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a como paradigma da tradicao cuicHe DA RENUNCIA AO REAL ropriamente una ideia polemic, € muito com vam boro 08° seja P : pros de que as ODES de teoria e de critica literaria ou cultural iis descrtivos: so também interpretagdes. go mute Le * ajudam @ organizar 0 sentido da tradigao (0 que eviden- farem)> mas 3 dar-lhe significado, fixam e mesmo instauram em determinado momento, é importante denunciar as se estabelece a ideia de “tradigao’, ou de “canone’, verdade também que podemos nos og “internos” a essa tradicio tém de tribuidos. Qual seria o efeito ~ numa ao mesmo tempo tao yuais tar S€ a peo valor que Ines 0 3 uanto a nossa, Tivéssemos que admitir que a propria ‘uma historicidade, que esse visio do centr hegemonico da tradigao tem contetido interpretativo também discutivel? © tratamento recebido pela de retomar, @ esse propésito, algumas obras riticas; especificamente obras que ajudaram a estabelecer um padrao de leitura do texto poético como aquele que vira as costas para 2 referencia, recusando igualmente o céleulo de wedade; ao aspirar ao lugar de excesao, de distinglo, @ poesia se con fundiria com a propria ilusao OU presungio de ‘qutonomia. O uso desse padrao de entendimento éamplo € generalizado, nfo apenas na teorla, na critica e na historiografia literdrias. Ele esta presente também, de modo mais ou menos direto, mais ou menos elaborado, em diversos outros dis- cursos sociais (midia, escola, instituigdes, espetaculos)- A identificagao centre poesia e rensncia da realidade, ncia via da palavra sublime, € U™ ais devastadores nogio de pura e simples, e a meu ver abusiva, ue i que comunica com a afetagao ou a arrogan dos cliché hhés mais antigos e, atualmente, dos mi para noss@ 137 ™ experiencia do poético e, por extensio, para a Possibi proprio sentido de sua tradicao. Pensé-lo é, Portanto, in se eu Bsce haga comm, que fem levado inclusive ig me poesia, ¢ vinculado frequentemente com a ideia de ug de “aida isto é com a afirmagao da perda de sua televancia ox Ta ic sia estaria muito proxima (como causa ou como eft eg afistament david, Mais do gue afasarse a poss ay age francamente hostil, inadaptado, ressentido em rela, 640 a0 eon un qual corresponderia uma contraparte de nostalgia, de desej Po Lamentando a situago degradada na qual foi imerecidamente poeta acaba construindo paras mesmo uma ideia de parag ett a prop6sto a considracio exemplar de Marcel Raymon coh moderna: Tras sempre da dade de our, mesmo quando nenhuma embed paraiso perdido ereencontrado,“O dom day XIX, disse G. Ungareit, uma esperanga insaciada de in cente paraiso dos amores infants” de Baudel ouvido por Rimbaud, ao cisne mallarmean¢ ue outrora, mutatis mutandis, ja agitava 0 1997 p36) also ven, oesia do. ire a0 “cap net: Do “ing laire ao “canto sensato dog, ©, Propaga-se um mesma Peito de Rousseau, (Rayon O paradigma é bem conhecido, endo dominante na traico cra € historigréfica da poesia moderna a poesia opbe-se ao socal eas sa-o em bloco, £ verdade que pode haver varios tipos de distingao interna 8 esse quadro geral:estrategicamente, alguns autores preferem separara modernidade do século XIX e a modernidade do século XX (grosso modo, simbolismo ¢ vanguarda); outros passam a régua entre Baudelie ¢ Mallarmé; outros, ainda, entre a tradicdo francesa ea inglesa, entre dete ‘minados conjuntos de autores. Em suma, partilhas do espaco podtco ue permitem isolar, dentro da generalidade do velho paradigma, agum ‘espaco em que possa ser reconhecida a atitude critica, a sensibilidade his A6ricae social, a abertura para a experiéncia vivida. - _____ Tals operagescritcase histéricas no so sendo a conimacio & ies Por detras da variedade de estratégias que visam saleaguet iio social da poesia, esta ¢ vista, de modo amplo e genera uma forma de renincia ou de sublimagao. Em outrs al. da poesia ao real ndo seria apenas caracteristica de €P% a vc autores ow de determinadas tendénclas da poesia: sei aaente, 0 trago definidor, o clemento de base da ex a se andamer era, o propria rasta de se da poesia. Dacia ne rienel@ P studos Cultural, dos romancistas aos tebricos do romance, do stu Te propostas contemporaneas de uma “prosa em pro- eeve a projetos ¢ a estratégias politicas ¢ culturais smo lige" ; jornaliato de poesia saves . mais diversas De minha Pat suntos, Pa relagio a este ponto, em especifico, Por isso, é necesséio nsequencias e seu modo de constituigao, rte, constato que, apesar das discordancias sobre mui- rece haver tim certo interesse critico em manter © atinhamento e™ cenrender sta £0 ntRaPOsIGAO AFETIVA AO SOCIAL Ac Gostaria de mencionar o exemplo significative de Adorno, uma das Gos aentes do século XX, que do tom da critica dita materia- voues Mivamente @ questdes de teoria ¢ historia literdria. Na “Palestra Jade” (“Rede iiber Lyrik und Gesellschaft”), Adorno ecifica o paradigma do afastamento entre poesia e jista rel e sobre lirica € socies 3a) reforca € &SP! ; ; ade £ possivel dizer que, neste ensaio, em particular, ele nao apenas: rea} . assume determinado pressuposto sobre a natureza da poesia, mas a trans- forma numa especie de inconsciente social. Resumidamente, retomando 0 texto pelas bordas de sua retérica, eu atégia consiste em fazer com que 0 ptblico aceite encar- ‘uma vez admitida, dispensaria outras provas. Adorno indo contra o “mal-estar” ou o “desconforto” que seu diria que a est rar uma ideia que, comeca se precave segundo ele, poderia provocar, ao relacionar poesia € sociedade. A titulo, Tidade do método sociolgico, a distancia do objeto, a tendéncia general js categorizacoes 0! seando autor, como afrontas a0 pablico leitor de poesia, a0 qual pares ceria uma arrogancia metodoldgica transformar a poesia no contrario do que ela pretende ser. A proposta embutida no titulo, “Palestra sobre lirica esociedade’, seria percebida como arrogante porque ela aproxima a poesia daquilo de que sempre teria procurado se resguardar. Ou seja, a poesia fensivas 4 singularidade das coisas, seriam percebidas, 1 Talcomo se manifesta na discussdo francesa (cf. “Figuras de prosa: a ideia da ‘prosa! como auestio de poesia’ SISCAR, 2015), por exemplo, em autores como Jean-Marie Gleize. 139

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