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A dogmática jurídica atual baseia-se num modelo de pensamento com origem no conceito de Estado-
Nação, originário do período da Revolução francesa. Nas tabelas seguintes, sintetizamos as
características fundamentais, quer do paradigma estadualista, quer do pós(anti)-estadualista; apontando
ainda alguns problemas apresentados pelo pós-estadualismo.
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3.1 O paradigma estadualista do direito.
Axioma Consequências
· O direito corresponde a essa vontade geral que decorre do pacto e, logo, deve ser
Individualismo e contratualismo - o Estado interpretado de acordo com a vontade (do legislador, no direito público)
(i.e., a entidade que dispõe em exclusivo do Interpretação subjetiva da lei e dos contratos; tendencial exclusão de limitações éticas,
direito de empregar a força para se fazer de boa fé, de razoabilidade, de ordem pública, na teoria dos contratos;
obedecer) baseia-se num pacto social, logo, · O direito deve corresponder ao livre curso das vontades e dos interesses individuais
num acordo de vontades, entre indivíduos; (liberalismo) (primado do direito subjetivo, harmonizado com os outros direitos
subjetivos e excecionalmente “comprimido” pelo interesse público ;
· O interesse geral sobrepõe-se aos interesses privados, sendo mais do que a soma
destes;
· O Estado é o delegado de todos os cidadãos e/ou o garante do interesse geral e do mais
racional e neutro equilíbrio dos interesses particulares;
Estadualismo · A legitimidade do Estado radica, se não na vontade geral, nesta sua capacidade de
árbitro racional ou de representante do interesse geral;
· O direito com o Estado (Staatsrecht) corresponde a essa norma neutral com que o
Estado garante, face a outros interesses particulares, o interesse geral embebido num
direito geral e abstrato.
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3.2 A crise do paradigma “estadualista”, “legalista”, “voluntarista” e “cientista”. O advento da ideia
de “comunidade pluralista de direitos”.
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Veja exemplos de dois modelos de constituição, um caraterizadamente estadualista (Moçambique, 2004 -
http://www.mozambique.mz/pdf/constituicao.pdf; www.portaldogoverno.gov.mz/.../constituicao_republica/) e outro de grande
abertura ao pluralismo político e jurídico (Bolívia, 2009 - http://www.geocities.com/cpbolivia/newcpe.htm). Note as novidades
deste último, logo a partir do preâmbulo.
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Aconselha-se vivamente a leitura de Cass Sunstein, Republic.com, Princeton, Princeton University Press, 2002, um
livro interessante para se entenderem os processos de corrupção da democracia pelo senso comum massificado, bem como as
propostas para contrariar esta tendência . V. súmula das suas ideias em “Is the Internet really a blessing for democracy?”, em
http://www.bostonreview.net/BR26.3/sunstein.html; or “the daily me”, in http://press.princeton.edu/chapters/s7014.html. Do
mesmo autor, mas em sentido divergente, Id., Sunstein (2006), Cass, Infotopia: How Many Minds Produce Knowledge, Oxford,
Oxford University Press, 2006.
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Fatores do antilegalismo:
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Fatores de anticientismo:
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Fatores teóricos
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