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SANEAMENTO AMBIENTAL

INTRODUÇÃO AO SANEAMENTO
OSCAR CORDEIRO NETTO
Alguns conceitos

Sanear: vem do latim sanun: tornar saudável, tornar habitável, higienizar, limpar
Alguns Conceitos

Saneamento

OMS - Organização Mundial da Saúde


Controle de todos os fatores do meio físico do homem, que exercem ou podem
exercer efeito deletério sobre seu bem estar físico, mental ou social.

Fundação SESP (Serviço Social de Saúde Pública)


Conjunto de medidas, visando a preservar ou modificar as condições do meio
ambiente com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde.

Segundo Aurélio Buarque de Holanda saneamento é o ato ou o efeito de sanear.


Sanear por sua vez significa “tornar são, habitável ou respirável”.
Conceitos

• Saúde: A OMS define saúde como um estado de completo bem-estar físico,


mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade.

• Saúde Pública: É a ciência e a arte de promover, proteger e recuperar a


saúde, mediante medidas de alcance coletivo e de motivação da população.

• Saneamento Básico: No passado, era a área de atuação profissional que


preconizava solução de problemas relacionados estritamente com o
abastecimento de água e a coleta/disposição de esgotos de comunidades.

• Saneamento Ambiental: É a aplicação dos princípios da Engenharia, da


Medicina, da Biologia e da Física, no controle do ambiente, com aquelas
modificações originárias da proteção e das medidas porventura desejáveis ou
necessárias para instituir as condições ótimas de bem-estar.
Conceito de Saneamento
Lei Nº 11.445, de 5 de janeiro de 2007
Estabelece diretrizes nacionais para o saneamento básico
Art. 3o Para os efeitos desta Lei, considera-se:
I - saneamento básico: conjunto de serviços, infraestruturas e
instalações operacionais de:
• a) abastecimento de água potável: constituído pelas atividades,
infraestruturas e instalações necessárias ao abastecimento público de água potável,
desde a captação até as ligações prediais e respectivos instrumentos de medição;
• b) esgotamento sanitário: constituído pelas atividades, infraestruturas e
instalações operacionais de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequados
dos esgotos sanitários, desde as ligações prediais até o seu lançamento final no meio
ambiente;
• c) limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos: conjunto de
atividades, infraestruturas e instalações operacionais de coleta, transporte, transbordo,
tratamento e destino final do lixo doméstico e do lixo originário da varrição e limpeza
de logradouros e vias públicas;
• d) drenagem e manejo das águas pluviais urbanas: conjunto de
atividades, infraestruturas e instalações operacionais de drenagem urbana de águas
pluviais, de transporte, detenção ou retenção para o amortecimento de vazões de
cheias, tratamento e disposição final das águas pluviais drenadas nas áreas urbanas;
Saneamento e Qualidade de Vida

 O saneamento básico é o elemento


fundamental da medicina preventiva, muito
mais eficiente e barata que a medicina
curativa;
 Saneamento promove a saúde pública
preventiva;
 Reduz a necessidade de procura aos
hospitais e postos de saúde;
 Onde há saneamento os índices de
mortandade permanecem em baixos níveis;
Como o saneamento começou ???
Pré-História

Os grupos humanos na Pré-história


usavam métodos simples para
recolher as águas das chuvas, dos
rios e dos lagos
Pré-História

Mudavam-se constantemente deixando restos de alimentos e


dejetos em seus abrigos temporários
Pré-História

 Consumiam apenas o essencial para a sobrevivência e a população era


pequena
 A quantidade de detritos produzida era insuficiente para promover
alterações ambientais significativas
Pré-História

 No período Neolítico, com o desenvolvimento da agricultura surgiram as


primeiras aldeias
 A produção de lixo e águas servidas favoreceu a proliferação de ratos e insetos
e iniciou-se a poluição dos rios
Abastecimento de água na Antiguidade

 Com o surgimento das cidades na


Idade Antiga e o crescimento da
população foi necessário
desenvolver projetos de
engenharia para condução e
armazenamento da água

 Procurando fontes de água no


subsolo, foram cavados poços que,
inicialmente rasos, chegaram até
450 m de profundidade como os
construídos pelos chineses.
Saneamento na Antiguidade

O desenvolvimento do
saneamento está relacionado
ao surgimento e ao
crescimento de cidades
Saneamento na Antiguidade

 Nas antigas cidades do rio Indo (2600 a 1900 a.C.) existiam sofisticados
sistemas de encanamento pelos quais a água servida corria para dutos ou
esgotos centrais, de alvenaria de tijolos com argamassa de barro
 As ruas eram largas, pavimentadas e drenadas por esgotos cobertos.
Roma antiga e o saneamento básico

 No período imperial, a cidade era


abastecida por aquedutos, porém água
canalizada era um privilégio de poucos,
a maioria dos cidadãos abastecia-se em
fontes públicas.

 Havia extensos esgotos de construção


esplêndida mas se conectavam apenas
com um sistema público de drenagem e
não com as casas particulares
Roma antiga e o saneamento básico

Por volta de 50 dC, Roma possuía 10 aquedutos totalizando 421.950


metros (87% enterrados, 2% em estruturas baixas, 11% em arcos)

Os aquedutos abasteciam as fontes públicas, dezenas de termas além de


suprir os lagos e fontes artificiais nas residências dos ricos
Roma antiga e
o saneamento básico

 A Cloaca Máxima é uma das mais antigas


redes de esgotos do mundo

 Foi construída nos finais do século VI a.C.,


pelos últimos imperadores de Roma, com base
na engenharia etrusca, com a finalidade de
drenar as águas residuais e o lixo para o rio
Tibre

 O sistema original era um canal a céu aberto


que seria progressivamente coberto devido às
exigências do espaço do centro citadino

 A Cloaca Máxima foi mantida em bom estado


durante todo o período imperial
Saneamento nas cidades medievais
Idade Média (V dC -XV dC)

As cidades medievais consistiam de um amontoado de edifícios em


um labirinto de ruas estreitas
Eram pequenas, densamente povoadas barulhentas e sujas
A maioria de suas ruas não tinha pavimentação nem obras de
drenagem e recebia toda sorte de refugos e imundice.
Saneamento nas cidades medievais
Idade Média (séc. V dC - séc. XV dC)
Saneamento nas cidades medievais
A peste Negra no século XIV

 Nos porões dos navios de comércio vindos do Oriente Médio, entre os anos
de 1345 e 1352, chegavam milhares de ratos
 Os roedores encontravam condições favoráveis e estavam contaminados com
bactéria Pasteurella pestis. As pulgas desses roedores transmitiam a bactéria
aos homens através de picadas, promovendo a doença.
 O regresso dos cruzados à Europa também contribui para a transmissão de
muitas doenças.
Saneamento Idade Moderna (1453-1789)

 As preocupações com a saúde pública, como a conhecemos hoje,


tiveram maior desenvolvimento na Idade Moderna.

 Entre o século XVI e meados do século XVII, generalizou-se a


pavimentação de ruas, com construção de obras de canais de
drenagem onde escoavam os refugos indesejáveis das ruas em
direção aos rios e lagos.

 O uso desse método produzia maus odores, além de que as


provisões da água tornavam-se perigosamente poluídas.

 Os poços e fontes se contaminavam com infiltrações oriundas de


fossas e cemitérios.
Saneamento Idade Contemporânea

Com o desenvolvimento industrial, a partir de meados do século XVIII, houve


grande êxodo rural e as populações concentraram-se nas cidades.
O suprimento de água e limpeza de ruas não acompanharam a expansão urbana
Surgimento de novas indústrias que lançavam seus resíduos nas águas agravava
a poluição ambiental
Voltaram as grandes epidemias: cólera (Londres 1831-32, 1848-49, 1854-57) e
febre tifoide transmitida pela água contaminada
Saneamento Idade Contemporânea

 Os governos passaram a investir muitos recursos em pesquisa na


área médica
 Pasteur e outros cientistas descobriram que doenças infecciosas eram
causadas por micro-organismos patogênicos
 A partir daí, foi possível entender os processos de transmissão de
doenças através da água e outros meios contaminados
Surgimento da Saúde Pública - Londres

 1848 – Primeira Lei de Saúde


Pública da Grã-Bretanha

 1859 - Início da limpeza geral das


canalizações de esgotos

 1875 - 133 Km de coletores


novos de esgotos percorriam o
subsolo de Londres, recolhendo
dejetos em uma área de cerca de
260 km2
O concreto armado no Saneamento Básico

1866 – Disseminação do concreto armado como material de construção por Joseph


Monier - uso do material para construção de reservatórios, encanamentos e canais

Vantagens: segurança, durabilidade, rapidez de execução, economia,


impermeabilidade e resistência a choques e vibrações, possibilitando o desenvolvimento
de obras de drenagem
Um Planeta esgotado

Lembrete

 Em todas as épocas e em todos os lugares, o


saneamento básico concentrou-se nas zonas
urbanas e no atendimento das camadas mais
privilegiadas da sociedade.

 A democratização do acesso ao saneamento


é um fenômeno recente e restrito
geograficamente.
Saneamento básico no mundo atual

E após tudo isto, nos dias de hoje ...

Cerca de 1 bilhão de pessoas no mundo não têm acesso à água


potável

 2 bilhões de pessoas em todo o mundo (de um total de 9,3 bilhões)


sofrerão com a escassez de água potável até meados do século XXI.

Cerca de 6.000 crianças morrem diariamente devido a doenças ligadas


à água insalubre e a um saneamento e higiene deficientes

Cerca de 80% de todas as doenças no mundo ainda se relacionam


com o controle inadequado da água.
Saneamento básico no mundo atual

No século XX, o desenvolvimento da ciência e da tecnologia permitiu que fontes


de água e mananciais contaminados se tornassem potáveis após tratamento
Evolução do saneamento básico
no Brasil
Saneamento no Brasil
Primeira fase – período colonial

 O abastecimento de água era feito


mediante coleta em bicas e fontes nos
povoados que se formavam.

 As ações de saneamento eram limitadas à


drenagem dos terrenos e à instalação de
chafarizes em algumas cidades.

 A captação e a distribuição da água era de


responsabilidade de cada vila.

 Remoção de dejetos era realizada de


forma individual pelas famílias
Inovações no período Joanino

 Foram criadas leis que fiscalizavam a entrada de navios com


pessoas doentes

 Foi instalada uma rede de coleta para escoamento das águas


das chuvas no Rio de Janeiro, mas atendia apenas às áreas das
cidades onde morava a aristocracia
Abastecimento de água no Rio de Janeiro

 1840 – Funda-se uma empresa para explorar os serviços de


pipas de água transportada por uma frota de carroças;

 O produto deixou de ser um bem natural e passou a ser


comercializado;

 De 1830 a 1851, houve 23 epidemias letais na cidade


principalmente de febre amarela
Saneamento no Brasil

Segunda fase – Meados do século XIX a início do século XX

 Inicia-se a organização dos serviços de saneamento básico

 As províncias entregam as concessões a companhias estrangeiras,


principalmente inglesas

 1857-1877: O Governo de São Paulo, constrói o primeiro sistema


Cantareira de abastecimento de água encanada

 1864: Rio de Janeiro: 5ª cidade no mundo a adotar um sistema de


coleta de esgoto modernizado

 1876: Rio de Janeiro é pioneira na inauguração em nível mundial de


uma Estação de Tratamento de Água, com seis filtros rápidos de
pressão Ar/Água.
Saneamento no Brasil

Terceira fase –Início do século XX

 Começa a se pensar em saneamento básico para as


cidades em decorrência da insatisfação da população em
função da péssima qualidade dos serviços prestados pelas
empresas privadas, muitas delas estrangeiras

 Ocorre a estatização dos serviços


Saneamento no Brasil

Inovações no Século XX
 Adoção do sistema separador absoluto: sistemas de
esgotos passaram a ser obrigatoriamente projetados
e construídos independentemente dos sistemas de
drenagem

 Generalização do emprego de tubos de concreto

 A drenagem torna-se um elemento obrigatório dos


projetos de urbanização
Saneamento no Brasil

Década de 1940:

 Aumento do êxodo rural em direção as grandes


metrópoles
 Aumento da demanda por serviços de saneamento
 Surgem autarquias e mecanismos de financiamento para
abastecimento de água

Setor de saneamento é gradativamente separado da Saúde


Pública (perda da primazia do higienismo...)
Planejamento Nacional para o Saneamento

 1964- Ditadura militar

 Centralização das decisões em nível federal

 Criação do BNH – Passa a ser gestor dos recursos do FGTS principal


fonte de recursos para o setor

 1971 – Regime militar institui o PLANASA e das companhias estaduais


de saneamento
O Brasil de Hoje
O Brasil de Hoje
Recursos Hídricos no Brasil

Proporção de Municípios com ocorrência de poluição do recurso água por


tipo de causas mais apontadas segundo as regiões em 2002.
Fonte: IBGE 2005
Recursos Hídricos no Brasil

Com o crescimento da população e o aumento das necessidades


de consumo de água, algumas regiões brasileiras encontram-se
próximas do limite anual mínimo de 1000 m³/hab recomendado
pelas Organizações das Nações Unidas – ONU.
Classes de situações de acordo com a disponibilidade hídrica
Saneamento no Brasil

Fonte: Instituto Trata Brasil (2010)


Saneamento no Brasil

Fonte: Instituto Trata Brasil (2010)


Saneamento no Brasil

Fonte: Instituto Trata Brasil (2010)


Saneamento no Brasil
Um quadro Geral Desafiador

57% dos brasileiros ainda não tem rede de coleta de esgoto

Fonte: Instituto Trata Brasil (2010)


Saneamento no Brasil

Fonte: Instituto Trata Brasil (2010)


Saneamento no Brasil

Fonte: Instituto Trata Brasil (2010)


Saneamento no Brasil
• A produção per capita de lixo indicada pela PNSB é de 450 a 700 gramas
por habitante por dia em cidades com até 200 mil habitantes, ao passo que
para cidades maiores esse número varia de 800 gramas a 1,2 quilogramas
• Cerca de apenas 10% dos municípios dispõem o lixo oriundo de serviços
de saúde em aterros de resíduos especiais

Quantidade de Resíduos Sólidos Gerados e Coletados em 2007


Resíduos Sólidos
Saneamento no Brasil - Organização

Lei 11445/2007 – Lei Nacional de Saneamento básico


Saneamento no Brasil

No Brasil existem, principalmente, dois modelos de administração dos serviços de


saneamento:

Modelo 1: Serviços Municipais (1.661 municípios) - quando o município administra os


serviços de saneamento através:
•da administração direta municipal;
•de entidade autônoma: autarquia, empresa pública; ou companhia com controle
acionário do município;
•cerca de 60 concessões à iniciativa privada.

Modelo 2: Companhias Estaduais de Saneamento (3.900 municípios – 74% da


população urbana)
•São empresas de economia mista, com controle acionário de cada Estado da
Federação, que operam os serviços de água e esgoto mediante contratos de
concessão.

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