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1 Faça a correspondência entre os trechos E com ela compõe a ourivesaria de um ceira da mesa de operações, enquanto um
abaixo, considerando a semelhança de signi- verso." médico fazia os primeiros curativos num pobre-
ficado que eles encerram. (Cora Coralina) diabo que soldados da Polícia Municipal
1. “...para escrever não-importa-o quê o meu haviam “carneado”. (...) Apesar do horror e da
b) ( ) "Palavra puxa palavra, uma ideia náusea, continuei firme onde estava, talvez
material básico é a palavra. Assim é que esta traz outra, e assim se faz um livro." pensando assim: se esse caboclo pode
história será feita de palavras que se agrupam (Machado de Assis) aguentar tudo isso sem gemer, por que não hei
em frases.” de poder ficar segurando esta lâmpada para
(Clarice Lispector) c) ( ) "As palavras não são ainda ações." ajudar o doutor a costurar esses talhos e salvar
(Henrique VIII) essa vida? (...)
2. “E a palavra, uma vez lançada, voa Desde que, adulto, comecei a escrever
irrevogável.” d) ( ) "Sem a linguagem escrita é romances, tem-me animado até hoje a ideia de
(Horácio) praticamente impossível a existência no seio da que o menos que o escritor pode fazer, numa
civilização." época de atrocidades e injustiças como a
3. “E há poetas que são artistas (R. A. Amaral Vieira)
nossa, é acender a sua lâmpada, fazer luz sobre
E trabalham nos seus versos a realidade de seu mundo, evitando que sobre
e) ( ) "Antes mesmo do primeiro desper-
Como um carpinteiro nas tábuas.” ele caia a escuridão, propícia aos ladrões, aos
tar de nossa consciência, as palavras já res-
(Alberto Caeiro) soavam à nossa volta, prontas para envolver os assassinos e aos tiranos. Sim, segurar a lâm-
primeiros germes frágeis de nosso pensa- pada, a despeito da náusea e do horror. Se não
4. “Palavras houve já de sobra, tivermos uma lâmpada elétrica, acendamos o
mento."
Dai-me enfim, feitos: vamos à obra!” (Louis Hjelmslev) nosso toco de vela ou, em último caso,
(Goethe) risquemos fósforos repetidamente, como um
f) ( ) "Palavra e pedra solta não têm sinal de que não desertamos nosso posto.
5. “As palavras são o retrato de nossos
volta." (VERÍSSIMO, Érico. Solo de Clarineta.
pensamentos.” (Benito Pérez Galdós) Tomo I. Porto Alegre: Editora Globo, 1978.)
(Molière)
2 (ENEM) – Érico Veríssimo relata, em suas Neste texto, por meio da metáfora da lâmpada
6. “Hoje existe a convicção de que sem a memórias, um episódio da adolescência que que ilumina a escuridão, Érico Veríssimo
invenção [da palavra] não haveria civilização teve influência significativa em sua carreira de define como uma das funções do escritor e, por
ou qualquer noção de moral.” escritor. extensão, da literatura:
(Luis Fernando Verissimo) a) criar a fantasia. b) permitir o sonho.
Lembro-me de que certa noite — eu teria uns c) denunciar o real. d) criar o belo.
a) ( ) "Poeta é o operário, o artífice da quatorze anos, quando muito — encarregaram- e) fugir da náusea.
palavra me de segurar uma lâmpada elétrica à cabe-
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mestre era mais severo com ele do que a alternativa em que o substantivo em destaque
foi empregado de forma genérica: 6 Grife as palavras substantivadas.
conosco. a) O verde das montanhas unindo-se ao azul
a) Aquele homem não poderia ter tomado essa
(Machado de Assis, do céu faziam o longe parecer muito perto.
atitude.
"Conto de escola", Várias Histórias) b) Não entendi o porquê de seu desânimo,
b) Um homem de coragem é esse professor.
c) Ele foi considerado um homem incon- afinal um não só é dito aos fortes.
Assinale as alternativas que apresentam veniente por todos os presentes. c) Partiu à procura do impossível, do irreal, do
afirmações verdadeiras a respeito de todas as d) Todo homem necessita de trabalho e inexistente, do bem, do belo, impressos em seu
palavras sublinhadas. assistência. sonho.
a) Atribuem nomes àquilo que possui exis- e) As obras realizadas no prédio devem-se a
tência (real ou imaginária). Pode-se sempre um grande administrador, homem de origem 7 (CÁSPER LÍBERO) – Dos verbos expor,
afirmar que x (= palavra sublinhada) existe. humilde, considerado hoje um empresário realçar, advertir, disfarçar e estender fazem-se,
b) Atribuem nomes a coisas que possuem bem-sucedido. respectivamente, os substantivos:
a) exposição, realce, advertência, disfarce,
forma física definida.
c) Podem ser precedidas pelos artigos o, a, os 4 Grife as palavras substantivadas: extensão.
a) "Há homens que lutam um dia e são bons./ b) esposição, realse, advertência, disfarse,
e as.
Há outros que lutam um ano e são melhores./ extenção.
d) Podem ser empregadas tanto no singular
Há aqueles que lutam muitos anos e são muito c) expozição, realce, advertênsia, disfarce,
como no plural. extensão.
bons./ Porém há aqueles que lutam toda a vida./
e) Servem, essencialmente, para ligar outras d) esposição, realse, advertência, disfarce,
Esses são os imprescindíveis." (Bertolt Brecht)
palavras da frase. estenção.
b) "Enquanto os homens exercem seus podres
f) Podem ser empregadas no diminutivo e no poderes/ Motos e fuscas avançam os sinais e) exposição, realce, advertência, disfarse,
aumentativo. vermelhos/ E perdem os verdes" (Caetano estensão.
g) Qualificam outras palavras da frase. Veloso)
1 Indique a modalidade dos textos abaixo e O mendigo sorriu meio sem graça e explicou: condenado a ouvir, a cada posse presidencial, o
justifique: — É que hoje é meu aniversário." lamento: “Falta justiça social”.
a) "Firmo era um mulato pachola, delgado de (Ziraldo Alves Pinto) (FSP, 21/4/95, p. 1-1)
corpo e ágil como um cabrito. Teria seus trinta
e tantos anos, mas não parecia ter mais de vinte c) “O dom criador é naturalmente concreto e c) Fiquei feliz com a notícia dando conta de
e poucos. Pernas e braços finos, pescoço não difuso. O homem nasce poeta, músico, que os bispos, reunidos em Itaici, estão
estreito, porém forte; não tinha músculos, tinha pintor. A cultura apenas desenvolve, aperfeiçoa, refletindo acerca da questão do fim da
nervos. A respeito de barba, nada mais que um melhora ou mesmo deforma o dom. Não obrigatoriedade do casamento civil para se
bigodinho crespo, petulante, onde reluzia chei- consegue transferi-lo de tendência, senão por poder celebrar o casamento canônico ou
rosa a brilhantina do barbeiro; grande cabeleira exceção.” religioso.
encaracolada, negra, bem negra, dividida ao (FSP, 21/4/95, p. 1-3)
meio da cabeça." 2 (UNIFENAS) — Indique a alternativa em
(Aluísio Azevedo) cujo texto predomina a descrição. d) Atingidos em cheio pela crise e com a
a) Um dia a minha amiga estava sozinha em autoestima em baixa, os brasileiros transam
b) "O mendigo bateu à porta. A dona de casa casa, distraída, e assobiou uma pequena frase menos e empobrecem sua vida afetiva.
atendeu e ele disse: melódica de Beethoven – e o canário começou (IstoÉ, 01/12/96, p. 61)
— A senhora podia me dar um pedaço de a cantar alegremente. Haveria alguma secreta
bolo? ligação entre a alma do velho artista morto e o e) Eu sonhei que tu estavas tão linda
— Bolo?! — disse a senhora, — Onde é que pequeno pássaro cor de ouro? Numa festa de raro esplendor.
já se viu isto?! Se o senhor pedisse uma sobra (Paulo Mendes Campos) Teu vestido de baile, lembro ainda,
de comida, um pedaço de pão, qualquer coisa Era branco, todo branco, meu amor.
assim, eu ainda entenderia, mas que negócio é b) Já passa da hora de resgatar a dívida social. (Lamartine Babo e Francisco Mattoso)
esse de pedir logo bolo! Ou se começa a fazê-lo já ou o país estará
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Módulos
PORTUGUÊS 7e8
F1 Artigo / Denotação e conotação
1 Coloque D para linguagem denotativa e C c) O mar é – lago sereno e laica, onde cada um pudesse ter de acordo
para linguagem conotativa. O céu – um manto azulado, com suas capacidades e segundo suas neces-
1. ( ) Comprei uma correntinha de ouro. O mundo – um sonho dourado, sidades. Na construção de uma sociedade justa
2. ( ) Fulano nadava em ouro. A vida – um hino do amor e democrática, acreditamos, tem especial rele-
(Casimiro de Abreu) vância a existência da imprensa livre, plura-
3. ( ) A água pingava da torneira.
lista, que possibilite o trânsito correto da
4. ( ) As horas iam pingando lentamente. d) A água é falsa, a água é boa informação, indispensável para a afirmação da
5. ( ) Construí um muro de pedra. Nada nadador! cidadania. A continuação do exercício desta
6. ( ) Seu coração de pedra não o deixa A água é mansa, a água é doida. prática jornalística, da difusão da informação
sentir a vida. Aqui é fria, ali é morna, de interesse público, de qualidade e com
A água é fria, ali é morna, profunda afinidade com a realidade é uma das
7. ( ) Doces são as recordações.
A água é fêmea. boas notícias que aguardamos.
8. ( ) As desilusões são amargas.
(Jorge de Lima) (E. J. Schramm,
9. ( ) Quebrei o copo.
e) “O termo geologia vem do grego geo, que Jornal de Santa Catarina, 22/9/1999.)
10.( ) Ele quebrou as regras do jogo.
11. ( ) Aquele professor costuma ter ideias significa "terra" e logos, ‘palavra, pensamento,
ciência’. A geologia, como ciência, procura 3 (UNIVALI) – Indique a opção, cuja frase,
brilhantes. retirada do texto cima, se vale do sentido
decifrar a história geral da Terra, desde o
12.( ) Ele se libertou das trevas da igno- conotativo da linguagem:
momento em que se formaram as rochas até o
rância. presente.” a) Este edifício tem como alicerce a vontade
13.( ) Seu brinco é tão brilhante! férrea de nossa gente...;
14.( ) Toda profissão tem seus espinhos. VISÕES DE UM NOVO TEMPO b) Esta base, cremos, foi a formação moral
herdada de nossos fundadores...;
(...) Mas a cidadania não se constrói c) ... tem especial relevância a existência da
2 Assinale a alternativa que apresenta o único
apenas com palavras, com boas intenções. Este imprensa livre...;
fragmento com valor denotativo:
edifício tem como alicerce a vontade férrea de d) ... onde cada um pudesse ter de acordo com
a) "O Brasil não pode mais suportar o peso da nossa gente, o desejo de interferir ativamente suas capacidades e segundo suas necessidades;
maior crise econômica de sua história." no comando dos destinos da comunidade. Esta e) A continuação do exercício desta prática
b) "As palmas eram enormes, gretadas, calo- base, cremos, foi a formação moral herdada de jornalística, da difusão da informação de
sas, duras como casco de cavalo." nossos fundadores, que acreditavam poder interesse público, de qualidade e com profunda
(Graciliano Ramos) aqui edificar uma sociedade livre, participativa afinidade com a realidade
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Módulos Adjetivo /
PORTUGUÊS 13 e 14
F1 Descrição (objetiva e subjetiva)
Exercícios Complementares no Portal Objetivo PORT1M141 e PORT1M142
1 (UNIV. DE ITAÚNA) – A palavra desta- d) O Presidente reafirmou sua constante vigi- Texto para o teste 6.
cada é um adjetivo em: lância na postura digna dos altos funcionários.
a) Roger Nelson obrigou sua gravadora dar- e) O delegado declarou que achar os culpados A velhinha tinha uma pequena loja, numa
lhe o nome de Victor e depois virou o símbolo era o único compromisso de toda sua carreira. =======
do masculino e do feminino. rua de Florença. Exteriormente, sua loja não
b) Sua assessoria convidou amigos e clientes 4 (FGV-SP) – Assinale a alternativa em que a
era nem rica nem elegante nem artística.
para comemorar, num coquetel surpresa, seus palavra sublinhada não tem valor de adjetivo. ==== ======== ========
37 anos de vida. a) A malha azul estava molhada. Isso acontece em muitas lojas, na Europa.
c) Hoje ele já permite que o chamem pelo nome b) O sol desbotou o verde da bandeira.
c) Tinha os cabelos branco-amarelados. Mas a velhinha vendia umas blusas tão lindas
que lhe deu fama, fortuna e capricho: Prince. =====
d) A vantagem do sistema é que o filme poderá d) As nuvens tornavam-se cinzentas.
e originais que nenhuma mulher poderia ficar
ser corrigido na revelação. e) O mendigo carregava um fardo amarelado. ========
e) O ministro começou a se reunir com as insensível a seus encantos.
centrais sindicais para aparar as arestas. 5 (ESPM) – Observe a construção do texto a
seguir. (MEIRELES, Cecília. Seleta em Prosa e
2 Sublinhe os adjetivos das frases a seguir e nuvens brancas Verso. Rio de Janeiro: J. Olympio, 1973.)
explique seus significados. passam
a) Ela é uma pobre criança. em brancas nuvens 6 (MODELO ENEM) – Assinale a alterna-
b) Ela é uma criança pobre. (LEMINSKI P., Caprichos & Relaxos. tiva incorreta sobre as palavras sublinhadas.
c) Ele é um grande homem. São Paulo: Brasiliense, 1983.) a) As palavras sublinhadas com um traço
d) Ele é um homem grande. atribuem nomes àquilo que possui existência
e) Ele é um simples rapaz. Analisando-se o texto acima, a afirmação
(real ou imaginária).
f) Ele é um rapaz simples. descabida é
b) As palavras sublinhadas com dois traços
a) "Nuvens brancas" significam nuvens da cor
3 (UNIV. DE ITAÚNA) – A anteposição ou a do leite, da neve. caracterizam os seres, atribuindo-lhes quali-
posposição dos adjetivos sublinhados aos b) "Brancas nuvens" significam momentos dades.
substantivos a que se referem não implica cercados de facilidade, de conforto, de alegria; c) Pode-se dizer que as palavras velhinha, loja,
mudança de sentido em: sem sofrimento. rua e Florença são exemplos de substantivos.
a) Justiça seja feita, o deputado é uma contro- c) Sempre que se muda o adjetivo de lugar, d) A palavra encantos é um adjetivo e se refere
vertida figura! muda-se o sentido do substantivo. a “nenhuma mulher”.
b) O Governo espera encontrar, na questão da d) A mudança de posição do adjetivo e) As palavras pequena, rica, elegante e
aposentadoria, um comum acordo. "brancas" foi o recurso que o poeta utilizou
artística são exemplos de adjetivos.
c) O senador exigiu a interrupção das dis- para provocar a alteração de sentido.
cussões, porque o assunto é um simples proble- e) O autor faz um jogo de palavras utilizando
ma, diante da questão do desemprego. o mesmo adjetivo e substantivo.
A BELEZA DAS RUÍNAS b) a comparação implícita entre “manchas de 2 Assinale a alternativa que analisa incor-
diversos matizes” e “mapas de segredos e retamente o poema transcrito anteriormente.
A velha está sentada à mesa. As mãos trê- descobrimentos” configura uma metáfora. a) Predomina a descrição subjetiva, pois o
mulas cruzadas à frente, na altura do rosto, c) o título “A beleza das ruínas” confirma-se na autor caracteriza a paisagem por meio de
como se rezasse. Dessas mãos escorrem veias comparação entre as mãos da velha e as constru- impressões psicológicas.
grossas que parecem carregar em sua seiva a ções antigas. b) Os elementos que compõem a paisagem
história de muitas décadas. São como troncos, d) enquanto nas ruínas é a pedra que conta são transfigurados pelo emissor-observador
como garras de pássaros, de pele áspera e histórias, na velha, é a pele das mãos. que privilegia a linguagem conotativa ou
desenhada por sulcos, veios, nós. Traz e) há exemplo de frase nominal no trecho: figurada.
manchas de vários matizes, mapas de segredos “Dessas mãos escorrem veias grossas”.
c) O uso do vocativo “— João! Ô João!” é
e descobrimentos. Há beleza nessas mãos, marca típica da descrição.
nesses braços desfeitos. É a mesma beleza que FAVELA
d) A impressão sensorial física mais utilizada
vemos nas construções antigas, nas ruínas. Só Meio-dia. na composição da paisagem é visual, porém
que ali é a pedra — e não a pele — que nos O morro coxo cochila. há exemplo de sensação auditiva em “ga-
conta histórias. O sol resvala, devagarinho, pela rua, linhas em escândalo” e “vizinha da frente
(Heloísa Seixas) torcida como uma costela. grita”.
Aquela casa, de janelas com dor de dente, e) O índice temporal “meio-dia” é me -
1 Sobre o texto acima, é incorreto afirmar amarrou um coqueiro do lado. ramente circunstancial, servindo apenas para
que Um pé de meia faz exercícios no arame. precisar o registro descritivo; o que pre -
a) predomina a descrição subjetiva pelo uso de Vizinha da frente grita no quintal: domina na descrição são os índices
comparações na caracterização das mãos da — João! Ô João! espaciais.
personagem. (Raul Bopp)
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Módulos
PORTUGUÊS 19 e 20
F1 Adjetivo composto / Descrição de pessoa
1 Leia atentamente os seguintes trechos: Assinale a alternativa correta: modo algum: o homem era o que parecia ser.
I – ...chegou a senhora do diretor, D. Ema. a) São descrições que buscam aspectos Se tinha alguma virtude, era a de não enganar
Bela mulher em plena prosperidade dos trinta fisiológicos e não psicológicos. pela cara.
anos de Balzac, formas alongadas por graciosa b) As mulheres descritas são exemplos da (Manuel Antônio de Almeida,
magreza, erigindo, porém, o tronco sobre quadris beleza romântica; mulheres que são símbolos Memórias de um Sargento de Milícias)
amplos, fortes como a maternidade; olhos sexuais dos séculos XVIII e XIX.
negros, pupilas retintas de uma cor só, que c) As duas descrições obedecem a padrões 2 Assinale a alternativa incorreta sobre o
pareciam encher o talho folgado das pálpe- idealizados de beleza, apresentando descrições trecho dado:
bras; de um moreno rosa que algumas formo- objetivas, desprovidas de sentimentalismo. a) A descrição foi usada para traçar o perfil do
suras possuem, que seria também a cor do d) As duas descrições são exemplos dos perfis
jambo, se jambo fosse rigorosamente o fruto personagem José Manuel.
da mulher adotados pelos poetas como forma b) A descrição física "olhos penetrantes" e
proibido.
de marcar as musas inatingíveis. aspecto moral "velhaco" não são discrepantes,
(Raul Pompeia, O Ateneu)
e) As duas mulheres são reais, embora haja o
sendo coerentes com o caráter do personagem.
II – ...D. Evarista reunia condições fisioló- sentimentalismo como centro da descrição.
c) "Homenzinho", substantivo em grau dimi-
gicas e anatômicas de primeira ordem, digeria nutivo, serve como índice da estatura física e
com facilidade, dormia regularmente, tinha Figure o leitor um homenzinho nascido em
dias de maio, de pouco mais ou menos trinta e moral da personagem.
bom pulso, e excelente vista; estava assim apta
cinco anos de idade, magro, narigudo, de olhar d) A descrição da personagem serve para
para dar-lhe filhos robustos, sãos e inteligentes.
Se além dessas prendas, únicas dignas da preo- vivo e penetrante, vestido de calção e meias construir uma imagem negativa, assim, no
cupação de um sábio, D. Evarista era mal pretas, sapatos de fivela, capote e chapéu decorrer da obra, ele deverá praticar ações
composta de feições, longe de lastimá-lo, armado e terá ideia do físico do Sr. José compatíveis com o seu caráter.
agradecia-o a Deus, porquanto não corria o Manuel, o recém-chegado. Quanto ao moral, e) As passagens descritivas usadas no interior
risco de preterir os interesses da ciência na se os sinais físicos lhe falham, quem olhasse de textos narrativos não exercem função
contemplação exclusiva, miúda e vulgar da para a cara do Sr. José Manuel assinalava-lhe importante, são meros ornamentos ou enfeites
consorte. um lugar distinto na família dos velhacos de gratuitos.
(Machado de Assis, O Alienista) quilate. E quem tal fizesse não se enganava de
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Leia o texto abaixo e preencha as lacunas torno de uma só ação principal), unidade de 5 ________________________, um dos que
com as seguintes palavras: _______________ (a ação deve restringir-se a compõem a “Trilogia das Barcas” (os outros
um dia ou pouco mais) e unidade de 6 dois são os autos da Barca do Purgatório e da
tempo – Anjo – clássico –
________________ (a ação deve passar-se em Barca da Glória), temos uma sequência de J
quadros – concentração –
um ou poucos lugares). ___________________ (como sketches humo-
Fidalgo – unidades – ação –
rísticos) em que vemos o Diabo se defrontando
alegoria – causa –
Auto da Barca do Inferno – Teatro alegórico com as almas das pessoas recém-mortas que
Alcoviteira – lugar O teatro vicentino é em grande parte vão embarcar para a eternidade. Em cada um
alegórico. A 7 ___________________, em dos quadros, as personagens representam classes
Gil Vicente, corresponde à representação de ou grupos sociais. Assim, vemos desfilar diante
O TEATRO VICENTINO uma ideia abstrata, uma classe social ou uma de nós o K _________________________
O teatro de Gil Vicente provém de uma entidade espiritual, por meio de uma perso- (representando a nobreza exploradora e
tradição do fim da Idade Média, afastando-se nagem. Assim, no Auto da Alma, uma perso- arrogante), o Juiz (a magistratura corrupta), a
totalmente dos princípios do teatro 1 nagem é a alma da pessoa morta, outra é o Anjo L _______________________________ (a
________________, defendidos pelas novas (o Bem) e outra, o Diabo (o Mal). A ação da prostituição) etc. Todos tentam ir para a
teorias poéticas da época. O teatro clássico peça consiste na hesitação da Alma entre o Barca do Céu, mas o M _______________
procurava ser tal como os antigos o praticavam Diabo, que tenta seduzi-la, e o Anjo, que tenta ___________ os rejeita — e o Diabo, em
e ensinavam: ele se caracterizava pela 2 salvá-la. saborosos diálogos, lhes mostra que seu
____________________ dos efeitos emotivos, Nas alegorias vicentinas, que seguem a caminho é o Inferno. No Auto da Barca do
concentração obtida por meio da prática tradição do teatro alegórico medieval, temos Purgatório aparecem até um rei e um papa, que
rigorosa da disciplina das “três 3 geralmente uma sucessão de quadros que não não merecem o Paraíso... Mas o Anjo aceita na
____________________”: unidade de 4 se ligam por relação de 8 _______________ Barca do Céu um rude camponês ignorante, que
______________ (a peça deve centrar-se em e efeito. Por exemplo: no 9 ____________ foi explorado a vida toda por seus senhores.
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1 Embora seja homem da época do Renasci- d) Transformar a religião em manifestação I. A peça transcorre numa sucessão de
mento e isso se reflita em sua obra, especial- formal, ao automatizar os ritos litúrgicos. quadros (cenas). ( )
mente na crítica à sociedade e à Igreja, Gil e) Praticar a avareza, como cúmplice do J. Gil Vicente é considerado o fundador do
Vicente é extraordinariamente apegado à Idade Fidalgo, e a exploração da prostituição em teatro português. ( )
Média. Aponte duas características que compro- parceria com a alcoviteira. K. As personagens carregam consigo, após sua
vem essa tendência medievalista de sua obra. morte, os objetos que representam seus
5 Pode-se dizer que as personagens do Auto pecados. ( )
2 Que classe social Gil Vicente critica em sua da Barca do Inferno são alegóricas? Por quê? L. O teatro vicentino rompe com os valores
obra? medievais, pois manifesta visão antropocên-
6 Com relação ao Auto da Barca do Inferno, trica (centrada no Homem e não em Deus). ( )
3 A sátira de Gil Vicente, no Auto da Barca suas personagens e seu autor, assinale V M. As personagens do Auto da Barca do Inferno
do Inferno, limita-se a indivíduos ou focaliza (verdadeiro) ou F (falso). apresentam psicologia própria, sendo, portanto,
classes, grupos ou instituições sociais?
errôneo dizer que se trata de personagens
A. O auto atinge seu clímax no episódio do
alegóricas. ( )
4 (PUC-SP) – Gil Vicente escreveu o Auto da Fidalgo, que encerra a peça. ( )
Barca do Inferno em 1517, no momento em N. Preso aos valores cristãos, Gil Vicente tem
B. O Auto da Barca do Inferno apresenta
que eclodia na Alemanha a Reforma como objetivo alcançar a consciência do
personagens representativas da sociedade
Protestante, com a crítica veemente de Lutero homem, lembrando-lhe que tem uma alma para
medieval. ( )
ao mau clero dominante na Igreja. Nessa obra, C. O Onzeneiro é o agiota, pessoa que em- salvar. ( )
há a figura do Frade, severamente censurado presta dinheiro a juros altos. ( ) O. As figuras do Anjo e do Diabo, apesar de
como um sacerdote negligente. Indique a D. Brísida Vaz é cafetina (alcoviteira), ou seja, alegóricas, não estabelecem a divisão mani-
alternativa cujo conteúdo não se presta a dona de prostíbulo. ( ) queísta do mundo entre o Bem e o Mal. ( )
caracterizar, na referida peça, os erros E. O Corregedor representa a reta Justiça, P. As personagens comparecem nesta peça de
cometidos pelo clero. praticada por ele em vida. ( ) Gil Vicente com o perfil que apresentavam na
a) Não cumprir os votos de celibato, mantendo F. O Diabo é o capitão da Barca do Inferno. É terra, porém apenas o Onzeneiro e o Parvo
a concubina Florença. dissimulado e irônico. ( ) portam os instrumentos de sua culpa. ( )
b) Entregar-se a práticas mundanas, como a G. O Anjo é o capitão da Barca do Céu. É Q. Gil Vicente traça um quadro crítico da
dança. brincalhão e flexível. ( ) sociedade portuguesa da época, porém poupa,
c) Praticar esgrima e usar armamentos de H. As personagens são caricaturas de tipos por questões ideológicas e políticas, a Igreja e
guerra, proibidos aos clérigos. sociais. ( ) a Nobreza. ( )
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No Auto da Barca do Inferno, Gil Vicente apre- Tod. Busco honra3 muito grande. 1 – Delas: nenhuma delas.
senta uma série de personagens alegóricas. No Nin. E eu virtude, que Deos mande. 2 – Por quão bom é porfiar: pois batalhar é muito bom.
Auto da Lusitânia, outra peça de sua autoria, que tope co’ela já. 3 – Honra: status, prestígio social.
4 – Outra adição nos acude: outro acréscimo se apre-
ele também apresenta personagens alegóricas: Ber. Outra adição nos acude4:
senta.
Todo-o-Mundo e Ninguém. escreve logo i a fundo, 5 – Em extremo grado: em grau máximo.
Além de Todo-o-Mundo e Ninguém, parti- que busca honra Todo-o-Mundo 6 – Folgo: gosto.
cipam da cena dois diabos, Berzebu e Dinato. e Ninguém busca virtude. 7 – Nasceu comigo: é inato em mim.
Dinato é auxiliar de Berzebu e escreve o que
este lhe dita: Nin. Buscas outro mor bem qu’esse? maior 1 Por que se pode dizer que Todo-o-Mundo e
Tod. Busco mais quem me louvasse Ninguém são personagens alegóricas?
Nin. Que andas tu i buscando? aí tudo quanto eu fizesse.
Tod. Mil cousas ando a buscar; Nin. E eu quem me repreendesse 2 O que Todo-o-Mundo representa?
delas1 não posso achar, em cada cousa que errasse.
porém ando porfiando, batalhando Ber. Escreve mais. 3 O que Ninguém representa?
por quão bom é porfiar.2 Din. Que tens sabido?
Nin. Como hás nome, cavaleiro? Ber. Que quer, em extremo grado5, 4 Quais são os aspectos denunciados no
Tod. Eu hei nome Todo-o-Mundo Todo-o-Mundo ser louvado comportamento de Todo-o-Mundo, ou seja,
e meu tempo todo inteiro e Ninguém ser repreendido. quais são suas características?
sempre é buscar dinheiro (...)
e sempre nisto me fundo. baseio 5 Todo-o-Mundo, em inglês Everyman, é
Tod. Folgo6 muito d’enganhar personagem frequente, na Idade Média, em
Nin. Eu hei nome Ninguém e mentir nasceu comigo7. representações teatrais de fundo moral. Isso
e busco a consciência. Nin. Eu sempre verdade digo, indica que Gil Vicente estava ligado à tradição
Ber. Esta é boa experiência! sem nunca me desviar. do teatro clássico ou, ao contrário, que ele não
Dinato, escreve isto bem. Ber. Ora escreve lá, compadre,
se ligava a essa tradição? Explique.
Din. Que escreverei, companheiro? não sejas tu preguiçoso!
Ber. Que Ninguém busca consciência Din. Quê?
6 Qual o papel que os dois diabos, Berzebu e
e Todo-o-Mundo dinheiro. Ber. Que Todo-o-Mundo é mentiroso
Dinato, têm na cena?
Nin. E agora, que buscas lá? e Ninguém diz a verdade.
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Leia o texto seguinte e faça a associação com os novas formas de expressão exigidas pela A laranjeira tem no fruto lindo
fragmentos transcritos. reforma literária então realizada. Esse é A cor que tinha Dafne nos cabelos. ninfa
chamado o período clássico da literatura [(mitol. grega)
HISTÓRIA DA LÍNGUA PORTUGUESA portuguesa. As obras então produzidas se Encosta-se no chão, que está caindo, porque
afastam grandemente dos moldes medievais. O A cidreira c’os pesos amarelos;
Surgimento da língua portuguesa português clássico é muito mais próximo do Os fermosos limões ali cheirando,
A língua portuguesa nasceu do esfacela- português contemporâneo, ao passo que o Estão virgíneas tetas imitando.
mento da língua latina, que era imposta a todos português arcaico pode parecer outra língua a
os povos bárbaros dominados pelo Império leitores desprevenidos. 2( )
Romano. Quando esses povos se libertaram do Joaquim Prestes berrava, fulo de raiva. O
poder romano, a tendência do latim foi partir- Português moderno vigia que fosse tratar das vacas, deixasse de
se, esfacelar-se em cada região da Europa. As formas clássicas da língua foram-se mo- invencionice. Não pagava cachaça pra
Entregue a si mesmo e à corrupção da pronún- dificando, mas mantiveram-se reconhecíveis ninguém não, seus imprestáveis! Não estava
cia e das formas gramaticais, o latim se foi até o século XIX, quando a reforma romântica pra alimentar manha de cachaceiro!
transformando noutras línguas, chamadas hoje iria alterar vários aspectos da língua literária,
línguas neolatinas ou românicas. Certas pala- tornando-a mais próxima da língua falada. A 3( )
vras latinas deram origem a mais de uma partir do Romantismo, e sobretudo do Realis- Pois nossas madres van a San Simion mães
palavra noutras línguas. Por exemplo, o latim mo, que veio logo a seguir, podemos dizer que De Val de Prados candeas queimar, velas
persicum deu pérsico em português, mas se inicia, na literatura, o português tal como ele Nós, as meninhas, punhemos d’andar meninas –
também deu pêssego e Pérsio. é hoje corrente em suas modalidades cultas. [vamos
Con nossas madres, e elas enton
Português arcaico Português contemporâneo (Brasil) Queimen candeas por nós e por sí,
A língua portuguesa, saída do latim, só No Brasil, os padrões seguidos foram pre- E nós, meninhas, bailaremos i. aí, lá
começou a firmar-se na Alta Idade Média. E a dominantemente os portugueses. Os autores 4( )
poesia que ela primeiro deu à luz foi românticos brasileiros foram os primeiros a se Entre meia-noite e uma hora, Pestana
predominantemente lírica. Inicia-se com essa preocupar em trazer para a literatura elementos pouco mais fez que estar à janela e olhar para
lírica a primeira “escola literária” da língua próprios do português do Brasil, já naquela as estrelas, entrar e olhar para os retratos. De
portuguesa. Essa “escola literária” é chamada época bastante diferenciado do de Portugal. quando em quando ia ao piano e, de pé, dava
Trovadorismo. Mas foram os modernistas, no século XX, que uns golpes soltos no teclado, como se procu-
No período do Trovadorismo, a língua decididamente abandonaram os padrões lusi- rasse algum pensamento; mas o pensamento
portuguesa encontrava-se em sua fase chamada tanos da língua e empreenderam um amplo não aparecia e ele voltava a encostar-se à
arcaica, notavelmente diferente do português “abrasileiramento” da língua literária. janela.
moderno.
A) Português arcaico 5( )
Português clássico B) Português clássico Mui pouco dormio o Meestre aquela noite,
É somente no século XVI, com o C) Português moderno nem as gentes da cidade, como dissemos; mas
movimento cultural conhecido como D) Português contemporâneo (Brasil) como foi alta manhãa bem cedo, ouvio sua
Renascimento, que a língua assume suas missa, e veosse [= veio] aa ribeira com muitos
feições modernas. Em boa parte, isso se deveu 1( ) que o aguardavom, pera armar os navios e
ao trabalho de grandes escritores, sobretudo Mil árvores estão ao céu subindo, barcas com que avia de acorrer aa frota.
Camões, que enriqueceram o português com as Com pomos odoríferos e belos; perfumados
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Módulos
PORTUGUÊS 9 e 10
Trovadorismo: cantiga de amigo / Cantiga folclórica
F2
Leia o texto seguinte e indique, nos fragmentos 1 Levad’, amigo que dormide-las frias
de 1 a 5, o tipo de cantiga de amigo que cada Ondas do mar de Vigo [manhanas;
um representa. Se vistes meu amigo todalas aves do mundo d’amor cantavan.
E ai Deus, se verrá cedo. Leda mh and’eu.
Tipos de cantiga de amigo
Ondas do mar levado _____________________
As cantigas de amigo costumam ser
classificadas segundo as situações que Se vistes meu amado
representam: nas marinhas, a moça fala de E ai Deus, se verrá cedo. 4
banho de mar (boa ocasião para encontrar o _______________________ Bailemos nós já todas três, ai amigas,
amigo, pois as pessoas se banhavam nuas — so aquestas avelaneiras frolidas,
daí o nome que se dava a tais banhos: banhos 2 e quem for velida como nós, velidas,
d’amor), ou então reclama do mar, que levou Non chegou, madr’, o meu amigo se amigo amar,
seu amigo (normalmente para a guerra) e não e oj’est’ o prazo saido, so aquestas avelaneiras frolidas
o devolve (essas cantigas podem também ser Ai madre, moiro d’amor! morro verrá bailar.
chamadas barcarolas e em muitas delas a ______________________
moça se dirige às barcas que deviam trazer Non chegou, madr’, o meu amado
seu amigo de volta); nas bailias, a moça
e oj’ est’o prazo passado, 5
convida as amigas para a dança (que,
Ai madre, moiro d’amor! Ai flores, ai flores do verde pinho,
evidentemente, incluía os amigos); nas albas,
E oj’est’o prazo saido Se sabedes novas do meu amigo,
a moça, que passou a noite com o amigo,
por que mentio o desmentido, Ai, Deus, e u é?
lamenta o alvorecer (a alba), que a separará
do amante; nas dialogadas, a moça conversa Ai madre, moiro d’amor’.
com a mãe ou com as amigas, sempre a ______________________ (...)
respeito do amigo; nas cantigas de romaria,
a moça conclama as amigas a irem em 3 —Vós me preguntades polo voss’amigo?
peregrinação a uma igreja, e lá, enquanto as Levad’, amigo que dormides as manhanas frias; E eu ben vos digo que é san’e vivo:
mães estiverem rezando, elas, as moças, irão todalas aves do mundo d’amor dizian. Ai, Deus, e u é?
encontrar os amigos. Leda mh and’eu. alegre ______________________
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Texto para o teste 1. c) na lírica trovadoresca, essa modalidade de 1 – Pierrô: personagem da comédia italiana que se
cantiga caracteriza-se por conter a confissão vestia de casaco e calça muito amplos e de grande
Se eu podess’ora meu coraçon, amorosa da mulher, que lamenta a ausência do gola franzida; fantasia de carnaval inspirada em
Senhor1, forçar e poder-vos dizer namorado que viajou e a abandonou.
Pierrô.
quanta coita2 mi fazedes sofrer d) o trovador se coloca no lugar da mulher que
2 – Colombina: personagem namoradeira, alegre,
por vós, cuid’eu, assi Deus mi perdon, fútil e bela que, na comédia italiana, era companheira
sofre com a partida do amado e confessa seus de Pierrô; fantasia de carnaval inspirada em
que haveríades doo de mi. dó
sentimentos a um confidente (mãe, amiga ou Colombina.
algum elemento da natureza).
Ca, senhor, pero me fazedes mal porque
e) o eu lírico é um homem apaixonado que
e mi nunca quisestes fazer bem, 2 (ETEC-SP) – Assinale a alternativa com
sofre e se coloca na posição de servo da
se soubéssedes quanto mal mi vem
“senhor”; a mulher (ou o seu amor) é vista interpretação válida para o texto.
por vós, cuid’eu, par Deus que pod’e val,
como algo inatingível, aspecto que confere à a) Trata-se de mais uma história em que as
que haveríades doo de mi.
cantiga de amor um tom lamentativo. personagens principais viveram felizes para
E, pero mi havedes gran desamor, sempre.
se soubéssedes quanto mal levei b) Retrata-se o primeiro carnaval de Pierrô e
e quanta coita, des que vos amei, Texto para os testes 2 e 3. Colombina.
por vós, cuid’eu, per bõa fé, senhor, c) O enredo acontece durante o desfile de
que haveríades doo de mi. Vila Esperança / Foi lá que eu passei / O meu carnaval de uma grande escola de samba – Vila
primeiro carnaval. Esperança.
E mal seria se nom foss’assi. Vila Esperança / Foi lá que eu conheci /
d) Insinua-se que o primeiro amor acontece
(D. Dinis. In Portal Galego da Língua: Maria Rosa, meu primeiro amor.
incondicionalmente no primeiro carnaval.
Cantigas trovadorescas. Como fui feliz naquele fevereiro / Pois tudo
e) É a história particular de um encontro
Disponível em: http://agalgz.org) para mim era primeiro /
amoroso na vida de um jovem durante seu
Primeira rosa / Primeira esperança /
1 – Senhor: senhora. 2 – Coita: sofrimento de amor. Primeiro carnaval / Primeiro amor-criança. primeiro carnaval.
Na volta do salão ela me olhou / Eu envolvi
1 (UFPA-PA) – Considerando-se que o texto seu corpo em serpentina /
transcrito é uma cantiga de amor, é correto afir- E tive a alegria que tem todo pierrô1 / Ao ver 3 Considerando o texto em análise e o
mar, sobre esse tipo de produção poética, que que conquistou sua colombina2. significado que algumas palavras e expressões
a) o trovador, de acordo com as regras do amor O carnaval passou, levou a minha Rosa / nele adquirem, assinale o trecho cuja lingua-
cortês, ao cantar a alegria de amar, na cantiga Levou minha esperança, gem seja denotativa.
de amor, revela em seus poemas o nome da Levou o amor-criança / Levou minha alegria,
mulher amada. a) “Na volta do salão ela me olhou.”
levou a fantasia / b) “E tive a alegria que tem todo Pierrô.”
b) o homem, nesse tipo de composição poéti-
Levou meu carnaval e / Só deixou uma c) “Ao ver que conquistou sua Colombina.”
ca, nutre esperanças de um dia conquistar a
lembrança.
mulher amada, que, mesmo sendo imperfeita, d) “Amor-criança.”
é objeto de desejo. (Adoniran Barbosa, marcha de carnaval) e) “Levou meu carnaval.”
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Leia o texto a seguir e preencha as lacunas das de Castela e de Leão, chamado “o sábio”, é denominam-se cantigas de _______________
questões de 1 a 4. responsável por uma grande coleção de poemas _____________________.
religiosos (as Cantigas de Santa Maria, que, ao
CANTIGAS SATÍRICAS lado de umas poucas cantigas de amor, são os 4 Assim como as cantigas de amor, as can-
únicos poemas medievais em português de que tigas satíricas portuguesas têm sua origem na
Além das cantigas líricas (as de amor e de nos sobrou a música); escreveu também belas e poesia dos trovadores da ________________.
amigo), os trovadores galego-portugueses refinadas cantigas de amor e de amigo; além
compuseram brilhantes poemas satíricos: as Texto para o teste 5.
disso, é autor de algumas das mais brutais, das
cantigas de escárnio e de maldizer. Cantigas mais chocantes composições satíricas da época. SENHOR FEUDAL
de escárnio eram chamadas as sátiras indiretas, Nessas canções satíricas, os trovadores
em que os termos eram menos pesados e as ridicularizam prostitutas, atacam homos- Se Pedro Segundo
pessoas satirizadas não eram nomeadas. Já as sexuais, contam casos escabrosos sobre a vida Vier aqui
cantigas de maldizer incluíam termos sexual de padres e freiras, invectivam os ricos, Com história
grosseiros (os palavrões eram frequentes, e é chegando até (por sinal num poema de D. Eu boto ele na cadeia.
curioso notar que a maioria deles pouco mudou Afonso X) a narrar um caso gritante de incesto (Oswald de Andrade, século XX)
do século XIII até hoje) e muitas vezes vinham entre mãe e filho.
explícitos os nomes das pessoas atacadas. 5 Comparando (A) o poema do modernista
Assim como as cantigas de amor procediam 1 O gênero satírico, no trovadorismo portu- Oswald de Andrade com (B) a cantiga de amor
das canções provençais de tema amoroso, as guês, tem expressão em dois tipos de poesia: as analisada no módulo anterior (“Estes meus
cantigas satíricas também provinham de cantigas de _________________ e as cantigas olhos nunca perderán”), observamos todos os
modelos elaborados pelos trovadores da de __________________ . seguintes pares de contrastes, menos um:
Provença. Mas os portugueses se mostraram,
nesse gênero, bastante originais, e não é 2 As composições que constituíam sátiras a) (A) humor versus (B) gravidade (seriedade).
exagero dizer que eles foram dos maiores diretas, muitas vezes com os nomes das pessoas b) (A) linguagem coloquial versus (B) lingua-
artistas do xingamento em verso. Alguns dos visadas, escritas em linguagem muito livre, car- gem elevada.
poetas que compuseram as mais tocantes e regadas de obscenidades e palavrões, denomi- c) (A) linguagem concisa versus (B) lingua-
delicadas cantigas de tema amoroso foram, nam-se cantigas de _____________________. gem hiperbólica.
também, os autores de algumas das mais d) (A) tema prosaico versus (B) tema religioso.
violentas e desbocadas cantigas satíricas que se 3 As sátiras indiretas, vazadas em linguagem e) (A) irregularidade métrica versus (B) regu-
conhecem. Um exemplo: o rei D. Afonso X, rei cheia de duplos sentidos e malícia encoberta, laridade métrica.
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O texto seguinte é um trecho da peça O Velho V. E a isso M. Vossa alma não é lembrada [tivesse raptado
da Horta, de Gil Vicente. O tema da peça é o vindes vós, meu paraíso, que vos despede esta vida?
amor de um homem idoso – possuidor de uma minha senhora, e não al? não por outro V. Vós sois minha despedida,
[motivo? minha morte antecipada.
horta e rico – por uma jovem bela e bem mais
V. Ó meus olhinhos garridos! graciosos M. Que galante!
moça.
Minha rosa! meu arminho! branca e macia V. Ó Fortuna triunfante! Destino
Entra a moça na horta e diz o M. Jesu! Jesu! que coisa é essa? Quem meteu um velho amante apaixonado
e que prática tão avessa conversa com menina!
Velho Senhora, benza-vos Deus. da razão!
Falai, falai doutra maneira:
Moça Deus vos mantenha, Senhor. 1 Por que se pode dizer que O Velho da
V. Onde se criou tal flor? mandai-me dar a hortaliça.
Horta é uma sátira? Trata-se de sátira de
Eu diria que nos céus! V. Grã fogo d’amor m’atiça,
alcance social ou puramente individual? Você
ó minh’alma verdadeira!
M. Mas no chão. conhece alguma obra atual que trate do
M. E essa tosse?
V. Pois damas se acharão mesmo tema?
Amores de sobreposse postiços
que não são vosso sapato.
serão os da vossa idade:
M. Ai! como isso é tão vão
o tempo vos tirou a posse. energia
e como as lisonjas são V. Mais amo que se moço fosse 2 Pode-se dizer que há, em O Velho da
de barato! com a metade. metade da idade Horta, um aspecto de sátira metalinguística,
literária, quando se considera a linguagem em
V. Que buscais vós cá, donzela, M. E qual será a desastrada azarada que o Velho faz suas declarações à Moça.
senhora, meu coração? que atende em vosso amor? atenta, “dá bola” Explique.
M. Vinha ao vosso hortelão V. Ó minh’alma e minha dor,
por cheiros para a panela. temperos quem vos tivesse furtada! tomara eu vos
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