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Ambiente Urbano

O tema escolhido, “”Ambiente Urbano””, sendo um tema bastante


vasto, permitiria dissertações muito variadas pois é, neste
momento, em termos de Planeamento e Gestão Urbanística um
tema bastante actual.

De facto se considerarmos que uma significativa, e, cada vez


mais crescente, percentagem da população mundial vive em
CENTROS URBANOS, e se nos preocuparmos com as
condições em que essa população vive, temos necessariamente
que nos preocupar com o local onde ela vive, ou seja, as cidades
e assim temos que nos preocupar em planeá-las por forma a
poder geri-las.

Neste âmbito temos então logo um problema que é, o que são


CENTROS URBANOS!?.....

Serão meramente, como o Instituto Nacional de Estatística define,


“AGLOMERADOS COM MAIS DE 10.000 HABITANTES” ou,
terão uma outra qualquer dimensão? Será importante referir que
esta questão da dimensão de uma cidade é do ponto de vista
conceptual fundamental e tem sido um conceito que grandes
pensadores do planeamento urbano vêm perseguindo, teorizando
sobre aquilo que poderia ser o tamanho ideal para uma cidade,
por forma a que pudesse ser gerida de uma forma eficaz com
observância de um conjunto de princípios como a
sustentabilidade, a qualidade de vida, o ambiente entre outros.
Naturalmente que a dimensão definida pelo INE será um extremo,
numa questão que tem outros extremos, como por exemplo,
aquele que é definido por alguns autores dos Estados Unidos da
América em que são consideradas cidades ideais aquelas que
tem uma população próxima dos 4 milhões de habitantes.

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Vemos assim com grande clareza aquilo que poderá certamente
materializar as diferentes escalas de pensamento a este nível.
Valerá aqui também a pena referir que mesmo neste país se
encontram autores, também respeitados, para quem a dimensão
ideal se situa em centenas de milhar de habitantes.

No entanto, independentemente daquilo que se possa considerar


como dimensão ideal, é da maior importância que a cidade, ou
centro urbano, possua uma Boa Qualidade de Ambiente Urbano
ou seja:

• Boa qualidade de ambiente no que diz respeito ao


suporte biogeofisico;
• Bom desenho urbano e qualidade visual ou estética
da paisagem;
• Património edificado de boa qualidade;
• Boa funcionalidade dos espaços e padrões do uso
do solo;
• Bom conjunto de infra-estruturas e sistemas de
transportes e serviços públicos.

Considerando que estes temas têm vindo a ser amplamente


debatidos, tem-se no entanto consciência que é fundamental que
também sejam analisadas as dimensões económicas das
questões que se abordam.

Neste sentido, o debate tem vindo nos tempos mais recentes a


centralizar-se sobretudo naquilo a que se chama
desenvolvimento sustentado e que, sendo um conceito bastante
ambíguo, é no entanto do ponto de vista político um tema
bastante apelativo, pois refere-se ao crescimento económico,
com consideração pelos limites dos processos naturais de
regeneração.

Verifica-se no entanto, felizmente, que começa a instalar-se na


sociedade uma coabitação crescente ao nível do debate de ideias
nas áreas do ambiente e do desenvolvimento, a que o nível local

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se tem vindo a associar, ainda que de uma forma bastante tímida,
contrariamente àquilo que seria desejável.

Este respeito pelos processos naturais de regeneração, ou seja,


pelo ambiente, pode ser, e é habitualmente visto, como factor de
constrangimento ao desenvolvimento, e não, como um factor que
pode contribuir positivamente para o desenvolvimento.

Importa aqui referir que se compreende perfeitamente esta


perspectiva pois assume uma expressão bastante significativa na
sociedade, já que o próprio Livro Verde do Ambiente Urbano da
União Europeia só dedica a este assunto página e meia em
cerca de 100.

Estes aspectos do ambiente urbano estão fortemente ligados ao


conceito de qualidade de vida, conceito a que está subjacente
uma significativa controvérsia, já que não tem sido possível
estabilizar uma definição que conjugue de uma forma satisfatória
os aspectos subjectivos com os aspectos objectivos da avaliação.

Assim, poderemos considerar que os factores que mais


contribuem para a qualidade de vida dos cidadãos devem ser:

• Económicos, associados ao rendimento das famílias (poder


de compra) e ao emprego;
• Bem estar individual (saúde, segurança pessoal e de
propriedade, o acesso à cultura, recreio e lazer);
• Qualidade do ambiente urbano.

Verifica-se, pois, que, mesmo no caso português, as cidades


apresentam vantagens e problemas diferentes, consoante a sua
dimensão, o que poderá permitir uma análise que considere
assim as inúmeras vertentes em que estes aspectos podem ser
abordados. Contrapondo as cidades de maior dimensão com as
cidades de média dimensão, tem-se que, relativamente à
actratividade, as cidades de maior dimensão exercem-na natural
e fundamentalmente no que diz respeito:

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• às oportunidades de emprego;
• à obtenção de rendimentos de maior nível;
• ao acesso à cultura, desporto e recreio.

Têm no entanto que, entre outros, consolidar

• os níveis de segurança;
• a qualidade ambiental.

É, pois, nestes aspectos que as cidade médias oferecem


vantagens significativas, que em muitos casos acabam por
assumir uma importância instrumental no desenvolvimento destes
aglomerados disponibilizando vantagens claras que terão
influencia na decisão de escolha dos cidadãos.

Qualquer dos aspectos abordados mereceria uma atenção mais


detalhada e haveria em qualquer deles matéria para longas e
profundas dissertações. No entanto, aquele que poderá ser mais
próximo e apelativo será certamente o aspecto da
sustentabilidade e regeneração urbana, pois todos nós, a
diferentes escalas, estamos familiarizados com estes processos,
através da participação, directa ou indirecta, na reabilitação e
renovação de edifícios, de espaços públicos ou até mesmo de
solos.

Estaremos todos particularmente recordados daquilo que


constituíu a operação Expo 98, ou mesmo, a outra escala das
renovações o que muitos dos Municípios têm vindo a fazer nos
seus centros históricos, e que integrados em políticas de
desenvolvimento, podem ser instrumentos de desenvolvimento
sustentável para esses mesmos Municipios. Estas intervenções
de renovação de centros históricos, acompanhadas de medidas
de revitalização sócio-económicas, são certamente um factor de
desenvolvimento desses espaços.

Assim, a regeneração urbana poderá ser considerada como o


processo de inversão da decadência económica, social e física
das nossas vilas e cidades, em que as forças de mercado, só por

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si, já não são suficientes e que, não é, nem mais nem menos,
que a definição que a ROYAL INSTITUTION OF CHATERED
SURVEYORS, do Reino Unido tem para a regeneração urbana.

Está naturalmente subjacente a este conceito uma intervenção


estatal, em que se responsabiliza a sociedade em geral por tal
facto, o que muito bem poderia ser feito no nosso pais
relativamente ao interior.

Não é no entanto utilizado este conceito em todos os países,


nomeadamente na Alemanha, onde é incentivada a regeneração
sem a intervenção do Estado.

Estes processos são da maior importância se atentarmos ao facto


de que muitas das cidades que conheceram forte
desenvolvimento industrial e que, mercê da revolução
tecnológica, perderam competitividade, viram no seu seio
inúmeros edifícios abandonados, forçando-as a expandir-se
sobretudo na direcção dos espaços abertos. Este aspecto
verifica-se não só em edifícios industriais, mas também em
edifícios habitacionais nos núcleos urbanos, mesmo das nossas
vilas, onde a densidade populacional é cada vez menor.

Se nos processos de regeneração urbana, resultante da


intervenção em edifícios ou áreas industriais, se enfrentam muitas
vezes problemas complexos que têm a ver com a
descontaminação dos solos, demolição de edifícios, depósito dos
inertes etc. e que obrigam a investimentos bastante avultados por
forma a garantir uma imagem atraente, já a reabilitação de muitos
edifícios de habitação nos centros históricos acompanhados de
medidas conducentes à sua revitalização apresentam custos bem
menores, e poderão contribuir para evitar que esses aglomerados
urbanos migrem para as zonas rurais que os limitam e assim lhes
garantam sustentabilidade.

Estes processos, além de os racionalizar do ponto de vista


económico, contribuem para que as actividades económicas
ligadas ao turismo possam ter expressão significativa, sendo
conhecida a apetência crescente do turismo pelos centros

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urbanos, nomeadamente os qualificados. Para confirmarmos tal
facto bastará para o efeito recordar que, certamente cada um de
nós quando vai a uma qualquer cidade e necessita de um hotel,
procura sistematicamente um hotel bem situado, no centro da
cidade a partir do qual possa usufruir da qualidade que no seu
conjunto o centro da cidade lhe oferece.

Naturalmente que não se procura um hotel numa zona do centro


da cidade que esteja degradada ou com problemas de segurança
etc., e se porventura isso acontecer, o preço que vamos pagar
será muito diferente, facto que demonstra claramente que as
reabilitações e regenerações das cidades podem ser um factor de
desenvolvimento e de sustentabilidade.

Estes temas, pela sua actualidade, são do meu ponto de vista


pessoal interessantes, mas são também naturalmente muito
vastos e complexos, pelo que permitiriam uma prancha bastante
mais extensa, mas que porventura se poderia tornar maçadora.

Seria talvez importante fazer referência à importância que poderá


ter numa cidade uma estratégia que abranja o lazer e o turismo,
por forma a garantir que os cidadãos possam passar os seus
tempos livres e interrupções do trabalho em instalações
vocacionadas para o efeito , ou seja, em instalações recreativas
para as quais devem ser consideradas seriamente as suas
acessibilidade e localização. Sendo certo que o lazer é cada vez
mais importante nas sociedades modernas, e é cada vez mais
acessível em consequência do crescimento económico e do
aumento de tempo disponível, torna-se fundamental considerá-lo
nas estratégias de desenvolvimento.

Face a todos estes aspectos, pode dizer-se que o lazer é hoje


uma actividade flexível e imprevisível. Sendo o turismo uma
actividade subsidiária do lazer, é-lhe reconhecida a grande
importância que tem tido na transformação e desenvolvimento
das sociedades modernas. Pode pois afirmar-se que a
reabilitação urbana e o turismo cultural são algumas das formas
capazes de integrar a dimensão cultural do desenvolvimento,
introduzindo questões de ordem cultural em sectores

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habitualmente geridos para fins económicos. Desta integração
resulta como evidência que crescimento económico e
regeneração urbana podem andar interligados.

Sendo certo que os centros históricos são parte do Ambiente


Urbano e têm um elevado grau de identidade, individualidade e
carácter em virtude de as mais importantes expressões de
património cultural aí estarem situadas, compreende-se que as
intervenções comecem por ter aí lugar, devendo no entanto ser
tidos em atenção os impactes que as actividades de lazer e
turismo possam ter nos aspectos humanos, físicos e ambientais.

De uma forma sucinta poderemos afirmar que este tipo de


actividades têm nas:
• actividades humanas influência na demografia, economia e
sociologia havendo em qualquer dos casos impactes positivos
e negativos. Os aspectos demográficos e sociais incluem
movimentos de população desequilibrados em diversos
períodos do ano, a invasão do espaço habitado, a perda de
privacidade, não só em espaços públicos mas também por
vezes em areas residenciais, a segregação dos habitantes,
podendo mesmo levar à expulsão da população original,
atraindo novos grupos sociais e afectando assim o ambiente
cultural, com as consequência de todos conhecidas, como
insegurança e outros. São, pois, fortes os impactes
sociológicos nas cidades em que o número de turistas sendo
elevado dá origem a que a população da própria cidade se
possa sentir alienada, podendo assim a actividade turística ser
motivadora de tensões e agressividade por parte dos
habitantes locais. Este facto constata-se, pois há já cidades
em que começam a existir limitações ao acesso de turistas
motivados por pressões da população local.
• No aspecto físico constata-se que as actividades de turismo e
lazer exercem pressão sobre a conservação de património
cultural, impõem limitação de novas funções nos centros
históricos, sobretudo aquelas que sejam conducentes ao
conflito com a identidade cultural. Aconselham também o
impedimento da concentração e congestionamento de pessoas

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e automóveis, devendo nessas zonas os espaços públicos
estar adaptados à densidade da procura. Em algumas cidades
encontram-se em curso ou realizaram-se já importantes
intervenções cujo objectivo fundamental é desdensificar áreas
dos seus centros por forma a garantir muitos destes aspectos.
• Os impactes ambientais das actividades de lazer e turismo são
importantes e de todos conhecidos uma vez que estas
actividades incluem poluição, conservação e sustentabilidade.
A poluição, extensamente abordada no livro verde sobre o
ambiente urbano é para todos de fácil de constatação, no
aspecto:
 visual, através dos automóveis, apetrechos turísticos, ar,
detritos, lixo, sinalização, etc.;
 sonoro, através do trafego, música e multidões,
 vibração;
 cheiro.
A conservação refere-se naturalmente ao património cultural,
ambiente cultural e paisagem, esta última no que diz respeito
a elementos naturais e artificiais. Refira-se que temos hoje no
nosso pais, em relação a este aspecto em concreto, um
programa de intervenção muito mediatizado e que é o
programa POLIS.
A sustentabilidade neste contexto significa a gestão eficiente
dos bens culturais da melhoria e prosperidade da cidade.
Vimos atrás como os aspectos humanos podem ser
importantes para a análise da sustentabilidade de um centro
histórico. No entanto, é do ponto de vista económico que
ocorrem habitualmente mais e primeiro as mudanças através
da alteração do emprego motivadas pela criação de postos de
trabalho resultantes das actividades de lazer e turismo, tendo
sempre que se ter em atenção que se poderão perder postos
de trabalho tradicionais pondo em causa certos segmentos da
população local menos disponível para reconversão
profissional. Os preços dos bens e serviços aumentarão em
principio, em resultado dessas novas actividades mas esses
aumentos só serão positivos se beneficiarem a comunidade.

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É certo no entanto que os benefícios das actividades de
turismo e lazer são significativos, acarretando no entanto
alguns custos sociais.

Estes três aspectos têm, conforme se pôde comprovar,


ligações bastante importantes entre si, mas é de toda a
conveniência que sejam pensados em conjunto, tendo em
conta também os espaços envolventes dos centros, os seus
acessos por forma a que as intervenções ocorram nos dois
primeiros aspectos e garantam o terceiro, isto é: são
inconsequentes as intervenções que não garantam uma
análise cuidada da sustentabilidade dessas intervenções.

Será importante também referir que habitualmente o turismo gera


fluxos que são notoriamente identificáveis e que têm um
impacte directo e visível no ambiente urbano em particular
nos centros históricos. Nas outras zonas das cidades esse
impacte se não for insignificante é no mínimo diferente,
podendo verificar-se também em espaços naturais
excepcionais.

Não seria correcto abordar os impactes resultantes das


actividades turísticas e esquecer os que resultam das
actividades de lazer que afectam, ou podem afectar também
o ambiente urbano, sendo no entanto de avaliação mais
difícil. O lazer não sendo tão concentrado no tempo e espaço
dá origem a pressões de nível inferior. No entanto exerce
também pressão sobre os centros históricos devido à
concentração de actividades e serviços funcionando o
património cultural com um íman. Será de referir que as
actividades de lazer viram-se sobretudo para as áreas
periféricas pois a actividades rurais e semi-rurais são
evidentes nos fins de semana e férias começando a ganhar
dimensão significativa no nosso país.

Considero que o melhor será terminar hoje por aqui, e numa


próxima prancha desenvolver um qualquer tema superficialmente

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abordado , nomeadamente, no que se refere às opções políticas
da sustentabilidade.

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