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Versão – 2.3
Florianópolis
2011
∴
Custos Industriais
Apostilha de Custos Industriais
1 – Introdução
O objetivo deste livro é contribuir para que o aluno disponha,
antecipadamente, do conteúdo a ser ministrado em sala de aula. A 2 – Teoria da Produção – Custos
assim tenha condições de conhecer, acompanhar a evolução do 3 – Ajuste de curvas polinomiais;
programa e discutir a matéria durante a sua apresentação.
4 – O Plano de Contas;
É intenção do autor evitar que o aluno copie conteúdo ou teoria 5 – A margem de contribuição;
apresentada em quadro negro.
6 – O custeio;
Deste modo, ao findar o curso, o discente disporá de uma 7 – A apropriação de custos;
expressão documental contínua e coerente com o que foi discutido,
8 – Sistemas de apropriação de custos;
apresentado ou resolvido durante em sala de aula.
9 – Métodos modernos de custeio
Ela não dispensa a consulta e o estudo da bibliografia em 10 – O custo padrão;
referência ou complementar, pois representa simples notas de aula,
resumo do conteúdo tratado. 11 - A depreciação;
12 - O lucro e a produtividade;
O autor recomenda ao aluno resolver os exercícios constantes
da apostilha e, refazer, aqueles solvidos em sala de aula visando à
13 – Tributos
devida fixação do conteúdo discutido. 14 – Encargos Sociais;
15 – A precificação;
Florianópolis, março de 2011.
16 – Preços Estratégicos de Mercado
Antonio Victorino Avila 17 – Balanced Scorecard;
Engenheiro Civil, MSc. Em Engenharia de Produção
18– Referências Bibliográficas
Versão 2.3 – JANEIRO DE 2.011
Copyright do Autor
Permitida cópia e reprodução, citada a fonte.
Apostilha CustosIndustriais~2011 4
ENG.º ANTONIO VICTORINO AVILA, MSc. Custos & Precificação
10.2.1 – Rotina do Custo Padrão 130 13.2.3 - Taxas. 157
10.3 – ANÁLISE DE DESVIOS. 131 13.2.4 - Fundos. 157
10.3.1 - Variação de Quantidade. 131 13.3 – CALCULO DO TRIBUTO E BASE DE CÁLCULO 158
10.3.2 - Variação de Preço 131 13.3.1 – Enquadramento tributário. 158
10.3.3 – Variação de Composição 131 13.3.2 – Ramo da Empresa 159
10.3.4 – Exemplo 131 13.3.3 – Regimes de tributação 159
10.4 – ANÁLISE DE DESEMPENHO 132 13.4 – IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS – ISS. 161
13.5 – O IPI. 161
11 – A DEPRECIAÇÃO. 136 13.6 – O ICMS. 164
11.1 – INTRODUÇÃO. 136 13.6.1 – Do Imposto 164
11.2 – DEDUÇÃO OU DESPESA. 136 13.6.2 – Exemplo 165
11.3 – O MÉTODO DA LINHA RETA 137 13.7 – REGIME DO LUCRO REAL. 166
11.3.1 – Utilização 137 13.8 – O IMPOSTO DE RENDA – LUCRO REAL. 168
11.3.2 – Exercício 138 13.9 – CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE O LUCRO LÍQUIDO – LUCRO REAL 169
11.4 - MÉTODO DA SOMA DOS DÍGITOS DOS ANOS 138 13.9.1 – Conceitos e alíquotas 169
11.4.1 - Utilização 138 13.9.2 – Exercícios de aplicação 169
11.4.2 – Exercício 138 13.10 – COFINS E PIS-PASEP 170
11.5 - MÉTODO DO SALDO DECRESCENTE 139 13.10.1 - Regime de incidência cumulativa 171
11.5.1 - Utilização. 139 13.10.2 - Regime de incidência não-cumulativa 171
11.5.2 – Exemplo 139 13.11 – REGIME DO LUCRO PRESUMIDO 172
11.6 - MÉTODO DA UNIDADE DE PRODUÇÃO 140 13.11.1 – Conceituação 172
11.7. - EXEMPLOS. 141 13.11.2 – Imposto de Renda – Lucro Presumido 173
11.8 - EXERCÍCIOS. 142 13.11.2.2 - Percentuais de presunção. 174
13.11.3 – CSLL – Lucro Presumido. 176
12 – O LUCRO & A LUCRATIVIDADE
LUCRATIVIDADE 148 13.11.4 - Conceito de Receita Bruta 177
13.11.5 - Valores Integrantes da Base de Cálculo 177
12.1 – INTRODUÇÃO 148 13.11.6 - Receitas Tributadas na Fonte 180
12.2 - VISÃO COMERCIAL 148 13.11.7 – Exemplos de Aplicação. 181
12.2.1 - Definições. 148 13.12 – O SIMPLES NACIONAL. 183
12.2.2 - Caso do comércio. 149 13.12.1 – Definições. 183
12.2.3 – Caso da construção. 150 13.12.2 – Calculo do Tributo 184
12.3 – MÉTODO DUPONT. 151 13.12.3 – Exemplo 185
12.4 – EXEMPLOS DE CASOS 151 13.13 – DA INCORPORAÇÃO DE EDIFÍCIOS. 186
12.5 – APLICAÇÃO DO SISTEMA DUPONT. 153 13.14 – CONSTRUÇÃO CIVIL 186
12.6 – PARADIGMA DO LUCRO 153 13.14.1- Composição dos tributos sobre o faturamento. 186
12.7 - EXERCÍCIO 154 13.14.2 - Análise de Sensibilidade 187
13.15 – EXERCÍCIOS 192
13 - TRIBUTOS 156 13.15.1 - Exercícios Resolvidos 192
13.1 – INTRODUÇÃO. 156 13.15.1 - Exercícios Propostos. 197
13.2 – TIPOS DE TRIBUTOS 156
13.2.1 - Impostos 157 14 - ENCARGOS SOCIAIS E TRABALHISTAS.
TRABALHISTAS. 199
13.2.2 - Contribuições 157 14.1 - INTRODUÇÃO 199
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ENG.º ANTONIO VICTORINO AVILA, MSc. Custos & Precificação
14.2 – CÁLCULO DOS ENCARGOS. 200 15.4.1 – Metodologia. 235
14.2.1 – Os Tipos de Encargos 200 15.4.2 – Exercício proposto. 235
14.2.2 – Metodologia. 200 15.5 – INDÚSTRIA E COMÉRCIO – MARK-UP 236
14.2.3 – Índice de Encargos. 201 15.5.1 – Definição do mark-up. 236
14.2.4 – Horas normais e extraordinárias. 201 15.5.2 – Metodologia de formação do mark-up 237
14.3 – DEFINIÇÃO DOS ENCARGOS 204 15.5.3 – Exemplo. 237
14.3.1 - Contribuição ao INSS 204 15.5.4 – Exercício proposto 238
14.3.2 - Encargos Previdenciários Básicos. 204 15.6 – PREÇO HORÁRIO DE EQUIPAMENTO. 239
14.3.3 – Descanso Semanal Remunerado - DSR. 205 15.6.1 – Custos administrativos e financeiros. 239
14.3.4 - Auxílio-doença. 206 15.6.2 – Custos de manutenção. 239
14.3.5 - Encargos mensais sobre 13º Salário. 206 15.6.3 – Custos de operação. 239
14.3.6 - Encargo mensal sobre Férias. 207 15.6.4 – Impostos e Taxas. 240
14.3.7 - Reincidência de Encargos Previdenciários. 208 15.6.5 – Metodologia. 240
14.3.8 - Multa FGTS – Rescisão sem justa causa 208 15.6.6 – Exercício. 241
14.3.9 – Aviso Prévio Indenizado. 208 15.7 – PREÇOS DE SERVIÇOS POR ENCOMENDA – BDI 243
14.3.10 - Adicional de Periculosidade. 209 15.7 1. - Metodologia 243
14.3.11 - Adicional da insalubridade. 210 15.7.2 – Exemplo de aplicação 245
14.3.12 - Salário Família. 210 15.7.3 – Exercícios propostos 247
14.4 – EXEMPLOS DE CALCULO DE ENCARGOS 211 15.8 – FORMAÇÃO DO PREÇO INDUSTRIAL. 248
14.4.1 – Caso do Trabalhador Permanente – Mensalista 211 15.9 – PREÇO DE VENDA DE PRODUTOS. 250
14.4.2 - Caso de Trabalhador Temporário. 212 15.9.1 – Metodologia 250
14.5 – EXERCÍCIO 213 15.9.2 - Exemplo – Caso de um Produto 250
14.5.1 – Salário Líquido. 213 15.10 - PREÇO DE MIX DE PRODUTOS. 251
14.5.2 – Custo do empregado. 214 15.10.1 – Teoria. 252
15.10.2 - Aplicação. 253
15 – PRECIFICAÇÃO. 217 15.11 – PREÇO DE SERVIÇOS PROFISSIONAIS. 255
15.1 – INTRODUÇÃO. 217 15.11.1 – Metodologia 255
15.2 - PREÇO POR COMPOSIÇÃO DE CUSTOS. 218 15.12 – EXERCÍCIOS PROPOSTOS. 256
15.2.1 – Preço sob regime do lucro real. 218 16 - PREÇO ESTRATÉGICO DE MERCADO. 260
15.2.2 – Preço sob regime do lucro presumido 220
15.2.3 – Preço sob o regime do simples nacional 221 16.1 – ATRIBUIÇÃO DE PREÇOS DISTINTOS. 260
15.2.4 – Exercício 222 16.2 – PREÇOS COMPETITIVOS. 260
15.3 – CASO DO PROFISSIONAL LIBERAL – PREÇO POR PROJETO. 222 16.3 – PREÇOS POR LINHA DE PRODUTO. 261
15.3.1 – Produção e mercado. 222 16.4 - COMENTÁRIOS. 262
15.3.2 - O preço por projeto 224
15.3.3 – Produção Anual de Equilíbrio - PAE. 227 17 - BALANCED SCORECARD 263
15.3.4 - A Produção Anual Máxima. 228 17. 1. - OBJETIVO 263
15.3.5 – Resumo da Metodologia. 229 17.2 - PROCESSO E INDICADORES. 264
15.3.6 – Exercícios resolvidos. 230
15.3.7 – A influência dos tributos e o lucro. 231 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.
BIBLIOGRÁFICAS. 267
15.3.8 – Exercício 232
15.4 - PROFISSIONAL LIBERAL – PREÇO POR VISITA 235 18 – CASOS EM CUSTOS.
CUSTOS 272
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ENG.º ANTONIO VICTORINO AVILA, MSc. Custos & Precificação
18.1 – FUNÇÃO DE PRODUÇÃO – CENÁRIOS. 272
18.2 – CASO DA MARGEM ESPECÍFICA E RELATIVA 273
18.3 – CASO DO RATEIO DAS DESPESAS E O IMPACTO NO LUCRO 274
18.4 – ANÁLISE DE CUSTEIO 275
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b) Efetuar propostas de preço ou participar de licitações
1 - Introdução conhecendo a lucratividade a ser alcançada;
c) Avaliar a evolução do custo dos insumos que integram
cada produto;
1.1 - A Importância dos Custos. d) Analisar a realização da produção em instalações próprias
ou terceirizadas.
e) Avaliar quando um produto deva ser ofertado ou tiver sua
Custos podem ser definidos como sendo a expressão
produção descontinuada.
monetária dos recursos colocados à disposição da produção,
sejam eles humanos, tecnológicos, financeiros.
Entende o autor que dados sobre custos contribuirão para
uma boa gestão somente se atenderem a três requisitos
Conhecer custos é condição básica para administrar
básicos: serem fidedignos; permitir fácil acesso ou recuperação;
qualquer empresa, seja comercial, industrial ou de serviços, de
e serem únicos para a empresa como um todo.
micro a grande porte.
E, para tanto, o instrumento recomendado é a
É plenamente reconhecido pelos estudiosos da
disponibilidade de um eficiente sistema contábil que conjugue a
administração que o conhecimento e a aplicação do
contabilidade gerencial e a legal.
conhecimento de custos integram a arte de bem administrar uma
empresa.
1.2 – Objetivos.
Havendo acompanhamento formal de custos, qualquer
empresa passa a dispor de informações necessárias a medir o
seu desempenho; a comparar o que foi orçado como o realizado Uma empresa apura custos visando, basicamente, três
dispondo de dados confiáveis para análise de desempenho; a objetivos gerais:
definir o preço próprio; enfim, a decidir sobre estratégias
adequadas a competir no mercado onde atua, apoiada em I) Atender às exigências legais, com vistas à avaliação dos
dados próprios que exprimem a sua realidade. estoques e a composição dos balanços;
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Para tanto, dois instrumentos são disponíveis, a um sistema contábil único capaz de atende às exigibilidades de
contabilidade de custos, ou gerencial, e a contabilidade legal. ambos os tipos de contabilidades.
A contabilidade de custos tem os seguintes objetivos Justifica-se tal procedimento pela economia de custos
específicos: propiciada pela adoção de um sistema único de controle bem
como pela confiabilidade gerada por tal sistema no corpo
a) Determinação do custo dos insumos aplicados à gerencial da organização devido à unicidade das informações
produção; dele advindas.
b) Determinação dos custos incorridos pelas diversos áreas
ou órgãos da organização;
c) Análise da evolução dos custos dos produtos; 1.3 – Contabilidade e dispêndios.
d) Controle das operações e atividades;
e) Apoio ao processo de decisão; 1.3.1 - Principais Grupos Contábeis.
f) Elaboração dos orçamentos;
g) Análise de desperdícios, tempo ocioso, etc.. Para o entendimento do assunto a ser discutido, é
importante ter presente a nomenclatura utilizada pela
No caso de apoio ao processo de decisão, a contabilidade de contabilidade e pela análise de custos quanto à escrituração dos
custos pode subsidiar à: dispêndios.
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3 - Demonstrativo de Resultados do Exercício
item R$
1
( ) EBITDA = Earnings before interest, tax, depreciation, and amortization.
Esta é a expressão utilizada em língua inglesa referente ao lucro operacional
líquido. Ou seja, o lucro antes da incidência de juros, taxas, depreciação e
amortização.
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1.3.2 – Classificação dos dispêndios.
Os gastos com despesas constituem aqueles dispêndios A importância de registrar em contas contábeis distintas
efetuados com a aquisição de bens e serviços consumidos de os gastos efetuados com despesas é permitir o seu adequado
forma direta, ou indiretamente, e vinculados à administração da controle de modo a dispor ao gestor de dados que permitam sua
empresa ou ao processo de vendas, porém necessárias à análise com dados fidedignos e específicos.
obtenção das receitas.
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I – Ativo Não Circulante. Gastos quando destinados à venda, transformação ou
disponibilidade, são lançados, respectivamente, em estoques de
matérias primas ou de produtos acabados e integram o conjunto
No caso de investimentos em ativo não circulante de contas que participam da formação do Capital de Giro.
as contas devem ser são apropriados em: realizável em longo
prazo, investimentos, imobilizado ou no intangível. As contas de estoque são subdivididas em três tipos: os
estoques de matérias primas, os estoques de produtos em
a) Realizável em longo prazo – compreende em direitos a elaboração e os estoques de produtos acabados.
serem recebíveis em exercícios futuros tais como
contratos já firmados ou em execução e recebíveis ou A utilização dos insumos faz com que há uma evolução
financiamentos a clientes; na contabilização do custo dos insumos. Deste modo um
investimento em matéria prima, inicialmente é lançado na conta
b) Investimentos corresponde ao conjunto de contas estoque de matérias primas. Enquanto sofre transformação
contábeis onde estão registradas aplicações que a durante o processo fabril, o custo é lançado na conta estoque de
empresa efetuou em participações societárias em outras Produtos em Elaboração.
empresas, seja em ações ou cotas parte de capital;
Concluso o processo de fabricação, o custo é lançado em
c) Imobilizado, contas onde constam as inversões realizadas conta aberta para classificar o bem produzido e relacionada na
em imóveis e em equipamentos. Em imóveis constam as conta Estoque de Produtos Acabados.
contas de terrenos ou edificações destinados ao uso da
empresa. Em equipamentos, as contas relativas com a Depois de vendido o produto, o custo apurado e
aquisição de bens móveis destinados à operação da relacionado na conta Estoque de Produtos Acabados, é lançado
empresa, tais como, veículos, computadores, móveis e no DRE, visando formar o lucro do exercício.
utensílios, máquinas e equipamentos, etc.
Quando houver compras a prazo ou não pagas, são
d) O intangível contempla, especialmente, as contas do efetuados dois lançamentos contábeis.
diferido e de patentes. O diferido refere-se à apropriação
de investimentos em desenvolvimento, porém não O primeiro em conta de ativo, o que demonstra a
operacionais ou em projetos. Patentes, corresponde à existência de um bem. O outro em conta de passivo, fato que
aquisição do direito de uso processos desenvolvidos por demonstra a existência de dívida da empresa.
terceiros.
No caso de dívida de curto prazo, o lançamento ocorre no
passivo circulante e, sendo a dívida de longo prazo, o
II - Ativo Circulante. lançamento é realizado no passivo exigível de longo prazo.
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Como exemplo cita-se: mão de obra empregada no processo 2.2.3 – O curto e o longo prazo.
de produção; energia elétrica, matéria-prima, etc.
O estudo dos fatores de produção, seja ele fixo ou
variável, pode ser realizado no curto e no longo prazo.
2.2.2 – Processo de Produção.
É fácil notar que qualquer fator de produção, fixo, no
O processo de produção é realizado sob dois sistemas: o longo prazo também varia.
de produção contínua e o da produção por encomenda.
Como exemplo da assertiva acima, seja o aluguel do
O processo de produção contínua ocorre em linha de espaço utilizado. Ele pode ser constante por alguns meses, e
produção, realizada por produto único ou família de produtos, sua variação anual pode até ser desconsiderada. Entretanto,
em que os bens produzidos, via de regra, os permitem ser não é correto considerar que esse fator seja fixo em um prazo
mantidos em estoque. Como exemplo tem-se as produções de: suficientemente longo, como de dez anos. Portanto, a definição
têxteis, aço, produtos de limpeza, fios e cabos, produtos de fatores fixos e variáveis está ligado ao conceito de curto e
alimentícios, automóveis, etc. longo prazo. (GUERREIRO, 2009).
O processo de produção por encomenda visa atender a O curto prazo é definido como o espaço de tempo em
uma demanda especial do cliente e é produzido para um fim que pelo menos um fator envolvido no processo de produção é
específico. Como exemplo tem-se: geradores de hidrelétricas, fixo.
transformadores de grande porte, pontes de rodovias, O longo prazo corresponde à situação ou período onde
edificações, pontes rolantes, projetos de engenharia em geral, todos os fatores de produção são variáveis.
etc.
Observa-se que curto e longo prazo são situações sem
É interessante notar que cada indústria ou empresa uma relação definida com o tempo, mas com a oscilação dos
apresenta características próprias no seu sistema de produção e custos e das tecnologias vinculados à elaboração de um
gestão e que custos classificados numa empresa como fixos, produto.
noutra podem ser classificados como variáveis.
Logo, cabe acompanhamento constante quanto à
Cabe ao gestor os saber diferenciar e os classificar oscilação dos fatores de produção visando uma adequada
adequadamente, segundo melhor atender o processo de fixação dos preços com o objetivo da realização do lucro ou de
controle da empresa, visando permitir uma boa análise do seu manter a margem de lucro pré-definida.
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b) Quanto à quantidade do insumo empregado.
2.3 – Teoria dos Custos. Sob esta ótica, os custos também são divididos em:
Os gastos operacionais, contabilmente classificados como Os custos fixos, que correspondem aos custos indiretos
custos de produção ou despesas administrativas e de vendas, da ótica anterior, são aqueles incorridos, por exemplo, para a
são classificados sob duas óticas distintas e comumente manutenção e operação da administração da empresa e com as
denominados de custos: despesas de vendas, com propaganda institucional, com
contabilidade, etc.
• Quanto à utilização do insumo no produto fabricado;
• Quanto à quantidade do insumo empregado no produto São denominados de fixos, pois não variam, ou se
fabricado. mantém constante, quando ocorre variação na quantidade
produzida. Situação esta considerada no curto prazo já que, no
a) Quanto à utilização do insumo no produto fabricado. longo prazo, todos os custos são crescentes ou variáveis.
Sob esta ótica os insumos podem ser subdivididos em dois Os custos são denominados de variáveis quando os
principais grupos: respectivos insumos variam segundo varia a quantidade de
produção realizada.
CUSTOS DIRETOS & CUSTOS INDIRETOS
Os custos indiretos são aqueles incorridos no esforço de I - Sendo possível identificar a quantidade do elemento
administração da empresa e com vendas. Aí se enquadram: o de custo aplicado ao produto ou serviço, este custo é
salário da diretoria e de empregados vinculados à administração classificado como DIRETO OU VARIÁVEL.
central, custos de manutenção e operação da sede, impostos
como o IPTU, despesas realizadas com serviços públicos Assim sendo, o custo direto é apropriado pelo que
concedidos. efetivamente for consumido na realização do produto ou serviço.
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II - Havendo a impossibilidade de identificar a quantidade Nos itens em segmento serão analisados o modo de
do elemento de custo a ser adicionado ao produto ou serviço e, obtenção e de comportamento de cada um dos custos
conseqüentemente, haja a necessidade de algum tipo de rateio enumerados no quadro acima.
para a sua alocação, este custo é classificado como INDIRETO OU
FIXO. 2.3.4 – Custos Fixos.
A alocação do custo indireto a ser suportado por algum Como já comentado, os custos fixos englobam as
produto ou serviço exige e a necessidade de se empregar algum despesas gerais, administrativas e de vendas. Seu volume
critério de rateio sobre o custo indireto da firma. decorre do tamanho da estrutura administrativa instalada na
empresa e independem da quantidade a ser produzida.
2.3.3 – Tipos de Custos. Deste modo, no curto prazo, seja qual for o nível de
produção realizado, estes custos existirão.
Partindo da classificação acima, os custos podem ser
definidos como custos unitários ou custos totais.
Os custos são denominados de unitários quando se $ Custo Fixo Total $ Custo Fixo Unitário
referem a uma unidade de produto.
CFT
CFM = 01 K q 0 q
q
Fig. 2.2 – Curvas do Custo Variável
Apostilha CustosIndustriais~2011 20
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b) O Custo Variável Médio equivale à parcela do custo variável a
ser suportado por unidade de produto, sendo definido como a
razão entre o Custo Variável Total e a quantidade produzida. a) O Custo Total é definido como sendo a soma dos Custos
Variáveis Totais com os Custos Fixos Totais.
CVT
CVm = CT(q) = CFT + CVT (q)
q
Da análise da curva representativa do Custo Variável Analisando uma curva típica de Custo Total, ver Fig.2.3,
Médio, Fig.2.2, pode-se inferir que os valores destes custos se verifica-se que ela é paralela à curva do custo variável total e
apresentam como decrescentes desde a primeira unidade começa junto do início da curva do custo fixo total.
produzida até certa quantidade k, a partir da qual passam a ser
crescentes.
b) O custo total médio, CM, ou simplesmente custo médio
É interessante notar que a curva representativa deste ou unitário, é função da relação entre o custo total pela
custo se inicia na primeira unidade de quantidade. quantidade a ser produzida. Este, então, é o custo a ser
suportado por cada unidade do produto.
Os custos totais também se apresentam sob dois tipos: o CT CFT + CVT CFT CVT
CM = = = +
custo total e o custo médio ou custo unitário de produção. Ver q q q q
Fig.2.2.
Da mesma forma que o Custo Variável Médio, da análise
$ Custo Médio $ Custo Total da curva representativa do Custo Médio pode-se inferir que os
CT
valores destes custos se apresentam como decrescentes,
atingem um valor mínimo e passam a ser crescentes a partir
CVT deste ponto. Ver Fig.2.3.
CM
CFT
2.3.7 – Custo Marginal
Quantidade Quantidade 2.3.7.1 – Conceito.
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Economicamente, o custo marginal é definido como sendo o Para facilidade de análise e aplicação, a definição de
custo a ser incorrido para a obtenção de mais uma unidade de curva de custo marginal será apresentada de modo algébrico e
produto. aritmético. Conceitualmente, partem do mesmo conceito.
Assim sendo, o custo marginal associado a uma De modo algébrico, a curva dos custos marginais é obtida
determinada quantidade de produto é função derivada do custo depois de efetuado algum processo de ajuste de curva
total. E, sendo o custo marginal um custo unitário. polinomial.
Uma curva típica de custo marginal, Fig.2.4, a exemplo da No modo aritmético, estabelecidas as quantidades a
curva do custo médio, também se mostra decrescente para as serem produzidas e os respectivos custos totais, a curva dele
primeiras quantidades produzidas até chegar a uma quantidade decorrente é obtida ao se levar esses valores a um gráfico em
que apresenta o menor valor de custo marginal. A partir desta coordenadas cartesianas em que no eixo das abscissas são
quantidade, que caracteriza o menor custo marginal, os custos definidas as quantidades e em ordenadas o valor dos custos
passam a ser crescentes. conexos a elas.
$
2.3.7.2 – Modo Algébrico.
CT
k k
CMg
k
∆ ( )
q
( )=
Quantidade ∆ ( )
Fig. 2.4 – Curva do Custo Marginal Quando se dispõe de um modelo ou função de custo total,
levando-a ao limite chega-se à expressão do custo marginal.
A definição de uma curva de custo marginal pode ser
Então, da expressão acima, quando ∆q → 0, tem-se:
obtida de modo algébrico ou aritmético, conforme a quantidade
de informações disponíveis, ou seja, segundo a disponibilidade
∆CT dCT
de valores de custos totais relativos a diversas quantidades de CMg = lim =
produção. q→0 ∆q dq
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dCT dCV T + dCF T ∆CT= CTn - CTn-1 e, ∆q = {qn – qn-1}.
CM g = =
dq dq
Levando as expressões do incremento de custo e da
dCV
dCF
dCV
CMg
quantidade na expressão do custo marginal tem-se:
T
dq
dq
dq
= + = ∴
CTn − CTn−1
CMg =
q n − q n−1
dCVT
CMg =
dq
Sob este formato, pode-se proceder a estudos de
otimização da produção sem dispor de funções contínuas de
2.3.7.3 – Modo Aritmético. custo, porém mantendo o rigor matemático conceitual.
Por definição, o custo marginal corresponde ao Além disso, é interessante constatar, que a indústria
incremento do custo total necessário a produzir mais uma quando realiza a produção, normalmente, o faz em lotes de
unidade de produto. Ou seja: produtos, assim sendo, efetuar a análise de custos de modo
discreto ou aritmético torna-se mais expedito para o gestor.
∆CT(k )
CMg(k ) =
∆q(k )
2.3.8 – Análise Gráfica.
Correspondendo o incremento à diferença entre dois A Curva do Custo Marginal Unitário, CMg, intercepta tanto
valores consecutivos pode-se escrever, genericamente: a Curvas Custo Médio Total de Curto Prazo como a curva de
Custo Variável Médio Total nos seus pontos de mínimo valor.
Apostilha CustosIndustriais~2011 23
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mínimo. E, em consequência, trabalhar com um custo médio
mínimo.
A curva dos custos fixos médio, CFm, evolui de forma
decrescente, ao se aumentar a quantidade produzida, tendendo Isto porque, produzindo a menos da capacidade ótima,
a ser assíntota ao eixo das abscissas. não conseguem otimizar seus lucros e, produzindo acima desta
capacidade ótima ocorre um processo de deseconomia de
$/q escala, devido ao incremento dos custos médios que passam a
CMg ser crescentes.
2.3.9 – Minimização de Custos. Da teoria dos máximos e mínimos sabe-se que o ponto ou
a quantidade ótima que minimiza a função custo total é aquele
Sob regime de concorrência perfeita, os produtores em que a derivada 1ª dessa função seja igual a zero. E, a
procuram adotar um nível de produção equivalente ao custo total função derivada 2ª seja crescente ou maior que zero.
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Matematicamente: Neste ponto de interseção, a curva dos custos marginais
deve se comporta de modo crescente, isto é, a derivada
d’ ƒ CT(q) = 0 = CMg segunda da função de custo total em relação à quantidade
d” ƒ CT(q) > 0 produzida deve ser maior que zero.
C T = 0,8 q² + 3q + 144
Cm = 0,8 q + 3 + 144 q-1
q* Quantidade
CMg = 1,6 q + 3
Fig. 2.6 – Quantidade ótima de produção
b) Obtenção da Quantidade de Menor Custo:
Condição: CMg = Cm
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0,8 q + 3 + 144 q-1 = 1,6 q + 3 ∴ q = 13,42 un Mesmo porque, qualquer as equações ou polinômios
representativos de qualquer função de custos somente são
c) Tabela de Verificação. ajustados quando conhecidos os custos orçados para diversas
quantidades de produção. Noutras palavras, os custos são
Elaborando uma tabela onde constem, para cada quantidade orçados depois de determinada uma série de quantidades ou
produzida, os custos orçados, quais sejam os custos totais, os níveis de produção.
médios e os custos marginais, é possível constatar, utilizando o
método da bisseção, que a quantidade ótima de produção A metodologia segue os seguintes procedimentos:
corresponde a 13,42 unidades.
1º - Orça-se os custos variáveis, rateia-se os custos fixos e
Quantidade esta que exprime o nível de produção onde o calcula-se o custo total para cada quantidade de
Custo Marginal se iguala ao Custo Médio Total. produto desejada.
CT
CT
CMg
−
n n
n
1
q
qn
O estudo dos custos no campo profissional ou = −
1
−
empresarial pode prescindir do conhecimento e da
disponibilidade de uma função de custo total ou modelo
algébrico. 4º - Definição da quantidade ótima:
As funções de custos marginais e custos médios que A quantidade ótima de produção que minimiza os custos
permitem definir o custo mínimo associado à quantidade ótima praticados corresponde àquela quantidade em que os custos
de produção podem ser definidos de forma discreta ou seja, médios são iguais aos custos marginais.
aritmeticamente.
Apostilha CustosIndustriais~2011 26
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CM = CMg Os custos totais, CT, relativos à cada unidade de
produção, são obtidos ao somar o custo variável com o fixo:
O exemplo exposto na Tab. 2.1, demonstra a metodologia
proposta. CT(q) = CFT + CVT (q)
Os dados dos custos expostos na tabela, CFT, CVT e CT, Os custos CFM, CVM e CM são definidos ao se dividir os
são determinados por composição orçamentária. Os custos fixos respectivos custos totais pela quantidade a ser produzida.
totais, especialmente quando referentes às despesas indiretas,
são fornecidos pela contabilidade. Identicamente ao processo algébrico, no ponto em que o
Custo Médio - CM, igualar o Custo Marginal - CMg, tem-se
No caso, como exemplo de aplicação do custo médio e do estabelecida a quantidade de produção que minimiza os Custos
custo marginal, seja a quantidade relativa a 3 unidades. O custo Totais.
médio é dado por:
63
R
un
60
CT(3)
3
CM(3) = = = $/ 40
CMg
q(3) g
20
190
17
CMg
20
R
( )− ( ) −
q
q
2
3
20
Como já visto, a empresa pode otimizar a sua produção Por definição, a receita média, RMe, é obtida através do
através da análise de minimização dos custos a um dado nível quociente entre a receita total e a quantidade produzida.
RT
q
p
q
de produção. Mas, também, através da maximização de seus
RM
p
lucros. ( ) ×
q
= = =
e
É interessante notar que, ao minimizar custos de
produção, automaticamente estar-se-á maximizando os lucros. Da expressão acima se conclui que a receita média
corresponde ao preço unitário de venda do produto.
A Teoria da Renda abrange conceitos como o da receita
total, da receita média, da receita marginal e do lucro.
(GUERREIRO, 2009). c) Receita marginal
Definindo os conceitos expressos no parágrafo anterior e A receita marginal mede o ganho na receita da empresa
adotando como nomenclatura: obtido pela produção de uma unidade a mais do bem/serviço a
ser produzido. Matematicamente:
• LT, para o lucro da empresa;
RT
q
dRT
q
RMg
RMg
• R, representando o faturamento, isto é, a receita ∆ ( ) ( )
d
q
proveniente de operações motivo da razão social da = ⇒ =
∆ ( )
empresa;
• CT o custo de produção total no curto prazo;
Ao ser analisada a expressão acima e considerando as
• p, o preço unitário de vendas; variáveis que compões a receita total, verifica-se para os dois
• v, o custo unitário médio total de vendas; lados da igualdade, que RMg = preço.
• q, a quantidade vendida;
• e, CF os custos fixos ou administrativos.
d) O Lucro
Apostilha CustosIndustriais~2011 28
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que delimita os níveis de quantidades de produção entre os
O lucro de uma empresa é definido pela diferença, a quais há ocorrência do lucro.
maior, entre as receitas e as despesas auferidas. Logo, o lucro
total, LT, é expresso matematicamente por:
2.4.2.1 - Definições.
LT(q) = RT(q) − CT(q)
Conceitualmente o Ponto de Equilíbrio é definido pela
Sendo: quantidade de produção, ou operação da empresa, em que ela
não apresenta lucro ou prejuízo.
RT(q) = pu × q e, T(q) = CM × q = q ( CVm + CFm)
Ponto Equilíbrio
Ao serem levadas as duas expressões acima à expressão Superior
do lucro total obtém-se a expressão deste em função do preço
unitário, da quantidade a ser produzida e dos custos totais fixos
Ponto Equilíbrio
e variáveis: Inferior
LT = (pu × q) - q ( CVm + CFm) ∴
LU = { pu - CVm - CFm } RT
QIPEO QSPEO q
ƒ RT (q) = ƒ CT (q)
No ponto de equilíbrio, por definição, sendo o lucro igual a a) Ponto de Equilíbrio Inferior.
zero, o montante obtido com o faturamento ou vendas
corresponde ao montante dos custos incorridos. Então tem-se:
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O ponto de equilíbrio inferior pode ser calculado,
algebricamente e de modo expedito, quando se conhece o custo Neste caso há que se dispor da função de custos totais e da
variável unitário e o montante dos custos fixo. função da receita total ou do faturamento.
=
PEO
0
e,0
receitas operacionais, as deduções a receita operacional, os ƒ' LT(q) =
custos diretos de produção e as despesas operacionais
constituídas das despesas com vendas e das despesas gerais e ƒ' ' LT(q) <
administrativas.
Sabendo que a receita total é função do produto da
quantidade de produção pelo preço:
2.4.3 – Maximização do Lucro.
RT(q) =( p × q )
Sob o regime de concorrência perfeita, a empresa não
dispõe de condição para impor seu preço de venda, já que este E, que a função de custo total equivale à soma das
é definido pelo mercado e constitui parâmetro para o funções do custo fixo total e do custo variável total:
empresário.
ƒCT (q) = ƒCFT + ƒCVT (q)
Deste fato resulta que a receita de vendas é função direta
do acréscimo de produção, observados os pontos de equilíbrio. Então, derivando a função do lucro após substituir na
expressão que define a derivada do lucro, acima, a receita e o
Nestes termos, da mesma forma que os custos, a receita custo total pelas suas variáveis componentes têm-se:
da empresa é função direta da quantidade produzida, “q”.
d L T (q) dR ( q ) dCV T ( q )
ƒ 'L T (q) = = − = 0
Sendo, por definição, o lucro resultado da receita total dq dq dq
diminuída dos custos totais, sua expressão em função da
quantidade produzida é dada por:
d ( pq ) dCV T ( q ) d( q ) dCV T ( q )
− = 0∴p =
LT (q) = RT(q) - CT(q) d( q ) d( q ) d( q ) d( q )
Da teoria dos máximos e mínimos sabe-se que a dCVT(q)
condição de primeira ordem para que uma função seja máxima é p= = CMg
dq
que a derivada primeira da ƒ(L) em relação à variável “q” seja
Considerando que a derivada primeira da ƒ(CVT) é o
nula.
Custo Marginal, o empresário que desejar obter o máximo de
lucro deve produzir uma quantidade de produto, q*, tal que seu
E, que a derivada de segunda ordem seja menor que
custo marginal corresponda ao preço de vendas, “p”, conforme
zero.
acima demonstrado.
Assim sendo tem-se, Lucro ⇒ Máximo quando:
Lucro Máximo ⇒ Preço = Custo Marginal
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Máximo Receita dq dq
d 2 CT(q)
d CVT (q) = d CT(q) =
2 2
<0
Curva do Lucro dq
Tal expressão significa que a função custo marginal
correspondente a um volume de produção que permita obter um
lucro máximo, deva ser crescente.
qI q* qS q
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Receita
CT
Curva do
Lucro
quantidade
q1 q* q2 q
Fig. 2.11 – Maximização do Lucro
Economia de Deseconomia de
Escala Escala
2.4.4 – Economia de Escala.
Fig. 2.12– Economia e Deseconomia
2.4.4.1 – Conceituação.
Como demonstrado no item 2.5.1, a quantidade de Quando se efetua uma análise de custos e a definição da
produção que define que o lucro seja máximo é obtida ao ser quantidade ótima de produção, recomenda-se efetuar a análise
igualado o Preço de Mercado ao Custo Marginal. Logo: dos mesmos levando em consideração a quantidade
correspondente à capacidade instalada projetada. Seja ela a
capacidade instalada ora disponível ou a capacidade instalada
RMg = Preço = CMg projetada. Ver Fig. 2.9.
Apostilha CustosIndustriais~2011 36
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Mudança de tecnologia, propiciando a redução de custos I) O caso de ocorrer uma capacidade instalada superior
de produção; à quantidade ótima de produção;
Aumento da planta existente, mantida a tecnologia em II) O caso de ocorrer capacidade instalada inferior à
utilização, o que acarreta um incremento nos custos, e no quantidade ótima de produção.
capital investido.
Aumento da planta existente, com parte utilizando nova
tecnologia e parte a existente. 2.6.2 – Capacidade Instalada Superior à Ótima.
Apostilha CustosIndustriais~2011 37
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novo estudo de custos deve ser realizado considerando a
possível expansão da capacidade.
CM
CM
$
CMg
CMg
qINTALADA q* qINSTALADA
Atual Ótima Futura
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O critério técnico pode se basear em parâmetros distintos,
tais como: área disponível número de funcionários, montante do
O custo variável ou direto é aquele incorrido na realização salário dos funcionários, kilowatt gasto para a confecção de
do produto, carecendo de maior consideração quanto à sua cada produto, etc.
alocação ao mesmo.
Cabe alertar que o critério de rateio deve se adequar à
O custo fixo ou indireto é aquele atribuído à empresa uma racionalidade que, em havendo alteração de planta ou do
como um todo, ou seja, as despesas atribuídas à administração processo produtivo, também possa ser alterado visando
geral e as realizadas com vendas. atender, adequadamente, à essa nova realidade.
2.7.2 - Rateio Técnico • Quantidade a ser produzida para cada produto, q(k);
• Custo direto total por produto, CT(k);
Apostilha CustosIndustriais~2011 39
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• Custo unitário direto por produto, CU(k); ValordoRat eio (k )
% Rateio (k ) =
• Custo horário de produção por produto, cH(k); TotalHoras
• Preço de venda de cada produto, p(k);
• Produtividade por produto, π(k); 375 . 000 ,00
• Despesa indireta unitária rateada por produto, d(k); % Rateio ( A ) =
2 . 500 . 000 ,00
Comentando a definição das variáveis acima: Rateio do Custo Indireto Por Produto
Custo Indireto Rateio
a) Os custos são definidos por orçamento; Produto R$/h × h
R$ %
b) O preço de vendas pode ser aquele calculado pela A 12,5 × 30.000,00 375.000,00 15,00
empresa ou assumindo aquele praticado pelas empresas B 12,5 × 80.000,00 1.000.000,00 40,00
líderes de mercado; C 12,5 × 90.000,00 1.125.000,00 45,00
c) A produtividade deve ser determinada e acompanhada TOTAL HORAS 2.500.000,00 100
segundo o desempenho da mão de obra e dos
equipamentos da própria empresa;
d) As despesas indiretas são fornecidas pela contabilidade;
e) A quantidade a ser produzida é função dos pedidos 2.7.2.2 - Rateio pelo custo direto total.
recebidos e tem como limite a capacidade instalada,
Neste caso, o rateio das despesas indiretas, IC(%), será
2º - Calcular o Índice de Rateio, pelo total das horas
efetuado em função dos custos totais incorridos com mão de
trabalhadas.
obra direta, CT.
CustosIndi retosTotai s 2.500 .000R$
IH = = ∴ Como exemplo de aplicação, seja calcular o rateio das
TotalDeHor asdeMOD 200 .000h despesas indiretas de uma empresa que montam a R$
2.500.000,00 mensais.
IH = 12,50 R$/h
Índices de Rateio
3º - Calcular o Valor do Rateio por Produto. Mão de Obra Mão de Obra Custo Rateio
Produto Custo horário Total de Total IC
Valor do Rateio(k) = IH × h(k) R$/hora horas R$ 10³ %
A 20,00 30.000 horas 600 13,99
VR(A) = 12,50 × 30.000,00 = 375.000,00 B 18,00 80.000 horas 1.440 33,57
C 25,00 90.000 horas 2.250 52,44
4º - Calcular o Percentual do Rateio por Produto. Custo Total da Mão de Obra 4.290 100
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CMg (q*) = Preço b) Uma empresa apresenta a seguinte função de custo total,
ƒ(CT) = 143 x² - 19 x + 5670, em que “x” representa a
i) Calculando a equação do custo médio e marginal: quantidade do produto. Complementando o já efetuado, pede-
se:
q3 − 6q2 + 15q + 20 ∴ Determinar e traçar as curvas dos custos: total médio, total
Cm(q) = variável e marginal, e a quantidade ótima;
q
Os custos inerentes à produção de 30 unidades.
Cm(q) = q2 − 6q + 15 + 20q −1
ƒ(CT) = 143 x² - 19 x + 5670
e, CMg (q) = 3q² - 12q +15
Primeiro, determina-se as funções dos custos fixos e variáveis
ii) Calculando a quantidade ótima. Para tanto, CMg (q*) = p. totais:
CVT = 143 x² - 19 x + 770
3q² - 12q +15 = 6 ∴ q’ = 3,0 un e q” = 1,0 un. CFT = 4.900
iii) Analisando o Resultado. Partindo das funções acima, obtêm-se as funções dos
custos unitários e, substituindo pelo valor dado da variável
Levando os valores de ‘q’ na equação do Lucro, obtêm-se independente, chega-se ao custo da produção.
dois resultados negativos: L’ = -20 $ e L” = - 24 $.
CVm = 143 x – 19 + 770 x -1 ∴ CVm =
L = RT(q) – CT(q) CFm = 4.900 x –1 ∴ CFm =
Cm = 143 x - 19 + 5.670 x -1 ∴ Cm =
Considerando o caso de q’ = 3 un, referente a um prejuízo CMg = 286 x – 19 ∴ CMg =
L’= -20 $ verifica-se que o prejuízo cobre os custos fixos. Tal
fato permite concluir que o empresário poderá continuar
produzindo se considerar que a dificuldade de mercado seja
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c) Considerando as relações abaixo, quando dCM/dq > 0,
necessariamente ocorre:
q 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
CMg < CM CV < CF CF> CV CM 126 106 93 82 72 64 62 64 67 70
CT
CMg >CM CV > CF
e) Definir o ponto de equilíbrio, a quantidade ótima de produção h) Estabelecidas as funções de custo de um produto, e sabendo
e o lucro ao ser auferido por uma empresa que dispõe de um que o seu preço de mercado é de R$ 66,00.
produto cujo preço de mercado monta a R$ 1.600,00 e que
dispõe da seguinte função de custo total: CFT = 20 e, CVT=4q²+16q
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20.000,00
Sabe-se que: o custo fixo mensal equivale a $100,00 e o
preço de vendas a 45 $/unidade. 15.000,00
Valores em R$
10.000,00
q 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
CV 0 10 18 24 28 30 33 38 52 71 120 5.000,00
CF
CT -
CFm 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
(5.000,00)
CVm
Cm (10.000,00)
CMg nível de produção
Recei.
Lucro CT Vendas Lucro
CT = q³ +33 q² - 86 q + 4.000.
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Na vida profissional, os dados de custos totais são Para tanto, a função y = ƒ(x) pode ser escrita na forma de
um polinômio:
determinados, sempre, de forma discreta, partindo do
conhecimento dos custos fixos e dos custos variáveis conexos a
cada volume de produção, ou melhor, à quantidade produzida. y = a0 + a1x1 + a2x2 + a3x3 + a4x4 + … + anxN
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Milone & Angelini em Estatística Aplicada pg. 166, mostram Em conseqüência, aos valores anteriores ao valor
que o sistema de equações normais da função polinomial intermediário atribui-se o sinal negativo e, aos superiores, o sinal
apresenta a seguinte forma geral: positivo. Porém, mantendo a mesma variação de quantidade
conforme originalmente calculados os custos.
Σy = n a0 + a1 Σx + a2 Σx2 + a3 Σx3 + ...+ an Σxn
O artifício permite calcular com maior facilidade as
Σxy = a0 Σx + a1 Σ x2 + a2 Σ x3 + a3 Σ x4 + ...+ an Σ xn+1
variáveis desejadas sendo que, em alguns casos, uma das
Σx2y = a0 Σx2 + a1 Σ x3 + a2 Σ x4 + a3 Σ x5 +...+ an Σ xn+2 variáveis do sistema de equações é obtida expeditamente, já
Σx3y = a0 Σx3 + a1 Σ x4 + a2 Σ x5 + a3 Σ x6 +...+ an Σ xn+3 que algumas variáveis do sistema passam a valer zero.
Σx4y = a0 Σx4 + a1 Σ x5 + a2 Σ x6 + a3 Σ x7 +...+ an Σ xn+4
........................................................................................ Como exemplo sejam os custos de um produto calculado
para sete níveis de produção, ou quantidades. Deste conjunto, a
Σxny=a0 Σxn + a1 Σxn+1+ a2 Σ x n+2+ a3 Σx n+3+...+ an Σ x2n quantidade intermediária corresponde a q=4, pois existem,
exatamente, três níveis acima e três níveis de produção abaixo
dele.
3.3 – Artifício de Cálculo.
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quant 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
3.4 – Ajustes de Reta CMg 0 10 8 6 4 2 3 5 14 19 26
y= a0+ a1x
Substituindo os valores da tabela no sistema chega-se a:
α a1= tg α
97 = 11a0 + a1 × 0 97 = 11a0
a ∴
181 = a0 × 0 + 110 × a1 181 = 110 a1
x
Como exemplo, seja ajustar uma reta aos seguintes y= 8,82+ 1,65 a1 ∴ CMg =8,82+ 1,65 q
dados de custo:
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Ou, aumentar o numero custos calculados, pois os dados
disponíveis são poucos para a definição de uma curva
Ajuste de Reta
representativa.
30
Caso os dois procedimentos acima se mostrem
25 inconsistentes, recomenda-se proceder de modo aritmético,
conforme já visto no item 2.3.6.3 .
20
custo em $
15
3.5 – Ajuste de Curva – Função Quadrática – 2º Grau.
10
5
3.5.1 – O Modelo
Custo reta
Forma Canônica: y = a0 + a1x + a2x²
Analisando pelo gráfico a curva de custo e a reta Partindo do caso geral, o modelo apresentado no item
ajustada, conclui-se haver uma forte distorção nos resultados 3.2, o sistema que permite desenvolver a função quadrática é
encontrados. assim constituído:
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As funções polinomiais do 3º grau são representadas por y = n a + a x¹ + a x 2 + a x3 + a x 4
0 1 2 3 4
parábolas possíveis de serem determinadas utilizando um
sistema de quatro equações a quatro incógnitas. x y = a0 x¹ + a1 x + a2 x + a3 x + a 4 x5
1 2 3 4
2 2 3 4 5 6
Forma Canônica: y = a0 + a1x + a2x² + a3x³ x y = a0 x + a1 x + a2 x + a3 x + a4 x
3 3 4 5 6 7
x y = a0 x + a1 x + a2 x + a3 x + a 4 x
Partindo do caso geral, o modelo apresentado no item 4 4 5 6 7 8
3.2, o sistema que permite desenvolver a função de terceiro grau x y = a0 x + a1 x + a2 x + a3 x + a4 x
é assim constituído:
Σy = n a0 + a1 Σx + a2 Σx2
Σxy = a0 Σx + a1 Σ x2 + a2 Σ x3
Σx2y = a0 Σx2 + a1 Σ x3 + a2 Σ x4
97 = 11a0 + 110 a2
181 = 110 a1
1363 = 110 a0 + 1958 a2
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11 11 5 232 25 125 625 1160 5.800,00
Ajuste de Curva do 2º Σ --- 0 1633 110 0 1958 1123 17.633,00
70
40 2 2 -4
3 3 -3
30
4 4 -2
20 5 5 -1
6 6 0
10
7 7 1
0 8 8 2
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 9 9 3
quantidades 10 10 4
11 11 5
CMg Curva 2º
Σ --- 0
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3.9 – Raízes do Polinômio de Terceiro Grau. 3.9.2 – A Metodologia.
3.9.1 – Objetivo
1º Passo – Decompor o termo independente em seus fatores
Neste item será apresentada uma solução para obtenção primos.
de raízes dos polinômios de 3º grau. No caso, será utilizado o
dispositivo prático de Briott – Ruffini. 162 2
81 3
O algoritmo permite achar uma das raízes inteiras do 27 3 2 x 34 = 162
polinômio, possibilitando representá-lo em forma do produto de 9 3
um polinômio do 1º grau por um do 2º grau. 3 3
1
Logo: k1 = 3
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x² - 15 x + 54 = 0 ∴ k2= 9 e, k3 = 6
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4 – Plano de Contas. Recomenda-se que as empresas de construção civil
programem sistemas de acompanhamentos consubstanciados
em planos de contas em nível de detalhamento tal que favoreça
4.1 – Definição. o controle dos custos incorridos durante o processo de
construção de cada empreendimento, no intuito de subsidiar a
Plano de Contas nada mais é do que uma organização tomada de decisão quanto a evolução dos mesmos. Esta
lógica de enumeração das diversas contas contábeis segundo o recomendação é formulada devido à grande variedade de custos
nível de controle que uma organização deseja efetuar. e despesas, dos produtos serem únicos e de grande porte o que
consome expressivo volume de recursos.
Um plano de contas estruturado permite identificar, com
facilidade, as contas integrantes dos documentos de balanço, A adequação da contabilidade ao processo de decisão é
seja ativo ou passivo e do DRE, bem como de contas possível quando a empresa organiza seu plano de contas por
transitórias encerradas, findo qualquer exercício fiscal. Ver item centro de custo, seja este: uma unidade de produção, uma linha
4.4 – Modelos de Planos de Conta. de produtos, uma obra ou um serviço, alocando cada custo
incorrido no respectivo centro.
4.2 – Contabilidade Legal e Gerencial. Outro aspecto gerencial a ser sopesado e que recomenda
a adoção de centros de custos é quanto à apuração de tributos.
A contabilidade pode ser dividida em duas áreas segundo
Assim sendo, há que haver cuidado quanto ao sistema de
o fim desejado, quais sejam:
apuração de dois tributos: os tributos incidentes sobre o lucro,
quais sejam, o imposto de renda e a contribuição social sobre o
• A contabilidade legal
lucro líquido; e os encargos sociais. Este último, sendo um dos
• E, a contabilidade gerencial. mais altos tributos ou custos incorridos pela construção civil.
A contabilidade legal tem por finalidade atender às No caso do imposto de renda há que se analisar a opção
exigibilidades fiscais, principalmente para registrar o da tributação pelo sistema de lucro real ou pelo lucro presumido.
faturamento, investimentos, dívidas, os custos e o lucro
incorridos e, em decorrência, permitir o cálculo dos tributos Em termos de resultado tem-se verificado que,
devidos. Sua discussão não é o propósito desta disciplina. geralmente, a opção mais econômica é quanto à tributação pelo
sistema de lucro real anual. Porém, pode ocorrer que, dado o
A contabilidade gerencial, como o próprio nome diz, visa comportamento homogêneo do faturamento de algumas
atender às necessidades de informações gerenciais que empresas, o sistema do lucro presumido seja o mais
permitam, principalmente, o acompanhamento dos custos e interessante. (Carvalhaes, 2005).
despesas incorridos.
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Justifica-se a assertiva acima pela maior ocorrência de mão de obra realmente empregada frente aos custos totais, a
despesas e custos no início das obras, principalmente nas inexistência de contabilidade por centro de custo pode propiciar
referentes a incorporações e empreitadas. Nesses casos, o um recolhimento de encargos sociais em valor superior ao
recolhimento do imposto de renda somente ocorrerá após adequado, fato que reduz caixa nas empresas.
apurado o lucro do exercício e em havendo lucro.
O próprio INSS admite que a regra de tributação seja a da
Tal benefício não ocorre quando a empresa opta pelo aferição direta da mão de obra empregada, situação esta
regime do lucro presumido, pois terá a obrigação de recolher registrada no Livro Diário e expressa nos documentos contábeis.
mensalmente o tributo previamente estipulado (imposto de renda (Carvalhaes, 2005).
e contribuição social) cuja base de calculo é o faturamento.
Caso haja a inocorrência de lucro, não poderá reaver a quantia
já paga, o que corresponde a um desperdício de capital. 4.3 – Economicidade da Informação.
Desta forma, quando o sistema contábil exprime Um Plano de Contas oferecerá maior contribuição à
claramente o valor pago pela mão de obra e o local onde este administração quanto melhor permitir o conhecimento, controle e
valor ocorreu, ocorre a possibilidade de recolhimento dos decisão do processo gerencial, no tempo exigido para a tomada
encargos sociais em valor menor do que aquele avaliado por de decisão. Enfim, o plano de contas deve ser visto como
aferição indireta, o que decorre em benefício financeiro para a integrante de um processo de informação.
empresa.
A instituição de um Plano de Contas deve analisar os
Quando os custos realizados com mão de obra não custos e os benefícios desejados (ver Fig. 4.1 - Otimização da
podem ser claramente identificados, a aferição do tributo se faz Informação).
por aferição indireta, partindo de dados estatísticos adotados
pelo INSS o que, via de regra, decorre em recolhimento a maior. Adequadamente estruturado, um sistema contábil de
controle de custos permite integrar em um único processo a
Considerando que a evolução da tecnologia da contabilidade legal e a contabilidade gerencial. Este fato reduz
construção tem reduzido a expressão do valor da mão de obra os gastos efetuados no processo de controle, pois evita a sua
frente o custo total dos empreendimentos. E, que esses dados duplicação e favorece a uniformidade de informações a todos os
estatísticos não têm acompanhado a redução da proporção da usuários do sistema, com decorrência confiabilidade do mesmo.
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1.1.1.2.002 - Banco “b”
1.1.1.3 - APLICAÇÕES FINANCEIRAS
4.4 – Modelos de Planos de Conta. 1.1.1.3.001 - Banco “a”
1.1.2 - VALORES A RECEBER
1.1.2.1 - DUPLICATAS A RECEBER
O modelo básico dos planos de contas do balanço e do 1.1.2.1.001 - Cliente “a”
DRE são apresentados nos sub-itens 4.4.1.e 4.4.2, segundo 1.1.2.1.002 - Cliente “b”
1.1.2.1.003 - Cliente “c”
modelo decorrente da Lei das Sociedades Anônimo e adotado
1.1.2.2 - (-) CRÉDITOS BAIXADOS RECUPERÁVEIS
para as demais empresas. No item 4.5.3 é apresentado um 1.1.2.2.001 - (-) Cliente “a”
modelo de plano de contas possíveis de ser adotado em 1.1.2.3. - (-) DUPLICATAS DESCONTADAS
empresas da construção civil ou seja, empresa que trabalha por 1.1.2.3.001 - Banco “a”
ordem de fabricação. 1.1.2.4 - ADIANTAMENTOS A FORNECEDORES
1.1.2.4.001 - Fornecedor “a”
1.1.2.5 - ADIANTAMENTOS A EMPREGADOS
Neste item são apresentados três modelos de Planos de 1.1.2.5.001 - Empregado “a”
Contas destinados à: 1.1.2.6 - IMPOSTOS A RECUPERAR
1.1.2.6.001 - IRRF s/ Aplicações Financeiras
Micro e Pequenas Empresas; 1.1.2.6.002 - IRRF s/ Prestação de Serviços
1.1.2.6.003 - IRPJ Antecipações
Pequena Empresa Construtora; 1.1.2.6.004 - Contribuição Social - Antecipações
Plano Por Ordem de Fabricação. 1.1.2.6.005 - ICMS - Créditos a Recuperar
1.1.2.6.006 - IPI - Créditos a Recuperar
1.1.2.6.007 - ISS a Recuperar
4.4.1 - Micro E Pequenas Empresas. 1.1.3 -ESTOQUES
1.1.3.1 - ESTOQUE DE MATERIAIS
1.1.3.1.001 - Matéria-Prima
O Plano de contas apresentado neste item foi extraído do 1.1.3.1.002 - Mercadorias para Revenda
Manual de Procedimentos Contábeis, publicação SEBRAE, pg. 1.1.3.1.003 - Material de Consumo
28, destinado a orientação e utilização em Micro e Pequenas 1.1.3.2 - ESTOQUE DE PRODUTOS
Empresas. 1.1.3.2.001 - Produtos de Fabricação Própria
1.1.3.2.002 - Produtos em Fabricação
1.1.4 - ANTECIPAÇÕES
1 - ATIVO 1.1.4.1 - DESPESAS DO EXERCÍCIO SEGUINTE
1.1.4.1.001 - Seguros a Apropriar
1.1.4.1.002 - Encargos Financeiros a Apropriar
1.1 - ATIVO CIRCULANTE
1.11 - DISPONIBILIDADE
1.1.1.1 - CAIXAS 1.2 - ATIVO REALIZÁVEL A LONGO PRAZO
1.2.1 - INVESTIMENTOS A LONGO PRAZO
1.1.1.1.001 - Caixa Geral
1.2.1.1 - APLICAÇÕFS FINANCEIRAS
1.1.1.1.002 - Fundo Fixo
1.1.1.2 - BANCOS CONTA MOVIMENTO 1.2.1.1.001 - Banco “a”
1.2.2 - DÉBITOS DE PESSOAS LIGADAS
1.1.1.2.001 - Banco “a”
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1.2.2.1 - DÉBITOS DE SÓCIOS 2.1.1.1.001 - Salários e Ordenados a Pagar
1.2.2.1.001 - Sócio “a” 2.1.1.1.002 - Férias a Pagar
2.1.1.2 - OBRIGAÇOES SOCIAIS
1.3 - ATIVO PERMANENTE 2.1.1.2.001 - INSS a Recolher
1.3.1 - INVESTIMENTOS 2.1.1.2.002 - FGTS a Recolher
1.3.1.1 - PARTICIPAÇOES SOCIETÁRIAS 2.1.1.3 - OBRIGAÇÕES TRIBUTÁRIAS
1.3.1.1.01 - Empresa “a” 2.1.1.3.001 - IPI a Recolher
1.3.1.1.02 – Empresa “b” 2.1.1.3.002 - ICMS a Recolher
1.3.2 - ATIVO IMOBILIZADO 2.1.1.3.003 - ISS a Recolher
1.3.2.1. - VALORES ORIGINAIS CORRIGIDOS 2.1.1.3.004 - IRRF a Recolher
1.3.2.1.001 - Máquinas 2.1.1.3.005 - COFINS a Recolher
1.3.2.1.002 - Equipamentos 2.1.1.3.006 - IRPJ a Recolher
1.3.2.1.003 - Ferramentas 2.1.1.3.007 - Contribuição Social a Recolher
1.3.2.1.004 - Modelos e Matrizes
1.3.2.1.005 - Móveis e Instalações Comerciais 2.1.1.4 - FORNECEDORES
1.3.2.1.006 - Móveis e Utensílios Administrativos 2.1.1 .4.001 - Fornecedor “a”
1.3.2.1.007 - Equipamentos de Informática 2.1.1 .4.002 - Fornecedor “b”
1.3.2.1.008 - Veículos Industriais 2.1.1 .4.013 - Fornecedor “j”
1.3.2.1.009 - Veículos Comerciais 2.1.1 .4.022 - Fornecedor “m”
1.3.2.1.010 - Automóveis
2.1.1.5 - EMPRÉSTIMOS
1.3.2.2 - DEPRECIAÇÃO ACUMULADA 2.1.1.5.001 - Banco “a”
1.3.2.2.001 - Máquinas 2.1.1.6 - CONTAS A PAGAR
1.3.2.2.002 - Equipamentos 2.1.1.6.001 - Aluguéis a Pagar
1.3.2.2.003 - Ferramentas 2.1.1.6.002 - Serviços de Terceiros a Pagar
1.3.2.2.004 - Modelos e Matrizes 2.1.1.6.003 - Pro-Labore a Pagar
1.3.2.2.005 - Móveis e Instalações Comerciais
1.3.2.2.006 - Móveis e Utensílios Administrativos 2.2 - PASSIVO EXIGÍVEL A LONGO PRAZO
1.3.2.2.007 - Equipamentos de Informática 2.2.1 - OBRIGAÇÕES A LONGO PRAZO
1.3.2.2.008 - Veículos Industriais 2.2.1.1 - FINANCIAMENTOS
1.3.2.2.009 - Veículos Comerciais 2.2.1.1.001 - Banco “a”
1.3.2.2.010 - Automóveis 2.2.1.1.007 - Banco “b”
1 .3.3 - ATIVO DIFERIDO
1 .3.3.1 - DESPESAS DE IMPLANTAÇÃO 2.4 - PATRIMÔNIO LÍQUIDO
1 .3.3.1.001 - Gastos Gerais de Implantação 2.4.1 - CAPITAL REALIZADO
1.3.3.2 - PATENTES 2.4.1.1 - CAPITAL SUBSCRITO
2.4.1.1.001 - Sócio “a”
2.4.1.1.002 - Sócio “b”
2 - PASSIVO 2.4.1.1.003 – Sócio “c”
2.1 - PASSIVO CIRCULANTE 2.4.1.2 - (-) CAPITAL A REALIZAR
2.1.1 - OBRIGAÇÕES A CURTO PRAZO 2.4.1.2.001 - Sócio “a”
2.1.1.1 - OBRIGAÇÕES TRABALHISTAS 2.4.1.2.002 - Sócio “b”
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2.4.1.2.003 - Sócio “c” 3.1.1.4.010 - Despesas de Viagens e Estadas
2.4.2 - RESERVAS 3.1.1.4.011 - Impressos e Materiais
2.4.2.1 - RESERVAS DE CAPITAL 3.1.1.4.012 - Serviços de Terceiros
2.4.2.1.001 - Reserva de Correção do Capital Realizado 3.1.2 - CUSTO DA REVENDA DE MERCADORIAS
3.1.2.1 - CUSTO DE AQUISIÇÃO DAS MERCADORIAS
2.4.2.2 - RESERVAS DE REAVALIAÇÃO 3.1.2.1 - Mercadoria para Revenda Conta Compra
2.4.2.2.001 - Reserva de Reavaliação de Bens 3.1.2.1 - Frete de Mercadorias
2.4.2.3 - RESERVAS DE LUCROS 3.1.2.2 - (-) DEDUÇÕES DO CUSTO DAS MERCADORIAS
2.4.2.3.001 - Reserva Legal 3.1.2.2.001 - (-) Devolução de Mercadoria para Revenda
2.4.2.3.002 - Reserva para Aumento de Capital 3.1.2.2.002 - (-) ICMS nas Compras
2.4.2.4 - LUCROS E/OU PREJUÍZOS ACUMULADOS
2.4.2.4.001 - Lucros Acumulados 3.1.3 - CUSTO DOS SERVIÇOS PRESTADOS
2.4.2.4.002 - (-) Prejuízos Acumulados 3.1.3.1 - CUSTO DA MÃO-DE-OBRA DIRETA
2.4.2.4.003 - Resultado do Exercício em Curso 3.1.3.1.001 - Salários
3.1.3.1.002 - Contribuição para a Previdência Social
3.1.3.1.003 - Contribuição para o FGTS
3 - CUSTOS E DESPESAS 3.1.3.1.004 - Assistência Médica
3.1 - CUSTOS 3.1.3.1.005 - Vale Transporte
3.1.1 - CUSTOS INDUSTRIAIS 3.1.3.1.006 - Programa de Alimentação do Trabalho - PAT
3.1.1.1 - CUSTO DE AQUISIÇÃO DE MATERIAIS 3.1.3.2 - CUSTOS GERAIS DOS SERVIÇOS
3.1.1.1.001 - Matéria-Prima Conta Compra 3.1.3.2.001 - Pro-Labore
3.1.1.2 - (-) DEDUÇÕES DO CUSTO DOS MATERIAIS 3.1.3.2.002 - Aluguel e Arrendamento de Bens
3.1.1.2.001 - (-) Devolução de Matéria-Prima 3.1.3.2.003 - Energia Elétrica
3.1.1.2.002 - (-) ICMS nas Compras 3.1.3.2.004 - Água
3.1.1.2.003 - (-) IPI nas Compras 3.1.3.2.005 - Luz
3.1.1.3 - CUSTO DA MÃO-DE-OBRA DIRETA 3.1.3.2.006 - Comunicações
3.1.1.3.001 - Salários 3.1.3.2.007 - Material de Consumo
3.1.1.3.002 - Contribuição para a Previdência Social 3.1.3.2.008 - Manutenção de Máquinas, Equipamentos e
3.1.1.3.003 - Contribuição para o FGTS Instalações
3.1.1.3.004 - Assistência Médica 3.1.3.2.009 - Depreciações
3.1.1.3.005 - Vale Transporte 3.1.3.2.010 - Despesas de Viagens e Estadas
3.1.1.3.006 - Programa de Alimentação do Trabalhador PAT 3.1.3.2.011 - Impressos e Materiais
3.1.1.4 - GASTOS GERAIS DE PRODUÇÃO 3.1.3.2.012 - Serviços de Terceiros
3.1.1.4.001 - Pro-Labore Industrial
3.1.1.4.002 - Aluguel e Arrendamento 3.2 - DESPESAS
3.1.1.4.003 - Energia Elétrica 3.2.1 - DESPESAS OPERACIONAIS
3.1.1.4.004 - Água 3.2.1.1 - DESPESAS DE COMERCIALIZAÇÃO
3.1.1.4.005 - Luz 3.2.1.1.001 - Ordenados
3.1.1.4.006 - Comunicações 3.2.1.1.002 - Contribuição para a Previdência Social
3.1.1.4.007 - Material de Consumo 3.2.1.1.003 - Contribuição para o FGTS
3.1.1.4.008 - Manutenção de Máquinas e Instalações 3.2.1.1.004 - Assistência Médica
3.1.1.4.009 - Depreciação 3.2.1.1005 - Vale Transporte
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3.2.1.1.006 - Programa de Alimentação do Trabalhador – PAI 3.2.2.1 - CUSTO DE ALIENAÇÃO DE BENS DO PERMANENTE
3.2.1.1.007 - Pro-Labore 3.2.2.1.001 - Custo Alienação de Investimentos
3.2.1.1.008 - Aluguel e Arrendamento de Bens 3.2.2.1.002 - Custo Alienação de Imobilizados
3.2.1.1.009 - Energia Elétrica
3.2.1.1.010 - Comunicações
3.2.1.1.011 - Material de Consumo 4 - RECEITAS
3.2.1.1.012 - Manutenção de Máquinas e Instalações 4.1 - RECEITAS OPERACIONAIS LIQUIDAS
3.2.1.1.013 - Depreciações 4.1.1 - RECEITAS INDUSTRIAIS LÍQUIDAS
3.2.1.1.014 - Despesas de Viagens e Estadas 4.1.1.1 - RECEITA INDUSTRIAL BRUTA
3.2.1.1.015 - Impressos e Materiais 4.1.1.1.001 - Vendas no Mercado Interno
3.2.1.1.016 - Serviços de Terceiros 4.1.1.1.002 - Vendas no Mercado Externo
3.2.1.2 - DESPESAS ADMINISTRATIVAS 4.1.1.1.003 - Industrialização para Terceiros
3.2.1.2.001 - Ordenados 4.1.1.2 - (-) DEDUÇÕES DAS RECEITAS INDUSTRIAIS
3.2.1.2.002 - Contribuição para Previdência Social 4.1.1.2.001 - (-) Devolução de Vendas
3.2.1.2.003 - Contribuição para o FGTS 4.1.1.2.002 - (-) lPl sobre Vendas
3.2.1.2.004 - Assistência Médica 4.1.1.2.003 - (-) ICMS nas Vendas
3.2.1.2.005 - Vale Transporte 4.1.1.2.004 - (-) PIS si Receitas de Vendas
3.2.1.2.006 - Programa de Alimentação do Trabalhador – PAI 4.1.1.2.005 - (-) COFINS si Receitas de Vendas
3.2.1.2.007 - Pro-Labore 4.1.2 - RECEITAS COMERCIAIS LIQUIDAS
3.2.1.2.008 - Aluguel e Arrendamento de Bens 4.1.2.1 - RECEITA COMERCIAL BRUTA
3.2.1.2.009 - Energia Elétrica 4.1.2.1.001 - Vendas no Mercado Interno
3.2.1.2.010 - Comunicações 4.1.2.1.002 - Vendas no Mercado Externo
3.2.1.2.011 - Material de Consumo 4.1.2.2 - (-) DEDUÇÕES DAS RECEITAS COMERCIAIS
3.2.1.2.012 - Manutenção de Máquinas e Instalações 4.1.2.2.001 - (-) Devolução de Vendas
3.2.1.2.013 - Depreciações 4.1.2.2.002 - (-) ICMS nas Vendas
3.2.1.2.014 - Despesas de Viagens e Estadas 4.1.2.2.003 - (-) PIS s/ Receitas de Vendas
3.2.1.2.015 - Impressos e Materiais de Escritório 4.1.2.2.004 - (-) COFINS s/ Receitas de Vendas
3.2.1.2.016 - Serviços de Terceiros
3.2.1.3 - DESPESAS TRIBUTÁRIAS 4.1.3 - RECEITAS DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS LÍQUIDAS
3.2.1.3.001 - Imposto Predial 4.1.3.1 - RECEITA DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
3.2.1.3.002 - Impostos e Taxas Diversas 4.1.3.1.001 - Vendas de Serviços à Vista
3.2.1.4 - DESPESAS FINANCEIRAS 4.1.3.1.002 - Vendas de Serviços a Prazo
3.2.1.4.001 - juros Passivos 4.1.3.2 - (-) DEDUÇÕES DAS RECEITAS DA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
3.2.1.4.002 - Descontos Concedidos 4.1.3.2.001 - (-) Cancelamento de Faturas de Serviços
3.2.1.4.003 - Multas de Mora 4.1.3.2.002 - (-) 155 Sobre Vendas de Serviços
3.2.1.4.004 - Despesas Bancárias 4.1.3.2.003 - (-) PIS s/ Receitas de Serviços
3.2.1.4.005 - Variações Cambiais 4.1.3.2.004 - (-) COFINS si Receitas de Serviços
3.2.1.4.006 - Variações Monetárias 4.1.4 - OUTRAS RECEITAS OPERACIONAIS
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devido comparativo com os custos orçados, foram definidas
4.2 - RECEITAS NÃO-OPERACIONAIS LÍQUIDAS contas transitórias. No final do exercício, as contas transitórias
4.2.1 - RECEITAS NÃO-OPERACIONAIS
4.2.1.1 - RECEITAS DE ALIENAÇAO DO ATIVO PERMANENTE são encerradas e seus saldos transferidos para o DRE ou
4.2.2.1.001 - Receita da Alienação de Investimentos contas de ativo, a exemplo das contas de estoques.
4.2.2.1.002 - Receita da Alienação de Imobilizado
Neste item são apropriados os custos por etapas de
serviços e individualizados nos seguintes grupos:
6 - CONTAS DE APURAÇÃO
6.1 - RESULTADO DO EXERCÍCIO
6.1.1 - RESULTADO PARCIAL DO EXERCÍCIO - Mão de obra e encargos;
6.1.1.1 - RESULTADO OPERACIONAL - Materiais aplicados;
6.1.1.1.001 - Resultado Industrial - Equipamentos;
6.1.1.1.002 - Resultado Comercial - Outros custos.
6.1.1.1.003 - Resultado da Prestação de Serviços
6.1.1.2 - RESULTADO NÃO OPERACIONAL
6.1.2.0.001 - Resultado da Alienação do Ativo Permanente As etapas de serviços seguem as planilhas orçamentárias
6.2.0 - RESULTADO FINAL DO EXERCICIO da empresa, baseada na TCPO publicada pela Editora
6.2.1 - Resultado do Exercício em Curso Pini.
6.2.1.1 - Resultado Líquido Final Os códigos de insumos foram definidos segundo critérios
da empresa.
Para insumos, como cimento, areia, brita, etc., que não
4.4.2 – Plano de Contas - Empresa Construtora. podem ser alocados imediatamente após a sua aquisição,
devido ao volume das quantidades adquiridas e por
4.4.2.1 – Organização do Plano de Contas. servirem a mais de um serviço específico, foi criada a
conta no ativo intitulada “custos a apropriar”.
Para o desenvolvimento do plano de contas desenvolvido
neste item, foram considerados os seguintes aspectos: Nestes casos foi instituída planilha específica vinculando
o destino dado a estes materiais aos serviços onde foram
utilizados. No final de cada mês há condições de alocar,
• A empresa em questão apresenta crescimento
devidamente, o montante utilizado na respectiva conta
estabilizado, está bem estruturada e amadurecida, com previsão
transitória.
de pouca necessidade de abertura de contas novas.
As contas transitórias são, obrigatoriamente, encerradas
• A codificação estabelecida permite identificação rápida da
no final do mês, quando são transferidos seus saldos
conta, definindo se é integrante do balanço patrimonial ou do
para as contas patrimoniais (estoque) ou resultado,
demonstrativo de resultado, do ativo ou do passivo, de receita
quando for o caso.
ou despesa, mão de obra ou de material, etc.
Para conta transitória está previsto coluna de custo
• Para o acompanhamento dos custos dos
mensal e acumulativa por etapa de serviço. Deste modo
empreendimentos, por etapas de serviços executados, e o
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é possível correlacionar o custo orçado x custo realizado
e analisar possíveis desvios. 1.1.2 CRÉDITOS
1.1.2.01 CLIENTES DE INCORPORAÇÃO DE IMÓVEIS
Na estrutura do Plano de Contas apresentado a
seguir, foi considerada a segregação dos custos individualizados 1.1.2.01.001 EMPREENDIMENTO X
por empreendimentos e por etapas de serviços. 1.1.2.01.001.0001 Cliente A
1.1.2.01.001.0002 Cliente B
O lançamento contábil efetuado no grupo de
contas transitórias é o seguinte:
1.1.2.01.002 EMPREENDIMENTO Y
1.1.2.01.002.0001 Cliente A
• a Débito, os custos de produção 1.1.2.01.002.0002 Cliente B
incorridos no período.
1.1.2.02 CLIENTES DE IMÓVEIS DE TERCEIROS
• a Crédito, o registro pela transferência para
as contas de estoque (ativo circulante). 1.1.2.02.01 APARTAMENTOS
1.1.2.02.01.0001 Cliente A
1.1.2.02.01.0002 Cliente B
Apostilha CustosIndustriais~2011 68
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2.3.1 RECEITA DIFERIDA 3.2.1.01 DESPESAS ADMINISTRATIVAS
2.3.1.01 INCORPORAÇÕES DE IMÓVEIS 3.2.1.01.01 DESPESAS COM PESSOAL
2.3.1.01.001 Empreendimento X 3.2.1.01.01.01 Salários
2.3.1.01.002 Empreendimento Y 3.2.1.01.01.02 Encargos
2.3.2 CUSTO DIFERIDO 3.2.1.01.02 DESPESAS GERAIS
2.3.2.01 INCORPORAÇÕES DE IMÓVEIS 3.2.1.01.02.01 Energia Elétrica
2.3.2.01.001 Empreendimento X 3.2.1.01.02.02 Água
2.3.2.01.002 Empreendimento Y 3.2.1.02 DESPESAS COMERCIAIS
2.4 PATRIMÔNIO LÍQUIDO 3.2.1.02.01 DESPESAS COM VENDAS
2.4.1 CAPITAL SOCIAL INTEGRALIZADO 3.2.1.02.01.01 Comissões
2.4.1.01 CAPITAL SOCIAL 3.2.1.02.01.02 Marketing
2.4.1.01.01 Capital Subscrito 3.2.1.03 DESPESAS TRIBUTÁRIAS
2.4.1.01.02 (-)Capital a Integralizar 3.2.1.03.01 IMPOSTOS E TAXAS
2.4.2 RESERVAS DE CAPITAL 3.2.1.03.02 Multas
2.4.3 RESERVAS DE REAVALIAÇÃO 3.2.1.04 DESPESAS FINANCEIRAS
2.4.4 RESERVAS DE LUCROS 3.2.1.04.01 Juros Passivos
2.4.5 LUCROS OU PREJUÍZOS ACUMULADOS 3.2.1.04.02 Variações Monetárias Passivas
3.2.1.04.03 Despesas Bancárias
3 - CUSTOS E DESPESAS 3.2.2 DESPESAS NÃO OPERACIONAIS
3.1 CUSTOS Custo de Bens do Ativo Permanente
3.2.2.01
Baixados/Vendidos
3.1.1 INCORPORAÇÃO DE IMÓVEIS
3.1.1.01 INCORPORAÇÃO DE IMÓVEIS "CIDADE XXX"
4 - RECEITAS
3.1.1.01.001 Empreendimento X
3.1.1.01.002 Empreendimento Y 4.1 RECEITAS OPERACIONAIS
Apostilha CustosIndustriais~2011 69
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4.1.1.02.002 Empreendimento Y 5.1.1.01.001.117 Preparo de Argamassa Mista A Base De Arenosas
4.1.1.02 DE IMÓVEIS DE TERCEIROS 5.1.1.01.001.117.01 Mão de Obra
Apostilha CustosIndustriais~2011 70
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4.4.3.1 – O DRE – Apropriação por Ordem de Fabricação 3.4.0.0.0 - Receita Líquida de Produtos e Serviços
Apostilha CustosIndustriais~2011 72
ENG.º ANTONIO VICTORINO AVILA, MSc. Custos & Precificação
parciais e denominem o respectivo grupo, é que devam ser
levadas para a Contabilidade Legal.
Custos Por Ordem de Serviço
Construção Civil
E, que as demais contas, integrem, apenas, o controle de
custos. Obra Residencial: N.º Conta
Edifício Sol Azul 351. 004
Orçado Realizado
Havendo o interesse em realizar a Contabilidade item
Quant. Valor Quant. Valor
Gerencial com um menor número de contas, o procedimento é 1.0.0.0 - Estudos Preliminares
transferir, apenas, o somatório total da “FICHA” para a conta
específica ou global de custos do DRE – Custo de Produtos 1.1.1.0. Topografia
Vendidos ou às contas de Estoque, localizadas no Ativo. 1.1.1.1. Geotecnia
1.1.1.2. Projeto Arquitetônico
1.1.1.3. Projeto Elétrico
É importante ao profissional que atua no gerenciamento 1.1.1.4. Projeto Hidro-Sanitário
de suas empresas participar da elaboração ou aprimoramento 1.1.1.5. Projeto estrutural
do Plano de Contas. 1.1.1.6. Contratação de Pessoal
1.1.1.7. Legalização
1.1.1.8. Projeto de Viabilidade
Assim procedendo, tem condições de implantar um
sistema contábil que atenda as reais exigibilidades da 2.0.0.0 Estrutura de Concreto
contabilidade legal e as suas necessidades de controle e
acompanhamento, através do estabelecimento de um adequado 2.1.0.0 – Fundações
e integrado sistema de contabilidade de custos. Fato este que 2.1.0.1. Mão de Obra
2.1.0.2. Materiais
reduz o custo de informação e controle dos custos realizados.
2.1.0.3. Equipamentos
2.2.0.0 – Super Estrutura
2.2.1.0 - Mão de Obra
2.2.2.0 - Materiais
2.2.3.0 - Equipamentos
2.3.0.0 – Castelo d’ água
2.3.1.0 - Mão de Obra
2.3.2.0 - Materiais
2.2.3.0 - Equipamentos
2.4.0.0 – Arrimos
2.4.1.0 - Mão de Obra
2.4.2.0 - Materiais
2.2.3.0 - Equipamentos
.................................................
Apostilha CustosIndustriais~2011 73
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5.0.0.0 – Pisos
3.0.0.0 – Fechamentos 5.1.0.0 – Madeira
5.1.0.1. Materiais
3.1.0.0 – Tijolos 5.1.0.2. Mão de Obra
3.1.1.0 - Mão de Obra 5.1.0.3. Equipamentos
3.1.2.0 - Materiais 5.2.0.0 – Cerâmicos
3.1.3.0 - Equipamentos 5.2.0.1. Materiais
5.2.0.2. Mão de Obra
3.2.0.0 – Especiais
3.2.1.0 – Mão de obra
3.2.2.0 – Materiais 5.2.0.3 - Equipamentos
3.2.3.0 – Equipamentos 5.3.0.0 – Pedra
.................................................. 5.3.1.0 – Materiais
5.3.2.0 – Mão de Obra
4.0.0.0 – Revestimentos 5.3.3.0 – Equipamentos
4.1.0.0 – Interno 5.4.0.0 - Cimento
4.1.1.0 – Massa Rebocada 5.4.1.0 - Materiais
4.1.1.1. Materiais 5.4.2.0 - Mão de Obra
4.1.1.2. Mão de Obra 5.4.3.0 - Equipamentos
4.1.1.3. Equipamentos ...................................................
4.1.2.0 – Azulejos
4.1.2.1. Materiais 6.0.0.0 – Redes Equip. Elétricos
4.1.2.2. Mão de Obra 6.1.0.0 – Redes
4.1.2.3. Equipamentos ......................................
4.1.3.0 – Pedra 6.2.0.0 – Equipamentos
4.1.3.1. Materiais .....................................
4.1.3.2. Mão de Obra
4.1.3.3. Equipamentos etc. etc. etc. ................................
....................................................
4.2.0.0 – Externo Tab. 4.4 - Custos Por Ordem de Serviço
Apostilha CustosIndustriais~2011 75
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4.5.2 - Fluxogramas de Acompanhamento.
Notas Fiscais
Mão de Obra e Encargos Sociais
Contrato de Vendas
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Apostilha CustosIndustriais~2011 77
ENG.º ANTONIO VICTORINO AVILA, MSc. Custos & Precificação
A importância de conhecer o fluxo de apropriação das
despesas e dos custos por diversas contas contábeis é devido a
Início
ocorrência da existência de contas transitórias. Contas estas
onde são apropriados custos e despesas antes de serem
lançadas em contas de encerramento a exemplo das contas do
Contrato de Vendas
DRE. Tal fato ocorre devido a situações como: i) custos e
despesas lançados em contas estoques de produtos em
elaboração, contas integrantes do ativo circulante, e que não
são concluídos dentro do exercício de sua fabricação; ii)
Identificação e Classificação
produtos cujos dispêndios são mantidos na conta de estoques
do documento cfmr de produtos acabados e só transferidos ao DRE após vendidos.
Plano de Contas
FIM
Apostilha CustosIndustriais~2011 78
ENG.º ANTONIO VICTORINO AVILA, MSc. Custos & Precificação
Em havendo lucro operacional negativo, prejuízo
operacional, deve-se analisar a possibilidade de redução de
É interessante notar que muitos dispêndios são despesas ou mesmo uma reorganização do modelo
contabilizados diretamente como custos, situação que reflete a administrativo visando viabilizar a empresa. A priori não é uma
contabilização de pequenas importâncias, quando são alocadas situação de pânico, pois pode ocorrer a realização de prejuízo
diretamente no processo de produção. em algum exercício contábil.
Apostilha CustosIndustriais~2011 79
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independentemente do sistema de apropriação adotados pela
empresa, situação a ser analisada no Capítulo 6 – O custeio.
Deste modo, os custos vão sendo apropriados no DRE na A seguir, é efetuado um exemplo de fluxo onde é
proporção em que os produtos forem vendidos, situação que mostrada a possível apropriação dos custos no momento de
melhora o lucro do exercício, porém incorrendo no pagamento encerramento de um exercício contábil.
de maior imposto no exercício de lançamento. Ou seja, no
exercício em que ocorrer a venda.
Apostilha CustosIndustriais~2011 81
ENG.º ANTONIO VICTORINO AVILA, MSc. Custos & Precificação
4.6.4.1 - Fluxo de Custos - Matérias Primas: Ao final do exercício, ao ser encerrado o balanço, seu
saldo é transferido para a conta Estoque de Matérias Primas. É
Para cada tipo de matéria prima adquirida é aberta uma importante notar que ambas as contas são integrantes do Ativo.
conta contábil, apropriada na conta estoque de matérias primas
ou insumos. Nesta etapa, essa conta é, via de regra, controlada
por um documento denominado razonete em T. 4.6.4.2 - Fluxo de Custos - Produtos em Elaboração
Conforme vai sendo requisitada para produção, seu valor Durante o exercício fiscal e conforme vai sendo concluída
passa a ser transferido e apropriado em uma conta denominada a produção, os custos apropriados na conta Produtos em
de Estoque de Produtos em Elaboração. Elaboração vão sendo transferidos para a conta Estoque de
Produtos Acabados.
Razonete em T Ativo
Ativo Ativo
Estoque de Estoque de
Matéria Prima – A Produtos em Elaboração Estoque Prod. Elaboração Estoq. Prod. Acabados - A
Débito Crédito Débito Crédito Débito Crédito Débito Crédito
OC1..... 123 M.º....2.539 M.O.....2.539 V4..........250
OC2..... 987 Req1.... 692 CIF......1.071 CIF......1.071 A1..... 1.810 V5.......1.040
OC3..... 456 Req2.... 608 Req1..... 692 Req1..... 692 A2.... 2.750 A1...... 1.810 V6........ 510
OC4..... 654 Transf...920 Req2..... 608 Req2..... 608 A2..... 2.750 V7.......2.050
Saldo....920 0,0 Saldo..4.910 Saldo.... 350 Saldo... 710 3.850
Ativo DRE
Estoque Mat. Primas Custo Prod. Vendidos
Débito Crédito Débito Crédito
V4..........250
M.Pr.A..920 V5.......1.040
Outros..888 V6........ 510
1.808 V7.......2.050
Saldo. 3.850
Fig. 4.15 - Fluxo de apropriação da matéria prima.
Fig. 4.16 - Fluxo de Apropriação dos Produtos em Elaboração.
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Efetuada a venda, os custos das matérias primas
apropriados na conta “produtos acabados”, conta integrante do
ativo circulante, são transferidas para a conta custo de produtos
vendidos, conta esta integrante do DRE. Ver esquema acima,
Fig. 4.12 e Fig. 4.13.
Custo Custo
Produtos Produtos
Acabados Vendidos
Conta do DRE
Conta de Ativo -Contas de
-Conta Transitória- Encerramento-
DRE $
+ Receita de Vendas....................................... 74.567
(-) Custo de Produtos Vendidos................... 21.000
= Lucro Bruto................................................... 53.567
(-) Despesas Administrativas........................ 12.345
(-) Despesas de Vendas............................... 11.222
= Lucro Operacional..................................... 30.000
Balanço Patrimonial
1 - Ativo 2 – Passivo
1.1 – Circulante 2.1 – Circulante
1.1.1 - Caixa e Bancos .
1.1.2 - Contas a Receber .
1.1.3 -- Estoques .
1.1.3.1 - Matérias Primas................... .. 999 .
Não participa do
1.1.3.2 - Produtos em Serviço.. ..... 2.664 . fluxo de custos
1.1.3.3 - Produtos Acabados............ 14.210 . dos estoques
....................................... .
3.1 – Realizável Longo Prazo 2.2 – Exigível em Longo Prazo
Apostilha CustosIndustriais~2011
84
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5 – Margem de Contribuição.
5.1.1 – Determinação da margem de contribuição.
Apostilha CustosIndustriais~2011 86
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produto A são convertidas em lucro; ii) O produto A contribui Nos itens 5.2 e 5.3, serão apresentadas duas
com 40,33% do lucro da empresa. metodologias a serem utilizadas no calculo da margem de
contribuição quando se tem o rateio dos custos fixos em função,
Como visto, a margem de contribuição é obtida deduzindo respectivamente, das horas totais gastas pela empresa quanto a
da receita de vendas, o valor dos custos variáveis e das realização de seus produtos e pelo custo total incorrido na
despesas gerais e administrativas, nestas inclusa os dispêndios fabricação dos mesmos.
efetuados com venda e publicidade.
Como será visto nos exemplos, os resultados dos rateios
Quanto aos custos diretos, seu orçamento é mais dos custos fixos serão distintos para um mesmo produto.
imediato de ser realizado, pois corresponde àqueles dispêndios
efetuados com sua aquisição, transporte, mão de obra direta e
todos aqueles custos variáveis incorridos no processo de 5.1.3 – Margem de contribuição e margem de lucro.
produção. Estes custos são função direta da quantidade
produzida. A margem de contribuição é um parâmetro que pode
decidir qual será a margem de lucro a ser adotada para definir o
No caso da empresa dispor de vários produtos, o que é preço de cada unidade de produto, em função do giro das
comum e se deseja determinar a margem de contribuição vendas previstas. Assim, a margem de contribuição exprime o
unitária, as despesas gerais e administrativas deverão ser quanto se deseja de lucro pela venda de um produto. A margem
rateadas por cada produto para que se possa determinar o de lucro expressa o quanto se pode determinar para o lucro da
preço de vendas de cada um deles. unidade de produto.
O critério de rateio pode ser feito em função de diversas Considerando que a margem de contribuição de um
variáveis, a exemplo de: i) quantidade de mão de obra utilizada produto, MC(k), corresponde ao quanto o produto contribui para
para a confecção do produto; ii) pela quantidade de horas de o lucro da empresa e a margem de lucro, µ, o percentual de
mão de obra direta utilizada; iii) pela quantidade de horas de ganho desejado e estabelecido quando da formação do preço, a
equipamento utilizada na elaboração dos produtos; iv) custo da relação entre estas duas variáveis é fruto do giro do capital, ρ.
mão de obra direta; v) etc.
Matematicamente:
Cabe ao gestor do processo avaliar e eleger qual dos
critérios melhor exprime a situação da empresa para que ele MC(k) = µ(k) × ρ(k)
seja utilizado na definição da margem de contribuição de uma
cesta de produtos. Da expressão acima, é possível depreender que
ocorrendo variações no giro do capital, é possível alterar a
margem de lucro e manter a margem de contribuição desejada.
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5.2 – Metodologia de Cálculo. Nos itens a seguir são apresentadas duas metodologias
de calculo da margem de contribuição adotando para o rateio
Como visto, a margem de contribuição é dada por: das despesas indiretas: o número de total de horas de mão de
obra direta utilizadas no processo de produção; e, do valor do
total do custo direto praticado.
MC($) = Vendas – ( Custos Variáveis + Despesas Fixas )
Comentando o modelo acima, os custos variáveis 5.2.1 - Calculo da Margem – rateio das horas totais.
correspondem aos gastos incorridos diretamente no processo de
produção. As despesas correspondem aos gastos incorridos Neste caso, a margem de contribuição será calculada em
com administração da empresa, com vendas ou com juros. função do rateio do número e total de horas de mão de obra
direta empregadas no processo de produção
Apostilha CustosIndustriais~2011 88
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1º passo – Para iniciar o processo deve-se dispor das seguintes DT(k) = π(k) × IH(k)
variáveis:
6º passo – Calcular a receita por produto.
• Quantidade a ser produzida para cada produto, q(k);
• Custo direto total por produto, CT(k); R(k) = p(k) × q(k)
• Custo unitário direto por produto, CU(k);
• Custo horário de produção por produto, cH(k); 7º passo – Calcular a margem de contribuição por produto
• Preço de venda de cada produto, p(k);
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MC(k) = R(k) - CT(k) - DT(k) 2º - Determinação do índice de rateio das despesas indiretas
em função do total de horas da empresa.
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O dispêndio total por produto ou custo total unitário A metodologia aplicada para a definição da margem de
corresponde a: contribuição segue os procedimentos abaixo relacionados,
CT(k) = CD(A) + DI(A) sendo que o resultado final da margem de contribuição será
expresso em reais por unidade de produto (R$/un).
III - Margen de Contribuição por produto
Prod
Custo Direto Despesas Indiretas Dispendio Total 1º passo - Para iniciar o processo deve-se dispor das seguintes
R$/un R$/un $/un variáveis:
A 600,00 375 975
B 720,00 500 1.400
• Quantidade a ser produzida para cada produto, q(k);
C 750,00 375 1.075
• Custo direto total por produto, CT(k);
• Custo unitário direto por produto, CU(k);
• Custo horário de produção por produto, cH(k);
6º - Determinação da Margem de Contribuição por produto.
• Preço de venda de cada produto, p(k);
• Produtividade por produto, π(k);
MC(k)=R(k) - CT(k) - DT(k)
• Despesa indireta unitária rateada por produto, d(k);
CT(k)= CU(k)×q(k) ∴
5.2.2 – Calculo da Margem – rateio pelo valor do custo.
CT(k)
Neste caso, a margem de contribuição será calculada CT (k%) = n
conhecido o valor do rateio das despesas indiretas, rateio esse ∑ CT(k)
k =1
efetuado segundo o valor do custo direto incidente em cada
produto.
4º passo – Calcular o índice de rateio das despesas indiretas em
função dos custos diretos.
5.2.2.1 – Metodologia.
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Definir a margem de contribuição de cada um dos três 3º - Rateio das Despesas Indiretas.
produtos de uma empresa, cujos custos indiretos da fabricação
montam a 2.500 mil por mês. Como se deseja exprimir as despesas indiretas a ser
suportada por cada produto em função do custo direto
Solicita-se que o rateio dos custos indiretos adote como recomenda-se definir um índice de rateio, Ic, que exprime as
critério de rateio o custo da mão de obra direta. despesas indiretas em relação aos custos.
Os dados da empresa são apresentados no quadro DespesasIn diretas 2 .500 .000 ,00
abaixo: IC = = = 0,5827
Σ CustoTotal 4 .290 .000 ,00
Produto A B C
Quantidade – q(k) 1.000 un. 2.000 un 3.000 um Custo Despesas
Índice
CustoDireto/hora – cH(k) 20,00 R$/h 18,00R$/h 25,00 R$/h Unitário Unitárias
Prod. de Rateio
Preço de Venda – p(k) 1.500 $/un 1.800 $/un 1.600 $/un CU(k) DU(k) = IC× CU(k)
IC
Produtividade – π(k) 30 h/um 40 h/um 30 h/um R$/un R$/un
A 600,00 349,62
B 0,5827 720,00 419,54
1º - Calculo dos custos diretos unitários. C 750,00 437,03
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4º - Cálculo da margem de contribuição por produto. Calculo do Lucro – Despesas rateadas pelo total de horas.
Margem de Quantidade Lucro Lucro
Produto
MC(k)= Pu(k) - CU(k) - DU(k) Contribuição de Vendas R$ %
A
B
Preço Custo Despesas Margen de C
Prod Unitário Direto Indiretas Contribuição Empresa 100%
R$/un $/un R$/un R$
A 1.500,00 600,00 349,62 550,38 R$/un
B 1.800,00 720,00 419,54 660,46 R$/un Calculo do Lucro – Custos Indiretos pelo rateio dos custos
C 1.600,00 750,00 437,03 412,97 R$/un de MOD
Margem de Quantidade Lucro Lucro
Produto
Contribuição de Vendas R$ %
A
B
C
Empresa 100%
5.3 – Exercícios.
Considerando as aplicações da metodologia da margem b) Efetue alguns comentários gerenciais ou políticas a serem
de contribuição e rateio efetuado nos itens 5.2.1.2 e 5.2.2.2, propostas quanto aos preços praticados pela empresa, quando
solicita-se: comparados com aqueles praticados pela concorrência, visando
à competitividade da empresa.
• Comparar o lucro da empresa para as duas situações;
No quadro abaixo é dado o preço praticado pela empresa
• Calcular a participação do lucro de cada produto no lucro
em análise e o preço médio praticado pelo mercado.
da empresa;
• Justificar o motivo da eventual alteração do lucro da
Preço Empresa Preço Mercado
empresa devido à mudança da forma de rateio dos custos Produto
R$/un R$/un
fixos.
A 1.500,00 1.483,00
• Calcular a margem de contribuição específica da B 1.800,00 1.920,00
empresa. C 1.600,00 1.608,00
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c) Calcular o preço dos produtos discriminados pelos seus d) O produto C, que apresenta a menor margem de contribuição,
fatores de produção sabendo que: é oferecido num setor de alta tecnologia, onde a vida útil
comercial é muito curta.
• A empresa deseja uma margem de contribuição líquida
de 18%; Defina qual o tempo necessário para preparar o
• A carga tributária incidente sobre o preço monta a 38%; lançamento de um novo produto, em substituição ao produto C,
• Os encargos sociais são estimados em 42% do valor da sabendo que:
mão de obra direta.
• Despesas gerais e administrativas: 127 mil R$/mês. • Os custos diretos dos insumos que integram o produto vêm
crescendo a 8% ao ano;
Tabela I - Mão de Obra Direta e Insumos • A concorrência vem reduzindo o preço de produtos similares
item Produto J Produto B a razão de 17% ao ano.
Salário Profissional -1 12,00 R$/hora ---
Salário Profissional -2 7,50 R$/hora --- Preço Custo Despesas Margen de
Salário Profissional -3 --- 14,00 R$/hora Prod Unitário Direto Indiretas Contribuição
Salário Profissional -4 --- 9,80 R$/hora R$/un $/un R$/un R$
Produtividade 4,20 h/unidade 2,70 h/unidade A 1.500,00 600,00 349,62 550,38 R$/un
Insumo A 32,00 R$/unidade --- B 1.800,00 720,00 419,54 660,46 R$/un
Insumo B 15,00 R$/unidade --- C 1.600,00 750,00 437,03 412,97 R$/un
Insumo C 9,00 R$/unidade 9,00 R$/unidade
Insumo D --- 28,00 R$/unidade
Produção mensal 8.000 unidades 5.000 unidades
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O ponto de equilíbrio, via de regra, é definido em base A metodologia a seguir apresentada permite definir o
mensal e a metodologia utilizada para sua obtenção requer ponto de equilíbrio para um único produto e, também, quando
informações quanto às variáveis abaixo: ocorre o caso da disponibilidade de diversos produtos, porém
todos apresentando a mesma margem de contribuição.
• Quantidade de produto a ser vendido, q(k);
• O percentual de vendas de cada produto, v%(k); Por definição, o Ponto de Equilíbrio – PE de um produto
• Custo fixo total da empresa: CFT(q); corresponde à quantidade de produção em que o custo total é
• Custo variável total da empresa: CVT(q); equivalente à receita total. Em decorrência desta definição, não
• Custo total por produto, CT(k); existe lucro nem prejuízo no ponto de equilíbrio.
• Custo variável unitário por produto, cvU(k);
• Custo fixo unitário por produto, cfU(k); Matematicamente:
• Custo horário de produção por produto, ch(k);
• Preço de venda de cada produto, p(k); Lucro = Receitas – Custos – Despesas
• Produtividade por produto, π(k);
No ponto de equilíbrio pode-se escrever:
Apostilha CustosIndustriais~2011 95
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Considerando que {p(k) - cvU(k)} corresponde à margem 5.4.3.1 – Ponto de equilíbrio por unidade.
de contribuição em relação ao lucro bruto, MCB, e q(k)
representa a quantidade de equilíbrio, isto é, define o ponto de Neste caso deseja-se conhecer o ponto de equilíbrio em
equilíbrio em função da quantidade. Então, pode-se escrever: função do número de unidades vendidas.
Como exemplo, seja o caso de um único produto cujos 1º passo - Calcular a Margem de Contribuição Unitária:
custos fixos totais montam a R$ 15.300,00 e a margem de
contribuição unitária em função do lucro bruto é de R$ 220,00 Matematicamente, a margem de contribuição unitária,
por unidade. O ponto de equilíbrio é dado por: MC(k), é obtida diminuindo do preço de venda de cada produto,
p(k), o custo incorrido por unidade de produto, CU(k).
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3º passo - Calcular a Margem de Contribuição Média Ponderada Considerando uma empresa que dispõe de três produtos
– MCMP. distintos, solicita-se calcular o ponto de equilíbrio de cada
produto expresso pelo número de unidades a serem vendidas.
A margem de contribuição total corresponde à soma das
margens de contribuição ponderada de cada produto. Na tabela “a“ são fornecidas os seguintes dados de
n mercado e de produção: o número de unidades a serem
MCMP = ∑ MCP (k) vendidas; preço unitário; e os custos variáveis unitários para
cada produto.
k =1
4º passo - Calculo do ponto de equilíbrio total - QTOTAL Sabe-se que as despesas fixas mensais da empresa
montam a R$ 55.000,00. A tabela a seguir indica os dados
O ponto de equilíbrio total, PET, indica o número total de comerciais e de vendas de cada produto.
produtos a serem vendidos, mensalmente, para que se alcançar
o ponto de equilíbrio da empresa. E, corresponde à razão entre
a) Calculo da Margem de Contribuição por produto.
o valor do custo fixo totais, CFT, pela margem de contribuição
Margem de
média ponderada, MCMP. Vendas em Preço Custos Contribuição
Custo FixoTotal Prod. unidades Unitário variáveis
QTOTAL = q(k) p(k) cvU(k)
Unitária
MCMP MCB(K)
A 150 322 102 220
5º passo - Ponto de equilíbrio por produto – q(k) B 130 384 144 240
C 240 863 683 180
q(k) = v%(k) × QTOTAL
MCB(k)= p(k) - cvU(k)
Apostilha CustosIndustriais~2011 97
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5.4.4 – Tipos de Pontos de Equilíbrio. os custos variáveis e despesas fixas ocorridos no período mais
a depreciação no período. (MEGLIORINI, 2001).
Como já definido anteriormente, o ponto de equilíbrio
pode ser entendido como a quantidade de produção/vendas, CF + CV + D
necessária à obtenção de um resultado esperado. PEC ⇒ QPEC =
p − (c + v )
Além do Ponto de Equilíbrio Operacional e dependendo
do tipo de decisão desejada, podem ser determinados outros
três tipos de ponto de equilíbrio: Ao ser calculado o ponto de equilíbrio contábil, não é
considerado o custo do capital investido e os juros pagos a
Ponto de Equilíbrio Contábil ⇒ PEC; empréstimos efetuados. A depreciação, por sua vez, é
Ponto de Equilíbrio Econômico ⇒ PEE; considerada como despesa incorrida e mantida no cálculo deste
Ponto de Equilíbrio Financeiro ⇒ PEF. ponto de equilíbrio, mesmo não gerando saídas de caixa.
a) PONTO DE EQUILÍBRIO CONTÁBIL – PEC. A metodologia em pauta propõe definir um nível de caixa
mínimo a ser mantido de modo a poder atravessar épocas de
CF + CV + D 122.000 + 18.700 baixo faturamento evitando a captação de recursos externos.
QPEC = = = 28.140un / ano
p − (c + v ) 12,30 − 7,30
Tal procedimento evitará ao gestor em tomar
financiamento, especialmente em capital de giro, fato este que a
b) PONTO DE EQUILÍBRIO ECONÔMICO – PEE. fará incorrer em despesas de juros numa época em que ocorre a
redução do faturamento, com expressão direta tanto na redução
CF + CV + D + CC 122.000 + 18.700 + 35.100 do lucro como na descapitalização da empresa.
QPEE = = = 35160,0un
p − (c + v ) 12,30 − 7,30
O nível de caixa mínimo pode ser alcançado adotando
uma ou varias ações combinadas, conforme abaixo relacionado:
C) PONTO DE EQUILÍBRIO FINANCEIRO – PEF.
Aporte de capital de sócios;
CF + CV + D + A + J Venda de bens do ativo imobilizado;
QPEF = = 39.800un / ano Incremento nas vendas, especialmente aquelas vinculadas à
p − (c + v ) promoções, visando a redução de estoques ou garantia
antecipada de fluxos de caixa;
NC(n) = PF(n) - PE + NC(n-1) Analisar qual o nível de defesa do caixa para uma
empresa que apresenta previsões de faturamento e gastos
segundo estabelecido no quadro abaixo.
4º passo – Estabelecer o nível de defesa do caixa.
Sabe-se que os custos fixos montam a R$ 41.250,00 e a
O nível de defesa do caixa corresponde ao período que empresa pratica uma margem de contribuição de 30%. Além
apresentar o maior saldo negativo quando efetuada a projeção disto, dispõe de um caixa inicial de R$ 28 mil.
dos níveis de caixa futuros.
Apostilha CustosIndustriais~2011 102
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Então:
5.6 – Exercício.
NC(n) = PF(n) - PE + NC(n-1)
a) Considerando a aplicação efetuada no item 5.4.3.3, verificar o
valor do custo total de equilíbrio.
Ponto de Equilíbrio Variação de Nível de Caixa
137.500,00 caixa - ∆VC NC
Previsão
MES PF-PE NC(n) = NC(n-1) + ∆VC
Faturamento
Zero 28.600,00
1 110.000,00 (27.500,00) 1.100,00
2 96.000,00 (41.500,00) (40.400,00)
3 117.000,00 (20.500,00) (60.900,00)
4 146.000,00 8.500,00 (52.400,00)
5 153.200,00 15.700,00 (36.700,00)
6 169.000,00 31.500,00 (5.200,00)
7 158.000,00 20.500,00 15.300,00
8 147.000,00 9.500,00 24.800,00
9 145.000,00 7.500,00 32.300,00
10 154.000,00 16.500,00 48.800,00
11 150.000,00 12.500,00 61.300,00
12 110.000,00 (27.500,00) 33.800,00
13 96.000,00 (41.500,00) (7.700,00)
14 117.000,00 (20.500,00) (28.200,00)
15 146.000,00 8.500,00 (19.700,00)
das despesas é coerente com a realidade da empresa. Pode 6.2 – Custeio por Absorção ou Integral.
ocorrer que um inadequado modelo de rateio venha a prejudicar
a sua margem de contribuição, especialmente quando realizado 6.2.1 – O Método.
sob a égide do custeio por absorção ou integral.
A técnica do CUSTEIO POR ABSORÇÃO, também
Considerando que cada empresa dispõe de denominado de CUSTEIO INTEGRAL, procura descarregar, ao
particularidades e cultura próprias, o sistema de contabilização e máximo, os gastos incorridos pela empresa, sejam diretos ou
o sistema de custos instituídos devem refletir adequadamente o indiretos, na conta custos da carteira de serviços ou produtos.
comportamento de procedimentos gerenciais da empresa e
servir de base ao seu processo de decisão. Ser um forte Assim sendo, tanto os custos fixos (indiretos) quanto os
instrumento de controle e apoio às decisões gerenciais. custos variáveis (diretos) são apropriados como custo dos
produtos fabricados.
Finalizando, alerta-se que existem diversos sistemas de
acompanhamento de custos voltados ao processo de decisão No caso dos custos diretos, não há dificuldade em sua
que podem ser divididos em dois grandes grupos: os métodos apropriação, pois são lançados diretamente como custo final de
tradicionais e os modernos de custeio. um produto ou serviço.
Quando ocorre a impossibilidade ou haja uma forte O fato que contribuiu para a adoção deste método foi
dificuldade no rateio dos custos indiretos, os custos indiretos devido aos custos serem rateados segundo padrões voltados
devem ser lançados diretamente no Demonstrativo de para a engenharia, daí o critério de rateio ser baseado em algum
Resultados do Exercício como despesa do exercício em que, de fator volumétrico. Situação esta que permitiu uma racionalidade
fato, ocorreram. de rateio muito próxima ao que efetivamente ocorre no processo
de fabricação. (Cogan, 1999).
Sob esta abordagem, ocorre uma melhoria do lucro da
empresa no exercício em que ocorreram as despesas. Assim
sendo, não é contabilizado prejuízo no exercício em que os 6.3 – Custeio Direto, Variável ou Marginal.
produtos foram elaborados já que os custos incorridos foram
apropriados em contas de estoque (ATIVO), só sendo lançadas 6.3.1 – O método.
como contas de custo ( apropriadas no DRE) quando os produtos
forem vendidos. O método analisado neste item é conhecido sob três
denominações: custeio variável; custeio direto; ou custeio
Alerta-se que a deficiência levantada quanto a marginal.
fidedignidade do resultado das informações propiciadas pelo
sistema de custeio por absorção, na maioria dos casos, diz O custeio direto difere do anterior por reconhecer como
respeito à aceitabilidade do rateio dos custos indiretos. custos dos produtos e serviços somente os custos variáveis ou
diretos e os custos fixos que possam ser apropriados,
Quadro I - DRE R$
As deficiências do método do custeamento direto podem Preço de Vendas por unidade 100
ser ressaltadas pelas seguintes condições: Custo Direto por unidade (-) 60
Margem de Contribuição 40
a) A formação de estoques a preços diminutos, no caso da
empresa não escoar a produção no mesmo exercício em que
foi produzida; a) Quantas unidades deverão ser produzidas para o equilíbrio
b) Falsa idéia de que o lucro é constante para distintos níveis dos custos indiretos?
de produção. Isto, porque se analisa a partir da margem
unitária de contribuição. O lucro, na realidade, aumenta com Adotando como nomenclatura: q, exprimindo a
o volume de produção; quantidade a produzir; CFT, representando o montante dos
c) O sistema é inútil para empresas onde os custos variáveis, custos fixos; L sendo o lucro desejado sobre as vendas
ou diretos, tenham pouca expressão no total dos custos de expresso em valor monetário; µ, representando a margem de
produção. contribuição sobre as vendas; e Rec. a total das receitas.
40 + 60 + 100
Qual o lucro máximo a ser obtida ao ser incrementada a
µ* = = 66,66
produção, até ser atingida a capacidade máxima de 3
operação?
3º - Define-se a quantidade a ser produzida de todos os
produtos.
6.5 – Produtos de Maior Margem.
480.000 + 0
Nesse item será considerada a hipótese da empresa q= = 7.200unidades
dispor de mais de uma linha de produção. 66,66
O procedimento proposto, neste caso, difere do acima 4º - Calcula-se o Ponto de Equilíbrio por Produto.
exposto e segue a metodologia abaixo.
7200
Seja, então, calcular a margem de contribuição unitária e qA = qB = qC = = 2.400unidade / produto
global dos três produtos de uma empresa, cujos preços de 3
venda e os custos unitários diretos constam da Tab. 6.3.
Quantidade Contribuição Margem
Sabe-se que os custos indiretos montam a R$ 480.000,00 Produzida Unitária Global
Produto A 2.400 40 96.000
considerando uma média anual.
Produto B 2.400 60 144.000
Produto C 2.400 100 240.000
Metodologia: TOTAL 480.000
Do quadro acima se depreende que, sendo produzidas DRE, visando à análise do comportamento financeiro da
mensalmente 5 mil unidades, a contribuição do produto para a empresa.
diluição dos custos indiretos será de R$ 18 mil (3,60 × 5.000).
E, havendo produção de 10 mil unidades, a contribuição será de Esta é, sem dúvida, uma das principais preocupações
R$ 51 mil (5,10 × 10.000). gerenciais da administração superior, visando se precaver ou
constatar possível fase de turbulência financeira e, em
Considerando que os custos indiretos totais montam a R$ decorrência, deflagrar ações que permitam evitar alguma
120 mil, a contribuição do produto em análise não cobre, solução de continuidade da produção.
inteiramente, os custos indiretos. Assim, a empresa deverá
lançar ou dispor de outros produtos que cubram o custo em
questão! 6.7 – Exemplo para Empresa Comercial
Pelo exposto, pode-se concluir que o sistema de Neste caso são exploradas quatro situações possíveis de
custeamento direto mostra, claramente, uma visão do que ocorrer em empresa do ramo comercial referentes à medição da
ocorre na empresa. margem de contribuição:
De uma mercadoria;
No caso, um custo indireto de R$ 120 mil pode ser De dois produtos vendidos por uma empresa;
excessivamente alto para a empresa em pauta. Isto levanta a De um departamento, c/ dois produtos.
hipótese de que ela tenha de reduzir o seu tamanho, De uma rede de lojas com 3 filiais.
contentando-se em ser uma empresa pequena e,
conseqüentemente, realizando cortes drásticos nos custos Mercadoria “AA” Período: 09.200X
indiretos que vem praticando. Preço de Venda 150,00
Mercadoria (82,00)
Outro caso é o de ocorrer um descontrole nos custos Frete (3,00)
indiretos, caso em que a direção deverá efetuar redução Comissão – 2% (3,00)
drástica nos custos indiretos. Débito ICMS – 18% (27,00)
Crédito ICMS – 12% 9,84
PIS - 0,65% (0,98)
Porém, nos dois casos, cabe à administração superior a
COFINS – 2% (3,00)
responsabilidade de manter a produção em nível tal que IRPJ – 1,2% (1,80)
justifique o tamanho da máquina administrativa. Contribuição Social – 0,96% (1,44)
(=) Margem de Contribuição 37,62
Como alerta, recomenda-se que, permanentemente, % Margem de Contribuição 25,10
sejam atualizados os fluxos de caixa futuros, bem como a Tab. 6.4 – Margem de Única Mercadoria.
realização de balanços projetados, principalmente quanto ao
Apostilha CustosIndustriais~2011 113
ENG.º ANTONIO VICTORINO AVILA, MSc. Custos & Precificação
77.840
CI = = 1,39R$ / unidade
Filial F1 F2 F3 Rede 56.000
Margem de Contribuição de cada Loja 12.000 8.000 12.000 32.000
Custos Fixos da Loja 6.000 5.000 8.000 19.000 O procedimento de decisão consiste em verificar a
Margem de Contribuição da Loja/Rede 6.000 3.000 4.000 13.000
margem de contribuição para cada situação. Ver Tab. 6.8 –
Custos Fixos da Rede 6.000
Resultado da Rede - $ 7.000
Análise Diferencial de Custos.
Resultado da Rede - %
Resultado da Loja - % No calculo da margem de contribuição para a situação
Tab. 6.7 – Margem de Filiais e da Rede Total proposta, não foram considerados os custos indiretos e os
- Considerando que Ronaldo deseja uma remuneração de Custos e despesas fixos:................................................. $ 21.600,00 por mês;
2% ao mês sobre o capital aplicado, quantos brigadeiros Depreciação, já inclusa no valor acima, ........................................ $15.000,00.
a loja deve vender, no mínimo? Sabendo que o funcionário recebia, bruto, um salário de
- Quantos brigadeiros devem ser vendidos para $10.000,00 e o consumo de energia da cidade alvo, em dado
proporcionar um lucro de $ 10.000,00 por mês? mês, foi de 300.000 kwh, pergunta-se:
- Qual seria o novo ponto de equilíbrio sendo o salário do
gerente mudado para $400,00 por mês, mais uma - Qual o custo unitário do produto sob o princípio de
comissão de $0,05 por unidade? custeio integral?
- No próximo exercício, considerando a queda de vendas - Qual o custo unitário do produto sob o princípio de
ocorrida entre os meses de abril e setembro, o custeio variável?
proprietário esta estudando em reduzir o preço de vendas
- No citado mês, a empresa foi, ou não, superavitária?
para $0,70/unidade. Neste caso, qual a quantidade
- Qual o ponto de equilíbrio do negócio?
mínima a ser vendida visando a manter o lucro?
- Qual o volume de vendas necessário para cobrir o antigo
- Considerando os dados originais e o baixo desempenho
salário do funcionário?
da loja havido nos meses de abril a setembro, pergunta-
- Qual é o mínimo volume de vendas para não tomar
se: “é vantajoso o fechamento temporário da loja, no
citado período, com a dispensa dos dois vendedores”? dinheiro emprestado?
- Um plano de marketing prevê a distribuição, gratuita, de
- Visando o incremento de vendas, esta sendo estudado o
chuveiros e ferros elétricos mais potentes à população da
investimento em propaganda na ordem de $ 1.000,00 por
cidade. Em decorrência desse fato, há uma previsão de
mês. Quantas unidades deveriam ser vendidas para
aumento de consumo de energia elétrica para 400.000
compensar o investimento?
kwh. O investimento nesses bens esta previsto para
montar a $ 30.000,00. Nesta situação, em quanto tempo
b) Um funcionário de uma concessionária de energia elétrica
ocorrerá o retorno do capital investido?
pensa em ingressar num plano de demissão incentivada e abrir
a sua própria empresa, uma pequena geradora de energia, no
c) O gerente da empresa Pifatec Ltda. esta analisando fabricar,
intuito de vender energia para a sua cidade natal.
internamente, um dos componentes de um produto fabricado
pela empresa, atualmente adquirido no mercado ao custo de
O projeto dessa pequena geradora tem as seguintes
$ 10,00 por unidade.
características:
Capacidade instalada de geração..................................................... 1.000 kw; Dois são os equipamentos disponíveis para a fabricação
Capacidade Máxima de Geração: 30 dias×24horas×1.000kw = 720.000 kwh; do produto em questão: M1 e M2.
Preço de venda da energia elétrica:................................................ $ 0,11/kwh;
Custos variáveis:............................................................................ $ 0,01/ kwh;
O equipamento M1 aumentará os custos fixos mensais A empresa determina seu preço de venda sob o método do
em $5.000,00. Em compensação, os custos variáveis unitários custeio integral, considerando um lucro de 50% sobre os custos
seriam, apenas, $ 8,00. incorridos.
A estimativa máxima de produção é que sejam confeccionadas,
O equipamento M2 aumentará os custos fixos mensais mensalmente, 5.000 unidades. Porém, no ultimo semestre,
em $15.000,00 e os custos variáveis em $7,00. somente 4.000 unidades foram produzidas por mês.
Com os dados acima, deseja-se saber:
- Qual o nível de atividade que justifica a aquisição da Com os dados acima, pede-se:
Máquina M1? - Qual o ponto de equilíbrio, mensal?
- Qual o nível de atividade que justifica a aquisição da - Qual o nível de vendas para que o proprietário mantenha
Máquina M2? a renda que percebia enquanto empregado?
- Suponde que a empresa trabalhe com um nível de - Qual o nível de vendas para que a empresa não
atividade na ordem de 4.000 unidades, qual seria a necessite recorrer a recursos de terceiros?
melhor alternativa? - No verão, a venda do produto diminui bastante. Assim o
- Detalhe o nível de produção que justificaria cada proprietário esta analisando a possibilidade de
alternativa. suspender, temporariamente, as atividades nos meses de
novembro a março. Tal atitude possibilitará a redução dos
d) Um cidadão, que anteriormente trabalhava como empregado custos fixos em R$ 4.000,00. Neste caso, deseja-se
e percebia um salário de R$ 2.000,00, abriu um negócio de saber o nível de vendas abaixo do qual a suspensão de
confecções. atividades é vantajosa.
- Um estudo de mercado indica que, havendo
Sua confecção incorria nos seguintes custos mensais: investimentos mensais na ordem de R$ 10.000,00 em
Matéria prima: $ 40.000,00 publicidade, a empresa poderá funcionar em sua
Salários com encargos sociais: $ 4.000,00 capacidade máxima de produção e vender seu produto a
Energia elétrica: R$ 400,00 R$ 20,00/unidade. Neste caso deseja-se conhecer: o
Aluguel: R$ 500,00 novo ponto de equilíbrio contábil e o lucro a ser obtido.
Seguros e impostos: R$ 100,00
Depreciação: R$ 150,00 e) Uma empresa tem seu único produto vendido a R$ 1,00 por
Outros: R$50,00 unidade. Em dado período, praticou os seguintes custos:
- MP = 12.000,00 R$
A exceção da matéria prima, os demais itens podem ser - MOD = 6.000,00 R$
considerados como custos fixos. - CIF fixos = 27.000,00 R$
- CIF variáveis = 4.500,00 R$
Sua capacidade instalada é para produzir 100.000,00 - Você esta ganhando ou perdendo dinheiro?
unidades mês. Porém, vem produzindo, apenas, 90.000 - Quantos aluguéis são necessários no ponto de equilíbrio?
unidades. - Se, na baixa temporada, o aluguel fosse reduzido para
R$ 16,00, qual seria o ponto de equilíbrio?
Considerando que os custos incorridos com MOD sejam - Qual seria o mínimo de atividade que justificaria o
variáveis, pergunta-se: fechamento do empreendimento na baixa temporada?
- Qual o ponto de equilíbrio?
- Qual o lucro mensal? g) Com relação ao exercício apresentado na Tab. 6.1, informe
- Qual nível de atividade resulta num lucro mensal de R$ quais ações gerenciais possíveis para melhorar o desempenho
10.000,00? dos produtos A e C.
e) Você pode ganhar a importância de R$ 500,00, como h) Sua empresa fabrica três produtos. Dispondo das seguintes
empregado, ou comprar um hotel e ser proprietário de um informações, calcule a quantidade de produção de cada produto,
negócio. visando maximizar o lucro da empresa.
Como deseja dispor do próprio negócio, adquiriu um hotel Custos Indiretos Totais da Empresa: 22.800,00 $/ mês.
que opera nas seguintes condições: Horas semanais de Produção = 44 horas.
Mês: 4,3452 semanas.
- Diárias: R4 50,00 Elabore os respectivos gráficos de custos.
- Custos variáveis por diária: R$ 5,00
- Custos Fixos: Produto
Preço dos Consumo de Produtividade Preço de
Depreciação: R$ 6.000,00 Equipamentos Energia/un un/h Mercado
Outros Custos Fixos ( elimináveis): R$ 9.000,00 A 24.600,00 22k wh/h 44 2.200,00 /un
Outros Custos Fixos ( não elimináveis): R$ 1.000,00 B 32.400,00 33 kwh/h 52 2.400,00 /un
C 19.900,00 18 kwh/h 75 2.000,00 /un
- Capacidade e utilização do hotel:
Função de Produção.
Baixa Alta A ƒCT (q ) = 6q4 - 5q² + 7 q + kA
Temporada Temporada
Aluguéis de quartos a plena capacidade 9.500 9.100
B ƒCT (q ) = 12q³ - 7q² + k B
Quartos Alugados 5.100 8.500 C ƒCT (q ) = 5q³ - 3q² + 22 q + k C
Vagas 4.050 600
Pergunta-se: h) Sua empresa produz 120 mil artefatos de cerâmica por mês.
Esses artefatos são separados em três classes, A, B e 3º - O menor preço de mercado para que o produto
C, após passar por um processo de escolha de qualidade. classe A seja competitivo, de modo a possibilitar a política
A classe A corresponde aos produtos considerados estabelecida no 2º cenário.
perfeitos, isto é, sem apresentar algum defeito, seja de
dimensões, empenamento e estampagem; a classe B apresenta item Total
Classe A Classe B Classe C
algum defeito de estampagem; e o produto á classificado na 50% 30% 20%
classe C quando apresenta alguns dos citados defeitos. Preço
- Custo Direto
A estatística do controle de qualidade tem demonstrado - M.O - direta
que, do total produzido, 50% corresponde à classe A, 30% a B e - Manut./depreciação
20% a classe C. - Custo Indireto
Total dos Custos
Você, como controler da empresa, dispõe dos seguintes Margem Contr. – R$
dados de produção:
Margem - 20%
Custo Direto, 3.360 mil R$/mês; Mão de obra direta,
2.100 mil R$/mês; Outros custos diretos, 840 mil R$/mês.
- Departamentos Inteiros;
Qualquer empresa pode ser subdividida em unidades
- Linhas de Montagens de Departamentos;
visando a apuração dos custos incorridos, unidades estas
- Máquinas de Linhas de montagens, isoladas ou
denominadas de centros de custos.
agrupadas;
- Fabricas ou setores fabris autônomos;
Para cada centro de custos, é aberta uma conta contábil,
- Pavilhões ou edifícios isolados;
onde serão alocados os custos e despesas a ele atribuídos ou
- Equipamentos autônomos.
incorridos.
• Sistema de produção: isto é, se produção contínua ou por 7.2 – Definindo Centros de Custos.
encomenda;
• A mecânica da produção, isto é, se a produção é realizada Ao serem isolados centros de custos, há que se conhecer
através de um processo único, retilíneo, ou da conjugação de tanto o fluxo das operações, em suas diversas fases, como a
diversos processos. organização da empresa.
O exemplo a seguir mostra uma empresa dividida em Além dos fluxogramas acima citados, deverão ser
onze centos de custos. considerados:
SIGA A MÁXIMA:
“QUEM MUITO ABRAÇA, POUCO APERTA!”.
(PEÃO DE OBRA – DESCONHECIDO)
6
Custos – Ferramentas de Gestão. IBRACON. Editora Atlas. 2.000
Apostilha CustosIndustriais~2011 125
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10 – O Custo Padrão
O processo do Custo Tipo define o custo de serviços ou
de produção partindo de dados históricos da empresa, quando
10.1 – Objetivo. os custos podem ser definidos utilizando médias, ou moda
histórica.
É comum a contabilidade apurar os custos de um produto
ou serviço após a conclusão dos mesmos, situação que inibe o O processo do Custo Estimado tem o objetivo de
seu controle gerencial. comparar o custo proposto por orçamento ou contrato, com
aquele efetivamente realizado.
A metodologia do custo padrão tem por objetivo efetuar o
controle de custos simultaneamente à realização do processo Enfim, a contabilidade baseada no Custo Padrão, propicia
contábil. o controle gerencial do faturamento, das quantidades e dos
custos incorridos, mostrando os desvios havidos durante o
Dois são os processos para a realização do custo padrão: processo de produção, quando comparados com os padrões
predeterminados.
a) Custo Tipo, definido por médias históricas de produção;
b) Custo Estimado, elaborado por orçamento.
10.2 – Controle Contábil.
Custo Padrão
Com um sistema de Custo Padrão implementado, torna- No final da produção Debita-se; Credita-se:
global, ou no final de Produção Orçada Produção e Variação
se fácil o controle de desvios ocorridos durante o processo de
cada fase produtiva, a de Custos – Ordem
produção e vendas, bem como uma análise de desempenho da de Serviço n.º
contabilidade de custos
empresa. lançará à conta de
custos orçados contra b) Sendo as Variações de custos
a conta de custos reais, desfavorável à empresa.
10.2.1 – Rotina do Custo Padrão. levando as diferenças Debita-se: Credita-se:
verificadas entre as Produção Orçada e Produção
duas à uma terceira Variações de
Recomenda-se adotar a seguinte rotina contábil visando conta, denominada de Custos – Ordem de
utilizar o custo padrão: “Variação de Custos”. Serviço n.º
10.3.3 – Variação de Composição. Como exemplo, toma-se uma empresa que produz um
bem utilizando três tipos de mão de obra: Categorias A; B; & C,
A variação de composição visa constatar diferenças segundo especificações de produção constantes do quadro
havidas na composição do custo de um produto, provenientes abaixo.
de alterações havidas na composição dos insumos. Isto é, a
variação do custo do produto quando ocorrem,
Previsto/Padrão Realizado
Mão de
Quant. Salário Total Quant. Salário Total
Obra
Horas $/hora $ Horas $/hora $ 1 2 3 4 5 6
Cat. A 4 10 40 2 35 70 Comp. Padrão
Quant. Variação Preço
Variação
Cat. B 2 20 40 1 20 20 Cat. com De
Real (2–3) Padrão
Cat. C 2 40 80 3 30 90 Quant. Real Total Composição
Total 8 20** 160 6 30** 180 A 0,50 × 6 = 3,0 2 + 1,0 10 10
** salário médio B 0,25 × 6 = 1,5 1 + 0,5 20 10
C 0,25 × 6 = 1,5 3 - 1,5 40 - 60
No caso, deseja-se saber se há variação de tempo, preço Total = 6 - 40
ou de composição durante o processo de utilização dos insumos
considerados. Analisando os dados acima, fica constatado que a
variação total, ou de composição, havida, de (-) $ 40,00, foi
a) Variação de Tempo – Quantidade. propiciada por um aumento nos salários na ordem de $ 20,00.
Resumo
Janeiro de XY (em $ 10³ )
Relatório de Performance Análise de Variações
Receitas Custos
Preço Material
Lucro Real.................$ 90,00 Composição Mão de Obra
Lucro Orçado $ 80,00 (-) Volume Overhead
Despesas de Vendas
Real - Orçado........... $ 10,00 Despesas Administrativas
Variação Liquida de Receitas $75,00 Variação Líquida de Custo $ .....( 65,00 )
Variação Liquida........$10,00
Considerando a adoção de um coeficiente de depreciação Como depreciação real, visa determinar o custo da
acelerada α=2, a taxa de depreciação a ser adotada, KA, será depreciação a integrar uma composição de custos unitários, em
dada por: KA = 2 KLR ∴ KA = 2/5. função da vida útil operacional do equipamento.
Como depreciação legal, permite estabelecer o valor da A taxa horária de depreciação corresponde à razão entre
depreciação do bem proporcionalmente ao seu tempo de o custo depreciável e a vida estimada do equipamento,
utilização durante o exercício fiscal. tecnicamente determinada. Então:
CD Pr eçodeAquiz ição − Valor Re sidual Equipamentos similares com cinco anos de uso
t= = apresentam valor de mercado de R$ 10.000,00. A previsão
VE VidaUtilEs timada
anual de trabalho é dada no quadro abaixo.
A vida útil do equipamento, geralmente expressa em Valor Horas Taxa de Depreciação
horas, pode ser estabelecida de dois modos: i) pelo catalogo do Per.
Contábil trabalhadas depreciação R$/ano
fabricante; ii) ou, considerando a experiência da empresa face
1 100.000,00 4.800 R$ 5,00 24.000,00
as condições de utilização e manutenção do equipamento.
2 4.700 R$ 5,00 23.500,00
anos especificados nas instruções da legislação do Imposto de • Semanas por mês 4,34
Renda. • Dias trabalhados por semana 6 dias
• Feriados legais 10 por ano
ܸܤ 79.000
݀ = = = 15.800,00ܴ$/ܽ݊
݈ܶ݁݉ܽ݃݁ܮ 5
b) Calcular a depreciação dos bens relacionados, considerando
2º - Visando compor os custos incorridos e integrar a a depreciação legal e a depreciação para custos. Pesquisar e
composição de preços, a taxa a ser utilizada é de 7,10 R$/hora, complementar o exercício com os dados levantados no
considerando uma vida estimada segundo especificação do mercado.
fabricante em 10 mil horas.
79
00
8
000
Depreciação Legal – R$/ano.
tH
7
10
R
hora
. − . Valor de
10
000
= = , $/ Aquisição
Tempo de Vida Depreciação Anual
0
. Tipo do bem
Bem
Legal - anos R$/ano
(t) D = (VB)÷(t)
( VB )
3º - Como despesa de depreciação por unidade de produto tem- 1 - automóvel 28.000,00 5 5.600,00 R$/ano
7 1
10
se: 2 – Caminhão
dp
0
0042
R
unidade
, Betoneira
700
= = , $/ 3 – Caminhão
. basculante – 5m³
4 – Mot. Niveladora
11.8 - Exercícios.
§ 2º A quota de depreciação é dedutível a partir da época em que o bem a) a quota de depreciação é dedutível a partir da época da
é instalado, posto em serviço ou em condições de produzir (Lei nº conclusão e início da utilização;
4.506, de 1964, art. 57, § 8º). b) o valor das edificações deve estar destacado do valor
do custo de aquisição do terreno, admitindo-se o destaque baseado em
§ 3º Em qualquer hipótese, o montante acumulado das quotas de laudo pericial;
depreciação não poderá ultrapassar o custo de aquisição do bem (Lei nº
4.506, de 1964, art. 57, § 6º). II - projetos florestais destinados à exploração dos respectivos frutos
(Decreto-Lei nº 1.483, de 6 de outubro de 1976, art. 6º, parágrafo
§ 4º O valor não depreciado dos bens sujeitos à depreciação, que se único).
tornarem imprestáveis ou caírem em desuso, importará redução do
ativo imobilizado (Lei nº 4.506, de 1964, art. 57, § 11). Parágrafo único. Não será admitida quota de depreciação referente a
(Lei nº 4.506, de 1964, art. 57, §§ 10 e 13):
§ 5º Somente será permitida depreciação de bens móveis e imóveis
intrinsecamente relacionados com a produção ou comercialização dos I - terrenos, salvo em relação aos melhoramentos ou construções;
bens e serviços (Lei nº 9.249, de 1995, art. 13, inciso III.
II - prédios ou construções não alugados nem utilizados pelo
proprietário na produção dos seus rendimentos ou destinados a revenda;
III - bens que normalmente aumentam de valor com o tempo, como § 3º A quota de depreciação, registrável em cada período
obras de arte ou antiguidades; de apuração, dos bens aplicados exclusivamente na exploração de
IV - bens para os quais seja registrada quota de exaustão. minas, jazidas e florestas, cujo período de exploração total seja inferior
ao tempo de vida útil desses bens, poderá ser determinada,
Art. 308. No cálculo da depreciação dos bens do ativo imobilizado das opcionalmente, em função do prazo da concessão ou do contrato de
concessionárias de serviços portuários, serão também levados em conta exploração ou, ainda, do volume da produção de cada período de
os valores correspondentes a investimentos feitos no porto pelo poder apuração e sua relação com a possança conhecida da mina ou dimensão
concedente, diretamente ou por órgão descentralizado, ou a da floresta explorada (Lei nº 4.506, de 1964, arts. 57, § 14, e 59, § 2º).
investimentos feitos por conta de custeio, visando à reposição,
substituição ou conservação dos bens objeto dos projetos de obras Taxa Anual de Depreciação
aprovados pelo Departamento Nacional de Transportes Aquaviários
(Decreto - Lei n.º 973, de 20 de outubro de 1969, art. 1º, §§ 2º e 3º, e Art. 310. A taxa anual de depreciação será fixada em função do prazo
Lei nº 6.222, de 10 de julho de 1975, art. 4º). durante o qual se possa esperar utilização econômica do bem pelo
contribuinte, na produção de seus rendimentos (Lei nº 4.506, de 1964,
Parágrafo único. No caso de novos investimentos a serem feitos pelas
concessionárias de serviços portuários e que resultarem em parcela de art. 57, § 2º).
capital reconhecido, o Ministro de Estado da Fazenda poderá fixar, para § 1º A Secretaria da Receita Federal publicará
determinados bens, o respectivo período de vida útil (Decreto-Lei nº periodicamente o prazo de vida útil admissível, em condições normais
973, de 1969, art. 10). ou médias, para cada espécie de bem, ficando assegurado ao
contribuinte o direito de computar a quota efetivamente adequada às
Quota de Depreciação condições de depreciação de seus bens, desde que faça a prova dessa
adequação, quando adotar taxa diferente (Lei nº 4.506, de 1964, art. 57,
Art. 309. A quota de depreciação registrável na escrituração como § 3º).
custo ou despesa operacional será determinada mediante a aplicação da
§ 2º No caso de dúvida, o contribuinte ou a autoridade
taxa anual de depreciação sobre o custo de aquisição dos bens
lançadora do imposto poderá pedir perícia do Instituto Nacional de
depreciáveis (Lei nº 4.506, de 1964, art. 57, § 1º).
Tecnologia, ou de outra entidade oficial de pesquisa científica ou
§ 1º A quota anual de depreciação será ajustada proporcionalmente no tecnológica. Prevalecerão os prazos de vida útil recomendados por
caso de período de apuração com prazo de duração inferior a doze essas instituições, enquanto os mesmos não forem alterados por decisão
meses, e de bem acrescido ao ativo, ou dele baixado, no curso do administrativa superior ou por sentença judicial, baseadas, igualmente,
período de apuração. em laudo técnico idôneo (Lei nº 4.506, de 1964, art. 57, § 4º).
§ 2º A depreciação poderá ser apropriada em quotas mensais, § 3º Quando o registro do imobilizado for feito por
dispensado o ajuste da taxa para os bens postos em funcionamento ou conjunto de instalação ou equipamentos, sem especificação suficiente
baixados no curso do mês. para permitir aplicar as diferentes taxas de depreciação de acordo com a
natureza do bem, e o contribuinte não tiver elementos para justificar as
Apostilha CustosIndustriais~2011 144
ENG.º ANTONIO VICTORINO AVILA, MSc. Custos & Precificação
taxas médias adotadas para o conjunto, será obrigado a utilizar as taxas escriturada no LALUR (decreto-lei n.º 1.598, de 1977, art. 8º, inciso I,
aplicáveis aos bens de maior vida útil que integrem o conjunto (Lei n.º alínea “c”, e § 2º).
4.506, de 1964, art. 57, § 12).
§ 2º O total da depreciação acumulada, incluindo a
Depreciação de Bens Usados. normal e a acelerada, não poderá ultrapassar o custo de aquisição do
bem (Lei n.º 4.506, de 1964, art. 57, § 6º).
Art. 311. A taxa anual de depreciação de bens adquiridos usados será
fixada tendo em vista o maior dos seguintes prazos: § 3º A partir do período de apuração em que for atingido
I - metade da vida útil admissível para o bem adquirido novo; o limite de que trata o parágrafo anterior, o valor da depreciação
normal, registrado na escrituração comercial, deverá ser adicionado ao
II - restante da vida útil, considerada esta em relação à primeira lucro líquido para efeito de determinar o lucro real.
instalação para utilização do bem.
§ 4º As empresas que exerçam, simultaneamente,
Depreciação Acelerada Contábil atividades comerciais e industriais poderão utilizar o benefício em
relação aos bens destinados exclusivamente à atividade industrial.
Art. 312. Em relação aos bens móveis, poderão ser adotados, em função
do número de horas diárias de operação, os seguintes coeficientes de § 5º Salvo autorização expressa em lei, o benefício fiscal
depreciação acelerada (Lei nº 3.470, de 1958, art. 69): de que trata este artigo não poderá ser usufruído cumulativamente com
outros idênticos, exceto a depreciação acelerada em função dos turnos
de trabalho.
I - um turno de oito horas - 1,0;
II - dois turnos de oito horas - 1,5;
III - três turnos de oito horas - 2,0.
Instrução Normativa SRF n.º 162, de 31 de dezembro de 1998
Parágrafo único. O encargo de que trata este artigo será Bens relacionados na Nomenclatura Comum do MERCOSUL - NCM
registrado na escrituração comercial.
Anexo I & Anexo II (excertos)
Taxa
Depreciação Acelerada Incentivada anual
Prazo de
de
Bens vida útil
Art. 313. Com o fim de incentivar a implantação, renovação ou depreci
(anos)
modernização de instalações e equipamentos, poderão ser adotados ação
coeficientes de depreciação acelerada, a vigorar durante prazo certo %
para determinadas indústrias ou atividades (Lei n.º 4.506, de 1964, art. Instalações 10 10 %
57, § 5º).
Edificações 25 4%
§ 1º A quota de depreciação acelerada, correspondente
ao benefício, constituirá exclusão do lucro líquido, devendo ser
Apostilha CustosIndustriais~2011 145
ENG.º ANTONIO VICTORINO AVILA, MSc. Custos & Precificação
Conteineres (Contentores), Incluídos os de 10 10% Balões E Dirigíveis; Planadores, Asas Voadoras E 10 10%
Transporte de Fluidos, Especialmente Concebidos E Outros Veículos Aéreos, Não auto propulsores.
Equipados Para Um Ou Vários Meios de Transporte.
Outros Veículos Aéreos (Por Exemplo: Helicópteros, 10 10%
Tratores 4 25 % Aviões); Veículos Espaciais (Incluídos Os Satélites)
E Seus Veículos de Lançamento, E Veículos
Veículos Automóveis Para Transporte de 4 25% Suborbitais
Mercadorias
Transatlânticos, Barcos de Cruzeiro, "Ferry-Boats", 20 5%
Automóveis de Passageiros E Outros Veículos 5 20 % Cargueiros, Chatas E Embarcações Semelhantes,
Automóveis Principalmente Concebidos Para Para O Transporte de Pessoas Ou de Mercadorias.
Transporte de Pessoas (Exceto os da Posição a
seguir), Incluídos Os Veículos De Uso Misto ("Station Barcos de Pesca; Navios-Fábricas E Outras 20 5%
Wagons") E Os Automóveis De Corrida Embarcações Para O Tratamento Ou Conservação
de Produtos da Pesca.
Veículos Automóveis Para Transporte de 10 Pessoas 4 25 %
Ou Mais, Incluindo O Motorista. Binóculos, Lunetas, Incluídas As Astronômicas, 10 10%
Telescópios Ópticos, E Suas Armações; Outros
Veículos Automóveis Para Usos Especiais (Por 4 25 % Instrumentos de Astronomia E Suas Armações,
Exemplo: Auto-Socorros, Caminhões-Guindastes, Exceto Os Aparelhos de Radioastronomia.
Veículos de Combate A Incêndios, Caminhões-
Betoneiras, Veículos Para Varrer, Veículos Para Aparelhos Fotográficos; Aparelhos E Dispositivos, 10 10%
Espalhar, Veículos-Oficinas, Veículos Radiológicos), Excluídas As Lâmpadas E Tubos, De Luz-
Exceto Os Concebidos Principalmente Para Relâmpago ("Flash"), Para Fotografia
Esta expressão define lucratividade como função do No caso de empresas comerciais e especialmente
número de vezes em que um capital é movimentado num aquelas que atuam na venda de bens, podem ver incrementada
certo período de tempo. a sua competitividade e aumentado o volume de vendas quando
se aplica o conceito de lucratividade por produto.
É comum haver equivoco no entendimento e na utilização
dos dois conceitos: taxa e margem de lucro. Ao se considerar a margem de contribuição equivalente
Matematicamente, os dois conceitos são equivalentes quando à lucratividade, pode-se alterar a margem de lucro com vistas a
o giro do capital, em determinado período de tempo, for igual promover um maior giro de capital, fato que propicia uma maior
à unidade. lucratividade.
Analisando a variação do giro e considerando que a Fazendo então: MC(%) ≡ TL(%), tem-se que
margem seja preestabelecida e constante para o período,
tem-se: MC(%) = µ × ρ
Quando o giro = 1, a margem de lucro e a lucratividade Margem de lucro -
são iguais no período de tempo considerado. Então, a Tipo de Negócio
%
margem de lucro expressa a lucratividade desejada para o Negócio para produção em massa.
período considerado. Pequena Ganho no giro do capital.
Exemplo: pão, farinha, promoção de roupa
Quando o giro > 1, a lucratividade é superior à margem Negócio de artigos de luxo ou diferenciados.
de lucro pré-estabelecida, aumentando a capacidade da Grande Ganho na margem de lucro.
empresa em realizar lucro – L. Tal fato demonstra que houve Exemplo: roupas de luxo, automóveis, imóveis,
Como exemplo de instrumentos de planejamento tem-se: Ou, como contabilmente é mais utilizada,
o PERT-CPM, o PERT- Custo, a Linha de Balanço, o Fluxo de
Caixa Projetado, A Curva S, etc.
LAIR
TaxaDe Re torno =
PatrimônioLíquido
12.3 – Método Dupont.
a) Caso do Combustível.
Efetuando as substituições na equação da Taxa de Retorno:
Um posto de serviços tem capacidade instalada de um
(01) tanque de gasolina, vende 1,5 tanques por semana e a
Lucro empresa pratica uma margem de 3% sobre o custo do
TaxaDe Re torno =
Investimento Re alizado combustível. Deseja-se saber qual a taxa mensal!
Uma concessionária de tratores constatou ser o tempo de Considerando que o contrato da referida edificação
permanência, da sua entrada em loja até o momento de venda, estabelece o pagamento em prestações mensais e iguais
de dado equipamento em 50 dias. A empresa pratica uma durante 24 meses e a empresa pratica uma margem de 10%
margem de 17% sobre o valor de compra. Qual a lucratividade relativa a taxa de administração, pergunta-se:
anual na venda desse equipamento?
I – Qual a lucratividade anual da mesma?
365
Τano = 0,17 × ⇒ 124,10% ao ano.
50 Τano = 12 × 10 = 120%
d) Caso da Incorporadora.
Preço = ƒ ( Custo + Margem de Lucro ) Ele mostra que a Margem de Lucro e, em decorrência, o
lucro a ser auferido, passou, a ser função do Preço praticado
A expressão acima expressa um tipo de comportamento pelo mercado e dos Custos incorridos.
tradicionalmente aceito e normalmente praticado, em que o
preço era uma variável dependente, sendo o custo e a margem Nessa situação, garantir a margem de lucro estabelecida
de lucro variáveis independentes, em que a primeira era a priori, requer um forte acompanhamento e controle nos custos
estabelecida pelos fornecedores de insumos e a segunda incorridos e de todas as etapas dos processos envolvidos na
definida pela empresa ou o profissional interessado. elaboração de produtos e serviços, já que o Preço esta fora da
gestão da empresa.
Quando o lucro, as despesas e os custos são englobados
num único fator, ocorre o que se denomina de mark-up - µ. Esse
fator, aplicado sobre os custos diretos dos produtos, define o 12.7 - Exercício
preço desejado.
a) Sua empresa consegue vender toda a produção elaborada,
Preço = µ × CD dentro do próprio exercício.
Atualmente, devido à concorrência, a implementação de Pelos valores apropriados contabilmente, ela apresenta
novas tecnologias e processos, vem ocorrendo um forte embate um faturamento mensal de R$ 3.800.000, montando o capital
entre os atores do mercado, situação que propiciou o investido em R$ 1.350.000,00.
aparecimento de um novo paradigma, fato que estreitou as
margens de lucro praticadas pelas empresas. Você, como gerente da fábrica, descobriu que consegue
aumentar a produção em 17%, apenas efetuando pequenos
Neste novo paradigma, atingindo principalmente as ajustes no processo produtivo, o que quer dizer, a um custo
empresas que atuam sob regime de livre concorrência, o preço considerado como irrisório.
vem se comportando como variável independente. O custo
continua estabelecido pelos fornecedores de insumos e a Considerando que sua empresa pratica uma margem de
margem de lucro, em conseqüência, passou a se comportar lucro na ordem de 35%, em quantos pontos percentuais poderá
como variável dependente, o que acarretou a muitas empresas reduzir esta margem, de forma a manter a lucratividade anual e,
perderem a capacidade de arbitragem sobre seus preços. concomitantemente, aumentar a competitividade de seus
produtos?
O novo paradigma apresenta o seguinte o modelo:
Apostilha CustosIndustriais~2011 154
ENG.º ANTONIO VICTORINO AVILA, MSc. Custos & Precificação
RESUMO
Ponto de Equilíbrio L = Σ Rec - Σ (C+D) = 0
MC($) = Vendas – Σ( C. Var + D. Fixas )
Margem de LucroOperacional
Contribuição MC(%) =
Re ceitadeVendas
Faturamento
ρ=
Cap.Invest
Giro de Capital
TempoOrçad o
ρ=
Tempo Re alizado
Lucratividade £=µ×ρ
Taxa de Desconto i = Lucro ÷ ( PL + ELP)
13 - Tributos.
13.2 – Tipos de Tributos. (7)
específico. Ou seja, com ou sem fim específico quanto à sua As taxas correspondem a uma série de tributos cobrados
destinação. diretamente da pessoa quando demanda por um serviço
realizado por órgão público. A taxa, portanto é um pagamento
Definindo os tributos: específico e direto como contraprestação pela demanda de
determinado serviço.
13.2.1 - Impostos.
Exemplos de Taxas são as de lixo, a de água e esgoto, a
Imposto corresponde ao tributo cobrado das pessoas e de pedágio.
das empresas para que os governos tenham condições de
realizar obras e serviços públicos, manutenção da administração
bem como o pagamento dos salários das pessoas que 13.2.4 - Fundos.
trabalhem no governo.
Os fundos, da mesma forma que as contribuições, são
Os impostos não têm um motivo ou objetivo único e destinados ao desenvolvimento ou implantação de algum
definido e servem para pagamentos em geral. serviço específico.
O cálculo do valor dos tributos é efetuado depois Neste capítulo sobre tributos e no de encargos sociais, a
de estabelecido o enquadramento tributário de cada empresa o seguinte nomenclatura será adotada:
que permite definir a base de calculo e a alíquota específica.
BC = Base de calculo do tributo;
Genericamente, o valor do tributo é calculado CD = Custo direto dos insumos;
multiplicando a alíquota do tributo, α, pela respectiva base de CI = Custos indiretos;
cálculo, BC. CT = Custo total orçado;
ES = Encargos Sociais
Matematicamente: Fi = Custo financeiro
IRLP = Imposto de renda sob o regime do lucro presumido;
IRLR = Imposto de renda sob o regime do lucro real;
TRI = α × BC ML = Lucro expresso em valor monetário - $;
MO Valor da mão de obra – folha básica;
A base de calculo e a alíquota são definidas em função P = Preço
de três parâmetros: PB = Preço bruto – considera tributos sobre o lucro
PL = Preço líquido, preço sem a incidência dos tributos;
• O ramo da empresa; R = Retirada mensal do profissional liberal, pró-labore.
• O regime de tributação; TRI = Tributo, de modo genérico;
µ = Margem de lucro, expressa em %;
• A base de calculo do tributo; α = Alíquota do tributo - genérica;
αSN = Alíquotas do Simples Nacional
O valor de qualquer tributo parte da definição e ΣαFAT = Somatório das alíquotas dos tributos incidentes sobre
consequente quantificação da base de calculo, base esta que o faturamento;
varia segundo o regime de tributação adotado. ΣαLUCRO = Somatório das alíquotas dos tributos incidentes sobre
o lucro;
Conforme o regime de tributação adotado, a base de Σε Índice do total dos Encargos Sociais;
calculo pode ser o faturamento e o lucro. Comentando:
Base Base Base Quanto aos tributos que incidem sobre o lucro, o Imposto
Faturamento Lucro Faturamento de Renda e a Contribuição Social sobre o lucro líquido, incidem
indistintamente sobre todas elas. Porém, as alíquotas podem
ISS Imp. Renda ser distintas conforme o regime de tributação adotado.
CSLL ISS - ICMS
ICMS
PIS - COFINS
PIS
IPI
COFINS
I. Import - I. Export
IPI
Imp. Renda
13.3.3 – Regimes de tributação.
I. Import.
CSLL
I. Export.
A legislação tributária federal, ora em vigor, prevê a
possibilidade de opção pelos seguintes regimes de tributação a
serem adotados antes do inicio do ano fiscal:
Fig. 13.1 – Sistema de Enquadramento Tributário
• O lucro real;
• O lucro presumido;
• O Simples;
13.3.2 – Ramo da Empresa. • E, o Lucro Arbitrado.
As empresas podem ser enquadradas como atuantes nos Nos itens a seguir serão discutidos os três primeiros
ramos: de serviços, comercial, ou industrial. regimes de tributação acima discriminados.
13.4 – Imposto sobre serviços – ISS. Ver Tab.13.12 e 13.13, exemplo da P.M. de
Florianópolis, SC, em que esta municipalidade estabelece em
O ISS, tributo de competência municipal, incide sobre a 3% do valor da nota fiscal a alíquota do serviço quando ocorre o
prestação de serviços. Sua competência não atinge empresas fornecimento de material. E, em 5%, para serviços quando este
comerciais e industriais. fato não ocorre.
A legislação entende que este imposto deva ser recolhido A base de calculo do ISS, neste caso, corresponde ao
à municipalidade do local onde o serviço foi prestado, sendo que valor da mão de obra discriminada em separado.
cada municipalidade dispõe de competência constitucional para
estabelecer as alíquotas do mesmo. Em casos de empreitadas com fornecimento de material,
há municipalidades que entendem ser o montante da mão de
Matematicamente o valor do tributo é calculado: obra equivalente entre 30 a 40% do valor da nota fiscal.
incide sobre operações com produtos industrializados, nacionais de livros, jornais e periódicos, quando alcançado pela
e estrangeiros, obedecidas, contudo, as especificações imunidade prevista na Constituição Federal.
relacionadas na TIPI (tabela de incidência do imposto sobre
produtos industrializados). Decreto Nº. 4544 de 26 /12 /2002. A alíquota do IPI varia conforme o produto, segundo
expresso na Tabela de Incidência do IPI – TIPI, sendo o tributo
O fato gerador deste imposto é a industrialização calculado segundo o modelo abaixo:
conforme artigo 46, parágrafo único, do Código Tributário
Nacional, que considera industrializado o produto que tenha sido IPI = CoeficienteIPI × Valor da Nota
submetido a qualquer operação que lhe modifique a natureza ou
a finalidade, ou o aperfeiçoe para o consumo. O valor do IPI pode variar caso ele integre ou não a base
de calculo do ICMS. Nos termos do art. 155, parágrafo 2º, inciso
São obrigados ao pagamento do imposto como XI, da Constituição Federal, e o art. 13, parágrafo 2º, da Lei
contribuinte ou contribuinte autônomo (9): Complementar nº. 87/96, o valor do IPI não integra a base de
cálculo do ICMS quando a operação, realizada entre
• O importador, em relação ao fato gerador decorrente do contribuintes e relativa a produto destinado a industrialização ou
desembaraço aduaneiro de produto de procedência comercialização, configurar o fato gerador de ambos os
estrangeira; impostos.
• O industrial, em relação ao fato gerador decorrente da
saída de produto que industrializar em seu Portanto, segundo as mencionadas disposições, o
estabelecimento, bem assim quanto aos demais fatos montante do IPI:
geradores decorrentes de atos que praticar;
• O estabelecimento equiparado a industrial, quanto ao fato • Não integra a base de cálculo do ICMS quando o produto
gerador relativo aos produtos que dele saírem, bem é destinado à industrialização ou à comercialização;
assim quanto aos demais fatos geradores decorrentes de • Integra a base de cálculo do ICMS quando o produto é
atos que praticar; destinado a uso ou consumo, independentemente de o
• Os que consumirem ou utilizarem em outra finalidade, ou destinatário ser ou não contribuinte.
remeterem a pessoas que não sejam empresas
jornalísticas ou editoras, o papel destinado à impressão Para melhor compreensão e aplicação do acima exposto (10):
Em decorrência da assertiva acima, alerta-se ao iii) nas vendas a prazo, por outro lado, deve-se incluir os juros
interessado que deve verificar qual a alíquota adequada ao na respectiva base de cálculo do ICMS.
produto ou serviço em orçamento.
Como falado, a base de calculo deste tributo é o preço de
É assegurado àquela pessoa jurídica que deve recolher o venda da mercadoria ou serviço. Porém, a legislação prevê que
tributo, o direito de creditar-se do imposto anteriormente cobrado o tributo integra a sua base de calculo, nisto decorre ser o valor
em operações de que tenha resultado a entrada de mercadoria, real da alíquota do tributo superior àquele expresso na letra da
real ou simbólica, no estabelecimento. lei.
Como exemplo desta compensação, seja uma empresa Demonstrando a assertiva acima se pode escrever,
cujo total do ICMS a recolher ao cofre estadual seja de R$ matematicamente: Preço Bruto = Preço Líquido + ICMS
50.000,00
Considerando que o tributo integra a própria base de
O valor do imposto anteriormente cobrado, decorrentes cálculo, o imposto a pagar pode ser escrito em função do preço
de entradas de mercadorias foi de R$ 10.000,00. líquido, PL, sob o seguinte modelo:
O valor do ICMS a pagar, então é de: ICMS = α (PL + ICMS) ∴ ICMS = α PL + α ICMS
É importante notar que a legislação do imposto de renda A empresa não sujeita à obrigatoriedade de adotar o
considera como sendo o lucro líquido, o lucro antes do imposto regime do lucro real ou que não desejar o fazer, poderá recolher
de renda, LAIR. seus tributos sob o regime do lucro presumido. Ou, aderir ao
sistema do Simples Nacional, caso possa ser enquadrada como
Sobre o LAIR segundo estabelecido no DRE, incidem o micro ou pequenas empresas segundo estabelecido na
Imposto de Renda e a CSLL. legislação federal.
II – cujas atividades sejam de: bancos comerciais; bancos como a modalidade de tratamento contábil dos custos
de investimentos; bancos de desenvolvimento; caixas futuros de conclusão de obras.
econômicas; sociedades de crédito; financiamento e
investimento; sociedades de crédito imobiliário; O regime do lucro real tem por vantagens:
sociedades corretoras de títulos; valores mobiliários e
câmbio; distribuidora de títulos e valores mobiliários; • Os tributos incidentes sobre o lucro, o IR e a CSLL, terão
empresas de arrendamento mercantil; cooperativas de seus valores definidos quando do fechamento do balanço
crédito; empresas de seguros privados e de capitalização; tendo por base de cálculo valores realmente apurados
e entidades de previdência privada aberta; segundo o DRE e efetivamente devidos;
• Os tributos poderão ser recolhidos segundo valores
III – que tiverem lucros, rendimentos ou ganhos de efetivamente devidos, parceladamente, durante o exercício
capitais oriundos do exterior. Neste caso não se seguinte, ou seja, após aquele em que ocorrer a apuração do
enquadram a venda de produtos ou serviços ao exterior; lucro.
IV – que, autorizadas pela legislação tributária, usufruam Como desvantagem, a empresa deverá dispor de um
de benefícios fiscais relativos à isenção ou redução do sistema de escrituração contábil necessário a atender a
imposto; legislação específica e manter a guarda da documentação
durante determinado período (cinco anos).
V – que, no decorrer do ano-calendário, tenham efetuado
pagamento mensal pelo regime de estimativa, na forma Na tabela da Fig. 13.3 – Tributos e Alíquotas incidentes
do art. 2 da Lei 9.430/96; sobre o Lucro Real são relacionados os tributos e a variação das
alíquotas dos mesmos.
VI – que explorem as atividades de prestação cumulativa
e contínua de serviços de assessoria creditícia, No caso das alíquotas serem variáveis, recomenda-se ao
mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, interessado acessar a legislação específica visando determinar
administração de contas a pagar e a receber, compras de o valor das mesmas.
direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a
prazo ou de prestação de serviços (factoring). Quando a empresa opta pelo regime do lucro real,
basicamente, os tributos são calculados seguindo os modelos:
Também estão obrigadas ao Lucro Real as
empresas imobiliárias, enquanto não concluídas as I - Base de calculo o valor do faturamento:
operações imobiliárias para as quais haja registro de
custo orçado (IN SRF 25/99). O custo orçado é entendido TRI = αFAT × Faturamento
13.8 – O Imposto de Renda – Lucro Real. O tributo devido, sob o regime do lucro real, é recolhido
ao tesouro nacional após apurado o balanço do exercício de
uma única vez ou parcelado, nos termos da legislação do
A base de calculo do imposto de renda difere quando a
imposto de renda.
empresa opta pelo regime do lucro real, do lucro presumido ou
do simples nacional.
O regime do lucro real pode ser financeira e
economicamente interessante à empresa, pois, além de recolher
A definição, nos dois primeiros casos, será efetuada nos
o tributo durante o exercício seguinte à realização do lucro, o
itens 13.9 e 13.11 No caso do Simples Nacional, sua
efetua sobre montante do lucro apurado.
consideração ocorrerá no item 13.12.
Como exemplo de calculo do Imposto de Renda, seja
A base de cálculo do tributo, neste caso, é o lucro real
uma empresa que auferiu num dado exercício um lucro (Lair) no
líquido apurado no DRE antes da provisão para o Imposto de
montante de 530.000,00 R$. O tributo apurado, no montante de
Renda, ou seja, o LAIR. ( BC=LAIR).
R$ 108.500,00 foi calculado sob o seguinte procedimento:
O IR quando calculado sob o lucro real, apresenta dois
patamares de calculo ( Ver Tab.13.4): TRI = αLUCRO × Lucro
II – Contribuição Social sobe o Lucro Líquido - CSLL No caso da empresa ter optado pelo regime de tributação
Todas as empresas Lucro Real 9,00% - sob o lucro real, a base de calculo do tributo é o lucro real
apurado no final do exercício fiscal, do mesmo modo que a do
III – PIS – PASEP Imposto de Renda.
Todas as empresas Faturamento 1,65% -
Segundo o Art. 2º da Lei anteriormente citada, a base de
IV - COFINS cálculo da contribuição corresponde ao valor do resultado do
Todas as empresas Faturamento 7,60% - exercício, LAIR, antes da provisão para o imposto de renda, com
Fonte: Receita Federal 12/2007. acréscimos e deduções na forma da lei.
Tab. 13.4 – Lucro Real – Alíquotas Tributos Federais
Uma empresa optante pelo regime do lucro real realizada sobre o lucro líquido antes do imposto de renda, LAIR,
apresentou um lucro líquido antes do imposto de renda, LAIR, correspondem, no caso, a 27,44% do mesmo:
no montante de R$ 365.780,00. Ela deseja saber qual o
percentual do faturamento comprometido com a provisão para o IR + CSLL 67.445,00 + 32.920,20 100.365,20
imposto de renda e com a CSLL. α TOTAL = = = ⇒ 27,44%
LAIR 365.780 365.780
A alíquota final do Imposto de Renda, então, corresponde As contribuições para o PIS/PASEP e a COFINS são
a 18,44% do Lucro Real ou LAIR. efetuadas segundo duas regras gerais de apuração,
denominadas de incidência cumulativa e incidência não-
IR 67 . 445 cumulativa.
α TOTAL = = ⇒ 18 , 44 %
FAT 365 . 780 Sob cada um desses regimes, as alíquotas dos tributos
são distintas. Ver. Tab. 13.4.
b) Provisão para a CSLL. Porém, alerta-se que esses tributos possuem, ainda,
diversos regimes especiais de apuração.
CSLL = α CSLL × LAIR = 0,09 × 365.780 = 32.920,20R$
c) Percentual Total.
Finalizando, seja sob a opção do Lucro Real como a do O regime de incidência não-cumulativa da contribuição
Lucro Presumido, tanto o PIS-PASEP como o COFINS são para o PIS/PASEP e da COFINS foram instituídos em dezembro
pagos mensalmente. de 2002 e fevereiro de 2004, respectivamente. O diploma legal
da Contribuição para o PIS/PASEP não-cumulativa é a Lei nº
10.637, de 2002, e o da COFINS a Lei nº 10.833, de 2003.
13.10.1 - Regime de incidência cumulativa.
Enquadram-se neste regime as pessoas jurídicas de
Sob o regime de incidência cumulativa a base de cálculo direito privado, e as que lhe são equiparadas pela legislação do
corresponde ao total das receitas da pessoa jurídica, sem haver imposto de renda, que apuram o IRPJ com base no lucro real
deduções relativas a custos, despesas e encargos. estão sujeitas à incidência não-cumulativa.
Sob o regime do Lucro Presumido a base de cálculo da • αLP corresponde à alíquota do tributo a incidir sobre a
tributação é obtida por meio de aplicação de um percentual base de cálculo;
definido em lei, sobre a receita bruta auferida. • φLP corresponde ao percentual a incidir sobre a receita
bruta auferida para a definição da base de calculo do
O entendimento deste regime é quanto a presunção de tributo.
que um percentual da receita bruta a ser auferida, φLP, será
convertido em lucro.
Base de calculo = φLP × RBP
Independentemente de haver a apuração ou não de
lucro, o IR e a CSLL serão considerados sobre o faturamento e
recolhidos durante o exercício fiscal. Em princípio, todas as pessoas jurídicas podem optar
pelo Lucro Presumido, salvo aquelas obrigadas à apuração do
O imposto de renda é recolhido trimestralmente. E, o Lucro Real.
valor do imposto de renda devido apurado trimestralmente
deverá ser pago em quota única, até o último dia útil do mês Recomenda-se, porém, verificar se este é o regime mais
subsequente ao do encerramento do período de apuração. (14) benéfico para a empresa. Assim, antes de iniciar o exercício
contábil, a empresa deve presumir a receita bruta a ser auferida
para o exercício seguinte.
(13 ) Fonte do item 13.7: site do Ministério da Fazenda – Receita Federal,
em 15.11.2007. Para tanto, é necessário realizar simulações entre o
http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2000/Orientacoes/Det regime do lucro real e o do lucro presumido visando analisar
erminacaoLucroPresumido.htm#percentuais.
14
( )Fonte:
qual dos dois permite mais geração de caixa.
http://www.receita.fazenda.gov.br/PessoaJuridica/DIPJ/2005/PergResp2005/
pr556a585.htm. Em 10.02.2009
a) cuja receita bruta total tenha sido igual ou inferior a R$ • Uma alíquota de 15% incidente sobre a base de cálculo;
48.000.000,00 (quarenta e oito milhões de reais), no ano-
calendário anterior, ou a R$ 4.000.000,00 (quatro milhões de • Uma alíquota adicional de mais 10% sobre o excesso,
reais) multiplicado pelo número de meses em atividade no ano- quando ocorrer um lucro líquido trimestral superior a R$
calendário anterior (Lei nº 10.637, de 2002, art. 46); 60 mil o que equivale a R$ 240 mil por ano. (15).
b) e que não estejam obrigadas à tributação pelo lucro real em O valor do Imposto de Renda é calculado sob o modelo
função da atividade exercida ou da sua constituição societária abaixo em φLP que corresponde ao percentual de presunção da
ou natureza jurídica. receita bruta presumida, RBP, conforme exposto no item
13.12.2.2 – Percentuais de Presunção.
O conceito de receita bruta auferida corresponde ao total
das receitas provenientes das vendas dos produtos, sejam eles IRLP = 0,15 x φ LP x RBP + 0,10 x (φ LP x RBP – 60.000)
bens ou serviços, somadas aos ganhos de capital e às demais
receitas e resultados positivos decorrentes de receitas não- Sendo: BC = φ LP x RBP, então:
compreendidas na atividade.
IRLP = 0,15 x BC + 0,10 x ( BC – 60.000)
As alíquotas referentes aos tributos federais na opção do
lucro presumido estão mostrados na tabela 13.8 - Lucro
Da mesma forma que no caso anterior, ressalta-se que,
Presumido – Alíquotas Tributos Federais
no modelo acima, o excesso { 0,10 x (BC – 60.000)} não pode
ser negativo, pois ocorreria uma redução do imposto a pagar,
fato que é incompatível com a legislação.
13.11.2 – Imposto de Renda – Lucro Presumido
Assim sendo, caso a base de cálculo, BC, seja igual ou
13.11.2.1 – Conceituação.
inferior a R$ 60.000,00, o tributo é calculado adotando o
seguinte modelo:
A base de calculo do imposto, neste caso, corresponde a
uma fração, φ LP, da receita bruta auferida. 15
http://www.cmpcontabil.com.br/lucropresumido.html
Apostilha CustosIndustriais~2011 173
ENG.º ANTONIO VICTORINO AVILA, MSc. Custos & Precificação
A Tab. 13.8 mostra as alíquotas do Imposto de Renda a A partir do ano-calendário de 1999 (Em vigor em
serem adotadas no caso do regime do lucro presumido. 12/2007), a legislação do Imposto de Renda previa a incidência
Ressalta-se que, neste caso, o tributo é recolhido dos percentuais de presunção, relacionados na Fig.13.9, a
trimestralmente. serem aplicados na definição da base de calculo do tributo:
d) Sobre a receita bruta mensal auferida com as 1 - Empreitada Receita Bruta 8% O lucro que
atividades de: Material + M.Obra ultrapassar a
d1 - Prestação de serviços, pelas sociedades R$ 60 mil no
civis, relativos ao exercício de profissão 2 – Empreitada de Receita Bruta 32% trimestre é
legalmente regulamentada; Lavor tributado em
d.2 - Intermediação de negócios; mais 10%.
32% d.3 - Administração, locação ou cessão de bens 3 – Construções por Receita Bruta 32%
imóveis, móveis ou direitos de qualquer natureza; Administração
d.4 - Construção por administração ou por
empreitada unicamente de mão-de-obra 4 - Projetos Receita Bruta 32%
(empreitada de Lavor); Tab. 13.10 – Percentual de Presunção Construção Civil
d.5 - Prestação de qualquer outra espécie de
serviço não mencionada anteriormente.
Fig.13.9 - Lucro Presumido – Imposto de Renda 13.11.2.3 - Base de Cálculo com Percentual Favorecido.
Ao optar pelo regime do lucro presumido, o valor do No caso da construção civil ou de empresas que
imposto de renda, assim como a CSLL, deverá ser apurado trabalhem sob o regime de empreitada, aumenta a exigibilidade
trimestralmente e pago em quota única, até o último dia útil do de um criterioso planejamento financeiro visando definir o
mês subsequente ao do encerramento do período de apuração. sistema mais interessante para a empresa dada a sazonalidade
do mercado e as possíveis oscilações no volume mensal de
Para haver uma decisão segura entre optar pelo regime faturamento.
de lucro real ou o do lucro presumido, deve ser prevista o
percentual de lucro que espera ter em relação ao faturamento Além disso, considerando ser comum as empresas
bruto, visto ser este a base para o cálculo do imposto. atuantes no setor da construção civil assumirem diversas
modalidades de contratos, seja por administração, empreitada
Quando uma empresa explorar mais de uma atividade, de material e mão de obra ou, simplesmente, empreitada de
por exemplo, venda e serviço, a receita bruta será definida “lavor”, há que se efetuar um consistente planejamento
aplicando o percentual relativo a cada faturamento tributário, pois sobre cada um deles pode incidir distintas
individualmente. No item 13.10.1 estão relacionadas as alíquotas quando se opta pelo lucro presumido, fato que torna
alíquotas e o enquadramento fiscal para diversas atividades. complexo a sua utilização.
Hausmann, 2001, comenta que, na maioria dos casos, o Quando a pessoa jurídica opta pelo regime do Lucro
regime do lucro presumido mostra-se mais vantajoso que o do Presumido, a alíquota da contribuição corresponde a 9% (nove
lucro real. E, especialmente no caso da construção civil, por cento) da base de calculo.
indústria em que é difícil ocorrer o faturamento de forma regular.
Esta base de calculo, por sua vez, corresponde a um
Porém tal situação deve ser verificada antes do início de percentual do faturamento presumido conforme estabelecido a
cada exercício através de um processo de planejamento seguir.
tributário, especialmente quando o lucro trimestral previsto
ultrapassar, significativamente, o limite de R$ 60.000,00. Pois, CSLL(LP) = α CSLL x φ LP x RB
acima deste limite incide mais 10% sobre o valor do excesso.
A prestação de serviços de construção civil por a) do valor obtido pela aplicação dos percentuais, especificados
empreitada na modalidade total, com fornecimento de todos os no subitem percentuais, sobre a receita bruta;
materiais indispensáveis à execução da obra, está sujeita ao
percentual de 12% na determinação da base de cálculo da b) dos valores correspondentes aos demais resultados e ganhos
CSLL, pela sistemática do lucro presumido, pois se caracteriza de capital, assim considerados:
como atividade industrial. (16)
b.1) os ganhos de capital, nas alienações de bens e direitos,
16
inclusive de aplicações em ouro não caracterizado como ativo
( )Vera Lúcia Ribeiro Conde. Portal: financeiro. O ganho corresponderá à diferença positiva
http://www.empresario.com.br/legislacao/edicoes/2008/irpj_csll_constru_civ_e
verificada, no mês, entre o valor da alienação e o respectivo
mpr.html
Apostilha CustosIndustriais~2011 177
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custo de aquisição, diminuído dos encargos de depreciação, e) de 2,5% (dois e meio por cento), no mínimo, do saldo do lucro
amortização ou exaustão acumulada; inflacionário acumulado existente em 31/12/1995, caso a pessoa
jurídica tenha apurado o imposto com base no lucro presumido
b.2) os ganhos de capital auferidos na alienação de nos anos-calendário de 1996, 1997 e 1998;
participações societárias permanentes em sociedades coligadas
e controladas, e de participações societárias que permanecerem f) dos valores recuperados correspondentes a custos e
no ativo da pessoa jurídica até o término do ano-calendário despesas, inclusive com perdas no recebimento de créditos,
seguinte ao de suas aquisições; salvo se a pessoa jurídica comprovar não os ter deduzido em
período anterior no qual tenha se submetido ao regime de
b.3) os ganhos de capital auferidos na devolução de capital em tributação com base no lucro real ou tenha optado pela
bens ou direitos (IN SRF nº 11, de 1996, art. 60, § 1º); tributação na forma do art. 1º do Decreto-lei nº 2.397, de 1987,
b.4) os rendimentos auferidos nas operações de mútuo ou que se refiram a período no qual tenha se submetido ao
realizadas entre pessoas jurídicas controladoras, controladas, regime de tributação com base no lucro presumido ou arbitrado;
coligadas ou interligadas;
g) o valor resultante da aplicação dos percentuais, de que trata o
b.5) os ganhos auferidos em operações de cobertura (hedge) subitem 7.2.6.1 – Percentuais, sobre a parcela das receitas
realizadas em bolsas de valores, de mercadorias e de futuros ou auferidas nas exportações às pessoas vinculadas ou aos países
no mercado de balcão; com tributação favorecida que exceder ao valor já apropriado na
escrituração da empresa, na forma da IN SRF n° 38, de 1997;
b.6) a receita de locação de imóvel, quando não for este o objeto
social da pessoa jurídica; h) o valor dos encargos suportados pela mutuária que exceder
ao limite calculado com base na taxa Libor, para depósitos em
b.7) os juros equivalentes à taxa referencial do Sistema Especial dólares dos Estados Unidos da América, pelo prazo de seis
de Liquidação e Custódia - Selic, para títulos federais, meses, acrescido de três por cento anuais a título de "spread",
acumulada mensalmente, relativos a impostos e contribuições a proporcionalizados em função do período a que se referirem os
serem restituídos ou compensados; juros, quando pagos ou creditados a pessoa vinculada no
exterior e o contrato não for registrado no Banco Central do
b.8) as variações monetárias ativas; Brasil;
c) dos rendimentos e ganhos líquidos auferidos em aplicações i) a diferença de receita, auferida pela mutuante, correspondente
financeiras de renda fixa e de renda variável; ao valor calculado com base na taxa a que se refere o inciso
anterior e o valor contratado, quando este for inferior, caso o
d) dos juros sobre o capital próprios auferidos; contrato, não registrado no Banco Central do Brasil, seja
efeito de compensação, o imposto pago ou retido, Considerando que o IR foi calculado em bases anual, a
constante de documento hábil, será compensado pelos empresa deverá recolher, a cada trimestre, ¼ do valor devido
valores originais, sem qualquer atualização (art. 75, qual seja: IR(trimestre) = 6.240 ÷ 4 = 1.560,00 R$.
parágrafo único da Lei nº 9.430, de 1996).
b) Lucro Presumido – trimestral.
b) Serão considerados tributados exclusivamente na fonte
os rendimentos decorrentes de participações societárias, Seja calcular o montante do IR e da CSLL a ser pago no
sempre que tais rendimentos sofrerem tributação na fonte primeiro trimestre por uma empresa da construção civil que
observada a legislação da época em que os mesmos opera sob o sistema de empreitada.
forem gerados.
A empresa é optante pelo regime do lucro presumido e
projetou os seguintes níveis de faturamentos para os dois
primeiros semestres do exercício seguinte:
13.11.7 – Exemplos de Aplicação.
Faturamento Projetado para o Exercício Seguinte
a) Caso geral. Mês Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho
Faturamento 987 1.250 1.400 1.420 1.420 1.450
R$ mil
Seja calcular o imposto de renda devido por uma
empresa optante pelo regime do lucro presumido cujo
Base de Cálculo: BC = φLP × RB.
faturamento bruto anual foi previsto em R$ 520.000,00.
Valor do Tributo: IRLP = 0,15 x BC + 0,10 x ( BC – 60.000)
A base de calculo do tributo, segundo o enquadramento
a) Imposto de Renda Operação R$ 10
da mesma, é calculada considerando um percentual de
Receita Bruta no trimestre: 987+1250+1400 = 3.637,00
presunção de 8% do faturamento. Base de cálculo: 8% RB 0,08 × 3.637 = 290,96
Imposto de Renda 0,15 × 290,96 = 43.644,00
Sendo a alíquota do Imposto de Renda no caso do lucro Excesso do imposto = 290,96 - 60 0,10 × 230,96 = 23.096,00
presumido de 15%, tem-se: Total do Imposto de Renda 43.644,00+23.096,00= 66.740,00
Base de cálculo = Faturamento bruto x percentual de presunção Do quadro acima se verifica que o imposto de renda
Imposto de Renda = base de cálculo x alíquota devido no trimestre é de R$ 66.740,00.
É interessante notar que, tanto a CSLL como o IRPJ, e 13.12 – O Simples Nacional.
eventual adicional, devem ser pagos trimestralmente, enquanto
o PIS e o COFINS têm vencimento mensal. O Simples Nacional, que também leva a denominação de
Super Simples, é um regime de tributação que visa simplificar e
Por norma da legislação tributária federal, eventuais facilitar recolhimento de tributos federais devidos pelas micro e
receitas financeiras não integram a base de cálculo da receita pequenas empresas utilizando um único documento.
bruta sobre a qual incidem os tributos devidos. Assim os tributos
incidentes sobre os dois tipos de receitas são calculados Essas empresas poderão recolher os impostos federais,
separadamente, e os tributos oriundos das duas receitas, IR, CSLL, PIS, COFINS e IPI de forma unificada, segundo
somados. alíquotas especificadas por faixa de receita bruta. Ver Tabela
13.12
Os tributos a serem recolhidos, então, são: PIS; COFINS;
CSLL sobre o faturamento (1,08%) e sobre os juros auferidos Tributos municipais ou estaduais, porém, seguem a
(12%); O IRPJ e o adicional do IRPJ. legislação específica.
Consideram-se microempresas ou empresas de pequeno pelo qual se recomenda consultar o texto da Lei Complementar
porte (18): a sociedade empresária, a sociedade simples e o nº 123. (20)
empresário (19) devidamente inscritos no Registro de Empresas
Mercantis ou no Registro Civil de Pessoas Jurídicas, conforme o Estão, também, as micro e pequenas empresas
caso, desde que: enquadradas no Simples Federal isentas da contribuição ao
INSS da parte do Empregador. (SEBRAE-SP. 2007).
I – no caso das microempresas, o empresário, a pessoa
jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-calendário, Na Tab. 13.12 – Alíquotas do Simples Nacional estão
receita bruta igual ou inferior a R$ 240.000,00 (duzentos e relacionadas as somas das alíquotas relativas aos tributos
quarenta mil reais); federais IR, CSLL, PIS, COFINS, IPI, para o caso do comercio,
da indústria e da prestação de serviços. E, considerando o
II – no caso das empresas de pequeno porte, o empresário, somatório das alíquotas para cada nível de faturamento anual.
a pessoa jurídica, ou a ela equiparada, aufira, em cada ano-
calendário, receita bruta superior a R$ 240.000,00 (duzentos e É interessante notar que, segundo os parágrafos 9º e
quarenta mil reais) e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00 (dois 10º do Art. 3º da LC nº 123, a micro e a empresa de pequeno
milhões e quatrocentos mil reais). porte que, no ano-calendário, exceder o limite de receita bruta
anual previsto fica excluída, no ano-calendário seguinte, do
Essas empresas poderão recolher os impostos federais, regime diferenciado e favorecido previsto por esta Lei
IR, CSLL, PIS, COFINS e IPI de forma unificada, com alíquotas Complementar.
que variam de 3,0% a 19,65%, segundo atuem no comércio, na
indústria ou na prestação de serviço. No caso da empresa se
enquadrar, também, como contribuinte do IPI as alíquotas serão 13.12.2 – Calculo do Tributo.
acrescidas de 0,5%.
Adotando com nomenclatura: TSN correspondendo ao
Ressalta-se que o ISS, de competência municipal, e o valor do tributo a ser pago; αSN a alíquota do Simples Nacional
ICMS, de competência estadual, são devidos e determinados conforme estabelecido na Tab.13.12; e PV o preço de vendas
segundo a legislação específica. O Simples Nacional é utilizado ou faturamento.
apenas para o caso dos tributos federais.
O valor do tributo, TSN, é dado por:
Nem todas as atividades empresariais ou de serviços
podem adotar o simples, a exemplo dos profissionais liberais,
21
( ) Alíquota estabelecida pelo Art. 4º da Lei nº 12.024, de 27 de agosto de
22
2009. ( ) Lei nº 11.196 de 21.11.2005 – Art. 46.
Apostilha CustosIndustriais~2011 186
ENG.º ANTONIO VICTORINO AVILA, MSc. Custos & Precificação
Do mesmo modo que efetuado no Cenário-1, foi Ainda mais, os tributos, no caso do lucro presumido,
considerado que 25% dos dispêndios efetuados com o custo de deverão ser recolhidos aos cofres públicos trimestralmente com
produtos vendidos possam ter os valores de PIS e Confins base na receita presumida, ou seja: R$ 10.700.000,00.
compensados, respectivamente, em R$ 14.190,00 (3.440.000
× 0,25 × 0,0165 =14.190,00) e, R$ 65.360,00 (3.440.000 × 0,25 Financeiramente, no caso de frustração de receita, a
× 0,076 = 65.360,00). vantagem do lucro real aumenta, pois os tributos sobre o lucro
somente serão recolhidos após apurado o lucro real e no
Então, os valores em questão orçados para o exercício exercício seguinte.
seguinte foram:
IR = 429.555,50 R$.
a) Seja calcular o valor percentual a pagar de imposto de Considerando que a empresa se enquadra como de pequeno
renda incidente sobre um salário de R$ 6.000,00. porte. E, analisando os resultados expressos na tabela, conclui-
se que a melhor opção é pelo regime do Simples nacional pois
Analisar qual a melhor opção de enquadramento fiscal para tosos os níveis de faturamento previsto a rentabilidade é
junto à Receita Federal de uma empresa que atua no ramo maior do que os 8% estabelecidos como margem de lucro da
da construção civil e trabalha com serviços, empresa.
primordialmente com mão de obra.
23
( ) Resolução proposta por Renata Varela Kretzer.
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Custos & Precificação
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c) Empresa Industrial.
14.1 - Introdução.
Trabalhadores da mesma empresa que não atuem em Somente não ocorre reincidência do INSS sobre
área de risco, porém percebam o mesmo salário base, não encargos considerados como verbas indenizatórias e
fazem jus a este percentual. procedentes de rescisão imotivada do contrato de trabalho quais
sejam: o aviso prévio remunerado; a indenização relativa à
dispensa sem justa causa e a indenização de férias.
14.2 – Cálculo dos Encargos.
V – Acordos e Liberalidades. Existem algumas despesas
14.2.1 – Os Tipos de Encargos. que são classificadas como encargos sociais provenientes de
acordos sindicais ou mesmo liberalidades da empresa a
Para o cálculo do custo da mão-de-obra, é necessário exemplo de: vale transporte; o vale refeição; e as despesas
determinar o valor dos encargos sociais, dos encargos do com assistência médica complementar.
trabalho e outras contribuições incidentes sobre a folha salarial,
possíveis de serem reunidos em cinco grupos:
I - Encargos Sociais são recolhidos à previdência social
ou ao governo e que são: o INSS, o FGTS, o salário educação; 14.2.2 – Metodologia.
o SESI; o SENAI; o INCRA e o seguro acidente;
Sugere-se a seguinte metodologia ao se calcular o
II – Encargos Trabalhistas: hora extra, hora noturna, montante dos encargos sociais atribuídos a cada empregado:
hora extra cumprida em domingos e feriados, e a hora de
sobreaviso; o salário família, o auxílio maternidade, os 1º) Definir o valor da hora normal e das extraordinárias;
adicionais de periculosidade e insalubridade, o descanso 2º) Calcular os encargos do trabalho – horas extraordinárias;
semanal remunerado e comissões pagas por produção. 3º) Calcular os Encargos Sociais Básicos;
4º) Calcular o aprovisionamento de encargos do trabalho;
III – Os aprovisionamentos visam formar um fundo para 5º) Calcular o aprovisionamento dos Encargos Sociais;
quitar encargos e são calculados como um percentual incidente 6º) Calcular a reincidência de encargos sociais sobre os
sobre o salário total de cada mês. São eles: as férias; o abono encargos trabalhistas;
constitucional (⅓) de férias; o 13º salário; a indenização para a 7º) Somar as despesas oriundas de acordos sindicais ou
demissão sem justa causa (aviso prévio indenizado) e o auxilio liberalidades da empresa;
doença.
Recomenda-se efetuar o cálculo dos encargos do trabalho,
IV – A reincidência de encargos. O INSS incide, também, dos aprovisionamentos, dos encargos sociais básicos e das
sobre o valor das férias, do abono de férias, do 13º salário e do reincidências dos encargos, partindo do valor unitário da hora
descanso semanal remunerado quando o trabalhador é horista. normal, seja para o caso do trabalhador horista ou do
mensalista.
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346.320,00
IES = = 1,48
234.000,00
14.2.3 – Índice de Encargos.
Havendo o interesse em estabelecer um índice único de Neste modelo, a folha básica de pagamentos
encargos sociais para a empresa como um todo, especialmente corresponde o somatório dos salários base. Neste salário base
quando se compõem orçamentos de mão de obra, este pode ser não são computados: os demais encargos decorrentes do
definido adotando o seguinte modelo: trabalho, os encargos sociais, acordos sindicais, a reincidência
de encargos sociais sobre os encargos do trabalho, os
provisionamentos e outras despesas definidas como liberalidade
TotaldosEnc arg osSociais
IES = da empresa.
TotaldaFolhadePagamento
Ao ser calculado o total dos encargos sociais devidos
No modelo acima, em numerador são agregados todos pelo empregador quando este orça custos e preços, alerta-se
os encargos sociais incorridos o que corresponde à soma dos que não se deve considerar a parte do assalariado, já que este
encargos pagos aos trabalhadores, sejam horistas ou montante é retido do salário do empregado. Ao empregador
mensalistas, e aqueles devidos à seguridade social. Em cabe a obrigação legal do recolhimento e o repasse aos cofres
denominador, somente devem ser considerados a soma dos da previdência social.
salários segundo o pactuado em carteira de trabalho, ou seja, o
salário base do trabalhador. ( Avila & Jungles, 2006).
14.2.4 – Horas normais e extraordinárias.
Ao ser calculado o total dos encargos sociais devidos
pelo empregador quando este orça custos e preços, alerta-se O salário mensal ou total é calculado sobre o número de
que não se deve considerar a parte do assalariado, já que este horas trabalhadas durante o mês, sejam elas computadas como
montante é retido. Ao empregador cabe a obrigação legal do horas normais ou horas extraordinárias, tanto no caso do
recolhimento e o repasse aos cofres da previdência social. empregado horista como do mensalista.
Como exemplo, seja uma empresa cuja folha básica de Assim sendo, o salário total, ST, a ser pago
pagamentos some 234 mil reais e os encargos sociais de sua mensalmente a um empregado é função do somatório das horas
atribuição montem a R$ 346.320,00. O índice de encargos normais trabalhadas e das horas extraordinárias efetivamente
sociais, neste caso, é de 1,48, pois: realizadas.
As horas extraordinárias são: a hora extra normal; a hora O valor da hora normal do horista é aquela registrada na
noturna normal; a hora extra cumprida em domingos ou feriados carteira profissional.
e as horas de sobreaviso.
Como previsão da carga de trabalho mensal de um
Ao cumprir jornada de trabalho superior a carga semanal trabalhador horista pode-se considerar uma carga semanal de
de 44 horas. Ou, conforme o caso, se cumprir jornada diária 44 horas e um mês contendo 4,34 semanas. Então:
superior a 8 horas ou 8 horas e 48 minutos de trabalho, o
empregado faz jus à hora extra, cujo valor é superior ao da hora HH = = 44 x 4,34 = 191 horas por mês.
normal.
b) Trabalhador Mensalista.
E, também, se trabalhar em horário noturno e em finais
de semana ou feriados. A hora normal do mensalista é definida, também, em
função do número mensal de horas trabalhadas. Porém, com
Hora Diurna ou Hora Normal: entende-se como hora diurna uma metodologia que define o número de horas mensais em
àquela praticada entre as 05h00min e 22h00min. 220 horas, calculadas como abaixo. (24)
Hora Noturna: A CLT preceitua no art. 73 § 2º que o A jornada máxima legal é de 44 horas semanais. Dessa
horário noturno é aquele praticado entre as 22h00min horas e forma, se um empregado for admitido para laborar em jornada
05h00min. Alerta-se que a indústria da construção civil se de 44 horas semanais, o divisor para se encontrar o salário-hora
enquadra neste horário, porém este fato não ocorre para todas do empregado é de 220 horas. TEFLUS, 20008.
as categorias profissionais.
• Jornada de 44 horas semanais = 220 horas semanais
Dado o acima exposto, a legislação definiu como período HM = 44 x 4 (jornada mensal) + 44 (repouso) = 220 horas
noturno uma jornada de 7 (sete) horas que correspondem a 8
(horas), o equivalente a 52 minutos e 30 segundos. Nesse caso
um trabalhador só pode ter mais 1 (uma) hora acrescida à sua
jornada, visando o período para descanso ou refeição.
(24) CLT Art. 486 § 3º - Se pago por hora, a indenização apurar-se-á na
base de 220 (duzentas e vinte) horas por mês.
http://www.teflus.com.br/contabil/informativo.27.11.2008.
A contribuição do empregado ao INSS é recolhida sobre o Os encargos previdenciários básicos são tributos devidos à
salário total e tem suas alíquotas variando de 8 a 11%, conforme Seguridade Social e a outras instituições especificadas em lei.
a faixa salarial em que o mesmo estiver enquadrado.
Integram estes encargos: a contribuição devida ao INSS; o
O empregador, por sua vez, responde por uma FGTS – Fundo de garantia por Tempo de Serviço; o Salário
contribuição de 12% sobre a soma dos salários de todos os Educação; os recolhimentos ao SESI, SENAI e INCRA; e,
empregados, independentemente de faixa salarial. Ver Tab. 14.1 também o Seguro Acidente de Trabalho – SAT.
– Contribuição ao INSS.
Os encargos acima relacionados incidem sobre o total da
Ao orçar o custo de um produto, recomenda-se utilizar remuneração recebida pelo trabalhador, seja ele horista ou
somente a alíquota referente à contribuição do empregador. mensalista, a que título for. Na Tab. 14.2 – Encargos Sociais
Básicos estão mostrados os encargos e as respectivas alíquotas
Caso sejam somadas as duas alíquotas quando se suportados pelo empregador.
compõe orçamentos, a empresa perde competitividade já que a
contribuição do empregado é retirada do salário do mesmo e Alerta-se que, nesta relação, a alíquota do INSS
corresponde apenas à contribuição do empregador.
26
( ) Este item é um excerto do site http://sindcontagem.com.br/index.
Em 13.07.2008. Fonte: Guia Trabalhista.
Ver Decreto-lei nº 5.452, de 1º de maio de 1943. CLT - Consolidação Das
Leis Do Trabalho.
Apostilha CustosIndustriais~2011 204
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O empregador, porém, tem a responsabilidade legal de 14.3.3 – Descanso Semanal Remunerado - DSR.
recolher os encargos sociais de sua atribuição e a dos
empregados. O Descanso Semanal Remunerado – DSR é devido,
apenas, ao empregado horista e incide sobre o somatório das
Alíquota - % horas normais (HN) e das horas extras trabalhadas (HE) no
Relação de Encargos
Horistas Mensalistas período. No caso do trabalhador mensalista, este encargo já
1. INSS 12,00 12,00 integra o salário base.
2. FGTS 8,00 8,00
3. Salário Educação 2,50
1,80
2,50
1,80
TH = ∑ (HN + HE)
4. SESI
5. SENAI 1,30 1,30
6. INCRA
0,20 0,20 O DSR, então, é calculado em função das horas totais,
3,00 3,00 TH, do número de dias úteis trabalhados e do número de
7. Seguro Acidente -SAT
Total dos Encargos 28,80 28,80 domingos e feriados. Há, porém, dois procedimentos adotados
Tab.14.2 – Encargos Sociais Básicos pelas empresas visando a sua determinação: i) por média
mensal; ii) por fração de semana.
5
DSR = TH ⇒ 20 % TH
25
Há empresas, porém, que estabelecem, apenas, o domingo Exemplo: No ano anterior, uma empresa pagou um total
como dia de descanso, já que o sábado também é considerado de 400 dias de atestados/auxílio doença/afastamentos, tendo
dia de trabalho. desembolsado por este motivo um total de R$ 14.800,00 no
exercício.
Neste caso o DSR é calculado em base semanal. O DSR
então é estabelecido como 1/6 do salário devido, ou seja, Trabalharam na empresa, no ano em pauta, 200
16,67%. No entanto, a prática adotada pela maioria das funcionários, ai considerado os que foram admitidos, os
empresas é aquela apresentada no 1º procedimento. demitidos e aqueles que permaneceram na empresa. O total da
folha salários, no ano, foi de R$ 1.530.000,00.
1
DSR = TH ⇒ 16 ,67 % TH
6 DespesascomAfastamento
AD =
TotalFolhaSalarial
Alerta-se que muitas empresas incluem o valor do DSR
no valor da hora normal pactuada com o empregado. Neste
caso deve-se desconsiderar o percentual de acréscimo referente Então o "índice" de atestados sobre a folha de
ao DSR no cálculo dos encargos sociais. pagamentos foi de 0,96732%, que corresponde a dividir R$
14.800,00 por R$ 1.530.000,00.
E provisionamento, é rateado sobre o total da folha de Os encargos mensais incidentes sobre o 13º salário são
pagamentos. calculados, diferentemente, para os casos dos empregados
mensalistas e horistas.
No caso do auxílio doença se utiliza a mesma sistemática
do aviso prévio indenizado, ou seja, é necessário que cada
empresa saiba quantos dias/ano/empregado foram pagos aos a) Trabalhador mensalista.
empregados devido a afastamento do trabalho motivado por
doença. E, com esta informação calcular, estatisticamente, qual O 13º salário corresponde a 1/12 da remuneração total
o percentual mensal a ser atribuído a cada empregado. recebida durante o ano.
Assim sendo, a provisão para o 13º salário deve ser Os encargos mensais incidentes sobre as férias são
efetuada mensalmente sobre o salário recebido, segundo o calculados, diferentemente, para os casos de empregados
modelo: mensalistas e horistas.
FH = 13,33% x ST.
14.3.6 - Encargo mensal sobre Férias.
2º Procedimento – fração da semana
O total da reincidência dos encargos previdenciários, Para fazer frente a esta despesa, cabe ser efetuada uma
REC, segue, então, o seguinte modelo: provisão mensal sobre o salário de cada empregado.
REC = 12% × Σ(13º Salário + Férias + ⅓ Férias + DSR ) A provisão é função do percentual de multa e do índice de
rotatividade do pessoal na empresa, conforme apresentado no
Tomando como exemplo o caso do item 14.3.4 - Empresa item 14.2.10. Então:
não optante pelo simples, cujo total previdenciário foi calculado
em 40,80%, tem-se: Provisão Multa FGTS = 4% x IRot
REC = (10,00 + 13,33 + 20,00) × 40,80% A provisão para o aviso prévio indenizado, API, é
REC = 43,33% × 40,80% efetuada mensalmente sobre um percentual do salário do
empregado em função do "índice de rotatividade" da empresa.
REC = 17,68%
API = ST × IRot
14.3.8 - Multa FGTS – Rescisão sem justa causa.
É interessante notar que no índice de rotatividade
não devem ser considerados os casos de empregados que se
Apostilha CustosIndustriais~2011 208
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aposentam ou pedem demissão. Nestes dois casos não cabe Por exemplo: se a média de permanência dos
esta provisão, já que indevida. empregados na empresa é de 29 meses, então o índice de
rotatividade mensal corresponde a IRot = 1/29=0,0345 ou seja
O índice de rotatividade pode ser definido de dois 3,45% ao mês.
modos: pelo número de demissões realizadas no período ou
pelo tempo médio de permanência dos empregados na Finalizando, ressalta-se que sobre o valor do aviso prévio
empresa. indenizado não cabe a incidência dos encargos sociais básicos.
A jurisprudência entende que no caso de demissão sem
justa causa este encargo tem caráter indenizatório. (28).
a) Número de Demissões.
Trabalhadores que atuam em condições insalubres O salário família é um benefício previdenciário pago
fazem juz a um adicional sobre o salário. Adicional esse variável ao trabalhador assalariado ou avulso, entendido como
segundo a atividade seja classificada de alta, média ou baixa trabalhador de baixa renda, por cada filho que tiver. O valor do
insalubridade. salário família corresponderá a 5% do salário mínimo.
Segundo o Art. 189 da CLT, “Serão consideradas Este salário é estabelecido em dois valores (30), a saber:
atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os - O trabalhador que receber até R$ 472,43 fará juz ao valor de
empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de R$ 24,23 para cada filho/tutelado com até 14 anos incompletos
tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do ou inválido.
agente e do tempo de exposição aos seus efeitos.” ( vide Lei nº
6.514, de 22.12.1977) - Aquele que ganhar entre R$ 472,44 até R$ 710,08 o valor será
de R$ 17,07 para cada filho/tutelado com até 14 anos
A definição do nível de insalubridade é estabelecida pelo incompletos ou inválido.
Ministério do trabalho.
30
- Portaria MT/Previdência Social nº 77, de 12.03.2008.
Apostilha CustosIndustriais~2011 210
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31
( ) Site: http://www.mte.gov.br/trab_temp/Default.asp. 25.10.2009.
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14.5 – Exercício.
Apostilha CustosIndustriais~2011 213
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15.2 - Preço por Composição de Custos. O modelo em pauta considera o preço em três situações
distintas, cuja diferença é função da base de calculo do tributo,
Este é o caso geral, sendo discutida a formação do preço a saber:
quando a empresa é optante pelo regime do lucro real, do lucro
presumido ou do simples nacional. a) O Preço Líquido, PL, que engloba todos os custos
necessários para levar o produto ou serviço ao mercado, da
Basicamente, o preço de um produto ou serviço é função: mão de obra e dos encargos sociais, acrescidos do lucro
do custo direto dos insumos, do custo indireto, do custo desejado.
financeiro, do valor da mão de obra, dos encargos sociais, dos
tributos incidentes sobre o valor do faturamento, dos tributos b) O Preço Operacional, PO, que corresponde ao preço
incidentes sobre o lucro e do montante do lucro desejado. líquido acrescido dos tributos incidentes sobre o lucro.
PBn= f (CT + ML) = f (CD; CI; FI; MO; ES; TRI) + ML c) O Preço de Vendas, PV, denominado de preço de vendas
ou preço ao consumidor. Corresponde ao preço
Conforme o regime de opção tributária adotado pela operacional majorado pelos tributos incidentes sobre o
empresa, seja pelo lucro real, lucro presumido ou simples faturamento.
nacional, recomenda-se adotar um modelo de formação de
preço que atenda às características da incidência dos tributos. Metodologia:
A metodologia proposta visa garantir que, depois de O montante do lucro, ML, corresponde ao quantum do
descontados os tributos devidos, o preço líquido desejado seja lucro desejado e expresso em valor monetário, a ser obtido
alcançado. Noutras palavras, que a margem de lucro sobre o valor dos custos movimentados. É função do produto
estabelecida em orçamento seja alcançada. da margem de lucro pelo somatório dos custos incorridos.
ML = µ (CD + CI + FI + MO + ES)
Levando a expressão acima na expressão do preço
3º Passo: Calcular o preço líquido, PL. líquido, chega-se a expressão do preço operacional, PO.
PON
PV
valor planejado.
=
1
− ∑α
FAT
Para tanto, o procedimento proposto é que a margem de
FAT
I
lucro seja majorada pelo fator 1/(1-ΣαLUCRO), correspondente à =
CD
CI
Fi
MO
ES
µ
1
1+ ×( + + + + )
)
PV
µ ( − Σα
LUCRO
ML = × (CD + CI + Fi + MO + ES ) =
N
1
(1 − Σα LUCRO )
− ∑α
FAT
FAT
I
32 =
( ) Comercialmente falando, este procedimento é denominado: “por fora”.
Apostilha CustosIndustriais~2011 219
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Analisando o modelo de calculo do preço de vendas, Sob o regime do lucro presumido, a base de calculo dos
acima, pode-se inferir: tributos federais, estadual e municipal é a receita bruta total ou
o faturamento. Assim o Imposto de Renda e a CSLL passam a
1º. A margem de lucro, µ, incide somente sobre os custos e os ter por base de calculo o faturamento ou a receita bruta, na
encargos sociais pagos pelo empregador; forma da lei.
2º. A margem de lucro, µ, deve ser majorada, por fora, Como se conhece o montante anual do faturamento,
considerando como fator de majoração a soma dos tributos pois presumido antes do inicio do exercício fiscal, e o
incidentes sobre o lucro. Deste modo, depois de quitados pagamento deste é efetuado mensalmente em parcelas iguais,
esses tributos, a margem de lucro permaneça como pré- ele pode ser associado a um custo.
estabelecida;
O objetivo da metodologia, então, é amortizar em cada
3º. Depois de estabelecidos todos os custos e calculado o lucro, nota fiscal ou faturamento uma parcela do tributo previsto.
estes valores devem ser somados e majorados, por fora.
Como fator de majoração considera-se o somatório dos Como se sabe, a base de cálculo do Imposto de Renda
tributos incidentes sobre o faturamento, ΣαFAT. Deste modo, corresponde a um percentual do faturamento ou da receita
descontados os tributos a serem pagos, o saldo permite bruta presumida, RBP, sendo o tributo devido uma fração desta
cobrir, exatamente, os custos orçados e obter o lucro base:
desejado, L. BC = φ LP x RBP ∴ IRLP = αLP × φ LP x RBP
4º. Taxas de cartão de credito, como incidem sobre o Como metodologia para a definição do preço de vendas,
faturamento, recomenda-se ser tratada como sendo um tem-se os seguintes procedimentos:
tributo incidente sobre o faturamento.
5º. A assertiva acima pode ser adotada quando se efetua, 1º Passo: Calcular o preço líquido, PL:
permanentemente, operações de descontos de duplicatas.
PL = CD + CI + FI + MO + ES + µ (CD+CI+FI +MO+ES) ∴
Finalizando, recomenda-se comparar o preço de vendas
ou preço com aquele praticado pelo mercado, visando analisar PL = (1+ µ) x (CD+CI+FI +MO+ES)
o interesse da empresa em participar do mesmo.
b) Materiais 35.400,00 R$
Neste caso, o preço bruto é obtido majorando o preço c) Encargos Sociais 68%
líquido pelo montante do somatório das alíquotas dos tributos II – Custos Indiretos:
incidentes. Sejam elas relativas a tributos federais, estaduais ou a) Rateados 42.110,00 R$
municipais, segundo o enquadramento fiscal tipo do bem ou III – Informações Gerenciais:
serviço. a) Margem de lucro 15,00%
b) Tributos s/ o lucro 17,43%
Partindo, do modelo exposto no item 15.2.1, tem-se, c) Faturamento anual 2.970.000,00
(1 + µ) × (CD + CI + Fi + ES + MO)
PB =
1 − Σ(α SN + α FAT ) 15.3 – Caso do profissional liberal – preço por projeto.
Os dois primeiros assuntos tratam da capacidade de necessita conhecer duas quantidades de produção: a Produção
produção do profissional. O segundo, de competitividade. Anual de Equilíbrio – PAE; e a Produção Anual Máxima, PMAX.
A seguir serão discutidos esses dois aspectos de O nível de produção de equilíbrio ou produção anual de
atuação profissional e para tanto, será adotada a seguinte equilíbrio, PAE, é definido como aquela quantidade de produção
nomenclatura: capaz de atender às necessidades de sobrevivência do
profissional, dentro do padrão de vida estabelecido.
A = Área do projeto arquitetônico;
C = Custos: gastos com empregados, viagens, cópias, etc.; A produção anual máxima, PMAX, corresponde àquele
CAB = Custo anual básico; nível de produção possível de ser realizado por um profissional
Ch = Custo horário de serviço do profissional em R$/hora; considerando o número de horas efetivamente disponíveis para
CMB = Custo mensal básico;
o trabalho, ou seja, horas efetivas de produção. E, a sua
CUB = Custo unitário básico da construção publicado pelo
produtividade.
SINDUSCON, em R$/m²;
D = Despesas: salário ou retirada mensal programada;
HAT = Horas anuais disponíveis para o trabalho; Ao avaliar suas condições de competitividade, cabe ao
HDP = Horas diárias de produção efetiva; profissional analisar três situações ao comparar a Produção
PAE = Produção anual de equilíbrio em m². Anual de Equilíbrio e a sua Produção Anual Máxima possível de
PMAX = Produção Anual Máxima; ser realizada.
Po = Preço orçado;
pu = Preço unitário de serviço profissional em R$/hora; 1ª situação: PMAX > PAE.
R = Retirada ou pró-labore;
SAT = Semanas anuais disponíveis para o trabalho; Quando constatado ser PMAX superior à PAE, fica
SIMP = Semanas anuais indisponíveis ou improdutivas; caracterizado haver condições de expansão do nível de
π = Produtividade em horas/m².
produção, pois o profissional dispõe de capacidade para tanto.
Seja em termos de produtividade ou de possibilidades de
mercado.
15.3.1.1 - Capacidade de Produção.
Conseguindo isto, passará a dispor de receitas
A capacidade de produção do profissional é função direta
superiores às suas necessidades básicas pré-determinadas,
da sua produtividade e das condições ou características do
passando a haver acumulação de capital, o que pode ser
mercado onde atua.
caracterizado como lucro.
Com o objetivo de avaliar sua capacidade de
2ª situação: PMAX = PAE.
competitividade e estimar sua geração anual de caixa,
Esta é uma situação de equilíbrio. É uma situação mercado ou a reação do profissional frente ao mesmo, seja em
delicada e merece acompanhamento cuidadoso. vendas ou marketing. Tal fato foge ao escopo deste curso.
Elaborando a equação dimensional do modelo acima Obtido o valor mensal das necessidades, neste estudo
visando demonstrar sua compatibilidade e considerando que o denominado de Custo Mensal Básico - CMB, divide-se este pelo
preço é dado em unidades monetárias, tem-se: [Po] = [R$]. número total de horas disponíveis para o trabalho durante o
mês.
Sendo, por definição, PO = π × A × pu (h)
DespesasFixas + Re tirada
pu(h) =
Exprimindo cada variável do modelo acima em função TempoDisponível
das suas unidades constitutivas, chega-se à:
Se, por exemplo, sua necessidade de ganho é 4.000
[P0 ] = h × [m²]× R$ ∴ [P0 ] = [R$]
reais e você trabalha 100 horas no mês, sua hora vale 40 reais.
c.q.d.(33)
m² h Considerando que os contratos, comumente, são
cumpridos em período superior a um mês e o respectivo fluxo
Como exemplo de orçamento definido por produção, seja de caixa é defasado do cronograma de serviços, recomenda-se
um profissional liberal cujo preço unitário da hora trabalhada foi que o profissional avalie suas necessidades de receita e do seu
orçado em R$ 98,00 e ele sabe que sua produtividade é de 0,15 tempo de produção em bases anuais.
h/m² de projeto. Qual será o preço de uma proposta para um
projeto com área estimada de 737 m²? Partindo da expressão apresentada acima definida, o
custo ou preço da hora de trabalho, é função da razão entre o
PO = 0,15 × 98 × 737 = 10.833,90 R$ do custo anual básico do profissional pelas horas anuais
efetivamente disponíveis para o trabalho. Matematicamente:
15.3.2.2 - Preço unitário – pu(h). CAB = 12 × CMB ∴
33
C.q.d significa: “como queríamos demonstrar”.
Apostilha CustosIndustriais~2011 225
ENG.º ANTONIO VICTORINO AVILA, MSc. Custos & Precificação
pu(h) =
∑ CAB Estas semanas improdutivas podem ocorrer por motivos
de: festas de natal e ano novo; treinamento; visitas técnicas;
∑H AT afastamento por doença ou férias.
SAT = 52 - SIMP ∴
O Custo Anual Básico – CAB corresponde aos custos a
serem incorridos pelo profissional durante um exercício fiscal, ΣHAT = HDP × NDS× (52 - SIMP)
capazes de cobrir suas necessidades de sobrevivência. Logo,
compatível com o ponto de equilíbrio. Demonstrando, agora, a correção do modelo de calculo
do preço unitário, pu(h).
O número anual de horas efetivamente disponíveis para
o trabalho, HAT, é obtido com certo grau de subjetividade pois A equação dimensional de pu(h) por definição é:
depende da avaliação dos seguintes fatores: número de horas R$
diárias de produção (34), HDP; do número de dias da semana que pu(h) = . Exprimindo as variáveis do modelo de
vai se dedicar à realização de sua produção, NDS; e, do número hora
de semanas anuais disponíveis para o trabalho, SAT . cálculo de preço unitário em função de suas variáveis
constitutivas tem-se:
Pode-se, então, escrever o modelo matemático:
R$
ΣHAT = HDP × NDS× SAT
pu(h) =
∑ CAB R$
= ano = ⇒ c.q.d
∑H AT horas hora
O número de semanas anuais disponíveis para o ano
trabalho, SAT, por sua vez, é obtido ao se deduzir do número
total de semanas do ano, o número de semanas improdutivas, Nesta metodologia, o mais difícil, sem dúvida, é estipular
SIMP. o ganho mensal, que é subjetivo. Mesmo assim, é possível
levar em conta alguns parâmetros. Um consultor júnior, que
está apenas começando na carreira, não pode, naturalmente,
cobrar o mesmo preço de uma consultoria convencional.
34
( ) HDP = número de horas diárias de produção: corresponde ao número de
horas efetivamente empregadas na realização do produto. Logo, ela é 15.3.2.3 - Preço de mercado.
inferior ao número de horas que o profissional se encontra no local de
trabalho. Assim sendo, no caso do profissional liberal, não constam de horas Como já comentado, sendo este item mais voltado aos
efetivamente produtivas: tempo de atendimento a clientes; reuniões
administrativas; ida a bancos, etc.
profissionais do campo da engenharia civil, a metodologia de
Apostilha CustosIndustriais~2011 226
ENG.º ANTONIO VICTORINO AVILA, MSc. Custos & Precificação
orçamento do preço unitário dos serviços será efetuada em A produção anual de equilíbrio, por definição,
função do CUB, pois este é um índice consagrado na indústria corresponde àquela quantidade de produção em que as
da construção e na engenharia. receitas cobrem os custos incorridos. Logo, o profissional não
tem lucro nem prejuízo.
O preço unitário dos serviços pode ser expresso como
fração percentual do CUB. Matematicamente: Em termos de teoria da produção, a produção anual de
equilíbrio corresponde ao ponto de equilíbrio em que RT=CT.
pu(s) = k (%)× CUB (R$/m²) Ver Fig. 15.1
qEQUIL qMAX q
Fig.15.1 – Curvas de Receita e Custos Totais
15.3.3 – Produção Anual de Equilíbrio - PAE.
A avaliação diária ou semanal dessas horas deve 1º Passo – Calcula-se o custo mensal básico - CMB.
considerar, apenas, o tempo dedicado à elaboração de projetos
ou trabalhos intelectuais, noutras palavras, ao esforço de CMB = f Σ (C+ D + ES + R)
produção.
2º Passo – Define-se o custo anual básico - CAB
Recomenda-se desconsiderar as horas de atendimento
a clientes e fornecedores, visitas a obras e dedicação a tarefas CAB = 12 × CMB
administrativas, pois estas impedem ao profissional de se
dedica, exclusivamente, ao esforço de produção. 3º Passo – Calcula-se a produção anual de equilíbrio - PAE.
Visando cumprir os prazos pactuados dentro do O conhecimento da questão é de capital importância para
exercício, esta analisando a necessidade, ou não, de se o profissional, especialmente ao associado a empresas de
associar ou contratar outro profissional para lhe ajudar a dar projetos, visando manter a lucratividade desejada.
cumprimento ao pactuado.
O preço, então, é função das variáveis conforme abaixo:
Para tanto, dispõe das seguintes informações:
P = f (C + ES + L + R + T )
- Disponibilidade de quatro semanas de férias por ano;
- Sua produtividade é de 0,085 m²/hora de trabalho; O lucro, por sua vez, deve ser visto como a remuneração
- 45% do tempo semanal disponível é dedicado a atender do empreendedor ou da prestação de serviço em função dos
clientes e visitar obras. custos e despesas previstos. E função direta da margem de
remuneração desejada pelo profissional. Ou, então, definido
H AT (52 − 4 ) × 44 × (1 − 0,45 ) como a remuneração desejada calculada sobre o capital
PMAX = = = 13 .666m ²
π 0,085 movimentado. Então:
( D + C + ES ) × (1 + µ )
PB =
P = (1+µ) × (D+C+ES) 1 − ( α FAT + α IR )
µ
(D + C + ES ) × (1 + )
(1 − α IR )
P =
(1 − α FAT )
Assim, pergunta-se:
15.4 - Profissional liberal – preço por visita. a: descanso anual; carnaval; festas natalinas, cursos ou
treinamentos, etc.
1º Passo - Definir o custo anual básico – CAB. Calcular o custo por visita de um profissional autônomo
no caso de utilizar como meio de locomoção uma moto 125 e
O custo anual básico corresponde ao montante do valor um veículo Fiat-1000. Como dado complementar sabe-se que:
das despesas que o profissional necessita para cobrir,
anualmente, a sua manutenção e sobrevivência. a) o raio de atuação é de 40 km;
b) o profissional emite nota fiscal de serviço cuja alíquota
2º Passo - Definir o número de semanas anuais indisponíveis do ISS é de 12%.
para o trabalho, NSI.
O mark-up é definido como um índice que aplicado ao P = Σ (CD + CI + ML + Tr) ∴ P = Σ CD + Σ (CI + ML + Tr)
custo direto do produto ou do serviço permite estabelecer,
expeditamente, o preço de vendas a ser praticado. Considerando que Σ (CI + ML + Tr) pode ser considerado
como um percentual do Preço de Venda, P, pode-se escrever:
A formação do preço adotando a técnica do mark-up
facilita a sua determinação, já que engloba os custos e as P = ΣCD + k × P ∴ P - k P = ΣCD ∴ P× (1 – k) = ΣCD
despesas indiretas incorridas pela empresa, aí incluídas as
despesas de vendas, administrativas ou financeiras, bem como Sendo o objetivo desejado definir o preço em função dos
a margem de lucro estabelecida. custos diretos, pode-se escrever:
Demonstrando a formação do mark-up em função dos Então, o preço pode ser definido por:
Custos Diretos tem-se:
Pr eço = ϕ × Σ CD
P = ƒ( Σ Custos Diretos)
Σ CD
Pr eço =
Definindo as variáveis abaixo, como nomenclatura, δ
visando a determinação do mark-up:
Os procedimentos propostos são: O preço, por sua vez, é definido pela expressão:
Item Valor/porcentagem
Valor das vendas 159.000,00 R$
Depreciação de móveis e do imóvel 1.450,00 R$/mês
Neste item se discute uma metodologia visando à Nos custos de manutenção são separados os custos de
composição do custo horário e a determinação do preço de manutenção do equipamento e do material rodante, pois
equipamentos. submetidos a diferentes condições de desgaste.
Considera duas situações: o custo da disponibilização No modelo de cálculos dos custos de reparos de
do equipamento parado; e o da hora operante. equipamentos é proposta a adoção de um índice de
manutenção, (I%), correspondente à apropriação do valor da
A metodologia proposta recomenda subdividir os custos manutenção efetuada durante a vida do bem em operação
a serem incorridos em três principais grupos: normal de produção.
Neste grupo se considera uma serie de custos tais como: Os custos de operação podem ser subdivididos em dois
grupos quais sejam:
a) Custo de capital, ou seja, os juros que seriam pagos pelo
capital investido no equipamento caso fosse efetuada outra i) os custos unitários de operação;
aplicação em idêntica taxa de risco. Corresponde ao custo de ii) e os custos mão de obra e dos encargos sociais
remuneração do capital da empresa, também denominado de incidentes sobre as mesmas.
taxa de oportunidade ou taxa de mínima atratividade;
b) Custo de depreciação do capital e necessário à reposição do O custo unitário de operação é calculado em função do
mesmo; custo horário e do consumo horário.
c) Seguros por ventura contratados visando à redução dos
riscos de operação ou com terceiros; Integram o custo horário de produção os custos
d) Impostos anuais incidentes sobre a propriedade e uso de incorridos na aquisição de combustíveis, óleos, graxas e
veículos. lubrificantes, no caso de equipamentos movidos a combustível.
Sendo um equipamento elétrico, o consumo horário de energia.
O consumo horário é um parâmetro a ser fornecido pelo • Preço Total da Compra do Caminhão R$ 79.000,00
fabricante. Recomenda-se, porém, que a empresa aproprie • Preço de Reposição dos Pneus R$ 4.200,00
seus próprios dados, baseados no desempenho real de cada • Preço Total da Compra sem Pneus R$ 74.800,00
R$ 8.000,00
equipamento. • Valor Residual depois de depreciado
R$ 71.000,00
• Valor líquido para depreciação
Efetuada a composição de custos, o preço é definido • Vida útil expressa no catalogo do 10.000 horas
após o produto do mesmo pelo mark-up ou pelo BDI – Benefício fabricante 24,0 % ao ano
e Despesas Indiretas, índices que já consideram os impostos a • Juros
serem recolhidos pelas empresas, os custos indiretos • Tributos s/ propriedade de 2,0 % ao ano
administrativos e o lucro desejado. equipamentos 1.500 horas
• Estimativa anual de horas trabalhada
Na indústria de bens por encomenda, fato corrente na ML = µ Liquido ( ΣCI + ΣCD + ΣVR )
construção civil, o mark-up multiplicador pode receber a
denominação de BDI – Benefícios e Despesas Indiretas. Porém, a) Impostos Incidentes sobre o Lucro
dado a peculiaridade e tradição desta indústria, a metodologia a
ser utilizada difere da anteriormente discutida. µ =
µ LIQUIDO e, αL = ƒ (αIR; αCS )
(1 − α L )
...
I - Opção pelo Lucro Real II - Opção pelo Lucro Presumido
1º Passo: Definições: 1º Passo: Definições:
BDI BRUTO
= CI + VR +
µ LIQUIDO
(CI + CD + VR )
BDI BRUTO = CI + VR + ML + IMP
(1 − α L )
3º Passo: Calcular o índice líquido– I*BDI 3º Passo: Calcular o índice líquido– I*BDI
k =
BDI BRUTO ∴ I *BDI = ( K + 1) k =
BDI BRUTO ∴ I *BDI = ( K + 1)
CD CD
4º Passo: Calcular o índice bruto - IBDI 4º Passo: Calcular o índice bruto - IBDI
*
I
I BRUTO = BDI
I *BDI
(1 − α F )
BDI
I BDI =
5º Passo: Calcular o Preço do Produto ou Serviço. (1 − α F )
Preço = CD × IBDI
Tab.15.5 – Metodologia BDI pelo Lucro Real 5º Passo: Calcular o Preço do Produto ou Serviço.
Preço = CD × IBDI
Tab.15.6 – Metodologia do BDI pelo Lucro Presumido
1º Passo: cálculo do fator de majoração do faturamento (1 − α F ) CMV = 200.000 × 1% × 40% = 800,00R$, correspondendo 1%
: ao valor investido em propaganda e 40% a parcela proporcional
da obra.
(1 − α F ) = 1 − 8,01 = 0,9199
100
CI = ∑ CGP + CGA + CFI + CMR + CMV Foi estimado que esta obra representasse 40% do valor
dos custos gerais de administração da empresa. Portanto, será
CI = 0,00 + 12.000,00 + 2.400,00 + 0,00 + 800,00 adotada a mesma proporção de pagamento dos impostos sobre
CI = R$15.200,00 a margem, ou seja, o imposto relativo a esta obra será de 40%
do imposto total sobre a margem
3º Passo: cálculo do BDI em valor monetário: IMPobra = 40% ⋅ 2.550,00 = R$1.020,00
a) O primeiro procedimento, mais simplificado, corresponde em Ao se compor o preço do produto, ver Tab.15.7 e Fig.
multiplicar o custo direto total pelo mark-up. 15.3, recomenda-se evitar a incidência do lucro sobre o valor
dos encargos sociais, seja aqueles relativos à mão de obra
Preço = CDT × Mark-up. direta seja à mão de obra indireta.
b) O segundo procedimento toma como exemplo o modelo de O autor justifica a assertiva acima por entender ser
composição de custo industrial conforme exposto na ilógica a incidência de lucro sobre os encargos sociais. Dada a
Tab.14.7, e segue os seguintes passos: alta carga tributária ora em vigor no País e a expressão dos
encargos sociais, este procedimento evita a perda de
1º Passo - Define-se o custo total; competitividade devido à redução do preço final do produto.
Custo Total Σ
item un $/un q
M.O MAT item
1. Insumos
1.1. Insumo A m³ 238 522 124.236,0
1.2. Insumo B m² 97 900 87.300,0
1.3. Insumo C l 44 110 4.840,0 216.376,00
2. M. Obra Direta
2.1 Função A h 5,14 1231 6.327,34
2.2 Função B h 6,33 933 5.905,89
2.3 Função C h 7,38 245 1.808,10 14.041,33
3. Supervisão
3.3 Mestre h 12,36 1231 15.215,16
3.4 Supervisor h 17,68 570 10.077,60 25.292,76
4. Manutenção h 9,45 400 3.780,00 3.780,00
5. Equipamentos h 72,14 850 61.319,00 61.319,00
6. Soma 43.114,09 277.695,0 320.809,09
7. Encargos Sociais =
20.694,76 20.694,76
48,00 % Encargos Soc × ΣMO
8. CUSTO DIRETO TOTAL 341.503,85
9. CUSTOS INDIRETOS (rateados) 28.900,00
10. CUSTO TOTAL 370.403.85
11. Margem de Lucro/ (1- Tributos sobre o Lucro) =
12. Preço base
13. Tributos sobre o faturamento
14. PREÇO DO PRODUTO
Tab. 15.7 – Modelo de Composição de Preço Industrial
CMV – corresponde ao custo das mercadorias vendidas, CMV = Custo Aquisição + Frete – Crédito ICMS + IPI
depois de deduzido o valor do ICMS pago e acrescido o CMV = 25+ 1,50 – 4,50 + 2,50 = 24,50 R$
custo do IPI, fretes, seguros e outras despesas afins;
DV – expresso em percentagem, corresponde ao 2º Passo - Calculo das Despesas Variáveis - %.
percentual de despesas variáveis incidentes sobre as
vendas tais como impostos e comissões de vendas. Isto • Comissões de vendas = 3%
é, despesas que só ocorrerão caso vendas sejam • ICMS = 18%
realizadas. • CPMF = 0,38%
DF – expressa em percentagem, corresponde ao • PIS/COFINS = 3,65%
percentual das despesas fixas em relação ao
faturamento. Como exemplo de despesas fixas tem-se: DV = Comissões de vendas + ICMS + CPMF + PIS/COFINS.
aluguel, IPTU, água, luz, salários e encargos sociais, etc. DV = 3%+18%+0,38%+3,65% = 25,03%
3º Passo - Calculo das Despesas Fixas - %. Antes de calcular o preço, o gestor deve estabelecer qual
a margem de lucro deseja. No caso, µ = 15%.
Quando da determinação do percentual de despesas
fixas incidentes sobre mercadoria a ser vendida no comercio, é Então:
recomendável que o percentual das despesas fixas sobre o
faturamento seja avaliado considerando um período significativo 24,50 24,50
de tempo. E, o percentual a ser adotado corresponderá à média PV = × 100 = = 46,96R$ / un
100 − (25,03% + 7,8% + 15%) 0,5217
ponderada dos custos incorridos nesse período.
Mês 1 2 3 4 5 6 Σ
C. Fixo 4,5 4,5 4,7 4,8 4,8 5,0 28,3 15.10 - Preço de Mix de Produtos.
Faturam 55 64 59 57 65 64 364
Valores em R$ mil
O objetivo deste item é mostrar uma metodologia para o
O percentual de despesas fixas, então, é definido pela calculo de preços de uma cesta de produtos, que apresentem
razão entre somatório das despesas fixas incorridas e o total do distintas margens de contribuição.
faturamento, ambos realizados no período.
Do comercio, sabe-se que uma margem de lucro maior é
realizada em produtos de menor giro. E, a margem de lucro
DespesasFi xas 28,30
DF = = = 0,078 ⇒ 7,8% menor em produtos de maior giro.
Faturament o 364,00
Margem de Lucro Giro
4º Passo – Calculo do Preço de Venda - PV ALTA ⇒ BAIXO
Do modelo:
BAIXA ⇒ ALTO
£n=µn × ρn DF + Lu DF + LU
PEE = = × VTP
Σ ( Mcp × VP ) Σ ( MCp × VP )
£= µ1×ρ1= µ2×ρ2= ······ = µn × ρn
VTP
O objetivo, então, é praticar para cada produto
uma margem de contribuição ajustada - Mc*, que é função da Em que:
margem de contribuição calculada - Mc e do giro de capital
apresentado por cada um dos produtos, de modo a manter o PEE = Ponto de Equilíbrio Econômico;
ponto de equilíbrio no econômico e manter, no global, a DF = despesas fixas apropriadas, em valor monetário;
margem desejada. Lu = Montante do lucro desejado em valor monetário;
Mcp = margem de contribuição unitária, por produto;
VP = quantidade de venda prevista, em unidades por
produto;
Apostilha CustosIndustriais~2011 252
ENG.º ANTONIO VICTORINO AVILA, MSc. Custos & Precificação
VTP = venda total prevista no mês, em quantidade de 11º Passo – Definir o número de unidades a serem vendidas
unidades. no próximo período.
QV= PEE × % Qvendas
Tab.15.8 – Preço de Mix de Produtos
A aplicação da abordagem em questão segue a seguinte
metodologia:
Mc
u
lucro arbitrada.
Mc
Lu = Faturamento × µ ( )
giro
9º Passo – Estimar o número de unidades de cada produto a
* =
ser vendida no mês. E, calcular a percentagem de
cada produto sobre o número total das vendas.
10º Passo – Calcular o ponto de equilíbrio.
Apostilha CustosIndustriais~2011 253
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15.11 – Preço de Serviços Profissionais. 5º Passo: Calcular a porcentagem das despesas variáveis
sobre o valor do faturamento – DV%.
Este item mostra a metodologia adotada para a formação
do preço de serviços proposta por CÁSSIA, 2.006. Este caso As despesas variáveis sobre o faturamento
abrange a formação do preço quando fornecido material e mão correspondem aos impostos, às comissões e outras despesas
de obra necessários à realização do contrato. sobre vendas, porém não considerados nos custos do material
empregado.
Como poderá ser constatado, a metodologia é muito
similar a proposta em itens anteriores. O objetivo maior da 6º Passo: Calculo do Preço do Serviço – PS.
apresentação deste conteúdo é dispor ao interessado de mais
uma ferramenta a ser adotada para a composição de seus Para calcular o preço de serviços - PS, o gestor deve
preços. definir, antecipadamente, a margem de lucro deseja - µ %.
CS
PS
3º Passo: Calcular o custo total dos serviços – CS.
DF
DV
=
100 − ( %+ % + µ %)
B
O custo total dos serviços corresponde à soma do custo
direto da hora trabalhada com o custo do material empregado.
A margem de lucro deseja, neste caso, já deve
CS = CHT+CME
considerar a incidência do Imposto de Renda sobre pessoa
física.
4º Passo: Calcular a porcentagem das despesas fixas sobre o
valor do faturamento – DF%.
Para tanto, deverá efetuar seu preço considerando uma
margem de lucro bruta. Esta margem é definida ao majorar a
DespesasFi xas (R $)
DF % = margem líquida pelo valor da alíquota do Imposto de Renda.
Faturament o(R $) Matematicamente:
ߤ
ߤ =
1 − ߙூோ
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Seu contador lhe informou que os tributos incidentes h) Sua empresa dispõe de cinco produtos em oferta e que
sobre a nota fiscal, em Florianópolis, são os seguintes: apresentam distintas rotações de capital. Considerando que a
lucratividade estabelecida é de 18% ao ano, estabeleça a
margem de lucro de cada um, dada às informações contidas na
Tributos Incidentes sobre o Faturamento tabela a seguir.
Empresa Optante pelo Lucro Real
Com Sem Capital Faturamento Margem
Giro do
Tributo - Alíquota fornecimento fornecimento Produto Investido Anual proposta
Produto
de material de material R$ mil R$ mil %
• Imposto sobre Serviços - ISS 3,00% 5,00% A 28 484
• COFINS 7,60% 7,60% B 32 122
• PIS 0,67% 0,67% C 44 697
• IPMF 0,38% 0,38% D 86 1050
Total dos Tributos – Lucro Real 11.65% 13,65% E 120 1350
Total da
Empresa
As empresas mais fracas, da mesma indústria, procuram onde o lucro conexo ao produto básico, o cabo, é irrisório ou
seguir os preços praticados pela líder. mesmo inexistente. Outro caso, já antigo, foi quanto ao
consumo de querosene de iluminação, quando o lampião
d) Preço de Penetração – é o preço definido no intuito de era dado, pois o interesse era manter o consumo do
estabelecer rapidamente um produto no mercado. Após combustível.
esse período, o preço é praticado em condições normais,
mais alto. É uma estratégia perigosa, pois pode levar à b) Preço Isca – diz respeito à oferta de um produto de baixo
perdas no período de implantação. A recomendação para preço visando à venda de outros produtos de maior
esta estratégia é quando o mercado de um produto é rentabilidade. Como exemplo cita-se o caso do pãozinho
sensível à uma redução de preços conexo a uma francês em que, sua sessão de vendas fica disposta,
substancial economia de escala. geralmente, no fundo dos supermercados, visando atrair o
desejo dos clientes à aquisição de outros produtos.
e) Preço Predatório – a adoção de estratégia com preço
predatório visa domínio de mercado, permitindo deflagrar c) Preço Pacote – neste caso, a estratégia é fazer com que um
guerra de preços que, no longo prazo, pode ser prejudicial grupo de produtos idênticos seja vendido a preço menor
para todos os concorrentes. que a soma dos preços individuais. Exemplo: “leve 5 e
pague 4 unidades”. Ou então, a promoção efetuada por
cadeias de fast food ao ofertar vários produtos a um custo
16.3 – Preços Por Linha de Produto. inferior à soma dos preços dos produtos individuais. Seja,
como exemplo, uma promoção de lanche composto por: um
A precificação por linha de produto visa maximizar o lucro pacote de batatas fritas, um cachorro quente e um
de uma linha inteira e não por produto específico. refrigerante. O preço da promoção é menor do que o preço
de cada um dos produtos somados.
É o caso em que a demanda por um produto leva,
inexoravelmente, a demanda por outros produtos d) Preço Prestígio – quando o mercado considera um produto
complementares da mesma linha, a exemplo de lapiseiras e os como sinônimo de alta qualidade e, principalmente,
respectivos grafites. E, também, a de produtos levemente prestígio, o preço do bem pode ser diferenciado reduzindo o
diferenciados, a exemplo de modelos de televisores ou rádios numero de potenciais consumidores, tornando o seu acesso
de automóveis. como símbolo de “status”.
a) Preço Cativo – este tipo de estratégia atrela a venda de e) Falsa Percepção – consiste em efetuar redução
produtos complementares ou essenciais para o insignificante de preço, na crença de que os consumidores
funcionamento de outro produto denominado de básico. gravem como menor um preço praticamente semelhante.
Atualmente, um exemplo clássico, é a lâmina de barbear,
Exemplo: em vez de cobrar $ 40,00 por uma camisa, a Sendo o PCC ≥ PEM, há que se decidir entre o
vender por $ 39,55. lançamento ou manutenção do produto no mercado, mesmo
havendo prejuízo durante algum período de tempo. Neste caso,
f) Preço Referência – este caso é mais uma estratégia de é recomendável efetuar um estudo de viabilidade do produto,
vendas do que de fixação de preços. Consiste em colocar podendo ser adotado como um dos métodos de decisão o
um produto de menor preço ao lado de um idêntico de maior Método do Valor Presente.
preço, na esperança que sua venda aumente, dado a
comparação de preços efetuada. Exemplo: o quilo do sabão
Povão é vendido a R$ 2,99 enquanto o quilo do sabão
Status oferecido a R$ 4,10.
16.4 - Comentários.
c) Giro do Capital:
17.2 - Processo e Indicadores.
Faturament o
Giro =
Entende o autor que, paralelamente aos indicadores a Patrimônio Líquido
serem estabelecidos e acompanhados, é interessante a
implantação de um processo de acompanhamento gerencial d) Eficiência Operacional:
utilizando balanços ou balancetes projetados.
Faturamento
Efop =
Desta forma será possível comparar, periodicamente, se CustosOperacionais
os objetivos de gestão, pré-definidos e expressos pelos diversos
indicadores adotados, estejam sendo alcançados.
II - Clientes & Mercado:
Os indicadores pode-se ser divididos em grupo de
interesse e cada grupo subdividido, conforme a seguir:
a) Índice de Desempenho de Distribuição.
Apostilha CustosIndustriais~2011 264
ENG.º ANTONIO VICTORINO AVILA, MSc. Custos & Precificação
Nº PeçasDefeituosas
RZ =
NúmeroEntregaAtrasada Nº TotaldePeçasFabricadas
INP =
NúmerodeVendas
b) P&D
b) Qualidade de Serviço Prestado ( pós venda ).
Investimento de x% do Lucro ou Faturamento em
Nº Re clamações Pesquisa e Desenvolvimento.
ISP =
Nº Vendas
c) Modernização de Equipamentos ou do Processo Produtivo.
Nº PeçasFabricadas
IP = Este índice visa medir a participação dos empregados na
Nº Peças Pr evistas
melhoria dos processos e dos produtos da empresa.
N º Demissões
IR =
N º Funcionári os
c) Índice de Treinamento.
HorasdeTre inamento
IT =
HorasTraba lhadasnoAn o
% de empregados analfabetos
% de empregados com 1º grau.
% de empregados com 2º grau.
% de empregados com 3º grau.
Nº Sugestões
SID =
Nº Empregados
Apostilha CustosIndustriais~2011 266
ENG.º ANTONIO VICTORINO AVILA, MSc. Custos & Precificação
9. FLORENTINO, Américo M. “CUSTOS – Princípios, Cálculo e
Referências Bibliográficas. Contabilização”. Rio de Janeiro – RJ, Editora da FGV. 1983.
10. GUERREIRO, Eziquiel. Teoria da Firma. Fonte:
1. AÇÃO Nacional Pela Justiça Tributária. Portal: http://www.uepg.br/uepg_departamentos/deecon/. 2009.
WWW.anjut.org.br. 2007. 11. HAUSMANN, Nilton. Contabilidade Gerencial em 10 Aulas.
2. ANTHONY, Robert N. “Contabilidade Gerencial”. Editora Atlas. Editora Plus Saber. Florianópolis, SC. 2001.
São Paulo. 1976. 12. IUDÍCIBUS, Sergio de. Teoria da Contabilidade. Editora Atlas
3. AVILA, Antonio Victorino. JUNGLES, Antonio Edésio. S/A. São Paulo. SP. 1980.
Administração da Construção. Gerenciamento na Construção 13. KLIEMANN NETO, F.J. Custos Industriais – Apostilha de
Civil. Editora ARGOS. Chapecó. SC. 2006. Custos Industriais EPS 3219. Universidade Federal de Santa
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http://jus2.uol.com.br. 2007. São Paulo. SP. 2001.
Variáveis alteradas:
A) O preço de mercado aumentou em 18% e o preço aumentou em 5%
B) O preço de mercado diminuiu em 15% e o preço reduziu em 5%
C) O custo fixo total aumentou em 18%
D) O custo fixo total diminuiu em 15%
Exigibilidades mínimas: