. Embora o uso de robô
táticos e estadiados com laparoscopia (LP). A rotina do em cirurgia colorretal tenha sido mais estudado para o
serviço determina que sempre que o paciente com CP câncer de reto, alguns autores sugerem que a cirurgia
positivo, apresenta resposta por imagem e negativa o robótica proporciona vantagens ao realizar alguns tem-
exame CP após a quimioterapia, seja levado a trata- pos cirúrgicos na ressecção dos demais segmentos colô-
mento cirúrgico curativo padrão. Objetivo: O objetivo nicos. Com uma plataforma de câmera estável e instru-
foi de relatar a experiência do centro com o LP no esta- mentos articulados não sujeitos a tremores humanos,
diamento do CG, fatores relacionados a pior prognós- a liberação do ângulo esplênico, bem como a dissecção
tico, sobrevida livre da doença (SLD) nos subgrupos de do pedículo vascular, a linfadenectomia e anastomoses
pacientes com LaP positivo e negativo, além de análise manuais intracorpóreas assistidas por robôs podem ser
de sobrevida global (SG) com dados ainda imaturos. facilmente realizadas pelo cirurgião, com resultados clí-
Essa análise representa os dados preliminares do estu- nicos intraoperatórios, perioperatórios e funcionais fa-
do, o recrutamento e seguimento se mantém em aber- voráveis. Objetivo: Relatar a experiência inicial de uma
to com padronização dos métodos de estadiamento e instituição pública de referência no tratamento de cân-
tratamento do câncer gástrico realizado na instituição. cer no Rio de Janeiro, na abordagem cirúrgica robótica
Um total de 25 pacientes, na sua maioria homens 18 de pacientes com câncer de cólon. Materiais e método:
(72%) com média de idade de 60 anos, com ECOG entre Foi realizado um estudo do tipo coorte retrospectiva,
0 e 2, apresentado como principal sintoma dor epigás- com base na análise do banco de dados prospectivo
trica e perda de peso 9 (36%), doença na maioria em dos pacientes submetidos à cirurgia para tratamento
corpo do estômago 12 (48%), predomínio de histologia de câncer de cólon por via robótica, entre o período
adenocarcinoma pouco coesivo com células em anel de de julho de 2012 a abril de 2017. Resultados: Foram
sinete 16 (64%), estadiamento clínico inicial IIb 8 (32%) operados 49 pacientes, 20 do sexo masculino e 29 do
e quimioterapia neoadjuvante mais utilizada FOLFOX sexo feminino. A idade média dos pacientes foi de 62
21 (84%). No estadiamento 8 (32%) tinham LaP positi- anos, com idade mínima de 18 anos e máxima de 84.
vo, o tempo médio de SLD para todos os pacientes foi Apenas dois pacientes encontravam-se com mais de 80
de 6,76 meses. O tempo médio de SLD nos pacientes anos. Em relação às cirurgias realizadas, 41 pacientes
com LaP positivo foi de 6,8 meses IC (4,27 - 9,43) em foram submetidos à sigmoidectomia com anastomose
primária, 01 sigmoidectomia a Hartmann, 01 hemico-

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lectomia esquerda a Hartmann, 01 transversectomia, expressão de TS foi positiva em 92,3% dos CG. TS-al-
04 hemicolectomias direitas e 01 colectomia total com to, TS-baixo e TS-negativo foram observados em 71,3%,
bolsa ileal. O tempo médio de internação hospitalar foi 46% e 22,7% dos pacientes, respectivamente. As ca-
de 8 dias – a mediana foi de 6 dias e a moda de 5 dias. racterísticas clínicopatológicas associadas ao TS-alto
A taxa de complicações foi de 24% (12 pacientes), sen- foram: idade mais avançada (p=0.007), tumores pouco
do a principal o íleo adinâmico, seguida de deiscência diferenciados (p=0,001), tipo histológico difuso/misto
de anastomose e infecção de ferida operatória. Apenas de Lauren (p<0,001) e ausência de invasão perineural.
um paciente teve a cirurgia convertida para via laparos- Entre os 285 pacientes, 46,7% CG estadio II/III recebe-
cópica. Sete necessitaram de reoperação e 1 evoluiu a ram QT com 5-FU. Com relação à sobrevida, o TS-alto
óbito. Conclusão: Embora os resultados a curto prazo e foi associado a pior sobrevida livre de doença (SLD) no
a adequação oncológica da ressecção robótica do cólon CG estádio III (p=0,009). Não foram observadas diferen-
tenham sido observados como aceitáveis, os resultados ças significativas na SLD para o grupo estádio II, nem
a longo prazo permanecem desconhecidos. Sendo as- para sobrevida global em ambos os grupos estádio II e
sim, é necessário um ensaio clínico multicêntrico e ran- III. Na análise de sobrevida dos tumores estádio III ajus-
domizado para validar essa abordagem. tada para sexo, grau de diferenciação, tipo histológico
e invasão perineural, o TS-alto foi associado a menor
Contato: CAMILLA BANDEIRA SOARES - camillabs7@
SLD em homens (p=0,009), tumores pouco diferencia-
hotmail.com
dos (p=0,014), tipo difuso/misto de Lauren (p=0,005) e a
presença de invasão perineural (p=0,010). Conclusão:
O aumento da expressão de TS foi associado à pior SLD
TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO em pacientes com CG estádio III tratados com QT ad-
CÓDIGO: 59412 juvante com 5-FU. Homens, tumores pouco diferencia-
dos, tipo difuso/misto e com invasão perineural consti-
EXPRESSÃO DE TIMIDILATO SINTETASE tuíram características associadas a menor SLD em CG
com TS-alto.
E PROGNÓSTICO EM PACIENTES COM
CÂNCER GÁSTRICO SUBMETIDOS À Contato: MARCUS FERNANDO KODAMA PERTILLE
GASTRECTOMIA COM QUIMIOTERAPIA RAMOS - marcuskodama@hotmail.com
ADJUVANTE COM 5-FLUOROURACIL
Autores: Marcus Fernando Kodama Pertille Ramos;
Marina Alessandra Pereira; Sheila Friedrich Faraj; Andre
TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO
Roncon Dias; Osmar Kenji Yagi; Bruno Zilbestein; Ivan
Cecconello; Evandro Sobroza de Mello; CÓDIGO: 61921

Instituição: FACULDADE DE MEDICINA DA


UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - INSTITUTO DO CÂNCER GASTRECTOMIA LAPAROSCÓPICA
COMPARADA À ABERTA NO
Introdução: A quimioterapia (QT) adjuvante basea- TRATAMENTO DO CARCINOMA
da no uso 5-fluorouracil (5-FU) tem sido amplamente
GÁSTRICO: ESTUDO RETROSPECTIVO,
utilizada em pacientes com câncer gástrico (CG) para
prevenir recidiva após ressecção curativa. O 5-FU atua
ANATOMOPATOLÓGICO, DA
através da inibição da timidilato-sintase (TS), uma en-
SEGURANÇA ONCOLÓGICA DO
zima que atua na produção de timidina para a sínte- PROCEDIMENTO
se de DNA. Estudos demonstram que altos níveis de Autores: Rodrigo Gonçalves Cata-Preta; Fernando
TS correlacionam-se com a resistência ao tratamento Augusto de Vasconcellos Santos; Luiz Gonzaga Torres
com fluoropirimidinas, sugerindo seu potencial uso Junior; Alberto Julius Alves Wainstein; Barbara Braga
como fator preditivo para eficácia da QT adjuvante. No Mascarenhas;
entanto, o significado prognóstico da expressão de TS Instituição: INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS
no CG permanece pouco esclarecido. Objetivo: avaliar SERVIDORES DO ESTADO DE MINAS GERAIS
a expressão da TS no CG e determinar seu valor prog- Introdução: A gastrectomia laparoscópica é proce-
nóstico em pacientes submetidos à QT adjuvante com dimento de escolha em centros de referência para
5-FU. Método: Foram avaliados retrospectivamente o tratamento do câncer gástrico precoce. Apesar da
285 pacientes submetidos à gastrectomia com linfade- comprovada redução em morbidade, ainda é foco de
nectomia D2 com intuito curativo. A expressão de TS estudos o impacto da técnica sobre os desfechos onco-
foi determinada por imuno-histoquímica em tecido tu- lógicos, principalmente na abordagem de tumores mais
moral através da construção de tissue microarray. A TS avançados. Objetivo: Avaliar a segurança oncológica
foi avaliada conforme a intensidade e porcentagem de da gastrectomia total e subtotal, com linfadenectomia
células marcadas através de um sistema de score. Os D2, entre pacientes acometidos por carcinoma gástri-
pacientes foram distribuídos em três grupos de acordo co submetidos à ressecção laparoscópica comparado
com o TS-score: negativo, baixo e alto. Resultados: A

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à abordagem aberta convencional. Método: Estudo gia. Método: Relato das vivências obtidas nos grupos
comparativo, retrospectivo, anatomopatológico, envol- de: Orientações, Apoio e Reconstruir. Foram desen-
vendo pacientes acometidos por carcinoma gástrico volvidos três encontros de cada grupo, tendo duração
submetidos à gastrectomia radical por laparoscopia média de 1 hora e 30 minutos. Utilizaram-se metodo-
ou por laparotomia no período de 2011 a 2016. Foram logias com os objetivos de esclarecer dúvidas, reforçar
analisados: sexo, idade, classificação do estado físico orientações sobre o tratamento proposto, trabalhar
pré-operatório (ASA) dos pacientes, localização, tama- questões relacionadas aos sentimentos despertados a
nho, profundidade e classificação histológica do tumor partir do diagnóstico do câncer, contribuir para a ela-
(Laurén), extensão da gastrectomia (total ou parcial), boração do processo de adoecimento, priorizando o
margens cirúrgicas, número de linfonodos ressecados enfoque interdisciplinar. Resultados: A partir dessas
e estadiamento oncológico. Resultados: Foram realiza- vivências, foi possível identificar as potencialidades que
das 20 gastrectomias laparoscópicas e 67 gastrectomias o trabalho realizado em grupos proporciona aos parti-
abertas com linfadenectomia padrão para tratamento cipantes. Em relação aos pacientes e familiares, possi-
do carcinoma de estômago. Os grupos apresentaram bilita a compreensão do processo de saúde-doença e
perfis semelhantes quanto à caracterização por sexo, nas diferentes significações do adoecimento. Para os
idade, classificação ASA, localização do tumor, extensão profissionais, oportuniza-se a experiência da discussão
da gastrectomia e classificação histológica de Laurén. de suas práticas a partir dos temas trabalhados nos en-
Entre os pacientes submetidos ao procedimento lapa- contros, permitindo trocas interdisciplinares. Conclu-
roscópico, foram evidenciados menor tamanho médio são: As experiências de vida, o contexto sociocultural e
do tumor ressecado, menor extensão da invasão trans- a personalidade de cada sujeito interfere diretamente
mural gástrica e estadiamentos oncológicos menos no processo saúde-doença. Frente a isso, faz-se neces-
avançados. O número médio de linfonodos ressecados sário alternativas que visem ações complementares
por paciente e o percentual de pacientes com margens ao tratamento convencional, fortalecendo espaços de
cirúrgicas comprometidas foram semelhantes entre os acolhimento, escuta, discussão e disseminação de co-
grupos. Conclusão: Apesar das limitações do tamanho nhecimento. Nesta perspectiva, a terapêutica grupal
amostral deste estudo, observa-se que a gastrectomia proporciona a vinculação da equipe de saúde e pacien-
laparoscópica proporciona adequada segurança onco- te/familiar, tornando-se um dispositivo que auxilia no
lógica quanto ao número de linfonodos ressecados e às cuidado integral e na adesão ao tratamento proposto.
margens cirúrgicas obtidas.
Contato: ANDREIA IVETE FEIL - brdeia@universo.
Contato: RODRIGO GONCALVES CATA PRETA - univates.br
catapretabh@yahoo.com.br

TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
TEMÁRIO: NUMACO / ENFERMAGEM CÓDIGO: 60879
CÓDIGO: 59698
IMPACTO DA PESQUISA DO
GRUPOS DE APOIO EM ONCOLOGIA: LINFONODO SENTINELA NO CÂNCER
DISPOSITIVOS QUE AUXILIAM PARA UM DO ENDOMETRIO DE ALTO RISCO
CUIDADO INTEGRAL Autores: Glauco Baiocchi; Henrique Mantoan; Lillian
Autores: Andreia Ivete Feil; Marina Manfroi; Laís Regina Yuri Kumagai; Levon Badiglian-Filho; Louise De Brot;
de Carvalho Schwarz; Kelly Mara Black; Janaína Chiogna Alexandre Andre Balieiro Anastacio; Carlos Chaves
Padilha; Paula Michele Lohmann; Cristiane Pivatto; Faloppa;
Instituição: HOSPITAL BRUNO BORN; UNIVERSIDADE DO Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
VALE DO TAQUARI
Objetivo: Determinar o impacto da pesquisa do lin-
Introdução: As intervenções em grupo no contexto da fonodo sentinela (PLS) no estadiamento do câncer do
oncologia auxiliam o paciente e sua família a compre- endométrio de alto risco (endometrióide grau 3, sero-
enderem a doença e seus tratamentos, contribuem na so, células claras, carcinossarcoma, invasão miometrial
construção de estratégias de enfrentamento e possi- profunda ou presença de invasão angiolinfática). Méto-
bilitam a expressão e a elaboração desta experiência, do: Foram analisados 602 pacientes com câncer de en-
oportunizando momentos de troca de saberes e de dométrio no período de Junho de 2007 a Fevereiro de
vivências entre pacientes e/ou familiares e equipe de 2017, sendo 243 incluídos no estudo. Foram compara-
saúde. Objetivo: Relatar a experiência vivenciada por das 82 pacientes submetidas a PLS com injeção do mar-
profissionais das áreas de enfermagem e psicologia, cador no colo do útero com 161 pacientes submetidas a
integrantes de um Programa de Residência Multipro- linfadenectomia pélvica ± retroperitoneal (LND) sem re-
fissional em Saúde, através da estratégia de grupos alizar PLS. Pacientes portadoras de metástase anexial,
como dispositivos de cuidado no contexto da oncolo- peritoneal ou suspeita de comprometimento linfonodal

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foram excluídas. Resultados: O grupo PLS teve maior metástases extra-hepáticas e ressecções incompletas
número de cirurgias minimamente invasivas (70,7% vs foram excluídos da análise. Transfusão sanguínea foi
3,1%; p<0.001) e maior presença de invasão angiolin- categorizada como intra-operatória ou peri-operatória
fática (42,7% vs. 15,5%; p<0.001). Não houve diferença (que incluiu as intra-operatórias e as pós-operatórias) e
entre os grupos no que se refere a idade, tipo histoló- analisadas separadamente. Pacientes foram classifica-
gico e invasão miometrial profunda. A taxa de detecção dos como baixo risco (0–2) ou alto risco (3–5) de recor-
do linfonodo sentinela (LNS) foi de 86,6% e bilateral em rência de acordo com um escore previamente publicado
61% dos casos. Em 8/21 (38%) casos, o LNS positivo foi (escore de Fong). Resultados: Cento e setenta e cinco
detectado apenas após imuno-histoquímica. A sensibi- pacientes preencheram os critérios de inclusão. Qua-
lidade por paciente do LNS foi 90%, valor preditivo ne- renta pacientes receberam transfusão peri-operatória
gativo 95,7% e valor preditivo de falso negativo 4.3%. O e, dentre eles, 23 foram intra-operatória. A mediana de
grupo PLS teve maior taxa de linfonodos pélvicos com- unidades de concentrado de hemácias transfundida foi
prometidos quando comparado ao grupo LND (25,6% 2 (1–10). Houveram 5 óbitos pós-operatórios que foram
vs. 14,3%, p=0.03). Porém, não houve diferença signifi- excluídos da análise de sobrevida. Com um tempo me-
cativa em relação ao comprometimento de linfonodos diano de seguimento de 40 meses, a sobrevida global
retroperitoneais (13,5% vs. 5,6%, p=0.12). No grupo (SG) mediana da população do estudo não foi alcança-
LND, 5 (3,5%) dos casos apresentaram linfonodos re- da e a sobrevida livre de doença (SLD) foi de 24 meses.
troperitoneais comprometidos com linfonodos pélvicos Não observou-se relação entre transfusão sanguínea
negativos (metástase isolada). No grupo PLS 1 (1,9%) (tanto intra quanto peri-operatória) e sobrevida quan-
apresentou metástase isolada retroperitoneal, porém do analisamos toda a população. Porém, a transfusão
essa paciente não teve SLN detectado. Conclusões: No sanguínea intra-operatória, mas não a peri-operatória,
câncer do endométrio de alto risco, a pesquisa do LNS teve impacto tanto na SLD (5 anos: 0 x 25.5%, p=0.026/
identifica um maior número de metástases em linfono- HR=2.9, p=0.027, IC95% =1.1–7.7) quanto na SG (5 anos:
dos pélvicos e aumenta a taxa de linfonodos compro- 0 x 72.4%, p=0.004/ HR=6.6, p=0.008, IC95%=1.6–26.6)
metidos em 9,8% após a imuno-histoquímica. Não foi nos pacientes classificados como alto risco, tanto pelo
encontrado metástase linfonodal retroperitoneal isola- teste de log-rank quanto no modelo de regressão lo-
da nos casos em que houve detecção do SLN. gística múltipla de Cox. Conclusão: A transfusão san-
guínea intra-operatória pode ter um impacto negativo
Contato: GLAUCO BAIOCCHI NETO - glbaiocchi@
na sobrevida a longo prazo dos pacientes com MHCR
yahoo.com.br
ressecadas que tenham um alto risco de recorrência de
acordo com o escore de Fong.
Contato: MARCIO CARMONA MARQUES -
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS dr.marciocarmona@gmail.com
CÓDIGO: 57446

IMPACTO DA TRANSFUSÃO SANGUÍNEA


INTRA-OPERATÓRIA NA SOBREVIDA TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO
DOS PACIENTES COM METÁSTASES CÓDIGO: 61913
HEPÁTICAS DE CÂNCER COLORRETAL
RESSECADOS INFLUENCIA DA LINFADENECTOMIA
NA MORTALIDADE E SOBREVIDA
Autores: Márcio Carmona Marques; Heber Salvador
de Castro Ribeiro; Wílson Luiz da Costa Jr; Alessandro NO TRATAMENTO CIRÚRGICO DO
Landskron Diniz; André Luiz de Godoy; Igor Correia de ADENOCARCINOAM GASTRICO EM
Farias; Antonio Moris Cury Filho; Felipe José Fernández UMA INSTITUIÇÃO DE REFERÊNCIA DO
Coimbra; ESPÍRITO SANTO
Instituição: HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ Autores: Meire Cardoso da Mota Bastos; Carlos
Introdução: A transfusão sanguínea é um fator predi- Alexandre Meneghelli; Pedro Lorencini Belloti; Ana
tor de recorrência e sobrevida nos pacientes com car- Luiza Miranda Cardona Machado; Luiz Fernando
Mazzini Gomes; Luiz Augusto de Castro Fagundes Filho;
cinoma hepato-celular ressecados mas seu impacto
Leonardo Orletti; Caio Duarte Neto;
na evolução dos pacientes com metástases hepáticas
Instituição: HOSPITAL SANTA RITA DE CASSIA
colorretais (MHCR) operados ainda é incerto. Objetivo:
Determinar a relação da transfusão sanguínea e sobre- Introdução: O câncer gástrico tem como um de seus
vida a longo prazo em pacientes com MHCR resseca- preditores prognóstico e de tratamento adjuvante o
dos extratificando-os de acordo com o risco de recidiva. número de linfonodos ressecados e acometidos. Ob-
Método: Este estudo é uma análise retrospectiva dos jetivo: Avaliara influência dos diversos tipos de lin-
pacientes com MHCR operados entre 1998 e 2012. Pa- fadenectomia na morbimortalidade do tratamento
cientes com doença hepática inicialmente irressecável, cirúrgico do adenocarcinoma gástrico. Método: Estu-

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do retrospectivo com pacientes portadores de adeno- tados: Foram analisadas 62 mulheres onde as com-
carcinoma gástrico submetidos a gastrectomia total plicações tratadas com linfotaping no pós-operatório
ou subtotal com linfadenectomia D1,D2 ou extendida foram edema (91,9%), fibrose (43,5%), seroma (19,4%),
com intenção curativa, na Afecc-Hospital Santa Rita de prótese alta (14,5%), hematoma (12,9%) e aderência
Cássia no período de 2008 a 2015. Foram excluidos os cicatricial (9,1%). O número de atendimentos fisiotera-
pacientes submetidos à cirurgia de urgência e os sub- pêuticos foi em média 5,4 (DP 4,1). Quando compara-
metidos à linfadenectomia D0. Resultados: Popula- das as complicações com o número de atendimentos,
ção total de 336 pacientes.Dos pacientes submetidos observou-se que o seroma (p=0,016) e a aderência cica-
à linfadenectomia D1(21,4%), média de idade foi 72,8 tricial (p=0,017) mostraram diferença estatisticamente
anos, taxa de hemotransfusão intra-operatória de 11%, significativa, ou seja, antes de 10 atendimentos estas
taxa de complicação pós-operatória de 25% e óbito complicações foram melhor resolvidas que as demais,
pós-operatório de 13,8%. Dos pacientes submetidos sendo que nestas pacientes o seroma não necessitou
à linfadenectomia D2(54,8%), média de idade de 63,9 de punção. O uso de linfotaping foi complementar ao
anos, taxa de hemotransfusão intra-operatória 7%, taxa tratamento convencional através de drenagem linfá-
de complicação pós-operatória de 14% e taxa de óbito tica manual e terapia manual para fibrose e cicatriz.
pós-operatório de 3,2%.Daqueles submetidos à linfade- Conclusão: a técnica do linfotaping auxiliou no trata-
nectomia extendida(23,8%), média de idade de 60 anos, mento de complicações pós-operatórias de cirurgias
taxa de complicação pós-operatória de 13% e taxa de oncoplásticas, reduzindo o número de atendimentos
óbito pós-operatório de 6%. Conclusão: A radicalidade fisioterapêuticos, principalmente no tratamento de se-
da linfadenectomia no tratamento do adenocarcinoma roma e aderência cicatricial. Este estudo é o primeiro a
gástrico deve ser estimulada afim de adequar o estadi- demonstrar o uso de linfotaping nas complicações rela-
mento patológico, interferir na melhor modalidade de cionadas às reconstruções mamárias.
tratamento complementar e melhorar o desfecho prog-
Contato: LARISSA LOUISE CAMPANHOLI - larissalcm@
nóstico nos pacientes com câncer gástrico avançado.
yahoo.com.br
Contato: MEIRE CARDOSO DA MOTA BASTOS -
meirebastos_fmc@hotmail.com

TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO


CÓDIGO: 61934
TEMÁRIO: NUMACO / FISIOTERAPIA
CÓDIGO: 59479 MARCADORES INFLAMATÓRIOS NO
CÂNCER GÁSTRICO: DESFECHOS PÓS
LINFOTAPING NO TRATAMENTO DAS GASTRECTOMIAS
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS Autores: Carlos Alexandre meneghelli; Meire Cardoso
DE RECONSTRUÇÕES MAMÁRIAS da Mota Bastos; Pedro Lorencini Belloti; Ana Luiza
ONCOPLÁSTICAS Miranda Cardona Machado; Luiz Fernando Mazzini
Gomes; Luiz Augusto de Castro Fagundes Filho;
Autores: Larissa Louise Campanholi; Maria Luiza
Leonardo Orletti; Caio Duarte Neto;
Barszcz; Mirella Dias; Jaqueline Munaretto Timm
Baiocchi; Anke Bergmann; Instituição: HOSPITAL SANTA RITA DE CASSIA
Instituição: INSTITUTO SUL PARANAENSE DE Introdução: Pesquisas recentes e estudos moleculares
ONCOLOGIA em cobaias mostram forte relação entre câncer e infla-
Introdução: Linfotaping é uma técnica que vem sendo mação. A avaliação dos índices inflamatórios em pa-
amplamente utilizada na prática clínica, onde aplica-se cientes podem ser utilizados para dimensionar o risco
uma bandagem elástica sobre a pele, responsável por dos pacientes graves. Tem sido utilizada a dosagem de
aumentar o espaço entre ela e o músculo, promoven- proteínas de fase aguda e diferentes relações para clas-
do melhora do fluxo sanguíneo e linfático. Objetivo: sificação de pacientes em diferentes grupos de risco. A
analisar o uso de linfotaping no tratamento de compli- relação PCR/Albumina é uma delas. Objetivo: Avaliar
cações no pós-operatório de cirurgias oncoplásticas e a associação entre inflamação e morbimortalidade em
verificar quais complicações podem ser resolvidas mais pacientes submetidos a gastrectomia por câncer gástri-
precocemente. Método: foram analisados prontuários co. Método: Trata-se de um estudo retrospectivo com
de pacientes que realizaram reconstruções mamárias pacientes portadores de adenocarcinoma gástrico, sub-
com prótese de silicone, implante expansor (Becker), metidos a gastrectomia subtotal ou total em uma insti-
rotação do músculo grande dorsal, quadrantectomia tuição de referência de Vitória-ES no período de 2008
oncoplástica e/ou simetrização, operadas entre 2013 e a 2015. Foram excluídos os pacientes submetidos a
2016. Excluíram-se as pacientes nas quais não foi rea- cirurgia de urgência. Os pacientes foram estratificados
lizada a aplicação do linfotaping ou que abandonaram conforme os valores obtidos a partir da relação entre
o tratamento sem obter alta fisioterapêutica. Resul- de proteína C reativa e albumina pré-operatórios e re-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 111


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

lacionando ao desfecho pós operatório. Resultados: A óbitos por tumores ósseos primários apresentaram
população foi de 117 pacientes. Estratificados em 4 gru- contribuição mais importante para a mortalidade por
pos de acordo com risco de complicação: G1(sem risco); câncer (média de 7,35%). Conclusão: É possível concluir
G2(baixo risco); G3(médio risco); G4(alto risco). Após a que houve tendência crescente das taxas de mortalida-
estratificação 47% dos pacientes foram classificados de no período estudado, porém o padrão etário de aco-
como de alto risco e destes 20% apresentaram compli- metimento não sofreu alteração significativa. O câncer
cações no pós operatórios. A taxa de óbito pós opera- ósseo primário foi responsável por uma proporção sig-
tório foi de 2,5% e esses pacientes foram classificados nificativa dos óbitos por câncer em menores de 20 anos
nos grupos de maior risco (G3 e G4). Conclusão: A re- entre 2000 e 2014. Pelo que temos conhecimento este
lação PCR/Albumina faz-se método simples e de baixo é o primeiro estudo de base populacional no Brasil a
custo de inferir indiretamente o risco de complicações contemplar mortalidade por tumores ósseos malignos
pós-operatórias e tem valor prognóstico nos pacientes primários.
oncológicos, independente do estádio clínico.
Contato: CARLA VIEIRA STRAUCH - carlastrauch@
Contato: CARLOS ALEXANDRE MENEGHELLI - gmail.com
carlosalexandremeneghelli@hotmail.com

TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO


TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS CÓDIGO: 58093
CÓDIGO: 60280
O PAPEL DO ESTADIAMENTO
MORTALIDADE POR CÂNCER ÓSSEO LAPAROSCÓPICO NO TRATAMENTO
PRIMÁRIO NO BRASIL DE 2000 A 2014: LOCAL DO CÂNCER GÁSTRICO
PERFIL DEMOGRÁFICO E TENDÊNCIA AVANÇADO
TEMPORAL Autores: José Francisco Ferreira Lima; Antonio Felipe
Autores: Carla Strauch; David Sadigursky; Fernanda Santa Maria; Marcus Valadão; Antonio Carlos Ribeiro
Campos; Ian Públio; Emerson Prisco; Letícia Brito; Garrido Iglesias; Wallace Hostalacio Avelar Martins;
Instituição: FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO
RIO DE JANEIRO
Introdução: Tumores ósseos malignos primários são
neoplasias raras. Acometem mais o sexo masculino e Introdução: O câncer Gástrico (CG) é a quarta Neo-
a mortalidade tem maior impacto na faixa etária mais plasia maligna mais comum sendo causa de mais de
jovem. Até o momento não se tem fatores de risco 10% das mortes por câncer no mundo1. Apresenta alta
modificáveis nem formas de prevenção conhecidos. incidência e comportamento biológico agressivo. Dis-
Diagnóstico e tratamento precoces permanecem como seminação peritoneal é a principal via de metástase5.
melhor fator prognóstico. No que concerne o câncer Objetivo: Determinar a contribuição da VLP na identifi-
ósseo primário, conhecer o perfil demográfico é de fun- cação da doença peritoneal não detectada por estudos
damental importância para identificação de casos sus- pré-operatórios de imagem e na prevenção de laparo-
peitos e encaminhamento adequado para serviços de tomia desnecessária nos casos de doença inoperável.
referência. Objetivo: Conhecer o perfil demográfico e Método: Estudo prospectivo de coorte envolvendo 32
tendência temporal da mortalidade por esta patologia pacientes com adenocarcinoma gástrico submetidos
no Brasil no período de 2000 a 2014. Método: Os dados à cirurgia no Hospital Universitário Gaffrée e Guinle
utilizados foram de base populacional obtidos no INCA, (HUGG) entre maio/2011 e março/2013. Comparou-se
DATASUS e IBGE. Foi analisada a incidência, a morta- o impacto da VLP no estadiamento do CG em 2 grupos:
lidade (para 100.000 habitantes), e a contribuição dos A) pacientes com tumores não-Borrmann tipo 4, abaixo
óbitos por tumores ósseos para a mortalidade por cân- de 8 cm e sem evidência de linfadenomegalia no exame
cer, estratificados por sexo e faixa etária. Resultados: de imagem; B) pacientes com tumores de Borrmann
Os resultados encontrados demonstram maior incidên- tipo 4 ou >8 cm ou com evidência de Linfadenomegalia
cia no sexo masculino (54,23%) e nas duas primeiras em exames de imagem. Critérios de Inclusão: Indivídu-
décadas de vida (31,15%). A mortalidade apresentou os com idades entre 18 e 90 anos com Adenocarcinoma
tendência crescente em ambos os sexos, sendo maior primário de estômago, sem evidência de metástases;
em homens. A análise de tendência temporal por faixa exame pré-operatório de imagem, com ausência de
etária não encontrou relação importante com o tempo. tratamento oncológico para CG. Foi assinado Termo
Os indivíduos com idade mais avançada apresentaram de Consentimento Livre e Esclarecido. Critérios de Ex-
maiores taxas de mortalidade com média de 3,78 ca- clusão: indivíduos com risco cirúrgico proibitivo e com
sos, enquanto os outros grupos etários não alcançaram Escala de Karnofsky<30%. Procedimentos cirúrgicos
1 caso. Porém, foi na faixa etária mais jovem que os realizados sob anestesia geral. Laparoscopia através
da inserção de 3 trocartes: primeiro (10 mm) imediata-

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mente acima do umbigo, incisão a partir da qual dióxido linfedema, tema de maior interesse do grupo sob estu-
de carbono foi insuflado para criar pneumoperitônio (8 do. Método: Consistiu na aplicação de um questioná-
a 12 mmHg), segundo (10 mm) sobre a linha média em rio para as mulheres em reabilitação pós-mastectomia
posição subxifóide e terceiro (5mm) aberto em área do envolvidas no estudo. Participaram da oficina 25 mu-
flanco D. Resultados: Idade média no grupo de estudo lheres com faixa etária entre 35 e 70 anos. A OEP se
foi de 63,2 anos (Faixa de 40 a 88 anos). A maioria dos deu em 5 etapas: 1) Apresentação da OEP; 2) Divisão
tumores foi classificada como tipo Borrmann 3. Gastrec- das mulheres em pequenos grupos para construção
tomia Subtotal responsável por 65,3% das ressecções de cartaz com situações que podem favorecer o início
gástricas; Gastrectomia Total responsável por 34,7%. ou agravamento do linfedema; 3) Teorização do tema
A Linfadenectomia estendida (D2) foi o procedimento com o uso de materiais educativos visando favorecer
mais comum (73,9%). Impacto da VLP na Alteração da a compreensão dos conceitos utilizados; 4) Relato das
Estratégia Terapêutica: dos 7 pacientes (22,6%) em que mulheres quanto às dificuldades que encontram na
a VLP revelou doença peritoneal foi possível prevenir sua realidade quanto à prevenção do linfedema; 5)
a laparotomia em 5 (16,1%). DISCUSSÃO e Conclusão: Avaliação das mulheres sobre a OEP e o conhecimen-
Tumores indiferenciados em 77,4% dos pacientes. Esta- to construído sobre o linfedema. As informações fo-
diamento clínico: 87% dos pacientes T3 ou T4. Sensibili- ram coletadas, organizadas e categorizadas, buscando
dade, especificidade e exatidão do método foram 84%, identificar as respostas mais recorrentes. Resultados:
100% e 94%, respectivamente. Destaca-se a colocação Os resultados mostraram que a OEP foi estratégia de
de trocartes através de 3 punções permitindo acesso grande valia na opinião das mulheres quanto a favo-
aos 4 quadrantes abdominais. recer a aquisição de novos conhecimentos, facilitar a
compreensão sobre o linfedema e a valorizar a atuação
Contato: JOSÉ FRANCISCO FERREIRA LIMA SIMÃO DE
delas na OEP. Os materiais educativos utilizados foram
SOUSA - josedemolay@hotmail.com
incluídos na rotina do setor de fisioterapia visando po-
tencializar a capacidade de aprendizado e retenção das
informações pertinentes ao linfedema. Através da OEP
TEMÁRIO: NUMACO / FISIOTERAPIA pretende-se fortalecer a autonomia dessas mulheres,
CÓDIGO: 59605 a relação e ação com o próprio corpo motivando ações
mais amplas em relação ao seu autocuidado.
OFICINA EDUCATIVA Contato: CLARICE SILVA DE SANTANA -
PROBLEMATIZADORA COMO santanaclaricefisio@gmail.com
ESTRATÉGIA DE EDUCAÇÃO EM
SAÚDE NA REABILITAÇÃO APÓS A
MASTECTOMIA
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
Autores: Clarice Silva de Santana; Claudia Teresa Vieira
CÓDIGO: 60084
de Souza;
Instituição: PÓS-GRADUAÇÃO EM ENSINO DE
PANCREATECTOMIAS: ANÁLISE DOS
BIOCIÊNCIAS E SAÚDE/IOC/FIOCRUZ
CASOS OPERADOS ENTRE 2010 E 2015
Introdução: A mastectomia é uma cirurgia agressi- Autores: Phillipe Geraldo Teixeira de Abreu Reis; Flavio
va e mutiladora e traz consequências traumatizantes Daniel Saavedra Tomasich; Gerardo Valladares; Carlos
na qualidade de vida da mulher. A reabilitação após a Arai; Gabriella Eduarda Jacomel; Luiz Antonio Negrão;
mastectomia pode se tornar dificultosa quando a mu- Fernando Mauro; Carla Simone da Silva;
lher não compreende seu processo de doença e as se- Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ
quelas/limitações advindas desta cirurgia. Orientações
podem facilitar à adaptação da mulher a sua nova con- Objetivo: Apresentar dados referentes aos pacientes
dição e a torna participante na sua recuperação cirúrgi- submetidos a cirurgia pancreática entre 2010 e 2015.
ca. A educação em saúde é uma prática que favorece o Estudar características epidemiológicas tentando defi-
processo de promoção da saúde e a articulação de cui- nir fatores de risco para a doença e resultado do trata-
dado e pedagogia problematizadora, traz um diálogo mento. Método: Os dados foram coletados do prontu-
horizontalizado entre profissionais de saúde e usuárias, ário médico junto ao Serviço de Arquivo Médico. A ficha
contribuindo para o desenvolvimento de um cuidado utilizada é baseada no padrão do Instituto Nacional do
empoderador. Visando a quebra da tradicional relação Câncer. As frequências absolutas e relativas foram ge-
vertical que existe nas ações de educação em saúde, radas a partir do sistema SISRHC e tabuladas através
descreveremos a operacionalização das Oficinas Edu- do Sistema EpiInfo, versão 7.1. A taxa de sobrevida foi
cativas Problematizadoras (OEP), técnica apresentada calculada pelo método de Kaplan-Meier. Resultados:
neste trabalho. Objetivo: Facilitar a compreensão de Foram realizadas 98 cirurgias pancreáticas, sendo 43
mulheres que vivenciaram o câncer de mama sobre o cirurgias de Whipple, 10 pancreatectomias corpo-cau-
dais, e 43 derivações bilio-digestivas. 50% dos pacien-

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tes foram do sexo masculino. 55% dos pacientes apre- prontuários. Em relação as lesões desenvolvidas, LP re-
sentaram histórico de tabagismo e 25,6% de etilismo. presentou 25,9% (44), LF 21,2% (36) e DAÍ 22,4% (38).
Somente 1 paciente apresentava história familiar de Quanto ao estado civil, 57,1% eram casados, 26,8% sol-
neoplasia peri-ampular. Apenas 22,8% dos pacientes teiros, 10% viúvo e 6% divorciados. O acesso ao trata-
haviam registro de ecografia pré-operatória, entretanto mento se dava por meio de convênio (77,1%), sistema
todos realizaram TC ou RNM. 93,8% dos pacientes não único de saúde (22,4%) e particular: (0,6%). Conclusão:
realizaram CPRE antes da cirurgia. 8,6% dos pacientes O perfil do paciente oncológico que desenvolve as le-
realizaram laparoscopia estadiadora pré-operatória. sões avaliadas possui predominância no sexo masculi-
13,2% dos pacientes já apresentavam metástases pré- no, idade acima de 60 anos, haviam realizado tratamen-
-operatória. 56% dos pacientes apresentavam tumores to oncológico cirúrgico, radioterápico e principalmente
de cabeça do pâncreas, 10,9% peri-ampulares e 9,8% de quimioterápico, como comorbidade mais encontrada
corpo e cauda. O tipo histológico mais frequente foi o está o Diabetes Mellitus, hipertensão arterial sistêmica,
adenocarcinoma (54,5%). Somente 2 pacientes recebe- doenças pulmonar obstrutiva crônica e o tabagismo, os
ram quimioterapia pré-operatória e 24,2% foram para casos de obesidades representam a minoria na amos-
adjuvância. Somente 4,2% dos pacientes tiveram com- tra, assim também como etilismo. O tipo de acesso ao
plicações intra-operatórias. Em 26,1% dos pacientes fo- sistema de saúde não impactou na risco de desenvolvi-
ram realizadas ressecções multiorgânicas, e 11% neces- mento de lesão e o tipo de câncer mais prevalente foi
sitaram de drogas vasoativas no pós-operatório. 30% colorretal, hematológico, cabeça e pescoço e câncer de
dos pacientes receberam hemotransfusão. De todas as próstata. Após o desenvolvimento das lesões cerca de
cirurgias, 37% tiveram complicação pós-operatória grau 78% dos pacientes caracterizados no estudo foram a
2 ou 3 de Clavien-Dindo e 48% necessitaram reopera- óbito no período inferior a 2 anos.
ção. 20% dos pacientes atingiram remissão em 6 me-
Contato: DOUGLAS PEREIRA DA SILVA - douglas.
ses, 19,5% apresentaram progressão da doença. 74,6%
pereira@accamargo.org.br
dos pacientes foram a óbito em menos de 5 anos. Con-
clusão: Pancreatectomias apresentam dificuldade téc-
nica e anatômica considerável, além de serem indica-
das para neoplasia de alta agressividade. Os desfechos TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
cirúrgicos apresentam altos índices de complicações. CÓDIGO: 61680
Contato: ANA LUÍSA BETTEGA - Bettega.ana@gmail.
com PESQUISA DE LINFONODO SENTINELA
PARA CÂNCER DE COLO E ENDOMÉTRIO
INICIAL: AVALIAÇÃO DA COMBINAÇÃO
DE LINFOCINTILOGRAFIA PRÉ
TEMÁRIO: NUMACO / ENFERMAGEM
OPERATÓRIA E DETECÇÃO CIRÚRGICA
CÓDIGO: 61843
COM CORANTE
PERFIL DO PACIENTE ONCOLÓGICO Autores: Carla Simone da Silva; Mariana Maranho Chyla;
Renan Santos Alves; Reitan Ribeiro; José Clemente
QUE DESENVOLVEU LESÃO DE PELE Linhares; Audrey Tieko Tsunoda;
DURANTE A INTERNAÇÃO Instituição: HOSPITAL ERASTO GAERTNER
Autores: Douglas Pereira da Silva; Maria das Graças da
Silva Matsubara; Introdução: A pesquisa de linfonodo sentinela (LNS)
tem o potencial de evitar linfadenectomia desnecessá-
Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
ria em até 90% dos casos de câncer inicial de colo ute-
Introdução: As lesões de pele passaram a integrar os rino e endométrio. A detecção deve ser bilateral para
processos de acreditação das instituições de saúde na- que o método seja confiável. Há uma curva de apren-
cionais e internacionais, dessa forma sua discussão tem dizado, que pode ser o limitante para a implementação
se tornado crescente dentro das organizações hospita- da pesquisa do LNS neste contexto. Objetivo: Avaliar
lares. Dentre as lesões de pele passiveis de prevenção a implementação de dois métodos combinados para
estão: Lesão por Pressão (LP), Dermatite Associado à pesquisa de LNS no câncer precoce de endométrio e
Incontinência (DAI) e Lesão por Fricção (LF). Objetivo: cérvice uterino. Método: Estudo prospectivo, fase II,
Caracterizar o perfil do paciente oncológico que desen- para avaliar detecção de metástase linfonodal combi-
volve lesão (LP, LF e DAI) durante a internação. Mate- nando a injeção cervical de corante azul patente e de
rial e Método: Trata-se de um estudo retrospectivo, radioisótopo Tecnécio-99. Resultado: No período de 7
observacional, descritivo, transversal com abordagem meses, 15 pacientes com média de 48 anos, foram in-
quantitativa, realizado em um hospital oncológico. A cluídas no estudo. Dez pacientes foram elegíveis mas
realização desta pesquisa aprovado pelo Comitê de não participaram por não aceitarem entrar na pesquisa
Ética em Pesquisa da Fundação Antônio Prudente sob ou por não fazerem o exame (não compareceram à clí-
o número: 2355/17. Resultados: Foram avaliados 170

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nica de diagnóstico por imagem). Câncer de colo de úte- objetivos deste estudo são: observar a prevalência de
ro abrangeu 60%, e de endométrio 40% dos casos. Em CCR em um hospital universitário, analisar dados dos
relação a detecção de radiofármaco na linfocintilografia pacientes acometidos e realizar uma breve revisão da li-
em região pélvica, 8 pacientes concentraram à esquer- teratura acerca de CCR. Método: Trata-se de um estudo
da (E) e 8 à direita (D), sendo que em 3 pacientes, foram retrospectivo, observacional e descritivo, de pacientes
detectados em ambos os lados. A região ilíaca foi a mais submetidos à nefrectomias no período de 1º de Janeiro
prevalente. Uma paciente não concentrou o radiofár- de 2011 a 31 Dezembro de 2016. Inicialmente, realizou-
maco. Todas as pacientes apresentaram linfonodos co- -se um levantamento de dados do Serviço de Anatomia
rados em pelve. Em 13 pacientes foi observado LNS à D Patológica para a seleção de todos os pacientes sub-
e em 12, à E. O local mais comum de LNS corado foi a metidos à nefrectomia radical e parcial, analisando-se:
região obturatória bilateralmente. Houve concordância idade, sexo, lateralidade, classificação histopatológica
de detecção por ambos os métodos em 53% no lado e classificação Furhmann. Resultados: Foram realiza-
D da pelve e em 60% do lado E. Dos linfonodos envia- das 209 nefrectomias ao total, sendo 63 diagnosticadas
dos a congelação, 4 % apresentaram micrometastase como CCR, ou seja, prevalência de 30,14% de CCR sub-
(1/25) . Em três casos, a linfocintilografia apresentou metidos à nefrectomia. Entre eles: 39 são do tipo CC, 16
concentração de radiofármaco em locais não detecta- do tipo papilífero, 3 cromófobos, 2 de ductos coletores
dos por azul patente. Além disso, em cadeia ilíaca ex- e 3 não-classificados. Em relação ao sexo, a prevalência
terna E, duas pacientes se beneficiaram da detecção foi de 24 mulheres, e 39 homens. Em relação à laterali-
de LNS pelo gamma probe convencional. Conclusão: dade, 37 estão à direita e 25 à esquerda, sendo um lau-
A combinação de linfocintilografia a pesquisa LNS com do em que a lateralidade foi ignorada. A média de idade
corante aumenta em 30 % a detecção bilateral de LNS encontrada foi: 59,20 anos. Sendo que em homens, a
para câncer de colo e corpo uterino inicial, na etapa de média de idade é 60,41 anos e em mulheres é 57,25
implementação desta série prospectiva anos. Em relação à classificação Furhman, 7 pacientes
foram alocados no estágio 1,31 no estágio 2,13 no es-
Contato: CARLA SIMONE DA SILVA - carlasimonesilva@
tágio 3 e 1 no estágio 4, sendo que 11 não foram classi-
yahoo.com.br
ficados segundo este estadiamento. Conclusão: Neste
estudo evidenciou-se que, a maior prevalência de CCR
ocorre no sexo masculino, com idade média de 59,20
TEMÁRIO: URO – 0NCOLOGIA anos, compatível com a literatura utilizada.
CÓDIGO: 61774 Contato: ALINE COLTRO - coltroaline@gmail.com

PREVALÊNCIA DE CARCINOMA DE
CÉLULAS RENAIS EM PACIENTES
SUBMETIDOS A NEFRECTOMIAS NO TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO
HOSPITAL UNIVERSITÁRIO ANTÔNIO CÓDIGO: 61805

PEDRO NO PERÍODO DE 2011 A 2016


PREVALÊNCIA DE CÂNCER GÁSTRICO
Autores: Daniel Carvalho Ribeiro; Aline Coltro; Alison
Mangolin; Ronielly Pereira Bozzi; André Borges de
NO HOSPITAL UNIVERSITÁRIO
Freitas Dupim; Mari Hattori Ballantyne Wyper; Heleno ANTÔNIO PEDRO
Augusto Moreira da Silva; José Scheinkman; Autores: Alison Mangolin; Marcelo Sá de Araujo;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE Aline Coltro; Davi Beraldo Porciuncula; Camila de
Albuquerque Marques; Mateus Mendes Oroski; Danilo
Introdução: O carcinoma de células renais(CCR) repre- Alves Araújo; Clara Alvim Moreira;
senta 2% a 3% de todos os tumores malignos em adul- Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
tos, sendo o mais letal dos cânceres urológicos. Essa ne-
oplasia é mais incidente no idosos, entre 50-70 anos de Introdução: Atualmente, o câncer gástrico (CG) possui
idade e predomina no sexo masculino(2:1 em relação alta prevalência, sendo o quarto tumor maligno mais
ao sexo feminino). Podem se apresentar na forma es- frequente entre os homens e sexto entre as mulheres.
porádica ou hereditária, sendo esta a menos frequente. A estimativa, segundo o INCA, é de 12.920 casos novos
A classificação para os CCR, baseada em aspectos his- de câncer de estômago em homens e 7.600 em mulhe-
tológicos é importante para determinar o prognóstico res no ano de 2016. O tipo histológico mais prevalente é
e a terapêutica. As variantes histológicas mais comuns o adenocarcinoma localizado no terço distal do estôma-
são: células claras(CC), papilífero(cromófilos) e cromó- go, sendo o subtipo intestinal o mais frequente. Objeti-
fobo. Outros subtipos incluem: carcinomas dos ductos vo: Analisar todos os pacientes diagnosticados com CG
coletores (de Bellini), cístico-sólido e não-classificáveis. em um hospital universitário de Niterói no período de
Os sinais e sintomas são inespecíficos nas fases iniciais, 2013 a 2016. Método: Estudo retrospectivo, analisando
sendo mais comumente um achado incidental em exa- os prontuários de pacientes diagnosticados com CG no
mes de rotina e outros procedimentos. Objetivo: Os período do estudo. Foram examinados 15 prontuários,

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obtendo as seguintes variáveis: sexo, idade, classifica- Introdução:– O papel da quimioterapia intraperitoneal
ção endoscópica, diagnostico histopatológico, invasão hipertérmica (HIPEC) no tratamento do câncer gástrico
neural e angiolinfática, topografia do tumor, realização se baseia em estudos orientais que recomendam sua
de biópsia endoscópica e gastrectomia. A classificação realização em pacientes com fatores prognósticos fa-
endoscópica utilizada foi a de Borrmann, e as classifi- voráveis, mas séries ocidentais instituicionais são raras.
cações histopatológicas foram: Lauren, OMS 2010 e Objetivo: O objetivo deste estudo é descrever os desfe-
Viena. Resultados: A média de idade encontrada foi de chos de curto e longo prazo de pacientes tratados com
68 anos, com predomínio masculino (53,33%). Quanto a cirurgia com intuito curativo e HIPEC em um único cen-
localização, a maior prevalência foi o antro com 7 casos tro oncológico. MÉTODOS – Este é um estudo retros-
(36,84%), seguido pelo piloro e corpo com 4 casos cada pectivo com pacientes com adenocarcinoma gástrico
um (21,05% cada) e fundo e cárdia com 2 casos cada que tiveram HIPEC como parte de seu tratamento entre
um (10,52% cada). Todos os pacientes foram submeti- julho de 2007 e outubro de 2016. No total de 43 pacien-
dos a endoscopia digestiva alta e 10 (66,67%) realiza- tes, 27 apresentavam tumores estadiados como cT3-T4
ram gastrectomia. Segundo a classificação endoscópica N+ e receberam quimioterapia pré-operatória seguida
de Borrmann, 7 (46,70%) são do tipo III, 4 (26,70%) são de ressecção e HIPEC profilática. Os outros 15 tinham
do tipo IV, 1 (6,70%) é do tipo II e 3 (20%) não possuem diagnóstico prévio de doença peritoneal exclusiva e fo-
classificação. Em 3 pacientes (20%) foram encontrados ram tratados com cirurgia citorredutora, se PCI até 12,
invasão da junção gastresofágica. Em relação a inva- e HIPEC. Resultados: Pacientes do sexo masculino fo-
são angiolinfática, 4 casos (26,67%) foram positivos, 8 ram ligeira maioria, a mediana de idade foi de 52 anos
(53,33%) negativos e 3 (20%) não foram classificados, (30-71 anos) e 88% dos indivíduos foram classificados
enquanto a invasão neural, 6 (40%) foram positivos, 6 como ASA 1 ou 2. A ressecção incluiu uma gastrectomia
(40%) negativos e 3 (20%) não foram classificados. O total em 76% dos casos e todos receberam linfadenec-
diagnóstico histológico mais prevalente foi o Adenocar- tomia D2. Uma ressecção ampliada foi necessária em
cinoma Gástrico tipo Intestinal de Lauren com 6 casos 11 casos. Transfusão sanguínea foi realizada em 26%
(40%), seguido do tipo Difuso de Lauren com 3 (20%), dos indivíduos. Tempo cirúrgico mediano foi de 600 mi-
Carcinoma Neuroendócrino com 2 (13,33%) e os restan- nutos e o de internação de 12 dias. Complicações foram
tes, Adenocarcinoma tipo Misto de Lauren, Adenocar- observadas em 43% dos pacientes, sendo abscesso in-
cinoma Tubular, Adenocarcinoma tipo Anel de Sinete tracavitário (6 casos) e infecção de ferida operatória (4)
e Adenocarcinoma Intramucoso tipo 5 de Viena, todos as mais comuns. No entanto, complicações maiores
com 1 caso cada. Conclusão: A prevalência de sexo (Clavien III ou IV) foram menos frequentes (19%). Não
masculino e idade média estão de acordo com análise houve mortalidade pós-operatória em 60 dias. Não se
do INCA 2016. A localização, classificação endoscópica observou diferença na morbidade entre pacientes tra-
e histológica do tumor predominante em nosso estudo tados com HIPEC profilática e aqueles submetidos a
estão de acordo com a literatura. citorredução. O único fator que influiu na ocorrência
de complicações foi o estádio patológico T3-T4. Com
Contato: ALISON MANGOLIN - alison11235@gmail.
tempo de seguimento mediano de 27 meses, pacientes
com
não metastáticos tratados com HIPEC profilática apre-
sentam sobrevida em 3 anos de 68% e mediana ainda
não atingida. Já os metastáticos tratados com citorre-
TEMÁRIO: CIRURGIA CITORREDUTORA / HIPEC dução mantém sobrevida mediana de 28 meses e em
CÓDIGO: 61973 2 anos de 47%. O estádio patológico ypN2 e N3 esteve
associado a uma piora significativa de sobrevida global
QUIMIOTERAPIA INTRAPERITONEAL (HR de 5,9; P=0,021). Conclusão: – O tratamento com
ressecção com intuito curativo e HIPEC em pacientes
HIPERTÉRMICA (HIPEC) NO
com doença localmente avançada ou metastática está
TRATAMENTO CURATIVO DO CÂNCER associado a uma morbidade bastante aceitável e a re-
GÁSTRICO LOCALMENTE AVANÇADO sultados de sobrevida significativos para pacientes com
OU METASTÁTICO – RESULTADOS DE prognóstico outrora limitado.
UM CENTRO ONCOLÓGICO OCIDENTAL
Contato: DIEGO GREATTI VAZ DA SILVA - dgvsilva@
Autores: Wilson Luiz da Costa Junior; Diego Greatti Vaz
gmail.com
da Silva; Bruno Luiz Galvão; Héber Salvador de Castro
Ribeiro; Alessandro Landskron Diniz; André Luís de
Godoy; Igor Correia de Farias; Victor Hugo Fonseca de
Jesus; Maria Dirlei Ferreira de Souza Begnami; Felipe
José Fernández Coimbra; TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
CÓDIGO: 61788
Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER

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RECONSTRUÇÃO COM RETALHOS RELAÇÃO DA PRESENÇA DE


MIOCUTÂNEOS REGIONAIS APÓS LESÕES CUTÂNEAS SUSPEITAS DE
EXTENSAS RESSECÇÕES POR CÂNCER DE MALIGNIDADE COM FATORES DE RISCO,
VULVA NAS CAMPANHAS DE PREVENÇÃO
Autores: Ronaldo Lucio Rangel Costa; André Lopes; PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA CONTRA O
Vivian Sartorelli; Helliny Machado de Moura Grupp; CÂNCER DE PELE, REALIZADAS POR
Lisset Caridad Gonzalez Perez; Joana Sobrinho; Ailma UMA LIGA ACADÊMICA DE ONCOLOGIA,
Larre; Carla Baltazar de Sousa; Thais Gomes de Almeida;
EM CIDADES DO INTERIOR GAÚCHO EM
Francisco Ricardo Gualda Coelho;
2016
Instituição: INSTITUTO BRASILEIRO DE CONTROLE DO
CANCER; INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO Autores: Ana Paula Gouvêa; Carolina Silveira da Silva;
PAULO Betina Maria Giordani; Gustavo Szczecinski Puchalski;
Giovana Parron Paim; Kélen Klein Heffel; Gabriel
Introdução: e objetivos: Amplas ressecções vulvares Neumann Kuhn; Maria Gertrudes Fernandes Pereira
são frequentemente necessárias para obtenção de mar- Neugebauer;
gens livres em tumores malignos da vulva localmente Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
avançados ou recidivados. O propósito deste estudo é
Introdução: O câncer de pele, sobretudo os subtipos
relatar nossos resultados no uso de diferentes retalhos
carcinoma basocelular (CBC) e espinocelular (CEC), é
miocutâneos na reconstrução após amplas ressecções
a neoplasia mais prevalente no mundo. Os fatores de
por câncer vulvar. Método: Análise retrospectiva dos
risco, como cor da pele clara, estabelecida pela classi-
casos, em única instituição, onde foram utilizados re-
ficação de Fitzpatrick, tempo de exposição solar e não
talhos miocutâneos regionais após amplas ressecções
uso de proteção à exposição já são bem estabelecidos.
vulvares no período de 1994 a 2016. Resultados: Um
Anualmente, desde 2011, a Liga Acadêmica de Oncolo-
total de 47 procedimentos em 41 pacientes foram iden-
gia (LAO), realiza nas cidades de Morro Redondo (MR) e
tificados; 37 com diagnóstico histológico de carcinoma
Arroio do Padre (AP), interior do RS, campanhas junto
espinocelular, 2 com Doença de Paget vulvar, 1 carcino-
à população, composta majoritariamente por agriculto-
ma adenoide cístico e 1 melanoma maligno. O diâmetro
res de descendência alemã, visando à prevenção e de-
tumoral médio foi de 6,0cm (2-15). A idade média foi 65
tecção do câncer de pele, além de conscientizar sobre
anos (27-84); 22 pacientes apresentavam uma recidiva
uso de protetor solar e os riscos da exposição ao sol.
da doença; 19 com radioterapia prévia, destas 3 por
Objetivo: É objetivo deste estudo, fazer uma relação
neoadjuvância com quimioterapia associada. Os reta-
entre fatores de risco, a partir de três variáveis: tempo
lhos miocutâneos utilizados nos procedimentos foram:
de fotoexposição solar anual, não uso de protetor solar
Gracilis - 21, sendo 14 bilateral; Glúteo máximo – 15, 8
e cor da pele (Fitzpatrick), com lesões suspeitas de ma-
bilateral; Reto abdominal – 5; tensor da fáscia lata - 6.
lignidade encontradas nos pacientes durante as cam-
Em seis pacientes foram realizados retalhos combina-
panhas em MR e AP, em 2016. MÉTODO: Foi realizado
dos e outros seis pacientes foram submetidos a mais
um estudo comunitário, através da coleta de dados por
de uma confecção de retalho em tempos diferentes.
meio de questionários aplicados pela LAO e avaliação
Em 28 casos obteve-se boa evolução. Quando na pre-
das lesões por exame anatomopatológico, em 2016, na
sença de complicações, isquemia , deiscência, infecção
população atendida nas campanhas em MR e AP (RS).
e linforréia, foram as mais comuns. Em 14 casos houve
Resultados: Em 2016, nas campanhas da LAO em MR e
necessidade de desbridamento cirúrgico e ressutura.
AP, foram atendidos 110 pacientes. Desses, 50 (45,45%)
Estes casos estavam associados à radioterapia prévia
possuíam lesão de pele suspeita, sendo que 25 (50%)
e tumores com maior diâmetro. A mediana de interna-
possuíam 2 ou mais. Foram encontradas ao todo 91 le-
ção hospitalar foi de 13 dias (2-55). Nenhum óbito pe-
sões suspeitas e 8 delas eram CBC ou CEC (8,8%). Em
ri-operatorio foi registrado e os procedimentos foram
relação ao uso do protetor solar nos 50 pacientes com
realizados por ginecologistas oncológicos. Conclusões:
lesão de pele suspeita, 17 (34%) não faziam seu uso.
A utilização de retalhos regionais, em especial miocutâ-
Ainda, 43 pessoas (86%) eram fototipos I ou II, e, 40 de-
neo, oferece um bom recurso para a reconstrução após
les (80%) tinham exposição ao sol durante os 12 meses
amplas ressecções com morbimortalidade aceitável e
do ano. Conclusão: Foi observado no estudo que apro-
resultados funcionais satisfatórios.
ximadamente metade dos pacientes possuía lesão de
Contato: *ANDRE LOPES DE FARIAS E SILVA - pele suspeita, sendo que metade deles possuía mais de
andrelopes1002@hotmail.com uma lesão. Desses, a maior parte (80%) possuía exposi-
ção solar durante todo o ano, com uso de protetor solar
em apenas 34% dos casos e a maioria (80%) fazia parte
de um fototipo I ou II. Dessa forma, é vista relação dire-
TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA ta na presença e no número de lesões suspeitas, com
CÓDIGO: 60359 exposição solar durante todo ano e não uso de protetor

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solar, entretanto, apenas 8,8% das lesões encontradas os elementos celulares qualificadores das amostras. A
eram cânceres de pele não melanoma. Sendo assim, é confiabilidade do exame citopatologico esta centrada,
possível concluir que as Campanhas possuem papel im- especialmente, na coleta. Assim, entende-se a necessi-
portante na conscientização sobre os fatores de risco dade de suprir as deficiências na formação e/ ou atu-
do câncer de pele e prevenção de lesões pré-malignas e alização dos profissionais da saúde que atuam direta-
malignas, além da detecção desse tipo de lesão. mente na coleta dos exames preventivos do câncer do
colo do útero, uma vez que o laboratório não consegue
Contato: ANA PAULA GOUVÊA - anapaulagouvea22@
contribuir com a redução de resultados falso-negativos,
gmail.com
quando uma lesão no colo não está representada na
amostra enviada, devido a coleta não contemplar de lo-
cais como a junção escamocolunar e/ou zona de trans-
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA formação.
CÓDIGO: 61920 Contato: LUCAS ADALBERTO GERALDI ZANINI -
lgzanini@hotmail.com
REPRESENTAÇÃO DA JUNÇÃO
ESCAMOCOLUNAR E ZONA DE
TRANSFORMAÇÃO EM ESFREGAÇOS
CITOLÓGICOS TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
CÓDIGO: 61739
Autores: Janice Pavan Zanella; Lucas Adalberto Geraldi
Zanini; Katiuscia Baggio; , Marciele Oliveira Prestes;
Cassiano Diehl; Michele Ferraz Figueiro; Brenda Silva; RESULTADO PARCIAL DE
Janaina Coser; ENSAIO CLÍNICO FASE II DE NÃO
Instituição: HOSPITAL DE CARIDADE DE IJUI INFERIORIDADE, RANDOMIZADO E
CONTROLADO, PARA AVALIAÇÃO DA
Introdução: O sistema de Bethesda (2001) introduziu
a análise da qualidade do esfregaço no laudo do exa-
HISTERECTOMIA EXTRAFACIAL NO
me citopatológico, levando em conta a representação
TRATAMENTO DO CÂNCER DE COLO
da junção escamocolunar e/ou zona de transforma- UTERINO EM ESTÁGIO IA2-IB1 ≤ 2CM
ção, considerando que a ausência estaria expondo a Autores: Vandré Cabral Gomed Carneiro; Thales Paulo
mulher a um resultado falso negativo. A importância Batista; Manoel Rodrigues de Andrade Neto; Artur Licio
desta representação é atribuída ao fato da junção es- Rocha Bexerra; Glauco Baiocchi Neto;
camocolunar ser mais suscetível às agressões externas, Instituição: HOSPITAL DE CÂNCER DE PERNAMBUCO;
como pelo papilomavírus humano (HPV), induzindo à INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL PROFESSOR
formação do epitélio metaplásico, local onde inicia-se a FERNANDO FIGUEIRA; NÚCLEO ESPECIALIZADO EM
ONCOLOGIA E HEMATOLOGIA
maioria dos câncer de colo do útero. Objetivo: verificar
a ocorrência de células representativas na junção esca- Introdução: O câncer de colo uterino é o segundo
mocolunar e/ou zona de transformação em esfregaços mais comum entre as mulheres em todo o mundo e o
citológicos. Método: Foram revisadas lâminas e requi- terceiro em território nacional. O tratamento cirúrgico
sições de mulheres que realizaram o exame citopatoló- consiste numa ressecção radical com necessidade de
gico em um serviço público de saúde, pertencentes ao parametrectomia, acrescentando assim morbidade ao
Arquivo de Lâminas do Laboratório de Citopatologia da tratamento, talvez, não necessária em pacientes com
Universidade de Cruz Alta. O estudo foi aprovado pelo doença inicial. Objetivo: Avaliar a não-inferioridade
Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Cruz da histerectomia extrafascial em comparação à histe-
Alta sob parecer 1.596.248. Resultados: Do total de 694 rectomia radical-modificada em termos de eficácia e a
lâminas revisadas, 428 (61,27%) apresentaram a repre- segurança para tratamento dos tumores de colo ute-
sentação junção escamocolunar / zona de transforma- rino em estádio IA2 – IB1 ≤ 2cm. Casuística e Método:
ção. Em 274 (39,48%) lâminas,identificou-se a presença Estudo fase 2 de não inferioridade com uma população
de células metaplásicas de mulheres entre 18 a 50 anos, total de 40 mulheres portadoras de câncer do colo ute-
sendo que 47 (17,1%) eram imaturas. Observou-se a rino em estadios clínicos IA2 a IB1 com tumores ≤ 2cm,
ocorrência de 11(1,6%) casos de lesão intraepitelial de candidatas a tratamento cirúrgico eletivo com intensão
baixo grau (LSIL); 06 (0,9%) de lesão intraepitelial de alto curativo, que estão sendo randomizadas 1:1 para rea-
grau (HSIL); e 08 (1,2%) de atipias de significado indeter- lização de histerectomia extrafacial ou histerectomia
minado (ASC-US).A maioria das lesões ocorreram nos radical modificada. O desfecho primário a ser estudado
esfregaços com presença de metaplasia. Destacamos será a sobrevivência livre de doença em três anos. Os
que a microbiota prevalente em esfregaços com me- desfechos secundários serão morbidade e mortalidade
taplasia foram os Lactobacilos seguido de Gardnerella dos procedimentos cirúrgicos, a variação da qualidade
vaginalis. Conclusão: As análises dos dados demons- de vida antes e após o tratamento, a taxa de utilização
tram um percentual elevado de coletas que não contém de tratamentos adjuvantes, e o tempo decorrido até o

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início destes tratamentos adjuvantes a partir da realiza- positividade do CEA no lavado peritoneal. Pacientes e
ção do tratamento cirúrgico. Resultado parcial: 22 pa- Método: Estudo de coorte, de amostra consecutiva de
cientes foram submetidos ao procedimento cirúrgico, conveniência, que incluiu 63 pacientes (44 homens, 19
com 2 preenchendo critérios de exclusão e excluídas mulheres), idade mediana de 64 anos (variando de 43
do estudo. A idade mínima da população estudada foi a 97 anos), com câncer gástrico avançado ressecável
de 28 anos, e a máxima de 47. A maioria das pacientes (principalmente EC III/IV, n = 42 (67%). Os níveis de pCEA
apresentaram o ASA de 1. Em relação as características foram detectados no transoperatório por RIE com um
da neoplasia, o carcinoma escamocelular foi o subtipo nível de corte de 210 ng/g de proteína. Resultados: Ci-
histológico mais comum. Nenhuma das pacientes ne- tologia peritoneal positiva foi demonstrada em apenas
cessitou de hemotransfusão e apenas uma paciente de seis casos (9,5%), enquanto os níveis de pCEA foram po-
internamento em UTI no pós operatório. Apenas uma sitivos em 21 (33%), com média de 2.382 ng/g (variando
paciente teve comprometimento patológico parame- de 225 a 21.200 ng/g). Carcinomatose foi apresentado
trial por êmbolo linfático e todas as margens cirúrgicas em nove casos(14%). Em todos, menos um caso pCEA
foram livres de neoplasia na avaliação anátomo pato- era positivo. Quanto maior fosse invasão transmural e
lógico. Duas pacientes apresentaram linfonodos pato- envolvimento linfonodal, tanto maior os níveis de pCEA
logicamente comprometidos, Conclusão: Este projeto (p = 0,01), que foram significativamente associados à
está focado em somar conhecimentos científicos pré- disseminação peritoneal ou recidiva [OR: 9,0; p = 0,01],
vios sobre o tratamento da referida neoplasia, de modo progressão do tumor [OR: 27,0; p = 0,001] ou morte [RR:
a incrementar os resultados de seu tratamento cirúrgi- 2,0; p = 0,02]. Esses casos com níveis de pCEA positivo
co por meio da avaliação de um procedimento cirúrgico tinham significativamente maior disseminação perito-
que agregue baixa morbimortalidade pós-operatória neal (41 vs. 12; p = 0,04) e maior mortalidade (27% vs.
sem, no entanto, comprometer o potencial de cura do 6%; p = 0,01). Casos de pCEA negativo tinham sobrevi-
tratamento cirúrgico. O recrutamento está ocorrendo da significativamente maior, com média (variação) de
conforme o planejado tendo seu término previsto para 39 (32-43) vs. 17 (9-24) meses, contra os positivos (p =
dezembro de 2017. 0,0001). Conclusão: O nível de pCEA positivo, razoa-
velmente, prediz o risco de disseminação peritoneal e
Contato: VANDRÉ CABRAL GOMES CARNEIRO -
morte e deve ser avaliado rotineiramente para ajudar
vandrecarneiro@yahoo.com.br
na questão da prevenção da disseminação peritoneal e
no planejamento do tratamento.
Contato: VÍCTOR SÁNCHEZ ZAGO - victorsaza@gmail.
TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO com
CÓDIGO: 57776

RISCO DE CARCINOMATOSE E
PROGNÓSTICO EM PACIENTES TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA
OPERADOS POR CANCER DE CÓDIGO: 61757
ESTÔMAGO PELO ANTÍGENO
CARCINOEMBRIONÁRIO NO LAVADO SÉRIE DE CASOS DE MELANOMA
PERITONEAL MESTÁTÁTICO PARA O TRATO
GASTROINTESTINAL:EXPERIÊNCIA DO
Autores: Luis Fernando Moreira; Víctor Sánchez Zago;
Thais Vicentine Xavier; Sofia Zahler; Gabriela Stahl; INCA
Hamilton Cardoso Hilgert; Bernardo Silveira Volkweis; Autores: Eduardo Rodrigues Zarco da Câmara;
Marcelo Garcia Toneto; Antônio Carlos Eckhardt Jr; Alessandro Augusto Bastos
Instituição: UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO Rodrigues Alves; Marcelo Sá de Araujo; Jadivan Leite
de Oliveira; Roberto André Torres Vasconcelos; José
Introdução: O câncer gástrico persiste ainda hoje como Francisco Rezende Neto; Luiz Fernando Nunes;
o quarto tumor sólido mais comum, principalmente nos Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA
países asiáticos e é a segunda causa mais frequente de
morte por doença maligna no mundo, seguindo atrás Introdução: O melanoma maligno apresenta uma alta
apenas do câncer de pulmão. Apesar das controvérsias, taxa de mortalidade, podendo se disseminar para di-
os níveis de antígeno carcinoembriônico no lavado pe- versos órgãos. As metástases para o trato gastrointes-
ritoneal (pCEA) têm sido relacionados ao risco aumen- tinal (TGI) são pouco frequentes, todavia, a causa mais
tado para envolvimento peritoneal no câncer gástrico comum de lesão metastática no TGI é o melanoma,
avançado. Objetivo: Determinar o papel do pCEA do correspondendo a aproximadamente 33% de todos os
lavado peritoneal e risco de morte, disseminação peri- tumores malignos metastáticos do tubo digestivo. Estas
toneal e recorrência em pacientes com câncer gástrico metástases podem ser simultâneas ao tumor primário
e com fatores prognósticos relacionados ao tumor e a ou tardias, ocorrendo as vezes décadas depois como
primeiro sinal de recidiva. Objetivo: Relatar a experiên-

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cia uni-institucional dos casos de melanoma metastáti- bertura de rastreamento de câncer colorretal em uma
co para o trato gastrointestinal e avaliar a mortalidade amostra representativa da população de Belém. Méto-
desta afecção. Materiais e Método: Foi realizado um do: Estudo epidemiológico do tipo descritivo, agrega-
estudo de Coorte Retrospectivo utilizando um banco de do, observacional, transversal, no qual foi aplicado um
dados dos pacientes tratados no serviço de cirurgia do questionário em uma amostra representativa, dividi-
tecido ósseo conectivo (TOC) diagnosticados com mela- dos entre homens e mulheres, com idade entre 50 e 75
noma metastático para o TGI no período de Março de anos, residentes na cidade de Belém, distribuídos pelos
1997 a Março de 2016. Resultados: Foram diagnostica- oito distritos que compõem o município. Resultados:
dos 17 casos de melanoma com metástase para o tra- Foram entrevistados 587 pessoas (310 mulheres e 277
to gastrointestinal, sendo 11 do sexo masculino e 6 do homens), entre 50 e 75 anos, com média de idade de
sexo feminino. A idade média dos pacientes foi de 60 59 anos. Entre os participantes a taxa de rastreamento
anos. As presença de linfonodo sentinela positivo para para CCR foi de 11,58%. A taxa de rastreamento entre
neoplasia com indicação de linfadenectomia ocorreu os homens foi de 11,55% e entre as mulheres foi de
em 53% dos pacientes. O sítio de acometimento mais 11,61%. Maior escolaridade e maior renda familiar fo-
frequente da metástase gastrointestinal foi o jejuno ram variáveis significativamente associadas a maiores
(65%), seguido do estômago(29%), podendo acometer taxas de rastreamento, ao contrário do gênero ou his-
também duodeno, íleo e cólon transverso. A média tória familiar para CCR que não estiveram relacionados
entre a ressecção definitiva da lesão primária e o apa- com maior taxa de rastreamento. Conclusões: Embora
recimento da metástase gastrointestinal foi de 3 anos exista recomendação pelo INCA, a taxa de rastreamen-
(1 – 7 anos). A ressecção da metástase TGI ocorreu em to de CCR na população de Belém é baixa. Mudanças
88% dos casos. A respeito da mortalidade, 12 pacien- na política pública de enfrentamento ao CCR são neces-
tes evoluíram para óbito (71%). A partir do momento sárias, com foco na prevenção e diagnóstico precoce,
do diagnóstico da metástase TGI, a sobrevida foi de 6 para a obtenção de melhores resultados.
meses- 2 anos. Conclusão: Em paciente com história
Contato: LUCIANA GONÇALVES DE OLIVEIRA -
de melanoma, a suspeita de metástase deve investiga-
lu.med@live.com
da de acordo com a sintomatologia. A doença metas-
tática para o tratogastrointestinal deve ser diagnóstico
diferencial nos pacientes com anemia e sangramento
do trato gastrointestinal. A presença de metástases no TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
TGI é um fator de mau prognóstico e gravidade. A res- CÓDIGO: 60465
secção cirurgica da lesão leva a uma maior sobrevida,
todavia, o prognóstico segue reservado. TÉCNICA PADRONIZADA DA
Contato: ALESSANDRO AUGUSTO BASTOS RODRIGUES COLECTOMIA DIREITA ROBÓTICA EM
ALVES - alessandro.ufrj@yahoo.com.br PACIENTES ONCOLÓGICOS NO SUS
Autores: Victor Hugo Ribeiro Vieira; Alberto Teles Lopes;
Marcus Valadão; José Paulo Jesus; Eduardo Linhares;
Rafael Albagli; Raquel de Maria Maués Sacramento;
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL Jensen Milfont Fong;
CÓDIGO: 60597 Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA

TAXA DE RASTREAMENTO DE CÂNCER Introdução: As ressecções colorretais via robótica


COLORRETAL EM UMA AMOSTRA vêm ganhando popularidade ultimamente. No entan-
to, ainda carecemos de dados a respeito de como os
POPULACIONAL DE BELÉM - PARÁ
cirurgiões adquirem expertise e como são os progra-
Autores: Edvaldo Souza de Oliveira Junior; Luiz mas de desenvolvimento de cada instituição. Objetivo:
Fernando dos Santos Fonseca Tavares; Luciana
Apresentar a metodização usada em nosso serviço nas
Gonçalves de Oliveira; Andressa de Fatima Souto de
cirurgias para neoplasias de cólon direito utilizando a
Azevedo; Jessica Onofre de Brito Lima; Lucas Vinagre
Bembom; Tarsia de Paula Nunes de Souza; Williams plataforma da Vinci-Si. Método: O paciente é posicio-
Fernandes Barra; nado em decúbito dorsal. São posicionadas almofadas
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARA em regiões de proeminências ósseas para proteção. É
realizado single docking pelo lado direito do paciente,
Introdução: O câncer colorretal (CCR) é o segundo tipo com colocação de quatro portais: câmera, auxiliar, dois
de câncer mais comum no mundo e a quinta neoplasia braços robóticos. A câmera é inserida a esquerda e in-
maligna mais frequente no Brasil. O rastreamento do ferior ao umbigo, o portal R1 no hipocôndrio esquerdo,
CCR possibilita detectar lesões precursoras cuja retira- na linha hemiclavicular, o portal R2 no hipogástrio na
da reduz a incidência e mortalidade do carcinoma inva- linha do umbigo e o portal auxiliar no flanco esquerdo
sivo. A taxa de rastreamento de CCR são desconhecidas a meia distância entre a câmera e R1. Preferencialmen-
na população de Belém-Pará. Objetivo: Avaliar a co- te, optamos pela abordagem medial do cólon direito,

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iniciando pela ligadura dos vasos ileocólicos, posterior citonina. Conclusão: A tireoidectomia é o melhor fator
dissecção do retroperitôneo e duodeno, seguindo pela de prognóstico para cura e sobrevida em portadores
liberação da goteira parietocólica direita e por fim sec- da mutação do gene RET. É importante a avaliação mo-
ção da alça intestinal. Discussão: A padronização da lecular nos pacientes com história de CMT na família
técnica na cirurgia robótica na colectomia direita facilita para que seja feito o acompanhamento e a profilaxia
o aprendizado cirúrgico, diminui o tempo de docking e adequada.
tempo operatório.
Contato: JÉSSYCA MATOS SILVA - jessyca.matos@
Contato: VICTOR HUGO RIBEIRO VIEIRA - vhrv89@ hotmail.com
gmail.com

TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO


TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA CÓDIGO: 61977
CÓDIGO: 59384
TRATAMENTO CIRÚRGICO DO CÂNCER
TIREOIDECTOMIA COMO PREVENÇÃO DE ESÔFAGO – RESULTADO DE 25 ANOS
DO CARCINOMA MEDULAR DE TIREOIDE Autores: Daniel Fernandes; Flávio Duarte Sabino; Victor
Autores: Jéssyca Matos Silva; João Pedro Lobo Lima; Hugo Ribeiro Vieira; Alberto Teles Lopes; Eduardo
Giulia Duarte Loureiro; Izabella Agnes Borges de Souza; Rodrigues Zarco da Câmara; Luciana Ribeiro; Carlos
Fernanda Tebaldi Henriques de Queiroz; Bruna Teixeira Eduardo Pinto; Rafael Albagli;
Marques; Isabela Coelho Guimaraes; Carolina dos Anjos Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA
Sampaio;
Introdução: A ressecção cirúrgica e considerada o pa-
Instituição: ESCOLA DE MEDICINA SOUZA MARQUES
drão-ouro no tratamento do câncer esofágico com taxa
Introdução: O carcinoma medular da tireóide é o tipo global de cura de 15–40%. Este estudo tem como obje-
mais infrequente de neoplasias da glândula tireóide, tivo analisar os resultados do tratamento cirúrgico do
correspondendo a menos que 10% dos tumores desse câncer de esôfago na Seção de Cirurgia Abdomino-Pél-
grupo. Trata-se de uma neoplasia maligna das células vica do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Ao todo,
parafoliculares da tireóide, produtoras de calcitonina. foram analisados retrospectivamente os prontuários
A etiologia desse carcinoma se dá tanto pela forma he- de 199 pacientes portadores de câncer de esôfago e
reditária como esporádica, sendo a esporádica a mais que foram submetidos à esofagectomia no INCA en-
recorrente representando 70% dos casos. A condição tre janeiro de 1990 e dezembro de 2015. Os principais
hereditária é comumente associada a uma herança au- parâmetros avaliados no estudo foram o tempo de
tossômica dominante da mutação do proto-oncogene internação hospitalar, morbimortalidade e sobrevida
RET . OBJETIVO Verificar o impacto da tireoidectomia na global. Com relação aos resultados, a mediana de ida-
prevenção do carcinoma medular de tireoide conside- de foi de 55 anos (25-85 anos). A mediana do tempo
rando os fatores de risco. MÉTODOS Este estudo cons- de internação foi de 23,5 dias. A morbidade operatória
titui uma revisão de literatura. Os artigos foram selecio- foi de 65,5% e a mortalidade operatória foi de 11,7%. O
nados por meio de buscas nos bancos de dados Scielo aumento da taxa de mortalidade operatória aumentou
e Ebsco, a partir de fonte Medline, além dos periódicos após a entrada de novos profissionais no Grupo de Esô-
da revista JCO. A pesquisa dos artigos foi realizada en- fago, porém a partir de 2009 estas taxas parecem estar
tre janeiro e junho de 2017. Resultados: No carcino- diminuindo. Após a avaliação dos resultados e revisão
ma medular de tireóide hereditário, o principal fator na literatura, pode-se concluir que a esofagectomia
prognóstico para cura e sobrevida é a profilaxia atra- por câncer de esôfago, apesar de apresentar elevada
vés da tireoidectomia naqueles pacientes com mutaçāo morbidade operatória, permanece como o tratamento
do gene RET. A tireoidectomia profilática, nos casos de padrão para pacientes com doença ressecável e sem
carcinoma medular da tireoide (CMT), está indicada nos contraindicação clínica, e que a redução da mortalida-
pacientes menores de 20 anos, assintomáticos, porta- de operatória com a esofagectomia dependem de uma
dores de mutações germinativas do proto-oncogene melhor seleção de pacientes para os quais é indicada a
RET, com tumor medindo < 1cm de diâmetro e sem cirurgia, além de maior nível de especialização da equi-
presença de metástases. Dependendo do tipo de mu- pe cirúrgica e atenção voltada para os cuidados per e
tação do gene RET, varia a idade indicada para a tireoi- pós-operatórios.
dectomia profilática. A cirurgia depende de níveis ba-
Contato: DANIEL DE SOUZA FERNANDES -
sais de calcitonina, que também servem como critério
danielsfernandes@gmail.com
de manutenção da paratireoide. Em seguida, indica-se
realizar linfadenectomia central cervical, cuja extensão
depende da ultrassonografia e dosagem sérica de cal-

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TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS ma, bem como maior indicação de retratamento curati-
CÓDIGO: 61795 vo nas recidivas após hepatectomia, reforçando o papel
da atenção especializada e multidisciplinar no manejo
TRATAMENTO CIRÚRGICO das MHCR.
MULTIDISCIPLINAR DAS METÁSTASES Contato: JAIME ARTHUR PIROLA KRUGER -
HEPÁTICAS DE CÂNCER COLORRETAL jaimearthur@yahoo.com
(MHCR): ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE
DUAS ERAS INSTITUCIONAIS
Autores: Jaime Arthur Pirola Krüger; Gilton Marques
Fonseca; Fabio Ferrari Makdissi; Vagner Birk Jeismann; TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO
Fabricio Ferreira Coelho; Paulo Herman; CÓDIGO: 61999
Instituição: INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO
PAULO; HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE TRATAMENTO MULTIMODAL DO
MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO CÂNCER GÁSTRICO – RESULTADOS DE
MAIS DE 200 PACIENTES TRATADOS
COM QUIMIOTERAPIA PERI-
Introdução: a ressecção hepática representa a princi-
OPERATÓRIA E CIRURGIA RADICAL EM
pal modalidade curativa de tratamento das metásta-
ses hepáticas do câncer colorretal (MHCR). Trata-se de
UMA ÚNICA INSTITUIÇÃO
situação complexa na qual o manejo multidisciplinar Autores: Wilson L Costa Jr; Diego Greatti Vaz da Silva;
especializado é fundamental para obtenção de bons Bruno Luiz Galvão; Heber Salvador de Castro Ribeiro;
André Luís de Godoy; Igor Correia de Farias; Victor Hugo
resultados. Neste cenário o serviço de cirurgia do fíga-
Fonseca de Jesus; Maria Dirlei F S Begnami; Felipe José
do HC/FMUSP passou a contar em 2009 com um centro
Fernández Coimbra;
oncológico especializado, o Instituto do Câncer do esta-
Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
do de São Paulo (ICESP), no qual o tratamento passou
a ser efetivado com maior interação entre os múltiplos Introdução: O tratamento do câncer gástrico com qui-
profissionais necessários em ambiente acadêmico e mioterapia peri-operatória é rotina hoje em serviços
multidisciplinar. Objetivo: avaliar os resultados do tra- ocidentais, porém persistem dúvidas quanto a seu pa-
tamento cirúrgico das MHCR comparando duas eras pel quando a ressecção engloba uma linfadenectomia
institucionais. Método: análise retrospectiva compara- D2. Os objetivos deste estudo são descrever os resulta-
tiva entre 2 períodos dos resultados das hepatectomias dos deste tratamento multimodal em uma única insti-
comparando os perfis demográficos, cirúrgicos e onco- tuição e apontar os fatores preditores de complicação,
lógicos dos pacientes. O primeiro período corresponde “downstaging” e sobrevida global. MÉTODOS – Este é
à experiência inicial do serviço – ERA1 (2000 a 2009) e o um estudo retrospectivo que englobou 218 pacientes
segundo período corresponde ao tratamento instituído com diagnóstico de câncer gástrico e que iniciaram qui-
no mesmo serviço após a instalação de um hospital es- mioterapia neoadjuvante entre julho de 2006 e outu-
pecializado no manejo oncológico – ICESP – ERA2 (2009 bro de 2016. Foram excluídos casos de tumores de coto
a 2015). Resultados: foram realizadas no total 438 he- gástrico e os que receberam quimioterapia intraperito-
patectomias em 377 pacientes. Durante a ERA1 foram neal. O estadiamento incluiu tomografia para todos os
tratados 97 pacientes (113 hepatectomias) e na ERA2 pacientes, mas laparoscopia estadiadora pré-quimiote-
foram operados 280 pacientes (325 hepatectomias). O rapia em apenas 55% deles, sendo 33% antes de 2014.
seguimento oncológico variou de 2 a 182 meses. Além Fatores associados a complicações pós-operatórias, ao
do aumento no número de cirurgias realizadas, na ERA “downstaging” tumoral e à sobrevida foram identifica-
2 observou-se aumento na indicação de quimioterapia dos. Resultados: Pacientes do sexo masculino foram
perioperatória ( 34% x 77% p 0.001), bem como no em- maioria (60%), a mediana de idade foi de 61 anos (22-83
prego de Qt de maior eficácia, p. ex. oxaliplatina ( 9.3% anos) e 70% dos indivíduos foram classificados como
x 79.3% p0.001); do ponto de vista cirúrgico houve au- ASA 1 ou 2. Dentre os pacientes que iniciaram o tra-
mento no número de hepatectomias menores ( 42% x tamento neoadjuvante, 87% completaram o esquema
65% p 0.001), ressecções não anatômicas ( 12% x 41% proposto. Sete tiveram progressão de doença e não fo-
p 0.001) e no tratamento de doença bilobar (22% x 34 ram operados (3,2%) e outros 22 (10,1%) tiveram acha-
% p0.031). Observou-se ainda maior ocorrência de res- do de doença metastática no momento da cirurgia. Não
posta patológica completa (1% x 7.8% p 0.013). Houve houve predomínio de gastrectomia total ou subtotal e
aumento de sobrevida global (p 0.29) e livre de doen- 91% dos indivíduos recebeu uma linfadenectomia D2,
ça (p 0.37), porém sem atingir significância estatística. com mediana de linfonodos ressecados de 31. A morbi-
Conclusão: o tratamento multidisciplinar em centro es- dade pós-operatória foi de 34% e a mortalidade em 60
pecializado oferece melhores condições de tratamento dias de 4,8%. ASA 3-4 (OR 1,9) e Transfusão sanguínea
sistêmico, com impacto positivo na sobrevida. Houve (OR 3,1) foram fatores independentes de morbidade.
maior tendência a cirurgia conservadora de parênqui- Com tempo de seguimento mediano de 23 meses e

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análise por intenção de tratamento, incluindo todos os encontrados neste estudo foram tamanho do tumor,
218 indivíduos, a sobrevida mediana não foi atingida e ressecção incompleta, nuliparidade e estadio clínico
a sobrevida em 3 anos foi de 64,9%. Os estádios ypT3-4 avançado. O tratamento da recidiva é indicado quando
e ypN2-3 foram fatores independentes de pior sobre- possível. Padronização do tratamento está baseado em
vida global. Indivíduos com lesões ypT0-1-2 ou ypN0-1 estudos retrospectivos, série de casos e experiências de
tiveram sobrevida respectivamente de 79,8% e 80,4%. centros de referência.
“Downstaging” tumoral foi mais frequente nas lesões
Contato: TARIANE FRIEDRICH FOIATO MANETTI -
de corpo e antro do que nas mais proximais, sem influ-
tarianefoiato@msn.com
ência de histologia ou regime de quimioterapia. Con-
clusão: O tratamento multimodal com quimioterapia
peri-operatória e cirurgia se associou a resultados de
morbidade e sobrevida significativos em uma popula- TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA
ção tratada com linfadenectomia D2. O estadiamento CÓDIGO: 59889
patológico pós-neoadjuvância parece ser o principal fa-
tor prognóstico nestes casos. USO DE PROTETOR SOLAR E A
Contato: WILSON LUIZ DA COSTA JUNIOR - CONSCIENTIZAÇÃO ATRAVÉS DE
dr.wilsoncosta@gmail.com CAMPANHAS PARA PREVENÇÃO
AO CÂNCER DE PELE: UMA ANÁLISE
EVOLUTIVA E COMPARATIVA, ENTRE
2014 E 2016, EM CIDADES DO INTERIOR
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
CÓDIGO: 59814
DO RIO GRANDE DO SUL
Autores: Gustavo Szczecinski Puchalski; Ana Paula
TUMOR DE CÉLULAS DA GRANULOSA Gouvêa; Natália Dalmazo Zambrano; Maria Gertrudes
Fernandes Pereira Neugebauer; Gabriel Neumann
– RESULTADOS A LONGO PRAZO Kuhn; Leonardo de Souza Prallon Sampaio; Kéllen Klein
DE UM CENTRO DE REFERÊNCIA EM Heffel; Carolina Silveira da Silva;
ONCOLOGIA Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
Autores: Tariane Friedrich Foiato; Bruno Rafael Kunz
Introdução: A Liga Acadêmica de Oncologia (LAO) re-
Bereza; Reitan Ribeiro; José Clemente Linhares; Audrey
Tieko Tsunoda; aliza desde 2011 a “Campanha de Prevenção Primária
e Secundária contra o Câncer de Pele” nas cidades de
Instituição: HOSPITAL ERASTO GAERTNER
Morro Redondo (MR) e Arroio do Padre (AP), no interior
Introdução: Tumores de células da granulosa se origi- do Rio Grande do Sul (RS). As cidades possuem popu-
nam do cordão sexual estromal e com uma incidência lação com descendência alemã, espanhola e polonesa,
muito pequena. Tem duas formas de apresentação: com pele predominantemente branca e que traba-
adulta e juvenil. A maioria tem bom prognóstico e se lham na agricultura local, portanto, com grande risco
apresenta com estádio inicial. Método: Estudo unicên- de desenvolvimento de cânceres de pele. No projeto
trico, observacional, retrospectivo. Resultados: O ta- são analisadas as lesões de pele e, quando necessário,
manho da amostra foi de 28 pacientes, levantamento encaminhadas ao posterior tratamento, além disso, é
realizado em 21 anos, 56% encontrava-se em estadio realizada a conscientização sobre o uso correto de pro-
clínico IA, a maioria era multípara, com idade média tetor solar e riscos da exposição ao sol. Objetivo: Este
de 52 anos, IMC médio 25,5. O tratamento oferecido trabalho tem como objetivo analisar o uso do protetor
a maioria foi o estadiamento cirúrgico completo com solar na população das cidades de MR e AP (RS), evolu-
ressecção R0 em 80%, sobrevida global em 10 anos de tivamente, nos anos de 2014 e 2016, com a interven-
56%. Sobrevida global conforme estadio IA- IC em 3 ção anual da LAO. Método: Foi realizado um estudo
anos foi de 82% e para os estadio mais avançados foi de comunitário através da coleta de dados por meio de
75% em 3 anos. Preservação da fertilidade foi realiza- questionários aplicados pela LAO nas populações aten-
da em 14,8%. Todas as pacientes com EC III receberam didas nas campanhas realizadas nas cidades de MR e
adjuvância. Recidivas ocorreram em 8 pacientes, sendo AP (RS), nos anos de 2014 e 2016. Resultados: No ano
o peritônio o principal local acometido, seguido dos lin- de 2014, houve 62 entrevistados na cidade de MR, dos
fonodos regionais; tempo médio até a primeira recidiva quais 28 (45,16%) usavam protetor solar e 34 (54,84%)
foi de 38 meses e o resgate de todas foi cirúrgico e qui- não faziam o uso. Já na cidade de AP, entre os 60 entre-
mioterápico. Óbitos ocorreram em 8 pacientes, sendo vistados, 38 (63,33%) utilizavam e 22 (36,67%) não utili-
que 6 foram tratadas pela recidiva, 1 teve diagnóstico zavam. No ano de 2016, em MR foram 82 entrevistados,
de tuberculose peritoneal associada e outra não rela- dos quais 49 (59,76%) utilizavam proteção e 33 (40,24%)
cionada a neoplasia. Conclusão: Tumores da granulosa não. Em AP, dos 28 entrevistados, 22 (78,57%) faziam o
são raros, indolentes, com excelente índice de sobrevi- uso e 6 (21,43%) não. Conclusão: Nesses três anos de
da nos estadios iniciais. Os fatores de pior prognóstico

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participação ativa da LAO, nas pequenas cidades anali- dos e/ou com metástase linfonodal. Logo, concluímos
sadas do interior do Rio Grande do Sul, é possível per- que houve diminuição da quantidade de células no
ceber uma mudança no comportamento da população segundo lavado, porém um aumento é evidenciado
no que visa à prevenção do câncer de pele, com o uso no terceiro lavado peritoneal. Devido a este achado,
de protetor solar. Na cidade de MR, em 2014,45,16% supomos que o mesmo esteja relacionado a manipula-
dos entrevistados faziam o uso de protetor solar, após ção da cavidade decorrente do procedimento cirúrgico,
três anos de campanha, em 2016, 59,76% dos entrevis- podendo estas células corresponderem em sua maioria
tados faziam prevenção com o uso de protetor solar. a células mesoteliais.
Em AP, em 2014,63,33% dos entrevistados faziam o uso
Contato: ADRIELMA ATHENA RODRIGUES SERRAO
de protetor solar, após os três anos de campanha, em
MARTINS E SILVA - adrielmamartins@gmail.com
2016, 78,57% dos entrevistados utilizavam protetor so-
lar para prevenção do câncer de pele. Assim, em ambas
as cidades, houve um aumento no número de pessoas
que fazem o uso de protetor solar. O trabalho de cons- TEMÁRIO: NUMACO / FISIOTERAPIA
cientização da população, através das campanhas da CÓDIGO: 59482
LAO, obteve êxito no seu objetivo, demonstrando a im-
portância da conscientização e informação no contexto UTILIZAÇÃO DE VESTIMENTA
de epidemiologia e prevenção a neoplasias.
COMPRESSIVA INELÁSTICA NO
Contato: GUSTAVO SZCZECINSKI PUCHALSKI - TRATAMENTO DO LINFEDEMA
gutopuc@hotmail.com MALIGNO: UM RELATO DE CASO
Autores: Larissa Louise Campanholi; Jaqueline
Munaretto Timm Baiocchi;
Instituição: INSTITUTO SUL PARANAENSE DE
TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO
ONCOLOGIA
CÓDIGO: 60700
Introdução: o tratamento de linfedema maligno é um
UTILIZAÇÃO DA CITOMETRIA DE FLUXO grande desafio para o fisioterapeuta, devido a dificul-
NO LAVADO PERITONEAL DE PACIENTES dade de tratamento que a obstrução tumoral impõe.
SUBMETIDOS A GASTRECTOMIA Objetivo: demonstrar o benefício do uso de uma ves-
timenta compressiva na melhora dos sintomas de uma
Autores: Geraldo Ishak; Paulo Pimentel Assumpção;
paciente com linfedema após câncer de mama recidiva-
André Salim Khayat; Adrielma Athena Rodrigues
Serrao Martins e Silva; Renan Augusto Lauria da Costa; do. Caso: T.E.R, 67 anos, sexo feminino com diagnóstico
Mauricio dos Santos Batista; Taissa Maira Thomaz de carcinoma ductal invasor em mama esquerda com
Araújo; Marcelli Geisse Sousa de Oliveira; 2,3 cm e triplo negativo, submetida à quadrantectomia
Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO JOÃO DE BARROS com esvaziamento axilar em 2003 (T2aN1bM0). Em
BARRETO 2011, desenvolveu linfedema após uma queda sobre o
membro, porém só iniciou o tratamento fisioterapêu-
Introdução: A disseminação de células tumorais de-
tico através de terapia física complexa descongestiva
correntes da manipulação cirúrgica durante as gastrec-
em 2014, onde apresentou melhora importante. Em
tomias, bem como metástases peritoneais microscópi-
janeiro de 2015 retornou ao consultório com queixa
cas tem sido associadas ao prognóstico dos pacientes
de piora do linfedema. Ao exame apresentava aumen-
submetidos a gastrectomia curativa. O presente estudo
to de volume expressivo e áreas de alteração vascular
tem por objetivo analisar a quantidade de células pre-
no membro superior esquerdo (MSE) e no quadrante
sentes de acordo com o número de lavados peritoneais
anterior do tórax. Os exames confirmaram trombose
e correlacionar com o estadiamento patológico do pa-
de veia axilar por obstrução tumoral. A linfocintilografia
ciente. Todos os pacientes diagnosticados com adeno-
demonstrou ausência de captação da drenagem linfáti-
carcinoma gástrico submetidos a gastrectomia curativa
ca no MSE mesmo após 6 horas de aplicação do radio-
no período de junho a novembro de 2016 foram sub-
fármaco. Optou-se como última opção de tratamento
metidos a 4 lavados peritoneais durante a cirurgia com
o uso da vestimenta inelástica de MSE, após baixa res-
1 litro de soro fisiológico 0,9% sendo aspirado a cada
posta do enfaixamento compressivo multicamadas. O
lavado 20ml para análise. A amostra de 11 pacientes foi
volume do MSE era 6158,1ml no primeiro dia de uso da
analisada através da citometria de fluxo utilizando-se
vestimenta (16/11/15) e após dez dias contínuos de uso,
um tampão para lise de hemácias e o anticorpo EpCAM,
o volume diminui para 5174,2 ml. A última avaliação foi
um marcador específico para células epiteliais e meso-
em 04/02/16 com um volume de 4510,8 ml, ou seja um
teliais, onde estão agrupadas as células tumorais. Após
redução de 1647,3 ml (26,7%). A paciente teve que ser
análise foi identificado um aumento considerável do
internada em março de 2016 por insuficiência respira-
número de células no terceiro lavado peritoneal, não
tória aguda devido metástase pleural à direita, vindo a
havendo correlação com tumores localmente avança-
falecer em 05/04/16. Conclusão: A vestimenta propor-

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cionou benefícios como melhora importante da sensa- cional com enfaixamento compressivo. O recrutamento
ção de peso no membro e da dor na articulação do om- desses pacientes foi através da avaliação com a peri-
bro devido a redução do volume do membro, além da metria manual aplicada na fórmula do cone truncado,
facilidade em colocar e retirar a vestimenta para poder considerando linfedema uma diferença maior que 10%
fazer a higiene, quando comparado ao enfaixamento e/ou 200 ml entre os membros. As pacientes deveriam
compressivo multicamadas. utilizar diariamente a vestimenta, só retirando para to-
mar banho. Neste período de um mês de uso, não de-
Contato: LARISSA LOUISE CAMPANHOLI - larissalcm@
veriam fazer drenagem linfática manual, e sim apenas
yahoo.com.br
exercícios linfomiocinéticos. As pacientes retornaram
após um mês para a reavaliação do volume do mem-
bro e também responderam um questionário. Resulta-
TEMÁRIO: NUMACO / FISIOTERAPIA dos: Foram avaliadas 9 pacientes, onde a mediana de
CÓDIGO: 59441 diferença de volume entre o membro afetado e o con-
trole na primeira avaliação foi de 564,4 (DP 443,2) ml.
VALIDAÇÃO DE UMA VESTIMENTA DE Na reavaliação a mediana da diferença foi de 390,6 (DP
306,8) ml. Houve diferença estatisticamente significati-
CONTENÇÃO PARA TRATAMENTO DE
va quando comparados os volumes na avaliação e rea-
LINFEDEMA DE MEMBRO SUPERIOR EM valiação (p=0,008). O grau de satisfação da vestimenta
PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA foi de 9 (DP 1,3) em uma escala de 0 a 10. Conclusão:
Autores: Jaqueline Munaretto Timm Baiocchi; Larissa A vestimenta mostrou-se eficaz como alternativa na
Louise Campanholi; Graziele C.Lopes; redução do volume do membro com linfedema, além
Instituição: ONCOFISIO dos pacientes relatarem ser mais prática e com maior
Objetivo: analisar a eficácia de uma vestimenta de con- comodidade quanto comparada ao enfaixamento com-
tenção em velcro para redução do volume do membro pressivo. Pacientes que moram em outras cidades ou
como forma de tratamento de linfedema de membro sem disponibilidade para realizarem tratamento diaria-
superior secundário ao esvaziamento axilar por câncer mente, podem se beneficiar do uso da vestimenta.
de mama. Método: foram incluídas mulheres com lin- Contato: JAQUELINE MUNARETTO TIMM BAIOCCHI -
fedema que já tivessem realizado o tratamento conven- jaquelinemunaretto@hotmail.com

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TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS A IMPORTÂNCIA DA IMUNO-


CÓDIGO: 60560
HISTOQUÍMICA NA DIFERENCIAÇÃO
ENTRE TUMORES INTRAESTROMAIS E
10 ANOS DE HEPATECTOMIAS LEIOMIOMOMAS INTESTINAIS
REALIZADAS NO HOSPITAL OPHIR
Autores: Rodrigo Nascimento Pinheiro; Allana Tamiris
LOYOLA Bonfim Nogueira; Fernanda Sousa Nascimento;
Autores: Raíssa Pereira de Tommaso; Bruno Dourado Eduarda Vidal Rollemberg; Lara Fernandes Kuerten;
Kovacs Machado Costa; Rafael Maia de Sousa; Bruna da Silva Feitosa; Renata Pereira Fontoura;
Alessandro França de Souza; Rodrigo Luiz Ferreira Instituição: LIGA ACADÊMICA DE ONCOLOGIA DO
dos Santos; Lorena Luiza Maria Fernandes Nogueira HOSPITAL DE BASE DO DISTRITO FEDERAL
Loureiro; Marcos de Souza Freire Lopes Filho; Patrícia
Isabel Bahia Mendes Freire; Apresentação do caso: Paciente, 58 anos, feminino,
Instituição: HOSPITAL OPHIR LOYOLA procurou a emergência do HBDF com dor e distensão
abdominal. Ao exame físico, abdome distendido e sem
Introdução: As ressecções hepáticas foram descritas
sinais de irritação peritoneal. Imagens de TC e USG su-
há mais de dois séculos, porém só recentemente fo-
geriram massa anexial à direita com sinais de suboclu-
ram empregados na prática médica. Com o desenvol-
são intestinal. Na ocasião, realizou-se uma laparotomia
vimento e padronização da técnica cirúrgica hepática,
de urgência, na qual identificou massa localizada na re-
atualmente diversas doenças do fígado podem ser tra-
gião pélvica direita, com características de origem intes-
tadas cirurgicamente com segurança, como tumores
tinal, sugerindo um tumor. Optou-se, então, por fazer
malignos primários e secundários, tumores benignos,
enterectomia com margens livres, além de ligadura de
rupturas traumáticas, cistos e abscessos. Na atualida-
vasos em raiz do mesentério e anastomose enteroenté-
de a hepatectomia eletiva não está mais relacionada
rica laterolateral por duplo grampeamento. A paciente
a índices alarmantes de mortalidade, sendo sua taxa
evoluiu sem intercorrências e teve alta após cinco dias
menor que 5%. O pior prognóstico está relacionado à
do pós operatório. O Laudo inicial da patologia indicou
insuficiência hepática ou infecções. Objetivo: avaliar
uma neoplasia fusiforme sugestiva de tumor estromal
as indicações e cirurgias hepáticas mais realizadas no
gastrointestinal (GIST). No entanto, a imuno-histoquí-
Hospital Ophir Loyola. Método: estudo retrospectivo,
mica revelou positividade difusa de células para actina
de coorte, descritivo, analítico por meio da análise de
de músculo liso e desmina, além de negatividade para
prontuários dos pacientes submetidos à hepatectomia
S100, C-Kit e CD34, compatível com leiomioma, contra-
no HOL, seguindo-se um protocolo de pesquisa. Resul-
dizendo a análise inicial. Discussão: O GIST é o tumor
tados: As neoplasias malignas foram as principais in-
mesenquimal mais comum do trato digestivo (80%).
dicação de hepatectomia, sendo a metástase hepática
Seu diagnóstico é baseado na apresentação clínica, nas
a principal, seguida de neoplasia da via biliar. Das indi-
características morfológicas, mas, sobretudo, pela pre-
cações benignas, 12,12% foram provenientes de cisto
sença da proteína c-KIT (CD117) detectada por método
hepático e 3,03% de hemangioma. A hepatectomia di-
imuno-histoquímico. Antes do advento da imuno-his-
reita foi a mais incidente no estudo (42,43%), seguida
toquimica e da microscopia eletrônica, acreditava-se
da segmentectomia (30,30%), hepatectomia esquerda
que os tumores mesenquimais do trato gastrointesti-
(24,24%) e ressecções atípicas em 3,03%. O percentual
nal eram originados da musculatura lisa, sendo deno-
de óbitos total nos pacientes que realizaram hepatecto-
minados de “leiomiomas’’. O leiomioma, na verdade, é
mia no período do estudo, sendo que 48, 48% (n= 16)
uma lesão benigna do intestino delgado, que acomete
evoluíram a óbito, deste apenas um (n= 1) ocorreu no
principalmente o jejuno e íleo. Após o surgimento da
intra-operatório, devido lesão de veia cava. Conclusão:
avaliação por imuno-histoquímica, os tumores GIST
O estudo na área das hepatectomias precisa ser mais
passaram a ser classificados separadamente em uma
explorado, sobretudo para que sejam discutidas mais
nova classe de tumores, o que é extremamente impor-
profundamente as condutas a serem tomadas em cada
tante, pois apresentam prognóstico e tratamento dis-
situação de adversidade durante a manipulação hepá-
tintos dos leiomiomas, evidenciando assim a relevância
tica e após o ato cirúrgico em possíveis complicações.
da diferenciação dos dois tipos histológicos em questão
O perfil encontrado condiz com a literatura estudada,
no desfecho do caso. Comentários finais: O caso em
apesar da mortalidade geral no serviço estar acima da
tela evidencia a importância do método imuno-histo-
aceita pela literatura.
química na diferenciação de tumores intraestromais e
Contato: RAÍSSA PEREIRA DE TOMMASO – raissa_ leiomiomas intestinais. Já que a investigação pautada
tommaso@yahoo.com.br na apresentação clínica, radiológica e mesmo no exame
histopatológico não são suficientes para diagnóstico di-
ferencial. Destaca-se ainda importância da abordagem
por equipe especializada mesmo em ambiente de ur-
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA gência, na investigação inicial destes casos.
CÓDIGO: 60344

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Contato: ALLANA TAMIRIS BONFIM NOGUEIRA – clusão: O caso em questão traz a importância de uma
allana_nogueira@yahoo.com.br avaliação colonica nos pacientes com anemia crônica,
devido a grande incidência de câncer colorretal nessas
situações. Dando a importância do diagnóstico precoce,
resultando em um melhor prognóstico e consequente-
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL mente tratamentos menos radicais.
CÓDIGO: 61897
Contato: ISABELLE FRANÇA BEZERRA –
isabellefbezerra@gmail.com
A IMPORTÂNCIA DA INVESTIGAÇÃO
COLONOSCOPICA EM PACIENTE COM
ANEMIA CRÔNICA – RELATO DE CASO
Autores: Isabelle França Bezerra; Crislanny Regina TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
Santos da Silva; Francielly Tertulino Cunha; Isa Maryana CÓDIGO: 62014
Araújo Bezerra de Macedo; Vanessa Nobre Veras;
George Alexandre Lira; Juliany Medeiros Santos; A IMPORTÂNCIA DO RASTREAMENTO E
Instituição: UNIVERSIDADE POTIGUAR DIAGNÓSTICO PRECOCE DA RECIDIVA
Apresentação do caso: I.M.O.M., 76 anos, internada DE CÂNCER DE OVÁRIO – RELATO DE
devido anemia crônica sem melhora clínica que reali- CASO
zou colonoscopia e Tomografia Computadorizada(TC) Autores: Isa Maryana Araujo Bezerra de Macedo; Mara
de abdômen total que encontrou lesões suspeitas sin- Juliane Silva Jovino; Francielly Tertulino Cunha; Isabelle
crônicas em cólon transverso e ângulo hepático, que fo- França Bezerra; George Alexandre Lira; Crislanny Regina
ram biopsiadas. Além disso, apresentava leve perda de Santos da Silva; Kerginaldo Jácome da Costa Filho;
peso e prostação ao leito devido a Artrite Reumatóide. ANDERSON NEVES DA CRUZ;
Resultado do anatomopatológico foi adenocarcinoma Instituição: LIGA NORTE RIOGRANDENSE CONTRA O
moderadamente diferenciado, com estadiamento de CANCER
doença localizada. Diante disso, foi realizada colecto- Apresentação do caso: TCC, feminino, 54 anos. Pacien-
mia direita e transversa alargada com linfadenectomia te tem histórico de ooforectomia bilateral prévia, com
e ileostomia terminal. A biópsia evidenciou dois ade- biópsia de tumor de células claras em ovário direito,
nocarcinomas moderadamente diferenciados, com di- com invasão perineural. Na cirurgia de estadiamento
mensões de 11 e 4,5cm, com padrão de crescimento não demonstrou doença. Em seguida, realizou trata-
infiltrativo, margens livres e metástase em 03 dos 22 mento adjuvante com 6 ciclos de quimioterapia (QT).
linfonodos examinados. Encaminhada a neoadjuvân- No seguimento durante 6 anos, até ao achado de nódu-
cia. Discussão: O Câncer(CA) colorretal está entre as los localizados no baço, sugestivo de lesões secundárias
três principais causas de anemia ferropriva(AF), assim pela ressonância sendo submetida a esplenectomia,
a investigação diagnóstica de uma AF, deve sempre ser pancreatectomia corpocaudal e hemicolectomia es-
iniciada pelo cólon, sendo feita a avaliação do trato gas- querda. Resultado do AP esplênico, informou neoplasia
trpintestinal(TGI) superior apenas quando a colonosco- maligna de células epitelióides sendo confirmado pela
pia é normal ou quando o paciente apresenta sintomas imunohistoquímica como carcinoma de células claras
nesse segmento. Em alguns casos de CA de colorretal metastático, e ovário/endotélio como prováveis célu-
a AF é a unica manifestação, retardando o diagnostico las primárias, levantando a hipótese de recidiva. Houve
precoce e, consequentemente, alterando prognóstico. complicação pós-operatória imediata com fístula colô-
A triagem em pacientes sem história familiar de CA co- nica e abscesso subdiafragmático, sendo reoperada e
lorretal e que se apresentam assintomáticos começa realizado colostomia terminal, drenagem do abscesso
aos 50 anos, sendo a colonoscopia o padrão-ouro. A e permaneceu internada por 30 dias. Complementou
conduta médica tem sido identificada como a principal com 6 ciclos de QT, permanecendo em seguimento tri-
causa de atraso no diagnóstico de CA colorretal, o que mestral. Discussão: O carcinoma epitelial de ovário é
chama a atenção para a necessidade de uma melhor a causa mais frequente de morte por neoplasia gine-
educação sobre o tema, pois estudos mostram que a cológica, constituindo a causa de óbito por câncer na
colonoscopia retardada foi um fator independente as- mulher, apesar, ser do tratamento cirúrgico e apresen-
sociado a uma fraca sobrevida global dos pacientes que tar relevante quimiossensibilidade. Cerca de 65% das
realizam o exame com mais de 90 dias após o diagnós- mulheres tem o resultado de câncer em estágio avan-
tico de AF. Quanto menor a hemoglobina, mais prová- çado. Portanto, em virtude de sua prevalência, progres-
vel ter uma grave patologia subjacente e mais urgen- são silenciosa e predisposição a metástases, torna-se
te é a necessidade de investigação. Vale salientar que necessário a viabilidade de utilização de procedimen-
pacientes com CA de colon apresentam grande chance tos de imagem com alta sensibilidade e especificidade.
de tumores sincrônicos, e isso torna o exame completo Dessa forma, por se tratar de um diagnóstico lento e
de cólon pré-operatório de grande importância. Con- tardio, torna-se impreterível imagens radiológicas mais

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sofisticadas. Há uma dificuldade de identificar os sítios nação da Radioterapia com a Quimioterapia à base de
de recidiva precoce, o que desfavorece as técnicas de Cisplatina é um fator agravante para a ocorrência de
imagens convencionais para o rastreamento da neopla- uma perda neurossensorial auditiva, por mecanismos
sia. Logo, a ausência de alterações por meio de exames não esclarecidos completamente. Além disso, foi ob-
de imagem, exclusivamente tradicionais, não pode des- servado que o aperfeiçoamento da Radioterapia, pela
cartar totalmente a ocorrência de recidiva em outros técnica de intensidade modulada do feixe, revelou uma
locais no caso relatado. Conclusão: Tendo em vista que redução significativa no número de casos de pacientes
a paciente permaneceu durante um longo período do com tal efeito colateral. Conclusão: Ainda há uma certa
seguimento sem alterações detectadas nos exames ra- dificuldade de avaliação desse efeito adverso. Por isso,
diográficos, e que posteriormente apresentou recidiva, torna-se necessário um maior estudo e o estabeleci-
seria fundamental a realização de exame de imagem mento de parâmetros para uma análise mais detalhada
com alta sensibilidade e especificidade para detectar do prejuízo auditivo que pacientes pediátricos submeti-
lesões precoces. Além de ser imprescindível para me- dos à Radioterapia possam apresentar.
lhor prognóstico, está relacionado ao menor índice de
Contato: WIVIAN LOPES DO ESPIRITO SANTO – lopes.
mortalidade nos casos de câncer de ovário.
wivian@gmail.com
Contato: ANDERSON NEVES DA CRUZ – anderson-
cruz@hotmail.com

TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL


CÓDIGO: 61908
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
CÓDIGO: 59486 ABORDAGEM CIRÚRGICA
CONSERVADORA EM CEC DE CANAL
A OTOTOXICIDADE COMO EFEITO ANAL COM INVASÃO GENITURINÁRIA –
COLATERAL NO TRATAMENTO DO RELATO DE CASO
CÂNCER INFANTIL Autores: Giancarlo Jorio Almeida; Edmar Lopes da Silva
Autores: Bruna Teixeira Marques; Isabela Coelho Neto; Carolina Caracas; Juliana Steffany de Souza; Igor
Guimarães; Júlia Soares Schymura; Eduardo Namen Medeiros Burgos; Bruna Coelho Lacerda; Victor Hugo
Curry Feliciano; Caroline Machado Mendes dos Santos; Pereira Gomes;
Nathalia Del Duca de Miranda; Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO
Instituição: ESCOLA DE MEDICINA SOUZA MARQUES RIO DE JANEIRO – UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO
Introdução: A Radioterapia utiliza a radiação ionizante
no tratamento de tumores, atuando diretamente sobre Apresentação do caso: I.R.A., mulher, 62 anos, branca,
componentes celulares, e aumentando radicais livres tabagista, portadora de DPOC; busca, em 2002, atendi-
na área lesada, favorecendo o potencial lesivo desse mento médico com queixa de abaulamento em região
método de tratamento. Assim, uma reação tóxica gera anal, proctalgia ao evacuar e hematoquezia. Foi subme-
lesões às estruturas da orelha interna, afetando o siste- tida no mesmo ano a hemorroidectomia, em cujo laudo
ma auditivo e/ou vestibular podendo levar à perda au- histopatológico (LHP) da lesão consta carcinoma esca-
ditiva. Esse efeito colateral é muito mais pronunciado mocelular (CEC), iniciando radioterapia convencional
na combinação dessa terapia com a Quimioterapia à (RxT). Em setembro de 2004, evoluiu com constipação
base de Cisplatina. Portanto, pacientes em tratamento crônica, fezes em fita e enterorragia. Em seguimento, co-
adjuvante apresentaram maior perda neurossensorial lonoscopia evidencia recidiva do CEC. Tomografia com-
auditiva que aqueles em tratamento Radioterápico sim- putadorizada (TC) de abdome e pelve não apresentou
ples. Porém, a técnica de radioterapia por intensidade metástases a distância. Em 23/12/04, foi encaminhada
modulada do feixe tornou possível a redução da radia- para tratamento cirúrgico, com retossigmoidectomia
ção em regiões indesejadas, como o aparelho auditivo, abdominal incompleta, pois tumor invadia parede late-
levando a uma redução da ototoxicidade secundária a ral da pelve e ureter esquerdos, impedindo ressecção
essa terapia. Objetivo: Ressaltar a avaliação e a quanti- total, associada a colostomia em flanco esquerdo e lin-
ficação da ototoxicidade como efeito adverso e, a partir fadenectomia pélvica. Estadiada em IIIB. Seguiu-se com
das mesmas, abordar a melhor conduta possível para RxT. Cinco meses depois, apresentou piora clínica com
os pacientes pediátricos. Método: Este estudo constitui dor abdominal, secreção mucoide anal, e uso regular
uma revisão de literatura, cujos artigos foram selecio- de morfina. Após sucessivas consultas e risco cirúrgico
nados através de busca nos bancos de dados Scielo e de ASA II, marcada ressecção abdominoperineal soma-
Ebsco, a partir da fonte Medline, além dos periódicos da da a colostomia definitiva (RAP) para final de setembro
revista JCO. A pesquisa dos artigos foi realizada entre de 2005. No entanto, naquele mês, procurou emergên-
janeiro e julho de 2016. Resultados: Por meio de estu- cia com queixa de êmese diária e inapetência. Fora in-
dos prévios se obteve o conhecimento de que a combi- ternada, apresentando também invasão vaginal e evo-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 128


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luindo com hidronefrose bilateral e insuficiência renal. hipersinal de substância branca, tálamo, núcleos da
Encaminhada para cuidados paliativos em 24/10/05, base e em região anterior do corpo caloso em T1, com
evoluindo a óbito em 01/11/05. Discussão: O câncer de edema vasogênico perilesional. Sem alterações do lí-
canal anal é uma rara neoplasia maligna, sendo respon- quor. A partir da abordagem por MiniCraniotomia fron-
sável por 4% dos tumores intestinais. O tipo histológico tal esquerda guiada por neuronavegação, foi realizado
mais comum é o CEC, seguido pelo cloagênico, adeno- estudo anatomopatológico dos múltiplos fragmentos
carcinoma, melanoma e adenocarcinoma mucinoso. irregulares, acastanhados e elásticos, cuja dimensão
Entre os fatores de risco mais associados, a paciente em conjunto é de 3,0 x 2,0 x 0,6 cm, seus achados imu-
é do sexo feminino, tabagista e apresentou um qua- no-histoquímicos são condizentes com linfoma não-
dro hemorroidário prévio. Outros incluem sexo anal, -Hodgkin difuso de grandes células B. Discussão: O lin-
doenças sexualmente transmissíveis, outras doenças foma primário do sistema nervoso central (SNC) é um
perianais e imunossupressão. O diagnóstico é fácil; no tipo raro de linfoma não-Hodgkin extranodal cuja pre-
entanto, muitos casos são descobertos em fase avança- valência vem aumentando, principalmente em pacien-
da devido à semelhança com quadros hemorroidários, tes imucomprometidos, atualmente representa cerca
negligência médica e desconhecimento da doença. O de 4% dos tumores do sistema nervoso central (SNC)
tratamento de escolha é a RxT local associada a quimio- e sua incidência não relacionada com SIDA é de 0.8 por
terapia (QT), independente da excisão do tumor, pois a milhão de habitantes, sendo mais comum o linfoma
cirurgia para excisão do tumor é mutiladora com conse- não Hodgkin de células B (85%). Sua etiopatogenia não
quente colostomia definitiva e há grande disseminação é bem definida em pacientes imunocompetentes, nos
linfática. Conclusão: CEC de canal anal é um tumor raro quais a idade média é de 55 anos com discreto predo-
em que o tratamento de escolha é a QT+RXT, mas a ci- mínio no sexo masculino, sem relação hereditária. Qua-
rurgia é realizada em casos de lesão persistente. dro clínico composto geralmente por déficit neurológi-
cos, como desorientação executiva e espacial e déficit
Contato: GIANCARLO JORIO ALMEIDA –
oftalmológico, bem como náusea, vômito e cefaleia,
gianjorioalmeida@gmail.com
sinais de hipertensão intracraniana.O uso de corticoide
reduz rapidamente os sintomas, há boa resposta global
ao uso de dexametasona ou metotrexato e quimiote-
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA rapia, associada ou não à radioterapia. Comentários
CÓDIGO: 61870 finais: Diante do aumento da incidência de linfoma não
Hodgkin no SNC, faz-se necessária a elucidação de sua
ABORDAGEM CIRÚRGICA DE LINFOMA etiopatogenia em pacientes imunocompetentes.
NÃO-HODGKIN PRIMÁRIO DO SISTEMA Contato: ANA PAULA COÊLHO DE MÉLO LEITE –
NERVOSO CENTRAL – RELATO DE CASO anapaulacoelho10@hotmail.com
Autores: Ana Paula Coêlho de Mélo Leite; Maurus
Marques de Almeida Holanda; Bruna Nadiely Victor
da Silva; Rodrigo Marmo da Costa e Souza; Marcos
Alexandre da Franca Pereira; Pedro Henrique Coêlho TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS
de Mélo Leite; Thaciana Virgínia do Carmo Silva; José CÓDIGO: 57424
Raimundo Coelho Dias;
Instituição: FACULDADE MEDICINA NOVA ESPERANÇA ABORDAGEM CIRÚRGICA DO
Apresentação do caso: ACSA, 36 anos, sexo femini-
LEIOMIOSSARCOMA DE CAVA INFERIOR
no, previamente hígida, anti-HIV negativa, com quadro COM LIGADURA E RESSECÇÃO DA VEIA
incial de disfunção executiva, desorientação espacial RENAL ESQUERDA E MANUTENÇÃO DA
e amnésia. Após um mês foi internada apresentando FUNÇÃO RENAL PELA COLATERAIS
vômito, rebaixamento do nível de consciência, neces- Autores: Rinaldo Gonçalves; Jose L Bravin; Rafael Albagli;
sidade de SNE e dependência para ABVDs, ao exame Marcy Junqueira; Cibele Aquino;
físico apresentou afasia global, sonolência, ROT vivos e Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA
Babinski à direita. Na tomografia de crânio (TC) foram
Apresentação do caso: Os tumores malignos do retro-
evidenciadas 3 lesões expansivas com edema impor-
peritônio representam 0,1 a 0,2% de todos os tumores
tante e localização supratentorial, sobretudo na região
malignos do corpo. Em razão da complexidade cirúrgi-
anterior ao corpo frontal do ventrículo lateral esquer-
ca e do mau prognóstico a longo prazo, o envolvimento
do, com captação de contraste heterogênea. Exames
de grandes vasos por estes tumores tem sido tradicio-
laboratoriais negativos para parasitoses, infecções e
nalmente considerado um fator limitante para o trata-
marcadores tumorais. Instituído tratamento empírico
mento cirúrgico. Contudo, a ressecção radical em bloco
para toxoplasmose com uso de dexametasona, seguida
do segmento venoso afetado permanece como a única
de melhora clínica e redução de edema significantes.
opção terapêutica associada à sobrevida prolongada.
Na ressonância magnética com contraste observou-se

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 129


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Particularmente em relação aos sarcomas retroperito- células em anel de sinete em mesentério e camada
neais, a veia cava em sua porção perirrenal representa muscular do intestino delgado. Presença de infiltrações
o segmento vascular mais envolvido. Pela característica perineural e angiolinfática, estabilidade de microssaté-
anatômica da presença de colaterais não há consenso lite pelo estudo imuno-histoquímico. Discussão: Ade-
na literatura sobre a necessidade de reconstrução da nocarcinoma colorretal com células em anel de sinete
veia renal esquerda após a ressecção da veia cava justa é uma variante do adenocarcinoma mucinoso, carac-
renal. Alguns autores preconizam a sua reconstrução terizado pela produção de mucina extracelular, repre-
com o objetivo de prevenir congestão venosa do rim e senta 0,9-4% dos cânceres colorretais. Acomete princi-
consequente deteriorização da função renal, enquan- palmente pacientes entre a quinta e sexta décadas de
to outros autores favorecem a sua ligadura direta sem vida, sendo apenas 10% das pessoas diagnosticados
reconstrução, pela praticidade, menor tempo cirúrgico com menos de 50 anos de idade. Geralmente diagnos-
e menor risco de sangramento envolvido. Relatamos ticado em estágios avançados, exibindo pior prognósti-
caso de uma paciente feminina, 56 anos, portadora de co. Em comparação com outros tipos histológicos tem
sarcoma de veia cava inferior em sua porção justarre- maior propensão a metástases peritoneais, linfonodais
nal com acometimento do óstio da veia renal esquerda. e recorrência local. A implantação peritoneal é o local
Paciente foi submetida a ressecão do segmento caval mais comum de metástases e raramente para o fíga-
envolvido pela lesão com reconstrução através de pró- do (oposto do observado em adenocarcinomas típicos).
tese de Dacron. Foi optado pela não reconstrução da Tal disseminação é explicada pela produção excessiva
veia renal esquerda após a confirmação de drenagem de muco permitindo que células tumorais atravessem a
venosa efetiva do rim esquerdo através de vasos veno- parede intestinal e disseminem na cavidade. Sobrevida
sos colaterais. A paciente evoluiu sem alteração da fun- média de 6 meses. Requer excisão cirúrgica mais agres-
ção renal no pós-operatório e no controle cintilografico siva com dissecção completa do tumor e das estrutu-
e laboratorial no segundo ano de pós operatório. Con- ras adjacentes em que se estende. Revisões recentes
clusão: a secção e ligadura da veia renal esquerda se concluíram que devido a sua gravidade, a presença da
mostrou um procedimento adequado no manejo desta histologia em anel de sinete pode ser uma contraindi-
paciente com sarcoma de veia cava inferior e envolvi- cação relativa para a peritoniectomia e a quimioterapia
mento do ostio da veia renal esquerda, sendo a sua se- intraperitoneal hipertérmica. Comentários finais: A in-
gurança corroborada por dados de literatura. formação a respeito do adenocarcinoma colorretal com
células em anel de sinete ainda é escassa, menos de
Contato: JOSÉ LUIZ BRAVIN JÚNIOR – bravinjr@gmail.
20 casos foram discutidos na literatura. Relatamos um
com
caso raro e agressivo de início precoce e com carcino-
matose peritoneal. Devido as suas particularidades as
características moleculares e celulares estão começan-
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL do a somar em nosso conhecimento existente.
CÓDIGO: 60293 Contato: FERNANDA PAULA SCHAFER –
fernandapaulaschafer@gmail.com
ADENOCARCINOMA COLORRETAL
MUCINOSO COM CÉLULAS EM ANEL DE
SINETE – RELATO DE CASO
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
Autores: Fernanda Paula Schafer; Renata Bruna Garcia
CÓDIGO: 60687
dos Santos Gatelli; Charles Nilton Gatelli; Isabella Kern
Arendt; Leonardo Werner Rasche; Víctor Sánchez Zago;
Letícia Signori Kohl; Bernardo Cenci Basso; ADENOCARCINOMA DE COLO UTERINO
Instituição: UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO EM ESTADIO INICIAL ASSOCIADO A
CARCINOMA NEUROENDOCRINO
Apresentação do caso: Masculino, 42 anos, submetido
à laparotomia na cidade de origem por quadro de apen-
EVOLUINDO COM RECIDIVA SISTÊMICA
dicite aguda, sendo evidenciado carcinomatose perito-
– RELATO DE CASO
neal. A biópsia revelou adenocarcinoma mucinoso. A Autores: Ronaldo Murai Minholi; Alvo Orlando Vizzotto
TC abdominal apresentou múltiplas coleções fluidas Junior; Andréia Dal‘Bosco; José Guilherme Frediani
junto à parede abdominal e flancos, encirclando alças Oliveira; Juliana dos Santos Tortajada; José Alaor da
Veiga Junior; Ricardo Yudi Nishimoto; Gustavo Alessio
intestinais causando quadro de oclusão e implante se-
Nemer;
cundário no fígado. Laparotomia exploratória por obs-
Instituição: HOSPITAL SANTA RITA DE MARINGÁ
trução intestinal revelou extensa infiltração neoplásica
na parede abdominal, alça intestinal, peritônio, causan- Apresentação do caso: J.S.A., feminino, 38 anos, com
do encarceramento visceral. Realizado enterectomia e lesão do colo uterino. Anátomo-patológico(AP) por col-
confecção de ostomia. A análise patológica evidenciou poscopia(DEZ/14): neoplasia maligna de alto grau com
implantes invasivos de adenocarcinoma mucinoso com diferenciação rosetóide. AP por histeroscopia(JAN/15):

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adenocarcinoma endocervical e células rosetóides su- Bartolomei Siqueira Corradi; Paula Ribeiro do Prado;
gestivas de diferenciação neuroendócrina. Imunoisto- Pollyana Ardavicius e Silva; Vitoria Castro Marcos; Paula
química(IHQ): adenocarcinoma com componente de de Julio Matheus;
diferenciação neuroendócrina. Em FEV/15 foi realizada Instituição: HOSPITAL GERAL DE CARAPICUIBA
a histerectomia total ampliada com linfadenectomia
Apresentação do caso: Paciente, masculino, 71 anos,
pélvica bilateral e preservação do anexo direito. AP:
ex tabagista 30 anos/maço, sem comorbidades, em
adenocarcinoma endocervical de colo uterino, grau 2,
investigação ambulatorial de anemia. Negava altera-
invasivo, com 7 mm de extensão e 5 mm de infiltração
ção de hábito intestinal, sangramento, perda de peso
pT1a2pN0M0, FIGO IA2. Sem indicação de terapia adju-
e dor abdominal. Realizou colonoscopia que eviden-
vante. Iniciada proservação trimestral. Em DEZ/16, foi
ciou neoplasia avançada de cólon ascendente cujo
detectada em tomografia computadorizada imagem
anatomopatológico constatou adenocarcinoma bem
nodular na região anterior da pelve, medindo 4,6x2,7
diferenciado invasivo de intestino grosso. Tomografia
cm, de natureza indeterminada. Submetida a laparoto-
de abdome com espessamento parietal concêntrico de
mia: tumor em anexo direito com implante em omento.
ceco e do colo ascendente por um segmento de apro-
AP: carcinoma pouco diferenciado infiltrativo em tecido
ximadamente 9cm, sem determinar oclusão; aumento
ovariano e omento. IHQ: carcinoma neuroendócrino de
do apêndice cecal com paredes finas e calcificações pa-
pequenas células de alto grau. RM de crânio e PET-CT
rietais de conteúdo espesso no seu interior. Paciente foi
de reestadiamento demonstraram múltiplos nódulos
internado para programação cirúrgica. Realizado lapa-
pulmonares bilaterais inespecíficos; linfonodos cervi-
rotomia e identificado lesão tumoral em ceco e cólon
cais submandibular direito, nível II bilateral e nível III
ascendente associado a apêndice cecal dilatado e au-
esquerdo; fígado com área focal no segmento II; focos
mentado de tamanho. Realizada colectomia direita com
na cicatriz da laparotomia; compatíveis com doença. A
anastomose ileotransverso com grampeador linear. O
paciente foi reestadiada com T1aN0M1. Iniciada qui-
anatomopatológico da peça evidenciou adenocarcino-
mioterapia com cisplatina e etoposídeo (4 ciclos), com
ma moderadamente diferenciado de ceco de 8x4,5 cm
término em maio de 2017. Após tratamento, realizou
estadio IIIA pT3 N1 MX e apêndice cecal de 11x3,5cm
exames de reestadiamento que não evidenciaram do-
correspondendo a cistoadenoma mucinoso. Paciente
ença, sugerindo resposta completa, inclusive dos nódu-
evoluiu bem após a cirurgia, recebendo alta para segui-
los pulmonares. Discussão: O adenocarcinoma repre-
mento com serviço oncológico. Discussão: A incidência
senta cerca de 20% dos casos das neoplasias de colo
de mucocele de apêndice e câncer colorretal é pouco
uterino, ao passo que o carcinoma neuroendócrino, en-
descrita na literatura, variando de 0,3 a 20%. A muco-
tidade incomum e agressiva, representa apenas 2%. A
cele de apêndice é um evento raro, correspondendo a
coexistência destes dois tumores é extremamente rara.
8% dos tumores de apêndice e presente em 0,2 a 0,3
A Colégio Americano de Ginecologia e Obstetrícia pre-
% das apendicectomias. Trata-se de uma dilatação do
coniza como primeiro tratamento para estádios clínicos
apêndice vermiforme causada por acúmulo de material
iniciais do adenocarcinoma do colo uterino, a cirugia ex-
mucoso. Existem duas formas de apresentação: forma
clusiva. Dada a infrequência da associação destas duas
benigna (mucocele simples e o cistadenoma mucinoso)
neoplasias, não há estudos que estabeleçam protocolo
ou forma maligna (cistadenocarcinoma mucinoso). A
específico para seu manejo. Assim sendo, o tratamento
mucocele simples corresponde a hiperplasia mucosa
quimioterápico é baseado no carcinoma pulmonar de
sem atipias; no cistadenoma mucinoso há presença de
pequenas células devido às suas semelhanças histoló-
algum grau de atipia; já no cistadenocarcinoma muci-
gicas. Conclusão: Cabe salientar que mesmo em lesões
noso pode estar presente invasão estromal ou implan-
neoplásicas iniciais, a evolução pode ser desfavorável,
tes peritoniais. O curso da doença é assintomático em
principalmente quando há associação com carcinoma
50% dos pacientes, sendo geralmente um achado inci-
neuroendócrino, por ser este de pior prognóstico.
dental como no caso descrito. Quando sintomáticos os
Contato: RONALDO MURAI MINHOLI – ronaldo_ pacientes apresentam dor abdominal, massa palpável
minholi@yahoo.com.br em fossa ilíaca direita e perda de peso. A conduta reco-
mendada é a colectomia direita. Comentários finais: A
ocorrência de adenorcarcinoma e lesão sincrônica em
apêndice é um evento raro. É imprescindível avaliação
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL pré e intraoperatórias completas para excluir tais le-
CÓDIGO: 60181 sões sincrônicas e ministrar tratamento adequado.
Contato: CAROLINA NOGUEIRA FERRAZ TREMONTE –
ADENOCARCINOMA DE CÓLON
carolinatremonte@gmail.com
SINCRÔNICO A MUCOCELE DE
APÊNDICE – RELATO DE CASO
Autores: Carolina Nogueira Ferraz Tremonte; Leonardo
Marques Silveira; Bruno Amantini Messias; Matheus

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 131


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO ADENOCARCINOMA DE INTESTINO


CÓDIGO: 59515
DELGADO – RELATO DE CASO
Autores: Rafael Figueiredo Queiroz De Souza; Tatiany
ADENOCARCINOMA DE INTESTINO Lima Peres; Manoel Ramos Neto; Ivan Cruz Silva; Pedro
DELGADO – RELATO DE CASO DE Gomes Coelho; Fernanda Lessa Marques de Araújo;
RESSECÇÃO E LINFADENECTOMIA COM Sheila Queiroz Campos;
UTILIZAÇÃO DE AZUL DE METILENO Instituição: ONCOMED
INTRA-OPERATÓRIO
Apresentação do caso: DN, 42 anos, masculino, cau-
Autores: Pedro Henrique Mendes Figueiredo; André casiano, casado, sobrepeso e hipertensão controlada,
Luís de Freitas Perina; Eduardo Petribu Faria; Sérgio
natural de São Luiz Gonzaga-RS e residindo em Cuiabá-
Dias do Couto Netto; Andrea Schiavinato Jafelicci;
-MT, encaminhado em agosto de 2016 ao Hospital Geral
Frederico José Ribeiro Teixeira Júnior; Ângela Flávia
Logullo Waitzberg; Universitário (HGU) com quadro de dor epigástrica, vô-
mitos pós-prandiais, anorexia e perda ponderal de 20
Instituição: INSTITUTO DE ONCOLOGIA SANTA PAULA
kg em noventa dias portando uma ultrassonografia de
Apresentação do caso: Paciente feminina de 55 anos abdome total com o seguinte resultado formação ova-
com quadro de síndrome consumptiva e vômitos há 6 lar anecoide, medindo 4,2x3,3cm, em topografia caudal
meses, sendo investigada em outro serviço sem diag- pancreática de origem a esclarecer de Junho de 2016 e
nóstico definido. Realizou tomografia de abdomen de- Tomografia Computadorizada de Abdome Total no mes-
monstrando distensão de alças, sem ponto definido de mo mês apresentando lesão sugestiva de pseudocisto
obstrução intestinal, porém com imagem sugestiva de pancreático. Diante disto, foi realizada nova tomografia
espessamento parietal do jejuno proximal/médio. Foi abdome e pelve e exames laboratoriais com marcado-
submetida a laparotomia exploradora com diagnósti- res tumorais o qual apresentou processo suboclusivo
co de massa suboclusiva em jejuno médio. Durante o de provável etiologia mecânica ou vascular em segmen-
procedimento cirúrgico foi realizada injeção de 1 mL to jejunal distal com exames laboratorial e marcadores
de azul de metileno na submucosa da região acome- CA 19-9 dentro da normalidade. O paciente então foi
tida e após 5-10 minutos foi observado a drenagem internado em nosso serviço no mês de outubro de 2016
do corante pelos vasos linfáticos e linfonodo regionais, na emergência para realização de laparotomia explo-
definindo a área necessária para ressecção adequada. ratória, no ato cirúrgico apresentou lesão em região
O tumor demonstrou tratar-se de um adenocarcinoma de topografia a cerca de 60 cm do ângulo de Treitz foi
tubular moderadamente diferenciado com 2/21 linfo- então decidido realizar uma ressecção da lesão tumo-
nodos dissecados comprometidos por neoplasia. A uti- ral com enteroanastomose término-terminal primária
lização de injeção de corante no manejo intra-operató- em jejuno proximal. O procedimento cirúrgico deu-se
rio dos tumores do intestino delgado ajuda na definição de forma emergencial e transcorreu sem intercorrên-
da área necessária para realização de linfadenectomia cia. Durante exploração cirúrgica da cavidade abdomi-
adequada. O uso do azul de metileno em detrimento do nal não foram evidenciadas outras lesões expansivas.
azul patente parece ser mais adequada, uma vez que A peça cirúrgica foi encaminhada para anatomopa-
aquele possui peso molecular em torno de 4x menor tologia, cuja análise definiu tratar-se de uma lesão do
do que este. O que permite a definição de toda uma tipo adenocarcinoma padrão intestinal usual (tubular),
área de drenagem linfática e não apenas os primeiros moderadamente diferenciado comprometendo toda
linfonodos que drenam a região. Além disso, existem espessura da parede ultrapassando a camada serosa
trabalhos que demonstram que a injeção de um coran- com comprometimento de margem radial de ressecção
te no intra-operatório atua como auxílio ao patologis- pela neoplasia, instituída quimioterapia adjuvante com
ta assistente na contagem de linfonodos, melhorando esquema FOLFOX 6 por seis meses, sendo realizadas
desta forma o estadiamento da neoplasia. O uso desta onze sessões encontrando em segmento. Discussão:
técnica parece ser seguro e não afetar o tempo opera- Adenocarcinoma de intestino delgado uma neoplasia
tório de maneira significativa, mesmo em situações de maligna rara com sintomas inespecíficos, tornando o
cirurgia de urgência como no caso relatado. Sua utiliza- diagnóstico difícil e tardio com prognóstico reservado.
ção em regiões como o intestino delgado, que apresen- Comentários finais: As neoplasias malignas do intes-
tam drenagem muito variada é de grande validade para tino delgado são raras e responsáveis por apenas 2%
uma ressecção oncológica adequada. dos casos de câncer do TGI. A incidência aumenta em
indivíduos com mais de 40 anos, sendo sua ocorrência
Contato: PEDRO HENRIQUE MENDES FIGUEIREDO –
em adolescentes um evento pouco frequente. Entre os
phmendes.figueiredo@gmail.com
subtipos histológicos, o adenocarcinoma corresponde
a cerca de 30% a 40% dos casos.
Contato: MANOEL ANTONIO RAMOS NETO –
TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE manoelonco@gmail.com
CÓDIGO: 62012

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 132


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA geralmente tardio. A ressecção cirúrgica do tumor é


CÓDIGO: 61882 o tratamento de escolha. O prognóstico geralmente é
melhor em pacientes com doença localizada.
ADENOCARCINOMA DE JEJUNO EM
Contato: SANNAY VALOIS DA SILVA – VALOIS.
PACIENTE JOVEM – RELATO DE CASO SANNAY@ME.COM
Autores: Sannay Valois da Silva; Larissa Dias de Tavares;
Matheus Henrique de Souza Gomes; Wesley Alexsandro
Monteiro Lopes; Monique de Oliveira Ferreira; Geraldo
Ishak; Pedro Antônio Murrafej Hage; SANDRO ROBERTO TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
DE ARAÚJO CAVALLÉRO;
CÓDIGO: 59516
Instituição: HOSPITAL UNIVERSITARIO JOAO DE BARROS
BARRETOS; UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESATADO DO
PARÁ
ADENOCARCINOMA DE SIGMÓIDE
SINCRÔNICO COM LEIOMIOMA
Apresentação do caso: Mulher, 23 anos, internada GIGANTE DE SIGMÓIDE – RARA CAUSA
com histórico de dor e distensão abdominal há uma DE MASSA PÉLVICA SINTOMÁTICA
semana, associado a mal estar geral. Ao exame físico
MIMETIZANDO TUMOR DE
apresentou-se hipocorada (+/4+), dor difusa à palpação
KRUKENBERG
abdominal e DB positivo. Não possui história familiar
de câncer. A USG abdominal apresentou líquido livre Autores: Pedro Henrique Mendes Figueiredo; Sérgio
Dias do Couto Netto; Eduardo Petribu Faria; Andrea
em cavidade e massa em topografia de flanco esquer-
Schiavinato Jafelicci; Ângela Flávia Logullo Waitzberg;
do com 8 cm de comprimento. Foi submetida a lapa-
Frederico José Ribeiro Teixeira Júnior; André Luís de
rotomia exploradora e enterectomia, entero-entero Freitas Perina; Guilherme Stelko Pereira;
anastomose e exérese de massa tumoral intestinal. No
Instituição: INSTITUTO DE ONCOLOGIA SANTA PAULA
exame histopatológico da peça cirúrgica o laudo foi de
adenocarcinoma moderadamente diferenciado, ulcera- Apresentação do caso: Paciente feminina de 42 anos,
do, acometendo desde a mucosa até a serosa, medin- previamente assintomática e sem comorbidades, enca-
do 8, 0cm no maior eixo, com margens cirúrgicas livres, minhada para avaliação de massa pélvica de origem a
porém uma das margens é exígua (menor que 1mm). esclarecer e anemia importante. Sem história familiar
Paciente seguiu sem intercorrências e com boa evolu- de neoplasias. Foi investigada com exames de imagem
ção pós-operatória, recebendo alta em 10º PO, seguin- (tomografias e ressonância) e endoscópicos (EDA e colo-
do para o acompanhamento ambulatorial. Discussão: noscopia), com diagnóstico de adenocarcinoma mode-
de caso: Tumores malignos no intestino delgado são radamente diferenciado de sigmóide. Devido ao diag-
extremamente raros representando aproximadamente nóstico endoscópico e achado de imagem sugerindo
2-3% dos canceres gastrointestinais; destes, 40% são tumoração anexial, inicialmente foi interpretado como
adenocarcinomas. O diagnóstico geralmente é feito na um tumor primário de sigmóide com metástase ovaria-
sexta década de vida e geralmente em estado avança- na sincrônica ao diagnóstico. Possuía marcadores dis-
do devido a demora no diagnóstico. A doença é mais cretamente elevados (CEA em torno de 9, CA 125 e CA
prevalente em homens. As informações quanto a pre- 19-9 normais). Demais exames de imagem sem evidên-
valência da doença em pacientes jovens é escassa. A cia de doença a distância. Foi optado pela realização de
apresentação clínica é inespecífica como dor abdomi- cirurgia por se tratar de massa volumosa que impedia a
nal, náusea e vômitos e o diagnóstico feito no contexto passagem do aparelho de colonoscopia. Durante o pro-
de uma emergência como oclusão intestinal (40%) ou cedimento foi realizada exenteração pélvica posterior
hemorragia (24%). Obstrução intestinal é mais comum em monobloco e durante a congelação foi informado
em casos de tumores jejunais ou ileais. A TC avalia a pela patologista assistente que a massa pélvica tinha
extensão do tumor; a cápsula endoscópica permite origem na parede do sigmóide e origem estromal. Após
avaliar toda a extensão do intestino delgado e é um resultado da patologia final com IHQ, tratava-se de um
método promissor para tumores jejunoileais. A com- adenocarcinoma moderadamente diferenciado com in-
pleta ressecção do tumor primário (R0) com ressecção vasão até muscular sincrônico a um leiomioma gigante
de linfonodos loco-regionais é mandatória como trata- de sigmóide (confirmado por IHQ), com 0/31 linfonodo
mento. Além disso, em tumores jejunais se recomenda dissecados. A paciente não foi submetida a terapia sis-
anastomose jejuno-jejunal. A taxa de sobrevivência em têmica adjuvante e encontra-se bem, sem evidência de
5 anos é de 41.2%. Invasão linfonodal é o principal fator doença após 18 meses da cirurgia. Embora raros, leio-
prognóstico em pacientes com adenocarcinoma. Se po- miomas de origem no cólon e reto podem ser respon-
sitividade de linfonodos ≥3 o prognóstico é pior quando sáveis com sintomatologia abdominal importante e mi-
comparado aos casos negativos. Conclusão: Adenocar- metizar outras causas de massas pélvicas volumosas.
cinoma de intestino é extremamente raro em pacientes No presente caso, a paciente obteve o diagnóstico do
jovens. A sintomatologia é inespecífica e o diagnóstico tumor maligno de sigmóide como um achado duran-
te investigação da massa pélvica. O que possivelmente

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poderia ter se prolongado, já que a mesma não possui Autores: Oscar Cavalcante Ferro Neto; Myra Jurema
sintomas e nem história familiar que a motivariam a da Rocha Leão; Aldo Vieira Barros; Filipe Augusto
procurar assistência médica Porto Farias de Oliveira; Amanda Lira dos Santos Leite;
Frederico Theobaldo Ramos Rocha; Robério Silva Melo;
Contato: PEDRO HENRIQUE MENDES FIGUEIREDO – Diego Windson de Araújo Silvestre;
phmendes.figueiredo@gmail.com Instituição: SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE MACEIÓ
Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino de
33 anos com história de plenitude pós-prandial e leve
TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO desconforto abdominal há 3 meses.Etilista social.Sem
CÓDIGO: 61926 antecedentes pessoais e familiares para neoplasia. Ao
exame físico, ECOG 1, anictérica com abdome indolor
ADENOCARCINOMA GÁSTRICO: e sem isceromegalias. Tomografia de abdome apresen-
LINFADENECTOMIA D1 VERSUS D2 NO tando formação expansiva captante de contraste com-
TRATAMENTO CIRÚRGICO CURATIVO prometendo a cabeça de pâncreas de 4,4 x 4,2 x 0,6 cm,
além de formação ovalar hipodensa no segmento IVb
Autores: Meire Cardoso da Mota Bastos; Carlos
do fígado de 4 cm. Marcadores tumorais com dosagens
Alexandre Meneghelli; Pedro Lorencini Belloti; Ana
Luiza Miranda Cardoso Machado; Luiz Fernando normais. A paciente foi submetida a Duodenopancrea-
Mazzini Gomes; Luiz Augusto de Castro Fagundes FIlho; tectomia + Metastasectomia Hepática. O Exame de aná-
Leonardo Orletti; Marcio Diniz Barreto; tomopatológico foi compatível com adenocarcinoma
Instituição: HOSPITAL SANTA RITA DE CASSIA moderadamente diferenciado de cabeça de pâncreas
(4,0 x 3,0 cm) infiltrando papila duodenal, sem compro-
Introdução: A gastrectomia radical com linfadence- metimento linfonodal (0/14)com metástase hepática
tomia regional é o úncico tratamento potencialmente pT4N0M1. Recebeu alta no 8° dia de pós operatório.
curativo para o adenocarcinoma gástrico.No entanto, Encaminhada a Quimioterapia Adjuvante. Objetivo: O
permanece controversa a importância e o grau de ex- objetivo deste caso foi relatar um caso de adenocarci-
tensão da linfadenectomia. Objetivo: Analisar com- noma metastático em paciente jovem com desfecho fa-
parativamente os resultados do tratamento cirúrgico vorável. Discussão: O adenocarcinoma pancreático é a
dos pacientes submetidos à gastrectomia subtotal ou décima neoplasia mais incidente no mundo, perfazen-
total associada à linfadenectomia D1 ou D2. Método: do cerca de 90 % de todos os casos diagnosticados com
Trata – se de um estudo retrospectivos com pacientes câncer de pâncreas, por ser uma doença de difícil diag-
portadores de adenocarcinoma gástrico submetidos a nóstico e por seu comportamento agressivo, apresenta
gastrectomia total ou subtotal com linfadenectomia D1 alta taxa de mortalidade, sendo sua incidência bastante
ou D2, em uma instituição de referência em Vitória – ES, próxima à sua incidência. No Brasil, é responsável por
no período de 2008 a 2013. Foram excluídos os pacien- cerca de 2% de todos os tipos de câncer diagnosticados
tes submetidos à linfadenectomia D0, linfadenectomia e por 4% do total de mortes por doença. Raro antes dos
extendida, cirurgia de urgência e outras histologias. Re- 30 anos, torna-se mais comum a partir dos 60. A inci-
sultados: População de 197 pacientes. A sobrevida glo- dência é mais significativa em homem. O caso apresen-
bal média de ambos os grupos foi 29, 5 meses. Dos 60 tando, contrariando a literatura, foi um achado de ade-
pacientes submetidos à linfadenectomia D1: a média nocarcinoma pancreático em uma mulher jovem, ainda
de idade foi 72,4 anos, sobrevida média de 26, 7 me- que com diagnóstico tardio (por apresentar Estadio IV
ses e sobrevida em 3 anos de 45%. Dos 137 pacientes – fígado), o que acontece em 50 % dos casos, foi tratada
submetidos à linfadenectomia D2: a média de idade foi em tempo para um caráter curativo, melhorando assim
63,3 anos, sobrevida média de 28, 2 meses e sobrevida a chance de maior sobrevida global que o considerado
em 3 anos de 55%. Conclusão: A linfadenectomia D2, pela literatura (mediana 4-6 meses). Conclusão: A con-
padrão-ouro no tratamento cirúrgico do adenocarcino- duta cirúrgica primária nesta paciente, apesar de sua
ma gástrico, deve ser praticada nos pacientes sem ur- doença metastática, pelo fato de apresentar a lesão
gência devido o melhor desfecho pós-operatório. secundária única e de localização hepática periférica
Contato: MEIRE CARDOSO DA MOTA BASTOS – foi passível de ressecção cirúrgica sem o aumento sig-
meirebastos_fmc@hotmail.com nificativo da morbidade pelo procedimento, a paciente
se beneficiou com a melhor estratégia terapêutica, que
quando realizada em serviços estruturados e equipes
capacitadas, promove uma melhor chance de benefi-
TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO ciar o paciente.
CÓDIGO: 59708
Contato: MYRA JUREMA DA ROCHA LEÃO – myra.
rocha@hotmail.com
ADENOCARCINOMA PANCREÁTICO DE
COMPORTAMNETO ATÍPICO

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TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA Autores: Raul Lázaro de Melo Filho; André Medeiros
CÓDIGO: 60621 de Carvalho; Augusto Angelo Granado Bottino; Taís
Menezes Magalhães; Daiana Lopes do Nascimento;
ADENOLIPOMA DE TIREOIDE: RELATO Renato Morato Zanatto; Lenira Maria Queiroz Mauad;
DE UM CASO E REVISÃO DE LITERATURA Instituição: HOSPITAL AMARAL CARVALHO
Autores: Leonardo Werner Rasche; Ícaro de Azevedo Apresentação do caso: Paciente E.V.T., 15 anos, corri-
Alexandre; João Lucas Cunico; Gabriel Porto de Souza; mento vaginal com odor fétido e polaciúria há 3 meses.
Letícia Signori Kohl; Isabella Kern Arendt; Josiane Borges Na UBS realizou US abdome que evidenciou tumoração
Stolfo; José Sperry Júnior; sólida de limites imprecisos ocupando toda pelve de
Instituição: UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO provável origem uterina. Encaminhada ao serviço de
Apresentação do caso: Paciente feminina, 61 anos oncologia para tratamento especializado. EF: ECOG 0,
apresentando nódulo suspeito na ultrassonografia e emagrecida, exame ginecológico e biópsia sob sedação
em exame citológico de punção aspirativa por agulha com evidência de grande tumoração de colo ulcerada
fina (PAAF) e a paciente foi submetida à tireoidectomia e friável; TR tumoração semi-fixa abaulando parede
total. O exame macroscópico revelou tireóide pesan- do reto com paramétrios livres. CTS tórax e abdome
do 11 g com nódulos pardo-claros e elásticos no lobo total: tumoração na pelve de 12x11x9 cm proveniente
esquerdo, medindo até 2,4 cm. O exame microscópico do útero com compressão do reto e bexiga sem dila-
evidenciou nódulo com fina cápsula fibrosa, constituí- tação dos ureteres. Retoscopia: Compressão extrín-
do por folíiculos tireoidianos entremeados por variável seca. IHQ: Adenossarcoma Mulleriano ulcerado com
quantidade de tecido adiposo. Mediante os achados, crescimento sarcomatoso. Paciente evoluiu com san-
foi realizado o diagnóstico de adenolipoma do lobo gramento trans-vaginal enquanto aguardava resultado
esquerdo da tireóide. Discussão: Os adenolipomas da IHQ sendo este contido parcialmente com RT anti-
tireoidianos são lesões benignas, extremamente ra- -hemorrágica. Já com LHP definitivo orientado paciente
ras, formadas por tecido adiposo e folículos tireoidia- e responsáveis sobre a proposta cirúrgica e sequelas
nos, bem delimitados e de origem obscura, tendo-se definitivas. Paciente submetida à HTA tipo 2 com extra-
suspeita de relação com uma metaplasia por hipóxia ção dos ovários. Não indicado adjuvância. Discussão:
dos fibroblastos.O tecido adiposo é encontrado nor- Adenossarcoma de útero são tumores extremamente
mamente em muitas glândulas do sistema endócrino, raros que caracterizam-se por associação de um com-
porém, estranha à tireoide. Quando presente, pode se ponente estromal maligno a um componente epitelial
apresentar de forma encapsulada ou difusa, manten- benigno. A maioria ocorre na pós-menopausa, e cerca
do comportamento benigno e bem diferenciado. Uma de 40% em mulheres jovens. O sintoma mais comum
das complicações da persistência do tecido adiposo é o sangramento vaginal e os sinais encontrados com
na glândula tireoide é a possibilidade de crescimento mais frequência são aumento uterino, dor pélvica e
desse tecido e posterior obstrução de estruturas adja- queixas urinárias. Apresentam-se como uma tumora-
centes, causando disfagia e/ou dispneia. Na literatura ção polipóide, com base larga e coloração acinzentada
há aproximadamente 30 casos de adenolipoma estri- ou marrom, com áreas de necrose ou hemorrragia e,
tamente tireoidiano. Nos estudos revisados, a maioria geralmente localizada no fundo uterino. Aproximada-
dos pacientes possuía função tireoidiana normal, as- mente 15% dos adenossarcomas invadem o miométrio,
sim como a paciente do presente relato. Podendo-se menos de 5% apresentam invasão profunda. Próximo
concluir que as anormalidades encontradas em alguns de 40% apresentam metástases ou recidivam, sendo a
pacientes foram apenas eventualidade, não mantendo pelve e a vagina os sítios mais comuns. A única carac-
relação direta com o adenolipoma de tireoide. Conclu- terística morfológica que se associa a recidiva é a in-
são: Adenolipomas de tireoide são tumores benignos vasão miometrial. As recidivas e metástases são com-
raros da glândula tireóide, com grande diagnostico di- postas exclusivamente pelo elemento sarcomatoso. O
ferencial, habitualmente cursando com eutireoidismo. diagnóstico de sarcoma uterino é baseado no exame
O diagnostico requer investigação por imagem e exa- histopatológico. Uma completa avaliação física e da
mes cito e histopatológico, sendo a ressecção cirúrgica pelve deve ser feita antes da indicação do tratamento
o tratamento de escolha. e, exames de imagem que avaliem tórax, abdômen e
pelve são necessários devido ao risco de metástase,
Contato: LEONARDO WERNER RASCHE – leonardo_ principalmente hepática e pulmonar. A cirurgia é o
rasche@hotmail.com tratamento de escolha quando possível. Comentários
finais: Paciente apresentou boa evolução, está em se-
guimento ambulatorial há 17 meses, sem evidência de
recidiva da doença.
TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS
CÓDIGO: 61766 Contato: RAUL LÁZARO DE MELO FILHO –
raulfilho_26@hotmail.com
ADENOSSARCOMA DE ÚTERO

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TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA jovens com manifestação na forma de pólipos cervicais,


CÓDIGO: 59387 esta neoplasia deve ser considerada durante a determi-
nação do diagnóstico diferencial.
ADENOSSARCOMA MÜLLERIANO DE
Contato: RONALD ENRIQUE DELGADO BOCANEGRA –
COLO UTERINO – RELATO DE CASO rdelgado_m@yahoo.es
INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER
(INCA) – RIO DE JANEIRO, BRASIL
Autores: Ronald Enrique Delgado Bocanegra; Erico
Lustosa Ferreira; Camilla Bandeira Soares; Antonio TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
Claudio Ahouagi Cunha Filho; Ademir Amil de Oliveira; CÓDIGO: 62010
Larissa de Jesus Almeida; Jensen Milfont Fong; Raquel
de María Maués Sacramento; ADENOSSARCOMA MÜLLERIANO
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA MISTO COM ÁREAS DE DIFERENCIAÇÃO
Apresentação dos casos: foram identificados 7 casos RABDOMIOSSARCOMATOSAS DE
com diagnóstico histopatológico de adenossarcoma CORPO DE ÚTERO, RELATO DE UM CASO
mulleriano (AM) num período de 20 anos (1997-2016) NO INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER
e excluídos 5: 4 deles eram AM de endométrio e 1 não Autores: Jean Damien Ondo; Daniel Fernandes; Érico
pertencia à instituição. Caso 1: paciente com 11 anos, Lustosa; Patrícia Patury; Gilberto Gonçalves;
branca, sem histórico prévio de doenças, virgem. Apre- Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA
sentava secreção vaginal hialina, com odor fétido e, ao
exame físico, foi identificada lesão polipóide, pedicula- Apresentação do caso: O Adenossarcoma Mulleriano
da no colo uterino. Caso 2: paciente com 15 anos, ne- misto é um raro tumor misto epitelial-mesenquimal
gra, sem histórico prévio de doenças, multípara. Apre- maligno. Na sua forma clássica, o Rabdomiossarcoma
sentava secreção vaginal hialina, com odor fétido e, ao de corpo de útero é uma neoplasia que ocorre em be-
exame físico, foi identificada lesão tumoral pediculada, bês e meninas e, muitas vezes, não é considerado no
em cavidade vaginal proveniente do colo uterino. As diagnóstico diferencial de tumores de corpo de útero
pacientes não apresentaram dor abdominal, distensão, e de células fusiformes cervicais em mulheres adultas.
e os exames de imagens não apresentavam processo Nosso trabalho consiste em relatar o caso de uma pa-
expansivo pélvico nem doença metastásica. Ambas ciente jovem de 17 anos com relato de sangramento in-
foram submetidas à ressecção da lesão com pequeno termenstrual que iniciou-se cerca de dois meses antes
fragmento de colo uterino. As pacientes se mantive- da mesma chegar no nosso serviço. Na nossa unidade,
ram livres de doença durante todo o período de acom- foi submetida a uma biópsia de lesão parindo de útero e
panhamento; a primeira por apenas 2 anos, devido à o laudo histopatológico evidenciou um Rabdomiossar-
não continuidade ao acompanhamento e a segunda coma embrionário de tipo botrióide de corpo de útero.
durante 10 anos. Discussão: O sarcoma de colo uteri- Em seguida, foi submetida a exames complementares e
no é uma neoplasia rara com incidência de 0,5% a 1% risco cirúrgico. No final submeteu-se à cirurgia citorre-
dentre todas as malignidades cervicais. É composto por dutora com preservação de anexos e o laudo definitivo
elementos glandulares benignos e estromais malignos, evidenciou um Adenossarcoma Mülleriano misto, mos-
justificando a sua nomenclatura. Quando surge no colo trando áreas de diferenciação rabdomiossarcomatosas
uterino, pode ser confundido clínica e patologicamente e cartilaginosas infiltrando tecido fibroadiposo.
com pólipos cervicais benignos. Portanto, a diferencia- Contato: JEAN DAMIEN ONDO – jeandamien81@msn.
ção microscópica é crucial para a continuidade do tra- com
tamento. O diagnóstico diferencial do adenossarcoma
inclui: pólipo benigno, adenofibroma, rabdomiossarco-
ma embrionário e sarcoma estromal endometrial. Em
adolescentes pós-menarca, estes tumores normalmen- TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO
te surgem inicialmente como pólipos no colo do útero, CÓDIGO: 61893
em contraste com mulheres pós-menopausa, nas quais
eles normalmente surgem a partir do endométrio. Nos AMILOIDOSE GASTRICA EM PACIENTE
casos relatados no presente trabalho, foi realizado res- DE HOSPITAL UNIVERSITARIO EM
secção por biopsia excisional das lesões polipóides, BELEM/PA
com o intuito de preservar a fertilidade. Além disso, as
Autores: Sandrelli Reis de Barros Carneiro; Geraldo
pacientes não apresentaram sinais clínicos ou radio-
Ishak; Ives Uchoa; Ian Barroso dos Santos; Leonardo
lógicos de recidiva da doença durante o acompanha- Giacomo Valadares; Sannay Valois da Silva; Monica
mento realizado. Comentários finais: o AM de colo Fernanda da Silva Araujo; Adria de Aguiar Cohen;
uterino é uma patologia extremamente rara, que pode
Instituição: HOSPITAL UNIVERSITARIO JOAO DE BARROS
ser subdiagnosticada. A apresentação clínica diferiu mi- BARRETOS; UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESATADO DO
nimamente entre as pacientes, e, em casos de meninas PARÁ

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Introdução: A Amiloidose é uma doença rara caracte- GROSSA GUIADAS POR TOMOGRAFIA
rizada pelo deposito extracelular de proteínas fibrilares COMPUTADORIZADA
anormais insolúveis em vários tecidos ou órgãos e que
Autores: demian jungklaus travesso; rayssa araruna
caracteristicamente coram com o vermelho do Congo.
bezerra de melo; maria fernanda arruda de almeida;
A doença pode acometer o organismo de forma sis- Chiang Jeng Tyng; ALMIR GALVAO BITENCOURT; PAULA
têmica ou localizada, e ser primária ou secundária. A NICOLE VIEIRA PINTO BARBOSA; mauricio kauark
classificação dos tipos de amiloidose baseia-se na iden- amoedo; RUBENS CHOJNIAK;
tificação da proteína precursora que forma os respecti- Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
vos depósitos. A amiloidose primária (imunoglobulinas
monoclonais de cadeias leves, AL) constitui o tipo mais Introdução: Os tumores sólidos pancreáticos podem
comum de amiloidose. Os órgãos mais comumente estar relacionados a diversas patologias, com diferen-
afetados são o coração e os rins. Cerca de 15% destes tes abordagens terapêuticas. A confirmação histológi-
doentes apresentam mieloma múltiplo, sendo este o ca é necessária na maioria dos casos, para adequado
tipo de amiloidose que mais frequentemente envolve planejamento terapêutico. Existem várias técnicas para
o trato gastrointestinal, podendo afetar qualquer par- obtenção de material para análise histológica ou citoló-
te do tubo digestivo e apresentar-se de forma distinta gica de lesões pancreáticas, como biópsias percutâneas
consoante a sua localização. As manifestações clínicas guiadas por métodos de imagem, biópsias endoscópi-
e endoscópicas são inespecíficas, podendo mimetizar cas ou cirúrgicas. Objetivo: Avaliar as técnicas, resulta-
outras doenças do aparelho digestivo. A amiloidose dos e complicações de biópsias percutâneas com agu-
primária (AL) raramente se apresenta com hemorragia lha grossa de lesões sólidas pancreáticas, guiadas por
gastrointestinal aguda, especialmente na ausência de tomografia computadorizada (TC). Material e Método:
doença em outra parte do organismo. A verdadeira in- Foram revisados os registros e as imagens de biópsias
cidência da amiloidose é desconhecida, pois apenas os percutâneas guiadas por TC de lesões sólidas pancreá-
doentes sintomáticos são investigados. O diagnóstico ticas realizadas em um centro oncológico de referência,
definitivo é estabelecido pelo exame histopatológico. entre janeiro de 2012 e junho de 2017. Todos os proce-
Apresentação do caso: Trata-se de um paciente mas- dimentos foram realizados com agulha grossa de corte
culino, 67 anos com queixa de disfagia, hematêmese e em sistema coaxial, utilizando-se dispositivo automáti-
perda ponderal, com três meses de evolução. O mes- co de disparo. Resultados: 200 procedimentos foram
mo foi submetido a uma primeira endoscopia digestiva incluídos no estudo. Foi quantificado a idade média dos
alta, em caráter ambulatorial, e teve diagnóstico de le- pacientes, a média de sobrevida após a biópsia, a locali-
são gástrica bormann IV. Deu entrada para internação zação e características da lesão alvo, técnicas auxiliares
em fevereiro de 2017, no Hospital Universitário João de e complicações relacionadas a biópsia, a distância per-
Barros Barreto (HUJBB), para tratamento cirúrgico. No corrida da pele até o alvo e o sucesso diagnóstico. Con-
exame físico do abdome constatou-se massa palpável clusão: A biópsia percutânea com agulha grossa guiada
em epigástrio. Realizou nova endoscopia que sugeriu por TC constitui método seguro e minimamente inva-
diagnostico diferencial com linfoma, porém o histopa- sivo para o diagnóstico histológico das lesões sólidas
tológico caracterizou amiloidose gástrica. Devido o mal pancreáticas, exibindo baixos índices de complicação e
estado clínico do paciente o mesmo evoluiu a óbito em alta acurácia diagnóstica. Referências: 1. Tyng CJ, Almei-
março de 2017, antes da instituição do tratamento ade- da MFA, Barbosa PN, et al. Computed tomography-gui-
quado para amiloidose gástrica. Conclusão: A amiloi- ded percutaneous core needle biopsy in pancreatic tu-
dose gástrica é pouco frequente na prática clínica diá- mor diagnosis. World Journal of Gastroenterology: WJG.
ria. Por vezes a doença se apresenta de forma similar 2015;21(12):3579-3586.doi:10.3748/wjg.v21.i12.3579.
a outas afecções do aparelho digestivo. Desta forma o 2. Goldin SB, Bradner MW, Zervos EE, Rosemurgy AS
diagnóstico endoscópico acompanhado de histopatoló- 2nd. Assessment of pancreatic neoplasms: review of
gico é de suma importância para a detecção da doença biopsy techniques. J Gastrointest Surg. 2007 Jun;11(6):
e instituição de tratamento adequado, evitando assim 783-90. 3. Clarke DL, Clarke BA, Thomson SR, Garden3
desfechos desfavoráveis. OJ, Lazarus NG. The role of preoperative biopsy in pan-
creatic cancer. HPB 2004,6 (3): 144-53. 4. Matsuyama M,
Contato: SANNAY VALOIS DA SILVA – VALOIS. Ishii H, Kuraoka K, et al. Ultrasound-guided vs endos-
SANNAY@ME.COM copic ultrasound-guided fine-needle aspiration for pan-
creatic cancer diagnosis. World Journal of Gastroente-
rology : WJG. 2013;19(15):2368-2373. doi:10.3748/wjg.
v19.i15.2368. 5. American Journal of Roentgenology.
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
2006;187: 769-772. 10.2214/AJR.05.0366
CÓDIGO: 61997
Contato: DEMIAN JUNGKLAUS TRAVESSO –
AMPLIAÇÃO DOS RESULTADOS NAS demiantravesso@gmail.com
BIÓPSIAS DO PÂNCREAS POR AGULHA

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TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA


CÓDIGO: 59996 CÓDIGO: 61731

AMPUTAÇÃO INTERESCÁPULO ANÁLISE COMPARATIVA DA FOTO


TORÁCICA PARA SARCOMA EPITELIÓIDE EXPOSIÇÃO E DA PREVALÊNCIA DE
DE MEMBRO SUPERIOR USO DE PROTETOR SOLAR E DE LESÕES
Autores: Aldo Vieira Barros; Júlio César Palmeira Costa; CUTÂNEAS ENTRE 2014 E 2016, EM
Myra Jurema da Rocha Leão; Amanda Lira dos Santos MUNICÍPIOS DO INTERIOR DO RIO
Leite; Marcel Davi Loureiro de Melo; Cícero Ludgero GRANDE DO SUL
Alcindo de Melo; Diego Windson de Araújo Silvestre;
Robério Silva Melo; Autores: Betina Maria Giordani; Gabriel Neumann Kuhn;
Natália Dalmazo Zambrano; Kélen Klein Heffel; Ana
Instituição: SANTA CASA MISERICÓRDIA DE MACEIÓ Paula Gouvêa; Gustavo Szczecinski Puchalski; Leonardo
Apresentação do caso: Paciente do sexo M, 36 anos, de Souza Prallon Sampaio; Maria Gertrudes Fernandes
com história de formação tumoral em antebraço direi- Pereira Neugebauer;
to de crescimento rápido e extremamente doloroso. Ao Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
exame físico apresentava-se com PS2, com volumosa Introdução: Os cânceres de pele são os mais preva-
tumoração em face medial do terço médio do antebra- lentes do Brasil e reconhecidamente associados à ex-
ço direito e adenomegalias em axila direita. O exame posição à radiação solar; associada à susceptibilidade
histopatológico e IHQ evidenciaram sarcoma, padrão individual a lesões, a atitude de proteção torna-se vital
epitelioide com extensa.Ressonância magnética do an- na prevenção, particularmente em populações com ex-
tebraço evidenciou lesão medindo 13,0x5, 0x5, 0 cm3. posição diária e iniciada precocemente. Objetivo: Ava-
Os exames de estadimento sem sinais de doença me- liar a foto exposição e a prevalência do uso de protetor
tastática. Iniciada neoadjuvância com QT interrompida solar e de lesões de pele suspeitas na população de
devido a dor e sangramento tumoral, foi submetido a Morro Redondo e de Arroio do Padre nos anos de 2014
amputação em nível de braço associada a linfadenec- e 2016. MÉTODO Estudo transversal realizado por meio
tomia axilar direita. Quatro meses depois paciente evo- da avaliação da foto exposição, do uso de protetor solar
luiu com recidiva cutânea em terço proximal do braço e de lesões de pele suspeitas de 110 pacientes entrevis-
e axila direita. PET TC evidenciou apenas aumento do tados durante campanhas realizadas no ano de 2016,
metabolismo em braço direito e região axilar. Paciente nos municípios de Arroio do Padre e Morro Redondo e
foi submetido a amputação interescápulo-torácica com da comparação com os resultados obtidos nas mesmas
rotação de retalho miocutâneo, apresentou boa evolu- campanhas realizadas em 2014. Resultados: Os pa-
ção clínica pós operatória e recebeu alta no quarto dia, cientes questionados nas campanhas de 2014 tinham
sem intercorrências. Discussão: O sarcoma epitelioide uma exposição solar média de 7 horas por dia e, dos
é um subtipo histológico raro de sarcoma de partes 136 entrevistados nesse ano, 39, 4% eram agricultores
moles que apresenta características tanto epiteliais e 48, 5% faziam uso de protetor solar. Destes, 100%
quanto mesenquimatosas. Pode acometer qualquer aplicavam em cabeça, 53% em pescoço, 56% em mãos,
parte do corpo, mas incide principalmente sobre as ex- 15% em tronco, 16% em membros inferiores e 59% em
tremidades de pacientes jovens. A apresentação clínica superiores. Nesse ano, 42,6% dos pacientes tiveram
inicial é variável, podendo surgir como uma úlcera apa- lesões suspeitas identificadas. Na campanha de 2016,
rentemente benigna ou nódulos subcutâneos, fato que a foto exposição média dos interrogados também foi
retarda o seu diagnóstico. Não existe uma abordagem de 7 horas diárias e, dos 110 participantes, 58% eram
terapêutica bem definida para o sarcoma epitelioide, agricultores e 65% utilizavam protetor solar. Destes, 98,
sendo a recidiva local comum após a ressecção. Apesar 2% aplicavam em cabeça, 44,5% em pescoço, 48, 2% em
da ocorrência infrequente, o sarcoma epitelioide é um mãos, 17, 2% em tronco, 44,5% em membros superio-
subtipo importante de sarcoma por seu caráter agres- res e 25, 5% em membros inferiores. Em 2016, foram
sivo, dificuldade diagnóstica e consequente retardo do identificadas lesões suspeitas em 45, 45% dos pacien-
tratamento. Conclusão: Conduta adotada no caso rela- tes. Conclusão: Ainda que a foto exposição média di-
tado, a amputação interescápulo-torácica, inicialmente ária dos pacientes não tenha diminuído em função da
descrita para tratar injúrias traumáticas, hoje está sen- profissão que a maioria exerce, o uso de protetor solar
do reproduzida no manejo de neoplasias malignas de aumentou significativamente de 2014 para 2016. Em
extremidades superiores. Apesar de mutilante, é um relação aos locais de aplicação, nota-se, em ambos os
procedimento seguro e factível para alívio da dor e me- anos, uso quase absoluto em cabeça, mas proporções
lhora na qualidade de vida dos pacientes com tumores significativamente menores em demais áreas do corpo.
localmente avançados. Esse resultado alerta a necessidade de enfatizar, duran-
Contato: JULIO CÉSAR PALMEIRA COSTA – te as campanhas, a importância do uso do protetor so-
Juliopalmeira@hotmail.com lar em todo o corpo despido. Por sua vez, a prevalência
de lesões de pele suspeitas não teve alterações signi-

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ficativas entre 2014 e 2016. Entretanto, vale ressaltar foram para macrometástase e 14 para micrometástase;
que lesões cutâneas advêm principalmente de exposi- 21 linfonodos falso-negativos: 7 para macrometástase
ção e queimaduras ainda na infância e na adolescência. e 14 para micrometástase, indicando a 17.6% falso-ne-
Muitos entrevistados apresentaram exposição precoce, gativos no imprint. O imprint apresentou sensibilida-
causando danos cumulativos manifestados como le- de de 61.8%, especificidade e valor preditivo positivo
sões tardiamente. máximos (100%), valor preditivo negativo de 82.4% e
acurácia de 86.3%. O método apresentou sensibilida-
Contato: BETINA MARIA GIORDANI – begiordani@
de nula para a identificação de micrometástases. Con-
gmail.com
clusão: A taxa de falso-negativos no imprint, associado
ao número de LS obtidos, e a taxa de resposta com-
pleta à quimioterapia neoadjuvante obtido no estudo
TEMÁRIO: ONCOMASTOLOGIA é comparável à literatura atual. O imprint possuiu boa
CÓDIGO: 59392 acurácia, excelente especificidade para a detecção do
LS, contudo não foi capaz de detectar micrometástases
ANÁLISE COMPARATIVA ENTRE linfonodais.
AVALIAÇÃO INTRAOPERATÓRIA Contato: RONALD ENRIQUE DELGADO BOCANEGRA –
POR IMPRINT E AVALIAÇÃO rdelgado_m@yahoo.es
HISTOPATOLÓGICA DE PEÇA EMBEBIDA
EM PARAFINA DE LINFONODO
SENTINELA EM NEOPLASIA
TEMÁRIO: ONCOMASTOLOGIA
MALIGNA DE MAMA TRATADA COM CÓDIGO: 61875
QUIMIOTERAPIA NEOADJUVANTE
Autores: Ronald Enrique Delgado Bocanegra; Eduardo ANÁLISE DA INCIDÊNCIA E
Camargo Millen; Larissa de Jesus Almeida; ESTADIAMENTO AO DIAGNÓSTICO
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA DO CÂNCER DE MAMA EM CENTRO
Introdução: No Brasil, o câncer de mama é a neoplasia ONCOLÓGICO DE REFERÊNCIA DE
maligna mais prevalente entre as mulheres. A biópsia SERGIPE
de linfonodo sentinela (BLS) permite o estadiamento Autores: Mateus Santos Cornélio; Roberto Queiroz
linfononal e sua aplicação reduz a morbidade da cirur- Gurgel; José Vieira Barreto Junior; Nayara Rezende
gia axilar, tornando a realização do esvaziamento axilar Fonseca; José Humberto Guimarães Santos; Isabelle
restrita a situações específicas. O “imprint” citológico Menezes Maciel; Rynat Dasaev Oliveira Chagas;
é uma das técnicas utilizadas para detecção intraope- Instituição: UNIVERSIDADE TIRADENTES
ratória de metástase linfonodal. Entretanto a histopa-
Introdução: O câncer (CA) de mama é o mais comum,
tologia é considerada método padrão-ouro. Objetivo:
representando cerca de 25% de todos tipos de câncer
comparar o método de imprint citológico e a avaliação
diagnosticados nas mulheres, e também a principal
histopatológica em parafina para detecção de linfonodo
causa de morte por câncer entre elas – cerca de 15% de
sentinela em mulheres com neoplasia de mama, trata-
todas as mortes por câncer em 2012. A doença também
das com quimioterapia neoadjuvante. Método: Foi rea-
pode ocorrer nos homens, porém em números bem
lizado estudo transversal de 2014-2016, que incluiu pa-
menores. No Brasil verifica-se aumento da incidência:
cientes com câncer de mama, com laudo de linfonodo
para 2016 estimou-se 57.960 novos casos, 11.190 na re-
sentinela (LS) que foram submetidas à imprint durante
gião Nordeste. Sergipe apresentou 41,03 casos por 100
a cirurgia e que fizeram quimioterapia neoadjuvante
mil habitantes. Esses dados demonstram a importân-
em instituição de referência em oncologia localizada no
cia do CA de mama nacional, regional e estadualmente.
Rio de Janeiro – Brasil. Foram coletadas em prontuário:
Apesar de ser uma doença heterôgenea com mais de
idade, diâmetro tumoral, tipo histológico e grau de dife-
20 subtipos reconhecidos, o CA de mama em 80% dos
renciação, diagnóstico por imprint, histopatológico em
casos origina-se do epitélio ductal e são reconhecidos
parafina e resposta clínico – radiológica parcial ou com-
como carcinoma ductal invasivo. A mamografia bienal
pleta à quimioterapia. Análise de sensibilidade, especi-
para mulheres entre 50 e 69 anos é recomendada pelo
ficidade, acurácia, valores preditivos positivo e negativo
Ministério da Saúde no Brasil como estratégia de ras-
foram calculados pelas fórmulas padrão. Resultados:
treamento para esse CA, que apresenta bom prognós-
foram incluídos 64 casos, com idade média de 51 anos,
tico se diagnosticado e tratado oportunamente. Além
tipo histológico mais frequente de carcinoma ductal in-
disso, alimentação saudável, prática de atividade física
vasivo (93.75%) e grau 2 de diferenciação (62.5%). Fo-
regular e manutenção do peso ideal podem evitar cerca
ram identificados 153 linfonodos, com média de 2.39/
de 30% dos casos de CA de mama. Objetivo: Analisar
caso, 34 linfonodos positivos para malignidade no im-
a incidência e o estadiamento ao diagnóstico do cân-
print e 55 na parafina. Dos 55 linfonodos positivos, 41
cer de mama em hospital de referência do estado de

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 139


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Sergipe, no período de 2010 a 2015. Método: Foi reali- diagnósticos. Os sintomas mais mencionados entre as
zado um estudo transversal restrospectivo por análise pacientes avaliadas foram por piora na relação sexu-
de prontuários dos pacientes com câncer de mama em al (31,2%), seguido de fogachos (25, 8%) e neuropatia
centro oncológico de referência em Sergipe no período periférica (16, 1%). Houve significância nos achados de
entre 2010 e 2015. Resultados: Observou-se que esse piores escores (sintomas de imagem corporal, meno-
centro oncológico apresenta alta incidência de câncer pausa e atividade sexual) das pacientes com diagnósti-
de mama comparada aos dados do INCA. Além de o es- co de carcinoma quando comparadas as mulheres com
tadiamento ao diagnóstico ter se mostrado avançado displasia de alto e baixo grau. Pacientes tratadas com
na maioria dos casos, sendo os estádios III e IV os mais histerectomia isolada tendem a apresentar melhores
encontrados. Conclusão: Os diagnósticos em estadia- resultados em termos de prazer sexual e função se-
mentos elevados podem estar associados às dificulda- xual/vaginal se comparadas com aquelas submetidas
des de acesso a saúde. Tal problema tem implicado na a tratamento adjuvante. Conclusão: As mulheres com
diminuição da qualidade de vida dos pacientes, conse- Carcinoma de colo de útero apresentaram mais sinto-
quente dos maus prognósticos. mas referentes à imagem corporal e à menopausa e
foram menos sexualmente ativas, quando compara-
Contato: ISABELLE MENEZES MACIEL – bellemaciel@
das àquelas diagnosticadas com Displasia e, portanto,
hotmail.com
apresentaram maior comprometimento da Qualidade
de Vida e da Função Sexual.
Contato: FABIO ROBERTO FIN – fabiofin@hotmail.com
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
CÓDIGO: 61764

ANÁLISE DA QUALIDADE DE VIDA E DA TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA


FUNÇÃO SEXUAL DE PACIENTES COM CÓDIGO: 60227
NEOPLASIA DE COLO DE ÚTERO DO
HOSPITAL SÃO VICENTE ANÁLISE DA SOBREVIDA DE PACIENTES
Autores: Fabio Roberto Fin; Marciano Anghinoni; Bruno
PORTADORES DE MELANOMA ACRAL
Roberto Braga Azevedo; Mariana de Castro; Priscila Autores: Luiz Fernando Nunes; Gélcio Luiz Quintela
Nunes Silva Morosini; Nayara Vilas Novas Greselle; Mendes;
Raphaella de Paula Ferreira; Gabriele Coelho; Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
Instituição: HOSPITAL SÃO VICENTE
Introdução: O melanoma acral é raro. O prognóstico
Introdução: O Câncer de Colo de Útero é a terceira ne- é pior comparado ao melanoma cutâneo. No Brasil,
oplasia maligna mais comum em mulheres em todo o poucos estudos avaliaram a sobrevida do melanoma
mundo e a quarta principal causa de mortalidade por acral. Objetivo: Avaliar os fatores associados à so-
câncer. A infecção cervical pelo Papiloma Vírus Huma- brevida global e a sobrevida livre de doença, em uma
no é o fator principal para o desenvolvimento desta coorte hospitalar de melanoma acral. Método: Foram
neoplasia. O tratamento destas lesões depende do es- incluídos 529 pacientes com diagnóstico de MA. Foram
tadiamento, idade da paciente, e o desejo gestacional. avaliados dados epidemiológicos, clínicos e histopato-
As opções terapêuticas para esses tumores são amplas lógicos, e analisados sobrevida global (SG) e sobrevida
e suas aplicações podem alterar a Qualidade de Vida e livre de recidiva (SLR). Resultados: A média da idade ao
Função Sexual das pacientes. Objetivo: Avaliar a Quali- diagnóstico foi de 65, 41 anos. A maioria dos pacientes
dade de Vida e a Função Sexual em mulheres com diag- era do sexo feminino (55, 8%) e de cor da pele branca
nóstico de Displasia e Câncer de Colo de Útero tratadas (56, 8%). A maioria das lesões estavam localizadas na
no Hospital São Vicente em Curitiba – PR. Método: Es- região plantar (68, 5%), a espessura mediana foi de 5,
tudo epidemiológico transversal, comparativo, não ran- 0 mm; 2,5% eram Clark I; 6, 1% Clark II; 16, 0% Clark III;
domizado. A amostra contém 41 mulheres, incluindo 41,3% Clark IV e 34,1% Clark V. O tipo acrolentiginoso foi
pacientes atendidas entre maio de 2015 a fevereiro de o mais frequente (44,3%), seguido do nodular (41,2%) e
2016 com alteração no colo uterino e mulheres sem al- da disseminação superficial (10,8%), 79, 0% dos tumo-
terações (grupo controle). As pacientes foram divididas res eram ulcerados e em 86, 4% apresentavam mitose,
em grupos de acordo com o diagnóstico e tratamento 10,9% com as margens comprometida, 29, 2% o linfo-
realizado. Foi aplicado o questionário de Qualidade de nodo sentinela foi positivo. O estágio ao diagnóstico foi
Vida e Função Sexual, baseado no Questionário de Qua- o principal fator prognóstico da sobrevida global e livre
lidade de Vida da Organização Européia para Pesquisa de progressão. Para o estágio I a sobrevida global e livre
e Tratamento do Câncer (EORTC QLQ) – Módulo Câncer de recidiva foram de 89, 3% e 81,3%, respectivamente
Cervical (CX24). Resultados: Pacientes com Carcinoma para o estágio II foi de 59, 5% e 49, 1%, para o III foi
apresentaram idade mais avançada e maior número de 32,2% e 24,3% e para o estágio IV foi de 0% e essas
de gestações (p<0,005) em comparação aos demais diferenças foram estatisticamente significativas. Con-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 140


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clusão: Até a presente data, essa coorte de pacientes paciente com diagnostico em estadios inicias.
de melanoma acral representa a maior série hospitalar
Contato: PHILLIPE ABREU REIS – phillipeareis@gmail.
mundial. O estágio ao diagnóstico foi o principal fator
com
prognóstico da sobrevida global e livre de progressão.
Para os pacientes que realizaram a biópsia do linfono-
do sentinela, a presença de metástase linfonodal e a
espessura tumoral foram os principais fatores determi- TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
nantes da sobrevida. CÓDIGO: 59968
Contato: LUIZ FERNANDO NUNES – lfernandonunes@
gmail.com ANÁLISE DE 52 PACIENTES COM TUMOR
DE PAREDE TORÁCICA SUBMETIDOS
A TRATAMENTO CIRÚRGICO EM UM
HOSPITAL ONCOLÓGICO DO SUL DO
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
PAÍS
CÓDIGO: 60072
Autores: Tariane Friedrich Foiato; Jessica Takaki;
Gerardo Cristino Gavarette Valladares; Vitor Arce
ANÁLISE DE 1197 CASOS TRATADOS Cathcart Ferreira; Bruno Rafael Kunz Bereza; Tauana
POR CÂNCER DE PRÓSTATA EM 5 ANOS Karoline Friedrich Foiato; Anne Karoline Groth; Maria
Autores: Phillipe Geraldo Teixeira de Abreu Reis; Flavio Cecilia Closs Ono; Alfredo Benjamin Duarte da Silva;
Daniel Saavedra Tomasich; Ronald Kool; Gabriela Vinícius Basso Preti;
Romaniello; Deisy Dalke; Larissa Raso Hammes; Instituição: HOSPITAL ERASTO GAERTNER
Raphaella Ferreira; Nathan Harmuch Kohl;
Introdução: Os tumores primários da parede torácica
Instituição: HOSPITAL ERASTO GAERTNER
são raros, apresentam origens variadas. A manifesta-
Objetivo: Apresentar os dados coletados e processa- ção clínica é inespecífica, a principal queixa é a dor, mas
dos pelo Registro Hospitalar de Câncer do Hospital dos geralmente é vaga e não caracteriza um tipo ou local
pacientes com câncer do prostata no período de 2010 específico e isso compromete o diagnóstico precoce. O
até 2014. Estudar as características epidemiológicas tratamento dos tumores da parede torácica é cirúrgico
tentando definir quais os fatores de risco para a doença na maioria dos casos, com ressecção ampla. Objetivo:
assim como para o resultado do seu tratamento. Méto- avaliar resultados cirúrgicos e oncológicos de pacientes
do: Os dados foram coletados diretamente do prontuá- com tumor de parede torácica submetidos à toracec-
rio médico junto ao Serviço de Arquivo Médico. A ficha tomia. Método: Estudo retrospectivo de 52 pacientes
utilizada é baseada no formato padrão do Instituto Na- com tumor de parede torácica tratados com toracec-
cional do Câncer. As frequências absolutas e relativas tomia entre os períodos de 1998 à 2013. Resultados:
foram geradas a partir do sistema SISRHC e tabuladas A média de idade dos pacientes do estudo foi de 39,
através do Sistema EpiInfo, versão 7.1. A taxa de sobre- 8 anos, sendo em sua maioria do sexo masculino com
vida foi calculada pelo método de Kaplan-Meier. Resul- 58%. Os tipos histológicos mais encontrados foram lipo-
tados: Foram tratados 1197 casos de câncer de prós- ma, osteossarcoma, Schwanomma e teratoma imaturo,
tata no período de 2010 a 2014. A maioria dos casos cada um apresentando 3 casos. A principal modalidade
ocorreu apos os 60 anos de idade, com pico de incidên- de tratamento aplicada foi a cirurgia exclusiva, indicada
cia entre 65 e 69 anos. Em relação à procedência dos em 67% dos casos, e a principal complicação foi a infec-
pacientes 39, 6% eram provenientes da capital e 34% ção de ferida operatória com incidência de 6%. O tipo
da região metropolitana. 53,4% dos pacientes apresen- de reconstrução mais empregado para o fechamento
tavam história família positiva para câncer de prósta- do defeito cirúrgico foi fechamento por primeira inten-
ta, 28, 7% apresentavam historia positiva para etilismo ção em 25 pacientes, seguido do retalho miocutâneo
e 31,6% para tabagismo. O estadiamento, baseado com rotação do músculo grande dorsal em 22 casos.
no TNM (UICC), apresentou 55, 6% de casos iniciais, e Houve recidiva local em 3 pacientes e em 11 pacientes
44,4% de casos avançados ao diagnostico. Quanto ao houve progressão de doença com aparecimento de me-
tipo de tratamento realizado na instituição 28, 8 % dos tástases em pulmão, ossos, SNC e fígado. Foi avaliada a
pacientes foram submetidos à cirurgia, 17, 5% a hormo- sobrevida em 5 anos apresentando 34,6% dos pacien-
nioterapia e 37, 3% a radioterapia isolada e tratamento tes vivos sem doença, 13,4% vivos, porém com doença
combinado em 9, 5%. Apos 8 meses de tratamento 92% em atividade e aproximadamente 20% foram a óbito.
dos pacientes estavam vivos e 2% foram a óbito. A so- Conclusão: A ressecção ampla com eliminação com-
brevida global em 5 anos foi de 77, 2% considerando pleta da doença associada às técnicas de reconstrução
todos estadios, variando de 54,7% para EC IV e 100% permitiu um aumento no tempo de sobrevivência. A
para EC I. Conclusões: O câncer de próstata apresen- prioridade é a restauração da integridade funcional e
ta-se como uma doença indolente, com altas taxas de estrutural do tórax. A reconstrução é necessária para
sobrevida global em 5 anos, e considerável numero de prevenir déficits respiratórios (movimento paradoxal),

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 141


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proteção mecânica de estruturas mediastinais e buscar mária: 11,3% eram de cólon esquerdo, 14,8% de cólon
técnicas que combinem chance de cura com qualidade direito, 7, 4% de cólon transverso, 22,2% de sigmoide,
de vida satisfatória. 33,3% de reto e 14,8% de junção retossigmóidea. 6 pa-
cientes foram submetidos a neoadjuvância. 1 paciente
Contato: TARIANE FRIEDRICH FOIATO MANETTI –
desenvolveu fístula colorretal (3,7%), tratado conserva-
tarianefoiato@msn.com
doramente e que não evoluiu a óbito
Contato: MATHEUS GUEDES MONTEIRO –
matheusguedesmonteiro@gmail.com
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA
CÓDIGO: 61775
CÓDIGO: 60979

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DAS ANGIOSSARCOMA CUTÂNEO


FÍSTULAS COLORRETAIS NOS ASSOCIADO A LINFEDEMA CRÔNICO –
PACIENTES OPERADOS POR CÂNCER NO RELATO DE CASO
HOSPITAL ALCIDES CARNEIRO
Autores: Isabelle França Bezerra; Francielly Tertulino
Autores: Matheus Guedes Monteiro; Ian Damas Vieira; Cunha; Mara Juliane Silva Jovino; Luciana Emerenciano
Felipe Romano Gonçalves Carvalho; Thiago Francisco Silveira; Crislanny Regina Santos da Silva; Isa Maryanna
Souza Kloh; Guilherme Guedon de Oliveira; Araújo Bezerra de Macedo; George Alexandre Lira; Luiz
Instituição: FACULDADE DE MEDICINA DE PETRÓPOLIS Claúdio Jammal Fernandes;

Introdução: A neoplasia colorretal é o terceiro tipo Instituição: UNIVERSIDADE POTIGUAR


de câncer mais comum em homens e o segundo mais Apresentação do caso: JSN, 55 anos, diabético. Procu-
comuns em mulheres. Segundo dados do Instituto Na- rou o serviço de Cirurgia Oncológica apresentando le-
cional do Câncer (INCA), para 2016, foram estimados são tumoral vegetante, úlcero-necrótica, purulenta, in-
16.660 casos novos de câncer de cólon e reto em ho- dolor e com linfedema em membro superior esquerdo
mens e de 17.620 em mulheres. A maioria desses tu- (MSE). Tomografia Computadorizada (TC) de MSE evi-
mores se inicia a partir de lesões benignas que podem denciou volumosa lesão expansiva vegetante envolven-
crescer na parede interna do intestino grosso. Uma do terço médio do MSE, medindo 10 cm, acometendo
maneira de prevenir o aparecimento dos tumores se- o plano cutâneo e com pequeno componente que se
ria a detecção e a remoção dos pólipos antes que eles estende aos planos subcutâneos e musculares. No es-
se tornem maligno. O tratamento do câncer colorretal tadiamento não foi evidenciado lesões à distância. Foi
consiste fundamentalmente na abordagem cirúrgica, submetido a amputação do MSE com biópsia eviden-
podendo ser associado à radioterapia e quimioterapia ciando neoplasia maligna de células fusiformes e epite-
de maneira adjuvante e/ou neoadjuvante. O ato cirúr- lioides, com infiltração de derme, epiderme e hipoder-
gico pode gerar complicações, dentre elas as fístulas. me e partes moles profundas presentes, sem infiltração
Essas costumam surgir na primeira semana de pós- óssea, porém margem de ressecção de partes moles
-operatório, com o seu maior pico no quinto ao sétimo próxima. A Imuno-histoquímica revelou angiossarco-
dia. A mortalidade dos pacientes com fístula digestiva ma de células epitelioides e fusiformes grau III. Após 3
varia de 6 a 48%, sendo a desnutrição, o desequilíbrio meses de cirurgia, apresenta lesões nodulares infiltra-
hidroeletrolítico e a sepse seus principais fatores de ris- tivas e sangrantes em coto cirúrgico, sendo submetido
co. A incidência de fístula após operação em cavidade a desarticulação de clavícula e escápula com esvazia-
abdominal gira em torno de 5, 5%. Objetivo: Avaliar a mento e retalho. Teve boa evolução no pós-operatório
incidência de fistula anastomótica nos pacientes sub- e alta hospitalar para seguimento clínico. Discussão: O
metidos à cirurgia colorretal, nos anos de 2014 a 2016, angiossarcoma cutâneo é um tumor raro, agressivo, de
no Hospital Alcides Carneiro (HAC) em Petrópolis/RJ, origem vascular. Representa menos de 2% dos sarco-
comparando com a literatura. Correlacionar sua ocor- mas de partes moles e afeta preferencialmente cabeça
rência com o impacto sobre a mortalidade dos pacien- e pescoço de homens idosos. Dependendo da extensão
tes operados. Método: Levantamento dos prontuários da doença, a ressecação cirúrgica com margens livres
dos pacientes portadores de câncer colorretal submeti- é o tratamento idealizado. Os angiossarcomas associa-
dos a cirurgia com reconstrução primária de trânsito in- dos a linfedema crônico se apresentam como nódulos
testinal, operados pela equipe de cirurgia oncológica do violáceos coalescentes ou placas endurecidas, tendo
Hospital Alcides Carneiro (HAC), em Petrópolis-RJ, entre como plano de fundo vigoroso edema, sem cacifo. Mais
os anos de 2014 e 2016. Resultado: Foram levantados de 90 % surgem após mastectomia e linfedenectomia.
49 prontuários, sendo 27 de cirurgias com reconstrução A excisão cirúrgica com margens amplas é indicada. O
primária de trânsito e 7 descartados por impossibilida- prognóstico é reservado com alta taxa de recorrência
de de obtenção do arquivo. De acordo com os dados local, 84 % em 5 anos, e tendência a disseminação sistê-
colhidos, dos 27 pacientes, 15 eram mulheres (55, 5%) mica. O paciente não tinha história de câncer mamário,
e 12 eram homens (44,5%). Quanto à localização pri-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 142


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mas apresentava lesões características e mesmo com definida de mensuração imprecisa envolvendo todo có-
o tratamento de escolha teve recidiva local após 3 me- lon esquerdo e linfonodomegalia retroperitoneal. Nes-
ses. Conclusão: A forma agressiva e recidiva precoce se momento recebemos o resultado de IHQ: LNHDGCB.
do tumor, saindo da evolução tradicional, denotam a No contexto de urgência o paciente iniciou tratamento
raridade e mau prognóstico do caso. Dessa forma, o com a equipe da Hematologia com protocolo Rchop,
seguimento clínico e a avaliação seriada são fundamen- atualmente em seguimento e em programação de ra-
tais para detecção precoce de recidivas e metástases e dioterapia para consolidação. Comentários finais: A
para maior sobrevida. apresentação do LNHDGCB extranodal apresar de ser
relativamente frequente, 40% dos casos, não se dá, em
Contato: ISABELLE FRANÇA BEZERRA –
geral, com uma apresentação de Abdome Agudo. No
isabellefbezerra@gmail.com
caso apresentado além de uma apresentação atípica
com início do quadro com Abdome Agudo perfurativo/
isquêmico o achado tomográfico de aeroprotograma,
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA que é muito raro, conota gravidade do quadro, porém
CÓDIGO: 59745 com esforço multidisciplinar houve sucesso no trata-
mento do caso.
APRESENTAÇÃO ATÍPICA DO LINFOMA Contato: RAFAEL SANTOS DE SOUZA –
NÃO-HODGKIN DIFUSO DE GRANDES rafaelsantosdesouza@yahoo.com.br
CÉLULAS B – ABDOME AGUDO
PERFURATIVO/ISQUÊMICO
Autores: Rafael Santos de Souza; Luciana Bitencourt
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
Carvalho; MIchelle Petrolli Silveira; Paulo Roberto Zanin
Mesquita; Miyllena Gomes D´Almenida; Elisa Faria CÓDIGO: 59915
Uveda; Débora Toledo Amaral; Ana Beatriz Costa;
Instituição: UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUACI APRESENTAÇÃO DE METÁSTASE
HEPÁTICA PARENQUIMATOSA EM
Apresentação do caso: O Linfoma Não-Hodgkin Difuso CARCINOMA SEROSO DE ALTO GRAU
de Grandes Células B (LNHDGCB)é o tipo mais comum
OVARIANO
de Linfoma Não-Hodgkin, correspondendo a cerca de
30% dos casos. Apresentação extranodal é vista em Autores: Jeancarllo de Sousa Silva; Márcio Neves Stefani;
Caoru Alberto; Ticiane da Costa Martins; Paulyne de
40% dos casos e o local mais comum é o trato gastroin-
Souza Viapiana; Adnaldo da Silveira Maia;
testinal. Paciente J.C.N, masculino, 55 anos, sem histó-
rico neoplásico familiar, queixava de dor abdominal do Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARGAS
tipo cólica irradiada para a região lombar bilateral há Apresentação do caso: Em 2012, paciente de 50 anos,
seis meses, além de aumento do volume abdominal há atendida por dor lombar progressiva, sem hiporexia
dois meses teve piora da dor há quinze dias. Procurou ou perda ponderal. Nega etilismo, tabagismo e histó-
o serviço de urgência com o agravamento dos sintomas ria oncológica. Exames de imagem identificaram massa
associados a vômitos. Ao exame físico abdome globo- pélvica heterogênea de origem ovariano com líquido
so, distendido, doloroso à palpação difusa e presença livre. Detectada massa ovariana bilateral com infiltra-
de massa palpável no hipocôndrio esquerdo. Realizada ção uterina e de reto superior, carcinomatose perito-
tomografia (TC) de abdome que identificou: espessa- neal, omental, implantes volumosos em hilo esplênico,
mento difuso de alças de delgado e formação expan- implantes superficiais em delgado, estômago e cápsula
siva medindo 18x13cm, linfonodomegalia adjacente, hepática. Procedeu-se com citorredução oncológica óti-
linfonodomegalia em cadeia ilíaca esquerda, pneumo- ma, sem evidência macroscópica de doença residual.
peritonio e aeroportograma. Diante desses achados Possuía índice de carcinomatose de 24 pontos e hou-
indicada laparotomia exploradora de urgência que evi- ve a ressecção e eletrocauterização de lesões gástri-
denciou grande quantidade de liquido fecalóide, mas- cas, entéricas e cápsula hepática, exenteração pélvica
sa tumoral aderia às alças e necrose local. Realizada posterior com peritoniectomia pélvica, peritoniectomia
enterectomia desde 10cm do ângulo de Treitz e 150cm parietal e diafragmática, pancreatectomia corpo-caudal
de delgado com ressecção da massa, o procedimento com esplenectomia, omentectomia e apendicectomia,
transcorreu sem intercorrências e o paciente evoluiu linfadenectomia pélvica e retroperitoneal infra-renal. O
bem no pós operatório. Recebeu alta 10 dias após o anatomopatológico evidenciou adenocarcinoma sero-
procedimento. Discussão: O anátomo patológico ini- so papilífero de ovário e invasão de serosa e muscular
cial demonstrou: neoplasia maligna indiferenciada, de sigmóide no produto de exenteração pélvica poste-
solicitou-se imunohistoquimica (IHQ). Porém antes do rior, estadiamento IIIC. Submetida à quimioterapia. Em
resultado da mesma o paciente procurou o pronto so- 2014, detectou-se dois implantes em serosa na região
corro, com queixas semelhantes as anteriores, a nova do ceco e reto durante a reconstrução de trânsito intes-
TC evidenciou formação expansiva heterogênea e mal tinal. Em 2016, paciente apresenta dor em hipocôndrio

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 143


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direito, com CA 125 normal e ressonância magnética/ firmou o diagnóstico de rabdomiossarcoma (RMS). A
PET evidenciando tumor de 3 cm em segmento II do paciente encontra-se em bom estado geral e realiza
fígado, ressecado com nova peritoniectomia subfrêni- acompanhamento trimestral. Discussão: O RMS é o
ca direita e implante único em delgado, confirmando sarcoma de partes moles mais frequentes em crianças
recaída de Adenocarcinoma. Sensível à Platina, foi no- e adolescentes, correspondendo a cerca de 5% de todos
vamente encaminhada para quimioterapia. Discussão: os tumores pediátricos e metade de todos os sarcomas.
Raros casos de metástase parenquimatosa hepática de Há uma predominância do sexo masculino e, aproxima-
neoplasia ovariana são descritos. Os prognósticos ruins damente, dois terços dos casos ocorrem em crianças
das neoplasias serosas de alto grau levam à suspeita e menores de 6 anos. Entretanto, nos adultos representa
terapia mais precoce e agressiva. Principalmente com menos de 1% de todos os tumores sólidos malignos e
tumores sensíveis à Platina, permitindo que citorre- menos de 3% de todos os sarcomas. Entre seus subti-
duções ótimas garantam um bom seguimento em pa- pos, apenas 1% são anaplásicos. Os RMS não possuem
cientes com doença avançada. Comentários finais: a etiologia e fatores de riscos definidos. A ressecção de
raridade de metástases para outros sítios envolvendo tumores RMS de extremidades deve ser tentada desde
tumores de ovário suscitam estudos na área e avaliação que a função dos membros não seja comprometida. Se
quanto ao prognóstico para os pacientes. De evolução a ressecção não for viável, opta-se por quimioterapia
incomum, casos com comprometido hepático já foram neoadjuvante e terapia local definitiva. Alguns estudos
observados, sendo necessária atenção no manejo dos relatam casos nos quais os pacientes desenvolveram
pacientes com tumores ovarianos. adenocarcinoma de cólon após o tratamento de rab-
domiossarcoma, entretanto não foi encontrado relação
Contato: JEANCARLLO DE SOUSA SILVA – jeancarllo@
na literatura do inverso. Comentários finais: O rabdo-
gmail.com
miossarcoma é um tumor raro em adultos e que carece
de estudos sobre sua etiologia, enquanto o adenocar-
cinoma de cólon é raro em pessoas abaixo de 40 anos
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL e já amplamente discutido em diversos estudos. Infe-
CÓDIGO: 60233 re-se a importância do presente caso de apresentação
de sarcoma raro em adulto de prognóstico reservado
APRESENTAÇÃO DE na ausência de conduta adequada, relevando a fulcral
necessidade de acompanhamento desses pacientes.
RABDOMIOSSARCOMA ANAPLÁSICO EM
PACIENTE ADULTA COM DIAGNÓSTICO Contato: MAYCON FRAN SOARES DA SILVA ROCHA –
PRÉVIO DE ADENOCARCINOMA DE mfsdsr.med@uea.edu.br
CÓLON
Autores: Márcios Neves Stefani; Alice Brito Brandão;
Amanda Moreira de Abreu; Maycon Fran Soares da Silva
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
Rocha; Hildegard Loren Rebouças Santos; Adnaldo da
Silveira Maia; Esthefany Jéssica Rocha dos Santos; Pablo CÓDIGO: 61946
Phillipe Cândido dos Santos;
Instituição: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS APRESENTAÇÃO RARA DE TUMOR DE
PEQUENAS CÉLULAS EM OVÁRIO
Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 36
Autores: Vanessa Nobre Veras; Danielli de Almeida
anos, sem histórico de câncer na família, nega comor-
Matias; Lucas de Souza Bacellar; Karina de Andrade
bidades e cirurgias prévias. Refere episódios de dor em Vidal Costa; Brendson Gonçalves da Costa; Gabriel
hipocôndrio direito com irradiação para epigástrio que Fernandes de Oliveira Silveira; Matheus José Barbosa
cursavam com melhora após uso de medicação caseira. Moreira; Mailson Meireles Batista;
Em 2013, após quadro de diarreia aguda associada a Instituição: UNIVERSIDADE POTIGUAR
dores abdominal procurou o Pronto Socorro com dores
abdominais e sinal de Blumberg positivo, sendo diag- Apresentação do caso: L.B.M, 43 anos, portadora de
nosticada com apendicite aguda. Foi encaminhada no espondilite anquilosante em tratamento, iniciou qua-
mesmo dia para a laparotomia de emergência na qual dro de dor abdominal e perda ponderal. Realizou RNM
verificou-se um tumor na topografia de cólon direito, (ressonância magnética) de pelve que evidenciou massa
sendo realizada colectomia direita oncológica. Após alta de 12 centímetros em anexo direito. Submetida a lapa-
fora encaminhada a centro de referência em oncologia, rotomia exploradora em dezembro de 2016 seguida de
seguindo em acompanhamento semestral. Em 2016, histerectomia total ampliada com múltiplas biópsias e
durante o exame de rotina, notou um nódulo de rápido linfadenectomia retroperitoneal, com achado de lesão
crescimento e indolor a palpação no ombro esquerdo, tumoral em ovário direito cujo anatomopatológico con-
sendo solicitada ressonância magnética, com lesão in- firmado por imunohistoquímica evidenciou carcinoma
vadindo partes moles na topografia. Foi prosseguida a de pequenas células. Solicitado PET/CT que demons-
exérese do tumor. O estudo imuno-histoquímico con- trou doença metastática em linfonodos supraclavicula-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 144


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res e retroperitoneais. Realizou QT (quimioterapia) com pequenas extrapulmonares comumente apresentam-


irinotecano + CDDP no D1 a cada 28 dias. Evoluiu com -se com uma história natural agressiva caracterizada
resposta parcial. Novo PET/CT 2 meses após mostrava por metástases precoce e generalizada. Estes tumores
redução no tamanho e na captação dos linfonodos. extremamente malignos são histologicamente simila-
PET apresentando toxicidade moderada ao tratamento res aos carcinomas de pequenas células do pulmão,
e segue em QT. Discussão: Os carcinomas de células estando neste último em maior prevalência, pondo o
pequenas extrapulmonares comumente apresentam- problema do diagnostico diferencial com metastização
-se com uma história natural agressiva caracterizada de tumor primitivo pulmonar. Comentários finais: A
por metástases precoce e generalizada. Estes tumores exploração por laparotomia seguida de cirurgia citor-
extremamente malignos são histologicamente simila- redutora é base terapêutica e procedimento essencial
res aos carcinomas de pequenas células do pulmão, para o estadiamento nos tumores de ovário, sendo in-
estando neste último em maior prevalência, pondo o dispensavelmente associado a terapia pós-operatória
problema do diagnostico diferencial com metastização com quimioterapia, devido a extensão da neoplasia.
de tumor primitivo pulmonar. Comentários finais: A Apesar da agressividade desses tumores extrapulmo-
exploração por laparotomia seguida de cirurgia citor- nares, a paciente apresenta resposta parcial ao esque-
redutora é base terapêutica e procedimento essencial ma com Irinotecano e Cisplastina, mostrando que esta
para o estadiamento nos tumores de ovário, sendo in- pode ser uma opção de tratamento nesses casos.
dispensavelmente associado a terapia pós-operatória
Contato: VANESSA NOBRE VERAS – Vanessa_nv15@
com quimioterapia, devido a extensão da neoplasia.
hotmail.com
Apesar da agressividade desses tumores extrapulmo-
nares, a paciente apresenta resposta parcial ao esque-
ma com Irinotecano e Cisplastina, mostrando que esta
pode ser uma opção de tratamento nesses casos. TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
Contato: VANESSA NOBRE VERAS – Vanessa_nv15@ CÓDIGO: 61856
hotmail.com
AS COMPLICAÇÕES MAIS FREQUENTES
DA CIRURGIA DE RECONSTRUÇÃO
INTESTINAL PÓS CIRURGIA DE
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA HARTMANN
CÓDIGO: 61948
Autores: Fernanda Silva Sales; Marcela Oliveira Rezende;
APRESENTAÇÃO RARA DE TUMOR DE Instituição: UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
PEQUENAS CÉLULAS EM OVÁRIO Introdução: A reconstrução do trânsito intestinal acar-
Autores: Vanessa Nobre Veras; Danielli de Almeida reta elevados índices de morbimortalidade, depen-
Matias; Lucas de Souza Bacellar; Karina de Andrade dente do procedimento realizado na operação inicial,
Vidal Costa; Brendson Gonçalves da Costa; Gabriel da técnica operatória necessária na reconstituição do
Fernandes de Oliveira Silveira; Matheus José Barbosa trânsito intestinal e das comorbidades dos pacientes.
Moreira; Mailson Meireles Batista; Objetivo: Determinar as complicações mais frequentes
Instituição: UNIVERSIDADE POTIGUAR na cirurgia de Hartman Método: Análise de 5 artigos
de revisão publicados no Pub med, Scielo e Lilacs nos
Apresentação do caso: L.B.M, 43 anos, portadora de
últimos 15 anos Discussão: A operação proposta por
espondilite anquilosante em tratamento, iniciou qua-
Hartmann para a ressecção de carcinoma de reto to-
dro de dor abdominal e perda ponderal. Realizou RNM
mou-se uma técnica amplamente aceita para ressecção
(ressonância magnética) de pelve que evidenciou massa
de cólon e ou reto quando não existem condições ide-
de 12 centímetros em anexo direito. Submetida a lapa-
ais para ressecção e anastomose primária. Atualmente
rotomia exploradora em dezembro de 2016 seguida de
as indicações foram ampliadas, como em patologias
histerectomia total ampliada com múltiplas biópsias e
diversas. Segundo Habr-Gama as principais indicações
linfadenectomia retroperitoneal, com achado de lesão
na cirurgia de urgência são diverticulite perfurada com
tumoral em ovário direito cujo anatomopatológico con-
peritonite difusa ou fecal; câncer do reto ou cólon sig-
firmado por imunohistoquímica evidenciou carcinoma
móide complicado por perfuração ou obstrução; Con-
de pequenas células. Solicitado PET/CT que demons-
clusão: Apesar da infecção pós operatória ser um dos
trou doença metastática em linfonodos supraclavicula-
maiores desafios existentes. A cirurgia de Hartmann
res e retroperitoneais. Realizou QT (quimioterapia) com
continua tendo efetividade importante tanto em cirur-
irinotecano + CDDP no D1 a cada 28 dias. Evoluiu com
gia colorretal de urgência quanto eletiva. Bibliografia: 1
resposta parcial. Novo PET/CT 2 meses após mostrava
Ninkovic M, Schoeller T, Schmid T, Salzer GM, Scougall
redução no tamanho e na captação dos linfonodos.
P, WechselbergerG, Ander H. Closure of complex de-
PET apresentando toxicidade moderada ao tratamento
fects in the chest wall with muscle flaps. Scand J Plast
e segue em QT. Discussão: Os carcinomas de células

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Reconstr Hand Surg. 1998;32(3):255-64 2 REIS LDO, do HRA com diagnostico de adenocarcinoma gástrico
LOMBARDI OA, REIS ADO, CARDOSO EH, CARDOSO FI- feito através da EDA com biopsia, EED e TC de abdô-
LHO CAM. – Cirurgia de Hartmann – Análise de 41 casos men. Realizada a avaliação clinica e solicitado outros
em Hospital de referência do norte do Paraná. – Rev exames, foi proposto o tratamento cirúrgico. Contudo,
bras Coloproct, 2001; 21(1): 19-22 3 Deschamps C, Tir- optou-se pela correção cirúrgica através da técnica de
naksiz BM, Darbandi R, Trastek VF, Allen MD, Miller DL, Serra-Dória com gastrectomia sub-total mais linfade-
Arnold PG, Pairolero PC. Early and long-term results nectomia a D2 e reconstrução em Y de Roux.
of prosthetic chest wall reconstruction. J Thorac Car-
Contato: AYLA COSTA SAMPAIO LEITE – ayla_cs15@
diovasc Surg. 1999; 117(3):588-91; discussion 591-2. 4
hotmail.com
Habr-Gama A, Gama-Rodrigues J, Bresciani C & Teixeira
MG. Reconstrução do trânsito intestinal por via laparos-
cópica apósoperação de Hartmann. In: Cirurgia video-
laparoscópica e laparoscopia diagnóstica em aparelho TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
digestivo. Bresciani C, Gama-Rodrigues J, Habr-Gama CÓDIGO: 61994
A, Carrilho FJ, Lech J (ed.). São Paulo, 1992, edição par-
ticular (Centro de estudo multiprofissional doHospital ASSOCIATION BETWEEN DEMOGRAPHIC
Osvaldo Cruz), 184 – 5 5REIS LDO, LOMBARDI OA, REIS
CHARACTERISTICS, SOCIOECONOMIC
ADO, CARDOSO EH, CARDOSO FILHO CAM. – Cirurgia
de Hartmann – Análise de 41 casos em Hospital de refe-
STATUS, AND CLINICAL VARIABLES
rência do norte do Paraná. – Rev bras Coloproct, 2001;
AND THE RATE OF ADHERENCE TO
21(1): 19-22. FECAL OCCULT BLOOD TESTS IN A
POPULATION OF A COLORECTAL
Contato: FERNANDA SILVA SALES –
CANCER SCREENING CAMPAIGN
fernandasales024@gmail.com
CONDUCTED IN A HOSPITAL
Autores: Bruna Elisa Catin Kupper; Fábio de Oliveira
Ferreira; Ranyell Matheus Spencer Sobreira Batista;
TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE
Wilson Toshihiko Nakagawa; Tiago Santoro Bezerra;
Paulo Roberto Stevanato Filho; Renata Mayumi
CÓDIGO: 60862
Takahashi; Thiago Chulan; Ademar Lopes; Samuel
Aguiar Junior;
ASSOCIAÇÃO ENTRE MEGACOLÓN, Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
MEGAESÔFAGO CHAGASÍCO E
NEOPLASIA GASTRÍCA – RELATO DE Background and aim: The aim of this study is to
CASO evaluate the association between demographic, socio-
economic and clinical measures and adherence to colo-
Autores: Nader Nazir Suleiman; Ayla Costa Sampaio
rectal cancer screening (CRCS) using fecal occult blood
Leite;
test based on Guaiac (G-FOBT) or fecal immunochemi-
Instituição: UNIBRAS – CENTRO UNIVERSITÁRIO ITPAC
cal tests (FIT) among average-risk individuals for colo-
Apresentação do caso: A doença de Chagas na for- rectal cancer. Method: This is a prospective cross-sec-
ma crônica pode acarretar com algumas complicações tional study. Between March 2015 and April 2016, 1254
como acalasia, megacólon, megaesôfago e carcinoma asymptomatic individuals aged 50-75 years were conse-
esofágico. O presente estudo teve como objetivo rela- cutively selected during the screening campaigns con-
tar a evolução e a abordagem cirúrgica no tratamento ducted at a hospital in São Paulo. All participants were
de um paciente com associação entre megaesôfago, invited to perform FIT and G-FOBT and a questionnaire
megacólon chagásico e adenocarcinoma gástrico. No with demographic, socioeconomic and clinical variables
entanto são escassos os estudos que associam me- was answered by all of them. We conducted simple lo-
gaesôfago, megacólon chagásico e câncer gástrico, gistic regression analyses to assess associations betwe-
novas pesquisas mostram a prevalência de 85, 1% de en each variable and the adherence to G-FOBT and FIT.
chagásicos infectados por H. pylori. Em pesquisas mais A multivariable logistic regression model was construc-
recentes, a prevalência da infecção por H. pylori em ted to assess the strength of association between the
chagásicos é de 57, 9%, o que está relacionado com primary outcome and its predictors while controlling
a etiopatogênese da gastrite crônica que predispõe o for the confounders. Based on regression analyses, a
paciente para o câncer gastrintestinal. Paciente, bran- nomogram was designed to predict the probability of
co, masculino, de 76 anos, desnutrido relatou disfagia, adherence to colorectal cancer screening with fecal
há +-1 ano, evoluído com dificuldade para a ingesta de occult blood tests. Results: The adherence rate was
uma dieta sólida para liquida-pastosa. Informou aste- different in both fecal occult blood test, being on FIT
nia, inapetência e emagrecimento (perda ponderada de 697(55.6%) and on G-FBOT, 611(48.8%), p < 0.001. In the
mais ou menos 10 kg). Deu entrada na Clinica Cirúrgica univariated regression analyses the variables age, occu-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 146


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pation, religious belief, and previous fecal occult blood co em si. Discussão: Para o embasamento teórico dos
test were related to adherence in FIT and G-FOBT. In protocolos de segurança desta modalidade cirúrgica
the multivariate regression models for FIT and G-FOBT foram utilizados periódicos nacionais e internacionais
the variables age 60-75 (OR=1.39; 95% IC 1.06–1.81) and extraídos das bases de dados SCielo, Pubmed, Lilacs e
(OR= 1.49; 95% IC 1.16–1.49), religious belief (OR= 1.99; Medline no período de 2006 à 2016. Utilizaram-se como
95% IC 1.27– 3.11) and (OR= 1.70; 95% IC 1.11– 2.60), palavras-chave: segurança do paciente e, quimioterapia
previous fecal occult blood test (OR= 2.22; 95% IC 1.61– do câncer por perfusão regional. Entretanto, observa-
3.05) and (OR= 1.26; 95% IC 1.26– 2.20), part time or full mos uma carência de estudos sobre o tema abordado;
time work (OR= 0.69; 95% IC 0.05– 0.96) and (OR= 0.68; isto é, foram encontrados 17 artigos sobre o tema se-
95% IC 0.50– 0.91) were independently associated to gurança do paciente cirúrgico, os quais não relataram
the adherence to colorectal cancer screening. The va- a segurança do paciente submetido à QtIPH. Logo, a
riables, sex, race, marital status, income, presence of prática da equipe multiprofissional do CC se baseou
health insurance and distance from the residence to nos protocolos de manipulação e administração segura
the hospital did not influence adherence to the FIT and de quimioterápicos e, gerenciamento dos riscos ineren-
G-FOBT exams. Conclusion: Young age, no religious be- tes a esta modalidade cirúrgica. A atuação da equipe
lief, the absence of previous fecal occult blood test and multiprofissional realizada com base nos protocolos de
work part time or full time were related to fewer adhe- segurança teve como foco a manipulação do quimio-
rences to FIT and G-FOBT in this average risk population terápico utilizando avental de manga comprida e equi-
to colorectal cancer. pamento de proteção individual, devido à possibilidade
da presença de quimioterápico na forma de aerossóis
Contato: TIAGO SANTORO BEZERRA – tiagosantoro@
(máscara N95 e luvas descartáveis); o recebimento do
me.com
quimioterápico pelo enfermeiro realizando a confirma-
ção dos dados do medicamento e; o descarte adequa-
do de todos os materiais contaminados pelo quimiote-
TEMÁRIO: CIRURGIA CITORREDUTORA / HIPEC rápico. Comentários finais: A partir das experiências
CÓDIGO: 61703 vivenciadas pela equipe multiprofissional em cirurgias
citorredutoras com QtIPH, observou-se a importância
ATUAÇÃO DA EQUIPE da elaboração de um protocolo para promover a qua-
lidade da assistência prestada e garantia da segurança
MULTIPROFISSIONAL EM
do paciente durante todo o período intraoperatório,
CIRURGIAS CITORREDUTORAS COM além de minimizar riscos aos pacientes e profissionais.
QUIMIOTERAPIA INTRAPERITONEAL
HIPERTÉRMICA COM FOCO NA Contato: CECILIA DA SILVA ANGELO – cecilia.angelo@
SEGURANÇA DO PACIENTE CIRÚRGICO – accamargo.org.br
RELATO DE CASO
Autores: Cecilia da Silva Angelo; Catharina Ferreira
de Meira Pachioni; Rita de Cassia Burgos de Oliveira; TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS
Ademar Lopes; Isabel Miranda Bonfim; Tailine Ligia
CÓDIGO: 60628
Tadini; Eduardo Henrique Giroud Joaquim; Larissa
Paschoal Deghi;
Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
ATUAÇÃO DA FISIOTERAPIA NO PÓS
OPERATÓRIO DE ENDOPROTESE
Apresentação do caso: A segurança do paciente cirúr- DE FEMUR POR ANGIOSSARCOMA
gico tornou-se uma preocupação mundial. Os avanços EPITELIÓIDE – RELATO DE CASO
tecnológicos das especificidades cirúrgicas, tal como a
Autores: Nádia Oliveira Gomes;
citorredução com quimioterapia intraperitoneal hiper-
térmica (QtIPH), associados à assistência perioperató- Instituição: CLINICA DE REABILITAÇÃO FISIOLIFE
ria em pacientes oncológicos, despertaram um alerta Apresentação do caso: S.F.C, 67 anos, com diagnóstico
para a elaboração de protocolos, visando promover a de Angiossarcoma Epitelióde em fêmur esquerdo des-
segurança do paciente e dos profissionais envolvidos. de 2012. Realizou quimioterapia por 3 anos, em 2015
Diante deste cenário, o estudo trata-se de um relato de precisou de 15 sessões de radioterapia, em 2016 apre-
experiência da equipe multiprofissional de um centro sentou invasão óssea, sendo submetido a endopróte-
cirúrgico (CC) oncológico, o qual atua em cirurgias citor- se de fêmur. Após 15 dias de cirurgia paciente chegou
redutoras com QtIPH, garantindo a segurança do pa- a fisioterapia apresentando lindefema grau 02 em
ciente cirúrgico por meio de protocolos. Visto que, nesta membro inferior esquerdo, fibrose em toda a exten-
modalidade cirúrgica o paciente e o profissional estão são da cicatriz, cicatriz rígida, diminuição de amplitude
expostos aos riscos da manipulação e administração de movimento apresentando 15° de flexão de joelho,
do quimioterápico, bem como ao procedimento cirúrgi- força muscular de quadríceps, isquiotibiais, adutores,

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 147


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abdutores e glúteo grau 03, paciente apresentando al- as complicações pós-operatórias, a deiscência ocorreu
teração de marcha com claudicação e uso de muleta em 8 mamas (20,5%), sendo necessária ressutura cica-
canadense para deambular. Foram realizadas 30 ses- tricial em 2 casos (5, 2%). Na avaliação fisioterapêutica,
sões de fisioterapia com o intuito de diminuir o linfe- foi observada alta prevalência de complicações, sendo
dema, diminuir fibrose, ganho de mobilidade cicatricial, as mais frequentes o edema na mama (84,6%), a dor
ganho de amplitude de movimento, de força e melho- (48, 7%), fibrose tecidual (46, 2%) e síndrome da rede
ra da deambulação. Para isso foi realizado drenagem axilar (41,0%). O tempo mediano transcorrido entre a
linfática manual, mobilização cicatricial e mobilização cirurgia e o encaminhamento para a fisioterapia foi de
de fibrose, mobilização articular fêmoro-tibial, técnica 30 dias (8 – 97). Houve encaminhamento mais preco-
de Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (PNF) de ce entre as que apresentavam dor (p=0,031) e edema
membros inferiores, exercícios ativo livre para mem- (p<0,001). As pacientes permaneceram em tratamen-
bros superiores evoluindo para carga a de 2kg, treino to fisioterapêutico por tempo mediano de 39 dias (13
de marcha com auxilio evoluindo para sem e caminha- – 150), sendo realizados em média 6, 2 atendimentos
da inicialmente de 3 minutos evoluindo para 2km. Após fisioterapêuticos nesse período (DP 4,9). As condutas
30 sessões, paciente apresentava amplitude de movi- fisioterapêuticas mais utilizadas foram compostas por
mento de joelho 85°, força muscular 04, deambulação kinesiotaping (92,3%), drenagem linfática manual (87,
sem auxilio, diminuição significante do linfedema. DIS- 2%) e mobilização de prótese (59, 0%). Conclusão: O en-
CURSSÃO: Angiossarcoma epitelioide é uma variação caminhamento precoce dos pacientes para tratamento
do angiossarcoma, sendo caracterizado por um aspec- pós-operatório deve ser considerado parte integrante
to morfológico epitelioide que imita o carcinoma, seu da reabilitação oncológica a fim de prevenir e tratar as
tratameto geralmente é a cirurgia e a radioterapia. Há complicações. Este estudo é o primeiro a demonstrar
poucos relatos em relação a patologia e seu tratamen- as principais técnicas fisioterapêuticas utilizadas em
to, não sendo encontrado sobre a atuação da fisiote- cada complicação após reconstruções mamárias com
rapia dos pacientes. Comentários finais: A fisioterapia prótese expansoras.
tem papel fundamental para a recuperação do pacien-
Contato: JAQUELINE MUNARETTO TIMM BAIOCCHI –
te no pós-operatório do tratamento de pacientes com
jaquelinemunaretto@hotmail.com
angiossarcoma, mostrando ser eficaz por promover a
diminuição das incapacidades cinético-funcionais, pos-
sibilitando ao paciente uma melhor qualidade de vida e
tornando-o mais confiante para o convívio social. TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
Contato: NADIA OLIVEIRA GOMES – ftnadiagomes@ CÓDIGO: 59442
gmail.com
AUMENTO DE LINFOCELE PÉLVICA
APÓS DRENAGEM LINFÁTICA PARA
TRATAMENTO DO LINFEDEMA – RELATO
TEMÁRIO: NUMACO / FISIOTERAPIA DE CASO E REVISÃO DA LITERATURA
CÓDIGO: 59443
Autores: Jaqueline Munaretto Timm Baiocchi; Luciana
Kopittke; Larissa Louise Campanholi; Gabriel Lowndes
ATUAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NAS Pinto;
COMPLICAÇÕES DAS RECONSTRUÇÕES Instituição: ONCOFISIO
MAMÁRIAS COM PRÓTESES
EXPANSORAS Introdução: A prevalência das linfoceles pélvicas varia
de 0% até 58, 5%. As linfoceles sintomáticas são repor-
Autores: Jaqueline Munaretto Timm Baiocchi; Larissa
tadas entre 5 a 6% dos casos e seu tratamento pode
Louise Campanholi; Anke Bergmann; Mirella Dias;
ser feito através de punções, ressecções cirúrgicas ou
Bernardo Nogueira Batista;
através de colas biológicas ou alcoolização. Seu apa-
Instituição: ONCOFISIO
recimento pode estar relacionado à agressividade do
Objetivo: Descrever as condutas fisioterapêuticas utili- tumor, metástase linfonodal ou ao tratamento, como
zadas no tratamento das complicações após a recons- a quantidade de linfonodos retirados e realização de
trução mamária com prótese expansoras. Método: Es- radioterapia. O linfedema é caracterizado pelo acúmu-
tudo de coorte retrospectiva de pacientes submetidas lo de líquido rico em proteínas no interstício, resulta-
a reconstrução mamária com prótese de Becker, enca- do do dano linfático. O tratamento do linfedema é fei-
minhadas para tratamento fisioterapêutico pós-opera- to através Fisioterapia Complexa descongestiva, que
tório no período de junho de 2013 a outubro de 2016. consiste em drenagem linfática manual, pressoterapia
Resultados: Foram incluídas 28 mulheres com câncer pneumática, cuidados com a pele, exercícios e uso de
de mama, sendo que 11 (28, 2%) foram submetidas a compressão através de bandagens ou vestimentas.
reconstrução bilateral. A maioria realizou mastectomia Apresentação do caso: Paciente com 59 anos, porta-
(79, 5%) e linfadenectomia axilar (43,6%), Considerando dora de adenocarcinoma de alto grau histológico do

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 148


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endométrio (Estadio IIIA – FIGO), foi submetida à tra- malignas de pele (3 mil casos novos em homens e 2.670
tamento cirúrgico completo em 19/12/2015 que incluiu casos novos em mulheres). Em relação a letalidade, é
ressecção de 64 linfonodos pélvicos e retroperitoneais, considerada elevada, acometendo 1.547 pessoas (sen-
seguido de quimioterapia adjuvante. Não foi submeti- do 903 homens e 644 mulheres). No Brasil, as maiores
da a radioterapia adjuvante. Já havia sido submetida taxas estimadas em homens e mulheres encontram-
a resseção de um melanoma em coxa esquerda com -se na região Sul. No Estado de Sergipe, a estimativa
linfadenectomia inguinal prévia. Procurou o serviço de de casos novos para 2016 foi de 30 para homens e 20
fisioterapia para tratamento do linfedema de membro para mulheres. Nos últimos anos, houve uma grande
inferior esquerdo. Na avaliação pode-se observar linfe- melhora na sobrevida dos pacientes com melanoma,
dema grau II em membro inferior esquerdo, edema em principalmente devido à detecção precoce do tumor,
região suprapúbica e pélvica.Portadora de insuficiência uma vez que quando diagnosticados em fases iniciais,
de safenas magna direita e esquerda, assim como as os melanomas apresentam bom prognóstico. Para me-
colaterais e perfurantes, com refluxo para veia poplítea. lhor classificar este fator, são utilizadas as classificações
À linfocintilografia, apresentou refluxo dérmico em pé de Breslow e Clark, que são baseadas na espessura do
esquerdo e drenagem linfática do membro direito pre- tumor e no nível de invasão da pele, respectivamen-
servada. Foi iniciado tratamento para o linfedema utili- te. Objetivo: Avaliar a incidência e o estadiamento do
zando drenagem linfática, pressoterapia e uso de meia Centro de Referência em Oncologia durante o período
calça elástica com compressão de 20/30mmHg. Em de 2010 a 2015, em Aracaju, Sergipe. Método: Estudo
22/01/2016 realizou exame tomográfico que revelou transversal retrospectivo por análise de prontuários
a existência de linfocele com volume de 300 mililitros dos pacientes com melanoma em Centro de Referencia
assintomática. Em abril de 2016 realizou nova tomo- em Oncologia de Sergipe no período de 2010 a 2015.
grafia que evidenciou o aumento desta linfocele para Resultados: No Centro de Referência em Oncologia, fo-
500 ml, porém assintomática. Na sequencia a paciente ram encontrados 6 tumores do tipo melanoma, sendo 2
apresentou e linfedema grau I, no membro contrala- desses com metástase para o Sistema Nervoso Central
teral. Em última tomografia, dia 22/06/2016, notou-se (SNC) e 1 recidiva de um melanoma prévio. O diagnós-
diminuição abrupta sem intervenção clínica da linfocele tico e, consequentemente, o tratamento foi a exérese
para 17 ml, sugerindo drenagem espontânea para ca- do tumor, sendo utilizada a radioterapia somente nos 2
vidade abdominal. Conclusão: Fisioterapia complexa casos que houve metástase para o SNC. Ao observar os
descongestiva no tratamento do linfedema secundário estágios de Clark, percebeu-se que 4 casos estavam em
ao tratamento oncológico pode estar associado ao au- estágio IV e 1 em estágio V, constatando-se que a maio-
mento da linfocele pélvica. ria dos casos de melanoma apresentam-se em estágios
avançados, pois somente 1 paciente estava em estágio
Contato: JAQUELINE MUNARETTO TIMM BAIOCCHI –
II de Clark. Conclusão: Os dados obtidos no Centro de
jaquelinemunaretto@hotmail.com
Referência em Oncologia, em comparação com o do
Instituto Nacional de Câncer (INCA), revelaram-se cres-
centes em sua incidência, todavia, os pacientes encon-
TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA tram-se em um nível de estadiamento mais avançado,
CÓDIGO: 61780 o que pode ser decorrente de uma demora na detecção
precoce.
AVALIAÇÃO DA INCIDÊNCIA E DO Contato: ERIKA DE OLIVEIRA MENEZES –
ESTADIAMENTO DE MELANOMA erikaomenezess@gmail.com
EM CENTRO DE REFERÊNCIA EM
ONCOLOGIA, ARACAJU, SERGIPE
Autores: Caroline Ramos Barreto; Naiana Mota Araujo;
TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE
Roberta de Oliveira Carvalho; Erika de Oliveira Menezes;
Luís Felipe da Costa Figueiredo; Alef Vinicios de Souza CÓDIGO: 61995
Coelho; Roberto Queiroz Gurgel; José Vieira Barreto
Junior; AVALIAÇÃO DAS CARACTERISTICAS
Instituição: UNIVERSIDADE TIRADENTES CLÍNICO-PATOLÓGICAS E DA
SOBREVIDA DOS PACIENTES
Introdução: O melanoma apresenta sua origem nos
melanócitos, células produtoras de melanina, a qual
COM TUMORES ESTROMAIS
determina a cor da pele, predominando em adultos
GASTROINTESTINAIS (GIST) NA
brancos. Um dos principais fatores de risco é a radiação POPULAÇÃO DO ESTADO DO RIO
ultravioleta, podendo a exposição se dar por meio natu- GRANDE DO NORTE
ral ou artificial. Em relação à epidemiologia, no mundo, Autores: Anderson Neves da Cruz; George
surgem 132.000 novos casos de câncer de pele melano- Alexandre Lira; Crislanny Regina Santos da Silva;
ma a cada ano, correspondendo a 3% das neoplasias Jossiane Natividade de Oliveira Silva; Luisa Maciel

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 149


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Emerenciano; Isabelle França Bezerra; TEMÁRIO: NUMACO / ENFERMAGEM


Instituição: LIGA NORTE RIOGRANDENSE CONTRA O CÓDIGO: 60128
CANCER
AVALIAÇÃO DE COMPLICAÇÕES
Introdução: Os tumores estromais do trato gastroin-
testinal compreendem a maioria dos tumores me-
ESTOMAIS EM UM HOSPITAL DE
senquimais do trato digestivo.Podem se originar em
REFERÊNCIA DA CIDADE DO RECIFE
qualquer local do TGI, do esôfago ao ânus.Ocorrem, Autores: Thaís Maria Ribeiro Lima; Ana Gabriela Silva
frequentemente, em indivíduos de meia idade, sendo de Lima; Luiz Henrique de Andrade Araújo; Elisandra da
incomum a ocorrência em idades extremas.preferen- Silva Neres; Diana Lima Villela de Castro;
cialmente metastatizam para fígado e raramente para Instituição: HOSPITAL DE CÂNCER DE PERNAMBUCO
linfonodos regionais.A ressecção cirúrgica completa é Introdução: A palavra estoma ou ostoma é de origem
o tratamento padrão para o GIST, pois é a única mo- grega stoma e exprime a idéia de boca ou abertura, sig-
dalidade capaz de proporcionar cura.Os portadores de nifica a exteriorização de um órgão por meio de um pro-
doença metastática ou recidivada deverão ser tratados cedimento cirúrgico. Dependendo do seguimento exte-
por imatinibe. Objetivo: Identificar os casos de GIST riorizado e fatores de risco do paciente, os estomas de
tratados na LNRCC no período de 2002 a 2015 e reali- eliminação podem apresentar complicações precoces
zar uma análise das características clínico-patológicas e ou tardias, que influenciam no prognóstico e qualidade
das sobrevidas global e livre de doença dos pacientes, de vida do estomizado. Estas complicações podem ser
assim como relacionar esses resultados ao tratamento evitadas ou diagnosticadas precocemente se manipu-
oferecido pela instituição no referido período. Método: ladas por profissionais capacitados e pacientes orien-
Estudo retrospectivo observacional longitudinal, reali- tados. Objetivo: Identificar as complicações incidentes
zado através da coleta de dados em prontuários dos em pacientes oncológicos submetidos a estomas de
pacientes. Resultados: O estudo teve uma amostra 82 eliminação. Método: Trata-se de um estudo prospec-
pacientes, sendo excluídos 22 restando 60 pacientes.A tivo com abordagem quantitativa. Foram incluidos,
maioria dos pacientes se encontravam entre a quinta e pacientes com câncer em pré-operatório para confec-
a sétima década de vida(55%), e a localização do tumor ção eletiva de estomas intestinais e urinários, que con-
primário mais comum foi o estomago(48, 3%), seguido cordassem em participar da pesquisa em julho/2016
de intestino delgado(26, 7%), cólon(8, 3%), reto(6, 7%) e a junho/2017. Sob CAAE 55477316.4.0000.5205. Para
outras localizações como mesentério e retroperitônio, coleta de dados foi utilizada uma Ficha de acompanha-
que juntas representam 10% da amostra.Os casos com mento clinico contendo dados clinicos e sociodemográ-
doença metastática à admissao totalizavam 15 pacien- ficos. As complicações foram relatadas pelo voluntário
tes(25%), e o sitio de metástase mais comum foi o fíga- e observadas pela pesquisadora, desde o pré-operató-
do.A cirurgia foi o tratamento padrão, com ressecções rio até 30 dias de pós-operatório. Resultados: Vinte e
completas(R0) em 68, 3% dos casos, apenas dois casos sete pacientes compuseram a amostra deste estudo.
de ressecção com margens microscópicas comprome- Foram identificados predominantemente colostomias,
tidas (R1), representando 3,3% do total, e 17 pacientes 14 (51,85%), e ileostomias, 10 (37, 04%). Quanto a orien-
com doença macroscópica residual, na verdade sub- tação pré-operatória sobre a construção do estoma, 19
metidos apenas a biópsias, 15 deles por metástase à (70,40%) informaram não ter recebido esclarecimentos
distância e dois casos considerados irressecáveis no in- prévios à cirurgia. Da mesma forma, 25 (92,6%) não tive-
traoperatório.Trinta e um pacientes (51,7%) não foram ram o estoma demarcado. Vinte e dois (75, 86%) pacien-
tratados com QT adjuvante, enquanto 29 pacientes(48, tes apresentaram 01 ou mais complicações no estoma
3%) receberam tratamento adjuvante após a cirurgia, e pele periestomal. Das complicações identificadas, 18
com imatinibe como droga de escolha em todos os pa- (66, 67%) apresentaram dermatite de pele periestomal
cientes. Conclusão: Os resultados conseguiram mos- e 08 (29, 63%) tiveram retração. Houve 01 (3,70%) caso
trar concordância em dois aspectos importantes entre de herniação, prolapso e infecção, cada. Conclusão: Os
a nossa avaliação e as evidências disponíveis no mo- resultados são dados preliminares de uma pesquisa em
mento:o tratamento cirúrgico é a principal modalidade que os voluntários estão sendo acompanhados num
terapêutica nos GIST, com a mais forte relação prognós- período de 06 meses. Foi observado uma alta incidên-
tica no resultado final do seguimento dos pacientes, e cia de complicações estomais e pele periestoma no pe-
a manutenção do tratamento com imatinibe por tempo ríodo de até trinta dias de pós-operatório, sendo mais
prolongado traz benefício em sobrevida global para os frequente a dermatite. A grande maioria dos pacientes
pacientes em QT. no período pré-operatório não receberam orientações
Contato: ANDERSON NEVES DA CRUZ – anderson- sobre a ostomia e não tiveram a demarcação realiza-
cruz@hotmail.com da. Fatos estes que devem ser considerados para uma
possível redução na incidência de complicações, levan-
do ao melhor enfrentamento da doença e evolução na
qualidade de vida desta população.

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 150


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Contato: THAÍS MARIA RIBEIRO LIMA – thais_rlima@ TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO
hotmail.com CÓDIGO: 57677

BRONQUIOLITE OBLITERANTE COM


PNEUMONIA EM ORGANIZAÇÃO APÓS
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA RADIOTERAPIA – RELATO DE CASO DE
CÓDIGO: 59467
DIAGNÓSTICO APÓS ESOFAGECTOMIA
Autores: Eduardo Rodrigues Zarco da Câmara; Flavio
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL Duarte Sabino; Rachele Grazziotin – Reisner; Ademir
DE PACIENTES COM NEOPLASIA Amil; Otavio Alberto Kobylko de Toledo; Carlos Eduardo
MALIGNA DE PULMÃO Pinto; Antônio Carlos Eckhardt Jr; Alessandro Augusto
Autores: Natascha da Silva Caldeira; Anishanna Polido; Bastos Rodrigues Alves;
Manuela Alves Freire; Karine Montrezor; Daiane Spitz; Instituição: INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER – INCA
Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PEDRO ERNESTO Apresentação do caso: A paciente, uma mulher de 66
Introdução: O estado nutricional de pacientes com anos, foi diagnosticada com carcinoma epidermóide
neoplasia pode sofrer comprometimento que levam a esofágico do terço médio. O paciente recebeu quimio-
consequências negativas para a qualidade de vida, sen- radioterapia neoadjuvante. Nove meses após a terapia
do a avaliação nutricional extremamente importante neoadjuvante, o paciente foi submetido a esofagecto-
na identificação precoce desses pacientes, contribuin- mia toraco-laparoscópica minimamente invasiva. Du-
do assim para a intervenção nutricional adequada. Ob- rante o período pós-operatório (PO), o paciente apre-
jetivo: Avaliar o estado nutricional dos pacientes com sentou dispnéia e apresentou achados hipoxêmicos
neoplasia maligna de pulmão. Método: Trata-se de um em gasometria arterial. Fizemos o diagnóstico de BOOP
estudo transversal realizado com 55 pacientes diagnos- por biópsia pulmonar utilizando toracotomia direita e
ticados com neoplasia maligna de pulmão, durante o achados histopatológicos. Com base nesse diagnósti-
período de março de 2015 a dezembro de 2016. A ava- co, iniciamos a administração de metilprednisolona. O
liação ocorreu no momento da internação, na enferma- paciente apresentou melhora clínica após o início da
ria de cirurgia torácica. A determinação do estado nutri- corticoterapia. Discussão: Bronquiolite obliterante or-
cional dos pacientes foi realizada através do índice de ganizando pneumonia (BOOP) é uma doença pulmonar
massa corporal (IMC), circunferência muscular do braço difusa, infiltrativa. BOOP é principalmente idiopática, e
(CMB), dobra cutânea tricipital (DCT) e avaliação subje- as possíveis causas são infecções pulmonares, drogas,
tiva global produzida pelo próprio paciente (ASG-PPP). doença vascular de colágeno, tireoidite ou radioterapia.
A análise estatística foi realizada utilizando o software A lesão de radiação para o pulmão é um evento comum
SPSS 16.0, sendo considerado significância valores de após a radioterapia. Este artigo apresenta um relato de
p ≤ 0,05. Resultados: Constatou-se que a maioria dos caso de ocorrência de BOOP após esofagectomia mi-
pacientes eram eutróficos, segundo o IMC (41,8%). No nimamente invasiva que possivelmente foi associada à
entanto, mais da metade (52,1%) apresentou classifi- radioterapia.Este é o primeiro caso de BOOP diagnosti-
cação de risco nutricional /desnutrição segundo a AS- cado no pós-operatório inicial de uma esofagectomia.
P-PPP, além de depleção do compartimento protéico- Comentários finais: Este relato de caso serve para au-
-somático (CMB) e adiposo (DCT) em 36, 4% e 21,8% da mentar a conscientização da doença pulmonar inters-
amostra, respectivamente. Segundo a classificação pela ticial no diagnóstico diferencial de pacientes com infil-
ASG-PPP e CMB, a presença de massa pulmonar se as- trado pulmonar após radioterapia. Assim, os pacientes
sociou a maior risco nutricional/desnutrição e depleção que não têm rápida resolução de infiltrados devem re-
de compartimento protéico-somático, quando compa- ceber investigação adicional.
rado com a presença de nódulo pulmonar (p=0,05 e Contato: EDUARDO RODRIGUES ZARCO DA CÂMARA –
p=0,03 respectivamente). Conclusão: Os pacientes com duducamara@gmail.com
massa pulmonar apresentaram maior risco nutricional
e depleção de massa muscular. Portanto, métodos ob-
jetivos e subjetivos de avaliação do estado nutricional
devem ser utilizados como rotina em pacientes oncoló- TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
gicos com neoplasia pulmonar visando nortear e sele- CÓDIGO: 61745
cionar os indivíduos que se beneficiariam de interven-
ções nutricionais. CANCER DE SIGMÓIDE COM
Contato: NATASCHA DA SILVA CALDEIRA – INFILTRAÇÃO VESICAL, RESSECÁVEL
nataschasc1@hotmail.com SOMENTE APÓS QUIMIOTERAPIA
Autores: Raul Lázaro de Melo Filho; André Medeiros

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 151


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

de Carvalho; Augusto Angelo Granado Bottino; Daiana CARACTERIZAÇÃO DE PACIENTES


Lopes do Nascimento; Taís Menezes Magalhães; Joel ESTOMIZADOS TRATADOS EM UM
Roberto Saggioro Molan; Luiz Angelo Bortolai;
HOSPITAL ONCOLÓGICO
Instituição: HOSPITAL AMARAL CARVALHO
Autores: Thaís Maria Ribeiro Lima; Ana Gabriela Silva
Apresentação do caso: Paciente J.C.F. 45 anos, mascu- de Lima; Luiz Henrique de Andrade Araújo; Elisandra da
lino, apresentando dor abdominal, alteração do habito Silva Neres; Diana Lima Villela de Castro;
intestinal e sangue nas fezes há 8 meses. Emagreci- Instituição: HOSPITAL DE CÂNCER DE PERNAMBUCO
mento de 8kg. Fez colonoscopia: lesão obstrutiva em
Introdução: O câncer colorretal estará entre as dez
sigmoide. Ap: carcinoma pouco diferenciado, invasivo
neoplasias mais incidentes no Brasil no biênio 2016-
e ulcerado. Tc: lesão expansiva envolvendo o colon sig-
17, entre as opções terapêuticas para seu tratamento
moide medindo 85x85mm. Foi optado por cirurgia, que
está a confecção de estomas. A nova condição delineia
evidenciou tumor de sigmoide fixo, invadindo a bexiga,
alterações no contexto social, econômico, fisiológico e
e ileo distal, irressecável, optado por realizar apenas
psicológico, necessitando de apoio multiprofissional
ileostomia sendo então encaminhado para QT. Fez 3
baseado nas características dessa população. Objeti-
ciclos de quimioterapia e na tc de reestadiamento mos-
vo: Caracterizar os pacientes oncológicos portadores
trou importante diminuição do tumor. Tc: lesão na tran-
de estomas abdominais de eliminação. Método: Trata-
sição retossigmoide com 44x62mm, sem metástase à
-se de um estudo prospectivo com abordagem quanti-
distância. Solicitado avaliação do cirurgião, que pediu
tativa. Foram incluidos, pacientes com câncer que con-
cistoscopia (hiperemia de fundo vesical) e após resulta-
feccionaram estomas intestinais e urinários, de forma
do indicou outra cirurgia. Então feito retossigmoidecto-
eletiva, entre julho/2016 a dezembro/2016. Sob CAAE
mia com cistectomia parcial e enterectomia (r0). Pacien-
55477316.4.0000.5205. Para coleta de dados foi utili-
te evoluiu bem e segue fazendo adjuvância. Discussão:
zada uma ficha de acompanhamento clinico contendo
O câncer colorretal é a terceira causa mais comum de
dados clinicos e sociodemográficos. A ficha foi preen-
câncer no mundo. O diagnóstico nem sempre é sim-
chida pelas pesquisadores em forma de entrevista, os
ples, pois a doença cresce de forma silenciosa e o tu-
dados que não foram possíveis adquirir com o pacien-
mor, na maioria das vezes, só gera sintomas após fase
te, foram obtidas por meio de análise de prontuários.
mais avançada da carcinogênese. A melhor maneira de
Resultados: A amostra contou com 27 participantes,
se prevenir o câncer do intestino grosso é por meio da
sendo 13 (48, 15%) do sexo feminino, com idade que
pesquisa e remoção de lesões precursoras: os pólipos.
variam de 25 a 82 anos, sendo 55, 5% com faixa etá-
Alguns sinais servem de alerta para a pesquisa de cân-
ria inferior a 60 anos. Catorze (51,80%) são solteiros, 12
cer colorretal, são eles: diarreia, constipação, alteração
(44,50%) tem o ensino fundamental completo/incom-
da forma ou calibre das fezes, presença de sangue ou
pleto, 10 (37%) tem o ensino médio e superior completo
muco nas fezes, dor abdominal, dificuldade para eva-
e incompleto; 17 (63%) estão economicamente ativos.
cuar, perda de peso e anemia. Estes sinais e sintomas
Dezenove (70,4%) tinham tumor localmente avançado
merecem uma investigação para que seja descoberto
e quanto ao sítio primário do tumor, 22 (81,5%) foram
e tratado o mais precocemente possível, isso é feito
diagnosticados com câncer colorretal. Quanto ao tra-
através do exame físico, proctológico e colonoscopia.
tamento realizado, a maioria (63%) fiz cirurgia radical
O estadiamento pré operatório é realizado com dosa-
associada à derivação. Após a cirurgia, 63% estão rea-
gem sérica do CEA, colonoscopia, TC de tórax, abdômen
lizando quimioterapia e/ou radioterapia adjuvante. Os
e pelve. O tratamento de escolha é a cirurgia, porém
estomas identificados foram 14 (51,85%) colostomias
depende do estadiamento, podendo ser necessário QT
simples, 10 (37, 04%) ileostomias, 02 (7, 40%) urosto-
neoadjuvante ou após a cirurgia, que é mais comum.
mias à Bricker e 01 (3,70%) colostomia úmida. Em re-
Doença avançada, sem condições de tratamento onco-
lação à exteriorização quanto ao nível da pele, 13 (48,
lógico, está indicado cuidados paliativos. Comentários
15%) foram confeccionados em alça, 11 (40,74%) termi-
finais: O paciente se beneficiou da quimioterapia neo-
nais e 03 (11,11%) em dupla-boca. Nove (33,34%) dos
adjuvante, apresentando uma importante redução do
estovam tinham permanência temporária, 07 (25, 92%)
tumor, tornando-o ressecável e então ficando livre da
defivinivos, e 11 (40,74%) não tinham esta informação
doença. Apresentando ótima evolução.
em prontuário. Conclusão: Os resultados da pesquisa
Contato: RAUL LÁZARO DE MELO FILHO – podem subsidiar profissionais da saúde na assistência
raulfilho_26@hotmail.com direcionada à pacientes estomizados, refletindo na au-
tonomia e enfrentamento da doença, influenciando de
forma significativa seu prognóstico.

TEMÁRIO: NUMACO / ENFERMAGEM Contato: THAÍS MARIA RIBEIRO LIMA – THAIS_RLIMA@


CÓDIGO: 60124 HOTMAIL.COM

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 152


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO CARCINOMA DE CELULAS DE MERKEL


CÓDIGO: 60082
RELATO DE CASO
Autores: Ana Caroline da Fonseca Soares Pereira;
CARACTERÍSTICAS EPIDEMIOLÓGICAS Fidelis Manes Neto; Gabriel da Fonseca Soares Ferreira;
E ANÁLISE DOS 983 CASOS TRATADOS Mariella De Almeida Melo;
POR CÂNCER GÁSTRICO EM 5 ANOS Instituição: HOSPITAL SAO MARCOS
Autores: Phillipe Geraldo Teixeira de Abreu Reis; Flavio
Daniel Saavedra Tomasich; Murilo Luz; Fernanda Apresentação do caso: feminino, 79 anos, caucasiana,
Straub; Ronald Kool; Vinicius Preti; Dirceu Eduardo com relato de exerese de tumor em gluteo esquerdo
Teixeira Pinto; Raphaella Ferreira; ha 3 meses.Ao exame apresentava nódulo palpável em
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ região inguinal esquerda, glúteo esquerdo presença de
cicatriz cirurgica de 3 cm de extensão, sentindo trans-
Objetivo: Apresentar dados coletados pelo Registro verso, sem nódulos palpáveis.biópsia de lesão cutânea:
Hospitalar de Câncer do Hospital entre 2010 e 2014 neoplasia maligna indiferenciada de pequenas células
referentes aos pacientes portadores de câncer de es- hipercromáticas.Imunohistiquimica: As céluas tumo-
tômago admitidos na Instituição. Estudar as caracte- rais expressaram panceratinas(AE¹/AE³), citoceratina
rísticas epidemiológicas tentando definir os fatores de 20(CK20), Sinaptofisina, Cromogranina e elevado índice
risco para a doença e para o resultado do tratamen- de proliferação celular (Ki-67=80%)confirmando tratar-
to. Método: Os dados foram coletados do prontuário -se de carcinoma de celulas de Merkel.RM DE PELVE:
médico junto ao Serviço de Arquivo Médico. A ficha Linfonodomegalias globosas, com impregnação intensa
utilizada é baseada no padrão do Instituto Nacional do pelo contraste na cadeia ilíaca externa esquerda medin-
Câncer. As frequências absolutas e relativas foram ge- do 3,2 x 2,0 cm e na cadeia inguinal esquerda medindo
radas a partir do sistema SISRHC e tabuladas através 3,8 x 2,2 cm. Citologia(punção gangionar):positivo para
do Sistema EpiInfo, versão 7.1. A taxa de sobrevida foi malignidade.Diante do quadro foi realizado amplia-
calculada pelo método de Kaplan-Meier. Resultados: ção de margens associado a linfadenectomia inguinal
Foram admitidos 983 casos de câncer de estômago no e pélvica por via laparoscópica. A análise do espécime
período de 2010 a 2014, representado a sexta topo- cirurgico: Ampliação das margens(pele/glúteo esquer-
grafia mais frequente. Sendo 67% do sexo masculino. do): carcinoma de células de Merkel G4: indiferenciado.
Maior prevalência acima da quinta década, com distri- Esvaziamento inguinal à esquerda foram isolados cin-
buição bimodal entre as mulheres, entre 45-49 anos co linfonodos, o maior com 2,2 x 1,8 x 1,5cm, destes
e 55-59 anos. O tipo histológico mais freqüente foi o três comprometidos.Esvaziamento pélvico a esquerda:-
adenocarcinoma (60,6%), seguido pelo carcinoma com seis linfonodos, maior com 4,5 x 2,5 x 2,0cm. Destes 2
células em anel de sinete (25, 7%) e outras histologias comprometidos. A paciente recebeu alta no 3 dia pós
menos freqüentes. Mais de 66, 1% eram provenientes operatório sem intercorrências, sendo encaminhada
de Curitiba e da região metropolitana. O estadiamen- para tratamento radioterápico adjuvante. Discussão: O
to, TNM (UICC), predominância dos estádios avançados carcinoma de células de Merkel (CCM) é uma rara neo-
(65%). 56, 1% apresentavam história familiar de câncer, plasia cutânea primária neuroendócrina, mais comuns
55, 3% dos homens apresentaram história positiva para em individuos caucasianos, acomete comumenteáre-
alcoolismo, em contraste com 14,3% das mulheres, 67, as expostas à luz solar. Com elevada incidência de re-
7%% dos homens apresentaram história de tabagismo, cidiva local (12% a 50%), acometimento de linfonodos
e somente 43,4% das mulheres. 28, 6% dos pacientes locorregionais (17% a 76%) e metástase à distância, a
foram submetidos à cirurgia, 28, 9% a quimioterapia associação de ressecção ampla do tumor primário, o
isolada. O tratamento foi combinado em 39, 9% dos ca- diagnóstico tardio e, consequentemente, o tratamento
sos. Ao final da primeira fase do tratamento 82,7% dos definitivo postergado contribuem para a alta taxa de
pacientes estavam vivos. A sobrevida global em 5 anos letalidade da doença, uma vez ser o CCM uma neopla-
foi de 38, 1%, variando de 11,9% no EC IV a 73,3% no sia maligna agressiva, com rápida progressão local e à
EC I. Conclusões: Apesar dos avanços no diagnóstico e distância. linfadenectomia regional e radioterapia adju-
tratamento oncológico, o câncer gástrico persiste com vante tem sido proposta como tratamento para melhor
baixas taxas de sobrevida global em 5 anos, mesmo es- controle da doença, embora as taxas de sobrevida em
tadios clínicos iniciais. 1 ano, 2 anos e 3 anos tenham sido estimadas em 88%,
Contato: ANA LUÍSA BETTEGA – Bettega.ana@gmail. 72% e 55%, respectivamente Conclusão: O tratamento
com adequado permite diminuição dos elevados índices de
disseminação locorregional e sistêmica, bem como au-
mentar a sobrevida dos pacientes.
Contato: ANA CAROLINE DA FONSECA SOARES
TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE
PEREIRA – karolinefsoares@gmail.com
CÓDIGO: 59711

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 153


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA para estadiamento e conduta. O tratamento está reser-


CÓDIGO: 60568 vado à excisão cirúrgica.
Contato: THAIS CRISTINA INACIO PIRES COSTA – thais.
CARCINOMA DE CÉLULAS CLARAS DE
cipcosta@gmail.com
PAREDE ABDOMINAL – RELATO DE
CASO RARO
Autores: Thais Cristina Inácio Pires Costa; Vinicius
Vasconcelos do Lago; Alice Guimarães Caires Simões; TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA
Rafael Andrade Ferreira; Maurício Dantas Lino de Jesus; CÓDIGO: 60494
Instituição: CENTRO UNIVERSITARIO DO ESPIRITO
SANTO CARCINOMA DE CÉLULAS DE MERKEL
Apresentação do caso: Paciente, C.V.J.L., 43 anos, foi METASTÁTICO PARA PÂNCREAS
admitida dia 27/03/2017, com queixas ginecológicas e Autores: Eduardo Doria Filho; Tatiane Neotti; Ana
quadro de dor em região hipogástrica, associado ao Carolina Anacleto Falcão; Felipe D‘Almeida Costa; Wilson
surgimento de nódulo abdominal em região suprapú- Luiz da Costa Jr.; Eduardo Bertolli; João Pedreira Duprat
bica; possui história de três partos cesáreos. A paciente Neto;
apresentava-se estável hemodinamicamente. Ao exa- Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
me físico, uma massa volumosa em região suprapúbica Apresentação do caso: Relatamos o caso de uma mu-
foi evidenciada. Diante do quadro suspeito, iniciou-se lher brasileira de 76 anos, com aparecimento de lesão
acompanhamento com a Equipe de Oncologia. Os exa- cutânea em membro inferior direito em julho/2015.
mes complementares de imagem – USG Abdominal To- Submetida a biópsia excisional da lesão, revelando
tal e Endovaginal – eram concordantes com presença diagnóstico de Carcinoma de Células de Merkel (CCM).
de volumosa massa heterogênea, estendendo-se do Em novembro de 2015, evolução com metástase para
anexo esquerdo ao espaço de Retzius. A Tomografia o pâncreas, lesão sendo confirmada por biópsia guia-
Computadorizada de Abdome e Pelve evidenciou vo- da por eco-endoscopia. Optado por tratamento com
lumosa formação expansiva da parede abdominal an- quimioterapia (QT), sendo realizado cinco ciclos com
terior acometendo a musculatura tetroabdominal (15, carboplatina associado a etoposídeo, término em ju-
7X14,9X10,4 cm³), formação expansiva na fossa ilíaca lho/2016, obtendo-se resposta completa pós QT. Em ja-
esquerda (6, 9X3,6 cm) e linfonodomegalias inguinais neiro/2017 houve progressão de doença para sistema
bilaterais. A biopsia incisional da parede abdominal nervoso central (SNC) e nova recidiva em cauda do pân-
revelou adenocarcinoma com áreas de padrão papilar. creas. Realizado radiocirurgia em SNC, seguindo atual-
A cirurgia foi realizada no dia 07/04/2017, sendo reso- mente em nova linha de QT e com proposta de radio-
lutiva com margens cirúrgicas livres de neoplasia. O terapia para lesão pancreática. Discussão: Carcinoma
exame histopatológico da peça excisionada evidenciou de Células de Merkel é um tumor neuroendócrino da
Carcinoma de Alto Grau, padrão seroso com áreas de pele de comportamento raro e agressivo. A sua letali-
células claras, comprometimento linfonodal inguinal bi- dade é superior a do melanoma cutâneo, tornando evi-
lateral e de partes moles adjacentes ao tecido ósseo. A dente a necessidade de um melhor entendimento de
paciente evoluiu satisfatoriamente no pós-cirúrgico, re- suas características biológicas. Ao nosso conhecimento,
cebendo alta hospitalar no dia 12/04/2017. Discussão: foram reportados apenas 15 casos em todo o mundo
A transformação maligna da endometriose na parede de CCM com progressão metastática para o pâncreas,
abdominal é um evento raro (2-5%), e pode se mani- demonstrando a condição rara desta evolução. A abor-
festar como carcinoma de células claras. Os sítios mais dagem multidisciplinar é fundamental para a condução
frequentes são o septo, o colo e a vagina retovaginal. Ao desses casos. Comentários finais: Relatamos um caso
menos três critérios são necessários para diagnóstico: de tumor neuroendócrino cutâneo, CCM, com rara evo-
presença de tecido neoplásico endometrial; aparência lução metastática pancreática, apresentando resposta
histológica consistente com origem endometrial; e au- completa ao tratamento quimioterápico proposto, com
sência de outro sitio de tumor primário. Não existe um boa tolerância. Permaneceu 6 meses sem evidência de
marcador especifico para transformação maligna e, de- doença e atualmente encontra-se com 24 meses de se-
vido a sua raridade, o diagnóstico não está bem defini- guimento, com evidência de lesão metastática em SNC
do. A excisão cirúrgica é a primeira linha de tratamento. e em cauda de pâncreas.
A taxa de sobrevivência em cinco anos e o seu prog-
nóstico ainda são incertos. Comentários finais: O Car- Contato: EDUARDO DORIA PINTO RODRIGUES DA
cinoma de Células Claras de Parede Abdominal é uma COSTA FILHO – eduardo.doriafilho@gmail.com
patologia rara, pode se manifestar em dor associada a
alterações ginecológicas inespecíficas. O melhor méto-
do para diagnóstico ainda não é bem definido, porém
TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA
exames complementares de imagem são importantes
CÓDIGO: 61889

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 154


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

CARCINOMA DE CÉLULAS DE MERKEL – TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA

RELATO DE CASO CÓDIGO: 60421

Autores: Matheus José Barbosa Moreira; Hortencia


Alencar Duarte Figueiredo; Amanda Coelho Xavier;
CARCINOMA DE CÉLULAS ESCAMOSAS
Francisco de Assis Silva Segundo; Maria Luiza da Costa CERATINIZANTE EM UMA PACIENTE
Vasconcelos; Valéria Andrade Calado; Carlos Marcelo DE 31 ANOS, ELUCIDANDO A
Gomes Cruz; Crislanny Regina Santos da Silva; IMPORTÂNCIA DOS Método:
Instituição: UNIVERSIDADE POTIGUAR PREVENTIVOS
Apresentação do caso: M.D.L.P, 76 anos, feminino, pele Autores: Ivan Netzling Ludtke; Víctor Sánchez Zago;
clara, hipertensa. Admitida no ambulatório de cirurgia Gabriela de Freitas Schmidt; Ícaro De Azevedo;
Bernardo Cenci Basso; Letícia Signori Kohl; Leonardo
oncológica, apresentando lesão nodular em braço es-
Rasche; Isabella Kern Arendt;
querdo com múltiplas lesões satélites. Sem linfonodos
palpáveis. Apresentava antecedente de ressecção de Instituição: UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
tumor de partes moles em face e braço esquerdo há 4 Apresentação do caso: Feminina, 31a, proveniente e
meses. Anatomopatológico das peças operatórias mos- natural de Carazinho/RS, G1Pc1, encaminhada ao Servi-
trou: Pele da face: Carcinoma Basocelular (padrão no- ço de Oncologia do Hospital de Caridade de Carazinho
dular). Base e margens livres. Pele do braço esquerdo: pós realização de conização devido à exame preventivo
Neoplasia de células redondas. Base e margens livres, alterado. Sem queixas, nega história familiar de câncer
necessitando de estudo imuno-histoquimica para eluci- e sem comorbidades. Exame ginecológico, pós-cone,
dar a histogênese da lesão, realizada a imuno-histoqui- pequeno ectrópio em toda circunferência do colo ute-
mica mostrou carcinoma de células de Merkel (CCM), rino, sem lesão residual aparente. Paramétrios livres.
medindo12 cm, infiltrando derme e hipoderme. Sem O cone prévio revelou Carcinoma Epidermóide Cerati-
invasão angiolinfática e perineural. Margens profundas nizante(CEC), multifocal, atingindo todos quadrantes,
e laterais livres. Marcadores: proteína S 100 negativa; com invasão estromal e margens comprometidas. Es-
Sinaptofisina positivo; Citoqueratina(CK) 20 positivo; Ki- tadiamento pré-operatório-N0M0. Foi submetida à his-
67 positivo 60%. Realizou-se ressecção da lesão do bra- terectomia radical videolaparoscópica (tipo C1, nervo
ço esquerdo. Cirurgia sem intercorrências. Discussão: sparing) e transposição ovariana bilateral. Estadiamen-
O carcinoma de células de Merkel (CCM) é uma rara ne- to final – pT1b2pN0M0. Retornou para seguimento em
oplasia cutânea primária neuroendócrina, que acomete três meses, bem, sem queixas e sem sinais ou sintomas
principal idosos do sexo feminino e de pele clara. A cau- de falência ovariana. Discussão: O CA de colo uterino
sa do CCM é desconhecida, embora a doença se apre- é o segundo tipo de CA mais frequente entre as mu-
sente mais comumente em áreas expostas à luz solar. lheres, 80% dos casos ocorrem em países subdesenvol-
Essa neoplasia é caracterizada por elevada incidência vidos. No Brasil, é a 4º causa de morte por neoplasia
de recidiva local (12% a 50%), acometimento de linfo- em mulheres. Entre os tipos histológicos o mais comum
nodos locorregionais (17% a 76%) e metástase à distân- é o CEC(70%). A incidência depende de vários fatores,
cia, bem como alta taxa de letalidade (20% a 55%). O entre eles a falta de programas para detecção precoce,
principal marcador imunohistoquímico para a célula de diferenças culturais com relação à atividade sexual e a
merkel normal é a CK A concomitância de outras neo- elevada taxa de infecção pelo HPV. O vírus é importante
plasias de pele são comuns, principalmente Carcinoma na patogênese da doença, detectado em 99, 7% dos pa-
Basocelular e Espinocelular. Fatores de prognósticos cientes. Dentre os mais de 40 tipos do vírus, destaca-se
importantes são o tamanho do tumor, menor que 2cm os de elevado potencial oncogênico, sendo os dois mais
e maior ou igual a 2, acometimento de linfondos regio- frequentes os tipos 16 e 18. Conviver com o vírus é uma
nais e metástase a distância. O tratamento está base- condição comum entre as mulheres, chegando a 50%
ado na exérese cirúrgica completa, associada ou não em quem tem vida sexual ativa. A conização está indi-
a tratamentos adjuvantes pós-operatórios. Comentá- cada quando houver detecção de doença micro-invasi-
rios finais: Conforme observado nesse relato, o CCM é va no histopatológico. O tratamento depende do quão
mais comum em pacientes do sexo feminino, idosos de avançada esta a doença. Comentários finais: Nas últi-
pele clara, acometendo áreas exposta à luz solar como mas décadas houve um declínio na mortalidade desse
membros superiores, cabeça e pescoço. O fator indica- tipo de neoplasia devido, especialmente, à realização
tivo de prognostico desfavorável mais significativo é a do exame Papanicolau. Além disso, o advento da vaci-
presença de tumor>2cm. Portanto diagnósticos tardios nação contra o HPV confere elevadas taxas de proteção
e, consequentemente, tratamento definitivo posterga- contra o vírus. Estimativas de redução de mortalidade
do contribuem para a alta taxa de letalidade da doença. de até 80% é alcançada com medidas como realização
Contato: MATHEUS JOSÉ BARBOSA MOREIRA – do exame preventivo frequente e o tratamento das
matheusjbm@hotmail.com lesões precursoras. Em alguns países desenvolvidos
constatou-se uma queda pela metade dos casos desse
tipo câncer. Objetivo: O objetivo desse relato de caso

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é ressaltar a importância dos métodos preventivos no Conclusão: A mestástase na vesícula biliar é rara, prin-
desenvolvimento da doença e, principalmente, de seu cipalmente originada de um carcinoma de células re-
impacto sobre a e melhor qualidade de vida do pacien- nais. O diagnóstico pré-operatório é infrequente e sem-
te e grande redução da morbimortalidade. pre realizado através do exame anatomopatológico
após o tratamento da Vesícula Biliar. A colecistectomia
Contato: GABRIELA DE FREITAS SCHMIDT –
é a conduta de escolha para seu tratamento.
gabfschmidt@gmail.com
Contato: ÍCARO DE AZEVEDO ALEXANDRE –
icaroazevedo10@hotmail.com

TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS


CÓDIGO: 60342
TEMÁRIO: ONCOMASTOLOGIA
CARCINOMA DE CÉLULAS RENAIS CÓDIGO: 62007
CLARAS COM METÁSTASE EM VESÍCULA
BILIAR: RELATO DE UM CASO CARCINOMA DE MAMA E DE OVÁRIO
Autores: Ícaro de Azevedo Alexandre; Jorge Roberto COM MUTAÇÃO BRCA 1 E 2 EM
Marcante Carlotto; Juarez Antonio Dal Vesco; Lucas PACIENTE DE 41 ANOS, ELUCIDANDO A
Duda Schmitz; Josiane Stolfo Borges; Letícia Signori IMPORTÂNCIA DOS TESTES GENÉTICOS
Kohl; Víctor Sanchéz Zago; Leonardo Werner Rasche;
Autores: Gabriela de Freitas Schmidt; Luciano Luiz Alt;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL Andressa Gregianin Beckmann; Cláudia Caroline Wentz
Cardoso; Víctor Sánchez Zago;
Apresentação do caso: Um paciente do sexo masculi-
no, assintomático, 70 anos, com histórico de Carcinoma Instituição: UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
renal de células claras grau II, exame físico normal, foi Apresentação do caso: Feminina, 41a, proveniente e
submetido à colecistectomia videolaparoscópica eleti- natural de Carazinho/RS, encaminhada ao Serviço de
va por pólipo de 1,8 cm. US e TC demonstravam esse Oncologia do Hospital de Carazinho devido ao exame
pólipo na vesícula. Resultado do anatomopatológico preventivo alterado. Sem queixas, refere história fami-
(AP) mostrou, além de colesterolose da vesícula biliar, liar de câncer de mama em parente de 1º grau. A bióp-
neoplasia de células claras formando nódulo em pare- sia do nódulo mamário indicou carcinoma infiltrante e
de de vesícula biliar, localizado na porção peritonizada. a IHQ evidenciou um padrão triplo negativo. Após esse
Lesão comprometia toda a espessura da parede vesi- dx, a paciente foi encaminhada para o serviço de on-
cular. Solicitado, após isso, exame imunohistoquímico cogenética do HCPA/RS. Foi submetida a 4 ciclos de QT
que elucidou e confirmou o diagnóstico do AP. Discus- neoadjuvante e mastectomia bilateral. Dado o dx de
são: A Vesícula Biliar (VB) como sítio de metástase de alteração cromosssomal BRCA1/BRCA2, seguiu-se com
um Carcinoma de células renais é extremamente raro. histerectomia total e salpingo-ooforectomia. A patolo-
Destaca-se que o Carcinoma de Células Renais (CCR) gia revelou carcinoma peritoneal primário do ovário es-
por si é um tumor de uma frequência bem baixa. Em querdo. Discussão: A causa mais comum de câncer he-
média, quase 1/3 dos pacientes têm alguma metásta- reditário de mama e ovário é a presença de mutações
se relatada após a nefrectomia. O CCR tem como sítios na linha germinal nos genes de câncer de mama BRCA1
metastáticos mais comuns pulmão, osso, fígado, cére- e BRCA2. Mutações nesses genes estão implicadas em
bro, glândula adrenal e linfonodos. A vesícula biliar (VB) cerca de 15% das mulheres com câncer de mama fa-
é um local raro de metástase distante de várias neopla- miliar e uma proporção similar de todas as mulheres
sias. Como seus sintomas imitam doenças benignas, o com câncer de ovário. O câncer hereditário de mama e
diagnóstico de metástase em VB é difícil. Pelo exame de ovário atribuível a mutações BRCA é caracterizado por
imagem, CT e RM, percebe-se que os cálculos biliares um padrão de herança autossômico dominante, deter-
não acompanham os tumores metastáticos e que as minando um aumento acentuado da suscetibilidade ao
metástases hematogênicas normalmente se desenvol- câncer de mama e ovário, com início precoce de câncer
vem como implantes serosais e crescem como massas de mama e aumento da incidência de tumores de ou-
pedunculadas; a forma polipoide é detectada raramen- tros órgãos como tubas uterinas, pâncreas e próstata.
te. Quando o CCR acomete a VB, os pacientes geral- Comentários finais: As mulheres que validam positi-
mente têm doença generalizada, o que acaba tornando vamente as mutações BRCA1 ou BRCA2 estão em maior
a sobrevida fraca, uma vez que pacientes com metás- risco de câncer de mama e ovário. A detecção de tal
tase à distância apresentam um prognóstico ruim, com alteração genética é de suma importância para haja vi-
uma taxa de sobrevivência de 5 anos menor que 10%. gilância oncológica cuja abordagem profilática abrange
Mas, acredita-se que pacientes com RCC e metástases mastectomia e salpingo-ooforectomia. Para portadores
apenas na VB se beneficiem da ressecção completa da de mutação BRCA, a salpingo-ooforectomia bilateral de
lesão, por meio de colecistectomia laparoscópica, o que redução de risco é recomendado para mulheres que
pode proporcionar uma sobrevivência a longo prazo. completaram a maternidade e devem ser realizadas

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 156


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entre os 35 e os 40 anos ou individualizadas com base confecção de neoumbigo. Discussão: O úraco origina-
na idade de início do câncer de ovário na família. Esse -se da cloaca fetal e comunica o ápice da bexiga fetal
procedimento não só diminui o risco de câncer de ová- primitiva ao alantoide. No adulto, consiste em cordão
rio em portadores de mutação BRCA, como também di- fibroso, com a 5 a 10cm, ligamento umbilical mediano
minui a mortalidade. Objetivo: O objetivo desse relato localizado entre a fáscia transversalis e o peritônio. Fa-
de caso é ressaltar a importância dos métodos oncoge- lhas de obliteração proporcionam anomalias como cis-
néticos para o diagnóstico precoce das respectivas pa- tos, divertículos e neoplasias. A remoção cirúrgica é ful-
tologias, visando, dessa forma, a melhor qualidade de cral para a sobrevivência dos pacientes, com taxas de
vida do paciente e a minimização da morbimortalidade. cura entre 70 a 80%. Comentários finais: Observa-se
no caso apresentado invasão de estruturas adjacentes
Contato: GABRIELA DE FREITAS SCHMIDT –
como a bexiga, fato de pior prognóstico para essa pa-
gabfschmidt@gmail.com
tologia com perda na sobrevida pós-cirúrgico. Ainda há
discussões acerca do benefício da linfadenectomia para
alguns autores. Nota-se assim, a raridade do caso, me-
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA nos de 0,5% dos tumores vesicais.
CÓDIGO: 59935 Contato: RAQUEL MARIA DE MORAIS PEREIRA –
rmdmp.med@uea.edu.br
CARCINOMA DE ÚRACO – RELATO DE
CASO EM SERVIÇO DE REFERÊNCIA NA
AMAZÔNIA OCIDENTAL
TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA
Autores: Márcio Neves Stefani; Raquel Maria de Morais
CÓDIGO: 60054
Pereira; Alice Brito Brandão; Amanda Moreira de Abreu;
Adnaldo da Silveira Maia; Cosmo Vieira da Rocha Neto;
Emerson Oliveira da Silva; Valtecy Mendes Almeida de CARCINOMA EPIDERMÓIDE
Albuquerque; LOCALMENTE AVANÇADO EM ESTERNO
Instituição: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS – RELATO DE CASO
Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 30 Autores: Aldo Vieira Barros; Amanda Lira dos Santos
anos, agricultor. Nega HAS, DM ou etilismo. Tabagista Leite; Wander Mattos Cardoso; Myra Jurema da Rocha
Leão; Renata D´Andrada Tenório Almeida Silva;
de longa data. Refere que há 8 meses após queda da
Frederico Theobaldo Ramos Rocha; Cicero Ludjero A de
própria altura, apresentou abaulamento doloroso em
Melo; Diego Windson de Araújo Silvestre;
região inguinal direita sem melhora após uso de AINES.
Instituição: SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE MACEIÓ
Em janeiro de 2017, procurou atendimento em Pronto
Socorro, sendo encaminhado para Serviço de Cirurgia Apresentação do caso: ARF, sexo M, 60 anos, encami-
Oncológica. No mesmo mês realizou USG que eviden- nhado ao Serviço de Cirurgia Oncológica da SCMM com
ciou cavidade abdominal com imagem hipoecoica de história de tumoração em região esternal anterior de
contorno irregular, localizada na parede póstero-supe- crescimento progressivo, cujo diagnóstico patológico
rior da bexiga, com desenvolvimento em projeção para inicial era de carcinoma basocelular. O estadio clínico
parede abdominal anterior, aderindo-se ao peritônio. não havia sinais de doença metastática. Realizou tomo-
Tomografia Computadorizada realizada em março de grafia de tórax com evidência de lesão infiltrativa em
2017 apresentou lesão expansiva sólida, com realçe superfície cutânea de fúrcula esternal estendendo-se
heterogêneo pelo meio de contraste com epicentro em ao espaço paratraqueal superior à direita, com plano
parede anterossuperior da bexiga com componente de clivagem indefinido com lobo de tireóide, sem sinais
superior em trajeto da topografia esperado do úraco de invasão óssea. Optado por abordagem cirúrgica,
para a cicatriz umbilical, em intimo contato com a pare- cujo achado intraoperatório foi de uma lesão infiltrati-
de abdominal anterior. Em maio, foi submetido a lapa- va acometendo o manúbrio esternal, articulação ester-
rotomia exploradora sob diagnóstico de Carcinoma de no-clavicular e veia jugular interna direitas. Realizado
Úraco. No inventário da cavidade, tumoração esten- ressecção ampla com rotação de retalho do músculo
dendo-se desde a cicatriz umbilical até o anel inguinal peitoral maior bilateral. O laudo histopatológico foi
interno direito e infiltração da bexiga com linfonodos compatível com carcinoma espinocelular (CEC). Pacien-
aumentado na topografia da cadeia linfonodal ilíaca te teve um pós operatório satisfatório recebendo alta
externa distal direita. Realizada dissecação da parede hospitalar em 4 dias. Discussão: O CEC tem origem na
abdominal anterior com preservação da lamina ante- camada mais externa da epiderme e responde por 20%
rior até ligadura do conteúdo do canal inguinal, devido do total de casos de câncer de pele, apresenta maior
ao encarceramento em 360 dos elementos do funículo risco de invadir o tecido gorduroso, atingir linfonodos e
espermático pelo tumor proximal a penetração no anel outros órgãos. Apesar das baixas taxas de mortalidade
inguinal interno, cistectomia parcial e exérese da peça e de rara ocorrência de metástases, esses tumores po-
cirúrgica em monobloco. Apendicectomia incidental e dem apresentar comportamento invasivo local e recidi-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 157


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vas após o tratamento, provocando importante morbi- téria mesentérica inferior, excisão da peça do sigmoi-
dade, desfiguração e cirurgias mutiladoras. O risco de de e reto superior de 7x6x1,5 cm de tamanho. Biópsia
recidiva também aumenta quando o tumor apresenta revisada após 8 meses indicou carcinoma epidermóide
mais de dois centímetros no maior diâmetro (estágio (CEC) moderadamente diferenciado infiltrado na mu-
II), o que evidencia a importância do diagnóstico preco- cosa retal. Recebeu quimioterapia (leucovorin e 5-FU)
ce. O tratamento se baseia em ressecção cirúrgica com após descoberta de metástases hepáticas, sem suces-
margens livres e em casos mais agressivos associa-se so, finalizando-a sem iniciar outro esquema. Discus-
radioterapia. Comentários finais: Sempre que factível são: O CEC representa 0,1-0,25% dos carcinomas retais.
a cirurgia radical com ressecção multivisceral represen- Sendo raro e de origem inespecífica, o padrão ouro de
ta a melhor alternativa no tratamento dos carcinomas terapêutica é indefinido. A cirurgia é o tratamento de
epidermóides de pele localmente avançado, e esta escolha, utilizando técnica adaptada da cirurgia de ade-
deve ser feita em centros de referência com cirurgião nocarcinoma retal. Para a maioria dos pacientes a res-
oncológico. secção anterior, é utilizada havendo, usualmente, exé-
rese de estruturas pélvicas envolvidas. Comentários
Contato: AMANDA LIRA DOS SANTOS LEITE –
finais: A resseção cirúrgica do tumor colorretal locali-
amandaleite23@gmail.com
zado é o tratamento primário, mas em pacientes com
doença metastática é recomendada com fim paliativo.
Um número pequeno de pacientes com metástases à
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL distância limitadas pode ser curado com terapia multi-
CÓDIGO: 61990 modal. Ainda assim, a cirurgia para esses pacientes tem
papel incerto, sem boas evidências relacionando sobre-
CARCINOMA ESPINOCELULAR DE vida com a ressecção do tumor primário.
RETO (CEC) MODERADAMENTE Contato: VERÔNICA PEREIRA TON – veptton@gmail.
DIFERENCIADO INFILTRADO NA com
MUCOSA RETAL – RELATO DE CASO
Autores: Verônica Pereira Ton; Mayara Sanae Fujimoto;
Mariah Monteiro Rangel Abreu; Rebeca Coryne
Magalhães Sad Medina; Helena de Souza e Mello TEMÁRIO: ONCOMASTOLOGIA
Kremer; Edmar Lopes da Silva Neto; Ana Carolina CÓDIGO: 61907
Sobreira Abrahão;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO CARCINOMA ESPINOCELULAR EM BASE
RIO DE JANEIRO DE LÍNGUA – RELATO DE CASO
Apresentação do caso: Masculino, 55 anos, natural do Autores: Caroline Ramos Barreto; Beatriz Rayane
Oliveira Santana; Erika de Oliveira Menezes; Isabelle
Rio de Janeiro buscou atendimento hospitalar queixan-
Menezes Maciel; Naiana Mota Araújo; Roberta de
do-se de cólicas abdominais, flatulência, diarreia, he-
Oliveira Carvalho; Roberto Gurgel; José Vieira;
matoquezia, fezes mucoides e caprinas. Exame clínico
Instituição: UNIVERSIDADE TIRADENTES
e toque retal inocentes. À colonoscopia lesão ulcerada,
bordas elevadas em 80% da circunferência, marginali- Apresentação do caso: ABJ, sexo masculino, 74 anos,
zada por pontilhado esbranquiçado em sigmoide baixo procedente de Lagarto – Sergipe, apareceu em consulta
classificada como blastoma de sigmoide avançado do ao oncologista em 2010, queixando-se de dor e de uma
tipo II. Após um ano, lesões em reto inferior ao toque massa em língua há 3 meses. Devido a essa queixa, o
retal. À colonoscopia com biopsia identificou blastoma paciente já havia realizado Videolaparoscopia, o qual
de reto inferior avançado tipo II e blastoma de reto in- diagnosticou uma lesão vegetante em base de língua
ferior precoce tipo I. Abaixo, lesão séssil precoce tipo Is- em lado direito. Ao exame físico, foi detectada lesão em
-kudo. Retossigmoidectomia e cistectomia parciais em base de língua direita com mobilização prejudicada, não
agosto/2002. Peça retirada pela borda anti-mesentérica sendo palpáveis nódulos cervicais. Porém, em consultas
com lesão ulcerada de bordas infiltrantes, pardo-acas- posteriores, houve piora da dor ao deglutir e apresen-
tanhada, firme, infiltrando na gordura adjacente, sem tou-se trismo parcial da mandíbula, e hipocorado (+/4).
invasão cística. O histopatológico foi adenocarcinoma Em relação aos hábitos de vida, ex-tabagista (50 maços/
moderadamente diferenciado em retossigmoide tipo ano) e ex-etilista. A conduta foi tratar com radioterapia
Boorman-III ulcerado. Metástases para dez linfonodos e quimioterapia concomitantemente em 2010. Todavia,
epicólicos e um paracólico isolado. Pólipo hiperplásico a cirurgia não foi indicada por ser irressecável, por isso
proximal com segmento restante apresentando hiper- o paciente passou a receber cuidados paliativos desde
plasia linfoide. Incisão mediana xifopubiana, sem alte- 2010. Houve piora da clínica, devido à progressão da
rações além de linfonodomagalias retroperitonais até doença, pois houve um abandono da QT por quase 1
a artéria mesentérica inferior, lesão em retossigmóide, ano, sendo necessária uma cricotomia de urgência em
lifadenectomia intercavo – aórtico com ligadura da ar- 2012. Pela dificuldade de alimentar-se, foi realizada

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 158


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uma gastrostomia em 2013. Aos exames solicitados, foi axilar da mama direita, de limites imprecisos, medindo
detectado um carcinoma espinocelular invasivo e bem cerca de 3,5 x 3,2 cm; e lesão infiltrativa em região ingui-
diferenciado em base de língua, estadiamento T3N1M0 nal direita, comprometendo e espessando a pele, com
(estágio III), evoluindo para T4N2M0 (estágio IV), ade- área de necrose central, sugestivo de processo neoplá-
nomegalias paratraqueais em tomografia computado- sico. Realizou-se ressecção de tumor de partes moles
rizada (TC) de tórax, e em TC de pescoço com contraste, em FD e região inguinal D com linfadenectomia axilar,
lesão em base de língua expansiva neoplásica infiltra- pélvica e ilíaca D; O AP da peça operatória do conteudo
tiva, de margens indefinidas, realce heterogêneo pelo inguinal e axilar D confirmou CEC moderadamente dife-
contraste iodado, medindo 4,3 X 2,1cm, com extensão renciado, comprometendo derme e hipoderme e ulce-
aos músculos hioideos. Discussão: Os tumores de base rando a epiderme, com infiltração perineural presentes.
de língua, em sua maioria, são diagnosticados em está- Apenas os linfonodos pélvicos não apresentaram me-
gios mais avançados e são mais frequentes o tipo car- tástases. Discussão: Na literatura a incidência de me-
cinoma espinocelular (CEC), porém esse tipo é raro se tástases linfonodais dessa neoplasia varia amplamente
comparado aos tumores dos 2/3 anteriores da língua. (1,4% a 20%) sendo que as lesões localizadas em cabeça
O CEC de base de língua acomete predominantemente e pescoço são as mais propensas a metátases linfáticas.
pacientes na 5ª e 6ª décadas de vida e o sexo masculino Tumores localmente avançados e/ou com progressão
(3:1). No entanto, com a melhora da qualidade de vida, locorregional em tronco e extremidades são mais ra-
há relatos do aumento da incidência em faixas etárias ros e menos conhecidos. A mortalidade relacionada ao
mais elevadas e em mulheres. O prognósitco em está- CEC é devido geralmente a progressão e recidiva local
gios III e IV varia entre 30-35% em 5 anos. Conclusão: e/ou associada a metástase regional linfonodal. Assim,
O carcinoma espinocelular é o tipo histológico de maior o caso em questão refelete algo não muito comum den-
acometimento nos carcinomas de língua. O caso ressal- tre os CEC, primeiro pelo sítio primário da lesão, segun-
ta a importância de um diagnóstico precoce, pois pode do pelo acometimento linfonodais e sua agressividade.
determinar o prognóstico. Entre as variáveis anatomopatológicas, a presença de
infiltrado linfocitário intratumoral no tumor primário
Contato: BEATRIZ RAYANE OLIVEIRA SANTANA – rhay_
foi a única correlacionada com o risco de metástases
santana@outlook.com
linfonodas. Comentários finais: O CEC é um tumor de
fácil diagnóstico, porém pode estar associado a compli-
cações como recidi-vas, metástases regionais e à dis-
TEMÁRIO: tância mesmo após um resseção R0 da lesão primária.
CÓDIGO: 65418 Assim, diante da capacidade de metástase do CEC, um
seguimento adequado torná-se primordial obejtivando
CARCINOMA ESPINOCELULAR tratar preocemente casos de recidiva e invasão local e
a distânica.
MODERADAMENTE DIFERENCIADO
EM FLANCO DIREITO COM METÁSTASE Contato: CRISLANNY REGINA SANTOS – crismedjolie@
AXILAR E INGUINAL – RELATO DE CASO gmail.com
Autores: Crislanny Regina Santos Da Silva; Lucas De
Souza Bacellar; Gabriel Fernandes De Oliveira Silveira;
Karina De Andrade Vidal Costa; Larissa Bianca De Sousa
Araújo; Juliany Medeiros Santos; Rielly De Sousa E Silva; TEMÁRIO: CIRURGIA CITORREDUTORA / HIPEC
George Alexandre Lira; CÓDIGO: 61851
Instituição: FACULDADE DE MEDICINA NOVA
ESPERANÇA CARCINOMA GÁSTRICO COM
METÁSTASES PERITONIAIS TRATADO
Apresentação do caso: F.A.S.S, masculino, 61 anos.
Encaminhado ao ambulatório de oncologia referindo
COM L-HIPEC + BISIC – RELATO
lesão em flanco direito (FD), semelhante a um nevo, de DE CASO INICIAL DE PROTOCOLO
crescimento progressivo. Ao exame: lesão vegetante, INSTITUCIONAL
com odor fétido e medindo cerca de 12 cm, sem linfono- Autores: Samira Juliana de Moraes Machado; Wilson
domegalias periféricas palpáveis. Foi realizada a ressec- Luiz da Costa Jr.; Marina Sonagli; Maria Luiza Leite de
ção cirúrgica do tumor de FD, cujo anatomopatológico Medeiros; Heber Salvador de Castro Ribeiro; André Luís
(AP) confirmou carcinoma de células escamosas (CEC) de Godoy; Igor Correia de Farias; Felipe José Fernández
Coimbra;
moderadamente dife-renciado (grau 2 de Broders),
T4N3M0. Retorna 2 meses depois com linfonodos pal- Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
páveis em cadeia inguinal e axilar direita. Tomografia Apresentação do caso: ALT, feminino, 34 anos, diag-
computadorizada de tórax e abdômen superior e pelve, nóstico de Carcinoma Gástrico pouco diferenciado em
confirmando formação nodular e expansiva, captante Endoscopia Digestiva Alta de set/2015. Tomografia (TC)
de contraste nos quadrantes laterais/prolongamento demonstrou espessamento da parede gástrica, ascite,

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 159


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

linfonodomegalias perigástricas e carcinomatose peri- (AM), procura atendimento com queixa de dor em hi-
toneal. Em out/2015, submetida a Videolaparoscopia pocôndrio direito (HD), com evolução de 3 meses, as-
(VLC) que confirmou a presença de implantes peritone- sociada a franca icterícia, náuseas, vômitos, acolia fecal,
ais no diafragma, epiplon, pelve e goteiras parietocóli- hiporexia e perda ponderal de 10kg. Nega tabagismo,
cas (PCI = 33), e ascite, cuja citologia oncótica foi positiva. relata uso de destilados e fermentados em pouca quan-
Biópsias peritoneais confirmaram metástases. Indicado tidade, mas abstêmico há 18 meses. Sorologias negati-
protocolo L-hipec + BISIC, descrito por Yonemura et. al.: vas para os vírus das hepatites B e C, e valores elevados
extensa lavagem peritoneal intra-operatória (EIPL), com de bilirrubinas e enzimas canaliculares. Ultrassonogra-
soro fisiológico; quimioterapia hipertérmica transope- fia de abdome mostrando aumento de vascularização
ratória laparoscópica, sem citorredução, com Docetaxel intra-hepática. Colângiorressonância mostrando defei-
40mg/m2 e Cisplatina 40mg/m2 por 60 min (L-HIPEC) e to no enchimento de hepatocolédoco. Vesícula biliar
passagem de cateter peritoneal permanente. Iniciou-se distendida, e material denso ocupando hepatocolédo-
a associação de quimioterapia (QT) intraperitoneal e co em tomografia (TC) de abdome. Endoscopia diges-
sistêmica de modo alternado: Docetaxel 30mg/m2, Cis- tiva alta (EDA) mostrando abaulamento da parede do
platina 30mg/m2 e Capecitabina VO (BISIC – Quimiote- bulbo duodenal. Paciente internado com hipótese diag-
rapia de Indução Bidirecional Intraperitoneal e Sistêmi- nóstica de colangiocarcinoma (CC). Sem alterações em
ca). TC mostrou redução das lesões tumorais e em uma papila duodenal ou em colédoco distal na cirurgia, mas
2° VLC, redução do número de implantes peritoneais foi encontrado coágulo em toda a extensão do ducto,
(PCI = 20), citologia oncótica do líquido ascítico e biópsia por provável hemobilia, e lesão vegetante na altura
de implantes, negativas para malignidade. Seguiram-se do ducto hepático comum. Realizada hepatectomia
mais 03 ciclos de QT intraperitoneal e sistêmica. Rees- central. Imuno-histoquímica com laudo de carcinoma
tadiamento com TC evidenciou remissão do espessa- hepatocelular. Discussão: O carcinoma hepatocelular
mento gástrico, e 3° VLC em 07/06/2016, ausência de (CHC) é o sexto tipo mais comum de câncer no mun-
implantes peritoneais. Optado por Gastrectomia total do, com surgimento condicionado a defeitos na síntese
com Linfadenectomia a D2, com peritoniectomia e HI- de DNA, causados principalmente pela infecção crônica
PEC com Docetaxel e Cisplatina. Citologia oncótica do pelos vírus das hepatites B e C, ou ainda relacionados
líquido ascítico negativa e em anátomo-patológico final: a outros fatores não comuns, tais como hemocroma-
ypT1bypN0 com 5% de células viáveis e 95% de fibrose, tose, porfiria e ingestão de aflatoxinas fúngicas. O CHC
0/38 linfonodos ressecados. Paciente está em acompa- é aproximadamente três vezes mais frequente em ho-
nhamento ambulatorial há 12 meses com exames peri- mens e sua ocorrência é rara antes dos 40 anos de ida-
ódicos, sem evidência de recidiva tumoral. Conclusão: de, apesar de poder ocorrer em todas as idades, sen-
Em pacientes EC IV por metástase peritoneal, a associa- do geralmente assintomático nas fases iniciais. O CC,
ção de HIPEC inicial, seguida por QT sistêmica e intra- por sua vez, apresenta-se clinicamente com icterícia e
-peritoneal, e citorredução, em casos selecionados de perda ponderal, podendo haver dor em HD, com altos
boa resposta, é uma alternativa viável para aumentar a valores de enzimas canaliculares e icterícia. A colangior-
sobrevida global e livre de doença, em centros oncoló- ressonância é um excelente método de análise das vias
gicos especializados. biliares por não ser invasivo, tendo uma sensibilidade
de 75% e uma especificidade de 76%. Quando não há
Contato: SAMIRA JULIANA DE MORAES MACHADO –
metástase, o tratamento cirúrgico é o mais indicado,
moraes.samira@yahoo.com.br
com altas taxas de curabilidade. Comentários finais: O
CHC pode se apresentar de forma atípica, acometendo
pacientes jovens sem história de hepatite crônica. Exa-
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS mes de imagem são importantes, permitindo avaliar
CÓDIGO: 60157 com maior grau de certeza a extensão da doença, uma
vez que o tratamento com intensão curativa tem seu
CARCINOMA HEPATOCELULAR EM pilar na ressecção com margens negativas.
PACIENTE JOVEM NÃO HEPATOPATA Contato: PABLO MARQUES REIS – pablomed21@gmail.
SIMULANDO NEOPLASIA DE VIAS com
BILIARES – RELATO DE CASO
Autores: Márcio Neves Stefani; Pablo Marques Reis;
Alice Brito Brandão; Amanda Moreira de Abreu; Rebeca
Aparecida dos Santos Di Tommaso; Adnaldo da Silveira TEMÁRIO: ONCOMASTOLOGIA
Maia; Natália de Melo Sampaio; Samira Paredes CÓDIGO: 60092
Sampaio;
Instituição: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS CARCINOMA INVASIVO (PROGNÓSTICO)
X GESTAÇÃO – RELATO DE CASO
Apresentação do caso: Paciente masculino, 24 anos,
Autores: Ingrid Nóbrega Araújo Queiroz; Flávio Rocha
pardo, natural de Manaus, procedente de Iranduba

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 160


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de Medeiros; Cristina Rocha de Medeiros Miranda; TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA


Rodrigo Pereira; CÓDIGO: 59905
Instituição: UNIVERSIDADE POTIGUAR
CARCINOMA MUCOEPIDERMÓIDE
Apresentação do caso: MCFN, 36 anos, sexo feminino,
natural de Angicos/RN, apresenta mamografia BIRADS
DE BAIXO GRAU DE GLÂNDULA
4C – microcalcificações pleomórficas no QIL e QSL à es-
SUBMANDIBULAR – RELATO DE CASO
querda. Nuligesta, menarca aos 11 anos, uso de ACO DE TUMOR RARO DE GLÂNDULA
por 6 anos, ciclos regulares, relatando desejo em ges- SALIVAR EM PACIENTE ADOLESCENTE
tar. História familiar de tia paterna com CA de mama Autores: Gabriel Volpato; Yorgos Luiz Santos de
aos 45 anos. USG mamária com calcificações à esquer- Salles Graça; Luciano do Valle Saboia; Ayaka Yamane;
da (BIRADS 4C). Realizou mastectomia seguida de re- Henrique Saboia; Nayara Rosina Chaves; Rachel Biondo-
construção mamária, com anatomopatológico e imuno- Simões; Jorge Itsuo Fukushima
-histoquímica (IHQ) evidenciando carcinoma ductal in Instituição: HOSPITAL ANGELINA CARON
situ (CDIS) de alto grau em extensão lobular, com recep- Apresentação do caso: Menina 13 anos com massa
tores hormonais positivos para estrógeno (95%) e pro- submandibular assintomática de crescimento lento há
gesterona (70%). Indicado quimioprofilaxia, a conduta 1 ano, submetida a tomografia cervical com diagnóstico
não foi aceita devido desejo de gestar. Retorna após 2 de tumoração suspeita em glândula submandibular a
anos, GIIPIAI, amamentando lactente de 5 meses. Refe- direita. Realizada core biopsy com diagnóstico de sialo-
riu nódulo na área do plastrão da reconstrução. USG de adenite células com atipias. Optado por ressecção de
mama esquerda mostrava cisto de conteúdo espesso. glândula submandibular para adequada avaliação pa-
À exérese de lesão após lactação, teve como Resulta- tológica. Anatomopatológico com diagnóstico de carci-
do: carcinoma invasivo não especial (1,2 cm), grau his- noma mucoepidermóide com diferenciação celular de
tológico 3 e grau nuclear 3; CDIS de alto grau, margens baixo grau. Conforme literatura optado por pet ct scan
comprometidas. IHQ com receptores para estrógeno para adequado estadiamento. Identificada alteração
(100%), progesterona (15%) e Ki67 (80%). Submetida a suspeita do metabolismo glicolítico suspeito em glân-
novo tratamento cirúrgico para ampliação das margens dula submandibular contralateral. Optado por ressec-
cirúrgicas, como anatomopatológico evidenciando tipo ção de glândula submandibular contralateral e esvazia-
invasivo com 0,5 cm, CDIS de 0,6 cm e linfonodo axilar mento supraomohioideo bilateral. Paciente submetida
esquerda com metástase de carcinoma invasivo. Feita a radioterapia e mantem acompanhamento ambulato-
mastectomia bilateral profilática com reconstrução, rial assintomática. Discussão: tumor raro que por não
estadiamento em pTxN2M0. Radioterapia adjuvante e, haver muitos casos não há consenso sobre a terapêuti-
após 9 meses, PET/CT mostrou ausência de neoplasia. ca. Sabe-se que o componente citogenético é de grande
Discussão: Devemos pesar o prognóstico vs. desejo importância mais até do que o grau de diferenciação
de gestar, antes de tomar uma decisão clínica. À priori, celular que se imaginava antes ser o suficiente para
apresentava um CDIS que necessitava de medida pro- determinar o tratamento do paciente. Viu-se que pa-
filática, contudo ela não poderia gestar, rejeitando a cientes com diferenciação de baixo grau em algumas
profilaxia, evoluindo com carcinoma invasivo em área series de casos apresentavam mais mortalidade que os
cicatricial. Segundo literatura, células do in situ altera- demais grupos além de tambem poderem fazer metás-
riam-se geneticamente, levando à evolução para invasi- tases a distância já no diagnóstico e de também haver
vo, sendo o in situ “associado” um composto de células comprometimento linfonodal clinicamente inaparente
remanescentes. Apesar do pior prognóstico devido ao no diagnóstico. Comentários finais: sendo assim, su-
ductal invasivo e de um Ki67 mostrando proliferação gere-se abordagens mais agressivas para todos os tipos
considerável, não há neoplasia ativa após tratamento de diferenciação celular inclusive com esvaziamento
realizado. Conclusão: É um caso digno de discussão em linfonodal mesmo que clinicamente seja n 0, visto que
âmbito acadêmico, ao elencar um desfecho positivo em sao tumores pouco sensíveis a radioterapia e que não
uma paciente que, inicialmente, possuía um prognós- respondem muito bem a quimioterapia.
tico bom, que evoluiu para reservado devido recidiva,
jovem e com desejo de gestar. A descrição deste caso é Contato: GABRIEL VOLPATO – drgabrielvolpato@
importante para discutir o embate entre decisão médi- hotmail.com
ca e desejo do paciente, além de mostrar um desfecho
positivo.
Contato: INGRID NÓBREGA ARAÚJO QUEIROZ – TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE
ingridqueiroz7@gmail.com CÓDIGO: 61938

CARCINOMA NUT DE LINHA MEDIA –


RELATO DE CASO

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 161


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Autores: Matheus José Barbosa Moreira; Danielli de TEMÁRIO: ONCOMASTOLOGIA


Almeida Matias; George Alexandre Lira; Brendson CÓDIGO: 61726
Gonçalves da Costa; Gabriel Fernandes de Oliveira
Silveira; Lucas de Souza Bacellar; Karina de Andrade CARCINOMAS DE COALIZÃO INVASIVOS
Vidal Costa; Mailson Meireles Batista;
DE MAMA: 4 TIPOS HISTOLÓGICOS
Instituição: UNIVERSIDADE POTIGUAR
DIFERENTES NO MESMO QUADRANTE
Apresentação do caso: F.A.B. 38 anos, solteiro, dois Autores: William Augusto Casteleins Cecilio; Michelle
filhos, natural e procedente de Alto do Rodrigues-RN, Christhine Diniz de Abreu; Yeda da Silva; Marlene
encaminhado da neurocirurgia com queixa de lesão Atsuko Ishida; Lisiane Cristine da Mota Cabral;
expansiva em face com acometimento de região nasal. Instituição: HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE
A ressonância nuclear magnética solicitada evidenciou FEDERAL DO PARANÁ
lesão expansiva sólida, heterogênea, extra-axial envol-
Apresentação do caso: Apresentamos o caso da pa-
vendo o assoalho da fossa craniana anterior com ero-
ciente feminina RS, 63 anos, negra, multípara, natural
são do osso nasal etmoide, vômer e esfenoide e com-
do Rio de Janeiro, que desenvolveu no quadrante súpe-
pressão do parênquima cerebral frontal. Paciente foi
ro-medial (QSM) da mama direita um carcinoma invasi-
submetido à ressecção cirúrgica em dois momentos, 20
vo de coalizão multicêntrico, composto histologicamen-
e 21/03/2017. A biópsia evidenciou neoplasia maligna
te por 4 tipos distintos: ductal, micropapilar, mucinoso
de células pequenas e redondas. A imunohistoquimica
e tubular. Assintomática, sem histórico familiar de neo-
apresentou carcinoma NUT de linha média. Nos antece-
plasia mamária, amamentou cada um dos 5 filhos por
dentes pessoais, o paciente nega hipertensão, diabetes,
período superior há 1 ano, em Junho/2014 teve achado
cirurgias prévias, alergias e não faz uso de medicações
em mamografia de nódulo classificado como BIRADS V
diárias. Nos antecedentes familiares, negava casos de
em QSM, submetido a core biopsy positivo para carci-
câncer na família. Discussão: O carcinoma NUT de li-
noma ductal infiltrante GII. Estadiamento sem metásta-
nha média é uma patologia bastante rara na oncologia
ses, axilas clinicamente livres. Submetida a quadrantec-
clinica e cirúrgica, ela é definida pelo rearranjo cromos-
tomia com ampliação imediata de margens guiada pela
sômico de gene NUT, caracterizado pela translocação
congelação, com pesquisa de linfonodo sentinela (LNS)
cromossômica dos genes 15 e 19. O carcinoma NUT
negativa. Em exame de parafina, tumor de 2,0 x 1,5 cm,
de linha média é composto por células pequenas, re-
margem superior comprometida focalmente, com 1 de
dondas, agressivas e pouco diferenciadas; as metás-
2 LNS positivo, com extensão de 3mm. Estadiamento
tases estão presentes em 60% dos casos, por isso o
pT1c pN1a M0 (EC IIA – 7a Ed. AJCC). Foi submetida a
tratamento é bastante agressivo por meio de cirurgia,
ampliação de margens em mama direita, reconstrução
radioterapia e/ou quimioterapia. O caso específico do
oncoplástica com a própria mama, sem intercorrências.
nosso paciente apresenta um acometimento facial e de
IHQ com RE/RP fortemente positivos, sem hiperexpres-
fossa craniana anterior, a ressonância nuclear magné-
são HER2-neu. Encaminhada para tratamento adjuvan-
tica mostrou envolvimento da fossa craniana anterior,
te, protocolo AC (doxorrubicina, ciclofosfamida) dose
com erosão do osso nasal, etmoide, vômer e esfenoi-
densa, seguido de paclitaxel, além de radioterapia IMRT
de, além da compressão cerebral em região frontal.
em mama residual e fossa supraclavicular, na dose de
O paciente foi então submetido à ressecção cirúrgica
50Gy. Atualmente em seguimento, 3 anos de acompa-
em dois momentos com biopsia mostrando neoplasia
nhamento sem sinais de recidiva local ou sistêmica, em
maligna de células pequenas e redondas; e carcinoma
uso de Tamoxifeno diário. A justificativa clínica para
NUT de linha média na imunohistoquímica. O paciente
este relato deve-se ao fato interessante de apresentar
seguirá conduta para quimioterapia a base de platina
em um mesmo quadrante a presença de 4 subtipos his-
e acompanhamento ambulatorial. Comentários finais:
tológicos distintos, o que não é uma ocorrência usual na
Assim, por ser uma patologia rara e com bastante es-
prática médica, tampouco na literatura. Optou-se pela
cassez nas medidas terapêuticas, o carcinoma NUT de
cirurgia conservadora da mama, com lumpectomia sem
linha média é uma patologia subdiagnosticada, com
linfadenectomia axilar radical nesta caso, por ser Está-
muito ainda com o que se estudar a cerca da sua real
gio 2 e pela possibilidade de oferecer tratamento com
incidência, fisiopatologia, clinica, terapêutica e prognós-
irradiação total da mama. Essa conduta encontra justi-
tico. Além disso, existe a necessidade de encontrar me-
ficativa pelo fato de que, neste estágio, não se verificou
didas que busquem uma melhor resposta à sobrevida
diferenças a longo prazo em sobrevida global, livre de
dos pacientes, pois esse tipo de neoplasia ainda apre-
doença ou mesmo recorrência local (ACOSOG Z0011).
senta grande resistência aos tratamentos existentes e o
A dúvida maior discutida após a cirurgia, foi quanto ao
prognostico é sombrio.
melhor protocolo de quimioterapia, por se tratar de
Contato: MATHEUS JOSÉ BARBOSA MOREIRA – tumor de coalização. Sabe-se que os carcinomas muci-
matheusjbm@hotmail.com nosos e tubulares possuem histologia favorável. Assim,
optou-se por tratar sistemicamente com AC-T, por ser
o regime preferencial para a maioria dos casos de car-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 162


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cinoma ductal invasivo (ECOG E1199), subtipo de maior para a possibilidade de oclusão ou fratura do cateter.
risco para o caso. As complicações relacionadas ao procedimento foram
diagnosticadas e tratadas corretamente. Conclusão:
Contato: WILLIAM AUGUSTO CASTELEINS CECILIO –
Os cateteres totalmente implantáveis para quimiotera-
dr.casteleins@gmail.com
pia são meios seguros para a administração de subs-
tâncias, em vista do baixo número de complicações ob-
servadas neste estudo.
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA Contato: FIDELIS MANES NETO – fidelismneto@gmail.
CÓDIGO: 61932 com

CATETERES VENOSOS TOTALMENTE


IMPLANTÁVEIS PARA QUIMIOTERAPIA:
EXPERIENCIA COM 200 PACIENTES TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO
CÓDIGO: 61847
Autores: Fidelis Manes Neto; Ana Caroline da Fonseca
Soares Pereira; Mariella de Almeida Melo; Gabriel da
Fonseca Soares Ferreira; CÂNCER DA JEG: TUMOR GÁSTRICO OU
Instituição: HOSPITAL SAO MARCOS ESOFÁGICO? BUSCANDO A RESPOSTA
NA IDENTIDADE MOLECULAR
Introdução: Os Cateteres venosos centrais totalmente
Autores: Williams Fernandes Barra; Fabiano Cordeiro
implantáveis (CVTI) são um excelente meio de acesso
Moreira; Aline Maria Pereira Cruz; Rui Wanderley
ao sistema venoso, além de serem eficazes e estarem
Mascarenhas Junior; Taíssa Maíra Thomaz Araújo;
associados a um número cada vez menor de compli- Sidney Emanuel Batista dos Santos; Geraldo Ishak;
cações.Comumente usados em pacientes oncológicos Paulo Pimentel de Assumpção;
para quimioterapia, coleta de sangue para exames e Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
hemotransfusão. Objetivo: Avaliar retrospectivamente
os resultados obtidos com a implantacao de 200 CVTI Introdução: A 7ª edição do sistema de estadiamento da
em pacientes submetidos a terapia citotóxica oncoló- União Internacional para o Controle do Câncer (UICC)
gica em hospital de referencia para tratamento do can- agrupou os cânceres da junção esofagogástrica com o
cer. Método: Foram analisados os prontuários 200 pa- esôfago ao invés do estômago. Dado que a decisão te-
cientes, com idade igual ou acima de 18 anos, nos quais rapêutica é fortemente influenciada por esse sistema
foram inseridos CVTI, no periodo de janeiro de 2015 de estadiamento, resolveu-se avaliar a assinatura mole-
a julho de 2015. As operações foram realizadas com cular dos tumores da JEG e comparar com o perfil eso-
anestesia local associada à sedação venosa.Realizou-se fágico e gástrico. Objetivo: Elucidar se os tumores de
radioscopia no transoperatório para posicionar a ponta JEG se agrupam com os cânceres esofágicos ou gástri-
do cateter na veia cava superior, próximo a entrada no cos de acordo com o padrão de expressão de mRNA e
átrio direito. Resultados: As idades variaram de 18 a miRNA, visto que esses perfis podem representar iden-
82 anos, com media de 50,76 anos. cento e cinquenta e tidade tumoral. Método: Foram utilizados dados clíni-
sete (157) pacientes eram do sexo feminino e quarenta cos de pacientes e de expressão genética de amostras
e tres (43) do sexo masculino. As principais indicações tumorais disponibilizados publicamente pelo The Can-
foram para o tratamento de neoplasias solidas (92%) cer Genomics Atlas (TCGA), sendo 1100 para a análise
e doencas hematologicas(8%). Em 51% dos pacientes de mRNA (395 estômagos, 184 esôfagos e 521 cólons)
o sitio de neoplasia foi a mama, seguido de tumores e 1026 para a de miRNA (392 estômagos, 175 esôfagos
do trato gastrointestinal (22%) e neoplasias hemato- e 459 cólons). Realizam-se as Análises de Componente
logicas(8%). Dos 200 cateteres implantados, 22(11%) Principal (PCA) e Heat Map (HM) na plataforma R, usan-
apresentaram complicações, sendo a deiscência a mais do a transformação RPKM Log2 para normalização dos
comum 13(59%). Discussão: Desde a introdução dos dados. A análise de expressão diferencial foi realizada
CVTI em 1980, vem ocorrendo um aumento no seu na plataforma R, usando o pacote de dados RAW e DE-
uso, revolucionando o tratamento e a qualidade de Seq2. Os mRNA e miRNA foram classificados como dife-
vida dos pacientes oncológicos. Permitindo uso seguro rencialmente expressos se preenchessem os seguintes
e repetido deste acesso vascular no tratamento endo- critérios: i) FDR ajustado com p-value < 0.05; e ii) |Log2
venoso. Os locais mais utilizados para inserção desses (fold-change)| > 2. Resultados: Os carcinomas epider-
dis­positivos são as veias do sistema cava supe­rior (ju- móides (CEC) de esôfago agruparam-se separadamen-
gular interna e subclávia). Apesar das vantagens, esses te dos outros tumores, enquanto os adenocarcinomas
dispositivos necessitam de manejo de profissionais (AC) agruparam-se conjuntamente de acordo com am-
experientes e podem ocasionalmente estar associa- bos os padrões de expressão (mRNM e mi RNA). Os HM
dos a complicações, como sangramento, pneumotórax dos mRNA e miRNA diferencialmente expressos tam-
e infecção, hematoma, . Dor local ou extravasamento bém demonstraram que o CEC de esôfago constitui um
subcutâneo durante a utilização do dispositivo alertam grupo diferente, enquanto o perfil de expressão mole-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 163


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cular do AC esofágico é semelhante à expressão dos AC cimento dessa patologia baseia-se em poucos estudos
da JEG e do câncer gástrico distal. Mesmo os cânceres com pequeno número de pacientes devido a sua rari-
gástricos distais são semelhantes ao AC do esôfago dade, sendo que fatores prognósticos e tratamento são
inferior, reforçando que os adenocarcinomas do trato extrapolados dos estudos sobre o câncer de mama fe-
gastrointestinal alto compartilham identidades molecu- minino. Mais de 90% dos cânceres de mama masculino
lares, não sendo justificado o agrupamento do AC da são carcinoma ductal invasivo, sendo a grande maioria
JEG com os tumores esofágicos que englobam em parte receptores hormonais positivos. Geralmente são tumo-
a histologia epidermóide. Conclusão: Usando expres- res diagnosticados em estádios mais avançados que os
são molecular para caracterizar a identidade tumoral, tumores de mama femininos. A recorrência contralate-
demonstrou-se que os tumores da JEG assemelham-se ral nestes pacientes é ainda mais rara e provavelmente
mais aos tumores gástricos que aos esofágicos deste estar associada à alguma mutação genética. O
tratamento baseia-se em cirurgia, cada vez mais con-
Contato: PAULO PIMENTEL ASSUMPÇÃO –
servadoras, como mastectomia simples e pesquisa de
assumpcaopp@gmail.com
linfonodo sentinela. Já o tratamento sistêmico inclui
quimioterapia citotóxica, radioterapia em tumores com
maior chance de recorrência local e hormonioterapia
TEMÁRIO: ONCOMASTOLOGIA com tamoxifeno.
CÓDIGO: 61883 Contato: JULIANO RODRIGUES DA CUNHA –
jrodriguescunha@hotmail.com
CÂNCER DE MAMA BILATERAL EM
HOMEM – SEGUIMENTO DE 10 ANOS –
RELATO DE CASO
TEMÁRIO: ONCOMASTOLOGIA
Autores: Juliano Rodrigues da Cunha; Lara Jeanne
CÓDIGO: 59576
Cabral; Amanda Souza Teles; Cristiano Menezes
Fernandes; Deborah Nogueira Couto; Gisela Matos
Franco; Miguel Jefferson Lacerda Ferreira; CÂNCER DE MAMA EM PACIENTE COM
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA DOENÇA DE BEHCET – MANEJO DO
TRATAMENTO ONCOLÓGICO
Apresentação do caso: Trata-se de um relato de caso
de paciente do sexo masculino, atendido no Setor de Autores: Ícaro de Azevedo Alexandre; Bernardo Cenci
Basso; Víctor Sanchéz Zago; Letícia Signori Kohl; Elisa
Oncologia do Hospital de Clínicas da Universidade Fe-
Estivalete Jablonski; Julia Pastorello; Nicole Taiana Henn;
deral de Uberlândia – HC – UFU pela primeira vez em
Rafael Ribeiro Martini;
10/01/2007, à época com 63 anos, história de nódulo
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL
endurecido entre quadrantes superiores da mama es-
querda há 2 anos, de crescimento lento e progressivo. Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, de
Realizado biópsia incisional em dezembro/2006, po- 53 anos, portadora de Doença de Behcet em remissão,
sitiva para carcinoma ductal infiltrante, lesão clínica e procurou atendimento por retração de mamilo direito.
radiológica de 2cm. Procedido à mastectomia radical Após consulta e avaliação, encaminhada para biópsia,
modificada à Madden com esvaziamento axilar em no- a qual confirmou neoplasia maligna. Exames de esta-
vembro/2006, com anátomo patológico apresentando diamento negativos. Tratamento cirúrgico inicial foi
carcinoma ductal infiltrante, medindo 1,8cm, margens proposto com mastectomia direita + biópsia de linfo-
livres e acometimento metastático de 1 linfonodo – pT- nodo sentinela + reconstrução com expansor 60/350cc.
1cpN1bM0, imunohistoquímica apresentando RE –, RP Exame anatomopatológico evidenciou carcinoma inva-
3+, HER-2 negativo. Prosseguiu-se a quimioterapia adju- sivo do tipo não especial, G3, multicêntrico, carcinoma
vante esquema FAC (6 ciclos), complementado com ra- ductal invasivo de alto grau com comedo(10%), com
dioterapia. Usou tamoxifeno adjuvante por 05 anos até invasão angiolinfática, moderada reação linfocitária,
agosto/2012. Manteve seguimento até novembro/2015 margens livres. Linfonodo sentinela comprometimen-
quando apresentou nódulo em mama direita, com core to 0,6 cm, sem extensão extracapsular (1/1). Realizado
biopsy em março/2016 revelando carcinoma ductal in- esvaziamento axilar, no qual patologia mostrou com-
filtrante. Submetido a mastectomia simples à direita e prometimento de 3 linfonodos de 15, sem extensão
pesquisa de linfonodo sentinela em 05/09/2016, aná- extracapsular. Imunohistoquímica propôs receptor de
tomo patológico carcinoma ductal infiltrante, medindo estrogênio e progesterona positivos, presença de HER-
2,3cm, margens livres – pT2pN0. Imuno apresentando 2 e índice de proliferação celular de 60%. Estadiamento
RE 4+, RP 4+, HER-2 negativo. Reiniciou tamoxifeno final Neoplasia de Mama pT2N2M0 luminal B, EC IIIa.
em novembro/2016, recebeu radioterapia adjuvante. Iniciou quimioterapia adjuvante com toxicidade habitu-
Mantém seguimento em nosso serviço sem evidências al sem sinais de reativação da vasculite. A Doença de
de doença locorregional até o momento. O câncer de Behcet é uma desordem de múltiplos sistemas caracte-
mama masculino é uma condição rara e corresponde a rizada por vasculite, a qual pode comprometer vasos de
menos de 1% de todas as neoplasias em homens, com todos os tamanhos, tanto da circulação venosa como
incidência em torno de 1 para cada 100.000. O conhe- da circulação arterial. Atualmente, acredita-se que isso

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aconteça por uma combinação de fatores genéticos e encontradas. Porém, é um diagnóstico relativamente
ambientais, desordens do sistema imune e agentes in- raro, uma vez que sua incidência varia entre 0,2 e 3,8%
fecciosos. A manifestação clínica da Doença de Behcet de todos os cânceres de mama diagnosticados, ocor-
inclui exacerbações e remissões de úlceras orais e ge- rendo em cerca de 0,03% de todas as gestações. Ge-
nitais, inflamação ocular e envolvimento dos sistemas ralmente, ocorre na quarta década de vida (gestações
nervoso e vascular. A concomitância da doença e neo- mais tardias). O tipo histopatológico mais comum é o
plasias malignas é uma condição raramente observada. ductal invasivo e os achados histopatológicos não são
Um risco aumentado de aparecimento de lesões ma- diferentes das pacientes “não-gestantes”. Conclusão:
lignas foi encontrado em pacientes com desordens do Concluímos que este é um caso raro, digno de ser dis-
tecido conjuntivo e condições de inflamação vascular. cutível em âmbito científico-acadêmico, com a finalida-
A natureza autoimune da doença requer o tratamen- de de evidenciar o diagnóstico de câncer de mama em
to com drogas imunossupressoras, que são apontadas período atípico, uma vez que o diagnóstico é dificultado
como prováveis causas da malignização nesses casos. devido às alterações fisiológicas próprias da gravidez
Como descrito na literatura, a radioterapia é um mé- em pacientes jovens. Dessa forma, a descrição do caso
todo de estadiamento arriscado devido ao aumento é de extrema importância para reforçar essa hipótese
da morbidade associada, enquanto a quimioterapia no pensamento clínico, conduta diagnóstica e terapêu-
associada à cirurgia se mostrou um método bastante tica.
seguro. Então, na paciente, optou-se pela utilização da
Contato: INGRID NÓBREGA ARAÚJO QUEIROZ –
quimioterapia adjuvante com esquema AC (doxorru-
ingridqueiroz7@gmail.com
bicina, ciclofosfamida) e TH (com paclitaxel semanal,
Transtuzumabe). Não foi observado sinal de reativação
da vasculite oriunda da Doença de Behcet.
Contato: ÍCARO DE AZEVEDO ALEXANDRE – TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
icaroazevedo10@hotmail.com CÓDIGO: 60638

CÂNCER DE OVÁRIO COM


ESTADIAMENTO POR CIRURGIA
TEMÁRIO: ONCOMASTOLOGIA VIDEOLAPAROSCÓPICA
CÓDIGO: 60075
Autores: Bernardo Cenci Basso; Ícaro de Azevedo
Alexandre; Victor Sánchez Zago; Ivan Ludtke; Letícia
CÂNCER DE MAMA GESTACIONAL EM Signori Kohl; Leonardo Werlang Rasche; Isabella Kern
PACIENTE JOVEM – RELATO DE CASO Arendt;
Autores: Ingrid Nóbrega Araújo Queiroz; Flávio Rocha Instituição: UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
de Medeiros; Cristina Rocha de Medeiros Miranda;
Apresentação do caso: Feminino, 43 anos, natural e
Instituição: UNIVERSIDADE POTIGUAR procedente de Carazinho–RS, Gesta 0, foi encaminhada
Apresentação do caso: LLFG, 32 anos, sexo feminino, ao Serviço de Oncologia (SO) do Hospital de Caridade
parda, proveniente de Caicó/RN. Apresenta nódulo em de Carazinho (HCC) após ser submetida à salpingoofo-
mama esquerda há 2 meses com crescimento local. rectomia bilateral devido massa anexial bilateral. Pato-
História familiar positiva (mãe com diagnóstico de cân- logia evidenciou carcinoma seroso de baixo grau, sem
cer de mama aos 60 anos), GIIPIIA0 (primeira gestação extensão para superfície ovariana, em um ovário; e tu-
aos 30 anos e última há 10 meses), término da lactação mor de Brenner no outro. Nega outras cirurgias. Apre-
há 5 meses, menarca aos 14 anos, ciclos irregulares e sentava dor abdominal em baixo ventre há dois anos.
fez uso de anticoncepcional oral por 01 ano. Ao exame Foi submetida a salpingooforectomia bilateral, sendo
físico, foi identificado nódulo em mama esquerda (qua- encaminhada após para o SO do HCC. No histórico fa-
drante superior) de mobilidade reduzida, consistência miliar, possui irmã que já teve câncer de boca. É taba-
endurecida e axila com linfonodo palpável. Mamogra- gista e possui HAS, faz uso de Enalapril. Ao exame físico,
fia mostrava BIRADS categoria 5 com área nodular com cicatriz de Pfannestiel. Relata que faz preventivo e ma-
microcalcificações em mama esquerda; USG de mama mografia anualmente. Estadiamento pré-operatório–
esquerda concluiu múltiplos nódulos (6 no total, maior N0M0 e CA125 normal. Foi, então, submetida à cirur-
com 2,1 cm em maior diâmetro). Core biopsy de nódulo gia para estadiamento/tratamento do câncer de ovário
concluiu carcinoma ductal infiltrante, grau histológico por videolaparoscopia (histerectomia, linfadenectomia
3 e grau nuclear 3. Com estadiamento T2N1aM0 (está- pélvica bilateral, omentectomia, apendicectomia, bióp-
gio clínico IIB), realizou mastectomia com reconstrução sias múltiplas peritoneais e coletado lavado peritoneal),
mamária à esquerda, quimioterapia e radioterapia ad- sendo constatada ausência de neoplasia no anatomo-
juvante, além de Tamoxifeno por 5 anos. Discussão: A patológico e líquido peritoneal negativo para maligni-
definição do câncer de mama no período gestacional dade. Estadiamento pós-cirúrgico ECIA (pT1pN0M0).
compreende o durante a gravidez ou até após um ano Devido ECIA, não foi submetida à quimioterapia adju-
do parto. É a neoplasia maligna de maior prevalência na vante. Teve alta hospitalar no 2º dia de pós-operató-
gestação e corresponde a 25% das neoplasias malignas rio. Reinternou cerca de duas semanas após devido

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 165


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suboclusão intestinal por brida, resolvida com manejo terapia foi feita no esquema BEP x 4, ao final da terapia
clínico. Retornou em dois meses para seguimento com conseguiu normalizar os marcadores tumorais. Após 2
queixa de corrimento vaginal, sendo prescrito Metro- anos do fim do tratamento, paciente retorna sem con-
nidazol creme vaginal, e também solicitado o CA 125 trole da doença. Discussão: O câncer de testículo é um
para retorno em 60 dias para seguimento. O câncer de tumor menos frequente considerado raro, entretanto
ovário é a segunda causa mais comum de malignidade tem maior incidência em pessoas jovens em idade pro-
ginecológica nos Estados Unidos. O carcinoma seroso é dutiva entre 15 e 50 anos. Dentre os tumores malignos
o subtipo mais comum dos carcinomas ovarianos, e é do homem, 5% ocorrem nos testículos. Sua incidência é
considerado semelhante aos carcinomas de tuba uteri- de três a cinco casos para cada grupo de 100 mil indiví-
na e peritoneal. Esses cânceres geralmente demandam duos. A causa do tumor não é exata, mas existem fato-
cirurgia para o estadiamento e manejo inicial. Histerec- res de risco que podem propiciar o seu aparecimento:
tomia total com salpingooforectomia bilateral, dissec- criptorquidia, atrofia testicular, síndrome de Klinefelter,
ção de linfonodos pélvicos e omentectomia e coleta de infertilidade, história familiar, presença de tumor tes-
lavado peritoneal é o procedimento padrão de estadia- ticular contra-lateral e fatores hormonais. O câncer de
mento para esses tumores. A cirurgia laparoscópica é de testículo é classificado em três categorias: tumores
usada para definir o estadiamento e a viabilidade de de células germinativas, estromais do cordão sexual e
uma citorredução, geralmente para cânceres de ovário mistos de células germinativas/estroma do cordão se-
ou tuba uterina em estágio I ou II. Lesões malignas de xual. Conclusão: O câncer de testículo apresenta baixo
ovário são estadiadas pelo sistema TNM. A medida do índice de mortalidade, quando comparado com outros
CA 125, elevada em até 80% dos pacientes com câncer cânceres que atingem o homem. O fato de ter maior
ovariano epitelial, é indicada antes da cirurgia, com sen- incidência em pessoas jovens e sexualmente ativas pos-
sibilidade menor para doença no estágio I. sibilita a chance do câncer de testículo ser confundido
por orquiepididimites. Deve-se está atentos a qualquer
Contato: BERNARDO CENCI BASSO – becencibasso@
sintoma suspeito, pois o câncer de testículo é facilmen-
hotmail.com
te curado quando detectado precocemente.
Contato: BEATRIZ RAYANE OLIVEIRA SANTANA – rhay_
santana@outlook.com
TEMÁRIO: URO – 0NCOLOGIA
CÓDIGO: 61918

CÂNCER DE TESTÍCULO GERMINATIVO TEMÁRIO: URO – 0NCOLOGIA


MISTO – RELATO DE CASO CÓDIGO: 60508

Autores: Beatriz Rayane Oliveira Santana; Erika de


Oliveira Menezes; Isabelle Menezes Maciel; Caroline CÂNCER RENAL E DOENÇA RENAL
Ramos Barreto; Naiana Mota Araújo; Roberta de POLICÍSTICA AUTOSSÔMICA
Oliveira Carvalho; Roberto Gurgel; José Vieira; DOMINANTE:RELATO DE CASO
Instituição: UNIVERSIDADE TIRADENTES Autores: Salim Anderson Khouri Ferreira; Cecília
Apresentação do caso: E.M.A, sexo masculino, 27 anos, Cerceau Pinto Coelho; Vinicius Grossi Siervo Santiago;
Plínio Augusto Trindade Abreu; Paula Ferraz Rodrigues;
procedente de Aracaju-SE, procurou o serviço de saú-
Vitória Faustino; Ludimila Sobreira Sena;
de com a queixa de aparecimento de uma massa dura
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
indolor no testículo esquerdo há alguns meses. Enca-
minhado para o Centro de Referência de Oncologia, foi Apresentação do caso: Homem, 28 anos, com diag-
realizado uma tomografia computadorizada do abdô- nóstico de DRPAD há 7 anos e história familiar positiva
men superior e outra da pelve, as quais sugeriram um para DRPAD.Em acompanhamento ultrassonográfico,
caso suspeito de câncer junto ao aumento dos marca- identificou-se formação sólida complexa em topogra-
dores tumorais. O procedimento de eleição foi uma fia de pólo inferior de rim esquerdo. A RNM confirmou
orquiectomia total esquerda com consequente análise múltiplos cistos simples e lesão expansiva heterogênea,
anatomopatológica. Nessa análise, a macroscopia mos- com cerca de 14,0 x 16,0 x 14,0 cm, sem comprome-
trou o testículo pesando 130 g e medindo 6,0 x 3,7 x timento de estruturas vasculares adjacentes.Submeti-
3,0 cm. Aos cortes, notou-se tumoração esbranquiçada do à nefrectomia radical à esquerda por incisão sub-
com áreas hemorrágicas medindo 3,0 x 2,5 x 2,0 cm, costal por via transperitoneal.À macroscopia, rim com
próximo ao tumor percebeu-se parênquima testicular múltiplos cistos e massa em pólo inferior, amarelada,
residual envolto na periferia por orla esbranquiçada amolecida, revestida por fina membrana vascularizada,
medindo 2,0 x 0,2 cm. Já na microscopia, conclui-se que pesando 3,4 Kg e medindo 16 cm em seu maior eixo.
era uma neoplasia maligna de células germinativas com Anatomopatológico demonstrou CCR Papilífero do tipo
presença de êmbolos linfáticos. Foi necessário o estudo I, sem invasão de estruturas adjacentes e com margens
imuno-histoquímico maior esclarecimento, neste con- cirúrgicas livres (T2bNxMx). Discussão: A Doença Renal
clui-se que era um tumor germinativo misto (20% seio Policística Autossômica Dominante (DRPAD) constitui
endodérmico e 80% carcinoma embrionário). A quimio- uma das doenças hereditárias mais comuns.O carcino-

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ma de células renais (CCR) é uma complicação incomum enriched in the process of bacterial invasion of epithe-
em pacientes com DRPAD.Objetiva-se aqui relatar um lial cells, such as Salmonella sp., Listeria sp. and Shigella
caso de um paciente com diagnóstico de DRPAD que sp. Tumor-adjacent gastric tissue circular RNAs-derived
apresentou como complicação o CCR em rim esquerdo, genes also were enriched in cancer-related processes,
abordado cirurgicamente através de nefrectomia radi- as well as gastric cancer’s, suggesting molecular altera-
cal.Comentários finais:O diagnóstico de CCR pode ser tions in tumor-adjacent tissue. We also identified five di-
difícil e é infrequente na DRPAD, uma vez que achados fferentially expressed circular RNAs that may be poten-
como hematúria, massa à palpação e cistos complexos tial biomarkers of this type of cancer (hsa_circ_0001136,
pelos exames de imagem são comuns na doença poli- hsa_circ_0000284, hsa_circ_0000211, hsa_circ_0004771
cística.O crescimento de cistos complexos e a presença e hsa_circ_0000524). Overall, our studies reinforced the
de tumores sólidos devem levar a suspeita de maligni- notion of field effect in gastric cancer, and suggested
dade, sendo esta uma indicação respaldada pela litera- five circular RNAs that may become potential biomarke-
tura para a realização de nefrectomia. rs of gastric cancer. Further studies are needed to eluci-
date the roles and the functional relevance of the circu-
Contato: CECILIA CERCEAU PINTO COELHO – ceci_
lar RNAs in human diseases.
cpc@hotmail.com
Contato: ÂNDREA KELY CAMPOS RIBEIRO DOS
SANTOS – akelyufpa@gmail.com

TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA


CÓDIGO: 60799
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
CIRCULAR RNAS IN GASTRIC CANCER: CÓDIGO: 61827
A NEW FIELD TO BE EXPLORED AS
BIOMARKERS CIRURGIA ALPPS COM PARTIÇÃO
Autores: Amanda Ferreira Vidal; André M. Ribeiro-dos- PARCIAL
Santos; Tatiana Vinasco-Sandoval; Pablo Pinto; Leandro Autores: Fernando Cesar Toniazzi Lissa; Luan Pedro
Magalhães; Ana Karyssa M Anaissi; Dionison Sarquis; Santos Rocha; Edson Rodrigues Garcia Filho; Gabriela
Samia Demachki; Paulo Pimentel de Assumpção; Sidney de Aguiar dos Santos; Giovanna Amboni dos Reis; Bruna
Santos; Ândrea Ribeiro-dos-Santos; Peterle;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ Instituição: Cironco Clínica De Cirurgia Oncológica
Circular RNAs comprise a new class of long noncoding Apresentação do caso: FMV, 65 anos, masculino, com
RNAs characterized by their 5’and 3’ends covalently diagnóstico de adenocarcinoma de reto com múltiplas
joined. They were misinterpreted as splicing errors for metástases sincrônicas em ambos os lobos do fígado.
more than 20 years until their rediscovery in 2012 as Realizada Retossigmoidectomia videolaparoscópica e
diverse, highly abundant, conserved and naturally oc- posterior encaminhado para quimioterapia com FOL-
curring RNAs in eukaryotes. Although neither their bio- FOX. Ao final da quimioterapia adjuvante houve respos-
genesis nor roles have been entirely understood, a few ta clínica completa pela RM abdome e CEA normal. Na
studies have demonstrated that some circular RNAs act avaliação hepática com RM 3 meses após houve reapa-
as microRNA sponges, and are associated with cellu- recimento de 4 lesões em lobo direito. Na sequencia foi
lar proliferation in cancer. Gastric cancer remains the realizado PET-TC sem evidência de lesão extra-hepatica
third leading cause of cancer-related death worldwide, e/ou metástase em lobo esquerdo do fígado. Na RM
and this is the first study to describe the global circular hepática o FLR/TLV< 30% e a FLR/BW ratio de < 0.43.
RNAs expression in gastric tissue in order to investigate Optado por ALPPS com partição parcial do fígado com
their potential as biomarkers in this disease. We analy- ligadura portal direita. Após 2 semanas houve cresci-
zed the global expression of circular RNAs in samples mento de 60% do FLR na avaliação da RM, sendo rea-
of patients without gastric cancer, gastric cancer sam- lizada a cirurgia na semana seguinte, compreendendo
ples, and matched tumor-adjacent gastric tissue. We 21 dias entre a primeira e segunda intervenções. Após
identified 736 circular RNAs by RNA-Seq. The tumor- a primeira cirurgia houve uma queda do estado geral,
-adjacent tissue presented the highest abundance of pouco de astenia e fadiga, mas sem alterações labora-
circular RNAs (620 circular RNAs), followed by gastric toriais de disfunção e sem necessidade de intervenções
cancer (220 circular RNAs) and gastric tissue without ou hospitalização. Na segunda cirurgia o paciente não
cancer (66 circular RNAs). To further explore the poten- apresentou qualquer complicações cirúrgica. Discus-
tial function of the expressed circular RNAs in gastric são: A hepatologia cirúrgica moderna vem permitindo
tissue, we selected the gastric circular RNAs-derived ge- ressecções cirúrgicas agressivas em pacientes que po-
nes to perform the GO enrichment analysis. The gastric dem ter no procedimento a única alternativa de cura
tissue without gastric cancer and matched tumor-ad- ou aumento de sobrevida. Os cânceres metastáticos
jacent gastric tissue circular RNAs-derived genes were compreendem o maior grupo de tumores hepáticos

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 167


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malignos. Porém, somente de 10 a 15% das lesões são destes receberam tratamento sistêmico adjuvante com
ressecáveis. Pacientes que apresentam grande carga mFOLFOX6 e ao tempo desta análise, todos estavam
tumoral no fígado tem sido submetido a novas técnicas, vivos e sem sinais de recorrência tumoral – sobrevivên-
principalmente quando se almeja obter pequenas áre- cia atuarial de 19, 5 e 12 meses, respectivamente. Dis-
as remanescentes. A hepatectomia “dois tempos”, em cussão: A CRS/HIPEC emergiu como promissora opção
que o cirurgião isquemia parcialmente um lado do fíga- terapêutica das neoplasias peritoneais e atualmente é
do, visando a hipertrofia do lado oposto, reabordando o padrão-ouro de tratamento para neoplasias epiteliais
dentro de 6 a 8 semanas se houver crescimento. Quan- do apêndice e pseudomixoma peritoneal (PMP). Esta
do bem indicada, a técnica ALPPS proporciona uma hi- abordagem contempla a remoção dos implantes tumo-
pertrofia rápida e proporcionalmente maior em relação rais macroscópicos por meios ressecções multiviscerais
à ténica 2 tempos sem partição do parenquima, com e peritoniectomias, em associação à perfusão hipertér-
resolução final das metástases hepáticas em menos de mica da cavidade peritoneal com quimioterápicos. A via
30 dias. Com isso o paciente pode retornar o mais bre- de administração intraperitoneal permite maior exposi-
ve possível ao tratamento quimioterápico, quando for ção dos remanescentes tumorais microscópicos a altas
o caso. Comentários finais: A técnica ALPPS pode ser concentrações dos agentes quimioterápicos, enquanto
realizada com baixa morbimortalidade desde que bem a hipertermia adiciona sinergismo a seus efeitos cito-
indicada e respeitando os prazos de descanso hepático tóxicos e possibilita sua maior penetração tecidual.
para drogas-alvo. Na literatura, a partição parcial do pa- Este manejo abrangente resulta em grande incremen-
renquima demonstra taxas de crescimento semelhan- to terapêutico em contraposição às abordagens mais
tes e com menor morbimortalidade. conservadoras baseadas isoladamente em cirurgia e/
ou quimioterapia sistêmica. Comentários finais: CRS/
Contato: FERNANDO LISSA – fernandotoniazzilissa@
HIPEC representam o tratamento padrão para tumores
gmail.com
metastáticos epiteliais do apêndice cecal e a experiên-
cia inicial de nosso serviço demonstra factibilidade e
aceitável morbidade.
TEMÁRIO: CIRURGIA CITORREDUTORA / HIPEC Contato: THALES PAULO BATISTA – conv4116
CÓDIGO: 61723

CIRURGIA CITORREDUTORA (CRS) E


QUIMIOTERAPIA INTRAPERITONEAL TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA
HIPERTÉRMICA (HIPEC) NO CÓDIGO: 61957
TRATAMENTO DAS METÁSTASES
PERITONEAIS DO APÊNDICE CECAL CIRURGIA CONSERVADORA PARA
– EXPERIÊNCIA INICIAL DO REAL MELANOMA IN SITU DE HÁLUX –
INSTITUTO DE CIRURGIA ONCOLÓGICA USO DE MATRIZ DÉRMICA PARA
(RICO) RECONSTRUÇÃO
Autores: Thales Paulo Batista; Felipe Augusto Cruz Autores: Pedro Henrique Mendes Figueiredo; Fábio
Lopes Miranda; Mário Rino Martins; Rogério Luiz dos Paganini Pereira da Costa; Eduardo Petribu Faria;
Santos; João Karimai; Euclides Dias Martins-Filho; Andrea Schiavinato Jafelicci; Sérgio Dias do Couto Netto;
Frederico José Teixeira Ribeiro Júnior; André Luis de
Instituição: REAL INSTITUTO DE CIRURGIA ONCOLÓGICA Freitas Perina;
Apresentação dos casos: Relatam-se três casos de me- Instituição: INSTITUTO DE ONCOLOGIA SANTA PAULA
tástases peritoneais disseminadas a partir de tumores
Apresentação do caso: Paciente masculino, 44 anos,
epiteliais mucinosos do apêndice cecal, tratados com
previamente hígido, com diagnóstico de melanoma in
CRS/HIPEC (Oxaliplatina, 200mg/m2,30’, 42°C) em nos-
situ ungueal de hálux a direita após biópsia excisional
so serviço. Todos os casos eram do sexo feminino, ASA I
com retirada completa da unha. Possuía a lesão há 5
e PS 1, portadoras de adenoCa G1 com PCI de 19, 26 e 4,
anos. Encaminhado para realização de amputação de
respectivamente. A duração dos procedimentos variou
hálux. Sem sinais de lesão local, foi realizada revisão da
de 5 a 16 horas, todos resultando em CC0, com tempo
lâmina sendo confirmado a presença de melanoma in
de internamento hospitalar variando de 6 a 21 dias e
situ, sem sinais de invasão. Foi realizada proposta de
de UTI, de 2 a 5 dias. As paciente evoluíram apenas com
cirurgia conservadora com ressecção total da matriz
complicações menores, grau I ou II pela classificação
ungueal até o periósteo da falange distal, seguida de
Clavien-Dindo, representadas por seroma e infecção
colocação de matriz dérmica no mesmo tempo ope-
de ferida operatória, vômitos, anemia, derrame pleural
ratório. Após uma semana foi reavaliado e submetido
e alto débito pelo dreno abdominal. Os exames anato-
a enxerto de pele espessura total com bom resultado
mopatológicos dos espécimes cirúrgicos demonstra-
cosmético e funcional. Paciente encontra-se em segui-
ram envolvimento linfonodal em todos os casos. Dois
mento oncológico ambulatorial sem sinais de doença

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 168


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ou recidiva, sem queixas álgicas e boa função do mem- 4 GY. Apresenta-se com eventual diarréia aquosa e peso
bro. De acordo com literatura a conservação do mem- estável. CT com boa perfusão hepática na fase arterial.
bro é possível no caso de tumores in situ ou Breslow Discussão: A presença de circulação colateral patente
com espessura fina, sendo o controle local e sobrevida entre a artérias mesentérica superior e hepática pela
não alterados em virtude de cirurgia mais conservado- arcada pancreatoduodenal intacta evita reconstrução
ra. No caso de tumores invasivos, as recidivas locais são arterial. No caso de reconstrução pode ser realizado
mais frequentes, mas sem significância estatística. Não por anastomose direta, interposição de enxerto veno-
ocorre impacto em sobrevida em ambos casos. so ou próteses.Diarréia, hipotensão e Diabetes são as
principais complicações. Comentários finais: Câncer
Contato: PEDRO HENRIQUE MENDES FIGUEIREDO –
de pâncreas mantem prognostico ruim a longo prazo,
phmendes.figueiredo@gmail.com
com sobrevida global em 5 anos menor que 5% e bai-
xas taxas de ressecção. A cirurgia de Appleby oferece a
possibilidade de cirurgia radical curativa e permanece
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS como única chance para casos com envolvimento de
CÓDIGO: 59783 tronco celíaco com sobrevida estimada em 5 anos de
42%.
CIRURGIA DE APPLEBY PARA Contato: ANDRÉ MEDEIROS DE CARVALHO –
TRATAMENTO DE ADENOCARCINOMA andremcar@gmail.com
DE CORPO DE PÂNCREAS COM INVASÃO
VASCULAR – RELATO DE CASO
Autores: André Medeiros de Carvalho; Renato Morato
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
Zanatto; Raul Lázaro de Melo Filho; Augusto Angelo
Granado Bottino; Daiana Lopes do Nascimento; Taís CÓDIGO: 59673
Menezes Magalhães; Celso Roberto Passeri;
Instituição: HOSPITAL AMARAL CARVALHO CIRURGIA ONCOLÓGICA EM PACIENTES
IDOSOS
Apresentação do caso: Mulher, 42, do lar. Dor lombar
Autores: Carolina dos Anjos Sampaio; Gabriela Abreu
dir e emagrecimento há 3 meses. Sem comorbidades.
Paes Carneiro da Costa; Leticia Simões Prado; Lucas de
História familiar de ca de mama: mãe e sobrinha. Ex. Gusmão Pitta Frota; Deborah Scapin Morelli; Jéssyca
físico normal ECOG 0,67, 5kg. Estadiamento com CT tó- Matos Silva; Bruna Teixeira Marques; Isabela Coelho
rax e abd total: nódulo corpo do pâncreas 2,6x2,4cm, Guimarães;
íntimo contato com artéria esplênica junto a bifurca- Instituição: ESCOLA DE MEDICINA SOUZA MARQUES
ção do tronco celíaco. Ecoendoscopia com PBA: nódulo
corpo do pâncreas de 3,2x3cm, envolvimento da emer- Introdução: O crescimento populacional, dobrando
gência da artéria esplênica junto ao tronco celíaco. LHP: a população acima de 65 anos e quadriplicando a aci-
adenocarcinoma. PET-CT nódulo corpo pâncreas (SUV ma de 85 anos, levando a maiores incidências de do-
5, 8), sem outras lesões. CA 19-9-130; Neoadjuvância enças crônico-degenerativas e neoplasias. Estas são
com 3 ciclos FOLFIRINOX. Cirurgia set/16: tumoração de a principal causa de morte na faixa etária de 60 a 79
corpo do pâncreas envolvendo a emergência da artéria anos, sendo mais comuns os Cânceres de Cólon, Pul-
hepática e esplênica (doença locorregional com inva- mão, Hepatobiliar e de Cabeça e Pescoço. O surgimen-
são vascular). Realizada ressecção em bloco do corpo to de técnicas médico-científicas mais avançadas gera
e cauda do pâncreas, tronco celíaco e ramos, baço e a substituição de um padrão de mortalidade alto por
estômago. Ressecado linfonodos níveis 8a, 9, 10,11p, um padrão de morbidade predominante, significando
11d, 16a2,16b1. Anastomose primária T-T da artéria he- que um indivíduo vive mais tempo com a doença do
pática comum com tronco celíaco, anastomose esôfa- que morre por ela. O método cirúrgico caracteriza uma
go-jejunal em Y de Roux, fechamento do coto pancreá- boa opção no tratamento, tendo em vista o fato de que
tico. Clipado o leito de ressecção. LHP: adenocarcinoma este grupo etário pode ser menos tolerante à quimiote-
ductal mod dif do pâncreas de 2,5x2,3 cm, com áreas rapia, apresentando efeitos colaterais exacerbados. No
de necrose e fibrose e infiltrado linfoplasmocitário (res- entanto, alguns fatores devem ser levados em conta.
posta patológica parcial à QT), margem do colo do pân- Deve-se compreender que idosos apresentam uma fi-
creas livre e margem radial comprometida; 4/11 linfo- siologia corporal diferente dos mais jovens, com capa-
nodos. ypT4N1Mx – ECIII. Alta da UTI no 3º PO. Diarréia cidade homeostática comprometida e sistema imune
de difícil controle apesar de terapêutica nutricional e deficiente culminando com o aumento da vulnerabili-
medicamentosa. Sem fístula pancreática. Alta hospita- dade e gerando alterações psicológicas. Tendo isto em
lar no 9ºPO. Seguimento ambulatorial com dificuldade mente, existem critérios a serem estudados para a to-
controle da diarreia e perda ponderal porém com boa mada de decisão, como a avaliação de risco que conta
resposta à terapia instituída. QT adjuvante após 40ºPO com o estadiamento do tumor, avaliação psicológica,
com gencitabina 3 ciclos seguido de radioterapia com 5, Avaliação Geriátrica Abrangente (mobilização e respira-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 169


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

ção do idoso), avaliação pré-anestésica, além de anali- mutação se inicia o acompanhamento regular, realizan-
sar as condições físicas e de fadiga visando uma estima- do periodicamente US Mamária e RM Mamária sendo a
tiva da capacidade de recuperação do paciente e sua Mamografia Digital utilizada quando há risco de lesão
vulnerabilidade. De acordo com os resultados obtidos maligna, podendo lançar mão da quimioprevenção por
opta-se por abordagem cirúrgica ou não, podendo se Tamoxifeno, por exemplo, ou da cirurgia preventiva.
fazer a escolha da não utilização de nenhum tratamen- Os tumores apresentam negatividade para receptores
to, elucidando sempre ao paciente e seus familiares os hormonais considerando-os como mais graves com ele-
pontos positivos e negativos do tratamento cirúrgico, vada taxa de recidiva, associados a uma sobrevida me-
assim como de outras opções como a quimioterapia. A nor. No entanto, o prognóstico de câncer de Mama as-
ressecção, quando realizada, deve conter margens de sociado à mutação BRCA é semelhante ao esporádico.
segurança que variam de acordo com o tipo de tumor A Cirurgia Preventiva é agressiva e com grau de morbi-
e sua localização visando um maior potencial curativo. dade que pode afetar a qualidade de vida da paciente,
O contexto da doença e do tratamento, principalmente porém, é uma possível abordagem após constatação da
o cirúrgico, geram um estresse acarretando em diver- presença destas mutações, especialmente quando as-
sos sintomas que afetam a sobrevida deste paciente. sociada a histórico familiar positivo e microcalcificações
Com isso é preciso que o paciente e sua família tenham difusas. A Mastectomia Total retira todas as camadas
uma capacidade de lidar com estes fatos com estraté- inclusive pele o que faz com que a recusa seja grande
gias voltadas para o âmbito emotivo buscando produzir pela perda de sensibilidade e auto estima, com isso a
comportamentos que aumentem o bem-estar psicoló- abordagem por Mastectomia Subcutânea é a mais rea-
gico reduzindo os impactos causados pela doença, co- lizada poupando-se a pele e o complexo aréolo-mami-
nhecida como a capacidade de Enfrentamento, afetan- lar. Além da Mastectomia, a anexectomia bilateral pode
do positivamente também a qualidade de vida. ser realizada. A reconstrução imediata se dá por meio
da presença de equipe Oncoplástica sendo uma melhor
Contato: JÉSSYCA MATOS SILVA – jessyca.matos@
opção pela recuperação da auto estima imediata e a re-
hotmail.com
alização de uma única cirurgia e único pós-operatório.
Isto auxilia no manejo psicológico da paciente oncológi-
ca cujo maior receio é a perda da identidade feminina
TEMÁRIO: ONCOMASTOLOGIA e a morte. Além disso, o acompanhamento psicológico
CÓDIGO: 59535 é imprescindível durante todas as etapas levando a um
melhor prognóstico e uma maior sobrevida.
CIRURGIA PREVENTIVA E TRIAGEM Contato: CAROLINA DOS ANJOS SAMPAIO –
NO CÂNCER DE MAMA E OVÁRIO EM sampaiocarolina@uol.com.br
PORTADORES DE MUTAÇÃO BRCA
Autores: Carolina dos Anjos Sampaio; Rafael Pitanguy
Chamma; Ixtlan Barbosa de Almeida Rangel; Amanda
Atthie Maia; Clara Walviesse de Almeida Lemos; Jéssyca TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
Matos Silva; Bruna Teixeira Marques; Isabela Coelho CÓDIGO: 61936
Guimarães;
Instituição: ESCOLA DE MEDICINA SOUZA MARQUES CIRURGIA ROBÓTICA PARA CÂNCER
DE RETO: EXPERIÊNCIA DE 61 CASOS
Mutações BRCA1/BRCA2 são responsáveis por gerar
Câncer de Mama e Ovário em mulheres. A identifica-
CONSECUTIVOS
ção de indivíduos com estas mutações é de extrema Autores: Raquel de Maria Maués Sacramento; Marcus
importância podendo ocasionar em prevenção ade- Vinicius Motta Valadão da Silva; Eduardo Linhares Riello
de Mello; Jose Paulo Jose; Rafael Oliveira Albagli; Jensen
quada, com procedimentos cirúrgicos ou não. O grupo
Milfont Fong; Ronald Enrique Delgado Bocanegra;
de maior incidência é o sexo feminino, com idade de
Camilla Bandeira Soares;
acometimento precoce, bilateralidade, maior ocorrên-
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
cia de tumores palpáveis, associação com outros tipos
de tumores na família como o câncer de Ovário e Prós- Introdução: A cirurgia colorretal apresenta inúmeros
tata, além de poder influenciar o desenvolvimento de desafios técnicos, entre estes estão a inacessibilidade
neoplasias em outros sítios como os tumores gástricos, relativa do reto dentro dos confins da pelve óssea, difi-
melanoma maligno, carcinoma peritoneal primitivo, en- culdade em conseguir retração adequada e visualização
tre outros. A história familiar é de grande importância sub ótima. Objetivo: Analisar os resultados cirúrgicos
para a triagem devido ao fato de cânceres hereditários de pacientes submetidos à ressecção de reto robótica
apresentarem características histopatológicas e imu- em Instituto de referência para Câncer no Brasil. Méto-
nohistoquímicas de mau prognóstico, entretanto, exis- do: Tratou-se de um estudo retrospectivo, observacio-
tem questões a serem respondidas sobre penetrância e nal em pacientes submetidos a cirurgia robótica para
expressividade destas mutações. Após constatação da adenocarcinoma retal de agosto de 2012 a agosto de

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 170


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2016, sendo analisados 61 pacientes. Resultados: A podem ser desencorajadores, especialmente quando a
idade mediana dos 61 pacientes deste estudo foi de 61 expectativa, pessoal e social, quanto ao papel femini-
anos (intervalo, 28-77), com prevalência de pacientes no, está relacionada ao cuidado com família (HEBBARD
do sexo masculino (57, 3%), com índice de massa cor- e WIRTZFELD, 2009). Objetivo: Descrever a rede social
poral mediano de 24 (18 – 41). A mediana da distancia das cirurgiãs oncológicas formadas em uma instituição
da lesão a margem anal foi de 5 cm (intervalo, 0-12), de referência. Método: O estudo é transversal, obser-
observando-se em 55, 7% os tumores com localização vacional. A amostra é formada por conveniência, com
em reto baixo. Os procedimentos cirúrgicos incluíram cirurgiãs formadas nos últimos 40 anos em uma insti-
33 ressecção anterior do reto com a anastomose cólo- tuição de referência do Brasil. Para captação foi utiliza-
-retal (54%), 5 ressecção anterior do reto a hartman (8, da a técnica de bola de neve. Análise de Redes Sociais
1%), 14 ressecções abdomino-perineais do reto (22,9%), (ARS) consiste em uma abordagem teórico-metodológi-
1 exenteração pélvica total (1,6%) e 2 exenterações pél- ca utilizada para estudo das interações entre indivíduos
vicas posterior (3,2%). Quatro pacientes (6, 5%) tiveram que formam uma rede social. Para análise foi utilizado
tumores no estágio 0,10 (16, 3%) tiveram tumores do o programa Gephi v0.9.1. Resultados: Entre os anos de
estágio I, 26 (42,6%) apresentaram tumores no estádio 1977 e 2017 foram formados 324 residentes de Cance-
II, 19 (31,1%) apresentaram tumores no estádio III e o rologia Cirúrgica, dos quais 21% (n=69) eram do sexo
estádio IV em 2 (3,2%) dos pacientes. Quanto ao grau feminino. Embora o número de cirurgiãs oncológicas
da excisão do mesoreto observou-se excisão satisfató- formadas tenha aumentado ao longo do tempo, nos
ria graus 2 e 3, em 44,2% e 36% dos pacientes, respec- últimos 20 anos este quantitativo se manteve relativa-
tivamente. Em relação à mortalidade pós operatória mente estável. Com as informações conseguidas atra-
em 30 dias, foi identificado somente 1 caso (1,6%). A vés da técnica de bola de neve foram identificadas 67
recorrência de doença a distância foi observada em 15 cirurgiãs, duas a menos do que as encontradas pelos
(24,5%) dos pacientes, já a recorrência local foi visuali- registros institucionais. A densidade da rede foi de 0,43,
zada em apenas 3 (4,9%). Conclusão: A abordagem do sendo identificada centralidade de intermediação dos
câncer de reto utilizando-se o sistema robótico oferece nós de Ginecologia Oncológica. Conclusão: A presença
taxas de complicação e resultados oncológicos satisfa- de mulheres na Cancerologia Cirúrgica não é mais um
tórios, uma vez que apresenta a vantagem de facilitar a evento raro. No sociograma desenhado, a centralidade
dissecção na pelve estreita, principalmente em homens de intermediação corresponde às cirurgiãs especializa-
e pacientes obesos e nos casos de tumores volumosos das em Ginecologia Oncológica formadas entre 1977 e
permitindo que realize com segurança e destreza pro- 1997, relacionando-se ao fato de terem atuado na for-
cedimentos de preservação de esfíncteres em um gran- mação das demais. Apesar de a Cancerologia Cirúrgica
de número de pacientes. ser um campo ainda em transformação e construção
para o sexo feminino, o número constante de cirurgiãs
Contato: RAQUEL DE MARIA MAUÉS SACRAMENTO –
oncológicas graduadas nos últimos 20 anos demonstra
raquel_maues@yahoo.com.br
um espaço conquistado.
Contato: CIBELE DE AQUINO BARBOSA – cibele.
aquino@gmail.com
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
CÓDIGO: 61911

CIRURGIÃS ONCOLÓGICAS FORMADAS TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS


EM UM CENTRO DE REFERÊNCIA DO CÓDIGO: 61892
BRASIL: UM OLHAR DE REDE SOCIAL
Autores: Cibele Barbosa; Carolina Ziller; Marcia Gomide;
CISTO ADENOCARCINOMA HEPÁTICO
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA Autores: Sérgio do Prado Silveira; Diego Greatti Vaz
da Silva; Alessandro Landskron Diniz; Igor Correia de
Introdução: Nas últimas décadas tem se tornado cada Farias; Wilson Luiz da Costa Junior; Héber Salvador
vez mais frequente a presença de mulheres em espe- de Castro Ribeiro; André Luís de Godoy; Felipe José
cialidades cirúrgicas. A escolha da carreira cirúrgica não Fernández Coimbra;
depende de gênero, uma vez que a motivação inicial Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
para cirurgia – para ambos os sexos, parece estar rela-
Apresentação do caso: Lesões hepáticas císticas são
cionada ao desafio técnico e intelectual, aos brilhantes
achados frequentes entre a população, sendo a maioria
exemplos profissionais – predominantemente mascu-
benigna. Contudo, a possibilidade de malignidade, ape-
linos – ou ao simples fato de se possuir personalida-
sar de rara, não pode ser desconsiderada. Os autores
de para tal (MCLEMORE, RAMAMOORTHY, et al., 2012).
fazem uma revisão da literatura e apresentam um rela-
Historicamente, a cirurgia é percebida como carreira
to de caso de uma paciente de 83 anos com quadro de
determinante de qualidade de vida ruim e ritmo de
dor abdominal em hipocôndrio direito, cuja tomogra-
trabalho sacrificante, bem como abdicação de tempo
fia de abdome demonstrou uma lesão hepática cística,
disponível para família e lazer. Estes últimos motivos
sendo submetida a drenagem guiada por tomografia

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 171


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com saída de 2000 ml de líquido serosanguinolento em 42,9% sendo 7, 2% complicações maiores, de classifica-
outro serviço. A análise citológica do líquido demons- ção CLAVIEN III. A taxa de mortalidade encontrada foi
trou ausência de malignidade. Nos exames de contro- de 3,6%, representada por apenas um caso. A obesida-
le foi evidenciado imagem cística complexa de 111 x de pré-operatória influenciou a ocorrência de complica-
114 x 163 mm, septada, nódulo sólido em seu interior ções maiores (p=0,045).
com captação ao meio de contraste e restrição a difu-
Contato: MARIA LUIZA LEITE DE MEDEIROS –
são. Marcadores séricos normais. Pelas características
lumedeiros88@yahoo.com.br
suspeitas da imagem a paciente foi então submetida a
ressecção hepática não regrada, com margem cirúrgica
de 1,0 cm, cujo exame anatomopatológico resultou em
neoplasia cística mucinosa de alto grau com áreas de TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
adenocarcinoma invasivo. Embora de difícil diagnósi- CÓDIGO: 61869
co pré–operatório, a presença de nódulos e septações
internas levantam a possibilidade de neoplasia, sendo COLECTOMIA PARCIAL POR
o tratamento de escolha para esses casos a ressecção
ADENOARCINOMA DE SIGMÓIDE
hepática com margens de segurança.
ASSOCIADO À OCLUSÃO AÓRTICA
Contato: DIEGO GREATTI VAZ DA SILVA – dgvsilva@ INFRA-RENAL POR DOENÇA DE
gmail.com TAKAYASU
Autores: Felipe Kelvin Lopes Vital; Jeise Gabriele Leal
Vieira; Leandro Moreira Antunes; Eduardo Moreira
Scholer; Vinicius Brasil Correa da Cunha; Rafael Horácio
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS de Brito; Rannyere Matias Sampaio; Carlos Alexandre
CÓDIGO: 61947 Garção Ramagem;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
COLANGIOCARCINOMA INTRA
HEPÁTICO: EXPERIÊNCIA DE 16 ANOS Apresentação do caso: M.M.B, feminino, 45 anos, en-
DE UM CENTRO BRASILEIRO DE caminhada ao Hospital de Câncer de Barretos unidade
de Porto Velho em abril de 2015 com hematoquezia,
TRATAMENTO ONCOLÓGICO
dor, náuseas, e diarreia. Colonoscopia com evidência
Autores: Felipe José Fernandez Coimbra; Maria Luiza de tumoração em sigmóide localizado a 30 cm da mar-
Leite de Medeiros; Carolina Parucce Franco; Wilson Luiz
gem anal, cujo resultado da biópsia revelou adenocar-
da Costa Junior; Alessandro Landskron Diniz; Heber
cinoma G2. Paciente portadora de Arterite de Takayasu
Salvador de Castro Ribeiro; Andre Luis De Godoy; Igor
Correia de Farias; com angiotomografia revelando obstrução completa
da aorta infra-renal e artéria mesentérica inferior. A ir-
Instituição: A.C. CAMARGO CÂNCER CENTER
rigação dos membros inferiores se fazia pelas artérias
Colangiocarcinoma é um tipo raro de tumor gastroin- epigástricas, lombares e pela arcada de Drummond. Foi
testinal com baixa taxa de sobrevida em 5 anos. Com realizado no pré-operatório a marcação cutânea do tra-
sintomas inespecíficos o diagnóstico na maioria das jeto dos vasos epigástricos inferiores na parede abdo-
vezes é realizado através de exames de imagem e a ci- minal com o uso do eco-doppler, com intuito de reduzir
rurgia permanece como maior chance de cura. Foram o risco de lesão desta estrutura durante possível colos-
28 casos de colangiocarcinoma tratados com intuito tomia. Paciente submetida à retossigmoidectomia com
curativo na instituição no período entre 2000 e 2016. A ligadura dos vasos mesentéricos na origem e interrup-
idade mediana da amostra foi de 61 anos (37-82 anos) ção do fluxo vascular da arcada do cólon, anastomose
com predomínio de homens (57%). Cerca de 40% decla- primária término-terminal. Paciente recebeu alta no 4º
rou-se etilista, ex-etilista ou etilista social e mais da me- DPO sem sinais de alterações de membros inferiores.
tade desta população é ou foi tabagista. Com relação O exame anatomopatológico revelou adenocarcinoma,
aos antecedentes pessoais, 53% possuía hipertensão G2, com margens livres. Dissecados 27 linfonodos com
arterial sistêmica, 43% apresentava diabetes mellitus e metástase em um linfonodo (Ep AJCC – T3 N1a M0 –
quatro pacientes eram obesos ao diagnóstico. O histó- IIIB). Submetida à quimioterapia adjuvante. Em setem-
rico familiar de 15 pacientes incluía parentes próximos bro de 2016 evoluiu com quadro de insuficiência renal
com diagnóstico oncológico. A avaliação de risco pré- aguda, por progressão da doença de Takayasu acima
-anestésico classificou 21 pacientes como ASA2 (75%) das artérias renais. Atualmente encontra-se em trata-
e 6 como ASA3 (21,4%). A quimioterapia neoadjuvan- mento dialítico, associado à terapia imunossupressora
tes foi realizada em 5 pacientes (17, 9%) e o tratamento para o controle clínico da arterite. Discussão: A Arterite
quimioterápico adjuvante em 7 (25%). Foram realizadas de Takayasu é uma doença inflamatória, idiopática, crô-
8 ressecções maiores (28, 6%), 7 ressecções de até 3 nica e progressiva, que causa estreitamento, oclusão
segmentos (25%) e o acesso convencional foi utilizado e aneurismas de grandes vasos. A doença afeta prin-
em 85% da amostra. Cerca de 90% dos casos apresen- cipalmente a aorta, seus maiores ramos e artérias pul-
tavam lesão hepática única. A taxa de morbidade foi de monares. O envolvimento de artérias renais é o mais

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 172


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comum, sendo encontrado em 24 a 68%. Apesar da ci- ble and effective alternative to Afatinib and Gefitinib if
rurgia do cólon apresentar riscos inerentes ao próprio response to EGFR inhibition is considered still effective.
procedimento, a comorbidade da Doença de Takayasu
Contato: RAMON ANDRADE BEZERRA DE MELLO –
elevou consideravelmente o risco cirúrgico mediante a
ramondemello@gmail.com
possibilidade de complicações isquêmicas graves dos
membros inferiores. Comentários finais: Reiteramos
com o presente relato de caso a importância de uma
atenta avaliação clínica pré-operatória, aliado a um pla-
nejamento e acompanhamento multidisciplinar sincrô-
nico, proporcionando bons resultados pós-operatórios, TEMÁRIO: URO – 0NCOLOGIA
reduzindo morbidade e mortalidade cirúrgica. CÓDIGO: 61579
Contato: FELIPE KELVIN LOPES VITAL – felipe.k.vital@
hotmail.com COMPLICAÇÕES APÓS BIÓPSIA
TRANSRETAL DE PRÓSTATA:
CASUÍSTICA DE 6 MESES EM UM CENTRO
ONCOLÓGICO DE REFERÊNCIA
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
Autores: Alessandra Marumi Emori Takahashi; Maria
CÓDIGO: 60777
Fernanda Arruda Almeida; Paula Nicole Vieira Pinto
Barbosa; Chiang Jeng Tyng; Mauricio Kauark Amoedo;
COMPARATIVE OUTCOME ASSESSMENT Almir Galvão Vieira Bitencourt; Miriam Rosalina Brites
OF EPIDERMAL GROWTH FACTOR Poli; Rubens Chojniak;
RECEPTOR TYROSINE KINASE Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
INHIBITORS FOR THE TREATMENT OF Introdução: A biópsia transretal de próstata guiada por
ADVANCED NON-SMALL-CELL LUNG ultrassonografia é um dos procedimentos mais realiza-
CANCER: A NETWORK META-ANALYSIS dos pelo Radiologista Intervencionista, tendo alta sensi-
Autores: Ramon Andrade De Mello; Alessandro bilidade na detecção de neoplasia. Embora seja proce-
Vasconcelos; Paloma Lucena Cabral; Carles Escriu; dimento rápido, seguro e com baixa morbimortalidade,
Pedro Castelo-Branco; Daniel Humberto Pozza; Giannis eventuais complicações devem ser prontamente diag-
Mountzios; Gilberto de Lima Lopes; Pedro Madureira; nosticadas e tratadas. Objetivo: Descrever as compli-
Instituição: INSTITUTO DE ONCOLOGIA E HOSPITAL cações após biópsia de próstata em nossa Instituição,
JORGE VALENTE; UNIVERSIDADE DO ALGARVE, considerando medidas de prevenção, orientações pós-
PORTUGAL
-procedimento e terapêutica abordada, comparando
Introduction: Tyrosine kinase inhibition of the epider- nossa casuística com a literatura. Método: Foram ava-
mal growth factor receptor (EGFR) is the standard in liados 273 pacientes submetidos à biópsia transretal
the first line treatment of patients with advanced non- de próstata entre os meses de Janeiro e Junho de 2017
-small–cell lung cancer (NSCLC) harbouring EGFR acti- através da revisão de prontuário eletrônico, com busca
vating mutations. Objective: Here we aim to discern ativa de informações a respeito de complicações nos
efficacy and toxicity measures through a meta-analysis 30 dias decorridos do procedimento. As biópsias fo-
of published studies that could aid treatment selec- ram realizadas sob sedação acompanhada por médico
tion. Methods: We performed a meta-analysis of the anestesista e os pacientes permaneceram em observa-
main randomized clinical trials evaluating the currently ção por pelo menos 1 hora, recebendo alta com orien-
approved EGFR-TKIs in first-line of treatment of EGFR- tações impressas, com acompanhante. Resultados:
-positive advanced NSCLC. Cochrane guidelines were Dos 273 pacientes, 12 (4,3%) apresentaram complica-
used for statistical analysis. Results: 3,179 patients ções, sendo 6 menores e 6 maiores. Dentre as compli-
were included. All EGFR TKIs showed improved outco- cações menores, destacamos hematúria (1%), peque-
mes with respect to ORR and PFS when compared to no sangramento retal (0,7%) e hematospermia (0,4%),
standard platinum-doublet chemotherapy. Comparati- sendo todos abordados de forma conservadora. Esses
ve ORR for gefitinib, erlotinib and afatinib were 52•1%, pacientes receberam alta no mesmo dia. As complica-
67•3% and 61•6% respectively. HRs for PFS were 0•62 ções maiores foram assim distribuídas: infecção uriná-
(95% CI, 0•38 – 1•00) for gefitinib, 0•28 (95% CI, 0•17 – ria (0,7%), prostatite (0,7%), retenção urinária (0,3%) e
0•45) for erlotinib and 0•40 (95% CI, 0•20 – 0•83) for afa- sangramento retal intenso (0,3%). Os dois casos de in-
tinib. HRs for OS were not statistically significant for any fecção urinária necessitaram de internação hospitalar
agent. Conclusions: Our results suggest similar clinical para antibioticoterapia endovenosa. O sangramento
efficacy and higher toxicity of Afatinib treatment. As this retal observado foi inicialmente refratário à aplicação
still remains the agent with best CSF penetration, we su- de tampões com gaze e a perda sanguínea demandou
ggest its use is limited to patients presenting with brain hemotransfusões, porém a hemorragia foi autolimita-
metastasis. We suggest the use of Gefitinib in patients da. Conclusão: Apesar de segura, a biópsia transretal
without CNS involvement. Faced with the impossibility de próstata pode evoluir com complicações graves que
to dose-reduce Gefitinib, Erlotinib represents a tolera- devem ser prontamente diagnosticadas e tratadas. A

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 173


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

nossa taxa de complicações se mostrou inferior à da seguido do uso recente de Ciprofloxacino (38%). Ape-
literatura. O conhecimento de cuidados específicos e nas 1 paciente desse grupo apresentou complicação
medidas preventivas, tais como a avaliação de coagulo- infecciosa, de sítio urinário, com isolamento de E.coli
grama e a realização de adequada antibioticoprofilaxia, ESBL, necessitando antibioticoterapia endovenosa em
podem contribuir para a redução da morbidade desse internação hospitalar. Conclusão: O aumento da inci-
procedimento. dência de bactérias da flora intestinal resistentes a Qui-
nolonas tem sido relacionado à elevação nas taxas de
Contato: ALESSANDRA MARUMI EMORI TAKAHASHI –
complicações infecciosas após BTRP, motivando altera-
ale_emori@hotmail.com
ções nos esquemas de antibioticoprofilaxia. Em nossa
experiência inicial com o novo protocolo, observamos
menor ocorrência de eventos infecciosos. A amostra
TEMÁRIO: URO – 0NCOLOGIA apresentada torna a avaliação limitada e um levanta-
CÓDIGO: 61604 mento prospectivo está em curso e analisará maior nú-
mero de pacientes.
COMPLICAÇÕES INFECCIOSAS Contato: ALESSANDRA MARUMI EMORI TAKAHASHI –
APÓS BIÓPSIA TRANSRETAL DE ale_emori@hotmail.com
PRÓSTATA: ANÁLISE INICIAL
DE UM NOVO PROTOCOLO DE
ANTIBIOTICOPROFILAXIA EM UM
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
CENTRO ONCOLÓGICO DE REFERÊNCIA
CÓDIGO: 62016
Autores: Alessandra Marumi Emori Takahashi; Maria
Fernanda Arruda Almeida; Paula Nicole Vieira Pinto
Barbosa; Chiang Jeng Tyng; Mauricio Kauark Amoedo;
COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS
Almir Galvão Vieira Bitencourt; Miriam Rosalina Brites COLÔNICAS: ANÁLISE RETROSPECTIVA
Poli; Rubens Chojniak; NUMA INSTITUIÇÃO DE REFERÊNCIA DO
Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER ESPIRITO SANTO
Autores: Meire Cardoso da Mota Bastos; Carlos
Introdução: A BTRP é procedimento minimamente in-
Alexandre Meneghelli; Pedro Lorencini Belloti; Ana
vasivo e as taxas de complicações são baixas. Merecem
Luiza Miranda Cardona Machado; Luiz Fernando
destaque as complicações infecciosas, cuja incidência é Mazzini Gomes; Luiz Augusto de Castro Fagundes Filho;
influenciada de forma significativa pelo uso de profila- Leonardo Orletti; Eduardo Rossetti Filho;
xia antimicrobiana. Objetivo: Avaliar as complicações Instituição: HOSPITAL SANTA RITA DE CASSIA
infecciosas após biópsia de próstata, considerando dois
protocolos diferentes de antibioticoprofilaxia. Método: Introdução: As complicações do tratamento da neo-
Foram estudados dois grupos. O primeiro, avaliado plasia colônica que envolvem resseção e anastomose,
entre 01/2017 e 03/2017, envolveu pacientes que rece- não são raros, e frequentemente são graves. Possuem
beram Ciprofloxacino 400 mg antes do procedimento, morbidade variável que prolongam o período de inter-
sendo mantido por mais 3 dias via oral. O segundo, nação, aumentam os custos, perpetuam sequelas fun-
compreendido entre 04/2017 e 06/2017, seguiu novo cionais e contribuem para aumentar os índices de mor-
protocolo institucional, que preconiza associação de Ci- talidade. Objetivo: Conhecer o perfil dos pacientes e
profloxacino com Gentamicina 240 mg na presença de das complicações pós cirurgias colônicas por neoplasia.
fatores de risco como: diabetes mellitus (DM), uso atual Método: Trata-se de um estudo retrospectivo e descri-
de sonda vesical de demora, uso recente de Ciprofloxa- tivo com pacientes portadores de neoplasia maligna
cino, infecção urinária prévia com microorganismo re- colônica, operados numa Instituição de referência em
sistente à Quinolona nos últimos 3 meses e anteceden- Vitória-ES, no período de 2008 a 2015, que desenvol-
te de infecção grave após biópsia de próstata. O novo veram complicação cirúrgica ou clínica pós-operatória.
protocolo não recomenda a continuidade de antibiótico Foram incluídos os tumores de apêndice até transição
domiciliar. Foi realizada busca ativa através da revisão retossigmóide. Foram excluídos os pacientes em vigên-
de prontuário eletrônico de complicações infecciosas cia de obstrução intestinal. Resultados: População de
nos 30 dias decorridos do procedimento. Resultados: O 406 pacientes. Dessa amostra, 18, 47% dos pacientes
primeiro grupo foi composto por 144 pacientes. 3 (2%) tiveram complicação clínica e/ou cirúrgica. O tabagis-
deles apresentaram complicações infecciosas, sendo 2 mo destacou-se como fator prevalente (37, 5%). Desses
prostatites e 1 infecção urinária, com isolamento de Es- pacientes que complicaram, 60% foram submetidos à
cherichia coli (E.coli) ESBL (Extended spectrum Beta Lac- anastomose primária. Taxa de fístula foi 7, 1%, desse
tamase) na urina, havendo necessidade de internação 10,66% não reoperaram, a média de tempo de interna-
hospitalar e antibioticoterapia endovenosa. O segundo ção dos pacientes fistulizados foram 23,2 dias. A taxa
grupo totalizou 126 pacientes: 100 fizeram uso de Ci- de mortalidades pós-operatória global foi 6, 4%. Con-
profloxacino isolado; os 26 restantes receberam Cipro- clusão: O presente estudo pode observar que naqueles
floxacino associado à Gentamicina devido à presença pacientes que desenvolveram complicação, os fatores
de fatores de risco – o DM foi o mais frequente (46%), inerentes a execução do procedimento (preparo colô-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 174


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

nico, anastomose mecânica e cirurgia videolaparoscó- interligadas tanto anatômica quanto fisiologicamente,
pica) não obtiveram significância estatística como fator lesionando estruturas como intestino, bexiga e ureter,
complicador, porém dever conhecidos afim de mini- sendo a ultima mais constante em cirurgias abdominais
mizar riscos, diminuir sequelas e interferir nas taxa de do que em vaginais. O mal funcionamento mictório es-
morbimortalidade. pontâneo é comum no pós operatório pélvico ou peri-
neal, ou apos utilização de raquianestesia ou peridural.
Contato: MEIRE CARDOSO DA MOTA BASTOS –
meirebastos_fmc@hotmail.com Contato: AMANDA DE MELLO SARAIVA DO AMARAL –
amandamsamaral@hotmail.com

TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA


CÓDIGO: 60147 TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS
CÓDIGO: 61675
COMPLICAÇÕES URINARIAS PÓS
HISTERECTOMIA CONDROSSARCOMA DE CLAVÍCULA –
Autores: Amanda de Mello Saraiva do Amaral; Alice RELATO DE CASO EM ADOLESCENTE
Monteiro; Caroline Mota Damasceno; Gabriela Autores: Pedro Henrique Coêlho de Mélo Leite; André
Menezes; Rafaela Valentim Goldenzon; Luís Lopes Gomes de Siqueira; Autha Maria Mendes
Instituição: ESCOLA DE MEDICINA SOUZA MARQUES de Oliveira; Aryana Medeiros da Silva; Bruno Henrique
Arruda de Paula; Deborah Pinagé Alves de Lima; Iuri de
Atualmente a histerectomia é o procedimento cirúrgico Brito Nóbrega da Silva; Luívia Fragoso de Barros;
ginecológico mais realizado no Brasil. Este consiste na Instituição: FACULDADE DE MEDICINA NOVA
remoção cirúrgica do útero, podendo ser feita por via ESPERANÇA
abdominal, quando ha uma incisão no abdome inferior,
via vaginal, com uma incisão por dentro da vagina, via Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 17
laparoscópica ou robótica, com pequenas incisões no anos, apresentou história de tumor em terço proximal
abdome, dependendo da analise medica individuali- da clavícula esquerda com crescimento progressivo há
zada. Pode ser classificada como total, subtotal ou ra- cerca de 24 meses. Ao exame físico, foi evidenciada
dical, dependendo do que é retirado no ato cirúrgico. massa na articulação esternoclavicular esquerda, não
Na histerectomia total ha a completa retirada do útero, aderida a plano profundos, com dor à palpação, mas
incluindo o corpo e o colo do útero, na subtotal somen- sem alteração da coloração ou temperatura. A radio-
te o corpo do útero é removido, já a radical ocorre a grafia simples demonstrou lesão osteolítica na porção
remoção de todo o útero, tecidos e ligamentos ao lado clavicular proximal esquerda. Foram solicitadas tomo-
do útero, colo do útero e parte superior da vagina. Este grafia computadorizada (TC) e ressonância nuclear
procedimento é indicado em diversos casos, como mio- magnética (RNM) da clavícula esquerda com contraste,
mas, endometriose, hiperplasia endometrial, câncer evidenciando lesão expansiva, predominantemente
ginecológico, prolapso uterino, sangramento vaginal cística medindo 3,4 x 3,5 x 3,1 centímetros nos planos
anormal ou dor pélvica crônica. O útero esta localizado ortogonais, com densidade de partes moles na região
no plano sagital mediano da cavidade pélvica, sobre a metadiafisária proximal da clavícula, com caracterís-
vagina, entre a bexiga urinaria e o reto, devido a isso, as ticas pouco agressivas, de aspecto pouco específico e
cirurgias podem elevar o risco de lesões destas estrutu- sem comprometimento vascular e nervoso. A conduta
ras, podendo causar infecção do trato urinário (ITU) ou adotada foi realizar a biópsia da lesão, seguida pela res-
incontinência urinária, uma vez que a manipulação pél- secção retirando a extremidade esternal da clavícula
vica altera a inervação vesical. A bexiga urinaria serve esquerda através da abordagem anterior à clavícula,
como um reservatório temporário de armazenamento sendo feito posteriormente o estudo anatomopatoló-
de urina. Quando vazia, se localiza inferiormente ao gico da peça cirúrgica, o qual confirmou diagnóstico de
peritônio e posterior a sínfise púbica, quando cheia, se condrossarcoma grau II com margens livres. Discussão:
eleva para a cavidade abdominal. Embora tenha se tor- Os condrossarcomas são a segunda variedade mais co-
nado uma cirurgia parcialmente segura, a morbidade mum de tumor ósseo maligno produtor de matriz, mais
associada à histerectomia não pode ser menosprezada. frequente em homens, e com incidência máxima entre
Seu risco de mortalidade é considerado baixo devido a quarta e sexta décadas de vida, sendo a incidência
aos tratamentos das doenças clinicas associadas, cui- em menores de 20 anos de 2 a 5% dos casos. A locali-
dados pré e pós operatórios e antibioticoterapia. Ape- zação do tumor é mais frequente nas cinturas pélvica e
sar disso, as complicações pós operatórias ainda são escapular e na diáfise de ossos longos, respectivamen-
significativas. Podem ocorrer grande perda de sangue, te, entretanto a ocorrência na clavícula corresponde a
risco de coágulos sanguíneos, problemas com aneste- 0,5% dos casos. Os condrossarcomas podem ser clas-
sia, infecções pós operatórias e alterações no humor sificados em primário ou secundário de acordo com a
devido a retirada dos ovários e consequente alteração origem do tumor; em central ou periférico de acordo
hormonal, e lesão de órgãos próximos, uma vez que as com a localização do tumor no osso; e em graus I a III
vias genitais e urinarias femininas estão intimamente de acordo com o nível de atipia celular, sendo o tumor

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 175


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relatado classificado como condrossarcoma primário, No entanto, tumores de alto volume em que a cirurgia
central e grau II. O tratamento resolutivo consiste, pri- acarrete disfunção da laringe requerem tratamento ra-
mariamente, na cirurgia com ressecção de margens dical. Radioterapia é considerada como inefetiva, em-
amplas, já que a grande maioria dos tumores são radio bora possa ser indicada quando houver doença residu-
e quimiorresistentes. Comentários finais: O presente al. A taxa de reincidência do CL é alta, variando de 18 a
relato torna-se importante no sentido de mostrar que, 50%. Quando a escolha é excisão parcial, há chance de
apesar de essa ser uma afecção incomum em adoles- ressecção incompleta do tumor e, consequentemente,
centes, ainda assim ela está presente no nosso meio. É maior probabilidade de recidiva. Comentários finais:
imprescindível sua investigação precoce, principalmen- Além das características inerentes à histologia da lesão,
te por exames de imagem, com o intuito de diminuir as a recorrência local parece ser causada frequentemente
chances de complicações e evitar o óbito. pela relutância do cirurgião em remover a lesão com
margem, optando pelo tratamento conservador em de-
Contato: PEDRO HENRIQUE COÊLHO DE MÉLO LEITE –
trimento da laringectomia total.
pedrohcml@hotmail.com
Contato: LUCAS LEONARDO MALINOSKI SIMAS –
lucasurfe@hotmail.com

TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA


CÓDIGO: 59904
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
CONDROSSARCOMA DE LARINGE CÓDIGO: 60648
– RELATO DE CASO E REVISÃO DE
LITERATURA CORDOMA EM REGIÃO CERVICAL:
Autores: Lucas Leonardo Malinoski Simas; Isabela RELATO DE UM CASO
Cassetari Savaris Simas; Alessandro Cury Ogata; Autores: Bernardo Cenci Basso; Ícaro de Azevedo
Evandro Vasconcelos; Alessandro Hartmann; Lucas Dan Alexandre; Victor Sánchez Zago; Julia Pastorello; Letícia
Yuasa; Adriano Montalvão Boareto; Signori Kohl; Leonardo Werlang Rasche; Isabella Kern
Instituição: HOSPITAL NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS Arendt;
Instituição: UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
Apresentação do caso: Paciente masculino, 54 anos,
quadro de disfonia progressiva. Referiu trauma local Apresentação do caso: Paciente sexo feminino, 68
quando adolescente. Realizadas tomografia e resso- anos, portadora de hipotireoidismo e dislipidemia, pro-
nância, revelando massa com destruição parcial de cura atendimento médico por dor em região cervical.
cartilagem cricóide no lado direito. Optado inicialmente Solicitada TC da coluna cervical, que mostrou lesão ex-
por conduta conservadora, com ressecções por micro- pansiva acometendo os corpos vertebrais de C3 e C4,
cirurgia – laudo patológico de condrossarcoma bem com extensão para os pedículos e processos articulares
diferenciado. Exame de imagem realizado após piora em C3, colapso patológico do corpo de C3, com impor-
clínica revelou crescimento da lesão, com redução do tante redução de altura e deslocamento posterior do
calibre da glote, compressão da musculatura pré-ver- muro para o canal vertebral, determinando importante
tebral e abaulamento da artéria carótida direita, porém compressão sobre a porção anterior do saco dural e so-
sem invasão destas estruturas. Optado por laringecto- bre a medula. Além disso, observou-se um importante
mia total, que transcorreu sem intercorrências. Exame componente de partes moles associado à lesão descri-
contrastado no 7º pós-operatório sem evidência de ta, estendendo-se anteriormente pela região pré-verte-
fístula – evoluído dieta com alta hospitalar no 13º pós- bral de C2 a C5. Conduta foi realização de microcirurgia
-operatório. Discussão: O condrossarcoma laríngeo para lesão de coluna cervical e descompressão do ca-
(CL) tem baixa incidência, correspondendo a menos de nal medular. Anatomopatológico mostrou neoplasia de
1% de todos os tumores da laringe. A etiopatogenia da células ovais. Solicitado exame imunohistoquímico que
doença ainda não está esclarecida. Uma causa possível evidenciou positividade das células neoplásicas com os
parece ser o trauma local, com calcificação patológica da anticorpos Pancitoqueratina, EMA e S100, consistindo,
cartilagem, evoluindo com metaplasia pela inflamação esses achados, com o diagnóstico de cordoma. Tumo-
crônica. Os sintomas mais comuns incluem dispnéia, res intramedulares são alterações relativamente raras
rouquidão e disfagia. Ocorre predominantemente nos e compreendem cerca de 2-4% de todas as neoplasias
homens entre a quarta e sétima décadas de vida. A TC primárias do sistema nervoso central. Cordomas são
ou RNM são fundamentais para o diagnóstico – reve- neoplasias primárias extradurais, raras, de crescimen-
lando uma lesão irregular. RNM apresenta melhor re- to lento e localmente agressivas que surgem de restos
solução do tumor, porém não detecta calcificações tão embrionários da notocorda. Podem se apresentar de
acuradamente quanto à TC. Tende a ser de baixo grau, forma convencional (sem cartilagem ou componen-
bem diferenciado e pouco agressivo. Outros tipos his- tes mesenquimais), como cordomas condroides (com
tológicos como o mixóide e o condrossarcoma desdi- componente cartilaginoso) ou com transformação sar-
ferenciado são mais agressivos. Tratamento conserva- comatosa. A grande maioria ocorre na região sacral e
dor, com preservação da função, é o tratamento ideal. na base do crânio, com 15% sendo encontrados em

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 176


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outros lugares do esqueleto axial. A sintomatologia é órticos. A paciente foi encaminhada para quimioterapia
dependente do local do cordoma, como perda de es- adjuvante com esquema BEP (bleomicina, etoposídeo
fíncter, quando na região sacral, e diplopia, quando e cisplatina). Discussão: O coriocarcinoma pode ser
intracranial. Pacientes com tumores nas vértebras gestacional ou não gestacional. O subtipo gestacional é
cervicais podem apresentar dor, rouquidão, disfagia e mais comum e geralmente tem melhor prognóstico, já
sangramento faríngeo. A RM é o melhor exame para vi- o não gestacional é extremamente raro, principalmente
sualizar o tecido mole do tumor, com a TC sendo mais se for “puro” – não associado à outras linhagens germi-
efetiva para observar lesões ósseas. Estruturalmente, nativas – como é o caso do relato. A distinção destas
suas células apresentam características epiteliais com entidades é importante porque além do prognóstico, o
desmossomos proeminentes. Células tumorais de qua- tratamento também é diferente; nos coriocarcinomas
se todos os cordomas são positivas para citoqueratina. primários do ovário o tratamento é cirúrgico, enquanto
O Antígeno de Membrana Epitelial (EMA) está presente nos gestacionais é utilizado quimioterapia inicialmen-
em mais de 80% dos casos, e o S100 em 44%. Não há te. Este caso difere muito dos publicados nos diversos
ensaios clínicos randomizados que definam tratamento outros relatos, uma vez que foi necessária uma cirurgia
ótimo para o cordoma. Revisões literárias sugerem mo- extensa para controle da doença; segundo Hayashi, em
dalidade combinada com ressecção cirúrgica máxima e um levantamento de 32 casos, 71% foram tratados ex-
radioterapia. clusivamente com ooferectomia/salpingooforectomia
bilateral. E embora a quimioterapia adjuvante seja um
Contato: BERNARDO CENCI BASSO – becencibasso@
consenso nos múltiplos casos, os esquemas e drogas
hotmail.com
utilizadas variam muito na literatura.
Contato: VICTOR HUGO RIBEIRO VIEIRA – vhrv89@
gmail.com
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
CÓDIGO: 59967

CORIOCARCINOMA NÃO GESTACIONAL TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS


PRIMÁRIO DE OVÁRIO – TRATAMENTO CÓDIGO: 62013
CIRÚRGICO DE UMA LESÃO AVANÇADA
Autores: Victor Hugo Ribeiro Vieira; Talitha Costa
CORRELAÇÃO DIAGNÓSTICA
Bonates; Alberto Teles Lopes; Eduardo Rodrigues Zarco DAS BIOPSIAS PANCREÁTICAS
da Câmara; Antonio Carlos Eckhardt Junior; Alessandro PERCUTÂNEAS COM OS RESULTADOS
Augusto Bastos Rodrigues Alves; Luísa Moreira de Ávila; CIRÚRGICOS E ENDOSCÓPICOS
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA Autores: Demian Jungkaus Travesso; Rayssa Araruna
Apresentação do caso: Paciente, feminina, 25 anos, Bezerra de Melo; Maria Fernanda Arruda de Almeida;
Luiz Henrique Schiavon; Almir Galvão Vieira Bitencourt;
G3P1A2, última gestação há 2 anos, com história de au-
Paula Nicole Vieira Pinto Barbosa; Jeng Tyng Chiang;
mento do volume abdominal nos últimos dois meses, Rubens Chojniak;;
de forma progressiva, associada a dor intensa (EVA 10)
Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
e emagrecimento de aproximadamente 10 kg. Negava
sangramento vaginal e apresentava exame colpocitoló- Introdução: A neoplasia pancreática permanece como
gico normal. A tomografia de abdômen e pelve mostra- um dos cânceres mais letais do mundo, com uma taxa
va volumosa lesão sólida estendendo-se desde o meso- de sobrevida muito baixa ao diagnóstico. Apenas 20%
gástrio à pelve, com cerca de 26 x 20 cm, além de ascite dos pacientes diagnosticados têm a cirurgia de ressec-
discreta e linfonodomegalia no retroperitônio; a tomo- ção completa, com intenção curativa, como possibilida-
grafia de tórax e crânio não identificou sinais de implan- de terapêutica. Existem várias técnicas para obtenção
tes secundários. O exame laboratorial evidenciou CA de material para análise histológica e citológica de le-
125 162, bHCG 978 e alfafetoproteína e CEA dentro dos sões pancreáticas, como biópsias percutâneas guiadas
valores normais. Indicamos laparotomia exploradora; por métodos de imagem, biópsias endoscópicas ou
ao inventário da cavidade foi visto uma volumosa lesão cirúrgicas, cada uma delas com suas particularidades.
rota, friável, com íntima aderência ao corpo uterino e Objetivo: Avaliar as biópsias percutâneas com agulha
reto. Optado por histerectomia total, salpingooforec- grossa de lesões sólidas pancreáticas, guiadas por to-
tomia bilateral, ressecção anterior de reto a Hartmann mografia computadorizada (TC) e compará-las com as
(devido politransfusão) em bloco. A biópsia de congela- biópsias endoscópicas e correlação da peça cirúrgica.
ção diagnosticou um carcinoma indiferenciado de ová- Método: Foram revisados os registros e as imagens
rio, então procedemos à linfadenectomia pélvica, para- de biópsias guiadas por TC de lesões pancreáticas re-
órtica e omentectomia; cirurgia R0. O laudo definitivo alizadas em um centro oncológico de referência, entre
foi compatível com coriocarcinoma primário de ovário, janeiro de 2012 e junho de 2017. Foram feitas compa-
infiltrando reto e com metástase para linfonodos para- rações dos resultados diagnósticos por meio de análise

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 177


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estatística entre as biópsias percutâneas guiadas por berans. O dermatofibrosarcoma protuberans (DFSP) é
TC e das realizadas por endoscopia, bem como suas uma neoplasia cutânea maligna incomum e agressiva
correlações com o anatomopatológico dos achados ci- localmente. Após sua excisão, na maioria das vezes,
rúrgicos. Resultados: 200 procedimentos foram inclu- a lesão recidiva. Mas, menos de 5% dos casos ocorre
ídos no estudo. Destes, cerca de 15% fizeram cirurgia metástases. Predomina na faixa etária de 20 a 50 anos
oncológica após a biópsia percutânea, com intenção de idade. Embora haja relados de sua apresentação ao
curativa, paliativa ou estadiadora. Houve correlação nascimento ou durante a infância. Afeta todas as raças,
diagnóstica das biópsias percutâneas na maioria dos com maior incidência em negros. Tem predição pelo
casos, incluindo dois casos de biópsias percutâneas sexo masculino na proporção de 5:4. As estimativas de
com resultados negativos para malignidade, confirma- incidência global do DFSP nos Estados Unidos são de
dos com biópsia círurgica. Conclusão: A biópsia com 0.8 a 4,5 casos por milhão de pessoas por ano. O local
agulha grossa guiada por TC constitui método seguro mais comum para um DFSP está no tronco e nas extre-
e minimamente invasivo para o diagnóstico histológico midades proximais, geralmente no tórax e nos ombros.
das lesões sólidas pancreáticas, exibindo baixos índi- O crescimento indolente, aliado à raridade do DFSP e
ces de complicação e alta acurácia diagnóstica, quando à variabilidade na aparência clínica, contribui para o
comparadas as biópsias endoscópicas e aos resultados atraso do diagnóstico, como no caso relato em que a le-
de biópsias cirúrgicas. Referências: 1.Tyng CJ, Almeida são havia surgido há 3 anos. Tradicionalmente, o trata-
MFA, Barbosa PN, et al. Computed tomography-guided mento recomendado para DFSP é a ressecção alargada
percutaneous core needle biopsy in pancreatic tumor do tumor, com ampla margem de tecido circundante,
diagnosis. World Journal of Gastroenterology: WJG. incluindo a fáscia subjacente. A margem macroscópica
2015;21(12):3579-3586.doi:10.3748/wjg.v21.i12.3579. deve ser de 3 centímetros da lesão macroscópica.
2.Goldin SB, Bradner MW, Zervos EE, Rosemurgy AS
Contato: LETÍCIA SIGNORI KOHL – leticiaskohl@gmail.
2nd. Assessment of pancreatic neoplasms: review of
com
biopsy techniques. J Gastrointest Surg. 2007 Jun;11(6):
783-90. 3.Queroz, Thiago, Bernardo, Wanderley Mar-
ques, & Menezes, Marcos Roberto de. (2016). Image-
-guided pancreatic biopsy; can we trust it as a diagnos- TEMÁRIO: ONCOMASTOLOGIA
tic alternative?. Revista da Associação Médica Brasileira, CÓDIGO: 59705
62(7), 616-617
Contato: DEMIAN JUNGKLAUS TRAVESSO – DERMATOFIBROSSARCOMA
demiantravesso@gmail.com PROTUBERANTE NA MAMA – RELATO
DE CASO
Autores: Ana Cláudia Dias Sousa Figueiredo; Karen
Maria Marçal Ribeiro; Fernanda Sena Rabelo Santos;
TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA Aline Franco Coelho; Isabelle Salgado Castellano;
CÓDIGO: 60505 Pâmela Goretti Guedes; Paula Pereira de Souza Reges;
Instituição: FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA
DERMATOFIBROSSARCOMA SAÚDE DE JUIZ DE FORA
PROTUBERANS – RELATO DE CASO
Apresentação do caso: J. M. S. A., 30 anos, procedente
Autores: Letíca Signori Kohl; Julia Pastorello; Nicole da Zona rural de Minas Gerais, G3P3A0, nega história
Taiana Henn; Ícaro Alexandre de Azevedo; Isabella
familiar de câncer de mama. No atendimento dispnei-
Kern Arendt; Leonardo Werner Rasche; Fernanda Paula
ca e descorada, apresentando uma tumoração ulce-
Schafer; Víctor Sánchez Zago;
rada sangrante de 12cm aproximadamente no sulco
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL
inframamário a esquerda de crescimento rápido. Apre-
Apresentação do caso: Paciente sexo feminino, 32 sentava quadro de anemia com hemoglobina de 7g/
anos, tabagista, sem comorbidades, sem história de dl. Foi realizada tomografia de tórax, após compensar
cânceres na família, procura atendimento médico com a anemia da paciente, a lesão foi ressecada. O anato-
queixa de lesão em dorso médio há 3 anos. Lesão cutâ- mopatológico compatível com neoplasia mesenquimal
nea assimétrica, de bordos elevados, fundo central, constituída por células fusiformes em arranjo estorifor-
coloração normal da pele, 2 cm. Encaminhada para me com focos de pleomorfismo moderado/acentuado,
biópsia. Anatomopatológico evidenciou neoplasia fuso- margens cirúrgicas livres. Não foi indicado radiotera-
celular acometendo derme e subcutâneo, presença de pia. Foi assinado um termo consentimento autorizan-
10 mitoses/10CGA e de infiltração perineural. Solicitado do a publicação. Discussão: O dermatofibrossarcoma
exame imunohistoquímico para eleucidação diagnósti- protuberante mixóide (DPM) é um tumor incomum
ca, o qual mostrou positividade das células neoplásicas que envolve a derme e a pele apresentando potencial
com o anticorpo CD34, que revelam achados consisten- de malignidade de baixo/moderado grau. É localmen-
tes com o diagnóstico de dermatofibrossarcoma protu- te agressivo com alta taxa de recorrência local e baixo

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 178


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potencial metastático axilar e a distância. Clinicamente presença de linfonodomegalias. Iniciou o tratamento


se apresentam como massas indolores, endurecidas, com radioterapia e em seguida quimioterapia com uso
apresentando crescimento rápido com tumores de cer- de Dexametasona, Mitomicina e Fluorouracil. Após o
ca de 5 a 6 cm e têm disseminação hematogênica. O início do tratamento apresentou eliminação de fezes
diagnóstico é feito pela histopatologia e imunohistoquí- pela vagina e dor EVA 10 na região perianal. Pelo toque
mica após exérese cirúrgica da lesão. Histologicamente, vaginal apresentava tumoração em parede posterior
é constituído por células fusiformes, de etiologia des- da vagina, sem limites definidos. Toque retal com pal-
conhecida. O diagnóstico é anatomopatólgico e através pação de massa endurecida. Foi realizada colostomia
da imunohistoquímica com a expressão de CD34. O em sigmóide, devido à fístula retovaginal. Após o fim do
tratamento consiste na excisão da lesão com margens tratamento, ressonância magnética demonstrou lesão
entre 3 e 4 cm, e radioterapia adjuvante. Nos casos de distando 2 cm da borda anal com fistula para vagina e
recidiva local ou metástases podem ser usados quimio- tumoração vulvovaginal. Retossigmoidoscopia com le-
terápicos. Apresenta mau prognóstico em função do são infiltrante em reto distal e canal anal. Diante de tais
acelerado crescimento tumoral e dificuldade de classifi- achados concluiu-se a impossibilidade de tratamento
cação histológica. Para realização do seguinte trabalho eficaz, sendo indicada cirurgia paliativa. Foi realizada
foi feita avaliação clínica e revisão do prontuário da pa- ressecção anterior do reto(RAR) com colpectomia pos-
ciente em questão, além da pesquisa em bases de da- terior. Um mês após o procedimento a paciente evoluiu
dos indexadoras MedLine e Scielo, com os descritores: a óbito. Discussão: No caso apresentado inicialmente
“Dermatofitossarcoma mamário”, “Sarcoma mamário acreditava-se que o diagnóstico da paciente era CEC de
primário”, “Breast cancer”. Comentários finais: O DPM reto. Porém, exames de imagem evidenciaram presen-
é uma neoplasia benigna classificada dentro dos sarco- ça da lesão também em canal anal, que é critério de
mas e seu diagnóstico é histológico e imunohistoquí- exclusão para diagnostico de CEC de reto, sendo por-
mico. A abordagem terapêutica é cirúrgica, em caso de tanto, um CEC de canal anal. Este tipo histológico re-
comprometimento das margens ou grande extensão presenta até 47% dos tumores de canal anal, e 2% dos
tumoral a radioterapia local esta indicada, ficando a de intestino. Entre os fatores de risco mais associados
terapia sistêmica com quimioterápicos para tratar reci- estão: o sexo feminino, tabagismo, doenças perianais,
divas e metástases. A importância do caso relatado é o doenças sexualmente transmissíveis, sexo anal e imu-
fato de ser esta neoplasia extremamente rara e clinica- nossupressão. O tratamento preconizado é a radiotera-
mente exuberante. pia local associada a quimioterapia e considerar abor-
dagem cirúrgica. Conclusão: O diagnóstico de CEC de
Contato: PAMELA GORETTI GUEDES –
reto é muito específico, sendo muitas vezes descartado
pameelagoretti@hotmail.com
ao longo do seguimento da doença por serem identifi-
cados critérios de exclusão. Na maioria dos casos são
carcinomas de células escamosas de canal anal. É fun-
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL damental o diagnóstico precoce e preciso para que seja
CÓDIGO: 61950 feita a terapêutica mais adequada
Contato: CASSIANA MIRANDA DE PINHO TAVARES –
DESAFIOS NO DIAGNÓSTICO E cassiana.tavares@yahoo.com.br
TERAPÊUTICA DE UM CARCINOMA DE
CÉLULAS ESCAMOSAS EM RETO BAIXO E
CANAL ANAL – RELATO DE CASO
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
Autores: Cassiana Miranda de Pinho Tavares; Edmar
CÓDIGO: 61867
Lopes da Silva Neto; Ana Carolina Lima da Silva;
Gabrielly Saraiva Porto Garcia; Kárita Kíllian; Giancarlo
Jiorio de Almeida; Wallace Hostalacio Avelar Martins; DIAGNÓSTICO TARDIO DE PERFURAÇÃO
Bruna Coelho Lacerda; DA TERCEIRA PORÇÃO DUODENAL
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO POR DESLOCAMENTO DE PRÓTESE
RIO DE JANEIRO TRANSCOLEDOCIANA EM PACIENTE
Apresentação do caso: Paciente feminina, 58 anos, COM NEOPLASIA AVANÇADA DAS VIAS
do lar, tabagista. Apresentava enterorragia associada a BILIARES
perda ponderal de 5 kg. Foi encaminhada ao serviço de Autores: Felipe Kelvin Lopes Vital; Eduardo Moreira
oncologia com diagnóstico de tumor em reto baixo GII e Scholer; Aécio Nayron Arêa Leao de Andrade; Leandro
laudo histopatológico de carcinoma de células escamo- Moreira Antunes; Marcelo Pereira da Silva; Rafael
sas(CEC) moderadamente diferenciado de mucosa retal Horácio de Brito; Marcos Ednelson Garcia Bello; Carlos
com impregnação de contraste. Realizada tomografia Alexandre Garção Ramagem;
computadorizada de abdome que evidenciou espessa- Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA
mento concêntrico e assimétrico da mucosa retal, sem

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 179


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Apresentação do caso: I, T, P, S, S. 51 anos, feminino. Andreazza Laporte; Ruth Karina Escobar Diaz; Lorena
Paciente encaminhada ao Hospital do Câncer de Bar- Luiza Siqueira Marques; Luiggi Anselmo Leonardi; Luiz
retos unidade de Porto Velho com quadro de icterícia, Henrique Locks Correa; Lucas Gonçalves Matte;
perda ponderal, colúria e acolia. Havia realizado CPRE Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA
e colocação de prótese no dia 21/11/2016. Paciente re- SAÚDE DE PORTO ALEGRE
torna em 8/12/2016 com queda do estado geral, febril e Apresentação do caso: Mulher, 73 anos, com diag-
dor abdominal. Ao exame com plastrão no flanco e fos- nóstico de Doença de Paget Vulvar (DPV) que acometia
sa ilíaca direita. Solicitado tomografia com coleção na região vulvar e perianal desde 2001, submetida a vul-
topografia do fundo de saco posterior de 23,5 x 17, 3 x vectomia simples na época e mantida em seguimento
10,7 cm e coleção na topografia do mesogástrio medin- ambulatorial. Realizou radioterapia na região em 2010
do 17, 4 x 5, 9 cm, próximo à terceira porção duodenal como complemento ao tratamento, porém evoluiu
e com sinais de retro-pneumoperitonio. A prótese biliar após 5 anos com lesões extensas ulceradas e prurigino-
com extremidade distal na terceira porção do duode- sas na mesma região, Dessas lesões, realizou-se biópsia
no sugestivo de perfuração. Realizada abordagem re- de vulva em dez/2016 com achado de NIV III. À primeira
tro-peritoneal com incisão oblíqua acima do ligamen- avaliação, identificou-se extensa lesão vulvo-perineal
to inguinal direito e drenagem abscesso com 1500 ml. com extensão para as regiões inguinais, sendo plane-
Em 12/11/2016 foi submetida à troca da prótese biliar. jada cirúrgia em 2 tempos: vulvectomia anterior com
Tomografia de controle dia 13/12/2016 revelou redu- linfadenectomia inguinal bilateral e ressecção perianal.
ção da coleção junto ao fundo de saco, agora de 11,5 O anatomopatológico evidenciou adenocarcinoma in-
x 10,2 cm. Decidido por nova abordagem retro-perito- traepidérmico (DPV). Dois meses após foi realizada vul-
neal, com incisão do tipo Gibson à esquerda e drena- vectomia posterior com preservação do esfinter anal
gem. Nova tomografia em 20/12/2016 apresentando para ampliação da margen cirúrgica e reconstrução
remissão completa da coleção de fundo de saco. Em com retalhos, as bordas da peça cirurugica foram en-
23/12/2016 indicado laparotomia mediana com abor- caminhadas para congelação com resultado negativo.
dagem trans-peritoneal de coleção retro-peritoneal jun- Posteriormente os retalhos infectaram, exigindo nova
to à terceira porção duodenal, através de acesso pela intervenção; com retirada parcial dos retalhos e con-
goteira à direita e saída de 200 ml de secreção espessa. fecção de colostomia. Anatomopatológico revelou DPV
Recebeu alta hospitalar dia 01/01/2017 com remissão com limites comprometidos. Foi optado por realizar
completa das coleções. Discussão: As perfurações duo- curativo à vácuo por oferecer o melhor risco-beneficio
denais CPRE conhecidas como “janela posterior” são as para a paciente. Discussão: A doença de paget se ca-
complicações mais temidas e podem ser encontradas rateriza por uma proliferação intra-epitelial de células
em 0,5 a 2,1% dos procedimentos pós-papilotomia. apócrinas localizadas na camada basal, podendo atingir
A cirurgia faz parte da abordagem terapêutica e em toda a espessura do epitélio. Geralmente é multifocal
muitos casos com um índice de morbi-mortalidade re- e pode ocorrer em qualquer lugar vulva, perineo ou
lativamente alto. No caso descrito em nossa unidade coxa interna. Relatamos o caso de uma paciente com
a perfuração na terceira porção não está relacionada recorrências de doença de paget, com extenso acome-
diretamente ao processo da esfincterotomia e sim ao tomento vulvar e perineal, na qual foi realizado cirur-
deslocamento de uma prótese longa que comprime e gia em duas etapas. O tratamento é cirúrgico, poden-
perfura a parede duodenal. Comentários finais: Ape- do ser realizada uma excisão alargada ou vulvectomia,
sar da perfuração pós CPRE do tipo “janela posterior” de acordo com os achados histológicos e extensão da
ser um evento descrito, a perfuração por deslocamento doença. A linfadenectomia inguinal deve ser realizada
da prótese é extremamente rara. A abordagem retro- no caso de haver adenocarcinoma vulvar subjacente.
peritoneal em três tempos foi de extrema importância Existe uma alta prevalência de complicações pós-ope-
para o desfecho do caso. ratórias na vulvectomia radical que estão associadas a
Contato: FELIPE KELVIN LOPES VITAL – felipe.k.vital@ elevada morbidade. A taxa de recorrência da doença é
hotmail.com alta e pode ocorrer vários anos após o tratamento. Co-
mentários finais: A conhecida multifocalidade da DPV
torna o seu tratamento cirúrgico bastante desafiador.
A estratégia para tratamento desta patologia envolve
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA conhecimento aprofundado de técnicas de cirurgia pe-
CÓDIGO: 62028 rineal para oferecer o melhor tratamento para este gru-
po de pacientes
DOENÇA DE PAGET EXTENSA, Contato: ERICO PEREIRA CADORE – ericocadore@
RECORRENTE, VULVAR E PERINEAL, gmail.com
CIRURGIA EM 2 TEMPOS
Autores: Erico Pereira Cadore; Rosilene Jara Reis; Gustavo

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 180


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TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA Contato: GUILHERME HENRIQUE DE OLIVEIRA SILVA –


CÓDIGO: 60065 guilherme_hos@hotmail.com

DOENÇA DE VON HIPPEL-LINDAU –


RELATO DE CASO
TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE
Autores: Guilherme Henrique de Oliveira Silva; Luiz
CÓDIGO: 61781
Carlos Furtado de Almeida Jr; Durval Renato Wohnrath;
Gabriela de Lima Alves; Daiana Galvão Silva; Antônio de
Pádua Gandra Júnior; Gabriel Borges Barbosa; Thayná DOIS CASOS DE TUMOR ESTROMAL
Gama; EXTRA GASTROINTESTINAL (EGIST) NO
Instituição: UNIVERSIDADE DE UBERABA HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GAFRÉE E
Apresentação do caso: paciente do gênero masculino,
GUINLE (HUGG)
45 anos, foi admitido com quadro de cervicalgia e pa- Autores: Mayara Sanae Fujimoto; Isabelle Christine de
restesias em membros superiores. Exames de imagem Moraes Motta; Ailme Siqueira Paulo Junior; Luciana
mostraram lesão intramedular expansiva cística de C2 Chan Azevedo de Moraes; Rosana Siqueira Brown;
Antônio Felipe Santa Maria; Francesco Di Nubila;
a T10. Os exames de estadiamento evidenciaram nó-
Antonio Carloa Ribeiro Garrido Iglesias;
dulos renais e pancreáticos. Paciente foi submetido à
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO
laminectomia cervicotorácica descompressiva (C4-T3) e
RIO DE JANEIRO
exérese de nódulos C6C7 e T1T2 com biópsia demons-
trando hemangioblastoma G1. Sendo assim, paciente Apresentação do caso: Paciente feminino, 83 anos,
foi diagnosticado com doença de Von Hippel-Lindau. apresentou por um ano, massa em região epigástrica
Em relação à lesão renal direita e ao tumor pancreá- mediana com dor abdominal com irradiação dorsal
tico foi optado por seguimento clínico e de imagens acompanhado de náusea, êmese e perda ponderal de
semestralmente e os mesmos encontram-se inaltera- cerca de 10kg. Na tomografia computadorizada (TC)
dos desde Janeiro/2012. Discussão: a doença de Von identificou-se tumor em tecidos moles de cerca de
Hippel-Lindau é uma patologia rara, de herança autos- 30x20cm no ligamento gastrocólico e cauda pancreática,
sômica dominante, com alta penetrância (superior a sem linfonodos. Realizou-se assim, uma biópsia guiada
90% aos 65 anos), causada por mutação no gene VHL por endoscopia na região do omento e com histopato-
(um gene supressor tumoral) e caracterizada pela pre- lógico de tumor de células estromais. Realizou quimio-
sença de diversos cistos e tumores. Possui prevalência terapia neoadjuvante e ao reduzir para 20x10cm, foi
de 1/36.000 a 1/50.000 indivíduos, sendo que a razão indicado a laparotomia. Confirmada o diagnostico pela
entre casos familiares/esporádicos é de 11 a 14/1, sem patologia e margens R1. Paciente masculino, 46 anos,
predomínio por gênero ou grupo étnico. A sintomato- com neurofibromatose tipo I, apresentou dor abdomi-
logia inicial desta doença surge usualmente entre os nal por 6 meses e também apresentou massa abdomi-
18 e 30 anos de idade e os indivíduos afetados podem nal mas no quadrante esquerdo, com perda ponderal
apresentar manifestações clínicas um tanto quanto va- de 8kg. Na TC, observou massa sólida de 20cm, retro-
riadas: hemangioblastomas de sistema nervoso central peritoneal e com aderência a cauda pancreática sem
(SNC), medula espinhal e retina; cistos e tumores pan- acometer a parede gástrica. Foi indicado laparotomia
creáticos; cistos renais e carcinoma de células renais; para ressecção da massa e da cauda do pâncreas, 6 lin-
tumores neuroendócrinos e, ainda, cistoadenomas de fonodos e retirada do baço. Confirmou-se o diagnostico
epidídimo e ligamento redondo. Os critérios diagnós- pela patologia por tumor mesenquimal (21x19x11cm),
ticos para pacientes sem antecedentes familiares são: encapsulado e com necrose. Índice mitótico (IM) 9/50
2 hemangioblastomas (SNC e/ou retina) ou 1 heman- HPF. Já no pâncreas e linfonodos sem presença de cé-
gioblastoma associado a uma lesão visceral. Nos casos lulas tumorais. Paciente encontra-se em quimioterapia.
familiares a ocorrência de uma única manifestação é Discussão: O GIST é o câncer não epitelial mais comum
suficiente para confirmar o diagnóstico. Comentários do trato gastrointestinal, no entanto, tem incidência na
finais: a decisão terapêutica deve ser tomada tendo em Europa de 11-14 casos por milhão de habitantes ao ano
vista os riscos relativos ao avanço da doença. A conduta e no Brasil estima-se cerca de 2500 casos novos/ano.
cirúrgica é expectante, indicada apenas nos casos sinto- Quando o tumor não apresenta relação com a pare-
máticos e nos que há progressão da lesão. O prognósti- de do TGI ou da serosa das vísceras gastrointestinais
co depende de quando o diagnóstico foi feito; se tardio é denominado de extra gastrointestinal, como no me-
ou ausência de seguimento apropriado, a expectativa sentério ou retroperitôneo. Devido aos índices mitóti-
média de vida dos pacientes é de 50 anos. O óbito nor- cos > 2/50 HPF, presença de necrose e alta celularidade
malmente ocorre em decorrência da perda de função dos E-GIST, estes possuem uma maior agressividade
dos órgãos acometidos ou da transformação maligna comparado aos GIST, como é observado no paciente 2.
de alguma lesão, sendo mais frequente no carcinoma Há pouco conhecimento sobre o EGIST, mas estima-se
renal metastático e nos hemangioblastomas do SNC. que eles são cerca de 10% dos casos de GIST. Conclu-
Do ponto de vista genético, aconselha-se a investigação são: Devido a raridade dos EGIST há uma escassez de
dos familiares de primeiro grau. literatura específica. No entanto, a ressecção cirúrgica

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 181


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com margens livres é considerada o padrão ouro para o uma morbimortalidade alta, a opção pela técnica deve
tratamento, e tanto ele, como o GIST, são resistentes a pesar os riscos e benefícios da abordagem cirúrgica.
quimioterapia e radioterapia. Dessa forma, a sobrevida O “ALPPS parcial” é uma variação que visa diminuir a
é determinada pelo tamanho tumoral e margens nega- morbidade do 1º tempo cirúrgico e aumentar a taxa
tivas, sem ter relação com a linfadenectomia regional de ressecções no 2º estágio. Fatores associados a pior
pela raridade de ocasionar metástase nessa região. A desfecho perioperatório incluem idade superior a 67
sobrevida com a ressecção completa é de 5 anos em anos, tumores de origem biliar e complicações maio-
48% a 65%, sendo ainda a melhor terapia. res no intervalo cirúrgico, contudo mais estudos devem
definir os desfechos oncológicos a longo prazo. Sendo
Contato: MAYARA SANAE FUJIMOTO –
uma indicação infrequente, e de casuística predomi-
mayarafujimoto@hotmail.com
nante colorretal, é ainda mais incomum em sarcomas.
Comentários finais: O ALPPS é uma técnica factível e
importante para o armamentário cirúrgico. Padroniza-
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS ção quanto à seleção de pacientes, indicações, técnicas
CÓDIGO: 61859 cirúrgicas devem ser melhor definidos para otimizar os
resultados perioperatórios e oncológicos.
EMPREGO DA TÉCNICA DE ALPPS PARA Contato: ERICO PEREIRA CADORE – ericocadore@
HEPATECTOMIA DIREITA ESTENDIDA gmail.com
PARA TRATAMENTO DE METÁSTASES
HEPÁTICAS DE LEIOMIOSSARCOMA
RETROPERITONEAL
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
Autores: Erico Pereira Cadore; Antonio Nocchi Kalil;
CÓDIGO: 62004
Lorena Luiza Siqueira Marques; Luiggi Anselmo
Leonardi; Luiz Henrique Locks Correa; Tiago Auatt Paes
Remonti; Vitor Arce Cathcart; Lucas Gonçalves Matte; ENSAIO PICTÓRICO DE RESULTADOS
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA DIAGNÓSTICOS NÃO USUAIS
SAÚDE DE PORTO ALEGRE EM BIÓPSIAS PANCREÁTICAS
PERCUTÂNEAS GUIADAS POR
Apresentação do caso: Paciente feminina, 55 anos,
com história prévia de Leiomiossarcoma Retroperito-
TOMOGRAFIA
neal, Grau II, com íntimo contato com duodeno, hilo he- Autores: Demian Jungklaus Travesso; Rayssa Araruna
pático e veia cava inferior, submetida a ressecção R0 do Bezerra Melo; Alessandra Marumi Emori Takahashi;
Maria Fernanda Arruda de Almeida; Almir Galvao Vieira
tumor primário e reconstrução com prótese vascular
Bitencourt; Paula Nicole Vieira Pinto Barbosa; Jeng Tyng
em 2013, teve diagnosticada, após 2 anos de seguimen-
Chiang; Rubens Chojniak;
to, recidiva hepática restrita ao lobo direito (lesões con-
Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
fluentes em segmentos V, VI, VII e VIII). Foi tratada com
6 ciclos de Adriblastina e Dacarbazina, apresentou au- Apresentação dos casos: Foram selecionados 11 ca-
mento das lesões após 8 meses, optando-se então por sos em que os resultados diagnósticos anatopatológi-
troca da quimioterapia (QT), sendo realizados 6 ciclos cos discordaram da suspeita clinico-radiológica e envol-
de Docetaxel e Gencitabina. Após 4 meses do término veram situações não usuais na prática oncológica. Os
da QT, manteve doença estável, sendo indicada emboli- casos são de: um GIST, com critérios radiológicos de
zação venosa portal (EVP) percutânea para hipertrofiar invasão pancreática, duas metástases de carcinoma de
o lobo esquerdo, e viabilizar uma hepatectomia direita células renais, um metástase de neoplasia colorretal,
estendida. Com a EVP não tendo sucesso, indicou-se duas metástases de tumor fibroso solitário, uma me-
hepatectomia pela técnica de ALPPS. Num intervalo de tástase de carcinoma epidermóide de cabeça e pesco-
10 dias após 1º tempo cirúrgico, sem complicações, e ço, uma metástase de melanoma, uma metástase de
hipertrofia do fígado remanescente foi de 116% (de 243 neoplasia pulmonar, um leiomiossarcoma e um baço
para 526cm3), prosseguiu-se ao 2º estágio. Houve ne- acessório ectópico. Discussão: Os tumores pancreá-
cessidade de drenagem percutânea de coleção perihe- ticos podem estar relacionados a diversas patologias,
pática, com evolução pós-operatória favorável e alta com diferentes abordagens terapêuticas. A confirma-
hospitalar no xx dia. Discussão: A técnica de ALPPS é ção histológica é necessária na maioria dos casos, para
um opção cirúrgica de hepatectomia em dois estágios adequado planejamento terapêutico. O adenocarci-
(bipartição hepática e ligadura portal, e posterior res- noma e a neoplasia neuroendócrina figuram como os
secção) para induzir hipertrofia significativa em situa- principais tipos de tumores, porém, em alguns casos,
ções em que o futuro remanescente hepático (FRH) é resultados incomuns acontecem, principalmente em
insuficiente, tentando-se evitar a insuficiência hepática. grandes centros diagnósticos de referência. Comen-
A principal indicação do ALPPS ocorre após a falha da tários finais: Os casos em que a suspeita clinico-ra-
hipertrofia do FRH, após tentativa de EVP, e frequente- diológica não se confirmou, revelam situações raras
mente é realizada em pacientes com QT prévia. Tendo e contribuem para aumentar o leque de diagnósticos

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 182


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diferenciais durante a avaliação de tumorações pancre- lém, distribuídos pelos oito distritos que compõem o
áticas. Referências Bibliográficas: 1. Tyng CJ, Almeida município. Resultados: Foram entrevistados 587 pes-
MFA, Barbosa PN, et al. Computed tomography-guided soas (310 mulheres e 277 homens), com média de ida-
percutaneous core needle biopsy in pancreatic tumor de de 59 anos. A taxa de rastreamento para CCR foi de
diagnosis. World Journal of Gastroenterology: WJG. 11,58%. Foram encontradas taxas de rastreamento de
2015;21(12):3579-3586.doi:10.3748/wjg.v21.i12.3579. 3,64%, 12,27% e 24,13% (p < 0,05) entre as pessoas na
2. Goldin SB, Bradner MW, Zervos EE, Rosemurgy AS renda familiar inferior a 2 SM, entre 2-10 SM e superior
2nd. Assessment of pancreatic neoplasms: review of 10 SM, respectivamente. Foi observado um percentual
biopsy techniques. J Gastrointest Surg. 2007 Jun;11(6): maior de rastreamento de CCR entre as pessoas que
783-90. 3. Clarke DL, Clarke BA, Thomson SR, Garden3 possuem escolaridade igual ou maior ao ensino médio
OJ, Lazarus NG. The role of preoperative biopsy in pan- completo (20,43%) em relação aos entrevistados que
creatic cancer. HPB 2004,6 (3): 144-53. 4. Queroz, Thia- possuem uma escolaridade menor que essa faixa (8,
go, Bernardo, Wanderley Marques, & Menezes, Marcos 23%), chegando a 0% entre os analfabetos (p < 0,05).
Roberto de. (2016). Image-guided pancreatic biopsy; Conclusões: A taxa de rastreamento na cidade de Be-
can we trust it as a diagnostic alternative?. Revista da lém é baixa. Maiores escolaridade e nível econômico
Associação Médica Brasileira, 62(7), 616-617. https:// estão associados de forma significativa com maior taxa
dx.doi.org/10.1590/1806-9282.62.07.616 5. Matsuyama de rastreamento de CCR.
M, Ishii H, Kuraoka K, et al. Ultrasound-guided vs en-
Contato: NAIARA ALMEIDA CAMPOS –
doscopic ultrasound-guided fine-needle aspiration for
naiaralmeida_2@hotmail.com
pancreatic cancer diagnosis. World Journal of Gastro-
enterology : WJG. 2013;19(15):2368-2373. doi:10.3748/
wjg.v19.i15.2368. 6. American Journal of Roentgenolo-
gy. 2006;187: 769-772. 10.2214/AJR.05.0366 TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO
Contato: DEMIAN JUNGKLAUS TRAVESSO – CÓDIGO: 62019
demiantravesso@gmail.com
ESOFAGECTOMIA POR TORACOSCOPIA
EM POSIÇÃO PRONA PARA
TRATAMENTO DE CARCINOMA
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL ESCAMOCELULAR DE ESÔFAGO –
CÓDIGO: 60630
RELATO DE CASO EM UM CENTRO DE
REFERÊNCIA DA AMAZÔNIA OCIDENTAL
ESCOLARIDADE E NÍVEL SÓCIO-
Autores: Alice Brito Brandão; Alice Brito Branďão;
ECONÔMICO INFLUENCIAM Márcio Neves Stefani; Pedro Henrique da Silva Gomes;
POSITIVAMENTE A TAXA DE Pablo Marques Reis; Amanda Moreira de Abreu; Beatriz
RASTREAMENTO DE CCR EM BELÉM- Azevedo Nunes; Déborah Alencar Itaquy;
PARÁ Instituição: FUNDAÇÃO CENTRO DE CONTROLE DE
Autores: Luiz Fernando dos Santos Fonseca Tavares; ONCOLOGIA DO AMAZONAS
Edvaldo de Souza de Oliveira Junior; Naiara Almeida
Apresentação dos caso: O câncer de Esôfago é uma
Campos; Luciana Gonçalves de Oliveira; Luiz Carlos
neoplasia relativamente incomum e extremamente le-
Costa e Silva; Priscilla Cristina Moura Vieira; Wescley
Miguel Pereira da Silva; Williams Fernandes Barra; tal sendo mais incidente segundo dados do INCA, em
pacientes do sexo masculino, negros na 6º década de
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
vida e a estimativa para 2017 é que se tenham 10810
Introdução: O câncer colorretal é a quinta neoplasia casos novos. No ano de 2013 ele foi responsável por
maligna mais frequente no Brasil e apresenta incidên- 7930 mortes uma vez que a maioria dos paciente já
cia crescente a partir dos 50 anos de idade. O aumento chegam para o cirurgião com doença avançada com
progressivo desses casos deve-se a evolução do país ou sem metástase. Na grande maioria dos casos o tra-
rumo ao processo de industrialização, atrelado ao des- tamento é cirúrgico sendo a via aberta mais escolhida
conhecimento da população sobre os fatores de risco por conta de experiência dos centros de tratamento,
para CCR e a falta de política efetiva para rastreamento mas desde 1993 a videolaparoscopia vem sendo utili-
e detecção precoce. Objetivo: Avaliar o grau de escla- zada para estadiamento trans operatório e tratamento
recimento da população pesquisada acerca do Câncer cirúrgico dessas lesões. O relato apresenta um caso de
de Colorretal em uma amostra representativa da po- um paciente do sexo masculino de 64 anos com quadro
pulação de Belém. Método: Estudo epidemiológico do de epigastralgia, disfagia, plenitude pós prandial e me-
tipo descritivo, agregado, observacional, transversal, no lena associado a uma perda ponderal de 13kg e uma
qual foi aplicado um questionário em uma amostra re- endoscopia demonstrando uma lesão infiltrativa de 4
presentativa, divididos entre homens e mulheres, com cm tendo a confirmação histopatológica de Carcinoma
idade entre 50 e 75 anos, residentes na cidade de Be- Escamocelular tratado na Fundação Centro de Controle

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 183


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de Oncologia do Amazonas (FCECON) por videolaparos- mortalidade. Comentários finais: Apesar de arriscada
copia em posição prona sendo o primeiro caso desse e sujeita a complicações (perda de enxerto e fístula),
tipo de tratamento na Amazônia Ocidental. reconstrução colônica em pacientes gastrectomizados
é tratamento padrão. A mortalidade é de até 16, 7%,
Contato: ALICE BRITO BRANDÃO – alicebrandao.abb@
sendo no máximo 7% em centros com maior volume.
gmail.com
Reoperação até 32% dos casos sendo principalmente
por necrose e redundância do enxerto, além de fístula.
Complicações mais comuns são aspiração e pneumo-
TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO nia. Reconstrução colônica, em centros com expertise,
CÓDIGO: 59789 é realizada com excelentes resultados a curto e longo
prazos. Devido a seu comprimento adequado, perfusão
ESOFAGECTOMIA SUBTOTAL COM robusta e não dependência de anastomoses microvas-
culares, preferimos interpor o cólon direito isoperistál-
INTERPOSIÇÃO COLÔNICA PARA
tico através do mediastino posterior.
TRATAMENTO DE ADENOCARCINOMA
DA TRANSIÇÃO ESOFAGOGASTRICA Contato: ANDRÉ MEDEIROS DE CARVALHO –
EM PACIENTE COM BYPASS GÁSTRICO andremcar@gmail.com
PRÉVIO – RELATO DE CASO
Autores: André Medeiros de Carvalho; Renato Morato
Zanatto; Raul Lázaro de Melo Filho; Augusto Angelo
TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO
Granado Bottino; Daiana Lopes do Nascimento; Taís
CÓDIGO: 61749
Menezes Magalhães; Celso Roberto Passeri;
Instituição: HOSPITAL AMARAL CARVALHO
ESOFAGECTOMIA TRANS-HIATAL EM
Apresentação do caso: Mulher, 34, obesa. POT gas- ADENOCARCINOMA DE ESÔFAGO –
troplastia redutora (bypass) há 10 anos. Há 3 anos res- RELATO DE CASO
secção pouch, esôfago distal e estômago excluso por
Autores: Isack Bruno Neves Marques; Luana Vital Koike;
adenocarcinoma do pouch e esôfago distal. Anastomo- Biazi Ricieri Assis; Bruno José Martini Santos;
se esôfago-jejunal cuja biópsia mostrou acometimento
Instituição: UNIVERSIDADE SEVERINO SOMBRA
microscópico da margem proximal. ECOG 0 98kg IMC
36, 8 cicatriz mediana transumbilical. PET-CT captação Apresentação do caso: S.C.A.M., feminina, 33 anos,
terço distal do esôfago adjacente a anastomose esôfa- natural de Jacupiranga – SP e residente em Volta Re-
gojejunal compatível com lesão neoplásica (SUV 4,2). donda – RJ. Veio ao pronto socorro em junho de 2016
Colonoscopia e angio-TC de aorta e artérias viscerais com queixa de dificuldade para deglutir. Relata que
normais. EDA lesão vegetante em anastomose esôfago- em abril do ano citado começou a sentir dores duran-
-jejunal endurecida, friável e sangrante. Realizada eso- te a alimentação que associou ser faringite, entretanto
fagectomia subtotal com linfadenectomia mediastinal a dificuldade e a dor persistiram e começaram a ficar
(videotoracoscopia). Laparotomia mediana com ressec- freqüente também com alimentos menos sólidos. As-
ção de anastomose esôfago-jejunal; linfadenectomia sociado a estes sintomas relatou perda de peso acen-
do tronco celíaco e reconstrução do trânsito com có- tuada. Foi então solicitado endoscopia digestiva alta
lon D (anastomose cervical), íleotransverso-anastomo- com biópsia que evidenciou adenocarcinoma pouco
se, jejunostomia e drenagem torácica fechada. Alta da diferenciado, presença de células em anel de sinete e
UTI no 3ºPO com dieta enteral por jejunostomia. Alta esôfago de barrett. No dia 20/01/2017 foi submetida a
hospitalar no 12ºPO com dieta enteral e líquida oral. esofagectomia total transhiatal com anastomose cervi-
Aguardamos AP. Discussao: Restabelecimento da con- cal e internada em unidade de terapia intensiva, onde
tinuidade gastrointestinal é determinante da qualidade ficou até o dia 24 de janeiro. Teve alta no dia 28 do mes-
de vida após esofagectomia. Não existe substituto ideal mo mês. No dia 05/06/2017 retornou ao pronto socorro
do esôfago com motilidade intrínseca e mecanismos fi- apresentando ascite e com hipótese de recidiva peri-
siológicos para minimizar refluxo. Interposição colônica toneal. Encaminhada para o serviço de oncologia clíni-
tem sido usada para reconstrução desde os anos 1900. ca e cuidados paliativos. Discussão: As vias de acesso
O comprimento do cólon dir se assemelha muito ao do descritas para a realização da esofagectomia podem
esôfago nativo, além da presença da válvula de Bauhim ser agrupadas em duas categorias: via transtorácica e
para diminuir refluxo. As desvantagens incluem desen- via trans-hiatal, esta última amplamente difundida por
volvimento de patologia colônica e diarreia. O colon Orringer e Pinotti. Orringer preconiza o isolamento do
interposto pode alagar-se com o tempo, levando a re- esôfago por meio de dissecação romba e às cegas. Pi-
dundância e revisão cirúrgica.Embora os resultados te- notti propõe o acesso ao esôfago torácico através da
nham melhorado ao longo do tempo, fístula e necrose transecção mediana do diafragma que permite a disse-
do cólon ainda são fonte significativa de morbidade e cação do esôfago sob visão direta, principalmente sua

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 184


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porção médio-distal. Esta abordagem torna a técnica da 2015 a Janeiro 2016). Como intercorrências, apresentou
esofagectomia trans-hiatal mais segura e refinada. No em 2012 trombose em cateter totalmente implantado,
entanto, é necessário completar o isolamento do esô- usado para quimioterapia. Em 2014, hematoma subdu-
fago proximal com dissecação romba por via cervical ral drenado por TCE após queda da própria altura de-
e por via abdômino-mediastinal, acrescentando mor- vido ao uso de anticoagulante. Em Julho/15, internação
bidade ao procedimento, principalmente lesão pleural por otite média aguda complicada e Ecocardiograma
e sangramento mais intenso. No estudo realizado no mostrando imagem intra atrial sugerindo trombo com
INCA a morbimortalidade operatória não apresentou RNM cardíaca confirmando trombo em átrio direito, em
diferença em relação à via de acesso para a esofagecto- anti coagulação desde então. Em novembro de 2015,
mia, apesar do maior tempo cirúrgico e de internação nova progressão de doença. Metástases hepáticas e
hospitalar na via transtorácica. A sobrevida global em piora de dor óssea. Paciente em tratamento com Eribu-
cinco anos foi maior no grupo operado por via transto- lina e ácido Zoledrônico. Marcadores da paciente antes
rácica, possivelmente devido ao melhor estadiamento do uso da Eribulina – CA 15.3: 1.193 / CEA: 35, 5 / CA
linfonodal, sendo a nossa via de preferência. Comentá- 125: 50 / CA 19.9: 64. Marcadores após 8 ciclos de Eri-
rios finais: O câncer de esôfago é considerado como a bulina CA15.3: 633 / CEA: 69 / CA125: 43. PETTC após
terceira neoplasia mais comum do trato gastrintestinal. os 8 ciclos de Eribulina vemos que paciente teve uma
Assim como ocorre com os outros tumores, o diagnós- resposta metabólica. Atualmente, com progressão de
tico precoce e a conduta terapêutica adequada consti- doença para fígado e aumento das lesões ósseas em
tuem parte fundamental do sucesso terapêutico. quimioterapia com Eribulina e Ácido Zoledrônico com
prazo determinado. Trata-se de paciente com doença
Contato: ISACK BRUNO NEVES MARQUES – isack_
grave com intenção de tratamento paliativa, mantendo
bruno@hotmail.com
regular estado geral, porém com sintomas gerais de-
correntes do tratamento e da própria doença CID C50.
Contato: RAQUEL MIRANDA ANDRADE RANGEL –
TEMÁRIO: ONCOMASTOLOGIA andradeenfe@gmail.com
CÓDIGO: 57373

ESTUDO CLÍNICO CA DE MAMA


METÁSTATICA(SNC) COM SOBREVIDA TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
GLOBAL MAIOR DE 8 ANOS CÓDIGO: 61983

Autores: Raquel Miranda Andrade Rangel;


EVOLUÇÃO DESFAVORÁVEL DE UM
Instituição: FACULDADE DE ENFERMAGEM LUIZA DE
MARILLAC LINFOMA NÃO HODGKIN DIFUSO
DE GRANDES CÉLULAS B COM
Apresentação do caso: A Paciente D. B. F. G., 56 anos, COMPLICAÇÃO DE FISTULA VASCULAR
moradora da Gávea, casada, mãe de duas filhas é por-
MEDIASTINAL
tadora de carcinoma da mama direita diagnosticado
em 2006. Foi submetida à mastectomia radical em Autores: Luciana Bitencourt Carvalho; Rafael Santos de
Souza; Paulo Roberto Zanin Mesuquita; Daniel Nassar
21/02/2006 devido a tumor multicêntrico com me-
Bergamo; José Elias Galil Filho; Michelle Petrolli Sileira;
tástase ganglionar Estadiamento ECIIA T2N1M0. Imu-
Instituição: UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUCAÍ
nohistoquímica Her2 negativo REs75% RP 10% e Ki67
5%. Realizou quimioterapia com 4 ciclos de Doxorru- Apresentação do caso: Paciente masculino, 22 anos,
bicina e Ciclofosfamida, seguido de 4 ciclos de Taxol história de tosse intensa há 45 dias e perda ponderal
de 06/04/06 até 31/08/06 seguida de Radioterapia da de 16kg.Exame físico:abdome doloroso à palpação, es-
mama e Tamoxifeno adjuvante. Em 2008, evoluiu com plenomegalia de 14cm.Tomografia (TC) de tórax:linfo-
progressão de doença metástase cerebral(lesão única) nodomegalias, esparsas pelo mediastino, hilos pulmo-
e óssea(coluna toraco-lombar). Foi submetida à trata- nares, regiões infraclaviculares e paraesofageanas com
mento neurocirúrgico – craniectomia e ressecção de formação de massa mediastinal de 9x6cm subcarinal.
lesão occipital direita e tratamento de Radioterapia em Tais lesões envolviam a traqueia distal, carina e brôn-
coluna e crânio. Após diagnóstico de doença metastá- quios determinando redução luminal parcial do brôn-
tica, tem realizado desde então inúmeros tratamentos quio principal direito. Na TC de abdome:formação ex-
(citados abaixo) com respostas e progressões. Contro- pansiva heterogênea retroperitoneal imprecisa.Biópsia
les com PET TC e RNM crânio trimestrais. Anastrozol de massa e linfonodos abdominais resultou em linfoma
(2009), Vironelbina (2009), Fulvestrano e Ácido Zole- B inclassificável.Medula óssea livre de infiltração.Reali-
drônico (2009 a 2012). Docetaxel e Ácido Zoledrônico zou tratamento quimioterápico com esquema R-CHOP
(Junho12 a maio/13), Capecitabina e Ácido Zoledrônico (6 ciclos).Avaliação do interim mostrou resposta parcial.
(Junho 2013 até Dezembro 2014), Fulvestranto 500mg(- Após término da quimioterapia, enquanto aguardava
Janeiro 2015 a Maio 2015) Taxol semanal de (Junho

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 185


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PET-CT para avaliação de resposta, evoluiu com vômi- expansiva em vagina com íntimo contato com bexiga,
tos refratários a terapia oral, associado à tosse.TC de reto e seguimento distal de ureter direito, sem plano
tórax: formações expansivas no mediastino, compatível de clivagem. Foi submetida a exenteração pélvica total
com linfonodos liquefeitos, pneumonia aspirativa, es- e confecção de urocolostomia (wet colostomy), apre-
pessamento parietal do esôfago no terço médio distal, sentou boa evolução clínica recebendo alta no 6º dia
próximo à carina e brônquio fonte esquerdo.Paciente fi- pós operatório. Discussão: O tratamento do câncer de
cou internado em tratamento de pneumonia aspirativa, vagina estadio IVa, onde o tumor se estende a órgãos
evoluiu com melhora do quadro clínico.PET-CT:áreas de adjacente como bexiga ou reto, consiste inicialmente
hipercaptação em linfonodos mediastinais, formando de quimioterapia associada a radioterapia. Em casos
conglomerados, envolvendo brônquios e esôfago, com de persistência do tumor localmente avançado o trata-
conteúdo gasoso no interior da massa, podendo estar mento cirúrgico radical representa a única alternativa
associado à fissura esôfago-nodal. Realizado 2ª linha de para controle de doença. A ressecção em monobloco
quimioterapia de resgate com DHAP e após 10 dias evo- dos órgãos pélvicos é denominada de exenteração pél-
luiu com um quadro de piora do padrão respiratório e vica total tornando necessária a realização de deriva-
vômica, TC de tórax:mediastino repleto por conteúdo ções urinária e fecal simultaneamente. Uma opção nes-
gasoso fistula brônquio-mediastinal/esôfago-mediasti- sa condição é a anastomose ureteral em colostomia em
nal).Internado na UTI para compensação clínica e nu- alça, procedimento que consiste em duas derivações
trição parenteral.Em melhora do estado geral e estável, drenando para orifícios diferentes em um mesmo es-
apresentou tosse súbita seguida de sangramento, em toma. Sua principal vantagem consiste na qualidade de
grande quantidade por via oral, incontrolável evoluindo vida do paciente, visto que há apenas uma ostomia, ao
de forma quase imediata para PCR refratária decorren- invés de duas separadamente. Considerada uma técni-
te de fistula do tronco pulmonar para o sistema aero- ca de baixa complexidade, sem anastomose intestinal,
digestório. Discussão: A evolução deste tipo de linfoma com redução do tempo cirúrgico. Comentários finais:
após introdução de tratamento com quimioterapia é A exenteração pélvica total com confecção de wet co-
geralmente favorável, porém o caso apresentado ape- lostomy constitui-se uma opção factível no tratamento
sar do tratamento houve resposta da doença de base, de tumores de vagina localmente avançado persistente
porém a complicação decorrente do tratamento foi in- após tratamento convencional, em pacientes selecio-
suportável pra o paciente. Comentários finais: O tra- nados, podendo oferecer controle local da doença com
tamento deste tipo de linfoma apesar de ser de bom melhor qualidade de vida.
prognóstico deve ser acompanhado com atenção máxi-
Contato: AMANDA LIRA DOS SANTOS LEITE –
ma, pois o tratamento da patologia de maneira eficien-
amandaleite23@gmail.com
te não exime riscos decorrentes do tratamento
Contato: LUCIANA BITENCOURT CARVALHO –
lucianabitencourt91@hotmail.com
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
CÓDIGO: 59496

TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA EXPERIÊNCIA DO SERVIÇO DE CIRURGIA


CÓDIGO: 60048 HEPATO-BILIO-PANCREÁTICA DO
IMPERIAL COLLEGE LONDON – REINO
EXENTERAÇÃO PÉLVICA TOTAL COM UNIDO EM HEPATECTOMIAS POR
WET COLOSTOMY EM CÂNCER DE RADIOFREQUÊNCIA
VAGINA LOCALMENTE AVANÇADO – Autores: Adriano Carneiro da Costa; Alvaro Antonio
RELATO DE CASO Bandeira Ferraz; Madhava Pai; Nagy Habib;
Autores: Aldo Vieira Barros; Amanda Lira dos Santos Instituição: HOSPITAL DAS CLINICAS DA UNIVERSIDADE
Leite; Myra Jurema da Rocha Leão; Oscar Cavalcante FEDERAL DE PERNAMBUCO
Ferro Neto; Claudemiro de Castro Meira Neto; Filipe
Augusto Porto Farias de Oliveira; Diego Windson de Introdução: O único procedimento curativo para os
Araújo Silvestre; Julio Cesar Palmeira Costa;; tumores hepáticos é a ressecção cirúrgica, que conti-
Instituição: SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE MACEIÓ nua sendo um procedimento com importantes taxas
de morbidade e mortalidade.O sangramento intraope-
Apresentação do caso: ECSS, sexo feminino, 65 anos, ratório durante as ressecções hepáticas continua a ser
encaminhada ao Serviço de Cirurgia Oncológica da grande desafio para o cirurgião.A radiofrequência tem
SCMM com história de sangramento vaginal, dor pélvi- sido cada vez mais utilizada tanto para a ablação quan-
ca e constipação crônica há 1 ano, sendo diagnosticada to para a ressecção. Com base nesta técnica, um novo
com carcinoma escamoso de vagina localmente avan- dispositivo de Radiofrequência bipolar, denominado
çado, EC IVa. Submetida a quimioterapia e radiotera- Habib 4X, foi desenvolvido e utilizado clinicamente. Ob-
pia exclusivos, evoluindo com persistência de doença. jetivo: O objetivo do nosso trabalho e´ apresentar a
A RNM pélvica pós tratamento evidenciou formação experiência em 857 hepatectomias utilizando à tecnica

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 186


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de Radiofrequência por meio de despositico HABIB 4X. gliomas). Em casos raros, pode envolver grandes, prin-
Método: Entre 2001 à 2017, 857 pacientes foram sub- cipalmente a veia cava inferior. Relatamos o caso clíni-
metidos à ressecção hepática com dispositivo de radio- co de uma paciente feminina, de 14 anos, com quadro
frequência Habib 4X. Os dados clínico-patológicos e de de mal estar, enjoo, sudorese e palpitações associado
resultados foram coletados e analisados. Resultados: à crise hipertensiva a esclarecer. Sendo diagnostica-
Entre 2001 à 2017, foram realizadas 857 ressecções he- do feocromocitoma em glandula adrenal direito com
páticas pela técnica de Radiofrequência usando dispo- invasão da veia cava inferior. Na abordagem cirúrgica
sitivo HABIB 4X. A razão entre homens e mulheres foi foi identificada tumoração de cerca de 5 cm anterior a
de 1,2 homens para 1 mulher, com idade média de 61 veia cava em sua porção justa renal, com extensão ao
(variando de 19 e 89) anos. 628 pacientes apresenta- espaço interaorto-caval. A lesão invadia a veia cava em
vam metástases hepáticas, das quais a metástases de sua parede anterior determinando importante dilata-
câncer colorretal foram as mais comuns (57, 4%). 77 ção luminal e se extendendo cranialmente até o nível
pacientes tinham carcinoma hepatocelular, 77 pacien- das veias hepáticas. Realizou-se controle vascular su-
tes com colangiocarcinoma e câncer da vesícula biliar, pra-tumoral através de inserção percutânea de balão
e 75 pacientes com lesões benignas. Das 857 ressec- intracaval, assim como controle cirúrgico das veias re-
ções, 292(34 %)foram ressecções maiores, envolvendo nais e da cava inferior em suas porções infratumoral e
três ou mais segmentos hepáticos, enquanto o restante retrohepatíca. Foi realizada ressecção tumoral em suas
foram ressecções menores. A mediana da perda san- porções extra e intracaval, juntamente com o segmen-
guínea intra-operatória foi de 130 (intervalo 0 e 4300) to vascular envolvido. Síntese do defeito caval através
ml. Em relação a morbidade e mortalidade pós-opera- de enxerto autólogo oriundo da veia cava dilatada. A
tória, apenas 36 pacientes (4,2%) foram admitidos na paciente apresentou evolução pós-cirúrgica sem inter-
Unidade de terapia intensiva, e a taxa de transfusão corrências recebendo alta no quinto dia de pós-opera-
sanguínea foi de 9, 8 % (84 pacientes). 91 pacientes torio com níveis normais de pressão artérial em uso de
(10,6%) evoluíram coleção abdominal sintomática, sen- captopril. Permanece assintomática e sem evidencia de
do a complicação mais comum. 37 pacientes (4,3%) de- recidiva no sexto ano pós-operatório. Conclusão: Em
senvolveram fístula biliar. Apenas 13 pacientes (1,5%) conclusão, feocromocitomas são tumores raros onde
apresentaram insuficiência hepática transitória. 10 pa- o tratamento cirúrgico representa a principal terapia,
cientes (1,1 %) necessitaram de re-laparotomia. Houve proporcionando controle tumoral e de sintomas rela-
um total de 13(1,5%) mortes intra-hospitalares durante cionados a liberação de catecolaminas. Invasão da veia
o período de 30 dias. Conclusões: Atraves dos nossos cava não deve ser considerado contraindicação para a
resultados, concluímos que a ressecção hepática por ressecção cirúrgica.
Radiofrequência utilizando este novo dispositivo HABIB
Contato: JOSÉ LUIZ BRAVIN JÚNIOR – bravinjr@gmail.
4X demonstrou ser segura e eficaz.Houve importante
com
redução de sangramento intra-operatorio, transfusoes
sanguíneas e das taxas de morbi-mortalidade.
Contato: ADRIANO CARNEIRO DA COSTA –
adrianocacosta@gmail.com TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
CÓDIGO: 61863

FÍSTULA QUILOSA PÓS


TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA RETOSSIGMOIDECTOMIA
CÓDIGO: 57507 VIDEOLAPAROSCÓPICA EM PACIENTE
DE 39 ANOS COM ADENICARCINOMA –
FEOCROMOCITOMA COM RELATO DE CASO
COMPROMETIMENTO DA VEIA CAVA
Autores: Iasmin Cava de Sá; Andrea Neves Soares;
INFERIOR, ABORDAGEM CIRÚRGICA E Helena Manfrinato Kastanopoulos; Andrea Povedano;
RECONSTRUÇÃO VASCULAR Rafael Massao da Silva Nagato; Guilherme de Andrade
Autores: Rinaldo Gonçalves; Jose Luiz Bravin Jr; Daniel Gagheggi Ravanini; Pedro Eder Portari Filho;
Bulzico; Janaina Loureiro; Rafael Albagli; Arno Von Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO
Ristow; RIO DE JANEIRO
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA Apresentação do caso: R.G.C, 39 anos, masculino, ex
Apresentação dos caso: Feocromocitomas são tumo- tabagista, queixa de alteração do hábito intestinal de
res originários das células cromafins do eixo simpático maio a novembro de 2016. Alternava constipação e
adrenomedular, caracterizados pela autonomia na pro- diarreia, evacuações líquidas ou pastosas e escureci-
dução de catecolaminas, mais freqüentemente adre- das, diversas evacuações ao dia e em pouca quanti-
nalina e/ou noradrenalina. Podendo surgir na medula dade. Dor em hipogastro em cólica sem irradiação e
adrenal ou em outros locais extra –adrenal (paragan- atenuada ao evacuar, flatos e perda ponderal de 7kg.

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 187


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Astenia associada a quadro intestinal. Negava náuseas, Instituição: UNIVERSIDADE DE UBERABA


vômitos, febre, hiporexia, hematoquezia, obstrução,
Apresentação do caso: E.A.R.B, 72 anos, feminino. Hi-
histórico de câncer familiar e etilismo. Colonoscopia em
pertensa, diabética tipo 2 e portadora de psoríase. Ex
09/11/16 que evidenciou lesão vegetante, estenosante
tabagista há 10 anos de 60 anos/maço. Há 3 anos foi
e friável em sigmóide, ocupando toda circunferência e
diagnosticada com carcinoma ductal invasor em mama
sem demais alterações. Foi realizada biópsia cujo laudo
esquerda. Realizou RT adjuvante, quadrantectomia se-
foi amostra compatível com adenocarcinoma modera-
guida de QT, e novo esquema de RT. Durante QT evo-
mente diferenciado. Optou-se por realizar uma retos-
luiu com dor abdominal e fezes em fita, sem enteror-
sigmoidectomia videolaparoscópica para ressecção da
ragia. Evidenciado por colonoscopia adenocarcinoma
lesão com margem. Cirurgia em 23/11/2016 sem inter-
invasivo de baixo grau e pela tomografia computadori-
corrências. Evoluiu bem com alta após 3 dias. Retornou
zada imagens de aspecto nodular localizadas em retro-
ao serviço 4 dias após a alta com queixa de secreção em
peritôneo. Realizou exanteração pélvica posterior com
grande quantidade de aspecto leitoso e inodora no dre-
colostomia. Em biópsia confirmou-se adenocarcinoma
no, sem demais queixas. Readmitido e realizada análise
metástático em retroperitoneo, epíplon e mesentério,
bioquímica que evidenciou ser secreção proveniente de
estadiamento pT3 pN0 pM1 (IV). Realizado QT adjuvan-
Fistula Quilosa(FQ). Prescrita dieta com baixo teor de
te seguindo o protocolo Folfox. Durante tratamento,
gordura para tratamento. Evoluiu com diminuição dé-
paciente evoluiu com dor abdominal difusa associada a
bito da fístula e teve alta no dia seguinte. Nas consultas
ascite, febre alta e dispneia. Apresentou piora clínica e
subsequentes ambulatoriais paciente apresentou me-
edema em membro inferior esquerdo estendendo até
lhora até evoluir com fechamento da fístula, mantendo
raiz de coxa, membro frio, pulsos não palpáveis e ciano-
a dieta. Segue sendo acompanhado pelo Serviço e foi
se importante. Discussão: A Flegmasia Cerulea Dolens
encaminhado a Oncologia para seguimento de seu tra-
(FCD) é uma complicação rara da TVP íleo femoral, que
tamento oncológico. Discussão: A FQ se define como a
cursa com isquemia, cianose, comprometimento arte-
perda de linfa dos vasos linfáticos tipicamente acumu-
rial e síndrome compartimental, devido a obstrução
lado na cavidade abdominal e/ou torácica(1), ocasional-
aguda total do fluxo sanguíneo. Mais comum acima de
mente manifestando-se como uma fístula externa. A FQ
60 anos. Está associada a patologias como: neoplasias
é uma complicação incomum de cirurgias abdominais e
(40%), insuficiência cardíaca grave, síndrome antifosfo-
é de difícil manejo. A abdominal tem melhor prognós-
lípide primária, lúpus eritematoso sistêmico, aneurisma
tico e como consequência de cirurgia colorretal é ex-
de aorta abdominal e situações de hipercoagulabilida-
tremamente rara. Sem tratamento adequado expõem
de. Na FCD o membro torna-se isquêmico, doloroso, os
o paciente a um alto risco de mortalidade. O tratamen-
pulsos ausentes, presença de gradiente térmico e cia-
to consiste em dieta com alto teor de proteína e baixo
nótico, quadro patognomônico. A estase completa do
de gordura, nutrição parenteral total e administração
fluxo venoso acarreta em edema de grande importân-
de somatostatina. Comentários finais: Devido à baixa
cia, culminando em gangrena do membro acometido.
frequência das FQ não existem dados definitivos quan-
Conclusão: No presente caso, embora o diagnóstico de
to ao tratamento que ainda é um desafio terapêutico
FCD tenha sido realizado precocemente, é provável que
nos dias atuais. O tratamento inicial deve consistir em
a gravidade do quadro clínico da neoplasia metástatica
medidas dietéticas e/ou nutrição parenteral, restringin-
para retroperitônio esteja relacionada a rápida evolu-
do o tratamento cirúrgico para os casos refratários. No
ção da lesão. A associação da atividade inflamatória
caso em questão apenas as medidas dietéticas foram
devido a carcinomatose peritoneal metastática da pa-
suficientes.
ciente aliada a psoríase (estado de inflamação crônica
Contato: IASMIN CAVA DE SÁ – iasmindesa@hotmail. e exacerbada pela deficiência imunitária) e ao estado
com de hipercoagulabidade (tabagista e diabética) provavel-
mente contribuíram para a ocorrência da TVP, evoluin-
do de forma catastrófica para FCD e óbito.
Contato: AMANDA KAROLYNE BATISTA FERREIRA –
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
amanda.kbatista@hotmail.com
CÓDIGO: 60083

FLEGMASIA CERULEA DOLENS COMO


EVOLUÇÃO CLÍNICA DE DOENÇA TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
METASTÁTICA – RELATO DE CASO CÓDIGO: 61872
Autores: Amanda Karolyne Batista Ferreira; Rafaela
Prata Rassi; Guilherme Henrique de Oliveira Silva; FORMA PSEUDOTUMORAL DE
Mozart Moreira Neto; Luiz Carlos Furtado de Almeida ESQUISTOSSOMOSE MANSÔNICA
Júnior; Guilherme Angotti Freire Carrara;
CEREBELAR – RELATO DE CASO

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 188


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Autores: Ana Paula Coêlho de Mélo Leite; Maurus TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA
Marques de Almeida Holanda; Rodrigo Marmo da Costa CÓDIGO: 61103
e Souza; Marcos Alexandre da Franca Pereira; Pedro
Henrique Coêlho de Mélo Leite; José Raimundo Coelho FOTOPROTEÇÃO E PREDISPOSIÇÃO AO
Dias; Kauê Tavares Menezes; Jose Edson cristovão de
carvalho junior;
CÂNCER DE PELE ENTRE ESTUDANTES
DE MEDICINA DO RIO DE JANEIRO (RJ)
Instituição: FACULDADE MEDICINA NOVA ESPERANÇA
Autores: Bernardo Pires de Freitas; Frederico Barcellos
Apresentação do caso: S.S.M., 33 anos, feminino, pro- Borges Malburg;
veniente de Cabedelo/PB. Há três meses com quadro Instituição: ESCOLA DE MEDICINA SOUZA MARQUES
de cefaleia, náusea, vômito e perda de equilíbrio. Qua-
renta e cinco dias após o início dos sintomas foi feita Introdução: O câncer de pele, neoplasia mais incidente
ressonância magnética (RM), revelando lesão expansi- na população brasileira, está diretamente associado à
va na fossa craniana posterior, cuja hipótese inicial é exposição ao sol e aos meios de proteção contra este. A
de natureza neoplásica primária do sistema nervoso radiação ultravioleta A e, principalmente, B são os raios
central (SNC), determinando colapso total do quarto mais associados ao desenvolvimento do câncer de pele,
ventrículo com moderada dilatação do sistema ventri- seja ele do tipo melanoma ou não melanoma. Nesse
cular supratentorial, com sinais de transudação liquó- contexto, certas medidas como a aplicação regular de
rica transepidimária. Houve melhora súbita do quadro filtro solar sobre a pele, ou evitar horários em que o
clínico sem uso de corticoide, razão pela qual a paciente sol seja mais incidente, tornam-se indispensáveis para
não retornou brevemente ao atendimento médico, 45 proteção contra essa patologia. Entretanto, por mais
dias após melhora do quadro clínico foi realizado exa- que esse câncer seja mais comum em indivíduos com
me físico que revelou ataxia axial com dismetria, sem mais de 40 anos (segundo dados do INCA), os jovens,
déficit de força ou sensibilidade, caracterizando síndro- de maneira geral, compõem um importante grupo de
me cerebelar. Na mesma ocasião foi realizada nova RM risco para o desenvolvimento desse câncer, visto que
e realizada microcirurgia estereotáxica. Na macrosco- se expõem mais tempo a atividades ao ar livre, preocu-
pia o material consiste em múltiplos fragmentos teci- pam-se menos com uma proteção adequada ao sol, e
duais irregulares, pardo-claros e elásticos, medindo em muitos apelam para o bronzeamento estético natural
conjunto 4,0 x 3,0 x 0,5 cm, o exame anatomopatológi- (sem devida proteção). Objetivo: Elucidar a importân-
co revelou tecido cerebelar com múltiplos granulomas cia de uma fotoproteção adequada, a fim de se evitar
com ovos e larvas de Schistosoma mansoni (Sm). Ado- complicações agravantes como o câncer de pele entre
tada terapêutica com administração de oxamniquina e os estudantes de medicina da Escola de Medicina Sou-
praziquantel, seguida de realização de RM de controle. za Marques (EMSM), no Rio de Janeiro. Método: Estudo
Discussão: A Sm do SNC acomete preferencialmente a transversal realizado em uma amostra representativa,
medula, já em sua forma cerebral é assintomática em entre os estudantes de medicina de ambos os sexos
90% dos casos. Os ovos chegam ao cérebro principal- da EMSM no ano de 2016. A abordagem foi dada atra-
mente por duas vias: migração anômala da fêmea e vés de um questionário contendo 22 questões acerca
postura local; e migração através do plexo venoso re- do tema, sendo todos os entrevistados (n=35 alunos)
trógrado perivertebral avalvular de Batson. As lesões ao cientes da proposta do trabalho, e todos assinaram o
SNC podem ser de natureza vascular ou imunológica, já Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Resulta-
o efeito de massa pode ser atribuído ao acúmulo de dos/Discussão: Foram entrevistados 12 homens e 23
ovos e granulomas, que por conseguinte acarretam em mulheres entre 17 e 23 anos. Do total de entrevistados,
déficits neurológicos focais à depender de sua localiza- cerca de 34,29% disseram usar filtro solar diariamente
ção, como manifestação de síndrome cerebelar pura. e cerca de 65, 71% disseram usar raramente, ou não
Exames laboratoriais não contribuem significativamen- usam filtro solar. Dentre aqueles que usam filtro so-
te, entretanto em alguns casos há ligeiro aumento na lar, 75% eram do sexo feminino e 25% do sexo mas-
contagem de eosinófilos. Frequentemente os achados culino. Ademais, um pouco menos da metade do total
de imagem na RM e na tomografia são inespecíficos, de de entrevistados, cerca de 48,57%, alegaram se expor
aspecto tumoral e associado ao efeito e massa e cap- mais de 30 minutos ao sol por dia em momentos com
tação heterogênea de contraste, aspectos também en- maior incidência de raios solares. Do total de entrevis-
contrados em outras patologias inflamatórias do SNC. tados, 31,43% disseram ter histórico de câncer de pele
Comentários finais: Nesse contexto, a análise anato- na família (sendo mais da metade destes relatados
mopatológica somada aos dados clínicos e à resposta em parentes próximos), o que mostra um outro fator
ao tratamento são imprescindíveis para o diagnóstico importante para o desenvolvimento dessa neoplasia.
da neuroesquistossomose cerebelar e conhecimento Conclusão: É possível concluir que, mesmo entre uma
de sua fidedigna prevalência. população de indivíduos com maior contato com a saú-
de, a fotoproteção ainda é pequena, e não tão adequa-
Contato: ANA PAULA COÊLHO DE MÉLO LEITE – da, sendo, assim, um importante fator que possibilita o
anapaulacoelho10@hotmail.com desenvolvimento do câncer de pele.
Contato: BERNARDO PIRES DE FREITAS –
bernardo280@gmail.com

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 189


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA as complicações tardias que, apesar de raras, são po-
CÓDIGO: 60060 tencialmente graves.
Contato: AMANDA KAROLYNE BATISTA FERREIRA –
FRATURA TARDIA DE PORT A CATH COM
amanda.kbatista@hotmail.com
EMBOLIZAÇÃO – UMA COMPLICAÇÃO
TARDIA RARA – RELATO DE CASO
Autores: Amanda Karolyne Batista Ferreira; Rafaela
Prata Rassi; Ana Carolina Nunes Rodrigues; Leonardo TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
da Silva Almeida; Guilherme Eustáquio Rodrigues; Luiz CÓDIGO: 61972
Carlos Furtado de Almeida Junior; Guilherme Angotti
Freire Carrara; Anderson Lubito Simoni; GANGLIONEUROMA RETROPERITONEAL
Instituição: UNIVERSIDADE DE UBERABA – RELATO DE CASO
Apresentação do caso: MMGC, 52 anos, portadora de Autores: João Mádison Nogueira Filho; Angélica Braz
insuficiência renal crônica devido a diabetes mellitus Simões; João Augusto dos Santos Martines; Bruno
tipo 2. Apresenta há 3 anos hipocalemia grave neces- Renan Ribeiro Gomes Linard; Paulo Sérgio Martins de
sitando de reposição endovenosa de potássio, sendo Alcântara;
indicado uso de Port a Cath (PC). Após 8 meses apre- Instituição: INSTITUTO DO CORAÇÃO DA FACULDADE
sentou infecção do cateter por Acinetobacter, sendo DE MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
indicada troca do dispositivo que procedeu sem inter- Apresentação do caso: Paciente, sexo feminino, 19
corrências. 2 anos depois iniciou quadro de dor torácica anos, vem ao pronto socorro apresentando quadro
intensa, febre alta e ausência de refluxo no PC. RaioX clínico de dor em hipocôndrio direito há 5 dias com
de tórax evidenciou fratura da ponta do cateter com irradiação para ombro direito, nega febre. Ao exame
embolização para veia cava superior. Foi submetida a físico apresenta sinal de Murphy positivo. Solicitado
retirada da ponta do cateter por via endovascular. Dis- tomografia de abdome que evidenciou massa com
cussão: O PC é um dispositivo de longa permanência, atenuação de partes moles, levemente heterogênea,
eficaz e com baixas taxas de complicações. Indicado em de limites bem definidos, apresentando realce discre-
situações que há necessidade de repetidos acessos ao to, heterogêneo e tardio após uso de contraste endo-
sistema venoso e pode ser feito por punção percutâ- venoso, localizado na topografia da adrenal direita.
nea ou por dissecção cirúrgica. As complicações podem Paciente recebeu tratamento clínico na ocasião e pro-
ser classificadas em precoces, sendo infecção a mais gramado procedimento cirúrgico de adrenalectomia
comum, ou tardias que são incomuns, como fratura direita. Durante procedimento cirúrgico evidenciou-se
do cateter (0,4%). Relaciona-se a fatores como técni- massa na topografia da adrenal direita e observou-se
ca de inserção, mau posicionamento e tempo de per- que a mesma estava de aspecto preservado. Enviado
manência. Geralmente é assintomática, mas pode se material para estudo anatomopatológico que concluiu
manifestar com dor torácica, dor no ombro ipsilateral, que o caso tratava-se de um ganglioneuroma retrope-
dor ou desconforto na administração in bolus ou sinais ritoneal de padrão periadrenal, com adrenal de aspec-
flogísticos. O diagnóstico é dado pelo RaioX de tórax, to morfologicamente preservado. O ganglioneuroma
mostrando comprimento incompatível do catéter na trata-se de neoplasia benigna rara que se origina de
veia e segmento ectópico do mesmo. A avaliação con- gânglios simpáticos. Pertence ao grupo de tumores
trastada define o grau de extravasamento. A principal neurogênicos, que também incluem ganglioneuro-
complicação de uma fratura de cateter venoso central blastoma e neuroblastoma. A localização mais comum
é sua embolização, apresentando incidência de 0,1 a é o mediastino paraespinal posterior, o retroperitônio
0,2%. O cateter tem tendência a sofrer embolização é a segunda localização mais comum ocorrendo em
para as câmaras cardíacas direitas, podendo atingir a 32% – 52% dos casos. Em geral, são frequentemen-
artéria pulmonar e seus ramos. Neste caso, a ponta do te assintomáticos, mesmo que atinjam um tamanho
cateter embolizou para a veia cava superior. A condu- grande. Caso contrário, dor abdominal ou a palpação
ta é a remoção do dispositivo. Comentários finais: A de uma massa abdominal são as características clíni-
paciente relatada no caso teve indicação oportuna de cas mais frequentes. Formas hormonalmente ativas
PC devido a necessidade de reposição endovenosa de foram relatadas; A secreção de catecolaminas, o po-
potássio por hipocalemia secundária à Insuficiência re- lipéptido intestinal vasoativo ou os hormônios andro-
nal. Apresentou em um primeiro momento uma com- gênicos explicam sintomas como hipertensão, diarréia
plicação precoce – infecção e após troca do dispositivo e virilização. A tomografia computadorizada demons-
e tratamento, após 2 anos apresentou complicação tar- tra claramente o tumor e é o método mais sensível
dia – fratura do cateter e embolização para veia cava su- de detecção de calcificações, que estão presentes em
perior. Apesar de ser um procedimento relativamente 2,4% a 40% dos casos. O realce ao meio de contraste
simples do ponto de vista cirúrgico, o seguimento dos geralmente é pobre. O padrão de realce consiste na
pacientes deve ser a longo prazo, em vista a identificar absorção heterogênea tardia do material de contraste

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e o resultado é o preenchimento incompleto do tumor ca total do tumor. A tomografia computadorizada e a


sem tendência centrípeta. Pode-se fazer diagnóstico ressonância magnética são as modalidades de imagem
diferencial com outras massas sólidas de adrenal, tais mais comumente usadas para avaliação do tumor no
como feocromocitoma, hemangioma, angiosarcoma e período pré-operatório. O tratamento do GN consis-
melanoma primário maligno. A ressecção é a melhor te na remoção completa do tumor, quando possível.
opção de tratamento. O prognóstico após a ressecção A quimioterapia ou radioterapia neoadjuvante ou ad-
cirúrgica parece ser excelente, mesmo nos poucos ca- juvante não tem papel, a menos que se identifiquem
sos documentados de doença metastática. Recidivas componentes pouco diferenciados no anatomopatoló-
locais foram relatadas, então o seguimento clínico e gico. A possibilidade de progressão lenta, recorrência
radiológico a longo prazo é recomendado após a ci- tardia e transformação maligna foram relatadas na
rurgia. literatura.. Comentários finais: Este é um caso de tu-
mor raro em localização atípica, O diagnóstico pré-ope-
Contato: JOÃO MÁDISON NOGUEIRA FILHO –
ratório pode ser extremamente desafiador, e só pode
joaomadison@gmail.com
ser alcançado por meio de avaliação histológica. No
entanto, os prognósticos são geralmente favoráveis,
sendo a recorrência rara após a ressecção cirúrgica.
TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE Contato: GUSTAVO ANDREAZZA LAPORTE –
CÓDIGO: 59718 laportegustavo@gmail.com

GANGLIONEUROMA VAGINAL
ASSOCIADO A NEUROPATIA SENSITIVA
SUBAGUDA TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO
CÓDIGO: 60142
Autores: Rosilene Jara Reis; Gustavo Andreazza Laporte;
Jose Pio Rodrigues Furtado; Ruth Karina Escobar Diaz;
Gabriel oliveira Dos Santos; Roque Domingos Furiam, ; GASTRECTOMIA LAPAROSCÓPICA
Sarah Precht e Souza; Rodrigo Dalcanalle Garcia; ASSISTIDA (LAG) EM PACIENTE
Instituição: SANTA CASA DE PORTO ALEGRE TESTEMUNHA DE JEOVÁ – RELATO DE
Introdução: O Ganglioneuroma (GN) é um tumor
CASO
raro, benigno, composto histologicamente por células Autores: Isabelle França Bezerra; Francielly Tertulino
ganglionares maduras sobre um estroma neurofibri- Cunha; Crislanny Regina Santos da Silva; Isa Maryana
Araujo Bezerra de Macedo; Larissa Bianca de Sousa
lar em que também se observam células de Schwann
Araújo; Jéssica Assunção Jatai; Mara Juliane Silva Jovino;
maduras, usualmente é assintomático e diagnosticado George Alexandre Lira;
incidentalmente. O tumor pode crescer em qualquer
Instituição: FACULDADE DE MEDICINA NOVA
tecido nervoso simpático, porem sua localização ana-
ESPERANÇA
tômica mais frequente é no mediastino posterior, se-
guida do retroperitônio e glândula adrenal. Relatamos Apresentação do caso: M.A.L.S, 52 anos, feminina,
o caso de uma jovem, sintomática com diagnostico de testemunha de jeová. Admitida com queixa de episó-
GN de localização atípica. Apresentação do caso: Mu- dios de hematêmese na urgência que fez endoscopia
lher, 27 anos, evoluiu ao longo de quatro meses com demonstrando uma lesão ulcerada com bordas nítidas,
quadro de ataxia sensitiva principalmente em membro sugestiva de Bormann II com biopsia de adenocarcino-
inferior esquerdo, e dor lombar. Foi realizada Tomo- ma gástrico difuso com células em anel de sinete e H.
grafia e RNM abdominal, as quais demonstraram um Pylori positivo. Foi submetida a gastrectomia laparoscó-
espessamento parietal da parede anterior e da cúpula pica assistida (LAG) e linfadenectomia a D2 com recons-
vaginal, com uma aparente proliferação tecidual infil- trução em Y de Roux. A biopsia foi adenocarcinoma
trativa que se estendia da parede miometrial anterior pouco coeso de células em anel de sinete, medindo 3
até a cúpula vagina, região periuretral e paramétrios cm, infiltração até a serosa, invasão vascular não iden-
bilateralmente. No exame físico identificou-se um tificada, infiltração perineural presente, segmento do
adensamento e abaulamento da parede vaginal an- esôfago e margens de ressecção cirúrgica livres. MTX
terior com espessamento do paramétrio esquerdo. 3/17 linfonodos extensão extracapsular (EEC)+. Estadia-
Foi realizada biópsia da lesão, com diagnóstico de GN mento TNM: pT4N2M0. Fez tratamento adjuvante com
confirmado por imunohistoquímica. Foi procedido a quimioterapia e radioterapia. Discussão: A gastrecto-
exérese da lesão com preservação de órgãos adjacen- mia com linfadenectomia D2 convencional é o trata-
tes, com o anatomopatológico definitivo confirmando mento padrão-ouro. Porém, técnicas cirúrgicas pouco
diagnostico. Discussão: Ganglioneuromas são tumo- invasiva têm surgido, como a LAG. Por ser testemunha
res derivados das células do gânglio simpático, origina- de Jeová e está anêmica naquele momento, escolheu-
das embriologicamente da crista neural, representan- -se tratamento mais hemostático quando comparado
do o tumor mais diferenciado da família dos tumores a técnica convencional. Os benefícios da LAG incluem
neuroblásticos. O diagnóstico é baseado em achados menor taxa de sangramento intra-operatório e a recu-
histopatológicos, normalmente após a excisão cirúrgi- peração mais rápida do íleo pós-operatório. Porém, em

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necessidade de converter a LAG para a técnica conven- pâncreas demonstrando a utilidade do braço 3 do robô
cional deve ser feito independente do maior risco de nessa apresentação. O duodeno é seccionado e a lin-
sangramento e consequente a maior necessidade de fadenectomia das cadeias 12a, 8a, 11p, 9, e 7. A pre-
transfusão sanguinea, já que se necessária para sal- sença de uma artéria hepática esquerda é identificada
var a vida do paciente, não pode ser considerada uma e o vaso é preservado. Durante esse passo da cirurgia
violacão da autonomía de vontade da testemunha de novamente podemos verificar no vídeo a melhora de
Jeová, pois o limite entre a autonomia de vontade do apresentação proporcionada pelo robô. A última cadeia
paciente e o dever de agir do médico é o risco de morte. dissecada é a 1 que é liberada desde o esôfago até o
Comentários finais: É necessário o debate de novas ponto de secção da pequena curvatura. O estômago é
possibilidades terapêuticas de transfusão sanguínea, seccionado com grampeador. A anastomose gastrojeju-
a fim de garantir a segurança do paciente em casos nal é realizada com grampeador linear assim como a je-
como esse. Diversos líquidos que não contêm sangue junojejunal em Y de Roux. Orifícios do grampeador são
constituem eficazes expansores do volume do plasma, fechados manualmente. A cavidade é drenada e a peça
como a dextrana, o Haemaccel e a solução de lactato é retirada através de uma incisão suprapúbica. O pa-
de Ringer. A hidroxietila de amido é um mais recente ciente apresentou boa evolução clínica recebendo alta
expansor do volume do plasma e pode ser seguramen- hospitalar no 5º PO. Conclusão: Cirurgia minimamente
te recomendado para aqueles pacientes que recusem a invasiva com o emprego do robô para o tratamento do
tradicional transfusão sanguínea. câncer gástrico tem sido realizada de maneira segura e
efetiva em nosso serviço. Conhecimento e padroniza-
Contato: CRISLANNY REGINA SANTOS – crismedjolie@
ção dos passos técnicos da cirurgia é fundamental para
gmail.com
obtenção de bons resultados.
Contato: MARCUS FERNANDO KODAMA PERTILLE
RAMOS – marcuskodama@hotmail.com
TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO
CÓDIGO: 59414

GASTRECTOMIA SUBTOTAL ROBÓTICA TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO


Autores: Marcus Fernando Kodama Pertille Ramos; CÓDIGO: 60685
Andre Roncon Dias; Osmar Kenji Yagi; Bruno Zilberstein;
Ivan Cecconello; Ricardo Zugaib Abdalla; Ulysses Ribeiro GASTRECTOMIAS: ANÁLISE DOS CASOS
Junior; OPERADOS EM 6 ANOS
Instituição: INSTITUTO DO CÂNCER DA FACULDADE DE Autores: Phillipe Geraldo Teixeira de Abreu Reis; Flavio
MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO Daniel Saavedra Tomasich; Camila Polakowski; Tayron
Introdução: O adenocarcinoma gástrico figura como Bassani; Regina Goolkate; Caroline Dal Bosco; Evelise
Martins; Mariana Escani Guerra;
uma das principais neoplasias no nosso país. O trata-
mento padrão-ouro é a ressecção cirúrgica associada Instituição: SESP
à linfadenectomia D2. Nos últimos anos, o emprego de Objetivo: Apresentar os dados coletados referentes
cirurgia minimamente invasiva para o tratamento de aos pacientes submetidos à gastrectomia entre 2010 e
lesões precoces e avançadas tem aumentado. Entre- 2015. Estudar as características epidemiológicas tentan-
tanto, a maior dificuldade técnica para sua realização do definir quais os fatores de risco para a doença assim
torna necessário um amplo conhecimento dos passos como para o resultado do seu tratamento. Método: Os
técnicos do procedimento para a obtenção de resulta- dados foram coletados diretamente do prontuário mé-
dos oncológicos semelhantes à cirurgia convencional. dico junto ao Serviço de Arquivo Médico. A ficha utiliza-
Recentemente, o emprego do robô para a realização da da é baseada no formato padrão do Instituto Nacional
cirurgia surgiu como uma alternativa para aperfeiçoar do Câncer. As freqüências absolutas e relativas foram
o método minimamente invasivo. Objetivo: Demons- geradas a partir do sistema SISRHC e tabuladas através
trar os passos técnicos de uma gastrectomia subtotal do Sistema EpiInfo, versão 7.1. A taxa de sobrevida foi
robótica com linfadenectomia D2. Relato do Vídeo: Tra- calculada pelo método de Kaplan-Meier. Resultados:
ta-se de um caso operado no Hospital das Clínicas da Foram realizadas 406 gastrectomias, sendo 35, 7% de
FMUSP que faz parte de um protocolo de pesquisa que mulheres. 52,1% dos pacientes apresentaram historico
compara a gastrectomia robótica com a convencional de tabagismo e 33,1% de etilismo. 15% dos pacientes
de maneira prospectiva e randomizada (NCT02292914). apresentaram historico familiar de cancer. 22,8% apre-
O vídeo começa mostrando o descolamento intercolo- sentavam historico de infeccao por H. Pylori. 5% dos
epiploico com do ângulo esplênico e hepático. Os va- pacientes ja haviam realizado cirurgia gastrica previa.
sos gastroepiplócos esquerdos e direitos são ligados e 39, 3% apresentavam metaplasia intestinal. 2,8% apre-
durante esse passo é possível verificar a vantagem que sentavam Pólipo Adenomatoso Gátrico. Somente 2,9%
a pinça robótica apresenta com relação a maior ampli- apresentavam historico de anemia perniciosa. 97, 6%
tude e variedade de movimentos permitida. A parede apresentavam PS menor ou igual a 2. A localizacao do
posterior do estômago é completamente liberada do tumor foi de 57, 1% para o antro gastrico. O subtipo his-

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tologico mais comum foi o ademocarcinoma em 51,8%. em 85, 7% dos casos em 2015 e 81,1 e 86% em 2016, já
54,5% apresentavam linfonodomegalia pre-operatoria. a prescrição de enfermagem foi realizada corretamente
A gastrectomia foi realizada com intuito curativo em 86, 71,4% (2015), 88 e 95, 6% (2016). No que tange as me-
5%, prevalecendo gastrectomia subtotal em 67, 5% dos didas de prevenção de LP, o uso do colchão perfilado
casos. Somente em 10% dos casos foi realizada pancre- estava em 76, 2% em 2015, 64 e 79, 5% em 2016. A fun-
atoesplenectomia. Em 6, 4% dos casos ocorreram com- ção do auxiliar de enfermagem foi verificada através da
plicacoes transoperatorias graves com sangramento e anotação de mudança de decúbito que foi realizada em
lesao vascular. 29, 7% dos pacientes apresentaram al- 76, 2% (2015), 75% (2016) e 88, 2% (2016). Com relação
gum tipo de complicacao pos-operatoria graus 2 e 3 de ao cuidador, verificou-se se o mesmo tinha conheci-
Clavien-Dindo. Somente 6, 9% receberam quimiotera- mento do risco do paciente em desenvolver a lesão em
pia pre-operatoria e 35, 2% realizaram adjuvancia. 53% 2015 52,6% foi positivo, já em 2016 passou para 52,9%
dos pacientes atingiram remissao em 6 meses, sendo e 71,1%. Quanto à LF, a identificação do risco passou
que 31,2% apresentaram progressao da doenca. 49, 8% de 52,4% (2015) para 79, 5% e 94,1% (2016), desta mes-
dos pacientes estavam vivos apos 5 anos. Conclusões: ma forma a prescrição de enfermagem foi de 9, 5%
O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso (2015) para 60% e 77, 8% respectivamente em 2016.
do tratamento do câncer gástrico. Apesar dos avancos Na DAI, a identificação do risco foi de 81% em 2015 e
no diagnostico e tratamento oncologico, o cancer gas- 94,1% e 81,6% em 2016. A prescrição do protocolo de
trico persiste com baixas taxas de sobrevida global em prevenção de DAI passou de 30% (2015) para 66.7% e
5 anos, mesmo em estadios clinicos iniciais. Medidas 87, 1% (2016). Conclusão: A aderência ao protocolo nos
preventivas e de diagnóstico precoce devem ser esti- períodos avaliados mostrou-se em evolução em diver-
muladas continuamente. sas variáveis do estudo: a identificação do risco para
desenvolver as lesões abordadas tiveram avanço nos
Contato: CARLOS ARAI FILHO – carlos.araif@hotmail.
períodos levantados assim como a prescrição de enfer-
com
magem e a implementação de medidas de prevenção,
além da orientação ao cuidador e da anotação dessas
medidas.
TEMÁRIO: NUMACO / ENFERMAGEM Contato: DOUGLAS PEREIRA DA SILVA – douglas.
CÓDIGO: 61846 pereira@accamargo.org.br

GESTÃO DOS PROTOCOLOS DE


PREVENÇÃO DE LESÃO DE PELE EM
PACIENTES ONCOLÓGICOS TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS
CÓDIGO: 60388
Autores: Douglas Pereira da Silva; Maria das Graças
SIlva Matsubara;
Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
GIST GASTRICO COM APRESENTAÇÃO
EM CRIANÇA DE 11 ANOS, RELATO DE
Introdução: O desenvolvimento de lesões de pele no CASO
âmbito hospitalar tem se tornado um tema bastante
Autores: Luis Cesar Bredt; Paulo Vicente Hoffmann;
discutido atualmente e passaram a integrar os proces-
Tamara Hoffmann; João Paulo Carniel; Mariah
sos de acreditação das instituições de saúde nacionais Steinbach; Djoney Rafael dos Santos; Julio Cesar Zanini;
e internacionais. As medidas preventivas estão relacio- Leonardo Seyboth;
nadas com a redução de custos hospitalares, pesquisas Instituição: HOSPITAL DO CANCER DE CASCAVEL
realizadas evidenciam um menor custo relacionado a
medidas de prevenção quando comparadas às mo- Apresentação do caso: Paciente PHMT 11 anos mascu-
dalidades terapêuticas. Objetivo: Avaliar a aderência lino, com história de trauma abdominal há 30 dias, evo-
ao protocolo de prevenção de lesão de pele e riscos luindo com dor abdominal, avaliado pelo pediatra que
gerenciáveis de lesão por pressão, lesão por fricção e solicitou USG de abdome com identificação de imagem
dermatite associada à incontinência e seu impacto na de 5, 8 X 2,6 X 7, 4 cm junto ao lobo esquerdo do fígado
assistência em um hospital oncológico. Método: Estu- e pequena curvatura gástrica. Tomografia de abdome
do retrospectivo, observacional, descritivo, longitudinal com massa em epigástrio, junto à região antro piloro,
com abordagem quantitativa, realizado em um hospital compressão sobre estomago, 6, 9 X 5, 5 X 4,4cm com
oncológico da cidade de São Paulo. A realização desta volume de 83 cm. Ressonância magnética de abdome:
pesquisa foi precedida da apreciação e aprovação do lesão gástrica de 8, 0 X 5, 0 X 6, 0 cm, lesão provoca efei-
Comitê de Ética em Pesquisa da Fundação Antônio Pru- to suboclusivo sobre o estomago. Apresentou episódio
dente sob o número: 2355/17. Resultados: A aderência de melena e foi solicitada endoscopia digestiva alta que
a protocolo através da identificação do risco ocorreu visualizou lesão elevada, ulcerada, submucosa no antro

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 193


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gástrico, aspecto sugere linfoma. Realizado biopsia com de estratificação de risco baseados na dimensão do tu-
avaliação anatomopatológica e imunohistoquimica mor, índice mitótico e localização. O perfil dos porta-
compatível com tumor estromal gastrointestinal em es- dores é variado, porém com predominâncias sendo o
tômago. Realizado Pet-scan com espessamento parie- sexo feminino o mais prevalente e o perfil etário apre-
tal gástrico hipermetabólico compatível com processo senta uma mediana de 62 anos sendo raro abaixo de
neoplásico. Paciente submetido à gastrectomia parcial 40 anos. 10-30% dos portadores apresentam quadro
em 27/04/2017 com boa evolução cirúrgica e alta hospi- assintomático com lesões pequenas enquanto lesões
talar em 6º dia pós-operatório. Anatomopatológico com maiores e com múltiplas metástases apresentam perda
tumor mesenquimatoso da parede gástrica de 8 cm de peso, dor abdominal, náuseas, vômitos, hemorragia
com margens livres; 9 mitoses em 50 CGA e ausência de digestiva alta, hematoquezia e melena, apresentando,
metástase em 9 linfonodos enviados. IHQ com aspecto em sua progressão, quadro de abdome agudo obstru-
histológico de GIST (c-kit: positivo; CD34 positivo; DOG1 tivo e de suboclusão intestinal. Os métodos diagnósti-
positivo). Estadiamento: GIST estadio IIIA (T3N0M0 de cos dos GISTs são a Endoscopia Digestiva Alta e a TC
alto risco). Paciente atualmente em uso de Glivec 400 (focos de hiperdensidade, exofíticos e heterogêneos
mg ao dia, em seguimento ambulatorial sem sinais de com atenuação central representativa de degeneração
recidiva de doença até o momento. Revisão: Gist na in- cística, hemorragia ou necrose) além da identificação
fância é um tumor raro com incidência global entre 6, Imunohistoquímica dos receptores KIT combinada à
5 e 14,5 por milhão por ano, com idade média de apre- mutação nos genes KIT ou PDGFRA, seguido de análise
sentação aos 13 anos, predomínio no sexo masculino da extensão da doença definindo proposta terapêutica.
(1:2,5). O local mais comum de apresentação é o esto- Inibidor da Tirosina-Cinase, o Imatinib, atua especifica-
mago e tamanho médio no momento do diagnóstico de mente na alteração molecular tumoral sendo o trata-
5, 7 cm. Cirurgia é a principal forma de tratamento, com mento de primeira linha para GIST irressecável, metas-
objetivo de ressecção completa da lesão e intenção tático ou recidivante, além de tratamento neoadjuvante
curativa. Embora o número de pacientes tratados com para tumores de grandes dimensões auxiliando a abor-
imatinibe seja limitado nesta população, estudos atuais dagem cirúrgica para uma melhor ressecção R0. A op-
mostram que estabilização ou remissões parciais são ção por ressecção por Cirurgia Minimamente Invasiva
alcançadas com a administração dessas mediações. A varia de acordo com localização, morfologia e tamanho
estratificação de risco do paciente adulto é extrapola- do tumor. Seus principais limites são a disponibilização
da para o paciente pediatrico. Os dados atuais sobre dos recursos tecnológicos assim como a experiência
a patogênese, evolução clínica e o prognóstico do GIST do cirurgião. Quando há suspeita de metástase o trata-
na população pediatrica e adolencente são atualmente mento deve ser radical com ressecção em monobloco
insuficientes. Além disso, o tratamento não é consenso dos órgãos acometidos devendo obter margens nega-
nessa população. tivas checadas por congelação intra-operatória. A pre-
sença de doença residual, a rotura tumoral durante a
Contato: PAULO VICENTE HOFFMANN – paulo_
cirurgia, presença de atividade de telomerase, tumores
hoffmann@hotmail.com
> 5cm, índice mitótico elevados e presença de necrose
tumoral são fatores que influenciam negativamente no
prognóstico sendo necessária abordagem meticulosa.
TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE Contato: CAROLINA DOS ANJOS SAMPAIO –
CÓDIGO: 59504 sampaiocarolina@uol.com.br

GIST GÁSTRICO: LIMITES E INDICAÇÕES


DA CIRURGIA MINIMAMENTE INVASIVA
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
Autores: Carolina dos Anjos Sampaio; Pedro Henrique
Siqueira Lopes; Karla Cabral Costa; Larissa Toledo de CÓDIGO: 60033
Lima Duarte Souza; João Pedro Rodrigues Amar; Bruna
Teixeira Marques; Jessica Matos Silva; Isabela Coelho GLOMANGIOMIOMA DE PÂNCREAS
Guimarães; Autores: Pâmella Bertoldi Soares; Yan Barreto Jardim;
Instituição: ESCOLA DE MEDICINA SOUZA MARQUES Thayná Gama; Antônio de Pádua Gandra Júnior;
Isadora Melgaço Oliveira Santos; Guilherme Eustáquio
Os GIST foram definidos como entidade clínica espe-
Rodrigues; Antônio Talvane; Luiz Carlos Furtado de
cífica baseada em conhecimentos à nível molecular, Almeida Júnior;
compreendendo cerca de 1-3% de todos os tumores
Instituição: UNIVERSIDADE DE UBERABA
Gastrointestinais (GI), sendo os mais frequentes deste
trato. Estes se localizam por todo Trato GI sendo mais Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino,
frequentes no Estômago (40-70%), majoritariamente 40 anos, apresentava dor em região epigástrica que
a nível de Fundo Gástrico, seguido de Intestino Delga- irradiava para dorso há cerca de 1 ano. Em ressonân-
do (20-50%), Cólon e Reto (5%) e Esôfago (<1%). GISTs cia magnética de abdome foi evidenciada lesão cística
apresentam alta tendência à malignidade com critérios e sólida em colo pancreático de 3,3 x 2,1 cm, achado
esse compatível com neoplasia. A paciente foi enca-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 194


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minhada para excisão cirúrgica da lesão, foi feita uma imunoistoquimica, com anticorpos CD31, CD34 e Ki67
gastroduodenopancreatectomia por videolaparoscopia positivos nas células neoplásicas. Realizamos nova RM,
com ressecção completa da tumoração. Evoluiu de for- como intuito de programação cirúrgica, sendo confir-
ma satisfatória e sem complicações no pós-operatório. mado 2 nódulos periféricos, circunscritos, de contornos
Posteriormente, o resultado do anátomo patológico lobulados, com alto sinal heterogêneo em T2 e hipos-
em associação a perfil imuno-histoquímico evidenciou sinal em T1, medindo 2,7 x 2,1 x 1,5cm (segmento II)
glomangiomioma de pâncreas. Discussão: O tumor e 6, 4 x 3,4 x 4,5 cm (segmento V/VIII). O paciente foi
glômico faz parte dos tumores vasculares de evolução submetido à ressecção das lesões, sendo uma ressec-
benigna, é derivado de anastomoses arteriovenosas ção central dos segmentos V/VIII e enucleação da lesão
especializadas, responsáveis pela termorregulação. São dos segmento II. O laudo histopatológico da peça ci-
classificados histopatologicamente em tumor glômico rúrgica do segmento V/VIII foi compatível com heman-
sólido propriamente dito, glomangioma e glomangio- gioendotelioma epitelióide com 6, 0 cm no maior eixo
mioma. Tem em sua formação componentes neuroló- e com necrose presente em < 50% da neoplasia sem
gico, muscular e arterial. São comumente localizados evidencia de mitoses e grau histológico 2. O produto
no tecido subcutâneo, com prevalência nos dedos das da enucleação da lesão do segmento II foi compatível
mãos e dos pés, em subungueal e zona do calcanhar. com hemangioma esclerótico. A raridade desse tipo
Acomete principalmente mulheres entre a quarta e de tumor, bem como um quadro clínico variado são
quinta década de vida. A dor lancinante paroxística é um desafio diagnóstico e terapêutico. A incidência é
o sintoma mais característico, descrito por Pierre Mas- maior em mulheres e durante a quarta década de vida.
son em 1924, também pode ter como sintoma a maior O padrão de acometimento mais comum é o hepático
sensibilidade à pressão e ao frio principalmente quan- isolado, com cerca de 21% do total. A maioria dos pa-
do localizado em extremidades. Comentários finais: cientes são assintomáticos e as lesões geralmente são
O glomangiomioma é extremamente raro como neo- achados incidentais. Os sintomas, quando presentes,
plasia primária de pâncreas. Devido a sua raridade o são geralmente a dor abdominal no quadrante supe-
diagnóstico pode passar despercebido levando os pa- rior e perda ponderal. Marcadores tumorais como CEA,
cientes a apresentarem os sintomas por meses e até CA19-9 e alfa-fetoproteína são normais. O diagnóstico
anos. O tratamento para essa enfermidade é cirúrgico é baseado nos achados anatomopatológicos e imunois-
e consiste na retirada do tumor. O prognóstico do glo- toquímica positiva para marcadores endoteliais como o
mangiomioma está diretamente relacionado a suspei- CD34 e CD31, presentes em mais de 90% dos tumores
ção clínica correta. vasculares. O tempo de sobrevida médio é de 4,6 anos.
Ressecção hepática deve ser considerada como um
Contato: PÂMELLA BERTOLDI SOARES –
tratamento possível, sendo que a quimioembolização,
pamellabertoldi@gmail.com
quimioterapia sistêmica e radioterapia podem ser con-
sideradas na doença irressecável. Na doença hepática
multifocal, o transplante hepático costuma ser o trata-
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS mento de escolha.
CÓDIGO: 59727 Contato: MARCIANO ANGHINONI – manghinoni@
yahoo.com.br
HEMANGIOENDOTELIOMA EPITELIÓIDE
DO FÍGADO – RELATO DE CASO COM
TRATAMENTO CIRÚRGICO E REVISÃO
DA LITERATURA TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS
CÓDIGO: 59991
Autores: Marciano Anghinoni; Fabio Roberto Fin; Priscila
Nunes Silva Morosini; Mariana Castro; Bruno Roberto
Braga Azevedo; Nayara Vilas Novas Greselle; Mara HEMIPELVECTOMIA PARA
Cristina Gomes Lode; CONDROSSARCOMA DE MEMBRO
Instituição: HOSPITAL SÃO VICENTE DE CURITIBA INFERIOR
Autores: Aldo Vieira Barros; Cícero Ludgero Alcindo de
Apresentação do caso: O hemagioendotelioma epite-
Melo; Júlio Cesar Palmeira Costa; Myra Jurema da Rocha
lióide é um tumor vascular raro, cujo potencial maligno
Leão; Amanda Lira dos Santos Leite; Diego Windson de
é incerto. A apresentação hepática é excepcional em Araújo Silvestre; Marcel Davi Loureiro de Melo; Hilton
adultos. Apresentamos o caso de um paciente do sexo José Barros de Melo;
masculino, 70 anos, que foi atendido em consulta am- Instituição: SANTA CASA MISERICÓRDIA DE MACEIÓ
bulatorial com queixas de dor abdominal em andar su-
perior. Apresentava 2 nódulos hepáticos em ressônan- Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino de
cia magnética (RM), e já havia sido submetido à biópsia 38 anos deu entrada ao serviço de cirurgia oncológica
da maior lesão, com laudo histopatológico compatível com história de tumor de crescimento progressivo em
com hemangioendotelioma epitelióide, confirmado por região de coxa direita com início há cinco anos, apre-
sentava dor intensa e edema em todo o membro. Com

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o diagnóstico histológico há 1 ano de condrossarcoma Introdução: A incidência do carcinoma hepatocelular


de baixo grau teve indicação inicial de desarticulação varia de acordo com a região geográfica em questão,
coxo-femural que recusou, sendo realizada radiotera- provavelmente, pela exposição dos vírus de hepatites.
pia e quimioterapia, para as quais não obteve-se res- No Brasil a incidência é baixa sendo de 3 casos por
posta. Evolui com progressão da lesão para cavidade 100.000 habitantes/ano. Apesar de o tratamento cirúr-
pélvica. Ao exame físico na admissão, apresentava um gico ser a opção preferencial, este muitas vezes é im-
Performance Status 2 e uma tumoração volumosa em possibilitado pela extensão tumoral ou função hepática
terço superior de coxa direita, cerca de 30cm de diâme- debilitada. Caso Cínico: Masculino, 60 anos, cirrotico,
tro, endurecida, com infiltração de pele, planos profun- HCV positivo sem tratamento, drogadito, tabagista e
dos da musculatura da coxa e invasão para a cavidade etilista.Aprensetava dor abdominal e perda de peso im-
pélvica. Ressonância magnética evidenciou comprome- portante. Ecografia de abdômen evidencia área hipoe-
timento de todos os grupos musculares e do feixe vás- cóide heterogênea, contendo pequenos focos ecogêni-
culo-nervoso, ósseo, pequeno componente pélvico do cos, irregulares, no segmento IV, junto a vesícula biliar
canal femoral. Indicado novamente tratamento cirúrgi- medindo 4,6 cm no maior diâmetro sem efeito acústico
co com aceitação do paciente. Foi então submetido a posterior. TC de abdômen:No segmento IV identifica-se
Hemipelvectomia externa posterior, com rotação de re- nódulo lobulado, com múltiplas e finas septações, me-
talho miocutâneo e colocação de tela de Polipropilene. dindo cerca de 3,3 x 2,3 cm, apresentando realce hiper-
Apresentou boa evolução, recebendo alta no quinto dia vascular, com washout, sem retenção tardia de contras-
pós-operatório. Discussão: O condrossarcoma é um te. Alfafetoproteína de 3,2ng/ml. RMN: na fase venosa e
tumor maligno produtor de matriz de cartilagem, com tardia washout no centro da imagem, imagens lineares
elevada agressividade local e potencial de ocorrência que assemelham-se a septos os quais retêm contras-
de metástases à distância. É a lesão maligna primária te nas referidas fases. Realizado estadiamento com TC
do osso mais frequente depois do osteossarcoma e que de tórax, colonoscopia, endoscopia, cintilografia óssea
acomete ossos de origem endocondral. Em sua maior e laboratoriais, todos normais. Paciente Child-Pugh A.
parte, os casos são indolores, o que leva ao retardo do Optado por tratamento cirúrgico. Cirurgia por laparos-
diagnóstico e tratamento. Além disso, é difícil distinguir copia com inserção de 2 trocárteres de 10 mm – um
o condrossarcoma de baixo grau das lesões benignas em cicatriz umbilical e outro em região para-mediana
por meio de radiografias ou do exame histólogico. Des- esquerda – e 3 trocárteres de 5mm – um em epigástrio
se modo, a história clínica e o exame físico são primor- e outros 2 em flanco direito. Dissecção de pedículo he-
diais para o diagnóstico precoce. Comentários finais: pático com manobra de Pringle. Hepatectomia anatô-
A hemipelvectomia externa inclui a remoção de todo o mica de segmento 4B com margem ampliada para seg-
membro inferior e de todo o osso inominado da hemi- mento 5 e 4A. Realizada colecistectomia. Boa evolução
pelve. Para a escolha dessa técnica deve-se considerar pós-operatória. Alta 4 dias depois em bom estado geral,
o insucesso do tratamento com quimioterapia e radio- deambulando, alimentando-se por via oral, sem quei-
terapia, além da presença de tumores muito volumo- xa álgica. Anátomo-patológico evidenciou carcinoma
sos, envolvendo múltiplos compartimentos. Quando hepatocelular moderadamente diferenciado, grau 2 de
realizada em pacientes bem selecionados, demonstra Edmondson-Steiner, de padrões trabecular e pseudoa-
baixa taxa de mortalidade e oferece aceitável taxa de cinar predominantes, com área de necrose, multifocal,
sobrevida. Sendo, portanto, a intervenção escolhida medindo 0,9 cm no maior eixo da maior área. Conclu-
para o tratamento do caso acima retratado. são: Hepatectomia parcial é um tratamento potencial-
mente curativo e a melhor opção de tratamento em pa-
Contato: JULIO CÉSAR PALMEIRA COSTA –
cientes com reserva de função hepática adequada com
Juliopalmeira@hotmail.com
carcinoma hepatocelular. Sobrevida em pacientes com
uma ressecção adequada chega a 90% em 5 anos em
pacientes selecionados com critérios cautelosos para a
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS cirurgia. A via laparoscópica se mostra uma ótima op-
CÓDIGO: 59824 ção de resseção para estes pacientes assim como no
caso relatado.
HEPATECTOMIA CENTRAL Contato: RODRIGO DE PIERI COAN – rodrigo.coan@
VIDEOLAPAROSCÓPICA POR HEPATO gmail.com
CARCINOMA EM CIRRÓTICO – RELATO
DE CASO
Autores: Rodrigo de Pieri Coan; Fabio Luiz Waechter;
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
Uira Fernandes Teixeira; Matheus Koop; Fernando
Jose Savoia de Oliveira; Tatiane Mie Masuko; Estefano CÓDIGO: 59796
Aurelio Negri; Marcos Bertozzi Goldoni;
Instituição: IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICORDIA HEPATODUODENOPANCREATECTOMIA
DE PORTO ALEGRE POR NEOPLASIA DE VESÍCULA BILIAR –
RELATO DE CASO

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Autores: Matheus Koop; Rachid Eduardo Noleto da TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA


Nobrerga; Fabio Luiz Waechter; Uira Fernandes Teixeira; CÓDIGO: 61931
Rodrigo de Pieri Coan; Marcos Bertozzi Goldoni;
Fernando Jose Savoia de Oliveira; Tatiane Mie Masuko; HISTERECTOMIA ALIADA À
Instituição: IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICORDIA OOFORECTOMIA: UMA ANÁLISE
DE PORTO ALEGRE
CLÍNICA E PATOLÓGICA
Introdução: Neoplasia de vesícula biliar é uma pato- Autores: Frederico Barcellos Borges Malburg; Athina
logia infrequente porém altamente agressiva. Sua inci- Salim Saud; Deborah Braga da Cunha; Catarina de
dência está relacionada com a prevalência de colelitía- Queiros Mattoso Mocelin; Giovanna Chalom;
se e aumenta com idade avançada. O tipo histológico Instituição: FUNDAÇÃO TÉCNICO EDUCACIONAL SOUZA
majoritariamente é o adenocarcinoma. Caso Cínico: MARQUES
Homem, 48 anos, interna para investigação de quadro
Introdução: A histerectomia é a segunda cirurgia femi-
de icterícia e dor em hipocôndrio direito.RMN abdômen
nina mais executada pelo Sistema Único de Saúde (SUS)
superior evidenciou grande dilatação da via biliar intra-
e mais de 300 mil mulheres recebem recomendações
-hepática, ducto hepático esquerdo é interrompido em
para a realização de tal procedimento a cada ano no
seu segmento distal. Estreitamento da via biliar intra-
Brasil. Dentre suas técnicas cirúrgicas, uma de grande
-hepática direita até ductos de segunda ordem. Obstru-
relevância clínica e patológica é a histerectomia aliada à
ção decorrente de espessamento das paredes das vias
ooforectomia, cujas indicações se mostram controver-
biliares e vesícula biliar.ColangioRNM evidenciou gran-
sas, uma vez que, por meio dessa intervenção, embora
de dilatação da via biliar intra-hepática.Espessamento
seja realizada a profilaxia de doenças, a retirada dos
das paredes da vesícula biliar e com redução da luz do
ovários provoca sérios distúrbios sistêmicos. Objetivo:
segmento distal do ducto hepático esquerdo e que se
Analisar vantagens e desvantagens da realização da oo-
estende pelo ducto hepático direito a ductos intra-he-
forectomia aliada à histerectomia. Material e Método:
páticos de segunda ordem. Realizado estadiamento clí-
revisão de literatura sobre o tema através da pesquisa
nico (T3N0M0).Levado a cirurgia, evidenciado neoplasia
nos sites Scielo e MedLine e análise de diretrizes brasi-
de vesícula biliar com invasão da segunda porção do
leiras e internacionais. Resultados: Dentre suas vanta-
duodeno e cólon transverso. Ressecção local da inva-
gens, a ooforectomia bilateral permite a prevenção de
são tumoral colônica. Identificado invasão tumoral na
determinadas patologias, como a dor pélvica crônica,
bifurcação da veia porta. Ressecção portal e anasto-
os endometriomas, a síndrome do ovário residual e cis-
mose entre tronco da veia porta e veia porta esquerda.
tos no ovário. Além disso, promove a redução do risco
Amputação gástrica ao nível do antro. Hepatectomia
de desenvolvimento de dois principais tipos de câncer
direita. Identificação de veia mesentérica superior infra
nas mulheres: o de mama e o de ovário, especialmente
pancreática, tunelização ao nível de corpo pancreático
quando estão envolvidas mutações nos genes BRCA-1 e
com secção do mesmo. Pancreatojejunoanastomos e
BRCA-2. Somente a histerectomia reduz o risco de cân-
ducto mucosa com ducto de Wirsung remanescente.
cer de ovário em 50% e, quando associada a ooforec-
Colangiojejunoanastomose término lateral do docto
tomia bilateral, o risco pode diminuir até, virtualmente,
hepático esquerdo. Reconstrução do transito intestinal
0%, visto que os ovários são extraídos. Por outro lado, se
através de gastroenteroanastomose posterior. Evolu-
realizada antes da menopausa, a ooforectomia bilateral
ção com prolongada internação e fístula pancreática.
provoca a queda brusca dos hormônios estrogênicos,
Alta 41 dias depois em bom estado geral, com fístula
estando fortemente ao aparecimento da osteoporose.
pancreática em resolução e minimas queixas.TC de
Outras doenças, também, podem incidir em mulheres
controle no primeiro mês de PO sem sinais de neopla-
ooforectomizadas, como artrite, parkinsonismo e doen-
sia. Exame anátomo-patológico evidenciou adenocarci-
ça cardiovascular. Essa última pode vir acompanhada
noma moderadamente diferenciado comprometendo
de diabetes tipo 2 e síndrome metabólica. Ademais,
tecido hepático, tecido adiposo perivesical e parede
tendo em vista a carga emocional advinda da retirada
duodenal medindo 5 cm no maior eixo. Margens livres.
de órgãos exclusivamente femininos, muitas mulheres
Conclusão: O mau prognóstico está relacionado com o
passam a apresentar sintomas de depressão, além da
diagnóstico tardio. O estadiamento clínico pré-cirúrgico
diminuição da libido. Conclusão: a indicação da oofo-
com exames de imagem é indispensável para o plane-
rectomia associada à histerectomia deve ser fruto de
jamento terapêutico. Embora muitas vezes desafiador,
uma análise minuciosa através da abordagem centrada
o tratamento cirúrgico é o único potencialmente cura-
na paciente, considerando os efeitos adversos da cirur-
tivo e deve ser optado por cirurgiões experientes em
gia e a possibilidade da utilização da terapia hormonal
pacientes seletos que a lesão se apresenta ressecável
com estrógenos para controle dos mesmos, conside-
como no caso apresentado.
rando sempre a qualidade de vida da mulher.
Contato: RODRIGO DE PIERI COAN – rodrigo.coan@
Contato: FREDERICO BARCELLOS BORGES MALBURG –
gmail.com
frederico.malburg@gmail.com

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 197


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TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA Contato: MATEUS MENDES OROSKI – mateusoroski@


CÓDIGO: 61779 hotmail.com

HISTERECTOMIA TOTAL POR CIRURGIA


ROBÓTICA PARA TRATAMENTO DE
ADENOCARCINOMA ENDOMETRIOIDE TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA / ENFERMAGEM
CÓDIGO: 59383
Autores: Ricardo Bassil Lasmar; Mateus Mendes Oroski;
André Borges de Freitas Dupim; Alison Mangolin; Danilo
Alves Araújo; Lucas Augusto Venancio Ferreira; Delvo IMPACTO DA ABREVIAÇÃO DO JEJUM
Vasques Netto; André Luiz Bertholo de Souza; PRÉ-OPERATÓRIO EM PACIENTES
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE ONCOLÓGICOS
Autores: Jéssyca Matos Silva; Maria Eduarda de Souza
Introdução: O adenocarcinoma endometrioide é o tipo
Galiazzi; Eleonora de Salles e Silva; Ana Carolina
histológico mais comum entre as neoplasias de endo-
Simonsen; Bruna Teixeira Marques; Isabela Coelho
métrio, representando 90% de todos os casos. Além das Guimaraes; Carolina dos Anjos Sampaio; Eduardo Brasil
vantagens já conhecidas, a cirurgia robótica se mostrou de Souza;
superior à abordagem laparoscópica na redução da Instituição: ESCOLA DE MEDICINA SOUZA MARQUES
perda sanguínea estimada, tempo de estadia hospita-
lar, tempo operatório e conversão para laparotomia. Introdução: A perda de peso e a desnutrição são os
Apresentação do caso: Paciente RTM de 65 anos, úl- distúrbios nutricionais mais frequentes em pacientes
tima menstruação aos 50 anos, G4 P3 (3 cesáreas) 1 A, oncológicos, sendo que até 30% dos pacientes adultos
com história prévia de laqueadura tubária queixando- apresentam perda superior a 10% do peso corporal.
-se de sangramento pós-menopausa, sem outros sinto- A desnutrição preexistente e a resposta ao trauma ci-
mas. Foi indicada histeroscopia ambulatorial, onde não rúrgico são os principais fatores negativos para a evo-
foi possível diagnóstico, devido a estenose e sinéquias lução pós-operatória do paciente oncológico. O déficit
em orifício interno do colo uterino. USG em dezembro do estado nutricional pré-operatório, aliada à doença
de 2016 revelou espessamento endometrial de 7, 7 cm maligna, ao trauma cirúrgico e à resposta metabólica
e em março de 2017, espessamento endometrial de pós-operatória, pode resultar em várias complicações
16mm. A paciente foi submetida à histeroscopia com e internação hospitalar prolongada. Objetivo: Avaliar
sedação, com diagnóstico de hipertrofia polipoide ir- o impacto da abreviação do jejum pré-operatório na
regular sugestiva de doença maligna. Histopatológico evolução pós-operatória em pacientes oncológicos.
de adenocarcinoma endometrioide grau I – bem dife- Método: Este estudo constitui uma revisão de literatu-
renciado. RM mostrou doença totalmente intracavitá- ra. Os artigos foram selecionados por meio de buscas
ria, com linfonodos negativos. Cavidade endometrial nos bancos de dados Scielo e Ebsco, a partir de fonte
distendida por material heterogêneo, hipertenso em Medline, além dos periódicos da revista JCO. A pesquisa
T2, isotenso em T1, com hiporrealce pelo meio de con- dos artigos foi realizada entre janeiro e junho de 2017.
traste e restrição à difusão. A cavidade mede 1,5cm de Resultados: A conduta de abreviação do tempo de
espessura. A interface endométrio / miométrio interno jejum pré-operatório é um dos cuidados nutricionais
está preservada. Por conseguinte, estádio IA, sendo in- atuais em relação aos pacientes cirúrgicos. A resposta
dicada histerectomia com anexectomia bilateral e lin- metabólica ao trauma cirúrgico pode ser potencializa-
fadenectomia. Decidido a realização do procedimento da pelo jejum podendo gerar complicações pós cirúr-
por robótica, ocorrendo sem intercorrências. Foram gicas. A abreviação do jejum pode trazer benefícios no
utilizados 5 portais, colocados sob visão direta, sendo pós-operatório em pacientes submetidos a operações
um supraumbilical para a óptica, três portais de 8mm oncológicas. A administração prévia de líquidos con-
para acesso do instrumental e um portal de 10mm tendo carboidratos acrescidos ou não de proteínas
para o auxiliar. Após a passagem da óptica, seguiu-se pode acarretar na diminuição do tempo de internação
visualização e investigação de toda a cavidade pélvica hospitalar. Além disso, a reintrodução: precoce da ali-
e abdominal, seguida por coleta de líquido para cito- mentação, de preferência enteral, no pós-operatório
logia oncótica. Procedida linfadenectomia pélvica com tem diminuído o tempo de cicatrização evitando com-
retirada em “bag” para congelação (estudo anatomopa- plicações. A ingestão de líquido no pré-operatório ime-
tológico) e histerectomia total com uso de energia bi- diato (duas a três horas antes da operação) acrescidos
polar e síntese da cúpula vaginal com vicryl 2-0. Ao his- de carboidratos tem se mostrado segura e não rela-
topatológico da peça, adenocarcinoma endometrioide cionada a risco de aspiração, regurgitação ou mortali-
Grau I, bem diferenciado, citologia peritoneal negativa, dade comparativamente aos pacientes que permane-
linfonodos negativos. A cirurgia robótica, portanto, se cem em protocolos tradicionais de jejum. Conclusão:
apresenta como uma importante ferramenta em diver- A abreviação do jejum se mostra como uma alterna-
sas áreas cirúrgicas, inclusive no manejo das neoplasias tiva benéfica em pacientes oncológicos submetidos a
malignas ginecológicas. cirurgia. A administração prévia de líquidos contendo

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 198


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carboidratos em sua composição, acrescidos ou não sões, de cada infecção com os cirurgiões, conseguimos
de proteínas mostrou a possibilidade da diminuição do uma redução de 33%, a taxa do ano foi de 4,54% e, em
tempo de internação hospitalar, assim como melhora 2016 com a implantação do protocolo de profilaxia ci-
dos parâmetros glicêmicos após o procedimento cirúr- rurgia em cirurgias da mama com implantes, a taxa foi
gico e modificações no perfil inflamatório e na capaci- de 1,50%, obtivemos uma redução de 67% em relação
dade funcional do organismo. a 2015 e 75% em relação ao ano de 2014. Conclusão:
Após a implantação do protocolo de profilaxia cirúrgi-
Contato: JÉSSYCA MATOS SILVA – jessyca.matos@
ca, foi possível verificar uma redução significativa em
hotmail.com
nossas taxas de infecção em cirurgias da mama com o
uso de implantes mamários em pacientes com câncer.
Contato: JULIANA MONTEIRO VIROLLI – juliana.virolli@
TEMÁRIO: ONCOMASTOLOGIA accamargo.org.br
CÓDIGO: 61798

IMPACTO DA ELABORAÇÃO DE
UM PROTOCOLO DE PROFILAXIA TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
CIRURGICA NA REDUÇÃO DE INFECÇÕES CÓDIGO: 61784
EM CIRURGIAS ONCOLÓGICAS DA
MAMA COM RECONSTRUÇÃO MAMÁRIA IMPACTO DA EXENTERAÇÃO
PÉLVICA POSTERIOR NO CONTROLE
Autores: Juliana Virolli; Joseanne Lima; Adriana Costa e
Silva; Rodrigo Reghini; Beatriz Quental; Paula Vidal; Ivan LOCORREGIONAL NOS TUMORES
França; COLORRETAIS RECIDIVADOS – RELATO
Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER DE CASO
Autores: Flávio de Paula Moraes; Aroldo Henrique
Introdução: Mundialmente o câncer de mama é a prin-
da Silva Boigues; Fabio de Oliveira Riuto; Vitor Arce
cipal causa de morte por câncer em mulheres. A utili-
Cathcart; Felipe Gonçalves de Souza; Isabela Cristina
zação de implantes com expansor e prótese mamária Rosa Brito; Paulo Sérgio Vieira de Souza Júnior;
é a forma de reconstrução mais comum realizada. A
Instituição: HOSPITAL EVANGELICO DE DOURADOS
reconstrução mamária seguida de colocação de im-
plante tem maiores índices de infecção. A reconstrução Apresentação do caso: Paciente, sexo feminino, 61
mamária seguida de implante infecta mais do que em anos, PS 1, portadora de neoplasia colorretal à direita,
implante para aumento de mama. As características da estádio IIA, foi submetida a colectomia direita video-
cirurgia como, imunossupressão por quimioterapia e laparoscópica em 2012. Durante o seguimento apre-
radioterapia, desnutrição e neoplasia, fazem deste, um sentou recidiva pulmonar em 2014 com indicação de
procedimento com maior risco de infecção e por este metastasectomia pulmonar. Após 3 anos de seguimen-
motivo, a profilaxia é recomendada. A infecção pós- to apresenta massa pélvica diagnosticada em Tomogra-
-operatória em cirurgias com implante traz um impacto fia de Abdome Inferior, captação em exame de PET-CT
alto na morbidade e mortalidade das pacientes, além e elevação do CEA. Em junho de 2017 foi submetida à
de prolongar o tempo de internação, curso de antibióti- exenteração pélvica posterior aberta com boa recupe-
cos prolongado, necessidade de remoção do implante, ração pós operatória e bom controle locorregional, sem
resultado estético comprometido e muitas vezes le- novas evidências de doença metastática. Discussão:
vando ao atraso do tratamento oncológico. Objetivo: Tumores colorretais recorrentes geralmente eram con-
Reduzir infecções em cirurgias da mama com recons- siderados incuráveis ou tecnicamente inoperáveis e tra-
trução imediata através da implantação do protocolo. tados com quimiorradioterapia paliativa podendo levar
Método: A partir de 2016 foi instituído o protocolo de a sintomas intratáveis. Atualmente a exenteração pél-
Profilaxia Cirúrgica em cirurgias oncológicas da mama vica ou ressecção multivisceral está bem estabelecida
com colocação de implantes. O protocolo estabelece para lesões pélvicas localmente avançadas, primárias
descolonização da pele – O paciente é orientado a re- ou recidivadas tanto para o câncer colorretal quanto
alizar banho com clorexidina degermante a 2% cinco para outros órgãos pélvicos – urogenitais, partes moles
dias antes da cirurgia e duas horas antes da entrada e ossos. A mortalidade cirúrgica é comparada com res-
no centro cirúrgico. Descolonização nasal: O paciente secções eletivas de câncer colorretal primário graças às
é orientado a usar mupirocina 2% – realizar três vezes evoluções da Medicina pós Segunda Guerra. Evoluções
ao dia por cinco dias. Antibiótico profilático: usar ce- tais como transfusões sanguíneas, antibióticos, anes-
fazolina – administrar em até uma hora antes da inci- tesia, terapia intensiva, técnica cirúrgica, radiologia,
são cirúrgica e o repique é indicado em cirurgias com cuidados multidisciplinares e a seleção dos pacientes
duração > 4 horas. Resultados: Observamos uma re- tornou o procedimento mais seguro e mais difundi-
dução considerável nas taxas de infecção em cirurgia do. A importância das margens livres também é bem
oncológicas da mama com implantes. No ano de 2014 estabelecida para promover controle local duradouro
a taxa era de 5, 83%. Em 2015 com o inicio das discus- e predizer longa sobrevida. Embora o desfecho onco-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 199


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

lógico e a mortalidade tenham melhorado nas últimas clínicas inespecíficas, como dor abdominal, anemia,
décadas com a ressecção R0, a morbidade pós-opera- emagrecimento e massa palpável. O diagnóstico é feito
tória continua alta com variação de taxas entre 20% e por imuno-histoquímica, com c-kit positivo em 95% dos
80%. Comentários finais: O referido relato de caso nos casos, e o prognóstico e tratamento dependem do diâ-
mostra a importância da correta indicação cirúrgica no metro tumoral, índice mitótico, marcadores de prolife-
tratamento da recidiva do câncer colorretal impactan- ração celular e de sua localização. O tratamento padrão
do tanto no controle locorregional da doença quanto é a ressecção cirúrgica completa, mas recentemente
no tempo de sobrevida global destes pacientes observou-se que o uso de mesilato de imatinib resul-
tou em melhora na sobrevida e no prognóstico de mais
Contato: FLAVIO DE PAULA MORAES –
de 50% dos pacientes que o utilizaram. Comentários:
flaviocirurgiageral@gmail.com
Apesar da agressividade do GIST e de seu alto índice
de recorrência, o uso do Imatinibe no caso relatado re-
velou bom impacto na sobrevida, qualidade de vida e
TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE prognóstico de um paciente com tumor de alto risco de
CÓDIGO: 61651 comportamento agressivo.
Contato: KAROLYNE ERNESTO LUIZ NOBRE –
IMPACTO DO USO DE MESILATO DE Kakanobre@icloud.com
IMATINIB NA QUALIDADE DE VIDA
DE PACIENTE COM GIST GÁSTRICO –
RELATO DE CASO
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
Autores: Karolyne Ernesto Luiz Nobre; João Manoel
CÓDIGO: 60053
Beirão Brandão; Thalissa Gomes da Silveira Torres;
Carlos Marcelo Gomes Cruz;
Instituição: FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS DE
IMPLANTES CUTÂNEOS COMO
CAMPINA GRANDE PRIMEIRA MANIFESTAÇÃO CLÍNICA
DE ADENOCARCINOMA PULMONAR –
Apresentação do caso: O.A.S, 55 anos, masculino, resi-
RELATO DE CASO
dente e procedente de Borborema – PB, buscou serviço
médico há 3 anos em virtude de forte dor em hipocôn- Autores: Rafaela Prata Rassi; Amanda Karolyne Batista
Ferreira; Guilherme Henrique de Oliveira Silva; Bárbara
drio esquerdo, e massa palpável na mesma região. Foi
Rocha Rodrigues; Ana Carolina Nunes Rodrigues;
encaminhado para serviço hospitalar na cidade de Joao
Leonardo da Silva Almeida; Luiz Carlos Furtado de
Pessoa-PB, onde realizou uma TC de abdômen, que evi- Almeida Júnior; Guilherme Angotti Freire Carrara;
denciou grande massa na parede anterior do estôma-
Instituição: UNIVERSIDADE DE UBERABA
go, com tamanho aproximado de 18, 0x15, 0x8, 0 cm,
pediculada com base de 4cm e aderida à curvatura me- Apresentação do caso: R.M.S, 85 anos, sexo masculi-
nor. O paciente foi submetido por duas vezes a biópsia no, ex-tabagista há 35 anos de 90 anos/maço. Procurou
endoscópica sem sucesso, sendo optado cirurgia para atendimento com perda ponderal de 15 kg em 1 mês,
biópsia, que evidenciou GIST gástrico de baixo índice hiporexia e vômitos incoercíveis. Nega tosse, dispneia e
mitótico, a partir da imuno-histoquímica, com c-kit po- demais queixas. Relata surgimento de nódulos em di-
sitivo. Foi encaminhado à oncologia clínica, que indicou versas partes do corpo. Ao exame físico: emagrecido,
o tratamento neoadjuvante com Mesilato de Imatinib com nodulações endurecidas, aderidas a planos pro-
durante 1 ano, até a data da possível gastrectomia to- fundos e não ulceradas, de tamanhos variados em re-
tal. Realizou-se nova tomografia de abdômen que de- gião periauricular, linha axilar anterior direita e rebordo
monstrou redução importante do diâmetro do tumor, costal esquerdo. Biópsia de nódulo cutâneo em rebor-
optando-se agora pela gastrectomia parcial, realizada do costal esquerdo constatou formação nodular com-
com sucesso. A lesão media 11,0x 10,0x 4,5cm e esta- posta por neoplasia pouco diferenciada possivelmente
va aderida ao segmento gástrico, e a biópsia da peça metastática. À TC de tórax evidenciou massa heterogê-
cirúrgica demonstrou margens cirúrgicas e linfonodos nea em pulmão direito associada a múltiplos nódulos
sem evidências de comprometimento neoplásico (0/7), pulmonares bilaterais, derrame pleural bilateral, linfo-
com 10 mitoses em 50 campos de grande aumento. À nodopatia mediastinal e metástases ósseas, compatível
imuno-histoquímica revelou c-Kit e CD34 positivos, e ac- com neoplasia primária pulmonar (T4N2M1b). TC de
tina músculo liso negativo. O paciente encontra-se vivo abdome com lesões ósseas compatíveis com metásta-
e sem evidências de recidiva tumoral após 14 meses ses; imagem nodular infrahepática suspeita para aco-
de seguimento. Discussão: O GIST corresponde a 5% metimento secundário; TC de crânio sem alterações.
dos casos de sarcoma, com incidência maior durante Cintilografia óssea com múltiplas lesões osteolíticas dis-
a 6ª década de vida, sendo a sua principal localização seminadas. Discussão: No Brasil o câncer de pulmão é
o estômago (65%). Originam-se a partir de mutações o segundo em incidência no sexo masculino e uma das
das células de Cajal e no gene kit, com manifestações principais causas de morte evitável no mundo todo. Em

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 200


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

90% dos casos há associação com tabaco. Geralmen- da gonadotrofina coriônica humana (hCG – marcador
te é assintomático no início, sendo o diagnóstico mais tumoral) assegura um diagnóstico precoce da evolu-
comum em fase avançada, quando surgem sintomas ção neoplásica, monitora a resposta ao tratamento
inespecíficos como tosse, dispneia, hemoptise, derra- e possibilita a identificação das eventuais recidivas.
me pleural até hiporexia e perda ponderal significativa. Entretanto, a cirurgia continua tendo papel relevante
O diagnóstico confirmatório se dá por biópsia da lesão e complementar no resgate da saúde e da vida de al-
pulmonar, para estabelecer o estadiamento, conduta e gumas pacientes com NTG, em especial nos casos de
prognóstico. A disseminação do câncer de pulmão se alto-risco (AR), com neoplasia recidivada ou resistente
dá por via hematogênica sendo os sítios mais frequen- ao tratamento clínico. Objetivo: Destacar o papel da
tes: SNC, fígado e adrenais. Metástases ósseas ocorrem cirurgia como abordagem terapêutica complementar
em até 25% dos casos. As metástases cutâneas são in- e relevante em pacientes com NTG-AR resistente ou
comuns com incidência de 1 a 7%. Conclusão: As me- recidivada. Relato de casos: Ao longo de 32 anos, das
tástases cutâneas são geralmente eventos tardios de 2200 pacientes com DTG acompanhadas no Centro de
neoplasias viscerais sendo mais comumente relaciona- Referência (CR) foram tratadas 430 (19, 5%) pacientes
das aos tumores de mama e de pulmão. Raramente se com NTG de graus variáveis de complexidade e com
apresentam como primeira manifestação clínica. Pos- resolução em 98% deles. Em 15% desses casos houve
suem características variadas, sendo o do paciente em necessidade de cirurgia complementar, geralmente
questão consistência pétrea, aderentes a planos pro- histerectomia. Durante o tratamento dos raros casos
fundos, indolores, de rápido crescimento e sem ulce- de NTG-AR resistentes ou recidivados (16/430 = 3,7%)
ração. No presente relato, o paciente não apresentava além de histerectomia há necessidade de outras tipos
sintomas específicos sugestivos de neoplasia pulmo- de cirurgia (setorectomia pulmonar, laparotomia para
nar, sendo evidenciada como sítio primário por exames ressecção de metástases, embolização de artérias, etc)
de imagem solicitados frente a biopsia dos implantes associados à poliQt, e mesmo assim a sobrevida é me-
cutâneos. nor (índice de cura de 81,3%). Nos três casos relatados,
de difícil resolução, de NTG-AR resistente ou recidiva-
Contato: RAFAELA PRATA RASSI – rafaelaprata29@
da destaca-se a importância da cirurgia no resgate da
yahoo.com.br
vida e da saúde dessas pacientes. Conclusão: todas as
pacientes com DTG devem ser acompanhadas em CR
onde encontrarão equipe multiprofissional e condições
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA para um diagnóstico precoce dos casos que evoluírem
CÓDIGO: 59948 para NTG, assegurando um tratamento adequado e o
seguimento prolongado necessário nessas neoplasias
IMPORTÂNCIA DA CIRURGIA NO altamente curáveis e com grande percentual de preser-
vação da fertilidade.
RESGATE DA VIDA E DA SAUDE
DE PACIENTES COM NEOPLASIA Contato: LUIGGI ANSELMO LEONARDI – luiggi_
TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL leonardi@hotmail.com
DE ALTO-RISCO, RESISTENTE AO
TRATAMENTO OU COM RECIDIVA DA
NEOPLASIA – RELATO DE 3 CASOS TEMÁRIO: URO – 0NCOLOGIA
Autores: Elza Maria Hartmann Uberti; José Pio CÓDIGO: 61810
Rodrigues Furtaddo; Luiggi Anselmo Leonardi; Cardoso
RB; Antõnio Nocchi Kalil; Gabriel Oliveira Dos Santos;
Ruth Karina Escobar Diaz;
INCIDÊNCIA E ESTADIAMENTO DO
CARCINOMA DE PROSTÁTA EM CENTRO
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE CIÊNCIAS DA
SAÚDE DE PORTO ALEGRE, SANTA CASA PORTO ALEGRE DE REFERÊNCIA EM ONCOLOGIA DE
ARACAJU, SERGIPE
Trabalho realizado no Centro de Doenças Trofoblásti-
Autores: Isabelle Menezes Maciel; Roberto Queiroz
cas da ISCMPA (Maternidade “Mário Totta” e Hospital
Gurgel; José Vieira Barreto Junior; Aléf Vinícios de Souza
Santa Rita) Background – A Neoplasia Trofoblástica Ges- Coelho; Luan Gustavo Lima Carvalho Carneiro; Caroline
tacional (NTG) é uma doença rara (1:15000 a 1:40000 Ramos Barreto; Catarine Cruz Matos;
gestações) que atinge mulheres jovens, na menacme,
Instituição: UNIVERSIDADE TIRADENTES
muitas vezes no inicio da vida reprodutiva. Há 40 anos
é consenso que tais pacientes devem ser tratadas em Introdução: Entre as patologias exclusivas do homem,
Centros de Referência (CR), pela raridade e complexida- o câncer de próstata tem sido alvo das políticas públicas
de da NTG que requer abordagem multi-profissional. O tendo como base as altas taxas de incidência e morta-
tratamento clínico com quimioterapia e preservação da lidade, o que faz deste câncer, o segundo mais comum
função reprodutiva é o principal enfoque terapêutico entre a população masculina, sendo superado apenas
na NTG. A dosagem quantitativa sistemática e periódica pelo câncer de pele não-melanoma. O câncer de prós-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 201


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

tata é considerado um câncer da terceira idade, já que outros países desenvolvidos. Infelizmente, em países
cerca de três quartos dos casos ocorrem a partir dos 65 que não têm acesso a programas de rastreio e preven-
anos. A maioria dos tumores cresce de forma tão lenta ção do câncer do colo do útero, este continua a ser o
que não chega a dar sinais durante a vida e nem a ame- segundo tipo de câncer mais comum e causa de mortes
açar a saúde do homem. Dado o exposto, estima-se por câncer entre todos os tipos de câncer nas mulheres.
que um em cada dez homens, durante a vida, desenvol- No Brasil, é o terceiro tumor mais frequente na popu-
ve carcinoma de próstata, clinicamente evidente. Para lação feminina, e a quarta causa de morte de mulheres
2016/2017 as estimativas indicam que serão 52.350 no- por câncer. Houve a estimativa de 16.340 novos casos
vos casos de câncer de próstata no Brasil, que corres- para 2016 segundo o INCA, e foram registradas 5.430
pondem um risco estimado de 54 casos novos a cada mortes no ano de 2013 pelos dados do Sistema de In-
100 mil homens. A detecção precoce do câncer possi- formação sobre Mortalidade. Já na região Nordeste fo-
bilita um melhor prognóstico do caso e maiores são as ram estimados 5.630 casos e no estado de Sergipe 220
chances de cura por meio de realização de exames em casos. As taxas de incidência e de mortalidade globais
homens assintomáticos por meio do toque retal e da dependem da presença de programas de triagem para
dosagem de antígeno prostático específico (PSA). Ob- pré-câncer do colo do útero e do vírus do papiloma hu-
jetivo: Avaliar a incidência, estadiamento e prognósti- mano (HPV) de vacinação, que são mais propensos a
co dos pacientes com câncer de próstata em centro de estar disponível em países desenvolvidos. Objetivo: O
referência em oncologia do estado de Sergipe. Méto- presente trabalho tem como objetivo primário analisar
do: Será realizado um estudo transversal retrospectivo os dados epidemiológicos através dos prontuários de
por análise de prontuários dos pacientes com câncer pacientes e secundariamente analisar a conduta tera-
de próstata em centro de oncologia de referência em pêutica. Método: Será realizado um estudo transversal
Sergipe no período entre 2010 e 2015. Resultado: Ve- retrospectivo por análise de prontuários dos pacientes
rificou-se uma ascensão da incidência do câncer de com câncer de colo uterino em centro de referência do
próstata no centro de referência oncológica de Sergipe. Estado de Sergipe no período entre 2010 e 2016. Resul-
Escore Gleason 7 foi o estadiamento mais comumente tados: Demonstrou-se que no Centro de Referência de
encontrado entre os pacientes. Tumores com Gleason Oncologia houve o aumento da incidência comparado
maior que 8 são mais prevalentes do que aqueles com ao passar dos anos, sendo relativamente uma crescen-
Gleason menor que 4, o que contribui para o aumen- te, exceto no ano de 2014. Dentre a totalidade de casos
to do número de prostatectomia realizadas no estado. analisados nesse período, notou-se que cerca de 4,85%
Conclusão: Apesar do CA de próstata ser considerado dos dados analisados ocorreram em 2010; 9, 5% em
um câncer da terceira idade, a relutância da população 2011; 9, 5% em 2012; 23,8% em 2013; 4,85% em 2014;
masculina em realizar exames de rastreamento contri- 19% em 2015; e 28, 5% em 2016. Houve uma predomi-
bui para o aumento da incidência desse câncer diag- nância do tipo histológico carcinoma de células esca-
nósticado em estágios mais avançados. Descritores: mosas (76, 2%) seguido pelo adenocarcinoma (23,8%).
câncer de próstata, estadiamento, diagnóstico No estadiamento conclui-se que o estágio de maior in-
cidência é o estágio I. No tratamento percebeu-se que
Contato: ISABELLE MENEZES MACIEL – bellemaciel@
a histerectomia total ocorreu na maioria das pacientes,
hotmail.com
assim como a radioterapia e a quimioterapia. Conclu-
são: Conclui-se que o diagnóstico precoce implica em
um estadiamento também precoce. Assim, nota-se que
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA as campanhas para rastreamento podem refletir essa
CÓDIGO: 61899 maior incidência de casos, pois mais mulheres procu-
ram atendimento e descobrem mais recente o câncer,
INCIDÊNCIA E ESTADIAMENTO DO superando as subnotificações.
CÂNCER DE COLO UTERINO EM CENTRO Contato: BEATRIZ RAYANE OLIVEIRA SANTANA – rhay_
DE REFERÊNCIA EM ONCOLOGIA EM santana@outlook.com
ARACAJU, SERGIPE
Autores: Beatriz Rayane Oliveira Santana; Catarine Cruz
Matos; Erika de Oliveira Menezes; Nayara Rezende
Fonseca; Naiana Mota Araújo; Humberto; Roberto TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO
Gurgel; José Vieira; CÓDIGO: 61791

Instituição: UNIVERSIDADE TIRADENTES


INCIDÊNCIA, ESTADIAMENTO
Introdução: O câncer do colo uterino é o terceiro diag- E ABORDAGEM TERAPÊUTICA
nóstico de câncer ginecológico mais comum e causa de DE CARCINOMA DE ESTÔMAGO
morte entre cânceres ginecológicos nos Estados Uni-
EM CENTRO DE ONCOLOGIA DE
dos. Estes rankings são estimativas semelhantes para
REFERÊNCIA DE ARACAJU, SERGIPE

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 202


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Autores: Luís Felipe da Costa Figueiredo; Erika de ADENOCARCINOMA GÁSTRICO EM


Oliveira Menezes; Rynat Dasaev Oliveira Chagas; Beatriz UMA INSTITUIÇÃO DE REFERÊNCIA DO
Rayane Oliveira Santana; Mateus Santos Cornélio; Luan
Gustavo Lima Carvalho Carneiro; José Vieira Barreto ESPIRITO SANTO
Junior; Roberto Queiroz Gurgel; Autores: Carlos Alexandre meneghelli; Meire Cardoso
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE da Mota Bastos; Pedro Lorencini Belloti; Ana Luiza
Miranda Cardona Machado; Luiz Fernando Mazzini
Introdução: O câncer (CA) de estômago é o quinto cân- Gomes; Luiz Augusto de Castro Fagundes Filho;
cer mais prevalente no mundo e a segunda causa de Leonardo Orletti;
morte por câncer segundo estimativa de 2016. Sua in- Instituição: HOSPITAL SANTA RITA DE CASSIA
cidência é maior em homens com 70 anos e a maioria
Introdução: A fistula de coto duodenal é uma compli-
dos casos ocorre em países em desenvolvimento e com
cação pouco frequente pós-gastrectomias, porém com
alta prevalência de infecção por Helicobacter pylori. Os
altas taxas de morbidade e mortalidade. Objetivo: Ava-
tumores do estômago se apresentam, predominante-
liar o perfil e a morbimortalidade dos pacientes que
mente, na forma de três tipos histológicos: adenocar-
apresentaram fistula de coto duodenal pós-gastrec-
cinoma (responsável por 95% dos tumores), linfoma,
tomia. Método: Estudo retrospectivo com pacientes
encontrado em raros casos, e leiomiossarcoma. No
portadores de adenocarcinoma gástrico submetidos a
Brasil, foram estimados 12.920 casos novos desse tipo
gastrectomia total ou subtotal que tiveram fistula de
de câncer em homens e 7.600 em mulheres para 2016,
coto duodenal, na Afecc-Hospital Santa Rita de Cássia
tornando-o o quarto tipo de câncer mais frequente no
no período de 2008 a 2015. Foram excluídos os pacien-
país. Em Sergipe, estima-se que é o quarto tipo de cân-
tes submetidos à cirurgias de urgências. Resultados:
cer mais prevalente em homens e o quinto em mulhe-
População de 336 pacientes. Taxa de fístula foi 1,4%.
res. Ainda que sua incidência seja maior nas Regiões
O perfil cirúrgico desses pacientes fistulizados: gastrec-
Sul e Sudeste do país, ele é uma importante causa de
tomias subtotais (80%), linfadenectomias estendidas
morte por câncer nas regiões Norte e Nordeste. Tem
(80%), pacientes idosos (média de idade de 74 anos) e
mau prognóstico, com alta mortalidade e baixa sobre-
tempo cirúrgico longo (média de 210 minutos). O tem-
vida em cinco anos em todo o mundo. Objetivo: Avaliar
po médio de permanência hospitalar foram 24 dias.
a incidência do câncer gástrico em centro de referência
Nenhum paciente fez preparo nutricional pré-opera-
em oncologia de Sergipe, o estadiamento em que fo-
tório ou ressecção multiorgânica. Taxa de reoperação
ram diagnosticados os cânceres de estômago e quais
desses pacientes foi 60%; daqueles que reoperaram a
condutas terapêuticas foram adotadas. Método: Foi re-
taxa de mortalidade foi 66%. Taxa de mortalidade glo-
alizado um estudo retrospectivo por análise de prontu-
bal de 40%. Conclusão: O conhecimento do perfil dos
ários dos pacientes com câncer de estômago em centro
pacientes que desenvolvem esse tipo de complicação
de referência em oncologia de Sergipe no período entre
e o manuseio adequado num Serviço com experiência
2010 e 2017. Resultados: Nesse centro demonstrou-se
diminui as taxas de morbimortalidade.
um aumento de aproximadamente 117% quando com-
parado o período entre 2010 e 2013 ao período entre Contato: CARLOS ALEXANDRE MENEGHELLI –
2014 e primeiro semestre de 2017. Houve predominân- carlosalexandremeneghelli@hotmail.com
cia de estadiamento T3 (36, 84%), seguido por T2 (26,
32%), T1 (21,05%) e T4 (15, 79%). Em todos os casos re-
latados a conduta terapêutica adotada foi gastrectomia
e linfadenectomia D2 com quimioterapia neoadjuvante. TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO
Conclusão: A incidência de câncer gástrico parece au- CÓDIGO: 60111
mentar no nosso estado. Podemos atribuir à mudanças
no estilo de vida e aumento no número de diagnóstico. INTUSSUSCEPÇÃO DE JEJUNO DISTAL
Apesar desse aumento o acesso parece demorado de POR METÁSTASE DE MELANOMA:
modo a justificar o elevado estadiamento e mau prog- UM RELATO DE CASO
nóstico e qualidade de vida desses pacientes.
Autores: Isabella Kern Arendt; Leonardo Werner Rasche;
Contato: LUÍS FELIPE DA COSTA FIGUEIREDO – Fernanda Paula Schafer; Letícia Signori Kohl; Víctor
luisfelipe750@hotmail.com Sánchez Zago; Ícaro de Azevedo Alexandre; Charles
Nilton Gatelli; Renata Bruna Garcia dos Santos Gatelli;
Instituição: UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
Apresentação do caso: Paciente masculino, 60 anos,
TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO
vai à emergência de um hospital de referência com
CÓDIGO: 61930
queixas de dor abdominal, constipação, vômito e inape-
tência iniciadas há 60 dias e com piora nos últimos 15
INFLUÊNCIA DA LINFADENECTOMIA dias. Relata perda ponderal de 10kg nos últimos 20 dias.
NA MORTALIDADE E SOBREVIDA Em 2015 realizou ressecção de melanoma no membro
NO TRATAMENTO CIRÚRGICO DO inferior, em adjuvância com interferon. O abdome apre-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 203


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

sentava-se distendido e timpânico. A tomografia de ab- Matheus Sobreira Batista Spencer; Tiago Santoro
dome evidenciou intussuscepção em jejuno distal, indi- Bezerra; Mateus Barros Filho; Silvia Regina Rogatto;
cando tratamento cirúrgico. No procedimento cirúrgico, Ademar Lopes;
foi realizada uma laparotomia mediana, que possibili- Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
tou a visualização de implantes de melanoma em peri-
Introdução: O sexo feminino, contracepção oral, te-
tônio visceral de intestino delgado invadindo a sua luz,
rapia de reposição hormonal, multiparidade, gravidez
assim como a identificação da área de intussuscepção
precoce e o consumo de soja estão associados a uma
em íleo distal. Realizou-se enterectomia e anastomose.
diminuição do risco de Câncer Colorretal (CRC). Embora
A intussuscepção em adultos apresenta incidência mui-
a causa desta diferença não seja conhecida, os esteroi-
to rara, estando a causa subjacente geralmente ligada
des sexuais podem ser considerados um fator contri-
a doenças malignas, principalmente por adenocarcino-
buinte. Por outro lado, o desenvolvimento de múltiplos
mas primários, linfomas e metástases. No intestino, as
pólipos em polipose adenomatosa familiar (FAP) come-
lesões metastáticas mais comuns são de melanoma,
çando durante a puberdade, no pico da produção dos
contudo, a intussuscepção por melanoma é incomum.
esteroides sexuais, sugere que os mesmos possam agir
O local preferido de intussuscepção por melanoma é o
como cofatores no desenvolvimento dos pólipos e na
intestino delgado, sendo mais prevalente nas regiões do
carcinogênese colorretal. Inicialmente realizamos um
jejuno e do íleo. As manifestações clínicas da intussus-
estudo preliminar para identificar qual hormônio se-
cepção de adultos geralmente são caracterizadas por
xual está associado na patogênese do CRC. Os níveis
dor abdominal, náusea, vômito, constipação ou perda
de expressão dos receptores de estrogênio (ER) subu-
de peso episódica inespecífica, o que dificulta o diagnós-
nidades ER-α, ER-β, receptores de progesterona e an-
tico. Para investigação, o melhor exame de imagem é a
drógenos em portadores de FAP e câncer esporádico.
tomográfica computadorizada. Os melanomas do trato
Encontramos uma significativa perda de expressão de
gastrointestinal geralmente são assintomáticos em seus
ER-β com a carcinogênese e impacto na sobrevida. Não
estágios iniciais e são freqüentemente diagnosticados
houve correlação significativa nos demais receptores
quando ocorrem complicações agudas, como obstru-
sexuais. Subunidades de ER-β são expressas em isofor-
ção, perfuração ou hemorragia. O manejo consiste
mas de splicing alternativos em diferentes tecidos. Es-
principalmente em intervenção cirúrgica para resolver
sas variantes e suas correlações com a mucosa normal,
a obstrução aguda/intussuscepção e estabilizar o pa-
pólipos da síndrome Polipose Adenomatosa Familiar
ciente. Estima-se que 60% dos pacientes que morrem
(FAP) e de carcinomas colorretais esporádicos nunca
de melanoma possuem metástases gastrointestinais,
foram descritas. Materiais e Método: No total, usando
todavia, dessas, apenas 1,5-4% são detectadas antes da
RT-PCR quantitativa avaliamos 307 amostras, com 921
morte. Entre as malignidades intestinais, o melanoma
análises de três transcritos e seus pares de isoformas
metastático é a quinta doença maligna mais comum, no
associadas, em mucosa normal, pólipos e câncer color-
entanto, é considerada a malignidade extra intestinal
retal esporádico, assim como em mucosa normal e póli-
mais propensa a metástase para o TGI. Embora metás-
pos da FAP. Resultados: Uma diminuição de expressão
tase no intestino delgado por melanoma seja comum,
das isoformas ER-β foi identificada em pólipos espo-
intussuscepção por melanoma mostra-se rara. Assim,
rádicos e em CRC, bem como em pólipos de pacientes
quando ocorre, deve ser realizada a ressecção da me-
FAP em comparação com tecidos normais (p <0,001). As
tástase, visando evitar complicações como perfuração
isoformas ERβ1 e ERβ5 foram mais expressas no teci-
ou obstrução e proporcionar, quanto mais cedo for
do da mucosa normal FAP em comparação com tecido
diagnosticada, um tratamento adequado ao paciente.
normal esporádico (p <0,001), sugerindo uma associa-
Contato: ISABELLA KERN ARENDT – isabella.arendt@ ção nos indivíduos afetados por mutações germinativas
outlook.com do gene APC. Houve diminuição progressiva da expres-
são de ER-β em pólipos com displasia de baixo grau,
seguidos de tumores T1-T2 e T3-T4 (p <0,05). No câncer
colorretal esporádico, a perda de expressão de ERβ1 e
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL ERβ5 foi um preditor independente de recorrência (p =
CÓDIGO: 61979 0,002). Conclusão: Esses achados podem proporcionar
uma melhor compreensão do estrogênio e seus poten-
ISOFORMAS DE RECEPTORES ciais efeitos preventivos e terapêuticos sobre o câncer
DE ESTROGÊNIO-Β EM CÂNCER colorretal esporádico e aqueles associados à síndrome
COLORRETAL ESPORÁDICO, POLIPOSE de FAP.
ADENOMATOSA FAMILIAR E Contato: PAULO ROBERTO STEVANATO FILHO –
ESTÁGIOS PROGRESSIVOS DE CÂNCER paulorstevanato@gmail.com
COLORRETAL
Autores: Paulo Roberto Stevanato Filho; Samuel Aguiar
Júnior; Maria Dirlei Begnami; Hellen Kuasne; Ranyell

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 204


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA


CÓDIGO: 61677 CÓDIGO: 62022

LEIOMIOMA UTERINO GIGANTE – LEIOMIOMA UTERINO PEDICULADO –


RELATO DE CASO RELATO DE CASO
Autores: Pedro Henrique Coêlho de Mélo Leite; Walter Autores: Crislanny Regina Santos da Silva; Renan Santos
Luiz Bandeira Alves; Autha Maria Mendes de Oliveira; Pessoa; Isabelle França Bezerra; Kerginaldo Jácome
Aryana Medeiros Silva; Bruno Henrique Arruda de da Costa Filho; George Alexandre Lira; Vanessa Nobre
Paula; Deborah Pinagé Alves de Lima; Luívia Fragoso de Veras; Larissa Bianca de Sousa Araújo; Mara Juliane
Barros; Luíz Gustavo Delgado Duarte; Silva Jovino;
Instituição: FACULDADE DE MEDICINA NOVA Instituição: FACULDADE DE MEDICINA NOVA
ESPERANÇA ESPERANÇA
Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, Apresentação do caso: PCMB, 48a, feminino, procu-
48 anos, apresentando queixas de massa abdominal rou o serviço de cirurgia oncológica com dor abdominal
e sangramento vaginal há 10 anos. Ao exame físico em hipogástrio, associado à dismenorreia e menorra-
apresentava útero palpável acima da cicatriz umbili- gia. Ao exame apresentava massa palpável e aumento
cal e abaulamento umbilical a manobra de valsava. O de volume abdominal. Ultrassonografia (USG) pélvica
exame ecográfico transvaginal demonstrou útero em abdominal e USG transvaginal evidenciaram volumosa
anteversoflexão, textura heterogênea, contornos irre- estrutura nodular mista a esclarecer. Ressonância Nu-
gulares, dimensões de 17, 2 x 13,9 x 12,8 centímetros clear Magnética (RNM): volumosa formação expansiva
nos planos ortogonais e volume aproximado de 1625, no mesogástrio/abdome inferior (leiomioma uterino
2 centímetros cúbicos. Com hipótese diagnóstica de subseroso exofítico/pediculado com sinais de dege-
leiomioma uterino, efetuou-se histerectomia total com neração cística, não se podendo afastar por completo
anexectomia esquerda e herniorrafia umbilical. O ato eventual degeneração histológica agressiva, embora
cirúrgico ocorreu sem intercorrências, com sangramen- menos provável) dimensões de 26, 0x17, 8x11,9 cm
to habitual e o material foi enviado para exame ana- (2880 cm³). Foi submetida à laparotomia exploratória
tomopatológico. Discussão: Leiomiomas são tumores que revelou um grande tumor pediculado, com fron-
benignos estrógeno-dependentes originários do mús- teiras irregulares. Exame de congelação: massa de
culo liso do útero e contêm elementos de tecido con- 29x19x13 cm, com várias cavidades císticas e áreas de
juntivo e fibroso. Geralmente se apresentam em mu- degeneração cística, permitindo o diagnóstico histoló-
lheres entre 30 e 50 anos de idade, sendo raros após gico de leiomioma uterino pediculado. Realizou-se, as-
a menopausa. O uso do termo miomas uterinos gigan- sim, histerectomia total abdominal (HTA) sem anexec-
tes foi proposto por Beacham, em 1971, para aqueles tomia. Discussão: O caso apresentado trata-se de um
de peso 11,4 quilogramas ou mais, sendo utilizado até leiomioma típico tanto no que se refere a idade da pa-
hoje. Foi Hunt, em 1888, que relatou o maior tumor, até ciente que condiz com a fase de maior incidência da
esta data, em autópsia, pesando 63,6 quilogramas, se- doença, que é a fase reprodutiva, quanto o principal
guido de Behrend, em 1930, que ressecou um mioma sintoma, a menorragia. Hipermenorreia, dor pélvica,
uterino de 60,7 quilogramas. A frequência dos casos aumento de volume abdominal, infertilidade e anemia
de miomas gigantes é baixa e a literatura é escassa. Os são as principais manifestações clínicas. Mulheres as-
sintomas relatados são consistentes com a bibliografia sintomáticas não necessitam de tratamento, apenas
revista. A indicação do tratamento cirúrgico é estabe- acompanhamento e exame ginecológico de rotina.
lecida pelas complicações causadas pelos miomas, tais Entretanto, miomas muito volumosos, ainda que as-
como compressão de órgãos adjacentes, dismenorreia, sintomáticos, devem ser tratados. Os leiomiomas são
anemia ferropriva, além das alterações secundárias que geralmente identificados por exames de imagem, po-
os miomas uterinos podem sofrer, como degeneração rém alterações degenerativas causam aparência atípi-
hialina, cística e sarcomatosa, necrose, calcificação, de- ca e dificultam o diagnóstico. O suprimento sanguíneo
generação gordurosa e a infecção secundária. Comen- fica insuficiente em casos de leiomiomas de grandes
tários finais: Casos como este salientam a importância dimensões, resultando em vários tipos de degenera-
de um acompanhamento mais rigoroso de leiomiomas ção, sendo a degeneração cística a mais rara (4% dos
uterinos, que devem ser resolvidos cirurgicamente em casos). Apenas 1% dos leiomiomas uterinos podem
fases precoces. As condições médicas e cirúrgicas em sofrer degeneração maligna e se tornar sarcoma. Os
uma paciente, como as descritas acima, aumentam a leiomiomas pediculados podem simular neoplasias
morbidade e mortalidade, diminuindo a probabilidade ovarianas, a exclusão de uma origem ovariana pode
de sucesso do tratamento. ser feita através da USG ou RMN. No caso optou-se
pela HTA como terapêutica, tendo em vista o tamanho
Contato: PEDRO HENRIQUE COÊLHO DE MÉLO LEITE –
do mioma e a repercussão do sangramento. Conclu-
pedrohcml@hotmail.com
são: Este relato justifica-se diante da importância epi-
demiológica da miomatose uterina e da urgência ci-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 205


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

rúrgica devido à clínica e as dimensões do mioma não miosarcoma (LMS) da veia cava inferior (IVC) são tumo-
permitirem uma intervenção conservadora. res raros com apenas cem casos relatados na literatu-
ra. Estes tumores são caracterizados por crescimento
Contato: CRISLANNY REGINA SANTOS – crismedjolie@
lento, diagnóstico tardio e mau prognóstico. Apenas
gmail.com
uma peça de ressecção do tumor que leva o segmento
atinge a veia cava inferior permitirá uma melhor sobre-
vivência.
TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS Contato: ANA CAROLINE DA FONSECA SOARES
CÓDIGO: 59507 PEREIRA – karolinefsoares@gmail.com

LEIOMIOSSARCOMA DE VEIA CAVA


INFERIOR – RELATO DE CASO
TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS
Autores: Ana Caroline da Fonseca Soares Pereira; Fidelis
Manes Neto; Mariella de Almeida Melo; CÓDIGO: 61991

Instituição: HOSPITAL SAO MARCOS


LESÃO ALTAMENTE SUSPEITA DE
Apresentação do caso: Feminino, 62 anos, com dor LIPOSSARCOMA RETROPERITONEAL
abdominal ha 3 meses. Ao exame físico observou-se OCASIONANDO ABDOME AGUDO
massa fixa, de consistência endurecida, dolorosa a
OBSTRUTIVO – RELATO DE CASO
palpação profunda, em hipocôndrio direito. RM de ab-
dômen: Lesão expansiva heterogênea retroperitoneal, Autores: Pablo Marques Reis; Márcio Neves Stefani;
Rebeca Aparecida dos Santos Di Tommaso; Amanda
com epicentro na segunda porção duodenal, medindo
Moreira de Abreu; Alice Brito Brandão; Adnaldo da
aproximadamente 11,3 x 7, 9 x 5, 3 cm. Sem plano de Silveira Maia; Geisly Manuele Schwatey; Gabriela Cruz
clivagem com a veia cava inferior e tocando o bordo la- de Oliveira;
teral do pâncreas. Determinando efeito de massa sobre
Instituição: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS
o pedículo renal e o rim direito.Submeteu-se a lesão a
biopsia retroperitoneal, sendo o fragmento enviado Apresentação do caso: Paciente masculino, 67 anos,
para análise histopatológica, a qual evidenciou sarcoma pardo, natural e procedente de São Paulo de Olivença
fusocelular moderadamente diferenciado, a imunohis- (AM), refere há 6 meses aumento abdominal progres-
toquimica leimiossarcorma de grau intermediário. An- sivo, que evoluiu nas últimas semanas com forte dor,
gio Tc:Lesões expansivas sólidas com características além de perda ponderal, disfagia progressiva para sóli-
neoplásicas, com captação intensa e heterogênea pelo dos, obstrução intestinal e vômitos. Ao exame físico, ab-
contraste, no retroperitônio à direita, infiltrando difu- dome doloroso à palpação profunda em flanco direito,
samente a veia cava inferior, comprimindo e deslocan- massas palpáveis, sendo uma em fossa ilíaca esquerda
do anteriormente a segunda porção do duodeno e a de consistência pétrea, aderida e medindo aproxima-
cabeça e processo uncinado do pâncreas, sem planos damente 12 cm, e outra em hipocôndrio direito de con-
de clivagem com os mesmos, porém sem sinais de infil- sistência pétrea, aderida e medindo aproximadamente
tração, posteriormente comprimindo a face anterior do 10 cm. Realizada tomografia computadorizada (TC) de
rim direito, medindo aproximadamente 5, 5 x 9, 8 x 11,6 pelve, observou-se duas volumosas formações expan-
cm nos maiores eixos ântero posterior, látero lateral e sivas, altamente sugestivas de lipossarcoma retroperi-
crânio caudal. Paciente foi submetida a duodenopan- toneal, uma à direita da linha média, com dimensões de
creatcetomia cefálica + colectomia parcial direita + ne- 21,5 cm x 19, 7 cm x 18, 0 cm e com maior componente
frectomía direita. A histopatologia do espécime cirúrgi- hipodenso/líquido; e outra à esquerda da linha média,
co revelou trata-se de leiomiossarcoma de alto grau de com dimensões de 21,0 cm x 17, 5 cm x 16, 5 cm e de
veia cava inferior, pouco diferenciado. DISCUSSÃ0 Os densidade heterogênea, determinando efeito com-
leiomiossarcomas primários da veia cava inferior (VCI) pressivo sobre alças de delgado, vasos mesentéricos e
são tumores raros associados a um mau prognóstico.A colo sigmoide, além de pâncreas e também sobre am-
dimensão média do tumor no momento do diagnóstico bos os rins. Paciente submetido à cirurgia, foi realizada
é de 10,8 cm. A ressecção cirúrgica com o objetivo de ressecção da massa pélvica retroperitoneal e retossig-
obter margens negativas o padrão-ouro para o trata- moidectomia em monobloco, estando ainda à espera
mento inicial. O pico de incidência é na sexta década de resultado do anatomopatológico. Discussão: Além
de vida, predominando no sexo feminino. Pacientes de os sarcomas representarem apenas 2% de todas as
freqüentemente apresentam sintomas inespecíficos neoplasias sólidas malignas, somente 10 a 20% desses
que podem incluir perda de peso, Náuseas, vômitos, estão localizados no retroperitônio. O mais comum
febre, mal-estar e dor abdominal. Ensaios clínicos ran- subtipo histológico encontrado em sarcomas de retro-
domizados utilizando quimioterapia e radioterapia não peritônio é o lipossarcoma (40%), estando este associa-
mostraram benefícios na sobrevida. Conclusão: Leio- do a uma maior sobrevida global. É comum se apresen-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 206


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tarem como grandes massas, sendo a dor abdominal Tem aspecto histológico de um tumor fibrohistocístico
e a presença de massa abdominal palpável sintomas com presença de inflamação crônica, fibrose e prolife-
frequentes. Metástases, quando presentes, ocorrem ração de células fusiformes em arranjos estoriforme.
principalmente para pulmão e fígado, e são mais co- Ele se origina de um foco central de colágeno denomi-
muns em tumores de alto grau. O tratamento padrão nado “roda de carroça”. Clinicamente, vê-se um nódu-
é a completa ressecção do tumor, além da ressecção lo cutâneo solitário, firme e com placas volumosas de
de estruturas adjacentes possivelmente infiltradas. A contornos regulares e protuberantes na derme, sendo
quimioterapia não apresenta benefício na sobrevida indolor e de evolução lenta e progressiva, com episó-
do paciente e a radioterapia intraoperatória pode ser dios de dor apenas nos períodos de crescimento e em
benéfica. Comentários finais: O sucesso a longo prazo fases avançadas. O DFPS possui recorrência frequente
no tratamento dessa neoplasia baseia-se na ressecção após a intervenção cirúrgica inicial. A presença de me-
cirúrgica completa, a ser realizada de preferência em tástases é rara. Comentários finais: O DFPS pode sur-
centros especializados em tratamento oncológico, pois gir após trauma, cicatriz prévia, queimadura, imuniza-
a taxa de recidiva desse tumor é alta, e a habilidade e a ção para varicela ou BCG, bem como seu crescimento
expertise do cirurgião oncológico são fatores prognós- rápido durante a gravidez, fato atribuído a receptores
ticos importantes nesse contexto. para progesterona no tumor. Apesar de ser um tumor
raro, é importante conhecer suas características para o
Contato: PABLO MARQUES REIS – pablomed21@gmail.
diagnóstico precoce e exclusão correta dos diagnósti-
com
cos diferenciais. A recorrência é observada 3 anos após
a excisão. A radioterapia, administrada antes ou depois
do procedimento, reduz o risco de recorrência local.
TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA Contato: RAFAEL SANTOS DE SOUZA –
CÓDIGO: 61751 rafaelsantosdesouza@yahoo.com.br

LESÃO DE PELE COM ALTERAÇÃO


DURANTE A GRAVIDEZ –
DERMATOFIBROSSARCOMA TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA
PROTUBERANS CÓDIGO: 61678

Autores: Rafael Santos de Souza; José Elias Galil Filho;


Paulo Roberto Zanin Mesquita; Isabel Arêa Leão de
LINFADENECTOMIA POPLÍTEA PARA
Almeida Andrade; João Paulo Luvizotto Alcântara de TRATAMENTO DE METÁSTASE DE
Pádua; Henrique de Brito Pires Cabeças; MELANOMA – RELATO DE CASO
Instituição: UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUACI Autores: Carlos Marcelo Gomes Cruz; Marcel Saraiva
Barbosa; Pedro Henrique Coêlho de Mélo Leite; Autha
Apresentação do caso: Paciente feminina, 31. Pro-
Maria Mendes de Oliveira; Bruno Henrique Arruda de
curou atendimento médico em outubro de 2016 com Paula; Crislanny Regina Santos da Silva; Iuri de Brito
queixas de dor na região clavicular direita. Relatava pre- Nóbrega Silva; Luívia Fragoso de Barros;
sença de lesão no local desde a infância. Além disso, Instituição: FACULDADE DE MEDICINA NOVA
refere crescimento notável com piora da dor durante ESPERANÇA
as gestações. Ao exame físico: presença de um nódu-
lo supra clavicular direito de crescimento fibroblástico Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino,
semelhante a quelóide, de difícil mobilização, medindo 69 anos, encaminhado ao serviço de cirurgia oncoló-
cerca de 2,5 cm. Optado pela ressecção da lesão que gica, apresentando lesão irregular, nodular, pardacen-
no anatomopatológico a apresentava de neoplasia me- ta, centrada por lesão ulcerada e pigmentada em pé
senquimal com proliferação de células fusiformes atípi- direito tendo como hipótese diagnóstica melanoma
cas e monomórficas, dispostas de forma irregular em maligno. Após biópsia da lesão, o anatomopatológico
arranjo estoriforme ou em “tela de galinheiro”, carac- confirmou melanoma maligno tipo nodular, em fase de
terizando-se por Dermatofibrossarcoma protuberans crescimento vertical, apresentando índice de Clark IV,
(DFSP), confirmado pela imunohistoquimica. Como a Breslow de 5 mm, ausência de infiltração peri e intra-
lesão havia sido retirada com margens comprometidas -tumoral, satelitose microscópicas e invasão angio-lin-
foi indicada nova cirurgia para a exérese total da lesão, fática e peri-neural, ulcerações e margens cirúrgicas da
após no estadiamento não mostrar doença a distância, amostra livres. Durante pós-operatório, paciente refere
nesta as argesn foram livres e havia ainda DFSP no frag- aparecimento de nódulo em região poplítea, caracte-
mento de pele ressecado. Paciente segue acompanha- rístico de metástase de melanoma em linfonodos po-
mento a cada 3 meses. Discussão: Dermofibrossarco- plíteos. Ultrassonografia de partes moles do membro
ma protuberans ou DFPS de Hoffman, é uma neoplasia inferior direito caracteriza imagem nodular hiperecoica,
mesenquimal maligna rara, onde há presença de mas- heterogênea, de contornos regulares e limites bem de-
sas multilobulares, volumosas e protuberantes seme- finidos na fossa poplítea a 0,3 cm da veia poplítea, com
lhante à quelóide. Pode iniciar na juventude, com dis- fluxo vascular periférico, medindo 2,5 x 2,4 x 1,7 cm.
tribuição igual em ambos os sexos e em todas as raças. Realizou-se então linfadenectomia poplítea direita, que

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ocorreu sem intercorrências. Discussão: Metástases infarto agudo do miocárdio, o qual foi tratado com a an-
linfáticas na cadeia poplítea dos melanomas localiza- gioplastia, que impossibilitou o tratamento cirúrgico do
dos na região distal dos membros inferiores são extre- câncer. Foi feita uma estratégia terapêutica associando
mamente raras; em geral, os tumores nessa localização a quimioterapia e a radioterapia. A paciente evoluiu
apresentam disseminação linfática na região inguinal. bem, sem complicações e segue com acompanhamen-
Uma vez que os linfonodos desta cadeia estão locali- to clínico para identificação precoce de possível recidi-
zados profundamente em relação à fáscia muscular, a va. Discussão: O carcinoma tipo linfoepitelioma é raro,
palpação desses nódulos é bastante difícil. Este obstá- representa cerca de 0,7% de todas as neoplasias do colo
culo propedêutico tende a levar ao diagnóstico tardio, do útero nos países ocidentais, sendo mais incidente
o que torna possível que a doença só seja descoberta na região asiática. Este carcinoma é mais comumente
em um estágio tardio. Qualquer melanoma abaixo do encontrado na região da nasofaringe. Sua patogênese
joelho pode apresentar disseminação nos gânglios lin- tem relação com a infecção pelo HPV de alto risco e o
fáticos ao longo da fossa poplítea. O acesso recomen- pelo vírus Epstein-Barr. O tumor caracteriza-se histo-
dado para a remoção de material poplíteo é uma gran- logicamente por ninhos de células escamosas, pouco
de incisão em forma de S (zetaplastia), esta abordagem diferenciadas, imersas em um estroma fibrilar com
objetiva reduzir a possível retração da cicatriz e obter um denso infiltrado linfocítico. O prognóstico é melhor
excelente exposição do cavum poplíteo com suas es- que o de carcinoma escamoso, tem menor probabili-
truturas neurovasculares. Conclusão: O presente caso dade de metástase e maior taxa de sobrevida. Quanto
descreveu uma disseminação peculiar do melanoma ao tratamento, evidências científicas demonstram que
das pernas raramente visto na prática diária, mesmo a maioria das pacientes foram submetidas à histerec-
sendo um caso incomum, a fossa poplítea deve ser tomia e evoluíram com um bom prognóstico. No caso
examinada sistematicamente em pacientes com me- descrito, todavia, a conduta cirúrgica foi interferida e
lanomas localizados na região distal das pernas. Esta realizaram-se 7 sessões de quimioterapia com cispla-
apresentação em particular é resolvida por uma abor- tina, 33 sessões de radioterapia tridimensional com
dagem terapêutica segura e efetiva, apesar de apenas dose 1,8 Gy, associadas a 4 sessões de braquiterapia de
ser usada de forma excepcional. 700GCY, no período de 5 meses. Comentários finais:
O linfoepitelioma do colo uterino foi pouco descrito no
Contato: PEDRO HENRIQUE COÊLHO DE MÉLO LEITE –
Brasil, tanto quanto a sua patogenia, bem como suas
pedrohcml@hotmail.com
melhores estratégias terapêuticas. O relato permite a
elucidação deste câncer, explorando as características
manifestadas no caso e a conduta terapêutica realiza-
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA da, com o intuito de acrescentar informações aos da-
CÓDIGO: 59928 dos da literatura e expandir o conhecimento sobre o
linfoepitelioma do colo uterino.
LINFOEPITELIOMA DE COLO UTERINO Contato: RAQUEL MARIA DE MORAIS PEREIRA –
EM PACIENTE COM INFARTO AGUDO rmdmp.med@uea.edu.br
DO MIOCÁRDIO: DESAFIO NO MANEJO
ONCOLÓGICO
Autores: Raquel Maria de Morais Pereira; Márcio Neves
TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA
Stefani; Maycon Fran Soares da Silva Rocha; Alice Brito
Brandão; Amanda Moreira de Abreu; Louise Lima de CÓDIGO: 62008
Souza; Gustavo Militão Souza do Nascimento; Rebeca
de Oliveira Alves Melo Martins; LINFOMA CUTÂNEO DE CÉLULAS B
Instituição: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS Autores: Thais Cavalcante Chaves Santos; Isa Maryana
Araujo Bezerra de Macedo; Isabelle França Bezerra;
Apresentação do caso: Paciente H.N.M., 67 anos, ges- Mara Juliane Silva Jovino; Francielly Tertuliano cunha;
ta 3, para 3, aborto 0, ex-tabagista de longa data, IMC: Crislanny Regina Santos da Silva; Isaac Braullio Maia
38kg/m2, apresentou no exame de Papanicolau, altera- Delfino de Oliveira; George Alexandre Lira;
ção escamosa e sangramento recorrente após a cole- Instituição: UNIVERSIDADE POTIGUAR
ta. Negou dor e corrimento vaginal, além de ausência
de linfonodomegalias. Realizou-se investigação com Apresentação do caso: RTS, 55anos, sexo feminino,
biópsia de colo uterino que revelou, na histopatologia, diabética, hipertensa. Foi admitida com quadro de le-
grupamento de células epitelioides atípicas em meio a sões subcutâneas com efeito de massa em membros
denso infiltrado linfoide e, no exame imunohistoquími- inferiores e superiores e quadril a esquerda dissemina-
co, expressão para citoceratina, proteína p63 e p16. Es- da há 8 meses, endurecida, indolor, algumas ulceradas,
tes achados indicaram o diagnóstico de carcinoma tipo com crescimento rápido e progressivo. Trouxe ultras-
linfoepitelioma de colo uterino. O tratamento cogitado sonografia (USG) de coxa direita que evidenciou múlti-
foi a histerectomia. No entanto, a paciente sofreu um plas imagens nodulares, hipoecóicas, aglomeradas na

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região medial da coxa direita, medindo entre 2,5 cm até tologia e realizou tratamento quimioterápico. Discus-
3,6 cm, com fluxo interno ao Doppler, podendo repre- são: Linfoma é o câncer hematológico mais comum,
sentar linfonodomegalias patológicas. As tomografias sendo dividido em Hodgkin (20-30%) e não-Hodgkin
de tórax e abdominal total demonstraram linfonodo- (70-80%).O linfoma de Burkitt é caracterizado como um
megalias axilares e retroperitoneais. Após a avaliação linfoma não-Hodgkin de células B indiferenciadas, com
pré-operatória, foi realizado biópsia dos tumores do caráter altamente agressivo. A confirmação do diagnós-
antebraço direito, que evidenciou neoplasia maligna tico é realizada com exame anatomopatológico e rea-
de células redondas com infiltração da derme e hipo- ção de imunohistoquímica. A descrição dessa doença
derme. A Imunohistoquímica revelou linfoma de célu- acometendo órgãos ginecológicos é um fato raro, pou-
las B, evidenciando positividade para antígenos CD20. co descrito na literatura e que deve ser individualizado.
Paciente foi encaminhada para onco-hematologia para A base do tratamento é realizada através de quimiote-
estadiamento e tratamento específico. Discussão: Lin- rapia com utilização do esquema R-CHOP sendo a mais
fomas cutâneos primários são definidos como neopla- difundida. O prognóstico varia de acordo com o está-
sias linfocíticas que se apresentam clinicamente na pele gio da doença e a resposta terapeutica. Comentários
e que não possuem doença extracutânea no momento finais: O linfoma de burkitt extra nodal é uma entidade
do diagnóstico e até por seis meses após. Podem ter cujo acometimento ginecológico é raro e por conta de
origem nas células T, natural killer ou B. São mais co- tal fato relatamos o presente caso, afim de realizar uma
muns em homens depois dos 45 anos. Caracterizam- revisão na literatura sobre o tema.
-se por lesões pouco numerosas, em geral nódulos ou
Contato: ALESSANDRO AUGUSTO BASTOS RODRIGUES
infiltrações de crescimento relativamente rápido, não
ALVES – alessandro.ufrj@yahoo.com.br
pruriginosas. Linfomas B primários têm melhor prog-
nóstico do que os secundários. O diagnóstico é feito
pela correlação clínico-patológica, achados imuno-his-
toquímicos e de biologia molecular complementam a TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA
investigação. As células B neoplásicas expressam os CÓDIGO: 61842
marcadores CD19, CD20, CD 23 e CD 79. A quimiotera-
pia deve ser considerada em casos raros com lesões de LINFONODO SENTINELA MELANOMA
pele mais generalizadas, como o caso descrito. Lesões
AMBULATORIAL COM ANESTESIA
únicas podem ser excisadas. Conclusão: O caso se des-
taca pela apresentação atípica do linfoma necessitando
LOCAL
de tratamento sistêmico. Autores: Fernando Cesar Toniazzi Lissa; Luan Pedro
Santos Rocha; Edson Rodrigues Garcia Filho; Giovanna
Contato: THAIS CAVALCANTE CHAVES SANTOS – Amboni dos Reis; Bruna Peterle; Gabriela de Aguiar dos
thaiscavalcante847@gmail.com Santos;
Instituição: CIRONCO
Introdução: O linfonodo sentinela em melanomas
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA cutâneos é o tratamento/estadiamento cirúrgico mais
CÓDIGO: 59843 difundido e com evidencias de ganho de sobrevida.
Em muitos locais é realizado, dependendo do local,
LINFOMA DE BURKITT PRIMÁRIO DO com anestesia geral ou raquidiana, juntamente com
COLO UTERINO – RELATO DE CASO E radiotraçadores associados ou não de corantes (p.ex.
azul patente). Objetivo: Avaliar a viabilidade de realizar
REVISÃO DA LITERATURA
este procedimento sem o uso de corante e com apenas
Autores: Alessandro Augusto Bastos Rodrigues Alves; anestesia local nas diferentes bases linfonodais. Mé-
Eduardo Rodrigues Zarco da Câmara; Victor Hugo
todo: Linfocintilografia padrão com uso de fitato-Tc99,
Ribeiro Vieira; Antônio Carlos Eckhardt Jr; Alberto Teles
anestesia local com neocaína 0,25% com vasoconstritor
Lopes; Daniel de Souza Fernandes;
e Gama-Probe. Realizando o procedimento de retirada
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
do linfonodo sentinela antes da ampliação de margens.
Apresentação do caso: Sexo feminino, 34 anos, bran- Aplicado escala da dor durante o procedimento. Alta
ca, com relato de dispaurenia e sangramento vaginal hospitalar imediatamente após o procedimento. Resul-
esporádico, com exame ginecológico revelando lesão tados: Foram coletados dados de 25 pacientes em um
em colo uterino. Realiza biópsia da lesão de colo ute- período de 5 anos. A média de idade foi de 42 anos,
rino com laudo histopatológico de Linfoma de Burkitt, mais frequente em membros inferiores, com média de
positividade para CD20, CD10, KI67:100% e biópsia de 2 linfonodos por paciente, Clark IV, Breslow 2,3 e escala
medula óssea livre de neoplasia. Tendo em vista o diag- da dor 3-4. O tempo médio do procedimento completo
nóstico firmado, foi encaminhada ao serviço de hema- foi de 70 minutos. Não ocorreram intercorrências e/ou

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 209


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complicações durante o procedimento e todos os pa- longo da sexta década de vida. A variante desdiferen-
cientes tiveram alta hospitalar ao final do mesmo. Até o ciada responde por cerca de 10% dos casos. No caso,
momento não ocorreram recidivas locorregionais nes- pelo perfil da paciente e pela leucocitose sustentada
tes grupo de pacientes. Conclusão: Linfonodo sentine- aventaram-se as hipóteses de reação leucemóide, sar-
la para melanoma com somente radiotraçador e com coma granulocítico, e abscesso de psoas, sendo exclu-
anestesia local é factível com níveis de dor no transo- ídos pela propedêutica armada. Comentários finais:
peratório variando entre 3 e 4 dependendo do local do Sarcomas de partes moles são tumores raros, sendo 10
procedimento. a 20% localizados no retroperitônio. Contam com uma
baixa incidência de metástases para linfonodos ou à
Contato: FERNANDO LISSA – fernandotoniazzilissa@
distância, e não possuem boa resposta à quimiotera-
gmail.com
pia. Diante da possibilidade de ressecção, os pacientes
devem ser submetidos à laparotomia (como ocorrido
no caso), devendo o planejamento cirúrgico abranger a
TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS completa ressecção do tumor, assim como a exérese de
CÓDIGO: 61956 órgãos e estruturas adjacentes infiltradas.
Contato: MATHEUS LUAN QUEIROZ ALVES DA CUNHA
LIPOSSARCOMA DESDISFERENCIADO – Mat94__@hotmail.com
RETROPERITONEAL
Autores: Matheus Luan Queiroz Alves da Cunha; Fellipe
Marques da Silva Araujo; Laura Viana de Lima; Mariana
de Oliveira Lobo; Bruno José de Queiroz Sarmento; TEMÁRIO: NUMACO / ENFERMAGEM
Rodrigo Nascimento Pinheiro; Fabiane Kellem Oliveira CÓDIGO: 60525
dos Santos Cesário;
Instituição: FACULDADES INTEGRADAS DA UNIÃO LIPOSSARCOMA GIGANTE EM COXA –
EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL RELATO DE CASO
Apresentação do caso: Paciente, feminino, 31 anos, Autores: Thaís Maria Ribeiro Lima; Elisandra da Silva
com dor em região lombar há 1 ano e irradiação para Neres; Kelly Monteiro dos Santos; Antonio Marcelo
perna esquerda com piora à mobilização, associada a Gonçalves de Souza; Cícero Heleno Albuquerque
Feitosa; Alyne Dayanne Andrade de Souza; Ana Gabriela
inapetência, febre esporádica e perda de peso. Resso-
Silva de Lima; Rozangela Amorim Santos;
nância nuclear magnética, para investigação de hérnia
discal, registrou formação heterogênea, de caráter ex- Instituição: HOSPITAL DE CÂNCER DE PERNAMBUCO
pansivo, em retroperitônio à esquerda, ocasionando Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 70
desvio do rim ipsilateral, medindo 13 x 9 cm, sugerindo anos, trabalhador rural, procedência da zona rural. Foi
tecido adiposo central, sem clivagem com o músculo encaminhado para assistência no ambulatório de orto-
psoas ipsilateral. Exames laboratoriais revelaram leuco- pedia de um hospital oncológico apresentando tumo-
citose importante, com desvio escalonado à esquerda, ração gigante em coxa direita com início há aproxima-
e plaquetose. Tomografia computadorizada (TC) de ab- damente nove anos e de evolução gradativa. O tumor
dome evidenciou hipervascularização na porção sólida apresentava áreas hemorrágicas e necrose, dificultando
da massa, sem ascite e adenomegalias retroperitone- suas atividades diárias básicas. Ao exame físico encon-
ais. Mielograma demonstrou hipercelularidade medu- trava-se em estado geral estável, eupnéico, anictérico,
lar severa à custa de hiperplasia granulocítica. Pesquisa acianótico, normocorado, com dores discretas em coxa,
por BCR-ABL negativa. TC de tórax sem metástases. Foi sinais vitais normais, presença de tumoração de consis-
submetida à laparotomia há 7 meses, com exérese do tência endurecida e indolor a palpação. Aos exames la-
tumor e ressecção parcial do psoas. Não havia infiltra- boratoriais apresentava hemoglobina 15, 3g%, hemató-
ção em estruturas adjacentes. Análise histopatológica crito 46g%, leucócitos 7.100/mm3, plaquetas 200.000/
mostrou sarcoma indiferenciado de alto grau, com in- mm3. Ao exame de imagem a ressonância magnética
tenso componente inflamatório. Imuno-histoquímica da coxa direita e bacia evidenciava volumoso processo
revelou positividade para MDM2, CDK4 e desmina (fo- expansivo, heterogêneo, comprometendo os tecidos
cal), que associada ao quadro morfológico, sugeriu o moles da face anterior da coxa, com intensidade de si-
diagnóstico de lipossarcoma desdiferenciado (variante nal semelhante ao tecido lipomatoso em todas as se-
inflamatória). Estadiamento III, T2b N0 M0, alto grau. quências, apresentando múltiplas trabeculações/septa-
Paciente recebeu alta hospitalar após 17 dias de inter- ções de permeio medindo cerca de 31,8 x20,0 x25, 0
nação, com evolução favorável, afebril e sem queixas cm nos seios maiores de diâmetro, a cintilografia óssea
dolorosas. Encontra-se hoje em acompanhamento am- com estudo negativo para áreas de aumento de remo-
bulatorial. Discussão: O lipossarcoma destaca-se como delação óssea de origem infecciosa/tumoral. Ausência
o segundo tipo de sarcoma mais frequente em adultos. de metástase à distância. Discussão: O lipossarcoma é
Contudo, sua maior incidência ocorre em homens e ao um subtipo de sarcoma de tecido mole mais comum

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 210


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

entre os adultos, são constituídos histologicamente por pulmão, sendo raro o acometimento nodal. O lipossar-
células adiposas imaturas ou lipoblastos. Inicialmente coma é dividido em bem diferenciado (40%), mixóide
ele se expressa como um tumor de baixo grau acomete (30%), de células redondas (15%), desdiferenciado (10%)
mais adultos entre 40 e 50 anos com incidência maior e pleomórfico (5%). Este relato trata-se do subtipo mi-
no sexo masculino, geralmente se desenvolve em mem- xóide que é de ocorrência mais rara no espaço retrope-
bros inferiores como coxa, glúteo e inguinal. À medida ritoneal, uma vez que se localiza com maior frequência
que o paciente demora a busca ao tratamento, o tumor nos membros inferiores. A ressecção cirúrgica do tumor
poderá assumir formas irregulares, atingir volume gi- é a principal forma de tratamento e na maioria dos ca-
gante, a ponto de dificultar o tratamento e diminuir a sos é diagnóstica. A ressecção do tumor primário deve
sobrevida do paciente. O prognóstico da doença está ser realizada em monobloco, com margens tridimensio-
relacionado ao grau de evolução tumoral como tama- nais e tecido normal envolvendo a lesão, essa técnica
nho, presença de necrose, hemorragias, presença de tem menor taxa de recidiva (10 a 31%), sendo a que foi
metástase entre outras. Comentários finais: Durante usado neste caso. A sobrevida global em 5 anos é de
a realização do trabalho em forma relato de caso, as- 90%. A raridade do caso torna pertinente sua análise. O
sumimos o desafio de buscar descrever um caso de um subtipo mixóide tem uma sobrevida alta, devido ao bai-
lipossarcoma gigante em coxa direita, analisando o per- xo grau de diferenciação, no entanto neste caso existe
curso terapêutico e buscando justificativa para atraso risco um aumentado de metástase devido à localização
no tratamento e entre outros fatores que contribuíram peritoneal. Nesse sentido, pensar previamente nesse
para o atraso no diagnóstico. diagnóstico auxilia a tornar o prognóstico ainda mais
favorável. A margem ampla nesta localização também é
Contato: THAÍS MARIA RIBEIRO LIMA – thais_rlima@
mais complicada, uma vez que pode haver necessidade
hotmail.com
de retirada de estruturas nobres, como foi feita no caso.
Contato: JANAINA GOMES DA SILVA CIRQUEIRA –
janainacirq@gmail.com
TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS
CÓDIGO: 59757

LIPOSSARCOMA MIXOIDE EM TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO


RETROPERITÔNEO CÓDIGO: 60856

Autores: Janaina Gomes da Silva Cirqueira; Jefferson


Luiz Rodrigues Nascimento; LIPOSSARCOMA PRIMÁRIO DE
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA VESÍCULA BILIAR – RELATO DE CASO
Autores: Ademir Amil de Oliveira; Ronald Enrique
Apresentação do caso: Homem de 50 anos, com his-
Delgado Bocanegra; Rinaldo Gonçalves da Siva;
tória de emagrecimento, associado a massa abdomi-
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
nal volumosa, endurecida e levemente dolorosa. Na
laparotomia exploradora foi feita retirada de todo o Apresentação do caso: O lipossarcoma primário da
tumor mais rim direito e ureter direito em monobloco, vesícula biliar é extremamente raro, sendo descrito
hemicolectomia a direita e entero-colón anastomose. apenas 2 casos na literatura mundial. Neste estudo es-
O diagnóstico foi de lipossarcoma mixóide no retrope- tamos relatando o terceiro. Paciente mulher, 61 anos
ritôneo. Neoplasia de 48 cm no maior eixo, circunscri- de idade, admitida em instituição de referencia em on-
ta e encapsulada, com moderada celularidade. Invasão cología no Rio de Janeiro, com dor no abdômen supe-
vascular sanguínea e linfática não detectada. O tumor rior direito e 1 ano de evolução associado a vômitos,
não infiltrava rim, nem segmentos de intestino. Os sar- com piora progressiva dos sintomas. No exame físico
comas de partes moles são tumores raros, correspon- foi evidenciado volumosa massa palpável em todo qua-
dendo a 1% de todas as neoplasias malignas em adul- drante superior direito do abdome. Tomografia compu-
tos. O lipossarcoma representa 18% desses tumores. tadorizada evidenciou volumosa formação expansiva,
Tem maior incidência na sexta década de vida e 60% bem definida, heterogênea, medindo 10 x 21 cm, locali-
dos casos ocorrem no sexo masculino. O tumor pode al- zado em hipocôndrio direito, em topografia da vesícula
cançar tamanhos demasiadamente grandes, o que gera biliar. Discussão: a paciente foi submetia a laparotomia
muita dor abdominal nos pacientes conforme o tumor exploradora onde foi evidenciada tumoração (medindo
cresce. A região anatômica mais frequente ocupada 28, 5 x 24,0 x 9, 0 cm) com limites bem definidos em
pelo lipossarcoma, é o espaço peri-renal posterior, com topografia de vesícula biliar. Foi realizado então ressec-
deslocamento do rim para frente. Possuem uma taxa ção da tumoração com liberação desta do leito hepáti-
de recorrência local de 50%, sendo maior nos tumores co e secção do ducto cístico junto ao colédoco. O exame
de localização retroperitoneal. Metástases surgem em macroscópico revelou tumoração de aspecto lipossar-
20 a 35% dos casos e são mais frequentes em tumores comatoso envolvendo a vesícula biliar. À microscopia
indiferenciados. O sítio mais comum de metástase é o óptica foi confirmado o diagnóstico de lipossarcoma

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 211


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bem diferenciado. Comentarios finais: paciente segue ção cirúrgica estabelecida como padrão na literatura é
em acompanhamento, atualmente com 16 meses sem de 3 cm com índice de recorrência em torno de 10 %. O
sinais de recorrência da doença, diferentemente aos fechamento primário na maioria dos casos é dificulta-
casos anteriores já publicados onde a recivida ocorreu do, sendo realizada enxertia de pele, uso de retalhos ou
de forma precoce. cicatrização por segunda intenção. Em alguns centros, a
cirurgia micrografica de Mohls se apresneta como alter-
Contato: ADEMIR AMIL DE OLIVEIRA – ademiramil@
nativa ao tratamento cirurgico, a fim de minimizar o de-
hotmail.com
feito e recorrência com taxas menores de recidiva, em
torno de 6%. Comentários finais: A margem cirúrgica
livre é o principal fator de controle local do dermatofi-
TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS brossarcoma protuberans. A margem padrão estabeli-
CÓDIGO: 61179 cida é de 3 cm com ressecção até a fáscia muscular.
Contato: ANTONIO CARLOS ECKHARDT JR –
MARGENS CIRÚRGICAS NO eckhardtac@yahoo.com.br
DERMATOFIBROSSARCOMA
PROTUBERANS – RELATO DE CASOS E
REVISÃO DA LITERATURA
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
Autores: Eduardo Rodrigues Zarco da Câmara;
CÓDIGO: 61944
Antonio Carlos Eckhardt Jr; Alessandro Augusto Bastos
Rodrigues Alves; Jadivan Oliveira Leite; Marcelo Sá de
Araújo; Roberto Vasconcelos; José Francisco Rezende MELANOMA ANORRETAL – RELATO DE
Neto; Luiz Fernando Nunes; CASO
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA Autores: Ana caroline da Fonseca Soares Pereira;
Fidelis Manes Neto; Gabriel da Fonseca Soares Ferreira;
Apresentação do caso: Paciente feminino, 24 anos,
Edilson Carvalho de Sousa Junior;
apresenta lesão tumoral vegetante avermelhada em
Instituição: HOSPITAL SAO MARCOS
ombro esquerdo, elevada, assintomática, endureci-
da, de 7 cm, com surgimento há 2 anos e crescimento Apresentação do caso: Masculino, 72 anos, refere
progressivo em 6 meses. Realizada biópsia incisional surgimento de tumoração perianal associada a ente-
com laudo histopatológico de Dermatofibrossarcoma rorragiae tenesmo há 1 ano. Ao exame proctológico:
protuberans. Foi submetido a ressecção ampla da le- lesão endurecida, com destruição do canal anal, inten-
são com margem de 3 cm circunferencial, até a fáscia sa dor ao toque retal. Submeteu-se a lesão a excisão
muscular, e recontrução do defeito com retalho mio- local, sendo o fragmento enviado para análise histopa-
cutâneo trapézio. O laudo histopatológico definitivo tológica que evidenciou neoplasia maligna pigmentada
confirmou Dermatofibrossarcoma protuberans, com pouco diferenciada, sugestiva de melanoma. À colonos-
margens livres. A paciente segue em controle ambula- copia normal. Tomografia de tórax evidencia metás-
torial há 2 anos sem evidência de doença. Discussão: tases pulmonares. A ressonância magnética da pelve
Dermatofibrossarcoma protuberans é um sarcoma de demonstrou extensa lesão expansiva sólida centrada
partes moles raro carcaterizado por crescimento local, na transição ano retal, com comprometimento dos es-
propensão para envolvimento subclínico e recorrência fíncteres externo e interno do ânus e anteriormente,
local. Essa neoplasia occore mais frequentemente em estendendo-se à fáscia perirretal e aos planos gordu-
homens entre 3a e 5a décadas de vida, no tronco e re- rosos na interface reto-prostática com infiltração por
gião proximal das extremidades, mas pode acometer contiguidade da zona periférica da próstata, bem como
qualquer área da pele.A característica histológica do linfonodos perirretais em cadeia ilíaca interna direita,
tumor é a presença de projeções tipo tentáculos de cé- com aspecto arredondado e características suspeitas.
lulas neoplásicas na periferia se estendem através do Após 10 seções de radioterapia, evoluiu com melhora
tecido subcutâneo até a fáscia muscular. Fields et at. das queixas de sangramento e melhora do aspecto da
recomendam a remoção da fáscia para ressecar com- lesão. Em retorno ao ambulatório de coloproctologia,
pletamente as células tumorais de crescimento vertical, optou-se por colostomia em alça e seguimento clíni-
visto que a profundidade do tumor interfere na sobre- co. Discussão: Melanomas cutâneos são a forma mais
vida livre de doença. Subtipo histológico, alto índice comum da doença, respondendo a mais de 90% dos
mitótico, celularidade, tamanho, localização na cabeça casos. Dos restantes, 5% correspondem a melanomas
e pescoço e lesões recorrentes são fatores associados oculares, 2% para de origem desconhecida e 1% para
com maiores taxas de recidiva. Certamente, o fator de melanomas de mucosa(MM). Dentro deste subgrupo, o
maior importância para o controle local é a obtenção de melanoma anorretal (MMAR)contribui com uma preva-
margens cirúrgicas livres. Quando as ressecções são re- lência de 24%. Atinge indivíduos entre a sexta e oitava
alizadas com margens inadequadas, a taxa de recidiva década de vida.Os sintomas mais comuns são dor local,
local descrita na literatura pode atingir 60%. A ressec- sangramento às evacuações, alterações do hábito in-

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testinal ou aparecimento de massa tumoral. O diagnós- e TNM para MV os microestadiamento Clark e Breslow
tico pode ser dificultado devido à sintomatologia simu- são utilizados, além do Chung modidicado. No entado,
lar doenças anorretais. MMAR é um tumor maligno raro verificou-se que a classificação de Clarck é subjetiva e
que parece não ter os fatores de risco associados com arbitrária para MV, uma vez que o tecido subepitelial
doenças malignas cutâneas. O diagnóstico de ARMM do clitóris e lábios diferem no resto morfologia corporal
prenuncia um mau prognóstico, com metástases à dis- da pele. A ressecção cirúrgica completa com margens
tância comumente identificadas ao diagnóstico. Devido negativas é frequentemente difícil por causa do padrão
à sua raridade, o tratamento do ARMM é controverso. de crescimento associado a esse tipo de tumor. Existem
Conclusão: MMAR é um tumor maligno raro de mau controversas nos estudos sobre a cirurgia ampliada ou
prognóstico que muito frequentemente evolui com me- a mais conservadora, já que os procedimentos mais
tástases à distância. Há uma clara vantagem em realizar radicais estão associados a uma morbidade significati-
a cirúrgica nos estágios iniciais, apesar de não haver um va, e a maioria dos pacientes desenvolverá metástase
impacto claro sobre a sobrevida do paciente. A radiote- à distância, independente do sucesso da ressecção ci-
rapia adjuvante parece proporcionar maior controle da rúrgica. Diante disso, a avaliação do LS, a presença de
doença loco-regional. Devido à raridade do MMAR não ulcerações e a ECC foram decisivas para a escolha da
há estudos prospectivos randomizados que definam a complementação cirúrgica. Conclusão: Como é des-
terapia multimodal ideal. crito na literatura, o MV se trata de uma entidade com
baixa incidência, baixo índice de sobrevida e alta taxa
Contato: ANA CAROLINE DA FONSECA SOARES
de recidiva, além de um prognóstico bem reservado. O
PEREIRA – karolinefsoares@gmail.com
microestadiamento tumoral constituiu o principal fator
prognóstico, o que reflete um prognóstico e uma so-
brevida reservada a paciente em questão. Até então a
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA cirurgia constitui a melhor opção terapêutica devendo
CÓDIGO: 60146 ser individualizada com cada paciente.
Contato: CRISLANNY REGINA SANTOS – crismedjolie@
MELANOMA DE VULVA – RELATO DE gmail.com
CASO
Autores: Crislanny Regina Santos da Silva; Isabelle
França Bezerra; Francielly Tertulino Cunha; George
Alexandrelira; Isa Maryanna Araújo Bezerra De Macedo; TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
Vanessa Nobre Veras; Isaac Braullio Maia Delfino de CÓDIGO: 61922
Oliveira; Renan Santos Pessoa
Instituição: FACULDADE DE MEDICINA NOVA MELANOMA INTRAOCULAR – RELATO
ESPERANÇA DE CASO
Apresentação do caso: J.T.S, 87 anos, encaminhada Autores: Caroline Ramos Barreto; Luís Felipe da Costa
à cirurgia oncológica por lesão em vulva há 04 anos, Figueiredo; Erika de Oliveira Menezes; Roberta de
úlcera-infiltrativa, com eliminação de secreção, dolo- Oliveira Carvalho; Naiana Mota Araujo; Beatriz Rayane
Oliveira Santana; Isabelle Menezes Maciel; Roberto
rosa e pruriginosa. Foi indicada biópsia (BX) incisional
Queiroz Gurgel;
que identificou melanoma vulvar(MV). Ao exame: lesão
de 2,5cm, em pequenos lábios, sem invasão vaginal e Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE
com linfonodos inguinais palpáveis bilateralmente. Foi Apresentação do caso: Paciente JPS, 72 anos, sexo
realizada vulvectomia radical e BX de linfonodo senti- masculino, foi diagnosticado em 2009 com melanoma
nela(LS). O anatomopatológico(AP) confirmou MV ex- intraocular (CID C69). Apresentava como queixa na
tensivo superficial com fase de crescimento vertical, época baixa acuidade visual em olho direito, além de
de nível V de CLARK e BRESLOW 16mm, com presença dor há cerca de 1 ano. Como diagnóstico e tratamen-
de metástase em LS esquerdo e extensão extracapsu- to, foi realizada a ressecção do globo ocular direito, o
lar (EEC), além de ulceração. Estadiamento clínico T4b- qual media 2,5cmX2,5cmX1,8cm, com córnea de 11mm
N1aM0. Devido LS vir positivo, realizou linfadenectomia e nervo óptico de 6mm. Havia, na macroscopia, um des-
unilateral. Discussão: O melanoma é o segundo tumor colamento da retina com preenchimento de material
mais frequente em vulva. Apesar de sua baixa incidên- de cor acastanhada, ao lado de tumoração que media
cia (8-10%), ele traz um prognóstico reservado e mostra 1X0,8cm, de cor enegrecida. Em microscopia, consta-
uma alta tendência à metástase. Diferente do melano- tou-se células ovoides, raramente fusiformes, com ati-
ma cutâneo, o MV ocorrem em idades mais avançadas, pias nucleares, nucléolos proeminentes e citoplasmas
como no caso em questão. A sintomatologia do MV são intensamente pigmentados por melanina, sendo que
similares a outros tumores de vulva. Diferentes siste- havia macrófagos fagocitando esse pigmento. Desde
mas são propostos para estadiar o MV, a fim de estabe- outubro de 2011, o paciente encontra-se em bom esta-
lecer a melhor opção terapeutica. Além do sistema FIGO do geral, sendo acompanhado pela equipe oncológica.

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 213


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No entanto, ao decorrer dos anos, foi necessária a re- nel imuno-histoquímico positivo para Melan A e HMB45
alização de uma cirurgia de catarata em olho esquer- e negativo para Pancitoqueratina AE1/AE3. Discussão:
do e foi diagnosticado litíase renal em 2014, labirintite O melanoma maligno é uma neoplasia cutânea mela-
no mesmo ano e em 2016 foi constatada neoplasia de nocítica de caráter agressivo. Clinicamente caracteriza-
próstata de baixo risco, com Gleason 6 (3 + 3), sendo -se por lesões pigmentadas com variabilidade de cor,
o pico de PSA total alcançado nos exames solicitados assimétricas e de bordas irregulares. Tem caráter inva-
durante esses anos 8, 14 ng/ml em 2017. Discussão: sivo, podendo gerar metástases por via hematogênica
Melanomas oculares correspondem a 5% de todos os ou linfonodal, sendo os sítios mais comuns: linfonodos,
melanomas, sendo 85% deles originados no trato uveal. pele, tecido celular subcutâneo, pulmão, fígado e cére-
São mais comuns em homens, da raça branca, entre 50- bro. Comentários finais: Metástases a distância por
70 anos de idade. A exposição a luz solar é considerada melanoma são frequentes, porém rara para orofaringe.
a principal causa do melanoma e a visão borrada é a No presente artigo, relatamos um caso de melanoma
queixa mais frequente na primeira consulta. 5% desses com metástase para tonsila palatina com intuito de re-
tumores oculares elevam a pressão intraocular (PIO) alizar uma revisão na literatura sobre o tema e alertar
através do bloqueio trabecular ou do ângulo fechado para o exame da orofaringe na triagem de pacientes
secundário. Em relação ao tratamento, a enucleação é acometidos por melanoma.
ainda considerada um método clássico e eficaz para o
Contato: ALESSANDRO AUGUSTO BASTOS RODRIGUES
tratamento desse tipo de tumor. Conclusão: Apesar de
ALVES – alessandro.ufrj@yahoo.com.br
raro, o melanoma intraocular é considerado um tumor
agressivo e com taxas elevadas de metástase e de mor-
talidade. É necessário realizar um acompanhamento
periódico e um exame oftalmológico minucioso para TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA
ser possível detectar precocemente alterações clínicas CÓDIGO: 60137
que sugerem transformação maligna. A cirurgia através
da excisão é imprescindível ao evitar a doença residual MELANOMA METASTÁTICO APÓS
e reduzir recidiva e metástase.
TRATAMENTO AMBULATORIAL POR
Contato: LUÍS FELIPE DA COSTA FIGUEIREDO – CONGELAMENTO INDICADO POR
luisfelipe750@hotmail.com PROFISSIONAL NÃO MÉDICO
Autores: Sanir Almeida Gisbert; Matheus Castelo
Prudente; Gabriel Victor Dornelas; Thiago Abizaid
Kleinsorge; Saniele Almeida Gisbert; Barbara Bizzo
TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA Castelo; Zarif Humze Hamid; Gabriel Lunardi Aranha;
CÓDIGO: 61758
Instituição: FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA
SAÚDE DE JUIZ DE FORA
MELANOMA MALIGNO E METÁSTASE
PARA TONSILA PALATINA – RELATO DE Apresentação do caso: Paciente masculino, 48 anos,
branco, queixa principal de mancha no antebraço di-
CASO E REVISÃO DA LITERATURA
reito relata ter sido prescrito em consulta farmacêuti-
Autores: Alessandro Augusto Bastos Rodrigues ca POINTTs. Houve ressurgimento de lesão 4 semanas
Alves; Eduardo Rodrigues Zarco da Câmara; Antônio
após tratamento proposto. Procurou serviço de der-
Carlos Eckhardt; Marcelo Sá de Araújo; Jadivan Leite
matologia após 12 semanas do reaparecimento da le-
de Oliveira; Roberto André Torres Vasconcelos; José
Francisco Rezende Neto; Luíz Fernando Nunes; são. Ao exame mácula não ulcerada em MMS direito,
4 meses de evolução com aumento no último mês, de
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER - INCA
0.8x0.9 cm, coloração policromática predominância
Apresentação do caso: Sexo feminino, 43 anos, par- marrom-acastanhada, Bordos de aspecto cicatricial cla-
da, portadora de vitiligo, relata há seis meses apareci- ro, pruriginosa e indolor. Presença de 2 linfonodos pal-
mento de mácula hipercrômica irregular sobre a lesão páveis de características neoplásicas em cavidade axilar
hipocrômica do vitiligo em região anterior de tórax. esquerda, o maior medindo cerca de 4 cm de diâmetro
Evoluindo no último mês, com dor em orofaringe as- e o menor com 3.5 cm de diâmetro. Ausência de outras
sociado a lesão vegetante violácea em topografia de lesões suspeitas a dermatoscopia. Suspeitou-se diag-
tonsila palatina. Ao exame físico: lesão hipercrômica de nóstico de melanoma, tendo sido realizado estadiamen-
bordos irregulares em tórax anterior, ausência de lin- to do paciente onde houve diagnóstico de metástases
fonodomegalia cervical, supraclavicular ou axilar, oro- pulmonar de 1.5 cm em LIE com LDH normal. Paciente
faringe com lesão vegetante pardo-escuro em tonsila encaminhado a cirurgia geral, onde foi realizada exére-
palatina esquerda. Realizado biópsia incisional de lesão se de lesão, com 3 cm de margem e linfonodo sentinela
tonsilar com laudo histopatológico de melanoma e pai- com exerese de 4 linfonodos comprometidos. A biop-

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sia foi diagnosticado Melanoma melanocitico extensivo 40%, S-100 +, HMB+, Melna-A+. Diagnóstico: melano-
superficial 1.1x1 cm com metástase linfonodal. Paciente ma. Follow-up: RT pulmonar evolui com esofagite, dor
estadiado após a biópsia emestágio IV. Paciente enca- em mão operada, mas sem recidiva, e edema cíclico no
minhado para serviço de cirurgia oncológica onde foi local. Último follow-up Jan de 2016: Aumento da lesões
realizado lobectomia. Evolui com metástases cerebrais pulmonares e mão D. Dor em joelho E, solicitado RNM
irresecáveis e óbito 7 meses após cirurgia; Discussão: e CTG. Discussão: Em lesões melanocíticas há altera-
do caso Paciente apresentou melanoma avançado, ten- ções de cor, tamanho, forma, velocidade de crescimen-
do tido intervalo entre início de sintomatologia e pro- to, descamação, ulceração, sangramento, prurido, dor.
cura de serviço médico aumentado devido a consulta Melanoma representa apenas 3% das neoplasias malig-
com farmacêutico onde houve orientação errada, com nas do órgão, sendo o mais grave pela alta possibilida-
diagnóstico errôneo, introduzindo um tratamento em de de metástase. São fatores de risco a susceptibilida-
discordância com terapêutica atual. O estadiamento de genética e exposição à radiação UV. Raras vezes se
deve ser realizado em todos os pacientes, procurando dissemina para linfonodos, pulmões, cérebro ou outros
metástases realizando exame físico minuncioso, TC de órgãos, enquanto lesão ainda pequena. Características
tórax, Tc de abdomem, RNM cérebro e caso suspeita de histológicas são principais preditores da evolução do
metástases, cintilografia e PET-SCAN. O diagnóstico é melanoma cutâneo 1º: espessura máxima do tumor(i-
confirmado a exérese cirúrgica da lesão, onde deve-se soladamente a mais importante para o prognóstico);
realizar margem de 3 cm e pesquisa de linfonodo senti- presença de ulcerações microscópicas; e taxa mitótica.
nal, que embora não altere sobrevida, tem qualidade de Diagnóstico é feito pela biópsia excisional, para remo-
melhora prognóstica. Conclusão: É importante o diag- ver toda a lesão em profundidade, em todas as lesões
nóstico inicial e precoce do melanoma, evitando assim em que haja suspeita clínica de melanoma. As amostras
a demora terapêutica, propiciando metástases. Tal caso de biópsia podem ser usadas para pesquisa do BRAF
evidência a importância da consulta médica e os perigos e 50% dos melanomas têm mutações nesses genes. A
de atuação de farmacêuticos clínicos em farmácias. Tal exérese da lesão deve estabelecer o diagnóstico, micro-
diagnóstico e condução deve ser realizado por médico. estadiamento e permitir retirada de possível tumor re-
sidual. Comentários finais: Melanoma palmar é mais
Contato: MATHEUS CASTELO PRUDENTE – mcastelo_@
diagnosticado em fases mais invasivas que os demais
hotmail.com
melanomas e com pior prognóstico. Deve-se acompa-
nhar não só pela possível recorrência, mas devido à
possibilidade entre 3 a 6% de desenvolvimento de um
TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA segundo melanoma primário pois os fatores de risco
CÓDIGO: 60279 continuam. É necessária atenção para boa abordagem
terapêutica e evolução favorável dos pacientes.
MELANOMA PALMAR EC IV – RELATO DE Contato: MARIA ONDINA MACHADO DINIZ – maria_
CASO ondina_diniz@hotmail.com
Autores: Maria Ondina Machado Diniz; Débora
Fernandes Barbalho; Jéssica Jeanne Dias; Diego
Machado Mendanha; Vinícius Oliveira Gléria; Patrícia de
Pádua Gomes; Mário Henrique Leite de Alencar; TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
Instituição: PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE CÓDIGO: 61331
GOIÁS
MELANOMA PRIMÁRIO DO COLO
Apresentação do caso: V.L, 51 anos, feminino en-
caminhada à oncologia por nódulo sólido SC na face
UTERINO
palmar da MCFP do 5º dedo à RNM em 2012 e AP de Autores: Arthur Costa Morais Tavares; Cleuber Barbosa
neoplasia maligna de células fusiformes e epitelióides de Oliveira; Luiz Gustavo Hermógenes Pereira; Lucas
Costa Silveira; Bárbara Mendes Haddad; Tiago de
2,0x1,5x0,5cm com margem comprometida. IHQ: mela-
Oliveira Cunha;
noma maligno. Mutação BRAF negativa. Negou DPOC,
ICO, tabagismo e outras queixas. Solicitada rotina pré- Instituição: SANTA CASA DE MISERICORDIA DE PASSOS
-operatória. TC tórax: granuloma de caráter residual de Apresentação do caso: O melanoma primário de colo
0,5cm em lobo inferior E. USG abdome sem alterações. uterino é uma neoplasia rara e de prognóstico ruim,
CTG: sem alterações ósseas. Proposta cirurgia de exci- com maior freqüência em idades avançadas e após a
são de melanoma em região palmar EC IV em Jan 2013 e menopausa. Apenas 81 casos foram relatados desde o
pesquisa de linfonodo sentinela. PO: dor em fisgada em ano de 1889. Relatar-se-á o caso de sangramento vagi-
território do n. intercostobraquial e FO de bom aspec- nal em uma paciente de 79 anos em acompanhamento
to. AP: células com pleomorfismo nuclear moderado, hospitalar devido lesão neoplásica em pele, a qual foi
arredondados com macronucléolos. Nova IHQ: Ki-67 encaminhada ao serviço de ginecologia e obstetrícia e

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submetida à colposcopia com biópsia. Os resultados a metastase pode ser tardia. Nenhum tratamento adju-
revelaram melanoma primário de mucosa endocervical vante foi capaz de prevenir metastases após o controle
após excluir outros sítios de lesão. Após diagnóstico, do tumor primário. A doença metastática tem um prog-
conduziu-se o caso com procedimento cirúrgico. O ana- nóstico sombrio com sobrevida média de 2-12 meses.
tomopatológico e a imunohistoquímica confirmaram o Apenas 2-7% dos pacientes são candidatos a ressecção
melanoma do colo uterino, e em seguimento ao trata- hepática. Em pacientes selecionados, a ressecção cirur-
mento, realizou-se radioterapia, braquiterapia e imu- gica de metastase hepática parece aumentar a sobrevi-
noterapia. Após 2 anos de pós operatório (2015-2017), da. Não há estudos randomizados comparando metas-
não houve evidência de recidiva em exame clínico e de tasectomia hepática com terapias sistêmicas. porém,
imagem. Assim, o objetivo desse relato é alcançar uma uma revisão abrangente do papel da cirurgia sugere
maior compreensão sobre o assunto adotando medi- que pacientes que tenham lesões hepáticas completa-
das de prevenção primária, diagnóstico e tratamento. mente ressecadas evoluem melhor comparado àqueles
que a metastase não é passivel de ressecção. A carcino-
Contato: ARTHUR COSTA MORAIS TAVARES – arthur-
matose peritoneal secundária a melanoma de coróide
div@hotmail.com
é uma apresentação rara e pouco descrita de evolução
desta doença. Geralmente está associada com metasta-
ses hepáticas e diminui bastante a expectativa de vida
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS do paciente.
CÓDIGO: 61969 Contato: MARIA LUIZA LEITE DE MEDEIROS –
lumedeiros88@yahoo.com.br
METASTASE PERITONEAL DE
MELANOMA DE COROIDE: RELATO E
REVISÃO DE LITERATURA
TEMÁRIO:
Autores: Felipe José Fernandez Coimbra; Maria Luiza
CÓDIGO: 65417
Leite de Medeiros; Carolina Parucce Franco; Wilson Luiz
da Costa Junior; Alessandro Landskron Diniz; Heber
Salvador de Castro Ribeiro; Andre Luis de Godoy; Igor Metástase de colangiocarcinoma
Correia de Farias; para subcutâneo como primeira
Instituição: A.C. CAMARGO CÂNCER CENTER manifestação clínica: relato de caso
Introdução: O melanoma de coróide é a principal ne- Autores: Fernanda Beatriz Maia Carlos; Crislanny Regina
oplasia ocular primária. é uma neoplasia estromal. o Santos da Silva; José Mateus Fernandes De Oliveira
Silveira; Ivson José Almeida Medeiros Júnior; Noberto
principal sítio de metastase é o figado. isso acontece
Bessa Cavalcante Neto; George Alexandre Lira; Isaac
porque a principal via de disseminação é hematogêni-
Braullio Maia Delfino de oliveira;
ca. Após o tratamento primário, aproximadamente 50%
Instituição: FACULDADE DE MEDICINA NOVA
dos pacientes irão desenvolver metastases em até 15
ESPERANÇA
anos e o figado será acometido em aproximadamente
90% desses casos Apresentação do caso: I.A.B., fem, Apresentação do caso: MOO, 75 anos, feminino, en-
69 anos, portadora de melanoma de coroide de olho caminhada à cirurgia oncológica devido a nódulo axilar
esquerdo, realizou braquiterapia em janeiro de 2006. esquerdo doloroso medindo cerca de 3cm, e nódulos
Apresentou recidiva local em fevereiro de 2012, sendo subcutâneos surgidos há três meses, associado à perda
submetida a enucleação. Em abril de 2016 foi submetida ponderal. Posteriormente, surgiu quadro de icterícia e
a ressonância de abdome com achado de duas lesões prurido. A radiografia de tórax apresentava formação
hepáticas focais de até 4,3 cm, captantes ao PET-CT com nodular em partes mole do hemitórax esquerdo confir-
SUV de 12,8. Programação cirurgica de ressecção hepá- mado através de tomografia computadorizada (TC). Na
tica videolaparoscópica com achado de lesão exofítica TC de tórax, foi evidenciada formação nodular vegetan-
em segmento IV/V e multiplos implantes em peritoneo te comprometendo a pele e o tecido celular subcutâ-
diafragmatico a direita e epiplon. Anatomo patológico neo da região axilar/hemitórax esquerdo a esclarecer
da biopsia peritoneal: infiltração por melanoma. Foi e presença de linfonodomegalias mediastinais. Além
optado por abortar o procedimento cirurgico e iniciar disso, a TC do abdome superior apresentou dilatação
tratamento sistêmico com nivolumab. Apesar do mela- de vias biliares (VB) intra hepáticas, espessamento das
noma de coróide ser a principal neoplasia maligna ocu- paredes das VB extra hepáticas, sugestivas de processo
lar, sua incidência é de 1/100.000 pacientes. Instalada a neoplásico, associado a linfonodomegalias satélites. Foi
neoplasia primária, existem alguns fatores associados realizada exérese da modulação cuja biopsia cirúrgica
ao risco aumentado de metastase: subtipo epitelioide, evidenciou adenocarcinoma moderadamente diferen-
tamanho do tumor, atividade mitótica, infiltração linfo- ciado infiltrando pele e tecido adiposo. Aguardando
citica, grau de pigmentação, extensão extra-esclera e imunohistoquímica. Discussão: O colangiocarcinoma
idade ao diagnóstico. O melanoma de coróide tem uma é considerado uma neoplasia rara correspondente a
sobrevida melhor do que outros tipos de melanoma e menos de 2% dos cânceres, apresentando como prin-

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cipais sítios de metástases pulmões, ossos, glândulas Tumor de Frantz. Após a cirurgia, a paciente teve uma
adrenais e cérebro. A disseminação para a pele é bas- boa evolução clínica, tolerando dieta via oral, sem ou-
tante rara, com cerca de 30 casos relatados na litera- tros sintomas durante a internação. Permanece ainda
tura, dentre os quais, apenas 2 foram relatados com sobre os cuidados clínicos e cirúrgicos da equipe de ci-
metástases subcutâneas como sendo a primeira mani- rurgia geral do Hospital Barros Barreto. Discussão: do
festação clinica, como no referido paciente. Geralmen- caso O tumor de Frantz é um câncer raro de etiologia
te, apresentam-se como nódulo indolor de crescimento desconhecida, mas que parece se originar das células
rápido e inesperado, podendo se apresentar como abs- pluripotentes do pâncreas. Cerca de 90% dos casos são
cesso, infecção, paniculite, infecção e tecido cicatricial. de mulheres jovens entre 20-30 ano. A preferencia por
Apesar de o tumor em sítio cutâneo ser indicativo de mulheres sugere que fatores hormonais estejam envol-
doença avançada, com 6 a 18 meses de sobrevivência, vidos na patogênese do tumor. Clinicamente, o tumor
seu diagnóstico precoce é capaz de aumentar a sobrevi- é assintomático e/ou possui sintomas inespecíficos.Nos
da do paciente e diminuir a mortalidade por ressecção exames de RNM e TC são encontrados tumores císticos
imediata da massa associada a quimioterapia. Conclu- e sólidos. A evolução do tumor geralmente é benigna.
são: É importante considerar os tumores de vias bilia- Quando há metástase, é mais frequente no fígado. Con-
res como diagnóstico diferencial nos casos de nódulos clusão: O tumor de Frantz possui características benig-
subcutâneos, especialmente quando posteriormente nas e crescimento indolente. Apesar de sua raridade,
apresentam um quadro de patologias da VB, uma vez ele não pode deixar de ser um diagnóstico diferencial
que, embora raros, podem estar associados a tumores quando se descobre massa abdominal assintomática.
de vias biliares avançados. A correlação clínica é a chave
Contato: THALITA VIANA MONTEIRO –
para o diagnóstico.
thalitavianamonteiro@hotmail.com
Contato: CRISLANNY REGINA SANTOS – crismedjolie@
gmail.com

TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL


CÓDIGO: 59863
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
CÓDIGO: 61880 METÁSTASE HEPÁTICA COLORRETAL
SINCRÔNICA E BODERLINE:
METÁSTASE DE TUMOR DE FRANTZ ABORDAGEM TERAPÊUTICA
– RELATO DE CASO DO HOSPITAL Autores: Taís Menezes Magalhães; Renato Morato
UNIVERSITÁRIO JOÃO DE BARROS Zanatto; André Medeiros de Carvalho; Raul Lázaro de
BARRETO (HUJBB) melo filho; Augusto Ângelo Granado bottino; Daiana
Lopes do nascimento; Eduardo marcucci pracucho;
Autores: Geraldo Ishak; Ian Barroso dos Santos;
Amanda do Amaral Mesquita; Mauricio Katsunori Instituição: HOSPITAL GERAL DE NOVA IGUAÇU
Taketa Seki; Thalita Viana Monteiro; Marielle de Nazaré
Apresentação do caso: E. P., mulher, 46anos, admiti-
Gonçalves de Lima e Silva; Fernanda Furtado Leão;
Daniel Eiji Ogino; da em 03/11/2015 com náuseas e distensão abdominal
há 6 meses com emagrecimento de 8kg. EF: tumora-
Instituição: HOSPITAL UNIVERSITARIO JOÃO DE BARROS
ção palpavel em qsd. Colonoscopia 03/10/2015: lesão
BARRETO
vegetante e estenosante em ângulo esplênico. AP:a-
Apresentação do caso: R.B.M., sexo feminino, 18 anos, denocarcinoma tubular moderadamente diferencia-
branca, natural e procedente de Belém.Paciente em do TC 11/11/2015: Lesão expansiva em lobo hepático
2012 iniciou com queixa de dor abdominal com piora dir com extensão para segmentos 4A/4B de 14,7 x 19,
à inspiração.Previamente hígida, referia dor abdomi- 3cm; Linfonodomegalia retroperitoneal e epigástrica.
nal esporádica, difusa, principalmente em epigastro e CEA-45 e CA125-36 (6/11/2015). PET/CT (23/11/2015):
hipocôndrio direito, sem irradiação e outros sintomas, tecido hipermetabólico em topografia de cólon de sig-
com melhora ao uso de analgésicos. Realizou USG de móide (neoplasia primária), lesão expansiva hepática
abdome, que mostrava imagem em cauda de pâncreas. e linfonodomegalia epigástrica e retroperitoneal. En-
Foi encaminhada, então, ao serviço de cirurgia do Hos- caminhada para QT (FOLFIRI). Reavaliação (3º ciclo):
pital João de Barros Barreto. Ao exame físico de admis- CT com redução parcial da lesão hepática (13 x 17cm)
são, apresentava-se em bom estado geral, anictérica, e diminuição do CEA-4,0. Realizado embolização do
afebril, referindo dor à palpação de epigastro e hipo- ramo portal direito (12/04/2016) e completado 6 ciclos
côndrio direito. Realizou TC de abdome, que visualizou de FOLFIRI. CT (03/05/2016): hipertrofia S2/S3 hepático
imagem de 7, 5 cm, em região corpocaudal de pâncre- (volumetria adequada) e aparecimento de nódulo he-
as. Foi submetida à pancreatectomia corpocaudal, es- pático diminuto no lobo caudado. Laparotomia: conge-
plenectomia, colectomia segmentar e colocoloanasto- lação dos linfonodos retroperitoneais e tronco celíaco
mose. Ao exame anatomopatológico foi comprovado – negativos; procedido cirurgia sincrônica do cólon e do

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fígado (20/06/2016): sigmoidectomia com anastomose 2013; foi submetida à gastroduodenopancreatectomia


primária e trissegmentectomia hepática direita amplia- total com AP de metástase de células claras de rim.
da para caudado. AP: Adenocarcinoma tubular hepáti- Discussão: As metástases para o pâncreas são raras,
co de 8, 9cm e ML. Adenocarcinoma tubular de cólon de geralmente carcinomas provenientes dos pulmões ou
1,2cm, ML. Metástase de adenocarcinoma em 1/5 linfo- rins; tal patologia pode manifestar-se anos após o trata-
nodos. ypT3N1M1a (IVa). QT adjuvante com 6 ciclos de mento do tumor primário. Em muitos casos o paciente
FOLFOX. Discussão: O avanço nas técnicas cirúrgicas apresenta metástase pancreática solitária que simula
do câncer colorretal e o aparecimento de esquemas tumor primário. As metástases pancreáticas apare-
quimioterápicos mais eficientes no tratamento das me- cem à TC como lesões hipervascularizadas, simulando
tástases hepáticas tem mostrado um ganho expressivo tumores das ilhotas de Langerhans. Os pacientes aco-
na sobrevida dos pacientes. No início a preocupação metidos por essa patologia beneficiam-se com a res-
maior quanto a contraindicação da ressecção dos nó- secção cirúrgica da lesão, com isso apresentam melhor
dulos hepáticos baseava-se na quantidade e localização prognósticos comparando-se aos que apresentam ne-
dos mesmos. Atualmente se prioriza cirurgia poupado- oplasias primárias do pâncreas. Comentários finais:
ra de parênquima hepático, assim como volume do Os pacientes relatados apresentaram metástases pan-
fígado residual com boa perfusão e drenagem. Deste creáticas provenientes de um sítio primário (tumor de
modo, tem-se optado por estratégias tais como embo- células claras de rim e primário papilífero de tireoide).
lização ou ligadura do ramo portal. Esse procedimento São raras e podem aparecer até anos depois do trata-
promove uma redistribuição do fluxo portal intra hepá- mento do tumor de base. Elas simulam uma neoplasia
tico, o que reduz o risco de insuficiência hepática pós- de pâncreas, pois são solitárias, restritas a tal órgão, e
-op. No caso apresentado houve aumento do fígado são semelhantes a tumores de Ilhota de Langerhans.
remanescente em virtude da embolização portal, o que Apresentam melhor prognósticos quando é feita a res-
possibilitou a ressecção cirúrgica. Comentários finais: secção completa do tumor. Por isso, essa foi a conduta
Atualmente a paciente encontra-se em seguimento há tomada frente ao quadro desses pacientes, a fim de au-
13 meses sem evidência de recidiva. mentar a sobrevida de cada um deles.
Contato: TAIS MENEZES MAGALHAES – Contato: LARA BORGES CECÍLIO – lara.cecilio@hotmail.
taismagalhaes1@hotmail.com com

TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA


CÓDIGO: 60057 CÓDIGO: 60390

METÁSTASE PANCREÁTICA – METÁSTASE TESTICULAR BILATERAL DE


RELATO DE CASO UM ADENOCARCINOMA DE PRÓSTATA –
Autores: Lara Borges Cecílio; Daiana Galvão Silva; RELATO DE CASO
Gabriela Nascimento Cruz; Isabella Martins Monteiro; Autores: Ronaldo Murai Minholi; André Ribeiro
Isadora Melgaço Oliveira Santos; Yan Barreto Jardim; Nascimento; Andréia Dal‘Bosco; Juliana dos Santos
Luiz Carlos Furtado de Almeida Jr; Durval Renato Tortajada; José Guilherme Frediani Oliveira; José Alaor
Wohnrath; da Veiga Junior; Igor Roszkowsky; Wesley Mychel Loidi
Instituição: UNIVERSIDADE DE UBERABA Santana;
Instituição: HOSPITAL SANTA RITA DE MARINGÁ
Apresentação do casos: Caso 1: Paciente masculino,
66 anos, com carcinoma papilífero de tireoide submeti- Apresentação do caso: A.P.S., 73 anos, foi encaminha-
do à tireoidectomia total e iodoterapia em 2002; iniciou do ao serviço de oncologia com queixa de dores ósse-
com lesão em região de cauda de pâncreas em 2013, as severas com antígeno prostático específico (PSA) de
realizando a pancreatectomia corpo caudal com AP 779, 00 ng/ml e próstata com 26g sem nodulações à
de metástase de papilífero de tireoide. Caso 2: Pacien- ultrassonografia. Exame físico sem alterações. Tomo-
te feminino, 45 anos, com carcinoma de células claras grafia computadorizada de pelve e cintilografia óssea
Fhurman II ECIII de rim direito com nefrectomia radi- demonstraram lesões osteolíticas disseminadas. A bi-
cal em 2010; apresentou lesão de 4,3 cm em cauda de ópsia de próstata identificou um adenocarcinoma aci-
pâncreas, passou por pancreatectomia corpo caudal nar usual da próstata com escore de Gleason 6 (3+3).
com AP de metástase de células claras de rim. Caso 3: Submetido a orquiectomia bilateral, cujo anátomo
Paciente feminino, 71 anos, com carcinoma de células patológico revelou infiltração metastática em ambos
claras Fhurman II ECI de rim direito submetido à nefrec- os parênquimas. À imuno-histoquímica, parênquima
tomia radical em 2003; com o surgimento de lesões por testicular com foco de infiltração glandular em forma
toda extensão pancreática em 2010 as quais aumenta- de pequenos ácinos compostos por células de núcle-
ram de forma considerável em número e volume em os grandes, monomórficos, com nucléolos evidentes

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e imunopositividade para PSA, PSAP, AE1/AE3, confir- lografia óssea e tomagrafias sem doença metastática.
mando metástase de carcinoma de sítio primário em Indicado orquiectomia bilateral. Anatomopatológico do
próstata. Após 20 dias do procedimento, o paciente testículo direito com proliferação celular atípica. Imu-
referiu melhora dos sintomas. Discussão: O primeiro nohistoquimica compatível com adenocarcinoma pou-
caso de carcinoma prostático metastático para o testí- co diferenciado de origem prostática. Três meses após
culo foi relatado em 1938, e aproximadamente 70 ca- a orquiectomia apresentou PSA total de 0,76 ng/ml.
sos foram descritos desde então. Tumores secundários Atualmente após 6 meses da orquiectomia, paciente
de testículo, com exceção de infiltrações por leucemia segue em acompanhamento ambulatorial. Discussão:
e linfoma, são raros (cerca de 0,02–2,5%). Geralmente Tumores metastáticos em testículos são raros. A maio-
são associados à doença metastática difusa e apenas ria dos casos são descobertos acidentalmente em uma
15% dos casos têm acometimento bilateral. Ao con- autópsia (0,02-2,5%) ou após uma orquiectomia (cerca
trário de tumores primários, os secundários ocorrem de 4%). O carcinoma de próstata é o mais frequente
geralmente em idades mais avançadas, entre 50 e 60 que metastatiza para o testículo, além do carcinoma
anos. Devido à temperatura relativamente baixa do pulmonar, carcinoma do trato gastrointestinal, melano-
escroto, os testículos não são um ambiente adequado ma e carcinoma renal. Metástases em testículos foram
para o desenvolvimento de tumores. As lesões primá- encontradas em apenas 0,5% dos casos de metástases
rias mais associadas à metástase testicular são o carci- de CA de próstata. Os mais comuns são unilaterais e
noma de próstata, de pulmão, do trato gastrointestinal ao contrario dos tumores de testículos primários, os se-
e renal. O carcinoma de próstata pode disseminar da cundários aparecem em idades mais avançadas (entre
uretra prostática por extensão venosa retrógrada, em- 50 e 60 anos de idade). Comentários finais: O prog-
bolia arterial ou invasão direta nos vasos linfáticos e lú- nóstico de metástase de carcinoma de próstata em
men dos ductos deferentes. Essa metástase, na maioria testículo ainda não é conhecido, embora seja certo um
dos casos, é um fenômeno silencioso e assintomático, sinal de doença avançada. Após a orquiectomia nosso
explicando a maioria ser descoberta acidentalmente paciente permanece em acompanhamento com bom
após orquiectomia terapêutica ou autópsia. Há relatos controle laboratorial e assintomático.
na literatura de que a doença metastática testicular é
Contato: GABRIEL VOLPATO – drgabrielvolpato@
vista aproximadamente seis anos após o diagnóstico do
hotmail.com
tumor primário. O prognóstico ainda é desconhecido,
mas admite-se ser um sinal de doença avançada. Co-
mentários finais: Os tumores testiculares secundários
são extremamente raros, e muitas vezes um achado TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS
incidental pós-orquiectomia em neoplasias maligna de CÓDIGO: 62017
próstata avançada.
Contato: RONALDO MURAI MINHOLI – ronaldo_ MIXOFIBROSARCOMA DE ALTO GRAU
minholi@yahoo.com.br (G3) EM MMIIE – RELATO DE CASO
Autores: Ana Júlia Silva Teixeira; Isabelle França Bezerra;
Isa Maryana Araujo Bezerra de Macedo; Crislanny
Regina Santos da Silva; Renan Santos Pessoa; George
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA Alexandre Lira; Thais Cavalcante Chaves Santos; Beatriz
CÓDIGO: 59858 de Ribeiro Lucena e Silva;
Instituição: UNIVERSIDADE POTIGUAR
METÁSTASE TESTICULAR DE
Apresentação do caso: EFS, 38 anos, mulher, hígida,
ADENOCARCINOMA DE PRÓSTATA: relata dor esporádica em membro inferior esquerdo(-
APRESENTAÇÃO DE UM CASO E MIE) pior ao esforço, e massa na região lateral do joe-
REVISÃO DA LITERATURA lho esquerdo, de aproximadamente 5 cm, delimitada.
Autores: Gabriel Volpato; Luciano do Valle Saboia; Tomografia Computadorizada(TC) de joelho esquerdo
Nayara Rosina Chaves; Henrique Saboia; Yorgos Luiz mostrou lesão expansiva sólida com componente císti-
Santos de Salles Graça; Ayaka Yamane; Rachel Biondo co, medindo cerca de 3,5 x 2,8 cm, sem plano de cliva-
Simões; Jorge Itsuo Fukushima; gem com o trato tibial. Biópsia insicional sugeriu sarco-
Instituição: HOSPITAL ANGELINA CARON ma de células fusiformes e pleomórficas com estroma
Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 61 mixoide, confirmado pela imuno-histoquímica mixofi-
anos, assintomático, com PSA total inicial de 7, 48 ng/ brossarcoma de alto grau, Ki-67 positivo 90%. Estadia-
ml. Biopsia: adenocarcinoma Gleason 4+4=8. Exames mento T2N0M0, EcIII (G3). Foi submetida à ressecção ci-
de estadiamento sem metástases. Indicado tratamen- rúrgica em bloco e linfadenectomia poplítea esquerda.
to com radioterapia exclusiva. PSA após tratamento Seguiu com quimioterapia (QT), 4 ciclos de doxorrubi-
de 0,19 ng/ml. Após acompanhamento ambulatorial cina + ifosfamida, e radioterapia(RT)(60gy) adjuvantes.
de 5 anos, apresentou aumento progressivo dos mar- Segmento com ressonância nuclear magnética (RNM)
cadores, atingindo um PSA total de 75, 6 ng/ml. Cinti- de joelho esquerdo evidenciou 3 formações nodulares

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em lateral da fossa poplítea com realce pelo contraste, clínica, iniciado uso de Glivec. Em exames de reestadia-
medindo 2,5 x 1,7 cm; 1,0 x 0,7 cm; 0,5 x 0,4 cm, não ob- mento em Fevereiro/2017, foram evidenciadas lesões
servados anteriormente, sugerindo recidiva. Feita nova hepáticas e linfonodos mediastinais, suspeitando-se de
ressecção de massa poplítea E com margens amplas. acometimento secundário. Três meses depois, optado
Em retorno pós operatório, refere lesão nodular em por abordagem cirúrgica torácica: ressecção de lesão
panturrilha E, indolor. Realizada nova RNM com forma- mediastinal, segmento de lobo direito, pericardiecto-
ção nodular no subcutâneo da face posterior do terço mia e linfadenectomia mediastinal; anatomopatológico
médio da perna, com realce homogêneo pós-contraste, e imunohistoquimica mostraram tratar-se de Timoma
suspeita. Realizou nova ressecção cirúrgica em pantur- tipo A estadio III. Após nova tomografia de tórax para
rilha esquerda e reconstrução com retalho miocutâneo. investigar presença de lesão residual macroscópica,
Discussão: O mixofibrossarcoma é um dos subtipos será avaliado tratamento com radio e quimioterapia.
mais comuns de sarcoma em idosos, principalmente do Discussão: Sabe-se que a neurofibromatose tipo 1
sexo masculino, diferindo do caso. Apresenta-se como está associada a maior risco de desenvolvimento de
tumorações indolores, de crescimento lento, da cor da neoplasias malignas em geral. Estudos apontam que
pele ou eritematosos, podendo se estender à derme e portadores da síndrome têm risco 45 vezes maior de
ao músculo esquelético. Embora de maior taxa de so- desenvolvimento de GISTs, os quais apresentam, nesta
brevida, tem mais recidivas e de metástases frente à população, algumas peculiaridades: maior incidência
outros subtipos, como no caso, o qual se destaca ainda no jejuno e íleo, maior incidência de lesões múltiplas
pela importância da terapêutica em preservar a funcio- e multicêntricas, comportamento mais indolente, ten-
nalidade do membro, com menor impacto na qualida- do portanto melhor prognóstico. O timoma é classica-
de de vida comparado aos pacientes amputados. O tra- mente relacionado a doenças autoimunes ou endócri-
tamento é cirúrgico e as ressecções com preservação nas, não havendo associação bem estabelecida entre a
de membro são cerca de 80% dos procedimentos, ga- neurofibromatose tipo I e este tipo de tumor. De forma
rantindo maior sobrevida. Tratamento com QT e/ou RT semelhante, não há associação bem estabelecida entre
neo ou adjuvantes permanece controverso na literatu- a síndrome e o carcinoma de bexiga. A ocorrência de ti-
ra. Conclusão: A ressecção cirúrgica com preservação moma, GIST e carcinoma de bexiga no mesmo paciente
do membro e RT constitui o tratamento básico dos sar- é rara. É provável que a presença da desordem genética
comas de tecidos moles, conduta proposta no caso e tenha contribuído para a ocorrência dos três tumores
espera-se que promovam melhores resultados funcio- primários apresentados. COMENTARIOS FINAIS Tanto
nais e menor impacto à funcionalidade dos pacientes. os portadores de neurofibromatose tipo I quanto os
profissionais da saúde que os assistem deve estar aten-
Contato: ANA JÚLIA SILVA TEIXEIRA – Teixeiraanajs@
tos ao risco aumentado de neoplasias malignas nesta
gmail.com
população. Estudos com grupos maiores de pacientes
são necessários para esclarecer a incidência de tumo-
res malignos em portadores desta doença genética, in-
TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE clusive investigando a ocorrência de lesões sincrônicas.
CÓDIGO: 61854 Contato: PEDRO HANSEN MONTEIRO DE PAULA –
Pedrohansendepaula@hotmail.com
MÚLTIPLOS TUMORES PRIMÁRIOS EM
PORTADOR DE NEUROFIBROMATOSE
TIPO 1
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
Autores: Pedro Hansen Monteiro de Paula; Julia Duarte
CÓDIGO: 61733
de Souza; Helena Botelho Marques; Mariana de Almeida
Belo; Leonardo Martins Caldeira de Deus; Izis Ferreira
Valadao; Fernando Romeu Silva do Prado; Bruno Righi NEOADJUVÂNCIA EM TUMOR
Rodrigues de Oliveira; ESTROMAL EXTRA-GÁSTRICO – RELATO
Instituição: INSTITUTO MÁRIO PENNA HOSPITAL DE CASO
LUXEMBURGO Autores: Manoel Rodrigues de Andrade Neto; Vandre
Apresentação do caso: JEP, 68 anos, portador de Neu- Cabral Gomes Carneiro; Vannessa Matias Ferreira;
rofibromatose tipo 1, em acompanhamento urológi- Eduarda Cavalcanti Teixeira; Juno Damaceno Barbosa;
co desde Janeiro/2015 devido a carcinoma superficial Instituição: INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL
de bexiga. Em Janeiro/2016 internado em contexto de PROFESSOR FERNANDO FIGUEIRA
abdome agudo perfurativo; submetido a laparotomia Apresentação do caso: Mulher, 43 anos, com queixa
exploradora, em que foram identificadas lesões em sig- de abaulamento no canal vaginal. Realizou biópsia de
moide e íleo, realizada enterectomia e retossigmoidec- lesão em septo retovaginal com achado de neoplasia
tomia com confecção de colostomia à Hartmann. Ana- fusocelular atípica, seguido de imunohistoquímica con-
tomopatológico e imunohistoquimica da peça cirúrgica firmando GIST (Vimentina C + e Ki-67 3%). Imagem de
identificaram GIST T3N0Mx. Encaminhado à oncologia ressonância magnética evidenciou tumoração de 4,3

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x 3,1cm em septo retovaginal sem plano de clivagem evoluindo com perda de força nos quatro membros e
com reto e vagina; associado a linfonodomegalia de dor cervical irradiada para membros superiores, sem
1,1 cm em cadeia ilíaca interna esquerda. Realizou tra- dermátomo específico. Ao exame físico, tetraparesia
tamento neoadjuvante com 24 sessões de IMATINIB, proximal grau 2, hiperrflexia nos quatro membros,
com ressecção cirúrgica posteriormente e tratamento Hoffman positivo bilateral, Babinski positivo bilateral
adjuvante com IMATINIB até outubro de 2016. No mo- e clônus positivo bilateral. Realizou-se uma ressonân-
mento, sem sinais de recidiva tumoral. AP PRÉ-IMATI- cia magnética em coluna lombo-sacra, que evidenciou
NIB – neoplasia fusocelular atípica, IMQ: tumor estro- estenose do canal medular lombar e tumor cervical
mal gastrointestinal. AP PÓS – ressecção – Fibroma com C3-C4-C5. Realizou-se laminectomia e biopsia da lesão.
setores condroides. Discussão: GISTs compreendem Na macroscopia, foram encontrados vários fragmentos
menos 1% de todos os tumores gastrointestinais (GI), irregulares de tecido acastanhado, medindo em con-
sendo os tumores mesenquimais mais comuns do TGI. junto 5, 0 x 4,0 x 1,5 cm e, na microscopia, neoplasia
Geralmente são positivos para CD117 (c-kit). Raramen- de células claras infiltrando tecido fibroadiposo e mus-
te podem acometer locais extra-visceral, como omento, cular esquelético. Fez-se um estudo imuno-histoquími-
mesentério, pelve e retroperitônio. Demontra incidên- co que trouxe como Conclusão: carcinoma renal de
cia similar entre os sexos acometendo pacientes entre células claras metastático. Realizou-se procedimento
40-80 anos, numa mediana de 60-65anos. Encontrados neurocirúrgico e não houve intercorrências em sua exe-
principalmente no estômago (60%), intestino delgado, cução. Paciente evoluiu com melhora dos déficits neu-
jejuno e íleo (30%), duodeno (5%), reto (2-3%), cólon rológicos. Recebeu alta, com suspensão das atividades
(1-2%) e, menos frequentes, no esôfago (<1%). O tra- laborais por tempo indeterminado, prescrição de Ciclo-
tamento de GIST irressecáveis ou metastáticos com benzaprina 10mg e Profenid 100mg, encaminhamento
IMATINIB, tem um papel fundamental na terapia de para fisioterapia motora e acompanhamento ambula-
indução para cirurgia de ressecção da doença residual torial com equipe de neurocirurgia. Discussão: O carci-
e redução de mortalidade. O tempo médio de indução noma renal (CCR) é um tumor relativamente raro, com
gira em torno de 15meses e a cirurgia realizada em até uma incidência de 9, 6 por 100.000 (aproximadamente
35 meses. A avaliação da resposta terapêutica é melhor 3% dos tumores malignos). Seu principal tipo histológi-
observada com tomografia com emissão de pósitrons co é o carcinoma de células claras (70-80% dos casos),
(PET-CT) e na tomografia computadorizada através dos outros tipos incluem: carcinoma papilar, cromófobo,
critérios de Choi com o já consagrado RECIST. A terapia originários dos ductos coletores e variantes sarcoma-
neoadjuvante com IMATINIB para o GIST extra-gástri- tóides. A metástase do CCR para a coluna vertebral é
co continua em fase de investigação, tendo observado rara, e, quando ocorre, sua principal manifestação é a
resposta patológica completa em alguns casos com dor. As metástases na coluna vertebral ocorrem usu-
relevante avaliação quanto a preservação de órgãos e almente por meio da disseminação hematogênica, lin-
qualidade de vida dos pacientes. Comentários finais: fática, liquórica ou invasão direta por contiguidade. As
A terapia neoadjuvante com IMATINIB para o GIST ex- lesões sintomáticas são localizadas em 70% dos casos
tra-gástrico deve fazer parte do arsenal terapêutico na coluna torácica, 20% na região lombossacra, 10% na
desta doença principalmente quando o intuito é preser- região cervical e são múltiplas em 17-30% dos pacien-
vação de órgão, pois existe relatos de resposta patoló- tes. Conclusão: O tratamento da metástase na coluna
gica completa. Entretanto esta avaliação, assim como a vertebral deve ser individualizado e multidisciplinar en-
qualidade de vida, deve ser fundamentada em estudos volvendo neurocirurgião, oncologista, cirurgião onco-
sistemáticos futuros. lógico, especialista em dor, entre outros. A escolha da
modalidade terapêutica deve basear-se: na condição
Contato: MANOEL RODRIGUES DE ANDRADE NETO –
clínica e neurológica do paciente, expectativa de vida,
manoel_med@yahoo.com.br
grau de comprometimento da coluna e tipo histológico
da neoplasia.
Contato: LUÍS FELIPE DA COSTA FIGUEIREDO –
TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS luisfelipe750@hotmail.com
CÓDIGO: 61914

NEOPLASIA METASTÁTICA NA COLUNA


CERVICAL – RELATO DE CASO TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
CÓDIGO: 59490
Autores: Roberta de Oliveira Carvalho; Luís Felipe da
Costa Figueiredo; Erika de Oliveira Menezes; Naiana
Mota Araujo; Beatriz Rayane Oliveira Santana; Isabelle NEOPLASIA SÓLIDA PSEUDOPAPILAR
Menezes Maciel; Caroline Ramos Barreto; Roberto PANCREÁTICA (TUMOR DE FRANTZ):
Queiroz Gurgel; SÉRIE DE CASOS
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE Autores: Stephanie Pedrazza; Anselmo Nunes Duarte
Apresentação do caso: Paciente, 80 anos, sexo mas- Júnior; Jorge Mali Júnior; Ceslo Koiti Maeoka; Kelly
culino, admitido com história de queda há dois meses Fernanda Pereira e Silva; Stephanie Pedrazza; Anselmo
Nunes Duarte Júnior; Celso Koiti Maeoka;

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 221


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Instituição: HOSPITAL DO CÂNCER DE LONDRINA des: Bem perfundidas, sem sinais de trombose venosa
Tomografias(imagem no poster) – Lesões expansivas
Apresentação do caso: A neoplasia sólida pseudopa-
retroperitoneais com componente de gordura e calci-
pilar pancreática (Tumor de Frantz) é uma doença rara
ficações grosseiras, além de áreas sólidas com conflu-
encontrada principalmente em mulheres da segunda e
ência para pelve. A maior lesão envolve circunferencial-
terceira décadas de vida. Possui bom prognóstico de-
mente os vasos ilíacos esquerdos. Entre os diferenciais,
vido ao baixo potencial de malignidade quando insti-
possibilidades de lesões mesenquimais, considerando
tuído o tratamento cirúrgico curativo, o que é possível
lipossarcoma de retroperitônio Realizadas duas biopsia
na maioria dos casos. Em geral, apresenta sintomas
guiadas – USG e TC (com intuito de planejamento neo-
inespecíficos, sendo diagnosticado por exame de ima-
adjuvante) Laudo descritivo: – PROLIFERAÇÃO FIBRO-
gem de forma incidental. A localização mais comum
BLÁSTICA DE PADRÃO MIXOIDE. – BAIXO GRAU HISTO-
desse tumores são no corpo e na cauda do pâncreas.
LÓGICO NESTA AMOSTRA. – AUSÊNCIA DE NECROSE.
No período de Setembro de 2010 a Março de 2017 fo-
– PRESENÇA DE INFILTRADO LINFO-PLASMOCITÁRIO
ram diagnosticados e tratados 5 casos de Tumor de
POLICLONAL Imuno-histoquímica: DESMINA NEGATI-
Frantz nesta instituição, sendo todos do sexo feminino
VO CD 68 POSITIVO EM HISTIÓCITOS PROTEINA S-100
com idades entre 15 e 40 anos e apresentando a forma
POSITIVO RARAS CÉLULAS CITOQUERATINA AE-1/AE-3
mais rara de localização da doença, a cabeça do pân-
NEGATIVO CD 138 POSITIVO EM PLASMÓCITOS KAPPA
creas. A sintomatologia foi variada como dor abdominal
POSITIVO LAMBDA POSITIVO CD 34 POSITIVO Conclu-
inespecífica e massa palpável. O principal exame para
são: O PERFIL IMUNO-HISTOQUÍMICO É COMPATÍVEL
estadiamento e programação cirúrgica foi a tomografia
COM PROLIFERAÇÃO FIBROBLÁSTICA MIXOIDE COM IN-
de abdome. Em todos os casos, o tratamento cirúrgico
FILTRADO INFLAMATÓRIO ASSOCIADO. POSSIBILIDADE
foi passível de ser realizado com posterior confirmação
DIAGNÓSTICA: PSEUDOTUMOR INFLAMATÓRIO Solici-
anatomopatológica e imunohistoquímica.
tado IGG4 sérico e na peça da biopsia com resultado
Contato: STEPHANIE PEDRAZZA – stephaniepedrazza@ positivo, fechando diagnóstico para Pseudotumor In-
gmail.com flamatório Encaminhado para reumatologia para defi-
nição do tratamento – corticoterapia sistêmica Desafio
do manejo de neoplasias retroperitonias nos últimos
anos vem mudando, principalmente devido ao maior
TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS entendimento dos subtipos histológicos, com possibi-
CÓDIGO: 60052 lidade de neoadjuvância. Objetivo: de Apresentação
do caso:, é demonstrar diagnósticos raros de doenças
NEOPLASIAS RARAS RETROPERITONIAS retroperitoniais, bem como a biopsia, pode mudar o
Autores: Lucas Afonso Daia; Edivaldo Massazo Utiyama; curso da conduta
Eduardo Hiroshi Akaishi; Fabio de Oliveira Ferreira;
Contato: LUCAS DAIA – ldaiapaul@gmail.com
Frederico Ribeiro Teixeira; Tibeiro Moura de Andrade
Lima; Sergio Dias do Couto Netto; Lenira Chierentin
Rengel; Andre Luis de Freitas Perina; Helber Vidal
Gadelha Lima; Gabriella de Oliveira Mendes; Margareth
Pauli Lallee; TEMÁRIO: NUMACO / ENFERMAGEM
Instituição: HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE CÓDIGO: 59689
MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
NOTA DE ACOMPANHAMENTO
Apresentação do caso: V.F.A., masculino, 54 anos, lo-
COMPARTILHADO: UMA FERRAMENTA
jista, casado, católico, tem 2 filhas, natural e procedente
de Tocantins Paciente refere massa em FIE notada ha-
PARA O CUIDADO EM ONCOLOGIA
via 2 meses, associado a discreta dor intermitente em Autores: Kelly Mara Black; Janaína Chiogna Padilha;
região, de caráter não incapacitante e discreta hemipa- Andréia Ivete Feil; Marina Manfroi; Laís Regina de
Carvalho Schwarz; Cassiana Chemin; Gisele Dhein;
resia superficial em terço proximal de coxa E. Negava
perda de peso e alteração do hábito intestinal Exame Instituição: HOSPITAL BRUNO BORN; UNIVERSIDADE DO
VALE DO TAQUARI
físico Peso: 74 Kg IMC: 25, 3 Kg/m²KPS: 90 ECOG: 0 Bom
estado geral Cardíaco: sem alterações. Respiratório: Introdução: O paciente oncológico acessa diversos
sem alterações. Abdominal: RHA+, flácido, indolor, DB-. serviços de saúde durante o percurso para a atenção
Percussão timpânica em todo abdome exceto à FIE e à sua doença. Para que o cuidado aconteça de maneira
Hipogastro. A palpação profunda, massa endurecida, integral, faz-se necessário interlocução e comunicação
aderida a planos profundos, de cerca de 8x15 cm, em entre esses serviços. Buscando contribuir na assistên-
região de FIE e Hipogastro. Sem linfonodomegalias pal- cia ao paciente oncológico, criou-se uma Nota de Acom-
páveis em região inguinal. Testícular: Testículos pre- panhamento Compartilhado, desenvolvida por profis-
sentes bilateralmente, sem nodulações ou aumento de sionais de diversos segmentos da rede de atenção à
volume. Funículo espermático E alargado. Extremida- saúde, conjuntamente com as residentes do Programa

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de Residência Multiprofissional em Saúde (PRMS) e a significativos para avaliação nutricional pré-operatória


16ª Coordenadoria Regional de Saúde/RS (16CRSRS). com a finalidade de identificar potenciais pontos de in-
Esta Nota de Acompanhamento contém informações tervenção nutricional a fim de obtenção de melhores
pertinentes ao tratamento do paciente e visa ampliar a resultados cirúrgicos globais. Método: Foram utilizados
comunicação entre os serviços. Objetivo: Relatar o pro- guidelines e artigos científicos de revistas indexadas
cesso de criação e utilização da Nota de Acompanha- para realização dessa revisão. Resultados: A presença
mento Compartilhado do paciente com diagnóstico de de uma lesão tumoral afeta a composição corporal do
câncer, na rede de atenção à saúde de dois municípios paciente oncológico, reduzindo sua massa magra e re-
do interior do RS. Método: a partir do I Encontro da serva de gordura. O processo inflamatório crônico de-
Rede de Oncologia, promovido pela 16CRSRS, em par- sencadeado pelo câncer promove o aumento de citoci-
ceria com o HBB e o PRMS, levantaram-se informações nas pró-inflamatórias – Fator de Necrose Tumoral Alfa,
sobre o cuidado prestado ao paciente oncológico, na Interleucina 1 e 6 – gerando uma cascata neuro-hormo-
rede de atenção à saúde de dois municípios do interior nal com aumento de PCR, fibrinogênio, alfa-antitripsina
do RS. Neste encontro foi criado um grupo condutor, e ceruloplasmina. Consequentemente, ocorre queda
que reuniu-se mensalmente, com intuito de aprimorar nas proteínas de fase aguda negativas: albumina, pré-
a nota e disseminar sua utilização. Resultados: Faz-se -albumina e transferrina, gerando um estado catabóli-
necessário estimular a utilização da Nota, bem como co proteico importante. Todo esse processo culmina na
avaliar sua aplicabilidade. Isso vai possibilitar que a caquexia oncológica e o estado de déficit nutricional do
troca de informações entre os serviços se torne uma paciente oncológico. Conclusão: Com essa revisão pro-
prática instituída nos locais onde circula, fortalecendo a põe-se valorizar a importância da avaliação nutricional
interlocução e auxiliando na continuidade do cuidado. do paciente oncológico em seu contexto pré-cirúrgico
Entretanto, entende-se a complexidade dos serviços para que se minimizem as respostas catabólicas e po-
envolvidos no processo e os obstáculos a serem supe- tencialmente negativas sobre o processo terapêutico.
rados para a efetivação da utilização desta ferramenta.
Contato: ÁGATA ROTHERT – agata.rothert@gmail.com
Conclusão: Identifica-se a necessidade de estratégias
para melhoria do atendimento ao paciente acometido
por neoplasia, validando o desenvolvimento de meto-
dologias de acompanhamento nas diversas fases de TEMÁRIO: URO – 0NCOLOGIA
tratamento. Considerando a importância do forneci- CÓDIGO: 62025
mento de serviços qualificados em saúde, a utilização
da Nota de Acompanhamento Compartilhado torna-se ONCOCITOMA RENAL GIGANTE –
um aliado para a excelência e resolutividade da rede de
RELATO DE CASO
saúde nos diversos níveis de atenção.
Autores: Crislanny Regina Santos da Silva; Amanda
Contato: KELLY MARA BLACK – kelly@universo. Coelho Xavier; Isabelle França Bezerra; Francielly
univates.br Tertulino Cunha; Isa Maryanna Araújo Bezerra de
Macedo; Rielly de Sousa e Silva; Carlos Eduardo de Paiva
Chaves; George Alexandre Lira;
Instituição: UNIVERSIDADE POTIGUAR
TEMÁRIO: NUMACO / NUTRIÇÃO
Apresentação do caso: E.L.M, 30 anos, feminino, sem
CÓDIGO: 59867
comorbidades. Admitida no ambulatório de urologia
com quadro álgico costovertebral, polaciúria e inconti-
NUTRIÇÃO EM CIRURGIA ONCOLÓGICA
nência urinária. Ao exame: massa abdominal palpável
– UMA REVISÃO e endurecida. Ecografia de abdome: formação nodular
Autores: Ágata Rothert; Filipe Vieira Kwiatkowski; Rafael mista com limites bem definidos, com área cística no
Vieira Kwiatkowski; Diego Mari; Maikele Ertel; seu interior, medindo acima de 20cm, no rim direito.
Instituição: HOSPITAL DO ROCIO Tomografia de abdome superior e pelve (URO TC): Le-
Introdução: Todo paciente cirúrgico ao expor-se ao ato são expansiva intra-abdominal em polo superior do rim
operatório deve ser analizado quando a seu perfil nu- direito, com 23,5cm x 17, 1cm x 18, 5 cm de diâmetro,
tricional, ante a demanda energético-metabólica decor- sendo indissociável do parênquima renal direito e da
rente do trauma cirúrgico estabelescido tanto durante parte do parênquima pancreático, compressão sobre
o procedimento cirúrgico em si, quanto na recuperação parênquima hepático com componentes císticos. Acen-
pós-operatória. Posto isso, tem-se o paciente oncoló- tuada hidronefrose a direita secundário compressão do
gico, o indivíduo já nutricionalmente comprometido sistema pielocaliciano. Realizou-se nefrectomia radical
em decorrência de sua doença de base, no cenário ci- e adrenalectomia direita e linfadenectomia retroperito-
rúrgico, o qual será objetivo de estudo dessa revisão. nial. Anatomopatológico da peça cirúrgica: neoplasia de
Objetivo: Definir os marcadores de status nutricional células predominantemente oncociticas e ocasionais
células claras com citoplasma espumoso. Tamanho

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23cm. Não se observou necrose, permeação venosa, ficação e preservação do nervo ciático em L2. Após 3
linfática ou perineural, nem invasão da cápsula renal. meses do procedimento cirúrgico, evoluiu com fortes
Calcificações distróficas presentes. Margens cirúrgicas dores em membro inferior esquerdo associada a pare-
livres. Foi solicitado imuno-histoquimica para confirmar sia, parestesia, impossibilitando mover o membro, sem
tipo histológico. Imuno-histoquímica: oncocintoma com melhora ao uso de neurolépticos e opióides. Realizado
extensas áreas de degeneração cística. Discussão: As estudo anatomopatológico compatível com Tumor Ma-
neoplasias de células renais incluem carcinoma de célu- ligno de Bainha do Nervo Periférico, sendo iniciado pro-
las claras, tumor papilar, tumor cromofóbico, tumor do tocolo para radioterapia e quimioterapia. Discussão: o
ducto coletor, oncocitoma e outros. O oncocitoma renal neurofibroma gigante leva a incapacidade funcional e
representa cerca de 3-7% dos tumores renais primá- grave desfiguração do paciente, sendo a exérese cirúr-
rios. Seu diagnóstico é mais frequente na sexta década gica ótima opção de tratamento. No presente caso, a
de vida, com um ligeiro predomínio no género mascu- ocorrência de Tumor Maligno de Bainha do Nervo Pe-
lino. Geralmente o diagnóstico é acidental e apresenta riférico secundário a neurofibromatose é relatado pela
comportamento benigno. Comentários finais: Eviden- literatura em alguns casos. Comentários finais: além
ciamos diagnóstico atípico entre os aspectos epidemio- da incapacidade funcional, é relevante destacar no caso
lógicos da literatura e do quadro apresentado, no que apresentado a suspeição do PMST por meio do históri-
diz respeito ao sexo, idade e fatores predisponentes, co de neurofibromatose, programando estratégias de
uma vez que a paciente não os expressava, demons- acompanhamento e tratamento cada vez mais satisfa-
trando uma manifestação atípica de oncocitoma renal. tórios e maior sobrevida do paciente
A descrição do caso e suas peculiaridades é importante
Contato: JEANCARLLO DE SOUSA SILVA – jeancarllo@
para a formação do pensamento clínico, levando em
gmail.com
consideração as possíveis etiologias no diagnóstico di-
ferencial de tumores renais, as variações clínicas, con-
duta terapêutica e prognóstico.
Contato: ISABELLE FRANÇA BEZERRA – TEMÁRIO: ONCOMASTOLOGIA
isabellefbezerra@gmail.com CÓDIGO: 60249

OSTEORRADIONECROSE TARDIA APÓS


CIRURGIA CONSERVADORA NO CÂNCER
TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS DE MAMA
CÓDIGO: 59919
Autores: Talita Siemann Santos Pereira; Fernanda
Saldanha; Ana Helena Correia; Flávia Clímaco; Carlos
OPÇÃO DE ACESSO CIRÚRGICO PARA Henrique Boasquevisque; Carlos Alberto Porchat;
RESSECÇÃO DE VOLUMOSA MASSA Maurício Magalhães Costa; Afrânio Coelho de Oliveira;
RETROPERITONEAL – TUMOR MALIGNO Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
DE BAINHA DO NERVO PERIFÉRICO Apresentação do caso: Mulher, 73 anos, foi submetida
RETROPERITONEAL a segmentectomia de mama direita com esvaziamento
Autores: Jeancarllo de Sousa Silva; Izabela Augusta de axilar, em outra instituição, seguida de quimioterapia e
Oliveira Medeiros; Rafael Frota da Silva; Priscila Lorena radioterapia (RT), após 15 anos apresentou lesão ulce-
Pereira de Assis; Adnaldo da Silveira Maia; Paulyne de rada na mesma mama. Realizou sessões de oxigenio-
Souza Viapiana; Pablo Marques Reis;
terapia hiperbárica, sendo suspensas após progressão
Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARGAS da lesão. Nega história de trauma ou outros sintomas.
Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 25 Exame físico: ulceração com fundo necrótico compro-
anos de idade, diagnosticada há 18 anos com neurofi- metendo todo o quadrante superior lateral da mama
bromatose, durante gestação iniciou manifestação de direita, medindo 10 x 5 cm, com exposição de planos
massa paravertebral em região lombar associada à dor profundos e estrutura óssea. Tomografia computadori-
intensa em membros inferiores evoluindo em 6 meses zada de tórax mostrou volumosa massa na mama direi-
com paresia e parestesia dificultando deambulação. ta, com áreas densas, parede espessada e retração do
Foi submetida à investigação diagnóstica por méto- tecido em contiguidade com musculatura do peitoral.
dos de imagem, obtendo diagnóstico de Neurofibroma Áreas nodulares irregulares, grosseiras, com forte den-
Retroperitoneal paravertebral em coluna lombar com sidade da face lateral do 3º ao 7º arcos costais, compatí-
possível infiltração nervosa. Em setembro de 2015, foi veis com implantes secundários. Realizada a mastecto-
submetida a laparotomia exploradora com ressecção mia com ressecção de segmentos anteriores de 4º, 5º e
alargada de partes moles da parede abdominal com 6º arcos costais e rotação de retalho de grande dorsal.
acesso mediano e inguinotomia transversa com exten- Feita biópsia per-operatória da mama com diagnóstico
são de lombotomia até a coluna. No intraoperatório foi de infiltrado fibroso inflamatório. Ausência de neopla-
identificada lesão volumosa Retroperitoneal, luxando sia. Na cirurgia foi identificado grande área de necro-
cólon e rim esquerdo, aderida à asa ilíaca com identi- se do tecido mamário, com exposição de tecido ósseo,

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fratura de arcos costais e degeneração do tecido mus- coxa (46%), outros (37%) e retroperitônio (17%). No
cular. O diagnóstico histopatológico definitivo demons- caso em questão a neoplasia se originou da parede
trou processo inflamatório com afluxo neutrofílico, abdominal e envolveu alças intestinais. A apresentação
abscessos, necrose, ulceração cutânea, e calcificação clínica do caso foi típica com massa de crescimento len-
distrófica, configurando radionecrose. A análise histo- to em tecidos moles geralmente associada a dor e po-
patológica dos fragmentos de arcos costais evidenciou dendo alcançar grande volume. Mais de 80-90% dos pa-
osteorradionecrose (ORN). Discussão: A realização de cientes desenvolvem recidivas locais e metástases nos
RT adjuvante no câncer de mama após cirurgia conser- pulmões e ossos. A taxa de sobrevida global em cinco
vadora reduz significativamente a recorrência local e anos varia de 28% e 45% para pacientes com doença
aumenta a sobrevida a longo prazo. A fratura de costela localizada. Nesse caso, apesar da recidiva, a sobrevida
induzida por radiação é uma complicação tardia e mui- ultrapassou-se 5 anos. As melhores evoluções clínicas
to rara após RT fracionada convencional para o câncer com sobrevida mais longa são observadas nos pacien-
de mama e/ou pulmão (incidência de 0,1 a 5%). Acredi- tes com massa tumoral menor que 5, 0 cm, sendo que
ta-se que a ORN seja um processo fibroatrófico induzi- as lesões maiores que 5 cm associam-se com menor so-
do pela RT, iniciado por inflamação crônica e potencia- brevida. A massa tumoral apresentada neste caso tinha
lizado pelo fator de necrose tumoral alfa. Comentários 12cm, o que corrobora com o fato de que essa paciente
finais: A ORN pode ser fatal e reduzir significativamen- alcançou excelente sobrevida se comparada aos dados
te a qualidade de vida dos pacientes. Entretanto, com da literatura. O tratamento cirúrgico é o único capaz de
o uso de técnicas de RT atuais, a sua ocorrência é rara. curar a doença e consiste na ressecção cirúrgica com
Tratamentos conservadores, como a oxigênioterapia margem ampla. O papel da quimioterapia não é claro.
hiperbárica, apresentam limitações. Assim, o tratamen- Evidências recentes sugerem melhores resultados com
to padrão e definitivo, continua sendo a ressecção radi- o uso de esquemas agressivos e combinados, como o
cal seguido de reconstrução. que foi usado nesta paciente. A raridade do caso torna
pertinente a sua análise, no sentido de lembrar da exis-
Contato: TALITA SIEMANN SANTOS PEREIRA – talita.
tência desse diagnóstico e discutir as formas de melhor
siemann@hotmail.com
manejo, buscando melhorar sobrevida e a qualidade de
vida.
Contato: JANAINA GOMES DA SILVA CIRQUEIRA –
TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS janainacirq@gmail.com
CÓDIGO: 59401

OSTEOSSARCOMA EXTRAESQUELÉTICO
OSTEOBLÁSTICO EM RETROPERITÔNEO TEMÁRIO: ONCOMASTOLOGIA
CÓDIGO: 61888
Autores: Janaina Gomes da Silva Cirqueira; Jefferson
Luiz Rodrigues Nascimento;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA OSTEOSSARCOMA PRIMÁRIO DE MAMA
– SEGUIMENTO DE 10 ANOS – RELATO
Apresentação do caso: Mulher de 41 anos, com his- DE CASO
tória de dor abdominal, associado a massa em hipo-
Autores: Juliano Rodrigues da Cunha; Lara Jeanne
côndrio esquerdo. Antecedente de tabagismo e mioma
Cabral; Amanda Souza Teles; Cristiano Menezes
uterino. Procedeu-se a exérese do tumor abdominal Fernandes; Deborah Nogueira Couto; Gisela Matos
associada à colectomia esquerda, ressecção de parede Franco; Miguel Jefferson Lacerda Ferreira;
abdominal e omentectomia. O diagnóstico foi osteos-
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE UBERLÂNDIA
sarcoma extraesquelético osteoblástico comprovado
por imuno-histoquímica. Foi realizada quimioterapia Apresentação do caso: Os sarcomas da mama são tu-
adjuvante (6 sessões com cisplatina + doxorrubicina). mores raros e representam menos de 1% das neopla-
A paciente evoluiu com hérnia incisional e recidiva no sias primárias da mama. Pertencem a este grupo os tu-
local após 2 anos. Realizada nova intervenção cirúrgica mores filóides malignos, carcinossarcomas e um grupo
com ressecção em bloco da massa envolvendo a pa- heterogêneo de sarcomas incluindo os lipossarcomas,
rede abdominal, intestino delgado e colón e também osteossarcomas, angiossarcomas, histiocitofibromas
herniorrafia incisional. Atualmente apresenta metás- malignos e leiomiossarcomas, entre outros. O osteos-
tase óssea (ilíaco) e está em vigência de quimioterapia sarcoma primário da mama representa cerca de 12,5%
paliativa. As neoplasias malignas extraesqueléticas re- de todos os sarcomas da mama, com comportamento
presentam 1% de todos os sarcomas de tecidos moles extremamente agressivo. O diagnóstico é histopato-
e 4% de todos os osteossarcomas, configurando oste- lógicos, com prognóstico e tratamento padrão incer-
ossarcoma extraesquelético como uma neoplasia rara. tos pela raridade da doença. Trata-se de um relato de
Neste presente caso, ocorreu em uma paciente de meia caso de uma mulher de 59 anos, atendida em junho de
idade, sendo que o mais comum é que ocorra entre a 2008 no Setor de Oncologia do Hospital de Clínicas da
6º e 7º década de vida. A localização mais comum é na Universidade Federal de Uberlândia – HC – UFU, com

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nódulo de crescimento progressivo em mama esquer- das. O procedimento cirúrgico foi realizado sem inter-
da há 6 meses. A biópsia incisional da lesão mamária corrências, porém, o paciente evolui com infecção ope-
mostrou tratar-se de um osteossarcoma. Foi submetida ratória necessitando de internação prolongada para
a mastectomia radical à Madden esquerda com amos- antibioticoterapia. Após resolução do quadro infeccio-
tra nodal, com diagnóstico de osteossarcoma medindo so, paciente recebeu alta hospitalar para seguimento
14,0 x12,0 cm, com positividade para proteína S100/po- ambulatorial. O produto final tinha lesão tumoral me-
liclonal, macrófago humano (CD68)/PG-M1, vimentina/ dia 13x2x3cm e o resultado histopatológico revelou
V9, além de negatividade para o receptor de estrogênio, carcinoma epidermóide pouco diferenciado. No mo-
progesterona, citoqueratina AE1-AE3. Não foram identi- mento da alta, os movimentos da mão esquerda esta-
ficadas metástases para os 9 linfonodos ressecados em vam 100% preservados e do cotovelo em torno de 30%,
axila esquerda. Proposto tratamento de radioterapia e comparados ao membro contralateral. Atualmente,
quimioterapia adjuvantes. Foi iniciado quimioterapia paciente permanece em acompanhamento no ambula-
com esquema Cisplatina e Doxorrubicina, a cada 21 tório de Cirurgia Oncológica, apresentando boa funcio-
dias, por 3 ciclos, seguido de radioterapia em plastrão nalidade da mão esquerda, sendo possível realização
esquerdo, com dose total de 50,4Gy. Posteriormente, de suas atividades habituais, além do seguimento fisio-
foram realizados 3 ciclos adicionais de quimioterapia terápico. Conclusão: baseado nos atuais conceitos de
(CDDP+Doxorrubicina), até setembro/2008. Atualmen- cirurgia conservadora, sempre que possível, optamos
te a paciente encontra-se em seguimento em nosso per realizar procedimentos menos invasivos. Além do
serviço, sem evidência de doença até o presente mo- mais, a abordagem multidisciplinar tem permitido cres-
mento. Esse relato mostra que apesar da sua raridade, cente redução das grandes amputações e preservação
deve-se ficar atento ao aparecimento de tumoração dos membros. Tendo em vista isto, em tumores mais
mamária atípica, de grande volume com crescimento volumosos da cintura escapular, optamos pela técnica
rápido, pois apesar de sua agressividade, o tratamento de Tikhoff-linberg modificada e suas variações. Esta é
precoce pode impactar em aumento de sobrevida. uma alternativa racional aos tumores amplos cujo ob-
jetivo seja obter margens cirúrgicas livres de doença
Contato: JULIANO RODRIGUES DA CUNHA –
e preservar o membro acometido para manter a fun-
jrodriguescunha@hotmail.com
cionalidade. Embora a avaliação dos resultados finais
e da aceitação dos pacientes seja individualizada em
cada serviço, quando comparamos a cirurgia de Tikho-
TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS ff-Linberg com ressecções cirúrgicas mais agressivas,
CÓDIGO: 60503 inclusive com amputação de membros, os resultados
tem sido animadores.
PACIENTE COM TUMOR EM REGIÃO Contato: BRUNO DOURADO KOVACS MACHADO
ESCAPULAR ESQUERDA SUBMETIDO A COSTA – bruno.kovacs@hotmail.com
CIRURGIA DE TIKOFF-LINBERG -
RELATO DE CASO
Autores: Bruno Dourado Kovacs Machado Csota; Raíssa
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
Pereira De Tommaso; Rafael Maia de Sousa; Rodrigo
Luiz Ferreira dos Santos; Lorena Luiza Maria Nogueira CÓDIGO: 59943
Fernandes Loureiro; Fernanda Veiga Gonçalves;
Alessandro França de Souza; Marcos de Sousa Freire PACIENTE SOROPOSITIVO COM
Lopes Filho; Patricia Isabel Bahia Mendes Freire; NEOPLASIA COLORRETAL AVANÇADA:
Amanda do Amaral Mesquita; ALTERAÇÃO DA CORRELAÇÃO
Instituição: HOSPITAL OPHIR LOYOLA HISTÓRICA ENTRE CÂNCER E HIV
Apresentação do caso: paciente masculino, 86 anos, Autores: Paulyne de Souza Viapiana; Jeancarllo Sousa
apresentando lesão ulcerada, volumosa, de odor féti- e Silva; Adnaldo da Silveira Maia; Izabela Augusta de
do, na região da parede torácica e escapular esquer- Oliveira Medeiros; Rafael Frota da Silva; Priscila Lorena
da. Submetido a biópsia que inicialmente demonstrou Pereira de Assis;
carcinoma de células escamosas moderadamente dife- Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
renciado infiltrativo. Devido a extensão da lesão e da Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, em
impossibilidade de obter margens livres com ressec- 2006, foi diagnosticada com HIV, dois anos após iniciou
ções mais simples, paciente foi submetido a ressecção quadro suboclusivo em Cólon Direito e o estudo ana-
interescapulotorácica supra-umeral (cirurgia de Tikoff- tomopatológico evidenciou Adenocarcinoma de Cólon
-Linberg). Discussão: DO CASO: paciente citado foi sub- Direito, sendo realizada colectomia direita não oncoló-
metido a cirurgia de tikoff-linberg devido infiltração do gica seguida de quimioterapia adjuvante. Em 2012, pa-
úmero esquerdo, acometendo a escápula e os tecidos ciente apresentou massa pélvica palpável, sendo diag-
moles adjacentes. Além disso, apresentava lesões em nosticada com Tumor de Krukenberg na laparotomia
orelha esquerda e região frontal, as quais foram excisa-

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acompanhado de invasão uterina, retal e metástases à pancreatectomia corpocaudal e esplenectomia vi-


em omento além de lesão na anastomose ileocólica. deolaparoscópica. O anatomopatológico confirmou o
Procedido colectomia total, omentectomia, histerecto- diagnóstico radiológico. Os 13 linfonodos ressecados
mia total abdominal ampliada com ressecção da mas- não apresentavam alterações e as margens cirúrgicas
sa pélvica, cistectomia parcial e ressecção de ureteres estavam livres. A paciente apresentou boa evolução,
distais com reconstrução e confecção de ileostomia recebendo alta no décimo dia pós-operatório, e, no
terminal, seguida por quimioterapia. Em 2015, houve acompanhamento ambulatorial, não apresentou inter-
recidiva na bexiga e sacro, sendo realizada nova res- corrências nos últimos 4 anos. Discussão: O Tumor de
secção e encaminhamento para radioterapia e quimio- Frantz é uma neoplasia maligna rara, mais comumente
terapia adjuvantes. Discussão: A longevidade causada encontrada em mulheres entre 20 e 30 anos; porém,
pela expansão do tratamento antirretroviral, o número destaca-se que cerca de 22% dos casos relatados ocor-
elevado de indivíduos HIV positivos, a longa desordem rem entre 1 e 18 anos de idade. Apesar de a sintoma-
imunológica causada pelo vírus e as chances elevadas tologia mais comum deste tipo de neoplasia ser a dor
de exposição a fatores carcinogênicos têm sido associa- abdominal, cerca de 15% dos pacientes podem ser
dos a um aumento de tipos inespecíficos de Neoplasias assintomáticos. Náuseas, vômitos e perda ponderal,
como Câncer de Pulmão, Câncer de Cólon, Linfoma de como observado no caso em questão, são pouco fre-
Hodgkin e Carcinoma Hepatocelular nesses indivíduos. quentes. Embora seja considerado um tumor indolen-
Isso implica na análise mais completa dos pacientes so- te, pode apresentar recidivas se a ressecção for incom-
ropositivos e estudos na área, correlacionando essas pleta. Esses resultados apoiam a ressecção radical da
neoplasias, em especial no caso apresentado, quanto neoplasia, ainda que seja necessário sacrificar órgãos,
à sobrevida e qualidade de vida do paciente. Comen- o que justifica a esplenectomia realizada neste caso.
tários finais: As alterações dos padrões de neoplasia Comentários finais: Este relato salienta a importância
apresentados na literatura reforçam a necessidade de de oncologistas e cirurgiões considerarem este diag-
mais estudos na área a fim de compreender quais tu- nóstico em caso de lesão císticas pancreáticas, mesmo
mores estão mais relacionados aos indivíduos soropo- em crianças, resaltando a possibilidade de tratamento
sitivos, direcionando assim políticas públicas cada vez cirúrgico por meio da videolaparoscopia.
mais eficazes voltadas para estaa população.
Contato: ANGÉLICA DE OLIVEIRA CARDOSO – angelica.
Contato: PAULYNE DE SOUZA VIAPIANA – cardoso@acad.pucrs.br
paulyneviapiana@gmail.com

TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS


TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS CÓDIGO: 59902
CÓDIGO: 59682
PANCREATODUODENECTOMIA E SEUS
PANCREATECTOMIA CORPO-CAUDAL PRINCIPAIS TIPOS DE RECONSTRUÇÃO
LAPAROSCÓPICA POR TUMOR DE Autores: Maikele Ertel; Filipe Vieira Kwiatkowski; Diego
FRANTZ EM PACIENTE DE 13 ANOS DE Carvalho Duarte Mari; Rafael Vieira Kwiatkowski; Ágata
IDADE Rothert;
Autores: Angélica de Oliveira Cardoso; Marcelo Instituição: HOSPITAL DO ROCIO
Rodrigues Ribas; Rayssa Ruszkowski do Amaral; Rafael Introdução: O câncer de pâncreas é uma das neopla-
Costa Campos; Marcelo Garcia Toneto;
sias mais agressivas da atualidade, possuindo uma res-
Instituição: ESCOLA DE MEDICINA DA PONTIFÍCIA posta mínima ao tratamento clínico isolado. A pancre-
UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
atoduodenectomia é a única alternativa de cura para
Apresentação do caso: Paciente feminina, de 13 anos esses pacientes. Apesar da diminuição da mortalidade
de idade, branca, com queixa de dor abdominal su- associada a cirurgia, quando realizada em centros es-
perior associada a náuseas e vômitos pós-prandiais pecializados, persistem altas taxas de complicações
e perda ponderal de 4 quilos. Ao exame, apresentava pós-operatórias. A fístula é a principal delas, perpetu-
desconforto à palpação abdominal, principalmente em ando discussões sobre a melhor forma de realizar as
hipocôndrio esquerdo. Não foram palpadas massas ou anastomoses do procedimento. Objetivo: Descrever
megalias. A paciente trazia ultrassonografia e tomogra- os principais tipos de reconstrução na pancreatoduo-
fia prévias, as quais indicavam massa tumoral com con- denectomia, além de suas vantagens e desvantagens.
teúdo cístico em retroperitônio. Foi realizada ressonân- Método: Revisão na literatura de artigos científicos de
cia magnética, indicando lesão expansiva, arredondada revistas indexadas das principais formas de anastomo-
e encapsulada, na cauda do pâncreas, medindo 6, 2 x ses na pancreatoduodenectomia. Resultados: Dentre
5, 6 cm. O laudo sugeriu Tumor de Frantz (neoplasia as anastomoses pancreatojejunais temos as termino-
sólido-cística de pâncreas). A paciente foi submetida -terminais e termino-laterais, que podem ser realizadas

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 227


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em plano único (ducto-mucosa) ou em dois planos, com pescoço, os de cavidade nasal são os mais prevalentes
a alternativa de colocação de stent no ducto pancreáti- (2). As apresentações cutâneas e subcutâneas são ain-
co. Já as pancreatogastrostomias podem ser realizadas da mais raras. Na cabeça e pescoço, a maioria desses
também em um ou dois planos, com telescopagem, ocorre no couro cabeludo e pescoço (6). Encontramos
com partição gástrica – anastomose no estômago exclu- apenas dois casos com manifestação na zona bucal (5,
so, com opção de anastomose na parede posterior ou 7). Os casos mais agressivos costumam se apresentar
anterior do estômago. Quando comparadas as diversas com tumores >5 cm, padrão de crescimento infiltrati-
formas de reconstrução quanto às complicações pós- vo, hipercelularidade, núcleos exuberantes e hipercro-
-operatórias e risco de fístula, encontram-se resultados máticos, zonas de necrose, elevada atividade mitótica
conflituosos entre os diferentes centros. Conclusão: (>1/50), invasão vascular e mitoses atípicas (8, 9, 10). Tu-
Existem diversas formas de realizar a reconstrução pós mores com 2 ou mais desses critérios histológicos são
pancreatoduodenectomia, não existindo evidências de categorizados como malignos (8). A cirurgia permanece
superioridade de uma ou outra técnica. Necessitam-se sendo o tratamento de escolha. Quimioterapia e/ou ra-
de mais estudos randomizados e multicêntricos para dioterapia adjuvantes têm sido relatadas (12). Conclu-
melhor elucidação da questão. Ainda fica a critério do são: Relatamos um caso incomum de PEComa maligno
cirurgião a escolha da técnica que possui maior experi- com manifestação subcutânea na face. Esse caso deve
ência e melhores resultados. alertar os cirurgiões e dermatopatotologistas para esse
diagnóstico diferencial. PEComas devem ser lembrados
Contato: MAIKELE ERTEL – maykiertel@hotmail.com
especialmente nos tumores com coexpressão de mar-
cadores imuno-histoquímicos para melanoma e mús-
culo.
TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA Contato: CAMILA URACH DOS SANTOS – camy.ur@
CÓDIGO: 60407 hotmail.com

PECOMA SUBCUTÂNEO MALIGNO DA


ZONA BUCAL DA FACE
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
Autores: Bruna Beck Nunes; Camila Urach dos Santos;
Isabela Dorneles Pasa; Angelina Bopp Nunes; Maria Júlia CÓDIGO: 61748
Prestes Garcia; Sabrina Pedrotti; Victória Teles França;
Fábio Muradás Girardi; PECOMA UTERINO COMO ACHADO
Instituição: UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL INCIDENTAL PÓS HISTERECTOMIA
Apresentação do caso: Homem, 69 anos. Lesão nodu- Autores: Rafael Santos de Souza; José Elias Galil Filho;
Paulo Roberto Zanin Mesquita; Henrique de Brito Pires
lar, fibroelástica, móvel nas partes moles anteriores à
Cabeças; Isabel Arêa Leão de Almeida Andrade; João
parótida esquerda, com 2 meses de evolução. Sem si-
Paulo Luvizotto Alcântara de Pádua;
nais de paralisia facial. Ressecção, com preservação de
Instituição: UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUACI
nervo facial e seus ramos, seguida de reconstrução com
retalho transverso de platisma. Ao anatomopatológico, Apresentação do caso: Paciente 49 anos, sexo femi-
lesão subcutânea pardo-clara, fosca, homogênea de 3 nino, com quadro de sangramento vaginal não relacio-
cm. À microscopia óptica, tumor de padrão fusocelular, nado a menstruação e com aumento do volume abdo-
com edema e bandas colagenizadas, alto índice mitóti- minal. Após exames de imagem identificou-se aumento
co e atipias nucleares. Sem sinais de invasão neural ou do corpo uterino, e por pensar-se se tratar de leiomio-
angiolinfática. Limites de ressecção livres. À imuno-his- ma indicada histerectomia. Após cirurgia paciente evo-
toquímica, imunorreatividade difusa para AML e focal luiu bem e recebeu alta hospitalar. O anatmopatologi-
para CD68 e HMB45; negatividade para AE1/AE2, CD34, co revelou: corpo uterino, medindo 13,0x14,0x8, 0cm,
Desmina, EMA, Fator XIIIa, Melan-A e Proteína S-100. O pesando 1.145g. Aos cortes observa-se massa esbran-
diagnóstico de PEComa grau II foi sugerido. Realizada quiçada e macia, envolvendo todo corpo, medindo cer-
radioterapia adjuvante no leito cirúrgico (66 Gy/30 fra- ca de 14,0cm com áreas esboçando difuso aspecto de
ções). Após 2 meses de seguimento, sem sinais de do- comprometimento angiolinfático. Microscopicamente
ença em atividade. Discussão: PEComas são tumores os cortes histológicos exibiram neoplasia indiferencia-
raros, a maioria com apresentação benigna. São com- da, constituída por blocos sólidos de células com escas-
postos por células epitelióides com citoplasma claro ou sos citoplasmas e núcleos hipercromáticos, levemente
granular, que tendem a se organizar de forma perivas- irregulares e monótonos levando a conclusão de neo-
cular (1). Entre os diagnósticos diferenciais, melanoma, plasia indiferenciada, localizada no corpo uterino; ová-
carcinoma de células claras, mioepitelioma, paragan- rio, colo uterino e margens de ressecção cervical livres
glioma e sarcoma alveolar. A maioria ocorre em mu- de neoplasia. Relatório de exame imuno-histoquímico
lheres de meia-idade. A topografia mais frequente é o tem como conclusão uma neoplasia de pequenas célu-
corpo uterino (3,4,5). Entre os PEComas de cabeça e do las epitelióides em parede uterina, baixo índice prolife-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 228


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rativo, com extensa diferenciação muscular, podendo (bexiga, vagina, uretra) e através da via linfática, com
corresponder a tumor de células epitelioides perivas- comprometimento de linfonodos das cadeias inguinal
culares (PEComa) de baixo potencial de malignidade. e pélvica (perirretal e ilíaca interna). Objetivo: avaliar
Paciente manteve retornos de 3 em 3 meses por 2 o perfil clínico dos pacientes portadores de neoplasia
anos e depois retorno de 6 em 6 meses, tempo no qual de canal anal em um hospital de referência do Estado
paciente não apresentou alterações ao exame físico e do Pará. Método: estudo transversal, observacional e
complementares. Discussão: Os tumores de células descritivo, realizado através da análise de prontuários,
epitelioides perivasculares, também conhecidos como sendo incluídos no trabalho paciente com mais de 18
PEComa, são um grupo raro de neoplasias. A origem anos, registrado com CID-10 C21 a C21.9, totalizando
celular dessas neoplasias permanecem desconhecidas, 66 prontuários. Resultados: o tipo histológico epider-
sendo que normalmente não há a existência de célu- móide foi o mais comumente encontrado na pesquisa,
las perivasculares, sendo o nome PEComa referido ao com 81,81% dos casos, seguido do adenocarcinoma (7,
achado histológico. Geneticamente os PEComas são 58%). Quanto ao estadiamento em 34% dos prontuá-
ligados aos genes da esclerose tuberosa TSC1 E TSC2, rios não foi observado registro desse dado. Baseado no
embora essa correlação seja mais forte para alguns ti- estadiamento TNM, a maioria dos pacientes avaliados
pos de neoplasia. O tratamento cirúrgico é o padrão, (27, 27%) encontravam-se em estádio T3, seguido do
porém quando este não é possível, não há melhor con- estadiamento T2 (18, 18%), T4 (15, 15%), T1 (1,52%), Tx
duta evidenciada na literatura. Quando maligno, foram (3,03%). O N0 foi o mais observado, com 19 (28, 79%)
relatados opções de tratamento com quimioterapia ba- casos, seguido do N1 que apresentou 09 (13,64%) ca-
seada em antracíclico, que evoluiu posteriormente com sos, N2 foi observado em 07 (10,61%) pacientes, N3 em
progressão rápida e incontrolável da doença a despeito 03 (4,55%) pacientes e Nx em 05 (7, 58%). Em relação à
de outras tentativas de tratamento. Comentários fi- Metástase, a maioria dos pacientes foram diagnostica-
nais: Tendo em vista a Apresentação do caso: relata- do como Mx, 21 (31,82%), 18 (27, 27%) como M0 e ape-
do fica exposto a dificuldade do diagnóstico diferencial nas 05 (7, 58%) como M1. o tratamento mais oferecido
que inclua PEComa, muito devido a raridade desta neo- nos casos analisados foi a combinação da Radioterapia
plasia, como também a apresentação inespecífica tanto com a Quimioterapia e a Cirurgia, com 28 (43,43%) ca-
de sintomas quanto de exames complementares e de sos encontrados no estudo. Em seguida a Radioterapia
imagem com a Quimioterapia, 22 (33,33%). O menos oferecido
para os pacientes foi a Radioterapia com a Cirurgia,
Contato: RAFAEL SANTOS DE SOUZA –
com apenas 01 (1,52%) caso. Conclusão: Compreen-
rafaelsantosdesouza@yahoo.com.br
dendo como principal tipo histológico, o carcinoma epi-
dermóide, com maior ocorrência de tumor primário T3,
metástase linfonodal N0 e metástase à distância Mx.
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL Submetidos principalmente ao tratamento associado
CÓDIGO: 60539 entre radioterapia, quimioterapia e cirurgia.
Contato: RAÍSSA PEREIRA DE TOMMASO – raissa_
PERFIL CLÍNICO DOS PACIENTES tommaso@yahoo.com.br
ATENDIDOS NO HOSPITAL OPHIR
LOYOLA COM CÂNCER DE CANAL ANAL
Autores: Raíssa Pereira De Tommaso; Bruno Dourado
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
Kovacs Machado Costa; Rafael Maia de Sousa;
Alessandro França de Souza; Luiz Otávio Lopes Macedo; CÓDIGO: 61935
Rodrigo Luiz Ferreira dos Santos; Lorena Luiza Maria
Fernandes Nogueira Loureiro; Paulo Cardoso Soares; PERFIL CLÍNICO-CIRÚRGICO DOS
Instituição: HOSPITAL OPHIR LOYOLA PACIENTES SUBMETIDOS À CIRURGIAS
Introdução: O câncer de canal anal é uma neoplasia
COLÔNICAS POR NEOPLASIA MALIGNA
rara, entretanto a incidência do tipo histológico espino- Autores: Carlos Alexandre meneghelli; Meire Cardoso
celular aumentou consideravelmente nas últimas dé- da Mota Bastos; Pedro Lorencini Belloti; Ana Luiza
Miranda Cardona Machado; Luiz Fernando Mazzini
cadas, principalmente pela disseminação do vírus HPV,
Gomes; Luiz Augusto de Castro Fagundes Filho;
mais notavelmente entre as mulheres acima da sexta
Leonardo Orletti;
década de vida. Na abordagem clínica está recomenda-
Instituição: HOSPITAL SANTA RITA DE CASSIA
do o toque retal, anuscopia e palpação dos gânglios lin-
fáticos inguinais, mas a biópsia da lesão primária é ne- Introdução: A cirurgia é a abordagem mais eficien-
cessária para a confirmação do diagnóstico. O tumor de te no tratamento das neoplasias colônicas. Cirurgias
canal anal está associado a comportamento local agres- ressectivas eletivas ou não eletivas tem como fatores
sivo e sua disseminação ocorre principalmente de for- determinantes para suas execução o tumor, o pacien-
ma locorregional, com invasão de estruturas vizinhas te e a equipe cirúrgica. Objetivo: Avaliar os aspectos

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 229


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epidemiológicos e desfechos cirúrgicos nos pacientes habitantes e uma média de 91,5 casos por ano. Os pa-
submetidos à cirurgia colônica por neoplasia maligna. cientes, na maioria fototipos I e II (92,7%), tiveram ou
Método: Trata-se de um estudo retrospectivo e des- ainda tem profissão com elevada exposição solar (77,
critivo com pacientes portadores de neoplasia maligna 5%). A idade média foi 54,1 anos (DP=14,5 anos), sendo
colônica, operados numa Instituição de referência de a maioria mulheres (59, 4%). A localização mais comum
Vitória-ES, no período de 2008 a 2015. Foram incluídos da lesão primária no sexo feminino foi nos membros
os tumores de apêndice até transição retossigmóide. (45, 3%) enquanto no masculino no tronco (49, 4%). Os
Foram excluídos os pacientes em vigência de obstrução tipos mais comums de MC foram: extensivo superfi-
intestinal. Resultados: A amostra compreendia 406 pa- cial (73,4%), nodular (15, 2%) e lentigo maligno (3,7%).
cientes, o gênero feminino foi mais prevalente e uma A mediana da produndidade da lesão foi de 1 mm e
média de idade de 61,9 anos. Quanto a distribuição a maioria dos casos foram classificados como Clark 3
anatômica dos tumores: direitos (32,26%), transverso (33,3%). A pesquisa de linfonodo sentinela ocorreu em
(4,78%), esquerdos (10,09%) e transição retossigmóide 52,2% dos pacientes, sendo que em 16, 3% havia lesão
(51,8%). Perfil cirúrgico: mediana de tempo cirúrgico de metastática. A maioria dos pacientes possuíam lesões
150 minutos, 87% das cirurgias foram R0, anastomose em estágios I e II (64,7%) no momento do diagnóstico,
primária foi executada em 73,15%, o tipo de linfadenec- enquanto 6, 2% tinham metástases à distância (estágio
tomia mais praticada foi D3 (60,83%) e ressecção mul- IV). Conclusão: A região oeste de Santa Catarina apre-
tiorgânica fez-se necessária em 11,08% da amostra. A senta alta prevalência de MC, semelhante a apresen-
abordagem videolaparoscópica aconteceu em 6, 65% tada por países europeus e Oceania. A incidência em
dos casos. Não foi realizado preparo colônico na maior 2016 aumentou em 37% em relação a 2010, contudo a
parte dos casos (82,26%). Taxa de mortalidade pós-ope- maioria dos diagnósticos ocorreram em estágios clíni-
ratória foi 6, 4%. Conclusão: O perfil dos pacientes dO cos iniciais.
presente estudo são idosos, com tumores distais e ci-
Contato: RAFAEL VICTOR MIERZWA – rafael.mierzwa@
rurgias eletivas, que permite a execução de cirurgia pa-
unochapeco.edu.br
drão e altas taxas de ressecção tumoral completa.
Contato: CARLOS ALEXANDRE MENEGHELLI –
carlosalexandremeneghelli@hotmail.com
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
CÓDIGO: 60625

TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA PERFIL DOS PACIENTES COM


CÓDIGO: 60165 NEOPLASIA COLORRETAL ABORDADOS
ELETIVAMENTE E NA URGÊNCIA EM UM
PERFIL CLÍNICO-EPIDEMIOLÓGICO DE HOSPITAL TERCIÁRIO NO ESTADO DE
PACIENTES COM MELANOMA CUTÂNEO SÃO PAULO
NA REGIÃO OESTE DE SANTA CATARINA Autores: Natachia Moreira Vilela; Priscila Natali Moraes;
Autores: Rafael Victor Mierzwa; Maykel Dassi; Marcelo Gustavo Seva Pereira; Joaquim José Oliveira Filho; Paula
Moreno; Luíza Grosbelli; Buozzi Tarabay;
Instituição: UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA DA REGIÃO Instituição: HOSPITAL MUNICIPAL DR MARIO GATTI
DE CHAPECÓ
Introdução: O câncer colorretal é uma das neoplasias
Introdução: O melanoma cutâneo (MC) é uma neo- mais frequentes no mundo. Nos Estados Unidos a in-
plasia maligna de pele que origina-se a partir da pro- cidência diminuiu nos últimos 15 anos, enquanto na
liferação anormal das células melanocíticas da derme. maioria dos outros países foi estável ou aumentou. É
Apesar de ser o tumor de pele menos comum, é consi- uma doença silenciosa, dificultando o seu diagnostico
derado o mais agressivo, principalmente pela sua capa- precoce e a chance de cura com a ressecção cirúrgica. A
cidade de invasão, disseminação para a cadeia linfono- maioria dos pacientes no Brasil são diagnosticados com
dal regional e metástases à distância. A estimativa da doença avançada, se apresentando muitas vezes como
incidência dessa neoplasia no Brasil no ano de 2017 é uma emergência cirúrgica. Objetivo: Analisar o perfil
de 5.582 casos, sendo a maioria na região sul. Objetivo: dos pacientes com câncer colorretal que foram opera-
Descrever o perfil clínico-epidemiológico de pacientes dos na urgência pela equipe do trauma e aqueles abor-
com MC na região oeste de Santa Catarina. Método: Es- dados eletivamente pela equipe de Coloproctologia e
tudo descritivo, transversal, que incluiu pacientes com Cirurgia Oncológica. Método: O estudo é retrospectivo
MC diagnosticados entre os anos de 2010 e 2016, no e divide os pacientes com câncer colorretal operados
centro de referência para diagnóstico e tratamento de na urgência e eletivamente no período de janeiro de
câncer no oeste de Santa Catarina. Resultados: Nesse 2015 a maio de 2017 em um Hospital Terciário do esta-
período foram atendidos 641 pacientes. Durante o pe- do de São Paulo. Resultados: Foram operados 136 pa-
ríodo foi observada uma prevalência de 73,3:100.000

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 230


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cientes no período de 29 meses, sendo 87(64%) eletivos tes). O quadro clínico depende do crescimento tumoral,
e 49(36%) na urgência. Houve predomínio do sexo fe- compressão de estruturas adjacentes e da produção
minino na urgência (55%), enquanto nos eletivos a pro- hormonal. A etiopatogenia é pouco conhecida. O diag-
porção foi semelhante. A média de idade dos pacientes nóstico depende da clínica: alterações visuais ou endó-
na urgência foi de 63 anos e nos eletivos 54 anos. Em crinas necessitam de investigações neuroftalmológica e
relação a localização, na urgência foi observado 24,5% endócrina, com dosagens hormonais e testes de estí-
no cólon direito, 8, 2% no transverso, 42,8% no esquer- mulo e supressão. A avaliação radiológica baseia-se na
do, 10,2% no reto, 10,2% de tumores sincrônicos e 4,1% tomografia computadorizada com contraste e na res-
com localização indeterminada. Já os tumores nos pa- sonância magnética, com e sem gadolíneo. A cirurgia
cientes eletivos 26, 5% localizavam-se no cólon direito, transesfenoidal é o procedimento cirúrgico mais utili-
8% no transverso, 33,3% no esquerdo, 28, 7% no reto e zado e, embora seguro e eficaz, tem sido associado a
3,5% eram sincrônicos. Quanto ao estadiamento, nos complicações em seios nasais, estruturas ósseas e car-
pacientes abordados na urgência 4% apresentaram tilaginosas, e dentes. Objetivo: Realizar estudo sobre
Estadio I, 28, 7% II, 32,7% III, 30,6% IV e 4% com esta- tumores da região hipofisária no estado da Paraíba em
diamento indeterminado. Enquanto nos eletivos, foi pacientes submetidos à ressecção por via transesfenoi-
encontrado 3,5% tumor in situ, 19, 5% no Estadio I, 27, dal entre 1993 e 2013. Método: Estudo epidemiológi-
5% no II, 38% no III e 11,5% no IV. A média de linfono- co, retrospectivo, observacional e transversal do tipo
dos ressecados na urgência foi de 28 e nos eletivos 23. descritivo, baseado em prontuários de 53 pacientes.
Durante a internação destes pacientes foi observado Resultados: Dentre os pacientes, 42,4% foram do sexo
3 óbitos na urgência (6, 1%) e 6 óbitos nas eletivas (6, masculino e 57, 6% do sexo feminino. A mediana foi de
89%). A média do período de internação foi de 15 dias 40 anos de idade, com desvio padrão de 17, 9 anos. 69,
na urgência e 10 dias no eletivo. Conclusão: O diagnós- 7% dos pacientes eram procedentes da capital do esta-
tico precoce é a principal medida no tratamento e dimi- do. Os anos de maior realização desse procedimento
nuição da mortalidade do câncer colorretal. O presente foram 1999, 2000 e 2001 (54,6%). Quanto ao tamanho,
estudo demonstra a atual realidade da população, que 21,2% microadenomas e 75, 8% macroadenomas. Dos
é diagnosticada já em estágio avançado (Estadio III e IV), tumores funcionantes: produtores de prolactina (75%),
sendo pior naqueles operados pela urgência (63,3% ur- GH (18, 75%) e ACTH (6, 05%). A sintomatologia mais
gência e 49, 5% eletivo). Tal fato evidencia a deficiência associada foi cefaleia e alterações visuais, bem como
nas medidas de rastreamento e tratamento precoce no foram encontrados acromegalia, amenorreia, diabetes,
câncer colorretal. apoplexia hipofisária com paralisia do 3º nervo, epista-
xe, galactorreia, vertigem e síndrome de Cushing. Con-
Contato: NATACHIA MOREIRA VILELA – natachia_
clusões: Este estudo é relevante para consolidação do
vilela@hotmail.com
conhecimento epidemiológico, constituindo parâmetro
para otimizar serviços na melhor abordagem e maior
conhecimento do procedimento cirúrgico.
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA Contato: ANA PAULA COÊLHO DE MÉLO LEITE –
CÓDIGO: 61687 anapaulacoelho10@hotmail.com

PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DOS


TUMORES DE HIPÓFISE OPERADOS POR
VIA ENDOSCÓPICA TRANSESFENOIDAL TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
NA PARAÍBA CÓDIGO: 61925

Autores: Ana Paula Coêlho de Mélo Leite; Maurus


Marques de Almeida Holanda; Marcos Alexandre da
PERFUSÃO PÉLVICA ISOLADA PARA
Franca Pereira; Rodrigo Marmo da Costa e Souza; Pedro CÂNCER DE RETO AVANÇADO
Henrique Coêlho de Mélo Leite; José Ideltônio Barbosa Autores: Paulo Roberto Stevanato Filho; Arthur Pacheco;
Neto; Charles Edouard Zurstrassen; Eduardo Bertolli; Samuel
Instituição: FACULDADE MEDICINA NOVA ESPERANÇA Aguiar Júnior; Ranyell Matheus Sobreira Batista Spencer;
Tiago Santoro Bezerra; Ademar Lopes;
Introdução: Os tumores de hipófise constituem 10%
Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
a 15% dos tumores intracranianos e representam a
doença mais prevalente da hipófise. Sua incidência é Apresentação do caso: M.J.S.F, 61 anos, masculino,
de 14,7 casos para 100.000 habitantes por ano. São portador de Adenocarcinoma de Reto baixo localmente
classificados quanto ao tamanho, função endócrina, avançado (cT3N1M0). Foi submetido a tratamento neo-
achados clínicos e histologia. A análise do tamanho adjuvante (radioterapia + quimioterapia), seguido de
podem ser graduados em micro e macroadenomas. amputação abdominoperineal (ypT2N1b) e adjuvância
Funcionalmente, podem ser secretores (funcionantes), (FOLFOX) no período de fevereiro de 2014 à junho de
em 75% dos casos, ou não secretores (não funcionan- 2015. Evoluiu com recidiva pélvica, evidenciada por RM

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 231


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

e PET-TC em maio de 2016. Seguiu com tratamento sis- ulceração e sangramento tumoral em jato. Não haviam
têmico (FOLFIRI + Bevacizumab) apresentando melhora sinais de linfonodomegalias. De imediato realizamos a
clínica momentânea. Evoluiu com progressão, doença bióspia incisional, cujo laudo histopatolólgico revelou
metastática pulmonar e sintomatologia limitante com tratar-se de um carcinoma de células de Merkel. A linfo-
piora da dor pélvica, compressão vesical, ureteral, ex- cintilografia para o linfonodo sentinela revelou apenas
tensão da doença para base do pênis, glúteo e sacral. uma área radiocaptante na axila esquerda. Iniciamos
Foi submetido em março de 2017 perfusão pélvica iso- o procedimento cirúrgico pela ressecção do linfonodo
lada (PIP) com oxaliplatina para controle sintomático. sentinela que veio positivo para neoplasia. Deste modo
Prosseguiu com tratamento sistêmico (FOLFOX). No realizamos a amputação ao nível do punho associada a
seguimento, evolui com metástase pulmonar, estabili- linfadenectomia axilar Discussão: O carcinoma das cé-
dade da lesão pélvica e bom controle álgico. Discussão: lulas de Merkel é uma neoplasia rara e de etiologia des-
Apesar dos avanços na terapia multimodal na terapia conhecida. Ocorre em áreas fotoexpostas com 80% das
do cancer de reto, as taxas de recidiva local são de 4-8% apresentações. Objetivo: O objetivo trabalho é discutir
dos casos. Os pacientes com recidiva local sem trata- um caso de carcinoma das células de Merkel no qual o
mento, apresentam curta expectativa de vida que mui- linfonodo sentinela mudou o tratamento proposto. Sa-
tas vezes é complicada por sintomas locais (principal- bemos que esta doença tem o sistema linfático como
mente dor pélvica), o que prejudica significativamente sua principal via de disseminação neoplásica, deste
a qualidade de vida. Após terapia combinada, 74% dos modo, fica fácil inferir que o linfonodo sentinela pode
pacientes apresentarão doença metastática distante. O ter beneficio. O linfonodo sentinela no caso alterou o
tratamento da recidiva é um desafio para a equipe mul- estadiamento do paciente, visto que uma parte dos pa-
tidisciplinar em oncologia, sendo a terapia de casos se- cientes subestadiados ou considerados com linfonodo
lecionados baseada na ressecção cirúrgica ou quimio- negativo quando não foi realizada a linfocintilografia
terapia e radioterapia. Pelves já irradiadas dificultam a Comentários finais: Concluímos que o a pesquisa do
decisão terapêutica por restringir as possibilidades de linfonodo sentinela tem papel essencial no estadiamen-
terapia. Em casos de lesões irressecáveis, a Perfusão to do carcinoma de células de Merkel, podendo dimi-
Pélvica Isolada com quimioterapia pode ter papel na nuir morbidades relacionadas a abordagens desneces-
paliação com controle da dor e controle na progressão sárias e proporcionando o tratamento adequado de
do tumor local. Comentários finais: Nos casos de le- acordo com o estadiamento correto da doença.
sões irressecáveis e pelve previamente irradiada, a PIP
Contato: EDUARDO RODRIGUES ZARCO DA CÂMARA –
pode trazer benefícios na paliação desses pacientes e
duducamara@gmail.com
melhor controle local, assim como uma opção no tra-
tamento neoadjuvante de doença locorregional inicial-
mente irressecável, já tratada com radioterapia. Baixa
morbidade cirúrgica pode ser obtida por inguinotomia TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
e acesso percutâneo com radiologia intervencionista. CÓDIGO: 59683
Contato: PAULO ROBERTO STEVANATO FILHO –
paulorstevanato@gmail.com PET-CT PARA O DIAGNÓSTICO DE
METÁSTASE HEPÁTICA DE TUMOR DE
CÓLON EM PACIENTE COM DOENÇA
HEPÁTICA POLICÍSTICA
TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA
Autores: Angélica de Oliveira Cardoso; Cristina
CÓDIGO: 59613
Sebastião Matushita; Marcelo Garcia Toneto; Rafael
Costa Campos;
PESQUISA DO LINFONODO SENTINELA Instituição: ESCOLA DE MEDICINA DA PONTIFÍCIA
NO CARCINOMA DE CELULAS DE UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL
MERKEL – RELATO DE CASO E REVISÃO
Apresentação do caso: Mulher de 43 anos de idade
DA LITERATURA
apresentou quadro de abdome agudo obstrutivo e foi
Autores: Eduardo Rodrigues Zarco da Câmara; submetida a colectomia parcial por adenocarcinoma
Antonio Felipe Santa Maria; Antônio Carlos Eckhardt
em cólon sigmoide e biópsia hepática, com confirma-
Jr; Alessandro Augusto Bastos Rodrigues Alves; Victor
ção de metástase. A paciente tinha história familiar e
Hugo Ribeiro Vieira; Alberto Teles Lopes;
diagnostico de doença renal policística (DRP) e uma tia
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
com diagnóstico de câncer de cólon aos 45 anos. Enca-
Apresentação do caso:C.R. 70 anos, masculino, branco minhada para avaliação oncológica em nosso serviço,
e portador de síndrome de Parkinson em estágio avan- apresentava hepatomegalia ao exame físico. Trazia to-
çado, relata surgimento de lesão maculosa de aspecto mografia computadorizada (TC) sem evidência de im-
arroxeado associada à prurido em punho esquerdo de plantes secundários. Optou-se, então, pela realização
crescimento progressivo em pouco meses associada a de um PET-CT para avaliação de metástases hepáticas.

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 232


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Foram identificados múltiplos cistos hepáticos e duas normalidade com 6000 leucócitos/mm3, hemácias 4,78
lesões nodulares hipermetabólicas, sugestivas de me- milhões/mm3, hemoglobina 14,1 g/dL, hematócrito
tástase hepática. A paciente recebeu 6 ciclos de quimio- 42,1 g/dL, plaquetas 253 000/mm3, glicose 90mg/dL,
terapia e foi realizada nova TC, que mostrou redução DHL 330 U/L, TGO 17 U/L, TGP 13 U/L, cálcio iônico 1,12,
das duas lesões. Foi então submetida à ressecção das creatinina 1,2 (clearance 110 mL/min), ácido úrico 5, 3;
lesões hepáticas, sem intercorrências. O exame ana- B2 microglobulina 1,6. Sorologias HIV, hepatite C, hepa-
tomopatológico indicou margens livres e confirmou o tite B, CMV não reagentes, apenas EBV IgG reagente. A
diagnóstico de metástase. A paciente recebeu alta 7 eletroforese de proteínas com pico monoclonal na re-
dias após a cirurgia, em bom estado geral. Discussão: gião das gamaglobulinas (20%/ 1,6mg/dL); dosagem de
Foram obtidos grandes ganhos na sobrevida de pacien- IgA, IgG e IgM dentro da normalidade. A imunofixação
tes com os avanços na ressecção de metástases he- sérica padrão monoclonal IgG Kappa. Diante de todos
páticas. O PET-CT é útil para predizer a sobrevida livre os dados coletados, o diagnóstico foi de plasmocitoma
de eventos, a sobrevida global e para o estadiamento extramedular e o tratamento foi realizado com 20 ses-
pré-operatório. Em pacientes com doença hepática pre- sões de radioterapia. Discussão: Plasmocitoma extra-
existente, esse exame se torna essencial visto o gran- medular é uma lesão rara, compreendendo cerca de 3%
de risco de não haver identificação das metástases em das neoplasias originárias dos plasmócitos e cerca de
exames convencionais, o que pode resultar em atraso 80 a 90% acomete região da cabeça e pescoço, mais fre-
no diagnóstico, com comprometimento da sobrevida quentemente em nasofaringe e seios paranasais, sen-
dos pacientes. Comentários finais: Salientamos a im- do incomum na orofaringe. Sua incidência é de 50-60
portância da utilização do PET-CT para avaliar a presen- anos de idade. No que se refere às informações clínicas,
ça de metástases hepáticas em pacientes com doença histopatológicas e laboratoriais, o caso acima relatado
hepática policística, visto que os cistos podem dificultar descreve uma lesão de plasmocitoma extramedular
a visualização das metástases em exames convencio- com aparição rara em palato mole, sem nenhum dano
nais, comprometendo o estadiamento e o prognóstico orgânico e fora da faixa etária de maior incidência. Co-
do paciente. mentários finais: Face ao exposto, conclui-se que este
é um caso raro, com relevância para discussão científica
Contato: ANGÉLICA DE OLIVEIRA CARDOSO – angelica.
pela sua epidemiologia atípica, tanto em relação à sua
cardoso@acad.pucrs.br
localização, como também pela faixa etária.
Contato: HUGO MACEDO DE MOURA –
hugomacmoura@gmail.com
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
CÓDIGO: 60483

PLASMOCITOMA EM PALATO MOLE – TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO


RELATO DE CASO CÓDIGO: 62000

Autores: Hugo Macedo de Moura; Ingrid Nóbrega


Araújo Queiroz; Bárbara Kinuyie Gushiken; Ivamara PLASMOCITOMA EXTRAMEDULAR
Cristiane Barroca Marques; Indira Neves Maia de GASTROINTESTINAL – RELATO DE CASO
Oliveira; Cláudio César Gomes de Macedo; James Farley Autores: Ana Júlia Silva teixeira; Francielly Tertulino
Rafael Maciel; Cunha.; Mara Juliane Silva Jovino; Isa Maryana Araujo
Instituição: UNIVERSIDADE POTIGUAR Bezerra de Macedo; Isabelle França Bezerra; George
Alexandre Lira; Kerginaldo Jácome da Costa Filho;
Apresentação do caso: Paciente de 38 anos, sexo
Crislanny Regina Santos da Silva;
masculino, residente em Parnamirim, procurou aten-
Instituição: UNIVERSIDADE POTIGUAR
dimento por aparecimento de caroço em palato mole
há 5 meses. Relatou crescimento progressivo levando a Apresentação do caso: A.D.S.F, 27 anos, masculino,
disfonia e dificuldade de respirar. Foi encaminhado ao apresentou dor abdominal intensa, associada a diarréia
ambulatório de hematologia após biópsia de lesão em aquosa e perda ponderal. Ao ex. físico: massa abdomi-
palato mole. Negava dor, perda de peso, febre e outras nal palpável em fossa ilíaca direita (FID). Na Tomografia
queixas. Previamente hígido. História familiar positiva de abdome sem contraste, sugere invaginação intesti-
apenas para câncer de hipófise em sua mãe. Ao exame, nal no flanco direito e FID, com linfonodomegalias re-
observou-se lesão volumosa ocupando palato mole, gionais. Foi submetido hemicolectomia direita com lin-
trígono retromolar e tonsila direita, infiltrativa, não ul- fadenectomia com achado de intussuscepção intestinal
cerada, maior que 5 cm, com língua e assoalho livres. íleo-cecal, adenomegalias mesentéricas e divertículo de
A imuno-histoquímica identificou neoplasia de células Meckel. O anatomopatológico (AP) evidenciou linfoma
plasmocitárias e expressão de cadeia leve kappa. A TC linfocítico ulcerado infiltrando toda a parede intestinal,
de pescoço e face mostrou lesão expansiva, infiltrativa linfonodos com comprometimento neoplásico e mar-
de provável origem neoplásica na orofaringe à direita. gens cirúrgicas livres. A análise foi complementada com
O exame radiográfico do esqueleto não apontou lesão imunohistoquímica (IHQ), que confirmou neoplasia de
óssea. Os achados laboratoriais dentro dos níveis de células plasmocitárias, com expressão de cadeia leve

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 233


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Kappa. Os exames laboratoriais revelaram ausência lesão foi realizada, com imuno-histoquímica que con-
de anemia, alteração na cadeia leve Kappa e pesquisa cluiu plasmocitoma e expressão de cadeia leve kappa.
urinária negativa para proteínas Bence-Jones (BJ). Nos TC de pelve mostrava formação tissular amorfa de li-
exames de imagem não foram detectadas lesões líticas. mites imprecisos e mal definidos comprometendo a
Discussão: O Plasmocitoma Extramedular (PEM) é uma região vulvar com densificação de gordura adjacente.
doença rara, representando 3% das neoplasias plasmo- O diagnóstico foi de plasmocitoma extramedular e ela
citárias, e caracteriza-se por proliferação monoclonal ti- foi internada para conduta com radioterapia, quimio-
picamente produtoras de imunoglobulinas fora da me- terapia e TARV. Concluiu tratamento e retornou cerca
dula óssea. É mais comum em homens sexagenários e de 1 ano após com piora clínica, aumento do volume
o trato gastrintestinal é um dos seus sítios incomuns. abdominal e plenitude gástrica. TC de abdome mostra-
Sendo assim, a localização do PEM em sítio abdominal, va formação sólida heterogênea de aspecto infiltrativo
associado à idade fora do esperado, corroboram ainda na região perineal com extensão para parede pélvica
mais para a raridade desse caso. E, considerando tal anterior, com espessamento e infiltração dos planos
raridade, é fundamental a investigação para mieloma gordurosos até a superfície cutânea da região da pel-
múltiplo, o que requer para sua exclusão evidências de ve, infiltrando pelve e obliterando a gordura perirretal.
menos de 5% de atipia plasmocitária por mielograma, Além disso, foram encontradas lesões líticas ósseas dis-
inspeção normal do esqueleto, dosagem e eletroforese seminadas pelo esqueleto e foi dado o diagnóstico de
das proteínas séricas e urinárias, com proteínas BJ ne- Mieloma Múltiplo (MM). Paciente faleceu 15 dias após
gativa e ausência de anemia. Além disso, o diagnóstico a internação. Discussão: A apresentação do quadro di-
pode ser confirmado por meio de IHQ, o qual, no caso fere da literatura, em aspectos epidemiológicos, sobre
relatado, revelou positividade monoclonal para cadeia o tipo histopatológico da tumoração, idade e agressivi-
Kappa. O tratamento de escolha para a afecção de PEM dade da doença. O CA de vulva é uma neoplasia rara,
gastrointestinal tem como referência maior a radiote- responsável por cerca de 0,5% dos CAs em mulheres e
rapia, por ser um tumor radiossensível, e ressecção 5% dos tumores ginecológicos. De acordo com as carac-
cirúrgica para lesões localizadas. Comentários finais: terísticas das lesões da paciente, o principal diagnóstico
Mediante as discussões levantadas, não se pode deixar seria CA de vulva, em que 90% dos casos é do tipo car-
de considerar a hipótese de neoplasia maligna abrindo cinoma espinocelular. Porém o diagnóstico histopato-
com quadro obstrutivo de intussepção. O PEM, portan- lógico concluiu, de forma incomum, um plasmocitoma.
to, nos coloca frente a um constante desafio diagnósti- O plasmocitoma extramedular é uma doença rara que
co, visto que requer uma avaliação laboratorial multidi- representa apenas 3% dos tumores de células plasmá-
mensional e uma investigação clínica minuciosa. ticas, sendo mais comum no sexo masculino. Sua inci-
dência é maior a partir dos 60 anos e em cabeça e pes-
Contato: ANA JÚLIA SILVA TEIXEIRA – Teixeiraanajs@
coço, progride para MM de 11%-30% em 10 anos, com
gmail.com
sobrevida em 10 anos de 70%. Conclusão: Concluímos
que este é um caso raro, digno de ser discutível em âm-
bito cientifico-acadêmico, com a finalidade de eviden-
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA ciar um diagnóstico atípico com epidemiologia também
CÓDIGO: 60102 atípica e evolução agressiva.
Contato: INGRID NÓBREGA ARAÚJO QUEIROZ –
PLASMOCITOMA VULVAR AGRESSIVO – ingridqueiroz7@gmail.com
RELATO DE CASO
Autores: Ingrid Nóbrega Araújo Queiroz; Barbara
Kinuyie Gushiken; Ivamara Cristiane Barroca Marques;
Indira Neves Maia de Oiveira; Cláudio César Gomes de TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
Macedo; James Farley Rafael Maciel; CÓDIGO: 60552
Instituição: UNIVERSIDADE POTIGUAR
PRESERVAÇÃO DE FERTILIDADE NA
Apresentação do caso: Paciente de 32 anos, sexo femi-
HIPERPLASIA COM ATIPIA E CÂNCER DO
nino, residente em São Rafael/RN, compareceu ao con-
sultório com queixa de dor em região vulvar e massa
ENDOMÉTRIO
de crescimento progressivo há 3 meses. Negava co- Autores: Eduardo Doria Filho; Carlos Chaves Faloppa;
morbidades prévias e relatava história familiar de cân- Henrique Mantoan; Levon Badiglian-Filho; Lillian Yuri
Kumagai; Louise De Brot; Glauco Baiocchi;
cer (CA): avô e prima materna com CA de mama, avô
com CA de próstata. Apresentava duas sorologias po- Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
sitivas para HIV. Ao exame foi constatado presença de Introdução: O tratamento padrão do câncer de endo-
grande tumoração exofítica e ulcerada, medindo cerca métrio (CE) e hiperplasia atípica endometrial (HAE) em
de 20 cm, recoberta de secreção purulenta. Biópsia da mulheres nulíparas inclui a histerectomia total e por-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 234


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tanto perda de fertilidade mesmo em pacientes jovens Instituição: HOSPITAL DAS CLINICAS DA UNIVERSIDADE
sem prole constituída. Recentemente, estudos têm re- FEDERAL DE PERNAMBUCO
portado com sucesso o uso de progestágeno em alta Objetivo: O objetivo de nosso trabalho e‘registrar a pri-
dose (medroxiprogesterona, acetato de megestrol ou meira cirurgia citorredutora associada à quimioterapia
dispositivo intra-uterino de levonogestrel) com intuito hipertérmica no Estado da Paraíba. Apresentação do
de preservar fertilidade. Objetivo: Análise de uma série caso: Relatamos um caso clínico de uma Paciente, femi-
de casos de pacientes submetidas à protocolo de pre- nina, 35 anos que durante parto cesariano de sua pri-
servação de fertilidade. Materiais e Método: Foram meira gestação, em dezembro de 2015, foi identificada
avaliadas retrospectivamente as pacientes portadoras com uma lesão tumoral em cólon sigmóide e sinais de
de HAE e adenocarcinoma endometrióide estádio clíni- acometimento peritoneal focal. Após 3 dias do parto ce-
co IA do endométrio, submetidas à protocolo de preser- sariano, evoluiu com semi-oclusão intestinal por tumo-
vação de fertilidade entre o período de maio de 2007 a ração colônica evidenciado em tomografia de abdome.
maio de 2017. Resultados: Foram avaliadas 13 pacien- Seguiu-se uma laparoscopia diagnóstica, que diagnos-
tes, 7 (53,8%) HAE e 6 (46, 2%) CE sem sinais de invasão ticou grande tumoração em sigmóide associada a car-
miometrial, sendo 4 (30,8%) estádio IAG1 e 2 (15, 4%) cinomatose peritoneal focal em fossa iliaca esquerda
IAG2. A idade mediana foi de 37 anos (29-43 anos) e com indice de disseminação peritoneal menor que 10.
índice de massa corpórea mediano 24,42 kg/m2 (19, 85- Optado por Colostomia por laparoscopia e biopsia pe-
31,25). As pacientes foram submetidas ao tratamento ritoneal que confirmou acometimento por carcinoma
com acetato de megestrol, proposta inicial de 160 mg/ de cólon metastático. A imunohistoquímica confirmou
dia. Devido a efeitos adversos, 2 casos (15, 4%) rece- provável origem em trato gastrointestinal, com insta-
beram dose de 80 mg/dia, 1 caso (7, 7%) 40 mg/dia. 9 bilidade de microssatélite de alta frequência (MIS-H) e
pacientes (69, 2%) toleraram dose completa de 160mg/ ausência de mutações do RAS. O PET/CT 18F-FDG con-
dia e uma paciente (7, 7%) concebeu gestação antes de firmou uma lesão em sigmóide com extensão de 16 cm
iniciar tratamento com progestágeno. A duração me- de forma circunferêncial, sem outras captações. Diante
diana do tratamento foi de 11,5 meses (7-24), sendo re- do quadro, optamos pelo pronto início de quimiotera-
alizada vigilância com ressonância magnética de pelve pia com esquema mFOLFOX6 + Bevacizumabe a cada
e histeroscopias trimestrais no período. As morbidades 14 dias por 6 ciclos. Ao término da terapia planejada,
mais associadas ao tratamento foram irritabilidade (15, um novo PET/CT 18F-FDG demonstrou persistência de
4%) e ganho de peso em 7, 7%. Após seguimento me- lesão parietal circunferencial em cólon sigmóide, com
diano de 31 meses (1-114), não houve caso de recidiva extensão de 16cm, porém com redução considerável
de doença. O sucesso na gestação foi obtido em 2 casos do índice metabólico. Diante da doença estável, em
(15, 4%). Duas pacientes (15, 4%) encontram-se em tra- Setembro de 2016, a paciente foi submetida à aborda-
tamento para gestação via reprodução humana e ou- gem cirúrgica, que incluiu cirurgia citorredutora (Retos-
tros 4 casos (30,8%) foram submetidos a histerectomia sigmoidectomia, ressecção de implantes peritoneais e
associado a salpingectomia bilateral para tratamento linfadenectomia retroperitoneal) associada à quimiote-
definitivo devido a desistência de gestar. Conclusão: rapia hipertérmica com Mitomicina 40mg administrada
Nossos achados sugerem que é possível e seguro o tra- conforme esquema: 30mg tempos 0 e 10mg aos 60 mi-
tamento com progestágeno para HAE e câncer de en- nutos, com perfusão de 90 minutos à 42ºC. O resulta-
dométrio em estádio inicial com intuito de preservação do da abordagem cirúrgica apontava para doença em
de fertilidade. maior volume do que o identificado nos exames de ima-
Contato: EDUARDO DORIA PINTO RODRIGUES DA gem com presença de infiltração neoplásica na parede
COSTA FILHO – eduardo.doriafilho@gmail.com intestinal com extensão à superfície serosa. Segmento
de epíplon infiltrado por adenocarcinoma. Linfonodos
perirretais acometidos (5/12). Ovário e tuba esquerdos
com metástase de adenocarcinoma em anel de sinete.
TEMÁRIO: CIRURGIA CITORREDUTORA / HIPEC ypT3 ypN2a ypM1b Atualmente a paciente encontra-
CÓDIGO: 59417 -se assintomática, clinicamente bem, e realizou PET/CT
18F-FDG em junho de 2017 cuja conclusão foi negativo
PRIMEIRA CIRURGIA CITORREDUTORA para tumor viável.
/ HIPEC REALIZADA NO ESTADO DA Contato: ADRIANO CARNEIRO DA COSTA –
PARAÍBA – REGISTRO HISTÓRICO adrianocacosta@gmail.com
Autores: Geraldo Almeida da Cunha Filho; Luiz Victor
Maia Loureiro; Fernando de Santa Cruz Oliveira; Julyana
Araujo Lemos Cavalcanti; Samara Alves Miranda de Sá;
Rodrigo Flamini; Adriano Carneiro da Costa; TEMÁRIO: NUMACO / ENFERMAGEM
CÓDIGO: 59984

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 235


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QUALIDADE DE VIDA E AJUSTAMENTO TEMÁRIO: NUMACO / ENFERMAGEM

EM PACIENTES ONCOLÓGICOS CÓDIGO: 59721

SUBMETIDOS A ESTOMAS INTESTINAIS E


URINÁRIOS QUALIFICAÇÃO DA REDE DE ATENÇÃO
PRIMÁRIA: ATENDIMENTO AO
Autores: Ana Gabriela Silva de Lima; Thaís Maria Ribeiro
Lima; Luiz Henrique de Andrade Araújo; Elisandra Neres
PACIENTE ONCOLÓGICO
da Silva; Diana Lima Villela de Castro; Autores: Kelly Mara Black; Laís Regina de Carvalho
Instituição: HOSPITAL DE CANCER DE PERNAMBUCANO Schwarz; Janaína Chiogna Padilha; Ana Júlia Arend;
Andréia Ivete Feil; Marina Manfroi; Mariana Mazzarino;
Introdução: A confecção de estomas, com presença Gisele Dhein;
ou não de suas complicações, ocasionam ao individuo Instituição: HOSPITAL BRUNO BORN; UNIVERSIDADE DO
mudanças físicas e psicológicas. O individuo passa por VALE DO TAQUARI
um processo de adaptação de forma gradativa, afim
Introdução: A Rede de Atenção Básica é a porta de
de ter uma melhor Qualidade de Vida (QdV). Objetivo:
entrada dos usuários no sistema público de saúde.
Avaliar a QdV e ajustamento de pacientes oncológicos
Capacitar os profissionais para atender as demandas
submetidos a confecção de estomas intestinais e uriná-
do cotidiano do trabalho em saúde é fundamental
rios. Método: Trata-se de um estudo prospectivo com
para assegurar a qualidade e efetividade dos serviços.
abordagem quantitativa e coorte longitudinal. Foram
Neste contexto, o matriciamento das equipes é uma
incluidos, pacientes com câncer em pré-operatório a
ferramenta que favorece as ações na organização da
confecção eletiva de estomas intestinais e urinários en-
atenção, principalmente quando abordamos temáti-
tre julho/2016 a dezembro/2016 e que concordassem
cas complexas como a oncologia. Objetivo: Descrever
em participar da pesquisa. Para coleta de dados foram
ações de apoio matricial desenvolvidas por profissio-
utilizados os seguintes instrumentos: Ficha de acom-
nais inseridas em um Programa de Residência Multi-
panhamento clinico contendo dados clinicos e socio-
profissional em Saúde: atenção ao paciente oncológico,
demográficos; o European Organization for Research
à equipes de Estratégias de Saúde da Família (ESF) de
and Treatment of Cancer Quality of Life Questionnaire
dois municípios do interior do RS. Método: Pesqui-
Core 30 (EORTC-QLQ-C30) para avaliar a QdV no pré-
sa descritiva, que traz resultados de ações aplicadas
-operatório (1º avaliação) e 30 dias de pós-operatório
no período de março à junho de 2017, nas unidades
(PO) (2º avaliação); e o Ostomy Adjustament Inventory
de atuação das residentes, que foram escolhidas com
– 23 (OAI-23) para avaliar o ajustamento no pós-opera-
base no levantamento de casos de pacientes oncoló-
tório imediato (1º avaliação) e 30 dias PO (2º avaliação).
gicos no território e na vulnerabilidade da população
As análises estatísticas foram realizadas utilizando o
adscrita, sendo eleitas duas unidades, uma para cada
programa Prisma v7.0. Resultados: Vinte e sete com-
município. Foram realizados encontros semanais com
puseram a amostra deste estudo, com idade que va-
as equipes das unidades, voltadas a discussão de ca-
riam de 25 a 82 anos, 14 (51,8%) são do sexo feminino,
sos, capacitação e apoio técnico. Alguns recursos utili-
22 (81,5%) tiveram diagnóstico de câncer colorretal, os
zados foram: aula expositiva dialogada, estudo de caso,
estomas predominantes foram colostomia 14 (51,8%) e
educação continuada e questões norteadoras. Resul-
ileostomia 10 (37, 0%). Em 30 dias PO, 20 (74,1%) apre-
tados: Foram abordadas formas de prestar o cuidado
sentaram complicações no estoma e pele periestomal.
aos pacientes oncológicos, de modo multidisciplinar,
Na avaliação da QdV, houve diminuição significativa dos
interdisciplinar e transdisciplinar, contribuindo na pro-
escores na segunda avaliação, quando comparado com
blematização do fluxo e acompanhamento do usuário
o pré-operatório dos seguintes fatores: físico 79, 3(±19,
nos serviços de atenção pelo qual ele perpassa. A partir
4), 54,3(±30,5); funcional 69, 7(±31,4), 35, 8±(31,2);
dos encontros realizados, surgiram questionamentos
emocional 74,1(±29, 1), 54,0(±30,9); social 89, 5(±22,2),
relacionados à temática, onde os profissionais matricia-
72,8(±28, 2) e constipação 28, 4(±38, 9); 4,9(±20,5). O es-
dos levantaram aspectos importantes a serem traba-
core médio total de adaptação através do OAI-23 foi de
lhados em visitas domiciliares e nas unidades de saúde.
54,4 (± 9, 0) na primeira avaliação (em variação possível
Para concretização das ações, incentivamos o uso de
de zero a 92) e na segunda avaliação 46, 7 (± 11,6)(p=
instrumentos para acompanhamento do paciente on-
0,0051). Conclusão: Os resultados são dados prelimi-
cológico: Nota de Acompanhamento Compartilhado,
nares de uma pesquisa em que os voluntários estão
desenvolvido para aprimorar a comunicação entre os
sendo acompanhados num período de 6 meses. Com
serviços e um Instrumento de Anamnese Multidiscipli-
estes resultados podemos concluir que a confecção do
nar do Paciente Oncológico, com intuito de caracterizar
estoma gerou um impacto e os recém-estomizados es-
a população. Conclusão: A utilização destas ferramen-
tão numa fase de reação de ajustamento, para adaptar-
tas vêm ao encontro das políticas públicas relacionadas
-se ao novo estilo de vida.
ao paciente oncológico, à humanização e ao cuidado
Contato: ANA GABRIELA SILVA DE LIMA – em saúde, priorizando um acompanhamento integral.
gabriela_27lima@hotmail.com Sendo assim, o apoio matricial permite o suporte técni-
co às equipes, a reflexão sobre as práticas instituídas e

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 236


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

o desenvolvimento de ações que visem à integralidade paciente relatado, obtendo uma resposta parcial. Con-
e a resolutividade da atenção em saúde. clusão: Apesar de o paciente relatado apresentar um
tumor raro e de prognóstico reservado, o diagnóstico
Contato: KELLY MARA BLACK – kelly@universo.
rápido da neoplasia, associado a terapeutica multimo-
univates.br
dal agressiva (QT, RT e cirurgia), possivelmente vão ge-
rar uma maior sobrevida ao paciente.
Contato: ANA JÚLIA SILVA TEIXEIRA – Teixeiraanajs@
TEMÁRIO: URO – 0NCOLOGIA gmail.com
CÓDIGO: 61986

RABDOMIOSSARCOMA ALVEOLAR
PARA-TESTICULAR – RELATO DE CASO TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS
CÓDIGO: 62009
Autores: Ana Júlia Silva Teixeira; Isabelle França Bezerra;
Crislanny Regina Santos da Silva; Fernanda Beatriz Maia
Carlos; José Matheus Fernandes de Oliveira Silveira; RABDOMIOSSARCOMA DE OVÁRIO EM
Renan Santos Pessoa; Kerginaldo Jácome da costa Filho; PACIENTE JOVEM – RELATO DE CASO
Thiago Costa Pires;
Autores: Vitória Mikaelly da Silva Gomes; Camylla Santos
Instituição: UNIVERSIDADE POTIGUAR de Souza; Lívia Liberata Barbosa Bandeira; Patrícia
Pampuri Lopes Peres; Pedro Bastos de Souza Monteiro;
Apresentação do caso: MFSS, 15 anos, é encaminhado
José Cardoso Cavalcante Junior; Alline de Carli Bastos
à cirurgia oncológica em março de 2017 após ter rea-
dos Santos; João David de Souza Neto;
lizado oorquiectomia à direita em fevereiro, devido a
Instituição: UNIVERSIDADE SEVERINO SOMBRA
um aumento volumétrico testicular direito, associado à
perda ponderal de 20 quilos, vômitos e dor abdominal. Apresentação do caso: Feminina, 15 anos, admitida
O anatomopatológico (AP) sugeriu neoplasia maligna no Serviço de Ginecologia com 3 meses de evolução,
de células redondas, medindo 14x8cm, com presença aumento do volume abdominal e dor em hipocôndrio
de invasão sanguínea, linfática e perineural com mar- direito. Menarca aos 13 anos, com ciclo menstrual re-
gens livres, sendo estadiado como pT3Nx. A imunohis- gular, inalterado.Apresentava anemia, plaquetose, de-
toquímica confirmou rabdomiossarcoma (RMS) alveo- sidrogenase láctica elevada, Beta HCG não reagente,
lar para-testicular. Apresentava massa retroperitoneal além de CA 125 e alfafetoproteína sem alterações.A
de aproximadamente 15cm, maciça e bem delimitada; tomografia computadorizada(TC) de abdome e pelve
além de linfonodomegalia inguinal direita. Tomografia mostrou volumosa formação cística em andares médio
computadorizada (TC) apresentava linfonodomegalia e inferior do abdome, sugestiva de neoplasia do ovário
retroperitoneal peri-aortocaval sugestiva de metástase. esquerdo(E); linfonodomegalias para-aórticas, ascite e
Encaminhado à quimioterapia, com a qual obteve res- hidronefrose bilateral. Realizada laparotomia explora-
posta parcial ao tratamento, sendo reencaminhado à dora para biópsia de congelação e remoção de ovário
cirurgia oncológica para ressecção da massa tumoral. E, omentectomia, anexectomia E e fragmento do peri-
No aguardo do resultado do anatomopatológico. Dis- tônio e linfonodos pélvicos para análise anatomopato-
cussão: O RMS é um grupo de câncer agressivo e raro. lógica. Evoluiu com grande perda volêmica na cirurgia,
Apesar de ser o sarcoma de tecido mole mais comum recebendo transfusão, seguindo para unidade de tera-
na infância, ele representa apenas 4% das neoplasias in- pia intensiva no pós-operatório(PO) imediato com hipo-
fantis. O prognóstico é ruim na maioria das vezes, mas tensão refratária ao uso de droga vasoativa. Estabilizou
depende do local de origem e do subtipo histológico. O no 4º dia PO, com alta no 5º. O anatomopatológico da
rabdomiossarcoma alveolar (ARMS) representa 25% de peça cirúrgica (quase 10 kg) mostrou compatibilidade
todos os RMS e é conhecido por uma alta prevalência com neoplasia de células fusiformes, sugerindo tumor
de metástase no momento do diagnóstico, sendo um estromal de cordão sexual do ovário e a imunohisto-
tumor de crescimento rápido. Em 75% dos ARMS, há química evidenciou rabdomiossarcoma embrionário
alterações genéticas que são caracterizadas por trans- ovariano.O anatomopatológico dos linfonodos e do
locações cromossômicas, gerando proteinas anomalas peritônio pélvico teve ausência de neoplasia. A TC de
responsáveis pela desregulação do ciclo celular. Apesar tórax para estadiamento não mostrou sinais de implan-
de uma abordagem multidisciplinar, incluindo ressec- te secundário. Paciente realizará quimioterapia(QT) ad-
ção cirúrgica, radioterapia (RT) e quimioterapia (QT) in- juvante.Discussão: O rabdomiossarcoma é um câncer
tensiva, muitas crianças com ARM morrem em 01 ano maligno de células relacionado à formação músculo
após diagnóstico. Devido à raridade desse tumor não esquelética, com menor frequência no aparelho uriná-
existe tratamento estabelecido na literatura. Mas, ulti- rio e reprodutor (20-25%).Entre os tipos de sarcoma, é
mamente, a sobrevida tem aumentando em crianças e mais comum na faixa etária do caso (85%) e pico antes
adolescentes que são abordados pelo tripé: Cirurgia, RT dos 15 anos. Corresponde a 2% dos cânceres de 15 a
e QT. A QT considerada padrão-ouro é a VAC (vincristi- 19 anos. Dentre os subtipos, o embrionário é raro no
na, dactinomicina e ciclofosfamida), que foi usada no trato genital e com boa resposta à QT, sendo bom prog-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 237


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nóstico no caso.A localização ovariana corrobora com a tê de Ética em Pesquisa da Universidade de Cruz Alta
raridade do caso.Em geral, são agressivos, recidivantes sob parecer 1.596.248 Resultados: Das 103 lâminas
e com metástase preferencial por via hematogênica, co- avaliadas, 93,2% (96) apresentaram-se negativas para
mumente aos pulmões. Dessa forma, a resposta negati- lesão intraepitelial ou neoplasia maligna, e 6, 79 % (7)
va quanto a implantes secundários constituem um bom estavam alterados com atipias celulares associadas às
prognóstico para o caso. A detecção precoce é conside- lesões intraepiteliais pré-malignas. Entre os alterados,
ra o maior aliado. A negativa de marcadores tumorais e 1,4% (1) foram classificados como atipias escamosas
ausência de sinais e sintomas específicos dificultaram o de significado indeterminado (ASC-US); 10,4% (5) como
raciocínio diagnóstico do caso. Conclusão: É importante lesão intraepitelial escamosa de baixo grau (LSIL)/HPV;
ter esse tipo de câncer como hipótese para um diagnós- e 1,4% (1) como lesão intraepitelial escamosa de alto
tico precoce, pois permite o tratamento adequado com grau (HSIL). Neste estudo, foi observado que a maior
a QT, atualmente com taxa de cura extremamente alta. ocorrência de ASC-US, LSIL/HPV e HSIL foi encontrada
na faixa etária de 19 a 24 anos. Conclusão: Devido aos
Contato: LÍVIA LIBERATA BARBOSA BANDEIRA –
achados de lesões pré malignas em adolescentes e mu-
livialibertb@gmail.com
lheres jovens, e consequentemente a possibilidade de
evolução para doença invasiva, sugere-se a inclusão
deste segmento populacional no Programa de Controle
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA do CCU, visto que a faixa etária preconizada pelo Mi-
CÓDIGO: 62015 nistério da Saúde para rastreamento populacional é a
partir dos 25 anos.
RASTREAMENTO DO CÂNCER DO Contato: LUCAS ADALBERTO GERALDI ZANINI –
COLO DO ÚTERO EM ADOLESCENTES E lgzanini@hotmail.com
MULHERES JOVENS: ANÁLISE DO PERFIL
CITOLÓGICO
Autores: Janice Pavan Zanella; Lucas Adalberto Geraldi
TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS
Zanini; Katiuscia Baggio, ; Marciele Oliveira Prestes;
Cassiano Diehl; Michele Ferraz Figueiro; Brenda Silva; CÓDIGO: 61955
Janaina Coser;
Instituição: HOSPITAL DE CARIDADE DE IJUI REALIZAÇÃO DO PROCEDIMENTO
TIKHOOF~LINBERG NO TRATAMENTO
Introdução: Há no Brasil aproximadamente 36 mi- DE CONDROSSARCOMA DE ESCÁPULA –
lhões de adolescentes e mulheres jovens, e 75% dessas
RELATO DE CASO
têm vida sexual ativa. Há uma tendência de iniciação
sexual mais precoce, podendo ocorrer um acréscimo Autores: Wallace Hostalacio Avelar Martins; Antonio
Felipe Santa-Maria; Antonio Carlos Ribeiro Garrido
da prevalência de HPV e das anormalidades citológi-
Iglesias; Cassiana Miranda de Pinho Tavares; Igor
cas decorrentes desta infecção viral neste segmento
Oliveira Neves; Carlos Eduardo Belarmino Filho; Vítor Yu
populacional. O câncer do colo do útero (CCU) é uma Zhu; Victor Hugo Pereira Gomes;
enfermidade crônica degenerativa com alto grau de in-
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO
cidência, e apesar de ser uma neoplasia com potencial RIO DE JANEIRO; UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO
de prevenção, constitui importante problema de saúde DO RIO DE JANEIRO
pública no Brasil. O aumento da frequência de lesões
pré-neoplásicas cervicais em adolescentes e mulheres Apresentação do caso: Homem, branco, 65 anos,
jovens aponta para a necessidade de estudo e inves- HIV positivo em terapia antirretroviral (no momento
tigação do comportamento dessas alterações nessa com carga viral indetectável e CD4 > 1000), portador
faixa etária, cuja compreensão poderá auxiliar o de- de Hepatite C com cirrose (Child-Pugh B) e história de
senvolvimento de estratégias e mecanismos de inter- carcinoma hepatocelular (tratado com radioablação há
venção que reduzam as taxas de morbimortalidade por 1 ano e 4 meses), avaliado no ambulatório de clínica
CCU. Justifica-se assim o presente estudo. Objetivo: cirúrgica em março de 2012. Relatou que há 9 meses
Determinar o perfil citológico da cérvice uterina de ado- surgiu tumor em seu ombro direito com crescimento
lescentes e mulheres jovens que realizaram o exame rápido e progressivo gerando dificuldade para elevar
preventivo do câncer do colo do útero em um serviço seu braço direito acima da linha do ombro. Ao exame
de saúde pública. Método: Estudo descritivo, retros- físico não apresentava nenhum sinal de linfadenopatia
pectivo com reanalise de 103 lâminas e requisições de ou edema. O tumor possuía aderência profunda, con-
exames citopatológicos de adolescentes na faixa etária sistência firme e ausência de úlceras na pele. A resso-
de 12 a 18 anos e mulheres jovens de 19 a 24 anos de nância magnética revelou formação de 16 cm em sua
idade, no período de 2013 a 2015. Os dados obtidos maior extensão, de provável origem escapular com
foram tabulados e analisados no software estatístico invasão da articulação acrômio-clavicular e músculo
IBM SPSS versão 22. O estudo foi aprovado pelo Comi- manguito rotador. Não houve acometimento de vasos

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 238


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e de plexo braquial. A biópsia revelou Condrossarcoma de edema no membro superior esquerdo. Submetida à
de baixo grau. A tomografia de tórax, abdômen e pel- linfadenectomia axilar radical em níveis I, II, III com evi-
ve realizada para estadiamento não revelou sinais de dencia de invasão dos nervos da região axilar. Ao ana-
doença metastática. Optou-se pela ressecção em bloco tomopatológico constatado metástase de melanoma
de toda cintura escapular com tumor e músculos ad- em 22 dos 25 linfonodos dos níveis I e II e em 3 dos 3
jacentes e por não usar próteses após ressecção. No linfonodos do nível III, todos com extensão extra nodal.
pós-operatório, ficou com membro imobilizado por 8 Realizado tomografia toraco-abdominal e ressonância
semanas e evoluiu com incapacidade de movimentar o nuclear magnética do encéfalo, ambas, sem alterações
ombro direito, porém todas as funções da mão direita sugestivas de metástase. Encaminhada ao serviço de
e 50% da função do antebraço direito se mantiveram oncologia clinica, não sendo indicado tratamento qui-
preservadas. Não foi realizada quimio ou radioterapia. mioterápico. Paciente evolui com parestesia em face
Após 3 anos de acompanhamento, paciente veio a óbi- posterior de braço esquerdo, edema e leves dores no
to em decorrência de falência hepática, sem sinais de pós-operatório, os quais melhoraram com realização
recorrência do sarcoma. Introdução: Embora a cintura de fisioterapia. Realizado tratamento radioterápico do
escapular seja o terceiro sítio mais acometido por sar- dia 08/06/2017 a 17/06/2017 em dias alternados. Segue
comas de tecido mole, tumores de escápula são raros em acompanhamento, sem queixas de sintomas até
e usualmente diagnosticados em estágios avançados. ultima consulta. Discussão: O melanoma é a neopla-
Apesar amputação de membro superior possa ser ne- sia agressiva que pode fazer metástase para qualquer
cessária, a preservação do membro pode, muitas ve- órgão do corpo, sendo a forma mais grave de câncer
zes, ser realizada. O procedimento de Tikhoff-Linberg de pele e o sexto câncer mais comum na América do
(TLP) tem sido usado para tratar estes tumores desde Norte. A incidência e a evolução clínica do melanoma
1920 e consiste na ressecção de toda a cintura escapu- relacionam-se com múltiplos fatores. Estima-se que o
lar acometida com o tumor. Contudo, esta intervenção melanoma aconteça com frequência 20 vezes maior
permanece pouco conhecida na prática médica e é ob- em brancos que em negros e seja mais prevalente nos
jeto de pequeno número de publicações. Conclusão: homens que nas mulheres. A exposição solar, especi-
Apesar do pequeno número de estudos a respeito do ficamente a radiação ultravioleta, aumenta o risco de
real papel deste procedimento, TLP é um procedimen- desenvolvimento de melanoma nas populações susce-
to seguro e viável em mais de 80% dos pacientes com tíveis e outros fatores como: envelhecimento, historia
tumor de escápula e deve ser preferida à amputação de familiar de melanoma, historia de outros canceres de
membro superior. pele, xeroderma pigmentoso e nevo displásico contri-
buem para o aumento do risco. A taxa de sobrevivência
Contato: WALLACE HOSTALACIO AVELAR MARTINS –
dos pacientes com melanoma depende do estágio da
wallace27@uol.com.br
doença no momento do diagnóstico, sendo que exis-
tem cinco estágios: do estágio 0 (melanoma in situ),
ao estágio IV (metástase a distancia). Para pacientes
TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA com melanoma cutâneo, o prognóstico está relaciona-
CÓDIGO: 64731 do à localização, profundidade e outras propriedades
biológicas do tumor primário, e a presença ou ausên-
RECIDIVA DE MELANOMA CUTÂNEO EM cia de doença metastática loco-regional e a distancia.
O desenvolvimento de uma recorrência, local em um
PACIENTE COM ACOMPANHAMENTO
paciente com melanoma cutâneo, após ressecção ade-
AMBULATORIAL À LONGO PRAZO quada do tumor primário, tem sido associado, histori-
Autores: Pedro Hansen Monteiro de Paula – Paula; camente, a um prognóstico ruim. Estudos apontam que
Thiago Zeraik Sampaio Lustosa; Leonardo Martins as taxas de sobrevivência de 5 e 10 anos foram 9 e 5%,
Caldeira de Deus; Alexandre Moreira Guimarães;
respectivamente, quando a recorrência local foi o pri-
Guilherme Rezende; Chrystian Júnio Rodrigues; Marcela
meiro local de falha. Em contraste, houve uma taxa de
Pinheiro de Araújo Craide; Bruno Righi Rodrigues de
Oliveira; sobrevivência de 86% de cinco anos para aqueles que
não desenvolveram uma recorrência local. Os pacientes
Instituição: INSTITUTO MÁRIO PENNA HOSPITAL
LUXEMBURGO que desenvolvem uma recorrência local do melanoma
primário possuem uma gama de opções terapêuticas
V.A.S, 57 ANOS, sexo feminino, com historia de melano- disponíveis. Os casos devem ser discutidos e acompa-
ma cutâneo em região de braço esquerdo, submetida a nhados por equipe multidisciplinar com experiência
exérese de lesão e acompanhamento em ambulatório em gerenciamento de melanoma sempre que possível.
de serviço de oncologia por 16 anos, sem sinais de re- Essas discussões devem incluir o trabalho inicial, bem
cidiva da doença. Todavia, em Abril de 2016, procurou como as opções terapêuticas, que podem variar desde
serviço médico com queixa de massa volumosa de cres- a excisão cirúrgica simples, através de vários tratamen-
cimento rápido em região axilar esquerda. Ao exame, tos regionais, até terapias sistêmicas potencialmente
não observou comprometimento de força ou presença usadas de forma neoadjuvante. Comentários finais:

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 239


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

As recorrências locais do melanoma após uma terapia tumor depois de 24 anos deste tratamento. Entretanto,
inicial adequada e apropriada são muitas vezes um pre- de acordo com a literatura 80% das recorrências locor-
núncio da doença disseminada. O acompanhamento regionais acontecem nos 5 primeiros anos.
multidisciplinar prolongado sempre deve ser realizado
Contato: LETÍCIA SIGNORI KOHL – leticiaskohl@gmail.
afim de: possibilitar diagnóstico e tratamento precoce
com
e aumentar sobrevida e qualidade de vida do paciente.
Contato: PEDRO HANSEN MONTEIRO DE PAULA –
Pedrohansendepaula@hotmail.com
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
CÓDIGO: 59769

TEMÁRIO: ONCOMASTOLOGIA RECORRÊNCIA DE NEOPLASIA RENAL


CÓDIGO: 60442 COMO TROMBO TUMORAL VENOSO
EXCLUSIVO – RELATO DE CASO
RECIDIVA LOCORREGIONAL TARDIA DE Autores: Rafael Maciel Grochot; Patrícia Moretto; Rita
CANCER DE MAMA – RELATO DE CASO de Cássia Costamilan; Clarissa Pieresan Winkelmann;
Autores: Letícia Signori Kohl; Ícaro Alexandre de Lucas Moraes Bueno; Tatiana Mussato; Carolina
Azevedo; Victor Sánchez Zago; Bernardo Cenci Basso; Pompermaier;
Ivan Neutzling Ludtke; Isabella Kern Arendt; Leonardo Instituição: UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL
Werner Rasche; Gabriela de Freitas Schmidt;
Apresentação do caso: Paciente feminina, 63 anos,
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL
não tabagista, iniciou com incontinência urinária e dor
Apresentação do caso: Paciente N.S., 66 anos, femini- lombar; à investigação, evidenciadas lesões renais bila-
na, procurou atendimento médico com queixa de nó- terais à TC de abdome. Sem abordar o rim esquerdo,
dulo em mama direita no quadrante superior lateral. foi submetida à nefrectomia total direita: carcinoma
Possui história de cirurgia em mama direita há 24 anos renal de células claras com diferenciação sarcomatói-
por carcinoma ductal infiltrante com grau de diferen- de (70% do tumor), grau 3 de Fuhrman; estadio clínico
ciação G2, além de história familiar de CA de mama. Ao I (pT1bpN0M0). A abordagem da lesão renal contrala-
exame físico apresentava lesão palpável infra clavicular teral ocorreu 3 meses após, sob nefrectomia parcial
direita e cicatriz em mama direita. Solicitado em consul- esquerda: carcinoma renal de células claras, grau 2 de
ta tomografia computadorizada de tórax, na qual iden- Fuhrman, sem evidência de invasão da cápsula renal.
tificou-se micro nódulo em lado superior direito e lesão Ao 2º ano de follow-up, À TC de abdome, aumento do
de partes moles em clavícula direita. Avaliação anato- calibre da veia renal esquerda (VRE), sugerindo trombo
mopatológica de biópsia excisional da lesão identificou a esclarecer; à US Doppler, aumento da VRE, fluxo pre-
adenocarcinoma formando nódulo em tecido conjunti- sente, sob padrão de onda arterial de baixa resistência,
vo, musculo esquelético e adiposo, com infiltrado peri- sugestivo de trombo tumoral. À RNM de abdome con-
neural. Estudo imuno-histoquímico mostrou atividade firmou-se o achado de trombo intravascular, estenden-
para os receptores de estrogênio e progesterona, mas do-se até o hilo renal. TCs de tórax e abdome descarta-
negatividade para oncoproteína HER2. Na população ram outras metástases. Após definição multidisciplinar,
feminina o câncer de mama possui a maior incidência e foi realizada nefrectomia total e excisão do trombo
mortalidade em todo o mundo. A maioria dos tumores tumoral. Anatomopatológico revelou invasão tumoral
de mama origina-se no epitélio ductal (cerca de 80%) da VRE por carcinoma renal de células claras, grau 3 de
e são conhecidos como carcinoma ductal invasivo. Di- Fuhrman, sem evidência de neoplasia residual em pa-
versos fatores prognósticos além de importantes para rênquima renal, pelve e ureter. Discussão: O carcinoma
o estabelecimento de terapias específicas para o trata- de células claras representa 85% das neoplasias primá-
mento do tumor, servem como preditor da sobrevida rias renais. Ao diagnóstico, 65% dos pacientes possuem
do paciente. No Brasil, infelizmente, a taxa de mortali- doença localizada, 16% comprometem linfonodos, 16%
dade por câncer de mama continuam elevada, segundo doença metastática e 3% não são estadiados. Padrão
o Instituto Nacional do Câncer sendo de 14 óbitos a cada sarcomatóide e alto grau nuclear estão associados a
100 mil mulheres em 2013. Entretanto, a sobrevida em pior prognóstico. A maioria das recidivas ocorre em até
cinco anos obteve aumento passando para 87% no pe- 4 anos após a ressecção tumoral; as que ocorrem após
ríodo de 2005 a 2009. Segundo estudos de recidiva de parecem estar associadas a melhor prognóstico. Cerca
câncer de mama, dez a treze por cento dos pacientes de 4-10% dos pacientes desenvolvem trombo tumoral,
que receberam terapia conservadora de mama desen- devido ao angiotropismo do câncer de rim, podendo es-
volvem recorrência loco-regional dentro de 10 anos do tender-se desde a veia renal até o átrio direito. A taxa
tratamento inicial. A paciente do presente caso em seu de sobrevida, em 5 anos, para os doentes submetidos a
primeiro diagnóstico de câncer de mama foi submeti- excisão cirúrgica completa de tumor e trombo, varia de
da à quadrantectomia e radioterapia, tendo recidiva do 32-64%. Pequena porcentagem de pacientes com cân-

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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

cer de rim e trombo venoso tumoral pode ser curada e 7 linfonodos do mesorreto. A microscopia revelou
com cirurgia, mas a maioria recorre em curto período de ausência de neoplasia residual pós-radioterapia short
tempo. Comentários finais: Esta paciente apresentou course (grau de regressão tumoral 1 de Mandard). Os
neoplasia renal de células claras bilateral, sendo trata- limites cirúrgicos, assim como linfonodos isolados, es-
da com ressecção cirúrgica sob intenção curativa. Não tavam livres de neoplasia. Classificação patológica yp-
obstante, apesar da nefrectomia total direita e parcial T0ypN0. Discussão: Observou-se regressão completa
esquerda, e de não apresentar recorrência em parên- do tumor com radioterapia short course neoadjuvante.
quima renal remanescente, evoluiu com trombose tu- Essa modalidade de tratamento radioterápico se revela
moral de VRE. Não há casos semelhantes na literatura. uma importante alternativa terapêutica, que demanda
menos tempo, menores custos e maior possibilidade
Contato: CAROLINA POMPERMAIER –
de adesão do paciente. Comentários finais: A litera-
carolpompermaier@gmail.com
tura evidencia que sua utilização pré-operatória é um
regime seguro e efetivo para a abordagem de câncer
avançado de reto. No entanto, no Brasil, ainda precisa
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL ser mais difundida. Assim, é relevante a discussão, pois
CÓDIGO: 62011 pode resultar em alto impacto orçamentário para o Sis-
tema Único de Saúde.
REGRESSÃO COMPLETA DE Contato: BRUNA COELHO LACERDA – brunac.lacerda@
ADENOCARCINOMA DE RETO yahoo.com.br
MODERADAMENTE DIFERENCIADO
INTRAMUCOSO COM RADIOTERAPIA
SHORT COURSE NEOADJUVANTE –
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
RELATO DE CASO
CÓDIGO: 59884
Autores: Bruna Coelho Lacerda; Ana Carolina Sobreira
Abrahão; Verônica Pereira Ton; José Francisco Ferreira
Lima; Mayara Sanae Fujimoto; Cassiana Miranda de
RELATO DE CASO – LEIOMIOMA
Pinho Tavares; Gian Carlo Jiorio de Almeida; Edmar RETROPERITONEAL
Lopes da Silva Neto; Autores: Pâmella Bertoldi Soares; Lara Borges Cecílio;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO Gabriela de Lima Alves; Gabriel Borges Barbosa; Jane
RIO DE JANEIRO Monteiro Godoi Bernardes; Guilherme Freire Angotti
Carrara; Luiz Carlos Furtado de Almeida Júnior;
Apresentação do caso: Paciente feminina, 80 anos,
Instituição: UNIVERSIDADE DE UBERABA
natural do Rio de Janeiro, do lar. Há dois anos iniciou
quadro de constipação associado à tenesmo, hema- Apresentação do caso: O.F.C, sexo feminino, 57 anos,
toquezia e dor pélvica. Ao toque retal, foi verificada G4, P4, N4, história prévia de histerectomia total há 2
lesão a aproximadamente 7cm do canal anal. A RNM anos devido a quadro de miomatose uterina. Foi admi-
de pelve evidenciou lesão expansiva sólida de aspecto tida com quadro de dor há 1 ano em hipocôndrio direito
vegetante e infiltrante comprometendo o reto inferior com irradiação para flanco direito, de forte intensidade
e médio, determinando redução da sua luz, medindo e piora progressiva. Sem hematúria e demais queixas.
cerca de 60mm de extensão. A retossigmoidoscopia Dor a palpação de hipocôndrio e flanco direitos, punho
com biópsia demonstrou lesão vegetante, com ulcera- percussão dolorosa à direita. Sem massa palpável. TC
ção central, a aproximadamente 9cm da margem anal, de abdome evidenciou lesão ovalar, isodensa, de limites
sugerindo blastoma avançado de reto médio. LHP de definidos, medindo 1,5 x 4,9 x 5, 4 cm adjacente ao polo
biópsia de reto confirmou adenocarcinoma de reto superior do rim direito. RNM de abdome visualizou le-
moderadamente diferenciado. A lesão de reto foi esta- são heterogênea com limites definidos junto a cápsula
diada (T3N0M0). Realizada RXT short course neoadju- posterior do polo superior do rim direito. Biópsia guia-
vante, utilizando uma dose total de 2500cGy em cinco da por TC constatou tumor histologicamente benigno
aplicações diárias consecutivas de 500cGy, em pelve. de músculo liso. A imuno-histoquímica sugeriu neopla-
Paciente foi submetida à ressecção anterior de reto a sia mesenquimal fusocelular de baixo grau. Realizou-se
Hartmann, sem intercorrências. Cavidade acessada via ressecção cirúrgica da lesão retroperitoneal cujo anato-
laparotomia mediana (supra-infra umbilical). Não fo- mo patológico mostrou neoplasia benigna de músculo
ram encontrados líquido livre ou implantes. Realizada liso, pesando 20 g e medindo 6, 0x4,5 cm, composta
ligadura de veias e artérias retais superiores, com dis- por feixes com orientação variada de músculo liso sem
secção do mesorreto até reto inferior; grampeamento necrose, sem figuras de mitose e sem atipia celular.
distal, proximal e colostomia terminal à esquerda. Peça Discussão: Os tumores de retroperitônio representam
cirúrgica, encaminhada para estudo anatomopatológi- 0,2% de todas as neoplasias, sendo que 85% apresen-
co. mediu 24cm de comprimento, com circunferência tam comportamento maligno e apenas 15% benigno.
interna de 7cm na margem proximal e 5cm na mar- Dentre as lesões benignas destaca-se os leiomiomas,
gem distal. Foram isolados 10 linfonodos epicólicos, 2 tumores com incidência menor que 1%, sendo mais
linfonodos paracólicos, 2 linfonodos do polo vascular frequentes nos tratos geniturinário e gastrointestinal e

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raros em retroperitônio. Acomete qualquer faixa etá- tes com carcinoma epidermoide do pênis apresentam
ria, tem crescimento insidioso, geralmente assintomá- linfadenopatia, contudo apenas metade apresenta
tico ou oligossintomático, podendo chegar a grandes comprometimento metastático linfonodal. Paciente
volumes. Sintoma mais frequente é a dor abdominal submetido penectomia total paliativa antes de realizar
inespecífica podendo apresentar também massa pal- tratamento de quimioterapia. A análise anatomopato-
pável. Outras queixas que podem ocorrer são anorexia, lógica da peça cirúrgica revelou carcinoma epidermoide
náuseas/vômitos, ascite, alteração do hábito intestinal moderadamente diferenciado apresentando infiltração
e edema de membros inferiores por compressão da da glande, corpos cavernosos esponjoso e uretra, pre-
veia cava. Comentários finais: O diagnóstico dos tu- sença de invasão angiolinfática e perineural. Após cirur-
mores retroperitoniais raramente é realizado somente gia iniciou tratamento quimioterápico. Como descrito
pelo quadro clínico e exame físico, deve-se ampliar ava- na literatura a quimioterapia adjuvante é indicada para
liações clínicas e exames de imagem, permitindo esta- casos considerados de alto risco de recidiva local e dis-
belecer um diagnóstico preciso. A literatura evidencia seminação sistêmica. Além dos casos com prognósticos
uma associação entre leiomioma e patologias gineco- ruim por comprometimento linfonodal bilateral, linfo-
lógicas como história prévia de miomatose uterina. O nodo comprometido com mais de 2 cm de diâmetro,
tratamento cirúrgico é a melhor opção para os tumores envolvimento de linfonodos pélvicos e disseminação
retroperitoniais, devendo ser indicado o mais precoce- extra capsular linfonodal.
mente, pois freqüentemente há invasão de estruturas
Contato: LETÍCIA SIGNORI KOHL – leticiaskohl@gmail.
nobres durante seu crescimento, o que torna menor a
com
sua ressecabilidade.
Contato: PÂMELLA BERTOLDI SOARES –
pamellabertoldi@gmail.com
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
CÓDIGO: 60208

TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA CARCINOMA DE CÉLULAS RENAIS


CÓDIGO: 60438 PAPILÍFERO EM PACIENTE JOVEM
SUBMETIDO À NEFRECTOMIA
RELATO DE CASO CÂNCER DE PÊNIS Autores: Carolina Nogueira Ferraz Tremonte; Pollyana
Autores: Letícia Signori Kohl; Ícaro Alexandre de Ardavicius e Silva; Matheus Bartolomei de Siqueira
Azevedo; Víctor Sánchez Zago; Andressa Van Riel; Corradi; Bruno Amantini Messias; Paula de Julio
Luciano Alt; Ivan Neutzling Ludtke; Bernardo Cenci Matheus; Leonardo Marques Silveira; Vitoria Castro
Basso; Maurício Rodrigues; Marcos; Ciro Franco Reis;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DA FRONTEIRA SUL Instituição: HOSPITAL GERAL DE CARAPICUIBA
Apresentação do caso: Paciente D.N.L., 70 anos, mas- Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino,
culino, hipertenso, etilista e tabagista. Procurou aten- 35 anos, sem comorbidades história de um ano de evo-
dimento médico por lesão no pênis. Ao exame físico lução de dor em flanco direito, associada a massa de
apresentava lesão vegetante ulcerada (05X04 cm) aco- crescimento progressivo, sem outros sintomas. Iden-
metendo todo o pênis até sua base e presença de linfo- tificado em tomografia computadorizada de abdome
adenomegalia inguinal palpável bilateralmente. Estudo volumosa lesão expansiva sólida com área de degene-
de biópsia da lesão revelou carcinoma epidermoide ração cística/necrose e focos de calcificação medindo
moderadamente diferenciado. Conforme a literatura, cerca de 18x15 cm em topografia de rim direito, deter-
o câncer de pênis é uma neoplasia rara, ocorrendo minando compressão da veia cava. Submetido à lapa-
95% do tipo carcinoma epidermoide. Representa 2 % rotomia exploradora, identificado lesao tumoral com
de todos os tipos de câncer masculino, sendo que Bra- compressao lateral da veia cava, com intimo contato
sil apresenta uma das maiores incidência de câncer de com a borda inferior do figado, aderido frouxamente ao
pênis do mundo com destaque para as regiões Norte colon ascendente e transverso. Optado pela realizacao
e Nordeste. Dentre os fatores de risco encontra-se má da manobra de Cattel, ligadura da arteria renal direita
higiene peniana, retenção de esmegma e fimose, esta na confluencia da veia cava e rafia de suas tributarias e
estando presente em 25-75% dos pacientes acometi- nefrectomia direita radical. Paciente recebeu alta no 3
dos por essa patologia. Estudos apontam associação pos operatório, em boas condições clinicas. Resultado
entre o tabagismo e o câncer de pênis, e incluem aos anatomopatológico: carcinoma de células renais papi-
fatores de risco o número de parceiros sexuais e doen- lífero, tipo 2, margens cirúrgicas livres, ausência de in-
ças sexualmente transmissíveis. Também demonstram vasão angio-linfatica, estadiamento T2b. Grau nuclear
prevalência de 40% do papiloma vírus humano em le- de Fuhrman 2. Discussão: Os carcinomas de células
sões neoplásicas penianas. O primeiro sítio de metás- renais (CCR), se originam no córtex renal, são respon-
tases dessa neoplasia é a região inguinal, desta forma sáveis por 80 a 85% de todas as neoplasias renais pri-
a linfadenectomia inguinal consiste em procedimento márias.CCR é aproximadamente 50% mais comum nos
terapêutico e profilático. Inicialmente, 50% dos pacien- homens em comparação com as mulheres. Ocorre pre-

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dominantemente na sexta a oitava década. É incomum vespertina diária e perda ponderal significativa. Nova
em pacientes com menos de 40 anos e raro em crian- TC revelou volumosa lesão expansiva vesical em pare-
ças.A classificação histológica dos CCRs é de extrema de lateral direita, comprometendo o meato ureteral e
importância, uma vez que a determinação dos subtipos severa hidronefrose ipslateral. Foi considerado inapto
histológicos tem significativas implicações prognósticas para realizar cistectomia e instituiu-se programa de
e terapêuticas. As variantes histológicas mais comuns paliação. O paciente foi a óbito 2 semanas após. Dis-
são células claras, papilífero e cromófobo.O CCR do tipo cussão: Os carcinomas sarcomatóides de bexiga são
Papilífero é responsável por aproximadamente 15% de tumores raros, representando apenas 0,3% das ma-
todos os cânceres de rim, origina-se do túbulo proximal. lignidades de bexiga. De mau prognóstico e taxas de
Esta variante apresenta dois subtipos baseados na sua sobrevida global média abaixo de 20 meses, são com-
aparência histológica e comportamento biológico. Es- postos tanto por elementos sarcomatosos de tumores
ses dois subtipos têm prognósticos bastante distintos. mesenquimais quanto por elementos de carcinoma de
Para pacientes com carcinoma de células renais resse- células epiteliais. O componente epitelial mais frequen-
cáveis estágio I, II ou III, a nefrectomia radical tem sido temente encontrado é o carcinoma transicional de alto
a abordagem mais utilizada.Comentários:O carcinoma grau (80%) e componente mesenquimatoso, o osteos-
de células renais é uma doença ameaçadora à vida, sarcoma (37%), sendo o Leiomiossarcoma apenas 7%
pois possui curso de evolução silencioso e prognóstico dos casos. Devido à natureza agressiva desta neoplasia
reservado. Muitos pacientes sintomáticos apresentam e sua tendência de recorrência local, cistectomia radical
ao diagnóstico tumores de grande porte e com elevado parece ser o tratamento de escolha para esses pacien-
grau de diferenciação celular. O diagnóstico precoce é tes. Comentários finais: A alta e rápida letalidade dos
essencial para evolução favorável. carcinomas sarcomatóides de bexiga indicam o trata-
mento cirúrgico agressivo como melhor escolha. Ape-
Contato: CAROLINA NOGUEIRA FERRAZ TREMONTE –
sar de forte tendência, o papel da terapia multimodal,
carolinatremonte@gmail.com
quimioterapia com ou sem radioterapia associados,
ainda não é claro, e, portanto, se vê necessário estudos
futuros afim de se determinar a melhor conduta.
TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS Contato: LAURIENE MAIA SANT´ANNA – lauriene.
CÓDIGO: 60193 maia@hotmail.com

CARCINOMA SARCOMATÓIDE
DE BEXIGA COM COMPONENTE
MESENQUIMATOSO RARO TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
CÓDIGO: 60331
Autores: Lauriene Maia Sant´Anna; Rayane Lima
Domingues; Wellington Fernandes; Thales Cavalcante
Ramos; Wenderson Magno Cruz; Gessica Garcia; CARCINOMA UROTELIAL SEM
Rodolfo Kenji Siroma; Gabriel Slongo dos Santos; HEMATÚRIA EM MULHER JOVEM
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA Autores: Maurílio de Cássio Golineli; Guido Vieira
CATARINA Gomes; Alexandre Laranjeira Junior; Otávio e Silva
Rodrigues Filho;
Apresentação do caso: Paciente masculino, 64 anos,
tabagista, sem comorbidades, apresentou hematúria Instituição: CENTRO DE ONCOLOGIA DOURADOS
macroscópica e disúria. Procurou atendimento após 2 Apresentação do caso: Paciente L.M.A., sexo feminino,
meses. Realizado USG seguido de TC de estadiamento 35 anos, previamente hígida, procurou atendimento no
que evidenciaram volumosa lesão vesical, invasiva no UPA com quadro de queda estado geral e oligúria. Exa-
assoalho, sem plano de clivagem com a próstata. Re- mes apresentavam hiperuremia. Exame físico: massa
alizada Ressecção Transuretral incompleta da lesão, a palpável em região hipogástrica, ginecológico com apa-
cistoscopia evidenciou ainda inúmeras outras lesões gamento colo uterino (biopsiado) e sem lesões vegetan-
pequenas. Re-RTU foi realizada após 6 semanas. O ana- tes. Referia dor lombar a esquerda, de moderada inten-
tomopatológico apontou neoplasia pouco diferenciada sidade, sem fator desencadeante, há aproximadamente
com infiltração dos tecidos circunjacentes, extensa área 8 meses de evolução. Negou tabagismo, hematúria,
de necrose e componente mesenquimatoso favorecen- perda ponderal, história de câncer na família e outras
do aspecto de leiomiossarcoma. A imunohistoquímica comorbidades. Submetida inicialmente a US abdominal
complementar evidenciou quadro morfológico e perfil total que evidenciou massa heterogênea na bexiga, in-
consistentes com Carcinoma Urotelial Sarcomatóide de vadindo fundo do saco vesico uterino. TC não contras-
alto grau histológico. Iniciou acompanhamento com on- tada de abdome total, massa tumoral de 9, 3 x 9, 7cm
cologia clínica e foi indicada cistectomia radical. Devido com compressão extrínseca do trígono vesical. Realiza-
ao quadro consumptivo severo e hematúria persisten- do ureterocistoscopia demonstrando irregularidade do
te, foi internado para melhora do Status Performance. assoalho vesical e extensas áreas de necrose, biópsia
Após 10 meses do início dos sintomas, apresentava da parede (negativo para neoplasia). Programado deri-
piora do quadro clínico, disúria, dor abdominal, febre vação urinária (ureterostomia) para resolução quadro

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renal e dialítico. A paciente foi submetida a cistectomia nóstico de LC. Em seguimento no tratamento oncológi-
radical, histerectomia total ampliada e ureterostomia co. Discussão: A Carcinomatose Leptomeníngea (LC) é
cutânea, por ressecabilidade tumoral. Anatomopato- uma complicação neurológica grave que ocorre em 5%
lógico detectou neoplasia maligna pouco diferenciada, os pacientes com câncer. Mais identificada em metásta-
carcinoma. Complementado com imunohistoquímica ses de leucemia, linfoma, câncer de pulmão e melano-
que confirmou Carcinoma urotelial de alto grau, com ma. No câncer gástrico o comprometimento das lepto-
positividade para GATA-3 e p63. Foi estadiado como meninges é raro. O quadro clínico da LC caracteriza-se
pT4a, pNX, pMX, com infiltração em óstios ureterais principalmente pela presença de cefaleia, distúrbios vi-
direito e esquerdo, corpo e colo uterino além de cúpu- suais e alteração no nível de consciência, sua presença
la vaginal. Após confirmação anatomopatológica, foi revela um prognostico devastador. Apresentamos um
submetida a segundo tempo cirúrgico, realizado linfa- caso de Carcinomatose Leptomeníngea secundária a
denectomia pélvica com congelação (positiva em fossa adenocarcinoma gástrico em período curto do diagnós-
obturadora direita) e reconstrução urinária neobexiga tico do tumor primário com RMN inespecífico, LCR com
continente. Encaminhada para tratamento adjuvante citologia negativa e pesquisa de células neoplásicas
com radio-quimioterapia. Discussão: O câncer de be- com raras células epitelioides indefinidas com discre-
xiga corresponde a 6% de todos os tumores malignos, ta atipia nuclear e vacúolos citoplasmáticos em meio a
sendo o nono tipo mais comum. Mais prevalentes no leucócitos Comentários finais: Sintomas neurológicos
sexo masculino, com proporção 3:1, com maior incidên- como cefaleia persistente, alteração do nível de cons-
cia na sexta década de vida, sendo o tabagismo o princi- ciência ou paralisia de nervos cranianos em pacientes
pal fator de risco e a hematúria a principal manifestação oncológicos devem ser minunciosamente investigados,
da doença. Comentários finais: O carcinoma urotelial em destaque no cancer gástrico devido sua raridade e
de alto grau é uma doença de alta morbimortalidade e falta de conduta terapêutica padrão.
com grandes taxas de recidiva e metástase. Este caso
Contato: LAURIENE MAIA SANT´ANNA – lauriene.
traz uma apresentação clínica atípica (ausência de he-
maia@hotmail.com
matúria), com paciente fora padrões epidemiológicos,
idade e sem fator de risco ambiental (tabagismo).
Contato: MAURÍLIO DE CASSIO GOLINELI – ma_
golinelli@hotmail.com TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
CÓDIGO: 61754

CARCINOSSARCOMA PRIMÁRIO DA
TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO VAGINA
CÓDIGO: 60203
Autores: Mariana de Castro; Fabio Roberto Fin;
Marciano Anghinoni; Bruno Roberto Braga Azevedo;
CARCINOMATOSE LEPTOMENÍNGEA Teresa Cristina Santos Cavalcanti; Priscila Nunes Silva
COMO APRESENTAÇÃO RARA DE Morosini; Nayara Vilas Novas Greselle; Debora de Melo
ADENOCARCINOMA GÁSTRICO Gagliato;
Autores: Lauriene Maia Sant´Anna; Wellington Instituição: HOSPITAL SÃO VICENTE
Fernandes; Rayane Lima Domingues; Rodolfo Kenji Apresentação do caso: SIMF, feminino, 70a. Paciente
Siroma; Kamilla Schimitz Nunes; Thales Cavalcante em follow up por neoplasia de endométrio (adenocar-
Ramos; Andrezza Fabrízia Bertoli;
cinoma endometrióide, G2, pT2Nx) submetida à histe-
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA rectomia, radio e braquiterapia em 2011. Em consulta
CATARINA
de seguimento em 2015 apresentou queixa de sangra-
Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 67 mento vaginal; ao exame especular evidenciou-se nova
anos. Diagnosticado com adenocarcinoma gástrico de lesão em parede vaginal. Realizado biópsia com laudo
fundo, pouco diferenciado. Evoluiu com cefaleia occipi- histopatológico confirmando tumor mulleriano malig-
tal com piora progressiva, confusão mental e rebaixa- no (carcinossarcoma) com componente epitelial com-
mento do nível de consciência e um episódio de síncope. posto por adenocarcinoma endometrióide. Solicitado
Apresentando discreta desorientação, rigidez de nuca a revisão da lâmina da neoplasia anterior, não sendo
e marcha atípica. Em ressonância magnética de crânio identificado componente sarcomatóide na neoplasia
identificou-se acúmulo mínimo com hipersinal em Flair, de endométrio. Seguiu com exames de estadiamento:
ocupando os sulcos corticais na alta convexidade cere- ressonância magnética identificando lesão expansiva
bral junto aos lóbulos paracentrais. Conclusão: ines- preenchendo a topografia vaginal, medindo 7, 2cm, em
pecífica. Ao LCR liquor límpido, sem desenvolvimento íntimo contato com a bexiga, parede anterior do canal
bacteriano, citologia negativa, glicose 31 e proteínas anal e parede posterior da uretra; tomografia de tórax
totais 71,2. Pesquisa de células neoplásicas: raras célu- com nódulo de 21mm suspeito para implante secun-
las epitelioides indefinidas com discreta atipia nuclear dário; exame de PET-CT não evidencia metabolismo
e vacúolos citoplasmáticos em meio a leucócitos. Após significativo em nódulo pulmonar, porém confirmou le-
avaliação por equipe de neurologia, confirmado diag- são com aumento de metabolismo em vagina, além de

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linfonodos em cadeias ilíaco-obturatórios bilaterais. In- fita); exploração das fossas para-retais e para-vesicais
dicado pela oncologia clínica tratamento quimioterápi- – livres (avaliação ressecabilidade); identificado inva-
co com 7 ciclos de carboplatina + placlitaxel. Solicitado são da veia ilíaca externa dir; Procedido: Exenteração
novo PET-CT para avaliação de resposta pós-quimiote- pélvica total supra-elevadora com ressecção da parede
rapia, no qual se evidenciou resposta clínica completa. abdominal, alça de delgado (anastomose prévia), veia
Proposto colpectomia + linfadenectomia pélvica bila- ilíaca externa dir em bloco, linfadenectomia pélvica bi-
teral, contudo o procedimento foi contraindicado por lateral, linfadenectomia retroperitoneal D4; reconstru-
quadro de IAM seguido de revascularização durante o ção da linha urinária com Bricker (equipe da urologia),
meio do ciclo seguido de TVP ao final do ciclo. Pacien- reconstrução da perede abdominal com tela de proced,
te segue com exames trimestrais, mantendo doença anastomose colo-retal e íleo-colostomia (mickulicz).
em remissão. Discussão: o carcinossarcoma primário Não realizado reconstrução venosa sendo a drenagem
da vagina é um tumor raro de histogênese ainda não do membro mantida pelas veias epigástricas e circun-
bem definida. Alguns autores defendem que, pelo fato flexa. AP: Bx, Útero, Anexos e Colorretal, presença de
de fundo vaginal ser originário dos ductos mullerianos, extensa infiltração por adenocarcinoma recidivado de
sua origem seja semelhante aos dos tumores mulleria- padrão tubular moderadamente diferenciado, Linfo-
nos uterinos, outra teoria explorada é a da conversão, nodos livres Discussão: Aproximadamente 10% dos
em que o elemento dominante nos carcinossarcomas adenocarcinomas reto apresentam-se com invasão de
do trato genital feminino é o epitelial, os elementos órgãos adjacentes sem metástases distância. A exten-
sarcomatosos evoluem do carcinoma como um fenô- são da doença loco-regional e a distância são melhor
meno secundário, podendo a exposição à radiação ser avaliados por RM e CT. Apesar de critérios de resseca-
um desses fenômenos. Comentários finais: os tumo- bilidade definidos é recomendável avaliação em serviço
res mullerianos malignos primários da vagina são en- oncológico com equipe multidisciplinar para que deste
tidades ainda pouco estudadas e de mau prognóstico modo o melhor resultado possível possa ser alcançado.
(semelhante aos de origem uterina). O tratamento ci- Comentários finais: Evoluiu com ileostomia de alto dé-
rúrgico, com ressecções alargadas, seguido de quimio e bito, sendo realizado o fechamento de íleo-colostomia
radioterapia adjuvante é a abordagem de escolha para no 28º pós-operatório após a colonoscopia comprovar
o manejo dessa neoplasia. a integridade da anastomose colo-retal. Não realizou
QT adjuvante por falta de performance. Atualmente em
Contato: MARIANA DE CASTRO – mari_castro1006@
seguimento no ambulatório sem evidência de recidiva
yahoo.com.br
de doença há 6 meses.
Contato: DAIANA LOPES DO NASCIMENTO –
dayannamed1@hotmail.com
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
CÓDIGO: 59833

EXENTERAÇÃO PÉLVICA TOTAL SUPRA- TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA


ELEVADORA PARA TRATAMENTO CÓDIGO: 61845
DE ADENOCARCINOMA DE RETO
AVANÇADO EXENTERAÇÃO PÉLVICA TOTAL PARA
Autores: Daiana Lopes do Nascimento; Junea Caris
TRATAMENTO DE RECIDIVA CENTRAL
Oliveira; Tais Menezes Magalhães; Augusto Angelo DE CEC COLO UTERINO
Granado Bottino; André Medeiros de Carvalho; Raul Autores: Daiana Lopes do Nascimento; Júnea Cáris de
Lázaro de Melo Filho; Renato Morati Zanatto; Oliveira; Elisa Beatriz Simioni; Tais Menezes Magalhães;
Instituição: HOSPITAL DR AMARAL DE CARVALHO André Medeiros de Carvalho; Augusto Angelo Granado
Bottino; Raul Lazaro de Melo Filho; Renato Morato
Apresentação do caso: E.C.C, 39 anos. Prole constitu- Zanatto;
ída. Encaminhada ao serviço em 09/2016, após colec- Instituição: HOSPITAL DR AMARAL DE CARVALHO
tomia D na origem para tratamento de adenocarcino-
ma de ceco há 3 meses. EF: ECOG 1 ABD com cicatriz Apresentação do caso: P.C.M de 29 anos com CEC colo
mediana com espessamento saída de secreção fétida; uterino tratada em serviço externo com histerectomia
TV palpado tumoração fixa em fundo de saco vésico- extra-fascial após evoluir com sangramento tv impor-
-uterino TR paredes laterais e paramétrios livres e tante após CAF em 12/15. LHP CEC margens livres. En-
tumoração fixa anteriormente no fundo de saco reto- caminhada para nosso serviço para tratamento. Des-
-vaginal. CEA: 40 Colonoscopia e cistoscopia: lesão ve- conhecemos informações à respeito do estadiamento
getante AP: adenocarcinoma Tática cirúrgica – incisão inicial. Indicado QRT e braquiterapia. No seguimento
lateral cicatriz cirúrgica prévia; No inventário cavitário: evoluiu com sangramento tv; especular com lesão ve-
doença loco-regional envolvendo útero, anexos, bexi- getante em cúpula vaginal; Biópsia: CEC. TR: tumora-
ga, alça de delgado próxima à anastomose com cólon ção semi-fixa, paredes laterais livres. CTS: grande lesão
ascendente e parede abdominal; dissecção e reparo com provável invasão reto e bexiga, discreta dilatação
dos uretéres e vasos ilíacos bilaterais (reparados com ureteral bilat sem linfonodomegalias pélvicas ou retro-

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peritoniais. Cistoscopia: retração mucosa região trigo- compatível com atrofia; antro com enantema discreto
nal; Biópsia: Ausência de neoplasia. Retoscopia: Abau- e várias lesões planas e amareladas, compatíveis com
lamento reto. Cirurgia 01/2017: No inventário cavitário xantelasma, medindo até 10 mm. Foi submetido a gas-
constatada doença loco-regional envolvendo, bx e reto. trectomia atípica, a qual revelou lesão em corpo alto,
Realizado dissecção e reparo dos uretéres e vasos ilí- parede posterior umbilicada de aproximadamente 5
acos bilat (reparados com fita); exploração das fossas cm, com área de acometimento de mucosa, com lesão
(paredes laterais livres); Procedido: Exenteração pélvi- na luz do órgão de aproximadamente 15 cm, distando 3
ca total supra-elevadora, linf pélvica bilat, linf retrope- cm do esôfago; ausência de lesões sugestivas de metás-
ritoneal seletiva; reconstrução da linha urinária com tase; presença de pequena lesão pediculada séssil de
Bricker (equipe da urologia) e anastomose colo-retal aproximadamente 2 cm em borda mesentérica a 30 cm
duplo grampeada e transversostomia em alça. LHP: In- do ângulo de Treitz. Realizou-se a ressecção das lesões
filtração por carcinoma pouco diferenciado da bexiga no estômago e intestino delgado. O exame anatomopa-
e reto livre; margens ureterais e vaginal livres (previa- tológico dos segmentos ressecados evidenciaram: frag-
mente avaliadas no intra-op). Discussão: O câncer de mento do intestino delgado com nódulo mesenquimal
colo uterino no Brasil é o segundo mais incidente e a sem atipias ou necrose medindo 1.0X0.7cm sugestivo
quarta causa de morte por câncer em mulheres. Com de GIST; o fragmento gástrico com neoplasia mesenqui-
instituição de politicas publicas voltadas à detecção mal celular, sem atipias ou necrose medindo 12X8X5.
precoce, a incidência de doença em estádios avança- 6cm sugestivo de GIST; áreas de úlcera péptica com
dos tem diminuído. O tratamento destes tumores em extensão para neoplasia. BX gástrica: processo inflama-
estádio avançados implica maior taxa de recorrência e tório crônico e tecido de granulacão sugestivo de lesão
menor sobrevida quando comparados com os estádios ulcerada. GIST foi confirmado posteriormente através
iniciais. Aproximadamente 25% das pacientes tratadas exame imunohistoquímico. O paciente encontra-se vivo
QRT exclusiva evoluirão com doença recorrente, sen- e sem evidências de recidiva tumoral após 8 meses de
do as recidivas pélvicas centrais candidatas à resgate seguimento. Discussão: Os GIST são tumores origina-
cirúrgico com exenterações pélvicas. A despeito da alta dos das células progenitoras das células intersticiais
morbidade, mortalidade e complicações tardias rela- de Cajal e possuem comportamento imprevisível. Mais
cionadas à reconstruções urinárias, quando indicada de 69% dos GIST são assintomáticos e, quando apre-
em pacientes selecionados este procedimento pode ter sentam sintomas, os mais comuns são hemorragias
uma sobrevida em 5 anos de 20 a 50%. Comentários gastrointestinais, anemia, obstrução, dor, compressão,
finais: Apresentou boa evolução recebendo alta no fadiga e melena. A agressividade do tumor está direta-
6ºPO. Fechamento de colostomia 05/2017 após a onco- mente ligada ao tamanho da lesão, sendo no caso rela-
logia não indicar adjuvância. Seguimento ambulatorial tado um tumor de alto risco devido ao tamanho maior
com exame ginecológico e de imagem 4/4 meses sem que 10 centímetros. O tratamento padrão em lesões de
evidência de doença recorrente. alto risco é a ressecção da lesão e a terapia adjuvan-
te com o Imatinib. Comentários finais: A sugestão de
Contato: DAIANA LOPES DO NASCIMENTO –
GIST pela EDA e a conduta resolutiva coincidem com o
dayannamed1@hotmail.com
que é descrito pela literatura.
Contato: MATHEUS HENRIQUE DE SOUZA GOMES –
mhsgomes94@gmail.com
TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE
CÓDIGO: 60493

GIST EM CORPO GÁSTRICO E DELGADO TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE


Autores: Matheus Henrique de Souza Gomes; Geraldo CÓDIGO: 60458
Ishak; Monique de Oliveira Ferreira; Wesley Alexsandro
Monteiro Lopes; Ádria Cohen de Aguiar; Sannay Valois GIST EM PACIENTE DE 30 ANOS EM
da Silva; HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BELÉM/PA
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ Autores: Matheus Henrique de Souza Gomes; Geraldo
Apresentação do caso: Homem, 60 anos, foi admitido Ishak; Monique de Oliveira Ferreira; Wesley Alexsandro
Monteiro Lopes; Ádria Cohen Aguiar; Sannay Valois da
com queixa de dor epigástrica há 4 meses, associada a
Silva; Thais Feitosa Camacho;
astenia, anemia e perda ponderal de aproximadamen-
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
te 10 kg. Negou melena, hematoquezia ou necessidade
de concentrado de hemácias. Na EDA apresentava le- Apresentação do caso: Homem, 30 anos, internado
são subepitelial subpediculada, de grandes proporções, com histórico de Hemorragia Digestiva Alta há 14 dias,
com superfície com áreas irregulares, ulcerações pro- acompanhada de dor abdominal, melena, hematêmese
fundas e fibrina, medindo 12 cm e com base localizada e associada com perda ponderal de 8Kg em um mês. Ao
em parede posterior do corpo proximal, corpo e fundo exame físico apresentou febre, abdome flácido e dolo-
com redução do pregueado e mucosa esbranquiça- roso a palpação profunda em hipocôndrio e flanco es-
da com aumento da visibilidade do padrão vascular, querdo; e RHA diminuídos. A USG abdominal apresen-

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tou volumoso complexo no baixo abdome com aspecto Apresentação do caso: J.C.J., homem, 68 anos, admi-
heterogêneo, com possível continuidade com alças de tido serviço de ortopedia em 08/13 com dor no quadril
Intestino Delgado, Intestino Grosso e Bexiga. Na EDA há 1 ano. Exames de estadiamento demonstrando aco-
foi descrita pangastrite endoscópica enantematosa dis- metimento do trocanter maior do fêmur dir por lesão
creta e no exame Histopatológico foi identificado pólipo osteolítica. PBA: Neoplasia mesenquimal de padrão
hiperplásico erosado. Na TC de abdome sem contraste condromixóide. Cirurgia na ortopedia em 04/14 com
foi evidenciada volumosa presença de lesão expansiva, LHP / IHQ: Encondroma. No seguimento RM 08/15: Tu-
sólida, se estendendo até a região supraumbilical, onde moração femoral dir com acometimento de trocanter,
apresentou íntimo contato com as alças de delgado, de colo e diáfise proximal e extensão para partes moles.
densidade heterogênea. Foi submetido a Enterectomia Perdeu seguimento e retornou em 10/16 com tumo-
Segmentar com ressecção de parede da bexiga, mais ração palpável com abaulamento em região glútea
enteroanastomose, sem intercorrências e com boa evo- dir. Encaminhado para ambulatório da PPM com CTS
lução pós-operatória. No material do exame histopato- demonstrando acometimento da articulação coxo-fe-
lógico foi notado na macroscopia nas adjacências do moral dir, rarefação fêmur proximal (fratura?) com ex-
segmento de intestino delgado colhido, massa arredon- tensão importante de partes moles posteriormente e
dada aderida medindo 7 x 5 x 5, 5 cm. Na microscopia musculatura de coxa proximal. Feixe vásculo-nervoso
o laudo foi de neoplasia fusocelular com básico índice preservado. PBA: Condrossarcoma. Realizada ampu-
mitótico sugestivo de GIST aonde houve confirmação tação inter-ílio-abdominal dir com reconstrução com
mediante o estudo imuno-histoquímico. Discussão: Os retalho miocutâneo anterior em 06/2017. Apresentou
GIST tem origem em células progenitoras das células boa evolução recebendo alta hospitalar no 5º pós-ope-
intersticiais de Cajal e são tumores imprevisíveis em ratório com dreno de sucção e sonda vesical de demo-
seu comportamento. Sua maioria são assintomáticos ra. Segue em consultas semanais sem dor fantasma
e quando apresentam sintomas as manifestações mais com a ferida completamente cicatrizada aguardando
comuns são: hemorragias gastrointestinais, anemia, conclusão do LHP. 2) Discussão: O condrossarcoma é
obstrução, compressão, dor, fadiga e melena. A des- o segundo tumor maligno primário do osso mais fre-
coberta desses tumores comumente ocorre de forma quente na vida adulta. Os sarcomas de glúteo e coxa
acidental durante exame endoscópico e radiológico e proximal constituem um desafio, visto que os septos
o diagnóstico é determinado por estudo histológico intermusculares ausentes nessa região não cumprem
e imuno-histoquímico através dos marcadores c-KIT, papel de barreira à disseminação das células neoplási-
CD34 e proteína S100. Os GIST‘s podem ocorrer em cas. Deste modo, a hemipelvectomia com reconstrução
qualquer segmento do trato digestório onde haja cama- com retalho miocutâneo ântero-medial da coxa está
da muscular, sendo mais comuns no estômago (67%) e muitas vezes indicada. O grande defeito cirúrgico é co-
intestino delgado (25%). O tratamento padrão em caso berto pelo retalho miocutâneo do quadríceps femoral.
de doença ressecável é a ressecção cirúrgica completa O problema de isquemia de retalhos, que ocorre com
do tumor, cirurgia radical em órgãos com lesões suspei- certa frequência na hemipelvectomia convencional,
tas de invasão pelo tumor, e a terapia adjuvante com o não é observado nesta técnica. Os numerosos ramos
Imatinib. Apesar do tratamento, a recidiva é frequente. musculares dos vasos femorais superficiais ao qua-
Comentários finais: O quadro encontrado no presente dríceps fornecem suprimento sanguíneo ao retalho,
estudo coincide com os achados de GIST relatados an- promovendo um excelente resultado à cirurgia, exceto
teriormente na literatura. pela dor fantasma e sensação de membro persistente
em alguns pacientes. Em virtude da rápida cicatrização
Contato: MATHEUS HENRIQUE DE SOUZA GOMES –
vista neste tipo de retalho, a adaptação de uma prótese,
mhsgomes94@gmail.com
quando requerida, pode ser mais precoce. 3) Comentá-
rios finais: As hemipelvectomias são procedimentos ci-
rúrgicos agressivos e apesar da indicação restrita, pode
TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS ser um procedimento salvador, conferindo cura ou pro-
CÓDIGO: 61825 longado controle da doença locorregional.
Contato: TAIS MENEZES MAGALHAES –
HEMIPELVECTOMIA DE RETALHO taismagalhaes1@hotmail.com
ANTERIOR PARA TRATAMENTO DE
CONDROSSARCOMA DE CINTURA
PÉLVICA
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
Autores: Tais Menezes Magalhaes; Eduardo Marcucci
CÓDIGO: 61873
Pracucho; Gustavo Garcia de Arruda Falcão; Pedro Luiz
Budin; Raul Lazaro de Melo Filho; Andre Medeiros de
Carvalho; Augusto Angelo Granado Bottino; Daiana LEUCEMIA X BARIÁTRICA – O USO DO
Lopes do Narcimento; Renato Morato Zanatto; ÁCIDO ALL-TRANS-RETINÓICO EM
Instituição: HOSPITAL GERAL DE NOVA IGUAÇU PACIENTE COM BYPASS GÁSTRICO

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 247


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Autores: Wilson Paulo dos Santos; Yuri Moresco de Apresentação do caso: OMP, feminino, 63a, proceden-
Oliveira; Giovanna Calil Vicente Franco de Souza; te de Canoinhas-SC. Em junho/2016 a paciente iniciou
Cristiane Lange Sabóia; Carlos Jose Franco de Souza; com quadro de hematúria associado à incontinência
Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO CAJURU urinária. Ao exame ginecológico, identificou-se lesão
pigmentada vegetante em meato uretral, suspeita para
Apresentação do caso: A cirurgia bariátrica hoje é o
malignidade. Proposto plano cirúrgico inicial de biópsia
método mais eficaz e mais difundido para o controle e
excisional, contudo, devido ao padrão de crescimento
o tratamento da obesidade. Somente no Brasil foram
rápido da lesão, optou-se pela realização de ureterecto-
realizados mais de cem mil procedimentos em 2016.
mia segmentar anterior + reconstrução com retalho de
Sendo assim, é possível que alguns pacientes submeti-
mucosa vaginal, efetuada na cidade de origem. O lau-
dos a esta cirurgia acabem fazendo parte das estatísti-
do histopatológico evidenciou neoplasia indiferenciada
cas de pessoas portadoras de leucemia. Em se tratan-
de malignidade indeterminada, sendo que o exame de
do da leucemia mielóide aguda – LMA, esta apresenta
imunohistoquímica confirmou melanoma. A paciente
alguns subtipos, como a leucemia promielocítica agu-
foi encaminhada para o Centro de Oncologia do Hos-
da – LPA, cujo tratamento é o ácido all-trans-retinóico,
pital São Vicente (Curitiba/PR) onde foram realizados
também conhecido como tretinoína. Este relato tem
exames de estadiamento, sendo identificado linfono-
como objetivo descrever o caso de uma paciente em
domegalia em cadeia inguinal direita pela ressonância
pós-operatório tardio de cirurgia bariátrica, que desen-
magnética com acentuado aumento no metabolismo
volveu LPA, porém não respondeu ao tratamento com
pelo PET-CT (SUV 9, 3). Proposto linfadenectomia pél-
tretinoína. Paciente do sexo feminino, 26 anos, subme-
vico-inguinal direita videolaparoscópica, com resultado
tida a bypass gástrico em Y-de-Roux, evoluiu depois de
anatomopatológico confirmando linfonodo metastá-
três anos de cirurgia com leucemia promielocítica agu-
tico compatível com melanoma. Solicitado avaliação
da. Após o diagnóstico, foi iniciado o tratamento com
para tratamento adjuvante, sendo proposto, pela on-
tretinoína, que tem efeito esperado desde a primeira
cologia clínica, tratamento quimioterápico com cispla-
dose. A paciente não apresentou melhora, fato que
tina + temozolamida. Discussão: o melanoma primá-
levou à pesquisa sobre a absorção do medicamento.
rio da uretra feminina é uma neoplasia rara e de mau
Constatou-se que o ácido all-trans-retinóico, derivado
prognóstico, representando cerca de 0,2% de todos os
da vitamina A, portanto lipossolúvel, é absorvido na
melanomas. O tratamento consiste basicamente na
porção proximal do intestino delgado. Portanto, devido
ressecção cirúrgica (segmentar ou alargada) seguida da
ao Y-de-Roux, a tretinoína não era absorvida, ficando
avaliação da drenagem linfática. A indicação e o tipo de
explicado o motivo de a paciente não ter apresenta-
terapia adjuvante são bastante variados, especialmen-
do resposta ao tratamento. Para resolução do caso,
te por não haver um consenso, já que se trata de uma
a paciente foi submetida à cirurgia para realização de
neoplasia rara. Comentários finais: o manejo cirúrgico
gastrostomia no estômago excluso para que o medica-
adequado do melanoma de uretra é um dos fatores de
mento fosse administrado por esta via, passando en-
maior impacto no tratamento da doença. Sendo que a
tão pelo intestino delgado proximal. Com isso, houve
detecção e a intervenção na doença precoce reduzem
remissão da LPA. O bypass gástrico altera não apenas
as chances de recorrências locorreginal e metástase à
a absorção de alimentos, mas também de muitos me-
distância
dicamentos. Em pacientes submetidos à cirurgia bariá-
trica que apresentem comorbidades sem resposta ao Contato: MARIANA DE CASTRO – mari_castro1006@
tratamento, deve-se sempre individualizar cada caso, yahoo.com.br
investigando a farmacocinética e a farmacodinâmica
dos medicamentos.
Contato: YURI MORESCO DE OLIVEIRA – dr.yurimo@
TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE
hotmail.com
CÓDIGO: 59823

PARAGANGLIOMA RETROPERITONEAL
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA EXTENSO E SUA ABORDAGEM
CÓDIGO: 61760 CIRÚRGICA
Autores: Lorena Luiza Siqueira Marques; Luiggi Anselmo
MELANOMA PRIMÁRIO DE URETRA Leonardi; José Pio Rodrigues Furtado; Rachid Eduardo
FEMININA Noleto da Nobrega de Oliveira; Luiz Henrique Locks
Correa; Junior Gil Vicente;
Autores: Fabio Roberto Fin; Eurico Cleto Ribeiro de
Instituição: SANTA CASA DE MISERICORDIA DE PORTO
Campos; Juliano Camargo Rebolho; Mariana de Castro;
ALEGRE
Priscila Nunes Silva Morosini; Nayara Vilas Novas
Greselle; Teresa Cristina Santos Cavalcanti; Guilherme Apresentação do caso: Feminina, 55 anos. Hiperten-
Luiz Stelko Pereira; são essencial de longa data, sem picos hipertensivos
Instituição: HOSPITAL SÃO VICENTE ou demais sintomas catecolaminergicos. Dá entrada

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 248


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

no serviço de Radioterapia do Hospital Santa Rita em Saboia; Rachel Biondo Simões; Luciano de Valle Saboia;
03/2017 – encaminhada do serviço de origem para Sandro Peçanha Pereira;
avaliação de tratamento radioterápico de paraganglio- Instituição: HOSPITAL ANGELINA CARON
ma – biópsia por punção agulha fina em setembro de
Apresentação do caso: M.G.O, masculino, 22 anos,
2015 – confirmação diagnóstica por exame de imuno-
com aumento progressivo de volume do testículo es-
-histoquimica. Procedida tomografia de abdome: lesão
querdo há 1 ano, à ultrassonografia de bolsa escrotal
retroperitoneal tumescente de 18.3 x 14,9 x 17, 5 cm
evidenciou lesão expansiva heterogênea com áreas cís-
determinando compressão do fígado e do polo supe-
ticas e calcificações e com fluxo ao Doppler, medindo
rior do rim direito, deslocando anteriormente a veia
56 x 44 x 51mm. Marcadores: LDH 513 U/L; alfa-feto-
cava inferior. Exames laboratoriais confirmando um
proteína 0,67ng/mL; beta-HCG quatitativo < 1,2 mUI/
aumento de metanefrinas sérica e urinária. Bloqueio
mL. Identificado massa retroperitoneal à tomografia
adrenérgico prévio e ressecção cirúrgica da lesão em
abdominal e pélvica. Radiografia de tórax sem parti-
04/2017 – realizada toracofreno-laparotomia direita
cularidades. Paciente submetido à orquiectomia por à
com controle vascular de veia cava em sua inserção
esquerda, cujo laudo do anatomopatológico foi de neo-
átrio e ressecção em bloco da lesão juntamente com
plasia de células germinativas. Fechado diagnóstico de
linfadenectomia retroperitoneal, cavorrafia, nefrecto-
rabdomiossarcoma alveolar com imunohistoquimica.
mia direita e ressecção parcial do diafragma. Anatomo-
Evoluiu com rápida progressão da doença, apresen-
patologico evidenciando apenas limite cirúrgico medial
tando após 20 dias da cirurgia, massa em fossa supra-
comprometido, peça pesando 2083 gramas e medindo
clavicular esquerda. Iniciado tratamento quimioterá-
21,3 x 21 cm de diâmetro. Tratamento complementar
pico com esquema VAC (Vincristina, Dactinomicina e
com radioterapia 45Gy em leito cirúrgico. Segue acom-
Ciclofosfamida) com plano de 44 semanas. Discussão:
panhamento ambulatorial. Discussão: Paragangliomas
Apesar de ser o tumor sólido mais comum em jovens
consistem em tumores neuroendócrinos raros; com
entre 15 a 35 anos, tumor de testículo é raro, corres-
celularidade idêntica aos feocromocitomas, distinguin-
pondendo de 1 a 1,5% de todos os cânceres no homem.
do-se apenas em localização anatômica extra-adrenal.
Rabdomiossarcoma é o sarcoma de tecidos moles mais
Produtores de catecolaminas, podem cursar com crises
comum da infância (3% das neoplasias malignas pe-
catecolaminergicas que frequentemente contribuem
diátricas). Acomete principalmente cabeça e pescoço,
para a suspeita diagnóstica. A incidência baixa de 2 ca-
trato genitourinário e extremidades. Do trato genitou-
sos/100.000 habitantes, atinge ambos os sexos na mes-
rinário, os locais mais acometidos são bexiga, próstata,
ma proporção quando origem esporádica, podendo
útero, colo uterino, vagina, vulva e área paratesticular.
contudo apresentar-se devido a componente genético
Há 02 tipos principais de rabdomiossarcoma na infân-
(NEM tipo 2/ Sd. Von Hippel Lindau / neurofibromatose
cia: embrionário (mais comum em crianças menores e
entre outros). Cerca de 20% são malignos, sendo que o
com melhor prognóstico) e alveolar (acomete crianças
principal determinante de malignidade configura-se na
mais velhas e adolescentes, é a forma mais agressiva
presença de metástases a distância (ossos, fígado e pul-
da doença). A quimioterapia sistêmica é administrada
mões mais comumente), as quais podem ser diagnosti-
universalmente uma vez que todos os pacientes, presu-
cadas tardiamente – relatos de até 20 anos após o apa-
midamente, apresenta doença micromestastática. Os
recimento do tumor inicial. Não há critérios histológicos
agentes que se mostram ativos individualmente ou em
bem definidos até o momento que facilitem a definição
combinação são Vincristina, Dactinomicina, Doxorrubi-
prognóstica. Os tratamentos iniciais são: cirurgia ou ra-
cina, Metotrexate, Etoposídeo, Topotecano, Irinotecano
dioterapia, tendo pouca resposta a tratamento sistêmi-
e Vinorelbina. Em pacentes com características prog-
co. Comentários finais: O presente relato de caso visa
nósticas favoráveis, tratamento apenas com Vincristina
documentar a abordagem de um raro paraganglioma,
e Dactinomicina é efetivo. Em pacientes com caracte-
extenso e retroperitoneal, em paciente sem história de
rísticas menos favoráveis é necessário a associação
crises catecolaminergicas.
da Ciclofosfamida. Na doença grosseira, está indicado
Contato: LORENA LUIZA SIQUEIRA MARQUES – complementação com tratamento local com cirurgia e
loresiqueira@gmail.com ou radioterapia. Comentários finais: Maioria dos rab-
domiossarcomas ocorre em crianças, porém pode aco-
meter adultos, os quais apresentam, em geral, doença
de crescimento rápido, em partes do corpo menos fre-
TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS quentes e com prognóstico menos favorável.
CÓDIGO: 60351
Contato: SANDRO PEÇANHA PEREIRA – sandropper@
RABDOMIOSSARCOMA ALVEOLAR DE gmail.com
TESTÍCULO EM UM PACIENTE ADULTO
JOVEM
Autores: Ayaka Yamane; Gabriel Volpato; Nayara Rosina TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS
Chaves; Yorgos Luiz Santos de Salles Graça; Henrique CÓDIGO: 59472

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 249


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

RECIDIVA DE CORDOMA DE SACRO – TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS

ABORDAGEM PRONA EXCLUSIVA CÓDIGO: 59473

Autores: Augusto Angelo Granado Bottino; Júnea


Caris de Oliveira; Eduardo Marcucci Pracucho; André
RECIDIVA DE TUMOR DESMÓIDE EXTRA-
Medeiros de Carvalho; Daiana Lopes do Nascimento; ABDMINAL ACOMETENDO MAMA E
Raul Lázaro de Melo Filho; Taís Menezes Magalhães; PAREDE TORÁCICA – ABORDAGEM
Renato Morato Zanatto; TERAPÊUTICA
Instituição: HOSPITAL AMARAL CARVALHO Autores: Augusto Angelo Granado Bottino; Carlos
Apresentação do caso: Paciente M.I.A, 73 anos, admi- Alexandre Polônio; Romeu Frisina Filho; Ary Assumpção
Júnior; André Medeiros de Carvalho; Daiana Lopes do
tida dor lombo-sacral há 6 meses com piora recente e
Nascimento; Taís Menezes Magalhães; Renato Morato
ulceração pele. Eventual incontinência urinária e fecal. Zanatto;
Realizou duas cirurgias prévias em outro serviço e bi-
Instituição: HOSPITAL AMARAL CARVALHO
ópsia incisional em dez/13 com LHP: cordoma de sacro.
EF: ECOG 1, P 42 Kg, pulmões limpos, abdome plano, Apresentação do caso: Paciente CRR, 39 anos, enca-
abaulamento na região sacral com ulceração de pele, minhada do Departamento de Mastologia de nosso
TR Lesão fixa e posterior envolvendo canal anal e reto serviço, previamente submetida a biópsia excisional
distal sem ulceração mucosa, esfíncter flácido TV NDN. de nodulação na mama dir em 04/12 (LHP: Neoplasia
CTs tórax e abdome total: lesão expansiva região sacral Fusocelular com margens comprometida – IHQ tumor
com envolvimento do reto distal, canal anal e múscu- desmóide). Realizou quadrantectomia em 10/12 (LHP:
lo glúteo D, proximidade aos nervos ciáticos Cirurgia Fibromatose Difusa, comprometimento da margem
08/15: Tática operatória – dissecção e afastamento dos profunda de ressecção). Admitida em 11/16 com ulce-
nervos ciáticos bilateralmente; ressecção sacral S2/S3 ração no local de cicatriz cirúrgica prévia. EF: ECOG 1,
em bloco com reto e canal anal em posição prona; sec- pulmões limpos, abdome plano, tumoração ulcerada
cionado cólon com grampeador e obliterado o defeito fixa à parede torácica 4x5 cm QSE dir, axilas e fossas
com útero. Após fechamento perineal primário, matu- livres CT tórax: lesão expansiva na parede torácica, pos-
rado colostomia terminal em QIE por incisão específica. terior ao peitoral maior de 2,9x5, 9cm Cirurgia 03/17:
LHP: Macro: Peça de 21x19x13 cm Micro: Cordoma 10x9 Tática operatória – ressecção da mama dir em bloco
cm com margens livres distando 1 mm do reto e canal com musculatura peitoral e segmento de arcos costais
anal e com infiltração de pele subjacente. 2) Discussão: (3 ao 5º arcos costais dir anterior), drenagem torácica
Cordomas são tumores malignos da medula espinhal fechada e reconstrução da parede torácica com tela de
com origem no tecido ectópico remanescente notocor- márlex e retalho miocutâneo (m grande dorsal). LHP:
dial com crescimento lento, porém localmente agres- Peça de 24x19x9 cm; Tumor Desmóide de 6 cm, mar-
sivo podendo estender-se proximalmente invadindo o gem profunda comprometida (pleura parietal) e infiltra-
canal medular ou progredir anteriormente invadindo o ção de parênquima mamário e de periósteo de arcos
sacro, junção sacro-ilíaca, tecidos e órgãos pélvicos ad- costais; Margens laterais livres. 2) Discussão: Tumores
jacentes. Geralmente se apresenta com quadro de dor desmóides são derivados de fibroblastos, sem poten-
lombossacra moderada a intensa devido à destruição cial metastático, porém com alta agressividade local e
óssea e compressão de raízes nervosas, progressiva, podem ser responsivos a estimulo hormonal. São mo-
de difícil controle e podendo evoluir com déficit motor deradamente responsivos à RT, porém, o tratamento
e autonômico. O tratamento padrão é cirúrgico, com mais eficaz é cirúrgico com margens amplas, sendo a
objetivo de obter-se uma cirurgia R0 pesando sempre RT deixada para casos em que o tratamento cirúrgico é
custo benefício em qualidade de vida devido à relação contra-indicado ou com margens próximas. Devem ser
entre grandes ressecções e seqüelas funcionais. Foi re- ressecados com margem mínima de 2 cm, pois o ato ci-
alizada abordagem exclusiva pelo períneo por tratar-se rúrgico aumenta a agressividade do tumor caso o mes-
de uma lesão baixa S3/S4. Apesar de ser uma neoplasia mo não seja completamente ressecado, exceto quando
com baixa resposta à QT e RT, foi optado por radiote- atingidos limites máximos das margens (pele/cavida-
rapia adjuvante por se tratar de uma neoplasia já ma- de). Estruturas e órgãos contíguos acometidos devem
nipulada previamente. 3) Comentários finais: Paciente ser ressecados em bloco. Devido à invasão de parên-
evoluiu sem déficits motores permanentes, porém com quima mamário, parede torácica e arcos costais, foi op-
bexiga neurogênica. A sonda vesical foi mantida no tado pela ressecção em bloco dos tecidos acometidos
pós-operatório precoce e encaminhada para tratamen- sendo necessária reconstrução da parede torácica com
to na urologia. Atualmente realiza auto-cateterismo ve- tela e retalho miocutâneo. 3) Comentários finais: Pa-
sical intermitente, sem evidência de recidiva de doença ciente evoluiu sem intercorrências no pós-operatório.
há 22 meses. Não apresenta nenhuma seqüela além de sensibilidade
local. Encontra-se em seguimento há 6 meses sem evi-
Contato: AUGUSTO ANGELO GRANADO BOTTINO –
dência de recidiva da doença.
Granadomed@hotmail.com
Contato: AUGUSTO ANGELO GRANADO BOTTINO –
Granadomed@hotmail.com

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 250


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS


CÓDIGO: 61901 CÓDIGO: 59471

SARCOMA GIGANTE DE GLÚTEO SARCOMA RETROPERITONIAL COM


Autores: Luana Vital Koike; Isack Bruno Neves Marques; INVASÃO VASCULAR – ABORDAGEM
Biazi Ricieri Assis; Bruno José Martini Santos; TERAPÊUTICA
Instituição: UNIFOA – CENTRO UNIVERSITÁRIO DE Autores: Augusto Angelo Granado Bottino; Eduardo
VOLTA REDONDA Marcucci Pracucho; Daniel Colares Vasconcelos; Andre
Medeiros de Carvalho; Daiana Lopes do Nascimento;
Apresentação do caso: Paciente J. R. P. G, feminina, 51
Raul Lázaro de Melo Filho; Taís Menezes Magalhães;
anos, natural de Barra do Pirai – RJ e residente de Volta Renato Morato Zanatto;
Redonda – RJ, com história de massa na nádega esquer-
Instituição: HOSPITAL AMARAL CARVALHO
da com 8 meses de evolução. Queixa de desconforto
devido ao tamanho da massa. Ao exame: massa indo- Apresentação do caso: RLO, 33a, realizou laparoto-
lor, de consistência firme ocupando quase a totalidade mia para bx em 11/14. Em 12/14, ileostomia em alça
da nádega esquerda. Tomografia computadorizada da por obstrução intestinal. Encaminhado para tratamen-
pelve mostrou volumosa lesão expansiva com densi- to especializado. LHP e IHQ (revisados): Tumor Maligno
dade de partes moles e realce heterogêneo medindo de Bainha de Nervo Periférico. CT tórax e abdome total
cerca de 18, 6 x 12,3 cm nos maiores eixos, acometen- 03/15 – tumor heterogêneo retroperitoneal envolvendo
do planos musculares do glúteo máximo e gordura vasos ilíacos e parede abd. à D de 9, 3x9, 0cm. Nódulo
subcutânea lateral e posterior do quadril esquerdo. A hepático hipodenso S8. EF: ECOG 1, P88 Kg, pulmões
paciente foi então submetida a tratamento cirúrgico limpos, abd. depressível com cicatrizes mediana e pa-
no dia 14/01/2017, com ressecção da massa em bloco ra-mediana D, tumor fixo em FID sub-cicatricial, pulsos
pesando 2,92 kg, com margem reduzida, englobando o femorais (+), edema +/+4 MID. PBA nódulo hepático:
músculo glúteo máximo esquerdo. Os vasos glúteos in- Hemangioma Encaminhado para QT paliativa por recu-
feriores e o nervo isquiático foram preservados, houve sa incial à cirurgia. Progressão de doença loco-regional
cobertura adequada após a retirada da lesão. A pacien- na vigência de QT (doxo e ifo), porém sem evidência de
te apresentou boa evolução, sem intercorrências no doença à distância. Encaminhado para re-avaliação na
pós-operatório imediato ou tardio. O diagnóstico histo- cirurgia. PET-CT 02/16 – tumoração em FID com SUV
lógico da massa foi sarcoma de baixo grau, confirmado 13,6 e nódulo hepático S8 sem expressão metabólica.
pela imuno-histoquímica. Discussão: Os Sarcomas de Cirurgia 06/16 Tática operatória: Incisão de Karakousis,
partes moles correspondem a 1% das neoplasias malig- exposição e controle dos vasos ilíacos à D (proximal) e
nas do adulto, sendo a maior parte deles originários do vasos femorais comuns à D (distal), ressecção em bloco
mesoderma. Esses tumores não necessariamente pro- com cólon D, íleo terminal, vasos ilíacos ext D, n gêni-
duzem sintomas, visto que podem ser encobertos pelo to femoral, bexiga (parcial), ligadura dos vasos ilíacos
tecido adiposo e assim detectados mais tardiamente. A int, reconstrução arterial com prótese dacron 8x60mm
abordagem inicial, sempre que possível, é a ressecção e ligadura da v ilíaca ext D proximal à emergência da
completa do tumor com margens adequadas. A sobre- v circunflexa D; anastomose íleo-transversa e mantida
vida dos pacientes varia entre 25 a 40% em cinco anos, ileostomia prévia. LHP: Peça de 27, 5x22x12cm; Tumor
a recidiva local ocorre em aproximadamente 33% dos Maligno do Nervo Periférico com extensas áreas de
pacientes. Não é esclarecido se a recidiva local contribui necrose 21x10,5cm, infiltração neoplásica em bexiga,
para a doença metastática à distância e se diminui a so- cólon D e íleo terminal, Margens livres. 2) Discussão:
brevida, embora os pacientes com recidiva local possu- A ressecção vascular em sarcomas de retroperitôneo
am uma taxa de sobrevida global pior que os pacientes atingem uma taxa de morbidade de 36% e mortalida-
que mantêm um controle local da doença.Conclusão: de de 4%. O controle local chega a 82% com sobrevida
A abordagem cirúrgica é reconhecida como primeira em 5 anos cerca de 66% em cirurgias R0,21 meses para
modalidade de tratamento dos sarcomas de nádega, R1 e 8 meses para R2. 3) Comentários finais: Recebeu
especialmente quando se é possível ressecar o tumor anticoagulação plena com enoxaparina no POI por des-
com margens adequadas. Os sarcomas de partes mo- compensação do MID devido à ligadura venosa. No POI
les, embora pouco frequentes, existem e são de bom apresentou sangramento cavitário e na re-op foi iden-
prognóstico quando identificados e tratados adequada tificado sangramento difuso do leito de ressecção. No
e precocemente. 11º PO apresentou novo sangramento cavitário vultoso
e na re-abordagem identificado ponto de vazamento
Contato: LUANA VITAL KOIKE – Luana.koike@hotmail.
na anastomose da a. ilíaca comum e prótese. Reali-
com
zado re-confecção de anastomose vascular. Recebeu
alta no 28º PO com seqüela motora em MID em uso

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 251


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

de anticoagulante oral e meia elástica. Não indicado QT não metastática tornou-se comum nos grandes centros
adjuvante pelo baixo performance. Após 4 meses foi e com a nova abordagem houve aumento no número
admitido com queda do estado geral; exames de ima- de cirurgias conservadoras. As drogas mais utilizadas
gem demonstrando progressão de doença em fígado e são: Metotrexate, Doxorrubicina, Cisplatina, Ifosfamida,
pulmão. Óbito no 15º DIH. Etoposídeo e Epirubicina. Comentários finais: Nossa
paciente apresentou uma boa resposta clínica ao trata-
Contato: AUGUSTO ANGELO GRANADO BOTTINO –
mento neoadjuvante com Paclitaxel, considerado droga
Granadomed@hotmail.com
de 2ª linha no tratamento de osteossarcoma, possibili-
tanto a cirurgia preservadora do membro, com ressec-
ção do tumor com margens livres. Assim, nota-se a im-
TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS portância do diagnóstico precoce, da individualização
CÓDIGO: 59876 do caso e da terapia a ser indicado visando sempre que
possível a cirurgia conservadora.
USO DE DROGA DE 2ª LINHA COMO Contato: GABRIEL VOLPATO – drgabrielvolpato@
QUIMIOTERÁPICO NEOADJUVANTE hotmail.com
PARA TRATAMENTO DE
OSTEOSSARCOMA DE TÍBIA DISTAL
Autores: Gabriel Volpato; Luciano do Valle Saboia; Ayaka
TEMÁRIO: URO – 0NCOLOGIA
Yamane; Leticia Carani Delabio; Marcelo Wescher Cury;
Rodrigo Stengel de Oliveira; Maxuel Fidelis de Almeida; CÓDIGO: 61672
Marcus Tiago Gnata de Freitas
Instituição: HOSPITAL ANGELINA CARON RELATO DE UM RARO CASO DE
METÁSTASE PERINEURAL DE NEOPLASIA
Apresentação do caso: G.M.V, feminino, 23 anos, en- DE PRÓSTATA ACOMETENDO A RAIZ DE
caminhada ao nosso serviço em julho de 2016 com
S2 DIAGNOSTICADO POR PET/PSMA
diagnóstico de Osteossarcoma de alto grau (T1N0M0 –
Estadio Clínico IA) em tíbia distal esquerda, após 01 ano Autores: Laís Guedes Pimenta; Glaucio Antonio Bertolo;
Pedro Lorencini Belloti; Fernanda Cesar Oliveira; Raísa
de investigação por quadro de dor e aumento de volu-
Boninssenha Tessarolo; Mônica Ventura Castiglioni
me em tornozelo. Indicado Quimioterapia Neoadjuvan-
Dornelas; Paulo Ricardo Da Silva Limonge; Isabella
te, esquema de 03 ciclos de Doxorrubicina e Cisplatina, Favato Barcelos;
o qual paciente apresentou diminuição no tamanho do
Instituição: HOSPITAL SANTA RITA DE CASSIA
tumor, porém não o suficiente para cirurgia preserva-
dora do membro. Devido à recusa da paciente em ser Apresentação do caso: Paciente de 65 anos, sexo
submetida à amputação infra-condiliana do membro, masculino, submetido a prostatectomia radical por
iniciado novo esquema de Quimioterapia – 03 ciclos adenocarcinoma de próstata Gleason 10, pT3N0M0 em
de Ifosfamida e Etoposídeo, porém apesar da respos- 2009. Houve progressão de doença linfonodal em 2014
ta clínica após o 1º ciclo, realizado troca do esquema controlada com análago LHRH. Progressão óssea sinto-
para Paclitaxel (Quimioterápico de 2ª linha) devido aos mática em 2016 tratado com radioterapia anti-álgica e
efeitos colaterais às drogas. Completados os 03 ciclos quimioterapia com Docetaxel + Ácido Zoledrônico. Em
observou-se redução importante da lesão, possibilitan- março de 2017 iniciou dor pélvica a direita irradiada
do a ressecção do tumor com margens, com desarticu- para membro inferior direito e nova elevação de PSA.
lação tíbio-társica, com preservação de tendões, nervos RM não evidenciou doença que justificasse a sinto-
e feixe vascular do tornozelo seguida de reconstrução matologia. Realizado PET /PSMA em abril de 2017 que
óssea pela Equipe de Reconstrução e Alongamento Ós- mostrou captação anômala do marcador na região pré
seo do Serviço de Ortopedia e Traumatologia da mes- sacral a direita seguindo o trajeto da raiz de S2, indican-
ma instituição. Conforme laudo do anatomopatológico, do disseminação metastática perineural da neoplasia.
produto de ressecção com margens cirúrgicas livres, Iniciado tratamento com Enzalutamida com queda do
sem evidência de invasão angiolinfática e perineural. PSA e controle da dor. Discussão: Metástases perineu-
Atualmente paciente segue em quimioterapia adjuvan- rais são uma forma de disseminação tumoral onde as
te com Paclitaxel. Discussão: Osteossarcoma é o tumor células se espalham ao longo dos tecidos da bainha do
ósseo primário maligno mais comum entre a primeira e nervo. A incidência global de metástase perineural varia
a segunda década de vida, acometendo, em geral, me- de 2,5 a 5%. É mais frequentemente associada com tu-
táfises de ossos longos, principalmente terço distal do mores das glândulas salivares, tumores de pele incluin-
fêmur e terço proximal da tíbia. Apenas 3% dos casos do melanoma, Linfomas e Sarcomas. Metástases para o
acometem o terço distal da tíbia. Os primeiros sinto- nervo trigêmeo foram relatadas em câncer de mama e
mas são dor e aumento de volume. A amputação ou cólon. Ao nosso conhecimento, casos de metástase pe-
desarticulação era o tratamento padrão, porém a par- rineural em câncer de próstata não foram relatados na
tir da década de 70, o uso de quimioterapia na doença literatura. É importante diferenciar entre invasão peri-
neural e metástase perineural. A primeira é um achado

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 252


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histológico de infiltração local de células do tumor em TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS


pequenos nervos que não podem ser evidenciados ra- CÓDIGO: 61966
diologicamente, enquanto o segundo termo refere-se a
um envolvimento macroscópico à distância visualizado RESSECÇÃO ALARGADA DE
por exames de imagem. A presença de disseminação FIBROSSARCOMA RECIDIVADO
perineural é um fator de mal prognóstico com elevada PRECOCEMENTE
taxa de recorrência e reduzida sobrevida Conclusão:
Autores: Myllena Gomes D‘Almeida; Rafael Santos de
Esse caso mostra uma nova realidade em tumores de Souza; Paulo Roberto Zanin Mesquita; Daniel Nassar
próstata. O advento de métodos de imagem altamente Bergamo; José Elias Galil Filho;
específicos como PET/PSMA nos mostra situações rara- Instituição: UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUCAÍ
mente identificadas oanteriormente como a metástase
perineural acometendo a raiz de S2. O diagnóstico foi Apresentação do caso: Paciente feminina, 62 anos,
fundamental para identificar a etiologia da dor do pa- apresentava-se com massa endurecida, dolorosa e ade-
ciente e tomar medidas específicas de tratamento. O rida a planos profundos em região de flano direito, com
diagnóstico precoce é importante para possibilitar o crescimento progressivo de início há 1 ano. Foi interna-
manejo adequado já que a dor costuma ser intensa e o da para estadiamento do tumor e se possível ressec-
prognóstico reservado. ção. Na tomografia de abdômen apresentava formação
expansiva com densidade de partes moles, medindo
Contato: PEDRO LORENCINI BELLOTI – pedro.belloti@ cerca de 7, 8 x 7, 7 cm, localizada em músculo oblíquo
gmail.com externo à direita, apresentando área hipodensa, asso-
ciado à densificação dos planos gordurosos adjacentes;
nódulos em região dorsal direita; e na tomografoa de
tórax: pequeno nódulo justapleural no pulmão esquer-
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
do; atelectasias pendentes em pulmão direito e eleva-
CÓDIGO: 58225
ção da hemicúpula frênica direita sem doença metas-
tatática descrita. Foi realizada biopsia incisional e no
RESSECÇÃO ABDOMINO – PERINEAL resultado da imunoistoquímica comprovou-se ser um
EXTRA ELEVADORA ROBÓTICA + sarcoma grau 2 histológico, eventualmente originário
COLPECTOMIA de mixofibrossarcoma. O risco cirúrgico baixo e então
Autores: Antonio Claudio Ahouagi; Marcus Valadão; a paciente encaminhada para a cirurgia com intuito de
Rodrigo Otávio; Eduardo Linhares; José Paulo de Jesus; ressecar a lesão. Foi entã submetida a ressecção alar-
Rafael Albagli; Ronald Enrique Delgado Bocanegra; gada de tumor de partes moles em parede abdominal
Jensen Milfont Fong; sob anestesia geral e peridural, com retirada de mús-
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA culo oblíquo interno direito e sua aponeurose. No pro-
Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, cedimento não houve intercorrências. A macroscopia
70 anos apresentando hematoquezia, fraqueza ge- revelou massa pardo-amarelada com área pardacenta,
neralizada, astenia, hiporexia e mudança dos hábitos irregular, medindo 12,5 x 6, 5 x 10 cm. O diagnóstico mi-
intestinais. Referia que sentia também a sensação de croscópico revela neoplasia mesenquimal fusocelular
tenesmo. Procurou atendimento médico, sendo re- correspondente a um fibrossarcoma. Discussão: O fi-
alizados exames de rastreio para câncer colorretal. brossarcoma é um tumor de partes moles originário de
Realizou hemograma com anemia importante (Hb: 7, tecido fibroso associado à musculatura, tendões, fáscia
1), CEA 145. Foi então submetida a colonoscopia que ou aponeurose. Aproximadamente 70% aparecem en-
evidenciou lesão ulcerada bocelada infiltrativa e friável tre a segunda e quinta década de vida, com exclusão
de reto inferior com invasão do canal anal e vagina, . dos de origem congênita que surgem no primeiro ano
TC sem evidencia de lesões a distância. Indicada então de vida. As localizações mais frequentes são tronco,
terapia neoadjuvante com quimio e radioterapia. Foi membros inferiores e superiores, cabeça e periósteo.
então reestadiada, sem progressão de doença e com São tumores agressivos, recorrendo em mais de 50%
remissão parcial da lesão. Foi então indicada a ressec- dos casos e com metástase em mais de 25%. O trata-
ção abdomino – perineal extra elevadora robótica com mento consiste na ressecção ampla e posterior radiote-
excisão do mesorreto+ colpectomia. O tempo perineal rapia e/ ou quimioterapia em alguns casos. Comentá-
foi optado por ser realizado em posição pronada. Foi rios finais: Os sarcomas devem ser entendidos como
colocada tela de Marlex 15 x 15 cm na ferida perineal, um a patologia diferente das lesões de pele e subcutâ-
para a reconstrução local. Total de 4horas e 20 minutos neo comuns, pois seu espectro de lesões é muito vas-
de cirurgia. Paciente evoluiu bem no pos operatório re- to e sua diversidade deve ser valorizada. Sarcomas de
cebendo alta hospitalar no quarto dia de pos op. Peça extremidade e/ou de superfície devem ser tratados por
final: Mesorreto grau III. centros de referência em oncologia que esteja habitua-
dos a este manejo.
Contato: ANTONIO CLAUDIO AHOUAGI CUNHA FILHO
– antonioahouagi@gmail.com Contato: MYLLENA GOMES D‘ALMEIDA – myllenagd@
gmail.com

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 253


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TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL 70% em 5 anos. Cirurgias alargadas em monobloco em
CÓDIGO: 59777 centros especializados são capazes de determinar so-
brevida prolongada a estes pacientes, o que justifica o
RESSECÇÃO ALARGADA PARA CÂNCER procedimento radical.
COLORRETAL LOCALMENTE AVANÇADO Contato: ANDRÉ MEDEIROS DE CARVALHO –
RECONSTRUÍDO COM RETALHO andremcar@gmail.com
FASCIOCUTÂNEO DE TRANSPOSIÇÃO –
RELATO DE CASO
Autores: André Medeiros de Carvalho; Renato Morato
Zanatto; Raul Lázaro de Melo Filho; Augusto Angelo TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
Granado Bottino; Daiana Lopes do Nascimento; Taís CÓDIGO: 61985
Menezes Magalhães; Junea Caris de Oliveira;
Instituição: HOSPITAL AMARAL CARVALHO RESSECÇÃO ANTERIOR DE RETO (RAR)
Apresentação do caso: J.C.L, 59 anos, masculino, bran-
E COLOSTOMIA DE PROTEÇÃO EM
co, casado, natural de Tamarana (PR) e procedente de CARCINOMA ESPINOCEULAR (CEC) DE
Matão (SP). Dor lombar à direita associada a abscesso RETO MÉDIO DIFUSO E INFILTRANTE –
local e emagrecimento de 38 quilogramas (kg) em 8 RELATO DE CASO
meses. Em setembro de 2016, paciente com lesão em Autores: José Francisco Ferreira Lima; Edmar Lopes
dorso associada a plastrão palpável até região ingui- da Silva Neto; Ely Felyppy Soares Lorosa; Vitor Yu Zhu;
nal. O estadiamento revelou câncer colorretal (CCR) e Samarah Christiano de Araújo; Lucas Benata;
lesão expansiva intra e retroperitoneal invadindo pa- Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO
rede posterior do abdome, músculo psoas e fáscia re- RIO DE JANEIRO; UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO
nal, com linfonodomegalias de até 16 milímetros (mm) DO RIO DE JANEIRO
em tomografia contrastada. Demais exames normais Apresentação do caso: C.R.E., sexo feminino, brasilei-
destacando-se CEA de 38, 5 U/ml. Paciente submeti- ra, parda, 49 anos, casada, do lar. Compareceu ao ser-
do a laparotomia exploradora com achado de tumor viço de oncologia com queixa de dor de forte intensida-
de cólon ascendente e ceco com invasão de músculo de e sangramento retal a aproximadamente 5 meses.
psoas, segmento VI hepático e pequena parte do duo- Neste intervalo de tempo perda ponderal considerável
deno. A tática operatória consistiu em ressecção ampla (20Kg). Fumante dos 12 anos aos 30 anos (superior a
do tumor com parede abdominal em monobloco, com 40-maços/ano). Nega uso de outros derivados de taba-
colectomia parcial, linfadenectomia retroperitoneal e co. Histórico familiar negativo para neoplasias. Referiu
pélvica, ressecção de segmento de duodeno com rafia constipação intestinal e dor ao eliminar flatulências. Ao
primária e segmento VI hepático. Realizada ileotrans- exame físico apresentava-se em regular estado geral,
verso-anastomose mecânica e corrigido defeito de pa- ausência de edemas nos membros inferiores, afebril,
rede abdominal com malha de polipropileno com poli- linfonodos não palpáveis, ao toque retal lesão em reto
dioxanona e celulose oxidada regenerada e rotação de lateral esquerdo e posterior e colo fibro-elástico. Atra-
retalho fasciocutâneo de transposição. Pós-operatório vés de colonoscopia, evidenciou-se presença de lesão
sem intercorrências e estudo anatomopatológico com tumoral vegetante e ulcerada a 5cm da margem anal,
adenocarcinoma tubular moderadamente diferencia- com 4cm de extensão, ocupando 1/3 da luz. Laudo
do infiltrativo de 12 x 7, 8 cm com margens negativas histopatológico revelou Carcinoma Espinoceular (CEC)
e sem comprometimento linfonodal, EC: IIC (pT4bN0). de reto médio difuso e infiltrante categoria GI. Inicia-
Realizou adjuvância com esquema QUASAR, follow-up do tratamento quimioterápico com Mitomicina+5-Flu-
de 9 meses exames normais e CEA de 3,3. Discussão: orouracil. Abordagem cirúrgica: ressecção anterior de
CCR localmente avançados representam de 5 a 20% reto (RAR) e colostomia de proteção a nível de cólon
dos casos. Formam grandes massas tumorais com bai- transverso por meio de laparotomia mediana. Presen-
xo índice de metástases. O envolvimento cutâneo por ça de tumoração em reto alto e médio com invasão à
extensão direta do tumor é raro, sem dados estatísti- gordura mesorretal, fáscia de Waldayer, gordura da
cos definidos e aproximadamente 10% dos pacientes fossa obturadora e musculatura adjacente (Piriforme).
com CCR têm invasão de órgãos contíguos no diagnós- Ausência de ascite ou implantes a distância. Ressecção
tico. O princípio das cirurgias alargadas oncológicas extendendo-se do sigmoide ao reto baixo e mesorre-
constituem-se na retirada de órgãos envolvidos por to em monobloco. Ressecamento da fáscia pré-sacral,
contigüidade, em monobloco, de maneira centrípeta gordura da fossa obturadora à esquerda e muscula-
evitando a possibilidade de margem comprometida. A tura adjacente em piecemeal marginalmente. Dissec-
ressecção multivisceral está associada a melhora na so- ção linfonodal inter cavo-aórtica e ligadura da artéria
brevida global (SG). Margem negativa e linfonodos ne- retal superior. Anastomose término-terminal do cólon
gativos são os fatores prognósticos mais importantes. esquerdo com o reto baixo utilizando-se de grampe-
Comentários finais: Pacientes submetidos a cirurgias ador N° 29. Colostomia de proteção em alça de cólon
curativas com linfonodos negativos apresentam SG de transverso médio-proximal. Sangramento de plexo pré-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 254


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-sacral de aproximadamente 550mL. Utilizou-se dreno -se em torno de 35% a 50% para os casos submetidos
de Blake pélvico N°19. Ato operatório com duração de à ressecção radical. O transoperatório dispunha das
8horas e 45 minutos. Discussão: O CEC caracteriza-se seguintes alternativas: ligadura da veia cava inferior as-
por ser uma neoplasia extremamente rara, tratamento sociada à ressecção da neoplasia, com suas consequên-
variável de radio e quimioterapia e tratamento cirúr- cias indesejáveis e possibilidade de edema acentuado
gico. O prognóstico e sintomatologia é semelhante ao nos membros inferiores ou excisão da tumoração e de
adenocarcinoma de reto, tendo a biópsia incisional ou segmento da veia cava inferior com sutura de enxerto
excisional seguida de estudo anátomo-patológico como sintético de politetrafluoroetileno (PTFE) ou biológico
único meio de diferenciá-los. Comentários finais: O com uso de pericárdio bovino. Nesse sentido, as lesões
caso apresentado condiz com literatura vigente e de- de veia cava frequentemente requerem o uso de enxer-
monstra o desenrolar completo do acometimento de tos vasculares. Enxertos sintéticos, usados com sucesso
reto por CEC no qual a abordagem cirúrgica adequada no sistema arterial, não apresentam os mesmos resul-
garantiu sucesso terapêutico. tados no sistema venoso. Apesar dos avanços da cirur-
gia vascular nas últimas décadas, não há enxerto ideal
Contato: JOSÉ FRANCISCO FERREIRA LIMA SIMÃO DE
que preencha todos critérios de biocompatibilidade.
SOUSA – josedemolay@hotmail.com
Comentários finais: A infiltração da veia cava inferior
por Leiomiossarcoma de Intestino Delgado é uma co-
morbidade rara. O relato descrito apresenta uma ocor-
TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO rência incomum dessa condição. Sendo importante a
CÓDIGO: 61844 ressecção do tumor com a preservação da veia cava
para o melhor prognostico cirúrgico.
RESSECÇÃO CIRÚRGICA EFETIVA DE Contato: FELIPE HOLANDA JUNQUEIRA –
LEIOMIOSSARCOMA INVASIVO DO felipe.h.junqueira@gmail.com
INTESTINO DELGADO NA VEIA CAVA
INFERIOR: APRESENTAÇÃO DE CASO
RARO E REVISÃO DE LITERATURA
TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS
Autores: Felipe Holanda Junqueira; Alan Tonassi
CÓDIGO: 61968
Paschoal; Mario Coli Junqueira de Moraes; Mayara
Sanae Fujimoto; Wallace Hostalacio Avelar Martins;
Zenon Telles da Silveira; Ely Fellyppy Soares Lorosa; RESSECÇÃO DE EXTENSO TUMOR
Verônica Pereira Ton; DESMOIDE EM TRANSIÇÃO
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO TORACOABDOMINAL COM RETALHO DE
RIO DE JANEIRO; UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO OMENTO E TELA DE PROLENE
DO RIO DE JANEIRO
Autores: Rodrigo Alexandre Venancio Viana; Isaac
Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 55 Braulio Maia Delfino de Oliveira; Luiz Cláudio Jammal
anos de idade, apresentou-se com episódios repetidos Fernandes; Thiago Costa Pires; Eloísa Gomes do Rosário
Monteiro Teixeira; Beatriz de Lucena Ribeiro e Silva; Ana
de sangramento e suboclusão intestinal. A tomografia
Emília Gomes Campelo; Isabelle França Bezerra;
revelou tumoração em intestino delgado, sem plano
de clivagem com a veia cava inferior. Durante cirurgia Instituição: UNIVERSIDADE POTIGUAR
para excisão, o tumor evidenciou invasão da parede da Apresentação do caso: M.V.S, 37, feminino. Dor abdo-
veia cava inferior, sem possibilidade de dissecção. Efe- minal há 2 anos, progressiva, impedia sono. Nega do-
tuou-se então ressecamento do tumor e de segmento enças de base. Sem história familiar de câncer. Palpada
da veia cava inferior com sutura de enxerto de polite- massa em rebordo costal à esquerda, fixa, endurecida.
trafluoroetileno (PTFE) o qual foi realizado através de TC de abdome superior: lesão expansiva, em parede
ressecamento de face anterior da veia cava em sua abdominal anterior esquerda, indissociável do músculo
porção média, tipo retalho, com sutura contínua de re- reto abdominal, medindo 7, 5x6, 5x9, 9cm. Biópsia: tu-
mendo de PTFE. Procedimento ocorrido em agosto de mor desmoide. Realizada toracectomia complexa com
2016, com enterectomia segmentar e venoplastia. Pa- ressecção de parede abdominal à esquerda, segmentos
ciente encontra-se em situação estável até o presente de pericárdio, pleura parietal, diafragma e gradil costal.
momento. Discussão: O leiomiossarcoma é o tumor de Fechamento com retalho de omento (fixado as mar-
maior incidência no intestino delgado. A manifestação gens musculares) e fixação de tela de prolene 30x30cm.
clínica mais comum é o sangramento e, mais raramente Paciente evolui sem intercorrência. Discussão: tumo-
oclusão intestinal. Por sua disposição abdominal, pode res desmoides são localmente agressivos, com alta taxa
invadir ou comprimir estruturas vizinhas como a veia de recorrência, raros, representam 0.03% de todas as
cava inferior ou aorta abdominal. Neste caso, apresen- neoplasias, incidência estimada em 2/milhão de habi-
tou-se com invasão da parede anterior da veia cava, po- tantes/ano. Mulheres entre 15 e 60 anos são as mais
rém sem obstrução vascular. A sobrevida de cinco anos afetadas. Etiologia desconhecida. A maioria desses tu-
para o leiomiossarcoma do intestino delgado mantém- mores apresenta-se como uma massa dolorida com

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 255


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história de crescimento lento. Os três principais locais tumoral na veia cava inferior com a presença de signi-
anatômicos são: tronco/extremidade, parede abdomi- ficativa circulação colateral. Após estadiamento correto
nal e intra-abdominal. Diagnostico só pode ser estabe- sem sinais de lesões secundárias foi indicada cirurgia.
lecido por biópsia que mostra proliferação fibroblástica No ato operatório, as equipes de Cirurgia Oncológica e
monoclonal, com células fusiformes. Os fatores que in- de Cirurgia Vascular realizaram a ressecção da veia cava
fluenciam a taxa de recorrência são: o sítio anatômico inferior com margem crânio-caudal adequada e ressec-
da doença (tumores da parede tronco/abdominal tem ção marginal nas artérias aorta e ilíacas. Foi realizada a
menor taxa de recorrência do que os locais de doenças ligadura da veia cava. A paciente evoluiu bem e recebeu
intra ou extra-abdominal); Tamanho (particularmente> alta da UTI no 4º dia pós-operatório (PO) e alta hospita-
7 cm), gênero (as mulheres têm taxa de recidiva mais lar no 6º dia PO. O exame histopatológico, teve como
alta) e a idade (jovens menores de 37 anos apresen- diagnostico neoplasia mesenquimal maligna fusocelu-
tam maior taxa de recorrência). Devido ao tamanho e lar, com margens livres. O exame imuno-histoquími-
natureza infiltrativa dos desmoides, a ressecção pode co confirmou um leiomiossarcoma G3. O tratamento
exigir enxerto de pele ou reconstrução de parede, a es- cirúrgico foi complementado com quimioterapia (QT)
tratégia cirúrgica deve ser uma tentativa de remoção adjuvante (6 ciclos doxorrubicina e ifosfamida). Nas TCs
completa com margens negativas e preservação máxi- realizadas no seguimento Discussão: Os leiomiossar-
ma da função. Comentários finais: o caso relatado e comas vasculares são neoplasias raras e correspondem
as publicações levantadas trazem à luz a discussão da a 2% dos leiomiossarcomas. Baseando-se na localiza-
conduta, bem como de outros aspectos fundamentais ção, classifica-se o leiomiossarcoma da veia cava infe-
no que diz respeito aos tumores desmoides, patologia rior em: infrarrenal, retro-hepático e supra-hepático.
rara e agressiva. Com a terapêutica adequada dentro Eles são de crescimento lento e, pela sua localização
dos padrões oferecidos no serviço em questão, a equi- retroperitoneal, muitas vezes se apresentam com sinto-
pe conseguiu realizar um procedimento cirúrgico com- mas inespecíficos e tardios. A sobrevida é muito maior
plexo, obtendo resultados extremamente satisfatórios, nos pacientes com margens negativas. Comentários
conferindo alívio sintomático e melhoria de qualidade finais: O leiomiossarcoma da veia cava inferior possui
de vida. aproximadamente 300 casos descritos na literatura. E a
ressecção da lesão com ligadura de veia cava pode ser
Contato: BEATRIZ DE LUCENA RIBEIRO E SILVA –
realizada com sucesso para obtenção de margens ade-
tbiaribeiro@gmail.com
quadas e com isso melhorar o prognóstico da doença.
Contato: ELISA BECHARA TEIXEIRA – elisa_b_t@
hotmail.com
TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS
CÓDIGO: 59752

RESSECÇÃO DE LEIOMIOSARCOMA COM TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS


LIGADURA DE VEIA CAVA CÓDIGO: 61964

Autores: Elisa Bechara Teixeira; Rafael Santos de Souza;


Paulo Roberto Zanin Mesquita; Mateus de Souza Zanin; RESSECÇÃO DE LIPOSSARCOMA
Natalia Takeda de Lira; Krícs Heather Torres; Pedro MIXOIDE EM COXA COM SECÇÃO
Lucas Costa; Maira de Paiva Ramalho Teixeira; COMPLETA DE NERVO CIÁTICO E
Instituição: UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUCAÍ RECUPERAÇÃO PÓS-OPERATÓRIA
Apresentação do caso: Paciente feminina, 60 anos, Autores: Isaac Braulio Maia Delfino de Oliveira; Luiz
procurou atendimento queixando-se de dor abdomi- Cláudio Jammal Fernandes; Thiago Costa Pires; Rodrigo
nal do tipo cólica de moderada intensidade há 1 ano, Alexandre Venancio Viana; Eloísa Gomes do Rosário
Monteiro Teixeira; Beatriz de Lucena Ribeiro e Silva; Ana
tenesmo intestinal e hematoquezia. Relatava perda de
Emília Gomes Campelo; Isabelle França Bezerra;
8 kg em 2 meses. Encontrava-se com abdome distendi-
Instituição: UNIVERSIDADE POTIGUAR
do, globoso e com massa palpável, dolorosa, imóvel, de
aproximadamente 5 cm na região de mesogástrio. A to- Apresentação do caso: G.V.S, 52, masculino, apresen-
mografia computadorizada (TC) demonstrou formação tou-se com quadro de massa em região posterior da
expansiva, com densidade de partes moles, contornos coxa direita com crescimento progressivo e indolor há
lobulados e limites definidos, em retroperitôneo para- quatro anos, envolvia região lateral e adutora. Sem his-
mediano à direita, medindo 9, 2 x 7, 2 x 8, 8cm, distando tória familiar de câncer. Exame de ressonância nuclear
5, 5 cm da emergência da artéria renal direita, localiza- magnética (RNM) evidenciou lesão expansiva no ven-
da na topografia da veia cava inferior, em íntimo conta- tre muscular do semimembranáceo, com componente
to com a parede lateral da artéria aorta. A ressonância adiposo e efeito de massa em ventres musculares do
magnética identificou que a formação tinha íntimo con- compartimento posterior da coxa, nervo ciático e fei-
tato com a artéria ilíaca comum direita e com a artéria xe vascular femoral superficial. Sem sinais de invasão
aorta, mas sem sinais de invasão endoluminal dessas. sobre essas estruturas. Durante a cirurgia foi identifi-
O Doppler identificou trombose causada pela massa cado que o nervo ciático estava envolvido pela massa e

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foi seccionado por completo juntamente com a massa tados obtidos em estudos realizados principalmente na
tumoral de 26cm. Tendo como resultado de patologia, Europa ainda se mostram discutíveis quanto à eficácia
um tumor do tipo LIPOSSARCOMA MIXOIDE, margens dessa abordagem nos pacientes em estádio avançado
lateral e medial proximais (0,7 e 1mm). Realizou 30 ses- dessa doença. Objetivo: Apresentar os dados de treze
sões radioterapia. Paciente evolui deambulando bem (13) pacientes com câncer gástrico T4b submetidos a
após fisioterapia, com flexão limitada da perna. Dis- gastrectomia multivisceral no período de 2014 a 2017.
cussão: Os sarcomas são um grupo raro e heterogê- Avaliar as margens de ressecção cirúrgica, extensão da
neo de tumores malignos de origem mesenquimatosa linfadenectomia e a relação da terapia multimodal com
compondo menos de 1% das neoplasias malignas adul- a morbimortalidade no pós-operatório. Método: Os
tas. O lipossarcoma corresponde a 20% dos casos de dados foram coletados através de revisão retrospectiva
sarcoma, sendo o subtipo mixoide o segundo mais co- dos prontuários dos pacientes sujeitos à cirurgia multi-
mum (29%), ocorre predominantemente nas extremi- visceral na instituição de referência. Resultados: O es-
dades de adultos jovens (coxa, nádega e virilha – 46%) tudo tem como base a abordagem multivisceral de 13
com alta tendência de metástase para locais incomuns pacientes (clinicamente aptos) com idades entre 28 e
de tecidos moles. A apresentação mais comum é uma 78 anos em estágio T4b para adenocarcinoma gástrico.
massa gradualmente alargada e indolor. A biópsia é Foi realizada gastrectomia total em 7 pacientes (53,8%)
essencial para o diagnóstico e estratégia terapêutica. e subtotal em 6 deles (46, 2%) com linfadenectomia à
RNM auxilia a definir etiologia de massa de tecido mole, D1 em 15, 3%, D2 em 77% e D3 em 7, 7% dos casos,
determinando extensão de tumor primário para plane- além de ressecção combinada – mais de um órgão ad-
jamento cirúrgico e estabelecendo presença ou ausên- jacente (84,6%), pâncreas (53,8%), baço, duodeno e fí-
cia de metástase. A terapêutica de escolha é a cirurgia, gado (30,7%), esôfago (23%) e cólon (15, 3%). Todos os
visando remoção completa do tumor, devendo ser exci- pacientes foram submetidos à ressecção com margens
sados, quando possível, com 1-2 cm de tecido normal e de segurança bem descritas pela literatura mundial.
preservação máxima da função do membro acometido. A ressecção R0, opção terapêutica e fator prognóstico
A efetividade da radioterapia adjuvante foi comprovada importante nesse cenário, ocorreu em 46, 2 % dos pa-
e deve ser utilizada quando a margem da incisão está cientes, 30,7% esperam relatório patológico e em 23,7%
próxima, principalmente com envolvimento extramus- não houve solicitação anatomopatológica. Em 77% dos
cular. Comentários finais: o caso e explanação sobre pacientes foi administrada quimioterapia (QT) adjuvan-
o tema fomentam a discussão sobre o tratamento do te, em 7, 7% QT perioperatória ou radioterapia (RxT)
lipossarcoma mixoide de coxa, com secção de nervo ci- adjuvante e 30,7% não foram indicados ao tratamento
ático e recuperação do paciente no pós-operatório. É multimodal, com a QT adjuvante tendo maior eficácia a
imprescindível relatar que, com a terapêutica adequa- longo prazo, embora a literatura descreva a QT perio-
da, dentro do que oferece o serviço, ocorreu preserva- peratória como terapêutica que vem apresentando os
ção parcial da função em membro inferior, em que o melhores resultados. Em seis meses de pós-operatório,
paciente consegue deambular, havendo, portanto, boa 23% dos pacientes (3) faleceram e até a data da publi-
evolução após a cirurgia. cação outros 23% evoluíram para óbito. Houve perda
de seguimento de três dos sete pacientes que se en-
Contato: BEATRIZ DE LUCENA RIBEIRO E SILVA –
contram em seguimento ambulatorial e/ou tratamen-
tbiaribeiro@gmail.com
to multimodal. Conclusão: Na ressecção multivisceral
em câncer gástrico localmente avançado, fatores como
margens cirúrgicas livres de lesão, extensão linfonodal,
TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO terapêutica multimodal e expertise do cirurgião onco-
CÓDIGO: 60232 lógico levam a resultados significativos em relação à
sobrevida global, além da diminuição da morbimorta-
RESSECÇÃO MULTIVISCERAL EM lidade desses pacientes.
CÂNCER GÁSTRICO LOCALMENTE Contato: MAYCON FRAN SOARES DA SILVA ROCHA –
AVANÇADO: A EXPERIÊNCIA DO mfsdsr.med@uea.edu.br
SERVIÇO DE CIRURGIA ONCOLÓGICA DA
FCECON NA AMAZÔNICA OCIDENTAL
Autores: Márcio Neves Stefani; Maycon Fran Soares da
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
Silva Rocha; Rebeca Aparecida dos Santos Di Tommaso;
CÓDIGO: 62005
Louise Lima de Souza; Pablo Marques Reis; Raquel
Maria de Morais Pereira; Adnaldo da Silveira Maia;
Geisly Manuele Schwatey; RESSECÇÃO TRANSDIAFRAGMÁTICA
Instituição: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS DOS LINFONODOS CARDIO-FRÊNICOS
EM CARCINOMA EPITELIAL DOS
Introdução: A ressecção multivisceral em câncer gás-
OVÁRIOS, TUBAS E PERITÔNIO:
trico localmente avançado é conduta necessária para
obtenção de margens livres de lesão (R0). Porém, resul-
TÉCNICA CIRÚRGICA E RESULTADOS

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 257


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Autores: Ronaldo Lucio Rangel Costa; Andre Lopes; TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
Vivian Sartorelli; Ytauan Barros Calheiros; Marcia Regina CÓDIGO: 60394
Vianna; Paula Martinez Vianna; Marcelo de Oliveira
Santos; Raphael Paulo di Paula Filho; RESSECÇÃO VASCULAR EM TUMOR DE
Instituição: INSTITUTO BRASILEIRO DE CONTROLE DO KLATSKIN – RELATO DE CASO
CÂNCER; INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO
PAULO Autores: Fernanda Denise Alves Dias; Edgard
Mesquita Rodrigues Lima; Patricia Del Corona Braga
Introdução: A citorredução completa é o fator prog- Cavalcanti; Cintia Yoko Morioka; Paulo Boarini;
nóstico mais importante no carcinoma epitelial dos ová- Frederico Perego Costa; Cristiane Maria de Freitas
rios, tubas uterinas e peritônio. Em casos selecionados Ribeiro; Allison Takeo Tsuge;
a ressecção de metástases extra-abdominais tem sido Instituição: HOSPITAL MUNICIPAL DR CARMINO
incluída como parte em máximo esforço para se obter CARICCHIO
uma citorredução completa. Os linfonodos cardio-frêni- Apresentação do caso: ED, 85 anos, feminino, HAS,
cos (LFC) quando clinicamente suspeitos em exames de DM2, DLP, chega em PS com quadro de icterícia de
imagem não infrequentemente são sítios de metástase padrão obstrutivo. USG, ColangioRNM e TC Abdome
por carcinoma ovariano em estágios avançados. Obje- mostram lesão infiltrativa de 2,0 cm na confluência
tivo: O objetivo de sua resseção visa adequado estadia- das vias biliares(VB) estendendo-se pelo ducto hepá-
mento e uma possível obtenção de citorredução com- tico direito, Bismuth IIIA, com dilatação das VB a mon-
pleta. Descrevemos nossa experiência e resultados, tante e íntimo contato com a artéria hepática direita.
bem como a técnica cirúrgica utilizada. Resultados: CPRE é realizada em outro serviço com passagem de
Após a obtenção de citorredução completa, e com a prótese biliar. CA19.9 42U/ml e CEA 1,4 mcg/L. Cirur-
suspeita de metástase nos LFC, através de uma incisão gia realizada: Trissegmentectomia hepática direita am-
longitudinal e no mesmo sentido das fibras do diafrag- pliada para lobo caudado com ressecção da Veia Porta
ma obtemos acesso ao espaço cardio-frênico. A incisão + reconstrução em “Y de Roux” e anastomose biliodi-
é baseada na topografia dos linfonodos em exames de gestiva intra-hepática esquerda. Anatomopatológico
imagem, do lado esquerdo ou direito. Por este acesso sela o diagnóstico de Adenocarcinoma pouco diferen-
dissecamos o coxim gorduroso contendo os linfonodos. ciado da via biliar perihilar com compromentimento
Realiza-se a ressecção utilizando liga clips metálicos ou focal da veia porta. Estadiamento(TNM 7Ed/AJCC/
pinça seladora. O diafragma é fechado em sutura con- UICC): pT3pN1. Paciente evolui bem no PO com fistúla
tínua e fio absorvível de longa duração. Caso abertura biliar de baixo débito, com resolução espontânea. Re-
da pleura é realizado aspiração no fechamento do dia- cebeu alta no 21º PO. Encontra-se em seguimento há
fragma. Em alguns casos é necessário drenagem torá- 16 meses, sem evidência de doença. Discussão: O co-
cica. Realizados 14 procedimentos em 11 pacientes no langiocarcinoma(CC) perihilar, Tumor de Klatskin(TK)
período de 2002 a 2017. A mediana de idade foi 62 anos é uma neoplasia rara, e representa cerca de 60% de
(45-77) e ECOG 0-1. Dez com estadio clinico FIGO IIIC e todos os CC. Em torno de 90% são Adenocarcinomas.
uma IV. Todas com histologia de carcinoma seroso pa- Situa-se na bifurcação dos ductos hepáticos direito e
pilífero grau 2 ou 3. Quatro procedimentos por citorre- esquerdo, próximo a veia porta, artéria hepática e fí-
dução primária e 10 por recidiva. Todas apresentaram gado (especialmente lobo caudado). Os sintomas mais
implantes no andar superior do abdome, localizados frequentes são: icterícia (90%), perda de peso e dor
em cápsula hepática, diafragma, baço ou estômago. abdominal (35%), prurido (26%) e colangite (10%). A
Em 2 pacientes, ambas em citorredução primária e com cirurgia, que é a única opção curativa disponível, só é
LFC aumentados na tomografia pré-operatória não fo- possível em aproximadamente 47% dos pacientes no
ram evidenciados metástases. Nos outros 12 procedi- momento do diagnóstico. A ressecção da veia porta
mentos restantes, os LCF foram positivos para metásta- quando acometida parece aumentar a taxa de sobre-
se, todas apresentavam captação nos LCF pelo PET-CT, vida em 5 anos, enquanto que a ressecção da artéria
por vezes sem elevação do CA-125. O tempo médio do hepática não a altera, mas aumenta a morbimortali-
procedimento foi 25 minutos, perda sanguínea estima- dade pós-operatória. A realização da linfadenectomia
da de 30ml. Complicações significativas relacionadas ao parece ser fundamental para a obtenção de uma res-
procedimento não foram observadas. Quatro pacientes secção com margens negativas(R0), o que aumenta
alcançaram sobrevida >30 meses. Conclusões: O acha- a sobrevida como reportado em vários estudos. As
do de metástases em linfonodos cardiofrênicos no cân- técnicas propostas incluem hepatectomias ampliadas
cer de ovário avançado é pouco comum, porém a res- com ressecção do lobo caudado, ressecção vascular
secão é um procedimento factível, de baixa morbidade. quando necessário, linfadenectomia hilar até o tron-
Deve ser considerada quando da possibilidade em se co celíaco. O tumor não responde bem a quimio e/ou
obter uma citorredução completa. radioterapia. Conclusão: Considerando que o único
Contato: *ANDRE LOPES DE FARIAS E SILVA – tratamento curativo para o Adenocarcinoma de vias
andrelopes1002@hotmail.com biliares, especificamente tumor de klatskin é a ressec-
ção cirúrgica com margens livres, devemos nos esfor-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 258


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

çar para possibilitar esse tratamento, mesmo que em Contato: ALESSANDRA MARUMI EMORI TAKAHASHI –
pacientes idosos, como no caso relatado. ale_emori@hotmail.com
Contato: FERNANDA DENISE ALVES DIAS – nangelfe@
hotmail.com
TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA
CÓDIGO: 59821

TEMÁRIO: URO – 0NCOLOGIA


CÓDIGO: 61915
RETALHO PEDICULADO
TEMPOROFRONTAL – RELATO DE CASO
RESULTADO DE BIÓPSIA TRANSRETAL Autores: Matheus Castelo Prudente; Gabriel Victor
DE PRÓSTATA EM UM CENTRO Dornelas; Bárbara Bizzo Castelo; Gabriel Lunardi
Aranha; Thiago Abizaid Kleinsorge; Larissa Vitória
ONCOLÓGICO DE REFERÊNCIA: Dornelas; Laura Dornelas Correa; Marilho Tadeu
CORRELAÇÃO ENTRE OS VALORES Dornelas;
DE PSA, DENSIDADE PROSTÁTICA, Instituição: FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS E DA
POSITIVIDADE PARA NEOPLASIA E SAÚDE DE JUIZ DE FORA
ESCORE DE GLEASON Apresentação do caso: Paciente JLAL, 51 anos, branco,
Autores: Alessandra Marumi Emori Takahashi; masculino, atendido no Serviço de Cirurgia Plástica do
Maria Fernanda Arruda Almeida; Almir Galvão Vieira Hospital Universitário da Universidade Federal de Juiz
Bitencourt; Paula Nicole Vieira Pinto Barbosa; Chiang
de Fora (UFJF), apresentando lesão invasiva dos seios
Jeng Tyng; Mauricio Kauark Amoedo; Miriam Rosalina
da face à esquerda, havendo comprometimento de as-
Brites Poli; Rubens Chojniak;
soalho da órbita e osso maxilar, com evolução de cer-
Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
ca de 1 ano, tendo sido previamente tratado com 25
Introdução: São várias as indicações para biópsia sessões de Radioterapia e 6 procedimentos cirúrgicos.
transretal de próstata e os valores de PSA configuram Evoluiu para cirurgia de maxilectomia esquerda + exan-
como uma das principais delas. Isoladamente, não con- teração de órbita esquerda com reconstrução imediata
fere informações objetivas quanto ao risco de neoplasia pela cirurgia plástica. Resultados: anatomopatológicos
prostática; porém, quando avaliada em conjunto com evidenciaram um carcinoma epidermoide invasivo ul-
o peso glandular pode fornecer subsídios relevantes cerado bem diferenciado, com comprometimento de
na indicação de biópsia. Objetivo: Estudar o perfil dos osso maxilar e mucosa de seio maxilar, sendo as mar-
pacientes submetidos à biópsia transretal de próstata, gens comprometidas e orientada nova ressecção. A
determinando possíveis padrões entre os níveis de PSA, técnica de escolha para a reconstrução imediata foi o
a densidade prostática, a positividade para neoplasia e retalho frontal com pedículo temporal associada a en-
escore de Gleason. Método: Estudo prospectivo, uni- xerto de pele total em região frontal, tendo sido a área
cêntrico e transversal, através da revisão de prontuário supraclavicular esquerda a doadora. Discussão: O re-
eletrônico de pacientes submetidos à biópsia transretal talho temporofrontal (RTF) ou retalho frontal com base
da próstata entre os meses de Janeiro e Junho de 2017. temporal é um retalho miocutâneo pediculado (pele
Resultados: Foram avaliados 266 pacientes, com ida- da região frontal e músculo frontal subjacente), funda-
de média de 64 anos (41 a 91 anos). Os níveis de PSA mentalmente irrigado pela artéria temporal superficial,
foram estratificados em 3 grupos conforme os valores: ramo da artéria carótida externa. A sua viabilidade é
até 4,0 ng/mL (21,1%), 4 a 10 ng/mL (62,4%) e maior do mantida por uma conexão vascular temporária ou defi-
que 10 ng/mL (16, 5%). Resultado positivo para neopla- nitiva, sendo aplicado quando a reconstrução primária
sia ocorreu em 149 pacientes (56%). O escore de Glea- é inviável. O RTF é utilizado principalmente pela cirur-
son para esses pacientes foi estratificado em 3 grupos: gia plástica e pela cirurgia de cabeça e pescoço em um
baixo risco (Gleason até 6), risco intermediário (Gleason grande número de reconstruções no segmento cabeça
7) e alto risco (Gleason >7), com prevalência de 31,3%, e pescoço além da cavidade orbitária, como a região ge-
44,2% e 24,5%, respectivamente. Houve correlação es- niana, jugal, assoalho da boca, etc. Tais regiões são re-
tatisticamente significativa entre a positividade para ne- construídas principalmente por terem sido previamente
oplasia e maiores médias de valores do PSA (p=0,043), afetadas por grandes tumores que foram manipulados
menor média de volume da próstata (p=0,003) e maior e deixaram graves sequelas. Atualmente o RTF não é
média de densidade prostática (p=0,003). Observou-se, mais o padrão-ouro na cirurgia reparadora, sendo este
também, correlação entre os níveis de PSA e o escore posto ocupado pela microcirurgia. Todavia, esta é mui-
de Gleason (p=0,001). Conclusão: A Densidade prostá- to onerosa, sendo contraindicada em casos nos quais o
tica se mostrou ferramenta que confere boa correlação paciente é portador de comorbidades, devido ao gran-
com a positividade para neoplasia prostática, uma vez de tempo cirúrgico. Por isso, a RTF ainda é muito utiliza-
que considera não só os níveis absolutos de PSA, mas da em diversos serviços no país. Conclusão: Apesar da
também o peso glandular. reconhecida deformidade gerada pela RTF, esta ainda

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 259


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

demonstra grande efetividade para resolução de casos que refere a estética quanto a funcionalidade do órgão.
complexos de reconstrução pós tumorectomia em face No entanto, a reconstrução de grandes defeitos nessa
por ser um retalho de fácil reconstrução, reprodutível, topografia tanto com o retalho infraclavicular como
com poucas complicações e de baixo custo. com o retalho temporo-frontal, o qual foi utilizada no
presente caso, são opções viáveis e seguras para os
Contato: MATHEUS CASTELO PRUDENTE – mcastelo_@
centros em que os retalhos microcirúrgicos não estão
hotmail.com
disponíveis.
Contato: CÍCERO LUDGERO ALCINDO DE MELO –
aecmedic@gmail.com
TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA
CÓDIGO: 60058

RETALHO TEMPOROFRONTAL PARA TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL


RECONSTRUÇÃO DE DEFEITO EM CÓDIGO: 60295
CAVIDADE ORAL
Autores: Renata D´Andrada Tenório Almeida Silva;
RETALHOS FASCIOCUTÂNEOS DE COXA
Myra JUrema da Rocha Leão; Júlio César Palmeira Costa; POSTERIOR PARA RECONSTRUÇÃO
Cícero Ludgero Alcindo de Melo; Amanda Lira dos APÓS GRANDE RESSECÇÃO PERINEAL
Santos Leite; Aldo Vieira Barros; Frederico Theoblado Autores: Emerson Prisco; Mario Feitosa Falcão; Ian
Ramos Rocha; Robério Silva Melo; Públio; Ramon Macedo; Carla Strauch; Claudio Almeida
Instituição: SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE MACEIÓ Quadros;
Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino de Instituição: FACULDADE DE TECNOLOGIA E CIÊNCIAS
64 anos, tabagista de longa data, apresentava tumora- Apresentação do caso: AVS, feminino, 67 anos, branca,
ção em mucosa jugal à esquerda, ulcerada, fixa e com tratada em 2016 por carcinoma epidermóide de canal
infiltração de pele da região geniana homolateral, me- anal, cT3N0M0, com 6cm tangenciando intróito vaginal.
dindo cerca de 5 cm. Não apresentava trismo, linfono- Realizado tratamento padrão (radioquimioterapia) com
domegalia cervical ou quaisquer outras alterações dig- resposta parcial, porém com persistência de doença
nas de nota. O estadiamento inicial foi cT4N0M0, sendo após biópsia. Foi então indicada cirurgia de resgate com
proposto tratamento cirúrgico seguido de radioterapia amputação abdominoperineal com ressecção extensa
adjuvante. Foi então submetida a ressecção da lesão e perineal e vulvar inferior, além de colpectomia poste-
reconstrução com retalho temporo-frontal e enxerto na rolateral ampla, realizado tempo abdominal laparos-
área doadora com enxerto livre de pele infraclavicular cópico. Discussão: Neoplasias, lesões necroinfectadas
associado a linfadenectomia cervical esquerda seletiva e sequelas de tratamento radioterápico estão entre as
(níveis I – III). Evolui sem intercorrências recebendo alta principais causas de indicação de ressecções perineais.
hospitalar e encaminhada ao serviço de Radioterapia Em ressecções perineais complexas, a reconstrução do
para tratamento Adjuvante. Discussão: A neoplasia defeito resultante do procedimento cirúrgico é tecnica-
maligna da cavidade oral é o sexto tipo de câncer mais mente desafiadora. Há uma gama de procedimentos
comum mundialmente, sendo o carcinoma escamoce- reconstrutivos disponíveis, incluindo enxertos de pele,
lular (CEC) o tipo histológico mais diagnosticado, perfa- retalhos mio e fasciocutâneos e retalhos livres microci-
zendo cerca de 95% dos casos. O tabagismo e etilismo rúrgicos. No caso relatado optou-se pela reconstrução
ainda permanecem como principais fatores etiológicos, com retalho fasciocutâneo de coxa posterior. Laudo
porém a infecção por HPV tem sido recentemente as- histopatológico evidenciou carcinoma epidermóide
sociada a tumores nessa topografia em pacientes mais moderadamente diferenciado com 6cm infiltrando va-
jovens. Acomete habitualmente homens após a quinta gina e vulva, margens livres de ressecção, 15 linfonodos
década de vida, sendo a língua e o assoalho da boca livres de neoplasia, ypT4N0. Um retalho triangular foi
os sítios mais atingidos. A modalidade terapêutica de delimitado passando do tubérculo púbico para a área
escolha é a cirurgia na maioria dos casos, associado de inserção do tendão semitendinoso. A dissecção
ou não a tratamento adjuvante a depender do estadia- iniciou-se distalmente para identificar a fáscia profun-
mento patológico. Esse caso corrobora com a literatura da, que deve ser incluída no retalho. Depois de evitar
por uma paciente idosa, portadora dos principais fato- a perda de perfuradores septocutâneos na dissecção,
res de risco para o câncer de cavidade oral, diagnostica- os retalhos bilateralmente, incluindo a fáscia, foram
da em um momento de doença localmente avançada, levantados do aspecto distal, avançados cranialmente
foi conduzida por equipe multidisciplinar na oncologia e girados medialmente em direção aos grandes lábios
da SCMM tendo o tratamento Cirúrgico adotado segui- usando os pedículos das três artérias como um ponto
do de tratamento Completar. Conclusão: Os retalhos de pivô. Os tecidos e veias subcutâneas superficiais po-
microcirúrgicos ainda são as melhores opções de re- dem ser incluídos no pedículo se não impedirem a mo-
construção em Cirurgia de Cabeça e Pescoço, tanto no bilidade do retalho. As extremidades posteriores foram

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 260


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

avançadas direção medial. Após a cobertura do defeito de desidrogenase láctica e resposta a quimioterapia
com os retalhos, foi realizado fechamento da área doa- neoadjuvante. Conclusão: Temos um caso de um pa-
dora por intenção primária. Comentários finais: Sem- ciente diagnósticado tardiamente com osteossarcoma
pre que possível, após ressecções perineais extensas, já com implates secundários, que foi submetido a uma
deve-se tentar reconstrução primária do defeito tecidu- cirurgia extensa de resgate, com retirada de parte da
al, visando melhor recuperação, menor taxa de infec- veia cava, além de retirada de outros implantes secun-
ção secundária, menor tempo de hospitalização, menor dários. Essa escolha terapêutica foi decida pela equipe
incidência de hérnias perineais e melhor resultado es- médica, pois se tratava de um paciente jovem, com res-
tético e funcional. Tal procedimento deve ser realizado posta a QT e por apresentar chance de sobrevida eleva-
por cirurgião habituado com as diversas técnicas de re- da se progredir respondendo bem ao tratamento
construção, visando melhores resultados ao paciente.
Contato: BEATRIZ DE LUCENA RIBEIRO E SILVA –
Contato: CARLA VIEIRA STRAUCH – carlastrauch@ tbiaribeiro@gmail.com
gmail.com

TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS


TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS CÓDIGO: 60650
CÓDIGO: 61998
SARCOMA DE EWING EXTRAÓSSEO
RETIRADA DE VEIA CAVA INFERIOR Autores: Ana Carolina Gonçalves Tubino; Aglon Cezar
INFRA-HEPÁTICA POR METÁSTASE DE Ferreira Moreno; Harlen Ferreira Soares Rodrigues; Lara
OSTEOSSARCOMA – RELATO DE CASO Fernandes Kuerten; Mariana Quaresma Cavalcante;
Letícia Yukari Okada; Rodrigo Nascimento Pinheiro;
Autores: Isabelle França Bezerra; Carolina Chianca
Lemos Dourado; Francielly Tertulino Cunha; Luciana Instituição: FACULDADES INTEGRADAS DA UNIÃO
Emerenciano Silveira; Isadora Correia Lopes; Ana Emília EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL
Gomes Campelo; Rodrigo Cavalcanti Duarte Galvão; Apresentação do caso: Paciente, masculino, 17 anos,
Beatriz de Ribeiro Lucena e Silva;
previamente hígido, relata que há 11 meses iniciou
Instituição: UNIVERSIDADE POTIGUAR quadro de aumento do volume abdominal. Há 6 meses,
Apresentação do caso: JFS, 27anos, masculino, é enca- apresentou perda ponderal de 3kg. Ao exame físico:
minhado à cirurgia oncológica para biópsia (Bx) de le- BEG, LOTE, emagrecido. Abdome plano, flácido, indolor,
são nodular de 8, 8cm em rim direito, sendo um prová- com massa palpável em todo hemiabdome esquerdo
vel implante secundário. Tem história de amputação de sem adenomegalias. Foi realizada TC de abdome, evi-
membro inferior direito (MID) em 2006 por osteossar- denciando lesão expansiva em rim esquerdo, com vo-
coma (OS) e lobectomia em 2015 por metastase. Foram lume de 2,5L, considerando-se a hipótese de carcinoma
solicitamos exames de imagem que mostraram lesão de células renais. Há 5 meses, foi feita RNM, mostrando
nodular renal e provável trombose em veia cava infe- lesão de origem renal parcialmente encapsulada, des-
rior. Paciente foi submetido a Bx de nódulo hepático locando estruturas adjacentes, sem sinais de invasão.
que em congelação evidenciou perfil consistente com Após realização de biópsia da lesão e análise anatomo-
sarcoma – posteriormente confirmado pela imunohis- patológica e imuno-histoquímica, foi constatada a pre-
toquimca (IHQ) como osteossarcoma. Paciente foi sub- sença da proteína MIC-2 e características morfológicas
metido a nefrectomia oncológica e ressecação de parte sugestivas de Sarcoma de Ewing (SE). Há 2 meses foi
da veia cava inferior. Paciente segue em tratamento realizada excisão cirúrgica do tumor, onde foi visuali-
com oncologia clínica. Discussão: O osteossarcoma é zado acometimento de rim esquerdo, baço, diafragma
a mais freqüente neoplasia óssea maligna da infância e esquerdo e cauda pancreática; que foram retirados em
adolescência. Ocorre principalmente durante o pico de monobloco, preservando-se o diafragma. Paciente se-
crescimennto. O tratamento preoconizado é a quimio- guiu internado mantendo-se estável e recebeu alta há
terapia (QT) adjuvante e neo-adjuvante. Inicialmente, 1 mês. Discussão: O SE é um tumor raro e correspon-
o tratamento era apenas paliativo, mas nos últimos 25 de a cerca de menos de 10% de todos os outros casos
anos, observou-se uma melhora significativa no prog- de tumores malignos. A sua variante Sarcoma de Ewing
nóstico de pacientes com OS, especialmente naqueles Extraósseo (SEE) representa 1,1% dos tumores malig-
com doença localizada. Vários estudos randomizados nos de partes moles. Algumas alterações genéticas são
mostraram que a associação de quimioterapia a cirur- comumente encontradas, como a do gene EWS no cro-
gia permitiu melhorar significativamente os índices de mossomo 22 e do gene FLI1 no cromossomo 11. Su-
cura, esses avanços representaram uma importante põe-se que essas sejam um importante mecanismo da
contribuição para a qualidade de vida desses pacientes. malignidade dos SE. O quadro clínico costuma ser ines-
O prognóstico depende do estadio da doença no mo- pecífico dificultando o diagnóstico. Aos exames de ima-
mento do diagnóstico, idade, volume, local, nivel sérico gem, as lesões não se apresentam como a forma típica

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 261


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

da variante óssea, mas sim com densidade de partes ma, pulmão, ovário e sarcoma, sendo as metástases de
moles, poucas calcificações e possíveis áreas necróticas sarcomas, raras, com poucos casos descritos na litera-
ou císticas. Entretanto, biópsia e testes laboratoriais tura. Pela raridade da apresentação, as metástases de
são o modo mais eficaz de confirmar o diagnóstico. A sarcoma para mama não tem tratamento padrão de-
alteração genética caracterizada pela fusão dos genes finido. Nossos casos tiveram variação de conduta, de
EWS e FLI-1, associada ao surgimento da doença, pode mastectomia a cuidados paliativos exclusivos. Dentre
ser identificada através de hibridação in situ por imuno- os sarcomas, o leiomiossarcoma possui crescimento
fluorescência. O SEE é uma doença com alto potencial lento, e causa metástases tardias, sendo que há na lite-
de disseminação na qual cerca de 25% dos pacientes ratura sugestão de tratamento com mastectomia sem
apresentam metástases no momento do diagnóstico. linfadenectomia para as suas metástases. Pacientes
Essa característica da patologia torna necessário um com nódulos suspeitos de metástases na mama de-
tratamento abrangente, compreendido por quimiote- vem ser bem estudadas com história clínica, exames de
rapia, cirurgia e radioterapia. Conclusão: Conclui-se imagem, biópsia e estudo Imunohistoquímico da lesão
que o SEE é uma patologia rara, de difícil diagnóstico, para confirmação histológica uma vez que a neopla-
que necessita de abordagem terapêutica abrangente sia primária de mama é muito frequente. Conclusão:
devido ao seu potencial metastático. Os casos demonstram que a mama pode ser sítio de
metástases de sarcomas e o diagnóstico correto é im-
Contato: ANA CAROLINA GONÇALVES TUBINO –
prescindível antes de instituir a terapêutica adequada,
goncalvess.ana@gmail.com
mesmo em casos paliativos, uma vez que o tratamento
da mama pode ter impacto na qualidade de vida das
pacientes.
TEMÁRIO: ONCOMASTOLOGIA Contato: SAMIRA JULIANA DE MORAES MACHADO –
CÓDIGO: 61829 moraes.samira@yahoo.com.br

SARCOMA DE PARTES MOLES COM


METÁSTASE PARA A MAMA: SÉRIE DE
CASOS E REVISÃO DA LITERATURA TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS
CÓDIGO: 60554
Autores: Samira Juliana de Moraes Machado; Mariana
Gabriela Mandelli; Fernanda Perez Adorno da Silva;
Lilian Fraianella; Fabiana Baroni Alves Makdissi; Marina SARCOMA DE RETROPERITÔNIO COM
Sonagli; INVASÃO DE VEIA CAVA INFERIOR E SUA
Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER ABORDAGEM CIRÚRGICA
Apresentação do caso: 1 – CZB, feminino, 54 anos, Autores: Rodrigo Nascimento Pinheiro; Renata Pereira
Fontoura; Bruna da Silva Feitosa; Gabrielle Macanhan
com Leiomiossarcoma uterino de alto grau tratado com
Guimarães; Alice Garbi Novaes; Samara Dallana
Histerectomia total, quimioterapia adjuvante em 2013.
Rodrigues Ferreira; Bernardo D Avila de Castro Borges;
Evoluiu com metástase pulmonar e mamária. Optado
Instituição: UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA
por Mastectomia, Lobectomia pulmonar, e Radiotera-
pia adjuvante. Atualmente, em acompanhamento am- Apresentação do caso: Paciente, 67 anos, sexo femini-
bulatorial e sem evidência de doença. 2 – VPC, femini- no, com história de tumor de retroperitônio do tipo his-
no, 28 anos, com Sarcoma Alveolar em coxa esquerda, tológico leiomiosarcoma, com queixas de dor e com ne-
ressecado em 2003. Em 2004, evoluiu com lesão pulmo- cessidade de ressecção para diagnóstico e tratamento.
nar, tratada com quimioterapia. Em 2010, apresentou Foi submetida à cirurgia com margens livres, com res-
metástase em mama esquerda, submetida a Quadran- secção de cerca de 50% da circunferência da veia cava
tectomia e quimioterapia adjuvante. Faleceu em 2011 inferior. Permaneceu sem evidência de doença, quando
por progressão de doença pulmonar. 3 – IPSS, femi- iniciou dor pélvica, sendo avaliada com ectasia vascular
nino, 73 anos, com 03 neoplasias primárias. Em 2013, de vasos gonadais e de raiz de mesentério com suposta
Carcinoma Ductal in situ na mama direita, submetida a lesão de vasos exofítica de terço médio inferior de rim
Quadrantectomia. Em 2014, Adenocarcinoma de Cólon, direito. Há cinco anos, submeteu-se a laparotomia com
tratado com Colectomia direita e quimioterapia adju- ressecção de nova lesão de retroperitônio com margens
vante. Em 2015, Leiomiossarcoma em útero, abordado livres, evidenciando estenose de veia cava inferior e cir-
com Histerectomia total e quimioterapia adjuvante, se- culação colateral por gonadais. Há um mês, evidenciou-
guido de 2° linha com Pazopanib, em 2016, progressão -se recidiva intercavoaórtica, sendo a massa abordada
do Leiomiossarcoma em mama e pulmão, optado por com ligadura de cava inferior abaixo das renais, com
3° linha com Epirrubicina e Ifosfamida. Atualmente, em ressecção dessa em bloco junto com a veia e parte da
tratamento paliativo. Discussão: A mama é sítio de me- parede da aorta rafiada. Recebeu alta após sétimo dia
tástases em 0,5 a 2% dos casos. Dentre os principais de pós operatório e se encontra em avaliação de possí-
tumores primários estão mama contralateral, melano- veis metástases hepáticas. Discussão: Os sarcomas re-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 262


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troperitoneais são tumores raros que apresentam bai- rurgia questionada em função da ausência de plano
xa capacidade metastática, porém, frequentes invasões de clivagem com coluna cervical e carótida comum. Pa-
locais, pelo diagnóstico tardio. A sintomatologia inclui ciente encontra-se assintomático e aguarda laudo da
dor abdominal, desconforto e massa palpável indolor, última cirurgia. Discussão: O sarcoma epitelióide é um
fazendo-se, o exame físico, principal forma diagnóstica tipo raro de sarcoma de partes moles, correspondendo
além dos exames de imagem, os quais também são for- a menos 1% de todos os subtipos. Tem predisposição
mas de avaliação tumoral. Segundo a literatura todos para homens jovens e acomete principalmente extremi-
os pacientes com sarcoma de retroperitônio ressecável dades. Pode ocorrer também em períneo, tronco e ra-
devem ser submetidos à laparotomia, apesar da dificul- ramente envolve a cabeça e o pescoço. A apresentação
dade de efetuar ressecção total pela dimensão tumoral clínica é inocente, o que leva ao retardo no diagnóstico.
ao diagnóstico, infiltração local e localização central, fa- A maioria dos tumores se apresenta como um nódulo
tores que aumentam a probabilidade de recidiva local. palpável nas partes moles ou no subcutâneo. O diag-
O envolvimento da veia cava inferior exige ressecção nóstico de sarcoma epitelióide é desafiador e realizado
desta, desde que ocorra abaixo das veias renais e cau- com base em características histopatológicas e imu-
se desenvolvimento de circulação colateral. A re-abor- nohistoquímicas para marcadores epiteliais. A micros-
dagem cirúrgica é recomendada por repetidas vezes, copia revela arranjo nodular das células neoplásicas de
devido ao aumento na sobrevida. Estima-se que a so- aspecto epitelióide com degeneração central e necrose.
brevida global em cinco anos dos pacientes com esse A invasão vascular é rara. Há dificuldade de diferenciá-lo
tumor é de 40% a 50%. Comentários finais: A ressec- de outras condições. A abordagem deve ser a ressecção
ção cirúrgica dos sarcomas de retroperitônio apresen- ampla com margens livres, apresentando altas taxas de
ta-se como principal forma de tratamento, apesar da recorrência local. A sobrevida e o prognóstico são de di-
sua complexidade pelas características tumorais. Dessa fícil determinação pela raridade. No sarcoma epitelióide
forma, a abordagem cirúrgica, desde que especializada a taxa de metástase linfonodal é elevada e a principal
e efetuada buscando ressecção completa, desses tu- via de disseminação é hematogênica. Comentários fi-
mores resulta em controle locorregional e aumento da nais: O sarcoma epitelióide é um subtipo raro de sar-
taxa de sobrevida satisfatórios. coma, sendo ainda menos usuais na região de cabeça a
pescoço. Tem um comportamento clínico atípico com-
Contato: RENATA PEREIRA FONTOURA –
parado com os outros sarcomas. O tratamento cirúrgico
renata97fontoura@hotmail.com
consiste em ressecção alargada. Estes pacientes reque-
rem um seguimento rigoroso para avaliação de recidiva
local, regional à distância.
TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS Contato: FELIPE ANDRÉ DE ALBUQUERQUE –
CÓDIGO: 60469 felipeandredealbuquerque@hotmail.com

SARCOMA EPITELIÓIDE, UM CASO DE


DIAGNÓSTICO E MANEJO DIFÍCEIS
TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS
Autores: Camila Marchi Blatt; Felipe André de
Albuquerque; Gustavo Nunes Bento; Daniel Oseias CÓDIGO: 61850
Sezerino; Matheus Sousa Hauagge; Denise Uliani
Karnopp; SARCOMA FIBROMIXOIDE DE BAIXO
Instituição: UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ GRAU – RELATO DE CASO
Apresentação do caso: Masculino, 81 anos. Massas cer- Autores: Edilaine Rubint Romeiro; Eduardo Marques
Lima; Marcio Ventura Ribeiro; Ludymilla Barboza da
vicais recidivantes, submetido a múltiplas cirurgias com
Silva; Ana Isabela Graniero; Julia Deciree de Barros;
quimioterapia (QMT) neoadjuvante e radioterapia (RDT)
Wagner Ribeiro de Freitas Nery Alves; Vanessa Martins
adjuvante em 2005 e 2006, respectivamente em Recife Maggio de Oliveira;
e São Paulo. Em 2010,2014 e 2015, em Santa Catarina,
Instituição: UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MATO
foi novamente operado e o caso melhor investigado. Ini- GROSSO
cialmente, suspeitou-se de um timoma ectópico. A imu-
no-histoquímica em 2015 revelou expressão focal para Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino,
proteína S-100 e desmina, favorecendo o diagnóstico de com 22 anos de idade, apresentou massa de consis-
neoplasia maligna epitelióide de baixo grau, sendo sar- tência amolecida há 2 meses com dor ao esforço físi-
coma a principal possibilidade. Em 2016, retorna para co na região do músculo deltoide esquerdo. Diante do
controle. Solicitada tomografia cervical e de pescoço, incomodo procurou atendimento médico no qual foi
apresentou nódulos na musculatura paravertebral e solicitado o exame de ressonância magnética do om-
nos músculos escaleno médio e elevador da escápula bro esquerdo. O exame de imagem, realizado em 02
esquerdos. Em maio de 2017, realizou linfadenectomia de maio de 2017, constatou massa sólido-cística elíptica
radical modificada a esquerda com RDT adjuvante. Ci- acometendo o ventre muscular do deltoide na região

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póstero-lateral do ombro esquerdo, medindo 8, 6 x 4,0 terapia, 30 sessões de radioterapia, em 2017 realizou a
3,7 cm. Em 10 de maio, seguiu com entrada no serviço reconstrução o retalho do com o grande dorsal. Pacien-
de oncologia, no qual foi avaliado através dos sinais clí- te chega a fisioterapia após 30 dias de cirurgia, apre-
nicos com os exames de imagens e indicado exérese sentando fibrose em região lateral de tronco, cicatriz da
da lesão, diante da hipótese diagnóstica de sarcoma. retirada do enxerto rígida, leve edema em mama, re-
Após 6 dias, o paciente foi submetido a cirurgia e es- tração do músculo peitoral meno, parestesia em região
tudo anatomopatológico da peça; identificou neoplasia lateral de tronco. Todas essas características potencia-
de células fusiformes, que comprime a musculatura es- lizavam a diminuição de amplitude do membro supe-
quelética estriada profunda, com infiltração superficial rior esquerdo, com flexão de ombro: 100º, abdução de
e focal dos fascículos musculares. O padrão histológica ombro: 90º, apresentava diminuição de força muscular
paucicelular; arquitetura fusocelular; padrão de cresci- de membros superiores, grau 03. Dificultando assim,
mento expansivo e infiltração focal, sem cápsula com suas atividades de vida diária. Foi realizada fisioterapia
proliferação de vasos médios, ausência necrose, índice com o objetivo de ganho de amplitude de movimento,
mitótico 0/10 CGA, pouco infiltrado inflamatório no es- aumento de força muscular, diminuição da parestesia,
troma. A caracterização histológica ocorreu pelo exame diminuição da fibrose, do edema e da retração muscu-
imunoistoquímico com conclusão de sarcoma fibromi- lar de peitoral menor. Para isso foi realizado drenagem
xoide de baixo grau; tumor multilobulado em tecido linfática manual, mobilização miofascial em região late-
muscular esquelético e adiposo; celularidade baixa a ral de tronco e peitoral menor, mobilização cicatricial,
moderada de tipo fusocelular formados por poucos fei- exercícios ativo livre para membros superiores evoluin-
xes de estroma colagenizado e mixoide; atípia leve, mas do para exercícios ativo resistido de 1kg, alongamento
significante com hipercromasia celular; imuno expres- de grande dorsal, peitoral e cervical, estimulação senso-
são de EMA e MUC4, em expressão de marcadores para rial em região de parestesia. Após 10 sessões paciente
histogênese neural, melanocítica, muscular lisa e vascu- apresentou melhora da sensibilidade, ganho de ampli-
lar. O caso ainda segue em complementação através da tude de movimento com flexão de ombro: 160º, abdu-
pesquisa de rearranjo FUS-CREB3L2 ou FUS-CREB3L2. ção de ombro: 160 º, ganho de força muscular, grau 04,
Discussão: O tumor fibromixoide de baixo grau foi des- resolução completa do edema e da fibrose, relatando
crito pela primeira vez em 1987, por Evans. Este tumor melhora em suas atividades diárias. DISCURSSÃO: Os
tem predileção por homens em idade jovem e; apre- tumores filóides da mama são tumores fibroepiteliais
senta características benignas, porém com altos índices raros, responsá vel por menos de 1% dos tumores de
de recidivas local e metástases em pulmões e ossos. mama, tendo máxima incidência aos 35–55 anos. Seu
Mas, no entanto, considera-se ainda uma doença rara tratamento geralmente é a cirurgia, sendo pouco in-
com cerca de 150 casos descritos na literatura até 2002. dicado a radioterapia e a quimioterapia. Há poucos
Comentários finais: Apesar do tumor fibromixoide de relatos em relação a patologia e seu tratamento, não
baixo grau ser considerado benigno, a identificação do sendo encontrado sobre a atuação da fisioterapia dos
caso torna-se um importante diagnóstico diferencial de pacientes. Comentários finais: A fisioterapia tem pa-
sarcomas agressivos com prognóstico ruim. Sendo, ou- pel fundamental para a recuperação do paciente no
trossim; a agilidade da evolução do caso e o tratamento pós-operatório de reconstrução de mama, mostrando
cirúrgico, a melhor opção para este paciente. ser eficaz por promover a diminuição das incapacida-
des cinético-funcionais, possibilitando ao paciente uma
Contato: EDILAINE RUBINT ROMEIRO – edilaine.
melhor qualidade de vida e tornando-o mais confiante
rubint@gmail.com
para o convívio social.
Contato: NADIA OLIVEIRA GOMES – ftnadiagomes@
gmail.com
TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS
CÓDIGO: 60635

SARCOMA FILOIDE – ATUAÇÃO DA TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS


FISIOTERAPIA NO PÓS OPERATORIO DE CÓDIGO: 61752
RECONSTRUÇÃO COM O TELHADO DO
MÚSCULO GRANDE DORSAL – RELATO SARCOMA LOMBOSSACRAL COMO
DE CASO DIAGNOSTICO DIFERENCIAS DE CISTO
Autores: Nádia Oliveira Gomes;
PILONIDAL
Instituição: CLINICA DE REABILITAÇÃO FISIOLIFE Autores: Paulo Roberto Zanin Mesquita; Rafael
Santos de Souza; Daniel Nassar Bergamo; João Paulo
Apresentação do caso: M.N.C.A, 34 anos, com diag- Luvizotto Alcântara de Pádua; Henrique de Brito Pires
nóstico de Sarcoma filóide em 2015 em mama esquer- Cabeças; Isabel Arêa Leão de Almeida Andrade; José
da, em 2016 realizou mastectomia, 5 ciclos de quimio- Elias Galil Filho;

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 264


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Instituição: UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUACI Autores: Isabella Martins Monteiro; Pamella Bertoldi
Soares; Bárbara Rocha Rodrigues; Rafaela Prata Rassi;
Apresentação do caso: Paciente masculino, referia Amanda Karolyne Batista Ferreira; Gabriela Nascimento
massa em região lombar de aumento gradativo há 5 Cruz; Luiz Carlos Furtado Almeida Junior; Guilherme
meses, dolorida, com irradiação para coluna vertebral Freire Angotti Carrara;
e região posterior das coxas. Durante esse período o Instituição: UNIVERSIDADE DE UBERABA
paciente buscou atendimento em vários serviços e foi
tratado como sendo portador de cisto pilonidal infecta- Apresentação do caso: P.A.A, 17 anos, feminino, na-
do. Porém mesmo com uso de medicações não houve tural e procedente de Ibiá-MG. Dor em hipocôndrio
melhora do quadro. Neste momento solicitada uma to- esquerdo e aumento do volume abdominal há 3 me-
mografia de região lombar que demonstrou formação ses; associado urina de cor amarelo escuro e odor
expansiva em partes moles adjacente ao sacro, sugerin- forte, sem disúria. Tomografia computadorizada (TC)
do processo neoplásico primário. Foi então solicitada prévia que mostrou lesão expansiva contigua no polo
uma ressonância magnética, tendo como laudo lesão inferior do rim esquerdo, de 13x12x10cm de conteúdo
expansiva de aspecto neoplásico no tecido subcutâneo heterogêneo com áreas císticas e sólidas. Exame físico:
em região mediana esquerda entre L5 e S3, sem infiltra- massa palpável em epigástrio e hipocôndrio esquerdo,
ção óssea/muscular adjacente, medindo 8, 8x5, 7x10,5 dolorosa a palpação, de +-15cm. Na evolução, paciente
cm. O serviço sugere como hipótese diagnóstica sarco- hipocorada 2+/4+, com pirose, cefaleia e constipação
ma. Foi então submetido a ressecção de tumor de par- intestinal. Exames laboratoriais mostraram anemia
tes moles, com reconstrução com retalho. A peça retira- microcítica hipocrômica, PCR: 91,2 mg/dL, sendo reali-
da foi encaminhada para avaliação anatomopatológica, zada infusão de 2 bolsas de concentrado de hemácia.
tendo como resultado neoplasia mesenquimal fusifor- Posteriormente, submetida a nefroureterectomia radi-
me com áreas pleomórficas apresentando 10,5 cm, alto cal à esquerda. No pós-operatório apresentava hábito
grau de anaplasia nuclear, alta celularidade, alto índice urinário normal, e melhora parcial do quadro anêmico.
mitótico (> 30 mitoses em 10/cga), necrose tumoral pre- O exame anatomopatológico evidenciou espécime de
sente (30%), margens cirúrgicas livres, porém exíguas 14x12x9cm, acompanhado de tecido adiposo hilar re-
na profundidade. O quadro histológico sugere um sar- nal de 9x4x3cm. A microscopia constatou neoplasia de
coma de alto grau de padrão pleomórfico. Paciente faz células fusiformes infiltrando o rim, com margens livres.
acompanhamento bimestral no ambulatório de oncolo- O estudo por imunohistoquímica evidenciou sarcoma
gia. Discussão: Os sarcomas de partes moles (SPM) re- renal. Discussão: Sarcomas renais são neoplasias ra-
presentam em torno de 1% das doenças malignas. Sur- ras, com prevalência de 0,8 a 2,7% de todos os tumores
gem em qualquer local do corpo. A apresentação clínica malignos renais, sendo mais comuns em mulheres, da
dos pacientes com SPM é altamente variável, devido a 4ª a 6ª década de vida. Geralmente, são resultados de
heterogeneidade anatômica dessas lesões. Normal- fatores mutagênicos que levam a malignização de te-
mente só há sintomas quando esses tumores crescem cidos mesenquimatosos, capazes de expandir e atingir
a ponto de pressionar diretamente estruturas neuro- grandes diâmetros; levando a sinais e sintomas como:
vasculares, causando dor, dormência ou aumento de dor, massa palpável abdominal e hematúria. Os leio-
volume. Comentários finais: O Sarcoma de Partes Mo- miossarcomas representam 50-60% dessa neoplasia,
les tem origem geralmente dérmica ou subcutânea. Cli- seguido de lipossarcoma, com aproximadamente 10-
nicamente apresenta-se como nódulo indolor de cresci- 15% de prevalência. O comportamento biológico dos
mento lento; porém, pode ser extremamente agressivo sarcomas renais é altamente imprevisível, sendo asso-
com curso clínico caracterizado por altas taxas de re- ciado a elevada incidência de metástase e mau prog-
corrência local e potencial metastático, principalmente nóstico. O melhor prognóstico está relacionado com a
para linfonodos e pulmão. Histologicamente sua forma ressecção completa do tumor e das margens que pos-
clássica é constituída por células pleomórficas e fusifor- sam ter tecido reativo, evitando recorrência local. As
mes com frequente necrose central. O tratamento de características genéticas são muito complexas, por isso
escolha deve ser excisão radical com margens amplas, considerados de cariótipo caótico. Comentários finais:
podendo ser acompanhado de quimioterapia ou radio- Paciente apresentou tumor raro, com sintomatologia tí-
terapia. As taxas de recorrência local e metastatização pica, porém, com incidência em faixa etária muito abai-
são de 40% e 50% respectivamente. xo da esperada para estes tumores. A ressecção cirúrgi-
ca completa auxilia no prognóstico, mas não determina
Contato: RAFAEL SANTOS DE SOUZA – sobrevida elevada devido ao tipo de neoplasia.
rafaelsantosdesouza@yahoo.com.br
Contato: ISABELLA MARTINS MONTEIRO –
isabellamartins_mm@hotmail.com

TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS


CÓDIGO: 60363
TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO
SARCOMA RENAL – RELATO DE CASO CÓDIGO: 61906

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 265


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SARCOMA SINOVIAL GÁSTRICO – TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS

RELATO DE CASO CÓDIGO: 59492

Autores: Vanessa Nobre Silva; Lucas de Souza Bacellar;


Isa Maryana Araujo Bezerra de Macedo; Isabelle França
SARCOMA SINOVIAL INTRA-ATRIAL: UM
Bezerra; Crislanny Regina Santos da Silva; Mara Juliane RARO TUMOR PRIMÁRIO
Silva Jovino; George Alexandre Lira; Luiz Claudio Jammal Autores: Luciano Luiz Alt; Amanda Gatelli; Andressa Van
Fernandes; Riel; Gabriel Calgaro; Marina Aimi Soligo; Víctor Sánchez
Instituição: UNIVERSIDADE POTIGUAR Zago;
Instituição: UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
Apresentação do caso: F.C.M, 67 anos, branco, mas-
culino, buscou atendimento médico com queixa de dor Apresentação do caso: Masculino, 20a, queixa-se de
abdominal epigástrica, astenia e melena. Realizou EDA fadiga. Paciente teve episódio de acidente de trabalho
com biópsia, que revelou lesão vegetante em parede em 2015 provocado por síncope seguida de queda de
posterior, com coágulo na superfície, ocupando grande uma altura de 10m. Ficou hospitalizado devido a múl-
parte do antro – Borrmann 1. A biópsia concluiu neo- tiplas fraturas. Nesse tempo de recuperação, emagre-
plasia de células fusiformes e epitelioides com mitoses ceu 12 kg. Em maio de 2016, relatou segundo episódio
atípicas e áreas de necrose. Ao exame de TC de abdome enquanto fazia exercício físico, evento do qual não se
superior apresentou espessamento parietal difuso do recordava. Além disso, gradualmente, vinha sentindo
estômago, com lesão vegetante na parede posterior da fadiga e dispneia aos médios esforços. Sintomas acom-
região do antro, medindo cerca de 4,3x2,8cm. Em segui- panhados de palpitação e dor torácica eventual. Pacien-
da, foi submetido a gastrectomia parcial, com derivação te não tabagista, não etilista. Exames realizados reve-
biliodigestiva em Y do Roux, colecistectomia, omentec- laram massa tumoral intracavitária no átrio esquerdo,
tomia e linfodenectomia perigástrica e pancreática, paciente encaminhado à cirurgia excisional. Foi feito
sem intercorrência. O anatomopatológico (AP) eviden- estudo anatomopatológico cujo resultado apontou cé-
ciou neoplasia maligna de células fusiformes, tamanho lulas de alto grau de diferenciação, sendo classificado
6, 5cm, com margens livres e ausência de comprome- como um sarcoma fusocelular de alto grau, o que fa-
timento linfonodal. A análise foi complementada com vorece o diagnóstico de sarcoma sinovial monofásico.
imunohistoquímica (IHQ), que confirmou sarcoma sino- Dois meses após a cirurgia, houve a recidiva. Contudo,
vial monofásico. Paciente permanece em seguimento não havia possibilidade de nova ressecção. O paciente
trimestral. Discussão: Os sarcomas sinoviais (SS) são realizou estadiamento e foi iniciada quimioterapia com
tumores mesenquimais malignos, raros, agressivos e Ifosfamida e Doxorrubicina pela gravidade do caso e
que compreendem 5 a 10% dos sarcomas de partes mo- esperada irressecabilidade do tumor. Discussão: Sar-
les. São mais comuns em extremidades, embora possa coma sinovial é uma neoplasia maligna característica
originar-se em qualquer parte do corpo. Acometem de tecidos moles, sendo extremamente raro o acome-
principalmente adultos jovens, com idade média de 15 timento primário do coração (0,1% das neoplasias car-
a 35 anos, e predomina em homens e na raça branca. díacas malignas). Mais raro ainda é o acometimento do
Histologicamente podem ser de dois tipos, monofásico lado esquerdo do coração. Os sinais e sintomas devido
e bifásico, baseados na presença ou ausência de dife- ao sarcoma sinovial cardíaco são variáveis e inespe-
renciação glandular epitelial junto as células tumorais cíficos. Fadiga, dispneia e perda de peso compõem o
fusiformes. O AP da lesão gástrica, localizada em antro, quadro clínico mais comum. Neoplasia extremamente
com cerca de 6, 5cm, evidenciou neoplasia maligna de agressiva e, portanto, na maioria dos casos não é pos-
células fusiformes, com margens livres, o que revelou sível realizar uma ressecção cirúrgica completa. Vis-
SS de padrão monofásico, que foi complementado pela to que nesse caso o tumor recidivou, e até então não
IHQ. O sarcoma monofásico é o subtipo mais comum, havia possibilidade de reoperação, a quimioterapia
geralmente de localização distal e quando maior que 05 adjuvante foi considerada a melhor opção. Comentá-
cm está relacionado a pior prognóstico, o que corrobo- rios finais: Objetivo: O objetivo deste relato é agregar
ra com o caso em estudo. Em contrapartida, a presença conhecimento científico a respeito de uma patologia
de margens cirúrgicas livres, observadas no caso, suge- cardíaca extremamente rara e que obteve êxito com
re um controle local da doença, favorecendo um trata- um tratamento inédito. A raridade do caso despertou
mento com melhor prognóstico. Comentários finais: o interesse do cirurgião canadense Robert Cusimaro
A raridade e a clínica indolente destes tumores levam, o qual planejou uma técnica inovadora, definida como
por vezes, a diagnósticos tardios, como evidenciado no autotransplante. A cirurgia, que envolveu a remoção do
caso em questão, em que os sinais e os sintomas não coração com ressecção completa da área comprometi-
sinalizaram para uma linha de raciocínio clínico espera- da e posterior reconstrução de grande parte do tecido
da. Portanto, diante de quadros atípicos pressupõe-se cardíaco, além de fornecer um prognóstico melhor ao
a criação de estratégias terapêuticas multidisciplinares paciente, com elevada possibilidade de cura, proporcio-
e individualizadas. nará notável avanço científico e acadêmico.
Contato: VANESSA NOBRE VERAS – Vanessa_nv15@ Contato: VÍCTOR SÁNCHEZ ZAGO – victorsaza@gmail.
hotmail.com com

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 266


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA Apresentação do caso: A pleura é constituída de uma


CÓDIGO: 61750 camada contínua de tecido conjuntivo que recobre as
estruturas intratorácicas, dividindo-se em visceral e
SCHWANNOMA DE PELVE parietal. A camada parietal recebe inervação somáti-
Autores: Raul Lázaro de Melo Filho; André Medeiros ca de fibras simpáticas e parassimpáticas, através dos
de Carvalho; Augusto Angelo Granado Bottino; Daiana nervos intercostais. Um tumor que tenha origem na
Lopes do Nascimento; Taís Menezes Magalhães; Joel bainha nervosa pode ser classificado como schwanno-
Roberto Saggioro Molan; Luiz Angelo Bortolai; ma, neurofibroma e perineurioma, sendo que tumores
Instituição: HOSPITAL AMARAL CARVALHO híbridos, compostos de áreas com mais de um tipo
histológico (ditos bifásicos) também foram descritos.
Apresentação do caso: Paciente H.P. 77anos, mascu-
Em 1910, José Juan Verocay, definiu como entidade o
lino, com queixa de constipação intestinal há 10 anos,
tumor que tipicamente se origina da bainha de nervo
referindo também alguns episódios de sangue nas fe-
periférico e que cresce dentro de uma cápsula, perma-
zes. Ao exame físico: fígado aumentado, endurecido, fa-
necendo aderido a este nervo. Pode ocorrer em virtual-
cilmente palpável e toque retal com lesão pararretal à
mente qualquer local do organismo, mas é tipicamente
esquerda. Solicitado exames de imagem. Tc de abdome
encontrado em nervos cranianos, além de mediastino
total: fígado com múltiplas formações císticas, nódulo
e retroperitôneo, raramente em parede torácica. Nes-
sólido na pequena pelve à esquerda com 5, 2cm. Co-
te caso, tipicamente originam-se de nn. intercostais e,
lonoscopia: pólipo com anátomo de adenoma tubular
mais raramente ainda, da pleura propriamente dita.
com atipias de baixo grau. Radiografia de tórax normal.
Os sintomas devem-se pela localização, tamanho e
Após resultado da TC foi pedido RNM de pelve: nódulo
efeitos compressivos, que no tórax costumam ser de
de contornos lisos e sinal heterogêneo, 45x49mm de
tosse irritativa, dor pleurítica e dispnéia. O diagnóstico
diâmetro, localizado em cadeia ilíaca interna esquerda
por imagem é inespecífico com uma massa sólida em
com acesso para PBA. Fez então a PBA que evidenciou
exames de radiografia, tomografia ou ressonância. A
neoplasia de células fusiformes com discreto grau de
confirmação dá-se por anátomo-patológico, após res-
atipias. IMH: achados compatíveis com neoplasia me-
secção cirúrgica, podendo receber complementação
senquimal com diferenciação neural. Diante dos resul-
por imunoistoquímica, com positividade típica para a
tados, foi optado por cirurgia, ressecção de tumor pél-
proteína S-100. Apresentamos o caso de um paciente
vico à esquerda. O AP mostrou ser um schwannoma.
masculino de 43 anos, militar da ativa da Força Aérea
Apresentou boa evolução, apenas com sequela motora
Brasileira, que em exames de radiografias simples de
imediata após o procedimento cirúrgico, de dorso fle-
tórax, realizadas anualmente com finalidade de junta
xão do pé esquerdo. Discussão: Scwannoma é o mais
de saúde, nos últimos cinco anos, evidencia-se lesão
comum dos tumores neurogênicos observados em
sólida periférica em hemitórax esquerdo, com lento
adultos. Origina-se das células de Schawann da bainha
crescimento. A imagem de tomografia sugere origem
nervosa. São tumores encapsulados e geralmente so-
pleural, sem sinais de linfonodomegalia mediastinal ou
litários, de consistência sólida podendo conter áreas
lesão parenquimatosa associada, com tamanho de 4 x
císticas em seu interior. Normalmente assintomáticos
3 cm. Foi submetido a ressecção por videotoracoscopia,
e diagnosticados incidentalmente por exames radioló-
em bloco da lesão com pleura adjacente, congelação
gicos de rotina. A Tomografia e a Ressonância Magné-
sugerindo neoplasia fusocelular sem atipias. Estudo de
tica são bons exames para o diagnóstico. A cirurgia é o
parafina em H&E confirma schwannoma benigno de
tratamento de escolha, quando possível. Comentários
pleura, com margens livres. O paciente evoluiu satisfa-
finais: Paciente evoluiu bem, apesar da sequela moto-
toriamente, sem complicações. Em revisão da literatura,
ra. Está em seguimento, fazendo fisioterapia e sem evi-
verificamos que o schwannoma de pleura e de nervos
dencia de doença.
intercostais é uma entidade rara, com não mais de 30
Contato: RAUL LÁZARO DE MELO FILHO – casos publicados. Seu interesse clínico se justifica pelo
raulfilho_26@hotmail.com diagnóstico diferencial difícil, pelos exames de imagem,
sendo que podem atingir tumorações volumosas, po-
rém de comportamento absolutamente benigno.
Contato: WILLIAM AUGUSTO CASTELEINS CECILIO –
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
dr.casteleins@gmail.com
CÓDIGO: 61701

SCHWANNOMA DE PLEURA PARIETAL


ASSINTOMÁTICO EM MILITAR DA TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
FORÇA AÉREA BRASILEIRA CÓDIGO: 61959
Autores: William Augusto Casteleins Cecilio; Paulo de
Souza Fonseca Guimarães; Klinger Ricardo Dantas Pinto; SCHWANNOMA INTRA HEPÁTICO –
Instituição: HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE RELATO DE CASO
FEDERAL DO PARANÁ
Autores: Felipe José Fernandez Coimbra; Maria Luiza

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 267


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Leite de Medeiros; Carolina Parucce Franco; Wilson Luiz TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
da Costa Junior; Alessandro Landskron Diniz; Heber CÓDIGO: 61704
Salvador de Castro Ribeiro; Andre Luis de Godoy; Igor
Correia de Farias; SCHWANNOMA PANCREÁTICO –
Instituição: A.C. CAMARGO CÂNCER CENTER RELATO DE CASO
Os tumores malignos mesenquimais correspondem a Autores: Euclides Dias Martins-Filho; Thales Paulo
menos de 1% das neoplasias hepáticas, destes, o mais Batista; Luciana de Holanda Lima Dornelas Câmara; Ana
comum é o schwannoma, que é uma neoplasia da bai- Caroline de Sobral Melo Patu; Paula Carvalho de Abreu
nha nervosa, originária das células de schwann. Na lite- e Lima Brito;
ratura, são descritos aproximadamente 30 casos deste Instituição: REAL INSTITUTO DE CIRURGIA ONCOLÓGICA
tipo. Apresentação do caso: paciente M.G.S., masculi- Apresentação do caso: Mulher de 24 anos em investi-
no, 42 anos, assintomático, submetido a ultrassonogra- gação ambulatorial de dor abdominal inespecífica sem
fia de abdome de rotina com achado de nódulo sólido- outros sinais ou sintomas associados. USG de rastreio
-cístico hiperecogênico, medindo 7, 5cm em lobo direito e subsequente TC abdominal evidenciaram lesão mal
do figado. Foi realizada investigação com EDA, colono- caracterizada em cabeça pancreática de 2cm de diâ-
cospia, sorologias, marcadores tumorais e tomografia metro, associado a marcador CA19.9 = 6, 2U/ml. RM
de tórax sem achados anormais. Foi submetido a bi- de abdômen superior definiu formação arredondada
ópsia percutânea com diagnóstico anatomopatológico de 2,1x1,7x1,9cm na cabeça pancreática, anterior ao
de sarcoma fusocelular de baixo grau. devido lesão em colédoco, com sinal hipointenso em T1 e hiperintenso
íntimo contato com a veia hepática direita e pelo maior em T2, com mínimo realce pós-contraste. (Fig. 1) USG/
risco de hepatectomia direita, paciente foi submetido a EDA demostrou envolvimento de ducto pancreático
embolização da veia hepática direita. Após 13 semanas, principal, no entanto o estudo do material colhido por
foi submetido a hepatectomia direita sem intercorrên- PAAF resultou inconclusivo. Adicionalmente, realizou
cia. O anatomopatológico foi de schwannoma hepático, Octreoscam que não demonstrou captação pancreáti-
medindo cerca de 6, 7x4,0x4,2 cm, margens cirúrgicas ca focal. Paciente foi submetida a cirurgia de Whipple
livres. Encontra-se em seguimento ambulatorial, sem clássica, com achado de lesão de 2,5cm de consistên-
evidências de recidiva. Discussão: os schwannomas, cia fibroelástica e aspecto mesenquimal em cabeça de
na maioria dos casos, são tumores de comportamen- pâncreas, cujo estudo anatomopatológico revelou se
to benigno e indolente. acomete homens e mulheres tratar de neoplasia fusocelular com imunoexpressão
em igual proporção, principalmente entre 20 e 60 anos difusa de proteína S100, consistente com Schwannoma
de idade. pode-se correlacionar com neurofibromato- Benigno, ressecado com margens cirúrgicas livres. (Fig.
se em 20 a 50% dos casos. Do ponto de vista clínico, 2) No pós-operatório, evoluiu com fístula pancreática
a maioria dos pacientes são assintomáticos. Histolo- grau A e derrame pleural bilateral associado a atelec-
gicamente, os schwannomas são compostos por uma tasia, requerendo antibioticoterapia (Clavien-Dindo II).
cápsula verdadeira e seu interior por duas áreas deno- Recebeu alta hospitalar após 22 dias de internamento
minadas Antoni A e B. Antoni A é uma área hipercelu- e permanece em seguimento ambulatorial periódico,
lar, que contém as células de spindle e Antoni B é uma em manejo de insuficiência pancreática exógena com
matriz celular frouxa e mixóide, com poucas células reposição enzimática e sem evidências de recorrência.
esparsas. Na maioria dos casos descritos, percebe-se Discussão: O schwannoma pancreático é uma neo-
que o diagnóstico final da lesão é feito pelo anatomo- plasia rara originada das células de Schwann de fibras
-patológico, já que o quadro clinico e radiológico são, nervosas autonômicas simpáticas ou parassimpáticas.
muitas vezes, inespecíficos e, nem sempre, é possivel Geralmente ocorrem nas extremidades, podendo ser
confirmar o diagnóstico pela biópsia pré-operatória. A encontrados na cabeça e pescoço, mediastino, retrope-
imunohistoquimica é primordial para a diferenciação ritônio e, mais raramente, na loja pancreática. A topo-
entre outros tumores mesenquimais e metástases de grafia mais acometida neste órgão é a cefálica (40%),
tumores estromais gastro-intestinais (gist). No painel com média de idade dos acometidos de 55 anos, igual
imunohistoquímico, o schwannoma geralmente é posi- distribuição entre os sexos e considerável variação de
tivo para os marcadores S-100 e CD57 e negativo para tamanho. O tratamento definitivo é cirúrgico, requeren-
CD34 e CD117 (C-KIT). já os tumores estromais de ori- do ressecções maiores em 1/3 dos casos. Menos de 50
gem gastro-intestinais (GIST) podem ter positividade casos de schwannoma pancreático foram descritos na
no CD34, s-100 e, principalmente, CD117 (C-KIT). Já os literatura internacional nos últimos 30 anos. Comentá-
leiomiomas são S-100 negativos e positivos para actina rios finais: O Schwannoma Pancreático é uma neopla-
músculo liso (AML) e desmina. sia rara, mas deve ser considerada no diagnostico dife-
Contato: MARIA LUIZA LEITE DE MEDEIROS – rencial de tumores pancreáticos. Poucos casos foram
lumedeiros88@yahoo.com.br descritos na literatura internacional e não se encontra-
ram referências brasileiras sobre o tema.

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 268


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Contato: THALES PAULO BATISTA – conv4116 Isto ocorre devido à influência dos números fuzzy, para
os quais, um pixel pode pertencer a mais de uma re-
gião, no entanto com diferentes graus de pertinência.
Contato: RODRIGO GONDIM MIRANDA –
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
rogondim89@gmail.com
CÓDIGO: 60867

SEGMENTAÇÃO DE IMAGEM DE
RESSONÂNCIA MAGNÉTICA NO AUXÍLIO TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
À DETECÇÃO DE TUMORES CEREBRAIS: CÓDIGO: 59917
UMA ABORDAGEM VIA MÉTODO FUZZY
C-MEANS SEMINOMA ASSOCIADO À
Autores: Rodrigo Gondim Miranda; PERSISTÊNCIA DO DUCTO DE MÜLLER
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ Autores: Jeancarllo de Sousa Silva; Thiago Guimarães
Matos de Souza; Marcelo Asahiti Uratani; Manoel Jesus
Introdução: O uso de imagem de ressonância magnéti-
Pinheiro Coelho Júnior; Paulyne de Souza Viapiana;
ca (MRI) é uma das técnicas biomédicas mais consagra- Adnaldo da Silveira Maia; Pablo Marques Reis;
das e amplamente utilizada nas mais diversas aplica-
Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GETÚLIO VARGAS
ções médicas. Por exemplo, na radiologia, a técnica de
MRI tem como objetivo, a visualização de partes inter- Apresentação do caso: Paciente portador de criptor-
nas do corpo, a nível de detalhe estrutural, para o diag- quidia bilateral identificado em idade adulta com vo-
nóstico de doenças que comprometem a morfologia de lumosa massa abdominal avaliado em pré-operatório
órgãos internos. Objetivo: O objetivo geral do presente com exame físico, marcadores tumorais e exames de
trabalho é realizar uma segmentação, via método fu- imagem (tomografia). Durante a avaliação transopera-
zzy c-means, em imagens de ressonância magnética tória se identificou massa central (útero) entre os dois
do cérebro humano no auxílio à detecção de anoma- testículos degenerados e presos à parede abdominal
lias representadas por tumores cerebrais. Método: A pelos ligamentos redondos (impedindo migração para
classificação fuzzy particiona um conjunto de dados o canal inguinal). O colo uterino se inseria em fundo-ce-
em um determinado número de clusters homogêneos go sobre a próstata e sem evidência de doença metas-
com uma adequada medida de similaridade. O méto- tática retroperitoneal ou visceral, mas com ascite dis-
do mais utilizado de clusterização fuzzy é o algoritmo creta (positivo para células malignas) e derrame pleural
fuzzy c-means, proposto por Dunn. Este processo con- direito (negativo para células malignas). Os marcadores
siste em dividir as imagens de ressonância magnética tumorais são normais no pré-operatório e o cariótipo é
em classes (clusters), as quais são calculadas determi- 46, XY. Após quatro ciclos de quimioterapia, o paciente
nando-se os agrupamentos e seus centros a partir da se encontra assintomático e com marcadores normais.
norma euclidiana existente entre um dado e os centros Discussão: Recomenda-se o diagnóstico precoce da
de agrupamento. Desta maneira, quanto mais próxima persistência do ducto de Müller (PDMS), mas em situ-
do centro de um agrupamento o dado estiver, maior é ações atípicas, deparamo-nos com pacientes em idade
o seu grau de pertinência a esse agrupamento. Resul- adulta sem investigação para criptorquidia. A suspeita
tados: Para avaliação de desempenho, a técnica fuzzy desta patologia deve sempre ser levantada para pro-
c-means foi testada em três imagens de ressonância gramar exames de imagem que confirmem e guiem o
magnética diferentes e, comparadas com os resulta- tratamento mais precoce e correto. Comentários fi-
dos obtidos pelo algoritmo de Otsu, o qual consiste em nais: Na PDMS, diagnosticada na infância, não há ne-
encontrar um limiar global automático e a partir deste, cessidade de ressecção do útero, mas sim a orquipexia.
tornar a imagem binária. O algoritmo de Otsu também Exceção feita nesse caso, onde já se encontram os testí-
apresenta uma imagem segmentada, porém com uma culos degenerados por seminoma.
borda menos refinada do que o resultado obtido com
Contato: JEANCARLLO DE SOUSA SILVA – jeancarllo@
o algoritmo fuzzy c-means. Este fato é devido ao valor
gmail.com
do limiar calculado pelo algoritmo fuzzy c-means ser
menor do que o valor do limiar obtido pelo algoritmo
de Otsu, provando desta forma que o algoritmo fuzzy
c-means apresenta um melhor resultado em relação TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
ao de Otsu. Conclusão: Este trabalho apresenta uma CÓDIGO: 60226
abordagem para segmentação e classificação em clus-
ters de imagens de ressonância magnética do cérebro SEMINOMA DE TESTÍCULO COM
humano. Por meio do método de segmentação fuzzy METÁSTASES INGUINAIS – RELATO DE
c-means, o qual se baseia na teoria dos números fuzzy
CASO
para extrair a região de interesse, observa-se resulta-
dos satisfatórios na detecção de tumores cerebrais em Autores: Isabella Kern Arendt; Leonardo Werner Rasche;
Letícia Signori Kohl; Ícaro de Azevedo Alexandre;
relação aos resultados obtidos com o método de Otsu.

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 269


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Fernanda Paula Schafer; Bernardo Cenci Basso; Víctor DIFERENCIAÇÃO SARCOMATÓIDE:


Sánchez Zago; Ivan Neutzling Ludtke; PRIMEIRO RELATO BRASILEIRO
Instituição: UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
Autores: Daniel Carvalho Ribeiro; Ronielly Pereira Bozzi;
Apresentação do caso: Paciente de 35 anos, mascu- Aline Coltro; Alison Mangolin; André Luiz Bertholo de
lino, procura atendimento médico em janeiro de 2017 Souza; Bruno de Souza Bianchi Reis; Heleno Augusto
com queixa de caroço na região inguinal direita. Aos 7 Moreira da Silva; José Scheinkman;
anos realizou orquidopexia bilateral por criptorquidia Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
bilateral. Exame físico evidenciou testículo direito pe- Apresentação do caso: Homem, 42 anos, procurou o
queno, doloroso e endurecido e o esquerdo atrófico. serviço de emergência queixando-se de aumento do
Presença de linfadenomegalia direita. A ultrassonogra- testículo esquerdo há mais de 18 meses, que evoluiu
fia realizada evidenciou imagens sugestivas de neopla- para um crescimento mais acentuado e doloroso há
sia de testículo direito e microlitíase testicular bilateral, 6 meses. Relata plenitude pós-prandial, sem outras
além de linfadenomegalia direita. O anatomopatológi- comorbidades. Ao exame físico apresentou-se ema-
co mostrou seminoma clássico infiltrando a rete testis grecido, em regular estado geral. O testículo esquerdo
e linfonodos da região inguinal direita com metástases apresentou-se aumentado em 10 vezes, pétreo, móvel
do seminoma com comprometimento de 1:11 sem ex- e doloroso. Também apresentou massa palpável em
tensão extracapsular. Foi realizada orquiectomia radi- abdome, na topografia do epigástrio, mesogástrio e
cal direita e linfadenectomia inguinal direita. Câncer de flanco esquerdo. A TC de abdome e pelve evidenciou
testículo, embora raro, é a neoplasia maligna mais co- massa retroperitoneal à esquerda em hilo renal, que
mum entre homens jovens de 15 a 35 anos, correspon- rechaçava o estômago. A massa testicular à esquerda
dendo a 1% de todas as neoplasias no sexo masculino. era heterogênea. Os marcadores tumorais solicitados
Os tumores primários do testículo são classificados em foram: AFP: 2,6 ng/mL; beta-HCG: 7, 36 mUI/mL e LDH:
germinativos e não germinativos. Os tumores germina- 416 U/L. Foi submetido à orquiectomia total à esquer-
tivos, que incluem os seminomas, não-seminomas e os da. Na macroscopia, o tumor apresentava 13,5x8, 0x7,
tumores mistos, correspondem a 90% das neoplasias 0 cm, pesando 350g, capsulado, com áreas de necro-
testiculares e a 0,5% das neoplasias do sexo masculino, se, comprometimento da albugínea e túnica vaginalis
sendo o seminoma o mais frequente entre a população e substitui todo o parênquima testicular. A análise his-
adulta. Já os tumores não germinativos são muito mais topatológica evidenciou seminoma espermatocítico(SS)
raros e correspondem a apenas 2 a 3% das neoplasias em pequeno foco e extenso componente sarcomatóide
testiculares. Há associações causais com fatores genéti- de alto grau. O limite cirúrgico do cordão espermáti-
cos, hormonais, congênitos (criptoquirdia), e adquiridos co continha êmbolos neoplásicos. Estadiamento TNM
(atrofia e trauma testicular). O seminoma geralmente T3N3M1. Discussão: Os tumores testiculares com-
apresenta-se como uma massa testicular e tem ten- preendem aproximadamente 1% das neoplasias em
dência para a disseminação linfática para os linfonodos homens, sendo a neoplasia sólida mais frequente em
retroperitoneais, sendo as metástases inguinais mui- adultos jovens. A maioria é curável e de bom prognós-
to raras, assim como a disseminação hematógena. As tico. O SS é uma rara neoplasia de células germinativas,
manifestações clínicas mais comuns são a presença de representando cerca de 1% de todos os tumores testi-
um nódulo no testículo ou o aumento do volume testi- culares, que acomete principalmente homens em tor-
cular. Diagnóstico inclui ecografia escrotal seguida de no da quinta década de vida. Clinicamente se apresenta
testes radiográficos. O tratamento é cirúrgico, através como um aumento indolor do testículo. A possibilidade
da orquiectomia inguinal radical e acompanhado pela de metástase é rara, logo, a orquiectomia e vigilância
medição de marcadores tumorais séricos. O câncer tes- do testículo contralateral é a terapêutica adequada.
ticular por si só já é raro, mas metástase inguinal por Aproximadamente 6% dos casos de SS podem evoluir
câncer de testículo mostra-se mais rara ainda. Além da com uma diferenciação sarcomatosa, um padrão mais
orquiectomia radical direita, foi realizada linfadenec- agressivo, com elevadas taxas de metástases e de pior
tomia inguinal direita, contudo, o tratamento rotineiro prognóstico. O risco de transformação sarcomatói-
das metástases dos linfonodos inguinais em pacientes de aumenta principalmente nos casos de SS de longa
com tumores testiculares e com história prévia de ci- data. Normalmente os SS que apresentam metástases
rurgia inguinal ou escrotal ainda é controverso devido a apresentaram a diferenciação sarcomatosa. Os com-
baixa prevalência dos casos. ponentes sarcomatóides relatados na literatura são o
Contato: ISABELLA KERN ARENDT – isabella.arendt@ rabdomiossarcoma, condrossarcoma, sarcoma indife-
outlook.com renciado ou sarcoma de alto grau. Comentários finais:
Há menos que 20 relatos de SS com transformação sar-
comatóide na literatura, sendo este o primeiro relato
de SS com diferenciação sarcomatóide do Brasil.
TEMÁRIO: URO – 0NCOLOGIA
Contato: ALINE COLTRO – coltroaline@gmail.com
CÓDIGO: 61772

SEMINOMA ESPERMATOCÍTICO COM

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 270


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA Instituição: ADVANTAGE HEALTH; UNIVERSIDADE DE


CÓDIGO: 61648 SÃO PAULO; HOSPITAL SÍRIO LIBANÊS
Introdução: A simulação realística como metodologia
SERTOLI-LEYDIG – RELATO DE CASO DE seria onde o acadêmico de medicina pode aprender,
TUMOR OVARIANO RARO EM PACIENTE discutir e cometer erros, sem riscos para o paciente.Na
DE MEIA IDADE cirurgia, complicações pós-operatórias podem ocorrer.
Autores: Gabriel Volpato; Sandro Peçanha Pereira; Objetivo: Relatar aula prática de condutas nas compli-
Luciano do Valle Saboia; Yorgos Luiz Salles Graça; cações pós operatórias de retosigmoidectomia em UTI
Henrique Saboia; Nayara Rosina Chaves; Ayaka Yamane; usando diferentes programações no SimMan®. Mé-
Rachel Biondo-Simões; todo: O manequim SimMan® no Núcleo Integrado de
Instituição: HOSPITAL ANGELINA CARON Simulação (NIS) de uma universidade foi utilizado.Os
Apresentação do caso: Mulher mais de 40 anos. Com grupos foram constituídos por discentes de diferentes
dor abdominal tipo cólica esporádica há 3 meses, faz semestres desde o 2º até o 8º semestre. Foram elabo-
exame de imagem abdominal que identifica massa pél- rados três cenários com o mesmo paciente: 1. ABC, 35
vica cística simples palpável. Sem qualquer outra quei- anos, masculino, com tumor no reto e todos os seus
xa, sinal ou sintoma. marcadores tumorais normais exames pré operatórios foram mostrados. Ele foi sub-
assim como demais exames de pre operatório e de metido a radioterapia neoadjuvante. Ele encontra-se
estadiamento. Submetida a laparotomia exploradora na UTI. No 1º de retosigmoidectomia convencional, ele
com identificação de massa anexial direita de aspecto se queixava de dor abdominal de forte intensidade.
brilhante branco-acinzentado, sem ascite ou qualquer SimMan® foi programado com o quadro clínico (QC):
outra alteração suspeita em cavidade abdominal, rea- taquicardia, T 37.5oC, dor na região hipogástrica, débi-
lizada salpingooforectomia direita. Anatomopatológico to do dreno locado na fossa ilíaca esquerda: 1,5 litros,
confirmou tumor de células de Sertoli-Leydig com grau citrino, débito urinário da sonda vesical de demora, 1,5
de diferenciação intermediário e sem componente he- litro, diminuição dos ruídos hidroaéreos. 2. No PO3, ele
terólogo. Paciente Estadio Clinico I, encaminhada para referia dispnéia, calafrios e sudorese. QC de pneumo-
quimioterapia no esquema PEB por quatro meses. nia foi programado: tosse, dispnéia, taquipnéia, taqui-
Mantem assintomática. Discussão: Esse tipo de tumor cardia, baixa saturação de oxigênio, hipertermia. Aus-
representa menos de 1 % dos tumores de ovario, nor- culta pulmonar demonstrava creptações em bases. 3.
malmente ocorre em pacientes jovens antes da quarta No PO10, ele se queixava de dispnéia, dor torácica e
decada de vida. Possuem significativa possibilidade de sudorese. QC de tromboembolismo pulmonar foi pro-
malignização e recorrência conforme presença de com- gramado: taquipnéia, taquicardia, hipertensão arterial,
ponente heterólogo ou grau de diferenciação interme- baixa saturação de oxigênio. Todas as condutas deve-
diário ou grau indiferenciado. Sendo mais agressivo em riam ser realizadas dentro de três minutos.Caso não
pacientes jovens. Comentários finais: Por haver pou- fosse acertivo ou houvesse demora, o SimMan® teria
cos casos na literatura e não haver consenso sobre o sua evolução para parada cardiorespiratória nos ce-
tratamento mais eficaz, recomenda-se todo cuidado e nários 2 e 3. Após o término, eles teriam de preparar
a necessidade de se tratar os casos de Estadio Clinico I um resumo médico e discutir sobre os tratamentos. No
ou superior que possuam componente heterólogo ou debriefing, tutores faziam discussão e perguntava aos
sejam pouco diferenciadas ou mesmo de grau interme- discentes sobre suas impressões e sentimentos. Re-
diário. sultados: Nos Cenários 2 e 3, alguns grupos falharam.
No entanto, eles realizaram manobras de ressuscitação
Contato: SANDRO PEÇANHA PEREIRA – sandropper@ cardio pulmonar. Após o debriefing, discentes discuti-
gmail.com ram sobre a importância de integrar ensinamentos em
sala de aula com quadro clínico real. Alguns deles rela-
taram que aulas práticas no SimMan® serviria de fator
motivacional para estudarem mais. Conclusão: A simu-
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
lação realística utilizando o SimMan® como uma fer-
CÓDIGO: 62001
ramenta para ensinar e treinar cirurgia pode ser uma
evidência baseada na prática integrando ensinamentos
SIMULAÇÃO REALÍSTICA COM “ROLE a quadros clínicos de complicações pós operatóriais.
PLAY” USANDO MANEQUIM DE
ALTA FIDELIDADE DEMONSTRANDO Contato: CINTIA YOKO MORIOKA –
dracintiaadvantage@yahoo.com
COMPLICAÇÕES PÓS OPERATÓRIAS EM
RETOSIGMOIDECTOMIA
Autores: Cintia Yoko Morioka; Nixon Alves Pereira;
Joelmir Lucena Veiga da Silva; Alessandro Ramon Salem TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS
Costa; Gustavo Borges; Patricia Del Corona Braga CÓDIGO: 60747
Cavalcanti; Edgard Mesquita Rodrigues Lima; Marcelo
Engracia Garcia;

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 271


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

SINOVITE VILONODULAR PIGMENTADA TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL

– RELATO DE CASO CÓDIGO: 60532

Autores: Isack Bruno Neves Marques; Lara Konttany


Braz Rodrigues; Luana Vital Koike; Alex Pereira Ramos;
SÍNDROME DE LYNCH E
Márcio Alexandre Terra Passos; ADENOCARCINOMA RETOSSIGMOIDE
Instituição: UNIVERSIDADE SEVERINO SOMBRA EM ADOLESCENTE – RELATO DE CASO
Autores: Bruna da Silva Feitosa; Renata Pereira
Apresentação do caso: A.M.S., 58 anos, sexo mascu- Fontoura; Gabrielle Macanhan Guimarães; Alice Garbi
lino, pardo, professor, natural de Paramirim – Bahia, Novaes; Samara Dallalna Rodrigues Ferreira; Bernardo
portador de hipertensão arterial sistêmica há 2 anos, D Avila de Castro Borges; Luiza Dib Batista Bugiato
procurou a unidade básica de saúde em outubro de Faria; Rodrigo Nascimento Pinheiro;
2016 devido “inchaço e dor no joelho”. Relata que há Instituição: UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA
aproximadamente um mês vem apresentando edema
e artralgia no joelho com diminuição funcional, nega fe- Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino de
bre. Fez uso de antiinflamatório por conta própria sem 19 anos com queixas de obstrução intestinal por três
alivio importante dos sintomas. Devido persistência do semanas, parada de eliminação de fezes e flatos por
edema resolveu procurar auxílio médico. Após avalia- dez dias e vômitos. Relata histórico familiar de paren-
ção o médico da unidade de saúde encaminhou para tes de segundo grau com neoplasias malignas após os
o ortopedista dizendo se tratar de derrame articular e 50 anos. Paciente submetido a cirurgia de colostomia
que possivelmente seria necessário realizar artrocen- à Hartmann e com exame anatomopatológico diag-
tese. Em dezembro de 2016 durante consulta com o nosticando um adenocarcinomacolônico invasivo em
ortopedista evidenciou-se edema importante com ne- retossigmoide, com implante de adenocarcinoma em
cessidade de realização da artrocentese, procedimento peritônio, cujo estadiamento patológico foi definido em
que se repetiu por mais três vezes até o mês de abril, pT4a N2a M1b Estadio IVB, associado à síndrome de
quando foi então solicitado ressonância nuclear mag- Lynch. Discussão: A Síndrome de Lynch, também co-
nética do joelho que evidenciou sinovite vilonodular. nhecida como câncer colorretal hereditário não polipói-
O paciente foi então encaminhado para o ortopedista de (HNPCC) e devido à idade do paciente e seu histórico
oncológico que optou por realizar cirurgia de sinovec- de neoplasias malignas em familiares com menos de
tomia com incisão anterior e posterior. Discussão: A 50 anos, torna-se uma possibilidade diagnóstica, ape-
sinovite vilonodular pigmentada é uma condição que sar do não enquadramento nos critérios de Amsterdã e
afeta unicamente as articulações sinoviais. Ela pode se Bethsda. Dessa forma, faz-se necessária uma avaliação
apresentar de forma difusa ou nodular (localizada), as- genética, a fim de avaliar se há ou não mutação nos ge-
semelhando-se a uma neoplasia. Não se sabe se essa nes responsáveis e diferenciar de possíveis síndromes
doença é uma neoplasia verdadeira ou uma doença de com manifestações semelhantes. A presença dessa
origem reativa, mas as evidências mais recentes de mo- síndrome predispõe o surgimento precoce de um CCR,
noclonalidade sugerem etiologia neoplásica. A principal no subtipo I, no caso, descrito de reto e sigmóide com
forma de tratamento é a excisão cirúrgica, tanto por implantação peritoneal e de tumores extracolônicos,
meio aberto ou artroscópico. Nenhuma terapia conser- no caso do subtipo II. O paciente foi submetido à co-
vadora é considerada eficiente para erradicação da do- lostomia à Hartmann e tratamento quimioterápico com
ença. Se não forem tratados, alguns pacientes desen- o esquema mFLOX adjuvante, devido a indisponibilida-
volvem doença estável, mas a maioria necessitará de de de XELOX na unidade de referência. Comentários
tratamento por motivos sintomáticos ou para prevenir finais: A Síndrome de Lynch trata-se de uma doença
a progressão eventual para formação de um cisto erosi- hereditária autossômica dominante responsável por
vo periarticular e subsequente destruição da superfície 5% do Câncer Colorretal (CCR). Em decorrência da au-
articular cartilaginosa. Em cerca de um terço dos casos, sência de sinais clínicos capazes de predizer a susceti-
evolução agressiva pode ocorrer com várias recorrên- bilidade a HNPCC, a história familiar tem sido o método
cias, a despeito da ressecção cirúrgica. Nesses casos, principal em identificar pacientes de risco, justificando
a utilização de radiação pode ser considerada e admi- a necessidade de rastreamento genético nos casos de
nistrada, seja através de um feixe de raios externo ou neoplasias em idade precoce.
de sinovectomia por radiação intra-articular. Comentá- Contato: RENATA PEREIRA FONTOURA –
rios finais: Espera-se com a terapêutica proposta que renata97fontoura@hotmail.com
não haja recidiva dos sintomas apresentados anterior-
mente. O acompanhamento será realizado através de
consulta médica, bem como por ressonância nuclear
magnética para avaliação de recidiva. TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE
CÓDIGO: 61902
Contato: ISACK BRUNO NEVES MARQUES – isack_
bruno@hotmail.com
SÍNDROME DE WERNER MORRISON –
RELATO DE CASO

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 272


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Autores: Daniel Eiji Ogino; Sannay Valois da Silva; TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA


Zacarias Farias da Silva; Ives Uchôa de Azevedo; Thalita CÓDIGO: 60061
Viana Monteiro; Adalberto Silva Junior; João da Cunha
Lopes; Geraldo Ishak; SÍTIO METASTÁTICO ATÍPICO EM
Instituição: HOSPITAL NAVAL DE BELÉM; HOSPITAL CÂNCER DE ENDOMÉTRIO
UNIVERSITÁRIO JOÃO DE BARROS BARRETO
Autores: Aldo Vieira Barros; Diego Windson de Araújo
Apresentação do caso: Paciente feminino de 42 anos, Silvestre; Amanda Lira dos Santos Leite; Robério Silva
há 6 meses com quadro clínico de diarréia aquosa, Melo; Myra Jurema da Rocha Leão; Claudemiro de
com 8 evacuações diárias, astenia, hiporexia, inape- Castro Meira Neto; Filipe Augusto Porto Farias de
tência, fraqueza muscular e parestesias, associado a Oliveira; Diego Nunes de Albuquerque Oliveira;
perda de 15 Kg no período e hipopotassemia severa, Instituição: SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE MACEIÓ
com necessidade de reposições frequentes. Realizou Apresentação do caso: MJAS, sexo feminino, 67 anos,
USG abdominal que mostrou lesões nodulares focais encaminhada ao Serviço de Oncologia da Santa Casa
em segmento III e nódulos heterogêneos de cerca de de Maceió, com história de metrorragia e dor abdomi-
5, 4cm em segmentos VIII e IVB, sugestivos de metás- nal há 11 meses associado a dor importante em mem-
tases e Biópsia guiada por USG que não foi conclusiva. bro inferior direito. Ao exame observava lesão tumo-
Realizou ecoendoscopia que demonstrou lesões sóli- ral uterina com extensão até terço interior da vagina
das em cauda de pâncreas e lobo hepático esquerdo e paramétrios associado a tumoração endurecida em
com biopsias, também não foram conclusivas. Subme- dorso do pé direito. Investigação diagnóstica constatou
tido a videolaparoscopia diagnóstica, sendo visualiza- a presença de adenocarcinoma de endométrio G2 e a
das múltiplas lesões hepáticas em ambos os lobos, e biópsia da lesão do pé direito evidenciou adenocarci-
realizada biópsia. O estudo histopatológico evidenciou noma endometrial metastático, EC IV. Inicialmente fora
Tumor Carcinóide Típico em parênquima hepático e, o de proposta cirúrgica, foi iniciado quimioterapia palia-
estudo imunohistoquímico concluiu como Tumor Neu- tiva (carbotaxol + ifosfamida). A paciente evoluiu sem
roendócrino de Baixo Grau Mestastático, com índice de resposta satisfatória, mantendo queixa álgica limitante
proliferação celular estimado em 10%. Foi iniciado tra- em pé direito e metrorragia. Submetida a radioterapia
tamento clínico com octreotide para posterior avaliação anti-álgica e anti-hemorrágica, sem sucesso. Realizado
de possibilidade cirúrgica. A síndrome de Werner Morri- então tratamento cirúrgico com amputação de perna
son é constituída por diarréia secretória profusa, hipo- direita abaixo do joelho, embolização da artéria uterina
potassemia e acloridria, além de desidratação. Ocorre e posterior ligadura das artérias hipogástricas. Apre-
em paciente portadores de tumores funcionantes pro- sentou controle importante dos sintomas e segue em
dutores de Peptídeo Intestinal Vasoativo (VIPoma). Os acompanhamento ambulatorial há 6 meses em uso
tumores neuroendócrinos do pâncreas são neoplasias de tamoxifeno, com doença estável. Discussão: A ne-
raras, abrangendo cerca de 2% dos tumores pancreá- oplasia de endométrio representa 6% das neoplasias
ticos, tendo o VIPoma incidência de cerca de 1 caso/10 no sexo feminino, acometendo a faixa etária de 60-70
milhôes/ano, e podem ser diagnosticados em qualquer anos. A principal sintomatologia é sangramento vagi-
fase da vida, mais frequentes da 4ª a 6ª décadas de vida. nal pós-menopausa. O tratamento de escolha varia de
Tem localização pancreática em 90% dos casos, em ge- acordo com o estadiamento e o status clínico da pacien-
ral no corpo ou cauda, com 40-70% de taxa de maligni- te. Os principais sítios de metástases a distância são os
dade e 40-90% dos paciente já apresentam metástases linfonodos pélvicos, para-aórticos, vagina e peritônio
hepáticas quando diagnosticados. O diagnóstico clínico e tidos como atípicos as metástases em órgãos abdo-
é confirmado com aumento dos níveis séricos de VIP e minais, osso, cérebro, parede abdominal e músculo. A
tomografia computadorizada ou ressonância magnéti- prevalência de metástase óssea na neoplasia de endo-
ca. Pode-se lançar mão também da dosagem de cromo- métrio varia entre 4-7% e geralmente ocorrem em es-
granina A e a enolase neurônio específica, da cintilogra- queleto axial, sendo incomum a metástase apendicular.
fia com octreotide que permite identificar se o tumor Comentários finais: Temos uma paciente com diag-
apresenta alta afinidade para a somatostatina e se há nóstico tardio de adenocarcinoma de endométrio com
tumores ocultos. Tratamento consiste em controle dos metástase para o membro inferior direito. Optado pela
distúrbios hidroeletrolíticos, uso de análogos da soma- amputação do membro como tratamento da queixa ál-
tostatina e posteriormente intervençao cirúrgica agres- gica por falta de resposta satisfatória aos tratamentos
siva com ressecção pancreática e cirurgia citorredutora tradicionais. O presente caso torna-se importante pelo
com ressecção das metástases hepáticas e linfonodais. fato de relatar um sítio raro de metástase do aparelho
Em pacientes com idade avançada ou risco cirúrgico reprodutor feminino.
elevado pode-se recomendar conduta conservadora.
Contato: AMANDA LIRA DOS SANTOS LEITE –
Contato: DANIEL EIJI OGINO – deogino@yahoo.com.br amandaleite23@gmail.com

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 273


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TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
CÓDIGO: 62029 CÓDIGO: 61933

TECNICA PADRONIZADA DE CIRURGIA TECNICA PADRONIZADA DE CIRURGIA


ROBOTICA PARA O TRATAMENTO ROBOTICA PARA O TRATAMENTO
DE CANCER RETAL LOCALMENTE DE CANCER RETAL NO INSTITUTO
AVANÇADO NO INSTITUTO NACIONAL NACIONAL DO CANCER
DO CANCER Autores: Raquel de Maria Maués Sacramento; Marcus
Autores: Raquel de Maria Maues Sacramento; Vinicius Motta Valadão da Silva; Eduardo Linhares Riello
de Mello; Rafael Oliveira Albagli; Jensen Milfont Fong;
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
Victor Hugo Soares Vieira; Ronald Enrique Delgado
Introdução: O câncer de reto localmente avançado Bocanegra;
(T4) bem como a recidiva pélvica isolada representam Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
situações clínicas desafiadoras. Neste cenário, a exen-
Introdução: Abordagem robótica usando o sistema
teração pevica tem sido indicada com âmbito curativo,
cirúrgico da Vinci pode oferecer dissecção precisa em
tendo-se como principal critério para indicação a possi-
um campo cirúrgico estreito, a exemplo, de ressecções
bilidade de ressecção R0 com margens cirúrgicas livres.
retais, com melhor acesso através de destreza aprimo-
A exenteração pélvica posterior consiste da ressecção
rada devido aos instrumentos de Endowrist. Alem de
dos órgãos genitais femininos (útero e parede posterior
fornecer posição ergonômica ao cirurgião, destreza
da vagina) em conjunto com o retossigmóide. Objeti-
aprimorada, escala de movimento, câmera estável, vi-
vo: Descrever os aspectos técnicos usando o sistema
sualizações e imagens tridimensionais. Objetivo: Des-
cirúrgico da Vinci-Si em exenteração pélvica posterior.
crever os aspectos técnicos usando o sistema cirúrgico
Resultados: e Discussão: O paciente é colocado na
da Vinci-Si em cirurgias de câncer de reto. Resultados:
posição de litotomia modificada (Lloyd-Davis) com os
e Discussão: O paciente é colocado na posição de lito-
braços ao longo do tronco e imobilizado. Usa-se um
tomia modificada (Lloyd-Davis) com os braços ao lon-
sistema de seis portais que inclui um portal da câmera
go do tronco e imobilizado. Usa-se um sistema de seis
e cinco portais de trabalho, sendo um usado para dis-
portais que inclui um portal da câmera e cinco portais
secção, outro para tração e um terceiro para a mão não
de trabalho, sendo um usado para dissecção, outro
dominante do cirurgião. Um portal para a câmera robó-
para tração e um terceiro para a mão não dominante
tica de 12 mm é colocada 3-4 cm acima e 2 cm a direta
do cirurgião. Um portal para a câmera robótica de 12
do umbigo, distância à sínfise pubica em torno de 22-
mm é colocada 3-4 cm acima e 2 cm a direta do umbi-
24 cm. Os portais restantes (8 mm, denominados R1,
go, distância à sínfise pubica em torno de 22-24 cm. Os
R2, R3) são inseridos sob visão direta da câmera após
portais restantes (8 mm, denominados R1, R2, R3) são
a obtenção do pneumoperitônio. O portal R1 pode ser
inseridos sob visão direta da câmera após a obtenção
de 8 ou de 12mm é posicionado ligeiramente lateral da
do pneumoperitônio. O portal R1 pode ser de 8 ou de
linha hemiclavicular, cerca de 8cm do portal da câme-
12mm é posicionado ligeiramente lateral da linha he-
ra e 2-3cm acima da crista ilíaca direita; enquanto R2,
miclavicular, cerca de 8cm do portal da câmera e 2-3cm
é colocado ao nível do portal da câmera, na linha he-
acima da crista ilíaca direita; enquanto R2, é colocado
miclavicular esquerda, há uma distancia da câmera de
ao nível do portal da câmera, na linha hemiclavicular
pelo menos 8-10cm. O portal R3 é colocado cerca de 4
esquerda, há uma distancia da câmera de pelo menos
cm acima da espinha ilíaca antero-superior esquerda,
8-10cm. O portal R3 é colocado cerca de 4 cm acima da
distando pelo menos 8 cm do portal R2. Uma portal as-
espinha ilíaca antero-superior esquerda, distando pelo
sistente A de 8 mm é posicionado cerca de 8-10 cm su-
menos 8 cm do portal R2. Uma portal assistente A de 8
perior ao portal da linha hemiclavicular direita, com no
mm é posicionado cerca de 8-10 cm superior ao portal
mínimo 8 cm do portal da câmera. Um portal assistente
da linha hemiclavicular direita, com no mínimo 8 cm do
B, 6-8 cm inferior ao processo xifóide na linha média.
portal da câmera. Um portal assistente B, 6-8 cm infe-
Conclusão: O uso rotineiro da cirurgia assistida robó-
rior ao processo xifóide na linha média. O processo ro-
tica para abordagem do câncer de reto avançado pode
bótico consiste em duas fases: A fase lateral que inclui
ajudar a obter menores taxas de complicação e resul-
ligadura e divisão da veia e artéria mesentérica inferior,
tados oncológicos similares usando uma abordagem
dissecção ao longo do plano avascular, mobilização e li-
minimamente invasiva. A exenteração pélvica apesar
beração do colon na flexura esplênica. E na fase pélvica
de sua alta morbidade pode conferir maior sobrevida
dissecção da cavidade pélvica ao longo do plano entre
aos doentes com adenocarcinoma de reto localmente
a fáscia mesorretal e a preservação da fáscia pélvica pa-
avançado.
rietal e preparação do mesoreto para divisão do reto
Contato: RAQUEL DE MARIA MAUÉS SACRAMENTO – com grampeador laparoscopico. Conclusão: O uso roti-
raquel_maues@yahoo.com.br neiro da cirurgia assistida robótica para abordagem do
câncer de reto pode ajudar a obter menores taxas de

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 274


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complicação e resultados oncológicos similares usando as lesões metastáticas. Uma vez respeitada a radicali-
uma abordagem minimamente invasiva. dade da ressecção cirúrgica, o objetivo secundário no
tratamento curativo do câncer de reto é a preservação
Contato: RAQUEL DE MARIA MAUÉS SACRAMENTO –
esfincteriana. Comentários finais: No caso relatado, a
raquel_maues@yahoo.com.br
paciente foi tratada com terapia trimodal (quimiotera-
pia, radioterapia e cirurgia) de forma não habitual apre-
sentando uma excelente resposta clínica e patológica,
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL sendo possível a realização do tratamento cirúrgico
CÓDIGO: 61776 com preservação esfincteriana.
Contato: ALDO VIEIRA BARROS – aldobarros@
TERAPIA TRIMODAL NO CÂNCER DE oncoclinica.com
RETO INFERIOR METASTÁTICO COM
PRESERVAÇÃO ESFINCTERIANA
Autores: Aldo Viera Barros; Filipe Augusto Porto Farias
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
de Oliveira; Marcel Davi Loureiro de Melo; Claudemiro
de Castro Meira Neto; Amanda Lira dos Santos Leite; CÓDIGO: 60479
Cicero Ludgero A de Melo; Myra Jurema da Rocha Leão;
Oscar Cavalcante Ferro Neto; TÉCNICA PADRONIZADA DA
Instituição: SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE MACEIÓ COLECTOMIA ESQUERDA/
Apresentação do caso: FSS, sexo feminino, 49 anos,
SIGMOIDECTOMIA ROBÓTICA EM
encaminhada ao Serviço de Oncologia da Santa Casa
PACIENTES ONCOLÓGICOS NO SUS
de Maceió com história de hematoquezia e perda de Autores: Victor Hugo Ribeiro Vieira; Alberto Teles Lopes;
peso há 4 meses. Ao exame físico evidenciou-se lesão José Paulo Jesus; Eduardo Linhares; Marcus Valadão;
à 1 cm da linha pectínia anal, ocupando aproximada- Rafael Albagli; Raquel de Maria Maués Sacramento;
Pedro Paulo Cavalcanti de Albuquerque;
mente 50% da circunferência retal. A biópsia à colonos-
copia confirmou adenocarcinoma grau II, RAS e BRAF Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
não mutados, ausência de instabilidade microssatélite. Introdução: As ressecções colorretais via robótica vêm
Exames de estadiamento evidenciaram lesões hepáti- ganhando popularidade ultimamente. No entanto, ain-
cas em segmentos VIII, IVA, V E I. Estadiamento clínico IV da respeito de dados a respeito de como os cirurgiões
(T3N1M1). Com o planejamento de abordagem reversa adquirem expertise e como são os programas de de-
foi iniciada quimioterapia com esquema FOLFOX. Após senvolvimento de cada instituição. Objetivo: Apresen-
3 ciclos houve progressão de doença hepática sendo tar a metodização usada em nosso serviço nas cirurgias
então modificado o esquema quimioterápico para FOL- para neoplasias de cólon esquerdo e sigmóide utilizan-
FIRINOX e VECTIBIX. Ao término de 3 novos ciclos a pa- do o a plataforma da Vinci-Si. Método: O paciente é po-
ciente apresentou resposta clínica hepática completa, sicionado em decúbito dorsal, em posição de litotomia
além de redução no número de linfonodos abdominais modificada. São posicionadas almofadas em regiões de
e do tamanho da lesão retal. Optado por realização proeminências ósseas para proteção. É realizado single
de radioterapia (SHORT COURSE) seguida de cirurgia. docking pelo lado esquerdo do paciente, com coloca-
Foi submetida a retossigmoidectomia com ressecção ção de quatro portais: câmera, auxiliar e dois braços
interesfincteriana por videolaparoscopia e ileostomia robóticos. A câmera é inserida a direita do umbigo, o
protetora em alça. Laudo histopatológico evidenciou portal R1 na fossa ilíaca direita, o portal R2 no hipocôn-
resposta patológica completa no reto e 1 linfonodo po- drio direito, na linha hemiclavicular e o portal auxiliar
sitivo de 21 ressecados. Encaminhada a quimioterapia no flanco direito, 7 cm superior ao portal R1. Preferen-
adjuvante. Discussão: O tratamento gold standard do cialmente, optamos pela abordagem medial do cólon
câncer de reto extraperitoneal compreende a aplicação esquerdo, iniciando pela ligadura dos vasos mesenté-
de quimiorradioterapia neoadjuvante em pacientes ricos inferiores, posterior dissecção do retroperitôneo,
com estadiamento T3-4N+ seguido de ressecção cirúr- seguindo pela liberação da goteira parietocólica es-
gica com excisão total do mesorreto. Este tratamento querda e por fim secção da alça intestinal. Discussão: A
é acompanhado de uma taxa de recidiva local inferior padronização da técnica na cirurgia robótica na colecto-
a 10% e oferece taxas de sobrevida em 5 anos de até mia esquerda facilita o aprendizado cirúrgico, diminui o
80%. Em casos de metástases hepáticas uma alternati- tempo de docking e tempo operatório.
va ao tratamento é iniciar com quimioterapia com ên-
fase a estas lesões na chamada “abordagem reversa”. Contato: VICTOR HUGO RIBEIRO VIEIRA – vhrv89@
Nestes casos o Short Course de radioterapia neoadju- gmail.com
vante representa uma boa opção devido a rapidez ao
tratamento do reto priorizando a quimioterapia para

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TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA that piRNAs are already altered in tumor-adjacent tis-
CÓDIGO: 60800 sue samples, strengthening the field effect theory.
Contato: ÂNDREA KELY CAMPOS RIBEIRO DOS
THE PROFILE OF DIFFERENTIALLY
SANTOS – akelyufpa@gmail.com
EXPRESSED PIRNAS ASSOCIATED TO
THE FIELD EFFECT THEORY IN GASTRIC
CANCER
Autores: Tatiana Vinasco-Sandoval; Giovanna Chaves TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
Cavalcante; Amanda Ferreira Vidal; Pablo Pinto; André CÓDIGO: 61747
M Ribeiro-dos-Santos; Paulo Pimentel Assumpção;
Samia Demachki; Sidney Santos; Fabiano Cordeiro EXENTERAÇÃO PÉLVICA PARA
Moreira; Ândrea Ribeiro-dos-Santos; TRATAMENTO DO CÂNCER COLO
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ RETAL LOCALMENTE AVANÇADO E/
The knowledge about carcinogenesis and the molecular OU RECIDIVADO EXPERIÊNCIA DO
events that lead to cell transformation in gastric cancer HOSPITAL AC CAMARGO CÂNCER
(GC) has been a challenge to the scientific community. CENTER
In this way, studies involving small non-coding RNAs Autores: Tiago Santoro Bezerra; Samuel Aguiar junior;
have been widely explored. Among these species of Ranyel Spencer Batista Sobreira; Ademar Lopes; Paulo
RNAs, piRNAs are an emergent class that needs further Roberto Stevanado; Renata Mayumi;
studies to elucidate their roles in carcinogenesis. In Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
such studies, it is also important to consider the theory
of field effect, in which the tumor-adjacent tissue, des- Introdução: O tratamento do câncer de colo-retal lo-
pite their histologically normal appearance, carries mo- calmente avançado ou recidivado geralmente envolve
lecular alterations that are similar to those in developed a exenteração pélvica como tratamento cirúrgico. Essa
tumors. These changes have been described both in ge- séria mostra a experiência de um centro oncológico no
netic and epigenetic levels in different types of cancer. tratamento do câncer coloretal e seus resultados para
Therefore, the aim of this study was to evaluate the glo- definição de fatores clinico-patológicos que ajudem na
bal piRNAs expression profile (piRNome) of GC patients seleção do paciente. Objetivo: Avaliar a morbi-morta-
in order to identify potential biomarkers. We collected lidade de pacientes submetidos a exanteração pélvica
24 samples of stomach antrum (eight non-cancer sam- por tumores colorretais em um centro oncológico. Mé-
ples, eight adenocarcinoma samples and eight tumor- todo: analise retrospectiva de pacientes com câncer
-adjacent samples that are histopathologically cancer- coloretal avançado submetidos a exenteração pélvica
-free). We used the ultradeep platform MiSeq (Illumina) como tratamento cirúrgico. Foram avaliados fatores
to perform the small-RNA sequencing. Reads were clinico-patológicos, sendo o desfecho principal a sobre-
analyzed using DESeq2 package (R program) to evalua- vida global e sobrevida livre de doença e como objetivo
te the piRNA differential expression. An in silico analysis secundário analisar a morbidade e mortalidade opera-
using miRanda v.3.3a was done to identify target genes tória. Resultados: foram identificados 104 pacientes,
of the differentially expressed piRNAs and the functio- 57% em tumores primários e 43 em tumores recidiva-
nal analysis was performed with DAVID Bioinformatics dos. 65% dos pacientes receberam tratamento radio-
Resources v.6.8 to identify all biological processes signi- terápico prévio e 76, 96% foram submetidos a algum
ficantly associated to piRNA-targeted mRNAs. We iden- regime quimioterápico prévio. O índice de mortalidade
tified three piRNAs (piR-48966, piR-49145, piR-31335) operatória foi de 7, 69% e a morbidade foi de 70,19%.
that are differently expressed in both GC and cancer- A taxa de sobrevida global em 5 anos foi de 43%, com
-adjacent samples in comparison to non-GC samples. uma sobrevida mediana de 47 meses, realizando aná-
This indicates that the tumor-adjacent tissue is mole- lise de risco relativo os fatores que tiveram maior im-
cularly modified and cannot be considered as a normal pacto na sobrevida foram: doença recidivada, cirurgia
tissue control. These three DE piRNAs are potential paliativa, ressecabilidade, quimioterapia prévia, ASA,
biomarkers for GC, especially piR-48966 and piR-3133, hemotranfusão e pacientes que tiveram complicações
which presented AUC>0.85. An in silico search for mR- graves. A sobrevida livre de doença em 5 anos foi de
NAs targeted by the field effect piRNome revealed that 35% com uma mediana de recorrência de 24 meses. A
these piRNAs may regulate seven genes that participate recorrência foi de 41,43% sendo mais comum a distân-
in the cell cycle regulation, suggesting that these small cia. Os principais fatores de risco associados a recor-
non-coding RNAs act in the complex of post-transcrip- rência foram: localização (reto), doença recidivada, t4
tional regulation. This is the first study to describe the patológico, comprometimento linfonodal, tratamento
differential expression profile of piRNAs in GC samples prévio, ASA, hemotranfusão e os pacientes que tiveram
using Next-Generation Sequencing and to demonstrate complicações graves. Concluão: A exenteração pélvica

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 276


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

continua sendo o principal tratamento nos tumores co- que exigem grandes ressecções cutâneas e, em alguns
lo-retais localmente avançados. As taxes de morbidade casos, até ressecções do gradil costal e do esterno.
e mortalidade ainda são altas, a sobrevida global e so- Abordagem de equipe multidisciplinar é bastante im-
brevida livre de doença do nosso serviço são equipa- portante para alcançar os melhores resultados possí-
radas as de outros centros oncológicos, devemos levar veis. O caso reportado envolve extensa lesão de mama,
em consideração os fatores identificados nesse traba- sem comprometimento sistêmico, tendo a cirurgia in-
lho para uma melhor seleção de pacientes. tuito curativo, com baixa morbidade e técnica cirúrgica
exequível e que não demanda tecnologia avançada. A
Contato: TIAGO SANTORO BEZERRA – tiagosantoro@
paciente evoluiu com pequena deiscência e infecção
me.com
de ferida operatória, sem envolvimento da prótese ou
repercussão sistêmica, mas que necessitou de antibio-
ticoterapia guiada por cultura/antibiograma. A quimior-
TEMÁRIO: ONCOMASTOLOGIA radiação foi iniciada no final de 2015 e a cirurgia reali-
CÓDIGO: 60416 zada em janeiro de 2017. Paciente em hormonioterapia
com tamoxifeno e exames de estadiamento de maio de
TORACECTOMIA EM MASTOLOGIA: DA 2017 sem sinais de recidiva.
NEOADJUVÂNCIA AO PÓS-OPERATÓRIO Contato: VITOR ARCE CATHCART FERREIRA – vitoracf@
– RELATO DE CASO icloud.com
Autores: Vitor Arce Cathcart Ferreira; Vinícius Basso
Preti; Tariane Friedrich Foiato; William Massami Itikawa;
Anne karoline Groth; Alfredo Benjamin Duarte da Silva;
Maria Cecilia Closs Ono; Bruno Rafael Kunz Bereza; TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA
Raimundo Romilton Leal do Rosário; CÓDIGO: 61877
Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS TRANSFORMAÇÃO NEOPLÁSICA DE
Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, pós
LESÃO PRÉ-EXISTENTE DESCONHECIDA
menopausa, 61 anos, com carcinoma ductal de mama DE COURO CABELUDO EM CARCINOMA
localmente avançado estadiamento clinico IIIc (T4b- BASOCELULAR ASSOCIADO A
N3M0). Lesão inicialmente com 15cm em seu maior CARCINOMA EPIDERMÓIDE
eixo firmemente aderido a parede torácica e com infil- Autores: Camila Urach dos Santos; Isabela Dorneles
tração de arcos costais, submetida a quimioterapia com Pasa; Bruna Beck Nunes; Luiz Inácio Roman; Sabrina
Doxorrubicina/Ciclofosfamida + Docetaxel e radiotera- Pedrotti; Phamela Weneranda Cezarotto Dall Agnol;
pia com dose total de 63Gy com boa resposta – lesão Juliano Breunig;
residual menor que 40% da inicial, mas ainda bem ade- Instituição: UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL
rida a parede torácica e ausência de linfonodos palpá- Apresentação do caso: Paciente feminina, 47 anos,
veis. Submetida a mastectomia esquerda com toracec- com lesão no couro cabeludo desde o nascimento. Há
tomia segmentar de duas costelas e reconstrução do 30 dias relata crescimento de tumoração ulcerativa de 3
arcabouço ósseo com tela de polipropileno e cimento x 2 cm no sítio da lesão. Foi realizada excisão com mar-
ósseo a base de metilmetacrilato. O defeito de pele foi gens, fechamento primário e solicitado anatomopato-
corrigido com retalho miocutâneo bilobado de músculo lógico que evidenciou carcinoma epidermoide modera-
grande dorsal. Colocado dreno Suctor devido área de damente diferenciado, ulcerado e com hiperceratose,
ressecção do retalho e sem necessidade de drenagem em associação com carcinoma basocelular pigmentado
torácica em selo d’água. O caso foi bem documentado e de conformação nodular. As margens estavam livres.
com câmeras de alta definição em fotos e vídeos. Dis- A história era condizente com nevo sebáceo de Jadas-
cussão: A ressecção ampla com eliminação completa sohn e haja vista essa hipótese diagnóstica foi realizada
da doença associada às técnicas de reconstrução per- revisão das lâminas para busca de resquícios de nevo
mitiu um aumento no tempo de sobrevida. A prioridade sebáceo e estes não foram encontrados. Discussão:
é a restauração da integridade funcional e estrutural do O nevo sebáceo de Jadassohn é um hamartoma con-
tórax, sendo a reconstrução necessária para prevenir gênito que tem como principal sítio o couro cabeludo.
déficits respiratórios, por exemplo o movimento para- A transformação neoplásica dessa lesão acontece em
doxal, proteção mecânica de estruturas mediastinais cerca de 15% dos casos, normalmente na idade adulta
e buscar técnicas que combinem chance de cura com e origina usualmente siringocistoadenoma papilífero,
qualidade de vida satisfatória. Comentários finais: carcinoma basocelular ou tricoblastoma. A ocorrência
Apesar do aumento de campanhas educativas, acesso de carcinoma epidermoide em nevos sebáceos é rara
e avanços no rastreamento e no diagnóstico precoce – 12 casos descritos na literatura – e a formação de
do câncer de mama, ainda há muitos casos dramáticos um tumor de colisão deste com um carcinoma baso-
de tumores avançados ou de recidivas locorregionais, celular é ainda mais surpreendente – 3 casos relatados

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 277


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

na literatura. O fato de não haver resquícios de nevo é denominado enxerto, que acontece normalmente
sebáceo no anatomopatológico aponta para a necessi- dentro de 15 a 30 dias depois do transplante. Após a
dade de novas hipóteses diagnósticas. A aplasia cutis efetivação do enxerto, podem ser receitados imunossu-
é uma malformação em que há ausência de uma por- pressores, para impedir o aparecimento de uma com-
ção de tecido cutâneo ao nascimento e, assim como o plicação denominada Doença do Enxerto Contra Hos-
nevo sebáceo, gera alopécia localizada. Há um relato da pedeiro. A mortalidade nos 100 dias após o transplante
ocorrência de aplasia cutis com posterior degeneração é de 10-40% nos alogênicos e 5-20% nos autólogos.
cicatricial maligna originando carcinoma epidermoi- Enquanto nos transplantes autólogos a mortalidade é
de. Não existem ainda relatos com transformação em devido à doença base, nos alogênicos a principal causa
carcinoma basocelular, porém é sabido que a degene- é a DECH. Nos transplantes alogênicos, as drogas imu-
ração cicatricial maligna pode gerar diversos tipos de nossupressoras são administradas precocemente para
neoplasias cutâneas, abrangendo o carcinoma epider- prevenção ou tratamento da DECH, o que aumenta o
moide – principal desfecho dessa patologia – e também risco de infecções. Conclusão: O transplante de medu-
o carcinoma basocelular. Comentários finais: Existem la óssea é uma alternativa eficaz para tratamento da
3 fases de desenvolvimento do nevo sebáceo. A partir leucemia mieloide aguda, principalmente para os pa-
da quarta década de vida – terceira fase – há chance cientes com recidivas. Entretanto, é necessário um bom
de transformação neoplásica maligna, principalmente manuseio das possíveis complicações, principalmente
para o carcinoma basocelular. Quando há desenvolvi- as relacionadas a DECH e infecções, para que haja me-
mento do epidermoide, assim como na degeneração nor mortalidade associada ao procedimento.
cicatricial maligna, parece haver comportamento agres-
Contato: WIVIAN LOPES DO ESPIRITO SANTO – lopes.
sivo, justificando a excisão precoce simples, indepen-
wivian@gmail.com
dente da lesão precursora.
Contato: CAMILA URACH DOS SANTOS – camy.ur@
hotmail.com
TEMÁRIO: ONCOMASTOLOGIA
CÓDIGO: 59986

TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA TRATAMENTO CIRÚRGICO CURATIVO


CÓDIGO: 59485 EM SARCOMA MAMÁRIO
Autores: Claudemiro de Castro Meira Neto; Myra
TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA Jurema da Rocha leão; Júlio César Palmeira Costa; Cícero
COMO OPÇÃO DE TRATAMENTO PARA Ludgero Alcindo de Melo; Amanda Lira dos Santos Leite;
LEUCEMIA MIELOIDE AGUDA Aldo Vieira Barros; Frederio Theoblado Ramos Rocha;
Robério Silva Melo;
Autores: Wivian Lopes do Espírito Santo; Bruna Teixeira
Marques; Isabela Coelho Guimarães; Julia Falcão Nano; Instituição: SANTA CASA MISERICÓRDIA DE MACEIÓ
Carolina Freihof e Souza; Marina Borges Lima; Apresentação do caso: Paciente do sexo F, 49 anos,
Instituição: ESCOLA DE MEDICINA SOUZA MARQUES com história de tumoração volumosa em mama direita
Introdução: A Leucemia Mieloide Aguda (LMA) é um de crescimento progressivo, com episódios de mastite
tipo de câncer que afeta os mieloblastos, que não ama- de repetição com coleção sendo necessário drenagem
durecem, não desempenham sua função e ainda acu- cirúrgica ínumeras vezes. Sem morbidades ou história
mulam-se na medula óssea. O transplante de medula de tabagismo/etilismo. Sem antecedentes pessoais ou
óssea consiste na substituição das células neoplásicas familiares. Ao exame físico, PS1, axilas negativas. Ma-
por células progenitoras hematopoéticas normais, res- mas volumosas, pendulares, assimétricas, com tumo-
tabelecendo a função medular nos pacientes. Existem ração ocupando toda a mama direita com conteúdo
três modalidades de transplante de medula óssea: o sólido cístico material fluido achocolatado. Exames
alogênico, o autogênico e o singênico. Objetivo: Efetuar complementares: Mamografia: nódulo heterogêneo
uma revisão de literatura que abordasse o transplante em mama direita medindo 14,0 x 9, 3 x 13,0 cm. Ana-
de medula óssea como uma das opções de tratamento tomopatológico compatível com Carcinossarcoma. O
para a leucemia mieloide aguda, explicitando suas van- resultado imunohistoquímico: Neoplasia Maligna In-
tagens e desvantagens. Método: Este estudo constitui diferenciada Epitelióide e Fusocecular com expressão
uma revisão de literatura. Os artigos foram seleciona- p63 e GATA-3EDA. Foi submetida a QT neoadjuvante,
dos por meio de busca nos bancos de dados Scielo e sem qualquer resposta. Foi então encaminhada a cirur-
Ebsco, a partir da fonte Medline, além dos periódicos gia, sendo realizada a Mastectomia Radical Modificada
da revista JCO. A pesquisa dos artigos foi realizada en- a direita com linfadencetomia axillar, nos 3 níveis. LHP
tre janeiro e julho de 2016. Resultados: A primeira fase Neoplasia indiferenciada de alto grau 20 x 14 cm. Sem
da recuperação é esperar para que as células-tronco invasão linfo-vascular. Margens livres. Linfonodos ne-
comecem a produzir novas células sanguíneas, o que gativos 0/37. pT4pN0Mx. Discussão: O carcinossarco-

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na da mama é tumor maligno no qual se encontra o e reconstrução com gastroenteroanastomose em Y de


componente mesenquintal dominante, podendo estar Roux com biliodigestiva.
associado à carcinoma in situ, escamoso, ductal ou lo-
Contato: ALICE BRITO BRANDÃO – alicebrandao.abb@
bular invasivo. É mais comumente encontrado em sítios
gmail.com
como cavidade oral, laringe, útero e ovários. Apresenta
como sinonímias carcinoma escamoso com metaplasia
fusiforme, pseudossarcoma, carcinoma sarcomatóide
e carcinoma de células escamosas. Raramente encon- TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
trado na mama, sua incidência é menor do que 0,2 por CÓDIGO: 59715
cento de todos os tumores malignos. O carcinossarco-
ma é descrito por muitos autores como sendo o tumor TRATAMENTO CIRÚRGICO DE
mesequimal com maior número de casos com compro-
METÁSTASE DE TUMOR RENAL DE
metimento linfonodal. Contrariando a literatura o caso
apresenta um status nodal negativo, o que favorece
CÉLULAS CLARAS PARA A VAGINA –
um melhor o prognóstico. Conclusão: De acordo com
RELATO DE CASO
a literatura, os tumores mesenquimais do tipo sarco- Autores: Cecília Cerceau Pinto Coelho; Vinicius Grossi
ma não apresenta resposta importante ao tratamento Siervo Santiago; Paula Ferraz Rodrigues; Plínio Augusto
quimioterápico, como no presente caso, não houve res- Trindade Abreu; Vitória Faustino; Isabela Maria
Guerreiro Silva; Homero Gonçalves Júnio; Luciano
posta clínica ao tratamento neoadjuvante, sendo assim
Fernandes Loures;
foi submetida ao tratamento cirúrgico com resultado
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ DE FORA
patológico satisfatório.
Apresentação do caso:Paciente do sexo feminino, 52
Contato: JULIO CÉSAR PALMEIRA COSTA –
anos, com quadro de sangramento vaginal intenso.Fei-
Juliopalmeira@hotmail.com
to o exame físico, foi observada tumoração de aspecto
vegetante de aproximadamente 6 cm em terço distal da
parede vaginal anterior. Prosseguiu-se com biópsia da
TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO lesão com avaliação imuno-histoquímica que demons-
CÓDIGO: 62027 trou adenocarcinoma de células claras primário do rim
e com TC de abdome que revelou alterações inespecífi-
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE cas em ambas as regiões anexiais e uma massa em rim
ADENOCARCINOMA DE AMPOLA DE esquerdo. Após ser submetida à nefrectomia esquerda,
a paciente foi encaminhada para serviço especializado,
VATER COM INSERÇÃO DA PAPILA
onde foi realizada a exérese do tumor vaginal e histe-
DUODENAL NA QUARTA PORÇÃO rectomia total com salpingooforectomia bilateral – a
DUODENO – RELATO DE CASO qual sucedeu-se de necessidade de transfusão de 300
Autores: Alice Brito Brandão; Márcio Neves Stefani; ml de concentrado de hemácias, apesar de mantido a
Amanda Moreira de Abreu; Pedro Henrique Silva estabilidade hemodinâmica. O exame anatomopato-
Gomes; Pablo Marques Reis; lógico confirmou metástase do tumor renal na vagina,
Instituição: FUNDAÇÃO CENTRO DE CONTROLE DE além de revelar cistoadenoma seroso em ovário direi-
ONCOLOGIA DO ESTADO DO AMAZONAS to e fibroma em ovário esquerdo, com útero e tubas
Os adenocarcinoma da Ampola de Vater (AV) são as ne- uterinas sem alterações. Não foi implementada terapia
oplasias da AV mais comuns, porém tumores nessa lo- adjuvante e a paciente encontra-se em acompanha-
calização representam apenas 1% dos tumores do trato mento clínico sem intercorrências. Discussão: A maio-
digestivo, tendo uma incidência maior em homens na ria dos pacientes com tumor renal de células claras é
7º década de vida, evoluindo de maneira assintomática, assintomática ao diagnóstico, sendo sua tríade clássica
dessa forma achados incidentalmente o que caracteriza (hematúria, massa palpável e dor no flanco) encontrada
um desafio diagnóstico para o clínico e cirurgião. Essas apenas em 10-20% dos casos. Geralmente o achado é
lesões tendem a se apresentar com melhor prognósti- dado a partir de exames de imagem do abdome solici-
co que as outras as outras (adenocarcinoma ductal ce- tados por outro motivo ou por manifestações clínicas
fálico ou colangiocarcinoma), quando há clínica, ela se decorrentes de lesões metastáticas (cujo principal sítio
manifesta com sintomas de colestase e algumas vezes é o pulmão, seguido pelos ossos e fígado) ou síndro-
podendo ocorrer pancreatite. Este trabalho relata um mes paraneoplásicas. A ocorrência de metástase para a
caso de um paciente apresentando icterícia obstrutiva vagina é rara, e o reconhecimento da lesão vaginal fre-
(colestase) e perda ponderal com performance status quentemente precede o diagnóstico do tumor primá-
1, além de RNM com tumor em duodeno correspon- rio, com quadro clínico de sangramentos, secreções ou
dendo a um caso raro de portador de Adenocarcinoma massas na vagina. É comum a metástase ser ipsilateral.
de Ampola de Vater com localização anômala da papila O tratamento do tumor renal consiste em nefrectomia
duodenal, estando a mesma na quarta porção do duo- total sem terapia adjuvante (este é naturalmente re-
deno assim sendo tratado com duodenojejunectomia sistente a quimioterapia e radioterapia convencionais)

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e, se acompanhado de ressecção da metástase – prin- TNEs GI: 27-37, 6% em 5 anos. A incidência é < 1/100
cipalmente quando única –, há melhora significativa mil habitantes, com pico na 6° e 7° década de vida, com
do prognóstico e sobrevida dos pacientes. Comentá- predomínio entre os homens. A maior parte destes tu-
rios finais:A excisão local de metástases na vagina é mores são esporádicos, mas 15-30% deles podem estar
aconselhada em pacientes previamente submetidas associados a síndromes genéticas com idade mediana
à nefrectomia. No caso apresentado, a partir da lesão de 35 anos ao diagnóstico. Os tumores não funcionan-
vaginal, iniciou-se busca do possível sítio tumoral. A pa- tes são muito mais comuns e não estão associados a
ciente apresentou apenas uma metástase, o que fala a síndromes clínicas de hiperprodução hormonal. A loca-
favor de um bom prognóstico e direcionou seu planeja- lização principal destes tumores é a cauda pancreática
mento terapêutico. (48%). A cirurgia ainda é a melhor forma de tratamento,
as ressecções dessas lesões promovem uma melhor
Contato: CECILIA CERCEAU PINTO COELHO – ceci_
qualidade vida e melhor sobrevida à longo prazo. Nesta
cpc@hotmail.com
paciente foi realizado o tratamento preconizado pela
literatura. Conclusão: Apesar do diagnóstico tardio, a
doença maligna localmente avançada (invasão da V.M.S
TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE e duodeno), a indicação cirúrgica foi mantida, pois a
CÓDIGO: 59712 ressecção R0 dessas lesões promovem uma ganho de
sobrevida significativo para esses pacientes.
TRATAMENTO CIRÚRGICO DE TUMOR Contato: MYRA JUREMA DA ROCHA LEÃO – myra.
NEUROENDÓCRINO PANCREÁTICO rocha@hotmail.com
COM INVASÃO VASCULAR EM PACIENTE
JOVEM
Autores: Oscar Cavalcante Ferro Neto; Myra Jurema da
TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS
Rocha Leão; Amanda Lira dos Santos Leite; Aldo Vieira
Barros; Filipe Augusto Porto Farias de Oliveira; Cícero CÓDIGO: 61793
Ludjero A de Melo; Júlio Cesar Palmeira Costa; Diego
Windson de Araújo Silvestre; TRATAMENTO DE ANGIOSSARCOMA
Instituição: SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE MACEIÓ RETROPERITONEAL EM ÚTERO –
RELATO DE CASO
Apresentação do caso: Paciente do sexo Feminino,
35 anos, com história de desconforto abdominal ines- Autores: Erika de Oliveira Menezes; Naiana Mota
Araujo; Caroline Ramos Barreto; Beatriz Rayane Oliveira
pecífico há sete meses. Sem história de tabagismo e
Santana; Isabelle Menezes Maciel; Roberta de Oliveira
etilismo. Sem antecedentes pessoais ou familiares. Ao
Carvalho; José Vieira Barreto Júnior; ROBERTO QUEIROZ
exame físico, ECOG 1, anictérica com abdome indolor e GURGEL;
com tumoração sólida palpável em mesogástrio, móvel
Instituição: UNIVERSIDADE TIRADENTES
e indolor. Endoscopia digestiva alta evidenciando uma
pangrastrite enantematosa e sinais de compressão ex- Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino,
trínseca de corpo e antro gástrico.Tomografia de abdo- M.R.B.S., 40 anos, é admitida em centro de referência
me total apresentando grande imagem topografia de em oncologia de Aracaju, Sergipe, após laparotomia
cabeça e colo do pâncreas medindo 6, 0 x 9, 0 x 5, 0 cm. exploradora realizada em hospital terciário. A aborda-
Eco Endoscopia + punção: extensa lesão hipoecóica 83 gem inicial foi o estadiamento cirúrgico que demons-
x 53 mm na topografia da cabeça/corpo do pâncreas trou uma massa volumosa em corpo do útero, dada
envolvendo a confluência porta. A citologia foi compa- como irressecável. Posteriormente, foi feita biópsia da
tível com Lesão epitelial proliferativa com atipias. Foi massa, que resultou em neoplasia mesenquimal malig-
submetida a Gastroduodenopancreatectomia Total + na, de baixo grau, de provável diferenciação vascular,
Ressecção Parcial de veia mesentérica superior (V.C.S.) infiltrando o corpo uterino, medindo 4,5 x 4 x 2 cm,
com anastomose primária. O exame de anatomopa- confirmando o estágio III do angiossarcoma retrope-
tológico mostrou Neoplasia pouco diferenciada de 7, ritoneal do útero, sem comprometimento linfonodal.
5 x 6, 5 cm na cabeça do pâncreas, infiltrando serosa Seguiu-se o caso com a radioterapia e quimioterapia
de duodeno, margens livres, metástase para 6 linfo- com paclitaxel e avastin, inibidor da angiogênese, o
nodos (6/17)pT4N1M0. A Imunohistoquímica demosn- que posteriormente possibilitou a ressecção cirúrgica.
trou neoplasia associada aos aspectos histológicos de Quatro anos depois, a paciente encontra-se sem lesões
neoplasia neuroendócrina G2 EC. Evoluiu com coleção neoplásicas, apenas com uma hérnia inguinal. Discus-
intraperitoneal no 10° DPO tratado com drenagem são: Angiossarcomas são derivados das células endo-
percutânea. Recebeu alta no 15° DPO. Discussão: Os teliais vasculares e são neoplasias altamente malignas,
tumores neuroendócrinos pancreáticos (TNE) são ne- correspondendo a menos de 2% do total de sarcomas.
oplasias raras, correspondendo 7% de todos os TNE e Face, pescoço, couro cabeludo, extremidades ou ma-
2% dos tumores pancreáticos. Estão associados a pio- mas são os locais em que esse tipo de tumor é mais
res resultados de sobrevida quando comparados aos encontrado. Ocorrências de angiossarcomas retroperi-

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toneais são extremamente raras. Regularmente, apre- ferenciado e tendo a maior delas 3,0 x 1,6 x 1,3 cm de
senta-se como uma grande massa assintomática que diâmetro. Aos níveis II e III, foram isoladas 11 estrutu-
não é diagnosticada ao exame físico, mostrando que ras nodulares, não havendo estruturas comprometidas
é quase impossível o diagnóstico pré-operatório, uma por carcinoma. A paciente evoluiu bem no pós-opera-
vez que não há exame de imagem com especificidade tório. O tratamento cirúrgico foi complementado com
elevada. O tratamento consiste basicamente na ressec- quimioterapia adjuvante (4 ciclos de doxorrubicina e
ção cirúrgica. No entanto, como nesse caso, esse tipo ciclofosfamida, seguida por 3 ciclos de paclitaxel) e ra-
de sarcoma progride rapidamente, invadindo sistema- dioterapia adjuvante. Nas TCs realizadas a partir de 3
ticamente o corpo. Mesmo que a ressecção radical não meses após o término do tratamento, não observou-se
seja possível, muitos pacientes se beneficiar-se-ão de recorrência Discussão: O câncer de mama é o tipo de
ressecções parciais. Nestes casos, pode haver um alívio câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no
do efeito de massa e eventualmente o tratamento pode Brasil, correspondendo a cerca de 28% dos casos novos
ser completado por radioterapia ou quimioterapia. Co- a cada ano. O câncer oculto de mama é o nome dado à
mentários finais: Os angiossarcomas retroperitone- situação em que existe metástase de adenocarcinoma
ais são tumores agressivos, de difícil determinação de em linfonodos axilares em mulher na qual não é encon-
margens cirúrgicas, alta tendência a recorrência local e trado nenhum tumor primário na mama ou em outro
metástase à distância.Assim, muitos casos são iresse- órgão. Estima-se que represente 0,3 a 1% de todos os
cáveis e a cirurgia acaba sendo utilizada apenas para cânceres de mama. Comentários finais: O caso apre-
aliviar o efeito de massa. O tratamento quimioterápico, sentado reflete a raridade da patologia em questão e a
associado a radioterapia e cirurgia, tem sido utilizado necessidade de tratamento multidisciplinar para obten-
como adjuvante, neoadjuvante e para paliação, tornan- ção de sucesso. A escolha do esvaziamento axilar em
do essencial o enfoque multimodal. conjunto com Radioterapia associada a Quimioterapia
é uma opção quando pretende-se evitar uma resseção
Contato: ERIKA DE OLIVEIRA MENEZES –
de mama maior e preservar a estética da paciente
erikaomenezess@gmail.com
Contato: ELISA BECHARA TEIXEIRA – elisa_b_t@
hotmail.com

TEMÁRIO: ONCOMASTOLOGIA
CÓDIGO: 59753
TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO
TRATAMENTO DE CÂNCER OCULTO DE CÓDIGO: 59612
MAMA ATRAVÉS DA LINFADENECTOMIA
AXILAR ESQUERDA TRATAMENTO ENDOSCÓPICO
Autores: Elisa Bechara Teixeira; Rafael Santos de Souza; DE FÍSTULA DA ANASTOMOSE
Paulo Roberto Zanin Mesquita; Daniel Nassar Bergamo; CERVICAL ESÔFAGO-GÁSTRICA APÓS
Salete Pereira da Silva; Julia de Oliveira e Sousa; Victor ESOFAGECTOMIA MINIMAMENTE
Zenatti Femía; Raniela Gonçalves Rafael; INVASIVA: RELATO DE TRÊS CASOS E
Instituição: UNIVERSIDADE DO VALE DO SAPUCAÍ REVISÃO DA LITERATURA
Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 76 Autores: Eduardo Rodrigues Zarco da Câmara;
anos, procurou atendimento queixando-se de nódu- Flavio Duarte Sabino; André Ferreira; Gustavo Mello;
lo indolor com aumento progressivo em região axilar Alexandre Pelosi; Simone Guaraldi; Antônio Carlos
esquerda com início há aproximadamente 2 anos. Re- Eckhardt Jr; Alessandro Augusto Bastos Rodrigues Alves;
latava perda de 7 kg em 6 meses. A tomografia com- Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
putadorizada (TC) demonstrou conglomerado linfono- Relato dos casos: Foram relatados 3 casos de fístulas
dal em cadeia axilar esquerda, medindo 5, 6 x 3,5 cm; anastomóticas cervicais pós esofagectomia tratados
sugestiva de lesão neoplásica. A biópsia de linfonodo por métodos endoscópicos, sendo o caso 1 por meio
axilar esquerdo obteve diagnóstico microscópico de de terapia à vacuo e os casos 2 e 3 pela colocação de
neoplasia papilífera circunscrita por tecido conjuntivo prótese. Discussão: As deiscências da anastomose esô-
fibroso, com áreas de hemossiderose e hemorragia. O fago-gástrica após esofagectomia podem levar compli-
exame imuno-histoquímico demonstrou aspectos his- cações graves e respondem por 40% das mortes no
tológicos de carcinoma pouco diferenciado, sugestivo pós operatório. Ao longo das últimas décadas diversas
de carcinoma ductal invasivo com diferenciação apó- modalidades de tratamento endoscópico tornaram-
crina. A ultrassonografia e a mamografia não identifi- -se disponíveis, dentre elas a colocação de prótese e
caram lesãoe mamárias primárias, então propôs-se a o uso da terapia a vácuo. A fístula anastomótica após
cirurgia que se realizou o esvaziamento axilar esquer- esofagectomia representa o principal fator de morbi-
do, através da linfadenectomia esquerda de níveis I, II mortalidade relacionada à cirurgia. A colocação de pró-
e III. Ao nível I, foram isoladas 10 estruturas nodulares, tese por endoscopia tem se mostrado bem sucedida,
sendo 3 delas comprometidas por carcinoma pouco di- porém, mais recentemente, o uso da terapia a vácuo

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endoscópica vem apresentando resultados promisso- e encontra-se no sétimo ano pós operatório sem evi-
res com maiores taxas de sucesso de fechamento da dencia de recidiva. A ressecção ampla é recomendada
fístula e menor morbimortalidade relacionada ao pro- como tratamento de escolha. A radiação quimioterápi-
cedimento. Comentários finais: Conforme relatado ca neoadjuvante deve ser considerada para facilitar a
nos casos e pela revisão da literatura, concluímos que ressecção e diminuir a taxa de recorrência.
o tratamento endoscópico das fístulas da anastomose
Contato: JOSÉ LUIZ BRAVIN JÚNIOR – bravinjr@gmail.
cervical esôfago-gástrica pós esofagectomia, seja pela
com
colocação de prótese ou pela terapia VAC, representa
uma opção terapêutica interessante. O método apre-
senta altas taxas de sucesso terapêutico, baixa incidên-
cia de complicações, acelera o processo de cicatrização TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO
da fístula e possibilita a preservação do tubo gástrico e CÓDIGO: 60422
da anastomose.
Contato: EDUARDO RODRIGUES ZARCO DA CÂMARA – TRATAMENTO MULTIMODAL PARA
duducamara@gmail.com ADENOCARCINOMA DE JUNÇÃO
ESOFAGOGÁSTRICA NA AMAZÔNIA
OCIDENTAL: AVALIAÇÃO DAS
COMPLICAÇÕES E CONTROLE
TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA
ONCOLÓGICO
CÓDIGO: 57432
Autores: Geisly Manuele Schwatey; Marcio Neves
Stefani; Rebeca Di Tommaso; Maycon Fran Soares da
TRATAMENTO MULTIDISCIPLINAR DO Silva Rocha; Renata Maravieski Pareja; Tarciana Almeida
CISTO PILONIDAL COM DEGENERAÇÃO de Paula; Carina dos Santos Melo; Victor André Maia
MALIGNA Fernandes;
Autores: Jose H S Corrêa; Rinaldo Gonçalves; Rubens Instituição: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS
Kesley; Patricia Jucá; Gustavo Advíncula; Márcio Dibe;
José Luiz Bravin J; Apresentação do caso: A incidência de adenocarcino-
ma de cárdia aumentou desde os anos 70, associada ao
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
esôfago de Barrett e doença do refluxo gastroesofági-
A doença Pilonidal é uma entidade clínica comum, cre- co. Objetivo: O objetivo do trabalho é relatar 4 casos
ditada à penetração do cabelo no tecido subcutaneo, de pacientes com neoplasia de cárdia, tratados com
induzindo a reação de corpo estranho e a formação da abordagem multimodal. Série de casos: 1 – masculino,
infecção do cisto. As complicações dos cistos pilonidais 59a, adenocarcinoma G3, Siewert 2; TC espessamento
incluem celulites, abscessos, recorrência após cirurgia, de esôfago distal. Quimioterapia perioperatória, com
mielite óssea e meningite. O desenvolvimento de tumor posterior esofagectomia transtorácica a Ivor Lewis,
em cistos pilonidais é uma complicação extremamente linfadenectomia D2 e reconstrução com tubo gástrico.
rara, ocorrendo em 0,02 a 0,1% dos casos, predominan- Atualmente em adjuvância. 2 – masculino, 73a, adeno-
temente em homens com doença de longa duração, carcinoma G2, Siewert 3; TC espessamento parietal de
recorrentes ou negligenciados. Apresentamos caso clí- transição esofagogástrica. Quimioterapia perioperató-
nico de um paciente masculino de 52 anos de idade, ria com posterior esofagogastrectomia parcial transhia-
branco com história de doença recorrente pilonidal por tal com reconstrução com tubo gástrico. Atualmen-
32 anos, apresentando tumoração na região do sacro. te em adjuvância. 3 – masculino, 70a, carcinoma G3,
O exame físico revelou lesão ulcerativa-vegetativa fistu- Siewert 2; TC lesão infiltrativa e expansiva de esôfago
losa de 10 cm de diâmetro, aderida a planos profundos, distal e cárdia, curvatura menor. Neoadjuvância com
estendendo-se até perto do esfíncter anal, sem invadir radioterapia e quimioterapia, submetido à esofagecto-
o mesmo. A biópsia incisional revelou carcinoma de cé- mia subtotal e gastrectomia proximal transhiatal com
lulas escamosas bem diferenciado. Realizou-se radio- linfadenectomia D2. Evoluiu com fístula esofagogástri-
-quimioterapia neoadjuvante (5-fluoracil e mitomicina, ca, realizado cervicotomia com fistulorrafia. Faleceu no
fração 50Gy /25 sessões), com diminuição em cerca de 59º PO por sepse de foco pulmonar. 4 – masculino, 49a,
60% do tamanho da lesao. Realizamos ressecção cirúr- adenocarcinoma G3, Siewert 3; espessamento parietal
gica com margens de segurança, incluindo parte dos de transição esofagogástrica e invasão de pilar diafrag-
músculos glúteos, pele e tecido subcutâneo adjacente mático à TC, neoadjuvância com quimioterapia, subme-
à lesão. A ressecção das peças sacrais S4, S5 e cóccix tido à gastrectomia total com esofagectomia distal com
foi necessária devido a suspeita de invasão. O exame linfadenectomia mediastinal e de abdome superior e
histopatológico de congelação revelou margens cirúr- pilorectomia com reconstrução em Y de Roux. No 6º PO
gicas livres. O defeito cirúrgico foi fechado por meio de fístula esofagojejunal tratada clinicamente. Atualmente
retalhos miocutaneos envolvendo os músculos glúteos. em seguimento. Discussão: A classificação de Siewert
Paciente evoluiu sem complicacoes no pós-operatório define 3 tipos de adenocarcinoma de cárdia, sendo fun-

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damental para o planejamento e tratamento adequa- (5-FU) e Mitomicina C (MMC) aliado à Radioterapia con-
do. A multimodalidade para os pacientes com doença vencional. Concluiu radioterapia após cerca de um mês
localmente avançada e comprometimento linfonodal é (5/03/2002 a 19/04/2002). Relatou melhora clínica, en-
mandatória, objetivando ressecções R0, “downstaging” tretanto, com realização de nova TC de abdome, foram
tumoral e melhor resposta ao tratamento. A cirurgia demonstradas metástases hepáticas, sendo decidida a
nos pacientes Siewert II pode ser gastrectomia total, permanência do tratamento quimioterápico. Paciente
com esofagectomia distal ou esofagectomia transhiatal evoluiu a óbito nesse período. Discussão: Carcinoma
com reconstrução com tubo gástrico. Pacientes Siewert espinocelular de reto é uma entidade rara com menos
III, pelo padrão de disseminação ser maior para linfo- 200 casos relatados na literatura e, por esse motivo, da-
nodos abdominais, são tratados com gastrectomia to- dos epidemiológicos e consensos sobre o tratamento
tal e linfadenectomia D2 ou ressecções mais alargadas, ainda não existem. No caso em questão, foi decidida a
objetivando margens livres. Comentários finais: Abor- aplicação da conduta para tratamento de CEC de canal
dagem multimodal no adenocarcinoma de cárdia asso- anal, realizando, portanto, radioquimioterapia. Comen-
cia-se à menor taxa de recidiva e melhora na sobrevida, tários finais: É interessante avaliar a resposta terapêu-
sendo indispensável para pacientes com doença local- tica para essa patologia, uma vez que não há literatura
mente avançada. suficiente a respeito da mesma. Sendo assim, é rele-
vante analisar os fatores de risco envolvidos, as carac-
Contato: GEISLY MANUELE SCHWATEY – gms.med16@
terísticas do câncer, a incidência de metástases, entre
uea.edu.br
outros aspectos, de modo a acrescentar informações à
escassa literatura existente.
Contato: ANA CAROLINA SOBREIRA ABRAHAO –
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL karolsobreira@gmail.com
CÓDIGO: 61976

TRATAMENTO QUIMIOTERÁPICO DE
CARCINOMA ESPINOCELULAR (CEC) DE TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE
RETO – RELATO DE CASO CÓDIGO: 60327

Autores: Ana Carolina Sobreira Abrahão; Edmar Lopes


da Silva Neto; Gabrielly Saraiva Porto Garcia; Rodrigo TRÊS TIPOS HISTOLÓGICOS
Antonio de Mesquita Silva; Bruna Coelho Lacerda; Igor CONCOMITANTES DE CÂNCER
Oliveira Neves; GÁSTRICO – RELATO DE CASO
Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO GAFREE GUINLE Autores: Júlia de Andrade Figueiredo; Nathália Telles da
Costa; Allana Tamiris Bonfim Nogueira; Ana Carolina
Apresentação do caso: Paciente masculino, 65 anos,
Gonçalves Tubino; Aline Lamounier Gonçalves; Cláudia
branco, casado, natural do Rio de Janeiro, comercian-
Roldão Leite; Fernanda Guedes Ferreira; Henrique
te, hipertenso. Iniciou, em janeiro de 2002, quadro de Barbosa de Abreu; Cintia Barboza Batista; Rodrigo
proctalgia, tenesmo e hematoquezia, referindo melho- Nascimento Pinheiro;
ra parcial dos sintomas ao uso de antiespasmódicos. Instituição: LIGA ACADÊMICA DE ONCOLOGIA DO
Negou constipação. Toque retal na admissão eviden- HOSPITAL DE BASE DO DISTRITO FEDERAL
ciou massa vegetante a 5cm da margem anal na pa-
rede lateral direita. Realizado exame endoscópico que Apresentação do caso: Paciente, masculino, 62 anos,
demonstrou lesão vegetante bocelada em reto distal a admitido no PS com queixa de perda ponderal de 13
5cm da margem anal, com áreas de necrose ocupando kg, pirose, inapetência e vômitos pós-prandiais nos
50% da circunferência (blastoma de reto médio-supe- últimos dois meses. Histórico de etilismo e tabagismo
rior tipo B1), um pólipo séssil menor do que 1mm em há 20 anos. Foi realizado US de abdome superior que
cólon ascendente e doença diverticular do cólon. O lau- evidenciou “tumoração mal delimitada, de paredes es-
do histopatológico identificou o carcinoma espinocelu- pessadas e irregulares localizada no epigástrio, entre
lar (CEC) moderadamente diferenciado GII. Realizada a a cabeça pancreática e hilo hepático em topografia de
ultrassonografia de próstata transretal, foram encon- piloro, sugestiva de câncer gástrico. Posteriormente, foi
tradas calcificações em topografia peri-uretral e zona submetido EDA cujo resultado sugeriu adenocarcinoma
central, tendo a zona periférica textura homogênea, gástrico com confirmação histopatológica de “adeno-
não sendo evidenciadas imagens detectáveis. O antí- carcinoma padrão gástrico, microtubular, invasor, focal
geno carcinoembrionário (CEA) foi de 1,5 ng/mL. Raio-X superposto a pólipo hiperplásico com metaplasia in-
de tórax sem alterações. À tomografia computadoriza- testinal”. Durante a internação realizou TC de abdome
da (TC) de abdome e pelve, constataram-se fígado nor- total que evidenciou “grande formação expansiva hete-
mal, ausência de linfonodos intra e retroperitoneias, rogênea intragástrica entre o antro e o piloro medindo
preservação de espaços pararretais e fossas isquiáticas 9, 6 x 8, 6 x 10,1 cm, sem alteração nos demais órgãos e
e defeito de depleção à esquerda do retossigmoide de sem linfadenopatias detectadas”. Diante do diagnóstico
contornos irregulares. Foi proposto tratamento qui- clínico de neoplasia gástrica de antro obstrutiva com si-
mioterápico neoadjuvante com o uso de 5-Fluorouracil nais de invasão de estruturas, T4NxM0, a conduta suge-

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rida foi de laparatomia exploradora mais adjuvância. O do caso: Homem, 67 anos, com neoplasia de sigmoide
laudo histopatológico foi de adenocarcinoma mucinoso e metástases hepáticas sincrônicas volumosas em seg-
de estômago em corpo/fundo bem diferenciado + tu- mentos 5, 6 e 7, com aparente invasão de veia cava por
mor neuroendócrino grau 3 + neoplasia fusocelular de lesão do segmento 6 e possível invasão de ramo portal
baixo baixo grau, sugestivo de GIST. O adenocarcinoma do setor posterior direito. Foi submetido à ressecção
intestinal do subtipo mucinoso representa 10% de to- tumoral primária (T4N1M1) e quimioterapia (FOLFOX)
dos os cânceres gástricos. Embora o adenocarcinoma pós-operatória. Apresentou boa resposta, com redução
fosse o diagnóstico do caso em tela desde o resultado do tamanho das lesões. Foi submetido à hepatectomia
da biópsia, realizada através de EDA. Não obstante, o direita regrada associada à ressecção de segmento la-
que surpreende é a presença de mais dois outros tipos teral de veia cava. Foi identificado trombo tumoral se
de cânceres primários concomitantes também no estô- estendendo pelo ramo portal do setor posterior direito.
mago: o TNE gástrico e o GIST. Os TNE gástricos são um Pós-operatório sem intercorrências. Por suspeita de re-
tipo raro de tumor que se origina das células enterocro- cidiva de tuberculose pulmonar, não reiniciou quimio-
mafins gástricas. Representam menos de 2% dos TNE terapia, apresentando recidiva da neoplasia – múltiplos
e menos de 1% de todas as neoplasias gástricas. Já os nódulos distribuídos no fígado remanescente. Evoluiu
GIST representam cerca de 5% de todos os sarcomas. O rapidamente com icterícia, falência hepática e óbito 7
principal sítio deste tumor é o estômago que represen- meses após a hepatectomia. Discussão: Apesar da rari-
ta de 50-60% dos casos. O tratamento proposto para o dade de TPT macroscópica associada à MCR, esta pare-
paciente que possuía segundo os laudos da patologia, ce ocorrer mais em lesões hepáticas metacrônicas e em
um TNE gástrico do tipo 3 é similar ao dos adenocar- contiguidade à lesão metastática. O tamanho da metás-
cinomas gástricos, por meio de gastrectomia total ou tase é variado, incidindo mesmo em lesões pequenas.
parcial com linfadenectomia D2 e adjuvância. O caso A suspeita ou diagnóstico definitivo no pré-operatório
em questão enfatiza a associação de três tipos histoló- é essencial para o planejamento cirúrgico. O ecodo-
gicos de cânceres, a saber, GIST, adenocarcinoma gás- ppler parece ser o método mais sensível, mas os exa-
trico e TNE gástrico, o que torna desafiador a condução mes contrastados de TC e RM possuem boa acurácia.
médica e abre precedente para discussões acerca da O tratamento curativo das MCR é baseado na ressec-
associação entre vários tipos histológicos concomitan- ção cirúrgica completa e ressecção R0, independente
tes de câncer gástrico. da margem obtida, é considerada adequada. Comen-
tários finais: A enucleação de múltiplas MCR tem sido
Contato: ALLANA TAMIRIS BONFIM NOGUEIRA –
possível com a preservação de parênquima. Entretanto,
allana_nogueira@yahoo.com.br
nos casos de invasão tumoral macroscópica de ramos
portais, a ressecção hepática deve idealmente incluir
todos os segmentos irrigados pelo ramo portal envolvi-
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL do, sendo crucial seu diagnóstico.
CÓDIGO: 60386 Contato: CAMILA URACH DOS SANTOS – camy.ur@
hotmail.com
TROMBOSE TUMORAL DE VEIA PORTA
EM METÁSTASE HEPÁTICA COLORRETAL
Autores: Isabela Dorneles Pasa; Camila Urach dos
Santos; Bruna Beck Nunes; Luiz Inácio Roman; Victória TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
Teles França; Eduardo Lange Rech; Sabrina Pedrotti; CÓDIGO: 59388
Phamela Weneranda Cezarotto Dall Agnol; Silvio Marcio
Pegoraro Balzan; TUBERCULOSE PERITONEAL COM
Instituição: UNIVERSIDADE DE SANTA CRUZ DO SUL IMPLANTES MILIARES SIMULANDO
Introdução: A ocorrência de invasão tumoral micros-
CARCINOMATOSE PERITONEAL POR
cópica em ramos portais intrahepáticos é identificada CÂNCER DE OVÁRIO AVANÇADO
em 20% dos casos de metástases hepáticas colorretais INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER
(MCR). Entretanto, é rara a associação de MCR com – INCA – RIO DE JANEIRO – BRASIL
trombose tumoral macroscópica em ramos portais. A EXPERIÊNCIA INSTITUCIONAL
literatura é escassa em relação às características clí- Autores: Ronald Enrique Delgado Bocanegra; Daniel de
nicas e prognóstico nos casos de trombose portal tu- Souza Fernandes; Antonio Claudio Ahouagi Cunha Filho;
moral (TPT) em MCR, todavia não contraindica o tra- Patrícia Patury Borba; Larissa de Jesus Almeida; Raquel
tamento cirúrgico. A ressecção cirúrgica completa na de María Maués Sacramento; Jensen Milfong Fong;
presença de TPT deve incluir preferencialmente o ramo Camilla Bandeira Soares;
portal afetado e os seus segmentos irrigados. Assim, é Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
importante a identificação dessa situação no planeja-
Introdução: a tuberculose (TB) pélvica ocorre mais fre-
mento cirúrgico, pois a abordagem parenchymal spa-
quentemente em mulheres e classicamente se apre-
ring usualmente não pode ser utilizada. Apresentação
senta com dor pélvica, infertilidade, estado clínico geral

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ruim ou distúrbios menstruais. Além disso, a doença Paciente necessitou de colostomia, realizada em ou-
pélvica tuberculosa também pode desencadear uma tubro de 2016. Encaminhada em seguida para radiote-
tumoração anexial, ascite ou ambos, entretanto, a pre- rapia e quimioterapia com boa resposta. Em consulta
sença de massa pélvica associada à dor abdominal e as- para acompanhamento em abril de 2017, apresentava
cite dificultam a discriminação entre outras patologias cicatrização pós-radioterapia. Segue aos cuidados da
abdominais e câncer de ovário avançado. Objetivo: es- equipe de Cirurgia Oncológica. Discussão: o tumor de
tabelecer diagnostico diferencial entre câncer de ovário Buschke-Lowenstein, também denominado condiloma
avançado e tuberculose peritoneal. Método: foi realiza- acuminado gigante é uma variante rara de condiloma
do um estudo do tipo relato de experiência institucional com apresentação tumoral extensa em região genital,
durante um período de 20 anos (1997 – 2016), em insti- anal e perianal. Comporta-se localmente como neo-
tuição de referência em oncologia localizada no Rio de plasia com capacidade de invasão de estruturas adja-
Janeiro – Brasil. Foram incluídas pacientes com suspeita centes. A doença apresenta altas taxas de recorrência,
inicial de câncer de ovário avançado e que posterior- cerca de 67%. Ainda não há Guidelines que orientem
mente foram diagnosticadas com TB peritoneal. Foram condutas definitivas de tratamento a esses pacientes.
coletadas em prontuário físico as seguintes variáveis: Alguns autores advogam a via cirúrgica como aborda-
Idade, nível sérico de CA125 pré-operatório, presença gem inicial, porém, inclusive nesses casos o índice de
ou não de ascite, citologia de líquido ascítico positivo recorrência permanece elevado. Comentários finais: o
ou não para malignidade e culturas positivas ou não caso relatado ilustra paciente com Tumor de Buschke
para TB. Os dados foram analisados de forma descri- – Lowenstein (TBL) que evoluiu para carcinoma espi-
tiva. Resultados: cerca de 93% das pacientes apresen- nocelular. Dados da literatura apontam que a maligni-
taram idade inferior a 50 anos. Ascite, dor abdominal zação nesses casos podem ocorrer em 40 a 60% dos
e sinais de carcinomatose peritoneal nos exames de indivíduos. Salienta-se ainda que a apresentação em
imagem foram encontrados em todas as pacientes, ex- região perianal é rara. Meta-analise de TBL anorretais
ceto a presença de febre. Dentre os achados clínicos publicados na literatura inglesa no período de 1958 a
radiológicos, a presença de lesão anexial ocorreu em 2000, foram encontrados apenas 51 casos. Entre estes
85% dos casos. Em todos os casos estudados, o marca- reportados, a maioria dos pacientes eram do sexo mas-
dor tumoral CA125 estava elevado. Houve apenas um culino, contrastando com o presente caso. Ainda quan-
caso com citologia de liquido ascitico positivo para ma- to ao tratamento, optou-se por encaminhar a paciente
lignidade. Conclusão: a TB peritoneal deve sempre ser para quimioterapia e radioterapia, a fim de evitar uma
considerada como diagnóstico diferencial em pacientes conduta mais mutilante por meio da opção cirúrgica.
com suspeita de câncer de ovário avançado (tumoração
Contato: MAYCON FRAN SOARES DA SILVA ROCHA –
pélvica e carcinomatose) independente do nível sérico
mfsdsr.med@uea.edu.br
de CA125.
Contato: RONALD ENRIQUE DELGADO BOCANEGRA –
rdelgado_m@yahoo.es
TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE
CÓDIGO: 61865

TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL TUMOR DE ESTROMA


CÓDIGO: 60245 GASTROINTESTINAL EM DELGADO
– RELATO DE CASO DO HOSPITAL
TUMOR DE BUSCHKE-LOWENSTEIN – UNIVERSITÁRIO JOÃO DE BARROS
UM RELATO DE CASO BARRETO (HUJBB)
Autores: Marcio Neves Stefani; Alice Brito Brandão; Autores: Geraldo Ishak; Amanda do Amaral Mesquita;
Amanda Moreira de Abreu; Maycon Fran Soares da Silva Maurício Katsunori Taketa Seki; Fernanda Furtado
Rocha; Adnaldo da Silveira Maia; Tania Ramchandani; Leão; Thalita Viana Monteiro; Myriam Ruth da Silva
Valéria Santos da Costa; Camila Lopes Maia; Magalhães; Rodrigo Ferreira da Silva; Larissa Tavares;
Instituição: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO AMAZONAS Instituição: HOSPITAL UNIVERSITARIO JOÃO DE BARROS
Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 53 BARRETO
anos, procurou serviço de Cirurgia Oncologia por vege- Apresentação do caso: Paciente S.B.O., sexo masculi-
tação perianal e proctalgia em agosto de 2016. Reali- no, 30 anos, cor parda, natural de Moju, procedente de
zada biopsia da lesão, com confirmação de Carcinoma Belém, foi admitido no Hospital João de Barros Barreto
Espinocelular (CEC). Solicitado Tomografia Computa- dia 25/02/17 com quadro clínico, iniciado há 1 ano, de
dorizada de Abdome Superior e Pelve demonstrando dor em abdome inferior associada à constipação, me-
lesão expansiva com atenuação de partes moles e com lena, hematêmese e perda ponderal de 8kg em 1 mês.
realce heterogêneo ao contraste em região inferior da Realizou uma Tc de abdome, que visualizou uma lesão
vulva perineal e interglútea a direita, medindo 12.8 x expansiva, sólida, de contornos regulares, densidade
5.5 x 9.6cm, linfonodomegalias em região inguinal es- heterogênea, localizada na região meso e hipogástrica,
querda, cadeias ilíacas interna e externa à esquerda. e íntimo contato com alças de delgado, medindo cerca

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de 13,3x7, 7cm. Ao exame físico de admissão: regular lesão cística no segmento III do fígado. O anatomopato-
estado geral, emagrecido, hipocorado, febril, anicterico, lógico relatou neoplasia com invasão da cápsula peritu-
abdome doloroso à palpação profunda em hipogastro moral, ultrapassando focalmente, presença de invasão
e flanco esquerdo com massa palpável em hipogastro. vascular e em tecidos moles que circundam a artéria
Na internação, a esofagogastroduodenoscopia obser- esplênica e limite radial comprometido. Identificou-se
vou em esôfago monilíase, e em corpo e antro gástricos metástase em um linfonodo e na lesão hepática res-
gastrite enantematosa de leve intensidade. A colonos- secada. A imunohistoquímica descreveu tumor sólido
copia visualizou colite inespecífica.O USG de abdome pseudopapilar pancreático (TSPP), positivo para: panci-
identificou massa complexa em baixo abdome de 9, 9 toqueratina, clone AE1/AE3, CD99, β-Catenina, estrogê-
cm, com interior de aspecto heterogêneo, parede es- nio, progesterona, sinaptofisina e Ki-67. A paciente foi
pessa e irregular com muita vascularização ao doppler. submetida a nova intervenção cirúrgica para ressecção
Foi submetido dia 27/03/2017 à laparotomia explorado- das lesões hepáticas, porém a ultrassonografia hepática
ra, onde se detectou pequena quantidade de líquido in- intra-operatória revelou mais de 40 lesões focais meno-
flamatório na cavidade abdominal e lesão saculada em res de 5mm características de implantes secundários.
delgado há 30 cm do ângulo de Treitz, com bloqueio em Frente aos achados intraoperatórios e a impossibilida-
fundo de saco e íntimo contato com a parede posterior de de remoção das lesões, a cirurgia foi interrompida e
da bexiga. A lesão era extrínseca, pediculada, perfurada a paciente foi encaminhada para tratamento sistêmico.
com conteúdo purulento em seu interior. Como tática e Discussão: O TSPP ou tumor de Frantz, é uma neopla-
técnica foi realizada aspiração do líquido inflamatório, sia cística do pâncreas de baixo grau. É rara, de etio-
descolamento da lesão tumoral da porção posterior da logia desconhecida e representa 2,5% das neoplasias
bexiga com reperitonização da bexiga com vicryl 2.0, pancreáticas ressecadas. Acomete principalmente pa-
enterectomia de 20 cm com ressecção da lesão tumoral cientes jovens do sexo feminino, com proporção para
em delgado, enteroenteroanastomose terminoterminal masculino de 10:1 e idade média de 22 anos. A maioria
com anastomose há 10 cm do Treitz, colocação de gel- dos pacientes apresenta dor abdominal e massa palpá-
foan hemostático entre bexiga posterior e reto e drena- vel e, apenas, 15% são assintomáticos. Estes tumores
gem de oco pélvico com contra-abertura em fossa ilíaca possuem grandes dimensões ao diagnóstico, sendo ⅓
direita. O anatomopatologico da peça revelou GIST. No deles, maiores que 10cm. A localização mais frequente
pós-operatório, evoluiu satisfatoriamente, evoluindo é corpo-caudal e 20% apresentam metástases linfáticas
dieta no 4° PO, sendo retirado dreno de cavidade no 9° e hematogênicas para o fígado, reconhecidamente fa-
PO. Recebeu alta em bom estado geral dia 05/04/2017, tor de prognóstico desfavorável. Fenótipos agressivos
encaminhado para o ambulatório de cirurgia geral do do TSPP têm sido demonstrados pela alta taxa mitótica,
HUJBB. Discussão: do caso: O tumor do estroma gas- atipias nucleares e invasão extracapsular. Conclusão:
trointestinal (GIST) é um tumor mesenquimal raro que Clinicamente, os TSPP possuem comportamento indo-
se origina das celulas intesticiais de Cajal, as quais são lente e são passíveis de cura através da ressecção cirúr-
responsáveis pela motilidade intestinal. A localização gica, quando doença for localizada. Apesar da doença
principal é no estômago. A cirurgia é a única modalida- metastática, a ressecção pode ser realizada em casos
de de tratamento com potencial curativo. selecionados, podendo proporcionar sobrevida a longo
prazo. Em casos em que a doença metastática é disse-
Contato: FERNANDA FURTADO LEÃO – fernandaleao.
minada ou não é passível de ressecção, o prognóstico
dbr@gmail.com
é reservado.
Contato: CLARISSA PIERESAN WINKELMANN –
clarissawinkelmann@gmail.com
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
CÓDIGO: 60335

TUMOR DE FRANTZ COM METÁSTASES TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA


HEPÁTICAS – RELATO DE CASO CÓDIGO: 61939

Autores: Clarissa Pieresan Winkelmann; Rafael Fontana;


Fernando de Marco dos Santos; Carolina Pompermaier; TUMOR DE OVARIANO SEROSO
Bruna Siqueira; Roberta Florian Santa Catharina; BORDERLINE CAUSANDO COMPRESSÃO
Instituição: UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL EXTRÍNSECA DE URETER – RELATO DE
Apresentação do caso: Paciente feminina, 13 anos,
CASO
iniciou com dor abdominal, massa palpável em flan- Autores: Matheus José Barbosa Moreira; Crislanny
co esquerdo e perda ponderal de 3kg em 3 meses. A Regina Santos da Silva; Renan Santos Pessoa; George
Alexandre Lira; Mara Juliana Jovino; Sarah Hulliane
ressonância magnética de abdome revelou formação
Freitas Pinheiro; Kerginaldo Jácome da Costa Filho;
heterogênea cística com componente sólido, medindo Gabriel Fernandes de Oliveira Silveira;
12cm no maior eixo e 12 lesões menores que 1cm, po-
Instituição: UNIVERSIDADE POTIGUAR
dendo corresponder a cistos. A paciente foi submetida
à pancreatoesplenectomia corpo-caudal e ressecção de Apresentação do caso: I.MB., 46 anos, sexo feminino,

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 286


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chegou ao ambulatório de cirurgia oncológica encami- USG levando a necessidade de considerar possibilidade
nhada devido a dor abdominal difusa há 10 meses e de lesão primaria da adrenal, além de apresentar ne-
TC pélvica evidenciando lesão expansiva indissociável frolitiase bilateral. Paciente foi submetida a ressecção
do ovário esquerdo causando compressão do uréter di- de tumor retroperitoenal mais suprarrenalectomia e
reito e leve dilatação pielocalicial ipsilateral – não havia nefrectomia esquerda. Anatomopatológico evidenciou
evidencia de metástase pélvica ou abdominal. Prosse- neoplasia maligna de células epitelioides e pleomorfi-
guiu-se investigação diagnóstica e a paciente apresen- cas. Apresentando 13 mitoses por 50 campos de gran-
tou níveis elevados de CA 125-II. Diante disso, a pacien- de aumento, extensas áreas de necrose, invasão angio-
te foi encaminhada a cirurgia para ressecção ovariana. linfáticas presentes, invasão capsular e perineural não
Biópsia realizada evidenciou tumor seroso borderline identificada e margens de ressecção livre. A imuno-his-
em ovário esquerdo com dimensões de 34x 18 x 2 cm e toquimica confirmou carcinoma cortical adrenal, apre-
papiloma seroso na superfície do ovário direito, em le- sentando entre os marcadores o ki-67 positivo em 10%.
sões identificadas em amostras de linfonodos regionais Quatorze dias após o ato operatório paciente dá entra-
ou peritonio. Discussão: Atualmente o câncer de ovário da na emergência oncológica, apresentando febre, vô-
corresponde a 3% das neoplasias na mulher, sendo o mito, oligúria e polaciúria. Tratada da infecção do trato
câncer ginecológico que mais mata. Os tumores gineco- urinário recebeu alta hospitalar. No retorno ao ambu-
lógicos se dividem em: tumores epiteliais, tumores de latório paciente queixa-se de dor abdominal, náuseas,
células germinativas, tumores do estroma e tumores vômitos, associado a alterações de apetite, é internada
metastáticos. Os tumores borderline constituem um para acompanhamento do quadro e recebe alta 7 dias
subgrupo dos tumores de ovário de origem epitelial, depois, tendo como principal hipótese diagnostica insu-
representa 10% dos epiteliais e tem sua incidência má- ficiência de adrenal. O Tumor de Córtex Adrenal (TCA)
xima entre os 40 e 50 anos, com pico aos 46 anos. São é raro, acomete ambos os sexos e atinge mais a faixa
definidos como tumores de baixo potencial de maligni- etária abaixo de quatro anos ou acima de cinqüenta
dade.. Na sua maioria são assintomáticos, mas podem anos. Em todas as faixas etárias o tumor pode ser as-
cursar com dor abdominal por: compressão extrínseca, sintomático, ou se apresentar como forma virilizante,
ruptura ou torção do ovário. 30% desses tumores as- forma cushingóide ou forma mista. Foi levantada a hi-
sociam-se a tumores na superfície externa do ovário.. pótese diagnóstica de um tumor fucionante, com mani-
Considera-se fatores prognósticos no TBS: existência festação de uma síndrome de Cushing e evolução para
de implante peritoneal e seus tipos, estádio TNM, tipo insuficiência de adrenal, apresentada com um quadro
histológico, presença de tumor na superfície ovariana agudo das manifestações clínicas 14 dias após proce-
e o tipo de cirurgia empregado. Conclusão: Eviden- dimento cirúrgico, caracterizando, possivelmente, uma
ciamos o caso de uma paciente jovem acometida por insuficiência da glândula adrenal.Evidenciamos quadro
um tumor de baixo grau de malignidade que, mesmo típico de apresentação de TCA, tanto pela sintomato-
avançado em dimensões, não gerou qualquer implante logia inicial manifestada pela Sindrome de Cushing,
metástatico e necessita de conduta individualizada no quanto pela evolução pós-operatário apresentada por
planejamento cirúrgico e no próprio ato operatório. fadiga, perda de peso, anorexia, artralgias, mialgias,
sintomas gastrointestinais, dor abdominal difusa, náu-
Contato: MATHEUS JOSÉ BARBOSA MOREIRA –
seas, vômitos, diarreia que caracterizam um quadro de
matheusjbm@hotmail.com
insuficiência adrenal.
Contato: THAIS CAVALCANTE CHAVES SANTOS –
thaiscavalcante847@gmail.com
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
CÓDIGO: 62024

TUMOR DE SUPRA RENAL TEMÁRIO: URO – 0NCOLOGIA


Autores: Sarah Hulliane Freitas Pinheiro; Crislanny CÓDIGO: 61768
Regina Santos da Silva; Francielly Tertulino Cunha;
Thais Cavalcante Chaves Santos; George Alexandre Lira; TUMOR DE WILMS NO ADULTO –
Vanessa Nobre Veras; Luiz Claúdio Jammal; RELATO DE CASO
Instituição: UNIVERSIDADE POTIGUAR Autores: Daniel Carvalho Ribeiro; Aline Coltro; Alison
Apresentação do caso: R.D.S, 41 anos, feminina, hi- Mangolin; Ronielly Pereira Bozzi; Delvo Vasques Netto;
Thayanne Oliveira de Jesus Sales Pereira; Angelo
pertensa. Procurou o serviço médico queixando-se de
Maurilio Fosse Júnior; José Scheinkman;
aumento do volume abdominal há 2 anos e edema ge-
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
neralizado pelo corpo, como também prurido difuso e
gradativo. Ultrassonografia (USG) abdominal eviden- Apresentação do caso: Mulher, 30 anos. No dia em
ciou volumosa massa (10,2 x 9, 7 cm) hipoecogênica, de que seria submetida à nefrectomia total por exclusão
limites definidos, localizada no espaço esplenorreal, em renal e hidronefrose à esquerda, sem causa definida,
intimo contato com o rim esquerdo.Tomografia Com- apresentou explosão não traumática do mesmo rim,
putadorizada (TC) de abdomen confirmou achado da evoluindo com instabilidade hemodinâmica e indicação

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 287


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de nefrectomia de urgência. Após um mês desta nefrec- pâncreas, cólon transverso, porção distal do duodeno
tomia, foi submetida a nova cirurgia de urgência, provo- e proximal do jejuno. Apresentava-se com desnutrição
cada por cisto de ovário roto a esquerda. Nesta cirurgia, severa necessitando de terapia nutricional pré-opera-
foram evidenciados diversos implantes mesocólicos, tória. Realizou-se laparotomia com ressecção multior-
que foram biopsiados. O resultado anatomopatológico gânica associado à ressecção da massa, com margens
do rim e dos implantes foi compatível com nefroblasto- de segurança. Além disso, foi realizado rafia do coto
ma. Em relação a evolução do caso, a paciente apresen- pancreático, entero anastomose, gastrenteroanasto-
tou, inicialmente, síndrome de lise tumoral com grande mose, colostomia temporária (três meses) em dupla
aumento do volume abdominal atribuído ao crescimen- boca. Após intervenção, encontra-se em acompanha-
to rápido do tumor, em menos de três semanas. Poste- mento oncológico e com altos escores de qualidade de
riormente ao último procedimento, sofreu descompen- vida pelos questionários sf-36 () e fact-ga (). Discussão:
sação clínica, seguida de óbito, sem tempo para iniciar a O tumor desmoide é uma neoplasia benigna rara, não
quimioterapia proposta. Discussão: O tumor de Wilms encapsulada, causada pela proliferação inapropriada
(Nefroblastoma) é a neoplasia renal mais comum na in- de fibroblastos dos tecidos músculo-aponeuróticos, e
fância. Porém sua incidência na fase adulta é extrema- relaciona-se ao sexo feminino e a traumas abdominais.
mente rara (cerca de 350 casos descritos) e o prognós- São assintomáticos na maioria das vezes, mas podem
tico é reservado. Esta neoplasia desenvolve-se a partir se manifestar com complicações obstrutivas. Até então,
de tecidos renais embrionários, compostos na maioria a abordagem cirúrgica é padrão ouro, apesar de conter
das vezes por três linhagens celulares, com elementos alta taxa de recorrência se usada isoladamente, o que
derivados do blastema metanéfrico, epitélio tubular e se deve a dificuldade de obtenção de margens cirúrgicas
estroma. No adulto, difere da criança em vários aspec- satisfatórias pela invasividade do tumor. O tratamento
tos: o diagnóstico é extremamente difícil, geralmente é pode ser complementado por outras modalidades. No
diagnosticado em estágios avançados com metástases caso apresentado, observa-se que a ressecção comple-
à distância em cerca de 13 a 25 % dos casos. Até o mo- ta do tumor com margens adequadas, mesmo com o
mento, não havia relato de explosão renal espontânea envolvimento de múltiplos órgãos, teve grande impor-
na fase adulta por este tumor. O tratamento na infân- tância na evolução do caso e na qualidade de vida da
cia é multimodal: extirpação cirúrgica, quimioterapia e paciente. Conclusão: Diante do exposto, pode-se con-
radioterapia. No adulto, a radioterapia pós-operatória cluir que apesar de se tratar de um tumor com carac-
tem valor duvidoso. Como quimioterapia, há combina- terística anatomopatológica benigna, sua agressividade
ção de vincristina, actinomicina D e doxorrubicina – e local deve ser levada em consideração tanto em relação
deve ser administrada em todos os estádios. A expecta- ao seu tratamento quanto nas complicações intrínsecas
tiva de sobrevida é outro ponto divergente entre a ne- a longo prazo, visto que a doença apresenta compor-
oplasia antes e após os 15 anos de idade. Em crianças, tamento imprevisível e alta capacidade de crescimento
95% das tratadas são curadas. No adulto, a sobrevida regional. O tratamento cirúrgico é de grande valia, mas
geral é de 54% em 2 anos e 24% em 3 anos – portanto, o deve ser usado criteriosamente, considerando a locali-
prognóstico no adulto é sombrio. Comentários finais: zação favorável ou não do tumor, que pode influenciar
Novos casos de tumor de Wilms no adulto deveriam ser diretamente no prognóstico, de modo a buscar sempre
publicados para análise e estabelecimento de melhor melhor qualidade de vida para o paciente.
terapêutica.
Contato: RENATA PEREIRA FONTOURA –
Contato: ALINE COLTRO – coltroaline@gmail.com renata97fontoura@hotmail.com

TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA


CÓDIGO: 60566 CÓDIGO: 61762

TUMOR DESMOIDE SIMULANDO TUMOR DESMÓIDE DE QUADRIL


SARCOMA RELATO DE EXPERIÊNCIA NO INSTITUTO
Autores: Rodrigo Nascimento Pinheiro; Renata Pereira NACIONAL DO CÂNCER – RJ
Fontoura; Bruna da Silva Feitosa; Stéfany Lorrany Silva Autores: Cicero Andre Gomes; Leandro de Figueiredo
de Castro; Fernanda de Carvalho Braga; Rômulo Coelho Torres; Luiz Fernando Nunes;
Cavalcante; Allana Laís Rocha Pereira;
Instituição: PRONUTRIR
Instituição: UNIVERSIDADE CATÓLICA DE BRASÍLIA
Introdução: A definição de tumor desmóide é a proli-
Apresentação do caso: Paciente de 43 anos procurou feração fibroblástica do tecido musculo-aponeurótico,
consultório médico no 21º dia de pós-operatório de fáscia ou periósteo, de origem desconhecida. Geral-
gastroentero anastomose de urgência. Teve diagnósti- mente aparece como um tumor solitário e pode estar
co prévio de neoplasia fusiforme (possível tumor des- relacionado com síndrome de Gardner. Representa
móide/fibromatose) em quadrante superior esquerdo uma lesão rara, acometendo menos de 0,03% de todos
do abdome com invasão de estômago, baço, cauda do os tumores, em dados mundiais, com incidência anual

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 288


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de 2-4 casos/100.000 habitantes. Objetivo: Este traba- tumoração pélvica à esquerda. Paciente estável, ECOG
lho teve como objetivo relatar um caso de tumor des- 1, exame físico sem alterações. Em janeiro de 2017, foi
móide de quadril, localizado a esquerda, em paciente submetido à nova abordagem cirúrgica, com achado de
jovem do sexo feminino, submetida a ressecção cirúr- tumor residual no mesentério, infiltrando a anastomo-
gica do tumor. Caso clínico: Paciente do sexo femini- se prévia, implantes peritoneais e tumoração pélvica
no, 33 anos, sem comorbidades. A paciente procurou sugestiva de lipoma. Realizamos a ressecção completa
atendimento médico no INCA referindo tumoração em da lesão do mesentério em bloco com a anastomose,
quadril esquerdo, com leve dor local e crescimento pro- biópsias de peritônio e ressecção da tumoração pélvica.
gressivo nos últimos quatorze meses, pouco móvel aos Paciente com boa evolução pós-operatória com alta no
planos, sem sinais flogísticos e leve dor a palpação. En- 3º dia. O exame anatomopatológico e a imuno-histoquí-
caminhada para investigação, solicitado RNM de quadril mica confirmaram o diagnóstico. Paciente encontra-se
esquerdo que apresentou lesão expansiva, de grande no momento em acompanhamento multidisciplinar,
volume, de aspecto heterogênea, sugerindo assim, tu- assintomático após 6 meses. Objetivo: O objetivo do
moração de componente fibroso, com medidas de 14.6 nosso trabalho é relatar um caso de tumor desmóide
x 7.8 x 12.1cm (L x T x AP). O tratamento cirúrgico foi mesentérico em paciente jovem. O tumor desmóide,
realizado em 03/02/2016, com realização de ressecção ou fibromatose profunda, é um tumor não capsulado,
alargada, paciente evoluiu satisfatoriamente no pós- localmente agressivo, originário dos fibroblastos dos
-operatório. Posteriormente programado o follow-up tecidos músculo-aponeuróticos. Geralmente não dão
da paciente com reabilitação por fisioterapia imediata metástases, porém têm alta taxa de crescimento local,
ao pós-operatório e consultas ambulatoriais agenda- causando deformidades e prejuízo funcional, a depen-
das. Discussão e Conclusão: O tumor desmóide são der da localização. Sua incidência é de 1-4 casos / mi-
mais frequentes nas mulheres no período da idade re- lhão de habitantes e é mais comum nas extremidades
produtiva e durante a gravidez. Uma característica do (42-51%). A fibromatose mesentérica é a neoplasia sóli-
tumor desmóide é a sua capacidade de invasão local, da rimária mais comum de mesentério, porém é o tipo
mas sem ocasionar metástases a distância. Pacientes menos comum de fibromatose. Seu diagnóstico é ana-
portadores do tumor desmóide apresentam sintoma- tomopatológico e por imuno-histoquímica. Exames de
tologia e manifestações clínica que dependerá de sua imagem são fundamentais para avaliar a relação entre
localização e variam de acordo com o paciente. As op- o tumor e estruturas djacentes e definir a ressecabilida-
ções de tratamento incluem: cirurgia, quimioterapia, de. São tumores com excelente rognóstico e o melhor
terapia hormonal e radioterapia, podendo ser de forma tratamento é a ressecção cirúrgica completa.Apesar de
isolada ou combinada. Sua taxa de recorrência é alta, ser benigno, a identificação precoce é essencial, assim
mesmo com ressecção cirúrgica com margens amplas, como o tratamento adequado. O melhor tratamento é
por isso torna-se um grande desafio para o futuro. o cirúrgico, sendo possível a realização de radioterapia,
quimioterapia e hormonioterapia em casos específicos.
Contato: CICERO ANDRE GOMES RIBEIRO –
Deve-se investigar polipose adenomatosa familiar (PAF)
c.andre22@hotmail.com
e Síndrome de Gardner, pois são importantes fatores
de risco para o desenvolvimento desses tumores.
Contato: MYRA JUREMA DA ROCHA LEÃO – myra.
TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO rocha@hotmail.com
CÓDIGO: 59700

TUMOR DESMÓIDE EM PACIENTE JOVEM


Autores: Filipe Augusto Porto Farias de Oliveira; Aldo TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE
Vieira Barros; Myra Jurema da Rocha Leão; Amanda Lira CÓDIGO: 60526
dos Santos Leite; Oscar Cavalcante Ferro Neto; Diego
Windson de Araújo Silvestre; Júlio Cesar Palmeira Costa; TUMOR ENDOBRÔNQUICO COM
Claudemiro de Castro Meira Neto; OCLUSÃO SUBTOTAL – RELATO DE CASO
Instituição: SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE MACEIÓ Autores: Raíssa Pereira de Tommaso; Bruno Dourado
Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, Kovacs Machado Costa; Rafael Maia de Sousa; Augusto
23 anos, história de cirurgia de urgência em agosto de César da Costa Sales; Marco Antônio Franco Tavares;
Rodrigo Luiz Ferreira dos Santos; Lorena Luiza Maria
2016 por quadro de abdome agudo obstrutivo, sendo
Nogueira Fernandes Loureiro; Paulo Cardoso Soares;;
evidenciada tumoração mesentérica gigante (21 x 19
Instituição: HOSPITAL OPHIR LOYOLA
cm) com envolvimento do jejuno. Realizada ressecção
parcial da tumoração, incluindo o jejuno. Teve boa Apresentação do caso: Paciente sexo feminino, 21
evolução pós-operatória. Exame anatomopatológico anos, com dispnéia leve e cornagem. apresentando
revelou GIST. A imuno-histoquímica confirmou tumor com quadros recorrentes de insuficiência respiratória,
desmóide. Posteriormente foi encaminhado para o sendo tratada clinicamente como pneumonia e bron-
ambulatório de cirurgia oncológica, sendo feito reesta- quite. Realizou broncoscopia que evidenciou lesão
diamento com tomografia de abdômen, que mostrou polipóide com oclusão total do brônquio fonte direito

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 289


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e oclusão de 90% do brônquio fonte esquerdo, com Apresentação do caso: Homem, 62 anos, caucasiano,
biópsia inconclusiva. Durante internação hospitalar, natural de Tucuruí-PA; há cerca de um ano com perda
após nova broncoscopia, paciente evoluiu com insufi- ponderal de cerca de 10kg, astenia, palidez cutâneo-
ciência respiratória aguda, com queda da saturação e -mucosa e desconforto abdominal pós-prandial, além
bradicardia. Realizada broncoscopia rígida, com ressec- de casos de melena associados. Em antecedentes pes-
ção tumoral do brônquio fonte esquerdo e tunelização soais, ex-tabagista (parou há 20 anos) e etilista social
da lesão do brônquio fonte direito. No 1ºPO paciente com histórico familiar de câncer gástrico (mãe) e mama
encontrava-se eupnéica em ar ambiente e com rx de (filha). Paciente em regular estado geral, consciente e
tórax evidenciando boa expansão pulmonar. Após 7 orientado, hipocorado (2+/4+). Abdome plano, com
dias, submetida toracotomia direita broncotomia, res- massa palpável em região de epigastro e sinal de des-
secção de lesão residual em brônquio fonte direito e compressão brusca positivo. Na TC de abdômen havia
broncorrafia. Após 20 dias realizado broncoscopia de tumoração gástrica, medindo 11,5x9, 5 cm. A EDA evi-
controle sem evidencias de lesão residual, presença de denciou lesão abaulada volumosa com centro ulcerado,
fibrina em brônquio fonte direito e integridade da linha localizada no corpo gástrico, abrangendo grande cur-
de sutura. Estudo histopatológico evidenciou neoplasia vatura, sugestivo de GIST. Na análise histopatológica,
de pequenas células e imunohistoquímica tumor neu- evidenciou-se presença de GIST de padrão histológico
roendócrino grau I, sem indicação de quimioterapia e fusiforme, baixo grau, com 16 cm no aumento maior.
radioterapia. Paciente realizando seguimento ambula- Paciente foi submetido à laparotomia exploradora e
torial com broncoscopias seriadas, sem evidencia de gastrectomia atípica, em cunha. Em seguida, realizou-
lesão até o momento. Discussão: O comprometimento -se tratamento com imatinib na oncologia clínica. Dis-
pulmonar no tumor neuroendócrino é observado em cussão: Os GIST são os sarcomas mais comuns do trato
até 5% dos tumores primários do pulmão. Apresentam gastrointestinal (aproximadamente 80%). A maior pre-
velocidade de crescimento e comportamento variáveis, valência ocorre acima de 50 anos de idade, com pico
desde totalmente benigno, sem infiltrações locais ou entre 55-65 anos, sem predileção por gênero. Tais tu-
disseminação metastática, a extremamente agressivo e mores podem ocorrer em todo trato gastrointestinal,
com uma curta sobrevida. O diagnóstico dos carcinói- sendo mais comumente encontrados no estômago (60-
des brônquicos pode ser obtido por uma combinação 70%). O diagnóstico dos GIST é feito baseado na análise
de estudos radiológicos e broncoscópicos. Os sinais e histológica e imunohistoquímica de biópsias das lesões
sintomas clínicos geralmente observados são decor- tumorais. A EDA é essencial para o diagnóstico clínico e
rentes do crescimento e da localização do tumor no diferenciação de outras neoplasias. A ressecção cirúr-
pulmão. O tratamento de escolha é a ressecção cirúr- gica é o tratamento padrão para o GIST, e a ressecção
gica. A ressecção endoscópica é indicada como trata- segmentar do órgão acometido pode ser factível desde
mento paliativo para doentes com sintomas e sinais de que haja margem negativa de tumor. O paciente supra-
obstrução brônquica importante. Conclusão: O prog- citado apresenta um tumor de alto risco para margens
nóstico dos pacientes portadores de carcinóides pul- microscópicas positivas, porém não há diferença esta-
monares está relacionado com o subtipo histológico e o tisticamente significativa na taxa recorrência quando
comprometimento do sistema linfático. Os carcinóides comparados a pacientes submetidos à ressecção com
típicos grau 1 com classificação T 1-2, N0 e M0 estão margens negativas. Portanto, no geral, a maioria des-
associados a sobrevida de 5 anos em 94% dos casos, e ses pacientes não apresenta recorrência. Além disso, o
em 25 anos em 66%. Quando o diagnóstico é precoce e uso do imatinib, uma droga de ação molecular utiliza-
a terapêutica cirúrgica agressiva, o prognóstico a longo do como terapia adjuvante em pacientes com tumores
prazo é muito bom. de alto risco (>10 cm) otimiza ainda mais os resultados.
Comentários finais: A sugestão de GIST foi feita pela
Contato: RAÍSSA PEREIRA DE TOMMASO – raissa_
endoscopia digestiva alta, e o diagnóstico foi determi-
tommaso@yahoo.com.br
nado por estudo histológico e imunohistoquímico. O
tratamento foi feito conforme o descrito na literatura
para GIST de alto risco: ressecção cirúrgica e adminis-
TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE tração de Imatinib.
CÓDIGO: 60473 Contato: MATHEUS HENRIQUE DE SOUZA GOMES –
mhsgomes94@gmail.com
TUMOR ESTROMAL GASTROINTESTINAL
– RELATO DE CASO EM UM HOSPITAL
UNIVERSITÁRIO DE BELÉM-PA
TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE
Autores: Matheus Henrique de Souza Gomes; Geraldo
CÓDIGO: 61771
Ishak; Wesley Alexsandro Monteiro Lopes; Monique de
Oliveira Ferreira; Ádria Cohen de Aguiar; Sannay Valois
da Silva; Rafael Arouche dos Reis; TUMOR ESTROMAL GASTROINTESTINAL
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ MISTO – RELATO DE CASO

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 290


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Autores: Naiana Mota Araujo; Erika de Oliveira Menezes; Autores: ketheryn adna souza de almeida; Raul Caye
Beatriz Rayane Oliveira Santana; Isabelle Menezes Alves Junior; Vando de Souza Junior; Janaira Crestani
Maciel; Caroline Ramos Barreto; Roberta de Oliveira Lunkes; Carlos Augusto Cadamuro Kumata; ramon alves
Carvalho; Roberto Queiroz Gurgel; José Vieira Barreto mendes;
Junior; Instituição: HOSPITAL MUNICIPAL SÃO JOSÉ
Instituição: UNIVERSIDADE TIRADENTES
Apresentação do caso: Masculino, 54 anos, com dor
Apresentação do caso: M.E.S, sexo feminino, 66 anos, abdominal intermitente e piora progressiva conforme
procurou serviço médico na cidade de Aracaju, Sergipe aumento insidioso de massa abdominal, associado à
queixando-se de dores pélvicas recorrentes. Ao realizar perda de 3 kg no período, constipação, tenesmo ve-
uma ultrassonografia foram encontrados um cisto ova- sical e plenitude pós-prandial, há 4 meses. No exame
riano e um tumor vegetante no meso e no íleo medindo abdominal apresentava abdome globoso, ocupado
7, 5 cm. Alguns meses depois, foi feita a ressecção com por massa de consistência fibroelástica, fixa e discreta-
margem exígua e a imuno-histoquímica, a qual revelou mente dolorosa à palpação profunda, compreendendo
positividade para o anticorpo CD117 (policlonal) com todo abdome desde o mesogástrio até pelve, exceto
resultado conclusivo de tumor estromal gastrointesti- em regiões póstero-laterais de flancos, sem sinais de
nal (GIST) misto – fusocelular ou epitelioide. A paciente circulação colateral, irritação peritoneal ou ascite volu-
encontra-se viva e sem evidências de recidiva após 5 mosa. USG abdominal: volumoso crescimento tumoral
anos de seguimento. Discussão: Os tumores estromais abdominal de formato ovalado, com cerca de 22x21x14
gastrointestinais (GIST) originam-se das células inters- cm, bem delimitado, situada em posição mediana, com
ticiais de Cajal e consistem na neoplasia mesenquimal centro em região mesogástrica, aspecto sólido/cístico.
mais comum do trato gastrointestinal, 5% a 6% de todos 19/04/2017 submetido à laparotomia para ressecção
os sarcomas e 1% a 3% de todas as neoplasias do trato de tumor retroperitoneal (9, 2kg), sigmoidectomia e en-
digestivo. Seu diagnóstico é baseado no quadro clínico, terectomia primária (à 40cm do Âgulo de Treitz). Ana-
nas características morfológicas, mas, sobretudo, pela tomopatológico: tumor estromal gastrointestinal. Pós-
presença da proteína c-KIT (CD117), detectada por mé- -operatório sem intercorrências iniciou adjuvância com
todo imuno-histoquímico, o qual é expresso em cerca Imatinib. Discussão: O tumor estromal gastrointestinal
de 96% dos casos. Quanto ao quadro clínico, na maioria (GIST) representa 0,1 a 3% de todas as neoplasias in-
das vezes, são assintomáticos, descobertos incidental- testinais, com comportamento incerto desde benigno a
mente por exames de imagem, mas de um modo geral, altamente agressivos, frequentemente diagnosticados
se apresentam com dor abdominal, sangramento, mas- por exame de imagem ou endoscópico1. Apesar da bai-
sa abdominal palpável, anemia ferropriva, sintomas xa incidência, representam 80% dos sarcomas gastro-
dispépticos, emagrecimento e fenômenos obstrutivos. tintestinais, podendo ocorrer em todo trato gastroin-
Os fatores prognósticos mais importantes são o tama- testinal, com os sítios mais prevalentes: estômago (39 a
nho do tumor e o índice mitótico. O manejo da doen- 60%), intestino delgado (30-42%) e esôfago (5%)2,3. De
ça localizada consiste na ressecção cirúrgica completa, forma incomum são localizados no cólon, reto, apên-
sendo a única modalidade com capacidade de cura. dice, mesentério e retroperitôneo 2,3. Este trabalho
Apesar disso, mais de 50% dos pacientes submetidos torna-se relevante por ilustrar caso com sítio incomum.
à cirurgia irão recidivar, principalmente no peritônio e Ao exame clínico normalmente os pacientes são assin-
fígado. Conclusão: A importância dos GISTs deve ser tomáticos, podendo estar associado dor abdominal
reconhecida, pois são os tumores mesenquimais mais inespecífica. Por sua baixa prevalência, inespecificida-
comuns localizados no trato gastrointestinal. Depen- de na apresentação clínica, laboratorial e de imagem,
dendo do momento diagnóstico, a evolução pode não é necessário o exame anatomopatológico e imunohis-
ser favorável, portanto, o tempo é um ponto crucial no toquímico (c-KIT, CD34 e proteína S100) para confirma-
prognóstico do paciente. O maior avanço em termos ção diagnóstica5. Ressecção cirúrgica é a modalidade
de diagnóstico foi indubitavelmente o reconhecimento terapêutica para tumores localizados, podendo asso-
de c-kit (CD117) como marca¬dor imuno-histoquímico ciar a quimioterapia adjuvante em alguns casos6, 4. Co-
destes tumores, trazendo ainda melhor entendimento mentários finais: Os GISTs são neoplasias que ainda
de sua origem, fisiopatologia e tratamento. representam um desafio ao cirurgião devido à relativa
Contato: ERIKA DE OLIVEIRA MENEZES – raridade, diversidade de localização e heterogeneidade
erikaomenezess@gmail.com desta patologia sendo a individualização é necessária
em cada caso. Não há protocolos estabelecendo a ci-
rurgia de escolha ou indicação de tratamento adjuvante
dificultando a padronização terapêutica.
TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE Contato: KETHERYN ADNA SOUZA DE ALMEIDA –
CÓDIGO: 60475 ketherynsouza@gmail.com

TUMOR ESTROMAL GASTROINTESTINAL


RETROPERITONEAL SUBMETIDO À
TRATAMENTO CIRÚRGICO – RELATO DE TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO
CASO CÓDIGO: 61993

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 291


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

TUMOR ESTROMAL GÁSTRICO (GIST) Gigante, no qual a abordagem cirúrgica adequada ga-
GIGANTE APRESENTANDO-SE COM rantiu sucesso terapêutico.
QUADRO DE PERDA PONDERAL, Contato: JOSÉ FRANCISCO FERREIRA LIMA SIMÃO DE
ANEMIA E AUMENTO DO VOLUME SOUSA – josedemolay@hotmail.com
ABDOMINAL – RELATO DE CASO
Autores: José Antonio Dias da Cunha e Silva; Daniel
Mariano de Andrade; José Francisco Ferreira Lima;
Marcus Valadão; Antonio Carlos Ribeiro Garrido Iglesias; TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS
CÓDIGO: 61961
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO
RIO DE JANEIRO; UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO
DO RIO DE JANEIRO TUMOR FIBROHISTIOCÍTICO
PLEXIFORME – RELATO DE CASO E
Apresentação do caso: C.M., 62 anos, sexo mascu-
lino, natural do rio de janeiro, encaminhado pela uni-
REVISÃO DA LITERATURA
dade básica de saúde para realização de paracentese Autores: Antonio Carlos Eckhardt Júnior; Eduardo
de alívio em regime hospitalar. Referia dor e aumento Rodrigues Zarco da Câmara; Alessandro Augusto Bastos
Rodrigues Alves; Jadivan Oliveira Leite; Marcelo Sá de
do volume abdominal em aproximadamente 6 meses
Araújo; José Francisco Rezende Neto; Luiz Fernando
com piora nos últimos dias. Dor difusa, pouco específi-
Nunes; Roberto André Torres de Vasconcelos;
ca, não relacionada à quaisquer comemorativos. Nega
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
passado de etilismo e tabagismo. Sem história familiar
para neoplasias. À ectoscopia apresentou marcha an- Apresentação do caso: R.P.S, 41 anos, militar da Força
serina, taquipnéia leve, importante aumento do volume Aérea Brasileira, apresenta tumoração em coxa direita,
abdominal, à palpação tenso, com descompressão do- de crescimento lento, com evolução de dois anos. Refe-
lorosa, hipocorado (2+/4+), significativa perda de massa re dor local aos esforços físicos. Realizada bióspia inci-
muscular com atrofia em face, membros superiores e sional da lesão, com o laudo histopatológico revelando
inferiores. Exames complementares revelaram qua- neoplasia fusocelular compatível com tumor fibrohis-
dro anêmico, com hemoglobina 6.0 g/dL. Tomografia tiocítico plexiforme. Em ressonância magnética, nota-se
Computadorizada (TC) de abdome indicou presença tumoração lesão infiltrativa acometendo a musculatura
de massa volumosa ocupando totalidade abdominal. anteromedial do terço superior da coxa direita, envol-
Laparotomia exploratória revelou presença de ascite vendo a artéria e veia femoral, com redução da luz da
hemorrágica com 5.000 mL e volumosa lesão hetero- veia. Pequena área de ruptura parcial da cortical poste-
gênea sólido-cística com áreas de mucina de origem rior do terço proximal da diáfise do femur. Discussão:
em grande curvatura gástrica contemplando toda cavi- O fibrohistiocitoma plexiforme é um tumor de ocorrên-
dade peritoneal. Realizada ressecção da lesão a partir cia rara, e foi inicialmente descrito em 1988 por Enzin-
de gastrectomia atípica com uso de grampeador linear ger e Zhang, em análise de 65 pacientes. É considerado
80mm carga azul seguida de sutura de reforço manual um tumor de potencial maligno baixo ou intermediá-
com fio prolene 3.0. Durante ato operatório realizada rio. Acomete principalmente crianças e adultos jovens.
hemotransfusão através de dois concentrados de he- Apresenta-se como uma tumoração em derme ou teci-
mácias. Recebeu alta hospital no nono dia de pós-ope- do subcutâneo, de crescimento lento, indolor. Há uma
ratório sem registro de intercorrências. O resultado predileção de desenvolvimento da doença em extremi-
anatomopatológico evidenciou à macroscopia volumo- dades superiores, porém o acometimento do tronco,
sa formação tumoral pesando 4.632g cujas dimensões membros inferiores, cabeça e pescoço também pode
encontradas foram: 32,3 x 31,4 x 19, 2cm (L x T x AP). ocorrer. Remstein et al, observaram um maior número
À microscopia notificou-se neoplasia fusocelular. O es- de casos em pacientes do sexo feminino, em compa-
tudo imuno-histoquímico confirmou a hipótese intra- ração ao masculino (6:1). HIstologicamente, é caracte-
-operatória de GIST a partir dos resultados de CD117 rizado pela presença de múltiplos nódulos pequenos,
positivo, CD34 positivo, Proteína S-100 negativa e An- dispostos em um padrão plexiforme. Morfologicamen-
tígeno Nuclear de Proliferação Celular (Ki67) positivo te, são divididos em 3 grupos: fibroblásticos, histiocíti-
(<5%). Discussão: O tumor estromal gastrointestinal cos e mistos. Ausência de pleomorfismo cellular, baixa
(GIST) é uma neoplasia rara, composto por células fusi- atividade mitótica, hemorragia, inflamação crônica são
formes. Dentre as manifestações clínicas destacam-se observados nesta neoplasia. Na análise imunohistoquí-
anemia, hemorragia gastrointestinal, dor abdominal e mica, são observadas positividade para CD68 no tipo
massa palpável. Sintomas menos comuns, como per- histiocítico e para vimentina e SMA (smooth muscle ac-
da de peso e astenia podem ser evidenciados. A TC é tin) no tipo fibroblástico. O tratamento consiste na res-
considerada padrão-ouro para diagnóstico quando secção ampla do tumor, com margens livres. A recor-
comparada à endoscopia digestiva alta e seriografia rência é característica desta neoplasia, mantendo-se os
esofagogastroduodenal. Comentários finais: O caso pacientes em acompanhamento por longos períodos.
apresentado condiz com literatura vigente e demons- Há poucos relatos de metastases à distância, princi-
tra o desenrolar completo do acometimento por GIST palmente pulmonar e linfonodal. Comentários finais:

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 292


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

O tumor fibrohistiocítico plexiforme, é uma neoplasia TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS


rara, de comportamento variável, com poucos casos CÓDIGO: 60294
relatados na literatura. Descrita recentemente, ainda
restam lacunas para sua total compreensão, tornando TUMOR MALIGNO DA BAINHA DO
importante o compartilhamento de experiências. O tra- NERVO PERIFÉRICO METASTÁTICO –
tamento padrão atual consiste na ressecção ampla com RELATO DE CASO
margens negativas. A recorrência é característica desta
Autores: Fernanda Paula Schafer; Renata Bruna Garcia
patologia. dos Santos Gatelli; Charles Nilton Gatelli; Ícaro de
Contato: ANTONIO CARLOS ECKHARDT JR – Azevedo Alexandre; Isabella Kern Arendt; Leonardo
Werner Rasche; Letícia Signori Kohl; Gabriela Schmidt;
eckhardtac@yahoo.com.br
Instituição: UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
Apresentação do caso: Paciente feminina, 65 anos,
diagnóstico prévio de melanoma e câncer de mama me-
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
tastáticos tratados. Após dez anos, evoluiu com massa
CÓDIGO: 59522
palpável em porção distal da perna direita e linfonodo-
megalia inguinal direita, acompanhada de dor intensa
TUMOR GLÔMICO EM ANTEBRAÇO – e edema do membro. RNM evidenciou lesão nodular
RARO DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL DE expansiva com realce pelo meio de contraste, medin-
LESÕES DE PARTES MOLES do 3x3x2cm junto aos planos subcutâneos profundos e
Autores: Pedro Henrique Mendes Figueiredo; Eduardo músculos gastrocnêmico e solear. Realizado biopsia da
Faria Petribu; Sérgio Dias do Couto Netto; Andrea lesão e punção de linfonodo inguinal, sendo constatada
Schiavinato Jafelicci; Frederico José Ribeiro Teixeira neoplasia de células ovais com áreas mixoides com pre-
Júnior; Rafael Mozela; Manuel dos Santos Cruz; André sença de múltiplos focos de necrose e de 24 mitoses/10
Luís de Freitas Perina; CGA e sem identificação de infiltrações. Na Imuno-his-
Instituição: INSTITUTO DE ONCOLOGIA SANTA PAULA toquímica as células exibiram positividade com os an-
Apresentação do caso: Paciente de 72 anos, femini- ticorpos S100 e SOX-10 concluindo-se o diagnóstico de
na, origem nipônica, com lesão nodular em antebraço tumor maligno da bainha do nervo periférico e linfo-
direito, de crescimento lento e progressivo em 2 anos. nodo metastático de provável etiologia sarcomatosa.
Início recente de dor local. Sem comorbidades e histó- Realizado exérese da lesão com margens livres e linfa-
ria familiar de neoplasias. Foi realizado US de antebraço denectomia inguinal direita. Discussão: O tumor ma-
com diagnóstico de lesão nodular de 1,6 cm descrita no ligno da bainha do nervo periférico é um sarcoma raro
subcutâneo, hipervascular com emaranhado mal orga- e muito agressivo com origem em nervos periféricos.
nizado de vasos, principalmente arterial, sugerindo ne- Com frequência na população geral de 0,001%, sendo
oplasia de partes moles de origem vascular. A pacien- equivalentes a 1% de todas as neoplasias. Podem sur-
te realizou TC de tórax e abdomen superior que não gir espontaneamente ou associados à neurofibromato-
demonstrou sinais de doença a distância. Em virtude se tipo-1. Manifestam-se como uma massa dolorosa de
do tamanho da lesão e da baixa morbidade do procedi- crescimento rápido e sintomas neurológicos. Crescem
mento foi optado pela realização da ressecção da lesão ao longo dos nervos infiltrando as estruturas vizinhas
sem biópsia pré-operatória. Durante o procedimento e metastatizam preferencialmente pulmão, ossos e fí-
foi observado que a lesão encontrava-se abaixo da fás- gado. O tratamento é semelhante ao dos sarcomas de
cia muscular do antebraço e não na localização descrita partes moles, sendo a gestão cirúrgica a única terapia
pelo US. Foi realizada ressecção com margens em torno definitiva conhecida. Preconizam-se amplas margens
de 3 mm tridimensional. A paciente teve alta no mes- negativas, uma vez que, a doença recorrente, refratária
mo dia e não apresentou qualquer intercorrência por ou metastática não possui opções curativas. A radiote-
perda funcional no pós-operatório. A patologia final rapia está recomendada no pós-operatório, diminuin-
demonstrou tratar-se de um tumor glômico, confirma- do as recorrências locais, entretanto, sem uma redução
do por exames de IHQ. A presença deste tipo raro de significativa na taxa de metástase ou na sobrevivência
tumor é mais comum em território jugulo-carotídeo e global. São tumores resistentes a quimioterapia e com
subungueal/digital, havendo alguns casos descritos de prognóstico pobre, a sobrevida em 5 anos foi relata-
localização gástrica e endotraqueal. São tumores origi- da entre 16-52%. Os fatores de mau prognóstico são:
nários nos corpos glômicos, estruturas neuroarteriais tamanho, elevado grau de malignidade histológico e
responsáveis pela pressotermorregulação. São tipica- excisão cirúrgica incompleta. O resultado em relação
mente hipervasculares e devem entrar no rol de diag- à recorrência local e metástase à distância da excisão
nóstico diferencial de lesões hipervasculares de partes cirúrgica correta. Comentários finais: Com uma inci-
moles, apesar da raridade. dência de cerca de um por milhão podem levar a uma
lógica de tratamento inadequada, começando com
Contato: PEDRO HENRIQUE MENDES FIGUEIREDO – uma ressecção a nível ambulatorial sem biópsia. Nosso
phmendes.figueiredo@gmail.com caso mostrou metástase linfonodal refletindo a nature-
za agressiva dessa malignidade.

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 293


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Contato: FERNANDA PAULA SCHAFER – que serão tratados conservadoramente. Os tumores de


fernandapaulaschafer@gmail.com nervo periférico são raros e não apresentam manifes-
tações clínicas peculiares. Além da utilização de exames
de imagens, como a RM, a biópsia apresenta um pa-
pel muito importante para a definição do diagnóstico e
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA consequente tratamento.
CÓDIGO: 60230
Contato: LEONARDO WERNER RASCHE – leonardo_
rasche@hotmail.com
TUMOR MALIGNO DA BAINHA DO
NERVO PERIFÉRICO – RELATO DE CASO
Autores: Leonardo Werner Rasche; Isabella Kern Arendt;
Ícaro de Azevedo Alexandre; Nicole Taina Henn; Júlia TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA
Pastorello; Fernanda Paula Schafer; Víctor Sánchez CÓDIGO: 59761
Zago; Letícia Signori Kohl;
Instituição: UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO TUMOR MIOFIBROBLÁSTICO
Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 65 INFLAMATÓRIO (PSEUDOTUMOR
anos, hipertensa, com histórico de neoplasia de mama INFLAMATÓRIO) DE RETROPERITÔNIO –
e de melanoma em perna direita com esvaziamento in- RELATO DE CASO
guinal, procura atendimento com queixa de massa em Autores: Clarissa Pieresan Winkelmann; Thiago Luciano
membro inferior direito, a qual era elevada, aderida, Passarin; Paloma Famer Passarin; Bruno Chao Lisot;
dolorosa e apresentou um rápido crescimento. Con- Carolina Pompermaier; Crislli Preussler Chiaradia;
duta foi biópsia excisional, a qual anatomopatológico Instituição: UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL
revelou neoplasia de células ovais com áreas mixoides,
além de presença de múltiplos focos de necrose e de Apresentação do caso: A.J.B., 60 anos, masculino, ta-
24 mitoses/10CGA. Para elucidação diagnóstica, soli- bagista (60 maços/ano), ex-etilista, hipertenso. Apre-
citado exame imunohistoquímico, o qual evidenciou sentou dor abdominal em faixa associada a desconfor-
positividade com os anticorpos S100 e SOX-10 e não to pós-prandial, perda ponderal de 4 Kg em 1 mês e
positividade com os anticorpos MELAN A, HMB45, Pan- colúria. Ao exame físico, massa palpável em hipocôn-
citoqueratina e Actina. Os achados favoreceram o diag- drio direito não endurecida e dolorosa. Exames labo-
nóstico final de tumor maligno da bainha do nervo pe- ratoriais: fosfatase alcalina de 187 U/l e gama glutamil
riférico. Os tumores de nervo periférico, em geral, não transferase de 167 U/l. Ecografia abdominal revelou
possuem manifestações clinicas específicas e, quando nódulo de 10,5cm na cabeça do pâncreas e tomogra-
essas ocorrem, são causadas por invasão direta do ner- fia computadorizada (TC) de abdome lesão expansiva
vo, pelo envolvimento dos tecidos circundantes ou por lobulada de 12x9, 6x13,4cm na pequena cavidade epi-
efeitos de massa. Quando procuram atendimento mé- ploica com efeito de massa em lobo hepático esquerdo
dico, geralmente os pacientes apresentam uma massa e pequena curvatura gástrica. Envolvia tronco celíaco e
de tecido mole, dor ou achados neurológicos focais. artéria mesentérica superior proximal e deslocava infe-
Enquanto os tumores benignos têm uma duração mais riormente artéria renal direita e póstero-lateralmente
longa e uma taxa de evolução lenta, os malignos ten- veia porta. Biópsia do retroperitônio revelou prolife-
dem a evoluir mais rápido em relação ao tamanho, a ração fusocelular sem atipias e na imunohistoquímica
dor e ao déficit neurológico. As massas de tecido mole proliferação miofibroblástica associada a pseudotumor
que crescem em rápida expansão são suspeitas pela inflamatório (PI). Realizada ressecção cirúrgica com in-
presença de um tumor maligno da bainha do nervo cisão de Chevron em monobloco com liberação da veia
periférico e devem ser avaliadas com urgência. A dor cava inferior e reparo de tronco celíaco. Evoluiu bem no
ocorre na região do tumor e em qualquer nervo que o pós-operatório. Discussão: O Tumor Miofibroblástico
tumor envolva, contudo não é necessariamente espe- Inflamatório (TMI) ou PI é uma neoplasia intermediária,
cifica o suficiente para apontar o nervo envolvido. Já os com recorrência frequente e metástase ocasional. Sus-
déficits neurológicos da função sensorial e motora cor- peita-se que haja ligação com certos patógenos, como
respondem ao nervo em que o tumor se origina ou ao citomegalovírus e vírus Epstein-Barr. Afeta pulmão e lo-
que está comprimindo, sendo mais uteis na localização cais extrapulmonares, que representam 5% dos PI. Em
do tumor. Para avaliação desses tumores, a imagem é contraste com o TMI pulmonar, que ocorre em torno
o melhor método, sendo a ressonância magnética (RM) dos 50 anos, o extrapulmonar afeta crianças e adultos
superior aos demais. A biopsia cirúrgica também tem jovens até a segunda década de vida. Os sintomas em
grande valor, principalmente para tumores profundos geral são tardios e, mais comuns quando o tumor se
e malignos. O tratamento encontra-se baseado na ci- torna palpável: aumento do abdome, saciedade preco-
rurgia, com exceções de alguns casos de tumores be- ce e desconforto abdominal. Costumam ser descober-
nignos, ou tumores com sintomas mínimos em idosos, tas incidentais em exames de imagem, investigando-se
imunodeprimidos ou pacientes de risco para cirurgia, com TC de tórax, abdome e pelve e biópsia quando

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 294


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a imagem não for diagnóstica. A ressecção cirúrgica pelo risco de recorrência e metástase. O tratamento
completa é a única forma de tratamento curativo, com permanece a ressecção cirúrgica, com quimioterapia e
chances de recorrência local. Excisão macroscópica radioterapia reservadas para casos recidivados. Nosso
completa, grau tumoral, multifocalidade e subtipo his- paciente apresentou melhora dos sintomas após recu-
tológico constituem fatores prognósticos para recor- peração da cirurgia e permanece em acompanhamento
rência local e sobrevida global. Comentários finais: O ambulatorial, sem sinais de recidiva ou metástases.
TMI é raro e acomete jovens, diferentemente do caso.
Contato: SANDRO PEÇANHA PEREIRA – sandropper@
Os fatores de risco ainda não são bem estabelecidos,
gmail.com
por poucos relatos conhecidos. Escolheu-se a cirurgia,
apesar do extenso acometimento, pois é a única chance
de se conseguir a sobrevida livre de doença. O segui-
mento a longo prazo é recomendado pela alta chance TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE
de recorrência local. CÓDIGO: 59537
Contato: CLARISSA PIERESAN WINKELMANN –
clarissawinkelmann@gmail.com TUMOR NEUROECTODERMICO
PRIMITIVO-RELATO DE CASO
Autores: Ana Caroline da Fonseca Soares Pereira; Fidelis
Manes Neto; Herbert Meneses Dos Santos Junior;
TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA Mariella De Almeida Melo; Eid Gonçalves Coelho
CÓDIGO: 61645 Instituição: HOSPITAL SAO MARCOS

TUMOR MIOFIBROBLÁSTICO Apresentação do caso: Masculino, 32 anos, referindo


INFLAMATÓRIO CUTÂNEO: dor abdominal, astenia, perda ponderal (10 kg em 4
meses) abdome: massa abdominal palpável em regiao
APRESENTAÇÃO DE CASO
epigastrica e hipocondrio direito estendendo-se ate
Autores: Henrique Saboia; Jorge Itsuo Fukushima; a regiao epigastrica, fixa. Rm de abdome: Extensa le-
Luciano do Valle Saboia; Sandro Peçanha Pereira;
são expansiva de localização retroperitoneal com área
Nayara Rosina Chaves; Yorgos Luiz Salles Graça; Gabriel
Volpato; Ayaka Yamane; cística e sólida de permeio, medindo 3.6 x 12.8 x 7.0
cm. Sem planos de clivagem com a segunda porção do
Instituição: HOSPITAL ANGELINA CARON
duodeno e a cabeça do pâncreas e exercendo deslo-
Apresentação do caso: Paciente masculino, 54 anos, camento posterior do rim direito. Determinando efeito
apresenta-se em primeira consulta com queixa de nó- de massa sobre os vasos retroperintoneais.Fígado: le-
dulo ulcerado na região cervical posterior, com cres- são sólida localizada no segmento IV, medindo 3.5 x 3.4
cimento progressivo há um ano. Ao exame clínico, o cm.Submetendo-se esta lesão a biopsia neoplasia ma-
paciente não apresentava outras alterações além da ligna de pequenas celulas infiltrando tecido hepatico
nodulação ulcerada, com cerca de 5cm de diâmetro. G4 – Indiferenciado Biopsia de massa retroperitoneal:
Após liberação de cardiologista, foi submetido a ressec- carcinoma neuroendocrino. Imunohistoquimica: tumor
ção ampla da lesão e reconstrução com enxerto de pele. neuroectodermico primitivo (PNET). Foi submetifo pro-
O resultado do anatomopatológico foi compatível com tocolo quimioterapia neoadjuvante 12 ciclos (ciclofosfa-
neoplasia pouco diferenciada, sugerindo imuno-histo- mida, adriamicina, vincristina, etoposido e ifosfamida).
química. A IHQ demonstrou neoplasia mesenquimal Nova Rm de abdome demonstrou lesão mal delimita-
miofibroblástica sem características de malignidade, da com localização retroperitoneal / retropancreática,
correspondendo a tumor miofibroblástico inflamató- mantendo contato com processo uncinado do pâncre-
rio. O paciente permanece em acompanhamento am- as, sem plano de clivagem com o mesmo, contato com
bulatorial sem sinais de recidiva local ou metástases à arco duodenal e veia cava inferior, medindo cerca de
distância nos exames de imagem. Discussão: Tumor 3,4 x 1,9 cm nos diâmetros axiais. Fígado com dimen-
miofibroblástico inflamatório é uma entidade rara com- sões normais, contornos regulares, sem lesões detec-
posta por células fusiformes acompanhadas de proces- táveis. Paciente foi submetida a ressecção completa
so inflamatório contendo células plasmáticas, linfócitos do tumor.A recuperação pós-operatória foi sem inter-
e eosinófilos. Pode ocorrer em qualquer lugar do corpo, corrências. Histopatologia tumor neuroectodermico
sendo mais comum no pulmão, mesentério e omento. primitivo (PNET). Apos a recuperação ele recebeu qui-
Menos de 5% dos casos se manifestam na cabeça e mioterapia adjuvante. Discussão: Tumor neuroecto-
pescoço. O tratamento é baseado na ressecção com- dérmico primitivo retroperitoneal (PNET) é uma doença
pleta da lesão com margens oncológicas. Pode ocorrer rara, com poucos relatos na literatura, apresenta um
recidiva local em 23% dos casos e metástase à distância prognóstico pobre. A aparência da lesão nos exames
em menos de 5%, situações na qual se indica quimio- de imagem mostra frequentemente uma massa lobu-
terapia ou radioterapia. Comentários finais: A princí- lada heterogênea deslocando os órgãos adjacentes.
pio definida como lesão benigna inflamatória, ainda há Os tumores geralmente mostram não possuem áreas
controvérsia sobre a malignidade desse tipo de tumor necróticas. Imuhistoquimica revela postividade para

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CD99, FLI-1, sinaptofisina, pancitoceracinas.O paciente sítios primários desse tumor são tecidos moles e ossos,
relatado respondeu em seu tamanho e vascularizaçao raramente o tumor primário é renal. É um tumor com
a quimioterapia neoadjuvante, possibilitando a ressec- baixa expectativa de sobrevida livre de doença, com va-
çao do tumor. O tratamento consiste principalmente riação entre 25 a 60% em até 3 anos. No presente caso,
na ressecção do tumor em bloco Conclusão: Embora o a avaliação anatomopatológica demonstrou margens
tumor neuroectodermico primitivo (PNET) tenha prog- livres e apenas 1 de 25 de linfonodos comprometidos.
nóstico RUIM, a sobrevida pode ser melhorada atraves Contudo, o paciente apresentou metástase linfonodal,
da abordagem multimodal, existem relatos de casos hepática e retroperitoneal em menos de 9 meses do
destacando o papel favoravel da quimioterapia neoad- diagnóstico e 1 ano dos sintomas. Comentários finais:
juvante no manejo desses tumores. O PNET de pâncreas é extremamente raro e pertence a
um grupo de tumores de alta agressividade e com bai-
Contato: ANA CAROLINE DA FONSECA SOARES
xa expectativa de sobrevida livre da doença, com alta
PEREIRA – karolinefsoares@gmail.com
probabilidade metastática, com 30 % dos pacientes já
apresentando metástase no momento do diagnóstico
e devendo ser tratado como doença sistêmica desde o
TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE início da abordagem.
CÓDIGO: 60637 Contato: ANA CAROLINA GONÇALVES TUBINO –
goncalvess.ana@gmail.com
TUMOR NEUROECTODÉRMICO
PRIMITIVO (PNET) DE ORIGEM RENAL
Autores: Ana Carolina Gonçalves Tubino; Aline
Lamounier Gonçalves; Allana Tamiris Bonfim Nogueira; TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS
Cláudia Roldão Leite; Fernanda Guedes Ferreira; CÓDIGO: 61937
Henrique Barbosa de Abreu; Rodrigo Nascimento
Pinheiro; TUMOR NEUROECTODÉRMICO
Instituição: FACULDADES INTEGRADAS DA UNIÃO PRIMITIVO DE MEDULA – RELATO DE
EDUCACIONAL DO PLANALTO CENTRAL CASO
Apresentação do caso: Paciente, masculino, 18 anos, Autores: Carla Simone da SIlva; Luis Eduardo Borges de
há 5 meses com aumento do volume abdominal e per- Macedo Zubko; Heloisa Alencar Antico; Ewerson Luiz
da ponderal de 3 kg. Iniciou atendimento na oncologia Cavalcanti e Silva; Andres Estremadoiro Vargas; Phillipe
clínica e foi encaminhado para urologia devido a acha- Geraldo Teixeira de Abreu Reis; Laila Pereira Schneider;
Thais Abreu de Almeida;
do, na TC de abdome, de massa retroperitoneal suges-
tiva de tumor renal. Biópsia guiada por USG mostrou Instituição: HOSPITAL ERASTO GAERTNER
neoplasia maligna indiferenciada em região retroperi- Apresentação do caso: Paciente feminina, 52 anos,
toneal à esquerda e imuno-histoquímica sugestiva de encaminhada à oncologia clínica do nosso serviço com
Sarcoma de Ewing/PNET. RNM de abdome identifican- quadro de paresia em MMII e diagnóstico de tumor
do lesão de origem renal parcialmente capsulada, com neuroectodérmico primitivo após ressecção parcial de
deslocamento de estruturas adjacentes, com ausência lesão expansiva intramedular (T12). Indicada Radiote-
de plano de clivagem com artéria mesentérica superior rapia e Quimioterapia com Vincristina, Doxorrubicina e
e aorta e ausência de sinais de invasão. A ressecção da Dactinomicina. Seguiu com ciclofosfamida, Ifosfamida,
massa retroperitoneal em monobloco com baço, cauda Mesna e Etoposídeo. No periodo de 4 meses de qui-
pancreática, rim esquerdo e linfadenectomia retrope- mioterapia, evoluiu com injúria renal aguda, infecção
ritoneal ocorreu sem intercorrências. Anatomopato- urinária (ITU) e neutropenia febril, todos com boa recu-
lógico evidenciou neoplasia maligna indiferenciada de peração. Após 1 ano, apresentou progressão local e em
pequenas células, com margens livres e comprometi- L4 e L5. Evoluiu com sepse urinaria somada a infecção
mento linfonodal 1/25, sendo estadiado pT2bN1. Segui- de partes moles (escaras em dorso, MIE e sacro) sendo
mento pós-operatório apresentando função renal den- necessário tratamento intensivo. Apesar do suporte, foi
tro da normalidade, no entanto, TC de abdome revelou a óbito. Discussão: Tumor neuroectodérmico primitivo
metástases hepática, linfonodal e retroperitoneal. Sem (PNET), é um representante da família dos tumores do
indicação de tratamento cirúrgico e após discussão com sarcoma de Ewing (TFSE), com apresentação fenotípica
a equipe clínica sobre possibilidade de tratamento qui- e genética similar ao sarcoma de Ewing, com diferencia-
mioterápico, foi encaminhado para acompanhamento ção apenas no grau histológico. Apesar da subdivisão
em rede de reabilitação. Discussão: O tumor neuroec- histopatológica dos TFSE, esses tumores apresentam
todérmico primitivo (PNET) compõe um grupo de tumo- comportamento, prognóstico e tratamento semelhan-
res raros e muito agressivos derivados do neuroecto- tes. Acometem pacientes pediátricos de 10-15 anos,
derma. Por sua semelhança com os sarcomas de Ewing, sendo 80% menores de 20 anos. Tem como principal
ele tem sido incluído nessa família de tumores e corres- população a caucasiana e masculina, sendo rara a
ponde ao 2º tipo de sarcoma de partes moles mais pre- ocorrência em afrodescendentes e asiáticos. Podem
valentes nas 2 primeiras décadas de vida. Os principais comprometer o sistema nervoso central ou periférico,

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 296


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sendo mais agressivo na porção periférica, ocorrendo sendo classificados em funcionais ou não funcionais, de
mais frequentemente em parede torácica (44%). Cerca acordo com isso. Aliás, estudos mostram que pacien-
de 30% dos pacientes apresentam metástase no mo- tes com tumores funcionais sobreviveram mais do que
mento do diagnóstico com sobrevida livre de doença os com tumores não funcionais. A apresentação clínica
em 2-3 anos variando de 25 a 60%. O tratamento com depende do sítio primário do tumor e se eles são tumo-
terapia adjuvante desses tumores eleva os índices de res funcionais. A maioria é não funcional e manifesta-se
sobrevida a 70% em 5 anos em detrimento apenas do tardiamente, com sintomas de efeitos de massa – como
tratamento cirúrgico. O tratamento quimioterapêutico no relato, de disseminação, ou ambas. Os preditores
de TFSEs envolve ciclofosfamida, doxorrubicina, vin- de pior prognóstico incluem idade ao diagnóstico, es-
cristina, dactinomicina, ifosfamida e etoposídeo. Entre- tadio, grau do tumor e sexo masculino. O diagnóstico
tanto, os pacientes que sobrevivem com o tratamento, de TNEp é baseado na clínica, exames de imagem, do-
possuem risco aumentado para o desenvolvimento de sagens hormonais – de acordo com as síndromes es-
tumores hematológicos e tumores sólidos, sobretudo pecíficas – e anatomopatológico. O tratamento deve
após radioterapia. Comentários finais: O PNTE é um ser individualizado, baseado na sintomatologia e nas
tumor raro com apresentação variada e que nesse re- características tumorais. A cirurgia é método crucial
lato, apesar da adjuvancia, apresentou progressão de em diversos estágios, sendo de escolha para cura em
doença e desfecho defavorável.Por ser uma doença doenças limitadas, e para as doenças já avançadas,
incomum, há uma quantidade limitada de pesquisas pode ser meio de tratamento paliativo para melhora
mostrando respostas aos tratamentos propostos e as- da qualidade de vida desses pacientes. Conclusão: A
pectos clínicos da doença além de controvérsia a res- importância do presente relato destaca-se pela impor-
peito do uso de radioterapia no tratamento dos tumo- tância do diagnóstico precoce, o qual é obtido por alta
res da família de Ewing. suspeição clínica, a despeito de sua baixa prevalência e
das manifestações variadas que podem surgir na forma
Contato: CARLA SIMONE DA SILVA –
de síndromes clínicas de acordo com sítio, extensão ou
carlasimonesilva@yahoo.com.br
até padrão de produção hormonal adotado pelo tumor.
Contato: ANDERSON NEVES DA CRUZ – anderson-
cruz@hotmail.com
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
CÓDIGO: 62021

TUMOR NEUROENDOCRINO DE TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA


PÂNCREAS – RELATO DE CASO CÓDIGO: 61987

Autores: George Alexandre Lira; Ana Julia Silva Teixeira;


Anderson Neves da Cruz; Crislanny Regina Santos da TUMOR NEUROENDÓCRINO DE COLO
Silva; Maria Juliana Silva Jovino; Isa Maryana Araujo UTERINO – RELATO DE CASO
Bezerra de Macedo; Isabelle França Bezerra; Autores: Crislanny Regina Santos da Silva; Ana Julia
Instituição: LIGA NORTE RIOGRANDENSE CONTRA O Silva Teixeira; Isa Maryana Araujo Bezerra de Macedo;
CANCER George Alexandre Lira; Lucas de Souza Bacellar; Karina
de Andrade Vidal Costa; Vivian de Morais Nunes
Apresentação do caso: NMF, mulher, 41anos, 4 filhos,
Teixeira; Caio Trajano Siqueira Salgado;
sem comorbidades, apresentou dor em dorso de ca-
Instituição: FACULDADE DE MEDICINA NOVA
ráter progressivo há 5 meses. Passou por serviços de
ESPERANÇA
ortopedia e de urgência, quando realizou ultrassono-
grafia (USG) abdominal resultante em nódulo em corpo Apresentação do caso: ACDS, mulher, 26 anos,
pancreático de 3cm. Por isso, realizou-se tomografia G2P2A0, apresentou leucorréia de odor fétido, há 5
computadorizada (TC) e ressonância magnética (RNM) meses. Exame ginecológico: tumor de colo uterino no
de abdome de resultados indicativos de formação ex- terço médio da vagina. Histopatológico (HP): neoplasia
pansiva no aspecto anterior do corpo do pâncreas, com maligna de pequenas células, com áreas extensas de
sinal e realce heterogêneo pelo meio de contraste, além necrose e índice mitótico de 20 em 10 CGA – confirma-
de marcadores tumorais de catecolaminas, para avaliar do por imunohistoquímica (IHQ) carcinoma neuroen-
alterações endócrinas, os quais vieram negativos. Con- dócrino (CNE) de alto grau, tipo pequenas células, com
duziu-se o caso com enucleação de lesão pancreática ki67 superior a 90%. A Ressonância magnética (RNM) de
com linfadenectomia retroperitoneal como conduta abdome total com contraste mostrou lesão expansiva e
curativa. Discussão: Os tumores neuroendócrinos de vegetante no colo uterino (7, 4 x 7, 2 x 4,1cm), ocupan-
pâncreas (TNEp) são entidades particularmente raras do cavidade vaginal em mais de 2/3, sem evidências de
dentro deste grupo de tumores malignos, e requer re- implantes metastáticos. Iniciou neoadjuvância com 10
lato de índice mitótico em sua classificação, além de ciclos de quimioterapia (QT), 04 de braquiterapia e 33
alta suspeição clínica para o diagnóstico. Tais neopla- de radioterapia (RT). Ao término da terapia ainda foi en-
sias podem ou não secretar hormônios em quantida- contrada lesão amarelada em todo o colo (3-4cm), ade-
des excessivas, podendo ou não resultar em sintomas e rida a parede lateral esquerda da vagina, identificada

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 297


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como lesão cerebroide ocupando todo o colo; toque re- resposta à QT, demonstrando espessamento parietal
tal com paramétrios livres e presença de abaulamento no corpo gástrico, com importante restrição à difusão,
da parede anterior do reto por compressão extrínseca. compatível com histórico, além de massas linfonodais
RNM de abdome superior e pelve mostrou permanên- perigástricas. Optou-se por tratamento cirúrgico – Gas-
cia de lesão expansiva e vegetante em colo uterino (28 trectomia a D2 com esplenectomia, pancreatectomia
x 1,3cm) com captação de contraste. Feito histerecto- corpo-caudal, linfadenectomia retroperitoenal, e re-
mia total ampliada (HTA) com linfadenectomia pélvica e construção em Y de Roux. O estudo anatomopatológico
retroperitoneal, cujo resultado do HP do colo do útero da peça operatória mostrou adenocarcinoma pouco
confirmou neoplasia maligna de pequenas células, com diferenciado, com invasão angiolinfática e perineural,
estadiamento ypT1b1N0. O estudo foi complementado margens de ressecção comprometidas, extensão para
com IHQ e revelou (CNE) de pequenas células, positi- fígado e pâncreas e 21 linfonodos positivos dos 27 res-
vo para CD56 e citoqueratinas AE1/AE3 e negativo para secados. Acredita-se que o tratamento com QT elimi-
sinptofisina e cromogranina A. Discussão: O carcinoma nou o tumor neuroendócrino, mantendo a exócrina.
de pequenas células (CPC) primário do colo uterino é Aguarda IHQ para fechamento do diagnóstico patológi-
raro, com incidência de 0,3% à 3,0%, são agressivos, co. Discussão: Os carcinomas adenoneuroendócrinos
com disseminação angiolinfática ao diagnóstico. A do- mistos (MANECs) são tumores com um componente
ença limitada, como a do caso, é o preditor mais sen- exócrino e um endócrino, causando mal-entendido
sível de sobrevida. O quadro é assintomático ou com entre os patologistas. O diagnostico é melhor feito por
sintomas do trato genital. Os marcadores à IHQ são imunocoloracão, que evidencia componentes neuroen-
enolase neurônio específico, sinaptofisina e cromogra- dócrinos e não neuroendócrinos, apresenta sintomas
nina A – que tem relação prognóstica. Fatores de menor vagos, causando diagnostico tardio, com presença de
sobrevida incluem o estadio, linfonodos (LFN) e profun- implantes secundários. É muito raro, com 40 casos des-
didade de infiltração, e influenciam o tratamento. Para critos na literatura, havendo pouco estudo sobre tra-
lesões precoces, realiza-se HTA, esvaziamento pélvico tamento. Sabe-se que possui prognostico reservado,
e para-aórtico, associado à QT e RT adjuvantes. Já em principalmente se diagnosticado tardiamente. A litera-
lesões avançadas, QT neoadjuvante, associada ou não tura defende que esses tumores devem ser tratados de
à RT. Conclusão: Diferente da maioria de CPC de colo formas distintas para cada componente, como foi feito
uterino, o caso traz diagnóstico precoce, com fatores de com o paciente do caso relatado. Apresentam sobre-
bom prognóstico, o que torna o caso atípico em compa- vida media de menos de 12 meses, pela malignidade.
ração com os descritos na literatura. Comentários finais: Evidencia-se caso raro, compor-
tamento maligno e heterogêneo, além de tratamento
Contato: CRISLANNY REGINA SANTOS – crismedjolie@
controverso justamente pela falta de casos relatados e
gmail.com
estudos na literatura, embora geralmente se necessite
de condutas cirúrgicas radicais multiviscerais na tenta-
tiva de cura.
TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO Contato: ANA JÚLIA SILVA TEIXEIRA – Teixeiraanajs@
CÓDIGO: 62006 gmail.com

TUMOR NEUROENDÓCRINO GÁSTRICO


Autores: Ana Júlia Silva Teixeira; Francielly Tertulino
Cunha; Mara Juliane Silva Jovino; Isa Maryana Araujo TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE
Bezerra de Macedo; Isabelle França bezerra; Crislanny CÓDIGO: 60095
Regina Santos da Silva; George Alexandre Lira;
Anderson Neves Cruz; TUMOR NEUROENDÓCRINO
Instituição: UNIVERSIDADE POTIGUAR METASTÁTICO PARA MAMA
Apresentação do caso: FMDL, masculino, 63 anos, hi- Autores: Fabricio da Silva Castilho; Paula Srebernich
pertenso, ex-tabagista e etilista. Procurou o serviço de Pizzinato; Francisco Americo Fernandes Neto; Pedro
Cirurgia Oncológica queixando-se de dor epigástricas, Ricardo de Oliveira Fernandes; Fernando Ernesto Cruz
Felippe;
e fraqueza muscular há 6 meses. A Endoscopia Digesti-
va Alta (EDA) mostrou 9 lesões em pequena curvatura, Instituição: UNIVERSIDADE CIDADE DE SÃO PAULO
diagnosticado por biopsia e imunohistoquímica (IHQ) Introdução: Os tumores neuroendócrinos são neopla-
em neoplasia gastrointestinal com componentes mis- sias originárias das cristas neurais que apresentam-se
tos exócrinos e neuroendócrinos de alto grau e alto ín- microscopicamente de diversas maneiras: clássico,
dice de mitose. Tomografia Computadorizada (TC) de glandular e adenocarcinóide mucinoso. Durante muito
abdome mostrou lesão de estômago invadindo fígado, tempo os tumores neuroendócrinos (TNE) e carcinóides
linfonodos pancreáticos, esplênicos e hepático. Reali- foram considerados raridades. Porém, com a aquisição
zou-se neoadjuvância com quimioterapia – clisplatina de novos conhecimentos e técnicas de diferenciação
com etopozide, suspenso no quarto ciclo devido toxi- celular, tornou-se evidente o amplo espectro desse tipo
cidade. Novos exames foram realizados para avaliar de lesão. A capacidade de um tumor carcinóide provo-

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car metástase, depende diretamente de seu tamanho lesão solido-cística junto à cabeça do pâncreas, sendo
e do grau de diferenciação celular. Os principais focos complementada pela a ressonância nuclear magnéti-
são linfonodos, mesentério, fígado, pulmão e peritônio. ca (RNM), ao qual foi identificada massa predominan-
Raramente esse tipo de tumor evolui com metástase temente cística sobre a cabeça pancreática em intimo
para a mama. Apresentação do caso: Paciente femini- contato com a segunda porção duodenal e veia cava
no, 58 anos, internada em 2010 devido à quadro clínico inferior. Procedeu-se o exame citológico, seguida da
e radiológico de abdome agudo obstrutivo. Paciente ressecção cirúrgica com resultado histopatológico con-
estável e com KPS = 80%. Na laparotomia exploradora, clusiva para tumor sólido pseudopapilar do pâncreas
identificou-se massa tumoral de consistência fibrosa (TSPP). Discussão: O TSPP apresenta-se com rara fre-
enovelando alças de delgado a cerca de 50 cm do ân- qüência, sendo responsável por 1-3% dos tumores exó-
gulo de Treitz; linfonodomegalias mesentéricas e retro- crinos do pâncreas e 10-15% das lesões císticas pancre-
peritoneais extensas; ausência de ascite, de implantes áticas. Acomete preferencialmente as mulheres jovens,
hepáticos e peritoneais. Procedido a ressecção total entre a segunda e terceira décadas de vida, aos quais
ampla da massa tumoral em delgado, com anastomose 60-70% localizam-se sobre o corpo e a cauda do pân-
jejuno-ileal primária e sem linfadenectomia retroperi- creas, mostrando-se com baixo potencial de malignida-
toneal. O anátomo-patológico com imunohistoquímica de. A sua patogênese ainda é desconhecida, embora a
revelou um tumor neuroendócrino de intestino médio tendência em acometer o sexo feminino possa sugerir
pouco diferenciado. A paciente foi submetida à adju- o envolvimento do hormônio sexual na sua origem. As
vância com Everolimo. Cinco anos depois, a paciente manifestações clínicas são vagas, destacando-se o des-
apresentou diarréias frequentes, irritabilidade, “foga- conforto abdominal, náuseas e massa palpável. Dentre
chos” e tremores. A tomografia demonstrou múltiplas os exames de imagem, a tomografia computadorizada
metástases hepáticas (Síndrome Carcinóide), tendo (TC), USG, RNM e o ultrassom endoscópico (USGE) são
sido submetida a quimioterapias paliativas e a análo- os mais utilizados. O exame citológico a partir da pun-
gos da somatostatina. No mesmo ano, notou-se múlti- ção aspirativa por agulha fina pode auxiliar no diagnós-
plos nódulos fibróticos em ambas as mamas com linfo- tico. A ressecção cirúrgica permanece como padrão-
nodomegalias axilares bilaterais. A biópsia demonstrou -ouro no tratamento do TSPP e pode variar quanto a
se tratar de metástase mamária bilateralmente do TNE. sua extensão e técnica, de acordo com a topografia do
A paciente seguiu em cuidados paliativos. Óbito em ju- tumor e invasão de estruturas adjacentes. Conclusão:
lho de 2016. Discussão: O primeiro caso de metástase O TF é uma neoplasia pouco freqüente, com o baixo po-
de mama originária de tumor carcinoide, data de 1957. tencial de malignidade e, mesmo em vigência de metás-
O câncer de mama é o tumor maligno mais comum na tase ou invasão local, o tratamento cirúrgico deve ser
mulher, porém tumores metastáticos de mama são ra- adotado, com excelentes taxas de sobrevida.
ros, girando em torno de 1,5% dos casos. Excluindo os
Contato: ANDRÉ DE SIMONE FAINSTEIN –
casos de metástase contra lateral, os tumores primá-
andrefainstein@hotmail.com
rios mais comumente responsáveis por focos mamá-
rios secundários são pulmão, melanoma, leucemias e
linfomas. Conclusão: O caso apresentado demonstra
um tipo de metástase para as mamas bastante atípica, TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE
originária de tumor neuroendócrino intestinal. CÓDIGO: 59538
Contato: FABRÍCIO DA SILVA CASTILHO –
fabriciocastilho@msn.com TUMORES NEUROENDÓCRINOS DO
PÂNCREAS: RESSECÇÃO CIRÚRGICA OU
TRATAMENTO CLÍNICO?
Autores: Carolina dos Anjos Sampaio; Wivian Lopes do
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
Espírito Santo; Maria Eduarda Mendes Martins Vieira
CÓDIGO: 61682 Ramos; Julia Araujo Jorge de Aguiar; Guilherme Barros
Saiter; Jéssyca Matos Silva; Bruna Teixeira Marques;
TUMOR SÓLIDO PSEUDOPAPILAR DO Isabela Coelho Guimarães;
PÂNCREAS – RELATO DE CASO Instituição: ESCOLA DE MEDICINA SOUZA MARQUES
Autores: André De Simone Fainstein; Antônio Augusto Tumores Neuroendócrinos (TNE) não são mais rarida-
Ribeiro Dias Pires; Amin Milad Waked; Ricardo Silva
des e com técnicas de diferenciação celular e Imunohis-
Guimarães;
toquímica se tornou possível identificar o amplo es-
Instituição: HOSPITAL NAVAL MARCÍLIO DIAS pectro que apresentam. São neoplasias epiteliais com
Apresentação do caso: Paciente feminina, 29 anos, diferenciação neuroendócrina predominante, cresci-
sem comorbidades, apresentando desconforto abdo- mento lento, expressando marcadores proteicos e pep-
minal e massa palpável em quadrante superior direi- tídeos regulatórios específicos. Os TNE do Pâncreas são
to. Não referia demais sintomas. Exames laboratoriais classificados como funcionantes (produzem hormô-
sem alterações. A ultrassonografia (USG) evidenciou nios), não funcionantes, benignos, indeterminados ou

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malignos. Temos os Gastrinomas, Insulinomas, Vipo- minal, provavelmente ovariano, sendo submetida em
mas, Glucagomas, Somatostinomas e Ppomas, poden- 03/2016 a cirurgia diagnóstica. Realizada Ooforectomia
do ser correlacionados a Neoplasia Endócrina Múltipla direita, cuja congelação mostrou carcinoma pouco dife-
1 ou não. Os tipos predominantes são Insulinoma, Gas- renciado de ovário. Realizado em tempo único, cirurgia
trinoma e Vipoma gerando respectivamente a Tríade de estadiadora de câncer de ovário(histerectomia amplia-
Whipple, Síndrome de Zollinger-Ellison e Síndrome de da, linfadenectomia retroperitonial infrarrenal e ilíaca,
Verner-Morrison. O diagnóstico é feito através de sinto- omentectomia e biópsias múltiplas de peritônio). Ana-
matologia dependente do tipo de Neoplasia apresenta- tomopatológico (AP): Carcinoma de Pequenas Células
da e por métodos de imagem, como TC, RM e Ecoendos- Hipercalcêmico TNM/FIGO pT3apN1a/IIIA. Imuno-his-
copia tendo como opção a cintilografia dos receptores toquímica sela o diagnóstico de Carcinoma de Peque-
de somatostatina (pouco eficiente em Insulinomas pela nas Células do Ovário – tipo hipercalcêmico (CPCOH).
sua baixa densidade de receptores de somatostatina) e Iniciado tratamento com Cisplatina e Vepeside de 04/16
TC por emissão de próton único, além de métodos de a 07/16. Apresentou progressão da doença (PD) perito-
diagnóstico laboratorial analisando níveis de glicemia neal em vigência de QT. Feita discussão multidisciplinar
de jejum, gastrina sérica, insulina e peptídeo vasoati- acordou-se por iniciar QT com Carboplatina, Paclitaxel e
vo intestinal, entre outros. Em casos raros, onde existe Bevacizumabe de 09/16 até 01/17, sem resposta e com
grande suspeita de quadro, porém exames de imagem nova PD peritoneal. Segunda linha de QT com Vincris-
negativos, se pode optar por abordagem cirúrgica por tina, Doxorrubicina e Ciclofosfamida(VAC) por 3 ciclos
Laparotomia Exploratória. Em tumores localizados a com resposta pelos critérios Recist. Realizada 04/2017
ressecção é o pilar do tratamento com intenção cura- citorredução ótima com ressecção multivisceral, AP
tiva, porém, em casos não ressecáveis ou doença me- FIGO IIIC 44Mit/CGA. Apresentou recidiva da doença
tastática a seleção do tratamento é guiada pelo grau de em 03 semanas com crescimento de massa pélvica de
diferenciação podendo ser utilizada a cirurgia citorre- 10cm em 30 dias e surgimento de linfonodo inguinal di-
dutora ou utilizando abordagens mais agressivas como reito comprovadamente acometido em biópsia. Aguar-
a Pancreatoduodenectomia. O tratamento clínico a ser da reinício de QT (VAC). Análise genética sendo realiza-
adotado varia de acordo com o sítio de localização do da no Foundation Center. Discussão: O CPCOH é um
tumor primário e suas características. Classicamente há tumor raro que acomete mulheres jovens com média
uma resposta rápida à quimioterapia citotóxica basea- de 24 anos, altamente agressivo, com hipercalcemia
da em platina, porém a duração da resposta é curta. Já em 62% dos casos. Metade dos pacientes apresentam
os análogos da somatostatina (SSAs) são adotados para doença avançada ao diagnóstico. Representam menos
controle dos sintomas do excesso hormonal atuando de 1% dos tumores de ovário, com menos de 500 casos
também como agentes antiproliferativos nos pacientes relatados no mundo. Em 2014, estudos revelaram mu-
com doença metastática. A ressecção cirúrgica, quando tações hereditárias e esporádicas no gene SMARCA4,
possível, é a melhor alternativa, pois além de promo- como sua principal causa. O estadiamento é feito por
ver uma maior intenção de cura ela apresenta alívio critérios da Federação Internacional de Ginecologia e
imediato do quadro sintomático, diminuindo taxas de Obstetrícia(FIGO); III/IV tem um prognóstico ruim com
metastatização, melhor prognóstico e com grande rele- uma sobrevida média de 6-13 meses. Em pacientes IA, a
vância no aumento da sobrevida oferecida ao paciente. sobrevivência em 5 anos é de apenas 33%. Atualmente,
não existe uma terapia padrão. A cirurgia combinada a
Contato: CAROLINA DOS ANJOS SAMPAIO –
quimioterapia à base de cisplatina tem sido utilizada na
sampaiocarolina@uol.com.br
maioria dos casos de CPCOH. Conclusão: O tratamen-
to ideal para CPCOH permanece desconhecido. Vários
esquemas têm sido propostos para criação de proto-
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA colos com melhora de sobrevida global a longo prazo.
CÓDIGO: 60420 Entretanto, a raridade de casos dificulta a padronização
no tratamento.
UM CASO RARO DE CARCINOMA DE Contato: FERNANDA DENISE ALVES DIAS – nangelfe@
PEQUENAS CÉLULAS DO OVÁRIO – TIPO hotmail.com
HIPERCALCÊMICO – RELATO DE CASO
Autores: Fernanda Denise Alves Dias; Edgard Mesquita
Rodrigues Lima; Cintia Yoko Morioka; Patricia Del
Corona Braga Cavalcanti; Paulo Boarini; Marina Sahade; TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
Cristiane Maria de Freitas Ribeiro; Ageu de Lima CÓDIGO: 60286
Valverde;
Instituição: HOSPITAL MUNICIPAL DR CARMINO UM RARO CÂNCER DE COLO DE
CARICCHIO VESÍCULA BILIAR SIMULANDO
Apresentação do caso: JPQC, 32 anos, procura aten- COLANGIOCARCINOMA
dimento com dor e massa palpável em hipogástrio há Autores: Fernanda Paula Schafer; Renata Bruna Garcia
45 dias. Investigação diagnóstica mostra tumor abdo- dos Santos Gatelli; Charles Nilton Gatelli; Ícaro de

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Azevedo Alexandre; Víctor Sánchez Zago; Gabriela PREPARO COLÔNICO INTRA-


Schmidt; Bernardo Cenci Basso; OPERATÓRIO EM TUMORES
Instituição: UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO OBSTRUTIVOS SUBMETIDOS
Apresentação do caso: Paciente masculino, 56 anos, ANASTOMOSE PRIMÁRIA
apresentando prurido, icterícia, emagrecimento e dor Autores: Paulo Roberto Stevanato Filho; Samuel Aguiar
abdominal. ColangioRM evidenciou cálculo em infundí- Júnior; Ranyell Spencer; Gustavo Bonilha; Tiago Santoro
bulo de 0,6cm, espessamento parietal no ducto hepá- Bezerra; Renata Mayumi Takahashi; Wilson Toshihiko
tico comum, parede inferior, com extensão de 0,9cm e Nakagawa; Ademar Lopes;
distando 1cm da confluência dos ductos hepáticos, ten- Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER
do como hipótese diagnóstica o colangiocarcinoma. Es-
Introdução: A fístula de anastomose representa uma
tadiamento sem evidências de metástases. Submetido
das mais graves e temidas complicações pós-operató-
a laparotomia com ressecção da via biliar extra-hepáti-
rias da cirurgia colorretal. Apesar dos estudos anterio-
ca. Congelação intra-operatória com margens cirúrgicas
res, assumimos um risco maior de fístulas em pacientes
negativas. Reconstrução com hepatojejunoanastomose
com tumores obstrutivos de transição retossigmóidea
em Y de Roux. Linfadenectomia N1 e N2. O anatomopa-
com grande quantidade de fezes e distensão a montan-
tológico revelou adenocarcinoma moderadamente di-
te. A solução salina quente (0,9% de PS) tem sido utiliza-
ferenciado do colo vesicular, ducto cístico e parede do
da desde o início da técnica intra-operatória de preparo
colédoco, estendendo-se até o tecido adiposo pericísti-
do colôn (PCIO), mesmo que esteja associada ao uso
co, invasões linfáticas e perineural, presença de exten-
de volumes maiores e ao edema intestinal. Esta abor-
sa neoplasia intraepitelial biliar de alto grau em regiões
dagem pode ser desencorajadora, pois pode resultar
peritonizadas e não peritonizadas da vesícula biliar. Ob-
em desequilíbrio eletrolítico, hipotermia, maior tempo
teve-se uma ressecção R0. Paciente estadio IIIA, segun-
de procedimento e aumento do risco de translocação
do a classificação TNM. Evoluiu de forma satisfatória
bacteriana. No entanto, mudar a solução pode impedir
sendo encaminhado para o setor de oncologia clínica
esses desafios. Objetivo: realizar PCIO em indivíduos
onde segue em quimio/radioterapia. Discussão: O cân-
subocluídos ou obstruídos para realização de anasto-
cer da vesícula biliar (CVB) é raro representando de 0,76
mose colorretal primária, utilizando uma solução com-
a 1,2% de todas as neoplasias. Sua maior ocorrência em
posta de 2,7% de sorbitol e 0,5% de manitol (Purisole
mulheres e idade superior aos 65 anos. A natureza bio-
SM), comumente utilizada em procedimentos urológi-
lógica agressiva do tumor, associado à extensa drena-
cos ao invés de SF 0,9%, evitando a necessidade do pro-
gem linfática da vesícula biliar, frequentemente resulta
cedimento de Hartman ou reduzindo risco de fístula.
em rápida progressão da doença. A maioria dos casos
Método: Este foi um estudo piloto prospectivo realiza-
(85-90%) é adenocarcinoma e apenas sua minoria (10%)
do no A.C. Camargo Cancer Center, entre julho de 2013
localiza-se no colo. A remoção cirúrgica completa ofere-
e janeiro de 2015. Quinze pacientes com tumores obs-
ce a melhor chance de cura no momento. Os critérios
trutivos foram submetidos a resseção anterior do reto
de ressecabilidade raramente têm sido abordados na
e PCIO. Em todos os casos, uma grande quantidade de
literatura, entretanto, a perda de peso e a icterícia na
fezes sólidas preenchia os segmentos colônicos. Ime-
apresentação são preditores negativos. O envolvimen-
diatamente após a remoção cirúrgica do espécime, o
to linfonodal continua sendo um forte fator de prog-
PCIO foi realizado utilizando o cateter Foley inserido no
nóstico. Apesar da melhoria das taxas de mortalidade,
coto apendicular e conectado com a solução. Resulta-
a morbidade continua alta. As taxas de sobrevida aos
dos: A idade média dos pacientes foi de 57 (25-77) anos.
cinco anos após a ressecção estão relacionadas com o
O volume médio de solução necessário foi de 1500
tumor (90%-T1,60%-T2,25%-T3 e <10%-T4). A chance de
(600-3000) ml. A duração mediana da anestesia e cirur-
cura aumenta com a possibilidade de ressecção cirúrgi-
gia, incluindo a dos casos com ressecção ampliada, foi
ca, que depende basicamente do estadiamento da do-
de 240 (150 – 432) min. Em média, o trânsito intestinal
ença no momento do diagnóstico. Comentários finais:
esteve presente 3 dias após a cirurgia. Ocorreram com-
Pela raridade e inespecificidade o CVB possui baixas
plicações cirúrgicas menores em três pacientes: infec-
taxas de diagnóstico pré-operatórias. No caso relatado,
ção da ferida (2) e intracavitária (1). Não houve fístula
a dificuldade foi maior porque a clínica e a ColangioRM
após o procedimento. Conclusão: Purisole SM pode ser
eram sugestivas de colangiocarcinoma sendo diferen-
uma alternativa mais segura para PCIO; Está associada
ciado através do resultado do anatomopatológico.
a menores volumes, menor tempo de procedimento e
Contato: FERNANDA PAULA SCHAFER – menores taxas de morbimortalidade. Consegue evitar
fernandapaulaschafer@gmail.com cirurgia à Hartman e deiscência anastomótica em pa-
cientes de alto risco com tumores obstrutivos colorre-
tais.

TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL


Contato: PAULO ROBERTO STEVANATO FILHO –
CÓDIGO: 61903
paulorstevanato@gmail.com

UMA ALTERNATIVA SEGURA PARA

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 301


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TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA Contato: ISABELLA KERN ARENDT – isabella.arendt@


CÓDIGO: 60121 outlook.com

USO DE RETALHO INDIANO EM


PACIENTE COM CARCINOMA
EPIDERMOIDE EXTENSO EM DORSO TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL

NASAL: RELATO DE UM CASO CÓDIGO: 62023

Autores: Isabella Kern Arendt; Leonardo Werner Rasche;


Ícaro de Azevedo Alexandre; Letícia Signori Kohl; Víctor
USO DE SIMULADOR DE ALTA
Sánchez Zago; Fernanda Paula Schafer; Charles Nilton FIDELIDADE E ROLE PLAY EM CASO DE
Gatelli; Renata Bruna Garcia dos Santos Gatelli; APENDICITE AGUDA COM ANÁTOMO
Instituição: UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO PATOLÓGICO DE PSEUDOMIXOMA
PERITONEAL EM PILOTO
Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 56
anos, natural e procedente de Passo Fundo, tabagista, Autores: Cintia Yoko Morioka; Nixon Alves Pereira;
Gustavo Borges; Alessandro Ramon Salem Costa;
portador de HAS e Diabetes Mellitus II, em tratamento
Joelmir Lucena Veiga da Silva; Luiz Gustavo Paulino de
de mieloma múltiplo. É encaminhado pela Oncologia
Oliveira; Patricia Del Corona Braga Cavalcanti;
Clínica, em fevereiro de 2015, ao Serviço de Cancero-
Instituição: ADVANTAGE HEALTH; UNIVERSIDADE DE
logia Cirúrgica devido à presença de uma lesão sólida
SÃO PAULO; HOSPITAL SIRIO LIBANES
em nariz com evolução de 6 meses sugestiva de neopla-
sia maligna da pele. Realizado procedimento cirúrgico, Introdução: Simulação realística (SR) é uma metodolo-
sendo submetido à exerese do tumor com reconstru- gia ativa de ensino e aprendizado baseado em proble-
ção com retalho indiano. Anatomopatológico eviden- mas que pode ser utilizada na graduação assim como
ciou carcinoma epidermoide moderadamente dife- na pós graduação. Objetivo: Aplicar SR e técnicas de
renciado com invasão angiolinfática e perineural com role play no ensino prático de patologias cirúrgicas e
margens livres. A utilização da cirurgia plástica repara- integrar o acadêmico à cirurgia oncológica e medicina
dora de nariz ocorreu de forma primordial na Índia, em aeroespacial. Método: As atividades de SR foram rea-
torno de 1000 a.C, com Sushuta Samhita, sendo este lizadas no Núcleo de SR de uma universidade.Foi uti-
reconhecido como mentor da rinoplastia reconstruto- lizado o manequim SimMan®(Laerdal, Inc.).Cenário
ra. A técnica rinoplástica de Sahmita foi a base para o 1.Paciente do sexo masculino, 29 anos, piloto, procura
surgimento de diversas outras técnicas de retalho utili- Pronto Atendimento em São Paulo com história de dor
zadas na face. Haja vista que os tumores no nariz repre- abdominal em cólica em região periumbilical, sudorese,
sentam 35% dos tumores cutâneos de face, dos quais diarreia há 2 dias, com náuseas, quando estava em Los
70% são carcinomas basocelulares e 25% carcinomas Angeles.Fez uso de sintomáticos e Loperamida.Refere
espinocelulares, é necessário, muitas vezes, o uso de que a diarreia melhorou, conseguiu voar até São Paulo
retalhos cutâneos para correção de perdas de substân- (+-12 horas), porém começou a sentir sua perna direita
cias após ressecção do tumor. Sob esse viés, o retalho repuxar com 6 horas de vôo.Desceu do avião com difi-
frontal (indiano) é amplamente utilizado para recons- culdade de deambulação do membro inferior direito,
trução em casos de neoplasias malignas no nariz, de referindo náuseas, dor abdominal contínua, em fossa
queimaduras e de feridas causadas pela hanseníase, ilíaca direita e febre.Os discentes expectadores inte-
por exemplo. O método indiano consiste no retalho ragem com o paciente como em uma junta medica. O
com base no centro do hemisfério contralateral da face, SimMan® foi programado com os seguintes parâme-
realizando uma incisão vertical no centro da face longa tros:PA 120/80 mmgHg, FC 98 bpm, T38, 3oC.Abdômen
o suficiente para permitir que a pele seja levada até o plano, flácido, hipertimpânico, RHA diminuídos, Sinal de
nariz, sendo que o tamanho dessa incisão determina o Blumberg e Psoas positivos.Cenário 2.No PO1 de apen-
local de incisão no escalpo, que deve ser feita de modo dicectomia convencional, PA 120/80 mmHg, FC 68 bpm,
a seguir as dimensões recomendadas e proporcionar T36, 7oC.Ferida operatória seca.Recebe alta hospitalar.
um pedículo de tamanho necessário. Na técnica, após Cenario 3.Paciente retorna no PO7, referindo dor, com
a incisão, o retalho é levantado e o pericrânio é deixa- anatomo patológico:“pseudomixoma peritoneal”.Os
do intacto, sendo o tecido da face, então, recolocado discentes tem de discutir as condutas, tempo de afas-
no nariz. A reconstrução do nariz após ressecção por tamento para tratamento.Após término, os estudantes
neoplasias malignas é desafiadora. Dentre as inúmeras teriam de preparar relatório.No debriefing, tutores re-
alternativas para reconstruir o nariz, a melhor opção alizavam a discussão sobre os cenários e perguntavam
é o uso de mioretalhos, pois tem grande versatilidade sobre as impressões e sentimentos. Resultados: Cená-
em sua aplicação, sendo preferíveis, por exemplo, a en- rio 1.Discentes teriam de realizar exame físico, sugerir
xertos cutâneos. Nessa perspectiva, o retalho indiano hipótese diagnóstica de Apendicite Aguda, solicitar os
apresenta uma série de vantagens se comparado aos exames complementares e de imagem.Prescrever in-
demais métodos existentes, como um menor número ternação, jejum, medicação sintomática, hidratação,
de operações, uma coloração do órgão reparado mais indicação cirúrgica de apendicectomia.Cenário 2.Dis-
próxima do normal e uma menor retração do retalho centes teriam de prescrever dieta leve, cuidados com a
transplantado em virtude de sua estrutura. ferida operatória e alta hospitalar, prescrever medica-

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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

mentos para uso domiciliar.Cenario 3.Discentes teriam de lesões sarcomatosas variam desde ressecções locais
de informar sobre a patologia, abordagem cirúrgica, ampliadas até amputações e desarticulações. No pla-
discussão sobre terapia adjuvante. Conclusão: SR as- nejamento do procedimento cirúrgico, fatores impor-
sociado a role play como uma ferramenta de ensino e tantes são levados em conta como: localização, relação
treinamento em patologias oncológicas, leva o discente com órgãos e estruturas adjacentes, intenção curativa
a vivenciar a prática clínica integrando ensinamentos ou paliativa. Embora hajam inúmeras modalidades ci-
aos quadros clínicos.Medicina Aeroespacial também rúrgicas no que tange ao tratamento, o princípio básico
deve ser discutida. é a ressecção tridimensional, que consiste na ressecção
em monobloco contendo tecido normal no seu contor-
Contato: CINTIA YOKO MORIOKA –
no longitudinal, transversal e profundo, com margem
dracintiaadvantage@yahoo.com
mínima de 2cm. Conclusão: Consiste em uma doença
rara, onde muitos casos deixam de ser diagnosticados
devido à dificuldade na definição histológica do tumor.
TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS A terapêutica cirúrgica empregada incide diretamen-
CÓDIGO: 61876 te no maior impacto na sobrevida global em vista da
radioterapia e quimioterapia não terem tido melhores
UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS resultados que o tratamento cirúrgico isolado a esses
sarcomas de baixo grau.
COMBINADAS PARA RESSECÇÃO DE
TUMOR RARO GIGANTE DE TRANSIÇÃO Contato: ALICE BRITO BRANDÃO – alicebrandao.abb@
TORACOABDOMINAL – RELATO DE gmail.com
CASO
Autores: Alice Brito Brandão; Amanda Moreira de
Abreu; Higino Felipe Figueiredo; Manoel Jesus Pinheiro
TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA
Coelho Junior; Luiz Carlos de Lima Ferreira; Monique
Freire Santana; Pedro Henrique da Silva Gomes; CÓDIGO: 60340

Instituição: FUNDAÇÃO CENTRO DE CONTROLE DE


ONCOLOGIA DO ESTADO DO AMAZONAS VERSATILIDADE DO RETALHO
NASOLABIAL PARA RECONSTRUÇÃO DE
Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 22 FACE APÓS RESSECÇÃO TUMORAL
anos, há 18 meses com tumoração palpável em hipo-
Autores: Leonardo Werner Rasche; Isabella Kern Arendt;
côndrio direito e crescimento progressivo, associada a
Fernanda Paula Schafer; Víctor Sánchez Zago; Letícia
dor tipo pontada e dispnéia. Ao exame físico: murmúrio
Signori Kohl; Ícaro de Azevedo Alexandre; Charles Nilton
diminuído em base pulmonar, presença de massa pal- Gatelli; Renata Bruna Garcia dos Santos Gatelli;
pável a 4 cm do rebordo costal, endurecida e dolorosa
Instituição: UNIVERSIDADE DE PASSO FUNDO
à palpação. A tomografia computadorizada evidenciou
volumosa massa hipovascular, contornos regulares, Apresentação do caso: Primeiro paciente: masculino,
heterogênea, centralizada na parede abdominal an- 57 anos, sem comorbidades, com diagnóstico de car-
tero-lateral do hipocôndrio direito, exercendo efeito cinoma basocelular em região infrapalpebral, realizou
compressivo no parênquima hepático adjacente sem exérese da lesão e reconstrução com retalho nasola-
sinais de infiltração do mesmo. Lesão originava-se da bial. Segundo paciente: masculino, 68 anos, hiperten-
parede torácica, envolvia a lâmina anterior da muscu- so, com diagnóstico de carcinoma basocelular em asa
latura diafragmática, 9° – 12° arcos costais anteriores, nasal direita, realizou exérese da lesão e reconstrução
consistência endurecida, rechaçava fígado e vesícula com retalho nasolabial. Terceiro paciente: feminina,
biliar sem comprometê-los. A paciente submeteu-se à 54 anos, sem comorbidades, com diagnóstico de carci-
ressecção alargada em monobloco, combinando fre- noma basocelular em asa nasal esquerda, realizou exé-
nectomia parcial direita, toracectomia e ressecção de rese da lesão e reconstrução com retalho nasolabial.
parede abdominal, preservando reto abdominal e lâmi- Quarto paciente: masculino, 62 anos, hipertenso, com
na anterior da aponeurose, via laparotômica subcostal diagnóstico de carcinoma basocelular em região malar
direita, reconstrução com frenorrafia primária, síntese e infraorbital esquerda, realizou exérese da lesão e re-
de parede abdominal e utilização de tela de marlex construção com retalho nasolabial. Os retalhos nasoge-
supraponeurótica. Histopatológico revelou Neoplasia nianos apresentam grande versatilidade, pois possuem
de origem músculo esquelética, sem invasão de arcos vasta vascularização e poucas desvantagens, o que os
costais, margens livres, estadiamento pT1, definindo tornam adequados para cobrir pequenos e médios de-
sarcoma fibromixóide de baixo grau. Discussão: A ne- feitos, causados principalmente por neoplasias como
oplasia supra citada trata-se de um caso raro de apa- carcinoma basocelular e epidermoide, na face. A aba
rência histológica benigna, diagnóstico desafiador e nasolabial é irrigada pelas artérias nasais angulares,
comportamento maligno. A escolha da técnica cirúrgica infraorbitais, transversais faciais e dorsais da face. Ela
utilizada respaldou-se na literatura atual. A extirpação apresenta um grande número de anastomoses e um

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POSTER DIGITAL

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rico plexo vascular subdermal o que significa que pode Apresentam poucas complicações, mesmo em pacien-
ser utilizada como aleta aleatória da pele. É possível tes tratados com radioterapia. Os retalhos nasogenia-
criar retalhos com base em um pedículo inferior, me- nos apresentam-se como uma boa alternativa para re-
dial ou lateral, útil em defeitos orais e labiais e também construção de lesões, já que podem ser utilizados para
em um pedículo superior, para defeitos que abrangem várias regiões da face. Além de serem versáteis, são
a ponta ou ala do nariz, bochecha e pálpebras inferio- simples de serem confeccionados e apresentam resul-
res. Ainda, são úteis para lesões intraorais, na gengiva tados estéticos satisfatórios, contribuindo para o bem
maxilar, palato ou mucosa bucal. É uma opção cirúrgi- estar do paciente.
ca segura, que evita a necessidade de retirada de pele
Contato: LEONARDO WERNER RASCHE – leonardo_
de outro sítio, preservando-se de uma segunda ferida
rasche@hotmail.com
operatória, bem como dos cuidados necessários ao en-
xerto de pele. Pode ser realizado em um único tempo
cirúrgico e apresenta ótimos resultados estéticos, os
quais contribuem muito para a autoestima do paciente.

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TEMÁRIO: OUTROS E MISCELÂNIA rurgia por via videolaparoscópica, com colocação de 05


CÓDIGO: 61763 portos e retirada da peça por incisão supra pubica. Apos
tentativa inicial de preservação dos vasos esplênicos,
ADRENALECTOMIA DIREITA ROBÓTICA opatmos por realização desta operação e manutenção
Autores: Alberto Teles Lopes; Victor Hugo Ribeiro Vieria; do baço evitando desestabilizar a Doença de Gaucher.
Eduardo Linhares; Jose Paulo Jesus; Marcus Valadão; No posoperatorio apresentou isquemia esplenica sem
Rafael Albagli; Jensen Milfont Fong; Raquel de Maria necessidade de reintervenção com alta em 04 dias
Maués Sacramento;
Contato: EDUARDO LINHARES RIELLO DE
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
MELLO – eduardolinhares@globo.com; doutor@
Introdução: A abordagem cirúrgica da glândula adre- eduardolinhares.com.br
nal sempre foi um desafio. O uso de técnicas mini-
mamente invasivas tem mudado o acesso cirúrgico à
glândula adrenal.Desde sua primeira descrição laparos-
cópica, em 1991 por Gaygner e descrição robótica em TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
2001 Horgan e Vanuno. Hoje à via minimamente invasi- CÓDIGO: 57597
va é considerada como via cirúrgica padrão por muitos
autores, e é neste cenário que a robótica vem somar COLECTOMIA ESQUERDA ROBOTICA:
ergonômia ao cirurgião Objetivo: O vídeo apresentado METODIZAÇÃO BASICA
descreve os passos principais da adrenalectomia direi- Autores: Eduardo LInhares; Jose Paulo de Jesus; Marcus
ta, desde exposição do campo, abertura do peritônio, li- Valadão;
gadura da veia adrenal direita (desemboca na veia cava Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
inferior) e rerrecção da adrenal direita por via robótica.
Conclusão: A cirurgia robótica, se mostra um método Neste vídeo os autores apresentam metodização téc-
seguro e eficaz para o tratamento de patologias cirur- nica para a cirurgia de colectomia esquerda robótica
gias das glândulas adrenais. Como é uma cirurgia mini- para neoplasias. O conhecimento dos níveis linfonodais
mamente invasiva, apresenta menor tempo de interna- e´ fundamental e por isso apresentamos a distribuição
ção, recuperação cirúrgica mais rápida e menor queixa conforme escola japonesa. Segue se o posicionamento
algica em comparação com a via clássica, com o mesmo de portos que no caso da realização de anastomose co-
resultado oncológico para patologias malignas. lorretal na pelve pode envolver a realocação de braços.
Iniciamos com braços 1 e 3, ótica e auxiliar. Quando
Contato: ALBERTO TELES LOPES – albertolopesap@ descemos para a pélvis, redocamos com braços 1,2,3 e
hotmail.com otica. O controle da veia e´realizados por clipagem. O
controle da arteria mesenterica inferior pode ser feito
por clip, grampeamento, preservando colica esquerda
ou não e estas alternativas sao mostradas. A mobiliza-
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
ção do angulo esplenica tambem pode ser feita pela via
CÓDIGO: 57596
latero medial, isto e´, mobilizando a goteira e direciona-
do-se medialmente. Alternativamente, podemos abrir a
CIRURGIA DE WARSHAW retrocavidade e proceder a mobilização medio-lateral.A
Autores: Eduardo Linhares; Arnaldo Marques; Amaury anastomose coloretal realizamos duplo grampeada po-
Raia; Leonardo Rodriguez; dendo-se usar os braços robóticos ou a videolaparosco-
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA pia apos e retirada do robo.
A cirurgia de Warshaw consiste na pancreatectomia Contato: EDUARDO LINHARES RIELLO DE
corpo caudal com resseção dos vasos esplênicos e pre- MELLO – eduardolinhares@globo.com; doutor@
servação do baço. A vascularização esplênica se fara a eduardolinhares.com.br
partir de vasos curtos e no caso de mantermos, tam-
bém pelos vasos gastro epiploicos esquerdos principal-
mente.As principais indicações são tumores benignos,
como IPMNs, em cuja cirurgia havia fixação dos vasos TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
ao tumor ou lesão inadvertida da artéria e veia esplêni- CÓDIGO: 61837
ca. Nos trabalhos originais, a taxa de reoperação para
esplenectomia por infarto gira em torno de 2%. No ca- DEBULKING LINFONODO PÉLVICO E
sos apresentados, trata-se de mulher com com Doença LINFADENECTOMIA RETROPERITONEAL
de Gaucher de deposito esplênico, portadora de longa EM CÂNCER DE COLO UTERINO
data de tumor cistisco solido papilífero de pâncreas LOCALMENTE AVANÇADO
(Frantz) corpo caudal com fibrose peri vascular já de-
Autores: Mileide Maria de Assunção Sousa; Ricardo dos
tectada nos exames pre operatórios. Procedemos a ci- Reis; Marcelo de Andrade Vieira; Geórgia Fontes Cintra;

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Guilherme Spagna Accorsi; Carlos Eduardo Matos da prevenção, muitas pacientes são diagnosticadas em
Cunha Andrade; estadio avançado da doença. Pacientes com doença
Instituição: HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS localmente avançada, apresentando linfonodos pél-
vicos suspeitos podem se beneficiar da realização de
As pacientes com câncer de colo uterino que apresen-
debulking linfonodal e linfadenectomia estadiadora
tam linfonodos pélvicos suspeitos nos exames de ima-
retroperitoneal. Caso os linfonodos retroperitoneais
gem apresentam uma chance de aproximadamente
venham comprometidos por neoplasia, o campo de ra-
30% de acometimento neoplásico de linfonodos para-
dioterapia deverá ser estendido com tratamento ade-
órticos. Desta forma, a realização da linfadenectomia
quado do retroperitôneo. Este vídeo mostra o caso de
paraórtica e, se necessário, debulking de linfonodos
uma paciente de 42 anos com câncer de colo uterino
pélvicos suspeitos (maiores que 2cm) é um procedi-
Estadio FIGO IB1, que apresentava nos exames de ima-
mento cirúrgico que pode beneficiar as pacientes nes-
gem complexo linfonodal pélvico volumoso a esquerda
ses casos. Caso os linfonodos paraórticos venham com-
heterogêneo, com áreas de necrose além de linfonodos
prometidos por neoplasia, o campo de radioterapia
retroperitoneais aumentados em número e tamanho,
deverá ser estendido. Este vídeo demonstra o caso de
suspeitos para comprometimento neoplásico. Foi re-
uma paciente de 25 anos, com câncer de colo uterino
alizado debulking de linfonodos pélvicos bilaterais e
localmente avançado, com linfonodo bulky de aproxi-
retroperitoneais via laparoscopia por acesso transperi-
madamente 5 cm em fossa obturadora a esquerda. A
toneal com redução do volume de doença e posterior
paciente foi submetida a linfadenectomia retroperi-
tratamento com radioterapia e quimioterapia conco-
toneal via transperitoneal estadiadora e debulking de
mitantes com campo estendido. Podemos concluir que
linfonodo ilíaco obturador a esquerda via laparoscopia,
a cirurgia estadiadora e debulking linfonodal pode ser
realizado em um Hospital Oncológico de referência no
realizada via laparoscopia com segurança, trazendo be-
Brasil. Houve lesão térmica parcial do nervo obturador
nefícios no tratamento do câncer de colo uterino avan-
esquerdo durante a disseção. Sendo demonstrado a
çado.
técnica de sutura do nervo. O vídeo se propõe a ilustrar
a técnica cirúrgica e as etapas a serem seguidas para re- Contato: MILEIDE MARIA DE ASSUNÇÃO SOUSA –
alização dos procedimentos acima citados, assim como mileide_sousa@yahoo.com.br
o manejo de possíveis complicações. Podemos concluir
que a linfadenectomia paraórtica pode ser realizada
através de via laparoscópica com bons resultados cirúr-
gicos e ótima recuperação pós operatória, possibilitan- TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
do que a paciente possa iniciar tratamento com radio- CÓDIGO: 60345
terapia poucos dias após o procedimento. A realização
do debulking de linfonodos maiores que 4-5cm é ques- DICAS PARA LINFADENECTOMIA
tionável, pois o risco de ruptura da cápsula tumoral e RETROPERITONEAL LAPAROSCÓPICA
lesões de estruturas nobres se torna alto, no entanto é Autores: Reitan Ribeiro; Diana Patricia Jiménez
controverso a eficácia da radioterapia para tratar esses Carranza; Audrey Tsunoda; Joao Antônio Guerreiro;
linfonodos. Mais estudos devem ser realizados para de- Claudiane Liga Minari; José Clemente Linhares;
finir a conduta mais adequada nestes casos. Instituição: INSTITUTO MEXICANO DEL SEGURO SOCIAL
Contato: MILEIDE MARIA DE ASSUNÇÃO SOUSA – Dicas para linfadenectomia retroperitoneal. As siguen-
mileide_sousa@yahoo.com.br tes dicas são propostas para fazer de forma sistemati-
zada a linfadenectomia retroperitoneal em neoplasias
ginecologicas. Colocação dos trocartes em forma de
diamante A câmera é colocada no trocarte suprapúbico
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA de 10 mm. O cirurgião fica no lado direito do paciente.
CÓDIGO: 61887 O monitor está no topo da cabeça do paciente. Coloca-
ção de todo o intestino delgado no abdômen superior,
DEBULKING LINFONODOS PÉLVICOS no lado direito. Abertura do retroperitônio na parte su-
E PARAÓRTICOS EM PACIENTE COM perior da artéria ilíaca comum direita, até o duodeno.
CÂNCER DE COLO UTERINO As suturas permanecem colocadas através da parede
Autores: Mileide Maria de Assunção Sousa; Geórgia abdominal para permitir a visualização adequada do
Fontes Cintra; Ricardo dos Reis; Guilherme Spagna retroperitônio. As suturas podem ser realizadas com
Accorsi; Marcelo de Andrade Vieira; pontos de agulhas retas, são colocadas lateralmente
Instituição: HOSPITAL DE CANCER DE BARRETOS aos trocartes para evitar conflitos com os instrumentos.
A dissecção começa ao nível da artéria ilíaca comum di-
O câncer de colo uterino está entre os mais prevalentes
reita. O ureter direito é identificado. O ureter é o limite
nas mulheres brasileiras e no mundo, principalmente
lateral da dissecção. A dissecção dos linfonodos retro-
em países subdesenvolvidos. Apesar das políticas de
peritoneais vai até a veia renal. Um instrumento colo-

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cado ao longo da porta umbilical é usado para retrair o te minimamente invasiva com linfadenectomia em três
duodeno. A veia cava é completamente dissecada por campos por toracoscopia em posição pronada, laparos-
todo o caminho até a veia renal direita. A veia gonadal copia e cervicotomia esquerda. O tempo cirúrgico foi
direita também é identificada. Todos os linfonodos la- de 10 horas, não houve hemotransfusão e a cirurgia foi
terais à veia cava podem ser dissecados neste ponto. R0. O paciente não apresentou complicações pós-ope-
O próximo passo é a ressecção dos linfonodos interca- ratórias, permaneceu no cti por 3 dias e teve alta no dé-
voaórticos. A dissecção deve ser realizada com muito cimo primeiro dia pós-operatório alimentando-se por
cuidado devido ao risco de sangramento dos vasos jejunostomia e com dieta oral líquida. O LHP revelou
lombares. Esses vasos podem ser preservados ou liga- uma lesão cicatricial de 4 X 3 cm no esôfago médio sem
dos se necessário. A dissecção continua por todo o ca- tumor residual; dos 46 linfonodos retirados, 6 foram
minho até a identificação da veia renal esquerda. Logo positivos (ypT0yN2). Atualmente encontra-se em acom-
abaixo da veia renal esquerda, podemos identificar a panhamento ambulatorial e sem evidência de doença
artéria renal direita. Todos os linfonodos intercavoaór-
Contato: ANTONIO CLAUDIO AHOUAGI CUNHA FILHO
ticos são ressecados neste momento. A cirurgia segue
– antonioahouagi@gmail.com
com a dissecção dos vasos ilíacos comuns esquerdos. O
nervo hipogástrico é identificado e pode ser preserva-
do. A dissecção dos linfonodos para-aórticos esquerdos
começa a lateral da artéria ilíaca comum esquerda para TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
o músculo psoas. A dissecção é lateral à aorta. Poste- CÓDIGO: 57600
rior à aorta, podemos identificar vários vasos lombares,
o tronco simpático e o disco intervertebral. Depois de FISTULA RETOVAGINAL PÓS RAR
libertar completamente a veia renal esquerda, os linfo-
COM QUIMIO-RADIOTERAPIA PRE:
nodos são transpostos para cima da artéria mesenté-
rica inferior. Isso completa a dissecção dos linfonodos
ABORDAGEM POR TEM MAIS RETALHO
retroperitoneais. O espécime é colocado em uma bolsa
DE VON MARTIUS
de extração. Todas as estruturas são revisadas para Autores: Eduardo LInhares; Arnaldo Marques; Amaury
identificar qualquer lesão inadvertida. A hemostasia ci- Raia; Leonardo Rodriguez;
rúrgica também é revisada. Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA

Contato: DIANA PATRICIA JIMÉNEZ CARRANZA – Uma terrível complicação pós operatória no casos de
coordinacion.nafin@gmail.com resseção anterior do reto pós quimioradioterapia é a
fistula da anastomose para a vagina.A irradiação previa
torna este tecido isquêmico e de difícil cicatrização. Fre-
quentemente o fechamento por sutura simples isolada
TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO resulta em percentual de insucesso maior que 50%. Na
CÓDIGO: 58081 primeira metade do seculo XX, Von Martius descreveu
o retalho de grande lábio (músculo bulbo cavernoso)
ESOFAGECTOMIA DE RESGATE como forma de fechar defeitos vaginais. Assim, combi-
MINIMAMENTE INVASIVA COM namos a sutura simples por via retal ao retalho de Von
LINFADENECTOMIA EM TRES CAMPOS Martius. Para realização a sutura simples por via retal,
modernamente, podemos lançar mão de plataforma
Autores: Antonio Claudio Ahouagi Cunha Filho;
Flavio Duarte Sabino; Marco Aurélio Anginski; Carlos tipo single port anal, de maneira a realizarmos o pro-
Eduardo Pinto; Rafael Albagli; Ronald Enrique Delgado cedimento por visão direta como técnica minimamente
Bocanegra; Jensen Milfont Fon; invasiva. Apos desbridar as bordas, procedemos sutura
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA primaria com fio de Vycril, usando pinças de videolapa-
roscopia. Como no caso a fistula situava-se na parece
Paciente masculino, 68 anos, diagnosticado em 03/2016 anterior do reto, iniciamos em posição de canivete.
com carcinoma epidermóide grau III de esôfago to- Apos termino desta parte, colocamos em litotomia e
rácico médio, com 9 cm de extensão. Os exames de procedemos a feitura do retalho a direita por ser a fis-
estadiamento mostravam espessamento do esôfago tula a direita na vagina.
médio, associado à linfadenomegalias em cadeias sub-
carinal, peritraqueal, paraesofagianas, tronco celíaco, Contato: EDUARDO LINHARES RIELLO DE
pequena curvatura e fossa supra-clavicular esquerda MELLO – eduardolinhares@globo.com; doutor@
(cT3N3). Foi submetido à radioterapia exclusiva na dose eduardolinhares.com.br
de 52 Gys, com intuito radical de 06 à 07/2016. Os exa-
mes de imagem pós-tratamento mostravam persistên-
cia de doença linfonodal associada a espessamento da
TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO
parede esofagiana. Quatro meses após o término da
CÓDIGO: 57867
radioterapia, foi submetido à esofagectomia de resga-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 307


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GASTRECTOMIA TOTAL COM TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS

LINFADENECTOMIA D2 ROBÓTICA NO CÓDIGO: 61923

CÂNCER GÁSTRICO
HEPATECTOMIA CENTRAL
Autores: Marina Gabrielle Epstein; Marilia dos Santos
Fernandes; Gabriel Naman Maccapani; Vladimir
VIDEOLAPAROSCÓPICA
Schraibman; Autores: Michel Jamil Chebel; Paulo Henrique Sousa
Instituição: UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO Fernandes; Camila de Freitas Correa; Adriano Barra
Della Torres;
Introdução: O câncer gástrico é uma das neoplasias Instituição: HOSPITAL DE CLINICAS DA UNIVERSIDADE
malignas mais comuns e apresenta alta mortalidade, FEDERAL DE UBERLÂNDIA
sendo considerado a segunda causa de morte por cân-
O vídeo apresentado traz o caso de uma paciente
cer mundialmente. O tratamento considerado padrão
do sexo feminino, de 33 anos de idade, com histó-
ouro é a gastrectomia com linfadenectomia D2. As téc-
ria de adenocarcinoma de cólon sigmóide estádio III,
nicas minimamente invasivas vem sido utilizadas em
pT3pN1(1+/14), submetido a retossigmoidectomia, lin-
substituição às gastrectomias por laparotomia, devido a
fadenectomia retroperitoneal e ileostomia de proteção
importantes benefícios como redução da morbimorta-
convencional em junho de 2016 em outro serviço. Fez
lidade, recuperação pós operatória mais rápida. A gas-
quimioterapia adjuvante com 8 ciclos de XELOX com
trectomia robótica reduz a perda sanguínea intraope-
fim em fevereiro de 2017. Não realizou nenhum exa-
ratória pois a plataforma robótica permite a eliminação
me de imagem até abril de 2017 quando foi realizado
do tremor e pinças com movimentos semelhantes a
tomografia de abdome e tórax com achado de nódulo
mão humana, facilitando a precisão da linfadenectomia
hepático com característica de metástase em segmen-
em locais com alto potencial de sangramento (tronco
to IV e V próximo a placa hilar. Realizou PET/CT com
celíaco, artérias gástrica esquerda e hepatica). Objeti-
captação apenas no nódulo hepático de 4,4cm em seg-
vo: apresentar um caso de uma paciente jovem sub-
mento IVb (SUV:14,4). Discutido caso em reunião multi-
metida a quimioterapia neoadjuvante e submetida a
disciplinar e indicado tratamento cirúrgico. Paciente foi
gastrectomia total com linfadenectomia D2 robótica.
submetido a laparoscopia, com inventário da cavidade
Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 34
sem achado de lesões adicionais visíveis, submetido
anos, com queixa de dispepsia e epigastralgia há 20
então a dissecção do hilo hepático, colecistectomia e
dias sem melhora com uso de IBP. Endoscopia digestive
identificação das margens da lesão. Optado então por
alta evidenciou lesão ulcerada profunda, medindo até
hepatectomia central, com ressecção do segmentos IV,
40 mm em região subcárdica e parede posterior do cor-
V. O procedimento teve duração de 4 horas, com perda
po alto do estômago. Biópsia demonstrou tartar-se de
sangüínea estimada de 800ml. Paciente permaneceu 1
um adenocarcinoma gástrico de células pouco coesas.
dia em unidade de terapia intensiva e alta hospital no
Imunohistoquímica: escore 1+ (Negativo) para produto
terceiro pós operatório. O anátomo patológico ainda
do oncogene HER2. Realizado estadiamento e não foi
não foi concluído.
encontrado lesões secundárias. Paciente foi submeti-
da a quimioterapia neoadjuvante “FLOT” (fluorouracil, Contato: MICHEL JAMIL CHEBEL – conv4233
leucovorin, oxaliplatina, docetaxel). Foi submetida a
gastrectomia total com linfadenectomia D2 robótica
com reconstrução em Y de Roux. O anatomopatológico
evidenciou adenocarcinoma gástrico residual viável em TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
cerca de 10% da área tumoral e 31 linfonodos resseca- CÓDIGO: 61927
dos, livres de neoplasia. Paciente evoluiu sem intercor-
rências, e recebeu alta hospitalar no sétimo pós opera- HEPATECTOMIA DIREITA
tório, com dieta líquida. No momento encontra-se sem VIDEOLAPAROSCÓPICA POR CHC
sinais de recidiva da doença, em acompanhamento GIGANTE
ambulatorial. Conclusão: A gastrectomia robótica com Autores: Paulo Henrique de Sousa Fernandes; Michel
linfadenectomia D2 para neoplasia gástrica é viável e Jamil Chebel; Adriano Barra Della Torres; Camila de
permite ressecção R0 e linfadenectomia oncológica Freitas Correa;
adequada, com baixa morbimortalidade perioperató- Instituição: HOSPITAL DE CLINICAS DA UNIVERSIDADE
ria, menos dor e menor tempo de internação hospitalar FEDERAL DE UBERLÂNDIA
quando realizada por cirurgiões com experiência em
cirurgia minimamente invasiva e robótica. O vídeo demonstra o caso de um paciente do sexo
masculino, de 14 anos de idade, com história de dor
Contato: MARINA GABRIELLE EPSTEIN – ma_epstein@ e aumento do volume abdominal. Exames de imagem
hotmail.com realizados durante a investigação inicial identificaram
volumosa neoplasia que ocupava todo o lobo direito
do fígado com extensão também para segmento IV. A

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 308


VÍDEO

I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

hipótese diagnóstica foi de carcinoma hepatocelular nas e casos de tumores secundários selecionados. O
fibrolamelar. O caso foi discutido em reunião multi- início da abordagem laparoscópica de tumores hepá-
disciplinar do Hospital de Câncer da Universidade Fe- ticos ocorreu no início dos anos 90, com as primeiros
deral de Uberlândia e considerando que se tratava de relatos publicados em 1991 e 1992. Em 1996 foram re-
provável neoplasia de baixo grau, que seria possível portados casos de hepatectomia lateral esquerda. Atu-
preservar remanescente hepático em torno de 30% e almente, são descritas desde ressecções em cunha até
também que o examinado não era portador de nenhu- hepatectomias direita e esquerda estendidas. A maioria
ma doença prévia do fígado, definiu-se pela ressecção dos estudos mostram resultados comparáveis aos da
operatória como primeira conduta terapêutica. Apesar cirurgia aberta em termos de sangramento, morbida-
do grande volume da neoplasia a equipe de oncologia de pós operatória e mortalidade. Entretanto, muitos
cirúrgica optou pela abordagem videolaparoscópica, estudos mostram que a cirurgia minimamente invasiva
por considerar que esta técnica poderia resultar em diminui a dor pós operatória, tempo de internação e
menor morbidade. Realizou-se hepatectomia direita es- até custos. Em termos oncológicos, não é inferior que
tendida englobando os segmentos IVA e IVB, por meio a técnica aberta. O progresso deve-se aos avanços da
de acesso glissoriano para o grampeamento dos ra- tecnologia, como grampeadores e energia avançada, e
mos direitos do hilo hepático e também dos ramos do também pela habilidade técnica e mudanças de concei-
segmento IV. A peça operatória foi retirada por incisão tos. Comentários finais: Foram utilizados 4 trocartes:
de Pfannenstiel. A operação teve duração de 4 horas, 11mm umbilical para câmera, descartável de 12mm no
com perda sanguínea de aproximadamente 600ml. O hipocôndrio esquerdo para grampeamento, 5, 5mm no
paciente evoluiu satisfatoriamente e permaneceu em hipocôndrio direito e 5mm no epigástrio. O tempo ci-
unidade de terapia intensiva por um dia. Recebeu alta rúrgico foi de 73 minutos; a peça foi retirada por uma
hospitalar no quarto dia pós-operatório. Ainda aguar- incisão de Pfannenstiel protegida por bag; rotineira-
damos o resultado anatomopatológico definitivo para mente no serviço, não é deixado dreno nas ressecções
avaliar necessidade de terapias adjuvantes. hepáticas; não foi realizada manobra de Pringle e o san-
gramento foi de 200ml A paciente recebeu alta no 3 dia
Contato: MICHEL JAMIL CHEBEL – conv4233
de pós operatório. O resultado anátomo-patológico foi
de Adenoma, com margens livres.
Contato: VITOR ARCE CATHCART FERREIRA – vitoracf@
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS icloud.com
CÓDIGO: 61898

HEPATECTOMIA LAPAROSCÓPICA:
BISSEGMENTECTOMIA V-VI POR TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
GRANDE NEOPLASIA CÓDIGO: 61770

Autores: Vitor Arce Cathcart Ferreira; Antonio Nocchi


Kalil; Luiz Henrique Locks Correa; Tiago Auatt Paes HEPATECTOMIA LAPAROSCÓPICA:
Remonti; Luiggi Anselmo Leonardi; Erico Pereira Cadore; COMO DISSECAR O PARÊNQUIMA
Guilherme Zatti Fedrizzi; PROFUNDO COM ULTRACISION,
Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DA QUANDO O CUSA NÃO ESTÁ
UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS DISPONÍVEL
Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino de Autores: Andrea Petruzziello; William Augusto Casteleins
89 anos hipertensa e diabética que ao investigar dor Cecilio; Vitor Mamoru Haida;
abdominal persistente, encontrou-se nódulo hepático Instituição: HOSPITAL DE CLÍNICAS DA UNIVERSIDADE
sólido de crescimento parcialmente exofítico medindo FEDERAL DO PARANÁ
8 x 6, 5 x 6cm com contornos regulares no Segmento V A primeira ressecção laparoscópica dos segmentos
e acometendo o VI. Este nódulo possui intensidade de hepáticos foi realizada por Reich em 1991, sendo que
sinal heterogênea, em sua maior parte semelhante ao no Brasil passou a ser realizada a partir de 1997. Atu-
parênquima hepático, com componentes hiperintensos almente, sua melhor indicação em cirurgia oncológica
em T2 e hipointensos em T1. Após uso do contraste en- é para os tumores menores de 5 cm, localizados nos
dovenoso, o nodulo possui realce intenso na fase arterial segmentos inferiores e lateral esquerdo. Apesar dis-
e captação heterogênea. Então, considerando o quadro so, seguiram-se várias séries com número progressi-
clínico e exames de imagem, foi proposta a abordagem vamente maior de pacientes e critérios expandidos. O
cirúrgica videolaparoscópica para ressecção da lesão caso refere-se à paciente CJCZ, feminina de 56 anos,
– bisegmentectomia hepática (V e VI). Apresentamos a operada previamente em outro serviço por adeno-
técnica usada de forma bastante didática. Discussão: carcinoma bem diferenciado de cólon sigmóide, re-
Ressecção hepática é o tratamento mais efetivo para alizado hemicolectomia convencional esquerda com
pacientes com tumor primário, incluindo lesões benig-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 309


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anastomose primária em Março/2014, estadiamento morbidade elevada e impacto funcional significativo. A


pT3 pN1 M0 (EC IIIB). Recebeu QT adjuvante com 5FU/ linfadenectomia pélvica laparoscópica, conforme pre-
Leucovorin, perdendo seguimento. Em exame de resta- conizada para tumores ginecológicos, foi modificada
diamento, apresentou lesão nodular única de 2,9 x 2,1 para a adoção em pacientes portadores de melanoma
cm na porção inferior da transição dos segmentos IVb de membro inferior para não comprometer a radicali-
e V, confirmada por RNM com Primovist. Sem outros dade oncológica do procedimento. Durante o vídeo da
achados notáveis, CEA 1,22. Foi indicado ressecção por cirurgia, é possível demonstrar com clareza a modifica-
laparoscopia, em Março/2017. O procedimento foi re- ção técnica visando contemplar os linfonodos localiza-
alizado sem a utilização do CUSA (Cavitron Ultrasonic dos distalmente à veia circunflexa femoral superficial
Surgical Aspirator), pois não dispomos dele no hospital. até a entrada do canal femoral. Os marcos anatômicos
Alternativamente, utilizamos bisturi ultrassônico e cau- da pelve são tambem demonnstrados, chamando a
tério bipolar laparoscópico. A vesícula biliar foi deixada atenção para a aquisição dos espaços para-retal e pa-
com o fundo aderido ao fígado durante a dissecção da ra-vesical como passos iniciais da cirurgia. Da mesma
lesão, após ligar o pedículo, para facilitar a mobilização maneira, são demonstrados os tempos da linfadenec-
do conjunto. Em seguida realizamos manobra de Prin- tomia das cadeias ilíaca externa, ilíaca interna e obtu-
gle com vessel-loop em dupla laçada. A hepatotomia foi ratória, de maneira sequencial e organizada. O tempo
feita com Ultracision e os debris aspirados contínua e cirúrgico laparoscópico tende a ser superior àquele
coordenadamente pelo auxiliar, expondo o parênqui- observado na cirurgia convencional, podendo ser as-
ma a ser dissecado e permitindo identificação das es- sociado a maior gasto de drogas anestésicas e maior
truturas. Os ductos biliares e ramos vasculares maiores risco de complicações pulmonares pós-operatórias. A
foram clipados individualmente e, ao final da dissecção, manutenção, entretanto, da anatomia do anel inguinal
o segmento hepático remanescente foi seccionado com e das estruturas anatômicas que atuam na prevenção
grampeador endoscópico de carga branca. A peça foi da herniação de conteúdo intra-abdominal através do
retirada em saco extrator, a cavidade lavada e drena- canal inguinal representa um grande avanço do proce-
da com dreno Blake 24F. O tempo cirúrgico foi de 165 dimento minimamente invasivo exposto no vídeo. Além
minutos, com perda sanguínea estimada de 50 ml. A disso, a menor morbidade sobre a ferida operatória e
paciente e evoluiu satisfatoriamente, com alta hospita- a mais rápida recuperação da paciente no período pós-
lar no 3o dia. Demonstramos, com este vídeo, como a -operatório representam características positivamente
funcionalidade do CUSA pode ser alcançada trabalhan- associadas ao acesso minimamente invasivo. O retorno
do-se com bisturi harmônico, em sintonia com aspira- rápido do paciente às atividades habituais, início breve
ção intermitente do parênquima hepático. Quanto a da adjuvância, menor morbidade sobre a ferida opera-
resultados, recente série nacional com 61 casos (Lacer- tória e perda sanguínea reduzida proporcionados pela
da, et al. 2014) mostrou tempo cirúrgico médio de 141 linfadenectomia pélvica laparoscópica devem ser pon-
minutos, perda sanguínea de 85 ml e apenas 1 óbito derados com o paciente quando da indicação de linfa-
pós-operatório. Até onde sabemos, foi a primeira hepa- denectomia inguino-ilíaca por melanoma localmente
tectomia laparoscópica neste serviço. avançado.
Contato: WILLIAM AUGUSTO CASTELEINS CECILIO – Contato: MARIO VINICIUS ANGELETE ALVAREZ
dr.casteleins@gmail.com BERNARDES – mariobernardes@terra.com.br

TEMÁRIO: ONCOLOGIA CUTÂNEA TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS


CÓDIGO: 57200 CÓDIGO: 61814

LINFADENECTOMIA PÉLVICA PANCREATECTOMIA CORPO-


LAPAROSCÓPICA EM MELANOMA CAUDAL COM ESPLENECTOMIA
ACRAL LOCALMENTE AVANÇADO POR VIDEOLAPAROSCOPIA PARA
Autores: Mário Vinícius Angelete Alvarez Bernardes; TRATAMENTO DE TUMOR DE FRANTZ:
Rodrigo Francisco Pintel Cruz; Elio João Jaskulski; VÍDEO DE CASO EM MULHER JOVEM
Roberto Satoshi Yoshida; Fabio Yonamine; Autores: Filipe Augusto Porto Farias de Oliveira; Aldo
Instituição: HOSPITAL 13 DE MAIO Vieira Barros; Myra Jurema da Roca Leão; Oscar
Cavalcante Ferro Neto; Claudemiro de Castro Meira
O avanço da cirurgia minimamente invasiva evidencia-
Neto;
do nas últimas décadas permitiu sua adoção segura e
Instituição: SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE MACEIÓ
benéfica em pacientes oncológicos. A linfadenectomia
ilíaco-obturatória, tradicionalmente realizada combina- Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 34
da à linfadenectomia inguinal por uma única incisão ex- anos, ECOG 0, atendida em nosso ambulatório de cirur-
tendendo-se da região inguinal até a pelve, apresenta gia oncológica com história clínica de dor e desconforto

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 310


VÍDEO

I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

em andar superior do abdome, 6 meses de evolução. A Leite Batista; Rodrigo Amaral Rios; Antônio Barroso;
investigação foi realizada com tomografia de abdome Vladmir Gomes Alves Júnior; Juliana Gonçalves Coelho;
total, sendo evidenciada tumoração sólido-cística (4.4 Instituição: SOCIEDADE DE BENEFICENCIA PORTUGUESA
x 3.9 cm) no corpo e cauda do pâncreas e ultrassono- DE CAMPOS
grafia endoscópica, que confirmou o achado e realizou
Apresentação do caso: Mulher, 22 anos, queixando-se
biópsia. Imuno-histoquímica confirmou tratar-se de
de dor em hipocôndrio esquerdo com irradiação para
neoplasia sólida pseudo-papilífera pancreática (Tumor
dorso e flanco esquerdo, sem relato de sintomatologia
de Frantz). Posteriormente encaminhada para trata-
sistêmica. Durante a investigação clínica com realização
mento cirúrgico, sendo submetida à pancreatectomia
de tomografia computadorizada, foi evidenciada lesão
corpo-caudal, esplenectomia e linfadenectomia por vi-
sólido-cística em cauda do pâncreas, medindo 6cm em
deolaparoscopia. Paciente teve boa evolução, com alta
seu maior diâmetro, compatível com tumor sólido-cís-
hospitalar no 3º dia de pós-operatório. O exame ana-
tico pseudopapilífero do pâncreas – tumor de Frantz.
tomopatológico e a imuno-histoquímica confirmaram o
Tendo sido indicada realização de pancreatectomia cor-
diagnóstico da ultrassonografia endoscópica pré-ope-
po-caudal com preservação esplênica por via laparos-
ratória. As margens cirúrgicas foram livres, sem me-
cópica. Descrição cirúrgica: A paciente foi posicionada
tástases para 17 linfonodos isolados. Encontra-se em
em decúbito dorsal e realizado pneumoperitônio com
acompanhamento clínico, sem sinais de recidiva após
o uso de um trocater umbilical de 10mm. Foram usa-
10 meses. Não foi submetida à tratamento adjuvante.
dos outros três trocateres, dois de 12mm em flancos
Objetivo: O objetivo do nosso trabalho é relatar um
bilateralmente e um de 5mm no epigástro. Iniciamos o
caso de tumor de Frantz em uma mulher jovem, sub-
acesso à bolsa gatroomental por meio da abordagem
metida à tratamento cirúrgico por videolaparoscopia,
transomental, expondo o pâncreas. Realizada manobra
com resultado satisfatório, em nosso serviço de cirur-
de Warren, separando o istimo pancreático do tron-
gia oncológica. O tumor de Frantz ou tumor sólido-cís-
co portal, sendo guiado pelo trajeto dos vasos cólicos
tico papilar é uma neoplasia pancreática rara, descrita
médios, com dissecção da junção espleno mesentéri-
pela primeira vez em 1959 por Frantz, representando
ca pancreática, seguida da identificação e dissecção da
cerca 2% dos tumores pancreáticos. Esses tumores
veia esplênica na borda superior pancreática, até o hilo
têm um comportamento biológico favorável, com baixa
esplênico. Em seguida identificamos e dissecamos ar-
malignidade e bom prognóstico, ocorrendo predomi-
téria esplênica em todo o seu trajeto. Neste momen-
nantemente em mulheres jovens. Manifestam-se clini-
to completamos a linfadenectomia do pâncreas em
camente na maioria das vezes com dor, desconforto e
conjunto com a linfadenectomia da artéria esplênica.
massa abdominal, porém podem ser assintomáticos.
Realizada transsecção pancreática ao nível do ístmo
Geralmente são volumosos e bem delimitados. O tra-
com grampeador endoscópico de 60mm. Seguida pela
tamento de eleição é a ressecção cirúrgica completa,
finalização da tração caudal do corpo do pâncreas e
seja por via convencional ou laparoscópica. Nosso caso
término da dissecção do hilo esplênico com revisão da
foi tratado de forma satisfatória por videolaparoscopia,
hemostasia. Houve preservação completa de artéria e
sem prejuízo oncológico e com todos os benefícios que
veia esplênica, sem sinais de desvascularização no intra
a cirurgia minimamente invasiva oferece. O tumor de
operatório. Posicionado dreno hemovac peripancreáti-
Frantz sempre deve ser suspeitado em mulheres jo-
co e realizada retirada da peça cirúrgica pelo trocater
vens com tumores no pâncreas. O tratamento deve ser
umbilical. Comentários finais: A paciente apresentou
sempre que possível cirúrgico, com ressecção completa
boa evolução, tendo alta no terceiro dia pós operatório,
da lesão. O prognóstico é bom, frente ao baixo grau de
após atingir débito do dreno de cavidade menor que
malignidade dessas lesões. A via laparoscópica é segu-
50ml por dia com dosagem de amilase do líquido do
ra, oferecendo resultado oncológico semelhante à via
dreno negativa. O histopatológico confirmou a hipótese
aberta, além de proporcionar bom resultado estético,
de tumor de Frantz.
menos dor pós-operatória e alta precoce.
Contato: JULIANA GONÇALVES COELHO –
Contato: FILIPE AUGUSTO PORTO FARIAS DE OLIVEIRA
jugoncalvescoelho@hotmail.com
– fapfo.med@uol.com.br

TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE


TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
CÓDIGO: 61866
CÓDIGO: 61996

PANCREATECTOMIA CORPOCAUDAL
PANCREATECTOMIA CORPO-CAUDAL VIDEOLAPAROSCÓPICA COM
VIDEOLAPAROSCÓPICA, COM ESPLENECTOMIA
PRESERVAÇÃO ESPLÊNICA
Autores: Pedro Paulo Cavalcanti de Albuquerque; Rafael
Autores: Haroldo Jose Siqueira da Igreja Junior; Vilson de Oliveira Albagli; Jensen Milfont Fong; Antonio Claudio

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 311


VÍDEO

I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Ahuagi; Igor Pacheco; Victor Vieira; Raquel Maria de gico inferiormente e paratraqueal superiormente até a
Maues Sacramento; transição para o esôfago cervical. Realizado linfadenec-
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA tomia à D2. Incisão supraumbilical de cerca de 4 cm e
retirada peça. Realizado Tunelização gástrica a cerca de
Apresentação do caso: Paciente de 72 anos, previa-
2 cm da arcada gastroepiploica e passado o tubo gás-
mente assintomático, realiza ultrassonografia e tomo-
trico puxado pela sonda transmediastinal. Anastomose
grafia de abdome durante investigação de dor abdomi-
esofagogástrica cervical manual terminoterminal em 2
nal com achado de volumosa massa, espiculada, com
planos. Paciente com ótima evolução pós operatória e
hipersinal em fase arterial, ocupando corpo pancreático,
alta sem intercorrências. Anatomopatológico: Ausência
proxima ao processo uncinado. Laudo Histopatológico
de neoplasia residual do tumor primário, margens ci-
revelou: Neoplasia neuroendócrina bem diferenciada,
rúrgicas livres e 1 linfonodo comprometido de pequena
grau 1 OMS, Índice mitótico 1 mitoses/10CGA, Índice
curvatura gástrica por presença de metástase de carci-
de proliferação celular (Ki67) 3%. Cirurgia realizada em
noma de células escamosas dentre 16 dissecados(pT0;
maio de 2017. Paciente com boa evolução pós operató-
pN1). Discussão: O Carcinoma Epidermóide de esôfa-
ria, alta em 24h com dreno de blake em hipocondrio di-
go é atualmente a sexta causa de morte por câncer no
reito. Cirurgia realizada por videolaparoscopia, pacien-
mundo. Sua malignidade e pior prognóstico decorrem,
te em posição de litotomia com o cirurgião posicionado
principalmente, de seus sintomas pouco específicos
entre as pernas do paciente e auxiliares nas laterais.
e diagnóstico tardio, tornando o tratamento curativo
Pneumoperitoneo confeccionado pela técnica aberta
e ressecção cirúrgica desafiadores. No presente caso,
(Hasson), insuflado até pressão de 12cmH2O, 02 trocar-
preconizou-se o tratamento quimiorradioterápico neo-
teres posicionados em hipocondrio (5mm e 11mm) e
adjuvante com carboplatina e paclitaxel com intuito de
01 trocarte (5mm) em hipocondrio esquerdo. Utilizado
aumentar a ressecabilidade do tumor e diminuir seu
bisturi harmonico nas dissecções, secção da peça com
estadio clínico. Sendo posteriormente realizada Esofa-
grampeador linear carga branca (2,5mm).
gectomia, enfatizando os benefícios da videotoracosco-
Contato: PEDRO PAULO CAVALCANTI DE pia em posição prona. Comentários finais: Cirurgias
ALBUQUERQUE – pedropcavalcanti@gmail.com minimamente invasiva mostram-se cada vez mais pre-
conizadas no tratamento do câncer esofágico devido
suas menores taxas de morbimortalidade. No presente
caso a esofagectomia com videotoracoscopia em posi-
TEMÁRIO: TRATO GASTROINTESTINAL ALTO ção prona mostrou-se resolutiva na doença localmente
CÓDIGO: 60177 avançada devido à satisfatória ressecabilidade do tu-
mor e linfadenectomia, bem como em melhor qualida-
ESOFAGECTOMIA POR de de vida pós-operatória do paciente.
VIDEOTORACOSCOPIA EM POSIÇÃO
Contato: LAURIENE MAIA SANT´ANNA – lauriene.
PRONA PÓS TRATAMENTO maia@hotmail.com
NEOADJUVANTE PARA CEC DE ESOFAGO
Autores: Lauriene Maia Sant´Anna; Wellington
Fernandes; Rayane Lima Domingues; Andrezza Fabrízia
Bertoli; Thales Cavalcante Ramos; Lucas Pensin; Diogo TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
Tamiozo; Eduardo Zanella Cordeiro; CÓDIGO: 61965
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA
CATARINA RESSECÇÃO ABDOMINO PERINEAL
Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, DO RETO VIA ROBOTICA E PAREDE
63 anos, ex-tabagista 140 maços-ano e ex-etilista pesa- POSTERIOR DA VAGINA EM BLOCO
do. Quadro de disfagia para sólidos, odinofagia e perda Autores: Raquel de Maria Maués Sacramento; Jose
ponderal de 10%. Diagnosticado com Carcinoma Epi- Paulo Jose; Eduardo Linhares Riello de Mello; Marcus
dermoide Esofágico a 28 cm da ADS, localmente avan- Vinicius Motta Valadão da Silva; Rafael Oliveira Albagli;
çado e estadiado como cT3. Realizou quimiorradiotera- Pedro Paulo Cavalcanti de Albuquerque; Alberto Teles
pia neoadjuvante com carboplatina e paclitaxel e dose Lopes; Camilla Bandeira Soares;
total de 41,4Gy por 35 dias. Posteriormente realizada Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
esofagectomia com videotoracoscopia em posição
Introdução: Abordagem robótica usando o sistema
prona – cirurgia minimamente invasiva, em 3 acessos
cirúrgico da Vinci pode oferecer dissecção precisa em
cirúrgicos: cervical, torácico e abdominal. Videotora-
um campo cirúrgico estreito, a exemplo, de ressecções
coscopia em posição prona com ótima exposição para
retais, com melhor acesso através de destreza aprimo-
dissecção esofágica – Realizada dissecção de todo esô-
rada devido aos instrumentos de Endowrist. Alem de
fago torácico e linfadenectomia mediastinal paraórtica,
fornecer posição ergonômica ao cirurgião, destreza
subcarinal, brônquica junto ao pericárdio, hiatoesofá-
aprimorada, escala de movimento, câmera estável, vi-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 312


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

sualizações e imagens tridimensionais. Objetivo: Des- Contato: JENSEN MILFONT FONG – jensenmf@gmail.
crever cirurgia de ressecção abdomino perineal do reto com
usando o sistema cirúrgico da Vinci-Si. Resultados: e
Discussão: Paciente mulher, 65 anos, ps1. adenocar-
cinoma bem diferenciado. colonoscopia: lesao que se
estende da margem anal ate 5 cm do reto distal ocu- TEMÁRIO: TUMORES RAROS – GIST E TNE
pando 1,3 da circunferencia da luz. rnm pelve: invasão CÓDIGO: 61792
da parede posterior da vagina. tnm: t4nxmx. neoadju-
vancia (5FU-LEUC + 50,4Gy). Conclusão: O uso rotineiro RESSECÇÃO DE TUMOR
da cirurgia assistida robótica para abordagem do cân- NEUROENDÓCRINO PANCREÁTICO
cer de reto tende a ajudar a obter menores taxas de NODULECTOMIA PANCREÁTICA
complicação e resultados oncológicos similares usando VIDEOLAPAROSCÓPICA COM
uma abordagem minimamente invasiva. PRESERVAÇÃO GLANDULAR
Contato: RAQUEL DE MARIA MAUÉS SACRAMENTO – Autores: Jensen Milfont Fong; Antonio Claudio Ahouagi;
raquel_maues@yahoo.com.br Pedro Paulo Cavalcanti de Albuquerque; Igor Ferreira
Pacheco; Ronald Enrique Delgado Bocanegra; Victor
Hugo Ribeiro Vieira; Alberto Teles Lopes; Rafael de
Oliveira Albagli;
TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
CÓDIGO: 61895
Apresentação do caso: C.E.S.T, 73 anos, Masculino.
QP: Diarréia, dor abdominal e desconforto há 4 meses.
RESSECÇÃO ANTERIOR DO RETO HD: Paciente com relato de diarréia e desconforto ab-
+ CISTECTOMIA PARCIAL POR VIA dominal há 4 meses. Realizou ultrassonografia de ab-
ROBÓTICA dome com achado de nodulo em cauda do pâncreas
Autores: Jensen Milfont Fong; José Paulo de Jesus; de limites imprecisos devido a interposição gasosa. Re-
Marcus Vinicius Motta Valadão da Silva; Eduardo alizou tomografia de abdome com achado de lesão em
Linhares Riello de Melo; Rafael de Oliveira Albagli; corpo pancreático medindo aproximadamente 3,4cm.
Antonio Claudio Ahouagi; Pedro Paulo Cavalcanti de Indicado realização de biópsia por Ecoendoscopia com
Albuquerque; Raquel Maria de Maués Sacramento; achado em laudo histopatológico de Tumor Neuroen-
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA dócrino. Ki67 de 2%. Ressonância Nuclear Magnética
Apresentação do caso: Paciente S.O.C., 51 anos, mas- denotando nódulo hiperintenso em corpo de pâncre-
culino. Paciente com queixa de constipação associado a as, medindo aproximadamente 3,2 x 2,1x 2,2cm, sem
hematoquezia intermitente e dor à eliminação de fezes. relação com o ducto pancreático principal. Indicado
Realizou colonoscopia com achado de tumor esteno- ressecção videolaparoscópica do tumor. Optado por
sante, ocupando 2/3 da circunferência da parede ante- abordagem atípica com realização de nodulectomia
rior do reto, há cerca de 7cm da margem anal. Presença pancreática com preservação do parênquima pancre-
de diverticulos no cólon sigmóide. Restante do exame ático. Conclusão: Enucleações pancreáticas videolapa-
sem comemorativos. Efetuado biópsia tumoral. Laudo roscópicas devem ter uma indicação precisa, respei-
histopatológico com achado de adenocarcinoma mode- tando princípios oncológicos e considerando o risco x
radamente diferenciado do reto. Realizou ressonância benefício ofertado ao paciente.
magnética com achado de tumor em reto médio com Contato: JENSEN MILFONT FONG – jensenmf@gmail.
invasão vesical e presença de espessamento da gordu- com
ra mesorretal adjacente. Realizou tomografia de tórax
e abdome sem achados de metástases à distância. CEA:
32. Encaminhado à neoadjuvância com quimioterapia
(5FU + LV) e radioterapia (45Gy) e, após término, enca- TEMÁRIO: TUMORES COLORETAIS E CANAL ANAL
minhada à cirurgia. Apresentou resposta radiológica in- CÓDIGO: 61945
completa com área de aderência entre o reto e a bexiga
sem plano de clivagem. Realizou cistoscopia o qual não RESSECÇÃO INTERESFINCTERIANA DO
apresentou achado de invasão tumoral grosseira. Apre- RETO ROBOTICA
sentou redução do CEA (11) Indicada cirurgia de Res-
Autores: Raquel de Maria Maués Sacramento; Marcus
secção Anterior do Reto + Cistectomia Parcial por via Vinicius Motta Valadão da Silva; Jose Paulo Jose;
Robótica. Ressecção completa da lesao com margens Eduardo Linhares Riello de Mello; Rafael Oliveira Albagli;
livres em cólon, reto e vesical. Resultado do histopa- Victor Hugo Soares Vieira; Alberto Teles Lopes; Jensen
tológico da peça ypT4aypN0ypM0. Encaminhada para Milfont Fong;
realização de adjuvância com quimioterapia (FOLFOX). Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 313


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

Introdução: Abordagem robótica usando o sistema medial dos cólons esquerdo e sigmóide, continuando
cirúrgico da Vinci pode oferecer dissecção precisa em com a incisão da fáscia de Treitz, fáscia endopélvica e a
um campo cirúrgico estreito, a exemplo, de ressecções divisão posterior entre o mesorreto e a face anterior do
retais, com melhor acesso através de destreza aprimo- sacro ao nível da fáscia de Waldeier. Após liberar a face
rada devido aos instrumentos de Endowrist. Alem de anterior do sacro, a dissecção vascular se inicia ao nível
fornecer posição ergonômica ao cirurgião, destreza da bifurcação das ilíacas. Liberadas a superfície ante-
aprimorada, escala de movimento, câmera estável, vi- romedial das artérias ilíacas comuns e dissecadas as
sualizações e imagens tridimensionais. Objetivo: Des- artérias ilíacas internas, disseca-se os ramos superior
crever cirurgia de ressecção interesfincteriana do reto e inferior laterais do sacro, ligando os ramos inferiores
usando o sistema cirúrgico da Vinci-Si. Resultados: e com sutura e endoclips. Uma compressa cirúrgica foi
Discussão: Paciente CP, 42 anos, sexo feminino. HDA: posicionado no espaço retrorretal, o pneumoperitônio
Hematoquezia + alteração do habito intestinal. Colo- foi despeito, trocateres retirados e as incisões ventrais
noscopia evidenciava lesão ulcerada e infiltrada de reto fechadas. A paciente foi posicionada então em posição
a 1 cm da MA, medindo 2,5cm. LHP: Adenocarcinoma. canivete, com posterior antissepsia e posicionamento
RNM: Lesão semi-circunferencial em parede posterior, de novos campos cirúrgicos. Foi realizada a incisão inte-
entre 3 e 9 horas, com bordos infiltrantes entre 5 e 7 glútea de Kraske, até encontrar a fáscia sacral e liberar a
horas, invasão até a camada muscular. T2N0M0. Toque superfície posterior do sacro. Uma incisão infracoccígea
retal: Lesão a 2 cm da linha pectínea em parede poste- foi realizada no músculo puborretal, continuando com
rior, móvel.Submetdida a Ressecção interesfincteriana a incisão do ligamento supraespinhoso bilateralmente.
no reto por via robotica. Conclusão: O uso rotineiro Feita laminectomia posterior ao nível da marcação pré-
da cirurgia assistida robótica para abordagem do cân- -cirúrgica, com secção dos ramos nervosos de S3-S4 e
cer de reto tende a ajudar a obter menores taxas de curetagem do saco epidural superiormente. Então foi
complicação e resultados oncológicos similares usando realizada a osteotomia sacral, seguida pela ligadura dos
uma abordagem minimamente invasiva. vasos mediais sacrais e incisão da fáscia pré-sacral. A
paciente teve alta no sétimo dia pós-operatório, já de-
Contato: RAQUEL DE MARIA MAUÉS SACRAMENTO –
ambulando com ajuda de fisioterapia motora, após dois
raquel_maues@yahoo.com.br
dias em unidade de terapia intensiva. A perda estimada
de sangue foi de 800mL, sendo transfundido 300mL de
concentrado de hemácias no pós operatório.
TEMÁRIO: SARCOMAS / TUMORES ÓSSEOS Contato: JULIANA GONÇALVES COELHO –
CÓDIGO: 61954 jugoncalvescoelho@hotmail.com

SACRALECTOMIA POR VIA


LAPAROSCÓPICA – RELATO DE CASO
TEMÁRIO: TUMORES HEPATOBILIOPANCREÁTICOS
Autores: Haroldo Jose Siqueira Igreja Junior; Vilson Leite
Batista; Bruno dos Santos Viana Carvalho; Lucas Simões CÓDIGO: 61861
Tavares; Juliana Gonçalves Coelho; Lais Botelho Brum;
João Henrique Queiroz Prata; Renata Rangel Justiniano; SEGMENTECTOMIA LATERAL ESQUERDA
Instituição: SOCIEDADE DE BENEFICENCIA PORTUGUESA Autores: Luiz Henrique Locks Corrêa; Tiago Auatt Paes
DE CAMPOS Remonti; Antonio Nocchi Kalil; Luiggi Anselmo Leonardi;
Vitor Arce Cathcart; Erico Pereira Cadore; Lorena Luiza
Apresentação do caso: Mulher, 49 anos, com queixa
Siqueira Marques; Guilherme Zatti Fedrizzi;
de dor lombossacra associada a incontinência fecal.
Instituição: HOSPITAL SANTA RITA DE POA
Durante investigação diagnóstica foi encontrado um
nódulo de 2,8 x 2,4cm no lobo inferior do pulmão es- Apresentação do caso: Paciente masculino, 61 anos,
querdo, assim como uma lesão sacral ao nível de S3-S5, previamente hígido, portador de neoplasia colorretal
com 5, 0 x 3,2 x 4,0 cm. Após realização de biópsias, foi descoberta em junho de 2016, sendo submetido a reto-
suspeitado o diagnóstico de cordoma sacral. A paciente sigmoidectomia por vídeolaparoscopia. No diagnóstico
foi então submetida a ressecção sacral com marcação eram conhecidas metástases hepáticas no segmento II
pré-cirúrgica da lesão por tomografia computadorizada. e III, optou-se por abordagem em um segundo tempo.
Descrição cirúrgica: A paciente foi inicialmente posicio- Realizada adjuvância com FOLFIRI + cetuximabe. Em ja-
nada em decúbito dorsal, com ambas as pernas afasta- neiro de 2017 foi indicada a ressecção das lesões hepá-
das; realizado pneumoperitônio com o uso de trocater ticas por laparoscopia, foi submetido a segmentectomia
supraumbilical de 10mm. Após, três outros trocateres lateral esquerda por vídeo sem intercorrências. Teve
foram posicionados nos quadrantes superior e inferior alta no segundo pós operatório sem intercorrências. O
direito; e a paciente foi posicionada em Trendelemburg anatomopatológico demonstrou se tratar de metásta-
com rotação lateral direita. A cirurgia se inicia com uma se de adenocarcinoma de cólon com limites cirúrgicos
clássica dissecção inframesentérica pela incisão da face livres. Realizada adjuvância com FOLFOX. Atualmente

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 314


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

encontra-se em follow up há 5 meses sem evidências ção para a pelve ou herniação; o pneumoperitoneo é
de recidiva neoplásica Desde o início desse século, a esvaziado e as suturas transabdominais ajustadas; o
ressecção de lesões hepáticas por via laparoscópica colo do útero suturado à incisão umbilical, permitindo
tem vencido as resistências iniciais e ganho terreno no a menstruação pelo umbigo e exame visual do colo,
arsenal cirúrgico. O corpo de evidência produzido, des- encerrando a cirurgia. Após tratamento radioterápico,
de então, tem demonstrado sua eficácia, factibilidade e no caso de tu de reto, é realizado retosigmoidectomia
segurança, além de propor uma série de vantagens em videolaparoscopica com anastomose colon-retal primá-
relação à técnica laparotômica/convencional, especial- ria (anastomose com stapler circular). Segue a liberação
mente, no controle de sangramento, nas complicações do útero e IP da parede abdominal com pinças de ener-
perioperatórias e no tempo de permanência hospitalar. gia e transferência para a pelve. A vagina é aberta e o
Tais desfechos favoráveis parecem ser mais claros nas utero é projetado para seu interior e anastomosado via
ressecções de lesões localizadas nos segmentos II e III vaginal. O ligamento redondo e largo são anastomosa-
do fígado. A abordagem cirúrgica das lesões hepáticas dos com sua porção pélvica.
de origem colorretal é a única opção terapêutica de
Contato: CARLA SIMONE DA SILVA –
proposta curativa. Neste contexto, a técnica laparoscó-
carlasimonesilva@yahoo.com.br
pica veio sendo desenvolvida com o objetivo de redu-
zir a morbidade cirúrgica e tem-se verificado cada vez
mais vantagens em relação ao trauma cirúrgico, taxa de
complicações e tempo de internação, associados com TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
desfechos oncológicos favoráveis. CÓDIGO: 62018
Contato: LUIZ HENRIQUE LOCKS CORREA – Riquee@
gmail.com TREINAMENTO EM
VIDEOLAPAROSCOPIA NA AVALIAÇÃO
DA RESSECABILIDADE DE CARCINOMA
OVARIANO: CURVA DE APRENDIZADO E
TEMÁRIO: ONCOGINECOLOGIA
VÍDEO DIDÁTICO
CÓDIGO: 61636
Autores: Andre Lopes; Vivian Sartorelli; Kamilla Liberato
Pereira; Giovana Abero Cabrea; Marcel Amianti Macedo;
TRANSPOSIÇÃO UTERINA: TÉCNICA Tania Cristina de Souza; Mariana Rosetti; Mariana
CIRÚRGICA Camargo Forghieri; Antonio Carlos Bastos Navarro;
Autores: Reitan Ribeiro; Audrey Tieko Tsunoda; Carla Ademir Narciso Menezes; Gabriel Lowndes de Souza
Simone da Silva; João Antônio Guerreiro; Claudiane Ligia Pinto; André Aguiar; Ronaldo Lucio Rangel Costa;
Minari; Instituição: INSTITUTO BRASILEIRO DE CONTROLE DO
Instituição: HOSPITAL ERASTO GAERTNER CANCER; INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO
PAULO
Apresentação do caso: Paciente sob anestesia geral,
posição de litotomia, antissepsia, sondagem vesical Introdução: A videolaparoscopia tem sido utilizada na
evacuadora. Após, é realizado incisão umbilical, se- avaliação da ressecabilidade em carcinoma ovariano,
guido de pneumoperitonio e inserção de trocarte de com o principal intuito em evitar laparotomias des-
10 mm em região suprapúbica. Segue visualização da necessárias com consequente morbidade e atraso na
cavidade com óptica de 30 ° e introdução de trocartes quimioterapia. A cirurgia minimante invasiva atualmen-
de 5 mm em flancos e região supra púbica. O Liga- te deve fazer parte do treinamento de residentes em
mento redondo é seccionado seguindo com abertura cirurgia oncológica e ginecologia oncológica. Objetivo:
do ligamento largo, dissecção do espaço vesicovaginal, Análise da curva de aprendizado Confecção de um vídeo
selagem e secção dos vasos uterinos na altura da sua prático para rápida tomada de decisão intra-operatória
junção com o cérvix; os vasos pericervicais e ligamen- Método: Análise prospectiva de 15 videolaparoscopias
tos útero-sacros são selados e seccionados; a vagina é por carcinoma ovariano avançado ou recidivado com
seccionada liberando o útero e suturada com fio absor- sinais de carcinomatose peritoneal. Procedimentos re-
vível; Os infundíbulos pélvicos (IP) são dissecados até alizados pela mesma equipe de residentes em ginecolo-
seu cruzamento com os vasos ilíacos; o íleo terminal, gia oncológica e preceptores. O score de Fagotti foi apli-
cólon direito, o sigmoide e cólon descendente são se- cado em todos os casos. Resultados: Nos 6 primeiros
parados do retroperitôneo permitindo a dissecção dos casos o tempo entre o pneumoperitônio e a decisão de
vasos gonadais até sua origem; o útero pode então ser ressecabilidade variou de 50 a 120 minutos, a partir do
transposto para o abdome superior enquanto o cólon sétimo caso houve diminuição considerável deste tem-
e íleo são reposicionados sob o arco formado pelo úte- po, com a decisão variando entre 30 e 45 minutos. O
ro, anexos e seus vasos; os ligamentos redondos são posicionamento dos trocarters ficou padronizado com
fixados no abdome superior utilizando sutura transpa- três portais: umbilical, supra-púbico e fossa ilíaca direi-
rietal, assim como os vasos gonadais para evitar migra- ta, sendo eventualmente necessário um quarto portal

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 315


VÍDEO

I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIII Congresso Brasileiro de Cirurgia Oncológica

no hipocôndrio esquerdo. Foi padronizado o início da ma embrionário (20%), adenomegalias retroperitoneais


inspeção sempre pelo andar superior do abdome, vis- e cervical baixa, de 1,7 a 6cm, pT2 cN3 M0 S3 / EC IIIC
to os critérios de irressecabilidade Entre os 15 casos (Alto risco). BHCG inicial 44.613mIU/ml; AFP=4.691UI/ml;
incluídos no estudo, 8 eram virgem de tratamento, 3 DHL=1.228U/L e pós-quimioterapia:BHCG<2,0mIU/ml,
apresentaram score Fagotti maior ou igual a 10, foram AFP=0,8UI/ml e DHL=224U/L. Realizada linfadenectomia
encaminhadas a quimioterapia neoadjuvante, uma retroperitoneal sistemática, descrição técnica em vídeo
apresentava múltiplas metástases em serosa de delga- demonstrativo. Resultado: Posição de Lloyd-Davis, com
do irressecável, 4 apresentaram score 0-8 e foram sub- membros superiores ao longo do corpo, e inferiores em
metidas a laparotomia e citorredução completa. Uma perneiras de Allen. 4 trocateres e ótica de 30o. Cirur-
paciente havia realizado quimioterapia neoadjuvante, gião entre os membros inferiores, utilizando trocater de
com Score 6, foi submetida a citorredução de intervalo 5mm de hipogástrio e de 5mm em fossa ilíaca esquerda,
completa. As 6 pacientes restantes eram por recidiva da 1o assistente à direita do paciente, a câmera no portal
doença, 5 foram submetidas a laparotomia com Score umbilical (11mm) e pinça de auxilio (trocater 5mm, fos-
0-6, destas, em 4 obtivemos citorredução completa, a sa ilíaca direita). Dois monitores na altura dos ombros
quinta paciente apresentou invasão linfonodal de duo- do paciente. No Trendelemburg combinado com lateral
deno, obviamente não identificada na laparoscopia, a direita, as alças são posicionadas no hipocôndrio direi-
ultima paciente era portadora de invasão do mesenté- to, visualizando-se o retroperitoneo. Incisão peritoneal
rio. Demonstramos no vídeo uma abordagem prática e sobre os vasos ilíacos comuns direitos, ascendendo-
rápida para avaliação da ressecabilidade em carcinoma -se cranialmente. Identificados os marcos anatômicos
ovariano. Conclusões A videolaparoscopia tem papel (ureteres, psoas, duodeno, veias renais, aorta e cava e
importante na avaliação da ressecabilidade em carcino- AMI). Suspensão da janela peritoneal com pontos trans-
ma ovariano, com uma curva de aprendizado relativa- peritoneais. Dissecção dos linfonodos para cavais, inte-
mente curta, desde que um padrão seja estabelecido. A raortocavais, retrocavais, para-aórticos, retroaórticos e
abordagem minimamente invasiva faz parte do treina- perirrenais esquerdos e retropancreáticos, onde há con-
mento moderno da residência em cirurgia oncológica e glomerado linfonodal. Estratégia de neuropreservação
ginecologia oncológica hipogástrica parcial, dissecção dos vasos renais e ureter
esquerdo, e preservação simpática completa. Detalhes
Contato: *ANDRE LOPES DE FARIAS E SILVA –
de utilização de pinças de energia, definição de limites de
andrelopes1002@hotmail.com
dissecção e uso de materiais. Tempo cirúrgico 320min,
perda sanguínea de 50ml, alta hospitalar na manhã se-
guinte, sem complicações em 30 dias. O resultado final
TEMÁRIO: URO – 0NCOLOGIA foi de teratoma maduro residual. Conclusão: A cirurgia
CÓDIGO: 61982 de linfadenectomia transperitoneal retroperitoneal após
quimioterapia para câncer de testículo avançado é factí-
VIDEO LIVRE: LINFADENECTOMIA vel e pode ser reproduzida com reduzida morbidade
RETROPERITONEAL LAPAROSCÓPICA Contato: BRUNO ROBERTO BRAGA AZEVEDO – angra@
TRANSPERITONEAL PARA DOENÇA terra.com.br
RESIDUAL VOLUMOSA APÓS
QUIMIOTERAPIA PARA CÂNCER DE
TESTÍCULO – DESCRIÇÃO TÉCNICA
Autores: Bruno Roberto Braga Azevedo; Marina
Bachmann Guimarães; Susiane do Rocio Brichta; Carlos
Trippia; Larissa Luvison Gomes da Silva; Mariana de
Castro; Audrey Tsunoda;
Instituição: HOSPITAL SÃO VICENTE
Introdução: A linfadenectomia retroperitoneal é uma
das etapas de tratamento multimodal para doença resi-
dual com marcadores negativos, ao término da quimio-
terapia para câncer de testículo avançado A laparoscopia
tem o potencial de reduzir significativamente a morbi-
dade, porém pela elevada complexidade, há poucos ca-
sos na literatura. Objetivo: Descrever a técnica cirúrgica
laparoscópica transperitoneal para consolidação de tra-
tamento quimioterápico em câncer misto de testículo.
Método: paciente hígido, 27a, orquiectomia esquerda –
neoplasia mista germinativa – teratoma (80%) e carcino-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 316


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

TEMÁRIO: ENCONTRO DE RESIDENTES MÉDICOS Radioterapia. Em contrapartida um maior tempo de se-


CÓDIGO: 59774 guimento se faz necessário para uma melhor avaliação
quanto a toxicidade tardia, sobrevida global e sobrevi-
A IRRADIAÇÃO PARCIAL DA MAMA da livre de progressão.
COM TÉCNICA CONFORMACIONAL Contato: FERNANDO COUTINHO BATISTA –
É FACTÍVEL E SEGURA NO SUS? fernandobatistams@gmail.com
RESULTADOS PRELIMINARES DE UMA
EXPERIÊNCIA UNI-INSTITUCIONAL.
Autores: Fernando Coutinho Batista; Camila Bogoni
Budib; Diego Cunha; Marcos Duarte de Mattos; Allisson TEMÁRIO: ENCONTRO DE RESIDENTES MÉDICOS
B. Barcelos Borges; CÓDIGO: 60383
Instituição: HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS;
FUNDAÇÃO PIO XII AVALIAÇÃO DO RESULTADO DA
Introdução: A relação demanda/oferta de Radiote-
RADIOTERAPIA NAS NEOPLASIAS DO
rapia em nosso país é algo crescente e preocupante. TIMO
Segundo estimativas oficiais cerca de 40% dos pacien- Autores: Kennya Medeiros Lopes de Barros Lima;
tes que necessitariam de Radioterapia não tem acesso, Heloisa de Andrade Carvalho; Geovanne Pedro Mauro;
seja pela falta de oferta ou por questões socioeconô- Clarissa Cerchi Angotti Ramos;
micas. Técnicas hipofracionadas, como a Irradiação Instituição: FACULDADE DE MEDICINA DA
Parcial da Mama (IPM) podem ser uma alternativa para UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
melhorar este cenário. Objetivo: Relatar a viabilidade Introdução: A neoplasia do timo é o tumor mais co-
e resultados iniciais de toxicidade da IPM com técnica mum do mediastino anterior, com crescimento indolen-
conformacional em acelerador linear (AL), em um Hos- te, é potencialmente maligno devido ao seu curso clíni-
pital prestador de serviço ao Sistema Único de Saúde co e a possibilidade de invasão de órgãos adjacentes
(SUS) de maneira exclusiva. Métodos: Foram avaliadas, e disseminação pleural. Os tumores são estadiados de
retrospectivamente, 26 pacientes portadoras de Neo- acordo com a Classificação de Masaoka, onde a invasão
plasia Maligna primária da Mama, selecionadas pelo de órgãos adjacentes é a principal característica. O tra-
critério ASTRO/ESTRO, tratadas com IPM com intuito tamento é cirúrgico. Nos tumores Masaoka I, a cirurgia
adjuvante. O protocolo utilizado para a implementação é suficiente para o tratamento. A radioterapia tem um
foi baseado no NSABP-39, com fracionamento de 10 x papel importante naadjuvância em tumores Masaoka
385 cGy uma vez ao dia, 5 vezes por semana, com pla- II e III com intuito de aumentar o controle local e a so-
nejamento 3D. O tratamento foi realizado em AL com brevida global dos pacientes. Já nos tumores irressecá-
6 MV de fótons e sistema de IGRT. Para a avaliação das veis e nos Masaoka IV, a radioterapia é utilizada como
sobrevidas foram geradas curvas de Kaplan-Meier. O tratamento definitivo em associação com quimiotera-
nível de significância foi de 0,05. A escala de toxicidade pia baseada em platina. Pela raridade e necessidade de
aguda utilizada foi a do RTOG. Resultados: Foram tra- longo acompanhamento para avaliação dos desfechos,
tadas 36 pacientes até o momento e 26 foram incluídas as casuísticas em geral são pequenas e no Brasil não há
na análise por terem seguimento superior a 6 meses. A estudos sobre as neoplasias tímicas e radioterapia. Ob-
idade mediana foi de 70 anos (55-85 anos). A histologia jetivos: Avaliar em termos de resposta ao tratamento,
predominante foi CDI 84,6%, e o estádio patológico IA sobrevida e fatores prognósticos, os pacientes com ne-
foi mais prevalente (88,4%). A duração mediana da IPM oplasia maligna do timo, submetidos à radioterapia no
foi de 14 dias (11-20 dias). A maior parte da população período de 2009 a 2017. Métodos: Estudo descritivo re-
residia a mais 200 Km do hospital (50%). O seguimen- trospectivo. Tabelas de frequências simples e percentu-
to mediano foi 12 meses (7-26 meses). Não houveram ais, com cálculo de medidas descritivas serão utilizadas
falhas locais ou locorregionais. A sobrevida global foi para as análises descritivas. Resultados: Foram avalia-
de 96,2%. Em relação a toxicidade aguda, apenas cin- dos 31 pacientes, com idade variando de 35 a 84 anos,
co pacientes apresentaram dermite GI. Cerca de 3,8% dos quais 61% homens e 39% mulheres. O diagnóstico
das pacientes tiveram dor grau 2. Não houveram casos de Timoma foi feito em 67,7% dos pacientes, tendo os
de edema ou dor mamária crônica. A cosmese foi con- demais o diagnóstico de Carcinoma Tímico.61% dos pa-
siderada como boa ou ótima em 96,2% das pacientes cientes receberam RT com intuito adjuvante, todos com
analisada. As toxicidades apresentadas não apresenta- diagnóstico de Timoma, desses 79% eram Masaoka II e
ram correlação com os dados dosimétricos avaliados. III, 10,5% eram Masaoka IV e 10,5% Masaoka I com mar-
Conclusão: Até o presente momento a IPM com técnica gens comprometidas. A dose de RT variou de 45 a 60Gy.
conformacional se mostrou factível e segura de ser apli- A QT adjuvante baseada em Platina esteve presente em
cada em pacientes portadoras de câncer da mama na 15,7% dos pacientes. Dos pacientes que foram subme-
nossa instituição. Sendo uma alternativa interessante tidos a tratamento radical, 83% tinham diagnóstico de
visando reduzir o tempo do paciente em um serviço de Carcinoma Tímico, em sua maioria (75%) Masaoka IV e

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 317


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

todos receberam QT concomitante. A dose de RT variou PUBIANA: RELATO DE CASO DE


de 30 a 61.2Gy. Dos pacientes operados, 10% tiveram TRATAMENTO COM RADIOTERAPIA
recidiva local, com óbito em 5% dos casos. Já dos pa-
Autores: Aline Moraes de Abreu; Marcela Metzdorf;
cientes não operados, 41,6% recidivaram, com óbito
Daniela Santos da Silva; Leila Maria de Abreu Jaggi;
em 41,6% dos casos. Conclusão: A radioterapia pode Roselie Corcini Pinto; Neiro Waechter da Motta;
ser utilizada tanto em tratamentos radicais quanto na
Instituição: SANTA CASA DE PORTO ALEGRE
adjuvância, tendo seu papel no aumento do controle
local. Os Carcinomas Tímicos tem piores prognósticos Apresentação do caso: Paciente do sexo masculino, 38
quando comparados aos Timomas. O tratamento mul- anos, portador de sarcoma epitelioide de partes moles
timodal e individualizado é a melhor escolha para os em região pubiana, diagnosticado em agosto de 2008.
pacientes. Até a presente data, apresentou três recidivas, com re-
tirada do testículo esquerdo em 2014. Ao todo, realizou
Contato: KENNYA MEDEIROS LOPES DE BARROS LIMA
sete procedimentos cirúrgicos, dois tratamentos radio-
– kennyamedeirosl@gmail.com
terápicos e um quimioterápico. Lesão inicial no ano de
2008 medindo 8,3 x 6,0 x 6,0 cm e pesando 37 gramas.
Na atual recidiva, em outubro de 2016, apresentava
lesão ventral à sínfise púbica, medindo cerca de 8,0 x
TEMÁRIO: ENCONTRO DE RESIDENTES MÉDICOS
7,0 x 4,2 cm, e identificavam-se vários linfonodos in-
CÓDIGO: 60556
guinais a direita sendo o maior medindo 1,6 x 1,0 cm.
Discussão: Sarcoma epitelioide é um tipo raro de sar-
NEOPLASIA PRIMÁRIA OCULTA DE
coma de partes moles, correspondendo a menos que
MAMA: RELATO DE CASO
1% de todos os subtipos. Apresenta-se mais frequen-
Autores: Nilceana Maya Aires Freitas; Ana Flávia de temente em jovens do sexo masculino e acomete prin-
Paula Guerra Campedelli; Thais Franco Simionatto; cipalmente as extremidades dos membros superiores,
Bárbara Caixeta Marin Machado de Faria; Jean Teixeira
podendo acometer outros locais, como períneo, vulva
de Paiva;
e pênis. A recorrência local após ressecção do tumor
Instituição: ASSOCIAÇÃO DE COMBATE AO CANCER DE
primário é alta, ocorrendo em torno de 50% dos casos.
GOIÁS
Apesar da alta taxa de metástase para linfondos regio-
Apresentação do caso: LCS, 46 anos, parda, solteira, nais, com dados na literatura variando de 23 a 44%, a
costureira, natural de Nova América – GO, admitida no linfadenectomia profilática e a radioterapia nas cadeias
Hospital Araújo Jorge em janeiro de 2015 com história linfonodais devem ser evitadas. Porém, a linfadenecto-
de nódulo em fossa supra clavicular direita com 3 me- mia terapêutica está indicada nos casos de metástases
ses de evolução. Realizado exérese da nodulação para linfonodais como tratamento curativo. Comentários
biopsia, onde anatomopatológico com conclusão de finais: Não existe uma abordagem terapêutica bem
carcinoma pouco diferenciado e metástase para 4 lin- definida para o sarcoma epitelioide. Os trabalhos pu-
fonodos (04/04) com foco de extensão extra capsular blicados na literatura são limitados a pequenas séries,
e imuno-histoquímico que concluiu adenocarcinoma com seguimento curto. A abordagem terapêutica é
metastático favorecendo mama como sitio primário, multidisciplinar e a cirurgia deve ser a ressecção ampla
HER 2 negativo, receptores de estrogênio positivo (70 com margens, sempre que factível. O tratamento com
– 80%) e receptores de progesterona (20-30%) positivo. radioterapia pode ser empregado na adjuvância ou pa-
Realizados exames de mamografia e ultrassonografia liativo, com dose mediana de 50 Gy. As orientações for-
de mamas com laudo de BIRADS 1 e tomografia com- necidas durante todo o tratamento do nosso paciente
putadorizada de tórax e abdômen com ausência de evi- pela equipe multidisciplinar que acompanhou o caso,
dência de doença. Realizado quimioterapia com 4 ciclos tornaram-o ciente de suas perspectivas negativas com
de Adriamicina e Ciclofosfamida e após 4 ciclos de Pa- relação ao desfecho do caso, motivando-o a manter-se
clitaxel. Encaminhada a radioterapia onde foi proposto durante o tratamento, independente dos efeitos colate-
25 aplicações de 200 cGy por dia em campos na mama rais advindos do mesmo. Dessa forma, o paciente teve
direita, fossa supra clavicular direita e axila direita. Em a oportunidade de organizar-se, planejar e realizar seu
seguida efetuado Boost na mama direita com 1000cGy. desejo de ser pai enquanto ainda existiam condições
para tal.
Contato: BÁRBARA CAIXETA MARIN MACHADO DE
FARIA – barbaracaixeta. uni@gmail.com Contato: MARCELA METZDORF – marcelametzdorf@
gmail.com

TEMÁRIO: ENCONTRO DE RESIDENTES MÉDICOS


CÓDIGO: 61992 TEMÁRIO: ENFERMAGEM ONCOLÓGICA
CÓDIGO: 60135
SARCOMA EPITELIOIDE DE REGIÃO

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 318


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

ANÁLISE DA REAÇÃO DE PELE CAUSADA Contato: ERIKA YUMI WATANABE – erika_yw@yahoo.


PELA FITA ADESIVA EM PACIENTES DE com.br
RADIOTERAPIA DE MAMA
Autores: Yara Boaventura da Silva; Elizângela Maria da
Silva Neves; Adriani Aparecida F. Martins; Érika Yumi TEMÁRIO: ENFERMAGEM ONCOLÓGICA
Watanabe; Ana Maria Teixeira Pires;
CÓDIGO: 61767
Instituição: HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ
Introdução: O câncer de mama é o segundo tipo de PASSAGEM DE PLANTÃO: UTILIZAÇÃO
câncer mais frequente no mundo e o primeiro entre DO MODELO SBAR NO SERVIÇO DE
as mulheres. A radioterapia adjuvante em pacientes RADIOTERAPIA.
submetidas a cirurgia conservadora e/ou mastecto- Autores: Vânia Bueno de Camargo; Daniela Carvalho
mia tem Objetivo: O objetivo de diminuir a recidiva Silva; Talita F. Araújo;
loco-regional e favorecer a sobrevida. A despeito da Instituição: HOSPITAL SANTA PAULA
evolução das técnicas em radioterapia, a demarcação
na pele das pacientes ainda é necessária para locali- Introdução: A abordagem da segurança do paciente é
zação dos campos de tratamento. Essa demarcação internacionalmente reconhecida por refletir na qualida-
é feita na simulação e mantida durante todo o trata- de do atendimento prestado. Tendo em vista a necessi-
mento. Em nosso serviço utiliza-se caneta e fita ade- dade de alcançar a cultura de segurança nas instituições
siva transparente com essa finalidade sendo que o de saúde, a Joint Commission International (JCI) propôs
reforço periódico da marca, em geral semanalmente, 6 metas internacionais que visam a prevenção de da-
se faz necessário para sua preservação. Recentemen- nos e a promoção da segurança do paciente. A melho-
te observamos que pacientes estavam apresentando ria da comunicação aparece como meta e está presente
reação alérgica nas bordas das fitas e por essa razão diariamente na assistência. Como forma de transmis-
revimos nossos procedimentos de troca das fitas. No são de informação durante a passagem de plantão, a
mês de junho/2017 em um dia de atendimento no JCI recomenda a metodologia SBAR como comunicação
aparelho onde se detectou a reação nas bordas das oficial nas instituições de saúde que compartilhem in-
fitas adesivas, realizou-se imagens fotográficas das formações dos pacientes atendidos. Objetivo: O objeti-
marcas na pele das pacientes após consentimento das vo desse estudo foi elaborar um instrumento impresso
mesmas. A amostra constituiu-se de 20 pacientes com de passagem de plantão no setor de radioterapia. Para
marcação para radioterapia em mama, após obtenção a elaboração do impresso foi seguido os 4 critérios da
das imagens realizou-se avaliação visual das condi- metodologia SBAR e relatos de experiências da equipe
ções das mesmas. Nessa amostra 65% das pacientes multiprofissional do setor de radioterapia baseados nas
tinham mais de 50 anos, 60% fizeram quimioterapia dificuldades de obtenção das informações necessárias
adjuvante ou neoadjuvante e 60% tinham dose acu- para a assistência. Como resultado foi elaborado o im-
mulada entre 2200 e 4000 cGy, 25% tinham dose acu- presso que proporcionou segurança e garantia da con-
mulada entre 200 e 2000 cGy e 15% delas tinham dose tinuidade do cuidado durante a passagem de plantão
acumulada entre 4200 e 5000 cGy. Das 20 pacientes e a identificação das dificuldades na comunicação de
fotografadas, 13 pacientes (65%) não apresentavam passagem de plantão. O instrumento proporcionou se-
reação de pele e 7 pacientes (35%) apresentavam rea- gurança e facilidade para a implantação da assistência
ção nas bordas das fitas, sendo que 6 delas na marca ao paciente, melhorando a qualidade do atendimento.
externa da mama e 1 na marca da fossa. Durante a Contato: VÂNIA BUENO DE CAMARGO – vaniab. enf@
coleta das imagens indagou-se sobre quais as possí- gmail.com
veis razões para essa reação. Inicialmente pensou-se
na possibilidade de haver algum problema com a pró-
pria fita, alguma modificação na forma de planejamen-
to que pudesse alterar a reação de pele. No entanto, TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA
durante a coleta observou-se que todas as pacientes CÓDIGO: 60235
que haviam apresentado alguma reação na pele es-
tavam tratando no mesmo período. Na comparação MONITORAMENTO DA
entre os períodos, observou-se que no primeiro perí- MOVIMENTAÇÃO INTRA-FRAÇÃO
odo havia sobreposição das fitas adesivas, prática não COM SISTEMA CALYPSO: EXPERIÊNCIA
recomendada para manutenção das marcas. A partir
INICIAL EM CASOS DE PRÓSTATA
dessa constatação, elaborou-se apresentação dos re-
sultados para equipe multidisciplinar, revimos a rotina Autores: Francine Xavier da Silveira Dos Santos; Ana
Cristina Bratkowski Pereira Leoni; Waleska Rubin
dos cuidados e manutenção da preservação das mar-
Marchionatti; Angela de Lima Gonzaga;
cas. A revisão dessa rotina foi uma oportunidade de
Instituição: HOSPITAL MOINHOS DE VENTO
melhoria em nosso processo de cuidado.

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 319


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

Introdução: Historicamente na Radioterapia vêm se Instituição: FUNDAÇÃO PIO XII; HOSPITAL DE CÂNCER
buscando técnicas para melhorar a precisão e seguran- DE BARRETOS
ça na entrega da radiação, juntamente com a redução Introdução: Para garantir precisão na entrega da dose
de dose nos órgãos de risco. O sistema Calypso detecta em radioterapia, diferentes tecnologias de IGRT buscam
sinais eletromagnéticos de resposta dos “transponders” minimizar a presença de erros inerentes ao processo
implantados no alvo, permitindo o acompanhamento de posicionamento e tratamento dos pacientes. Para
em tempo real da movimentação deste. Objetivo: O ob- casos de hipofracionamento de neoplasia de próstata
jetivo deste estudo é avaliar a movimentação intra-fra- em nossa instituição, utiliza-se o sistema IGRT-3DUS
ção da próstata na implementação do sistema Calypso. Clarity, que realiza o ultrassom para posicionamento
Métodos: Foram avaliados os primeiros 5 pacientes dos pacientes. Objetivo: O objetivo do presente traba-
com transponders implantados na próstata no Hospi- lho é quantificar os erros e analisar se os cinco primei-
tal Moinhos de Vento. Todos os pacientes foram trata- ros dias são estatisticamente significantes, tendo como
dos utilizando técnica de arco volumétrico modulado referência o total de dias tratados e também compa-
(VMAT), posicionados diariamente através do Sistema rar com os erros encontrados na literatura (Hurkmans,
Calypso e confirmando posicionamento com imagens Coen W., et al. “Set-up verification using portal imaging;
de ConeBeam CT (CBCT). O limite do gating para “beam- review of current clinical practice. ”) em que são apli-
-off” do feixe foi de 0,3 cm para antero-posterior e 0,5 cadas radiografias, além de quantificar a margem CT-
cm para as demais direções. Resultados: Foram trata- V-PTV – fórmula de Van Herk (2,5*Σ+0,7σ) – que seria
das 192 frações utilizando o Calypso como ferramenta necessário caso não estivesse utilizando IGRT-3DUS.
de monitoramento de movimentação intra-fração da Para isso um estudo retrospectivo com 50 pacientes foi
próstata. As imagens de CBCT adquiridas demonstra- realizado. As informações necessárias foram coletadas
ram uma excelente concordância de posicionamento dos prontuários. Foi utilizado o teste de hipótese t-Stu-
com o sistema Calypso. A média da movimentação re- dent para comparar os erros individuais, e o intervalo
gistrada durante o período total de monitoramento foi de confiança de 95% (IC95%) dos erros populacionais,
de 0,10 cm no sentido latero-lateral, 0,17 cm no sentido encontrados nas três direções cartesianas, latero-late-
crânio-caudal e 0,19 cm no sentido antero-posterior. As ral (LL), superior-inferior (SI) e ântero-posterior (AP), do
maiores movimentações se deram nas direções cranial total de dias tratados e dos cinco primeiros dias de tra-
(1,12 cm) e anterior (1,28 cm), com o feixe desligado. Já tamento. Com a analise dos dados observa-se que nos
os resultados de máxima movimentação durante o tra- cinco primeiros dias de tratamento houve diferença sig-
tamento, com feixe de radiação ligado, foram de 0,49 nificativa (p<0,05) nos erros sistemático e aleatório indi-
cm para cranial e 0,47 cm para anterior. Conclusão: Ba- viduais apenas na direção SI quando comparado com
seado nos resultados iniciais obtidos neste estudo po- os erros de todos os dias de tratamento. A diferença
de-se confirmar a vantagem de uso do Sistema Calypso entre as médias na direção SI é de 0,6 mm para o erro
no monitoramento da movimentação da próstata du- sistemático e de 0,3 mm para o erro aleatório, ambos
rante a aplicação do tratamento. Este monitoramento, sendo maiores quando os dados são coletados todos
somado à maior precisão de posicionamento, permite os dias. Com a análise dos erros populacionais e dos
com mais assertividade a redução de margens de pla- valores encontrados para o IC95%, pode-se verificar
nejamento (PTV) – de acordo com os limites de gating que para as direções AP e SI não houve diferença entre
definidos para cada tratamento, bem como aumenta todos os dias de tratamento e os cinco dias iniciais. Po-
a segurança na execução de novos protocolos com hi- rém para a direção LL, considerando somente Σ, ocor-
pofracionamento e SBRT. O sistema Calypso foi imple- reu uma diferença significativa: IC95% [0,99;1,48] para
mentado com sucesso nesta instituição, evidenciando todos os dias e IC95% [1,81;2,7] para os 5 dias. Para o
as movimentações intra-fração do volume alvo que até Clarity e os dados encontrados na literatura, observa-
então não poderiam ser facilmente detectadas. -se uma maior diferença percentual na direção AP, que
Contato: FRANCINE SANTOS – francine. santos@hmv. pode ser devida à compressão abdominal causada pelo
org.br transdutor do ultrassom. Logo, um maior número de
dias coletados causa uma diminuição dos erros siste-
máticos populacionais, acarretando, também, uma di-
minuição da margem CTV-PTV.
TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA
Contato: FELIPE PLACIDO BATISTA – felipehawking@
CÓDIGO: 61967
gmail.com

ESTUDO DE ERROS E MARGENS CTV-PTV


NA UTILIZAÇÃO DA TÉCNICA DE IGRT
PARA TUMORES DA PRÓSTATA TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
Autores: Felipe Placido Batista; Paloma Natali Nardi; CÓDIGO: 57976
Andre Vinicius Camargo; Bruno Alvares; Diego da Cunha
Silveira Alves Silveira; A DIFERENÇA QUE UM CLIPE FAZ!

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 320


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

Autores: Thiago Brasileiro de Freitas; Kennya Medeiros TEMÁRIO: RADIOTERAPIA


Lopes de Barros Lima; Heloísa de Andrade Carvalho; CÓDIGO: 60275
Patricia de Azevedo Marques; Fabio Teixeira Belfort
Mattos; Alexandre Siqueira Franco Fonseca; Alexandre A RADIOTERAPIA HIPOFRACIONADA
Mendonça Munhoz; José Roberto Filassi; Silvia
Radwanski Stuart; Gustavo Nader Marta;
CONCOMITANTE À QUIMIOTERAPIA
É UMA OPÇÃO SEGURA PARA O
Instituição: FACULDADE DE MEDICINA DA
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO TRATAMENTO DO CÂNCER DE CABEÇA
E PESCOÇO LOCALMENTE AVANÇADO?
Introdução: é consenso na literatura o papel do boost UM ENSAIO CLÍNICO DE VIABILIDADE E
no ganho em controle local em pacientes submetidas à
SEGURANÇA.
cirurgia conservadora por câncer de mama e irradiação
total da mama. No entanto, a delimitação do volume do Autores: Fernando Coutinho Batista; Eronides
Salustiano Batalha Filho; André Lopes de Carvalho;
boost pode ser desafiadora e a utilização de clipes ci-
Pedro de Marchi; Heloísa Pelisser Canton; Alexandre
rúrgicos mostra-se mais fidedigna na determinação do
Arthur Jacinto;
leito cirúrgico verdadeiro. Objetivos: avaliar o papel da
Instituição: HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS;
marcação do leito cirúrgico com clipes na definição do
FUNDAÇÃO PIO XII
volume de tratamento do boost, correlacionando com a
localização clínica (quadrantes) da lesão e também ava- Introdução: Radioterapia (RT) concomitante à qui-
liar a segurança de irradiação do quadrante inteiro, na mioterapia (QT) é o tratamento padrão para o CEC de
ausência de clipes. Métodos: foram selecionadas 225 cabeça e pescoço localmente avançado (CECCPLA). O
pacientes tratadas no complexo HC-FMUSP (ICESP e IN- fracionamento alterado de RT aumenta o controle da
RAD), entre 2015 e 2016, que receberam cirurgia con- doença, no entanto esquemas com mais de 1 fração
servadora da mama com clipagem de leito cirúrgico. Fo- diária apresentam logística complexa para nosso país.
ram determinados os seguintes Volumes Alvos Clínicos Com avanço tecnológico o hipofracionamento (RTHIPO)
(CTV) : CTV mama, CTV quadrante acometido a partir de tem se tornado opção segura de tratamento para várias
dados clínicos (exame físico e imagens pré-cirúrgicas), neoplasias. Objetivo: O objetivo primário deste estudo
CTV Boost a partir dos clipes + margem (1 cm para 2 ou foi avaliar a viabilidade e segurança da RTHIPO conco-
mais clipes e 2 cm para 1 clipe), CTV quadrante menos mitante com QT em pacientes portadores de CECCPLA.
CTV Boost (= CTV-TN, irradiação de tecido normal) e CTV Análise da toxicidade aguda e controle da dor foram
Boost menos CTV quadrante (= CTV-PL, perda de área objetivos secundários. Métodos: Pacientes portadores
de leito). Resultados: a média de idade foi de 58 anos de CECCPLA em estádio III e IV, com sítio primário na
e a maioria apresentava carcinoma ductal invasivo (n = orofaringe, hipofaringe e laringe foram prospectiva-
181), cT1-cT2 (n = 179), cN0 (n = 147). A lesão primária mente recrutados para este ensaio clínico. Utilizou se
estava no quadrante súpero-lateral em 101 pacientes a radioterapia de intensidade modulada (IMRT) com a
e a mediana de clipes encontrados foi de 3. Volumes técnica SMART (dose de 55Gy em 20 frações em tumor
médios: CTV mama: 986,56cm³, CTV Boost: 37,61cm³, grosseiro e 44Gy em 20 frações em doença subclínica).
CTV quadrante: 284,55cm³, CTV-TN: 253,93cm³, CTV-PL: A dose de cisplatina foi de 35mg/m2 semanal. O tra-
6,99cm³. Em 51,1% das pacientes (n=115) o volume do tamento foi considerado completo se o paciente rece-
Boost estava totalmente englobado pelo volume do beu: mais de 90% da dose de RT, ao menos 3/4ciclos de
quadrante e em 47,5%, apenas parcialmente. Destes, QT e com tempo total do tratamento inferior a 34 dias.
19,62% apresentavam perda geográfica menor que Resultados: Entre janeiro de 2015 a setembro de 2016
10%. Em 1,3% haveria perda geográfica total. Os grupos foram recrutados 20 pacientes. Com idade mediana de
com 1 clipe e > 2 clipes não diferiram em relação ao CT- 53 anos (42-69 anos), a maioria dos pacientes (75%) ti-
V-PL (p=0,645), assim como os grupos com e sem cirur- nham doença em estádio IV (80% T3/T4 e 75% N2/N3),
gia de reconstrução de mama (p=0,491). Conclusões: performance status ECOG 1 (70%) e 60% dos casos eram
o volume do boost delimitado pelos clipes foi cerca de irressecáveis. Câncer de orofaringe foi o sítio de doença
87% menor que o do quadrante acometido. Mesmo in- mais frequente (50%) e nenhum paciente possuía imu-
cluindo todo o quadrante na fase de Boost, quase me- noexpressão de p16 positiva. Os 20 pacientes (100%)
tade das pacientes (48,9%) apresentariam uma perda receberam a dose total de RT, dezenove (95%) recebe-
geográfica se não tivessem sido utilizados clipes para ram no mínimo 3 dos 4 ciclos de QT e o tempo mediano
referência. Além disso, a irradiação de todo o quadran- de tratamento foi de 29 dias (27-34 dias). Não houve ne-
te leva à irradiação desnecessária de cerca de 26% do nhuma toxicidade de grau 4. A taxa de mucosite e der-
volume da mama. Assim, é recomendada a clipagem do mite de grau 3 foi de 40% e 30%, respectivamente, com
leito cirúrgico nas cirurgias conservadoras de mama. resolução completa em até 4 semanas. Durante o tra-
tamento, 16 pacientes (80%) necessitavam de opióides
Contato: THIAGO BRASILEIRO DE FREITAS –
para controle da dor tumoral e, após 2 meses, apenas
vjbrasileirofamilia@uol.com.br
2 pacientes (10%) ainda usavam a medicação. A taxa de
resposta foi de 90%, sendo que 55% apresentaram res-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 321


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

posta completa após 16 semanas. Conclusão: O ensaio que possuem painéis eletrônicos de imagem não tem
clínico demonstra a viabilidade e segurança do RTHIPO os custos extras de manutenção levados em conside-
para o CECCPLA em nosso meio, despontando como ração. O posicionamento final da mesa nas sessões de
um opção de tratamento, em especial para situações tratamento mostrou forte correlação com a reproduti-
de baixa disponibilidade de equipamentos de RT. bilidade garantida pelas análises das imagens. Gesto-
res devem acompanhar a evolução dos indicadores de
Contato: FERNANDO COUTINHO BATISTA –
qualidade, monitorando os custos e negociando valo-
fernandobatistams@gmail.com
res adequados para os procedimentos de acordo com
a tecnologia oferecida. Os protocolos de rotina clínica
devem ser continuamente revisados quanto a otimiza-
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA ção dos procedimentos e materiais necessários para a
CÓDIGO: 57786 garantia de qualidade no tratamento dos pacientes.
Contato: SCHARLES TRESSMANN – stressmann@gmail.
ANÁLISE DA ADEQUAÇÃO DAS TABELAS com
DE PREÇOS DE PROCEDIMENTOS PARA
A RADIOTERAPIA
Autores: Scharles Tressmann; Cláudio Barros Ohashi;
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
Victor César Sano Garcia; Mariza Tupan Guimarães;
Janete Aparecida de Souza; Simara Monique Correa de CÓDIGO: 60103
Moraes; Antônio Cássio Assis Pellizzon;
Instituição: ONCOMED ANÁLISE DA TOXICIDADE DO
TRATO GASTROINTESTINAL E
Introdução: A prática da radioterapia está, no Brasil,
TOXICIDADE DO TRATO URINÁRIO
regulamentada pela Comissão Nacional de Energia
Nuclear – CNEN. O cumprimento integral das normas
PARA PACIENTES COM CÂNCER DE
tem a função de direcionar os recursos e atividades da
PRÓSTATA, UTILIZANDO A TÉCNICA DE
rotina clínica de modo a proporcionar um patamar mí- TRATAMENTO VMAT
nimo aceitável de qualidade. A legislação, no entanto, Autores: Viviane Almeida da Silveira; Tatiana Fernandes
é frequentemente atrasada frente às atualizações tec- da Costa; Paula Cristina David Lessa Leão; Patrícia
nológicas, fazendo com que os mais atuais padrões de Martins Passos; Elisa de Oliveira Campana; Leandro
segurança e metodologias de trabalho gerem conflito Rodrigues Fairbanks; Dayanne Cesar Trevisan; Geraldo
Santos Neto; Raphael Couturato Camargo;
entre gestores e o corpo clínico. A atual referência de
valores e engessamento da possibilidade de cobranças Instituição: AMÉRICAS CENTRO DE ONCOLOGIA
INTEGRADO
adicionais ameaça a qualidade dos tratamentos de ra-
dioterapia no país. Objetivo: Otimizar a necessidade Introdução: A radioterapia é uma modalidade muito
do procedimento de conferência de posicionamento utilizada para o tratamento de câncer de próstata (CaP)
por imagem para estimar a dimensão do impacto clíni- com a glândula presente. As toxicidades do trato gas-
co e econômico provocado pela defasagem das atuais trointestinal (TTGI) e toxicidades do trato urinário (TTU)
tabelas de remuneração da radioterapia. Método: Re- são as complicações mais comuns em pacientes sub-
alizou-se na instituição verificação semanal do posicio- metidos a radioterapia para o CaP. Existem diferentes
namento de 12 pacientes através de painel eletrônico, formas de realizar a radioterapia, sendo o tratamento
totalizando 112 pares de check-films. As 12 primeiras em arco modulado (VMAT) uma das técnicas mais efi-
imagens foram utilizadas como referência. Os demais cientes devido à modulação do feixe, que permite me-
100 pares foram tabulados em subcategorias de er- lhor conformação da dose nos alvos e poupa os tecidos
ros, de – 1 a +1 cm, em intervalos de 0,25 cm. Desvios sadios; isto aumenta o ganho clínico do paciente. Para
classificados nas categorias – 0,25, 0 e +0,25 cm foram minimizar o efeito adverso, é de extrema importância
considerados irrelevantes no sentido de manutenção o preparo da bexiga e do TGI que são orientadas ao
da reprodutibilidade dos tratamentos. As variações fo- paciente durante a consulta de enfermagem. Objeti-
ram corrigidas e a posição final do paciente foi vincula- vo: O objetivo deste trabalho foi identificar os níveis
da aos parâmetros da mesa gravados pelo gerenciador de TTGI e TTU para pacientes com CaP, tratados com
de tratamentos. Resultados e Conclusão: Constatou- a técnica VMAT. Método: O trabalho avaliou 41 pacien-
-se erro de posicionamento em 40% das imagens. De tes com CaP, tratados entre junho/2015 a març0/2017,
acordo com o procedimento operacional do serviço, com técnica VMAT, energia de 6 ou 10 MV, imagens de
160 imagens extras foram necessárias para garantir a CBCT semanais. Durante a consulta de enfermagem, é
reprodutibilidade das sessões, significando um acrés- proposto um preparo com ingestão de 1,2L de água 30
cimo de custos na ordem de 333%. O valor fixo de che- minutos antes e dieta livre de resíduos e anti – flatu-
ck-films pagos por mês por paciente representa assim lenta. A análise foi feita utilizando dados das consultas
um grande entrave de viabilidade econômica. Serviços semanais feitas pela equipe de enfermagem e médica,

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 322


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

baseadas na escala de toxicidade Acute Radiation Mor- lidade (QALY). Os custos levantados se basearam nos
bidity Scoring Criteria (RTOG/EORTC) Resultados:Para valores da tabela APAC para um tratamento na dose
TTU, 26,8% dos pacientes não apresentaram nenhuma de 74 a 76Gy. Análise de sensibilidade probabilística
TTU durante todo o tratamento e nenhum dos pacien- baseada em simulação de Monte Carlo a fim de cons-
tes apresentaram TTU GRAU III E IV; 1ª semana: 19,5% truir um limiar de aceitabilidade para incorporação da
GRAU I; 2ª semana: 31,7% GRAU I, 7,3% GRAU II; 3ª se- tecnologia em questão foi desenvolvida. Resultadoa: O
mana: 31,7% GRAU I, 14,6% GRAU II; 4ª semana: 39% uso da tecnologia IMRT proporcionou um incremento
GRAU I, 17,1% GRAU II; 5ª semana: 39% GRAU I, 14,6% de 0,79 QALY, mas não se mostrou custo-efetiva em
GRAU II; 6ª semana: 28,6% GRAU I, 12,2% GRAU II; 7ª se- relação aos pacientes que receberam radioterapia pela
mana: 24,4% GRAU I, 17,1% GRAU II; 8ª semana: 26,8% técnica conformacional. A IMRT apresentou uma razão
GRAU I, 19,5% GRAU II; 9ª semana: 19,5% GRAU I, 17,1% de custo-efetividade incremental de R$10.580,98/QALY.
GRAU II; Para TTGI, 56,1% dos pacientes não apresen- Considerando um limiar de aceitabilidade de três vezes
taram nenhuma TTGI durante todo o tratamento e o produto interno bruto (PIB) per capita, segundo re-
nenhum dos pacientes apresentaram TTGI GRAU III E comendação da Organização Mundial de Saúde (2011),
IV; 1ª semana: 9,8% GRAU I; 2ª semana: 9,8% GRAU I, calculado em R$ 86.628,00/QALY, para 2016, o cenário
2,4% GRAU II; 3ª semana: 9,8% GRAU I, 2,4% GRAU II; para a incorporação dessa tecnologia se apresenta fa-
4ª semana: 4,9% GRAU I, 7,3% GRAU II; 5ª semana: 12% vorável. A probabilidade do IMRT ser custo-efetiva foi
GRAU I; 6ª semana: 7,3% GRAU II; 7ª semana: sem TTGI; de 72,5% para limiares de aceitabilidade de aproxima-
8ª semana: 4,9% GRAU I; 9ª semana: sem TTGI; Conclu- damente R$ 15.000,00.
são Concluímos que a associação do preparo correto
Contato: CLAUDIA REGINA SCARAMELLO HADLICH
com a alta tecnologia na entrega da dose e de imagem,
WILLIS FERNANDEZ – claudiarshwfernandez@gmail.
resulta na baixa TTGI e TTU.
com
Contato: VIVIANE ALMEIDA DA SILVEIRA –
vivianebomjesus@gmail.com

TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
CÓDIGO: 60001
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
CÓDIGO: 60242 ANÁLISE DO MOVIMENTO TUMORAL
EM PULMÃO NA DIREÇÃO SUPERIOR-
ANÁLISE DE CUSTO-EFETIVIDADE INFERIOR
DA TÉCNICA DE IMRT PARA O Autores: Carolina Mota Novais da Cunha; Rodrigo Rubo;
TRATAMENTO DO CÂNCER DE Instituição: HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE
PRÓSTATA LOCALIZADO MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Autores: Claudia Regina S H W Fernandez; Cid Manso de
Introdução: A movimentação respiratória pode ge-
Mello Vianna; Antonio Augusto de Freitas Peregrino;
rar incertezas na aquisição de imagens tomográficas
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER JOSÉ DE
e consequentemente na definição dos volumes alvo e
ALENCAR
entrega da dose. Utilizando a técnica 4DCT, é possível
Introdução: De acordo com os dados do Instituto Na- uma avaliação completa do movimento do tumor devi-
cional de Câncer José de Alencar (INCA), foram espera- do à respiração do paciente, permitindo maior precisão
dos, no Brasil, 61.200 novos casos de câncer de prós- no delineamento e planejamento. Objetivo: Avaliar o
tata para o ano de 2016. Estabelecido o diagnóstico, as efeito da amplitude do movimento tumoral na direção
opções terapêuticas são consideradas e se baseiam no Superior-Inferior (S-I) no delineamento e no planeja-
estadiamento, dosagem do antígeno prostático espe- mento, para o Internal Target Volume (ITV) e pulmão
cífico (PSA) e escore histológico de Gleason. Segundo ipsilateral. Método: Foi utilizado um Tomógrafo Com-
as diretrizes diagnósticas e terapêuticas do adenocar- putadorizado (CT) de 4 canais, acoplado à um sistema
cinoma de próstata publicadas (2015), a técnica de ra- de aquisição de 4D para realizar séries de imagens de
dioterapia de intensidade modulada (IMRT) apresenta um fantoma antropomórfico dinâmico de tórax. O fan-
benefício no controle da doença e a menor probabili- toma foi programado com parâmetros de movimenta-
dade de toxicidade. Objetivo: Este trabalho teve com o ção do alvo nas direções S-I em duas aplitudes (5 mm e
objetivo analisar a custo-efetividade da técnica de IMRT, 15 mm) mantendo-se fixos os parâmetros latero-lateral
na perspectiva do SUS, para o tratamento do câncer (L-L) e anterior-posterior (A-P). As séries adquiridas fo-
de próstata localizado, comparada com a técnica con- ram programadas para descrever todo o ciclo respira-
formacional. Método: Foi construído um modelo de tório e planejamentos com dois semiarcos no pulmão
Markov e uma coorte hipotética de homens de 65 a 70 direito (contendo o alvo) foram realizados com a técni-
anos foi acompanhada por 10 anos. A medida de des- ca RapidArc© do software Varian Eclipse versão 13.6 e
fecho clínico foram os anos de vida ajustados para qua- normalizados para 100% da dose em 90% do (ITV). Para

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 323


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

os planejamentos, foram utilizadas as médias das sé- neoadjuvante: 22 (76,5%) com carcinoma espinocelular
ries de CT adquiridas (modo average de resonstrução) (CEC) e 8 (23,5%) com adenocarcinoma. Todos comple-
e utilizado o fracionamento 3x18Gy. Resultados: Para taram o tratamento pré-operatório com quimio e ra-
a amplitude de 15 mm (ITV15), o volume alvo foi cerca dioterapia, sem pausas por toxicidade. Cinco pacientes
de 64% maior (VITV15mm = 14,31cm³) quando com- (14,7%) recusaram tratamento cirúrgico após resposta
parado ao volume obtido para a amplitude de 5 mm completa evidenciada em biópsias realizadas através
(ITV5) da direção S-I (VITV5mm = 8,76cm³). Os volumes de endoscopia digestiva alta. Desses pacientes, quatro
irradiados e avaliados para o pulmão direito, excluindo- permaneceram vivos e dois sem evidência de doença.
-se a lesão, são 1024,9cm³ no caso do ITV5 e 1029,3cm³ O intervalo de tempo médio após o término da neoad-
para o ITV15. O pulmão ipsilateral (excluindo-se o PTV) juvância e realização da cirurgia foi de 72 dias (variação
apresentou aumento na dose média para a amplitude 31 a 120). Dos 29 pacientes submetidos a cirurgia, 20
de 15mm (889,8cGy) em relação à amplitude de 5mm pacientes estavam vivos após seguimento mediano de
(601,1cGy) e o V20 do ITV15 e ITV5 foram 12,18% e 22,4 meses e 5 apresentaram recidiva a distancia, sem
7,18%, respectivamente. As doses máxima, mínima e nenhuma recidiva local. Dez pacientes (34,5%) obtive-
média apresentaram maior valor para o ITV5mm. Em ram resposta patológica completa, sendo que 80% des-
ambas amplitudes foram satisfeitos os constraints de tes eram portadores de CEC. Ressecção com margens
conformidade do RTOG 0915. Conclusão: A restrição microscópicas negativas foi observada em 89,6% dos
da amplitude da respiração na direção S-I diminui o casos. Com média de 22 linfonodos ressecados, 37,1%
volume do ITV, reduzindo também a quantidade de dos pacientes possuíam linfonodos comprometidos.
pulmão sadio irradiado com a dose de prescrição. Caso Houve uma morte no pós-operatório devido a compli-
não haja reprodutibilidade no padrão respiratório, o cações pulmonares. A sobrevida mediana foi de 37,5
resultado final do tratamento pode apresentar discre- meses, sem diferença significativa entre as histologias
pâncias em relação ao planejamento. (p=0,61). Para pacientes com resposta patológica com-
pleta, a sobrevida mediana foi de 39,6 meses e de 28,9
Contato: CAROLINA MOTA NOVAIS DA CUNHA – carol.
meses para os pacientes com resposta parcial (p=0,44).
novais@gmail.com
Recidiva à distância foi constatada em de 34,7% dos ca-
sos, sendo que destes 53,3% apresentavam linfonodos
comprometidos. Conclusão: tratamento pré-operató-
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA rio com quimio e radioterapia, apresenta resultados
CÓDIGO: 60214 promissores. Nossos dados apontam que a terapêutica
neoadjuvante pode contribuir para melhora na sobre-
ANÁLISE DOS RESULTADOS DE vida dos pacientes com câncer de esôfago, com ganho
em controle local e sobrevida.
RADIOTERAPIA E QUIMIOTERAPIA
NEOADJUVANTE NO CÂNCER Contato: ROBERTA GODOY DE SOUZA ROSA –
DE ESÔFAGO POTENCIALMENTE robertasrosa@gmail.com
RESSECÁVEIS
Autores: Roberta Godoy de Souza Rosa; Luana
Guerreiro; Antonio Cassio de Assis Pellizzon; Michael
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
Jenwei Chen; Maria Leticia Gobo Silva; Guilherme Rocha
Melo Gondim; Douglas Guedes de Castro; Henderson CÓDIGO: 60794
Ramos; Tharcisio Machado Coelho; Ricardo Cesar
Fogaroli; ANÁLISE DOSIMÉTRICA DOS
Instituição: A. C. CAMARGO CANCER CENTER TRATAMENTOS DE MAMA ESQUERDA
EM INSPIRAÇÃO PROFUNDA
Introdução: O câncer de esôfago é uma neoplasia ma-
ligna com baixo índice de cura, apesar da melhoria das
UTILIZANDO ABC
técnicas cirúrgicas e redução da mortalidade pós-ope- Autores: Ana Cláudia Magni De Chiara; Vilma Ferrari;
ratória. O uso da neoadjuvância em tumores poten- Paula Pratti Rodrigues Ferreira; Flavia Carolina
Grosso Gabrielli; Karina Gondin Moutinho Conceição
cialmente ressecáveis apresentou uma nova perspec-
Vasconcelos;
tiva no tratamento desses pacientes. Objetivo: avaliar
os desfechos oncológicos de pacientes portadores de Instituição: INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO
PAULO
câncer de esôfago do terço médio e distal submetidos
à neoadjuvância. Métodos: análise retrospectiva uni- Introdução: Uma forma de reduzir as complicações
-institucional de prontuários de pacientes com câncer cardíacas após o tratamento de mama esquerda (E) é
de esôfago potencialmente ressecáveis tratados com através da inspiração profunda (IP). Tal tratamento é
radioterapia neoadjuvante na dose de 41,4 Gy em 23 factível através de gerência de movimento, como, por
frações, concomitante à quimioterapia com carbopla- exemplo, Active Breathing Coordinator (ABC). Objeti-
tina e paclitaxel. Resultados: de dezembro 2012 a ja- vos: Avaliar o ganho dosimétrico ao tratar mama E em
neiro 2016, 34 pacientes foram tratados com finalidade IP com ABC. Métodos: Foram comparados planos em

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 324


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

respiração livre (RL) e IP de 11 pacientes. Todos os pla- Jenwei Chen; Cristiane de Lacerda Gonçalves Chaves;
nos foram 3D com campos tangentes e dose de 50Gy. Fernanda Belletti; Leandro Baptista; Bernardo Batista;
O estudo incluiu 2 planos de mama, 5, mama e fossa Lucas Radicchi; Júlio Somazz; Roberto Simões; Tatiani da
supraclavicular (FSC) e 4, mama, FSC e mamária interna Rocha Ribeiro; Ayron Gomes;
(MI). Foram comparados tais parâmetros: dose recebi- Instituição: INSTITUTO DO CÂNCER DO ESTADO DE SÃO
da por 95% da mama (DM95); dose recebida por 90% da PAULO; GRUPO DE APOIO AO ADOLESCENTE E CRIANÇA
mama (DM90), FSC (DFSC90) e MI (DMI90); volume do COM CÂNCER – GRUPO DE APOIO AO ADOLESCENTE E
CRIANÇA COM CÂNCER – GRAACC C
coração que recebe 25Gy (Vc25); volume do pulmão E
(Vp); volume do pulmão E que recebe 20Gy (Vp20); dose Introdução: A população pediátrica é um grupo que
média do coração (Dc) e pulmão E (Dp) e dose máxima particularmente se beneficia de margens estreitas de
na mama contralateral (Dmc), e aplicado o teste t-stu- tratamento. Afim de garantir o posicionamento fide-
dent. Todos os tratamentos foram realizados com ABC digno em relação às margens reduzidas de PTV, desen-
para garantir a reprodutibilidade do posicionamento. volvemos na nossa instituição um Protocolo de IGRT
As pacientes foram divididas em dois grupos relativos à aonde a escolha do sistema de imagem e a frequên-
dificuldade de planejamento em RL: coração adjacente cia do seu uso é individualizada de acordo com valo-
à mama (CA) e mama contralateral na entrada de cam- res de margem, técnica de planejamento e intuito do
po (MCE). Os mesmos parâmetros foram comparados. tratamento. Objetivos: Apresentar o Protocolo de IGRT
Resultados: Ao comparar os planos RL com IP, a dife- da instituição ilustrando dados retrospectivos. Resul-
rença de cobertura de DM95; DM90, DFSC90, DMI90 tados: Durante 01/02/2016 a 07/06/2017 foram regis-
aumentou, respectivamente, em 9,1; 2,8; 9,0; 0,3% da trados 200 isos para 131 pacientes, totalizando 1509
dose de prescrição. O Vp duplicou de tamanho. Hou- imagens adquiridas. Destas, 25% foram realizadas para
ve uma diminuição dos seguintes parâmetros Vc25, Dc, pacientes em tratamento sob sedação diária. Os sítios
Vp20, Dp, Dmc, respectivamente, de 6,7% (p=0,005); de tratamento incluíram Crânio (51% das imagens), Co-
2,8Gy (p=0,012); 2,9%; 1,3Gy; 6,3Gy. Foram apresenta- luna (11%), Irradiação Linfonodal Total (9%), Tórax (4%),
dos apenas valores significativos de p. Ao avaliar os dois Extremidades (4%), Abdome (13%), Pelve (3%), Tórax/
grupos, nota-se que a diferença em média de DM95, Abdome (2%) e Cabeça e Pescoço (3%). Inicialmente
Vc25, Vp20 e Dmc foi de 15% da dose de prescrição, – cada sítio foi enquadrado dentro de um protocolo: Os
6,3%, – 2,4% e – 4,6Gy para CA, e 1,3%, – 8,7%, – 7,0% e Protocolos 1 e 2 corrigem o erro sistemático residual de
– 12,5Gy para MCE. Conclusão: Ao comparar os dados setup nos 3 primeiros dias do tratamento e detectam
dosimétricos constatamos a vantagem de tratar mama erros randômicos acima da margem de PTV, através de
esquerda na IP com ABC, devido ao aumento médio da sistema de imagem Cone Beam (kV-CBCT) ou de Ima-
cobertura dos alvos, exceto FSC, e significativa redução gem Planar (XVI) respectivamente. O Protocolo 3 inclui
média da dose no coração. Ao dividir a análise em dois os pacientes que realizaram kV-CBCT diariamente, com
grupos, notamos que para CA o ganho dosimétrico é na opção de correção rotacional por mesa robótica (He-
cobertura dos alvos, enquanto para MCE, é a redução xaPod). O Protocolo 4 foi reservado aos grupos paliati-
de dose dos órgãos em risco. Isto é devido à entrada vo e neuroeixo. A maior parte das propostas iniciais de
de campo não mudar consideravelmente da RL para IP. alocação foi para o Protocolo 1 (com 104 isos), seguida
Devemos ressaltar que esta é uma fase clínica inicial, do Protocolo 2 (37 isos), Protocolo 4 (35 isos) e por fim
logo é necessário aumentar o número da amostra para Protocolo 3 (24 isos). Tal padrão de distribuição reflete a
diminuir a variação entre observadores no delineamen- rotina da instituição, aonde a maior parte dos pacientes
to e planejamento. entra no fluxo de margem de PTV ≥5mm, mais especifi-
camente com margem estreita de 5mm (adotada para
Contato: ANA CLÁUDIA MAGNI DE CHIARA – claudia.
57% de todas as imagens realizadas). Outra análise que
dechiara@gmail.com
merece menção é a alocação de 12% dos isos em pro-
tocolo de kV-CBCT diário, devido a margem de 3mm.
Como alteração de conduta frente às informações ad-
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA quiridas através do protocolo de IGRT, houveram 14 re-
CÓDIGO: 61958 alocações para protocolo diferente do inicialmente pro-
posto, 37 remarcações na pele/acessório por correção
APRESENTAÇÃO DE PROTOCOLO DE >3mm e necessidade de 01 replanejamento. Todas as
vezes que o paciente foi realocado em novo protocolo,
IMAGE-GUIDED RADIOTHERAPY (IGRT)
a migração ocorreu para a realização de kV-CBCT diário.
NA ROTINA DO DEPARTAMENTO Conclusão: Reconhecer melhor a dinâmica de posicio-
DE RADIOTERAPIA DO GRUPO DE namento na nossa instituição e em trabalhos futuros
APOIO AO ADOLESCENTE E CRIANÇA inferir margens padrões de PTV melhor condizentes
COM CÂNCER (GRUPO DE APOIO AO com a realidade do serviço.
ADOLESCENTE E CRIANÇA COM CÂNCER
Contato: MARIA LUÍSA SUCHARSKI FIGUEIREDO –
– GRAACC C)
sfmarialuisa@yahoo.com.br
Autores: Maria Luísa Sucharski Figueiredo; Michael

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 325


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

tratamento. Além destes o nível de informação dispo-


nível e da assimilação desse conteúdo, o grau de inde-
pendência do paciente e a intenção adjuvante do tra-
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
tamento parecem influenciar de maneira considerável
CÓDIGO: 60042
essa definição.

AUTONOMIA EM ONCOLOGIA: FATORES Contato: ALFREDO WALBURGO DE SOUZA PEREIRA –


QUE INFLUENCIAM A DECISÃO DO walburgo@gmail.com
PACIENTE COM CÂNCER E RISCO DE
LESÃO IRREVERSÍVEL DO APARATO
ÓPTICO TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
Autores: Luciano Leite Rolim Moreira; Alfrêdo Walburgo CÓDIGO: 59832
de Souza Pereira;
Instituição: HOSPITAL SAO MARCOS AVALIAÇÃO DAS RADIODERMITES
Introdução: Vivemos um momento histórico carac- E PRINCIPAIS FATORES DE RISCO
terizado pela ampliação dos direitos individuais do EM MULHERES SUBMETIDAS A
paciente. A decisão sobre o seu tratamento pode e RADIOTERAPIA DE MAMA
deve ser compartilhada com o próprio. Objetivo: O Autores: Larissa Fernandes da Rocha; Cláudia Pereira
objetivo do trabalho é identificar características que in- Valadão Passos; Dayse Kelly Lopes Lima; Priscylla
fluenciam a tomada de decisão por parte dos doentes Pinheiro Peralta;
com lesões de sistema nervoso central e/ou cabeça e Instituição: GRUPO COI – CLÍNICAS ONCOLÓGICAS
pescoço, operadas ou não, cujo volume alvo do trata- INTEGRADAS
mento pode comprometer o aparato óptico. Métodos:
Introdução: O aparecimento da radiodermite está
Estudo retrospectivo em 02 hospitais filantrópicos com
frequentemente associado a fatores intrínsecos do
revisão de prontuários, termos de consentimento livre
paciente e fatores relacionados ao tratamento, como
e esclarecido e fichas de tratamento de pacientes sub-
quimioterapia prévia e dose de radiação. Objetivo:
metidos a radioterapia cujas lesões e/ou volumes de
Descrever fatores de risco relacionados à incidência de
tratamento estivessem próximas às estruturas visuais
radiodermites em pacientes submetidas a radioterapia
(cristalino, globo ocular, nervo óptico e quiasma para as
em mama. Método: Estudo descritivo, realizado em
quais foram utilizados constraints de 10, 45, 50 e 50 Gy,
uma clínica de oncologia no Rio de Janeiro. Os dados
respectivamente). Incluídos pacientes com campime-
foram obtidos das evoluções de enfermagem extraí-
tria recente. Excluídos os metastáticos ou com déficit
das do prontuário eletrônico. Para a classificação das
cognitivo importante que comprometesse o entendi-
radiodermites foram usados parâmetros do Radia-
mento do TCLE. Resultados: Entre 23 pacientes com 44
tion Therapy Oncology Group (RTOG). Resultados: Os
globos oculares e idade média de 54 anos (15 – 102),
dados foram obtidos entre julho de 2015 a março de
65% eram homens. A histologia mais freqüente foi o
2017 e participaram 444 mulheres. Na amostra foram
carcinoma espinocelular (60%) e 34% tiveram pálpebra
encontradas radiodermites que variaram de 0 a grau
como topografia acometida seguida por rinofaringe
3. A maioria das pacientes (343) apresentou apenas
(26%) e seio maxilar (13%).18 pacientes apresentavam a
grau 1. Radiodermite grau 2 ocorreu em 75 mulheres
acuidade visual preservada nos dois olhos; desses, ape-
e somente 14 pacientes com grau 3. Um total de 12
nas 07 aceitaram receber dose de radiação maior que a
mulheres não teve radiodermite. Dentre as mulheres
recomendada pelos constraints clássicos. Na amostra,
que não tiveram radiodermite, a maior parte realizou
a existência de déficit visual não foi decisiva para o uso
16 frações da radioterapia e somente 1 utilizou bolus.
de dose de radiação maior que a tolerada pelos órgãos
Das 12 mulheres sem radiodermite, a maioria (10) não
de risco (OR 0,9545; 0.126 – 7.2292). Pacientes com me-
fez quimioterapia prévia, 7 utilizavam hormoniotera-
lhor performance (ECOG 0) tendem a optar pelo uso
pia e 1 era tabagista ativa. Quanto às comorbidades
de dose terapêutica enquanto aqueles com ECOG>0
9 eram hipertensas e 3 diabéticas. Das 343 mulheres
tendem a respeitar as doses de tolerância nos órgãos
com RTOG 1, a maioria (139) fez 25 frações e 14 usaram
de risco da visão (OR 1,5; 0,2622 – 8,5796) assim como
bolus. Do total de mulheres com grau 1, 160 fizeram
aqueles em tratamento adjuvante em relação a ou-
quimioterapia, 191 usavam hormonioterapia e 28 eram
tros tipos de tratamento (OR 3,125; 0,5414 – 18,0386).
tabagistas. Quanto às comorbidades, 134 eram hiper-
Conclusão: A maior autonomia e o protagonismo do
tensas e 40 diabéticas. Entre as mulheres com RTOG 2,
paciente com câncer nas decisões sobre sua saúde e
a maioria fez 30 e 25 frações e apenas 7 usaram bolus.
tratamento são aspectos que têm ganhado relevância.
O grau 2 só foi observado a partir da terceira semana
A postura diante dessa decisão naqueles com risco de
de tratamento, sendo que a maior parte das mulheres
comprometimento irreversível da visão foi influenciada
só teve na quinta semana. Dessas 75 mulheres com
pela existência de deficit visual, performance e tipo de
grau 2, a maioria (52) realizou quimioterapia, 41 usa-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 326


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

vam hormonioterapia, 11 eram fumantes ativas e havia estádio IVb. Quanto ao sítio, 33% tinham tumor da ca-
entre elas, 31 hipertensas e 12 diabéticas. Em relação vidade oral, 27% da orofaringe e 27% da laringe. Foram
à radiodermite grau 3, a maioria das mulheres fez 30 abordados inicialmente com cirurgia 30% dos doen-
aplicações e nenhuma usou bolus. O RTOG 3 só surgiu tes e 70%, foram tratados com RT associada ou não à
a partir da quarta semana, porém, com maior incidên- quimioterapia radiosensibilizante, composta principal-
cia na sexta semana. Dentre as pacientes com grau 3, mente de cisplatina. Destes, 19% foram tratados com
12 fizeram quimioterapia prévia, 5 usavam hormonio- 2D, 54% com RTC e 27% com IMRT. O seguimento mé-
terapia, 6 eram hipertensas, 3 diabéticas e somente 1 dio foi de 8,4 meses. Para a avaliação dos desfechos
tabagista. Entre as mulheres com grau 3, 9 interrompe- relacionados à xerostomia, foram considerados apenas
ram o tratamento. Conclusão: Diversos fatores podem os pacientes com seguimento mínimo de 3 meses após
influenciar no surgimento de radiodermites, portanto é o fim da irradiação e cujo escore de boca seca e saliva
necessário identificá-los precocemente para planejar o espessa não eram moderados ou severos antes da RT,
cuidado de forma eficaz e individualizada. totalizando 145 enfermos. Não foram observadas dife-
renças estatisticamente significativas de boca seca, en-
Contato: LARISSA FERNANDES DA ROCHA –
tretanto os pacientes submetidos a IMRT queixavam-se
rfernandes. larissa@gmail.com
menos de saliva espessa, aos 6 meses após o término
da irradiação, quando comparados com os pacientes
submetidos a RTC (p=0,031). Conclusões: Com relação
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA aos desfechos relacionados a xerostomia, não obser-
CÓDIGO: 59660 vou-se diferenças, aos 6 meses de término das irradia-
ções, de boca seca. Contudo, os pacientes submetidos
AVALIAÇÃO DE DESFECHOS a IMRT queixavam-se menos de ocorrência de saliva es-
pessa, quando comparados àqueles tratados com RTC.
RELACIONADOS A XEROSTOMIA EM
Trata-se, no entanto, de resultados preliminares, dado
PACIENTES COM NEOPLASIAS DE o curto seguimento médio a que foram submetidos os
CABEÇA E PESCOÇO SUBMETIDOS pacientes.
A DIFERENTES TÉCNICAS DE
RADIOTERAPIA NO BRASIL. Contato: MARCOS SANTOS – marcosrxt@gmail.com

Autores: Marcos Santos; Ryann Carvalho; Luis Felipe


de Oliveira e Silva; Ricardo Vilela; Hugo Kohler; Otavio
Curioni; Paulo Tsai; Carmen Silva Passos Lima; João
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
Pedro Perez Gomes; Aline Lauda; Bruno Resende;
Mauricio Collares; Janaína Brollo; Ronaldo Cavalieri; CÓDIGO: 59662
Fernado Obs; Robson Ferrigno; Karine Martins; Eduarto
Motta; Luis Kowalski; Christian Domente; AVALIAÇÃO DE DISFAGIA EM PACIENTES
Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA COM NEOPLASIAS DE CABEÇA E
PESCOÇO SUBMETIDOS A DIFERENTES
Introdução: O tratamento das neoplasias de cabeça
e pescoço (NCP) pode afetar funções corporais, com
TÉCNICAS DE RADIOTERAPIA NO
grande potencial de provocar comprometimento de BRASIL.
qualidade de vida (QV). Objetivo: O objetivo deste es- Autores: Marcos Santos; Ianara Brasil; Fernando Silva;
tudo, prospectivo e multi-institucional, foi avaliar des- Luis Felipe de Oliveira e Silva; Hugo Kohler; Otavio
fechos relacionados à xerostomia em pacientes com Curioni; Paulo Tsai; Carmen Silva Passos Lima; Joao
Pedro Perez Gomes; Aline Lauda; Bruno Resende;
NCP submetidos a RT e comparar os scores daqueles
Mauricio Collares; Janaína Brollo; Ronaldo Cavalieri;
tratados com RT convencional (2D), RT conformada
Fernando Obs; Robson Ferrigno; Karine Martins;
(RTC) ou RT de intensidade modulada (IMRT). Métodos: Eduardo Motta; Luis Kowalski; Christian Domenge;
Pacientes com NCP foram solicitados a completar dois
Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA
questionários: EORTC QLQ-30 e EORTC HN-43, antes
de iniciar o tratamento protocolar de sua instituição e, Introdução: O tratamento das neoplasias de cabeça e
posteriormente, a cada três meses, durante seu segui- pescoço (NCP) pode afetar uma variedade de funções
mento clínico. Os escores de desfechos relacionados corporais, com grande potencial de provocar compro-
a xerostomia (boca seca e saliva espessa) foram ava- metimento considerável de qualidade de vida (QV). A
liados no tempo 0, 3, 6 e 9 meses após o tratamento. Radioterapia (RT) é ferramenta fundamental à dispo-
A comparação se deu pelo método do quiquadrado e sição da equipe multidisciplinar e viveu, nos últimos
foi considerada estatisticamente significativa se p<0,05. anos, intenso desenvolvimento tecnológico. Objetivo:
Resultados: Foram incluídos 262 pacientes de 13 insti- O objetivo deste estudo, prospectivo e multi-institucio-
tuições espalhadas pelo país, sendo 81% do sexo mas- nal, foi avaliar a disfagia em pacientes com NCP subme-
culino, com os seguintes estadiamentos: 8% estádio I, tidos a RT e comparar os scores daqueles tratados com
10% estádio II, 20% estádio III, 52% estádio IVa e 10% RT convencional (2D), RT conformada (RTC) ou RT de

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 327


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

intensidade modulada (IMRT). Métodos: Pacientes com tratados com radioterapia (RT). Apesar de não existir
NCP foram solicitados a completar dois questionários: um único limite recomendado na literatura, o uso de
EORTC QLQ-30 e EORTC HN-43, antes de iniciar o trata- histogramas dose-volume (DVH) vem sendo usado
mento protocolar de sua instituição e, posteriormente, como referência para predizer probabilidade de toxi-
a cada três meses, durante seu seguimento clínico. Os cidade e diminuir sua ocorrência. Objetivo: avaliar os
escores de disfagia foram avaliados no tempo 0, 3, 6 e fatores associados a presença de sangramento retal
9 meses após o tratamento. A comparação se deu pelo (SR) em pacientes submetidos a RT para CaP. Métodos:
método do quiquadrado e foi considerada estatistica- análise retrospectiva uni-institucional de pacientes tra-
mente significativa se p<0,05. Resultados: Foram inclu- tados com RT com técnica conformada (3D) ou inten-
ídos 262 pacientes de 13 instituições espalhadas pelo sidade modulada (IMRT), com doses entre 70 e 78Gy.
país, sendo 81% do sexo masculino, com os seguintes Correlacionou-se a presença de SR tardio com as técni-
estadiamentos: 8% estádio I, 10% estádio II, 20% estádio cas de tratamento, dados de DVH e clínicos. Foi realiza-
III, 52% estádio IVa e 10% estádio IVb. Quanto ao sítio, da analise estatística utilizando testes de qui-quadrado
33% tinham tumor da cavidade oral, 27% da orofaringe e Breslow (Generalized Wilcoxon). Resultados: entre
e 27% da laringe. Foram abordados inicialmente com 2013 e 2016 foram tratados 1340 pacientes com CaP,
cirurgia 30% dos doentes, seguida de RT adjuvante, e com idade e seguimento medianos de 70 anos e 14 me-
70% foram tratados com RT associada ou não à quimio- ses, respectivamente. Do total, 31 (2,3%) dos pacientes
terapia radiosensibilizante, composta principalmente apresentaram SR sintomático confirmado por colonos-
de cisplatina. Destes, 19% foram tratados com 2D, 54% copia e classificados, segundo RTOG, como graus I-13
com RTC e 27% com IMRT. O seguimento médio foi de (41,9%), II-15 (48,4%) e III-3 (9,7%) pacientes, respecti-
8,4 meses. Para a avaliação do desfecho “disfagia”, fo- vamente. O intervalo entre o término da RT e o início
ram considerados apenas os pacientes com seguimen- do SR variou de 2,4 a 54 meses, com mediana de 11
to mínimo de 3 meses após o fim da irradiação e cujo meses. Observou-se que 22 (71%) dos pacientes com
escore relacionado a deglutição não era moderado ou SR apresentavam Gleason>6; 23 (74,2%) PSA <10ng/ml
severo antes da RT, totalizando 143 enfermos. Observa- e 20 (64,5%) T<T2b. Em relação às comorbidades, 14
mos uma tendência a melhora aos 6 meses em favor da (45,2%) pacientes tunham diabetes mellitus (DM); 21
IMRT, uma vez que nenhum paciente submetido a esta (67,7%) hipertensão arterial sistêmica; 18 (58,1%) mais
técnica de tratamento apresentou tal sintoma, enquan- de uma comorbidade e 11 (35,5%) faziam uso de an-
to que 16,1% (±12,9 % – IC: 95%) dos pacientes subme- ticoagulantes orais. Na análise de dados dosimétricos,
tidos a RTC apresentaram queixas a este relacionadas observou-se que nenhum dos pacientes violou as reco-
(p=0,053). Conclusões: Observou-se uma tendência de mendações institucionais de DVH (V75<15%, V70<20%,
melhora da disfagia nos enfermos seguidos por 6 me- V60<35%, V50<50%, V40<70%). Pacientes tratados com
ses quando submetidos a IMRT, em comparação aos fase única e RT3D se associaram, com significância es-
pacientes submetidos a RTC. Trata-se, no entanto, de tatística, à presença de SR (p=0,014). Dos parâmetros
resultados preliminares, dado o curto seguimento mé- clínicos, a presença de DM foi associado a ocorrência
dio a que foram submetidos os pacientes. de SR (p=0,049), sendo que na análise multivariada ob-
servou-se um risco dobrado de SR (p=0.02) nos diabé-
Contato: MARCOS SANTOS – marcosrxt@gmail.com
ticos. Conclusões: apesar do uso de DVH como refe-
rência e a permanência dos limites de dose nos níveis
recomendados, existe um risco da ocorrência de SR em
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA pacientes tratados com RT para CaP. Esse risco, apesar
CÓDIGO: 60240 de baixo (2,3% em nossa casuística) tem impacto na
qualidade de vida dos pacientes. Nossos resultados su-
AVALIAÇÃO DE HISTOGRAMA DOSE- gerem a necessidade de se atentar para a presença de
DM e escolha de técnicas de tratamento mais elabora-
VOLUME E CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS
das para se prevenir a ocorrência de SR.
DE PACIENTES COM SANGRAMENTO
RETAL APÓS RADIOTERAPIA PARA Contato: ROBERTA GODOY DE SOUZA ROSA –
CÂNCER DE PRÓSTATA robertasrosa@gmail.com
Autores: Roberta Godoy de Souza Rosa; André da Luz
Daher; Douglas Guedes de Castro; Guilherme Rocha
Melo Gondim; Maria Letícia Gobo Silva; Michael Jenwei
Chen; Henderson Ramos; Ricardo Cesar Fogaroli; TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
Tharcisio Machado Coelho; Antônio Cássio Assis CÓDIGO: 59657
Pellizzon;
Instituição: A. C. CAMARGO CANCER CENTER AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DE VIDA
EM PACIENTES COM NEOPLASIAS DE
Introdução: toxicidade retal é uma das maiores preo-
CABEÇA E PESCOÇO SUBMETIDOS
cupações em pacientes com câncer de próstata (CaP)

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 328


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

A DIFERENTES MODALIDADES DE TEMÁRIO: RADIOTERAPIA

RADIOTERAPIA NO BRASIL. CÓDIGO: 60306

Autores: Ricardo Vilela; Luis Felipe de Oliveira e Silva;


Hugo Kohler; Otávio Curioni; Paulo Tsai; Carmen Silva
AVALIAÇÃO DOS EFEITOS AGUDOS
Passos Lima; João Pedro Perez Gomes; Aline Lauda; EM PACIENTES COM CÂNCER DE
Bruno Resende; Mauricio Collares; Janaína Brollo; PROSTATA TRATADOS COM ESQUEMA
Eduardo Viana; Fernando Obs; Robson Ferrigno; Karine HIPOFRACIONADO
Martins; Eduardo Motta; Jéssica Sampaio; Marcos
Autores: Anna Carolina Couto Ribeiro Carneiro;
Santos; Christian Domenge; Luis Kowalski;
Guilherme Teodoro Gomes Lourenço; Rafael Gadia;
Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA Gabriela Silva Moreira de Siqueira; Fabio Ynoe de
Introdução: O tratamento das neoplasias de cabeça e Moraes;
pescoço (NCP) pode afetar uma variedade de funções Instituição: HOSPITAL SÍRIO-LIBANÊS
corporais, com grande potencial de provocar compro- Introdução: Estimavam-se 61.200 casos novos de cân-
metimento considerável de qualidade de vida (QV). A cer de próstata no Brasil em 2016 e em 2013, ocorreram
Radioterapia (RT) é ferramenta fundamental à dispo- quase 14 mil mortes1. A radioterapia externa é utiliza-
sição da equipe multidisciplinar e viveu, nos últimos da com 74-78Gy em 7-8 semanas. Com a radioterapia
anos, intenso desenvolvimento tecnológico. Objetivo: de intensidade modulada (IMRT), o hipofracionamento
O objetivo deste estudo, prospectivo e multi-institucio- (HRT), que consiste no tratamento com dose por fração
nal, foi avaliar a QV em pacientes com NCP submetidos maior e tempo total mais curto, vem sendo abordada2.
a RT e comparar os scores daqueles tratados com RT As taxas de toxicidade Gastrointestinal (GI) e Genitouri-
convencional (2D), RT conformada (RTC) ou RT de in- nária (GU) tendem a aumentar com o aumento da dose
tensidade modulada (IMRT). Métodos: Pacientes com ou hipofracionamento3. Objetivo: O objetivo é estimar
NCP foram solicitados a completar dois questionários: a toxicidade aguda GI e GU com o uso de HRT em pa-
EORTC QLQ-30 e EORTC HN-43, antes de iniciar o tra- cientes com câncer de próstata. Estudo prospectivo
tamento protocolar de sua instituição e, posteriormen- observacional submetido e aprovado pela Comitê de
te, a cada três meses, durante seu seguimento clínico. Ética em Pesquisa do Hospital Sírio-Libanês. Métodos:
Os escores de QV de foram avaliados no tempo 0, 3, Foram incluídos pacientes com neoplasia primária de
6 e 9 meses após o tratamento. A comparação se deu próstata histologicamente comprovada; confinada à
pelo método do teste “t de student” foi considerada próstata sem doença linfonodal; KPS >70; capazes de
estatisticamente significativa se p<0,05. Resultados: preencher questionários de qualidade de vida – EPIC e
Foram incluídos 262 pacientes de 13 instituições espa- Termo de Consentimento Livre e Esclarecido antes de
lhadas pelo país, sendo 81% do sexo masculino, com entrar no estudo. A radioterapia foi realizada com IMRT,
os seguintes estadiamentos: 8% estádio I, 10% estádio com dose de 60 Gy em 20 frações, na região prostática,
II, 20% estádio III, 52% estádio IVa e 10% estádio IVb. incluindo terço proximal da vesícula seminal com dose
Quanto ao sítio, 33% tinham tumor da cavidade oral, de 48 Gy em 20 frações, para intermediário e alto risco,
27% da orofaringe e 27% da laringe. Foram abordados com uso de radioterapia guiada por imagem-IGRT diá-
inicialmente com cirurgia 30% dos doentes e 70%, fo- rio. Foi aplicado o EPIC na consulta inicial e nos meses
ram tratados com RT associada ou não à quimioterapia 3, 6, 9, 12 e 24. Dados foram tabulados para toxicidade
radiosensibilizante, composta principalmente de cispla- aguda (até 90 dias após o término do tratamento) GI e
tina. Destes, 19% foram tratados com 2D, 54% com RTC GU, avaliadas de acordo com o National Cancer Insti-
e 27% com IMRT. O seguimento médio foi de 8,4 meses. tute Common Terminology Criteria for Adverse Events
A média do score de QV pré-tratamento e aos 3, 6 e 9 (NCI CTCAE). Resultados: Foram avaliados 63 pacien-
meses, para RT 2D foi: 67,1 – 65 – 66,7 e 72,2; para RTC: tes, com idade média de 72 anos, IPSS médio inicial de
65,7 – 76,1 – 71,1 e 70,8 e, para IMRT: 67,8 – 72,5 – 70,8 12, iPSA médio inicial de 23,2ng/dl e 36% apresentavam
e 68,1, respectivamente. Não foi observada nenhuma Gleason 6 (3+3) e 29% Gleason 7 (3+4), sendo 26% es-
diferença estatisticamente significante entre as varia- tadiados como T1c, 20% T2b, 20% T2c, 8,5% T3a e 3,5%
ções de score das técnicas de tratamento empregadas T3b.45% da amostra considerada como alto risco, 41%
(p > 0,05). Conclusões: Observamos uma tendência a risco intermediário e 13,4% baixo risco. Nas primeiras
diminuição absoluta da qualidade de vida aos seis me- 4 semanas observou-se toxicidade GI G1 em 22% e G2
ses, quando se aplica RT 2D, entretanto, sem diferença em 1,4% e GU G1 em 36% dos pacientes, G2 em 16% e
estatisticamente significativa. Não foram observadas G3 em 0,5%. As reavaliações aconteceram no terceiro
diferenças estatísticas nos seguimentos anterior (3 me- mês após tratamento, no momento com 30 pacientes
ses) ou posterior (9 meses). Tratam-se, no entanto, de com uma incidência de toxicidade GI de 10% G1, 6% G2
resultados preliminares, dado o curto seguimento mé- e 0% G3 e GU de 40% G1, 6% G2 e 6% G3 (2 pacientes
dio a que foram submetidos os pacientes. com retenção urinária). Conclusão: Desta forma pode-
Contato: MARCOS SANTOS – marcosrxt@gmail.com -se perceber que o tratamento hipofracionado é seguro
para o paciente e não demonstra diferença em toxici-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 329


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

dade aguda em relação ao fracionamento convencional Contato: DANIEL PRZYBYSZ – d.przybysz@wustl.edu


de séries históricas publicadas.
Contato: ANNA CAROLINA COUTO RIBEIRO CARNEIRO
– carol_ccarneiro@hotmail.com
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
CÓDIGO: 59779

TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
BARREIRA DE SEGURANÇA PARA
CÓDIGO: 57638
UNIDADES MONITORAS TOTAIS EM
TRATAMENTOS DE IRRADIAÇÃO DE
AVALIAÇÃO PROSPECTIVA PARA CORPO TOTAL (TBI) : UM PROTOCOLO
QUALIDADE DE VIDA, DISFUNÇÃO CANDIDATO
SEXUAL E DEPRESSÃO EM MULHERES Autores: Leandro dos Santos Baptista; Ayron Gomes;
SOBREVIVENTES DE CANCER Tatiani da Rocha Ribeiro; Bernardo José Braga Batista;
Lucas Augusto Radicchi;
Autores: Daniel Przybysz, MD; Emilly Hill, MD; Christina
Raker, ScD; Sandra Carson, MD; Jennifer Gass, MD; Don Instituição: GRUPO DE APOIO AO ADOLESCENTE E
S. Dizon, MD; CRIANÇA COM CÂNCER – GRAACC C; A. C. CAMARGO
CANCER CENTER
Instituição: WASHINGTON UNIVERSITY IN ST. LOUIS
Introdução: A irradiação corpórea total (TBI) é frequen-
Introdução: O tratamento de cancer em mulheres gera
temente utilizada para o condicionamento para trans-
um fardo que extrapola variações anatômicas. Objeti-
plante de medula óssea, pelo seu efeito imunossupres-
vo: O objetivo desse estudo é caracterizar e entender o
sivo, entre outros, propiciando a “pega” do enxerto no
impacto dessas alterações em mulheres sobreviventes
hospedeiro. Por se tratar de procedimento altamente
de cancer em relação à qualidade de vida, depressão e
complexo, faz-se necessário a utilização rotineira de
disfunções sexuais. Métodos: Pacientes auto-referidas
barreiras de segurança nas várias fases de seu proces-
após diagnóstico e tratamento de cancer foram vistas
so, para sua adequada execução. Objetivo: Estabelecer
e submetidas a três questionários estabelecidos e pa-
valores de limites de segurança nas Unidades Monito-
dronizados na literatura: Female Sexual Function Index
ras (UMs) utilizadas nos tratamentos de TBI e adicionar
(FSFI), Beck Depression Inventory (BDI) e European Or-
esses valores como uma barreira de segurança em sof-
ganization for the Research and Treatment of Cancer
tware proprietário institucional (desenvolvido para pla-
Quality of Life Questionnaire (EORTC-QOL). Os questio-
nejamento técnico de tratamento). Método: 100 proce-
nários foram usados em todas as visitas das pacientes.
dimentos de TBI consecutivos foram avaliados quanto
Os scores foram utilizados para acessar um grau base
aos seus parâmetros técnicos e estratificados de acor-
de função sexual antes, durante e depois do tratamen-
do com a Distância Ântero Posterior (DAP) em três ca-
to e follow-up, e sua relação com qualidade de vida e
tegorias: grupo 1 (10cm < DAP ≤ 20cm), grupo 2 (20cm
indices de depressão. Resultados: 114 visitas fizeram
< DAP ≤ 30cm) e grupo 3 (DAP >30cm). Foi calculada
parte do estudo (64 novas visitas, 48 follow-up). A idade
uma razão (α) da UM pela dose por dia (UM/dose ses-
média foi de 49 anos (26-64), com 80% sendo pós-me-
são) para retirar a influência da dose/sessão prescrita.
nopausa. A maioria das pacientes estão em remissão
Para cada grupo foi determinado um intervalo de con-
após tratamento para cancer de mama (39.4%) e en-
fiança (“barreira de segurança”) baseado na estatistica
dométrio (24.2%). Tratamentos prévios incluíram cirur-
de distribuição normal em que 95% dos resultados se
gia (92%), quimioterapia (63%) e/ou radioterapia (56%).
encontram em torno da média ± 1,96 desvio padrão.
Como esperado, um grau estatisticamente significativo
Resultados: Para os grupos 1, 2 e 3, com 35, 50 e 15 pa-
de disfunção sexual foi observado (FSFI score médio de
cientes, respectivamente, observamos (α ± Δα) de (16,7
10.5, 1.2-26.3). Porém, baixos scores de função sexual
± 0,4) UM/cGy; (17,8 ± 0,5) UM/cGy e (19,9 ± 0,9) UM/cGy
presente não foram correlacionados com baixo grau de
e o coeficiente de variação (Δα/α) de 2,4%; 2,8% e 4,5%.
qualidade de vida (score médio para QOL 70.7, 0-100)
Assim, na hipótese de dose/sessão prescrita de 200cGy,
ou com sintomas significativos de depressão (BDI mé-
espera-se que 95% dos planejamentos utilizem-se de
dio 11.4, 0-33). Durante follow-up, os scores de disfun-
um intervalo de confiança de 3171 até 3510UMs, 3346
ção sexual melhoraram, entretanto sem mudanças sig-
até 3755UMs e 3649 até 4325UMs para os grupos 1, 2
nificativas nos scores de depressão e/ou qualidade de
e 3. Conclusão: O protocolo candidato de utilizar um
vida. Conclusão: Dentro deste coorte de sobreviventes
intervalo de confiança se mostrou uma ferramenta útil
de cancer que buscaram por ajuda especializada, um
como barreira de segurança nos cálculos de UMs totais
grau significativo de disfunção sexual basal estava pre-
para a técnica de TBI, podendo ser implantado rotinei-
sente. Este, porém, não se é associado com um impac-
ramente. O baixo coeficiente de variação (Δα/α<5%) ob-
to negativo em qualidade de vida global ou indices de
servado corrobora a alta representatividade e utilidade
depressão.
do método, sugere que planejamentos de TBI podem

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 330


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

apresentar pouca variação no parâmetro UM/dose ses- disso, quando se compara mastectomia radical com a
são e aumenta a utilidade desta barreira por estabe- cirurgia conservadora associada a RT em pacientes com
lecer um intervalo menor de UMs aceitável para cada câncer de mama estádio inicial, não existe diferença es-
grupo de pacientes a serem tratados com TBI. tatística em relação ao controle local e sobrevida. En-
tretanto, essa abordagem em tumores ocultos deve ser
Contato: LEANDRO DOS SANTOS BAPTISTA –
realizada quando se tem um exame de imagem prévio
leandro@gruportcon.com
com alta sensibilidade, como a RM e com isso direcio-
nar melhor as áreas suspeitas. Conclusão: Este relato
de caso é relevante ao mostrar a abordagem utilizada
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA em um caso de câncer de mama primário oculto. De-
CÓDIGO: 59475 vido à raridade torna-se difícil o desenvolvimento de
protocolos de diagnóstico e tratamento baseados em
CÂNCER DE MAMA PRIMÁRIO evidências, podendo assim, incitar novos trabalhos re-
lacionados.
OCULTO TRATADO COM CIRURGIA
CONSERVADORA, QUIMIOTERAPIA Contato: MARYA LUYZA GUSMÃO E LOPES – malu_
E RADIOTERAPIA ADJUVANTES: UM gusmao@yahoo.com.br
RELATO DE CASO
Autores: Marya Luyza Gusmão e Lopes; Márjorie
Monteiro Rodrigues; Tamara Figueiredo; Denis V
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
Ferreira; Arlen de Paulo Santiago Filho; Kelly Karoline
Eugenio; Zeniclayton Lafetá Almeida Lima; CÓDIGO: 57545

Instituição: HOSPITAL DILSON GODINHO


CONCENTRAÇÕES PLASMÁTICAS
Apresentação do caso: Mulher, CPRM, 42 anos, pro- DE VITAMINA A ANTES E APÓS
cedente de Belo Horizonte-MG, apresentou linfonodo- TRATAMENTO RADIOTERAPICO DO
megalia axilar direita em outubro de 2015, submetida à CÂNCER DE MAMA E SUA RELAÇÃO
exérese da lesão e anatomopatológico compatível com
COM A TOXICIDADE AGUDA DO
carcinoma metastático e imunohistoquímica com Ki 67
de 30%, receptor de estrógeno positivo, receptor de
MÉTODO.
progesterona e HER-2 negativos sendo a mama como Autores: Carlos Antônio da Silva Franca; Carla Ribeiro
possível sítio primário. Seguiu propedêutica com exa- Nogueira Franca; Sergio Lannes Vieira; Andrea Ramalho;
Antonio Belmiro Rodrigues Campbell Penna;
mes para diagnóstico e estadiamento, com tomografias
de tórax, abdome e pelve; cintilografia óssea, mamo- Instituição: CLINICA DE RADIOTERAPIA INGA /
INSTITUTO BRASILEIRO DE ONCOLOGIA
grafia, ultrassom das mamas e tireoide; todos sem al-
terações. A ressonância magnética (RM) de mama apre- Introdução: As radiações ionizantes induzem a morte
sentou uma distorção da arquitetura em mama direita celular através da geração de radicais livres que cau-
(D) medindo 10 x 7 x 6 cm, no quadrante ínfero-medial. sam danos ao DNA e proteínas celulares. Vários efeitos
Foi submetida à setorectomia em mama D e esvazia- adversos da radioterapia têm sido associados ao pro-
mento axilar em julho de 2016 e anatomopatológico cesso de aumento do estresse oxidativo do organismo.
consistente com fibrose mamária e linfonodos livres A vitamina A é um importante antioxidante. Objetivo:
de neoplasia. Diagnosticada e estadiada com câncer Avaliar os níveis plasmáticos de vitamina A em pacien-
de mama, estádio pT0N2M0, realizou quimioterapia tes com câncer de mama submetidos a radioterapia ex-
(QT) adjuvante com doxorrubicina com ciclofosfami- terna, antes e após o tratamento, correlacionando com
da seguida de paclitaxel e após término prosseguiu o a toxicidade aguda do mesmo. Materiais e Métodos:
tratamento com radioterapia (RT) em mama D, axila e Foram incluídas pacientes tratadas pela radioterapia
fossa supraclavicular D com dose de 50 Gy em 25 fra- externa e analisados os dados de estadiamento, idade
ções, sem boost. Discussão: O câncer de mama primá- e toxicidade aguda (RTOG). Os níveis plasmáticos de
rio oculto é raro, representa menos de 1% de todos os vitamina A foram dosados antes e após o tratamento
cânceres de mama e é definido como câncer de mama radioterápico, com valores ideais entre 30-80 mcg/L.
diagnosticado fora do seio na ausência do tumor pri- A dose de radioterapia externa foi de 50 Gy em toda
mário na mama. O tratamento realizado é controver- mama e de 10 Gy no leito operatório. Análise estatística
so, tem como mastectomia e dissecção dos linfonodos através do programa SPSS 13.0. Estudo aprovado pelo
axilares os procedimentos frequentemente realizados. CEP do HUCFF-UFRJ. Resultados: Foram analisados
Devido à melhoria dos métodos de imagem, como a 230 pacientes. A idade média foi de 63,7 anos (30-81.
ressonância magnética e das técnicas da RT, a cirurgia IC95%: 62,5-64,9. DP: ±9,4). Quanto ao estadiamento,
conservadora associada à QT e RT tem sido incorpora- foram agrupadas 66 pacientes (28,7%) como Grupo 1
da. Neste relato, optou-se por essa abordagem, devi- (estádios I e IIa), 164 (71,3%) como Grupo 2 (estádios IIb
do ao menor impacto na autoestima da paciente. Além e III). O IMC médio foi de 27,9 kg/m2 (15,8-34,9. IC95%:

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 331


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

27,4-28,5. DP: ±4,3). Os níveis plasmáticos de vitamina submetidas a tratamento com técnica 2D, IMRT ou uti-
A antes da radioterapia foram de 45,2 mcg/L (17-90. lização de campos não tangentes. Os niveis I, II e III da
IC95%: 42,9-47,6. DP: ±18,3). Após a radioterapia estes drenagem axilar foram contornados, com base no atlas
níveis foram de 27,2 mcg/L (11-65. IC95%: 25,7-28,8. DP: de RTOG, e as doses de cobertura nestes níveis (espe-
±11,8), com diferença estatisticamente significante (p < cificamente o V90 e V50) calculadas. Testes estatísticos
0.0001). As toxicidades agudas foram leves (RTOG 0-1) foram utilizados para definir correlações entre variáveis
para 157 pacientes (68,3%) e severa (RTOG 2-3) para clínicas, anatômicas ou dosimétricas e a cobertura axi-
73 (31,7%). Comparando-se os níveis plasmáticos de lar. Resultados: a análise dos dados mostrou que as
vitamina A e toxicidade aguda antes e após ao trata- porcentagens de volume dos níveis axilares I, II e III re-
mento radioterápico, observou-se média de vitamina cebendo no mínimo (>) 90% da dose prescrita para a
A nas pacientes com toxicidade leve de 48,0 mcg/L e mama (V90) foram 31,8% (SD 23,1%), 22,7% (SD 19,7%)
28,4 mcg/L e nos pacientes com toxicidade moderada e 1,4% (SD 6,1%), respectivamente. O V50 para os mes-
de 39,4 mcg/L e 24,7 mcg/L, respectivamente, com dife- mos níveis foram, respectivamente, 55,2% (SD 24,7%),
rença significativa (p < 0.001. ), as pacientes com maior 49,3% (SD 23,6%) e 9,8% (SD 16,1%). Os testes de corre-
toxicidade tinham menores valores de vitamina A, tan- lação demonstraram associação entre: o volume do CT-
to antes da radioterapia como queda mais significativa Vmama, o índice de conformidade definido pelo RTOG
após a radioterapia. Conclusão: Neste trabalho houve (CI), a distância entre o limite superior do PTV e a cabe-
redução significativa nos níveis plasmáticos de vitamina ça umeral, e o tipo de cirurgia realizada. Estas associa-
A em pacientes submetidos a radioterapia, assim como ções foram estatisticamente significativas (p<0,05). Não
piores índices de toxicidade aguda, sugerindo atenção houve diferença de cobertura em relação às variáveis:
ao aporte nutricional deste micronutriente, uma vez de- tamanho tumoral (T), status linfonodal (N), lateralidade
monstrada sua relação com a função antioxidante. da mama, e quadrante. Conclusão: em pacientes com
câncer de mama tratadas com radioterapia de campos
Contato: CARLOS ANTONIO DA SILVA FRANCA –
tangentes, a cobertura axilar é baixa (sendo a cobertura
csfranca. cf@gmail.com
do nível I maior que a do nível II, e a cobertura do nível
III mínima). Deve-se considerar com cautela o uso desta
técnica quando há intenção de tratamento específico
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA da axila. Fatores clínicos, anatômicos e dosimétricos
CÓDIGO: 61155 influenciam na distribuição da dose na axila, e podem
auxiliar na definição de volumes e técnica empregada.
DESCRIÇÃO E ANÁLISE DA COBERTURA Contato: RAMON PITHON PEREIRA GATTO –
DE DRENAGEM AXILAR EM PACIENTES ramongatto@yahoo.com.br
COM CÂNCER DE MAMA TRATADAS
COM RADIOTERAPIA UTILIZANDO
CAMPOS TANGENTES
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
Autores: Ramon Pithon Pereira Gatto; Kenia Santos dos
CÓDIGO: 59591
Reis; Luciana Vignoli Guzella da Silva; Wagner Paniago
de Souza; Milton João Ramim Junior; Arthur Accioly
Rosa; DIRETRIZES DAS PRÁTICAS CLÍNCAS
Instituição: HOSPITAL SÃO RAFAEL PARA TRATAMENTO EM CÃES E
GATOS COM RADIOTERAPIA: REVISÃO
Introdução: estudos publicados nos últimos anos ava- SISTEMÁTICA E METANÁLISE
liaram a eficácia do tratamento com radioterapia uti-
Autores: Natália Oyafuso da Cruz; Helena Regina
lizando campos tangentes, no controle local da axila
Comodo Segreto; Roberto Araújo Segreto; Teresa
em pacientes com câncer de mama com comprometi-
Raquel de Moraes Andrade;
mento linfonodal axilar. Uma das hipotéses para este
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
resultado é que a dose de radiação recebida pela axila
seria suficiente para tratamento de doença microscó- Com o aumento da expectativa de vida dos animais de
pica. Objetivo: descrever a cobertura de dose na axila estimação, aumenta também a incidência do câncer em
em pacientes com câncer de mama, tratadas com ra- cães e gatos. O manejo do paciente com câncer é bas-
dioterapia de campos tangentes e planejamento tridi- tante complexo e determinar a melhor modalidade de
mensional, e analisar a influência de fatores clínicos, tratamento ou combinação dela pode ser um desafio.
anatômicos e dosimétricos nestes resultados. Método: As opções de tratamento tradicionalmente usadas são:
foram avaliados retrospectivamente os planos de 239 cirurgia, radioterapia e quimioterapia. A radioterapia
pacientes com câncer de mama, tratadas consecutiva- é uma modalidade bastante efetiva no tratamento de
mente entre 2012 e 2015, com campos tangentes e pla- tumores sólidos em animais. No Brasil, ela é pouco co-
nejamento tridimensional exclusivamente, sem cam- nhecida e indicada entre os profissionais na medicina
pos direcionados à drenagem, e excluídas pacientes veterinária. A dificuldade em se aprimorar na área de

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 332


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

radioterapia veterinária em território nacional inspi- advanced disease and are not surgical candidates.
rou o tema desse trabalho, que teve com o objetivo a Symptomatic gastric bleeding can occur in at least 10%
revisão sistemática e metanálise dos estudos clínicos, of patients. Several studies report on the effectiveness
inserindo-os na prática clínica cotidiana. Foram utiliza- of Radiotherapy (RT) in the palliation of GC bleeding.
das as bases de dados eletrônicas do Pubmed e Scie- However, clear definitions of successful palliation are
lo para pesquisar a literatura publicada até janeiro de usually not stated. In addition, the duration of palliation
2017 sobre radioterapia veterinária, usando os seguin- is not reported. Objectives: To assess the efficacy of
tes termos de busca: “dogs”, “canine”, “cats”, “feline”, RT in Patients with gastric cancer submitted to palliative
“radiotherapy”, “ionizing radiation”. Foram incluídos es- radiotherapy with hemostatic intent. Material and me-
tudos clínicos em cães e gatos que avaliaram a eficácia thods: We retrospectively reviewed the clinical data of
e segurança do tratamento com radioterapia para di- all patients who received palliative RT for GC bleeding at
versos tipos de tumores. Foram excluídos os artigos de our institution between 2010 and 2015. We included pa-
idiomas que não fossem português, inglês ou espanhol; tients with biopsy proven GC that were not candidates
trabalhos com humanos e estudos pré-clínicos que não for surgery due to unresectable or metastatic disease
foram utilizados com fins de tratamento; e revisões, or clinical condition. Our primary endpoint was event-
cartas, editoriais e resumos. Dentre os comparadores -free survival (EFS), defined as absence of new episode
selecionados, comparamos a resposta da radioterapia of bleeding, drop of hemoglobin > 2 points, need for
exclusiva com a radioterapia associada à quimioterapia blood transfusion or death from tumor bleeding. Se-
e/ou cirurgia. Os estudos foram identificados pela leitu- condary outcomes was overall survival. Results: We
ra do título e abstract e, tanto os selecionados, quanto identified 122 patients who received palliative RT for GC
os que não ofereceram informação suficiente sobre os bleeding. Median age was 64.6 years (range, 26 to 93),
critérios de inclusão, seguiram para avaliação na inte- patients were predominantly male (70.5%).76.2% of pa-
gra. Foram encontrados 2.959 artigos relacionados com tients had metastatic disease, with KPS>70 in 52%. Me-
os termos de busca. Após exclusão pela leitura do título dian event-free survival was 81 days. Median survival
e abstract, foram selecionados 219 estudos. Seguido was 65 days. RT regimens ranged from 5 Gy in 1 fraction
da leitura na integra, 20 trabalhos corresponderam à to 40 Gy in 16 fractions. Most patients (69%) were tre-
questão estrutura pelo presente estudo. Para a meta- ated with a total of 20Gy in 5 fractions (BED 28Gy10).
nálise, apenas 4 artigos, relacionados a tumor nasal EFS was better in patients who received BED ≥ 28Gy10
canino, foram selecionados por apresentarem os mes- (p=0.023).10.6% of patients were subsequently re-tre-
mos desfechos. Com base nos estudos publicados até o ated with palliative RT. Conclusions: In our analysis,
início desse ano, pôde-se concluir que não há diferença median effective palliation lasted for 2.7 months. BED ≥
significativa entre os métodos terapêuticos utilizados 28Gy10 is recommended to avoid new events and need
em tumores nasais em cão, porém a resposta ao tra- for retreatment.
tamento tende a ser favorável à radioterapia exclusiva.
Contato: CRISTIANE DE L. G. CHAVES –
Contato: HELENA REGINA COMODO SEGRETO – hrcs. CRISLGCHAVES@GMAIL. COM
dmed@epm.br;hsegreto@ig.com.br

TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA CÓDIGO: 61817
CÓDIGO: 61822
ELEMENTAL DISTRIBUTION IN AORTIC
EFFICACY OF PALLIATIVE AFTER TREATMENT OF RADIOTHERAPY
RADIOTHERAPY IN PATIENTS WITH AND CHEMOTHERAPY IN WISTAR RATS
GASTRIC CANCER BY LOW ENERGY X-RAY FLUORESCENCE
Autores: Cristiane de Lacerda Gonçalves Chaves; SPECTROSCOPY
Heloisa de Andrade Carvalho; Lismara Ribeiro Pereira; Autores: Andrea Mantuano; Carla Lemos Mota; Arissa
Stephanie Reis Ramacciotti; Aurélio Teixeira Souza; Pickler; Gabriela Sena; Delson Braz; Camila Salata;
Karina Moutinho Vasconcelos; Diego Augusto Santos Carlos Eduardo de Almeida; Alessandra Gianoncelli;
Toesca; André Tsin Chih Chen; Fanny Nascimento Costa; Regina Cely Barroso;
Instituição: FACULDADE DE MEDICINA DA Instituição: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO JANEIRO
Introduction: Gastric cancer (GC) is the fourth most Breast cancer (BC) is the most frequent cancer and the
common neoplasm in men and the fifth most common leading cause of cancer-related mortality in women.
in women worldwide. In Brazil, 20.520 new cases were The developments in the treatment techniques for the
estimated in 2016. Surgery is the primary treatment, BC, which include chemotherapy (CT) and/or radiothe-
however a significant portion of patients present with

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 333


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

rapy (RT), increased the survival rates for this type of lismo os cânceres de laringe mantém prevalente em
cancer. One late complication induced by BC treatment nosso meio. A estimativa de incidência para 2016 foi de
is the aortic structure impairment. Destructive effects mais de 7 mil novos casos de Câncer de Laringe (CL) no
of RT and/or CT on the arteries have been proven by Brasil. Objetivo: Descrever o estadiamento, tratamen-
many prospective studies; however, there is a limited to e resultados nos pacientes com câncer de laringe
data on great vessels, like aorta. The mechanisms by (CL) obtidos em uma instituição de referencia no Nor-
which BC therapy agents cause negative arterial re- deste brasileiro. Método: estudo observacional, descri-
modeling remain still unclear. Soft X-rays can provide tivo, retrospectivo, onde analisamos os pacientes com
good contrast in absorption imaging as a result of the CL tratados na LIGA CONTRA O CÂNCER, durante o pe-
high absorption cross sections of C, N and O Kα shells, ríodo de 2002 a 2012. Identificamos 931 pacientes 85,2
the main organic matter constituents, in the soft X-ray homens, 89,6% fumantes ou ex-fumantes. Descreve-
regime. Some elements, like magnesium (Mg) and Iron mos os achados dessa população. Resultados: Os pa-
(Fe), are associated with the prognosis of aorta altera- cientes atendidos eram predominantemente do estado
tions. The deficiency of Mg is strongly associated with do Rio Grande do Norte (87%). Faixa etária de 22 a 96
aorta calcification. The high incidence of cardiovascular anos, com pico de incidência na sexta década. Mais da
mortality is partially credited to increased intimal and metade dos pacientes não tinham o nível fundamental
medial calcifications of the aorta [1]. In previous study completo. Um total de 468 pacientes (51%) receberam
[2] by using Low Energy X-ray Fluorescence – LEXRF, radioterapia (RT) com ou sem quimioterapia concomi-
we demonstrated that some elements are involved in tante, como tratamento inicial e 463 (49%) receberam
destructive effects of RT and/or CT on cardiac tissues, cirurgia (CR). Quanto ao estadiamento: T1 (27,4%), T2
using an animal model with Wistar rats. In this work, we (13,2%), T3 (24,8%) e T4 (34,6%); N0 (68,9%), N1 (10,4%),
performed LEXRF analyses in order to evaluate the dis- N2 (12,7%) e N3 (8%); I e II (36,9%) e III e IV (63,1%). Ao
tribution of Na, Mg and Fe in aorta walls of Wistar rats, analisar o grau histológico temos que 86,6% eram grau
after BC treatment. All the experiments were carried II. Dos pacientes tratados com RT, 51% eram estádio T1
out at the TwinMic beamline at Elettra Synchrotron faci- ou T2 e dos pacientes tratados com CR 77,5% eram es-
lity. Simultaneous acquisition of LEXRF and absorption tádio T3 ou T4. Até o ano de 2007 todos os planejamen-
maps suggest that the combined chemotherapy and tos da radioterapia foram com técnica 2D, a partir de
radiotherapy caused more damage to the aortic tissue 2008 todos os pacientes passaram a ser tratados com
as compared to radiation therapy alone. In particular, it técnica 3D ou IMRT. Conclusões: Observamos que a
was found that Mg intensity decreases and Fe intensity soma dos fatores, baixa escolaridade e tabagismo for-
increases when compared with control samples, which ma predominantes. Os pacientes tinham o diagnóstico
indicate aortic calcification. These findings add an in- fechado, predominantemente, na sua forma mais avan-
-depth understanding of the mechanisms involved in çada da doença. Existiu um equilíbrio entre o número
the development of cardiovascular complications for de pacientes tratados com CR ou RT. A maior parte dos
the successful treatment of patients with BC. [1] L. Lou- pacientes com estádio T3 ou T4 foram trados com CR
vet, J. Büchel, S. Steppan et al., Nephrol Dial Transplant e a maioria dos pacientes com estádio T1 ou T2 foram
28 (4), 2013. [2] A. Mantuano, R. C. Barroso, A. Gianon- tratados com RT.
celli, et al., American Journal of Analytical Chemistry, 7
Contato: EDILMAR DE MOURA SANTOS – edilmar.
(754), 2016.
radioterapia@gmail.com
Contato: ANDREA MANTUANO COELHO DA SILVA –
mantuanoandrea@gmail.com

TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
CÓDIGO: 60752
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
CÓDIGO: 59548 ESTUDO PARA DESENVOLVIMENTO
DE UM SISTEMA INSTITUCIONAL
ESTUDO OBSERVACIONAL DESCRITIVO PADRONIZADO DE INCIDENTES EM
SOBRE O DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO RADIOTERAPIA
DO CÂNCER DE LARINGE Autores: Karine Rocha Ramos da Silva; André Luiz de
Autores: Edilmar de Moura Santos; Denise Barros de Carvalho Ribeiro; Arnaldo de Lima da Silva; José Gustavo
Azevedo; Andrea Paula Bezerra; Igor Rebouças de Rodrigues Moreira; Flávia Cristina Silva Teixeira;
Castro; Maria Carlota Rodrigues Mendes; Rosa Maria Instituição: UNIVERSIDADE DO GRANDE RIO
Xavier Faria Najas; Karynne Maria Oliveira da Trindade
Medeiros; Lúsio Araújo Lopes Junior; Gabriela Lima A radioterapia e a cirurgia,tornaram-se as modalida-
Nobrega; des terapêuticas mais usadas e com maior sucesso dos
Instituição: LIGA RIO-GRANDENSE COMBATE AO CÂNCER tratamentos para o câncer. Para melhorar a eficácia e
aumentar as chances de cura dos pacientes, a radio-
Introdução: Com a manutenção do tabagismo e eti-
terapia vem sendo aprimorada. Mesmo com avanços

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 334


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

tecnológicos, muita coisa ainda deve ser feita para que a personalização do tratamento. Objetivo: O objetivo
haja sucesso no tratamento, principalmente em relação primário foi avaliar o impacto na sobrevida global (SG)
a segurança. Durante a última década, foi desenvolvida de mutações no IDH1 e TERT em pacientes com glioma
uma maior consciência dos riscos no tratamento médi- de alto grau. Os objetivos secundários foram avaliar a
co, especialmente os riscos que podem ser minimiza- correlação da SG com o uso de radioterapia (RT) bem
dos ou evitados (KOHN, 2000). Após muitas abordagens como a técnica utilizada, regime de quimioterapia (QT
para debater a melhora da segurança do paciente e a concomitante ou seqüencial) e a extensão da cirurgia
qualidade do tratamento, foi reconhecido que a apren- (ressecção total, parcial ou biópsia). Métodos: Foram
dizagem com os incidentes é um papel fundamental, analisados o perfil de mutação nos genes IDH1 e TERT
sendo assim foi iniciado um estudo em junho de 2010 em 136 pacientes portadores de gliomas tratados de
pela American Association of Physicists in Medicine 2000 a 2013. Destes, 87 pacientes com gliomas de alto
(AAPM) para promover o desenvolvimento e a utiliza- grau foram incluídos neste estudo. Para as análises de
ção de sistemas de aprendizagem em incidentes em sobrevida, foram utilizadas as curvas de Kaplan-Meier
radioterapia. Atualmente existem ferramentas que au- com teste de Log-Rank e para a avaliação do Risco Rela-
xiliam na gestão de qualidade e aprendizagem de inci- tivo foi usado o modelo de Regressão de Cox, com nível
dentes e quase acidentes na Europa e Estados Unidos: de significância < 0,05. Resultados: Dos 87 pacientes,
ROSIS, SAFRON, RO-ILS e PRISMA. No Brasil ainda não 82,8% foram classificados como GBM. A idade media-
foram realizados estudos sobre este tipo de tema na na foi de 54,3 anos e a mediana da SG foi de 17,7 me-
radioterapia, foi enxergada a necessidade da criação de ses.19% dos tumores expressaram mutação do IDH e
um sistema de aprendizado sobre incidentes, a fim de 81% eram IDH selvagem (WT). Pacientes com mutação
promover melhorias no atendimento, eficácia no trata- IDH apresentaram melhor SG quando comparados aos
mento e proporcionar também o aprimoramento dos IDH WT (mediana de SG 45,4 m vs.5,65 m., p <0,0001).
profissionais, o que já contribuiria diretamente para di- A mutação TERT esteve presente em 59 pacientes e foi
minuição dos incidentes. Desta forma, entende-se que considerada um fator prognóstico adverso (SG media-
a formulação de um sistema de coleta de dados, que na 5,52 m. vs.19,34 m. p <0,0001). Objetivos: Os ob-
se encaixe na realidade e características dos serviços jetivos secundários, a omissão da RT foi relacionada à
de Radioterapia, poderá apontar as principais questões redução da SG (mediana 1,7 meses vs 13,6 meses, p
que muitas das vezes passam despercebidas, mas so- <0,0001). O uso de RT conformada (3D) teve um impac-
madas a fatores diversos, podem causar incidentes. to favorável na SG quando comparado à RT 2D (16,48
Objetivo: Mostrar essas atuais ferramentas e seus re- m versus 5,32 m, p <0,0001). Os pacientes que recebe-
sultados, mostrando como podemos criar no Brasil um ram QT e RT apresentaram melhor SG do que aqueles
Sistema Padronizado de Incidentes em Radioterapia que não receberam QT (19,07 m vs.3,42 m., p <0,0001),
(SPIRad) institucional e protocolos voltados para nossa mas não houve diferença em SG comparando regimes
realidade. concomitantes com sequenciais (p = 0,168). A extensão
da ressecção cirúrgica não teve impacto na SG (p = 0,2).
Contato: KARINE ROCHA RAMOS DA SILVA – karine.
Conclusão: Na amostra analisada, a presença da mu-
ramosrocha@gmail.com
tação no IDH1 foi um fator prognóstico favorável, as-
sim como a presença de mutação no TERT foi um fator
prognóstico adverso. Apesar de não haver tratamentos
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA específicos, essas informações podem ser importantes
CÓDIGO: 59714 para a sinalização de fatores preditores de sobrevida
em pacientes portadores de gliomas de alto grau.
EXISTE CORRELAÇÃO ENTRE A Contato: DANILO NASCIMENTO SALVIANO GOMES –
SOBREVIDA GLOBAL E O PERFIL DE drdanilosalviano@hotmail.com
MUTAÇÃO DOS GENES IDH1 E TERT NO
GLIOMA DE ALTO GRAU?
Autores: Danilo Nascimento Salviano Gomes; Isabela
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
Cortez Cucolicchio; Sergio Vicente Serrano; Rui Manuel
Reis; Adriana Cruvinel Carloni; Maria Luisa Spina; Allan CÓDIGO: 61376
Dias Polverini; Caio A. Dantas Pereira; Luciano Neder;
Diego de Souza Lima Fonseca; Marcos Duarte de É POSSÍVEL RESPEITAR AS DOSES DE
Mattos; Allisson Bruno Barcelos Borges; TOLERÂNCIA DOS ÓRGÃOS DE RISCO
Instituição: HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS PARA O CÂNCER DE PRÓSTATA COM A
Introdução: Apesar do avanço nas últimas décadas TABELA SUS?
no tratamento dos gliomas de alto grau, a sobrevida Autores: Euclydes Borguezan Neto; Maira Mangerona
global mediana ainda permanece aquém de outras Camplesi; Felipe Teles Arruda; Fabrício A. de Lima;
neoplasias. Alguns marcadores genéticos/moleculares Isabela Soares Lopes Branco; Marília L. R. Santo;
Edenyse C. Bertucci; Alexandre C. Bruno; Gustavo L.
surgem como fatores prognósticos importantes para
Barbi; Juliana Fernandes Pavoni; Gustavo Viani Arruda;

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 335


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

Instituição: HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE Autores: Ana Beatriz Abido Ribeiro; Douglas Guedes
MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE de Castro; Elson Santos Neto; Antonio Cassio Assis
SÃO PAULO Pellizzon; Maria Leticia Gobo Silva; Guilherme Rocha
Melo Gondim; Michael Jenwei Chen; Martha Motono
Introdução: Atualmente, o Sistema Único de Saúde re- Chojniak; Ricardo Cesar Fogaroli;
aliza o financiamento de tratamentos utilizando radia-
Instituição: A. C. CAMARGO CANCER CENTER
ção ionizante baseado em valores contidos na tabela
SUS. Esta tabela limita a ampliação de quantidade de Introdução: Hemangioma de Coróide (HC) é um raro
campos fixando, nos casos de neoplasia de próstata, a hamartoma vascular benigno, podendo cursar com
utilização de 144 campos (Conformacional), fato este perda visual. Fotocoagulação é o tratamento usual, mas
que impede a incorporação de novas tecnologias. A fi- há evidência de alta taxa de recorrência e piora visual.
xação destes 144 campos independe do estadiamento Braquiterapia Episcleral (BTE) é usada no tratamento
clínico do paciente e da dose prescrita. Objetivo: Este de doenças malignas oculares e seu uso com menor
trabalho objetivou demonstrar que o número de cam- dose tem se mostrado eficaz também para condições
pos cobertos pela tabela SUS influencia nas doses de benignas. Apesar de trazer consigo o risco de toxicida-
restrição para o tratamento do câncer de próstata com de rádio-induzida, esta técnica permite um tratamento
dose alta de radioterapia. Métodos: Foi realizado 120 mais restrito, minimizando tais efeitos colaterais. Ob-
planejamentos de 15 pacientes com neoplasia de prós- jetivo: Experiência clínica com BTE em pacientes com
tata utilizando diferentes volumes alvos segmentados: HC circunscrito, analisando controle local (CL), acuidade
(1) somente próstata; (2) próstata mais terço proximal visual (AV) e toxicidade. Método: Análise retrospectiva
das vesículas seminais; (3) próstata mais toda vesícula de pacientes com HC circunscrito submetidos à BTE.
seminal, utilizando 3, 4 e 5 campos, totalizando 111, 148 Dados coletados: idade, material radioativo (I-125 ou
e 185 campos. Em todos os planos a dose prescrita foi Ru-106), tratamentos prévios, espessura e diâmetro ba-
de 74 Gy entregue em 37 frações. Quanto à limitação sal do tumor, dose (Gy), AV pré e pós-BTE e toxicidade.
de dose em estrutura de riscos, foram avaliados va- Mensuração da lesão feita por ultrassonografia (USG)
lores de volumétricos e doses máximas: como bexiga ocular. BTE com placa oftálmica customizada e fixada
(15,25,35,50% – 80,75,70,65Gy), fêmur direito e esquer- por pequena cirurgia. Seguimento regular com retino-
do (DMÁX,5,15% – 55,50,45Gy) e reto (15,25,20,35,50 grafia, USG ocular e verificação da AV, os quais emba-
– 75,70,65,60,50Gy). Resultados e Discussões: Uti- saram a avaliação da resposta ao tratamento. Resposta
lizando um critério de aprovação de planos de até 3 completa (RC) foi definida como lesão não mensurável
constraints não excedidos (máx.10% acima da dose pela USG, resposta parcial (RP) como diminuição e, pro-
limite), observou-se que para o volume segmentado gressão de doença (PD), como aumento do diâmetro
(1) foram aprovados 7, 73 e 100 % (p<0.05) dos planos da lesão. Resultado: 10 pacientes tratados entre 2005
para 3, 4 e 5 campos, respectivamente. A porcentagem e 2015 se enquadraram nos critérios de inclusão, com
de aprovação cai para os volumes (2) e diminui ainda seguimento mediano de 26 meses (3-125m). Idade me-
mais para o (3) : 0, 33 e 20 % (p<0.05). Na totalidade dos diana: 39 anos (25-61). AV pré-BTE variou entre 0,1 e
planos, independendo da segmentação do alvo: 4, 53 “movimento de mão”, sendo que 7 possuíam AV muito
e 60% dos planos foram aprovados utilizando 3, 4 e 5 diminuída.20% dos pacientes realizaram tratamentos
campos (p<0.05). Conclusões: O aumento do numero prévios. O diâmetro máximo mediano do tumor foi de
de campos no planejamento do câncer de próstata per- 10,37mm (6,85 – 13,66) e espessura de 5mm (3,32-7).
mitiu respeitar as doses de restrição dos órgãos de ris- Placa de I-125 utilizada em 9 pacientes; Ru-106 em 1
co para o tratamento com radioterapia com dose maior paciente. Doses medianas no ápice e na base foram
que 74 Gy. Quantitativamente tornou-se possível a visu- 51,67Gy (41,38-106,10) e 122,25Gy (102,10-377,30), res-
alização, não apenas, da necessidade de incorporação pectivamente. No seguimento, um paciente (10%) evo-
de um maior numero de campos para o tratamento do luiu com PD, 70% obteve RP e 20% RC. Pacientes com
câncer de próstata, mas revelou também a necessidade tratamentos prévios cursaram com RP. CL bruto foi de
da implementação de novas tecnologias, como IMRT, 90% e CL atuarial de 100% em 2 anos e 80% em 3 anos.
para os casos em que não foi possível respeitar a dose Seis pacientes relataram melhora na AV e um teve piora
de restrição com técnica 3D mesmo com o aumento do considerável da mesma. Dois pacientes apresentaram
número de campos. toxicidade: dor ocular e retinopatia. Conclusão: Consi-
derando-se a raridade do HC, esta se mostra uma das
Contato: EUCLYDES BORGUEZAN NETO –
maiores e mais maduras série de casos. HC circunscri-
eborguezan@gmail.com
to pode ser efetivamente manejado com BTE, com alta
taxa de CL, baixa toxicidade e melhora da AV na maioria
dos pacientes.
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA Contato: ANA BEATRIZ ABIDO RIBEIRO –
CÓDIGO: 59918 anabeatrizaribeiro@gmail.com

HEMANGIOMA DE CORÓIDE E
BRAQUITERAPIA EPISCLERAL: MANEJO E
DESFECHO DE 10 PACIENTES. TEMÁRIO: RADIOTERAPIA

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 336


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

CÓDIGO: 61800 TEMÁRIO: RADIOTERAPIA


CÓDIGO: 60138
HEMATOPOIESE EXTRAMEDULAR:
RELATO DE UM CASO TRATADO COM HIPOFRACIONAMENTO EM CANCER
RADIOTERAPIA DE PROSTATA: RESULTADOS
Autores: Sarah Rossi Arzeno; Gunther Alex Schneider; PRELIMINARES
Gabriela Werlang Schorn; Roselie Corcini; Felipe Pomatti Autores: Thais Moreno Casagrande;
Chedid Lisboa; Ana Carolina Bagrichevsky Muller; Instituição: INSTITUTO ONCOLOGICO
Instituição: SANTA CASA DE PORTO ALEGRE
Introdução: Novos protocolos de hipofracionamento
Introdução: Hematopoese extramedular representa o para cancer de prostata foram lancados em recentes
crescimento de células hematopoiéticas fora da medu- estudos, em destaque o RTOG0415, seguindo este pro-
la óssea. É um fenômeno compensatório em anemias tocolo nossa institutição comecou a implementação
hemolítcas crônicas principalmente talassemias (1,2), deste protocolo cerca de um ano atrás visando os be-
encontrada de maneira incidental ou com sintomatolo- nefícios desta modalidade como a redução no tempo
gia dependendo da região acometida. Na literatura são de tratamento. Objetivo: Este trabalho visa coletar os
encontrados apenas relatos de casos ou séries cujas resultados do tratamento de cerca de 80 pacientes com
opcões terapêuticas incluem hidroxiuréia, tranfusões cancer de próstata submetidos a radioterapia externa
sanguíneas, cirurgia, radioterapia ou combinação destas utilizando o hipofracionamento. Método: Foram sele-
modalidades. Neste relato apresentamos um caso de cionados 80 pacientes tratados com radioterapia ex-
hematopoiese extramedular tratado com radioterapia. terna com tecnica tridimensional usando hipofraciona-
Relato do caso: Paciente do sexo feminino, 31 anos com mento com dose total de 70GY em 28 frações, portanto
diagnóstico de beta talassemia Major referindo dor em uma dose diária de 250CGY usando 5 campos dia usada
região esternal com uso frequente de opióides. Realiza- margem de 0.8cm em todas as direções de CTV para
da tomografia de tórax que evidenciou lesão expansiva PTV, sem uso de IGRT diário. Cerca de 50% dos pacien-
lobulada paravertebral torácica e na região esternal. En- tes utilizaram da hormonioterapia. Foram analisados
caminhada pela hematologia ao serviço de radioterapia. o PSA pré e 6 meses após o tratamento, complicações
Após revisões na literatura indicamos radioterapia com durante o tratamento correlacionando com dados dosi-
plenajamento tridimensional utilizando Acelerador Line- métricos de cobertura do PTV (dose que chega em 95%
ar com Feixe de Fótons na dose de 20 Gy em 10 frações do PTV), e constraints de reto e bexiga. Os contraints
dirigido às áreas dolorosas junto ao esterno. O trata- analisados foram retirados do RTOG0415. Resultados:
mento foi bem tolerado pela paciente que apresentou Após o tratamento 100% dos pacientes tiveram uma
paraefeitos usuais e melhora importante do quadro álgi- queda média no PSA de 78%, 26% apresentaram disuria
co com redução significativa do uso de analgésicos. Revi- durante o tratamento e 10% diarreia. Análise das corre-
são de literatura Apesar de ser uma condição rara, esta lacoes de cobertura do PTV com PSA pós tratamento,
patologia é bastante frequente nos casos de anemias cobertura de PTV e percentual de queda do PSA, per-
hemolíticas crônias devido a hematopoiese ineficiente centual de queda do PSA e hormonioterapia, respeito
(3,5). Predomina no sexo masculino e representa a ex- aos constraints de reto e bexiga com complicações tive-
pansão dos progenitores hematopoiéticos fora da me- ram todos correlação muito fraca. Conclusão: Resulta-
dula óssea formando massas principalmente nas regio- dos preliminares mostraram boa eficácia na queda do
es toracica e lombar (3). Localização paraespinhal ocorre PSA, revelando um método com poucas complicações
em aproximadamente 10-15% dos pacientes e compres- agudas e economizando tempo de tratamento em rela-
são medular é uma complicação descrita (6). Tomografia ção aos esquemas tradicionais de tratamento.
e ressonância magnética são as modalidades diagnósti-
cas indicadas. Abordagem terapêutica nem sempre é ne- Contato: THAIS MORENO CASAGRANDE – thais@
cessária exceto na presença de sintomas. No caso desta oncologico.com.br
paciente abordamos a lesão que lhe causava sintomas
álgicos mais importantes. Devido a extrema radiosensi-
bilidade do tecido hematopoiético, baixas doses de ra-
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
dioterapia em torno de 7,5 a 35Gy estão associadas a ex-
CÓDIGO: 57636
celentes taxas de resposta (5,9,11,12). O manejo ideal da
hematopoiese extramedular permanece incerto ja que
inexistem estudos controlados ou guidelines. Radiotera-
IGRT GUIADA POR RESSONÂNCIA
pia é utilizada isoladamente para controle álgico ou na MAGNÉTICA NO TRATAMENTO DO
adjuvância após procedimento cirurgico para aumento CANCER DE PRÓSTATA
do controle local (8). Autores: Daniel Przybysz, MD; Benjamin W. Fischer-
Valuck, MD; Olga Green, PhD; Sasa Mutic, PhD; Hiram
Contato: SARAH ROSSI ARZENO – sararzeno@gmail.com Gay, MD; Jeff Michalski, MD, MBA;
Instituição: WASHINGTON UNIVERSITY IN ST. LOUIS
Introdução: O uso da radioterapia guiada por ima-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 337


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

gem (IGRT) no tratamento de tumores pélvicos vem Autores: Adriana Aranha Pereira Machado; Guilherme
ganhando espaço e mostrando significativas reduções Rocha Melo Gondin; Polyana Mendes Maia; Cézar
de toxicidade e melhoras na qualidade de vida. A IGRT Vinicius Vicente Magiolino; Cássio de Queiroz Tannous;
guiada por ressonância magnética (MR-IGRT) tem sido Instituição: A. C. CAMARGO CANCER CENTER
usada em nossa instituição desde 2014. Métodos: Pa-
Introdução: A irradiação das cadeia mamária interna
cientes diagnosticados com cancer de próstata foram
(MI) e fossa supraclavicular (FSC) apresenta benefícios
prospectivamente inseridos nesse estudo, no período
oncológicos em subgrupos de portadoras de câncer de
de Janeiro de 2014 a Janeiro de 2017. As indicações
mama. Possíveis efeitos colaterais tardios (ECTs) como
para o uso de MR-IGRT foram revisadas clinicamente
2ª neoplasias e doenças cardiovasculares (DCV) são
e através dos prontuários. Todos os pacientes foram
uma preocupação após a Radioterapia (RT) das drena-
tratados com IMRT usando um sistema MR-IGRT que
gens linfonodais. Objetivo: Realizar análise dosimétrica
consiste em uma ressonância magnética de 0.35T aco-
de planos de RT com a inclusão ou não das drenagens
plada a um gantry com 3 fontes equidistantes de Cobal-
e estimar se o aumento das doses médias (DM) no co-
to 60 equipadas com MLC. Antes de cada tratamento
ração e pulmões com a irradiação linfonodal pode levar
diário, o paciente foi submetido a aquisição de uma
a ECTs que possam suplantar os potenciais benefícios
imagem de ressonância magnética de alta resolução
desse tratamento. Métodos: Visando reduzir o impacto
para fins de posicionamento e variações anatômicas,
das variações anatômicas individuais, foram realizados
que podem requerer adaptação do plano de tratamen-
30 planejamentos de 10 pacientes em 3 situações dis-
to – afim de evitar sub-dosagem ao PTV e/ou super-do-
tintas: RT da mama com boost no leito tumoral; com
sagem a OARs – e permitir o gating diário durante a ir-
a inclusão da FSC ou com a inclusão da FSC e MI. Con-
radiação. Resultados: Um total de 26 (7.4%) pacientes
tornos foram realizados conforme atlas do RTOG por
participaram desse estudo. Todos os casos de cancer
um mesmo médico. Planejamentos foram realizados
de próstata foram cuidadosamente selecionados para
com técnica 3D com “Wide Tangents” e “Field in Field”
o tratamento com MR-IGRT, baseando-se em cenários
para homogeneização. Calculou-se o incremento nos
clínicos que incluem a proximidade do alvo às alças in-
riscos de 2ª neoplasia de pulmão e de DCV com a RT
testinais e/ou outros OARs (61.5%), comorbidades que
linfonodal eletiva a partir das DMs encontradas nos 30
requerem constante anti-coagulação, não permitindo
planejamentos e sua correlação com dados publicados
assim a colocação de fiduciais (38.4%), cuidados com
de amplas bases populacionais. Resultados: RT com
a reprodutibilidade do setup diário de posicionamento
inclusão da FSC e MI comparada a RT mamária exclu-
(61.5%).92.3% dos casos receberam MR-IGRT com su-
siva aumentou a DM no pulmão de 5,0 Gy para 8,1 Gy.
cesso.2 pacientes claustrofóbicos não conseguiram ter-
Planos de RT com cobertura da MI apresentaram maior
minar o tratamento e foram excluídos do estudo (fim
heterogeneidade (maior V112) assim como maiores V5,
do tratamento com IMRT em acelerador linear). Com
V10 e V20 pulmonares. O PTV MI recebeu incidental-
um follow-up médio de 18 meses, não houve registro
mente 73,4% da dose prescrita nos planos de RT sem a
de toxicidade maior que grau 3. Em relação ao score
intenção de cobertura da MI. Quando o incremento das
da American Urology Association (AUA), não foram
DMs observado é correlacionado com o aumento dos
observadas mudanças significativas em 6 e 12 meses.
riscos de ECTs, verifica-se que o maior efeito deletério
Conclusão: MR-IGRT demonstra-se eficaz no tratamen-
da RT linfonodal eletiva é o aumento do risco de câncer
to do cancer de próstata, providenciando vantagens
de pulmão, em especial em pacientes tabagistas (média
únicas em relação ao manejo de toxicidade à OARs e
de incremento do risco absoluto = 1,38%). O risco DCV
entrega de dose em alvos móveis. Estudos clínicos em
se mostrou menor que 0,1% nas três situações analisa-
andamento devem formalmente avaliar o uso da MR-I-
das. Conclusões: A RT das drenagens aumenta a hete-
GRT no tratamento de doenças do trato genito-urinário.
rogeneidade dos planejamentos e as doses nos órgãos
Contato: DANIEL PRZYBYSZ – d. przybysz@wustl. edu de risco, em especial nos pulmões. Deve-se considerar
na indicação da RT linfonodal eletiva os seus riscos e
benefícios, levando-se em consideração os fatores de
risco e o plano de RT de cada paciente. Especial atenção
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA é necessária em pacientes tabagistas em que a RT das
CÓDIGO: 61414 drenagens causará um importante incromento da DM
pulmonar, uma vez que o aumento no risco de câncer
IMPACTO NO RISCO CARDIOVASCULAR de pulmão radio-induzido pode suplantar os benefícios
E DE SEGUNDAS NEOPLASIAS DA observados com esse tratamento
RADIOTERAPIA DAS DRENAGENS Contato: ADRIANA ARANHA PEREIRA MACHADO –
ELETIVAS NO CÂNCER DE MAMA: adrianamachadomed@gmail.com
UM ESTUDO DOSIMÉTRICO E
POPULACIONAL

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 338


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

TEMÁRIO: RADIOTERAPIA TEMÁRIO: RADIOTERAPIA


CÓDIGO: 57374 CÓDIGO: 61928

LASER DE BAIXA POTÊNCIA PARA MÁSCARAS PEDIÁTRICAS DE


HIPOSSALIVAÇÃO, PH SALIVAR E IMOBILIZAÇÃO: PERSONALIZAÇÃO,
QUALIDADE DE VIDA DE PACIENTES ADESÃO À RADIOTERAPIA E REDUÇÃO
PÓS-IRRADIADOS PARA CÂNCER DE DO USO DE ANESTESIA NO INSTITUTO
CABEÇA E PESCOÇO NACIONAL DE CÂNCER /INCA-RJ
Autores: Luiz Felipe Palma; Fernanda Aurora Stabile Autores: Guilherme Barbosa Freire; Tânia Lopes da
Gonnelli; Marcelo Marcucci; Rodrigo Souza Dias; Adelmo Graça; Diego Cruz; Glaucia Cavalcante; Luiz Fernando
José Giordani; Roberto Araújo Segreto; Helena Regina Silva; Rafael Barros; Alexandre da Fonseca Colão; Carlos
Comodo Segreto; Manoel Mendonça Araújo; Célia Viegas;
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO; Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ; HOSPITAL
ISRAELITA ALBERT EINSTEIN Introdução: Crianças com tumores de SNC precisam
de uma imobilização adequada para entrega precisa do
Introdução: os efeitos subagudos e tardios da radiote- feixe de radiação. Entretanto, muitas delas, pela idade
rapia para o tratamento do câncer de cabeça e pescoço ou insegurança, necessitam de sedação para uma imo-
vêm ganhando destaque clínico, já que cada vez mais é bilização adequada. Objetivo: Avaliar a influência do
possível obter cura e/ou controle da doença. Com base uso de máscaras decoradas de imobilização na dinâmi-
na maior expectativa de vida destes pacientes, eviden- ca de irradiação pediátrica em nosso serviço. Métodos:
cia-se a importância da pesquisa e desenvolvimento de Avaliação retrospectiva e observacional, com resulta-
novas técnicas e terapias com o intuito de minimizar dos quantitativos do número de pacientes pediátricos
os efeitos indesejáveis resultantes do tratamento on- que utilizaram máscaras termoplásticas decoradas ou
cológico, resultando em melhor qualidade de vida dos não e fizeram uso de sedação entre os anos de 2015 e
indivíduos. Objetivo: avaliar o efeito da laserterapia 2016. Foi levantado o custo financeiro do material en-
de baixa potência na hipossalivação, pH salivar e qua- volvido no procedimento de sedação diário de um pa-
lidade de vida de pacientes que receberam radiotera- ciente irradiado e comparado ao custo sem sedação.
pia para câncer de cabeça e pescoço. Método: vinte e Os dados foram obtidos nos serviços de radioterapia e
nove pacientes portadores de xerostomia radioinduzi- anestesia. Resultados: De janeiro de 2015 a dezembro
da receberam sessões de laserterapia duas vezes por de 2016 foram tratadas 62 crianças. Trinta e oito utiliza-
semana, durante três meses (24 sessões). Para isso, um ram sedação (61 %). Antes da utilização das máscaras
aparelho de laser diodo contínuo de Índio-Gálio-Alumí- personalizadas, 75,6% dos casos necessitavam de anes-
nio-Fósforo foi usado de forma pontual (808 nm; 0,75 tesia, e, após seu uso, 33,3% (decréscimo de 44%). Três
W/cm²; 30 mW; ponta do emissor 0,04 cm²; 7,5 J/cm²; crianças contribuíram para a adesão ao tratamento de
10 segundos; 0,3 J) em glândulas salivares maiores. Seis outras crianças, tornando o processo penoso em algo
pontos extraorais foram iluminados em cada glându- lúdico. O custo financeiro das drogas e da máscara de
la parótida e três pontos em cada glândula subman- um tratamento envolvendo sedação diária num total
dibular, assim como dois pontos intraorais em cada de 25 dias foi de R$2.501,00 e, sem sedação, R$151,00.
glândula sublingual. Fluxos salivares não estimulado e O tempo médio diário dispendido com e sem sedação
estimulado, pH salivar e qualidade de vida (versão em foi de 35 min versus 12 min, respectivamente. Conclu-
português-brasileiro do Questionário de Qualidade de sões: Máscaras decoradas com personalização infantil
Vida da Universidade de Washington para Pacientes contribuiu significativamente para adesão e redução no
com Câncer de Cabeça e Pescoço) foram avaliados no tempo de procedimento de radioterapia, possibilitando
início e ao final da laserterapia. Resultados: foram ob- tratar maior número de pacientes, diminuir o uso de
servados aumentos estatisticamente significantes nos anestesia e reduzir o gasto financeiro com drogas. Esta
valores médios dos fluxos salivares (não estimulado: abordagem contribui na prevenção de efeitos colaterais
p=0,0012; estimulado: p<0,0001), pH (p=0,0002) e esco- da sedação diária, otimização do tempo de tratamento
res provenientes do questionário de qualidade de vida no aparelho, diminuição do custo com médicos aneste-
(p<0,0001). Conclusão: a laserterapia de baixa potên- sistas e insumos hospitalares e para a humanização do
cia foi capaz de mitigar a hipossalivação e aumentar o atendimento hospitalar. Esse trabalho traz resultados
pH salivar de pacientes submetidos à radioterapia para aferidos de melhora no fluxo de radioterapia, de redu-
câncer de cabeça e pescoço, contribuindo, assim, para ção objetiva de custos e tempo de tratamento. Suge-
uma evidente melhora na qualidade de vida. rimos a outros serviços avaliação deste procedimento
Contato: ROBERTO ARAUJO SEGRETO – segreto. em tratamentos infantis.
dmed@epm.br;rsegreto@ig.com.br Contato: GUILHERME BARBOSA FREIRE – gb_freire@
hotmail.com

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 339


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

TEMÁRIO: RADIOTERAPIA passaram no criterio gamma 3%3mm com porcenta-


CÓDIGO: 61910 gens maiores que 95% (média: 98%).
Contato: LAIS BUENO DA SILVA – laissbueno@hotmail.
MODELAGEM E VALIDAÇÃO DOS
com
FATORES DE TRANSMISSÃO E DLG PARA
UM TRUEBEAM STX
Autores: Lais Bueno da Silva; Guilherme Alexandre
Pavan; Andre Vinicius Camargo; Leticia Medeiros TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
Santoni; Diego Cunha Silveira Alves da Silva; CÓDIGO: 59677
Instituição: HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS
Introdução: O sistema de colimação MLC (Multi Leaf
NEOPLASIA DE CANAL ANAL
Collimator), fundamental para IMRT (Intensity Modula- APRESENTANDO-SE COMO CARCINOMA
ted Radiation Therapy) e VMAT (Volumetric Modulated DE CÉLULAS BASAIS: UM RELATO DE
Arc Therapy), requer precisão mecânica e dosimétrica CASO
na qualidade do tratamento. Em MLC de ponta arre- Autores: Zeniclayton Lafetá Almeida Lima; Marya Luyza
dondada, o sistema de planejamento Eclipse (Varian) Gusmão e Lopes; Márjorie Monteiro Rodrigues;
exige a medida do FT (Fator de transmissão) e DLG Instituição: HOSPITAL DILSON GODINHO
(Dosimetric Leaf Gap) para IMRT e VMAT. Estudos in-
Apresentação do caso: M. A. S., sexo feminino, 65
dicam que a utilização desses fatores obtidos experi-
anos, tabagista e etilista há mais de 20 anos, encami-
mentalmente, pode não ser suficiente para uma boa
nhada ao serviço de radioterapia para avaliação. Histó-
concordância entre as doses planejadas e medidas em
ria de lesão em região anal com extensão para região
controles de qualidade (CQ) de pacientes. Assim, a mo-
anal e glútea com início há 5 meses. Biópsia da lesão
delagem desses fatores possibilita a obtenção de um
identificou carcinoma de células basais. Ressonância
valor “ótimo” capaz de aumentar a acurácia da dose en-
magnética de pelve mostrou lesão em canal anal de 6
tregue em relação à calculada. Objetivos: Medir o FT e
cm. Cirurgia oncológica avaliou a lesão e considerou ir-
DLG de um acelerador TrueBeam (TB) e aplicar a meto-
ressecável. Indicada radioterapia conformada 3D, com
dologia da AAPM-TG119 para analisar as diferenças de
dose de 59,4 Gy em 33 frações em tumor e 45 Gy em
doses medidas e calculadas (índice gama) utilizando o
25 frações em drenagem linfática peri-retal, pré-sacral,
sistema Portal Dosimetry (Varian). A partir dos resulta-
ilíacas interna e externa, femoral, e obturatória. Dis-
dos acima, modelar o FT e DLG no Eclipse otimizando
cussão: O tipo histológico mais comum associado à
os CQ. Métodos: Para obtenção do FT e DLG de cada
neoplasia de canal anal é o carcinoma de células esca-
energia de fótons do TB (6MV, 6FFF, 10MV e 10FFF), uti-
mosas que representa 80% dos cânceres do canal anal
lizaram-se planos DICOM fornecidos pelo fabricante e
seguidos pelos adenocarcinomas que perfazem 15%.
uma câmara de ionização tipo Farmer. Os planos de
Melanoma, sarcoma e linfomas também podem se ori-
próstata e cabeça e pescoço do TG119 foram realiza-
ginar nessa região, mas são muito raros. A neoplasia
dos para as técnicas IMRT e VMAT e os CQ executados
de canal apresentando-se como carcinoma de células
no PD para cada energia. Análises gamma com crité-
basais é raríssima. Trata-se de uma apresentação clíni-
rios 3%3mm foram realizadas. A partir dos dados do
ca atípica de neoplasia de canal anal, no que se refere à
PD (detector de escolha do serviço), interativamente os
apresentação histológica. A radioterapia foi empregada
valores do FT e DLG foram modelados buscando um
de forma neoadjuvante no tumor localmente avançado
maior índice de aceite (>95%) no critério gama 1%1mm
para redução de volume tumoral na tentativa de pre-
para planejamentos de VMAT. Após modelagem, já com
servar o esfíncter anal e proporcionar maior qualidade
os valores “ótimos” de FT e DLG, todos os planejamen-
de vida à paciente. Portanto, a cirurgia de amputação
tos do TG119 foram realizados e os CQ executados.
abdominoperineal deve ser postergada para caso de
Resultados: Os valores de FT e DLG medidos/ modela-
resposta não completa ou recidiva local após a asso-
dos foram: 6X (FT =1.11%/1%) (DLG=0.044cm/0,12cm),
ciação de radioterapia nesta apresentação atípica. Co-
10X (FT =1.3%/1,3%) (DLG=0.055cm/0,13cm), 6FFF (FT =
mentários finais: A importância deste relato de caso é
0.93%/0,4%) (DLG=0.036cm/0,05cm), 10FFF (FT = 1,14%/
mostrar a abordagem utilizada, pois devido à raridade
1,05%) (DLG=0.048cm/0,05cm). A média das porcenta-
do câncer de canal anal apresentando-se como carci-
gens de aceite para o critério gamma 1%1mm dos pla-
noma de células basais é difícil o desenvolvimento de
nejamentos do TG119 com VMAT/IMRT medidos no PD
protocolos de tratamento baseados em evidências, e
após modelagem foram 6X: 96%/76%; 10X: 98%/95%;
com isso incitar novos trabalhos relacionados.
6FFF: 97%/87%; 10FFF: 97%/82%. Conclusão: Uma mo-
delagem do FT e DLG é necessária para melhorar a acu- Contato: ZENICLAYTON LAFETÁ ALMEIDA LIMA –
rácia dos controles de qualidade em IMRT e VMAT. Após Zeniclayton@gmail.com
esse procedimento todos os planejamentos do TG119

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 340


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

TEMÁRIO: RADIOTERAPIA TEMÁRIO: RADIOTERAPIA


CÓDIGO: 59860 CÓDIGO: 59738

NEOPLASIA DE COLO UTERINO COM O SISTEMA RANK/RANKL/OPG AFETA


METÁSTASE PARA CALCÂNEO: UM O METABOLISMO ÓSSEO EM MODELO
RELATO DE CASO. ANIMAL DE OSTEORRADIONECROSE
Autores: Márjorie Monteiro Rodrigues; Laís Santiago; MANDIBULAR
Marya Luysa Gusmão e Lopes; Zeniclayton Lafetá Autores: Jefferson Ferreira dos Santos; Samara Cristina
Almeida Lima; Ferreira-Machado; Camila Salata; Cláudio Sérgio Corrêa
Instituição: HOSPITAL DILSON GODINHO Lau; Liebert Parreiras Nogueira; Regina Cély Barroso;
Carlos Roberto Appoloni; Carlos Eduardo Veloso de
Apresentação do caso: JRS, paciente de 50 anos, sexo Almeida; Thiago da Silva Torres;
feminino, portadora de carcinoma de células escamo-
Instituição: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE
sas, pouco diferenciado do colo uterino, estadiamento JANEIRO; UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
IIIB, diagnosticada e tratada com RT externa e quimio-
terapia concomitantes, seguida de braquiterapia em Introdução: Um dos efeitos colaterais importantes
2014. Evoluiu com dor de forte intensidade em calcâneo da radioterapia em pacientes com câncer de cabeça e
esquerdo e dificuldade para deambulação. Realizou pescoço é a osteorradionecrose dos maxilares. A des-
propedêutica (raio-x e cintilografia óssea) que eviden- coberta do Sistema RANK/RANKL/OPG na regulação da
ciou um intenso aumento da atividade osteoblástica no reabsorção óssea tem nos levado a grandes avanços no
calcâneo esquerdo e ressonância magnética comple- entendimento do remodelamento ósseo. A ligação do
mentar, posteriormente, confirmando lesão destrutiva receptor RANKL, presente nos osteoblastos, ao RANK,
do calcâneo com preservação somente em sua região presente nas células precursoras de osteoclastos, re-
posterior com áreas de erosão da cortical e pequeno gula a osteoclastogênese e, dessa maneira, o remode-
componente extra ósseo. Sendo assim, confirma-se o lamento ósseo normal e em diversas patologias. OPG
diagnóstico de um quadro metastático e a paciente foi se liga ao RANKL impedindo sua ligação com RANK,
submetida a tratamento com radioterapia 2D de ca- inativando, dessa maneira, a formação de osteoclastos
ráter anti-álgico, paliativa, com uma dose de 30Gy/10 e consequente reabsorção óssea. Objetivo: avaliar o
frações com excelente resposta clínica. Discussão: O remodelamento ósseo da mandibula de ratos subme-
câncer de colo do útero é uma das principais causas tidos à radioterapia através da análise morfométrica da
de morte relacionada ao câncer em todo o mundo. A mandíbula e imunoexpressão de RANK, RANKL e OPG.
metástase óssea está associada a um mau prognós- Método: Ratos wistar machos divididos em dois gru-
tico e parte significativa dos pacientes morre em um pos: grupo irradiado (IR) com 20 Gy (braquiterapia de
ano após o surgimento da lesão. O prognóstico é ruim alta taxa de dose) que após sete dias tiveram seus três
e independe da duração do intervalo livre de doença molares mandibulares esquerdos extraídos; e um gru-
ou da presença de metástases únicas ou múltiplas. Os po Controle (C) não irradiado, que também teve seus
ossos mais comumente afetados são a coluna lombar três molares mandibulares esquerdos extraídos. Vinte
e a pelve. As metástases das extremidades distais são e um dias após as extrações dentárias os animais foram
raras, representando <5% das metástases ósseas e a eutanasiados e tiveram suas mandíbulas retiradas para
via hematogênica é a maior responsável por este meca- análise. Foi realizada imunohistoquímica para RANK,
nismo. Além disso, há uma correlação crescente entre RANKL e OPG, e a densidade de volume (Vv) da imu-
o volume tumoral, estadiamento inicial e a chance das noexpressão quantificada por estereologia. O tecido
metástases ocorrerem. O tratamento local com radio- ósseo da área irradiada foi estudado através de micro-
terapia de feixe externo tem um papel importante no tomografia (Micro TC). Após determinar a área óssea
controle da dor com resposta em 60-70% dos casos, de interesse, os parâmetros analisados foram: fração
sendo recomendado um curso curto com doses mode- de volume ósseo (BV/TV; BV: volume ósseo; TV: volu-
radas. O mesmo, tem como objetivo melhorar a quali- me total), espessura das trabéculas ósseas (Tb. Th), o
dade de vida do paciente e proporcionar paliação ade- espaço entre as trabéculas ósseas (Tb. Sp) e o número
quada para dor. Comentários finais: o caso relatado e de trabéculas ósseas (Tb. N). Resultados: Histologica-
a discussão levantada elucidam a evolução rara de uma mente, no grupo IR, observa-se alterações, indicando a
patologia presente em nosso meio. Com isso, tem por presença osteorradionecrose. Vv da imunoexpressão
finalidade evidenciar a conduta realizada e a resposta de RANKL foi 53% maior e de OPG foi 50% menor nos
satisfatória em relação ao tratamento proposto. Con- animais IR comparados aos animais C (P<0,05), sugerin-
tribuindo assim, para o conhecimento dos profissionais do um possível aumento da osteoclastogênese, resul-
que lidam com essa prática. tando em redução de massa óssea. A análise de Micro
TC corroborou com os dados da imuno-histoquímica.
Contato: MARJORIE MONTEIRO RODRIGUES – Nestes animais (IR), houve uma redução da massa ós-
marjorie. monteiro@hotmail.com sea comparados aos animais C, evidenciada pela redu-
ção de 33% de BV/TV e de 38% de Tb. Th (P<0,05) e pelo

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 341


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

aumento de 37,5% de Tb. Sp (P<0,05). Conclusão: Os p<0.0001), quimo-radioterapia (HR 0.36; 95% CI, 0.32-
resultados dessa pesquisa sugerem que alta dose de 0.41; p<0.0001) e cistectomia radical exclusiva (HR 0.40,
radiação reduz a massa óssea pela interferência de fa- 95% CI, 0.35-0.45, p<0.0001). Conclusão Para pacientes
tores reguladores do remodelamento ósseo, o sistema idosos portadores de doença maligna músculo-invasi-
RANK/RANKL/OPG. va da bexiga, o melhor resultado de sobrevida é obtido
com quimioterapia e cistectomia radical, tratamento,
Contato: SAMARA CRISTINA FERREIRA MACHADO –
porém, incomum para esse subgrupo. Tanto a cistec-
samararossatti@gmail.com
tomia radical e a quimo-radioterapia foram associados
com aumento de sobrevida quando comparados à mo-
noterapia.
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA Contato: DANIEL PRZYBYSZ – d. przybysz@wustl. edu
CÓDIGO: 59447

PADRÕES DE TRATAMENTO E
RESULTADOS DE SOBREVIDA EM TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
PACIENTE IDOSOS COM CÂNCER DE CÓDIGO: 60029
BEXIGA MÚSCULO-INVASIVO: UMA
ANÁLISE DO NATIONAL CANCER RADIOCIRURGIA ESTEREOTÁCTICA DE
DATABASE (EUA) 154 METÁSTASES CEREBRAIS: IMPACTO
DA DOSE DE PRESCRIÇÃO, VOLUME E
Autores: Daniel Przybysz, MD; Benjamin Fischer-Valuck,
MD; Yuan James Rao, MD; Soumon Rudra, MD; Elizabeth SÍTIO PRIMÁRIO EM CONTROLE LOCAL
Germino, PhD; Brian C Baumann, MD; Hiram Gay, MD; DE 6 MESES.
Jeff Michalski, MD; Autores: Rodrigo Carvalho Marotta; Camila de Oliveira
Instituição: WASHINGTON UNIVERSITY IN ST. LOUIS Rodrigues; Pedro Henrique da Rocha Zanuncio;
Introdução: Pacientes com idade avançada diagnosti- Instituição: BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE SÃO PAULO
cados com câncer de bexiga músculo-invasivo (MIBC) Objetivo: A radiocirurgia, como modalidade de trata-
podem se tornar um dilema terapêutico quando em re- mento local para lesões secundárias em SNC, tem ga-
lação a suas múltiplas comorbidades. Nessa análise de nhado espaço no contexto oncológico, principalmente
dados retrospectiva, nós reportamos os padrões de tra- para pacientes com bom performance status, núme-
tamento e dados de sobrevida nesse grupo de pacien- ro limitado de lesões, doença sistêmica controlada e
tes. Métodos: Nosso grupo analisou retrospetivamen- lesões com até 4 cm. Além destes parâmetros, lesões
te o National Cancer Database dos EUA para cancer de pequenas em áreas eloquentes e profundas do cérebro
bexiga músculo-invasivo (cT2-T4 N0 M0) em pacientes têm sido, frequentemente, tratadas com radiocirurgia
com 80 anos ou mais, de 2004-2013. Os pacientes in- exclusiva. O objetivo primário avaliar controle local em
cluídos nesse estudo receberam TURBT seguido de 6 meses de lesões tratadas exclusivamente com radio-
cistectomia radical +/ – quimioterapia, radioterapia ex- cirurgia, correlacionando volume, sítio primário e dose
clusiva, quimioterapia exclusiva, quimo-radioterapia ou de prescrição. A análise de sobrevida global também
nenhum outro tratamento. Os testes de Kaplan-Meier, foi avaliada levando-se em consideração estes mes-
Log-rank e Regressão Proporcional de Cox foram reali- mos parâmetros Métodos: Nesta análise retrospectiva
zados para acessar tais resultados. Resultados: 10.481 uni-institucional avaliamos os resultados de pacientes
pacientes foram identificados com um follow-up mé- tratados exclusivamente com radiocirurgia “frameless”
dio de 12.2 meses. A sobrevida média para pacientes com IGRT para as lesões secundárias no SNC. O con-
tratados com cistectomia radical exclusiva foi de 22.2 trole local foi calculado utilizando-se a data do procedi-
meses (95% CI, 19.0-25-4) e estatisticamente superior mento até a progressão local ou da última ressonância,
quando comparado à quimioterapia ou radioterapia com seguimento mínimo de 6 meses. Para avaliar se
exclusiva (p<0.0001). Quimo-radioterapia teve uma so- determinada variável quantitativa (volume) discrimina
brevida média de 26.5 meses (95% CI, 24.1-28.8), que o controle das lesões, foi construída a curva ROC e cal-
não se mostrou estatisticamente diferente do grupo culada a área abaixo da curva (AUC). Para avaliação de
tratado com cistectomia radical exclusiva (p=0.26). desfechos ao longo do tempo, foi considerada a curva
Cistectomia radical mais quimioterapia teve o melhor de Kaplan Meier. Resultados: De outubro de 2013 a
resultado de sobrevida média (37 meses) (95% CI, 25.4- novembro de 2016, 57 pacientes com idade entre 28
48.5) (p<0.0001 quando comparado a ambos tratamen- e 77 anos, ECOG 0 a 2 e com 1 a 9 lesões foram trata-
tos de quimo-radioterapia e cistectomia exclusiva). Na dos com radiocirurgia. No total foram avaliadas 154 le-
Anelisa multivariada, o melhor resultado de sobrevida sões tratadas com diferentes doses únicas (10 a 20 Gy).
média foi visto em pacientes tratados com cistectomia O controle local em 6 e 12 meses foi de 97,4 e 95,4%,
radical + quimioterapia (HR 0.28; 95% CI, 0.23-0.34; respectivamente. Na análise univariada, sítio primário

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 342


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

e dose não foram fatores preditores de controle local. da cavidade cirúrgica, tendo sido utilizados o de 3 cm
Das 134 lesões controladas em todo período analisado, em 6 pacientes; de 3,5cm em 15; de 4cm em 9; e de
80 (59,7%) apresentaram volume < 0,473 cm3 e dos 20 4,5cm em 3. Devido a presença de fatores que violavam
pacientes não controlados, 75% apresentaram volume o protocolo, foi indicada teleterapia sobre toda a mama
≥ 0,473 cm3 (0,022 a 9,845 cm3). Sobrevida global em em 7 (20%) casos. Quimioterapia foi prescrita para 6
3, 6 e 12 meses foi de 100%, 94,1% e 70,9%, respectiva- (17%) pacientes. Houve um caso de descência de sutu-
mente. Os sítios primários mama e melanoma tiveram ra após o procedimento (que evoluiu com cicatrização
os melhores resultados em sobrevida, enquanto que adequada após nova abordagem). Na primeira revisão
pulmão e outras histologias, os piores. Conclusão: Ra- (mediana de 25,1 dias após a IORT), 28 pacientes (80%)
diocirurgia como modalidade exclusiva de tratamento apresentavam algum grau de hipercromia/hiperemia,
de lesões encefálicas secundárias demonstrou excelen- e 7 (20%) não apresentavam alteração. Neste mesmo
te resultados em relação ao controle local, independen- período, 30 (85%) das pacientes apresentavam endura-
te do sítio primário e da dose de prescrição na amostra ção no sítio operatório. Com um intervalo mediano de
de pacientes analisados. Volume de lesão ≥ 0,473 cm3 6,2 meses para a segunda avaliação, 5 de 27 pacientes
apareceu como fator preditor de pior controle local em avaliadas ainda apresentavam hipercromia, e 19 de 27
6 meses. apresentavam algum grau de enduração ou fibrose.
Conclusão: dentre as pacientes tratadas, nenhuma
Contato: RODRIGO CARVALHO MAROTTA – rc_
apresentou recidiva ou óbito; entretanto, o curto tem-
marotta@hotmail.com
po de seguimento não permite estabelecer conclusões
adequadas em relação a desfechos oncológicos. Os re-
sultados obtidos estão alinhados aos dados publicados
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA por outros estudos, e respaldam a utilização desta mo-
CÓDIGO: 61176 dalidade terapêutica.
Contato: RAMON PITHON PEREIRA GATTO –
RADIOTERAPIA ACELERADA PARCIAL ramongatto@yahoo.com.br
DA MAMA UTILIZANDO INTRABEAM® –
PRIMEIRA EXPERIÊNCIA NO BRASIL
Autores: Ramon Pithon Pereira Gatto; Marcio Santos
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
Magalhães; Elisangela Santos Carvalho; Luciana Vignoli
Guzella da Silva; Milton João Ramim Junior; Wagner CÓDIGO: 60301
Paniago de Souza; Arthur Accioly Rosa;
Instituição: HOSPITAL SÃO RAFAEL RADIOTERAPIA EM PRONA PARA
PACIENTES COM CÂNCER DE MAMA :
Introdução: a radioterapia acelerada parcial da mama,
COMPARAÇÃO DOSIMÉTRICA E CLÍNICA
com técnica intraoperatória (IORT), é um método bem
descrito para tratamento de câncer de mama, e a apli-
COM A POSIÇÃO SUPINA.
cação do sistema Intrabeam® da Zeiss foi validada Autores: Izabela Lourenço Silva Fernandes; Marcela
pelo estudo Targit-A. O Hospital São Rafael (HSR) foi Carrijo Setti; Marcelo Luvizotto de Padua; Jose Maria
Fernandes Junior; Marilia Ferreira Andrade; Nayara
o primeiro a utilizar este equipamento no Brasil, com
Ferreira Cunha; Fredstone Rodrigues da Cunha;
o primeiro procedimento realizado em 15 de janeiro
Instituição: CENTRO ONCOLOGICO DO TRIANGULO
2014. Objetivo: descrever as caracteríticas oncológicas
e e resultados do tratamento de pacientes tratadas no Introdução: Radioterapia adjuvante é o tratamento
HSR. Método: foram avaliados características clínicas padrão após cirurgia conservadora em mulheres com
e, desfechos oncológicos e toxicidade de todas as pa- câncer de mama. Em pacientes com mamas volumosa
cientes com câncer de mama tratadas com IORT utili- e pendulares, muitas dificuldades técnicas são encon-
zando Intrabeam, com dose de 20Gy em fração única, tradas para a realização do tratamento na posição su-
seguindo protocolo institucional, que contempla essen- pina, principalmente em relação à dose em pulmão. A
cialmente pacientes com doença de baixo risco, entre posição prona surge então como alternativa para estes
2014 e 2016. Resultados: entre janeiro de 2014 e de- casos. Diversos estudos tem reportado a diminuição da
zembro de 2016 foram realizadas IORT em 35 pacien- dose em pulmão com a posição prona, mas nenhum
tes, com idade mediana de 57 anos. O follow-up me- dado brasileiro foi encontrado na revisão realizada
diano foi de 23,1 meses, não sendo observada recidiva para este estudo. Objetivo: Comparar os Histogramas
ou óbito. Vinte e nove (82%) dos tumores eram ductais Dose-volume (DVHs) da mama e dos órgãos de risco
(SOE), e o restante de histologia não lobular, sendo que (em especial pulmão) na posição prona e supina, além
13 apresentaram grau histológico I, 18 GII e 3 GIII; 17 da comparação da frequência e severidade de toxicida-
(48%) tumores se encontravam no quadrante supero- de cutânea (radiodermite). Métodos: Foram incluídas
-lateral, e os outros distribuídos no restante da mama. pacientes com câncer de mama inicial, com mamas
Os aplicadores utilizados se relacionavam ao tamanho volumosas e/ou pendulares, submetidas à cirurgia con-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 343


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

servadora e radioterapia adjuvante. Cada paciente foi ligna sincrônica, exceto câncer de pele não melanoma.
submetida a exames de tomografia nas duas posições, A idade mediana foi de 64 anos (41-90 anos). O sexo
prona (acessório Acces™-Qfix) e supina (vack-lock), a cri- masculino foi predominante (92%), e a maioria dos pa-
tério médico. Os DVHs comparativos dos planejamen- cientes tinha história de tabagismo (87,9%). O estádio
tos nas duas posições foram gerados e os parâmetros T1 foi o mais prevalente (66,7%), a RT conformada tri-
dosimétricos para a mama e órgãos de risco foram ava- dimensional (3D) foi realizada em 71,2% dos casos e o
liados. Após análise do DVH, o médico escolheu o pla- fracionamento mais utilizado foi de 225cGy/dia (82%)
nejamento mais adequado para cada caso. As pacientes com dose total mediana foi de 63Gy (56-70.4Gy). Re-
foram seguidas com consultas semanais durante o tra- sultados: Com seguimento mediano de 45 meses (0-
tamento e o grau de radiodermite foi avaliado e regis- 98 meses), não houve nenhum óbito relacionado ao
trado. Resultados: 26 pacientes foram selecionadas no câncer de laringe. A sobrevida global em 5 anos foi de
período de fevereiro de 2016 a março de 2017. A dose 86%. Dezessete pacientes (13%) apresentaram falha
média dos pulmões e o V20 (volume que recebe 20Gy) local e apenas 6 pacientes (4,5%) tiveram falha nodal.
do pulmão ipsilateral foram significativamente meno- Nenhum paciente apresentou progressão de doença a
res na posição prona (p <0,0010). O índice de heteroge- distância. A sobrevida livre de falha local em 2 e 5 anos
nidade (HI) e a dose em mama contralateral foram sig- foi de 89.5% e 87.5 %, respectivamente. A sobrevida li-
nificativamente menores na posição supina (p=0,006 e vre de doença (SLD) em 2 e 5 anos foi de 89% e 87%,
p< 0,001, respectivamente). As demais variáveis (V25 e respectivamente. Pacientes que realizaram RT com fra-
dose média do coração e volume do PTV) não apresen- cionamento convencional (<2Gy) apresentaram SLD de
taram diferenças significativamente estatísticas. A posi- 82% em 5 anos versus 88% para os pacientes com fra-
ção prona foi escolhida em 73% das pacientes. Destas, cionamento de 225cGy, no entanto não houve signifi-
26%, apresentaram radiodermite grau 2, enquanto na cância estatística (p = 0,7). A duração mediana da RT foi
supina, a taxa de radiodermite grau 2 foi de 42,8%, sem de 45 dias (37-62 dias) e quando a RT foi realizada em
significância estatística (p=0,33). Não houve radioder- mais de 56 dias, a SLD/5anos foi pior (80% x 87%), po-
mite maior que grau 2. Conclusões: A Radioterapia em rém sem significância estatística. Na análise univariada
posição prona reduziu a dose em pulmão de maneira e multivariada, sexo, idade, envolvimento de comissura
significativa quando comparada à posição supina. Ape- anterior e estadiamento também não se apresentaram
sar de não haver significância estatística, houve uma como variáveis significativas. A taxa de pacientes que
tendência de menor toxicidade cutânea nas pacientes necessitaram de traqueostomia com laringe presen-
tratadas em posição prona. te (complicação grave do tratamento) foi de 4%. Con-
clusão: O resultado desta série, uma das maiores em
Contato: IZABELA LOURENCO SILVA FERNANDES –
nosso meio, confirma a alta efetividade da RT como
izalsi@hotmail.com
tratamento exclusivo para câncer de laringe inicial, com
excelente sobrevida, preservação de órgão e baixa taxa
de toxicidade tardia severa.
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA Contato: CAMILA BOGONI BUDIB – camilabudib@
CÓDIGO: 59788 hotmail.com

RADIOTERAPIA PARA PRESERVAÇÃO


DE ÓRGÃO EM CÂNCER DE LARINGE
GLÓTICA INICIAL (T1-T2N0M0) TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
CÓDIGO: 60266
Autores: Camila Bogoni Budib; Diogo Dias do Prado;
Renato de Castro Capuzzo; Renata Farias Souto;
Domingos Boldrini Junior; Carlos Roberto dos Santos; REIRRADIAÇÃO DE GLIOMAS
Ricardo Ribeiro Gama; Alexandre Arthur Jacinto; RECIDIVADOS: RESULTADOS DE
Instituição: HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS SOBREVIDA EM UMA SERIE ATUAL UNI-
Introdução: A radioterapia (RT) é a principal estratégia
INSTITUCIONAL
de preservação de órgão para o tratamento do câncer Autores: André da Luz Daher; Felipe de Azevedo Rosas;
de laringe inicial. Objetivo: Avaliar os resultados de Roberta Godoy de Souza Rosa; Maria Leticia Gobo Silva;
Michael Jenwei Chen; Ricardo Cesar Fogaroli; Antonio
longo prazo da RT como tratamento para o câncer de
Cassio de Assis Pellizzon; Guilherme Rocha Melo
laringe glótica em estádio inicial em uma única institui- Gondim; Henderson Ramos; Tharcisio Machado Coelho;
ção brasileira. Métodos: Avaliou-se retrospectivamente Douglas Guedes de Castro;
prontuários e planejamentos de radioterapia de todos
Instituição: A. C. CAMARGO CANCER CENTER
os casos de carcinoma espinocelular (CEC) de laringe
glótica em estádio inicial (T1-T2N0M0) tratados em uma Introdução: tumores malignos primários do sistema
única instituição entre maio de 2008 a novembro de nervoso central comumente recidivam mesmo com
2015. Foram excluídos todos os casos de neoplasia ma- advento de novos tratamentos sistêmicos e do avanço

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 344


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

tecnológico para tratamento local tanto com cirurgia uma previsão de 34.280 novos casos em todo território
como com radioterapia. A implementação destas no- nacional (16.660 casos em homens / 16.340 casos em
vas tecnologias tornou possível a reirradiação (ReRT) mulheres). Quimiorradioterapia (QTRT) neoadjuvante
dos gliomas recidivados em cenários mais desafiado- ainda é tratamento padrão em pacientes com estádio
res. Objetivo: avaliar os resultados de sobrevida global acima de IIA. A cirurgia costuma ser realizada entre a
(SG) e sobrevida livre de progressão (SLP) nos pacien- 5ª e a 12ª semana após a QTRT. Segundo a literatura,
tes com gliomas recidivados tratados com reirradiação. a resposta patológica completa é obtida em 10 a 30%
Método: Análise retrospectiva uni-institucional dos da- dos casos. Objetivo: Avaliar taxa da resposta patoló-
dos de 24 pacientes portadores de gliomas recidivados gica completa, após a QTRT neoadjuvante, em nosso
submetidos à ReRT entre 2008 e 2017 com radioterapia serviço. Método: Foram avaliados retrospectivamente,
de intensidade modulada (IMRT), radiocirurgia (SRS) ou entre agosto de 2010 e dezembro de 2016, 49 pacientes
radioterapia estereotáxica fracionada (SFRT). Resulta- portadores de neoplasia colorretal localmente avança-
dos: conforme a classificação da OMS, no momento da dos e não metastáticos, que foram submetidos à QTRT
ReRT, 29,2% dos pacientes eram portadores de gliomas neoadjuvante seguido de cirurgia. A quimioterapia con-
grau 2, 41,7% grau 3 e 29,2% grau 4. Idade mediana foi sistiu de 5 Fluorouracil + Leucovorin (49,89%) ou Cape-
de 35 anos (12 a 60 anos). Foi utilizada a escala de Kar- citabina (55,10%). A radioterapia foi realizada no acele-
nofsky (KPS) para avaliação da performance, 75% dos rador linear 6MV e dose total variando de 50 – 50,4 Gy.
pacientes possuíam, na época da ReRT, KPS de 70% ou A cirurgia foi realizada entre a 5ª e a 32ª semana (me-
superior. A maioria dos pacientes (75%) possuía uma diana de 12 semanas), após o tratamento neoadjuvan-
lesão única. O tratamento prévio foi cirurgia combinada te. Resultados: A resposta patológica completa foi obti-
com radioterapia em 79,2% dos casos. A ReRT foi re- da em 9 (18,36%) pacientes. Em 40 (81,63%) pacientes a
alizada com técnica fracionada em 83,3% dos casos e resposta patológica foi incompleta. Dentre os pacientes
dose única nos 16,7% restantes. O esquema mais utili- com resposta parcial, um (1,9%) teve resposta compa-
zado foi uma dose total de 35 Gy em 10 frações. O tem- tível com tumor residual e não foram encontrados lin-
po de seguimento mediano foi de 31 meses (2 a 109 fonodos na peça, cinco (9,6%) apresentaram resposta
meses). A SG em 1 ano foi de 66% para grau 2, 55% parcial no tumor primário e linfonodos acometidos, 36
para grau 3 e 57% para o grau 4. A SG mediana foi de 20 (69,2%) apresentaram resposta parcial no primário e
meses sendo de 25, 28 e 15 meses para os graus 2, 3 e linfonodos negativos e dois (3,8%) apresentaram res-
4, nesta ordem. A SLP mediana foi de 15 meses sendo posta completa no tumor primário, porém linfonodos
23, 27 e 04 meses para os graus 2, 3 e 4 respectivamen- positivos. Conclusão: A taxa de Resposta patológica
te. Conclusão: os resultados de sobrevida observados completa encontrada no nosso serviço está compatível
com ReRT sugerem que deva ser considerada como op- com os resultados observados na literatura atual.
ção terapêutica no resgate de pacientes selecionados
Contato: MARINA LEITE MORANDI – mamorandii@
com gliomas recidivados.
gmail.com
Contato: ANDRÉ DA LUZ DAHER – dedaher@gmail.
com

TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
CÓDIGO: 60223
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
CÓDIGO: 60742 TOXICIDADE EM PACIENTES
PORTADORES DE DOENÇA PULMONAR
TAXA DE RESPOSTA COMPLETA INTERSTICIAL COM FIBROSE TRATADOS
À QUIMIORRADIOTERAPIA COM RADIOCIRURGIA ESTEREOTÁXICA
NEOADJUVANTE EM PACIENTES COM EXTRA-CRANIANA PARA NEOPLASIA
NEOPLASIA RETAL EM UM CENTRO DE PULMÃO: RELATO DE 4 CASOS E
ONCOLÓGICO DE PERNAMBUCO REVISÃO DE LITERATURA
Autores: Marina Leite Morandi; Lucas Marques de Autores: Flavia Gabrielli; Gabriel Faria Najas; Rafael
Mendonça; Vandré Cabral Gomes Carneiro; Ana Luiza Gadia; Heloísa de Andrade Carvalho; Frederico
Fassizoli da Fonte; Fernandes; Gilberto Castro; Carlos Eduardo Vita Abreu;
Instituição: INSTITUTO DE MEDICINA INTEGRAL Gisela Menegussi; Ricardo Terra; João Victor Salvajoli;
PROFESSOR FERNANDO FIGUEIRA Paulo Hoff;
Instituição: UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Introdução: O câncer colorretal é o terceiro câncer
mais comum entre os homens (10,0%) e o segundo en- Introdução: A radiocirurgia estereotáxica extra cra-
tre as mulheres (9,2%) no mundo, sendo responsável niana (SBRT) é o tratamento de escolha para pacientes
por 8,5% dos casos de morte por câncer. Estimativas portadores de câncer de pulmão não pequenas células
governamentais do Inca para o ano de 2016 apontam

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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

(CPNPC), em estadio clinico inicial, clinicamente inope- Barbosa Freire; Gustavo Rodrigues Brochado; Bibiana
ráveis. A literatura descreve a segurança do método Ferreira Gouvêia Ramos; Célia Viegas; Carlos Manoel
através da publicação das séries de pacientes trata- Mendonça Araújo;
dos diversos centros, inclusive em naqueles com fun- Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
ção pulmonar comprometida. Contudo, a morbidade
Introdução: Radioterapia para emergências é uma
associada ao tratamento na população específica de
abordagem determinante do cuidado do paciente on-
pacientes portadores de doença intersticial (DI) não é
cológico, não há consenso da abordagem ótima e deci-
claramente descrita na literatura. O Instituto do Câncer
sões terapêuticas permanecem subjetivas. Objetivos:
do Estado de São Paulo (ICESP), iniciou o tratamento
traçar um perfil do atendimento oncológico em radio-
de CPNPC em estadio inicial com SBRT em 2010, com
terapia no nosso departamento. Métodos: Estudo re-
base no protocolo RTOG 0236. Desde então, 90 pa-
trospectivo durante os anos de 2012 a 2016 através de
cientes foram tratados. Destes, 4 foram identificados
levantamento de número de atendimentos de urgên-
como portadores de DI. Todos apresentaram toxicida-
cias; sítio oncológico tratado; dose total, tempo total
de grave pouco tempo após SBRT, evoluindo a óbito.
de tratamentos, dose/fração, energia de feixe utilizada,
Esta evolução grave foi discordante das principais sé-
distribuição de campos e técnica empregados (2Dx3D).
ries institucionais e estudos prospectivos, assim como
Os dados foram acessados através de planilha de cál-
em relação aos demais pacientes tratados no ICESP
culos de planejamento da seção de Física Médica. Re-
neste período. Objetivo: O objetivo deste relato de 4
sultados: Mais de 13.600 pacientes foram tratados no
casos, com revisão de literatura, é de informar a comu-
departamento durante esse período, sendo 2840 (20
nidade médica científica sobre os riscos elevados de
% de todos tratamentos) classificados como tratamen-
toxicidade com SBRT em pacientes com DI. Casuíticas e
tos de urgência, que são a amostra do estudo. Foram
Métodos: Foi realizada avaliação retrospectiva de pron-
encaminhados em média cerca de 2 casos diários de
tuários dos pacientes submetidos à SBRT e portadores
urgências para tratamento, em dias úteis. Predominou
de DPI. Utilizou-se os buscadores “ ( (Lung Diseases, In-
planejamento com técnica 2D em 88% das vezes (2516
terstitial) OR (Pulmonary Fibrosis) OR (Lung Diseases,
casos) e fracionamentos superiores a doses únicas em
Obstructive) OR (Pneumonia) OR (Pulmonary Disease,
63% dentro da amostra total (1890 casos). Foram mais
Chronic Obstructive) ) AND (Radiosurgery OR Stereota-
frequentemente tratadas metástases em 974 casos
xic Techniques OR stereotactic ablative radiation thera-
(34%), nesta ordem de frequência: cerebral e meníngea
py OR SABR OR SBRT OR hypofractionated high-dose
em 601 casos (21%), e óssea em 361 deles (13%). Sítio
radiotherapy) “ para a pesquisa bilbiográfica na base
pulmonar respondeu por 391 casos (13,7%), sitio gine-
Pubmed. Resultados: Entre todos os centros que pu-
cológico por 161 casos (5,6%) e cabeça e pescoço, 381
blicaram suas casuísticas, apenas 2 séries reportaram a
casos (13,4%). A dose mais frequentemente utilizada foi
alta toxicidade associada a SBRT em pacientes com DI,
de 8Gy (38,5%), seguida de 30Gy (29,5%) e 20Gy (26,2%).
totalizando 5 pacientes nestas duas séries. Ambos os
O fracionamento em dose única foi utilizado em 1091
centros recomendaram, após os eventos negativos, a
casos (38,5%). Os esquemas fracionados mais ado-
extrema cautela ou contra indicação ao procedimento.
tados foram os de 30Gy/10 frações (29,5%) e 20Gy/5
Discussão e Conclusão: Existe uma escassez de infor-
frações que compreendem 1585 (55,7%). A energia de
mação na comunidade médica acerca da influência da
feixe mais frequentemente empregada foi a de 1,25MV
DI no prognóstico dos pacientes submetidos a SBRT. A
(68%). Até o momento conseguimos revisar cerca de
experiência do ICESP coincide com a experiência dos
70% dos casos. Quarenta e cinco por cento das indi-
centros que reportaram os desfechos relacionados a
cações de emergência foram irradiadas entre segun-
esta população. Assim, pode-se concluir que estes pa-
das e sextas-feiras (respectivamente 686 e 603 casos).
cientes apresentam uma alta probabilidade de toxicida-
Conclusão: Atendimentos de urgência são frequentes
de pulmonar grave após SBRT, o que justifica extrema
e correspondem a 1/5 dos atendimentos em radiote-
cautela para sua indicação.
rapia, no nosso serviço. Predominaram atendimentos
Contato: GABRIEL FARIA NAJAS – gabriel. najas@gmail. de metástases, fato possivelmente relacionado ao esta-
com diamento avançado dos pacientes. Fracionamentos em
doses únicas foram empregados em menor frequência
que tratamentos mais prolongados. O encaminhamen-
to em dias próximos a fins de semana pode sugerir re-
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA tardo no diagnóstico de urgências. Estas situações po-
CÓDIGO: 61841 dem gerar impacto gerencial e deverão ser apreciadas,
para uma eventual mudança de abordagem.
URGÊNCIAS EM RADIOTERAPIA: PERFIL
Contato: ALEXANDRE DA FONSECA COLÃO –
DE ATENDIMENTOS NO INSTITUTO alexandrecolao@gmail.com
NACIONAL DE CÂNCER
Autores: Alexandre da Fonseca Colão; Guilherme

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 346


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

TEMÁRIO: RADIOTERAPIA rança e vínculo com a equipe multidisciplinar durante


CÓDIGO: 61004 o tratamento radioterápico.
Contato: GERLANE AFONSO DE ASSIS – gerlane.
“GRUPO ACOLHIDA: ORIENTAÇÃO PARA
assis@hc. fm. usp.br
PACIENTES E ACOMPANHANTES QUE
SERÃO SUBMETIDOS À RADIOTERAPIA ”
Autores: Gerlane Afonso de Assis; Angela Maria
Agostinho de Melo; Roberta Mari Pereira de Oliveira; TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
Kátia Brito Araujo; Vanderleia Severino da Silva; CÓDIGO: 61005
Instituição: INSTITUTO DE RADIOLOGIA DO HOSPITAL
DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA “PROJETO DE BEM COM VOCÊ, A
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO BELEZA CONTRA O CÂNCER: OFICINA
Introdução / Justificativa: O câncer pertence a um gru- DE AUTO CUIDADO E MAQUIAGEM
po de doenças cuja taxa de mortalidade vai depender PARA PACIENTES SUBMETIDAS AO
do tipo e do desenvolvimento. Apesar dos progressos TRATAMENTO DE RADIOTERAPIA”
da medicina em relação ao tratamento, existem inúme- Autores: Angela Maria Agostinho de Melo; Roberta Mari
ras metáforas ligadas ao seu diagnóstico, que permi- Pereira de Oliveira; Gerlane Afonso de Assis;
tem esta patologia ainda ser vivida como uma sentença
Instituição: INSTITUTO DE RADIOLOGIA DO HOSPITAL
de morte, deflagrando assim, uma série de reações e DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA
emoções no paciente e na família (Torres, 1999). A im- UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
portância e necessidade da equipe multidisciplinar, no
acompanhamento do paciente oncológico, são essen- Introdução: O diagnóstico e o tratamento do CA es-
ciais na melhora da qualidade de vida do paciente e de tão associados a repercussões psicológicas, como de-
seus familiares. Objetivos: Oferecer esclarecimentos pressão, ansiedade, insônia e medo. Esse quadro pode
gerais sobre: (1) tratamento da radioterapia; (2) ressal- contribuir para uma percepção negativa da qualidade
tar a importância da alimentação para o tratamento; de vida. Alguns autores relatam que a imagem cor-
(3) minimizar os efeitos colaterais do tratamento sem poral está relacionada à autoimagem e à autoestima.
prejudicar o consumo alimentar adequado; (4) contri- (VARGENS; BERTERO, 2007; GOUVEIA et al., 2008; MOS-
buir para a diminuição de angústia, tensão e ansieda- QUEIRA; STABAUS, 2006). Quando as pessoas passam
de relacionada ao início do tratamento; (5) informar e por dificuldades ou desafios em suas vidas, vivenciam
orientar sobre os direitos e benefícios do paciente on- uma grande variedade de emoções, que podem pas-
cológico conforme as legislações. Método: Todos os sar do entusiasmo à ansiedade. O balanço entre esses
pacientes que são submetidos à radioterapia e seus sentimentos parece estar relacionado com o grau de
acompanhantes são convocados através de contato te- otimismo e pessimismo das pessoas (Scheier, Carver, &
lefônico para participar do grupo antes de iniciarem o Bridges, 2001). Assim, o “Projeto de Bem com Você”, co-
tratamento. O grupo é rotativo e composto por equipe ordenado pelo Serviço Social e Grupo de Humanização
multidisciplinar. É coordenado pelo Serviço Social, com do INRAD, propicia bem-estar e auto-estima, ensinando
a participação do psicólogo, nutricionista, técnicos de técnicas de maquiagem e dicas de beleza as mulheres
radioterapia, físico médico e enfermeiro. O encontro em tratamento contra o câncer. Objetivos: Promover
é mensal e tem a duração de aproximadamente 2 ho- a melhora da auto-estima, bem-estar, valorização da
ras. Ao término, a atividade é avaliada a partir de um beleza e proporcionar trocas de experiências dos mo-
questionário proposto para este fim. Resultados: Com mentos vividos. Método: As oficinas foram iniciadas em
base nos dados do questionário de avaliação de 2016, 2014 e acontecem mensalmente para as pacientes que
79,5% dos participantes relataram que o grupo foi óti- são submetidas ao tratamento de Radioterapia. As mu-
mo e 20,5% relataram que foi bom; enquanto 100% lheres são convidadas para participar das oficinas no
assinalaram que foram bem informados a respeito do início do tratamento. A oficina acontece no próprio local
tratamento e 100% acreditam que é importante parti- do tratamento, no Instituto de Radiologia do HCFMUSP
cipar deste grupo. Na questão referente aos objetivos e é composto por uma equipe de profissionais da be-
do grupo era possível assinalar mais de uma alternativa leza e maquiadores voluntários. A atividade é acompa-
e os resultados encontrados foram os seguintes: 72% nhada a partir de um questionário proposto para este
relataram que tiraram dúvidas, 67,5% ficaram mais fim, depoimentos das participantes e de troca de expe-
tranquilos. Conclusão: Conclui-se com o resultado das riências durante a oficina. Ao final da ação as pacientes
avaliações, que o Grupo acolhida tem importância e recebem um kit com produtos de beleza e maquiagem
impacto no acolhimento, no acesso às informações, es- composto por produtos para dar continuidade nos cui-
clarecimento de dúvidas, maior confiança e adesão do dados e ensinamentos recebidos no dia a dia. Resul-
paciente ao tratamento proporcionando maior segu- tados: No ano de 2016, foram realizadas 09 oficinas e
tivemos 30 pacientes que participaram do Projeto de

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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

Bem Com Você. No decorrer da oficina, foram relatados tativa. No primeiro semestre, 41 foram orientados pela
sentimentos como: vergonha, constrangimento com a enfermagem (entrega de panfleto com os alimentos
aparência e as mudanças em seu corpo e visual. A ação permitidos e proibidos antes de iniciar o tratamento)
traz momentos de auto reflexão dos momentos vividos. e 42 no segundo semestre foram orientados pela nu-
Nota-se também uma motivação importante após ofi- trição. A nutricionista além de descrever os alimentos
cina para enfrentamento da doença e do tratamento permitidos e proibidos, propôs um modelo de cardápio
oncológico. Conclusão: A ação proporciona um impac- da dieta fracionada e com substitutos de alimentos em
to significativo na vida dessas mulheres, melhorando o cada refeição que foi entregue antes do tratamento e
nível de satisfação com a sua aparência e autoestima, acompanhava periodicamente para verificar a adesão
podendo também servir de incentivo para outras mu- da mesma. Resultados: No primeiro semestre, o nú-
lheres que estão passando pelo mesmo momento. mero de preparo inadequado foi maior que no segun-
do (78% e 59%), sendo que o reto foi o órgão com a
Contato: ANGELA MARIA AGOSTINHO DE MELO –
maior inadequação. Comparando entre os semestres,
angela. silva@hc. fm. usp.br
o preparo insatisfatório do reto variou de 50% para
38%, e os pacientes saíram mais vezes da sala, 110 e 79
frações. Conclusão: Com estes dados, sugere-se que a
TEMÁRIO: TÉCNICOS EM RADIOTERAPIA intervenção nutricional mostrou-se importante, sendo
CÓDIGO: 60285 necessário um número maior de pacientes e melhor
análise do perfil clínico destes.
O IMPACTO DA ORIENTAÇÃO Contato: ELANE IDALGO CAMPOS – ei. campos@
NUTRICIONAL NO TRATAMENTO DE hotmail.com
PACIENTES PORTADORES DE TUMOR DE
PRÓSTATA
Autores: Elane Idalgo Campos; Katia Cristina Camonda
TEMÁRIO: TÉCNICOS EM RADIOTERAPIA
Braz Souza; Sandra Regina de Oliveira Borges; Ana
Paula Vollet Cunha; CÓDIGO: 57400

Instituição: HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ


OS ASPECTOS EMOCIONAIS DOS
Introdução: A radioterapia pélvica é um tratamento PACIENTES NO TRATAMENTO NA VISÃO
que pode gerar diferentes sintomas gastrintestinais. A DO TÉCNICO DE RADIOTERAPIA
adoção de técnicas avançadas de planejamento possi-
Autores: Jair Santana dos Santos; Carlos Rabello;
bilita reduzir as toxicidades, sem reduzir a eficácia do
Nivaldo Kiister; Pérsio R. de Freitas; Anne karina Kiister
tratamento, como por exemplo, a Radioterapia de In- Leon;
tensidade Modulada (IMRT). Torna-se assim necessário
Instituição: INSTITUTO DE RADIOTERAPIA VITORIA LTDA
um melhor controle das variações no posicionamento e
do preparo dos órgãos em risco. A Radioterapia Guiada Introdução: O câncer é uma doença que traz conflitos
por Imagem (IGRT) é uma importante ferramenta para emocionais para a pessoa que passa por essa experiên-
controle do posicionamento do paciente e da análise do cia e transtornos dos mais variados, podendo gerar con-
preparo de reto e bexiga, e, entre os dispositivos para fusão mental, estresse que é inevitável a vida humana e
IGRT estão o OBI (On Board Imager), capaz de gerar a dificuldade em aceitar o tratamento. Segundo Correia
uma imagem de CBCT (Cone-Beam CT), similar a uma (2000, citado por Porto, 2004), o câncer desencadeia re-
tomografia, possibilitando a localização dos volumes de ações devastadoras tanto no âmbito orgânico como no
interesse. Além disso, é desejável que o doente tenha emocional, provocando sentimentos, desequilíbrios e
acesso a uma orientação nutricional, pois estudos suge- conflitos internos [... ] consequências estas que, de acor-
rem que esta intervenção contribui para uma melhoria do com Penna (2004), vão depender da localização, do
do estado nutricional, redução de efeitos secundários e estágio da doença e do tratamento. Para atender o pu-
maior probabilidade do doente completar o tratamen- blico oncológico é necessário uma preparação da equi-
to como planejado. Objetivo: O objetivo deste trabalho pe interdisciplinar, para que haja estrutura para resol-
foi comparar através de imagens de CBCT, o impacto ver as adversidades e dar suporte a qualquer indivíduo
das orientações e acompanhamentos realizados pela submetido ao tratamento radioterápico. O sucesso des-
nutricionista no preparo de reto e bexiga e analisar o se tratamento vai depender do conjunto que formam
número de vezes que os pacientes foram retirados do o setor radioterápico, que vai do médico que é respon-
aparelho devido ao preparo inadequado. Método: Foi sável em prescrever o tratamento até os profissionais
realizado um levantamento retrospectivo de 83 pacien- que irão executar o procedimento junto a colaboração
tes com câncer de próstata submetido à radioterapia do paciente. Objetivo: Identificar uma forma de atendi-
em 2016, com dose entre 70 e 78Gy, que realizaram mento que resulta num melhor enfrentamento no tra-
imagens de CBCT e planejamento em IMRT. Todos rece- tamento radioterápico utilizando a humanização como
beram orientação da dieta hipogordurosa hipofermen- fator principal. Realizou-se estudo de vivência diária e
obtenção de resultados positivos conforme feedback

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de alguns pacientes. Foram entrevistados 04 pacientes TEMÁRIO: ENCONTRO DE RESIDENTES MÉDICOS


e acompanhantes pós-tratamento radioterápico, sendo CÓDIGO: 57680
a amostra constituída por conveniência. Pode-se obser-
var que os participantes ao enfrentarem o câncer rece- RESPOSTA COMPLETA DE
bendo um atendimento humanizado, o tratamento foi CERATOACANTOMA EM FACE À
de forma suave e bem mais satisfatória. RADIOTERAPIA: RELATO DE CASO
Contato: JAIR SANTANA DOS SANTOS – jairsan. s@ Autores: Kelliane Barros Lira; Cesar Augusto da Silva;
gmail.com Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL FRONTEIRA SUL
Apresentação do caso: Homem, 93 anos, encaminha-
do ao serviço de radioterapia por lesão nodular com
TEMÁRIO: ENCONTRO DE RESIDENTES MÉDICOS bordas regulares, centro ulcerado de aspecto querati-
CÓDIGO: 60565 nizado, com aproximadamente 7 cm de diâmetro em
região de fronte, assintomático. Paciente submetido
RELATO DE CASO SOBRE MELANOMA anteriormente, à ressecção dermatológica por shaving
associado a eletrocauterização com recidiva local pou-
EM CONJUNTIVA
cos meses após o procedimento. Laudo de biópsia evi-
Autores: Thais Franco Simionatto; Ana Flavia de Paula denciando ceratoacantoma. Realizado crioterapia com
Guerra Campedelli; Bárbara Caixeta Marin Machado
nitrogênio líquido, seguido de aplicações locais de imi-
de Faria; Rubens Augusto Ramos Junior; Carlos de
quimod, entretanto, sem resposta. Após avaliação da
Figueiredo Bezerril; Thais de Toledo Lima Santana;
lesão, no serviço de radioterapia, o paciente recebeu
Instituição: ASSOCIAÇÃO DE COMBATE AO CÂNCER DE
radioterapia local com resposta total ao tratamento.
GOIÁS
O ceratoacantoma é uma neoplasia benigna de cresci-
Introdução: Com incidência semelhante entre os sexos, mento rápido, podendo sofrer regressão espontânea
os melanomas malignos são o câncer intraocular primá- sem qualquer tipo de tratamento. Histologicamente
rio mais comum em adultos. Contribuem com 11% dos apresenta hiperceratose e acantose, onde as células
tumores primários de cabeça e pescoço; têm um risco epiteliais apresentam características que se asseme-
de metastatização em torno de 10% a 50%. Justificativa: lham ao carcinoma espinocelular, como atipia celular,
Pela vasta gama de diagnósticos diferenciais dos tumo- mitoses atípicas, disceratose e formação de pérolas de
res conjuntivais, faz-se necessária um manejo multidis- ceratina. O diagnóstico de ceratoacantoma é baseado
ciplinar para o tratamento adequado e com intenção mais na arquitetura do que nas características celula-
curativa. Relato do Caso: SCS, feminino, 60 anos, bran- res. O tratamento preconizado é a remoção cirúrgica.
ca, do lar, natural e procedente de Inhumas – GO com Devido à semelhança entre o ceratoacantoma e o car-
aparecimento de lesão em olho direito de rápido cresci- cinoma espinocelular, uma discussão a respeito de mé-
mento. Apresentava história prévia de cegueira à direita todos diagnósticos e a real distinção entre essas duas
desde o nascimento e relato de um cisto dermóide em entidades tem sido realizada.
olho D. Ao exame físico, lesão infiltrante e vegetante em
Contato: KELLIANE BARROS LIRA – kellianebarros@
região límbica do olho D, com extensão para córnea e
hotmail.com
aparente invasão palpebral além de mobilidade ocular
diminuída; olho esquerdo inalterado. Realizada biópsia
com histopatológico compatível com neoplasia maligna
pouco diferenciada e imuno-histoquímica compatível
TEMÁRIO: ENFERMAGEM ONCOLÓGICA
com melanoma; uma exenteração orbitária foi então
CÓDIGO: 60520
indicada. A lesão infiltrativa e vegetante, medindo 1,7 x
1,2 x 1,0 cm em conjuntiva direita, comprometia a câma-
ACOMPANHAMENTO DO PESO
ra anterior mas não invadia o nervo óptico ipsilateral e
foi excisada com margens livres. Atualmente o paciente
CORPORAL DURANTE A RADIOTERAPIA
encontra-se em seguimento ambulatorial, sem sinais de
DE CABEÇA E PESCOÇO: UMA
recidiva. Discussão: As opções de tratamento de mela- ABORDAGEM MULTIPROFISSIONAL.
nomas malignos de conjuntiva incluem a excisão com Autores: Nayara Ferreira Cunha; Juliana Aparecida
margens apropriadas, crioterapia ou quimioterapia Souza Borges; Ane Andrade Santa Cecília Silva; Izabela
tópica adjuvante. A exenteração orbitária é reservada Lourenço Silva Fernandes; Fredstone Rodrigues
para doenças localmente avançadas e a radioterapia da Cunha; Marcela Carrijo Setti; Marcelo Luvizotto
Alcântara de Pádua; Marília Ferreira Andrade;
preferencialmente para recidivas, tratamento primário
de áreas eloquentes ou adjuvância. Instituição: COT RADIOTERAPIA LTDA.

Contato: BÁRBARA CAIXETA MARIN MACHADO DE Introdução: Pacientes com câncer de cabeça e pescoço
FARIA – barbaracaixeta. uni@gmail.com submetidos à radioterapia podem necessitar de repla-
nejamento durante o tratamento, devido a algumas al-
terações apresentadas, como a perda de peso, que pode

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 349


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

alterar a dose administrada no volume alvo e órgãos de Introdução: Os indicadores de qualidade são utilizados
risco, em especial, medula espinhal. Desta forma, este nas avaliações, evolução e melhorias na assistência dos
público deve ser acompanhado por uma equipe mul- serviços de saúde em Radioterapia. Neste contexto as
tiprofissional para garantia de um tratamento seguro informações demonstram a realidade desta assistência
e integral. Objetivo: Identificar a ocorrência de perda prestada de forma direta ao resultado e das estraté-
de peso durante a radioterapia de cabeça e pescoço e gias da instituição. A correta adequação na utilização
seu impacto na necessidade de replanejamento. Mé- dos indicadores no processo de trabalho influenciam
todo: Estudo retrospectivo descritivo, com abordagem na tomada de decisões, aprimoramento dos proces-
quantitativa envolvendo pacientes com diagnóstico de sos, controle e qualidade da assistência em radiote-
câncer de cabeça e pescoço, tratados com Radioterapia rapia. Objetivo: Evidenciar possibilidades de melho-
por Intensidade Modulada (IMRT), no período de janei- rias assistenciais através da leitura de indicadores de
ro de 2015 a maio 2017. O peso corporal dos pacientes qualidade. Método: Estudo descritivo, comparativo,
foi aferido e registrado semanalmente e estes foram exploratório que relaciona o número de pacientes no-
assistidos por uma equipe multiprofissional. Para aná- vos com o número total de consultas de enfermagem
lise, foram considerados separadamente os pacientes sendo utilizado como um balizador para alcance de me-
que receberam até 60 Gy (21%) e os que receberam até tas institucionais no período de janeiro a dezembro de
70 Gy (79%). A perda de peso foi calculada avaliando-se 2016. Os dados foram compilados em uma tabela via
o peso inicial e o menor peso apresentado durante o Microsoft excel modelo 97. Resultados: A avaliação e
tratamento. Resultados: Foram avaliados 24 pacien- mensuração dos resultados alcançados, demonstram
tes com diagnóstico de câncer de cabeça e pescoço, que no mês de Janeiro o número total de pacientes
apresentando idade média de 63.21 anos (DP=14.46); novos foi 227 (100%), o número total de consultas de
a maioria do sexo masculino (71%), prevalecendo casos enfermagem foi 192 (84,5%); Fevereiro 299 (100%), 167
em estádio avançado (75%) e sem indicação de cirurgia (56%); Março 235 (100%), 201 (86%); Abril 197 (100%),
(71%). Os principais sítios de tratamento foram: orofa- 180 (91,3%); Maio 257 (100%), 255 (99,2%); Junho 221
ringe (25%), cavidade oral e nasofaringe (ambos 21%); (100%), 207 (92,4%); Julho 224 (100%), 205 (92%); Agos-
19 pacientes (79%) foram submetidos à quimioterapia to 271 (100%), 292 (108%); Setembro 206 (100%), 202
concomitante. Nove pacientes apresentaram perda de (98%); Outubro 229 (100%), 176 (79%); Novembro 224
peso ≥ 10% e destes, sete necessitaram de replaneja- (100%), 201 (90%); Dezembro 292 (100%), 156 (53,4%).
mento do tratamento. A perda de peso média dos pa- Diante destes dados, observa-se que a meta de abran-
cientes que receberam até 60Gy foi de 3.6kg e de 6.5kg gência aos pacientes não foi atingida, durante alguns
para aqueles que receberam até 70Gy, sendo eviden- meses do período avaliado. Num total anual de 2885
ciada uma tendência de maior perda de peso no grupo pacientes novos em tratamento, tivemos 2434 consul-
de pacientes com dose total de 70Gy (p=0.05). Conclu- tas de enfermagem representando um total de 84,3%,
são: Apesar deste resultado, que pode ser justificado ficando 15,7% aquém da meta estipulada. Conclusão:
pelo pequeno número de pacientes e/ou pelo suporte Os dados obtidos demonstram que os indicadores
oferecido a eles durante o tratamento, em alguns ca- de qualidade são fundamentais para assistência dos
sos, foi identificada perda de peso ≥ 10%, com necessi- pacientes no setor de radioterapia, identificando os
dade de replanejamento da radioterapia, além do valor processos a serem melhorados, na tentativa de uma
próximo ao nível de significância identificado nos casos abrangência maior nas orientações fornecidas.
com dose de até 70Gy. Isto reforça a importância do se-
Contato: ROSELIE CORCINI PINTO – roselie. corcini@
guimento semanal a estes pacientes, com intervenções
santacasa. tche.br
da equipe multiprofissional, que garantam a qualidade
do tratamento.
Contato: NAYARA FERREIRA CUNHA – nayara. nfc@
gmail.com TEMÁRIO: ENFERMAGEM ONCOLÓGICA
CÓDIGO: 57390

O SIGNIFICADO DA CONSULTA DE
TEMÁRIO: ENFERMAGEM ONCOLÓGICA ENFERMAGEM EM RADIOTERAPIA
CÓDIGO: 61929 PARA O CLIENTE SOB A PERSPECTIVA
FENOMENOLÓGICA
INDICADORES DE QUALIDADE
Autores: Hugo Alberto Neves de Souza; Maria Amália
ASSISTENCIAL UTILIZADOS EM de Lima Cury Cunha; Fabiana Verdan Simões; Ann Mary
RADIOTERAPIA Machado Tinoco Feitosa Rosas;
Autores: Jéssica Brinkus; Aline Moraes de Abreu; Leila Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESTADO DO
Maria de Abreu Jaggi; Roselie Corcini Pinto; Neiro RIO DE JANEIRO
Waechter da Motta;
Introdução: este estudo partiu da reflexão da necessi-
Instituição: IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA
dade dos clientes oncológicos em radioterapia e seus
DE PORTO ALEGRE

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 350


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

acompanhantes comparecerem com assiduidade às dadores de pessoas com feridas neoplásicas. Os dados
consultas de enfermagem agendadas visando um cui- foram obtidos de entrevistas semi-estruturadas, aplica-
dado de cunho educativo e assistencial com seu foco das entre abril e maio de 2017, em seguida submetidos
nos efeitos colaterais do tratamento em pele e muco- a análise de conteúdo temática. A pesquisa respeitou
sas, além das necessidades não físicas. Objetivo: com- os aspectos éticos da Resolução nº 466/12 do Conselho
preender o significado da consulta de enfermagem para Nacional de Saúde. Resultados: Com o surgimento das
clientes oncológicos submetidos à radioterapia. Méto- feridas neoplásicas, as famílias enfrentam dificuldades
do: pesquisa qualitativa realizada com dezesseis parti- em cuidar da pessoa com câncer devido a intensa dor,
cipantes através de instrumento de entrevista semi-es- exsudato, hemorragias, odores desagradáveis, necrose
truturada em uma instituição de referência oncológica e limitações para a mobilização do adoecido, sentindo
localizada na cidade do Rio de Janeiro. Para análise dos a necessidade de profissionais ou instituições que lhes
dados foi usado como referencial teórico metodológico ajudem a manejar as feridas. Percebem a necessidade
a Fenomenologia de Alfred Schutz. Resultados: após de obter conhecimento para cuidar da pessoa adoeci-
análise das entrevistas emergiram três categorias: ob- da e reduzir os desconfortos e produzidos pelas lesões.
ter esclarecimentos acerca de seus sintomas; receber Qualificam que as informações obtidas nos serviços de
orientações que possam auxiliar em seu tratamento; oncologia são imadequadas ou insuficientes para aten-
ouvir palavras de estímulo. Conclusão: a consulta de der às necessidades impostas pelas feridas. Assim bus-
enfermagem constitui-se em um espaço de orientação, cam informações na internet, amigos ou profissionais
esclarecimento de dúvidas, estímulo e apoio emocional de outros serviços para realização do cuidado. Criam
na busca de qualidade de vida durante e após o trata- estratégias para o o manejo das lesões e o cuidado
mento. O vínculo entre enfermeiro e cliente mostrou-se emocional do adoecido. Ademais convivem com senti-
como um dos instrumentos fundamentais no auxílio à mentos negativos que a ferida provoca e a discrimina-
adesão ao tratamento. As falas demonstram a seguran- ção ao tentarem acessar o cuidado nas unidades bási-
ça dos clientes no conhecimento do enfermeiro repre- cas de saude que por desconhecimento se recusam a
sentado pelas intervenções de enfermagem realizadas. cuidar dos adoecidos. Conclusão: Este estudo salienta
que as famílias ao assumirem o cuidado da pessoa com
Contato: HUGO ALBERTO NEVES DE SOUZA – hugoal.
câncer, demanda atenção dos profissionais de saúde
neves2@hotmail.com
que os instrumentalize para o manejo dos sinais e sin-
tomas que as feridas apresentam.
Contato: MILENA MARQUES CERQUEIRA MENDES –
TEMÁRIO: ENFERMAGEM ONCOLÓGICA MILEENA. MARQUES@HOTMAIL. COM
CÓDIGO: 60553

PERCEPÇÃO DE FAMILIARES SOBRE


CUIDADOS ÀS PESSOAS COM FERIDAS TEMÁRIO: ENFERMAGEM ONCOLÓGICA
NEOPLÁSICAS NO DOMICÍLIO CÓDIGO: 61974

Autores: Taiane Rocha Lima; Milena Marques Cerqueira


Mendes; Danilo Bispo de Queiroz; Marcia Sandra PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE MULHERES
Fernandes dos Santos Lima; Evanilda Souza de Santana COM CÂNCER GINECOLÓGICO
Carvalho; TRATADAS EM UM CENTRO DE ALTA
Instituição: UNIDADE DE ALTA COMPLEXIDADE EM COMPLEXIDADE EM ONCOLOGIA
ONCOLOGIA/HDPA; SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE (CACON) NO SUL DO BRASIL
FEIRA DE SANTANA
Autores: Andressa Karol Oliveira; Aline Moraes de
Introdução: Pessoas com doenças neoplásicas podem Abreu; Gabriela Werlang Schorn; Taís Marques
vir a desenvolver feridas, que surgem devido à quebra Cerentini; Nathally Marques Pulgatti; Leila Maria de
da integridade da pele, resultante da infiltração de cé- Abreu Jaggi; Roselie Corcini Pinto; Neiro Waechter da
lulas malignas do tumor. O adoecido torna-se depen- Motta;
dente de cuidados, geralmente fornecido pela família, Instituição: IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA
o que leva a uma reorganização da estrutura familiar DE PORTO ALEGRE
para atender as necessidades cotidianas do enfermo, Introdução: Câncer é um tumor maligno de crescimen-
o que acarreta desgaste físico e emocional. Objetivo: to celular anormal considerado característico de paí-
Compreender os cuidados prestados por familiares à ses em desenvolvimento. Para o biênio 2016/2017 foi
pessoa com ferida neoplásica em domicilio. Método: estimado 600 mil novos casos para o Brasil. O câncer
Trata-se de um estudo qualitativo, exploratório de na- ginecológico inclui o câncer de colo de útero, de corpo
tureza descritiva. Realizado na cidade de Feira de San- de útero, de ovário, de vulva e de vagina sendo o quar-
tana – BA, em uma Unidade de Alta Complexidade em to mais incidente na região sul (15,17 /100 mil habitan-
Oncologia. Participaram deste estudo 7 familiares/cui- tes), seguido pelo câncer de ovário com a sétima posi-

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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

ção nos mais incidentes (6,71/100 mil) no sul do Brasil. próstata, mama, traquéia/pulmão e brônquios, cólon e
O câncer de corpo de útero ocupa a décima segunda reto e esôfago. Objetivo: Identificar os cinco tipos de
posição (5,21/100 mil) na região sul e as neoplasias tumores mais incidentes no ano de 2016 no ambulató-
malignas da vulva e vagina tem baixa incidência. Ob- rio de radioterapia de um hospital da região metropo-
jetivo: Analisar os aspectos clínicos e epidemiológicos litana de Porto Alegre e comparar os dados encontra-
das pacientes atendidas no serviço de Radioterapia do dos nas estimativas para região trazidas pelo banco de
Hospital Santa Rita do Complexo Irmandade Santa Casa dados nacional. Método: Estudo transversal, descritivo
de Porto Alegre, Brasil. Materiais e Métodos: Estudo retrospectivo, com abordagem quantitativa. A amostra
descritivo e exploratório onde foram analisados os da- desta pesquisa foi composta por todos os registros de
dos de 86 pacientes atendidos no período de Março a pacientes que realizaram radioterapia no serviço em
Maio de 2017. As variáveis analisadas incluíram idade, estudo no ano de 2016. Para a coleta e análise das in-
diagnóstico do câncer, estadiamento clínico e grau de formações, foi utilizado banco de dados Microsoft Excel.
diferenciação histopatológica. Os dados foram compi- Resultados: No ano de 2016 o serviço de radioterapia
lados e analisados através de banco de dados do siste- atendeu o total de 2442 caos novos de câncer. Destes
ma Tasy de informações. Resultados: A idade de maior 767 (31,40%) foram pacientes em tratamento de cân-
prevalência foi de 30 a 39 anos (23,25%), seguido por cer de mama; 350 (14,33%) próstata; 177 (7,24%) colo
50 a 59 anos (22,9%), 40 a 49 anos (20,93%), 60 a 69 de útero; 176 (7,20%) pulmão e brônquios e 84 (3,43%)
anos (15,11%), 70 a 79 anos (10,46%), 20 a 29 anos e esôfago. Conclusão: Comparando os resultados foi
80 a 89 (3,49%) e a faixa etária menos incidente foi de possível identificar que os tumores de mama e prós-
90 a 99 anos (1,16%). Os principais diagnósticos foram tata são os mais incidentes no sul do Brasil, que houve
câncer de colo de útero (84%) seguido pela neoplasia um aumento expressivo de casos de câncer de colo de
maligna do corpo uterino (16%). O estádio mais predo- útero no estado e que pulmão e esôfago encontram-se
minante foi IB (37%), IIB (34%) e IIB (29%). O grau de entre os cinco mais incidentes conforme os dados trazi-
diferenciação histopatológica mais prevalente foi G2 dos nas estimativas para 2016/2017.
(54%), G3 (30%), G1 (1%), e em 10% dos casos não foram
Contato: ROSELIE CORCINI PINTO – roselie. corcini@
avaliados. Conclusão: Esse levantamento contribuiu na
santacasa. tche.br
análise dos aspectos clínicos e epidemiológico das pa-
cientes atendidas no hospital e direcionar o olhar para
programas de prevenção da doença.
Contato: ROSELIE CORCINI PINTO – roselie. corcini@ TEMÁRIO: ENFERMAGEM ONCOLÓGICA
santacasa. tche.br CÓDIGO: 59799

PROTOCOLO INSTITUCIONAL DE
RADIODERMATITE: PREVENÇÃO E
TEMÁRIO: ENFERMAGEM ONCOLÓGICA TRATAMENTO
CÓDIGO: 61960
Autores: Deisi Pricilia Santana Oliveira Rufino; Andrea
Furtado Braga do Nascimento; Jaqueline de Souza;
PERFIL EPIDEMIOLÓGICO DE UM Kamilla Lopes;
SERVIÇO DE RADIOTERAPIA REFERÊNCIA Instituição: ONCOCLINICAS DO BRASIL
NO ESTADO DO RIO GRANDE
O câncer é um problema de saúde pública, sobretudo
Autores: Nathally Marques Pulgatti; Taís Marques
nos países em desenvolvimento. Nestes, é esperado,
Cerentini; Andressa Karol Oliveira; Leila Maria de Abreu
para as próximas décadas, um crescimento popula-
Jaggi; Roselie Corcini Pinto; Aline Moraes de Abreu;
Neiro Waechter da Motta; cional correspondente a 80% dos mais de 20 milhões
de casos novos estimados para 2025. No Brasil, as es-
Instituição: IRMANDADE SANTA CASA DE MISERICÓRDIA
DE PORTO ALEGRE timativas para o biênio 2016-2017 foram de cerca de
600 mil casos novos de câncer. Dentre os tratamentos
Introdução: Documento publicado pela World Cancer para o câncer, a radioterapia é uma modalidade local-
Report 2014 da Agência Internacional para Pesquisa so- -regional, que utiliza radiação ionizante contra células
bre Câncer (IARC) reconhece o câncer como problema neoplásicas, podendo ser indicada de forma exclusiva
de saúde pública. A nível mundial, crescem os casos de ou associada com quimioterapia e cirurgia. Uma das
morbidades e mortalidades associadas a diversos tipos complicações da radioterapia são as alterações de
de câncer, mesmo com a existência de recursos que pele, denominadas radiodermatite, podendo ser agu-
possibilitam diagnóstico precoce, ampliam as chances das ou tardias. O enfermeiro, que trabalha em unidade
de prognóstico positivo. Pesquisa do Instituto Nacional de radioterapia, deve ser especializado em oncologia,
de Câncer (INCA), estima que no Brasil, para 2016-2017, ter conhecimento cientifico, teórico e prático, traçar as
cerca de 600 mil casos de câncer. Para o Rio Grande diretrizes e metas que assegurem uma assistência de
do Sul são sinalizados como tumores mais incidentes: enfermagem de qualidade, atuando na prevenção, tra-

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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

tamento e reabilitação dos clientes, através da imple- sente estudo possibilitou uma análise de como a radio-
mentação de protocolos institucionais, de acordo com cirurgia e a radioterapia estereotáxica fracionada vem
a realidade atual. evoluindo com opções terapêuticas menos invasivas e
seguras. Observando-se a prevalência no tratamento
Contato: DEISI PRICILIA SANTANA DE OLIVEIRA
de metástases cerebrais e outras neoplasias malignas.
RUFINO – santana. deisi@gmail.com
Além disso também permitiu o levantamento de dados
para uma futura pesquisa clínica.
Contato: ANDRÉA MORAES IPIRANGA – andrea_
TEMÁRIO: ENFERMAGEM ONCOLÓGICA ipiranga@outlook.com
CÓDIGO: 60537

RADIOCIRURGIA E RADIOTERAPIA
ESTEREOTÁXICA FRACIONADA: TEMÁRIO: ENFERMAGEM ONCOLÓGICA
EXPERIÊNCIA DE TRÊS ANOS DO CÓDIGO: 61984
HOSPITAL PORTO DIAS EM BELÉM-PA
RADIOTERAPIA E MANEJO DE FERIDAS
Autores: Andréa Moraes Ipiranga; Danielle Teixeira de
Castro; EM CASO DE CORDOMA SACRAL
Instituição: HOSPITAL PORTO DIAS Autores: Aline Moraes de Abreu; Marcela Metzdorf;
Daniela Santos da Silva; Leila Maria de Abreu Jaggi;
Introdução: A radiocirurgia consiste no emprego de Roselie Corcini Pinto; Neiro Waechter da Motta;
doses únicas e altas de radiação dirigidas com alto Instituição: SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE PORTO
grau de exatidão para tumores intracranianos e para ALEGRE
algumas doenças funcionais. Já a radioterapia estere-
otáxica também envolve doses altas e precisas de ra- Apresentação do caso: Estudo de caso de paciente em
diação assim como a radiocirurgia, porém de maneira atendimento no ambulatório de radioterapia de um
fracionada. Geralmente se opta por este tipo de trata- CACON da cidade de Porto Alegre. Sexo masculino, 53
mento quando o tumor é de localização muito próxima anos, diagnosticado com cardoma sacral e submetido a
à tecidos normais importantes e sensíveis à radiação sacrectomia, retossigmoidectomia, colostomia terminal
ou quando os tumores cranianos excedem o tamanho e reconstrução com retalho miocutâneo com reto ab-
máximo permitido para radiocirurgia com dose única. dominal. Em seguimento, apresentou recidiva tumoral
Estas técnicas vem avançando no tratamento de lesões 9 meses após a abordagem cirúrgica, sendo contra-in-
do sistema nervoso central. Objetivo: Apresentar a ex- dicada nova intervenção. Encaminhado ao serviço de
periência em radiocirurgia e radioterapia estereotáxica radioterapia, onde optou-se por realizar 30 Gy em 10
fracionada em um serviço de um hospital privado do frações no local da recidiva, objetivando o controle da
norte do Brasil dos últimos 3 anos. Método: Trata-se de dor e possível redução da neoplasia. A lesão em região
um estudo retrospectivo, descritivo, com 58 pacientes sacral apresentava-se com edema, eritema, área necró-
que foram submetidos a radiocirurgia e radioterapia tica no centro do glúteo máximo esquerdo, sangrante e
estereotáxica fracionada no período de Julho de 2014 fétida. Discussão: O cordoma é uma neoplasia epitelial
a Junho de 2017. Os tratamentos foram realizados com maligna rara que se origina de remanescentes embrio-
um sistema de localização estereotática (Exactrac®) e lógicos da notocorda primitiva. Cerca de 50% dos casos
os planejamentos foram feitos com sistema Iplan da se localizam na região sacral e constitui a neoplasia pri-
empresa alemã Brainlab. Para a imobilização dos pa- mária mais comum dessa região. Sua evolução desfa-
cientes foram utilizadas máscaras termoplásticas este- vorável decorre do seu comportamento local agressivo
reotáxicas. Resultados: A média de idade foi de 57,4 e da sua proximidade a tecidos nervosos e ao arcabou-
anos. Em relação ao sexo 74,2 % eram do sexo femi- ço ósseo da pélvis, o que dificulta a obtenção de mar-
nino. O percentual de tratamento com radiocirurgia gens de ressecção livres. Tendo em vista que são pouco
foi 56,9% e de radioterapia estereotáxica fracionada sensíveis à radio e quimioterapia, o tratamento de es-
em até cinco frações foi de 43,1%. Com relação as pa- colha consiste na ressecção radical complementada ou
tologias 43,1% foram metástases cerebrais, 22,4% de não com radioterapia adjuvante. No entanto, a avalia-
Schwannoma, 17,2% de Meningioma, 5,1% de Adeno- ção especializada e a utilização de curativos específicos
ma, 3,4% de Glioma,, 3,4% de Malformações arteriove- para cada particularidade da lesão, são fundamentais
nosas e 5,4 outros. Em relação a técnica utilizada 70,7% para o alcance de melhores resultados. Comentários
foram de Radioterapia de Intensidade Modulada (IMRT) Finais: No presente caso, uma vez que o mesmo foi
e 29,3% com Radioterapia Tridimensional (3D). Sobre a considerado irressecável, optou-se pela radioterapia
quantidade de lesões por pacientes, 17,2 % foram pa- local como tentativa de diminuir ou estabilizar o cresci-
cientes que trataram múltiplas lesões e 82,8% trataram mento da massa e melhora sintomática da dor. Obtive-
lesões únicas. Conclusão: O desenvolvimento do pre- mos bons resultados, com redução tumoral importante
e paciente não necessitando manter analgesia. Foram

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 353


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

realizados curativos com hidrofibra com prata a cada técnica de 3D apresentou valores de R50 menores, uma
72 horas e desbridamento das áreas necróticas. Con- vez que para esta modalidade de tratamento tem-se
seguimos, ao fim do tratamento radioterápico, criação menor volume irradiado. O parâmetro D2 apresentou
de fibrina e a revitalização do tecido. A radioterapia não valores de 40 a 83,33%, apresentando valores maiores
é utilizada como tratamento isolado devido às grandes quanto maior o volume do PTV em ambas as técnicas.
dimensões do tumor ao diagnóstico. Está bem indica- O parâmetro V105 apresentou valores de 0 a 29,8%,
da após ressecções subtotais visto que sua função é apresentando maiores valores quanto menor o volume
promover o controle local da neoplasia. Na busca da do PTV em ambas as técnicas. O parâmetro V20 mos-
cirurgia oncológica ideal, a abordagem multidisciplinar trou relação aproximadamente linear com o volume do
é ideal, ponderando com o paciente possíveis sequelas PTV em ambas as técnicas, sendo maior para volumes
do tratamento. maiores. Conclusões: A análise dos parâmetros dosi-
métricos não evidenciou vantagem para nenhuma téc-
Contato: MARCELA METZDORF – marcelametzdorf@
nica, exceto para o parâmetro R50, o qual apresentou
gmail.com
melhores resultados para a técnica 3D em lesões de pe-
queno volume. Aliado ao fato de que a técnica 3D não
sofre influência com o efeito interplay pode-se concluir
TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA que esta modalidade ainda constitui uma boa escolha
CÓDIGO: 60405 para planejamentos de SBRT de pulmão.
Contato: MAÍRA MILANELO VASQUES –
ANÁLISE COMPARATIVA DE mairavasques@gmail.com
PARÂMETROS DOSIMÉTRICOS EM
PLANEJAMENTOS DE SBRT DE PULMÃO
COM TÉCNICA 3D E VMAT
TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA
Autores: Maíra Milanelo Vasques; Érika Yumi Watanabe;
CÓDIGO: 59409
Ana Claudia M. De Chiara; Gabriela Reis S. de Jesus;
Instituição: HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE
MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
ANÁLISE DOS DADOS DE CONTROLE DE
QUALIDADE DOS PLANEJAMENTOS DE
Introdução: A Radiocirurgia Estereotáxica Corpórea PRÓSTATA COM A TÉCNICA DE VMAT
(Stereotactic Body Radiation Therapy – SBRT) consiste UTILIZANDO EPID
em administrar altas doses de radiação a tumores fora
Autores: Sarah Jéssica Mazaro; Fernanda C Brandão;
do sistema nervoso central, com alta precisão, visando
José Carlos Cruz; Karina C. Volpato; Flavio S. Guimarães;
maximizar a dose recebida pelo tumor, minimizando
João Victor Salvajoli;
as probabilidades de complicações em tecido normal
Instituição: CENTRO DE RADIOTERAPIA DE SÃO CARLOS
adjacente. A SBRT pode ser realizada com técnicas con-
vencionais de planejamentos 3D ou com o recurso de Objetivo: Este trabalho tem como objetivo avaliar os
técnicas de maior tecnologia, como a Arcoterapia Vo- testes de controle de qualidade (CQ) dos planejamen-
lumétrica Modulada (Volumetric Modulated Arc Thera- tos de próstata com a técnica radioterápica de arco
py – VMAT), sendo a escolha da técnica dependente de volumétrico (VMAT) utilizando Dispositivo Eletrônico de
fatores como volume, formato e localização da lesão. Imagem Portal (EPID), realizados no Centro de Radio-
Objetivos: Comparar os parâmetros dosimétricos em terapia de São Carlos. Métodos: Foram avaliados 194
planejamentos de SBRT de pulmão, com técnica 3D e CQ’s realizados durante o período de Outubro de 2014
VMAT e buscar uma regra prática para auxiliar na esco- a Maio de 2017. Os dados destes CQ’s foram analisa-
lha da melhor técnica de tratamento. Métodos: Foram dos quantitativamente no modo relativo por meio de
avaliados 41 planejamentos de pacientes que foram três parâmetros fundamentais: o índice de concordân-
submetidos a SBRT de pulmão entre agosto de 2011 a cia gama > 1, gama médio e gama máximo. Esse cri-
maio de 2017. A dose prescrita variou de 48 Gy a 60Gy tério foi utilizado a fim de estabelecer níveis de ação
(de 4 a 8 frações). Para cada planejamento foram le- clínica com base na média institucional e nos desvios-
vantados: o volume do PTV, a razão entre a isodose de -padrão. A diferença de dose limiar foi definida como
50% e o volume do PTV (R50), o índice de conformidade 3% e a distância limiar de concordância em 2mm. Re-
(IC), a dose máxima a 2 cm do PTV em qualquer direção sultados: Em média, os resultados fornecidos pelo
(D2), o volume da isodose de 105% fora do PTV (V105) software de análise da Varian Medical Systems (Palo
e o volume dos pulmões subtraindo-se o PTV que rece- Alto, CA), chamado Portal Dosimetry (PD, versão 10.0),
beu 20Gy (V20). Resultados e Discussões: O IC variou apresentaram valores de índice de concordância gama
de 0,933 a 1,278, apresentando maiores valores quan- de (99,4±3,4) %, gama máximo de (1,46±0,31) e gama
to menor o volume do PTV, para ambas as técnicas. O médio de (0,23±0,03). Clinicamente, tais resultados,
R50 teve valores entre 3,131 e 8,837, sendo os maiores demonstraram alta acurácia das distribuições de dose
valores atribuídos à técnica VMAT e lesões menores. A reconstruídas com a técnica de VMAT, uma vez que há

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 354


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

boa concordância entre as doses planejadas e medi- na bexiga (2cc) e no ponto de bexiga foram (67,4±0,1) %
das. Conclusão: Concluímos que o padrão de aceitação e (77,1±0,2) % das doses de prescrição, respectivamen-
gama para estes casos de próstata feitos com EPID fo- te. Analogamente, as doses médias no reto (2cc) e no
ram coerentes com o esperado e níveis de ação devem ponto de reto foram (74,6±0,2) % e (67,9±0,2) %, res-
ser adotados para valores inferiores a estes. Assim, os pectivamente. Conclusão: As doses depositadas nos
procedimentos realizados nos tratamentos com VMAT pontos A foram similares entre si, revelando a simetria
da instituição mostraram-se adequados para aplicação de distribuição de dose nos pacientes e se mostrando
clínica. coerentes com a cobertura do PTV. A dose no ponto de
reto foi 6,7% menor que a dose no reto a 2cc, sugerindo
Contato: SARAH JÉSSICA MAZARO – sarahmazaro@
que o planejamento 3D pode diminuir a dose entregue
yahoo.com.br
para este órgão, quando comparado ao planejamento
2D. Por outro lado, a dose no ponto de bexiga foi 9,7%
maior que a dose na bexiga em 2cc. Os planejamen-
TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA tos bidimensionais geralmente incluem a colocação do
CÓDIGO: 60378 Cateter de Foley para assegurar a reprodutibilidade do
posicionamento do paciente ao longo do tratamento,
ANÁLISE DOSIMÉTRICA COMPARATIVA de acordo com as recomendações do ICRU Report 89.
Como o cateter não estava presente nos casos aborda-
EM PLANEJAMENTOS DE
dos nesta pesquisa, o ponto de bexiga poder ter sido
BRAQUITERAPIA DE CÓLO DE ÚTERO: determinado mais próximo dos aplicadores.
3D VERSUS 2D
Contato: ALEXANDRE COLELLO BRUNO –
Autores: Fabricio Augusto de Lima; Leandro Federiche
Borges; Gustavo Lazzaro Barbi;; Juliana Fernandes alexandrecbruno@gmail.com
Pavoni; Edenyse Cristhiane Bertucci; Euclydes
Borguezan Neto; Marilia Lisboa Roca Santo; Gustavo
Viani Arruda; Felipe Teles De Arruda; Isabela Soares
Lopes Branco; Alexandre Colello Bruno; TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA
Instituição: HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE CÓDIGO: 61809
MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE
SÃO PAULO APLICAÇÃO DO TG-119 DA AAPM PARA
Introdução: A braquiterapia de alta taxa de dose (HDR) VERIFICAÇÃO DO COMISSIONAMENTO
tem sido cada vez mais utilizada nos últimos anos. Esta DE VMAT UTILIZANDO ARCCHECK
modalidade de tratamento permite que altas doses de Autores: Milton Lavor; Antonio Robson Nogueira da
radiação sejam administradas ao paciente em um cur- Silva; Vinicius Fernandes Araújo; Geison Moreira Freire;
to intervalo de tempo, reduzindo os efeitos colaterais Instituição: LIGA MOSSOROENSE DE ESTUDOS E
aos tecidos saudáveis adjacentes. Os dois principais COMBATE AO CÂNCER
tipos de planejamento realizados na rotina clínica são
Introdução: A aplicação de um protocolo da verifica-
2D ou 3D, dependendo da modalidade de imagem em
ção do comissionamento é uma barreira de segurança
que o planejamento é baseado. Apesar dos sistemas
para evitar ou minimizar os acidentes nos tratamentos
de braquiterapia tridimensional estarem ganhando
de radioterapia. Visando ao estabelecimento de crité-
espaço ultimamente, poucos estudos têm sido publica-
rios para o comissionamento de IMRT, o grupo tarefa
dos comparando os planejamentos 2D e 3D. Objetivo:
TG-119 da American Association of Physiscts in Medici-
Comparar as doses entregues na bexiga e no reto em
ne (AAPM) criou um documento guia com um conjunto
planejamentos de braquiterapia de colo de útero bi-
de planejamentos testes e limites aceitáveis a partir da
dimensional e tridimensional. Método: Quinze planos
comparação dosimétrica dos resultados encontrados
de braquiterapia tridimensional HDR foram analisados
por várias instituições. Seguindo as orientações do TG-
quanto à cobertura, dose na bexiga (2cc) e no reto (2cc).
119, este trabalho apresenta os resultados da análise
Nestes mesmos planos foram criados os pontos de be-
gama para os planos vários alvos, próstata, cabeça e
xiga, reto e ponto A de acordo com as recomendações
pescoço e forma de C difícil e têm como finalidade a
do ICRU Report 89. As doses entregues nestes pontos
verificação da eficácia dos tratamentos com Volumetric
foram comparadas às doses volumétricas. Todos os
Modulated Arc Therapy (VMAT). Objetivo: O objetivo
valores de dose foram normalizados pelas doses de
deste trabalho foi criar os planos de teste do TG-119
prescrição nos respectivos planejamentos. A realização
utilizando VMAT para avaliar o desempenho da entrega
deste estudo de não afetou o tratamento dos pacien-
do acelerador linear empregando dispositivo de contro-
tes. Resultados: A cobertura média de 90% do volume
le de qualidade volumétrico. Materiais e Método: Os
do PTV foi de (95±13) %, sendo que as doses médias nos
planejamentos foram realizados no sistema de plane-
pontos A, medidos bilateralmente, foram de (91,8±0,1)
jamento Mônaco 5.00.02 e executados pelo acelerador
% e (91,5±0,2) % da dose de prescrição. As doses médias
linear Elekta Synergy Platform (Elekta, Suécia) com os

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 355


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

parâmetros de tratamento: VMAT, 6MV, 2 arcos, 150 cado pelo sistema Calypso como sendo a posição do
pontos de controle, segmento mínimo 1cm, grade de isocentro. Antes de iniciar o tratamento foi adquiriu-se
cálculo 2 mm e doses dos alvos especificadas no TG119 um CBCT. Foram analisados os deslocamentos X, Y, Z,
para cada plano. Empregou-se detector ArcCHECK (Sun inclinação, rotação e rolagem sugeridas como corre-
Nuclear, Estados Unidos), para medição de dose abso- ção para a imagem. Resultados: Foram avaliados até o
luta e distribuição de dose. As verificações das distri- momento 6 pacientes, que tiveram seu curso de trata-
buições de doses pela comparação entre os gradientes mento completado. Avaliaram-se todas as imagens de
de doses medidos e calculados foram avaliadas pelo cada paciente, onde observou-se uma variação média
método do índice gama no software SNC Patient (Sun de 3mm de distância de deslocamento entre o isocen-
Nuclear, Estados Unidos) e os critérios gama foram tro detectado e o isocentro sugerido pela fusão da to-
3%/3mm. Resultados: A avaliação gama, utilizando os mografia de planejamento e CBCT do paciente. O valor
parâmetros recomendados pelo TG-119, apresentou máximo de deslocamento encontrado foi de 9 mm para
para o plano vários alvos 96,4% para a porcentagem de direita e a maior frequência de variação foi entre 0 e
pontos com concordância (γ≤1) entre as distribuições 2mm. Nas frações em que as maiores diferenças foram
de dose medidas e calculadas, para o plano próstata encontradas (> 0,7cm) o paciente estava com o volume
98,0%, para o plano cabeça e pescoço 99,3% e para o de reto em condições diferentes da condição de simu-
plano forma de C difícil 95,9%. Conclusão: A partir des- lação, sendo orientado a evacuar. Conclusão: Pode-se
ses resultados, concluímos que o desempenho do ace- concluir que essa variação geralmente ocorre em fun-
lerador linear Elekta Synergy é apropriado para planos ção do deslocamento da próstata e dos órgãos vizinhos
complexos utilizando VMAT e o detector volumétrico na pelve, uma vez que a fusão das imagens normal-
ArcCHECK é uma excelente ferramenta para aplicação mente é realizada tendo como base a estrutura óssea
dos testes sugeridos no TG-119. Estes testes não tive- do paciente. Em apenas 2% das vezes a variação entre
ram como finalidade identificar onde estão as possíveis os isocentros foi maior que 5mm nas dimensões X, Y
fontes de erros e incertezas, mas serviram para testar a e/ou Z. Porém a variação em nenhum caso foi maior
precisão geral do sistema de VMAT. que 1cm. O sistema Calypso fornece uma localização
precisa e objetiva da próstata, quando comparada com
Contato: MILTON LAVOR – miltonlavor@gmail.com
outra técnica de localização, permitindo a redução das
margens do PTV dos pacientes que utilizam esse siste-
ma com maior segurança. Este é um trabalho em anda-
TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA mento e um maior número de pacientes será demons-
CÓDIGO: 60243 trada no momento da apresentação.
Contato: FRANCINE SANTOS – francine. santos@hmv.
AVALIAÇÃO DA DIFERENÇA ENTRE O org.br
ISOCENTRO DEFINIDO COM O SISTEMA
CALYPSO E O ISOCENTRO DEFINIDO
POR IMAGEM PARA PACIENTES DE
PROSTATA TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA
CÓDIGO: 60511
Autores: Ana Cristina Bratkowski Pereira Leoni;
Francine Xavier Da Silveira dos Santos; Waleska Rubin
Marchionatti; Angela De Lima Gonzaga;
AVALIAÇÃO DA INFLUÊNCIA DE ERROS
Instituição: HOSPITAL MOINHOS DE VENTO
DE SET-UP NA DISTRIBUIÇÃO DE
DOSE PARA DIFERENTES TÉCNICAS DE
Introdução: A variação da posição da próstata interfra- PLANEJAMENTO EM RADIOTERAPIA
ção e intrafração durante a radioterapia tem sido obje- TRIDIMENSIONAL DE MAMA
to de muitos estudos que incluem diferentes técnicas,
Autores: Guilherme Giacomini; Jeam Haroldo Oliveira
tais como a radioterapia guiada por imagens (IGRT),
Barbosa; Victor Augusto Ribeiro Bertotti; Leandro
que consiste em reposicionar a mesa de tratamento
Ricardo Gonçalves;
para ajustar a posição do alvo baseado na correção
Instituição: FACULDADE DE MEDICINA DA
sugerida pela comparação entre imagens de planeja-
UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
mento e imagens de tratamento. O sistema de locali-
zação Calypso é baseado na detecção de transponders Introdução: Erros de localização, ou set-up, são ineren-
eletromagnéticos implantados na próstata, permitindo tes aos processos da radioterapia, podendo influenciar
a localização e o monitoramento em tempo real do ór- no resultado final do tratamento. Estes erros podem
gão. Objetivo: O objetivo deste trabalho é avaliar a va- comprometer a cobertura de dose do volume alvo clíni-
riação entre o isocentro localizado pelo sistema Calyp- co (CTV), bem como aumentar a dose em órgãos em ris-
so e o isocentro definido pelas imagens de conebeam co (OAR). Objetivo: O objetivo deste estudo foi avaliar
CT (CBCT) do paciente. Materias e Métodos: Todos os a influência na distribuição de dose no CTV e no OAR
pacientes avaliados foram posicionados nas marcas da devido a erros de set-up não maiores que a margem
pele e posteriormente foi realizado deslocamento indi- de PTV, a fim de definir qual técnica radioterápica em

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 356


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

mama é menos susceptível. Métodos: Foram avaliadas ser aferida, no mínimo trimestralmente, com uma fon-
4 técnicas de planejamento de mama (exclusiva com te-teste, conforme norma CNEN NN 6.10. A avaliação
filtros (W), filtros e field-in-field (W-FF), exclusiva com 2 da constância da C. I. tipo poço é bem estabelecida uti-
field-in-fields (2FF) e com múltiplos field-in-fields (FF-M) lizando fonte de 60Co. Entretanto, com a substituição
) para 4 pacientes. Todas as técnicas de planejamento dos equipamentos com 60Co por aceleradores lineares,
seguiram a prescrição: 95% da dose cobrindo 95% do esta fonte não está mais disponível. Dessa forma, este
volume do PTV. Para avaliação dos erros de set-up, o trabalho avalia a potencialidade do uso de uma fonte
isocentro foi deslocado ± 0,5 cm (margem do PTV) na de 90Sr, empregada em testes de controle de qualidade
direção do pulmão. A distribuição de dose foi calculada para verificação da constância de CI de placas parale-
mantendo-se as mesmas unidades monitoras dos pla- las, na aferição da constância da CI tipo poço. Méto-
nejamentos originais. Para a análise proposta, avaliou- dos: Uma comparação entre as taxas de dose medidas
-se o volume que recebe 50Gy (V50Gy), a variação da com o conjunto dosimétrico utilizado neste trabalho (CI
homogeneidade de dose no CTV em valores de diferen- Standard Imaging, HDR 1000 Plus, EUA e eletrômetro
ça percentual absoluta (HCTV), a variação percentual de Standard Imaging, CDX – 2000A, EUA) e o valor forne-
volume coberto do CTV (VCTV), a variação percentual cido pelo certificado de calibração dos últimos 4 anos
do aumento do volume do pulmão recebendo dose de de dosimetria (15 fontes) para avaliar a estabilidade do
20 Gy (ΔV20) em relação ao plano original e a variação conjunto dosimétrico estudado. Utilizou-se uma fonte
na dose média do pulmão (Dm). Também foram con- cilíndrica de 90Sr (1222919 – RH427, IBA), encaixada na
sideradas as variações de homogeneidade de dose do entrada da superfície superior da CI tipo poço para uma
PTV. Resultados: A técnica W mostrou dificuldade em medida inicial de cargas durante 1 minutos, 30 leituras
manter volume aceitável de ponto quente quando a de cargas semelhantes foram realizadas num período
distância da entrada e saída do campo foi próxima de de 2 meses. Concomitantemente, foram realizadas me-
20,0 cm. Quando comparadas as outras três técnicas, didas de carga de referência com a fonte de 192Ir do
FF-M apresenta maior redução do V50Gy. Obteve-se equipamento de braquiterapia para comparação. A de-
para HCTV ±0,4%, +1,9%, 2,0% e 3,5%, para VCTV ±0,5%, pendência angular entre o posicionamento da fonte de
– 1,0%, – 1,0% e – 1,0%, para ΔV20 24,7%, 25,4%, 27,6% 90Sr e a resposta da CI foi avaliada em 12 angulações
e 28,15% e para Dm 20,6%, 21,0%, 22,4% e 22,4%, res- diferentes de posicionamento da fonte em relação ao
pectivamente para W, W-FF, 2FF e FF-L. As técnicas de posicionamento usado para as medidas de constância.
planejamento apresentaram cobertura aceitável do Resultados e Discussões: A diferença média entre as
CTV e homogeneidade de dose quando inseridos os taxas de dose medidas e a taxa de dose da calibração
erros propostos. Isto pois os deslocamentos avaliados da fonte de 192Ir foi de 0,22%, o que indica a estabili-
estão dentro das margens geométricas utilizadas no dade do conjunto dosimétrico estudado. Os resultados
serviço (0,5 cm). Neste estudo a normalização escolhida medidos com a fonte de 90Sr apresentam uma variação
foi V95%=95%, torna-se importante avaliar as variações média < 5%, assim como os medidos com o 192Ir. A pe-
HCTV e VCTV para casos em que é priorizado algum ou- quena diferença entre as medidas com as duas fontes
tro parâmetro de cobertura ou volume de ponto quen- valida a metodologia proposta. Foi verificada uma va-
te do PTV. riação angular na resposta da CI de 4,03% para a fonte
posicionada à 270°, enquanto que a menor variação
Contato: GUILHERME GIACOMINI – guigiacomini92@
ocorreu com 90°, obtendo-se 0,6% de variação do valor
gmail.com
de referência. Para as demais angulações uma variação
menor que 3,5% ocorreu. Conclusões: Os resultados
revelaram a potencialidade da fonte de 90Sr para tes-
TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA tes de constância da CI tipo poço na ausência de uma
CÓDIGO: 60376 fonte de 60Co.
Contato: EUCLYDES BORGUEZAN NETO –
AVALIAÇÃO DE CONSTÂNCIA eborguezan@gmail.com
DE CÂMARAS TIPO POÇO:
POTENCIALIDADE DE USO DO 90SR
Autores: Euclydes Borguezan Neto; Gustavo L. Barbi;
TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA
Isabela S. L. Branco; Leandro F. Borges; Fabricio A. de
Lima; Alexandre C. Bruno; Marília L. R. Santo; Edenyse C. CÓDIGO: 59709
Bertucci; Juliana Fernandes Pavoni;
Instituição: HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE AVALIAÇÃO DO DESLOCAMENTO
MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE DO SETUP INICIAL DO PACIENTE
SÃO PAULO NAS MARCAS DA PELE EM RELAÇÃO
Introdução: Hospitais que realizam braquiterapia com À LOCALIZAÇÃO COM O SISTEMA
alta taxa de dose (HDR) devem possuir uma câmara de CALYPSO PARA PACIENTES DE
ionização (CI) tipo poço e um eletrômetro para dosime- PRÓSTATA
tria dessas fontes. A constância desse conjunto deve

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 357


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

Autores: Ana Cristina Bratkowski Pereira Leoni; comparado a radioterapia convencional 2D. Além da re-
Francine Xavier da Silveira dos Santos; Waleska Rubin construção tridimensional do paciente, a imagem tomo-
Marchionatti; Angela de Lima Gonzaga; gráfica computadorizada apresenta diferentes hetero-
Instituição: HOSPITAL MOINHOS DE VENTO geneidades quantificadas em Unidade Hounsfield (HU).
Objetivo: O objetivo do trabalho é avaliar e comparar a
Introdução: A variação da posição da próstata interfra-
qualidade dos planos com e sem correção de heteroge-
ção e intrafração durante a radioterapia tem sido obje-
neidade em tratamentos de câncer de mama. Método:
to de muitos estudos que incluem diferentes técnicas.
Análise retrospectiva do planejamento de 13 pacientes
O sistema de localização Calypso é baseado na detec-
portadoras de câncer de mama esquerda, tratadas com
ção de transponders eletromagnéticos implantados na
RT adjuvante com doses de 50 Gy em 25 frações. Foram
próstata, permitindo a localização e o monitoramento
planejadas com 3D-CRT (Field in Field) sem correção de
em tempo real do órgão. Objetivo: O objetivo deste
heterogeneidade (SCH) no sistema Eclipse com algorit-
trabalho é avaliar a variação entre a localização inicial
mo AAA. As configurações geométricas do plano foram
do isocentro nas marcas da pele e a localização do iso-
mantidas mais próximas possíveis do tratamento origi-
centro fornecida pelos transponders. Métodos: Todos
nal e foram recalculados com correção para a mesma
os pacientes avaliados foram posicionados nas marcas
quantidade de unidade monitora (CCH) e depois repla-
da pele e posteriormente foi realizado o deslocamento
nejadas considerando as heterogeneidades (CCHR). Re-
indicado pelo sistema Calypso como sendo a posição
sultados: Comparando os casos SCH e CCHR, o volume
do isocentro. Foram analisados os deslocamentos X, Y
médio da dose de prescrição (V50Gy) diminuiu cerca de
e Z da posição do setup inicial até posição do isocen-
4%, piorando a cobertura para CCHR. A variação média
tro detectados pelo Calypso, além da distância vetorial
do V107% para plano CCHR foi de aproximadamente
entre estes dois pontos. Resultados: Foram avaliados
9 vezes menor que planos SCH, porém as médias das
até o momento 6 pacientes, que tiveram seu curso de
doses máximas apresentaram diferenças desprezíveis.
tratamento completado. Todas as frações de cada pa-
Para pulmão o constraint V20Gy < 30% e a dose média
ciente foram analisadas e observou-se uma variação
tiveram variações insignificantes. As doses médias no
média de 4mm de distância entre o isocentro do setup
coração foram similares respeitando o limite de dose de
inicial e o isocentro detectado pelo Sistema Calypso,
5 Gy. Para avaliação dos planos CCH, onde foram man-
sendo 15mm o valor máximo de distância encontrado.
tidas as unidades monitoras do plano SCH, as doses no
Observou-se que em aproximadamente 10% das ve-
pulmão e coração apresentaram um ligeiro aumento,
zes a variação ficou maior que 5mm nas dimensões X,
onde somente um caso ultrapassou o constraint de pul-
Y e/ou Z, sendo o maior deslocamento encontrado de
mão, porém a característica mais notória foi no V107%
13,5mm para a direita. Conclusão: O sistema Calypso
médio que apresentou aumento de 6 vezes quando
fornece uma localização precisa e objetiva da prósta-
comparado ao plano SCH e 54 vezes quando compara-
ta, facilitando o setup inicial do paciente, podendo ser
do ao plano CCHR. Conclusão: É possível fazer planos
realizado com rapidez e precisão. Este é um trabalho
com correção de heterogeneidade tão bons ou melho-
em andamento e um maior número de pacientes será
res que sem correção, diminuindo consideravelmente
demonstrada no momento da apresentação.
o V107%, sem alterações clinicamente significativas de
Contato: WALESKA RUBIN MARCHIONATTI – waleska. dose para tecidos saudáveis.
marchionatti@hmv. org.br
Contato: PAULO LEONARDO DE SOUZA FERRI – paulo_
ferri@hotmail.com

TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA


CÓDIGO: 60298
TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA
CÓDIGO: 60253
AVALIAÇÃO DO USO DE CORREÇÃO
DE HETEROGENEIDADE EM
AVALIAÇÃO DO USO DE CORREÇÃO
PLANEJAMENTOS DE 3D-CRT EM CASOS
DE HETEROGENEIDADE EM
DE MAMA.
PLANEJAMENTOS DE IMRT/VMAT EM
Autores: Paulo Leonardo de Souza Ferri; Dayanne CASOS DE MAMA
Emanoela E. Steller de Moura; Marcos Vinicius N.
Nakandakari; Camila Pessoa de Sales; Patrícia T. Autores: Livia Camargos Cruz; Dayanne Emanoela
Nakamura; Fabio B. M. Salemme; Renilson José Teixeira; E. Steller de Moura; Camila Pessoa de Sales; Marcos
Livia C. Cruz; Vinicius N. Nakandakari; Patrícia T. Nakamura; Fabio B.
M. Salemme; Renilson José Teixeira; Paulo Leonardo de
Instituição: FUNDAÇÃO DO CÂNCER; UNIVERSIDADE DO
S. Ferri;
ESTADO DO RIO DE JANEIRO
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO; BP
Introdução: A radioterapia conformada (3D-CRT) em
câncer de mama é a técnica mais difundida em todo Introdução: O câncer de mama corresponde a 28% dos
território nacional e trouxe grandes benefícios quando novos casos de câncer por ano no mundo. No Brasil o

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 358


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

INCa estima 58 mil novos casos em 2016/2017. Neste Autores: Carolina Cariolatto Yaly; Camila Eduarda
contexto a radioterapia (RT) adjuvante apresenta-se in- Polegato Baltazar; Patrícia Nicolucci; Érika Yumi
dispensável para controle de recidiva, principalmente Watanabe; Juliana Fernandes Pavoni;
em casos localmente avançados. Anatomias desfavorá- Instituição: FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E
veis dificultam o planejamento restringindo a escolha LETRAS DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE SÃO
da técnica de RT. A experiência do serviço, embasada PAULO
em protocolos internacionais, indica bons resultados Introdução: O equipamento de radioterapia intraopera-
de planejamentos utilizando as técnicas VMAT e IMRT tória com feixes de raios-x de baixa energia, variando de
nessas anatomias. O Report 85 da AAPM, que trata do 30 a 50 keV, da marca Zeiss modelo INTRABEAM® tem
uso de correção de heterogeneidade (CH) em feixes de sido empregado para o tratamento de câncer de mama.
fótons de MV, mostra que ela é componente necessária A dosimetria destes equipamentos é realizada com um
para otimização de dose, análise do planejamento e dos conjunto de objeto simulador e câmara de ionização
resultados clínicos obtidos. Objetivo: O objetivo do tra- dedicada, seguindo um procedimento padrão. Medidas
balho é comparar e quantificar a qualidade de planos de adicionais de caracterização do feixe são desejáveis e
IMRT e VMAT com e sem CH em tratamentos de câncer devem ser realizadas com dosímetros adequados para
de mama, baseado na curva de aprendizado do servi- cada medida. Considerando o pequeno volume dos do-
ço associada à implementação do uso de CH. Método: símetros termoluminescentes (TLDs), eles podem ser
Análise retrospectiva do planejamento de 10 pacientes, usados para caracterizar os aplicadores disponíveis nes-
portadoras de câncer de mama esquerda, tratadas com te equipamento. Objetivo: Avaliar a anisotropia do apli-
RT adjuvante com técnica VMAT ou IMRT sem CH. Poste- cador esférico de 3,5cm de um INTRABEAM, utilizando
riormente, essas foram replanejadas com CH no sistema dosímetros TLDs. Métodos: Para avaliar a anisotropia
Eclipse com algoritmo AAA. Todos os PTVs incluem fossa de um aplicador esférico de 3,5 cm, utilizamos TLDs de
supra clavicular, mama e mamária interna com doses de LiF: Mg,Ti dispostos no eixo central do aplicador, as pas-
50 Gy em 25 frações. As configurações geométricas do tilhas de TLD foram fixadas em uma placa de cera, para
plano foram mantidas mais próximas possíveis do tra- garantir que todas estivessem encostando no aplicador
tamento original e recalculados com CH para a mesma e dispostas no eixo central do aplicador, e de modo que
quantidade de UM (unidade monitora) e depois reotimi- estivessem anguladas com variações de 10˚. A dose
zadas considerando as heterogeneidades. Resultados: prescrita foi 5 Gy. Para realizar a leitura dos dosímetros,
Os planos calculados com os três métodos apresenta- utilizamos o equipamento da Harshaw, modelo 3500s.
ram cobertura de 95% na média. As doses mínimas e Resultados: Para a avaliação da anisotropia, fixamos
máximas, D98% e D2% respectivamente, se mantiveram a leitura média de dose como referência e normaliza-
próximas nos três casos, com diferença de até 0,4%; o mos as outras leituras, calculamos o desvio absoluto
V 107% foi 20% maior para os casos reotimizados com das medidas para cada incremento angular avaliado e
CH. Para pulmão o constraint V 20 Gy se manteve igual e encontramos 8,6±6,6%. A maior variação encontrada foi
o V5% foi 15% maior para o plano reotimizado com CH. 21%, para o ângulo de 100˚ em relação ao dosímetro
Embora o coração tenha ficado acima do limite de 5 Gy estabelecido como 0˚, acredita-se que essa variação
de dose média em todos casos, o reotimizado com CH se deve a alguma varia;ao de posicionamento do do-
apresentou melhora de 4%. Na mama contralateral o V símetro sobre o eixo central do aplicador. Conclusão:
5 Gy aumentou, na média, 31% nos casos reotimizados Os TLDs possuem tamanho adequado para realização
e a dose de 10 Gy não sofreu alteração. Os índices de dessas medidas, considerando a incerteza associada às
conformidade e heterogeneidade se mantiveram iguais. medidas de dose do grupo de TLDs utilizados nesta me-
Conclusão: Com as técnicas VMAT e IMRT, é possível fa- dida (6,4±5,5%) e a dificuldade de setup experimental,
zer planos com CH clinicamente aceitáveis, desde que o aplicador avaliado apresentou uma variação absoluta
otimizados e calculados com a CH. A avaliação médica média de 2,2%, no entanto, os desvios associados a esta
do plano precisa, no entanto, considerar o aumento da medida são muito grandes e a repetição do experimen-
dose baixa nos órgãos e do V 107%. to é necessária para redução de incertezas.
Contato: LIVIA CAMARGOS CRUZ – liviaccruz@hotmail. Contato: CAROLINA CARIOLATTO YALY – carolina.
com yaly@usp.br

TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA


CÓDIGO: 61834 CÓDIGO: 60326

AVALIAÇÃO DOSIMÉTRICA DO AVALIAÇÃO DOSIMÉTRICA DO PHOTON


APLICADOR ESFÉRICO DE UM OPTMIZER (PO) E COMPARAÇÃO COM
INTRABEAM® UTILIZANDO DOSE VOLUME OPTIMIZER (DVO) PARA
DOSÍMETROS TERMOLUMINESCENTES IMRT E PROGRESSIVE RESOLUTION

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 359


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

OPTIMIZER (PRO) PARA VMAT TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA


CÓDIGO: 60315
Autores: André Vinícius de Camargo; Malana Marcelina
Almeida da Silva; Guilherme Alexandre Pavan;
AVALIAÇÃO DOSIMÉTRICA
Instituição: HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS
EXPERIMENTAL DE EFEITOS DE
Introdução: No planejamento inverso, objetivos são in- INOMOGENEIDADE CAUSADOS POR
seridos no otimizador com a finalidade de se alcançar VÉRTEBRAS TORÁCICAS
uma ótima distribuição de dose. O algoritmo PO (Va-
Autores: André Lima de Souza Castro; Larissa
rian®) foi desenvolvido como nova ferramenta de oti-
Thompsom; Tarcisio Passos Ribeiro de Campos;
mização para planos de intensidade modulada (IMRT) e
Instituição: RADIOCARE
arcoterapia volumétrica modulada (VMAT), substituin-
do os antecessores DVO e PRO. Objetivos: Avaliar do- Introdução: A presença de inomogeneidades de teci-
simetricamente as ferramentas do PO: Normal Tissue do produz alterações na distribuição da dose absorvi-
Objective (NTO), Intermediate Dose (ID) e Air Cavity (AC), da, cuja magnitude depende das propriedades físicas
e tempo de otimização em cada Multiresolução (MR). desses tecidos e da qualidade da radiação. A avaliação
Comparar o desempenho dos otimizadores acima cita- incorreta da distribuição de dose pode afetar o controle
dos, de forma qualitativa e quantitativa, visando con- local do tumor ou aumentar as probabilidades de com-
firmar ou não a superioridade do PO frente às versões plicações dos tecidos normais. Objetivo: Investigar a
mais antigas. Métodos: Dois volumes foram delineados influência dos efeitos de inomogeneidade de vértebras
em um fantoma de água para avaliar o NTO automático torácicas sobre a dose absorvida pelo tecido mole cir-
versus manual (com upper de prioridade zero varian- cundante. Método: Os valores preditos pelo sistema de
do-se end dose e fall-off e sem upper). O planejamen- planejamento de tratamento (TPS) foram comparados
to de 12 pacientes foi refeito com e sem o ID a fim de às medidas experimentais com filmes radiocrômicos
comparar seus resultados. Para avaliar o AC foi refeito EBT-2 posicionados em um objeto simulador consti-
o planejamento de 10 pacientes de tórax. Para anali- tuído somente de água e inseridos axialmente em um
sar a influência de cada MR, um caso com três alvos phantom simplificado de coluna vertebral e água. Re-
foi replanejado 5 vezes: 4 com o otimizador pausado 5 sultados: Observou-se significativa alteração do pa-
min apenas em uma das MR e um pausando nas 4 MRs. drão de distribuição de dose, aumento da dose absorvi-
Também calculou-se um plano sem pausa, e retornou- da na interface osso-tecido mole e doses pontuais altas
-se para a MR4. Para comparar o PO com os outros oti- adjacentes ao osso em comparação com os resultados
mizadores, foram utilizados 32 planejamentos: 16 IMRT obtidos para os filmes em meio homogêneo e TPS. As
e 16 VMAT. Parâmetros avaliados: dose máxima, dose medidas experimentais na água concordaram com o
média, dose mínima, índice de conformidade (VD/Va), TPS em 1,0% no que se refere à dose modal enquanto
índice de homogeneidade (D98-D2) /D50, índice de co- que a maior diferença encontrada para o meio conten-
bertura (D98/D50), unidade monitor e limites de dose do as vértebras foi de 4,6%, no entanto, ambos os va-
para órgãos normais. Estaticamente os dados foram lores se encontram dentro da incerteza experimental.
avaliados através do coeficiente de correlação intraclas- Conclusão: As simulações experimentais utilizando
se (ICC). Resultados e Conclusões: Os parâmetros dos phantons antropométricos desempenham um papel
planos com NTO automático e manual ficaram diferen- importante para acessar adequadamente as doses ab-
tes. Aproximam-se variando fall-off e end dose (ótimo: sorvidas em tecidos e compreender o efeito clínico da
100-60% e 0,1). Com exceção do IC e ICO (ICC=0,756 e distribuição de dose não homogênea.
0,837), todos parâmetros comparados com e sem o ID
Contato: ANDRE LIMA DE SOUZA CASTRO –
tiveram correlação excelente (ICC>0,9). Em relação a
radioterapia. andre@gmail.com
AC, todos parâmetros comparados tiveram ICC>0,9. So-
bre as MRs, o ICO, IH e IC do PTV de maior dose são me-
lhores quando o otimizador é pausado nas 4 MRs e to-
dos os índices também melhoram quando se retorna a TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA
MR4 após o cálculo. Comparando os otimizadores, para CÓDIGO: 60071
IMRT, com exceção do IC (ICC=0,737) que obteve uma
correlação satisfatória, todos os outros parâmetros ti-
COMPARAÇÃO DOSIMÉTRICA ENTRE
veram ICC>0,9; para VMAT, Dmáx, IH e ICO obtiveram
AS TÉCNICAS RAPIDARC® E 3D
ICC=0,887, 0,823 e 0,770, os demais ICC>0,9, mostrando
que todos possuem uma correlação excelente.
CONFORMACIONAL PARA IRRADIAÇÃO
DE NEUROEIXO
Contato: ANDRÉ VINÍCIUS DE CAMARGO – andre_
Autores: Bruno Alvares; Gustavo Costa Panissi;
cno@yahoo.com.br Guilherme Alexandre Pavan; André Vinicius de
Camargo; Diego da Cunha Silveira Alves da Silva;
Instituição: HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 360


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

Introdução: A irradiação de neuroeixo é parte integral tratamentos de canal anal.


do tratamento de tumores cerebrais, como o Medulo-
Autor: Guilherme Bulgraen dos Santos;
blastoma (MB). O planejamento pode ser feito através
Instituição: FUNDACIÓN ARTURO LÓPEZ PÉREZ
da técnica 3D, que dada a junção de campos do crânio
e da coluna pode levar a efeitos de subdosagem e so- Introdução: O aumento da tecnologia tem possibili-
bredosagem, além de altas doses de saída nos Órgãos tado grandes avanços nas técnicas de tratamento em
de Risco (OARs). A Arco-Terapia Volumétrica Modulada, radioterapia, sendo a Tomotherapy e a Terapia de Arco
pela Varian, RapidArc (RA), gera maior conformidade de Volumétrico (VMAT) duas das técnicas de vanguarda
dose no Volume Alvo de Planejamento (PTV) e reduz do- que possuem como fator fundamental a entrega da
ses nos OARs. Objetivo: Comparar as técnicas, avaliar dose através da modulação da intensidade do feixe em
as doses no PTV e nos OARs, e os impactos por erros de arco, obtendo assim uma melhor conformação da dose
posicionamento. Método: Dez pacientes com diagnós- no alvo (PTV) e proteção dos órgãos de risco (OAR). Am-
tico de MB foram delineados e planejados com ambas bas as técnicas são equivalentes podendo, entretanto
técnicas no Sistema de Planejamento (TPS) EclipseTM apresentar diferenças importantes dependendo de
da Varian. Planos com RA foram realizados no Acelera- cada região anatômica avaliada. Neste trabalho com-
dor Linear (AL) UNIQUE (Varian-6MV), e planos 3D no AL paramos as técnicas VMAT e Tomotherapy enquanto
Synergy (Elekta-6 e 15MV). Para o PTV foram avaliados a dosimetria e tratamento aplicados a casos de canal
média e desvio dos parâmetros: Dose Máxima Global anal em nossa instituição. Material e Método: Foram
(Dmax); Índice de Homogeneidade (IH); Índice de Con- avaliados oito casos de canal anal, com tamanho médio
formidade (IC) (Paddick e RTOG) e o Volume Irradiado de vinte e dois centímetros e (± 3 cm). Os casos foram
(VI ou V20%). Para OARs, avaliou-se: Coração (V20Gy, planejados no sistema de planejamento TomoTherapy
V10Gy e Dose média (Dmed) ); Cristalino (Dmax); Pul- Planning Station (v5.0.2.5) para um acelerador Tomo-
mões (V20Gy, V5Gy e Dmed) e Esôfago (Dmed). Sobre therapy (Accuray®) e no sistema de planejamento Mo-
as incertezas de posicionamento, foram gerados no naco (v 5.11) para um acelerador Elekta® Synergy equi-
TPS erros de ±0,5cm na direção craniocaudal (z) moven- pado com MLC Agility para os tratamento de VMAT. Os
do-se apenas o isocentro da coluna, além de erros simi- seguintes parâmetros foram analisados e comparados:
lares nos isocentros do crânio e coluna simultaneamen- Volume de PTV que recebe a dose de prescrição, esse
te, nas direções longitudinal (z), vertical (y) e lateral (x), deve ser maior a 95% do volume do PTV (V95%), Dose
mantendo-se as outras direções fixas. Resultados: Os em 2% do volume (D2%) e índice de conformidade (IC)
índices do PTV foram mais satisfatórios para o RA, des- para os PTVs. Para os OARs foram verificados os cons-
taque para os valores de IC e a permanência da Dmax trainsts volumétricos segundo protocolo institucional.
sempre dentro do PTV. Nos OARs, as doses foram me- Igualmente foram verificados os tempos de tratamento
nores para RA, exceto V5Gy, Dmed do pulmão e Dmax para cada técnica. Resultados: Dentro os parâmetros
do cristalino. No erro de z=+0,5cm, Dmax aumentou analisados, a Tomotherapy apresentou uma média de
≈2% para o RA e 14,5% para o 3D, e em z=-0,5cm ocor- 94.49% (± 1,45). No caso da técnica VMAT a cobertura
reu aumento de ≈20% da Dmax em ambas as técnicas, média ficou em 92,3% (± 4,45). Em relação aos pon-
ultrapassando as restrições da medula. Nos erros em tos quentes, que são analisados usando o parâmetro
x,y,z houve perda de cobertura apenas para o RA, dado (D2%), a Tomotherapy apresentou em todos os casos
o bom IC. Parâmetros como a Dmax não foram altera- doses menores que 107% da dose de prescrição e para
dos significativamente, havendo um deslocamento da o VMAT os pontos quentes chegaram a 110%. O índice
dose como um todo. OARs situados no sentido opos- de conformidade médio para a Tomotherapy ficou 0.68
to ao erro de deslocamento sofreram maior impacto, e para o VMAT fico em 0.63. Para os OARS, todos os
como por exemplo o cristalino, quando houve um erro constraints foram cumpridos para ambas as técnicas.
de deslocamento y= – 0,5cm. Conclusão: A técnica com Os tempos de tratamento médio para a Tomotherapy é
RA mostrou-se mais eficiente em conformar a dose no de 4 ± 0,55 minutos enquanto para a técnica VMAT foi
PTV e poupar os OARs. Os erros foram mais impactan- de 2,56 ± 0,41 minutos. Conclusão: Enquanto a técnica
tes quando se deslocou apenas um isocentro, resultan- de VMAT fornece tratamentos mais rápidos utilizando
do em sobredosagem na região de sobreposição. apenas um ou dois arcos, a Tomotherapy tem como
diferencial entregar distribuições mais homogêneas e
Contato: BRUNO ALVARES – bruno2. alvares@usp.br
conformadas, devido à criação de múltiplos arcos heli-
coidais juntamente com o deslocamento da mesa, auxi-
liando igualmente o tratamento de lesões extensas de
TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA até 135 cm no eixo crânio-caudal.
CÓDIGO: 65374 Contato: GUILHERME BULGRAEN DOS SANTOS –
guilherme. bulgraen@gmail.com
Comparação entre as técnicas
Elekta VMAT e Tomotherapy para

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 361


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA


CÓDIGO: 61891 CÓDIGO: 60145

COMPARAÇÃO ENTRE DOSE MEDIDA COMPARAÇÃO ENTRE PLANEJAMENTOS


E CALCULADA COM OS ALGORITIMOS DE INTENSIDADE MODULADA DE
PENCIL BEAM DO IPLAN E AAA DO FÓTONS E PRÓTONS PARA TUMORES
ECPLIPSE PARA CAMPOS PEQUENOS DE PRÓSTATA
UTILIZADOS EM RADIOTERAPIA Autores: Érika Yumi Watanabe; Ana Paula Vollet Cunha;
ESTEREOTÁXICA FRACIONADA Sandra Regina de Oliveira Borges;
Autores: Beatriz Martins de Medeiros; Luiz Flavio Kalil Instituição: HOSPITAL ALEMÃO OSWALDO CRUZ
Telles; Carlos Eduardo de Almeida; Fernando Parois
Os tumores de próstata são os mais comuns entre os
Japiassu; Ricardo Reis; Jaime Luis Ludwig; Haythan Nazih
Husseini; homens, desconsiderando os tumores de pele, segun-
do dados do Instituto Nacional do Câncer e dentre as
Instituição: FUNDAÇÃO DO CÂNCER
alternativas de tratamento se encontra a radiotera-
Conhecer adequadamente o software de planejamento pia. Técnicas de radioterapia, tais como a radioterapia
de tratamento em radioterapia (TPS) é de suma impor- conformacional (3D) e a radioterapia em arco de in-
tância para execução da técnica de irradiação estere- tensidade modulada (VMAT) vem sendo amplamente
otáxica. O Eclipse (Varian Medical Systems) e o Iplan utilizadas, por outro lado, outras técnicas tais como a
(brainlab) são TPS comumente utilizados nas rotinas clí- terapia com prótons de intensidade modulada (IMPT)
nicas dos principais centros. Utilizam algoritmos de cál- ainda são recentes no tratamento de câncer de prós-
culo diferentes, o Eclipse utiliza o “Analytical Anisotropic tata. Este trabalho tem a finalidade de comparar os
Alghorithm” (AAA) e o Iplan o “Pencil Beam Kernel” (PB). planejamentos realizados com VMAT e IMPT em ter-
Petrovic1 encontrou diferenças em torno de 7% nas mos dosimétricos para alvos e órgãos em risco. Para
unidades monitoras (UMs) calculadas, para a entrega isso, foram selecionados dez pacientes com tumores de
da mesma dose em um ponto, pelos dois softwares. Re- próstata de alto risco submetidos a radioterapia com
comenda-se que o desvio máximo entre a dose calcula- VMAT, um arco completo, com 6MV e foram realizados
da e medida seja de 3% (TRS 430 IAEA). Recomenda-se planejamentos com IMPT utilizando-se dois campos la-
ainda a utilização de simuladores que reproduzam as tero-laterais. Todos os planos foram feitos no sistema
variadas densidades eletrônicas dos tecidos humanos de planejamento Eclipse®, com dose final de 78Gy. Os
(TG 53 AAPM). Objetivo: O objetivo deste trabalho é casos de VMAT foram otimizados com o algoritmo de
comparar experimentalmente a entrega de dose para resolução progressiva (PRO), calculados com o algo-
planejamentos com campos pequenos utilizando am- ritmo analítico anisotrópico (AAA) para um acelerador
bos os TPS. Para tanto, foram utilizados simulador an- linear 21EX e os casos de IMPT foram otimizados e cal-
tropomórfico e microcâmara de ionização de 0,007cc culados com o algoritmo de convolução e superposição
de volume. Foi realizado teste end to end, utilizando sis- de prótons (PCS) para a máquina Probeam, todos da
tema de estereotaxia. Foram criados 5 volumes alvos, a Varian. Para cada plano, utilizou-se o mesmo método
partir do volume da câmara com margens de 0,25 cm, de normalização, 100% da dose em 95% do volume, e
0,5 cm, 0,75 cm, 1,0 cm e 1,25 cm, que forneceram cam- coletou-se os dados de dose máxima (Dmáx), mínima
pos de radiação de 1,0, 1,5, 1,75, 2 e 3 cm de diâmetro. (Dmín) e média (Dméd) para o PTV; V40, V50, V60, V70,
A dose planejada foi 300 cGy. Foram utilizadas técnicas V75 para reto e bexiga; dose média e V40 para cabeça
3D, IMRT, para ambos os softwares, arco dinâmico e de fêmur direita (CFD) e esquerda (CFE). Para testar a
arco com cones para o iPlan® RT. Realizadas as medi- diferença encontrada entre os planos de VMAT e IMPT,
ções, os resultados apresentaram variação de até 7,1% aplicou-se um teste de t-student bicaudal. Em relação
para planejamento com campos de 1 cm de diâmetro. aos planos de VMAT, os planos de IMPT apresentaram,
Tal fato ocorreu devido ao efeito do volume da câmara em média, valores semelhantes para Dmáx (-0,1%) e
de ionização. Para ambos algoritmos as diferenças en- Dméd (0%), e valores menores para Dmín (-4,5%) para
tre as doses calculadas e medidas foram menores que o PTV. Os planos de IMPT também apresentam valores
3% para campos maiores e igual a 1,5 cm de diâmetro. menores para todos os parâmetros analisados, varian-
Assim, a partir dos resultados obtidos concluímos que do de – 2,7% (Dmáx) a – 46,1% (V40), todos com p < 0,05,
ambos os algoritmos são adequados para cálculos de para o reto; – 2,9% (Dmáx) a – 32,8% (V40), com p < 0,05
dose absoluta no isocentro de campos de tamanhos para Dmáx, V50 e V40, para a bexiga. Os planos de IMPT
maiores e iguais a 1,5 cm de diâmetro, estando de acor- apresentaram valores maiores apenas para Dméd em
do com o TRS430, visto que a diferença entre os valores CFD (17.3%) e CFE (10.8%) com p < 0.05. A comparação
medidos e calculados foi menor do que 3%. dos dados dosimétricos coletados indica que, para a
mesma cobertura do alvo, os planos de IMPT entregam
Contato: BEATRIZ MARTINS DE MEDEIROS –
menos dose nos órgãos em risco em relação aos planos
medeirosmbeatriz@gmail.com
de VMAT com apenas um arco, exceto para a Dméd em
cabeça de fêmur.

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 362


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

Contato: ERIKA YUMI WATANABE – erika_yw@yahoo. curve of the PDD. For the phantom with a voxel size of
com.br 1mm, the beam profiles didn‘t match in the zone of the
penumbra, but this was because the FWHM of the elec-
tron beam that interacts with the target is not a known
value. Conclusion: The first step is a satisfactory appro-
TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA ach of a Monte Carlo characterization of a Varian 21EX
CÓDIGO: 61989 was achieved. Same methodology will be used to cha-
racterize the Varian Unique for later comparison.
COMPARISON OF VARIAN CLINAC
Contato: IGNACIO AGUSTÍN VERDUGO NARANJO –
21EX AND UNIQUE FOR MONTE CARLO
iaverdugo@uc. cl
SIMULATIONS IN BEAMNRC AND
PENELOPE SIMULATION CODES FOR
6MV PHOTON BEAM
Autores: Carolina Yaly; Ignacio Verdugo; Rodrigo El-Far; TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA
Edgardo Dörner; Juliana Fernandes; CÓDIGO: 60234
Instituição: FACULDADE DE FILOSOFIA, CIÊNCIAS E
LETRAS DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE SÃO DESENVOLVIMENTO E AVALIAÇÃO DE
PAULO UM SISTEMA COMPUTACIONAL PARA A
Introduction: Monte Carlo (MC) simulations can be PROGRAMAÇÃO DE RADIOTERAPIA DE
used in a linac commissioning process. It starts by get- CRÂNIO TOTAL COM A TÉCNICA 2D
ting the geometry and composition of the head and Autores: Jackson de Souza Farias; Ryann Reythelle Silva
collimators of the linac model to be simulated from its de Carvalho; Luis Felipe Oliveira e Silva;
manufacturer. The characterization of a linac, based on Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA
the AAPM Codes, is done through beam profiles and
Introdução: A irradiação de cérebro inteiro é utilizada
PDD by simulating the physical processes inside the
rotineiramente na radioterapia. Em muitos centros com
head of the linac. Two different MC codes will be used,
alta demanda, a radioterapia com a técnica 2D é usada
BEAMnrc and PENELOPE, to study the head and then
neste tipo de tratamento por possuir menor carga de
simulate the interaction of the photon beam with a wa-
trabalho quando comparada com a radioterapia con-
ter phantom to simulate a real patient. In this work, a
formacional. Objetivo: O objetivo deste trabalho foi
MC characterization of a Varian 21EX and Unique will
desenvolver e avaliar um sistema computacional para
be held Objectives: Get a successful approach to a li-
a programação de radioterapia de crânio total com a
nac commissioning through beam profiles and PDD by
técnica 2D. Métodos: O sistema foi implementado na
simulating the physical processes inside the head of
forma de plugin do software livre ImageJ. Para sua uti-
the linac, and then later by simulating the interaction
lização, em uma imagem portal inicial, o usuário deve
of the photon beam with a water phantom. Compare
inserir dois pontos coincidentes com o gratículo e in-
the results of both machines and also, compare the si-
formar suas distâncias para o feixe central. Um retân-
mulations results of each code when varying input pa-
gulo, que representa o campo de irradiação, é inserido
rameters. Methods: First, the 21EX was modeled using
automaticamente na imagem. O usuário pode finalizar
an EGS based MC code to simulate the radiation beam
o processo se o campo de tratamento estiver adequa-
and, and another code was used for calculations in a
do, ou, continuar com ajustes que julgar necessários
phantom. Simulations were done for 4 different field
em tamanho e posição de campo, e angulação de co-
sizes (e. g.4x4, 6x6 cm2). Two different phantoms were
limador, confirmando os parâmetros necessários para
studied (one bigger than the other). The Phantom A had
correção. Após essas etapas, o sistema retorna a posi-
a voxel size of 5mm, and, the Phantom B had a voxel
ção e angulação dos colimadores e o deslocamento da
size of 1mm. The beam profiles were measured at di-
mesa de tratamento para uma irradiação com campos
fferent depths. At last, Ionization Chamber measure-
simétricos e hemi-bloqueados. Para a avaliação do sis-
ments were done with two PTW semiflex IC for all field
tema, dez DRRs com diferentes tamanhos de campo e
sizes. The next step is to repeat this same steps for the
angulações de colimador foram gerados como referên-
Varian Unique using both the BEAMnrc and PENELOPE
cia no sistema de planejamento Prowess 5.0. Além dis-
code for comparisons of results including differences
so, essas imagens foram deslocadas de seu centro nas
in beam profiles, PDDs when varying the input para-
direções longitudinal e vertical com valores entre – 20
meters of the simulations as the histories used in the
e 20 mm. As imagens com campo e deslocamento co-
simulations. Results: The results were successful for
nhecidos foram, então, importadas no sistema desen-
most of the field sizes,i. e., the simulations matched the
volvido e foram inseridos campos coincidentes com os
measured data. For the phantom with a voxel size of
campos de referência. Os valores de tamanho de cam-
5mm, the beam profiles matched well with the measu-
po, angulação de colimador e dos deslocamentos pre-
red and reference data, but the PDD showed a non-soft

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 363


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

vistos pelo sistema foram comparados com os valores rença de 1,6% em relação à máxima dose. Cálculos para
conhecidos. Resultados: As diferenças médias entre a interface água-pulmão mostraram concordância com
as previsões do sistema e os valores conhecidos e seus Monte Carlo (uMC=1,1%) dentro de 2%, 1,7% e 0,5%
desvios padrões foram: 0,05+0,22 mm para a extensão para os agoritmos PBC, AAA e Acuros respectivamente.
do campo; e – 0,10+0,32 mm para o deslocamento na Conclusões: Os resultados apresentados nesse estudo
direção na vertical. Não foram observadas diferenças mostram que o algoritmo de cálculo de dose Acuros
para a angulação de colimador e o deslocamento na apresenta a melhor concordância com dados de si-
direção longitudinal. Conclusão: O sistema, baseado mualação Monte Carlo com compatível extaidão para
em um software livre e, portanto, sem custo, apresen- a modelagem da deposição de dose especialmente em
tou valores calculados com diferenças negligenciáveis regiões onde o equilíbrio eletrônico de partículas car-
para os valores de referência. Além disso, pode reduzir regadas não se mantém, tais como na presença de he-
a carga de trabalho com a diminuição da necessidade terogeneidades. Entretanto, tanto o AAA quanto o PBC
de repetição de imagens portais, resultando assim, em podem exibir concordância razoável com resultados
mais conforto e em uma menor exposição do paciente obtidos por Monte Carlo para campos padrões (maio-
a irradiações adicionais ao tratamento prescrito. res que 3 cm x 3 cm) usados em radioterapia.
Contato: LUIS FELIPE OLIVEIRA E SILVA – Contato: CRISTIANO QUEIROZ MELO DOS REIS –
luis2004felipe@yahoo.com.br fisicomelo@yahoo.com.br

TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA


CÓDIGO: 59724 CÓDIGO: 61884

EFEITOS DE HETEROGENEIDADES EM EMPREGO DA FUNÇÃO BIOLÓGICA


DISTRIBUIÇÕES DE DOSES: SIMULAÇÃO GEUD COMO ESTRATÉGIA DE
MONTE CARLO X ALGORITMOS DE OTIMIZAÇÃO DOS ÓRGÃOS DE RISCO
CÁLCULO EM TRATAMENTOS DE TUMORES DE
Autores: Cristiano Reis; Saulo S Fortes; Leonardo Peres; PRÓSTATA PARA A TÉCNICA VMAT
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA Autores: Samuel Façanha Sousa Júnior; Thiago
Bernardino da Silveira;
Objetivo: Avaliar o desempenho de algoritmos de cál-
Instituição: FUNDAÇÃO DO CÂNCER; UNIVERSIDADE DO
culo de dose utilizados em sistemas de planejamento
ESTADO DO RIO DE JANEIRO
de tratamento (TPSs) em radioterapia em comparação
com simulação Monte Carlo (MC) em regiões de hete- Introdução: As técnicas de tratamento que empre-
rogeneidades. Métodos: Simulações Monte Carlo com gam feixes modulados em radioterapia são vinculadas
o código PENELOPE foram realizadas tanto para valida- a processos de otimização computacional e planeja-
ção de um espectro de 6 MV de um acelerador linear mento inverso. Usualmente, empregando limites de
Trilogy VARIAN quanto para comparação de cálculos doses em órgãos de risco traduzidos em pontos em
de dose realizados pelos algoritmos Pencil Beam Con- um histograma dose-volume (DVH). Esta metodologia
volution (PBC), Analytical Anisotropy Algorithm (AAA) pode ser ineficaz em atingir máxima proteção aos ór-
e Acuros XB, disponíveis comercialmente em muitos gãos de risco por não os abordar em sua totalidade.
TPSs. Curvas de dose relativa em profundidade foram Objetivo: O objetivo deste trabalho foi comparar estra-
calculadas em fantomas heterogêneos com camadas tégias de otimização de planejamento para técnica de
de materiais equivalentes a osso (1.8 g/cm3) e pulmão VMAT via métrica de DVH versus emprego da função
(0.3 g/cm3). Resultados: Comparação de curvas de por- biológica Equivalente de Dose Uniforme Generalizada
centagem de dose em profundidade (%dd) calculadas (gEUD). Método: Foram selecionados sete pacientes tra-
por Monte Carlo mostrou concordância dentro de 1,6% tados para tumores de próstata, planejados no sistema
com a respectiva curva de %dd clínica. Máxima diferen- de planejamento Eclipse, versão 13.6, empregando o
ça entre os resulatdos calculados nese trabalho e dados algoritmo de otimização PO (photon optimizer). Com-
de Monte Carlo da literatura são de 0,4% em relação parou-se os resultados das otimizações via DVH para
à máxima dose após a região de buildup. Análise das três diferentes estratégias: empregando exatamente
curvas de dose relativa em profundidade na interface os limites de tolerância de dose propostos pelo Quan-
água-osso mostra que os algoritmos PBC e AAA apre- tec e sem criação de estruturas auxiliares (denominada
sentam os maiores desvios emm relação aos valores Quantec); otimização métrica com estruturas auxiliares
calulados por Monte Carlo (uMC=0.93%) com máximas e controle de doses médias para reto e bexiga (denomi-
diferenças de 4,2% e 3,8% em relação à máxima dose nada Met. Media); e otimização com gEUD sem criação
respectivamente. Dentre os três algoritmos investiga- de estruturas auxiliares (denominada gEUD). O proces-
dos, o Acuros apresentou a melhor concordância com so de otimização, em todos os cenários, foi repetido e
os dados obtidos por Monte Carlo com máxima dife- ajustado até alcançar planos clinicamente aceitáveis.

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 364


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

Os planejamentos foram normalizados de forma que TLDs com a dose de 1 Gy no feixe gama de Co-60 do
a prescrição de 76 Gy em 38 frações cobrisse 95% do equipamento de telecobalto TH-X, nos feixes de fótons
volume do PTV (planning target volume). Empregou-se, de 6, 10 e 15 MV no acelerador linear Clinac 2300CD.
para comparação, os indicadores de dose média para Foram realizadas três leituras para cada um dos 100
reto e bexiga, D20 no reto, D25 na bexiga, Dmax nos fê- TLDs. As médias das leituras de cada um dos feixes foi
mures e gradiente de dose calculado segundo ICRU 83. normalizada pela média das leituras do feixe gama de
Resultados: Os resultados obtidos mostraram redução Co-60, obtendo-se desta forma o fator de correção para
substancial na dose média de reto e bexiga para as oti- a dependência energética, sendo 1,000 o valor para o
mizações Met. Media e gEUD em comparação com a feixe gama de Co-60. O mesmo procedimento foi ob-
Quantec, 22,2%, 23,5%, 28,1% e 33,4%, respectivamen- tido com o código de Monte Carlo EGSnrc, utilizando
te. Resultado similar foi obtido ao se analisar os parâ- o código de usuário DOSRZnrc. Resultados: De posse
metros D20 no reto e D25 na bexiga, redução média de dos resultados dos cálculos, obteve-se um gráfico no
8,8% e 15,7% para otimização gEUD. Observou-se um software OriginPro 8, do fator de correção para a de-
acréscimo médio de 4,2% no gradiente de dose dos pla- pendência energética (KE) versus TPR20/10, que é o ín-
nos com otimização gEUD. As otimizações Met. Media e dice de qualidade do feixe, obtido na determinação da
gEUD se mostraram superiores quanto a minimização dose absorvida na água, conforme protocolo TRS-398.
de dose global nos órgãos de risco, sendo ambas simi- Desta forma, a resposta dos TLDs pode ser corrigida
lares. Conclusão: A utilização da ferramenta de gEUD para qualquer qualidade de feixe compreendida entre
como estratégia de otimização mostrou-se interessante os valores de 0,556 (Co-60) a 0,761 (15 MV) e extrapo-
e promissora, pois permitiu reduzir o tempo de plane- lada para demais valores. Aos dados experimentais foi
jamento por não demandar criação de estruturas auxi- feito um ajuste polinomial de segunda ordem, com R2
liares e foi altamente eficiente em minimizar a dose nos = 1. Os resultados de Monte Carlo foram utilizados para
órgãos de risco em toda sua extensão. obter fatores de correção para dependência energética
(KE, MC) e comparação com os resultados experimen-
Contato: SAMUEL FAÇANHA SOUSA JÚNIOR –
tais. Conclusão: O fator de dependência energética foi
samuelfasojr@gmail.com
determinado. A discrepância entre o resultado obtido
experimentalmente e o obtido com simulação de Mon-
te Carlo foi menor que 1%.
TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA Contato: LUCIANA TOURINHO CAMPOS – tc_luciana@
CÓDIGO: 59749 yahoo.com.br

ESTUDO DA DEPENDÊNCIA ENERGÉTICA


DO TLD-100 PARA FEIXES DE FÓTONS DE
ALTA ENERGIA EM RADIOTERAPIA TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA
CÓDIGO: 61689
Autores: Jade Lassery; Luciana Tourinho Campos; Luis
Alexandre Gonçalves Magalhães;
Instituição: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE
IMPLEMENTAÇÃO DE UM MÉTODO DE
JANEIRO PLANEJAMENTO PARA IRRADIAÇÃO
TOTAL DO CÉREBRO POUPANDO O
Introdução: A caracterização da resposta dos dosíme-
HIPOCAMPO
tros termoluminescentes é obtida com medidas reali-
zadas em 60Co. O fator de correção para dependên- Autores: Bruno Alvares; Thafarel Machado Quaresma;
Gustavo Donisete Fioravante; Gustavo Costa Panissi;
cia energética, KE, para fótons de alta energia leva em
Diego da Cunha Silveira Alves da Silva; Allisson Bruno
consideração diferenças entre a resposta do TLD para Barcelos Borges;
energia do feixe em questão e de 60Co. Ao se comparar
Instituição: HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS
o número atômico efetivo do LiF: Mg (Z=8,2) com o do
tecido humano (Z=7,4), é possível dizer que o mesmo Introdução: A irradiação de crânio total é amplamente
é um material tecido equivalente. Esta característica é utilizada em radioterapia como opção para pacientes
bem refletida na resposta em energia para fótons por com múltiplas metástases ou tratamento profilático. O
parte do material TL, fazendo com que a mesma seja RTOG 0933 sugere que poupar dose no hipocampo du-
pouco dependente da energia da radiação incidente. rante a radioterapia de crânio total pode ajudar a pre-
Mesmo assim a resposta do TLD deve ser corrigida servar a função neurocognitiva do paciente. Avanços na
quanto à dependência energética. Objetivo: Neste tra- técnica de tratamento, como a Radioterapia de Intensi-
balho, KE, foi avaliada para TLDs chips de fluoreto de dade Modulada em Arco (VMAT), possibilitou benefícios
lítio dopado com magnésio e titânio em feixes de fó- dosimétricos no planejamento dos tratamentos, inclu-
tons para energias de 6, 10 e 15 MV. Uma simulação sive para esses tipos de caso. Objetivo: Implementar
de Monte Carlo com o código EGSnrc foi realizada para um método de planejamento para casos de irradiação
comparação com dados experimentais. Método: Para de crânio total poupando o hipocampo, utilizando a téc-
o estudo da dependência energética, irradiou-se 100 nica VMAT, seguindo os critérios do RTOG 0933. Méto-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 365


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

do: Catorze pacientes foram delineados e planejados avaliação deste trabalho o software SNC Patient junta-
com VMAT no Sistema de Planejamento de Tratamen- mente com uma matriz de detectores Mapcheck2 (1527
to Eclipse Varian v13.6. Os planos foram realizados no diodos), ambos do fabricante SunNuclear Corporation,
acelerador linear UNIQUE (Varian-6MV), com Multileaf sob feixes de raios-x de 6MV de um acele¬rador linear
Millennium120, utilizando 4 arcos, sendo 2 deles plana- Varian Clinac 600CD equipado com um MLC Millenium
res e 2 não-coplanares, para uma prescrição de dose de de 120 lâminas. Foram feitos planejamentos baseados
30 Gy em 10 frações seguindo os critérios dosimétricos no TG 119 no sistema de planejamento Eclipse (Versão
do RTOG 0933. Para analisar a qualidade e reproduti- 13.5), do fabricante Varian Medical Systems, utilizando
bilidade dos planos, foram avaliados: o Índice de Con- algoritmo de cálculo AAA 13.5.35, na técnica de IMRT
formidade (IC), Índice de Homogeneidade (IH), V100% e em sliding window para cinco estruturas, MULTITAR-
D90% para o PTV. Para o Hipocampo avaliou-se a Dose GET, PTTA, HEAD NECK, C SHAPER EASY, C SHAPE HARD.
Máxima (Dmáx) e D100% além da Dmáx para os crista- Foi adquirido imagens tomográficas em dois arranjos,
linos, nervos óticos e quiasma. Para avaliar a acurácia sendo o primeiro com 5 placas de água solida sobre a
e eficiência da entrega dos planos, o Índice Gama (IG) matriz de detectores (0/5) e o segundo adicionando 5
foi obtido no Portal Dosimetry bem como o número de placas na parte inferior da matriz (5/5). Os planos de
Unidades Monitoras (UM) e o tempo de feixe ligado. verificação em função da fluência planar foram criados
Resultados: Analisando o PTV, a média e o desvio pa- utilizando as tomografias citadas acima e também o
drão do IC, IH, V100% e D90% foram respectivamente: fantoma 32x26 cm criado no sistema de planejamento.
1,00±0,03; 0,23±0,02; 95,00±0,00 % e 30,95±0,35 Gy. Já Na maquina de tratamento foi executado os planos do
para o hipocampo, Dmáx e D100% foram: 14,41±0,78 e TG 119 nas duas configurações 0/5 e 5/5. As medidas,
8,39±0,36 Gy. A Dmáx nos cristalinos foram: 6,09±0,50 com e sem as placas de água sólida na parte inferior
(Direito (D) ) e 5,79±0,62 (Esquerdo (E) ) Gy e para os da matriz, foram comparadas com as exportadas pelo
nervos óticos: 32,50±1,01 (D) e 32,55±1,12 (E) Gy. Para sistema de planejamento. A partir dos campos medidos
o quiasma Dmáx foi: 32,58±1,30 Gy. O IG ficou em mé- foi feito avaliação para cada estrutura do TG 119, ana-
dia 99,83±0,14 % considerando o critério 3%/3mm e lisamos as medições com e sem as 5 placas inferiores
96,38±2,16 % para 2%/2mm. As UM ficaram em média de espalhamento comparando com os planejamentos
868±123 e o tempo de feixe ligado em 3,50±0,11 mi- (0/5, 5/5 e fantoma de água 32cmX26cm criado no TPS)
nutos. Conclusão: Todos planos foram clinicamente variando o gamma em 3% e 3mm, 2% e 2mm, 1% e
aceitáveis pelos critérios do RTOG 0933. Esse método 1mm. Também comparamos as medidas feitas campo
de planejamento padrão mostrou uma distribuição de por campo, com e sem as placas de água sólidas abai-
dose altamente conformada e homogênea sendo uma xo da matriz, e usamos a avaliação DTA com 3%, 2% e
opção rápida e efetiva, poupando não apenas o hipo- 1%%. Conclusões: Observou-se que a porcentagem de
campo, mas também outros órgãos de risco, que po- aceitação do plano varia com a mudança dos critérios
dem potencialmente melhorar a qualidade de vida. O de gamma e DTA e com os diferentes setups definido
método será implementado em nossa instituição. para avaliação dos campos de tratamento. Com o uso
das placas de água sólida abaixo da matriz detectora
Contato: BRUNO ALVARES – bruno2. alvares@usp.br
observa se um aumento significativo na reprovação dos
pontos avaliados.
Contato: VITOR HUGO PARRA DOS SANTOS –
TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA vhps2003@gmail.com
CÓDIGO: 59787

INFLUENCIA DO SETUP PARA


AVALIAÇÃO PLANAR EM CAMPOS DE TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA
IMRT CÓDIGO: 59791

Autores: Vitor Hugo Parra dos Santos; Jesse Prado Lyra;


Tatiane Cristina Oliveira Fernandes; O EFEITO DE BLOCOS DE COLIMAÇÃO
Instituição: HOSPITAL ERASTO GAERTNER NO FATOR OUTPUT DE FEIXES DE
ELÉTRONS DE 6, 9 E 12 MEV
Introdução: A técnica de radioterapia com intensidade
Autores: Péricles Crisóstomo de Sousa; Larissa Frediani;
modulada (IMRT) possibili¬ta a implementação clínica
de distribuições de dose conformadas em alvos de for- Instituição: ONCOMINAS
mato complexo bem como maximizar a proteção em Campos pequenos de feixes de elétrons usados clini-
tecidos normais adjacentes. Com o aumento do uso da camente apresentam dosimetria complexa. Este estu-
técnica surgiu à necessidade de um avanço no controle do apresenta características de medidas dosimétricas
de garantia de qualidade do processo de planejamento de feixes de elétrons com energias de 6, 9 e 12 MeV e
e entrega de dose, neste trabalho foram executados di- cálculos de Monte Carlo, examinando seus impactos na
ferentes setups de avaliação planar da fluência de dose prática clínica. Blocos de colimação de liga cerrobend
para campos de IMRT. Métodos: Foi utilizado para a utilizados em aplicadores de elétrons nos acelerado-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 366


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

res lineares apresentam efeitos no fator output destes tratamento de múltiplas lesões cerebrais principalmen-
feixes. Foram realizadas medidas de dose para campo te quando se trata de único isocentro. A proposta deste
aberto em aplicador 10x10-cm e para três padrões de trabalho é avaliar dosimetricamente os planejamentos
recorte de colimação utilizados frequentemente na ro- de VMAT com feixes sem filtro achatador (FFF) e com-
tina clínica. O primeiro bloco tem recorte circular com pará-los com a mesma técnica com o filtro achatador
diâmetro de 5,0cm, o segundo bloco tem recorte com (FF). Materiais e método: Foram simulados 6 pacientes
característica de casos de boost em drenagem de nível com múltiplas metástases cerebrais (variando de 3 a 9
cinco em câncer de cabeça e pescoço e o terceiro bloco metástases por paciente), com volume total por pacien-
foi confeccionado simulando o recorte de colimação de te entre 5.8 cc a 70.6 cc, tratados no período de abril a
uma cicatriz de cirurgia de queloide. As medidas foram junho de 2017. Um total de quatro planejamentos foi
obtidas utilizando dois tipos de detectores de radiação reotimizado no Eclipse 13.6.3 para cada paciente: dois
(câmara do tipo plana-paralela e câmara cilíndrica do com feixe FF e dois com feixe FFF de 6 e 10MV. O fra-
tipo Farmer), para duas Distâncias Foco-Superfície ou cionamento variou de 3 a 5 frações, com doses de 4 Gy
DFS (100 e 105 cm) e dois formalismos distintos de me- a 7 Gy por fração. Para cada planejamento foi avaliado
dição de dose de radiação ionizante (TRS-398 para a o histograma dose-volume dos alvos e dos órgãos de
câmara do tipo plana paralela e TG-51 para a câmara risco. Para a proposta deste trabalho foi comparado
cilíndrica tipo Farmer), com objetivo intercomparativo. o gradiente máximo de dose, índice de conformidade
O fator output foi medido para cada um dos recortes (IC), índice de gradiente (GI), volume de cérebro normal
de colimação, nas duas DFS escolhidas e para cada uma recebendo 12Gy (V12) e dose máxima no mesmo. Foi
das energias de elétrons, sempre normalizado para o contabilizado também número total de unidades moni-
campo aberto do aplicador 10x10-cm. Foi observada toras (UM) de cada planejamento. Para todos os plane-
variação entre 0,650 e 0,954 no fator output, dependen- jamentos simulados foi realizado controle de qualidade
do do recorte de colimação, energia e DFS. Análise dos com Portal Dosimetry. Resultados: As quatro opções
resultados mostra que menores diâmetros de recorte de plano obtiveram conformidade de dose no volume
de colimação têm maior influência no fator output. Isto alvo semelhantes. O maior IC obtido foi 1,15, e a média
se deve, principalmente, à redução no equilíbrio eletrô- do GI foi 4,7 (3,13 – 6,7), sendo que para ambos, o maior
nico de espalhamento lateral da radiação. Também foi valor encontrado foi para o caso de 9 metastáses. O GI
observado que este efeito aumenta com maiores ener- foi até 12% menor nos planejamentos com FFF, e con-
gias de elétrons e maiores DFS. Cálculos manuais de sequentemente com fall-off mais rápido, houve uma
dose para feixes de elétrons com blocos de colimação redução em média de 10% no V12 do cérebro normal
devem obrigatoriamente levar em consideração o efei- para as opções sem o filtro achatador. A UM total de
to do recorte de colimação no fator output do campo, cada tratamento foi em média 22% maior com as ener-
sob risco de subdosagem crítica do tumor/lesão. Em gias FFF, chegando a ser 47% maior com o uso do 10MV
Radioterapia convencional com cálculos manuais, este FFF. Conclusão: Percebe-se nesse estudo, que a distri-
fator pode ser obtido através de medidas dosimétricas. buição de dose foi muito similiar nos planejamentos
Os fatores output medidos apresentaram boa concor- com e sem filtro achatador, porém os melhores resulta-
dância com os valores calculados pelo algoritmo de dos obtidos em GI e nas doses espalhadas para o tecido
Monte Carlo, com desvios dentro de 3%, demonstrando sadio pode indicar um benefício ao se utilizar energias
sua confiabilidade. FFF. Outro ganho com o FFF é a disponibilidade de taxas
de doses bem elevadas, até 2400 UM/min, diminuindo
Contato: PÉRICLES CRISÓSTOMO DE SOUSA –
consideravelmente o tempo de tratamento. Os resul-
periclescsouza@gmail.com
tados desse trabalho sugerem que o uso do FFF para o
tratamento com VMAT de metástases cerebrais múlti-
plas em um único isocentro é uma opção eficiente.
TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA Contato: WALESKA RUBIN MARCHIONATTI – waleska.
CÓDIGO: 60198 marchionatti@hmv. org.br

TRATAMENTO COM ARCO


VOLUMÉTRICO USANDO FFF PARA
MESTÁSTASES MULTIPLAS CEREBRAIS: TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA
RESULTADOS DOSIMÉTRICOS EM CÓDIGO: 61917

COMPARAÇÃO COM FEIXES FF.


VALIDAÇÃO DA RAMPA ACRÍLICA
Autores: Waleska Rubin Marchionatti; Francine Xavier
da Silveira dos Santos; Ana Cristina Bratkowski Pereira
COMO ACESSÓRIO INDEXADOR EM
Leoni; Angela de Lima Gonzaga; TRATAMENTOS RADIOTERÁPICOS
Instituição: HOSPITAL MOINHOS DE VENTO Autores: Leticia Medeiros Santoni; Paloma Natali Nardi;
Gustavo Costa Panissi; Guilherme Alexandre Pavan;
Objetivo: A terapia com arco volumétrico modulado André Vinicius Camargo; Bruno Alvares;
(VMAT) tem se mostrado uma excelente técnica para o

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 367


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

Instituição: HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA


CÓDIGO: 60581
Introdução: Os Acessórios de Imobilização (AI’s) são
importantes para a reprodutibilidade diária do trata-
VMAT PARA IRRADIAÇÃO DE CALOTA
mento de pacientes. A Rampa Acrílica (RA), já utilizada
em casos de tumores de mama, pode ser uma alternati-
CRANIANA E DURA-MÁTER
va para casos de tumores torácicos. Porém, sabe-se dos Autores: Dayanne E. E. Steller de Moura; Erlon Gil; Fabio
efeitos indesejáveis de tais AI’s, como a sobredosagem B. M. Salemme; Patricia Nakamura; Renilson Teixeira;
na pele e a subdosagem no tumor, dada atenuação so- Instituição: BENEFICÊNCIA PORTUGUESA‎ DE SÃO
frida pela radiaçã. Objetivo: Validar o uso da RA na ro- PAULO
tina clínica. Método: Foi utilizado um objeto simulador Introdução: Tumores que envolvem grandes volumes
(OS) de água com uma Câmara de Ionização (CI) tipo de calota craniana ou dura-máter presente é um desa-
Farmer (FC-65 IBA) em seu interior, e acima deste a RA. fio técnico e dosimétrico em radioterapia para entre-
Feita a tomografia, usou-se o Sistema de Planejamen- gar a dose em um grande volume alvo côncavo com o
to (TPS) Eclipse 13.6 (Varian) para elaborar dois planos cérebro subjacente. Nesse contexto, a radioterapia de
com técnica 3D: um com OS e RA como estrutura única, intensidade modulada (IMRT) e arcoterapia volumétri-
e o outro delineando-se apenas o OS. O sistema foi irra- ca modulada (VMAT) têm sem destacado. Objetivo: O
diado no LINAC TrueBeam (Varian) com energia de 6MV objetivo deste estudo foi comparar diferentes planos
usando os planos do TPS. Os dados foram coletados realizados com a técnica VMAT alterando números de
pela CI e comparados com os valores do TPS. A fim de arcos e ângulos de colimadores (AC) em um esforço
reduzir erros entre dose planejada e medida, a RA foi para encontrar um padrão que irradie o volume alvo
delineada como suporte no TPS atribuindo-se valores adequadamente minimizando a dose no parênquima
de Hounsfield Unity (HU) até que um valor ótimo (dife- cerebral. Método: Foram estudados dois casos de pa-
rença de ~0%) fosse obtido. Para validação da RA, dois cientes com metástase óssea com invasão da dura-má-
planos utilizando técnica em Arcoterapia Volumétrica ter secundário a neoplasia de próstata. As imagens de
Modulada (VMAT) foram criados no TPS para energias ressonância magnética ponderadas em T1 pós-contras-
de 6 e 10 MV (com/sem filtro aplanador), usando dois te foram fundidas com a tomografia computadorizada
arcos. O primeiro plano não levou em conta a RA e o de planejamento, adquiridas com espessura da fatia de
segundo a considerou como suporte, de acordo com o 2,5 mm. O volume alvo clínico (CTV) compreendeu toda
valor de HU obtido. Tais planos foram otimizados com calota craniana, dura-máter e lesão grosseira visibiliza-
os mesmos objetivos na entrega de dose, garantindo da nos exames de imagem. Uma margem isotrópica de
que o sistema considerasse a RA com exatidão. Houve 5 mm foi adicionada para criar o volume alvo planejado
correção de heterogeneidade para todos os planos, e (PTV) e retirado 3 mm da pele. Foram delineados como
utilizou-se o algoritmo Analytical Anisotropic Algorithm órgãos de risco (OAR) todo o encéfalo, hipocampos,
(AAA – 13.6). Resultados: Na técnica 3D, quando a RA olhos e cristalinos. A prescrição de dose foi de 30 Gy
não é delineada no TPS, a diferença do valor da dose na calota craniana e dura-máter e 40 Gy na região de
medida com a RA e a calculada no plano é bem distin- lesão grosseira. O sistema de planejamento utilizado foi
ta, com um erro de 14,95%; já quando se considera a o Eclipse com o algoritmo AAA. Três planos de VMAT
RA como corpo no TPS, obtém-se um erro menor, de foram gerados com os seguintes arranjos geométricos
1,33%. O valor ótimo de HU obtido foi de – 70. Na téc- (AG) : Plano 1 – 2 arcos coplanares (358°/arco) com AC
nica VMAT, comparou-se as doses medidas no LINAC de 30° e 330°; Plano 2 – 2 arcos coplanares (358°/arco)
com e sem a RA, para o valor de HU ótimo, encontran- com AC de 90° em ambos os arcos; Plano 3 – 4 arcos,
do-se um erro muito pequeno (< 0,6% para todas as sendo 2 coplanares e 2 não-coplanares; os arcos copla-
energias). Conclusão: Dada as diferenças entre as do- nares (358°/arco) com AC de 90° e os não coplanares
ses medidas com e sem a RA é possível concluir que o (154°/arco) com colimadores a 30° e 330° e mesa a 90°.
valor obtido de HU permitiu que o TPS levasse em conta Resultados: Para os PTVs foram avaliadas D98%, D2%
a perturbação que a RA provoca na entrega da dose, e índice de conformidade (CI 95%). Em todos os planos
dada a otimização com as mesmas prioridades. Assim, esses valores foram similares e clinicamente aceitáveis.
o uso da RA na rotina clínica foi validado para ambas A dose média e o V10Gy na região do encéfalo fora do
técnicas 3D e VMAT PTV foram menores em até 30% para os planejamentos
Contato: LETICIA MEDEIROS SANTONI – lemsantoni@ com AG do plano 3. O D100% e a dose máxima do hipo-
gmail.com campo também apresentaram valores menores para o
AG do plano 3 em até 25% e 20%,respectivamente. Con-
clusão: Embora todos os planos foram considerados
clinicamente aceitáveis, o AG utilizado no plano 3 pos-
sibilitou uma considerável redução de dose no parên-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 368


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

quima cerebral, sendo portanto uma opção a ser consi- ver sua religião em todos os aspectos da sua vida (em
derada na irradiação de calota craniana e dura-máter. 42,9% dos casos). Conclusão: A partir desses resulta-
dos, a religiosidade dos pacientes apresenta-se como
Contato: DAYANNE EMANOELA EDMUNDO STELLER
fator de grande importância para os pacientes em tra-
DE MOURA – dayannesteller@yahoo.com.br
tamento oncológico. Novos estudos são necessários
para identificar formas de intervenção para aproveitar
esses aspectos a favor da terapêutica contra o câncer.
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA Contato: GEISON MOREIRA FREIRE – geisonmf@gmail.
CÓDIGO: 61796 com

A ESPIRITUALIDADE DE PACIENTES
ONCOLÓGICOS SUBMETIDOS À
RADIOTERAPIA TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
CÓDIGO: 58636
Autores: Geison Moreira Freire; Lylian Karoline Rosa
Barros de Oliveira; Heider Irinaldo Pereira Ferreira;
Philomena Barroso de Borba Simonetti Gomes; ABORDAGEM TERAPÊUTICA DE TUMOR
Instituição: LIGA MOSSOROENSE DE ESTUDOS E DESMÓIDE DE MEMBRO INFERIOR
COMBATE AO CÂNCER DIREITO: RELATO DE CASO
Introdução: O diagnóstico do câncer causa forte im- Autores: Gabriel Morilhas Corrêa da Costa; Gustavo
Henrique Smaniotto; Carlos Pereira Neto; Tatiane
pacto na vida dos pacientes. Para lidar com essa con-
Cristina de Oliveira Fernandes; Sílvia Pecoits;
dição, as pessoas utilizam diferentes estratégias de
enfrentamento, destacando-se, a religiosidade e a espi- Instituição: HOSPITAL ERASTO GAERTNER
ritualidade. A religião pode ter efeito adverso na saúde Apresentação do caso: LF, sexo feminino, 32 anos,
quando crenças e práticas religiosas são usadas para apresentava aumento de volume em face posterior de
justificar comportamentos de saúde negativos ou subs- perna direita, sem histórico de trauma local. O diagnós-
tituir cuidados médicos tradicionais. Dessa forma, es- tico de Tumor Desmóide foi aventado por exame de
tudar sobre o perfil da espiritualidade e religiosidade imagem (RNM) e confirmado por biópsia e análise imu-
de pacientes oncológicos é fundamental na definição no-histoquímica em outubro de 2008. De início, optou-
de estratégias para contribuir no tratamento de forma -se por seguimento ativo, sem intervenções. Após sete
integral, considerando o aspecto espiritual da saúde. anos, a paciente evolui com sintomas devido crescimen-
Objetivos: Avaliar a espiritualidade em pacientes onco- to da neoplasia, apresentando déficits funcionais e dor
lógicos submetidos à radioterapia, identificar os efeitos local, o que ocasionou ressecção cirúrgica em três abor-
da espiritualidade no entendimento sobre o câncer e dagens distintas (sendo a última em janeiro de 2016),
correlacionar aspectos da espiritualidade com a reli- através de ressecção ampla e margens cirúrgicas livres
gião, sexo e faixa etária do paciente. Materiais e Méto- de comprometimento em análise anatomopatológica.
do: O estudo realizado foi do tipo transversal, onde os O tratamento foi complementado com radioterapia ad-
pacientes foram entrevistados com base em uma ficha juvante em leito tumoral, com 56Gy (28x2Gy) em agosto
de identificação, a qual apresentava os dados básicos de 2016. Em fevereiro de 2017 não demonstrava sinais
do paciente, como idade, religião e grau de instrução, clínicos de recidiva tumoral, comprovados por exame
sendo associada a um questionário (escala de religio- de RNM. Também não apresentava sinais de toxicida-
sidade de Duke – DUREL). Foram entrevistados 70 pa- de ou limitações. O tumor desmóide, ou fibromatose
cientes do Hospital da Solidariedade em Mossoró/RN, e agressiva, é uma neoplasia rara (2 a 4 mulheres por
como critérios de inclusão houve a seleção de pacientes milhão da população) de origem fibroblástica (Priolli,
oncológicos submetidos radioterapia no período de ou- 2005). Embora não gere metástases, muitas vezes apre-
tubro a dezembro de 2016, sendo estes adultos com senta recorrência local e alta morbidade (Harish et al,
faixa etária entre 18 e 60 anos e com diagnóstico de 2008). Apesar de classicamente indicada, a cirurgia iso-
neoplasia maligna por exame anatomopatológico. Ex- lada apresenta alta taxa de recorrência local, entre 19%
cluíram-se os pacientes com limitações cognitivas para e 77%. Isso pode ser devido ao crescimento local agres-
responder os questionários. Resultados: A maior parte sivo e a invasão de tecidos circundantes, o que torna
dos pacientes entrevistados eram mulheres (74,3%) e difícil a ressecção completa do tumor e a obtenção de
católicos (60%). A faixa etária mais prevalente foi entre margens oncológicas satisfatórias (Wang et al, 2015).
51 e 60 anos de idade (38,6%). Em relação às respos- Portanto, surgem alternativas terapêuticas. Tumores
tas do questionário, 52% dos pacientes frequentam conduzidos de maneira expectante, em follow-up de
um templo religioso pelo menos uma vez na semana e 10 anos, se mostraram não-progressivos em 85% dos
64,3% fazem práticas religiosas individuais diariamen- casos (Briand et al, 2014). Doentes com doença primá-
te. A grande maioria, 58 entrevistados (82,6%) sentem ria ou recidivada apresentaram controle local melhor
a presença divina em suas vidas e se esforçam para vi- quando conduzidos com radioterapia adjuvante ou iso-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 369


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

lada, comparativamente a cirurgia isolada (Nuyttens et tratamento com bisfosfonados, com infusão intraveno-
al, 2000). Em relação às doses ideais de radioterapia, sa de ácido zolendrônico mensal. Paciente também foi
recomenda-se de 50-60Gy para radioterapia adjuvante submetido a radioterapia sobre próstata com técnica
e de 55-65Gy para tumores inoperáveis ou recidivan- de IMRT, dose de 74 Gy em 37 frações. O acompanha-
tes, não se observando benefícios adicionais com do- mento aos 6 meses mostrou um paciente sem queixas,
ses superiores (Kriz et al, 2014). A raridade da patologia com nível de PSA <0,1 ng / mL, escala analógica visual
dificulta a realização de estudo clínico prospectivo para = 0. O paciente foi mantido com supressão gonadal a
evidenciar a melhor abordagem ao tumor desmóide. A longo prazo. Discussão/Considerações finais: Cada
terapêutica ruma em direção a uma condução conser- vez mais tem-se avançado no manejo e tratamento dos
vadora de primeira linha. O papel da radioterapia é pro- pacientes com doença metastática. Naqueles definidos
mover melhora do controle local, tanto isoladamente como oligometastáticos, o controle local do tumor pri-
em pacientes inoperáveis, como de maneira adjuvante mário e a ablação das metástases se firmaram como
em casos de alto risco. pilares terapêuticos, juntamente com a abordagem sis-
têmica. Técnicas cada vez mais modernas e com menor
Contato: GABRIEL MORILHAS CORRÊA DA COSTA –
morbidade vem ganhando espaço, como radioterapia
gabriel.morilhas@gmail.com
esteriotáxica, concentrando altas doses em volumes
pequenos, preservando tecidos sadios e promovendo
resultados oncológicos satisfatórios.
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA Contato: DIOGO ANTONIO VALENTE FERREIRA – dii.
CÓDIGO: 59675 valente@gmail.com

ADENOCARCINOMA PROSTÁTICO
AVANÇADO COM METÁSTASE
VERTEBRAL ÚNICA TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
CÓDIGO: 59589
Autores: Raquel Guimarães Domingos da Silva; Diogo
Antonio Valente Ferreira;
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER
ANÁLISE COMPARATIVA DA TÉCNICA
3D E IMRT NOS TRATAMENTOS DE
Apresentação do caso: Paciente masculino de 71 anos CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO
apresentou elevação dos níveis sérios do antígeno COMO MINIMIZAÇÃO DA
prostático específico (PSA) de 95 ng/mL, em investiga-
OSTEORRADIONECROSE TARDIA
ção de rotina. Com o passar de algumas semanas, o
paciente evoluiu com episódios de hematúria e incon- Autores: Juliana Oliveira Bernardes; Talita Sabino Dias;
Renato Fernandes;
tinência urinária. Além da sintomatologia urinária, pa-
ciente refere surgimento de dor leve em região lombar Instituição: HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE
MEDICINA DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
baixa. Ao exame de toque retal, evidenciou-se próstata
aumentada de tamanho com diminutos nódulos pal- Introdução: Estima-se, para o Brasil, no ano de 2016-
páveis. Não apresentava nenhuma outra alteração no 2017, 11.140 casos novos de câncer da cavidade oral
exame físico e o exame neurológico era normal. Foi em homens e 4.350 em mulheres. Atualmente, no
submetido a uma biópsia guiada por ultrassonografia, tratamento das neoplasias de cabeça e pescoço, a ra-
com diagnóstico histológico de adenocarcinoma acinar dioterapia é um dos principais métodos de escolha, e
usual Gleason 6 (3+3), acometendo 60% da amostra- a mesma pode causar complicações tardias, como a
gem. Ressonância magnética de coluna lombar mostra osteorradionecrose (ORN), cuja sequela do tratamento
lesão lítica a nível de corpo vertebral de L3, sugerin- radioterápico, apresenta o osso irradiado desvitalizado
do implante metastático, sem sinais de acometimen- e exposto através da perda da integridade da pele e da
to radicular, porém com alteração de sinal próximo à mucosa, persistindo sem cicatrização por um período
raiz nervosa. Cintilografia óssea não revela nenhum mínimo de três meses. A exposição óssea está associa-
outro ponto de captação, exceto por lesão em L3. To- da a sinais e sintomas como secreção, algia, dificuldade
mografia de tórax, abdome e pelve não demostraram mastigatória. Entretanto, essa taxa vem declinando de-
metástases nodais ou viscerais. Concluído diagnóstico vido a novas técnicas de radioterapia. Objetivo: Com-
de adenocarcinoma prostático com sítio metastático parar técnicas de tratamento conformacional (3D) e a
ósseo único (L3). Paciente foi tratado com supressão Radioterapia de Intensidade Modulada (IMRT) na mini-
hormonal contínua (ADT). Contudo, sintomatologia e mização da ORN. Método: Análise bibliográfica de arti-
potenciais complicações apontaram para a necessida- gos científicos nos portais de pesquisa Pubmed, Science
de de tratamento local. Radioterapia externa foi realiza- Direct nos meses de abril a junho de 2017. Resultados:
da com técnica de radioterapia esteriotáxica corpórea Em geral, estudos demonstram que os pacientes foram
com intensão ablativa sobre L3, com dose de 16 Gy. tratados durante 30 a 35 sessões com doses entre 60
Para melhor manejo da metástase óssea, foi iniciado

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 370


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

Gy a 75 Gy. Sete autores publicaram, entre 2006 e 2016, é identificada nas consultas semanais de revisões mé-
resultados que demonstraram uma redução média em dicas e/ou nas consultas de enfermagem. A avaliação
torno de 3 a 4% de ORN, sendo que alguns alcança- é feita utilizando escala de RTOG (escala utilizada para
ram redução de 10 a 14% quando utilizada a técnica classificação e toxicidades para pacientes submetidos
de IMRT. A variação é também devida ao estadiamen- a radioterapia a nível internacional – Radiation Thera-
to dos tumores analisados. Conclusão: Ficou evidente py Oncology Group). Resultados: Na 1ª semana foram
que a técnica IMRT ofereceu maior potencial para re- computados 71 % de pacientes com Grau 0, portanto
duzir a incidência de ORN, pela diminuição de dose na sem evidência de toxicidade e 29% com Grau 1; Na 2ª
mandíbula e sem comprometer cobertura do alvo. O semana foram encontrados 39 % dos pacientes com
grande benefício da IMRT em comparação com 3D, é grau 0 e 61 % de pacientes com Grau 1; Na 3ª semana
a maior preservação de órgãos de risco e doses mais houve 24 % de pacientes com Grau 0, 67% com Grau 1 e
elevadas e conformadas no tumor em todas as dimen- 9% com grau 2; Na 4ª semana houve 95 % de pacientes
sões. As placas protetoras são necessárias para reduzir com Grau 1 e 5% com Grau 2; Na consulta de revisão
pontos quentes. Além disso, o cuidado profilático como houve 5 % de pacientes com Grau 0, 81 % com Grau 1
a higiene, abandono do tabagismo também são fatores e 14 % com grau 2; Na consulta de alta os 21 pacien-
essenciais para a diminuição da ORN. tes foram reaviados pela sua equipe médica 24 % de
pacientes com Grau 0, 52 % com Grau 1 e 24 % com
Contato: JULIANA OLIVEIRA BERNARDES –
grau 2. Conclusão: Apesar da radiodermite ser um efei-
julianaop10@yahoo.com.br
to comum e esperado em pacientes que tratam mama
com a utilização da técnica VMAT em casos complexos
de câncer de mama, o acometimento apresentado de
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA radiodermite de pele oscilou entre Grau 0 e no máximo
CÓDIGO: 60130 Grau 2 sendo nenhum caso de Grau 3 e 4.
Contato: PAULA CRISTINA DAVID LESSA CARNEIRO
ANÁLISE DE INCIDÊNCIA LEÃO – paulinhacrislessa@hotmail.com
RADIODERMITE EM PACIENTES DE
CÂNCER DE MAMA UTILIZANDO A
TÉCNICA DE TRATAMENTO VMAT
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
Autores: Viviane Almeida da Silveira; Paula Cristina
CÓDIGO: 61942
David Lessa Carneiro Leão; Tatiana Fernandes da Costa;
Leandro Rodrigues Fairbanks; Patricia Martins Passos;
Geraldo Santos Neto; Dayanne Cezar Trevissan; Elisa ASPECTOS CLÍNICOS DAS PACIENTES
Oliveira Campana; Raphael Camargo Couturato; COM CÂNCER DE CORPO DE
Instituição: CENTRO ONCOLÓGICO INTEGRADO ÚTERO TRATADAS NO SERVIÇO DE
Introdução: Segundo o INCA, no ano de 2016, a neo-
RADIOTERAPIA EM MANAUS: ESTUDO
plasia de mama representou 28% dos diagnósticos de
UNICÊNTRICO EM REDE PÚBLICA DE
câncer em mulheres. A radioterapia é uma eficiente SAÚDE
técnica no tratamento de câncer de mama de tumo- Autores: Paulyne de Souza Viapiana; Antônio Roberto
res em estágio inicial e na grande maioria é realizada Marques Lima; Marcela Inoue Coutinho; Aline Cristina
de forma adjuvante. Em nossa instituição, a técnica de Quincó; Marta Barros; Jorge Roberto Di Tommaso Leão;
planejamento padrão para tratamento de pacientes Leandro Baldino;
com câncer de mama é o IMRT forward-planned. Para Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
algumas pacientes, pode ser impossível alcançar simul- Introdução: O câncer de corpo uterino é a sexta ne-
taneamente todos objetivos de cobertura e proteção de oplasia mais frequente mundialmente, mais comum
órgãos em risco com esta técnica. Nestes casos, pode em países desenvolvidos. Foram estimados no ano de
ser que a técnica de VMAT forneça resultados mais in- 2016, 6.950 novos casos (6,74/100 mil mulheres). Mais
teressantes. As principais razões para optar por VMAT de 90% desses tumores originam-se a partir do endo-
para mama tem sido: cobrir a cadeia mamária interna, métrio, sendo mais frequente em mulheres pós-meno-
cobrir PTVs desafiadores; poupar mama contralateral pausa. Apesar das promissoras taxas de sobrevida, in-
em casos onde a técnica padrão não é eficaz. Objeti- formações acerca da epidemiologia e características da
vo: O objetivo deste trabalho foi avaliar frequência de população acometida por este tipo de neoplasia ainda
radiodermite em pacientes de câncer de mama, trata- são escassas no Amazonas. Objetivo: Descrever a fre-
das com técnica VMAT. Método: O trabalho analisou quência e as características clínico-epidemiológicas do
21 pacientes de câncer de mama tratados com técnica câncer de corpo de útero admitidas na Radioterapia de
VMAT, energia de 6MV, tratadas com dose de 50 Gy em uma instituição de referência da rede pública de saú-
25 frações sobre a mama toda, e quando necessário de. Método: Estudo descritivo e retrospectivo realizado
boost localizado de 10Gy em 5 frações. A radiodermite

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 371


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através da análise de prontuários de mulheres diag- região o diagnóstico em estádios avançados. A radiote-
nosticadas com câncer de corpo uterino e admitidas no rapia é atualmente considerada uma das principais op-
serviço de Radioterapia no período de janeiro de 2009 ções de tratamento para este câncer, tanto no estágio
a janeiro de 2015. Pacientes cujos registros eram insu- inicial quanto na doença avançada. Poucos estudos re-
ficientes foram excluídas. Foi realizada a análise descri- tratam a realidade da rede pública no Amazonas. Obje-
tiva dos achados, com a prevalência das alterações. O tivo: Descrever os aspectos clínico-epidemiológicos das
estudo foi apreciado pelo comitê de ética e pesquisa pacientes diagnosticadas com câncer de colo de útero
da instituição. Resultados: Foram incluídos 41 casos de admitidas no serviço de Radioterapia da rede pública
câncer de corpo de útero no período estudado. A média de saúde em Manaus. Método: Estudo descritivo e re-
de idade foi de 58,17 anos, com predomínio da faixa trospectivo realizado através da coleta de dados dos
de etária de 50-59 anos (45%). A maioria das pacien- prontuários de mulheres com câncer de colo de útero
tes negou hábitos de etilismo e tabagismo (82,9%). O do serviço de Radioterapia no ano de 2012. Os achados
adenocarcinoma de endométrio do tipo endometrióide foram compilados em banco de dados para sua análise
foi o tipo histológico predominante. No que diz respeito descritiva. Pacientes cujos prontuários encontravam-se
ao tratamento, 75,6% foram submetidas à cirurgia on- incompletos foram excluídos. O estudo foi aprovado
cológica (histerectomia total com anexectomia bilateral pelo comitê de ética e pesquisa da instituição. Resulta-
com linfadenectomia pélvica e para-aórtica). A maioria dos: Durante o período do estudo, 251 mulheres foram
dos pacientes realizou radioterapia (90,2%), sendo de- atendidas com diagnóstico de câncer de colo uterino,
corridos em média 10,5 meses entre diagnóstico e iní- porém somente 223 preenchiam os critérios de inclu-
cio do tratamento. Óbito foi observado em 4 (9%) das são. A maioria das pacientes encontrava-se na faixa etá-
pacientes. Conclusão: O câncer de corpo uterino é uma ria entre 36 e 45 anos (31,3%). Quanto ao estado civil,
neoplasia ginecológica comum na Região Amazônica, a maioria das pacientes eram casadas (35%) e 24%, sol-
afetando principalmente pacientes nos períodos peri e teiras. A taxa de fecundidade variou de 4 a 6 gestações
pós-menopáusico. O estadiamento precoce é essencial por mulher. O tipo histológico predominante foi o car-
para ganhos em prognóstico e sobrevida, entretanto, cinoma de células escamosas (97%). O adenocarcinoma
não há programa de rastreamento bem estabelecido foi encontrado em apenas 7 (3%) das pacientes. Grande
para a população em pauta. O tempo decorrido entre parte delas (65%) foram diagnosticadas no estádio IIIB.
o diagnóstico e o tratamento reflete as limitações de Dentre os tratamentos empregados, 78% dos casos fo-
acesso a serviços de saúde e expõe essas pacientes a ram submetidas à radioquimioterapia concomitante,
maiores chances de recidiva e falha do tratamento. Os 14% realizaram radioterapia exclusiva e 10% apenas
resultados encontrados enfatizam a importância da quimioterapia. Óbito foi observado em 50 (22%) das
adoção de estratégias de controle e tratamento dessa pacientes. Conclusão: O câncer de colo de útero é alta-
neoplasia na rede pública de saúde. mente prevalente na região amazônica, afetando prin-
cipalmente mulheres em idade reprodutiva. A maioria
Contato: PAULYNE DE SOUZA VIAPIANA –
das pacientes são diagnosticadas com doença avança-
paulyneviapiana@gmail.com
da e mesmo com o emprego dos tratamentos padrões,
apresentam poucas chances de cura. O estadiamento
avançado e a elevada taxa de mortalidade enfatizam a
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA adoção de programas eficazes de prevenção que aten-
CÓDIGO: 61970 dam a população em pauta.
Contato: PAULYNE DE SOUZA VIAPIANA –
ASPECTOS CLÍNICOS-EPIDEMIOLÓGICOS paulyneviapiana@gmail.com
DAS PACIENTES COM CÂNCER DE COLO
DE ÚTERO TRATADAS NO SERVIÇO DE
RADIOTERAPIA DA REDE PÚBLICA DE
SAÚDE EM MANAUS TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
CÓDIGO: 60059
Autores: Paulyne de Souza Viapiana; Tainá da Costa
Moreira Lima Heiss; Leandro Baldino;
ATUALIZAÇÃO: RADIOTERAPIA DE
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL DO AMAZONAS
INTENSIDADE MODULADA (IMRT) PARA
Introdução: O câncer de colo uterino é a quarta neo- PACIENTES DO SUS, ANÁLISE DE 1071
plasia mais comum em mulheres e principal causa de TRATAMENTOS.
mortalidade por câncer no sexo feminino. No Brasil,
Autores: Felipe Teles de Arruda; Alexandre Colello
essa neoplasia é um grave problema de saúde pública, Bruno; Isabela Soares Lopes Branco; Euclydes
estimando-se 16.340 casos novos em 2017, sendo a Re- Borguezan Neto; Fabrício Augusto de Lima; Marilia
gião Norte a área de maior incidência. Quando diagnos- Lisboa Roca Santo; Gustavo Viani Arruda; Leandro
ticado em estádios iniciais, o câncer uterino possui um Federiche Borges;
alto potencial de cura. No entanto, ainda é comum na

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 372


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

Instituição: HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE variações dos delineamentos, foi utilizada uma medida
MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE relativa, o coeficiente de similaridade de Sorensen-Di-
SÃO PAULO ce (CSD), e uma medida absoluta, a distância de Haus-
A oferta de radioterapia de alta tecnologia para popu- dorff (DH). Foram comparadas todas as combinações
lação atendida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é dos cinco contornos da mesma estrutura realizados
limitada, por não pertencer ao rol de procedimentos por cada observador, resultando em 60 valores obtidos
e, muitas vezes, pela capacidade instalada frente à de- para cada métrica. Resultados: As variações observa-
manda e dificuldade de retenção de recursos humanos das no contorno da bexiga foram menores que as do
especializados. Dessa forma, o acesso à radioterapia reto, apesar das distâncias máximas entre contornos da
de intensidade modulada (IMRT) é restrito a poucos mesma estrutura terem apresentado magnitudes se-
serviços no Brasil. Pretendemos apresentar as caracte- melhantes. Na avaliação da variação intra-observador
rísticas dos 1071 tratamentos de IMRT em um hospital no delineamento da bexiga, os valores obtidos – média
universitário. Foram analisados 1071 tratamentos de (DP) [mín-máx] – foram: CSD: 0,96 (0,03) [0,89-0,99]; DH:
IMRT, de setembro de 2010 até janeiro de 2016, que 11,6 mm (5,4 mm) [5,6-29,4 mm]. Os valores obtidos na
completaram a radioterapia. A técnica empregada foi avaliação da variação do delineamento do reto foram:
multilâminas estático. De um total de 5638 pacientes CSD: 0,86 (0,15) [0,33-0,97]; DH: 11,0 mm (6,2 mm) [4,6-
tratados no período, 1071 (19%) realizaram IMRT. As 28,0 mm]. Conclusão: No contorno vesical, os valores
principais indicações foram para crânio, cabeça e pes- do CSD obtidos refletem um baixo grau de dificuldade.
coço, e próstata. Aproximadamente 23% das radiotera- As variações desse delineamento, possivelmente, não
pias de crânio e 28% das de próstata foram por IMRT. resultariam em diferenças significativas no histogra-
A toxicidade total foi 4,5%. Em razão das restrições de ma dose-volume (HDV), e consequentemente, teriam
acesso à radioterapia e da não cobertura da maioria pouco impacto em decisões clínicas. Entretanto, o im-
dos procedimentos para pacientes que utilizam o SUS, pacto dosimétrico dessas variações ainda deve ser in-
as indicações de IMRT devem ser apoiadas nos proto- vestigado, uma vez que distâncias de até 2,9 cm entre
colos clínicos das instituições em acordo com sua rea- contornos do mesmo observador foram observadas.
lidade, com especial atenção à redução da toxicidade. O delineamento do reto apresenta um desafio maior.
Esta fonte de incerteza pode ser significativa, como as
Contato: FELIPE TELES DE ARRUDA – ftarruda@ diferenças observadas neste trabalho sugerem. As va-
hotmail.com riações no HDV provocadas por essas diferenças pode-
riam resultar em decisões clínicas como a alteração da
dose prescrita ou a diminuição da cobertura do alvo do
tratamento, por exemplo. Portanto, estratégias para re-
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
dução da variabilidade no delineamento do reto devem
CÓDIGO: 61894
ser desenvolvidas para aumentar a padronização e uni-
formização dos tratamentos.
AVALIAÇÃO DA VARIABILIDADE INTRA-
OBSERVADOR NO DELINEAMENTO DA Contato: RYANN REYTHELLE SILVA DE CARVALHO –
BEXIGA E DO RETO NO PLANEJAMENTO Ryann_reythelle@hotmail.com
RADIOTERÁPICO DO CÂNCER DE
PRÓSTATA
Autores: Ryann Reythelle Silva de Carvalho; Jéssica TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
Dutra Sampaio; Marcos Antônio Santos; Luis Felipe CÓDIGO: 61162
Oliveira e Silva;
Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA AVALIAÇÃO DE COBERTURA DE
Introdução: Atualmente, há diversas ferramentas que CADEIA MAMÁRIA INTERNA EM
permitem uma irradiação com precisão milimétrica. PLANEJAMENTO TRIDIMENSIONAL
Porém, a incerteza no delineamento das estruturas en- DE RADIOTERAPIA COM CAMPOS
volvidas, muitas vezes negligenciada, pode ofuscar esse TANGENTES PARA TRATAMENTO DE
avanço. Objetivo: Avaliar a variabilidade do delinea- CÂNCER DE MAMA
mento intra-observador da bexiga e do reto no plane-
Autores: Ramon Pithon Pereira Gatto; Arthur Accioly
jamento radioterápico do câncer de próstata. Método: Rosa; Kenia Santos dos Reis; Lis Nara Oliveira dos
Imagens tomográficas em supino de três pacientes de Santos; Elisangela Santos Carvalho;
câncer de próstata, realizadas com cortes de 3,7 mm Instituição: HOSPITAL SÃO RAFAEL
e sem a utilização de contraste, foram usadas neste
estudo. Em cada série tomográfica, dois médicos resi- Introdução: a irradiação da cadeia mamária interna
dentes delinearam o reto e a bexiga cinco vezes, com (MI), no contexto do tratamento adjuvante de câncer
pelo menos seis horas de intervalo. Para quantificar as de mama, em pacientes com acometimento linfonodal

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axilar tem sido demonstrada em diversos estudos. En- Luiza Sucharski Figueiredo; Michael Jenwei Chen;
tretanto, a cobertura ideal para tratamento deste sítio Instituição: FACULDADE DE MEDICINA DA
ainda é controversa, principalmente quando são utiliza- UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
dos apenas campos tangentes. Objetivo: este estudo
Introdução: Ependimomas representam 5 a 8% das
tem como objetivo avaliar e caracterizar a cobertura de
neoplasias em sistema nervoso central (SNC) em crian-
dose na MI em pacientes com câncer de mama tratadas
ças. A radioterapia (RT) tem sido utilizada como compo-
com radioterapia de campos tangentes e planejamen-
nente do tratamento desde 1950, elevando a sobrevida
to tridimensional, assim como possíveis fatores que
global destes pacientes de 13-23% com cirurgia isola-
possam influenciar nesta dose. Método: entre maio
da para 45-63% com cirurgia seguida de radioterapia
de 2012 e junho de 2015, foram tratadas 239 pacien-
adjuvante. Entretanto, a principal recidiva é local. Dos
tes consecutivas com câncer de mama, cujos planos
pacientes que apresentam recorrência, cerca de 87%
foram analisados. Foram incluídas pacientes tratadas
apresentam falha tumoral próxima ao leito cirúrgico
com campos tangentes e planejamento tridimensional
irradiado. Objetivos: Avaliar o padrão de recidiva em
direcionado apenas à mama ou plastrão, e excluídas
pacientes pediátricos com diagnóstico de ependimo-
as tratadas com técnica 2D, ou utilização de campos
ma submetidos à radioterapia adjuvante. Material e
não tangentes, ou casos em que algum volume de dre-
Métodos: Estudo de coorte retrospectivo. Critérios de
nagem linfática foi deliberadamente tratado. A MI foi
inclusão: pacientes com até 22 anos de idade com diag-
contornada seguindo o atlas de contorno do RTOG, e
nóstico histopatológico de ependimoma submetidos
as doses de cobertura (V90 e Dmean) foram calculadas.
a pelo menos um curso de radioterapia adjuvante no
Foram utilizados testes paramétricos e não paramétri-
Instituto de Oncologia Pediátrica do Grupo de Apoio ao
cos para definir possíveis associações entre variáveis
Adolescente e à Criança com Câncer (GRUPO DE APOIO
clínicas, anatômicas ou dosimétricas e a cobertura da
AO ADOLESCENTE E CRIANÇA COM CÂNCER – GRAACC
MI. Resultados: o volume médio das cadeias mamárias
C), com intuito curativo e seguimento mínimo de 1
internas contornadas foi de 7,9 cm³ (SD 0,49cm³). Verifi-
ano. Resultados: Foram avaliados 104 pacientes com
cou-se que 19,1% (SD 20,9%) do volume da MI recebeu
neoplasia em SNC tratados de 2014 a 2016. Destes, 22
no minimo (>90%) da dose prescrita para a mama (V90).
pacientes tinham diagnóstico de ependimoma. Foram
A média de Dmean para a MI foi de 42,2% da dose pres-
excluídos 10 pacientes por seguimento menor do que
crita para a mama (SD 21,2%). Foi observado, a partir
um ano. Dos 12 pacientes avaliados, 59% eram do sexo
dos testes de correlação, a associação entre o volume
feminino, a mediana de idade foi 6 anos (1-13 anos). A
do CTVmama, o índice de conformidade definido pelo
principal topografia da lesão foi fossa posterior (72%),
RTOG (CI) e o tipo de cirurgia realizada (mastectomia
somente 1 paciente apresentou doença em coluna ao
vs. cirurgia conservadora), com significância estatística
diagnóstico.54% dos pacientes foram submetidos à res-
(p<0,05). Não se verificou associação entre a cobertura
secção subtotal e 64% realizaram 2 cirurgias ou mais
e o IMC, a distância entre os campos tangentes (medida
antes da radioterapia. Ependimoma grau 3 foi encon-
no eixo central), o tamanho do tumor (T), o status de
trado na maioria dos casos.36% dos pacientes realiza-
acometimento linfonodal (N), a lateralidade da mama,
ram quimioterapia pré RT, um deles aos 10 meses de
ou o quadrante. Conclusão: a cobertura da cadeia
idade.59,4Gy foi a dose de RT mais prescrita e todos
mamária interna, quando o tratamento é realizado uti-
os pacientes completaram o curso de RT proposto. A
lizando campos tangentes apenas, é reduzida. Assim,
maioria dos pacientes (63%) não fez o primeiro curso de
deve-se atentar para fatores técnicos do planejamento
RT no GRUPO DE APOIO AO ADOLESCENTE E CRIANÇA
e características anatômicas para o uso desta modali-
COM CÂNCER – GRAACC C. A mediana de seguimento
dade de radioterapia quando há intenção de tratamen-
foi 2,6 anos (variou de 20 meses a 7 anos).72% dos pa-
to específico da MI.
cientes apresentaram recidiva no volume irradiado e a
Contato: RAMON PITHON PEREIRA GATTO – sobrevida livre de recidiva foi 20 meses. Apresentaram
ramongatto@yahoo.com.br segunda recidiva 54% da população estudada e todos
foram submetidos a segundo curso de radioterapia.
Nenhum paciente apresentou radionecrose.36% dos
pacientes faleceram, todos relacionados à progressão
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA de doença. Conclusão: O principal padrão de recidiva
CÓDIGO: 62003 foi local e dentro do volume irradiado. Re irradiação foi
bem tolerada na população estudada.
AVALIAÇÃO DO PADRÃO DE RECIDIVA
Contato: CRISTIANE DE L. G. CHAVES – crislgchaves@
EM CRIANÇAS COM EPENDIMOMA
gmail.com
SUBMETIDAS À RADIOTERAPIA
Autores: Cristiane de Lacerda Gonçalves Chaves; Maria

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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

TEMÁRIO: RADIOTERAPIA Contato: BERNARDO JOSE BRAGA BATISTA –


CÓDIGO: 61871 bernardo@gruportcon.com

AVALIAÇÃO DOS ERROS DE


POSICIONAMENTO E DAS MARGENS
CTV-PTV EM PACIENTES PEDIÁTRICOS TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
CÓDIGO: 59733
Autores: Bernardo José Braga Batista; Lucas Augusto
Radicchi; Ayron Gomes; Tatiani da Rocha Ribeiro;
Leandro dos Santos Baptista; Fernanda Salheb Belletti; BRAQUITERAPIA DE FUNDO VAGINAL
Instituição: RTCON – SOLUÇÕES EM RADIOTERAPIA 3D EM CÂNCER DE ENDOMÉTRIO: É
NECESSÁRIO FAZER TC ANTES DE CADA
As margens CTV-PTV utilizadas em planejamento con- INSERÇÃO? UMA ANÁLISE DE FATORES
sideram inúmeras fontes de incertezas, sendo o po-
DOSIMÉTRICOS.
sicionamento do paciente para tratamento um dos
mais significativos. Neste trabalho, foram analisados Autores: Gustavo Arruda Viani; Marília Maria Miguel;
Euclydes Borguezan Neto; Viviane Marques Bighetti;
retrospectivamente os erros de posicionamento de pa-
cientes pediátricos tratados utilizando o protocolo de Instituição: HOSPITAL DAS CLINICAS DA FACULDADE DE
MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE
IGRT (Radioterapia Guiada por Imagem). A adequação
SÃO PAULO
das margens CTV-PTV utilizadas nos planejamentos
foi avaliada. Considerando que o protocolo de IGRT da Objetivo: avaliar a necessidade de realização de to-
instituição corrige erros sistemáticos identificados para mografia computadorizada de simulação para cada in-
cada paciente individualmente, Antolak e Rosen (1999) serção de braquiterapia de fundo vaginal 3D e fatores
sugerem que a margem CTV-PTV pode ser determinada como volume dos órgãos normais, margens de trata-
como 1,65 x σ (erro randômico populacional). Os erros mento e presença de bolhas de ar na mucosa da vagi-
translacionais de posicionamento de 73 pacientes (25 na. Materiais e Métodos: estudo retrospectivo envol-
com PTV abdominal e 48 com PTV cranial) foram avalia- vendo 20 pacientes com câncer de endométrio estádio
dos a fim de obter os erros sistemáticos populacionais inicial, tratadas com HTA+SOB+linfadenectomia que
de posicionamento (∑pos) e randômicos populacionais foram submetidas à braquiterapia 3D. A dose de pres-
de posicionamento (σpos). Todos os pacientes analisa- crição foi 3x 8Gy sendo feita TC de simulação para cada
dos realizaram CBCT (Tomografia Cone-beam) antes da inserção. Ao todo foram analisados 60 planos de trata-
entrega dos tratamentos. No total, foram analisadas mento. Para avaliar a influência da margem no PTV dois
405 CBCTs, sendo 265 craniais e 140 abdominais. Antes planos foram criados; o padrão com margem de 5mm
da aquisição do CBCT, os pacientes foram posicionados e outro de 3mm. Os seguintes dados foram coletados:
utilizando os laseres da sala de tratamento e marca- volume do PTV, D90, D85, volume de reto, D2cc de reto,
ções na pele ou imobilizadores. O erro de posiciona- D0.1cc reto, volume bexiga, D2cc bexiga, D0.1cc bexiga,
mento foi a diferença entre essa posição e a posição presença de bolhas de ar, bem como a localização, di-
de tratamento (definida após a fusão do CBCT com a mensão, mudança na localização e dimensão máxima
Tomografia de planejamento) nos eixos cartesianos. das mesmas. Resultados: Os volumes de PTV para as
Nos casos onde foram identificados erros grosseiros, margens de 3mm e 5mm, assim como o volume de reto
o paciente foi reposicionado e esses erros não foram e bexiga não diferiram entre as TC1, 2 e 3 de simula-
considerados. Os valores de ∑pos foram 1,9; 2,0 e 2,7 ção (p>0.05). As doses de D90, D85 no PTV 3 e 5 mm,
mm (abdome) e 1,3; 1,7 e 1,4mm (crânio), e os valores assim como D2cc, D0.1cc de reto e bexiga não tiveram
de σpos foram 2,0; 1,9 e 1,7mm (abdome) e 1,1; 1,2 e diferenças significativas entre as TCs 1-3 de simulação
0,8mm (crânio), para as coordenadas x, y e z respec- (p>0.05). Bolhas laterais foram mais frequentes que
tivamente. A margem mínima que pode ser estimada apicais (70 e 50%, p=0.001). O número médio de bolhas
neste trabalho considera apenas o erro randômico de nas Tcs foi de 2 +/ – 1. A dimensão máxima média foi
posicionamento, pois os erros sistemáticos de posicio- de 0.35 mm +/-16. Houve mudança nas localizações
namento são corrigidos. Assim, de acordo com Antolak das bolhas da TC 1 para TC2 e TC 3 em 50% e 70% das
e Rosen (1999), as margens mínimas seriam de 3,3; 3,1 inserções (p=0.004), mas sem aumento na dimensão
e 2,8mm (abdome) e 1,8; 2,0 e 1,3mm (crânio). Conside- máxima. O PTV 3 mm cobriu adequadamente apenas
rando que as margens CTV-PTV utilizadas na rotina va- 50% da superfície vaginal devido a bolhas, enquanto o
riam entre 7 e 8mm para abdome e 5mm para os casos PTV 5mm cobriu 95% dos casos (p=0.001). Comparando
de crânio, percebemos que as margens utilizadas não PTV de 5mm vs.3mm as dose de D2cc de reto e bexiga
estão inadequadas aos desvios medidos. Esse trabalho foram 520 e 440 (p=0.0001) e 450 e 350cGy (p=0.0001).
constitui a primeira etapa para estabelecermos as mar- Conclusão: Nossos dados demonstram que é possível
gens CTV-PTV de nossa instituição. Um estudo de erros realizar a braquiterapia de fundo vaginal 3D com ape-
residuais, intra-fração e de delineamento é necessário nas uma TC, uma vez que o volume dos órgãos de risco
para acessar as outras incertezas envolvidas nessa de- não variou significativamente, assim como as doses nos
terminação. volumes analisados. Entretanto, devido a presença de

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 375


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

bolhas de ar e sua dimensão, margens de 5mm no PTV no interior do recipiente. Para tornar prático o processo
devem ser utilizadas para uma adequada cobertura da de irradiação em acelerador linear, foi construída uma
mucosa vaginal. A utilização de margens reduzidas é tabela que relaciona a altura do recipiente à quantida-
possível, mas necessita de TC para cada inserção devi- de de unidades monitoras a ser aplicada, facilitando a
do ao risco de perda na cobertura da mucosa vaginal, identificação do valor total de unidade monitor a ser
tal conduta seria factível em pacientes que a redução programado no acelerador linear para uma prescrição
de dose nos órgãos de risco seria fundamental para re- constante de 25 Gy de dose por procedimento de ir-
alização do procedimento. radiação de hemocomponentes. Conclusão: O método
de irradiação de hemocomponentes desenvolvido nes-
Contato: MARILIA MARIA MIGUEL – Mariliaheluany@
te estudo atende plenamente às poucas exigências das
hotmail.com
normas oficiais e se revela como uma proposta muito
interessante a ser adotada para padronização do pro-
cedimento de irradiação de células sanguíneas utilizan-
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA do aparelho acelerador linear.
CÓDIGO: 58123 Contato: TARCIA HELINY NOJOZA MENDONÇA –
tarciaheliny@gmail.com
DESENVOLVIMENTO DE UM
MÉTODO DE IRRADIAÇÃO DE
HEMOCOMPONENTES EM ACELERADOR
LINEAR TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
CÓDIGO: 59885
Autores: Vitor Carvalho Lara; Wagner Roberto Batista;
Francisco Américo Silveira Marcelino; Adriano Luiz
Balthazar Bianchini; Tárcia Heliny Nojoza Mendonça; Íris DESENVOLVIMENTO DE UM MODELO
Antônio Maeda; DE RETITE ACTÍNICA INDUZIDA POR
Instituição: ASSOCIAÇÃO DE COMBATE AO CÂNCER DO BRAQUITERAPIA DE ALTA TAXA DE
BRASIL CENTRAL; HOSPITAL DR. HELIO ANGOTTI DOSE EM CAMUNDONGOS: ESTUDO
Introdução: A transfusão de Concentrado de hemácias
DOS MECANISMOS ENVOLVIDOS
(CH) pode levar à Doença do Enxerto Contra Hospe- Autores: Carlos Heli Bezerra Leite; Roberto César
deiro Associada à Transfusão (DECH-AT), uma reação Pereira Lima-Júnior; Carlos Diego Holanda Lopes; Dulce
transfusional (RT) tardia, rara e grave, em pacientes Andrade Ribeiro; Gabriel Silva Lima; Jéssica de Andrade
Freitas; Deysi Viviana Tenazoa Wong; Fernando de
imunossuprimidos. Esta RT é uma resposta inflamató-
Queiroz Cunha; Maria do Perpétuo Socorro Saldanha da
ria produzida por linfócitos T presentes em CH e demais Cunha; Caio Abner Vitorino Gonçalves Leite;
componentes celulares transfundidos. O procedimento
Instituição: INSTITUTO DO CÂNCER DO CEARÁ
de irradiação em acelerador linear previamente à trans-
fusão é indicado para evitar a DECH-AT, contudo não Introdução: A radioterapia é utilizada em cerca de 65%
está padronizado no Brasil e não há, comercialmen- dos pacientes com câncer. A retite actínica é uma toxici-
te, um recipiente com formato e tamanho adequados dade comum (5-20%) em pacientes irradiados por neo-
para acondicionar essas bolsas de hemocomponentes plasias pélvicas, com impacto negativo na qualidade de
durante o processo de irradiação. Objetivo: Desen- vida dos mesmos. Os mecanismos de dano são pouco
volver um método para padronização do processo de conhecidos devido à ausência de um modelo animal
irradiação de hemocomponentes em aparelho acelera- que reproduza esta toxicidade. O presente trabalho
dor linear que seja de baixo custo, simples, seguro e visa a desenvolver um modelo de retite actínica em ca-
fácil de reproduzir. Método: Desenvolvimento de um mundongos induzida por braquiterapia de alta taxa de
recipiente de policarbonato com medidas apropriadas dose e estudar o papel de mediadores inflamatórios.
para a simulação do processo de irradiação de sangue, Método: Camundongos machos C57BL/6 (20-25g, n = 5
realização de tomografia computadorizada para inserir a 7) foram submetidos à braquiterapia endorretal (HDR
as imagens no sistema de planejamento tridimensional – Ir 192) com aplicador cilíndrico de 3,1mm de diâme-
denominado Xio, para avaliação do comportamento da tro, introduzido por uma extensão de 2,0 cm da mar-
radiação no conteúdo do recipiente e cálculo de distri- gem anal. Utilizou-se três frações diárias e consecutivas
buição de dose no sistema de planejamento. Resulta- de 7,5 Gy ou 9,5 Gy em duas diferentes profundidades:
dos: O resultado final, para que não ficasse nenhuma “dose superficial” (DS), a 0,45mm da superfície do apli-
parte da caixa sem incidência do feixe de irradiação, cador e uma “dose profunda” (DP) a 3,0mm da mesma
incluindo uma margem de segurança, foi um recipiente referência. O grupo controle recebeu o mesmo aplica-
com formato quadrado e largura de 31,5 cm por 31,5 dor e igual tempo, mas sem irradiação (“sham cateter”).
cm. A altura máxima adequada foi calculada em 18 cm, A curva de sobrevida, variação ponderal, escores de
pois observou-se que medidas maiores resultam em diarreia e colonoscopia foram realizadas 24h, 48h, 7 e
um aumento importante na heterogeneidade de dose 30 dias após o término da irradiação. Após a eutanásia

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 376


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

amostras de reto foram coletadas para análise histopa- a 5 cm de diâmetro e 6 retangulares de 5x1 a 5x4 cm²)
tológica, dosagem de citocinas (IL-10, IL-6 e KC), MPO e acoplados ao aplicador 6x6 cm² para as energias de 6, 9
IHQ para i-NOS, COX-2 e TNF – α. Na fase de modula- e 12 MeV. Primeiramente foram medidas as porcenta-
ção, utilizaram-se inibidores específicos: aminoguanidi- gens de dose na profundidade (Percentage Death Dose
na para NO e infliximab para TNF-α. Resultados: Maior – PDD’s) com câmara de ionização para cada combina-
perda ponderal e redução da sobrevida foi observada ção bloco/energia, à SSD de 100 cm, para encontrar as
apenas após 30 dias da irradiação com 3 x 9,5 Gy (DP). profundidades de máxima dose (R100), onde os Fou-
Não houve aumento de escores de diarreia ou na dosa- tput foram obtidos. Após as irradiações, obteve-se os
gem de MPO. Maiores alterações colonoscópicas, quan- Foutput com câmara de ionização e filme radiocrômi-
do comparado ao controle, foram vistas nos regimes co, por meio da razão entre as leituras para cada bloco
3x9,5Gy (DS) /48h-7dias-30dias; 3x7,5Gy (DS) /30dias e pelas leituras do bloco de referência (6x6cm²), nas res-
3x9,5Gy (DP) /7dias. Um aumento nos escores histopa- pectivas R100. A confiabilidade dos resultados foi verifi-
tológicos ocorreu nos protocolos 3x9,5Gy (DS) /7dias; cada por meio de um estudo das recomendações para
3x7,5Gy (DS) /30dias e 3x9,5 (DP) Gy/24h-48h-7dias em a dosimetria de feixes de elétrons através da equação
relação ao sham catéter. Dosagens superiores de KC e Foutput=√ (Output X x Output Y). Assim, obteve-se uma
IL-6 foram observadas em 3x9,5 (DP) Gy/7dias, além de tabela com os Foutput para cada bloco, para as três
maior expressão de i-NOS, COX-2 e TNF-α à IHQ, sendo energias, medidos com a câmara de ionização e filmes
eleito o regime modelo a ser utilizado na modulação. radiocrômicos. RESULTADOS E Conclusão: Os Foutput
Nesta fase, não houve redução das alterações colonos- com os filmes radiocrômicos se aproximaram dos va-
cópicas ou histopatológicas por nenhum dos inibidores lores obtidos com a câmara de ionização e, devido a
(aminoguanidina ou Infliximab). Conclusões: Padroni- isso, os filmes se mostram como uma alternativa para a
zamos um modelo de retite actínica por braquiterapia medição dos Foutput para elétrons. Com a construção
de alta taxa de dose. Contudo, a modulação farmacoló- desta tabela, pode-se fazer a correspondência do Fou-
gica de NO ou TNF-α não preveniu o dano tecidual. tput destes campos regulares com campos irregulares
de áreas próximas e assim agilizar o processo de plane-
Contato: CARLOS HELI BEZERRA LEITE – chbl.13@
jamento no serviço de radioterapia.
hotmail.com
Contato: JÉSSICA SAUZEN – jesauzen@hotmail.com

TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
CÓDIGO: 59828 TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
CÓDIGO: 59927
DETERMINAÇÃO DO FATOR OUTPUT DE
CAMPOS PEQUENOS EM RADIOTERAPIA ESTUDO DOSIMÉTRICO DA INFLUÊNCIA
COM ELÉTRONS DA COMPOSIÇÃO E DENSIDADE
Autores: Jéssica Sauzen; Paulo Cesar Dias Petchevist; DE HETEROGENEIDADES EM
Otávio Riani de Oliveira; Danielle Filipov; Danyel BRAQUITERAPIA COM FONTES DE IODO-
Scheidegger Soboll; 125
Instituição: ONCOVILLE Autores: Isabela Soares Lopes Branco; Paula Cristina
Introdução: O tipo de câncer mais frequente é de pele Guimarães Antunes; Hélio Yoriyaz;
não melanoma, onde as lesões variam em profundida- Instituição: HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE
de e extensão. Geralmente seu tratamento é feito com MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE
SÃO PAULO
Eletronterapia, no qual os campos de irradiação de elé-
trons são definidos por blocos de Cerrobend que são Durante décadas, a braquiterapia de baixas taxas de
confeccionados de acordo com a forma e extensão da dose realizada com sementes de Iodo-125 tem sido
lesão. A utilização deste bloco torna necessário acres- amplamente adotada em variados sítios anatômicos,
centar uma correção ao cálculo de dose, denominado com bons resultados clínicos. Os algoritmos para cál-
fator output (Foutput), através da dosimetria de cada culo de dose baseados em modelos (MBDCAs) permiti-
bloco a ser utilizado, o que por vezes atrasa o início do ram aprimorar o estudo de deposição da dose, sendo
tratamento do paciente. Esta dificuldade pode ser re- as ferramentas atuais para estimar a dose em braquite-
solvida se os Foutput forem obtidos previamente para rapia. Os MBDCAS levam em consideração meios hete-
diversas energias e tamanhos de campo e, assim, obter rogêneos como diferentes tecidos, órgãos, aplicadores
uma tabela que auxilie na dinâmica do planejamento com composições diferentes da água, proporcionando
do tratamento. Materiais e Métodos: Foram feitas as a análise dosimétrica em geometrias complexas. Este
dosimetrias de 16 blocos de Cerrobend confeccionados trabalho visa contribuir com os estudos dosimétricos
(5 blocos quadrados de 1x1 a 5x5 cm², 5 circulares de 1 em braquiterapia com fonte de Iodo-125, consideran-

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do os efeitos da heterogeneidade, de forma explicitar do interior da Bahia. Discussão: Na radioterapia o


a influência exercida pelos parâmetros de composição enfermeiro responde por gerenciamento de recursos
e densidade de materiais tecido-equivalentes. Com o humanos e materiais e pelo desenvolvimento dos pro-
código MCNP de Monte Carlo foram simuladas confi- cessos de assistência de enfermagem, além do cuidado
gurações de objetos simuladores contendo sementes específico do manejo das toxicidades radioterápicas.
de Iodo-125 e cilindros de materiais heterogêneos com A organização da agenda dos pacientes, considera as-
espessuras variáveis. As simulações dividiram-se em 2 pectos, como: a região a ser irradiada, as necessidades
grupos, no primeiro foi atribuído a todos os materiais individuais dos usuários, localização de residências, e
heterogêneos a mesma densidade do PMMA (ρ=1,18 g. condições de transporte. Essas ações administrativas
cm-3) mantendo as composições químicas originais de focadas no bem estar da pessoa antecedem o cuidado
cada material. E em seguida, foram realizadas simula- dirigido ao corpo do adoecido que encontra-se em tra-
ções com as densidades originais dos materiais hete- tamento. Mediante a aplicação de consultas de enfer-
rogêneos e composição química do PMMA para todos magem na admissão o enfermeiro explora por histórico
os casos. As doses obtidas em ambos os grupos foram e anamnese do usuário e presta orientações sobre os
normalizadas pela dose obtida no objeto simulador procedimentos que serão instituídos ao longo do tra-
composto inteiramente por PMMA com sua composi- tamento. Nas consultas subseqüentes são levantadas
ção e densidade original. Em ambos os estudos, o ma- informações sobre as manifestações adversas emergi-
terial que apresentou maiores diferenças relativas em das do tratamento, e por fim a última consulta consiste
comparação ao PMMA foi o Osso 1000 mg. cm-3 HA no preparo para alta do tratamento. Atua na provisão
com variação máxima de dose de 85% no estudo em de recursos materiais, além de supervisionar, acompa-
que a densidade foi mantida fixa e 19% quando a com- nhar e interagir com todos os profissionais inseridos
posição foi mantida fixa. No estudo da influência da no processo de tratamento, para oportunizar a melho-
densidade, onde as composições foram fixas, nota-se ria constante do cuidado. Promove a interlocução de
que a variação na dose com o aumento da espessura toda a equipe multiprofissional de forma a oferecer o
do material heterogêneo é menos acentuada, sendo a cuidado de maior qualidade possível ao usuário. Essa
variação máxima na ordem de 20%. O estudo simulado interlocução de mostra mais visível na admissão e no
da influência da densidade e composição dos distintos surgimento de intercorrencias que exigem tomadas de
materiais tecido equivalentes verificou que, quando decisões em equipe sobre a possibilidade de seguir ou
comparadas às mesmas espessuras para os mesmos interromper os procedimentos terapêuticos planeja-
materiais, o efeito que a composição de cada um de- dos. Assim o enfermeiro mobiliza médicos, assistentes
les exerce sobre a deposição de dose é mais expressivo sociais, psicólogos, técnicos de radioterapia e de enfer-
que o efeito de sua densidade. Deste modo, reafirma- magem, a partir de avaliação e reavaliação continua das
-se a importância da atribuição das heterogeneidades necessidades dos usuários da radioterapia. Conclusão:
nos cálculos de deposição de dose a serem realizados Foi possível identificar que o enfermeiro atua tanto in-
em braquiterapia. dividualmente na assistência direta com o usuário e sua
família, quanto em equipe no desenvolvimento das ati-
Contato: ISABELA SOARES LOPES BRANCO – isabela.
vidades organizacionais que refletirão de forma signifi-
slbranco@gmail.com
cativa na qualidade da assistência oncológica, contudo
ainda não dá conta de realizar a função de ensino.
Contato: MILENA MARQUES CERQUEIRA MENDES –
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA MILEENA. MARQUES@HOTMAIL. COM
CÓDIGO: 60016

GESTÃO DO CUIDADO NA UNIDADE


DE RADIOTERAPIA: VIVÊNCIAS DE TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
ENFERMEIROS DO INTERIOR DA BAHIA CÓDIGO: 61975

Autores: Milena Marques Cerqueira Mendes; Danilo


Bispo de Queiroz; Evanilda Souza de Santana Carvalho; GLIOBLASTOMA MULTIFORME DE
Instituição: UNIDADE DE ALTA COMPLEXIDADE EM TRONCO CEREBRAL: RELATO DE CASO
ONCOLOGIA/HDPA; SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE EM CRIANÇA
FEIRA DE SANTANA Autores: Marcela Metzdorf; Aline Moraes de Abreu;
Juliana da Silva Alves; Leila Maria de Abreu Jaggi; Roselie
Introdução: Na Radioterapia, o processo de trabalho
Corcini Pinto; Juliana Matiello; Neiro Waechter da Motta;
de enfermeiros se dá a partir da junção do administrar
com o cuidar, que não devem ser vistos como dicotô- Instituição: SANTA CASA DE PORTO ALEGRE
micos. O enfermeiro desenvolve ações abrangentes Apresentação do caso: Paciente masculino, 3 anos e
cujo objetivo comum é a produção do cuidado com 10 meses, encaminhado ao Serviço de Oncopediatria
qualidade. Objetivo: Descrever as ações de enfermei- de um hospital referência na cidade de Porto Alegre
ros na gestão do cuidado em unidade de radioterapia, para investigação por marcha atáxica e ptose à direi-

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ta com apresentação subaguda. Realizada ressonância do feixe a obtenção de dados dos materiais utilizados
nuclear magnética (RNM) que apresentava lesão expan- como filtro compensador e para bloqueio de órgãos de
siva compatível com glioma de tronco encefálico, com- risco (OARs). Objetivo: Descrever o processo de medi-
prometendo bulbo, ponte e mesencéfalo. Optou-se por da e mostrar os resultados da caracterização dosimétri-
biopsia de lesão intracraniana para avaliação do grau ca do feixe nas condições específicas de TBI, utilizando
histológico e possível introdução de quimioterápico, a técnica de campo horizontal com paciente posiciona-
sendo confirmando diagnóstico de glioblastoma grau do em decúbito lateral e irradiado com feixe anterior e
IV da OMS. Criança encaminhada para tratamento ra- posterior. Método: As medidas foram obtidas em um
dioterápico com 54 Gy em 27 frações e em uso de te- acelerador linear Elekta Precise, com energia de 10MV
mozolamida. Discussão: Os gliomas de alto grau, par- e taxa de dose de 400 cGy/min no isocentro @dmáx.
ticularmente o glioblastoma multiforme (GBM), são os Foram utilizadas placas de água sólida de 30x30 cm²
tumores do SNC mais comuns em adultos, mas repre- e espessuras de 0,2 a 1,0 cm como objeto simulador.
sentam somente 5% dos tumores de SNC em crianças. Uma placa de acrílico de 1,0 cm de espessura como foi
Mesmo sendo um tumor relativamente raro, é de par- colocada à frente do feixe para compensar a região de
ticular interesse, uma vez que a sobrevida média após build-up e superficializar a dose. Medidas de porcen-
o diagnóstico não ultrapassa os 20 meses e apenas 5% tagem de dose profunda (PDP) e perfil do feixe foram
alcançam os 5 anos. Quando passível de neurocirurgia, obtidas utilizando câmaras de ionização cilíndrica e de
esta deve ser a abordagem inicial, objetivando a ressec- placas paralelas respectivamente, com o gantry angula-
ção completa da lesão por a mesma melhorar a sobre- do a 90º e o colimador a 45°, distância fonte/superfície
vida quando comparada a ressecção parcial ou biopsia, (DFS) de 390,0 cm e campo de tamanho 40x40 cm² no
sendo necessário radioterapia e/ou quimioterapia ad- isocentro. Medimos também o coeficiente de atenua-
juvante. O GBM é um tumor difusamente infiltrativo, ção do chumbo (utilizado como filtro compensador)
envolvendo grandes porções cerebrais. Embora possa e do cerrobend (utilizado para redução de dose em
ocorrer em qualquer faixa etária, é mais comumente OARs), nas condições utilizadas no TBI. Resultados:
observado em adultos entre 50 e 70 anos de idade, o Obtivemos uma região de tratamento de 180 cm (-90
que contrasta com o paciente relatado no presente cm e +90 cm a partir do raio central) com simetria de 0,4
caso. Por outro lado, pacientes jovens tendem a apre- %, e a planura 5,1 %. A profundidade de dose máxima
sentar um prognóstico mais favorável. Durante o trata- foi de 1,0 cm, enquanto a dose na superfície recebeu
mento radioterápico, a equipe multidisciplinar realizou 99,1 %. Considerando um tratamento ântero-posterior,
uma abordagem psicológica com os pais da criança, in- a homogeneidade no eixo central, relação de dose no
centivando-os a manter o paciente em tratamento para pico e dose no centro versus a espessura (DAP), sofreu
melhorar sua qualidade de vida, mas estando cientes uma variação máxima de 2 %. Os coeficientes de atenu-
do prognóstico reservado do mesmo. ação do chumbo e do cerrobend foram respectivamen-
te μPb=0,505 cm-1 e μCerr=0,447 cm-1. Conclusão: Os
Contato: MARCELA METZDORF – marcelametzdorf@
resultados obtidos estão em concordância com a da li-
gmail.com
teratura (AAPM Rep 17 – TG29) e a caracterização dosi-
métrica permite que realizemos o procedimento de TBI
com segurança e qualidade.
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA Contato: THAYLANE GONÇALVES CASTILHO –
CÓDIGO: 61868 thaylanegcastilho@gmail.com

IMPLANTAÇÃO DE TÉCNICA DE
IRRADIAÇÃO DE CORPO INTEIRO
(TOTAL BODY IRRADIATION – TBI) NO TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
HOSPITAL DA BALEIA CÓDIGO: 61980

Autores: Thaylane Gonçalves Castilho; André Ezequiel


Lobo de Abreu; André Luis Irmer; Danilo Matheus
LEIOMIOSSARCOMA DE MAMA EM
Barsanelli; Danilo Augusto Bergamo; Cassiano PACIENTE SUBMETIDA A TRATAMENTO
Hideyoshi Asano; RADIOTERÁPICO.
Instituição: INSTITUTO MINEIRO DE RADIO ONCOLOGIA Autores: Marcela Metzdorf; Nádia Raima Cassamo
Ismael; Roselie Corcini Pinto; Leila Maria de Abreu Jaggi;
Introdução: Neoplasias malignas amplamente disse-
Aline Moraes de Abreu; Gunter Alex Schneider; Neiro
minadas, principalmente doenças hematopoiéticas, Waechter da Motta;
frequentemente utilizam o TBI como parte do trata-
Instituição: SANTA CASA DE PORTO ALEGRE
mento. Muitas técnicas de TBI foram descritas na lite-
ratura e a escolha da técnica a ser utilizada depende de Apresentação do caso: Paciente do sexo feminino, 50
fatores como equipamentos, softwares disponíveis, ta- anos, com diagnóstico de leiomiossarcoma de mama
manho da sala de tratamento, etc. Qualquer que seja a direita. Submetida a mastectomia e esvaziamento axi-
escolha, faz se necessário a caracterização dosimétrica lar (sem comprometimento linfonodal) em janeiro de

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2017. Realizados exames de seguimento em março de Autores: Raquel Guimarães Domingos da Silva; Antonio
2017 que evidenciaram volumosa lesão tumescente Jose Leal Costa; Tania Zdenka Guillen de Torres; Diogo
com atenuação de partes moles e contornos lobulados Antonio Valente Ferreira;
que infiltra os tecidos moles profundos da região peito- Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
ral à direita, medindo cerca de 4,3 x 8,0 x 8,5 cm, com-
Introdução: Câncer de colo do útero é possível de ser
patível com recidiva local da neoplasia de mama conhe-
prevenido, apesar da alta incidência e mortalidade. Me-
cida, além de mestástases pulmonares e linfonodais.
didas preventivas, como o uso do preservativo e pro-
Avaliada pela equipe da mastologia, que considerou a
gramas de rastreamento exemplificam formas eficazes
lesão no plastrão irressecável, e encaminhada a radiote-
de controle. As estatísticas de mortalidade são um mé-
rapia. Após avaliação radioterápica, indicado 50 Gy em
todo tradicional para avaliação do estado de saúde das
plastrão e fossa supraclavicular e reforço com feixes de
populações e para planejamento de ações. Estudos de
elétrons até 70 Gy. Oncologia clínica com plano de qui-
análise temporal corroboram para avaliação dos fato-
mioterapia paliativa baseada em gencitabina, docetaxel
res desencadeantes das variações na mortalidade na
e filgrastima após fim da radioterapia. Discussão: Os
perspectiva longitudinal. Cada um dos componentes do
sarcomas são considerados patologia extremamente
modelo fornece diferentes perspectivas sobre as ten-
rara, representando aproximadamente 1% das neopla-
dências da doença: efeito idade, efeito período e efei-
sias malignas da mama. São tumores mesenquimais,
tos de coorte. Através deste modelo, podemos inferir o
mais freqüentemente encontrados em partes moles, e
impacto de novas terapias no controle da doença, mu-
dentre estes, o leiomiossarcoma se mostra como sendo
danças de comportamento, advento do vírus da imu-
dos mais raros, com menos de 20 casos relatados na
nodeficiência humana (HIV), criação do Sistema Único
literatura. A média de idade ao diagnóstico é de 55,5
de Saúde, cobertura dos programas de rastreamento
anos (variando de 24 a 86 anos). A maioria dos pacien-
e consequências das filas e gargalos do sistema. Ma-
tes são mulheres, mas existem 2 casos em homens já
terial e Métodos: Estudo de séries temporais. Foram
relatados. Quando metastático, a via de disseminação
coletados os dados de todos os óbitos por câncer de
é hematogênica, sendo sítios secundários fígado, pul-
colo uterino e dados populacionais do sexo feminino
mão, ossos e menos freqüentemente o cérebro. Co-
no município do Rio de Janeiro, de 1980 a 2014 dispo-
mentários Finais: O leiomiossarcoma é um tumor ma-
níveis no DATASUS. A ocorrência dos efeitos de perío-
ligno raro da mama. O tratamento cirúrgico é o pilar da
do, coorte e idade foi investigada inicialmente através
terapia. O esvaziamento axilar não tem indicação: para
de procedimentos de análise exploratória dos dados.
a maioria dos autores o comprometimento linfonodo-
Posteriormente, os efeitos foram estimados através de
nal é extremamente raro (com metástases linfonodais
processos de modelagem, avaliando os efeitos da ida-
axilares em menos de 10% dos casos), já que a dissemi-
de, período e coorte de maneira independente, a partir
nação se faz pela via hematogênica. No presente caso,
do uso do estimador intrínseco. Resultados: Houve au-
a equipe da Mastologia optou pelo esvaziamento axi-
mento do risco de morte por essa neoplasia durante a
lar, mesmo sem benefício comprovado na literatura. A
década de 1990, atingindo o seu pico de 1995 a 1999 no
mastectomia está indicada com excelente controle local
município do Rio de Janeiro e redução a partir de 2005,
da doença, podendo ser considerada a preservação da
e se mantendo em queda até o último ano estudado
mama. A radioterapia, apesar de não reduzir a taxa de
(2014). Foi verificado um efeito de idade, com impac-
recorrência local nos casos já relatados, foi indicada no
to nos anos potenciais de vida perdidos. Conclusões:
presente caso como tentativa de resgate local, uma vez
O aumento da tendência da mortalidade por nos anos
que a recidiva no plastrão foi considerada irressecável.
1990 pode estar relacionado à baixa cobertura do exa-
Devido ao risco de recorrência tardia, o acompanha-
me citológico no início da década e também ao advento
mento a longo prazo é necessário.
da infecção pelo HIV. A queda na mortalidade obser-
Contato: MARCELA METZDORF – marcelametzdorf@ vada recentemente pode ser uma resposta aos efeitos
gmail.com das políticas governamentais de rastreamento. Além
disso, a queda nos casos diagnosticados como câncer
de útero sem porção especificada nos últimos anos
pode representar uma melhora nas notificações de óbi-
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA to. O alto índice de mortalidade observado no período
CÓDIGO: 59661 atual aponta para a necessidade de facilitar o acesso ao
tratamento a pacientes com doenças passíveis de cura.
MORTALIDADE POR CÂNCER DE COLO
Contato: DIOGO ANTONIO VALENTE FERREIRA – dii.
UTERINO NO MUNICÍPIO DO RIO DE valente@gmail.com
JANEIRO ENTRE 1980 E 2014: EFEITOS DE
PERÍODO, IDADE E COORTE.

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 380


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TEMÁRIO: RADIOTERAPIA Contato: ZENICLAYTON LAFETÁ ALMEIDA LIMA –


CÓDIGO: 59679 Zeniclayton@gmail.com

NEOPLASIA DE PRÓSTATA
APRESENTANDO-SE COMO LESÃO DO
ÁPICE DO OSSO PETROSO E CLÍVUS: UM TEMÁRIO: RADIOTERAPIA

RELATO DE CASO CÓDIGO: 59582

Autores: Zeniclayton Lafetá Almeida Lima; Marya Luyza


Gusmão e Lopes; Márjorie Monteiro Rodrigues;
O USO DA RADIOTERAPIA PARA
CARCINOMAS EM ANIMAIS
Instituição: HOSPITAL DILSON GODINHO
DOMÉSTICOS
Apresentação do caso: J. N. S., sexo masculino, 61 anos, Autores: Daiana Barros do Carmo; Talita Sabino Dias;
nega tabagismo e etilismo, com quadro inicial de dor Renato Fernandes;
em olho direito que evoluiu para diplopia, disfunção Instituição: ESCOLA DE EDUCAÇÃO PERMANENTE;
moderadamente severa facial, redução de oclusão pal- HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE MEDICINA
pebral, déficit na acuidade auditiva e diminuição da DA UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
sensibilidade da língua predominando à direita. Tomo-
grafia computadorizada de mastoides/base do crânio Introdução: O câncer é uma neoplasia que acomete
revelou lesão focal osteolítica, 35x32x25 mm (APxTxL), cerca de 500.000 animais e tem aumentado progressi-
centrada em aspecto lateral direito do clívus com exten- vamente nos últimos anos. O carcinoma é considerado
sões para o canal carotídeo, forames lácero e jugular, uma neoplasia maligna comum em animais e humanos.
posterior do seio cavernoso, conduto auditivo interno e Há várias modalidades de tratamento para carcinoma
cisternas do ângulo ponto-cerebelar e pré-pontina com em gatos e cães, incluindo cirurgia, quimioterapia, te-
possíveis acometimentos das referidas estruturas vas- rapia fotodinâmica e radioterapia. Nos humanos os
culares, dos nervos cranianos adjacentes, inespecífica. exames de imagem ajudam a localizar a lesão e são ex-
Submetido à microcirurgia da lesão do ápice petroso tremamente úteis para determinar a extensão da lesão
que demonstrou provável adenocarcinoma prostático da doença. A radioterapia em humanos é desenvolvida
em anátomo-patológico. Imuno-histoquímica apre- através de etapas de planejamento, com simulação por
sentou adenocarcinoma metastático consistente com tomografia e imobilização com a máscara termoplásti-
origem em próstata, positivo para citoqueratinas, PSA ca. Já o animal precisa ser submetido a uma anestesia
(Prostatic Specific Antigen) e NKX3.1. O PSA inicial era geral de curta duração. Antes da radioterapia, cada ani-
de 10,10 ng/mL. Foi realizada radioterapia conformada mal é avaliado através de exames laboratoriais e exa-
tridimensional paliativa em metástase óssea de osso me físico, além de imagens radiográficas, tomografia
petroso e clívus, 30 Gy em 10 frações. Evoluiu com alí- ou ressonância para localização do tumor. Objetivo:
vio da dor e estabilidade do quadro neurológico. Em Demonstrar a importância e a eficácia da radioterapia
seguimento, apresentou progressão bioquímica na vi- em animais. Método: Pesquisa bibliográfica através de
gência de acetato de leuprorrelina. Posteriormente, foi livros, revistas e artigo, cujo caso principal foi de estu-
submetido à orquiectomia. Último PSA de 3,99 ng/mL. do histopatológico de felino fêmea de 9 anos de idade
Atualmente, estável clinicamente e em uso de bicaluta- que apresentava um quadro suspeito de carcinoma.
mida. Discussão: A neoplasia de próstata geralmente Os sintomas eram lacrimejamento intenso e ferida na
apresenta-se assintomática no momento do diagnósti- cavidade nasal. O tratamento foi realizado através da
co. A sintomatologia consiste em urgência e incontinên- radioterapia com a aplicação de 7,6 Gy/sessão durante
cia urinária. Apenas um reduzido número de pacientes 4 semanas. Foi utilizado acelerador linear de 6 MV, cam-
apresenta-se com sintomas de doença metastática po único com bólus de 0,5 de espessura. Resultados:
como dor óssea ou fratura patológica. É incomum que a A radioterapia teve uma resposta positiva após 60 dias
doença se apresente em região de ossos de crânio com com a regressão da lesão, porém o felino apresentou
compressão de nervos em forames cranianos. O trata- efeitos colaterais leves como dermatite e conjuntivite.
mento radioterápico realizado objetivou alívio da dor Por precaução, o animal teve que utilizar loções que
e melhor qualidade de vida do paciente. Comentários contenham protetor solar, mantendo-se longe da luz
finais: Metástase óssea em região de ossos de base de das 10 às 16 horas, isso para uma melhor resposta após
crânio é uma apresentação incomum. A lesão metastá- o tratamento. Conclusão: A radioterapia é um méto-
tica em base de crânio com potencial para paralisia de do eficaz de tratamento com resultados satisfatórios.
nervos cranianos, se não diagnosticada e tratada pode Existem boas perspectivas na aplicação da radioterapia,
levar a comprometimento grave da função neurológica. uma vez que os resultados em humanos já são bons
Logo, a radioterapia conformada tridimensional pode indicativos, a aplicação nos animais possibilita a cura e
ser empregada de forma segura com finalidade paliati- melhoria da qualidade de vida do animal. Na Medicina
va em metástase óssea em base de crânio. Veterinária a radioterapia tem se apresentado como o
melhor método, por não ser invasivo, nos casos de ani-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 381


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

mais que se encontram impossibilitados para procedi- dades e a aquisição de um banco de dados que pode
mentos cirúrgicos. ser utilizado como fonte de busca em futuras publica-
ções, Além disso, diminuição do tempo de espera após
Contato: DAIANA BARROS DO CARMO –
a realização da tomografia tornou-se uma das metas do
daycarmo3103@gmail.com
serviço.
Contato: FELIPE TELES DE ARRUDA – ftarruda@
hotmail.com
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
CÓDIGO: 60032

O USO DE TABELA DINÂMICA TEMÁRIO: RADIOTERAPIA


COMO ORGANIZAÇÃO DO FLUXO CÓDIGO: 59834
DE TRATAMENTO DE PACIENTE E
BANCO DE DADOS EM UM SERVIÇO DE PERFIL DOS PACIENTES COM
RADIOTERAPIA NEOPLASIA MALIGNA DE MAMA
Autores: Felipe Teles de Arruda; Isabela Soares Lopes
ATENDIDOS EM UM SERVIÇO DE
Branco; Euclydes Borguezan Neto; Fabrício Augusto RADIOTERAPIA
de Lima; Marilia Lisboa Roca Santo; Maira Martinez Autores: Larissa Fernandes da Rocha; Cláudia Pereira
Mangerona Camplesi; Gustavo Viani Arruda; Alexandre Valadão Passos; Dayse Kelly Lopes Lima; Priscylla
Colello Bruno; Pinheiro Peralta;
Instituição: HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE Instituição: GRUPO COI
MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE
SÃO PAULO Introdução: A radioterapia é empregada visando des-
truir células tumorais através de um feixe de radiação
Apresentação do caso: A alta demanda dos serviços ionizante. Atualmente é feita de forma direcionada
radioterápicos no Brasil é muito alta hoje em dia, prin- para diminuir o dano aos tecidos adjacentes. Objetivo:
cipalmente nos hospitais escola que atendem o SUS. Delinear o perfil dos pacientes com câncer de mama
Estes estabelecimentos têm por obrigação o ensino e atendidos em um serviço de radioterapia. Método: Tra-
pesquisa de profissionais, além da melhora continua ta-se de um estudo descritivo e quantitativo, realizado
do seu atendimento. Desta forma, este trabalho relata em uma clínica de oncologia no município do Rio de Ja-
o uso de uma tabela dinâmica, desenvolvida no servi- neiro. A amostra foi estabelecida com base no número
ço de radioterapia do hospital das Clínicas de Ribeirão de usuários que trataram na unidade desde a sua inau-
Preto, como ferramenta de organização do fluxo de guração até o período atual. Os dados foram coletados
tratamentos e banco de dados de paciente submetidos a partir das evoluções de enfermagem preenchidas
a tratamento de radioterapia. Utilizando programação durante as consultas iniciais e revisões. Resultados:
em Excel foi elaborada uma tabela na qual constam Os dados foram obtidos no período de julho de 2015
dados referentes aos pacientes que realizaram tomo- a março de 2017. Participaram um total de 444 pacien-
grafia de simulação. Nesta tabela constam dados como: tes, todas do sexo feminino e que fizeram radioterapia
nome do paciente, registro, região tratada, data da re- em mama. Todas foram tratadas em acelerador linear.
alização de tomografia, equipamento utilizado, data A média de idades foi de 59 anos. A mais jovem com
de finalização de contorno e aprovação da pasta, res- 26 anos e a mais idosa com 96 anos. Do total analisa-
ponsável pela impressão das pastas, 1° e 2º assinatu- do, 334 mulheres fizeram cirurgia de segmentectomia,
ras e observações. Esta tabela está programada para 99 fizeram mastectomia, 1 mulher que tratou mama
computar os dias máximos na fila de espera e tem um bilateral foi submetida a mastectomia direita e seg-
sistema de priorização de pacientes destacados como mentectomia de mama esquerda e 10 não realizaram
‘‘urgência’’ e “prioridade’’, além de contar com um siste- abordagem cirúrgica. Entre as mulheres mastectomiza-
ma de arquivamento dos dados do paciente após início das, 29 fizeram radioterapia com expansor, 15 tinham
de tratamento e backup automático no servidor”. Dis- prótese de silicone, 1 fez reconstrução com o próprio
cussão: Após implantação do sistema ficou mais fácil tecido muscular e 55 não fizeram reconstrução. Apenas
à localização dos dados de pacientes que realizaram a 3 mulheres fizeram radioterapia de mama bilateral, 228
tomografia de planejamento, bem como a organização trataram somente a mama direita e 213 a mama es-
do fluxo de entrada na máquina para tratamento devi- querda. Em relação às técnicas de tratamento, 418 pa-
do ao sistema de prioridades da tabela. Foi observado cientes foram tratadas com 3D, 24 com IMRT e apenas
um período médio de aguardo em fila de 35 dias após 2 trataram com Rapidarc. Durante a radioterapia, 22
a realização da tomografia de planejamento. Comentá- mulheres foram tratadas com uso de bolus na mama.
rios Finais A utilização da tabela dinâmica como organi- A maior parte das pacientes (178) fizeram 25 frações de
zação do fluxo de tratamentos auxilia no conhecimento radioterapia, seguidas por 104 que fizeram 30 frações
do tempo de espera após a realização da tomografia, e 90 mulheres que realizaram 16 aplicações. O restante
bem como a melhor organização do fluxo das priori-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 382


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

das pacientes realizou entre 15 a 33 aplicações de ra- para cada patologia.


dioterapia. Apenas 24 mulheres precisaram interrom-
Contato: PAULA CHAVES TOLEDO – PAULACTOLEDO@
per o tratamento de radioterapia, os motivos variaram
HOTMAIL. COM
entre radiodermite grau 2, radiodermite grau 3, ques-
tões pessoais e quadro clínico alterado não relacionado
à radioterapia. Ao longo do tratamento, a maioria das
pacientes utilizou cremes hidratantes à base de alanto- TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
ína e trolamina. Dentre o total de participantes, 244 re- CÓDIGO: 61912
alizaram radioterapia associada com hormonioterapia.
Conclusão: Conhecer o perfil dos pacientes em trata- RADIOSINOVECTOMIA DA
mento permite moldar estratégias visando a qualidade
ARTICULAÇÃO DO JOELHO EM
da assistência.
INDIVÍDUOS COM HEMOFILIA. EXISTE
Contato: LARISSA FERNANDES DA ROCHA – EVIDÊNCIA CIENTÍFICA?
rfernandes. larissa@gmail.com
Autores: Eloá Moreira Marconi; Sérgio Oliveira de
Carvalho; Regina Celia Leal Corletto Barros; Gefferson
da Silva Costa; Marcia Cristina Moura Fernandes; Eliane
Guedes Aguiar; Danúbia da Cunha de Sá Caputo; Mario
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA Bernardo Filho;
CÓDIGO: 61919 Instituição: UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE
JANEIRO
RADIOCIRURGIA GAMMA KNIFE: TRÊS
Introdução: A hemofilia é uma coagulopatia hereditá-
ANOS DE EXPERIÊNCIA DO HCOR
ria que pode gerar sangramentos frequentes e espon-
Autores: Paula Chaves Toledo; Evelyn Cristina Santos tâneos. Esses episódios hemorrágicos, quando recor-
Delgado; Rubens Marinho Severo; Leonardo Raul
rentes levam à sinovite crônica. A sinovectomia com
Morelli;
utilização de radiação (radiosinovectomia) é uma te-
Instituição: HCOR – HOSPITAL DO CORAÇÃO rapia bem estabelecida em sinovite e envolve uma ad-
Introdução: A radiocirurgia Gamma Knife é um método minstração intra-articular de um radionuclídeo emissor
não invasivo para o tratamento de doenças cerebrais de beta negativa. Essa emissão destrói seletivamente a
que consiste em administrar uma única e alta dose de membrana sinovial inflamada e infiltrante, melhorando
radiação em um alvo específico, evitando ao máximo o derrame e a dor das articulações. Este procedimento
causar danos nos tecidos adjacentes e órgãos de risco. minimamente invasivo também é utilizado nos casos
Objetivo: O objetivo do trabalho foi descrever a frequ- de sinovite hemofílica. Objetivo: O objetivo deste estu-
ência das patologias e as características demográficas do foi pesquisar por meio de uma revisão da literatura,
dos pacientes tratados com radiocirurgia Gamma Knife os diferentes radionuclídeos utilizados no tratamen-
no HCor. Método: Foi realizada uma revisão de prontu- to da sinovite de joelho em pacientes hemofílicos por
ários de fevereiro de 2014 a julho de 2017 e organizado meio da radiosinovectomia. Método: As palavras-cha-
um banco de dados em Microsoft Excel. Resultados: ve “radiosynovectomy and hemophilia and knee” foram
Foram tratados 242 pacientes. Do total, 57 trataram utilizadas na base de dados “PubMed” (07/07/2017).
metástase cerebral (23,5%), 44 trataram neurinoma do As publicações selecionadas foram analisadas e o ra-
acústico (18,1%), 36 trataram má formação arteriove- dionuclídeo utilizado nos tratamentos relacionados ao
nosa – MAV (14,8%), 29 trataram adenoma de hipófise joelho foram identificados. Resultados: Vinte artigos
(11,9%), 20 trataram meningioma (8,2%), 18 trataram foram encontrados. Destes, seis foram excluídos por
neuralgia do trigêmeo (7,4%), 8 trataram transtorno ob- serem revisões da literatura e um por ser uma compa-
sessivo compulsivo (TOC) ( 3,3%), 4 trataram glioma de ração entre diversos tratamentos. Dez artigos usaram o
alto grau (1,6%), 4 trataram tremor essencial (1,6%), 2 ítrio-90 (Y-90), dois usaram fósforo-32 (P-32) e um estu-
trataram condrossarcoma (0,8%), 02 hemangioblasto- do de caso usou o rênio-188 (Re-188). Todos os estudos
ma (0,8%), 2 neurofibromatose tipo II (0,8%), 2 tumor de que utilizaram tanto o Y-90 quanto o P-32 mostraram
pineal (0,8%), 01 craniofaringioma (0,4%), 1 germinoma benefício envolvendo o nível de dor e a frequência de
(0,4%), 1 nasoangiofibroma, 1 cordoma, 1 cefaleia em hemorragias. Em uma publicação com Y-90 foi obser-
salvas e 1 cisto epidermoide (0,4% cada). A maioria dos vado que a articulação do joelho necessitou de mais
pacientes foi do sexo feminino (61,9%) e a idade mé- injeções quando comparada ao cotovelo e tornozelo.
dia foi de 45 anos. Conclusão: O Gamma Knife é uma Além disso, foi sugerido que o tratamento com Y-90 se-
modalidade de tratamento segura por sua alta acurá- ria seguro e eficaz, pois não foram encontradas doses
cia,com relevantes taxas de controle das lesões, baixa altas de radiação nos linfócitos periféricos, apontando
morbidade, significativa diminuição da taxa de infecção um baixo risco para câncer. Os dois estudos com P-32
e curta estadia hospitalar. Pode-se notar que muitos mostraram que com apenas uma administração hou-
pacientes vêm apresentando excelentes respostas te- ve melhora no nível de dor e diminuição da frequência
rapêuticas após seguimento com follow-up específico de hemorragias. O estudo de caso sobre o Re-188 não

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 383


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

demonstrou melhora. Conclusão: A radiosinovecto- ção de esfíncter. Dissecção linfonodal foi realizada em
mia com Y-90 (dez publicações) ou P-32 (duas publica- 96% dos pacientes. Estadiamento patológico: 0: 21%; I:
ções) é um procedimento simples, eficaz e seguro para 26%; IIA: 21%; IIC: 2%; IIIA: 2%; IIIB: 26%; IIIC: 2%. A taxa
o tratamento de sinovite de joelho em pacientes com de resposta patológica completa ( ausência de neopla-
hemofilia para diminuir a dor e frequência de hemorra- sia residual no estudo anátomo-patológico ) foi de 21 %.
gia articular. Esses achados revelam que existe alguma Conclusão: A TN com RT conformacional com fraciona-
evidência científica para o uso da radiosinovectomia da mento convencional associada a QT concomitante em
articulação do joelho em indivíduos com hemofilia, em- pacientes com neoplasia de reto propiciou, no período
bora mais investigações sejam necessárias. estudado, índice de resposta patológica completa com-
patível com os reportados nas grandes séries da litera-
Contato: ELOÁ MOREIRA MARCONI – eloamarconi@
tura internacional.
gmail.com
Contato: MARCELO COSTA VILELLA DOS REIS –
drmreis@email.com

TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
CÓDIGO: 61702
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
RADIOTERAPIA ASSOCIADA CÓDIGO: 59736
A QUIMIOTERAPIA NO
TRATAMENTO NEOADJUVANTE RADIOTERAPIA DE RESGATE NA
DO ADENOCARCINOMA DE RETO: RECIDIVA BIOQUÍMICA EM CANCER DE
AVALIAÇÃO DA RESPOSTA PATOLÓGICA PRÓSTATA OPERADO: RESULTADOS E
COMPLETA. FATORES PROGNÓSTICOS.
Autores: Marcelo Costa Vilella dos Reis; Egreen Cardoso Autores: Gustavo Viani Arruda; Ana Carolina
Baranda; Tatiana Sayuri Yamamoto; Mário Ribeiro Neto; Hamamura;
Eduardo Lima Pessoa; Salvador Tutilo; Maria José Alves; Instituição: HOSPITAL DAS CLINICAS DA FACULDADE DE
Instituição: INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA AO MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE
SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL SÃO PAULO

Objetivo: Avaliação da resposta patológica completa Objetivo: Avaliar os resultados e identificar fatores
em pacientes portadores de adenocarcinoma de reto prognóstico de pacientes com câncer de próstata tra-
não metastáticos ( estádios I a IIIC ) submetidos a te- tados primariamente por cirugia que evoluíram com
rapêutica neoadjuvante (TN) com radioterapia (RT) e recidiva bioquímica. Materiais e Métodos: Estudo de
quimioterapia (QT) em uma única instituição. Material coorte retrospectivo, realizado em instituição única,
e Métodos: Estudo retrospectivo com avaliação dos entre 2009-2016, incluindo pacientes submetidos a
prontuários médicos dos pacientes submetidos a TN prostatectomia radical + – linfadenectomia, que evolu-
em um período de 5 anos (01/06/2011 a 01/06/2016) íram com recidiva do PSA definido como >0.02ng/ml e
e que mantiveram seguimento na instituição. Resulta- submetidos a radioterapia de resgate da loja prostática,
dos: 56 pacientes com diagnóstico anatomopatológico com 3D ou IMRT, dose >= 60Gy sem tratamento hormo-
de adenocarcinoma de reto não metastáticos ao diag- nal prévio ou concomitante. O tempo mínimo de acom-
nóstico foram submetidos a TN no período. Foram ex- panhamento foi de 6 meses. Dados demográficos, do
cluídos 3 pacientes que realizaram RT hipofracionada tratamento, de controle do PSA e de toxicidade foram
exclusiva, totalizando 53 pacientes. Características: A coletados. Controle bioquímico pós RT foi considerado
idade média foi 66 anos com predomínio do sexo mas- como PSA<0.02 ng/ml. Para a análise de sobrevida foi
culino ( 64 % ). Todos os pacientes ( 100 % ) apresenta- utilizado o método de Kaplan-Meier. Log-rank foi utili-
vam performance status pela escala de Karnofsky ( KPS zado para a análise univariada e o método de COX para
) ≥ 70. Estadiamento ( AJCC 2010 ) ao diagnóstico: I: 8%; análise multivariada. Valores de p<0.05 foram conside-
IIA: 39 %; IIIA: 8%; IIIB: 41%; IIIC: 4 %. Localização anatô- rados significativos. Resultados: Durante o período do
mica do tumor primário retal em relação a borda anal: estudo 107 pacientes preencheram os critérios de in-
baixo: 40%; médio: 50 %; alto: 10%. RT conformacional clusão. O tempo médio de seguimento foi de 50 meses
(3D) foi realizada em 100% dos pacientes com dose to- (8-89 meses). O PSA médio pré RT foi de 0.3 (+ – 1.6).
tal de 50.4Gy ( 45 Gy em pelve e reforço de dose de 5,4 A dose média foi de 70Gy (variando 60-72) com 67%
Gy em tumor primário ) e 45 Gy ( sem reforço de dose tratados com IMRT. Durante o seguimento, ocorreram
) em 92% e 8% dos pacientes, respectivamente. A dose 26 falhas do PSA e 6 óbitos. O controle do PSA pós RT
dia foi de 1,8 Gy em 100% dos casos. A QT concomitante de resgate, e a sobrevida global em 5 anos foram de
a RT foi realizada em 100 % dos pacientes. Em 66% dos 75.5% e 93%, respectivamente. Na análise univariada,
casos foi possível a realização de cirurgia com preserva- grupo de risco pré cirurgia (p=0.018), presença de ex-
travasamento capsular (p=0.013), vesícula seminal po-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 384


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

sitiva (p=0.0001), margens negativas (p=0.003), dose < A sobrevida dos pacientes depende do estadiamento
70Gy (p=0.01) e PSA préRT >0.35 ng/ml (p=0.01) foram do tumor.
preditoras de pior controle do PSA pós RT de resgate.
Contato: KELLIANE BARROS LIRA – kellianebarros@
Na análise multivariada PSA pré RT>0.35 (p=0.023), ve-
hotmail.com
sícula seminal positiva (p=0.01) e margens negativas
(p=0.03) foram preditores independentes do controle
do PSA. A toxicidade genitourinária (GU) e gastrointes-
tinal (GI) aguda >= grau 2 foi de 3% e 0%. A toxicidade TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
tardia GU grau 2 e 3 foi de 7.5% e 3.7%. Nenhum caso CÓDIGO: 60567
de toxicidade GI grau 2 e 3 foi observado. Conclusão:
A RT de resgate para recidiva bioquímica resultou em SENTIMENTOS DE PROFISSIONAIS
satisfatório controle bioquímico, com um baixo perfil
QUE ATUAM EM UM SERVIÇO DE
de toxicidade severa, aguda e tardia para os órgão de
risco. Valor do PSA préRT, margens negativas e vesícula
RADIOTERAPIA
seminal positiva foram fatores independentes para um Autores: Lorrane Pereira da Silva; Milena Marques
pior controle do PSA. Estes dados podem ser úteis para Cerqueira Mendes; Danilo Bispo de Queiroz; Laiane
Silva Pinheiro; Marcia Sandra Fernandes dos Santos
selecionar pacientes para tratamento de resgate mais
Lima; Evanilda Souza de Santana Carvalho;
agressivo seja com dose escalonada ou tratamento
Instituição: UNIDADE DE ALTA COMPLEXIDADE EM
combinado a hormonioterapia.
ONCOLOGIA/HDPA; SANTA CASA DE MISERICÓRDIA DE
Contato: ANA CAROLINA HAMAMURA – FEIRA DE SANTANA
anachamamura@hotmail.com
Introdução: O câncer é uma patologia carregada pelo
estigma social da morte, suscitando experiências estres-
santes, nos adoecidos devido às suas consequências fí-
sicas, sociais, psicológicas, emocionais e espirituais Os
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
profissionais de saúde dos serviços de oncologia atuam
CÓDIGO: 57679
cotidianamente com essas pessoas em sofrimento, o
que reflete-se no seu modo de viver e perceber. Ob-
RADIOTERAPIA EM NEOPLASIA DE
jetivo: Compreender os sentimentos vivenciados pelos
CANAL ANAL – DOENÇA DE PAGET profissionais que assistem pessoas com câncer na ra-
EXTRAMAMÁRIA: RELATO DE CASO dioterapia. Método: Estudo descritivo de abordagem
Autores: Kelliane Barros Lira; Cesar Augusto da Silva; qualitativa, realizada com 05 profissionais de uma uni-
Julia Pastorello; Ornella Sari Cassol; dade de radioterapia do interior da Bahia, em junho de
Instituição: UNIVERSIDADE FEDERAL FRONTEIRA SUL 2017. A coleta de dados se deu através de entrevista
semi estruturada tendo como questões norteadoras:
Apresentação do caso: Mulher 80 anos, relata quadro
Como você se sente ao assistir pessoas durante o tra-
de prurido e dor perianal ao evacuar associada a he-
tamento radioterápico? Como esse sentimento reflete
matoquezia eventual. Quadro com aproximadamente 1
em sua vida? Para análise dos dados foi utilizada a aná-
ano de evolução. Paciente hipertensa e diabética, nega
lise do conteúdo. Resultados: Os profissionais descre-
cirurgias em topografia anal prévia, assim como alcoo-
veram sentimentos de tristeza e sofrimento frente às
lismo, tabagismo ou história familiar de câncer. Ao exa-
dificuldades da pessoa com câncer e as repercussões
me físico, observa-se lesão eritematosa perianal esten-
da doença; sentem-se impotentes e frustrados quando
dendo-se em direção à fúrcula vaginal. Encaminhada ao
os objetivos do tratamento não são alcançados. Por ou-
serviço de oncologia com laudo de biópsia compatível
tro lado, os profissionais expõem a satisfação em fazer-
com Neoplasia de Paget invasiva confirmado por imu-
-se útil na vida dos clientes, e apesar dos sentimentos
nohistoquímica. O estadiamento e pesquisa de tumo-
negativos vivenciado os entrevistados manifestaram o
res sincrônicos em mama, vulva e sistema urinário foi
desejo de permanecer na assistência a esse público.
negativa. Paciente optou por tratamento radioterápico
No que se refere à maneira com que esses sentimen-
associado a quimioterapia radiosensibilizante devido
tos refletem em suas vidas, os profissionais relatam
às possíveis morbidades inerentes ao tratamento cirúr-
que se tornaram menos exigentes consigos mesmos,
gico. As lesões perianais tem sido um desafio diagnósti-
adotaram uma postura de maior valorização da vida,
co devido ao aumento da sua incidência, causado pelas
da família e da saúde após assistirem pessoas com cân-
doenças sexualmente transmissíveis e pela imunossu-
cer. Conclusão: Conclui-se que o trabalho com pessoas
pressão do vírus do HIV. Diferente da doença de Paget
com câncer repercute em sentimentos ambivalentes na
na mama, na região perianal o comportamento é benig-
vida dos profissionais, trazendo sentimentos, de triste-
no, não sendo invasivo e comportando-se como uma
za, dor, impotência, porém também traz sentimentos
neoplasia intraepitelial. O tratamento para os tumores
positivos, como gratidão, satisfação e sentimento de
da região anal é a excisão local. Neoplasias avançadas
utilidade. Ambos os sentimentos repercutem de forma
podem ser tratadas com radioterapia e quimioterapia.

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 385


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

expressiva na vida destes profissionais, influenciando nem com o tipo histológico do tumor cerebral. Conclu-
para dar um novo sentido para suas vidas. são: Este relato de caso é relevante para lembrar que a
SSJ que é uma emergência dermatológica de alta mor-
Contato: MILENA MARQUES CERQUEIRA MENDES –
bimortalidade e que a interação da RT com fenitoína
mileena. marques@hotmail.com
pode ser um fator desencadeante e devastador, sendo
importante o seu conhecimento para diagnóstico e in-
tervenção precoce a fim de se evitar a morbi-mortalida-
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA de relacionada ao tratamento.
CÓDIGO: 59498 Contato: MARYA LUYZA GUSMÃO E LOPES – malu_
gusmao@yahoo.com.br
SÍNDROME DE STEVENS-JOHNSON
DEVIDO ASSOCIAÇÃO DE RADIOTERAPIA
CEREBRAL TOTAL E FENITOÍNA: UM
RELATO DE CASO TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
CÓDIGO: 59448
Autores: Marya Luyza Gusmão e Lopes; Laís Santiago;
Arlen de Paula Santiago Filho; Tamara Figueiredo;
Zeniclayton Lafetá Almeida Lima; Andy Kaline Oliveira TÉCNICA “HÍBRIDA” 3D / VMAT PARA
Andrade; A IRRADIAÇÃO DE PACIENTES COM
Instituição: HOSPITAL DILSON GODINHO CÂNCER DE MAMA E ANATOMIA
DESFAVORÁVEL. ESTUDO DOSIMÉTRICO
Apresentação do caso: SPN, 54 anos, sexo masculino,
iniciou em 2011 com sintomas de emagrecimento e
PRELIMINAR.
disfagia, sendo diagnosticado com carcinoma espino- Autores: Lígia Casão Arteaga; Anselmo Mancini; Heloisa
celular de orofaringe – EC IV (região cervical e pulmões). de Andrade Carvalho; Cecilia Maria Kalil Haddad;
Fabiana Acioli Miranda; Mriana Lannes Tamm; Samir
Iniciou tratamento com quimioterapia (QT) paliativa,
Abdallah Hanna;
primeiramente com cisplatina e 5-FU, sem resposta ao
Instituição: HOSPITAL SÍRIO LIBANIÊS
tratamento e posteriormente realizou nova QT com pa-
clitaxel e radioterapia (RT) 2D, no cobalto em tumor e Introdução: A radioterapia (RT) do câncer de mama
massa ulcerada em região cervical 70Gy35frações. Sus- melhora o controle local e a sobrevida global. Há uma
penso RT na 11ª fração devido início de sintomas neu- tendência de aumento de indicação de RT nodal total
rológicos e evidenciada progressão para sistema nervo- (INT) em pacientes com estádio inicial de alto risco. A
so central (SNC). Iniciado RT cerebral total, técnica 2D, longa expectativa de vida desses pacientes, associada
com cobalto e dose de 37,5Gy/15frações. Durante o tra- a maiores volumes irradiados aumentam o risco de
tamento com RT estava também em uso de dexameta- toxicidade. Objetivo do estudo: comparar dosimetri-
sona e fenitoína, quando iniciou um quadro de eritema camente a técnica de arco modulado volumétrico “hí-
em região cervical e edema em face. Evoluiu com piora brido” (3D / VMAT) com RT 3D conformada field-in-field
do eritema, disseminando para todo o corpo, sendo (RTFF) em pacientes com câncer de mama quando in-
diagnosticado com síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) dicada INT. Método: Dez pacientes foram avaliados.
e suspenso a fenitoína e RT e internado para suporte Seis apresentaram doença do lado esquerdo. Todos re-
clínico. Logo após o tratamento de suporte, apresentou alizaram tomografia computadorizada com estudo do
melhora dos sintomas foi feito a troca do anticonvulsi- movimento respiratório. Os contornos foram baseados
vante e optado por prosseguir com a RT. Paciente foi na recomendação do RTOG. Os PTVs foram definidos
ao óbito meses depois devido à sua doença de base. com margem de 5mm dos CTVs; uma margem de 5 mm
Discussão: A Síndrome de Stevens-Johnson (SSJ) é uma foi subtraída da pele para avaliação dosimétrica. A dose
farmacodermia grave, pouco frequente, acometendo a prescrita foi de 50Gy em 25 frações (N=8), 50,4Gy em
pele e mucosa, caracterizada por exantema eritemato- 28 frações (N=1) e 45Gy no PTV da mama e 50Gy no PTV
so disseminado com elevada morbidade e mortalidade. da FSC em 28 frações (N=1). Quatro pacientes recebe-
É causada por hipersensibilidade a imunocomplexos e ram um reforço de dose de 5x2Gy no leito operatório.
pode ser desencadeada principalmente ao uso de fár- Foi utilizado RTFF como planejamento inicial. A técnica
macos, dentre eles a fenitoína. A associação de RT intra- 3D/VMAT foi indicada quando a cobertura nos alvos e/
craniana com fenitoína é um importante fator de risco ou as restrições de órgãos em risco (OAR) estavam ina-
para desencadeá-la. A RT induz o mecanismo etiopato- dequados devido à anatomia desfavorável dos pacien-
gênico através da redução dos níveis da enzima epó- tes.3D/VMAT consistiu-se de dois campos tangentes
xido hidrolase encarregada de metabolizar a fenitoína. que fornecem cerca de 50% da dose prescrita apenas
Além disso, esse anticonvulsivante induz o citocromo para mama, e três arcos VMAT parciais adicionados
P450 3A a reações oxidativas, que produzem radicais para administrar a dose total ao INT além de comple-
livres que estimulam então os linfócitos T, que seriam mentar a dose na mama. Os pacientes foram tratados
os responsáveis pelas lesões cutâneas. A reação cutâ- utilizando IGRT. O sistema de planejamento Eclipse v.10
nea ou a sua gravidade não tem relação com a dose (Varian Medical Systems) foi utilizado para cálculos com
tanto da fenitoína como da terapêutica da radiação e Algoritmo Anisotrópico Analítico. Resultados: As co-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 386


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

berturas da mama e FSC foram adequadas em ambas de tem incidência anual de 1 – 2 pessoas/milhão. É mais
as técnicas. Já a cobertura na cadeia mamária interna comum em mulheres idosas e associa-se a uma história
foi melhor com 3D/VMAT (D95=46,2Gy versus 31,7Gy). de bócio ou câncer de tireóide diferenciado, com rápida
A dose média foi menor nos OAR (coração 6Gy versus velocidade de progressão e extremamente agressivo,
8Gy, pulmão ipsilateral 17,4Gy versus 21,4Gy). O V20 com invasão de estruturas adjacentes. O tratamento
dos pulmões somados também apresentou importante é cirúrgico com tireoidectomia total (quando possível),
diferença (16,6% versus 22,3%) em favor de 3D/VMAT. ou com apenas traqueostomia, para diagnóstico histo-
Conclusões. O 3D/VMAT proporcionou melhor cober- lógico e descompressão. A radioterapia é indicada em
tura dos alvos respeitando as restrições de dose nos irressecabilidade. A dose requerida para o controle lo-
OAR. Esta técnica pode ser uma opção para otimizar a cal é de 70 Gy para a doença macroscópica, irradiando
cobertura dos linfonodos quando INT é indicada em pa- a região cervical e mediastinal. A sobrevida média é de
cientes com anatomia desfavorável. 6 meses. Conclusão: Na maioria dos casos, a neoplasia
já se apresenta irressecável ao diagnóstico, e as medi-
Contato: LÍGIA CASÃO ARTEAGA – ligiacasart@gmail.
das terapêuticas são paliativas. A RT pode proporcionar
com
alívio dos sintomas compressivos, mas não confere a
cura. No entanto, em alguns casos, ela poderá prolon-
gar a sobrevida. Trata-se de uma patologia desafiadora
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA por ser diagnosticada numa fase avançada.
CÓDIGO: 60535 Contato: BÁRBARA CAIXETA MARIN MACHADO DE
FARIA – barbaracaixeta. uni@gmail.com
TRATAMENTO DO CARCINOMA
ANAPLÁSICO IRRESSECÁVEL DE
TIREÓIDE: RELATO DE CASO E REVISÃO
DE LITERATURA TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
CÓDIGO: 59474
Autores: Bárbara Caixeta Marin Machado de Faria;
Thais Franco Simionatto; Ana Flávia de Paula Guerra
Campedelli; Rubens Augusto Ramos Junior; Nilceana TUMOR DE COLISÃO EM PERÍNEO:
Maya Aires Freitas; Carolina Martinelli Bezerril; PECOMA MALIGNO ASSOCIADO A
Instituição: ASSOCIAÇÃO DE COMBATE AO CANCER DE LEIOMIOSSARCOMA: UM RELATO DE
GOIÁS CASO
Objetivos: Relatar um caso de tratamento de uma pa- Autores: Marya Luyza Gusmão e Lopes; ARLEN DE
ciente com carcinoma anaplásico irressecável de tireoi- PAULO SANTIAGO FILHO; Laís Santiago; Adriana A. A. de
Aguiar Ribeiro; CLÁUDIO HENRIQUE REBELLO GOMES;
de e avaliar suas características de acordo com o des-
Luísa Santiago; Tamara Figueiredo; Márjorie Monteiro
crito na literatura médica. Métodos: A. R. S., paciente
Rodrigues; Hebe Marina Santos Mendes; Zeniclayton
atendida no Hospital Araujo Jorge/Goiás, com descrição Lafetá Almeida Lima;
dos dados epidemiológicos, exames complementares
Instituição: HOSPITAL DILSON GODINHO
e do tratamento oncológico instituído. Este se propõe
a apresentar uma pesquisa bibliográfica, objetivando Apresentação do caso: Mulher, ZMM, 74 anos, proce-
analisar as terapias usadas no tratamento da neopla- dente de Montes Claros-MG, histerectomizada há 30
sia. Resultados: Paciente feminino, 58 anos, com bócio anos devido à miomatose. Em 2013 iniciou com um au-
volumoso há 5 meses, dispnéia moderada e disfagia mento de volume na região perineal e evoluiu com pro-
parcial. A ultrassonografia de tireóide de novembro de gressão tumoral associada à dor local e dificuldade para
2015 demonstrava um nódulo em lobo esquerdo de sentar-se. Ressonância magnética da pelve em 2015
3cm em seu maior eixo, outro em istmo de 1,14cm e um demonstrou uma formação expansiva, sólida de 6,5 x
volume tireoideano de 25,8cm³. Foi realizado traqueos- 3,5 x 5,8 cm no assoalho pélvico, paramediana direita,
tomia descompressiva e biópsia cirúrgica aberta, cujo justa–vaginal e anal, envolvendo o esfíncter externo do
anatomopatológico mostrou neoplasia maligna indife- ânus. Biopsia da lesão com diagnóstico de neoplasia
renciada compatível com carcinoma anaplásico de tire- maligna e imunohistoquímica (IHQ) revelou ser um PE-
óide. Para estadiamento, foram solicitadas tomografia Coma maligno. Realizou exanteração pélvica posterior
computadorizada do tórax: lesões líticas em esqueleto em 0682015 com anatomopatológico apresentando ne-
torácico e linfonodomegalia mediastinal; tomografia de oplasia pleomórfica indiferenciada, ulcerada, infiltrante
pescoço: lesão infiltrativa na porção infraglótica da tra- de partes moles e pele, medindo, 11,2 x 9,4 x 7,6 cm,
quéia. Devido à irressecabilidade do tumor, foi propos- margens livres, porém exíguas e IHQ consistente com
to tratamento com quimio/radioteria exclusivo. O tra- tumor de colisão de leiomiossarcoma e PEComa epiteli-
tamento radioterápico (RT) planejado foi de 60Gy, em óide maligno. Evoluiu com lesão nodular em introito va-
30 frações com a técnica RT 3D. Após 40Gy, a paciente ginal esquerdo após a cirurgia e foi então submetida à
evoluiu com melhora parcial da dispnéia, sem a neces- radioterapia (RT) adjuvante 68 Gy34 frações em tumor
sidade de oxigenioterapia, porém veio à óbito em abril e leito operatório. Paciente evoluiu com progressão
de 2016. Revisão literária: O câncer anaplásico de tireói- para sistema nervoso central (SNC) e pulmões, recebeu

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RT paliativa em SNC, 30 Gy10 frações e foi ao óbito me- volume alvo foi de 50,4 Gy em frações de 1,8 Gy ao dia.
ses depois. Discussão: Os tumores de colisão são raros O tratamento foi realizado utilizando acelerador linear
e acontecem quando duas neoplasias histologicamente e através da técnica de VMAT para modulação do feixe
diferentes podem coexistir simultaneamente em um sí- empregando 4 arcos de 220 graus cada. As doses nos
tio anatômico, neste caso o tumor apresentava-se com órgãos de risco foram reduzidas tanto quanto possível
leiomiossarcoma e PEComa maligno. O PEComa é um e comparadas com documentação em artigos de refe-
raro tumor mesenquimal das células epitelióides peri- rência, com especial atenção ao volume ocupado pela
vasculares distinto histologicamente e imuno-histoqui- dose de 5,0 Gy (V5) no pulmão contralateral e sua dose
micamente. Possui potencial maligno incerto, às vezes média, fatores estes citados como principais preditores
muito agressivo e com metastatização à distância, po- de toxicidades pulmonares fatais. Resultados: A isodo-
de-se originar em várias regiões anatômicas, mas apre- se de prescrição englobou 80% do volume alvo e 95%
sentam-se frequentemente no útero e retroperitônio. A da dose prescrita atingiu 96,5% deste volume. O pul-
Literatura é escassa nesse assunto, o tratamento prin- mão contralateral apresentou V5 = 47,9%, V20 = 0,6%
cipal é cirurgia com obtenção de margens livres. Neste e dose média de 5,9 Gy. A área cardíaca recebeu V45 =
cenário, existe controvérsia sobre o real papel das te- 14,1%, V50 = 4,8% e dose máxima pontual de 56,1 Gy.
rapias adjuvantes com RT e quimioterapia. Neste caso, O rim esquerdo obteve dose pontual máxima de 15,3
como o tumor tinha também um componente de leio- Gy e o esôfago de 53,1 Gy. A dose máxima na medula
miossarcoma foi realizado o tratamento com RT, visan- foi de 39,1 Gy. Todas as doses apresentadas nos órgãos
do um melhor controle local. Comentários finais: Este de risco foram menores do que as restrições propostas
relato de caso é relevante ao incitar o desenvolvimento pelos artigos de referência. Conclusão: O método de
de novos trabalhos sobre o tema e com isso demostrar VMAT para o tratamento de mesotelioma pleural ma-
o papel das terapias adjuvantes como, por exemplo, da ligno mostra-se viável por proporcionar distribuição de
RT e a melhor dose para o tratamento desse tumor. dose satisfatória no volume alvo e reduzir doses nas
estruturas adjacentes a valores aceitáveis. Foi possível
Contato: MARYA LUYZA GUSMÃO E LOPES – malu_
poupar o pulmão contralateral a valores de dose abaixo
gusmao@yahoo.com.br
daqueles obtidos com técnicas convencionais, reduzin-
do as probabilidades de complicações pulmonares oca-
sionadas pelo tratamento.
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA Contato: THAYLANE GONÇALVES CASTILHO –
CÓDIGO: 61858 thaylanegcastilho@gmail.com

USO DA TÉCNICA DE VOLUMETRIC


MODULATED ARC THERAPY (VMAT)
NO TRATAMENTO DE MESOTELIOMA TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
PLEURAL MALIGNO CÓDIGO: 61909

Autores: Thaylane Gonçalves Castilho; Danilo Matheus


Barsanelli; Hélio Firigollo Wayss; Sávio França Rosa;
USO DE FILME COM SILICONE SUAVE
Danilo Augusto Bergamo; Cassiano Hideyoshi Asano; PARA PREVENÇÃO DE RADIODERMITE
Gabriel Oliveira Bernardes Gil; EM MULHERES COM CÂNCER DE MAMA:
Instituição: INSTITUTO MINEIRO DE RADIO ONCOLOGIA SÉRIE DE CASOS
Introdução: O mesotelioma pleural maligno (MPM) Autores: Gisele Chicone; Karina Moutinho Vasconcelos;
Vânia Bueno de Camargo; Daniela Carvalho da Silva;
caracteriza-se por ser um tipo de câncer raro, porém
Adria M. Souza;
agressivo. Apesar do tratamento multimodal atualmen-
te disponível, os índices de mortalidade dos pacientes Instituição: HOSPITAL SANTA PAULA
diagnosticados com MPM são altos. O uso da radiote- Introdução: A radiodermite é uma lesão cutânea pro-
rapia como tratamento é muitas vezes limitado devido vocada por exposição excessiva a radiação ionizante. O
à extensão do volume alvo, das doses propostas e da eritema acomete 80 a 90% das mulheres com câncer de
proximidade com órgãos adjacentes a serem preserva- mama em radioterapia, e é um dos efeitos secundários
dos. Quando comparado com tratamentos convencio- mais comuns desse tratamento. Produtos com função
nais, o uso de técnicas de modulação do feixe de radia- de formação de barreira, como os curativos de silico-
ção pode melhorar o controle local e diminuir possíveis ne, vem sendo avaliados para prevenção deste evento.
efeitos danosos. Objetivo: Avaliar o emprego da técni- Em 2012 um estudo realizado em pacientes com cân-
ca de Volumetric Modulated Arc Therapy (VMAT) para o cer de mama onde foi utilizado o filme com silicone
tratamento de mesotelioma pleural maligno. Método: suave verificou-se que a severidade da reação da pele
O paciente em estudo foi submetido a tratamento sistê- foi reduzida em 92% (p<0,0001) em comparação com
mico com quimioterapia, pleurectomia e, posteriormen- o creme aquoso 2. Objetivo: Avaliar a efetividade do
te, encaminhado à radioterapia. Foi realizada tomogra- filme com silicone suave na prevenção da radiodermite
fia para planejamento, os órgãos de risco e estruturas em pacientes com diagnóstico de câncer de mama na
auxiliares foram delineados e a dose total entregue ao unidade de radioterapia. Método: Estudo tipo série de

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casos, descritivo e exploratório realizada em uma Uni- 5-FU) seguido de RQT (70Gy em 35 frações/cisplatina)
dade de Radioterapia em um hospital privado de São entre 2009-2012. O volume do tumor primário (Vprim),
Paulo com pacientes diagnosticadas com câncer de dos linfonodos suspeitos (VLND) e a soma desses volu-
mama em início de tratamento. O período de coleta dos mes (Vsoma) foram determinados em tomografias pré
dados foi de janeiro a março de 2017. A amostra total – (CTpré) e pós – (CTpós) QI com o uso de sistema de
do estudo foi de 13 participantes, porém 03 desistiram planejamento de radioterapia. O percentual de respos-
antes do início totalizando 10 pacientes que receberam ta volumétrica foi calculado para cada variável (Vprim
a orientação do mesmo e assinaram TCLE concordando (%), VLND (%) e Vsoma (%) ). Curvas de Kaplan-Meier
com a participação. A aplicação do filme com silicone e o teste de Log-Rank foram utilizados para analisar a
foi realizada antes da 1ª sessão e o uso suspendo ao sobrevida livre de progressão (SLP) e a sobrevida global
término do tratamento ou se houvesse recusa do pa- (SG). A regressão de Cox foi utilizada para análise uni –
ciente. O produto era colocado na área a ser irradia- e multivariada. Resultados: O seguimento mediano foi
da e regiões adjacentes com substituição a cada sete 78,1 meses (66,1-81,7). A SLP e SG em 3 anos foi de 41%
dias ou conforme necessidade. O acompanhamento e 45%, respectivamente. A idade média foi 55,3±8,3
era realizado por registro fotográfico semanal. Resul- anos. A maioria apresentava câncer de orofaringe (53%)
tados: 10 pacientes participaram deste estudo sendo e estádio IVA/IVB (72%). O volume mediano (cm3) foi
que 4 apresentavam acometimento em mama Direita Vprim (pré) =25,5, VLND (pré) =7,5, Vsoma (pré) =40,7,
e 6 em Mama esquerda. Das alterações de pele apre- Vprim (pós) =10,9, VLND (pós) =3,0, Vsoma (pós) =18,8
sentadas ao longo da radioterapia 10% não apresentou e o percentual (%) mediano de redução de volume foi
reação de pele, 80% apresentou radiodermite grau 01, Vsoma (%) =54. O Vsoma (pré) (p=0,003), Vsoma (pós)
10% apresentou descamação úmida.100% das pacien- (p<0,001) e Vsoma (%) (p<0,001) foram preditores de
tes relataram um maior conforto com a aplicação do resposta completa após a RQT concomitante. Pts com
produto. Conclusão: Diante dos resultados apresenta- Vsoma (pré) <40cm3, Vsoma (pós) <19,45 cm3 e Vsoma
dos, acredita-se que o filme com silicone suave é uma (%) >35% apresentaram maior sobrevida: Vsoma (pré)
alternativa eficiente para prevenção das radiodermites <40cm3 (SLP 3 anos= 62% vs 22%, p=0,002; SG 3 anos=
severas. O produto proporcionou conforto aos pacien- 67% vs 29%, p=0,001), Vsoma (pós) <19,45 cm3 (SLP 3
tes, reduziu a incidência de radiodermite grau 2 e não anos= 65% vs 21%, p<0,001; SG 3 anos= 70% vs 24%,
houve registro de radiodermites severas (grau 3 e 4). p=0,005) e Vsoma (%) >35% (SLP 3 anos=52% vs 29%,
Nenhuma paciente necessitou de suspensão do trata- p=0,01; SG 3 anos=58% vs 32%, p=0,04). Na análise mul-
mento, o que impacta na chance de cura e qualidade de tivariada, a SLP foi correlacionada com estadiamento T
vida para o paciente. (p=0,008) e N (p=0,04), ressecabilidade (p=0,003), VLND
(%) (p=0,003), Vsoma (pré) <40 cm3 (p=0,002), Vso-
Contato: VÂNIA BUENO DE CAMARGO – vaniab. enf@
ma (pós) <19,45 cm3 (p=0,004) e a SG foi relacionado
gmail.com
com ressecabilidade (p=0,010) e Vsoma (pré) <40 cm3
(p=0,035). Conclusão: O volume tumoral pré – e pós-
-QI e a redução volumétrica durante a QI foram fatores
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA prognósticos em pts com CCPLA. Pacientes com respos-
CÓDIGO: 60809 ta volumétrica inadequada à QI possuem desfecho des-
favorável e devem ser considerados para tratamentos
VOLUME TUMORAL COMO FATOR mais agressivos.
PROGNÓSTICO EM PACIENTES COM Contato: DANIEL MOORE FREITAS PALHARES –
CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO danielmoore2@msn.com
LOCALMENTE AVANÇADO TRATADOS
COM QUIMIOTERAPIA DE INDUÇÃO:
ENSAIO CLÍNICO FASE II.
TEMÁRIO: TÉCNICOS EM RADIOTERAPIA
Autores: Daniel Moore Freitas Palhares; Fernando CÓDIGO: 60690
Coutinho Batista; Ana Carolina Veneziani; Larissa
Cristina Ferreira; Luciano de Souza Viana; Alexandre
Arthur Jacinto; A IMPORTÂNCIA DA HUMANIZAÇÃO
Instituição: HOSPITAL DE CANCER DE BARRETOS
NA QUALIDADE DO TRATAMENTO DE
RADIOTERAPIA
Introdução: O volume tumoral (VT) possui impacto
Autores: Salvador Jose da Costa Soares Junior;
prognóstico em pacientes (pts) com câncer de cabeça e Alexandre Rabello Neves;
pescoço localmente avançado (CCPLA) tratados com ra-
Instituição: INSTITUTO NACIONAL DE CÂNCER – INCA
dioquimioterapia concomitante (RQT). Objetivo: O ob-
jetivo deste estudo foi avaliar o valor prognóstico do VT Humanização é um tema muito falado entre os pro-
durante a quimioterapia de indução (QI). Métodos: Este fissionais de saude,porem poucos tem colocado em
estudo analisou o VT de 58 pts com CCPLA incluídos em pratica principalmente no ambito da saude publica
um estudo prospectivo fase II que avaliou a segurança aonde varios profissionais trabalham em situações pre-
do tratamento com QI com paclitaxel/cisplatina (sem carias,porem isto não pode ser desculpa para atender

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 389


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os pacientes de qualquer maneira. Baseado em relatos região central, compradas em armarinhos de artesa-
de pacientes e na experiencia em atender pacientes nato com valor bem acessível. Com o auxílio de uma
em um servico publico,pude perceber que. muitos pa- pinça colocamos as miçangas numa fita microporosa,
cientes nao desistiram do tratamento por causa do seu de modo que um lado do orifício ficou em contato com
otimo relacionamento com os tecnicos,percebemos o a fita e o outro lado voltado para cima. Administramos
quanto um tratamento humanizado pode gerar nos o contraste no orifício utilizando uma seringa. Após a
pacientes, ate mesmo relacionado a boa aceitação da secagem, cobrimos com fita microporosa novamente.
doença e um auxilio para superar o tratamento que Realizamos uma TC de um fantoma, com os bibs dis-
por mais indolar que seja para alguns pacientes,tem a postos em sua superfície para analisar sua visualização
sua parte dolorosa. Com isso queremos mostrar que nas imagens. Os bibs produzidos com o contraste ioda-
um atendimento humanizado realizado principalmente do não apresentaram a qualidade desejada, pois com
pelos tecnicos em radioterapia que são os profissionais o tempo eles deixaram de ser radiopacos e, portanto
mais proximos ao paciente e que tem a confianca dos não foram validados. Já os bibs produzidos com con-
mesmos,mesmo tendo que separar o pessoal com o traste de sulfato de bário, mantiveram-se radiopacos e
profissional muitas vezes prexisamos ser mais amigos geraram menos artefatos nas imagens do que os bibs
do que tecnicos e isto pode influenciar diretamente na metálicos utilizados rotineiramente. Após esta valida-
qualidade com que aquele tratamento sera realizado. ção, o bib com sulfato de bário foi implantado na roti-
na e utilizado no planejamento dos pacientes, pois se
Contato: SALVADOR JOSE DA COSTA SOARES JUNIOR –
mostrou adequado. Ele foi facilmente visualizado na TC
scostasoaresjunior@yahoo.com.br
de planejamento e gerou pouco artefato nas imagens,
além de ser uma opção fácil de fabricar, de baixo custo
e que pode ser produzida em larga escala, já que não
TEMÁRIO: TÉCNICOS EM RADIOTERAPIA perde seu efeito após a confecção.
CÓDIGO: 61797 Contato: ROSANGELA CARVALHO ANDRADE –
rosangela. carvalhoandrade@yahoo.com.br
CONFECÇÃO DE BIBS ARTESANAIS COM
MIÇANGAS E CONTRASTE
Autores: Rosangela Carvalho Andrade; Rodrigo
Aparecido Santos de Pontes; Bernardo José Braga TEMÁRIO: TÉCNICOS EM RADIOTERAPIA
Batista; Salvador Tutilo; CÓDIGO: 59469
Instituição: INSTITUTO DE ASSISTÊNCIA MÉDICA AO
SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL ESTUDO COMPARATIVO DE PACIENTES
ONCOLÓGICOS DIAGNOSTICADOS COM
Para realizar o planejamento tridimensional na ra-
dioterapia, faz-se necessário realizar uma tomografia
CARCINOMA DE MAMA TRATADOS
computadorizada (TC) de simulação dos pacientes.
COM RADIOTERAPIA EXTERNA
Neste momento definimos a localização do isocentro e HIPOFRACIONADA EM RELAÇÃO A
realizamos as devidas marcações na pele do paciente. HIPERFRACIONADA
Para que seja possível identificar onde foi determina- Autores: Reginaldo Mortágua Gonçalves;
do o isocentro, são utilizados marcadores radiopacos Instituição: CEPON – CENTRO DE PESQUISAS
chamados de bibs, contudo devido a sua pequena di- ONCOLÓGICAS
mensão e a rotineira necessidade de descarte, o depar-
O carcinoma de mama é a neoplasia maligna que mais
tamento de radioterapia deve sempre ter uma grande
acomete as mulheres. Neste estudo abordaremos as
quantidade de bibs para uso e reposição. Dependendo
indicações, causas, consequências, efeitos, reações ad-
do material e da região anatômica a ser tomografada,
versas e resultados observados em pacientes que foram
esses bibs podem gerar artefatos nas imagens, dificul-
submetidos ao tratamento de teleterapia diferenciando
tando o delineamento a ser realizado pelo médico, o
as pacientes que o fizeram de forma hipofracionada da
cálculo de doses com correção de heterogeneidades e
tradicional hiperfracionada. Tendo em vista que a for-
a fusão com as imagens de posicionamento, como o co-
ma hipofracionada é ainda considerada uma técnica
nebeam CT. Frequentemente, meios de contraste são
nova, mostraremos que nem todos pacientes podem
usados para auxiliar a visualização de algumas estru-
ser submetidos a ela. Existe uma série de situações que
turas e qualquer quantidade de contraste não utiliza-
devem ser levadas em conta, desde se a paciente fará
da em um dia é descartada. Com o objetivo de testar
tratamento exclusivo ou não, adjuvante ou neoadju-
formas de fácil acesso e baixo custo para confeccionar
vante,ou seja, se o procedimento é pré ou pós cirúrgico
bibs, identificamos neste caso a oportunidade de usar
e se o nódulo retirado era menor que dois centímetros,
a sobra de contraste (iodado e sulfato de bário, ambos
idade e o estadiamento da doença. Sabemos que em
de fácil acesso em ambiente hospitalar) e pequenas
radioterapia quando diminuímos o número de frações,
miçangas plásticas esféricas com um orifício em sua
haverá o aumento de toxicidade nos tecidos. Mostrare-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 390


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

mos a importância e a diferença do planejamento pré COM TLD100 PARA TRATAMENTOS


tratamento. Foram observados nesse período possíveis RADIOTERÁPICOS
radiodermites, pruridos,eritemas, assaduras, bolhas,
Autores: Paulo Roberto Domingues de Souza; Maria
dores no local, fadiga e até pacientes que relataram dor
Elisa Chuery Martins Rostelato; Bruna Teiga Rodrigues;
de cabeça. Risco de reincidivas e metástases. A todos Carla Daruich de Souza; Daiane Cristini Barbosa Souza;
os pacientes é recomendado que se hidrate a pele com Beatriz Ribeiro Nogueira; Carlos Alberto Zeituni; Jose
o uso de creme hidratante adequado e ensinado como Ronaldo de Oliveira Marques; José Tiago da Silva – Silva;
usá-lo da forma correta. Mostraremos que a nova téc- Cíntia Alexandra Tozetti; Adriany Mara Almeida; Lismara
nica implantada está sendo eficaz em relação a técnica Ribeiro Pereira; Renato da Silva Fernandes; Vitor
utilizada há mais tempo no serviço de radioterapia. Augusto Bertotti Ribeiro;
Instituição: INSTITUTO DE RADIOLOGIA DO HOSPITAL
Contato: REGINALDO MORTÁGUA GONÇALVES –
DAS CLINICAS DA FACULDADE DE MEDICINA DA
regimg76@gmail.com UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO
Introdução: O câncer é um problema de saúde pública
que afeta aproximadamente 27 milhões de pessoas no
TEMÁRIO: TÉCNICOS EM RADIOTERAPIA mundo. Os casos mais comuns no Brasil são próstata
CÓDIGO: 60749 com 61 mil casos e mama com 58 mil casos. Existem
duas formas de tratamentos que são utilizadas dentro
O TÉCNICO EM RADIOTERAPIA COMO da radioterapia: a teleterapia e a braquiterapia. Antes
PROTAGONISTA NA COMUNICAÇÃO de iniciar o tratamento é feito um planejamento que faz
ENTRE A EQUIPE MULTIDISCIPLINAR a aquisição das informações anatômicas do paciente
VISANDO À SEGURANÇA RADIOLÓGICA para então fazer a classificação das áreas de interesse.
É realizada uma dosimetria como controle de qualidade
DO PACIENTE NA TELETERAPIA
afim de garantir que a dose calculada no planejamento
Autores: Tony Rodrigo Venturin; Raissa Hass Natal; seja entregue ao paciente. Objetivo: A dosimetria atua
Marinei do Rocio Pacheco dos Santos; Fernanda Cristine
como uma forma de medição independente e esse tra-
Pacheco Toledo;
balho visa comparar a dosimetria realizada por meio de
Instituição: INSTITUTO FEDERAL DO PARANÁ – CAMPUS dosímetros termoluminescentes (LiF: Mg,Ti – TLD-100)
CURITIBA
com os valores de dose calculados no sistema de plane-
O técnico de radioterapia é o profissional responsável jamento (TPS) na teleterapia, em tratamentos radiote-
pela entrega da dose de radiação. Além das funções téc- rápicos. Método: Todos os dosímetros passaram pelo
nicas, é necessário que ele comunique-se com a equipe processo necessário para que fossem utilizados duran-
multidisciplinar do setor. Objetivo: O objetivo deste te a dosimetria em um phantom antropomórfico. Foi
trabalho é analisar a partir de revisão bibliográfica e realizado uma seleção de dosímetros, 50 micro TLD’s,
entrevista com um profissional da área, como se dá a selecionados a partir de um tratamento térmico, em se-
transferência de informações entre o técnico de radio- guida foram irradiados e realizada a leitura. Com os do-
terapia e a equipe multidisciplinar na teleterapia e tam- símetros selecionados, foi escolhido um caso já prepa-
bém verificar como a segurança radiológica do paciente rado pelo sistema de planejamento (TPS) e comparado
pode ser preservada. Identificou-se que a comunicação à dosimetria realizada em um phantom antropomórfico
eficiente entre o técnico de radioterapia e a equipe para o mesmo caso. Resultados: Todos valores obtidos
multidisciplinar é fundamental para a segurança radio- apresentaram-se dentro do desvio permitido pelo pro-
lógica do paciente, bem como para que o tratamento tocolo; de 5%. Conclusão: Com uma seleção acurada
ocorra da forma esperada. A multidisciplinaridade ne- dos dosímetros com características muito semelhantes
cessita de um trabalho em equipe eficiente. As informa- foi possível uma avaliação viável e confiável para uma
ções devem ser transmitidas corretamente, pois, uma implementação de procedimentos comparativos entre
falha na troca de informações pode ter consequências doses medidas e as avaliadas já pré-determinadas pelo
graves para o bom andamento do tratamento. A comu- sistema de planejamento do tratamento.
nicação entre a equipe de RXT é fundamental para que
Contato: PAULO ROBERTO DOMINGUES DE SOUZA –
os objetivos propostos sejam alcançados.
rpauloroberto@msn.com
Contato: TONY RODRIGO VENTURIN – tonyventurin@
gmail.com

CÓDIGO: 59598
TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA
TEMÁRIO: TÉCNICOS EM RADIOTERAPIA
CÓDIGO: 57427 AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL DE
PLANEJAMENTOS DE IMRT NOS TERMOS
PLANEJAMENTO DOSIMÉTRICO EM RECOMENDADOS PELO ICRU – 83
PHANTOM ANTROPOMÓRFICO

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 391


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

Autores: Camila Marmitt; Camila Castro Marcião próstata e cabeça e pescoço, realizados durante o perí-
Mantovani; Tatiane Cristina de Oliveira Fernandes; odo de janeiro de 2015 até agosto de 2016. Foram ana-
Instituição: HOSPITAL ERASTO GAERTNER lisados seus respectivos DVHs através do sistema de
planejamento Eclipse (Versão13.5) do fabricante Varian
Introdução: Uma das técnicas 3D–CRT empregadas
Medical Systems. Resultados: Dos 78 planos analisa-
atualmente para o tratamento radioterápico e que ofe-
dos, 35 eram próstata e 43 cabeça e pescoço. Os índices
rece uma maior intensidade de dose na área desejada
de conformidade, que segundo o ICRU 83 devem ser o
juntamente com uma maior conformação de dose so-
mais próximo de 1,0, tiveram uma média de 1,13 para
mente no alvo, é a radioterapia de intensidade modula-
próstata e 1,12 para cabeça e pescoço, ou seja, embo-
da (Intensity Modulation Radiation Therapy – IMRT). O
ra regiões anatômicas de diferentes complexidades de
The International Commission on Radiation Units and
planejamento o valor médio ficou semelhante. Para o
Measurements (ICRU) através do Report 83 descreve
índice de conformidade a média para ambas regiões
recomendações de procedimentos, prescrição, registro
anatômicas foram de 0,11, o documento recomenda
e notificações de planejamentos IMRT. O documento
que seja o mais próximo de 0. Conclusão: A avaliação
recomenda a avaliação e registro do plano através de
dos índices de homogeneidade e conformidade em
parâmetros como: dose mínima (D98%, D95%), Dose
um planejamento, contribuem principalmente como
média (D50%), Dose máxima (D2%), do índice de homo-
parâmetro de comparação entre dois planejamentos
geneidade e conformidade, entre outros, dados estes
distintos, ou seja, auxilia na escolha do melhor plano
avaliados em detrimento da porcentagem de volume
para um mesmo objetivo clínico. Atualmente a Institui-
do alvo com a dose recebida. Objetivo geral: Analisar
ção já realiza a avaliação dos planejamentos através do
de acordo com os parâmetros do ICRU 83, os planeja-
DVH juntamente com as curvas de isodose na tomogra-
mentos de IMRT realizados na instituição desde a im-
fia corte a corte, após a realização do estudo optou-se
plementação da técnica, para avaliação da necessidade
também por fazer o registro da avaliação desses dados
de implementação de novos parâmetros de avaliação e
em uma planilha conforme recomenda o ICRU 83.
registro do planejamento do tratamento. Materiais e
Métodos: Para análise dos dados, foram avaliados 78 Contato: CAMILA MARMITT
planos de IMRT de duas regiões anatômicas específicas,

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 392


APRESENTAÇÃO ORAL

I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

CÓDIGO: 60624 CÓDIGO: 57915


TEMÁRIO: TÉCNICOS EM RADIOTERAPIA TEMÁRIO: RADIOTERAPIA

AMOSTRA DA VARIAÇÃO DAS IMAGENS ANALISE DE 20 ANOS DO MODELO


NA TÉCNICA DE RADIOTERAPIA DE REMUNERAÇÃO DO SUS PARA A
ESTERIOTÁXICA FRACIONADA RADIOTERAPIA: PRECISAMOS MUDA-
UTILIZANDO IGRT NO HCPA LO?
Autores: Helena Audrey Santana Brasil; Autores: Felipe Teles de Arruda; Gustavo Viani Arruda;
Instituição: HOSPITAL CLÍNICAS DE PORTO ALEGRE Instituição: HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE RIBEIRÃO
PRETO DA UNIVERSIDADE DE SÃO PA
Introdução: A radioterapia Exteriotáxica fracionada
(R.E.F.) é uma técnica desenvolvida a partir da experi- Objetivo: Analisar os últimos 20 anos do modelo de re-
ência adquirida com a radiocirurgia, utilizando a mes- muneração do SUS no setor de radioterapia tentando
ma metodologia de localização estereotáxica do alvo demonstrar que o modelo vigente não leva em consi-
e planejamento radioterápico.As doses administradas deração variáveis importantes para sua adequação e
são fracionadas , tornando viável o tratamento de le- precisa ser melhorado. Métodos: Estudo observacional
sões maiores, mesmo quando próximas de estruturas do tipo transversal que incluiu a coleta de dados refe-
vitais a serem preservadas. Assim, com o desenvolvi- rente ao orçamento e ao número de procedimentos em
mento das técnicas citadas, a precisão contínua sendo radioterapia do Brasil no período compreendido entre
de extrema importância para a segurança e reproduti- 1995-2015. O modelo foi testado para avaliar a relação
bilidade diária do tratamento.Este trabalho tem o obje- com a incidência da doença e a inflação. As variáveis
tivo de demonstrar através da Radioterapia Guiada por foram testadas para relação linear, cúbica, exponencial
Imagens (IGRT) a variação diária analisadas e corrigidas e logarítmica. Para medir a força de associação entre
quando necessárias, durante o período de janeiro 2016 as variáveis um R square foi calculado, sendo significa-
a janeiro de 2017, nas doenças do sistema nervoso cen- tivo os valores > 0,75 e p < 0.05. Resultados: Obser-
tral. Método: R.E.F nesta instituição é realizada utilizan- vou-se um aumento significativo tanto na quantidade,
do o Acelerador Linear (AL) modelo 23EX (VARIAN) aco- quanto no orçamento aprovado, sendo este aumento
plado com um colimador de micro multi-lâminas (m3 linear tanto na quantidade de procedimentos (R=0.94 e
Brainlab®), com lâminas centrais de 3mm de largura e p<0.05) quanto nos valores aprovados de procedimen-
lâminas marginais de 5mm de largura. Neste AL está tos realizados nos últimos 20 anos (R= 0.82 e p<0.05).
inserido dois braços robóticos, um contento tubo de RX Apesar do aumento de gasto do ministério da saúde
e outro um detector de alta resolução, conseguindo ob- em quantidade e valor terem sido de 4,5 e 7,5 vezes
ter imagens precisas que comparadas a reconstrução em 20 anos, apenas com exceção do ano de 2010, to-
digital do planejamento com Tomografia Computadori- dos os outros anos o aumento não foi dado na fonte,
zada é realizada a fusão e analisada a localização do iso- apenas no teto ou pela criação de novos serviços. Não
centro de tratamento e regiões anatômicas relevantes. houve qualquer relação com a incidência (p>0.05) nem
Quanto a imobilização do crânio é confeccionada uma com a inflação (p>0.05). Houve um déficit de repasse
máscara termoplástica específica para R.E.F. individua- de R$ 90.000.000,00 não corrigidos pela inflação acu-
lizada não podendo ser reaproveitada. Estando com o mulada nos últimos 5 anos e de aproximadamente R$
paciente alinhado é colocada a caixa esteriotáxica com 350.000.000,00 em 20 anos. Conclusão: Nos últimos
os templates seguindo as coordenadas do alvo e após 20 anos o ministério da saúde aumentou a quantidade
a retirada a caixa, verifica-se duas imagens, uma em AP tanto de procedimentos quanto de orçamento para a
e outra em Lat D com RX e em seguida após avaliação, radioterapia de forma constante e linear, mas o mode-
é considerada a divergência encontrada. Com mais de lo não atende as necessidades da população brasileira.
0,3mm de diferença é feito o reposicionamento, e em Pois não leva em consideração a incidência, a inflação e
seguida repetem-se as imagens. Se continuamente o aumento dado não é fornecido na fonte geradora do
essa divergência o médico é chamado para a correção, procedimento.
se for menor de 0,3mm faz-se o ajuste e em seguida é Contato: FELIPE TELES DE ARRUDA – ftarruda@
aplicada a dose. Resultados: Das imagens adquiridas hotmail.com
no período de coleta de dados, foi averiguada uma mé-
dia de variação diária de posicionamento de 0,1mm a
0,2mm na vertical e de 0,1mm a 0,3mm no longitudi-
nal da mesa, a variação média latero lateral foram de CÓDIGO: 61823
0,2mm. Esses resultados encontram-se dentro dos limi- TEMÁRIO: ENCONTRO DE RESIDENTES MÉDICOS
tes estipulados pelo protocolo desta instituição. Con-
clusão: R.E.F guiada por imagens diminui o erro siste- AVALIAÇÃO DE FATORES
mático em nosso serviço. PROGNÓSTICOS EM PACIENTES
Contato: HELENA AUDREY SANTANA BRASIL PORTADORES DE CÂNCER DE PULMÃO
NÃO PEQUENAS CÉLULAS COM

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 393


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

METÁSTASE CEREBRAL SUBMETIDOS A CÓDIGO: 61641

RADIOCIRURGIA CRANIANA. TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA

Autores: Diego de Souza Lima Fonseca; Laura Ercolin;


Daniel Felipe Souza Fantini; Danilo Nascimento Salviano
COMPARAÇÃO DOSIMÉTRICA
Gomes; Alexandre Arthur Jacinto; Marcos Duarte de DE PLANOS DE TRATAMENTO
Mattos; Allisson Bruno Barcelos Borges; RADIOCIRÚRGICOS PARA MÚLTIPLAS
Instituição: HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS METÁSTASES CEREBRAIS CALCULADOS
COM OS SISTEMAS DE PLANEJAMENTO
Introdução: Ferramentas preditoras de sobrevida glo-
bal (SG) são utilizadas para auxiliar na escolha da con-
ELEKTA LEKSELL GAMMAPLAN E
duta do tratamento das metástases cerebrais, porém MONACO
poucas avaliam as características específicas do tumor Autores: Anderson Martins Pássaro; Crystian Willian
primário. O câncer de pulmão não pequenas células Chagas Saraiva; Hedi Quinto Grangeiro; Alessanda
(CPNPC) apresenta-se frequentemente com metástase Augusta Gorgulho; Antonio A. F. De Salles; Bernardo
Salvajoli; João Victor Salvajoli;
cerebral, e fatores específicos, como o uso de terapias
alvo, geram aumento na SG destes pacientes. O melhor Instituição: HOSPITAL DO CORAÇÃO (HCOR);
ASSOCIAÇÃO DO SANATÓRIO SÍRIO
conhecimento desses fatores pode ser importante para
definir a melhor terapia para as metástases cerebrais Introdução: O advento de novas técnicas de tratamen-
nesta população. Objetivo: Avaliar fatores que podem to baseadas em Aceleradores Lineares para Radiocirur-
influenciar na SG em pacientes portadores de CPNPC gia intracraniana e a modernização das unidades de
com metástase cerebral submetidos a Radiocirurgia tratamento desenvolvidas para esses fins tornaram um
(RC) e melhor entender a principal causa de óbito nes- desafio a escolha da melhor ferramenta radiocirúrgica
ta população. Métodos: Foram incluídos 53 pacientes a ser escolhida para o tratamento de pacientes com
com CPNPC submetidos a RC para tratamento da me- múltiplas metástases cerebrais. Objetivo: Comparar
tástase cerebral, tratados de Outubro de 2014 a Janeiro os parâmetros dosimétricos: Dose Média no volume
de 2017. Para a avaliação de SG, analisamos o KPS, o alvo (Dmédia), Seletividade (S), Índice de Conformidade
número de lesões cerebrais, o uso de Quimioterapia (ICPaddick), Índice do Gradiente (IG) e Volume da Iso-
(QT), a presença de metástase extra crânio, a presença dose de 12Gy (V12Gy) de planos radiocirúrgicos calcu-
da mutação do EGFR/ALK, a técnica de RC, o tratamen- lados com os TPSs Leksell GammaPlan (LGP) e Monaco.
to da doença primária, o controle da doença sistêmica Método: Selecionamos cinco pacientes com múltiplas
no momento da RC, os scores Ds-GPA e SIR e o uso de metástases cerebrais que apresentavam um núme-
Radioterapia Holocraniana (WBRT). Para a análise esta- ro exato de três lesões e volume mínimo por lesão de
tística, utilizamos curvas de Kaplan-Meier e, para a aná- 0,3cc. Com o TPS Monaco elaboramos planos utilizando
lise multivariada, o modelo de Regressão de Cox, com uma técnica com isocentro único, arcos de intensida-
significância estatística de <0,05. Resultados: O segui- de modulada e energia de 6MV. Para o TPS LGP utili-
mento mediano foi de 7 meses (0–31 meses). 81 % dos zamos um ou mais shoots de colimadores circulares
pacientes tinham histologia de adenocarcinoma. Cerca com diferentes diâmetros distribuídos em 192 fontes
de 17% apresentavam mutação do EGFR e 5%, mutação de Cobalto-60. Normalizamos os planos de tratamento
do ALK. 88,7% apresentavam KPS > 70% no momento de modo que 99% do volume alvo recebesse a dose de
da RC. 39,6% apresentavam-se com 1 lesão. 50,9% reali- prescrição. Realizamos todos os planos de tratamento
zaram dose única e 56,6% não realizaram WBRT. A falha buscando o melhor resultado possível efetuando a nor-
local (na lesão tratada) foi de 18,9% e a taxa livre de malização no final de cada planejamento. As doses de
falha regional (novas lesões) foi de 39,6%. A sobrevida prescrição variaram de 18 a 22Gy. Tendo sido realizado
global mediana foi de 9,0 meses (0–31 meses) com 15% 10 de planos de tratamento em um total de 15 volu-
de óbitos por causa neurológica. Apenas a presença da mes alvo obtivemos e comparamos os parâmetros do-
Mutação EGFR, o DS-GPA/SIR e KPS > 90% influenciaram simétricos propostos no estudo. Resultados: Os planos
na SG (análise univariada). Na análise multivariada, o calculados com o TPS Monaco foram melhores para:
uso de QT, a mutação do EGFR e o Ds-GPA influencia- ICPaddick (0,86+-0,08 vs. 0,64+-0,16) e S (0,87+-0,12 vs.
ram na SG. Conclusão: Apesar das limitações do estu- 0,64+-0,27). Entretanto, os planos calculados com TPS
do, a presença da mutação do EGFR, o SIR/Ds-GPA e o LGP foram superiores em relação a: Dmédia (28,12+-
uso de QT influenciaram na sobrevida global desta po- 5,87 vs. 22,43+-3,45) e IG (3,13+-0,57 vs. 5,24+-0,66). O
pulação. O uso de RC ”up front” pareceu não aumentar V12Gy não apresentou diferença significativa entre os
o óbito por causa neurológica, podendo ser indicada planos calculados com os TPS Monaco e LGP (4,12+-
para pacientes com prognóstico favorável. 0,87 vs. 3,98+-0,33). Conclusão: Os planos calculados
com o TPS Monaco demonstram a habilidade da téc-
Contato: DIEGO DE SOUZA LIMA FONSECA
nica utilizada de controlar a dose na periferia de múl-
tiplos volumes alvo através da variação da intensidade
dos arcos. Contudo, o uso de múltiplos feixes circulares

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 394


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

utilizados no TPS LGP apresenta melhor resultado no que obtiveram resposta completa apresentaram tem-
fall off da dose permitindo a escolha de isodoses mais po médio de controle de 11,5 meses (4-27 meses), com
baixas com a obtenção de uma maior dose média. Sen- 1 paciente com progressão de doença em 11 meses.
do o valor de V12Gy similar entre os planos calculados No grupo de pacientes com resposta parcial o tempo
temos que o uso da técnica com isocentro único para médio foi de 7,7 meses de controle (3-23 meses), com
o tratamento de múltiplas metástases passa a ser tam- 9 pacientes com progressão de doença em um tempo
bém uma alternativa interessante de escolha. mínimo de 4 meses. Não houve relação entre o tipo de
anti PD1 com a taxa de resposta ou toxicidade. Conclu-
Contato: ANDERSON MARTINS PÁSSARO
são: A presente análise sugere preliminarmente que a
radioterapia hipofracionada associada a inibidores de
PD-1 pode apresentar taxas significativas de resposta
CÓDIGO: 60210 local com incidência considerável de resposta completa
TEMÁRIO: ENCONTRO DE RESIDENTES MÉDICOS duradoura, significantemente maior quando compara-
do com resultados históricos de radioterapia exclusiva.
CONTROLE LOCAL DE LESÕES Contato: CAMILA DE OLIVEIRA RODRIGUES
METASTÁTICAS EM PACIENTES
COM MELANOMA TRATADOS COM
DROGAS ANTI-PD1 E RADIOTERAPIA
HIPOFRACIONADA. CÓDIGO: 59707
TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA
Autores: Camila de Oliveira Rodrigues; Rodrigo Carvalho
Marotta; Guilherme Sedlmaier França; Pedro Henrique
da Rocha Zanuncio; Erlon Gil; Paulo Lázaro de Moraes;
EFETIVIDADE DAS ESTRATÉGIAS DE
Robson Ferrigno; Livia Fagundes; Viviane Gerolla; TRATAMENTO RADIOTERÁPICO
Instituição: HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE DE MAMA ESQUERDA: ESTUDO
SÃO PAULO COMPARATIVO ENTRE PLANEJAMENTOS
Introdução: O melanoma metastático é uma doença
NAS POSIÇÕES SUPINA E PRONA
agressiva com uma taxa de sobrevida em 5 anos de Autores: Waleska Rubin Marchionatti; Ana Cristina
cerca de 16% devido à baixa taxa resposta aos agentes Bratkowski Pereira Leoni; Francine Xavier da Silveira dos
Santos; Angela de Lima Gonzaga;
sistêmicos habitualmentes utilizados. Vários mecanis-
mos de resistência a sinais apoptóticos mediados por Instituição: HOSPITAL MOINHOS DE VENTO
imunidade foram descritos, no entanto, a introdução Objetivo: A radioterapia é uma grande aliada no trata-
recente do bloqueio do ponto de vista imune, como os mento do câncer de mama, e quando se trata da mama
anticorpos monoclonais antagonistas (mAbs) dirigidos esquerda pode ser associada ao aumento de probabi-
contra o antígeno 4 de linfócitos T citotóxicos (CTLA-4) e lidade de doença cardiovascular. Sendo assim, estraté-
PD-1, revolucionou o tratamento de pacientes com me- gias para reduzir as doses cardíacas e manter a cober-
lanoma metastático. Infelizmente, ainda há um número tura de volume alvo vêm sendo estudadas. O objetivo
substancial de pacientes que apresentam pouco bene- deste estudo é comparar os planejamentos na posição
fício clínico e esses pacientes podem exigir a adição de supina e prona para o tratamento radioterápico de
outras terapias que aumentam a imunidade antitumo- pacientes com câncer de mama esquerda, e avaliar a
ral ou contornam a inibição imune. Os potenciais can- aceitabilidade e conforto das pacientes quanto ao trata-
didatos incluem outras imunoterapias e radioterapia. mento na posição prona. Método: De fevereiro a maio
Objetivo: Análise retrospectiva de pacientes com me- de 2017 foram planejados dez pacientes com indicação
lanoma metastático tratados com inibidores de PD-1 de radioterapia da mama esquerda, as quais foram
(nivolumab ou pembrolizumab) associados a radiotera- simuladas nas posições supina, utilizando o acessório
pia hipofracionada com intuito de aumento do controle BreastStep da Elekta e na posição prona com o Acess da
local. Método: Foram avaliados 31 pacientes e um to- QFix. As pacientes foram orientadas previamente pelo
tal de 48 alvos irradiados, no período de dezembro de seu médico quanto à simulação e escolha do planeja-
2014 a março de 2017. Os sítios metastáticos irradiados mento para seu tratamento. Para cada posição foi ad-
incluíram pulmões, linfonodos, ossos e SNC, com uma quirida uma tomografia computadorizada com cortes
dose total mediana de 24 Gy (variação de 12 a 40 Gy) de 3mm de espessura. Os volumes de órgãos de risco
em 2 a 10 frações. A maioria (64%) foi tratada com 24 Gy (coração, pulmão ipsilateral e contralateral) e volume
em três frações de 8 Gy. Em relação ao inibidor utiliza- alvo foram delineados, e para cada simulação foi rea-
do, 81% receberam Nivolumab e 19% Pembrolizumab. lizado um planejamento de tratamento conformal com
Resultados: Resposta completa, parcial e ausência de campos tangentes field-in-field no TPS CMS-XIO 4.80. A
resposta, de acordo os critérios RECIST foram observa- avaliação do plano foi feita considerando a cobertura e
das em 18, 26 e 4 lesões irradiadas, respectivamente. gradiente no alvo, para os órgãos de risco avaliou-se a
Com um seguimento médio de 12 meses, os pacientes

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 395


APRESENTAÇÃO ORAL

I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

dose média (Dmed), dose máxima (Dmax), volume que were treated with stereotactic fractionated radiothe-
recebe 20Gy (V20) e 10Gy (V10). Resultados: O volume rapy (SFRT), from which 3 were resected and had the
médio dos alvos foi de 750cc. O gradiente obtido em tumor bed irradiated. The remaining 33 (87%) lesions
ambos grupos de planejamento ficou em torno de 7%. received stereotactic radiosurgery (SRS), single fraction,
Na posição pronada a Dmax no coração foi 23% menor with a median dose of 18,5 Gy and a median volume of
quando comparada com a Dmax na posição supina, en- 0,6 cc. None toxicity was observed. Six lesions were con-
quanto a Dmed foi cerca de 2Gy menor. Para o pulmão sidered as local BM failure through a median follow-up
ipsilateral observou-se uma redução na Dmáx de apro- of 16 months, and WBRT was performed in 3 patients
ximadamente 24%. Obteve-se um V20 médio de 3% na after BM disseminated failure. Kaplan-Meier estima-
posição pronada, contra 16% na posição supina. Para tes for BM control were 79,7% and 72,5% at 12 and 24
o pulmão contralateral não foram observadas doses months, respectively. Among lesions treated with SRS,
significativas em nenhum planejamento. Apenas uma, 16 (50%) were irradiated with 16-18 Gy achieving a 6
das dez pacientes, não aceitou tratar na posição prona and 12 months LC of 80,8% and 64,4%, respectively.
por desconforto. Conclusão: Com este estudo pôde-se The other half underwent 19-21 Gy resulting in 6 and 12
comprovar a efetividade da posição prona na redução months LC of 100% and 87,5% (p=0.023). None of the
de dose cardíaca, bem como no pulmão ipsilateral, re- 13 BM treated with 21 Gy progressed, showing 100% of
duzindo significativamente a probabilidade de efeitos LC. Median OS from the date of CSR was 22,4 months.
tardios nos mesmos. Esse estudo terá continuidade Median BPFS and WBRTFS were 15,37 and 21,9 months,
para consolidação da posição prona, na nossa institui- respectively. Conclusion: OS and BM control were su-
ção, com maior casuística. perior to those established for standard treatments. Hi-
gher doses in SRS yielded better BM control rates when
Contato: WALESKA RUBIN MARCHIONATTI
compared to lower doses, specially for the ones treated
with 21 Gy. Neurotoxicity did not appear to be an issue
in our cohort and neither on the scarce available stu-
CÓDIGO: 59937 dies about this matter. Further prospective studies are
TEMÁRIO: ENCONTRO DE RESIDENTES MÉDICOS necessary to confirm our conclusions.
Contato: ELSON SANTOS NETO
EFFECTIVENESS AND SAFETY OF
COMBINED CRANIAL STEREOTACTIC
RADIATION AND ANTI-PD-1 THERAPY
FOR MELANOMA BRAIN METASTASES CÓDIGO: 57913
TEMÁRIO: ENCONTRO DE RESIDENTES MÉDICOS
Autores: Elson Santos Neto; Milton Jose Barros Silva;
Cassio Pellizzon; Ricardo C. Fogaroli; Michael J. Chen;
Maria Leticia G. Silva; Guilherme Rocha Melo Gondim; ESVAZIAMENTO AXILAR VERSUS
Henderson Ramos; Ana Ribeiro; Douglas Guedes Castro; RADIOTERAPIA LINFONODAL
Instituição: A.C. CAMARGO CANCER CENTER REGIONAL EM CÂNCER DE MAMA: UMA
REVISÃO SISTEMÁTICA COM META-
Introduction: Even though it has been proven that
anti-programmed death-1 (anti-PD-1) therapy increa-
ANALISE.
ses overall survival (OS) among metastatic melanoma Autores: Gustavo Viani Arruda; Ana Carolina
patients, radiotherapy is still needed either for mana- Hamamura; Felipe Teles de Arruda;
gement of unresectable brain metastases (BM) as in Instituição: HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE
postoperative setting. Objectives: To define effective- MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE
SÃO PAULO
ness and safety of anti-PD-1, nivolumab in this cohort,
and cranial stereotactic radiation (CSR) combined. Me- Objetivo: Comparar as taxas de recidiva axilar, sobrevi-
thods: Analyses were retrospectively done in 53 me- da livre de doença, mortalidade e linfedema em pacien-
tastatic patients records treated with nivolumab on an tes coma câncer de mama N0 clínico ou com linfonodo
expanded access program at a single institution. Indivi- sentinela positivo que foram submetidas a radioterapia
duals with BM who were treated with CSR within 6 mon- linfonodal regional (RLR) ou esvaziamento axilar (EAX).
ths of receiving nivolumab were selected. Primary end Material e Métodos: Uma revisão sistemática e meta-a-
points were BM control and OS. Secondary end points nálise foram conduzidas, incluindo ensaios clínicos ran-
were toxicity, brain progression free-survival (BPFS), domizados (RCT) comparando RLR vs EAX em pacientes
and whole-brain radiotherapy free-survival (WBRTFS). N0 clínico ou em pacientes com N (+) após linfonodo
Results: Nine patients with 38 BM who underwent CSR sentinela. Método: As pesquisas foram realizadas nas
from May 2014 to October 2016, were analyzed. Eight fontes eletrônicas: MEDLINE, COCHRANE, LILACS e EM-
(89%) patients received CSR before and one (11%) du- BASE. Foi realizada análise de subgrupos de ensaios
ring nivolumab treatment, with a median time of 49 que comparara RLR vs EAX em pacientes estadeadas
(38-186) days before the first cycle. Five (13%) lesions como clinicamente N0 ou pacietnes com linfonodo sen-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 396


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

tinela (+). Os resultados foram comparados para mor- tratados na Liga Contra O Câncer, durante o período
talidade, recidiva axilar, sobrevida livre de progressão de 2002 a 2012. Identificamos 520 pacientes (T3 (217)
e taxa de linfedema. Resultados: 4 estudos incluindo 38% e T4 (303) 72%). Os resultados de sobrevida foram
3271 pacientes comparando EAX vs RLR foram identi- comparados usando Kaplan-Meier e regressão logística
ficados. Para sobrevida global (SG) nenhuma diferença de COX. Resultados: Um total de 257 pacientes (49%)
foi identificada comparando RLR vs EAX em pacientes receberam RTQT-PL e 263 (51%) receberam LT. Não
cN0 (1372 pacientes, RR=0.98 CI95% 0.9-1.08, p=0.74) e existiu diferença na SLD entre os grupos tratados com
sentinela (+) 1899 pacientes, EAX vs. RLR, RR=1.01 CI95% LT (80,2%) ou RTQT-PL (74,6%) com p=0,33. Mesmo ao
0.96-1.07, p=0.68). Para sobrevida global (SG) nenhuma comparar os pacientes com linfonodos acometidos ou
diferença foi identificada comparando RLR vs EAX em não, tal diferença não apareceu (73,5% – LT x 64,3% –
pacientes cN0 (1372 pacientes, RR=0.98 CI95% 0.9-1.08, RTQT-PL; p=0,72). Contudo, ao analisar a SG, os pacien-
p=0.74) e sentinela (+) 1899 pacientes, EAX vs. RLR, tes com LT (63,2%) viveram mais que os pacientes com
RR=1.01 CI95% 0.96-1.07, p=0.68). Nenhuma diferença RTQT-PL (39,6%) com p<0,0001. Tal diferença novamen-
foi identificada para a SLD em cN0 ou sentinela (+). A te não aparece ao analisar o acometimento linfonodal
taxa de recidiva axilar foi de 11% com EAX e 11.6% para de forma isolada. Também analisamos os pacientes
RLR no subgrupo cN0 (p=0.69) e no subgrupo sentinela com estádio T3 separados dos T4, obtivemos na SLD
(+) foi de 9% com EAX e 12% com RLR, sem diferença 86% (LT) x 78,7% (RTQT-PL), p=0,44 e 74,4% (LT) x 71,4%
estatística significativa (p=0.54). A taxa de linfedema foi (RTQT-PL), p=0,54, respectivamente. Na analise da SG,
analisada em dois estudos com sentinela (+). A taxa de mesmo o grupo de pacientes T3 manteve uma maior
linfedema foi significativamente maior no grupo EAX sobrevida quando realizada a LT inicialmente (76,7% x
(151/654=23%) vs RLR (63/640=9.8%), RR=2.37 (1.8-3.1, 55,9%; p=0,006). A SG para o grupo T4 foi de 52,8% – LT
p<0.000001). Conclusão: RLR produz taxas de recidiva x 28,4% – RTQT-PL; p<0,0001. Conclusões: Existiu um
axilar e sobrevida livre de doença similares ao EAX em equilíbrio entre o número de pacientes tratados com LT
paciente com câncer de mama cN0 ou pacientes com ou RTQT-PL. Os pacientes que foram tratados com LT
linfonodo sentinela (+). Entretanto, EAX está associado como primeiro tratamento apresentaram uma maior
com uma elevada taxa (23%) e 2 vezes mais chance de SG, mesmo quando analisamos os pacientes com es-
desenvolvimento de linfedema do que RLR. Portanto, tádio T3 e T4 juntos ou de forma separados. Os pacien-
com base nestes resultados umas significativas propor- tes que receberam RTQT-PL não apresentaram doença
ções de pacientes poderiam ser tratadas com RLR evi- nodal mais avançada. Estudos anteriores de câncer de
tando os efeitos deletérios do EAX. laringe demonstraram a maior SG para os pacientes
com estádio T4. Em nosso estudo afirmamos que isso é
Contato: FELIPE TELES DE ARRUDA – ftarruda@
verdade também para os T3.
hotmail.com
Contato: EDILMAR DE MOURA SANTOS – ejbrida@digi.
com.br

CÓDIGO: 59542
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
CÓDIGO: 57707
LARINGECTOMIA TOTAL VERSUS TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
PRESERVAÇÃO DA LARINGE EM
PACIENTES T3 OU T4 COM CÂNCER DE MODERATE HYPOFRACTIONATION
LARINGE: ANALISE DE SOBREVIDA SCHEDULE VERSUS CONVENTIONAL
Autores: Edilmar de Moura Santos; Rosa Maria Xavier RADIOTHERAPY FOR PROSTATE
Najas; Denise Barros de Azevedo; Karynne Maria CANCER: A SYSTEMATIC REVIEW AND
Oliveira da Trindade Medeiros; META-ANALYSIS.
Instituição: Autores: Gustavo Viani Arruda; Viviane Bighetti; Gerson
Hiroshi Yoshinari Júnior; Marília M. Miguel; Alexandre C.
Introdução: A estimativa de incidência para 2016 foi de
Faustino; Maira M. Camplesi; Ana Carolina Hamamura;
mais de 7 mil novos casos de Câncer de Laringe (CL) no Felipe Teles de Arruda;
Brasil. O melhor tratamento nos pacientes com doença
Instituição: HOSPITAL DAS CLÍNICAS DA FACULDADE DE
localmente avançada é incerto. Objetivo: Comparar os
MEDICINA DE RIBEIRÃO PRETO DA UNIVERSIDADE DE
resultados de sobrevida livre de doença (SLD) e sobre- SÃO PAULO
vida global (SG), nos pacientes com CL estádio T3 ou
T4, histologia de carcinoma epidermoide, tratados com Purpose: To evaluate if moderate hypofractionated
laringectomia total (LT) ou radioquimioterapia para pre- radiotherapy schedule (MHYPORT) produces similar
servação da laringe (RTQT-PL) utilizando o registro de biochemical failure (BF), acute and late toxicity rates
um hospital de referencia. Método: estudo de coorte than conventional radiotherapy schedule (CONV-RT)
retrospectivo, onde analisamos os pacientes com CL for prostate cancer. Methods: A systematic review and

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 397


APRESENTAÇÃO ORAL

I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

meta-analysis were conducted including randomized à braquiterapia (RM2). O volume tumoral inicial (GTV-
clinical trials (RCT) comparing MHYPO-RT with CON- -Tinit) e residual após à teleterapia (GTV-Tres) foi esti-
V-RT. The searches were performed on the electronic mado pelo produto dos diametros tumorais nas três
sources: MEDLINE, COCHRANE, LILACS, and EMBASE. A dimensoes x π/6. Curvas de Kaplan-Meier e o teste de
subgroup analysis of trials that used image-guided ra- Log-Rank foram utilizados para determinar a sobrevi-
diotherapy (IGRT) combined with intensity modulated da livre de falha locoregional (SLFLR), sobrevida livre de
radiotherapy (IMRT) and trials with MHYPO-RT schedu- progressão (SLP) e sobrevida global (SG). A análise de
les with equivalent dose in 2-Gy fractions (EQD2) > 76 Gy Cox foi utilizada para testes uni – e multivariados. Re-
or both were performed. Results: The searches found sultados: O tratamento padrão envolveu a prescrição
11 RCTs with 9318 patients comparing MHYPO-RT ver- de radioterapia tridimensional com dose de 45 Gy con-
sus CONV-RT. BF occurred in 785/ 4676 (16.7%) patients comitante à quimioterapia (maioria cisplatina) seguido
in the HYPO-RT trials compared with 826/ 4642 (17.7%) por braquiterapia de alta taxa de dose com 4 inserções
in the CONV-RT, resulting in a OR = 0.93, 95%CI 0.83 – de 7 Gy. A média da idade foi de 51,6 ± 13,0 anos. 90%
1.04, p=0.2. The subgroup analysis showed a better BF apresentava estágio FIGO IIB/IIIB. Após seguimento me-
rate for MHYPO-RT schedule for trials with EQD2 > 76 diano de 26,6 meses (21,1-29,0), doze mulheres apre-
(p=0.002). MHYPO-RT was associated with a slight, but, sentaram progressão de doença (1 locorregional, 6 à
a significant difference in acute GI/GU toxicity grade>=2 distância, 5 ambos) e 9 morreram (7 devido ao câncer;
in trials with no use of IGRT/IMRT. A slight increased in 2 sem evidência de doença). O valor mediano do GTV-
the late GI/GU toxicity grade>= 2 was also seen with -Tinit (cm3) foi de 82,5 (35,9-124,3) e do GTV-Tres(cm3)
HYPO-RT vs. CONV-RT (GI/GU toxicity difference < 2.5%). foi de 12,7 (8,7-24,5). Pacientes com tumores menores
In the subgroup analysis, no difference for late GI/GU apresentaram melhor desfecho clínico: GTV-Tinit<85,-
toxicity grade>=2 was observed with IGRT/IMRT compa- 3cm3 (SLP 2 anos= 92% vs 57%, p=0,029), GTV-Tres<17,-
ring MHYPO-RT and CONV-RT even with EQD2>76 Gy. 8cm3 (SLFLR 2 anos= 100% vs 75%, p=0,006) e diâme-
Conclusion: MHYPO-RT with EQD2> 76 Gy resulted in tro radial na RM2 (DRad(RM2))<4,0cm (SLFLR 2 anos =
better BF than CONV-RT. MHYPO-RT with EQD2> 76 Gy 97% vs 70%, p=0,007). Na análise univariada, a SLFLR
produced a slight increase in the acute/late GI/GU toxi- foi relacionada com o GTV-Tres e o DRad(RM2) < 4,0cm;
city grade>=2. However, this slight difference in acute/ e a SLP foi relacionada com GTV-Tinit < 85,3cm3 e GT-
late GI/GU toxicity between MHYPO-RT and CONV-RT di- V-Tres. Na análise multivariada, a SLFLR foi relaciona-
sappeared in trials using IGRT/IMRT even with EQD2>76 da com GTV-Tres (HR=1,065/cm3, p=0,012) e DRad(R-
Gy. M2)<4,0cm (HR=0,096, p=0,037). A volumetria tumoral
não apresentou correlação com a SLP e SG na analise
Contato: FELIPE TELES DE ARRUDA – ftarruda@
multivariada. O percentual de redução volumétrica do
hotmail.com
GTV-T não foi fator prognóstico. Conclusão: Pacientes
com CCLA com GTV-Tinit<85,3cm3, GTV-Tres<17,8cm3
e DRad(RM2)<4,0cm apresentaram melhor prognósti-
CÓDIGO: 61684 co. Um seguimento maior poderá associar a volumetria
TEMÁRIO: ENCONTRO DE RESIDENTES MÉDICOS tumoral com a SG.
Contato: DANIEL MOORE FREITAS PALHARES
O IMPACTO PROGNÓSTICO DO VOLUME
TUMORAL EM PACIENTES COM CANCER
DE COLO UTERINO LOCALMENTE
AVANÇADO: ESTUDO PROSPECTIVO CÓDIGO: 60022

OBSERVACIONAL TEMÁRIO: FÍSICA MÉDICA

Autores: Daniel Moore Freitas Palhares; Tatiana


Leitão de Azevedo; Ana Carolina Veneziani; Renato
PARAMETRIZAÇÃO DO FATOR OUTPUT
José Affonso Jr; Heloísa Pelisser Canton; Daniel Grossi PARA O FEIXE DE ELÉTRONS USANDO O
Marconi; MÉTODO DE INTEGRAÇÃO SETORIAL
Instituição: HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS Autores: Bruno Alvares; Gustavo Costa Panissi; Gustavo
Donisete Fioravante; Guilherme Alexandre Pavan;
Introdução: O volume tumoral (VT) é fator prognósti- Diego da Cunha Silveira Alves da Silva; André Vinícius de
co estabelecido para diferentes tumores. Objetivo: O Camargo; Milena Giglioli; Felipe Plácido Batista;
objetivo deste estudo é avaliar o impacto prognósti- Instituição: HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS
co do VT em pacientes com câncer cervical localmen-
te avançado (CCLA) tratados com radioquimioterapia. Introdução: Para feixes de elétrons, medidas do Fator
Métodos: Foram analisadas 50 mulheres com CCLA Output (FO) são necessárias para cada cone, energia
incluídas em um estudo prospectivo observacional de e SSD, e idealmente devem ser obtidos também para
ressonância magnética multiparamétrica (RM) realiza- formas retangulares, circulares e irregulares. O FO para
da no estadiamento (RM1) e após a teleterapia/anterior um tamanho de campo ra é a razão da dose por unida-

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 398


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de monitora (D/UM), no eixo central na profundidade Rodrigo Carvalho Marotta; Robson Ferrigno; Pedro
de dose máxima dmax(ra) pela D/UM para o cone de Henrique da Rocha Zanuncio; Erlon Gil; Paulo Lázaro
referência r0 na profundidade dmax(r0). Em campos de Moraes; Mariana Petruccelli Lima de Araujo; Livia
pequenos, onde não há equilíbrio eletrônico lateral no Alvarenga Fagundes;
eixo central, a dmax(ra) ocorre em uma profundidade Instituição: HOSPITAL BENEFICÊNCIA PORTUGUESA DE
menor do que dmax(r0) e deve ser obtida a partir de SÃO PAU
curvas de PDP. O Método de Integração Setorial (MIS) Introdução: Para pacientes com até quatro lesões me-
considera mudanças na fluência de elétrons no equi- tastáticas cerebrais, a radiocirurgia resulta em taxas
líbrio do espalhamento lateral e no espalhamento das de sobrevida estatisticamente comparáveis à radiote-
bordas dos blocos. Objetivo: Realizar uma parametri- rapia de crânio total (WBRT), com menor declínio cog-
zação do FO para qualquer tipo de geometria e validar nitivo e melhor qualidade de vida (QOL). A ressecção
os valores calculados com os medidos de formas elípti- cirúrgica de metástases cerebrais sintomáticas é fre-
cas e irregulares. Método: Feixes de elétrons de ener- quentemente indicada para confirmar o diagnóstico e
gias 6 e 9 MeV do Clinac 2100C da Varian foram inves- reduzir a pressão intracraniana, porém, muitas vezes
tigados para os cones de 6X6cm² e 10X10cm², usando leva a uma alta incidência de recorrência tumoral após
blocos circulares de diferentes raios. O FO para cada a cirurgia isolada. A radioterapia de todo cérebro reduz
bloco circular foi medido com uma câmara de ioniza- essa recorrência, porém, há as complicações inerentes
ção cilíndrica CC13 da Iba. As medidas foram realizadas à radioterapia de todo o cérebro. Por conta disso, vá-
em um fantoma de água da Oxygen na SSD=100cm. Os rias Instituições têm utilizado Radiocirurgia da cavida-
FO para os blocos circulares foram parametrizados por de cirúrgica com o objetivo de obter controle da lesão
meio de funções polinomiais FO(E,CONE,SSD,ri), para tratada e com menor morbidade do que a radioterapia
cada energia em ambos cones. Para a validação do de todo o cérebro. Objetivo: Avaliar o controle local da
método, utilizou-se campos elípticos e irregulares que lesão operada, a taxa de recidiva no restante do cére-
foram divididos em 16 raios (ri) espaçados igualmente bro, a incidência de radionecrose a as chances de dis-
a partir do centro do campo. Assim, o FO resultante foi seminação meníngea com a estratégia de radioterapia
definido como a média dos valores do FO dos 16 raios, estereotática fracionada da cavidade cirúrgica. Méto-
similar ao método de Clarkson. Resultados: Para os do: Análise retrospectiva de 21 pacientes portadores de
campos de formas arbitrárias a média das diferenças metástase cerebrais submetidos à ressecção cirúrgica
percentuais entre os valores calculados e medidos e o seguida de radioterapia estereotática fracionada com
seu desvio padrão nas energias de 6 e 9 MeV foram, dose de 25 Gy em 5 frações de 5 Gy em dias seguidos,
respectivamente: (-0,09±0,86)% e (0,18±0,70)%. Para o tratados no período de Junho de 2014 a Novembro de
10X10cm² esses mesmos critérios foram, respectiva- 2016. Foram irradiadas um total de 24 cavidades. O
mente: (0,40±0,57)% e (-0,70±0,81)%. Os maiores des- controle local foi definido utilizando-se a data do proce-
vios percentuais foram para os campos elípticos mais dimento até a progressão local ou da última ressonân-
alongados e campos irregulares côncavos, ainda assim, cia. Resultados: Com seguimento mediano de 8 meses,
menores que 2%. Os resultados corroboram o uso do 18/24 (75%) cavidades cirúrgicas estavam sem evidên-
método em qualquer geometria. Conclusão: O MIS exi- cia de recidiva local. Quatro pacientes (20%) apresen-
ge um esforço inicial em seu comissionamento. Blocos taram recaída fora da área de tratamento e evoluíram
de vários raios devem ser confeccionados para diferen- com disseminação leptomeníngea. Quatro pacientes
tes cones e medidas do FO devem ser feitas para cada (20%) evoluíram com radionecrose sintomática, confir-
bloco, energias e SSD. Posteriormente, porém, os FO mada por exames de imagem e que necessitaram de
podem ser calculados rapidamente e de forma segura medicações (corticoide/ inibidor de VEGF). Volumes de
a partir dos dados obtidos com método. tratamento (PTV) maiores do que 59,7 cc foram asso-
Contato: BRUNO ALVARES ciados estatisticamente a maior taxa de radionecrose
(p=0,02). Conclusão: A presente análise revela resulta-
dos compatíveis com as demais séries da literatura com
relação ao controle local, controle do restante do cére-
CÓDIGO: 61904 bro, índice de radionecrose e chances de disseminação
TEMÁRIO: ENCONTRO DE RESIDENTES MÉDICOS leptomeningea. Um maior seguimento e maior número
de pacientes e estudos prospectivos são necessários
RADIOTERAPIA ESTEREOTÁTICA para confirmação dessa hipótese.
FRACIONADA DE CAVIDADE CIRÚRGICA Contato: CAMILA DE OLIVEIRA RODRIGUES
APÓS RESSECÇÃO DE METÁSTASES
CEREBRAIS. ANÁLISE RETROSPECTIVA
DE RESULTADOS DE CONTROLE LOCAL E
COMPLICAÇÕES. CÓDIGO: 60209
TEMÁRIO: ENCONTRO DE RESIDENTES MÉDICOS
Autores: Camila de Oliveira Rodrigues; Viviane Gerolla;

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 399


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TEMPO PARA O INÍCIO DO Contato: MATEUS BRINGEL OLIVEIRA DUARTE


TRATAMENTO DO CÂNCER EM SÃO
PAULO, UMA SÉRIE HISTÓRICA DOS
DADOS DA FOSP CÓDIGO: 59773
Autores: Mateus Bringel Oliveira Duarte; Antonio Carlos TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
Zuliani de Oliveira; Elaine Fukumoto Vieira; Karime Isper
Tonato;
THE SHIFTING LANDSCAPE OF OVERALL
Instituição: UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS SURVIVAL IN PATIENTS WITH BRAIN
Introdução: São estimados para o biênio 2016-2017 METASTASES IN A 10-YEAR TIMEFRAME
cerca de 420 mil casos de câncer não-melanoma no Autores: José Victor Simões Ramos de Castro Paixão;
Brasil. O planejamento e a condução do paciente onco- Maria Letícia Gobo Silva; Michael Jenwei Chen; Ricardo
lógico vão desde um diagnóstico acurado e precoce ao César Fogaroli; Antonio Cassio de Assis Pellizzon;
tratamento adequado em tempo hábil. O atraso no tra- Henderson Ramos; Guilherme Rocha Melo Gondim;
tamento está associado a um impacto negativo na so- Tharcisio Machado Coelho; Douglas Guedes de Castro;
brevida. Objetivo: Avaliar o tempo entre o diagnóstico Instituição: A.C. CAMARGO CÂNCER CENTER
e o tratamento do câncer em São Paulo, Brasil. Méto-
Introduction: Brain metastases are the most incident
dos: Usando os dados da Fundação Oncocentro de São
tumors arising in the central nervous system. The Diag-
Paulo (FOSP), foram avaliados os intervalos de tempo
nosis-Specific Grade Prognostic Assessment (DS-GPA)
entre o diagnóstico e o tratamento de pacientes com de
index is a tool that considers primary disease sites and
câncer de brônquios e pulmão, colorretal, colo uterino,
different factors with a final grade between 0 and 4, es-
estômago, mama e próstata entre 2000 e 2013. Foram
timates median overall survival (OS), and could be a tool
também avaliados quanto ao tipo de tratamento e se
to treatment decision. Changes in treatment pattern
já apresentavam ou não diagnóstico à admissão Hos-
brought better survival numbers as the combined use of
pitalar. Resultados: Foram analisados 233461 casos de
radiosurgery (SRS) to whole-brain radiation or surgery
câncer entre 2000 e 2013, sendo 10% de brônquios e
and possibly new systemic treatment strategies. Objec-
pulmão, 15% de colorretal, 12% colo de útero, 8% de
tive: In the present abstract, we propose a retrospecti-
estômago, 33% de mama e 22% de próstata. A amostra
ve comparison of OS in patients with brain metastases
é constituída de 42% de homens, 94% de residentes de
treated between 2001-2003 and 2011-2013, comparing
São Paulo e 54% com entrada no hospital registrador
similar DS-GPAs and hypothesize factors that could
sem diagnóstico prévio. O tratamento cirúrgico foi rea-
explain any differences. Methods: We analyzed brain
lizado em 67%, radioterápico em 41% e quimioterápico
metastases database of a one institution’s radiation on-
49% dos casos. No período analisado todas as neopla-
cology department. Two cohorts were defined: the first:
sias avaliadas apresentaram aumento do tempo para
patients treated between 2001 and 2003 (first cohort),
início de tratamento. O câncer de mama foi o que apre-
and the second: patients from 2011 and 2013 (second
sentou maior redução de tratamento em até 30 dias, de
cohort). The patients were stratified according to the
54,3 % em 2000 para 24,6% em 2013, seguido pelo cân-
primary site disease and DS-GPA index: DS-GPA group
cer colorretal de 65,8% para 40,6% no mesmo período.
1: from 0-2.0 and DS-GPA group 2: from 2.5-4. Median
O câncer de próstata apresentou o maior aumento no
OS was the end-point and it was analyzed according to
dos que realizaram tratamento após 90 dias, de 26,7%
primary site and between DS-GPA groups. Results: Pa-
em 2000 para 53,4% em 2013. O câncer de colo de úte-
tients with brain metastases from lung, breast and me-
ro foi a neoplasia com maior oscilação. Nos subgrupos
lanoma were considered. There were 91 patients with
por tipo de tratamento, todos apresentaram redução
lung cancer (40 x 51 first and second cohorts respecti-
do percentual de tratamento em até 60 dias. Os piores
vely), 69 with breast cancer (24 x 45) and 33 with mela-
resultados foram os que realizaram radioterapia para
noma (10 x 23). Median OS was higher in the more re-
câncer colorretal, de 80,1% em 2000 para 43,5% em
cent cohort regardless the primary site disease: lung: 4
2013. Houve ainda maior redução percentual de trata-
x 18 months, p<0.001; breast: 10 x 22 months, p<0.001;
mento realizado em até 60 dias naqueles que não apre-
melanoma: 2 x 32 months, p=0.001. Median OS remains
sentavam diagnóstico na admissão. Conclusão: Nosso
higher after comparing the same DS-GPA group in the
estudo indica uma tendência de aumento do intervalo
different cohorts: lung DS-GPA group 1: 3 x 14 months,
de tempo entre o diagnóstico e o início de tratamento
p<0.001; DS-GPA group 2: 8 x 24 months, p<0.001; bre-
para as neoplasias mais incidentes no estado de São
ast DS-GPA group 1: 10 x 20 months, p<0.001; breast
Paulo. O caráter observacional, retrospectivo e a avalia-
DS-GPA group 2: 11 x 34 months, p<0.001; melanoma
ção ao mesmo tempo de 6 grupos de neoplasias com-
DS-GPA group 1: 2 x not reached p=0.002; melanoma
prometem a capacidade de análise de causas. Apesar
DS-GPA group 2: 7 x 16 months p=0.002. Conclusion:
disto, o estudo um grande entrave no tratamento do
It was possible to observe a significant difference be-
câncer em São Paulo.
tween OS among the cohorts, favoring the more recent

Braz J Oncol. 2017; 13(Supl): 1-402 400


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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

one, irrespective the DS-GPA group. Those differences e dois divorciados. Quanto ao nível de escolaridade, 3
might be due to institutional factors, such as the imple- pacientes têm ensino médio incompleto, 6 ensino fun-
mentation of SRS, and/or changes of systemic therapy damental incompleto e 1 sem escolaridade. Quanto a
options during the last decade. These findings reinforce classe social, 80% pertencem à classe E, tendo renda
the need for constant updating for prognostic scores, in média familiar de 2 salários mínimos. Nenhum pacien-
order to refine therapeutic decision. te teve dificuldades em responder o questionário, não
houve relatos de confusão ou dúvida quanto às pergun-
Contato: JOSÉ VICTOR SIMÕES RAMOS DE CASTRO
tas. Todos referiram compreender todas as palavras,
PAIXÃO
sem dificuldades com o vocabulário. Não houveram
comentários ou sugestões de mudanças. Conclusão: o
instrumento EORTC QLQ-H&N43, traduzido e adaptado
CÓDIGO: 59663 para o português brasileiro, foi aceito sem dificuldades
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA pela população participante. Portanto, esta versão foi
considerada adequada para aplicação em pacientes
VALIDAÇÃO PSICOMÉTRICA, PARA brasileiros com câncer de cabeça e pescoço.
O PORTUGUÊS BRASILEIRO, DO Contato: MARCOS SANTOS
INSTRUMENTO EORTC QLQ-H&N43
PARA AVALIAÇÃO DE QUALIDADE DE
VIDA EM PACIENTES COM CÂNCER DE
CÓDIGO: 59734
CABEÇA E PESCOÇO
TEMÁRIO: RADIOTERAPIA
Autores: Jessica Sampaio; Ricardo Vilela; Ryann
Carvalho; Ianara Brasil; Fernando Silva; Luis Felipe de
Oliveira e Silva; Marcos Santos;
COEFICIENTE DE DIFUSÃO APARENTE
DA RESSONÂNCIA NUCLEAR
Instituição: HOSPITAL UNIVERSITÁRIO DE BRASÍLIA
MAGNÉTICA É UM BIOMARCADOR
Introdução: A avaliação de qualidade de vida (QV) tem PROGNÓSTICO EM PACIENTES COM
adquirido cada vez mais importância no contexto on- CÂNCER DE COLO DE ÚTERO: ANÁLISE
cológico e científico. Pacientes acometidos por cânce- DE UM ESTUDO PROSPECTIVO
res de cabeça e pescoço (CPP) usualmente apresentam
Autores: Daniel Grossi Marconi; José Humberto Tavares
severos sintomas físicos, funcionais, sociais e psicológi-
Guerreiro Fregnani; Tatiana Leitão de Azevedo; Rodrigo
cos, sendo estes devido à progressão da doença ou à
Gadia; Renato José Affonso Junior; Heloísa Pelisser
toxicidade das terapêuticas oferecidas. O instrumento Canton; Marcelo Dimas Spadim; Mithecll Kamrava;
EORTC QLQ-H&N43, validado internacionalmente para
Instituição: HOSPITAL DE CÂNCER DE BARRETOS
mensuração da QV em pacientes com CCP, aborda ques-
tões como xerostomia, alterações de pele e da fala. Ob- Objetivo: Determinar se o coeficiente de difusão apa-
jetivo: realizar a tradução e adaptação transcultural do rente (CDA) da ressonância nuclear magnética (RNM)
instrumento de avaliação de QV em pacientes com CCP, é um marcador de resposta e/ou biomarcador prog-
EORTC QLQ-H&N43, para o português brasileiro. Méto- nóstico em pacientes com câncer cervical submetidas
do: o questionário QLQ-H&N43 foi traduzido para a o a tratamento não-cirúrgico. Métodos: Trata-se de um
português brasileiro de acordo com critérios propostos estudo prospectivo aprovado pelo comitê de ética em
pelo manual de diretrizes da European Organization for pesquisa em 2013 que incluiu pacientes com câncer de
Research and Treatment of Cancer (EORTC). Foram re- colo de útero submetidas a radioquimioterapia defi-
alizadas fases de tradução direta pareada independen- nitiva. Todas as pacientes foram submetidas a exame
te, reconciliação, retrotradução pareada independente de RNM (3T) em três momentos distintos: estadiamen-
e teste piloto. Cada item do questionário foi testado to (RNM-1); após a teleterapia antes da braquiterapia
quanto a aplicabilidade, compreensão e clareza, com (RNM-2); e três meses após o término do tratamento
10 pacientes que receberam radioterapia no Hospital (RNM-3). O objetivo primário foi avaliar a capacidade
Universitário de Brasília por CCP há, no mínimo, seis de o CDA predizer a resposta no momento da RNM-2
meses. Os dados foram analisados de forma descritiva e RNM-3; secundariamente, avaliou-se a correlação dos
por meio de medidas de frequência e porcentagem a valores de CDA com a sobrevida livre de evento (SLE).
partir da avaliação de 4 itens: dificuldade, clareza, vo- Uma região de interesse foi desenhada manualmente
cabulário e ofensividade das perguntas. Deixamos uma em corte único da RNM. O software PACS calculou o
questão em aberto para que o paciente pudesse disser- CDA (x10-3 mm2/s) mínimo (CDAmin), médio (CDAmed)
tar se faria alguma questão de forma diferente. Resul- e máximo (CDAmax) nesta região. Valores não-normali-
tados: dos 10 pacientes que participaram do estudo, 7 zados e normalizados pela urina foram obtidos. Análise
eram homens e 3 mulheres, a mediana de idade foi de univariada e modelo multivariado confirmatório de Cox
64 anos, sendo quatro casados, um solteiro, três viúvas (ajustado pelo estadiamento FIGO) foram usados para

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I SEMANA BRASILEIRA DE ONCOLOGIA - XIX Congresso da Sociedade Brasileira de Radioterapia

testar a associação do CDA com a resposta na RNM-2


e RNM-3 e também com a SLE. Curvas ROC determi-
naram pontos de corte ideais para análise. Curvas de
Kaplan Meyer foram construídas para a SLE e o teste
de Log-rank foi usado para testar as diferenças entre
os grupos. Resultados: 48 pacientes com câncer colou-
terino estádio FIGO IIB-IVA foram incluídas. 44 tinham
histologia escamosa e 47 receberam quimioterapia
concomitante. O EQD2 mediano da teleterapia e bra-
quiterapia foi de 84 Gy. O seguimento mediano foi de
18,5 meses (9,8-30,2). A cinética dos valores normaliza-
dos de CDAmed e CDAmax se correlacionaram com a
resposta na RNM-2 (p=,043 e p=,005, respectivamente).
Valores de CDAmin e CDAmed da RNM-1 menores que
o ponto de corte escolhido (,74 e 1,36, respectivamente)
foram preditores independentes de melhor SLE após
análise múltipla. O teste de Log-rank mostrou diferen-
ça significativa entre as curvas correspondentes a valo-
res inferiores e superiores aos pontos de corte (p=,02).
Conclusão: A cinética do CDA se relacionou à resposta
tumoral após a teleterapia. CDAmin e CDAmed basais
foram preditores de SLE. Outros estudos prospectivos
podem auxiliar na definição e padronização de pontos
de corte ótimos para estas finalidades.
Contato: DANIEL GROSSI MARCONI – dgmarconi@
gmail.com

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