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NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

DIREITO PROCESSUAL CIVIL– AULA 09


RODRIGO DA CUNHA

Continuação de Tutela Provisória


Tutela de Evidência

Conceito

“Trata-se de uma tutela sumária satisfativa fundada exclusivamente num juízo de alto grau de probabilidade ou de
quase-certeza da pretensão de direito material, que prescinde da urgência.”

Hipóteses

São quatro situações previstas no art. 311 do NCPC. Uma delas é uma tutela punitiva (inciso I) enquanto as ou-
tras são tutelas documentadas (incisos II, III e IV).

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de
risco ao resultado útil do processo, quando:
I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;
II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julga-
mento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em
que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
IV – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que
o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.

TUTELA PUNITIVA FUNDADA EM ABUSO DO DIREITO DE DEFESA OU PROPÓSITO PROTELATÓRIO

Art. 311, I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;

Observações

a) tutela punitiva: abuso do direito de defesa

b) A maioria sustenta que é uma tutela punitiva ou sancionatória; outros dizem que não é uma sanção, pois se
fosse, sobreviveria à improcedência.

c) para Fredie Didier Jr., Curso de Direito Processual Civil, v. 1, “As expressões ‘abuso de direito de defesa’ e ‘ma-
nifesto propósito protelatório’ têm sentidos distintos: aquela abrange atos praticados dentro do processo, em de-
fesa, o que inclui os atos protelatórios praticados no processo; esta última se refere aos comportamentos da parte,
protelatórios, adotados fora do processo (ex.: simulação de doença, ocultação de prova etc.)

d) Abuso de direito é um desvio de finalidade, vale dizer, a parte se utiliza de um direito que tem para obter um fim
não desejado pelo ordenamento jurídico.

e) É preciso observar o comportamento do réu durante o processo. Exemplos: subtrair um documento dos autos;
prestar informações erradas; embaraçar a produção das provas; adotar fundamentação antagônica em processo
conexo ou apresentar uma contestação padrão, com argumentos que não se referem à petição inicial (Direito fran-
cês admite quando a defesa não é séria)

f) Segundo o FPPC 34, considera-se abusiva a defesa da Administração Pública que contraria orientação vincu-
lante no âmbito administrativo.

TUTELA DOCUMENTADA FUNDADA EM SÚMULA OU PRECEDENTE VINCULANTE

Art. 311, II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em
julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;

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Observações

a) a prova deve ser pré-constituída e o pedido se fundar em tese firmada no julgamento de casos repetitivos, vale
dizer, no julgamento do incidente de resolução de demandas repetitivas ou no julgamento de recursos repetitivos;

b) entendo que o pedido pode fundar-se em súmula vinculante ou qualquer precedente vinculante previsto no art.
927 do CPC.

c) segundo o Enunciado 30 da ENFAM, “É possível a concessão da tutela de evidência prevista no art. 311, II, do
CPC/2015 quando a pretensão autoral estiver de acordo com orientação firmada pelo Supremo Tribunal Federal
em sede de controle abstrato de constitucionalidade ou com tese prevista em súmula dos tribunais, independente-
mente de caráter vinculante”;

d) de acordo com o Enunciado 31 da ENFAM, “A concessão da tutela de evidência prevista no art. 311, II, do
CPC/2015 independe do trânsito em julgado da decisão paradigma”);

TUTELA DOCUMENTADA FUNDADA CONTRATO DE DEPÓSITO

Art. 311, III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito,
caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;

Observações

a) Trata-se da ação de deposito com pedido de devolução imediata do bem (pedido reipersecutório é o requeri-
mento de devolução do bem que nos pertence)

b) O NCPC acabou com o procedimento especial da ação de depósito, mas não com a ação de depósito.
Obs. O procedimento especial da ação de depósito perdeu o sentido porque o STF, por meio da Súmula Vincu-
lante 25, passou a não admitir a prisão civil por dívida.
Obs. Essa tutela de evidência já era permitida aos credores na alienação fiduciária (Dec. 911/69) e na venda com
reserva de domínio (art. 1.071 do CPC de 73), por meio da busca e apreensão imediata.
Obs. Houve, portanto, uma equiparação dos credores de obrigações de entrega aos credores resguardados pela
garantia fiduciária e pela reserva de domínio.

c) Segundo o Enunciado 29 da ENFAM, a prova do contrato de depósito e da mora devem ser pré-constituídas.

TUTELA DOCUMENTADA FUNDADA EM AUSÊNCIA DE CONTRAPROVA DOCUMENTADA SUFICIENTE

Art. 311, IV – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do
autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.

Observações

a) Exige-se prova pré-constituída do autor e ausência de prova pré-constituiída do réu.

b) É preciso aguardar a defesa do réu para conceder a tutela.


Obs. A hipótese é semelhante a do inciso II, substituindo-se a tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou
em súmula vinculante por ausência de prova capaz de gerar dúvida razoável).

Questão
Existem outras hipóteses de tutela de evidência, além das previstas no art. 311 do CPC?

Resposta
Existem. Ex. Liminar em ação possessória ou expedição do mandado monitório na ação monitória, quando o di-
reito do autor é evidente.

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Art. 562. Estando a petição inicial devidamente instruída, o juiz deferirá, sem ouvir o réu, a expedição do mandado
liminar de manutenção ou de reintegração, caso contrário, determinará que o autor justifique previamente o ale-
gado, citando-se o réu para comparecer à audiência que for designada.
Parágrafo único. Contra as pessoas jurídicas de direito público não será deferida a manutenção ou a reintegra-
ção liminar sem prévia audiência dos respectivos representantes judiciais.
Art. 701. Sendo evidente o direito do autor, o juiz deferirá a expedição de mandado de pagamento, de entrega de
coisa ou para execução de obrigação de fazer ou de não fazer, concedendo ao réu prazo de 15 (quinze) dias para
o cumprimento e o pagamento de honorários advocatícios de cinco por cento do valor atribuído à causa.
(...)

Questão

A tutela de evidência pode ser concedida sem a oitiva da outra parte?

Tutela de Evidência sem ouvir a outra parte


NCPC

Art. 9º Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:

II – às hipóteses de tutela da evidência previstas no art. 311, incisos II e III;


É preciso ouvir a outra parte previamente

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de
risco ao resultado útil do processo, quando:

I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;

IV – a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que
o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
Não é preciso ouvir a outra parte previamente

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de
risco ao resultado útil do processo, quando:

II – as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julga-
mento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;

III – se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em
que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;

Questão
A tutela de evidência pode ser concedida de ofício?

Minha opinião
Não é possível a concessão de tutela de evidência de ofício, pois:

A) Salvo disposição legal em contrário, o juiz não pode decidir de ofício;


B) Não se trata de uma matéria de ordem pública;
C) A parte pode não ter interesse na obtenção da tutela (v.g., em razão da teoria do risco-proveito – art. 302 do
CPC);
D) Fere a imparcialidade do juiz;

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Outros aspectos

FPPC 422: A tutela de evidência é compatível com os procedimentos especiais


FPPC 418: As tutelas provisórias de urgência e de evidência são admissíveis no sistema dos Juizados Especiais.
FPPC 423: Cabe tutela de evidência recursal.

Regras Gerais Sobre Tutela Provisória


Competência
Regra Geral

Art. 299. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo competente para
conhecer do pedido principal.

Parágrafo único. Ressalvada disposição especial, na ação de competência originária de tribunal e nos recursos
a tutela provisória será requerida ao órgão jurisdicional competente para apreciar o mérito
Regras do art. 299 do CPC

- Incidental: ao juízo da causa.


-Antecedente: ao juízo competente para conhecer do pedido principal.
-Nos Tribunais: requerida ao órgão competente para apreciar o mérito do recurso ou da ação de competência ori-
ginária.
-Incumbe normalmente ao relator apreciar, mas este pode submeter ao colegiado.
RISTJ

Art. 288. Admitir-se-ão tutela de urgência ou tutela da evidência requeridas em caráter antecedente ou incidental
na forma da lei processual. (Redação dada pela Emenda Regimental n. 22, de 2016)

§ 1º A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela de urgência em caráter antecedente será apensada
oportunamente ao processo a que se refere. (Redação dada pela Emenda Regimental n. 22, de 2016)

§ 2º O relator poderá apreciar a liminar e a própria tutela de urgência, ou submetê-las ao Órgão Julgador compe-
tente. (Redação dada pela Emenda Regimental n. 22, de 2016)
Impedimento ou Suspeição

Art. 146. No prazo de 15 (quinze) dias, a contar do conhecimento do fato, a parte alegará o impedimento ou a
suspeição, em petição específica dirigida ao juiz do processo, na qual indicará o fundamento da recusa, podendo
instruí-la com documentos em que se fundar a alegação e com rol de testemunhas.

§ 3º Enquanto não for declarado o efeito em que é recebido o incidente ou quando este for recebido com efeito
suspensivo, a tutela de urgência será requerida ao substituto legal.
IRDR

Art. 982. Admitido o incidente, o relator:

§ 2º Durante a suspensão, o pedido de tutela de urgência deverá ser dirigido ao juízo onde tramita o processo
suspenso.
Concessão por Juízo Incompetente

Art. 64. A incompetência, absoluta ou relativa, será alegada como questão preliminar de contestação.

§ 4º Salvo decisão judicial em sentido contrário, conservar-se-ão os efeitos de decisão proferida pelo juízo incom-
petente até que outra seja proferida, se for o caso, pelo juízo competente.
Revogação ou Modificação

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Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer tempo, ser
revogada ou modificada.

Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória conservará a eficácia durante o período
de suspensão do processo.

Ausência de Preclusão

“A tutela antecipada pode ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em decisão fundamentada, não havendo
espaço para se falar em preclusão para o órgão julgador.” (STJ – Terceira Turma, AgRg no AREsp 365260 / PI,
rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, DJe 07/10/2014).
Fundamentação Analítica

Art. 298. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz motivará seu convenci-
mento de modo claro e preciso.
FPPC 141
O disposto no art. 298, CPC, aplica-se igualmente à decisão monocrática ou colegiada do Tribunal.

Questão
A tutela provisória pode ser revogada ou modificada sem que ocorra alteração do quadro fático-probató-
rio?

a) alguns admitem a modificação, desde que ocorra mudança fática – alterando o fumus ou o periculum (Theodoro
Jr., Calmon de Passos); b) alguns admitem a modificação, desde que exista novo material probatório (Ovídio Bap-
tista); c) alguns admite a modificação, por simples mudança de opinião do juiz (Galeno Lacerda, Marcelo Lima
Guerra etc.).
Boa-fé objetiva

Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé.
- Condutas corretas, leais e coerentes de todos os sujeitos do processo.
- Uma das concretizações da boa-fé é a proibição ao comportamento contraditório, à conduta incoerente.

Venire contra factum proprium ou nemo potest venire contra factum proprium

Questão
Prevalece o grau hierárquico ou o grau de cognição?

Questões

Se o juiz indeferir a tutela provisória, a parte agravar e tribunal reformar a decisão (concedendo a tutela
provisória), o juiz poderá revogar a tutela provisória ao proferir a sentença de improcedência?

Se o juiz conceder uma tutela provisória, a parte agravar e o tribunal reformar a decisão (cassando a tutela
provisória), o juiz poderá conceder a tutela provisória na sentença?

Respostas

Penso que prevalece o grau de cognição e não o grau hierárquico. Se a cognição seja distinta pode ter ou-
tra decisão.

Primeira Seção do STJ

“PROCESSO CIVIL – RECLAMAÇÃO – TUTELA ANTECIPADA – POSTERIOR SENTENÇA DE MÉRITO –


PREVALÊNCIA.

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1. O juízo provisório outorgado por liminar ou tutela antecipada, oriundo de Tribunal ou por ele chancelado, não
perde a natureza jurídica de precariedade, sendo substituído inteiramente pela sentença de mérito, após cognição
exauriente.

2. Teoria da hierarquia que ofende a lógica do sistema e aprofunda a hierarquização objetiva no âmbito do Poder
Judiciário, aspecto que a nova tendência do processo pretende atenuar. 3. Embargos de declaração prejudicados.
Reclamação improcedente.” (STJ – Primeira Seção, Rcl 1444 / MA, rel. Min. Eliana Calmon).

Terceira Turma do STJ

“Não desrespeita a autoridade de decisão do Tribunal ad quem a sentença que, com base em novos fundamen-
tos, restabelece tutela antecipada cassada em agravo de instrumento” (STJ – Terceira Turma, REsp 1419262 /
BA, rel. Min. João Otávio de Noronha, DJe 17/04/2015).

Questão
Após a prolação da sentença, qual o destino do agravo de instrumento (ou de outro recurso qualquer) in-
terposto contra a decisão de tutela provisória?

Resposta

O entendimento majoritário é que prolatada a sentença, o agravo de instrumento pendenente perde o objeto.
Primeira Turma do STJ

“PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. REALIZAÇÃO DE OBRA PÚBLICA. OCUPA-


ÇÃO TEMPORÁRIA DE IMÓVEL PARTICULAR. PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA. DEFERIMENTO. SU-
PERVENIÊNCIA DE SENTENÇA DE MÉRITO. PERDA DO OBJETO DO RECURSO.

1. Segundo entendimento pacífico desta Casa de Justiça, a superveniência de sentença de mérito preju-
dica o exame do recurso especial interposto contra acórdão que, em sede de agravo de instrumento, mantém
decisão deferitória de antecipação de tutela.

2. "As medidas liminares, editadas em juízo de mera verossimilhança, objetivam ajustar provisoriamente a si-
tuação das partes, desempenhando no processo função de natureza temporária. Sua eficácia se encerra
com a superveniência da sentença, provimento tomado à base de cognição exauriente, apto a dar trata-
mento definitivo à controvérsia" (AgRg no Ag 1.322.825/SP, rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, Segunda Turma,
DJe 03/02/2011).

3. Hipótese em que nenhuma utilidade prática haveria na apreciação do presente recurso, porquanto even-
tual reforma da decisão interlocutória não teria o condão de operar efeitos em detrimento daqueles já produzi-
dos pela sentença de mérito. 4. Agravo interno desprovido.” (STJ – Primeira Turma, AgInt no AREsp 476106 / SP,
rel. Min. Gurgel de Faria, DJe 20/10/2016).

Segunda Turma do STJ

“Nos termos da jurisprudência pacífica do STJ, a superveniência da sentença de mérito que defere ou indefere
medida liminar ou antecipação de tutela ocasiona a perda do objeto do recurso especial. Precedentes.”
(STJ – Segunda Turma, AgRg no AREsp 555711 / PB, rel. Min. Francisco Falcão, DJe 20/10/2016

Questão
O juiz pode manter a tutela de urgência após proferir sentença de improcedência?

Perece incoerente, porque a cognição na tutela de urgência é sumária e na sentença é exauriente. Se não
existe direito, como existe probabilidade de direito?

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Mas há autores, como Daniel Assumpção Neves, que entendem que é possível a manutenção da tutela de urgên-
cia pelo juiz após a prolação da sentença de improcedência, quando o magistrado vislumbra a possibilidade de
sua sentença ser reformada (por exemplo, em razão de posicionamento jurisprudencial contrário do tribunal).

Restituição de valores ao Erário após cassação da tutela provisória

A parte que recebeu algum valor do Poder Público em virtude de decisão de tutela provisória, deve devol-
ver esse valor se essa decisão for posteriormente cassada pelo Tribunal?

Resposta
O STJ entende que é legítima a restituição ao Erário de valores pagos em virtude de decisão judicial precária, que
venha a ser posteriormente cassada.

Primeira Seção do STJ

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA EM AGRAVO EM RECURSO ES-


PECIAL. SERVIDOR PÚBLICO. VALORES RECEBIDOS POR FORÇA DE DECISÃO JUDICIAL PRECÁRIA,
POSTERIORMENTE CASSADA. RESTITUIÇÃO AO ERÁRIO. POSSIBILIDADE.

1. Encontra-se consolidada nessa Corte a orientação concernente à obrigatoriedade de restituição ao erário nas
hipóteses em que o pagamento dos valores pleiteados pela Administração Pública se deu por força de decisão
judicial precária, não cabendo em tais casos a aplicação do entendimento de que o servidor encontrava-se de boa
fé, posto que sabedor da fragilidade e provisoriedade da tutela concedida. Precedente: EREsp 1.335.962/RS, Rel.
Ministro Arnaldo Esteves Lima, Primeira Seção, DJe 2/8/2013. 2. Embargos de divergência providos. (EAREsp
58820 / AL, rel. Min. Benedito Gonçalves, DJe 14/10/2014).

Primeira Turma do STF

DIREITO ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDOR PÚ-


BLICO. MIGRAÇÃO PARA OUTRA CARREIRA. MANUTENÇÃO DOS QUINTOS INCORPORADOS. IMPOSSI-
BILIDADE.

1. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, após reconhecida a repercussão geral da matéria no RE 587.371-RG,
julgado sob a relatoria do Ministro Teori Zavascki, firmou o entendimento no sentido de que inexiste direito adqui-
rido à manutenção do recebimento de “quintos” incorporados em determinado regime jurídico quando da
migração para regime jurídico diverso e de outro ente federativo.

2. A formação de um regime híbrido, só com as vantagens legais dos cargos públicos ocupados, não encontra
amparo constitucional, além de prejudicar a transparência no serviço público.

3. Em respeito ao princípio da boa-fé, devem ser preservados os valores já recebidos pela ora agravante (AI
410.946-AgR, Rel.ª Min.ª Ellen Gracie). 4. Agravo regimental a que se nega provimento. (RE 660033 AgR / DF,
rel. Min. Roberto Barroso, DJe-217 DIVULG 28-10-2015 PUBLIC 29-10-2015)
Cumprimento da Tutela Provisória

Prevalece a atipcidade dos meios executivos para o cumprimento da tutela provisória, vale dizer, o juiz pode tor-
mar as medidas que considerar adequadas (indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias), aplicando,
no couber, as normas do cumprimento provisório da sentença (v.g., responsabilidade objetiva do requerente e exi-
gência de caução para certos atos).

Art. 297

Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela provisória.
Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento provisório da
sentença, no que couber.

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Art. 139, IV

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:
IV - determinar todas as medidas indutivas, coercitivas, mandamentais ou sub-rogatórias necessárias para asse-
gurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;

ENFAM 48

O art. 139, IV, do CPC/2015 traduz um poder geral de efetivação, permitindo a aplicação de medidas atip
́ icas para
garantir o cumprimento de qualquer ordem judicial, inclusive no âmbito do cumprimento de sentença e no pro-
cesso de execução baseado em títulos extrajudiciais.

Art. 536, § 1º

Art. 536. No cumprimento de sentença que reconheça a exigibilidade de obrigação de fazer ou de não fazer, o juiz
poderá, de ofício ou a requerimento, para a efetivação da tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado
prático equivalente, determinar as medidas necessárias à satisfação do exequente.

§ 1º Para atender ao disposto no caput, o juiz poderá determinar, entre outras medidas, a imposição de multa, a
busca e apreensão, a remoção de pessoas e coisas, o desfazimento de obras e o impedimento de atividade no-
civa, podendo, caso necessário, requisitar o auxílio de força policial.
Já as normas para cumprimento provisório, aplicáveis à tutela provisória, estão nos art. 520 e 521 do CPC.
Recursos e Tutela Provisória
Agravo de Instrumento

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:

I – tutelas provisórias;
FFPC 29: É agravável o pronunciamento judicial que postergar a análise do pedido de tutela provisória ou condici-
onar sua apreciação ao pagamento de custas ou a qualquer outra exigência.

Apelação

Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.

§ 5º O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é impugnável na apelação.
Agravo Interno

Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, obser-
vadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal.

FPPC 142: Da decisão monocrática do relator que concede ou nega o efeito suspensivo ao agravo de instrumento
ou que concede, nega, modifica ou revoga, no todo ou em parte, a tutela jurisdicional nos casos de competência
originária ou recursal, cabe o recurso de agravo interno nos termos do art. 1.021 do CPC.
RE ou REsp
Súmula 735 do STF: NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONTRA ACÓRDÃO QUE DEFERE MEDIDA
LIMINAR.
Terceira Turma do STJ
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. AUSÊNCIA
DOS REQUISITOS AUTORIZADORES. NECESSIDADE DE REVOLVIMENTO DE MATÉRIA FÁTICO-PRO-
BATÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULAS Nº 7/STJ E N° 735/STF.

1. A jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça entende que não é cabível recurso especial para reexaminar
decisão que defere ou indefere liminar ou antecipação de tutela, haja vista a natureza precária da decisão, a teor
do que dispõe a Súmula nº 735/STF.

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2. Rever as conclusões do tribunal recorrido demandaria o reexame de matéria fático-probatória, o que é inviável
em sede de recurso especial, nos termos da Súmula nº 7 do Superior Tribunal de Justiça. 3. Agravo regimental
não provido. (AgRg no AREsp 573120 / DF, rel. Ministro RICARDO VILLAS BÔAS CUEVA, DJe 09/02/2015).
Quarta Turma do STJ

AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. MAIORI-


DADE. ANTECIPAÇÃO DE TUTELA. REVISÃO NO STJ. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 735/STF. SÚMULA
7/STJ.

1. O STJ, em sintonia com o disposto no enunciado da Súmula 735 do STF, entende que, via de regra, não é ca-
bível recurso especial para reexaminar
decisão que defere ou indefere liminar ou antecipação de tutela, em razão da natureza precária da decisão, sujeita
à modificação a qualquer tempo, devendo ser confirmada ou revogada pela sentença de mérito.
Precedentes.

2. Ainda que cabível, em tese, o recurso especial, seria imprescindível o reexame do contexto fático e probatório
dos autos para a verificação dos pressupostos ensejadores da tutela antecipada, providência inviável nesta instân-
cia em face da Súmula 7/STJ, conforme a jurisprudência pacífica desta Corte.

3. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no AREsp 601982 / RS, rel. Ministra MARIA ISABEL GA-
LLOTTI, DJe 10/12/2014).

Tutela Provisória Contra a Fazenda Pública


- Argumentos contrários:

a) remessa necessária e
b) pagamento de débitos judiciais por precatório (art. 100 da CF).
- Argumentos favoráveis:

a) a remessa é só para sentença, não abrangendo as decisões interlocutórias – aliás, no MS tem remessa e
mesmo assim sempre se admitiu a concessão de liminar;

b) a CF fala em sentença que transitou em julgado e nem toda tutela provisória é para pagamento de quantia em
dinheiro, que exija a expedição do precatório (v.g., tutela antecipada para receber medicamento, tutela antecipada
para suspender a exigibilidade do crédito tributário).

Primeira Turma do STJ


PROCESSO CIVIL. TUTELA ANTECIPADA CONCEDIDA NA SENTENÇA. EFEITO DA APELAÇÃO.

O reexame necessário a que estão sujeitas as sentenças proferidas contra a Fazenda Pública não constitui óbice
à antecipação da tutela.

O recebimento da apelação apenas no efeito devolutivo, preservando a eficácia da tutela antecipada concedida na
sentença, não viola o art. 475, II, do Código de Processo Civil. - Agravo regimental desprovido. (AgRg no AREsp
32608 / PE, rel. Min. Ari Pargendler, DJe 04/02/2014).

Segunda Turma do STJ

É possível a concessão de tutela antecipada contra a Fazenda Pública para obrigá-la a custear cirurgia cardíaca a
cidadão que não consegue ter acesso, com dignidade, a tratamento que lhe assegure o direito à vida, podendo
ser fixada multa cominatória para tal fim, ou até mesmo determinar o bloqueio de verbas públicas.

O direito fundamental, nestes casos, prevalece sobre as restrições financeiras e patrimoniais contra a Fazenda
Pública. Precedentes. Agravo regimental improvido. (AgRg no AREsp 420158 / PI, rel. Min. Humberto Martins, DJe
09/12/2013).

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Segunda Turma do STJ

É possível a concessão de antecipação dos efeitos da tutela contra a Fazenda Pública para obrigá-la a fornecer
medicamento a cidadão que não consegue ter acesso, com dignidade, a tratamento que lhe assegure o direito à
vida, podendo, inclusive, ser fixada multa cominatória para tal fim, ou até mesmo proceder-se a bloqueio de ver-
bas públicas.

Precedentes. (AgRg no REsp 1291883 / PI, rel. Min. Castro Meira, DJe 01/07/2013).
Restrições no NCPC

Art. 1.059. À tutela provisória requerida contra a Fazenda Pública aplica-se o disposto nos arts. 1º a 4º da Lei nº
8.437, de 30 de junho de 1992, e no art. 7º, § 2º, da Lei nº 12.016, de 7 de agosto de 2009.
Lei 12.016/09

Art. 7o

§ 2o Não será concedida medida liminar que tenha por objeto a compensação de créditos tributários, a entrega de
mercadorias e bens provenientes do exterior, a reclassificação ou equiparação de servidores públicos e a con-
cessão de aumento ou a extensão de vantagens ou pagamento de qualquer natureza.

§ 5o As vedações relacionadas com a concessão de liminares previstas neste artigo se estendem à tutela anteci-
pada a que se referem os arts. 273 e 461 da Lei no 5.869, de 11 janeiro de 1973 - Código de Processo Civil.
Lei 8.437/92

Art. 1° Não será cabível medida liminar contra atos do Poder Público, no procedimento cautelar ou em quaisquer
outras ações de natureza cautelar ou preventiva, toda vez que providência semelhante não puder ser concedida
em ações de mandado de segurança, em virtude de vedação legal.

§ 1° Não será cabível, no juízo de primeiro grau, medida cautelar inominada ou a sua liminar, quando impugnado
ato de autoridade sujeita, na via de mandado de segurança, à competência originária de tribunal.

§ 2° O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos processos de ação popular e de ação civil pública.

§ 3° Não será cabível medida liminar que esgote, no todo ou em qualquer parte, o objeto da ação.

§ 4° Nos casos em que cabível medida liminar, sem prejuízo da comunicação ao dirigente do órgão ou entidade, o
respectivo representante judicial dela será imediatamente intimado. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35,
de 2001)

§ 5o Não será cabível medida liminar que defira compensação de créditos tributários ou previdenciários. (Incluído
pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)

Art. 2º No mandado de segurança coletivo e na ação civil pública, a liminar será concedida, quando cabível, após
a audiência do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de
setenta e duas horas .

Art. 3° O recurso voluntário ou ex officio, interposto contra sentença em processo cautelar, proferida contra pes-
soa jurídica de direito público ou seus agentes, que importe em outorga ou adição de vencimentos ou de reclassifi-
cação funcional, terá efeito suspensivo.

Art. 4° Compete ao presidente do tribunal, ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso, suspender, em
despacho fundamentado, a execução da liminar nas ações movidas contra o Poder Público ou seus agentes, a
requerimento do Ministério Público ou da pessoa jurídica de direito público interessada, em caso de manifesto in-
teresse

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL– AULA 09
RODRIGO DA CUNHA

público ou de flagrante ilegitimidade, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públi-
cas.

§ 1° Aplica-se o disposto neste artigo à sentença proferida em processo de ação cautelar inominada, no processo
de ação popular e na ação civil pública, enquanto não transitada em julgado.

§ 2o O Presidente do Tribunal poderá ouvir o autor e o Ministério Público, em setenta e duas horas. (Redação
dada pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)

§ 3o Do despacho que conceder ou negar a suspensão, caberá agravo, no prazo de cinco dias, que será levado a
julgamento na sessão seguinte a sua interposição. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)

§ 4o Se do julgamento do agravo de que trata o § 3o resultar a manutenção ou o restabelecimento da decisão


que se pretende suspender, caberá novo pedido de suspensão ao Presidente do Tribunal competente para conhe-
cer de eventual recurso especial ou extraordinário. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)

§ 5o É cabível também o pedido de suspensão a que se refere o § 4o, quando negado provimento a agravo de
instrumento interposto contra a liminar a que se refere este artigo. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de
2001)

§ 6o A interposição do agravo de instrumento contra liminar concedida nas ações movidas contra o Poder Público
e seus agentes não prejudica nem condiciona o julgamento do pedido de suspensão a que se refere este artigo.
(Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)

§ 7o O Presidente do Tribunal poderá conferir ao pedido efeito suspensivo liminar, se constatar, em juízo prévio, a
plausibilidade do direito invocado e a urgência na concessão da medida. (Incluído pela Medida Provisória nº
2,180-35, de 2001)

§ 8o As liminares cujo objeto seja idêntico poderão ser suspensas em uma única decisão, podendo o Presidente
do Tribunal estender os efeitos da suspensão a liminares supervenientes, mediante simples aditamento do pedido
original. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)

§ 9o A suspensão deferida pelo Presidente do Tribunal vigorará até o trânsito em julgado da decisão de mérito na
ação principal. (Incluído pela Medida Provisória nº 2,180-35, de 2001)

Lei 9.494/1997

Art. 1º Aplica-se à tutela antecipada prevista nos arts. 273 e 461 do Código de Processo Civil o disposto nos arts.
5º e seu parágrafo único e 7º da Lei nº 4.348, de 26 de junho de 1964, no art. 1º e seu § 4º da Lei nº 5.021, de 9
de junho de 1966, e nos arts. 1º, 3º e 4º da Lei nº 8.437, de 30 de junho de 1992.
Lei 8.036/90

Art. 29-B. Não será cabível medida liminar em mandado de segurança, no procedimento cautelar ou em quais-
quer outras ações de natureza cautelar ou preventiva, nem a tutela antecipada prevista nos arts.
273 e 461 do Código de Processo Civil que impliquem saque ou movimentação da conta vinculada do trabalhador
no FGTS. Incluído pela Medida Provisória nº 2.197-43, de 2001)

Constitucionalidade das Restrições


STF - ADC 4 MC / DF - DISTRITO FEDERAL
MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE
Relator(a):

Min. SYDNEY SANCHES
Julgamento: 11/02/1998 Órgão Julgador: Tribunal Pleno


Publicação
DJ 21-05-1999 PP-00002 EMENT VOL-01951-01 PP-00001

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EMENTA: AÇÃO DIRETA DE CONSTITUCIONALIDADE DO ART. 1º DA LEI N 9.494, DE 10.09.1997, QUE DIS-
CIPLINA A APLICAÇÃO DA TUTELA ANTECIPADA CONTRA A FAZENDA PÚBLICA. MEDIDA CAUTELAR:
CABIMENTO E ESPÉCIE, NA A.D.C. REQUISITOS PARA SUA CONCESSÃO.

1. Dispõe o art. 1º da Lei nº 9.494, da 10.09.1997: "Art. 1º . Aplica-se à tutela antecipada prevista nos arts. 273 e
461 do Código de Processo Civil, o disposto nos arts 5º e seu parágrafo único e art. 7º da Lei nº 4.348, de 26 de
junho de 1964, no art. 1º e seu § 4º da Lei nº 5.021, de 09 de junho de 1966, e nos arts. 1º , 3º e 4º da Lei nº
8.437, de 30 de junho de 1992."

2. Algumas instâncias ordinárias da Justiça Federal têm deferido tutela antecipada contra a Fazenda Pública, ar-
gumentando com a inconstitucionalidade de tal norma. Outras instâncias igualmente ordinárias e até uma Superior
- o S.T.J. - a têm indeferido, reputando constitucional o dispositivo em questão.

3. Diante desse quadro, é admissível Ação Direta de Constitucionalidade, de que trata a 2ª parte
do inciso I do art. 102 da C.F., para que o Supremo Tribunal Federal dirima a controvérsia sobre a questão preju-
dicial constitucional. Precedente: A.D.C. n 1. Art. 265, IV, do Código de Processo Civil.

4. As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo Supremo Tribunal Federal, nas Ações Declaratórias de Consti-
tucionalidade de lei ou ato normativo federal, produzem eficácia contra todos e até efeito vinculante, relativamente
aos demais órgãos do Poder Judiciário e ao Poder Executivo, nos termos do art. 102, § 2º , da C.F.

5. Em Ação dessa natureza, pode a Corte conceder medida cautelar que assegure, temporariamente, tal força e
eficácia à futura decisão de mérito. E assim é, mesmo sem expressa previsão constitucional de medida cautelar
na A.D.C., pois o poder de acautelar é imanente ao de julgar. Precedente do S.T.F.: RTJ-76/342.

6. Há plausibilidade jurídica na argüição de constitucionalidade, constante da inicial ("fumus boni iuris"). Prece-
dente: ADIMC - 1.576-1.

7. Está igualmente atendido o requisito do "periculum in mora", em face da alta conveniência da Administração
Pública, pressionada por liminares que, apesar do disposto na norma impugnada, determinam a incorporação ime-
diata de acréscimos de vencimentos, na folha de pagamento de grande número de servidores e até o pagamento
imediato de diferenças atrasadas. E tudo sem o precatório exigido pelo art. 100 da Constituição Federal, e, ainda,
sob as ameaças noticiadas na inicial e demonstradas com os documentos que a instruíram.

8. Medida cautelar deferida, em parte, por maioria de votos, para se suspender, "ex nunc", e com efeito vinculante,
até o julgamento final da ação, a concessão de tutela antecipada contra a Fazenda Pública, que tenha por pressu-
posto a constitucionalidade ou inconstitucionalidade
do art. 1º da Lei nº 9.494, de 10.09.97, sustando-se, igualmente "ex nunc", os efeitos futuros das decisões já pro-
feridas, nesse sentido.

Matéria Previdenciária

Súmula 729 do STF: A decisão na ADC-4 não se aplica à antecipação de tutela em causa de natureza previdenci-
ária.
Meios de impugnação à decisão que concede tutela antecipada contra a Fazenda Pública
- Agravo de instrumento
- Reclamação (por à tese fixada pelo STF na ADC 4)
- Pedido de Suspensão dirigido ao Presidente do Tribunal competente para julgar o recurso

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