Sie sind auf Seite 1von 251

4a

EDIÇÃO
REVISTA

ANTONIO MOLITERNO

CADERNO
DE PROJE TOS
DE TELHADOS
S tã o
EM ESTRUTURAS
DE MADEIRA
3 9 8 10 3

6
REVISÃO: Reyolando Manoel L. R . da Fonseca Brasil

8
0

9
6
Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira III

Antonio Moliterno

Caderno de Projetos
de Telhados em Estruturas
de Madeira
4.ª edição revista

Revisão:

Prof. Dr. Reyolando M. L. R. F. Brasil


Livre-docente Departamento de Engenharia de Estruturas e Geotécnica
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo
Ex-professor Titular da Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie
Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira XI

Conteúdo

1. Introdução................................................................................................................ 1
1.1. Notação e sistema de unidades ...................................................................... 2
1.2. Terminologia ................................................................................................... 2
1.2.1. Terminologia dos construtores ............................................................ 2
1.2.2. Terminologia estrutural ....................................................................... 8
1.2.2.1. Telhado de duas águas .......................................................... 8
1.2.2.2. Telhado de quatro águas ....................................................... 11
1.2.2.3. Telhado de várias águas ........................................................ 11
1.3. Madeiras empregadas ..................................................................................... 11
1.3.1. Madeira serrada ................................................................................... 11
1.3.2. Madeira laminada e colada ................................................................. 13

2. Cargas nas estruturas.............................................................................................. 15


2.1. Carga permanente .......................................................................................... 15
2.1.1. Carga equivalente em projeção horizontal ........................................ 19
2.1.2. Peso próprio das estruturas ................................................................. 20
2.2. Efeito do vento sobre estruturas de madeira ................................................ 22
2.2.1. Cargas estáticas equivalentes da norma ............................................. 23
2.2.2. Fatores que afetam a velocidade característica ................................. 24
2.2.3. Coeficientes de pressão, de forma e de arrasto ................................. 30

3. Estática das estruturas planas................................................................................ 41


3.1. Treliças isostáticas ............................................................................................ 41
3.2. Estaticidade ..................................................................................................... 42
3.2.1. Quadros rijos ........................................................................................ 45
3.2.2. Treliça hipostática ................................................................................ 45
3.2.3. Resumo — treliças planas .................................................................... 46
3.3. Esquemas de treliças isostáticas ...................................................................... 47
3.4. Cálculo dos esforços nas barras ...................................................................... 49

3.4.1.
3.4.2. Hipóteses
Métodos defundamentais ...................................................................... 49
cálculo .............................................................................. 49
3.4.2.1. Método das juntas ou nós ..................................................... 49
3.4.2.2. Método das seções (Ritter) .................................................... 53
3.4.2.3. Programas de computador para cálculo automático ........... 57
3.5. Treliças associadas e contraventamentos ....................................................... 57

4. Verificação de dimensionament o de estruturas de madeira ................................. 61


4.1. Ações e segurança nas estruturas de madeira ............................................... 61
4.1.1. Definições ............................................................................................. 61
4.1.1.1. Estados limites de uma estrutura .......................................... 61
4.1.1.2. Ações ...................................................................................... 61
XII Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

4.1.2 Condições gerais .................................................................................. 62


4.1.2.1. Estados-limite ......................................................................... 62
4.1.2.2. Ações ...................................................................................... 63
4.1.2.3. Tipos de carregamento e critérios de combinação de ações 65
4.1.3. Condições específicas ........................................................................... 67
4.1.3.1. Condições de segurança ........................................................ 67
4.1.3.2. Combinações das ações ......................................................... 67
4.1.3.3. Coeficientes de ponderação para combinações últimas ...... 68
4.2. Resistências ...................................................................................................... 70
4.2.1. Resistência dos materiais ..................................................................... 70
4.2.2. Valores representativos ....................................................................... 71
4.2.3.
4.2.4. Valores de cálculopara
Particularidades ................................................................................
estruturas de madeira ...................................... 71 72
4.3. Verificação de resistência de peças de madeira ............................................. 75
4.3.1. Solicitações normais ............................................................................. 76
4.3.2. Solicitações tangenciais ....................................................................... 80
4.3.3. Estabilidade .......................................................................................... 81
4.3.4. Estado-limite de deformação excessiva .............................................. 86
4.4. Ligações ........................................................................................................... 87
4.4.1. Ligações com pinos metálicos (pregos e parafusos) ........................... 88
4.4.2. Ligações com cavilhas de madeira ...................................................... 90
4.4.3. Ligações com conectores ..................................................................... 91
4.4.4. Espaçamento entre elementos de ligação .......................................... 92
4.4.5. Ligações excêntricas por pinos ............................................................ 94

5. Estruturas de madeira para telhados ........ ............................................................. 99


5.1. 1.º Caso – Estruturas para coberturas residenciais ......................................... 99
5.1.1. Tesoura Howe ...................................................................................... 101
5.1.2. Tesoura Fink ......................................................................................... 104
5.1.3. Vigas armadas de alma cheia .............................................................. 104
5.1.4. Estrutura pontaletada ......................................................................... 105
5.1.5. Estrutura em arco invertido (telhado com quebra em rabo de pato) 106
5.2. 2.º Caso – Estruturas para cobertura de galpões industriais, cinemas e
quadras de esportes ........................................................................................ 108
5.2.1. Viga em treliça ..................................................................................... 109
5.2.2. Estrutura tipo Shed .............................................................................. 111
5.2.3. Estruturas com balanço ....................................................................... 114
5.2.4. Estrutura com banzo curvo – viga ou trave Bowstring ...................... 114
5.2.5. Considerações gerais do projeto e da execução ................................. 117
5.2.6. Contraventamen to de tesouras ........................................................... 118
5.2.7. Espigão ................................................................................................. 121
5.2.8. Normas de segurança no transporte e içamento de treliças .............. 125
5.3. Pórticos ............................................................................................................ 130
5.3.1. Contraventamen to de pórticos ........................................................... 134
5.4. Arcos ................................................................................................................ 140
5.5. 3.º Caso – Coberturas especiais ....................................................................... 146
5.6.5.6.1.
Estabilidade
Treliças lateral de treliças planas, pórticos e arcos ................................148
................................................................................................ 148
5.6.2. Pórticos e arcos .................................................................................... 149
5.6.3. Flambagem longitudinal de arcos ....................................................... 152
5.6.4. Treliças pré-fabricadas ......................................................................... 152

6. Projetos.................................................................................................................... 157
6.1. Projeto da armação de um telhado para coberturas com telhas cerâmicas . 157
6.1.1. Dados ................................................................................................... 157
6.1.2. Esquema estrutural e especificações ................................................... 157
6.1.3. Projeto da armação ............................................................................. 162
6.1.3.1. Cálculos preliminares ............................................................. ` 162
Conteúdo
Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira XIII

6.1.3.2. Cálculo das cargas unitárias .................................................. 163


6.1.3.3. Verificação das ripas .............................................................. 174
6.1.3.4. Verificação dos caibros .......................................................... 176
6.1.3.5. Verificação das terças ............................................................ 180
6.1.3.6. Cálculo da tesoura ................................................................. 182
6.1.3.7. Cálculo dos detalhes .............................................................. 188
6.2. Projeto da armação de um telhado para coberturas com chapas
onduladas de fribocimento ............................................................................. 199
6.2.1. Dados ................................................................................................ 199
6.2.2. Especificações ....................................................................................... 199
6.2.3. Projeto da cobertura ........................................................................... 203

6.2.4. 6.2.3.1. Marcha


Anteprojeto da das operações
tesoura ........................................................... 203
....................................................................... 205
6.2.5. Projeto da tesoura ............................................................................... 206
6.2.5.1. Cálculos preliminares ............................................................. 206
6.2.5.2. Cálculo das cargas unitárias .................................................. 206
6.2.6. Projeto das terças................................................................................. 208
6.2.7. Cálculo das tesouras – forças concentradas nos nós........................... 210
6.2.8. Cálculo das tesouras – esforços solicitantes nas barras ...................... 212
6.2.9. Cálculo das tesouras – verificação das barras ..................................... 213
6.2.10. Cálculo das uniões (nós) ...................................................................... 217
6.3. Projeto de um arco de alma cheia .................................................................. 228
6.3.1. Considerações preliminares ................................................................. 228
6.3.2. Cálculo estático dos arcos .................................................................... 231
6.3.3. Projeto de um arco biarticulado de alma cheia ................................. 231
6.4. Tesoura sobre três apoios ................................................................................ 240
6.5. Projeto de uma cobertura para abrigo de automóvel ................................... 242
6.5.1. Dados ................................................................................................... 242
6.5.2. Verificação das vigas principais de cobertura (6 x 40 cm) .................. 243
6.5.2.1. Cargas ..................................................................................... 243
6.5.2.2. Verificação de tensão e estabilidade lateral ......................... 244
6.5.2.3. Verificação de flecha.............................................................. 245
6.5.2.4. Verificação dos pilares ........................................................... 245
6.5.2.5. Verificação dos parafusos ...................................................... 247

7. Forros (tarugame nto).............................................................................................. 249


7.1. Forros de madeira ........................................................................................... 249
7.2. Forro de placas pré-fabricadas ........................................................................ 251
7.3. Apoio do tarugamento nas tesouras .............................................................. 254

Princípios e critérios do Conselho de Manejo Florestal (FSC) ..................................... 257


Princípio 1: Obediência às leis e aos princípios do FSC ....................................... 259
Princípio 2: Responsabilidade e direitos de posse e uso da terra ....................... 260
Princípio 3: Direitos dos povos indígenas ............................................................ 260
Princípio 4: Relações comunitárias e direitos dos trabalhadores ....................... 261
Princípio 5: Benefícios da floresta........................................................................ 262
Princípio
Princípio 6:
7: Impacto
Plano deambiental ............................................................................
manejo ............................................................................... 262
264
Princípio 8: Monitoramento e avaliação ............................................................. 265
Princípio 9: Manutenção de florestas de alto valor de conservação .................. 266
Princípio 10: Plantações ......................................................................................... 266

Referências bibliográficas............................................................................................. 269


Introdução 1

Intr odução
1.
tais O telhado
como destina-se
chuva, a proteger
vento, raios solares,oneve
edifício contra impedir
e também a ação das intempéries,
a penetração de
poeiras e ruídos no seu interior.
A origem do nome telhado provém do uso das telhas, mas nem todo o sis-
tema de proteção superior de um edifício, obrigatoriamente, constitui-se num
telhado como, por exemplo, lajes com espelho d’água, terraços e jardins suspen-
sos. O telhado compõe-se de duas partes principais:
Cobertura — Podendo ser de materiais diversos, desde que impermeáveis
às águas pluviais e resistentes à ação do vento e intempéries. A cobertura pode
ser de telhas cerâmicas, telhas de concreto (planas ou capa e canal) ou de cha-
pas onduladas de fibrocimento, aço galvanizado, madeira aluminizada, PVC e
fiberglass. As telhas de ardósia e chapas de cobre foram praticamente banidas

da nossa arquitetura.
Ar maçã o — Corresponde ao conjunto de elementos estruturais para sus-
tentação da cobertura, tais como: ripas, caibros, terças, tesouras e contra-
ventamentos.
As estruturas que compõem a armação dos telhados podem ser total-
mente ou parcialmente executadas em madeira, aço, alumínio ou concreto
armado. A armação dos telhados executados em madeira denomina-se tam-
bém madeiramento.
2 Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

Algumas coberturas podem dispensar a armação, quando empregamos per-


fis especiais autoportantes em fibrocimento, aço galvanizado, concreto proten-
dido ou fiberglass.
A superfície do telhado pode ser formada por um ou mais planos (uma água,
duas águas, quatro águas ou múltiplas águas) ou por uma ou mais superfície
curvas (arco, cúpula ou arcos múltiplos).
O escopo deste trabalho é apresentar as informações necessárias para a ela-

boração dos projetos das armações em madeira, para telhados planos em duas
águas e telhados em superfície curva cilíndrica, com o sistema estrutural em
arco, mais usuais na maioria das edificações.

1.1. Notação e sistema de unidades


As notações utilizadas neste livro obedecem, na medida do possível, àquelas
empregadas pela Norma Brasileira – NBR 7190: 1997, definidas oportunamente
durante a abordagem dos vários assuntos. Por força do Decreto n.63.233 de
12/09/1968, foram legalizadas no Brasil as unidades e notações do Sistema Inter-
nacional de Unidades, “SI”. O “SI” parte da relação fundamental: Força = Massa
3 Aceleração . Nesse sistema, emprega-se o quilograma apenas para exprimir a

Massa , e o Newton (N) é reservado à Força (1 kgf = 9,81 N). Embora as gran-
dezas mecânicas devam obedecer ao citado decreto-lei, o meio técnico vem se
mantendo relutante em aceitar o SI, não só no Brasil, como em muitos países
estrangeiros, em especial os de língua inglesa.

1.2. Terminologia
A terminologia das peças que compõem os elementos de um telhado é muito
diversa nas várias regiões do Brasil, isto provavelmente por herança dos primei-
ros carpinteiros oriundos de vários pontos de Portugal e outros países da Eu-
ropa Central. Para não se fazer confusão de nomes, o que é comum na prática,
achamos melhor dividir o assunto em dois itens:
a) Terminologia dos construtores — serve para comunicação com o pessoal
das obras, embora bastante diversa.
b) Terminologia estrutural — para ser adotada na comunicação entre en-
genheiros.

1.2.1. Terminologia dos construtores


1) Ripas — Peças de madeira de pequena esquadria pregadas sobre os cai-
bros, para sustentação das telhas.
Introdução 3

2) Caibros — Peças de madeira de pequena esquadria, apoiadas sobre as ter-


ças para sustentação das ripas.
3) Terça — Viga de madeira apoiada sobre as tesouras ou sobre paredes para
a sustentação dos caibros.
As coberturas executadas em chapas onduladas de fibrocimento, alumínio
ou PVC apresentam a vantagem econômica de dispensar o emprego de ripas
e caibros, pois se apoiam diretamente sobre as terças, permitindo, ainda,

maior distanciamento entre as terças.

4
1 2

7
5

13 9 12 8 14 13 10 11

3
2

15 16

7 4

8
10

9
6 6
1 5 15

1 a 5) Trama, é o conjunto formado pelas ripas, caibros e terças, que servem de lastro ao material
da cobertura. 6) Frechal. 7) Chapuz , pedaço de madeira, geralmente de forma triangular, prega-
do na asna da tesoura, destinado a suster ou apoiar a terça. Conjunto de peças 8 a 12 – Tesoura,
viga em treliça plana vertical, formada de barras dispostas de maneira a compor uma rede de
triângulos, tornando o sistema estrutural indeslocável. 8) Asna, perna, empena ou membrura
superior. 9) Linha, rochante, tirante, tensor, olivel ou membrura inferior. 10) Pendural ou pendural
central. 11) Escora. 12) Pontalete, montante, suspensório ou pendural. 13) Ferragens ou estribos.
14) Ferragem ou cobrejunta. 15) Testeira ou aba. 16) Mão francesa.

Figura 1.1 Tesoura e trama.


4 Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

4) Cumeeira — Terça da parte mais alta do telhado.


5) Contrafrechal — Terça da parte inferior do telhado.
6) Frechal — Viga de madeira colocada em todo o perímetro superior da pa-
rede de alvenaria de tijolos (respaldo), para amarração e distribuição da
carga concentrada da tesoura. Atualmente o contrafrechal de madeira foi
substituído pelas cintas de amarração de concreto, sendo utilizado apenas
um bloco de madeira para o nivelamento e distribuição da carga da tesoura
sobre pilares ou paredes. Isso tem criado o hábito costumeiro de chamar a
terça de extremidade simplesmente de “frechal”. Também já se tornou há-
bito generalizar de “terças”, sem fazer diferenciação às vigas da cumeeira e
do contrafrechal, isto na comunicação entre engenheiros estruturais.

Contratirante

Estribos

e Consolo Emenda Tirante Tarugooucavilha

Figura 1.2
Observação: Empregam-se consolos para aumentar a resistência do tirante no apoio devido ao efei-
to do momento M = Re.

Guarda-pó — Forro pregado sobre os caibros, numa largura de 30 a 60 cm,


junto à platibanda, destinado ao apoio da calha.
Platibanda — Prolongamento do alinhamento da parede externa, acima
dos frechais, para camuflagem do telhado. A platibanda é sempre contornada
por calha e rufo.
Caibros
Calha Guarda-pó Ripas Ripas Caibros

Forro fixado
Platibanda nos caibros

Parede
Linha Empena Escora Pendural
Forro pendurado
na tesoura (teto)
Figura 1.3
Introdução 5

Lanternim — Empregado em edifícios industriais, quando a iluminação e


ventilação trazidas pelas janelas forem consideradas insuficientes. Podem estar
munidos com caixilhos, venezianas ou com ambos.

Veneziana

Passadiço
Caixilhos
(vidros
ou PVC)
Rufo
Chapa de aço Cobertura
com parafusos

Figura 1.4

Beiral — Prolongamento da cobertura, fora do alinhamento da parede.


Tipos de beirais:
a) Caibros aparentes (inconveniente por possibilitar levantamento das
telhas pela ação do vento).
b, c, d, e) Beirais revestidos
b) Revestimento fixado nos caibros.
c) Revestimento fixado numa trama de caibros e sarrafos.
d) Revestimento com elemento decorativo (cachorro).
e) Beiral em laje de concreto armado.
6 Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

(a) (b)
Ripa dupla Ripas
ou sarrafo Calha de beiral

Testeira
Parede
Forro

Moldura, cordão ou tabeira

(c) (d)

Forro
Cachorro

(e)

Capeamento
Calha
b

b
Estuque
Laje Condutor

Figura 1.5

Mansarda — tipo de tesoura que permite o aproveitamento do desvão do


telhado, constituindo um cômodo denominado sótão. O nome mansarda deve-se
a Mansard, arquiteto de Luís XIV.
Os telhados tipo Mansard eram geralmente cobertos com telhas de ardósia,
e dispunham de janelas denominadas trapeira, para iluminação, ventilação e
acesso ao telhado.
Introdução 7

Esquema da trapeira
ou água-furtada

Trapeira
Janela ou
claraboia

Sótão

Figura 1.6

Ponto do telhado — é a relação entre sua altura e a largura ou vão. O ponto


varia, em geral, entre os limites de 1 : 2 a 1 : 8.

i%
Ponto h
α

h Inclinação
Declividade i%
α
i = 100 x arctag α

Figura 1.7

Ponto
Inclinação Declividade
h Designação
— aº i%
L

1/2 Ponto
meio 45º 100%

1/3 Ponto
terço 33º
40’ 66%

1/4 Ponto
quarto 26º 50’ 49%

1/5 — 50’
21º 40%

1/6 — 18º 30’ 33%

1/7 — 50’
15º 28%

1/8 — 14º 25%


8 Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

1.2.2. Terminologia estrutural


1.2.2.1. Telhado de duas á guas (Figura 1.8)

Considerando-se as telhas, ripas e caibros como elementos componentes


da cobertura, visto que em algumas coberturas estes dois últimos elementos
podem ser dispensados, a sustentação da cobertura depende dos seguintes ele-
mentos estruturais:
1) Terças – Vigas apoiadas sobre as tesouras.
2) Mãos-francesas – Para aliviar a flexão das terças, empregamos escoras, de-
nominadas mãos-francesas. As mãos-francesas servem também como ele-
mento de travejamento dos nós inferiores da tesoura.
3) Tesoura – Viga principal em treliça ou viga-mestra, que serve para trans-
ferir o carregamento do telhado aos pilares ou paredes da edificação. Ele-
mentos que compõem uma tesoura, segundo a terminologia de projeto
estrutural:
S – Banzo superior
I – Banzo inferior
V – Barras verticais ou si mplesmente verticais
D – Barras diagonais ou simplesmente diagonai s
N – Nó ou junta – ponto de interseção de barras
ρ – Painel – distância entre dois nós
h – Altura da tesoura
L – Vão da tesoura – distância entre os apoios extremos
α – Inclinação da tesoura
4) Contraventamento vertical – Estrutura plana vertical formada por barras
cruzadas, dispostas perpendicularmente ao plano das tesouras. Essas bar-
ras servem de sustentação para a ação das forças que atuam no seu plano,
travando as tesouras, de maneira a impedir sua rotação e deslocamento,
principalmente contra a ação do vento, como também sendo elemento de
vinculação do banzo inferior I contra a flambagem lateral.
5) Contraventamento horizontal – Estrutura formada por barras cruzadas co-
locadas no plano abaixo da cobertura, para amarração do conjunto formado
pelas tesouras e terças. Essas barras servem para transferir a ação do vento,
atuando na direção esconsa ao edifício para as tesouras e ao contraventa-
mento vertical.
Oitões – Paredes extremas paralelas às tesouras, que muitas vezes servem
de apoio para as terças (pelo conceito antigo, eram as paredes laterais da
casa situadas na divisa do lote).
Introdução 9

Tesoura
V
S D V D N S
h
3
α

P
L I N

Contraventamento
vertical

Travejamento
do nó inferior
Terças e mãos- da tesoura
francesas 1

3
4
3 2
4

3
4 Ripas

3 Caibros
4

Contraventamento
horizontal
3
5

3
5

3 5

Oitão

Figura 1.8 Telhado de duas águas.


10 Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

Espigão
12
3

2
h

2
1 1
7 1
3

– Meia tesoura b
e contraventamento
vertical 3

c a
4
3

4 a

6 a
8 7
2 1

Água
L b

2
Espigão 3
a
3
Cumeeira
Água Água 3 a c
c

3 a

8
L b

2
Água 7 6
L
Planta da cobertura Planta da armação

Figura 1.9 Telhado de quatro águas.


Introdução 11

1.2.2.2. Telhado de quatro águas (Figura 1.9)

6) Meia tesoura
7) Tesoura de canto
8) Espigão — Aresta saliente inclinada do telhado; quando horizontal é
cumeeira.

1.2.2.3. Telhado de várias águas (Figura 1.10)

Y
Espigão
Y
Cumeeira —
2
Rincão – canal formado
por duas convergentes

X

2

Z

2

Figura 1.10 Telhado de várias águas.

1.3. Madeiras empregadas


1.3.1. Madeira serrada
No centro-sul do País, o madeiramento dos telhados tem sido executado
com muita frequência, empregando-se a peroba, como também o pinho brasi-
leiro, principalment e nos Estados do Paraná e Santa Catarina, possuidores que

foram de extensas florestas nativas desta espécie de coníferas. O custo cada vez
mais elevado dessas espécies botânicas tem propiciado o emprego dos produtos
de reflorestamento, com a opção pelo Eucalipto Citriodora em substituição à
peroba.
Entre as numerosas árvores nativas, ainda existentes na nossa flora,
muitas delas são adequadas à carpintaria dos telhados, cujos parâmetros de
trabalho podem ser medidos pela sua dureza e peso específico (entre 0,5 e
1,2 g/cm 3).
12 Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

Viga-mestra

9 1 Terças

Calha
6
6

6
Veneziana
6
Caixilho

Meias tesouras

Figura 1.11 Telhado Shed.

Os inúmeros ensaios, realizados com várias espécies botânicas pelos nossos


institutos de pesquisas, procuraram atender as recomendações do Anexo B da
NBR 7190: 1997, cujo escopo é a determinação das propriedades físicas e mecâ-
nicas da madeira para o projeto estrutural.
O anexo E da mesma Norma fornece valores usuais de resistência e rigidez
de algumas madeiras nativas e de reflorestamento, que citaremos em local apro-
priado no Capítulo 4 deste livro.

Dimensões mínimas das seções transversais

A área mínima das seções transversais das vigas ou barras longitudinais


de treliças principais será de 50 cm 2 e a espessura mínima de 5 cm. Nas peças
secundárias os limites reduzem-se a, respectivamente 2,5 cm, podendo cair a
1,8 cm para peças secundárias múltiplas.
Introdução 13

Bitolas comerciais usuais de madeira serrada

Padrão métrico

Medida transversal Comprimento


Tipo de madeira
(cm) (m)

Ripas 1,5
53 básico:
4,40

Caibros 536 médiode2,00a4,00

Vigas 12
36 médio:
5,00

6316 médio:5,00

Tábuas 2,6
16
3 básico:
4,00

2,6323 básico:4,00

1,3331 básico:4,00

Padrão americano

Bitola Medida transversal


Comprimento básico
(pol) (cm)

31
½ 7,5
3
3,80 14
pés
(4,27
m)

2
3 7,5
5,10
3 14
pés
(4,27
m)

34
½ 7,5
3
11,3 14
pés
(4,27
m)

6
3 7,5
15,2
3 14
pés
(4,27
m)

9
3 7,5
23,0
3 14
pés
(4,27
m)

1.3.2. Madeira laminada e colada


Peças laminadas em tábuas de 2 e 4 cm de espessura, coladas de modo a
formar perfis, em que todas as fibras sejam paralelas, sem dúvida representam a
tendência futura das estruturas de madeira, onde a matéria-prima proveniente
das árvores nativas passará a ser substituída pelos produtos de reflorestamento.
Temos com isso um produto industrializado, com melhor controle de qualidade,
a exemplo de outros materiais fabricados em usinas, caso do concreto.
Além da pré-fabricação de peças retas ou curvas, poderemos contar com
uma série de bitolas, semelhantes às das peças serradas (Figura 1.12) — Seção
mínima de 6 3 10 cm até a máxima de 35 3 90 cm (conforme o Timber Cons-
truction Manual da AITC – American Institute of Timber Construction).
14 Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

No Brasil já contamos com esses produtos, fabricados para vigas e arcos,


objetivando satisfazer projetos arquitetônicos especiais, mas na Europa e nos
EUA, por necessidade, existe um amplo comércio de bitolas padronizadas de
peças de seção retangular de madeira laminada e colada, assim como entre nós
os contraplacados para fôrmas de concreto, em substituição às tradicionais tá-
buas de pinho. Disso conclui-se que o emprego das peças coladas nada mais
representa senão a disponibilidade da matéria-prima e o seu custo no mercado
de consumo.

Figura 1.12
Estática das estruturas planas 41

Estática
das estruturas
planas
3.
3.1. Treliças isostáticas
As vigas em treliças são empregadas por opção dos projetistas com relação
às vigas de alma cheia, principalmente nas estruturas metálicas e de madeira,
dadas as vantagens práticas e econômicas em face aos vãos teóricos e cargas
apresentadas. Podemos definir uma treliça como um sistema de barras situadas
num plano e articuladas umas às outras em suas extremidades, de modo a for-
mar uma cadeia rija. Consideremos os dois conjuntos de barras formados pelas
cadeias indicadas nas Figuras 3.1 e 3.2.
A cadeia da Figura 3.1 consiste de 4 barras, articuladas umas nas outras
em suas extremidades; não é rija, pois pode se deformar, conforme as linhas
pontilhadas. Por outro lado, as 3 barras da Figura 3.2, também articuladas nas
suas extremidades sob forma de triângulo, constituem uma cadeia rija, que não
pode se deformar. Isso significa que, desprezando-se as pequenas variações das
deformações elásticas das barras, as posições relativas das articulações A, B, C
não podem variar.
Concluímos que uma cadeia de barras triangular isolada comporta-se como
um sólido rijo e pode ser considerada como forma mais simples de treliça.
Comentário: Limitamos o nosso estudo às treliças de pequeno porte, usuais na
construção de edifícios industriais, apresentando alturas escolhidas com certa
folga, para que não tenham flechas ou deslocamentos pronunciados.
Estática das estruturas planas 49

d) Traves com barras múltiplas


Resolvidas como treliças isostáticas por superposição (ver estudo aproxi-
mado no final do capítulo), visto que as estruturas são hiperestáticas.

Lattice Whipple

Figura 3.16 Traves com barras múltiplas por superposição.

3.4. Cálculo dos esforços nas barras


3.4.1. Hipóteses fundamentais
Verificada a condição de estaticidade, b = 2n – 3, podemos lançar mão das
3 equações da estática para determinação dos esforços:
SV = 0, SH = 0, SM =0

3.4.2. Métodos de cálculo


Para resolvermos o problema da determinação dos esforços nas barras de
uma treliça isostática, podemos dispor dos seguintes métodos:
1) Método das juntas ou nós;
2) Método das seções (Ritter);
3) Programas de computador para cálculo automático.

3.4.2.1. Método das juntas ou nós

Por este método, analisa-se junta por junta, partindo-se do princípio:


“Se o conjunto está em equilíbrio, os nós também estarão em equilíbrio”.
Vejamos a explicação do método para uma treliça simétrica, tanto geometri-
camente como no carregamento (Figura 3.17).
Primeiramente determinam os as reações nos apoios:
R –0 = R 9

0 = 1/2( P0 + P1 + P2 + P 9
1 9
+ P 0)
Passamos à análise de junta por junta, aplicando as equações:
SV= 0 e SH =0
Verificação de dimensionamento de estruturas de madeira 61

Verificação de
dimensionamento
de estruturas de
madeira
4.
4.1. Ações e segurança nas estruturas de madeira
4.1.1. Definições
4.1.1.1. Estados-limite de uma estrutura

Estados, a partir dos quais a estrutura apresenta desempenho inadequado


às finalidades da construção.
a) Estados-limite últimos
Estados que pela sua simples ocorrência determinam a paralisação, no todo
ou em parte, do uso da construção.
b) Estados-limite de utilização

Estados que por sua ocorrência, repetição ou duração causam efeitos es-
truturais que não respeitam as condições especificadas para uso normal da
construção, ou que são indícios de comprometimento da durabilidade da
estrutura.

4.1.1.2. Ações

Ações são as causas que provocam os esforços ou deformações nas estrutu-


ras. Do ponto de vista prático, as forças e as deformações impostas pelas ações
72 Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

4.2.4. Particularidades para estruturas de madeira


a) Classes de resistência
Seguindo o EURODE 5, a norma brasileira introduziu o sistema de Classes
de Resistência para simplificar a especificação do material na fase do pro-
jeto. Não é preciso adotar a madeira, que varia muito em resistência com a
espécie, disponibilid ade de mercado e região de construção. O proprietário
da obra e seu fornecedor de madeira deverão se adequar à classe definida
em projeto. Seguem as tabelas.

Tabela 4.6 — Classes de resistência para espécies Coníferas (na condição padrão
de referência de umidade U = 12%)

fcok fvk Eco,m bas,m aparente


Classes
(MPa) (MPa) (MPa) (kg/m 3) (kg/m )3

20C 20 4 3.500 400 500

25C 25 5 8.500 450 550

30
C 30 6 14.500 500 600

Tabela 4.7 — Classes de resistência para espécies Dicotiledôneas (na condição


padrão de referência de umidade U = 12%)

fcok fvk Eco,m bas,m aparente


Classes
(MPa) (MPa) (MPa) (kg/m 3) (kg/m )3

20C 20 4 9.500 500 650

30
C 30 5 14.500 650 800

40
C 40 6 19.500 750 950

60
C 60 8 24.500 800 1.000

b) Coeficientes de ponderação e coeficientes modificadores


Uma forma alternativa, utilizada na norma de estruturas de madeira, para se
obter a resistência de cálculo, é:
fk
fd = K mod
γw

onde γw é o coeficiente de ponderação da resistência da madeira, conform e


a Tabela 4.8.
Estruturas de madeira para telhados 99

Estruturas de
madeira para
telhados
5.
Objetivando abordar didaticamen te as estruturas de sustentação das cober-
turas, vamos considerar separadamente os seguintes casos principais:
a) Estruturas para coberturas residenciais.
b) Estruturas para coberturas de galpões industriais, cinemas e quadras
de esportes.
c) Estruturas para coberturas especiais.

5.1. 1º Caso — Estruturas para coberturas residenciais


O emprego das telhas cerâmicas tanto do tipo marselha como colonial pau-
lista, para coberturas de residências, condicio nam o projeto do telhado à incli-
nação de menos 26º ou 22º respectivamente. Isso se verifica facilmente, obser-
vando-se os diagramas de Cremona, em que, quanto maior for a inclinação do
telhado tanto menor será a solicitação dos esforços nas barras principais de uma
tesoura (linha e empena).
Por outro lado, a carga permanente, elevada com esse tipo de cobertura, torna
quase sem efeito uma possível inversão dos esforços nas barrasdas treliças, que po-
deriam ser provocados pela ação da sucção dovento. Convém ressaltar que o efeito
da sucção provocada pela ação do vento só passou a merecer exame mais cuidado-
so quando do emprego das chapas onduladas de cimento-amianto. Essas chapas,
106 Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

A
Cobertura

Terça
Sela

Mão-francesa
Pontalete
ø 1/4”

Laje Ganchos para Vista A- A


amarração A

Q QV
Esquema estrutural
Vento
G Carga
Carga QH acidental
permanente
Tração Compressão

Figura 5.10

5.1.5. Estrutura em arco invertido (telhado com quebra em rabo


de pato)
O estilo da edificação na linha colonial tem sido uma constante da nossa ar-
quitetura, cuja moda tem-se caracterizado pela acentuada tendência da super-
fície externa em duas águas convexas ou arco invertido, vulgarmente designado
por rabo de pato.
As telhas cerâmicas tipo plan e telhão (capa e canal em canudo de barro
branco) têm contribuído para reavivar essa opção, onde a prioridade pela esté-
tica acaba sempre prevalecendo sobre a econômica.
No caso do t elhão, a elevação do ponto faz aumentar a quantidade de telhas,
e, consequentemente, o peso próprio da cobertura. Isso obriga a substituir as
ripas de peroba por sarrafos, e os caibros de 5 3 6 por vigas de peroba 6 3 12.
As terças, quando especificadas na bitola de 6 3 16 cm, deverão ficar espaçadas
de metro em metro, e o seu vão teórico máximo não poderá ultrapassar 2,00 m,
para atender as tolerâncias de flecha admissível.
Como pode-se notar, o consumo de madeira por metro quadrado de telhado
ultrapassa, além do dobro, os parâmetros dos telhados convencionais cobertos
com telhas cerâmicas tipo marselha.
Para se eliminar as mãos-francesas das terças, é mais conveniente dimen-
sioná-las sem essas escoras. Vejamos algumas sugestões para esse problema.
Projetos 157

Projetos
6.
6.1. Projeto da armação
com telhas de um telhado para coberturas
cerâmicas
6.1.1. Dados
a) Projeto arquitetônico — Desenhos 6.1 e 6.2
b) Cobertura — Telhas cerâmicas tipo marselha
c) Materiais — Todas as peças serão de madeira serrada de 2ª categoria di-
cotiledônea, Classe de Resistência C30, carregamentos de longa duração,
classes de umidade 3 a 4.
Parafusos de aço ( fyk = 240 MPa, γs = 1,1, fyd = 218 MPa)
d) Forro — Eucatex isolante, espessura 12 mm (peso das chapas de Eucatex,
2 3
0,4 kN/m ), tarugamento de conífera classe C25 ( r = 550 kg/m , peso espe-
cífico 5,5 kN/m 3)
e) Beiral — Largura do centro da parede 0,70 m

6.1.2. Esquema estrutural e especificações


a) Esquema estrutural — Figura 6.3
1) Espaçamento entre tesouras , a = 2,50 m
242 Caderno de Projetos de Telhados em Estruturas de Madeira

Lajedeforro Apoiointermediário

Figura 6.74

6.5. Projeto de uma cobertura para abrigo de automóvel


6.5.1. Dados
a) Desenhos — Vistas: transversal e longitudinal (Figura 6.75)
2
b) Cobertura — Chapas autoportantes de fibrocimento … 0,24 kN/m

2,40
B = 6,00
4 4 4 4 4
4 4 4 4 4 1,00 4,00 1,00
18
3%

40 5
3
40 x 6 30 30
5

5
6 15 x 5
5
5 6 B 0 0
0 6 8
, , ,
3 2 2
5
6
A A
5
10 6 10 10
0
2

0
5

60 Vista transversal 60 Vista longitudinal


40 L = 4,65 40 4,00

y
Detalhe B Seção A-A

Parafuso x 5 x
0
ø 3/8” 2
1

555

y
555 15

Figura 6.75
Forros (tarugamento) 249

Forros
(tarugamento)
7.
Dos vários forros adotados na construção civil, merecem atenção espe-
cial os forros de madeira ou de placas pré-fabricadas com dupla função: de-
corativa e de isolamento acústico e térmico. Eles são, geralmente, fixados
numa grelha de sarrafos e caibros, compondo uma estrutura de madeira de-
nominada tarugamento .
A análise estrutural de um tarugamento poderia ser feita com um modelo
de grelhas hiperestáticas, mas como em planta, as formas e dimensões são as
mais diversas possíveis, o cálculo é simplificado, modelando-se a estrutura como
um conjunto de vigas isostáticas isoladas, enrijecidas pelas tábuas de madeira
ou placas que compõem o forro. Isso leva a uma padronização de espaçamen-
to e de bitolas de madeira serrada, permitindo, em alguns casos, delegar aos
carpinteiros qualificados e com certa experiência a resolução do problema a

sentimento.

7.1. Forros de madeira

As madeiras empregadas para construções econômicas são as coníferas (pi-


nhos). As tábuas são vendidas com espessura de 8 a 10 mm, com encaixe macho
e fêmea e com frisos longitudinais rebaixados para evitar empenamento devido
à variação de temperatura e umidade (Figura 7.1).
orro

CADERNO 4a
EDIÇÃO
DE PROJETOS REVISTA
DE TELHADOS
EM ESTRUTURAS
DE MADEIRA

Esta revisão, há muito solicitada, do conhecido livro Caderno de projetos de telhados


em estruturas de madeira, do falecido Professor Antonio Moliterno, mantém as
características básicas do srcinal.

Trata-se de um texto prático que objetiva auxiliar o engenheiro ou arquiteto, bem


como os estudantes dessas áreas, no projeto e cálculo de tais estruturas. Para tanto,
além da linguagem e apresentação didáticas, incluiu-se um grande número de figuras
que detalham os copiosos exemplos dados.

As revisões, em geral, foram realizadas em razão das alterações ocorridas nas


Normas Brasileiras ao longo do tempo decorrido desde a primeira edição até a atual.
Assim, a principal mudança é a da filosofia de cálculo por tensões admissíveis do
srcinal para o procedimento de Estados Limites, previsto pela atual NBR 7190 de

projeto de estruturas de madeira. Também a norma de esforços devidos ao vento


mudou, e assim, foi necessário adaptar o texto à NBR 6123.

Da distância temporal que nos separa dos primeiros escritos deste livro, verifica-se
que os programas computacionais de cálculo estrutural são imprescindíveis, tornando
obsoletos os engenhosos métodos gráficos de outrora, eliminados desta edição, assim
(c)como outros elementos datados, por exemplo, tabelas de (d)funções trigonométricas
etc. Julgou-se também importante mudar as unidades antes utilizadas para adequá-las
conforme as dispostas no Sistema Internacional (SI), que são oficiais no Brasil.

O resultado final é uma ferramenta atualizada e de fácil uso, seja por profissionais
especializados, seja por estudantes, que se deparem com a necessidade de conceber
e dimensionar, bem como de verificar telhados em estruturas de madeira. Além disso,
pode ser utilizada parcialmente no que diz respeito a outros tipos de estruturas de
madeira e de telhados em estruturas de outros materiais.
orro
Cac orr

(e)

apeamento
Ca a

s uque

Das könnte Ihnen auch gefallen