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FLEXIBILIZAÇÃO CURRICULAR

HELFAS SAMUEL-Licenciando do 4º ano do curso de ensino basico com habilitacoes em


supervisao e inpecao escolar-Universidade Pedagogica-Gaza (Contactos: 842849771/863498270)
email: helfas16cumbane@gmail.com, facebbock: Helfas Samuel.

1.0 Introdução
A educação básica deve ser proporcionada a todas as crianças, jovens e adultos. Para tanto, é
necessário universalizá-la e melhorar sua qualidade, bem como tomar medidas efectivas para
reduzir as desigualdades. É preciso tomar medidas que garantam a igualdade de acesso à educação
de todos, como parte integrante do sistema educativo, bem como a qualidade de ensino. Como
forma de dinamizar o ensino é necessário que tenhamos uma bússola orientadora, neste caso o
Currículo.

É com base no pressuposto acima que o grupo ira debruçar acerca da Flexibilização curricular,
tendo como objectivo geral: Compreender a flexibilização curricular, onde de uma forma
específica abordaremos os Princípios da flexibilização curricular; antecedido da sua
conceptualização, sem deixar de lado a sua descrição e as fases da flexibilização curricular, já em
jeito de conclusão traremos uma breve síntese em torno da matéria em alusão.

Para o desenvolvimento do tema proposto buscamos subsídios teóricos na revisão bibliográfica


acerca do tema em analise, onde nos socorremos em varias obras que abordam o tema em estudo,
bem como consultas a internet, o que culminou com algum debate a nível do grupo.

O essencial do presente trabalho será compreendido de forma mais suscita no decurso da


apresentação do mesmo.
2.0 Revisão literária
É chamada de flexibilidade à capacidade de oferecer mudanças diante das eventualidades do
ambiente externo.

Currículo do latim “currere”, que significa percurso, trajectória, caminho a seguir tendo um ponto
de partida e uma meta a alcançar.

Flexibilização curricular é a re-ligação de partes curriculares entre si, e com o todo do currículo,
bem como à reforma das mentalidades, tanto quando de nosso modo de fazer educação, nossa
práxis.

Flexibilização curricular é o processo de disciplinarização pelo qual passa a construção da


ciência moderna traz embutida em si esta afirmação da equivalência entre saber e poder. Dividir o
mundo em fragmentos cada vez menores é facilitar o desenvolvimento de tecnologias que
possibilitem seu domínio” (GALLO, 1997, p. 118).
2.1 Princípios da Flexibilização

 Articulação teoria-prática (práxis);


 Ensino-aprendizagem centrado na produtividade dos sujeitos envolvidos;
 Formação integrada à realidade cultural, econômica e social;
 Indissociabilidade ensino-pesquisa-extensão;
 Interdisciplinaridade aberta;
 Permeabilidade às informações, conhecimentos, saberes e práticas, e;
 Vistas para uma educação continuada.

2.2 Flexibilização Curricular


A moderna produção do conhecimento científico caracteriza-se pela fragmentação e disciplinarização
hiperespecializada. Essa constatação fere o entendimento relativo à multidimensionalidade e à complexidade de
fenómenos, processos e práticas humanas no mundo, além de engessar numa grade o currículo escolar. Ora, flexibilizar
o currículo requer, pois, que se repense essa lógica da fragmentação pela disciplinaridade, rumo à re-ligação de partes
curriculares entre si, e com o todo do currículo, bem como à reforma das mentalidades, tanto quando de nosso modo
de fazer educação, nossa práxis.

O processo de disciplinarização pelo qual passa a construção da ciência moderna traz embutido em si esta afirmação
da equivalência entre saber e poder. Dividir o mundo em fragmentos cada vez menores é facilitar o desenvolvimento
de tecnologias que possibilitem seu domínio” (GALLO, 1997, p. 118).

É nesse contexto que podemos pensar em termos de “o que”, “como” e “para quê” relativos à flexibilização
curricular.
2.2.1 O que flexibilizar?
Os componentes curriculares previstos em um Projecto Político-Pedagógico, os quais se prestam a:

 Formar identidades e subjectividades (dimensão ôntica).


 Formar sujeitos sociais envolvidos nas questões culturais, produtivas e políticas (dimensão práxica).
 Um currículo deve garantir aqueles componentes que formam a identidade. Deve prever a flexibilização de
componentes curriculares conexos, correlatos e afins àqueles que são imprescindíveis à formação identitária
do homem e da mulher.

2.2.2 Como flexibilizar?


Observando a base legal sobre o assunto: autonomia didático-cientítica, administrativa e Plano Nacional de Educação:
Prevê diretrizes curriculares que assegurem a necessária flexibilidade e diversidade nos programas oferecidos pelas
diferentes instituições de ensino, de forma a melhor atender às necessidades diferenciais de seus alunos e às
peculiaridades das regiões nas quais se inserem. Pareceres do MEC defendem:

 Maior flexibilidade na organização de cursos, de modo a atender à crescente heterogeneidade da formação


inicial e as expectativas e interesses dos sujeitos que fazem a educação.
 Profunda revisão da tradição que burocratiza cursos e se revela incongruente com as tendências
contemporâneas de considerar a boa formação no nível de graduação como uma etapa inicial da formação
continuada.

2.2.3 Para quê flexibilizar?


Articular domínio específico, domínio prático e domínio ético com a formação identitária e subjectiva de sujeitos da
educação formal. Romper com a linearidade positivista na produção e organização dos saberes humanos.

Superar o fordismo epistémico, baseado na especialização estrita, rumo à uma formação híbrida e aberta à articulação
entre domínio específico e domínios mais amplos requeridos pela acção humana no mundo.

Para que informações, conhecimentos e saberes sejam vistos na perspectiva da provisoriedade e reconstrução
contínuas.

Para se aprender a aprender sozinho e de maneira solidária, cooperativa. Superar o modelo curricular, dando ao
estudante o direito de intervir na escolha do percurso curricular e formativo que deseja realizar na universidade.

2.3 O professor e a flexibilização curricular

O Currículo Escolar é um meio para os professores e não uma lei a ser seguida rigorosamente, ele pode ser usado
como um caminho para a prática pedagógica, com flexibilidade de ajustes para melhor atender as necessidades dos
alunos.
A flexibilização do currículo escolar tem como princípio a importância da escola e dos professores na construção do
currículo escolar, não aludindo uma estrutura organizacional única e pressupondo, portanto, uma diversidade dos
contextos e, ao mesmo tempo, proporcionando um ensino de melhor qualidade.

O currículo, nesse aspecto, é uma ferramenta benéfica, um instrumento que pode ser alterado para favorecer o
desenvolvimento individual e social dos alunos, resultando em alterações que podem ser de maior ou menor
relevância.

O desafio é estabelecer e colocar em prática no ambiente escolar um trabalho pedagógico que consiga ser comum e
adequado para todos os alunos, contudo apto a atender os alunos em situações e características de aprendizagem que
necessitam de uma pedagogia diferenciada.

Lembrando que o Currículo também deve estar de acordo com o Projeto Político Pedagógico, as Diretrizes
Curriculares Nacionais e os Parâmetros Curriculares Nacionais.

2.4 Flexibilizações/ Adaptações Curriculares necessárias e possíveis

Para falar sobre as flexibilizações adaptações necessárias e possíveis, vamos nos basear nos escritos de Beyer: “O
desafio é construir e pôr em prática no ambiente escolar uma pedagogia que consiga ser comum e válida para todos
os alunos da classes escolar, porém capaz de atender os alunos cujas situações pessoais e características de
aprendizagem requeiram uma pedagogia diferenciada. Tudo isto sem demarcações, preconceitos ou atitudes nutridoras
dos indesejados estigmas. (2006, p. 76) ”.

O Estado deve garantir o acesso e a permanência de todos os alunos na escola – Alunos com necessidades especiais
ou sem elas. Sabe-se que cada aluno tem: sua própria história de vida; sua própria história de aprendizagem anterior;
características pessoais em seu modo de aprender. Enfim, cada um é diferente do outro, tanto em termos de suas
características físicas, sociais, culturais, como de seu funcionamento mental. Sabe-se, também, que não há
aprendizagem se não houver um ensino eficiente.

Tendo em conta estes aspectos, o professor deve buscar conhecer cada aluno e suas peculiaridades e consequentemente
as suas necessidades especiais, As necessidades especiais revelam que tipos de estratégias, diferentes das usuais, são
necessários para permitir que todos os alunos, inclusive as pessoas com deficiência, participem integralmente das
oportunidades educacionais, com resultados favoráveis, dentro de uma programação tão normal quanto possível.
Porem algumas dessas estratégias compreendem acções que são de competência e atribuição das instâncias político-
administrativas superiores e dá os motivos pelos quais são, assim, compreendidas, a saber:

 Exigem modificações que envolvem acções de natureza política, administrativa, financeira, burocráticas.
Essas estratégias são denominadas Adaptações Curriculares de Grande Porte. Outras, denominadas nos
Parâmetros Curriculares Nacionais de Adaptações Curriculares não Significativas, porque compreendem
modificações menores, de competência específica do professor. Elas configuram pequenos ajustes nas acções
planejadas a serem desenvolvidas no contexto da sala de aula. A essas, denominam-se Adaptações
Curriculares de Pequeno Porte.

2.5 Adaptações Curriculares de Pequeno Porte


Este tipo de adaptação cabe ao professore, realizar para favorecer a aprendizagem de todos os alunos presentes em
nossas salas de aula. Estas acções devem ser planejadas e construídas tendo como referência, primeiramente, os
conteúdos curriculares oficiais para a classe/ciclo em que se está trabalhando, levando em conta os objectivos
fundamentais e os conteúdos mínimos essenciais, aos quais os alunos devem ter acesso para alcançarem sucesso e
promoção para a classe superior. Considerando que as Adaptações Curriculares de Pequeno Porte encontram-se no
âmbito de responsabilidade e de acção exclusivo do professor, não exigindo autorização, nem dependendo de qualquer
outra instância superior, nas áreas política administrativa, e/ou técnica. É preciso ter clareza e domínio do que está
posto nas directrizes Curriculares Nacionais, bem como no Projecto Político Pedagógico da escola, para que as acções
estabelecidas no processo de flexibilização favoreçam a aprendizagem do aluno sem, no entanto, configurar desvio na
caminhada da escola. Além disso, para obter êxito, o professor precisa adequar sua intervenção à maneira peculiar de
aprender de cada um de seus alunos, em respeito às diferenças individuais.

Duk, Hernandéz e Sius (2007) distinguem, dentro do processo de adaptações curriculares, três etapas diferenciadas, a
saber:

2.5.1 1ª Etapa: Formulação das adaptações curriculares


Para iniciar este trabalho o professor deve ter como referência, por um lado, a situação do aluno, ou seja, um
conhecimento exacto de quais são as potencialidades e dificuldades do aluno nas distintas áreas curriculares ou dito
de outro modo, quais são as necessidades educativas especiais do aluno e por outro lado, a proposta curricular do seu
grupo de referência. Com base nestas informações e levando em conta os recursos disponíveis, o professor poderá
decidir o tipo e o grau de adaptações ou flexibilizações que seria conveniente pôr em andamento para ajudar o aluno
a progredir em sua aprendizagem.

2.5.2 2ª Etapa: Implementação das Adaptações Curriculares


Uma vez definidas as adaptações curriculares, o professor deverá buscar estratégias que lhe permitam pô-las em
prática, sem que isto implique deixar de atender os demais alunos, pelo contrário, ele deve garantir que tais acções
conduzam ao enriquecimento da própria prática pedagógica e das experiências de aprendizagem de todo o grupo.
2.5.3 3ª Etapa: Continuidade e Avaliação das Adaptações Curriculares
No decorrer do processo ensino aprendizagem, o professor deverá verificar se as adaptações estabelecidas para o
aluno, estão sendo eficazes, ou seja, se facilitam a aprendizagem, caso contrário será necessário revisá-las, com vista
a mudanças pertinentes. Quando as adaptações implicam em modificações nos conteúdos e objectivos de
aprendizagem é preciso avaliar o nível de sucesso alcançado pelo aluno em função das referidas modificações e não
em relação aos conteúdos estabelecidos para a classe/ciclo.

As adaptações possíveis ao nível da sala de aula estão basicamente relacionadas à:

2.5.4 a)Adaptações de objectivos de aprendizagem, com acções que levem a:


 Priorização de objectivos que são considerados fundamentais para a aquisição de aprendizagens posteriores;
 Introdução de objectivos ou conteúdos que não estão no currículo, mas que podem complementá-lo;
 Eliminação de determinados objectivos ou conteúdos, cuidando para que não sejam aqueles considerados
básicos. Estas adaptações se referem aos ajustes que o professor pode fazer nos objectivos pedagógicos
constantes de seu plano de ensino. Consistem em modificações organizadas para dar respostas às
necessidades de cada aluno, em especial daqueles que apresentam dificuldades de aprendizagem, decorrentes
ou não de deficiência. Ressalta-se a necessidade de cuidado e conhecimento suficientes para não ocorrer o
empobrecimento do currículo oferecido ao aluno, por conta das adaptações que se está propondo. Pois,
conforme nos alerta Carvalho: “uma educação de qualidade para atender à diversidade do aluno não deve ser
sinónimo de diversidade de educações, (s.d, p.7).

2.5.5 a) Adaptações de Conteúdos:

Os tipos de adaptação de conteúdos podem ser a priorização de tipos de conteúdos, a priorização de áreas ou unidades
de conteúdos, a reformulação da sequência de conteúdos, acompanhando as adaptações propostas para os objectivos
educacionais.

Não se pode esquecer que os conteúdos curriculares estão intimamente relacionados aos objectivos de ensino. Portanto
é importante e necessário que as adaptações significativas se desencadeiem a partir dos conteúdos, admitindo-se a
possibilidade de que com os conteúdos adaptados, possam-se manter, sem modificar, os objectivos inicialmente
estabelecidos (CARVALHO, sd. p.14). Tendo este cuidado, a qualidade do ensino ofertado por professores
conscientes de seu papel como profissionais do processo ensino aprendizagem possibilitará ao aluno construir seus
conhecimentos e se apropriar do saber.

2.5.6 c) Adaptações de método de ensino e da organização didáctica


Adaptar o método de ensino às necessidades de cada aluno é, na realidade, um procedimento fundamental na actuação
profissional de todo educador, já que o ensino não ocorrerá, de fato, se o professor não atender o jeito que cada um
tem para aprender. Faz parte da tarefa de ensinar procurar estratégias que melhor respondam às características e às
necessidades peculiares de cada aluno.

2.5.7 d) Adaptações de materiais de ensino:

A adaptação do material pedagógico propicia a interacção, convivência, autonomia e independência nas acções;
aprendizado de conceitos, melhoria de auto-estima e afectividade do aluno, bem como favorece o aprendizado dos
demais alunos da turma, que eles tiverem acesso ou necessitar utilizar.

2.5.8 e) Adaptações no processo de avaliação:


Nesta área da prática pedagógica, também, se fazem necessários ajustes e flexibilizações, seja por meio de modificação
de técnicas, como dos instrumentos utilizados:

 Utilizar diferentes procedimentos de avaliação, adaptando-os os aos diferentes estilos e possibilidades de


expressão dos alunos;

Julgamos importante reforçar que as adaptações feitas, neste item da proposta curricular, devem estar directamente
relacionadas com os objectivos e os conteúdos estabelecidos.

2.5.9 f) Adaptações do espaço físico e organização tempo:


Esta é uma acção colocada como uma das primeiras responsabilidades do professor, no que se refere ao compromisso
de garantir a todos os alunos o acesso ao conhecimento que lhe cabe socializar. As medidas de apoio planejadas dentro
desta lógica certamente contribuirão para facilitar o processo de aprendizagem de qualquer aluno. É preciso lembrar
que numa mesma escola e, até mesmo, sala de aula pode haver alunos com necessidades educacionais especiais,
decorrentes de deficiência de diferentes áreas e que, o professor, ao estabelecer as flexibilizações/ adaptações deverá
considerar tais especificidades.

2.6 Flexibilização do currículo escolar como meta para ensino de qualidade

Com base nas directrizes nacionais da educação, toda escola tem autonomia para ensinar da maneira que achar mais adequada,
criando projectos pedagógicos que sejam, em parte, contextualizados à sua realidade. Mas o que e como ensinar? O desafio
para directores e professores é justamente esse: criar um currículo que seja atraente aos alunos, permitindo que eles se
identifiquem com o que é ensinado, exigindo, em alguns casos, transformações significativas na escola. Segundo Sandra
Garcia Regina, coordenadora geral de Ensino Médio da Secretaria de Educação Básica do MEC, o órgão recebe diariamente
propostas para a criação de novas disciplinas. “Entretanto, quem decide pela inclusão no currículo de novas matérias é o
Congresso e o Conselho Nacional de Educação”, explica.
A coordenadora lembra que muitas escolas acabam rediscutindo seus currículos induzidas pelas matrizes de referência da
Prova Brasil, Saeb e Enem, porém, ela destaca que é preciso ter cautela quanto a isso. “As matrizes do Enem são um indicativo.
É importante não transformar as matrizes das avaliações em currículo, justamente para estimular a ampliação dos
conhecimentos dos estudantes. As provas acabam avaliando somente alguns componentes. Além dos conhecimentos
tradicionais, existem outros também necessários à formação do indivíduo. São eles os conhecimentos contemporâneos, que
incluem ética, meio ambiente, sexualidade, cultura digital, economia, entre outras. O currículo precisa ser mais activo”,
defende. Justamente para estimular novas soluções que diversifiquem os currículos com actividades integradoras, a Secretaria
de Educação Básica do MEC coordena o programa Ensino Médio Inovador. A partir de quatro áreas de atuação: trabalho,
ciências, tecnologia e cultura, o objectivo é melhorar a educação e tornar o ensino mais atraente.

2.7 Flexibilização e inclusão

 Dos estudos realizados por Garcia (2006), o conceito de flexibilidade, transmite alguns sentidos, por
exemplo: qualidade, inclusivo, inovação, não tradicional, não rígido, não homogéneo, dinamicidade,
movimento, atendimento ao local. Por outro lado, tais estudos nos deixaram o entendimento que tais ideias
possibilitam um imaginário que comunga currículo flexível a um trabalho pedagógico inclusivo, dinâmico,
inovador, que atenda não só a diversidade humana, mas a identidade cultural local. Dessa forma, o currículo
e o trabalho pedagógico deverão promover rupturas, no sentido de: Sair da camisa de força de um paradigma
nivelador para desencadear teorias e práticas que sustentem um trabalho pedagógico atrelado a questões
de género, saúde, escolhas sexuais, nacionalidade, multiculturalismo, religiosidade, força da mídia e dos
artefactos culturais, processos de significação e disputas, novas comunidades, entre tantas outras, aos
chamados conteúdos escolares e para além de chavões e discursos festivos e superficiais.
Esse parece ser o maior e mais desafiante dos compromissos dos profissionais da educação. Da Declaração de
Salamanca, Garcia (2006) foi buscar algumas ideias sobre a temática flexibilidade, extraindo três delas, quais sejam:
Sistemas educacionais flexíveis e adaptados para atender às diferentes necessidades educacionais e contribuir para a
educação e a inclusão.
 Currículos adaptados às crianças e não o contrário
 Estratégias de flexibilidade: diversificar opções de aprendizagem, favorecer a ajuda entre as
crianças, e oferecer suportes necessários à aprendizagem e à convivência familiar e comunitária às
pessoas com deficiência.
Os professores face à flexibilização curricular e o discurso em torno da flexibilização curricular e do currículo
alternativo envolve diverso actores e muitas condições. O principal actor é, obviamente, o professor; as principais
condições envolvem um claro sentido de autonomia curricular e uma profunda adesão a valores humanos estruturantes
da cidadania e da multiculturalidade. Dizem as autoras que construir um currículo alternativo exige muito dos
professores (e enumeram algumas das tarefas que isso exige. Mas, subjacente à acção de cada professor - e como
condição para uma acção convicta e assumida - é esperado que ele tenha perspectivas ideológicas centradas no valor
da diversidade dos alunos, no reconhecimento de que ele próprio e a escola podem proporcionar mais e melhores
oportunidades aos seus alunos. Mas, em qualquer caso, são condições para ser professor! De facto, um dos núcleos
essenciais de uma profissional idade docente renovada é definido pelas competências para encontrar alternativas de
ensino - aprendizagem mesmo em grupos/turmas entendidas como padrão/normais. E esperado que todos os
professores sejam "flexibilizadores curriculares", As necessidades dos alunos em contextos de diversidade (e, mesmo,
a estabilidade profissional e emocional do professor nesses contextos) exigem, cada vez mais, a estruturação de
respostas curriculares flexíveis face a esses contextos. E uma macro competência sustentada por outras competências
em que se integram dimensões técnicas e ideológicas, Técnicas porque exigem eficácia e correcção nos modos de
materializar as respostas curriculares; ideológicas porque implicam a adesão a princípios que sustentam a acção dos
professores.

2.8 O currículo e a sua flexibilidade

Quando o professor constrói um Projecto Curricular, adequado às orientações nacionais, às características da escola e
dos alunos a que directamente se destina, articulando todas as actividades e experiências educativa que a escola, de
uma forma intencional e estruturada, promove e avalia, clarificando o seu sentido e finalidade, está a usar o saber
necessário à participação na construção de projectos curriculares flexíveis. A construção destes projectos obedece a
vários níveis de decisão, desde o que se refere ao Projecto Curricular da Escola (PCE) até ao Projecto Curricular de
Turma (PCT) o mesmo do aluno.

Cabe às escolas construírem os seus Projectos Curriculares, de forma a potencializar o desenvolvimento das
competências essenciais por parte dos alunos, numa perspectiva holística, integradora do saber, saber fazer e saber
ser, permitindo o seu desenvolvimento integral nas dimensões pessoal e social, em que o aluno tem um papel activo
e crítico na construção do conhecimento, numa sociedade em que se valoriza a aprendizagem ao longo da vida. Refira‐
se que esta dimensão inclui ainda os saberes transversais que apoiam o desenvolvimento do currículo como projecto
aberto e flexível, adequado à diversidade do contexto, articulando os saberes (Garcia, 2006)

A gestão flexível do currículo visa promover uma mudança gradual nas práticas de gestão curricular nas escolas do
ensino básico, com vista a melhorar a eficácia da resposta educativa aos problemas surgidos da diversidade dos
contextos escolares, fazer face à falta de domínio de competências elementares por parte de muitos alunos à saída da
escolaridade obrigatória e, sobretudo assegurar que todos os alunos aprendam mais e de um modo mais significativo
(Garcia, 2006)

A gestão flexível do currículo permite que a escola saia da sua rotina habitual e que cada vez mais se ouça falar de
trabalhos em grupo, de aulas planificadas em conjunto, de reuniões mais assíduas entre os membros do conselho de
turma, entre os directores de turma, em suma, a dinâmica das escolas começa a alterar‐se significativamente. Para
isso, os professores têm que mudar as suas atitudes, têm que sair das suas salas e deixar de considerar a sua disciplina
como soberana (Garcia, 2006). Os docentes devem reunir esforços e tornar o conjunto das disciplinas como um todo
coeso e promotor das aprendizagens essenciais que possibilitam ao aluno ser um verdadeiro cidadão, pronto para saber
agir em qualquer circunstância da vida. Segundo a sua experiência profissional, poder organizar todo o processo de
ensino e aprendizagem numa perspetiva de flexibilização e articulação curricular, possibilita a abertura de portas ao
sucesso educativo.

3.0 Conclusão
Chegado ao fim do presente trabalho académico que versa em torno da Flexibilização Curricular
e, que consistiu na revisão bibliográfica o grupo pode concluir que: o currículo pode ser
conceituado como a totalidade de experiências a serem vivenciadas pelo aluno, sob a orientação
da escola, levando-se em conta seus conhecimentos anteriores e valorizando-se os seus interesses.

Mas também concluímos que a Flexibilização Curricular é um conjunto de respostas educativas


que devem ser dadas pelo sistema educacional para favorecer todos os alunos, possibilitando o
acesso ao currículo, sua participação integral e o atendimento às necessidades educacionais
diferenciadas, de acordo com a realidade de cada aluno.

É importante referenciar que a flexibilização curricular culmina na sala de aulas, é aqui onde o
professor faz os devidos ajustes nos diferentes elementos da proposta curricular para possibilitar o
processo de ensino-aprendizagem e interacção do aluno na dinâmica geral da aula. Podemos
afirmar que flexibilização curricular são modificações que se realizam no contexto de sala de aula
e estão relacionados com a priorização de objectivos e actividades, formas de agrupamentos de
alunos, organização dos recursos materiais, utilização de variados procedimentos de avaliação e,
essencialmente, o uso de uma metodologia variada que permita a interacção e o estabelecimento
do processo de ensino-aprendizagem.
4.0 Referências bibliográficas
GALLO, S. “Conhecimento, transversalidade e educação: para além da interdisciplinaridade”.
Impulso, v. 10, n. 21. Piracicaba: Unimep, 1997, p.115-133.

BEYER, Hugo Otto. Educação Inclusiva ou Integração? Implicações pedagógicas dos conceitos
como rupturas pragmáticas. Ensaios Pedagógicos: Brasília: Ministério da Educação/ Secretaria de
Educação Especial, 2006, p. 277- 80.

CARVALHO, Rosita Edler D. Adequação Curricular: um recurso para a educação inclusiva. sd.,
p. 1.

DUK, Cynthia; HERNANDÉZ, Ana M. y SIUS, Pia. Las Adaptaciones Curriculares: Una estategia
de individualización de la enseñanza. Disponível em:
http://es.geocities.com/teoriaadaptaciones/adaptaciones.pdf. Pesquisa em 01 de novembro de
2007.

GARCIA, R. M. C. Políticas para a educação especial e as formas organizativas do trabalho


pedagógico. Revista Brasileira de Educação Especial. v.12, n 3 Marília, set./dez. 2006.

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