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Administração Financeira  26 

Manuel Meireles 

Cap. 2 
Entradas e saídas de Caixa 

2.1- Objetivos de aprendizagem 

São objetivos do presente capítulo capacitar o leitor a: 
1.  Entender a diferença entre maximizar lucro e maximizar riqueza; 
2.  Determinar o lote econômico de compra que maximiza a rentabilidade; 
3.  Fazer uma introdução ao Fluxo de Caixa. 

2.2-Conceito de maximizar a riqueza 
Retomamos aqui o Caso da Adega do Miro que ilustra o conceito de maximização da 
riqueza que é o objetivo de Finanças. 

No  exemplo  dado  no  capítulo  anterior  Miro  e  Portuga  vendiam  1000  cervejas  em 
garrafa,  cada  um.  Ambos  compravam  as  cervejas  em  Osasco  a  $0,95  e  as  revendiam  a 
$1,15. O curioso da história é que o Portuga ia 4 vezes a Osasco, trazendo de cada vez 250 
garrafas enquanto  que o  Miro  comprava  logo  1000  de uma vez. Para  ambos  o  custo  de ir 
buscar  as  garrafas  em  Osasco  era  o  mesmo:  $3,80  de  pedágio,  $3,60  de  combustível, 
$12,50 de mão de obra e encargos e $3,10 de outras coisas: óleo, seguro, pneus, etc. No 
total, cada viagem para buscar 250 ou 1000 cervejas custava o mesmo:  $23,00. 
Vendendo cada um 1000 garrafas por mês, cada um lucra $200,00. 
O Miro tem de descontar destes $200,00 o custo de uma viagem a Osasco: $200,00­ 
$23,00= $177,00.  O lucro líquido do Miro é de $177,00 com as cervejas. 
Já  o  Portuga  vai  a  Osasco  4  vezes  durante  o  mês.  O  lucro  bruto  do  Portuga  é, 
portanto: $200,00 ­ (4 x $23) = $108,00. 
Uma síntese é feita na tabela abaixo 
Miro  Portuga 
Venda de cervejas / mês  1000  1000 
Lucro em cada cerveja  $0.20  $0.20 
Lucro bruto c/ a venda das 1000 cervejas  $200.00  $200.00 
Quantidade de viagens para "ir buscar"  1  4 
Custo "pedir" as cervejas (custo das viagens)  $23.00  $92.00 
Lucro líquido c/ a venda das 1000 cervejas  $177.00  $108.00 

A política de compras do Miro maximiza o lucro. 
Entretanto a função de Finanças não é maximizar o lucro, mas sim a riqueza: e isto 
quer dizer aumentar o valor de cada cota ou de cada ação.
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1000 

250 

A figura acima mostra o nível de estoques: no caso superior, a política de Miro, que 
compra 1000  garrafas  de uma vez; no  caso inferior  a política do  Portuga  que compra 250 
garrafas por vez. 
Para comprar as 1000 garrafas, cada uma a $0,95 ele necessita de um capital social 
de $950;  já o  portuga, para  comprar  250  garrafas a $0.95 cada uma necessita  apenas  de 
$237,50.
Admita­se que cada um constitui uma empresa, sendo o capital social dividido em 10 
cotas.  A  tabela  abaixo  mostra  a  evolução  de  cada  cota  no  caso  do  Miro  e  no  caso  do 
Portuga. 

Miro  Portuga 
Capital inicial  $950.00  $237.50 
Valor de cada uma das 10 cotas  $95.00  $23.75 
Lucro líquido ao fim do primeiro mês  $177.00  $108.00 
Capital inicial + lucros acumulados  $1,127.00  $345.50 
Valor de cada uma das 10 cotas  $112.70  $34.55 
Variação patrimonial de cada cota  18.63%  45.47% 
Ao  final  do  primeiro  mês  a  variação  das  cotas  do  Portuga  foi  de  45,47%  contra 
18,63% do Miro. 
Pode­se  afirmar  que  o  Portuga  cumpre  o  papel  de  Finanças  que  é  maximizar  a 
riqueza. 
A fórmula para calcular o lote econômico que maximiza a riqueza é a seguinte: 

2 * Cp 
L max im = 
V  - C 

onde Cp é o custo de pedir. 
No caso acima o Portuga calculou o lote de compra que maximiza a rentabilidade: 
2 * Cp  2 * 23  46 
L max im  =  = = = 230 
V  - C  1 . 15 - 0 . 95  0 . 20 

Observar que o Portuga fez um arredondamento. 

2.3-I ntrodução ao fluxo de caixa 
O  fluxo  de  caixa  é  imprescindível  para  o  bom  desenvolvimento  de  uma  empresa, 
Gitman  (2004,  p.82)  afirmou  o  seguinte:  “O  fluxo  de  caixa,  o  sangue  da  empresa”.  Com 
esta afirmação Gitman quer demonstrar a grande importância do Fluxo de Caixa, pois este 
fornece aos profissionais as ferramentas para tomada de decisões. 
Gitman (2004, p. 87) ilustra “os fluxos de caixa da empresa” conforme mostrado na 
figura  2.1.  Vamos  estudar  essa  figura  que  ajudará  a  entender  por  que  motivo  o  fluxo  de 
caixa é o fluxo de sangue da empresa.
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Fonte: Gitman (2004, p. 87) 

Concentremo­nos  na  parte  central  da  figura,  que  é  designada  por  Caixa  e  títulos 
negociáveis. Caixa compreende o dinheiro em caixa e os depósitos à ordem (depósitos em 
Banco)  além  dos  investimentos  a  curto  prazo.  Os  investimentos  a  curto  prazo  são 
altamente  líquidos,  isdto  é,  são  facilmente  convertidos  em  dinheito.  Chamam­se 
equivalentes  de  caixa  os  investimentos  que  sejam  prontamente  conversíveis  para 
quantias  conhecidas  de  dinheiro  e  que  estejam  sujeitos  a  um  risco  insignificante  de 
alterações de valor. 
Quais  as  entradas  de  Caixa?  Olhando  a  figura  2.1  e  o  núcleo  de  Caixa  no  sentido 
horário, vamos que as entradas de caixa são: 
1.Vendas  de  A tivo  fixoÔ:  Ativo  Fixo  possui  como  sinônimo  a  expressão  Ativo 
Imobilizado. São  iItens  que  dificilmente se transformarão  em  dinheiro. Ativo  Imobilizado  é 
representado  pelos  direitos  que  tenham  por  objeto  os  bens  destinados  à  manutenção  das 
atividades  da  empresa  ou  exercidos  com  essa  finalidade,  inclusive  os  de  propriedade 
industrial  ou  comercial.  Exemplo:  Computadores,  Imóveis,  Moveis  e  Utensílios,  Veículos,
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Instalações  etc. Portanto, apenas  em momentos  específicos  é  que  o  ativo  fixo  se  converte 


em caixa. 
2.Vendas  de  participaçãoÔ:  Refere­se  a  entrada  de  caixa  devido  à  venda  de 
investimentos  feitos  em  outras empresas. Por  exemplo  o  jornal  O Estado  de São  Paulo  de 
11  de  outubro  de  2008  noticiou:  A  Ford  Motors  explora  a  possibilidade  de  venda  de  sua 
participação  majoritária  na  Mazda  Motor,  como  parte  de  um  esforço  para  melhorar  sua 
posição  financeira,  prejudicada  pela  forte  queda  nas  vendas  de  automóveis  no  mundo, 
disseram pessoas próximas ao assunto. Não está claro quanto da participação de 33,4% na 
Mazda  a  companhia  estaria  disposta  a  vender,  mas  a  Ford  estaria  examinando  várias 
opções nesse momento, frente às pesadas perdas que deverá apresentar na divulgação de 
seu balanço do terceiro trimestre no final do mês. 
3.Recebimento  de  empréstimo  ou  de  financiamentoÔ:  Trata­se  de 
empréstimos  que  a  empresa  faz  a  curto  ou  a  longo  prazos,  empréstimos  estes  que  serão 
contabilizados no  Exigível. Por  exemplo, a empresa toma emprestado  $50.000  que pagará 
em 4 parcelas de $15.000. Os lançamentos do empréstimo e da primeira parcela são vistos 
abaixo. 

Ativo  Passivo  Resultado 


Caixa  Títulos a Pagar  Desp  com juros 
50 000  60 000  2 500 
15 000  12.500 

4.Venda  de  ações  própriasÔ:  neste  caso  entra  dinheito  em  Caixa  oriundo  dos 
próprios  acionaistas  que  compram  ações  da  empresa.  Observar  que  só  entra  dinheiro  em 
caixa nos casos de subscrição de ações pelos acionistas. 
5.Cobrança  de  vendas  a  créditoÔ:  é  o  valor  que  entra  em  Caixa  decorrente  de 
vendas  parceladas. Por  exemplo, a empresa pode adotar uma   Política de Vendas:  10%  a 
vista, 40% para 30 dias e 50% para 60 dias. Quer isto dizer que uma venda efetuada em 
janeiro,  será  recebida  parte  no  ato,  parte  30  dias  depois  e  o  restante  60  dias  depois.  O 
quadro  mostrado  abaixo ilustra  a  escrituração  de  um  caso  de venda  segundo  esta política 
de vendas. 
Ativo 

Caixa  Duplicatas a Receber 
50  450 

Mercadorias 
500 

6.Vendas  à  vistaÔ  dependendo  da  política  de  vendas  pode  expressar  um  valor 
significativo.  As  entradas  em  Caixa  decorrentes  de  vendas  (à  vista  ou  parceladas)  são  as 
mais expressivas para a maioria das empresas.
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7.Restituição de impostosÔ também pode representar uma entrada esporádica de 
valores em caixa. 
Quais  as  saídas  de  Caixa?  Olhando  a  figura  2.1  e  o  núcleo  de  Caixa  no  sentido 
horário, vamos que as saídas de caixa são: 
8.Compras  de  ativo  fixo#:  Neste  caso  sai  de  dinheiro  de  Caixa,  de  Bancos  ou  de 
Investimentos  a Curto  Prazo  para  pagamento  de bens  necessários  à operação  da  empresa 
tais como Imóveis, Moveis e Utensílios, Veículos, Instalações, etc. 
9.Compras  de  participação#:  Refere­se  à  saída  de  caixa  devido  à  realização  de 
investimentos  em  outras  empresas.  Por  exemplo,  a  Gazeta  Mercantil  de  06/07/2009 
noticiava  que  a  Vale  está  discutindo  a  compra  de  participação  adicional  na  Thyssenkrupp 
CSA  Siderúrgica  do  Atlântico  (CSA),  onde  é  acionista  minoritária.  A  CSA  está  construindo 
uma  unidade  integrada  para  produção  de  placas  de  aço  no  Estado  do  Rio  de  Janeiro.  "A 
discussão se dá em função da necessidade de garantir a conclusão do projeto e sua entrada 
em  operação  sem  mais  atrasos,  bem  como  assegurar  a  plena  utilização  dos  ativos  de 
acordo  com  as  oportunidades  de  mercado",  informou  a  Vale  em  comunicado.  No 
documento,  a  mineradora  não  informa  de  quanto  seria  esse  aumento  de  participação.  De 
acordo com o executivo­chefe da Thyssenkrupp, Ekkehard Schulz, a Vale quer aumentar de 
10% para 30% sua participação no projeto, orçado em US$ 6,3 bilhões. O executivo disse 
que  as  empresas  estão  perto  de  um  acordo  sobre  o  valor  da  participação  da  Vale  e  a 
negociação  deve  ser  finalizada  em  setembro.  A  produção  da  usina  siderúrgica  tem  início 
previsto para o começo do ano que vem. 
10.Restituição de empréstimos ou de financiamentos# realizados. Neste caso o 
valor é sempre maior do que o tomado pois inclui juros. 
11.Recompra de ações#: A  recompra de ações  é uma operação  na  qual  a própria 
empresa compra as próprias ações, isto é, compra os próprios papéis. É um tema abordado 
de forma mais ampla no item 2.6. 
12.P agamento  de  dividendos  em  dinheiro#:  O  pagamento  de  dividendos 
representa  uma  distribuição  proporcional  dos  lucros. O  dividendo  é  a  fração  dos  lucros  da 
empresa  que  é  distribuída  aos  seus  accionistas.  Normalmente,  sempre  que  uma  empresa 
obtém  lucros  num  determinado  exercício,  decide  distribuir,  no  ano  seguinte,  uma  parte 
destes  aos  detentores  de  acções.  O  montante  distribuído  é  proposto  pelo  Conselho  de 
Administração  e  aprovado  pela  Assembleia  Geral,  sendo  pago  habitualmente  numa  base 
anual.  Para  os  accionistas,  o  dividendo  constitui  uma  importante  fonte  de  rentabilidade, 
para além da valorização do preço do título. O dividendo líquido corresponde à remuneração 
já descontando o imposto a pagar pelo investidor. 
13.P agamento  de  imposto  de  renda#:  No  Brasil  as empresas, Pessoas  Jurídicas, 
pagam  Imposto  sobre o  lucro  auferido. O responsável  pela  empresa deve estudar  se deve 
pagar o imposto de renda sobre o lucro real ou sobre o lucro presumido. Ver item 2.9. 
A tributação do lucro real, no Brasil remonta ao Império: Segundo Marque (1995 p. 
58) no segundo Império em 1843, aconteceu à primeira tentativa de tributar­se a renda no 
Brasil,  através  da  edição  da  Lei  317  de  21  de  outubro  de  1843,  dentro  do  orçamento  do 
Império.  Em  seu  artigo  31,  a  Lei  4625/22  estabelecia:  “  Fica  instituído  imposto  sobre  a 
renda,  que  será  devido  anualmente,  por  toda  pessoa,  física  ou  jurídica,  residente  do 
território  do  país,  e  incidirá  em  cada  caso,  sobre  o  conjunto  líquido  dos  rendimentos  de 
qualquer origem”. 
Segundo Camargo (1997 p. 105) “O Imposto de Renda tem sua origem na Lei 4625 
de  31  de  dezembro  de  1922,  que  orçou  a  receita  geral  da  República  para  o  exercício  de 
1923, é o tributo de maior importância não só no tocante ao volume de arrecadação, mas 
também,  como  um  poderoso  instrumento  do  qual  o  Governo  procura  promover  a  melhor 
distribuição  de  renda  no  país,  bem  como  o  desenvolvimento  econômico  de  determinadas 
regiões  geográficas  e  de  determinadas  atividades  econômicas,  através  de  programas  de 
incentivos fiscais”.
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O  Lucro  P resumido  surgiu  em  1943  através  do  Decreto  Lei  5844  de  23  de 
setembro de 1943 (era presidente Getúlio Vargas) que facultava às pessoas jurídicas, salvo 
as sociedades por ações e as por quotas de responsabilidade limitada, optar pela tributação 
do Imposto de Renda baseada no Lucro Presumido; 
Para  efeito  do  imposto  sobre  o  Lucro  Real,  as  pessoas  jurídicas  ficam  obrigadas  a 
escriturar seus livros na forma estabelecida pela legislação comercial, em idioma do país e 
de modo que demonstre, anualmente o resultado de suas atividades no território nacional. 
14.P agamento de despesas operacionais # . Saídas de Caixa servem para fazer o 
pagamento  de despesas  operacionais. São  operacionais  as  despesas não  computadas nos 
custos, necessárias à atividade da empresa e à manutenção da respectiva fonte produtora. 
As  despesas  operacionais  admitidas  são  as  usuais  ou  normais  no  tipo  de  transações, 
operações  ou  atividades  da  empresa,  entendendo­se  como  necessárias  as  pagas  ou 
incorridas  para  a  realização  das  transações  ou  operações  exigidas  pela  atividade  da 
empresa (RIR/1999, art. 299 e seus §§ e PN CST no 32, de 1981) 1 . No Brasil, as despesas 
financeiras  também  estão  incluídas  entre  as  despesas  operacionais,  o  que  não  ocorre  na 
maioria dos demais países, onde elas estão abaixo da linha de resultado operacional. 
Embora  o  esquema  da  figura  2.1  indique  saída  de  Caixa  para  pagamento  de 
depreciação, isso na verdade não ocorre. Por depreciação podemos entender como sendo 
o custo ou a despesa decorrentes do desgaste ou da obsolescência dos ativos imobilizados 
(máquinas, veículos, móveis, imóveis e instalações) da empresa. Ao longo do tempo, com a 
obsolescência natural ou desgaste com uso na produção, os ativos vão perdendo valor, essa 
perda  de  valor  é  apropriada  pela  contabilidade  periodicamente  até  que  esse  ativo  tenha 
valor  reduzido  a  zero.  A  depreciação  do  ativo  imobilizado  diretamente  empregado  na 
produção,  será  alocada  como  custo,  por  sua  vez,  os  ativos  que  não  forem  usados 
diretamente na produção, terão suas depreciações contabilizadas como despesa.Em termos 
contábeis,  o  cálculo  da  depreciação  deverá  obedecer  aos  critérios  determinados  pelo 
governo, através da Secretaria da Receita Federal, art. 305 do RIR/99, que estipula o prazo 
de 10  anos  para depreciarmos as máquinas, 5 anos  para veículos, 10  anos  para móveis  e 
25 anos para os imóveis. 
15.P agamento  de  despesas  gerais # :  São  saídas  de  caixa  aquelas  destinadas  a 
pagar despesas gerais. Muitas empresas, na hora de efetivar sua contabilidade mensal têm 
uma  dificuldade  em  diferenciar  o  que  foi  custo  e  o  que  foi  despesa  no  seu  processo 
produtivo. Esses dois conceitos fazem parte de um conceito mais amplo que é os dos gastos 
de  uma  empresa.  Segundo  Martins(1990)  gasto  é  “o  sacrifício  financeiro  com  que  a 
entidade  arca  para  a  obtenção  de  um  produto  ou  serviço  qualquer,  sacrifício  esse 
representado  por  entrega  ou  promessa  de  entregas  de  ativos  (normalmente  dinheiro).” 
Portanto,  são  gastos:  compras  de  matérias­  primas  para  a  realização  de  um  produto  ou 
serviço;  pagamento  de  mão­de­obra;  compras  de  mobílias  para  a  empresa,  entre  outros. 
Mas  entre  tantos  gastos  que uma  empresa  possui  quais  podem  ser  considerados  custos  e 
quais podem ser considerados despesas? 
Martins (1990) 2  afirma: Custo pode ser compreendido como o gasto relativo a bem 
ou serviço utilizado na produção de outros bens ou serviços. O custo é também um gasto, 
só  que  reconhecido  como  tal,  no  momento  da  utilização  dos  fatores  de  produção  (bens  e 
serviços), para a fabricação de um produto ou execução de um serviço (Martins, E, 1990). 
Por exemplo, folha de testes psicológicos para uma avaliação psicológica é considerada um 
custo deste serviço. Despesa é o bem ou serviço consumidos direta ou indiretamente para 
a obtenção de receitas. São os gastos necessários para obtenção de um lucro. Geralmente, 
são  os  gastos  administrativos  de um  empresa.  Em  uma  empresa  de  consultoria  os  gastos 
com energia elétrica, por exemplo, podem ser considerados como uma despesa. 


Disponível no site da Receita Federal: http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2005/PergResp2005/pr335a347.htm 

MARTINS,E. Contabilidade de Custos. São Paulo: Atlas, 1990.
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16.P agamento  de  compras  a  crédito # :  são  saídas  para  pagar  geralmente 
matérias primas adquiridas a prazo. 
17.P agamento  de  salários #  referente  à  mão­de­obra  direta  e  mão­de­obra 
indireta. Os gastos com mão­de­obra direta (MOD) referem­se aos gastos com funcionários 
que  estão  diretamente  relacionados  com  as  atividades  de  produção  da  empresa.  São 
excluídos  da  MOD  os  salários  referentes  a funcionários  da  área  administrativa,  de vendas, 
etc. Mão­de­obra  indireta:  é  representada  pelo  trabalho  nos  departamentos  auxiliares nas 
indústrias  ou  prestadores  de serviços  e  que  não  são  mensuráveis  em  nenhum  produto  ou 
serviço executado, como a mão de obra de supervisores, controle de qualidade, etc. 

2.4-Equivalentes de caixa 
No  mercado,  existem  várias  opções  para  a  empresa  que  podem  ser  considerados 
“equivalentes de caixa”. CDB, fundo Curto Prazo e o fundo DI. 
Os CDBs têm a vantagem de que o Governo assegura, através do Fundo Garantidor 
de Crédito (FGC), a restituição de até R$ 20 mil, por CPF, em caso de falência da instituição. 
Em conta conjunta, o valor é dobrado por estar ligado a dois CPFs. Se a empresa precisar 
investir mais do que isso, deve dividir suas aplicações em diversas instituições. 
A segurança dos fundos DI está em sua carteira composta, na maioria, por títulos de 
renda  fixa considerados  de baixo  risco e com  rentabilidade pós­fixada  que  acompanham  a 
variação  do  CDI  (Certificado  de  Depósito  Interbancário,  que  reflete  o  custo  do  dinheiro 
transacionado  entre  os  bancos),  e  conseqüentemente  a  Selic.  Por  isso,  eles  são 
considerados seguros. 
Já os fundos de Curto Prazo têm esse nome porque a carteira tem prazo médio de 60 
dias.  Por  isso,  tendem  a  oscilar  menos.  A  carteira  é  composta  por  títulos  públicos  pós­ 
fixados ou privados com pequena possibilidade de não serem honrados. 
Todas as aplicações que aqui consideramos seguras são influenciadas pelos juros da 
economia (taxa Selic), pois uma  alteração  neles  faz  com  que se  altere o custo  do  dinheiro 
nas transações interbancárias. Assim, todas as aplicações de alguma forma têm como base 
o  CDI.  Por  exemplo  os  fundos  DI  têm  95%  da  sua  carteira  vinculados  ao  CDI;  a 
remuneração dos CDBs sempre segue algum percentual do CDI. 
Como  o  CDB  é  uma  aplicação  com  remuneração  negociável,  é  possível  ter  uma 
remuneração  mais  elevada  quanto  maior  for  o  montante  aplicado.  Logo,  sempre  tente 
negociar. O CDB prefixado define no momento da aplicação o percentual de remuneração de 
seu investimento. 
Nos  fundos  DI,  o  segredo  da  rentabilidade  está  em  prever  de  forma  precisa  a 
movimentação dos juros. No caso dos fundos Curto Prazo, nossa análise mostra que a sua 
remuneração é inferior à dos DI, ainda que próxima. 

2.5-Atividades práticas 

P rática 01 
O  lote  econômico  de  compra    que  maximiza  a  rentabilidade  é  dado  pela  fórmula 
2 * Cp 
L max im =  . 
V  - C 
O lote econômico de compra que maximiza o lucro é dado por 
2 * Cp * D 
LEC  =
Ce 

Onde  Cp é o custo de pedir; D é a demanda anual; e Ce é o custo de manter uma unidade 
estocada durante o ano.
Administração Financeira  33 
Manuel Meireles 

Admita­se  que  uma  empresa  compra  um  determinado  produto  por  $2,00  e  o  vende  por 
$3,00. A empresa tem uma procura anual de 120.000 itens. Admita­se que o custo total de 
estocar uma unidade/ano é de $0,20. O custo de pedir é de $500. 

P rática 02 
Considerando  o  resultado  do  exercício  anterior,  calcule  o  lucro  e  a  variação  de riqueza  de 
cada alternativa. 
Qual a opção mais lucrativa? 
Qual a opção que maximizou a riqueza? 
Qual é o objetivo de Finanças? 
Qual delas está coerente com tal objetivo? 

Respostas 
Prática 01: 

Lote que maximiza a riqueza: 
2 * Cp  2 * 500  1000 
L max im  =  = = = 1000 .  Se  a  empresa  demanda  120000  itens/ano  então 
V  - C  3 - 2  1 
deve fazer 120 compras/ano ou 10 compras por mês. 

Lote que maximiza o lucro: 
2 * Cp * D  2 * 500 * 120000  120000000 
LEC  =  = = = 600000000  = 244974 @ 25000 
Ce  0 . 2  0 , 2 
Se a empresa demanda 120000 unidades/ano e de cada vez compra 25000, então ela deve 
fazer 4.8 pedidos/ano. 

Prática 2: 
Lmax  LEC 
1  Capital inicial 
2  Alternativa (max Riqeza) 1000 itens cada um a $2  2000.00 
3  Alternativa (max lucro) 25000 itens cada um a $2  50000.00 
4  Valor de cada uma das 10 cotas  200.00  5000.00 
5  Lucro bruto (venda de 120000 unidades/ano)  120000.00  120000.00 
6  Custo de pedir 
7  Alternativa (max Riqeza) 12 pedidos a $500  ­$  ­60000.00 
8  Alternativa (max lucro) 4,8 pedidos/ano  ­$  ­2400.00 
9  Custo de manter em estoque 
10  Alt. Max. Riqueza: estoque médio = 500 (custo =$0,20)  ­100.00 
11  Alt. Max. Lucro: estoque médio = 12500 (custo =$0,20)  ­2500.00 
12  Lucro líquido  180100.00  124900.00 
13  Capital inicial + lucros acumulados  182100.00  174900.00 
14  Valor de cada uma das 10 cotas                         $  18210.00  17490.00 
15  Variação patrimonial de cada cota                      %  9005.00  249.80 

Temos  duas  alternativas.  Utilizar  a  fórmula  que  maximiza  a  riqueza  (coluna  Lmax)  ou  a 
fórmula  que  maximiza  o  lucro  e  que  compra  com  base  no  Lote  Econômico  de  Compra 
(coluna LEC). 
A alternativa Lmax faz 120 compras/ano e compra de cada vez 1000 unidades
Administração Financeira  34 
Manuel Meireles 

A alternativa LEC   faz   4,8 compras por ano e compra de cada vez 25000 unidades 
Vamos  analisar  as  conseqüências  destas  alternativas  tendo  em  mente  a  planilha 
acima. 
Capital inicial:  linhas 1, 2 e 3 
Para quem opera Lmax precisa comprar apenas 1000 unidades e necessita de $2000 
Para quem opera LEC precisa comprar 25000 unidades e necessita de $50000 
Valor de cada cota: linha 4. Supõe­se que o capital está dividido em 10 cotas 
Lucro bruto: linha 5. Cada unidade gera um lucro bruto de $1,00. Para qualquer uma das 
alternativas o lucro bruto é de $120.000,00 pela venda de 120.000 unidades no anão. 
Custo de pedir: linhas 6,7 e 8. 
Para a alternativa Lmax são 120 pedidos, cada um a um custo de $500. O custo total 
é de $60.000,00. 
Para a alternativa LEC em média são 4,8 pedidos/ano a $500, cada um, o que dá um 
custo total de $2400,00 
Custo de manter em estoque: linhas 9,10, 11 
Na alternativa Lmax a compra é de 1000 unidades. Quando o estoque acaba é feita 
nova  compra  de  1000  unidades.  Pode­se  dizer  que  neste  caso  o  estoque  médio  é  de  500 
unidades. Se cada unidade custa $0,20 para ser mantida em estoque, o custo de estocar é 
de $100,00 
Na alternativa LEC se compra de cada vez 25.000 unidades. Quando o estoque acaba 
é feita nova compra de 25000 unidades. Pode­se dizer que neste caso o estoque médio é de 
12500  unidades.  Se  cada  unidade  custa  $0,20  para  ser  mantida  em  estoque,  o  custo  de 
estocar é de 12500 x $0,20= $2.500,00 
Lucro líquido: Linha 12. É igual ao lucro bruto menos o custo de pedir e menos o custo de 
estocar. 
Capital inicial mais lucros acumulados equivale ao capital inicial mais o lucro líquido 
Valor de cada uma 10 cotas é o valor de cada cota ao término do exercício. 
Valor de cada uma das 10 cotas Lmax  200.00  5000.00 
Valor de cada uma das 10 cotas LEC  18210.00  17490.00 

O patrimônio da alternativa Lmax variou 9005% enquanto a da alternativa LEC variou cerca 
de 250%. 
Respondendo às questões: 
Qual a opção mais lucrativa?  A LEC 
Qual a opção que maximizou a riqueza?  A Lmax 
Qual é o objetivo de Finanças?  Maximizar a riqueza 
Qual delas está coerente com tal objetivo?  A Lmax.

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