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INEDI – Cursos Profissionalizantes

Técnico em Transações Imobiliárias

Noções de
Língua Portuguesa
MÓDULO 01

BRASÍLIA – 2011
Os textos do presente Módulo não podem ser reproduzidos sem autorização do
INEDI – Instituto Nacional de Ensino a Distância
SCS – Qd. 08 Ed. V enâncio 2000, Bloco B 60 Sala 245 – Brasília - DF
Venâncio
Telefax: (0XX61) 3321-6614

CURSO DE FORMAÇÃO DE TÉCNICOS EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS – TTI

COORDENAÇÃO NACIONAL
André Luiz Bravim – Diretor Administrativo
Antônio Armando Cavalcante Soares – Diretor Secretário
COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA
Maria Alzira Dalla Bernardina Corassa – Pedagoga
COORDENAÇÃO DIDÁTICA COM ADAPTAÇÃO PARA EAD
Tibério Cesar Bravim – MBA em Ciências da Educação
COORDENAÇÃO DE CONTEÚDO
Ricardo José Vieira de Magalhães Pinto

EQUIPE DE APOIO TÉCNICO: INEDI/DF


André Luiz Bravim
Robson dos Santos Souza

PRODUÇÃO EDITORIAL
Luiz Góes
EDITORAÇÃO ELETRÔNICA E CAPA
Alessandro dos Santos
IMPRESSÃO GRÁFICA
Gráfica e Editora Equipe Ltda

________________, Língua Portuguesa, módulo I, INEDI, Curso de


Formação de Técnicos em Transações Imobiliárias, 3 Unidades. Brasília.
Disponível em: www.inedidf.com.br. 2011.

Conteúdo: Unidade I: Funções da linguagem; leitura e produção de


textos – Unidade II: Textos técnicos – Unidade III: Revisão gramatical
– Exercícios.

347.46:145
C560m
Caro Aluno,

O início de qualquer curso é uma oportunidade repleta de expectativas. Mas um


curso a distância, além disso, impõe ao aluno um comportamento diferente, ensejando
mudanças no seu hábito de estudo e na sua rotina diária, porque estará envolvido com
uma metodologia de ensino moderna e diferenciada, proporcionando absorção de
conhecimentos e preparação para um mercado de trabalho competitivo e dinâmico.

O curso Técnico em Transações Imobiliárias ora iniciado está dividido em nove


módulos. Este módulo 01 traz para você a básica disciplina Língua Portuguesa que, dividida
em três grandes unidades de estudo, apresenta, dentre outros itens essenciais, um amplo
estudo da linguagem, noções de textos técnicos, e uma completa revisão gramatical, além
de exercícios de fixação, testes para avaliar seu aprendizado e lista de vocabulário técnico
que, com certeza, será indispensável no seu desempenho profissional.Trata-se, como você
pode perceber, de uma completa, embora sintética, habilitação no âmbito desse
conhecimento tão decisivo para o futuro profissional do mercado imobiliário.

Se o ensino a distância garante maior flexibilidade na rotina de estudos também é


verdade que exige do aluno mais responsabilidade. Nós, do INEDI, proporcionamos as
condições didáticas necessárias para que você obtenha êxito em seus estudos, mas o sucesso
completo e definitivo depende do seu esforço pessoal. Colocamos à sua disposição, além
dos módulos impressos, um completo site (www.inedidf.com.br) com salas de aula virtuais,
fórum com alunos, tutores e professores, biblioteca virtual e salas para debates específicos
e orientação de estudos.

Em síntese, caro aluno, o estudo dedicado do conteúdo deste módulo lhe permitirá
não só o domínio dos conceitos mais elementares da Língua Portuguesa, além do
conhecimento dos instrumentos básicos para que o futuro profissional possa atingir os
seus objetivos no mercado de imóveis. Além desse módulo, leia outros textos com maior
atenção. Você vai gostar e aprender muito.

Boa sorte!
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO.......................................................................................................................... 07

UNIDADE I
1. COMUNICAÇÃO.................................................................................................................. 11
1.1 – O processo de comunicação e as variantes linguísticas ......................................... 11
1.2 – Funções da linguagem .............................................................................................. 13
1.3 – Problemas de comunicação na empresa................................................................. 14
1.3.1. Algumas expressões a evitar ........................................................................... 18

2. TEXTOS: LEITURA E PRODUÇÃO................................................................................ 20


2.1 – Noção de texto.......................................................................................................... 20
2.2 – As várias possibilidades de leitura de um texto ..................................................... 21
2.3 – Adequação vocabular ............................................................................................... 24
2.3.1. Dúvidas quanto ao significado do vocábulo ................................................ 24
2.3.2. Outras recomendações na escolha dos vocábulos ....................................... 28
2.4 – Os textos e sua tipologia .......................................................................................... 30
2.5 – Textos publicitários................................................................................................... 33

UNIDADE II
3. TEXTO TÉCNICO ................................................................................................................ 39
3.1 – A organização do texto técnico............................................................................... 39
3.2 – A unidade do parágrafo ........................................................................................... 42
3.3 – A produção do texto técnico .................................................................................. 44
3.3.1. O texto da carta empresarial .......................................................................... 47
3.3.1. O planejamento do texto da carta ................................................................. 47

4. ASPECTOS DO TEXTO TÉCNICO ................................................................................. 50


4.1 – Ofício ......................................................................................................................... 50
4.2 – Requerimento ............................................................................................................ 51
4.2.1. Modelos de requerimento ............................................................................... 53
4.3 – Circular....................................................................................................................... 54
4.4 – Relatório .................................................................................................................... 55
4.4.1. Elementos do relatório ................................................................................... 56
4.4.2. Técnicas para a elaboração de relatórios....................................................... 57
4.4.3. Relatório administrativo ................................................................................. 58
4.4.4. Apresentação de solução de problemas........................................................ 59
4.4.5. Enumeração dos fatos ..................................................................................... 59
4.4.6. Exposição temporal: cronologia dos fatos ................................................... 60
4.5 – Carta.... ....................................................................................................................... 61
4.5.1. Introduções comuns na correspondência ..................................................... 62
4.5.2. Fechos de cortesia ............................................................................................ 62
4.5.3. A elaboração do texto..................................................................................... 62
4.5.4. Simplificando o texto ...................................................................................... 63
4.5.5. Estética das cartas comerciais ........................................................................ 63

UNIDADE III
5. REVISÃO GRAMATICAL................................................................................................... 67
5.1 – Ortografia .................................................................................................................. 67
5.1.1. Fonemas e letras ............................................................................................... 67
5.2 – Acentuação ................................................................................................................ 70
5.2.1. Emprego do hífen ............................................................................................ 70
5.2.2. Uso da vírgula .................................................................................................. 71
5.2.3. Uso da crase ..................................................................................................... 73
5.3 – Plural das palavras compostas ................................................................................. 74
5.4 – Flexão dos adjetivos compostos ............................................................................. 74
5.5 – Concordância verbal e nominal ............................................................................... 75
5.6 – Frase – oração – período......................................................................................... 77
5.6.1. Termos essenciais da oração........................................................................... 78
5.6.2. Tipos de sujeito ................................................................................................ 78
5.6.3. Oração sem sujeito .......................................................................................... 79
5.6.2. Tipos de predicado.......................................................................................... 79
5.7 – Correlações frasais .................................................................................................... 80

TESTE SEU CONHECIMENTO ........................................................................................... 83


BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................... 89
GABARITO........... ..................................................................................................................... 90
INTRODUÇÃO

A língua portuguesa é uma preocupação de vários setores empresari-


ais, que desejam ter em sua equipe profissionais experientes e comunicativos.

O conteúdo desta apostila é coletado de vários tópicos presentes no


ensino médio e que fazem parte também de outros cursos, como base de um
aperfeiçoamento no estudo da matéria.

Seria uma meta inalcançável pretender abarcar as minúcias de nossa


língua, mas procuramos esclarecer as dúvidas mais frequentes e colocar os
pontos que consideramos sempre presentes no dia-a-dia do profissional do
mercado imobiliário.

Começamos por pontuar sobre noções de texto e as várias formas


de entendê-los por achar que “saber ler” é o primeiro passo para uma
comunicação eficiente e livre de equívocos. Assim, esperamos que essa
primeira leitura sirva de incentivo para futuras leituras e consequente
sucesso profissional.

Parafraseando Paulo Freire: “A leitura de mundo precede sempre


a leitura da palavra e a leitura desta implica a continuidade da leitura
daquele”.

Sucesso!
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

8• INEDI - Cursos Profissionalizantes


LÍNGUA PORTUGUESA

Unidade
I

Ø Conceituar emissor, receptor, texto;


Ø Reconhecer as funções da linguagem;
Ø Reconhecer os requisitos de uma comunicação adequada;
Ø Identificar os vários tipos de texto;
Ø Reconhecer as características de um texto bem elaborado;
Ø Selecionar vocabulário adequado ao desempenho da profissão de
corretor, identificando expressões a evitar e expressões de uso reco-
mendável;
Ø Refletir sobre a importância de uma comunicação clara e correta,
em todas as áreas do relacionamento humano.

INEDI - Cursos Profissionalizantes •9


TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

10 • INEDI - Cursos Profissionalizantes


LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade I

1. COMUNICAÇÃO b) sociais – o português das pessoas es-


colarizadas difere daquele empregado
1.1 – O PROCESSO DE pelas pessoas que não têm acesso à es-
COMUNICAÇÃO E AS VARIANTES cola; assim, algumas classes sociais do-
LINGUÍSTICAS minam uma modalidade da língua – a
língua culta – que goza de prestígio e
Para entender o processo de comunica- representa uma forma de ascensão pro-
ção, é preciso entender, primeiramente, que a fissional e social; já o português utiliza-
origem de toda a atividade comunicativa do do diariamente pelo povo, sem qual-
ser humano está na linguagem, ou seja, a ca- quer preocupação gramatical é deno-
pacidade humana de se comunicar por meio minado língua popular, e objetiva so-
de uma língua, que representa um sistema de mente comunicar informações e expri-
signos convencionais usados pelos membros mir informações de forma eficaz. Ele
de uma mesma comunidade. Ao utilizar os sig- é falado principalmente por pessoas de
nos que formam a nossa língua, obedecemos a baixa escolaridade, ou mesmo
certas regras de organização fornecidas pela analfabetas. Trocas como probrema,
própria língua. Exemplificando: É perfeita- galfo, malmita , e expressões como
mente possível antepor ao signo casa o signo “pra nóis fazer”, “ele chamou eu” são
uma, formando a sequência uma casa; se an- ocorrências frequentes neste tipo de lin-
tes do signo casa colocarmos o signo um, não guagem. Ainda socialmente condicio-
estaremos obedecendo às regras de organiza- nadas, existem certas formas de língua
ção da língua portuguesa. desenvolvidas por alguns grupos, su-
A linguagem é um processo de comu- jeitas a transformações contínuas, e
nicação de uma mensagem entre dois falantes compreendidas facilmente por integran-
pelo menos: O destinador ou emissor, que tes de uma comunidade restrita: as gí-
emite a mensagem, e aquele a quem a mensa- rias. Ex.: “Hoje paguei o maior mico,
gem é destinada, ou seja, o receptor ou desti- ‘mico’ significando ‘vexame’, ‘vergo-
natário. nha’, ‘constrangimento”;
A língua falada e a língua escrita são
dois meios de comunicação diferentes; a pri- c) profissionais – o exercício de algumas
meira é mais espontânea; a segunda obedece a atividades requer o domínio das cha-
um sistema mais disciplinado e rígido, uma vez madas línguas técnicas, abundantes em
que não conta com a significação paralela da termos específicos, e restritas ao inter-
mímica e da dicção, presentes na língua falada. câmbio de certas categorias profissio-
Variantes linguísticas são as variações nais, como cientistas, economistas, mé-
que ocorrem na língua, motivadas por vários dicos etc. Entre os economistas, por
fatores: exemplo, usam-se as expressões viés de
baixa ou viés de alta, para a alta ou a
a) gráficos – dão origem ao regionalis- queda dos juros no mercado;
mo, que são expressões ou construções
típicas de algumas regiões do país; d) situacionais – um mesmo indivíduo
quando essas construções ou expres- emprega diferentes formas da língua em
sões são muito marcantes, deixa-se de diferentes situações comunicativas. Se
falar em regionalismo e fala-se em di- estivermos numa situação de intimida-
aletos. Ex.: “O guia turístico do Rio de (por exemplo, uma conversa com
Grande do Sul é um baita guia, tchê”; amigos ou parentes), usamos uma lin-
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 11
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

guagem mais informal, sem grandes c) Faça um resumo do que vem a ser “lingua-
preocupações com a correção grama- gem literária”.
tical; esse tipo de linguagem é chama- _____________________________________
do de linguagem coloquial ou fami- _____________________________________
liar. Em situações mais formais (por
exemplo, o discurso numa solenidade d) Com suas próprias palavras defina o que vem
de formatura ou em uma missa de séti- a ser “linguagem culta”.
mo dia) usamos uma linguagem mais _____________________________________
cuidada, procurando obedecer as nor- _____________________________________
mas gramaticais; esse tipo de linguagem
é chamada língua culta ou norma pa- e) Faça um resumo do você que entende por
drão, e é utilizada nos livros didáticos, “linguagem familiar”.
no ensino escolar, nos manuais etc. _____________________________________
_____________________________________
Quando o uso da língua não se restringe
às necessidades práticas do cotidiano comuni-
cativo, incorporando preocupações estéticas
surge a língua literária, que procura produzir
um sentimento estético no leitor, submetendo
a escolha e a combinação dos elementos lin-
guísticos a atividades criadoras e imaginativas.
Exemplo:

“E a cidade morre. Daqui por diante apenas


um bonde, um táxi ou uma conversa de noctí-
vagos sacudirá por instantes o ar de morte que
baixou sobre a cidade”

Fernando Sabino, O homem nu, 8ª ed.


Rio de Janeiro: Sabiá, 1969, p.13

a) Volte ao texto e transcreva a melhor defini-


ção de “linguagem”.
_____________________________________
_____________________________________

b) Pesquise e relacione quais os fatores que in-


fluem na variação linguística.
_____________________________________
_____________________________________

12 • INEDI - Cursos Profissionalizantes


LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade I

1.2 – FUNÇÕES DA LINGUAGEM ante), mas têm cunho marcadamente pesso-


al. Essa função é predominante nas cartas
Quando nos comunicamos, essa ação pessoais, nos diários, nas canções sentimen-
envolve seis elementos: o emissor ou reme- tais, na poesia confessional, nas resenhas crí-
tente; a mensagem; o código utilizado; o ticas. Ex.: “Quando sinto o perfume de la-
canal (meio utilizado para veicular a mensa- vanda, imediatamente me lembro da minha
gem), o referente (objeto ou situação de que infância, dos lençóis limpos, da sensação de
a mensagem trata); e, por fim; o receptor conforto e proteção que eu tinha ao lado de
ou destinatário. meus irmãos”.
Cada um desses elementos está estreita-
mente ligado às seis funções desempenhadas C - FUNÇÃO CONATIVA – Esta função
pela linguagem. As seis funções são: privilegia o receptor, utilizando elementos
consistentes para persuadi-lo, seduzi-lo, con-
A - FUNÇÃO REFERENCIAL - Esta vencê-lo, envolvendo o receptor com os con-
função privilegia justamente o objeto ou si- teúdos transmitidos, tornando-se evidente
tuação de que a mensagem trata, ou seja, o em textos marcados por pronomes de tra-
referente, busca transmitir informações tamento ou da segunda pessoa (você, vocês,
objetivas sobre ele, abstém-se de manifesta- Vossa Senhoria; tu, vós), ou pelo uso de cer-
ções pessoais ou persuasivas. É uma função tas formas gramaticais, como o imperativo
predominante nos textos de caráter científi- e o vocativo. Essa persuasão pode ser cons-
co, nos manuais de instrução e nas notícias truída de forma sutil ou agressiva. É a fun-
veiculadas pelos jornais (textos jornalísticos), ção utilizada nos textos publicitários, nos
nos mapas, enfim, em textos que se propõem discursos políticos, nos sermões religiosos
informar o leitor, transmitindo-lhe dados e etc. Ex.: “Faça um 21”, “Revista. Todo mun-
conhecimentos precisos. Ex.: “O batiscafo do lê até durante o expediente. Quem pode
é composto de duas partes principais: um comprar revista, pode comprar seu produ-
flutuador, que geralmente tem a forma de to”, “Seja má. Se você não se contenta com
casco de navio, cheio de gasolina distribuída os 5 minutos (se tanto!) regulamentares que
em vários compartimentos, e uma cabina es- ele dedica de atenção às mulheres em geral,
férica de aço”. faça o que elas não fazem”. (Nova, ago. 1996)

B - FUNÇÃO EXPRESSIVA OU EMO- D - FUNÇÃO FÁTICA - A função fática


TIVA – Esta função centraliza-se no emis- se orienta sobre o canal de comunicação ou
sor, que imprime no texto as marcas de sua contato, buscando verificar e fortalecer a efi-
atitude pessoal: emoções, opiniões, análises, ciência da comunicação, garantindo que o
avaliações. É visível, no texto, a presença (cla- contato foi estabelecido; inicialmente ela foi
ra ou sutil) do emissor, mesmo em textos utilizada para chamar a atenção por meio de
aparentemente impessoais, como relatórios, “ruídos” (como psiu, ahn, ei). No caso dos
textos de imprensa, ou artigos críticos. Ob- textos escritos, o canal (suporte físico atra-
serve-se que os textos que utilizam a função vés do qual a mensagem enviada pelo emis-
expressiva obedecem a um projeto, no qual sor chega ao destinatário) é a própria pági-
o emissor expõe suas opiniões, fornece ar- na, com os sinais gráficos dispostos sobre
gumentos para sustentá-las, procurando per- ela; assim, a função fática, para fortalecer sua
suadir o receptor da mensagem; as manifes- eficiência, utiliza, nos textos escritos, desde
tações expressivas terminam por tocar as a seleção vocabular, até a disposição gráfica
manifestações conativas (que veremos adi- das letras, o tamanho e as cores das mesmas,
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 13
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

a repetição sem exageros de certas palavras Ex.:


e expressões, e outros recursos sutis. Ex.:
“MITO – A mulher não pode ficar grávi- “Meses e meses recolhida e murcha,
da enquanto estiver amamentando. VER- Sai de casa, liberta-se da estufa,
DADE – Quando a mulher está amamentando a flor guardada (o guarda-chuva). Agora,
tem a fertilidade diminuída. Mas isso varia muito cresce na mão pluvial, cresce. Na rua,
de pessoa para pessoa. Sem anticoncepcional pode sustento o caule de uma grande rosa
ser pá-pum. A mulher que amamenta deve negra, que se abre sobre mim na chuva.”
se prevenir com camisinha ou minipílu- MOTA, Mauro, Itinerário, 2 ed.
las.” Rio de Janeiro: José Olympio, 1983, p. 24.

E - FUNÇÃO METALINGUÍSTICA – Considerando as funções discriminadas,


A função metalinguística se volta para os ele- até então, é importante procurar, nos textos, a
mentos do código, explicando-os, analisan- função predominante, já que os enunciados
do-os, definindo-os. Verificamos o uso des- apresentam várias funções ao mesmo tempo,
ta função nos dicionários, nos poemas que inexistindo a exclusividade, ou seja, não en-
falam da própria poesia, nas canções que fa- contramos um texto que apresenta somente
lam de outras canções, nos textos didáticos, uma função.
nas análises literárias, e até mesmo em nu-
merosas situações cotidianas. Ex.: “O que 1.3 – PROBLEMAS DE COMUNICAÇÃO
você quer dizer com isso?”, “Aspirar tam- NA EMPRESA
bém significa desejar”, “Língua é um siste-
ma de signos convencionais usados pelos Pelo estudo das variantes linguísticas e
membros de uma mesma comunidade”. das funções da linguagem, você já pôde obser-
var que existem várias formas de linguagem
F - FUNÇÃO POÉTICA – A função poé- empregadas no ato comunicativo. Na comuni-
tica está voltada para a mensagem, utilizan- cação empresarial escrita, deve prevalecer o
do recursos de forma e conteúdo que cha- uso da norma culta, a objetividade, a clareza e
mam a atenção para a própria mensagem, a concisão, numa preocupação primordial com
causando, nos leitores, surpresa, “estranha- a eficácia e a exatidão da comunicação. O tipo
mento” e prazer estético, num arranjo origi- de redação que passaremos a tratar não se pau-
nal de formas e significado. O texto possui ta pelas normas do estilo literário e da expres-
ritmo e sonoridade, desenvolvendo o senti- sividade artística, mas pelos indicadores da boa
do figurado das palavras (sentido conotati- redação administrativa, institucional, jornalís-
vo), passível de diversas interpretações. Nas tica ou didática, de caráter prático e utilitário,
mensagens poéticas, a organização do códi- tendo como único objetivo produzir uma co-
go coloca as palavras em primeiro lugar, municação eficaz.
tornando-as quase um fim em si mesmas, e Na produção de uma comunicação efi-
não um meio de significar outras coisas. As caz é fundamental a simplicidade dos textos
palavras valem pelo que elas são, e não pelo comunicativos, tornando a linguagem menos
que elas representam (significam). Os luga- complexa e mais direta. Na esfera empresari-
res privilegiados desta função são os textos al, é ponto pacífico que as comunicações ina-
literários, mas podemos encontrá-la também dequadas, pretensiosas e prolixas trabalham
em slogans publicitários, canções populares, contra o conceito de organização e contra a
textos de propaganda, provérbios e outras finalidade última de suas atividades, seja a de
produções verbais. prestar serviços, oferecer produtos, seja a de
14 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade I

disciplinar procedimento ou assegurar direitos Claro – Atribuíram ao nosso trabalho


e instruir pessoas. mérito superior.
A redação empresarial eficaz obedece aos Nesta oração, a ambiguidade decorre do
seguintes requisitos: entendimento de que o mérito atribuído foi
superior ao trabalho executado (1º caso).
• clareza Concisão – O redator conciso mostra
• concisão sobriedade na linguagem, obtendo o máximo
• correção efeito comunicativo, com um mínimo de pala-
• precisão vras, dispensando o supérfluo, as redundânci-
• coerência as, as repetições desnecessárias, as frases lon-
• concatenação gas, as adjetivações inúteis. Clareza e concisão
• consistência devem estar juntas, concorrendo, prioritaria-
• propriedade no uso das palavras mente, para a eficiência na redação, reservan-
do-se primeiro lugar à clareza. Por outro lado,
Além dos requisitos mencionados acima, não convém, certamente, exagerarmos na con-
objetividade, naturalidade, adequação ao leitor e infor- cisão, sob pena de prejudicar a clareza, a inteli-
malidade são pilares da redação eficaz. gibilidade da construção.
Prolixo – é o tipo de construção que usa
Clareza – Consiste na expressão límpi- palavras em demasia ao falar ou escrever, que
da do pensamento, tornando o texto inteligí- não sabe sintetizar o pensamento.
vel. Como a clareza é requisito básico de todo Cadastros que estejam voltados para o
texto técnico, deve-se evitar a ambiguidade, ou aperfeiçoamento da técnica de registros são
seja, construções que possam gerar equívocos tudo que precisamos.
de compreensão. Conciso – Precisamos de cadastros vol-
A ambiguidade decorre geralmente da tados para o aperfeiçoamento da técnica de
dificuldade em identificar a que palavra se re- registros.
fere um pronome que possui mais de um ante- Redundante – É o tipo de construção
cedente na terceira pessoa. que insiste nas mesmas idéias, que tem excesso
Ambíguo – Consiste na expressão que de palavras, de expressões.
tem (ou pode ter) diferentes sentidos; que des- Para evitar que o episódio se repita, a
perta dúvida. O desembargador comunicou diretoria baixou medidas que punem a reinci-
a seu assessor que ele seria exonerado. dência do fato, não permitindo que o mesmo
Claro – O desembargador comunicou ocorra de novo.
a seu assessor a exoneração deste. Conciso – A diretoria baixou medidas
Há, ainda, outro tipo de ambiguidade, punitivas para evitar a reincidência do fato.
decorrente da dúvida sobre a que se está se Correção – As incorreções na linguagem
referindo a oração reduzida. comprometem o redator e, em consequência, a
Ambíguo – Sendo indisciplinado, o che- empresa ou instituição que o emprega, denunci-
fe da seção repreendeu o funcionário. ando a falta de conhecimento gramatical e des-
Claro – O chefe da seção repreendeu o respeito aos padrões da língua culta. A correção,
funcionário por ser este indisciplinado. somada à clareza e à concisão resulta numa reda-
ção satisfatória, talvez impecável. A desobedi-
Outro exemplo de duplicidade de senti- ência aos preceitos gramaticais está contida em
do: dois grupos: erros de sintaxe e erros nas palavras.
Ambíguo – Atribuíram mérito superior Erro de sintaxe (erros na estrutura da frase –
ao nosso trabalho. solecismo).
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 15
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

Ex.: Fizemos tudo por si na reunião; conta- esses elementos de coesão podemos citar as pre-
mos consigo hoje, na convenção. posições (a, de, para, com, por, etc.), as con-
junções (que, para que, quando, embora, mas,
Correto: Fizemos tudo por ti na reunião; e, ou, etc.), os pronomes (ele, ela, seu, sua, este,
contamos contigo hoje, na convenção. esta, esse, essa, aquele, o qual, que, etc.), os
Erro nas palavras (erro na estrutura ou no em- advérbios (aqui, aí, lá, assim, etc.).
prego da palavra).
Ex.: “É sabido que a violência nas escolas
Ex.: Ele aspira um cargo de chefia. cresce assustadoramente. É sabido, ainda,
que não se achou ainda uma solução para
Correto: Ele aspira a um cargo de chefia. o problema. Em vista disso, a sociedade
Precisão – Para um texto ser preciso, ele está se unindo para tentar modificar esse
precisa conter todos os elementos necessários quadro. Para tanto, convoca uma reunião
à comunicação, respondendo às indagações e com todos os diretores de escolas da rede
interesses eventuais. municipal”.

Ex.: “Convido Vossa Senhoria a participar Como você viu, no exemplo acima, os
da abertura do Primeiro Seminário Regio- segmentos do texto estão ligados entre si, por
nal sobre o uso eficiente de energia no Setor meio de palavras que servem para dar conti-
Público, a ser realizado em 5 de junho pró- nuidade ao que foi dito anteriormente e acres-
ximo, às 9 horas, no auditório da Escola Na- centar novos dados.
cional de Administração Pública, localizada Consistência – Um texto é consisten-
no Setor de Áreas Isoladas, nesta capital”. te quando dá informações confiáveis e cor-
retas, demonstrando conhecimento do as-
Coerência – A coerência deve ser en- sunto e tratando apenas do que é significati-
tendida como unidade do texto. Num texto vo para quem o lê.
coerente todas as partes se encaixam de ma-
neira complementar, de modo que não haja Ex.: “Comunicamos que, a 7 do corrente,
nada destoante, nada ilógico, nada contraditó- foi instalado o Instituto de Cibernética Jurí-
rio. Existe uma solidariedade entre as partes dica, órgão integrante desta Instituição. São
do texto, possibilitando um bom entendimen- objetivos do novo Instituto estudar as im-
to do mesmo. plicações sociais da cibernética no campo do
Texto incoerente: Embora seu livro seja Direito e divulgar conhecimentos sobre os
fundamental para nossos alunos, vamos ado- sistemas utilizáveis no setor jurídico. Para
tá-lo imediatamente em nossa escola. isso, o novo órgão entrará em contato com
Texto coerente: Considerando que seu o Poder Público, a Universidade, a indústria
livro é fundamental para nossos alunos, vamos especializada e promoverá cursos, conferên-
adotá-lo imediatamente em nossa escola. cias e seminários.”
Concatenação – A concatenação de
ideias está inserida em um elemento textual Propriedade no uso da palavra – Essa
chamado coesão. A concatenação é a conexão propriedade se refere ao uso apropriado da
que deve existir entre os enunciados de um tex- linguagem, ao cuidado no emprego das pala-
to, quando organicamente articulados entre si. vras, evitando cacoetes linguísticos e termos
As relações de sentido de um texto são mani- surrados. Na escolha das palavras, devemos
festadas por uma categoria de palavras deno- preferir a que traduz, com mais precisão, o que
minadas conectivos ou elementos de coesão. Dentre queremos dizer.
16 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade I

Ex.: Seu depoimento tem relação com o nos-


so parecer.

Seria mais apropriado dizer:


Seu depoimento confirma nosso parecer.

Ex.: Os maiores de sessenta anos estão in-


fensos do pagamento daquele imposto.

A construção correta é:
Os maiores de sessenta anos estão isentos
do pagamento daquele imposto.

a) Pesquise e relacione quais os seis elementos


envolvidos na comunicação.
__________________________________________
____________________________________________________________________________________
__________________________________________

b) Existem seis funções da linguagem. Quais


são elas?
__________________________________________
1 - Função Referencial
2 - Função Expressiva ou Emotiva
__________________________________________
3 - Função Conativa
__________________________________________
4 - Função Fática
5 - Função Metalinguística
__________________________________________
6 - Função Poética
__________________________________________
__________________________________________

c) Se existem seis funções da linguagem, pes-


quise e informe qual delas deve prevalecer na
comunicação empresarial.
__________________________________________
__________________________________________

d) Você usará muito a redação empresarial.


Para que ela seja eficaz deverá obedecer a quais
princípios?
•__________________________________________
clareza
•__________________________________________
concisão
• correção
•__________________________________________
precisão
• coerência
•INEDI - Cursos Profissionalizantes
concatenação • 17
• consistência
• propriedade no uso das palavras
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

1.3.1. Algumas expressões a evitar e ex- adverbial em anexo é invariável: Encaminho


pressões de uso recomendável as minutas em anexo. Empregue também con-
juntamente, juntamente com.
O sentido das palavras liga-se intimamen-
te à tradição e ao contexto de seu uso. Assim, Assim
alguns vocábulos e expressões (locuções), por Use após a apresentação de uma proposta
seu emprego continuado com determinado ou situação, fazendo uma ligação com a ideia
sentido, passam a ser usadas sempre em tal seguinte. Use os substitutos: dessa forma, desse
contexto e com tal forma, que se tornam “ex- modo, ante o exposto, diante disso, consequentemen-
pressões de uso consagrado”. Não obstante, a te, por conseguinte, assim sendo, em face disso, face
linguagem dos textos técnicos deve pautar-se, ao exposto, em vista disso.
sempre, pelo padrão culto formal da língua,
não devendo constar desses textos coloquia- Bem como
lismos ou expressões de uso restrito a deter- Evite a repetição, alternando com e, como (tam-
minados grupos, o que acabaria por compro- bém), igualmente, da mesma forma.
meter a compreensão por parte dos leitores.
A seguir, apresentamos uma pequena lis- Ao nível de/em nível de
ta de expressões cujo uso ou repetição deve A locução ao nível significa ‘a mesma altura
ser evitado, indicando com que sentido devem de’: Fortaleza localiza-se ao nível do mar. Evite
ser empregadas, e sugerindo alternativas para seu uso com o sentido de em nível, com re-
palavras que são costumeiramente usadas em lação a, no que se refere a. Em nível significa
excesso: ‘nessa instância’: Em nível político, será difícil
chegar-se a um acordo entre os parlamentares.
À medida que/ na medida em que A nível de constitui modismo, devendo
À medida que (locução proporcional) – à pro- ser evitado.
porção que, ao passo que, conforme: Os
preços deveriam diminuir à medida que di- Devido a
minui a procura. Na medida em que (locução Evite a repetição; pode ser substituído por
causal) – uma vez que, pelo fato de que: Na em virtude de, graças a, por causa de, em razão de,
medida em que se esgotaram todas as possi- provocado por.
bilidades de acordo, o processo foi litigio-
so. Evite: na medida que... Desse ponto de vista
Evite repetir, e empregue também sob este
Ambos/ todos os dois ângulo, sob este aspecto/ por este prisma, desse modo,
Ambos significa ‘os dois’ ou ‘um e outro’. destarte, assim.
Evite as expressões pleonásticas como am-
bos dois, ambos os dois, ambos a dois. Quando Dirigir
quiser enfatizar a dualidade, empregue to- Quando empregado com o sentido de enca-
dos os dois: Todos os dois assessores entregaram os minhar, alterne com transmitir, endereçar, man-
relatórios exigidos. dar, encaminhar, remeter, enviar.

Anexo/ em anexo No sentido de


O adjetivo anexo concorda em gênero e nú- Utilize também com vistas a, a fim de, com o
mero com o substantivo a que se refere: fito (finalidade, objetivo, intuito, fim) de, com a
Encaminho as atas anexas./Dirigimos os ane- finalidade de, tendo em vista ou tendo em mira,
xos projetos ao diretor de arte. A locução tendo por fim.
18 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade I

Informar
Use as variações comunicar, avisar, noticiar, par-
ticipar, levar ao conhecimento, dar conhecimento,
instruir.

Em face de a) Caro aluno. A pesquisa enriquece o seu vo-


Sempre que a expressão em face de equivaler cabulário. Procure no dicionário as diferenças
a diante de é preferível a regência com a pre- entre as expressões “a par de” e “ao par de”
posição de; evite, assim, face a, frente a. ____________________________________
____________________________________
Relativo a
Empregue também referente a, concernente a,
tocante a, atinente a, pertencente a, que diz respeito
a, que trata de, que respeita.

Onde
Como pronome relativo significa ‘em
que’ (lugar): A cidade onde nasceu./ O
país onde viveu. Evite, então, constru-
ções como “a lei onde é fixada a penali-
dade” ou “a reunião onde o assunto foi
discutido”. Nesses casos, faça a substi-
tuição, empregando em que, na qual, no
qual, nas quais, nos quais. O correto é: A
reunião na qual o assunto foi discutido./
A lei na qual é fixada a penalidade.

Ressaltar
Varie com destacar, sublinhar, frisar, salientar,
relevar, distinguir, sobressair.

Nem
Conjunção aditiva que significa ‘e não’ e
‘tampouco’, dispensando, portanto, a
conjunção e: Não foram feitos reparos à
proposta de comercialização da soja,
nem à nova proposta de pagamento.
Evite, ainda, a dupla negação não nem,
nem tampouco. Ex: Não pôde encaminhar
os relatórios no prazo, nem não teve
tempo para revisá-los.

Enquanto
Conjunção proporcional equivalente a ao
passo que, à medida que. Evite empregar a cons-
trução enquanto que, usada coloquialmente.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 19
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

2. TEXTOS: LEITURA E A segunda consideração é a de que todo


PRODUÇÃO texto contém um pronunciamento dentro de
um debate de escala mais ampla. Assim, ao
2.1 – NOÇÃO DE TEXTO construir um texto, o autor quer, através dele,
marcar uma posição ou participar de um de-
Sem nenhuma dúvida, a palavra texto é fa- bate de escala mais ampla, mesmo que aparen-
miliar a qualquer estudante de primeiro e segun- te total neutralidade.
do graus, aparecendo frequentemente no lingua-
jar cotidiano, tanto dentro da escola quanto fora “...um jovem de 25 anos chamado John Hin-
dela. Embora escutemos com frequência as ex- ckley Jr. entrou numa loja de armas de Dallas,
pressões “texto bem elaborado”, “o texto da- no Texas, preencheu um formulário do gover-
quela peça é ruim”, “o texto não está suficiente- no com endereço falso e, poucos minutos depois,
mente claro”, é necessário que se façam duas con- saiu com um Saturday Nigth Special – nome
siderações fundamentais sobre a natureza do texto, criado na década de sessenta para designar um
partindo da questão: o que é um texto, afinal? revólver pequeno, barato e de baixa qualida-
A primeira consideração feita é a de que de. Foi com essa arma que Hinckley, no dia
um texto não se resume a amontoado de fra- 30 de março de 1981, acertou uma bala no
ses, mas a um bloco significativo, constituído pulmão do presidente Ronald Reagan e outra
por várias unidades linguísticas menores¸ que na cabeça de seu porta-voz, James Brady. Re-
só são entendidas dentro do contexto no qual agan recuperou-se totalmente, mas Brady des-
estão inseridas. O termo contexto se refere a de então está preso a uma cadeira de rodas...”
uma unidade linguística maior onde se encaixa
uma unidade linguística menor. Embora o autor de um texto jornalísti-
Ex.: A nossa cozinheira está sem paladar. co se preocupe apenas em transmitir os fatos
Para entender o sentido exato deste tex- de maneira neutra, impessoal (lembra-se da
to minúsculo, é preciso considerar o contexto, função referencial?), existe, seguramente, por
ou situação concreta, em que ele foi produzi- trás do exemplo escolhido, um pronunciamen-
do. Dito durante o jantar, após experimentar to contra o risco da venda indiscriminada de
um bife, esse texto pode significar que o bife armas. Qualquer texto, por mais neutro que
está sem sal; dito em um consultório médico pareça, manifesta sempre um posicionamento
pode significar que a empregada está acometi- frente a uma questão qualquer posta em deba-
da de alguma doença. Se eu digo ou escrevo a te (no caso em questão, a venda indiscrimina-
seguinte frase: “A estátua que desabou ao vivo”, da de armas).
ela será incompreensível, desprovida de senti-
do. Considere, agora o seguinte parágrafo:
“Símbolo da queda de Sadam Hussein
na manhã do dia 9 de março, a estátua que desa-
bou ao vivo, via satélite, de Bagdá para o mundo,
pode ser de um sósia do ditador”. Inserida no
parágrafo, a frase adquire sentido, por estar a) Volte ao texto e relacione quais as duas prin-
dentro de um contexto. cipais observações que se pode fazer a respei-
Como peças de um quebra-cabeça, cons- to de um texto.
tatamos que a frase encaixa-se no contexto do __________________________________
parágrafo, o parágrafo encaixa-se no contexto __________________________________
do capítulo, o capítulo encaixa-se no contexto __________________________________
da obra toda. __________________________________
20 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade I

b) Qual o significado da palavra “sósia”? Dê 2.2 – AS VÁRIAS POSSIBILIDADES DE


sinônimos. LEITURA DE UM TEXTO
__________________________________
__________________________________ Um texto, quando lido de maneira frag-
mentária, pode parecer um aglomerado de
noções desconexas, ao qual o leitor pode atri-
buir o sentido que quiser. As interpretações
de textos, entretanto, são limitadas pela co-
nexão, pela coerência entre seus vários ele-
mentos. A coerência é garantida, sobretudo
pela reiteração, a repetição ao longo do dis-
curso.
Para perceber a reiteração (repetição,
renovação), devemos percorrer os textos in-
teiros, tentando localizar todas as recorrênci-
as, ou seja, todas as figuras e temas (assuntos)
que conduzem a um mesmo significado.
Alguns textos permitem mais de uma lei-
tura, e as mesmas figuras podem ser interpre-
tadas segundo mais de um plano de leitura.
Para exemplificar, analisaremos o seguin-
te poema:

Retrato
1 Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
5 Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
10 tão simples, tão certa, tão fácil:
Em que espelho ficou perdida
minha face?
Cecília Meireles: poesia. Por Darcy Damasceno,
Rio de Janeiro, Agir, 1974., p. 19 – 20

A autora, nos versos 1 e 9, ao dizer que


não tinha este rosto e estas mãos com as carac-
terísticas do momento presente, faz pressupor
que ela os tinha com características opostas, no
passado.
No verso 9, quando ela diz: “Eu não dei
por esta mudança”, define dois planos distin-
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 21
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

tos: um do passado, outro, do presente, am- amargo, que nem se mostra, nos levam a entender
bos com características opostas entre si. que o envelhecimento físico foi acompanhado
pela perda da energia, do entusiasmo, da ale-
Significados que remetem passado gria de viver.
ao presente (explicitamente) O poema permite, então, duas leituras:
Eu não tinha este rosto de hoje o desgaste material das coisas com o passar
assim calmo, assim triste dos anos, e o desgaste psíquico, a perda de ilu-
assim magro sões do ser humano com o passar do tempo.

EIXO 1
nem estes olhos tão vazios Não podemos, entretanto, dizer que um
nem o lábio amargo texto, ao implicar várias leituras, possa admitir
que qualquer interpretação seja correta nem que
Eu não tinha estas mãos sem força, o leitor possa dar ao texto o sentido que lhe
tão paradas, e frias, e mortas aprouver.
eu não tinha este coração Para impedir que a interpretação seja
que nem se mostra pura invenção do leitor, contamos com os in-
dicadores das várias possibilidades de leitura
Significados que remetem presente que o texto admite; podemos observar, então,
ao passado (implicitamente) que no interior do texto aparecem figuras ou
Eu tinha aquele rosto de outrora temas que têm mais de um significado, e que
tão irrequieto, tão alegre apontam para mais de um plano de leitura,
tão cheio como no caso do poema examinado, em que
e olhos tão expressivos os estados da alma (triste, amargo) possibilita-
EIXO 2

e o lábio doce ram concluir que o tema poderia ser também


o envelhecimento psíquico (a desilusão, a amar-
eu tinha aquelas mãos enérgicas gura) da autora. Esses temas e figuras que apon-
vivas, e cálidas, e dinâmicas, tam para mais de uma possibilidade de leitura
eu tinha outro coração são chamados relacionadores.
que se manifestava Quando existem, no texto, outros termos
que não direcionam para um certo plano de
As figuras do eixo 1 agrupam-se em fun- leitura há o que chamamos de desencadeadores de
ção do significado das coisas estáticas, enquanto outro plano de leitura, como se comprova pela
que as figuras do eixo 2, em contraponto, expres- leitura desta fábula:
sam dinamismo e posse da vitalidade plena.
Ao dizer “Eu não dei por esta mudan- O útil e o belo
ça”, a poetisa expressa sua perplexidade diante
dela, diante do contraste entre o que ela era e Parou um veado à beira do rio, mirando-se
no que se tornou. no espelho das águas. E refletiu:
Agrupando as figuras a partir de um ele- Bem malfeito de corpo que sou! A cabeça é
mento significativo, estamos perto de depreen- linda, como estes formosos chifres que todos os
der o tema do texto. No poema em questão, po- animais invejam. Mas as pernas... Muito fi-
demos dizer que o tema (o assunto do poema) é nas, muito compridas. A natureza foi injusta
a decepção da consciência súbita e inevitável da comigo. Antes me desse menos pernas e mais
passagem do tempo, do envelhecimento. galharada na cabeça. Que lindo diadema se-
Paralelamente aos indicadores do enve- ria. Com que orgulho eu passearia pelos bos-
lhecimento físico, indicado por palavras como ques ostentando um enfeite único em toda ani-
magro, frias, mortas, outras figuras como triste, malidade!...
22 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade I

Neste ponto interrompe-se o latido dos vea- AS GATAS DA MODA


deiros, valentes cães de caça que lhe vinham na E OS DINOSSAUROS DO ROCK.
pista, como relâmpagos. PARA LIDAR COM TODOS ESTES
O veado dispara, foge a toda e embrenha-se BICHOS,
na floresta. E enquanto corria pôde verificar SÓ COMEÇANDO COMO FOCA.
quão sábia fora a natureza, dando-lhe mais
pernas do que chifres, porque estes, com toda a Ao fazer uma homenagem aos jornalis-
sua formosura, só serviam para enroscar-se nos tas, que muitas vezes iniciam suas carreiras
cipós e atrapalhar-lhe a fuga; e aquelas, ape- como “focas” (jornalista novato) o Grupo Pão
sar de toda feiura, constituíam a sua única se- de Açúcar utilizou categorias profissionais para
gurança. E mudou de ideia, convencido de que desencadear o plano de leitura como um texto
antes mil pernas finas, mas velocíssimas, do que fala de seres humanos.
que formosa, mas inútil galhaça. Conquanto tenhamos usado textos literá-
rios e publicitários para ilustrar este tópico, é
Com a leitura desta fábula, o leitor res- importante salientar que um mesmo texto pode
ponderia sem hesitar que se trata de uma his- ser lido de várias formas, por várias leituras, pois
tória de homens, e não de animais. Como o o significado que cada um atribui àquilo que lê
leitor chegou a essa conclusão? Pelos elemen- depende de um conhecimento prévio que o lei-
tos desencadeadores dessa possibilidade de leitu- tor tenha sobre aquele assunto. O conhecimen-
ra. E quais são esses elementos desencadeado- to prévio do leitor sobre o assunto fará com
res? Ora, são os sentimentos, próprios do ser que ele estabeleça uma relação com outros tex-
humano, que aparecem no texto, como a insa- tos, perceba outros significados ocultos nas en-
tisfação e a vaidade. A reiteração do traço se- trelinhas. Por exemplo, se eu leio um texto de
mântico (de significado) humano nos obriga a um autor que já conheço, isso me permite esta-
ler a fábula como uma história de gente. No belecer uma relação entre aquele texto e outros
plano humano, o veado não é o veado, mas já lidos, o que me permitirá uma compreensão
sim, homem insatisfeito, para quem “a grama plena do texto. Se eu leio um texto sobre quími-
do vizinho é sempre mais verde”, e que, sem- ca e não tenho nenhum conhecimento prévio
pre desejando o que não tem, quer possuir algo sobre aquele assunto, minha leitura do texto não
que o diferencie dos demais, como o diadema será idêntica a de um professor de química, que
de galhos. No início da leitura, o termo veado possui um vasto conhecimento anterior sobre
propõe a leitura do texto como uma história o assunto. Mesmo um simples classificado de
de bichos. À medida que vamos lendo o texto, jornal pode ser lido de diferentes maneiras, con-
identificamos elementos que contêm traços forme o leitor que o lê, pois os desejos, inten-
humanos, que não permitem que se leia o tex- ções, possibilidades de cada um, influem na for-
to como uma história de animais, pois desenca- ma como ele fará a leitura do texto.
deiam um novo plano de leitura, passando a
fábula a ser lida como uma história de homens.
Os textos publicitários também podem
usar elementos desencadeadores de outro plano
de leitura, como neste anúncio:

OS TUBARÕES DO ORÇAMENTO, a) Depois de estudar estes itens, escreva resu-


OS ELEFANTES DAS ESTATAIS, midamente a forma como você lê um texto,
AS COBRAS DA INFORMÁTICA, normalmente.
AS ZEBRAS DO FUTEBOL, ___________________________________
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 23
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

b) Vamos outra vez ao dicionário para saber- 2.3 – ADEQUAÇÃO VOCABULAR


mos a definição de “retórica”.
___________________________________ Na comunicação cotidiana, quando em-
___________________________________ pregamos os vocábulos que constituem o nos-
so repertório, estamos refletindo nossa visão
c) Pense um pouco e registre porque Jesus fala- de mundo, nossas experiências diversas. O do-
va por “parábolas”, sem usar o significado di- mínio do vocabulário varia de pessoa para pes-
reto das palavras? soa, e é através dessa troca que adquirimos no-
___________________________________ vas experiências e novos vocábulos, redefinin-
___________________________________ do nosso vocabulário.
Quando contamos com um vocabulário
vasto, compreendemos melhor o que se passa
a nossa volta, melhorando nosso desempenho
e adequação no processo comunicativo.
O conhecimento do significado dos vocá-
bulos garante uma parte essencial do entendimento
entre as pessoas. No entanto, para haver comuni-
cação, é necessário que o repertório vocabular seja
comum entre os falantes. As dificuldades no pro-
cesso comunicativo acontecem devido ao fato de
que o sentido dos vocábulos está relacionado a
inúmeros fatores – sociais, profissionais, de região,
de escolaridade, de idade – culturais, enfim. Des-
se modo, cada grupo de pessoas apresenta um
vocabulário próprio, que pode coincidir, ou não,
com o de outro grupo. O vocabulário usado no
âmbito profissional, nos grupos desportivos, re-
ligiosos e políticos permite uma especificidade
muitas vezes desejada ou necessária. Esse voca-
bulário é entendido por vezes somente por aque-
les que fazem parte do grupo (lembra-se das lín-
guas técnicas?). Mas, à medida que vamos apren-
dendo o que esses termos específicos significam,
eles passam a fazer parte do nosso vocabulário,
incorporando-se ao nosso cotidiano.
Neste tópico, procuraremos demonstrar
que a adequação vocabular é de grande impor-
tância para a compreensão de qualquer texto,
caracterizando o vocabulário de uso genérico
e de uso específico.

2.3.1. Dúvidas quanto ao significado do


vocábulo

Muitas vezes temos dúvidas ao nos de-


pararmos com vocábulos distintos, mas com
24 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade I

grafia e pronúncia semelhantes ou iguais. É caso Incidente - episódio; que incide, que ocorre:
dos fenômenos denominados homonímia ou O incidente da demissão já foi superado.
paronímia. Adotar - escolher, preferir; assumir; pôr em
A homonímia é a designação geral prática.
para os casos em que palavras de sentidos di- Dotar - dar em doação, beneficiar: Ele o dotou
ferentes têm a mesma grafia. Manga, por com aplicações em títulos do governo.
exemplo.
A paromínia designa o fenômeno que ocorre Afim - que apresenta afinidade, semelhança,
com palavras semelhantes (não idênticas) quan- relação (de parentesco): Se o assunto era afim, por
to à grafia ou à pronúncia, como entre descrição que não foi colocado no mesmo capítulo?
(ato de descrever) e discrição (qualidade do que A fim de - para, com a finalidade de: O projeto
é discreto), ratificar (confirmar) e retificar foi encaminhado com muita antecedência a fim de per-
(corrigir). mitir um exame minucioso.
Como o nosso objetivo é trabalhar prin-
cipalmente com a redação técnica, a lista abai- Aleatório - casual, fortuito, acidental.
xo vai ajudá-lo a esclarecer suas dúvidas quan- Alheatório - alienante, que desvia ou perturba.
hom to à grafia e ao sentido das palavras, para que
você passe a usá-las com propriedade. Ante - (preposição): diante de, perante: Ante
tal fato, devemos repensar nossa metodologia de ensi-
Absolver - relevar da culpa imputada, inocen- no.
tar: O réu foi absolvido. Ante - (prefixo): expressa anterioridade: ante-
Absorver - esgotar, embeber em si: A água da por, antever, anteprojeto, antediluviano.
chuva foi absorvida pelo solo. Anti - (prefixo): expressa contrariedade, opo-
sição: Aquele rapaz é anticomunista.
Ascender - elevar-se, subir: Aquele homem as-
cendeu socialmente. Ao encontro de - para junto de; favorável a :
Acender - atear (fogo), inflamar. Ele foi ao encontro de seus amigos./ O plano de car-
reira foi ao encontro das necessidades dos funcionários.
Acento - sinal gráfico; inflexão vocal: Esta pa- De encontro a - contra; em prejuízo de: O veícu-
lavra não tem acento. lo foi de encontro ao muro./ O governo não apoiou a me-
Assento - banco, lugar: Ele tomou assento ao dida, pois vinha de encontro aos interesses dos partidos.
meu lado.
Ao invés de - ao contrário de: Ao invés de demi-
Acerca de - sobre, a respeito de: No discurso, o tir dez funcionários, a empresa contratou mais trinta.
deputado falou acerca de seu projeto habitacional. (é inaceitável o cruzamento “ao invés de”)
A cerca de - a uma distância aproximada de: A Em vez de - em lugar de: Em vez de demitir dez
creche fica a cerca de vinte metros do prédio principal. funcionários, a empresa demitiu quarenta.
Há cerca de - faz aproximadamente (tanto
tempo): Há cerca de dois anos, nos deparamos com Evocar - lembrar, invocar: Evocou na palestra o
um caso semelhante; existem aproximadamente: início de sua carreira.
Há cerca de mil títulos na biblioteca do colégio. Invocar - pedir (a ajuda de); chamar, proferir:
Para alcançar seus objetivos, ele invocou a ajuda de Deus.
Acidente - acontecimento casual, desastre: A
demissão foi um acidente na sua vida profissional. A Cassar - tornar nulo ou sem efeito, suspender,
tempestade provocou vários acidentes. invalidar: O mandato do deputado foi cassado.

INEDI - Cursos Profissionalizantes • 25


TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

Caçar - procurar, perseguir, procurar, apa- Descrição - ato de descrever, representação,


nhar (geralmente animais): Ele participou da caça definição.
à raposa. Discrição - discernimento, reserva, prudên-
cia, recato.
Casual - aleatório, fortuito, ocasional: O encon- Despensa - local em que se guardam manti-
tro dos dois foi casual. mentos, depósito de provisões.
Causal - relativo à causa, causativo. Dispensa - licença ou permissão para deixar de
fazer algo a que se estava obrigado; demissão.
Cavaleiro - que anda a cavalo.
Cavalheiro - indivíduo distinto, gentil, Despercebido - que não foi notado, para o
nobre. que não se atentou: Apesar de sua importância, a
fala do ministro passou despercebida.
Censo - alistamento, recenseamento, Desapercebido - desprevenido, desacautela-
contagem. do: Ele embarcou totalmente desapercebido dos desa-
Senso - entendimento, juízo, tino: Ele possui bom fios que lhe aguardavam.
senso para solucionar os problemas que surgem.
Emergir - vir à tona, manifestar-se.
Cerrar - fechar, encerrar, unir, juntar: As Imergir - mergulhar, entrar, afundar (submergir)
janelas estavam cerradas.
Serrar - cortar com a serra, separar, dividir. Emigrar - deixar o país para residir em outro.
Imigrar - entrar em um país estrangeiro para
Cessão - ato de ceder: O documento de cessão de nele viver.
terras foi lavrado em cartório.
Seção - subdivisão de um todo, setor, re- Eminente (eminência) - alto, elevado, sublime.
partição, divisão: Em qual seção do tribunal ele Iminente (iminência) - que está prestes a
trabalha? acontecer, pendente, próximo.
Sessão - espaço de tempo que dura uma reu-
nião, um congresso, reunião, espaço de tempo Emitir (emissão) - produzir, expedir, publicar.
durante o qual se realiza uma tarefa: A próxima Imitir (imissão) - fazer entrar, introduzir,
sessão de cinema será às 14 horas. investir.

Chá - infusão. Empoçar - reter em poço ou poça, formar poça.


Xá - antigo soberano persa. Empossar - dar posse à, tomar posse, apode-
rar-se: O ministro será empossado no cargo, na pró-
Comprimento - medida, tamanho, extensão. xima segunda-feira.
Cumprimento - saudação.
Espiar - espreitar, observar secretamente,
Concerto - acerto, composição, harmo- olhar.
nização: O concerto de Guarnieri foi muito Expiar - cumprir pena, pagar, purgar.
aplaudido.
Conserto - reparo, remendo, restauração: Al- Flagrante - diz-se do ato que a pessoa é sur-
guns defeitos físicos não têm conserto. preendida a praticar: O bandido foi preso em fla-
grante quando furtava.
Cozer - cozinhar, preparar. Fragrante - que tem fragrância ou perfume;
Coser - costurar, ligar, unir. cheiroso.

26 • INEDI - Cursos Profissionalizantes


LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade I

Induzir - causar, sugerir, aconselhar, levar a: O Sustar - parar, interromper, suspender: O che-
réu declarou que havia sido induzido a praticar o crime. que foi sustado.
Aduzir - expor, apresentar: A defesa, então, adu- Suster - sustentar, manter; fazer parar, deter.
ziu novas provas em contrário. Taxa - imposto, multa, tributo.
Tacha - prego pequeno; mancha; defeito.
Inflação - ato ou efeito de inflar, emissão exage- Tachar - censurar, qualificar: O rapaz foi tacha-
rada de moeda, aumento persistente de preços. do de subversivo.
Infração - ato ou efeito de infringir ou violar Taxar - fixar a taxa de, regular, regrar: O im-
uma norma. posto sobre mercadorias foi taxado em 2%.
Tráfego - trânsito de veículos, percurso,
Infligir - cominar, aplicar (pena, repreensão, transporte.
castigo): O juiz infligiu uma pena leve ao réu, que Tráfico - ne gócio ilícito, comércio,
era primário. negociação.
Infringir - transgredir, violar, desrespeitar (lei, Trás - atrás, detrás, em seguida, após (cf. em
regulamento etc.): O motorista infringiu as leis de locuções: detrás, por trás)
trânsito. Traz - 3ª pessoa do singular do presente do
indicativo do verbo trazer.
Mandado - ato de mandar, ordem escrita ex- Vestiário - guarda-roupa; local em que se tro-
pedida por autoridade judicial ou administra- cam roupas.
tiva: mandado de segurança, mandado de prisão etc. Vestuário - as roupas que se vestem; traje.
Mandato - autorização que alguém confere a Vultoso - de grande vulto, volumoso: Ele pe-
outrem para praticar atos em seu nome; dele- diu uma quantia vultosa para fazer a perícia técnica.
gação, procuração: A duração do mandato do de-
putado é de dois anos.

Pós (prefixo) - posterior a, que sucede, após:


pós-moderno, pós-operatório.
Pré (prefixo) - anterior a, que precede, à fren-
te de, antes de: pré-primário, pré-modernista. Vultuoso - atacado de vultuosidade (conges-
Pró (advérbio) - em favor de, em defesa de: tão da face)
Meu parecer foi pró-eleições diretas. a) Veja quantas palavras parecem ter o mesmo
significado. Para ficar gravado na memória,
Recrear - proporcionar recreio, divertir, alegrar. pesquise e escreva abaixo o que significa “ho-
Recriar - criar de novo. nomínia”.
____________________________________
Repressão - ato de reprimir, contenção, ____________________________________
proibição. ____________________________________
Repreensão - ato de repreender, admoesta- ____________________________________
ção enérgica, advertência: O aluno foi repreendido ____________________________________
pelo professor. ____________________________________
____________________________________
Subentender - perceber o que não estava ex- ____________________________________
posto claramente. b) Repita o trabalho para gravar o que é “pa-
Subtender - estender por baixo. romínia”.
____________________________________
____________________________________
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

2.3.2. Outras recomendações na escolha dos fossem de linho egípcio. É melhor escrever: O
vocábulos artista fez exigências descabidas, pedindo diariamen-
te dois litros de uísque importado e toalhas de linho
Na elaboração de um texto técnico, pre- egípcio.
valecem alguns cuidados no uso dos vocábu-
los. Não se devem utilizar palavras de difícil Ambiente/meio ambiente - Prefira ambi-
compreensão, mas também não se pode per- ente ao pleonasmo meio-ambiente.
mitir que a língua falada interfira na língua escrita,
que são dois meios de comunicação diferen- Ano - sempre escreva sem ponto de milhar.
tes. A língua falada é mais solta, acompanhada Ex: 1998
de mímica e de entonação, elementos que, na-
turalmente, não aparecem na língua escrita. Jus- Bimensal - para qualificar algo que aconte-
tamente por isso devemos utilizar termos cla- ce duas vezes por mês, empregue quinzenal.
ros, evitando cacoetes de linguagem, chavões Não confunda com bimestral, que significa
e cacófatos, sob pena de empobrecer a reda- uma vez a cada dois meses.
ção. O uso da língua culta é obrigatório nos
textos de que tratamos. Além desses cuidados, Cacófato - Mesmo que os textos não sejam
devemos atentar, também, para o significado lidos em voz alta, evite a ocorrência de sons
correto dos vocábulos, de modo a não ocor- desagradáveis formados pela união das síla-
rer em deturpação de sentido do que quere- bas finais de uma palavra com as iniciais de
mos dizer. outra. Ex: conforme já, marca gol, confisca gado,
A seguir, apresentamos alguns vocábu- uma herdeira etc.
los que podem ser utilizados livremente, e ou-
tros, cujo uso convém ser evitado em algumas Cacoete de linguagem - Evite expressões
situações: pobres, repetidas à exaustão, perfeitamente
dispensáveis em textos técnicos. Ex.: via de
Admitir - não utilize como sinônimo de di- regra, até porque, sal da terra, rota de colisão, trocar
zer, declarar ou afirmar. Admitir significa acei- figurinhas, a toque de caixa, visivelmente emociona-
tar ou reconhecer fato em geral negativo: O do, bater de frente com, causar espécie, elevada esti-
ministro admitiu que a inflação pode voltar. ma e distinta consideração, avançada tecnologia,
carreira meteórica, longo e tenebroso inverno, a nível
Advérbio - evite começar períodos com de, aparar arestas, em nível de, luz no fim do túnel,
advérbios formados com o sufixo mente: Cu- erro gritante, consequências imprevisíveis, duras crí-
riosamente, o PT venceu as eleições. É melhor es- ticas, quebrar o protocolo, pergunta que não quer
crever: Ao contrário do que previam as pesquisas, calar, inflação galopante, lançar farpas, ataque ful-
o PT venceu as eleições. minante etc.

Alegar - Significa aceitar como prova, explicar e Cargo - escreva sempre com minúscula. Ex.:
desculpar-se. O aluno alegou que não fez a tarefa presidente, secretário, papa, deputado, desembarga-
porque estava doente. dor, juiz, promotor etc.

Além disso, além do que - melhor evitar. Cólera - quando significa raiva é palavra fe-
Geralmente pode ser substituído por e ou minina: Ela chegou ao limite da cólera. Quando
por um ponto. O artista fez exigências descabi- designa a doença, pode ser masculino ou fe-
das, pedindo diariamente dois litros de uísque im- minino. Ex.: O amor nos tempos do cólera (livro
portado. Além disso, exigiu que todas as toalhas de Gabriel García Marques).
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LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade I

Chefe da nação - use apenas quando se re- Meia-noite - Significa o horário que marca
ferir às sociedades tribais. Quando se trata o fim de um dia, não o começo de outro
de sociedades não tribais, como é a nossa, dia. O correto é escrever/dizer: A manifesta-
emprega-se chefe de Estado ou chefe de governo. ção começa à meia-noite de hoje.

Culminar - evite essa expressão como sinô- Norte/Sul - Use maiúscula somente quan-
nimo de terminar. Use-a apenas no sentido li- do se referir aos hemisférios, ou às regiões
teral, de chegar ao ponto mais alto: A parti- Norte e Sul do Brasil. Ex.: As chuvas têm cas-
cipação do Brasil nas Olimpíadas culminou na con- tigado a região Sul do país.
quista de um título importante para a natação.
ONG - Sigla de organização não-governa-
Disciplina - escreva sempre com minúscu- mental. Deve ser grafada em caixa alta
la: direito, ciências sociais, geografia, filosofia, por- (maiúsculas).
tuguês, matemática.
País - deve ser escrito com minúscula, mes-
E - evite começar frase com essa conjunção. mo quando se referir ao Brasil.
Ex: O ministro da economia anunciou o aumento
da contribuição do INSS. E, além disso, informou Ph.D - Abreviatura da expressão philosophi-
que a idade requerida para aposentadoria também ae doctor (doutor em filosofia). Com o uso ge-
será modificada. neralizado para outras áreas, traduz-se por
doutor.
Estado/estado - Utilize maiúscula para de-
signar conceito político ou unidade da Fe- Que - Evite em excesso, para tornar o texto
deração: o Estado de Goiás, golpe de Estado. mais elegante e conciso.
Quando significar situação ou disposição,
empregue minúscula: O meu estado de espírito Ressaltar - significa destacar, tornar sali-
está péssimo. ente. Não empregue como sinônimo de
dizer.
Falecer - Falecer é um eufemismo que signifi-
ca haver falta ou carência. Use a palavra morrer. Revelar - não utilize como sinônimo de di-
zer. Significa tirar o véu, desvelar.
Garantir - Não utilize como sinônimo de
dizer; garantir significa asseverar, responsabilizar- Salientar - não use como sinônimo de di-
se, afiançar. zer. Significa ressaltar, tornar saliente, distinto
ou visível.
Lembrar - Não deve ser utilizado como si-
nônimo de dizer. Válido - Só use no sentido restrito de ter va-
lidade, vigência: Essa promoção é válida somente
Linguagem coloquial - Utilize uma lin- até sexta-feira.
guagem próxima da coloquial, respeitan-
do a norma culta, escolhendo a expressão Viatura - o termo é um jargão policial; subs-
mais clara possível. O encarregado do almo- titua por carro de polícia.
xarifado não sabe quanto gastou na compra é
melhor que O encarregado do almoxarifado Essas considerações a respeito da ade-
não sabe precisar com exatidão o montante gasto quação vocabular serão complementadas sob
na transação comercial. o título Produção do texto técnico.
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2.4 – OS TEXTOS E SUA TIPOLOGIA


participe dos acontecimentos como
personagem, temos uma narrativa em terceira
Você, como leitor, já deve ter tomado
pessoa, na qual o narrador onisciente (aquele
contato com diversos tipos de textos, e suas
que tem ciência de tudo), “lê” os pensamentos
classificações. Temos textos poéticos e textos
e sentimentos do personagem, expressando seu
científicos, textos em verso e textos em prosa,
ponto de vista a respeito dos personagens e
textos religiosos e textos políticos, textos ver-
dos fatos relatados.
bais e textos não-verbais, textos publicitários,
Personagens: são os seres que vivem
e muitas outras formas de classificação.
os acontecimentos, participando ativamente
Na tradição escolar já se implantou uma
deles. O personagem principal é chamado pro-
classificação bastante útil para a leitura e a pro-
tagonista (você pode observar isso nas nove-
dução de textos. Trata-se da classificação dos
las, em que sempre há um personagem princi-
textos em narrativos, dissertativos e descritivos.
pal, o protagonista); aquele que se opõe ao
Ainda que, na maioria das vezes, não en-
protagonista é o antagonista (popularmente
contremos um texto puro, pois podemos encon-
denominado vilão).
trar num único texto elementos da narrativa, da
Ambiente: é o espaço, os cenários
dissertação e da descrição, passaremos a estudá-
onde transitam os personagens e onde os acon-
los, separadamente, de acordo com suas caracte-
tecimentos se desenrolam.
rísticas, ocupando-nos inicialmente da narração.
Tempo: é a época, o momento em que
se passam os acontecimentos.
TEXTO NARRATIVO
Para que fique mais clara a definição do
texto narrativo, exemplificaremos com este
O texto narrativo relata as mudanças
pequeno texto:
progressivas de estado que ocorrem com as
“Era uma vez dois irmãos. Um era oti-
pessoas e coisas através do tempo, existindo
mista, o outro, pessimista. Certa vez, no Natal,
sempre uma relação de anterioridade e poste-
ao abrirem seus presentes, os meninos encon-
rioridade. Na narração sempre se relata um
traram o seguinte: o pessimista tinha ganhado
fato, um acontecimento, do qual participam
uma bicicleta linda, de dez marchas, moderna
personagens. Aquele que conta, que narra o
e sofisticada. O otimista, ao abrir a linda cai-
acontecido é denominado narrador. Percebe-se
xa que recebera, deparou-se com um monte de
o predomínio das frases verbais, indicadoras
fezes de cavalo.
de um processo ou ação.
Disse então o pessimista:
Além da presença do narrador, do fato
Viu? Ninguém gosta de mim. Agora, com
relatado e dos personagens, a narração pode
certeza, mais cedo ou mais tarde, eu vou cair e
apresentar outros elementos, como:
quebrar a cabeça com essa bicicleta que corre
Enredo: o enredo é a estrutura da nar-
tanto...
rativa, o desenrolar dos acontecimentos, a tes-
Enquanto isso, o otimista já saíra correndo
situra dos fatos. Observe que o enredo se faz
para a rua, disparado, gritando:
normalmente de incidentes, de intriga, ou seja,
Cadê meu cavalinho? Cadê meu cavalinho
todo enredo está centrado em um conflito.
que ganhei no Natal?
Narrador: é quem narra os aconteci-
Tânia Zagury, O adolescente por ele mesmo.
mentos. Quando ele participa das ações como
5ª ed. Rio de Janeiro: Record, 1996, p. 93.
personagem, a narrativa é na primeira pessoa
(eu); nesse caso, tudo o que ficamos sabendo
É importante que você perceba que é
passa pelo olhar e interpretação do
comum encontrarmos, no corpo da narrativa,
personagem-narrador.Caso o narrador não
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LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade I

passagens descritivas, como ocorre no texto nada que indique progressão de um estado an-
acima, no qual o narrador descreve (mesmo terior para outro posterior. Se por acaso ocor-
que de forma sucinta) a personalidade dos per- rer essa progressão, o texto passa a ser um tex-
sonagens (os meninos). to narrativo. Veja um exemplo de texto des-
critivo:
TEXTO DESCRITIVO
Eis Brasília às seis da tarde. O trânsito
A descrição é o que chamamos de re- flui lentamente. As lojas comerciais baixam suas
trato verbal de objetos, pessoas, cenas ou am- portas. Pessoas lotam os pontos de ônibus. Os
bientes. Ela trabalha com imagens, permitindo bares colocam suas mesas nas calçadas, espe-
que o leitor visualize o que está sendo descri- rando os fregueses habituais. Pedestres atraves-
to. No entanto, a descrição não se resume a sam as ruas, apressados. Luzes pálidas inci-
uma simples enumeração de detalhes. É es- dem sobre os prédios e casas. Anoitece.
sencial que o autor, ao fazer uma descrição,
saiba captar o traço particular que diferencie Encontramos no texto características
o objeto ou ser descrito de todos os demais de um texto descritivo, pois:
objetos ou seres semelhantes. No caso de pes- São relatados vários aspectos de um lu-
soas, é fundamental um retrato que valorize gar (Brasília), num determinado tempo, que é
não somente a descrição física, mas também estático (seis da tarde);
a descrição psicológica. Tudo é simultâneo, não existindo pro-
A descrição possui, muitas vezes, um ca- gressão temporal entre os enunciados.
ráter subjetivo, pois ao fazer o retrato do perso- Uma observação final e importante é a
nagem, ele insere aí sua visão pessoal, o que de que dificilmente você encontrará um texto
não deve ser considerado um defeito, já que que seja exclusivamente descritivo. É frequente
sem essa subjetividade a descrição seria ape- encontrarmos trechos descritivos inseridos
nas um retrato frio e sem vida, uma fotografia. numa narração ou numa dissertação. Num ro-
Assim, em maior ou menor grau, o autor reve- mance, por exemplo, que é essencialmente um
la a impressão que ele tem daquilo que descre- texto narrativo, você perceberá várias passa-
ve, exceto nas chamadas descrições técnicas ou gens descritivas, de pessoas, objetos, persona-
científicas. gens ou ambientes.
Quando o autor, ao descrever, procura
mostrar uma imagem bastante próxima da re- TEXTO DISSERTATIVO
alidade, ele faz uma descrição objetiva. Mas, O texto dissertativo se caracteriza pela
como já mencionamos anteriormente, excetu- defesa de um ponto de vista, de uma ideia, ou
ando as descrições técnicas ou científicas, difi- pelo questionamento acerca de um assunto
cilmente você encontrará uma descrição em que determinado. Na dissertação, o autor traba-
a subjetividade esteja ausente. O que distingue lha com argumentos (o texto dissertativo é
uma descrição objetiva de uma descrição sub- um texto argumentativo), com dados, com
jetiva é o grau de interferência do sujeito (au- fatos, utilizando-os para justificar seu ponto
tor) na descrição. de vista.
Você deve observar, ainda, que o texto A dissertação é organizada em três par-
descritivo relata as características de um obje- tes distintas. São elas:
to ou de uma situação qualquer num certo Introdução - Na introdução você vai
momento estático do tempo, não existindo, explicar o assunto a ser discutido, apresentan-
obviamente, a anterioridade e posterioridade pre- do uma ideia, de um ponto de vista que você
sentes no texto narrativo, ou seja, não existe irá defender com argumentos.
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Desenvolvimento ou argumentação condição, causa e efeito, uma premissa e uma


- Nessa parte, você desenvolverá seu raciocínio conclusão etc.).
inicial, defendendo seu ponto de vista com ar- Para um melhor entendimento, observe
gumentos pertinentes, fornecendo dados, citan- os exemplos abaixo, de dissertação objetiva e
do exemplos, fazendo referências a pontos de dissertação subjetiva.
vista semelhantes etc.
Conclusão - Você dará um fecho que
comprove a ideia inicial e que seja coerente com
os argumentos apresentados, retomando a
ideia inicial.
A dissertação, tal como a descrição, pode
ser objetiva ou subjetiva. Nas dissertações objeti- a) Em poucas palavras descreva o que é um
vas, os argumentos são expostos de forma texto narrativo. Na narração sempre se relata um
fato, um acontecimento, do qual participam
objetiva e impessoal, com o texto escrito na ter- _____________________________________
personagens.
ceira pessoa, e o autor não se inclui na explana- _____________________________________
ção (desenvolvimento), facilitando, por parte
do leitor, a aceitação das ideias expostas. É o b) Repita a operação e registre o que é um tex-
que acontece, por exemplo, nos textos de ca- to dissertativo. O texto dissertativo se caracteriza pela
defesa de um ponto de vista, de uma ideia, ou
ráter científico, que requerem objetividade. Já _____________________________________
pelo questionamento acerca de um assunto
nas dissertações de caráter subjetivo, o autor _____________________________________
determinado. Na dissertação, o autor trabalha
se inclui na explanação, colocando seu ponto com argumentos
de vista e usando verbos na primeira pessoa, c) Você irá necessitar deste conhecimento du-
conferindo um cunho pessoal ao texto. rante toda sua vida. Portanto, defina abaixo o
Você já deve ter tido oportunidade de que vem a ser um texto descritivo.
constatar que a maioria dos concursos, inclusi- A descrição é o que chamamos de retrato verbal de objetos,
_____________________________________
pessoas, cenas ou ambientes.
ve o vestibular, propõe a produção de textos _____________________________________
dissertativos. Assim, você deverá produzir,
preferencialmente, uma redação objetiva, im-
parcial, escrita em terceira pessoa.
É importante considerar que, na disser-
tação, predominam os conceitos abstratos, ou
seja, as referências ao mundo real se dão por
conceitos amplos, de modelos genéricos. Nos
discursos dissertativos da filosofia ou da ciên-
cia, por exemplo, as referências ao mundo con-
creto ocorrem somente como recursos de ar-
gumentação, para ilustrar teorias gerais ou leis.
O texto dissertativo é basicamente cons-
tituído de enunciados de caráter abstrato que,
de maneira ampla e genérica, buscam organi-
zar vários fatos singulares e concretos.
Na dissertação não existe, em princípio,
uma progressão temporal entre os enunciados
(como ocorre na narração). No entanto, existe en-
tre os enunciados relação de natureza lógica,
ou seja, relações de implicação (o fato e sua
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LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade I

DISSERTAÇÃO SUBJETIVA Neste texto dissertativo, o autor não apa-


rece para o leitor como uma pessoa definida,
Nós, brasileiros, nos encontramos cada vez mais embora seja visível que ele esteja nos transmi-
descrentes com as instituições políticas do Bra- tindo sua visão pessoal sobre o assunto (lem-
sil. A cada ano que passa os problemas se avo- bra-se da função expressiva?); ele simplesmen-
lumam. Dentre os fatores que contribuem para te expõe o fato de forma objetiva e impessoal,
esse sentimento de desesperança, está o descaso conferindo ao texto um caráter imparcial, com
do governo com a educação, os baixos salários a utilização de verbos na terceira pessoa.
pagos aos professores, a incapacidade do governo
em brecar o processo inflacionário, a impunida- 2.5 – TEXTOS PUBLICITÁRIOS
de dos corruptos que têm saqueado os cofres pú-
blicos, e o descaso com a saúde pública. É necessário estudar em separado o tex-
Apesar de tudo, continuo defendendo a ideia de to publicitário, pela especificidade de sua re-
que o Brasil é um país que pode dar certo. Para dação, criatividade e originalidade. Nas funções
isso, é fundamental a participação da sociedade. da linguagem, você viu que a função conativa
(aquela que procura seduzir, convencer, envol-
Preste atenção no caráter subjetivo, pessoal ver) é bastante utilizada nos textos publicitári-
do texto, sobretudo no segundo parágrafo, quan- os. No entanto, o texto publicitário não utiliza
do o autor manifesta de forma inconteste o seu somente essa função, mas também a função
ponto de vista introduzido pela passagem continuo fática, a função poética e a função expressiva,
defendendo... No entanto, mesmo quando a disserta- jogando com as emoções, anseios, necessida-
ção é subjetiva, é melhor evitar construções do tipo: des, preconceitos e todo tipo de sentimentos
“Eu acho que”, “na minha opinião”, “no meu pon- do receptor de suas mensagens.
to de vista”, evitando redundâncias. Quem estiver Com o passar dos anos, a propaganda
escrevendo o texto (lógico!), não precisa marcá-lo tornou-se um meio poderoso de difusão dos
o tempo todo com pronomes de primeira pessoa. hábitos de consumo, não só de produtos, como
também de conceitos e ideias.
DISSERTAÇÃO OBJETIVA A redação publicitária é diferente das
outras, pois o redator vai utilizar a linguagem
“Mais do que diversão, os desenhos anima- (e também a imagem) de forma criativa, com
dos podem ser um eficiente instrumento peda- os vários níveis de linguagem para atingir um
gógico para transmitir valores éticos, morais e determinado público, obedecendo basica-
modelos de comportamento para as crianças. mente quatro regras: atenção, informação,
Por isso, eles deveriam ser incorporados por desejo e apelo.
professores à dinâmica da sala de aula, de modo O texto procura chamar atenção, fazer-
a suscitar discussões e estimular reflexões”. se notar (óbvio!), mas também informa o lei-
É o que defende um grupo de 12 pesquisa- tor/espectador/ouvinte sobre as qualidades
dores do Lapic (Laboratório de Pesquisa so- do produto anunciado, despertando a motiva-
bre a Infância, Imaginário e Comunicação), ção/desejo para a compra do produto anun-
um grupo multidisciplinar ligado à Escola de ciado e, finalmente, faz um apelo para que o
Comunicação e Artes da USP, coordenado pela comprador em potencial adquira aquele pro-
professora Elza Dias Pacheco, e que acaba de duto. Ex.: “Se fosse seu carro, você já teria
concluir a pesquisa “Desenho Animado na trocado” (texto publicitário de uma campa-
TV: Mitos, Símbolos e Metáforas”. nha da Brastemp, na qual aparece uma
Desenhos podem ajudar a aprender, antiquíssima máquina de lavar roupas, um texto
por Marta Avancini relatando as vantagens da nova Brastemp e
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ainda um bilhete sobre esse texto: “Brastemp cidade procura chamar a atenção pelo lado
Mondial, vai dizer que você ainda não tem?”). humorístico da situação.
A publicidade ainda explora o uso de
expressões da língua falada, objetivando criar Exemplos:
uma atmosfera de intimidade com o leitor. Em
um anúncio da Kibon, aparece o seguinte tex- “A gente nem tem roupa para receber o
to: “Vai morango aí, freguesa?”. Em outro, prêmio” (mensagem da revista Playboy, co-
o anúncio utiliza dois termos característicos da nhecida, sobretudo, pelas fotos de mulheres
imprecisão do código oral (treco e coiso) para nuas).
valorizar o produto anunciado: “Esse treco
serve pra você nunca mais esquecer o nome “Foi bombom para você também?” (anún-
daquele coiso.” (o produto anunciado era um cio do bombom Sonho de Valsa, da Lacta).
dicionário visual).
Outra característica facilmente compro- “Tem coisa melhor que ficar falada no
vada nos anúncios publicitários é o uso de fra- bairro?” (anúncio do jeans Di Paolucci, mos-
ses curtas, de adjetivos, o uso do verbo no im- trando os corpos de duas jovens vestidas
perativo, o uso da segunda pessoa, advérbios. com o jeans da marca).
Exemplos:
“Se alguém bater em você, chame a Todas as características do texto publi-
gente” (campanha do Bamerindus Seguros, re- citário obedecem a uma lógica pré-determina-
ferindo-se à batida de carros) da: o uso de adjetivos e advérbios procura cri-
“Não faça lipo. Faça aspiração” (cam- ar uma caracterização exagerada do produto
panha de Diet Shake, decompondo a palavra anunciado; a função apelativa (mais usada) se
lipoaspiração, para incentivar o consumo do destina a convencer o receptor; e, finalmente
produto) utiliza frases curtas, pois geralmente a mensa-
“Uma programação para quem é ta- gem é apresentada num espaço pequeno (pá-
rado por futebol – Se você é do tipo que fica gina de revista ou jornal), ou em um tempo
todo assanhado quando o assunto é fute- curto (intervalos comerciais de rádio e TV).
bol, então não pode perder a programação Quando se trata de um texto radiofôni-
da TVA” (anúncio de emissora de TV, mos- co, as repetições, principalmente do nome do
trando a foto de duas bolas de futebol dentro anunciante, são propositais. Quem elabora o
de um sutiã de renda). anúncio radiofônico sabe que os ouvintes es-
“Veja. Sinta. Tenha. Uma pele perfeita”. tão sempre trocando de estação, então a repe-
Lisa tição permite que a mensagem sempre seja cap-
Renovada tada, mesmo que pela metade.
Uniforme Segundo o pesquisador Jésus Martín Ri-
Equilibrada beiro, nossa sociedade constrói dia-a-dia a ima-
Suave” (anúncio do creme Idealist, de gem que cada um tem de si. Para ele, a publici-
Estée Lauder) dade é um espelho, apesar de bem deformado,
pois a imagem do lado de lá é muito mais bela
Nos textos publicitários é comum o uso que a imagem do lado real.
da ambigüidade, da dubiedade de sentido nas O poder da publicidade, atualmente,
frases, que na publicidade passa a ser uma qua- não se restringe a convencer o consumidor a
lidade, o que não ocorreria, naturalmente, num adquirir determinado produto, mas também a
texto técnico. Quando utiliza palavras que ofe- idealizar modelos estéticos, sexuais e compor-
recem dupla possibilidade de leitura, a publi- tamentais. O receptor da mensagem quer ter a
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LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade I

beleza, a ousadia, a sensualidade dos modelos


que vê nas telas ou nos outdoors.

a) Pense, pesquise e escreva abaixo quais as prin-


cipais características de um texto publicitário.
______________________________________
______________________________________
______________________________________

b) Continue o estudo e diga qual a lógica pré-


determinada dos textos publicitários.
______________________________________
______________________________________
______________________________________

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LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade II

Unidade
II

Ø Identificar os tipos de texto técnico;


Ø Reconhecer as características básicas de um texto técnico;
Ø Produzir textos Técnicos comuns na área de transação imobiliária –
carta comercial, ofício, requerimento, relatório.

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LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade II

3. TEXTO TÉCNICO Cognatismo é a repetição da raiz, en-


feixando palavras da mesma família.
3.1 – A ORGANIZAÇÃO DO TEXTO
TÉCNICO Ex.: Infelizmente, o rapaz se aborreceu com a feli-
cidade dos irmãos, que foram felicitados pelos feli-
Entende-se como redação técnica textos zes amigos.
que se destinam a informações sobre o uso de
alguma norma ou instrução. A redação técnica Pleonasmo é a repetição de ideias que
se divide em oficial, comercial e científica. A re- tornam a frase redundante.
dação oficial se refere às comunicações oficiais
emanadas do Poder Público (ofício, exposição Ex.: Nós vamos voltar para trás. /Vi com estes olhos
de motivos, aviso, memorando oficial etc.); a que a terra há de comer./ Existe um elo de ligação
redação comercial é a utilizada no comércio e na entre eles./ Ela teve uma hemorragia de sangue.
indústria (cartas comerciais, memorandos, circu-
lares); e, na redação científica, se incluem as dis- Repetição de palavras: É muito comum o
sertações, os ensaios, as monografias, os relatórios, excesso do que, do se e dos pronomes pessoais
os manuais de instrução, as descrições e narra- no interior do discurso. Para corrigir essa fa-
ções técnicas propriamente ditas, as teses etc. lha, devem-se reorganizar os períodos ou subs-
Já o termo redação empresarial é utilizado tituir as palavras.
para designar a reunião de duas áreas, comer-
cial e bancária. Ex.: Solicito que me remeta o relatório de produção,
No que se refere à linguagem, os docu- que são necessários para que eu possa estabelecer as
mentos técnicos apresentam características novas metas que me foram propostas.
básicas: ela deverá ser clara, harmônica e obje-
tiva, procurando oferecer comodidade ao des- Simplificando: Solicito a remessa dos rela-
tinatário, elemento fundamental da comunica- tórios de produção, necessários para o estabelecimento
ção técnica. Essa modalidade de redação deve das novas metas que me foram propostas.
possuir o que chamamos qualidade de estilo,
constituída pelos seguintes elementos. Ex.: Eu necessito de uma resposta urgente, para
Harmonia - A harmonia é responsável que eu possa implantar novas medidas de seguran-
pela sonoridade do texto; ele deve ser organi- ça, que eu acho imprescindíveis.
zado de modo a não ferir os ouvidos do leitor. Ex: Necessito de uma resposta urgente, para im-
Para isso, é necessário que se evitem elementos plantar as novas medidas de segurança, que são im-
que, embora sejam considerados qualidades na prescindíveis.
linguagem literária, prejudicam a linguagem
técnica. Dentre esses elementos nocivos à lin- Cacofonia – É a junção de palavras, pro-
guagem técnica, podemos citar: duzindo um som desagradável.
A repetição - que apresenta um todo
gradativo, iniciando-se pela gradação, seguida Ex.: Mande-me já a encomenda. Nunca ganhei
das rimas, de cognatismo e de pleonasmos. tantos presentes.
A rima é a repetição da sílaba no interi-
or ou final de vocábulos, sendo mais comum a Eco – Consiste na repetição de um som
rima na sílaba final. numa sequência de palavras.

Ex.: O diretor chamou, com horror, o coordenador Ex.: O resultado da votação não causou como-
e o professor que me falaram ontem sobre o amor. ção na população.
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Para facilitar a compreensão da orga- esquerda e dois espaços abaixo do índice e


nização de um texto técnico, colocaremos, aqui, número, ou localizar-se do lado direito abaixo
algumas normas da ABNT para elaboração de da data, desde que não ultrapassem a metade
documentos técnicos. da folha. Na carta sua utilização segue os mes-
mos critérios do ofício. Lembrando que o tex-
TIMBRE – Quanto aos ofícios, deverá to deverá ser breve e objetivo, fazendo com
constar sempre na parte superior dos docu- que o destinatário identifique logo o assunto a
mentos de comunicação, visando a identifica- ser tratado.
ção do órgão emissor, Deverá estar em posi-
ção horizontal, no meio da folha, a 1,5 cm da VOCATIVO – No ofício deverá locali-
borda e, existindo brasão ou logotipo, este zar-se a 5 cm da margem esquerda e a três espa-
poderá ficar em posição vertical rente à mar- ços duplos da referência ou da ementa. O trata-
gem direita ou esquerda. Na elaboração de mento recomendado deverá ser de acordo com
carta, considera-se o mesmo princípio e deve- o cargo ou função do receptor, seguido por dois
rá ter as mesmas características do ofício. Nos pontos. Na carta, o vocativo segue o mesmo
memorandos não há necessidade, em função esquema do ofício, sendo que se existir um rela-
de ser um documento interno no qual todos cionamento maior entre o remetente e o desti-
que o emitem ou recebem estão inseridos no natário, o vocativo pode vir precedido da pala-
mesmo contexto de trabalho ou órgão. vra ‘prezado’. Ex.: Prezado Senhor.

ÍNDICE E NÚMERO – No ofício são TEXTO – Tanto no oficio quanto na car-


colocados a 2,5 cm da margem esquerda; é ta, inicia-se com parágrafo a 5cm do vocativo,
normal que se separe o índice do número por sendo o objeto do documento, e apresenta
um traço diagonal (/), sendo que o número e abertura, desenvolvimento e fecho. O pri-
o ano são separados por um hífen (-).Ex.: Ofí- meiro parágrafo e o fecho não são enumera-
cio nº ABNT/408-01, isto é, ofício número dos. Os demais se enumeram para facilitar a
408 do ano de 2001, expedido pela ABNT. localização do assunto por parte do destinatá-
Quanto ao índice e número de uma carta, deve- rio à eventual pesquisa.
se colocar as iniciais do órgão ou setor a ele
vinculado da mesma forma que no ofício, tam- FECHO – Em caso de oficio ou carta o
bém do lado esquerdo alinhado à data. Alguns fecho não é numerado. É alinhado ao parágra-
preferem que estes dados se posicionem no fo, ficando a dois espaços duplos deste último,
lado superior direito, visando facilitar a pro- ou sob fórmula de cortesia. Ex.: Atenciosa-
cura da mesma quando arquivada. mente.

LOCAL E DATA – Tanto no ofício, ASSINATURA – Nos três casos (ofício,


quanto na carta, devem ser alinhadas ao índice memorando e carta) fica a 4 cm abaixo do
e número, do lado direito, devendo conter lo- fecho, contendo o nome e o cargo do signatá-
cal, dia, mês e ano da sua expedição. É impor- rio sem sublinhar o local da assinatura.
tante que se escreva por extenso o nome do
mês; e, quanto ao ano, não é conveniente que ANEXOS – Também nos três casos fi-
se separe por ponto o milhar da centena nem cam a dois espaços da assinatura e a 2,5cm do
abreviá-lo. lado esquerdo da margem do papel.

REFERÊNCIA OU EMENTA – No ENDEREÇAMENTO – Na carta é tam-


ofício deve ser alinhadas a 2,5 cm da margem bém chamado de endereço interno, e posto
40 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade II

junto à margem esquerda do papel a 2,5 cm, c) Para aumentar seu nível de conhecimentos,
localiza-se abaixo do índice e do número da responda como deve ser o fecho de um ofício,
carta a um espaço e meio, e deverá ser idêntico de um memorando ou de uma carta.
ao constante no envelope. Ocupa geralmente ___________________________________________
de três a cinco linhas sempre dispostas em blo- ___________________________________________
cos; observe a grafia correta do nome ou ra-
zão sociais, a fim de evitar constrangimentos. d) E no ofício, que cuidado deve-se ter em re-
No ofício, localiza-se na parte inferior esquer- lação ao transporte da mensagem para uma
da a 2,5cm da margem esquerda do papel, se- eventual segunda página?
guindo-se o mesmo critério da carta quanto à ___________________________________________
sua disposição em efeito de blocos e ocupa de ___________________________________________
duas a três linhas.

INICIAIS DO REDATOR E DO DIGI-


TADOR – Nos três casos (carta, ofício, me-
morando) a 2,5cm da margem inferior, sendo
que no memorando não são necessárias as ini-
ciais do redator.

TRANSPORTE DA MENSAGEM –
No oficio devem-se transportar pelo menos
duas linhas, deixando o endereçamento na pri-
meira folha e transporta-se o restante dos ele-
mentos, não sendo necessário o transporte do
timbre e indica-se com o número da folha.
Repete-se o índice e o número; sua localização
fica a 2,5cm da margem esquerda, a 2,5 cm do
todo da folha ou 2,5cm abaixo do timbre se
esse o tiver. Na carta também com duas linhas,
sendo que todos os elementos que lhe sucedem
são transportados.

a) Vamos voltar ao início do parágrafo e ler mais


uma vez como se divide a redação técnica?
___________________________________________
___________________________________________

b) E os documentos técnicos? Quais devem ser


suas características básicas?
___________________________________________
___________________________________________
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 41
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

3.2 – A UNIDADE DO PARÁGRAFO Exemplo de falta de unidade no texto:


O brasileiro tenta mostrar que a corrida ar-
Coesão e Coerência mamentista que se trava entre as grandes potências é
uma loucura. As telenovelas têm mostrado cenas
Embora a correção gramatical seja uma gravadas em lugares paradisíacos.
qualidade muito importante no que se reporta Exemplo de texto com unidade:
às qualidades do estilo, uma redação absoluta- Uma das utilidades do vinho, além de tornar a
mente correta do ponto de vista gramatical conversa do outro mais agradável, é impressionar os
pode se mostrar inaproveitável. Problemas convivas. Para isso, um velho truque é decorar o nome
decorrentes de falhas na estruturação da frase, de uma uva, chamar o garçom e pedir, com ar blasé:
da incoerência de idéias, da falta de unidade e “Vê o melhor chardonnay que você tiver aí”.
de ênfase podem invalidar uma composição. No primeiro caso, percebemos facilmen-
A unidade do parágrafo é conseguida te que a ideia principal é a corrida armamen-
quando dizemos uma coisa de cada vez, des- tista travada entre as grandes potências. No
prezando o que não é essencial ou não se rela- entanto, não existe nenhuma relação entre a
ciona com a ideia predominante no parágrafo ideia principal e a secundária (as cenas paradi-
(tópico frasal, ou ideia-núcleo), que estabelece síacas mostradas nas novelas).
uma relação clara entre a ideia principal e a se- Seria possível, entretanto, estabelecer
cundária. Quando o texto é redigido de modo uma relação entre a ideia principal e a secun-
claro, coerente e objetivo, a margem de erros dária pela partícula se. Teríamos então:
gramaticais é mínima, não comprometendo a O brasileiro tenta mostrar que a corrida arma-
eficácia da redação. mentista que se trava entre as grandes potências é uma
Por coerência entende-se a relação entre a loucura. Se não colocarmos um ponto final nessa situa-
ideia predominante e as secundárias. ção, em caso de conflito até mesmo os lugares paradisí-
Exemplo de texto coerente: A manhã era acos mostrados nas telenovelas podem acabar desapa-
clara e luminosa. Eu podia enxergar claramente a recendo.
paisagem ao redor, as árvores, os animais, os tons cla- Outras formas para garantir a unidade no
ros e escuros provocados pelas sombras das árvores e parágrafo:
pelos raios de sol que se infiltravam por entre os galhos.
Exemplo de texto incoerente: A manhã era 1. Sempre que possível, usar tópico frasal
clara e luminosa. A forte neblina e o céu en- explícito:
coberto por nuvens escuras só me permitiam dis- Ex: O arcadismo tem um espírito nitidamente re-
tinguir vagamente a sombra dos animais e das árvores. formista. Ele pretende reformular o ensino, o com-
Conquanto a unidade e a coerência possu- portamento social, os hábitos, constituindo uma
am características próprias, quase sempre a falta manifestação artística de um novo tempo e de uma
de uma ocasiona a ausência da outra. A unida- nova ideologia. Em Portugal, essas mudanças se
de, como já mencionado, pode ser alcançada fazem sentir desde o começo do século.
mediante a atenção que se dá ao tópico frasal,
ou seja, a ideia-núcleo do parágrafo, tendo o 2. Evite os pormenores impertinentes, as re-
cuidado de não acrescentar, nas ideias secun- dundâncias e as acumulações:
dárias, termos que tão tenham ligação com o Ex: Um dos mais movimentados e agitados centros
tópico frasal. Ou seja, a unidade é conseguida financeiros do mundo todo, Zurique, também famosa
quando se tem, em todo o texto, uma só ideia e conhecida por seus gostosos chocolates, cujo sabor é
predominante. A relação entre a ideia princi- inesquecível, e também mundialmente conhecida por
pal e as secundárias deve ser indicada de ma- seu comércio especializado em artigos caros, finos e
neira clara. requintados, além de possuir uma paisagem de cartão
42 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade II

postal, uma das mais belas da Suíça, tem atraído A reformulação do texto, consideran-
ultimamente um grande número de pessoas doentes que do apenas as ideias mais importantes, ficaria
decidem pôr fim à própria vida, na Dignitas, uma assim:
ONG que pratica a eutanásia legalmente. O governo Federal se empenha arduamente em
acabar com a fome através do projeto Fome Zero. No
O período acima é prolixo e centopeico entanto, muitos obstáculos, como a burocracia e a falta
(longo, caudaloso). Os pormenores excessivos, de participação da sociedade, entravam o projeto.
grifados no texto, são dispensáveis, não servin- Ora, uma divisão de tarefas e uma participação
do de reforço à ideia-núcleo (“Em Zurique, pes- mais ampla e direcionada da sociedade seriam funda-
soas doentes decidem pôr fim à própria vida”). mentais para o bom resultado do projeto. Entretanto,
Eliminando os pormenores e redundân- os representantes de diversos setores da sociedade vêm
cias, teríamos: falhando lamentavelmente, em virtude de uma falta de
Um dos mais movimentados centros financeiros do conscientização coletiva.
mundo, Zurique, além de possuir uma paisagem de car- Embora se possa colocar em parágrafos
tão postal, tem atraído ultimamente um grande número de diferentes ideias igualmente importantes, a
pessoas doentes que decidem pôr fim à vida na Dignitas, ideia-núcleo não deve ser fragmentada em vá-
uma ONG que pratica a eutanásia legalmente. rios parágrafos.
Frases entrecortadas prejudicam a uni- Ex:
dade do parágrafo. Selecione as mais impor-
tantes, transformando-as em orações principais Nas últimas semanas, o tráfico de drogas
de períodos curtos. produziu duas notícias chocantes.
Ex: Levantei-me cedo hoje de manhã. Eu tinha Um pai de família acabou por matar a tiros
perdido o guarda-chuva. O ônibus demorou a passar. um filho dependente, quando ele tentava vender
Eu fiquei ensopada. Eu apanhei um bruto resfriado. a TV da família para comprar cocaína.
Reformulação: A mãe do rapaz disse: “Era ele ou nós,
Levantei-me cedo hoje. Como tinha perdido o não havia outra alternativa”.
guarda chuva e o ônibus custasse a passar, fiquei enso- A mãe do rapaz foi ouvida por Débora
pada e apanhei um bruto resfriado. Abreu, da sucursal de Fatos, no Rio de Janeiro.
Coloque em parágrafos diferentes ideias Semanas antes, em São Paulo, um pai
igualmente importantes, relacionando-as atra- matou o filho caçula pelo mesmo motivo.
vés de expressões que deem ideia de transição: “Foi uma reação inevitável”, disse o irmão
Ex: O governo Federal se empenha ardua- da vítima em entrevista a Luiz Ortiz, de Fatos.
mente em acabar com a fome, por meio do Projeto
Fome Zero. Muitos obstáculos, no entanto, entravam Reformulando o texto:
o projeto, impedindo uma ação mais eficiente. A par-
ticipação hesitante da sociedade, as dificuldades bu- Nas últimas semanas, o tráfico de drogas
rocráticas que impedem que os recursos cheguem ao produziu duas noticias chocantes. Um pai de
seu destino são fatores difíceis de serem contornados. família acabou por matar a tiros um filho de-
Todos sabem que uma divisão de tarefas, com a par- pendente quando ele tentava vender a TV da
ticipação das associações de bairros, que passariam a família para comprar cocaína. “Era ele ou nós,
fiscalizar o desperdício de alimentos, campanhas de não havia outra alternativa”, disse a mãe, ouvi-
mobilização em prol do mesmo objetivo, seriam fun- da por Débora Abreu, da sucursal de Fatos, no
damentais para o bom resultado do projeto. Os repre- Rio de Janeiro. Semanas antes, em São Paulo,
sentantes de diversos setores da sociedade vêm falhan- um pai matou o filho pelo mesmo motivo. “Foi
do lamentavelmente, em virtude de uma falta de cons- uma reação inevitável”, disse o irmão da vítima
cientização coletiva. em entrevista a Luiz Ortiz, de Fatos.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 43
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

Resumindo: para conseguir unidade atra- 3.3 – A PRODUÇÃO DO TEXTO


vés da estrutura do parágrafo, você deve: TÉCNICO
Atentar somente para o essencial, colocan-
do de modo claro a ideia em tópico frasal. A redação de um texto técnico não con-
Não se afastar da ideia predominante figura um bicho-de-sete-cabeças. Os critérios
expressa no tópico frasal, passando, por des- que a regem são os mesmos que regem qual-
cuido, para outro assunto totalmente alheio ao quer outro tipo de composição (clareza, coe-
que se propôs discutir. rência, objetividade, ordenação lógica, corre-
Evitar a acumulação de pormenores ou ção gramatical, etc.). Sua estrutura e estilo apre-
fatos que se sobreponham à ideia-núcleo. sentam, entretanto, algumas características pró-
Usar os conectivos de transição e pala- prias, obedecendo a um padrão mais ou me-
vras de referência para fazer uma relação entre nos comum, no qual predominam a objetivi-
as frases ou os parágrafos, para dar coerência dade, a eficácia e a clareza. Qualquer redação
e, consequentemente, unidade ao texto. que deixe em segundo plano o feitio artístico
Evitar as digressões (desvios de rumo ou da frase (lembra-se da função poética e da lin-
de assunto) impertinentes ou irrelevantes, ou guagem literária?) pode ser considerada uma
seja, que não sirvam à fundamentação das ideias redação técnica.
desenvolvidas. Para comprovar o que foi dito acima,
veja as características sempre presentes em uma
redação técnica:

Impessoalidade, para evitar a duplicidade de


interpretações, que poderia ocorrer em um
texto mais pessoal;
a) Para ficar melhor ainda, descreva as diferen-
ças entre coesão e coerência. O uso do padrão culto de linguagem, pas-
________________________________________ sível de um bom entendimento, evitando
________________________________________ vocábulos de uso restrito, como a gíria e o
jargão;

Formalidade e padronização, possibilitando


uma uniformização dos textos;

A concisão, para excluir do texto os exces-


sos linguísticos que nada lhe acrescentam;

Quanto à forma (partes que compõem o tex-


to), ela é praticamente a mesma em diversos
tipos de textos técnicos. Como exemplo,
especificamos a seguir as partes que com-
põem a carta empresarial, utilizáveis em
qualquer outro tipo de carta técnica.

1 – Cabeçalho:
Timbre
Índice e número
44 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade II

A data São colocados preferencialmente no canto su-


A linha de atenção perior esquerdo do papel, na mesma altura da
A referência ou assunto data.
Vocativo DATA – Indicação do lugar, dia, mês e
Obs: a linha de atenção é utilizada quan- ano em que se expede a carta.
do se deseja que a correspondência seja aberta Ex.: São Paulo, 29 de abril de 2003.
por determinado funcionário, que deverá en-
carregar-se do assunto da carta. Indica-se o ENDEREÇO – Também chamado de
nome da pessoa e/ou do departamento a que endereço interno, o endereço compreende o
se deseja encaminhar especificamente a corres- nome (pessoa física) ou a razão social (pessoa
pondência. jurídica) e o endereço do destinatário. Geralmen-
te é colocado na margem esquerda do papel,
2 – Texto: logo abaixo do índice e do número da carta,
É o corpo da carta, compreendendo a devendo ser idêntico ao endereço externo (cons-
introdução, o desenvolvimento e a conclusão. tante no envelope), disposto em bloco, ou seja,
todas começando junto à margem esquerda.
3 – Fecho:
O fecho compreende: Ex.: Senhores
A despedida (a fórmula de cortesia) Paolucci & Ramos S/A
A assinatura Avenida Amendoeiras, 348
As iniciais (de quem redigiu ou ditou a 95600-000 Americana – SP
carta; em seguida as de quem a transcreveu ou
digitou, separando-as por dois pontos (:), por Senhor Prof.
diagonal (/) ou por hífen (-) Carlos Meira
As indicações de anexos Av. Cândido Mendes, 890
O aviso de cópias 87900-000 Passo Fundo - RS
O pós-escrito (acréscimo de alguma(s)
frase(s) a uma carta depois de esta ter sido re- Obs.: em alguns casos, além do nome do
digida no seu formato original. A abreviação destinatário, coloca-se o cargo que ele ocupa
usada é P.S. (“post scriptum”) na empresa. Atualmente, é de praxe omitir, na
Detalhando as partes da carta, temos: correspondência estritamente comercial, o tra-
tamento e o título profissional do destinatário,
TIMBRE – O timbre contém o nome iniciando-se diretamente pelo seu nome civil.
da empresa, o endereço completo da
mesma,número de telefone e fax, e indicação Ex.: Carlos Antônio da Silva
de filiais, agências etc. Avenida Paulista, 132
40309-000 São Paulo – SP
ÍNDICE E NÚMERO – Empregado
apenas quando a correspondência da empresa LINHA DE ATENÇÃO – Pode ser coloca-
é descentralizada, indicando o setor ou depar- da dentro do endereço, após o nome da em-
tamento que está expedindo a carta. Em segui- presa, de forma abreviada ou por extenso.
da ao índice, aparece o número de ordem da
carta; como a numeração é reiniciada a cada Ex.: Tecelagem Avenida S/A
ano, ela é seguida pelo número indicativo do At. Luiz Bertolucci
ano.Ex: DC/105-03 (Carta nº 105, de 2003, Avenida Bento Gonçalves, 304
expedida pelo Departamento de Cobrança). 78 501-000 Silvânia – GO
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 45
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

Metalúrgica Simões S/A Em uma carta em que exista um relaci-


À atenção do Sr. Iran Mendes – Dep. onamento mais íntimo entre o remetente e o
Financeiro destinatário, devido a uma correspondência
Travessa Iracema, 345 mais assídua, o vocativo pode vir antecedido
95070-000 Caxias do Sul – RS do termo prezado.
Ex.: Prezado Senhor:
REFERÊNCIA OU ASSUNTO – É a síntese Quando existe um grau ainda maior de
do conteúdo da carta. Ela aparece, tradicio- amizade entre o remetente e o destinatário, o
nalmente, entre o endereço e o vocativo, a igual vocativo passa a ser nominal.
distância dos dois, junto à margem esquerda, Ex.: Prezado Senhor Antônio
ou do meio em direção à margem direita, de- Em cartas de caráter muito formal, diri-
pendendo do estilo de disposição da carta no gida a autoridades, o vocativo é antecedido do
papel. Ela pode ser precedida de abreviatura tratamento convencional.
Ref., ou não. Ex.: Excelentíssimo Senhor Presidente
do Congresso Nacional
Ex.: Brahms & Cia. Ltda. É importante observar que em comuni-
Caixa Postal 683 cações mais formais, o tom da carta deve cor-
82911-000 Petrópolis – RJ responder à formalidade do vocativo utiliza-
do. Por outro lado, quando existe um grau
Ref. Pedido nº 34-99 maior de intimidade, pode existir um menor
grau de formalidade.
Prezados Senhores O vocativo pode vir precedido de pon-
tuação (:), ou não, conforme o estilo da carta,
Indústria de Móveis Meireles Ltda. não existindo normas rígidas sobre o assunto,
Rua Arapongas, 256 coexistindo perfeitamente três estilos de pon-
98743-000 Goiânia - GO tuação: pontuação aberta, pontuação fechada,
pontuação mista (na qual somente o vocativo
Prazo de entrega de móveis (:) e a despedida (,) serão pontuados). Veja
exemplos em “Aspectos da Redação Técnica”.
Prezados Senhores Obs. Ao final deste tópico, você encon-
trará uma lista com as formas de tratamento
Obs. Em certos casos, não é reco- mais usadas e seus respectivos usos.
mendável que se use referência na carta,
pois a antecipação do conteúdo pode
deixar o destinatário desmotivado para
ler a carta. Ex.: uma carta de pedido de
emprego, aumento de salário etc.

VOCATIVO – o vocativo é a saudação de


cortesia dirigida ao destinatário, antes de pas- a) Registre aqui quais as características sempre
sar ao texto da carta. Não é recomendável que presentes de um texto técnico.
se abrevie qualquer dos termos do vocativo. _______________________________________
O vocativo pode se limitar ao pronome de tra- _______________________________________
tamento, ou ser acrescido do cargo ou função _______________________________________
do destinatário. _______________________________________
Ex.: Senhores Senhor Gerente _______________________________________
46 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade II

3.3.1. O texto da carta empresarial

O texto é a parte que contém a mensa-


gem a ser transmitida. Ele se divide em três
partes: a introdução, o desenvolvimento e a conclusão
(ou encerramento).
Nas cartas rotineiras, a introdução é só a
entrada no assunto.
Desenvolvimento – A finalidade do de-
senvolvimento é expor claramente ao destina-
tário o assunto da carta. O assunto deve ser só
um, sendo preferível redigir várias cartas, quan-
do existirem muitos assuntos a serem tratados
em diferentes departamentos.
Encerramento (ou fecho) – É o parágra-
fo que finaliza o texto (ou corpo da carta).
Pode-se englobar, no encerramento, a fórmu-
la de cortesia da carta, principalmente em co-
municações mais rotineiras.
Eis algumas fórmulas padronizadas de
cortesia:
Aproveito a oportunidade para renovar
a V. Exa. os meus protestos de respeito.
Aproveito a oportunidade para apre-
sentar a V. Sa. os protestos de minha consi-
deração.
Antecipamos nosso agradecimento pe-
las providências que forem tomadas.
Subscrevemo-nos atenciosamente.
Atenciosas saudações.
Servimo-nos do ensejo para apresentar
a V. Exa. nossos protestos de elevada estima e
distinta consideração.

3.3.2. O planejamento do texto da carta

Para uma carta ser considerada bem es-


crita é preciso que o remetente conheça o
assunto sobre o qual versa a carta, para po-
der expressá-lo com clareza. É imprescindí-
vel, ainda, um bom conhecimento de elemen-
tos como: adequação vocabular, pontuação,
correção da linguagem, estrutura da frase
etc. Além desses requisitos, o planejamento
do texto da carta é de grande ajuda para o
redator.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 47
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

Os passos a serem seguidos são os se- RASCUNHO E REVISÃO


guintes: Concluídas as etapas mencionadas, far-se-á
um rascunho da carta, no qual será verifica-
CONCEBER O ASSUNTO do se a carta obedece às qualidades de clare-
É neste momento que surge a necessidade za, eficiência, objetividade, se a unidade do
da carta, que pode ser uma proposta de texto está garantida com conectivos adequa-
compra, um cancelamento de pedido, um dos, se não existe nenhuma contradição ou
pedido de mercadorias. Quando o assunto falta de lógica no texto (incoerência). Deve
da carta é concebido por outra pessoa que ser verificado também se o pronome de tra-
não o redator, esta se ocupa do levantamen- tamento é adequado à pessoa a quem se di-
to de dados. rige, e se o vocativo e o fecho (incluindo a
fórmula de cortesia) seguem o mesmo tom
LEVANTAMENTO DE DADOS (mais formal ou menos formal). A revisão
Neste passo, reúnem-se as informações so- deve eliminar os elementos desnecessários,
bre o que deverá ser especificado na carta, as redundâncias, verificar se o texto utiliza a
como preços, condições, forma de pagamen- norma culta, se a ortografia e a pontuação
to, dados pessoais, estoque, prazo para pa- estão corretas, se o objetivo está devidamen-
gamento etc. Esses dados deverão ser ano- te enfatizado, e outros itens que se fizerem
tados à parte, para consulta quando da con- pertinentes.
secução da carta.
REDAÇÃO DEFINITIVA
SELEÇÃO DOS DADOS Após todos esses cuidados, feitas as corre-
Após a pesquisa para levantamento de da- ções necessárias, passa-se à redação definiti-
dos, selecionam-se os que devem ser utiliza- va do texto.
dos na carta, segundo o objetivo da corres-
pondência. Se a carta se destina a atender so-
licitações, deve responder ao estritamente
solicitado. Se o objetivo da carta for solici-
tar algo ao destinatário, ela deve ater-se a esse
assunto, visto que uma das características da
redação técnica é a objetividade, não caben- a) E na hora de escrever uma carta? Em quan-
do assim, menção a fatos externos ao assun- tas e quais as partes se divide o texto de uma
to tratado e com o qual não tenham nenhu- carta?
ma relação. ________________________________________
________________________________________
ORDENAÇÃO DE DADOS ________________________________________
Selecionados os dados, eles deverão ser or- ________________________________________
denados, ou seja, colocados em sequência, o
que, sem dúvida facilitará a compreensão. A b) Para que se faça uma boa redação, responda
ordenação dos dados facilita a divisão da carta quais as etapas anteriores à redação definitiva
em parágrafos, de acordo com os diferentes de um texto.
aspectos de um mesmo assunto. Assim, em ________________________________________
uma carta em que se solicitam várias provi- ________________________________________
dências, deve ser colocada primeiramente a ________________________________________
providência inicial, seguidas das outras, que ________________________________________
virão especificadas em cada parágrafo. ________________________________________
48 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade II

Datilografia ou digitação instrumentos para redigir uma carta empresa-


rial. Mais à frente, ao estudar mais detalhada-
Nesta etapa, a única preocupação é com mente os aspectos do texto técnico, você en-
a apresentação da carta, que deve possuir uma contrará modelos de diversos tipos de carta.
estética impecável, valorizando o texto. Neste item, acrescentamos as formas de trata-
De posse destas informações, você já tem mento que você poderá utilizar.
TÍTULO FORMAS DE TRATAMENTO SUBSCRIÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA
Almirante Sua/Vossa Excelência Exmo. Sr. Almirante
Arcebispo Sua/Vossa Excelência Exmo. e Revmo. Dom, Reverendíssima
Bispo Sua/ Vossa Excelência Exmo. e Revmo. Dom.
Brigadeiro Sua/Vossa Excelência Exmo. Sr. Brigadeiro
Cardeal Sua/Vossa Eminência Exmo. e Revmo. Cardeal
Cônego Sua/Vossa Reverendíssima Reverendíssima (ou Eminência) Revmo. Sr. Cônego
Cônsul Sua/Vossa Senhoria Ilmo. Sr. Cônsul
Coronel Sua/Vossa Senhoria Ilmo. Sr. Cel.
Deputado Sua/Vossa Excelência Exmo. Sr. Deputado
Embaixador Sua/Vossa Excelência Exmo. Sr.
Frade Sua/Vossa Reverendíssima Revmo. Sr. Fr.
Freira Sua/Vossa Reverendíssima Revma. Ir.
General Sua/Vossa Excelência Exmo. Sr. General
Governador de Estado Sua/Vossa Excelência Exmo. Sr. Governador
Irmã (madre/sóror) Sua/Vossa Reverendíssima Revma. Ir. (ou Madre ou Sóror)
Juiz Sua/Vossa Excelência Exmo. Sr. Dr. (ou Meritíssimo Juiz)
Major Sua/Vossa Senhoria Ilmo. Sr. Major
Marechal Sua/Vossa Excelência Exmo. Sr. Marechal
Ministro Sua/Vossa Excelência Exmo. Sr. Ministro
Monsenhor Sua/Vossa Reverendíssima Revmo. Sr. Mons.
Padre Sua/Vossa Reverendíssima Revmo. Sr. Padre
Papa Sua/Vossa Santidade A Sua Santidade Papa (ou Beatitude) (ao Beatíssimo Padre)
Patriarca Sua/Vossa Excelência Exmo. e Revmo. Dom Reverendíssima (ou Beatitude)
Prefeito Sua/Vossa Excelência Exmo. Sr. Prefeito
Presidente Sua/Vossa Excelência Exmo. Sr. Presidente
Reitor de universidade Sua/Vossa Magnificência Exmo. Sr. Reitor Magnífico Reitor
Secretário de Estado Sua/Vossa Excelência Exmo. Sr. Secretário
Senador Sua/Vossa Excelência Exmo. Sr. Senador
Tenente-coronel Sua/Vossa Senhoria Ilmo. Sr. Ten. Cel.
Vereador Sua/Vossa Excelência Ilmo. Sr. Vereador
demais Autoridades
Sua/Vossa Senhoria Ilmo. Sr.
oficiais e particulares

*Use “Sua” quando se referir à autoridade sem se dirigir diretamente a ela. Empregue “Vossa” quando estiver se
dirigindo diretamente à autoridade.

INEDI - Cursos Profissionalizantes • 49


TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

4. ASPECTOS DO TEXTO Local e data em que foi assinado, dati-


TÉCNICO lografado por extenso, com alinhamento à di-
reita:
Neste item, trabalharemos alguns aspec-
tos do texto técnico, detalhando somente aque- Brasília, 25 de abril de 2003.
les mais utilizados por profissionais do merca-
do imobiliário, e que, com ligeiras modifica- Vocativo, que invoca o destinatário (con-
ções, servirão de modelo para outros tipos de sulte a lista dos pronomes de tratamento), se-
correspondência. A correspondência, quanto guido de vírgula:
à espécie, pode ser dividida em: Senhor Chefe de Gabinete,

· Particular, familiar ou social: trocada en- Texto. Quando não se tratar de simples
tre particulares, versando sobre assun- encaminhamento de documentos, o ofício deve
tos íntimos, pessoais. apresentar a seguinte estrutura:
· Bancária: enfocando assuntos relaciona- Introdução, na qual é apresentado o assun-
dos à vida bancária, tais como: solici- to que motiva a comunicação. Não utilize fra-
tação de extrato, carta de apresentação, ses feitas, tais como: “Tenho a honra de”, “Te-
aviso de vencimento, carta de crédito. nho o prazer de”, “É com grata satisfação
· Comercial: ocupa-se da transação co- que”. Empregue, preferencialmente, a forma
mercial ou industrial. direta: “Cumpre-me informar que”, “Subme-
· Oficial: utilizada no serviço público, ci- to à apreciação de Vossa Senhoria”, “Informo
vil ou militar. a Vossa Excelência de que”;
Desenvolvimento, no qual se detalha o as-
Naturalmente, não nos ocuparemos, aqui, sunto, objeto da comunicação; se forem vári-
da correspondência bancária e particular, por os os assuntos, eles devem ser tratados em pa-
não serem pertinentes à atividade profissional rágrafos distintos, para maior clareza;
em questão. Enfocaremos somente alguns tipos Conclusão, na qual é reafirmada ou rea-
de texto da correspondência oficial e comercial presentada a posição recomendada sobre o
bastante utilizados, quais sejam: o ofício, o re- assunto.
querimento, a circular, o relatório e a carta. No texto, excetuando-se o primeiro pa-
rágrafo e o fecho, todos os demais parágrafos
4.1 – OFÍCIO devem ser numerados.

O ofício é um documento da correspon- Fecho, que tem como finalidade arrema-


dência oficial externa, por meio do qual se co- tar o texto e saudar o destinatário.
municam os funcionários públicos no exercí- Visando a uniformização dos mesmos,
cio de suas funções. Seguiremos o chamado adotam-se os seguintes critérios:
“padrão ofício”, utilizado na Presidência da Re- Para autoridades superiores, inclusive o Presi-
pública, na redação de documentos semelhan- dente da República:
tes (aviso, exposição de motivos e ofício).
O oficio contém, obrigatoriamente, as Respeitosamente,
seguintes partes:
Para autoridades da mesma hierarquia ou
Tipo e número do expediente, seguido de hierarquia inferior:
da sigla do órgão expedidor: Atenciosamente,
Ofício nº 145/DP Assinatura do autor da comunicação; e
50 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade II

Identificação do signatário, que deve ser a cm ou sete espaços duplos (espaço


seguinte: dois) da borda superior do papel;
(espaço para a assinatura) e) vocativo: a 10 cm ou dez espaços du-
NOME (em maiúsculas) plos da borda superior do papel;
Diretor do Departamento de Serviços Gerais f) texto: o texto inicia-se a 1,5 cm ou a
Secretaria da Administração Federal três espaços simples do vocativo;
g) espaço entre os parágrafos do texto: 1
Obs. É recomendável que não se deixe a cm ou um espaço duplo (espaço dois);
assinatura em uma página isolada. h) fecho: centralizado, a 1 cm ou um es-
paço duplo do final do texto;
Todas as três modalidades de comunica- i) identificação do signatário: 2,5 cm ou
ção (aviso, exposição de motivos e ofício) de- três espaços duplos do fecho.
vem trazer, a partir da folha dois de seu texto,
e em todas as folhas de seu anexo, a pelo me- Obs: O avanço de parágrafos do texto
nos 1 cm de sua borda, o seguinte cabeçalho: deve ser sempre o mesmo, ou seja, o equiva-
lente a 2,5 cm ou dez toques.
Fl. (indicar nº da folha) do Of. nº 145/ Outras considerações sobre ofícios
DP, de 25.04.03. Nas redações de ofícios e outras comu-
nicações oficiais devem ser evitados:
Nas folhas em que houver cabeçalho, o
texto deverá ser iniciado a 2,5cm deste. • expressões locais ou regionalismos;
• expressões de duplo sentido;
A diagramação do ofício segue as seguin- • estrangeirismos, exceto quando indis-
tes especificações abaixo, nas quais as distânci- pensáveis por não possuírem tradução
as constam em centímetros por motivo de pa- exata ou constituírem expressões de
dronização. No sentido horizontal, 1 cm cor- uso consagrado, como algumas em la-
responde a cerca de 4 toques datilográficos (1 tim: ad referendum ou royalties, que
toque = 2,5 mm). No sentido vertical, 1 cm deverão ser destacadas em negrito, ou
equivale a um espaço dois (espaço um = 0,5 colocadas entre aspas;
cm), aproximadamente. • repetição de palavras ou utilização de
Caso seja utilizado processador de texto, palavras cognatas, como: competente, com-
empregue as medidas em centímetro: pete; designado e designação, menção e menci-
onado etc.
a) margem esquerda: a 2,5 cm ou dez to-
ques da borda esquerda do papel; Na página a seguir, você encontrará um mo-
b) margem direita: a 1,5 cm ou seis toques delo padrão de ofício.
da borda direita do papel;
c) tipo e número do expediente: horizon- 4.2 – REQUERIMENTO
talmente, no início da margem esquer-
da (a 2,5 ou dez toques da borda do O requerimento é uma petição escrita,
papel); verticalmente, a 5,5 cm ou seis sob o amparo da lei, na qual se solicita algo a
espaços duplos (espaço dois) da bor- uma autoridade pública. O requerimento é di-
da superior do papel; rigido ao cargo que a pessoa exerce, não a ela
d) local e data: horizontalmente, o final da especificamente. Quando a formulação é feita
data deve coincidir com a margem di- por duas ou mais pessoas, tem-se um abaixo-
reita, e, verticalmente, deve estar a 6,5 assinado, que é um requerimento coletivo.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 51
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

Modelo de Oficio (padrão)

Ofício nº 524/SG-PR
5 cm

Brasília, 13 de abril de 2005.

Senhor Deputado,

Complementando as informações transmitidas pelo telegrama nº 32,


2,5 cm de janeiro último, informo a Vossa Excelência de que as medidas mencionadas
em sua carta nº 4375, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão
amparadas pelo procedimento administrativo de demarcação de terras
indígenas instituída pelo Decreto 22, de 4 de fevereiro de 1992 (cópia
anexa).

2. Em comunicação, Vossa Excelência ressalva a necessidade de que – na


definição e demarcação de terras indígenas – fossem levadas em consideração
as características socioeconômicas regionais.

3. Nos termos do Decreto nº 22, a demarcação deverá ser precedida de


estudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto no art.231, § 1º
da Constituição Federal. Os estudos deverão incluir os aspectos sociológicos,
cartográficos e fundiários. O exame deste último aspecto deverá ser feito
conjuntamente com o órgão federal e estadual competente.

4. Os órgãos públicos estaduais e municipais deverão encaminhar as


informações que julgarem pertinentes sobre a área em estudo. É igualmente
assegurada a manifestação de entidades representativas da sociedade civil.

A Sua Excelência o Senhor


Deputado (nome)
Câmara dos Deputados
10160-000 – Brasília-DF
2 cm

52 • INEDI - Cursos Profissionalizantes


LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade II

Sendo um veículo de solicitação sob qualificação é importante distinguir residên-


amparo da lei, o requerimento só pode ser di- cia, que é o local onde a pessoa mora habitu-
rigido a autoridades públicas. Qualquer pes- almente, de domicílio, que é a sede legal da
soa, servidor público, ou não, que tenha inte- pessoa, onde ela se presume presente para
resse no serviço público pode se servir desta efeitos legais.
medida. Pode-se, também, endereçar requeri-
mento a escolas particulares, que não configu- Texto – a exposição do pedido, em termos
ram autoridade pública, mas que possuem ativi- claros e concisos, de forma objetiva.
dades próprias do poder público, e têm seus Podem-se invocar leis, decretos ou outros
serviços rigidamente fiscalizados e regulados documentos, para fundamentar o pedido, que
por esse poder. deve ser feito de forma cortês, mas sem po-
lidez excessiva, evitando expressões exage-
Características do requerimento: radas como: “vem mui respeitosamente”,
“vem humildemente solicitar” etc. Lembre-
Pessoa gramatical – Por deferência, emprega- se de que você está solicitando algo sob o
se no preâmbulo a terceira pessoa do singular, amparo da lei, e não favores que dependam
que deve acompanhar o restante do requeri- da disposição de espírito da autoridade à
mento. qual se dirige.

Vocativo – Compreende o pronome de tra- Fecho: É a parte final do documento.São cos-


tamento e o nome do cargo ou função do tumeiras as seguintes formas:
destinatário, não se mencionando o nome
civil da autoridade, pois, como já mencio- Nestes termos,
nado, o requerimento não se dirige à pes- Pede deferimento.
soa, mas ao cargo ou função que ela ocupa.
Depois do vocativo, não se coloca nenhuma Abreviação:
fórmula de saudação. N. T.
P. D.
Preâmbulo – compreende o nome do reque- Aguarda deferimento.
rente (preferencialmente em caixa alta, todo A. D.
ele), seguido pela sua qualificação (naciona- Termos em que pede e espera deferimento.
lidade, estado civil, idade, filiação, naturali- Termos em que pede deferimento.
dade, domicílio etc.).Nem sempre é neces- Local e data: São Paulo, 12 de abril de
sário que se coloquem todos esses dados. 2003.
Quando o requerente é funcionário do ór- Assinatura
gão ao qual dirige o requerimento, basta in-
dicar nome, cargo, o setor do órgão onde 4.2.1. Modelos de requerimento
exerce suas funções, já que os outros dados
já constam de sua ficha funcional. Quando o Senhor Diretor da Escola Alfredo Nas-
requerimento é feito por um aluno de escola ser:
particular ou estadual, basta colocar o nome FULANO DE TAL, aluno desta Es-
do aluno, a série e o turno em que ele estuda, cola, regularmente matriculado, cursando a pri-
pois os outros dados já constam de sua fi- meira série do primeiro grau, turma B, turno
cha escolar. A qualificação é mais, ou menos matutino, requer a Vossa Senhoria a dispensa
completa, de acordo, também, com a finali- das aulas de educação física, por motivos de
dade a que se destina o requerimento.Na saúde, conforme atestado médico em anexo.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 53
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

Termos em que pede deferimento. São Paulo, 26 de maio de 2003.

Goiânia, 17 de abril de 2003. Sr.


Fulano de Tal
Fulano de Tal. Caixa Postal 695
SÃO PAULO – SP
Excelentíssimo Senhor Prefeito Municipal
Senhor (es):

FULANO DE TAL, ocupante do car-


go de Escriturário, nível 6, exercendo suas Temos o prazer de comunicar a V. Sa.
funções junto à Secretaria de Administra- (s) a inauguração da filial das Lojas Garden,
ção, requer a V.Exa. a concessão do auxí- nessa cidade.
lio-família, nos termos do art........, do Continuaremos, como sempre, a pres-
Estatuto.....................por se encontrar licen- tar a nossos clientes o melhor dos nossos
ciado para tratamento de saúde. serviços.
Esperando merecer de V.Sa. a conside-
ração e confiança com que sempre nos dis-
Nestes termos, pede deferimento. tinguiram, subscrevemo-nos.

Belo Horizonte, 12 de maio de 2003. Atenciosamente,

Fulano de Tal Lojas Garden S.A.

CIRCULAR Nº 50, DE 23 DE MAIO


4.3 – CIRCULAR DE......

O termo circular define uma comuni- O DIRETOR GERAL DO TESOU-


cação (carta, manifesto ou ofício) reprodu- RO DO ESTADO, no uso de suas atribui-
zida em muitos exemplares e dirigida, si- ções, comunica aos Srs. Exatores que, de
multaneamente, a várias pessoas ou a um conformidade com a Portaria nº 2.380, des-
órgão, objetivando transmitir avisos, ordens ta data, do Excelentíssimo Senhor Secretá-
ou instruções de interesse geral. A circular rio da Fazenda, ficaram determinados, para
deve ser datada, endereçada e assinada (ou o corrente exercício, os valores de R$
autenticada). Ela não obedece a padrões ...................
rígidos quanto a sua forma. (..............................) por cabeça de gado
Quando se tratar de carta-circular, o bovino, e de R$.............................
receptor deve ter a impressão de que a car- (.................) para a arroba de lã, para
ta foi redigida especialmente para ele. Para base de cálculo da Taxa de Cooperação, cons-
atingir esse objetivo, o redator deve utili- tante do Decreto nº 43.786, de 5 de março
zar uma redação que não seja de todo im- de.................
pessoal.

Exemplos de circular: Fulano de Tal


Diretor Geral em Substituição
54 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade II

Brasília, 13 de maio de 2003. 4.4 – RELATÓRIO

Senhor(a) Professor(a): Relatório é a exposição de fatos de uma


administração pública ou privada, acompanha-
da, se necessário, de gráficos, mapas, tabelas,
Frente à impossibilidade de alguns pro- ilustrações. O relator deve tomar como base
fessores em comparecer ao Churrasco de um fato real, descrever o(s) fato(s), fazer uma
Confraternização marcado para 14 de junho, interpretação, e, finalmente, apresentar propos-
estamos tentando outra data que será comu- tas práticas para sanar os problemas detecta-
nicada posteriormente. dos.
Podemos dividir o relatório em três clas-
Atenciosamente, ses distintas:
Quanto ao número de signatários:
Jussara Costa Nunes Individual;
Coordenadora Pedagógica Coletivo;

a) Cedo ou tarde você terá que escrever ofícios Quanto à periodicidade:


aos seus clientes. Para treinar bastante, resuma Normal: surgimento regular;
abaixo as principais características de um ofício. Eventual: surgimento irregular;
________________________________________
________________________________________ Quanto à finalidade:
Tantos tipos quanto forem os objetivos;
b) De igual modo, pesquise e responda qual a
principal utilidade do memorando. Há vários tipos de relatórios: relatório
________________________________________ de viagem, relatório administrativo, relatório
________________________________________ de estudo de caso, de cadastro, de inspeção,
de inquérito, de rotina, parcial, progressivo, de
c) Dê uma olhada no texto e descreva para que pesquisa, científico, contábil etc. Não impor-
serve uma correspondência circular. tando o tipo de relatório, ele obedece sempre
________________________________________ a mesma divisão:
________________________________________ Introdução: onde é indicado o motivo
da feitura do relatório;
Corpo ou desenvolvimento: seção cen-
tral, ordenada com destaque dos títulos e as-
suntos principais, respeitando-se a ordem de
sucessão dos fatos.
Conclusão: como o próprio nome indi-
ca, é o encerramento do relatório, a sua parte
final, da qual constam:
Considerações finais;
Deduções lógicas de argumentação;
Sugestões dispostas de maneira clara e
ordenada.
Agradecimentos, despedidas etc.
Dentre diversos tipos de relatório, ci-
taremos apenas aqueles que poderão ter utili-
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 55
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

dade prática nas áreas às quais se destinam. pode ser uma simples carta ou memorando,
São eles: ou uma exposição de uma conferência, de
um gráfico, de uma tabela, desde que
Relatório de gestão social ou anual: é nor- requerido ou utilizado pelos administrado-
mal, pois é elaborado em períodos regula- res.
res, em regra um ano (civil, financeiro ou fis-
cal); é o “report” de maior importância, pe- Relatório técnico-científico: É o docu-
los esclarecimentos que presta e pela divul- mento original através do qual se difundem
gação que promove; exigido por lei ou esta- as informações correntes, sendo elaborado
tuto, é dirigido aos sócios ou aos acionistas, principalmente para descrever experiências,
ou ainda, ao povo, se a entidade de onde ele investigações, métodos, processos e análises.
emana for associativa, de fins comerciais ou
estatais. 4.4.1. Elementos do relatório

De inquérito: inclui-se entre os eventuais, ou Os elementos dos relatórios se distribu-


seja, são feitos esporadicamente, em virtude em sequencialmente, dessa forma:
de incumbência especial (estudo de normas
de trabalho, seleção fortuita de pessoal, visi- • Folha de rosto – É a página que contém
ta ou apuração de uma denúncia). os elementos essenciais à identificação
da obra, como entidade, empresa, se-
Parcial: diz respeito à fração de exercício tor ou departamento, título, autor, lo-
ou de gestão, podendo ser mensal, trimestral, cal e data; pode haver duas ou mais
conforme o tempo que abrange. folhas de rosto (textos em mais de uma
língua, edições fac-similadas etc.).
Progressivo: é aquele que é preparado pe-
riodicamente durante inquéritos, pesquisas • Sumário – será organizado ao final do
ou investigações. trabalho, incluindo os títulos principais
e os subtítulos, com a respectiva página.
Conclusivo: possui uma conclusão resultan-
te da análise de outro(s) relatório(s). • Introdução – apresentação inicial do tra-
balho já elaborado, dando imediata ci-
Científico: estabelece fatos e conclusões, ência ao leitor sobre o aspecto relevante
com uma determinada finalidade. de seu conteúdo.

De tomada de contas: constará de um pa- • Desenvolvimento – trata-se do texto pro-


recer minucioso e objetivo sobre os elemen- priamente dito, uma explanação clara,
tos apresentados pela entidade, com apreci- simples e objetiva do assunto.
ação a respeito da regularidade ou não das
contas e pela atuação do administrador ou • Conclusão – finalização do trabalho, con-
responsável pelo órgão que faz a prestação firmando, com argumentos, o ponto de
das contas. vista do autor e apresentada nos mes-
mos moldes da introdução.
Administrativo: É uma comunicação escri-
ta submetida à apreciação de uma autorida- • Anexos – materiais ilustrativos comple-
de superior, geralmente ao final de um exer- mentares que se fizerem necessários –
cício, relatando a atuação administrativa. Ele tabelas, fotos, gráficos, ilustrações, ta-
56 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade II

belas etc. – mesmo que não sejam es- Respondendo a essas perguntas, você
tritamente necessários para a compre- pode passar à redação do relatório, obedecen-
ensão do assunto. do a certas normas:
Estilo - O estilo da redação de um rela-
• Bibliografia – indicações cuidadosas e tório (seja ele de qual tipo for) deve ser for-
precisas, permitindo a identificação de mal, considerando as seguintes regras:
publicações, no todo ou em parte. Ausência de pronomes pessoais (eu, nós);
Inexistência de abreviações;
Quanto à localização, as referências biblio- Uso da terceira pessoa (Fulano decidiu);
gráficas podem ser: Ausência de estrangeirismos ou regiona-
lismos (a não ser quando imprescindíveis à
• Inteiramente incluídas no texto; compreensão do assunto);
• Parte no texto, parte em nota de roda- Preferência pela voz ativa;
pé; Ausência de gírias ou expressões colo-
• Em nota de rodapé ou de fim de texto; quiais.
• Em listas bibliográficas, sintéticas ou Ênfase nos pontos importantes - O re-
analíticas; dator técnico deve usar a disposição das frases
• Encabeçando resumos. e das palavras no período, com o intuito de
realçar as ideias principais. Para isso ele deve
4.4.2. Técnicas para a elaboração de considerar que o início do parágrafo é o me-
relatórios lhor lugar para colocar a frase que deseja enfa-
tizar. Ela também pode ser colocada no final
A primeira providência é preparar um do parágrafo, se o relator quiser variar, mas
plano ou esquema. Com a ajuda do esquema, nunca deve estar diluída no meio do parágrafo.
fica mais fácil perceber a importância do as- A ordem inversa também pode ser utilizada
sunto a ser tratado, selecionar os fatos impor- para realçar ideias. Ex.: Se não for possível modifi-
tantes, estabelecer uma hierarquia entre as idei- car o projeto, outras soluções deverão ser encontradas.
as. Na organização do relatório, é preciso con- Ordem inversa: Outras soluções deverão ser encon-
siderar o tema, as circunstâncias, o receptor, a tradas, se não for possível modificar o projeto.
utilidade das informações e a pertinência das Utilize sempre palavras específicas, per-
sugestões finais. tinentes ao assunto, empregando verbos no
Escrever muito não significa, necessari- imperativo, evitando sempre que possível a voz
amente, escrever bem. O relatório deve se passiva. Ex.: Foram feitas várias alterações. Voz
restringir às informações realmente úteis, que ativa: Fizemos várias alterações.
podem ser complementadas com tabelas, Divida o relatório em seções e subse-
gráficos, fotos e outras ilustrações que, mui- ções, ou itens e subitens, para realçar as idei-
tas vezes, causam mais impacto do que as as e garantir a atenção do receptor. Os títu-
palavras. los devem ser curtos e uniformes, ou seja,
No esquema, procure determinar os ver- quando no primeiro título aparecer um subs-
dadeiros objetivos do relatório. Faça as seguin- tantivo, no segundo você pode usar um ge-
tes perguntas: rúndio, o que contribui para maior clareza
do texto. Ex.: 2.1. Definição do campo de atua-
Por que escrever este relatório? ção. 2.2. Atuando com professores/pesquisadores.
Quem lerá o relatório? (no primeiro título, você utilizou o substan-
O que pretendo escrever? tivo atuação; no segundo, você empregou o
Como fazê-lo? gerúndio atuando).
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 57
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

Eficácia da redação – Para garantir uma no lugar de “Carlos é bom digitador”, prefira “Car-
comunicação eficiente, você deve: los digita 300 toques por minuto”.

• Observar a concordância gramatical; 4.4.3. Relatório administrativo

• Não utilizar um rosário de frases curtas; 4.4.3.1. Plano ou esquema da mensagem

• Eliminar as palavras desnecessárias; Relatório de Produção


1. Objetivo
• Não usar pontos de exclamação ou re- 2. Estabelecimento do cronograma
ticências, que dão ao texto um caráter 3. Tarefas realizadas
subjetivo; 3.1. Quantidade
3.2. Qualidade
• Não utilizar expressões prolixas ou lin- 4. Tarefas que serão realizadas
guagem conotativa (sentido figurado). 4.1. A curto prazo
Ex.: O vendedor é rápido como um raio. (lin- 4.2. A médio prazo
guagem conotativa)/ O vendedor é muito rá- 4.3. A longo prazo
pido. (linguagem denotativa). Usar expres- 5. Tarefas impossíveis de realizar
sões simples e curtas. Ex.: Com referência 5.1. Impossibilidade técnica
ao fato.../ Prefira: Referente ao fato; Du- 5.2. Insuficiência de recursos humanos
rante o ano de 1998.../Prefira: Em 1998... 5.3. Insuficiência de recursos financeiros
5.4. Necessidade de atualização do maquiná-
• Evitar fragmentos de frases. Ex.: Em- rio e contratação de pessoal especializado.
bora não tenhamos alcançado nossos objetivos.
(fragmento de frase)/Embora não tenha- Após colher o material informativo que
mos alcançado nossos objetivos, fomos elogia- sustentará a mensagem (assunto), e planejada a
dos pelo diretor. (frase completa) exposição de ideias, a etapa seguinte é a orga-
nização do texto.
Despertar interesse – Para conseguir este O objetivo do relatório vai determinar
objetivo, atente para as seguintes regras: a direção e organização da mensagem. Consi-
O relatório deve ser compreensível e fá- dere se a mensagem é informativa, persuasiva
cil de ler. ou de orientação.
A organização das idéias e a concatena- O passo seguinte é definir o tipo de
ção dos parágrafos (rever Unidade do parágrafo) estrutura narrativa que será seguido: se ela
são fundamentais para manter o leitor atento. obedecerá a uma ordem cronológica, ou se
A distribuição do texto no papel ou apre- apresentará, desde o início, os fatos mais
sentação da matéria de forma estética contri- relevantes.
bui para despertar a atenção do leitor. Você também pode optar pela dis-
A variação no comprimento dos pará- sertação (ver “Os textos e sua tipologia”), se-
grafos torna a leitura menos cansativa. Uma guindo a estrutura introdução, desenvolvimen-
sequência de parágrafos longos é excessiva- to e conclusão.
mente cansativa, da mesma forma que uma As questões “o quê?/ quem?/ como?/
sequência de parágrafos curtos. Varie! onde?/ e por quê?”, usuais na redação jornalísti-
Utilize informações precisas. Por exem- ca têm alcançado maior eficácia.Observe que
plo, em vez de dizer que o inverno foi rigoroso, a ordem da narrativa parte dos fatos mais im-
diga “Neste inverno, a temperatura foi a 3 graus”; portantes para os menos significativos.
58 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade II

As estruturas mais comuns de rela- Modelo:


tórios são:
Proposição:
· Apresentação de solução de problemas; A Diretoria da Empresa Alvorada,
reunida no dia 16 de abril
· Enumeração de fatos; último,resolveu alterar sua política de
vendas, após análises e discussões sobre
· Exposição cronológica dos fatos; as diversas formas de crédito, que vi-
nham sendo praticadas há mais de cin-
· Argumentação. co anos.

Na apresentação que segue a exposição


cronológica dos fatos, expõe-se inicialmente o Histórico:
problema e, em seguida, as causas e efeitos, 1. 40% para clientes preferenciais,
concluindo com uma solução lógica. com volume de compra superior
Quando a apresentação segue a exposi- a 50 mil mensais.
ção cronológica dos fatos, o problema é ex- 2. 30% para clientes com volu-
posto inicialmente e, em seguida, causas e efei- me de compra entre 50 e 30 mil
tos, concluindo com uma solução lógica. O mensais.
esquema seria o seguinte: 3. 20% para clientes com volume
de compra até 20 mil mensais.
1. Problema
O prazo para pagamento de mercadorias tam-
2. Causa bém foi alterado, passando para 45 dias, para clientes
especiais com volume de compra superior a 30 mil
3. Efeito mensais.

4. Soluções 4.4.5. Enumeração dos fatos (Preocupação


espacial)
Já na exposição por enumeração de fa-
tos ou pormenores, identifica-se em primeiro Este segundo modelo de desenvolvimen-
lugar a ideia principal, que servirá de base para to do texto consiste na estrutura com a explo-
a construção do relatório. A seguir, apresen- ração de elementos espaciais, fazendo uma des-
tam-se os fatos que comprovam ou fundamen- crição dos fatos.
tam a ideia principal.
Proposição:
4.4.4. Apresentação de solução de A Diretoria da Empresa Fecho
problemas de Ouro, reunida no último dia 20 de
abril, resolveu alterar sua programação
O modelo indicado para a elaboração de vendas para a Capital e interior de
desse tipo de relatório consiste na apresenta- São Paulo.
ção da proposição, ou seja, da ideia que se quer
“vender”; em seguida, passa-se à apresentação Haverá a necessidade de os
do histórico, provas, argumentos, justificativas vendedores alterarem a sua
e encerrando o relatório com decisões ou con- programação de visitas e, par-
clusões. ticularmente, o volume de ven-
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 59
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

das, conforme descrito a se- Cronológico dos fatos:


guir: Em março, os preços foram
1.Na capital, serão intensificadas reajustados sem prévio aviso.
as visitas para estimular as vendas Anteriormente seu vendedor avi-
centrais. A cota de produtos à sava com antecedência sobre nova
disposição também será alterada: lista.
das antigas 90.000 unidades para Em abril, nossas surpresas
150.000 unidades. foram maiores: a nossa percenta-
2. No interior serão considera- gem foi diminuída.
das relevantes as cidades de regi-
ões mais desenvolvidas. As visi- Conclusão:
tas serão em número de duas men- Diante de todos estes fatos,
sais e terão à sua disposição me- solicitamos urgentemente uma
nor volume de produtos: das an- reunião com a diretoria de ma-
tigas 200.000 unidades para rketing da Araguaia a fim de es-
180.000 unidades. clarecermos e solucionarmos es-
tes problemas.
Manifestação de expectativa
Argumentação:
Assim esperamos melhorar Introdução:
nossa distribuição na capital e in- A diretoria da empresa Fe-
terior do de estado de São Paulo. cho de Ouro, que se reuniu no úl-
timo dia 24 de maio, comunica a
4.4.6. Exposição temporal: Cronologia seus vendedores algumas decisões
dos fatos relevantes nas transações comer-
ciais com nossos clientes:
Introdução:
Para dar melhor continuidade às Problema:
nossas relações comerciais, Constatamos queda de ven-
consideramos relevante relatar- das e desajuste no atendimento
lhes fatos que vêm ocorrendo e aos nossos clientes. Há inúme-
ameaçam nosso longo e harmô- ras reclamações, bem como per-
nico relacionamento. das de clientes considerados es-
Relato: tratégicos. Nossos produtos têm
A partir do dia 4 de feverei- chegado aos locais de venda em
ro fomos surpreendidos com um desvantagem com a concorrên-
novo vendedor. cia, encontrando clientes predis-
Passamos a ser atendidos por postos a não colocá-los ao alcan-
um profissional de poucos recur- ce do consumidor.
sos técnicos que não satisfaz as
nossas necessidades de informa- Causa:
ção sobre o produto. Constatamos como causa,
Durante o mês de fevereiro, em primeiro lugar, a ausência
as visitas foram interrompidas e de visitas sistemáticas e a ca-
retomadas, revelando o desinte- rência de esclarecimento aos
resse em nos atender. clientes.
60 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade II

4.5 – CARTA

Para escrever uma carta comercial, ou


mesmo outras de ordem pessoal, é desejável
a) O relatório é instrumento de capital impor- que o redator se mantenha sempre atualizado,
tância para o corretor de imóveis. Quais as prin- através da leitura de jornais, revistas e livros, e
cipais características de um relatório? que reflita cuidadosamente sobre a mensagem
_______________________________________ que deseja produzir, excluindo das cartas co-
_______________________________________ merciais expressões vazias de significado,
como: verdadeiro caos, efetivamente, ensejo, lacuna
b) O corretor de imóveis usa o Relatório de preenchida, por especial obséquio, mui respeitosamen-
Vistoria, especialmente como acessório dos con- te, para os devidos fins, motivos de ordem superior, opor-
tratos de locação. Para que serve esse relatório? tunamente, e outras semelhantes.
_______________________________________ O uso desnecessário de expressões seme-
_______________________________________ lhantes produz um texto desestimulante, resul-
tando em uma redação ineficaz quanto aos ob-
jetivos a que se propõe. A redação administra-
tiva deve destacar-se pela precisão e concisão,
centrada exclusivamente na informação e no
receptor.
Deve-se eliminar os estrangeirismos, as
gírias, os pleonasmos viciosos, as redundânci-
as, as figuras de linguagem, as opiniões pesso-
ais, os parágrafos intermináveis, e outros ele-
mentos que sirvam de obstáculo ao entendi-
mento da mensagem.
Os defeitos geralmente encontrados na
redação administrativa são erros de estrutura
da frase (fragmentos de frases, sujeito sem pre-
dicado, redundâncias, pleonasmos, oração su-
bordinada sem oração principal etc.), e erros
gramaticais (emprego incorreto dos pronomes,
ausência de concordância nominal e verbal, re-
gência verbal inadequada).
A correspondência comercial tem a
função primordial de informar, persuadir, so-
licitar infor mações ou providências,
centrando-se no receptor e na mensagem. O
redator deve possuir um estilo próprio e
conciso, criativo e original, mesmo
obedecendo a um certo padrão que rege as
cartas comerciais, no que diz respeito às
introduções, às fórmulas de saudação e aos
fechos de cortesia. Ele deve empregar palavras
cujo sentido lhe seja conhecido e que sejam
apropriados ao momento, redigindo o texto
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 61
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

com o mesmo cuidado que teria com uma obra • Respeitosamente.


literária, pois a carta comercial exerce também • Atenciosamente.
a função de relações públicas e, quando unida à • Saudações.
propaganda, é um veículo pelo qual a empresa • Cordiais saudações.
alcança a venda de seus produtos ou serviços. • Cordialmente.
Feitos esses comentários, disporemos a • Apreciaremos sua pronta resposta.
seguir exemplos de introduções e fechos de cortesia • Subscrevemo-nos atenciosamente.
comuns nas cartas comerciais. • Com distinta consideração.
• Abraços.
4.5.1. Introduções comuns na
correspondência Evite estes fechos arcaicos:

As introduções devem levar o receptor a • Sem mais para o momento, reitero a V.


continuar a leitura do texto. Uma introdução Exa. protestos de elevada estima e distinta
antiquada desestimula o leitor e desmerece o consideração.
redator. As introduções usuais são: • Sendo o que se nos apresenta para o momento.
• Com as expressões de nossa elevada conside-
• Participamos-lhes que... ração, subscrevemo-nos atenciosamente.
• Atendendo às solicitações constantes de sua car- • Agradecendo-lhe, desde já, firmo-me com ad-
ta datada de... miração e respeito.
• Temos a satisfação de comunicar a V. Exa. • Sendo tão somente para o momento, apresento
que... a V. Sa. protestos de estima e consideração.
• Solicitamos a V. Sa... • Com nossos agradecimentos, renovamos as ex-
• Informamos a V. Sa ... pressões de nossa elevada consideração e dis-
• Em vista do anúncio publicado no... tinta amizade.
• Damos ciência a V. Sa..
• Comunicamos que... 4.5.3. A elaboração do texto

Devem ser evitadas as introduções cli- A objetividade e a rapidez na exposição


chês, como: do pensamento são exigências da vida moder-
na, que levam o redator a buscar o vocabulá-
• Venho por meio desta... rio exato, a concatenação de ideias, a clareza
• Escrevo estas mal traçadas linhas... do pensamento, a unidade do texto.
• Torna-se imperiosa... Nunca é demais frisar as qualidades da
• É com grata satisfação que... redação, quais sejam:
• Venho por meio desta... Exatidão: evite empregar palavras vagas,
• Permita-me, oportunamente, dizer... pouco usadas, compridas, difíceis, além da ca-
• Lamentamos profundamente ter de informar pacidade de compreensão do leitor. Desejan-
que... do impressioná-lo, você pode alcançar um re-
• No presente momento... sultado não desejado, como a ineficácia da co-
• Serve esta para inteirá-lo... municação. Seja exato, atenha-se aos fatos, evi-
tando imprecisões como: alguns, quase todos, há
4.5.2. Fechos de cortesia dias, muitos, poucos.
Coerência de ideias: Existe uma tran-
São constituídos pelo último parágrafo, sição lógica entre uma frase e outra? Utiliza-
e os mais comuns são: ram-se os conectivos adequados? Existe con-
62 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade II

tradição entre a ideia-núcleo e as ideias com- de 1,5. Entre os parágrafos colocam-se dois
plementares? (rever unidade do parágrafo, coesão espaços de 1.5 ou três espaços simples.
e coerência) O vocativo pode usar fórmulas como:
Clareza: qualidade indispensável em qual- Prezado Senhor, Senhor Diretor, Senhores, Prezado
quer correspondência comercial. Mesmo que Amigo, etc.
existam expressões técnicas no texto, a reda- Como outras correspondências técnicas, as
ção deve ser tão clara que mesmo um leigo no cartas comerciais apresentam as seguintes partes:
assunto consiga apreender-lhes o sentido.
Concisão: o redator deve observar o • Cabeçalho ou timbre;
meio-termo, não escrevendo de forma tão pro- • Índice e número (algumas vezes apenas números);
lixa ou concisa que se torne incompreensível • Local e data;
para o leitor. • Endereço ou destino;
• Vocativo;
4.5.4. Simplificando o texto • Introdução;
• Explanação, ou desenvolvimento;
Ao escrever o texto o redator deve se • Fecho, ou encerramento;
restringir ao essencial, por economia de tem- • Assinatura;
po e levando em conta a objetividade e conci- • Iniciais (redator e datilógrafo, ou digitador).
são. Prefira expressões mais curtas, no caso, as
da direita: Obs. Algumas cartas comerciais, de cu-
nho mais informal, não fazem uso de todas as
• Acusamos o recebimento: recebemos. partes citadas, o que não constitui erro nem in-
• Segue anexo a esta: anexamos. terfere na eficácia da redação.
• Na expectativa de: esperamos.
• Um cheque nominal na importância de: um Modelos:
cheque de.
• No decorrer do ano em curso: durante. São Paulo, 10 de maio de 2003.
• Será prontamente atendido: será atendido.
• No corrente mês de maio: neste mês. Senhor Empresário
• Anteriormente citado: citado.
Estamos iniciando a comercialização de car-
Evite estas expressões clichês: tões de Natal confeccionados pelos menores da Cre-
che Nossa Senhora de Fátima.
• Agradecemos-lhe antecipadamente. Tal iniciativa se deve a uma postura de incen-
• Aguardamos ansiosamente sua resposta. tivo à criatividade infanto-juvenil, de integração do
• No devido tempo. menor à sociedade por meio da arte.
• Permita-me dizer. Convidamos V. Exa. a participar desse pro-
• Pela presente acusamos o recebimento. cesso adquirindo os cartões da Creche Nossa Senho-
• Rogamos acusar o recebimento. ra de Fátima.
• Lamentamos informar. Agradecemos, desde já, em nome dos menores,
• Servimo-nos desta para inteirá-lo. a sua ajuda.

4.5.5. Estética das cartas comerciais Atenciosamente,

As margens esquerda e direita do papel Ana Vasconcelos de Souza


devem ser de 3 cm. O espaço entre as linhas é Diretora Social
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

Porto Alegre, 21 de março de 2003. b) Volte ao texto e pesquise quais as principais


características de uma boa redação, relacionan-
SvRP/654 –XX do-as abaixo.
Sr. ____________________________________
T. A. André Bartholomeu ____________________________________
Diretor da Organização Loyde Ltda
Rua Castro Alves, 1.100 c) Resumidamente, escreva como deve ser a
Santa Maria (RS) estética de uma carta comercial.
____________________________________
Prezado Senhor: ____________________________________

Desejando divulgá-la entre os dirigentes de


empresas públicas ou privadas reproduzimos a men-
sagem da Hewlett Packard para o Dia da
Secretária.
“Sem ela, você estaria perdido num vendaval
de cartas, planos, cálculos, compromissos, lembretes
e obrigações sociais; sem ela, você teria de multipli-
car desculpas, corrigir erros, justificar atrasos e, quem
sabe, mudar de profissão. Sua secretária contribui,
de forma inconteste, para seu sucesso. A ela, você
deve parte de seu êxito. Quando mais uma vez se
comemora o Dia da Secretária, é você quem deve ter
um gesto de amizade, em retribuição à sua dedica-
ção e eficiência. Ela merece ser lembrada sempre”.
Na oportunidade, enviamos a V.Sa.
material publicitário referente a essa data, cada vez
mais festejada em todos os escritórios do país.
Atenciosamente

Régis Pereira
Chefe do SvRP
MT/SB

a) A modernização deve ser preocupação cons-


tante para atualização dos nossos conhecimen-
tos. Relacione abaixo dois exemplos de fechos
de cortesia considerados arcaicos em cartas e
ofícios:
____________________________________
____________________________________
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LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade III

Unidade
III

Ø Conceituar Frase, Oração e Período;


Ø Identificar regras de acentuação e de uso do hífen;
Ø Utilizar, com correção as letras “S” e “Z”,”J” e “G”, “E” e “I”, “X” e
“CH”, “O” e “U”, em determinadas palavras;
Ø Reconhecer os principais casos de emprego da vírgula;
Ø Reconhecer as características básicas de concordância verbal e
nominal;
Ø Identificar formas de flexão dos adjetivos compostos.

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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

66 • INEDI - Cursos Profissionalizantes


LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade III

5. REVISÃO GRAMATICAL Observe:

A correção gramatical é uma qualidade Chama (substantivo) e chama (verbo chamar)


que deve estar presente em todos os textos, apresentam a mesma grafia e a mesma pro-
sejam técnicos ou literários. Mesmo que a men- núncia. São palavras homônimas.
sagem seja compreensível, a estética impecá-
vel, os erros gramaticais depõem contra o re- Almoço (substantivo, nome de uma refeição)
dator e desmerecem a qualidade do texto, im- e almoço (verbo almoçar) apresentam a mes-
pressionando negativamente o receptor. ma grafia, mas pronúncia diferente. São pa-
Assim sendo, neste título você encon- lavras homógrafas.
trará algumas informações que poderão aju-
dá-lo a não incorrer nessas falhas. Natural- Cesto (substantivo) e sexto (numeral ordinal)
mente, não nos propomos a sanar todas as têm a mesma pronúncia, mas grafia diferen-
dúvidas e garantir uma redação irrepreensí- te. São palavras homófonas.
vel, pois a Língua Portuguesa possui algu-
mas complexidades, e conhecê-las profunda- Existem, ainda, casos de palavras com
mente é uma tarefa que demandaria muito grafia e pronúncia semelhantes, sem que ocorra
tempo e esforço. No entanto, as informações coincidência total. São as palavras chamadas
contidas nesta apostila poderão resolver al- parônimas, objeto de dúvidas frequentes quan-
gumas dúvidas comuns quanto à ortografia, to ao emprego correto. É o caso de vultuo-
acentuação, frases, períodos, orações, corre- so/vultoso, inflação/infração, flagrante/
lações frasais, concordância verbal e nomi- fragrante e outras, cujos casos mais comuns já
nal. Não se esqueça, porém, de que a leitura citamos nesta apostila, quando tratamos da
(livros, jornais e revistas) é fundamental para adequação vocabular.
ampliar o vocabulário e escrever de forma
correta. 5.1.1. Fonemas e letras

5.1 – ORTOGRAFIA A representação dos fonemas (sons) da lín-


gua portuguesa se dá por meio de um conjun-
A ortografia é a parte da gramática to de símbolos denominado letras, que formam
que trata da correta representação escrita as palavras. Com a finalidade de ajudá-lo a es-
das palavras, fixando padrões de correção crever corretamente as palavras, colocamos as
para a grafia das palavras. A forma como seguintes orientações:
as palavras são grafadas (escritas) é produ-
to de acordos ortográficos envolvendo os USO DO “S”
diversos países em que a língua portuguesa A letra s é empregada:
é oficial. Assim, grafar corretamente uma 1. Nos adjetivos terminados pelos sufixos
palavra é obedecer a um padrão estabeleci- – oso/osa, indicando estado pleno,
do por lei. abundância. Ex.: horrorosa, cheiroso, formo-
Entre os sons das palavras e a forma so, dengoso;
como elas são escritas podem ocorrer coinci- 2. Nos sufixos – ês/-esa/-isa, que indicam
dências. Tal fato se dá quando duas (às vezes origem, profissão ou título de nobreza.
três) palavras apresentam identidade total ou Ex.: holandês, holandesa, baronesa, campone-
parcial quanto à pronúncia ou quanto à grafia sa, sacerdotisa, marquês, marquesa, princesa,
(você encontrará mais informações sob o tí- duquesa;
tulo Adequação Vocabular). 3. Depois de ditongos. Ex.: coisa, faisão,
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

mausoléu, lousa, causa, maisena etc. 2. Nos substantivos terminados em -gem


4. Nas formas do verbo pôr e querer. Ex.: Ex.: viagem, passagem, aragem, cora-
quis, pusesse, quiséssemos, repusera etc. gem etc. (exceções: pajem, lambujem, lajem,
5. Nas palavras derivadas de outras, cujo grafados com j).
radical termina em s. Ex.:
casa – casinha, casarão, casebre; 3. Nas palavras derivadas de outras que já
pesquisa – pesquisar – pesquisado; apresentem o g. Ex.: ágio: agiotagem/
análise – analisar, analisado; gesso: engessar/engessado etc.
Obs: catequese – catequizar.
4. Geralmente, depois de a inicial. Ex.: ágil,
USO DO “Z” agir, agitado etc. Obs. O substantivo via-
Emprega-se a letra z: gem se escreve com g, mas viajem, do
1. Nos sufixos -ez/-eza, formadores de verbo viajar, se escreve com j.
substantivos abstratos a partir de adjeti-
vos. Ex.:altivez, mesquinhez, beleza, certeza Emprega-se a letra j:
etc. 1. Nas palavras derivadas de primitivas que
2. Nas palavras derivadas de uma primiti- se escrevem com j. Ex.: jeito, ajeitar, ajei-
va grafada com z. Ex.: juiz – juízo – ajui- tado./ laranja, laranjal, laranjeira etc.
zar – ajuizado./ deslize: deslizamento – des-
lizar – deslizante./ razão: razoável, arrazo- 2. Em palavras de origem tupi. Ex.: jibóia,
ar./ raiz: enraizado. pajé, jenipapo etc.
3. No sufixo – izar, formador de verbos.
Ex: atualizar, hospitalizar, canalizar 3. Em formas dos verbos terminados em
– jar. Ex.: arranjar: arranje, arranjei, arran-
CUIDADO! Em palavras como analisar e jemos.
pesquisar não ocorre o sufixo verbal -izar.
Veja a formação delas: análise + ar = analisar; 4. Na terminação – aje. Ex.: ultraje, laje, traje
pesquisa + ar = pesquisar; etc.

Escrevem-se com s: aliás, alisar, fase, fu- Grafia correta de algumas palavras:
são, atrás, quiser, colisão, nasal, pêsames, inclusive, Com g: angélico, estrangeiro, evangelho, gerin-
usina, mosaico, empresa, aviso, através, brasa, catali- gonça, sargento, sugestão, tangerina, gengibre, gengiva,
sar, cisão, lisonjeiro, surpresa, lisura, crase, despesa, herege, monge, vagido, ligeiro, ogiva, gim, tigela.
uso, visar, invés, brasa, atraso, atrasado, sinusite.
Escrevem-se com z: abalizar, azia, baliza, Com j: anjo, gorjeta, jenipapo, monja, ojeriza,
tenaz, veloz, coriza, sagaz, assaz, capaz, rapaz, azar, pajé, jiló, cafajeste, majestade, sarjeta.
azia, lazer, talvez, vazio, arroz, algoz, aprendiz, ba-
zar, buzina, cafuzo, rodízio, feroz, verniz, xadrez, USO DO “X” E DO “CH”
chafariz, fugaz, deslize, desprezo, giz, batizar (mas Emprega-se a letra x:
batismo), prazo. 1. Geralmente depois de ditongo. Ex.: eixo,
caixa, caixote, caixão, feixe, faixa etc.
USO DO “G” E DO “J”
Emprega-se a letra g : 2. Depois de sílaba inicial en-. Ex.: enxada,
1. Nas palavras terminadas em - ágio/ - enxoval, enxame, enxuto, enxaguar, enxaque-
égio/ - ígio/ - ógio/ úgio. Ex.: pedágio, ca etc. Exceções: encher e seus derivados
régio, litígio, relógio, refúgio. são grafados com ch: enchimento, enchen-
68 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade III

te, enchido, preencher etc. Quando se junta o palavras: comprimento (medida)/cumprimen-


prefixo en a um radical iniciado por ch: to (saudação); soar (emitir som)/suar (trans-
encharcar, encharcado, enchocalhar, enchiquei- pirar); sortir (abastecer)/surtir (resultar).
rar etc.

3. Depois da sílaba inicial me. Ex.: mexi-


lhão, mexer, mexicano, mexerico, mexerica

ATENÇÃO! Mecha e derivados se escre-


vem com ch. a) Para que você nunca mais esqueça, pesqui-
se no texto e defina nas linhas abaixo o que é
Outras palavras com x: bexiga, bruxa, la- ortografia.
gartixa, maxixe, orixá, oxalá, praxe, puxar, xíca- ______________________________________
ra, xingar, luxo, elixir, luxuoso, xarope, xereta, en- ______________________________________
graxate, faxina, laxante, vexame etc.
Outras palavras com ch: salsicha, machu- b) chama (substantivo) e chama (verbo cha-
car, mochila, macho, fachada, colcha, chutar, chuchu, mar), são palavras
cochilo, broche, inchar, cachimbo, cachaça, chafariz, ______________________________________
tocha, piche, chimarrão etc. ______________________________________

USO DO “E” E DO “I”: c) cesto (substantivo) e sexto (numeral ordi-


1. Os verbos terminados em – uar e – oar nal) são palavras
são escritos com a letra e nas formas ______________________________________
do presente do subjuntivo. Ex.: efetuar: ______________________________________
efetue, efetues; continuar: continue, continues;
abençoar: abençoe, abençoes. d) Pesquise no dicionário o significado das
seguintes palavras parônimas:
2. Os verbos terminados em - uir, - air, - - infração: _________________________
oer são escritos com a letra i na segunda - inflação: _________________________
e na terceira pessoa do singular do pre- - flagrante: ________________________
sente do indicativo. Ex.: possuir: possuis, - fragrante: ________________________
possui; contribuir: contribuis, contribui; cair: - vultoso: _________________________
cais, cai; moer: móis, mói. - vultuoso: _________________________

Observe, ainda, as seguintes grafias:

Com e: anteontem, cadeado, destilar, penico,


periquito, empecilho, paletó, creolina, sequer, seringa,
cedilha, campeão, encarnado, quase.
Com i: privilégio, invólucro, penicilina, ponti-
agudo, crânio, umbilical, imbuia, dispendioso, escár-
nio, ansiar, casimira, esquisito.

AS LETRAS “O” e “U”:


A oposição entre as letras o e u é res-
ponsável pela diferença de significado entre as
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

5.2 – ACENTUAÇÃO proble-ma); para unir pronomes átonos a


verbos (retive-o, peguei-o, levá-la-ei); para
A acentuação consiste na utilização de ligar elementos de palavras compostas ou
certos sinais escritos sobre algumas letras, re- derivadas por prefixação.
presentando o que foi determinado pelas re-
gras de acentuação. São eles: o acento agudo (´), o 5.2.1. Emprego do Hífen
acento circunflexo (^), o acento grave (`), o til (~), o
trema (¨), o apóstrofo (‘) e o hífen (-). Emprega-se o hífen:

O acento agudo, quando colocado sobre 1. Nas palavras compostas em que os


as letras a, i, u e sobre o e pertencente ao elementos não conservam isolada-
grupo em, indica que essas letras represen- mente sua significação, constituin-
tam as vogais tônicas da palavra (pronunci- do o conjunto uma unidade semân-
adas com mais força). Ex: carcará, caí, súdito, tica. Ex.: pára-choque, couve-flor,
armazém; colocado sobre as letras e e o in- frango-d’água;
dicam, além da tonicidade, timbre aberto.
Ex.: lépido, céu, léxico, apoiam, boia. 2. Em vocábulos formados pelos prefi-
xos que representam formas adjetivas.
O acento circunflexo, colocado sobre as Ex.: anglo-brasileiro, sírio-libanês, gre-
letra a, e e o, além da tonicidade, indica co-romana;
timbre fechado. Ex.: lâmpada, tênue, pêssego,
supôs, Atlântico. 3. Nos vocábulos formados pelos prefi-
xos abaixo, seguidos de palavras come-
Depois do Acordo Ortográfico da língua çadas por vogal:
portuguesa de 1990, o trema foi abolido, auto – auto-educação
e só permaneceu em nomes próprios contra – contra-ataque
como Mülller. extra – extra-oficial

O til indica que as letras a e o representam 4. Nos vocábulos constituídos por


vogais nasais: órgão, alemã, ímã, portão, mãe. sufixos que representam formas
adjetivas como: açu, guaçu e mirim.
O acento grave indica a ocorrência da prepo- Ex.: Moji-Mirim, Moji-Guaçu, ca-
sição a com o artigo a, com os pronomes de- pim-açu;
monstrativos a, as e com a letra inicial dos pro-
nomes aquele, aquilo, aqueles, aquela, aque- 5. Nos vocábulos formados pelos prefi-
las. Ex.: à, às, àquele, àquela, àquilo. (crase) xos relacionados abaixo, seguidos de
palavras iniciadas por h, r, s:
O apóstrofo serve para assinalar a supres- ante – ante-histórico
são de um fonema (em geral uma vogal) anti – anti-higiênico
em algumas pronúncias populares, no ver- arqui – arqui-rabino
so e em palavras compostas ligadas pela neo – neo-republicano
preposição de. Ex.: copo d’água, pau- proto – proto-revolucionário
d’alho, galinha-d’água. infra – infra-hepático
pseudo – pseudo-revelação
O hífen é usado no final da linha para sepa- sobre – sobre-saia
rar uma palavra em duas partes (pro-blema/ semi – semi-selvagem
70 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade III

6. Nos vocábulos formados pelo prefixo • O prefixo sub junta-se às palavras inicia-
supra, seguido por palavra começada das por b, r e h por meio de hífen: sub-
por vogal, por r ou s: região, sub-bibliotecário, sub-hepático;
supra-renal
supra-sumo • Os prefixos ad, ab, ob e sob juntam-se às
supra-axila palavras iniciadas por b, d ou r : ab-rogar,
ob-reptício, sob-roda.
7. Nos vocábulos formados pelo prefixo
super , seguido de palavra iniciada por • O prefixo sócio não admite hífen: socioeco-
h ou r: nômico, sociolinguística.
super-requintado
super-homem
5.2.2. Uso da vírgula
8. Nos vocábulos formados pelos seguin-
tes prefixos, seguidos por palavras ini- A vírgula marca separações breves de
ciadas por vogal ou h: sentido, entre termos vizinhos, expressões ex-
pan – pan-asiático plicativas, inversões, na oração ou no período.
mal – mal-amado
Principais casos do emprego da vírgula:
9. Nos vocábulos formados pelo prefixo
bem, quando a palavra seguinte possui • Para separar palavras ou orações justa-
significado independente ou quando a postas, ou seja, não ligadas por conjun-
pronúncia o requer: ção. Ex.: Chegou a Europa, visitou mu-
bem-aventurado seus, resolveu assuntos comerciais, pas-
bem-vindo seou com amigos, voltou ao Brasil e ca-
bem-amado sou-se com uma amiga de infância.

10. Nos vocábulos formados pelos prefi- • As intercalações também devem ser co-
xos abaixo: locadas entre vírgulas. Ex.: O processo,
sem – sem-cerimônia acredito eu, será decidido favoravelmente.
vice – vice-reitor
ex – ex-diretor • Colocam-se entre vírgulas as expressões
explicativas, corretivas, como: isto é, ou
11. Nos vocábulos formados pelos prefi- seja, ou melhor, ou por outra, quer dizer, por
xos: exemplo, etc. Ex.: Os policiais, a meu ver,
pós – pós-meridiano deveriam ser mais rigorosos no cumpri-
pré – pré-escolar mento do dever.
pró – pró-reitoria

Observações úteis: • As conjunções coordenativas (e, nem, não


só...mas também, mas, porém, contudo, toda-
• Os prefixos macro e micro, quando se via, entretanto, no entanto, ou...,ou....,
juntam com palavras iniciadas por r ou s, ora....,ora...., logo, portanto, por conseguinte,
dobra-se essas consoantes: macrorregional, que, se, como, visto que, de sorte que, assim
microssistema, microrregião; que, a fim de que, à medida que, enquanto,
conforme, depois que etc.) devem ser colo-
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 71
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

cadas entre vírgulas. Ex.: O semestre foi Após no entanto, entretanto, por isso, porém,
difícil; não me queixo, porém./ Era pre- contudo, todavia, entretanto, quando essas palavras
ciso, pois, levar o caso às últimas conse- ou expressões iniciarem o período.
quências.
Ex.: No entanto o líder do partido deixou
• As orações adjetivas não restritivas (ex- claro que não aceitará discussões./No entan-
plicativas), os apostos, os vocativos, de- to, o líder do partido deixou claro que não
vem ser separados por vírgulas. Ex.: Pro- aceitará discussões.Cuidado! Não existe essa
fessores, é chegada a hora de tomar uma opção quando essas palavras ou expressões
decisão./ Rodin, o grande escultor, teve uma não iniciarem o período. Ex.: O líder do par-
existência atribulada. O homem, que é um tido declarou que participará da sessão, no en-
animal racional, deve ser sensato em to- tanto avisa que não aceitará discussões.
das as suas atitudes.
Antes de orações adverbiais de alguma
• Utiliza-se a vírgula também para indicar extensão que venham após a oração principal.
a elipse (ocultação) de verbo ou outro ter-
mo anterior. Ex.: As mulheres agem com Ex.: O vereador deixará o partido se a Câ-
o coração; os homens, com a cabeça./ mara não aprovar a CPI para apurar o caso
Os meninos brincam de bola; as meninas, das licitações./ O vereador deixará o partido,
de bonecas. se a Câmara não aprovar a CPI para apurar o
caso das licitações.
• Separam-se os topônimos, nas datas. Ex:
São Paulo, 10 de março de 2003.

Considerações gerais:

Nunca use vírgula entre sujeito e ver-


bo, entre verbos ou nomes e seus comple- a) Para se tornar um especialista, cite dois
mentos. No entanto, nos casos de o sujeito exemplos com o emprego do hífen:
ser muito extenso, é admissível que a vír- ______________________________________
gula o separe do predicado para tornar o ______________________________________
período mais claro. Ex.: Os professores da
pós-graduação de jornalismo e os funcio- b) Pense bem e responda: os prefixos ab e ob
nários do departamento de informática admitem hífen em quais situações?
encarregados do andamento do projeto ______________________________________
cultural, devem comparecer à reunião do ______________________________________
próximo dia 15.
c) E os prefixos ad e sob, admitem hífen em quais
Casos em que a vírgula é optativa: situações?
______________________________________
Em expressões adverbiais breves, inter- ______________________________________
caladas ou antepostas.
d) Veja no texto e escreva abaixo se o prefixo
Ex: O Vasco enfrenta, neste sábado, mais um sócio admite hífen em alguma situação.
desafio./O Vasco enfrenta neste sábado mais ______________________________________
um desafio. ______________________________________
72 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade III

e) O uso correto da vírgula torna um texto cla- 5.2.3. Uso da crase


ro e de fácil leitura. Pesquise e cite dois exem-
plos onde nunca se usa vírgula. A crase é a fusão do artigo feminino
______________________________________ a com a preposição a, assim não se utiliza a
______________________________________ crase antes de palavra masculina. Exceção:
Quando a palavra feminina estiver subtendida,
f) Da mesma forma, cite dois exemplos onde usa-se crase. Ex: Ela adorava móveis à Luiz
o uso da vírgula é optativo: XV. (à moda de).
______________________________________
______________________________________ Também não se usa a crase:

• antes de verbos, antes de artigo indefi-


nido (um, uma);
• antes de expressões de tratamento
(Vossa Excelência, Vossa Senhoria);
• antes de pronomes pessoais (ele, ela,
vós), antes de pronomes indefinidos (al-
gum, alguém, todo, toda);
• antes de pronomes demonstrativos
(exceto aquele, aqueles, aquela, aque-
las, aquilo).

Regra prática: emprega-se a crase quando,


ao substituir o nome feminino por um mascu-
lino, aparecer a contração ao antes do nome
masculino. Eu vou à cidade./Eu vou ao circo.
Usa-se o sinal indicativo de crase em ex-
pressões referentes a horas. Ex.: À uma hora.
/ Às três horas.

Ocorre crase também:


• Antes de pronomes demonstrativos
(aquele/aqueles/ aquelas/aquelas/
aquilo). Ex.: Fomos àquela fazenda.
• Antes de nomes de países, quando ao
fazer a inversão, aparecer a preposição
da. Ex.: Fui à Itália. (Voltei da Itália)/
Fui a Cuba. (Voltei de Cuba).

Não ocorre crase antes de:


• Antes de palavra masculina. Ex.: Ele gos-
ta de andar a cavalo.
• Antes de nome de cidade. Ex.: Vou a
Paris. Atenção! Se o nome da cidade
vier determinado, a crase é obrigató-
ria. Ex.: Vou à Paris eterna.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 73
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

• Antes de substantivos repetidos, nas lo- • Palavra variável + palavra variável.


cuções adverbiais, ainda que femininas. Variam os dois elementos. Ex.: cavalo-
Ex.: Frente a frente/ cara a cara/ gota a gota/ marinho/cavalos-marinhos, cirurgião-dentista
ponta a ponta. /cirurgiões-dentistas ou cirurgiães-dentistas.
• Antes de substantivo plural, quando não
regido da preposição a. Ex.: Refiro-me Ou varia só o primeiro (de acordo com a
a mulheres viúvas. Atenção! Em: Refiro- tradição da língua).
me às mulheres viúvas ocorre crase, pois Ex.: escola-modelo/escolas-modelo ou
há uma preposição e um artigo. escolas-modelos.
• Elementos unidos por preposição. Va-
A crase é facultativa quando: ria apenas o primeiro elemento. Ex.: pé-
• Antes de nomes próprios.Ex.: Dedico este de-moleque/pés-de-moleque.
livro à Maria./Dedico este livro a Maria.
• Antes da locução até a. Ex.: Vou até à • Palavras repetidas ou onomatopaicas.
cidade./Vou até a cidade. Só varia o segundo elemento. Ex.: reco-
• Antes de pronomes possessivos. Ex.: reco/reco-recos, tique-taque/tique-ta-
O memorando foi enviado à sua secretária./ ques.
O memorando foi enviado a sua secretária.
Obs. Merecem destaque os seguintes
5.3 – PLURAL DAS PALAVRAS substantivos compostos: o bota-fora/os bota-fora
COMPOSTAS (substantivos e adjetivos) ou os bota-foras, o louva-a-deus/os louva-a-deus, o diz-
que-diz/os diz-que-diz, o salva-vidas/os salva-vidas,
Considerando desnecessária uma revi- o joão-ninguém/os joões-ninguém, o para-quedas/os
são sobre o plural dos substantivos simples, para-quedas, o bem-te-vi/os bem-te-vis, o bem-me-
nos deteremos simplesmente no plural das pa- quer/os bem-me-queres.
lavras compostas sem hífen, e no plural das
palavras compostas cujos elementos são ligados 5.4 – FLEXÃO DOS ADJETIVOS
por hífen. COMPOSTOS

PLURAL DAS PALAVRAS Essas três formas de adjetivos compos-


COMPOSTAS SEM HÍFEN. tos merecem destaque.
• Adjetivo+adjetivo.
O plural das palavras compostas sem hí- Só varia o segundo elemento. Ex.: pro-
fen é feito como o das palavras simples. blema político-econômico/problemas
político-econômicos.
Ex: aguardente – aguardentes
malmequer – malmequeres • Adjetivo+substantivo.
girassol – girassóis Nenhum dos elementos varia. Ex.: car-
ros amarelo-ouro/carros amarelo-ouro,
O plural das palavras compostas obe- saia amarelo-ouro/saias amarelo-ouro.
dece às seguintes orientações:
• Cor de+substantivo.
• Verbo ou palavra invariável + substan- Nenhum dos elementos varia, o mesmo
tivo ou adjetivo. ocorrendo quando a expressão cor de está
Só varia o segundo elemento. Ex.: beija- subentendida. Ex.: papel cor-de-rosa/
flor/beija-flores papéis cor-de-rosa, camisa (cor de) cin-
74 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade III

za/camisas cinza, parede (cor de) gelo/ tantivo, independentemente de número e


paredes gelo. gênero. Ex.: Ele usava cinto e camisa preta.
Casos que merecem destaque: são inva-
riáveis azul-celeste e azul-marinho. 3. Dois ou mais adjetivos modificando
Ex.: camisa azul-celeste/camisas azul-ce- apenas um substantivo. Ex.: Aprecio as
leste, camisa azul-marinho/camisas azul- literaturas brasileira e francesa/Aprecio
marinho, calça azul-celeste/calças azul- a literatura brasileira e a portuguesa.
celeste. (duas possibilidades de concordância).

• Em surdo-mudo variam os dois elementos. 4. Numerais ordinais que vêm antes de um


Ex.: surdo-mudo/surdos-mudos. único substantivo. Existem duas possibi-
lidades de concordância. Ex.: Escola Es-
5.5 – CONCORDÂNCIA NOMINAL E tadual de Primeiro e Segundo Grau José
VERBAL de Alencar./Escola Estadual de Primei-
ro e Segundo Graus José de Alencar.
A concordância nominal trata da harmo-
nia entre as palavras que formam um grupo 5. Algumas expressões merecem destaque.
nominal: substantivo (ou pronome que o re- Mesmo/mesma: A palavra mesmo é variá-
presente) e seus modificadores, que podem vel, devendo concordar em gênero e
ser o artigo, o adjetivo, o pronome, o nume- número com o termo enfatizado. Ex.:
ral ou o particípio. Eu mesma fiz a sobremesa./ Eu mesmo
Alguns casos de concordância merecem consertei meu carro./Elas mesmas
especial atenção: fizeram o almoço./Eles mesmos
1. Adjetivo ou pronome modificando ape- arrumaram suas malas. Obs: Quando
nas um substantivo. As palavras que significar realmente, a palavra é invariável.
modificam o substantivo devem con- Ex.: Eles fizeram mesmo o que
cordar em número (singular e plural) e prometeram.
gênero (feminino e masculino) com ele. Anexo/anexa: Concorda em gênero e nú-
Ex.: Minha caneta é vermelha./Minhas ca- mero com o termo ao qual se refere: foto-
netas são vermelhas. cópias anexas/documentos anexos. Veja os
2. Adjetivo ou pronome modificando dois exemplos: Seguem anexas as fotocópias./
ou mais substantivos Segue anexa a nota promissória. Aten-
Quando vêm antes dos substantivos, os ção! A expressão em anexo é invariável.
adjetivos e pronomes, via de regra, con- Ex: Seguem em anexo as fotocópias.
cordam com o substantivo mais próxi- Quites/quite. Concorda em número com
mo. Ex.: As aves sobrevoam belos cam- o termo que acompanha. Ex.: Depois
pos e lagoas./As aves sobrevoam belas desse acerto, estou quite com minhas
lagoas e campos. obrigações./Eles não estão quites com
O adjetivo vai para o plural, no masculi- suas obrigações.
no, se pelo menos um substantivo for Meio/meia. Meio é invariável. Ex.: A mu-
masculino, ou para o plural, no femini- lher está meio nervosa./ O homem está
no, se todos os substantivos forem fe- meio cansado. Contudo, quando é nume-
mininos. Ex.: Ele usava jaqueta e sapatos ral fracionário modificador de substan-
pretos./ Ele age com pontualidade e tivo, a palavra é variável. Ex.: Ela tomou
correção britânicas. meio litro de leite./ Coloque meia xícara
O adjetivo concorda com o último subs- de leite no bolo.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 75
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

É bom/é necessário. Quando não se usa ne- 5.5.1. Concordância verbal


nhum especificador para o substantivo
(artigo), usa-se o adjetivo no masculino. Você já deve ter notado que o verbo e o
Ex.: Sopa é bom no inverno. Mas: A sopa sujeito estão sempre ligados pelo mecanismo
é boa no inverno./ Calma é necessário. Mas: da concordância, mesmo quando o sujeito vem
A calma é mais do que necessária. posposto (depois) do verbo. Trataremos, aqui,
somente de algumas regras básicas.

• Quando o sujeito é composto e ante-


posto ao verbo, a concordância se faz
no plural. Ex.: Pai e filho conversaram de-
moradamente.
a) A regra diz que não se usa a crase antes de
palavra masculina. Cite uma exceção: • Quando o sujeito composto é forma-
____________________________________ do por pessoas gramaticais diferentes,
____________________________________ a concordância é a seguinte: a primeira
pessoa prevalece sobre a segunda pes-
b) Há casos nos quais o uso da crase é faculta- soa, que, por sua vez, prevalece sobre
tivo. Cite dois exemplos. a terceira. Ex.: Teus tios, tu e eu resol-
____________________________________ veremos essa questão. (resolveremos – pri-
____________________________________ meira pessoa do plural.)/Tu e teus ir-
mãos resolvereis essa questão. (resol-
c) O que são palavras onomatopaicas? Veja no vereis – segunda pessoa do plural)/Tios
texto e responda abaixo. e primos resolveram essa questão. (re-
____________________________________ solveram - terceira pessoa do plural).
____________________________________
• Quando o sujeito composto é resumi-
d) Para ficar craque, escreva o plural das se- do por um pronome indefinido (tudo,
guintes palavras: nada, ninguém), o verbo concordará
- saci-pererê: ______________________ com o pronome indefinido.Ex.: Os mó-
- joão-ninguém: _____________________ veis, as roupas, as louças, tudo estava fora
de lugar./Festas, passeios, cinema, nada lhe
interessava.

• Quando o sujeito é um pronome de tra-


tamento, o verbo permanece sempre na
terceira pessoa. Ex.: Vossa Excelência
atendeu o nosso pedido.

• Quando o sujeito é pronome relativo


que, o verbo concorda com o antece-
dente desse pronome. Ex.: Fui eu que
resolvi aquele incidente./Fomos nós que re-
solvemos aquele incidente.

• Quando o sujeito é o pronome relati-


76 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade III

vo quem, o verbo deverá permanecer • Quando o sujeito é formado por um


na terceira pessoa do singular. Ex.: Fui pronome indefinido no plural, seguido
eu quem resolveu o problema./Fomos nós dos pronomes pessoais nós ou vós, a
quem resolveu o problema. concordância tanto pode ser feita com
o indefinido plural, quanto com o pro-
• Quando o sujeito é um nome que só se nome pessoal. Ex.: Alguns de nós saíram
utiliza no plural, e não vem precedido da sala./Alguns de nós saímos da sala./
de artigo, o verbo fica no singular. Ex.: Muitos de vós chegaram cedo./Muitos de vós
Férias faz bem. chegastes cedo. Obs: Quando o pronome
está no singular, a concordância é feita
• Os verbos haver e fazer, quando impes- com o pronome indefinido. Ex.: Algum
soais (sem sujeito), permanecem na ter- de nós saiu./Qual de vós encontrou o presente?
ceira pessoa do singular. Ex.: Havia mui-
tas pessoas na festa./ Devia haver muitas pes- • Quando há dois substantivos comuns
soas interessadas no apartamento./Faz dois de números diferentes, o verbo ser
meses que ela mudou de cidade./ Vai fazer concordará preferencialmente com
dois meses que ela mudou de cidade. aquele que estiver no plural.Ex.: A vida
são esses momentos felizes./ O mundo são
• Quando o verbo é acompanhado da alegrias perdidas.
partícula apassivadora se, tem sujeito
expresso na oração e, portanto, concor- • Quando o sujeito do verbo ser for um
dará normalmente com o sujeito. Ex.: dos pronomes tudo, isso, isto, aquilo, o, a
Alugam-se casas de praia./Vendeu-se uma concordância deve ser feita, de preferên-
casa em bom estado./Obs. Quando a pa- cia, com o predicativo do sujeito. Ex.:
lavra se é índice de indeterminação de Tudo são flores./Aquilo eram dores do par-
sujeito, o verbo permanece na terceira to./O que nos preocupava eram os acessos da-
pessoa do singular. Ex.: Precisa-se de mar- quele rapaz./ Isto são coisas de adolescente.
ceneiros.
5.6 – FRASE, ORAÇÃO, PERÍODO
• Quando o sujeito for formado pela ex-
pressão mais de um, mais de dois, o A parte da Gramática Normativa que
verbo vai concordar com o numeral que estuda as relações entre as palavras na oração,
acompanha essas expressões. Ex.: Mais e as relações das orações no período denomi-
de um aluno foi expulso./Mais de dois alu- na-se sintaxe. Para entender essas relações, você
nos foram expulsos. precisa saber primeiramente o que é frase, o
que é oração e o que é período.
• Quando o verbo parecer estiver segui- Então vejamos:
do de um infinitivo, ou se faz a flexão Denomina-se frase um enunciado que
do verbo parecer, ou se flexiona o infi- possui sentido completo, podendo, ou não, se
nitivo. Ex.: As luzes pareciam brilhar./ As organizar em torno de um verbo. Ex.: Silên-
luzes parecia brilharem. cio!/Os alunos chegaram agitados. No primeiro
caso, não existe um verbo, mas o propósito
• Quando os núcleos do sujeito compos- comunicativo é atingido, então ele é uma frase.
to forem ligados por com, o verbo irá Aliás, até estruturas mais simples, como um
para o plural. Ex.: O professor com os alu- simples “Ai!”, são conceituadas como frases,
nos organizaram a festa de despedida. pois, em determinada situação, ou seja, dentro
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 77
TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

de um contexto é suficiente para transmitir um apenas uma oração, a qual recebe o nome de
conteúdo claro. oração absoluta (Ex.: A menina dormia na sala),
Na língua portuguesa, existem alguns ti- ou composto, quando constituído por mais de
pos de frases cuja entonação é mais ou menos uma oração (Ex.: Ela saiu de casa/ e não voltou
previsível, de acordo com o sentido transmiti- mais).
do. Assim: 5.6.1. Termos essenciais da oração:

Frases declarativas: informam ou de- Os termos essenciais da oração são: su-


claram alguma coisa. Podem ser: jeito e predicado. O sujeito é o elemento da
oração, a respeito do qual se informa algo. A
• afirmativas: Começou a escurecer. informação propriamente dita, ou seja, aquilo
• negativas: Ainda não começou a escurecer. que se informa sobre o sujeito, denomina-se
predicado.
Interrogativas: usadas quando se quer
obter alguma informação. A interrogação pode Ex.: Os jogadores permaneceram no hotel.
ser: Sujeito: Os jogadores
• direta: Começou a chover? Predicado: permaneceram no hotel.
• indireta: Quero saber se começou a chover.
O jogador/ permaneceu no hotel.
Exclamativas: usadas para expressar Sujeito Predicado
um estado emotivo: Agora é que são elas!
Obs: Pelos exemplos acima você pode
Imperativas: usadas para dar ordens, observar que o sujeito sempre concorda com
conselhos, ou fazer algum pedido. Ex.: Não seja o verbo, isto é, se o sujeito está no singular, o
inconveniente./ Faça a coisa certa. verbo também fica no singular; se o sujeito está
no plural, o verbo fica no plural (Lembra-se
Optativas: são usadas para exprimir de- da concordância verbal?).
sejo. Ex.: Deus te abençoe!/ Bons ventos o tragam! Observe a oração: Aqueles dois inteligentes
e esforçados alunos faltaram.
Já a oração é um enunciado que possui O sujeito pode ser constituído por uma
sujeito e predicado, ou, pelo menos predica- única palavra, ou por um conjunto de palavras,
do, já que algumas orações não possuem sujei- como no exemplo acima. A palavra de maior
to. A oração sempre se organiza a partir de importância (que será sempre um substanti-
um verbo. Ex.: O colega fez o exercício./ Faz frio vo) recebe o nome de núcleo do sujeito. No
em julho. exemplo citado, o termo em negrito é o nú-
A oração se caracteriza pela presença de cleo do sujeito, pois o pronome (aqueles), o
um verbo, ou locução verbal, sendo que cada numeral (dois) e os adjetivos (inteligentes e es-
enunciado que possua verbo constitui uma ora- forçados) estão apenas qualificando o sujeito.
ção. Para você saber o número de orações de um
período, basta contar o número de verbos. Ex.: 5.6.2. Tipos de sujeito:
Os pássaros e os homens amam esta região árida, vivem
nesta região árida, palpitam nesta região árida. Temos, O sujeito pode ser simples, quando
aqui, três orações num período composto. possui um só núcleo; ou composto, quando
E, finalmente, o período é a frase cons- possui mais de um núcleo.
tituída por uma, duas ou mais orações. O perío- Ex.: Muitos alunos inteligentes são tímidos.
do pode ser simples, ou seja, constituído por Sujeito simples
78 • INEDI - Cursos Profissionalizantes
LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade III

Ex.: Os professores, os alunos e os co- b) Verbos: fazer, ser, estar indicando cli-
ordenadores organizaram a excursão. ma ou tempo cronológico.
Sujeito composto Ex.: É uma hora./ Está quente./Faz dois
anos desde o meu casamento.
Em muitos casos, o sujeito não vem ex-
presso na oração, mas pode ser facilmente iden- c) O verbo haver, quando empregado com
tificado pelo contexto e está implícito na desi- referência a decurso de tempo, ou no
nência verbal. Trata-se de um sujeito simples sentido de existir.
implícito e sempre estará representado por um Ex.: Há seis meses não chove nesta cidade./
pronome pessoal reto. Ex.: “Quero que você me Havia muitas mulheres na festa.
ganhe, que você me apanhe...” (Caetano Veloso).
O sujeito também pode ser indetermi- Obs: O verbo existir não é impessoal,
nado, quando não se pode (ou não se quer então terá o sujeito concordando regu-
precisar) que elemento da oração é o sujeito. larmente com ele. Ex.: Existem seres de
Ex.: Mataram minha cadela de estimação./ Precisa- outros planetas.
se de motoqueiros.
Obs. Se a palavra se for partícula apassi- 5.6.4. Tipos de predicado:
vadora, o sujeito não será indeterminado, já
que estará expresso na oração. Ex.: Aluga-se Existem três tipos de predicado:
uma casa de praia. O sujeito é uma casa de
praia. O se é partícula apassivadora quando PREDICADO VERBAL: É aquele que
vem acompanhado de verbo que não é transi- tem um verbo (transitivo ou intransiti-
tivo (v.t.d.) direto (sem preposição). O sujeito vo) como núcleo significativo. Ex.: O dia
é expresso na oração. amanheceu./Senti uma sensação estra-
nha./Contaram a triste verdade ao rapaz
Ex.: Revelou-se a idade do seqüestrador. enganado.
v.t.d. sujeito
PREDICADO NOMINAL: É aquele que
O se é índice de indeterminação do su- tem um nome como núcleo significativo;
jeito quando vem acompanhado de verbo que esse nome atribui uma qualidade ou um esta-
não é transitivo direto; nesse caso, o sujeito é do ao sujeito, sendo chamado de predicativo
indeterminado. do sujeito. Nesse caso, o verbo não será sig-
nificativo, funcionando somente como elo
Ex.: Confia-se em pessoas religiosas. entre o sujeito e o atributo (qualidade) do
v.i. sujeito. Esse tipo de verbo é chamado ver-
bo de ligação. Ex.: Marcos estava chateado./
5.6.3. Oração sem sujeito: Maria estava agitada.

Ocorre oração sem sujeito com os ver- PREDICADO VERBO-NOMINAL:


bos impessoais, que podem ser: Quando o predicado tiver como núcleos de
informação um verbo (transitivo ou intran-
a) Verbos que exprimem fenômeno da na- sitivo) e um nome (predicativo do sujeito
tureza, como chover, trovejar, amanhe- ou do objeto) ele será um predicado verbo-
cer, anoitecer, ventar, relampejar etc. nominal. Ex.: Maria caminhava triste pelas
Ex.: Anoiteceu rapidamente. (oração ruas./ Carla saiu apressada com a bicicleta./
sem sujeito) O juiz julgou o réu inocente.
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5.7 – CORRELAÇÕES FRASAIS Aqui, foram coordenadas palavras


(substantivos) com orações reduzidas de
A palavra correlação significa uma relação infinitivo (não ser inseguro/ter ambição). Veja
mútua entre dois termos. Como estamos fa- uma possibilidade de correção:
lando em frases, a correlação frasal é uma relação
mútua entre frases, e que consiste em apresen- No discurso inaugural mostrou determinação, segu-
tar ideias similares (parecidas) numa forma rança, perspicácia e ambição.
gramatical idêntica. A essa correlação damos
o nome de paralelismo. Dessa forma, incorrem Outro problema comum é o falso parale-
em erro redatores que conferem forma não lismo, que dá forma equivalente a ideias de hie-
paralela a elementos paralelos. Observe os rarquia diferente ou, ainda, apresenta de for-
exemplos: ma paralela estruturas sintáticas diferentes:
O escritor visitou Paris, Bruxelas, Roma e o
Através do aviso circular recomendou-se aos Papa. Você percebeu alguma coisa errada, não?
Ministérios economizar energia e que ela- Nesta frase, colocou-se no mesmo nível a ci-
borassem projetos de contenção de des- dade (Paris, Bruxelas, Roma) e uma pessoa (o
pesas. Papa). Uma opção de correção seria transfor-
mar a frase em duas frases simples, sem repetir
Nessas duas orações subordinadas (eco- o verbo da primeira (visitar):
nomizar energia/ que elaborassem projetos de
contenção de despesas) há duas estruturas dife- O escritor visitou Paris, Bruxelas e Roma. Nesta
rentes para ideias semelhantes (economizar ener- última capital, encontrou-se com o Papa.
gia/elaborar projetos de contenção de despe-
sa). A primeira oração (economizar energia) é Outro problema causado pelo falso pa-
uma oração reduzida de infinitivo, enquanto que ralelismo é provocado pelo uso inadequado da
a segunda (que elaborassem projetos de conten- expressão e que num período que não apre-
ção de despesas) é uma oração desenvolvida in- senta nenhum que anterior:
troduzida pela conjunção que.
Uma solução correta seria a de apresen- O novo assessor é jurista renomado, e que possui
tar as duas orações subordinadas como ora- sólida formação acadêmica.
ções desenvolvidas introduzidas pela conjun-
ção integrante que, estabelecendo assim um Uma opção para corrigir a frase é supri-
paralelismo, ou seja, usando uma forma paralela para mir o pronome relativo (que):
ideias similares. Corrigidas, as orações ficari-
am assim: O novo assessor é jurista renomado e possui sólida
formação acadêmica.
Através do aviso circular recomendou-se aos Ministéri-
os que economizassem energia e (que) elabo- Encontramos problemas quando o em-
rassem projetos de contenção de despesas. prego de expressões correlativas como não
só...mas (como) também; tanto...quanto (ou como);
Assim redigida a frase, respeita-se à es- ou...ou; nem...nem etc não mantém o paralelismo
trutura paralela na coordenação de orações obrigatório entre as estruturas apresentadas.
subordinadas. Observe:

No discurso inaugural, mostrou determinação, Ou Vossa Excelência acata o pedido, ou apresen-


não ser inseguro, perspicácia e ter ambição. ta outra alternativa..
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LÍNGUA PORTUGUESA – Unidade III

O juiz não só tem obrigação de apurar a culpa,


como também a de punir os culpados.

Nestes exemplos, o paralelismo é rom-


pido pela colocação do primeiro termo da
correlação em posição equivocada. A posição
correta das expressões correlativas seria a
seguinte:

Vossa Excelência ou acata o pedido, ou apresenta


outra alternativa.
O juiz tem obrigação não só de apurar a culpa, como
também de punir os culpados.

a) As luzes pareciam brilhar; As luzes parecia bri-


lharem. Qual das frases usa corretamente o plu-
ral dos verbos?
___________________________________
___________________________________

b) Volte a ler o texto e responda: quais são os


tipos de frases , de acordo com o sentido trans-
mitido?
___________________________________
___________________________________

c) E o período? O que é? Responda resumida-


mente.
___________________________________

d) Algumas expressões e formas verbais cau-


sam grande confusão na língua portuguesa.
Nesta frase: Faz dez anos que nasceu. O verbo fa-
zer não está flexionado (no plural) por quê?
___________________________________

e) Estude mais uma vez a teoria e responda


quais os tipos de predicados existentes?
___________________________________
___________________________________
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TÉCNICO EM TRANSAÇÕES IMOBILIÁRIAS

82 • INEDI - Cursos Profissionalizantes


LÍNGUA PORTUGUESA

4. Sua finalidade é exclusivamente prática: comunicar


informações e exprimir opiniões e sentimentos de forma
eficaz, sem qualquer preocupação com a “correção gra-
matical”. Esta definição se aplica a:
a) Língua técnica;
b) Língua popular;
I - Assinale a alternativa correta. c) Gíria;
1. Linguagem é: d) Língua regional;
a) A capacidade humana de se comunicar e) Língua culta.
por meio de uma língua;
b) O uso individual da língua; 5. Diz que um chega, logo dão terra pra ele cultivar...
c) O conjunto de signos e forma de com- É lavoura de café... Dão muda já crescida, diz que
binar esses signos; dão de um tudo...”(Jorge Amado). A linguagem uti-
d) É a união de um significante e um lizada nesse texto é a:
significado; a) coloquial;
e) Um sistema de signos convencionais usa- b) culta;
dos pelos membros de uma mesma co- c) popular;
munidade. d) técnica;
e) gíria.
2. Na função poética, a mensagem:
a) se volta sobre si mesma, transforman- 6. Dentre as frases seguintes, assinale aquela que
do-se em seu próprio referente; não contém ambiguidade:
b) é elaborada de forma inovadora e im- a) Peguei a condução correndo.
prevista, despertando prazer estético b) O policial deteve o ladrão em seu apar-
no leitor; tamento.
c) imprime no texto as marcas de sua ati- c) Vereador fala da reunião na TV Record.
tude pessoal: emoções, opiniões etc. d) O menino viu o bandido descendo o morro.
d) privilegia o referente da mensagem, e) O pai abençoou o filho.
transmitindo informações objetivas;
e) se orienta sobre o canal da comunica- 7. Os termos protagonista e antagonista se refe-
ção, buscando verificar sua eficácia. rem a tipos de personagens encontrados na:
a) descrição;
3. O objetivo da função referencial é: b) resenha;
a) produzir textos que se propõem infor- c) narração;
mar o leitor, transmitindo-lhe dados e d) dissertação;
conhecimentos precisos; e) poesia.
b) usando de imagens, ritmo e sonorida-
de, produzir, no leitor, uma emoção 8. A dissertação é um tipo de texto que contém:
estética; a) uma argumentação defendendo um ponto
c) testar o canal da mensagem, procuran- de vista sobre um determinado assunto;
do verificar o contato entre destinatário b) uma análise reflexiva sobre personagens
e remetente; em movimento;
d) influir no procedimento do destinatário, c) uma resenha crítica sobre um livro re-
“falando a mesma língua que o receptor”; cém-lançado;
e) usar o código para explicar ou definir d) verbos de ação e fatos em sequência;
elementos do próprio código. e) um foco narrativo em primeira pessoa.
INEDI - Cursos Profissionalizantes • 83
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9. Enredo, personagens e tempo são elemen- O texto em questão é uma:


tos da: a) narração;
a) resenha crítica; b) dissertação;
b) dissertação objetiva; c) resenha;
c) dissertação subjetiva; d) descrição;
d) narração; e) síntese.
e) descrição.
14. O uso de adjetivos e advérbios, da função
10. A finalidade da descrição é: conativa da linguagem e de frases curtas é uma
a) relatar um fato marcante; característica do texto:
b) apresentar uma visão impessoal sobre a) dissertativo;
um determinado personagem; b) literário;
c) contar uma história em que haja um pro- c) técnico;
tagonista e um antagonista; d) narrativo;
d) contar uma história interessante, a par- e) publicitário.
tir de um tema proposto;
e) fazer um “retrato” verbal de cenas, ob- 15. Na sala havia uma fumaça densa que
jetos, pessoas ou ambientes. não per mitia que enxer gássemos qualquer
pessoa. Obser vei que ali havia pessoas de
11. Introdução, desenvolvimento ou argumentação são todos os tipos: loiras, ruivas, de olhos azuis,
partes da: de olhos castanhos, maquiadas em tons cla-
a) carta comercial; ros e escuros.
b) narração;
c) dissertação; A qualidade que não está presente nesse
d) descrição; texto é:
e) circular. a) a coesão;
b) a coerência;
12. “Era loura: tinha olhos azuis, como os de Cecília, c) a concisão;
extáticos, uns olhos que buscavam o céu e pareciam d) a argumentação;
viver dele...um vestido branco, de finíssima cambraia e) a clareza.
envolvia-lhe castamente o corpo, cujas formas aliás
desenhava...”(Machado de Assis). 16. Ofício é o tipo mais comum de comunica-
ção usado na correspondência:
O tipo de texto acima configura: a) bancária;
a) uma narração; b) comercial;
b) um resumo; c) oficial;
c) uma resenha crítica; d) empresarial;
d) uma descrição; e) escolar.
e) uma dissertação.
17. No ofício, ao final, além da assinatura do
13. “Gastei trinta dias para ir do Rio Grande ao co- signatário, deve constar:
ração de Marcela, não já cavalgando o corcel do cego a) a fórmula de cortesia;
desejo, mas o asno da paciência, a um tempo manhoso b) o endereço do signatário;
e teimoso.(...)Teve duas fases a nossa paixão, ou liga- c) o estado civil do signatário;
ção, ou qualquer outro nome(...)teve a fase consular e a d) o cargo ou função do signatário;
fase imperial. (Machado de Assis) e) o estado civil do remetente.
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18. O termo requerimento se aplica a: 21. O objetivo maior da carta comercial é:


a) Um documento onde se declara algo, a) requerer um determinado benefício
frequente nos serviços policiais. funcional;
b) Uma petição escrita, na qual se solicita b) transmitir uma informação;
algo a uma autoridade. c) registrar o que se passou numa reunião
c) Um instrumento pelo qual uma pessoa de diretoria;
recebe de outra poderes para praticar d) baixar uma ordem de natureza adminis-
atos ou administrar bens. trativa;
d) Um documento da correspondência ofi- e) fazer um convite informal.
cial externa, por meio do qual se comu-
nicam os funcionários públicos. 22. Na correspondência, o termo vocativo sig-
e) Um documento particular assinado por nifica:
várias pessoas, contendo reivindicações. a) a saudação de cortesia que se dirige ao
destinatário antes de entrar no assunto
19. O termo circular caracteriza: propriamente dito da carta;
a) a narração escrita pormenorizada e au- b) a exposição do motivo da carta;
tenticada de um fato; c) o parágrafo que encerra o corpo da
b) uma comunicação reproduzida em có- carta;
pias, expedidas a diferentes pessoas, ór- d) o fecho de cortesia;
gãos ou entidades; e) a mensagem que se quer transmitir.
c) uma cópia integral, exata e certificada de
um documento; 23. Assinale a alternativa correta quanto à or-
d) um pedido sem certeza legal ou sem se- tografia:
gurança quanto ao despacho favorável; a) expectativa – tensão – empecilho;
e) uma nota enviada por diplomata, de- b) fusil – discrição – tráfego;
signada também por memorando di- c) beneficente – previlégio – tóxico;
plomático. d) hegemonia – pesquiza – vazio;
e) baronesa – conceder – revesamento.
20. O termo relatório se refere a:
a) um documento através do qual a au- 24. Assinale a alternativa correta quanto à acen-
toridade comprova um fato ou uma tuação das palavras:
situação de que tenha conhecimento a) bônus – album – árduo – ônix – bíceps;
em razão do cargo ou função que b) apóiam – estoico – carnauba – esferói-
exerce; de – supôs;
b) afirmação da existência ou inexistência c) lâmpada – transatlântico – imãs – so-
de uma situação de fato ou de direito; tãos – ponêis;
c) um acordo de vontades que tem por fim d) magóas – forceps – incrível – elétron –
criar, modificar, ou extinguir direitos; éter;
d) um documento mediante o qual uma e) vírus – tórax – mártir – órfãos – útil.
pessoa dá a outra poderes para praticar
atos ou administrar interesses, em seu 25. Assinale a alternativa correta quanto ao uso
nome; do hífen:
e) uma descrição de fatos passados, anali- a) recém-chegado, sem-cerimônia, pós-es-
sados com o objetivo de orientar o ser- crito;
viço interessado ou o supervisor imedi- b) penta-campeão, porto-alegrense – mal-
ato, para determinada ação. entendido;
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c) pós-graduação, anfi-teatro – ultra-sensí- 30. Denomina-se período simples aquele:


vel; a) constituído por apenas uma oração;
d) anti-higiênico, tragi-comédia – para- b) constituído por duas ou mais orações;
quedas; c) articulado por coordenação ou subor-
e) matéria-prima – nipo-brasileiro – bio- dinação;
tônico. d) organizado a partir de uma locução ver-
bal;
26. ...........-se de questões simples que se e) constituído por uma palavra substanti-
..........facilmente; ..............-se, portanto, discus- vada e um predicado.
sões desnecessárias.
a) trata – resolverá – evite; II - Leia as afirmativas listadas a seguir. Algu-
b) tratam – resolverá – evite; mas são verdadeiras, outras são falsas. Identifi-
c) tratam – resolverá – evitem; que-as, escrevendo, nos parênteses, a letra “V”
d) trata – resolverão – evitem; nas afirmativas verdadeiras e a letra “F” nas
e) trata – resolverão – evite. falsas.

27. Assinale a alternativa correta quanto ao uso 1. ( ) Linguagem é a capacidade humana


da crase: de se comunicar por meio de uma língua.
a) Ele andava as pressas.
b) O chefe da repartição foi a Europa. 2. ( ) Na função poética, a mensagem pri-
c) Nunca falei à esta senhora. vilegia o referente da mensagem, transmitindo
d) Ele usava sapatos à Luís XV. informações objetivas.
e) Ele levou a namorada à uma festa.
3. ( ) O objetivo da função referencial é pro-
28. Assinale a alternativa em que o plural do duzir textos que se propõem informar o lei-
substantivo composto está correto: tor, transmitindo-lhe dados e conhecimentos
a) couves-flores, chás-dançantes, contas- precisos.
correntes;
b) obras-primas, mulas-sem-cabeças, salá- 4. ( ) Sua finalidade é exclusivamente prática:
rios-famílias; comunicar informações e exprimir opiniões e sentimen-
c) pães-de-ló, técnico-científicas, arranhas- tos de forma eficaz, sem qualquer preocupação com a
céus; “correção gramatical”. Esta definição se aplica a:
d) franco-belgas, guarda-florestais, ave- língua regional.
marias;
e) salve-rainhas, pés-de-moleque, decreto- 5. ( ) Diz que um chega, logo dão terra pra ele
leis. cultivar...É lavoura de café...Dão muda já crescida,
diz que dão de um tudo...”(Jorge Amado). A lingua-
29. A oração, na qual o predicado é indispensá- gem utilizada nesse texto é a coloquial.
vel, é definida como:
a) um enunciado marcado por uma ento- 6. ( ) As frases seguintes não contêm
nação conclusa; ambiguidade: “Peguei a condução correndo”,
b) um enunciado que se organiza em torno “O policial deteve o ladrão em seu
de um verbo; apartamento”.
c) um período simples;
d) um período composto;
e) um enunciado que apresenta coerência.
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7. ( ) Os termos protagonista e antagonista se 17. ( ) No ofício, ao final, além da assina-


referem a tipos de personagens encontrados tura do signatário, deve constar cargo ou fun-
na narração. ção do signatário.
8. ( ) A dissertação é um tipo de texto que
contém uma argumentação defendendo um 18. ( ) O termo requerimento se aplica a um
ponto de vista sobre um determinado assunto. documento onde se declara algo, frequente nos
serviços policiais.
9. ( ) Enredo, personagens e tempo são
elementos da narração. 19. ( ) O termo circular caracteriza uma cópia
integral, exata e certificada de um documento.
10. ( ) A finalidade da descrição é: contar
uma história em que haja um protagonista e 20. ( ) O termo relatório se refere a uma
um antagonista. descrição de fatos passados, analisados com o
objetivo de orientar o serviço interessado ou
11. ( ) Introdução, desenvolvimento ou argumen- o supervisor imediato, para determinada ação.
tação são partes da dissertação.
21. ( ) O objetivo maior da carta comerci-
12. ( ) “Era loura: tinha olhos azuis, como os de al é transmitir uma informação.
Cecília, extáticos, uns olhos que buscavam o céu e pa-
reciam viver dele...um vestido branco, de finíssima cam- 22. ( ) Na correspondência, o termo voca-
braia envolvia-lhe castamente o corpo, cujas formas aliás tivo significa o fecho de cortesia.
desenhava...”(Machado de Assis). O tipo deste tex-
to configura uma descrição. 23. ( ) Quanto à ortografia, a alternativa
“a” está correta, as demais estão erradas.
13. ( ) “Gastei trinta dias para ir do Rio Gran- a) expectativa – tensão – empecilho;
de ao coração de Marcela, não já cavalgando o corcel b) fusil – discrição – tráfego;
do cego desejo, mas o asno da paciência, a um tempo c) beneficente – previlégio – tóxico;
manhoso e teimoso.(...)Teve duas fases a nossa paixão, d) hegemonia – pesquiza – vazio;
ou ligação, ou qualquer outro nome(...)teve a fase con- e) baronesa – conceder – revesamento.
sular e a fase imperial. (Machado de Assis)
O texto em questão é uma descrição. 24. ( ) Apenas a alternativa “d” está corre-
ta quanto à acentuação das palavras:
14. ( ) O uso de adjetivos e advérbios, da a) bônus – album – árduo – ônix – bíceps;
função conativa da linguagem e de frases cur- b) apóiam – estoico – carnauba – esferóide –
tas é uma característica do texto publicitário. supôs;
c) lâmpada – transatlântico – imãs –
15. ( ) Na sala havia uma fumaça densa que não sotãos – ponêis;
permitia que enxergássemos qualquer pessoa. Obser- d) magóas – forceps – incrível – elétron –
vei que ali havia pessoas de todos os tipos: loiras, rui- éter;
vas, de olhos azuis, de olhos castanhos, maquiadas em e) vírus – tórax – mártir – órfãos – útil.
tons claros e escuros. A qualidade que não está
presente nesse texto é a coerência. 25. ( ) A alternativa “a” está correta quan-
to ao uso do hífen:
16. ( ) Ofício é o tipo mais comum de co- a) recém-chegado, sem-cerimônia, pós-es-
municação usado na correspondência oficial. crito;
b) penta-campeão, porto-alegrense – mal-
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entendido; 27. ( ) Quanto ao uso da crase, está corre-


c) pós-graduação, anfi-teatro – ultra-sensível; ta a frase “Ele usava sapatos à Luís XV”.
d) anti-higiênico, tragi-comédia – pára-quedas;
e) matéria-prima – nipo-brasileiro – bio-tônico. 28. ( ) O plural do substantivo composto
26. ( ) Para completar a frase, você deve está correto apenas na alternativa “a”:
usar os verbos citados na alternativa “b”. a) couves-flores, chás-dançantes, contas-
................-se de questões simples que se correntes;
.................facilmente; ..................-se, portanto, b) obras-primas, mulas-sem-cabeças, salá-
discussões desnecessárias. rios-famílias;
a) trata – resolverá – evite; c) pães-de-ló, técnico-científicas, arranhas-
b) tratam – resolverá – evite; céus;
c) tratam – resolverá – evitem; d) franco-belgas, guarda-florestais, ave-
d) trata – resolverão – evitem; marias;
e) trata – resolverão – evite. e) alve-rainhas, pés-de-moleque, decreto-
leis.

29 ( ) A oração, na qual o predicado é indis-


pensável, é definida como período composto.

30. ( ) Denomina-se período simples aquele


constituído por apenas uma oração.

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BIBLIOGRAFIA

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contemporâneo. 3. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2001.

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Publifolha, 2001.

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NETO, Pasquale Cipro; INFANTE, Ulisses. Gramática da Língua


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NICOLA, José de; INFANTE, Ulisses. Gramática contemporânea da língua


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TERRA, Ernani; NICOLA, José de. Gramática, literatura e redação para o


2º grau. São Paulo: Editora Scipione, 1997.

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GABARIT
GABARITOO

EXERCÍCIO I EXERCÍCIO II

1-A 16-C 1-V 16-V


2-B 17-D 2-F 17-V
3-A 18-B 3-V 18-F
4-B 19-B 4-F 19-F
5-C 20-E 5-F 20-V
6-E 21-B 6-F 21-V
7-C 22-A 7-V 22-F
8-A 23-A 8-V 23-V
9-D 24-E 9-V 24-F
10-E 25-A 10-F 25-V
11-C 26-D 11-V 26-F
12-D 27-D 12-V 27-V
13-A 28-A 13-F 28-V
14-E 29-B 14-V 29-F
15-B 30-A 15-V 30-V

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