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O documento discute diferentes perspectivas antropológicas sobre o conceito de domesticação de animais. Aborda visões como controle versus relação recíproca, uma gama de experiências entre humanos e não-humanos, e como certos povos veem a domesticação de forma diferente. Defende que devemos considerar as variadas interações entre espécies em vez de termos rígidos.
Originalbeschreibung:
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Originaltitel
Fichamento Crítico_Os Antropólogos e a Domesticação-Sautchuk
O documento discute diferentes perspectivas antropológicas sobre o conceito de domesticação de animais. Aborda visões como controle versus relação recíproca, uma gama de experiências entre humanos e não-humanos, e como certos povos veem a domesticação de forma diferente. Defende que devemos considerar as variadas interações entre espécies em vez de termos rígidos.
O documento discute diferentes perspectivas antropológicas sobre o conceito de domesticação de animais. Aborda visões como controle versus relação recíproca, uma gama de experiências entre humanos e não-humanos, e como certos povos veem a domesticação de forma diferente. Defende que devemos considerar as variadas interações entre espécies em vez de termos rígidos.
ressurgências de um conceito. In: Políticas etnográficas no campo da ciência e das tecnologias da vida, orgs. Rifiotis e Segata. Porto Alegre: ABA Publicações, 2018.
- Descola: a natureza é domesticada a partir do momento que o imaginário humano a
socializa, ampliando justamente os limites do que é social e até onde a natureza adentra a vida humana. Segue a ideia de Haudricourt, isto é, a natureza é tratada como é tratado o Outro. Nos anos 90 ele trata domesticação como o controle da reprodução, algo que o opor o amansamento ameríndio da criação animal europeia. - Ingold: ver Sautchuk e Stoeckli, 2012. Faz questionar o que é ser animal e o que é ser humano. - O valor do termo na antropologia é justamente sua maleabilidade e sua maleabilidade é reflexo justamente da variação de processos que são registrados etnograficamente (poder heurístico) - Controle (assimetria de domínio) x Relação recíproca - Mas afinal, o que é benefício e como se mede? - Mesmo que haja um direcionamento atual à simetria e reciprocidade a definição “domesticação” permanece, afinal o amplo leque de experiências entre humanos e não-humanos excede a dualidade domesticado/selvagem - Atacar justamente a assimetria dessa dualidade acima. O selvagem parece se figurar como o não-elaborado, mesmo em seu próprio conceito. Qua a aproximação entre “selvagem” e “anti-domesticado”? Faz sentido pensar esse segundo justamente no particípio? Pensamos que não, de modo que o particípio em si instaura um polo ativo (geralmente humano) e outro passivo (não-humano). A ideia de questionar a domesticação com a anti-domesticação é pensar nas relações gerais, nos “fatos sociais totais”, de modo que devemos extrapolar os termos e focar as variadas interações (o que pode levar ao ethos). - Digard: Continuum de relações possíveis, isto é, ações domesticatórias (processos em sistemas domesticatórios). Sincronia e “cadeia comportamental”; diacronia e domesticações e feralizações (economia dos fluxos relacionais). Situações híbridas, casos-limite (entre os supostos pólos, e.g. caçar e criar; gestão de território e caça). Relevância dos subtipos (cativo, amansado, solto etc.) e das formas de agrupamento, o que remete a buscar qual a peça de análise efetiva nos casos de animais gregários (como é bem o caso dos cardumes de tainhas) - Sigaut: Sentidos e usos do animal não tem a ver diretamente com sua unidade zoológica, senão com os produtos (emergentes da prática e não preexistentes como se poderia pensar com a perspectiva de mercado de futuros) da relação interespecífica. As categorias de povos por meio das formas domesticatórias clássicas acaba unindo práticas e usos distintos, como no exemplo de criar boi para comer e criar boi para tomar leite. - Haudricourt: As relações que existem com a natureza e com a sociedade são do mesmo tipo sem que haja uma derivadora e outra derivada. Há padrões de relações (seria, mais uma vez o ethos?). Interações como diálogos diretos com o potencial de ação de animais e plantas. - Em sua tese Ingold aponta que não há vínculo direto necessário entre expansão capitalista e reforço da domesticação de domínio, sendo que no caso das renas o que aconteceu foi uma transformação do pastoralismo à prática similar à caça. - Em Hunters, pastoralists and racnhers Ingold distingue três formas de relação produtiva (não utilitárias apenas): amansamento (familiarização sem implicar propriedade), arrebanhamento (propriedade sem implicar controle reprodutivo ou amansamento) e controle de reprodução (domesticação morfológica, sem implicar propriedade e/ou amansamento). O que existe são articulações complexas dessas formas. - Descola diz que o animismo faz com que não faça sentido dominar domesticamente os animais amazônicos, ao passo que Willerslev diz que justamente o animismo justifica a domesticação dos animais sibérios. - Contra o reforço das distinções entre forrageio e criação, evitando o cunho evolucionista