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STJ-Petição Eletrônica (AgInt) 00391253/2018 recebida em 19/07/2018 10:49:45 (e-STJ Fl.

681)

Serviço de Peticionamento Eletrônico


Petição Incidental

Autor do Documento
Autor: JOAO CARLOS DE CASTRO SILVA
CPF: 31137210168 OAB: DF012939

Data de Recebimento do Documento no STJ


Data: 19/07/2018 Hora: 10:49:35

Peticionamento
SEQUENCIAL: 3148449
Processo: REsp 1732178 (2018/0069534-9)
Tipo de Petição: AGRAVO INTERNO
Parte peticionanete: BANCO DO BRASIL S/A

Nome do Arquivo Tipo Hash


AgInt REsp 1.732.178-RS.pdf Petição 44af00e4c38c053a136ce9e212283c78c8671b
e2ee9ed196f303859cb2618a2d
Procuração Banco do Brasil SA.pdf Procuração e82528f18f8af431ebca8b03bf8dca95d5be67a
da04dbd7eee97ed63a61c3e26
Prt_171_2018_GP.pdf Outros Documentos 58b73d796de49c36ba560d06767d8ba635ec0
64d6c7ae2111277123c20d4f7de
Petição Eletrônica juntada ao processo em 24/07/2018 ?s 16:04:03 pelo usu?rio: ANDREA ROCHA BASTOS

AgInt no REsp 1.667.901-SC.pdf Outros Documentos e356ee51ff39f3cac1575cd56579c924c9d1603


c1d77a0fe3e5767c791f0e933
Documento assinado eletronicamente nos termos do Art. 1º. § 2º., Inciso III, alínea “b”, da Lei
11.419/2006.

A exatidão das informações transmitidas é da exclusiva responsabilidade do peticionário (Art. 12 da


Resolução STJ//GP N. 10 de 6 de outubro de 2015).

Os dados contidos na petição podem ser conferidos pela Secretaria Judiciária, que procederá sua
alteração em caso de desconformidade com os documentos apresentados, ficando mantidos os
registros de todos os procedimentos no sistema (Parágrafo único do Art. 12 da Resolução STJ
10/2015 de 6 de outubro de 2015)

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR MINISTRO RELATOR DO RECURSO


ESPECIAL Nº 1.732.178-RS (2018/0069534-9) — DA QUARTA TURMA DO
COLENDO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Agravante: Banco do Brasil S.A.

Agravado: RHRISS Combustíveis Ltda – Em Recuperação Judicial e outros

BANCO DO BRASIL S.A., por seu advogado infra-assinado,


procuração anexa, vem à presença de Vossa Excelência, interpor
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AGRAVO INTERNO

consubstanciado nos fundamentos que passa a expor:

Da tempestividade

Publicada a decisão em 22.06.2018 e considerando o teor da


Portaria STJ/GP 171, de 28 de junho de 2018, documento anexo (também
disponível em https://bdjur.stj.jus.br/jspui/handle/2011/122713), tempestivo o
Agravo interposto nesta data.

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2. A Douta Decisão monocrática (e-STJ fls. 673/676) deu parcial


provimento ao recurso especial dos adversos, pela razão que fez registrar:

“Dessarte, verifica-se que o acórdão recorrido está parcialmente divergente


da jurisprudência do STJ.
Isto porque, no que toca à extinção do processo em relação à recorrente,
devedora principal, é firme o entendimento da Casa de que "a novação resultante
da concessão da recuperação judicial após aprovado o plano em assembleia é sui
generis, e as execuções individuais ajuizadas contra a própria devedora devem ser
extintas, e não apenas suspensas"(REsp 1272697/DF, Rel. Ministro LUIS FELIPE
SALOMÃO, QUARTA TURMA, julgado em 02/06/2015, DJe 18/06/2015).
Nesse sentido:
DIREITO EMPRESARIAL E PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO INTERNO NO
RECURSO ESPECIAL. JURISPRUDÊNCIA DOMINANTE. DECISÃO
MONOCRÁTICA. POSSIBILIDADE. RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
APROVAÇÃO DO PLANO. EXECUÇÕES INDIVIDUAIS CONTRA A
RECUPERANDA. EXTINÇÃO. DECISÃO MANTIDA.
1. Conforme a Súmula n. 568/STJ e os arts. 34, XVIII, "c", e 255, § 4º, III,
do RISTJ, o relator está autorizado a julgar monocraticamente recurso,
quando houver jurisprudência consolidada sobre o tema.
2. Após a aprovação do plano de recuperação judicial pela assembléia
de credores e posterior homologação pelo juízo competente, devem
ser extintas - e não apenas suspensas - as execuções individuais até
então propostas contra a recuperanda, sem nenhum tipo de
condicionante à novação de que trata o art. 59 da Lei n. 11.101/2005.
Precedentes.
3. Agravo interno a que se nega provimento.
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(AgInt no REsp 1367848/SP, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA,


QUARTA TURMA, julgado em 19/04/2018, DJe 26/04/2018)
Assim, no ponto, o especial merece provimento (Súmula n° 568/STJ).
3. No entanto, com relação à impossibilidade de suspensão da execução
em relação aos coobrigados, o julgado está em harmonia com o entendimento do
STJ, inclusive com precedente julgado em sede de recurso repetitivo, senão
vejamos:
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. ART.
543-C DO CPC E RESOLUÇÃO STJ N. 8/2008. DIREITO EMPRESARIAL
E CIVIL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL. PROCESSAMENTO E
CONCESSÃO. GARANTIAS PRESTADAS POR TERCEIROS.
MANUTENÇÃO. SUSPENSÃO OU EXTINÇÃO DE AÇÕES AJUIZADAS
CONTRA DEVEDORES SOLIDÁRIOS E COOBRIGADOS EM GERAL.
IMPOSSIBILIDADE. INTERPRETAÇÃO DOS ARTS. 6º, CAPUT, 49, § 1º,
52, INCISO III, E 59, CAPUT, DA LEI N. 11.101/2005.
1. Para efeitos do art. 543-C do CPC: "A recuperação judicial do
devedor principal não impede o prosseguimento das execuções nem
induz suspensão ou extinção de ações ajuizadas contra terceiros
devedores solidários ou coobrigados em geral, por garantia cambial,

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real ou fidejussória, pois não se lhes aplicam a suspensão prevista


nos arts. 6º, caput, e 52, inciso III, ou a novação a que se refere o art.
59, caput, por força do que dispõe o art. 49, § 1º, todos da Lei n.
11.101/2005".
2. Recurso especial não provido.
(REsp 1333349/SP, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, SEGUNDA
SEÇÃO, julgado em 26/11/2014, DJe 02/02/2015)
4. Ante o exposto, dou parcial provimento ao recurso especial para,
reformando o acórdão de origem, acolher os embargos à execução e determinar a
extinção da execução promovida em face da recorrente.
(Sublinhamos)
Do erro material

3. Antes da matéria relativa ao Agravo Interno, cabe seja apontado erro


material existente na parte dispositiva da Decisão.

4. Como se verifica da Decisão acima parcialmente transcrita, consta


da fundamentação que “... no que toca à extinção do processo em relação à
recorrente, devedora principal, é firme o entendimento da Casa de que "a
novação resultante da concessão da recuperação judicial após aprovado o plano
em assembleia é sui generis, e as execuções individuais ajuizadas contra a
própria devedora devem ser extintas, e não apenas suspensas" ” (grifamos);
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como também que “... com relação à impossibilidade de suspensão da


execução em relação aos coobrigados, o julgado está em harmonia com o
entendimento do STJ ...” (grifamos).

5. Todavia, na parte dispositiva da Decisão restou consignada a


determinação da “extinção da execução promovida em face da recorrente”.

6. Muito embora a determinação seja em relação à recorrente, no


singular, como também constar claro da fundamentação a referência à ”recorrente,
devedora principal”, mas considerando que há mais de um recorrente, entende o
ora Agravante que houve um erro material na parte dispositiva da Decisão,
ao não fazer expressa menção à devedora principal, o que ora se requer seja
corrigido, evitando, dessa forma, eventual discussão na origem quanto à extinção
determinada estender-se também aos coobrigados, o que não é o caso.

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7. Diga-se, ainda, que não se desconhece as regras de interpretação e


da razoabilidade, mas, na defesa de seus interesses, o Agravante já se deparou
com discussões infindáveis e desnecessárias por questões mais simples do que a
ora exposta.

DAS RAZÕES DO AGRAVO INTERNO

Da impugnação específica ao fundamento da Decisão recorrida

Da inaplicabilidade da Súmula 568 STJ e da existência de


jurisprudência atual quanto à suspensão das execuções em casos da
espécie

8. Um único foi o fundamento da Decisão recorrida, no que se refere à


parte provida, objeto deste Agravo, qual seja, a existência de entendimento
dominante quanto a homologação do plano de recuperação judicial induzir à
extinção das execuções individuais em face da recuperanda, atraindo a aplicação
da Súmula 568 STJ.

9. Data vênia, permitimo-nos discordar, uma vez que não há


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entendimento dominante acerca do tema, sendo inaplicável, dessa forma, a


Súmula 568 STJ.

10. A propósito, a Terceira Turma desse Colendo tribunal tem decidido


de forma divergente (Acórdão anexo), vejamos:

AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.667.901 - SC (2017⁄0090336-6)

RELATOR : MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE


AGRAVANTE : JOSÉ DERLI CERVEIRA
AGRAVANTE : CRISTALFLEX INDÚSTRIA DE ESPUMAS E
COLCHÕES LTDA
ADVOGADO : ARCIDES DE DAVID - SC009821
AGRAVADO : BANCO SAFRA S A
ADVOGADOS : MÁRCIO RUBENS PASSOLD - SC012826
FELIPE SÁ FERREIRA - SC017661

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ALEXANDRE NELSON FERRAZ - SC036530


EMENTA
AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AGRAVO DE
INSTRUMENTO. HOMOLOGAÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO
JUDICIAL. NOVAÇÃO DOS CRÉDITOS CONSTANTES DO PLANO.
CONDIÇÃO RESOLUTIVA. SUSPENSÃO DAS EXECUÇÕES
PROPOSTAS CONTRA A EMPRESA RECUPERANDA. AGRAVO
INTERNO DESPROVIDO.
1. A aprovação e homologação do plano de recuperação judicial conduzem
à suspensão dos atos executivos originários de outros órgãos judiciais.
Precedente.
2. Agravo interno desprovido.
ACÓRDÃO
Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da
Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos
e das notas taquigráficas a seguir, por unanimidade, negar provimento ao
agravo, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Moura Ribeiro, Nancy Andrighi, Paulo de Tarso
Sanseverino e Ricardo Villas Bôas Cueva votaram com o Sr. Ministro
Relator.
Brasília, 19 de setembro de 2017 (data do julgamento).

MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Relator

Documento: 75480005 EMENTA / ACORDÃO - DJe: 02/10/2017


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11. Visto não ser o voto muito extenso, reproduzimos, abaixo, na íntegra:

“VOTO

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE (RELATOR):

A irresignação não merece prosperar.

Efetivamente, como colacionado na deliberação unipessoal, "a


extinção das obrigações, decorrente da homologação do plano de
recuperação judicial encontra-se condicionada ao efetivo cumprimento de
seus termos. Não implementada a aludida condição resolutiva, por
expressa disposição legal, 'os credores terão reconstituídos seus direitos
e garantias nas condições originariamente contratadas' (art. 61, § 2º, da
Lei n. 11.101⁄2005)" (REsp 1.532.943⁄MT, Rel. Ministro Marco Aurélio
Bellizze, Terceira Turma, julgado em 13⁄9⁄2016, DJe 10⁄10⁄2016).

Na mesma linha de entendimento (sem grifo no original):

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DIREITO CIVIL E EMPRESARIAL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL.


HOMOLOGAÇÃO DO PLANO. NOVAÇÃO SUI GENERIS.
EFEITOS SOBRE TERCEIROS COOBRIGADOS. EXTINÇÃO DA
EXECUÇÃO. DESCABIMENTO. MANUTENÇÃO DAS GARANTIAS.
ARTS. 49, § 1º E 59, CAPUT, DA LEI N. 11.101⁄2005.
1. A novação prevista na lei civil é bem diversa daquela disciplinada
na Lei n. 11.101⁄2005. Se a novação civil faz, como regra, extinguir
as garantias da dívida, inclusive as reais prestadas por terceiros
estranhos ao pacto (art. 364 do Código Civil), a novação decorrente
do plano de recuperação traz como regra, ao reverso, a manutenção
das garantias (art. 59, caput, da Lei n. 11.101⁄2005), sobretudo as
reais, as quais só serão suprimidas ou substituídas "mediante
aprovação expressa do credor titular da respectiva garantia", por
ocasião da alienação do bem gravado (art. 50, § 1º). Assim, o plano
de recuperação judicial opera uma novação sui generis e sempre
sujeita a uma condição resolutiva, que é o eventual descumprimento
do que ficou acertado no plano (art. 61, § 2º, da Lei n. 11.101⁄2005).
2. Portanto, muito embora o plano de recuperação judicial opere
novação das dívidas a ele submetidas, as garantias reais ou
fidejussórias, de regra, são preservadas, circunstância que
possibilita ao credor exercer seus direitos contra terceiros
garantidores e impõe a manutenção das ações e execuções
aforadas em face de fiadores, avalistas ou coobrigados em geral.
3. Deveras, não haveria lógica no sistema se a conservação dos
direitos e privilégios dos credores contra coobrigados, fiadores e
obrigados de regresso (art. 49, § 1º, da Lei n. 11.101⁄2005) dissesse
respeito apenas ao interregno temporal que medeia o deferimento
da recuperação e a aprovação do plano, cessando tais direitos após
a concessão definitiva com a homologação judicial.
4. Recurso especial não provido.
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(REsp 1326888⁄RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO,


QUARTA TURMA, julgado em 08⁄04⁄2014, DJe 05⁄05⁄2014)

RECUPERAÇÃO JUDICIAL. HOMOLOGAÇÃO. DÍVIDAS


COMPREENDIDAS NO PLANO. NOVAÇÃO. INSCRIÇÃO EM
CADASTRO DE INADIMPLENTES. PROTESTOS. BAIXA, SOB
CONDIÇÃO RESOLUTIVA. CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES
PRVISTAS NO PLANO DE RECUPERAÇÃO.
1. Diferentemente do regime existente sob a vigência do DL nº
7.661⁄45, cujo art. 148 previa expressamente que a concordata não
produzia novação, a primeira parte do art. 59 da Lei nº 11.101⁄05
estabelece que o plano de recuperação judicial implica novação dos
créditos anteriores ao pedido.
2. A novação induz a extinção da relação jurídica anterior,
substituída por uma nova, não sendo mais possível falar em
inadimplência do devedor com base na dívida extinta.
3. Todavia, a novação operada pelo plano de recuperação fica
sujeita a uma condição resolutiva, na medida em que o art. 61 da
Lei nº 11.101⁄05 dispõe que o descumprimento de qualquer
obrigação prevista no plano acarretará a convolação da

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recuperação em falência, com o que os credores terão


reconstituídos seus direitos e garantias nas condições originalmente
contratadas, deduzidos os valores eventualmente pagos e
ressalvados os atos validamente praticados no âmbito da
recuperação judicial.
4. Diante disso, uma vez homologado o plano de recuperação
judicial, os órgãos competentes devem ser oficiados a providenciar
a baixa dos protestos e a retirada, dos cadastros de inadimplentes,
do nome da recuperanda e dos seus sócios, por débitos sujeitos ao
referido plano, com a ressalva expressa de que essa providência
será adotada sob a condição resolutiva de a devedora cumprir todas
as obrigações previstas no acordo de recuperação.
5. Recurso especial provido.
(REsp 1260301⁄DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA
TURMA, julgado em 14⁄08⁄2012, DJe 21⁄08⁄2012)

Nesse contexto, não há que se falar em extinção, conforme


sustentam os agravantes, uma vez que a aprovação e homologação do
plano de recuperação judicial conduzem à suspensão dos atos executivos
originários de outros órgãos judiciais.

Nesse sentido:
PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RECUPERAÇÃO
JUDICIAL. ARGUIÇÃO DE OFENSA AO ART. 535 DO CPC.
IMPROCEDÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA N.
211⁄STJ. ARRESTO DE SACAS DE AÇÚCAR. ORDEM JUDICIAL
DO PRÓPRIO JUÍZO DA RECUPERAÇÃO. NOVAÇÃO DE
CRÉDITOS (ART. 59 DA LEI N. 11.101⁄2005). NÃO
OCORRÊNCIA. CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE ENTREGAR
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COISA CERTA. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO EM PARTE E


DESPROVIDO.
1. Improcede a arguição de ofensa ao art. 535 do CPC quando
o Tribunal a quo, ainda que de forma sucinta, aprecia com clareza
as questões essenciais ao julgamento da lide.
2. Aplica-se a Súmula n. 211 do STJ na hipótese de falta do
necessário prequestionamento da matéria suscitada.
3. Após a aprovação e homologação do plano pelo juízo da
recuperação judicial, são suspensos os atos executivos
originários de outros órgãos judiciais, sendo vedada, pois,
qualquer medida constritiva que comprometa o patrimônio do
devedor.
4. É viável o arresto de sacas de açúcar por ordem judicial do
próprio juízo da recuperação, que, no exercício de competência
original para processar e julgar a matéria, dispõe do dever-poder de
ponderar os interesses em conflito, o da satisfação de uma
obrigação contratual e o da retenção de bens essenciais à
preservação da empresa em regime de recuperação.
5. Não há falar em novação de créditos de que trata o art. 59 da Lei
n. 11.101⁄2005 na hipótese de medida judicial que não se traduz

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em modificação quantitativa, qualitativa ou da própria obrigação


avençada, mas diz respeito a ato de administração dos bens
sujeitos ao regime de recuperação, circunscrito ao cumprimento de
obrigação ínsita a contrato de compra e venda futura de sacas de
açúcar com garantia pignoratícia, vale dizer, de obrigação de
entregar coisa certa.
6. Recurso especial conhecido em parte e desprovido.
(REsp 1584439⁄SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO
SANSEVERINO, Rel. p⁄ Acórdão Ministro JOÃO OTÁVIO DE
NORONHA, TERCEIRA TURMA, julgado em 16⁄08⁄2016, DJe
20⁄09⁄2016)

Ante o exposto, nego provimento ao agravo interno.

É como voto.”

(Grifado no original)

12. Como se vê, em decisão exarada há menos de 12 meses, a Terceira


Turma afasta a hipótese de extinção, para firmar entendimento pela suspensão,
em casos da espécie, idêntico ao ora controvertido, como também entende e
defende o Agravante:

“Nesse contexto, não há que se falar em extinção, conforme


sustentam os agravantes, uma vez que a aprovação e homologação
Petição Eletrônica juntada ao processo em 24/07/2018 ?s 16:04:03 pelo usu?rio: ANDREA ROCHA BASTOS

do plano de recuperação judicial conduzem à suspensão dos atos


executivos originários de outros órgãos judiciais.”
(Trecho do voto acima transcrito)

13. Dessa forma, acertadas as decisões ordinárias relativamente à


suspensão da execução em relação à devedora principal e não a sua extinção,
conforme também entende a Terceira Turma desse Colendo Tribunal.

Conclusão

Ante o exposto e com base no artigo 1.021, § 2º, do CPC, requer que
Vossa Excelência se digne em:

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a) Exercer o juízo de retratação, reconsiderando a Decisão ora


agravada, para negar provimento ao Recurso Especial;
b) Ou, caso assim não entenda esse Eminente Relator, seja o
presente Agravo Interno levado à apreciação da competente
Turma Julgadora desse Superior Tribunal de Justiça, para que lhe
seja dado provimento e, consequentemente, negado provimento
ao Recurso Especial.

Nesses termos,
pede deferimento.

Brasília (DF), 19 de julho de 2018.

João Carlos de Castro Silva


OAB DF 12.939
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Superior Tribunal de Justiça


DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICO
Edição nº 2465 - Brasília, Disponibilização: Quinta-feira, 28 de Junho de 2018 Publicação: Sexta-feira, 29 de Junho de 2018

PORTARIA STJ/GP N. 171 DE 28 DE JUNHO DE 2018.

A PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE


JUSTIÇA, fundamentando-se no art. 81 e art. 21, XXXI, ambos do Regimento
Interno,

RESOLVE:

Art. 1º Os prazos processuais ficarão suspensos no período de 2 a 31 de


julho de 2018 e os que se iniciam ou se encerram nesse período ficam automaticamente
prorrogados para o dia 1º de agosto subsequente (quarta-feira), nos termos do art. 224, §
1º, da Lei n. 13.105/2015.
Art. 2º Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação.

Ministra LAURITA VAZ


Petição Eletrônica juntada ao processo em 24/07/2018 ?s 16:04:03 pelo usu?rio: ANDREA ROCHA BASTOS

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Superior Tribunal de Justiça


AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.667.901 - SC (2017/0090336-6)

RELATOR : MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE


AGRAVANTE : JOSÉ DERLI CERVEIRA
AGRAVANTE : CRISTALFLEX INDÚSTRIA DE ESPUMAS E COLCHÕES LTDA
ADVOGADO : ARCIDES DE DAVID - SC009821
AGRAVADO : BANCO SAFRA S A
ADVOGADOS : MÁRCIO RUBENS PASSOLD - SC012826
FELIPE SÁ FERREIRA - SC017661
ALEXANDRE NELSON FERRAZ - SC036530
EMENTA

AGRAVO INTERNO NO RECURSO ESPECIAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.


HOMOLOGAÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL. NOVAÇÃO DOS CRÉDITOS
CONSTANTES DO PLANO. CONDIÇÃO RESOLUTIVA. SUSPENSÃO DAS EXECUÇÕES
PROPOSTAS CONTRA A EMPRESA RECUPERANDA. AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.
1. A aprovação e homologação do plano de recuperação judicial conduzem à suspensão dos
atos executivos originários de outros órgãos judiciais. Precedente.
2. Agravo interno desprovido.
ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos, acordam os Ministros da Terceira


Turma do Superior Tribunal de Justiça, na conformidade dos votos e das notas taquigráficas a
seguir, por unanimidade, negar provimento ao agravo, nos termos do voto do Sr. Ministro
Relator.
Os Srs. Ministros Moura Ribeiro, Nancy Andrighi, Paulo de Tarso Sanseverino e
Ricardo Villas Bôas Cueva votaram com o Sr. Ministro Relator.
Brasília, 19 de setembro de 2017 (data do julgamento).

MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Relator


Petição Eletrônica juntada ao processo em 24/07/2018 ?s 16:04:03 pelo usu?rio: ANDREA ROCHA BASTOS

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Superior Tribunal de Justiça


AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.667.901 - SC (2017/0090336-6)

RELATÓRIO

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE:

Cuida-se de agravo interno interposto por JOSÉ DERLI CERVEIRA e por


CRISTALFLEX INDÚSTRIA DE ESPUMAS E COLCHÕES LTDA. contra decisão
monocrática desta relatoria que deu provimento ao recurso especial interposto por
BANCO SAFRA S.A., nos termos da ementa a seguir transcrita (e-STJ, fl. 851):

RECURSO ESPECIAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO.


HOMOLOGAÇÃO DO PLANO DE RECUPERAÇÃO JUDICIAL.
NOVAÇÃO DOS CRÉDITOS CONSTANTES DO PLANO. CONDIÇÃO
RESOLUTIVA. SUSPENSÃO DAS EXECUÇÕES PROPOSTAS
CONTRA A EMPRESA RECUPERANDA. ACÓRDÃO REFORMADO.
RECURSO PROVIDO.

Em suas razões (e-STJ, fls. 859-865), os agravantes aduzem que não


seria o caso de suspensão da ação executiva, mas de sua extinção, uma vez que "a
aprovação do plano opera novação dos créditos e a decisão homologatória constitui
título executivo judicial a ser manejado, nos termos do art. 59, caput e § 1º da lei de
regência".

Impugnação não apresentada.

É o relatório.
Petição Eletrônica juntada ao processo em 24/07/2018 ?s 16:04:03 pelo usu?rio: ANDREA ROCHA BASTOS

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Superior Tribunal de Justiça


AgInt no RECURSO ESPECIAL Nº 1.667.901 - SC (2017/0090336-6)

VOTO

O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE (RELATOR):

A irresignação não merece prosperar.

Efetivamente, como colacionado na deliberação unipessoal, "a extinção


das obrigações, decorrente da homologação do plano de recuperação judicial
encontra-se condicionada ao efetivo cumprimento de seus termos. Não implementada
a aludida condição resolutiva, por expressa disposição legal, 'os credores terão
reconstituídos seus direitos e garantias nas condições originariamente contratadas'
(art. 61, § 2º, da Lei n. 11.101/2005)" (REsp 1.532.943/MT, Rel. Ministro Marco Aurélio
Bellizze, Terceira Turma, julgado em 13/9/2016, DJe 10/10/2016).

Na mesma linha de entendimento (sem grifo no original):

DIREITO CIVIL E EMPRESARIAL. RECUPERAÇÃO JUDICIAL.


HOMOLOGAÇÃO DO PLANO. NOVAÇÃO SUI GENERIS. EFEITOS
SOBRE TERCEIROS COOBRIGADOS. EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO.
DESCABIMENTO. MANUTENÇÃO DAS GARANTIAS. ARTS. 49, § 1º
E 59, CAPUT, DA LEI N. 11.101/2005.
1. A novação prevista na lei civil é bem diversa daquela disciplinada na
Lei n. 11.101/2005. Se a novação civil faz, como regra, extinguir as
garantias da dívida, inclusive as reais prestadas por terceiros estranhos
ao pacto (art. 364 do Código Civil), a novação decorrente do plano de
recuperação traz como regra, ao reverso, a manutenção das garantias
(art. 59, caput, da Lei n. 11.101/2005), sobretudo as reais, as quais só
serão suprimidas ou substituídas "mediante aprovação expressa do
Petição Eletrônica juntada ao processo em 24/07/2018 ?s 16:04:03 pelo usu?rio: ANDREA ROCHA BASTOS

credor titular da respectiva garantia", por ocasião da alienação do bem


gravado (art. 50, § 1º). Assim, o plano de recuperação judicial opera
uma novação sui generis e sempre sujeita a uma condição resolutiva,
que é o eventual descumprimento do que ficou acertado no plano (art.
61, § 2º, da Lei n. 11.101/2005).
2. Portanto, muito embora o plano de recuperação judicial opere
novação das dívidas a ele submetidas, as garantias reais ou
fidejussórias, de regra, são preservadas, circunstância que possibilita
ao credor exercer seus direitos contra terceiros garantidores e impõe a
manutenção das ações e execuções aforadas em face de fiadores,
avalistas ou coobrigados em geral.
3. Deveras, não haveria lógica no sistema se a conservação dos
direitos e privilégios dos credores contra coobrigados, fiadores e
obrigados de regresso (art. 49, § 1º, da Lei n. 11.101/2005) dissesse
respeito apenas ao interregno temporal que medeia o deferimento da
recuperação e a aprovação do plano, cessando tais direitos após a
concessão definitiva com a homologação judicial.
4. Recurso especial não provido.
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Superior Tribunal de Justiça


(REsp 1326888/RS, Rel. Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA
TURMA, julgado em 08/04/2014, DJe 05/05/2014)

RECUPERAÇÃO JUDICIAL. HOMOLOGAÇÃO. DÍVIDAS


COMPREENDIDAS NO PLANO. NOVAÇÃO. INSCRIÇÃO EM
CADASTRO DE INADIMPLENTES. PROTESTOS. BAIXA, SOB
CONDIÇÃO RESOLUTIVA. CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES
PRVISTAS NO PLANO DE RECUPERAÇÃO.
1. Diferentemente do regime existente sob a vigência do DL nº
7.661/45, cujo art. 148 previa expressamente que a concordata não
produzia novação, a primeira parte do art. 59 da Lei nº 11.101/05
estabelece que o plano de recuperação judicial implica novação dos
créditos anteriores ao pedido.
2. A novação induz a extinção da relação jurídica anterior, substituída
por uma nova, não sendo mais possível falar em inadimplência do
devedor com base na dívida extinta.
3. Todavia, a novação operada pelo plano de recuperação fica sujeita a
uma condição resolutiva, na medida em que o art. 61 da Lei nº
11.101/05 dispõe que o descumprimento de qualquer obrigação
prevista no plano acarretará a convolação da recuperação em falência,
com o que os credores terão reconstituídos seus direitos e garantias
nas condições originalmente contratadas, deduzidos os valores
eventualmente pagos e ressalvados os atos validamente praticados no
âmbito da recuperação judicial.
4. Diante disso, uma vez homologado o plano de recuperação judicial,
os órgãos competentes devem ser oficiados a providenciar a baixa dos
protestos e a retirada, dos cadastros de inadimplentes, do nome da
recuperanda e dos seus sócios, por débitos sujeitos ao referido plano,
com a ressalva expressa de que essa providência será adotada sob a
condição resolutiva de a devedora cumprir todas as obrigações
previstas no acordo de recuperação.
5. Recurso especial provido.
(REsp 1260301/DF, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA
TURMA, julgado em 14/08/2012, DJe 21/08/2012)
Petição Eletrônica juntada ao processo em 24/07/2018 ?s 16:04:03 pelo usu?rio: ANDREA ROCHA BASTOS

Nesse contexto, não há que se falar em extinção, conforme sustentam os


agravantes, uma vez que a aprovação e homologação do plano de recuperação
judicial conduzem à suspensão dos atos executivos originários de outros órgãos
judiciais.

Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. RECUPERAÇÃO


JUDICIAL. ARGUIÇÃO DE OFENSA AO ART. 535 DO CPC.
IMPROCEDÊNCIA. PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA N. 211/STJ.
ARRESTO DE SACAS DE AÇÚCAR. ORDEM JUDICIAL DO
PRÓPRIO JUÍZO DA RECUPERAÇÃO. NOVAÇÃO DE CRÉDITOS
(ART. 59 DA LEI N. 11.101/2005). NÃO OCORRÊNCIA.
CUMPRIMENTO DE OBRIGAÇÃO DE ENTREGAR COISA CERTA.

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Superior Tribunal de Justiça


RECURSO ESPECIAL CONHECIDO EM PARTE E DESPROVIDO.
1. Improcede a arguição de ofensa ao art. 535 do CPC quando o
Tribunal a quo, ainda que de forma sucinta, aprecia com clareza as
questões essenciais ao julgamento da lide.
2. Aplica-se a Súmula n. 211 do STJ na hipótese de falta do
necessário prequestionamento da matéria suscitada.
3. Após a aprovação e homologação do plano pelo juízo da
recuperação judicial, são suspensos os atos executivos originários de
outros órgãos judiciais, sendo vedada, pois, qualquer medida
constritiva que comprometa o patrimônio do devedor.
4. É viável o arresto de sacas de açúcar por ordem judicial do
próprio juízo da recuperação, que, no exercício de competência
original para processar e julgar a matéria, dispõe do dever-poder de
ponderar os interesses em conflito, o da satisfação de uma obrigação
contratual e o da retenção de bens essenciais à preservação da
empresa em regime de recuperação.
5. Não há falar em novação de créditos de que trata o art. 59 da Lei n.
11.101/2005 na hipótese de medida judicial que não se traduz em
modificação quantitativa, qualitativa ou da própria obrigação
avençada, mas diz respeito a ato de administração dos bens sujeitos
ao regime de recuperação, circunscrito ao cumprimento de obrigação
ínsita a contrato de compra e venda futura de sacas de açúcar com
garantia pignoratícia, vale dizer, de obrigação de entregar coisa certa.
6. Recurso especial conhecido em parte e desprovido.
(REsp 1584439/SP, Rel. Ministro PAULO DE TARSO SANSEVERINO,
Rel. p/ Acórdão Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, TERCEIRA
TURMA, julgado em 16/08/2016, DJe 20/09/2016)

Ante o exposto, nego provimento ao agravo interno.

É como voto.
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Superior Tribunal de Justiça

CERTIDÃO DE JULGAMENTO
TERCEIRA TURMA

AgInt no
Número Registro: 2017/0090336-6 PROCESSO ELETRÔNICO REsp 1.667.901 / SC

Números Origem: 00263919020168240000 05011449820138240018 20160230626 20160230626000000


5011449820138240018
PAUTA: 19/09/2017 JULGADO: 19/09/2017

Relator
Exmo. Sr. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE
Presidente da Sessão
Exmo. Sr. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE
Subprocuradora-Geral da República
Exma. Sra. Dra. LINDÔRA MARIA ARAÚJO
Secretária
Bela. MARIA AUXILIADORA RAMALHO DA ROCHA
AUTUAÇÃO
RECORRENTE : BANCO SAFRA S A
ADVOGADOS : MÁRCIO RUBENS PASSOLD - SC012826
FELIPE SÁ FERREIRA - SC017661
ALEXANDRE NELSON FERRAZ - SC036530
RECORRIDO : JOSÉ DERLI CERVEIRA
RECORRIDO : CRISTALFLEX INDÚSTRIA DE ESPUMAS E COLCHÕES LTDA
ADVOGADO : ARCIDES DE DAVID - SC009821
ASSUNTO: DIREITO CIVIL - Obrigações - Espécies de Títulos de Crédito - Cédula de Crédito Bancário
AGRAVO INTERNO
Petição Eletrônica juntada ao processo em 24/07/2018 ?s 16:04:03 pelo usu?rio: ANDREA ROCHA BASTOS

AGRAVANTE : JOSÉ DERLI CERVEIRA


AGRAVANTE : CRISTALFLEX INDÚSTRIA DE ESPUMAS E COLCHÕES LTDA
ADVOGADO : ARCIDES DE DAVID - SC009821
AGRAVADO : BANCO SAFRA S A
ADVOGADOS : MÁRCIO RUBENS PASSOLD - SC012826
FELIPE SÁ FERREIRA - SC017661
ALEXANDRE NELSON FERRAZ - SC036530

CERTIDÃO
Certifico que a egrégia TERCEIRA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
A Turma, por unanimidade, negou provimento ao agravo, nos termos do voto do Sr.
Ministro Relator.
Os Srs. Ministros Moura Ribeiro, Nancy Andrighi, Paulo de Tarso Sanseverino e Ricardo
Villas Bôas Cueva votaram com o Sr. Ministro Relator.

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