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GRUPO DE ESTUDOS 17 DE NOVEMBRO

Café Monárquico

A LUZ DO BAILE (Monteiro Lobato)

Em 1918, quase 30 anos depois da proclamação da República, Monteiro Lobato concebeu um primor de
crônica. O texto versava sobre as decepções com o novo regime, àquela altura ainda em processo de maturação.
“O Brasil é uma nação a fazer. Ou refazer, já que destruíram os alicerces da primeira tentativa séria”, escreveu.

1. Autor

José Renato Monteiro Lobato (1882-1948) foi um escritor e editor brasileiro. "O Sítio do Pica-pau
Amarelo" é sua obra de maior destaque na literatura infantil. Criou a "Editora Monteiro Lobato" e mais tarde a
"Companhia Editora Nacional". Foi um dos primeiros autores de literatura infantil de nosso país e de toda
América Latina. Metade de suas obras é formada de literatura infantil. Destaca-se pelo caráter nacionalista e
social. O universo retratado em suas obras são os vilarejos decadentes e a população do Vale do Paraíba,
quando da crise do café. Situa-se entre os autores do Pré-Modernismo, período que precedeu a Semana de
Arte Moderna.

2. Tempo e Obra

“A Luz do Baile” é uma obra incomum dentre tantos escritos de Lobato; afinal, ele é o autor dos contos
infantis, das “reinações de narizinho”, do encantamento com o mundo lúdico... São esses olhos com tanta
ludicidade que compreendem a época de transição psicossociocultural da Monarquia para a República.

A realidade da época era um contexto de descontentamento para o escritor; a elite dirigente


compartilhava o modo de pensar dos escravocratas. De modo geral, não foram tomadas providências para que
os ex-escravos ou nascidos livres recebessem a educação necessária para que pudessem sobreviver
dignamente.

Além disso, os novos governantes do Brasil não efetivavam seus conceitos; de líderes republicanos que
inspiravam as melhores tradições e virtudes como o antigo imperador. O artigo de Lobato, na verdade, torna-
se um “manifesto profético” da história republicana no Brasil; a história de ontem, se mistura a de hoje,
formando uma “unidade de desastre”.

3. “A luz do baile”

A alusão feita denota algumas interpretações: 1) Luz dos grandes salões de festa. Luminária majestosa que
ilumina todo baile; 2) Luz que impede a corrupção e os maus modos .

3.1. “Marco Aurélio” do Brasil

Governo e escritos corrobora com a personalidade ímpar do imperador D. Pedro II. O Brasil não possui
apenas um rei, mas um que ilumina mentes ao seu redor e estimular o nascer da luz nas mentes de seus súditos.

3.2. Um rei presente

O rei não está nos palácios apenas; ele é presente na administração pública, não somente como gestor,
mas, também, como uma foice nas ideias de apropriação particular do estado.

3.3. Foi-se o pastor, vêm os lobos...

O estado brasileiro, até então, digno de louvores, do mais humilde funcionário ao alto escalão, torna-
se uma alcateia, onde reina o personalismo e a apropriação do estado.
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3.4. Se falta luz...

A falta de um líder daquela estirpe, desencadeou uma famigerada ação dos abusadores da civilização e
do estado organizado.

3.5. nenhuma forma de governo melhor do que sua monarquia

3.6. Círculo de parceiros

3.7. “Precisamos tomar o poder”

3.8. Eis o circo de Deodoro da Fonseca


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A experiência republicana, no Brasil, tem sido um fracasso evidente. Uma análise deste 127 anos de
história republicana revelam uma instabilidade crônica das instituições, uma sucessão de sobressaltos político-
sociais e o surgimento, de tempos em tempos, de "salvadores da pátria" que, em pouco tempo, se tornam
decepções dolorosas.

Vivemos hoje momentos especialmente críticos dessa experiência. Próceres republicanos reconhecem
que todo o sistema político está em xeque, enquanto uma operação sem precedentes - a Lava Jato - vai
revelando ao País como, a partir da própria Presidência da República, se atuou para subverter a ordem legal do
País, com um assalto generalizado ao Estado, ao seu (nosso) patrimônio e às instituições do Estado de Direito.

Mas, como traduzir, em poucas palavras, a diferença entre o ambiente social, político e institucional
que imperava no regime monárquico e o que passou a vigorar na república? Monteiro Lobato o fez de modo
didático, num texto que passo a transcrever:

“D. Pedro II agia pela presença.

O fato de existir no ápice da sociedade um símbolo vivo e ativo da honestidade, do equilíbrio, da


moderação, da honra e do dever, bastava para inocular no País em formação o vírus das melhores virtudes
cívicas.

O juiz era honesto, se não por injunções da própria consciência, pela presença da honestidade no trono.
O político visava o bem comum, se não pelo determinismo de virtudes pessoais, pela influência catalítica da
virtude imperial. As minorias respiravam, a oposição possibilitava-se: o chefe permanente das oposições estava
no trono. A justiça era um fato: havia no trono um juiz supremo e incorruptível. O peculatário, o defraudador,
o político negocista, o juiz venal, o soldado covarde, o funcionário relapso – o mau cidadão, enfim – muitas
vezes passava a vida inteira sem incidir num só deslize. A natureza o propelia ao crime, ao abuso, à extorsão, à
violência, à iniquidade, mas sofreava as rédeas aos maus instintos a simples presença da eqüidade e da justiça
no trono.

Foi preciso que viesse a República, e que se alijasse do trono a força catalítica, para patentear-se bem
claro o curioso fenômeno. O mesmo juiz, o mesmo político, o mesmo soldado, o mesmo funcionário, até 15 de
novembro honesto, bem intencionado e bravo e cumpridor dos deveres, percebendo ordem de soltura na
ausência do imperial freio, desenfrearam a alcatéia dos maus instintos mantidos de quarentena.

Daí o contraste, dia a dia mais frisante, entre a vida nacional sob Pedro II e a vida nacional sob quaisquer
das boas intenções quadrienais que se revezam na curul republicana.

Pedro II era a luz do baile: muita harmonia, respeito às damas, polidez de maneiras, jóias de arte sobre
os consolos, dando o conjunto uma impressão genérica de apuradíssima cultura social.

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