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Direito Aplicado

aos Negócios
Material Teórico
Direito do Consumidor

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Ms. Tercius Zychan

Revisão Textual:
Profa. Ms. Natalia Conti
Direito do Consumidor

• Direito do Consumidor
• Relação de Consumo
• Ocorrência da Relação de Consumo
• Remuneração
• Oferta e Publicidade
• Práticas Abusivas
• Cobrança de Dívidas
• Garantia
• Contrato de Adesão
• Cláusulas Abusivas

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Entender o que vem a ser o Direito do Consumidor.
· Identificar as fontes do Direito do Consumidor.
· Entender os conceitos de relação de consumo, consumidor e fornecedor.
· Compreender quais são as garantias e identificar as cláusulas abusivas
de uma relação de consumo.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.

Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.

Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.

Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.

Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar, lembre-se de que uma


alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo.

No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.

Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Direito do Consumidor

Direito do Consumidor
Hoje, o denominado Direito do Consumidor integra dos mais novos ramos do
direito brasileiro.

Buscando fatos históricos do mundo mais recente, você consegue identificar um momento
Explor

que merece destaque no avanço das relações comerciais e de prestação de serviços que
impulsionaram o denominado “consumo” ou “consumismo”?

Foi a contar dos anos 50 do século passado, ou seja, após a Segunda Grande Guerra que este
Explor

ramo do direito começa a ocupar maior espaço nos debates junto aos operadores do direito;
neste período, o capitalismo de grande consumo de bens e serviços dos países desenvolvidos
incentiva as atividades comerciais.

Este movimento econômico fez nascer uma necessidade, a de serem estabelecidos


contratos e produtos padronizados; como isto surge grandes fornecedores, grandes
indústrias ou empresas de prestação de serviços, com o objetivo de atender a
sociedade de consumo que se implantava.

Desta necessidade é que se tem origem uma relação jurídica preocupante.

Não há duvida que esta relação jurídica surge em condições de desigualdade


entre as partes que a compõem, pois de um lado há o fornecedor, que por vezes
representa uma grande potência industrial, de outro o consumidor, numa posição
não muito favorável.

É na busca do equilíbrio desta relação jurídica que o Direito do Consumidor tem um papel
Explor

fundamental, ou seja, a busca do equilíbrio, propiciando igualdade na relação jurídica


estabelecida entre consumidor e fornecedor.

Assim, com a salvaguarda do Poder do Estado, procura-se garantir no campo


do direito a inexistência de abusos e práticas desleais entre as partes envolvidas em
uma determinada relação de consumo.

Relação de Consumo
Vários doutrinadores procuram definir o que vem a ser uma “Relação de
Consumo”, mas esta questão está bem definida pelo próprio Código de Defesa do
Consumidor - CDC (Lei nº 8078, de 11 de setembro de 1990), ao fazer referência
de quais são os elementos inerentes a esta relação.

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Havendo um fornecedor, um consumidor e um produto fornecido ou serviço
prestado por esse fornecedor a esse consumidor, haverá relação de consumo.

Segundo a interpretação da norma, são elementos que compõem esta relação:


o consumidor, o fornecedor e por fim o objeto da relação de consumo (produto
ou serviço).

Consumidor
O CDC, no seu artigo 2º, define consumidor como: “[...] toda pessoa física ou
jurídica que adquira ou utilize produto ou serviço como destinatário final”.

Mas ainda existe uma expressão que merece interpretação, que é “destinatário
final”, desta forma, vários estudiosos do tema procuram a melhor maneira de
esclarecer o real alcance desta expressão.

Por destinatário final pode-se conceber que será aquele que adquirir a título gratuito ou
Explor

oneroso, ou aquele que, mesmo não tendo adquirido, utilizou ou consumiu o produto ou
serviço, sendo este o fim da cadeia produtiva.

Diante deste entendimento, quando um produto ou serviço for adquirido ou


utilizado dentro de uma cadeia de produção, será aplicada à legislação comum e
não o CDC, por não se enquadrar de modo preciso ao conceito leal de consumidor.

Importante sabermos, em nossos estudos, o que diz o parágrafo único do artigo


2º, que trata da condição da figura equiparada à condição de consumidor:
Art. 2º [...]

Parágrafo único. Equipara-se ao consumidor a coletividade de pessoas,


ainda que indetermináveis, que aja intervindo nas relações de consumo.

Ao apreciarmos o que trata o CDC, percebemos qual o objetivo da Lei ao


proteger os interesses e os direitos dos consumidores, que podem ser violados sem
que, necessariamente, estes integrem relação de consumo como destinatário final.

O CDC criou a figura do “consumidor por equiparação”, na conformidade do


disposto no parágrafo do artigo mencionado e dos artigos 17 e 29.
Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e do Serviço - Art. 17. Para
os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas
do evento.

Práticas Comerciais: Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do seguinte,


equiparam-se aos consumidores todas as pessoas determináveis ou não,
expostas às práticas nele previstas.

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UNIDADE Direito do Consumidor

Há casos em que se aplicam as disposições do CDC para aquelas pessoas que


efetivamente não adquiriram produto ou serviço, mas os utilizaram ou simplesmente
estão expostos a estes.

Você consegue imaginar um exemplo em que poderíamos aplicar estes


dispositivos do CDC, onde existem consumidores por equiparação?

Um exemplo seria a explosão de um Shopping Center; no caso nem todas as pessoas


são consumidores, podiam estar lá apenas passeando, mas estão expostas as
atividades de consumo.

Fornecedor
O conceito de fornecedor pode ser retirado do artigo 3º do CDC, assim, pode
ser definido:

Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira,


Explor

bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção,


montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou
comercialização de produtos ou prestação de serviços

Diante da análise do conceito fica evidente que fornecedor se trata de gênero


do qual são espécies: fabricante, produtor, construtor, importador, exportador,
distribuidor e comerciante, podendo ser qualquer pessoa física ou jurídica.

Ao mencionar que a pessoa jurídica pode se encontrar na condição de fornecedor,


cabe esclarecer que esta poderá ser nacional ou estrangeira, pública ou privada,
podendo ainda ser uma associação mercantil ou civil e de forma habitual.

O fornecedor pode ser classificado como:

1. Real – como sendo aquele responsável pelo processo de fabricação e produção,


que são fabricante, construtor e produtor.
2. Aparente – que são aqueles que não participam do processo de produção, mas
se apresentam nesta condição, pois inserem seu nome na marca do produto.
3. Presumido – trata-se do importador do produto.

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Produto e Serviço
O artigo 3º do CDC em seus dois parágrafos define explicitamente o que vem
a ser produto ou serviço.

Produto – o § 1º do CDC dispõe da seguinte forma:


§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.

Assim, segundo o dispositivo legal, o produto pode ser classificado:

Bem Móvel
Mas o que é um bem móvel?

Preliminarmente para compreender a classificação, mas precisamente com


relação ao que é um bem móvel, é preciso recorrer ao Código Civil Brasileiro, mais
precisamente em seus artigos 82, 83 e 84, que trata do que vem a ser bens móveis:
Art.82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de
remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação
econômico-social.

Art. 83. Consideram-se móveis para os efeitos legais:

I - as energias que tenham valor econômico;

II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes;

III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações.

Art. 84. Os materiais destinados a alguma construção, enquanto não


forem empregados, conservam sua qualidade de móveis; readquirem essa
qualidade os provenientes da demolição de algum prédio.

Imóvel
Para elucidação do conceito, novamente busca-se subsídio no Código Civil que diz:
Art. 79. São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural
ou artificialmente.

Art. 80. Consideram-se imóveis para os efeitos legais:

I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;

II - o direito à sucessão aberta.

Art. 81. Não perdem o caráter de imóveis:

I - as edificações que, separadas do solo, mas conservando a sua unidade,


forem removidas para outro local;

II - os materiais provisoriamente separados de um prédio, para nele se


reempregarem

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UNIDADE Direito do Consumidor

Materiais
Podem ser considerados bens materiais as coisas corpóreas, constituídas de
matéria física, existentes no mundo físico, podendo objeto de domínio, como por
exemplo, uma motocicleta, um rádio, um apartamento, etc.

Imateriais
Os bens imateriais são de modo contrário aqueles não constituídos de matéria
física, deste modo não ocupando lugar no mundo físico; são exemplo os denominados
direitos autorais, marcas, patentes, entre outros.

Serviços
Como já tratado o § 2º do artigo do artigo 3° do CDC, dispõe sobre o que vem
a ser serviço:
Art. 3°[..]

§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo,


mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira,
de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter
trabalhista.

Podemos, agora, entender que serviço é uma atividade fornecida por uma
pessoa física ou jurídica, havendo um consumidor final deste serviço.

O dispositivo do CDC que estamos estudando apresenta um rol exemplificativo


do que é serviço; você pode imaginar outros exemplos:

São mais exemplos de serviços: assessoria contábil, consulta em um dentista, etc.

Um fato importante é que o dispositivo legal diz que o serviço é prestado


“mediante remuneração”, o que nos leva a concluir que para que o serviço esteja
integrado à relação de consumo, não poderá ser prestado sem onerosidade, ou
seja, sem remuneração.

Ressalva importante esta descrita no final do parágrafo citado ao mencionar “sal-


vo as decorrentes das relações de caráter trabalhista”, pois o trabalhador vende sua
mão de obra ao empregador, não se consubstanciando em uma relação de consumo.

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Ocorrência da Relação de Consumo
Você, diante de todas as informações que vimos até agora, pode determinar
quando se inicia a Relação de Consumo?

Existirá a denominada Relação de Consumo sempre que estiverem presentes todos


os elementos desta relação jurídica, ou seja: o consumidor, o outro, o fornecedor,
ambos transacionando produtos ou serviços.

Remuneração
É reconhecido doutrinariamente que para a existência da “Relação de Consumo”
necessariamente deva existir a aquisição do produto ou do serviço mediante
remuneração, ou seja, existe uma relação comercial.

Assim, podemos considerar quando alguém adquire um presente para dar a


alguém sua relação de consumo está formada com o fornecedor deste bem, não se
estendendo ao beneficiário pelo presente recebido.

Oferta e Publicidade
Entende-se por oferta o meio pelo qual o fornecedor expõe seus produtos e
serviços no mercado de consumo, objetivando atrair o consumidor para aquisição
destes produtos ou serviços.

No tocante à publicidade, esta é uma das formas mais comuns de se disponibilizar


uma oferta, utilizando-se de anúncios nos meios de comunicação escritos, televisão,
rádio, folhetos, rótulos, embalagens.

Veja, a existência da oferta não está intimamente ligada à publicidade, pois


pode ser restringir à oferta como uma informação prestada por um gerente de
banco ao cliente disponibilizando algum serviço; o mesmo exemplo serve para o
atendente de uma central de uma determinada empresa telefônica, que durante seu
atendimento oferece um serviço ainda não contemplado em seu contrato.

Práticas Abusivas
O CDC, diferentemente do que fez ao definir os elementos de uma relação de
consumo, não conceituou o que vem a ser uma prática abusiva, apenas enumerou
de forma exemplificativa as possibilidades.

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UNIDADE Direito do Consumidor

Entretanto, podemos defini-la como “abusiva, caracterizada pela ação contrária


do fornecedor de produtos ou serviços aos direitos do consumidor o prejudicando
de forma real”.

Dessa forma, toda informação suficientemente precisa integra o contrato,


vinculando, obrigando o seu cumprimento ao fornecedor, conforme determina o
artigo 30 do Código de Defesa do Consumidor, sob pena do seu cumprimento
forçado de acordo com as alternativas do artigo 35.

O artigo 31 do Código é exemplificativo, mas determina os elementos obriga-


tórios mínimos para apresentação e oferta de produtos e serviços, sendo crime
punível nos termos do artigo 63.

Também é prática abusiva o contido no artigo 40 do CDC, onde o orçamento é


dever do fornecedor de entregar, vez que irá gerar uma vinculação entre as partes
e determinando prazo de validade de tal orçamento.

Cobrança de Dívidas
Artigo. 42 - Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não
será ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou
exposto a ameaça.

Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito


à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em
excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese
de engano justificável.

Pode-se observar que o artigo do CDC tem por objetivo manter a integridade
do consumidor, posto que uma vez estabelecida uma relação de consumo entre o
fornecedor e o consumidor, a cobrança do débito não pode alcançar outras pessoas
que não seja o próprio consumidor.

Importante destacar que algumas proibições são consideradas absolutas, tais


como a ameaça, a coação, o constrangimento físico ou moral e o emprego de
afirmações falsas, incorretas ou enganosas.

Existem também proibições relativas, ou seja, uma vez que podem ser admissíveis
quando presentes alguns requisitos, uma vez que qualquer cobrança de certa forma
expõe o consumidor, mas para tanto deve ser injustificável, e ainda não é proibida a
cobrança desde que não interfira no trabalho, descanso ou lazer do consumidor, pois
o fornecedor pode valer-se de seus direitos assegurados no ordenamento jurídico.

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Garantia
O CDC tem previsão de uma garantia contratual, estabelecida em contrato
escrito pelo fornecedor (que não é obrigado a ofertar, mas, em ofertando, tem o
dever de cumprir), com preenchimento de termo escrito.

No caso da garantia legal artigo 24 do CDC, esta existe independente de


termo escrito, por decorrer da lei; sendo assim, uma garantia total, obrigatória,
incondicional. Irrestringível, irrenunciável e inegociável.

A previsão do exercício de direito de garantia é de 30 (trinta) dias para pro-


dutos e serviços não duráveis e é de 90 (noventa) dias para produtos e serviços
duráveis, a contar da efetiva entrega do produto ou término da execução do ser-
viço, sendo que, em caso de vício oculto, o prazo inicia do momento em que se
evidenciar o mesmo.

Cabe destacar que os mencionados prazos são em relação ao vício, posto que no
caso de indenização dos danos sofridos, estes estão sujeitos ao prazo prescricional
de 05 (cinco) anos.

Vejamos, a questão do vício é inerente ao produto ou serviço ofertado e não


um dano que ocorra em razão de ação ou omissão de culpa exclusiva do consu-
midor ou de terceiro, caso fortuito ou força maior, ou seja, o defeito apresentado
surge do uso regular e razoável do produto ou serviço fornecido tal qual entregue
pelo fornecedor.

Contrato de Adesão
O Contrato de Adesão é aquele previamente escrito, preparado pelo fornecedor.

Assim, para se caracterizar este contrato exige-se uma aceitação em bloco, por par-
te do consumidor aderente, de uma série de cláusulas pré-elaboradas unilateralmente.
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido
aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente
pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa
discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo.

§ 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de


adesão do contrato.

§ 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a


alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto
no § 2° do artigo anterior.

§ 3º Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e


com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será infe-
rior ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor.

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UNIDADE Direito do Consumidor

§ 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor


deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil
compreensão de pagamento.

Cláusulas Abusivas
O CDC, diferentemente do que fez ao definir os elementos de uma relação de
consumo, não conceituou o que vem a ser uma prática abusiva, apenas enumerou
de forma exemplificativa as possibilidades.

Entretanto, podemos defini-la como: “abusiva caracteriza-se pela ação contrária


do fornecedor de produtos ou serviços aos direitos do consumidor, o prejudicando
de forma real”.

O que é uma Cláusula abusiva?

De acordo com o doutrinador João Bosco Leopoldino da Fonseca1 , por sua


vez, diz:
[...] uma cláusula contratual poderá ser tida como abusiva quando se
constitui um abuso de direito (o predisponente das cláusulas contratuais,
num contrato de adesão, tem o direito de redigi-las previamente; mas
comete abuso se, ao redigi-las, o faz de forma a causar dano ao aderente).
Também será considerada abusiva se fere a boa-fé objetiva, pois, segundo a
expectativa geral, de todas e quaisquer pessoas, há que haver equivalência
em todas as trocas. Presumir-se-á também abusiva a cláusula contratual
quando ocorrer afronta aos bons costumes, ou quando ela se desviar do
fim social ou econômico que lhe fixa o direito. A aferição dessas condições
não se faz, contudo, através da indagação da real intenção das partes
intervenientes no contrato.

Art. 39. É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras


práticas abusivas:

I - condicionar o fornecimento de produto ou de serviço ao fornecimento


de outro produto ou serviço, bem como, sem justa causa, a limites
quantitativos;

II - recusar atendimento às demandas dos consumidores, na exata medida


de suas disponibilidades de estoque, e, ainda, de conformidade com os
usos e costumes;

III - enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer


produto, ou fornecer qualquer serviço;

IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em


vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-
lhe seus produtos ou serviços;

1. FONSECA, João Bosco Leopoldino. Cláusulas abusivas nos contratos. Rio de Janeiro: Forense, 1993. p, 156.

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V - exigir do consumidor vantagem manifestamente excessiva;

VI - executar serviços sem a prévia elaboração de orçamento e autorização


expressa do consumidor, ressalvadas as decorrentes de práticas anteriores
entre as partes;

VII - repassar informação depreciativa, referente a ato praticado pelo


consumidor no exercício de seus direitos;

VIII - colocar, no mercado de consumo, qualquer produto ou serviço em


desacordo com as normas expedidas pelos órgãos oficiais competentes
ou, se normas específicas não existirem, pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas ou outra entidade credenciada pelo Conselho Nacional
de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro);

IX - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou


deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério;

IX - recusar a venda de bens ou a prestação de serviços, diretamente a


quem se disponha a adquiri-los mediante pronto pagamento, ressalvados
os casos de intermediação regulados em leis especiais;

X - elevar sem justa causa o preço de produtos ou serviços.

XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-67, de 22.10.1999,


transformado em inciso XIII, quando da conversão na Lei nº 9.870, de
23.11.1999

XII - deixar de estipular prazo para o cumprimento de sua obrigação ou


deixar a fixação de seu termo inicial a seu exclusivo critério.

XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste diverso do legal ou


contratualmente estabelecido.

Parágrafo único. Os serviços prestados e os produtos remetidos ou


entregues ao consumidor, na hipótese prevista no inciso III, equiparam-se
às amostras grátis, inexistindo obrigação de pagamento.

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UNIDADE Direito do Consumidor

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

  Sites
O Cenário atual de Efetividade do Direito do Consumidor no Brasil
https://goo.gl/hBBRpI
Veja 10 Direitos do Consumidor que Todos Deveriam Saber
https://goo.gl/9hl1Pb

 Vídeos
Tecnologia Rastreia Localização e Impulsiona o Interesse do Consumidor
https://goo.gl/Oj0NUe
Conheça Alguns Direitos que o Consumidor acha que Tem
https://goo.gl/JGb3iF

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Referências
BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil, de 05 out. 1988.
Senado Federal. Disponível em: http://www.planalto.gov.br.

________. Código Civil Brasileiro, de 10 jan. 2002. Senado Federal. Disponível


em: http://www.planalto.gov.br.

________. Lei n° 8078 de 11 dez.1990. Senado Federal. Disponível em: http://


www.planalto.gov.br.

ANDRADE, Ronaldo Alves de. Cursos de direito do consumidor. Barueri, SP:


Manole, 2006.

BENJAMIN, Antonio Herman V., MARQUES, Claudia Lima e BESSA, Leonardo


Roscoe. Manual de Direito do Consumidor. Revista dos Tribunais. São Paulo: 2010.

FILOMENO, José Geraldo Brito. Curso Fundamental de Direito do Consumidor,


São Paulo: 3ª Ed. Atlas, 2014.

FONSECA, João Bosco Leopoldino. Cláusulas abusivas nos contratos. Rio de


Janeiro: Forense, 1993.

GRINOVER, Ada Pellegrini. Código de Defesa do Consumidor comentada pelos


autores do anteprojeto. 7ª Ed., Forense Universitária, Rio de Janeiro: 2001.

MARINELA, Fernanda, BOLZAN, Fabrício (orgs.). Leituras Complementares


de Direito Administrativo: Advocacia Pública, 3ª edição, revista e atualizada,
Salvador: Ed. Juspodium, 2012.

MARQUES, Cláudia Lima. Contratos no Código de Defesa do Consumidor. 8ª


edição, revista, atualizada e ampliada, São Paulo: Ed. Revista dos Tribunais, 2016.

MEDEIROS, Fábio Mauro de. As relações do Poder Público com o Código de Defesa
do Consumidor. In: SPARAPANI, Priscilia; ADRI, Renata Porto (coord.). Intervenção
do Estado no Domínio Econômico e no Domínio Social: em Homenagem a
Celso Antônio Bandeira de Mello. Belo Horizonte: Ed. Fórum, 2010.

MORATO, Antonio Carlos. Pessoa Jurídica Consumidora. São Paulo: Revista dos
Tribunais, 2008.

NUNES, Luis Antônio Rizzatto. Curso de Direito do Consumidor. 7ª edição,


revista, modificada e ampliada, São Paulo: Saraiva, 2012.

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