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Anteriormente, estudamos a organização do Estado brasileiro, a divisão dos Poderes

e suas funções, de acordo com o que prevê a CF/88. Vimos que a República Federativa
do Brasil é formada por três Poderes organizados e independentes entre si: Poder
Legislativo, Poder Executivo e Poder Judiciário.

Entretanto, aluno, existem algumas funções que também estão previstas na


Constituição Federal, as quais não pertencem a nenhum desses poderes, ou seja, são
independentes, mas são, de igual sorte, essenciais à formação do Estado Democrático de
Direito. Dentre essas funções, está o Ministério Público.

O Ministério Público, a Defensoria Pública e a Advocacia Pública e Privada são


intitulados pela Constituição Federal, em seu Capítulo IV, como funções essenciais à
Justiça, isso porque são essas funções as responsáveis por provocar a atuação do Poder
Judiciário.

Vamos agora conhecer um pouco mais sobre o Ministério Público? Afinal, nesta
Seção você está agindo como um membro desta importante Instituição.

O MINISTÉRIO PÚBLICO NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 – FUNÇÃO


ESSENCIAL À JUSTIÇA.

De acordo com o que preleciona o art. 127 da CF/88, o Ministério Público é uma
instituição independente, de caráter permanente, o que significa que não pode ser extinta,
qual tem como objetivo maior a defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos
interesses sociais e individuais indisponíveis.

O Ministério Público, conforme previsão contida no art. 128, divide-se em Ministério


Público da União (composto pelo Ministério Público Federal, Ministério Público do
Trabalho, Ministério Público Militar e Ministério Público do Distrito Federal e territórios) e
Ministério Público dos Estados.

Como função essencial à Justiça que é, rege-se por alguns princípios institucionais
previstos na própria Constituição, elencados no art. 127, §1º:

 Unidade: significa que todos os seus membros integram um único órgão e


são dirigidos por um único chefe.

PONTO DE ATENÇÃO

O princípio institucional da Unidade não quer, de forma alguma, dizer que só existe um
Ministério público, como aduz o art. 128, existem divisões. O princípio se refere à unidade dentro
de um mesmo órgão.
Por exemplo, todos os membros do Ministério Público Federal integram esse órgão e estão
submetidos a uma mesma direção. Já os membros do Ministério Público Estadual integram um
órgão distinto e estão submetidos a uma chefia diferente em cada Estado da Federação.

 Indivisibilidade: Significa que os membros da Instituição possam ser


substituídos uns pelos outros, desde que da mesma carreira, sem qualquer
prejuízo dos atos realizados.
 Independência funcional: Significa que todos os membros do Ministério
Público são livres para agir de acordo com as suas convicções jurídicas
próprias, não se vinculam a nenhuma outra, desde que obviamente dentro da
legalidade.

Para assegurar a independência e efetiva atuação do Ministério Público, a


Constituição Federal da mesma forma que fez com o Poder Judiciário, através do
disposto no art. 128, § 5º, I, atribuiu aos seus membros algumas garantias, como:

 Vitaliciedade: Após cumprido o período de 2 (dois) anos do estágio


probatório, adquirem o direito de permanência vitalícia no cargo, só podendo
ser exonerados após sentença judicial transitada em julgado.

 Inamovibilidade: Não podem ser removidos ou promovidos, senão por


iniciativa própria.

 Irredutibilidade de subsídios: Garante que a sua remuneração não sofrerá


diminuições, ressalvadas as hipóteses fixadas no artigo 37, incisos X e XI,
artigo 39, § 4o, artigo 150, II, e artigo III e § 2o, I, da CF/88.

Da mesma forma que a Constituição previu garantias, também estabeleceu algumas


vedações previstas no art. 128, §5º, II, como o exercício da advocacia e de atividade
político partidária pelo membro do Ministério Público.

E quais são as funções institucionais do Ministério Público? Quais as


atividades que os seus membros desempenham?

A maioria das competências do Ministério Público está descrita no art. 129 da CF/88,
entretanto, não se trata de um rol exaustivo, o legislador infraconstitucional pode
estabelecer outras competências, desde que compatíveis com a sua missão institucional.

O inciso I do referido dispositivo atribui ao Ministério uma das suas funções mais
usuais e conhecidas, que é a titularidade privativa para propor a propositura da ação
penal pública. Porém, o Ministério Público também exerce um importante papel no âmbito
civil, possuindo ampla competência para agir na defesa de interesses sociais e individuais
indisponíveis, nesse sentido, possui, por exemplo, competência para a promoção de ação
civil pública e de inquérito civil para a apuração de violações a interesses difusos e
coletivos (art. 129, III).

Além das competências previstas na Constituição Federal, o Código de Processo


Civil cuida também de regulamentar algumas das situações em que a atuação do
Ministério Público será obrigatória.

No art. 178 prevê as hipóteses em que o Ministério Público atuará como fiscal da lei
durante o curso de um processo judicial, seguinte sentido:

Art. 178. O Ministério Público será intimado para, no prazo de


30 (trinta) dias, intervir como fiscal da ordem jurídica nas
hipóteses previstas em lei ou na Constituição Federal e nos
processos que envolvam:
I - interesse público ou social;
II - interesse de incapaz;
III - litígios coletivos pela posse de terra rural ou urbana.
(BRASIL, 1988).

Nessas hipóteses, a atuação do Ministério Público se materializará


majoritariamente pela manifestação nos autos através de pareceres, onde exporá a
sua opinião de forma fundamentada. Os pareceres do Ministério Público não visam à
defesa de uma das partes, mas sim a proteção do interesse público e social.

PONTO DE ATENÇÃO

Quanto a forma da referida peça opinativa, por óbvio, como qualquer peça jurídica, ela
precisa seguir alguma formalidade, entretanto, possui forma livre, devendo, em regra,
possuir um cabeçalho, o relatório dos fatos, a fundamentação jurídica que embasam a
convicção exposta, e a conclusão onde será resumida a opinião do parecerista e, ao final, a
sua assinatura.

Os pareceres ministeriais, por sua vez, não vinculam o Poder Judiciário, como
dito, são peças opinativas. Entretanto, são de importância fundamental para esses
processos, pois representam em sua essência a garantia da legalidade do feito, já
que a atuação do Ministério Público deve ser imparcial, optando sempre pela
promoção da Justiça e visando garantir a correta aplicação da norma.

Dessa forma, sempre que uma ação judicial envolver situações elencadas no
art. 178 do CPC, a intimação do Ministério Público para atuar como fiscal da lei será
obrigatória, devendo o mesmo se manifestar nos autos através de parecer opinativo.

Nos casos de intervenção como fiscal da ordem jurídica, o Ministério Público


terá, ainda, vista dos autos depois das partes, sendo intimado de todos os atos do
processo e poderá produzir provas, requerer as medidas processuais pertinentes e
recorrer, conforme previsão do art. 179 do CPC/2015.

PONTO DE ATENÇÃO

O Ministério Público goza da prerrogativa processual do prazo em dobro para se


manifestar, conforme dispõe o art. 180 e art. 183, §1º do CPC/2015.

Apesar de a lei apresentar as hipóteses de intervenção, o juiz, sempre que


entender que o caso em apreciação envolve interesse público de relevância, pode
provocar a intervenção do Órgão Ministerial. Não obstante, o Ministério Público
também poderá atuar em alguns casos como parte, conforme previsão constante no
art. 177 do CPC, nos casos previstos no art. 129 da Constituição, lembrando que
não é um rol exaustivo!

DA ATUAÇÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO NA AÇÃO POPULAR - LEI Nº 4.417/65.

Como você já aprendeu, a Ação Popular é regulamentada pela Lei nº 4.417/65,


a qual estabelece um rito próprio para o processamento da ação, aplicando,
subsidiariamente, naquilo que não for contrário às regras do CPC.
Referida Lei possui algumas particularidades no que concerne à previsão da
atuação do Ministério Público no processo, ela institui diversas funções ministeriais,
possibilitando tanto a sua atuação como fiscal da lei, como parte autora.

No art. 6º, §4º a Lei já lhe atribui três funções distintas: acompanhar a ação,
apressar a produção de provas e promover a responsabilidade civil e criminal,
daqueles que incorrerem nela. Veja que, em um mesmo artigo, há a previsão da sua
atuação como custos legis (fiscal da lei) – agilizar a produção de provas e
acompanhar a ação – e como parte quando da promoção da ação penal e da ação
de responsabilidade civil.

Na sequência, quando a lei trata do rito procedimental da Ação Popular em seu


art. 7º, I, ‘a, determina que o juiz, ao despachar a inicial, deverá intimar o
representante do Ministério Público, o qual deverá ainda, conforme dispõe o §1º do
mesmo dispositivo, providenciar para que as eventuais requisições de documentos
sejam cumpridas dentro dos prazos fixados pelo juiz, agindo nessa condição como
fiscal da lei.

Por sua vez, o art. 9º da Lei prevê a possibilidade do órgão ministerial assumir
o lugar da parte autora quando a mesma desistir da ação ou der motivo à absolvição
da mesma. Nessa situação, o Ministério Público atuará como parte da ação e não
como fiscal da lei.

Em síntese, a atuação do Ministério Público na Ação Popular é ampla,


conferindo à Lei a possibilidade de realizar atividade distintas:

Acompanhar a ação

Apressar a produção de
provas

Cuidar do cumprimento da
Intimação Obrigatória
requisição de documentos
Ação Popular do MP (art.7º, I, ‘a’)

Promover ação de
responsabilidade civil e
criminal

Figura 1: papel do MP na ação popular


Nos casos de desistência,
assumir o polo ativo
Fonte: elaborado pela autora

PONTO DE ATENÇÃO

O art. 6º, §4º da Lei da Ação popular, ao mesmo tempo que atribuiu funções ao Ministério
Público, também veda que o mesmo assuma a defesa do ato impugnado ou dos seus autores. Isso não
significa, aluno, que quando o órgão ministerial tiver que se pronunciar sobre o mérito da ação após a
fase probatória, não poderá levantar eventuais vícios da ação ou outras matérias mesmo que
contrárias ao autor.

Isso porque, invariavelmente, o Ministério Público deve agir objetivando a correta aplicação da
norma, a defesa do interesse público e o alcance da Justiça, conforme o papel que a Constituição l he
atribui. Logo, o que a lei proíbe é que o Ministério Público assuma a defesa, entretanto nada i mpe de
que ele opine em sentido contrário do argumentado pelo autor e entenda pela legalidade do ato
impugnado, até mesmo porque está amparado pelo princípio da independência funcional, que
permite a formação do seu livre convencimento, desde que em consonância com a lei e objetivando a
defesa do interesse público e social.

Portanto, aluno, na Ação Popular o Ministério Público assume diversas funções


sem se afastar do seu papel constitucional. O renomado professor Hely Lopes
Meirelles (2003) ensina que o Ministério Público, amparado nos princípios
institucionais que o fundamentam, tem a liberdade de se manifestar a favor ou
contra o autor, pois o que é vedado pela lei é que o órgão ministerial promova atos
processuais contra o autor, como a contradita da inicial. No entanto, deve, em sua
manifestação final, opinar pela procedência ou improcedência da ação, de acordo
com o seu livre convencimento.

Na Ação Popular, a manifestação do Ministério Público sobre o mérito da


ação também se dará por meio de parecer, conforme estudamos no tópico anterior.
Portanto, também na Ação Popular o parecer é a peça opinativa por meio da qual o
órgão ministerial expressa o seu entendimento.
E então, aluno, preparado para praticar?

De acordo com o que foi solicitado a você em nosso contexto, sabemos que
a peça prática processual a ser elaborada é uma peça opinativa, ou seja, ela deve
refletir o entendimento jurídico do membro do Ministério Público nos autos da Ação
Popular posta em causa.

Como você teve a oportunidade de aprender, não há a previsão expressa de


que referida peça siga um determinado formato, entretanto, ela deve obedecer
alguma formalidade, como qualquer peça processual. Por isso, a praxe recomenda
que você divida a sua peça opinativa da seguinte forma:

 Cabeçalho: onde constarão todos os dados da ação popular a que a


peça opinativa se destina.
 Relatório: onde serão narrados os fatos objeto da ação e a tramitação
processual.
 Fundamentação: onde serão expostos os posicionamentos doutrinários
e jurisprudenciais, caso existam, que subsidiaram o entendimento do
Ministério Público.
 Conclusão: onde serão elencadas as suas conclusões, opinando pela
procedência ou improcedência, parcial ou total, da ação popular.
 Data: importante elemento para o controle da transparência do
andamento da ação.
 Assinatura: elemento necessário para dar validade à peça, deve ser
assinada pelo Promotor que exara a peça, levando em conta o princípio
institucional da indivisibilidade do Ministério Público.

Mãos à obra!

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